É terpreciso calma
Uma equipa de académicos da Universidade de Macau lançou sugestões para lidar com a ansiedade associada à mudança da política covid zero para a abertura. Com a responsabilidade a passar do Governo para o indivíduo, os académicos aconselham calma em caso de stress, conversas com amigos e familiares, actividades relaxantes e ajuda psiquiátrica em casos graves
UMA equipa de investigação sobre a covid-19 da Universidade de Macau (UM) lançou ontem uma série de recomendações para salvaguardar a saúde física e mental da população de Macau durante a fase de transição para o estado de convívio com a pandemia.
Os académicos começam por afirmar que “é essencial fortalecer o bem-estar mental, manter a calma em todas as alturas, não baixar a guarda em relação às medidas higiénicas e responder às necessidades daqueles que nos rodeiam”.
Uma das mudanças mais relevantes da nova fase de convívio com o novo tipo de coronavírus é a mudança do ónus e da responsabilidade. “Nos últimos três anos, o Governo implementou políticas preventivas que afastaram, na medida do possível, a entrada da covid-19 na comunidade e surtos de grandes dimensões.Actualmente, todos os lares de Macau estão
sob o efeito de infecções de covid-19. A população tem de mudar de perspectiva, num curto espaço de tempo, e apoiar as medidas anti-epidémicas do Governo para se tornar na principal responsável pelo combate à epidemia e pela salvaguarda da sua própria saúde e da sua família”, apontam os académicos.
A sugestão da equipa da UM repete por outras palavras as declarações da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong U, à margem da apresentação das linhas de acção governativa da sua tutela há três semanas atrás, quando o Governo se preparava para seguir Pequim no levantamento das mais pesadas restrições anti-epidémicas em vigor a nível mundial.
“Temos de nos preparar porque esses casos vão gradualmente entrar na comunidade e não nos podemos fechar em Macau para sempre. O Governo manteve a porta fechada durante três anos. No futuro, o público
vai ter que manter uma porta para a sua saúde”, afirmou a secretária no dia 6 de Dezembro.
Parece tão simples
A equipa da Universidade de Macau acrescenta que muitas pessoas podem sentir-se desconfortáveis, inundadas por incertezas em relação a muitos aspectos das suas vidas e mesmo experienciar grande stress mental. Nesse sentido, os académicos argumentam que existe abundante literatura científica que relaciona estados de optimismo e estabilidade mental com a secreção de hormonas neuropeptídicas pelo sistema nervoso parassimpático, fenómeno que pode resultar no aumento da imunidade. Porém, o reverso da medalha pode levar à diminuição das defesas imunológicas.
Face a esta relação hormonal e imunológica, os académicos indicam a quem sofre com emoções negativas que o primeiro passo é reconhecer
essa situação e compreender que estão a sentir reacções psicológicas normais e razoáveis. O segundo passo é adoptar activamente abordagens diferentes para lidar com a situação, dependendo do nível de
stress emocional que a pessoa ou os seus familiares estão a sofrer.
Três passos
A equipa de pesquisa para os assuntos relacionados com a pandemia propõe uma abordagem aos problemas psicológicos sentidos na sequência da mudança abrupta de abordagem à covid-19.
Numa primeira instância, os académicos sugerem ferramentas e actividades para lidar com stress emocional ligeiro. “Tendo em consideração os impactos verificados em várias regiões, uma vasta maioria de pessoas vivencia emoções negativas temporárias face a rápidas mudanças de paradigma na luta contra a covid-19. Ao adaptar-se a lidar com a situação epidémica, as emoções negativas serão gradualmente reduzidas e controladas”, indicam os académicos.
UNIVERSIDADE DE MACAUA receita sugerida pela equipa da Universidade de Macau para
“A população tem de mudar de perspectiva, num curto espaço de tempo, e apoiar as medidas anti-epidémicas do Governo para se tornar na principal responsável pelo combate à epidemia e pela salvaguarda da sua própria saúde e da sua família.”
combater o stress emocional brando é a seguinte: “Falar com membros da família ou amigos para aliviar o stress, estabelecendo vias de comunicação com dois sentidos, alterar o foco de atenção das questões relacionadas com a pandemia através de actividades recreativas como escrever, desenhar, jogar xadrez, ver filmes, ouvir música, fazer ioga e outras actividades relaxantes realizadas em circunstâncias seguras”, é prescrito pelos académicos.
O segundo patamar de intervenção destina-se a quem enfrenta situações de desconforto óbvio que persiste depois de feitos os ajustes físicos e mentais do primeiro patamar. Nesse caso, os investigadores indicam que o melhor é procurar a ajuda de linhas telefónicas de aconselhamento e apoio psicológico.
“O Instituto de Acção Social tem providenciado serviços de aconselhamento telefónico. Associações locais e organizações, como a Caritas Macau, também prestam apoio emocional e serviços de aconselhamento. Dessa forma, a população pode recorrer à ajuda profissional de assistentes sociais, para a própria pessoa ou os seus familiares, de forma a encontrar formas de superar o stress mental causado pela epidemia”, é indicado pela equipa de académicos.
O último recurso
Caso nenhum dos primeiros dois passos seja eficaz no alívio psicológico e estejamos na presença de
“Para aliviar o stress é importante (...) desviar a atenção das questões relacionadas com a pandemia através de actividades recreativas como escrever, desenhar, jogar xadrez, ver filmes, ouvir música e fazer ioga.”
UNIVERSIDADE DE MACAUcasos severos de doença mental, os académicos indicam que a única solução é a intervenção psiquiátrica. “Se os residentes, seus familiares ou amigos, sofrerem de problemas mentais severos que afectem com seriedade o quotidiano ou trabalho, é recomendável que procurem ajuda médica psiquiátrica atempadamente de forma a parar ou mitigar a progressão de doenças mentais e prevenir a deterioração da saúde”, é aconselhado pela equipa da Universidade de Macau.
A receita prescrita pelos académicos segue em linha com as recomendações do Governo quando interrogado por jornalistas ou deputados sobre a vaga de suicídios sem precendentes que tem assolado Macau em 2022.
De acordo com os últimos números divulgados, nos primeiros nove meses deste ano, 65 pessoas
suicidaram-se em Macau, número que contrasta com as 38 que tomaram a sua própria vida no mesmo período de 2021, representando um aumento de 71 por cento.
Também as tentativas de suicídio dispararam ao longo do ano, com 183 casos, face às 139 tentativas registadas nos primeiros noves meses de 2021, uma subida de 31,6 por cento. Se fizermos a conta às tentativas de suicídio verificadas antes da pandemia, o contraste é ainda maior. Face aos três primeiros trimestres de 2019, o número de pessoas que se tentou suicidar este ano aumentou 92,6 por cento, em comparação com 2017 a subida verificada este ano é de 144 por cento.
Todos aqueles que estejam emocionalmente angustiados ou considerem que se encontram numa situação de desespero devem
Os académicos argumentam que estados de optimismo e estabilidade mental conduzem à secreção de hormonas neuropeptídicas pelo sistema nervoso parassimpático, resultando no aumento da imunidade
Nos primeiros nove meses deste ano, 65 pessoas suicidaram-se em Macau, número que contrasta com as 38 que tomaram a sua própria vida no mesmo período de 2021, representando um aumento de 71%
ligar para ligar para a Linha Aberta “Esperança de vida da Caritas” através do telefone n.º 28525222 de forma a obter serviços de aconselhamento emocional.
Ir a reboque Os autores do estudo, que não são identificados no comunicado emitido ontem pela Universidade de Macau, apontam a importância de as organizações de serviços sociais aprofundarem a promoção da importância da saúde mental e do alargamento da cobertura da rede de apoio psicológico a áreas onde até agora não chegou. Por outro lado, também o Governo deve continuar a prestar atenção e a dar revelo à saúde mental da população face aos desafios suscitados pela pandemia e prosseguir a implementação de políticas que reforcem a capacidade de resposta em matéria de saúde mental.
A equipa de investigadores sublinha o facto de o Executivo de Ho Iat Seng estar a seguir fielmente as políticas nacionais.
“O relaxamento da regulamentação anti-epidémica de Macau está em conformidade com os objectivos do trabalho de prevenção e controlo da epidemia ‘proteger a saúde e prevenir casos graves’ mencionados no Plano Global de Implementação da Gestão de Doenças Infecciosas de Classe B para a covid-19, emitido pela Comissão Nacional de Saúde a 26 de Dezembro”, é salientado.
As novas orientações, segundo os académicos, têm como objectivo “salvaguardar ao máximo a vida e a saúde da população e minimizar o impacto da epidemia no desenvolvimento económico e social”. Outra das alterações promovidas pelo Governo Central é uma mudança conceptual, com a doença provocada pela covid-19 a passar de “nova pneumonia coronavírus” para “nova infecção coronavírus”, representando menor gravidade.
Como tal, os principais ajustes consistem na isenção de quarentena para indivíduos infectados, deixar de identificar contactos próximos de infecções de covid-19, acabar com a designação de áreas de alto e baixo risco, trocar os testes de ácido nucleico obrigatórios por voluntários, e acabar com quarentenas para pessoas e bens vindos do exterior. João Luz
Com o dedo na ferida
A ex-deputada considera que se a informação sobre o número de casos tivesse sido transparente, em vez de ter sido alterada durante o surto mais grave a afectar o território, as pessoas teriam tido comportamentos de maior protecção
Aantiga deputada e académica Agnes Lam alertou para o facto de que apesar da primeira vaga de infecções comunitárias ter passado a “luta contra a covid-19” ainda só está no início e há muito para fazer. O alerta foi deixado por Agnes Lam em declarações jornal ao Exmoo, em que definiu as últimas duas semanas como “caóticas”.
Segundo a antiga legisladora, nesta fase, os infectados da primeira vaga de covid-19 começaram a recuperar e a voltar ao trabalho, como aconteceu nas regiões vizinhas. Contudo, esta é apenas a primeira de várias vagas que se devem seguir nos próximos meses, pelo que a académica apela ao Governo para lidar melhor com os vários problemas que irão surgir.
