Parte da comunidade portuguesa tem dificuldade em aceitar a “nova era” de Macau. E, por isso, prepara-se para fazer as malas e voltar para a terra. São pessoas que não se integraram na co munidade local, ressentidas pela perda de “mordomias” e com medo de em breve não poderem “partilhar opiniões”. São algumas das conclusões de um estudo que Vanessa Amaro apresenta hoje, pelas 18:30, na Universidade de São José.
A maré da baixa-mar
A académica Vanessa Amaro voltou a analisar a comunidade por tuguesa e conclui, de forma preliminar, que há o risco de “esvaziamento”, com a progressiva saída de pessoas e quadros qualificados. Muitos dos que ficaram lamentam não ter saído mais cedo
DEFENDIDA em 2016, na Universidade de Ma cau (UM), a tese de doutoramento de Vanessa Amaro traçou o perfil da comunidade portuguesa de Macau e procurou estabelecer um padrão de comportamento dos que emigraram de Portugal. Anos volvidos, a académica decidiu falar com alguns dos entrevistados, in serindo novas pessoas no trabalho, para analisar a comunidade portu guesa de hoje. O trabalho não está concluído, mas já existem algumas conclusões: dos entrevistados com quem falou, entre 2012 e 2015, 60 por cento deixou Macau.
“Há um esvaziamento gradual da comunidade. Como está a perder um grande volume de pessoas, quem fica cá fica numa posição mais fragilizada, com menos rele vância na sociedade. Uma pessoa que entrevistei disse-me não saber se estava a viver um novo 1999 ou se o 2049 já tinha chegado”, contou ao HM.
Vanessa Amaro apresenta hoje, pelas 18:30, na Universidade de São José, algumas conclusões preliminares do estudo na pales tra “O que se segue para a nossa ‘mobília’? Revisitando o papel da comunidade portuguesa na RAEM na última década”. A ideia é que os portugueses se sentem “parte da mobília” de Macau, olhando-se, assim, para o novo lugar que lhes pertence. A sessão contará com a presença de Cathryn Clayton, da Universidade do Hawai.
Muitos entrevistados já não se reveem nas declarações que
COMUNIDADE PORTUGUESA CORRE O RISCO DE SE “ESVAZIAR”deram para a investigação de Va nessa Amaro. “Na altura, tinham a certeza de que continuariam em Macau por muito mais tempo. Tenho pessoas que se reforma ram, mas que não foram embora porque tinham estado cá muitos anos e não tinham fortes relações sociais em Portugal. Mas, agora arrependem-se de não terem ido embora antes.” Os sentimentos dos que saem agora revelam um misto de “mágoa” e sensação de falta de bom acolhimento. “As pessoas sentem-se empurradas a sair, mas não sabem dizer exac tamente o que é que as empurra para fora. Acham que não são tão acolhidas. Essa pequena rede de apoio que havia antes, o ter um médico português conhecido no hospital por exemplo, já não existe. As pessoas estão a desaparecer dos seus cargos e funções.”
Verifica-se também o cenário de muitos quadros qualificados, que vieram para Macau nos anos 80 e 90, estarem agora a reformar-se. “É natural que muitas pessoas vão em bora, é uma questão temporal. Isso faz com que a comunidade portu guesa se esvazie neste momento.”
O peso das restrições
Nesta nova ronda de entrevistas académicas, Vanessa Amaro con cluiu que as restrições impostas pelas autoridades para travar a pan demia da covid-19 contribuíram para a saída de Macau de muitos portugueses. “As pessoas dizem ter perdido qualidade de vida, ao existir muita poluição e com um custo de vida muito elevado. Com
“A perda de liberdades não afectava o dia-a-dia das pessoas, mas com as restrições pandémicas tudo mudou. Há muito receio em partilhar opiniões.”
“Quem fica cá fica numa posição mais fragilizada. Uma pessoa que entrevistei disse-me não saber se estava a viver um novo 1999 ou se o 2049 já tinha chegado.”
a pandemia, o que muitas pessoas falam é que ponderaram a questão da distância e destacaram outros valores. Há quem diga que aqui não há um ambiente social indicado para criar filhos, por ser discrimina tório face a outras comunidades.”
Muitos temem que a sua liberda de pessoal comece a ficar afectada e com a “possibilidade de serem cria das novas leis que possam interferir na sua vida quotidiana”. “As pessoas não querem colocar-se nessa posição sabendo que não têm mais a rede de apoio. A perda de liberdades não afectava o dia-a-dia das pessoas, mas com estas restrições tudo mudou. Há muito receio de partilhar opiniões”, frisou a académica.
Vanessa Amaro destaca que “não quer dar lugar a generalizações”. “Proponho-me apenas a fazer uma reflexão sobre um momento crítico que a comunidade está a viver. Este é um trabalho qualitativo, pois aborda questões que não se podem colocar em números”, adiantou. Quem também fala amanhã na mesma sessão de palestras, promovida pela Universidade de São José, é o antropólogo Carlos Piteira, que vai falar sobre a manutenção da identidade macaense nos novos tempos. “A comunidade macaense não corre o risco de se esvaziar ou desaparecer, mas há uma situação de fragilidade. Tem de encontrar pontos de apoio se quiser manter o que é o primado da etnicidade. Existem hoje novos factores”, concluiu.
Andreia Sofia SilvaO tempo e a vida
Tese analisou padrões de comportamento de portugueses
Atese de doutoramento de Vanessa Amaro, ex-jorna lista e docente, teve como base uma amostra de 60 portugueses que emigraram para Macau antes e depois da transi ção. O objectivo foi identificar padrões de comportamento e de discurso da comunidade. A tese, intitulada “Identidade e questões do estatuto sociocultural na co munidade portuguesa na Macau pós-colonial”, dividiu a amostra entre os que chegaram antes de 1999 e os que vieram na onda de um novo fluxo migratório, principalmente desde 2005.
“Uma coisa comum é que todos pensam Macau como uma coisa muito temporária”, disse à Lusa, aquando da defesa da tese, Vanessa Amaro, recordando que muitos dos que chegaram antes da transição nunca compraram casa, não aprenderam chinês nem criaram relações profundas com a comunidade chinesa porque sempre tiveram a intenção de “um dia ir embora”.
Quem chegou numa fase mais recente tinha então o mesmo dis curso e encarava Macau como “um trampolim profissional, uma forma de ganhar experiência profissional e fazer poupanças, para depois se mudarem para um destino que não
necessariamente Portugal”. Outro denominador comum era a recusa do termo “emigrante” para definir um português que vive em Macau, por ser “pejorativo”. Agarram-se, por um lado, ao “peso da história”, considerando ter um “papel im portante” a desempenhar e “uma posição privilegiada”, soando como “uma ofensa” colocá-los em pé de igualdade como outras comunidades, como a filipina.
Efeito caravela
A académica destacou a “bolha” em que vivem alguns portugueses, que adoptaram a ideia de que po dem fazer a sua vida sem precisar de aprender chinês porque “têm as suas rotinas, os seus amigos, fecham-se nos seus grupos e fazem toda a sua vida no circuito portu guês”. Só seis dos entrevistados falavam fluentemente cantonense.
O estudo também identificou padrões nas razões que trouxeram os portugueses a Macau antes e depois de 1999 e nos motivos que os levam a permanecer, como as questões financeiras. O trabalho que é apresentado amanhã na Universidade de São José visa dar uma nova roupagem a esta investigação tendo em conta a nova realidade que a comunidade portuguesa vive.
Demografia Mais 250 mil pessoas desde 2001
Entre 2001 e 2021, a popu lação local, considerando residentes e trabalhadores não-residentes, cresceu em 246,9 mil indivíduos, de acordo com as estatísticas publicadas pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Em 2001 a população total era de 436,3 mil pessoas e saltou
para 683,2 mil pessoas, em 2021. Nos últimos 21 anos só por duas vezes a popu lação total diminuiu, em 2009, na sequência da crise financeira mundial, quando diminuiu 9.800 pessoas, para 533,3 mil pessoas. A outra redução aconteceu em 2016, quando se registou um decréscimo
de 1.900 indivíduos, de 646.8 mil habitantes para 644.9 mil habitantes. No ano passado a população era constituída por 321.0 mil indivíduos do sexo masculino, 47 por cento da proporção total, e 362.2 mil habitantes do sexo feminino, uma proporção de 53 por cento.
TNR Saíram mais de 35 mil desde pandemia
Desde o início da pande mia, mais de 35 mil tra balhadores não-residentes deixaram Macau, de acordo com as estatísticas do Corpo de Polícia de Se gurança Pública (CPSP), que constam na Direcção de Serviços para os As suntos Laborais (DSAL). Segundo os dados oficiais, em Janeiro de 2020 viviam no território 193.498 tra
balhadores não-residentes em Macau. O maior grupo era oriundo do Interior da China, com 118.667 tra balhadores, seguido pelos trabalhadores das Filipinas, com 34.086 indivíduos, e ainda do Vietname, com 14.879 trabalhadores não -residentes. No entanto, no final de Junho deste ano, o número de trabalhadores tinha caído para 157.823
não-residentes, com a saída de 10.315 trabalha dores do Interior, 8.760 das Filipinas e 6.442 do Vietname, que passaram a ser de 108.352, 25.326 e 8.536, respectivamente. Em relação à população local, entre 2020 e 2021 cresceu em cerca de seis mil indivíduos de 564.100 pessoas para 570.100 pessoas.
“É natural que muitas pessoas vão embora, é uma questão temporal. Isso faz com que a comunidade portuguesa se esvazie neste momento.”
VANESSA AMARO ACADÉMICAOLGA SANTOS
Uma ponte com história
Opresidente do Banco Nacional Ultramarino (BNU) defendeu on tem que Macau tem “todas as condições para atrair ‘holdings’ multinacionais” e que “deve vender-se” como porta de en trada para a metrópole mundial chinesa da Grande Baía.
Carlos Álvares sublinhou que os encargos fiscais em Macau são mais baixos, numa comparação regional, algo que por si só é um elemento de atractividade para a fixação des tas empresas, o que teria óbvio impacto na criação de emprego.
Por outro lado, o presidente do BNU em Macau sustentou que a região administrativa especial chinesa devia “vender -se” não como um território de menos de 700 mil habitantes, mas cuja escala de potenciais clientes para as empresas fica mais perto dos 80 milhões de consumidores, que vivem na Grande Baía.
Tanto mais porque, salientou o líder da instituição que per tence ao Grupo Caixa Geral de Depósitos, Macau tem ligações fortes com estas cidades e está inserido numa região de “acele
ração rápida” a nível económico e financeiro.
Projecto ambicioso
A Grande Baía é um projecto de Pequim para criar uma metró pole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, numa região com cerca de 80 milhões de habitantes e com um Produto Interno Bruto (PIB) superior a um bilião de euros, semelhante ao PIB da Austrália, Indonésia e México, países que integram o G20.
As declarações de Carlos Álvares foram realizadas à mar gem do “Concurso de Inovação e Empreendedorismo (Macau) para Empresas de Tecnologia do Brasil e Portugal 2022”, no qual são seleccionados 14 projectos dos dois países lusófonos, com os vencedores a poderem desen volver os projectos na região da Grande Baía (ver texto na página).
Com esta iniciativa pretende -se “descobrir mais projectos de destaque dos países de lín gua portuguesa, e promover a interacção entre a China e os países de língua portuguesa na inovação, empreendedorismo e intercâmbio tecnológico”, assinalaram os organizadores.
IPIM 150 SESSÕES DE NEGOCIAÇÕES AJUDAM
A EXPORTAR PRODUTOS
FOI ontem divul gado o relatório relativo ao Índice de Desenvolvimento de Infra-estruturas dos Países abrangidos pela Iniciativa “Faixa e Rota” (2022) no último dia do 13.º Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra -estruturas (IIICF).
Um dos destaques do documento, é o papel de Macau na iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”, celebrando com os países de língua portuguesa abrangidos na iniciativa acordos em matéria fiscal, além de manter uma relação es tável “com os aludidos países enquanto seus parceiros comerciais, fazendo uso constante
das suas vantagens re gionais de ‘Um Centro, Uma Plataforma e Uma Base’”.
É também salientado a integração de Macau na conjuntura geral de de senvolvimento do país, nomeadamente através da construção da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau e da Zona de Cooperação Aprofun dada entre Guangdong e Macau em Hengqin.
Segundo o Instituto de Promoção do Comér cio e do Investimento de Macau (IPIM), o re latório apresenta quatro
sugestões para a coope ração transfronteiriça e intersectorial ao nível do desenvolvimento contí nuo de infra-estruturas a nível internacional.
O primeiro passa por reforçar a articulação estratégica, para “criar um ambiente político e empresarial favorável à cooperação internacional em termos de infra-estru turas”. O segundo visa consolidar a “confiança na cooperação, fomen tando a construção de infra-estruturas de alta qualidade, a partir duma perspectiva global”.
É também sugerido o uso de novas tecnologias para acelerar o ritmo da transformação eco lógica “da cooperação internacional sobre infra -estruturas”, assim como “formar uma forte sensa ção de risco e reforçar a resiliência e a estabilidade do desenvolvimento de infra-estruturas a nível internacional”.
