Hoje Macau 4 JAN 2016 #3484

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tiago alcântara

Director carlos morais josé

Mop$10

segunda-feira 4 de janeiro de 2016 • ANO Xv • Nº 3484

salário mínimo

hojemacau

Governo ajuda senhorios Página 5

opinião

Domingo cheio paul chan wai chi

violência

Um jovem de Macau que estuda em Taiwan tem como divertimento matar gatos. Foi descoberto e agora uma manifestação de dez mil estudantes quer recambiá-lo para a RAEM. Gatos locais, cuidado! Página 7

terrenos

Chui & Chan criam inércia Página 8

miguel de senna fernandes

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A memória do “Notícias de Macau”

Em Macau temos guetos entre os portugueses

china

Presidente moderniza Forças Armadas Página 12

2-4

Agência Comercial Pico • 28721006

entrevista páginas

antónio conceição júnior

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O mata-gatos


2 entrevista

Miguel de Senna Fernandes advogado e presidente da APIM

A introdução do cantonês na EPM, o romper de valores conservadores e uma nova geração portuguesa que venha mudar o cenário de “guetos” entre a própria comunidade são algumas das necessidades defendidas por Miguel de Senna Fernandes. O novo presidente da APIM garante que vai inovar, assumindo todos os riscos precisos Assume agora a presidência da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM). Como avalia a conduta e o trabalho da direcção cessante? Fez-se o trabalho que se podia. É preciso ver que a APIM atravessou momentos muito difíceis. Para já, quando foi a transferência de soberania, a APIM abraçou o projecto do Jardim de Infância Costa Nunes. Historicamente, a APIM promovia a instrução através de uma escola comercial, portanto estava vocacionada para o ensino secundário. Abraçar este projecto, do jardim de infância, foi uma decisão que mereceu muita ponderação e discussão. Estava em causa a sobrevivência da escola. A APIM teve prejuízos enormes, de ano para ano, só para assegurar o Costa Nunes. Não foi uma coisa fácil. Portanto a direcção só merece o nosso louvor. Mas julgo que, actualmente, há margem para mais. Julgo ser a altura ideal para outros voos, coisas mais altas. Mesmo que isso implique riscos, estou aqui para os assumir. Neste

“A EPM não pode ser um mero implante do ensino português em Macau” momento temos vontade para a melhorar e fazer mais. Há uma grande margem para melhorar. Tem planos, projectos, novos para garantir o futuro da APIM? Ainda não reunimos, ainda não falei com a nova direcção. É importante perceber quais as expectativas do novo grupo. Não nego que é clara a vontade de inovação na APIM. Todos nós [membros] temos consciência da tradição da Associação, que se tem reflectido nos seus quase 138 anos. Existem expectativas, mas para já ainda não falei com a direcção, nem com as instituições que estão ligadas à APIM. Mas... ideias para concretizar? Falou em aposta na Educação... Tenho. Mas é preciso perceber se são ideias viáveis ou não. Só o tempo o dirá. Não tenho problema em assumir, se a direcção achar, que possam ser ideias más, em caso disso, ou boas. Primeiro de tudo é preciso assumir que a APIM é uma associação vocacionada para a instrução dos macaenses, ou seja, a tal aposta na área educacional. Claro que temos uma vertente cultural importante, mas estatutariamente a finalidade histórica da criação da associação é para prover a Educação. Ao longo do tempo fomos refinando os objectivos da APIM, mas esta é a nossa base: promoção da instrução, promovendo a Língua Portuguesa e Chinesa. Uma das ideias que tenho é que a educação que se pretende é de matriz portuguesa, mas o que a APIM defende, ou deve defender, é um ensino com base portuguesa mas adaptado às realidades do território. Isto é importante. Uma mudança nas línguas oficiais do ensino?

[Esta ideia] vai mexer com muita coisa. Sim, vai mexer com as línguas [oficiais] do sistema de ensino e, portanto, é necessário que a Escola Portuguesa (EPM) seja um atractivo. Não quero dizer que não o seja agora, mas esta escola é uma oportunidade para os encarregados de educação portugueses que chegam ao território. O currículo com correspondência total em Portugal é, claro, atractivo para estas pessoas. O que pode não acontecer com outros encarregados de educação, como é o caso dos macaenses. Muitos destes preferem não entrar na EPM porque outras instituições podem ser opções que conferem maior competitividade no mercado de trabalho futuramente. Isto traz vários problemas. Sendo a comunidade macaense de raiz portuguesa chegará uma certa altura em que os próprios macaenses, mesmo e estando em Macau, deixará de falar Português.

mente portugueses, é descabida para outras pessoas que têm outro tipo de expectativa desta escola. A EPM está condicionada a um certo sistema que pode não ser o melhor. A ideia é ver até que ponto nós [APIM] podemos aumentar o ensino da língua chinesa. A escola D. José da Costa Nunes lecciona Mandarim. Defende esta disciplina como obrigatória? Não está nada mal. O Mandarim é a língua oficial da República Popular da China, mas pergunto-me: não se pode ensinar Cantonês? A verdade é que estamos em Cantão e o que se ouve na rua é Cantonês. Não podemos esconder esta realidade, não é pela língua oficial ser o Mandarim que vamos esquecer o Cantonês. É importante [saber o Mandarim] para quem vá singrar noutras partes do mundo usando esta língua. Não estão em causa as boas intenções da escola. Mas vejo que a possibilida-

Muitos macaenses preferem não entrar na EPM porque outras instituições podem ser opções que conferem maior competitividade no mercado de trabalho futuramente. Isto traz vários problemas Defende então uma mudança na estrutura da EPM? Acho que a EPM tem de ser uma escola de Macau. Não pode ser um mero implante do ensino português em Macau. Não pode ser. Isto vai contrastar com a realidade local. Apesar de ser atractiva para determinadas pessoas, principal-

de de se ensinar e falar Cantonês fica arredada. É que o Cantonês, quem for ler a história, foi tão importante como o Mandarim. As pessoas que abraçam o Mandarim como língua oficial tem um certo desdém pelo Cantonês porque é um dialecto de Cantão. Mas, historicamente, depois de implantada a república

na China, debateu-se a grande questão da língua. Na altura, os grandes falantes e políticos eram do Sul, falavam Cantonês. Aqui em Macau, seja que profissão for, é tudo em Cantonês. Como é que se pratica o Mandarim que está a ser leccionado em Macau? Sejamos realistas. O ensino desta língua, com todo o mérito que possa ter, serve para o dia-a-dia? Seria importante ter o Cantonês como língua oficial nas escolas? Vamos ver até que ponto é tão inviável a implementação na EPM. E por que não? Vamos ver se é possível. É preciso perceber as mudanças que poderá trazer. Vamos ver, não sei. [A APIM] vai conversar com todos. Se as coisas forem bem pensadas para a EPM, acredito que as coisas possam melhorar e o melhor, para já, é abertura de mente. Os alunos que vêm, seja de que país for, parecem-me ter interesse em aprender a língua que de facto se fala em Macau. A necessidade do Mandarim, isso logo se verá. A escrita já foi vista como entrave... Sim, muitas vezes. Na realidade, nunca foi fácil. Vale a pena olhar a realidade de Hong Kong, na redução da escrita do Cantonês. Isto foi aceite pelos estudiosos da língua chinesa. E por que não? Vejo sempre uma necessidade da EPM ser de Macau. Os utentes, os pais, os encarregados de educação devem ter esta noção: isto não é uma escola tirada de uma cidade portuguesa e colocada em Macau. Não. Mas sabemos, claro, que para isso é preciso também convencer o próprio Ministério da Educação português. AAPIM conta em reunir com os responsáveis para falarmos


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sobre esta adaptação, para localizar a EPM em Macau. Acredito que até possa estar a ser feito o trabalho, mas gostaria que a comunidade sentisse isso. Que sentisse que a EPM não é só para determinados portugueses, mas sim para todos. Esta escola tem todas as potencialidades de ser “A Escola” onde efectivamente se ensina Português. Com todo o respeito a todas as instituições que se esforçam para leccionar esta língua, mas a EPM deve ser a escola de referência. Decorreu o seminário sobre a importância dos jovens na continuidade do ser-se macaense. Como se seduz esta nova geração? De facto, há certas fórmulas que já não funcionam muito bem, talvez seja altura de as substituir por outras. No fundo não se deve retirar o que é antigo ou tradicional. Não queremos mudar tudo, não é assim que se fazem as coisas. Mas são precisas coisas novas em tudo. Como se atraem os jovens ao interesse é sempre uma incóg-

nita, mas para mim passa sempre pelo despir de preconceitos. Não podemos cair na descredibilização dos jovens. “São os putos”... ou “ainda tens de aprender muito”... são expressões erradas. Claro que têm de aprender. Até nós. Para

avançada pelo Governo é a alteração ao Código Penal, incluindo alguns tipos de crimes sexuais e deixar de diferenciar o género em caso de violação. Como vê esta proposta? É uma abertura clara, mas mais do

A APIM teve prejuízos enormes, de ano para ano, só para assegurar o Costa Nunes. Não foi uma coisa fácil. Portanto a direcção só merece o nosso louvor mim passa por falar terra-a-terra. É preciso que ambas gerações tomem uma atitude de colaboração entre si. A verdade é que a nova geração deve preocupar-se com a comunidade, mas a actual geração deve também mostrar que se preocupa, para passar o exemplo. A sua área de actuação é o Direito. A medida mais recente

que isso é realismo. Então não há homens espancados por mulheres? Tantos. O homem por ser homem, por ter estatuto, pelos códigos sociais existentes - em que parece que é errado o homem estar abaixo da mulher – [não pode ser protegido?] As pessoas vão calando. Há abusos? Claro que há e não são de agora, isto já vem de há muitos anos. Há homens que sofrem

privações em casa. Acho que o Governo assumiu uma postura de abertura e é uma abertura de louvar, porque é uma realidade. Estamos a olhar para o crime. Ainda bem que assim acontece. No continente a nova norma penal sobre violência doméstica é revolucionária e talvez isto seja reflexo. Em Macau continuamos com o dilema do crime público ou semi-público... Continuo a defender o crime público. Não faz sentido ser de outra maneira. Mas os códigos sociais que falava vão permitir que seja crime público? Se formos por aí, então é quase certo que não será. O conservadorismo nunca permitiu mudança mas, efectivamente, há regras e convicções que têm de ser mudadas. O mundo actual não se pode esconder, nem sequer há o conceito de que em minha casa ninguém manda. Actualmente existe outro

tipo de conhecimento, de relações. Há um acesso à informação totalmente diferente. Esta história da “harmonia no lar” [defendida pelo Governo] já cheira a farsa. Claro que precisamos de harmonia, isto é um lugar comum. Ninguém quer que não haja. Esta história da “harmonia no lar” leva-nos a situações caricatas em que o casamento já acabou mas as pessoas se mantêm unidas, por razões sociais, só. Situações de violência, de ambas as partes, insultos e tantas outras coisas... Como é que podemos falar de harmonia? Não posso acreditar que, neste século, uma mulher ou homem que, depois de insultos e agressões, ainda se consiga abraçar [ao parceiro/a]. Quem acarinha quem nos bate? Isso é doentio. Mas ainda há quem acredite, os conservadores acreditam. Se na China continental mudarem os conceitos, em Macau também mudam? Continua na página seguinte


entrevista Basta isso. Basta que o continente mude, aqui tudo mudará. O discurso do regime de harmonia é correcto, claro, mas este discurso não pode ser uma manta que tape todos os podres que todos sabemos que existem. Que seja uma harmonia verdadeira. Estou convencido que todos aqueles que apregoam, nas melhores intenções, a harmonia não querem que isto seja um manto que engana. Precisamos de mudar as nossas mentalidades. Em pleno século XXI cada um de nós sabe até onde pode ir, onde estão as liberdades dos outros, cada um de nós deve saber como respeitar os outros. Isto é de interesse público. Se há crime é crime público. Relativamente ao caso dos magistrados que estão a ser repescados de Portugal, como avançado pelo HM. Como analisa o caso? Eles são magistrados de carreira e por isso servem as directrizes de Portugal. É óbvio que, estando em fim de carreira, não querem arriscar nada e por isso é melhor ir embora do que desafiar. O caso de Vítor Coelho - todos sabemos a sua qualidade excepcional - é um desses casos, estando em final de carreira. Arriscar para quê? O grande problema aqui é a falta de visão da República [Portugal], completa falta de revisão. O órgão do Conselho de Magistratura do Ministério Público não sabe absolutamente nada sobre Macau, não é sensível. Os magistrados que estão aqui não é por bel-prazer. Os magistrados estavam aqui a cumprir um papel fundamental da divulgação e manutenção de um certo espírito da lei [portuguesa]. Portanto sempre foi uma tarefa muito mais nobre do que aquilo que se pensa. O Estado português uma vez mais esteve numa situação de impotência. Isto é uma falha brutal. A cegueira é de tal ordem. Ainda não se justificou.... Não, não há nenhuma justificação sobre a não renovação. Apesar da RAEM pedir que fossem poupados. É de loucos. O que é que os quatro magistrados vão fazer? Há tanta falta de pessoal... e agora? Tudo isto é de lamentar profundamente. Até agora ainda não chegou nenhuma justificação e não sei quando chegará, não faço ideia.