“Espero que o Governo possa rever as insuficiências detectadas nesta primeira vaga, para garantir que a população está preparada de forma adequada para os surtos seguintes”, pode ler-se no artigo.
Sobre o caos dos últimos dias, a ex-deputada argumentou que foi gerado pela falta de medicamentos e pela alteração repentina dos critérios de contabilização dos casos, que fizeram com que as pessoas
“A população perdeu a confiança no governo, com as alterações dos critérios de contabilização de casos.”
não se tivessem apercebido da verdadeira dimensão do contágio até ser demasiado tarde.
“A população perdeu a confiança no governo, com as alterações dos critérios de contabilização de casos, e ao mesmo tempo, face à falta de informação real, a população não esteve em condições de analisar bem o ambiente e de se aperceber da verdadeira subida do número de casos, porque as informações não foram transparentes. Isto fez com que não houvesse consciência da necessidade de cooperar com a prevenção da pandemia”, considerou.
Erros e mais erros
Agnes Lam considerou ainda que o Governo errou na forma como disponibilizou os recursos para os surto mais recentes. Segundo a deputada, com reservas financeiras
de 560 mil milhões de patacas e um ambiente estável, a reabertura ao mundo podia ter sido mais bem preparada, e com a promoção de uma maior cooperação da população, se o Governo tivesse agido de outra forma. Para justificar esta afirmação, a ex-legisladora recorreu ao surto de 18 de Julho, em que considerou que a população se mostrou sempre disponível para colaborar com as autoridades, mesmo quando foi exigido que ficasse em casa.
Para o futuro, Agnes Lam sugere assim que o Executivo divulgue o número total de infectados, mesmo que seja através de estimativas. “Para que as pessoas se possam preparar bem para a chegada dos próximos surtos, e o Governo possa canalizar os recursos para os médicos que exigem mais cuidados”, justificou.
Nunu Wu (com J.S.F.)
Segurança nacional Discussão
na AL na próxima semana
É já na próxima quinta-feira, 5, que os deputados da primeira comissão permanente da Assembleia Legislativa (AL) começam a analisar, na especialidade, a nova proposta de lei da segurança nacional, que revê o diploma em vigor desde 2009. Também na semana que vem, na terça e quarta-feira, decorrem reuniões, da mesma comissão, a propósito do regime de prevenção e controlo do consumo de bebidas alcoólicas por menores.
Hac-Sá Obras de Campo de
Aventuras em 2023
No próximo ano, o Instituto para os Assuntos Municipais vai iniciar a construção do Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac-Sá. A revelação foi feita pelo IAM, na resposta a uma interpelação escrita do deputado Ngan Iek Han. “O IAM iniciará a obra, em 2023, de forma faseada, para providenciar à juventude uma oportunidade de experienciar diferentes aspectos de aventura, através das instalações de variados tipos de treino distribuídas em zonas diferentes”, foi respondido. O Governo vai também “estudar o desenvolvimento da obra de reordenamento do Parque de Seac Pai Van”, de forma a diversificar a oferta para os mais novos. Além disso, é admitida a hipótese de no futuro serem instalados equipamentos digitais nos parques para os jovens, mas o IAM admite que “necessita de considerar também os problemas de funcionamento e de manutenção dos equipamentos electrónicos, caso sejam instalados num ambiente ao ar livre”, pelo que só vai fazer qualquer anúncio no futuro.
Turismo DST espera 40 mil visitantes diários em 2023
Helena de Senna Fernandes, directora da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) disse esperar que Macau possa receber, no próximo ano, 40 mil turistas por dia, sendo que nos últimos dias, devido à explosão de casos covid-19, o território não passou da fasquia dos dez mil visitantes diários. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Helena de Senna Fernandes disse que tem recebido queixas do sector nos últimos dias quanto à falta de mão-de-obra devido às infecções, situação que também provocou um aumento dos preços dos quartos de hotel. No entanto, a governante prometeu que a situação será aliviada nos próximos dias. Helena de Senna Fernandes garante que serão lançadas acções promocionais destinadas aos turistas de Hong Kong, Tailândia, Japão e Coreia do Sul.
TURISMO ASSOCIAÇÃO DIZ SEREM NECESSÁRIAS MAIS AGÊNCIAS CHINESAS EM PORTUGAL
Uma questão de perspectiva
Yong Liang, presidente da Associação de Turismo Chinês em Portugal, acredita que a tendência é para que haja cada vez mais turistas chineses no país, sendo, por isso, necessárias mais agências estabelecidas em Portugal. Numa altura em que a China e Macau eliminam progressivamente as restrições contra a covid-19, a palavra de ordem da associação é reforçar a cooperação e os contactos, aproveitando também o potencial estratégico da RAEM
PAÍSES com históricas ligações, Portugal e China têm estado a navegar em diferentes mares em matéria de turismo, no contexto da pandemia. Se, por um lado, Portugal recuperou há vários meses o sector do turismo, a China só agora começa a abrir as fronteiras e a eliminar as restrições contra a pandemia. Será, talvez, a fase ideal para uma maior recuperação económica e do próprio sector turístico, um mercado em que a China se assume cada vez mais como líder.
Em entrevista ao HM, Yong Liang, presidente da Associação de Turismo Chinês em Portugal, fala dos planos para a cooperação com Macau e China para que cada vez mais visitantes se desloquem a Portugal. Nesse sentido, o responsável acredita que Portugal necessita de ter mais agências de viagens chinesas para dar resposta a esta tendência.
“Sem dúvida que as agências de viagens poderiam olhar mais para Portugal. Já existem algumas agências chinesas a trabalhar em Portugal e motivamos outras para que se estabeleçam por cá», disse Yong Liang.
No que diz respeito à ACTEP, há disponibilidade “para ajudá-las nesse processo”. “No futuro, haverá mais turistas a chegar a Portugal e haverá necessidade de mais agências de turismo chinesas para os ajudar nas boas-vindas. Ao mesmo tempo, o número de turistas de Portugal para a China vai aumentar, por isso há muitas oportunidades em ambos os sentidos», acrescentou o dirigente.
Yong Liang explica porque é que os seus conterrâneos gostam tanto de Portugal, que já se transformou “num grande destino”. “Tem cultura, uma grande combinação entre
o clássico e o moderno, pessoas simpáticas, uma boa gastronomia, é um bom local para fazer compras, cenários naturais muito bonitos e é um destino barato. Acredito que as motivações [para viajar, da parte dos turistas chineses] não mudaram muito [com a pandemia]. Talvez o que tenha mudado é o facto de ser um destino cada vez mais popular e não apenas para grupos de turistas. Portugal é, cada vez mais, um destino para viajantes independentes e famílias”, frisou.
Desde a sua criação que a ACTEP pretende “desenvolver as relações de turismo entre Portugal e a China, em ambas as direcções”. “Queremos ver mais turistas chineses em Portugal e, claro, mais turistas portugueses na China.
Acreditamos que o mútuo conhe-
cimento dos povos é essencial para reforçar a amizade entre os dois países. Como sabemos, a pandemia trouxe algumas limitações, mas não deixámos de trabalhar em prol desses objectivos.”
Exemplo disso, é o projecto do pavilhão de Portugal na Expo de Yangzhou, no ano passado, que “atraiu dezenas de milhares de visitantes e vários prémios”, nomeadamente o de pavilhão com mais baixas emissões de carbono e o “Prémio Internacional de Intercâmbio Cultural”.
Este ano, Yong Liang foi também responsável pela organização e gestão do pavilhão de Portugal em Pequim no certame mais importante do país, a Feira Internacional de Comércio e Serviços da China. O dirigente associativo só tem perspectivas positivas face ao futuro do sector. “A China era, antes da pandemia, o segundo maior mercado de turismo do mundo e será o primeiro mercado turístico a nível mundial em menos de dez anos.”
Papel de Macau
China é um importante mercado para Portugal e é nisso que estamos a trabalhar. Macau tem também um grande potencial.”
Estando às portas da China, Macau não deixa de ser estratégico para a ACTEP, tendo em conta “o seu sucesso como destino turístico e o posicionamento no Delta do Rio das Pérolas, bem como as históricas relações que possui com Portugal e o facto de ser uma porta de entrada para a China, como destino e mercado”.
Os contactos com entidades do território têm sido desenvolvidos.
“Já estabelecemos contactos com a AAVM - Associação das Agências de Viagens de Macau, uma organização com quem estamos dispostos a trabalhar, e com a Direcção dos Serviços de Turismo. Estamos particularmente numa boa posição para ajudar a promover Macau em Portugal, bem como promover Portugal em Macau. Esperamos que no próximo ano possamos promover várias acções neste sentido.”
Estando às portas da China, Macau não deixa de ser estratégico para a ACTEP, tendo em conta “o seu sucesso como destino turístico e o posicionamento no Delta do Rio das Pérolas”
Tendo em conta “a boa relação da ACTEP com o Turismo de Portugal, há condições para garantir uma boa promoção [de Macau como destino] em Portugal”. No contexto da pandemia, “todo o esforço promocional que a ACTEP tem feito será positivo para fazer com que Portugal fique bem posicionado para esta recuperação, e por essa razão queremos envolver as autoridades portuguesas nacionais e regionais e as agências de viagens portuguesas neste esforço.”
Yong Liang diz ainda que tem vindo a ser desenvolvida “uma boa relação com agências chinesas de turismo”. “A China é um importante mercado para Portugal e é nisso que estamos a trabalhar. Macau tem também um grande potencial”, rematou.
