MOP$10
QUARTA-FEIRA 4 DE NOVEMBRO DE 2020 • ANO XX • Nº 4643
DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
hojemacau
CHINA
AS PROMESSAS DE XI JINPING
Cuidado com os vizinhos As “bolhas de viagem” entre Macau e Hong Kong vão continuar afastadas dos planos do Governo. Pelo menos enquanto a região vizinha não for considerada de baixo risco. As palavras são do director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, que
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DADOS PESSOAIS
Falhas sistémicas PÁGINA 4
REDES SOCIAIS
A língua da malta
não quer correr o risco de ver as ligações entre Macau e o Interior da China cortadas, devido ao contacto com a antiga colónia britânica. Carrie Lam está em Pequim, com a reabertura de fronteiras na agenda, para revitalizar a economia da RAEHK.
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PÁGINAS 5 E 10
OPINIÃO
SEXO COM CORPO TÂNIA DOS SANTOS
MODA | HONG KONG
Linhas lusas EVENTOS
CRIME
Violação frustrada PÁGINA 7
GOYA, QUE VALOR!
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ANOS
ROBÓTICA | A DAR CARTAS GRANDE PLANO
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VERDADEIRO REI || XUNZI DA CORAGEM NUNO MIGUEL GUEDES
2 grande plano
4.11.2020 quarta-feira
ESTUDO
TRABALHADOR ROBOTS PODEM ROUBAR EMPREGOS AO SECTOR DO JOGO E DO TURISMO
Glenn Mccartney, professor da Universidade de Macau, acaba de publicar um estudo em parceria com Andrew Mccartney sobre o uso de robots na indústria hoteleira. Glenn Mccartney não tem dúvidas de que Macau pode ser um exemplo na aplicação deste tipo de tecnologia, que pode colocar em perigo empregos ao sector do jogo e do turismo. No entanto, falta definir estratégias de recursos humanos e criar legislação adequada
Um estudo desenvolvido pela consultora KPMG, em 2016, dá conta da perda de 100 milhões de empregos em todo o mundo até 2025 devido a avanços tecnológicos na robótica
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EPOIS da ficção científica nos ter avisado, múltiplas vezes, para o perigo existencial que representam os avanços em robótica, as ciências sociais partem da certeza do progresso tecnológico para criar respostas aos desafios que nos esperam. O mais recente exemplo é o estudo de Glenn Mccartney, professor da Universidade de Macau (UM) e especialista na área do turismo, que analisou o uso da robótica no sector. O académico acaba de publicar o estudo “Rise of the machines: towards a conceptual service-robot research framework for the hospitality and tourism industry”, em colaboração com Andrew Mccartney, co-fundador da empresa londrina White Space, que opera na área das tecnologias da informação. O trabalho, publicado pela editora Emerald Publishing, analisa o impacto que os robots vão ter na indústria hoteleira em todo o mundo do ponto de vista dos clientes, empregadores e trabalhadores, mas também de quem implementa políticas nesta área. No caso de Macau, os robots poderiam substituir croupiers ou funcionários que trabalham nas recepções de hotéis. “Os robots vão ser como nós. Podem falar, aceder à internet 24 horas por dia. Não se cansam, não
“Um robot pode lançar cartas, recolher fichas de jogo, fazer o check-in dos jogadores, verificar passaportes na fronteira. É um mundo fascinante no qual iremos entrar.” GLENN MCCARTNEY
precisam de fazer pausas. No futuro, poderemos ter um robot para assumir funções em casinos”, disse Glenn Mccartney ao HM. “Muitos funcionários da linha da frente poderão ser substituídos por estes robots que desempenham funções na área dos serviços. Um robot pode lançar cartas, recolher fichas de jogo, fazer o check-in dos jogadores, verificar passaportes na fronteira. É um mundo fascinante no qual iremos entrar”, frisou. No entanto, o académico considera que o território não está, de todo, preparado para receber este tipo de tecnologia. “Não há sequer legislação que permita o uso de robots no sector. Falamos muito da cidade inteligente, mas a legislação tem de ser alterada para permitir que isso aconteça. Deve haver protecção de dados, o seu armazenamento em nuvem.” Uma lei desse género deveria definir, por exemplo, o que é um robot e quais são os seus direitos laborais e civis. “Deve haver uma legislação clara nesta área, incluindo a inteligência artificial. O robot pode ter direitos.” Além da ausência de legislação específica, o académico da UM destaca o facto de Macau ainda não ter este tipo de tecnologia, embora possa ser uma realidade em menos de 20 anos. “Temos de olhar para a questão do custo-benefício, e os robots vão tornar a mão-de-obra mais barata. Caberá à indústria determinar se a tecnologia é fiável e se custa demasiado ou não.
Actualmente, este tipo de tecnologia é ainda muito caro, mas pode tornar-se mais barato - hoje utilizamos smartphones, não é?”, exemplifica.
LUGAR EXPERIMENTAL
Glenn Mccartney dá como exemplo o robot Sophia, criado em Hong Kong em 2015 e que tem nacionalidade da Arábia Saudita. Em 2019, foi uma das estrelas da Websummit, que decorreu em Lisboa. “Os robots podem entender a nossa língua. Os humanos fazem erros, mas os robots funcionam com algoritmos. Será possível um robot funcionar na recepção de um hotel, mas não vamos querer que um robot tome conta dos nossos filhos, por exemplo. Há um nível de confiança que temos de atingir e todas estas questões têm de ser ponderadas.” O académico não tem dúvidas de que Macau, apesar de não estar preparado para esta realidade, seria um bom lugar para experimentar a aplicação da tecnologia, por ser um território pequeno. “Estas experiências podem ser feitas no Cotai. Por exemplo, fazer check-in nos hotéis recorrendo a um robot. Quanto aos croupiers, não sei, será algo curioso.” Uma das conclusões do estudo prende-se com o sentimento de medo que esta tecnologia gera nos seres humanos. “O uso de um robot no lugar de um croupier será o futuro. Há o medo da tecnologia, que se traduz no receio do desemprego. Esse será um grande desafio em Macau,
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NÃO HUMANO porque temos mais de 20 mil croupiers, todos locais.” Para Glenn McCartney, o Governo “deveria sentar-se com as operadoras de jogo e analisar esta questão”. “Macau pode ser um sítio onde esta tecnologia é adoptada mas sem que tenha de ser uma ameaça. A minha preocupação prende-se com o facto de termos muitas pessoas a trabalhar na linha da frente. Se forem substituídas por robots, o que vai acontecer, o que podemos fazer com elas? Esse é o desafio.” O autor do estudo referiu ainda que é essencial apostar na formação profissional e em estratégias de recursos humanos. “Precisamos de uma estratégia para estas pessoas no futuro, de apoiar o desenvolvimento de talentos.” O estudo aponta para a necessidade de “um quadro conceptual que considere a aceitação da robótica com base nas diferentes perspectivas de empregados, clientes e entidades governamentais”. Glenn e Andrew Mccartney destacam o facto de os receios da classe laboral “não serem infundados”, uma vez que um estudo desenvolvido pela consultora KPMG, em 2016, dá conta da perda de 100 milhões de empregos em todo o mundo até 2025 devido a avanços tecnológicos na robótica.
SEM COVID-19
Em tempos de pandemia, quando a indústria hoteleira em todo o mundo sofre com a redução drástica de viagens e turistas, o uso de robots poderia constituir solução. Segundo os autores do estudo, a pandemia “pode actuar como catalisador para a introdução de mais robots de serviços”, uma vez que “os funcionários podem ser substituídos para reduzir a interacção entre trabalhador-hóspede”. “A integração de
robots no sector hoteleiro após a pandemia da covid-19 pode reduzir custos e gerar uma economia de escala relacionada com a introdução de robots”, lê-se. Porém, alterar o paradigma do atendimento ao cliente, eliminando o elemento humano da equação terá de ser um passa dado com bastante cálculo. “A análise do custo-benefício deve ter em conta a aceitação dos robots de serviços por parte de clientes e empregados, incluindo políticas governamentais, com o predomínio dos avanços tecnológicos”, aponta o estudo.
Questões éticas e morais devem ser tidas em conta na aplicação da tecnologia ao mercado de trabalho, uma vez que “os clientes podem recusar o uso de robots de serviços, preferindo o contacto humano e o seu serviço”.
Há também “um lado positivo”, uma vez que os robots “podem desempenhar papéis mais atractivos e até engraçados, ou realizar tarefas perigosas que possam levar à prevenção de acidentes e infecções nos humanos”. Os autores citam também
A pandemia “pode actuar como catalisador para a introdução de mais robots de serviços”, uma vez que “os funcionários podem ser substituídos para reduzir a interacção entre trabalhador-hóspede”, segundo Glenn Mccartney
investigações recentes que chamam a atenção para a necessidade de contabilizar o número de clientes que podem ser atendidos por um robot, aqueles que se podem adaptar a um serviço desempenhado desta forma e também à possibilidade de taxar os robots. O hotel FlyZoo, do grupo chinês AliBaba, é um exemplo de uma unidade hoteleira que funciona, quase na sua maioria, com robots. O trabalho de Glenn e Andrew Mccartney destaca também o exemplo de uma cadeia de hotéis no Japão que, em
2015, começou a substituir funcionários da recepção e de limpeza por robots de serviços. No entanto, em 2019, “mais de metade dos 243 robots de serviços foram retirados porque não conseguiam responder a todos os pedidos feitos pelos hóspedes e não tinham um bom funcionamento devido à lentidão da tecnologia”. Um sinal de que há ainda muito a fazer até que esta seja uma realidade no nosso dia-a-dia. Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
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4.11.2020 quarta-feira
DADOS PESSOAIS WONG SIO CHAK RECONHECE FALHAS DE FISCALIZAÇÃO NA POLÍCIA
Visita Jovens Macaenses em Guangxi com Gabinete de Ligação
A Associação dos Jovens Macaenses visitou a Região Autónoma de Guangxi, entre 28 de Outubro e 1 de Novembro, em conjunto com o Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM. Com o objectivo de promover o intercâmbio cultural, a visita juntou a associação de cariz macaense numa palestra com a Federação dos Jovens de Guangxi. Durante o evento, António Cabral, chefe da delegação e vice-presidente da associação local, apresentou a história da comunidade e apontou o exemplo de Macau como sucesso na implementação do princípio “Um País, Dois Sistemas”. Além disso, o dirigente associativo realçou o papel que a comunidade macaense pode desempenhar no intercâmbio entre a China e os países de língua portuguesa.