O meio ambiente
O presidente da Asso ciação dos Construtores
Civis Internacionais da China, Fang Qiuchen, sintetizou o conteúdo essencial do relató rio, destacando que o sector dos transportes está a ganhar ímpeto, enquanto as “áreas de comunicações, água e saúde pública” estão a atravessar um perío do de modernização tecnológica, “minia turização da escala” e “socialização de inves timentos”.
Em relação à resposta às mudanças climáticas globais, o dirigente des tacou a aceleração do ritmo de transformação ecológica das infra -estruturas nos países abrangidos pela inicia tiva “Uma Faixa, Uma Rota”. João Luz
OInstituto
de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) organizou três estações de bolsas de con tactos que resultaram em 150 sessões de negociação para ajudar produtos de Macau a expandir o mercado para o Interior da China.
Após as promoções feitas em Guangzhou e Shenyang, realizou-se na terça-feira um evento promocional em Fuzhou, na provín cia de Fujian, segundo um comunicado em português divulgado ontem pelo IPIM, dois dias depois de ter sido publicado em chinês.
Neste evento, ao longo de mais de 40 sessões de negociação online, 34 empresas de Macau e Fujian coordenaram acções nas áreas do comércio, processamento de alimentos, comércio a retalho e grossista e design de criatividade cultural.
Entre as empresas de Macau, contam-se algumas que comercializam produtos dos países de língua portuguesa.
O IPIM indicou ainda que foram esta belecidos contactos comerciais com várias empresas de Fujian, com vista a explorar oportunidades de abrir o mercado de catering para casamentos de Fujian para os produtos dos Países de Língua Portuguesa. J. L.
SAÚDE VIRTULEAP VENCE CONCURSO
A‘startup’ portuguesa Virtuleap venceu ontem um concurso de inovação em Macau, no qual foram distinguidas outras cinco empresas brasileiras e que abre portas a apoios de financiamento e ao mercado chinês.
Com um capital de 1,4 milhões de euros e à procura de financiamento na ordem dos dois milhões de euros, a Virtuleap, fundada em 2018, combina neurociência e realidade virtual para ajudar a aumentar os níveis de atenção, no tratamento de doenças cognitivas e para retardar o início do declínio cognitivo.
No “Concurso de Inovação e Em preendedorismo (Macau) para Empresas de Tecnologia do Brasil e Portugal 2022” foram seleccionados 14 projectos dos dois países lusófonos.
Os vencedores ganharam prémios monetários, num valor máximo de 150 mil patacas, e a garantia de apoios para facilitar o acesso a financiamento e ao mercado da China continental.
O concurso foi organizado pelo Ga binete de Desenvolvimento Económico e Tecnológico do Governo de Macau e concretizado pela Parafuturo de Macau e pelo Centro de Incubação de Jovens Em presários de Macau, com os projectos em competição a serem analisados por um pai nel de investidores, docentes universitários, representantes de instituições financeiras e de incubadoras de empresas.
Carlos Álvares considera que Macau deve “vender-se” como uma porta de entrada para a Grande Baía, um mercado de 80 milhões de potenciais consumidores
Kits de apoio ao combate à epidemia para idosos chegam hoje ao fim
O período de distribuição de kits de apoio ao combate à epidemia para idosos termina hoje às 18h, pelo que a Fundação Macau apelou ontem “aos idosos para que os levantem o mais rapidamente possível”. Os destinatários do programa são todos os portadores de Bilhete de Identidade de Residente da RAEM que completem 65 anos da idade até 31 de Dezembro de 2022 e
que tenham recebido, até hoje, duas doses da vacina contra a covid-19.
As pessoas que consigam provar que devido a motivos de saúde não podem ser vacinadas, também podem receber o kit, que inclui vales de desconto em supermercados ou refeições em res taurantes de fast food. A distribuição destes kits para idosos foi promovida pela Fundação Macau, em conjunto
com a Federação das Associações dos Operários de Macau, União Geral das Associações dos Moradores de Macau, Associação das Mulheres de Macau, Associação Geral dos Chineses Ultramarinos de Macau, Cáritas de Ma cau, Aliança de Povo de Instituição de Macau, Associação dos Conterrâneos de Kong Mun de Macau e Associação de Beneficência Tung Sin Tong.
PROTECÇÃODSAL 829 trabalhadores encontraram emprego
A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) afirma ter ajudado 829 trabalhadores da construção civil a encontrar em prego, desde o início do ano até meados de Setembro, em diferentes áreas. A informação foi revelada pela DSAL de acordo com um comunicado emitido ontem. Além disso, a DSAL prometeu continuar a
MÃO-DE-OBRA LOCAL
Pequenos e médios pedidos
O presidente da Associação de Pequenas e Médias Empresas de Macau encontrou-se com o Chefe do Executivo e pediu medidas de combate ao desemprego, como a redução do número de trabalhadores não-residentes
Odesemprego da po pulação local foi a principal preo cupação entre as sugestões apresen tadas ontem pela Associação de Pequenas e Médias Empresas de Macau, num encontro com o Chefe do Executivo. À saída da reunião para abordar as Linhas de Ac ção Governativa do próximo ano, Stanley Au, ex-candidato a Chefe do Executivo e presi dente da associação, revelou parte do que foi discutido com Ho Iat Seng.
Segundo Stanley Au, citado pelo jornal Ou Mun, a associação pediu medi das para reduzir a taxa de desemprego dos locais, que actualmente está em 4,8 por cento, a mais elevada desde a crise financeira de 2009. Con tudo, o dirigente associativo também alertou que se nos
números fosse tido em conta as pessoas que apenas traba lham alguns dias por semana, a taxa subiria para um valor superior 10 por cento.
Como forma de combater o fenómeno, a Associação de Pequenas e Médias Empresas de Macau apelou ao Chefe do Executivo para reduzir “ao máximo possível” as quotas de trabalhadores não-residentes. Ao mesmo tempo, Stanley Au sugeriu que sejam promovidas me didas para que os residentes queiram entrar no mercado do trabalho, mesmo para postos de trabalho que ante riormente não consideravam tão interessantes.
Outra das ideias apresenta das pela associação passa por uma maior aposta na formação dos trabalhadores locais, para no futuro poderem ter acesso a trabalhos para os quais actual
mente não têm qualificações, nem preparação.
Diversificação difícil
Nas declarações prestadas à saída da reunião, Stanley Au não fugiu ao possível
impacto da promessa de diversificação da economia.
No seu entender, o objectivo político é uma aposta a lon go prazo, que vai ser muito difícil de concretizar em pouco tempo e que por isso
não vai oferecer soluções para o elevado desemprego do território.
Neste contexto, o tam bém empresário considera que os residentes devem apostar em lugares no sector
acompanhar a situação de emprego dos residentes e as necessidades do mercado, de forma emparelhar desempregados com empresas à procura de mão-de-obra. Também no próximo mês, a DSAL, em conjunto com a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), vai organizar duas sessões de formação subsidiada.
terciário, como em serviços de catering ou na hotelaria, mesmo que seja de forma temporária.
Por último, em relação aos planos de formação subsidiada promovida pela Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), Au considera necessário avaliar os benefícios e revelou-se céptico em re lação aos efeitos práticos na qualificação de quadros.
A associação pediu medidas para reduzir a taxa de desemprego de residentes que está nos 4,8 por cento
Stanley Au acrescentou ainda que a Associação de Pequenas e Médias Empresas de Macau tem experiência na formação de quadros qualificados, com realização de cursos de formação no passado, mas que deixou de apostar no programa, por falta de fundos.
Por sua vez, Ho Iat Seng terá dito, segundo Stan ley Au, que ia encarregar Cheong Chok Man, director dos Serviços de Estudo de Políticas e Desenvolvimento Regional (DSEPDR), de es tudar as sugestões ouvidas na reunião. João Santos Filipe
JOGOS RECEITAS DOS IMPOSTOS CIFRARAM-SE NOS 14 MIL MILHÕES
AS receitas do jogo arrecadas pela Administração até Agosto foram de 14,2 mil milhões de patacas, o que representa um montante inferior a 50 por cento das previsões feitas em Julho pelo Governo para o ano inteiro.
Segundo a TDM - Rádio Macau, o montante representa uma taxa de execução de 41,2 por cento, já que o Governo, depois da revisão do orça mento de Julho, espera arrecadar 34 mil milhões de patacas em impostos provenientes do jogo.
Contudo, a verba não deverá ser atingida e, por isso, o Chefe do Exe
cutivo e o secretário para a Economia e Finanças já anunciaram uma nova re visão orçamental, que deverá entrar na Assembleia Legislativa em Novembro.
Para atingir receitas de 34 mil mi lhões de patacas, as receitas brutas do jogo ao longo este ano tinham de atingir o valor de 88 mil milhões de patacas.
Os números em relação a Setem bro só devem ser conhecidos amanhã, no portal da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), mas é esperado que o montante anunciado permita ultrapassar ligeiramente os 30 mil milhões de patacas.
Até Agosto, o Governo recorreu a quase 47 mil milhões de patacas da reserva financeira, que está inscrita no orçamento como “outras receitas de capital”, para suportar os custos do combate à pandemia e para fazer frente face à redução de receitas provenientes do jogo e de outros impostos, motiva das pela grave crise económica que se vivem em Macau.
Nos primeiros oitos meses, a Ad ministracão registou receitas de 69 mil milhões de patacas e despesas de 60 mil milhões, o que permitiu ter um saldo de 8,6 mil milhões de patacas.
Segundo as previsões, as rondas de apoios à população “têm apenas um impacto a curto prazo e limitado, e não podem substituir os rendimentos obtidos pelas empresas e cidadãos através de transações normais de mercado”
Aúltima revisão das previsões macroeconómicas da Uni versidade de Macau (UM) aponta para uma queda entre 26,4 por cento e 29,2 por cento no crescimento económico do território neste ano.
As previsões são estabelecidas tendo em conta dois cenários rela tivos à evolução da pandemia da covid-19 e ao número de visitantes do território, indicou a análise do Centro de Estudos do Departamen to de Economia da UM, divulgado em comunicado na quarta-feira.
Devido às limitações das con dições internas e externas, “espe cialmente como estabelecer um conjunto de políticas de prevenção e controlo adequadas a Macau”, a população continua a não ver “perspectivas claras” e “a recu peração económica efectiva pode estar longe de ser uma realidade”.
Além da queda do crescimento económico, também as exporta ções de serviços devem cair entre 31,3 por cento e 33,6 por cento, e as receitas actuais do Governo de
ECONOMIA UM PREVÊ QUE QUEDA PODE CHEGAR A 30 POR CENTO
Sempre a cair
Macau podem situar-se entre 29,3 mil milhões e 33,3 mil milhões de patacas, de acordo com a versão revista da Previsão Macroeconó mica para Macau 2022.
Os investigadores lembraram que, no primeiro semestre de 2022, as con dições económicas para Macau foram extremamente difíceis, com o governo a manter restrições de viagem rigoro sas devido aos casos de covid-19 nas regiões chinesas vizinhas.
Queda do PIB
No primeiro trimestre deste ano, o produto interno bruto (PIB) caiu 8,9 por cento em relação ao ano anterior.
Em Junho e Julho, o território viveu o pior surto de covid-19 desde o início da pandemia, com as autori dades a decretar 14 rondas de testes
obrigatórios para toda a população e um confinamento de duas semanas.
Apartir de meados de Junho, o PIB caiu 39,3 por cento, em termos anuais, para regressar aos níveis do segundo trimestre de 2020. “Sob as múltiplas e rigorosas medidas de controlo local, muitas actividades diárias não puderam ser realizadas, e a economia continuou a deteriorar-se”, indicaram.
Os investigadores acrescentaram que, no início deste ano, a previsão
para a economia local apontava para uma abertura gradual e, mesmo perante um surto no território, o pior cenário seria um regresso ao nível económico de 2021.
No entanto, com a variante Ómicron do novo coronavírus, mais contagiosa, e medidas de prevenção e controlo mais rigorosas, a situa ção alterou-se e as previsões não a acompanharam. Por outro lado, as condições económicas externas
“[As rondas de apoios] têm apenas impacto a curto prazo e limitado, e não podem substituir os rendimentos obtidos pelas empresas e cidadãos através de transacções normais de mercado.”
DSEC EXPORTAÇÃO DE MERCADORIAS SOBE 28,3% EM AGOSTO
ADirecção dos Serviços de Estatística e Cen sos (DSEC) revela que a exportação de mercadorias registou em Agosto um aumento de 28,3 por cento face ao mesmo período de 2021, tendo as exportações registado um total de 1,37 mil milhões de patacas.
O valor das reexporta ções, de 1,16 mil milhões de patacas, cresceu 31 por cento, com os artigos de viagem e malas de mão e o da reexportação de calçados a aumentarem 157,6 e 102,3 por cento, respectivamente. Destaque para a quebra, de 47,5 por cento, da reexporta
ção de máquinas e restantes aparelhos.
