NOVAS REGRAS PARA CANTÃO
hojemacau
A Semana Dourada está aí e com ela muitas são as expectativas do sector turístico, e não só. Hotéis e restaurantes esperam taxas de ocupação acima dos 90 por cento, enquanto por toda a cidade se multiplicam os eventos de celebração do Festival da Lua.
TODAS AS PALAVRAS
CONCURSO ABERTO
A Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego anunciou uma revisão ao sistema de marcações para circular em Guangdong.
TRÂNSITO LANÇADA REVISÃO DE MEDIDAS PARA CIRCULAÇÃO DE CARROS EM CANTÃO
Integração sobre rodas
lação de veículos de Macau na província de Guangdong e entra em vigor a título experimental.
Apesar dos vários pedidos, as medidas anunciadas pela Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) não contemplam o aumento do número de vagas, das actuais 2.000 diárias. Todavia, são mais rigorosas para quem faz marcações e não as utiliza.
Apartir de domingo, os condutores que tiverem uma vaga para circular em Cantão e não a utilizarem ficam impedidos de fazer novas marcações até ao final desse mês. A medida faz parte da revisão ao programa Circu-
“A próxima marcação de passagem fronteiriça relativa ao mesmo mês só pode ser efectuada após ter cumprido a marcação prévia anterior (saída de Macau)”, foi revelado.
O limite de três marcações por mês é mantido. Neste sentido, nada impede que uma pessoa a 3 de Outubro faça duas marcações, desde que para
HM • 2ª vez • 29-9-23
ANÚNCIO
Proc. Liquidação do activo CV2-21-0005-CFI-D 2º Juízo Cível (apenso) n.°
Administradora: Dra. LEONG CHENG IENG (梁靜盈律師), com domicílio profissional em Macau, Av. Da Praia Grande, n.° 429, Edifício Centro Com. Da Praia Grande, 25.º andar.
Insolvente: LI JIANYOU (李儉友), do sexo masculino, maior, de nacionalidade chinesa, ora ausente em parta incerta.
Nos autos supra identificados, foi designado o dia 15 de Dezembro de 2023, pelas 11:00 horas, neste Tribunal, para a venda por meio de propostas em carta fechada, o bem penhorado abaixo identificado.
Direito penhorado
Natureza: Direito resultante do Contrato Promessa de Compra e Venda celebrado em 10/06/2014, relativo à seguinte fracção autónoma.
Denominação da fracção autónoma: “T8” do 8° andar “T”.
Situação: Em Macau, no Pátio do Lago da Praia Grande n.°s 42 a 132, e na Avenida Comercial de Macau n.°s 133 a 205-D.
Fim: Para habitação.
Número de matriz predial: 073839.
Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: 22300-C.
O valor da base da venda: MOP$5.467.000,00(Cinco Milhões, Quatrocentas e Sessenta e Sete Mil Patacas)
O preço das propostas devem ser superior ao valor da base da venda acima indicado.
Os interessados na compra devem entregar a sua proposta em carta fechada, com indicação nos envelopes das propostas, a seguinte expressão “proposta em carta fechada”, “2° Juízo Cível” e o “Processo Número: CV2-21-0005-CFI-D”, na Secção Central deste Tribunal, até o dia 14 de Dezembro de 2023, até 17:45 horas, podendo os proponentes assistir ao acto da abertura das propostas.
Quaisquer titulares de direito de preferência na alienação do imóvel supra referido, podem, querendo, exercerem o seu direito no próprio acto da abertura das propostas, se alguma proposta for aceite, nos termos do art° 787° do C.P.C.M. Macau, em 20 de Setembro de 2023.
meses diferentes, uma para 7 de Outubro e outra para o dia 5 de Novembro. Porém, as segundas e terceiras marcações para passar a fronteira no mesmo mês só podem ser efectuadas após a utilização das marcações anteriores. Se uma pessoa tem uma marcação para 7 de Outubro, só poderá fazer uma nova marcação para 15 de Outubro, depois de ter utilizado a marcação do dia 7. No caso de Novembro, tem de utilizar a vaga do dia 5, para depois fazer uma nova marcação para, por exemplo, 14 de Novembro.
Voltar atrás
Quando não podem utilizar as marcações, os condutores têm de fazer o cancelamento até às 22h do dia anterior. Os cancelamentos estão limitados a duas vezes por mês.
UM ACIDENTE POR SEMANA
Todas as semanas um carro de Macau está envolvido em acidentes no Interior, no âmbito do programa Circulação de veículos de Macau na província de Guangdong. Os dados foram revelados ontem, pela DSAT, que indica que entre 1 de Janeiro deste ano e 18 de Setembro houve 67 acidentes no Interior em que estiveram envolvidos carros de Macau. O período em causa corresponde a 470 dias, o que significa um acidente a cada sete dias. Além disso, as autoridades também anunciaram que houve 77 casos de infracções de trânsito por carros de Macau no Interior, 50 das quais foram concluídas, o que dá em média uma infracção a cada seis dias. “Lembra-se os condutores que devem respeitar rigorosamente as regras de trânsito do Interior da China e prestar atenção à segurança da condução”, aponta a DSAT.
Quando não cancelam a vaga até às 22h do dia anterior, ou tentam cancelar a vaga pela terceira vez durante um mês, os condutores recebem um aviso que não podem fazer mais marcações nesse mês.
O período de suspensão não afecta as marcações que eventualmente tenham sido feitas para o mês seguinte. Quer isto dizer, se um condutor tiver marcações para 25 de Outubro e 13 de Novembro, o facto de não utilizar a de 25 de Outubro faz com que esteja impedido de realizar mais marcações até ao fim do dia 31 de Outubro. No entanto, a vaga do dia 13 de Novembro, anteriormente reservada, pode ser utilizada normalmente. E após a utilização dessa quota fica livre para voltar a fazer
mais uma nova marcação para Novembro. As novas alterações não afectam os condutores que antes de 1 de Outubro tinham três ou mais marcações para esse mês. Estes vão poder continuar a utilizar essas marcações, ficando sujeitos às novas regras a partir de Novembro.
As alterações surgem depois de denúncias de abusos. Ron Lam chegou a revelar actos de comercialização das vagas e utilização de software para açambarcar marcações
No entanto, os condutores que apenas fizeram duas marcações para Outubro ficam automaticamente sujeitos ao novo modelo. A revisão do sistema de marcações é introduzida pelo Governo depois de terem surgido várias queixas contra abusos. O deputado Ron Lam chegou a denunciar actos de comercialização das vagas e utilização de software para açambarcar as vagas que eram disponibilizadas no sistema. João Santos Filipe
DSAL GARANTIDA EFICÁCIA NA SUPERVISÃO DE SALÁRIOS EM FALTA
ADirecção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) afirma ter realizado 105 inspecções em 60 estaleiros e locais onde decorriam obras, de acordo com a resposta a uma interpelação de Ella Lei. A deputada ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) tinha questionado que medidas estavam a ser tomadas para combater o fenómeno em que os trabalhadores das obras ficam sem receber salário, devido à existências de vários subempreiteiros na mesma obra.
Na resposta assinada por Lam Wai Hou, dirigente da Direcção de Serviços das Obras Públicas (DSOP), é indicado
que entre Janeiro e Julho de 2023, foram realizadas 105 inspecções nos 60 estaleiros e locais de obra, bem como 12 sessões de esclarecimento, contando com 379 participantes.
Sobre a falta de pagamento de salários, Lam Wai Hou indica que a DSAL abre “processos para o acompanhamento e investigação” na sequência de “participações ou queixas relacionadas com a violação das leis no domínio laboral”. Foi também garantido que “a DSAL aplica as sanções devidas no sentido de garantir os direitos e interesses laborais”, embora a resposta à interpelação não indique quantas sanções foram aplicadas.
Sobre o sistema de empreiteiros, a DSAL afirmou que “solicita o fornecimento da lista dos subempreiteiros ao empreiteiro” e “recolhe os dados dos trabalhadores, os quais incluem os contratos de trabalho, os títulos de remuneração, os registos de pagamento do salário por transferência bancária e os registos de assiduidade”, para fins de fiscalização prévia de situações irregulares como os salários em atraso.
O Governo admite ainda avaliar no futuro se o histórico de salários em atraso por parte de uma empresa deve ser tido em conta nos concursos públicos de obras.
No entanto, o número diário de 2.000 quotas não sofre qualquer alteração
VEÍCULOS ELÉCTRICOS NGAN IEK HANG QUER OPTIMIZAR CARREGAMENTO
A carregar o futuro
O deputado dos Moradores reconhece que a rede de carregamento de veículos eléctricos de Macau é suficiente, mas que face ao aumento da procura vai tornar-se escassa. Ngan Iek Hang pede assim mais informações sobre os planos para aumentar as infra-estruturas existentes
NGAN Iek Hang está preocupado com a necessidade de “optimizar” o número de postos de carregamento para os veículos eléctricos no território. O assunto é abordado numa interpelação escrita, que foi divulgada ontem pelo gabinete do deputado ligado aos Moradores.