Desde o abandono gradual da política de casos zero de covid que a China tem permitido que cada vez mais os turistas estrangeiros comecem a considerar a possibilidade de viajar para o país. A partir do dia 8 de Janeiro, deixa de ser obrigatória a quarentena para quem chega de fora. No entanto, esta quarta-feira, o Ministério dos Transportes da China fez um apelo para que as viagens no mercado interno, no período do Ano Novo Chinês, ou seja, entre os dias 21 e 27 de Janeiro, sejam feitas “de forma escalonada” a fim de evitar infecções massivas.
De acordo com um guia do Ministério chinês, os testes de PCR e passaportes covid-19 não serão exigidos para viajar e as autoridades competentes vão desmantelar quaisquer postos de controlo anteriormente instalados para restringir a passagem de veículos nas estradas.
Esta terça-feira a China anunciou a retoma da emissão de passaportes para o turismo, medida suspensa desde o início de 2020. Os pedidos para os vistos podem ser apresentados a partir do dia 8 de Janeiro. Andreia Sofia Silva
“A
Quartos com vista
Segundo um artigo publicado na revista Desenvolvimento Económico, o sector da hotelaria de Macau está demasiado dependente das receitas do jogo. Porém, esse aspecto acabou por contribuir para amortecer o impacto da crise no primeiro ano da pandemia
davam impostos para ajudar uma economia em dificuldades, com o dinheiro proveniente do jogo”, é acrescentado.
A importância do jogo
Além de abordar o papel dos hotéis durante a pandemia, o estudo avalia também a dependência do turismo face à indústria do jogo.
Em relação a esta aspecto, Cvetanka Ristova Maglovska e Tanja Angelkova Petkova concluem que efectivamente existe dependência, mas que o território também não apresenta actualmente capacidade para grandes alternativas.
HOTÉIS OCUPAÇÃO MÉDIA EM NOVEMBRO FOI DE 39%
Ataxa de ocupação média dos quartos de hotel de Macau durante o mês de Novembro foi de 38,7 por cento, menos 7,8 pontos percentuais, em termos anuais, indicou ontem a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).
percentuais, relativamente ao mesmo período do ano anterior. Ao longo dos primeiros 11 meses de 2022, os hotéis de Macau hospedaram 4.658.000 indivíduos, menos 22 por cento, face ao mesmo período de 2021.
AO contribuir para as políticas de controlo da covid-19, a hotelaria assumiu em Macau o papel de primeira linha na defesa contra a propagação do vírus. É esta a conclusão de um estudo publicado na revista Desenvolvimento Económico, com o título “Análises de Gestão de Crises na Indústria Hoteleira: o caso de Macau”, assinado pelas académicas Cvetanka Ristova Maglovska e Tanja Angelkova Petkova, da Universidade de Stip, na Macedónia.
O estudo visa o período de 2020, com o surgimento do primeiro caso de covid-19 em Macau, antes de a indústria
do jogo ter sentido o impacto mais forte da pandemia, não só com as medidas de restrição de circulação, mas também com a campanha contra o jogo lançada pelas autoridades do Interior da China. Por isso, e antes dos impactos mais graves se terem feito sentir, é concluído que as receitas dos casinos foram importantes para que numa primeira fase o Governo mantivesse o esforço no combate à pandemia.
“A indústria hoteleira fez esforços distintos em conformidade com os poderes e políticas governamentais. Esta pode ser caracterizada como uma abordagem racional, até porque não havia verdadeiramente a
Covid-19 Uma morte e 88 internados na quarta-feira
Na quarta-feira, um homem de 75 anos infectado com covid-19 morreu, indicou ontem o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus. No mesmo dia foram também identificados 88 casos confirmados de covid-19 que foram encaminhados para as instalações de isolamento e tratamento dos Serviços de Saúde. As autoridades acrescentam que a vítima mortal foi vacinada com duas doses da vacina contra a covid-19.
possibilidade de gerar receitas de outras forma durante uma situação de isolamento”, apontam as autoras. “Mas, de forma positiva, esta postura levou a que os hotéis actuassem como ‘a primeira linha de defesa’ contra a transmissão de covid-19, ao mesmo tempo que arreca-
“Se não fossem as receitas dos impostos do jogo [...] o impacto para o sector teria sido muito mais devastador.”
Neste cenário, é apontado que sem a dependência, mesmo que excessiva, a situação económica tinha sido muito pior. “A questão que se coloca é: será a indústria hoteleira de Macau excessivamente dependente das receitas do jogo e terá isso gerado consequências mais devastadoras para outras áreas do sector da hotelaria?”, colocam como hipótese as investigadores.
A resposta é negativa, pelo menos quanto à segunda parte da pergunta: “Se não fossem as receitas dos impostos do jogo, e tendo em conta que as principais fontes de receitas do Governo e das outras áreas do sector da hotelaria sofreram muito durante a pandemia, o impacto para o sector teria sido muito mais devastador”, admitem.
Ainda assim, o estudo indica que a dependência da hotelaria face ao jogo é excessiva e que deixa todo o sector numa situação “muito vulnerável”.
João Santos FilipeVacinas Posto do Fórum Macau deixou de funcionar
O posto de vacinação do Fórum de Macau deixou ontem de funcionar. O centro de coordenação e de contingência do novo tipo de coronavírus aconselha as pessoas que pretendam vacinar-se contra a covid-19 a deslocarem-se aos postos de vacinação do Centro de Saúde da Ilha Verde, do Centro de Saúde da Praia do Manduco, do Centro de Saúde de Nossa Senhora do Carmo – Lago e do Centro de Saúde dos Jardins do Oceano. Além disso, o Posto comunitário de vacinação do Centro Desportivo Mong-Há deixará de funcionar a partir amanhã.
A taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos hotéis de 3 estrelas e a dos hotéis de 5 estrelas decresceram 14 e 8,6 por cento, respectivamente.
No mês em análise os estabelecimentos hoteleiros hospedaram 409.000 indivíduos, menos 17,2 por cento, em termos anuais. Realça-se que o número de hóspedes do Interior da China (323.000) e o de hóspedes locais (61.000) baixaram 19,8 e 2,6 por cento, respectivamente. O período médio de permanência dos hóspedes manteve-se em 1,7 noites.
No período de Janeiro a Novembro a taxa de ocupação média dos quartos de hóspedes dos estabelecimentos hoteleiros foi de 38 por cento, menos 11,6 pontos
Durante o mês de Novembro o número de visitantes que participaram em excursões locais foi de 2.400, mais 29,9 por cento, face ao mês homólogo de 2021, enquanto o número de residentes de Macau que adquiriram nas agências de viagens serviços para viajar ao exterior (tais como, serviços de transportes, de alojamento, de visitas aos pontos turísticos, etc.) correspondeu a 5.600, mais 17,6 por cento.
Entre Janeiro a Novembro deste ano, o número de visitantes que participaram em excursões locais equivaleu a 29.000, menos 21,4 por cento, face ao mesmo período de 2021 e o número de residentes de Macau que adquiriram nas agências de viagens serviços para viajarem ao exterior fixou-se em 40.000, menos 71,1 por cento. J.L.
TURISMO AGÊNCIA RECEBEU DEZENAS DE CONSULTAS SOBRE VIAGENS AO JAPÃO
Agerente de operações do ramo da agência de viagens EGL Tours em Macau, Chao Lai Fong, apontou que nos últimos dias recebeu dezenas chamadas a pedir informações sobre viagens para o Japão, principalmente para a altura do Ano Novo Chinês. A responsável indicou ao canal chinês da Rádio Macau que os potenciais clientes mencionaram o final de Janeiro por considerarem por que essa altura a pandemia já estaria estável em Macau.
Chao Lai Fong revelou que a primeira excursão organizada pela empresa, para o Ano Novo Chinês, que tinha como destino o Japão acabou por ser adiada porque tanto a agência de viagens como as companhias aéreas enfrentaram escassez de mão-de-obra.
Em relação à medida que obriga, a partir de hoje, voos que partem da China, Hong Kong e Macau a usar apenas quatro aeroportos, Chao Lai Fong afirmou que tal não terá grande impacto no mercado local, uma vez que a maioria dos residentes de Macau viaja precisamente para Tóquio e Osaka, afectando apenas as rotas para Hokkaido, que tiveram de ser canceladas.
Um dos efeitos das medidas implementadas pelas autoridades nipónicas é o aumento dos preços de quartos e bilhetes de avião. N.W.
No sentido inverso
Além dos Estados Unidos, também a Itália passou a exigir a realização de testes a pessoas oriundas da RAEM. Quem viaja para Portugal pode estar mais descansado, uma vez que o país afasta a possibilidade de implementar restrições para quem vem da China
DESDE ontem, quem entrar nos Estados Unidos vindo de Macau está obrigado a apresentar resultado negativo de um teste de ácido nucleico realizado nas 48 horas anteriores. A possibilidade de implementação desta exigência tinha sido adiantada na terça-feira e foi confirmada ontem, pelo Centro de Controlo de Prevenção e Controlo de Doenças norte-americano (CDC em inglês).
“O CDC anuncia esta medida para reduzir o ritmo da propagação de covid-19 nos Estados Unidos face ao aumento dos casos de covid-19 na República Popular da China, dada a falta de dados epidemiológicos e de sequência genómica viral adequados e transparentes”, foi justificado, numa nota de imprensa publicada ontem. “Estes dados são essenciais para acompanhar o surgimento de novos casos e reduzir as hipóteses de entrada de novas variantes com efeitos preocupantes”, foi acrescentado.
Transportes Ligações marítimas com aeroporto de HK retomadas
Macau e o aeroporto de Hong Kong retomam a partir de hoje as ligações marítimas, quase três anos depois de terem sido suspensas devido às medidas de contenção da pandemia, anunciou a empresa responsável pelo serviço. “Numa fase inicial”, o serviço será retomado com “duas viagens de ida e volta todas as semanas” entre
o terminal do Pac On, na ilha da Taipa, e o Skypier do aeroporto de Hong Kong, de acordo com uma nota disponível na página da TurboJet. As ligações, às sextas e aos domingos, têm uma duração de cerca de 70 minutos e partem às 09h45 do aeroporto de Hong Kong em direcção a Macau e às 14h30 de Macau para Hong Kong. As
reservas dos bilhetes devem ser feitas “pelo menos dois dias antes da data de partida”, lê-se no portal da TurboJet. Para já, apenas as viagens por mar entre o aeroporto de Hong Kong e Macau foram retomadas. Todas as outras ligações marítimas entre as duas regiões administrativas continuam suspensas desde Fevereiro de 2020.
