Hoje Macau 5 JAN 2016 #3485

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Director carlos morais josé

Enfermeiros temem violência dos doentes A Associação de Enfermeiros teme que a ira dos residentes se volte contra eles. Como, aliás, tem acontecido. Até hoje ninguém foi punido. 7

Cheques Centenas de milhões à espera de serem levantados

Acabou o prazo para levantar os cheques do Plano Pecuniário do Governo. Mas muitos não foram buscar o dinheiro. Por ignorância ou desinteresse. Grande Plano páginas

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Governo apoia produção de álbuns originais O Instituto Cultural vai dar dinheiro aos músicos que pretendam gravar originais. Se o artista for residente permanente. Evidentemente! eventos

eleições

Jason Chao critica relatório da Comissão Eleitoral

Vale tudo Política página

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hojemacau sociedade página

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terça-feira 5 de janeiro de 2016 • ANO Xv • Nº 3485


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Plano Pecuniário

grande plano

marco do correio deixa-me espreitar Mais de 26 mil residentes não levantaram o cheque pecuniário o ano passado, número que triplicou face a 2014. Paul Pun, secretário-geral da Caritas, pede que seja criada uma entidade ou conta bancária própria para estes casos

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odos os anos os residentes permanentes e não permanentes anseiam pelo dia em que o cheque pecuniário do Governo cai na sua conta bancária ou chega à caixa de correio. Contudo, uma boa parte dos residentes com esse direito não levantou o cheque em 2015. Dados fornecidos pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) ao HM mostram aliás que os números de cheques não depositados tem vindo a subir desde 2013. No ano que ainda agora findou, um total de 26.844 pessoas não levantou o seu cheque, o que representa um montante acima dos 223 milhões de patacas. Estes números representam cerca de 4,2% dos residentes elegíveis para receber o cheque. Apesar da DSF não possuir dados específicos sobre a percentagem de residentes permanentes e não permanentes que não levantam os cheques, contas feitas pelo HM mostram que apenas 2040 pessoas com BIR não permanente não levantaram as 5400 patacas do Governo, sendo que a maioria diz, então,

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milhões de patacas é o montante aproximado dos cheques que ficaram por levantar

respeito aos cheques de nove mil patacas. Em 2014, os números são bem mais baixos: 7272 pessoas não fizeram qualquer levantamento ou depósito, o que totaliza mais de 57 milhões de patacas. Em 2013 o número volta a descer, com 4389 cheques não depositados, o que representa valores acima dos 300 milhões de patacas.

Outras medidas

Confrontado com estes números, Paul Pun, secretário-geral da Caritas, começa por ironizar. “Na maior parte dos casos as pessoas que recebem o cheque vão depositá-lo, não vão mantê-lo como lembrança”, disse ao HM, defendendo a criação de uma conta bancária específica para as pessoas que não sabem depositar o seu cheque. “Temos de ter em conta se esta é a melhor forma de atribuir o cheque. Os professores e os funcionários públicos recebem o dinheiro na conta bancária, então poderia ser criada uma conta através do Governo, especialmente para os mais velhos. Sei que muitos idosos não sabem usar o cheque”, disse. Paul Pun defende ainda a atribuição desta competência a uma entidade diferente. “Estes números são elevados e os cheques deveriam ser enviados para uma entidade ou departamento para serem

“Temos de ter em conta se esta é a melhor forma de atribuir o cheque. Os professores e os funcionários públicos recebem o dinheiro na conta bancária. Então poderia ser criada uma conta através do Governo, especialmente para os mais velhos. Sei que muitos idosos não sabem usar o cheque” Paulo Pun Caritas

levantados pelas pessoas que não os conseguiram depositar. Não basta enviar para as caixas do correio”, referiu. O Programa de Comparticipação Pecuniária é destinado a todos os residentes, de todas as bolsas, quer residam em Macau ou não. A ausência do território pode ser uma das razões para os números fornecidos pela DSF.

A idade não perdoa

“Haverá muitas pessoas, a viverem em Hong Kong, Portugal ou Taiwan, que não levantarão o cheque. E depois há muitas pessoas idosas que não depositam o cheque, que podem não saber a forma como o podem fazer. Muitos não sabem ler e só vêem a publicidade”, disse Paul Pun. No ano de 2014, os cheques foram transferidos automaticamente por conta bancária para mais de 112 mil pessoas, tendo sido emitidos mais de 537 mil cheques. Apesar de muitas pessoas não levantarem o seu cheque, a verdade é que o Governo dispõe de um Centro de Apoio ao Pagamento da Comparticipação Pecuniária, o qual atendeu, em 2014, pouco mais de 15 mil pessoas, sendo que 2480 casos diziam respeito ao pedido de reemissão do cheque. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


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“Governo poderia tentar analisar melhor a atribuição”

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osé Luís Sales Marques, economista, fala de números demasiado elevados, até porque em 2015 a situação económica não melhorou. Bem pelo contrário, diz, até piorou. “Talvez a maior parte das situações esteja relacionada com pessoas que não vivem em Macau há algum tempo e que não tiveram oportunidade de vir cá e não encontraram outra via para levantar o cheque. O que leva as pessoas a não levantar os cheques só pode ser uma falta de conhecimento dos mecanismos de levantamento. Ou pode haver ainda uma minoria que não levanta o cheque, porque não precisa”, referiu o economista. Sales Marques considera que o Executivo poderia alterar as formas de atribuição destes apoios. “O Governo poderia tentar analisar melhor a atribuição e pode chegar a uma conclusão diferente a que tem chegado. Isto porque, por razões que se prendem com a dificuldade em fazer uma diferenciação relativamente a quem deve receber esse tipo de apoio, foi entendido que esta era uma medida para abranger todos os residentes”, rematou. A.S.S.

“O que leva as pessoas a não levantar os cheques só pode ser uma falta de conhecimento dos mecanismos de levantamento. Ou pode haver ainda uma minoria que não levanta o cheque, porque não precisa” Sales marques economista

2480

pessoas dirigiram-se em 2014 aos serviços competentes para a reemissão do cheque


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novo macau

política

Eleições Novo Macau acusa Comissão

Eleitoral de fazer relatório parcial

Olhos ao alto A ANM está preocupada com o recente relatório da Comissão Eleitoral. Falta de rigor e de interesse em eleições justas, são acusações (as mais brandas) de Jason Chao

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alta verdadeiro interesse da Comissão para os Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) em assegurar eleições justas. Esta é, pelo menos, a posição da Associação Novo Macau (ANM) face ao mais recente documento publicado pela Comissão acerca das eleições para a V Legislatura da AL. “O relatório mostra que a CAEAL não está genuinamente interessada em assegurar uma eleições justa”, referiu o vice-presidente da ANM, Jason Chao. Para o activista, foram ignoradas as ilegalidades cometidas por aqueles a quem Chao chama de “grupos de interesse tradicionais”. Ao mesmo tempo, alega que foram distorcidas as intenções de grupos activistas tentarem promover eleições justas. Neste ponto, Chao chama a atenção para o exemplo dado no

relatório se referir, especificamente, à entrega de panfletos pelo grupo activista – ao qual pertenceu –, Macau Consciência. O colectivo decidiu, com o objectivo de promover eleições justas, distribuir folhetos junto de escolas e a CAEAL fez questão de sublinhar esta prática, frisando que “as escolas públicas mantêm a posição de neutralidade nas campanhas eleitorais”. No entanto, argumenta Jason Chao, actividades ilegais de

outros grupos “passaram ao lado” da Comissão. Um dos casos citados pela ANM diz respeito à distribuição de cheques pela Associação Jiangmen aos potenciais votantes.

Versão portuguesa mais soft

Jason Chao faz ainda comentários sobre a disparidade na traduções portuguesa do relatório original em Chinês. “A versão original é mais elaborada e faz um reparo mais duro do que mostra a portuguesa”, explicou. E o vice-presidente da ANM culpa mesmo Ip Song Sang, juiz do Tribunal de Primeira Instância que esteve à frente da CAEAL. “Tratando-se de um juiz que fala fluentemente Português. Seria óbvio que a tradução passasse por Ip Song Sang antes de ser publicada, portanto em última instância, a culpa reside claramente nele”, afirmou. Isto porque a tradução literal do original diz que a Comissão quer “proibir que pessoas critiquem outras com a intenção de sobressaírem”, enquanto em Português se pode ler que deve ser “proibida a prática de propaganda antecipada”. A ideia do original, frisou o

Segundo Jason Chao, actividades ilegais de outros grupos “passaram ao lado” da Comissão. Um dos casos citados pela ANM diz respeito à distribuição de cheques pela Associação Jiangmen aos potenciais votantes activista, está “em falta” na versão portuguesa.

Sem dentes

O relatório da CAEAL denuncia uma série de irregularidades,

mas não define qualquer acção como efectivamente legal. A Comissão pede uma auditoria aos orçamentos das campanhas eleitorais antes da sua entrega, por terem sido detectados valores muito diferentes. O documento confirma ainda que houve queixas quanto à distribuição de ofertas por parte dos candidatos a um lugar de deputado na AL, mas defende que os actos de corrupção “não foram graves” e diz-se ainda sem poder para fazer mais. “Analisado o processo decorrido de preparação e de organização das eleições da V Legislatura e em 2013, consideramos que, no cômputo geral, e para além das críticas por parte dos cidadãos acerca da distribuição de prendas pelas associações para efeitos de propaganda eleitoral, não foi grave a corrupção eleitoral registada nesta Legislatura devido à fiscalização rigorosa por parte do Comissariado contra a Corrupção (CCAC)”, lê-se. Leonor Sá Machado

leonor.machado@hojemacau.com.mo

Desaparecimentos em HK “Pode muito bem acontecer em Macau”

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esapareceram cinco funcionários da livraria de Hong Kong The Causeway Bay Bookstore e Jason Chao acredita que a história não acaba aqui, podendo mesmo ter lugar na RAEM. “[É uma situação] que pode muito bem acontecer em Macau”, determinou o activista, que ontem falou sobre o assunto à margem

de uma conferência da Associação Novo Macau (ANM). Chao confessou sentir-se “sem poder” para travar este tipo de práticas, acreditando que “o Partido Comunista Chinês vai ter sempre formar de raptar pessoas para as julgar em tribunal e até torturar”. O caso está relacionado com o desaparecimento de cinco

pessoas da livraria que é conhecida por publicar obras que criticam o governo de Xi Jinping. Ao jornal Ponto Final, vários activistas locais falam de sinais de “um Estado totalitário”, com contornos semelhantes às acções praticadas pelo KGB russo. “A ANM acredita na liberdade de expressão, tal como em outros direitos humanos

básicos, enquanto pedras basilares de uma sociedade democrática. As tiranias do passado e do presente tentaram tirar-nos isso através da força, da intimidação e decepção. O seu esforço só nos convence ainda mais da importância da liberdade”, disse o presidente da Associação, Scott Chiang, ao Ponto Final.