Miguel de Senna Fernandes pub tiago alcântara

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O Pedido do Projecto de Apoio Financeiro do FDCT para à 1ª vez do ano 2016

A verdade é que a nova geração deve preocupar-se com a comunidade, mas a actual geração deve também mostrar que se preocupa, para passar o exemplo Mantém-se sempre muito activo entre as várias comunidades. Sente racismo entre os vários grupos sociais em Macau, incluindo os portugueses? Racismo há em todo o lado porque é a intolerância. Antigamente quando se falava em racismo era por causa das diferentes raças, mas hoje em dia o racismo começa a ganhar outras formas e a sua raiz é a intolerância perante as diferenças. Se isto existe em Macau? Claro que existe. Mas ao olhar para o racismo temos que ver as várias nuances. Não é o racismo de raça, as coisas mudaram. Então que tipo de racismo existe em Macau? Há racismo de intolerância pela diferença. Há portugueses, por exemplo, que estão aqui e apontam o dedo a mim e dizem: “olha este chinês”. Faz-me rir. Se estivesse em Portugal até compreendia, mas e então? Claro que sou chinês. Chamaram-me muitas vezes “chinoca” e então? Pois sou. Eu refilava, na altura. Entretanto acabei por me habituar, mas é preciso ver que no contexto de Macau isto é complicado. Uma vez a minha filha – aconteceu às duas que estudaram na EPM – chegou a casa muito chateada. Perguntei-lhe o que se tinha passado e ela não queria voltar à escola. Um colega de escola insultava-a por ela ser chinesa, por falar mal Português e por outras coisas. Olhei para ela e disse-lhe: quando sais da escola o que é que vês? Que tipo de pessoas vês? E ela responde: chineses. Somos mais de 90% da população, faz sentido apontar o dedo

(1)

O FDCT foi estabelecido por Regulamento Administrativo nº14/2004 da RAEM, publicado no B. O. N° 19 de 10 de Maio, e está sujeito a tutela do Chefe do Executivo. O FDCT visa a concessão de apoio financeiro ao ensino, investigação e a realização de projectos no quadro dos objectivos da política das ciências e da tecnologia da RAEM. (2)

Alvos de Patrocínio (i) Universidades, instituições de ensino superior locais, seus institutos e centros de investigação e desenvolvimento (I&D); (ii) Laboratórios e outras entidades da RAEM vocacionados para actividades de I&D científico e tecnológico; (iii) Instituições privadas locais, sem fins lucrativos; (iv) Empresários e empresas comerciais, registadas na RAEM, com actividades de I&D; (v) Investigadores que desenvolvem actividades de I&D na RAEM.

(3)

Projecto de Apoio Financeiro (i) Que contribuam para a generalização e o aprofundamento do conhecimento científico e tecnológico; (ii) Que contribuam para elevar a produtividade e reforçar a competitividade das empresas; (iii) Que sejam inovadores no âmbito do desenvolvimento industrial; (iv) Que contribuam para fomentar uma cultura e um ambiente propícios à inovação e ao desenvolvimento das ciências e da tecnologia; (v) Que promovam a transferência de ciências e da tecnologia, considerados prioritários para o desenvolvimento social e económico; (vi) Pedidos de patentes.

(4)

Valor de Apoio Financeiro (1) Igual ou inferior quinhentos mil patacas. (MOP$500.000,00) (2) Superior a quinhentos mil patacas. (MOP$500.000,00)

ao chinês? Claro que não. Aquela foi uma atitude de uma criança, mas o erro vem dos pais. É uma má atitude e as crianças imitam. Há portugueses que assumem uma postura de desdém? Sim, exactamente. Existe um atitude de desdém de portugueses que já aqui estão há muitos anos. O mesmo não acontece à nova geração porque estes nunca conheceram Macau como colónia. Esta nova geração aceita a diferença, quer juntar-se com os locais e isto é muito bonito. Aceitam. A geração mais velha é diferente. Em Macau temos guetos entre portugueses. Isto é frustrante, quando nós, daqui, temos uma ideia muito mais nobre de Portugal. Nós em Macau temos uma noção de portugalidade muito mais nobre, vasta. Portugueses viajaram pelo mundo, o português é um cidadão do mundo, aventureiro, misturou-se com os locais. Não é isto. A capacidade de se misturar com as pessoas devia estar no ADN dos portugueses. Mas Portugal fechou-se, criaram-se guetos e estes continuam vivos aqui em Macau. Guetos na EPM, guetos aqui e acolá. A noção que temos dos portugueses não devia mudar para isto. A nova geração poderá mudar isso? Sim, claro. Portugal está à rasca e obriga as pessoas a olhar para o passado e a querer ser vencedor outra vez. Nós fomos aventureiros, nós fomos vencedores. E vamos voltar a ser. Filipa Araújo

filipa.araujo@hojemacau.com.mo

Fins

(5)

Data do Pedido Alínea (1) do número anterior Todo o ano Alínea (2) do número anterior A partir do dia 4 até 15 de Janeiro de 2016 (O próximo pedido será realizado no dia 3 ao 17 de Maio de 2016) (6)

Forma do Pedido Devolvido o Boletim de Inscrição e os dados de instrução mencionados no Art° 6 do Chefe do Executivo nº 273 /2004,《Regulamento da Concessão de Apoio Financeiro》, publicado no B. O. N° 47 de 22 de Nov., para o FDCT. Endereço do escritória: Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n° 411417, Edf. “Dynasty Plaza” 9° andar, Macau. Para informações: tel. 28788777; website: www.fdct.gov.mo.

(7)

Condições de Autorizações Por despacho do Chefe do Executivo nº 273 /2004, processa o 《Regulamento da Concessão de Apoio Financeiro》. O Presidente do C. A. do FDCT, Ma Chi Ngai 2015 / 12 / 31


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política

Salário mínimo Governo cria plano para ajudar senhorios

Um benemérito chamado Governo A implementação do salário mínimo fez com que o Governo assuma parte do trabalho das empresas de gestão de condomínios demissionárias. A higiene e segurança passam agora a contar com a ajuda das autoridades

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Governo admite que a obrigatoriedade de pagamento do salário mínimo a trabalhadores de limpeza e segurança dos edifícios possa trazer complicações aos condomínios e resolveu criar uma rede de apoio para colmatar os problemas que podem advir desta medida. A presente obrigatoriedade de salário mínimo a este sector de trabalhadores teve início no passado dia 1 e pretende, segundo o Executivo, assegurar “uma retribuição justa pelo trabalho prestado, de forma a melhorar as suas vidas e benefícios”. Em cima da mesa está um plano de financiamento, a cabo do Instituto da Habitação, que visa ajudas monetárias aos proprietários de prédios que se tenham já reunido em assembleia-geral de condomínio. No entanto, esta apenas é válida se a reunião tiver já acontecido. Também a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), juntamente com o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e a CSR, vai aumentar o número de contentores do lixo perto dos edifícios sem administração e ter, com mais frequência, carrinhas de recolha a passar, uma vez que poderá haver problemas com a higiene dos espaços. Antes de mais, o IH pede que as empresas de gestão predial “elaborem, o mais rápido possível, o orçamento de gestão” para este ano e o entreguem à respectiva assembleia-geral de forma a que os proprietários possam decidir se mantêm aquela empresa na gestão ou se contratam outra. “Se o orçamento não for aprovado, os proprietários devem ponderar uma nova deliberação após mais uma revisão, ou um concurso para procurar outra empresa de gestão, bem como, ponderarem a possibilidade da gestão do edifício

tárias, apontou que a qualidade de serviços da antiga empresa de gestão era muito má. “[Os porteiros] ou estavam a dormir ou desapareciam. As condições sanitárias eram más, havia sempre ratos na sala de lixo e na sala do contador de água. Ninguém limpava”, disse.

Para Ng Kuok Cheong, além da publicação de medidas para lidar com as ausências na administração de propriedades, o Governo deve ainda ajudar os moradores a resolver a questão de gestão predial através de conciliação

ficar a cargo dos próprios proprietários”, nota o IH. No caso de ser a própria empresa de gestão a retirar-se, os condóminos terão então que se tornar responsáveis pela gestão do prédio, o que inclui a higiene do edifício e o pagamento atempado de contas com electricidade ou

Segurança primeiro

A

maior preocupação é a segurança dos habitantes. Nos casos em que a própria empresa se demite da gestão, a Associação de Administração de Propriedades de Macau terá que notificar a PJ, a PSP e o Corpo de Bombeiros para que sejam destacados mais agentes de policiamento para as zonas então desprotegidas. Em primeiro lugar está o aviso ao Grupo de Prevenção Criminal na Área da Habitação da PJ, que lida precisamente com este tipo de segurança. Assim, será um policiamento público a substituir o que até agora tem sido assegurado por empresas privadas.

águas. É na mesma situação que a Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (SAAM) se encarrega de pagar, juntamente com os proprietários, as contas em atraso, “prevendo que o valor repartido por dois meses para cada proprietário seja de apenas um dígito”. No caso da electricidade, a responsabilidade caberá somente e apenas aos condóminos.

Faça você mesmo

No bairro de habitação económica Keep Best, já não existem trabalhadores de gestão predial. De acordo com a publicação All About Macau, a empresa Keng Fong abortou missão por ver vetado o aumento de 20% das despesas de condomínio pelos mais de 600 proprietários

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por cento, apenas, dos edifícios aceitaram o aumento proposto pelas empresas de gestão de condóminos, segundo Chan Tak Seng, presidente da Aliança do Povo de Instituição de Macau do espaços. O caso deu-se a 1 de Janeiro e, ao ficar sem pessoal, a Comissão de Condóminos optou por escolher um dos moradores para porteiro. No entanto, como faltam trabalhadores de limpeza, são os membros da Comissão quem tratam do lixo doméstico. Iong, uma das proprie-

Iong acrescentou que a empresa de gestão prometeu que 17% das despesas de condomínio reverteriam para a criação de um fundo de reparação. Contudo, estas despesas chegaram às 200 mil patacas e o dinheiro nunca chegou à Comissão de Condóminos, nem os habitantes conseguirem recuperá-lo. O presidente da Aliança do Povo de Instituição de Macau, Chan Tak Seng referiu que está a tratar de 60 casos relativos ao aumento de despesas de condomínios, referindo que apenas 20% dos edifícios aceitaram o aumento. O presidente prevê a saída de muitas destas empresas devido à recusa dos moradores em aceitar a subida. Sobretudo na zona norte, acrescenta. Para o deputado Ng Kuok Cheong, além da publicação de medidas para lidar com as ausências na administração de propriedades, o Governo deve ainda ajudar os moradores a resolver a questão de gestão predial através de conciliação. Leonor Sá Machado (com F.F.)

leonor.machado@hojemacau.com.mo


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hoje macau segunda-feira 4.1.2016

Modernização Executivo quer expandir “Plataforma G2E”

Um e-governo para o futuro Já é conhecido o planeamento da execução do Governo Electrónico até 2019, estando prevista a expansão da Plataforma G2E

F

oi divulgado no passado dia 31 o documento relativo ao “Planeamento Geral do Governo Electrónico da RAEM” para os anos de 2015-2019. Nele são traçadas seis metas para que a Função Pública seja mais informatizada e para que os portais do Governo estejam disponíveis em novas plataformas móveis. Deverá ainda ser criado um sistema de avaliação e de prémios a atribuir aos funcionários. Até 2019, o Executivo prevê que a maioria dos serviços públicos esteja já online, mas também que tenha disponível dados sobre o seu funcionamento e do seu pessoal. Um dos objectivos a atingir nos próximos cinco anos será a expansão da chamada Plataforma de Gestão e Serviços para os Trabalhadores da Função Pública, ou Plataforma G2E. Esta plataforma será, segundo o Executivo, “um instrumento fundamental” para a concretização da gestão de uma Administração interna electrónica e padronizada. “A Plataforma G2E fará uma grande articulação no futuro da revisão e reforma geral do meca-

nismo de gestão dos trabalhadores da Função Pública, desenvolvendo oportunamente novos módulos de prestação de serviços ou actua-

lizando as funções dos módulos existentes”, pode ler-se. A referida plataforma vai ainda servir para o planeamento dos

Indústrias Culturais Si Ka Lon pede inclusão no Plano Quinquenal

Mais dados por favor

O

deputado Si Ka Lon quer que o sector das indústrias culturais seja incluído no Plano de Desenvolvimento Quinquenal do Governo, pedindo que sejam apresentados dados sobre o peso que este sector tem no Produto Interno Bruto (PIB). O deputado eleito pela via directa pede ainda que sejam apresentados dados sobre o número de talentos nesta área bem como de empresas existentes, para que a sociedade possa compreender o crescimento e a eficácia desta indústria.

