Hoje Macau 3 DEZ 2020 #4684

Page 1

MOP$10

QUINTA-FEIRA 3 DE DEZEMBRO DE 2020 • ANO XX • Nº 4664

hojemacau ANOS

YUAN DIGITAL

MOEDA VAI A JOGO? GRANDE PLANO

RÓMULO SANTOS

RÓMULO SANTOS

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

IAM

TAVARES POR MAIS UM ANO

Bons anúncios Elsie Ao Ieong foi ontem ao hemiciclo no âmbito da discussão das Linhas de Acção Governativa para os Assuntos Sociais e Cultura. A secretária anunciou a chegada, ainda este mês, de uma vacina contra a covid-19 que será inicialmente administrada ao pessoal da linha da frente. No primeiro trimestre de 2021, deverão chegar as restantes 1,4 milhões de doses destinadas à população. Elsie Ao Ieong anunciou ainda que o Governo já fez várias diligências para tentar levantar as restrições às excursões do Interior da China.

CHINA

ESTOU NA LUA PÁGINA 10

LUCAS LEVITAN

www.hojemacau.com.mo•facebook/hojemacau•twitter/hojemacau

PÁGINA 7

VERDADEIRO REI XUNZI

ORIGENS

LUÍS CARMELO

FREUD & MARADONA LDA. ANTÓNIO CABRITA

CINEMA

CURTAS CASEIRAS

EVENTOS PUB

PÁGINAS 4 A 6

h


2 grande plano

JOGO

3.12.2020 quinta-feira

A PEDRADA NO CHARCO

BLOOMBERG DIZ QUE CASINOS FORAM ABORDADOS SOBRE INTRODUÇÃO DO YUAN DIGITAL, DICJ NEGA

A agência Bloomberg noticiou ontem que as operadoras de jogo foram sondadas pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos sobre a possibilidade de adoptarem moeda digital chinesa para compra de fichas de jogo. A notícia indica que as conversações começaram nos últimos meses e ainda estão em fase preliminar. O Governo negou a veracidade da notícia numa curta declaração

A

agência Bloomberg noticiou ontem que a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) tem abordado as operadoras de jogo, nos últimos meses, sobre a hipótese de adopção de moeda digital chinesa, o yuan digital, para a compra de fichas de jogo. Porém, a meio da tarde de ontem, o organismo liderado por Adriano Marques Ho negou a veracidade da notícia. “Foram publicadas notícias a referir que a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos discutiu com as operadoras de jogo o uso de yuan digital nos casinos, o que é falso”. Admitindo a possibilidade de entrada de moeda chinesa no mercado, o espaço de manobra negocial dos junkets desapareceria, tornando desnecessário o serviço de crédito em dólares de Hong Kong e de troca cambial para jogar. Apesar de a Bloomberg, citando fontes próximas das concessionárias de jogo, referir que as conversas, negadas pela DICJ, foram preliminares, a possibilidade torna ainda mais premente a necessidade de as grandes empresas promotoras de jogo procurarem

mercados para expandir os seus negócios, fora de Macau. Embora ainda estejamos longe do anúncio de um plano formal para introduzir o yuan digital no mercado, a Bloomberg escreve que a imposição de uma moeda controlada pelo Governo Central, de fácil localização, pode ser a sentença de morte do sector junket, já fortemente afectado pela crise originada pela pandemia e pelo aperto regulamentar dos últimos anos. Ontem de manhã, as acções da Galaxy Entertainment Group Ltd, operadora que regista um dos maiores volumes de receitas de jogo VIP, caíam 3 por cento. A Suncity

Com a entrada de moeda chinesa no mercado, o espaço de manobra negocial dos junkets desapareceria, tornando desnecessário o serviço de crédito em dólares de Hong Kong e de troca cambial para jogar

Group Holdings Ltd começou o dia a cair 2,8 por cento, enquanto as acções da Wynn Macau Ltd. e da SJM Holding Lts. registavam quebras de 2,5 e 1,4 por cento.

LUZ NA ESCURIDÃO

A introdução do yuan digital não só retira o papel dos junkets na troca cambial e acesso a crédito em dólares de Hong Kong, essencial aos grandes apostadores, como pode acrescentar alguma transparência ao sector. O controlo cambial permite a Pequim exercer maior fiscalização no fluxo de capital que passa pelas mesas de jogo VIP. Algo que a Bloomberg descreve como um factor que pode afugentar apostadores do sector VIP do sistema de junkets, aumentando o controlo quanto à fuga de capitais e lavagem de dinheiro. Independentemente do que possa acontecer, empresas como o Suncity movimentam-se para alargar o portfolio de investimentos a mercados no exterior. O grupo liderado por Alvin Chau, por exemplo, aumentou a fatia de capital que já detinha num casino russo e divulgou há um mês que adquiriu a parcela maioritária de uma empresa que vai operar e

gerir em exclusivo o principal resort de um projecto que está a nascer em Manila, nas Filipinas, e que pretende copiar o modelo do Cotai. O projecto, identificado como Westside City Resorts, deverá começar a operar no último trimestre de 2022. Em resposta ao portal GGRAsia, a Suncity Group Holdings revelou que pretende desenvolver um produto competitivo para os consumidores do mercado asiático de jogo. “O nosso objectivo é construir e integrar resorts que satisfaçam o mercado ao longo de muitos anos, especialmente o nosso consumidor-alvo: os jovens clientes que gastam muito, que trabalham no duro e jogam no duro”,

“Foram publicadas notícias a referir que a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos discutiu com as operadoras de jogo o uso de yuan digital nos casinos, o que é falso.” DICJ

cita o portal dedicado às notícias ligadas ao mercado. Apesar do plano de larga escala em Manila ainda estar na fase inicial, o grupo de Alvin Chau quer apresentar um hotel com estilo, subordinado ao tema “festa dia e noite”, com um design moderno e elegante. Só neste projecto, o Suncity Group planeia ter uma oferta de 400 mesas para os segmentos VIP e massas, e assim como 1.200 slot machines. Em termos hoteleiros, está previsto que o resort tenha capacidade para 400 quartos de cinco estrelas, parque de estacionamento e infra-estruturas que permitam organizar grandes festas de “beira de piscina”, incluindo uma piscina de luxo.

SELECÇÃO NATURAL

Se alguns grupos têm capacidade para levar operações para outros mercados, outros, de menor dimensão, não têm hipótese de permanecer à tona no competitivo oceano das empresas promotoras de jogo. A Bloomberg dá como exemplo Eric Leong, que trabalhou como junket, oferecendo serviços a apostadores chineses nas últimas décadas. Face às circunstâncias de mercado, o empresário reinventou-se este ano e passou a importar bens


grande plano 3

quinta-feira 3.12.2020

PUB

de consumo, como cosméticos, e acessórios de luxo, como malas. “Nesta indústria, estão todos a tentar sobreviver da melhor forma que conseguem. Se a água for clara demais, não há peixe. Os grandes apostadores vão-se embora se os casinos se tornarem tão transparentes”, afirmou o empresário à agência internacional. No mês passado, o jornal oficial China Daily referiu que a moeda digital, emitida pelo Banco Popular da China, o banco central chinês, ainda vai ter de passar por vários testes antes

“Nesta indústria, estão todos a tentar sobreviver da melhor forma que conseguem. Se a água for clara demais, não há peixe. Os grandes apostadores vão-se embora se os casinos se tornarem tão transparentes.” ERIC LEONG EMPRESÁRIO E EX-JUNKET

de ser introduzida em circulação. Uma coisa é certa, Shenzhen será o palco das primeiras experiências, algo expectável porque a cidade vizinha funciona praticamente sem dinheiro físico. Aliás, em 12 de Outubro, 50 mil residentes de Shenzhen receberam o prémio de uma lotaria em moeda digital. Enquanto não é usada em larga escala, este formato dará, teoricamente, mais controlo ao Governo Central no fluxo de capitais e no combate à lavagem de dinheiro. Em Macau, esses esforços reflectiram-se em medidas como a instalação de tecnologia de reconhecimento facial nas caixas multibanco, banindo apostas em nome de terceiros e fiscalizando actividades bancárias fora do sistema autorizado. A chegada do yuan digital é inevitável e vai muito além do uso nas salas VIP de Macau. A moeda faz parte do alargado plano de Pequim para ultrapassar o dólar norte-americano como a divisa no topo do sistema monetário internacional. João Luz com agências info@hojemacau.com.mo


4 LAG • assuntos sociais e cultura

3.12.2020 quinta-feira

Doses de esperança

Saúde Hospital de campanha poderá ter 500 camas

A

NGELA Leong perguntou ao Governo se Macau tem pessoal suficiente para assegurar o funcionamento do hospital de campanha e se este pode ser aberto de imediato na eventualidade de um surto comunitário. Em resposta, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura disse que o hospital pode ser construído numa semana e que o modelo pensado prevê uma capacidade de 500 camas. “Neste momento, não temos necessidade de avançar com o hospital de campanha. Estamos a trabalhar para estarmos preparados para uma eventual necessidade”, disse a secretária, acrescentando que o local escolhido será distante de zonas residenciais. Por outro lado, a governante indicou que existe consenso com a Comissão Nacional de Saúde e com as autoridades nacionais da China sobre o mecanismo de prevenção da epidemia por zonas em caso de surto. O território pode ser separado em 30 zonas, classificadas consoante o risco. O código de saúde dos moradores de zonas de médio risco é amarelo, o que os impede de passar fronteiras. Além disso, o plano prevê a realização de testes de ácido nucleico a todos os moradores da zona, se for negativo o código de saúde passa a ser verde. Se houver mais de dez pessoas infectadas, a zona é classificada como alto de risco. S.F.

RÓMULO SANTOS

RÓMULO SANTOS

COVID-19 VACINA CHEGA AINDA ESTE ANO PARA PESSOAL DA LINHA DA FRENTE

AREIA PRETA IDADE E FAMÍLIA ENTRE CRITÉRIOS PARA ACESSO A RESIDÊNCIA DE IDOSOS

A

gestão da residência para idosos planeada para a Areia Preta deverá ficar a cargo de associações civis, avançou ontem a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura. Os cuidados a idosos mereceram a atenção de vários deputados, que questionaram como podem ser disponibilizadas mais vagas na residência e quais serão os critérios de acesso.