Brechas de segurança
Wong Sio Chak reconheceu falhas de fiscalização no caso de um agente suspeito de aceder a dados de migração sem autorização. A polícia precisa agora de autorização prévia dos serviços de migração para aceder aos registos de entrada e saída de cidadãos
Nova Juventude Chinesa Chao Weng Hou eleito presidente
Chao Weng Hou foi eleito presidente da Associação Nova Juventude Chinesa no passado domingo, de acordo com um comunicado publicado no jornal Va Kio. O novo presidente traçou com objectivos para o mandato continuar o esforço de promoção de talentos locais, aumentar a participação dos jovens na vida política, melhorar a qualidade dessa participação e adoptar medidas para que a associação seja representativa de todos os sectores jovens da sociedade. O amor pela pátria e por Macau são igualmente objectivos que constam no programa do novo presidente. Além de Chao, foram ainda eleitos 98 membros dos órgãos sociais entre os quais os vice-presidentes Sandro Kou, Helen Tsang e Lao Cho Chon. A tomada de posse está prevista para Janeiro do próximo ano. PUB
AVISO N.° 26/AI/2020 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se os infractores abaixo discriminados: ----- 1. Mandado de Notificação n.° 768/AI/2020:LAM SOI KAI, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.° 50456xx(x), que na sequência do Auto de Notícia n.° 220/ DI-AI/2018, levantado pela DST a 15.11.2018, e por despacho da signatária de 06.07.2020, exarado no Relatório n.° 466/DI/2020, de 15.06.2020, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua de Luís Gonzaga Gomes n.os 210-212, Kam Fung Tai Ha, Bloco 2, 4.° andar L, Macau onde se prestava alojamento ilegal.---------------------------------- 2. Mandado de Notificação n.° 782/AI/2020:WONG IO WENG, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.° 51563xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 221/DI-AI/2019, levantado pela DST a 13.08.2019, e por despacho da signatária de 29.06.2020, exarado no Relatório n.° 210/DI/2020, de 18.05.2020, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua Cidade do Porto n.° 341, Kam Yuen, 10.° andar E onde se prestava alojamento ilegal.---------------------------------------------------------------------------------- 3. Mandado de Notificação n.° 784/AI/2020:KANG YUN, portadora do passaporte da RPC n.° G53926xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 58.1/DI-AI/2018, levantado pela DST a 27.03.2018, e por despacho da signatária de 26.12.2019, exarado no Relatório n.° 638/DI/2019, de 02.12.2019, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Avenida da Amizade n.° 243, Edf. Kam Pou Kok, 19.° andar FF (correspondente no prédio ao 20.° andar F).------------------------------------------------------------------------------Pelo mesmo despacho foi determinado que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito, não sendo admitida a apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010.-------------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.-------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício Centro Hotline , 18.° andar, Macau.--------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 28 de Outubro de 2020. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
Wong Sio Chak, secretário para a Segurança “Iremos aumentar a fiscalização interna. Esta é uma falha da nossa parte”
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ONG Sio Chak reconheceu ontem falhas de fiscalização dentro da polícia no que diz respeito ao acesso a dados de migração, mas esclareceu que foram implementadas normas para preencher lacunas de segurança. As declarações do secretário surgiram no seguimento de questões sobre o caso divulgado pelo Comissariado contra a Corrupção (CCAC) sobre um agente suspeito de aceder, sem autorização, a dados de migração de um homem e uma mulher. O agente é suspeito do crime de abuso de poder por acesso indevido a dados pessoais. Wong Sio Chak indicou que há um sistema para verificar se alguém acedeu a dados sem necessidade ou competência para tal. “Iremos aumentar a nossa fiscalização interna. Esta é uma falha da nossa parte”, admitiu à margem de uma reunião na Assembleia Legislativa. Depois da situação ter sido identificada, a tutela mudou os procedimentos. O secretário indicou que, a partir de agora, qualquer agente da Polícia Judiciária (PJ) terá de solicitar aos serviços de migração
uma autorização prévia para aceder aos registos de entrada e saída de cidadãos. Além disso, apontou que a fiscalização pode ser melhorada tecnologicamente. Wong Sio Chak recordou que quando era director da PJ foi detectado que uma chefia consultou dados, e que depois da fiscalização interna a pessoa deixou de ter essa posição. Frisou assim que há medidas de fiscalização que permitem verificar se as
À ESPERA DE TERRA
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ong Sio Chak foi ontem questionado sobre o ponto de situação da legislação sobre substâncias perigosas. O Governo pretende lançar uma consulta pública este ano, mas o momento vai depender do processo dos tribunais. Em causa está o terreno para a localização do armazém, já que de acordo com o secretário para a Segurança, os documentos estão todos preparados. “Basta ter uma localização e iremos avançar para consulta pública”, avançou. Recorde-se que, em Janeiro, Wong Sio Chak defendeu que criar legislação neste âmbito era “uma tarefa urgente”.
consultas de informações foram feitas de acordo com a lei. “Muitas chefias podem até verificar sobre esses dados, mas temos uma fiscalização para ver se é ou não legal”. Para impedir o acesso indevido a dados, Wong Sio Chak disse também que as autoridades estão ainda a avaliar como intervir.
SEM OBJECÇÕES
O secretário para a Segurança esteve ontem na Assembleia Legislativa para reunir com a 2ª Comissão Permanente, que está a debater na especialidade alterações à Lei de Bases da Segurança Interna da RAEM. “Não temos grandes objecções em relação aos artigos desta lei”, disse o presidente da Comissão, Chan Chak Mo. Entre os temas abordado esteve a actualização de expressões e referências, como a mudança de capitania dos portos para Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água, ou a necessidade de voltar a publicar a lei. Prevê-se que na próxima etapa as assessorias reúnam e que o Governo apresente uma nova versão da proposta aos deputados. Salomé Fernandes
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SAFP GOVERNO PREPARA BASE DE DADOS SOBRE ESTUDOS
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TÉ ao final do ano, o Governo espera concluir uma base de dados centralizada sobre estudos encomendados pelos diferentes serviços. A revelação foi feita por Kou Peng Kuan, director da Direcção de Serviços de Administração e Função Pública (DSAFP), em resposta
a interpelação do deputado Pereira Coutinho. “Tendo em conta que, no passado o Governo não conseguiu concretizar a partilha interna de recursos sobre os resultados dos projectos de investigação e estudo adjudicados, o actual Governo vai dar início à criação de uma base
de dados investigação e estudo, com vista a centralizar o armazenamento e coordenar a utilização dos resultados de investigação e estudos desenvolvidos,” reconheceu Kou Peng Kuan. O director dos SAFP traçou o fim do ano como meta para concluir os trabalhos e considerou
que a medida aumenta a eficácia e reduz a utilização do erário público, no que diz respeito à repetição dos estudos. No entanto, não é indicado se vão ser disponibilizados online. O deputado ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) ha-
via demonstrado preocupação com a repetição de estudos sob o mesmo assunto. Coutinho também criticou o facto de 90 por cento dos estudos encomendados não serem relevados, algo a que Kou se limitou a sublinhar que os SAFP actuam de acordo com a lei.
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FRONTEIRAS “NÃO PODEMOS TER ALGO COMO EM HONG KONG”, LEI CHIN ION
Diz-me com quem andas
O director dos Serviços de Saúde afastou a possibilidade de criar uma “bolha de viagem” com Hong Kong por considerar perigoso que a China veja Macau como lugar de risco e volte a encerrar fronteiras. O Governo prevê gastar 420 milhões de patacas com a aquisição de 1,4 milhões de vacinas contra a covid-19 TIAGO ALCÂNTARA
director dos Serviços de Saúde (SS), Lei Chin Ion, considerou arriscada a criação de uma “bolha de viagem” entre Macau e Hong Kong por temer que a China volte a fechar as fronteiras com Macau, devido ao risco elevado de propagação epidémica. “Hong Kong não é uma região de baixo risco e, por isso, não queremos, por enquanto, restabelecer contactos com Hong Kong nem retomar as ligações de barco. Se o fizermos, a China pode considerar Macau como Hong Kong e aí fechar as fronteiras ou as ligações com Macau, algo que nos prejudicaria”, explicou ontem Lei Chin Ion, à margem da inauguração Centro de Saúde da Praia do Manduco.
“Se conseguirmos restabelecer os contactos com Hong Kong, a China pode considerar Macau como Hong Kong e aí fechar as fronteiras (…), algo que nos prejudicaria.” LEI CHIN ION DIRECTOR DOS SS
Lembrando que Hong Kong tem registado esporadicamente casos de covid-19 e surtos comunitários e que já foram restabelecidas as ligações aéreas com todo o território chinês, o responsável afirmou que Macau tem de ser “realista” e que, apenas quando a região vizinha for considerada de baixo risco, as ligações poderão ser restabelecidas. “Não queremos arriscar a saúde da população. Ma-
SAÚDE 399 MILHÕES NO MANDUCO
O
novo Centro de Saúde da Praia do Manduco custou 399 milhões de patacas. A informação foi revelada por Lei Chin Ion à margem da cerimónia de inauguração das novas instalações e contou com a presença do Chefe do Executivo Ho Iat Seng e a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Ieong U. Segundo Lei Chin Ion, em 2021 não está prevista a entrada em funcionamento de novos centros de saúde, prevendo-se que em 2022 seja inaugurado o novo centro de saúde de Seac Pai Van. Sobre o novo Hospital das Ilhas, o director dos Serviços de Saúde reiterou que as obras deverão estar concluídas no final de 2022, estando a entrada em funcionamento prevista para 2023.
cau não consegue dar conta de um surto comunitário, não seríamos capazes de responder a esse incidente. Sinceramente, não podemos ter algo como em Hong Kong”, acrescentou o director dos SS.
