DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
SEXTA-FEIRA 4 DE DEZEMBRO DE 2020 • ANO XX • Nº 4665
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NATO | CHINA
HORA DE MEDIR FORÇAS GRANDE PLANO
“Cantigas” de Song STELLA-KAPEZANOU
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OPINIÃO
TURISMO NA ECONOMIA JOÃO ROMÃO
OBRAS
Mudanca ´˜ de padroes
Falhas do sistema
O parecer saído da Comissão da AL que analisa a execução orçamental de 2019, apesar de elogiar o trabalho do Gabinete de Supervisão dos Activos Públicos, considera, no entanto, que persistem falhas na fiscalização das empresas públicas e
recomenda que seja criada legislação sobre esta matéria. Quatro, das 20 empresas com dinheiros dos cofres do Governo, apresentaram défice tendo a Macau Investimento e Desenvolvimento declarado prejuízos de 41 milhões.
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MULHERES DE ITÁLIA GONÇALO M. TAVARES
COMO TEM PASSADO ? SARA F. COSTA
ÁGUA
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ANTÓNIO DE CASTRO CAEIRO
IC | RECHEIO DE CULTURA EVENTOS
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ELEIÇÕES
hojemacau ANOS
2 grande plano
4.12.2020 sexta-feira
A NATO anunciou esta terça-feira a aprovação de um relatório que “analisa o desenvolvimento militar” da China e as implicações que o crescimento chinês terá para a organização. O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês já reagiu e afirma estar disposto a cooperar e a dialogar com a NATO, sempre numa perspectiva de “desenvolvimento pacífico” e “cooperação com ganhos mútuos”
NATO
NOVOS
CHINA DIZ-SE DISPOSTA A C
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impor uma ameaça ou um desafio a nenhum país”. “Esperamos que a NATO possa olhar para o desenvolvimento da China de uma forma objectiva, aberta e positiva. O relatório diz que a NATO está aberta aos contactos e à cooperação com a China. A China também está disposta a levar a cabo um diálogo e cooperação com a NATO na base da igualdade e do respeito mútuo, por forma a fazer contribuições positivas para garantir a paz mundial e a estabilidade”, acrescentou Hua Chunying.
NOVA ABORDAGEM
O
secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, anunciou esta terça-feira que os ministros dos Negócios Estrangeiros da Aliança aprovaram um relatório que “analisa o desenvolvimento militar” da China e as implicações que terá para a NATO. “Concordámos num relatório abrangente, que analisa o desenvolvimento militar da China, a sua actividade crescente na nossa vizinhança e as implicações que tem para a resiliência da NATO, incluindo no que se refere à fusão de tecnologias e à nossa infraestru-
tura crítica”, referiu Stoltenberg em conferência de imprensa. As declarações foram feitas após uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) que contou também com a presença de parceiros do Japão, Austrália, Nova Zelândia e Coreia do Sul, tendo o tema principal sido "a mudança global no equilíbrio de poder com a ascensão da China". Também esta terça-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) da China reagiu a estas declarações numa conferên-
cia de imprensa protagonizada pela porta-voz Hua Chunying. “A China sempre aderiu ao desenvolvimento pacífico e uma cooperação com ganhos mútuos, por forma a garantir a visão comum, compreensiva, cooperativa e sustentável de segurança, e sempre defendeu uma estratégia que é defensiva na sua natureza”, lê-se numa transcrição publicada no website do MNE. A porta-voz declarou também que o “desenvolvimento da China tem promovido o progresso e a prosperidade do mundo, e não tem como objectivo ou não irá
O secretário-geral da NATO disse também que a China “não é um adversário” da Aliança, e pode criar “novas oportunidades” no tema do comércio ou do clima, mas “cria desafios”
Na terça-feira, o secretário-geral da NATO disse também que a China “não é um adversário” da Aliança, e pode criar “novas oportunidades” no tema do comércio ou do clima, mas “cria desafios”. “A China tem o segundo maior orçamento de defesa no mundo e está a investir fortemente em novas capacidades [militares]. E a China não partilha os nossos valores, mina os direitos humanos, intimida outros países e está a envolver-se cada vez mais numa competição sistémica connosco”, sublinhou o secretário-geral. Stoltenberg instou assim a “comunidade de democracias com ideias semelhantes” a “trabalhar em conjunto” de maneira a “reforçar a resiliência das sociedades, economias, instituições” e “defender a ordem [mundial] baseada em regras”. Para tal, o secretário-geral referiu que foram discutidas novas medidas de cooperação com os parceiros da NATO que vão da “partilha de informações” à “promoção de abordagens comuns incluindo no ciberespaço ou no fortalecimento global de regras e normas sobre, por exemplo, no controlo de armas”. “Nos últimos anos, vimos uma mudança significativa na nossa compreensão da China e uma crescente convergência dos pontos de vista tanto dentro da NATO, como com os nossos parceiros”, frisou Stoltenberg. Frisando que a NATO tem de ter “uma abordagem mais global” no futuro, Stoltenberg sublinhou, ainda assim, que a Aliança se mantém disposta a cooperar com a China. “Mantemo-nos preparados para colaborarmos com a China – como,
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sexta-feira 4.12.2020
EQUILIBRIOS ´
COOPERAR E A DIALOGAR
MICHAEL KAPPELER / POOL VIA AP / NTB
“A importância da resiliência aumentou à luz do facto de que agora estamos a lidar com as consequências do crescimento da China.” JENS STOLTENBERG SECRETÁRIO-GERAL DA NATO
aliás, já o estamos a fazer – enquanto potência emergente. Mas, enquanto potência emergente, a China também tem de respeitar a ordem internacional baseada em regras”, afirmou o secretário-geral da Aliança. Os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO estiveram PUB
reunidos virtualmente esta terça tendo discutido, além da China, o fortalecimento da presença militar da Aliança no mar Negro.
DA “RESILIÊNCIA”
Além da questão chinesa, o relatório da NATO também fala da necessidade de reforçar a sua
“O relatório diz que a NATO está aberta aos contactos e à cooperação com a China. A China também está disposta a levar a cabo um diálogo e cooperação com a NATO na base da igualdade e do respeito mútuo.” MNE DA CHINA
presença a oriente, nomeadamente na zona do Mar Negro e tendo em conta a presença militar russa na zona da Crimeia. Questionado sobre esta matéria, o secretário-geral da NATO assegurou que a organização sempre se pautou pela resiliência, algo “de grande importância”.
“Uma das questões que discutimos hoje foi a importância de nos reforçarmos daqui para a frente, a nossa resiliência em proteger as nossas infra-estruturas mais importantes, telecomunicações, a continuação de Governos, porque sabemos que a única forma de ter uma defesa forte é ter sociedades
fortes.” Jens Stoltenberg frisou também que “a importância da resiliência aumentou à luz do facto de que agora estamos a lidar com as consequências do crescimento da China”, um país que “está a investir bastante nas nossas infra-estruturas importantes”. Desta forma, “precisamos de assegurar as consequências disso em matéria de segurança e garantir que temos infra-estruturas seguras e que estamos dispostos a atingir os níveis necessários de resiliência”. O secretário-geral da NATO lembrou que a organização tem tido sempre a capacidade de adaptação num mundo em constante mudança. “Depois da anexação ilegal da Crimeia, decidimos aumentar a nossa presença militar no lado oriental da Aliança”, nomeadamente na Roménia, zona do mar Báltico e Polónia. “Um dos meus objectivos para a NATO de 2030 é garantir que a NATO mantém uma forte Aliança militar à luz das novas ameaças e desafios. Também dou as boas-vindas ao facto de os aliados estarem comprometidos em continuar a investir na Defesa”, frisou. A.S.S. com agências
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ELEIÇÕES DEMOCRATAS REJEITAM ALEGAÇÕES DE SONG PEK KEI SOBRE FINANCIAMENTO EXTERNO
Atirar o barro à parede
Macau (ANM), lembrou que esta nunca pediu fundos públicos. “Todos os deputados deviam falar de factos na AL, e se não houver factos que sustentem o seu discurso, não é razoável fazê-lo em público. Em Macau o campo pró-democracia enfrenta uma situação financeira difícil há muitos anos.” Sulu Sou diz não estar surpreendido com esta intervenção. “Conheço muitos políticos e eles falam sempre do financiamento do campo pró-democracia. Usam este ataque político para construir o cenário de que recebemos fundos públicos de países ocidentais.”