Segundo o jornal Ou Mun, o Fundo das Indústrias Culturais (FIC) já apoiou financeiramente 94 projectos com 110 milhões de patacas desde a sua criação, em 2013. Si Ka Lon, que também é membro da Comissão de Avaliação de Projectos, apontou ao jornal Ou Mun que existem dúvidas sobre a utilização de dinheiros públicos pelo FIC, mas explicou que existe um centro que supervisiona os projectos. Uma vez que o subsídio não é dado de uma só vez, mas de seis em seis meses, o deputado frisou que a supervisão é mais rigorosa em projectos já aprovados. Quanto à necessidade de maior clareza aos critérios de avaliação dos projectos, Si Ka Lon defendeu que o FIC dá importância ao desenvolvimento de longo prazo dos projectos, bem como ao seu planeamento financeiro. F.F.

recursos humanos, recrutamento, carreira, acesso, avaliação do desempenho e formação. Tudo isto para “criar os alicerces da

electronização geral de gestão dos trabalhadores”. A Plataforma G2E, diz o Executivo, vai ser concretizada em fases “segundo os as necessidades da Administração”, tudo para “desenvolver uma plataforma estável, com um portal uniformizado, com serviços diversificados e um funcionamento seguro”. É objectivo do Governo realizar a “integração de outros dados”, ao nível dos recursos humanos, formação, dados sobre avaliação do desempenho e acumulação de funções. Este ano, será ainda feita a “optimização e electronização dos procedimentos de gestão da administração interna”, como o tratamento do pedido e aprovação de ajudas de custo diárias ou propostas de substituição. Entre 2017 e 2019, o Governo quer desenvolver de forma gradual “novos módulos para prestar mais serviços”. Além de querer concluir a reconstrução do Portal do Governo este ano, a tutela da Administração e Justiça propõe-se ainda a desenvolver o “estudo sobre a regulamentação de gestão dos documentos electrónicos”, bem como aperfeiçoar a legislação. Está ainda a ser pensada a criação do mecanismo de utilização do pagamento electrónico, meta traçada até finais de 2016. Os Serviços de Administração e Função Pública (SAFP) pretendem “criar uma plataforma uniformizada de gestão electrónica” para “actividades relacionadas com recursos humanos, gestão financeira e patrimonial, documentos em papel e electrónicos que têm um elevado nível de utilização”. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

Chui Sai On reconhece “insuficiências” no Governo

Patriotismo e competitividade

C

hui Sai On vê a definição das águas marítimas como uma “importante missão” de 2015 e o ano de 2016 como uma data para agarrar oportunidades. Na tradicional mensagem de Ano Novo, o Chefe do Executivo denuncia “insuficiências existentes na acção do Governo”, apontando ser necessário “elevar a capacidade governativa e o nível de governação” para ser prevenir para “eventuais riscos”. Mas o líder do Governo também se mostra optimista: sobre a fase de ajustamento económico, Chui Sai On falou da urgência em fazer uma “gestão prudente” como até agora, já que foi possível, mesmo em fase de cortes,

manter os benefícios sociais à população. “Temos vindo a dar continuidade aos benefícios sociais e ao plano de investimento, a garantir o desenvolvimento estável da economia e a assegurar o superávit financeiro,

dando prosseguimento firme à construção dos cinco mecanismos eficientes de longo prazo nomeadamente nos domínios da segurança social, da saúde, da habitação, da educação e da formação de recursos humanos”, refere, na sua mensagem de Ano Novo, onde apela ao “patriotismo” para que se possam ultrapassar dificuldades. É também preciso “melhorar” o desempenho de Macau enquanto “plataforma de serviços para a cooperação” entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Para além disso, Chui Sai On frisa a importância de “elevar constantemente a competitividade geral de Macau e a sua capacidade para enfrentar pressões”.


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Alunos da Universidade Nacional de Taiwan querem que o estudante, que admitiu ter morto animais, seja expulso da instituição. O GAES já reagiu

Taiwan Estudante de Macau admite ter morto animais

Sei o que fizeste no Verão passado

O

estudante de Macau na Universidade Nacional de Taiwan, que foi preso por suspeitas de matar gatos, acabou por admitir o crime. Entretanto, mais de dez mil estudantes da mesma universidade manifestaram-se a pedir a saída do jovem, enquanto que o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) afirma que os estudantes de fora têm de “cumprir as leis” da Ilha Formosa, onde já existe há anos uma lei de protecção animal. Segundo a agência noticiosa ETtoday, de Taiwan, o jovem, com 23 anos e de apelido Chan, começou por negar que tinha morto os gatos, mas as autoridades policiais acabaram por confirmar a autoria do crime através dos registos das câmaras de videovigilância. Foi aí que chegaram à conclusão que, a 28 de Dezembro, Chan retirou o gato morto de um saco de plástico e escondeu-o numa zona de mato.

O estudante “não mostrou arrependimento em relação ao crime”. Foi ainda referido que o jovem deveria ter aconselhamento psicológico

Passagem do ano no Pearl Horizon

rádio Macau

• Cerca de 50 proprietários do Pearl Horizon passaram o último dia de 2015 em frente ao escritório do Grupo Polytec, em mais um protesto contra a empresa. Segundo a Rádio Macau, no primeiro dia de 2016, os proprietários criaram a “União de Proprietários do Pearl Horizon”, que conta com mais de cem “membros” e que se manifestou no-

vamente junto ao lote onde estava a ser construído o edifício. Kou Meng Bok, presidente da União, espera que o Governo deixe construir o prédio, algo que o Executivo já disse não permitir fazer. A Polytec tinha 25 anos para aproveitar o terreno e não o fez até à data limite, pelo que o Governo fez questão de reaver o lote.

sociedade

No mesmo dia, o jovem voltou a tirar o gato do local, tendo-o escondido junto à mala de transporte de um motociclo. Só no dia 31 o jovem admitiu que matou um gato depois de ter tentado brincar com ele na rua. Quando o gato o arranhou, o jovem terá ficado “furioso”. Em Macau, a Lei de Protecção dos Animais ainda não está em vigor, mas este diploma já existe em Taiwan há mais de uma década e diz que, nestes casos, o jovem pode ser punido até um ano de prisão. Numa página do Facebook, os estudantes da Universidade Nacional de Taiwan esperam que o jovem saia da instituição de ensino, tendo já recolhido cerca de dez mil assinaturas de apoio. A mesma universidade também emitiu um comunicado onde afirma que vai tentar reforçar a ideia de protecção dos animais junto dos estudantes, defendendo que o estudante “não mostrou arrependimento em relação ao crime”, estando a ser pensadas punições. Foi ainda referido que o jovem deveria ter aconselhamento psicológico. Em Macau, o Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) também emitiu um comunicado onde afirma esperar que os estudantes locais no estrangeiro possam valorizar o estudo e cumprir as leis dos sítios onde estão. O gabinete coordenado por Sou Chio Fai espera que o suspeito receba um tratamento justo por parte das autoridades de Taiwan. Flora Fong

flora.fong@hojemacau.com.mo

Óbito Chui Sai On lembra Lei Seng Chong como “figura incontornável”

Ou Mun de luto carregado

O

Chefe do Executivo, Chui Sai On, caracteriza a morte de Lei Seng Chong, fundador e presidente do jornal Ou Mun e vice-presidente da Comissão para a Lei Básica de Macau do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional (APN), como a perda “que vai deixar saudades”. Numa nota oficial, Chui Sai On afirma ter recebido a notícia da morte de Lei Seng Chong com “consternação e surpresa”. “Lei Seng Chong era uma figura incontornável no meio jornalístico e cultural de Macau, sustentáculo principal na defesa dos ideais de amor à Pátria e a Macau. O seu desaparecimento é uma

grande perda, não apenas para sua família, mas também para a RAEM”, apontou o Chefe do Executivo. Lembrando a fundação do jornal Ou Mun, em 1958, Chui Sai On recordou ainda outros feitos de Lei Seng Chong, que “desempenhou um papel essencial e teve um firme empenho no desenvolvimento da imprensa, cultura e educação de Macau, com méritos notáveis aos olhos de todos”. Lei Seng Chong foi presidente do Grupo de Média e Cultura de Macau, vice-presidente da primeira e segunda Comissão para a Lei Básica de Macau do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional,

tendo ainda integrado a Comissão de Redacção da Lei Básica. Na sua mensagem de condolências, Chui Sai On lamenta a morte de Lei Seng Chong, afirmando ser uma “pessoa que deixa enormes saudades e faz muita falta”. O líder do Governo recorda ainda a passagem de Lei Seng Chong pelo Exército durante a “resistência ao Japão” e a abertura, depois da guerra, de uma livraria em Macau “para vender publicações patrióticas, sempre com o objectivo de divulgar o amor à pátria”. Em 2009, Lei Seng Chong foi agraciado pelo Governo com as medalhas de honra de Lótus e de Grande Lótus.


8 Sociedade

hoje macau segunda-feira 4.1.2016

Zona Norte da Taipa Plano de reordenamento continua por concluir

Casas Preço desce 18%

Fechado em copas

Nobel da Física partilha investigação na UM

O Nobel da Física Konstantin Novoselov esteve na Universidade de Macau (UM) a partilhar os resultados das suas investigações sobre as utilidades que o grafeno – substância formada por carbono - pode ter no dia-a-dia. Na palestra, que durou dois dias, Novoselov tentou explicar à plateia para que serve este material e como pode ser operado numa base diária. O Nobel é professor de Física e investigador na Universidade de Manchester. Além disso, Novoselov também pertence a uma série de sociedades de investigação, tendo recebido o famoso galardão em 2010.

Hoje Macau

F

oi em 2013 que a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) avançou com a revisão de um Plano de Ordenamento Urbanístico para a zona norte da Taipa. Contudo, o jornal Ou Mun lembrou na edição de ontem que, dois anos depois, nada foi feito. O impasse poderá estar relacionado com a discordância dos proprietários dos terrenos privados. O jornal apontou que, apesar da DSSOPT ter aprovado 13 planos de condições urbanísticas na zona desde que entrou em vigor a Lei do Planeamento Urbanístico, a verdade é que apenas dois projectos de construção estão a ser avaliados, sendo que os restantes terrenos continuam desocupados. A zona norte da Taipa inclui a Taipa Grande, povoação de Cheok Ká, povoação de Sam Ka e zona de aterros do Pac On, numa área que abrange cerca de 150 mil metros quadrados. Nesta zona, o Governo disse querer planear a integração de terrenos públicos e privados, por forma a impulsionar a cooperação entre o Governo e construtoras. O Ou Mun lembrou ainda que, à data, a DSSOPT planeou atribuir 71 terrenos para construir mais habitação pública, bem como criar mais instalações para serviços sociais, para poder acolher 36,5 mil residentes. O jornal de língua chinesa referiu ainda que há vários terrenos na zona, de propriedade privada, que já não estão aproveitados há mais de 20 anos e que servem actualmente para armazéns de veículos, máquinas e velhos materiais de construção. Na resposta dada ao deputado Ho Ion San, aquando da entrega

Tiago Alcântara

Anunciado em 2013, envolto em polémica por causa de um terreno de Chan Meng Kam e Chui Sai Cheong, o plano de reordenamento continua por desenvolver

Saúde Proibida importação de Yi Bao

de uma interpelação escrita, o Governo explicou que, até ao momento, uma parte dos proprietários dos terrenos privados “não reagiu de forma activa”, não

concordando com a aprovação dos terrenos. Isso tem feito com que os trabalhos de reordenação não tenham tido um bom começo e que os projectos de habitação

pública ainda não tenham sido delineados, lê-se na edição de ontem do Ou Mun. Flora Fong

flora.fong@hojemacau.com.mo

Paul Pun denuncia maior desigualdade económica

A

Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) publicou o Rendimento Nacional Bruto (RNB) referente a 2014. Para Paul Pun, secretário-geral da Cáritas, os dados não mostram melhorias ao nível da desigualdade económica, sobretudo nas famílias com baixos rendimentos.