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Coordenadores-adjuntos do GIT tomaram posse

Imobiliário Governo acaba com grupo de trabalho

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ecorreu ontem a tomada de posse de dois coordenadores-adjuntos do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT), Ng Keng Chung e Peter Chow Wai Tak, os quais vão desempenhar o cargo pelo período de um ano. Ng Keng Chung é licenciado e mestre em Engenharia Electrotécnica pela Universidade de Tsinghua. Em 2008 chegou ao GIT, sendo que desde Março de 2015 desempenhava o cargo de coordenador-adjunto substituto, com responsabilidades pela organização e coordenação da construção dos comboios do metro ligeiro e do seu sistema. Já Peter Chow Wai Tak é licenciado em Engenharia Civil pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Manchester, Reino Unido, incluindo um mestrado em Gestão de Construção pela Universidade Cidade de Hong Kong. Depois de trabalhar no sector privado, Peter Chow Wai Tak entrou para o GIT para desempenhar funções como consultor técnico.

António Lobo Vilela é novo assessor jurídico de Lionel Leong

Governo decidiu acabar com o Grupo de Trabalho para a Promoção do Desenvolvimento Sustentável do Mercado Imobiliário, criado em 2010, segundo um despacho publicado ontem em Boletim Oficial (BO). Ao HM, o Gabinete do Secretário para as Obras Públicas e Transportes, Raimundo do Rosário, confirmou que, em cinco anos de existência, este grupo ajudou à criação do Regime Jurídico da Promessa de Transmissão de Edifícios em construção, à implementação da Lei da Actividade de Mediação Imobiliária e ainda criou o Imposto do Selo Especial Sobre a Transmissão de Bens Imóveis Destinados a Habitação. O grupo de trabalho era coordenado pelo Secretário da tutela e tinha como competências “recolher e analisar as opiniões dos diversos sectores sociais” para o desenvolvimento do sector imobiliário e “estudar e propor a implementação de políticas e medidas a curto, médio e longo prazo”, entre outras. O HM tentou obter reacções, mas até ao fecho desta edição não foi possível. A.S.S.

“Desenvolvimento de qualquer zona deve ter um limite”

Chou Kam Chon tomou posse, ontem, como Subdirector dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), numa cerimónia presidida por Sónia Chan, Secretária para a Administração e Justiça. No discurso da tomada de posse o novo subdirector prometeu “cumprir com lealdade e elevado sentido de responsabilidade as suas funções”, agradecendo ainda “a confiança depositada” pelo Governo. Chou Kam Chon afirmou ainda que “o trabalho dos SAFP tem um papel relevante no desenvolvimento da sociedade, constituindo grande desafio”. Chou Kam Chon disse ainda esperar que todos os colegas dos SAFP possam colaborar de forma unida com a direcção para concretizar as tarefas estabelecidas nas Linhas de Acção Governativa.

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deputada Ella Lei acha que a área total de espaços verdes em Macau é insuficiente e os que existem têm sido destruídos pelos projectos de construção. Por isso mesmo, a deputada diz que é necessário manter o sistema ecológico e através de legislação e de um planeamento urbanístico e ambiental. Numa interpelação escrita, Ella Lei considera que, para se desenvolver uma cidade turística sustentável e apropriada para viver, Macau deve ter um ambiente natural e confortável. A deputada relembra que o Governo elaborou critérios para a classificação de espaços verdes urbanos de Macau, em 2010, dividindo-os em quatro categorias: zonas verdes de lazer, zonas verdes nas rodovias, zonas verdes para produção de viveiros e zonas verdes de reserva ecológica. As estatísticas deste ano mostram que a área total de espaços verdes ocupa 41,7% da área total do território. Para Ella Lei, mesmo que os dados mostrassem um “grande” aumento, as zonas de vegetação mais rica e de maior valor ecológico foram destruídas devido ao desenvolvimento de projectos de construção. “O desenvolvimento de

O advogado português António Lobo Vilela é o novo assessor jurídico do Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong. A notícia foi avançada pelo jornal Business Daily, que não cita fontes. O jurista trabalhou nos Serviços para os Assuntos Laborais entre 2000 e 2003, tendo-se licenciado em Direito na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa. Em 2003, António Lobo Vilela integrou a Comissão Especializada sobre o Sector dos Jogos de Fortuna ou Azar. Sete anos depois, o jurista tornouse parceiro na empresa Macau Gaming Consulting Limited e, em 2012, ficou sócio da LVT Layers. Como assessor jurídico do Secretário, Lobo Vilela deverá cumprir funções relacionadas com o Jogo na região.

Chou Kam Chon assume cargo nos SAFP

Hoje Macau

Ella Lei quer uma lei. Que indique claramente quais as zonas verdes de Macau que devem ser conservadas

política

Taiwan candidato a presidente angaria votos em Macau

qualquer zona deve ter um limite, deve evitar-se a destruição – que tem sido constante - dos espaços ecológicos. Não se deve substituir a ecologia original por uma zona verde artificial e de pouco valor ambiental”, apontou na interpelação. A deputada referiu ainda que nas regiões vizinhas já existe regulação rigorosa, planeamento concreto, protecção de zonas

verdes e de parques suburbanos. Ao comparar com Macau, Ella Lei indicou que o Governo “nunca [cumpriu] conservar as zonas verdes e ecológicas”, considerando isto uma falha da Direcção dos Serviços para a Protecção Ambiental (DSPA). “O Governo vai definir de forma clara a proporção mínima de zonas verdes de reserva ecológica

e de lazer, evitando a diminuição constante destas zonas?”, pergunta a deputada. Ella Lei pede ainda esclarecimentos sobre se o Governo vai assegurar as zonas ecológicas aquando da elaboração do plano director urbanístico, publicando uma lista de zonas para conhecimento da sociedade. Flora Fong

flora.fong@hojemacau.com.mo

Hung Hsiuchu, antiga vice-presidente do Kuomintang, o Partido Nacionalista, chegou ontem a Macau como chefe do grupo de assessoria de um dos candidatos a presidente da Ilha Formosa, Eric Chu Liluan. Segundo o Jornal Hou Kong, a representante referiu que, como a situação de eleições do presidente é uma questão crítica, o candidato promete “esforçarse ao máximo para fazer melhor”. Hung Hsiuchu admitiu que agora os trabalhos do Partido Nacionalista que podem não ser tão populares, mas acredita que a equipa que representa tem capacidade para mudar o que está mal. A chefe apela os eleitores de Taiwan que vivem em Macau e Hong Kong que voltem à Formosa para poderem votar. O grupo já foi a Hong Kong no domingo passado e participou numa reunião de apoio a Eric Chu, organizado pela Associação Geral de Estudo Cultural e Educativo de Hong Kong, Macau e Zhongshan. Segundo o mesmo jornal, existem 60 mil residentes de Hong Kong e de Macau que têm bilhete de identidade taiwanês.


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hoje macau terça-feira 5.1.2016

AAAEC Associação renasce e promete organizar “muitas actividades”

Para além do convívio

Activamente prontos

facebook

A Associação dos Antigos Alunos da Escola Comercial Pedro Nolasco vai voltar ao activo pela mão de José Basto da Silva

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asceu em 1998, mas dez anos depois, com a morte do seu fundador e principal impulsionador José Martins Achiam, suspendeu as suas actividades. Agora renasce das cinzas. A Associação dos Antigos Alunos da Escola Comercial Pedro Nolasco (AAAEC) está de volta e é José Basto da Silva, membro da Associação dos Macaenses (ADM), que assumirá a presidência. “Decidi fazer renascer a Associação porque, por um lado, sempre estive envolvido em actividades associativas e, por outro, sempre soube da existência da Associação dos Antigos Alunos do Liceu e do Colégio Dom Bosco e pareceu-me que existia um vazio, porque não sabia da existência desta associação da Escola Comercial”, contou ao HM. Estando dentro do movimento associativo e tomando conhecimento da situação actual da AAAEC, José Basto da Silva não hesitou em abraçar este novo desafio. “Senti que estava na altura de fazer alguma coisa diferente”, rematou.

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eong Keng Hoi, presidente da Federação Industrial e Comercial das Ilhas de Macau, e Lei Cheok Kuan, vice-presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau, exigem ao Governo que avance com o plano de renovação de Coloane e do desenvolvimento do turismo na zona. Este foi prometido, como relembram os responsáveis, mas até agora nada foi feito. Yeong Keng Hoi e Lei Cheok Kuan disseram ao jornal Ou Mun que “nos últimos dias, muitos turis-

O objectivo, conta, é claro: motivar a comunidade macaense. A participação no inquérito lançado pela ADM sobre a comunidade macaense foi o “empurrão” que

José Basto da Silva precisava para criar, ou neste caso recriar, algo diferente. “Achei que esta Associação poderia ser uma boa ajuda para

dinamizar as coisas. Apesar de existirem várias associações, cada uma tem a sua dinâmica”, referiu, tornando claro que não há competitividade entre as asso-

Coloane Associações pedem plano de melhoria do turismo

Renovar o pulmão verde tas têm visitado Coloane, especialmente no Ano Novo, mas a maioria das casas na vila não tem uma licença de habitação e é difícil que sejam renovadas para que se transformem em restaurantes ou cafés, o que limita o desenvolvimento turístico da zona e prejudica a imagem de Coloane”. Os dois responsáveis referiram ainda que em Coloane “há grandes recur-

sos turísticos” e, tendo em conta que a RAEM recebeu uma nova área marítima, o Governo “devia aproveitar” essas vantagens e cooperar com as associações e os moradores para desenvolver o turismo na ilha. “Outro problema é a falta de lugares de estacionamento”, apontaram. “Muitas pessoas ocuparam de forma ilegal os lugares nesta zona e o Governo também deveria

reorganizar o sistema de transportes”, explicaram os dirigentes associativos. Yeong Keng Hoi e Lei Cheok Kuan sugeriram que o Governo dê “algum apoio aos moradores, para acelerar a autorização de licença de habitação para as casas da vila, para que esses espaços sejam renovados e transformados em restaurantes ou cafés, ou em espaços de venda de produtos criativos”.

ciações existentes mas, reforça, a possibilidade de cooperação entre sinergias. O futuro presidente explicou que apesar de ainda não existir um plano definido, estão em cima da mesa várias propostas em análise. A AAAEC quer marcar pela diferença e pelo espírito activo. “O que se pretende é ter sócios, como os antigos alunos da Escola Comercial, mas não queremos que se resuma só a este tipo de associados. Gostaríamos de trabalhar com a Escola Portuguesa de Macau para que se possa dinamizar com a comunidade mais jovens”, apontou. Cursos de patuá e culinária são algumas das actividades que a nova direcção da Associação quer ver acontecer. “Gostaríamos também de lançar uma actividade de curtas metragens – pouco menos de dois minutos – sobre Macau antiga, ou até passatempos na escola, ou grupos desportivos. São algumas ideias que temos”, apontou, reforçando que o que se pretende é criar uma Associação dinâmica. “Não somos só um grupo de comes e bebes”, rematou. É já no próximo sábado que José Basto da Silva toma posse num jantar convívio que pretende assinalar várias datas. “Organizámos este encontro para celebrar o 138º aniversário da fundação da Escola Comercial Pedro Nolasco, também os 16 anos da transição da soberania e a nossa tomada de posse”. No encontro serão ainda homenageados dez antigos funcionários da escola. Os bilhetes encontram-se à venda no Centro de Actividades da Santa Casa da Misericórdia, todos os dias úteis, até ao dia 8 de Janeiro. Quem não conseguir adquirir bilhetes atempadamente, poderá fazê-lo à porta da Escola Portuguesa de Macau - local onde a confraternização se irá realizar -, a partir das 18h30.

