MOP$10
SEGUNDA-FEIRA 3 DE AGOSTO DE 2020 • ANO XIX • Nº4581
GCS
DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
EXCURSÃO LOCAL
VISTOS AO LONGE
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OLYA SANTOS
PÁGINAS 2-3
CASO IPIM
RECEITAS DO JOGO
FIM À VISTA
AS MÁGOAS DE JULHO
PÁGINA 7
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OPINIÃO
A COVID-19 E ECONOMIA JORGE RODRIGUES SIMÃO
hojemacau
Quem espera A contestação nas redes sociais contra a redução de frequências dos autocarros públicos levou o Governo a negar que a medida esteja relacionada com a austeridade orçamental. A mexida no fluxo dos transportes foi justificada com a redução de passageiros que se verifica durante o Verão. A normalidade regressa quando forem retomadas as aulas. Para já, o intervalo entre autocarros pode duplicar.
h
PÁGINA 4
O PINTOR LI ZAI PAULO MAIA E CARMO
MAGIA
ANABELA CANAS
2 assembleia legislativa
ISTO SÓ CONTINUIDADE DAS EXCURSÕES LOCAIS DEPENDENTE DE VISTOS
GCS
TURISMO
O Governo não prevê estender o programa de excursões locais além de 30 de Setembro. Contudo, a secretária Ao Leong U admitiu um eventual prolongamento, caso a evolução da epidemia e da política de emissão de vistos assim o permitam. O itinerário Hengqin-Macau deve ser lançado este mês e serão criadas ofertas turísticas em hotéis até quatro estrelas
3.8.2020 segunda-feira
TNR RESIDENTES “NÃO ESTÃO DESTINADAS” A SER EMPREGADAS DOMÉSTICAS, DIZ SONG PEK KEI
“A
LGUNS tipos de trabalhos não são destinados aos residentes”, como, por exemplo, empregada doméstica. Esta é a leitura que Song Pek Kei faz do mercado de trabalho local em resposta ao argumento apresentado pelo sub-director dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), Chan Un Tong,
quanto à substituição de TNR por locais. “De Janeiro a 24 de Julho, conseguimos transferir 2049 residentes para novos postos de trabalho e isto é também devido à saída de 10 mil TNR”, referiu o responsável da DSAL. Perante os números Song Pek Kei argumentou que a leitura não pode ser feita de forma tão directa,
pois há empresas que extinguiram postos de trabalho e não vão voltar a ocupá-los, simplesmente porque “não têm condições para contratar mais trabalhadores”. Chan Un Tong voltou a sublinhar que o Governo pode cancelar quotas para trabalhadores não residentes (TNR) caso se verifique a existência de trabalhadores
locais disponíveis para o emprego. “Se há trabalhadores locais em lay off ou em subemprego, enquanto há TNR a trabalhar, sugiro a esses residentes que se queixem à DSAL. Se conseguirmos provar que a empresa, directa ou indirectamente, está a afectar os residentes, vamos aplicar a lei e é provavel que possamos
cancelar as quotas de TNR dessas empresas”, revelou o sub-director da DSAL após uma intervenção de Sulu Sou. Chan Un Tong defendeu ainda que a política de saída de TNR tem contribuído para colmatar as preocupações relativas à taxa de desemprego ascendente entre os residentes. P.A.
assembleia legislativa 3
segunda-feira 3.8.2020
VISTO A
continuidade do programa de excursões locais “Vamos! Macau!” além de 30 de Setembro está dependente da evolução pandémica e da política de emissão de vistos da China. O cenário foi traçado na sexta-feira pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Leong U, em resposta a interpelação oral apresentada pela deputada Wong Kit Cheng. “O programa das excursões locais irá decorrer até 30 de Setembro e, nesta fase, não está previsto nenhum prolongamento do prazo. Apesar do plano ter sido muito bem aceite, a sua extensão depende da epidemia e da política de emissão de vistos do nosso país e por isso vamos ter em consideração todos estes factores”, explicou Ao Leong U na Assembleia Legislativa (AL). Também os deputados Leong Sun Iok e Pereira Coutinho questionaram a secretária acerca da continuidade do plano ou da implementação de novas estratégias para gerar receitas no sector do turismo, nomeadamente sobre aquilo que está a ser feito para atrair visitantes estrangeiros. Leong Sun Iok lembrou que “mesmo com a abertura das fronteiras de Guangdong as excursões caíram mais de 95
por cento”, enquanto Coutinho apontou baterias à necessidade de optimizar as infra-estruturas de transportes para captar mais turistas do sudeste asiático. Em resposta, a secretária lembrou a situação incerta que se vive a nível internacional devido à covid-19 , sublinhado que, em primeiro lugar, está sempre a saúde dos residentes de Macau. “Agora, Macau está a conseguir controlar bem a epidemia, mas há várias regiões que estão em dificuldades. Neste momento, não temos condições para a vinda de visitantes do exterior, apesar de estarem abertas linhas aéreas e terrestres. Temos de assegurar a saúde da população e controlar primeiro a epidemia e só depois pensar abrir aos visitantes do exterior”, apontou Ao Leong U.
EQUILIBRAR A BALANÇA
Song Pek Kei, depois de tecer elogios ao plano de excursões subsídiadas, apontou que, ao contrário das unidades hoteleiras de grande dimensão que lançaram campanhas com adesão de muitos residentes, os hotéis com quatro e menos estrelas “têm ficado às moscas”, porque não têm os mesmos equipamentos. A directora dos Serviços de Turismo (DST), Maria Helena de Senna Fernandes admitiu que o problema existe e revelou que está a ser estudada a criação de pacotes de oferta turística que envolvem estes hotéis. “Temos entrado em contacto com os hotéis de menor dimensão, porque eles não têm equipamentos ao nível dos grandes resorts. Estamos ainda a estudar como planear estes pacotes, de acordo com as necessidades das pessoas interessadas, para não gorar expectativas”, disse a directora da DST.
“Temos de assegurar a saúde da população e controlar primeiro a epidemia e só depois pensar abrir aos visitantes do exterior.” AO LEONG U SECRETÁRIA PARA OS ASSUNTOS SOCIAIS E CULTURA
Depois de Ao Leong U ter referido na resposta a Wong Kit Cheng, que a DST iniciou contactos com a Ilha da Montanha para a organização do itinerário Hengqin-Macau, Senna Fernandes revelou que, possivelmente, este será uma realidade durante o mês de Agosto. “Estamos a pensar em meados de Agosto lançar esse itinerários para Hengqin, porque implica fazer o teste nucleico e, nesta fase, não podemos esgotar a capacidade de fazer testes a quem mais precisa”, justificou. Pedro Arede
Pedro.arede.hojemacau@gmail.com
Haja saúde Seguro universal de fora dos planos do Governo
A
secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Leong U, revelou que a criação de um seguro universal de saúde para os residentes de Macau não faz parte da agenda do Governo. A posição foi assumida após uma interpelação oral de Song Pek Kei ter dado o mote para o debate. Apesar do relatório académico que resultou do estudo do sistema de saúde de Macau sugerir a atribuição de vales de seguro aos residentes, Ao Leong U justificou que a estratégia não faz parte dos planos do Governo, pois implica “o ajustamento de todo o sistema de saúde”, sendo necessário realizar um “estudo e avaliação aprofundados da articulação da legislação” e ter em conta o ambiente socioeconómico. “O Governo não tomou nenhuma posição ou definiu um rumo sobre o seguro médico univesal. Vamos continuar a recolher opiniões de todos os sectores sociais para fazer a avaliação“, apontou a secretária. Em resposta, Song Pek Kei alertou que é urgente que o Governo defina um rumo e uma calendarização. “A maioria concorda com o seguro de saúde e o Governo, que está a analisar a situação há bastante tempo, vai aprofundar ainda mais o estudo. Vamos ter que estudar até quando? Vamos ter um rumo? Precisamos de uma calendarização e ouvir a vontade das pessoas.
Qual é a posição do Governo?”, questionou a deputada. Sobre a opinião de vários deputados de que a aposta no seguro de saúde, não só permitiria aliviar os encargos do Executivo em tempos de contenção de custos devido à covid-19, mas também dinamizar o mercado privado, Ao Leong U apontou que a situação não é bem assim. Sobretudo, depois da experência acumulada na utilização dos vales de consumo. “Se de facto [o seguro] consegue diminuir a pressão dos serviços de saúde pública? Nem sempre, porque quando implementámos o regime dos vales de saúde durante todos estes anos, não se diminuiu a pressão de trabalho do hospital público”, defendeu a secretária.
APOIOS SOBEM
Ao Leong U revelou ainda que o montante destinado a instituições privadas que prestam cuidados de saúde tem crescido. “Para a aquisição de serviços médicos, desde 2016, o Governo já pagou entre mil milhões e 12 mil milhões, destinados ao número de utentes a quem prestámos esses serviços, que passaram de 720 mil para 780 mil”, apontou. Perante as críticas de que o sistema de saúde de Macau falha na prestação de cuidados em tempo útil, Ao Leong U lembrou que em Macau “ninguém deixa de ser curado por uma questão de dinheiro”. P.A.
Apoios Afastada nova ronda de subsídios e isenções de tarifas O director dos Serviços de Finanças (DSF), Iong Kong Leong, afirmou que não está prevista uma nova ronda de apoios à populção, destinada a diminuir o impacto da pandemia. Em resposta às interpelações orais de Au Kam San e José Pereira Coutinho, o director da DSF revelou que não serão dados mais apoios pecuniários, nem extendi-
da a isenção da cobrança das tarifas de electricidade e água até ao final do ano. “O crescimento económico do mundo está a ser afectado pelo impacto da pandemia. Por isso, temos de ser cautelosos com as medidas de apoio a atribuir e ter em conta de que forma podem contribuir para dinamizar a economia de Macau. Além disso, temos outras
medidas em vigor como a formação subsídiada e apoios aos desempregados ”, justificou o responsável. Na mesma ronda de intervenções, o Director dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), Wong Chi Hong, apontou que foram acrescentadas 10 mil vagas na formação subsidiada para pessoas com necessidade de emprego.