O preço médio do metro quadrado das casas voltou a cair em Novembro, para 74.771 patacas, menos 18,5% do que no mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados na semana passada. Os dados, relativos às fracções autónomas destinadas à habitação que foram declaradas para liquidação do imposto de selo, permitem também concluir que, face a Outubro de 2015, o preço do metro quadrado das casas caiu 5,8%. Já o número de transacções aumentou 8,4% para um total de 515, em comparação com Novembro de 2014. A mais acentuada queda de preços verificou-se na Taipa, com uma descida de 37,3% para 76.189 patacas por metro quadrado, seguindo-se a península de Macau, com uma queda de 16,5% para 67.898 patacas. Já em Coloane registou-se um ligeiro aumento de 0,3% para 108.999 patacas.

Os dados publicados no passado dia 30 de Dezembro mostram que o RNB a preços correntes cifrou-se nos 380,23 mil milhões de patacas, sendo que o RNB per capita se fixou nas 610 mil patacas. Enquanto isso, o Produto Interno Bruto (PIB) a preços correntes foi de 443,30 mil milhões de patacas,

enquanto que, per capita, foi de 712.514 patacas. “A economia de Macau cresceu, as pessoas com elevados rendimentos aumentam os valores, mas na realidade o nível de rendimentos da maior parte dos residentes não aumentou muito. Com o aumento da inflação

e rendas, a situação piorou”, apontou Paul Pun ao Jornal do Cidadão. O secretário-geral da Cáritas defendeu ainda que as famílias oriundas de classes média e baixa devem saber gerir as suas finanças, aproveitando as oportunidades de promoção no trabalho. F.F.

Os Serviços de Saúde (SS) proibiram a importação do medicamento Yi Bao por conter as substâncias metformina, pioglitazona e glibenclamida. Também em Hong Kong o consumo deste medicamento foi desaconselhado pelas mesmas razões, sendo que os próprios SS da RAEHK estão já a pedir que os cidadãos o devolvam ao Departamento dos Assuntos Farmacêuticos dos Serviços de Saúde local. “As substâncias medicamentosas metformina, pioglitazona e glibenclamida são utilizadas em medicamentos para o tratamento de diabetes. Os efeitos secundários da metformina incluem diminuição do apetite, náuseas, vómitos, diarreia e acidose láctica. Os efeitos secundários da pioglitazona incluem dores de cabeça, tonturas e edema dos membros inferiores e a glibenclamida pode causar náuseas e indisposição gastrointestinal”, informam os SS.

Residências do governo com obras

O Governo vai gastar quase 30 milhões de patacas para realizar a “Empreitada de Concepção e Remodelação das Residências Governamentais”, as quais estão localizadas na Rua do Miradouro de Santa Sancha. A obra foi atribuída a Judas Ung E.I, que já realizou diversos projectos em edifícios do Executivo.


9 hoje macau segunda-feira 4.1.2016

sociedade

Táxis Associação prevê pouca adesão na candidatura a licenças especiais

Governo “sem noção da realidade”

O

passado. Leng Sai Hou, director da Associação, analisa a questão de forma pessimista. Para o dirigente, citado pelo Jornal do Cidadão, a taxa de utilização do serviços de rádio-táxis em Macau é baixa e não existem condições para que este tipo de táxis funcionem, sendo que os interessados serão muito poucos. Leng Sai Hou aponta ainda que o funcionar exclusivamente por chamada telefónica é a pior decisão entre os critérios que o Governo decidiu implementar. O director chega ainda a afirmar que o Governo prolongou a licença para as candidaturas por ninguém ter mostrado interesse. Para Leng Sai Hou, o Executivo não tem comunicado de forma eficaz com

Tiago alcântara

A

Associação Geral dos Proprietários de Táxis de Macau considera que o Governo não tem noção da realidade do funcionamento do serviço de rádio-táxis e o que é necessário para a sua sobrevivência. Para a Associação, o Governo não comunica de forma eficaz e necessária com o sector e, por isso, as candidaturas para as novas cem licenças do serviço vão ser merecedoras de pouca adesão, diz o responsável do grupo. Este foi o mês escolhido pela Direcção dos Serviços para osAssuntos de Tráfego (DSAT) para o encerramento das candidaturas a prestação de serviços de rádio-táxis, sendo que o concurso abriu em Outubro do ano

Jogo Receitas descem 34,3%

s casinos fecharam 2015 com receitas de 230.840 milhões de patacas, uma queda de 34,3% face a 2014, indicam do Jogo iniciaram em Junho de dados oficiais divulgados na 2014 uma curva descendente, semana passada. Só em De- com Dezembro a marcar o 19.º zembro, os casinos encaixaram mês consecutivo de quedas 18.340 milhões de patacas – homólogas. Este foi o mês com menos 21,2% face ao mesmo o terceiro pior desempenho mês de 2014, de acordo com os dados publicados no portal da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ). Trata-se do segundo ano consecutivo de quebra das receitas dos casinos depois de, em 2014, terem sofrido uma diminuição de 2,6%.do As receitas Passagem ano no Pearl Horizon

de 2015, depois de os casinos terem terminado Novembro com receitas de 16.425 milhões de patacas – caindo assim para o valor mensal mais baixo em cinco anos. No entanto, a percentagem de queda em Dezembro (21,2%) foi a segunda menor – a seguir à de Janeiro (17,4%). Em Fevereiro, as receitas dos casinos sofreram um tombo de 48,6%. Apesar da queda das receitas, as operadoras prosseguem

com novos projectos, ainda que tenham sido anunciados adiamentos. Foi o caso da Wynn que adiou de 25 de Março para 25 de Junho a abertura do novo hotel-casino no Cotai. Também para a segunda metade do ano está prevista a abertura do Parisian, que inclui uma réplica da Torre Eiffel (com metade do tamanho da original), da também norte-americana Las Vegas Sands, bem como a do MGM Cotai. Aúltima operadora a instalar-se no Cotai vai ser a Sociedade de Jogos de Macau (SJM), com a inauguração, prevista para o final de 2017, do Lisboa Palace.

Património IC descobre 25 obras ilegais em edifícios

O

Instituto Cultural (IC) descobriu 25 casos de obras ilegais em imóveis classificados como património cultural ou incluídos em zonas de protecção. Lam Fat Iam, membro do Conselho do Património Cultural, pediu para que fosse promovido mais conhecimento sobre a protecção do património entre a população. Segundo o jornal Ou Mun, até Dezembro

do ano passado o IC, juntamente com a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), descobriu 25 casos destes, tendo emitido 12 avisos para exigir a manutenção ou reparação de imóveis, sendo que um interessado já fez este pedido. Um dos casos ocorreu no número 65 da Rua da Felicidade, tendo a obra sido detectada em Novembro do ano

passado. O IC e a DSSOPT exigiram de imediato ao proprietário para suspender a obra. Para Lam Fat Iam, membro do Conselho do Património Cultural, as obras ilegais não foram feitas com o intuito de quebrar a lei, mas revelam uma falta de conhecimento sobre a Lei de Salvaguarda do Património Cultural, que legisla sobre a necessidade

de proprietários, arrendatários e construtoras assumirem a responsabilidade conjunta. A lei diz ainda que os proprietários que não cumprirem as obrigações de protecção dos imóveis classificados como património cultural podem ser alvo de medidas de reparação obrigatórias pelo Governo, com as despesas a serem assumidas pelos proprietários. F.F.

o sector, nem o fez quando elaborou a proposta da candidatura para as licenças especiais. O Governo, diz, “está longe da realidade” das condições de trabalho destes taxistas. “O maior problema do sector de táxis é a falta de mão-de-obra. Para operar cem táxis são precisos pelo menos 300 condutores. Acredito que há poucos candidatos que queiram obter as licenças especiais, porque pode não haver mercado em Macau”, afirmou. O director apela à DSAT uma melhor comunicação sempre que sejam elaboradas lei relacionadas com os táxis. Flora Fong

flora.fong@hojemacau.com.mo

Hospital Dois milhões para fiscalização das obras de fundação

O Laboratório de Engenharia Civil de Macau vai ser a entidade responsável pelo controlo de qualidade da empreitada de construção das fundações por estacas do edifício de administração e multi-serviços do novo Hospital das Ilhas, pelo que irá receber mais de dois milhões de patacas pelo serviço. O anúncio surgiu em publicação em Boletim Oficial, assinado por Chui Sai On, Chefe do Executivo, no final do ano. O laboratório recebe um total de 2,370 milhões de patacas.

Creches IAS lança alerta sobre inscrições

O Instituto de Acção Social (IAS) emitiu um comunicado onde alerta os encarregados de educação das crianças do ensino infantil que “não devem proceder à recepção de dados relativos à inscrição das crianças, nem devem prestar apoio [às creches] no tratamento de quaisquer formalidades inerentes ao acesso escolar das crianças”. Isto porque a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) vai implementar o registo central das crianças no ano lectivo de 2016/2017, sendo que as próprias escolas também não devem proceder ao registo e tratamento dos dados.

MUST Governo paga um milhão por um inquérito

A Universidade de Ciências e Tecnologia de Macau (MUST) vai receber cerca de um milhão de patacas do Executivo para a realização de um “Inquérito sobre a Qualidade dos Serviços de Prestação de Serviços de Limpeza Urbana, Recolha de Transporte de Resíduos da RAEM”. A informação consta num despacho publicado em Boletim Oficial (BO).


10 eventos

O regres

Dinamarquesa Lydmor volta a Macau para concerto no dia 16 n

McDonald’s Abriu primeiro conceito saudável na RAEHK

Revolução ou morte

N

asceu na zona de Admiralty, em Hong Kong, o primeiro McDonald’s Next, restaurante da famosa cadeia americana com um conceito totalmente diferente do que até agora se viu. Entre as novidades estão menus inovadores com oferta não só dos já conhecidos hambúrgueres, mas também de comida saudável, ao lado de estações de carregamento de telemóvel nas mesas e outros detalhes. O restaurante oferece agora opções vegetarianas com uma série de produtos que vão do tomate aos espargos e da quinoa ao milho. Diversos tipos de pão e saladas são outros dos pratos fortes. O típico Ronald McDonald amarelo e vermelho foi abolido desta loja, onde impera um estilo de design clássico que combina madeira com vidro e cores mais sóbrias. O desenho tomou forma

no atelier dos australianos Landini Associates, que afirmaram à revista Dezeen que se trata de “uma experiência na área do não-design”. Houve, de certa forma, uma reforma na imagem da empresa. “O ambiente gráfico colorido que se tornou na assinatura da McDonald’s a nível internacional foi agora substituído por uma abordagem mais simples, calmo e clássico”, adianta a empresa responsável. A intenção, neste caso, é que a “comida seja o herói”, juntamente com o serviço oferecido às pessoas que por aquela porta entram. Sem Ronald e sem cores berrantes, o novo McDonald’s Next de Admiralty promete encantar qualquer pessoa que por lá passe. É que agora há comida para todas as idades e gostos, não apenas para quem procura um hambúrguer rápido. L.S.M.