As duas associações pedem também a renovação dos estaleiros de Lai Chi Van, para a promoção dos passeios turísticos, algo que poderia ajudar a desenvolver o turismo de Macau e a promover a diversificação económica. “Esperamos que o Governo possa avançar com este planeamento por forma a aperfeiçoar o ambiente comercial das ilhas, algo que iria trazer um desenvolvimento sustentável para Coloane. Não pode apenas anunciar o plano publicamente e não fazer mais nada sobre o planeamento”, acusaram. T.C.

Filipa Araújo

filipa.araujo@hojemacau.com.mo


7 hoje macau terça-feira 5.1.2016

Ocean Garden Aumentos ameaçam gestão do condomínio

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sociedade

Enfermeiros Associação pede sanções contra abusos físicos

Não batam em quem vos trata da saúde

deputada Angela Leong indicou ontem que a empresa de gestão predial do Ocean Garden, na Taipa, pediu um aumento de 28% nas despesas de condomínio, solicitando a recuperação do que terão sido dois milhões de patacas perdidos em “trabalhos de gestão”. A empresa em causa chegou a ameaçar os proprietários de cortes nos serviços básicos dos edifícios caso estes não aprovem o aumento. A deputada denunciou o caso num Associação de Encomunicado enviado à imprensa, onde fermagem de Macau disse que a Lei do Salário Mínimo para está preocupada com a os Trabalhadores de Limpeza e de Seguviolência que os enferrança na Actividade de Administração meiros sofrem no local Predial, que entrou em vigor no início de trabalho. Ng Wai I, deste ano, já está a causar conflitos na secretária da Associação, pede gestão predial devido ao aumento de ao Governo que sejam criadas despesas. sanções para os autores dos A deputada lembrou que durante a abusos físicos. discussão da lei os deputados chamaram “O Governo deve estabea atenção do Governo para resolver os lecer medidas para melhorar conflitos que poderiam decorrer. O Govero ambiente de trabalho dos no garantiu que já existia um plano para enfermeiros e para que os seus assegurar a segurança nas habitações. No direitos estejam protegidos. entanto, Angela Leong observou que nos Deveria ainda criar uma multa últimos tempos, os proprietários preferem para os casos em que as pesque os edifícios entrem em “auto-gestão”, soas abusam dos enfermeiros”, em vez de pagarem mais despesas de apontou. condomínios. Ao jornal Ou Mun, Ng Wai A também empresária revelou que I apontou que o rácio de enferrecebeu um aviso da empresa de gestão, meiros em relação à população partilhado pelos proprietários do Ocean é baixo, salientando ainda que Garden, em que o conteúdo apontava um aumento de 28% de despesas de condomínio e um pedido aos propriepub tários de recuperação de “dois milhões de prejuízo da empresa de gestão ao longo dos anos”. A empresa indicou ainda que, caso os proprietários não aceitem as condições, dobus, ano nocanais Pearl Horizon osPassagem serviços de shuttle alguns de televisão e o funcionamento de certos elevadores podem ser cortados. “É chocante”, apontou a deputada.

A Associação de Enfermeiros teme que a falta de profissionais nos serviços de saúde possa fazer com que os casos de violência – que raramente são punidos – aumentem

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por cento de aumento é o que pretende a empresa de gestão predial Na opinião de Angela Leong – tal como na de Ng Kuok Cheong - o Governo deve intervir nos conflitos de empresa de gestão através de conciliação, além de saber lidar com as ausências na administração de propriedades. A deputada espera também que a empresa de gestão possa chegar a uma concordância sobre as despesas. Flora Fong

flora.fong@hojemacau.com.mo

o Conselho Internacional de Enfermeiros falou da falta de recursos humanos no sector. A Associação defende que a falta de enfermeiros nos hospitais e centros de saúde pode aumentar o número de casos de violência no trabalho, o que trará um impacto negativo nos serviços de saúde.

“As pessoas que trabalham no serviço de saúde sentem sempre uma grande pressão e a eliminação da violência no trabalho é um trabalho muito importante para os hospitais. Tanto os ataques verbais, como físicos são muito duros para estes profissionais. Tanto médicos como enfermeiros já foram agredidos ou sofreram ataques verbais nos últimos dez anos, sendo que os autores foram muitas vezes os doentes ou

Uma família foi autora de ataques verbais a uma enfermeira, tendo tirado fotografias e colocado informação pessoal de uma profissional na internet

os familiares desses doentes”, referiu a secretária. Ng Wai I falou ainda de um caso em que uma família foi autora de ataques verbais a uma enfermeira, tendo tirado fotografias e colocado informação pessoal de uma profissional na internet. “Isso é horrível. A Associação lamenta estes casos e este tipo de publicitação de informações pessoais é ilegal. Embora a vítima tenha recebido apoio e compreensão por parte do empregador, o sector de enfermagem está preocupado com isso”, disse ao Ou Mun. Recorde-se que já foram noticiados casos de enfermeiros ameaçados com facas e médicos agredidos por discordância de diagnóstico, por exemplo. Tomás Chio

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hoje macau terça-feira 5.1.2016

ANÚNCIO (N. o 91/2015) No uso da competência delegada pela alínea 4) do n.º 3 do Despacho n.º 71/IH/2015, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 22, II Série, de 3 de Junho de 2015, e nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, vimos por este meio notificar os proprietários das seguintes fracções: Morada

Jardim Nam Ou

N.o do processo

Fracção

50/ADM-HE/2015

10.oandar N, Bloco 2

94/ADM-HE/2015 Advance Plaza

107/ADM-HE/2015

184/ADM-HE/2015

Edifício Man On Bloco 1, 2, 3

187/ADM-HE/2015

189/ADM-HE/2015

Proprietários

Infracção

CHEANG CHONG MUN/ CHOI SAO HENG

O pódio foi ilegalmente construído, este facto constitui a prática de infracção prevista na alínea g) do n.o 2 do artigo 16.o do Decreto-Lei n.o 41/95/M, de 21 de Agosto.

5.o andar G

CHANG KIN MAN/ NG SOK HONG

8.o andar D

LEONG TAT MAN

9. andarAC o

CHOI WALAI

14.o andar C

PUN CHAN KIT

14.o andar L

CHAN KENG IENG/ CHAN KENG LIN

Edifício Man On Bloco 1, 2, 3 Edificío Mei Lin

191/ADM-HE/2015

15.o andar L

196/ADM-HE/2015

5.oandar J, Bloco 4

Diversos objectos foram colocados ilegalmente na zona comum, este facto constitui a prática de infracção prevista na alínea c) do n.o 2 do artigo 16.o do Decreto-Lei n.o 41/95/M, de 21 de Agosto.

HO IO TAT

Juntamente com a fracção vizinha, colocaram ilegalmente, na zona comum, objectos diversos e construíram um portão de ferro para o uso comum, estes factos constituem a prática de infracção prevista na alínea c) e h) do n.o 2 do artigo 16.o do Decreto-Lei n.o 41/95/M, de 21 de Agosto.

TOU CHO LENG/ LAM SIO WAI

A gaiola foi construída ilegalmente, este facto constitui a prática de infracção prevista na alínea g) do n.o 2 do artigo 16.o do Decreto-Lei n.o 41/95/M, de 21 de Agosto.

Nos termos do n.º 1 do artigo 19.º do Decreto-Lei n.º 41/95/M, de 21 de Agosto, os proprietários das fracções acima referidas devem apresentar, por escrito, a sua contestação e todas as provas testemunhais, materiais, documentais ou demais provas que lhes sejam favoráveis, no prazo de 10 dias, a contar da data de publicação do presente anúncio. Caso não apresentem a contestação no prazo indicado, ou a explicação da mesma não seja admitida por este Instituto, de acordo com o artigo 19.º do mesmo Decreto-Lei que regula a aplicação das multas, os interessados acima referidos estão sujeitos à aplicação das multas no valor de mil patacas (MOP 1 000), previstas na alínea a) do n.º 1 do artigo 18.º, ou/e à aplicação das multas no valor de quinhentas patacas (MOP 500), previstas na alínea b) do n.º 1 do artigo 18º. Caso pretendam consultar o respectivo processo, poderão dirigir-se, durante o horário de expediente, ao Instituto de Habitação, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, ou contactar a Sr.a Lei, através do número de telefone para a consulta: 2859 4875 (ext.747). O Chefe da Divisão de Assuntos Jurídicos, Nip Wa Ieng 10 de Dezembro de 2015


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Ilha da Montanha Nasce local dedicado ao mercado lusófono em 2018

Vinde e comprai todos...

GAES presta sessões de esclarecimento a estudantes

e visitas de delegações locais à China e outros países.

Feiras satisfatórias

O IPIM tem organizado uma série de feiras de produtos de Macau na China, incluindo em Guangdong, Guangzhou, Zhongshan e Jiangmen. A mais recente teve lugar em Novembro, tendo sido conjuntamente organizada com os Serviços do Comércio do município. “Durante os três dias em que decorreu a referida feira, esta atraiu mais 110 mil visitantes, denotando-se grande movimento de pessoas.A situação das vendas dos expositores, tanto de Macau como de Zhongshan, foi satisfatória”, sublinha o IPIM em comunicado. Mais de 60 em-

O empresário vai “reservar um piso inteiro” para a organização de exposições e venda de produtos dos PLP e outro para venda de itens da China presas que aí estiveram presentes já confirmaram a sua presença numa feira da mesma natureza este ano, em Guangzhou.

