Hoje Macau 5 MAR 2020 # 4480

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

MOP$10

GETTY IMAGES

AFP

QUINTA-FEIRA 5 DE MARÇO DE 2020 • ANO XIX • Nº 4480

PORTUGAL

EM BUSCA DE MÁSCARAS

hojemacau

PÁGINAS 2-3

COVID-19

Inspecções no Fórum PÁGINA 4

CLIMA E MIGRAÇÕES OLAVO RASQUINHO

HABITAÇÃO ECONÓMICA

Concurso alargado PÁGINA 6

FESTIVAL

Macau sem artes ÚLTIMA

GARCIA DE RESENDE LUÍS CARMELO

PANHONHAS ANTÓNIO CABRITA

CHINA

h

Modo de contracção PÁGINA 11

Destinos tracados ´ São cada vez mais os países e regiões que impõem restrições ou proibições de entrada aos residentes de Macau. Segundo a lista da Associação Internacional de Transportes Aéreos, são já 17 os países que impedem a entrada nos seus territórios a quem vive ou passou pela RAEM. Rússia e Angola são disso exemplo. Já a Tailândia, junta-se agora ao grupo dos que exigem um período de quarentena. PÁGINA 7

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OPINIÃO


2 coronavírus

PORTUGAL

CORRIDA A˜ PROTECCAO ` FARMÁCIAS SEM MÁSCARAS E DESINFECTANTES

Com cinco casos de infecção por Covid-19 confirmados no país, as farmácias portuguesas, de norte a sul, estão sem máscaras e produtos desinfectantes. Se ainda é fácil encomendar desinfectantes o mesmo não acontece com as máscaras, cujos valores estão inflaccionados. OMS alerta para escassez destes materiais

C

OM a chegada do Covid-19 a Portugal, é cada vez mais difícil, se não impossível, adquirir máscaras de protecção e produtos desinfectantes nas farmácias das principais cidades do país. Quando o vírus atingiu o seu pico na China, os asiáticos eram os principais clientes e compravam dezenas de caixas, asseguram farmacêuticos com quem o HM falou. Mas com a chegada do vírus à Europa, são

cada vez mais europeus a comprar, incluindo portugueses. No Porto, onde surgiram os dois primeiros casos, não só não há máscaras como não há qualquer previsão por parte dos fornecedores de quando possam chegar. “Não temos nada em stock, está tudo encomendado. Temos previsão de que chegará alguma da mercadoria até ao final desta semana, mas apenas de desinfectantes e não de máscaras. Fizemos o pedido, mas as únicas

que poderão surgir novamente são as cirúrgicas. Mas também não temos qualquer previsão de quando é que ficarão disponíveis”, explicou uma farmacêutica que não quis ser identificada. Os preços estão a ser inflaccionados desde o momento em que os produtos são fabricados até à sua venda ao público. “O que se está a passar é que o produto que hoje custa 2 euros daqui a dois dias custa 10 euros e depois custa 20. A ideia que temos, com base nos nossos fornecedores, é que os preços são mantidos. Sei que nas fábricas o produto está a escassear, e depois isto é uma cadeia entre o produtor e a farmácia que vende.” Filipe Silva, farmacêutico numa outra farmácia no Porto, contou que ainda possuem máscaras, mas a sua venda está raccionada. “Temos algumas máscaras para venda ao balcão, mas limitámos a 10 unidades para que o maior número de pessoas tenha acesso, porque senão as pessoas compram em grande quantidade e só um pequeno grupo de pessoas é que tem acesso às máscaras. Temos previsão de ter em stock mais álcool gel entre esta semana e o início da próxima.” Nesta farmácia, uma caixa com 10 máscaras custa três euros [cerca de 30 patacas], mas em Lisboa os preços podem atingir 1 euro [cerca de 10 patacas] por máscara. “Es-

tamos a vender cada máscara por 0,30 cêntimos por máscara por uma questão de consciência social.”

RESERVAS NO FIM

Esta terça-feira a Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou para o esgotamento rápido das reservas de equipamento de protecção individual contra o novo coronavírus que causa a doença Covid-19. "A OMS enviou cerca de meio milhão de equipamentos de protecção individual para 27 países, mas os 'stocks' esgotam-se rapidamente", disse o director-geral da OMS,

“Neste momento há mais de uma semana que não temos nada. Fizemos uma encomenda, mas já nos informaram de que não vem tão depressa.” CARLOS EUSÉBIO FARMACÊUTICO EM LISBOA

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Tedros Adhanom Ghebreyesus, numa conferência de imprensa, na sede da organização, em Genebra, na Suíça. Tedros Adhanom Ghebreyesus considerou que "a capacidade de resposta dos países está comprometida pela desorganização grave e crescente da oferta mundial de equipamentos de protecção individual, provocada pelo aumento da procura, a acumulação e o mau uso". A OMS estima que, por mês, sejam necessários no mundo mais de 89 milhões de máscaras cirúrgicas, 76 milhões de luvas e 1,6 milhões de óculos de protecção. A sua falta pode colocar em risco de contágio médicos e enfermeiros que cuidam de doentes infectados pelo novo coronavírus. O director-geral da OMS assinalou que, apesar de numerosas pessoas terem desenvolvido ao longo de vários anos imunidade contra a gripe sazonal, ninguém "está imune" em relação ao coronavírus que causa a doença Covid-19. Tedros Adhanom Ghebreyesus sublinhou que o novo coronavírus - família de vírus que pode causar infecções respiratórias como pneumonia - é mais perigoso do que os vírus da gripe, apresentando uma taxa de mortalidade de 3,4 por cento (para a gripe é menos de 1 por cento). Filipe Silva, farmacêutico no Porto, também acredita que a situação vai ficar muito complicada.

REUTERS

5.3.2020 quinta-feira


coronavírus 3

quinta-feira 5.3.2020

ECONOMIA MINISTRO DIZ NÃO EXISTIREM PREOCUPAÇÕES SOBRE STOCKS

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Carlota Matos nota que os portugueses são agora os principais compradores deste tipo de equipamentos. “No pico do vírus na China notava-se mais os asiáticos a comprarem. Depois com a descida dos casos e com o aumento dos casos em Itália, e como estamos numa zona super turística, temos tido procura por italianos, mas agora é exclusivo dos portugueses.”

DESAPARECIMENTO MISTERIOSO

A corrida às máscaras é tão evidente que foi reportado, esta terça-feira, um caso de desaparecimento deste material no hospital de Elvas. A Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA) abriu um

“Nós estamos precavidos, mas considero que a maior parte das farmácias não o esteja.” FILIPE SILVA FARMACÊUTICO NO PORTO

inquérito interno para apurar as circunstâncias do desaparecimento de máscaras de protecção no serviço de Medicina do Hospital de Santa Luzia. “Não podemos qualificar se se trata de um furto ou não. Participámos às autoridades policiais esta circunstância e temos aberto um inquérito para apuramento do que aconteceu”, disse à agência Lusa Joaquim Araújo, vogal executivo do conselho de administração da ULSNA, de que faz parte o hospital de Elvas, no distrito de Portalegre. O mesmo responsável admitiu que o desaparecimento de máscaras de protecção da unidade hospitalar poderá estar relacionado com o novo coronavírus (Covid-19). “Esta situação poderá ter a ver com esta problemática [surto de Covid-19] e as pessoas, especialmente os funcionários, numa atitude defensiva, julgamos nós, tomam esta medida, mas só o inquérito eventualmente poderá esclarecer”, disse. Joaquim Araújo não quantificou o número de máscaras de protecção que desapareceram do serviço de Medicina do Hospital de Santa Luzia, uma vez que ainda está a ser feito o “apuramento de tudo”. No entanto, garantiu que a situação "não põe em perigo qualquer fornecimento aos serviços” e afastou a possibilidade de ser feito comércio com as máscaras. “É

grave, não nego a situação porque aconteceu, mas já foram tomadas medidas para salvaguardar tudo”, acrescentou. Na farmácia Castro, na avenida Almirante Reis, perto de uma zona onde existem muitos comércios ligados à comunidade chinesa, as máscaras começaram a esgotar assim que surgiram as primeiras notícias do surto do Covid-19 na China. “Isto não é só cá, já acontece em Espanha e Itália, e penso que são os chineses que compram as máscaras todas para levar para lá. A maioria dos clientes são chineses e tenho pessoas que todos os dias que me perguntam se temos máscaras. Todos querem, mas não já não há. Quando começaram a surgir os primeiros sinais do surto eram os chineses que essencialmente compravam”, explicou ao HM o farmacêutico Carlos Eusébio. Há uma semana que esta farmácia já não tem quaisquer produtos deste género para venda. “Vendemos tudo o que tínhamos para vender. Fomos vendendo ao longo dos dias, depois lá nos enviavam uma caixa ou outra, mas num dia ou dois vendíamos logo tudo. Neste momento há mais de uma semana que não temos nada. Fizemos uma encomenda, mas já nos informaram de que não vem tão depressa”, concluiu. Andreia Sofia Silva