Na visão do deputado, a popularização dos veículos eléctricos está intimamente ligada a uma rede adequada de carregamento. Ngan Iek Hang reconhece que os postos de carregamento “chegam para satisfazer a procura” gerada pelos veículos existentes no território, mas avisa que com a circulação de cada vez mais
viaturas eléctricas a rede de carregamentos também terá de crescer.
“Com a circulação de cada mais veículos eléctricos, a distribuição de postos de carregamento eléctricos
públicos de baixa, média e alta velocidade tem de ser melhorada e aumentada. Também o número de pedidos para a instalação de postos privados vai subir”, anteviu Ngan Iek Hang.
Neste sentido, o legislador questiona quais os planos para o crescimento da rede de carregamento. “Com base nos dados actuais sobre a utilização, que plano têm as autoridades para
instalar um maior número e aumentar a cobertura dos postos de carregamento de veículos eléctricos nas ruas e nos parques de estacionamento?”, pergunta.
Aplicação problemática
O deputado dos Moradores mostra-se ainda preocupado com a aplicação móvel que mostra os postos de carregamento disponíveis, para os utilizadores de veículos eléctricos saberem onde se dirigir para carregar as viaturas. “Há donos de carros que se queixam que a actualização das informações na aplicação é demasiado lenta, e que muitas vezes é indicado que os espaços estão livres, quando estão ocupados, ou que estão ocupados, quando estão livres”, aponta. “Também acontece que muitas vezes
os postos estão indisponíveis devido a operações de manutenção ou ocupados com o estacionamento de veículos não eléctricos e a situação não é indicada na aplicação”, acrescentou. “Como as autoridades podem corrigir estas situações?”, questionou.
“Muitas vezes os postos estão indisponíveis devido a operações de manutenção ou ocupados com o estacionamento de veículos não eléctricos.”
Na interpelação, Ngan Iek Hang elogiou o “plano de concessão de apoio financeiro ao abate de motociclos obsoletos e a sua substituição por motociclos eléctricos novos”, que financia a substituição de motociclos matriculados até Dezembro de 2013, por motas eléctricas. Porém, o deputado aponta que o subsídio não abrange os ciclomotores e quer saber se há planos para, nesse sentido, alargar o âmbito do apoio ao abate de veículos antigos. João Santos Filipe
Opresidente da Associação de Construtores Civis e Empresas de Fomento Predial de Macau, Paulo Tse, defende que o Governo deve implementar medidas para apoiar o sector imobiliário. A posição foi tomada ontem e citada pelo jornal Ou Mun, depois do concurso público de concessão de dois terrenos na Taipa apenas ter tido um único participante.
Nas declarações citadas pelo jornal Ou Mun, Paulo Tse apelou ao Governo para ignorar as actividades de especulação no mercado imobiliário, que diz serem praticamente inexistentes, e concentrar-se no relaxamento das medidas que limitam as transacções imobiliárias.
Segundo o dirigente, as políticas que tinham sido lançadas para evitar a especulação actualmente
Pedintes milionários
Imobiliário pede apoios para promover vendas de casas
só servem para “aumentar os custos de compra e venda de imóveis pelos residentes”, não permitindo à população comprar habitação com melhor qualidade.
No ano passado, o mercado imobiliário registou o menor número de transacções desde 1984,
com 2.950 compras e vendas de imóveis para habitação. Contudo, após o levantamento das restrições o mercado apresenta uma recuperação.
Pregar como São Tomás
Sobre a falta de interesse no concurso público para a concessão de dois terrenos na Taipa, em que apenas foi apresentada uma proposta, Paulo Tse considerou que tal se deveu ao facto de não ser “a altura mais oportuna”. Segundo o presidente da associação, face à redução do poder de compra das famílias locais, actualmente a confiança da população está longe de outros tempos,
o que faz com que haja uma maior prudência face a investimentos.
No entanto, Paulo Tse fez questão de sublinhar aos jornalistas que tem muita confiança no futuro de Macau e no desenvolvimento da economia. Embora não tenha explicado porque razão a empresa que controla, a Keck Seng Investimentos, tenha optado por não licitar pelos terrenos, o empresário desejou que no futuro haja um novo concurso público para a concessão de terrenos.
Os terrenos disponibilizados no concurso público tinham preços de licitação de 777 milhões de patacas e 1,136 mil milhões de patacas. O consórcio constituído pela Top Builders Group e Iok Seng Investimento Limitada fez a única proposta, no valor de 893,6 milhões. O outro terreno não teve propostas. J.S.F./N.W.
Autocarros Inquérito para avaliar satisfação
Entre 1 e 31 de Outubro, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) vai realizar o inquérito trimestral de avaliação do serviço de autocarros públicos. Os interessados em partilharem as suas avaliações sobre o serviço podem fazê-lo através da aplicação móvel “Localização dos autocarros” e “Posto de Informação de Tráfego”, bem como na página electrónica da DSAT. A pontuação da avaliação do serviço de autocarros públicos baseia-se em três indicadores: serviço e gestão, meios e equipamentos de transporte e segurança e grau de satisfação dos passageiros. O grau de satisfação dos passageiros contribui para 40 por cento da avaliação sobre o serviço.
Trânsito Mulheres atravessam ponte em cadeira de rodas
Duas mulheres do Interior, com cerca de 40 e 50 anos, foram multadas depois de terem circulado na Ponte Nobre de Carvalho de cadeira de rodas eléctrica. O caso aconteceu por volta das 10h54, quando começaram a surgir imagens online da duas mulheres, a dirigirem-se no sentido da Taipa. Também os agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública foram chamados ao local, tendo multado as mulheres “de acordo com o regulamento da Ponte Nobre de Carvalho”. A multa aplicada não foi revelada, mas o regulamento prevê uma sanção de 500 a 2.500 patacas para quem não transita nos passeios existentes em sentido contrário ao da circulação dos veículos. No caso concreto, as mulheres circulavam fora do passeio e no sentido da circulação dos veículos. Na mensagem em que divulgou as consequências para o caso, o CPSP apelou aos peões e utilizadores de cadeiras de rodas que nunca circulem na estrada e que utilizem os passeios.
PJ Detido homem escondido no Toi San
A Polícia Judiciária (PJ) anunciou ter descoberto e prendido um homem procurado para cumprir uma pena efectiva de prisão de 10 meses, pelo crime de “armas proibidas e substâncias explosivas”. A revelação foi feita ontem pela PJ e o homem era procurado desde o dia 20 de Setembro, quando foi condenado. Segundo o relato apresentado, o homem estava num edifício no Toi San e passava a maior parte do tempo escondido. No entanto, sai para satisfação de algumas necessidades básicas, como a compra de comida. Terá sido numa dessas saídas que foi detectado, tendo a PJ montado uma operação de vigilância, para se certificar que era o indivíduo procurado. Confirmada a identidade, o homem foi levado para o Estabelecimento Prisional de Coloane.
Crime Burlado em 1,12 milhões de HK dólares
Um homem em Macau caiu numa burla e transferiu 1,12 milhões de dólares de Hong Kong para uma conta bancária na RAEHK, por temer a possibilidade de estar a ser investigado pela polícia do Interior. O caso foi revelado pela Polícia Judiciária, e aconteceu entre 21 e 25 de Setembro. Inicialmente, o indivíduo recebeu uma chamada de Hong Kong, com alguém a fazer-se passar pela polícia de Xangai. Os burlões acusaram o homem de ter enviado uma encomenda ilegal e de financiar actividades criminosas do outro lado da fronteira. O sujeito negou qualquer envolvimento em crimes, mas face a novos contactos, decidiu “cooperar” com a transferência bancária de 1,12 milhões de dólares de Hong Kong, para que o dinheiro fosse analisado pelas supostas autoridades. Contudo, depois das transferências dos dias 24 e 25 de Setembro o indivíduo apercebeu-se que tinha sido burlado e apresentou queixa.
A prova de fogo
O presidente da Associação de Hotéis de Macau espera uma taxa de ocupação hoteleira para os dias da Semana Dourada acima dos 90 por cento. Luís Herédia considera que a recuperação do sector “tem sido muito positiva”, tendo em conta a escassez inicial de recursos humanos. Restaurantes também estão positivamente expectantes
NA primeira Semana Dourada de Outubro após o fim total das restrições relativas à covid-19, as expectativas são mais que muitas para o sector turístico. Ao HM, Luís Herédia, presidente da Associação de Hotéis de Macau, adiantou estimar uma taxa de ocupação hoteleira acima dos 90 por cento entre hoje e a próxima sexta-feira, 6 de Outubro. “Esperamos que os dias 7 e 8 [de Outubro] também sejam bons. Estamos preparados e ansiosos pela Semana Dourada e prontos para receber os turistas da melhor forma, esperando que as condições nos sejam favoráveis.”
Este período “será, sem dúvida, muito importante para o turismo de Macau e para os hotéis”, lembrou o responsável, tendo em conta os meses de Verão “favoráveis”.
“Durante estes nove meses [desde o fim das restrições impostas pelo combate à pandemia] conseguimos entender a nova realidade, as novas tendências,
os segmentos, estando ainda a adaptar as medidas que devem ser melhoradas e a acelerar processos”.