Elsie Ao Ieong apontou vários factores que vão ser tidos em consideração, além de a medida se destinar a idosos que moram actualmente em edifícios sem elevadores. “Quanto mais velhos forem, maior a facilidade para se mudarem para a residência”, disse a secretária. Além disso, será avaliado se têm familiares e prestadores de cuidados. Os factores vão contar com

pontuações, e quanto mais alto for o valor final mais fácil será a entrada. A conclusão da residência está prevista para 2023, com a possibilidade de se mudarem idosos para as fracções em 2024. As instalações vão contar com elementos inteligentes. Elsie Ao Ieong deu como exemplo que quando um idoso não se mexer no quarto durante um determinado tempo,

é emitido um alerta para os trabalhadores. “Vamos fazer um projecto piloto de saúde inteligente destinado às residências para idosos”, indicou. Sobre o modelo de pagamento da renda, a secretária indicou que um estudo encomendado à UMAC sobre a hipoteca invertida revelou que não há uma grande procura, algo que está relacionado com

a desvalorização dos edifícios sem elevadores. São as pessoas na faixa etária dos 40 anos que aceitam melhor a possibilidade – mas são também estas que “têm mais recursos financeiros”. O deputado Zheng Anting sugeriu utilizar outros terrenos desocupados para construir mais uma residência para idosos, salientando que a sociedade está a envelhecer. S.F.


LAG • assuntos sociais e cultura 5

quinta-feira 3.12.2020

O pessoal da linha da frente, no combate ao novo coronavírus, vai ser o primeiro a ser vacinado. As doses para estes profissionais vão chegar já este mês. As 1,4 milhões de doses encomendadas para a população em geral deverão chegar, com optimismo, no primeiro trimestre de 2021. Face às preocupações dos deputados, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura indicou que foram feitos vários pedidos para levantar restrições às excursões

M

ACAU vai receber doses de vacinas contra a covid-19 para o pessoal da linha da frente ainda este mês, embora se trate de uma vacina ainda não aprovada pelas autoridades sanitárias. Segundo o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, “neste momento de acordo com as informações que consegui, todas as vacinas estão prestes a sujeitarem-se ao terceiro ensaio e ainda não foram aprovadas. Quando as vacinas urgentes chegarem vamos começar com a administração aos profissionais de saúde. Na verdade, é a utilização de uma vacina não aprovada ou homologada pelas autoridades sanitárias, mas como temos um risco na humanidade temos de ter estas vacinas urgentes. Não temos vacinas para idosos nem para crianças porque faltam dados clínicos para comprovar que as vacinas são eficazes. A nossa situação não é grave e o universo dos utentes que têm de levar a vacina é menor. Estamos integrados na união de cooperação em termos de vacinas da OMS, temos contactos com os laboratórios e farmácias. Temos de matar o coronavírus”. A informação da chegada das vacinas foi ontem avançada pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong, durante o debate das Linhas de Acção Governativa. Prevê-se que as doses destinadas à população em geral cheguem durante a primeira metade do ano. “Até ao final do ano esperamos que estas vacinas de emergência cheguem a Macau e em princípio vão ser administradas ao pessoal da linha da frente porque estão expostos a maior risco”, declarou ElsieAo Ieong, dando como exemplos pessoal médico e enfermeiro, assim como bombeiros. Para a restante população foram encomendadas 1,4 mi-

lhões de doses de vacinas que chegam a Macau no primeiro semestre do próximo ano. A secretária especificou que com “uma postura bastante optimista” aponta a chegada das vacinas para o primeiro trimestre de 2021, mas sem garantir em que mês. A vacinação vai ter uma calendarização, e já há prioridades traçadas. Como “a situação de Macau não é tão urgente como a situação do estrangeiro”, o plano passa por ajudar primeiro as pessoas que precisam de se deslocar para fora do território, para trabalhar ou prosseguir os estudos. Não foram avançadas informações sobre os fabricantes das vacinas a serem adquiridas por Macau. Anteriormente, o Governo tinha dito estar em contacto com diferentes entidades.

PEDIDOS PARA EXCURSÕES

Vários deputados colocaram questões sobre a data de chegada da vacina, salientando o impacto da epidemia na economia de Macau. Ella Lei notou que têm vindo a ser feitos apelos à atribuição de uma terceira fase de apoios económicos, apontando a descida do número de turistas e a ausência de excursões

Como “a situação de Macau não é tão urgente como a situação do estrangeiro”, o plano passa por ajudar primeiro as pessoas que precisam de se deslocar para fora do território, para trabalhar ou prosseguir os estudos

para Macau, questionando a possibilidade de levantar algumas restrições face a grupos de Guangdong ou Hengqin. Além disso, quis saber se que medidas existem para apoiar os profissionais do sector turístico. Leong Sun Iok mencionou também as medidas fronteiriças, comentando que no Interior da China não se distinguem as medidas para Macau e Hong Kong por considerar a situação igual nas duas zonas, apelando ao “reforço da comunicação” para divulgar que Macau é “uma cidade saudável”. Por outro lado, Elsie Au Ieong frisou que se fizeram várias tentativas para levantar as restrições às excursões. A secretária apontou que quando esteve em Pequim em Setembro trocou impressões com as autoridades de turismo adiantando haver uma ideia sobre viagens entre Hengqin e Macau mas sem “autorização estatal para as excursões”. Além disso, a secretária indicou que o Chefe do Executivo “escreveu várias vezes ao ministério respectivo para tentar levantar estas restrições”. “Temos vindo a esclarecer a situação de Macau como um destino seguro para turismo”, apontou. Ella Lei alertou que só algum tempo depois da vacinação é que se vão sentir efeitos e que pode haver “um desfasamento temporal” quanto ao apoio dos profissionais dos sectores afectados. Por outro lado, Leong Sun Iok mencionou que apesar de o preço dos testes de ácido nucleico ter descido, “se a medida se prolongar “o custo pode representar uma “pressão” para as empresas. Neste ponto, a secretária apontou que as insistências do director dos Serviços de Saúde em baixar as tarifas já resultou em “bronca” com entidades fornecedoras. Salomé Fernandes

info@hojemacau.com.mo

Grande Baía Confiança no alargamento de seguro de saúde

Ho Ion Sang questionou ontem o Governo sobre a possibilidade do seguro médico para residentes de Macau em Zhuhai ser alargado a toda a Grande Baía. Em resposta, a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura considera que a expansão a outras cidades da Grande Baía pode ser possível, mas que depende das políticas das cidades e da capacidade financeira. “Estamos confiantes mas temos de negociar com essas cidades”, apontou. Por outro lado, o deputado Chan Iek Lap quis saber porque é que a taxa de execução dos vales de saúde em Macau é “baixa”. A secretária justificou a situação com o facto de mais de 100 mil residentes que não viverem em Macau.

Patriotismo Materiais didáticos em português e inglês

O deputado Zheng Anting quis saber como vai ser reforçado o conhecimento sobre a pátria e a história da nação chinesa em escolas internacionais, que contam com estudantes locais. Elsie Ao Ieong respondeu que os materiais didáticos associados à educação patriótica vão ser traduzidos para português e inglês, para “encorajar as

escolas internacionais a usarem esses materiais”. A secretária acrescentou que vão ser organizadas mais formações para os docentes tomarem conhecimento sobre o amor por Macau e pela pátria e transmitirem essas mensagens aos estudantes. Durante o debate, Angela Leong defendeu que as empresas “também têm responsabilidade de promover esta ideologia”, considerando que “só assim” é que todos os residentes se podem integrar melhor no desenvolvimento do Estado.

Ensino superior Reitor da UM destaca mais vagas para locais

Song Yonghua, reitor da Universidade de Macau (UM), disse ontem na Assembleia Legislativa (AL) que a instituição do ensino superior público vai reservar mais vagas de acesso aos alunos locais que pretendiam estudar no exterior e que não o fizeram devido à pandemia da covid-19. “Temos um plano e vamos apoiar os estudantes que tinham a ideia de ir para o exterior. Vamos aumentar as vagas, para mais duas mil. Vamos também aumentar as vagas para os estudantes do exterior e da China. Mas vamos dar prioridade aos alunos locais.” O reitor da UM destacou também a criação de novas licenciaturas nos próximos tempos. “Vamos acrescentar cursos na área da educação inteligente, área financeira e gestão de empresas, incluindo a promoção de um doutoramento em gestão de empresas. Vamos definir diferentes cursos dependendo da situação de Macau”, concluiu.

PUB

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 21/P/20

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 39/P/20

Faz-se público que, por despacho de Sua Excelência, o Chefe do Executivo, de 24 de Setembro de 2020, se encontra aberto o Concurso Público para o «Fornecimento de Gases Medicinais e Laboratoriais aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 2 de Dezembro de 2020, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edificio Broadway Center, 3.º Andar C, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP 49,00 (quarenta e nove patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet na página electrónica dos S.S. (www.ssm.gov.mo). Para compreender as condições gerais existentes nas instalações do fornecimento de gases medicinais e laboratoriais, os concorrentes deverão comparecer no Departamento de Instalações e Equipamentos do Centro Hospitalar Conde de São Januário às 15,00 horas do dia 7 de Dezembro de 2020, para visitar as respectivas instalações do fornecimento de gases. As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 29 de Dezembro de 2020. O acto público deste concurso terá lugar no dia 30 de Dezembro de 2020, pelas 10,00 horas, na “Sala de Reunião”, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP1.080.000,00 (um milhão, e oitenta mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/ Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 26 de Novembro de 2020 O Director dos Serviços Lei Chin Ion

Faz-se público que, por despacho da Ex.ma Senhora Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, de 23 de Novembro de 2020, se encontra aberto o Concurso Público para «Serviços de Actualização de Direito de Utilização de Software da Microsoft», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 2 de Dezembro de 2020, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP 32,00 (trinta e duas patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet na página electrónica dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 29 de Dezembro de 2020. O acto público deste concurso terá lugar no dia 30 de Dezembro de 2020, pelas 15,00 horas, na “Sala de Reunião”, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP30.000,00 (trinta mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 26 de Novembro de 2020 O Director dos Serviços Lei Chin Ion


6 LAG • assuntos sociais e cultura OLGA SANTOS

3.12.2020 quinta-feira

COVID-19 MACAU SEM RESPOSTA NUM EVENTUAL AUMENTO DE CASOS IMPORTADOS

Não vai dar para mais

A secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong, admitiu que Macau não vai conseguir dar resposta a um possível aumento de casos importados de covid-19, pelo que o levantamento de restrições de entrada a estrangeiros não residentes continua a ser analisado

M

ACAU não terá capacidade de resposta caso haja um aumento de casos importados no território. A garantia foi dada pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong, quando questionada sobre a possibilidade de levantar as restrições de entrada a não residentes

estrangeiros que não conseguem voltar para o território. “Será que conseguimos assegurar que os estrangeiros, quando vierem a Macau, não trazem o problema do contágio ou uma sobrecarga para os nossos profissionais de saúde? Será que podemos assegurar a 100 por cento que a sua vinda não é uma ameaça?”, questionou.