FOTOS RÓMULO SANTOS
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S deputados do campo pró-democracia de Macau afastam a ideia de um eventual financiamento por países estrangeiros nas suas actividades e campanhas eleitorais, depois de a deputada Song Pek Kei ter feito essa referência no debate sobre o relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) para a área da Segurança. Song Pek Kei disse que “muitos democratas de Macau estão muito familiarizados com alguns blocos ocidentais”. “As eleições para o
Conselho Legislativo de Hong Kong mostraram-nos que alguns fundos eleitorais dos democratas foram angariados junto do público, mas muitos vieram de instituições
AS NEGAS DE NG KUOK CHEONG
de países ocidentais. Não sei se este tipo de apoio atinge Macau, mas é melhor não”, disse no hemiciclo. “No passado alguns jovens de Macau reuniram com independentistas e democratas de Hong Kong, então qual é a relação entre eles? É necessária uma investigação da polícia. Se existir realmente [essa
O
deputado Ng Kuok Cheong disse que as palavras de Song Pek Kei estão “em conjugação com as intenções dos oficiais que gerem os assuntos de Hong Kong e Macau, para que este tema seja o foco”. Mas lembrou que, quando foi eleito, em 1992, chegou a ser convidado para ir aos EUA, mas recusou sempre. Ng Kuok Cheong diz não se recordar de quem o convidou. “Eram chineses e falavam cantonês. Ligavam-me ou iam directamente ao meu escritório.” “Depois de chegar aos EUA discutiríamos os pormenores dos subsídios. Quem me convidava dizia que as minhas acções beneficiavam o mundo e que devia continuar com este esforço. Incentivavam-me a dar mais atenção aos acordos mundiais sobre direitos humanos, sociedade e bem-estar. Acho que era um mecanismo permanente dos EUA”, adiantou. “Depois de 1993 não recebi mais convites. Acho que este tipo de subsídios não têm a intenção de desestabilizar um Estado, é apenas um favorecimento para fazer os trabalhos que beneficiam o mundo.”
“É uma falácia sem quaisquer provas.” AU KAM SAN DEPUTADO
ligação], então trata-se o caso segundo a lei”, defendeu a deputada ao HM. Song Pek Kei alerta para o facto de se realizarem eleições em 2021. “O secretário para a Segurança precisa de ter cuidado, pois no próximo ano há eleições.” Questionada sobre que provas tem para levantar esta questão, a deputada referiu que estas “estão acessíveis em meios online”. “O caso de Hong Kong e as práticas de alguns países já foram divulgadas pelos meios de comunicação. Pode procurar na Internet e aparecem muitas destas informações”, adiantou.
“Não me surpreende, conheço muitos políticos e eles falam sempre do financiamento do campo pró-democracia.” SULU SOU
Já Au Kam San considera que estamos perante “uma afirmação irresponsável”. “É uma falácia sem quaisquer provas. Se existe essa situação em Hong Kong? Não sei. As leis de Macau são claras, é preciso entregar a contabilidade para explicar a origem dos fundos e isso é regulado pela lei eleitoral. Ela [Song Pek Kei] é deputada e também conhece bem as leis que regulam a origem dos fundos para as eleições”, explicou. Andreia Sofia Silva (com S.F. e N.W.)
andreia.silva@hojemacau.com.mo
TUDO MENTIRA
Sulu Sou, deputado e membro da direcção da Associação Novo
GRANDE BAÍA LEI WAI NONG PRESIDE A REUNIÃO DA COMISSÃO DE COOPERAÇÃO
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secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, presidiu ontem à terceira reunião da Comissão de Cooperação Económica e Comercial entre o Interior da China e Macau, juntamente com
Wang Bingnan, vice-ministro do Comércio da China. Segundo um comunicado, ambas as partes “consideraram que o Interior da China e Macau obtiveram resultados faseados” relativamente ao combate à pande-
mia, bem como ao intercâmbio e cooperação económico-comercial. Macau e o Interior da China prometem agora “dar prioridade ao estreitamento da cooperação na construção da Grande Baía Guangdong – Hong
Kong – Macau, passando pelo fomento da concretização e de um maior alargamento e abertura do acordo CEPA”. Wang Bingnan apresentou três propostas relativamente a Macau, que passam pela sua “in-
tegração no grande ciclo nacional”, o desenvolvimento do Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas e “outras plataformas prioritárias”, além do lançamento de “novas medidas favorá-
veis à promoção da construção da plataforma sino-lusófona de Macau”. A terceira medida passa por implementar “medidas multifacetadas e sinergia de esforços, na diversificação adequada da estrutura económica” de Macau.
RÓMULO SANTOS
A deputada Song Pek Kei falou da possibilidade de os democratas de Macau serem financiados por países estrangeiros por “estarem muito familiarizados com alguns blocos ocidentais”. Au Kam San fala em “falácia sem provas”, Sulu Sou diz que o campo pró-democracia sempre teve dificuldades financeiras
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A
2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa reconheceu o trabalho do Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos da RAEM, nomeadamente através da publicação das instruções para a divulgação de informações por empresas de capitais públicos. No entanto, considera que estas acções não são suficientes e que falta regulação. “Embora as referidas instruções possam melhorar a transparência financeira das empresas de capital público, ainda não podem resolver a falta de um mecanismo regulador para as empresas de capital público. Assim, pelo exposto, espera-se que o Governo proceda à melhoria e à definição, o mais rápido possível, do regime jurídico sobre a fiscalização das empresas de capital público”, diz o parecer sobre o relatório da execução do orçamental do ano passado. Das 20 entidades com capital do Governo, quatro apresentaram défice. A Macau Investimento e Desenvolvimento, por exemplo, teve prejuízos de 41 milhões de patacas. A Transferência Electrónica de Dados – Macau EDI Van, a Macau Investimento e Desenvolvimento, e a Matadouro de Macau também assinalaram perdas. As restantes entidades tiveram saldo positivo, ou registaram um equilíbrio entre as receitas e as despesas. Os deputados apontam que as despesas para empresas de capitais públicos assumidas pelo Governo “envolvem um montante bastante elevado” e que as previsões são “mais ou menos” precisas. Porém, tendo em conta uma taxa de execução inferior a 50 por cento no ano passado, deixaram outro conselho: “o Governo deve, no futuro, aquando da elaboração do orçamento, avaliar prudentemente a precisão e viabilidade dos planos de financiamento das empresas de capitais públicos”.
CAPITAIS PÚBLICOS COMISSÃO PEDE REGIME DE FISCALIZAÇÃO DE EMPRESAS
Contra zonas cinzentas
Apesar de terem sido lançadas instruções para que as empresas de capitais públicos divulguem informações, a 2.ª Comissão Permanente entende que falta um mecanismo regulador e pede legislação para a sua fiscalização
Os principais projectos de investimento que não se realizaram de acordo com o previsto foram as injecções de capital no Parque de Cooperação Jiangsu-Macau, de 1,2 mil milhões de patacas, e no Fundo de Cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa, de 1,46 mil milhões.
PENSAR DUAS VEZES
A Comissão indica ainda que deve ser criado, “quanto antes”, um plano a longo prazo para resolver a situação do Fundo de Pensões. “O Governo deve encarar a situação de que as receitas resultantes das contribuições das pensões não são suficientes para pagar as pensões e outras prestações, e as diferenças vão ficar cada vez maiores”, alerta a Comissão. É ainda apontado que as receitas de investimento
“Espera-se que o Governo proceda à melhoria e à definição, o mais rápido possível, do regime jurídico sobre a fiscalização das empresas de capital público.” PARECER DA 2.ª COMISSÃO PERMANENTE
Táxis Pedida suspensão de coimas por ausência de sistema inteligente Uma petição assinada por 1.005 taxistas foi entregue ontem ao Chefe do Executivo Ho Iat Seng, com o objectivo de pedir a suspensão das coimas que começaram ontem a ser aplicadas para os condutores que não tenham instalado o sistema inteligente nos seus veículos. Segundo um comunicado divulgado ontem, os peticionários alegam que o sistema não é fiável e que devido às falhas técnicas do sistema de GPS têm vindo a perder receitas. Outro dos pro-
blemas, está relacionado com o montante de 300 patacas mensais de taxa de serviço, encargo sobre o qual “os taxistas não foram consultados”. Sob o pretexto de que devido à pandemia “as receitas dos taxistas desceram drasticamente” o documento pede ainda seja encontrada uma solução para suportar os encargos das taxas de serviço e que o Governo informe o sector sobre as condições de instalação, quando terminar o contrato com o actual fornecedor.