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RUI FARINHA / LUSA

“Nós estamos precavidos, mas considero que a maior parte das farmácias não o esteja. Há uma preocupação generalizada em parte devido à imprensa que alarmou para esta situação e as pessoas estão bastante preocupadas, daí a correria às máscaras e ao álcool.” Em Lisboa, a situação não é diferente. Muitas pessoas compram até produtos para reforçar as defesas do organismo, existindo casos em que até a vitamina C esgota. Na Farmácia Barral, na Rua Augusta, as máscaras e produtos desinfectantes estão esgotados desde a última quinta-feira, explicou a farmacêutica Carlota Matos ao HM. “Todos os dias recebemos centenas de pessoas que pedem estes produtos. O stock já esgotou, encomendámos, mas estamos à espera. Neste momento não nos conseguem dar a previsão se os produtos chegam, e quando chegam. Os preços aumentam cada vez mais porque a procura é maior, o que leva as farmácias a venderem mais caro. Estamos habituados a comprar uma coisa que custa cêntimos e que agora compramos por alguns euros.” No caso desta farmácia, uma máscara cirúrgica normal custa 1 euro, mas as mais avançadas custam 5 euros. “Vamos passar por uma situação complicada no acesso a materiais, já estava bastante complicado há meses e agora não temos recebido equipamento de todo.”

ministro da Economia em Portugal, Pedro Siza Vieira, afirmou ontem não existirem "preocupações" ao nível do abastecimento e ‘stocks’ de produtos no sector farmacêutico e garantiu que o surgimento de novos casos de Covid-19 não vai "mudar de forma radical" estas circunstâncias. "Tive ainda anteontem [segunda-feira] uma reunião com um conjunto de sectores da economia portuguesa e do lado do sector farmacêutico e desta matéria, não há, neste momento, preocupações relativamente a abastecimento e stocks'", garantiu Pedro Siza Vieira. O ministro assegurou também que o Governo está "preparado para responder e apoiar as empresas" e que a situação vai continuar a ser "calmamente" gerida. "Vamos continuar calmamente a gerir a situação, a tomar as decisões relevantes com base na melhor informação disponível e perceber que mais um caso hoje, dez amanhã, não vão mudar de forma radical, neste momento, as circunstâncias que estão presentes", disse. Questionado pelos jornalistas se havia algum protocolo de apoio, nomeadamente, às empresas, Pedro Siza Vieira realçou que, apesar de esta não ser uma doença "grave" é, no entanto, "muito contagiosa" e que o objectivo passa agora por "conter a sua propagação". "Quanto mais conseguirmos conter a propagação da doença, menos gente ficará doente ao mesmo tempo, menos gente estará a sobrecarregar os nossos serviços de saúde e menos impacto económico terá esta doença", referiu, acrescentando que o novo caso de surto de Covid-19 em Portugal, à semelhança dos restantes, foi contraído fora do país. "Este caso é como todos os outros, o caso de uma pessoa que veio infectada de fora, aquilo que continuamos a tentar assegurar é que conseguimos conter a velocidade de propagação da doença", concluiu.


4 coronavírus

Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença dos Serviços de Saúde de Macau, disse ontem que os trabalhos de controlo e inspecção a visitantes vão deixar de ser feitos, a partir de hoje, no Campo dos Operários para serem feitos no edifício Fórum Macau, por permitir uma maior capacidade de acolhimento e de resposta

5.3.2020 quinta-feira

COVID-19 INSPECÇÕES PASSAM A SER FEITAS NO EDIFÍCIO FÓRUM MACAU

Logística afinada

ZHUHAI TNR CONCLUEM QUARENTENA

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a conferência de imprensa de ontem foi adiantada a informação de que cinco trabalhadores não residentes (TNR) já terão concluído os 14 dias de quarentena em Zhuhai. “Se os testes derem negativos entram em Macau com transporte. Mas não tenho mais dados sobre os exames médicos”, disse Leong Iek Hou.

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nês Chan, da Direcção dos Serviços de Turismo, não soube adiantar quando é que poderão ser retomadas as travessias marítimas entre Macau e Hong Kong. “Sabemos que tanto Macau como Hong Kong estão a combater a epidemia, e que Hong Kong está a avaliar a situação. Não temos ainda essa informação”, adiantou.

“Cada país, tendo em conta o seu ponto de situação [sobre o surto do Covid-19], adopta diferentes medidas. Oficialmente não recebemos nenhuma informação, mas soubemos da notícia pela televisão. Apenas podemos colaborar e cooperar com as decisões desse país, e o que o Governo de Macau pode fazer é apelar à população para ter atenção às medidas dos países, que são ajustadas de forma contínua."

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ADO o aumento gradual do número de visitantes em Macau, as autoridades decidiram transferir as operações de inspecção e fiscalização de potenciais infectados com o Covid-19 dos dois pavilhões do Campo dos Operários para o edifício Fórum Macau, uma medida que entra hoje em vigor. “Até este momento estão a ser submetidas a inspecção médica mais de três mil pessoas. O pavilhão A do Campo dos Operários acolhe, no máximo, 400 pessoas, o pavilhão B 100 e o terminal marítimo do Pac On acolhe até 500 pessoas”, começou por explicar Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença dos Serviços de Saúde de Macau (SSM).

MACAU-HK TRAVESSIA MARTIMA SEM DATA

“Nas horas de pico temos vindo a acolher cada vez mais pessoas para serem submetidas a testes. Para assegurar a boa ordem e a segurança dos postos de inspecção, e para manter a duração de seis a oito horas de inspecção, o centro de contingência vai mudar os postos de inspecção do Campo dos Operários para o Fórum a partir das 8h00 do dia 5 de Março”, acrescentou a responsável. Leong Iek Hou não afastou, no entanto, a hipótese de vir a ser escolhido um local maior para a realização destas inspecções. “Não vamos devolver ainda o Campo dos Operários, este vai ficar como reserva e não afastamos a possibilidade de encontrar um novo local, maior.” “Vamos fazer a mudança no sentido de assegurar um melhor ritmo, porque no Campo dos Operários temos dois pavilhões e temos de ter duas equipas, o que pode dificultar a comunicação. Queríamos estar num espaço maior onde fosse assegurada

uma maior distância entre as pessoas sujeitas aos testes”, acrescentou a responsável. Dado o aumento do número de visitantes, oriundos sobretudo de Hong Kong e do Interior da China, o Governo não põe de parte um ajustamento nas acções preventivas. “Com o aumento de visitantes por motivos de viagem, trabalho ou comércio vamos continuar a avaliar se são necessárias mais medidas. Com a situação estável, veremos se é preciso fazer um ajustamento nos exames médicos,

não temos uma atitude passiva”, referiu Leong Iek Hou.

DIRECTAMENTE DA TAILÂNDIA

Os responsáveis do Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus foram ontem confrontados com a notícia de que as autoridades da Tailândia estariam a colocar restrições a viajantes de Macau e Hong Kong, mas Inês Chan, da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), assegurou que o Governo não foi oficialmente informado sobre esse assunto.

HUBEI TRANSPORTE PARA AEROPORTO ASSEGURADO

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já este sábado que parte para Hubei um voo fretado da Air Macau que irá transportar um grupo de 60 residentes que pretendem regressar ao território, a fim de escapar ao epicentro do Covid-19. Na conferência de imprensa de ontem foi dito que 57 pessoas já encontraram transporte para o aeroporto, não existindo ainda informações relativas às restantes três pessoas.

“Nas horas de pico temos vindo a acolher cada vez mais pessoas para serem submetidas a testes. Para assegurar a boa ordem e a segurança dos postos de inspecção, e para manter a duração de seis a oito horas de inspecção, o centro de contingência vai mudar os postos de inspecção do campo dos operários para o Fórum a partir das 8h00 do dia 5 de Março.” LEONG IEK HOU SSM Neste momento Macau continua com uma situação estável, com apenas uma pessoa infectada internada e sem novos casos há cerca de um mês. Foram excluídos 1881 casos suspeitos. No que diz respeito a visitantes oriundos de zonas com alta incidência do vírus Covid-19, surgiram duas pessoas recém-chegadas de Itália. Desde o dia 26 de Fevereiro que um total de 58 pessoas que estiveram em zonas de alta incidência do vírus foram sujeitas a observação médica. Duas dessas pessoas vieram da Coreia do Sul e três do Interior da China. Andreia Sofia Silva

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política 5

quinta-feira 5.3.2020

AL PEREIRA COUTINHO CONSIDERA “LAMENTÁVEL” RECUSA DE AUDIÇÃO SOBRE AUTOCARROS

TDM Manuel Pires à frente por mais seis meses

O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, renovou por mais seis meses a comissão de serviço de Manuel Pires como membro do Conselho de Administração da TDM. A decisão foi publicada ontem em Boletim Oficial e Manuel Pires é o actual presidente da emissora. Também ontem, Ye Yixin foi nomeado como delegado do Governo junto da TDM. O representante escolhido por Ho Iat Seng vai receber uma quantia mensal de 9.900 patacas para assumir esta posição.