A escassez de recursos humanos verificada logo no início do ano parece estar cada vez mais ultrapassada. “Temos recursos humanos mais capacitados, restaurantes reabertos, mais entretenimento, produtos [turísticos]
“Em relação à Semana Dourada, espero que a Rua do Cunha continue cheia de turistas e que a tasca do alentejano continue como foi no mês de Agosto: cheia.”
mais ricos, sendo que há ainda bastante a melhorar”, disse.
Melhorias constantes Apesar de afirmar que “os hotéis estão hoje mais apetrechados, capazes de oferecer um serviço de melhor qualidade”, Luís Herédia assume que “há sempre espaço para melhorias”, tendo em conta “a rotação muito alta de recursos humanos”, que leva “a uma necessidade forte de formação, de liderança operacional e de gestão”.
Também no sector da restauração as expectativas são muitas. Atente-se no caso do restaurante “O Santos”, de Santos Pinto, localizado no coração da Rua do Cunha. “Em relação à Semana Dourada, espero que a Rua do Cunha continue cheia de turistas e que a tasca do alentejano continue como foi no mês de Agosto: cheia”, adiantou.
Santos Pinto confessou ao HM que até ao final desse mês o negócio “foi espectacular”, com um maior abrandamento entre a passagem do tufão e o arranque de mais um concurso internacional do fogo de artifício. “Neste momento, o negócio está bom de novo, pois voltaram os clientes de Hong Kong e do resto da Ásia”, rematou.
Andreia Sofia SilvaCovid-19 13 alunos infectados em duas escolas
A Escola Fong Chong da Taipa e o Colégio de Santa Rosa de Lima - Secção Chinesa foram afectados por dois surtos de covid-19. A informação foi revelada ontem pelos Serviços de Saúde (SS), através de um comunicado, que acrescenta que os casos foram notificados às autoridades de saúde na quarta-feira. No que diz respeito à Escola Fong Chong, o surto foi detectado na turma B do 12.º ano e infectou seis alunos, cinco do sexo masculino e um do sexo feminino. No Colégio de Santa Rosa de Lima o surto afectou a turma Zhong do 8.º ano, com sete alunas doentes. Segundo os SS, os jovens começaram a apresentar sintomas de infecção do tracto respiratório superior, como febre, dor de garganta e tosse a 24 de Setembro. Todos os infectados estão em “estado estável, sem complicações graves ou doenças graves”.
Saúde Detectado caso colectivo de gastroenterite
Os Serviços de Saúde (SS) foram notificados na quarta-feira da ocorrência de um caso colectivo de gastroenterite numa turma da secção primária e infantil da Escola dos Moradores de Macau, na Avenida do Nordeste, onde foram infectados cinco alunos. Os sintomas, febre e vómitos, começaram na terça-feira e os alunos receberam tratamento médico, sem a ocorrência de complicações graves. Segundo um comunicado dos SS, “foi excluída a possibilidade de gastroenterite alimentar em conformidade com as horas de refeições de pacientes”, sendo mais provável “que o agente patogénico esteja relacionado com uma infecção viral”.
DSSCU Inscrições abertas para exames de urbanismo
As provas dos exames de admissão para acreditação de profissionais ligadas à construção urbana e urbanismo vão ser realizadas entre Novembro e Dezembro, anunciou ontem a Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU), através de um comunicado. As inscrições para os exames destinados aos estagiários nas áreas de arquitectura, engenharia civil, engenharia electrotécnica, engenharia electromecânica, engenharia mecânica, arquitectura paisagista, engenharia do ambiente e planeamento urbanístico decorrem até 31 de Outubro. Por sua vez, provas escritas de arquitectura e arquitectura paisagística decorrem a 25 e 26 de Novembro, de engenharia civil a 2 e 3 de Dezembro, engenharia electrotécnica, engenharia electromecânica, engenharia mecânica, engenharia do ambiente e planeamento urbanístico a 9 e 10 de Dezembro.
Zona A 11 propostas para habitação pública
A Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP) recebeu 11 propostas para a construção de habitação pública no terreno B11 da zona A dos novos aterros, cujo o início da obra está prevista para o primeiro trimestre do próximo ano. O acto público de abertura de propostas decorreu na quarta-feira, com todas as propostas admitidas. Os preços propostos variam entre mais de 941 milhões de patacas e mais de 983 milhões de patacas e os prazos para concluir a obra entre 1035 e 1036 dias de trabalho. O empreendimento terá uma área de implantação de 6715m2, com 768 fracções habitacionais, auto-silo público e instalações comerciais e sociais. Serão usados elementos pré-fabricados e cofragens metálicas para a construção, tendo sido solicitado ao empreiteiro a aquisição de betão à fábrica de betão estabelecida na Zona A, “de modo a aliviar a pressão de trânsito causada pela circulação dos veículos de obras de e para Zona A dos Novos Aterros Urbanos”, aponta a DSOP.
IPOR ABERTO NOVO CONCURSO PARA GESTÃO DA LIVRARIA PORTUGUESA
Estas nossas páginas
O Instituto Português do Oriente aceita manifestações de interesse de empresas para a gestão da Livraria Portuguesa até 30 de Novembro, tendo em conta que a actual concessão termina a 31 de Março do próximo ano. A Praia Grande Edições, actual concessionário, vai concorrer novamente
AS empresas interessadas na gestão da Livraria Portuguesa, entidade tutelada pelo Instituto Português do Oriente (IPOR), podem apresentar as manifestações de interesse até ao dia 30 de Novembro deste ano, tendo em conta que o actual contrato, com a Praia Grande Edições, termina a 31 de Março do próximo ano.
Desta forma, o IPOR abre um novo concurso depois de sucessivas renovações com a mesma empresa e dos adiamentos causados pelo contexto de pandemia.
Ao HM, Ricardo Pinto, jornalista e director da Praia Grande Edições, empresa responsável pelas publicações Ponto Final e Macau Closer, bem como pela realização de eventos culturais, confirmou que vai concorrer novamente à concessão do espaço.
Segundo um comunicado do IPOR, pretende-se manter “o regime semelhante” de gestão com uma entidade parceira que “compreendendo os objectivos da Livraria Portuguesa, não só os cumpra plenamente como desenvolva estratégias de projecção da língua e leitura na região”. O novo contrato terminará a 31 de Março de 2029.
Regras de gestão
Desde 2003 que a Livraria Portuguesa é concessionada a privados, sendo um dos poucos locais em Macau onde se podem adquirir livros, revistas e jornais em língua portuguesa editados na RAEM ou em Portugal, além da venda de manuais escolares.
Segundo o caderno de encargos do actual concurso, o novo concessionário deverá ser
responsável por “desenvolver anualmente um conjunto de actividades dinamizadoras do espaço da Livraria Portuguesa que promovam o livro, a leitura, escritores e outras áreas artísticas
O novo concessionário deverá “desenvolver anualmente um conjunto de actividades dinamizadoras do espaço da Livraria Portuguesa que promovam o livro, a leitura, escritores e outras áreas artísticas e culturais dos países de língua portuguesa”
e culturais dos países de língua portuguesa”.
Deve ainda ser disponibilizada “uma oferta de publicações actual e que espelhe as tendências do panorama editorial de escritores dos países de língua portuguesa, nas suas versões originais e, caso houver, nas traduzidas”.
A nova empresa concessionária deverá ainda doar todos os anos, enquanto durar o contrato, “três títulos actuais de autores de países de língua portuguesa à biblioteca Camilo Pessanha do IPOR”.
Em matéria de gestão financeira, o IPOR deve receber um relatório e contas anual, além de que o concessionário deve pagar 100 mil patacas ao IPOR por cada ano de concessão “a título de doação para o Fundo para a Promoção da Língua e Cultura do IPOR”. Andreia Sofia Silva
A chegada do Festival do Bolo Lunar celebra-se a partir de hoje com uma série de eventos espalhados pela cidade. Destaque para a tradicional “Festa da Celebração da Lua” que decorre hoje no Albergue, iluminada pela exposição de 28 lanternas do coelho. As operadoras de jogo prepararam também iniciativas para animar os feriados
“MURMÚRIOS” é o nome da nova exposição promovida pela Associação Cultural da Vila da Taipa e que revela as ilustrações da artista Yang Sio Man feitas a partir de contos seleccionados por si, no formato storytelling. Além da mostra com trabalhos da artista, será também lançado o primeiro livro ilustrado de Yang Sio Man, intitulado “Mr. Matos Went to Buy Tomatoes” [O Sr. Matos foi Comprar Tomates], publicado pela editora Fizzy Ink.
Segundo um comunicado da associação, a artista revela “um estilo ilustrativo muito próprio”, imprimindo nos últimos anos esse estilo a “objectos e instalações artísticas”. A autora acaba por fazer “uma abordagem às representações da vida quotidiana”, criando, com os seus trabalhos, “uma atmosfera calorosa, imaginativa e ricamente poética”, algo que “serve de contraponto ao ritmo agitado e, muitas vezes, agressivo da vida moderna”.
A mostra integra três colecções de ilustrações. Uma primeira colecção, com o nome “O Sr. Matos foi
SEMANA DOURADA FESTAS E CELEBRAÇÕES MULTIPLICAM-SE EM TODA A CIDADE
Lanternas para todos
ARRANCA este fim-de-semana mais uma celebração tradicionalmente chinesa, o Festival do Meio Outono Chong Chao, também conhecido como o Festival da Lua ou do Bolo Lunar, que se celebra no 15º dia da 8ª Lua, sendo habitual comer os tradicionais bolos lunares, reunir a família e sair à rua com lanternas, observando a lua. Esta é considerada a segunda maior festividade da comunidade chinesa logo a seguir ao Ano Novo Chinês.