À venda na Livraria Portuguesa Portugal Definitivo • António Victorino d’Almeida

«Em “Portugal Definitivo” voltamos a encontrar Marcelino Bandeira, o protagonista dos livros “Coca-Cola Killer” e “Tubarão 2000”, com a única diferença de que se trata agora de um homem velho. Este é o último livro da trilogia que mergulha com graça e inteligência na sociedade portuguesa, que ousa entrar nos bastidores e faz subir ao palco as verdades incómodas do nosso país. Sem hipocrisias nem cinismos.»
In Posfácio

L

ydmor é a palavra dinamarquesa para a expressão portuguesa “mãe do som”. É também o nome que a artista Jenny Rossander escolheu para se apresentar em palco, regressando às 21h30 do próximo dia 16 a Macau e à Live Music Association (LMA). A cantora já esteve nesse mesmo palco em Outubro de 2014, com um set de músicas que combinam sonoridades electrónicas com uma voz inconfundivelmente feminina. “Uma jovem tímida sobe a um palco de Viena perante 400 pessoas e nenhuma delas conhecia as suas músicas, deixando-a sozinha, de holofote virado para si, um computador, um teclado e alguns instrumentos de música electrónica”, escreve a LMA

no texto de apresentação de Rossander, em 2014. Cerca de 40 minutos depois, continua a Associação, a plateia “só queria mais”, tal era o talento mostrado. Depois de Viena, foi sempre a crescer. Tanto que artistas como Sort Sol e Bon Homme se apaixonaram pelo estilo de Lydmor e quiseram actuar em conjunto. Dinamarquesa de sangue, a cantora distingue-se pelo amor às digressões mundiais, sendo esta a segunda vez que pisa território macaísta, onde se mantém fiel à casa que primeiramente a acolheu.

A magia do palco

Numa entrevista à revista Time Out Shanghai, Lydmor conta que não vive o palco sem a gravação em estúdio e vice-versa. É que, de

acordo com a artista, “é impossível escolher um [cenário], porque ambos são extremamente exploratórios”. Sobre a sua relação com o público, Lydmor explica que se trata de uma experiência sem igual: “Durante um concerto, consegue-se criar uma relação especial com a plateia, uma que é completamente única para cada sessão. Cada aplauso, cada silêncio, cada cara que vejo do palco passam a fazer parte do todo de um quadro. E se o ‘mood’ for o certo, pode mesmo transformar-se numa viagem mágica”, adianta na mesma entrevista. Em 2013, a cantora dedicou-se a uma série de projectos conjuntos e só em 2014 passou a fazer uso do seu talento para desenvolver uma carreira a solo. De voz e mestria comprovadas, Lydmor junta-se ao

Rua de S. Domingos 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • mail@livrariaportuguesa.net

Escola de Magia • João Miranda

Se gostava de aprender truques de magia fantásticos para surpreender tudo e todos, este livro é para si. De forma clara e simples, o mágico João Miranda irá ensinar-lhe passo a passo e por diferentes níveis de dificuldade ilusões com objectos que poderá facilmente encontrar em sua casa. Fazer aparecer dinheiro, levitar uma carta, transformar água em sumo ou rasgar e reconstituir um jornal, são alguns dos truques de magia que irá aprender.


11 hoje macau segunda-feira 4.1.2016

sso da mamã

na Live Music Association

A dinamarquesa Jenny Rossander – conhecida como Lydmor – volta ao seu berço de Macau, a Live Music Association. Este será o segundo concerto da artista no mesmo local. A estreia foi em 2014

ex-rapper dos Das Racist, Heems, para um concerto sem igual em Xangai.

Mãe do Som e o Homem Bom

“Seven Dreams of Fire” é o resultado de um projecto entre Lydmor e Bon Homme. “Imagine juntar dois talentos musicais distintos, mas

complementares, já estabelecidos enquanto compositores e produtores nas suas áreas. Um homem e uma mulher”, começa o website HFN por explicar. É sobre o novo disco da dupla que a página fala, adjectivando-o de “uma mistura de ritmos condutores, sons sintéticos luxuosos, efeitos psicadélicos e

epítomes musicais que ficam no ouvido. Tudo isto, envolvido numa atmosfera escura de melancolia e beleza”, continua o HFN. Lydmor conta já com quatro álbuns a solo: “A Pile of Empty Tapes”, “Seven Dreams of Fire”, “Y” e “She Moves”. A artista prepara agora o próximo CD, depois de passar 2014

Hong Kong Toro Y Moi e Death Cab for Cutie

Sons de Janeiro e Março

T

oro Y Moi vai dar um concerto às 20h00 do próximo dia 12 em Hong Kong, na The Coming Society. Ao contrário do que se possa pensar, a banda é constituída por apenas um membro, de seu nome Chazwick Bundick. Norte-americano de origem, já viajou por todo o mundo, tendo optado pelo nome artístico de Toro Y Moi. A produção musical tem sido profícua, com cinco álbuns lançados desde 2010 até ao ano passado. Entre estas aventuras foram ainda publicados dois outros discos de compilações, em 2012 e em 2015. Também a banda Death Cab for Cutie, constituída por Ben Gibbard, Nick Harmer e Jason McGerr actua às 20h00 de 1 de Março no

Estádio MacPherson, em Mongkok. O trio masculino formou-se em 1997 em Seattle e prima por ser uma das primeiras bandas de indie-pop e rock alternativo dos anos 90. Os Death Cab for Cutie ficaram conhecidos em Orange County devido à paixão do realizador da série televisiva pelo colectivo musical. Com oito disco lançados desde 1998, publicaram o mais recente no ano passado, denominado “Kintsugi”. O nome do álbum remete para um tipo de arte japonesa de nome homónimo. Os bilhetes para o primeiro concerto custam 290 dólares e para os Death Cab for Cutie 490 dólares de Hong Kong, podendo ser comprados www. ticketflap.com. L.S.M.

numa tour na Ásia e num projecto com o duo electrónico belga Arsenal. Os bilhetes para o concerto custam 100 patacas se comprados de antemão – na Livraria Portuguesa ou na Pin-to Música -, ou 120 patacas à porta. Leonor Sá Machado

leonor.machado@hojemacau.com.mo

AFA presente em primeira feira de arte num hotel

A Associação local Art for All vai estar presente com algumas obras naquela que é a primeira feira de arte organizada num hotel. O espaço escolhido é o Regency, na Taipa, que vai compreender uma exposição com quatro sectores diferentes entre os dias 7 e 10 deste mês. “Esta é a primeira mostra a juntar arte num espaço hoteleiro”, garante a organização. Da AFA estarão presentes peças de dez artistas locais de vertentes contemporâneas, incluindo Nick Tai, Cai Guo Jie, Hong Wai, Alice Kok, Wong Ka Long, Eric Fok, Lai Sio Kit e Filipe Miguel das Dores. Os métodos de trabalho utilizados vão de plataformas multimédia à fotografia, do vídeo ao desenho. A inauguração da exposição vai ter lugar às 16h00 da próxima quinta-feira, estando aberta ao público das 10h30 às 18h00 até domingo.

DJ Norman Doray actua a 9 deste mês no Pacha

O DJ francês Norman Doray actua no Pacha Macau no próximo sábado. Doray sagrou-se no mundo da música ao marcar presença em vários festivais mundiais, como o Tomorrowland, o Ultra ou o Creamfields. “A sua forte presença em Ibiza fez com que colaborasse com os talentos mais famosos da indústria, incluindo Erick Morillo, David Guetta, Dirty South e Swedish House Mafia”, adianta a organização em comunicado. Grande parte dos esforços de Doray espalharam magia por várias discográficas, com o lançamento de singles e álbuns em editoras de música electrónica. A rubrica Nova Música Essencial, da Rádio BBC 1, tem passado várias vezes músicas deste artista, incluindo “Chase the Sun”, “Tobita”, “Last Forever” e “Apocalypse”. De acordo com o Pacha, está já aberto o período de reserva de mesas na discoteca. A actuação tem início marcado para as 22h00 e pode durar até tarde.


12 China

hoje macau segunda-feira 4.1.2016

Três novos órgãos para modernizar as forças armadas

O sonho está na ponta de uma espingarda O presidente chinês entende que para realizar o “sonho chinês” é preciso que o país se transforme numa temível potência militar

A

China criou três novos corpos militares como parte das reformas para modernizar suas forças armadas - maior força permanente do mundo - e melhorar a sua capacidade de luta. Sábado passado, a televisão estatal mostrou o presidente Xi Jinping a entregar bandeiras militares aos líderes das três novas unidades - um comando geral para o Exército Popular de Libertação (EPL), uma força de mísseis e uma força de apoio estratégico. Na cerimónia, que aconteceu quinta-feira,31, Xi Jinping, juntamente com oficiais e soltados do EPL, cantaram o hino nacional. O presidente chinês disse que as três novas unidades foram criadas como parte de uma reforma modernizadora e “para realizar o sonho chinês de ser uma potência militar”. Xi promulgou a ideia de um “um sonho chinês” envolvendo “a grande renovação da nação chinesa”, e tornar-se uma potência militar é uma das chaves para alcançar esse objectivo. A reforma militar acontece ao mesmo tempo em que a China se torna mais contundente nas suas reivindicações territoriais no Mar da China Oriental e no Mar do Sul da China, aumentando as tensões com os países vizinhos. Numa tentativa de mostrar que a China não representa uma ameaça expansionista, Xi Jinping anunciou em Setembro que iria reduzir em 300 mil homens a

sua força de 2,3 milhões de militares. Mesmo assim, continuará a ser o maior exército do mundo.

Descrito por Xi Jinping como um “núcleo de dissuasão estratégica”, a Força de Mísseis do EPL irá substituir a Segunda Força de

As reformas pretendem também aumentar o controlo da liderança do partido sobre o exército. As forças armadas chinesas eram supervisionadas por quatro sedes, mas agora o comando geral do exército é controlado directamente pela Comissão Militar Central, comandada por Xi Jinping

Artilharia no controlo do arsenal nuclear e de mísseis convencionais da China. A nova Força de Apoio Estratégico provavelmente vai ficar também concentrada na guerra cibernética. Outros planos de reforma incluem substituição de equipamentos antigos e desenvolvimento de novos sistemas de armas. As reformas pretendem também aumentar o controlo da liderança do partido sobre o exército. As forças armadas chinesas eram supervisionadas por quatro sedes, mas agora o comando geral do exército é controlado directamente pela Comissão Militar Central, comandada por Xi Jinping. O poder militar tem sido o foco de uma campanha contra a corrupção liderada pelo presidente da China. Os dois oficiais mais graduados, que foram acusados de aceitar subornos, eram vice-presidentes da Comissão Militar Central. Contudo, segundo um analista chinês, esta reorganização visa reforçar o poder de combate do exército. “Durante muito tempo, a China não estava interessada no exterior, e a marinha, a aeronáutica e as forças estratégicas eram relativamente fracas em comparação com o exército”, explicou à AFP Ni Lexiong, professor da Universidade de Shanghai. “Para recuperar o atraso e rivalizar com as potências americana e europeias (...) a China deve aumentar o nível de modernização e poder de combate de seu exército”, acrescentou.

Spratly Avião aterra em novo aeroporto

O

Governo chinês confirmou que finalizou a construção de um aeroporto no recife Yongshu Jiao das ilhas Nansha (Spratly), tendo já feito aterrar um avião civil, motivando protestos do Vietname, um dos países que reclama soberania sobre o arquipélago. O porta-voz do Ministério dos Ne-

gócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying, confirmou a aterragem e explicou que serviu de teste para o novo aeródromo e para comprovar que as suas instalações cumpriam os padrões da aviação civil, segundo a agência oficial Xinhua. “A China tem soberania indisputável sobre as ilhas Spratly e

águas adjacentes, e não aceitará acusações infundadas do Vietname”, assinalou Hua, em resposta aos protestos que o voo gerou no Vietname. As relações entre os dois países – que na quinta-feira estabeleceram um “telefone vermelho” para estabelecer contacto directo em matérias militares – atraves-

sam um bom momento, pelo que a China espera que os laços sejam “sustentáveis, sãos e estáveis”, acrescentou o porta-voz.

HK Editores desaparecem misteriosamente

Os legisladores pró-democráticos de Hong Kong anunciaram que pressionarão o governo para que dê respostas após o desaparecimento de um quinto empregado de uma editora especializada em livros que criticam os governantes comunistas da China. De acordo com a “Associated Press”, a cidade está “sob comoção e consternada” pelo desaparecimento de Lee Bo, disse no domingo o legislador Albert Ho. Como os outros quatro que desapareceram no final de 2015, Lee Bo está relacionado com a editora Mighty Current. A empresa e a sua livraria Causeway Bay são conhecidas pelos títulos de obras que criticam os escândalos políticos chineses e outros temas sensíveis, muito populares entre os turistas da China continental que visitam o enclave. Entre os desaparecidos está um co-proprietário da empresa. A polícia está a investigar o caso “de forma activa”, disse o secretário de segurança interino de Hong Kong, John Lee.

imobiliário Preços da habitação sobem 1%

O preço médio da habitação nas 100 principais cidades chinesas aumentou 1% em Dezembro, marcando o quinto mês consecutivo de subidas, tanto anuais como mensais, segundo um estudo da organização China Index Academy. O metro quadrado fixou-se num preço médio de 10.980 yuan no último mês de 2015, destacou o relatório, citado pela agência Xinhua. Um total de 51 cidades viram subir o preço do sector imobiliário, mais dez que em Novembro, enquanto 45 cidades registaram descidas, face às 56 do mês anterior. Espera-se que o preço da habitação continue a subir a um ritmo estável em 2016, apesar de se manterem os contrastes entre o mercado das grandes cidades e o das pequenas, segundo o relatório.