A mesma nota de imprensa admite ainda a hipótese de serem tomadas medidas mais restritivas: “O CDC vai continuar a acompanhar a situação e ajustar a abordagem, quando considerado necessário”, foi informado.
Além de um teste negativo, as autoridades norte-americanas aceitam também um certificado de recuperação, para quem tiver estado infectado nos 10 dias anteriores à viagem.
A exigência aplica-se a qualquer pessoa, independentemente da nacionalidade, que tenha estado em Macau, Hong Kong ou no Interior da China mais de dois dias nos 10 dias anteriores à viagem. Na medida também não é considerada a vacinação, ou seja, é aplicada mesmo se o viajante tiver levado quatro doses.
Tendências sazonais
Além dos Estados Unidos, foram impostas medidas restritivas para passageiros vindos da China em
mais países. O Japão foi um dos primeiros países a seguir esta direcção, quando decidiu restringir os aeroportos de destino para voos provenientes do Interior, Macau e Hong Kong.
Em Itália a medida de testagem também foi implementada, primeiro na região da Lombardia, depois em todo o país, após terem sido detectados 97 casos positivos entre os 212 passageiros em dois voos provenientes do Interior da China. Os dados foram fornecidos por Guido Bertolaso, conselheiro regional da Lombardia, de acordo com a Sky News.
Um dos países que admite não adoptar qualquer medida, para já, é Portugal. Numa resposta escrita à emissora TSF, o ministério da Saúde apontou que as autoridades portuguesas estão a “acompanhar a situação epidemiológica em articulação com os parceiros europeus e organismos internacionais, nomeadamente no âmbito da actividade do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças”.
Contudo, Portugal não prevê “alterações nos procedimentos” ou a adopção de “medidas adicionais”, mantendo-se em curso “a vigilância genómica do SARS-CoV-2 através do Laboratório Nacional de Referência”. João Santos Filipe
Farmácias Compras limitadas a “uma caixinha”
O Instituto para a Supervisão e Administração Farmacêutica (ISAF) anunciou que as compras de vários medicamentos estão limitadas a “uma caixinha”, face à “pressão” da elevada procura. Segundo o comunicado, foi pedido às farmácias que medicamentos como analgésicos, antitérmicos, antigripais compostos ou para a tosse só fossem vendidos na quantidade de “uma caixinha” por indivíduo. Também a venda de testes rápidos foi limitada a 10 unidades por pessoa. Em relação à corrida dos últimos dias às farmácias, o ISAF
indica que foram “reabastecidos os reagentes e medicamentos analgésicos e antitérmicos simples”, mas admite que há falta de “medicamentos antigripais compostos e medicamentos para a tosse”. Esta é uma situação que o ISAF deixa a entender ser de difícil resolução, porque “actualmente acontece também nas regiões vizinhas”. O limites nas vendas nas farmácias comunitárias foram impostos, depois de uma negociação com a Associação de Farmácias de Macau, cujos contornos não são revelados.
A Ciência com características
Ana CristinaFALAR SOBRE a cultura e a civilização dos outros requer precauções ou pelo menos a consciencialização de que tudo pode suceder, desde a incompreensão, passando por uma abordagem superficial até à sintonia, como nos alerta David Wong no seu trabalho “Filosofia Comparada: Chinesa e Ocidental”, relativo à filosofia numa perspetiva comparatista, publicado no âmbito de uma colectânea realizada pela sinologia brasileira, organizada por Matheus Oliva da Costa (2022), intitulada Textos Seleccionados de Filosofia Chinesa 1, onde Wong defende que mais importante do que a comensurabilidade ou incomensurabilidade metodológica, epistemológica, ética e metafísica é a tentativa de ir ao encontro do outro, à procura, mais do que das semelhanças, do respeito pela manifestação filosófica diferente, o que só é possível se em lugar de nos colocarmos numa posição avaliadora tentarmos entrar no mesmo comprimento de onda, buscando “ imagens de mundo baseadas em sintonia versus imagens de mundo que cortam a conexão entre entendimento e sintonia” (Wong, 2022:400). Para tal será necessário cultivar a abertura de espírito ou largueza de vistas, donde provirá um exercício criativo híbrido que poderá trazer resul-
tados surpreendentes, com todas as partes envolvidas na comparação a crescerem e a reunirem-se na aprendizagem de novos caminhos intelectuais.
Um dos filósofos e historiadores da filosofia que mais procurou aproximar a filosofia chinesa da ocidental foi, consoante o registo fonético, Fung Yu-lan ou Feng Youlan (馮友蘭/冯友兰,1895 -1990) e começou por fazê-lo numa posição de grande humildade, concentrando-se numa abordagem à ciência ocidental, defendeu que a ciência na China, praticamente inexistente, de acordo com os parâmetros ocidentais, muito tinha de aprender com o Ocidente. Na sua expressão, “aprender com o estrangeiro (estudar com o Ocidente (...) 以夷為師(向西方 學)” (Feng Youlan, Apud Alves, 2022: 61).
Na verdade, como bem notou Lisa Raphals (2022) em “Ciência e Filosofia Chinesa”, num trabalho inserido na colectânea já referida o esforço de Feng Youlan é de tentar desenvolver o espírito científico à maneira ocidental na China da época, já que o filósofo defendia em “Por que a China não tem ciência” (1922) que “o que mantém a China atrasada é que ela não possui ciência” (Feng Youlan, Apud Raphals, 2022: 341).
Para compreender a perspectiva do filósofo temos de o situar no seu pró-
prio tempo. Hoje não faria qualquer sentido uma posição deste tipo, já que os chineses ao longo de todo o século XX partiram rumo ao Ocidente e aprenderam bem a lição da ciência ocidental, do espírito científico em actuação nos seus vários domínios, os parâmetros e, sobretudo, a aprendizagem com a experiência, bem como a quantificação dos dados, a testagem, verificação e confirmação dos resultados.
E a verdade é que nada impediu os cientistas chineses de se encontrarem ao mesmo nível dos seus congéneres nos campos da matemática, física, química, astronomia e astrofísica e todas as outras ciências ditas ocidentais, nem mesmo como argumentavam certos sinólogos de renome, por exemplo Bodde (1991) em Chinese Thought, Science and Society: The Intellectual and Social Background of Science and Technology in Pre-Modern China, ao repetir o que muitos sinólogos pensavam, a saber, que a língua chinesa, certas concepções filosóficas conservadoras e organicistas, bem o autoritarismo imperial tinham afastado os chineses do pensamento científico à maneira ocidental.
Voltando ao texto de Lisa Raphals sobre a ciência e filosofia chinesas, a autora termina com uma questão inte-
Este espaço
ressante à qual não responde, a saber, se a filosofia chinesa poderia contribuir para a constituição de uma ciência chinesa. (Raphals, 2022: 361). Pela minha parte, respondo sem hesitações que sim. Aliás é, de facto a união entre filosofia e ciência o que torna possível no País do Meio a referência a uma ciência com características chinesas. E não é preciso irmos muito longe, basta pensarmos na Medicina Tradicional Chinesa. O que a caracteriza e distingue da Medicina (Tradicional) Ocidental é precisamente o seu ponto de partida ser filosófico. Ora isto foi o que Feng Youlan, condicionado pelas circunstâncias, teve dificuldade em reconhecer, quer dizer, o estatuto extremamente original e único da ciência chinesa. Ele estava preocupado com o alegado atraso do seu país em termos científico-tecnológicos face aos avanços da ciência e tecnologias ocidentais e não via vantagens numa postura filosófica que considerava livresca e conservadora. Diz-nos o filósofo em 《中國現代 哲學史》(História da Filosofia Chinesa Contemporânea), o essencial para que a ciência e a filosofia ganhem é justamente ambas deixarem de assentar em tanta teoria e leitura de clássicos, como tem sucedido ao longo da tradição chi-
do
chinesas e a Grande Unidade
Cristina Alvesnesa, e usufruam da possibilidade da aprendizagem pela experiência.
O professor Feng Youlan, da linha neoconfucionista, defende, em termos filosóficos, a necessidade de se pensar numa Grande Unidade (大全 Dà Quán) entre os reinos da experiência e da razão, sendo que os princípios racionais (理 li) não se colocam num mundo à parte, à maneira platónica, mas estão incrustados na própria experiência. Pelo que o seu apelo é que na filosofia não se afaste o corpo, a sensibilidade e as vivências da racionalidade que as animam. As duas dimensões, a da verdade, à qual pertence a razão, e a da actualidade, o mundo, apenas se distinguem por comodidade analítica, sendo este todo, animado por um princípio vital, que viabiliza o estudo das essências por método indutivo e lógica experimental, porque nada existe fora da realidade imanente.
No entanto, do ponto de vista filosófico, muito ficou a ganhar a filosofia de Feng Youlan com esta “viragem experimental”, já que, por um lado, veio recuperar o espírito ecológico que animou os seus primórdios da filosofia chinesa, por outro, aproximou-se do Ocidente, permitindo a criação de uma filosofia comparada, como se pode ler nas Actas do Oitavo Congresso Internacional
O professor Feng Youlan, da linha neoconfucionista, defende, em termos filosóficos, a necessidade de se pensar numa Grande Unidade (大全 Dà Quán) entre os reinos da experiência e da razão, sendo que os princípios racionais ( 理 li) não se colocam num mundo à parte, à maneira platónica, mas estão incrustados na própria experiência. Pelo que o seu apelo é que na filosofia não se afaste o corpo
de Filosofia de 1934: “Estamos agora interessados na mútua interpretação do Oriente e do Ocidente mais do que no seu mútuo criticismo. Eles são vistos como ilustrando a mesma tendência humana de progresso e expressões do mesmo princípio da natureza humana. Desta forma, o Oriente e o Ocidente não estão apenas ligados, mas estão unidos” (Feng Youlan apud Baskin, 1984: 737).