Pela cidade decorrem diversos eventos em jeito de celebração, como é o caso do que acontece hoje no Albergue da Santa Casa da Misericórdia (SCM), organizado pelo Círculo dos Amigos da Cultura de Macau. Na “Celebração da Lua - Festival do Meio Outono 2023” começa às 18h30 e termina às 21h, os participantes podem
desfrutar da oferta de bebidas e petiscos tradicionais, além de poderem realizar diversos jogos pensados para toda a família. Será também inaugurada hoje, às 18h30, a mostra “Lanternas de Coelhinho - Uma Exposição de Carlos Marreiros e Amigos - Parte 18”, que apresenta 28 lanternas do coelho decoradas de forma criativa por diversos artistas e personalidades de Macau. A mostra serve ainda para celebrar os 74 anos da implantação da República Popular da China, e pode ser visitada até 19 de Outubro.
Os participantes podem também receber uma lanterna tradicional do coelho ou uma peça de caligrafia criada pelo mestre Choi Chun Heng. Será ainda exibida a “Exposição de Caridade de Arte de Caligrafia Chinesa do Mestre Choi Chun Heng”, onde os visitantes podem explorar a cultura tradicional
Imagens sussurradas
Ilustrações de Yang Sio Man patentes na vila da Taipa
Comprar Tomates”, inclui uma exposição de livros ilustrados, esboços originais e uma instalação artística que representa a própria história que integra o livro.
Segue-se uma segunda colecção com nove impressões com a técnica giclée, criadas recentemente para a revista “Voice & Verse Poetry Magazine”, uma
publicação de poesia de Hong Kong. A exposição integra também uma nova interpretação de uma banda desenhada intitulada “Lemon Tea”, que explora “os
pequenos e simples prazeres da vida quotidiana”.
Versatilidade e docência
Yang Sio Man dá aulas na Universidade Politécnica de Macau e trabalha também por encomenda com artistas locais e internacionais nas áreas das artes visuais, design de livros e publicações alternativas. Segundo a Associação Cultural da
Vila da Taipa, Yang Sio Man é uma artista versátil e com trabalho “reconhecido internacionalmente”, nomeadamente nos “World Illustration Awards” [Prémios Internacionais de Ilustração].
Citado pelo mesmo comunicado, João Ó, arquitecto e presidente do conselho directivo da Associação Cultural da Vila da Taipa, disse que, com esta mostra, a artista convidada vai “inspirar a comunidade com o calor das suas obras”.
“As três colecções de ilustrações englobam a essência do seu estilo único de ilustração e transmite um testemunho rico do seu percurso de trabalho criativo”, apontou ainda.
João Ó acredita que com esta iniciativa a vila da Taipa vai ficar ainda mais cimentada enquanto “um dos principais destinos culturais e artísticos em Macau, sublinhando o seu contributo inestimável para a promoção das indústrias cultural e criativa do território”.
A exposição tem entrada gratuita e pode ser vista até ao dia 10 de Novembro na Rua dos Clérigos, na vila da Taipa. A.S.S.
Na “Celebração da LuaFestival do Meio Outono 2023” começa às 18h30 e termina às 21h, os participantes podem desfrutar da oferta de bebidas e petiscos tradicionais, além de poderem realizar diversos jogos pensados para toda a família
chinesa e experimentar a caligrafia chinesa durante a festa.
Lanternas no One Central Outro dos eventos que celebra o Festival do Meio Outono é o 6º Festival das Lanternas de Macau, que arrancou dia 22 e que estará patente ao público até 30 de Novembro no jardim Lotus do empreendimento
One Central. A exposição reúne oito instalações artísticas do coelho de jade, com alturas entre 3 e 4,7, da autoria de Alan Chan, artista e designer. A área foi decorada com flores de lótus.
Destaque ainda para a iniciativa “Esplendor da Lua – Festival das Lanternas da SJM”, da Sociedade de Jogos de Macau,
um evento realizado em parceria com a Sociedade de Artistas de Macau. Serão apresentadas “criações vibrantes de lanternas que destacam as tradições culturais chinesas” do território, com a assinatura “dos artistas mais talentosos da Ásia”.
A exposição, inaugurada no passado dia 21, pode ser vista até ao dia 10 de Novembro no Grand Lisboa Palace, no Cotai, e também no hotel Grand Lisboa. Foram convidados artistas asiáticos de renome como Rukkit, conhecido criador de arte urbana tailandês; ANTZ, também artista de arte urbana oriundo de Singapura, RUOB, vindo da China, e ainda Rainbo Peng, natural de Hong Kong.
A SJM convidou também artistas locais, nomeadamente a ilustradora Yolanda Kog; a artista multimédia Hera Ieong; o escultor Carlo Lio, conhecido pelos seus trabalhos em pedra; o pintor Wing Pun e o escultor Yanlas Sou.
Outro dos eventos que celebra o Festival do Meio Outono é o 6º Festival das Lanternas de Macau, que arrancou dia 22 e que acontece até 30 de Novembro no jardim Lotus do empreendimento One Central
Poderão ser vistas 11 lanternas que expressam o estilo individual de cada artista, além de que a SJM organiza também diversos workshops para pais e filhos com os artistas participantes no evento.
A Galaxy também se junta à festa com a organização do “Festival de Arte de Lanternas da Galaxy”, que integra uma colecção de lanternas digitais da autoria de quatro designers da China, Macau e Singapura.
O quarteto artístico foi convidado a “expressar a sua criatividade através da fusão de desenhos de lanternas tradicionais chinesas com a tecnologia de projecção de luz”, e recorrendo a uma parede com
luzes LED que inclui “uma série contínua de obras de arte digitais”. Desde o dia 24 de Setembro, e até 8 de Outubro, pode ser visitada a instalação de uma “Superlua” gigante, com seis metros de diâmetro, instalada no empreendimento da Galaxy no Cotai, na zona conhecida como “The Lawn”. Destaque ainda para a realização de piqueniques ao ar livre em família, espectáculos e desfiles no mesmo local entre as 18h e as 23h hoje e amanhã.
Celebrações na FRC
O programa das festas inclui ainda uma mostra inaugurada esta quarta-feira na Fundação Rui Cunha (FRC) intitulada “O Brilho da União - Exposição do Festival de Outono e do Dia Nacional da RPC”. Trata-se de uma exposição colectiva de caligrafia, pintura e escultura de selos com trabalhos de artistas da Associação das Mulheres Calígrafas, Pintoras e Escultoras de Selos de Macau. As 43 peças podem ser vistas até ao dia 14 de Outubro.
Na quarta-feira, a FRC foi palco de um actividade que antecipou as festividades que se avizinham, com a “Pintura de Lanternas Chinesas”, que convidou o público a observar a técnica de pintura e a experimentar a pintar lanternas e leques. Andreia Sofia Silva
(Continuação do publicado na edição anterior)
OS PINTORES rumavam para Bianjing (a actual Kaifeng), a capital da dinastia Song do Norte, para responder ao convite do imperador para os conhecer. Os artistas, que gozavam então de um grau de autonomia sem precedentes, podiam também apresentar-se espontaneamente na corte e pedir para serem avaliados. Embora os pintores não partilhassem do estatuto dos funcionários públicos regulares, assemelhando-se antes a outros especialistas como médicos e astrónomos ou entalhadores de jade e ourives, tanto a criação como o consumo de arte e literatura tornaram-se parte da formação da identidade pessoal e eram um meio para tecer afiliações sociais e políticas.
Sob a alçada da administração imperial, os pintores académicos continuaram a preferir o estilo xiesheng que respeitava as normas e almejava a verossimilhança, com um trabalho de pincel tecnicamente rigoroso. Criaram para a colecção imperial um grande número de pinturas de grande refinamento e sofisticação. Praticavam vários géneros: Flores e Pássaros, Dragões e Peixes, Animais Domésticos e Selvagens, Figura Humana, Tribos Estrangeiras, Palácios e Edifícios, Bambús e Pinheiros, Legumes e Frutas e Montanhas e Água (山水shanshui, ou seja, paisagem). A Pintura de Flores e de Pássaros era o género mais popular praticado entre os académicos.
Duas paisagens notáveis no estilo xiesheng da autoria de pintores da corte são 清明上河圖, Qingming shanghe tu, À beira-rio no festival Qingming, de Zhang Zeduan 張擇端, e 千里江山图 qianli jiangshan tu, Mil li de rios e montanhas, de Wang Ximeng 王希孟. À beira-rio no festival Qingming é uma obra-prima que retrata a vida do dia-a-dia das pessoas comuns de Bianjing. O original media 25,5 metros de altura e 5, 25 metros de comprimento. Vêem-se oitocentos e catorze seres humanos, vinte e oito barcos, sessenta animais, trinta edifícios, vinte veículos, oito carruagens e cento e setenta árvores (Figura 33).