Mineiros levarão uma semana a ser resgatados

As autoridades chinesas anunciaram que será necessária uma semana para escavar dois acessos suficientemente grandes para resgatar quatro mineiros soterrados na sequência do colapso de uma mina na província de Shandong, no leste do país. Outros 13 mineiros continuam dados como desaparecidos, sem qualquer contacto com a superfície.

No sábado, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros vietnamita, Le Hai Binh, acusou a China de violar a sua soberania e recentes acordos entre as duas partes com a aterragem do avião. Outros países da região, como as Filipinas, Malásia, Brunei e Taiwan, também reclamam total ou parcialmente direitos sobre as ilhas Spratly, situadas no Mar do Sul da China.


13 China

hoje macau segunda-feira 4.1.2016

Hk protesto antigovernamental

M

“Vou continuar a escrever sobre a China”

A

correspondente na China do jornal francês L’Obs, Ursula Gauthier, expulsa do país após a publicação de um artigo que desagradou as autoridades chinesas, chegou a Paris na sexta-feira passada. Gauthier havia deixado o país asiático na quinta-feira, depois que as autoridades se recusaram a renovar o seu visto de jornalistas após a publicação de um artigo no qual criticava a política repressiva exercida por Pequim em Xinjiang, uma região predominante-

mente muçulmana no oeste da China. O artigo da jornalista “defende claramente o terrorismo e assassinatos cruéis de inocentes, causando indignação do povo chinês”, declarou recentemente o ministério das Relações Exteriores em um comunicado. “Eu não consigo estabelecer um diálogo com a China há um mês e meio, é kafkiano”, lamentou Gauthier na quinta-feira em seu apartamento em Pequim, horas antes de deixar o país. A correspondente, que passou seis anos na China,

Passagem do ano no Pearl Horizon

Maiores empresas de cobre cortam produção

Demais é demais

G

randes produtores de cobre na China, num total de nove, acordaram um plano inicial para cortar a produção do metal refinado em mais de 200 mil toneladas em 2016, ou cerca de cinco por cento a partir do nível de 2015. O acordo resultou de uma reunião de produtores realizada recentemente em Xangai para discutir cortes de produção coordenados para apoiar o mercado depois dos preços em Xangai e na London Metal Exchange terem caído para nível mais baixo. A China, segunda maior economia do mundo, é a principal produtora de cobre refinado e consumidora, mas está a sofrer uma desacelera-

ção económica, adicionando pressão sobre o mercado global. O crescimento chinês caiu para 6,9 por cento no terceiro trimestre, o mais fraco desde a crise financeira global. A Morgan Stanley reduziu a sua previsão de crescimento económico da China para este ano de sete para 6,8 por cento, diante de um avanço mais fraco do investimento. Além disso, o banco vê riscos de que o resultado final seja ainda menor. De acordo com a Morgan, o país enfrenta desafios como

disse que estava “cansada” antes de guardar, visivelmente emocionada, várias malas no carro de um amigo que a levou para o Aeroporto Internacional de Pequim. “Tudo isso por causa de um artigo analítico sobre uma situação, um artigo feito por todos os outros meios de comunicação do mundo”, declarou em sua chegada ao aeroporto Charles de Gaulle. “Vou continuar a escrever sobre a China”, garantiu a jornalista. A chancelaria francesa, assim como a de outros países europeus, tentou impedir a expulsão, segundo um comunicado oficial do governo francês. É a primeira vez que um correspondente estrangeiro é expulso da China desde 2012, quando as autoridades expulsaram Melissa Chan, que trabalhava para o canal de notícias Al-Jazeera do Catar.

o alto nível de endividamento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e também a actual tendência de desaceleração inflacionária, após ter sobrestimado o seu crescimento potencial desde meados do ano 2000, com investimentos em excesso. O governo chinês deve introduzir mais políticas de afrouxamento, a fim de impedir uma desaceleração maior. A Morgan Stanley espera que sejam adoptadas várias vezes cortes no compulsório dos bancos, nos próximos trimestres, para manter as condições de liquidez em nível confortável. Acredita também que é possível haver um corte adicional de 0,25 de pontos percentuais nos juros no primeiro trimestre do próximo ano. Na questão fiscal, o banco espera mais isenções fiscais e um ritmo mais forte no gasto fiscal.

ais de mil manifestantes saíram no dia 1 de Janeiro à rua em Hong Kong para se manifestarem contra a política do Governo, em diversas frentes, e exigindo a demissão do chefe do executivo da antiga colónia britânica, CY Leung. Segundo os organizadores do protesto, mais de 3.000 pessoas aderiram à manifestação do primeiro dia de 2016, enquanto, de acordo com a polícia, o número de participantes atingiu 1.600 no “pico” da marcha pelas ruas de Hong Kong. Na frente do protesto surgiu uma grande réplica de um elefante branco, feito de papel e madeira, sobreposto por uma efígie do líder do Governo da antiga colónia britânica, CY Leung, como símbolo do descontentamento relativamente a grandes empreitadas públicas consideradas demasiado dispendiosas, relatou a agência AFP. O protesto deste ano, ao contrário do 1.º de Janeiro de

outros anos, não foi organizado pela Frente Civil dos Direitos Humanos, mas por uma aliança formada por 45 grupos. “Nós queremos uma pensão universal, demite-te Leung Chun-ying. Nós estamos contra os elefantes brancos”, gritaram repetidamente manifestantes. Entre os projectos alvo de contestação popular

figura uma auto-estrada ligando Hong Kong à China, cujo custo estimado subiu mais de 30% para 85,3 mil milhões de dólares de Hong Kong nos últimos anos e cuja data de conclusão tem vindo a ser repetidamente alterada, de acordo com a Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK).

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Revisão do Código Penal Crimes contra a liberdade e autodeterminação sexuais Consulta Pública No período de 23/12/2015 a 22/02/2016 Locais para obtenção do documento: 1.

Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça;

2.

Centro de Informações ao Público;

3.

Centro de Serviços da RAEM;

4.

Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e respectivos Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação.

Para consulta e descarregamento do texto para consulta: Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça: http://www.dsaj.gov.mo Meios de apresentação de opiniões e sugestões: Endereço electrónico: info@dsaj.gov.mo; ou consultation@dsrjdi.gov.mo Fax: (853) 2871 0445 ou (853) 2875 0814 Endereço postal: Rua do Campo, n.º 162. Edifício Administração Pública, 15.º - 20.º andar, Macau; ou Alameda Dr. Carlos D’Assumpção, n.º 398, Edifício CNAC, 6.º andar, Macau.


h artes, letras e ideias

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Tempo e memória

António Conceição Júnior

A

passagem do Tempo incorpora em nós passado e memórias. E no segundo que medeia entre o velho e o novo, acorre-me um outro tempo, neste mesmo lugar. Macau, a Calçada do Tronco Velho e um vetusto edifício que se foi nos vendavais gerados por gente que hoje nem memória são. À esquerda de quem sobe, o passante que olhasse para as primeiras janelas do rés-do-chão veria homens debruçados, manipulando pedaços de chumbo, e sentiria um forte cheiro a tinta. Aquele casarão era misterioso. Bocas maledicentes segredavam rumores de que ali mandava um perigoso comunista, o republicano “Monteiro das barbas”, que para aqui se degredara para estar próximo dos camaradas do outro lado das Portas do Cerco. Ali dentro trabalhava-se até muito tarde. Funcionava aí o “Notícias de Macau” que Hermman Machado Monteiro havia fundado em 1947, sucedendo ao “A Voz de Macau”, do Capitão Domingos Gregório da Rosa Duque. Os tipógrafos viam-se da rua, compondo, letra a letra e com rapidez, colunas que se iriam encaixar umas nas outras de um modo tão anacrónico quanto, aos olhos de hoje, é a máquina de imprimir. Junto às janelas dos tipógrafos, comandados pelo senhor Jacob, que naquele tempo era assim que se tratavam os mais velhos, situava-se a porta de entrada. Esta dava para um largo átrio, em tijoleira vermelha, de luz coada, sábia medida para manter a frescura dos dias ardentes. Uma escada em L, que chiava, dava acesso ao andar superior onde havia dois caminhos a tomar. À direita, a zona da administração onde trabalhavam duas simpáticas senhoras. Um pouco mais à frente vislumbrava-se uma papaieira que anunciava o grande jardim, que confinava com a igreja de Sto. Agostinho. À esquerda, percorrendo uns escassos metros e abrindo uma porta de vaivém, chegava-se à sala da redacção com inúmeras mesas frente a

Numa dessas mesas, Patrício Guterres matraqueava impiedosamente a sua Remington que um dia descobri já não ter letras nas teclas

frente, munidas de máquinas de escrever. Numa dessas mesas, Patrício Guterres matraqueava impiedosamente a sua Remington que um dia descobri já não ter letras nas teclas. No gabinete que dava para a redacção, trabalhava Luis Gonzaga Gomes, vizinho de casa e a quem todos chamavam de “Inho” Gomes. De poucas falas e que, para minha surpresa, conseguia andar sem barulho, deslizando pelo sobrado antigo. Tão metido consigo, era quase uma sombra. Só mais tarde vim a ler os seus livros, com dedicatória aos meus pais, que publicou nas oficinas do jornal. Chegavam aos poucos os senhores Anízio, Raul da Rosa Duque, José dos Santos Ferreira, meu tio Adelino da Conceição, Mário de Abreu e o Major Cabreira Henriques, que se detinha em longas conversas com meu Pai. A sala da redacção ia ganhando vida à medida que as horas passavam e o senhor Jacob entregava linguados para serem corrigidos, que aquilo era obra para muitas horas. O meu fascínio ia sobretudo para Hermman Machado Monteiro e o seu charuto. Falava pouco, como que pairava por lá, alentando com a sua presença toda aquela plêiade de gente. Recordo que no Fim de Ano, naquela casa de sobrado que rangia, havia sempre uma ceia aberta a todos e brindes com Vinho do Porto. Sabia que Hermman Machado Monteiro vivia no Hotel Riviera. Visitei uma vez, com meu pai, o seu quarto, enorme, com varanda para a Praia Grande. Tinha dois poisos preferidos, onde gostava de reunir os seus colaboradores. O restaurante do próprio Hotel Riviera, onde se reuniam em ampla e culta cavaqueira aqueles que seriam a Tertúlia do Notícias de Macau. No Fat Siu Lao, onde ia com tanta frequência que ficou na ementa o “Bife à Monteiro”, fazia questão de reunir todo o pessoal que trabalhava no jornal, desde redactores, revisores, director e tipógrafos. Nunca me perguntei se o jornal era viável. Acredito que não. Como não o era o Círculo de Cultura Musical que


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Luís Gonzaga Gomes dirigia. Mas outros elevados valores se levantavam. O Dr. Pedro José Lobo, verdadeiro Mecenas no panorama cultural de então e figura a requerer estudo biográfico, era também assíduo nestas tertúlias. Era um amante da música e, além de compositor, podia dar-se ao luxo de ter uma rádio, a Rádio Vila-Verde, em chinês, na sua mansão, e a Rádio Vila-Verde em Português, na rua Francisco Xavier Pereira. Meu pai, António Maria da Conceição, foi o último director do “Notícias de Macau”. Viu, ironicamente,

fecharem-se as portas com a liberdade de Abril. Uma estranha comissão ad hoc desferiu o golpe final a um jornal que tinha por tradição juntar todos sem distinção. Meu pai escreveu o último editorial, à guisa de saudação final, que intitulou “Morituri te salutant”. Malhas que o Império tece... Antes, a marcar o Tempo, penduravam-se calendários nas paredes. Hoje, perdura a Memória, essa intangibilidade desconhecida por tantos. Os anos sucedem-se e, no bolor do tempo, pouco permanece. Que tenham um Bom Ano.