VACINA CONTRA GRIPE
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obre a vacina contra a gripe sazonal produzida em França e que está em investigação após terem sido registadas mortes na Coreia do Sul, o director dos Serviços de Saúde (SS), Lei Chin Ion lembrou que o lote adquirido por Macau é diferente e espera, por isso, que a população seja vacinada “o mais cedo possível”. O responsável referiu ainda que não existem provas de que as mortes estejam relacionadas com a vacina em si, mas não descartou a hipótese de suspender a vacinação em Macau caso seja provado o contrário. “A verdade é que não afastamos esta eventualidade [de suspender a vacinação], mas quando vacinamos os idosos eles já são, por si, um grupo vulnerável e podem ter, de antemão, alguma doença mortal”, referiu Lei Chin Ion.
Lei Chin Ion afastou ainda a possibilidade de vir a relaxar a curto prazo algumas medidas de prevenção epidémica, nomeadamente, a permissão de entrada a portadores de passaporte estrangeiro. “Não temos definida uma data a partir da qual os estrangeiros vão poder entrar. Ainda estamos a ver qual o plano mais eficaz, porque quando permitirmos a entrada temos que alterar o despacho do Chefe do Executivo. Temos de ponderar cautelosamente (...) que pessoas vão poder entrar”, reiterou. Além disso, o responsável referiu ainda que, o facto de a situação pandémica ser actualmente “muito grave”, especialmente na Europa, não permite “baixar a fasquia” das medidas de prevenção em Macau, relativas ao uso da máscara e ao distanciamento social.Ainda sobre as máscaras, Lei Chin Ion revelou que já foram vendidas 200 milhões de unidades, que permitiram recuperar 100 milhões de patacas ao montante inicial de 300 milhões de patacas destinado para o efeito.
DIVIDIR PARA CONQUISTAR
Quanto à aquisição de vacinas contra a covid-19, Lei Chin Ion revelou que,
até ao momento, o Governo entrou em contacto com seis laboratórios, chineses e estrangeiros, para comprar 1,4 milhões de doses. O objectivo, segundo o responsável, e numa altura em que as autoridades sanitárias aguardam ainda os resultados da terceira fase dos testes laboratoriais é “distribuir o risco”. “Se um laboratório não conseguir proporcionar uma vacina eficaz podemos pelo menos ter outra como alternativa”, acrescentou. Quanto ao preço que o Governo irá pagar por dose, Lei Chin Ion adiantou que o valor deverá ser 300 patacas, ou seja, pelas 1,4 milhões de doses o Executivo deve gastar 420 milhões de patacas. O director dos SS revelou ainda que a redução de despesas do organismo de tutela foi “apenas de 3,0 por cento”. “Tentámos, mas não conseguimos reduzir muito (…) isto porque não podemos reduzir medicamentos de pacientes, vencimentos de trabalhadores, médicos e profissionais”, explicou Lei Chin Ion. Pedro Arede
pedro.arede.hojemacau@gmail.com
Habitação pública Au Kam San pede que se evitem conflitos sociais
Au Kam San apelou à população para conhecer os factores de insuficiência de habitação pública e evitar críticas idosos, portadores de deficiência e imigrantes recém-chegados. Numa publicação no Facebook, indicou que um candidato a habitação económica com classificação baixa acusou imigrantes recém-chegados de ocuparem lugares na lista, e esclareceu que apenas os residentes permanentes se podem candidatar. O deputado explicou que muitas pessoas sem sucesso na candidatura se zangaram com idosos, portadores de deficiência e imigrantes recém-chegados, quando o problema principal, a escassez de habitação pública disponibilizada, foi esquecido. Para Au Kam San, desta forma o Governo cria conflitos e transfere a responsabilidade. “O Governo da RAEM tem terrenos que permitem construir dezenas de milhares das fracções da habitação pública, mas só há 3.011 fracções disponíveis para a candidatura”, lê-se na publicação.
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4.11.2020 quarta-feira
FERREIRA DO AMARAL DSAT DEFENDE TRAÇADO DOS ABRIGOS NAS PARAGENS DE AUTOCARRO
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Arnaldo Martins, administrador “É um grupo que faz falta para falar de Macau, porque não existem muitos grupos para discutir o quotidiano em português.”
CEAM GRUPO QUE DISCUTIA MACAU EM PORTUGUÊS FAZ NOVE ANOS E MANTÉM-SE NO LIMBO
O silêncio da malta
Hugo Silva, também conhecido pelo nome satírico de Falamau da Silva, era o principal dinamizador da “Conversa Entre a Malta”. Com a sua morte, perdeu-se a password do grupo que se tornou conhecido por discutir os assuntos de Macau, de forma mordaz. Porém, para os outros administradores a suspensão é mesmo uma forma de homenagear o falecido
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URANTE anos o grupo Conversa Entre a Malta (CEAM) foi uma referência para discutir o quotidiano de Macau em língua portuguesa. E hoje faz nove anos. No entanto, desde Fevereiro que o grupo está suspenso. Já antes, em Outubro do ano passado, a publicação de novas mensagens tinha sido bloqueada, de forma temporária. O principal motivo que faz com que o CEAM, que no pico da participação chegou a ter mais de 2 mil membros, ainda esteja bloqueado prende-se com o facto de o administrador e amigo dos utilizadores mais activos ter falecido. Hugo Silva Junior, que também utilizava o perfil “Falamau” da Silva, faleceu em Abril deste ano, vítima de doença inesperada, e levou consigo a password da CEAM. Face a este desfecho, a restante administração em vez de criar um novo grupo, decidiu que a melhor forma de homenagear Hugo Silva Junior seria deixar o CEAM nesta situação de limbo. Foi o que explicou ao HM, Fernando Gomes, utilizador e comentador frequente.
“O Hugo Silva foi um dos grandes impulsionares do Conversa Entre a Malta, que era um grupo que tinha muitos utilizadores, mas em que a maior parte se limitava a ver o conteúdo. No entanto, ele partilhava sempre as notícias, informações e tinha um jeito de deixar certas ‘provocações’ saudáveis que faziam com que mais pessoas participassem”, recorda Fernando Gomes. “Como ele morreu em Abril, de forma inesperada, acabou por levar com ele a password do grupo, o que faz com que também não possa ser reactivado”, acrescentou. Esta versão é corroborada pelo administrador Arnaldo Martins. “Por respeito à memória do Hugo Silva deixámos o grupo parado. Ele era sempre um dos elementos mais dinamizadores”, disse Martins, em declarações ao HM.
HONG KONG E O FUTURO
Porém, antes do falecimento de Hugo Silva, o grupo CEAM já estava suspenso, por decisão do elemento que era visto como a “alma” do grupo. Na altura,
a interrupção era para ser temporária e foi motivada por duas razões. Por um lado, para acalmar os ânimos devido às discussões sobre as manifestações em Hong Kong, e, por outro, para tentar recentrar as discussões em Macau, o objectivo inicial da criação. “O grupo foi suspenso devido ao que se estava a passar em Hong Kong. Havia demasiada discussão pouco saudável, o que fazia com que ficasse um ambiente pesado entre pessoas amigas. E esse não era de todo o objectivo da Conversa Entre a Malta. Nós não somos assim tantos para nos andarmos a zangar”, justificou Arnaldo Martins. “Ali o objectivo era discutir Macau e os assuntos do quotidiano, mas já só se falava de Hong Kong. Não era o que se queria para o grupo”, acrescentou. Para Arnaldo Martins a ausência de um grupo como o CEAM acaba por fazer falta à comunidade que domina a língua portuguesa. “É um grupo que faz falta para falar de Macau, porque não existem muitos grupos para discutir o quotidiano em português”,
considerou. Também Fernando Gomes recorda com saudades a interacção do grupo: “Era um grupo sobre a actualidade e as pessoas falavam sobre as informações, com opiniões e um pendor sempre mais satírico”, lembra. Por este motivo, não é afastado o cenário de no futuro ser lançado um grupo semelhante, para que a “malta” volte a discutir Macau. Mas, não só, além da actividade “online” da CEAM, ao longo dos anos foram também feitos alguns eventos de convívio de jantar ou mesmo de prática desportiva. E os encontros podem voltar, assim que se ultrapasse esta situação de pandemia. “Se no próximo ano terminar a pandemia, espero que possamos retomar as actividades do grupo […] A pandemia trouxe muitas dificuldades, mas espero que no futuro possamos voltar ao convívio. E também com o tempo, acho que se não for a CEAM haverá uma outra página para se discutir Macau”, deixou no ar Arnaldo Martins. João Santos Filipe
joaof@hojemacau.com.mo
Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) emitiu um comunicado onde esclarece que o traçado dos abrigos nas paragens de autocarro da Praça de Ferreira do Amaral é o melhor compromisso possível entre a integração visual do espaço envolvente e a protecção dos utentes contra a acção do sol e da chuva. Em resposta às críticas sobre o traçado dos abrigos, a DSAT esclarece que existem certas restrições, nomeadamente a dimensão de alguns autocarros mais volumosos, que não permitem o alargamento das coberturas além do inicialmente previsto. Além disso, aponta o organismo, a utilização do vidro permite, não só baixar a temperatura dos locais durante a espera, mas também potenciar uma poupança a nível energético, já que permite a entrada de luz natural. “Estimamos vir a poupar
7.440 quilowatts de electricidade e 5.800 quilogramas ao nível das emissões de dióxido de carbono”, pode ler-se no comunicado. O organismo aponta ainda que os materiais seleccionados para a construção das paragens não podem ser “pesados” pois no subsolo encontra-se um parque de estacionamento. O vice-presidente do Conselho Fiscal da Associação dos Engenheiros de Macau, Leong Hong Sai, foi uma das vozes que criticaram o actual traçado dos abrigos. De acordo com o jornal Ou Mun, o responsável sugeriu que fossem adicionados revestimentos reflectores ou em vidro laminado para proteger do sol e que, de forma a defender os utentes durante a ocorrência de chuvas intensas, fossem acrescentadas instalações complementares ou alterado o desenho dos abrigos. N.W.