A pintura tradicional chinesa
Cláudia Ribeiroto anos. Com efeito, Wang Ximeng foi o mais precoce e prodigioso dos pintores da corte do imperador Huizong 徽宗e terá morrido por volta dos vinte anos. Em Mil Li de rios e mmontanhas, o pintor faz uma referência explícita ao passado através do uso das cores qinglübai 青綠白 (“azul, verde, branco”) da dinastia Tang (Figura 34).
Viajavam pelo país, liam os clássicos taoistas e do budismo Chan (Zen) e imbuíam-se de uma cultura de ingerência de vinho. Por exemplo, Liang Kai梁楷, do final da dinastia Song, foi um pintor da corte de renome, mas acabou por a abandonar e tornou-se num monge recluso Chan. Juntamente com Mu Xi牧 谿, que foi criado de raiz na comunidade Chan (Figura 35), adoptou o estilo xieyi, livre e espontâneo, com aguadas soltas e traços caligráficos arrojados (Figura 31). Ambos pretendiam sugerir e não descrever e as suas obras dão uma certa impressão de despojamento. São ambos considerados os pais da tradição japonesa de pintura Zen.
No género Animais e no estilo xiesheng, destacaram-se o imperador Huizong 徽宗, Wu Bing吳炳, Li Di李迪, Cui Bai崔白 e Li Gonglin李公麟 Chen Rong 陳容foi um renomado pintor da dinastia Song que se especializou em pintar dragões. De acordo com Zhang Yanyuan, existiram ao longo da história da China renomados pintores de dragões como Cao Buxing 曹不興, do Período dos Três Reinos, e Zhang Seng-You 張僧繇, das Dinastias do Sul. No entanto, nenhuma dessas obras sobreviveu à passagem do tempo.
Mil Li de Rios e Montanhas é outra absoluta obra-prima e mede quase doze metros. É a única obra sobrevivente da autoria de Wang Ximeng, que a terá terminado quando tinha apenas dezoi-
Na dinastia Song do Norte teve lugar uma evolução lapidar na história da pintura chinesa: a afirmação de um tipo de pintura que não era académico e que ficou conhecido como 文人画 wenren hua, pintura dos letrados. Aproveitando-se da relação entre a pintura e a poesia, estes começaram a desempenhar um papel crescente na comunicação de ideais artísticos, de sentimentos poéticos e de críticas sociais. Escrevia-se muita poesia acerca de pinturas e também se ilustravam muitos poemas. No entanto, há que fazer notar que entre a “escola” académica e a “escola” dos letrados independentes e reclusos a fronteira não era estanque e tinha origem em tendências que vinham do passado. Muitos artistas frequentavam ambas as “escolas” ou frequentavam primeiro a corte e tornavam-se depois reclusos, “eremitas” (隱士yinshi, 隱者 yinzhe, 遁隱 dunyin ou 山隱shanyin). Na verdade, também pertenciam à elite seleccionada através dos exames imperiais e dedicada ao serviço público, mas acabavam por abandonar a carreira e retirar-se da cena política para perseguir interesses artísticos, aparentando desprezar qualquer finalidade económica.
Os pintores letrados ansiavam por um regresso à natureza para adquirir qualidades espontâneas e retomar modelos arcaicos preconizadas pelo taoísmo. Muitos deles adoptavam as velhas práticas taoistas de meditação e exercícios respiratórios. A importância dada à busca de imortalidade, própria da mentalidade taoísta, levou mesmo alguns artistas ao extremo de avaliar a qualidade de uma pintura pela bitola da longevidade alcançada pelo seu autor. Estes pintores eram geralmente também grandes calígrafos e poetas e as suas pinceladas evocavam amiúde a arte da escrita. Adoptavam o estilo xieyi, livre e gestual, sem pretender semelhança formal nem virtuosismo técnico, mas sim criar imagens onde a vida, a natureza e a autenticidade de carácter se exprimissem. Davam preferência ao género da paisagem (Montanhas e Água), pois entendiam que o cenário retratado era produto da mão e da mente do pintor, veículos onde o próprio universo se manifestava. Também apreciavam o género Bambú e pedras. O bambú era de grande importância, não só devido à simbologia associada à rectidão e à longevidade, mas devido ainda à ligação da sua forma com a caligrafia. Assim, o grande poeta, pintor e teórico Su Shi 苏軾ou Su Dong Po 蘇東坡 (1036-1101) defendia que a pintura não visava a representação, mas sim exprimir algo proveniente da mente e do coração do artista, onde o próprio universo devia ressoar. Não estava interessado em criar imagens semelhantes à natureza, mas sim em seguir
os princípios da natureza. E perguntava: “Se os meus bambús não se dividem em secções, o que há de estranho nisso? São bambús nascidos do meu coração-mente e não bambús desses que aos olhos basta contemplar do exterior.”1 E Wen Tong 文同, que ficou célebre pelas suas pinturas de bambus e que exerceu grande influência sobre Li Kan 李衎, outro célebre pintor de bambus da dinastia Yuan, só os começava a pintar quando se sentia em consonância espiritual com eles (Figura 36). Isto deu origem à expressão 胸中有成竹xiongzhong you chengzhu, “com bambus amadurecidos no peito”, que significa ter projectos amadurecidos cujo sucesso está garantido. Só “com bambus amadurecidos no peito” é possível atingir um estado de fluência em que não existe consciência de si, nem auto-observação, pois o pintor consciente de estar a pintar torna-se inapto. O bom pintor ‘confia no pincel’ ( 信筆xinbi), no seu sentido, 意 yi, que é, a um tempo, o próprio sentido do mundo, do sopro vital. Afastando-se do habitual estado de dispersão em que vive no dia a dia, pinta quando todas as forças estão focadas fora do tempo-espaço. Por isso, o que pinta é muito mais do que uma mera paisagem (uma “parte de um país”). Embora permaneça sentado, viaja por todos os cantos do universo, como tão bem glosou o já mencionado Zong Bin 宗炳 (375-444), músico e artista que redigiu o 山水畫序Shanshui hua xu, Introdução à pintura de Montanhas e Água, um dos mais antigos textos chineses acerca da pintura de paisagem.
A ênfase era dada ao movimento e à mudança, à vida dinâmica. Evitavam os estados bem definidos e os traços bem delineados e escolhiam pintar os con-
trastes e a mudança yinyang, os estados da natureza intermédios, como o alto que advém baixo, o grande que advém pequeno, a luz que advém escuridão, o passivo que advém activo e vice-versa. Nenhuma arte visual digna desse nome se dirige tão-só à retina, sendo sempre expressão de pensamento. Mas esta pintura é particularmente apta a explicitá-lo, porque pretende ser mais do que apenas isso, expressão de pensamento, para ser expressão da própria natureza através do pintor.
Mi Fu米黻 e Su Shi 苏軾 desempenharam papeis essenciais na ascensão da pintura dos letrados. Com efeito, alguns letrados, embora pudessem trabalhar também eles na corte, desafiaram a suposta superioridade das pinturas dos pintores profissionais, nisso incluindo os que trabalhavam na corte. O pintor Mi Fu, que se situava na linhagem de Wang Wei, da dinastia Tang, e de Juran e Dong Yuan, do Período das Cinco Dinastias, exerceu um influência decisiva na história posterior da pintura de paisagem chinesa. Os seus pontos de vista tornaram-se lendários e promoveu os critérios estéticos através dos quais se passaria a avaliar a pintura de paisagem. Mi Fu desejava associar-se à pintura de paisagens do sul que conhecia bem e, para tanto, pretendia promover o então relativamente pouco conhecido Dong Yuan, que era contemporâneo de Li Cheng e trabalhara mais a sul, na região de Nanquim. Como se viu, Dong Yuan retratara as colinas arredondadas das paisagens do sul (Figura 28) e não as dramáticas montanhas escarpadas do norte como Li Cheng (Figura 37).
Mi Fu e o seu filho, Mi Youren 米 友仁 (1074-1151), cujas pinturas sobreviveram em maior número do que as do pai, abandonaram praticamente a linha de contorno, criando montanhas suaves através de manchas e aguadas executadas com a ponta do pincel, uma técnica inspirada em Dong Yuan e muito útil para evocar as enevoadas paisagem do sul. Os “pontos de Mi” 米 点皴 (Mi dian cun), são pinceladas em geral horizontais e oblongas, adequadas para pintar montanhas enubladas, florestas densas e paisagens chuvosas. Mi Fu costumava pintar pontos semelhantes a grãos de arroz, enquanto o filho optava por pontos de menores dimensões (Figuras 38 e 39).
grande pintor (Figura 40) e um talentoso calígrafo e costumava colaborar com os artista da corte, por exemplo, caligrafando um poema numa das obras. Huizong preocupou-se igualmente em actualizar as colecções de obras de arte da corte, em especial de caligrafia, de pintura e antiguidades. Foi este imperador quem mandou compilar um obra inestimável enquanto fonte de informação para o estudo da história da pintura chinesa, o Catálogo de Pintura Xuanhe Organizadas sob diferentes géneros, contém os títulos de 6397 de obras da corte da época, assim como as biografias de 231 artistas. A lista refere 349 pinturas de Huang Quan 黃筌 e 332 do seu filho Huang Jucai 黃居採, porque Huizong apreciava sobretudo a obra desses pintores de pássaros e flores. As pinturas dos géneros Pássaros e Flores, Vegetais e Frutas, Árvores e Rochas, faziam amiúde referências a poemas e transmitiam mensagens de teor moral, social e político.
timento, a forma e a “cor” do assunto, sem imitar em demasia os mestres anteriores. Em segundo lugar ficavam os que imitavam os velhos mestres mas que usavam com engenho a cor e o desenho de tal modo que as formas e cores correspondiam ao assunto. A nota mais baixa cabia àqueles que conseguiam apenas fazer cópias precisas de outras pinturas. Como consequência de todas estas medidas, a academia imperial de pintura conheceu o auge entre o reinado de Huizong (reinou de 1100 a 1126), o último imperador da dinastia Song do Norte, e o reinado do imperador Xiaozong (reinou de 1162-1186), da dinastia Song do Sul.