A
foram “satisfatórias”, mas que o fundo financeiro acarreta riscos de prejuízo. Por outro lado, alguns membros questionaram se a continuidade do Fundo para Bonificações do Crédito à Habitação deve ser repensada, dado que 40 mil
administração de condomínio dos edifícios Wang Kin e Wang Hoi entregou ontem uma petição ao Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, onde pede apoios na gestão dos edifícios privados ao nível jurídico e arbitral. A responsável da administração, de apelido Wu, defendeu que o Governo deve dar mais apoio à gestão feita pelos condomínios, nomeadamente que possa ser prestado apoio legal na resolução de conflitos relacionados com a disputa de propriedade nos parques que estacionamento dos edifícios. Segundo Wu, o Instituto de Habitação (IH) deveria ainda considerar a disponibilização
patacas foram usadas para pagar subsídios, mas 640 mil patacas da despesa consistiram no pagamento anual do Fundo em honorários à Caixa Económica Postal. Também o Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes gerou atenção, uma vez que as
despesas efectivas com o Metro Ligeiro foram de apenas 150 milhões de patacas, tendo os deputados considerado que houve “um grande desaproveitamento” do orçamento.
Ajuda, precisa-se
Condomínios pedem apoio legal na gestão de conflitos
de espaços para as reuniões de condomínio, prestar auxílio na verificação do programa das convocatórias quanto à sua legalidade e enviar pessoal para ajudar a esclarecer problemas que surjam no decorrer da reunião. Por seu turno, Chan Lok Kei, chefe do escritório do deputado Sulu Sou que acompanhou Wu, apontou que, como as administrações de condomínio dos edifícios privados são organizações sem fins lucrativos, faltam recursos financeiros para assumir as
despesas de eventuais gastos administrativos quando não são respeitados os regulamentos do Código Civil.
INTERVENÇÃO URGENTE
Afirmando que as organizações ficam assim impedidas de pedir apoio legal, Chan Lok Kei sugere que sejam feitas alterações ao regime geral do apoio judiciário, permitindo a sua inclusão. Além disso, o responsável lembra que o Centro de Arbitragem de Administração Predial (2011-2020), entretanto revo-
Salomé Fernandes
andreia.silva@hojemacau.com.mo
gado, não resolveu qualquer caso com sucesso devido ao mecanismo de arbitragem voluntária bilateral. Perante este cenário, Chan Lok Kei defende a substituição da arbitragem obrigatória. Chan Lok Kei apontou ainda que, por causa do adiamento dos trabalhos legislativos, os promotores dos empreendimentos continuam a lançar processos para ocupar os lugares de estacionamentos dos edifícios construídos antes de 1996, altura em que era impossível obter o respectivo registo. Por isso, aponta que o Governo deve estudar com urgência soluções para o problema. N.W.
6 sociedade
RÓMULO SANTOS
4.12.2020 sexta-feira
SMG Temperaturas descem aos 12°C
Entre hoje e amanhã vai estar mais frio. Segundo os Serviços Metereológicos e Geofísicos (SMG) o índice de temperatura até domingo é considerado “frio”, com as temperaturas a descer até mínimos de 12°C. As temperaturas máximas não serão superiores a 19°C e o céu estará geralmente pouco nublado. Quanto ao vento, são esperadas rajadasde força 4 a 6 do quadrante norte.
Cooperação Associação Sino-lusófona na USJ
André Cheong, porta-voz do Conselho Executivo “Já adoptámos um nível bastante elevado em comparação a outras regiões.”
URBANISMO PROPOSTOS PADRÕES INTERNACIONAIS DE GARANTIA DE QUALIDADE DAS OBRAS
Pilares de segurança
O Regulamento Geral da Construção Urbana sugere um aumento da garantia da qualidade da estrutura principal dos edifícios para dez anos, à semelhança dos padrões internacionais. O Executivo quer que seja possível suspender a água e electricidade em locais com obras ilegais quando as ordens de embargo não forem cumpridas
O
Governo quer que as construtoras assegurem a garantia da qualidade das obras por dez anos no caso de fundações ou da estrutura principal dos edifícios. O prazo actual de cinco anos mantém-se apenas para as restantes instalações. O reforço das exigências quanto à qualidade das obras foi apresentado como um dos principais pontos da nova proposta de lei do Regulamento Geral da Construção Urbana, discutida no Conselho Executivo. A opção pelo prazo de dez anos corresponde ao que está estabelecido nos padrões internacionais. “Tomámos referência dos padrões gerais nos outros países e regiões”, disse Chan Pou Ha, diretora dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). Já André Cheong indicou que em Portugal a garantia da estrutura é de apenas oito anos, e frisou que o prazo sugerido não significa que a responsabilidade dos construto-
res termina ao final dos dez anos. Dando como exemplo um edifício que caia passados vinte anos por problemas de planta ou dos materiais utilizados, o porta-voz do Conselho Executivo declarou que “verificando que há elementos criminais, então o construtor também terá responsabilidade criminal”. “Já adoptámos um nível bastante elevado em comparação a outras regiões. Quanto a esta questão do prazo, acredito que na Assembleia Legislativa também vão debater fortemente sobre o tema”, comentou o também secretário para a Administração e Justiça. Para aumentar a responsabilidade dos proprietários, a lei impõe obras de conservação dos edifícios passados dez anos da data de licença de utilização, e em cada cinco anos subsequentes. Se houver sinais de falta de conservação, a DSSOPT pode também pedir aos proprietários para apresentarem um relatório sobre o estado do edifício.
Está ainda prevista a possibilidade de a DSSOPT adjudicar a apreciação de projectos de obras a outras entidades. André Cheong garantiu que se no futuro o Governo considerar necessário recorrer a esse mecanismo, haverá regras para a selecção da entidade.
INCENTIVO AO VOLUNTARISMO
Com este regulamento, criam-se novos mecanismos para lidar com as obras ilegais. Caso não sejam cumpridas ordens de embargo ou de correcção de deficientes condições de segurança, pode ser suspenso o fornecimento de água e a energia eléctrica no local da obra. As multas para as infracções também vão aumentar, sugerindo-se montantes entre 2.500 patacas a um milhão para pessoas singulares e 5.000 a dois milhões para empresas. Além do plano de apoio financeiro a demolições voluntárias de construções ilegais, o Governo criou novas “medidas de incentivo” para se cumprirem as regras.
Quem tomar a iniciativa de demolir fica isento de multa, enquanto o valor a pagar fica pela metade se a demolição voluntária tiver lugar já depois de uma audição prévia. Dados da DSSOPT, dos primeiros nove meses do ano, mostram que foram abertos 682 casos de obras ilegais e que se registaram 62 casos de demolição voluntária. Questionada sobre as obras ilegais em terraços, Chan Pou Ha disse que “é um trabalho importante da OP (Obras Públicas), porque essas obras ilegais podem trazer algum perigo”.Aresponsável declarou que mediante aviso a maioria dos casos procedeu à demolição voluntária e que “pouco a pouco estamos a tentar corrigir todas essas situações”. O secretário espera que a proposta de lei esteja concluída antes de Agosto de 2021. Salomé Fernandes
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Jorge Valente, presidente da Associação Sino-Lusófona da Indústria e Promoção de Intercâmbio Cultural e Danny Chau, presidente do conselho fiscal da associação, realizaram esta quinta-feira uma visita à Universidade de São José (USJ) para “discutirem a perspectiva de cooperação entre indústrias, universidades e pesquisas”. Os dois elementos da associação reuniram com Álvaro Barbosa, vice-reitor da USJ. Jorge Valente disse que “existe um grande entrave em projectos na área da indústria, ciência e tecnologia devido ao surto epidémico este ano”. O empresário defendeu que deve ser feito um aproveitamento “da cooperação entre indústrias e universidades para contribuir para a diversificação industrial de Macau”.
Maratona Evento acolhe 12 mil atletas no domingo
No total, são 12 mil os atletas inscritos para participar na 39.ª edição da Maratona Internacional de Macau. A informação foi avançada ontem em conferência de imprensa pelo presidente do Instituto do Desporto (ID), Pun Weng Kun. Entre outros pontos de referência, o percurso da edição deste ano continua a passar pela Ponte Governador Nobre de Carvalho, edifício histórico do Património Mundial do Templo de A-Má e a Ponte de Sai Van. Foi ainda avançado que, a partir das 23h de sábado serão implementadas medidas de controlo de tráfego em algumas vias públicas, sendo os restantes acessos vedados ao trânsito a partir das 4h de domingo. Por isso, durante as provas, a organização apela à utilização da Ponte da Amizade para efectuar a travessia entre Macau e a Taipa e da Avenida do Aeroporto ou da Estrada do Istmo para circular entre a Taipa e Coloane.