O valor da exportação doméstica (202 milhões de patacas) subiu 14,7 por
cento, sobretudo a exporta ção doméstica de produtos farmacêuticos e produtos químicos orgânicos, que cresceu 116,1 por cento.
Por sua vez, a exportação doméstica de cobre e suas obras diminuiu 10 por cento.
Relativamente às im portações, a DSEC revela
que em Agosto foram de 11,66 mil milhões de patacas, uma quebra de 4,4 por cento em termos anuais. Bens como telemó veis e produtos de beleza registaram quebras de 58 e 32,6 por cento, respecti vamente.
Destaque para o au mento de 60,7 por cento na importação de joalharia em ouro. Os dados revelam ainda que o défice da ba lança comercial de Agosto de 2022 foi de 10,29 mil milhões de patacas.
também sofreram uma alteração significativa, com uma elevada in flação. “Por estas razões, a equipa de investigação reviu a previsão anterior e nota que as condições económicas permanecem precárias para o resto do ano”, sublinharam.
Em resposta a possíveis mu danças na evolução da pandemia e nas políticas governamentais, a equipa considerou dois cenários diferentes: o primeiro pressupõe um crescimento estável no quarto trimestre de 2022 e um número de visitantes a atingir, de novo, o nível do final de 2021: 1,95 milhões.
O segundo cenário estudado apresenta piores condições: Ma cau enfrentará mais um mês de confinamento, recebendo apenas 1,31 milhões de visitantes.
Os investigadores observaram também que, sem receitas turísti cas, a economia de Macau “poderá não conseguir desenvolver-se normalmente”, se as restrições de viagem rigorosas forem mantidas.
Apoios com impacto limitado
As previsões apontaram também que, perante os dados actuais, as várias rondas de apoios à po pulação, lançadas pelo Governo desde 2020, “têm apenas impacto a curto prazo e limitado, e não podem substituir os rendimentos obtidos pelas empresas e cidadãos através de transacções normais de mercado”.
Nos primeiros oito meses do ano, Macau recebeu 3,8 milhões de visitantes, menos 25,8 por cento do que em igual período de 2021 e menos 86 por cento do que em 2019, antes do início da pandemia.
A esmagadora maioria dos visi tantes, mais de 290 mil, é oriundo da China continental.
Na final da semana passada, o chefe do Governo de Macau, Ho Iat Seng, anunciou que a China vai voltar a permitir excursões organizadas e a emissão de vistos electrónicos para visitas a Macau, até Novembro.
Imobiliário Centaline espera que mercado continue em queda
A agência imobiliária Centaline acredita que o mercado vai continuar em contracção. A posição foi tomada ontem numa conferên cia de imprensa. Segundo as explicações apresentadas e citadas pelo jornal Ou Mun, a situação estática que afectou o mercado em Julho, devido ao surto mais recente no território, prolongou-se para os meses de Agosto e Setembro, ao contrário do que era esperado. De acordo com as estimativas apresentadas, entre Julho e Setembro, terão ocorrido um total de 445 transações, o que significa uma quebra de 70 por cento face ao mesmo período do ano passado. Também a nível dos preços por metro quadrado são esperadas quebras de dois a três por cento, pelo que a Centaline aconselha cautela aos investidores que pretendam entrar no mercado.
CENTRO DE ESTUDOS DO DEPARTAMENTO DE ECONOMIA DA UMSSM Apelo a que se evite áreas de risco médio e elevado
Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) apelaram ontem à população que evite deslocações para regiões de médio e alto riscos no Interior, durante os feriados da Semana Dourada. As declarações foram feitas na fronteira, numa sessão de apresentação aos órgãos de comunicação social sobre as medidas para lidar com o aumento de turistas durante a Semana Dourada. Segundo Lei Pui I, do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus, para garantir a segurança do território, as pessoas no regresso a Macau vão ser alvo de medidas apertadas, como a verificação de temperatura e do Código de Saúde. Para facilitar o regresso, foi ainda pedido à população que prepare o código de saúde e outros documentos com o histórico das viagens de forma atempada.
Covid-19 Registado caso assintomático
O Centro de Coordenação de Contin gência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou que na quarta-feira, foi registado um caso importado de covid-19, de uma residente que viajou para Macau vinda do Vietname. A mulher tem 34 anos de idade e negou histórico de infecção anterior à viagem. Foi encaminhada para um local designado onde vai cumprir quarentena. Até quarta-feira, tinham sido registados 793 casos confirmados de Covid-19 e 1.625 casos de infecção assintomática, num total de 2.418 infecções.
LANÇAM CONCURSO PARA GESTÃO
Mudança de paradigma
Depois de três anos em que a Associação Geral de Automóvel de Macau recebeu 40,4 mi lhões de patacas, por ajuste directo, para gerir o museu, os Serviços de Turismo vão apostar agora num concurso público
ADirecção de Serviços de Turismo (DST) lançou um concurso público para a gestão operacional do Museu do Grande Prémio de Macau. É a primeira vez, desde a reabertura do museu, em 2021, que a gestão vai ser atri buída por concurso público.
Segundo as regras do pro cedimento, publicadas ontem no Boletim Oficial, o limite máximo a cobrar pela prestação do serviço com a duração de um ano é de 27,5 milhões de patacas. As empresas interessadas têm de apresentar pelo menos 41 traba lhadores para operar o espaço, entre os quais 2 responsáveis pela gestão operacional e coor denação, 38 da linha da frente e um consultor.
Afastada, está a possibilida de de haver propostas por parte de consórcios, um aspecto que é expressamente proibido pelas regras divulgadas da Direcção de Serviços de Turismo.
Em relação aos critérios de avaliação, um dos factores que mais pesa na ponderação final é o preço da proposta, com um peso de 40 por cento. O plano de implementação do serviço de gestão operacional é outro dos aspectos avaliados, com um peso de 40 por cento, mas dividido em três áreas: plano de gestão operacional durante o período de serviço, desenvolvimento duran te o período de serviço e selecção de mão de obra qualificada para o museu. Finalmente, a expe riência do concorrente, avaliada pelos serviços “semelhantes”
prestados nos sectores público e privado conta 20 por cento.
Ricos ajustes
Nos últimos três anos, a gestão do Museu do Grande Prémio foi adjudicada à Associação Geral de Automóvel de Macau – China, num valor que atingiu os 40,4 milhões de patacas.
No primeiro ano do contrato, o valor foi de 11,6 milhões, no segundo ano de 13,3 milhões de patacas e o último vinculo, com a data 22 de
Fevereiro deste ano, valeu à Associa ção Geral de Automóvel de Macau – China 15,5 milhões de patacas.
As propostas das empresas in teressadas têm de ser apresentadas
O limite máximo a cobrar pela prestação do serviço com a duração de um ano é de 27,5 milhões de patacas
até às 13h do dia 26 de Outubro, com a abertura das propostas a ser feita no dia seguinte, pelas 10h no Edifício Hotline.
O museu do Grande Prémio foi reaberto em 2021, depois de obras de renovação que tiveram um custo de 479 milhões de pa tacas. Entre as novas atracções, destaca-se um mural com a cara do piloto Ayrton Senna, da au toria do artista português Vhils, custeada em cerca de 930 mil patacas. João Santos Filipe
DST ESPERADOS 170 MIL TURISTAS DURANTE A SEMANA DOURADA
ADirecção de Serviços de Turismo (DST) está a pre ver que durante os sete dias da Semana Dourada passem pelo território cerca de 170 mil visi tantes. A previsão foi feita ontem por Cheng Wai Tong, subdirec tor da DST, com declarações citadas pela Rádio Macau.
Segundo as contas apresen tadas por Cheng, o número de visitantes tem aumentado nos
últimos dias para uma média superior a 20 mil por dia. Por isso, o subdirector da DST acredita que nos próximos sete dias, com os feriados no Interior, é possível registar uma média diária de 25 mil por dia, que se vai traduzir no total de 170 mil visitantes.
Além disso, por agora, está confirmada a realização do fogo de artifício no dia 1 de Outubro,
pelas 21h. No caso de haver chu va ou o aproximar de tufões, as autoridades vão tentar cumprir o calendário, mas com a ressalva de terem de cancelar por motivos de força maior.
Em conversa com os jorna listas, Cheng Wai Tong men cionou também a retoma da emissão de vistos electrónicos para excursionistas pelas auto ridades do Interior. A medida,
apresentada como um apoio do Governo Central ao turismo local, deverá ser implementada, no melhor cenário, a partir do final de Outubro. Como forma de preparação para a retoma dos vistos electrónicos de excursio nistas, Cheng garantiu que as autoridades de Macau se estão a coordenar com as congéneres, para garantir uma agilização do processo.
RÓMULO SANTOSAs armadilhas da lei
Olote das antigas casas construídas em madeira, com varanda, situado no Pátio da Claridade, corre o risco de ruína devido à legislação em vigor que impede o proprietário de ali desenvolver um projecto de revitalização, mantendo as características históricas do local. A planta de condições ur banísticas (PCU) submetida pelo proprietário foi ontem discutida pelo Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU), mas será no vamente analisada pelo Governo, tendo em conta que a maioria dos vogais defendeu a preservação e um diálogo aprofundado com o dono da propriedade.
Rui Leão, arquitecto, que ontem assistiu à reunião do CPU com o proprietário, defende que é necessário alterar e flexibilizar a legislação para preservar mais propriedades do género.
“O que está implícito nesta PCU é que ninguém vai tocar na propriedade, que vai entrar em ruína mais cedo ou mais tarde”, disse ao HM. “Há muito que o proprietário quer ali implementar um projecto que dê resposta a um novo tipo de oferta turística, pois está na zona certa, perto do templo de A-Má, e tem todas as condições para oferecer uma experiência cultural integrada, o que é raro em Macau”, frisou.
Sem querer divulgar o nome do proprietário, Rui Leão explicou que a sua intenção é mostrar que o sector privado também pode inves tir na revitalização do património, sendo necessária a garantia de sustentabilidade económica. Nesse sentido, o arquitecto defende mu danças na legislação que melhor definam as contrapartidas dos pro prietários privados que investem, como um regime de subsídios, ou o estabelecimento do regime de contrapartida de direitos aéreos. Tal determina, por exemplo, que, no caso de um proprietário só poder construir dois de dez metros em altura propostos, possa erguer a restante área num outro local onde não haja restrições por causa do património.
De frisar, que na reunião de on tem do CPU, um dos vogais apontou este problema. “Outro membro do CPU lamentou a pouca flexibilidade da legislação em vigor. “Se obser varmos as opiniões não vinculativas do IC nem é permitido fazer qual quer revitalização. Há restrições em relação à altura [das casas] e com isso é impossível revitalizar a zona. com tantas regras é como se não fosse permitido revitalizar ou construir”, rematou.
Problema antigo
O lote de casas no Pátio da Cla ridade, situado na zona do Porto Interior, era propriedade da So ciedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM) que sempre arrendou os apartamentos a fa mílias com baixos rendimentos.
A necessidade de requalificação já se coloca desde 2007, sendo que, em 2010, a STDM enviou cartas de despejo aos moradores. No entanto, nada aconteceu até à data. Caso o novo projecto avance, “o proprietário está atento à questão
do alojamento dos moradores e está em diálogo com eles”, garan tiu Rui Leão.
Um dos vogais do CPU lem brou o lado histórico desta pro priedade. “Estes edifícios foram construídos por personalidades ricas como Ho Yin e Stanley Ho e foram deixados para muitas pes soas viverem pagando uma renda.
O representante do Instituto Cultural no CPU descreveu o lote de casas no Pátio da Claridade como sendo “um pouco especial, com estilo português”, sendo esta “uma das construções mais completas e preservada, em relação a outros pátios em Macau”
Se for feita apenas uma pequena reparação não terá muito interesse. Podemos ter outros meios para que se torne num ponto turísti co”, disse. Outro vogal defendeu a necessidade de dialogar com o proprietário, para que haja “uma ponderação entre a propriedade privada e a revitalização”, além de que “devia ser elaborada uma pro posta sobre a altura” de construção.
O representante do Instituto Cultural no CPU descreveu o lote de casas no Pátio da Claridade como sendo “um pouco especial, com estilo português”, sendo esta “uma das construções mais com pletas e preservada, em relação a outros pátios em Macau”. O parecer não vinculativo do IC pede a preservação da fachada e as carac terísticas de construção. De frisar que o Pátio da Claridade não é um monumento classificado e não está numa zona tampão ou de protecção no que ao património diz respeito, mas as características históricas que possui impõe a importância de preservação. Andreia Sofia Silva
TÉNIS DE MESA TORNEIO DE CAMPEÕES WTT MACAU ACONTECE A 19 OUTUBRO
DECORRE
entre os dias 19 e 23 de Outubro o Torneio de Campeões WTT Macau, um evento desportivo organizado pelo Instituto do Desporto (ID) e pela World Table Tennis (WTT), sendo também co -organizado pela Associação Geral de Ping-Pong de Macau. O torneio decorre no pavilhão polidesportivo do Tap Seac e irá “reunir alguns dos melhores jogadores de ténis de mesa a nível mundial”.