4 política
3.8.2020 segunda-feira
A
Direcção de Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) lançou novos horários para a circulação dos autocarros, que vão levar os utentes a esperar mais tempo, à excepção das horas de ponta e fins-de-semana. A “novidade” tinha sido avançada num comunicado, que apenas foi publicado em língua chinesa, na quinta-feira. O que não constava na informação publicada é que vários percursos têm os tempos de partida aumentados de oito, 10 e 30 minutos para períodos de 15, 30 e 60 minutos. As alterações só foram tornadas públicas pela Sociedade de Transportes Colectivos de PUB
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 464/AI/2020 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor LEI MAN FAI, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.° 51326XX(X), que na sequência do Auto de Notícia n.° 114/DI-AI/2018 levantado pela DST a 06.06.2018, e por despacho da signatária de 09.04.2020, exarado no Relatório n.° 122/DI/2020, de 18.03.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua de Pequim n.° 36, Edf. I Chan Kok, 10.° andar B, Macau onde se prestava alojamento ilegal.-------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.----------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 30 dias, conforme o disposto na alínea a) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.---------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.--------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.--------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 23 de Julho de 2020. A Director a dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
DSAT MEDIDAS ADOPTADAS PARA REDUZIR FREQUÊNCIA DOS AUTOCARROS
Pânico nos transportes TIAGO ALCÂNTARA
As alterações foram alvo de várias críticas e forçaram o Governo a fazer uma conferência de imprensa de urgência para esclarecer o tema. A directora do GCS nega que os cortes na frequência dos autocarros estejam relacionados com a austeridade prometida por Ho Iat Seng
Macau (TCM) e Transportes Urbanos de Macau (Transmac), momentos antes da entrada em vigor dos novos horários. No entanto, as medidas foram fortemente criticadas nas plataformas online e por alguns deputados. A contestação levou o Governo a organizar uma conferência de imprensa, onde a directora do Gabinete de Comunicação Social, Inês Chan, negou haver relação com os cortes orçamentais previstos pelo Chefe do Executivo. “O Governo salienta que o ajustamento não tem nada a ver com a austeridade das despesas públicas. O ajustamento só se justifica por haver menos passageiros durante o Verão”, começou por sublinhar Inês Chan, antes de passar a palavra a Lam Hin San.
CORTES DE VERÃO
Por sua vez, o director da DSAT justificou os cortes nas frequências com as férias escolas e
“Isto causa grandes complicações às pessoas que têm de se deslocar para o trabalho. Não nos podemos esquecer que Macau é uma sociedade que trabalha 24 horas por dia.” JOSÉ PEREIRA COUTINHO DEPUTADO
prometeu que quando regressarem as aulas a situação volta à normalidade. “O ajustamento é realizado de acordo com os dados recolhidos no passado, com a situação da epidemia e as férias escolares. Estamos numa altura em que também há menos turistas vindos da China e trabalhadores não-residentes”, explicou. “No ano passado, nas férias de Verão, também reduzimos a frequência de partida de algumas carreiras. No início do ano lectivo vamos retomar a frequência anterior [...] É um ajustamento que só tem a ver com as férias de Verão”, garantiu. Ainda de acordo com os dados apresentados, a medida vai permitir poupar dois milhões de patacas no orçamento da DSAT, ao mesmo tempo que se vão reduzir 200 partidas de autocarro das cerca de 1.250 partidas diárias antes da entrada em vigor da medida. Lam Hin San respondeu igualmente às várias críticas que surgiram online e reconheceu o erro: “Peço desculpa por termos comunicado muito tarde. Nos próximos anos, se tivermos estas medidas, vamos anunciar com maior antecedência”, indicou. O director da DSAT afirmou ainda que os autocarros vão estão mais cheios, mas que serão em número suficiente. No caso de sobrelotação, apontou que as companhias de autocarros têm 100 autocarros preparados para entrar ao serviço nas horas mais complicadas.
CRÍTICAS DOS DEPUTADOS
Horas antes da conferência de imprensa, também o deputado José Pereira Coutinho
Fronteiras Alargada quota diária de veículos com dupla matrícula As autoridades de Macau e Zhuhai vão aumentar para 1400 o número de quotas de circulação de veículos privados com dupla matrícula e alargar a área de acesso. A medida entra hoje em vigor e a quota terá validade de sete dias, permitindo o acesso a nove cidades (Cantão, Shenzhen, Zhuhai, Foshan, Huizhou, Dongguan, Zhongshan, Jiangmen e Zhaoqing) e agora a toda a província de Guangdong. Foi também adoptado um modelo de triagem “segundo o qual os veículos autorizados só
poderão passar pelo posto fronteiriço definido”. O Centro de Coordenação das quotas da inscrição continua a aceitar marcações prévias para o dia 9 de Agosto, com a quota a manter-se nas 700 inscrições diárias. No entanto, desde as 10h de hoje estão abertas 700 inscrições adicionais para as marcações prévias entre amanhã e quinta-feira, perfazendo um total de 2100 inscrições nos três dias. Quando as inscrições esgotarem serão abertas mais 700 para o período entre 7 a 9 de Agosto.
defendeu que deveria ter havido maior cuidado com as alterações, porque mexam no quotidiano das pessoas. “O Governo quando toma uma decisão com um impacto social tão grande tem de explicar a razão de permitir que as concessionárias dos autocarros procedam a esta alteração dos horários”, começou por considerar José Pereira Coutinho, deputado ligado à Associação dos Trabalhadores a Função Pública de Macau (ATFPM), ao HM. “Isto causa grandes complicações às pessoas que têm de se deslocar para o trabalho. Não nos podemos esquecer que Macau é uma sociedade que trabalha 24 horas por dia”, acrescentou. José Pereira Coutinho apontou ainda a falta de coerência do Executivo quando, por um lado, toma medidas contra o transporte individual, mas, por outro, reduz a frequência e qualidade dos transportes públicos. Por isso, o legislador entende que os autocarros não fazem face às necessidades da população. Agnes Lam mostrou-se igualmente contra a falta de explicações sobre a medida. Ao jornal Ou Mun, a deputada considerou a medida repentina e destacou que os gastos sociais não devem ser alvo de cortes, nomeadamente o subsídio às empresas de autocarros, mesmo que haja a vontade de poupar nas despesas públicas. Sulu Sou foi outra da vozes críticas e acusou o Governo de ter deixado os cidadãos sem informação. Por outro lado, atacou a redução das frequências, principalmente as partidas durante a noite, que passam a acontecer a cada hora, em vez de acontecerem de meia em meia hora. O deputado democrata atacou o Executivo por ignorar as pessoas que trabalham por turnos. João Santos Filipe (com N.W.)
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CONTRATOS A 90 POR CENTO
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nteriormente, o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, prometeu que os novos contratos de concessão dos autocarros ficam resolvidos até 15 de Agosto. Lam Hin San, director da DSAT, comentou ontem o assunto, sem entrar em detalhes, mas disse que entre 80 e 90 por cento dos contratos já estão negociados.
sociedade 5
segunda-feira 3.8.2020
DIPLOMACIA EMBAIXADOR DIZ QUE RELAÇÃO ENTRE PORTUGAL E CHINA VAI ALÉM DE MACAU Numa videoconferência promovida pela Câmara de Comércio Luso-Chinesa (CCILC), “Há que não ter receio gociações do acordo bilateral Luso-Chinesa, lembrando que “a relação e sofrer de timidez para de investimento entre a China o embaixador com a China é mais vasta irmos para este mercado e a União Europeia (UE), do que Macau e não pode [de 1,4 biliões de consumi- considerando que deveriam português em ser um livro de nostalgia”. dores]. Há que superar as ficar concluídas ainda durante O diplomata, que falava a dificuldades e é desejável e a presidência alemã da UE, Pequim, José uma centena de empresários saudável para uma relação que antecede a portuguesa. e gestores sobre “As Relaequilibrada”, realçou José “Era um passo muito imporAugusto Duarte, ções Bilaterais e a Nova Fase Augusto Duarte. tante devido ao desgaste que exortou os da Parceria Estratégica", A resposta da China face a pandemia tem causado e iria evento que se realizou no à pandemia da covid-19 estimular muito a produtiviempresários âmbito do ciclo "Connecting torna este país um dos que dade e as trocas comerciais”, China to Portugal", organi“mais rapidamente recupe- disse o diplomata, lembrando portugueses zado pela CCILCA, desafiou rarão”, pelo que se trata de também que o transporte aéassim os empresários a cons“uma aposta certa”, pois será reo regular, de passageiros e a não ficarem truírem “um novo legado e o que “terá o maior cresci- mercadorias, é da “maior impresos ao um novo futuro”. mento na próxima década”. portância” na conectividade José Augusto Duarte Além disso, o embaixador com a China. passado no admitiu, no entanto, que no considerou que Portugal tem Neste domínio, disse que quadro do Fórum Macau capacidade para absorver o "ideal era haver todos os que à relação há actualmente o desafio de mais capital chinês, investi- dias" ligações aéreas entre “aliviar as barreiras alfandemento que “cumpre as regras os dois países e defendeu com a China gárias” nas exportações que de mercado e respeita a leis que Portugal deve apostar diz respeito. passam por Macau para a portuguesas”. nos turistas chineses, pois China continental. Os países Estado e os privados. É uma a China para permitir a exsão “ordeiros e não confliO responsável de língua oficial portuguesa, responsabilidade colectiva”, portação, nomeadamente de VOOS UNIDOS tuosos, gostam de consumir ao exportarem para a China realçou, desafiando os em- carne bovina, aves, ovinos e JoséAugusto Duarte defendeu e pertencem ao segmento defendeu a Continental através de Ma- presários a exportarem para de peras e citrinos. ainda a importância das ne- de turismo de alta gama”. a China, lembrando que os cau, enfrentam uma dupla criação de mais tributação e novas barreiras termos de troca das exportaPUB ções pelas importações são alfandegárias. voos entre “Temos aqui um desafio desfavoráveis a Portugal. Portugal e a Mesmo assim, referiu e seria bom aliviar as barreiras alfandegárias”, prosse- que no primeiro trimestre China e a aposta guiu, realçando o papel do deste ano, o peso das exporFórum para a Cooperação tações de bens agroalimennos turistas MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 518/AI/2020 MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 540/AI/2020 Económica e Comercial tares nacionais no total das entre a China e os Países de exportações para a China auchineses -----Atendendo à gravidade para o interesse público e -----Atendendo à gravidade para o interesse público e SOFIA MARGARIDA MOTA
Para lá das Portas do Cerco
O
embaixad o r de Portugal em Pequim, José Augusto Duarte, afirmou na sexta-feira que a relação bilateral entre Portugal e a China vai além de Macau e que os empresários portugueses não devem ficar na sombra dos antepassados. “O papel de Macau tem uma ligação incontornável na relação com a China. É um caso de estudo daquilo que deve ser o diálogo entre as nações”, disse o embaixador, numa videoconferência organizada pela Câmara de Comércio e Indústria
Língua Portuguesa (Macau).
