Déjà vu
A gestão da Cinemateca Paixão regressa às mãos da CUT, pelo menos até 2026. A empresa, a primeira a gerir o espaço aquando da sua inauguração, foi a vencedora do concurso público com uma proposta de cerca de 17 milhões de patacas.
A gestão da Cinemateca Paixão regressa às mãos da CUT, pelo menos até 2026. A empresa, a primeira a gerir o espaço aquando da sua inauguração, foi a vencedora do concurso público com uma proposta de cerca de 17 milhões de patacas.
Afé vive-se de diferentes formas na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que termina no domingo em Lisboa, e estar na sala de cinema é uma delas.
À porta dos Cinemas São Jorge, na avenida da Liberdade, vários jovens peregrinos de diferentes nacionalidades vão-se juntando para assistir às várias películas de teor católico que constam no cartaz em exibição.
Num dos intervalos, o HM conversou com três jovens que integram o grupo de língua portuguesa que representa a Diocese de Macau nas JMJ. Muitos vieram por vontade própria ou da família, mas todos dizem sair com a fé reforçada deste evento que tem juntado largas centenas de milhares de jovens na capital portuguesa só para estar perto do Papa Francisco. Todos mantêm viva a sua fé em Macau, apesar dos desafios diários.
“A prática da fé católica em Macau não vai desaparecer. Na paróquia onde estou, tentamos aprofundar [esse assunto] e realizar mais actividades, por isso acho que se vai manter [a prática da religião] entre as pessoas que estão agora a crescer com a fé. Não sei como vai ser em relação às pessoas mais velhas”, contou Carolina Figueiredo, que diz ter começado a ser católica praticante por sua iniciativa, há cerca de dois anos, embora a religião sempre tenha feito parte do seu dia-a-dia.
“Estou aqui pela experiência, para aprofundar a minha fé e encontrar novas pessoas, bem como fazer novas memórias. Espero levar comigo novas amizades e um melhor entendimento da fé”, adiantou.
Sobre o Papa Francisco, destaca o facto de este ter conseguido “cativar a atenção dos jovens por todos os assuntos que aborda e pela proximidade que tem” com as pessoas.
Salvador Rodrigues, de 14 anos, decidiu participar nas JMJ
por ser “um evento internacional que move muitos jovens” e “uma maneira divertida e religiosa de passar férias”. “A comunidade internacional é diferente, mas todos praticam a mesma religião, e com [a presença] de diferentes culturas dá para conhecer novas pessoas. Isso é o mais importante destas jornadas”, disse.
Salvador acredita ser importante “preservar a fé” em Macau “mesmo que muitos católicos estejam a ir embora”. “Há que manter, pelo menos, as raízes da fé cristã, porque mostra a presença dos portugueses em Macau ao longo da história “, frisou.
De um modo geral, o jovem destaca a forma como o Papa Francisco tem comunicado com a comunidade internacional, “o que faz com que todos gostem dele”. “Isso é o mais importante, termos um Papa que dá o exemplo às pessoas na prática da fé cristã”.
“Muitos jovens estão errados em relação a Deus e a presença neste evento pode permitir-lhes conviver de perto com o seu amor. Podem ainda ter mais contacto com a Europa e com jovens de países ocidentais.”
Três jovens católicos de Macau que participam este ano na Jornada Mundial da Juventude defendem que praticar a religião no território tem as suas características próprias e acreditam que esta se vai manter, apesar da redução da comunidade portuguesa no território. Uma organização católica da Coreia do Sul está de olho na possibilidade de o evento decorrer no país no próximo ano
PADRE JOHN KISOK PAK ACN INTERNACIONALHOJE MACAU
No caso de Miguel Rezende, de 15 anos, a sua participação fez-se muito à conta de pressão familiar, mas a realidade que encontrou em Portugal confere-lhe um sentimento de gratidão pelo “empurrão”.
“Vim por causa dos meus pais, fui quase obrigado a vir. A minha família disse-me que ia ser muito divertido, e como também vinham os meus amigos, acabei por vir. Estou satisfeito com a escolha dos meus pais, e minha também, está a ser incrível. Fomos muito bem tratados. Vai ser uma experiência que vou guardar para sempre.”
A família desejava que, com as JMJ, Miguel se pudesse “aproximar mais de Deus e conhecer novas pessoas, criar memórias”.
Hoje, o jovem assume que, quando reza, nunca se sente sozinho. “Comecei muito cedo por me ligar à religião, os meus avós levavam-me à missa já em criança e estou feliz com isso. É algo que me preenche e quando rezo sinto que não estou sozinho, como se tivesse uma companhia ao meu lado.”
Sobre a permanência do catolicismo em Macau, o jovem nota que há menos católicos, pois “muita
SALVADOR
gente saiu”. “Mas eu continuo a ir à missa e vejo lá muita gente, sempre”, frisou.
Coreia à espreita
À porta dos Cinemas São Jorge descansa um grupo de jovens da Coreia do Sul também aguardando pela exibição de um filme. Em conversa com o HM, o padre John Kisok Pak, director e assistente eclesiástico da ACN Internacional (Aid to the Church in Need), uma organização católica sul-coreana, fala da presença desta entidade em Lisboa, com um pequeno grupo de oito pessoas.
“É a primeira vez que estamos em Portugal e também neste even-
to. Fala-se que uma das edições das JMJ será na Coreia do Sul, e espero que finalmente possamos receber o evento. Estamos aqui para ver como corre e para experienciá-lo, porque no nosso país teremos de organizar uma série de actividades.”
Para o pároco, receber as JMJ no seu país significa chamar a atenção para a tensão militar que há muito divide Coreia do Sul e Coreia do Norte. “Estamos divididos com o norte e precisamos de paz. Não queremos guerra, nem um conflito nuclear. As JMJ podem ajudar a reflectir sobre essa questão.”
Em relação à prática da fé, John Kisok Pak confessa que ser católico num país de maioria budista é desafiante. “A nossa religião está, de facto, em minoria. Tentamos introduzi-la na população mais jovem, disseminar os seus valores.”
“Muitos jovens estão errados em relação a Deus e a presença neste evento pode permitir-lhes conviver de perto com o seu amor. Podem ainda ter mais contacto com a Europa e com jovens de países ocidentais”, conta John Kisok
Pak quando questionado sobre a importância de estar em Lisboa num evento desta natureza. Segundo o jornal Religion Digital, a edição de 2027 da JMJ deverá realizar-se na Coreia do Sul. O diário digital espanhol revelou que “no dia 6 de Agosto, durante o encerramento da JMJ em Lisboa, o Papa Francisco anunciará o local do próximo encontro de jovens católicos, previsto para 2027. E será
“Comecei muito cedo por me ligar à religião, os meus avós levavam-me à missa em criança e estou feliz com isso. É algo que me preenche e quando rezo sinto que não estou sozinho, como se tivesse uma companhia ao meu lado.”
a Coreia do Sul, especificamente a sua capital, Seul”.
A informação não está confirmada oficialmente, mas também ninguém a desmentiu até ao momento. O arcebispo de Seul, Peter Soon-Taick apresentou a candidatura para a organização da jornada e espera uma confirmação oficial do Vaticano. Para a JMJ de Lisboa deste ano, vieram 60 jovens peregrinos da Coreia do Sul que ficaram alojados em casas de famílias de Vila Nova de Famalicão.
O Papa Francisco chegou a Lisboa na quarta-feira, tendo sido recebido pelo Presidente da República e demais governantes. No primeiro dia das JMJ, terça-feira, o evento no Parque Eduardo VII, no coração da capital lisboeta, recebeu 240 mil peregrinos.
Chegado de cadeira de rodas, com um estado de saúde fragilizado, o Papa remeteu as primeiras palavras para algumas problemáticas que se vivem na Europa, lamentando as hesitações da “velha Europa”, incapaz de pôr um ponto final “ao descarte dos idosos, os muros de arame farpado, as mortandades no mar e os berços vazios”.
Andreia Sofia Silva“Há que manter, pelo menos, as raízes da fé cristã, porque mostra a presença dos portugueses em Macau ao longo da história.”
RODRIGUES PARTICIPANTE DE MACAU NAS JMJ
A travessia pedonal na Avenida do Nordeste, ainda em construção, terá início na zona dos prédios de habitação social da Avenida de Venceslau de Morais, ligando os cruzamentos ao longo da Avenida do Nordeste, até chegar à Rua Central da Areia Preta. A informação foi avançada por Lam Wai Hou, director dos Serviços de Obras Públicas, em resposta a uma interpelação escrita do deputado Lam Lon Wai. A travessia, com 600 metros de comprimento, terá 12
pontos de acesso, um deles ao Parque Urbano da Areia Preta. Além disso, “terá uma extensão dentro do Parque que, conforme a concepção preliminar, será feita através de uma passagem coberta, sendo a construção feita em articulação com a obra de optimização das instalações do jardim, a cargo dos serviços municipais”. As autoridades estão ainda a ponderar ligar esta travessia pedonal à estação ES2 da Linha Leste do Metro Ligeiro, situada perto da zona da Areia Preta.