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Fai Chi Kei Creche com 19 casos de gastroentrite
AP
sexta-feira 4.12.2020
Uma creche localizada na Habitação Social do Fai Chi Kei registou um caso de infecção colectiva de gastroenterite que afectou 18 alunos e um trabalhador. De acordo com uma nota divulgada ontem pelos Serviços de Saúde (SS), o primeiro paciente começou a ter sintomas na passada terça-feira, sendo que no dia seguinte “outros pacientes apresentaram sucessivamente sintomas de vómitos, diarreia e febre”. Segundo os SS, tendo em conta a hora de ocorrência da doença, sintomas e o período de incubação foi excluída a possibilidade de gastroenterite alimentar, sendo “provável” que o caso esteja relacionado com uma “infecção viral”, como o norovírus e o rotavírus. A via de transmissão inclui o consumo de alimentos ou água contaminados, contacto com objectos contaminados ou vómitos e dejectos de pessoas doentes. Os SS afirmam estar a “acompanhar e a investigar o caso”.
CRIME EMPRESA FICTÍCIA LUCROU 31,5 MIL PATACAS COM REGISTO DE CARTÕES PRÉ-PAGOS
A
Polícia Judiciária (PJ) deteve quatro residentes de Macau, suspeitos de praticarem os crimes de falsificação de documentos e associação criminosa. Em causa, está a criação de duas empresas fictícias, que serviam para registar cartões de telemóvel pré-pagos que eram depois revendidos. Segundo revelou ontem o porta-voz da PJ em conferência de imprensa, ao todo, foram registados 21.000 cartões pré-pagos que eram depois vendidos para o exterior por 1,5 patacas, por unidade. No total, os suspeitos, que trabalham na gestão de uma empresa de telecomunicações de Macau, terão lucrado 31,5 mil patacas com o negócio. O alerta para o caso chegou de Taiwan, via Interpol. Segundo a PJ, os cartões pré-pagos, que foram enviados para o exterior através do uso de passaportes chineses falsos, terão sido usados em casos relacionados com prostituição e burla. Recorde-se que, segundo a Lei da Cibersegurança, desde 2019, os utilizadores dos cartões pré-pagos devem efectuar um registo para os poderem utilizar. P.A.
O suspeito de 16 anos (…) admitiu ter partilhado os vídeos e estar consciente de que a vítima é uma menor de 13 anos
PORNOGRAFIA ESTUDANTE DETIDO POR PARTILHAR VÍDEOS DE MENOR
Vingança digital
Vítima de 13 anos apresentou queixa à PJ após o vídeo de índole sexual que gravou para enviar ao suspeito, ter sido partilhado pelos colegas da escola. O suspeito tem 16 anos e alega ter partilhado o conteúdo para se vingar das atitudes da vítima. Outros três estudantes terão partilhado o mesmo conteúdo
U
M estudante local de 16 anos foi detido na passada segunda-feira por suspeita de praticar os crimes de pornografia de menor e devassa da vida privada. Em causa está a partilha de vídeos de índole sexual, cuja única interveniente é uma menor de 13 anos. Segundo revelou ontem a Polícia Judiciária (PJ) em conferência de imprensa, o caso terá começado em Setembro deste ano, quando a vítima de 13 anos, também ela estudante, iniciou uma relação amorosa com o suspeito, depois de se terem conhecido online. Sem nunca terem travado contacto presencial, a vítima terá
gravado vários vídeos de si própria “sem roupa” com o objectivo de os enviar ao namorado virtual. No entanto, pouco depois do envio dos vídeos, os dois decidiram colocar termo à relação. No dia 20 de Novembro, enquanto estava na escola, a vítima apercebeu-se de que os vídeos que tinha registado e enviado ao suspeito, estavam a circular pelos seus colegas. Dias depois, no dia 30 do mês passado, juntamente com os seus encarregados de educação, a menor dirigiu-se à polícia para apresentar queixa, expondo o caso e confirmando ter gravado e enviado os conteúdos. A PJ viria a deter o suspeito de 16 anos em casa, que admitiu
ter partilhado os vídeos e estar consciente de que a vítima é uma menor de 13 anos. De acordo com o porta-voz da PJ, o suspeito, que frequenta uma escola na zona norte de Macau, alegou ter agido dessa forma para se vingar, porque a vítima “dizia mal dele”. No decorrer da investigação, a PJ revelou ainda que, no mesmo dia da detenção, e com a colaboração da escola frequentada pela vítima (que não é a mesma do suspeito), contactou mais três estudantes que transmitiram também os mesmos vídeos.
NA ORDEM DO DIA
O caso seguiu para o Ministério Público (MP), onde o suspeito vai
responder pela prática de crimes relacionados com “pornografia de menor”, podendo ser punido com uma pena de prisão de 1 a 5 anos e “devassa da vida privada”, pelo qual pode ser punido com pena de prisão até 2 anos ou com pena de multa até 240 dias. Sobre o crime de “pornografia de menor”, em causa está o artigo do Código Penal que prevê a produção, distribuição, venda, importação, exportação ou difusão “a qualquer título ou por qualquer meio” ou aquisição e detenção para esses fins, de materiais relacionados com pornografia infantil. Recorde-se que os casos de pornografia de menores têm estado na ordem do dia, dado que, apesar de o relatório sobre a criminalidade divulgado na semana passada revelar que, entre Janeiro e Setembro de 2020, o número total de crimes caiu 33,1 por cento, os casos de abuso sexual de crianças e pornografia de menores aumentaram no mesmo período. O relatório revela que, ao fim de nove meses, “a polícia resolveu no total 59 casos de ‘pornografia de menor’”, tendo sido presentes 29 suspeitos ao MP “para efeitos de averiguação”. Pedro Arede
pedro.arede.hojemacau@gmail.com
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Dar corda à história IC UM HERÓI E FESTIVIDADES PORTUGUESAS REPRESENTADOS POR MARIONETAS
O último mês do ano é marcado por actuações todos os fins de semana – na zona das Casa da Taipa e no Porto Interior – que dão a conhecer desde festividades tradicionais portuguesas ao passado de Macau. O Porto Interior é também ponto de passagem devido a 25 murais pintados por grafitters locais
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STE fim de semana, o Adro da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, recebe duas actuações de teatro de marionetas, comunicou o Instituto Cultural (IC). “O Barbeiro” e “O Arraial” são promovidos pela Casa de Portugal e cada um dos espectáculos pode ser visto pelo público em três dias diferentes ao longo do mês. As histórias centram-se num herói português e nas festividades tradicionais lusitanas, respectivamente. Os dois teatros de marionetas fazem parte de um conjunto de espectáculos que sobe ao palco na Taipa durante os fins de semana de
Património Reparações no Museu Memorial de Zheng Guanying
A partir do próximo domingo, o Instituto Cultural (IC) vai dar início a uma série de reparações no Museu Memorial de Zheng Guanying, na Casa do Mandarim, tendo em vista a conservação daquele lugar histórico. Os trabalhos irão incidir principalmente na reparação da parede em vidro e da parede exterior do edifício, não afectando por isso as visitas do público, que poderá deslocar-se ao local, como habitualmente, diariamente das 10:00 às 18:00 horas, excepto à quarta-feira, informa o IC em comunicado A entrada é gratuita.
Dezembro. Os eventos, que duram cerca de meia hora, têm todos três sessões por dia: às 14h, 15h30 e às 17h sendo abertos ao público em geral. Nos dias 12 e 22 de Dezembro é a vez de “O Vendedor de Histórias” dar conhecer ao público elementos da história de Macau, nas Casas da Taipa. A peça de teatro móvel da Associação Teatro de Sonho combina a narração de histórias com teatro de marionetas. Já o “Poema de Pedro e Inês”, da autoria do The Funny Old Tree Theatre Ensemble, acontece nos dias 24 e 25 de Dezembro. A peça não tem lugar fixo, passando pelas Casas da Taipa, o Jardim Municipal
da Taipa e a Fonte dos Amores. Explora “a arquitectura portuguesa e a obra de um poeta português para encenar uma história de amor solene”, descreve o IC. Estas duas iniciativas decorrem em cantonense.