Elsie Ao Ieong exemplificou que “quem vem de Taiwan ou de Hong Kong, como são co-cidadãos, poderemos ponderar”. “Não estamos a ignorar os outros, mas Macau não tem capacidade para resolver um grande número de casos se eles aparecerem. Só quando a situação internacional ficar mais controlada, e com base nas indicações dos Serviços de Saúde, é que podemos tomar uma decisão relativamente à vinda das pessoas que têm uma ligação a Macau”, acrescentou. A secretária disse que “não se trata de uma mera

competição” face aos países com maiores ou menores taxas de incidência da covid-19. “Os nossos familiares, ou pessoas que queriam vir trabalhar, ou professores

“Os familiares dos residentes que estão no exterior compreendem a situação e esperam há muito tempo, mas até quando?” AGNES LAM DEPUTADA

do ensino superior, quando quiseram voltar encararam as mesmas dificuldades. A nível mundial conseguimos fazer uma classificação das zonas com menor taxa de incidência e por isso temos o continente chinês. A nossa posição em relação à prevenção nunca mudou e é coerente desde o início”, frisou.

ESPERANÇA GRANDE PRÉMIO

A questão das restrições de entrada no território a estrangeiros foi levantada pelo deputado Sulu Sou, que lembrou que “ver os familia-

PUB

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 40/P/20 Faz-se público que, por despacho da Ex.ma Senhora Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, de 19 de Novembro de 2020, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento e Instalação do Sistema Informático de “Software” de Gestão de Sangue ao Centro de Transfusões de Sangue dos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 2 de Dezembro de 2020, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP80,00 (oitenta patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet na página electrónica dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 4 de Janeiro de 2021. O acto público deste concurso terá lugar no dia 5 de Janeiro de 2021, pelas 10,00 horas, na “Sala de Reunião”, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP44.000,00 (quarenta e quatro mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/ Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 26 de Novembro de 2020 O Director dos Serviços Lei Chin Ion

DSEJ DOCENTES DO INTERIOR NÃO INTERFEREM COM AUTONOMIA

PATRIMÓNIO PLANOS PARA LAI CHI VUN E FÁBRICA DE PANCHÕES

OU Pak Sang, director dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), disse ontem no hemiciclo que a vinda de professores do Interior da China em nada interfere com a autonomia e funcionamento da escolas. “É o professor local que dá a aula e o professor do Interior da China não interfere com a autonomia pedagógica da escola. Até o Reino Unido tem convidado professores chineses para dar aulas, porque é que não podemos usar um apoio sistemático para ajudar os nossos professores? Produzimos um relatório anual e todos os anos temos optimizado o nosso projecto”, frisou. O deputado Sulu Sou levantou a questão, falando da problemática do uso do cantonês e do mandarim na sala de aula. “Na organização curricular temos de garantir

zona dos antigos estaleiros navais de Lai Chi Vun vai ter um mercado e espaço de lazer recreativo. A informação foi avançada ontem pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, que não disse, no entanto, quando é que este plano vai ser concretizado. “Quanto a Lai Chi Vun, estamos a planear a instalação de um mercado e de um espaço de lazer recreativo. Temos alguns espaços possíveis de serem reformulados ou utilizados, e teremos ainda uma exposição.” Sobre a antiga Fábrica de Panchões Iec Long, cujo terreno foi recentemente recuperado pelo Executivo, também já existem algumas ideias. “Vamos expor a história da evolução da indústria

L

o ensino do cantonês. Se convidarmos professores que falam mandarim para ensinar numa aula onde se usa o cantonês, será adequado?Acho que a secretária tem de fazer mais”, criticou. Já a deputada Chan Hong, defendeu a realização de uma consulta pública sobre este assunto. “Através deste intercâmbio de docentes do Interior da China foi possível aperfeiçoar o ensino porque conseguiram liderar a equipa de docentes. Precisamos de importar mais docentes para aperfeiçoar o ensino local, mas algumas escolas acham que o número não é suficiente porque os docentes jovens acham que podem ter mais tempo de permanência [em Macau]. Se calhar é necessário fazer uma consulta pública a médio e longo prazo, porque a educação é importante”, sugeriu.

A

de Panchões. Teremos passadiços para permitir a entrada de visitantes e teremos ainda espaços de lazer dentro da antiga fábrica”, frisou a secretária. “Queremos que todos os monumentos sejam revitalizados, como é o caso dos antigos estaleiros de Lai Chi Vun, a vila de Ka-Hó e a fábrica de panchões Iec Long. Temos também o Pátio da Eterna Felicidade. Tanto o pátio como a vila de Ka-Hó estarão abertos ao público”, explicou ainda. A secretária adiantou alguns detalhes sobre o desenvolvimento da vila de Ka-Hó. “Temos equipas que começaram a trabalhar na revitalização da vila e algumas pessoas já começaram a instalar os seus cafés ou pequenos negócios”, apontou.

res é mais importante do que o Grande Prémio”. “Alguns bebés ainda não viram o pai desde que nasceram, há trabalhadores domésticos que são necessários para cuidar das casas”, disse. Também a deputada Agnes Lam abordou este assunto. “Os familiares dos residentes que estão no exterior compreendem a situação e esperam há muito tempo, mas até quando? Quando actividades como o Grande Prémio se realizaram, tínhamos esperança de que os familiares poderiam voltar.” No caso dos cidadãos portugueses, já é possível entrar no território mediante realização de uma quarentena de 14 dias no Interior da China, ainda que seja necessário pedir um visto de entrada no país, o que pode ser um processo moroso. Essa medida foi recordada por Sulu Sou. “Há novas medidas em que estrangeiros e familiares dos residentes, depois de estarem 14 dias no Interior da China, podem pedir a entrada em Macau. Não sei se o Governo pode negociar com as autoridades do Interior da China. Se calhar o Governo não quer que entrem muitas pessoas em Macau de uma só vez, mas numa situação controlável as medidas podem ser levantadas”, rematou o deputado. Em resposta à deputada Agnes Lam, a secretária disse que o Governo “está a estudar” quais as zonas com menor taxa de incidência da doença para eventuais mudanças nas actuais políticas. “Eu também tenho pressa, estou a lançar várias medidas mas quando estão prontas a ser publicadas vem a pandemia e são suspensas”, lamentou. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


sociedade 7

RÓMULO SANTOS

quinta-feira 3.12.2020

Grupo Tak Chun Ella Lei exige intervenção do Governo sobre demissões voluntárias

Albano Martins, economista “Acho que o José Tavares está interessado em melhorar a situação porque as pessoas começam a protestar.”

J

OSÉ Tavares viu renovado por mais um ano o seu mandato como presidente do Conselho de Administração do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM). A informação foi publicada ontem em Boletim Oficial (BO) e tem efeitos práticos a partir de 1 de Janeiro de 2021. Questionado sobre o que aí vem, Albano Martins, economista e ex-presidente da Sociedade Protectora dos Animais de Macau (ANIMA), espera mudanças para melhor, no que diz respeito à protecção dos animais, uma das áreas mais polémicas da actuação do IAM no decorrer de 2020. Entre outros casos que não geraram consenso no decorrer do actual mandato, o IAM considerou que, para efeitos legais, alimentar animais vadios é o mesmo que abandoná-los e admitiu a possibilidade de ter abatido um cão sem microchip, do qual um residente de Macau garante ser o dono. Este ano foi também marcado pela decisão inicial de apenas permitir o uso da área de churrascos em Hác Sá a residentes e pela proibição da vigília e exposições alusivas ao massacre de Tiananmen. Para o ex-presidente da ANIMA, que considera a actual lei de protecção dos animais “fraca” e “uma espécie de rede onde tudo se escapa pelos buracos”. “Acho que o José Tavares está interessado em melhorar a situação porque as pessoas começam a protestar. Ninguém gosta de ser masoquista e ele sabe perfeitamente que a questão tem de ser resolvida. Agora, não terá todos os poderes necessários para fazer mais, sem o aval do secretário para a Administração e Justiça. Mas acho que o secretário é uma pessoa aberta e que está disponível para resolver definitivamente este problema”, contou ao HM. Albano Martins, para quem é incompreensível que a lei tenha sido concluída antes de

INSTITUTO PARA OS ASSUNTOS MUNICIPAIS PROTECÇÃO DOS ANIMAIS A MELHORAR NO NOVO MANDATO DE JOSÉ TAVARES

Mais um ano

Foi ontem renovado o mandato de José Tavares enquanto presidente do IAM. Com as polémicas sobre a protecção dos animais em cima da mesa, Albano Martins considera que vai haver melhorias porque “ninguém gosta de ser masoquista”. Miguel de Senna Fernandes congratula o trabalho feito pelo IAM, mas acredita que podem ser feitas mais acções de sensibilização existir um diploma dedicado ao exercício da actividade dos veterinários, adiantou ainda que “recentemente” a ANIMA entregou uma proposta ao IAM “para resolver definitivamente e de forma pragmática o problema dos animais de rua” e que ela foi “bem-recebida”. “É preciso coragem para se resolver [o problema dos animais vadios] sem ser através do abate. Isso faz-se usando a cabeça e fazendo contas. Nomeadamente, que a situação actual é muito mais cara para toda a gente envolvida do que atacar o problema pela raiz, resolvendo sem matar animais”, afirmou Albano Martins.