O evento, que tem o apoio da Galaxy, conta com 32 jogadores de ténis de mesa masculinos e femininos mais bem classificados do mundo para competir em duas categorias: singulares masculinos e singulares femininos. A lista preliminar inclui nomes como Fan Zhendong, Ma Long, Sun Yingsha e Chen Meng da selecção nacional chinesa, entre outros. Nos primeiros dois dias (19 e 20 de Outubro), terão lugar os jogos de qualificação entre 32 jogadores, enquanto que no dia 21 de Outubro, decorrem as provas dos oitavos de final. Por sua vez, no dia 22 de Ou tubro acontecem as eliminatórias dos quartos de final e os semi-finais de final; enquanto as finais dos singulares masculinos e dos singulares femininos serão realizadas no dia 23 de Outubro.
Os bilhetes estão à venda a partir de hoje, sendo que os preços variam entre as 200 e 800 patacas.
Disfunção eréctil
ISAF alerta para medicamento perigoso
O Instituto para a Supervisão e Administração Farmacêutica (ISAF) alertou ontem para os perigos de um produto encontrado em Hong Kong, denominado “He Asbolute King”. O aviso para os perigos do produto que se promove como destinado à disfunção eréctil masculina foi feito através de um comunicado. Em causa, está a substância Tadalafil, que o ISAF classifica como uma “substância medi camentosa ocidental” e que tem vários efeitos nocivos como causa de “pressão arterial baixa, dor de cabeça, vómitos, tonturas e visão turva temporária”. Quando tomado com “alguns medicamentos como nitroglicerina”, para “o tratamento de angina de peito” a combinação causa “diminuição da pressão arterial para níveis perigosos”. “Com vista a assegurar a saúde pública, o ISAF está a acompanhar a situação de circulação deste produto em Macau, e apela aos residentes para que não o adquiram, nem o consumam”, foi pedido.
Há um novo projecto de revitalização para o Pátio da Claridade, no Porto Interior, mas a actual legislação impede o proprietário de reconstruir e ali desenvolver um projecto turístico inovador. Conselho do Planeamento Urbanístico discutiu nova proposta de revitalização, que será novamente analisada pelo Executivo
PÓS a análise em geral dos casos de abuso sexual de crianças, instaurados no primeiro trimestre deste ano, a Polícia verificou que estes casos têm a ver com a falta de experiência social das vítimas ou com a influência que sobre elas exerce a informação indecente e obscena via online, e que as mesmas não possuem suficiente sentido de prevenção, sendo estas as circunstâncias que os criminosos aproveitam para praticar o acto ilícito.” Esta foi uma das explicações avançadas pelo Instituto de Acção Social (IAS), em resposta a uma interpelação de Ho Ion Sang.
O deputado ligado à União Geral das Associações dos Moradores de Macau pediu acção e explicações para o aumento dos casos de abusos sexuais de crianças verificados no primeiro semestre do ano, que subi ram 70 por cento em termos anuais.
Na resposta assinada pelo presi dente do IAS, Hon Wai, é indicado que “os arguidos envolvidos são, maioritariamente, pessoas com relações próximas das vítimas ou estranhos que as mesmas conhe ceram via online”. Como tal, a resposta ao aumento dos crimes de abuso sexual de crianças passa pelo reforço da educação sexual e o envolvimento conjunto de escolas, famílias, com a apoio na divulgação por “associações e os meios de comunicação social”.
Além disso, o Governo refere que as autoridades policiais têm divulgado, “de forma contínua, informações e vídeos publicitários sobre prevenção criminal nas redes sociais” e “realizado palestras e actividades, nas escolas, sobre prevenção criminal.”
O trabalho não se restringe à escola, mas também ao lar. Nesse sentido, o IAS e as instituições de serviços de apoio a crianças, jovens e famílias têm organizado “activida des de educação sexual na família, com o objectivo de assistir os encar regados de educação no que toca à educação sexual e os métodos de ensino da matéria para seus filhos”.
Saber é poder
Outro ponto de acção, prende-se com o reforço da consciência das crianças para o que é uma agressão sexual de forma a permitir o de senvolvimento das capacidades de auto-protecção e noção de quando devem pedir apoio.
Além disso, Hon Wai reitera a importância de promover o bom
Para interromper o ciclo
uso da internet, assim como a monotorização do tempo passado online.
Nas escolas, o presidente do IAS indica que a Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) criou a “Base de Recur sos sobre a Educação Sexual” e combinou informações de diversos departamentos para a criação da “Base de Recursos Pedagógicos de Educação Moral e Cívica”.
A estes instrumentos juntam-se agentes de aconselhamento que realizam nas escolas “actividades de aconselhamento relacionadas com a educação sexual, formando atitudes e valores sexuais correctos nos alunos”.
Abuso adicional
No que diz respeito à educação parental, “a DSEDJ realizou com
as escolas, actividades relacio nadas com a educação sexual para pais e filhos, destinadas aos encarregados de educação e ela borou uma série de brochuras, de modo a auxiliar os encarregados de educação na educação sexual em casa”.
O presidente do IAS destacou também que as autoridades poli ciais, a DSEDJ, o IAS e o Centro Hospitalar Conde de São Januário “estabeleceram procedimentos
para as acções colaborativas, de modo a que as crianças víti mas sejam protegidas de danos secundários que possam vir a surgir durante a revelação do caso, o processo judicial e/ou a intervenção médica.
Na fase de inquirição em casos de abuso sexual de crianças, as autoridades conduzem os proce dimentos numa “sala separada e, conforme a situação concreta da vítima, é feita uma selecção
adequada do género do pessoal responsável pela inquirição”. Desta forma, as autoridades pretendem acalmar e estabilizar emocional mente as vítimas, ao mesmo tempo que lhes explicam a necessidade da inquirição, com o objectivo de “evitar uma possível revitimização”.
O abuso sexual de crianças foi um dos crimes que contrariou a tendência de redução da criminalidade no primeiro semestre de 2022, com um total de 17 casos, face aos 10 casos registados no mesmo período do ano passado
O abuso sexual de crianças foi um dos crimes que contrariou a ten dência de redução da criminalidade no primeiro semestre de 2022, com um total de 17 casos, face aos 10 casos registados no mesmo período do ano passado, representando um aumento de 70 por cento.
Os dados revelaram a tendência de aumento do número de abusos se xuais cometidos depois de contactos em aplicações móveis de namoro, realidade que também se verificou em crimes em que as vítimas eram menores. João Luz
impedir divulgação de vídeo
yuan para que o vídeo não fosse divulgado online, e o homem em pânico ainda pagou 53.000 yuan. No entanto, mais tarde, o homem acabou por apresentar queixa na PJ, que está a investigar o caso.
Depois do anúncio de que na primeira metade de 2022 os abusos sexuais de crianças aumentaram 70 por cento, o deputado Ho Ion Sang pediu um estudo de resposta ao fenómeno. O
Governo apontou como causas a falta de experiência social e sentido de prevenção das vítimas e comprometeu-se com a aposta na consciencialização e acompanhamento psicológico
“A
HOJE TERAPIA
Paula Bicho Naturopata e Fitoterapeuta • obichodabotica@gmail.comDores menstruais
Diversas plantas podem ser úteis para o alívio das dores menstruais, sendo de destacar aquelas com proprieda des antiespasmódicas, analgésicas e anti-inflamatórias, pois actuam re duzindo os espasmos, a dor e a in flamação. Outras plantas produzem efeitos sedativos, tranquilizantes ou relaxantes, reduzindo a tensão ner vosa e muscular e acalmando a dor. Outras plantas ainda têm uma acção hormonal, reguladora e normalizado ra do ciclo menstrual. Por último, em geral as plantas medicinais possuem várias acções sinérgicas, potencian do o seu resultado. Vamos conhecer Hoje algumas destas plantas:
Funcho (Fiolho), Foeniculum vul gare, sementes : Aromática medi terrânica abundante nas bermas dos caminhos, o Funcho é actualmente cultivado nas regiões temperadas de todo o Mundo. Apresenta grandes folhas filiformes, verde-escuras, um belas de flores amarelo-douradas e pequenas sementes ovais, caneladas; pode alcançar 1,5 metros de altura. É apreciado desde a Antiguidade, sendo usado tradicionalmente para aliviar as dores menstruais. Com efeito, a planta exerce uma actividade an tiespasmódica, devido ao conteúdo em óleo essencial, e hormonal, pela presença de fitosteróis; é ainda anti -inflamatória. Tomado em infusão, é recomendado para o tratamento das dores menstruais, ausência de mens truação, perturbações associadas à menopausa, para ajudar a regularizar o ciclo menstrual e para aumentar a produção de leite materno nas lactan tes.
Passiflora (Flor-da-paixão, Mara cujá-rosado), Passiflora incarna ta, partes aéreas : Nativa do Sul dos EUA, América Central e América do Sul, actualmente muito cultivada na Europa, a Passiflora é uma trepadeira de caules lenhosos, com flores exu berantes, folhas divididas em três lóbulos, frutos ovóides, carnudos e alaranjados (os Maracujás), e semen tes negras; pode atingir 9 metros de altura. Foi trazida do Brasil para a Europa como planta ornamental pe los jesuítas. As suas flores, grandes
(PARTE I)
e de uma enorme beleza, simboliza vam a paixão de Cristo: os cinco es tames, as cinco chagas de Cristo; os três estiletes, os três pregos com que foi crucificado; e, a sua cor branca e azul-purpúrea representavam a pure za e o céu. Remédio tradicional dos povos indígenas da América Central e do Norte, usado muito antes da che gada dos europeus, a Passiflora era empregue pela tribo dos Algonquinos como tranquilizante. De facto, possui importantes propriedades sedativas e relaxantes, sem provocar habitua ção, antiespasmódicas e analgésicas, tornando-se útil para o alívio da dor. Tomada em infusão, tintura ou com primidos, é administrada para o tra tamento de dores menstruais, cãibras, dores de cabeça, enxaquecas e dores de dentes.
Peónia-branca (bai shao yao), Paeonia lactiflora (sin. P. albiflo ra), raízes : Usada na China há pelo menos 1500 anos, a Peónia-branca é considerada sobretudo uma planta fe minina, constituindo um ingrediente da “sopa das quatro coisas”, o tóni co feminino mais consumido. Trata -se de uma herbácea com grandes e belas flores brancas, fragantes, folhas verde-escuras, divididas, que pode crescer até 2 metros de altura, sendo cultivada no Nordeste da China e na Mongólia Interior, quer como planta ornamental, quer como planta medi cinal. Tradicionalmente, diz-se até que as mulheres que tomam esta plan ta com regularidade tornam-se tão radiantes como a sua própria flor!!! Com uma acção antiespasmódica acentuada, relaxa os músculos do úte ro e enfraquece as contracções uteri nas; é ainda um importante tónico, inclusive do sangue, combate a dor, a inflamação e a febre. Planta de elei ção para aliviar dores menstruais, é também muito recomendada em caso de hemorragias menstruais abundan tes ou entre menstruações, para aju dar a regularizar o ciclo menstrual e para as perturbações associadas à me nopausa, como afrontamentos e suo res nocturnos; fibromas e síndrome do ovário poliquístico são outras das suas indicações. Pode ser tomada em decocção ou tintura.
ADVERTÊNCIAS: Este artigo tem como objectivo apenas a divulgação e não deve substituir a consulta de um profissional de saúde, nem promover a auto -prescrição. Além disso, algumas plantas têm contra-indicações, efeitos adversos ou interacções com medicamentos.
Isto não é
é uma exposição
Entre 1 e 7 de Outubro, a vila de Co loane terá espalhado nas ruas uma série de quadros de um artista anónimo. Sem inauguração oficial, sem explicação, sem artista, “See her around Coloane” é um diário de imagens de uma personagem por várias cidades e que culmina na ilha
APENAS arte. Sem artista, sem pessoa lizar, sem inaugura ção oficial ou clan destina, sem fitas cortadas ou coroas de flores, as ruas da vila de Co loane serão ocupadas por uma série de quadros que retratam o diário de uma mulher, cujo nome poderia ser traduzido como “Pequena Escuridão”.
Os quadros vão estar ex postos na rua entre amanhã e sexta-feira, dia 7 de Outubro.
O HM falou com o artista que não se quis identificar, mas que revelou que este será o primeiro episódio de um projecto para continuar. “Ao longo deste mês dese nhei algo bastante diferente do que estou habituado. A minha inspiração foi o tempo desta altura, o Outono e a tranquilidade. Quis fazer algo mais leve e casual”, contou o artista.
Todos os trabalhos têm como epicentro uma mulher, a “Pequena Escuridão”, que após viajar por inúmeras cidades acaba por chegar a Coloane.
Ao longo das ruas da vila, apenas um quadro sustentado por tripé funciona como uma publicação numa rede social, com o desenho a substituir a tradicional selfie, e a cami nhada a equivaler ao scroll down numa aplicação para telemóvel. Em vez do ecrã de um aparelho eléctrico, a vida da personagem central da não-exposição decorre na via pública.