Defesa do erário público

Confrontado com a recusa do pedido de audição do presidente da Assembleia Legislativa, Kou Hoi In, o deputado José Pereira Coutinho não aceita a argumentação apresentada e afirma que a decisão só vai contribuir para o despesismo e para a pouca transparência que existe em torno dos contratos e concessões dos transportes públicos. Já Sulu Sou considera a recusa aceitável calendário e ao facto de a comissão já ter completado o trabalho relevante, já não existe. Acho que a decisão do presidente desta vez está correcta”, disse ao HM Sulu Sou.

Aviação Civil Simon Chan lidera Autoridade mais um ano

PENSAMENTO CURTO

O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, renovou o mandato de Simon Chan Weng Hong, por um ano, à frente da Autoridade de Aviação Civil. A decisão foi publicada ontem no Boletim Oficial. Simon Chan encontra-se à frente da Aviação Civil desde Março de 2005. Já antes, Chan, que tem formação em engenharia aeronáutica, tinha exercido o cargo de vice-presidente, funções que assumiu entre 1999 e 2005.

PJ Sit Chong Meng director até 2021

O director da Polícia Judiciária (PJ), Sit Chong Meng, vai permanecer durante mais um ano à frente da instituição, depois da comissão de serviço ter sido renovada. A decisão foi publicada ontem, em Boletim Oficial, e está assinada pelo secretário para a Segurança, Wong Sio Chak. Quem também viu renovada a comissão de serviço como adjunto do comandante-geral no Centro de Planeamento de Operações dos Serviços de Polícia Unitários foi João Augusto da Rosa, que ficará por mais um ano no cargo.

GPDP Yang Chongwei mantém-se no Gabinete

A “experiência e capacidade profissional adequadas” foram o fundamento que levaram o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, a renovar por mais um ano a nomeação de Yang Chongwei, como coordenador do Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais. A decisão foi publicada ontem, no Boletim Oficial, e vem na sequência de um despacho do Chefe do Executivo. Yang Chongwei está à frente do GPDP desde Junho de 2017, e entrou na Administração Pública em 1999. Além da função que ocupa, foi ainda técnico superior no Instituto de Acção Social (IAS), coordenador do Gabinete de Acção Familiar do IAS, técnico superior, chefe funcional e coordenador-adjunto do Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais.

José Pereira Coutinho “Não se sabe bem de que forma são fiscalizados os gastos deste dinheiro entregue de bandeja como forma de prestação de serviços.”

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deputado José Pereira Coutinho condenou ontem a decisão do presidente da Assembleia Legislativa (AL), Kou Hoi In, de recusar o pedido de audição enviado no final de Novembro pelo próprio e por Sulu Sou, onde pediam que o Governo prestasse esclarecimentos sobre a renovação dos contratos com as concessionárias dos autocarros públicos, que foi estendida por 14 meses. "Só tenho que lamentar e dizer que a assembleia dá sinais muito claros de andar a reboque do Governo. É um sinal preocupante porque está a ser feito tudo de maneira a não complicar a vida ao Executivo”, disse ao HM Pereira Coutinho. Por

seu turno, o deputado Sulu Sou considera a recusa aceitável, pelo facto de a comissão de acompanhamento dos Assuntos de Terras e Concessões Públicas, designada para apreciar uma petição apresentada pela Associação Novo Macau, já ter completado o trabalho mais relevante sobre a matéria. A notícia da recusa do pedido de audição foi avançada ontem pela TDM-Rádio Macau que cita um ofício com a data de terça-feira, onde Kou Hoi In alega já não se verificar “o pressuposto legal para a realização de uma audição pelas comissões da AL”, uma vez que a comissão já analisou a petição e que o respectivo relatório foi concluído em Janeiro.

Pereira Coutinho considera inválida a argumentação apresentada por Kou Hoi In e diz que o pedido foi feito ainda antes dos trabalhos da comissão. “Não posso de maneira nenhuma aceitar a argumentação, quer legal, quer lógica, para rejeitar o pedido de audição. Relembro que o nosso pedido foi muito anterior à reunião realizada pela comissão e por isso não acho razoável que o presidente tenha decidido dessa forma. São processos distintos ", referiu o deputado. Já Sulu Sou aceita a explicação dada por Kou Hoi In. “Dado que a razão do nosso pedido (…) se baseava na apreciação da petição da Novo Macau que, devido ao

A proposta conjunta de audição apresentada pelos deputados visava esclarecer o teor das negociações dos contratos com as concessionárias, prorrogados por um curto espaço de tempo. Na altura, Pereira Coutinho e Sulu Sou afirmaram que, com os contratos de 14 meses “as vítimas são os passageiros”, e que tanto cidadãos como deputados pediram a realização de um concurso público para a concessão do serviço de autocarros. Garantindo que havia “muitas perguntas a fazer” sobre o exercício de uma actividade “que é tão importante para Macau”, Pereira Coutinho referiu ao HM que, subjacente à questão, estão os gastos públicos. "O que está em questão é o valor elevado do erário público que está a ser pago às companhias. Não se sabe bem de que forma são fiscalizados os gastos deste dinheiro entregue de bandeja como forma de prestação de serviços e (...), tratando-se de actividades concessionadas, nunca deveria haver lugar à atribuição de subsídios adicionais", vincou o deputado. Devido às dúvidas existentes, de acordo com a TDM-Rádio Macau, a comissão, decidiu pedir mais explicações ao Governo para afastar “dúvidas” sobre o financiamento à Transmac e à TCM. Pedro Arede

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Pensões Deputado pede mais dinheiro para idosos

José Pereira Coutinho defende que o Governo devia aumentar o valor da pensão de idosos, que actualmente é de 3.740 patacas. Numa interpelação escrita, o deputado considera que o Executivo precisa de aumentar o valor para que “seja superior ao índice mínimo de substância”. No mesmo sentido, o legislador ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFMP) vinca ainda que todos os subsídios atribuídos aos idosos devem ser aumentados, para assegurar a qualidade de vida desta secção da população. Por outro lado, Coutinho pede que sejam criadas condições para haver mais lares. O deputado está preocupado com o envelhecimento da população e diz que actualmente há idosos na RAEM a esperar “pelo menos” 18 meses por uma vaga.


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TIAGO ALCÂNTARA

5.3.2020 quinta-feira

IAS Subsídio adicional para 3200 agregados familiares

A partir do dia 5 de Março, o Governo vai conceder um subsídio adicional a 3200 agregados familiares que beneficiam do subsídio regular. A informação foi divulgada ontem pelo Instituto de Acção Social (IAS) que acrescenta ainda que a medida foi implementada “tendo em conta a pressão da vida das famílias vulneráveis no decorrer da epidemia”. O subsídio adicional é “equivalente ao valor do risco social” e representa, no mínimo, para um agregado familiar de uma pessoa, um valor de 4.350 patacas e, no máximo, para um agregado igual ou superior a 8 pessoas, 20.270 patacas. Os agregados com dois membros vão receber mais 7.990 patacas, com três, 11.020 patacas e com quatro 13.390 patacas. Entre os cinco e os sete membros, os valores variam entre as 15.120 e as 18.580 patacas. Segundo o IAS, a medida representa um encargo total estimado de cerca de 19.3 milhões de patacas.

HABITAÇÃO ECONÓMICA PRAZO PARA CANDIDATURAS ALARGADO ATÉ 27 DE ABRIL

Dar tempo ao tempo

O Executivo anunciou ontem a prorrogação do prazo para as candidaturas ao concurso de habitação económica até 27 de Abril. Também o prazo para entrega de documento em falta foi alargado e o processo de candidatura simplificado, com menos documentação a ser exigida pelo Instituto de Habitação

O

S interessados no concurso à habitação económica vão ter mais tempo para apresentar candidatura e submeter documentação, de acordo com o anúncio publicado ontem no Boletim Oficial. Assim sendo, o prazo para apresentação de candidaturas foi alargado para 27 de Abril. Recorde-se que o prazo anterior terminava a 26 de Março. O limite para a entrega de documentos em falta foi também estendido até 25 de Maio.