Acima da média

Raymond Chan não está sozinho nesta luta pelo reconhecimento internacional dos seus produtos. Também Cheong Lai Meng revelou ter-se saído bem nas últimas feiras em que marcou presença. Os contactos foram “úteis” para agora

ter já uma rede fidedigna de clientes por essa China fora. Cheong é director-geral da produtora Winemarkers’ Alliance, mas também possui uma vinha em França, algo que o caracteriza enquanto produtor. A empresa estabeleceu-se no território há mais de sete anos e além de agenciar vinhos portugueses, fá-lo igualmente com vinhos da Argentina. Leonor Sá Machado

leonor.machado@hojemacau.com.mo

Animais Escola do jovem que matou gatos vai rever a educação

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ou Kam Fai, director da Escola Pui Cheng, instituição onde terá estudado o jovem de Macau que admitiu ter morto um gato em Taiwan, lamentou o caso e disse que vai rever a Educação Moral e ensino sobre a vida na instituição. Ao Jornal Ou Mun, o director re-

Prova de vida ATFPM atende idosos

A Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) promove até dia 8 deste mês sessões de atendimento e esclarecimento aos sócios reformados que queiram tratar da prova de vida para continuarem a receber a pensão de aposentação e de sobrevivência de Portugal. No primeiro dia foram atendidas cerca de 500 pessoas.

O

fundador da empresa local Mutual Honest Lda., Raymond Chan, conseguiu um terrenos de seis mil metros quadrados na Ilha da Montanha para ali edificar uma plataforma destinada ao comércio com países lusófonos e latinos. O anúncio surge num comunicado do Instituto de Promoção e Comércio de Macau (IPIM). Trata-se de um investimento de 350 milhões de reminbis para um projecto que deve estar concluído entre finais de 2017 e inícios do ano seguinte. Raymond Chan abriu a sua primeira empresa de exportação na China, em 1987. Foi em 2004 que fundou a Goldland MCO em Macau. Esta promove a mesma vertente empresarial e trabalha com os mercados países lusófonos africanos. A construção da referida plataforma surgiu durante a visita a uma feira de produtos de Macau na China. A participação das delegações locais lá fora atinge, para Chan, “um grande efeito positivo”, pois explora várias vertentes de negócio. Uma das ideias em cima da mesa é, segundo o IPIM, organizar “visitas de estudos aos PALOP”, incluindo Angola e Moçambique. O empresário vai “reservar um piso inteiro” para a organização de exposições e venda de produtos dos PLP e outro para venda de itens da China. Tudo isto, assegura Chan citado pelo IPIM, “com vista a desenvolver com maior dinamismo o papel de plataforma desempenhado por Macau”. O testemunho de Chan é para o IPIM sinónimo de sucesso conquistado no seio destas feiras

sociedade

feriu que, depois de ver o rosto do autor do crime, acredita que este é um aluno que frequentava a escola e que tinha até um bom desempenho. O jovem de 23 anos começou por negar que tinha morto os gatos, admitindo um dos actos depois das autoridades policiais da Formosa

confirmaram a autoria do crime através dos registos das câmaras de videovigilância. O director da escola está a considerar organizar um debate mensal para rever a educação holística, incluindo a Educação Moral e Cívica. “Nos últimos três a quatro anos, pensámos

não só em aumentar a capacidade de alunos, mas também valorizar a educação moral, para que os estudantes se desenvolvam de forma completa”, afirmou, sublinhando que o caso está relacionado com o ensino sobre a vida e, por isso, este vai ser melhorado na Pui Cheng.

O Gabinete de Apoio ao Ensino Superior irá realizar 14 sessões de esclarecimento sobre diversos temas para um “melhor prosseguimento dos estudos” dos alunos de Macau. O GAES quer, com esta actividade, que os cidadãos de Macau, nomeadamente os que pretendem estudar no exterior, aprofundem e actualizem os seus conhecimentos sobre o prosseguimento dos estudos e os exames públicos no exterior, para estarem melhor preparados para escolherem os estudos que mais forem apropriados. Vários convidados representantes do interior da China, Portugal, Canadá, Reino Unido, Estados Unidos, Japão, Coreia, França, Suíça, Austrália e Alemanha chegam a Macau para ajudarem os estudantes, sendo que as sessões decorrem, principalmente, em Cantonês. A participação é gratuita e a primeira sessão realiza-se na Avenida Conselheiro Ferreira de Almeida, no dia 23 de Janeiro, das 15h00 às 16h30.

Ou Mun recebe carta por título ofensivo

Dois residentes entregaram ontem uma carta na sede do jornal Ou Mun a pedir para o diário de língua chinesa alterar o título da notícia do homem que tentou imolar-se pelo fogo durante a Missa do Galo na Sé Catedral de Macau. O Ou Mun referiu-se ao protagonista da notícia como sendo “maluco” e, segundo o canal chinês da Rádio Macau, Cheong Lek Hang, um dos residentes que entregou a carta, é assistente social na área da reabilitação e diz que o título é “enganador” e que pode atribuir rótulos negativos aos doentes mentais, bem como dificultar a sua integração na sociedade. Os dois residentes esperam que o jornal peça desculpa e tenha mais atenção a escrever notícias sobre casos semelhantes.


10 eventos

Subsídios Governo a

Vilmos Zsigmond (1930-2016)

Diz-m

O retratista da invasão

O

director de fotografia Vilmos Zsigmond, que ajudou a definir a Nova Vaga do cinema americano dos anos 70, morreu na sexta-feira aos 85 anos no Big Sur, Califórnia. Zsigmond, nascido na Hungria, foi autor de cinematografias como “O Caçador” e “Encontros Imediatos do Terceiro Grau”, sendo conhecido pelo seu gosto pela luz natural. Vilmos Zsigmond abandonou a Hungria depois da União Soviética a ter invadido, em 1956, mas não sem antes ter filmado secretamente os russos a esmagarem uma revolta

em Budapeste. Num documentário sobre a sua obra explicou como desenvolveu aquela que se ia tornar a sua assinatura, num filme de Peter Fonda intitulado “The Hired Hand”. “Tirei a ideia de como iluminar The Hired Hand das aldeias na Hungria onde não há electricidade e usam candeeiros de petróleo.” Para ele, criar um ambiente era mais importante do que fazer tudo parecer perfeito. Com o realizador Lászlo Kovács, Zsigmond criou aquilo que ficou conhecido como a Nova Vaga nos Estados Unidos – “luz simples, mas mais realista”. Em 1999, quando ganhou um prémio carreira atribuído pela American Society of Cinematographers, Steven Porter, presidente da International Cinematographers Guild disse que o seu génio não estava apenas nas imagens: “O seu início corajoso conseguindo filmar a revolução húngara será sempre uma parte importante da sua herança. Ele fez a diferença.” Um inquérito realizado pela guilda, quatro anos depois, elegeu Zsigmond como um dos directores de fotografia mais influentes de sempre. Zsigmond conseguiu a cidadania americana em 1962.

Um inquérito realizado pela guilda elegeu Zsigmond como um dos directores de fotografia mais influentes de sempre

À venda na Livraria Portuguesa Urban Sketchers em Lisboa - Desenhando a Cidade • Eduardo Salavisa Cerca de duzentas pessoas de mais de vinte países encontraramse em Lisboa com o único intuito de desenharem e falarem sobre desenho. Dezoito espaços no Chiado e zonas envolventes foram objecto da observação e do registo por parte dessas pessoas, que usam regularmente o caderno como suporte para este tipo de desenho. Este desenho, essencialmente de observação foi também motivo de reflexão por desenhadores experimentados. O livro é o resultado dessa troca de experiências.

O IC tem prontos 1,7 m

O

Instituto Cultural (IC) inicia hoje o período de candidatura para atribuição do subsídio para produção de álbuns de músicas originais, havendo oito subsídios disponíveis até ao montante máximo de 210 mil patacas. As inscrições encerram a 4 de Março e cada uma é elegível para a gravação de um álbum. Este financiamento está integrado no programa de subsídio para as Indústrias Culturais e Criativas, tendo sido lançado em 2014, e pretende incentivar os músicos locais. “Através do apoio à produção e promoção de álbuns de canções

Professora apresenta livros de meditação com música ao vivo

Pelo caminho interior... naturalmente

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im Hughes Wilhelm apresenta esta quinta-feira os livros “The Journey Within” e “The Journeys Beyond”, na Creative Macau. A professora de Macau, a viver no território há mais de uma década, é autora dos dois livros, que serão dados a conhecer ao público a partir das 16h00 e até às 20h00. Acompanhada de música ao vivo pelo músico Kelsey Wilhelm, da banda local Concrete/Lotus, a apresentação conta ainda com a leitura de alguns excertos das obras, escritas com base em entrevistas de praticantes de Meditação feitas na Índia, e pequenos debates. Os livros estarão à venda no espaço da Creative Macau, sendo que a entrada para o evento é livre. Kim Hughes começou a praticar Meditação há quatro anos e meio, tendo descoberto que a disciplina

– que começou por ser uma forma de “reduzir o stress e a alta tensão” – lhe trazia mais do que melhorias ao nível da saúde. “A autora considera a Meditação como essencial para o corpo, para a mente e para o equilíbrio espiritual”, pode ler-se no comunicado da organização, que acrescenta que a necessidade de escrever estes livros surgiu quando Kim Hughes Wilhelm se apercebeu do pouco conhecimento sobre a matéria. “Pareceu que poucas pessoas sabiam como começar e quão facilmente esta prática pode ser incorporada num estilo de vida agitado como é o de hoje em dia”, frisa, acrescentando que obteve permissão do Mestre de Meditação Shahaj Marg (O Caminho Natural, na tradução literal) para compilar

um livro feito com base em entrevistas a praticantes. “Começou então um projecto de investigação que durou mais de dois anos e onde quase 40 praticantes foram entrevistas. As suas palavras foram transcritas e este é o resultado: dois livros.” A autora garante que as histórias de vida partilhadas nestas obras são “extremamente interessantes, uma vez que se movem de continente para continente, de era para era” e dão para “ouvir as mudanças pessoais ligadas à esperança de um futuro melhor para a humanidade em geral”. Os livros falam ainda de “aspectos importantes” no que à disciplina diz respeito, bem como sobre como iniciá-la, as mudanças que traz e o papel do próprio guia espiritual. Os livros estão à venda na internet.

Rua de S. Domingos 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • mail@livrariaportuguesa.net

A Maçonaria Universal • Miguel Martin-Albo

Uma análise da Maçonaria ao longo dos tempos de rara imparcialidade e amplitude histórica. Fenómeno associativo singular, a Maçonaria, na sua expressão mais ancestral - as lojas operativas - surge, sobretudo durante o apogeu do estilo gótico, entre as corporações de construtores (arquitectos, canteiros e pedreiros) da Europa Medieval, mas é a partir do início do século XVIII que, com o novo modelo de lojas especulativas - cujo papel nas revoluções liberais foi fundamental -, começa a desfrutar de grande reconhecimento social e político. Este livro, escrito com rara imparcialidade e amplitude histórica, pretende abordar as práticas que essas associações de “homens livres e de bons costumes” têm vindo a desenvolver ao longo dos séculos, penetrando, tanto quanto possível, o seu significado simbólico.