“PARCEIRO INCONTORNÁVEL"
O embaixador disse ainda que a China é “um parceiro incontornável em todo o mundo” e que a “aposta e compreensão deste mercado” pelos empresários portugueses “é fundamental”. Portugal “tem de estar unido e ter uma enorme parceria estratégica entre o
mentou 255 por cento face ao período homólogo de 2019. As empresas portuguesas já se encontram habilitadas a exportar carne de porco, produtos aquáticos, laticínios, uvas de mesa, bens agroalimentares de baixo risco como o azeite, vinho ou mel. Adiantou que diversos processos negociais estão em curso entre Portugal e
“O papel de Macau tem uma ligação incontornável na relação com a China. É um caso de estudo daquilo que deve ser o diálogo entre as nações.” JOSÉ AUGUSTO DUARTE EMBAIXADOR DE PORTUGAL EM PEQUIM
Cartões de consumo Mais de 79 mil carregamentos até sábado Mais de 79 mil cartões de consumo foram carregados com sucesso até às 17h de sábado, enquanto que 79 novos cartões foram levantados. Segundo a Direcção dos Serviços de
Economia, durante o período de carregamento antecipado, que decorreu entre os dias 27 e 31 de Julho, foram carregados cerca de 360 mil cartões, enquanto que 8.700 novos foram levantados.
No total, mais de 60 por cento dos residentes qualificados para receber o apoio do Governo têm agora cartões de consumo prontos a serem usados no mercado, num total de 446 mil.
não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor LAM SOI KAI, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.° 50456xx(x), que na sequência do Auto de Notícia n.° 126/DI-AI/2018, levantado pela DST a 27.06.2018, e por despacho da signatária de 29.04.2020, exarado no Relatório n.° 151/DI/2020, de 02.04.2020, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada no Pátio de Lourenço Marques n.° 23-B, Kai Yuen Toi R/C O, Macau onde se prestava alojamento ilegal.----------No mesmo despacho foi determinado que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito, não sendo admitida a apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.-----------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.--------------------------------------------
não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor CHENG HONG, portador do Passaporte da RPC n.° E87197xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 17/DI-AI/2019, levantado pela DST a 14.01.2019, e por despacho da signatária de 24.07.2020, exarado no Relatório n.° 546/DI/2020, de 07.07.2020, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Taipa, Rua de Seng Tou n.° 227, Lai Chui Kok, 26.° andar G onde se prestava alojamento ilegal.--------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito, não sendo admitida a apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.-----------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.--------------------------------------------
-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 23 de Julho de 2020.
-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 24 de Julho de 2020.
A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
6 sociedade
3.8.2020 segunda-feira
CASINOS RECEITAS DA MGM CHINA CAÍRAM A PIQUE
O
Numa mensagem partilhada pelo analista Carlo Santarelli [do Deutsche Bank], estima-se que até ao final do ano as receitas vão ser de 94,2 mil milhões de patacas
JOGO QUEBRAS DE RECEITAS EM JULHO FORAM SUPERIORES A 90 POR CENTO
Ano de afundanços
A
lado era de cerca de 174 mil milhões de patacas. A redução de receitas é motivada principalmente pela suspensão da emissão do visto individual de viagem no Interior, o que faz com que os jogadores não passem a fronteira para virem alimentar as mesas de jogo da RAEM. Os resultados mostram melhoras face ao mês anterior com o aumento do montante encaixado a ser quase o dobro do registado no mês anterior, quando as receitas tinham sido 716 milhões de patacas. Apesar dos efeitos da pandemia, a quebra das receitas começou logo em
Outubro do ano passado, com a guerra comercial entre a China e os Estados Unidos. Contudo, o coronavírus agravou a tendência e fez com que as quebras se registem há 10 meses consecutivos.
ESTIMATIVAS ACTUALIZADAS
Os resultados revelados pela DICJ no sábado levaram o banco de investimento Deutsche Bank a rever as estimativas para o mercado de Macau. Numa mensagem partilhada pelo analista Carlo Santarelli, até ao final do ano as receitas vão ser de 94,2 mil milhões de patacas.
a suspensão dos vistos turísticos da China, as receitas totais dos casinos em Macau caíram 97 por cento em Junho e mais de 77 por cento no primeiro semestre, em relação a iguais períodos de 2019. Na mesma nota, o grupo MGM China apresentou ainda receitas de 2,4 mil milhões de dólares de Hong Kong, entre Janeiro e Junho de 2020, quando no mesmo período do ano passado tinha apresentado mais do dobro: 5,5 mil milhões de dólares de Hong Kong. No comunicado, o grupo sublinhou que, apesar dos maus resultados, “manteve uma posição financeira saudável”, ou seja, uma liquidez de cerca de 11,4 mil milhões de dólares de Hong Kong.
GOVERNO ELECTRÓNICO REQUISIÇÃO ONLINE DE CERTIDÕES AVANÇA ESTE ANO
No último mês, as receitas do jogo foram de 1,3 mil milhões de patacas, um aumento em relação a Junho, quando o montante se ficou pelos 716 milhões. Face a Julho de 2019, as receitas das concessionárias caíram quase 95 por cento S receitas do jogo registaram em Julho uma quebra de 94,5 por cento, face ao período homólogo, para 1,3 mil milhões de patacas, segundo dados revelados no sábado pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Em Julho do ano passado as receitas tinham sido de 24,5 mil milhões de patacas. Em relação aos primeiros sete meses do ano, a quebra foi de 79,8 por cento, com os casinos a apurar 35,1 mil milhões de patacas. Por contraste, nesta altura do ano passado, o montante acumu-
grupo MGM China apresentou na sexta-feira perdas de mil milhões de dólares de Hong Kong no primeiro semestre de 2020, devido ao impacto da pandemia. Se nos primeiros seis meses de 2019 o grupo registou mil milhões de dólares de Hong Kong de EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações), agora teve um resultado negativo do mesmo valor. “Os resultados foram gravemente afectados pela pandemia da covid-19 e continuamos a ser impactados hoje”, pode ler-se no comunicado do grupo detido maioritariamente por capitais norte-americanos. Com a imposição de restrições fronteiriças e
A estimativa aponta para um quarto trimestre em que as receitas recuperam, com o banco alemão a acreditar que os últimos três meses do ano vão trazer aos casinos locais algo como 50 mil milhões de patacas. Quanto ao terceiro trimestre, a expectativa aponta para receitas de cerca de 10,6 mil milhões de patacas. Para estes números poderá contribuir o levantamento das restrições na emissão de vistos não turísticos em Cantão, que foi anunciado na semana passada e deverá entrar em vigor até 15 deste mês. João Santos Filipe
joaof@hojemacau.com.mo
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OU Peng Kuan, director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), assegurou, em resposta a uma interpelação do deputado Leong Sun Iok, que este ano será lançado um serviço online que permite aos cidadãos requererem vários tipos de certidões. “O Governo da RAEM vai continuar a optimizar os serviços frequentemente lançados pelos cidadãos em prol do bem-estar da população e, em 2020, irá lançar o serviço de requerimento online do diversos tipos de certidão electrónica, tais como a certidão do registo de nascimento, certidão do registo de casamento, certidão do registo comercial e certificado do registo criminal, com vista a facilitar
ainda mais a vida dos cidadãos.” Além disso, os SAFP estão a trabalhar em coordenação com a Direcção dos Serviços de Finanças e Fundo de Segurança Social para integrar as contas de identificação dos serviços electrónicos numa conta única de acesso comum. Existe também o plano de integrar na aplicação para telemóvel “Acesso comum aos serviços públicos da RAEM” serviços e informações dos serviços públicos, para que os cidadãos. A resposta de Kou Peng Kuan dá também conta que, actualmente, “cerca de 30 serviços públicos lançaram no total cerca de 50 aplicações para telemóvel com destinatários específicos dos diversos serviços”. A.S.S.
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segunda-feira 3.8.2020
CASO IPIM ALEGAÇÕES FINAIS MARCADAS PARA 10 E 11 DE AGOSTO
Férias curtas
A fase de inquirição de testemunhas do caso IPIM chegou ao fim. Na sexta-feira, Echo Chan marcou presença em tribunal e deixou elogios ao trabalho de Glória Batalha e Jackson Chang. A data para as alegações finais ficou definida para a próxima semana
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CABARAM de ser ouvidas na sexta-feira as testemunhas do caso que envolve o ex-presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM). Completa a fase de produção de prova, as alegações finais foram marcadas para a próxima semana, nos dias 10 e 11 de Agosto. Com audiências a decorrer quase todos os dias durante cerca de dois meses, a juíza agradeceu a cooperação do Ministério Púbico e dos advogados. “Muito obrigada por terem cooperado e virem a horas”, disse, comentando que a produção de provas decorreu “de forma suave”. Apesar do reencontro marcado para breve, tendo em conta o início das férias judiciais no dia seguinte, a juíza deixou uma frase de despedida: “boas férias e bom trabalho”. Echo Chan, antiga vogal executiva do Conselho de Administração do IPIM, foi chamada a depor como testemunha abonatória de Glória Batalha, que conhece desde 1995 e deixou elogios à arguida. “Para
Hora de almoço
A mulher de Ng Kuok Sao tem sido apontada como “patroa”, apesar de a arguida alegar que estava afastada da empresa para tomar conta dos filhos. Na última audiência foi chamada a depor uma trabalhadora que disse ajudar Wu Shu Hua a tomar conta das crianças em casa. A testemunha disse que, para além dos filhos de Wu Shu Hua almoçarem em casa e não na escola, também os dois filhos do irmão mais novo se juntavam à refeição. Uma outra testemunha, que trabalhou numa agência de viagens associada a Ng Kuok Sao, identificou assinaturas de documentos como pertencentes à mulher do empresário. A mesma funcionária reconheceu que fez depósitos e levantamentos, mas indicou ter apenas feito o trabalho que lhe foi atribuído.
mim, é uma boa colega”, disse Echo Chan, acrescentando que Glória Batalha trabalhou de forma “sincera” e “com dignidade”. Além disso, destacou trabalhos como a preparação de deslocações empresariais a países de Língua Portuguesa e à China. Frisando a dedicação da arguida ao trabalho, disse que
no acolhimento da conferência ministerial do Fórum Macau, Glória Batalha trabalhou “até toda a gente estar satisfeita”. “Gosta de apoiar os outros”, frisou Echo Chan.