O Instituto de Habitação (IH) anunciou ainda a simplificação das formalidades a cumprir. Os candidatos, quando entregam o boletim de candidatura, já não precisam anexar o relatório do valor da avaliação dos imóveis, nem o requerimento de desistência de anterior concurso (2013). Da mesma forma, o relatório financeiro deixa de ser forçosamente assinado por um contabilista. Se o candidato for empresário comercial, tem de apresentar o relatório financeiro, discriminando receita de

vendas e/ou de prestação de serviços, despesas e custos, resultados antes dos impostos, outros rendimentos. Este relatório também não carece de assinatura de contabilista.

VIA ELECTRÓNICA

A documentação deve ser apresentada no edifício do IH, na Ilha Verde, mas o organismo liderado por Arnaldo Santos aconselha os candidatos a fazerem marcação prévia online para formalizar a candidatura e ainda alerta para a necessidade de usar máscara e

apresentar declaração de saúde para entrar nas instalações do IH. O actual concurso a habitação económica, uma das promessas cumpridas nos últimos instantes da administração de Chui Sai On, vai distribuir 3.011 fracções. Destas, grande parte, 1.253 unidades, têm três quartos, 998 dois quartos e 760 são do tipo T1. Todas as fracções vão ficar localizadas na Zona A dos Novos Aterros e ainda não há data para o início da construção. João Luz

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AMCM TAXA DE JURO BÁSICA DESCE “EMPURRADA” PELO CORONAVÍRUS

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Autoridade Monetária de Macau (AMCM) anunciou ontem a revisão em baixa da taxa de redesconto, ou taxa de juro básica, (em 50 pontos-base), para 1,5 por cento. A decisão foi tomada “atendendo à indexação da pataca ao dólar de Hong Kong (HKD)”, e

para “salvaguardar o funcionamento eficaz do regime de indexação cambial” das duas moedas. Assim sendo, Macau acompanha a decisão da autoridade monetária da região vizinha, que, por sua vez, acompanha igual ajuste levado a cabo pela Reserva Federal dos Esta-

dos Unidos (FED), porque o HKD está indexado ao dólar americano. O corte em 50 pontos-base na taxa de redesconto do dólar, anunciado Jerome Powell, presidente do FED, foi justificado como uma medida de emergência para endereçar o impacto da

propagação do Covid- 19 na economia norte-americana. Este foi o primeiro corte de emergência do FED na taxa de juro básica desde de 2008, à altura motivada pela crise dos subprimes, que provocou uma crise financeira global. Além disso, este foi também o

maior corte desde essa altura. Referindo-se ao impacto do surto de coronavírus na economia, o presidente do FED disse na terça-feira que a decisão de agir foi tomada depois da avaliação dos riscos, e tendo em conta que “ninguém sabe quanto tempo isto irá demorar”. J.L.

DSAT Confirmado aumento do número de obras

O director dos Serviços para os Assuntos Tráfegos (DSAT), Lam Hin San, admitiu que o Governo acelerou a realização de algumas obras nas artérias principais da cidade, devido à redução do tráfego. Lam Hin San, segundo as declarações citadas pelo canal chinês da Rádio Macau, explicou que havia trabalhos que estavam planeados para ser feitos por fases. Contudo, a necessidade das pessoas ficarem em casa e evitarem saídas desnecessárias, assim como a quebra do turismo, abriu uma janela de oportunidade. O director da DSAT apelou ainda à compreensão das pessoas, defendeu que o impacto das obras vai ser reduzido e pediu aos cidadãos que se desloquem mais cedo do que o previsto. Finalmente, Lam recordou à população que Macau se encontra numa fase de combate à epidemia e que por isso as pessoas devem evitar as deslocações que não sejam essenciais.


sociedade 7

quinta-feira 5.3.2020

VIAGENS RESIDENTES COM RESTRIÇÕES DE ENTRADA EM 26 PAÍSES E REGIÕES

Dificuldades de acesso

PROIBIDA ENTRADA: Vanuatu Tonga São Vicente e Granadinas Angola Taiwan Rússia Mongólia Seychelles Arábia Saudita Filipinas Palau Maurícia Ilhas Marshall Coreia do Norte Iraque Ilhas Cook Israel SUJEITOS A QUARENTENA: Tailândia Samoa Micronésia Quiribati SEM VISTO À CHEGADA: Nepal Irão OBRIGAÇÃO DE DECLARAÇÃO E ATESTADOS Bangladesh Polinésia Francesa

Angola, Taiwan, Rússia são alguns dos países e regiões em que os residentes de Macau se deparam com restrições à entrada. A partir de ontem, as autoridades da Tailândia também obrigam os residentes a um período de quarentena, mas o Governo da RAEM ainda não foi notificado sobre esta medida

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UMA altura em que a epidemia do Covid-19 se expande cada vez mais, os residentes e passageiros em trânsito por Macau encontram restrições à entrada em 26 países e regiões. A lista apresentada foi compilada com dados da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, no acrónimo em inglês) e ainda com base nas informações dos diferentes consulados em Macau e Hong Kong. Em 17 dos países e regiões, os residentes ou pessoas que passem pela RAEM não entram. Entre estas estão Angola, Taiwan, Rússia, ou Mongólia. Mas, a lista é mais extensa e inclui ainda Vanuatu, Tonga, São Vicente e Granadinas, Seychelles, Arábia Saudita, Filipinas, Palau, Maurícia, Ilhas Marshall, Coreia do Norte, Iraque ou Ilhas Cook. Em alguns destes casos, as restrições à entrada não se limitam apenas aos residentes de Macau, por exemplo, a Coreia do Norte simplesmente não aceita turistas, independentemente das proveniências. Em relação a Israel, a entrada de pessoas que tenham estado em Macau também está proibida. No entanto, caso seja provado que apenas estiveram em trânsito na RAEM conseguem entrar. Além da proibição da entrada, há ainda outras jurisdições que aceitam a entrada, mas que obrigam a um período de quarentena de 14 dias. No fundo, é uma medida semelhante à que Macau adopta para os trabalhadores não-residentes, permite a entrada, mas antes têm de passar por uma quarentena.

metido a medidas especiais. Por exemplo, na Polónia as pessoas vindas da RAEM ou residentes têm de preencher uma declaração de saúde. Já no caso do Nepal, o visto de entrada que poderia ser feito à chegada foi cancelado. Os residentes de Macau passam agora a precisar de tratar das formalidades com antecedência, para poderem viajar. Esta medida repete-se no Irão, onde anteriormente também era possível obter um visto à entrada. Ainda em relação à suspensão dos vistos de entrada à chegada para residentes de Macau, esta política foi igualmente seguida pelo Bangladesh. Mas, neste caso mesmo com visto, as pessoas que entrarem precisam de preencher uma declaração de saúde. Já a Polinésia Francesa exige um atestado médico com cinco dias de antecedência que mostrem resultados negativos de infecção do coronavírus. Finalmente, o Egipto aceita entradas, mas as pessoas ficam num período de “observação”, onde precisam de declarar os locais que pretendem frequentar nos próximos 14 dias.

O GGCT informou o HM que ontem, ao final da tarde, ainda não tinha sido informado pelas autoridades tailandesas sobre as novas medidas restritivas A Tailândia, habitual destino de férias dos residentes, adoptou esta medida ontem. As pessoas vindas de Macau são levadas para um espaço de quarentena e depois podem entrar.Asituação repete-se na Samoa, Micronésia e Quiribati. Em alguns destes países é exigido que a

TNR Quase 200 filipinos vão ser retirados do território A situação de impasse dos nacionais das Filipinas em Macau que querem regressar à terra natal, terá fim à vista. Na terça-feira, o porta-voz da Presidência da República, Salvador Panelo, disse que 148 filipinos serão repatriados através de um voo charter, de acordo com a CNN Philippines. O representante das autoridades de Manila acrescentou que a Overseas Workers Welfare Administration está igualmente a procurar um voo comercial para

quarentena seja feita em regiões sem qualquer caso e ainda antes de viajar.

DECLARAÇÕES DE SAÚDE

Além das restrições, há outras regiões que passaram a exigir que quem seja residente de Macau ou passe pela RAEM fique sub-

evacuar os 48 membros activos da entidade ligada ao Departamento do Trabalho e Emprego do Governo filipino que se encontram em Macau. Na passada terça-feira, o secretário dos Assuntos Externos, Teddy Locsin Jr., havia já anunciado no Twitter a retirada de Hong Kong de trabalhadores filipinos depois de terem sido amplamente noticiados casos de empregadas domésticas despedidas na sequência do surto de Covid- 19.