A Direcção dos Serviços de Obras Públicas (DSOP) revelou ontem os valores e prazos de execução das propostas apresentadas no concurso público para a empreitada de construção do edifício do Tribunal de Segunda Instância nos lotes C12 e C14 do Lago Nam Van. A DSOP recebeu um total de 15 propostas, todas admitidas, para a empreitada cujo início está previsto para o final do ano. “Os preços propostos da empreitada variam entre mais de 582 milhões e mais de 648 mi-
lhões de patacas e os prazos de execução variam entre 806 e 815 dias de trabalho”, revelou ontem a DSOP. O edifício ficará localizado nos lotes C12 e C14 do Lago Nam Van e tem uma área total de cerca de 5,928 m2. O projecto vai reajustar as instalações dos Tribunais de Segunda e Última Instâncias existentes e, construir no terreno adjacente um novo edifício do Tribunal de Segunda Instância, com cinco pisos de altura e três pisos em cave, que ficará ligado ao actual edifício.
DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE FINANÇAS EDITAL
COBRANÇA DO IMPOSTO COMPLEMENTAR DE RENDIMENTOS RESPEITANTE AO EXERCÍCIO DE 2022
Faz-se saber que, nos termos do n.º 4 do artigo 58.º, do Regulamento do Imposto Complementar de Rendimentos, aprovado pela Lei n.º 21/78/M, de 9 de Setembro, com a nova redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 37/84/M, de 28 de Abril, que durante o mês de Setembro próximo, estará aberto o cofre da Recebedoria da Repartição de Finanças de Macau destes Serviços para a cobrança do referido imposto.
Mais se faz saber que, tratando-se de colecta superior a $3.000,00 (três mil patacas), a mesma pode ser paga em duas prestações vencíveis em Setembro e Novembro, de harmonia com o disposto no artigo 57.º do mencionado Regulamento, com a nova redacção que lhe foi dada pela Lei n.º 4/90/M, de 4 de Junho.
Aos, 18 de Julho de 2023.
O Director dos Serviços Iong Kong Leong
AS frequentes situações de incumprimento salarial no sector da construção civil e o facto de os empreiteiros atirarem as responsabilidades para os vários subempreiteiros da mesma obra, levou a deputada Ella Lei a defender a adopção de um regime que impeça a desresponsabilização constante. O apelo ao Governo foi feito ontem, através de uma interpretação escrita.
“Ao longo dos anos, o sistema tem permitido que empreiteiros não precisem de acompanhar a situação dos salários em atraso nas suas obras, porque não há exigências claras [em relação à conduta dos subempreiteiros que subcontratam]”, começou por criticar Ella Lei. “Segundo as queixas mais frequentes, apesar de o modelo de subadjudicação ser uma prática comum na construção, este mecanismo não é perfeito e carece de uma supervisão eficaz. A situação
actualmente permite que os empreiteiros ou os subempreiteiros superiores recusem assumir as responsabilidades previstas nos contratos”, acrescentou. Para fazer face a estas situações, a legisladora ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) sugeriu a adopção de um sistema de pagamento antecipado dos salários pelos empreiteiros, que depois cobram os montantes adiantados aos subempreiteiros.
Ao mesmo tempo, Ella Lei indicou a necessidade de o Governo definir as condições dos contratos de subadjudicação para as obras públicas, com a especificação das responsabilidades. “Como as autoridades podem melhorar a situação e esclarecer as responsabilidades de cada uma das partes nos contratos de subadjudicação, com vista a assegurar que todos os participantes nas obras públicas contribuem para um desenvolvimento saudável do sector?”, questionou.
A representante da FAOM na Assembleia Legislativa indicou também que há casos em que as subadjudicatárias não recebem pelo trabalho feito nas obras públicas, o que também contribui para a existência de salários em atraso.
para regular as relações entre empreiteiros e subempreiteiros.
O regime da região vizinha estabelece claramente as obrigações as partes, define que os subempreiteiros têm de ser pagos de forma pontual, cria registos de presença para os trabalhos e penaliza salários em atraso.
Ao mesmo tempo, Ella Lei sugeriu a criação de numa lista onde são identificados os empreiteiros cujas obras são mais frequentemente afectadas por salários em atraso. De acordo com esta lista, a deputada propôs que as empresas que mais recorrentemente acumulam casos de atrasos a pagar salários sejam impedidas de participar em concursos públicos.
Hong Kong Como solução para o problema, Ella Lei indicou o exemplo de Hong Kong, onde há mais de 10 anos existem especificações
Por último, Ella Lei alertou ainda para a situação de “empresas estrangeiras” com subsidiárias em Macau, que conseguem fugir sem assumir responsabilidades, o que impede os trabalhadores de reclamarem salários em atraso. Nunu Wu (com J.S.F)
As disputas sobre salários em atraso em obras públicas, em que a responsabilidade é atirada entre empreiteiros e subempreiteiros, penalizando trabalhadores, foram alvo das críticas da deputada Ella Lei
“Ao longo dos anos, o sistema tem permitido que empreiteiros não precisem de acompanhar a situação dos salários em atraso nas suas obras.”
O Parque Natural da Barragem de Hac-Sá abre hoje parcialmente ao público, nomeadamente as zonas de churrasco e piquenique, bem como alguns troços do Circuito de Manutenção da Barragem de Ha Sá e do Circuito da Barragem de Hac Sá. Uma nota do Instituto para os Assuntos Municipais dá conta de que será necessário efectuar uma marcação prévia para a utilização da zona do churrasco nos próximos cinco dias, através do serviço de marcação de espaços e instalações da Conta Única. Além disso, a ponte suspensa, a caminhada superior da Barragem e o Escorrega em Relva no Parque Natural da Barragem de Hac Sá estarão abertos ao público após serem sujeitos a verificação da segurança e respectiva manutenção.
A plataforma “Conta Única de Macau”, usada por residentes para tratar de uma série de serviços burocráticos online, passa a incluir, desde ontem, a secção “Minha Educação”, destinada à apresentação de pedidos de subsídios para este fim. A secção tem 16 categorias, prevendo-se que, até final deste ano, sejam 23 os itens disponíveis para consulta e utilização na aplicação de telemóvel. Segundo um comunicado da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude, e da Direcção dos Serviços de Administração Pública, a secção “Minha Educação” destina-se a pais, alunos, escolas e demais instituições de ensino, que podem efectuar pedidos de subsídios para a aquisição de material escolar ou bolsas de estudo, entre outros. Podem ainda ser requeridas declarações ou consultar o registo individual do Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Contínuo, entre outras acções.
MGM LUCRO DE 820,9 MILHÕES NO PRIMEIRO SEMESTRE
O lucro contrasta com o resultado do período homólogo em que a concessionária registava um prejuízo de 2,4 mil milhões de dólares de Hong Kong e vigoravam as medidas de restrição pandémica
preparar-se para o futuro como um destino turístico global, através dos investimentos que fazem parte da nossa concessão, que vão começar este ano”, afirmou Feng. “O nosso investimento vai cobrir uma área abrangente de oportunidades, que incluem a Arte e Cultura, entretenimento, e a expansão internacional da nossa de clientes”, acrescentou.
Indústria
Entre Janeiro e Julho, as receitas da indústria do jogo em Macau cresceram 263 por cento, em comparação com igual período de 2022, segundo a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos, atingindo os 96,8 mil milhões de patacas, contra os 174 mil milhões de patacas arrecadados em igual período de 2019. Macau, à semelhança do Interior da China seguiu a política ‘zero covid’, anunciou em Dezembro o cancelamento da maioria das medidas de prevenção e contenção, depois de três anos de rigorosas restrições.
Aoperadora de jogo MGM Macau anunciou ontem um lucro de 820,9 milhões de dólares de Hong Kong no primeiro semestre do ano. A novidade foi revelada através de um comunicado, enviado à Bolsa de Hong Kong. O lucro confirma a recuperação na indústria do jogo, uma vez que a
empresa, que explora dois casinos em Macau, tinha registado um prejuízo de 2,4 mil milhões de dólares de Hong Kong nos primeiros seis meses do ano passado. Depois de ter regressado aos lucros no primeiro trimestre, a operadora registou no segundo trimestre um lucro de 669,6 milhões de dólares de Hong Kong, contra
o prejuízo contabilizado no mesmo período do 2022 de 1,4 mil milhões de dólares de Hong Kong. No comunicado de apresentação de resultados, o presidente e director executivo da MGM China, Kenneth Feng, destacou os esforços para diversificar a origem dos turistas no território. “Estamos comprometidos em ajudar Macau a
Os impostos sobre o jogo constituem a principal fonte de receita do Governo, representando mais de metade do Produto Interno Bruto (PIB) de Macau em 2019, com a indústria a dar trabalho a quase 68 mil pessoas no final de 2022, ou seja, a quase 20 por cento da população empregada.