veu que a divisão de trabalhos era feita de acordo com a experiência e características de cada membro. No caso de Echo Chan, chegou a supervisionar o departamento de apoio a investidores, relações externas e gabinete de estudos. Neste âmbito, apontou várias das funções listadas no estatuto do IPIM, como a facilitação de algumas relações externas. Em relação aos pedidos de fixação de residência, explicou que havia um gabinete jurídico que os recebia e analisava e que depois passavam pela presidência do IPIM, o gabinete do secretário para a Economia e Finanças, até ao Chefe do Executivo. De acordo com Echo Chan, “às vezes” alguns dos processos eram devolvidos e eram pedidas mais informações. Mas não precisavam de passar pelo conselho. Foram também deixados elogios a Jackson Chang. Sobre o antigo dirigente do IPIM, de quem foi colega no conselho de administração em 2004, Echo Chan descreveu como uma pessoa “muito dedicada”, que “gostava de apoiar os colegas” e com “consciência de respeitar a legislação”. A testemunha destacou o período da SARS, em 2003, quando lançou um programa de apoio a pequenas e médias empresas. Uma altura em que garante que Jackson Chang mostrou flexibilidade, trabalhando sem olhar às horas. “Parabéns pela sua excelente memória”, congratulou o advogado Álvaro Rodrigues quanto a testemunha acabou de depor. Salomé Fernandes
LUZES DE FUNCIONAMENTO
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Sobre o funcionamento da Comissão Executiva, descre-
HABITAÇÃO MAIS 176 FRAÇÕES COM LICENÇA
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ORAM autorizadas para habitação 176 novas frações, quase todas localizadas na península de Macau. De acordo com dados divulgados pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), no segundo trimestre do ano oito empreendimentos habitacionais obtiveram licença de utilização. Num universo de 14 empreendimentos, 689 frações já concluídas aguardam vistoria. Para além disso, ao longo do segundo trimestre do ano 3776 frações estavam em construção, ainda sem vistoria, e estavam em fase de projecto 115 empreendimentos habitacionais com 8.916 frações.
A maioria das casas que estão a ser construídas no território são de tipologia T2, e prevê-se que os nove empreendimentos em construção em Coloane representem mais de duas mil frações. Apesar do impacto da epidemia no turismo em Macau, continuam a ser edificados hotéis. Entre Abril e Junho deste ano, estiveram em fase de construção 15 empreendimentos hoteleiros, com um total de 7.040 quartos, enquanto 23 empreendimentos com 2.376 quartos estavam em fase de projecto. Um dos projectos localiza-se Coloane e terá 457 quartos, havendo um empreendimento em construção na ilha
com apenas 11 quartos. ATaipa foi a única zona sem obras. Por outro lado, de acordo com dados da Direcção dos Serviços de Finanças, o preço médio por metro quadrado de frações nos primeiros seis meses do ano foi de 100.496 patacas, com o valor mais elevado a registar-se em Coloane (111.325) e o mais baixo na península (99.507). Durante este período, foram vendidas mais de três mil habitações, a maioria delas na península de Macau. Contas feitas, o valor geral do metro quadrado desceu quase 8 por cento em comparação com a média do ano passado, que se situou nas 109.068 patacas.
Habitação Proprietários em guerra com conselho de condomínios
Um grupo de proprietários do Complexo Flower City está a movimentar-se nas redes sociais contras as obras de remodelação lançadas pelo conselho de condomínios. O movimento abrange os edifícios Lei Hong, Lei Tou, Lei Wai e Lei Ip após o conselho de condomínios ter proposto obras de remodelação no tecto do lobby, no interior dos elevadores e no espaço de espera dos elevadores. Em causa estão trabalhos no valor de 3,7 milhões de patacas que os proprietários dizem ser desnecessários e terem sido aprovados sem haver uma reunião de proprietários para explicar as obras. Por este motivo, o grupo está a mobilizar-se para chumbar o projecto numa votação que está a decorrer até quarta-feira. Outra crítica envolve o facto de as três obras estarem a cargo da mesma companhia. O conselho de condomínios justificou que todas as construções foram adjudicadas à mesma companhia para facilitar os trabalhos e que não foi feita uma reunião de condomínios para evitar eventuais contaminações por covid-19. PUB
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 535/AI/2020 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor CHEN BEINAI, portador do Salvo Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° C23891xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 98/DIAI/2018 levantado pela DST a 17.05.2018, e por despacho da signatária de 24.07.2020, exarado no Relatório n.° 540/DI/2020, de 03.07.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua Cidade de Santarém n.° 423, Praça Wong Chio, 9.° andar Z, Macau onde se prestava alojamento ilegal.---------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo DecretoLei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.----------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 24 de Julho de 2020. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
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3.8.2020 segunda-feira
Um ano sab INDIELISBOA COVID-19 AFASTA FILMES DE MACAU DE CARTAZ COM OBRAS ASIÁTICAS
Já é conhecido o cartaz do festival de cinema IndieLisboa, que arranca a 25 de Agosto. A pandemia da covid-19 não permitiu a concretização, este ano, da habitual parceria com o Turismo de Macau, mas mantém-se a presença de filmes asiáticos no cartaz. “Signal 8”, filmado em Hong Kong pelo realizador Simon Liu, é um dos exemplos
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IndieLisboa, como todos os eventos organizados este ano, teve de se adaptar e adiar datas para contornar os obstáculos trazidos pela pandemia. Ainda assim, o festival de cinema persiste e arranca a 25 de Agosto, em Lisboa, mas, ao contrário do que tem sido habitual nos últimos anos, o cinema de Macau não faz parte do cartaz devido aos constrangimentos causados pela pandemia. “Habitualmente, temos uma parceria com o Turismo de Macau, para ter alguns novos filmes de realizadores macaenses, mas este ano, devido à pandemia, esta parceria não foi possível concretizar-se”, contou ao HM Carlos Ramos, um dos directores de programação do festival. Apesar de não ter produções de Macau, o programa deste ano mantém a presença de filmes asiáticos, muitos deles em co-produção com países europeus. Na categoria “Silvestre” destaca-se a presença de “Signal 8” do realizador de Hong Kong Simon Liu, uma produção de 2019. O filme olha para o território como um local “à espera de uma ruptura trazida pelo crescimento constante”. Carlos Ramos descreve a curta-metragem experimental de Simon Liu como uma obra que “traça um olhar sobre a situação de Hong Kong
neste momento, com todas as coisas que estão a acontecer, e com este sinal 8 [de tufão] em que para tudo”. “É um filme sem diálogo, só com imagens de 16 e 35 milímetros, em película, e som. O realizador foca-se em pormenores do dia-a-dia de Hong Kong em que praticamente não se veem pessoas, só o ambiente. É construída uma espécie de tapeçaria da cidade, em que por vezes há atrasos ou se acelera, à medida que se constrói essa tapeçaria do tráfego humano em Hong Kong”, comentou Carlos Ramos. Também na categoria “Silvestre” está o filme “A Bright Summer Diary”, do realizador chinês Lei Lei, uma co-produção China/EUA. Trata-se de uma obra de construção de memórias familiares e afectivas, conforme adiantou Carlos Ramos. “Ele [realizador] parte de uma fotografia tirada com a mãe, no final dos anos 80, e a partir daí começa a trabalhar sobre as memórias individuais e colectivas. Ele tirou a fotografia quando era criança e vai construir toda a história da sua família a partir dessa fotografia, mas também usando outras, e recorrendo à animação.” O género animação é, aliás, familiar a Lei Lei. “É um realizador que tem feito os seus filmes na China, mas que dá aulas nos EUA. Vem principalmente da animação, mas ultimamente tem começado a fazer
Signal 8
A Bright Summer Diary
trabalhos mais híbridos”, esclareceu Carlos Ramos.
FALSIFICAÇÕES EM SHENZHEN
A fechar a lista de filmes asiáticos na categoria “Silvestre” destaque também para “The Works and Days (Of Tayoko Shiojiri in the Shiotani Basin)”, uma co-produção de C.W. Winter e Anders Edström entre países como os EUA, Suécia, Japão, Hong Kong, China e Reino Unido. Inspirado nos poemas gregos e latinos que elevavam artisticamente a agricultura — como são
os casos de “Os Trabalhos e os Dias de Hesíodo” e de “Geórgicas de Virgílio” - a obra acompanha o labor no campo de uma família japonesa, numa pequena vila perto de Quioto. “Catorze meses de rodagem convertem-se nestas nove horas que são uma magnífica ode ao trabalho, à terra, à paisagem sonora e à passagem do tempo e das estações”, lê-se no programa do festival. Carlos Ramos descreve a produção como “um filme observacional das tarefas diárias dela [de Tayoko
Shiojiri], que vive perto de Quioto”. A exibição “será um dos grandes momentos do festival” IndieLisboa, denota o programador. Na categoria “Competição Internacional” o festival deste ano traz
“Habitualmente temos um de Macau, para ter alguns macaenses, mas este ano, d parceria não foi possível co
CARLOS RAMOS DIRECTOR DE PROGRAMAÇÃO DO I
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NETFLIX ÚLTIMA SÉRIE DE "A CASA DE PAPEL" FILMADA EM PORTUGAL
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rodagem da quinta temporada da série televisiva espanhola “A casa de papel”, de Álex Pina, começa hoje e terá filmagens em Portugal, revelou a plataforma Netflix. Em comunicado datado, a Netflix explica que a nova temporada terá dez episódios, com uma hora de duração cada, e que a rodagem acontecerá em Espanha, Dinamarca e Portugal. Contactado pela agência Lusa, o responsável pela Portugal Film Commission, Manuel Claro, apenas disse que “por princípios de confidencialidade” não podia “dizer o que quer que seja relativamente a esse assunto”. A Portugal Film Commission, que está na dependência conjunta da Cultura e do Turismo, tem como missão promover “Portugal enquanto destino de filmagens" e facilitar os pedidos de rodagens de produtores portugueses e estrangeiros. Esta será a última temporada da mais popular série de ficção
em língua não inglesa exibida por aquela plataforma de ‘streaming’, com produção de Cristina Lopez Ferraz e Jesus Colmenar, que é também um dos realizadores. Do elenco, que conta com nomes como Úrsula Corberó, Belén Cuesta, Álvaro Morte, Itziar Ituño, Pedro Alonso, Miguel Herrán e Jaime Lorente, farão ainda parte Miguel Ángel Silvestre e Patrick Criado. A intriga de “A Casa de Papel” começou por se centrar num elaborado plano de assalto à Casa da Moeda de Espanha, em que os assaltantes se identificavam a identificarem-se com o nome de cidades – Tóquio, Berlim, Nairobi, Denver, liderados pelo mentor da operação, o Professor (o actor Álvaro Morte). A série estreou em 2017 na rede espanhola Antena 3 e foi incluída, meses depois, no catálogo internacional da plataforma e produtora Netflix.