CUIDADOS ANTES DE VIAJAR

Em reposta às restrições impostas aos cidadãos de Macau, o Gabinete de Gestão de Crises de Turismo (GGCT), aconselha a que as pessoas consultem as informações dos consulados e de agências de viagens para não serem surpreendidos com restrições. “Devido ao constante desenvolvimento relativo aos procedimentos de imigração adoptados por diferentes países, o GGCT recomenda aos residentes de Macau que consultem os seus

• Nota: As medidas assumem que os residentes não estiveram no Interior. O facto de se passar por Hong Kong pode também levar a restrições em outros países.

agentes de viagens e as Missões Consulares mais próximas do país para o qual planeiam viajar, a fim de obter as informações mais recentes”, foi respondido ao HM. Além dessas vias, é ainda recomendado que as pessoas que tenham estado no Interior visitem o portal da “National Immigration Administration” da República Popular da China, que contém as informações mais actualizadas sobre restrições para quem esteve no outro lado da fronteira. Por último, o GGCT informou o HM que ontem, ao final da tarde, ainda não tinha sido informado pelas autoridades tailandesas sobre as novas medidas restritivas que obrigam os residentes a um período de quarentena de 14 dias. João Santos Filipe

joaof@hojemacau.com.mo

Bombeiros Reiterado que infracções serão punidas com severidade

Dois casos recentes de bombeiros embriagados e que furtaram, em dois incidentes separados, uma loja de fomento predial e uma loja de conveniência valeram a reacção do comando do Corpo de Bombeiros (CB), que instaurou processos disciplinares aos dois soldados da paz. De acordo com um comunicado emitido

ontem pelo CB, “a direcção convocou imediatamente uma reunião urgente para ordenar às chefias das suas subunidades que informassem todo o pessoal que este caso deve ser tomado como referência, e que deve ser relembrado, de forma veemente, que deve prestar atenção ao seu comportamento pessoal em

qualquer momento, bem como respeitar a disciplina e cumprir a lei”. O caso em questão é o furto de dois copos de massa instantânea de uma loja de conveniência na Ilha Verde. Além de manifestar “profunda tristeza”, o CB “reitera que todas as infracções à lei e à disciplina que foram praticadas serão severamente punidas”.


8 coronavírus FONTES: • https://gisanddata.maps.arcgis.com/ apps/opsdashboard/index.html#/ • https://www.who.int/ emergencies/diseases/novelcoronavirus-2019/situation-reports bda7594740fd40299423467b48e9ecf6 • https://www.cdc.gov/coronavirus/2019ncov/index.html • https://www.ecdc.europa.eu/en/ geographical-distribution-2019-ncovcases • http://www.nhc.gov.cn/yjb/s3578/ new_list.shtml • https://ncov.dxy.cn/ncovh5/view/ pneumonia

5.3.2020 quinta-feira

94225 Infectados

6416 Em estado crítico

Co novel

520 Casos suspeitos

INFECTADOS POR PAÍS / REGIÃO 80270 5621 2922 2502 304 244 212 193 127 110 102 68 56 53 49 43 42 42 38 36 35 33 32 32 28 27 27 23 16 16 15 15 13 12 10 10 9 8 7 7 6 6 5 5 5 5 5 4 3 3 3 3 3 2 2 2 2 2 2 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1

Interior da China Coreia do Sul Irão Itália Japão Alemanha França Espanha EUA Singapura Hong Kong Suiça Kuwait Reino Unido Bahrain Tailândia Taiwan Austrália Holanda Malásia Suécia Canadá Iraque Noruega Índia Emiratos Árabes Unidos Áustria Bélgica Vietname Islândia Israel São Marino Libano Oman Macau Dinamarca Croácia Qatar Grécia Ecuador Finlândia Bielorússia Algéria México Paquistão Républica Checa Portugal Roménia Filipinas Azerbeijão Geórgia Rússia São Bartolomeu Brasil Indonésia Estónia Nova Zelândia Irlanda Senegal Afeganistão Nepal Cambodja Macedónia do Norte Républica Dominicana Luxemburgo Arménia Lituânia Nigéria Egipto Letónia Ucrânia Arábia Saudita Andorra Marrocos Sri Lanka Argentina Jordânia Chile Liechtenstein Tunísia

OUTROS

706

Cruzeiro Diamond Princess países com casos de nCov países sem casos de nCov

Infectados

1

MACAU

Infectados

9 Curados

Macau

102 HONG KONG

Infectados

2

HONG KONG

36 Curados

Hong Kong

Mortos


coronavírus 9

quinta-feira 5.3.2020

ovid-19 l coronavírus

3214

51026 Curados

Mortos

1-99 10-99 100-499 500-999 1000-9999 +10000 Ocorrências nas áreas afectadas

Dados actualizados até à hora do fecho da edição

Covid-19 vs SARS

CHINA NÚMERO DE INFECTADOS E MORTOS POR REGIÃO

88,000 12,000 10,000 8,000 6,000 4,000 2,000 0

20

dias

40

dias

60

dias

Dia em que a OMS recebeu os primeiros avisos do surto

80

dias

100

dias

120

dias

REGIÃO Hubei Guangdong Henan Zhejiang Hunan Anhui Jiangxi Shandong Jiangsu Chongqing Sichuan Heilongjiang Pequim Xangai Hebei Fujian Guangxi

INFECTADOS 67332 1350 1272 1213 1018 990 935 758 631 576 538 480 414 337 318 296 294

MORTOS 2641 7 20 1 4 6 1 6 5 6 3 13 5 3 6 1 2

REGIÃO Shaanxi Yunnan Hainan Guizhou Shanxi Tianjin Liaoning Gansu Jilin Xinjiang Mongólia Interior Ningxia Hong Kong Taiwan Qinghai Macau Tibete

INFECTADOS 245 174 168 146 132 136 121 91 91 76 75 71 79 28 18 4 1

MORTOS 2 2 5 2 0 3 1 2 1 2 0 0 2 1 0 0 0


10 china

5.3.2020 quinta-feira

SERVIÇOS SECTOR COM MAIOR CONTRACÇÃO DESDE QUE HÁ REGISTOS

Paralisia geral

O

sector dos serviços contraiu pela primeira vez na China, desde que há registos, segundo o índice elaborada pela revista de informação económica Caixin, ilustrando o impacto do surto do Covid-19 nos negócios do país. O Índice de Gestores de Compras (PMI) para os serviços caiu para 26,5 pontos, a primeira vez que desce abaixo dos 50 pontos, desde que começou a ser realizado mensalmente, em 2005. Quando se encontra acima dos 50 pontos, este indicador sugere uma expansão do sector, abaixo dessa barreira pressupõe uma contracção da actividade. O PMI é tido como um importante indicador mensal do desenvolvimento da segunda maior economia do mundo. O PMI que mede a actividade da indústria manufactureira na China caiu também para o nível mais baixo desde que há registo, em Fevereiro, segundo o índice, publicado pela Caixin desde 2004, e que se baseia nas respostas a um inquérito realizado junto de gestores de mais de 3.000 empresas manufactureiras de 31 sectores industriais do país, caiu para 40,3 pontos, depois de se ter fixado nos 51,1 pontos, em Janeiro passado. O PMI geral da Caixin em Fevereiro também caiu, passando de 51,9 pontos, em Janeiro, para 27,5. O declínio deve-se às restritas medidas de prevenção do surto

do Covid-19 adoptadas pelas autoridades chinesas, que incluem restrições sob a movimentação de centenas de milhões de pessoas ou o encerramento forçado de estabelecimentos. Planos de viagens no país foram também cancelados por ordem do governo, levando a uma redução

O

Em modo de espera

Banco Popular da China decidiu ontem manter as taxas de juros, apesar de a Reserva Federal norte-americana ter realizado, na terça-feira, o maior corte desde 2008, devido ao impacto económico do Covid-19, o novo coronavírus. Numa breve declaração publicada no seu portal, a instituição esclareceu que a "liquidez total no sistema bancário se encontra num nível razoável e suficiente" e assegurou que não fará nenhuma injecção. As últimas operações do banco central chinês para expandir a liquidez no sistema financeiro datam de 17 de Fevereiro, quando injectou 200.000 milhões de yuans, através de serviços de empréstimos de médio prazo, com uma taxa de 3,15 por cento, uma redução de 10 pontos base. No início de Fevereiro, o banco central recorreu também a recompra reversa ("repos"), uma das suas principais ferramentas de

do consumo e serviços associados ao turismo.