Macau é o único local na China onde o jogo em casino é legal e operam no território seis concessionárias, MGM, Galaxy, Venetian, Melco, Wynn e SJM. João Santos Filipe (com Lusa)
OGabinete de Informação Financeira (GIF) crê que o número de relatórios de transacções suspeitas (RTS) deste ano se aproxime “do nível de 2019”, tendo em conta a recuperação gradual do volume de transacções no sector do jogo, adiantou ao portal GGRAsia. O GIF
adiantou ainda que, no primeiro semestre, os RTS ligados ao jogo estavam 44 por cento acima dos valores registados em igual período de 2019, sendo que, nos primeiros seis meses do ano, foram registadas 1.392 notificações ligadas aos casinos, representando 73,1 por
cento do total. Na resposta às questões colocadas pelo GGRAsia, o GIF adiantou que estes números se explicam pela “recuperação gradual do volume de transacções de jogo, bem como ao controlo mais eficaz” por parte de entidades dedicadas ao combate à lavagem de
dinheiro ou financiamento do terrorismo.
Relativamente a 2020, o número de RTS caiu para 1.215, quando em 2019 o total anual de transacções suspeitas foi de 1.913. Em 2021, o número de transacções aumentou 9,5 por cento em termos anuais, registando-
-se um total de 1.330 RTS, tendo caído para 1.177 no ano passado. Por transacções suspeitas incluem-se conversão de fichas com actividades mínimas de jogo ou levantamentos de grandes quantias de dinheiro considerados irregulares, entre outras.
Educação”
“Estamos comprometidos em ajudar Macau a preparar-se para o futuro como um destino turístico global.”
KENNETH FENG PRESIDENTE DA MGM CHINAOLGA SANTOS
Oretorno das plataformas online de táxis, como a Uber e DiDi, voltou a estar em destaque na reunião de quarta-feira do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Norte.
Cinco anos depois do fim da licença concedida pelo Governo que permitia a estas plataformas operar em Macau, após um historial cheio de avanços e recuos ao longo dos anos, o vogal Au Weng Hei argumentou pela legalização destes serviços online de táxis.
O responsável afirmou que as dificuldades em apanhar um táxi em Macau tornaram-se insuportáveis, em especial durante feriados e fins-de-semana, com longas filas a formarem-se nos pontos para apanhar táxis, nos vários postos fronteiriços e nos locais de maior fluxo de turistas.
“As plataformas online para reservar e chamar táxis são legais há muito tempo no estrangeiro e no Interior da China, gozando de grande popularidade. Em Macau, uma reputada plataforma online de táxis foi lançada há uns anos, mas as autoridades ilegalizaram as suas operações e baniram o serviço. Recomendo que o Governo promova a legalização das plataformas online de táxi para resolver as dificuldades em apanhar um táxi”, afirmou Au Weng Hei.
Ponto de encontro
Por sua vez, o membro do conselho Lei Chong In sugeriu que seja o Governo a desenvolver uma aplicação para telemóvel para gerir serviços de táxis. O responsável gostaria de ver disponível em Macau uma aplicação que reunisse informação sobre o número de táxis livres em circulação e a sua localização.
A aplicação também poderia servir para os passageiros chamarem táxis, poupando tempo e combustível aos motoristas que conduzem aleatoriamente pelas
TRÂNSITO CONSELHEIROS SUGEREM RETORNO DE PLATAFORMAS COMO A UBER E DIDI
A questão das plataformas online de táxis, como a Uber e a DiDi, voltou a ser discutida no Conselho Consultivo de Serviços Comunitários, com membros a pedir o seu regresso para colmatar a falta de táxis em Macau. Além do aumento da oferta de transportes, a conveniência foi outra vantagem enumerada pelos conselheiros
ruas à procura de clientes, assim como a incerteza dos passageiros que esperam fora de paragens por um táxi.
No Verão de 2016, a Uber deixou Macau, após ter acumulado o equivalente a mais de 8,8 milhões de patacas em multas desde que começou a operar no território em Outubro de 2015. A decisão do Go-
APolícia Judiciária (PJ) deteve três cidadãos do interior da China por suspeita de burla no valor de 100 mil patacas. Segundo o jornal Ou Mun, os homens fizeram-se passar por técnicos de tratamento de infiltrações em edifícios habitacionais, tendo burlado quatro residentes. O caso foi denunciado a 30 de Julho por uma das vítimas, sendo que esta pagou 50 mil patacas para ver a infiltração da sua casa tratada.
Segundo informações da PJ, os suspeitos publicitaram o alegado serviço nas redes sociais, sendo que, nas casas das vítimas, usavam algumas ferramentas para se fazerem passar por técnicos. Aí alegavam que era apenas necessário injectar um produto para evitar a infiltração, no valor de 688 a 988 patacas. No entanto, alegavam posteriormente que o estado da infiltração era grave, pedindo então 50 mil patacas por todo o serviço, injectando uma
“Recomendo que o Governo legalize as plataformas online de táxi para resolver as dificuldades em apanhar um táxi.”
AU WENG HEI
maior quantidade de produto. Os suspeitos admitiram trabalhar em nome de um grupo criminoso oriundo da China que recebeu 70 por cento do montante retirado às vítimas, tendo os burlões ficado com o restante.
O caso foi encaminhado para o Ministério Público, podendo os suspeitos incorrer nos crimes de associações criminosa e burla com valor elevado. A PJ acredita que pode haver mais vítimas, apelando à denúncia de casos.
verno levou a uma batalha legal nos tribunais e à reivindicação social.
Após a recusa do Governo em atribuir licenças de táxis à empresa, os tribunais da RAEM rejeitaram um pedido de suspensão de quase mil multas, cujo valor total pode atingir mais de 23 milhões de patacas. A saída da Uber de Macau, depois de ter
alegadamente contratado mais de 2.000 condutores a tempo inteiro e parcial, chegou a motivar uma manifestação de protestos na praça do Tap Seac que reuniu entre duas a três centenas de pessoas no dia 4 de Setembro de 2016. Além disso, foi criada uma petição online contra a saída da empresa do mercado de Macau. João Luz
COVID-19 CIENTISTAS DA MUST USAM IA
PARA PREVER VARIANTES PATOGÉNICAS
UMA equipa internacional liderada por investigadores da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST na sigla em inglês) desenvolveu um modelo de inteligência artificial (IA) capaz de prever as variantes patogénicas da covid-19.
O modelo, denominado UniBind, pode prever quais as variantes da covid-19 que podem aumentar a infecciosidade do vírus ou ajudá-lo a desenvolver resistência
a anticorpos ou vacinas, através da análise de mais de 6 milhões de dados de sequências virais gerados a partir da monitorização global, segundo a equipa.
O estudo foi publicado na última edição da Nature Medicine.
Zhang Kang, professor de medicina da MUST que liderou a pesquisa, disse que o modelo pode integrar e analisar dados de diferentes fontes e modalidades experimentais, ao contrário
da maioria dos métodos de IA existentes que só podem fazer previsões analisando um determinado tipo de dados experimentais.
Os resultados também mostraram que o modelo pode prever com exactidão a afinidade de diferentes vírus e as suas mutações para diferentes espécies, factor determinante para descobrir os hospedeiros intermédios das epidemias e prever vias de transmissão dos vírus entre espécies.
Um homem morreu ontem afogado, por volta das 6h30 da manhã, na praia de Hac Sá, de acordo com a informação divulgada pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). O acidente terá acontecido quando o homem estava a nadar. Apesar de ter sido socorrido por outros nadadores que estavam na praia, quando os bombeiros chegaram ao local, a vítima não apresentava sinais vitais, como batimentos cardíacos ou sinais de respiração. O homem, de 59 anos, estava acompanhado por membros da família, que foram com ele para o Hospital Conde São Januário. Apesar dos relatos apresentados, a morte está a ser investigada pelo CPSP.