CONTINUAR A SENSIBILIZAR

O advogado Miguel de Senna Fernandes sublinhou que a problemática “tem muito

a ver com a cultura” e que, à imagem do que já tem sido feito, o IAM deve continuar a fazer campanhas de sensibilização para “demover qualquer leviandade” de cidadãos que queiram adoptar um animal de estimação, dado que muitos acabam por ser abandonados. Sobre o trabalho do IAM, o advogado dá os parabéns a José Tavares pela “postura de abertura” que tem permitido ao IAM estar muito mais perto da população. “Nota-se nestes últimos tempos uma visão muito mais dinâmica do IAM que se traduz em maior prontidão na resolução dos problemas da cidade”, afirmou Miguel de Senna Fernandes. Pedro Arede

pedro.arede.hojemacau@gmail.com

A deputada Ella Lei defende que o Governo deve intervir relativamente ao plano de demissões voluntárias instituído pelo grupo Tak Chun. Recorde-se que esta segunda-feira a empresa de promotores de jogo publicou um comunicado no seu website onde apresenta a medida de demissões voluntárias. Ontem, foi publicado um novo comunicado onde se informa de que essa medida chegou ao fim. Segundo o Jornal do Cidadão, a deputada alertou para o facto de não serem conhecidos detalhes sobre esta medida e pede que o Governo tome conhecimento se os funcionários querem, de facto, pedir a demissão. Ella Lei considera que o Governo deve garantir que a empresa não obriga os trabalhadores a despedirem-se, além de providenciar apoio a estes funcionários na busca de um novo emprego. A deputada quer assegurar que são cumpridos os direitos laborais nestes casos, além de se garantir o pagamento da indemnização de acordo com a lei.

Ambiente Associação lança petição para salvar pirilampos

A associação Greenfriends Macau apresentou uma petição online a pedir ao Governo para desistir da obra de instalação de candeeiros de rua na Taipa Grande e para serem feitos estudos de avaliação de impacto ambiental sempre que são projectadas obras em zonas de natureza. A petição, intitulada “Save firefly in Macau”, cita um estudo da Sociedade de Entomologia de Macau que descreve a Taipa Grande como uma zona rara para observar e fotografar pirilampos. Um dos argumentos contra a instalação de candeeiros de rua é que a luz impede o ciclo reprodutivo dos pirilampos e a sua extinção pode conduzir ao aumento de caracóis, alterando o habitat natural.

Transportes Barulho de avião assusta residentes

Na terça-feira, o alarme social provocado pela passagem de um avião levou muitos internautas a questionar a razão para o anormal barulho provocado, em particular no grupo de Facebook Macau Buses and Public Transport Enthusiastic. No post, publicado ontem, houve quem tenha teorizado que a altitude foi demasiado baixa, residentes que pensaram tratar-se de um acidente aéreo e quem tenha apontado que o avião era um velho Boeing 747-8F. Ontem, a Autoridade de Aviação Civil da RAEM eliminou dúvidas, esclarecendo que se tratou de um avião de carga Boeing 747-200, que partiu de Macau, às 20h23 de terça-feira, rumo a Islamabade, capital do Paquistão. A aeronave terá sobrevoado a península, segundo as orientações da torre de controlo do aeroporto, a uma altura de mais de 4.500 pés.


8 publicidade

3.12.2020 quinta-feira


eventos 9

quinta-feira 3.12.2020

Telas da casa FESTIVAL DE CURTAS-METRAGENS JACKY CHEONG ESTREIA “MAJESTOSA MACAU” NO DOMINGO

O cartaz do fim-de-semana do Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau inclui cinema de Macau. No domingo será dia da estreia do documentário de Jacky Cheong, intitulado “Majestosa Macau”, que não é mais do que um retrato dos bastidores do sarau cultural de celebração dos 20 anos da RAEM. No sábado será exibido “The Handover” [A Entrega], de Maxim Bessmertny

O

Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau apresenta este domingo o documentário “Majestosa Macau”, da autoria de Jacky Cheong. Com cerca de 25 minutos de duração, este documentário revela os bastidores do sarau cultural que subiu aos palcos a 19 de Dezembro do ano passado e que serviu para celebrar os 20 anos da RAEM. “É um documentário sobre o processo pelo qual a equipa passou, desde a preparação, ensaios e o espectáculo. ‘Majestosa Macau’ foi o nome dado ao programa que incluía um espectáculo de kung fu combinado com um recital com crianças.” Jacky Cheong recorda os desafios que teve de ultrapassar para realizar o documentário. “O tempo escasseava e precisamos acompanhar os treinos e os ensaios várias vezes. Queríamos mostrar às pessoas para que estas soubessem mais sobre os participantes de Wushu e a situação através deste filme”, adiantou. O realizador contou com a colaboração de Jia Rui, ex-atleta de Wushu, que trabalhou na organização do sarau cultural. “Jia Rui encontrou-se comigo para gravar o programa, desde o início até ao espectáculo, para que deixássemos um documentário para as pessoas. Penso que ele acreditou que o ‘Majestosa Macau’ iria transmitir um sentimento

forte e que seria transmitida a ideia de que Macau é um bom sítio para a aprendizagem do Wushu.” Recorde-se que este sarau cultural contou com a presença do Presidente Xi Jinping e realizou-se, no dia 19 de Dezembro de 2019, na Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental de Macau. O espectáculo, que teve como tema “A Minha Pátria e Eu”, contou com várias performances musicais e actuações da dança do leão, além das artes marciais. Jacky Cheong co-fundou a produtora IRMO em 2014, trabalhando hoje como realizador videógrafo. Ao longo da sua carreira participou em produções diversas como anúncios publicitários, micro-filmes, documentários e curtas-metragens.

REGRESSO DO “THE HANDOVER”

Jacky Cheong, realizador “É um documentário sobre o processo pelo qual a equipa passou, desde a preparação, ensaios e o espectáculo. ‘Majestosa Macau’ foi o nome dado ao programa que incluía um espectáculo de kung fu combinado com um recital com crianças”

No sábado é a vez de o público de Macau voltar a ver “The Handover” [A Entrega], uma curta-metragem com 31 minutos de duração realizado por Maxim Bessmertny. A curta-metragem, escrita em parceria com Jorge Vale, relata o dia-a-dia de um casal que luta contra o tempo para deixar a casa limpa antes que o senhorio chegue para fazer a inspecção geral ao apartamento. Ao HM, Maxim Bessmertny recordou um processo fílmico que foi, acima de tudo, “divertido”. “Foi um projecto muito interessante e divertido que surgiu quando estava

na Rússia, à espera de desenvolver o meu próximo filme. Comecei a fazer isto com o Jorge Vale e tivemos um período muito divertido a escrever o filme, pois temos gostos semelhantes na área do cinema. O Jorge tinha escrito o guião com um casal português, mas sugeri cortar o guião, de 40 para 27 páginas, e o casal passar a ter uma rapariga chinesa e um rapaz português.” “The Handover” é também um filme auto-biográfico, confessou o realizador. “Tirei coisas da minha vida, e pela primeira vez aconteceu ser algo mais auto-biográfico do que aquilo que estava à espera.” “Este filme é sobre o dia-a-dia de um casal que tem de se mudar e é um pesadelo, um período muito stressante. E quando não se fala chinês o stress é ainda maior, o que é o caso de Miguel, o personagem principal. Para ele é um dia muito difícil”, acrescentou Maxim, para quem a presença em festivais, e sobretudo no Festival Internacional de Curtas-Metragens de Macau, é sempre importante. “Já exibi este filme quatro vezes em Macau e obtive sempre reacções muito diferentes, o que é muito divertido. Mesmo que seja uma história longa, de 31 minutos, o que senti na última exibição é que o público acompanhou a história e tudo correu bem. Fiquei muito surpreendido, estava nervoso.” Andreia Sofia Silva (com Nunu Wu) info@hojemacau.com.mo


10 china

3.12.2020 quinta-feira

ESPAÇO SONDA POUSA NA LUA PARA TRAZER AMOSTRAS PARA A TERRA

embora não seja claro o nível de acesso que a agência norte-americana NASA terá, face às rígidas restrições impostas pelo Governo dos Estados Unidos na cooperação espacial com a China. A partir das rochas e destroços, os cientistas esperam aprender mais sobre a Lua, incluindo a sua idade precisa, bem como aumentar o conhecimento sobre outros corpos celestes do nosso sistema solar.

Missão comprida

U

MA sonda espacial chinesa pousou na Lua para recolher material da superfície e regressar depois à Terra, na primeira missão deste género desde os anos 1970, anunciou ontem a Administração Espacial Nacional da China. A sonda Chang'e 5 "pousou com sucesso" no local designado, por volta das 23:00 de terça-feira na China (15:00, em Lisboa), segundo o organismo estatal. A mesma fonte publicou imagens do terreno árido no local de pouso, onde a sombra da sonda pode ser vista. O módulo foi lançado em 24 de Novembro, a partir da ilha tropical de Hainan. Trata-se do mais recente empreendimento do programa espacial chinês, que enviou o seu primeiro astronauta ao espaço em 2003 e

PARA CONTINUAR

A recolha de amostras, inclusive de asteroides, é um foco crescente de muitos programas espaciais e o domínio da tecnologia pela China mais uma vez coloca o país entre as nações líderes em operações no espaço.

que tem uma nave a caminho de Marte. O programa visa, eventualmente, colocar um humano na Lua. Os planos prevêem que a sonda precisará de cerca de dois dias para perfurar a superfície lunar e recolher dois

quilos de rochas e detritos. A amostra será colocada em órbita e transferida para uma cápsula que vai regressar à Terra, pousando nas pastagens da região da Mongólia Interior em meados deste mês. Caso tenha sucesso,

será a primeira vez que cientistas obtêm novas amostras de rochas lunares desde que uma sonda soviética aterrou na Lua, na década de 1970. Espera-se que as amostras sejam disponibilizadas a cientistas de outros países, PUB