MÚSICA INDÚSTRIA BRITÂNICA UNIDA NA LUTA CONTRA O RACISMO
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Signal 8
a obra “Shànzhài Screens”, uma co-produção entre a França e China do realizador francês Paul Heintz. O filme conta a história de pintores de réplicas da cidade de Shenzhen. “Temos acompanhado o trabalho
ma parceria com o Turismo novos filmes de realizadores devido à pandemia, esta oncretizar-se.”
INDIELISBOA
deste realizador desde o primeiro filme. Ele trabalha essencialmente com a curta-metragem e este filme é todo filmado em Shenzhen. É um documentário experimental em que acompanha um conjunto de pintores de réplicas, e em que regista o seu quotidiano.” Carlos Ramos destaca o facto de, numa cidade altamente industrializada e dinâmica, a tecnologia estar sempre presente. “O engraçado é que vemos uma cidade completamente cheia de pessoas que são mediadas pela tecnologia, uma vez
que, ao invés de olharem para a obra original, fazem o trabalho da réplica com a ajuda de um ecrã de telemóvel.” O festival encerra portas a 5 de Setembro e, apesar da pandemia da covid-19, acontece, como habitualmente, em várias salas de cinema da cidade de Lisboa, uma delas o Cinema São Jorge. Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
AIS de 700 personalidades da indústria musical britânica assinaram uma carta, divulgada ontem, que pede aos cidadãos para se unirem na luta contra o racismo. “Somos piores quando nos atacamos uns aos outros”, diz a carta, que tem a assinatura de artistas como Little Mix, Nile Rodgers, Lewis Capaldi e Rita Ora e que censura o “racismo antissemita”, em referência a uma polémica recente protagonizada pelo cantor Wiley, conhecido como “o padrinho do crime”, que partilhou nas suas redes sociais mensagens ofensivas sobre a comunidade judaica, embora mais tarde tenha pedido desculpas. Com este gesto, o sector musical britânico pretende demonstrar que “o amor, a unidade e a amizade, [e] não o separatismo ou o ódio, devem ser agora e sempre a causa comum”. Outros artistas envolvidos na iniciativa são The 1975, MNEK, Clean Bandit, Yungblud, Labrinth, Biffy Clyro, Mabel, Years &
Years, Jess Glynne, Jonas Blue, Niall Horan, James Blunt, Naughty Boy, Grace Carter e Joy Crookes. O representante de Ed Sheeran, Stuart Camp, e o representante de Stevie Wonder, Keith Harris, também se juntaram à causa, bem como as editoras EMI, Universal Music UK, Warner Music UK e Sony Music UK. “Seja o racismo sistemático e a desigualdade racial revelados pela brutalidade policial continuada nos Estados Unidos ou pelo racismo antissemita perpetrado 'online', o resultado é o mesmo: suspeita, ódio e separatismo”, diz a carta. Os músicos declaram que “todas as formas de racismo” têm “as mesmas raízes”: “a ignorância, a falta de educação e [a necessidade de ter] bodes expiatórios” e garante que "a indústria musical britânica tem orgulho em unir-se para ampliar a voz, assumir responsabilidades, defender-se e mostrar solidariedade”. “O silêncio não é uma opção”, refere.
Concerto Orquestra de saxofones amanhã no CC
Decorre amanhã, entre as 19h30 e 21h30, no pequeno auditório do Centro Cultural de Macau, o espectáculo “Phone Show Carnival - Saxophone Ensemble Concert”, promovido pela Associação de Regentes de Banda de Macau [Macau Band Directors Association]. O concerto conta com a presença de músicos como Hugo Loi Hon Cheong e Cecilia Long I Ian, enquanto que os solos de saxofone serão protagonizados por Aaron Ou Hoi Kuan, Michelle Lao Hio Chao e Morgan Chan Wai Chon. Os bilhetes estão à venda pelo preço de 120 patacas.
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3.8.2020 segunda-feira
TECNOLOGIA TIKTOK ALERTA TRUMP QUE NÃO PLANEIA “IR A LADO NENHUM”
Daqui ninguém me tira A chinesa TikTok alertou o Presidente dos Estados Unidos de que não tem planos de “ir a lado algum”, depois de Donald Trump ter anunciado que planeia proibir a rede social no país
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Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na sexta-feira que vai proibir a rede social chinesa TikTok no país, por razões de segurança nacional. A TikTok, com sede em Nova Iorque, fez um vídeo que foi colocado na sua página do Twitter pela directora-geral para os Estados Unidos, Vanessa Pappas, onde agradece aos milhões de norte-americanos que utilizam esta aplicação dia-
ktok é o lugar de criadores e artistas para expressar as suas ideias e se conectarem com pessoas de diferentes origens. Estamos orgulhosos de todos os que consideram a TikTok o seu lugar”, salientou a directora-geral no vídeo. No início de Julho, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, já sugerira que o Washington estava a pensar restringir o acesso à TikTok em solo norte-americano, dada a possibilidade de Pequim estar a usar a rede social como meio de monitorização e distribuição de propaganda. No final da semana passada, foi a vez de Donald Trump mencionar a aplicação que foi usada para sabotar a assistência do primeiro comício do reinício da campanha de reeleição à Casa Branca. “Quanto à
riamente. “Não planeamos ir a lado algum”, afirmou Vanessa Pappas no vídeo, numa resposta poucas horas depois de Donald Trump anunciar a intenção de proibir a TikTok, assegurando que pode fazê-lo mediante ordem executiva. Pappas disse aos norte-americanos, na sua mensagem, que a empresa está orgulhosa dos 1.500 trabalhadores que tem no país e que pretende criar outros 10.000 empregos durante os próximos três anos. “Ti-
TikTok, vamos proibi-la nos Estados Unidos”, disse Trump aos jornalistas, a bordo do avião presidencial, com destino a Washington a partir de Tampa, Florida. “Eu tenho essa autoridade. Posso fazê-lo com uma ordem executiva”, sublinhou o Presidente.
JANELA FECHADA
A TikTok é uma rede social desenvolvida pela ByteDance, com sede em Pequim, na qual vídeos curtos são partilhados, com grande sucesso entre o público adolescente, mas, ao mesmo tempo, levanta grandes dúvidas quanto à segurança dos dados de utilizadores e vínculos com o Partido Comunista Chinês. Na semana passada, o New York Times noticiou que a Microsoft está a negociar a compra da ‘app’ chinesa TikTok, avaliada em cerca de 100.000 milhões de dólares. No entanto, a empresa fundada por Bill Gates anunciou ontem que interrompeu as negociações com a Bytedance para a compra da popular rede social, noticiou o Wall Street Journal.
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HONG KONG PEQUIM ACUSA ALEMANHA DE VIOLAR LEI
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China acusou no sábado a Alemanha de ter feito uma “séria violação da lei internacional” ao suspender o tratado de extradição com Hong Kong. A Alemanha anunciou na sexta-feira a suspensão do tratado de extradição com Hong Kong, numa reacção à imposição da China da lei de segurança nacional e ao adiamento das eleições legislativas na antiga colónia britânica. A embaixada chinesa em Berlim manifestou “uma grande indignação e oposição firme às observações erradas feitas pelo ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas”, lê-se num comunicado divulgado no site da embaixada e com data de sexta-feira. Segundo Heiko Maas, o anunciado
adiamento das eleições legislativas em Hong Kong, que o Governo justificou com a pandemia de covid-19, no final de um mês marcado pela desqualificação de candidatos do movimento pró-democracia, representa “um novo atentado aos direitos dos cidadãos” do território. No último mês, também a Austrália, o Canadá, a Nova Zelândia, o Reino Unido e os Estados Unidos suspenderam os respectivos acordos de extradição com Hong Kong. O ministro alemão recordou que, por diversas vezes, Berlim expressou “claramente o desejo” de ver a China “cumprir as suas obrigações” decorrentes do direito internacional, que passam pela garantia das liberdades e dos direitos garantidos pela Constituição.
Covid-19 Detectados 49 casos em 24 horas, 33 são contágios locais
A China registou 49 novos casos confirmados de coronavírus no sábado, 33 deles contágios locais na região oeste de Xinjiang e na província nordeste de Liaoning, informou ontem a Comissão Nacional de Saúde. Os números dessas 24 horas dados representam um aumento de quatro casos em relação a sexta-feira, mas bem abaixo daqueles registados nos três dias anteriores, sempre acima de 100 contágios diários. Entre os 33 contágios locais, 30 foram detectados em Xinjiang e três em Liaoning. Dois dos casos importados foram identificados em Guangzhou, capital da província de Guangdong. A pandemia de covid-19 já provocou mais de 680 mil mortos e infectou mais de 17,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).
segunda-feira 3.8.2020
“a coisa amada é coroa pesando em minha cabeca” ´
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O pintor Li Zai e o talentoso Imperador Xuande Paulo Maia e Carmo texto e ilustração
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HU Zhanji, conhecido como Ming Xuanzong (1399-1435) ficou conhecido pela forma criativa como encarava todas as possibilidades que o seu privilégio de imperador de um florescente império lhe conferia. Bizarrias como visitar o primeiro-ministro a meio da noite, ou aceitar a entrega de grilos para pagar impostos, foram notadas como excessos de um reinado que por outro lado foi um período em que «os de perto aplaudiam, e os de longe acorriam» e por isso justamente intitulado «a era de Xuande», a «proclamação da virtude». Foi ele que enviou o grande almirante Zheng He (1371-1433) para a sua última viagem de demonstração de poder nos mares, fronteira sempre encarada com a seriedade que um limite sem uma barreira obriga. Corsários continuavam a fazer incursões na costa Oriental, confirmando o elemento água como um sinónimo de perigo. Mas também havia os que chegavam a portos como o de Ningbo para fazer comércio, e outros, atraídos pelo esplendor do brilho dos imperadores Ming, que já conheciam as claras virtudes da antiga civilização. Foi o caso do monge pintor Japonês Sesshu Toyo (1420-1506) que mais do que ver a pintura, queria conhecê-la porque já sabia que aquela arte era mais do que visual. Quando chegou foi anotando o que viu e escreveu o nome de pessoas que o impressionaram. Foi o que fez com um pintor que conheceu na corte de Pequim chamado Li Zai (?-1431). As
pinturas dele que hoje observamos em museus, possuem um surpreendente carácter de síntese, o que seria particularmente atraente para o estudante das mutações da arte do pincel. Que não se conheça a sua data de nascimento prova a descrição que fez de si mesmo quando assinou «Li Zai de Putian», uma localidade da Província de Fujian, muito afastada dos centros de poder. A pintura «Aldeia de montanha, sublime retiro» (rolo vertical, tinta sobre seda, 188,8 x 109,1 cm) que se encontra no Museu do Palácio Nacional, em Taipé, dir-se-ia uma obra do pintor Guo Xi (séc. XI) e durante muito tempo assim foi classificada. Observações mais atentas ao traço grosso, quase como um contorno, das formas do primeiro plano, acabariam por atribuir a autoria da pintura a Li Zai. Um tipo de ambiguidade nascida da confiança no caminho que reconhecidos outros percorreram nas sendas do Mistério. Outra fonte tornada visível, a via do poeta, está no álbum de 1424 «Ode do regresso de Tao Yuanming» (rolo horizontal, tinta sobre papel, 28 x 74cm) que está no Museu da Cidade de Liaoning. Questões que um pintor podia colocar no tempo de paz do imperador Xuande. Ele mesmo possuía uma impressionante habilidade com o pincel para figurar os animais domésticos em seu redor: gatos, cães, macacos. A outros, alguns que vinham de longe como Li Zai, era-lhes permitido interrogar num outro espelho o insondável, em visíveis figuras entrever o invisível.