Seis pessoas foram burladas, depois de receberem mensagens pelo telemóvel que aparentavam ser da plataforma de descontos YUU. Segundo os dados das autoridades, as burlas aconteceram entre os dias 27 e 29 de Julho, e os burlados tinham entre 30 e 70 anos de idade. De acordo com o modelo da burla, as mensagens alertavam as pessoas que tinham de levantar os pontos acumulados para obterem descontos o mais depressa possível. Além disso, era apresentado um link para proceder ao levantamento dos pontos, que redireccionava os interessados para um portal onde lhes eram pedidas as informações pessoais, incluindo os dados dos cartões de crédito. Depois de preencherem os dados, as pessoas aperceberam-se que os cartões estava a ser utilizados para compras no exterior, com valores entre os 11,8 mil e 49 mil dólares de Hong Kong. O conjunto das burlas às seis pessoas foi de 178 mil dólares de Hong Kong. A Polícia Judiciária está a investigar o caso, mas até ontem não tinha havido detenções.
Um homem queixou-se de ter sido roubado por uma mulher na Avenida Doutor Rodrigo Rodrigues. O caso está a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ). A notícia foi divulgada ontem no Jornal Ou Mun, tendo o roubo acontecido perto de um casino na Avenida Doutor Rodrigo Rodrigues. De acordo com as autoridades, o homem começou a ter problemas com a mulher quando estava a jogar no casino. Devido ao agravar da discussão, os dois foram convidados a sair do espaço pelos seguranças, que não queriam confusão na área de jogo. Contudo, o homem e a mulher não saíram totalmente do casino, uma vez que ficaram a discutir no corredor. Terá sido ao longo desta discussão que a mulher tirou a mala ao indíviduo e fugiu. De acordo com o homem, além de dinheiro a mala ainda continha o seu telemóvel. O caso está a ser investigado pela PJ.
Uma condutora de Macau, com 39 anos, foi detida na fronteira de Hengqin, quando tentava entrar no Interior com 320 quilos de baterias queimadas escondidas no carro. O caso aconteceu na segunda-feira, de acordo com os Serviços de Alfândega, e as baterias estavam escondidas em locais como o tapete debaixo do chão do carro e em várias caixas guardadas na traseira da viatura. A condutora não tinha autorização para transportar as baterias para o outro lado da fronteira, pelo que os produtos foram confiscados e a mulher pode ser penalizada com uma multa de 50 mil patacas. Quando foi interrogada, a mulher confessou que estava a transportar os objectos de forma ilegal, como forma de auxiliar um grupo de amigos.
Com uma licença sem vencimento prevista até 6 de Fevereiro de 2024, Kong Chi é o único magistrado do Ministério Público nesta situação. Apesar dos diferentes contactos do HM, o MP não responde às solicitações para justificar a ausência
DESDE Fevereiro de 2022 que Kong Chi, Procurador-Adjunto do Ministério Público, está de licença de vencimento de longa duração. A informação foi divulgada no Boletim Oficial, em Fevereiro do ano passado, e encontra-se igualmente no portal do Ministério Público.
“Por despacho do Ex.mo Senhor Procurador, de 8 de Janeiro de 2022:
Kong Chi, Procurador-adjunto— concedida a licença sem vencimento de longa duração”, foi desta forma apresentada.
A licença era legalmente justificada com a aplicação aos magistrados, de forma subsidiária, do Estatuto dos Trabalhadores da Administração Pública de Macau, que
permite tirar licenças de “longa duração” desde que os funcionários estejam em exercício de funções, não tenham contra si qualquer processo disciplinar, não tenham dívidas à RAEM nem “haja inconveniência para o serviço”.
O extracto do despacho publicado no Boletim Oficial indicava ainda que a licença se vai prolongar até 6 de Fevereiro de 2024.
Ao contrário dos outros magistrados, a licença sem vencimento de Kong Chi não tem uma justificação pública
Face à ausência de uma justificação oficial, o HM contactou a primeira vez o MP sobre a justificação da licença sem vencimento em Março de 2022. Na altura, a correspondência focava uma eventual investigação ao Procurador-Adjunto, que não foi confirmada nem desmentida e ficou sem resposta.
Sem justificação
Kong Chi não é o único magistrado do MP que se encontra afastado do serviço. O mesmo acontece com Wong Sio Chak, actual secretário para a Segurança, Chan Tsz King, Comissário para a Corrupção, e Ao Ieong Seong, Adjunta do Comissário contra a Corrupção. A principal diferença entre as ausências dos restantes magistra-
dos e a de Kong Chi prende-se com o facto de este se encontrar numa licença sem vencimento de longa duração sem uma justificação pública, ao contrário dos restantes que estão a desempenhar funções em outros cargos.
Na semana passada, o HM voltou a contactar o MP sobre Kong Chi, sobre as expectativas do regresso ao trabalho do magistrado ou de uma alegada investigação criminal. Também esta correspondência ficou sem qualquer resposta, até à hora do fecho de ontem.
Ainda no dia de ontem, o Comissariado Contra a Corrupção foi questionado sobre se tinha realizado alguma investigação ao magistrado. Um email que até à hora de fecho desta edição ficou também sem resposta. João Santos Filipe
O IMPERADOR Yingzong (14351464) nascera com o nome de Zhu Qizhen a 29 de Novembro de 1427 e era o primeiro filho de Xuande. A 7 de Fevereiro de 1435, com oito anos de idade tornou-se o Imperador Zhengtong e reinou apoiado por o eunuco Wang Zhen. Entre ambos havia uma forte relação de amizade e Zhu Qizhen (1427-1449) tratava Wang Zhen (王振, ?-1449) por o Professor e ao se tornar o Imperador Zhengtong (1435-1449) colocou-o na posição de Shi Lijian. Wang Zhen superintendia os eunucos no Palácio Imperial, assim como na governação, que no início do reinado contava ainda com a ajuda da Imperatriz Viúva Zhang e dos três Chanceleres Yang (Yang Shiqi, Yang Rong e Yang Pu), até 1442, quando Wang Zhen passou a dominar a corte Ming.
Na Mongólia, o comandante Esen Taishi (1407-1454), o verdadeiro detentor do poder da dinastia Yuan do Norte no período do Khan Taisun (14331452), devido à recusa da corte Ming negociar um tratado comercial com os mongóis, em Agosto de 1449 invadiu e pilhou Datong, em território do Celeste Império. Essa cidade, a Oeste 250 km da capital, em conjunto com Xuanfu (hoje Xuanhua, a NW 180 km de Beijing), situava-se numa zona de planalto de difícil defesa, fronteira das estepes com os terrenos agrícolas e ambas estavam integradas na área protegida por uma muralha a Norte a fazer de contraforte à Grande Muralha, para reforçar a Sul a protecção à capital Beijing.
Wang Zhen, confiante no enorme exército de 500 mil soldados para ir fazer frente ao invasor mongol, encorajou o Imperador de 22 anos a liderar as tropas.
Antes de partir, Zhengtong a 3 de Agosto investiu como regente o meio-irmão Zhu Qiyu, segundo filho de Xuande, e no dia seguinte deixou Beijing. Após percorrer 50 km, mal atravessou a Passagem de Juyong [uma das três passagens da Grande Muralha para esse contraforte avançado] abateu-se uma forte chuva, levando os conselheiros Oficiais a pretender voltar à capital com o Imperador, mas Wang Zhen não concordou.
O exército Ming chegou a Datong no primeiro dia do oitavo mês de Jisi ( 己巳) [18 de Agosto de 1449], já abandonada por as tropas de Esen após o saque, mas só no segundo dia o Imperador entrou na cidade. Considerando realizados os propósitos da expedição,
os comandantes Oficiais fizeram ver ser altura de regressar à capital, pois o céu indiciava a vinda do frio e considerando estarem os objectivos atingidos, deveriam voltar a Beijing.
Os Oficiais mandarins pretendiam fazer um caminho mais seguro e evitar o das estepes do Nordeste, por onde tinham vindo. Wang Zhen, discordando, decidiu retornar pelas estepes, levando o Imperador a aproximar-se da fronteira Nordeste, chegando o exército a Xuanfu a 27 de Agosto. Três dias depois, Xuanfu foi atacada pelas forças mongóis e a cavalaria Ming, com 40 mil homens liderados por o General Zhu Yong (1391-1449), aniquilada em Yaoerling.
No dia 13 do oitavo mês [31 de Agosto], o exército imperial Ming acampou em Tumu e de novo, contra os pareceres e sugestões dos ministros, Wang Zhen recusou enviar o Imperador para Huailai, uma cidade muralhada a 45 km dali. Posicionando-se a Sul do acampamento Ming, a força mongol colocou-se de forma a cortar o acesso à água do rio e Wang Zhen ordenou à sua tropa para lutar, mas sem organização foi aniquilada. O comandante Esen não estava em Tumu, mas a mongol tropa Yuan do Norte matou a maior parte do inimigo, entre eles os generais de altas patentes Ming. No entanto, segundo consta, terá sido o general Fan Zhong (樊忠), Oficial militar do Corpo de Proteção ao Imperador, quem a 15 do oitavo mês do ano Jisi [2 de Setembro de 1449] matou o eunuco Wang Zhen. No dia seguinte foi o Imperador Zhengtong capturado por o exército mongol e enviado para o cativeiro no principal recinto do comandante Esen, próximo de Xuanfu, onde abdicou a favor do irmão mais novo Zhu Qiyu (1428-1457), a quem entregara a regência antes de partir.