Atrás da cortina
“Não tenho expectativas em relação a este projecto, não
“Quem sabe quem eu sou, pronto, que saiba. Mas pode ser que quem não saiba se interrogue sobre como foram ali parar estas pinturas. O artista desapareceu. Quero deixar essa parte identitária à imaginação do público.”
“Não quis desenhar coisas relacionadas comigo. Sou um homem e criei uma mulher que conta histórias através de imagens.” ARTISTA
meti o meu nome no poster”, indicou o artista, afastando o protagonismo naturalmente decorrente da identificação. “Em situações anteriores, o público poderia associar os trabalhos à minha pessoa, quis evitar isso. Quem sabe quem eu sou, pronto, que saiba. Mas pode ser que quem não saiba se interrogue sobre como foram ali parar estas pinturas. O artista desapareceu. Quero deixar essa parte identitária à imaginação do público”, contou.
Resta a interacção entre os transeuntes e as obras, sem inauguração, sem presenças oficiais, sem hora para come çar ou acabar.
O artista revelou ao HM que em trabalhos anteriores é recorrente o encontro entre
a arte e a vida, a sua vida. “Frequentemente, a criação artística parte de uma ideia grande. Desta vez limitei -me a reproduzir represen tações de momentos, como um diário em imagens. Não quis desenhar coisas rela cionadas comigo. Sou um homem e criei uma mulher que conta histórias através de imagens.”
Nas antípodas das grandi loquentes elaborações sobre objectos artísticos, “See her around Coloane” é uma bri sa, um convide a um passeio relaxado pela vila, um hino à casualidade. João Luz com Andreia Sofia Silva
Gastronomia Aulas com chefes macaenses até Abril
Começaram ontem, e decorrem até Abril, as “Aulas com mestres sobre a herança cultural da cozinha ma caense”, um projecto promovido pelo Governo, nomeadamente pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), em parceria com a Wynn e o Instituto de Formação Turística (IFT). Ontem, na primeira aula, foram ensinadas as receitas de galinha africana e minchi, um dos pratos mais conhecidos da comida macaense. Estas aulas são levadas a cabo por chefes de cozinha macaense estan do previstas sete demonstrações destinadas aos profissionais da área da restauração e estudantes locais. As aulas decorrem na Wynn Macau e no Centro de Actividades do Ensino Técnico-Profissional, em Seac Pai Van, da DSEDJ.
Felicita a República Popular da China Pela Passagem do Aniversário
PUB.ELEITOS POR REGIÕES
Tomar o pulso ao povo
Xi Jinping e outros membros do Comité Permanente do Gabinete Político do Comité Central do PCC foram eleitos em áreas fronteiriças com uma grande população de minorias étnicas, antigas áreas de base revolucionária e regiões-chave onde são implementadas estratégias de desenvolvimento a nível nacional.
CINQUENTA e dois líderes chineses foram eleitos como delegados para par ticipar no 20º Congresso Nacional do Partido Co munista da China (PCC), em Pequim. Um total de 2.296 delegados, representando mais de 96 milhões de membros do PCC e 4,9 milhões de organizações partidárias de nível primário, discutirão e deli berarão sobre as principais questões críticas para o futuro do Partido e do país no congresso quinquenal.
Xi Jinping, secretário-geral do Comité Central do PCC, foi eleito por unanimidade como delegado ao Congresso do Partido, em 22 de abril, na unidade eleitoral da Região Autónoma da Etnia Zhuang de Guangxi. “O voto unânime representa a vontade comum dos membros do PCC e das organiza
ções partidárias de nível primário em Guangxi, bem como o apoio sincero das pessoas na região a Xi Jinping”, lê-se na Xinhua.
Ainda segundo a agência no ticiosa, “autoridades e moradores de Guangxi disseram que a década passada assistiu a realizações e mudanças históricas na causa do Partido e do país. A razão funda mental foi o facto de Xi ter dirigido a causa no centro do comité central do PCC e do Partido como um todo, além de ter a orientação do pensamento de Xi Jinping sobre o socialismo com características chinesas para uma nova era”.
Esse conjunto de realizações significativas na última década incluem “a erradicação da pobreza absoluta, a obtenção de um de senvolvimento económico muito mais equilibrado, coordenado e
sustentável e a conquista de uma vitória abrangente na campanha anti-corrupção”. “Sob a liderança de Xi, vivemos uma vida melhor”, disse Yang Ning, chefe do Partido da vila de Jiangmen em Guangxi.
Huang Xu, o primeiro secre tário do Partido na vila de Baini disse que, “enquanto seguirmos Xi e o Comité Central do PCC, o rejuvenescimento da nação chinesa certamente será alcançado”.
Os outros 51 líderes chineses foram também nomeados pelo Comité Central do PCC como candidatos e votaram nas suas respetivas unidades eleitorais.
Xi e outros membros do Comitê Permanente do Birô Político do Co mitê Central do PCCh participaram de eleições em áreas fronteiriças com uma grande percentagem de minorias étnicas, antigas áreas de
TAIWAN FUTURO DEVE SER DECIDIDO POR TODOS OS CHINESES
UMA porta-voz do governo de Pequim disse nesta quarta-feira que “o futuro de Taiwan deve e só pode ser decidido conjuntamente por todos os chineses”, ao refutar as declarações das autorida des do Partido Progressista Democrata (PPD) que
“distorcem a Resolução 2758 da Assembleia Geral da ONU”.
“Taiwan faz parte da China, e tanto o continente chinês quanto Taiwan per tencem a uma China”, disse Zhu Fenglian, porta-voz do Departamento dos Assun tos de Taiwan do Conselho
de Estado. Zhu observou que a Assembleia Geral da ONU aprovou a Resolução 2758 em Outubro de 1971, “estabelecendo de uma vez por todas as questões polí ticas, legais e processuais da representação da China na ONU e reconheceu os representantes do Gover
revolucionárias de base e regiões -chave onde as estratégias de desenvolvimento a nível nacional foram implementadas.
Li Keqiang, Li Zhanshu, Wang Yang, Wang Huning, Zhao Leji e Han Zheng - membros do Comité Perma nente do Gabinete Político do Comité Central do PCC - e o vice-presidente chinês Wang Qishan, foram eleitos delegados nas províncias de Gansu, Sichuan, Guizhou, Hainan, Jiangsu e nas regiões autónomas do Tibete e da Mongólia Interior.
Segundo a Xinhua, a eleição dos líderes como delegados nas respectivas unidades eleitorais e a sua participação nas discussões em grupo das delegações corresponden tes no próximo congresso do Partido “são propícias ao fortalecimento da orientação, promovendo o desenvol vimento de alta qualidade, a imple mentação das principais iniciativas de desenvolvimento nacional, além de tornar a China um país socialista moderno em todos os aspectos”.
Lin Yuqing, vice-directora de uma escola secundária no condado de Long’an, na cidade de Nanning de Guangxi, disse que a participa ção de Xi na eleição da região tem um significado acrescido. Lin disse que tanto ela como seus colegas professores “trabalharão incansa velmente para aumentar os níveis de educação em regiões habitadas por minorias étnicas”.
Liu Lanyi, uma autoridade do Partido de nível primário na província de Gansu, disse ter sido incentivada “a fazer um trabalho melhor para atender às necessida des dos moradores do bairro de que é responsável e ajudá-los a resolver suas preocupações diárias”.
“Temos certeza de que Xi nos levará para um futuro mais próspero”, disse um jovem chefe do Partido numa aldeia remota de um condado autónomo étnico Yi na província de Sichuan, pedindo aos outros jovens que contribuam para o esforço da revitalização rural do país.
XI SUBLINHA VITÓRIA DO SOCIALISMO COM CARACTERÍSTICAS CHINESAS
Opresidente chinês, Xi Jin ping, enfatizou esta sema na “os esforços conjuntos para avançar determinadamente em direção a uma nova vitória do socialismo com características chinesas”. Xi visitava uma exposição sobre as grandes conquistas do Partido e do país na última década.
O presidente sublinhou que, desde o 18º Congresso Nacional do PCC em 2012, o Comité Central “uniu e liderou todo o Partido, o país e o povo na solução de muitos problemas desafiantes que estavam há muito tempo na agenda, mas nunca resolvidos, que afectavam o futuro da nação, e superando muitos riscos, desa fios e provações políticas, econó micas, ideológicas e naturais”.
“Realizações e transfor mações históricas ocorreram na causa do Partido e do país, equipando o país com melho res instituições, fundamentos materiais mais firmes e uma mentalidade mais pró-activa para a realização da revitali zação nacional”, acrescentou.
Xi pediu mais esforços para aumentar a consciência pública sobre medidas estratégicas, prá ticas transformadoras, avanços e realizações marcantes na última década. Também pediu uma me lhor compreensão do significado das profundas mudanças durante este período na história do PCC, da Nova China, da reforma e abertura, do desenvolvimento do socialismo e do desenvolvimento da nação chinesa, para que todo o Partido, o país e o povo man tenham a confiança histórica e aumentem a iniciativa histórica.
no da República Popular da China como os únicos representantes legítimos da China na ONU”.
“As autoridades do PPD, agindo em prol dos seus próprios interesses políticos, recusaram-se a reconhecer o princípio de uma China e ignoraram as
normas básicas que regem as relações internacionais”, disse Zhu. “As acções das autoridades do PPD vão contra a tendência histórica e as aspirações comuns dos compatriotas de ambos os lados do Estreito de Taiwan e estão fadadas ao fracasso”, concluiu.
Li Keqiang, Li Zhanshu, Wang Yang, Wang Huning, Zhao Leji e Han Zheng também visitaram a exposição. Sob o lema “Avançar na Nova Era”, a exposição foca-se “nas muitas conquistas e transformações na causa do Partido e do país nos últimos 10 anos na nova era”, abrangendo seis áreas de exposição e cobrindo mais de 30 mil metros quadrados no to tal, apresentando mais de 6 mil itens, incluindo fotos, objectos materiais e modelos.
Oprimeiro-ministro chinês, Li Keqiang, pediu nesta quarta -feira “esforços ro bustos para realizar as políticas do país visando estabilizar a recupe ração económica”. Li fez as observações numa reunião sobre o trabalho do governo relacionado com a estabi lização económica para o quarto trimestre deste ano. O vice-primeiro-ministro Han Zheng também participou da reunião.
“Para reverter a desace leração no segundo trimestre infligida por factores inespe rados, a China lançou uma série de políticas macroeco nómicas, bem como medi das sucessivas, com maior prioridade na estabilização do crescimento económi co. Também foram feitos esforços para salvaguardar entidades de mercado, esta bilizar os preços e aumentar a procura”, disse Li.
“Graças a isso, a econo mia começou a recuperar e a recuperar a sua estabilidade global no terceiro trimes tre”, concluiu o primeiro -ministro.
Quanto ao quarto trimes tre, Li disse que este “é o período mais importante do
Acção precisa-se
cota de 2023 para os títulos de uso especial também será distribuída antecipa damente.
Em relação ao mercado imobiliário, Li disse que o país formularia medidas regionais específicas para atender à procura tanto dos compradores quanto aos que querem melhorias nas suas residências, e garantir entre gas oportunas de unidades pré-vendidas.
Li também pediu es forços para alcançar uma logística fluida e o forneci mento constante de carvão e eletricidade, acrescentando que as potências económicas do país devem desempenhar o seu papel de base na esta bilização da economia.
ano e espera-se que muitas políticas desempenharão um papel maior durante este período. O país deve apro veitar o prazo para ancorar as expectativas do mercado e garantir a implementação completa das políticas para
que a economia funcione dentro de uma faixa apro priada”.
Para estimular “a fraca procura interna, o país pre cisa buscar mais abordagens para impulsionar o investi mento e o consumo efectivos
e garantir plena potência às entidades de mercado e ao capital social”, disse ele.
Ao mesmo tempo em que faz uso pleno dos instrumen tos financeiros apoiados por políticas e orientados para o desenvolvimento para
acelerar a construção de infraestrutura, o país deve alocar re-empréstimos espe ciais e subsídios a juros para acelerar as atualizações de equipamentos nos sectores de manufatura, serviços e serviços sociais. Parte da
ANTIGO QUADRO DO ÓRGÃO ANTICORRUPÇÃO ACUSADO DE RECEBER SUBORNOS
UM ex-responsável pelo combate à corrupção na China foi indiciado por acu sações de suborno, a poucas semanas do arranque do 20.º Congresso do Partido Comunis ta Chinês, foi ontem divulgado. A acusação a Liu Yanping, que chefiou a filial do Ministério de Segurança do Estado da Comissão Central de Inspeção e Disciplina do Partido Comunis ta Chinês (PCC), está a ser en carada como mais um lembrete da promessa de Xi Jinping de combater a corrupção em todos os níveis de poder.
Na sexta-feira passada, o ex-vice-ministro da Segurança Pública Sun Lijun foi con denado à pena de morte com uma suspensão de dois anos por acusações de manipular o mercado de acções, aceitar subornos e outros crimes. O caso envolveu pelo menos dois ex-funcionários do ministério.