FACHADAS TRANSFORMADAS
Noutro ponto do território, a zona do Porto Interior recebe todos os fins de semanas a peça “Regresso de Barco” da autoria da Associação de Dança Ieng Chi. Em cada sessão, a rota passa pela Praça de Ponte e Horta, a Rua do Bocage e a Ponte nº9, para contar o passado e presente do Porto Interior. As explicações sobre os ecos do passado são complemen-
Os dois teatros de marionetas fazem parte de um conjunto de espectáculos que sobe ao palco na Taipa durante os fins de semana de Dezembro
tadas por actuações de dança ligeira. Há limite de vagas, e as inscrições podem ser feitas através da página electrónica do IC. Na zona do Porto Interior criaram-se ainda outros pontos artísticos de passagem. Os grafitters de Macau Lam Ka Hou e Anny pintaram 25 murais na fachada dos armazéns da
Nam Kwong, na Rua do Almirante Sérgio. “Os murais, baseados na vida quotidiana do Porto Interior, revelam elementos novos e antigos [no local], evidenciando igualmente a fusão entre as culturas chinesa e ocidental que caracteriza esta zona”, diz a nota. Salomé Fernandes
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MÚSICA ORQUESTRA DE MACAU ANUNCIA CONCERTOS DE NATAL E ANO NOVO
C
OM o aproximar da época festiva, a Orquestra de Macau vai apresentar vários concertos e mini-concertos de Natal e ainda um concerto de Ano Novo, revelou ontem o Instituto Cultural (IC), em comunicado. O primeiro espectáculo do mês será o mini-concerto “Música na Galeria Tap Seac” e terá lugar no dia 11 de Dezembro, pelas 18h na Galeria Tap Seac. Durante o concerto serão apresentadas peças de Mendelssohn e Tchaikovsky. A entrada é livre e a inscrição para levantar os bilhetes pode ser feita a partir de 4 de Dezembro. Por seu turno, o “Concerto de Natal – Delícias de Natal”, terá lugar nos dias 18 e 19 de Dezembro, pelas 19h, no The Spectacle do MGM Cotai, sob a batuta de
Francis Kan, maestro assistente da Orquestra de Macau. O espectáculo conta com excertos do bailado “O Quebra-nozes” de Tchaikovsky, a apresentação de Aquário de “O Carnival dos Animais” de Saint-Saëns e a “Abertura de Natal” de Coleridge-Taylor. A entrada é livre e não é necessária inscrição prévia. Por último, o concerto “Estrelas em Viena – Concerto de Ano Novo”, terá lugar no dia 31 de Dezembro de 2020, pelas 20h, no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau. Para saudar o ano novo, o programa do concerto contará com obras maravilhosas, incluindo “O Danúbio Azul” e “Wo die Zitronen blühen” de Johann Strauss II e excertos de Romeu e Julieta de Charles Gounod. Os bilhetes já estão à venda e custam entre 150 e 400 patacas. P.A.
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grupo de reflexão Conselho Europeu das Relações Externas (ECFR, na sigla inglesa) considera, num relatório ontem divulgado, “inevitável” um maior envolvimento e diálogo entre a União Europeia (UE) e a China nas questões climáticas. “O envolvimento com a China no clima é inevitável - simplesmente porque a China tem um impacto muito significativo na segurança climática europeia”, lê-se nas recomendações do relatório que reconhece, no entanto,
4.12.2020 sexta-feira
UNIÃO EUROPEIA DIÁLOGO CLIMÁTICO COM CHINA É “INEVITÁVEL”
Conversa limpa que “os obstáculos à cooperação estão a tornar-se maiores”, dada a complexidade das relações entre Bruxelas e Pequim. Ainda assim, a UE não pode evitar o tema do clima no diálogo com a China, dado que a economia limpa
é cada vez mais central para o crescimento, comércio e investimento dos 27, e terá que gerir “colectivamente as dimensões competitivas das políticas climáticas da China e do bloco - ajuda estatal no sector da energia verde, a proposta de um
Mecanismo de ajustamento das fronteiras de carbono, a inovação e propriedade intelectual. Pequim opõe-se frontalmente à imposição de taxas sobre emissões de dióxido de carbono, comprometendo o objectivo do mecanismo,
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EUA Restringidos emissão de vistos para membros do PCC O Governo dos Estados Unidos aprovou regras novas e mais rígidas visando restringir a entrada de membros do Partido Comunista Chinês (PCC) no seu território, informou ontem o jornal norte-americano The New York Times. As novas restrições, que entraram em vigor na quarta-feira, encurtam a duração dos vistos para membros do PCC e familiares directos de dez anos para um mês, e só permitem uma entrada no país, segundo o jornal, que cita um porta-voz do departamento de Estado norte-americano. “Durante
décadas, permitimos ao PCC ter acesso livre e desimpedido às instituições e negócios norte-americanos, enquanto esses mesmos privilégios nunca foram dados aos cidadãos norte-americanos na China”, disse o porta-voz. Os restantes cidadãos chineses podem continuar a requerer vistos de visita válidos por dez anos e com múltiplas entradas. As novas restrições podem teoricamente abranger cerca de 270 milhões de pessoas, entre membros do PCC e os seus familiares próximos.
HK Tribunal nega fiança a Jimmy Lai Um tribunal de Hong Kong negou ontem a fiança ao magnata dos ‘media’ Jimmy Lai e activista pró-democracia, acusado de fraude, no momento em que se somam processos judiciais contra dissidentes e críticos de Pequim. Lai, de 73 anos, é o dono do jornal Apple Daily, conhecido pelo empenho na luta no campo pró-democracia e pelas duras críticas ao executivo de Hong Kong, alinhado com Pequim. O magnata e dois dos seus principais quadros
dirigentes, Royston Chow e Wong Wai-keung, foram ontem presentes a um juiz, acusados de fraude. Ao contrário do que sucedeu com Lai, o magistrado permitiu que os outros dois dirigentes saíssem em liberdade, mediante pagamento de fiança. O juiz justificou a decisão de não permitir a fiança a Lai por entender que existe o risco de fuga e podia reincidir no crime. A apreciação do caso em tribunal foi adiada para 16 de Abril.
cujos detalhes só serão conhecidos no próximo ano. O ECFR destaca que a cooperação entre a UE e a China pode ser do interesse da Europa se esta estabelecer linhas vermelhas e pontos de referência claros, adiantando que Pequim já manifestou o seu empenho no multilateralismo e na cooperação climática.
BOA COMPETIÇÃO
Nas recomendações para a UE, o relatório salienta ainda que “à medida que a UE e a China transformam rapidamente as suas economias para se alinharem com os seus ambiciosos objetivos climáticos, irá aumentar a concorrência em torno de tecnologias, quotas de mercado e normas”.
“O envolvimento com a China no clima é inevitável simplesmente porque a China tem um impacto muito significativo na segurança climática europeia.” CONSELHO EUROPEU DAS RELAÇÕES EXTERNAS
“Gerida adequadamente, a concorrência pode encorajar uma corrida ao topo e impulsionar a inovação em tecnologia verde”, lê-se no texto que alerta ainda para o perigo de uma concorrência mal gerida aumentar “disputas relacionadas com o comércio de produtos e normas de baixo carbono” podendo mesmo pôr em risco não só a relação geopolítica mais ampla entre a Europa e a China, mas também o Pacto Ecológico Europeu. A nível mundial, segundo dados do ECFR, a China é responsável por 28 por cento das emissões de gases com efeito de estufa e metade das centrais elétricas a carvão em construção estão no seu território.
sexta-feira 4.12.2020
Tenho o olhar preso aos ângulos escuros da casa
entre oriente e ocidente Gonçalo M. Tavares
Mulheres de Itália (13) Cleo dança ao pé coxinho o twist and shout simulando só ter uma perna. Cleofe abriu a janela e está a chamar nomes ao Presidente da República, mas nem sequer sabe o nome dele. Cleopatra é a primeira passageira a entrar no autocarro e hesita. As coisas fáceis sempre a baralharam. Cloe está a aprender a atar os atacadores, parece um labirinto de fios mas são só dois. Clorinda experimentou três batons diferentes com três cores bem diferentes e tem ao lado um guardanapo que parece agora ser um objecto de um atelier de pintura. Cointa acabou de bater no carro da frente e a sua primeira lição de condução acaba como acabou o seu casamento. Colomba puxa a saia para cima mal sai do prédio, mas da varanda a mãe está a ver e vai contar ao pai. Concetta está no quarto 36 e grita muito e fala um italiano que não se percebe. Consolata está a ler uma história de quadradinhos do Astérix e tem a sua mão esquerda dentro das cuecas, junto ao sexo. Cora está a rever as gralhas da sua tese de mestrado sobre a forma como os instrumentos de percussão foram aparecendo na Europa e pensa que, da primeiro página à última, tudo é perfeitamente inútil. Cordelia está descontente com a linha recta que faz com a cocaína e farta-se de rir com a ideia de fazer uma circunferência que a obrigue a sair do sítio. Corinna está ao lado de Cordelia e também sente que ela suga com as narinas a cocaína numa circunferência perfeita que não tem início nem fim. Cornelia lê um verso de que fala de um remédio que cura a tosse e a tristeza.
ILUSTRAÇÃO ANA JACINTO NUNES
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FICÇÃO, ENSAIO, POESIA, FRAGMENTO, DIÁRIO
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4.12.2020 sexta-feira
Como tem passado?