16

h

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Paulo Maia e Carmo tradução e ilustração

guo xi Prefácio de Guo Si (Continuação) Falando das doze insígnias do imperador Shun, em particular da montanha, do dragão e do pássaro brilhantemente colorido, ele disse: «Note com atenção a representação dos Antigos». O Erya, o mais antigo dicionário chinês diz: «A pintura é representação»1, mostrando que a representação se desenrola dentro da pintura. No Xici2, no comentário à afirmação no Livro das Mutações, «Note com atenção a representação», o mesmo desenvolvimento está implícito. A afirmação nos Analectos de que «A pintura vem depois de feito o trabalho de campo», e no Livro dos Ritos de Zhou3 que «o trabalho de colocar a cor e pintar vem depois de feito o trabalho de campo» mostra que o início da prática engenhosa da pintura recua até à remota antiguidade. Existe a antiga tradição de que Fuxi desenhou os oito trigramas, em que a palavra «desenhou» é entendida no sentido que tem na frase «assim te estás a limitar» e é definida como sinónimo de «fazer uma fronteira». Não entendo, entretanto, qual poderia ser o sentido de «criar um limite aos oito trigramas». Neste sentido, o carácter para «pintar» deveria ser escrito de modo diferente, mas já que a pintura como a conhecemos presentemente, aparece numa época posterior, só se usa a forma moderna do carácter. Nas formas antigas dos caracteres que foram preservadas, pássaros e peixes aparecem numa forma pictórica. Esse é o método de pintar através de ilustrações. 1 - O mais antigo dicionário ou enciclopédia chinesa que se conhece e que ainda hoje existe, a maior parte das entradas datará, provavelmente do século III a. C. A citação também é referida por Zhang Yanyuan (810? – 880?) na compilação Lidai Ming Hua Ji (847): «A pintura é representar formas» (Cap. 1, secção 1, «Origem e Desenvolvimento da Pintura», in Osvald Siren, The Chinese on the Art of Painting, pág.225) 2 - Xici zhuan, o comentário canónico do Livro das Mutações cuja autoria ou não de

Confúcio já era debatida na dinastia Song, devido aos elementos mais caracteristicamente daoístas que contém. 3 - Com o Livro dos Ritos e o da Etiqueta e Cerimonial é um dos antigos Três Ritos referidos entre os clássicos do Confucionismo. Datará do século II a. C., e o seu primeiro editor seria Liu Xin (c.50 a.C. – 23) que o atribuiu ao Duque de Zhou, de onde o nome. A sua inclusão entre os Cinco Clássicos remonta ao século XII.

«Linquan Gaozhi»

A Grande Mensagem Sobre Florestas e Nascentes


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tempo

c h u va

O que fazer esta semana Diariamente

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80-98%

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8.67

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Exposição Casal Notável – artefactos de Sun Wan, segunda filha de Sun Yat Sen Museu de Macau (até 10/01/2016) Entrada livre Exposição “A Jornada de Um Mestre” Albergue SCM (até 15/01/2016) Entrada livre Exposição “Aguadas da Cidade Proibida” (até 07/2016)

o cartoon steph de

Exposição “Salpicos” de Sofia Bobone

Regras do Sudoku

- Sudoku é jogado numa malha de 9x9 quadrados, dividida em sub-malhas de 3x3 quadrados, chamada “quadrantes”: - Sudoku inicia com alguns dos quadrados já preenchidos com números: - O objetivo do Sudoku e preencher os quadrados vazios com números entre 1 e 9 (apenas um número em cada quadrado) de acordo com o seguinte: 1. Um número pode aparecer apenas uma vez em cada linha 2. Um número pode aparecer apenas uma vez em cada coluna 3. Um número pode aparecer apenas uma vez em cada quadrante

Fundação Oriente, Casa Garden Entrada livre

hoje há disco

Cineteatro

C i n e m a

Sherlock: The Abominable Bride Sala 1

14.15, 17.50, 19:30

Falado em Cantonês Filme de: Shigeharu Takahashi, Shinji Ushiro 14.15, 17.50

The little prince [A]

Ip Man 3 [c]

Sala 3

Yo-kai watch the movie [A]

Falado em Cantonês Filme de: Mark Osborne 16.00, 21.30

Falado em Cantonês legendado em Chinês e ingles Filme de: Wilson Yip Wai Shun Com: Donnie Yen, Lynn Xiong, Max Zhang 16.00, 19.30, 21.30

Sherlock: The Abominable Bride [c]

Sala 2

The Boy and The beast [B]

snoopy: The Peanuts Movie [A] Falado em Cantonês Filme de: Steve Martino

1.24

problema 1

Eis-me de volta. A garra curta, lacada, arranjada à estrangeira; a língua aparada, bem à moda e como o zeitgeist recomenda (zeitgeist que os franceses chamam l’air du temps); o bigode circundado, agora deslavado de emoções e pouco atento às cercanias, pose de sobrancerias; cauda recauchutada, reimplantada, depois de acidente de viação. Tudo... hummm... custou um milhão. Mas eis-me agora preparado para mais uma corrida, para uma outra viagem. E vós, leitores, que notícias me dais desta terra que deixei? Mudaram de rei? Ou morreu um outro panda? Ainda manda quem mandava ou já há outra palavra? Há mundo para lá de Macau. E não é mau. Mas não é meu nem se assemelha, quer no cheiro ou no sabor. E se um temor me atordoa, nesta ânsia de voltar, não é porque a alma doa. – É por não achar lugar, confesso, noutras terras de além-mar. Por isso aqui, uma vez mais, me detenho, nestas páginas muradas, deste jornal singular. Aqui rabisco, aqui desenho, aqui escrevo e daqui como. É bom ter dono sem ter de lamber a mão. Assim me encontrarão, pelo menos por um tempo. Que estive doente, disseram. Que me entregara a um desgosto, comentaram. Que se perdeu num navio, desembarcou noutro rio, sem conhecer o lugar. Tudo invenções. Por instantes, quis viver sem patrões, sem moral e sem comida certa. Fui um poeta, conheci o lixo e as estrelas. Não estou arrependido, só cansado, talvez mais sábio, talvez conformado. Mas continuo a não saber. “Não sei... falta-me um sentido”. E a ti, atento e permeável leitor? Pu Yi

“Dookie” (Green Day, 1994)

Billie Joe Armstrong é o vocalista dos incríveis e legendários Green Day, banda criada em 1986, na Califórnia. O bom e intemporal punk-rock deixado de molho, cozinhado e posto a secar é-nos trazido em “Dookie”, com as faixas “She”, “When I Come Around”, “Welcome to Paradise” e “Basket Case”. Ao lado de Offspring, Sublime ou The Vines, Green Day traçaram um fabuloso caminho até ao estrelato. Leonor Sá Machado

Filme de: Douglas Mackinnon Com: Benedict Cumberbatch Martin Freenman 14.15, 19.15, 21.30

Falado em Japonês legendado em Chinês e ingles Filme de: Mamoru Hosoda 16.30

Sudoku

Entrada a cinco patacas

yuan

O regresso

Entrada livre

Museu de Arte de Macau (MAM)

0.22 aqui há gato

Exposição de pintura de Manuel Cargaleiro Casa Garden (até 03/03/2016)

(f)utilidades

www. hojemacau. com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Leonor Sá Machado; Tomás Chio Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; André Ritchie; Aurelio Porfiri; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos; Thomas Lim Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@ hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


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um grito no deserto Bian Lian, The King of Masks

paul chan wai chi

P

Domingo em cheio

ara celebrar o 16º aniversário da transferência de soberania de Macau, que teve lugar a 20 de Dezembro, o governo da RAEM organizou as comemorações habituais e ainda, durante a tarde, um concerto no Estádio de Macau. No entanto, nem o ambiente festivo nem a música conseguiram abafar os gritos de protesto dos manifestantes. Seis grupos locais desceram à rua para demonstrar a sua insatisfação com a actuação do governo. Além disso, as pessoas que tinham comprado antecipadamente os apartamentos do edifício “Pearl Horizon”, que se encontra ainda em fase de construção, também se manifestaram, já que a empresa responsável não foi capaz de cumprir a construção dentro dos prazos legais e o governo, de acordo com a lei, fez questão em reclamar os terrenos destinados ao edifício. Os movimentos sociais, liderados pelos diferentes grupos e lutando por diferentes causas, chamaram a atenção quer do governo da RAEM quer do governo Central. Algumas pessoas chegaram a designar este aniversário como um “Domingo em Cheio” para manifestações. O grupo de manifestantes com maior impacto foi, sem dúvida, o dos compradores dos apartamentos do “Pearl Horizon”. Mais de 1000 pessoas bloquearam a rua e confrontaram-se com os agentes policiais, que fizeram o que estava ao seu alcance

para controlar a situação, tomando apenas as medidas necessárias para fazer face aos ataques às forças da autoridade. O trânsito foi seriamente perturbado e algumas pessoas cometeram actos menos próprios contra os media. Finalmente os manifestantes dispersaram de forma pacífica. O caso do edifício “Pearl Horizon” deu origem a preocupações e debates ao longo das últimas semanas. Acredito que a maior parte das pessoas tem uma opinião sobre este assunto. Os compradores dos apartamentos acusam o construtor por não ter cumprido os prazos. O governo, pelo seu lado, reclamou os terrenos ao abrigo da Lei de Terras, para impedir que venham a acontecer mais casos semelhantes. A questão do edifício “Pearl Horizon” poderia abrir um precedente. Se o princípio orientador da Lei de Terras não for respeitado, os valiosos terrenos da RAEM podem ficar indefinidamente desaproveitados por construtores que aleguem o pretexto da “reserva de terrenos”. Macau é uma sociedade que pretende ser um estado de direito. Como os construtores já deram início ao processo legal, o assunto será resolvido nesse âmbito. Quanto aos compradores dos apartamentos do “Pearl Horizon”, terão de ser pacientes e esperar por uma decisão. No dia do aniversário, ocorreram confrontos na zona que circunda a Rua da Pérola Oriental. O Jardim do Mercado Municipal de Iao Hon foi também palco para protestos de outros grupos. Destes últimos, destacam-se, a Associação de Novo Macau (organizador de longa data das manifestações que têm vindo a assinalar o Dia da Transferência de Soberania) e, a recém-formada, Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário de Macau. Muitas pessoas, inclusive oriundas da China continental, querem saber se estas duas

organizações são antagónicas ou se se complementam e contrabalançam o movimento! Pelo meu lado não estou preocupado com a possibilidade de conflito já que, quer o presidente, quer o vice-presidente, daAssembleia Geral da Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário de Macau, são candidatos à Assembleia Legislativa pela Associação de Novo Macau. Os membros destas duas associações conhecem-se uns aos outros. Mesmo que possam ter pontos de vista diferentes, não deixam de partilhar os mesmos princípios democráticos e defender a sua implementação em Macau. Podem até aperfeiçoar-se mutuamente. De facto, no encerramento da manifestação, o presidente da Associação de Novo Macau, Chiang Meng Hin, foi convidado para proferir um discurso pela Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário de Macau, ao passo que o deputado Ng Kuok Cheong falou durante o encontro daAssociação de Novo Macau, a convite de Chiang. Por fim, as duas associações derem início aos protestos, lado a lado e de forma pacífica. Só me senti desapontado por estas duas associações não terem sido capazes de combater a fraca participação popular nas manifestações. A ausência de participação massiva pode, eventualmente, ser explicada pelo mau tempo que se fez sentir nesse dia, ou pelo facto de os cidadãos terem perdido o interesse em se manifestarem contra o governo. Seja qual for o motivo, o “Domingo em Cheio” foi um símbolo do muito que há a fazer para melhor a actuação do governo. “A procura de mudanças através de reformas políticas e a concretização de um verdadeiro sufrágio universal” terão de ser objectivos para o aperfeiçoamento da administração governamental. Ex-deputado e membro da Associação Novo Macau Democrático

A ausência de participação massiva pode, eventualmente, ser explicada pelo mau tempo que se fez sentir nesse dia, ou pelo facto de os cidadãos terem perdido o interesse em se manifestarem contra o governo


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opinião

macau visto de hong kong david chan

Wong Kar-wai, Days of being wild

N

o passado sábado, dia 2, o website de Hong Kong “Yahoo” publicou uma sondagem efectuada pelo APM (Sondagem 2016). O objectivo era determinar as expectativas dos habitantes de Hong Kong para 2016. O APM é um centro comercial, muito conhecido em Hong Kong. A sondagem realizou-se a partir de 520 entrevistas. Metade dos entrevistados tinha menos de 27 anos. As principais conclusões foram as seguintes (ver tabela 1). O Apm comparou os dados da Sondagen 2016 com a homóloga de 2015, e revelou (ver tabela 2). A recente sondagem revelou que o primeiro desejo dos habitantes de Hong Kong é a prosperidade económica, o segundo a paz social, sendo o terceiro o pleno emprego. Até certo ponto, a Sondagem 2016 indica a forma de pensar de algumas pessoas de Hong Kong.Após a luta política, para o cargo de Chefe do Executivo em 2014, as opiniões ficaram mais polarizadas. Ninguém estava interessado em escutar as opiniões do adversário. A contenda deu origem a uma desconfiança mútua. Sem essa confiança e sem relações de alguma proximidade, não é de estranhar que as pessoas se preocupem com a paz social. O resultado das eleições para o Conselho Distrital, realizadas há já alguns meses, foram também inesperados. Muitos dos membros mais experientes do Conselho Distrital e alguns conselheiros, que também eram membros do Conselho Legislativo, não foram eleitos. O resultado indicou claramente que os jovens querem ter uma “voz” que os represente. E essa mensagem foi passada de forma muito clara. Outra questão social muito sensível é a da habitação. Através dos números publicados recentemente pelo Governo da RAEHK, percebe-se perfeitamente que os terrenos disponíveis são limitados e que, portanto. será impossível solucionar o problema da

Sondar desejos habitação a curto prazo. Considerando este cenário, os resultados da Sondagem 2016 parecem ser compreensíveis. Em Junho do ano transacto, dia 23, foi publicado o “Relatório de 2014 Sobre Níveis de Bem-Estar Nacionais”. O relatório usou o método “Gallup-Healthways Global Well-Being Index”, aplicado para medir os níveis de felicidade dos habitantes de 145 países.