Após a invasão dos Jurchen/Jin, a corte Song deslocou-se para o sul e fundou uma nova capital em Hangzhou. A tradição de pintura do norte foi transmitida no sul por Li Tang 李唐, cujo estilo monumental recorria ao traço “golpes de machado” 斧劈皴 (fupi cun) criados por Li Sixun da dinastia Tang (Figura
Quanto a Su Shi, promoveu a ideia de que as obras dos letrados eram superiores às dos pintores profissionais, uma vez que aqueles recorriam à pintura como forma de auto-expressão. Teve então lugar um fenómeno interessante: a arte dos letrados que, na China, não eram necessariamente aristocratas e podiam pertencer a qualquer estrato social, passou a ser imitada pela corte, e não o contrário. Com efeito, a corte do imperador Huizong 徽宗 (10821135) respondeu à invectiva de Su Shi, demonstrando que, na verdade, entre a corte e os letrados não havia oposição. A corte era composta, não por militares ou por nobres, mas por oficiais superiores letrados. Além
Além dos géneros já mencionados, o Catálogo de Pintura Xuanhe introduzia uma nova categoria, a pintura monocromática de Bambu e Flor de Ameixeira, um tipo de pintura a que os letrados, e não os pintores profissionais, dava preferência. Anexada a este género encontrava-se o sub-género Pequenos Cenários, ou seja, a pintura de paisagens a que os letrados se dedicavam. Isto demonstra o quanto Huizong acolheu com entusiasmo a maioria das ideias associadas à pintura dos letrados.
Huizong procedeu ainda à reforma da formação dos pintores da corte. A escola de pintura passou a oferecer instrução durante três anos em seis disciplinas: arte religiosa, figura humana, paisagem, pássaros e animais, flores e bambu e arquitectura. A nota mais alta cabia aos alunos que sabiam captar com naturalidade e simplicidade o sen-
de faca ou machado e servem para marcar a textura das rochas e penhascos lisos, angulares ou com estrutura em camadas. As montanhas de granito são sempre pintadas com pinceladas “golpes de machado”.
O núcleo das artes
Centro Cultural Moçambique China inaugurado
os dois países assinaram em 2015 um acordo em que a China financiava a construção com 50 milhões de dólares (47,6 milhões de euros).
Celebrar Samora Machel
EVERGRANDE ACÇÕES SUSPENSAS NA BOLSA DE HONG KONG
noticiou que dois ex-executivos da Evergrande também foram presos.
OPresidente moçambicano, Filipe Nyusi, inaugurou ontem, em Maputo, o Centro Cultural Moçambique China, o segundo maior do género construído por empreiteiros chineses em África, com 20 mil metros quadrados. De acordo com informação do ministério da Cultura e do Turismo moçambicano, este centro conta com várias salas para teatro, espectáculos musicais, eventos corporativos, “destacando-se o grande auditório com capacidade para 1.500 lugares”, além de estúdios e salas de ensaio para música, dança e salas de exposições para artes e artesanato.
O ministério acrescenta tratar-se de um “projecto-chave” no âmbito da cooperação cultural entre os dois países, o qual “irá contribuir grandemente para a promoção e desenvolvimento da exibição e da difusão cultural, bem como para a promoção das Indústrias Culturais e Criativas de todo o território nacional e do mundo”.
O empreendimento, cuja inauguração chegou a estar prevista para 2021, condicionada depois pela pandemia de covid-19, foi construído pela China no campus principal da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo. Para este efeito,
“Assegurando emprego e renda para os fazedores das artes e cultura, através de rentabilização do seu património e, de igual modo, tornar a cidade de Maputo mais apetecível para o turismo de eventos e de negócios”, refere ainda o ministério, sobre o centro.
Após a inauguração, prevista para o final do dia de ontem pelo chefe de Estado, o Centro Cultural Moçambique China recebe, a partir de hoje, “diversas manifestações artísticas” alusivas às celebrações do 90.º aniversário do nascimento do antigo presidente moçambicano Samora Machel (29 de Setembro de 1933), que morreu em 19 de Outubro de 1986, com destaque para exposições de arte e artesanato, gastronomia e o “ciclo de cinema Samora Machel”, além de espectáculos diversos e debates.
Retorno às boxes
O grupo Evergrande, uma das maiores construtoras da China, suspendeu ontem a negociação das acções na bolsa de valores de Hong Kong. A suspensão foi alargada a duas subsidiárias, dos ramos de serviços imobiliários e veículos eléctricos, um dia depois de ter sido noticiada a detenção do presidente do grupo
Sem tecto
O sector imobiliário na China registou um crescimento meteórico nas últimas décadas, num país onde a venda de imóveis em planta permite financiar outros projectos.
Em 2020, a situação financeira de muitas construtoras chinesas deteriorou-se, depois de os reguladores chineses terem exigido às empresas um tecto de 70 por cento na relação entre passivo e activos e um limite de 100 por cento da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no sector, agravada pelas medidas de combate à pandemia da covid-19.
O colapso da Evergrande, cujo passivo ascende a 328 mil milhões de dólares, é o caso mais emblemático desta crise, que tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o sector concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas, cerca de 70 por cento, de acordo com diferentes estimativas.
A crise afectou nos últimos meses outro peso pesado do sector: a Country Garden, até há pouco vista como uma empresa financeiramente sólida.
MAIS uma vez, o grupo Evergrande suspendeu a negociação das suas acções na bolsa de valores de Hong Kong. A negociação das acções de duas subsidiárias do Evergrande, a Evergrande Property Services, dedicada aos serviços imobiliários, e a Evergrande New Energy Vehicle, que opera veículos elétricos, também foi interrompida às 09h, de acordo com avisos publicados no site da bolsa de Hong Kong.
As ações da Evergrande fecharam a sessão de quarta-feira a valer 32 centavos
de dólar de Hong Kong. A empresa tinha retomado as negociações em bolsa a 28 de Agosto, após um interregno de 17 meses.
A suspensão acontece um dia depois da agência de informação financeira Bloomberg ter avançado, citando fontes não identificadas, que o presidente do Evergrande, o bilionário Xu Jiayin, foi detido no início deste mês pelas autoridades chinesas. Em meados de Setembro, o grupo anunciou a detenção de funcionários de uma das subsidiárias, sem especificar as acusações. A revista de informação económica chinesa Caixin
As ações da Evergrande fecharam a sessão de quarta-feira a valer 32 centavos de dólar de Hong Kong. A empresa tinha retomado as negociações em bolsa a 28 de Agosto, após um interregno de 17 meses
Na segunda-feira, uma outra subsidiária da Evergrande, a Hengda Real Estate, anunciou que não consegue pagar os pagamentos regulares de obrigações, aumentando a pressão sobre o grupo, antes de uma audiência marcada para o final de Outubro com um grupo de credores, nos tribunais de Hong Kong.
“A PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL DA ÁSIA E OCEÂNIA
DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS, COMENDADORA RITA SANTOS, FELICITA A CELEBRAÇÃO DO 74º ANIVERSÁRIO DA IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA POPULAR DA CHINA”
COREIA DO NORTES KIM QUER MAIS ARMAS NUCLEARES DEVIDO A “NOVA GUERRA FRIA”
Quanto mais quente melhor
KIM Jong-un falava durante uma sessão de dois dias no parlamento norte-coreano, que alterou a constituição para inscrever a política de expansão do programa de armas nucleares do país, de acordo com a Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA).
A sessão parlamentar, realizada na terça-feira e quarta-feira, ocorreu depois de Kim ter viajado até à Rússia, este mês, para se encontrar com o Presidente russo, Vladimir Putin, e visitar instalações militares e tecnológicas. A viagem suscitou preocupações no Ocidente sobre uma possível aliança de armamento, segundo a qual a Coreia do Norte forneceria a Putin munições necessárias para alimentar a guerra na Ucrânia, em troca de ajuda económica e tecnologia russa avançada para melhorar os sistemas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte.
À medida que a Coreia do Norte põe fim ao confinamento devido à pandemia, Kim tem vindo a reforçar as parcerias com Moscovo e Pequim, tentando sair do isolamento diplomático e juntar-se a uma frente unida contra Washington. Kim descreveu que o mundo está a entrar numa “nova Guerra Fria” e que a Coreia do Norte deve responder reforçando a capacidade nuclear.