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Cartografias Anabela Canas
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pensar que às vezes a vida tem tonalidades de um realismo mágico, que neutraliza com as cores opostas o realismo trágico que nos abala. Como uma teimosia. Desviar os olhos e, como por magia, esquecer tudo o que não se apresenta ao imediato constatar dos sentidos. Sentir que tudo está bem. Em harmonia e à distância de tudo o que nos faz doer. Mas não agora, naquele momento, neste, aqui. Como um toque de perfeição. E apeteceria escrever algo como um nada inócuo. Ou melhor, um nada a soar cálido, envolvente, abrangente e bom. Um nada em forma do que cada um que é outro precise para sentir. Em doçura e agrado. Em prazer e embalo e em dimensão positiva de ausência de dor. Um nada, camaleão. Em forma de um pequeno tudo, preciso, exacto e transparente. A tomar as cores do real aprazível. A repetir. A confortar. A trazer um brilho ou um sorriso. Uma admissão do sol, que brilha sempre mesmo por detrás das nuvens. Vendo bem, quando conseguimos pensar que muita da dor está sentida num tempo verbal passado ou futuro, em forma de rescaldo ou temor, recordação ou antevisão, olhamos em volta, e com um pouco de sorte sentimos que tudo está momentaneamente bem. À custa de um olhar curto, lúcido e limpo, e de uma certa cegueira para o mundo. Ou um olhar alongado mas cuidadoso a escolher a direcção e o caminho. A passar entre todos os que estão no epicentro de algo, a combater monstros ou incêndios ou à beira de vulcões. Tudo o que nos perturba em nós e no que nos cerca pode acalmar por um tempo, tréguas de convalescença ou intervalo de sono. Não se suporta inquietação e angústia a tempo inteiro, mesmo sendo assim por defeito. Há uma janela a abrir sobre o lado sereno das coisas. O lado parcial que também pode ser uma totalidade consciente e sem remorso. Mas há teatros de guerra - estranha expressão dos analistas - há incêndios a consumir a realidade e vidas e há as moscas incansáveis sobre rostos depauperados de fome, calor, doenças e futuro inóspito para corpos de criança. Que sorriem com a plenitude abstracta, que ultrapassa tudo. Há dores presentes instaladas no corpo e a minar a alma e quaisquer caminhos que desçam dela. Há tantas coisas e por vezes nenhuma nos transtorna e mesmo assim não queremos deixar de nos amarfanhar de dor de sentir, desapontamento e frustração. Como somos fúteis. Adeptos do sentir inútil do adverso, de navegar como barco com vento de través, sempre contra a força do vento que
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Magia ANABELA CANAS
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nunca parece a favor das velas. Bolinar todos os dias cansa. Apetece a tempestade e afundar. Ou olhar de outro ângulo. Magia, pó de estrelas, poções e luzes, que as palavras ultrapassam em intensidade e poder. Mas tão poucas benéficas, mesmo em pensamento. Ou claras. Tão poucas, mão, tão poucas, remédio e tão poucas, poema. Há sempre qualquer coisa. Por detrás do que se faz do que se diz do que se escreve. Mas como eu gostaria no momento de pensar lucidamente o que fazer o que dizer ou o que escrever, - um dia -
“Penso, porque não consigo outro modo, quando o que eu queria era ler. Sabores a transcender a alma. Queria parar, enrolar-me em mim e esperar que algo salvasse esta inutilidade.”
ser sobre nada e que nesse nada houvesse tudo para a plenitude e a emoção de alguém entender e se encontrar. Porque nada faz mais sentido do que o encontro de si, do outro ou com o outro. A transcender a seca solidão do escrever. Mas há a inquietação e utopias de adivinhar. Uma esponja orgânica a querer fazer ou apagar o que é certo no momento certo, refazer o tempo. O contrario do relógio que avança ao ritmo prescrito inexorável e sem dó e cumpre o seu destino friamente na maior inocência. Porque o relógio tem uma inocência ignorante maior até do que o tempo em que nos envolvemos como em capas de passado ou futuro, lentas, curvas ou estonteantes. O ónus na noção que temos e no olhar que lançamos. É isso. Queria, a pretexto desse nada, algo de textura e determinação, futuro, calor e desejo. Uma amplitude de nada com delicada cadência e uma acetinada superfície em emoção e sentir, como um parque natural para viver. Uma saída do finito e precário, da transitoriedade como tontura a revolver os olhos e o estômago, no convés. Queria isso tudo e dizer tudo o mais, em nada. Mas não seria natural. Um vee-
mente nada. Que retorna em segurança. Como um placebo que faz bem. Uma coisa benéfica e alimentar. Penso muitas vezes no sabor das palavras, dos sentimentos. Como na diferença entre apetite e fome. O que é natural e o que é cultivado. O que é gosto e o que é necessidade. O que é vida e o que é morte diária dos alimentos, esquecidos, cumpridos e processados. Penso, porque não consigo outro modo, quando o que eu queria era ler. Sabores a transcender a alma. Queria parar, enrolar-me em mim e esperar que algo salvasse esta inutilidade. Esse lado de mim. Depois, entendo que está bem porque brinca com a areia. Imerso em pensamentos, é certo, mas descontraidamente esquecido. Nada me basta mais. Do que um escondido e ligeiro sorriso atrás dos olhos. Como a cumplicidade que não necessita palavras a produzir escolhos. Amo até à exaustão de ser de sentir ou de suportar. Mesmo a montanha mais alta e o precipício mais perigoso. Quietos, por um momento. Por magia. Uma pausa a meio da ponte. Como um limbo, podia ser um mito, mas contrário ao de Sísifo.
(f)utilidades 13
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SUMIKKOGURASHI:GOOD TO BE IN THE CORNER [A] FALADO EM CANTONÊS LEGENDADA EM CHINÊS Um filme de: Mankyu 14.30, 16.00, 17.30, 19.30, 21.00 SALA 3
BEYOND THE DREAM [C]
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 51
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Em Nova Iorque, uma manifestante usa o skate como cartaz de protesto na marcha Not in Our City/ Not on Our Watch. A manifestação do movimento de luta por direitos civis Black Lives Matter tem a Foley Square, em Manhattan, como ponto incontornável onde protestos e arte de rua confluem.
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DREAMBUILDERS [A]
FALADO EM CANTONÊS LEGENDADA EM CHINÊS Um filme de: Kim Hagen Jensen, Tonni Zinck 14.30, 16.30, 19.15
educação e a capacidade de uma monarquia para acompanhar 57o desenvolvimento da sociedade estão entre os temas levantados ao longo dos episódios. A mudança de actores na terceira temporada não desilude. S.F.