Yu Qian e o imperador Jingtai
Com o Imperador Zhengtong preso, o mongol comandante Esen pretendia conseguir negociar a seu favor um tratado de comércio com grandes benefícios, mas isso foi rejeitado pela corte Ming e Zhu Qiyu, irmão mais novo do Imperador, tornou-se no dia 6 da nona lua de Jisi [22 de Setembro de 1449] o Imperador Jingtai.
O comandante Esen decidiu a 14 da nona lua [1 de Outubro] atacar a capital Beijing, dirigindo-se novamente a Datong onde levando o Imperador
Zhengtong até uma das portas, explicou vir com o monarca para ele voltar a ocupar o trono. No entanto, no interior da cidade os defensores ignoraram-no.
Onze dia depois, Esen chegou a Beijing e estacionou as tropas mongóis em frente às Portas Deshengmen e Xizhimen e no dia seguinte [12 de Outubro] fez uma nova diplomática tentativa de aproximação, convidando a corte Ming a enviar altos oficiais para conduzirem Zhengtong à capital. Pretendia conseguir mais Oficiais de alta patente como reféns, mas apenas foi visitado por dois Oficiais de baixo grau e daí o plano ruir.
A 13 de Outubro, Bolad, irmão de Esen, atacou a Porta Desheng (德胜 门) e o Ministro da Defesa de Beijing, o Comandante Yu Qian estrategicamente chamou para dentro da cidade a cavalaria mongol e quando esta aí se encontrava, no interior o Batalhão Shenjiying [uma das três divisões da elite militar Ming estacionadas à volta de Beijing, conhecidas por Batalhões da Máquina Divina, famosos por utilizarem armas de fogo] emboscou os mongóis e fechando a Porta, caiu sobre eles, tendo Bolad morrido.
Essas emboscadas ocorridas nas várias portas da cidade de Beijing foram realizadas até 17 de Outubro, quando Esen já com perdas significativas nas suas hordas e sem poder contar com o apoio das estepes, por a Passagem Juyong estar bloqueada por tropa Ming, percebeu não conseguir conquistar a capital.
A 20 de Outubro, Esen mandou um enviado para negociar a paz com a corte Ming e a 8 de Novembro as tropas mongóis foram colocadas fora da Grande Muralha. Esen Taishi continuou a tentar vender Zhengtong, mas o Imperador Jingtai encontrava-se já
com grande poder e recusou negociar a libertação do irmão. Sem poder tirar vantagem do Imperador prisioneiro, Esen em 1450 libertou-o.
Durante a governação do Imperador Jingtai (1449-57) foi feita a restruturação da organização das forças armadas, reparado o Grande Canal, assim como o sistema de diques do Rio Amarelo reforçado e a economia prosperou, sendo ajudado por o Oficial Yu Qian, que veio equilibrar o poder dos mandarins com o dos eunucos.
Yu Qian (于谦, 1398-1457), nascido a 13 de Maio de 1398 em Hangzhou, desde 1421, no reinado de Yongle, tinha o título de mandarim jinshi, sendo o seu nome de cortesia Tingyi e artístico Jie’na. Com o Imperador Xuande ficou como Grande Coordenador de Shanxi e Henan, mas no reinado do Imperador Zhengtong, ousou ofender o todo poderoso Wang Zhen e acabou preso, sendo pouco depois libertado. Quando o Imperador Jingtai subiu ao trono, Yu Qian comandava a defesa de Beijing, com 220 mil soldados, após ser reforçada por tropas chamadas de Shanxi, Henan e Shandong e daí passou a Ministro da Guerra entre 1449 e 1457. Impressionado com Yu Qian, o Imperador Jingtai promoveu-o a Guardião e Tutor do Príncipe Regente, mas quando o Imperador Yingzong (1435-1464) voltou a governar como Imperador Tianshun, logo acusou Yu Qian de traição e mandou executá-lo. Nove anos depois, com o Imperador Chenghua foi Yu Qian reabilitado a título póstumo.
Quatro meses de cativeiro e o comandante Esen libertou o Imperador Yingzong, que foi para a capital com a clausula de ficar preso na Cidade Proibida.
Na Mongólia, Esen Taishi em 1453 declarou-se Khan da dinastia Yuan do Norte, mas abrindo um conflito interno, foi por os seus homens assassinado em 1455. Então Zhu Qizhen (ex-Imperador Zhengtong) lançou com sucesso um golpe para afastar o meio-irmão, o Imperador Jingtai, e assim regressou ao trono a 11 de Fevereiro de 1457 como Imperador Tianshun. Os eunucos propuseram-lhe retornar às viagens marítimas, mas estando os baochuan já com o prazo de validade ultrapassada e as florestas devastadas, não havendo material nem dinheiro para os restaurar, desvaneceu-se a ideia.
O Imperador Tianshun governou até falecer em Beijing a 23 de Fevereiro de 1464.
A segurança do Estado continua a ocupar um lugar de destaque nas preocupações do Governo chinês.
As autoridades lançam agora um apelo para que todos estejam alerta para actividades suspeitas de serviços estrangeiros
Oministério de Segurança do Estado chinês pediu ontem a mobilização de “toda a sociedade”, visando “prevenir e combater a espionagem”, e anunciou medidas para “fortalecer a defesa nacional” contra “ actividades de serviços de inteligência estrangeiros”.
Num artigo publicado através da conta oficial na rede social Wechat, o ministério explicou que o
trabalho contra a espionagem combina operações “abertas e secretas” e que todos os órgãos estatais e organizações sociais, empresas e instituições têm a obrigação de prevenir e impedir a espionagem e “proteger a segurança nacional”.
O organismo, que deseja “construir uma sólida linha de defesa popular contra a espionagem”, instou os órgãos de comunicação, plataformas ‘online’ e fornecedo-
res de serviços de informação a realizarem “educação específica sobre contraespionagem, dirigida a toda a sociedade”. O ministério vai colocar à disposição dos cidadãos números de telefone e caixas postais para receber denúncias, “garantindo o sigilo” dos informantes.
Medidas apertadas
A China alterou a Lei de Contraespionagem para incluir a
Oregulador do ciberespaço da China ordenou ontem aos fornecedores de dispositivos móveis que criem um modo específico para menores, visando limitar o uso por crianças e adolescentes a um máximo de duas horas por dia.
A Administração do Ciberespaço chinesa disse ainda que menores de 18 anos devem estar impedidos de aceder a dispositivos móveis, incluindo telemóveis e computadores portáteis, entre as 22:00 e 06:00. De acordo com a norma, este modo para menores deve ter uma função de troca automática, que permite ao utilizador aceder a uma versão adaptada à sua idade com um único clique e sair com a verificação e autori-
zação dos pais. Os utilizadores com idades entre 16 e 18 anos vão ter permissão para aceder a dispositivos móveis duas horas por dia. Para crianças entre os oito e 16 anos, o limite é uma hora, enquanto menores de oito vão ter permissão para apenas oito minutos.
Dependendo das “características físicas e mentais” de cada grupo, vão ser oferecidos conteúdos e informações “adequados ao seu desenvolvimento”, refere o documento, que sugere a audição de programas educativos e de músicas para menores de três anos.
Aplicações de partilha de vídeos curtos, semelhantes ao TikTok, estavam já obrigadas a oferecer um modo específico para menores, que limita o tempo de utilização e omite determinado tipo de conteúdo.
Em 2021, as autoridades chinesas restringiram a cerca de três horas por semana o acesso de internautas menores de idade a jogos em rede, visando “proteger efectivamente a saúde física e mental” e o “crescimento saudável” dos jovens.
As acções das principais firmas de tecnologia chinesas caíram após o anúncio, incluindo a aplicação de partilha de vídeos curtos Kuaishou Technology, a rede social Weibo e o motor de busca Baidu.
“colaboração com organizações de espionagem e seus agentes” na categoria de espionagem.
A legislação passou a proibir a transferência de qualquer informação relacionada com a segurança nacional e alargou a definição de espionagem, à medida que o Presidente chinês, Xi Jinping, enfatiza a necessidade de construir uma “nova arquitectura de segurança”.
Todos os “documentos, dados, material e itens relacionados com a segurança e interesses nacionais” vão passar a estar sob o mesmo grau de protecção que os segredos de Estado, de acordo com emenda, que entrou em vigor, em Julho passado.