METAS INTOCÁVEIS

Economistas observam que o sector de serviços é particularmente vulnerável a uma redução do fluxo de caixa, tornando inevitável um processo de falências

devido à paralisia das cidades que chinesas, que dura já há quase seis semanas. Segundo documentos divulgados pelo Supremo Tribunal Popular, centenas de empresas declararam falência no país, entre os dias 25 de Janeiro e 21 de Fevereiro. A maioria são pequenas e médias empresas dos sectores de retalho, manufactura e imobiliário. As autoridades chinesas prometeram uma série de apoios financeiros para indústrias fortemente afectadas pelo surto e medidas para estimular o consumo e injectar liquidez no mercado.

Pequim expressou confiança de que as metas anuais de crescimento económico oficiais serão atingidas. No ano passado, o crescimento da economia chinesa caiu para 6,1 por cento, o ritmo mais baixo em quase três décadas. Analistas já esperavam que o crescimento deste ano caísse abaixo dos 6 por cento, mas consideram que, quanto mais tempo perdurarem as medidas de prevenção do vírus, mais estímulos serão necessários para atingir as metas oficiais de crescimento, o que acarretará um aumento da dívida pública chinesa, já num nível muito alto.

Centenas de empresas declararam falência no país, entre os dias 25 de Janeiro e 21 de Fevereiro. A maioria são pequenas e médias empresas dos sectores de retalho, manufactura e imobiliário

Banco central mantém taxas de juros apesar de corte da Fed

injecção de liquidez a curto prazo, com juros de 2,4 por cento para operações de sete dias. A Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), que gere a política monetária do país, decidiu na terça-feira cortar em 50 pontos base as taxas de juro, devido ao novo co-

ronavírus, na maior descida de uma vez desde 2008, fixando a taxa de juro de referência para um intervalo entre 1 por cento e 1,25 por cento. A economista-chefe do banco francês Natixis para a Ásia-Pacífico, Alicia García Herrero, defendeu num relatório que as quedas de

Fevereiro são um "bom começo" e disse esperar que, no curto prazo, a China reduza as taxas de juros em "pelo menos 50 pontos base".

A VER VAMOS

Em comunicado, Zhang Yu, analista-chefe da Huachuang Securities, concordou que a decisão da Fed pode levar o banco central da China a reduzir a sua taxa de depósito de referência este mês, mas ressalvou que dependerá dos desenvolvimentos nas próximas semanas. As reduções nas taxas de empréstimos de médio prazo e de recompra reversa pelo banco central serviram sobretudo "para estabilizar o sentimento de mercado de curto prazo", considerou. "Se o declínio no mercado accionista da China não for grande e o surto [do Covid-19] não piorar novamente, a China não precisará necessariamente de seguir os Estados Unidos", defendeu.

Covid-19 Mais 38 mortos e 119 novos casos

A China contabilizou mais 38 mortos devido ao surto do Covid-19, nas últimas 24 horas, fixando o número total de vítimas mortais em 2.984, ao mesmo tempo que detectou 119 novos casos de infecção. Segundo a Comissão Nacional de Saúde do país, até à meia-noite de quarta-feira (16:00 horas, em Lisboa), o número de infectados na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, ascendeu assim aos 80.270. Foram registados menos seis novos casos e mais sete mortes do que no dia anterior. Todas as mortes, excepto uma, foram registadas na província de Hubei, onde o surto começou, no final do ano passado. Várias cidades da província estão sob quarentena, com entradas e saídas bloqueadas, desde Janeiro passado.


região 11

quinta-feira 5.3.2020

A

S autoridades de saúde sul-coreanas anunciaram ontem mais 516 novos casos de contaminação pelo novo coronavírus, elevando para 5.621 o total de pessoas infectadas no país, onde já morreram 32 pessoas. Os números divulgados pelo Centro de Controlo e Prevenção de Doenças Contagiosas da Coreia (KCDC) calculam todos os casos que ocorreram desde a meia-noite de segunda-feira até terça-feira. A cidade de Daegu (cerca de 230 quilómetros a sudeste de Seul) e a província vizinha de Gyeongsang do Norte, o epicentro do surto no país, registaram a grande maioria dos novos casos, 494 dos 516 em todo o país. Esta região tem quase 90 por cento de todas as infecções que ocorreram na Coreia do Sul, desde que o vírus foi detectado no país, no dia 20 de Janeiro. Cerca de 60 por cento das infecções em todo o território nacional estão ligadas à seita cristã Shincheonji, cuja sede é em Daegu, (cerca de 230 quilómetros a sudeste de Seul), a quarta maior cidade do país, com cerca de 2,4 milhões de habitan-

JAPÃO TÓQUIO MANTÉM PLANOS OLÍMPICOS

O

Sempre a somar Mais de 5.200 infectados na Coreia do Sul

tes, onde foram realizadas várias missas no início de Fevereiro. No entanto, o número de infecções não directamente relacionadas à seita cristã Shincheonji em Daegu já é de cerca de 1.300, o que indica um

nível alarmante de contágio na comunidade.

INJECÇÃO FINANCEIRA

A Coreia do Sul já fez testes a 131.379 pessoas, de acordo com o KCDC, uma campanha

abrangente que tem realizado entre 10.000 e 15.000 testes diários nos últimos dias. Para combater a saturação da saúde na região sudeste, o Governo sul-coreano começou a classificar os novos infectados em quatro grupos, a fim de diferenciar entre as condições clínicas mais e menos graves e, assim, priorizar a hospitalização dos casos mais graves. O Governo apresentou ontem um orçamento extra para combater os efeitos do novo coronavírus de 11,7 biliões de won (cerca de 8,8 mil milhões de euros). Este novo pacote orçamental será enviado esta quinta-feira à Assembleia Nacional (Parlamento) para aprovação.

Governo do Japão sublinhou ontem que continua com o plano de organizar os Jogos Olímpicos de Tóquio neste Verão, apesar do surto do novo coronavírus. "Continuamos ininterruptamente com a preparação para os Jogos Olímpicos, conforme planeado, enquanto trabalhamos em estreita colaboração com o Comité Olímpico Internacional (COI), com o comité organizador e com o governo Metropolitano de Tóquio", disse o porta-voz do executivo, Yoshihide Suga. Yoshihide Suga agradeceu os esforços da Comissão Executiva do COI, que divulgou na terça-feira um comunicado afirmando o compromisso "com o sucesso dos Jogos que serão realizados de 24 de Julho a 9 de Agosto" na capital japonesa. A Comissão Executiva do COI, que se reúne em Lausanne, na Suíça, afirmou ainda que vai seguir as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). A disseminação do vírus já forçou o cancelamento de competições de classificação para os Jogos em vários países, e as restrições de viagens que são cada vez mais aplicadas pelas autoridades de vários países representam um crescente desafio logístico. Os organizadores e o COI estão em "contacto constante" com a OMS, disse o porta-voz do executivo japonês, que também mencionou a criação de um "grupo de trabalho" para analisar os últimos desenvolvimentos relacionados com o novo coronavírus.

PUB

Edital (4/FGCL/2020) ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 4/P/20

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 5/P/20

Faz-se público que, por despacho da Ex.ma Senhora Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, de 23 de Janeiro de 2020, se encontra aberto o Concurso Público para o «Fornecimento de Serviços de Reparação e Manutenção dos Sistemas de Chamada de Enfermeiras ao Centro Hospitalar Conde de São Januário», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 4 de Março de 2020, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP 40.00 (quarenta patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet na página electrónica dos S.S. (www.ssm.gov.mo).

Faz-se público que, por despacho da Ex. Senhora Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, de 23 de Janeiro de 2020, se encontra aberto o Concurso Público para a «Prestação dos serviços de reparação e manutenção das Unidades Resfriadoras de Líquidos «Chiller» e das Unidades de Bomba de Calor de Fonte da Água dos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 4 de Março de 2020, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edificio Broadway Center, 3.º Andar C, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP 41,00 (quarenta e uma patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet na página electrónica dos S.S. (www.ssm.gov.mo). Os concorrentes do presente concurso devem estar presentes no Departamento de Instalações e Equipamentos do Centro Hospitalar Conde de São Januário, no dia 11 de Março de 2020, às 15,00 horas, para efeitos de visita às instalações a que se destina à prestação de serviços objecto deste concurso. As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 7 de Abril de 2020. O acto público deste concurso terá lugar no dia 8 de Abril de 2020, pelas 10,00 horas, na “Sala de Reunião”, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP96.400,00 (noventa e seis mil e quatrocentas patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 27 de Fevereiro de 2020. O Director dos Serviços Lei Chin Ion

Os concorrentes do presente concurso devem estar presentes no Departamento de Instalações e Equipamentos do Centro Hospitalar Conde de São Januário, no dia 10 de Março de 2020, às 11,00 horas, para efeitos de visita às instalações a que se destina à prestação de serviços objecto deste concurso. As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,30 horas do dia 3 de Abril de 2020. O acto público deste concurso terá lugar no dia 7 de Abril de 2020, pelas 10,00 horas, na “Sala de Reunião”, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP79.200,00 (setenta e nove mil e duzentas patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/ Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 27de Fevereiro de 2020 O Director dos Serviços Lei Chin Ion

ma

Nos dos pedidos: 2/2020

Nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 9.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), conjugado com o n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, vem o Conselho Administrativo deste Fundo notificar o devedor do pedido acima referido, “VERTU MACAU SOCIEDADE UNIPESSOLA LIMITADA”, com sede na Avenida da Amizade, nº 555, Orient Landmark HoteL, 23 andar 2301-2302, Macau, o seguinte: Relativamente à 1 ex-trabalhadora (Wong Kam Kam), no que diz respeito ao requerimento junto deste Fundo para pagamento dos créditos emergentes das relações de trabalho, o Conselho Administrativo deste Fundo, em 28 de Fevereiro de 2020, deliberou, nos termos do artigo 6.o da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), efectuar o pagamento dos créditos e dos juros de mora em causa à ex-trabalhadora acima referida, no valor total de $113 864,90 (Cento e treze mil e oitocentas e sessenta e quatro patacas e noventa avos).