Expectoracão ´
Sara F. Costa
“O sofrimento passa. Se a vida, que é tudo, passa por fim, como não hão-de passar o amor e a dor, e todas as mais coisas, que não são mais que partes da vida?” Fernando Pessoa, em Carta a Ophélia Queiroz - 29 Nov. 1920
A
LGUÉM passa à janela de sombra vazia. Pressinto a sua solidão. Os olhos que lhe cheiram a vento. Vai encarcerar-se mais cedo ou mais tarde, atrás da porta do quarto, no silêncio obrigatório dos divertimentos possíveis. Conheço gente assim. Pessoas trancadas que lêem cappucinos e bebem Cruzeiro Seixas. Gente incansavelmente alta que se estende para lá de si mesma para ver uma onda casual num mar permanente. Passam por elas madrugadas sem olfato. Por entretenimento, travam uma batalha com um peixe-mistério que se infiltrou na frota. Jantam as suas espinhas. Aquele quarto podia ser um poema mas é antes uma equação. Quantos óbitos se confirmam entre os recuperados? Vários webinars depois, o sol não parece menos contagioso do que ontem. Mas elas põe o coração de quarentena, reorganizam armários e lavam as mãos como quem lava os pés, como quem compreende o Inverno melhor do que os outros. E eu na fila de espera. Nós na fila de espera. Sento-me à máquina de escrever para te falar do meu dia. Este novo dia no novo normal. Esquecer-me de palavras: também eu deixei a minha sombra vazia e abandonei paisagens. A minha paisagem é esta, uma rua perto do mar por onde passam transeuntes ocasionais. Outrora foi uma visão para a metrópole pós-punk que é Pequim, noutra foi uma pequena estrada de passagem em Lisboa, noutra era um campo em Braga. É novamente dezembro. Mês de fecho. Fazem-se as várias contas, as referentes a contabilidade e as referentes a outro tipo de acertos a prestar com alguma entidade ou connosco próprios. Este olhar nostálgico
pertence a uma disciplina importante: auto-conhecimento. Eu sei, a palavra tornou-se melosa. Esta época moderna, demasiado pós-positivista para qualquer decurso minimamente hermético. Pouco fã de abstrações. Não terei pudor em admitir que me dedico, também, ao auto-conhecimento. A todos os níveis. Avalio as minhas crenças e ações, as escolhas tomadas em alturas em que havia escolhas a tomar. Serei parte de uma lonjura imperativa ou estarei a desenhar um único trajeto? Penso, “não é relevante atribuir-lhe significado ou
Que importa se hoje deixo para trás algumas das percepções mais basilares da minha vida na última década? Alguém passa à janela e depois passa outra pessoa após algum tempo. Tudo passa. A crise, o desalento, o tédio, a indignação, as dores de cabeça, o cansaço, a falta de olfato e a solidão. Tudo passa. Até as pessoas
valor”. Começo antes por considerar a importância de me tornar mais íntima comigo mesma. Reconheço que parte da ansiedade exibida como forma de estar nas janelas contemporâneas, deriva da evasão. Os mecanismos que acreditamos serem a cura para ultrapassar, seguir em frente, fazer o que tem de ser feito, são tantas vezes, mera distração. O prolongamento inadiável da distração, que nos parece confortar, resulta antes em desconforto. Afinal, estamos desconfortáveis com a mera ideia de desconforto. Ou seja, mais prisão, menos prisão, não somos exclusivamente o que pensamos que somos. Resta-nos o abandono como exercício. O deixar para trás como mantra de dia-a-dia à hora do café. “Vai-se andando” “como se pode” e quem tem mais experiência disto de estar vivo sabe que tudo passa. Que importa se hoje deixo para trás algumas das percepções mais basilares da minha vida na última década? Alguém passa à janela e depois passa outra pessoa após algum tempo. Tudo passa. A crise, o desalento, o tédio, a indignação, as dores de cabeça, o cansaço, a falta de olfato e a solidão. Tudo passa. Até as pessoas.
ARTES, LETRAS E IDEIAS 13
sexta-feira 4.12.2020
tonalidades António de Castro Caeiro
Água
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água é o princípio. Tales de Mileto (624/623–548/545 a.C.) exprime o que pode – mas não deve – ser despedido como uma banalidade. Na água está pensada a humidade. Está pensado, por oposição, o seco. O seco é uma característica essencial da terra. Nos quatro elementos ou letras do alfabeto da realidade: água e ar, terra e fogo, encontram-se características que não são apenas estáticas, mas dinâmicas. A água metamorfoseia-se em diversos estados: líquido, sólido e gasoso. Mas os processos com que se transforma são também experimentados por nós. A pedra de gelo derrete sobre o chão da cozinha ou mistura-se com a bebida, arrefece a sopa, refresca o sumo. A água nas couvettes congela no frigorífico, a neve gela. A relva molhada pela rega seca ao sol, ao ar. Do rio sobe uma neblina. Há uma relação entre arrefecimento e humidade e aquecimento e secura. Podemos tentar compreender, assim, os diversos processos que efectivam diversos estados: evaporação que transforma a água em vapor, faz nuvens a partir de rios, lagos, mares, oceanos, mas também de plantas e animais por transpiração. A condensação transforma o estado gasoso em líquido. Cai chuva. A precipitação enche de novo o caudal dos rios. A água é bebida, sorvida e absorvida pelos seres vivos. Não terá Tales pensado a água neste ciclo hidrológico, as características de cada estado, os processos envolvidos na transição de um estado para o outro e a relação existente entre todos? Não é apenas um elemento que foi identificado, uma substância, por mais complexa que seja, mas o próprio processo de transformação, o vir a ser e o deixar de ser, a passagem a ser e transformação de uma mesma estrutura que se metamorfoseia. E a relação de todos os seres vivos com esse elemento, humanos, animais, vegetais, orgânicos e inorgânicos. Bebemos água potável. Respiramos água no ar. Deslizamos no gelo. Não vemos no nevoeiro, neblina. Sentimos a chuva a cair, o caudal dos rios engrossar, aumentar e diminuir a rapidez, nadamos, navegamos, mergulhamos. O ser vivo está implicado, envolvido por, água tanto que a falta de água globalmente põe em cheque a sobrevivência da própria vida. O que se percebe com a água na sua dimensão metafísica, percebe-se com a terra, o fogo e o ar e a versão mais rarefeita do ar, o éter. Mas não é por aqui que vamos. O que importa também ver, para lá da dessubstanciação da água e a compreensão do seu ser “verbal”, ser água é poder ser líquido, sólido e gasoso, é passar de um estado para outro, é rela-
cionar-se com outras características que aumentam e/ou diminuem a sua quantidade: quente e frio, seco e húmido. Talvez seja o que está expresso pelo verbo “aguar”. A ligação da água com outros líquidos primordiais: sangue, suor, lágrimas, sémen é feita não por analogia, mas pelo isolamento de uma propriedade da água num dos seus estados: o estado líquido. A liquidez, a sua produção, no corpo humano, por exemplo, permite perceber à vista desarmada, que somos água, somos líquidos e não apenas por bebermos.