Ainda de acordo com a KCNA, os membros da assembleia aprovaram por unanimidade uma nova cláusula na constituição
para “assegurar o direito do país à existência e ao desenvolvimento, para dissuadir a guerra e proteger a paz regional e mundial, desenvolvendo rapidamente as armas nucleares a um nível mais avançado”.
“A política de construção da força nuclear da RPDC [República Popular Democrática da Coreia, nome oficial do país] tornou-se permanente enquanto lei fundamental do Estado, que ninguém está autorizado a desprezar”, declarou o dirigente norte-coreano. Kim sublinhou ainda a necessidade
COREIA DO NORTE EUA AGRADECEM À CHINA E SUÉCIA NO CASO DE SOLDADO EXPULSO
OS Estados Unidos da América (EUA) informaram ontem que agradeceram à Suécia e à China por facilitarem a transferência do soldado norte-americano expulso pela Coreia do Norte, indicando ainda que Travis King está de boa saúde.
“Agradecemos ao Governo sueco pelo seu papel diplomático (…) e ao Governo chinês pela assistência na facilitação do processo de trânsito do soldado King”, disse o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, num comunicado. Um alto funcionário militar norte-americano informou que o soldado já tinha deixado o espaço aéreo chinês e estava a caminho de uma base militar dos EUA, após complexas movimentações diplomáticas por parte da Suécia, que gere os negócios de Washington na Coreia do Norte, e da China, que se disponibilizou para ser intermediária do processo de transferência.
Horas antes, a agência estatal norte-coreana KCNA tinha informado que
Timor-Leste
Debatido papel da língua portuguesa
de “avançar com o trabalho para aumentar exponencialmente a produção de armas nucleares e diversificar os meios de ataque nuclear”, notou ainda a agência.
NATO asiática
O líder norte-coreano apontou para o que descreveu ser uma ameaça crescente representada por uns Estados Unidos hostis e a expansão da sua colaboração militar com a Coreia do Sul e o Japão, acusando-os de criarem a “versão asiática da NATO, a causa principal da guerra e da agressão”. “Esta é apenas a pior ameaça real, não uma retórica ameaçadora ou uma entidade imaginária”, afirmou.
O dirigente pediu aos diplomatas norte-coreanos para que “promovam ainda mais a solidariedade com as nações que se opõem aos EUA e à estratégia de hegemonia do Ocidente”.
As tensões na península coreana atingiram o nível mais elevado dos últimos anos, com Pyongyang a testar mais de 100 mísseis desde o início de 2022, e os Estados Unidos, em retaliação, a reforçarem os exercícios militares com os aliados asiáticos. No ano passado, a assembleia norte-coreana aprovou uma nova doutrina nuclear que autoriza ataques nucleares se a liderança da Coreia do Norte estiver sob ameaça.
O papel da língua portuguesa como instrumento de aceso ao conhecimento é o tema central das Jornadas Pedagógicas da Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL), que apresentou um ciclo de debates e seminários que termina hoje. Promovidas no âmbito do projecto luso-timorense FOCO-UNTL e em articulação com a Embaixada de Portugal na capital timorense, a 8.ª edição das jornadas visam promover a pesquisa científica e divulgar a língua portuguesa tanto no contexto da UNTL como junto do público em geral. A edição deste ano é subordinada ao tema “A língua portuguesa como instrumento de acesso ao conhecimento”. O reitor da UNTL disse que a ligação timorense ao português “tem mais de 500 anos”, com os fundadores de Timor-Leste a usarem essa língua para “o nome do país, para a declaração da proclamação da independência e para o hino nacional”. “Por isso é obrigação e responsabilidade de todos os timorenses aprenderem e celebrarem esta nossa língua”, afirmou João Soares Martins.
Pyongyang estava a preparar-se para expulsar o soldado, que entrou ilegalmente no seu território em Julho, procedente da Coreia do Sul.
King confessou ter entrado ilegalmente na Coreia do Norte porque nutria “um mau sentimento contra os maus-tratos desumanos e a discriminação racial” no seio do exército dos Estados Unidos, segundo a KCNA. Também alegou que estava “desiludido com a desigualdade da sociedade norte-americana”, acrescentou a mesma fonte.
O militar entrou na Coreia do Norte quando fazia uma visita civil a uma aldeia fronteiriça, em 18 de Julho, tornando-se o primeiro cidadão dos Estados Unidos a ser detido no Norte em quase cinco anos.
Na altura em que se juntou à visita civil e atravessou a fronteira, deveria estar a caminho de Fort Bliss, no Texas, depois de ter sido libertado de uma prisão sul-coreana devido a uma condenação por agressão.
O líder norte-coreano apelou para um aumento exponencial da produção de armas nucleares em resposta a uma “nova Guerra Fria”, informou ontem a imprensa estatal do país
SUDOKU
UM
LIVRO
HOJE O NEGOCIADOR | REVELAÇÕES DIPLOMÁTICAS SOBRE TIMOR-LESTE (1997-1999) BÁRBARA REIS E FERNANDO D’OLIVEIRA NEVES
A ex-directora do jornal Público acaba de lançar este livro que é uma extensa entrevista com o responsável português pelas negociações relativas à independência de Timor-Leste. A obra, que conta com o apoio da Fundação Oriente, contém documentos secretos agora desclassificados e inclui um prefácio de António Guterres e posfácio de Jorge Sampaio. Um importante documento histórico a não perder. Andreia Sofia Silva
Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo
um grito no deserto Paul Chan Wai Chi*
DEPOIS DE TOCAR O FUNDO
DEPOIS DE três anos de pandemia, Hong Kong e Macau têm enfrentado vários problemas no processo da recuperação económica. Se os Governos das duas cidades não procurarem soluções pragmáticas, e se preocuparem apenas com “contar bonitas histórias de Hong Kong” e “bonitas histórias de Macau”, os problemas são irão agravar-se. No passado dia 26, o Hang Seng Index de Hong Kong fechou em 17,466.90 pontos, atingindo a cotação mais baixa desde 28 de Novembro de 2022. Conseguir segurar os 17.500 pontos será um factor-chave que afectará a subida ou a queda do mercado de acções da cidade num futuro próximo. Enquanto Hong Kong afirma que está num período de transacção do caos para a ordem, e da estabilidade para a prosperidade, existe uma nova de vaga de emigração de residentes e algumas escolas foram fechadas ou mudaram de direcção devido ao número insuficiente de estudantes. Perante esta situação, Anthony Cheung Bing-leung, o antigo Secretário dos Transportes e da Habitação de Hong Kong, viu-se obrigado a publicar um artigo no Ming Pao (um jornal de Hong Kong de língua chinesa) declarando que, “A actual imagem de Hong Kong é confusa e ambígua. Devido à turbulência política e às reviravoltas dos últimos anos, bem como a implementação da Lei da República Popular da China sobre a Salvaguarda da Segurança Nacional na Região Administrativa Especial de Hong Kong, alguns estrangeiros duvidaram que Hong Kong continuasse a ser a cidade e o mercado que era, e perguntam-se se não seria a sua crescente sujeição ao controlo político a causa de perda de diversidade e inclusão. Hong Kong não carece de atenção internacional. Mas, nos últimos anos, Hong Kong é visto como um local complicado que alberga negatividade, o que está a alterar a sua imagem internacional. Embora o Governo de Hong Kong entoe diariamente canções de louvor à cidade, tem também de procurar entender a percepção que dela têm do exterior”.
Quanto a Macau, que não tem atraído muita atenção internacional, a Lei relativa à Defesa da Segurança do Estado da RAEM foi implementada em 2009, que efectivamente assegurou a estabilidade e manteve um estado de harmonia na região, assegurando simultaneamente a liberdade a diversidade e a inclusão desfrutadas em Macau. Em 2021, embora não se tenham verificado nesta cidade incidentes sociais semelhantes aos de Hong Kong, o Governo da RAEM decidiu aperfeiçoar o seu regime eleitoral, à semelhança do que tinha acontecido em Hong Kong. Numa acção sem precedentes, desclassificou candidatos de vários grupos que concorriam às eleições para a Assembleia Legislativa. As drásticas mudanças no cenário político de Macau criaram situações que não podem ser ultrapassadas com a mera
Os maiores temores surgem quando não há esperança. Só dando esperanças às pessoas elas podem ver o dia de amanhã. Por isso pergunto: onde está o Moisés dos nossos dias?
aplicação de paliativos. O desempenho e as capacidades de supervisão do Governo da RAEM enfraqueceram ao mesmo tempo que a cidade sofreu os efeitos de três anos de pandemia. Se não fossem as reservas acumuladas ao longo dos 20 anos que se sucederam ao Regresso à Soberania Chinesa, temo que a RAEM teria ficado numa situação ainda mais devastadora.
O Governo da RAEM pensa que tudo está a melhorar e a acompanhar o ritmo de desenvolvimento da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, mas também deve ter em conta a mão cheia de incidentes sociais infelizes que aconteceram nos últimos anos. De acordo com as estatísticas oficiais, registaram-se 80 casos de suicídio em Macau em 2022. No primeiro trimestre de 2023, foram reportados 23 suicídios e no segundo, 24, o que é digno de atenção. O slogan “quatro níveis de prevenção concertada e quatro abordagens interligadas”, para lidar com o problema da saúde mental, que o Governo da RAEM sempre enfatiza não pode ter apenas um papel limitado. Afinal de contas, a prática é o único caminho para testar a verdade.