Quando à recuperação do espírito ecológico e holístico, eles irão caracterizar o grande princípio da nova humanidade, que é saber fundir-se na Grande Unidade “自同於大全” (Feng, 2006: 211), totalmente imersa no Céu e na Terra, que na obra são identificados com o Criativo ( 乾 Qián) e o Receptivo (坤Kūn)), ou seja, os dois primeiros hexagramas do Clássico das Mutações (《易經》).
No entanto, o filósofo não estende esta grande unidade filosófica à ciência, porque considera que esse foi um dos motivos que levou ao atraso na China do desenvolvimento da ciência à maneira ocidental. Hoje percebemos quão redutor e limitativa pode ser apenas uma abordagem especializada e quantitativa dos dados científicos e até consideramos que o Ocidente tem muito a ganhar e aprender se não distanciar as suas ciências das perspectivas filosóficas e de abordagens
as opiniões expressas no artigo são da inteira responsabilidade dos autores. https://www.cccm.gov.pt/
FengYoulan
holísticas e organicistas, essencialmente qualitativas, seguindo os passos da ciência com características chinesas, na qual o espírito filosófico reina mantendo a unidade entre os domínios. Voltando ao Clássico das Mutações, o Hexagrama 45 é Reunir-se (萃卦 Cuì Guà), na classificação seguida por Richard Wilhelm, que segue a linha neoconfucionista, a mesma de Feng Youlan. Este hexagrama é constituído, na base, pela Terra receptiva (坤 Kun) e, no topo, pelo Lago alegre (兑duì). Afirma-se no Juízo do hexagrama que o reunir-se traz sucesso, seja quando o governante se aproxima do templo, seja por se buscar sabedoria e pelo melhor método de a alcançar, através da perseverança ou via oferendas. Mas o mais importante chega-nos, a meu ver, através da imagem, onde lemos: “Sobre a Terra, o Lago: A imagem do reunir-se. Assim, a pessoa superior renova as suas armas De modo a responder ao imprevisto” (澤上於地,萃,君子以除戎器,戒不虞。)
Concluindo, apenas unindo o que estava desligado se podem alcançar excelentes resultados, como a água reunida num lago acima da terra para criar vida e alegria através e em torno dela, ou a ciência
reunida à filosofia para a criação de uma ciência com características chinesas.
Bibliografia
• Alves, Ana Cristina. 2022. Cultura Chinesa, Uma Perspetiva Ocidental Coord. Carmen Amado Mendes.
Coimbra: Almedina, Centro Científico e Cultural de Macau, I.P.
• Baskin, Wade (ed). 1984. “Yu-lan Fung”. Classics in Chinese Philosophy New Jersey: Helix Books.
• 馮友蘭 (Fung Yu-lan/ Feng Youlan).2006.《中國現代哲學史》香 港:中華書局有限公司
• Raphals, Lisa. 2022. “Ciência e Filosofia Chinesa”. Textos Selecionados de Filosofia Chinesa 1 Organização de Matheus Oliva da Costa. Pelotas: Editora UfPel.
• Wilhelm, Richard (Trad.). 1989. I Ching or the book of changes. London: Arkana, Penguin Books.
• Wong, David. 2022. “Filosofia Comparada: Chinesa e Ocidental”. Textos Selecionados de Filosofia Chinesa 1. Organização de Matheus Oliva da Costa. Pelotas: Editora UfPel.
• 張中鐸(編) (Zhang Zhongduo)《易经 提要白話解》台南市:大孚,民84.
OS Presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping, vão reunir-se por videoconferência na sexta-feira, anunciou ontem o Kremlin (presidência russa).
“Estamos a preparar uma reunião entre o Presidente Putin e o Presidente Xi, que terá lugar amanhã de manhã [sexta-feira, hora local] em Moscovo”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, citado pela agência estatal russa TASS.
Peskov disse aos jornalistas que os dois líderes falarão por videoconferência.
“A primeira troca de comentários de boas-vindas será pública, depois, a conversa continuará à porta fechada, porque o equipamento e as comunicações especiais permitem que seja feita”, explicou Peskov.
O porta-voz disse que Putin e Xi falarão sobre “as relações bilaterais russo-chinesas” e referiu que o volume de negócios entre Moscovo e Pequim está “a crescer rapidamente”.
Os dois líderes irão “trocar opiniões sobre os problemas regionais mais agudos”, tanto os que estão “mais próximos” da Rússia, como os que “estão mais próximos da China”
Disse também que os dois líderes irão “trocar opiniões sobre os problemas regionais mais agudos”, tanto os que estão “mais próximos” da Rússia, como os que “estão mais próximos da China”.
“No espírito de uma verdadeira parceria estratégica, os nossos
POR VIDEOCONFERÊNCIA
Diálogos da crise
O encontro virtual deverá abordar os temas quentes que marcam a actualidade dos dois países, Ucrânia e Taiwan, além do volume de negócios entre
Pequim e Moscovo
COVID-19 PEQUIM DIVULGA DETALHES DA MUDANÇA NA GESTÃO DO VÍRUS
AChina anunciou que irá baixar o nível de gestão da covid-19 a partir de dia 8 de Janeiro, tratando-a como uma infecção de Classe B, em vez de uma infecção de Classe A, mais grave.
Detalhes adicionais sobre esta mudança de política foram revelados na terça-feira numa conferência de imprensa pelo mecanismo conjunto de prevenção e controlo do Conselho de Estado contra a covid-19, indicou o Diário do Povo.
Li Bin, vice-chefe da Comissão Nacional de Saúde, disse que vários factores criaram as condições necessárias
para este recente ajuste na gestão de infecções pelo novo coronavírus.
O responsável listou o facto de que a China acompanhou de perto a mutação do vírus, agiu rapidamente na promoção da vacinação e no fornecimento de medicamentos, construiu o seu sistema de tratamento médico, prevenção e controlo epidémicos e aumentou a sua capacidade de resposta a emergências.
“Actualmente, com a mutação do vírus, a mudança da situação epidémica, a popularização da vacinação e o acumular de experiência, a
prevenção e o controlo epidémico da China entraram numa nova fase”, disse Li.
Liang Wannian, chefe do painel de especialistas na resposta à COVID-19 sob a Comissão Nacional de Saúde, disse que o ajuste significa uma mudança de foco da prevenção de infecções para o tratamento médico, acrescentando que devem ser feitos esforços para garantir uma transição tranquila e ordenada.
A China tomou uma ampla gama de medidas para direccionar os esforços das localidades no fornecimento
de mais recursos e serviços médicos, numa tentativa de atender às necessidades dos pacientes, disse a funcionária da Comissão Nacional de Saúde, Jiao Yahui.
O país detectará principalmente casos de infecção no decorrer da prestação de serviços médicos e através do auto-monitoramento das pessoas, em vez de outros métodos como o teste de ácido nucleico (PCR) em massa.
Casos assintomáticos e leves serão tratados em casa, em vez de serem tratados por tratamento e observação em isolamento.
líderes irão discutir estes problemas”, acrescentou, sem mais pormenores.
Apesar de não ter referido especificamente a guerra na Ucrânia, que a Rússia invadiu em 24 de Fevereiro deste ano, ou a questão de Taiwan, a alusão aos “problemas mais próximos” de cada um dos países será uma indicação de que poderão estar na agenda.
Declaração conjunta
Antes da invasão, Putin e Xi reuniram-se em Pequim, em 04 de Fevereiro, e divulgaram uma declaração conjunta em que denunciaram a influência dos Estados Unidos e o papel das alianças militares ocidentais na Europa e na Ásia como desestabilizadores.
Nos dias seguintes, a diplomacia chinesa acusou os Estados Unidos de inflamarem a ameaça de guerra com declarações sobre a iminência de uma invasão da Ucrânia pelas tropas russas.
O Ocidente deve “parar de espalhar informações falsas e contribuir mais para facilitar a paz, a confiança mútua e a cooperação”, disse um porta-voz chinês em 16 de Fevereiro.
Desde o início da guerra, a China tem pedido respeito pela “integridade territorial de todos os países”, incluindo a Ucrânia, e atenção às “preocupações legítimas de todos os países”, numa referência à Rússia.
Xi recebeu o ex-presidente russo Dmitri Medvedev em Pequim, em 20 de Dezembro, e disse que a China “sempre manteve uma posição objectiva e justa” em relação à guerra na Ucrânia.
A China e a Rússia concluíram, na quarta-feira, exercícios militares navais anuais, que tinham iniciado uma semana antes, a cerca de 500 quilómetros da costa norte da ilha de Taiwan.
A China reclama a soberania sobre Taiwan e rejeita qualquer interferência externa na questão da ilha.
China/Benin Presidentes Xi e Talon trocam mensagens de parabéns
O Presidente chinês, Xi Jinping, trocou ontem mensagens de parabéns com o Presidente do Benin, Patrice Talon, pelo 50.º aniversário da retoma das relações diplomáticas dos dois países, indica o Diário do Povo.
Xi disse que, no meio século desde a retoma das relações diplomáticas China-Benin, os dois países sempre se trataram de uma forma sincera e amigável, e apoiaram-se firmemente nos assuntos relativos aos interesses centrais do outro e nas principais preocupações.
O Presidente chinês assinalou que actualmente as relações bilaterais mantêm um bom impulso de desenvolvimento com resultados frutuosos de cooperação em várias áreas, o que trouxe benefícios tangíveis para ambos os povos. Por sua vez, Talon disse estar satisfeito com a cooperação entre os dois países desde a retoma dos seus laços diplomáticos há 50 anos e acrescentou que está disposto a trabalhar com o Presidente Xi para construir uma relação bilateral dinâmica e mais forte.