AVISO N.° 46/AI/2020 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se as infractoras abaixo discriminados: ------------------------------------------------------------------------------------------ 1. Mandado de Notificação n.° 816/AI/2020: CHEN XIAOYAN, portadora do passaporte da RPC n.° E91520xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 244/DIAI/2018 levantado pela DST a 10.12.2018, e por despacho da signatária de 17.11.2020, exarado no Relatório n.° 828/DI/2020, de 14.10.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Avenida 24 de Junho n.° 118, The Paragon (Finalidade Habitacional) 29.° andar C, Macau onde se prestava alojamento ilegal.---------------------------------------------- 2. Mandado de Notificação n.° 879/AI/2020: REN XIUQIN, portadora do SalvoConduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° C32852xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 247/DI-AI/2018 levantado pela DST a 14.12.2018, e por despacho da signatária de 17.11.2020, exarado no Relatório n.° 899/DI/2020, de 05.11.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $220.000,00 (duzentas e vinte mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua do Terminal Maritimo n.os 93-103, Edf. Centro Internacional de Macau, Bloco 3, 9.° andar C onde se prestava alojamento ilegal. ------------------------------------------------------------------------- 3. Mandado de Notificação n.° 895/AI/2020: WU WENJUAN, portadora do Salvo-Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° C97542xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 231.1/DI-AI/2018 levantado pela DST a 28.11.2018, e por despacho da signatária de 17.11.2020, exarado no Relatório n.° 917/ DI/2020, de 09.11.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Avenida da Amizade n.° 898, Edf. Iao I, 10.° andar H. ---------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.-----------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode as infractoras, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-----------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.--------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 25 de Novembro de 2020. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

AVISO N.° 47/AI/2020 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se as infractoras abaixo discriminados:------------------------------------------------------------------------------------------- 1. Mandado de Notificação n.° 866/AI/2020: WEN GUOYUAN, portador do Salvo-Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° C29298xxx e do Título de Identificação de Trabalhador Não-Residente da RAEM n.° 14272xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 242/DI-AI/2018 levantado pela DST a 07.12.2018, e por despacho da signatária de 19.11.2020, exarado no Relatório n.° 880/DI/2020, de 12.11.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas milos patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua de Luis Gonzaga Gomes, n. 78-B-96, Edf. Lei Kai, 8.° andar F, Macau onde se prestava alojamento ilegal.-------------- 2. Mandado de Notificação n.° 884/AI/2020: SUN MAOFENG, portador do passaporte da RPC n.° E20502xxx e do Salvo Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° C69376xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 236/DI-AI/2018 levantado pela DST a 03.12.2018, e por despacho da signatária de 19.11.2020, exarado no Relatório n.° 905/DI/2020, de 05.11.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua de Roma n.° 96, Tong Nam A Fa Un (Tong Nam A Seong Ip Chong Sam), 6.° andar AF, Macau onde se prestava alojamento ilegal. ----------------------- 3. Mandado de Notificação n.° 892/AI/2020: ZHONG SHANSHAN, portadora do Passaporte da RPC n.° E42076xxx e portadora do Salvo-Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° C08857xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 211/DI-AI/2018 levantado pela DST a 09.11.2018, e por despacho da signatária de 18.11.2020, exarado no Relatório n.° 914/DI/2020, de 09.11.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua Cidade do Porto n.° 341, Edf. Kam Yuen, 16.° andar D onde se prestava alojamento ilegal. -------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.-----------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode as infractoras, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.---------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-----------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.--------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 25 de Novembro de 2020. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

Os planos prevêem que a sonda precisará de cerca de dois dias para perfurar a superfície lunar e recolher dois quilos de rochas e detritos Entre 1969 e 1972, o programa espacial norte-americano recolheu 382 quilos de material lunar. Parte ainda está a ser analisada. A Chang'e 5 é a terceira sonda que pousa com sucesso na Lua. A predecessora, Chang'e 4, foi a primeira sonda a pousar no lado da Lua não visível a partir da Terra. Funcionários do programa espacial chinês disseram que prevêem futuras missões tripuladas, incluindo, possivelmente, a construção de algum tipo de base espacial permanente para conduzir pesquisas.

Hong Kong Joshua Wong diz que combate continua após ter sido condenado

O

dissidente político de Hong Kong Joshua Wong disse ontem, após ser condenado a 13 meses e meio de prisão, que a sentença "não é o fim do combate" pela democracia e a liberdade. O líder estudantil pró-democracia de Hong Kong foi condenado ontem a 13 meses e meio de prisão pelo envolvimento nas manifestações na região administrativa especial no sul da República Popular da China. "Não é o fim do combate (...) Pela frente temos outra batalha. Agora, vamos juntar-nos à luta na prisão ao lado dos numerosos e corajosos manifestantes, menos visíveis, mas essenciais à luta pela liberdade e democracia em Hong Kong", declarou Joshua Wong. As mensagens do activista foram divulgadas através das redes sociais poucos minutos após ter sido conhecia a sentença de Joshua Wong e de outros dois membros do movimento pró-democracia de Hong Kong, Agnes Chow e Ivan Lam, condenados a 10 e a sete meses, respectivamente. Antes de ser escoltado para fora do tribunal, Wong gritou aos apoiantes: "Sei que o caminho pela frente é difícil, mas vou aguentar-me", com a multidão a gritar de volta palavras de apoio, descreveu a emissora pública de Hong Kong, a RTHK.

Covid-19 Multas pesadas para tentar travar aumento de casos

Hong Kong vai aumentar as multas para quem não cumprir as medidas de combate à pandemia, noticiou ontem a imprensa local, num momento em que a região semiautónoma chinesa vive um aumento de casos e está a endurecer as restrições. Desde 17 de Novembro foram contabilizados mais de mil casos. A esmagadora maioria são contágios locais, o que deverá levar o Governo a aumentar as penas se não forem cumpridas exigências como o distanciamento social, noticiou o jornal South China Morning Post, com valores que podem atingir dez mil dólares de Hong Kong. Hong Kong já limitou a maioria de ajuntamentos para apenas duas pessoas e ordenou testes obrigatórios aos trabalhadores em lares de idosos e em instalações para pessoas com deficiência, para combater a propagação do novo coronavírus.


quinta-feira 3.12.2020

atravesso a cor luminosa dos sonhos sem me deter...

Xunzi

O

carácter de um verdadeiro rei é tal que ornamenta todos os seus gestos com ritual e yi [justiça]. Ouve e decide casos segundo a natureza própria de cada um. Examina com acuidade os pontos mais finos de cada coisa. As suas políticas adaptam-se incessantemente à mudança. A isto se chama dispor de uma fonte apropriada [de acção]. Tal é o carácter de um verdadeiro rei. O governo de um verdadeiro rei é tal que o seu comportamento não recua além das Três Dinastias e os seus modelos não se desviam dos estabelecidos pelos antigos reis. A quem recuar muito além das Três Dinastias, considera imprudente. A quem se desviar dos modelos estabelecidos pelos antigos reis, considera inculto. As suas roupas e vestes são reguladas com propriedade. Os seus palácios e residências apresentam medidas apropriadas. Os seus seguidores têm a sua ordem própria. Nos funerais e sacrifícios, todas as alfaias se conformam ao estatuto e posição apropriados. Quanto à música, toda a que não for refinada é descartada. Quanto às imagens, todas as que não se conformam aos antigos padrões são descontinuadas. Quanto às alfaias, todas as que não sejam antigas

O Governo do Verdadeiro Rei

são destruídas. A isto se chama recuperar os modos antigos. Tal é o governo de um verdadeiro rei. Os juízos de um verdadeiro rei são tais que aqueles a quem falta virtude não são honrados, aqueles a quem falta capacidade não recebem cargos, aqueles a quem faltam realizações meritórias não são recompensados e aqueles que não cometeram crimes não são punidos. Na corte, ninguém obtém posição por sorte. Entre o povo, ninguém ganha a vida por sorte. Eleva os meritórios e emprega os capazes, não ficando por preencher qualquer estrato ou posição. Elimina falsas demonstrações de virtude e proíbe a brutalidade, mas os seus castigos e penas não são excessivos. O povo comum compreende então claramente que se praticar boas acções em família receberá recompensas na corte e que se praticar más acções secretamente será punido em público. A isto se chama ter juízos fixos. Tais são os juízos de um verdadeiro rei. Dos escalões tributários e actos governamentais de um verdadeiro rei: usa a miríade de coisas como recursos, sendo esse o seu meio de nutrir o povo. Dos campos tira apenas um décimo da produção. As passagens de montanha e

h

11

Elementos de ética, visões do Caminho PARTE IV

as feiras, apesar de vigiadas, não estão sujeitas a imposto. A exploração de florestas de montanha e pântanos com diques não é taxada, apesar de ser proibida em certas estações. Afere a qualidade do solo e ajusta as políticas governamentais de acordo com ela. Calcula a distância das rotas e estabelece contribuições de acordo com ela. Faz com que os recursos, bens e cereais circulem sem atraso e que cheguem ao seu local apropriado, de modo a que toda a área dos quatro mares seja como uma só família. Assim, aqueles que estão próximo não escondem as suas capacidades e aqueles que estão longe não são incomodados pelo trabalho que é exigido. Dos estados isolados e remotos todos mandam enviados sem delonga e nele regozijam. A isto se chama ser o professor do povo. Tal é o modelo de um verdadeiro rei. Na região do mar setentrional há cavalos velozes e cães de guarda. Contudo, são os estados centrais que os devem criar e empregar. Na região do mar meridional existem plumas coloridas, marfim, rijo couro, bronze e belas gemas. Contudo, são os estados centrais que os devem usar como recursos. Na região do mar oriental há tecidos púrpura, peixe e sal. Contudo, são os estados centrais que os

devem usar para roupas e alimentação. Na região do mar ocidental há armaduras de couro e estandartes com padrões. Contudo, são os estados centrais que os devem usar. Assim, o povo das terras baixas fica provido de madeira suficiente e o povo das montanhas fica provido de peixe suficiente. Os lavradores não talham madeira nem produzem cerâmica, mas são providos de ferramentas suficientes. Os artífices e mercadores não aram os campos, mas são providos de cereais e vegetais suficientes, E, assim, apesar do tigre e leopardo serem animais ferozes, o cavalheiro os faz esfolar e lhes usa a pele. Assim, todas as regiões cobertas pelo Céu e todas as regiões sustentadas pela Terra produzem os seus melhores bens e os disponibilizam para uso. Em cima, adornam homens bons e meritórios. Em baixo, nutrem o povo comum, trazendo conforto e alegria. A este se chama um grande poder semelhante ao do espírito [shén 神]. As Odes dizem: O Céu fez a alta montanha. O Grande Rei rasgou o solo. Concluídas estas obras, O Rei Wen as engrandeceu. Isto exprime o que quero dizer.