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THE CROWN | PETER MORGAN
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3 1 5 2 “The Crown” 5 7é uma 2 série 1 de cariz biográfico sobre os principais 1 4eventos 6 que 5 aconteceram no reinado da Rainha Elizabete II, 7 3 4 6 do Reino Unido. A série acompanha não só eventos 4 da 5 3 meta7 políticos segunda de do século XX, como as 6 da2família7real3e o dinâmicas peso da Igreja. O significa2 6 o1papel4da do do casamento,
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Um filme de: Chow Kwun-wai Com: Terrance Lau, Cecilia Choi 21.30
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UMA SÉRIE HOJE
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14 opinião
3.8.2020 segunda-feira
A Covid-19 “Mankind does not reflect upon questions of economic and social organization until compelled to do so by the sharp pressure of some practical emergency.” Richard Henry Tawney Religion and the Rise of Capitalism
O
grande economista italiano, Federico Caffè, amargamente polémico contra uma ciência económica que fez desaparecer as pessoas por detrás dos números considerava que ser economista, significava colocar o trabalho e o bem-estar das pessoas em primeiro plano. O pensamento económico fazia sentido se o seu objectivo fosse o combate à pobreza, ao desemprego e ao sofrimento da humanidade. Infelizmente, a corrente económica tomou um caminho diferente e continuou a dar prioridade aos números, e orientou as práticas dos governos e dos poderosos, justificando a enorme concentração da maior parte da riqueza do mundo em poucas mãos. Leu a globalização como uma prática em que todos poderiam ganhar, confiando na lógica pura do mercado e na forma como os negócios e as finanças tendiam a maximizar os lucros. A reorganização das cadeias de produção à escala global, procurando lugares no mundo onde fosse possível produzir a menor custo, era vista como uma operação que beneficiaria toda a gente; que aumentaria a capacidade de obter lucros daqueles que detinham o poder e a riqueza; ao mesmo tempo permitiria o desenvolvimento industrial dos países mais pobres e a manutenção de preços mais baixos ao consumidor nos países desenvolvidos; valorizou, do ponto de vista turístico e residencial, talvez para os idosos que lutavam nos seus países para viver das suas pensões, lugares no mundo esquecidos por Deus; ensinou os pobres a tirar o maior proveito possível dos seus recursos naturais, transformando as práticas tradicionais de sobrevivência em agricultura industrial de grande escala, criação intensiva de gado, trazendo também à tona formas de individualismo consumista nesses países, em detrimento de antigos laços comunitários; os indivíduos perdidos nas megalópoles, arrancados das suas aldeias e a possibilidade de viverem do seu trabalho nas suas terras. Tudo se baseia na previsão de crescimento infinito. E quando o crescimento da economia real abranda, o centro da economia desloca-se para as finanças. E as decisões mais importantes para o trabalho e a vida das pessoas concentram-se nas mãos cada vez mais distantes e invisíveis dos senhores do crédito e da bolsa, que são, entre outras,
aqueles que sabem utilizar e explorar o poder dos algoritmos melhor e mais rapidamente do que qualquer outro. A crença de que a financeirização da economia continuaria o crescimento atrofiado, foi a forte ideia que fez aceitar esta expropriação gigantesca do poder dos Estados e dos cidadãos. Tudo começou no final da “era dourada”, a era do pós-guerra no início dos anos de1970, quando o aumento da produção também trouxe consigo um aumento do emprego, rendimento e consumo. O aumento do preço do petróleo e das matérias-primas restringiu as margens de lucro, assim como a possibilidade de redistribuição de algumas delas aos trabalhadores. A automação industrial reduziu o emprego necessário para a produção de bens de consumo e de capital. As novas tecnologias de informação e comunicação e a contentorização da logística permitiram manter juntos ciclos de produção que tiveram as suas fábricas espalhadas pelo mundo, numa procura contínua de locais onde o trabalho custou menos e o limiar dos direitos sociais foi mais baixo. O número de consumidores solventes foi reduzido. Fomos confrontados, pelo menos nos pontos altos do desenvolvimento capitalista, com uma crise cada vez mais evidente de superprodução. E é então que a procura do lucro é libertada de qualquer responsabilidade para com os trabalhadores, o território e os países. A única responsabilidade é para com os detentores de grandes participações. Uma transição que nos diz bem, com um certo avanço sobre a mesma análise económica, “Pretty Woman”, o filme mais culto do início dos anos de 1990. Richard Gere e o seu parceiro aprenderam que o dinheiro é feito com dinheiro, e que a produção, a cidade, os trabalhadores são pura sorte no ciclo de valorização do capital. Compram fábricas para as desembrulhar, e transformam a produção material em dinheiro para serem valorizadas nesse circuito de grandes finanças onde em poucos segundos trocam valores iguais ao PIB de todos os países do mundo. A esta concepção abstracta da valorização do capital corresponde uma concepção igualmente abstracta do amor. Na verdade, Richard vai às prostitutas. Então as regras de Hollywood prevalecem sobre a realidade. Richard Gere é demasiado bem-parecido para ser apenas um pedaço de carne, e Julia Roberts é demasiado glamorosa para acabar por ser uma prostituta. E o amor que se torna uma verdadeira relação entre as pessoas é correspondido pelo regresso do especulador, que devolve a fábrica ao antigo patrão, ainda convencido de que para ganhar dinheiro era preciso fazer os trabalhadores trabalhar e produzir bens. Uns finais felizes que a América e a moda ainda queriam ouvir. As coisas, como é bem sabido, não se resolveram dessa forma. As fábricas de Detroit tornaram-se cidades fantasmas. A produção em massa deslocou-se para países sem assistência social e sem sindicatos, onde centenas de trabalhadores podem
incendiar-se em armazéns dilapidados. São os Richard Geres não redimidos pelo amor que fazem o dinheiro ir para todo o mundo e continuar a ir para as prostitutas. Os estados competem para interceptar uma parte do fluxo. Ao competir com aqueles que cobram menos impostos, os que reduzem as taxas, os que baixam os seus limiares de bem-estar. Mas era necessário encontrar uma forma de convencer até os cidadãos do Ocidente de que esse fluxo de riqueza também seria bom, que o crescimento da riqueza lhes permitiria manter o seu modo de vida, esse modo de vida americano agora generalizado no mundo, para defender os Estados Unidos, e não só, que também são legítimos para fazer guerras. O recurso à dívida nasce a nível das massas. O que não é apenas um problema para os Estados. Mas é a consequência quase inevitável dos longos anos em que os trabalhadores foram convidados a ganhar menos e a consumir mais. Em que surgiram supermercados em vez de fábricas. Em que a identidade das pessoas passava cada vez mais do trabalho para o consumo. A crise financeira do subprime, das hipotecas desfeitas para que mesmo aqueles que não tinham dinheiro para comprar casas pudesse comprá-las, dos cartões de crédito aparentemente sem fundo, e das hipotecas que nunca foram reembolsadas. Porque a valorização do capital necessita que mesmo aqueles que vêem os seus rendimentos reduzidos, os que perdem os seus empregos, continuem a consumir. Quando termina o sonho de uma melhoria colectiva das condições de trabalho e de vida, e uma vez acabada a era que tinha visto crescer a classe média, os pobres são convidados a ter os sonhos dos ricos. Consumidores em dívida para com os sonhos dos ricos, sonhos que a publicidade e os meios de comunicação social lhes apresentam todos os dias como pré-requisitos para uma vida decente, são, no entanto, a longo prazo, devedores insolventes. E a maioria dos Estados que estão cada vez mais dependentes dos créditos das grandes finanças internacionais estão também a tornar-se rapidamente insolventes. A crise financeira de 2008 resultou da acumulação de insolvência, que acabou por ser determinada pela manutenção do horizonte de crescimento infinito, enquanto os factores que o crescimento real podia suportar estavam a diminuir rapidamente. A resposta foi mais uma vez predominantemente financeira, mas pelo menos nessa altura foi construída alguma forma de cooperação entre Estados e instituições económicas internacionais para encontrar uma resposta coordenada à crise. O governo dos Estados Unidos avançou rapidamente, tendo o ex-presidente Bush convocado o G20 para implementar uma estratégia coordenada para evitar que o colapso do sistema financeiro dos Estados Unidos conduzisse ao colapso de toda a economia global. A liderança política americana parecia estar consciente de que uma catástrofe nascida
no interior das suas fronteiras poderia dominar o mundo, e que isto teria efeitos perturbadores na própria economia dos Estados Unidos a longo prazo. Os limites e contradições dessa resposta têm sido examinados há muito tempo. Acima de tudo, o facto de os instrumentos financeiros e as dívidas vivas para travar a crise financeira terem sido depois transmitidos, através de sucessivas políticas de austeridade, aos cidadãos mais pobres, que eram mais do que culpados por essa crise. Mas a diferença fundamental entre essa crise e esta é que a primeira era principalmente financeira, e o restabelecimento da ordem
opinião 15
segunda-feira 3.8.2020
perspectivas
JORGE RODRIGUES SIMÃO
e economia (I)
nas finanças parecia e talvez fosse a principal necessidade. A crise actual, por outro lado, nasceu e afecta a economia real e nada é mais real do que a vida das pessoas, bloqueia as formas habituais de produção de rendimento e consumo, e torna-se financeira atirando para as mesas das autoridades monetárias internacionais, finanças globais, nas mesmas listas da bolsa, milhares de mortos e um grande número de actividades produtivas de bens e serviços, bens agrícolas e industriais, comércio e turismo, à beira da falência. E explica porque é que, apesar das injecções maciças de liquidez, da queda drástica das taxas de juro, a bolsa americana continua
a estar em vermelho profundo, e as taxas de desemprego nos Estados Unidos estão a aumentar exponencialmente. Nem na América nem na Europa podem os instrumentos monetários e financeiros resolver a crise. Isso já estava a acontecer no mundo antes da Covid-19 e os fenómenos, como o enorme alongamento das cadeias de produção que tinha afectado os salários dos trabalhadores no Ocidente e causado o êxodo de muitas empresas em todo o mundo, o crescimento cada vez mais rápido da China que se tinha tornado o principal motor da economia globalizada e o abrandamento no resto do mundo do ritmo de crescimento tinha reagido com o regresso do proteccionismo. Os deveres, o encerramento das fronteiras às pessoas e em alguns casos também às mercadorias, até a uma verdadeira guerra comercial entre países e continentes. A ideologia win-win do neoliberalismo triunfante, que prometia crescimento e bem-estar a todos, foi seguida pelos “mors tua vita mea”. Jenny Offil num belo e recente romance, “Weather”” “Pergunta. Qual é a filosofia do capitalismo tardio? Resposta. Dois caminhantes vêem um urso faminto a uma curta distância. Um deles tira os seus sapatos de corrida da mochila e calça-os. “Não se pode correr mais depressa que um urso” diz o seu parceiro. “Só tenho de correr mais depressa do que tu”, diz ele.” O Estado, cujo papel económico e social tinha sido negado por Reagan e Thatcher, reaparece juntamente com a reafirmação do nacionalismo. Os soberanistas, a começar por Trump e Johnson, muito mais perigosos que os soberanos fascistas da Europa Oriental, afirmam a primazia da sua própria nação sobre todas as outras, e a defesa dos interesses dos seus cidadãos prevalece sobre todas as outras considerações e faz com que qualquer apelo à solidariedade internacional seja em vão. Este facto tem tido algumas consequências na gestão da própria pandemia. Durante algum tempo Trump e Johnson colocaram a preservação da competitividade da sua economia acima da defesa da saúde dos seus cidadãos e dos cidadãos do mundo. E é o nacionalismo competitivo, para além dos erros de organizações únicas, que provocou o enfraquecimento de todas as instituições internacionais destinadas a proteger a saúde e o ambiente, auxiliando e difundindo a educação e a cultura como a OMS, UNICEF e UNESCO. A Covid-19 e as dificuldades económicas que se seguirão estão destinados, na situação actual, a acentuar estas tendências e a tornar a guerra comercial ainda mais aguda, principalmente entre os Estados Unidos e a China e com todos os vários actores a medir os seus músculos nesta guerra. A começar pela competição selvagem em curso para o controlo das matérias-primas e dos recursos naturais. O petróleo, as florestas e a água estarão no centro da luta com algumas consequências desastrosas para África e para a maior parte da América Latina. O extractivismo,
a flexão de cada recurso natural e cultural para a valorização económica capitalista, aumentará de intensidade. E a lógica da globalização continuará inexoravelmente, que tem destruído progressivamente a economia de subsistência, provocando o êxodo para as megalópoles do Terceiro Mundo de milhões de camponeses, concentrando a produção de riqueza no petróleo, nos recursos minerais, no cultivo de produtos exportáveis no Ocidente, na China e na Rússia.