11 hoje macau terça-feira 5.1.2016

abre inscrições para produção discográfica original

me o que tocas...

milhão de patacas para atribuir oito subsídios a produtores discográficos locais originais, o IC pretende incentivar os talentos musicais locais a produzirem e lançarem as suas obras, a fim de estabelecer as bases para o desenvolvimento do mercado”, escreve o IC em comunicado. Os candidatos têm que cumprir os requisitos de serem portadores do BIR permanente, maiores

de idade e ter a capacidade de se assumirem como produtores discográficos do projecto a título individual. Estes deverão também já ter um repertório de faixas já lançadas oficialmente antes de ingressar no programa de subsídio, ou ter agido enquanto produtores de um outro disco.

Os candidatos têm que cumprir os requisitos de serem portadores do BIR permanente, maiores de idade e ter a capacidade de se assumirem como produtores discográficos do projecto a título individual pub

“O álbum candidato pode ser um álbum de solista, conjunto vocal ou grupo musical”, esclarece a entidade. De entre os critérios de selecção do júri estão a racionalidade orçamental, a perfeição das propostas apresentadas, a estratégia de marketing empregue para a promoção ou a compatibilidade entre os trabalhos de som e a imagem do disco. O financiamento atribuído pode ser utilizado para cobrir despesas de produção musical, do design da capa, da promoção e marketing e de impressão. Estes devem, no entanto, ser distribuídos por via digital em, pelo menos, dois canais comerciais de música.

O regulamento e formulário pode ser consultado nas páginas electrónicas das Indústrias Culturais e Criativas e do IC. Leonor Sá Machado

leonor.machado@hojemacau.com.mo

teatro Estudantes apresentam enredos sobre poupança

Meia dezena de estudantes vão apresentar, no dia 30, peças de teatro. A apresentação é resultado de um concurso levado a cabo pelo Fundo de Segurança Social, Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, Instituto Cultural e Associação de Representação Teatral Hiu Koc, intitulado “Talento para gestão financeira e arte”. A ideia foi fazer com que os estudantes pensassem “sobre a atitude de consumo e mentalidade de poupança, através de elaboração de um enredo e ensaio de reprodução”. No dia 30, terá lugar a entrega de prémios e a apresentação dos seis enredos seleccionados, das 14h00 às 18h00, na Escola LusoChinesa técnico-profissional.


12 china

hoje macau terça-feira 5.1.2016

Hong Kong CY Leung “muito preocupado” com desaparecimento de livreiros

O estranho caso dos cinco

Chefe do Executivo de HK promete deslindar o mistério. Em nome do segundo sistema

caso em particular o criticam por não ir longe o suficiente na hora de pressionar as autoridades chinesas em busca de informação. “O Governo de Hong Kong e Leung Chun-ying devem manifestar a preocupação de Hong Kong ao mais alto nível da China, em vez de estar à espera de uma resposta”, disse o deputado pró-democrata Lee Cheuk-yan. O secretário para a Segurança em exercício John Lee disse no domingo que a polícia de Hong Kong questionou a entidade homóloga chinesa e que estavam à espera de uma resposta, segundo os ‘media’ locais. Outros deputados, incluindo a antiga chefe da Segurança e pró-Pequim Regina Ip, têm instado o Governo da antiga colónia britânica a investigar.

“O Governo preocupa-se muito com os direitos e a segurança dos residentes de Hong Kong”, realçou CY Leung, acrescentando que as liberdades de imprensa, publicação e expressão estão protegidas por lei

O

chefe do executivo de Hong Kong afirmou ontem estar “muito preocupado” com o desaparecimento de cinco livreiros conhecidos por publicações críticas de Pequim, após um proeminente advogado ter acusado as autoridades chinesas de os ter raptado. Segundo a fonte, todos trabalhavam para a mesma livraria e casa editora, com sede em Hong Kong, receando-se que tenham sido ilegalmente detidos pelas autoridades da China, agravando a crescente preocupação relativa à erosão das liberdades da Região Administrativa Especial. “Eu e os departamentos governamentais relacionados estamos muito preocupados”, afirmou CY Leung, aos jornalistas.

Ao abrigo da Lei Básica – a mini-constituição – Hong Kong goza de um determinado grau de autonomia e de liberdades, incluindo de expressão e de imprensa, e as autoridades da China

não têm o direito de operar na cidade, sendo que, a confirmar-se a suspeita entretanto generalizada, tal constituiria uma violação do princípio “Um País, dois sistemas”.

Pequim garante não saber nada

A

s autoridades chinesas garantiram ontem nada saber sobre o desaparecimento de Lee Bo, responsável de uma livraria de Hong Kong que, segundo o deputado Albert Ho, estava a preparar uma obra sobre a vida amorosa do Presidente chinês. Hua Chunying, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, assegurou hoje em conferência de imprensa “não estar ao corrente” da situação do livreiro desaparecido e afirmou carecer de informação para oferecer a esse respeito.

Estes desaparecimentos levaram mais de meia centena de pessoas, incluindo deputados, a manifestarem-se no domingo em frente ao Gabinete de Ligação da China em Hong Kong, num protesto em que exigiram a Pequim informações sobre o paradeiro dos cinco livreiros e uma investigação ao sucedido. O jornal oficial chinês Global Times publicou ontem um artigo em forma de comentário em que advertia contra a tentação de se cair em especulações sobre estes desaparecimentos.

“O Governo preocupa-se muito com os direitos e a segurança dos residentes de Hong Kong”, realçou, acrescentando que as liberdades de imprensa, publicação e expressão estão protegidas por lei. O veterano deputado do Partido Democrático de Hong Kong e também advogado Albert Ho afirmou, este domingo, acreditar que os livreiros foram raptados por agentes de segurança da China. Questionado sobre essa possibilidade, CY Leung afirmou não haver indicações e apelou a quem disponha de qualquer informação para a revelar. Desconhece-se onde se encontram os livreiros ou de que forma desapareceram. CY Leung é visto como próximo de Pequim e é uma figura altamente contestada pelos activistas pró-democracia que neste

Os cinco homens trabalhavam para a empresa Mighty Current, que, segundo rumores, estaria prestes a lançar um livro sobre uma antiga namorada do Presidente chinês, Xi Jinping. Trata-se da proprietária da livraria Causeway Books – onde se podem encontrar obras críticas do regime e do Partido Comunista chinês e, portanto, popular entre muitos turistas provenientes da China, dado que lhes vêem vedado o acesso a este tipo de leituras. O último livreiro a ser dado como desaparecido foi Lee Bo, de 65 anos, visto pela última vez em Hong Kong na passada quarta-feira. A mulher de Lee Bo afirmou que o marido lhe telefonou a partir da cidade vizinha de Shenzhen na noite em que desapareceu, tendo-lhe dito que “estava a colaborar com a investigação” relativa aos colegas desaparecidos, e achou estranho que tenha falado em mandarim em vez de cantonês (falado em Hong Kong), tendo reportado o seu desaparecimento à polícia na sexta-feira. A polícia da antiga colónia britânica está a investigar o desaparecimento de Lee e de outros três colegas que também se acredita que desapareceram na cidade vizinha de Shenzhen. Um quinto, de passaporte sueco, foi dado como desaparecido em Outubro, durante as férias na Tailândia.


13 hoje macau terça-feira 5.1.2016

Cuidado com o mau-olhado Partido Comunista reforça proibição das superstições

O

Partido Comunista Chinês reforçou a proibição da crença em “superstições feudais”, como parte de novas regulações disciplinares, avançou ontem a imprensa estatal. O Presidente Xi Jinping tem vindo, nos últimos meses, a apertar o controlo dentro do partido, juntamente com a sua campanha anticorrupção. Xi Jinping exigiu aos 88 milhões de membros do partido uma maior adesão aos ensinamentos ideológicos e alertou-os contra o questionamento público de políticas oficiais. As práticas supersticiosas, como a crença em adivinhos e nas práticas tradicionais chinesas de ‘feng shui’, vão contra as crenças centrais marxistas do partido, que dizem ser fundadas em métodos científicos. Vários dirigentes de alto nível do partido foram acusados de participar em práticas supersticiosas nos últimos anos. pub

Zhou Yongkang, o antigo chefe de segurança e o mais alto detentor de cargo público a sucumbir à campanha anticorrupção, pediu conselhos a Cao Yongzheng, um adivinho e mestre da prática de meditação chinesa de ‘qigong’. Mais tarde, Cao Yongzheng testemunhou contra Zhou durante o julgamento.

As novas regras, que entraram em vigor este ano, ameaçam com expulsão do partido membros que “organizem” actividades supersticiosas, enquanto aqueles que apenas participem enfrentam avisos, diz a agência oficial Xinhua. A linguagem utilizada é mais severa que a da versão anterior, de 2003, quando a “superstição feudal” estava incluída nas

actividades que “perturbam a produtividade, o trabalho e a ordem social”. Agora, as novas regras elevam a “superstição feudal” a uma categoria por si própria, tornando-a uma violação distinta à disciplina do partido.

síria líder da oposição visita pequim

O

presidente da Coligação Nacional Síria (CNS), a principal formação da oposição no exílio, vai visitar a China entre terça e sexta-feira, anunciou ontem a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês. Hua Chunying anunciou em conferência de imprensa que o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês Wang Yi vai encontrar-se com Khaled Khoja durante a sua estadia em Pequim para promover uma solução política na Síria. Há duas semanas, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Síria, Walid al-Mualem, também visitou a capital chinesa, onde afirmou que o

Governo de Bashar al-Assad estava pronto para as próximas negociações em Genebra, que têm como objectivo a formação de um Executivo de unidade nacional. Depois desta visita, o próprio ministro chinês adiantou que endereçaria um convite à oposição síria para visitar Pequim antes das negociações de paz. Durante a conferência de imprensa regular de ontem, a porta-voz da diplomacia chinesa insistiu ser necessário fazer “esforços construtivos” nas conversações de paz para se alcançar uma “solução política” para o conflito no país do Médio Oriente.

china

29.000

altos cargos chineses foram punidos entre Janeiro e Novembro de 2015, por não seguirem a campanha de austeridade nos gastos impulsionada pelo regime, informou hoje a Comissão Central de Inspecção de Disciplina. O número, incluído num relatório divulgado ontem pela comissão, representa uma significativa redução de casos de gastos excessivos, em relação a 2014, quando o número de sancionados chegou aos 71.000. A comissão não deu pormenores sobre as sanções impostas, apesar de estas, dependendo de cada caso, poderem oscilar entre a abertura de uma investigação, a suspensão das funções laborais, despedimento ou, nos casos mais graves, expulsão do partido. Em finais de 2012, Xi Jinping avançou com uma diretiva de oito pontos contra “a burocracia, a extravagância e os hábitos de trabalho indesejáveis” no seio do Partido Comunista Chinês. A campanha reduziu a dimensão dos banquetes oficias, as viagens de trabalho e cerimónias públicas, mas também afectou a vida pessoal dos políticos, já que passaram a poder ser punidos por organizarem casamentos faustosos para os seus filhos ou por conduzirem carros luxuosos. Apesar da descida do número de casos, as autoridades anticorrupção chinesas sublinharam “ainda estar longe de arrancar completamente a raiz” das violações das regras relativas aos gastos.