Tradução de Rui Cascais Xunzi (荀子, Mestre Xun; de seu nome Xun Kuang, 荀況) viveu no século III Antes da Era Comum (circa 310 ACE - 238 ACE). Filósofo confucionista, é considerado, juntamente com o próprio Confúcio e Mencius, como o terceiro expoente mais importante daquela corrente fundadora do pensamento e ética chineses. Todavia, como vários autores assinalam, Xunzi só muito recentemente obteve o devido reconhecimento no contexto do pensamento chinês, o que talvez se deva à sua rejeição da perspectiva de Mencius relativamente aos ensinamentos e doutrina de Mestre Kong. A versão agora apresentada baseia-se na tradução de Eric L. Hutton publicada pela Princeton University Press em 2016.


12

h

retrovisor Luís Carmelo

3.12.2020 quinta-feira

´

As origens não se escolhem

N

O passado dia 24 de Novembro, li este breve texto do poeta Jaime Rocha ilustrado com uma fotografia do mar da Nazaré: “Aqui estou na terra onde nasci, a agradecer ao mar, não o peixe, mas as palavras. Silenciosamente, como um velho lobo do mar, grato por ele lhe ter adiado a morte. Faço-o sempre que termino ou publico um livro. Um ritual que dura há mais de cinquenta anos.” Este impressivo texto fez-me pensar, pois há quase quarenta anos que escrevo livros e jamais desenvolvi este tipo de devoção face às minhas origens. Nasci em Évora no verão de 1954 e aí vivi até aos 15 anos de idade. Sairia depois para regressar até ir viver na Holanda, o que aconteceu nos anos oitenta. A partir da década seguinte, passei a trabalhar sempre em Lisboa, mas nunca deixei de ter casa na cidade onde fabulei muito do meu tempo. Na última meia dúzia de anos a minha vida organizou-se de vez em Lisboa. Contudo, na passada primavera, a pandemia e uma inundação obrigaram-me a regressar à cidade durante quatro penosos meses e essa estadia fez-me reflectir sobre as relações difíceis que sempre mantive (interiormente) com Évora. Na realidade, quando termino um livro, jamais me passaria pela cabeça ir a Évora e ao seu mar - que é de planície e brancura - ritualizar um agradecimento demiúrgico como o do Jaime Rocha que, confesso, admiro profundamente. Comecemos por uma primeira (e dupla) pergunta: o que são as origens e o que é uma cidade? A resposta parece-me simples: uma cidade é uma confluência de memórias (físicas e imateriais) em ininterrupto atrito com os actos que fazem e desenrolam o presente, enquanto as origens se podem definir como tudo aquilo que não se escolhe. Podemos enraizar-nos no mundo, ou seja, criar raízes e estabilizá-las em geografias de diferentes qualidades, o que, para mim, foi sempre uma urgência; no entanto, das origens somos todos escravos. Ficam para sempre. Este talvez seja o primeiro grande entrave, muito parecido, afinal, com o da família. As origens dão-nos sempre uma família, seja de que natureza for, embora, com o tempo, pelo menos no meu caso, a família se tenha vindo a tornar cada vez mais num pequeno grupo de pessoas de quem gosto e com quem me identifico (e não nas pessoas com quem tenho “ligações de sangue”). Isto significa que só mesmo as origens estão fora de um horizonte de escolha e de radical autonomia pessoal. Posso esquecer raízes, riscá-las, fazê-las desaparecer; mas as origens não. Nas primeiras duas décadas de vida fui eterno como todos os jovens. Tive sorte em alguns aspectos, pois a vida social

era particularmente dura naquele tempo. Quando percebi que não era eterno, comecei a escrever, tinha pouco mais de vinte anos. Apesar de ter desenvolvido mil e uma actividades ao longo de toda a vida, escrever foi sempre o meu fulcral ‘fio de prumo’, título, aliás, do primeiro livro que publiquei (corria o ano de 1981). Existirá um segundo entrave que me afasta das origens. Chamar-lhe-ia desolação. É evidente que existe um apelo existencial nesta metáfora que, sendo breve, implica subtrair à idealidade aquilo que lhe sobra em estado bruto. De facto, durante parte substancial da minha vida adulta, vivendo fora ou dentro da cidade, sempre imaginei o que a cidade podia não ser, projectando-a numa espécie de utopia íntima dificilmente traduzível. Talvez tenha sido essa exegese interior que me levou a desenhar cidades, algo que faço há já várias décadas (e é mesmo uma das minhas poéticas mais preferidas). O resultado desta involuntária operação figurativa é que, sempre que reentro em Évora, tudo aquilo me parece uma ruína adiada, espécie de meio termo entre um amuralhado de lápides sublimes e um universo de fantasmas que se move em círculo fechado, repetindo sempre os mesmos (e cansativos) pregões. Um terceiro entrave terá uma dimensão mais simbólica e humana. Conheci diversos escritores que mantiveram com Évora relações especiais. É o caso de Vergílio Ferreira, Mário Ventura ou Almeida Faria. Todos eles, para além do fascínio es-

tético, me revelavam a ideia de que a cidade tem - terá sempre tido - as suas “gavetas fechadas” (cito de memória Vergílio Ferreira numa conversa que tivemos os dois há precisamente trinta anos na sua casa da Av. dos Estados Unidos da América). Pode, pois, viver-se durante meio século em Évora, mas nunca se sai realmente da aridez do tampo e do pó da secretária. As gavetas - sejam elas o que forem - serão sempre território vedado. Esta falta de respiração, ou, se se preferir, esta ausência de saudade ou de nostalgia do cosmopolitismo (que a cidade viveu há inúmeras gerações) torna o seu ambiente - e o efeito aqui parece-me francamente atemporal e não apenas “da era da outra senhora” numa escultura algo estática, sem ânimo e sem projecto. Não será caso único na sua imobilidade poética (ou protésica), é

Frequentar as origens, apenas porque são as origens, tem sempre qualquer coisa de romagem ao túmulo desconhecido de nós próprios. Declino para já esse poema

claro, mas a própria morfologia da cidade, atada por muralhas, torna a alegoria demasiado plausível. O meu prazer de regressar às origens faz-se a levitar por cima destas atmosferas alterosas. Talvez seja por isso que sou totalmente avesso a bairrismos, a regionalismos e a regionalizações. Claro que haverá sempre um fim de tarde com ‘antigos amigos’ para desenganar a cegueira. Mas não encontro, nem creio que alguma vez encontrarei em Évora um oceano aprazível que me permita o tipo de devoção demiúrgica que o meu querido amigo Jaime Rocha pratica. Num romance escrito há quase década e meia, já este tipo de decantação surgia de modo particularmente nítido: “Quando naquele início de Outono chegou a Évora, Guilherme teve a impressão de que a cidade era uma espécie de âncora que caíra abrupta e desamparadamente no fundo do mar. Depois dessa biogénese remota, os oceanos ter-se-iam evaporado e sobrara em torno da urbe a planura extensa e lisa onde choravam granitos austeros e sorriam com timidez as alvenarias claras. Uma catedral desproporcionada face ao resto do casario dominava e domava a quase desolação dos pátios, dos muros, dos ciprestes solitários e dos rostos paralisados que desciam pelas sombras das ruas estreitas e frias.”. Frequentar as origens, apenas porque são as origens, tem sempre qualquer coisa de romagem ao túmulo desconhecido de nós próprios. Declino para já esse poema.


ARTES, LETRAS E IDEIAS 13

quinta-feira 3.12.2020

diário de Próspero António Cabrita

Freud & Maradona Lda.

D

E papo para o ar, deixo que o domingo se instale e me entorpeça as flexões. Para não voltar a dormir, pego no livro Le Divan et le Grigi, a longa e maravilhosa entrevista de Catherine Clement a Tobie Nathan, o actual papa da etnopsiquiatria. Peço umas torradinhas e a manhã, o corpo e a vontade encaixam. E chego à parte em que Tobie Nathan fala da sua descoberta de Freud, com 14 anos, e do seu fascínio inicial; parecia-lhe que o terapeuta propunha “verdades tecnicamente verificáveis”. Até que quando Tobie quis passar à prática e recapitulou por antecipação os passos de uma sessão: «Bom, o psicanalista, instala o paciente no seu divã e cala-se, porque espontaneamente – seria essa uma espécie de lei da natureza – a pessoa há-de entregar-se às associações livres!». E em boa fé, bateu à porta do psicanalista. E continua Nathan: «E bom, é falso! Alguém se deita no divã, tu calas-te e o paciente entrega-se a toda a espécie de coisas porque primeiro que tudo tenta integrar-te, a todo o transe, na conversação. Porque a situação é absurda e o paciente faz tudo para instaurar uma situação mais normal... e quanto às “associações livres”, terás, como psicanalista de ensinar-lhe como produzi-las. Produzir associações de ideias não é o funcionmento espontâneo do espírito, é um dispositivo artificial que os pacientes levam um certo tempo para aprender – alguns recusam-se mesmo, deliberadamente.» Imediatamente me lembrei da batota que Michel Serres atribuía ao método de Sócrates, nos tais debates dialécticos que fizeram a posterior fortuna de Platão, pois, explicava, era Sócrates quem à partida estabelecia as regras da discussão, o que lhe dava logo vantagem. O que tem tanto de engenhoso como de embuste. Nunca me ocorrera o que Nathan denuncia, embora baste pedir aos alunos para se entregarem ao jogo das associações livres para verificá-lo; não flui, rapidamente fica tudo emperrado. Para resultar terão de ser “instruídos” primeiro. Resultará melhor em aulas de escrita criativa, alunos que à priori se dispõem ao “artifício”. Diga-se o mesmo sobre alguma teatralização que se instalará na narração dos sonhos, da mesma forma que se detectou e estudou as raízes teatrais nos ritos de possessão. A psicanálise identificou umas certas leis gerais do mecanismo psíquico de um modo oblíquo, fazendo uso de um certo embuste, do mesmo modo que, para alguns teólogos, primeiro induz-se a crença, depois logo se verá se Deus existe. Eis, na generalidade, a história da aventura do espírito humano. Investe em esquemas e embustes para tactear o que está ainda na sombra mas foi adivi-

nhado antes de conseguir delimitar a sua realidade. Porque à realidade, simplesmente, só a conseguimos conhecer através de ficções, mediante conceitos ideais, por projecções de entes irreais ou por ou intuições criadas pela nossa inteligência. Às vezes capotamos, outras acertamos. E aqui, não é raro atribuirmos um grande papel à intuição. Quanto a esta, Arthur Koestler usava uma imagem muito sugestiva para a

definir: a intuição, dizia, é como uma cadeia montanhosa da qual só vemos os pináculos que se elevam acima das nuvens; se pudéssemos ver simultaneamente por baixo das nuvens, veríamos perfeitamente como esses cumes se enlaçam uns nos outros. Se pudessemos, conclui, assistir à cadeia de associações que se forma sob a consciência veríamos também como se enlaçam esses cumes que denominamos “intuições”.