Ensino Quatro mil crianças voltaram ontem às creches
O dia de ontem marcou a reabertura das 41 creches subsidiadas pelo Governo e quatro mil crianças voltaram aos espaços de ensino. Este foi um processo com um “resultado satisfatório”, segundo o Chefe do Departamento de Solidariedade Social, Choi Sio Un. As declarações chegaram através de um comunicado do Instituto de Acção Social (IAS), em que se revela que Choi se
deslocou às instituições das associações tradicionais como a creche A Gaivota, dos Moradores, Mong-Há, dos Operários, e Abelhinha, das Mulheres. Sobre as três visitas, o IAS sublimhou que visto não ser aconselhável a utilização de máscaras, as creches garantiram que as crianças se mantivessem a uma distância social adequada, com a instalação de painéis divisórios. De acordo com os dados apresentados, as 4 mil as crianças representam 50 por cento das vagas. Face à pandemia, o IAS apelou às pessoas com alternativas que evitem enviar as crianças para as creches.
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CRIME PORTUGUÊS SUSPEITO DE TENTATIVA DE VIOLAÇÃO DURANTE AULA DE FITNESS
CPSP Agente condenado a quatro meses de prisão
Um agente do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) foi condenado pelo Tribunal Judicial de Base (TJB) a quatro meses de prisão com pena suspensa e à proibição de condução por um período de um ano e três meses. Em causa está o facto de o agente ter conduzido um motociclo com excesso de álcool no sangue, o que originou, a 23 de Dezembro de 2019, um acidente de viação numa passadeira na Rua da Bacia Sul, junto ao edifício China Plaza. Nesse dia, o agente estava de folga. O caso seria encaminhado para os órgãos judiciais no dia seguinte ao acidente.
Cotai Ida à casa de banho acaba em roubo de 37.000 HKD
Uma mulher oriunda do Interior da China que veio a Macau para jogar em 2019 foi desfalcada em 37 mil dólares de Hong Kong em fichas de jogo. De acordo com informações divulgadas ontem pela Polícia Judiciária (PJ), quando esteve em Macau há mais de um ano, a jogadora conheceu uma mulher de 36 anos do Interior da China com quem foi ao casino. Após regressarem as duas ao quarto de hotel da vítima, no Cotai, a suspeita terá furtado 37 mil dólares de Hong Kong em fichas de jogo, aproveitando uma ida à casa de banho da parceira de jogo. A vítima apresentou queixa à PJ logo após o incidente sendo que, volvido mais de um ano após o furto, as autoridades detiveram a suspeita na passada segunda-feira no Terminal Marítimo do Pac On, após ter estado no Interior da China. O caso seguiu já para o Ministério Público (MP), onde a suspeita irá responder pelo crime de roubo agravado.
Peso da responsabilidade
Um homem com 50 anos está a ser acusado por uma aluna portuguesa, com cerca de 17 anos, de tentativa de violação. O caso está agora em fase de investigação e o alegado agressor já foi ouvido pelo MP tendo ficado obrigado a apresentações periódicas
U
M residente com nacionalidade portuguesa está a ser investigado pelas autoridades por alegadamente ter tentado violar uma jovem, com cerca de 17 anos. O caso não foi trazido a público, mas segundo o HM apurou, o homem já prestou declarações no Ministério Público (MP) e ficou sujeito a várias medidas de coacção. Após ser ouvido, o alegado agressor, que tem cerca de 50 anos, saiu em liberdade, mas ficou sujeito a obrigação de apresentação periódica e proibição de ausência e de contactos, como medidas de coacção. O caso terá acontecido durante uma aula de fitness, uma vez que o alegado agressor era o personal trainer da aluna. Durante uma aula particular o suspeito terá feito os avanços indesejados, que inclusive terão deixado marcas físicas na jovem, também ela com nacionalidade portuguesa. Por sua vez, a vítima manteve-se em silêncio após o ataque e só alguns dias depois contou a um familiar o que tinha acontecido na aula. Na sequência da revelação, a família da vítima apresentou a denúncia junto da polícia. O facto de a queixa ter sido apresentada apenas alguns dias após o alegado ataque poderá sido um dos factores que pesou na decisão do juiz contra a aplicação da medida coacção mais grave, a prisão preventiva. Outro factor, trata-se do facto de o homem ter família em
idade superior a 16 anos, o homem poderá ser acusado de coacção sexual. Nesse caso, a moldura penal vai dos dois a oito anos de prisão, mas pode ser agravada por mais dois anos e oito meses, dependendo das condições do crime, como o facto de este poder ter resultado de uma “dependência hierárquica”.
MAIS UM...
Macau e nacionalidade portuguesa, o que faz com que não possa entrar de todo no Interior e que obriga ao cumprimento de uma quarentena para entrar em Hong Kong.
O alegado agressor saiu em liberdade, mas ficou sujeito a obrigação de apresentação periódica
O HM contactou a PJ sobre o caso, que recusou revelar qualquer tipo de informação devido a pedido dos pais da vítima. Esta foi uma postura explicada com a intenção de evitar “danos secundários”. O crime de violação é punido com uma pena que pode chegar aos 12 anos de prisão, que pode ser agravada por mais seis anos, num total de 18 anos. No entanto, uma vez que o ataque não foi consumado, e como a alegada vítima tem uma
Este é o segundo caso que envolve a comunidade portuguesa nos últimos dias, depois de a 30 de Outubro a Polícia Judiciária ter anunciado a detenção de um homem, por assédio sexual de menor. Neste caso, o homem de 52 anos, residente, terá perseguido uma menina com oito anos, à hora de almoço, inclusive no percurso do autocarro, até ter conseguido encurralado a vítima, tocando-a de forma imprópria e forçando a menor à troca de beijos. Na altura, a menina de 8 anos gritou por socorro, o que levou à fuga do atacante. Na sequência da queixa, e com recurso às imagens do sistema de vigilância Olhos no Céu, a PJ conseguiu identificar e deter o atacante, que negou qualquer ataque. O alegado agressor ficou em prisão preventiva e arrisca uma pena que pode chegar aos oito anos de prisão. João Santos Filipe
joaof@hojemacau.com.mo
OFENSAS SEXUAIS DEPUTADO SUGERE QUE INTERNET PODE PROVOCAR CASOS DE ASSÉDIO
L
AM Lon Wai considera que os casos recentes de ofensas sexuais a envolver crianças podem estar relacionados com o tempo que as pessoas passaram em casa a navegar na internet durante a pandemia, e com mudanças
nas condições sociais e económicas, noticiou o Ou Mun. No entender do deputado, os novos contextos levaram a alterações emocionais em algumas pessoas. Lam Lon Wai apontou ainda que fraca força de vontade e de-
pendência da internet pode levar ao aparecimento de ilusões. O deputado defendeu assim que se deve reforçar a procura de casos que ainda não sejam conhecidos, e promovido o uso correcto da internet.
Além disso, o deputado disse que as autoridades devem unir a influência das associações, expandir a rede de apoio, cuidados e compreensão da actual situação de pessoas cujos rendimentos mudaram devido ao impacto
da epidemia.De acordo com o Ou Mun, Lam Lon Wai mostrou-se chocado com o caso de uma rapariga de oito anos que alegadamente foi vítima de abuso sexual num espaço público. O subdirector da Escola para Filhos e
Irmãos dos Operários indicou que o foco da educação sexual tem sido a protecção pessoal e procura de ajuda, mas que deve ser reforçada a gestão de crises, e a sociedade orientada para lidar com emergências. S.F. e N.W.
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4.11.2020 quarta-feira
Linhas de espe MODA MARCAS PORTUGUESAS KATTY XIOMARA E PÉ DE CHUMBO CHEGAM A HONG KONG
Katty Xiomara e Pé de Chumbo, fundada pela designer Alexandra Oliveira, são duas de três marcas portuguesas que se apresentam em Hong Kong e Macau na próxima semana. A presença a Oriente é ainda mais importante em contexto de pandemia, asseguram. Enquanto que Katty Xiomara traz peças “sob um conceito femininamente desportivo”, Alexandra Oliveira traz peças quase tricotadas sobre o corpo, sem recorrer ao habitual tecido
Hong Kong “seja uma boa forma de dar a conhecer a marca e que consiga estabelecer alguns laços representativos que sirvam como porta de entrada neste mercado”. Em contexto de pandemia, Hong Kong pode tornar-se uma espécie de boia de salvação, num ano em que não se realizaram feiras e em que houve “uma diminuição drástica das vendas”. “Hong Kong traça uma linha de esperança. É agora um ponto mais estável e com maior controlo sobre a pandemia, onde parece existir mais normalidade na rotina diária das pessoas”, frisou Katty Xiomara. Esta não é a primeira vez que a marca Katty Xiomara chega à Ásia, pois já realizou desfiles em Tóquio e Xangai. “Temos uma grande afinidade pelo mercado asiático”, assegura a designer. Estão também previstas apresentações em Macau e na China, ainda sem data marcada. “A nossa marca não é massiva, por isso a dimensão do mercado não é o mais importante. Macau possui uma magia diferente da qual podemos beneficiar”, disse.
HEGAM pela mão da Moda Nova Global, empresa sediada em Hong Kong que quer mostrar o que de melhor se faz na moda portuguesa. Susana Bettencourt, Katty Xiomara e Pé de Chumbo, marca da designer Alexandra Oliveira, pretendem desbravar novos caminhos no mercado de moda a Oriente com a realização de um desfile em Hong Kong na próxima semana, dia 11.