h artes, letras e ideias

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Bande de Filles (2014, Céline Sciamma) Quando menos se espera surge um filme verdadeiramente adulto, desenvolto e sedutor. Pouco dado ao Bildungsroman (Naissance des Pieuvres, da mesma autora, tem uma figura central, Marie, com semelhanças com a de Bande de Filles) este vosso dedicado cronista preparara-se para lhe dedicar pouco entusiasmo. Mas esta história sobre os dias de Marieme, uma rapariga de dezasseis anos, num bairro social dos subúrbios de Paris, recusa desde muito cedo os clichés da vida na suburbia tanto a nível do texto como a nível do seu aspecto narrativo, assim como recusa lugares comuns próprios às histórias de crescimento. Em vez da exploração do calão ou da linguagem corporal das tribos dos arredores ou da

exploração do tópico da raça, de justificações sociais usadas à exaustão ou do sexo, Céline Sciamma explora o inegável charme das várias figuras que mostra e a sua tendência eufórica, ao mesmo tempo que elogia a propensão de Marieme para manter a sua independência face às várias pressões que a rodeiam. Se é a história de um grupo é muito também a história da integração e da independência de Marieme. A gradação que se desenvolve desde as cenas de futebol americano com que o filme começa até à chegada solitária a casa de Marieme é uma introdução auspiciosa cujas promessas se cumprem encantadoramente ao longo do filme.

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filmes

Mia Madre (2015, Nanni Moretti)

Confesso que prefiro o Moretti dos primeiros filmes, aqueles em que se mostra irritantemente opinativo, agressivo, insistentemente apaixonado, cómico, chato, imprevisível e impossível de ignorar. Mas mesmo que agora Moretti nos esteja a dizer (nos esteja a repetir) coisas que nós já sabemos e que não nos diga absolutamente nada de novo, há um apelo doméstico e emocional nos seus filmes que permanece sedutor. Esta sedução vem do seu trabalho de cinema e do seu saber artesanal. Não é fácil de perceber de onde vem a credibilidade destas figuras e a facilidade com que as aceitamos como próximas (não necessariamente amadas). Para quem se deixa seduzir e comover por este tipo de cinema seria difícil fazer melhor, ser mais sério e mais convincente. É um daqueles exemplos em que se pode falar de um efeito Moretti, uma imagem de marca, uma definitiva autorização. E se o próximo filme de Moretti for assim, aceitá-lo-emos de novo, mesmo contra a nossa vontade, vergados à evidência da sua habilidade e da sua inegável humanidade.

Shanhe guren/Mountains May Depart (2015, Jia Zhangke) Já tinha pensado que Jia Zhangke poderia ter chegado a uma fase de indefinição no seu cinema, esgotado o tipo de filmes sobre a China que tem vindo a fazer. Depois de Tian Zhu Ding/A Touch of Sin, que tem as suas ousadias críticas e estilísticas mas também alguma indefinição quanto aos seus objectivos, difícil seria adivinhar o que viria. Shanhe guren não é ousado a contar nem inovador a mostrar (há quem o veja até como uma capitulação às pressões do regime). As conhecidas sequências sobre o estado da China são vazias de interesse e as tramas pessoais (que começam numa história de homem rico/ homem pobre que se desenvolve numa de jovem desenraizado sem mãe que se

envolve com mulher madura) não despertam grandes entusiasmos. Infelizmente exibe um traço irritante do cinema chinês que é a obsessão com a história e com o passar do tempo, o que impõe uma obrigação narrativa enfadonha - que vem da literatura - que enfarinha muitos filmes chineses das últimas décadas. Nem as imagens da fealdade de um país em constante destruição/construção, cheias de poder a nível estético e crítico noutros filmes, aqui convencem. A parte que tem que ver com o futuro (próximo), passada na Austrália, é quase penosa pelo número de clichés e infantilidades que dispensa, ao mesmo tempo que se desagrega totalmente a nível de

algumas reflexões sobre o mundo contemporâneo que poderiam causar algum estímulo. Esse estímulo não acontece e fica apenas um filme inútil, provinciano e murcho daquele que continua a ser, desde os anos 90, o mais interessante autor de filmes chineses. Tian Zhu Ding é um filme zangado e duro, este amolece e esfarela-se no fim. O mais aborrecido é que Shanhe guren, que é um filme interessante, seja, para quem conhece os outros filmes de Jia Zhangke, um que não serve para nada. Esperamos muito que Jia Zhangke não venha a cair na tentação de fazer um filme ocidental, como Wong Kar-wai (o ridículo Blueberry Nights), Hou Hsiao Hsien, Kiarostami ou Tsai Ming-liang.


15 hoje macau terça-feira 5.1.2016

luz de inverno

Boi Luxo

recentes Youth (2015, Paolo Sorrentino)

Love (2015, Gaspar Noé)

Foi quando o monge levitou que confirmei que este filme de Sorrentino não tem surpresas para oferecer, ao contrário do que acontecera com o seu filme anterior. Este dispensa, ao invés, à medida que se desenrola, uma boa oportunidade para tentar adivinhar qual o lugar comum seguinte. O do monge é paradigmático porque pensei que uma pessoa que fez La Grande Bellezza não cometesse semelhante infantilidade. Serve Youth para confirmar que La Grande Bellezza foi feito em estado de graça. O que não quer dizer que este tenha sido feito em estado de desgraça. Uma das suas contradições é que este realizador, que é novo, tenha feito outro filme sobre a velhice e sobre as oportunidades que este estado oferece mas que é um filme velho e gasto. Há que se recomende a quem não quiser ser surpreendido: algum humor, uma narração certinha, boas paisagens (que o filme se passe na Suíça não deixa de causar um sorriso a quem o vir como um filme pastoso e quase sem razão de ser), algumas imagens a imitar Fellini e, para quem gosta, grandes planos de actores famosos – mesmo que esta opção retire, como é normal, credibilidade ao filme. Não estava à espera da banalidade da maior parte dos diálogos nem do sentimentalismo internacional que exibe (o sentimentalismo de La Grande Bellezza, um sentimentalismo italiano, tem o seu lugar próprio nesse filme.) Consola, no fim, ver a violinista Viktoria Mullova, que deu um concerto em Macau no F.I.M.M. deste ano, e uns grandes planos de Sumi Jo. Pena seja que estas duas aparições se encaixem num desenvolvimento desnecessário e sentimentalóide.

O filme de Noé sublinha que o cinema devia ter mais sexo explícito, especialmente se o objectivo é falar do amor e dos outros de um modo sincero. Nymphomaniac, de von Trier, já o havia provado não há muito tempo. É preciso trancada forte para ser exacto e é preciso mostrar um pouco de coragem. Partilha com o filme de Lars von Trier a concentração no interior de um apartamento mesmo que no do dinamarquês este seja um local que é totalmente estranho à protagonista. É essa estranheza que liberta o seu discurso. Neste Love é difícil tirar Murphy de um interior que é o seu e será essa envolvência que nos envolve a nós e que nos intriga. Este filme teria tudo para ser um grande filme de amor se a história de Murphy fosse interessante. Como elogio da banalidade das figuras e do seu comportamento seria um desastre. Para além de coragem e de algum poder criativo seria preciso alguém que não dissesse I love Europe por poder estar na cama

com uma adolescente e a sua namorada ou alguém que não dissesse que quer fazer um filme com “sangue, esperma e lágrimas porque isto é a essência da vida” – porque é nestes pequenos momentos (de que Youth está cheio) que vamos deixando de acreditar no filme mesmo que sejam usados para trivializar a sua figura principal. Mas acredito no seu apartamento e na justeza de algumas das suas imangens, a distância da câmara ao protagonista, perto e um pouco elevada, à mesma altura da voz off. Se a meio do filme nos perguntamos porque é que nos interessa a banal história de um homem que engravida involuntariamente a vizinha do lado e é abandonado pela namorada é porque esperamos que surja um desenvolvimento cheio de perigo, algo que cause o medo. Mas tal acaba por nunca acontecer. O que acontece é uma pequena viagem guiada por alguns efeitos Noé já nossos conhecidos. Pela altura do desfecho este já não nos causa senão um pequeno enfado.


16

h

hoje macau terça-feira 5.1.2016

Yao Feng Poema e foto

No Templo Quando os monges e as monjas estão na fila para sorrirem a um líder que chega de visita, o Buda já se afastou do templo e do meu interior.


17 hoje macau terça-feira 5.1.2016

?

(f)utilidades

tempo períodos de chuva min 18 max 21 hum 80-98% • euro 8.71 baht 0.22 yuan 1.24

O que fazer esta semana Amanhã Poly Macau Hotel Art Fair Regency Hotel, Taipa, 18h00

aqui há gato

Cidades sem alma

Entrada livre

Quinta-feira Apresentação dos livros “The Journey Within” e “The Journeys Beyond” Creative Macau, 16h00 às 20h00 Entrada livre

Diariamente Exposição Casal Notável – artefactos de Sun Wan, segunda filha de Sun Yat Sen Museu de Macau (até 10/01/2016) Entrada livre

o cartoon steph

Exposição “A Jornada de Um Mestre”

Sudoku

de

Albergue SCM (até 15/01/2016) Entrada livre Exposição “Aguadas da Cidade Proibida” (até 07/2016) Museu de Arte de Macau (MAM) Entrada a cinco patacas Exposição “Salpicos” de Sofia Bobone Fundação Oriente, Casa Garden Entrada livre

Solução do problema 1

problema 2

um livro hoje

Cineteatro

C i n e m a

Sherlock: The Abominable Bride Sala 1

14.15, 17.50, 19:30

Falado em Cantonês Filme de: Shigeharu Takahashi, Shinji Ushiro 14.15, 17.50

The little prince [A]

Ip Man 3 [c]

Sala 3

Yo-kai watch the movie [A]

Falado em Cantonês Filme de: Mark Osborne 16.00, 21.30

Falado em Cantonês legendado em Chinês e ingles Filme de: Wilson Yip Wai Shun Com: Donnie Yen, Lynn Xiong, Max Zhang 16.00, 19.30, 21.30

Sherlock: The Abominable Bride [c]

Sala 2

The Boy and The beast [B]

snoopy: The Peanuts Movie [A] Falado em Cantonês Filme de: Steve Martino

“Before I Go To Sleep” (S. J. Watson, 2011)