De papo para o ar, sou servido de mais torradinhas e cismo outra vez nas flexões. Desta vez nas flexões de rins em que era especialista o Maradona e lhe permitia as fintas. Tantas delas magníficas. Mas é porque a realidade existe, antes e para além das representações que lhe apomos, que acho inaceitável a facilidade com que eregimos mitos

Verdadeiras intuições tinha Goethe, que um dia escreveu: «Que precisamente o homem só pensa quando não pode conceber aquilo que pensa». É extraordinário que ele tenha escrito isto quase um século antes de Freud. Esta asserção alude aos labirintos em que qualquer criatura que tenha por trabalho a imaginação mergulha, mas será preciso alguma robustez psíquica para deixar que o devaneio que o pensamento faz brotar desponte, nesse preciso momento em que tomamos consciência de estarmos perdidos no labirinto, em vez de nos esmagar o pânico. Consequentemente, só num assomo de serenidade reencontramos o fio de Ariadne. Mas não é preciso sermos nem construtivistas nem realistas para entendermos que a realidade entronca num terceiro enfoque, aquele em que acredito: a realidade existe mas apresenta-se instável, movediça e irredutível a parâmetros fixos, de tal modo que desenha trajectórias no palco em que antes figuravam objectos e sujeitos. A realidade existe e devemos escutá-la para interagirmos com ela e penetrarmos nas suas ressonâncias. De papo para o ar, sou servido de mais torradinhas e cismo outra vez nas flexões. Desta vez nas flexões de rins em que era especialista o Maradona e lhe permitia as fintas. Tantas delas magníficas. Mas é porque a realidade existe, antes e para além das representações que lhe apomos, que acho inaceitável a facilidade com que eregimos mitos. Toda esta deificação em torno de Maradona é simplesmente patética. Gosto de futebol mas dou-lhe a importância que terão na minha vida as coisas triviais, são breves travesseiros, nos quais repouso a cabeça ou dos quais me sirvo como apoio a outros rins alheios e a outras sibilantes flexões morfológicas e afinal menos acessórias que uma sucessão de cantos falhados. Além disso, em casos como o Cristiano Ronaldo, ou o de Zlatan Ibrahimović, eles introduziram novos paradigmas no desporto, no que respeita à metodologia dos treinos e aumentaram o tempo útil de duração do desportista em actividade, numa associação entre a plasticidade e a veterania, o El Pibo pelo contrário foi um homem que menoscabou o seu imenso talento e que chegou ao pleno da sua própria caricatura, como se a sua própria sombra fosse uma fasquia demasiado alta para manter. Um jogador de paixão, disse dele Jorge Jesus, e acrescentaria eu, como Vítor Baptista. Dois jogadores de duas escalas diferentes, é verdade, mas que no melhor da sua exuberância técnica foram fascinantes, apesar de serem dois profetas absolutamente ocos e totalmente aquéns do mito.


14 (f)utilidades TEMPO

POUCO

3.12.2020 quinta-feira

NUBLADO

MIN

14

VACINAS PARA TODOS

13

5 3 7

4 2 9 4 1 4 5 6 1 1 2 4

2 3

7 6

O Japão vai distribuir gratuitamente vacinas contra o novo coronavírus aos 126 milhões de habitantes, ao abrigo de uma lei aprovada ontem, quando o arquipélago enfrenta um aumento de casos. O projecto

7 6 6 6

EURO

9.63

de lei, que estipula que o Governo vai cobrir todos os custos das vacinas, foi aprovado pela câmara alta do parlamento, já depois de ter passado na câmara baixa. O Japão já encomendou vacinas para 60 milhões de

BAHT

0.26

YUAN

1.21

pessoas da empresa farmacêutica Pfizer e mais 25 milhões da empresa de biotecnologia Moderna, tendo ainda confirmado que vai receber 120 milhões de doses da vacina AstraZeneca.

5 9

2 7 3

9 5

3 1 9

4 8 3 1 4 4 5 8 6

Cineteatro FIND YOUR VOICE [B]

16

FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Adrian Kwan Com: Andy Lau, Lowell Lo, MArk Lui, Hugo Ng 14.30

SALA 3

FALADO EM PUTONGHUA LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Liao Ming-yi Com: Austin Lin, Nikki Hsich 14.30, 19.30, 21.30

7 2

9 8 3 6 4 6 7 2 3 5 1

5 2 9 3 4 8 8 1 7 4 6 2 5

3 7 8 1 2 6 5 5 9 4

1 4 4 6 9 7 5 3 8 1 2 8

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 14

7 1 2 8 5 9 3 6 7 4 6 8

FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Adrian Kwan Com: Andy Lau, Lowell Lo, MArk Lui, Hugo Ng 17.00

7 1 3 5 9 2 THE CALLING OF A BUS8DRIVER [B] THE MOVIE DEMON SLAYER: KIMETSU NO YAIBA MUGEN 8 3 TRAIN [C] 2 3 6 4 7 5 i WeirDO [B] FIND YOUR VOICE [B] 4 2 8 5 8 7 3 9 2 3 6 19

4 6 1 5 9 2 8 1 7 6 3 9

FIND YOUR VOICE [B]

FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Patrick Kong Com: Ivana Wong, Phillip,Keung, Edmond Leung, Jacky Cai 14.30, 16.45, 19.15

SALA 2

14

2 5 4 6 5 3 7 9 8 1 1 7 3

2 1 5 9 1 4

C I N E M A

SALA 1

FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS Um filme de: Sotozaki Haruo 16.45, 19.15, 21.30

1 2

8 9 1 7 1 5 9 2 4 6 3 5

5 8 9

9 8 2 6

4

8 6 9 7 5

7

PROBLEMA 15

3

16

40-75% ´

3 9 5

15

3 7 8 7 1 3 4 9 2 8 5 1

HUM

4 7

S U D O K U

6 17

20

14

3 8

8

MAX

FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Adrian Kwan Com: Andy Lau, Lowell Lo, MArk Lui, Hugo Ng 21.30

UMA SÉRIE HOJE Japão. Início do período Meiji, durante a transição para o feudalismo. Século XIX. Após ceifar inúmeras vidas em nome dos pró-imperialistas Ishin Shishi, Kenshin Himura promete que não voltará a matar. Conhecido como “Battousai, o esquartejador” (Hitokiri “Battousai) e após 10 anos a percorrer o Japão, o samurai encontra finalmente poiso no Dojo Kamiya para iniciar a desejada redenção. No entanto, novos e velhos inimigos surgem no caminho para assombrar aquilo que parecia ser um futuro menos conflituoso e Kenshin terá20 e voltar a desembainhar a espada (desta feita de gume invertido), tentando manter o que prometeu. Pedro Arede

SAMURAI X | NOBUHIRO WATSUKI | 1996

8 4 7 9 6 1 8 2 3 5 18 1 7 2 6 5 3 9 4 9 4 6 78 1 3 52 2 8 8 2 3 9 7 5 4 1 6 5 3 2 91 84 4 7 1 6 5 1 6 4 3 2 9 8 7 FIND YOUR VOICE 3 87 9 4 7 29 1 68 5 7 4 5 2 9 1 3 6 8 17 6 5 3 9 8 4 7 23 2 6 1 5 8 3 7 9 4 22 71 48 6 5 1 8 97 Lda Director Carlos3Morais9José8 7João4 6C. Mendes 5 Redacção 2 1Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Pedro Arede; Salomé Fernandes Propriedade Fábrica3 de Notícias, Editores Luz; José Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; António de Castro Caeiro; António Falcão; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Emanuel Cameira; Gisela Casimiro; 6 5 34 1 4 2 8Gonçalo7M.Tavares;JoãoPauloCotrim; 1 José 3Drummond; 4 8JoséNavarro 2 de7Andrade; 6 José5Simões9Morais;LuisCarmelo;MichelReis;NunoMiguelGuedes;PauloJoséMiranda; Gonçalo Lobo Pinheiro; 5 97 Paulo Maia e Carmo; Rita Taborda Duarte; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; André Namora; David 7 www. 2 8 5 3 6 Romão; 94Jorge 4Rodrigues 1 Simão;OlavoRasquinho; 6 Paul 8Chan7WaiChi; 3Paula5Bicho;9Tânia1dosSantos 4 Grafismo 2 PauloBorges,RómuloSantosAgênciasLusa;XinhuaFotografiaHoje Chan; 6 João Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare hojemacau. 43 98 11 89 2 7Calçada 6deSanto 5 Agostinho, 3 n.º19,CentroComercial 9 Nam 5 Yue,26.ºandar 1A,Macau 6 Telefone 4 828752401 7 Fax328752405e-mailinfo@hojemacau.com.moSítiowww.hojemacau.com.mo com.mo Morada 5 1 3 21