Assine-o

Mais se informa o devedor que este Fundo irá efectuar o pagamento dos créditos àquela ex-trabalhadora, oito dias após a data da publicação da presente notificação. De acordo com o artigo 8.o da referida Lei, após efectuado o pagamento dos créditos, este Fundo fica sub-rogado naqueles créditos. O devedor pode, durante as horas de expediente, deslocar-se à sede da DSAL, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado nos 221 a 279, Edifício Advance Plaza, Macau, para consultar o referido processo. 3 de Março de 2020 O Presidente do Conselho Administrativo do Fundo de Garantia de Créditos Laborais, Wong Chi Hong

TELEFONE 28752401 | FAX 28752405 E-MAIL info@hojemacau.com.mo

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12

h

retrovisor Luís Carmelo

H

Á quinhentos anos, Garcia de Resende reuniu num cancioneiro poético o que tinha sido escrito em obras de vários autores, “passados e presentes”. Este sentido antológico andava na moda, sobretudo em Espanha. E foi em pleno momento de viagens e de proto-império, corria o ano de 1516, que o Cancioneiro Geral saiu a público. Para além de compilador desta imensa publicação e de cronista, Garcia de Resende foi secretário particular dos reis do século de ouro, D. João II e D. Manuel I. Um verdadeiro Maquiavel ao serviço do seu príncipe (até pelas destacadas responsabilidades que assumiu na famosa viagem a Roma de 1514, quando o rei português brindou o papa Leão X com um elefante). O “prólogo” que Garcia de Resende redigiu para o Cancioneiro Geral fala por si. Na parte final, ao ilustrar as intenções da obra, o autor revela o seu devir ferozmente maquiavélico: “E porque, Senhor, as outras coisas sam em si tam grandes

5.3.2020 quinta-feira

sinto os teus dedos soltarem-se da sombra

“Já cansado de viver, mas nunca de desejar”

que por sua grandeza e meu fraco entender nem devo de tocar nelas, nesta que é a somenos, por em algua parte satisfazer ao desejo que nem sempre tive de fazer algua coisa em que Vossa Alteza fosse servido e tomasse desenfadamento, determinei ajuntar alguas obras que pude haver dalguns passados e presentes e ordenar este livro, nam pêra por elas mostrar quais foram e sam, mas para os que mais sabem s´espertarem a folgar d´escrever e trazer à memória os outros grandes feitos, nos quais sam dino de meter a mão”. É interessante o facto de Garcia de Resende se colocar numa posição algo

platónica de quem nada sabe acerca do concerto das “cousas” que têm “grandeza”, dirigindo-se ao rei como o bom e fiel servidor que visou, com esta sua volumosa compilação, apenas contribuir para o seu “desenfadamento”. Por outro lado, para Garcia de Resende, não interessaria realmente que obras fossem (“nam pêra por elas mostrar quais foram e sam”), sendo bem mais importante o estímulo que viessem a suscitar em quem se dignasse escrever sobre os chamados “feitos portugueses”. Aliás, é esse precisamente o tom do ‘incipit’ e de toda a primeira parte do texto: “Porque

No seu todo, o Cancioneiro Geral é uma obra seminal que situa diversas matrizes da poesia escrita em Português. Para além da função de “desenfadamento”, a obra é também, ao mesmo tempo, um alerta e um serviço prestados pelo Maquiavel lusitano a D. Manuel I.

a natural condiçam dos Portugueses é nunca escreverem cousa que façam, sendo dinas de grande memória, muitos e mui grandes feitos de guerra, paz e vertudes, e ciência, manhas e gentileza sam esquecidos”. Depois de ilustrar esta grande carência ‘comunicacional’ – como hoje se diria –, Garcia de Resende conclui do seguinte modo, no antepenúltimo parágrafo do “Prólogo ao Príncipe”: “Todos estes feitos e outros muitos doutras sustâncias nam sam devulgados como foram, se gente doutra naçam os fizera”. Faltara-lhe, de facto, esperar por Camões, João de Barros ou Fernão Mendes Pinto. Contudo, o Cancioneiro Geral acaba por ser mais uma recolha de poesia lírica e de “cousas de folgar”, do que de narrativa de teor épico ou até evocatório. Os temas do Cancioneiro reatam o século XIII trovadoresco (Rodrigues Lapa salienta “a súplica triste e apaixonada” ou “a coita de amor, em que o pobre poeta se revolve com sofrimento e com delicia”, caso de Duarte Brito: “Quanto mais vejo prazer/ tanto mais sinto o pesar/ já cansado de viver/ mas nunca de desejar…”) e acabam por estabelecer um contraponto interessante entre os chamados “espírito velho” e “espírito novo”. Na abrupta passagem entre meados de quatrocentos e o alvor de quinhentos, sente-se a transição entre a verve bucólica que ‘salvaria o espírito’ e o escarnecer irónico que parece invadir o ambiente cosmopolita do Paço, tão bem expresso por Jorge de Aguiar: “Nam te mates cruamente/ por quem fez tam grande errada,/ que quem de si se nam sente,/ por ti nam lhe dará nada./ Vive, lançando pregam/ por u fores e vieres,/ que sam molheres, molheres!”. Hoje em dia, a incorrecção do “género” permite-nos ler estes versos com renovada sensação de “folgar”. Seja como for, no seu todo, o Cancioneiro Geral é uma obra seminal que situa diversas matrizes da poesia escrita em Português. Para além da função de “desenfadamento”, a obra é também, ao mesmo tempo, um alerta e um serviço prestados pelo Maquiavel lusitano a D. Manuel I. Raramente na história a literatura teve funções que apenas a si mesma servissem. Como diria o Abade de Rilhafoles “tem dias”. Citações a partir de Florilégio do Cancioneiro de Resende, Selecção prefácio e notas de Rodrigues Lapa, Textos Literários, Lisboa, 1960, pp. 9,10, 42, 43 e 44.


ARTES, LETRAS E IDEIAS 13

quinta-feira 5.3.2020

diário de Próspero

António Cabrita

Contra os panhonhas!

A

SSIM que eu for primeiro-ministro despeço-me - de panhonhas estou farto! Este tempo promove os panhonhas e o seu reverso: os objectores-da-consciência. Como Trump e Bolsonaro e o inefável presidente indiano, Narendra Modi, que incitou o integrismo hindu e incendiou o país (cf. a carta de Arundhati Roy, aqui: https://www. thedailystar.net/online/news/our-version-coronavirus-arundhati-roy-delhi-violence-1875289). Todos eles seguem o modelo do conselheiro de Trump, Roger Stone, que no documentário do Netflix, Get me Roger Stone, dá os mandamentos para chegar ao poder e mantê-lo e que se sintetizam numa pergunta: se é preciso ser infame, qual é a sua dúvida? O problema dos panhonhas é que nunca ousam acreditar na extensão do Mal. Já o problema com o Mal, que se expande com descaro e ganas, é que sob a sua filigrana já não respira ninguém, um outro. Não que, à semelhança de outras épocas, ele não “pareça” agressivo, implacável, corrosivo. Mas de tanto ter sido transformado em reality-show não traz já o pavor indescritível de outrora. Já não conseguimos imaginar o Mal para além da medida que consentimos, supondo que ao deixá-lo exprimir-se um pouco estamos a retirar-lhe o gás. Descrentes da realidade, ficamos reféns das imagens, achando que o vidro do plasma nos separa e protege e que a acção dos diabretes é mensurável, como os selos que se colam nas cartas endereçadas ao bem-que-nos-pariu. Eis-nos abarrotados até ao infinito, de cabidela, de vampiros, de zombies e de espelhos que se vingam retroactivamente, de ogres & aliens, de políticos que mentem ruidosamente - com a rede de saberem que toda a gente admira um bom vigarista -, de tiranos que florescem sob o bolor dos Hannibals desta vida, de putaria baixa & escarninha – esperem, veio-me um arroto. Ora, o problema é mais fundo – meu caro panhonha, meu hipócrita, meu igual: desapropriam-nos. Hoje, ser sacanita, mesquinho, malicioso, espertalhão, oportuno na pequena perversão, iniciar os anjos na pederastia, engessados ou não… que raio de prazer isso agora nos traz neste clima em que os massacres se sucedem em directo, em Chicago, em Nova Deli, em Cabo Delgado e se escalpar bebés é o novo divertimento? Lady Macbeth boceja e nós, depois de todo o bem-cariado, chegámos ao Mal sem sombra, ao mal como turismo de massas - ao império da opinião a todo o transe. No oposto disto, em carta a um amigo japonês, Kuniich Uno, escreveu De-