ESPERAR PARA VER
C
Ao HM, Katty Xiomara revelou mais detalhes da colecção “Be Bold”, que assenta nos conceitos da moda desportiva feminina. “É uma escolha de peças específicas para testar o mercado e a reacção do público. A paleta de cores é ampla, mas o preto está sempre presente como uma linha de contorno que une as peças.” Katty Xiomara, estilista portuguesa nascida na Venezuela, mas radicada no Porto, espera que esta mostra em
No caso da Pé de Chumbo, serão mostradas peças da colecção “Planet Earth”, mais viradas para o Verão e para um Inverno com algum tempo quente. Com a Pé de Chumbo Alexandra Oliveira introduziu um novo conceito de fazer moda, em que
Alexandra Oliveira
as linhas se vão construindo em torno do corpo, sem tecidos. Cada peça tem, portanto, o seu tempo próprio de confecção. “Como é a primeira vez que estamos em Hong Kong e como se trata de uma colecção
Para Katty Xiomara, é importante olhar a forma como os chineses e os asiáticos no geral “observam e vivem a moda”
Literatura Fu Tianhong faz doação à UM O escritor e poeta Fu Tianhong fez um donativo de livros e documentação da sua colecção particular à Universidade de Macau (UM). De acordo com uma nota oficial, o objectivo da doação passa por
apoiar o Centro de História e Cultura Chinesas, já que as obras vão ser integradas na colecção de poesia chinesa da biblioteca da UM para serem disponibilizadas a estudantes, académicos e investigadores.
Katty Xiomara
para venda directa, estamos a pôr peças de Verão e mais leves para o Inverno, pois em Hong Kong faz um tempo mais quente”, explicou ao HM. Para a Pé de Chumbo, estar em Hong Kong é uma total novidade e também uma oportunidade para escapar à crise. “Tivemos esta oportunidade e aproveitámos. Mas é também uma porta de entrada para o mercado asiático, algo que é
difícil de conseguir. Já vendemos em Pequim, mas como vendemos através de feiras e não com uma representação local, se o cliente não vai à feira perdemos o cliente”, assegura.
A Pé de Chumbo tem colecções inspiradas n ou chineses, mas o me marca, algo inatingíve
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quarta-feira 4.11.2020
erança muita experiência [com estes clientes]”, acrescentou. No caso de Katty Xiomara, “poderão existir pequenos ajustes” ao cliente asiático. No entanto, a marca promete “manter sempre o espírito e conceito europeu que nos caracteriza”. “Não pretendemos ser uma marca estrangeira que mimetiza aquilo que já é feito pelas marcas locais”, frisou a designer.
“ESTAR ATENTA”
Alexandra Oliveira assume que não conhece nada do pequeno mercado de moda em Macau. A Pé de Chumbo tem algumas colecções inspiradas nos trajes japoneses ou
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chineses, mas o mercado é, para a marca, algo inatingível. Para chegar ao cliente chinês, a marca apenas costuma fazer uma alteração dos tamanhos. “Em todos os contactos que tivemos com clientes chineses eles seleccionaram a mesma colecção que estamos a vender. Não varia muito em relação ao que vendemos para a Europa. Mas é um contacto muito lento, nunca tivemos
Concerto Real Blood ao vivo no LMA no sábado A banda de Macau Real Blood sobe ao palco do LMA no próximo sábado às 22h. A banda de tributo aos Royal Blood dará o seu terceiro concerto, levando à casa da Coronel Mesquita o rock
musculado do duo de Brighton. À fórmula do conjunto britânico, composto apenas por bateria, baixo e voz, a banda de Macau junta o saxofone de Nuno Gomes. Os Real Blood são o somatório
Para Katty Xiomara, é importante olhar a forma como os chineses e os asiáticos no geral “observam e vivem a moda”. “Já existe um punhado de nomes reconhecidos, mesmo no Ocidente. Por um lado, isso dificulta a nossa entrada, pois existirá uma maior concorrência. Mas, por outro lado, facilita porque denota-se uma maior abertura para marcas novas que surgem fora dos grandes aglomerados e grupos de luxo. Até há bem pouco tempo eram as que geravam maior procura por parte do mercado asiático”, adiantou a estilista. Alexandra Oliveira quer, sobretudo, chegar às lojas e ao grande público. “Temos muita coisa em stock. Nestes meses vendemos muito para Itália e EUA, e quando tudo isto fechou ficámos com algumas encomendas paradas. Isto [a vinda a Hong Kong] veio abrir um pouco a possibilidade de vendermos”, rematou. O HM tentou também chegar à fala com a designer Susana Bettencourt, mas a marca nunca respondeu ao nosso pedido de entrevista. Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
da voz de Miguel Falé, o baixo de Nuno Graça, Pedro Lagartinho na bateria e Nuno Gomes no saxofone e voz de apoio. O preço de entrada são 150 patacas, com direito a uma bebida.
HOJE TERAPIA Paula Bicho
Naturopata e Fitoterapeuta • obichodabotica@gmail.com
Ansiedade e nervosismo
(PARTE III)
• DESCRIÇÃO Diariamente despendemos o nosso capital de energia e, à noite, um sono restaurador proporciona-nos a energia necessária para enfrentarmos um novo dia. Mas nem sempre é assim quando nos sentimos fatigados. A fadiga pode ser um sintoma de diversas patologias, ou ter origem em maus hábitos alimentares (excesso de açúcares, deficiências nutricionais, alergias alimentares, intoxicação), estilo de vida desadequado (excesso de trabalho, maus hábitos de sono, stress, consumo excessivo de cafeína ou de álcool) ou até na toma de alguns medicamentos. Neste caso, convém averiguar a causa de forma a, sempre que possível, ser corrigida ou tratada.
Diversas plantas actuam sobre o sistema nervoso através dos seus constituintes químicos, acalmando a mente e relaxando o corpo. Vamos conhecer Hoje algumas delas: Bacopa, Bacopa monniera, partes aéreas: Reputada planta da medicina ayurvédica, a Bacopa exerce um efeito tónico sobre o sistema nervoso, bem como uma acção sedativa suave. É recomendada na ansiedade, stress, hiperactividade e esgotamento nervoso. Melhora igualmente o desempenho mental, favorecendo a memória, a concentração e a capacidade de aprendizagem, sendo um remédio de eleição para os estudantes. Pode ser tomada em cápsulas, comprimidos e tintura. Hipericão, Hypericum perforatum, sumidades floridas: Também conhecido por Erva-de-São-João, o Hipericão é colhido na altura deste santo popular (24 de Junho). Com lindas flores amarelas, apresenta folhas guarnecidas de glândulas vermelho-escuras, produtoras de óleo essencial. É um tónico do sistema nervoso, fortalecendo-o quando esgotado, e um antidepressivo, afastando o desânimo e melhorando o humor. Pode ainda melhorar o sono, a vitalidade e a capacidade de relaxar. É um remédio muito usado na ansiedade, sono agitado, esgotamento nervoso e depressão. Pode ser tomado em tintura, infusão, comprimidos e cápsulas. Lúcia-lima (Limonete), Lippia citriodora (sin. Aloysia triphylla), folha: Originária da América do Sul, a Lúcia-lima tem actividade sedativa e relaxante. Além disso, exerce um leve efeito tonificante sobre o sistema nervoso, melhorando o humor e combatendo a depressão. Tomada à noite, auxilia a relaxar e a adormecer. Pode ser tomada em infusão. Lúpulo (Engatadeira), Humulus lupulus, flor (estróbilo): Muito conhecido como ingrediente amargo no fabrico da cerveja, o Lúpulo é um sedativo forte muito utilizado por promover o sono. É ainda muito útil em situações de ansiedade, nervosismo e agitação. Pode ser
tomado em tintura, comprimidos e cápsulas. Papoila-da-Califórnia, Eschscholzia californica, partes aéreas: Parente da Dormideira (Papaver somniferum), a Papoila-da-Califórnia produz uma acção sedativa e relaxante. Alivia a ansiedade e a irritabilidade, e acalma a hiperactividade, sendo ideal para as crianças devido ao seu efeito suave. Tomada à noite, melhora a qualidade do sono e pode ser útil na insónia, pesadelos e enurese nocturna. Pelas propriedades analgésicas suaves, pode ainda ser administrada em caso de dores de cabeça e enxaquecas. Pode ser tomada em tintura. É considerada uma planta segura nas doses terapêuticas e não causa dependência. Salva, Salvia officinalis, S. lavandulifolia, folhas: De acordo com o ervanário inglês William Turner, num registo de 1551, a Salva «reconforta os espíritos vitais… ajuda a memória e aviva os sentidos». Com efeito, esta planta é um tónico geral do organismo muito versátil, cujos efeitos se fazem sentir também sobre o sistema nervoso. Tem actividade tranquilizante, auxiliando a aliviar a ansiedade e o stress. Melhora ainda a vitalidade mental e a memória, e pode ser um remédio útil nas fases iniciais de demência. Pode ser tomada em infusão, tintura e cápsulas. Valeriana, Valeriana officinalis, raiz: Trata-se de uma planta nativa da Europa e do norte de África, onde habita em locais húmidos. O seu nome Valeriana provém do latim valere, que significa estar bem, numa alusão às suas virtudes medicinais. Com efeito, exerce uma actividade sedativa suave e tranquilizante, sendo uma planta de eleição para situações de ansiedade e ataques de pânico. É também muito recomendada na tensão nervosa, hiperactividade e dificuldade em relaxar, bem como nas perturbações do sono provocadas por sobrecarga emocional ou física. Tem propriedades analgésicas e antiespasmódicas, aliviando dores de cabeça, palpitações nervosas e tensão muscular causadas pela ansiedade. Pode ser tomada em comprimidos, cápsulas ou tintura. Considerada uma planta segura, não causa dependência.
ADVERTÊNCIAS: Este artigo tem como finalidade apenas a divulgação e não deve substituir a consulta de um profissional de saúde, nem promover a auto-prescrição. O uso indiscriminado de plantas pode resultar na ocultação de sintomas protelando o correcto diagnóstico e tratamento. Além disso, algumas delas apresentam contra-indicações, efeitos adversos ou interacções com medicamentos. Consulte o seu profissional de saúde.