O ministério explicou que o trabalho contra a espionagem combina operações “abertas e secretas” e que todos os órgãos estatais e organizações sociais, empresas e instituições têm a obrigação de prevenir e impedir a espionagem e “proteger a segurança nacional”
Em Maio passado, a polícia chinesa entrou nos escritórios de duas consultoras, a Bain & Co. e Capvision, e de uma empresa de diligência prévia, a Mintz Group. As autoridades não deram nenhuma explicação, afirmando apenas que as empresas estrangeiras são obrigadas a cumprir a lei.
Estas investigações semearam preocupação no sector e entre potenciais investidores estrangeiros, apesar de Pequim ter defendido tratarem-se de acções isoladas.
ASfortes chuvas e inundações causadas pelo tufão Doksuri causaram ontem o colapso parcial de uma ponte na província de Heilongjiang, no nordeste da China, resultando na queda de vários veículos num rio da região, relatou a imprensa estatal.
A infra-estrutura, localizada num trecho da via rodoviária que liga as cidades de Harbin e Mudanjiang, desabou num dos sentidos do trânsito e provocou a queda de vários veículos na água, informou a agência noticiosa oficial Xinhua.
Até ao momento não existem informações sobre quantas pessoas terão ficado presas dentro dos veículos. Doksuri, o quinto tufão do ano, afectou nos últimos dias a região de Heilongjiang,
que mantém o nível de alerta máximo para tempestades. Também a província de Hebei e áreas administrativas dos municípios de Pequim e Tianjin estão em alerta máximo.
Os efeitos do tufão Doksuri, um dos mais fortes a atingir a China nos últimos anos e que devastou partes do sul e leste do país, fizeram com que Pequim registasse as chuvas mais intensas dos últimos 140 anos.
A intensa precipitação provocou graves danos nas infra-estruturas rodoviárias das zonas afectadas, incluin-
do várias pontes e viadutos. As autoridades chinesas anunciaram ontem um reforço de 30 milhões de yuans nas verbas destinadas para as reparações de emergência nas estradas afectadas pelas inundações.
Na terça-feira, as autoridades chinesas tinham anunciado um montante de 110 milhões de yuans.
Os fundos para a reparação rodoviária foram emitidos pelos Ministérios das Finanças e dos Transportes.
Esta ajuda junta-se às centenas de milhões de yuans doados na quarta-feira por várias gigantes tecnológicas chinesas, incluindo os grupos Alibaba, Tencent ou ByteDance, conhecida por ser a empresa-mãe da popular aplicação TikTok.
APÓS três anos em que os desportos motorizados tiveram um período de estagnação, devido à pandemia e às restrições de viagens, Lee Lung Nien conseguiu o apoio da Autoridade Desportiva Nacional (ADN) da Malásia para organizar, já este ano, o primeiro Campeonato de Automobilismo da Ásia-Pacífico (Asia Pacific Motorsports Championship na designação oficial inglesa).
Com a benção da FIA, e organizado graças à colaboração entre as ADNs do Asia Pacific Desk, este “é um evento que foi criado para permitir um acesso de baixo custo a um evento que reúne os melhores da região em disciplinas deste desporto”.
Usando o Circuito Internacional de Sepang como centro nevrálgico, as federações e associações nacionais da região concordaram em lançar as suas “olimpíadas” à imagem do “FIA Motorsport Games”, evento
Quando o novo Vice-Presidente da Federação Internacional do Automóvel (FIA) para a Ásia, o ex-presidente da associação automóvel de Singapura, Lee Lung Nien, assumiu a sua nova posição, deixou claro que no seu mandato iria existir uma forte aposta no desenvolvimento na base dos desportos motorizados da região
promovido pela FIA e que se organiza de dois em dois anos, colocando pilotos dos vários países e territórios em competição nas mais variadas disciplinas reconhecidas pela federação internacional. “Prevê-se que isto permita o acesso a uma maior pla -
taforma de reconhecimento para os participantes, equipas e pilotos nos seus esforços contínuos para correr numa plataforma internacional”, diz o comunicado de imprensa do organizador do evento. “Gostaríamos de agradecer às ADNs relevantes pelo seu
apoio e trabalho para tornar este evento possível.”
Escolhas óbvias
A escolha do Asia Pacific Desk para acolher a primeira edição deste evento foi o Circuito Internacional de Sepang. O ex-circuito
de Fórmula 1 e palco do Grande Prémio de MotoGP da Malásia reúne todas as condições para organizar um evento desta natureza. Para além da pista principal, que pouca utilidade terá neste primeiro Campeonato de Automobilismo da Ásia-Pacífico, o circuito tem todas as infra-estruturas necessárias, incluindo o kartódromo e uma pista de terra que habitualmente é usada para actividades promocionais.
“Prevê-se que isto permita o acesso a uma maior plataforma de reconhecimento para os participantes, equipas e pilotos nos seus esforços contínuos para correr numa plataforma internacional.”
Visto que a ideia é fomentar as bases do desporto, o foco estará em disciplinas menos dispendiosas. Sendo assim, para esta primeira edição, as cinco modalidades do automobilismo escolhidas foram: gincana (masculino, feminino e duplas), karting (cadete, júnior e sénior), karting “slalom” (masculino e feminino), e-sports (solo e equipas) e rali (em formato trial). De acordo com a organização, são esperados 120 participantes oriundos de 23 países e territórios. As inscrições para o evento agendado para o fim de semana de 30 de Setembro e 1 de Outubro já abriram e irão decorrer durante este mês de Agosto. Austrália, Singapura, Sri Lanka, Hong Kong e Vietname são alguns dos países e territórios que já publicamente anunciaram que estarão presentes. Segundo a informação sobre o regulamento desportivo disponibilizada online, os participantes devem ser titulares do passaporte do país que representam e terem sido seleccionados pela ADN desse país. Sérgio Fonseca
Ojogo entre Portugal e EUA para o Mundial2023 feminino, na segunda-feira, teve em média
1,35 milhões de espectadores, tornando-se o programa nocturno com maior audiência na história da televisão norte-americana Fox.
A Fox e a empresa Nielsen anunciaram na quarta-feira à noite que a partida em Auckland, na Nova Zelândia, que começou quando no leste dos
Estados Unidos eram 03:00, atingiu um pico de audiência de 1,73 milhões nos 15 minutos finais.
O jogo fixou também um novo recorde de 42.958 adeptos nas bancadas do Eden Park, em Auckland, o valor mais elevado para um jogo de futebol – masculino ou feminino – na Nova Zelândia.
Ainda assim, o jogo com Portugal teve muito menos telespectadores do que as
duas primeiras partidas dos EUA, que decorreram em horário nobre.
Mais de 6,4 milhões de pessoas assistiram, em média, ao jogo com os Países Baixos, enquanto a partida de abertura, contra o Vietname, atraiu uma média de 5,26 milhões de telespetadores.
As três partidas dos Estados Unidos na fase de grupos tiveram uma audiência média de 4,35 milhões na Fox, um
aumento de 11 por cento em relação ao Mundial2019 feminino, que decorreu na França.
Portugal empatou 0-0 frente aos Estados Unidos, bicampeões do mundo femininos de futebol, no Eden Park, em Auckland, na terceira jornada do Grupo E do Mundial, mas ficou, na estreia, pela primeira fase do Mundial de 2023.
A selecção portuguesa foi afastada da competição, que
decorre na Nova Zelândia e Austrália, ao acabar o Grupo E no terceiro lugar, com quatro pontos, ficando a um dos Estados Unidos e a três dos Países Baixos.
A formação comandada por Francisco Neto começou com um desaire por 1-0 face às neerlandesas, em Dunedin, depois venceu o Vietname por 2-0, em Hamilton, e, a fechar, empatou a zero com os Estados Unidos.
Edital
(12/FGCL/2023
Nos termos do artigo 6.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), o Conselho Administrativo do Fundo de Garantia de Créditos Laborais (FGCL) deliberou, em 31 de Julho de 2023, autorizar a atribuição do crédito requerido a favor dos trabalhadores dos devedores abaixo mencionados (inclusive os eventuais juros de mora), pelo que, de acordo com a alínea 1) do n.º 1 do artigo 9.º da lei acima referida, conjugada com o n.º 2 do artigo 72.º do “Código do Procedimento Administrativo”, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M de 11 de Outubro, o devedor abaixo referido é notificado que o FGCL irá, no prazo de oito dias contados a partir da data da publicação deste edital, atribuir os montantes resultantes dos créditos a favor dos trabalhadores mencionados no quadro abaixo. Além disso, nos termos do artigo 8.º da mesma Lei, o FGCL fica sub-rogado nesses créditos, após a sua atribuição.
O devedor acima referido pode comparecer, durante as horas de expediente, na sede da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado nos. 221 a 279, Macau, para consultar o respectivo processo.
1 de Agosto de 2023.