Mas para Tales a água não é apenas um elemento físico, fundamental, mas um elemento que tem de ser posto em relação com outros elementos e que existem em estados diferentes. A água é arkhê, princípio. É elemento no sentido em que dizemos que uma atmosfera é um elemento. O nosso elemento humano é terrestre, embora tendamos a conquistar e ocupar outros elementos: os rios, lagos, mares, oceanos, como o ar e o éter do vasto cosmos. A água é uma atmosfera. Há ar líquido, húmido e frio. É onde existimos, o
A água é uma atmosfera. Há ar líquido, húmido e frio. É onde existimos, o que respiramos e bebemos. Há uma relação entre o exterior e o corpo, uma relação de acção recíproca. Há água dentro de nós e fora de nós, entre nós e as coisas
que respiramos e bebemos. Há uma relação entre o exterior e o corpo, uma relação de acção recíproca. Há água dentro de nós e fora de nós, entre nós e as coisas. É conhecida a relação da água com a sobriedade e o cansaço que empapa a cabeça, contrastante com o efeito de outro líquido que também tem água, mas com outros efeitos diferentes do da sobriedade, o vinho que embriaga. “Ter a cabeça em água”, depois de muitas horas de trabalho dedicado a coisas difíceis ou simples, mas depois de muito tempo. “Ter a cabeça nas nuvens”, quando nos distraímos e deixamos de ter os pés assentes no chão. São possibilidades humanas expressas metaforicamente. O vinho com que nos podemos relacionar tem efeitos contrários, mas os efeitos resultam do elemento água nele presente, também aquece e arrefece o corpo, embriaga quando encharca e deixa-nos sóbrios, ao abandonar-nos. A sua actuação no corpo e na mente é diferente da que a água produz. Mas é a água o melhor de tudo, como diz Píndaro na primeira Ode Olímpica? Mergulhamos, nadamos, navegamos nas águas de rios, lagos, mares, oceanos e também em águas paradas: tanques, poços e piscinas. Atravessamos o rio a nado, oceanos em barcos e navios, mergulhamos para nos refrescar sem ir ao fundo ou para sondar as profundezas oceânicas. Na travessia e no mergulho, estamos em elementos diferentes. Estamos expostos à manifestação da superfície das águas: calmas ou agitadas, da maré que enche ou vaza, do rio de maré cheia ou de maré vazia, na tempestade e na bonança. Mas no fundo do mar há correntes em dimensões muito mais complexas do que as águas dão a ver ao manifestarem-se à superfície, com ondas ou sem ondas, vagas sucessivas ou na formação de uma única gigante, no mar alto ou a abater-se sobre a orla marítima, em penhascos ou à beira mar. No mar, mergulhamos em várias correntes, de água quente e fria, que puxa muito ou não existe. Há lençóis de água que os pescadores ou caçadores submarinos conhecem mas nós não. No mar, voamos para o fundo e emergimos para o cimo, para a superfície. O mar é a vida. Talvez Tales de Mileto tivesse um contacto privilegiado com o ser da vida. Não é o mar que é uma metáfora da vida, mas a vida uma metáfora do mar. Píndaro. (2017) Odes Olímpicas. Tradução: António de Castro Caeiro. Lisboa.
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A Comissão Europeia apresentou ontem medidas para apoiar a recuperação dos media europeus, após perdas de receitas de até 80% com a crise gerada pela covid-19, sugerindo empréstimos europeus e verbas de fundações
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para resolver problemas de liquidez. “O ecossistema cultural e criativo, do qual os meios de comunicação social e as indústrias audiovisuais são parte integrante, foi profundamente afectado pela pandemia: a imprensa escrita viu as
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suas receitas publicitárias caírem entre 30% e 80% e o sector da televisão em 20%, durante os confinamentos generalizados no segundo trimestre de 2020”, estima a Comissão Europeia na comunicação a que a Lusa teve acesso.
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PROBLEMA 16
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6 8 2 4 3 9 5 6 7 1 4 5 THE MOVIE DEMON SLAYER: KIMETSU8 NO YAIBA 7 MUGEN 6 2 TRAIN [C] 1 5 3 8 4 2 9 1 i WeirDO [B] 9 4 8 7 2 6 1 3 5 3 7 9 FIND YOUR VOICE [B]
FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Adrian Kwan Com: Andy Lau, Lowell Lo, MArk Lui, Hugo Ng 14.30
SALA 2
FALADO EM PUTONGHUA LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Liao Ming-yi Com: Austin Lin, Nikki Hsich 14.30, 19.30, 21.30
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 15
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C I N E M A
FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS Um filme de: Sotozaki Haruo 16.45, 19.15, 21.30
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Cineteatro 14 SALA 1
6 2 4 8 3 5 9 2 7 1 8 6 2 3 5 1 9 8 1 3 4 6 7 9 1 4 6 5 8 www. 7 3 4 hojemacau. 5com.mo 9 2 7 18
FIND YOUR VOICE [B]
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9 8 1 4 7 6 5 3 2
FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Adrian Kwan Com: Andy Lau, Lowell Lo, MArk Lui, Hugo Ng 17.00 SALA 3
FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Patrick Kong Com: Ivana Wong, Phillip,Keung, Edmond Leung, Jacky Cai 14.30, 16.45, 19.15
FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Adrian Kwan Com: Andy Lau, Lowell Lo, MArk Lui, Hugo Ng 21.30
8 1 7 2 6 4 6como7sem1 Sujo9e negro pre, “It Should Be Us”, 5 3disco2do9britâ8 o sexto nico3Andy o DJ7e 8 Stott, 9 4 produtor que empurra 1 6 de5dança 3 9às a música pazadas para uma cova 2 7 4 6 5 onde fica enterrada uma projecção 6 5de3tecno1futu4 ristas e utópico. Depois 7 anos 2 8sem5lançar 3 de três um 4 disco, 9Stott 1 regressa 8 2 à decadência electrónica, sem batidas claras, sons arrastados, arritmias e 21 cheios de ruído. samples Mais um brilhante disco do músico de Manchester, que ainda precisa de umas audições até chegar ao patamar de “Luxuy Problems”. João Luz
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confeitaria
JOÃO ROMÃO
quase sempre com leveza que partimos em viagem: a oportunidade de fugir às rotinas laborais quotidianas, a mudança de contexto e de cenário, a ausência de horários rígidos e obrigações inadiáveis, a oportunidade de ver e descobrir coisas novas, tudo isso faz normalmente parte da bagagem de quem viaja em férias. Por mais que pese o conteúdo das malas, há em geral uma agradável leveza no espírito, que aliás também se aplica com frequência a quem viaja por motivos profissionais, mesmo que os horários sejam apertados e as oportunidades para a descoberta relativamente limitadas. Mas essa leveza contrasta, evidentemente, com o peso da presença de turistas nos mercados globais massificados que caracterizam o turismo e a mobilidade internacionais nas sociedades contemporâneas. Com esse lastro, ou essa pegada ecológica, cultural ou económica, encerro este ciclo de quatro crónicas dedicadas à economia do turismo, desta vez sob o signo da sustentabilidade, palavra de magnífico efeito decorativo e poucas implicações concretas, a não ser, eventualmente, no branqueamento de práticas e políticas que em (quase) tudo contradizem o conceito de desenvolvimento sustentado e/ou sustentável. Desde logo, o impacto ecológico do turismo internacional é enorme e inevitável: segundo estimativas da Organização Mundial de Turismo, antes de o covid-19 decretar o encerramento generalizado e global das rotas turísticas internacionais, o transporte de passageiros, sobretudo em aviões e automóveis, era responsável por 5% das emissões globais de CO2 relacionadas com o consumo e utilização de energia. Não é só transporte, no entanto: segundo estudos diversos, o consumo de água feito por cada turista é aproximadamente o dobro do que faria a mesma pessoa na sua residência habitual e o consumo de energia (em particular eléctrica) aumenta significativamente em proporção da quantidade de estrelas dos hotéis – mais serviços, mais conforto e eventualmente maiores benefícios económicos para os destinos também implicam um maior impacto ecológico, por mais símbolos de sustentabilidade que ostentem as empresas de transportes e hotelaria.
A INSUSTENTÁVEL LEVEZA DO TURISTA
STELLA KAPEZANOU
É
Turismo na economia (IV)
Estas características das dinâmicas actuais do turismo que se foi generalizando e massificando por todo o planeta justificam o título categórico utilizado por Colin Michael Hall (o mais prolífero e citado investigador em turismo no mundo, segundo os dados disponibilizados pela google.schoolar) num capítulo escrito para o livro “Tourism in the Green Economy” publicado em 2015: “Economic greenwash - on the absurdity of tourism and growth”. De facto, o discurso centrado na sustentabilidade ambiental e na economia “verde” - com os inerentes processos de certificação e de utilização de prestigiantes símbolos e logotipos – tem servido mais para dissimular e encobrir generalizadas práticas predatórias do ambiente e dos recursos, materiais, imateriais e humanos dos territórios do que
para promover uma reavaliação crítica e sistemática das formas de produzir e consumir nas economias actuais e no sector do turismo em particular. Não parece significativamente melhor o impacto das dinâmicas turísticas contemporâneas sobre os outros dois “pilares” do desenvolvimento sustentado, tal como definido pela ONU como padrão e referência para as políticas de desenvolvimento económico a desenvolver no planeta. Também os impactos económicos são profundamente assimétricos nos destinos turísticos, com os benefícios largamente concentrados num conjunto relativamente pequeno de empresas de transporte e alojamento, frequentemente transnacionais, como discuti em crónica anterior. Mais do que isso, a intensificação da dependência das econo-
Na realidade, o turismo actual tem um impacto ecológico significativo e, apesar de alegadas potencialidades tecnológicas e criativas mais ou menos identificadas, contribui muito pouco para o crescimento económico dos destinos e ainda menos para a respectiva coesão social
mias locais e regionais em relação a uma actividade altamente vulnerável a ciclos económicos, políticos ou de saúde pública, com fraca incorporação tecnólogica, mão-de-obra intensiva e relativamente pouco qualificada e reduzida capacidade de gerar valor acrescentado, acaba frequentemente por se traduzir a longo prazo num inevitável processo de decadência económica. Desastroso parece ser também o efeito do turismo sobre o terceiro “pilar” da sustentabilidade, a coesão social. Mesmo olhando para uma das zonas supostamente mais desenvolvidas do planeta, a Europa, um estudo que publiquei em 2017 no jornal académico Habitat International mostrava como as regiões europeias cuja estrutura de emprego é mais dependente do turismo são também as que apresentam maiores níveis de desemprego. Outros estudos mostram, por exemplo, que mesmo em regiões com aparente grande sucesso no turismo, como Barcelona, os salários no sector têm valores cerca de 50% abaixo da média da economia da região. Na realidade, o turismo actual tem um impacto ecológico significativo e, apesar de alegadas potencialidades tecnológicas e criativas mais ou menos identificadas, contribui muito pouco para o crescimento económico dos destinos e ainda menos para a respectiva coesão social. Vivemos tempos obscuros, em que as vistas estão turvas pela omnipresença do covid e as esperanças possíveis apontam para o aparecimento de uma vacina da qual entretanto desconfiamos. Também desconfiamos dos governos que de forma mais ou menos errática tiveram a triste sorte de ter que lidar com esta inusitada situação. Desconfiamos das empresas e seus porta-vozes mais ou menos informais que clamam por desregulamentações, liberdades de circulação de capitais e outras formas de liberalismo mas que correm aos pedidos de subsídio ao primeiro sinal de crise – e que afinal não inovam, não se adaptam e só despedem, ainda mais, as pessoas de que afinal pensam não precisar. Desconfiamos de todo o sector turístico, pujante no seu magnífico crescimento nas últimas décadas, a engordar sistematicamente grupos económicos vários e especuladores diversos – às vezes os mesmos, aliás – e que afinal estão agora na linha frente dos que aparecem de mão estendida, como na sopa dos pobres. Já não é gourmet, naturalmente. E também não é sustentável.