22


opinião 15

quinta-feira 3.12.2020

FRANCISCO SENA SANTOS in Sapo24

A falta que nos fazem os Eduardos

T

IVE a sorte de poder conversar muito com ambos, sobretudo nas semanas a partir de dezembro de 1995, e no tempo seguinte. A eleição presidencial para escolha do sucessor de Mário Soares estava marcada para 14 de janeiro de 96. Os candidatos eram Jorge Sampaio (veio a ser eleito logo à primeira volta, com 3 milhões de votos, 53,91%) e Cavaco Silva (46,09%). Também Jerónimo de Sousa, que veio a desistir, com apoio a Sampaio. Na rádio pública, Antena 1, tinha entrado em funções uma direção liderada por Adelino Gomes, com David Borges e comigo como adjuntos. Entre as primeiras tarefas urgentes, para além da consolidação da redação do serviço público como referência de qualidade, estava o acompanhamento do fim da guerra que tinha devastado a ex-Jugoslávia e, ao mesmo tempo, a preparação da cobertura da eleição presidencial portuguesa. O duelo político entre Sampaio (tinha conseguido a primeira união das esquerdas na eleição para a câmara de Lisboa) e Cavaco (dez anos na chefia do governo, oito deles com maioria absoluta) prometia alta intensidade. Foi decidido formar dois painéis de comentadores. Um, para a análise diária, tinha Maria Elisa, Maria João Avillez, Miguel Sousa Tavares, Nuno Morais Sarmento e António- Pedro Vasconcelos. O outro, para a análise de momentos culminantes da campanha e para a noite eleitoral, formado pelos Eduardos, Prado Coelho e Lourenço. Ambos residiam ao tempo em França. Prado Coelho, mais do que conselheiro, era embaixador cultural de Portugal em Paris. Eduardo Lourenço, vivia em Vence, no sul de França, desde o ano de 1969 em que, exilado, começou a integrar o corpo docente da Universidade de Nice. Sabíamos que, apesar de estarem fora, seguiam com aguçada curiosidade tudo o que de relevante acontecia em Portugal. Pareceu-nos que esse interesse somado com a perspetiva mais ampla proporcionada pela distância geográfica, fazia daqueles dois mestres do pensamento os comentadores ideais. Coube-me convidá-los e ambos, com a gentileza delicada de sempre, aceitaram de imediato, sem quaisquer especiais exigências. Apenas havia que tratar as viagens. Ambos contribuíram para a elevação da qualidade do debate sobre Portugal e os portugueses no momento crucial da escolha do futuro presidencial entre dois modelos tão diferentes como os representados por Sampaio e Cavaco. Foi muito enriquecedor ouvi-los filosofar, com toda a arte de bem conversar, sobre o lugar de Portugal naquela época e o que seria desejável para o tempo a seguir. Sempre, com sabedoria, a cruzarem a análise de especificidades pontuais

Eduardo Lourenço

com o enquadramento geral no país e na Europa. Sempre a puxarem o debate europeu. Guardo na memória um ensinamento que Eduardo Lourenço repetiu e que Eduardo Prado Coelho corroborou: para a análise, precisamos de tempo, não podemos precipitar-nos a dizer e a pretender concluir e ter a última palavra sobre qualquer coisa. Há que ouvir as réplicas e continuar a refletir. Depois das eleições, Eduardo Prado Coelho continuou como comentador frequente, com muito amplo campo de interesses e saberes, na rádio pública. Eduardo Lourenço também, como membro do painel semanal “O Mundo de…”, criado e conduzido por Adelino Gomes,

Aquela conversa ilustrava, de modo iluminante, a curiosidade dos Eduardos na exploração entrecruzada de todas as áreas do conhecimento. Discutiam (vim a saber que tema lançado por Amartya Sem) sobre como a globalização, se mal enquadrada, poderia tornar-se uma bomba relógio para as democracias e levar à miniaturização das pessoas e sociedades, fechadas em egoísmos, designadamente no Ocidente

Eduardo Prado Coelho

uma hora todos os sábados com, em rotação, Diogo Freitas do Amaral, Eduardo Lourenço, Francisco Pinto Balsemão, José Saramago, Maria de Lurdes Pintasilgo e Mário Soares. Em dezembro de 98, na entrega, em Estocolmo, do Nobel da Literatura a Saramago, os Eduardos (Lourenço e Prado Coelho) fizeram, naturalmente, parte do grupo de convidados para a cerimónia. Na véspera do dia da entrega, entrei, com o José Guerreiro, outro repórter da rádio, no Grand Hotel de Estocolmo, reservado para as comitivas Nobel. Íamos ao encontro dos Eduardos para combinar a participação deles na emissão em direto na manhã seguinte. Estavam ambos a uma mesa, num varandim envidraçado sobre a marginal gelada, com duas pessoas, uma das quais imediatamente reconheci por tantas imagens vistas: Amartya Sen, ia receber o Nobel da economia. O outro na conversa era Walter Kohn, tinha para receber o Nobel da Química. Aquela conversa ilustrava, de modo iluminante, a curiosidade dos Eduardos na exploração entrecruzada de todas as áreas do conhecimento. Discutiam (vim a saber que tema lançado por Amartya Sem) sobre como a globalização, se mal enquadrada, poderia tornar-se uma bomba relógio para as democracias e levar à miniaturização das pessoas e sociedades, fechadas em egoísmos, designadamente no Ocidente. Os quatro convergiam (isso ficou num excerto da conversa consentido para a rádio) sobre a necessidade de cuidar a compreensão ampla da liberdade humana como antídoto para a cultura em ascensão de desenvolvimento de ódios. O testemunho de Eduardo Lourenço naquela tarde fecha com o ensinamento de que nos falta viver a vida “em interrogação sem fim”.


O homem prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz. Aristóteles

PALAVRA DO DIA

quinta-feira 3.12.2020

COVID-19 PRIMEIRO-MINISTRO BRITÂNICO TENTA MODERAR EXPECTATIVAS SOBRE VACINAÇÃO

Água na fervura O

primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, procurou ontem moderar as expectativas dos britânicos sobre a velocidade de distribuição da

vacina contra a covid-19 aprovada ontem pela agência reguladora britânico. “Penso que, nesta fase, é muito, muito importante que as pessoas não tenham esperanças muito altas sobre a velocidade com

que seremos capazes de implementar esta vacina”, avisou, durante o debate semanal no parlamento. A campanha de vacinação, disse Johnson, vai começar “a partir da próxima semana” PUB

com 800 mil doses da vacina Pfizer/BioNTech, suficientes para 400 mil pessoas (cada pessoa precisa de duas doses), e o governo britânico aguarda mais “vários milhões de doses” antes do final do ano. A agência de medicamentos britânica anunciou ontem que aprovou a vacina Pfizer/BioNTech contra a Covid-19 após “análises rigorosas”, tornando-se a primeira autoridade sanitária ocidental a aprovar uma vacina contra a doença. A Comissão Conjunta de Vacinação e Imunização do Reino Unido estabeleceu uma ordem de prioridades com que a população de 66 milhões de habitantes deve receber a vacina, colocando no topo residentes e funcionários de lares de idosos, seguidos por idosos com mais de 80 anos e profissionais de saúde.

A lista continua depois em contagem decrescente em termos de grupos etários e pessoas vulneráveis em termos de risco ou problemas de saúde.

ANO ADENTRO

As duas doses são administradas com diferença de aproximadamente um mês. “Este tipo específico de vacina rapidamente para os lares de idosos, porque ela precisa ser mantida a 70º negativos, tem desafios logísticos a serem superados para que as pessoas vulneráveis tenham acesso à vacina de que precisam”, justificou. Boris Johnson prometeu avançar com a vacinação “o mais rápido possível”, mas vincou que a actual estratégia de restrições locais e testes rápidos durante os “meses difíceis de Inverno”, indicando que a operação deverá prolongar-se pelo menos até à Primavera de 2021.

Burla Residente perde 232 mil patacas Uma residente de Macau que trabalha na função pública foi burlada em 232 mil patacas, após ter começado a investir numa aplicação online. Segundo revelou ontem a PJ em conferência de imprensa, o caso começou após um burlão, que se identificou como

um especialista em criptomoedas a viver nos EUA, ter enviado um link através do qual a vítima poderia obter lucros muito elevados. Interessada, a mulher de 20 anos começou por investir 1.500 dólares americanos e 5.000 renminbis. Após obter lucros,

a mulher viria a investir mais 100 mil renminbis e 90 mil dólares de Hong Kong. No entanto, quando tentou levantar o montante que resultou do investimento feito, o seu pedido foi recusado. Tudo somado, a vítima perdeu 232 mil patacas.

Acidente Taxista embriagado deixa local e vai para restaurante

Um taxista de 38 anos prescindiu de prestar socorro ao condutor de um motociclo com o qual embateu, deixando-o inconsciente, para se dirigir a um restaurante com um amigo de forma a decidir o que fazer. Segundo revelou ontem a Polícia Judiciária (PJ), o acidente terá acontecido na manhã de 29 de Novembro na intercepção entre a Rua da Barca e a Rua Manuel de Arriaga, depois de o taxista ter entrado ao serviço na noite do dia interior e após ter estado a beber, levando com ele um amigo a quem aceitou dar boleia. Quando a polícia chegou, apenas o ferido de 68 anos se encontrava no local do acidente, inconsciente. Feitas as análises, o condutor do táxi apresentava 1,14 g/l de álcool no sangue. O condutor do motociclo ainda se encontra nos cuidados intensivos.

Sistema inteligente Taxistas não querem pagar mensalidade

Até serem resolvidos os problemas técnicos do sistema inteligente de taxímetro, GPS e videovigilância, alguns taxistas não querem pagar a mensalidade relativa à manutenção dos dispositivos, no valor de 300 patacas. A informação, avançada pelo jornal O Cidadão, saiu de uma conferência de imprensa, realizada na terça-feira, organizada por um grupo de taxistas e a deputada Agnes Lam, onde foi pedido o adiamento da mensalidade. Os profissionais justificaram a tomada de decisão com o resultado de um inquérito online destinado a taxistas. A partir de hoje, os motoristas que circularem sem sistema inteligente, podem ter os veículos apreendidos e sujeitam-se a multa que pode ir até às 30 mil patacas.

Ilha Verde Incêndio não afectou Convento

Ontem, por volta das 20h, deflagrou um incêndio na zona da colina da Ilha Verde, onde está situado um antigo convento jesuíta. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, o convento não foi afectado. O Corpo de Bombeiros declarou que não havia qualquer fonte de calor ou de energia junto ao local do incêndio, pelo que foram chamadas as autoridades policiais para acompanhar o caso. Mok Ian Ian, presidente do Instituto Cultural (IC), disse ontem na Assembleia Legislativa que já está a ser feito um acompanhamento do caso.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.