No ano em que a Corrida da Guia celebrava o seu quinquagésimo aniversário, Filipe Souza soube tirar proveito das circunstâncias e “quebrou um enguiço” dos pilotos de Macau, tornandose o primeiro piloto do território a vencer a mais tradicional e emblemática corrida de carros de Turismo do sudeste asiático em 2022
PARA o piloto macaense, que conta com mais de duas dezenas de participações no Grande Prémio de Macau, este era um objectivo há muito ambicionado, mas acabou por ter um sabor especial, até porque foi conquistado num ano particularmente complicado para o estagnado automobilismo da RAEM e ao volante de um carro que mal conhecia.
“A vitória na Corrida da Guia teve um significado muito especial para mim”, recordou Filipe Souza ao HM. “Foi muito importante, pois este é o meu terreno. Também acho que tem um significado muito especial para os pilotos e residentes de Macau, pois pela primeira vez um piloto de Macau conseguiu ganhar esta corrida.”
GP MACAU VENCEDOR DA CORRIDA DA GUIA PENSA NOUTROS VOOS
Sabor especial
possível adaptar-me e encontrar uma boa afinação”, até porque o carro que foi eleito TCR Model of Year 2022 “é muito forte, mas para andar no limite é preciso testar muito mais do que eu testei.”
Outros voos
Depois de ter conquistado o seu grande objectivo nas corridas de Turismo, Filipe Souza está novamente a avaliar a possibilidade de transitar de classe e correr em carros de Grande Turismo (GT). A categoria GT4, que está em pleno crescimento neste ponto do globo, interessa ao piloto.
FILIPE SOUZA PILOTODepois de ter vencido a corrida de sábado no programa da 69.ª edição do Grande Prémio, para a qual arrancou mal mas soube como tirar partido dos erros dos seus principais adversários, Filipe Souza manteve-se sempre na frente no decisivo embate no domingo, aguentando a pressão dos rápidos pilotos de pelos pilotos de Hong Kong Lo Sze Ho (Hyundai i30 N TCR) e Andy Yan (Honda FK7 TCR). Para além de ter ganho a Corrida da Guia, Filipe Souza conquistou também
a primeira edição do TCR Asia Challenge.
Novo carro cumpriu
Para esta corrida, o piloto do território tripulou a mais recente versão do Audi RS 3 LMS TCR, um carro que só foi entregue ao piloto a meio do ano, em pleno pico da pandemia e das restrições em Macau. Antes do Grande Prémio, Filipe Souza teve só um pequeno contacto com a sua nova máquina num evento provido pela associação automóvel local em Zhaoqing. Contudo, o
pouco conhecimento do Audi não desmoralizou o piloto lusófono que sabia que era possível vencer.
“Parti para este Grande Prémio com muita confiança em mim próprio e também no meu novo carro. A experiência que ganhei nos dois últimos anos nesta corrida faziam me acreditar que era possível ganhar a Corrida da Guia desta vez”, explica Filipe Souza, que, no entanto, reconheceu que “não foi nada fácil”. Isto, porque “o novo carro é muito mais sensível comparando com o anterior”, no entanto o piloto relembra que “foi
“Neste momento já estou a planear outras possibilidades para continuar. Estou a pensar na categoria de GT4, mas ainda estou a ver qual a marca é mais conveniente e a avaliar quais são os carros mais fortes ou competitivos”, revela Filipe Souza.
A esperada reabertura das fronteiras de Macau aguça o apetite do piloto de 46 anos para regressar a outros voos. Apesar de ainda ser cedo para definir a temporada de 2023, “estou a considerar fazer algumas provas internacionais, não só na Ásia, também gostaria de fazer algumas corridas na Europa”.
Sérgio Fonseca
TÉNIS DEPORTAÇÃO DA AUSTRÁLIA FOI MUITO DIFÍCIL PARA DJOKOVIC
Otenista Novak Djokovic, que se prepara para disputar o Open da Austrália, admitiu ontem “ter sido muito difícil digerir” o facto de há um ano ter sido deportado do país por não estar vacinado contra a covid-19.
“O que passou há 12 meses não foi fácil de digerir durante um tempo”, afirmou o sérvio, numa conferência de imprensa em Adelaide, antes de iniciar a participação num torneio de preparação para o Open da Austrália, que começa em 16 de Janeiro.
Djokovic, que em Janeiro passado esteve retido num hotel em Melbourne, antes de ser expulso do país, garantiu que este tipo de situações “se recordam a vida toda”, mas considerou-as “valiosas experiências de aprendizagem”.
“Obviamente foi decepcionante deixar o país da forma que deixei. Um país no qual vivi grandes êxitos desportivos, sobretudo em Melbourne”, afirmou Djokovic, vencedor por nove vezes o ‘major’ australiano.
Djokovic foi deportado em Janeiro deste ano, pouco depois do início do torneio em piso rápido, por ter entrado no país sem estar vacinado contra a covid-19, tendo apresentado uma isenção médica, cuja legalidade foi contestada pelas autoridades australianas.
O visto foi cancelado, por ter sido considerado que a presença de Djokovic poderia constituir um risco para a saúde pública e ser contraproducente para os esforços de vacinação na Austrália, no âmbito do
combate à pandemia de covid-19.
Após uma curta, mas intensa, batalha judicial, o pleno do Tribunal Federal Australiano sustentou que a presença do tenista constituía um risco de saúde e ordem públicas, por poder contribuir para alimentar protestos de movimentos anti-vacinas, e Djokovic foi deportado.
O sérvio sofreu também uma proibição de entrada no país durante três anos, “anulada” em Novembro passado com a concessão de um visto temporário.
“Foi muito importante, pois este é o meu terreno. Também acho que tem um significado muito especial para os pilotos e residentes de Macau, pois pela primeira vez um piloto de Macau conseguiu ganhar esta corrida.”
CINEMATECA PAIXÃO TRÊS FILMES DISTINTOS PARA VER EM JANEIRO
Ano Novo, fitas novas
“Tori e Lokita”, o filme de animação “Chun Tae-Il: A flame that lives on” e a nova versão de “Outsiders: The Complete Novel’s” são as apostas da Cinemateca Paixão para dar as boas-vindas ao ano de 2023. As exibições arrancam já este domingo
SÃO três histórias muito diferentes, mas que prometem captar a atenção do cinéfilo mais apaixonado e atento. A Cinemateca Paixão apresenta três novos filmes já a partir de domingo para que o público
possa dar as boas-vindas ao Ano Novo com cinema. Um dos filmes é “Tori e Lokita”, com exibições este domingo, quarta-feira e sexta-feira, um trabalho de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne.
“Tori e Lokita” conta a história de dois refugiados,
o rapaz Tori e a adolescente Lokita, que fazem uma grande viagem, completamente sozinhos, de África até à Europa de todos os sonhos, nomeadamente para a Bélgica. Numa fase em que têm de lutar pela sobrevivência e combatendo todos os riscos
Património Assinado acordo com Academia Chinesa de Ciências Sociais
O Instituto Cultural (IC) e o Instituto de Arqueologia da Academia Chinesa de Ciências Sociais assinaram ontem um acordo de intercâmbio e cooperação para as áreas da Arqueologia e da Conservação Patrimonial. Segundo uma nota de imprensa,
o objectivo é “reforçar o intercâmbio e a cooperação entre ambas as instituições nos domínios da arqueologia e da conservação patrimonial e a promover o desenvolvimento de Macau no âmbito dos mesmos”. O Acordo abrange múltiplas áreas,
incluindo a cooperação em projectos arqueológicos, a salvaguarda e gestão de recursos arqueológicos, o intercâmbio académico, a formação de pessoal e a investigação, publicação e divulgação, criando um mecanismo de execução de trabalhos e promoven-
do o desenvolvimento da arqueologia em Macau a nível dos trabalhos de escavação, da investigação sobre conservação patrimonial, bem como da gestão, utilização e divulgação do património e da educação sobre o mesmo.
que correm na viagem, começa a desenvolver-se entre os dois uma grande amizade que, na Bélgica, os vai ajudar a ultrapassar as dificuldades de quem é refugiado num novo país. Este filme foi premiado nos festivais San Sebastian e no 75.º Festival de Cannes, este ano.
A Cinemateca Paixão também aposta no cinema de animação com “Chun Tae-il: a Flame that Lives On”, uma película sul-coreana de Jun-Pyo Hong, de 2021. O filme recorre à animação para abordar uma questão
Animação,
complexa, os direitos laborais, e a história verídica de Chun Tae-il, um trabalhador têxtil que, nos anos 70, se tornou um activista e um símbolo da luta pelos direitos dos trabalhadores na Coreia do Sul. Esta é uma versão alternativa e diferente do filme realizado em 1995. Esta película pode ser visto na quinta-feira, sábado e na semana seguinte, no dia 12.
Recordações de Hollywood
Estávamos no ano de 1983 quando saiu o filme de Francis Ford Coppola que
histórias verídicas e um regresso aos clássicos de Hollywood: a Cinemateca Paixão apresenta tudo isto no cartaz dos primeiros filmes do ano
já trazia um muito jovem actor Tom Cruise e outros nomes hoje bem conhecidos do grande público, como Patrick Swayze, Rob Lowe ou Matt Dillon.
Com o nome “Os Marginais” (The Outsiders: The Complete Novel), o filme marcou os anos 80 e foi serviu de pontapé de saída para muitas carreiras no cinema.