O Presidente do Conselho Administrativo do FGCL, Wong Chi Hong
Regressado a Portugal há uns meses, o fotógrafo António Mil-Homens continua a mostrar Macau no país. O seu mais recente projecto é a exposição de fotografia “Bicicletas de Macau” que pode ser vista até 17 de Setembro na Casa do Arco do Bispo, em Castelo Branco. A mostra poderá dar origem a um debate sobre mobilidade urbana
ANTES de regressar definitivamente a Portugal, depois de décadas a viver em Macau, o fotógrafo
António Mil-Homens guardou dezenas de fotografias na bagagem prontas a expor. Um dos conjuntos diz respeito às “Bicicletas de Macau”, nome que titula a sua mais recente mostra, patente na Casa do Arco do Bispo, em Castelo Branco, Portugal, até ao dia 17 de Setembro.
As imagens mostram, assim, os raros sinais da mobilidade através da bicicleta nas ruas de Macau, tendo em conta as dificuldades de locomoção neste meio de trans-
porte tendo em conta a poluição e o trânsito excessivo.
Ao HM, António Mil-Homens explicou as origens desta iniciativa. “Fazer esta exposição surgiu na sequência da colaboração que tenho mantido com o jornal ‘Regiões’ de Castelo Branco. Referi ao Fernando de Jesus Pires [fundador e director do jornal] que uma das exposições que tinha pronta a instalar em qualquer lado era esta, das bicicletas de Macau. Ele apresentou a ideia ao José Dias Pires, presidente da junta de freguesia de Castelo Branco, que ficou entusiasmado com a explicação do conceito da exposição.”
António Mil-Homens diz ter conseguido fazer o que sempre deseja para as suas exposições, ou seja, conciliar diversos formatos expositivos. Assim, além das fotografias coladas na parede, existem ainda aros com imagens dentro, a imitar as rodas das bicicletas, penduradas no espaço da exposição.
“Estou muito contente com o que consegui produzir em termos de instalação da exposição”, confessou o fotógrafo, que pretende expandir este projecto. “Ainda tenho a esperança de editar um livro, não apenas com as 35 fotografias de bicicletas que fazem parte desta exposição, mas com um total de 77. Esse projecto está em marcha e inclui ainda um texto meu e do José Luís Sales Marques, presidente do Instituto de Estudos Europeus”, afirmou.
Relativamente ao texto introdutório de Sales Marques sobre esta
mostra, este refere que as bicicletas captadas pela lente de Mil-Homens “espelham a identidade dos seus anónimos proprietários e utilizadores, e o meio em que se movimentam”. “Trazem algo do passado, parecem anacrónicas, estão estacionadas em passeios públicos da cidade antiga, ou temporariamente aprisionadas a postes de sinalização, sugerindo um modo de vida e um
ambiente urbano circundante que só pode ser o de uma cidade com passado, onde as pedras das calçadas contam o tempo tomando o século por unidade”, escreveu ainda.
Tendo em conta que a cidade de Castelo Branco tem uma instituição de ensino superior - o Instituto Politécnico de Castelo Branco - a ideia é fazer ainda “uma apresentação em Setembro, para que possa haver um debate ou colóquio sobre mobilidade urbana e o uso da bicicleta como meio de transporte, uma vez que é nessa altura que muitos estudantes regressam a Castelo Branco”.
Imagens em movimento “Bicicletas de Macau” vai ainda fazer um itinerário por outras ci-
dades portuguesas, nomeadamente Coimbra, onde vai residir entre os meses de Janeiro e Fevereiro do próximo ano. Mil-Homens adiantou ainda que “já há contactos para a exposição ser apresentada também em Penamacor”.
O fotógrafo, que também se embrenha na poesia e pintura, pretende mostrar em Portugal todas as exposições e colecções que levou na bagagem. “No fundo, quero manter a ligação a Macau, sendo que mudei a minha base de trabalho.”
“Bicicletas de Macau” vai ainda fazer um itinerário por outras cidades portuguesas, nomeadamente Coimbra, onde vai residir entre os meses de Janeiro e Fevereiro do próximo ano
Debater o uso da bicicleta no espaço urbano é importante para António Mil-Homens, que em Macau sempre tentou deslocar-se desta forma, sem sucesso. No entanto, a esperança de que as autoridades venham a criar novas ciclovias e a introduzir mais viaturas eléctricas não morreu.
“Quer queiramos, quer não, o tráfego está cada vez mais intenso, tendo aumentado o nível de poluição, [pelo que é mais difícil andar de bicicleta em Macau]. Espero que a médio prazo isso vai sendo atenuado com a introdução de mais veículos e autocarros eléctricos”, rematou. Andreia Sofia Silva
“No fundo, quero manter a ligação a Macau, sendo que mudei a minha base de trabalho.”
ANTÓNIO MIL-HOMENS FOTÓGRAFO
“The Great Hack” documenta o escândalo norte-americano da Cambridge Analytica, a empresa que roubou os dados pessoais de milhões de utilizadores do Facebook, para criar campanhas de manipulação e propaganda nas eleições de Donald Trump ou no referendo do Brexit. Tudo aquilo que os principais jornais internacionais reportaram, aqui é explicado pelos intervenientes que denunciaram o processo. A pergunta que moveu toda a investigação foi simples: “Quem nos está a alimentar com medo? E como?”. O mundo está a ficar um lugar perigoso. Para ver e reflectir. Hoje Macau
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um grito no deserto Paul Chan Wai Chi*
NOS ÚLTIMOS anos, adquiri o hábito de caminhar e o Circuito de Manutenção da Barragem de Hac Sá é um dos locais que costumo percorrer. O labirinto de plantas, situado perto da Barragem de Hac Sá, é também um local concorrido onde muitas pessoas vão tirar fotografias. O Instituto para os Assuntos Municipais cultivou várias plantas neste no labirinto para que as pessoas as possam desfrutar, como girassóis e miscanthus sinensis. As grandes árvores que lá podemos encontrar parecem saídas de um filme. Cheguei a ver uns noivos, acabados de casar, a fazerem uma sessão fotográfica no labirinto de plantas.
Numa das caminhadas que fiz no início deste ano, descobri que estavam a decorrer obras no labirinto de plantas, e pensei que poderiam estar a ser feitas para celebrar a Páscoa. Movido pela curiosidade, perguntei interroguei os trabalhadores, mas eles não me souberam responder. Só no mês passado, é que o Governo de Macau anunciou a construção do “Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá” para optimizar e ligar os recursos de lazer de Hac Sá, o que explica o desaparecimento do labirinto de plantas.
O custo de construção do Campo de Aventuras Juvenis da Praia de Hac Sá está estimado em 1,4 mil milhões de patacas, e mesmo os deputados da Assembleia Legislativa, que têm uma palavra a dizer sobre o orçamento do Governo, não sabem nada sobre a construção do Campo de Aventuras. Quanto ao planeamento da construção da estátua de Avalokitesvara, o Conselho Consultivo para os Assuntos Municipais e o Conselho Consultivo de Serviços Comunitários das Ilhas deveriam ter sido consultados com antecedência, mas não foram ouvidos. Então, que sentido faz a existência destes dois Conselhos Consultivos quando os seus membros desconhecem o que se passa com o planeamento da construção?
Os labirintos são construídos pelo Homem. A revisão da Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa é também um mistério que intriga os habitantes de Macau. É função da Comissão de Defesa da Segurança do Estado da Região Administrativa Especial de Macau dar apoio ao Chefe do Executivo na tomada de decisão sobre os assuntos internos relativos à defesa da segurança do Estado, assegurando ainda a realização dos trabalhos de organização. Na estrutura governamental, a Comissão de Defesa da Segurança do Estado está sob a alçada do Chefe do Executivo e não pertence ao domínio forense. Quanto à revisão da Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa, é compreensível que a tarefa de avaliar se os candidatos respeitam a Lei Básica e são leais à Região Administrativa Especial de Macau, parte integrante da República Popular da China, esteja atribuída à Comissão de Defesa da Segurança do Estado. Mas, quanto ao seguinte conteúdo, “propõe-se que aquando da apreciação, pela CAEAL, da qualificação e das condições dos candidatos, a verificação de que os candidatos defendem a Lei Básica e são fiéis à Região Administrativa Especial de Macau da
Não é difícil sair do labirinto político, mas é muito difícil sair do labirinto construído nos corações humanos
República Popular da China deve ser realizada pela Comissão de Defesa da Segurança do Estado da Região Administrativa Especial de Macau, cabendo a esta Comissão emitir parecer vinculativo à CAEAL sobre os candidatos que não reúnam os devidos requisitos. Relativamente à decisão, de que os candidatos não reúnem os requisitos para a candidatura, tomada pela CAEAL, em conformidade com o parecer emitido pela Comissão de Defesa da Segurança do Estado da Região Administrativa Especial de Macau, não é permitido apresentar reclamação junto da CAEAL, nem interpor recurso contencioso junto dos tribunais”, já é mais difícil de compreender.