Não nego a importância do serviço comunitário, mas deve ter-se em linha de conta as condições económicas e sociais para que possa ser eficaz. Uma cidade sem esperança pode facilmente dar origem a sentimentos negativos entre os seus residentes. Por um lado, o Governo da RAEM dá grande importância à recuperação económica, mas por outro lado, controla rigorosamente a atribuição de subsídios a organizações sem fins lucrativos. Considerando as preocupantes estatísticas de suicídio acima menciona-
das, deverá o Governo alocar mais fundos destinados especificamente a instituições de bem-estar social?
O Instituto de Acção Social fez todos os possíveis para incentivar os residentes a cuidarem da sua saúde mental e da dos seus familiares e amigos. Em caso de necessidade, podem ligar para a Linha aberta para Aconselhamento Psicológico da Cáritas de Macau ou para a Linha de Aconselhamento do Instituto de Acção Social para falarem sobre as suas preocupações e procurarem ajuda. No entanto, se existirem vários factores sociais desfavoráveis, pode ser difícil melhorar o bem-estar emocional das pessoas afectadas.
A Bíblia diz-nos que quando Moisés conduziu o povo de Israel na sua fuga do Egipto até às margens do Mar Vermelho, o exército egípcio os perseguiu. Em desespero, os israelitas acusaram Moisés, dizendo “Trouxeste-nos para o deserto para morrermos, porque não havia sepulturas no Egipto?” Moisés acabou por conduzir o seu povo através do Mar Vermelho em direcção à Terra Prometida - a terra do leite e do mel, fazendo assim desaparecer os seus receios. Os maiores temores surgem quando não há esperança. Só dando esperanças às pessoas elas podem ver o dia de amanhã. Por isso pergunto: onde está o Moisés dos nossos dias?
SUÉCIA ONDA DE VIOLÊNCIA FAZ MAIS TRÊS MORTOS TRÊS
pessoas morreram em menos de 12 horas em incidentes separados na Suécia, numa altura em que se intensificou a violência entre bandos criminosos, noticiaram ontem os meios de comunicação locais.
A televisão sueca SVT disse que o primeiro tiroteio ocorr eu na quarta-feira à noite num campo desportivo num subúrbio de Estocolmo e vitimou um jovem de 18 anos.
Horas mais tarde, um homem foi morto e outro ficou ferido num tiroteio em Jordbro, a sul da capital sueca. De madrugada, uma mulher de 20 anos morreu numa explosão em Uppsala, a oeste de Estocolmo.
A explosão, que danificou cinco casas, está a ser tratada pela polícia como um homicídio.
Os meios de comunicação suecos afirmaram que a vítima provavelmente não era o alvo da explosão, segundo a agência norte-americana AP.
Onze pessoas foram mortas em tiroteios na Suécia em Setembro, que passou a ser o mês mais mortífero desde Dezembro de 2019, quando este tipo de violência fez 12 vitimas mortais, de acordo com a SVT.
As autoridades ainda não determinaram se os tiroteios ou a explosão das últimas horas estavam relacionados entre si, mas o país tem vivido uma onda de violência devido a uma disputa entre gangues criminosos.
Dois bandos, um liderado por um indivíduo de dupla nacionalidade sueco-turca que vive na Turquia e o outro pelo seu antigo lugar-tenente, estão alegadamente a lutar por drogas e armas.
LITERATURA CONHECIDOS AUTORES CHINESES PRESENTES NO ROTA DAS LETRAS
Festa com todos
livro de poesia, “Ser-Rio, Deus-Corpo”, uma projecção de vídeo-poemas intitulada “Tocar os sons e ouvir as imagens”, produzida por si, e ainda coordenar o workshop intitulado “Vamos traduzir um verso chinês!”.
O horário completo de todas as sessões da 12ª edição do festival deverá ser conhecido hoje. Numa primeira fase os eventos do festival decorrem na Livraria Portuguesa entre os dias 6 e 8 de Outubro, seguindo depois para a Casa Garden de 13 a 15.
A par da literatura contemporânea, prestar-se-á tributo a nomes grandes do passado: Camões, Shakespeare,
FORAM ontem anunciados os nomes dos autores chineses que vão participar na edição deste ano do festival literário Rota das Letras, que decorre entre os dias 6 e 15 de Outubro. Destaque, assim, para a presença de Deng Yiguang, escritor de etnia mongol nascido em Chongqing, mas hoje baseado em Shenzhen. Segundo um comunicado do festival, Deng é um autor já galardoado com o Prémio Literário Lu Xun, um dos mais importantes da China. Os seus romances estão traduzidos em várias línguas estrangeiras e têm sido, frequentemente, adaptados ao cinema.
Destaque também para a presença de Fu Zhen, natural de Nanchang,
em Jiangxi, agora radicada em Hong Kong, considerada uma das escritoras mais influentes da nova geração. A autora vem a Macau falar do seu primeiro romance, “Zebra”, e também dos vários livros de viagens que já publicou. Wang Weilian é outro dos jovens autores chineses de maior talento que estará no Rota das Letras. Wang já foi distinguido com o Prémio Literário Mao Dun para Novos Autores e com a medalha de ouro na mais importante competição literária da China para obras de ficção científica. Vem de Cantão, como vem também Zhu Shanbo, autor de vários romances históricos e colecções de contos. O cartaz inclui ainda Xiao Hai, hoje a viver em Pequim, um
representante da chamada poesia operária chinesa, um género literário que está a ressurgir na China. No Festival Rota das Letras, vai partilhar a mesa de uma sessão com Valério Romão, que recentemente tem vindo a trabalhar este tema de forma performativa.
Memórias e evocações
Além dos nomes de autores chineses, o Rota das Letras traz de novo ao território Francisco José Viegas, autor, editor e ex-Secretário de Estado da Cultura em Portugal, bem como o escritor Valério Romão. Destaque também para a presença da poetisa Sara F. Costa, que no primeiro fim-de-semana do festival vai apresentar o seu mais recente
A par da literatura contemporânea, prestar-se-á tributo a nomes grandes do passado: Camões, Shakespeare, W.H. Auden, J.R.R. Tolkien. O festival abre com uma sessão evocativa do centenário de Henrique de Senna Fernandes. No que respeita a autores portugueses, destaque para a participação de Patrícia Portela e do jornalista António Caeiro. Por ambos os espaços vão também passar vários autores de Macau ou aqui baseados: Joe Tang, Erica Lei, Yang Sio Mann, Isaac Pereira, Rui Rasquinho, Rui Farinha Simões, Paulo Cardinal, José Basto da Silva, Marisa C. Gaspar, Andrew Pearson, Tim Simpson, Joshua Ehrlich. Além disso, o programa inclui o espectáculo “Samba de Guerrilha”, de Lucas Argel, dedicando espaço à fotografia, com nomes como Rusty Fox, entre outros. A.S.S.
BATERIAS FABRICANTES CHINESES INVESTEM EM MARROCOS PARA FORNECER EUROPA
AS empresas chinesas estão a evitar investimentos na Europa e Estados Unidos, devido a tensões geopolíticas e esperas longas por licenças, alertou ontem um dos maiores produtores mundiais de materiais para baterias, após anunciar um investimento bilionário em Marrocos.
A CNGR Advanced Material da China anunciou na semana passada que vai construir em Marrocos uma fábrica de materiais catódicos, utilizados em baterias de lítio para armazenamento de energia, visando abastecer os mercados de baterias da Europa e Estados Unidos, à medida que o país do norte de África beneficia das crescentes fricções comerciais entre a China e o Ocidente.
A fábrica, na qual a CNGR investirá em conjunto com a Al Mada, um conglomerado propriedade da família real marroquina, vai gerar material suficiente para um milhão de veículos eléctricos por ano. O investimento ascende a 2 mil milhões de dólares.
Citado pelo jornal britânico Financial Times, Thorsten Lahrs, director executivo da CNGR Europe, disse que Marrocos está no “ponto ideal” para os produtores chineses que desejam fornecer os mercados europeu e norte-americano.
As fábricas podem ser construídas mais rapidamente em Marrocos do que nos mercados-alvo, que têm processos de licenciamento demorados, e fornecer no futuro outros mercados, caso a
Europa ou os EUA introduzam novas políticas protecionistas, explicou. “Ser chinês significa ser flexível”, disse Lahrs. “Leva muito mais tempo a pôr algo a funcionar na Europa”, descreveu. Marrocos beneficia de um acordo de comércio livre com os EUA e as suas matérias-primas contam para as metas de abastecimento exigidas para que os veículos elétricos vendidos nos Estados Unidos recebam subsídios de até 7.500 dólares, ao abrigo da Lei de Redução da Inflação.
O país, que também tem relações comerciais sólidas com a Europa, possui 70 por cento das reservas mundiais de fosfato, uma matéria chave nas baterias mais baratas e de menor alcance, nas quais a China domina a produção global.
“Para compreender os pais é preciso ter filhos.”
Sofocleto PALAVRA DO DIAW.H. Auden, J.R.R. Tolkien