A imprensa estatal disse que Liu aceitou “enormes” quantias de propriedade em troca de favores. O antigo alto quadro do órgão anticorrupção foi expulso do PCC, no início deste mês, num sinal de que seria indiciado, julgado e quase
certamente condenado a uma longa pena de prisão.
A investigação apurou que Liu “perdeu os seus ideais e con vicções” e que é “politicamente corrupto”. O ex-responsável “trocou o poder político por interesses e usou o seu poder como uma ferramenta para obter capital político, benefícios pessoais e riqueza”, avançou a imprensa estatal chinesa.
Liu Yanping “envolveu-se também em atividades supers ticiosas” e aceitou convites para jogos de golfe, banquetes, passeios e serviços médicos pa gos por empresários privados, “comprometendo a sua impar cialidade no desempenho de funções oficiais”, acrescentou a imprensa.
No caso de Sun Lijun, um ex-ministro da Justiça e um
ex-funcionário do PCC foram acusados de conspirar com ele, e receberam penalidades semelhantes. Sun foi conde nado por receber 646 milhões de yuans (92 milhões de euros) em subornos e acusado de usar a sua posição, em 2018, para manipular a negociação de ações, visando ajudar um operador a evitar perdas. Tam bém foi acusado de abandonar o seu cargo durante um surto de covid-19.
Sun foi nomeado ante riormente num processo do Departamento de Justiça dos Estados Unidos da América (EUA) contra o magnata dos casinos de Las Vegas, Steve Wynn. O processo visou obri gar Wynn a registar-se como agente estrangeiro, devido ao seu envolvimento em acções de influência promovidas pelo Governo chinês.
O processo diz que altos funcionários, incluindo Sun, pediram a ajuda de Wynn, para que os EUA negassem o pedido de visto de um cidadão chinês, de acordo com a queixa. Pequim queria que o homem, acusado de corrupção e de solicitar asilo político, regressasse à China.
Em relação aos meios de subsistência das pessoas, Li instou o país a expandir gradualmente a cobertura do subsídio básico de vida. O orçamento central subsi diará os governos locais em termos de novas despesas nesse sentido, prometeu. “Os trabalhadores migrantes, que retornam às suas terras natais, também serão incorporados em programas voltados para o desemprego e o trabalho subsidiado”, acrescentou o primeiro-ministro.
HONG KONG ACTIVISTA CONDENADO À REVELIA
Oex-deputado de Hong Kong Ted Hui foi condenado ontem à revelia a três anos e meio de prisão por um tribunal local por ter enganado as autoridades para sair do país e exilar-se no estrangeiro. O opositor também enfrenta várias acusações devido a sua partici pação nas manifestações de 2019, bem como por organizar protestos que interromperam as sessões do Conselho Legislativo de Hong Kong.
O juiz Andrew Chan declarou que Hui enganou a polícia e o tribunal para obter o levantamento das restrições de viagem antes do seu julgamento, apresentando documen tos falsos relacionados a uma visita oficial à Dinamarca. Hui “fez pouco do sistema de justiça”, disse o juiz, acrescentando que a farsa foi “cuidadosamente orquestrada”.
Reagindo nas redes sociais à sentença, Hui criticou o juiz por “cumplicidade com a tirania” e afirmou que essa sentença destacaria “a loucura e o absurdo” das autoridades de Hong Kong. “Os tribunais de Hong Kong tornaram-se tribunais do Partido Comunista (chinês) e julgamentos políticos e sentenças que visam a dissidência tornaram-se um es pectáculo banal”, escreve Hui.
Em Dezembro de 2020, Ted Hui anunciou no final da sua viagem à Dinamarca que se estava a exilar devido à repressão de Pequim aos dissidentes em Hong Kong. Desde então, o activista mudou-se para a Austrália e continua a ser um crítico das autoridades em Hong Kong e Pequim.
NOTIFICAÇÃO
Considerando que não se revelou possível contactar o interessado, pessoalmente, por ofício, telefone ou outras formas, nos termos dos n.ºs 2 do artigo 72.º e 93.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, notifica-se o indivíduo abaixo mencionado, para no prazo de 15 dias, a contar do dia seguinte da data da emissão do presente anúncio, comparecer no Departamento de Contratação de Trabalhadores Não Residentes, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues n.ºs 614A-640, Edifício Long Cheng, 9.º andar, em Macau, para tratar de assuntos do seu interesse e relacionados com autorização da contratação de trabalhadores não residentes, caso contrário a autorização será cancelada:
1. WONG SIO WA, proprietário do estabelecimento “SABOROSO BIFE”.
O indivíduo acima mencionado deve deslocarse, durante as horas de expediente, ao endereço acima mencionado, para levantamento do ofício da audiência prévia, podendo ainda requerer, por escrito, a consulta do processo. Decorrido o prazo acima referido, sem que seja apresentada a defesa por escrito, é considerada como efectivamente feita a audiência acima referida.
28 de Setembro de 2022.
Considerando que não se revelou possível notificar os interessados, pessoalmente, por ofício ou telefone, nos termos do artigo 68.º e do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decre to-Lei n.º 57/99/M, notifica-se dos actos administrativos os interessados abaixo mencionados, no n.º 3 do artigo 11.º da Lei n.º 21/2009 (Lei da contratação de trabalha dores não residentes), revogada a cláusula de renovação automática de autorização de contratação de trabalhado res domésticos não residentes autorizados dos seguintes indivíduos, ou seja, a referida autorização deixará de ser renovada automaticamente.
1. NG CHUN YUE RAYMOND, n.º do despa cho de autorização de contratação: 02183/IMO/ DSAL/2021;
2. IAM I LAI, n.º do despacho de autorização de contratação: 23721/IMO/DSAL/2016;
3. BROCKMAN HENRY SIMON, n.º do despa cho de autorização de contratação: 47475/IMO/ GRH/2015 e 19917/IMO/DSAL/2020.
Os interessados acima mencionados podem, nas horas de expediente, deslocar-se ao Departamento de Contratação de Trabalhadores Não Residentes da DSAL, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues n.ºs 614A-640, Edifício Long Cheng, 9.º andar, Macau, para levantamen to da cópia do despacho, podendo ainda requerer, por es crito, a consulta do processo.
Nos termos dos artigos 145.º, 149.º e 155.º do Có digo do Procedimento Administrativo, os interessados podem, sobre a decisão acima referida, interpor:
a) Reclamação para o autor do acto, devendo ser apresentada no prazo de 15 (quinze) dias a con tar do dia seguinte ao da publicação do presente anúncio;
b) Recurso hierárquico necessário para o Secretá rio para a Economia e Finanças, devendo ser apresentado no prazo de 30 (trinta) dias a contar do dia seguinte ao da publicação do presente anúncio.
Mais se informa que as decisões administrativas aci ma referidas não são susceptíveis de recurso contencioso. 28 de Setembro de 2022.
O Director da DSAL, Wong Chi Hong
O Director da DSAL, Wong Chi Hong
Ó meus amigos, companheiros destas funestas viagens por países tão antigos quanto as estrelas e a Lua, e tão estranhos quanto o profundíssimo interior de nossas desgraçadas almas, ¿ que sobressaltos ainda nos esperam, que magias secretas teremos ainda de superar, que horrores se erguerão perante as nossas pupilas dilatadas de espanto e terror?!
Cada vez mais perto de nossas precárias existências, uiva o monstro da guerra, que ameaça fundir de vez a humanidade com a terra, incessantemente percorrida pelo espectro esquálido da fome e pela invisível maldade de dez mil pestes.
Ó maldito humano, que te crês superior à própria Natureza, mas depois te revelas, uma e outra vez, incapaz de simplesmente ordenar a tua existência e não compreendes que te encontras possuído pela inconstante ira e és escravo da tua própria ambição! Não te contentas com o jade branco ou o refulgente ouro, não há tesouro que sacie tua inextinguível sede de mando sobre os outros homens, os animais e as coisas; pois em ti habita uma eterna angústia; em ti rastejam as serpentes expulsas; por ti cresce, poderosa e impante, a fertilíssima hera do Mal!
É talvez por isso que no Monte a que chamam do Veado Branco,
CAMINHO, POIS A SENDA ONDE VOS ENCONTRAIS É A MAIS CERTA DAS VIAS PARA A DESGRAÇA!
onde um dos oito imortais em montada sagrada se evolou pelos céus rumo a Penglai, habita o fuxi, um pássaro cuja forma lembra a do galo, embora encimada por uma cabeça humana. ¿Que estranhas cópulas, que monstruosos amplexos, que terríveis procedimentos terão ocorrido para tornarem possível a existência deste sinistro animal? Não sabemos, mas basta a nossa mente extenuada atreverse a alvitrar uma resposta, para logo sentirmos a pele percorrida por horrendos arrepios e o coração disparar em desfilada, qual cavalo selvagem fustigado pelo chicote nocturno do medo, alheio a rédeas e contenção.
Que os homens se abstenham de percorrer o Monte do Veado, pois apesar de nele existirem riquezas capazes de acalmar as mais desvairadas ambições, se tiverem a desgraçada sorte de vislumbrarem um fuxi, é certo que cedo se desencadeará uma Guerra e por ela perecerão os campos cultivados, por ela serão decapitados os mansos animais, por ela serão sacrificados os melhores mancebos de duas gerações e destruída a soberba dos países.
O fuxi emite um som que lembra o seu nome. Se o ouvirdes, sombria noite ou dia claro, arrepiai caminho, pois a senda onde vos encontrais é a mais certa das vias para a desgraça!
ANA JACINTO NUNESRamos da missão ortodoxa
(HISTÓRIA DA PRIMEIRA ENTRADA DO CRISTIANISMO NA CHINA • PARTE 2)
visitado a China, seus discípulos seguiram seus filhos...” (Nota 1).
Chegou à China até ao primeiro século?
Yazdhozid, um missionário persa na Dinastia Tang após a produção da “ A estela de Da Qin Nestoriana espalhada na China “, é reconhe cido pelo mundo como a evidên cia histórica de que o cristianismo entrou em contacto pela primeira vez com a China. No entanto, após verificação, descobriu-se que mui tos livros chineses antigos regista vam que o Nestorianismo já havia pisado a China antes da Dinastia Tang. A primeira referência indica “Luoyang Jialan Ji” (Mosteiro Bu dista na cidade de Luoyang, pro víncia de Henan) escrito por Yang Xuanzhi, um escritor de prosa da Dinastia Wei do Norte. Descreve a situação quando o autor viu cris tãos aparecer no “Templo Yong ming”, “os monges de centenas de países, mais de 3.000 pessoas, das regiões do extremo oeste e até do Grande Reino de Qin, todos eles
estão ligados ao resto do mundo”. Além disso, “Zizhitongjian” (Re flexos da Governança) Volume 147 regista no oitavo ano Tianjian (509 a.C.) a descrição do Impera dor Liang Wu com a mesma decla ração: “Naquela época, o budismo floresceu em Luoyang. Além dos monges chineses, havia mais de 3.000 monges das regiões ociden tais, Lord Wei construiu Yongming
Temple mais de mil quartos para esses cristãos”.
Mais tarde, descobriu-se tam bém que alguns estudiosos propu seram nos seus artigos que o cris tianismo pode ter chegado à China antes do nestorianismo, como a primeira parte da “Série República da China”, um dos autores, Joseph Siu, escreveu “Um Estudo do Ca tolicismo na China” no Volume 1 do livro. Menciona-se que o Santo Apóstolo Tomé pode ter estado na China. “Os arqueólogos dizem que São Tomé também veio à China para pregar, mas não se sabe por quanto tempo. Depois de retornar da China para a Índia, ele morreu em Meriyapur. Isso não é sem ra zão....... Além disso, a descoberta de antigas estelas de cruz nas úl timas centenas de anos também prova que a Sagrada Religião real mente se espalhou na China nos séculos depois de Cristo. Embora o Apóstolo São Tomé não tenha
Alguns estudiosos estrangei ros também apresentam o mesmo ponto de vista. Edward Harper Pa rker, um advogado e sinólogo bri tânico que escreveu livros sobre a Primeira e a Segunda Guerras do Ópio da China e outros tópicos relacionados com a China, no seu livro “Uma História Chinesa do Cristianismo” escreveu: “Depois dos Han e Qin (início do século III d.C.), o cristianismo entrou pela primeira vez na China, e os escritos dos caldeus (Nota 2) nos dizem (dito pelo Padre Huang) que o Santo Apóstolo Tomé trouxe e pregou o Evangelho primitivo no início do primeiro século para a Índia e a China” (Nota 3). De acordo com o conteúdo do artigo, o início do século I foi durante a Dinastia Han, e o início do sécu lo III pertenceu ao período dos Três Reinos. Se for verdade, como mencionei no primeiro episódio, o cristianismo entrou na China du rante a Dinastia Wei do Norte, que pode ter sido anterior a isso. Independentemente de São Tomé ter vindo ou não para a Chi na, podemos ver nesses documen tos que os governantes ou pessoas na China antiga estavam abertos a culturas e religiões estrangeiras, especialmente na Dinastia Tang. “Na antiga capital de Chang’an (Xi’an), Taoísmo, Confucionismo, Budismo, Nestorianismo e depois Islamismo “ (Figura 1) (Nota 4).