E se, da noite para o dia, a maioria das suas memórias desaparecessem? E se não fosse sequer possível formar novas memórias todos os dias? Qual é o seu nome? E a sua identidade? E o seu passado? Qual é a sua história? É este o dilema que Christine enfrenta, com a agravante de que a única pessoa em que ela confia poderá não estar a contar-lhe toda a história. Um livro super empolgante, de um homem que consegue descrever os sentimentos de uma mulher frágil e à deriva. Carregado de suspense “Before I Go To Sleep” é arrepiante ao ponto de nos fazer pensar nas nossas próprias memórias. Joana Freitas

Filme de: Douglas Mackinnon Com: Benedict Cumberbatch Martin Freenman 14.15, 19.15, 21.30

Falado em Japonês legendado em Chinês e ingles Filme de: Mamoru Hosoda 16.30

Agora que estou de regresso a Macau, não posso deixar de escrever sobre os passeios que dei por este mundo. Se a minha Macau é caótica e densa, as cidades da vizinha China não têm alma, apesar de serem maiores. Gatinhar nos largos passeios de cidades como Shenzen ou Cantão é ter a sensação que se está no mesmo local, à mesma hora, com os mesmos ponteiros no relógio. Os prédios são grandes e as pessoas acotovelam-se para ver o prédio mais alto do mundo e para apanhar o barco para a outra margem. À meia noite, uma da manhã, o cenário repete-se: dezenas e dezenas de pessoas continuam a caminhar nas ruas com os filhos, como que a dizer que, na China, o corpo parece nunca descansar. Os mercados permanecem abertos, com os seus cheiros do costume. Falta na China cidades com alma. No sul do país serão poucas as que mantiveram algumas características que faziam delas locais bonitos para desfrutar. Os homens ditaram que destruir seria o melhor para essas cidades. Não fizeram mais nada do que criar solidão em cada esquina e horas perdidas em becos escuros. Em Macau, gatinho, amedrontado, no meio da multidão. Às vezes não sei muito bem para onde ir, mas tenho ruas características, monumentos que contam o que este território já foi e até posso encontrar a felicidade numa rua. Pu Yi

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Leonor Sá Machado; Tomás Chio Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; André Ritchie; Aurelio Porfiri; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos; Thomas Lim Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@ hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


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hoje macau terça-feira 5.1.2016

ão vale a pena sermos politicamente correctos. Enquanto jornalistas, sabemos que somos os que muitos odeiam, os que muitos esquecem, os maus da fita quando convém. Coordenar um jornal não é tarefa fácil, especialmente quando o conteúdo dita um determinado movimento, uma ideia defendida com unhas e dentes, seja ela qual for. O ataque ao Charlie Hebdo levou mais do que vidas – dentro e fora do jornal. Levou a que a liberdade de expressão – exagerada, dirão alguns – fosse violada mais um bocadinho. Mas fez também o mundo perceber que, concordemos ou não com o destaque que foi dado aos ataques ao Charlie, concordemos ou não com a sua forma de trabalho, há por aí questões bem mais fortes que devem merecer ser o centro das atenções: o fanatismo, a forma errada de julgamento do que é ter fé. O facto de que, seja o que for que escolhamos mostrar enquanto jornalistas, também nós – como vós todos – somos constantes vítimas de algo bem maior do que um atentado terrorista. Somos vítimas de uma imposição que não queremos, somos vítimas da intolerância. Mas somos também os perpetradores da violência psicológica que nos divide todos os dias, enquanto nos exprimimos livremente sobre quem e o que quisermos. O Charlie Hebdo – como os jornalistas de todo o mundo – fê-lo publicamente. Seguindo uma linha criticada por alguns (por outros valorizada, não fosse estar vivo desta forma há mais de 20 anos) o Charlie Hebdo fez menos do que nós - enquanto pessoas - fazemos todos os dias: mostrou-se livre de qualquer religião, partido, nação. Por isso, contra todas as críticas, sejam eles – o Charlie Hebdo e as suas vítimas - um símbolo do quotidiano de milhares de outros: dos que sofrem com a guerra, dos que estão à mercê de terroristas, dos que morrem mesmo sem culpa. Sejam eles uma lição para todos nós, que alimentamos egos e conflitos sem muitas vezes nos apercebermos. Para todos nós que perdemos tempo a julgar o que não compreendemos e o que não queremos compreender, só porque podemos – e podemos sem que haja, por isso, consequências.

Joana Freitas

Charlie um ano depois O

H

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Filipa Araújo

Andreia Sofia Silva

flora fong

que nos mata é a cegueira. A maior cegueira de todas, “a dos olhos abertos”. Não é aquele nem os outros. Não é o vermelho, o azul ou o branco. Não é o veneno, a pistola ou a faca. É a cegueira. É fechar os olhos aos outros, rejeitar a diferença, desligar a mente. O que nos mata somos nós. Tu a mim, eu a ele, ela aos outros. O que nos mata é um mundo fechado dentro de nós mesmos, são as verdades únicas e absolutas. Um ano depois, o que nos mata continuamos a ser nós, continuamos com sangue nas mãos e com a mente suja. Ouvem-se os tiros, tapam-se os gritos.

á um ano o mundo assistiu a um ataque bárbaro que devia envergonhar o mundo moderno e as suas instituições, e que lembra que a liberdade e a dignidade humana estão cada vez mais em risco. O desenho é uma arma, mas a morte e a violência não devem ser os meios usados para acabar com essa arma. Um ano depois, só podemos pedir ao Charlie Hebdo que continue com a mesma criatividade e coragem com as quais se mostraram ao mundo.

á uma expressão em Chinês que diz “os bons conselhos são duros para o ouvido”. Criticar pode não ser uma maldade, é apenas o compreender de algo de forma diferente e dar uma opinião que é nossa. O jornal satírico Charlie Hebdo não deveria ter sido uma vítima do atentado terrorista de há um ano. Só mostrou aquilo com que não concordava. Sendo jornalistas, recebemos todos os dias críticas, positivas e negativas. Porque é que os jornalistas podem e devem escrever o que os outros dizem, mas os terroristas não conseguem aceitar opiniões críticas?

U

ma caricatura de quem não deve ser desenhado. Foi assim que começou um dos mais negros anos de ataques terroristas do século XXI. O tiroteio numa redacção francesa culminou com o assassinato em massa em cinco locais de Paris. Ancara, Beirute, Charleston, Kuwait, Bamako, Sousse. Todas cidades agora manchadas com sangue de inocentes que nunca pediram homens-bomba nem espingardas apontadas. A autoria remete, na maioria dos casos, para o Estado Islâmico, mas o terrorismo não tem cara nem alma: tem ideais distorcidos de cor, de religião, de etnia. As diferenças caracterizam a humanidade, mas é a igualdade que define os humanitários. Leonor Sá Machado


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opinião

Bairro do Oriente

Leocardo

Manet, Déjeuner sur l’herbe

D

inheiro na mão, rabo no chão” – eis uma expressão chula que no seu sentido original faz referência ao pré-pagamento, ao “dinheiro à vista”, pelo que se pode imaginar que era mais utilizada em certos circuitos ditos “marginais”, e não propriamente na caixa de um supermercado ou num balcão de uma instituição financeira ou de crédito. No seu sentido mais lato, é mais uma das inúmeras referências que podemos encontrar no léxico popular à importância do vil metal – nada se faz sem dinheiro, porque vá-se lá imaginar porquê, ficou convencionado que sem ele é praticamente impossível adqurir bens ou serviços, ou traduzido para o idioma do “deixa-te lá de merdas”, serve para comprarmos as coisas de que gostamos e para, helas, “vivermos felizes” (Mas que raio de raciocínio este, e logo em plena quadra natalícia. Por outro lado, bah, que se lixe). O dinheiro é também conhecido por pilim, bagalhoça, graveto, massa, carcanhol, bufunfa, guito, grana, e agora pensando bem, basta inserir qualquer palavra num contexto económico ou comercial para que esta adquira uma conotação com o capital: “Quando é que me devolves os paralelipípedos que te emprestei a semana passada”, é uma frase que qualquer pessoa interpreta como referência a uma dívida em numerário. Se ouvimos alguém conhecido a lamentar-se “andar com falta de chimpanzés frenéticos” porque está desempregado vai para uns bons seis meses, a mensagem subliminar que nos é transmitida leva-nos a evitar qualquer forma de diálogo com o indivíduo em questão. É esclarecedor o poder que ele tem, quando quase unanimente se afirma que “o dinheiro só dá problemas”, mas cria problemas ainda maiores na sua ausência. O dinheiro é de tal forma arrebatador que a expressão “estou teso” deixou de se aplicar à boa circulação sanguínea ao nível do tecido eréctil fálico, tendo caído “na bancarrota”, por assim dizer. Uma outra expressão, “não há dinheiro, não há palhaços”, remete-nos de uma certa forma para a inocência perdida, da sensação de que muito possivelmente alguém só nos tenta agradar ou é agradável connosco apenas pelo facto de não existir entre nós uma relação comercial, inter-dependência financeira, ou um interesse materialista. E fico-me por aqui nesta deambulação , ou não vá entar pela floresta dos orgasmos simulados e afins, e... porra, fico por aqui.

…Rabo no chão

Isto tudo para dizer que neste ano que hoje termina estive em dois países que até há relativamente pouco tempo pensei que nunca chegaria a visitar, e que a única forma de poderem vir a ser um dia visitáveis seria com um “rebooting” completo, do género “aniquilação total de toda a população existente, e sua substituição por outra de modo algum semelhante com ela”. Falo do Myanmar, que no câmbio do “deixa-te lá de merdas” ainda é mais conhecido por Birmânia, e no Cambodja – dois lugares onde a simples presença física aumentaria exponencialmente a possibilidade de nos ser declarado óbito (não que essa declaração “à posteriori” nos fizesse lá grande

diferença, entenda-se). Mas não há que o negar; para a geração das pessoas que têm hoje mais de 25 anos, a Birmânia e o Cambodja são tidos como locais nada recomendáveis para se fazer turismo. E aqui refiro-me à noção mais comum e “democrática” de turismo, aquele do tipo “estou de férias, quero fazer o que me apetecer sem que ninguém me chateie”. E de facto a Birmânia foi e vai sendo notícia devido à sua atribulada situação política, que balança ao som dos maiores sucessos do despotismo e da corrupção, enquanto o Cambodja, resumindo em poucas palavras, viu um terço da sua população dizimada em quatro anos de Governo de uns tais “Khmer Rouge”,