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4.11.2020 quarta-feira
ECONOMIA PAÍS VAI DUPLICAR RENDIMENTO ‘PER CAPITA’ EM 15 ANOS
COMÉRCIO INTENSIFICADAS RESTRIÇÕES SOBRE IMPORTAÇÕES DA AUSTRÁLIA
A
China intensificou as restrições no comércio com a Austrália, ao suspender as importações de madeira e cevada, anunciou ontem o ministro da Agricultura australiano, numa altura de tensão diplomática entre Camberra e Pequim. As autoridades chinesas estão a atrasar na alfândega a entrada de um carregamento de lagostas vivas no valor de 1,4 milhões de dólares. Pequim bloqueou ou limitou já as importações de carvão, carne bovina e outros produtos australianos e anunciou uma investigação para saber se o vinho australiano está a ser vendido a preços inadequadamente baixos. As restrições começaram após o Governo chinês exigir que Camberra abandone o seu apelo a uma investigação sobre a origem da pandemia do novo coronavírus, que começou no centro da China, em dezembro passado. “Trabalharemos com as autoridades chinesas para investigar e resolver estas questões”, disse o ministro da Agricultura australiano, David Littleproud. Os controlos mais recentes aplicam-se à madeira de Queensland e à cevada de outro produtor australiano. A China é o maior mercado de exportação da Austrália. Pequim está a usar cada vez mais o enorme mercado chinês como vantagem contra outros governos em disputas políticas. Um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse ontem que as medidas foram impostas de acordo com a lei e regulamentos. “O respeito mútuo é a base e a garantia da cooperação prática entre os países”, disse o porta-voz Wang Wenbin. “Esperamos que aAustrália tome decisões conducentes à confiança mútua, à cooperação bilateral e ao espírito da parceria estratégica abrangente China - Austrália e que traga as relações bilaterais de volta ao caminho certo o mais cedo possível”, acrescentou.
Alto rendimento
O
Presidente chinês, Xi Jinping, considerou ontem “inteiramente possível” a China duplicar a sua produção económica total e o seu rendimento ‘per capita’ até 2035 e entrar no grupo das economias de alto rendimento nos próximos cinco anos. Num discurso divulgado pela agência noticiosa oficial Xinhua, na sequência da última reunião do Comité Central do Partido Comunista da China (PCC), Xi também alertou para “factores instáveis e incertezas no panorama
internacional” e “riscos e perigos ocultos que podem ter impacto no desenvolvimento económico da China”. “A pandemia da covid-19 teve um impacto de longo alcance e a economia mundial pode sofrer uma recessão”, disse Xi, no seu discurso, no final da reunião, que encerrou com a proposta da China se focar na inovação e na auto-suficiência tecnológica como “núcleos” estratégicos para os próximos cinco anos. Segundo a Xinhua, Xi optou por “manter um equilíbrio entre a
abertura e a auto-suficiência” para que a China se “adapte melhor às circunstâncias” e exortou os líderes do país a “realizarem esforços para prevenirem os riscos que podem impedir a modernização da China”. Conforme a nota divulgada no final da sessão plenária, Xi disse esperar que, “em 2020, o PIB da China atinja 100 biliões de yuan”.
OLHAR PARA DENTRO
Em paralelo, na proposta para os próximos cinco anos, o Comité Central do PCC anunciou como
meta para 2035 transformar o país “num líder mundial em inovação” e “alcançar um novo processo de industrialização e urbanização”, assim como garantir a existência de um “Estado de direito”. Até então, o “PIB da China terá atingido o nível de países moderadamente desenvolvidos”, enquanto “o tamanho da classe média terá expandido significativamente”, reduzindo as desigualdades.
Xi optou por “manter um equilíbrio entre a abertura e a auto-suficiência” para que a China se “adapte melhor às circunstâncias” e exortou os líderes do país a “realizarem esforços para prevenirem os riscos que podem impedir a modernização da China” Os líderes chineses defenderam ainda que a China se torne “um país forte nas áreas cultura, educação, desporto e saúde”. As emissões de dióxido de carbono “diminuirão gradualmente” e atingirão o pico em 2030. O país alcançará também a “modernização do seu Exército e da sua Defesa Nacional”. O Comité Central definiu as directrizes políticas e económicas para o novo plano quinquenal com o objectivo de “construir um novo padrão de desenvolvimento”, baseado na procura interna. “É preciso promover a dupla circulação nacional e internacional, estimular o consumo e ampliar o espaço de investimentos”, lê-se no comunicado difundido após o encontro.
HK CARRIE LAM EM PEQUIM À PROCURA DE APOIO PARA RECUPERAÇÃO ECONÓMICA
A
chefe do Executivo de Hong Kong viajou ontem para Pequim, onde se vai reunir com as autoridades chinesas, para revitalizar a economia da região semiautónoma e discutir a reabertura das fronteiras com a China. Carrie Lam disse que as reuniões, entre quarta-feira e sexta-feira, incluem discussões sobre como Hong Kong se pode integrar nos planos de desenvolvimento da China, e como o território pode cooperar com Shenzhen,
no âmbito do plano de integração regional da Grande Baía. A responsável também disse aos jornalistas que planeia abordar quando é que Hong Kong e a China podem retomar o fluxo de pessoas, sem a necessidade de realizar quarentena. Desde Março passado, devido à pandemia do novo coronavírus, os residentes da China e de Hong Kong são obrigados a ficar em quarentena, por duas semanas, sempre que cruzam a fronteira.
“Isto é muito importante para retomar a actividade económica, desde a prestação de serviços profissionais, visitas a familiares e idas à escola”, disse. A viagem de Lam a Pequim acontece depois do adiamento do discurso anual sobre o futuro da cidade, alegando que o apoio de Pequim vai permitir um discurso capaz de aumentar a confiança no futuro económico de Hong Kong. Questionada sobre a eleição presidencial nos Estados Unidos, Lam disse esperar que o próximo
Presidente considere a importância de Hong Kong nas relações entre a China e os Estados Unidos. “Espero que a nova administração dos EUA lide com as relações com Hong Kong de forma abrangente, tendo em consideração os interesses de muitas empresas norte-americanas em Hong Kong, que empregam muitas pessoas, e que não permita irrefletidamente que considerações políticas tenham um efeito injustificado sob Hong Kong”, disse.
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quarta-feira 4.11.2020
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Bolsa de Valores de Xangai suspendeu ontem a entrada em bolsa do Ant Group, que estava programada para quinta-feira, depois de os reguladores chineses terem convocado os executivos da empresa para uma reunião. A bolsa citou mudanças no ambiente regulatório da tecnologia financeira (‘fintech’), um dia depois de os reguladores terem reunido com o fundador, Jack Ma, que criou o gigante Alibaba, o presidente do Conselho de Administração, Eric Jing, e o director da empresa, Hu Xiaoming. “Estas mudanças podem fazer com que a sua empresa deixe de estar apta a cumprir com as condições de emissão e listagem ou os requisitos de divulgação de informações”, disse o operador do mercado de acções, num comunicado dirigido ao Ant Group. O Ant Group não comentou a decisão imediatamente. Na segunda-feira, o Banco do Povo da China (banco central), a Comissão Reguladora de Bancos e Seguros da China, a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários e a Administração Estatal de Câmbio informaram terem realizado “entrevistas regulatórias” com os executivos da empresa. O comunicado não avança detalhes, embora PUB
Novas exigências Adiada entrada em bolsa de maior ‘fintech’ chinês
estas chamadas dos reguladores sejam vistas como um alerta ou uma espécie de repreensão. “Houve uma troca de opiniões sobre a saúde e a estabilidade do setor financeiro”, disse o Ant Group, em comunicado. As acções do Ant Group deviam começar a ser negociadas em Hong Kong e Xangai na quinta-feira, 5 de Novembro, com a expectativa de arrecadar pelo menos 34,5 mil milhões de dólares, no que seria a maior entrada em bolsa de sempre.
A empresa está sob crescente escrutínio e regulamentos mais rígidos, à medida que amplia a gama de serviços de tecnologia financeira que oferece. Entre as novas regulações estão os limites ao uso de títulos garantidos por activos para financiar empréstimos ao consumidor, novos requisitos de capital ou limites nas taxas de empréstimos. Na segunda-feira, o banco central aumentou a exigência de capital registado para credores
como o Ant para um mínimo de cinco mil milhões de yuan.
MUDANÇAS DE FUNDO
O Ant Group opera a Alipay, a maior e mais valiosa empresa de tecnologia financeira (‘fintech’) do mundo e uma das duas carteiras digitais dominantes na China, país onde o dinheiro físico praticamente desapareceu. Jack Ma fundou o gigante do comércio electrónico Alibaba em 1999. O Alipay foi introduzido como método de pagamento, para aumentar a confiança dos utilizadores na plataforma. Ma foi convocado pelos reguladores poucos dias depois de ter afirmado que os regulamentos financeiros estão desatualizados, referindo-se aos acordos de supervisão bancária de Basileia como obra de um “clube de velhos”. Ma questionou se o sistema financeiro chinês se deve submeter a esses regulamentos. “Os acordos de Basileia são usados para tratar as doenças de um sistema bancário envelhecido, são remédios para idosos (...), mas o sistema bancário chinês é jovem”, disse o empresário, citado pela imprensa local. O empresário defendeu que a China precisa de canais de financiamento alternativos, além dos grandes bancos estatais, fortemente dominantes no país. “Os grandes bancos
As acções do Ant Group deviam começar a ser negociadas em Hong Kong e Xangai na quinta-feira, 5 de Novembro, com a expectativa de arrecadar pelo menos 34,5 mil milhões de dólares, no que seria a maior entrada em bolsa de sempre são como rios, mas precisamos de lagoas, riachos e canais no sistema. Sem eles, vai haver sempre enchentes ou secas”, descreveu. Ma garantiu que os bancos tradicionais funcionam como “casas de penhores” e garantiu que as futuras decisões de crédito terão que ser feitas por meio de ‘big data’(análise maciça de dados) e históricos de crédito, em vez de solicitar grandes garantias para conceder empréstimos, ao mesmo tempo que criticou a excessiva burocracia do sistema financeiro chinês.