O Artigo 34 da Constituição da República Popular da China estipula: todos os cidadãos da República Popular da China que tenham atingido a idade de 18 anos, salvo os privados de direitos políticos nos termos da lei, têm o direito de votar
e de se candidatar a eleições sem diferença de nacionalidade, raça, sexo, ocupação, origem familiar, religião, educação, situação económica ou tempo de residência. O Artigo 25 da Lei Básica da RAEM estipula: os residentes de Macau são iguais perante a lei, sem discriminação em razão de nacionalidade, ascendência, raça, sexo, língua, religião, convicções políticas ou ideológicas, instrução e situação económica ou condição social. O Artigo 26 da Lei Básica da RAEM estipula: os residentes permanentes da Região Administrativa Especial de Macau têm o direito de eleger e de ser eleitos, nos termos da lei.
Analisando os referidos Artigos da Constituição e da Lei Básica, torna-se evidente que o princípio “um país, dois sistemas” está consagrado na Lei Básica.
Tanto quanto sei, quando a China tenciona privar alguém de direitos políticos, recorre aos tribunais, o que demonstra respeito pelo sistema jurídico e permite em grande medida a protecção dos direitos humanos. Enquanto pessoa relacionada com candidatos à Assembleia Legislativa que foram desclassificados, aceito e respeito as decisões do Tribunal de Última Instância, mesmo que essas decisões sejam contrárias aos meus desejos. A revisão da Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa parecia dar ênfase à decisão do Tribunal de Última Instância. No entanto, continuam a faltar disposições que salvaguardem o “princípio da audiência prévia do interessado”.
Não é difícil sair do labirinto político, mas é muito difícil sair do labirinto construído nos corações humanos.
*Ex-deputado e antigo membro da Associação Novo Macau Democrático
Ajunta militar no poder em Myanmar anunciou na quarta-feira à noite a substituição de cinco ministros, dois dias após prolongar o estado de emergência por seis meses, adiando as eleições previstas para este mês.
Num comunicado, a junta confirmou as saídas dos ministros responsáveis pelas tutelas de Religião, Electricidade, Energia, Trabalho e Justiça, assim como do presidente da Comissão Anticorrupção e do Presidente da Comissão de Direitos Humanos. A junta militar referiu que os ministros da Electricidade e da Religião abandonaram os cargos por motivos de saúde, mas não deu explicações sobre a saída dos restantes dirigentes nem identificou os substitutos.
Um dos dirigentes exonerados, o ministro da Energia, U Myo Myint Oo, foi sancionado pelos EUA no início do ano por estar por trás da gestão de actividades relacionadas com a produção e exportação de gás e petróleo, principal fonte de divisas da junta militar.
O anúncio surgiu dois dias depois de a junta ter prolongado o estado de emergência por seis meses, adiando teoricamente as eleições que estavam previstas para Agosto.
O estado de emergência, que deveria expirar no final de Julho, “será prorrogado por mais seis meses a partir de 1 de Agosto de 2023”, declarou na segunda-feira o Presidente interino, Myint Swe, ao Conselho de Defesa.
O líder da junta, Min Aung Hlaing, justificou a decisão com combates e ataques em curso nas regiões de Sagaing, Magway e Bago, e Tanintharyi.
Myanmar tem sido palco de um violento conflito civil que já causou quase 3.900 mortos e centenas de milhares de deslocados desde o golpe de Estado de 1 de Fevereiro de 2021, de acordo com a Associação de Assistência a Presos Políticos, uma organização não-governamental birmanesa.
Otufão Khanun causou dois mortos e 60 feridos no arquipélago de Okinawa, no sul do Japão, provocando ainda o cancelamento de centenas de voos e deixando ontem cerca de 156 mil casas sem electricidade.
Um homem de 90 anos morreu na cidade de Ogimi depois de ficar preso numa garagem que desabou na noite de terça-feira, provavelmente devido aos ventos fortes, avançou a televisão pública NHK.
Aempresa Cut, ligada à Associação Audiovisual CUT, foi a vencedora do concurso público para operar a Cinemateca Paixão até Julho de 2026. Os resultados do acto lançado a 2 de Fevereiro pelo Instituto Cultural (IC) foram revelados ontem, através do portal oficial, apesar de terem a data de 13 de Julho.
Pelo serviço, a Cut apresentou uma proposta com o valor 16,94 milhões de patacas, que apenas foi superada pela empresa Grupo H.C. (Macau), que apresentou um preço de 14,50 milhões de patacas.
Além das empresas mencionadas, também o Centro de GMF Cultura e Ciência e Tecnologia (18,00 milhões de patacas), a 1220 Produção de Filmes (20,00 milhões de patacas), Companhia de Produção de Entretenimento e Cultura In (20,98 milhões de patacas) e Cultura de Ambição Limitada (21,50 milhões de patacas)
tinham entregue propostas para explorarem a Cinemateca Paixão. O preço máximo do concurso era de 22 milhões de patacas. Além do preço, que tinha um peso de 40 por cento para a pontuação final, os critérios para a escolha da entidade de exploração tiveram ainda em consideração o “grau de perfeição da proposta operacional trienal e do plano operacional para os primeiros doze meses”, a “experiência da
Pelo serviço, a CUT apresentou uma proposta com o valor 16,94 milhões de patacas, que apenas foi superada pela empresa Grupo H.C. (Macau), que apresentou um preço de 14,50 milhões de patacas
pessoa proposta para director de operações”, e a “experiência da pessoa proposta para consultora”.
História que se repete
A escolha da CUT significa também um regresso às origens para a Cinemateca Paixão. Quando o espaço foi inaugurado teve, durante os primeiros três anos, a exploração a cargo da Associação Audiovisual CUT.
No entanto, em 2020, o concurso público para a atribuição da exploração da Cinemateca definiu uma troca de empresa, com a Companhia de Produção de Entretenimento e Cultura In Limitada assumir esse papel. A empresa estava ligada ao junket Suncity, e foi uma das participantes no concurso mais recente.
Segundo o programa do concurso, a exploração da cinemateca começou no início do mês e prolonga-se até Julho de 2026, num total de 36 meses, dado que a In terá suspendido os serviços no início deste mês. João Santos Filipe
De acordo com os últimos dados do Ministério do Interior italiano, entre o início do ano até 2 de Agosto, 89.427 migrantes desembarcaram na costa italiana, mais do dobro dos 42.198 registados no mesmo período no ano passado. As autoridades
italianas pediram ao navio da Open Arms que resgatasse dezenas de migrantes em perigo na rota do Mediterrâneo Central, divulgou ontem a organização não-governamental (ONG) espanhola. “Enquanto o (navio) ‘Open Arms’ dirigia-se para o
porto de Civitavecchia, recebeu instruções das autoridades italianas para intervir em vários outros casos de embarcações em perigo”, escreveu a ONG nas redes sociais. Este pedido, aparentemente motivado pelo grande número de embarca-
ções com migrantes a bordo à deriva no Mediterrâneo, é invulgar, uma vez que as ONG de regaste humanitário tornaram-se um dos alvos das medidas anti-migração aplicadas pelo Governo da primeira-ministra Giorgia Meloni.
Uma mulher de 89 anos morreu também na cidade de Uruma, vítima de um incêndio causando por velas usadas para iluminar a casa após um corte no fornecimento de electricidade.
O tufão deixou ainda cerca de 60 feridos, entre eles uma pessoa que partiu o braço ao tentar desviar uma árvore caída pelo vento e um homem que sofreu ferimentos quando o vidro da sua casa se estilhaçou.
De acordo com a concessionária local de electricidade, a Okinawa Electric Power, cerca de 24 por cento das casas, cerca de 156 mil residências, na região de Okinawa estavam sem energia na passada madrugada.
A empresa admitiu estar pessimista quanto aos trabalhos de restabelecimento do fornecimento de electricidade devido ao temporal. Numerosas ligações aéreas de e para Naha, Miyako, Shin-Ishigaki e Shimojishima, os principais aeroportos de Okinawa, sofreram ontem cancelamentos que afectaram 314 voos e cerca de 40 mil passageiros. Khanun, o sexto tufão da temporada no Pacífico e classificado como “muito forte” pela Agência Meteorológica do Japão, estava, às 10h45, a cerca de 230 quilómetros a sudoeste da ilha de Kumejima, no arquipélago de Okinawa.
Apesar do pior já ter passado, as autoridades japonesas pediram à população para continuar a ter cuidado devido ao risco de tempestades, ventos fortes, ondas altas e deslizamentos de terra ligados ao tufão.
“O mundo está desarticulado.”