Tudo se baseia na previsão de crescimento infinito. E quando o crescimento da economia real abranda, o centro da economia desloca-se para as finanças. E as decisões mais importantes para o trabalho e a vida das pessoas concentram-se nas mãos cada vez mais distantes e invisíveis dos senhores do crédito e da bolsa Tudo isto é uma das causas generativas do aquecimento global e da desertificação nesses países, bem como de muitas guerras, com a consequência de que alistar-se nos exércitos de ditadores e nas fileiras do Islão fundamentalista ou fugir para o Ocidente são a única forma de milhões de jovens africanos sobreviverem. Se o mundo dentro e depois da Covid-19 for este, a Europa arrisca-se a ficar para sempre à margem. E nenhuma medida financeira pode conseguir resolver este nó que faz da Europa, para não falar de países individualmente, um pote de panelas que colide com panelas de ferro. Para recomeçar, precisa de se repensar e passar realmente da lógica da concorrência, a da compreensão que ainda impede a adopção de medidas comuns sérias e incisivas, para a da cooperação e da solidariedade. Face a isto, pensar em termos puramente financeiros e monetários parece muito limitado. O aumento da liquidez não resolve o problema da insolvência previsível da maioria das pequenas e médias empresas. Deve ser considerada a intervenção directa dos Estados-Membros, apoiada por recursos disponibilizados pela Europa muito acima dos setecentos e cinquenta mil milhões de euros, que garantiriam a protecção dos trabalhadores e das empresas contra a perda de rendimentos resultante da cessação da produção e da actividade comercial causada pela Covid-19, como os agricultores afectados pela doença das vacas loucas e outras catástrofes naturais, ou os habitantes de cidades e aldeias varridas por terramotos ou inundações, foram compensados. A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, referiu-se repetidamente à
necessidade de um Plano Marshall Europeu. Deve-se recordar que o Plano Marshall foi em grande parte uma transferência directa de recursos dos Estados Unidos para a Europa, os mais fortes e ricos da época, na crença de que era do seu interesse ressuscitar toda a Europa dos escombros da guerra dado ser mercado para as suas exportações, parceiro produtivo na nova economia industrial triunfante e aliado na nova divisão do mundo em áreas de influência. Um Plano Marshall Europeu só é possível se os países mais ricos da Europa, e antes de mais a Alemanha, aqueles que se opõem à mutualização comum da dívida (os chamados Eurobonds, que são muito menos abrangentes do que o Plano Marshall), reconhecerem a necessidade no seu interesse, de os países do Sul da Europa manterem a sua vitalidade económica ao mais alto nível possível. Um caminho decididamente diferente daquele que caracterizou as intervenções em resposta à crise financeira de 2008, que ultrapassou decisivamente a lógica dos empréstimos condicionados à transferência de poder e à redução da despesa pública e do bem-estar, e que viu a Europa dividir-se entre países do Norte e países mediterrânicos com graves consequências para a vida e as instituições sociais destes últimos. Não só da Grécia. As reduções nos cuidados de saúde, educação e investigação são também filhos dessa história. Mesmo os grandes intérpretes da Europa competitiva e orientada para o mercado estão convencidos de que é necessário mudar a arma. O ex-presidente do Banco Central Europeu Mario Draghi em particular, com o seu discurso no “Financial Times”, explicou que a recessão é agora inevitável, e que a única forma de não se transformar numa depressão sem fim são intervenções estatais decisivas que absorvam, através de um aumento da dívida pública, as crescentes dívidas privadas, dos cidadãos certamente, mas especialmente das empresas e bancos. São convidados a tornar-se um instrumento de política pública, concedendo crédito ao sistema empresarial mesmo sem garantias, mas com a garantia de que o Estado assumirá as insolvências. Alguma esquerda italiana até aplaudiu, saudando o regresso de Draghi, um antigo aluno de Federico Caffè, à órbita cultural do seu antigo mestre. Na verdade, a proposta do “Super Mario”, como muitos meios de comunicação italianos lhe chamam, pareceu a tentativa mais sensata para o regresso à normalidade económica atingida pela crise pandémica, da qual ninguém se sente culpado de forma alguma, nem mesmo aqueles que saquearam a Terra e feriram profundamente os ecossistemas em nome do crescimento infinito do fantasma. Se ninguém for responsável, se tudo o que temos de fazer é restaurar o funcionamento normal da economia, ninguém terá de pagar. E no entanto, mais cedo ou mais tarde, alguém irá pagar pelo aumento das dívidas.
“Estar sozinho é treinarmo-nos para a morte.” Louis-Ferdinand Céline
PALAVRA DO DIA
segunda-feira 3.8.2020
Lixo Solução não passa por mais contentores, José Tavares
Ainda na corrida O AUTOMOBILISMO F1 AINDA NÃO DESISTIU DE CORRER NA ÁSIA EM 2020
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Campeonato do Mundo de Fórmula 1 está a debater-se com a mais complexa temporada que há memória e os seus actores fazem malabarismos para que o campeonato cumpra as quinze provas mínimas contractualizadas com parceiros e patrocinadores. Num ano atípico, dada a pandemias, após vinte e quatro anos de interregno, o Grande Prémio de Portugal está de volta. No outro lado da balança, o continente americano foi riscado do calendário. Ao todo já estão confirmados treze Grande Prémios, mas ainda falta saber o que a Fórmula 1 tem guardado para o continente asiático. Se 2020 tivesse sido um ano normal, o “Grande Circo” iria visitar pela primeira vez o Vietname, teria corridas também em Xangai, na China, em Suzuka, no Japão, e o já habitual Grande Prémio de Singapura. Tanto a cidade de estado, cujo seu evento citadino nocturno é já uma marca no calendário, como o país do sol nascente cancelaram os eventos para este ano. O Grande Prémio da China, a primeira prova a ser adiada
esta temporada, e que parecia firme na segunda metade do calendário, “caiu” com o anúncio da Administração Geral do Desporto no início do mês em que dizia que “a China não irá albergar qualquer evento desportivo internacional este ano, excepto eventos de teste para os Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim de 2022”. O reembolso dos bilhetes começou na semana passada. Apesar de a maioria dos países do continente asiático continuarem de fronteiras praticamente fechadas ao mundo, a Liberty Media, empresa que detém os direitos desportivos e comerciais da Fórmula 1, ainda não desistiu que o seu campeonato visite esta parte do globo. “Esperamos fazer algumas corridas na Ásia, pois essa é a nossa ambição. Somos o mais flexível que podemos ser, pois a situação,
ora fica melhor, ora fica pior, nos diferentes países”, disse Ross Brawn, o director desportivo da Fórmula 1, ao HM.
APETECÍVEL VIETNAME
O Vietname, que este ano se estrearia na Fórmula 1, está empenhada em que o circuito citadino de Hanói albergue este ano um Grande Prémio, tendo sugerido à FOM a data de 22 de Novembro, seja com ou sem público. A data coincide com a edição deste ano do Grande Prémio de Macau, o que não será um problema para a FOM, mas ter-se-á de adequar com as restantes etapas asiáticas do Campeonato do Mundo de Fórmula 1 deste ano. “O Vietname é particularmente empolgante para nós, porque é o primeiro circuito em que estivemos directamente envolvidos em termos de desenho
“Esperamos fazer algumas corridas na Ásia, pois essa é a nossa ambição. Somos o mais flexível que podemos ser, pois a situação, ora fica melhor, ora fica pior, nos diferentes países.” ROSS BRAWN DIRECTOR DESPORTIVO DA FÓRMULA 1
do circuito. Demos conselhos e trabalhamos com Herman Tilke no desenho do circuito para termos a certeza de que tínhamos tudo o que era preciso”, afirmou Ross Brawn, um dos obreiros dos últimos títulos da Ferrari na categoria rainha do automobilismo. “Estou muito entusiasmado com a corrida e tenho muitas esperanças de que a teremos.” Realizar uma só viagem ao continente asiático seria bastante dispendioso e poderia não fazer muito sentido para as equipas. Portanto, a Fórmula 1 estará a tentar assegurar mais uma ronda no sudeste asiático, antes do fim da temporada que deverá acontecer em Dezembro no Médio Oriente, com corridas no Bahrein e Abu Dhabi. Conversações com o Circuito Internacional de Sepang, na Malásia, estarão em curso. O Grande Prémio da Malásia de Fórmula 1 fez parte do calendário de 1999 e 2017, no entanto, cortes nos apoios e uma receita de bilheteira aquém do desejado obrigaram a administração do circuito a apostar no motociclismo. Sérgio Fonseca
info@hojemacau.com.mo
O presidente do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), José Tavares, considera que o problema de acumulação de lixo não pode ser resolvido com mais contentores em alguns pontos de Macau. “O ideal é instalar um contentor em cada rua, mas isso não é facil. Quando instalamos mais contentores aparece mais lixo e corremos o risco de haver propagação de baratas e mosquitos. Colocar mais contentores só vai atrair mais lixo”, afirmou na sexta-feira José Tavares. As declarações sugiram em resposta a um pedido de esclarecimento de uma cidadã, durante uma sessão aberta na sede do IAM. Na exposição, a cidadã referiu que a colocação de contentores na zona envolvente da Escola Internacional de Macau (TIS), na Taipa, é “desiquilibrada”, uma vez que foram colocados dois contentores para servir, no total, quatro ruas. A residente referiu ainda que o caso é mais grave no período nocturno, quando, para além de lixo, se acumulam objectos volumosos, como mobílias.
Animais Lei de controlo sanitário em Setembro
A Lei de controlo sanitário animal vai entrar em vigor a partir do dia 1 de Setembro. A chefe de departamento de Inspecção e Sanidade do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) referiu que a implementação da Lei é da maior importância pois “estabelece medidas para regular doenças epizoóticas [surtos em animais] e outras actividades do sector, que garantem que a população está informada sobre este tipo de doenças”. Recorde-se que a lei introduz a obrigatoriedade de declarar casos suspeitos de doenças em animais no prazo de 24 horas, por parte de instituições médico-veterinárias, públicas ou privadas. As multas para quem não o fizer variam entre 5.000 e 20.000 patacas, sendo que o IAM está ainda a elaborar a “lista de doenças epizoóticas de Macau e o formulário de declaração”, que será publicada, mais tarde, por despacho do Chefe do Executivo.
Covid-19 Futebolista português na China infectado
O futebolista luso-cabo-verdiano Hildeberto Pereira, que se transferiu na semana passada do Vitória de Setúbal para a China, está infectado com o novo coronavírus, referiu no sábado a imprensa chinesa. Num comunicado, a Comissão Municipal de Saúde de Guangzhou revelou o resultado positivo do teste feito a um futebolista estrangeiro de 24 anos, que partiu de Portugal a 28 de Julho e aterrou em Guangzhou no dia seguinte, após passar pelo aeroporto de Amesterdão, nos Países Baixos. Após aterrar, o futebolista seguiu para um local indicado pelas autoridades, onde iria cumprir a quarentena obrigatória de 14 dias. Após a confirmação do resultado positivo do teste, o homem foi transferido para um hospital de Guangzhou, refere o comunicado. Segundo o jornal chinês Dalian Evening News, o futebolista em causa é Hildeberto Pereira, que assinou contrato com o Kunshan FC, do segundo escalão do futebol chinês, a China League One.