Estávamos em 1983 quando saiu o filme de Francis Ford Coppola que já trazia um muito jovem actor Tom Cruise e outros nomes hoje bem conhecidos do grande público, como Patrick Swayze, Rob Lowe ou Matt Dillon
Agora, o público da Cinemateca Paixão terá a oportunidade de ver uma cópia restaurada em 4K com muitas novidades. O argumento é uma adaptação da história de S. E. Hinton e conta a epopeia de três órfãos que tentam sobreviver num meio que lhes é alheio, rodeados de mexicanos uns com dinheiro, outros pobres. Estes jovens vivem no meio rural de Oklahoma, Estados Unidos, vendo-se envolvidos numa série de peripécias e sempre com a polícia à perna. Em 2017, Francis Ford Coppola criou uma nova versão deste filme, com novas cenas, mas esta é uma oportunidade para rever uma grande história numa versão restaurada. As exibições na Cinemateca Paixão estão marcadas para as próximas terça e quinta-feira, incluindo uma sessão no sábado.
Andreia Sofia Silva
Dizer olá a 2023
Ano Novo com festas e concertos de rua
APESAR dos inúmeros casos de covid-19 que têm assolado Macau nos últimos tempos, mantêm-se as celebrações do Ano Novo para dar as boas-vindas a 2023. A festa começa já hoje com a “Bikini Party” [Festa do Bikini] na discoteca DD3, na Doca dos Pescadores. A partir das 22h será possível desfrutar de uma “nova experiência de entretenimento”, onde o bikini promete ser protagonista ao som da música House e Electrónica, entre outras batidas. Nesta festa, quem levar bikini ou calções de banho terá direito a uma bebida gratuita.
Por sua vez, amanhã a festa da passagem de ano acontece no DD3 Verandah, um evento organizado pela Associação de Música de Dança de Macau com várias parcerias. Ao som da música Techno, House e Electrónica será possível dizer adeus a 2022, “um ano estranho em Macau e para algumas partes do mundo, com muitas pessoas porreiras a deixar Macau e negócios a fechar, bem como com casinos encerrados e a questão política, incluindo a guerra entre a Ucrânia e Rússia e, três anos depois, com a pandemia a, finalmente, a nos atingir”, escreve a organização. A festa começa às 23h e tem um custo de 250 patacas, onde estão incluídas três bebidas.
Na rua
Com organização do Instituto Cultural (IC) decor-
Conta Única Novos serviços a partir de domingo
Serão adicionados novos serviços na plataforma da “Conta Única” do Instituto Cultural (IC) a partir de domingo. Segundo um comunicado, a ideia é facilitar o processo de inscrição em diversas actividades culturais e artísticas através desta plataforma, sendo eliminado o Sistema de Inscrição de Actividades no website do IC. O IC pretende, com esta medida, “acompanhar o desenvolvimento da governação electrónica do Governo e facilitar
rem os habituais concertos de Ano Novo para aqueles que desejam celebrar a chegada de um novo ano fora de portas.
O programa inclui, umas horas antes da passagem de ano, ou seja, entre as 18h e as 19h, o espectáculo “Melodias Inesquecíveis nas Ruínas de São Paulo”, com a Orquestra Chinesa de Macau. Neste evento serão apresentadas “várias peças clássicas numa combinação encantadora de música e da atmosfera do património mundial, que permite ao público uma experiência musical inesquecível”.
Os concertos que marcam a chegada de um novo ano decorrem na praça do Lago Sai Van, sendo organizados pelo IC e Direcção dos Serviços de Turismo em parceria com as operadoras de jogo Galaxy, Melco, MGM, SJM e Wynn. Como já é habitual, a transmissão é feita em directo pela TDM.
A última noite do ano encerra-se com o espectáculo de Alex To e bandas e músicos de Macau e Hong Kong, como Vivian Chan, Kane Ao Ieong, Germano Guilherme, #FFFF99, Ocean Walker, MSD Studio e Macau Baby, entre outros. No primeiro dia do ano de 2023 a Orquestra de Macau protagoniza um concerto com elementos de ópera.
ainda mais o acesso do público aos serviços culturais”. Assim, a partir de domingo será possível utilizar este serviço para consultar on-line os procedimentos e resultados das actividades já inscritas, facilitando a participação dos residentes nas diversas actividades artístico-culturais. Não será necessário, no momento da inscrição, introduzir dados pessoais, uma vez que os mesmos já estão no sistema da «Conta Única».
AVISO
Nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 19.º da Lei n.º 4/2016, “Lei de Protecção dos Animais”, são obrigados a obter uma licença emitida pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) os proprietários dos cães que tenham completado três meses de idade e que não sejam animais para competição. A respectiva licença é válida pelo prazo de três anos. O dono de animal deve também apresentar um requerimento de renovação nos 60 dias anteriores ao termo do prazo de validade da licença. Caso contrário, a licença caduca quando não tenha sido renovada no prazo legalmente fixado, nos termos da alínea 1) do artigo 23.º da mesma Lei. Ao mesmo tempo, de acordo com a alínea 4) do n.º 1 do artigo 11.º da Lei em causa, o dono de animal deve cuidar do animal providenciando os meios necessários de modo a prevenir e tratar doenças contagiosas, nomeadamente a vacinação periódica dos cães contra a raiva.
Para facilitar o pedido, levantamento e renovação da licença para cães pelo dono de animal e a vacinação anti-rábica dos cães, o IAM instalará “os Postos ambulantes de serviço para pedido, levantamento e renovação da licença de cão”, entre os meses de Janeiro e Fevereiro de 2023, nas seguintes datas, horas e locais. Ao mesmo tempo, os cidadãos podem proceder à renovação da licença através da plataforma de serviços “conta única de acesso comum”.
Aos 29 de Novembro de 2022
A Presidente do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais, Substa O Lam
Tabela anexa
Postos ambulantes de serviço para pedido, levantamento e renovação da licença de cão 2023
Zona Data Hora Local
Coloane 07/01/2023 (sábado) 14:00-19:00 Ao lado do Edifício Ip Heng, Seac Pai Van, Coloane
Península de Macau
14/01/2023 (sábado) 14:00-19:00 Canil Municipal de Macau 28/01/2023 (sábado) 14:00-19:00 Praça de Luís de Camões 04/02/2023 (sábado) 14:00-19:00 Largo do Pagode do Bazar 11/02/2023 (sábado) 14:00-19:00 Parque Urbano da Areia Preta (por trás do Centro de Saúde da Areia Preta) 18/02/2023 (sábado) 14:00-19:00 Praça do Tap Seac
Taipa 25/02/2023 (sábado) 14:00-19:00 Rotunda do Estádio, Taipa (junto do Centro Desportivo Olímpico – Estádio)
A partir de 1 de Janeiro de 2023, o serviço online original de licenciamento de cães do IAM será integrado na plataforma de serviços “Conta única de acesso comum”. O titular da licença pode consultar as informações da sua licença, bastando aceder à página de serviço de “licença de cão” para renovação imediata da licença, alteração de dados pessoais e marcação prévia de vacinação anti-rábica.
1. Documentos comprovativos de entrega necessária aquando do pedido e do levantamento da licença de cão pela primeira vez:
a. Fotocópia do documento de identificação, se for pessoa singular maior de 18 anos;
b. Fotocópia dos modelos M/7 ou M/8, para efeitos de Contribuição Industrial, emitidos pela DSF, se for pessoa colectiva legalmente constituída;
c. O documento comprovativo da morada da criação do cão (como factura da água, da electricidade);
d. O original do documento comprovativo válido de vacinação anti-rábica (certificado internacional de vacinação).
2. Taxa de pedido da licença de cão pela primeira vez: a. Cães esterilizados: MOP 330,00 (incluído o imposto de selo de 10%); b. Cães não esterilizados: MOP 990,00 (incluído o imposto de selo de 10%);
c. A taxa para pedido e levantamento de licença de cão inclui exame veterinário, introdução de microchip, inoculação de vacina anti-rábica e atribuição de chapa de identificação metálica (para cada cão).
3. Documentos comprovativos de entrega necessária aquando da renovação da licença de cão: a. Fotocópia legível da licença de cão válida, emitida pelo IAM (então IACM); b. O original do documento comprovativo válido de vacinação anti-rábica(certificado internacional de vacinação).
4. Taxa de renovação da licença para cães: a. Cães esterilizados: MOP 220,00 (incluído o imposto de selo de 10%); b. Cães não esterilizados: MOP 660,00 (incluído o imposto de selo de 10%); c. A taxa para renovação de licença de cão inclui exame veterinário e inoculação de vacina anti-rábica (para cada cão).
Nota: Quem não se encontre a cumprir a pena acessória prevista na alínea 2) do n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 4/2016, “Lei de Protecção dos Animais”, ou a sanção acessória prevista na alínea 2) do artigo 30.º da mesma Lei, pode requerer licença.
www. iam.gov.mo
UM FILME HOJE
“E tudo o vento levou” é um clássico da sétima arte que se passa no período da guerra civil americana e que nos traz a história de amor entre Scarlet O’Hara (Vivian Leigh) e Rhett Butler, interpretado por Clark Gable. Scarlet é uma mulher forte e guerreira que, perante as ameaças da guerra, decide voltar para a sua terra natal. Para conseguir reerguer a sua casa de família e as plantações que lhe davam o sustento, a protagonista tem de dar muito de si e lutar até ao fim. “E tudo o vento levou” é um filme incontornável. Andreia Sofia Silva
filme de: Ryan Coogler Com: Letitia Wright, Lupita Nyong’o, Danai Gurira 21.00
Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Gonçalo Waddington; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; João Romão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf.
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PRESENTES DE NATAL
ESTE ANO, qual seria o melhor presente de Natal? Penso que teria sido a distribuição pelo Governo da RAEM de “kits de apoio ao combate à epidemia” aos residentes de Macau.