Independentemente dos resultados de sondagens e relatórios, é preciso que o Governo e a população unam esforços para resolver os problemas

Tabela 1 Afirmações 5%

O desempenho geral de Hong Kong em 2016 será melhor do que em 2015.

59%

O desempenho geral de Hong Kong em 2016 será semelhante ao de 2015.

31%

O desempenho geral de Hong Kong em 2016 será pior do que em 2015.

Tabela 2 Percentagem de entrevistados

Afirmações

43%

O desempenho geral de Hong Kong em 2015 será melhor do que em 2014.

35%

O desempenho geral de Hong Kong em 2015 será semelhante ao de 2014.

21%

O desempenho geral de Hong Kong em 2015 será pior do que em 2014.

O relatório indicava que o Panamá aparecia em 1º lugar”. Hong Kong ocupava a posição 120 e Macau não era mencionado. O Global Well-Being Index é um barómetro global das percepções individuais sobre o próprio bem-estar e representa o estudo mais recente do género. Os dados foram recolhidos em 145 países e, em 2014, foram entrevistas mais de 146.000 pessoas. Na altura, comentámos que o fraco posicionamento de Hong Kong no Relatório, demonstrava as muitas insatisfações dos seus habitantes. Podemos identificar os seguintes problemas em Hong Kong: 1. Preços de aluguer de casas elevado, um cidadão comum não consegue comprar a sua habitação, 2. Sistemas de pensões de reforma insatisfatório, 3. A questão do comércio paralelo afecta o relacionamento entre os habitantes de Shenzhen e de Hong, 4. Horários de trabalho muito sobrecarregados, que dificultam muito o lazer, 5. Espaço limitado e altos índices populacionais dão origem a poluição elevada, com consequências negativas para a saúde dos habitantes. Se compararmos a sondagem 2016 do Apm com o Relatório que temos vindo a comentar, compreendemos que as questões relacionadas com as finanças e o emprego continuam a ser as principais preocupações dos residentes de Hong Kong. Independentemente dos resultados de sondagens e relatórios, é preciso que o Governo e a população unam esforços para resolver os problemas. Não é uma tarefa fácil. Mas se prometermos a nós próprios, no primeiro dia de 2016, que vamos conseguir, então todos conseguirão. Resta-nos desejar a todos um excelente 2016. Conselheiro Jurídico da Associação de Promoção do Jazz de Macau legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog


“ Eduardo Lourenço vence Prémio Graça Moura O Prémio Vasco Graça MouraCidadania Cultural foi atribuído, por unanimidade, ao ensaísta Eduardo Lourenço, de 92 anos, anunciou ontem a Estoril-Sol, que instituiu o galardão, em parceria com a editora Babel. O prémio, que é atribuído pela primeira vez, tem periodicidade anual e o valor pecuniário de 40 mil euros, tendo sido criado em homenagem à memória do escritor e político Vasco Graça Moura, falecido em abril de 2014. O vencedor é divulgado no dia em que Vasco Graça Moura celebraria o 74.º aniversário.

Angola Acordar no desacordo

O Acordo Ortográfico não foi “autorizado a nenhum nível governamental” em Angola, mas Marisa Guião de Mendonça, directora-executiva do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), assinala que o país “ está muito cooperante na criação do Vocabulário Ortográfico Comum”. Em entrevista à agência Lusa, Marisa Mendonça afirmou que “o Acordo não foi ainda autorizado a nenhum nível governamental pelo Estado angolano”, o que se deverá ao facto de “Angola estar a pedir uma rectificação do Acordo”, ou seja, a inclusão de alterações. Para Angola, “o Acordo tem lacunas e é necessário rectificá-las antes da implementação”, sendo que as mesmas estão relacionadas com a incorporação, no vocabulário, “daquilo que são empréstimos das línguas nacionais”, isto é, termos que fazem parte de outras línguas faladas no território.

Centro médico em Malaca

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A Assistência Médica Internacional (AMI) está a financiar um centro de assistência médica no bairro dos “portugueses” de Malaca, que começará a funcionar integralmente em Janeiro, segundo a entidade responsável pela implementação do projecto. O presidente da delegação malaia da associação Korsang di Melaka (Coração de Malaca, no crioulo português de Malaca), Richard Hendricks, explicou que o centro visa realizar actos médicos simples, como verificar o estado do coração ou a diabetes, e ajudar os habitantes a perceber se “há a necessidade de irem ver um médico”.

A noite fizera-se límpida e escura, com estrelas a pestanejar. Reinava uma paz sedosa, quebrada pelos pregoes tristes do vendilhão de comidas que subiam a Praça Lobo de Ávila, ao mesmo tempo que plangia, algures, o dedilhar de um alaúde.”

Henrique de Senna Fernandes in A noite desceu em Dezembro

Terror Ataques na Índia e no Iraque

Fim de ano explosivo

O

número de mortos do ataque de sábado contra uma base da força aérea indiana na província de Punjab aumentou para 11, depois de mais uma morte de um guarda da segurança nacional. O ataque contra a base aérea indiana próximo da fronteira paquistanesa, no norte do país, provocou 11 mortos, sete militares e os quatro atacantes, presumíveis combatentes islamitas. O balanço anterior, feito no sábado, dava conta de sete vítimas mortais: os quatro atacantes e três militares. O director-geral dos serviços de informação da polícia, Anil

Kumar Sharma, disse à agência de notícias EFE que a operação das forças de segurança prossegue “no interior” da base, mais de 30 horas depois de ter começado. Adiantou ainda que o Exército está presente no local e que a polícia se encontra a coordenar as acções no exterior e nas zonas circundantes. O ministro do Interior da Índia, Rajnath Singh, confirmou hoje na sua conta oficial no Twitter que um tenente coronel da Guarda de Segurança Nacional – um contingente antiterrorista – acabou por morrer durante as operações. “Os Estados Unidos estão comprometidos com a sua forte

parceria com o Governo indiano, no combate ao terrorismo”, disse o porta-voz do Departamento de Estado, John Kirby, em comunicado. “Instamos todos os países da região a trabalharem juntos para desmantelar redes terroristas e levar à Justiça os responsáveis por este ato hediondo”, afirmou.

Iraque doze polícias assassinados

Pelo menos 12 polícias morreram ontem e outros dez ficaram feridos num ataque suicida contra uma base das forças iraquianas em Tikrit, no norte do Iraque, segundo uma fonte dos serviços de segurança. O ataque terá sido realizado por três supostos terroristas suicidas que morreram ao detonar cinturões explosivos no interior da base militar de Speicherm em Tikrit, 180 quilómetros a norte de Bagdad. Além dos três suicidas, as restantes 12 vítimas mortais são agentes da polícia da província de Nínive, também no norte do Iraque, que recebiam treino na base militar para lutar contra o grupo extremista Estado Islâmico na sua região.

Relações Os três maiores erros dos homens portugueses

Sogras, sexo e muita rua

O

psicólogo Quintino Aires explicou que existem três erros que os homens portugueses cometem e que podem mesmo levar ao fim de uma relação. 1- As sogras. “Muitas vezes ouvimos falar sobre a questão das sogras. Mas, na verdade, a origem deste sério problema para os casamentos não está na mãe do marido mas no próprio marido. De uma forma quase infantil, os homens portugueses não entendem que a mãe foi, repito, foi, a mulher mais importante durante no seu desenvolvimento. Uma vez casado deve fazer sentir a essa mulher que ela é agora a pessoa mais importante na sua

segunda-feira 4.1.2016

vida. Mesmo ainda antes dos filhos”, sublinha. 2 - Sexo. “Os homens portugueses são pouco aventureiros no sexo. Fazem muito, ou dizem que fazem muito, mas sempre repetindo as mesmas práticas. Por vezes, este erro torna-se ainda mais grave quando procuram (fora do casamento) satisfazer o que imaginaram mas nunca experimentaram no casamento. O sexo está para os adultos como a brincadeira para as crianças. Uma criança ganha intimidade e gosta de partilhar momentos com as outras crianças com quem brinca. Por isso, se o homem português fosse mais criativo na sexualidade, com a mulher com

quem casou, o amor entre os dois poderia ser eterno”. 3 - A vida fora de casa. “Como latino, o homem português passa demasiado tempo fora de casa. Não integra a sua mulher no futebol e diverte-se demasiado com amigos. Assim perde tempo de partilha fundamental para o vínculo com a sua mulher, vínculo que é preciso alimentar dia-a-dia. Fora de casa muito tempo, a necessidade de diálogo da mulher é preenchida com amigas e com os filhos. E a cada dia ele deixa que ela se sinta mais e mais distante emocionalmente e menos fascinada por ele”, sublinha ainda Quintino Aires.

Sporting leva jogadores à EPM para debate O Sporting Clube de Macau vai organizar, às 11h30 desta quartafeira, um debate pedagógico que junta alunos da Escola Portuguesa de Macau (EPM) com jogadores profissionais do clube local. É em colaboração com a instituição educativa que o Sporting quer assim abordar temáticas que relacionam saúde com desporto e estudo. A actividade terá lugar no auditório da EPM e conta com a presença de cinco jogadores profissionais.

Venezuela Maduro impugna eleições

Nicolas Maduro apresentou ao Supremo Tribunal da Venezuela a impugnação das legislativas de 6 de Dezembro. O partido ainda no poder questiona a votação em seis círculos, alegando irregularidades como a compra de votos ou uma anormal existência de votos nulos. Caso sejam aceites, os recursos podem levar à repetição do escrutínio nesses circulos eleitorais, onde a oposição elegeu oito deputados. O ataque do chavismo à maioria de dois terços conquistada pelo bloco opositor traduziu-se já na decisão do Supremo em não aceitar a tomada de posse de três deputados – número suficiente para a tornar numa maioria simples.

“Vingança divina” para Arábia Saudita

O líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, disse ontem que a Arábia Saudita vai sofrer uma “vingança divina” pela execução de um líder religioso xiita, horas depois de manifestantes atacarem a embaixada do reino em Teerão. “O derramamento injustificado de sangue deste mártir vai ter rápidas consequências”, disse Khamenei perante um grupo de clérigos na capital, referindo-se a Nimr alNimr, que foi executado juntamente com outros 46 homens, no sábado. “Este académico não encorajava pessoas à acção armada nem conspirava secretamente. A única coisa de que é culpado foi de fazer duras críticas públicas, impelido pelo seu zelo religioso”, afirmou. Os protestos mais fortes surgiram no Irão, potência xiita que avisou que Riade pagará “um preço elevado” pela execução do xeque Al-Nimr. Manifestantes atiraram, no sábado à noite, ‘cocktails Molotov’ contra a embaixada saudita em Teerão, incendiando uma parte do edifício, e outros conseguiram chegar ao telhado do edifício e arrancar a bandeira saudita do mastro.


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