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A minha vida é o mar
O Governo do Verdadeiro Rei
Elementos de ética, visões do Caminho PARTE II
JACQUES GABRIEL HUQUIER
Xunzi
4.11.2020 quarta-feira
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E as divisões dos bens forem todas equitativas, estas não poderão ser feitas amplas o suficiente. Se a autoridade das pessoas for toda igual, estas não poderão ser unificadas. Se as massas forem todas iguais em estatuto, não poderão ser empregues. Contudo, tal como existe o Céu e existe a Terra, existe uma diferença entre o alto e o baixo. É necessário primeiro que surja um rei iluminado, que possa organizar o estado de forma a que este tenha uma ordem estabelecida. Quanto ao facto de dois nobres não se poderem servir um ao outro e dois plebeus não se poderem empregar um ao outro, tal é a ordem Celeste das coisas. Se a autoridade e posição das pessoas forem iguais e os seus desejos e disposições os mesmos, não haverá bens suficientes para todos e decerto todos se envolverão em luta. Se lutarem, haverá decerto caos e, havendo caos, ficarão decerto mais pobres. Os antigos reis odiavam tal caos e por isso estabeleceram ritual e yi [justiça] para dividir a humanidade. Fizeram-no de modo a escalonar os ricos e pobres, os nobres e plebeus, para que lhes pudessem atribuir posições. É essa a base para alimentar todos sob o Céu. Os Do-
cumentos dizem: “A igualdade total não é ordem”. Isto exprime o que quero dizer. Se os cavalos não estiverem confortáveis com a carruagem, ninguém se sentirá seguro nela. Se o povo comum não se sentir confortável com o governo, ninguém se sentirá seguro no seu cargo. Quando os cavalos não estão confortáveis com a carruagem, nada melhor que acalmá-los. Quando o povo comum não está confortável com o governo, nada melhor do que o tratar com generosidade. Escolhe os meritórios e os bons. Eleva os dedicados e respeitosos. Promove aqueles que são filiais e agem como bons irmãos mais novos. Dá abrigo a órfãos e viúvas. Assiste aos pobres e àqueles que se encontram em dificuldade. Se o fizeres, o povo comum se sentirá confortável com o governo. Quando o povo se sente confortável com o governo, todos se sentirão confortáveis nos seus cargos. Há um ditado: “O líder é o barco. O povo comum é a água. A água suporta o barco e a água o vira”. Isto exprime o que quero dizer. Assim, se o líder dos homens quiser estar seguro, o melhor é governar com imparcialidade e cuidar do povo. Se desejar a glória, o melhor é exaltar o ritual e respeitar os homens bem-criados. Se desejar grandes fei-
tos, nada melhor que elevar os meritórios e empregar os capazes. São estes os grandes regulamentos para se ser um líder de homens. Seguindo estes três regulamentos, os teus restantes actos deles decorrerão adequadamente. Se não te ativeres a estes três regulamentos, mesmo que todos os teus outros actos decorram adequadamente, nenhum bem deles virá. Confúcio diz, “Aquele que está correcto acerca dos grandes regulamentos e dos regulamentos menores é um líder superior. Aquele que está correcto acerca dos grandes regulamentos, mas se afasta dos regulamentos menores numas coisas. atendo-se a eles noutras, é um líder mediano. Aquele que está enganado acerca dos grandes regulamentos, mas esteja correcto a respeito dos inferiores, é alguém a quem não vejo possibilidade de mais qualquer acto”. O Marquês de Cheng e o Duque de Si foram ambos líderes que acumularam lucro e aplicaram cálculo à ordem das coisas, mas nunca conseguiram ganhar o coração do povo. Zichan foi alguém que ganhou o coração do povo, mas nunca consegui fazer funcionar o governo. Guan Zhong foi alguém que fez funcionar o governo, mas nunca chegou a cultivar o ritual. Assim:
Aquele que cultiva o ritual torna-se um verdadeiro rei. Aquele que faz funcionar o governo torna-se forte. Aquele que ganha o coração do povo torna-se seguro. Aquele que acumula lucro não dura muito. Por isso, o verdadeiro rei enriquece o povo. O hegemon enriquece a nobreza. Um estado que mal consegue sobreviver enriquece os seus grandes ministros. Um estado que perece enriquece os seus cofres e tesouraria. Quando os cofres e tesouraria estão cheios, mas o povo comum está na miséria, a isso se chama “transbordar em cima e vazar em baixo” – No próprio país não há protecção e no estrangeiro não se consegue fazer guerra e, assim, ser destronado ou destruído são coisas que se podem esperar de braços cruzados. Portanto: Se acumular lucro não durarei muito. O meu inimigo aproveita isso para se fortalecer. Acumular lucro é o caminho para atrair invasores, engordar os inimigos, destruir o estado e pôr em risco a nossa própria pessoa. Por isso, o líder iluminado não envereda por ele.
Tradução de Rui Cascais Xunzi (荀子, Mestre Xun; de seu nome Xun Kuang, 荀況) viveu no século III Antes da Era Comum (circa 310 ACE - 238 ACE). Filósofo confucionista, é considerado, juntamente com o próprio Confúcio e Mencius, como o terceiro expoente mais importante daquela corrente fundadora do pensamento e ética chineses. Todavia, como vários autores assinalam, Xunzi só muito recentemente obteve o devido reconhecimento no contexto do pensamento chinês, o que talvez se deva à sua rejeição da perspectiva de Mencius relativamente aos ensinamentos e doutrina de Mestre Kong. A versão agora apresentada baseia-se na tradução de Eric L. Hutton publicada pela Princeton University Press em 2016.
ARTES, LETRAS E IDEIAS 13
quarta-feira 4.11.2020
o Abril a rua
Divina comédia Nuno Migue Guedes
O
GOYA, QUE VALOR!
que é ter coragem? O medo de ter medo? Uma reacção determinada biologicamente (fugir ou lutar)? E para que servirá agora? A coragem aplica-se apenas a momentos grandiosos ou pode servir para o dia a dia? Não significa necessariamente desobedecer ou ir contra as circunstâncias – apenas uma fidelidade a algo a que não podemos fugir e que de repente se torna irreversível e urgente. Não existe um determinismo biológico em quem se lança para o meio das chamas para salvar um desconhecido, por exemplo. Do combatente heroico ao salvador voluntário que se lança para o perigo sem motivo nem conhecimento, passando pelo indivíduo que levanta a voz contra o que não deveria dizer a razão, a causa, parece-me, é igual: uma lealdade ao que se é, sem fugas e levada ao extremo. As viagens a regiões inóspitas, as lutas contra o que se acha injusto, alguém que confronta os seus para afirmar o que é.
Da coragem Sim, vou dizer outra vez a palavra que me parece que tudo reúne: honra. Ao que parece a palavra assusta por si só. Julgam-na anacrónica, medieva, gasta. A sua etimologia remete para o latim honos, que entre outras coisas significa dignidade. Não me surpreende, infelizmente, que haja poucos a praticá-la ou até a louvá-la.
Estes dias, mais do que outros, lembram-nos que a grande coragem começa pela simples existência. O que torna a urgência de nos honrarmos – a nós e aos outros – ainda maior. Que não nos faltem as forças
Pela minha parte lamento. É um atributo que vejo desaparecer em tudo o que é relação humana, com maior gravidade quando diz respeito a quem é mandatado para tomar decisões públicas. A honra é a verdadeira coragem. O que nos faz superar o que achamos que somos pelo bem do outro. A coragem nunca será solitária porque sempre reportará a alguém. Se ficar no espelho é vaidade e fanfarronice. A coragem não é ter: tantas vezes é desistir, o que a pode expor ao que se julga que a opõe: a cobardia. Deixar ir o que se amou ou acreditou sem luta ou resistência está em muitas ocasiões na vontade de um bem maior que no limite terá de prescindir de nós para acontecer, por mais sofrimento que isso nos possa causar. Estes dias, mais do que outros, lembram-nos que a grande coragem começa pela simples existência. O que torna a urgência de nos honrarmos – a nós e aos outros – ainda maior. Que não nos faltem as forças.
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Cineteatro 52
SALA 1
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COME PLAY [B]
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Um filme de: Jacob Chase Com: Azhy Robertson, Gillian Jacobs John Gallagher Jr. 14.30, 16.30, 21.30
VIOLET EVERGARDEN: THE MOVIE [B]
SALA 2
I STILL BELIEVE [B]
Um filme de: Jon Erwin, Andrew Erwin Com: KJ Apa, Britt Robertson Shania Twain 16.45
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C I N E M A
Um filme de: Ishidate Taichi 19.00
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PROBLEMA 54
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EURO
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BAHT
nova vítima morreu no hospital. Isso eleva o número total de mortos para dois homens e duas mulheres", disse um porta-voz do ministério à agência de notícias AFP, somando-se ainda a morte de um agressor.
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YUAN
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Pelo menos 17 pessoas ficaram feridas no ataque, segundo a agência de notícias AP. A Alemanha já reforçou o controlo na fronteira com a Áustria após os ataques em Viena, declarou a polícia alemã.