O status da Virgem provoca divisões De acordo com registos documen tais, a primeira visita dos nestoria nos à China foi, na verdade, divi dida em duas etapas. A primeira durante a Dinastia Han ou Dinastia Wei do Norte, e a segunda durante a Dinastia Tang. Porquê? A respos ta envolve principalmente algumas situações especiais encontradas na criação e desenvolvimento do Nes torianismo, que são descritas em detalhe a seguir.
Em primeiro lugar, a partir do artigo online do k.k.news, “Olhan do para a propagação do Nestoria nismo na Dinastia Tang de “A es tela de Da Qin Nestoriana espalha da na China”, podemos entender a
O Nestorianismo também se desenvolveu na Ásia Central e é extremamente popular. Nesta boa atmosfera política e época pacífica e próspera, o líder nestoriano Aroben foi pessoalmente a Chang’an, a capital da Dinastia Tang, e foi recebido pelo imperador Taizong
situação do Nestorianismo naque le momento. “Existem duas gran des escolas de cristianismo, uma é a escola nestoriana, e a outra é a escola alexandrina. Entre elas, a escola alexandrina defende a uni dade de Jesus, Deus e homem, e acredita que a escola nestoriana divide Jesus em dois (o homem e o deus) é heresia. Em 428 d.C., o imperador romano oriental Teodó sio II nomeou Nestório Arcebispo de Constantinopla. Teodósio II convocou e presidiu a um sínodo de bispos. Este local não é bom para Nestório, porque é a casa da escola de Alexandre (o templo an cestral da Virgem Maria e o local da morte), e a maioria dos crentes locais são partidários da escola de
(Artigo publicado no Macau Daily Newspaper em 20 de Março de 2022) Figura 1. O edifício principal na antiga muralha da cidade de Xi’an Figura 2. Hagia SophiaIndependentemente de São Tomé ter vindo ou não para a China, podemos ver nesses documentos que os governantes ou pessoas na China antiga estavam abertos a culturas e religiões estrangeiras
perseguidos
TEXTO E IMAGENS: RITCHIE LEK CHI, CHANligião”. (Nota 6) Nessa época, o Nestorianismo enfrentava dificul dades, os crentes tiveram que usar a missão para começar a desen volver-se para o Oriente e entrar na China durante a Dinastia Wei do Norte. Foi também a primeira vez que o Cristianismo entrou em contacto com um país desconhe cido.
Notas :
Alexandre. Lilo, o bispado de Ale xandria, Egipto, que chegou pri meiro, foi recebido pelos padres locais. Antes que os partidários e bispos de Nestório chegassem, os alexandrinos convocaram à pressa uma reunião, declararam Nestó rio um herege em sua ausência, destituíram-no do seu bispado e excomungaram-no. “
Nestório era sírio, e assumiu a posição de líder religioso em 42 d.C.. Este movimento deixou a missão de Alexandria muito insa tisfeita, e a luta entre as duas seitas tornou-se cada vez mais acirrada. Em 431 d.C., a fim de reprimir a disputa entre as duas facções cristãs, Teodósio serviu como Pa triarca de Constantinopla, na Tur quia, de 428 a 431 d.C.. Nestório é considerado a figura que iniciou o Nestorianismo. Mencionado no artigo da Wikipedia sobre Nestório e Nestorianos: “Nestorianismo pode se referir a: a missão Orien tal, também conhecida como mis são Nestoriana, que foi introduzida na China na Dinastia Tang e cha mada de ‘ Jing jiào”. O Patriarcado estava localizado na Hagia Sophia em Constantinopla, Turquia (Figu ra 2), depois de o Império Bizan tino ter sidoi conquistado pelos otomanos em 1453, a igreja foi convertida à força em mesquita e assim ficou até agora.
Há alguns anos, fui a Constan tinopla, agora conhecida como Is tambul, e presenciei este edifício religioso que foi baptizado por guerras implacáveis, conquistado e alterado por diferentes impérios há 1.500 anos, e agora é patrimó nio cultural mundial. Quando fi quei do lado de fora da mesquita, além de admirar a grandiosidade do edifício, fiquei ainda mais ma ravilhado com a cena com que me deparei quando entrei na mes quita. No entanto, é emocional e profundamente sentido que este edifício é um marco da história. Alguns dos frescos caíram, reve lando a Virgem Maria com folha de ouro e uma imagem “mosaica” de Jesus Cristo. Devido à idade, a folha de ouro perdeu a cor, mas pode-se imaginar a cena gloriosa no passado. Essas imagens desta cam os períodos cristão e ortodo xo. Este tipo de parede decorativa sobreposta, apesar de se poder ver as imagens artísticas de diferentes épocas, não pode deixar de fazer as pessoas prenderem a respira ção. (Foto 3).
Entrou na China pela segunda vez para visitar o Imperador Taizong da Dinastia Tang
Além disso, Nestório defendia que a Virgem Maria não deveria ser divinizada e só poderia ser chamada de “Mãe de Cristo”, e propôs que “a divindade e a hu manidade de Jesus fossem sepa radas”, o que fez com que ele e
sua seita fossem excluídos e ata cados. A Wikipedia descreve a história do Nestorianismo, “Em 431 d.C., o imperador romano oriental Teodósio II e 2.000 bis pos participaram no Concílio de Éfeso na Turquia (Figura 4) (Nota 5), ele foi demitido do bispado e excomungado da missão. Quatro anos depois, Nestório foi expulso do país pelo imperador do Impé rio Romano do Oriente e acabou por morrer no Egipto. No entanto, seus seguidores não desistiram fa cilmente por causa disso, e foram para a Mesopotâmia, Pérsia, Índia e Extremo Oriente para pregar re
O nestorianismo voltou à Chi na, numa época em que a nação chinesa estava a tornar-se cada vez mais próspera. No nono ano do reinado do imperador Taizong Li Shimin, a Dinastia Tang gra dualmente entrou num período próspero após a “Regra Zhen guan” (Nota 7), e muitos bárbaros estrangeiros vieram à China para prestar homenagem. Por outro lado, o Nestorianismo também se desenvolveu na Ásia Central e é extremamente popular. Nes ta boa atmosfera política e época pacífica e próspera, o líder nesto riano Aroben foi pessoalmente a Chang’an, a capital da Dinastia Tang, e foi recebido pelo impera dor Taizong. Este encontro entre os dois lados tornou-se o registo oficial da primeira visita cristã à China na história.
O que precisa ser mencionado aqui é que os anos de Nestoria nismo na China mencionados em “Daily Headlines” e “Wikipedia” são os mesmos mencionados no artigo de Yang Xuanzhi, um es critor da Dinastia Wei do Norte, o que prova que isso é um facto histórico. Ele mostra que havia muitos vestígios de nestorianos na antiga cidade de Luoyang naque la época, e também confirma que os nestorianos chegaram à Chi na antes da “A estela de Da Qin Nestorian espalhada na China” no Museu da Floresta de Estelas em Xi’an.
1. “Republic of China Series”, publicado e distribuído pela Shanghai Bookstore em 1989, consiste em cinco volumes, incluindo principalmente livros chineses publicados na China durante a República da China. O autor, Joseph Xiao, é investigador da Universidade de Oxford e membro do Departamento de Filosofia e jesuíta na China, Jesuítas Chineses.
2. Caldeu, uma região antiga no Oriente Médio em 625 a.c., actual sul do Iraque e Kuwait. Os caldeus estabeleceram a dinastia caldeia nesta área.
3. São Tomé foi um dos doze discípulos de Jesus.
4. “A China Antiga Deve Abrirse ao Mundo Exterior ou Retirar-se ao Mundo”, Pe. Benjamin Videira Pires S.J., “Revista Cultura” Edição Chinesa N° 2, p. 37.
5. Localizada na antiga cidade de Éfeso, na Turquia, as ruínas deixadas pelos antigos gregos eram originalmente uma rica e requintada cidade marinha. Foi uma das quatro maiores cidades do mundo durante o antigo período romano e era conhecida como Pompéia no Oriente.
6. Wikipedia “Nestorismo”, artigo online: “Conflito ou Integração: A Trajectória Histórica da Sinicização do Catolicismo”.
7. “Regra Zhenguan” foi uma situação de clareza política, recuperação económica e prosperidade cultural durante o reinado do imperador Taizong Li Shimin no início da dinastia Tang.
Figura 3. Interior de Hagia Sophia revela imagens cristãs Figura 4. Ruínas da antiga cidade de Éfeso na TurquiaUM LIVRO HOJE
“O UM DIVIDIU-SE EM DOIS” | JOSÉ PACHECO PEREIRA (2008)“O Um Dividiu-se em Dois - Ori gens e Enquadramento internacio nal dos movimentos pró-chineses e albaneses nos países ocidentais e em Portugal (1960-1965)” é o nome do livro do político e investigador pu blicado pela Aletheia Editores. Nes ta obra traça-se o retrato de alguns movimentos de extrema-esquerda em Portugal até ao 25 de Abril de 1974, data da chamada Revolução dos Cravos. Um documento impor tante para compreender um período interessante da política portuguesa.
Andreia Sofia SilvaCINETEATRO
19.30, 21.30
SALA 3 SEE HOW THEY RUN [B] Um filme de: Tom George Com: Sam Rockwell, Saoirse Ronan, Adrien Brody, Ruth Wilson 14.30, 16.30, 19.30
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FALADO EM JAPONÊS
LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS
Um filme de: Nishitani Hiroshi Com: Kawatoko Asuka, Rei Dan, Natsuki Deguchi 21.30
REQUERENTE: Mou Chu, casada, de nacionalidade chinesa, titular do B.I.R.M., residente em Macau.
REQUERIDO: Lei Kam Fu, casado, de nacionalidade chinesa, nascido a 13/11/1948, titular do B.I.R.M. n.º 7438914(9), residente na Rua de Francisco Xavier Pereira, n.º 71, edf. Pak Keng, 5.º andar B, Macau.
---- A MERITÍSSIMA JUIZ DO 1.º JUÍZO CÍVEL DO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE DA R.A.E.M.:
----FAZ SABER QUE, foi distribuída neste Tribunal, em 24 de Maio de 2022, uma Acção Especial de Interdição, com o número acima indicado, que Mou Chu move contra Lei Kam Fu, a fim de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. -----------------------------------------------------------------
---- Tribunal Judicial de Base da R.A.E.M., aos 15 de Setembro de 2022.------------------------------------------------------------------
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Para efeito, terá de comunicar ao processo a apresentação do pedido àquela Comissão, para beneficiar da interrupção do prazo pro cessual que estiver em curso, nos termos do n.º 1, do art.º 20.º, da Lei 13/2012, de 10 de Setembro. --------------------------------------------------
Macau, 21 de Setembro 2022
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FAZ-SE SABER que, por este Juízo e Tribunal, correm éditos de TRINTA (30) DIAS, contados da segunda e última publicação dos res pectivos anúncios, CITANDO a Ré acima identificado, para no prazo de TRINTA (30) DIAS, contestar, querendo, a Acção Ordinária, acima identificada, conforme tudo melhor consta da petição inicial, cujos du plicados se encontram neste 3º Juízo Cível à sua disposição e que poderão ser levantados nesta secretaria, sob pena de não o fazendo no dito prazo, seguir o processo os ulteriores termos até final à sua re velia. Se não contestar, não se consideram reconhecidos os factos ar ticulados pelo Autor.
Consigna-se que é obrigatória a constituição de advogado, no caso de quererem contestar.
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Em síntese, A Autora, pede que a acção seja julgada procedente por provada e, ser a Ré condenada a pagar à Autora: ---------------------
a) o montante de HKD3.316.380,00 (três milhões, trezentos e de zasseis mil, trezentos e oitenta Dólares de Hong Kong), equivalente a MOP3.415.871,40 (três milhões, quatrocentas e quinze mil, oitocentas e setenta e uma Patacas e quarenta avos), correspondente ao valor do capital emprestado pela Autora à Ré; ----------------------------------------
b) os juros de mora sobre o montante do capital emprestado pela Autora à Ré referido supra em a), vencidos à taxa anual de 9,75% e acrescidos de 2%, desde a data do seu vencimento em 17 de Março de 2016 até à presente data, que se cifram no montante de HKD2.001.753,34 (dois milhões e mil setecentos e cinquenta
A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO
QUANDO FALAMOS da “Revolução de Outubro”, estamos a falar do movimento revolu cionário liderado pelo Partido Bolchevique que provocou a dissolução do Governo provisório de Kerensky, em Novembro de 1917. Como na altura a Rússia adoptava o calendário Juliano, o mês de Outubro russo correspondia ao mês de Novembro do calendário Gregoriano pelo qual nos regemos. Desta forma, este movimento revolucionário ficou conhecido pelo nome de “Revolução de Outubro”. Em Macau, nos anos 60, Outubro era um mês maravilhoso, marcado pela celebração de vários acontecimentos re volucionários. A 1 de Outubro celebrava-se a fundação da República Popular da China, logo a seguir, o dia 5 era marcado pelas comemorações da implantação da República Portuguesa e, finalmente, no dia 10 celebrava-se a Revolução Xinhai de 1911, que pôs fim à Dinastia Qing. Nesse tempo, as ruas e as vielas de Macau transformavam-se num mar de bandeiras e todos participavam com grande entusiasmo nas actividades comemorativas. A revolução no mês de Outubro não aconteceu apenas na União Soviética, mas também noutros países. Mas vejamos, o que é que provoca uma revo lução? Bem, para responder é necessário fazer pesquisa histórica e os intervenientes políticos devem ser conhecedores destas matérias.