Posso mesmo afirmar que na Birmânia e no Cambodja se está a assistir ao contrário do que vamos vendo pelo Ocidente. Acho que chegaram ao ponto óptimo existencial, depois que atingiram o “nirvana” supremo que os fez pensar: “a política que se lixe; vou mas é trabalhar e fazer umas massas”

nome dado ao grupo de babuínos facínoras, e graças aos quais o país tem como uma das suas atracções turísticas uns tais “campos da morte”. E não, o nome não tem origem numa qualquer lenda maluca envolvendo ninjas celestiais e imperadores voadores mais as suas concubinas. Eram terrenos de natureza rústica onde morriam pessoas como nós. Simples. Mas tudo isso mudou e hoje posso dizer que andei de noite por becos e vielas nas entranhas de Rangum sem temer que me viessem impingir um Rolex da Candonga, e enquanto estive em Siem Reap não vi qualquer execução sumária em nenhuma das suas principais artérias, e em plena luz do dia. Vi gente feliz, simpática, afável, e tão prestável que fazia das tripas coração para se tentar fazer entender com os estrangeiros, um autêntico recital de orgasmos simulados (pronto, não consegui evitar, paciência), e tudo isto porquê? Lá está: “dinheiro na mão, rabo no chão”, e aqui existe o aliciante cambiante de que enquanto as nádegas estiverem suavemente pousadas na solidez desmilitarizada e desparasitada de vermes totalitaristas do asfalto, menos vontade estas pessoas têm de andar aos tiros, ou a rebentar com qualquer coisa “só para passar o tempo”. Descobriram que afinal era mais interessante vender qualquer coisa que se coma, vista ou use, satisfazer o consumidor, e ainda obter algum lucro no processo. E depois de acumulado essa lucro, compram uns dois ou três imóveis (estranhamente essa parece ser uma filosofia de vida regional). Posso mesmo afirmar que na Birmânia e no Cambodja se está a assistir ao contrário do que vamos vendo pelo Ocidente. Acho que chegaram ao ponto óptimo existencial, depois que atingiram o “nirvana” supremo que os fez pensar: “a política que se lixe; vou mas é trabalhar e fazer umas massas”. A Birmânia deixou-me especialmente encantado. Num país onde ainda recentemente o líder do Governo dedicou um discurso de quase uma hora a um combate de boxe, e tudo porque apostou e perdeu, não vi um único motociclo nas ruas da capital do país, e em vez de ter esses machimbombos de duas rodas anarquicamente estacionados em toda a parte, os passeios de Rangum eram ocupados por vendilhões, de um lado e do outro. E como chegava a ser agradável deter-me e inquirir sobre cada espécie de comércio com que me deparava, quer do lado esquerdo, quer do outro, enquanto me pavoneava pelas ruas de um país onde tudo o que sabia da actualidade foi-me dado a conhecer pelo último filme da série “Rambo”. Uma boa surpresa, portanto. E é com esta bonita imagem, com este sentimento de positividade que nos diz que de barriga e bolsos cheios dá menos vontade de fazer revoluções e tretas que tais. Para todos os leitores do Hoje Macau, um desejo de um ano que a expressão “estou teso” volte a ter o seu sentido original. Um feliz e próspero 2016, deste vosso servo.


“ Angola Herdades chinesas são exemplares Duas herdades geridas pelo consórcio estatal chinês CITIC em Angola «estão a funcionar como vitrinas da agricultura moderna no país» disse à agência oficial Xinhua o responsável da empresa para as operações em África, Liu Guigen. «O Governo angolano quer que a CITIC estabeleça mais herdades modernas noutras províncias», salientou o empresário, assegurando que a cooperação entre os dois países naquele sector «encontra-se numa fase preliminar». Pedras Negras, uma das quintas geridas pela empresa chinesa, na província de Malanje, produziu 20.000 toneladas de milho e feijão nas duas últimas colheitas, «a mais alta unidade de produção agrícola na história de Angola», assinala a Xinhua.

Spratly Japão expressa «grande preocupação»

O Governo japonês expressou ontem a sua «grande preocupação» com a utilização do aeródromo que a China construiu no recife de Yongshu Jiao, nas Ilhas Spratly, cuja soberania é disputada por vários países na região. «As acções da China representam uma mudança unilateral do ‘status quo’ na região, e uma intenção de converter as suas reivindicações territoriais e trabalhos de construção numa política de atos consumados», disse hoje, em conferência de imprensa, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Fumio Kishida. «O Japão não pode aceitar [actos] que significam uma escalada das tensões na região, e a sua preocupação é partilhada com a comunidade internacional», afirmou Kishida, aludindo aos protestos também expressados por países como Vietname, Filipinas e Estados Unidos.

Bahrein corta com Irão

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O Bahrein anunciou o corte das relações diplomáticas com o Irão, de acordo com a agência de notícias estatal BNA, um dia após a aliada e vizinha Arábia Saudita também ter cortado os laços com Teerão. A Arábia Saudita cortou os laços com o rival regional Irão no domingo depois de manifestantes iranianos terem atacado a missão de Riade em Teerão, irritados pela decisão do reino sunita de executar um proeminente clérigo xiita. O Irão é a principal potência xiita. «O Bahrein decidiu cortar as relações diplomáticas com a República Islâmica do Irão e pedir a todos os membros da missão diplomática para deixarem o reino dentro de 48 horas», disse a BNA.

Não há espaços. nova vida se inicia nas ruelas e esquinas procurando no prazer a solidão dos neons embriagados. os olhos escondidos na penumbra das fábricas surgem agora na aposta possível no sorriso passivo duma jovem que passa.”

Alberto Estima de Oliveira, in Mesopotâmia

Futebol PS exige escrutínio dos contratos milionários

Interesses no relvado

O

terça-feira 5.1.2016

s três contratos milionários entre os principais clubes de futebol e as empresas MEO e NOS que foram anunciados nos últimos dias estão na mira do Partido Socialista. Num requerimento assinado pelo deputado do PS, Ascenso Simões, é solicitada a intervenção do secretário de Estado da Juventude e Desporto (SEJD) junto de várias entidades “a quem cumpre o acompanhamento da situação”. Em causa está os princípios da transparência que os clubes de futebol, enquanto entidades de interesse público, devem observar e as regras de mercado que estes “fizeram eclipsar nestas negociações preferenciais”. A negociação de direitos televisivos dos clubes de futebol, num conjunto de três contratos que envolvem mais de mil milhões de euros, situados entre os 400 e os 500 milhões de euros cada um, que incluem os direitos de transmissão, a exclusividade na publicidade, a gestão de canais de cabo, o patrocínio de imagem nos equipamentos e, ainda, alguns universos de relação preferencial. “Nada haveria a dizer se não estivesse em causa ao interesse público”, justifica Ascenso Simões

no requerimento enviado ao SEJD. Segundo o deputado socialista, os clubes de futebol integram competições autorizadas pelo Estado, competições essas que integram ainda outros clubes e, por isso, realça que “os clubes de futebol, enquanto entidade de interesse público devem observar os princípios da transparência e as regras gerais de contratação”. Salienta que “as empresas referidas são detentoras de autorizações administrativas pelas quais respondem, não se considerando completamente autónomas nas regras de mercado que, nitidamente, fizeram eclipsar nestas negociações preferenciais”. E, por último, acrescenta o deputado do PS que “os clubes de futebol devem segregar as actividades que cabem às SAD e aos detentores originais de imagem e devem garantir o respeito pelo mercado”. Lê-se ainda no requerimento que “os mais de mil milhões de euros envolvidos, numa situação em que o país exige total transparência dos agentes públicos, não podem deixar de seguir um escrutínio pelas entidades a quem cumpre o acompanhamento da situação”.

Al-Qaeda apedreja mulher por adultério

Combatentes da Al-Qaeda no Iémen apedrejaram uma mulher condenada à morte por adultério e prostituição em Mukala, cidade do sudeste controlada pelos jihadistas, contaram testemunhas oculares. O apedrejamento - castigo extremamente raro no Iémen ocorreu no domingo. De acordo com as testemunhas, homens armados colocaram a mulher dentro de um buraco no meio do pátio de um prédio militar e apedrejaram-na até à morte na presença de dezenas de habitantes de Mukala, capital da província de Hadramut. «É a primeira vez que vemos algo assim», afirmou um dos moradores.

Real Madrid Benítez fora, entra Zidane

Rafael Benítez não aguentou os maus resultados no Real Madrid e foi despedido do comando técnico do emblema ‘meregue’ após uma reunião de emergência ontem à tarde. Segundo avança o diário ‘Marca’, Zinedine Zidane vai assumir o comando técnico do Real Madrid até se encontrar um substituto para o treinador espanhol.

Tabela periódica tem quatro novos elementos

China Bolsas caem 7% e actividade foi suspensa

Capitalismo imprevisível

A

s bolsas chinesas iniciaram 2016 com uma forte queda, de quase 7%, e também inauguraram o mecanismo de “circuit breaker”, destinado a restringir a volatilidade. Acções e metais caíram e dólar sobiu na primeira sessão de 2016, mostrando contracção na China e tensão entre sauditas e iranianos no Oriente Médio gerando aversão ao risco. Xangai fechou em queda de 6,86% e com a queda do yuan a

aumentar as preocupações sobre a economia em dificuldades, forçando as bolsas a suspenderem as operações pela primeira vez. Já a queda de cerca de 7% foi o pior começo de ano da história para índice chinês CSI 300. As perdas no começo da sessão cresceram rapidamente, com as operações a ser suspensas cerca de 90 minutos antes do horário regular de fecho. Além disso, o Banco Central da China fixou a cotação do yuan

face ao dólar ontem em 6,5032, enfraquecendo a moeda chinesa em relação à última cotação, de 6,4936, e levando o yuan para o nível mais baixo desde 2011. Além da China, as atenções voltam-se para a tensão no Médio Oriente. Após abrir em forte alta, o petróleo baixou. O dia também foi de queda na Europa, reagindo à China e ao Médio Oriente, com o índice alemão DAX em queda superior a 3% e o francês CAC 40 em baixa de quase 2%.

A descoberta de quatro novos elementos por cientistas na Rússia, EUA e Japão foi oficialmente confirmada. A União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC), organização científica responsável pela nomenclatura química, atribuiu a descoberta dos elementos 115, 117 e 118 a uma equipa de investigadores russos e norteamericanos a trabalhar no Instituto Conjunto para a Investigação Nuclear em Dubna, Rússia, e do Laboratório Nacional Lawrence Livermore na Califórnia, EUA. A IUPAC atribuiu ainda a descoberta do elemento 113, que também era reclamada por russos e norte-americanos, a uma equipa do Instituto Riken, no Japão. Trata-se do primeiro elemento da tabela periódica a ser descoberto por cientistas asiáticos. Kosuke Morita, que liderou essa equipa, já veio dizer que pretendem agora investigar o elemento 119. “A IUPAC já convidou os autores das descobertas a atribuírem uma nomenclatura e um símbolo a cada um destes novos elementos temporariamente conhecidos como unúntrio (Uut ou elemento 113), ununpêntio (Uup, elemento 115), ununséptio (Uus, elemento 117), e ununóctio (Uuo, elemento 118)”, disse o Jan Reedijk, presidente da Divisão de Química Inorgânica da IUPAC.


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