O destaque para a “Política da “meta dinâmica de infecção zero” desapareceu dos jornais nos últimos tempos, para ser substituída pelo “ajustamento da política antiepidémica, de forma gradual e ordenada”. O número de pessoas infectadas pelo coronavírus em Macau deixou de ser notícia. Mas todos os dias os residentes estão preocupados com o número de pessoas dos seus círculos de contactos que testaram positivo à Covid. Haverá sempre uma explicação razoável para as alterações introduzidas na política oficial de prevenção da epidemia. Quando a China continental promulgou as “Novas Dez Regras” do mecanismo conjunto de prevenção e controlo do Conselho de Estado, o Governo da RAEM, que sempre acompanhou as tomadas de decisão do Governo Central, adoptou sem hesitação as “Novas Dez Regras”. É evidente que a política dita a economia e a economia determina a política. À medida que a situação política e económica muda, é natural que se façam os ajustamentos necessários, mas a questão é saber se a altura de introdução das mudanças é apropriada.
As pessoas que nasceram e foram criadas em Macau lembram-se dos cataventos, (galos de metal colocados sobre de uma seta giratória que indica os pontos cardeais), frequentemente colocados no topo dos edifícios de arquitectura portuguesa. Quando havia vento, a ponta da seta mostrava a direcção de onde este soprava. Compreendo muito bem que os esforços do Governo da RAEM de prevenção da epidemia tenham de seguir as políticas e as directrizes estabelecidas pelo Governo Central, tal como a seta e o galo que indicam a direcção de onde sopra o vento. Aqueles que compreendem a relação entre o Governo Central e os
Governos locais estão conscientes de que as políticas do Governo Central são princípios orientadores e linhas gerais. Cada Governo local deve adoptar com flexibilidade estes princípios orientadores, através de medidas que tenham em conta a sua própria realidade e, de modo a não se desviar da intenção original do Governo Central. No entanto, se os Governos locais, para estarem em sintonia com o Governo Central, se limitarem a seguir à letra os princípios orientadores e as linhas gerais a todos os níveis, pensando que assim demonstram a sua total lealdade, o resultado pode não vir a ser o esperado. As muitas “catástrofes secundárias” que ocorreram na China Continental durante a prevenção epidémica foram causadas pelo pensamento desadequado dos Governos locais.
Durante o ajuste das medidas antiepidémicas, o Governo da RAEM distribuiu
Bem-vindos a 2023, envio a todos votos de fé, esperança e amor em Cristo. Espero que estes votos se transformem em “kits de apoio ao combate à epidemia” para a humanidade combater o coronavírus a nível mundial
pela população “kits de apoio ao combate à epidemia”. Embora tenha havido muitas falhas neste processo, juntamente com a onda de açambarcamento de antipiréticos e de analgésicos que ocorreu por toda a cidade, o Governo da RAEM teve uma actuação mais eficaz do que o da região vizinha. O seu desempenho global foi louvável, incluindo o dos profissionais de saúde e dos funcionários públicos colocados na linha da frente do combate à pandemia.
Desde que o Governo da RAEM anunciou o ajuste das medidas antiepidémicas em conformidade com o Governo Central, o coronavírus começou a propagar-se rapidamente na comunidade. Embora a virulência da variante Ómicron seja muito reduzida, a sua taxa de transmissibilidade é muito elevada, o que preocupa bastante a população. Pode levar algum tempo até que Macau volte à normalidade. Embora os “kits de apoio ao combate à epidemia” distribuídos pelo Governo da RAEM possam ajudar os residentes a lidar com as infecções no período natalício, o que é certo é que o tremendo golpe infligido à economia de Macau pela pandemia nos últimos três anos é mais devastador do que as sequelas da Covid-19. A revitalização da economia de Macau, a criação de progresso e a manutenção da estabilidade serão testes à capacidade do Governo da cidade. Manter a estabilidade é a única forma de garantir a segurança de qualquer país ou região.
O ano de 2023 vai ser particularmente desafiante. Se qualquer uma das facções da guerra Russo-Ucraniana e do conflito comercial Sino-Americano cometer um erro, pode vir a degenerar num desastre global. Bem-vindos a 2023, envio a todos votos de fé, esperança e amor em Cristo. Espero que estes votos se transformem em “kits de apoio ao combate à epidemia” para a humanidade combater o coronavírus a nível mundial.
“Tenho mais medo de três jornais do que de cem baionetas.”
CAMBOJA INCÊNDIO
EM CASINO FAZ PELO MENOS 30 MORTOS
E 100 FERIDOS
PELO menos 30 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas durante um grande incêndio que atingiu um casino localizado na cidade cambojana de Poipet, a 200 metros da fronteira com a Tailândia, anunciaram ontem as autoridades do Camboja.
O porta-voz do Ministério do Interior do Camboja, Khieu Sopheak, disse ao jornal digital AJ Cambodia que pelo menos 30 pessoas morreram no incêndio, embora o balanço final de mortos possa ser maior.
A grande maioria dos feridos está a ser tratada em hospitais na Tailândia, de acordo com o portal de notícias Thai Enquirer.
O Ministério da Saúde tailandês apelou os centros de saúde da província de Sa Kaeo, próximo a Poipet, a estarem preparados para a eventual chegada de feridos, numa mensagem divulgada nas redes sociais.
Equipas de resgate agora procuram possíveis vítimas entre os escombros do prédio.
De acordo com as autoridades cambojanas, o incêndio começou na quarta-feira por volta das 23:30, horário local, num casino localizado no complexo Diamond City e só foi controlado após nove horas.
O fogo, cuja causa está a ser investigada, espalhou-se rapidamente do casino para uma ala hoteleira do prédio por meio de uma passarela.
A violência do incêndio dificultou as tarefas de evacuação e extinção do fogo, nas quais participaram equipas de emergência e bombeiros da Tailândia.
Muitos dos feridos são tailandeses que trabalhavam no complexo de entretenimento.
Em vídeos publicados nas redes sociais por testemunhas, é possível ver um grupo de pessoas presas no telhado do edifício, algumas das quais decidiram saltar para evitar as chamas.
Outras pessoas tentaram descer por lençóis amarrados pendurados nas janelas e por escadas de emergência.
As equipas de resgate tiveram que usar helicópteros para retirar dezenas de pessoas que estavam no telhado.
Mulheres em falta
ONU suspende vários programas de ajuda no Afeganistão
AONU anunciou ontem a suspensão temporária de vários programas de ajuda no Afeganistão devido à falta de pessoal feminino, depois de os talibãs terem proibido as mulheres de trabalhar em organizações não-governamentais (ONG).
“Alguns programas críticos já tiveram de ser temporariamente suspensos devido à falta de pessoal feminino”, de acordo com um comunicado dos chefes das principais agências humanitárias da ONU e outras ONG presentes no Afeganistão.
A participação das mulheres é essencial em “todos os aspectos da resposta humanitária no Afeganistão”, uma vez que
podem aceder a “populações que os homólogos masculinos não podem alcançar”, pelo que a participação em programas de ajuda “não é negociável e deve continuar”, acrescentou a mesma nota.
Neste sentido, os responsáveis por programas humanitários no Afeganistão lamentaram que a proibição dos Talibãs “tenha consequências imediatas” num país, onde mais de 28 milhões de pessoas necessitam de assistência para sobreviver.
Regresso ao passado
Desde que os talibãs proibiram as mulheres de trabalhar em ONG e agências internacionais como a ONU, no sábado passado, várias ONG como
Cabo Verde Ex-director do IPOR dirige Instituto de Língua Portuguesa
Save the Children, CARE e Conselho Norueguês para os Refugiados, entre outras, suspenderam os programas no Afeganistão.
A proibição do governo fundamentalista afegão veio dias depois de terem excluído as mulheres da universidade, alargando um veto ao ensino secundário feminino, imposto quando os talibãs chegaram ao poder, em Agosto do ano passado.
Desde então, as mulheres viram os seus direitos restringidos no Afeganistão com restrições como a segregação de género em locais públicos, a imposição do véu e a obrigação de serem acompanhadas por um parente masculino em viagens longas.
COREIA DO NORTE KIM JONG-UN PEDE REFORÇO DO PARTIDO
ÚNICO NO PODER
Olíder da Coreia do Norte pediu o reforço das estruturas de poder, em vários níveis, do partido único, no plenário da organização em Pyongyang, noticiou ontem a agência oficial estatal KCNA.
Kim Jong-un “salientou a necessidade de aumentar a eficácia da luta das organizações partidárias” e modernizar a forma como o trabalho administrativo é realizado, indicou a KCNA, no terceiro dia da sexta sessão plenária do oitavo comité central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte.
“Melhorar o desempenho dos comités do partido provincial, dos secretários de partido das principais regiões e dos seus secretários principais”, e encontrar “formas práticas de aumentar a eficácia e eficiência do trabalho ideológico do partido”, afirmou Kim.
Já o primeiro-ministro norte-coreano, Kim Tok-hun, abordou a necessidade de resolver urgentemente “questões actuais”, incluindo questões de desenvolvimento económico, acrescentou a KCNA, sem pormenores.
A KCNA disse que a reunião ia continuar, sem avançar quando terminará.
Kim Jong-un deverá fazer um discurso de encerramento, a ser tornado público no domingo, e no qual é provável que o líder norte-coreano dê algumas pistas sobre a direcção diplomática do país em 2023.
Esta importante reunião surge num momento de tensão histórica na península, onde Pyongyang realizou um número recorde de testes de armas este ano, e Seul e Washington retomaram importantes manobras militares e o destacamento temporário de meios estratégicos dos Estados Unidos.
Portugal IL apresenta moção de censura
A Iniciativa Liberal vai
uma moção de
ao Governo, após a demissão do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, anunciou ontem o líder do partido, João Cotrim de Figueiredo. “Este estado de coisas não pode continuar, este Governo não pode continuar, portanto anuncio que a Iniciativa Liberal vai apresentar, logo que possível, uma moção de censura ao Governo de António Costa”, declarou João Cotrim de Figueiredo aos jornalistas na Assembleia da República, tendo a seu lado o líder parlamentar da IL, Rodrigo Saraiva. O Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, apresentou na quarta-feira à noite a demissão do cargo ao primeiro-ministro, António Costa, que a aceitou.