A salvaguarda da segurança nacional é dever de todos os cidadãos e responsabilidade de quem está no poder. Como a consulta pública sobre a revisão da Lei Relativa à Defesa da Segurança do Estado vai terminar a 5 de Outubro, têm sido publicados muitos artigos nos jornais a manifestar apoio e a fazer sugestões sobre a revisão, e as maiores associações e organizações já começaram a convidar as autoridades com petentes para realizar sessões de esclarecimento sobre o tema. À primeira vista, os pontos de vista dominantes são todos favoráveis à revisão. A este respeito, não me agradou o discurso proferido por um estudante do liceu numa das sessões de esclarecimento da consulta pública sobre a revisão da Lei Relativa à Defesa da Segurança do Estado. Vieram-me à memória os discursos veementes dos estudantes do liceu em 1989, nas Ruínas de São Paulo. Trabalhei em educação durante muitos anos e sempre tive os meus pontos de vista políticos. No entanto, nunca os impus aos meus alunos, nem nunca os convenci a participar em quaisquer reuniões de carácter político. Sei muito bem que os estudantes têm uma capacidade limitada para analisar os assuntos políticos da actualidade e facilmente adoptam os pontos de vista das pessoas em quem confiam e, portanto, podem ter comportamentos que não correspondem necessariamente aos seus próprios desejos e convicções. Um docente profissional tem a responsabilidade de proteger os seus alunos. Quanto à revisão da Lei Relativa à Defesa da Segurança do Estado, o Governo da RAEM avançou com “quatro princípios” a que é necessário aderir, a saber, “cumprir o siste ma constitucional”, “focar-se nas questões”,
“respeitar a tradição” e “garantir os direitos humanos”. Como se trata da revisão de uma lei em vigor, a intenção legislativa da lei tem de ser considerada e não pode ser ignorada. De a cordo com a “Colectânea de Legislação — Lei Relativa à Defesa da Segurança do Estado” ela borada pela Assembleia Legislativa de Macau, a produção da lei relativa à defesa da segurança
do Estado foi efectuada com base nos seguintes princípios fundamentais: 1) Implementar de forma integrada o artigo 23.º da “Lei Básica”, com vista à defesa dos interesses do Estado relativos à independência nacional, à unidade e à integridade do Estado e à sua segurança interna e externa; 2) Salvaguardar de forma consistente os direitos e liberdades que os residentes de Macau gozam nos termos da “Lei Básica”; 3) Legislar em conformidade com a realidade de Macau e o seu sistema jurídico; 4) As penas aplicáveis aos crimes contra a segurança do Estado reflectirão a gravidade e o dano que os mesmos possam causar. Por razões que bem conhecemos, o processo de revisão da Lei Relativa à Defesa da Segurança do Estado vai ser “suave”, e poderá mesmo ter conteúdos semelhantes à “Lei relativa à Defesa da Segurança do Estado para a Região Adminis trativa Especial de Hong Kong”. A “Lei relativa à defesa da segurança do Estado para a Região Administrativa Especial de Hong Kong” passou pelo Comité Permanente do Congresso Nacio nal do Povo e foi implementado em Hong Kong. O Governo de Hong Kong não promulgou a “Lei relativa à defesa da segurança do Estado para a Região Administrativa Especial de Hong Kong” por si próprio, ao abrigo do Artigo 23 da Lei Básica de Hong Kong.
Se o Governo de Hong Kong, sob a liderança do Chefe do Executivo John Lee Ka-chiu, cumprir a sua responsabilidade constitu cional de promulgar legislação ao abrigo do Artigo 23, ainda fica por saber se a “Lei
relativa à Defesa da Segurança do Estado para a Região Administrativa Especial de Hong Kong” irá cumprir a sua função histórica. Quanto ao Governo da RAEM, não tem realmente necessidade de extrair inúmeras referências da “Lei relativa à Defesa da Segu rança do Estado para a Região Administrativa Especial de Hong Kong” durante a revisão da Lei Relativa à Defesa da Segurança do Estado, na medida em que a “Lei relativa à Defesa da Segurança do Estado para a Região Administrativa Especial de Hong Kong” foi decretada durante um período crítico de Hong Kong.
Além disso, no Artigo 23 da Lei Básica de Macau, o termo “Subversão contra o Governo Popular Central” é usado, como título do actual Artigo 3 da “Lei relativa à Defesa da Segurança do Estado” aplicável a Macau. Se o título de Ar tigo 3 estiver para ser mudado para “Subversão do Poder do Estado”, é necessário considerar também a mudança do termo “Subversão contra o Governo Popular Central” usado no Artigo 23 da Lei Básica de Macau para “Subversão do Poder do Estado”, de forma a estar em linha com a directiva “cumprir o sistema constitucio nal” (um dos “quatro princípios” incluídos na revisão da Lei Relativa à Defesa da Segurança do Estado). Será uma demonstração de respeito pela Lei Básica de Macau.
A segurança nacional não é fácil de alcançar e depende dos esforços conjuntos do Governo e da população. A Revolução de Outubro foi um acontecimento do passado e os dias de derra mamento de sangue também o deverão ser.
A segurança nacional não é fácil de alcançar e depende dos esforços conjuntos do Governo e da população. A Revolução de Outubro foi um acontecimento do passado e os dias de derramamento de sangue também o deverão serum grito no deserto ideias 21sexta-feira 30.9.2022 www.hojemacau.com.mo Paul Chan Wai Chi
CINQUENTENÁRIO JAPÃO QUER CRIAR LAÇOS CONSTRUTIVOS COM A CHINA
OJapão declarou ontem que espera desenvolver laços “construtivos e estáveis” com a China, no cinquentenário da normalização das relações di plomáticas entre os dois países vizinhos, que são frequente mente abaladas por disputas territoriais e geopolíticas.
O Japão teme o crescente poder militar e as ambições regionais da China, enquan to Pequim vê o país vizinho como um Estado alinhado com os objectivos da política externa dos Estados Unidos de conter as ambições chinesas.
Não houve nenhuma gran de cerimónia oficial para marcar os 50 anos das re lações, mas mensagens do primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, e do Presiden te chinês, Xi Jinping, foram lidas num evento apoiado pelo governo japonês e pela embai xada chinesa em Tóquio, mas na ausência dos dois líderes.
“Gostaria de criar laços sino-japoneses construtivos e estáveis, para a paz e prospe ridade das nossas duas nações, mas também para toda a região e para o mundo inteiro”, disse Kishida. O primeiro-ministro japonês reconheceu que, apesar de as relações com a China “te rem muito potencial”, também enfrentam “muitos desafios”.
Xi Jinping disse que os laços com o Japão são de “grande importância” para o seu país e que vê neste cinquentenário uma “oportunidade” para me lhorá-los. Os dois países devem “trabalhar em conjunto para construir um relacionamento China-Japão de acordo com as exigências dos novos tempos”, apontou Xi na sua mensagem.
Operação jogo limpo
AS Filipinas confirmaram ontem que vão banir a maioria dos casinos vir tuais operados por chi neses no país e deportar 40.000 cidadãos chine ses que trabalham no sector, após uma recente vaga de sequestros e crimes ligados aos jogos de azar.
O Departamento de Justiça das Filipinas (DoJ) anunciou que vai encerrar as operações de até 175 operadores de jogos de azar virtuais, designados como POGOs (Philippine Offshore Gaming Operators), que estão ainda a ope rar no país apesar das respetivas licenças já terem expirado.
Estes operadores também são acusados de incumprimento fiscal e o DoJ apontou ainda para ligações a redes chinesas de crime organizado. “A campanha foi desencadeada por relatos de assassinatos, sequestros e outros crimes cometidos por cidadãos chineses contra cidadãos chine ses”, disse o porta-voz do Depar tamento de Justiça das Filipinas, José Dominic Clavano, citado pela imprensa local.
A decisão das autoridades fili pinas foi elogiada pela Embaixada da China em Manila, que reiterou que Pequim “opõe-se firmemente e toma medidas duras para com bater o jogo”.
Cerca de 30 POGOs vão continuar a operar no país do Sudeste Asiático, de acordo com a imprensa local. No auge da in dústria, no entanto, estes casinos virtuais empregavam até 210.000 cidadãos chineses.
A indústria prosperou sob o mandato do anterior Presidente filipino, Rodrigo Duterte, que favoreceu uma aproximação à China, em detrimento das rela ções com os aliados tradicionais. Apesar da oposição declarada de Duterte quando assumiu o poder em relação a este sector, os PO GOs registaram um crescimento muito significativo durante o seu mandato presidencial.
As receitas do sector mais do que quadruplicaram para 4,1 mil milhões de dólares durante os primeiros três anos do seu mandato, convertendo as Filipinas numa das capitais mundiais do jogo, juntamente com as vizinhas Singapura e Macau.
Em 2020, o Governo filipino arrecadou 7,2 mil milhões de pesos (cerca de 123 milhões de euros) em receitas fiscais. Em 2021, as taxas de licenciamento totalizaram 3,9 mil milhões de pesos (cerca de 81 milhões de euros).
Mas o crescimento da indús tria fez soar o alarme entre as autoridades filipinas. Deputados filipinos alertaram para a potencial
presença de milhares de oficiais dos serviços de informações chi neses sob a cobertura dos POGOs e lamentaram a ocorrência de diver sas actividades ilícitas, incluindo evasão fiscal, prostituição, tráfico de pessoas, lavagem de dinheiro e, em alguns casos, assassinatos, tortura e sequestros.
Entre Janeiro e Setembro de 2022, 15 em 27 casos de sequestro nas Filipinas estiveram relaciona dos com a actividade dos POGOs, de acordo com dados divulgados pela polícia filipina.
Nova ordem
A eleição de Ferdinand Marcos Júnior para o cargo de Presidente das Filipinas, em maio passado, implicou mudanças nas relações entre Pequim e Manila. O novo Presidente filipino está a pressio nar para que exista um relaciona mento mutuamente benéfico com Pequim, baseado em projectos concretos e investimentos de alta qualidade.
No início do seu mandato, Ferdinand Marcos Júnior, filho do antigo ditador com o mesmo nome, suspendeu uma série de grandes projectos de infraes truturas apoiados pela China, apontando preocupações com as condições de financiamento e altas taxas de juros.
MYANMAR TRÊS ANOS DE PRISÃO PARA AUNG SAN SUU KYI
UM tribunal em Myanmar (antiga Birmânia) condenou a ex-líder Aung San Suu Kyi a uma pena de três anos de prisão por violar a lei de segredos do Esta do, noticiou a agência de notícias Associated Press (AP).
O antigo conselheiro para a economia de Aung San Suu Kyi, Sean Turnell, recebeu a mesma sentença, assim como outros três membros do executivo da ex-líder civil e Prémio Nobel da Paz.
Turnell foi acusado, juntamen te com Suu Kyi e os três ex-gover nantes, com base em documentos apreendidos, que se encontravam na posse do australiano.
A televisão estatal, controlada pelos militares responsáveis pelo golpe de Estado de 1 de Fevereiro do ano passado, indicou que Tur nell tinha acesso a “informações financeiras secretas do Estado” e tinha tentado fugir do país.
A lei de segredos de Estado, que data da era colonial, crimi naliza a posse, recolha, gravação, publicação, ou partilha de infor mação estatal que seja “directa ou indiretamente, útil a um inimigo”. Em caso de violação, a pena pode chegar aos 14 anos de prisão.
Todas as sessões do julgamen to, realizadas numa sala de tribunal construída propositadamente na prisão principal da capital birma nesa, foram vedadas aos meios de comunicação social e ao público.
Os advogados de defesa foram impedidos de revelar os detalhes do processo. As mesmas restrições foram aplicadas a todos os julga mentos de Suu Kyi.
Este caso é um entre vários enfrentados por Suu Kyi, em processos que são vistos como um esforço para a desacreditar e impedir o seu regresso à política.
Aex-governante já fora condena da a 20 anos de prisão por importar ilegalmente e possuir equipamento de comunicação (‘walkie-talkies’), violar restrições pandémicas, sedi ção, fraude eleitoral e corrupção.
Suu Kyi ainda enfrenta sete processos ao abrigo da lei anti -corrupção, sendo cada acusação punível com um máximo de 15 anos de prisão.
A decisão das autoridades filipinas foi elogiada pela Embaixada da China em Manila, que reiterou que Pequim “opõe-se firmemente e toma medidas duras para combater o jogo”