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S U D O K U 54 3 1 5 4 6 7 2 6 5 2 4 6 3 4 7
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O balanço de mortos nos ataques que ocorreram na segunda-feira à noite em Viena subiu para cinco, incluindo um agressor, de acordo com o Ministério do Interior austríaco. “Infelizmente, uma
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57FILME HOJE UM
SALA 3
THE WITCHES [B]
Um filme de: Robert Zemeckis Com: Anne Hathaway, Octavia Spencer Stanley Tucci, 14.30, 16.30, 19.30, 21.30
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O jornalista do Cazaquistão está de volta e, desta vez, com uma difícil missão: ir aos EUA e tentar que o país tenha uma relação bilateral mais próxima com o Cazaquistão. Borat, interpretado por Sasha Baron Cohen, deixa a família e a sua aldeia para trás mas, no meio da confusão, a filha acaba por o acompanhar na sua saga americana. Um filme com algumas tiradas de humor que fazem uma crítica certeira aos tempos estranhos que vivemos, a nível político e social. Andreia Sofia Silva
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BORAT, O FILME SEGUINTE | JASON WOLINER | 2020
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Um filme de: Marco Pontecorvo Com: Stephanie Gil, Sonia Braga, Joaquim de Almeida, Goran Visnjie 19.30
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FATIMA [B]
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FALADO EM CANTONENSE Um filme de: Imai Kazuaki 16.45, 19.00
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DORAEMON THE MOVIE: NOBITA’S NEW DINOSAUR [A]
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quarta-feira 4.11.2020
sexanálise
TÂNIA DOS SANTOS
N
Sexo com corpo
ÃO podia sugerir ideia mais banal que esta: o sexo faz-se com o corpo. Óbvio. O nosso sentido de consciência está conectado com este conjunto de moléculas, células e órgãos que nos transportam por este mundo. O problema é que este corpo é, muitas vezes, entendido exclusivamente pelos olhos do modelo bio-médico. O desenvolvimento de medicamentos para o tratamento de disfunções sexuais são um exemplo dessa visão. Se não há erecção sugerem-se uns compostos para ajudar a reverter a situação, sem grande reflexão de que este corpo é bem mais complexo do que isso. Este modelo também perpetua a assumpção de que estamos programados, como um computador, a reagir de determinada forma a estímulos. O sexo seria “natural”, tal com a maternidade. Seriamos compostos por algoritmos que prevêem comportamentos. Mas o corpo não está assim tão desconectado do mundo que habita. Molda-se e reage. O corpo que incorpora o social é outra proposta de corpo – esta, inspirada por Foucault. Ele foi dos primeiros a teorizar acerca das dinâmicas de poder sociais e institucionais que perpetuaram o binarismo de género e a heteronormatividade ao longo dos tempos. O corpo dança para responder às limitações de uma suposta normalidade. Neste caso, por exemplo, a disfunção eréctil seria contextualizada nas visões de masculinidade (e de ansiedade de performance) e a forma como estas imagens e pressupostos incomodam e limitam. Já muita investigação mostra que a não-erecção é resultado de dinâmicas às quais o viagra não conseguiria, sozinho, resolver. Ainda vos consigo oferecer mais uma perspectiva de corpo, inspirada no trabalho de Merleau-Ponty. Diria que é uma visão mais íntima e sensorial. A proposta é de que o corpo precisa de ser entendido como um espaço de processamento do mundo. Esse mundo que não precisa de ser verbal ou intelectual. A vida contemporânea ocidental tem contribuído para o contrário. Proveniente do
dualismo de Descartes levado ao extremo, actualmente, vive-se em dissociação constante com o corpo. Por isso é que o sexo com consciência e aceitação – que deixa a sensação fluir e fruir – é um estado raro. A indisponibilidade de dar um pouco de tempo à sensação é resultado da pouca importância que damos ao corpo e à sua própria linguagem. Quantas vezes é que se deixam sentir? Sem as distracções do costume: sem a cabeça cheia, sem o smartphone que não pára de tocar e sem os emails que não param de cair. A honestidade no sexo e na sexualidade depende da capaci-
A honestidade no sexo e na sexualidade depende da capacidade de nos ligarmos com o corpo. Por mais básica que esta proposta pareça, o processo pode ser teimosamente difícil
dade de nos ligarmos com o corpo. Por mais básica que esta proposta pareça, o processo pode ser teimosamente difícil. Se quisermos voltar ao exemplo da disfunção eréctil, há investigação recente que mostra que terapia de grupo com recurso a técnicas de meditação são bastante promissoras. Várias visões de corpo permitem reclamar o prazer de uma forma plural, complexa e inclusiva. Um exemplo extremo da visão bio-médica do corpo é o das crianças a quem os médicos decidem (!) se devem ter uma vulva ou um pénis quando nascem com genitais indefinidos. Só com propostas complexas sobre como interligar o social e o psicológico – com as suas representações e significado – e o corpo – com as suas sensações e subjectividade – é que entendemos de onde vêm os limites do sexo e de como é que podemos dar-lhes a volta. Como diz a genial Carmo Gê Pereira, educadora sexual e doutoranda em sexualidade humana, é preciso que todos sejamos polimorficamente perversos para reencontrar o prazer no corpo que habitamos e que merece ser explorado.
O melhor remédio contra as ofensas é desprezá-las. Mateo Alemán
PALAVRA DO DIA
quarta-feira 4.11.2020
Construção Salários de não-residentes registam quebra
Casamento falso Pedidos pormenores sobre legislação de crime
E
M interpelação escrita, a deputada Ella Lei questionou o Governo sobre o ponto de situação da legislação do crime de casamento falso, para combater esta situação. Recorde-se que em 2018 foi sugerida a criminalização do casamento falso no regime jurídico dos controlos de migração e das autorizações de permanência e residência, e que a maioria das opiniões da consulta públicas foi favorável à medida. No entanto, o secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, indicou em Abril deste ano que a legislação deste crime precisava de ser adiada devido urgência da legislação de outros assuntos relacionados com a subsistência da população. A legisladora quer também saber se o regime jurídico dos controlos de migração e das autorizações de permanência e residência tem medidas para combater o recrutamento falso de trabalhadores não residentes (TNR), apontando que a polícia desmantelou vários casos nos últimos anos. Ella Lei acrescentou ainda que alguns estrangeiros vieram para o território e se envolveram em acções criminais como agiotagem. N.W.
Os filhos da Europa Governo italiano propõe um ‘Patriot Act’ europeu para combater terrorismo
O
chefe da diplomacia italiana, Luigi Di Maio, propôs ontem um ‘Patriot Act’ europeu, semelhante à lei antiterrorista nos EUA, na sequência dos atentados ocorridos na segunda-feira em Viena. “Trata-se de tomar medidas que possam prevenir tragédias como as de Nice e Viena”, disse Di Maio, referindo-se ao ataque em França em que três pessoas foram mortas, há cinco dias, e ao ataque desta segunda-feira na capital austríaca. “Trata-se de começar a pensar em algo maior e que diga respeito a toda a União Europeia: um Patriot Act do modelo americano, por exemplo, porque hoje somos todos filhos do mesmo povo europeu”, explicou o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano. “A segurança de um Estado é a segurança de todos os outros. Falarei sobre isso nos próximos dias com os meus homólogos. Continuemos unidos contra todas as formas de terrorismo e de fanatismo”, acrescentou Di Maio.
O Patriot Act, adoptado em 2001 nos Estados Unidos na sequência dos ataques terroristas de 11 de Setembro desse ano, colocou restrições a um certo número de liberdades fundamentais e permitiu maior margem de manobra às agências de informações nas investigações de contra-terrorismo. “Parece-me evidente que a Europa e a Itália
“A segurança de um Estado é a segurança de todos os outros. Falarei sobre isso nos próximos dias com os meus homólogos. Continuemos unidos contra todas as formas de terrorismo e de fanatismo.” LUIGI DI MAIO MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS ITALIANO
não podem continuar a pronunciar apenas palavras de circunstância”, disse o chefe da diplomacia italiana, referindo-se às reações de líderes europeus perante o ataque em Viena. “Os problemas devem ser enfrentados. A União Europeia deve fortalecer os seus níveis de segurança”, concluiu Di Maio, pedindo “um fortalecimento dos controles sobre as mesquitas com a cooperação das comunidades islâmicas e do Islão moderado”.
CONDENAÇÃO GERAL
Também o Presidente italiano, Sérgio Mattarella condenou o ataque de Viena e se referiu à disponibilidade de Itália “colaborar com a Áustria na luta contra todas as formas de terrorismo”. Numa mensagem enviada ao seu homólogo austríaco, Alexander Van der Bellen, o chefe de Estado italiano expressou a “rejeição absoluta deste vil ataque aos valores comuns da liberdade e da coexistência pacífica”, dizendo que não pode haver “lugar para o ódio e violência na nossa casa comum europeia”.
O salário dos trabalhadores residentes da construção cresceu 1,1 por cento no segundo para o terceiro trimestre e cifrou-se na média de 959 patacas por dia. A tendência é oposta ao salário dos não-residentes que teve uma quebra de 0,6 por cento para as 618 patacas, de acordo com a Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC).
Caridade Marcha para um Milhão vai ser online
A 37ª edição da “Marcha de Caridade para Um Milhão” vai decorrer na manhã de 13 de Dezembro, mas desta vez sai das ruas de Macau para um formato online. A informação foi noticiada pelo canal chinês da Rádio Macau. A presidente do Fundo de Beneficência dos Leitores do Jornal Ou Mun, Tina Ho, explicou que a mudança se deve à pandemia pelo novo tipo de coronavírus. Tina Ho indicou que vai haver uma cerimónia de arranque simples, com residentes de Macau. Ao contrário de edições anteriores, não vão ser convidados atletas do Interior da China.
HABITAÇÃO ECONÓMICA FALSIFICAÇÃO RESULTA EM DOIS ANOS DE PRISÃO
U
PUB
M homem ajudou o irmão a falsificar uma certidão de emprego, com o objectivo de garantir a compra de uma habitação económica, e foi condenado com uma pena suspensa de dois anos e seis meses. Além disso, e uma vez que o esquema produziu o resultado desejado, o condenado aceitou ainda pagar uma multa de 100 mil patacas à RAEM no espaço de seis meses. A decisão foi revelada ontem pelo portal dos tribunais, e diz respeito a uma decisão do Tribunal de Segunda Instância. O caso
ocorreu em 2013. O condenado queria que o irmão, que vivia com a mãe, pudesse ter uma casa melhor, para o bem da família. Por isso, falsificou um certificado de emprego, a declarar que o irmão trabalhava para uma certa empresa, o que não correspondia à realidade. Esta declaração fez a diferença e a família obteve mesmo uma habitação económica, na Estrada de Seac Pai Van, em Coloane. Na primeira instância, o homem ia acusado de burla e foi condenado pela prática do crime de falsificação de documento.
Contudo, o Ministério Público (MP) recorreu da decisão e o TSI considerou que o acto considerou uma burla que prejudicou “não só o órgão do Governo, que sofreu um prejuízo indevido por vender a fracção construída ao arguido por um preço inferior ao valor do mercado […] mas também a outros residentes”. Face a esta conclusão, o homem foi mesmo condenado pela prática do crime de “burla de valor consideravelmente elevado”. A pena fica suspensa por quatro anos.