Todas as crianças devem ser enganadas se quiserem crescer sem traumas. Kazuo Ishiguro
sexta-feira 4.12.2020
CPSP TUI dá razão ao Governo e mantém despedimento de agente
Tóquio Procuradoria quer interrogar Shinzo Abe por uso indevido de fundos públicos
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A
Tribunal de Última Instância (TUI) decidiu a favor do Governo num caso relativo à demissão de um agente do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), por este ter violado o dever de zelo, por “ausência ilegítima” e “violação do dever de assiduidade”. A demissão foi decretada pelo secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, a 1 de Dezembro de 2017, depois do CPSP ter instaurado um processo disciplinar contra A [o agente] por não se apresentar à Junta [Médica] para efeitos de exame”. Em 2017 o agente apresentou “faltas por doença por vários meses consecutivos”, mas não compareceu ao exame médico marcado para o dia 28 de Abril. “Após ter sido contactado pelo serviço a que pertence,A[agente] apresentou, no dia 12 de Maio de 2017, ao serviço o original da guia de apresentação e uma declaração justificativa de não comparência ao exame da Junta, mas tal justificação não foi aceite pelo Comandante do CPSP”, lê-se no acórdão do TUI. O secretário para a Segurança decretaria a demissão alegando que “Ase encontrou em situação de ausência ilegítima por mais de cinco dias sucessivos no mesmo ano civil e violou o dever de assiduidade, previsto no Estatuto dos Militarizados das Forças de Segurança de Macau”. O agente chegou a ganhar no Tribunal de Segunda Instância, mas o TUI veio agora considerar que este “além de se ter mantido em ausência de serviço por alegada doença, também tinha ’46 dias de faltas injustificadas’ e agira com manifesto e total ‘desleixo’em relação à sua ‘falta de comparência’ à Junta, o que demonstrou a absoluta falta de sentido de missão, responsabilidade e lealdade institucional, em patente violação do seu ‘dever de zelo’”.
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PALAVRA DO DIA
Delfim Mendonça Choi, piloto “Este ano, eu queria correr na Corrida da Guia com um Audi RS 3 LMS TCR, igual ao do Filipe Souza, mas o meu chefe de equipa disse que como é um carro com volante à esquerda, e requer mais prática, pediu-me para o conduzir apenas no próximo ano.”
Subir a parada AUTOMOBILISMO DELFIM MENDONÇA CHOI QUER TENTAR A WTCR
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U M A altura em que escasseiam novos valores do automobilismo de Macau nos palcos internacionais, Delfim Mendonça Choi tem intenções de fazer a sua estreia na Taça do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCR) em 2021 e quiçá em mais provas internacionais da categoria TCR. Tendo-se estreado em 2017 nas corridas de carros de Turismo, Delfim nunca escondeu que a maior ambição na sua carreira desportiva passa por um dia “vencer uma corrida no Grande Prémio de Macau”, no entanto, agora a prioridade é outra. “Em princípio, para o ano vou correr na corrida da WTCR em Macau”, explicou o piloto macaense ao HM. “Este ano, eu queria correr na Corrida da Guia com um Audi RS 3 LMS TCR, igual ao do Filipe Souza, mas o meu chefe de equipa disse que como é um carro com volante à esquerda, e requer mais prática, pediu-me para o conduzir apenas no próximo ano”. Tal como todos os pilotos do território, devido às limitações nas viagens para o estrangeiro e
dos constrangimentos financeiros, Delfim reconhece que planear a próxima temporada desportiva não é uma tarefa simples, no entanto, há uma coisa que o piloto da RAEM tem em mente para 2021: “Antes de Macau talvez vá à China correr na WTCR para me familiarizar com o carro da categoria TCR”. Outra possibilidade será fazer corridas do “TCR China ou do TCR Ásia, mas ainda não está definido”. Uma coisa é certa, Delfim vai trocar o volante do seu habitual Mitsubishi Evo9 por um Audi RS 3 LMS TCR, também preparado pela SLM Racing Team, equipa que este ano colocou em pista o carro de Ng Kin Veng na Corrida da Guia. A escolha do Audi deve-se à “melhor condução” do carro germânico que no Grande Prémio foi em pista o único a conseguir rivalizar directamente com os Lynk&Co e MG oficiais.
EDIÇÃO 2020 NÃO MUITO FELIZ
Candidato a um dos três lugares do pódio na Taça de Carros de Turismo de Macau, na categoria “1950cc ou Superior”, a 67ª edição do Grande Prémio de Macau não correu de feição ao ex-campeão do
AAMC Challenge. “Correu muito mal, foram três dias em que o meu carro teve problemas”, relembra o piloto do Mitsubishi Evo9 preparado pela SLM Racing Team. “Este ano, estava muito concentrado na obtenção de um bom resultado, mas o carro não me ajudou nessa tarefa”. Depois de ter sido o décimo primeiro mais rápido no cômputo dos treinos livres e qualificação, Delfim apenas cumpriu três voltas na Corrida de Qualificação e desistiu na corrida de domingo ao fim de nove. “O motor estava sempre em altas temperaturas. Não conseguimos resolver o problema e no sábado meti um outro motor, mas voltamos a ter o mesmo problema, o que foi muito mau”. Para o ano, se a pandemia em curso assim o permitir, Delfim vai medir forças com os melhores pilotos de carros de Turismo da actualidade. Obviamente, o desafio que tem pela frente é enorme, mas provavelmente é isso de que Macau precisa, de jovens pilotos que arrisquem a sair da sua zona de conforto. Sérgio Fonseca
info@hojemacau.com.mo
Procuradoria de Tóquio apresentou um pedido para interrogar o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe no âmbito de uma investigação sobre suposto uso ilícito de fundos no financiamento de eventos privados com simpatizantes, noticiou a estação NHK. A Procuradoria refere-se a festas organizadas todos os anos entre 2015 e 2019 em hotéis de luxo na capital japonesa em que foram convidados centenas de simpatizantes de Abe e cujos custos não foram integralmente declarados conforme a lei japonesa. De acordo com informações da investigação recolhidas por outros meios de comunicação social do Japão, o gabinete de Shinzo Abe despendeu 63 mil euros em gastos em empregados e funcionários. As facturas que constam nos estabelecimentos hoteleiros mostram que o custo total dos eventos foram superiores a 160 mil euros, muito acima das quantidades que foram declaradas nos referidos custos com pessoal. A Procuradoria de Tóquio está a investigar o secretário de Abe, suspeito de não ter declarado de forma adequada os pagamentos o que constitui uma violação à lei sobre o controlo de fundos políticos. A investigação que foi tornada pública em Novembro pode acabar em tribunal porque, de acordo com a agência de notícias Kyodo, os procuradores pretendem apresentar uma acusação formal contra o secretário do ex-primeiro-ministro.