leuze, sobre como se sucedia a sua colaboração com Guattari: «Pouco a pouco, um conceito tomava uma existência autónoma, de modo que por vezes nós continuávamos a compreendê-lo de maneira diferente - por exemplo, nunca compreendemos da mesma maneira o “corpo sem órgãos”. Nunca o trabalho a dois tendeu a uma uniformização, sendo mais uma proliferação, uma acumulação de bifurcações, um rizoma». Raramente vimos manifesta uma liberdade tão grande quanto à própria opinião. Os dois pensadores colaboravam para poderem convergir e divergir, numa pulsação contínua, sem receio de se contradizer e sem apararem as linhas de fuga. Pelo gosto de multiplicar. Nunca lhes passou pela cabeça a disputa ou a necessidade de domínio na relação; sem reservas, numa porosidade em acto, a aventura de penetrarem em espaços desconhecidos (os que “a resis-

Lady Macbeth boceja e nós, depois de todo o bem--cariado, chegámos ao Mal sem sombra, ao mal como turismo de massas - ao império da opinião a todo o transe

tência” do outro abria na escuta de cada um) tornou-se prioritária. Simplificavam: a colaboração prescindia de negociações, porque o conflito estava de antemão desactivado, não havia confronto entre forças/opiniões polarizadas, não se tratava de uma disputa dialéctica, mas de estar aberto a um fluxo que faz das suas sombras matéria para fazer engrenar o pensamento na virtualização do múltiplo. Eis um verdadeiro “encontro”: cada um deles superou um pensamento condicionado pela inércia das representações. O que acontece quando seguimos as linhas da água e à manifestação da “vontade” preferimos incarnar o “impoder”. Nos antípodas do que defende Bertrand de Jouvenel, no seu livro basilar sobre o Poder, para quem “um homem sente-se mais homem quando se impõe e faz dos outros um instrumento da sua vontade”, atitude que voltou a ser a única disseminada. O “impoder” não é um signo de impotência mas um reforço da potência que nasce da liberdade a si mesmo. O que talvez explique que Michel Serres tenha dito de Deleuze que era o único caso que conhecia de um filósofo a quem o pensamento trouxera felicidade. É desta grandeza humana que estamos necessitados, da qualidade de gente que se dispõe à luta para “não ter poder”. Porém, para isso, precisamos de agir, de confiar de novo na astúcia que o outro nos traz, em vez de o vermos como estorvo. O que começa por simplificarmos.

Ontem, por exemplo, depois de uma boa sesta, acordei para a delicadeza da Sónia, que (quase com recato) me batia uma sarapitola (- ah, alegria dos esses!). A Sónia tem seis dedos em cada mão, como os teve el-rei dom Sebastião, e é vão querer saber se isso lhe dá uma tactibilidade especial ou se será da fantasia que a sua anomalia provoca em nós, o certo é que depois de confiarmos na Sónia ficamos menos tolerantes aos homens infames. Tinha convidado a Sónia para almoçar, preparando-a para a sessão de nus que iríamos fazer no estúdio à tarde. E perguntou-me ela, como me vais pagar isso? Na brincadeira, olhando-lhe as mãos, respondi, E que tal uma pívia? Para surpresa minha, isso provocou-lhe um sorriso mais aberto que a calvície do Yul Brynner. Adoro mostrar os meus dons, justificou. Nunca lhe serei suficientemente grato, ela foi buscar o ouro a cinquenta metros de profundidade – sabe simplificar, é o que é. À saída disse-me: Gostei, julgava que eras um panhonha! Era, mas panhonha nunca mais, antes primeiro-ministro! A quem não acreditar na bondade das coisas simples, lembro o aviso de Jim Harrison: (também) a morte tem para nós a inverosimilhança que terá a realidade da nossa viagem à lua para uma zebra.


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Cineteatro THE INVISIBLE 12 MAN [C]

Um filme de: Leigh Whannell Com: Elisabeth Moss, Adis Hodge, Storm Reid 14.00, 20.00

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VIDA DE CÃO

PRIORIDADES Numa altura em que Macau está a lidar com as inúmeras e (algumas ainda) imprevisíveis ondas de choque provocadas pelo Covid- 19, um dos temas escolhidos por Si Ka Lon para a comissão de acompanhamento para os assuntos da administração pública acompanhar nos próximos meses é a lei de salvaguarda do património cultural. Os pais, de volta ao dia a dia laboral, podem até nem saber o que fazer aos filhos que continuam sem agenda escolar, as falências podem continuar a suceder-se (trazendo consigo todos os dramas familiares adjacentes), os ainda muitos residentes de Macau continuam em Hubei pedem ajuda, mas um dos pontos de trabalho que estará em discussão nos próximos tempos na Assembleia Legislativa, prende-se com o facto de, para poderem vender os seus imóveis situados em zonas históricas, os proprietários estarem actualmente obrigados a obter do Instituto Cultural um comprovativo sobre o não exercício de direito de preferência na compra. Si Ka Lon, que preside à comissão, afirmou que esta lei “perturba os cidadãos”, mas confesso ter muita facilidade em encontrar muitos outros temas perturbadores (e mais urgentes) nos dias que correm. A abordagem é ainda mais incompreensível, quando o trabalho do Governo, no que diz respeito ao controlo e prevenção do novo tipo de coronavírus, tem sido na minha opinião, assinalável e pautado pela capacidade de antecipação, frontalidade e ponderação. Veremos as prioridades que se seguem. Pedro Arede

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norte-americanos. Numa altura em que se desconhece ainda a distribuição exacta dos delegados, estes resultados consolidam a luta entre os dois que representam a ala do Partido Democrata mais moderada (Joe Biden) e a progressista (Bernie Sanders).

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UM LIVRO HOJE

DENTRO DO SEGREDO | JOSÉ LUIS PEIXOTO (2012)

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FALADO EM COREANO LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Bong Joon Ho Com: Song Kang Ho, Lee Sun Kyun, Cho Yeo Jeong, Choi Woo Shik 17.00

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Joe Biden venceu as primárias democratas nos Estados Unidos em pelo menos oito estados na “super terça-feira”, enquanto o senador Bernie Sanders conquistou quatro, incluindo a Califórnia, indicam dados preliminares avançados pelos ‘media’

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Dentro do Segredo é uma viagem na primeira pessoa ao coração da Coreia do Norte, ou pelo menos, à parte que se deixa mostrar. Obrigado a deixar o telemóvel na fronteira, Peixoto ruma a Pyongyang para assistir às comemorações do centenário do nascimento de Kim Il-sung. Daí, em excursão, e quase sempre acompanhado por guias, o escritor relata sensações e pensamentos durante aquela que foi uma das viagens mais extensas que o governo norte-coreano autorizou nos últimos anos, tendo passado por vários pontos simbólicos do país e do regime. Por entre segredos, porém, há mais semelhanças e proximidade do que aquilo que seria de imaginar. Pedro Arede

BIRDS OF PREY

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Pedro Arede Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; António de Castro Caeiro; António Falcão; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Gisela Casimiro; Gonçalo Lobo Pinheiro; Gonçalo M.Tavares; João Paulo Cotrim; José Drummond; José Navarro de Andrade; José Simões Morais; Luis Carmelo; Michel Reis; Nuno Miguel Guedes; Paulo José Miranda; Paulo Maia e Carmo; Rita Taborda Duarte; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; David Chan; João Romão; Jorge Rodrigues Simão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


opinião 15

quinta-feira 5.3.2020

a propósito de

OLAVO RASQUINHO*

Atol onde se localizam as Ilhas Carteret

Ainda no Pacífico, as populações de outros territórios insulares sofrem dramas semelhantes. É o caso de Kiribati, Tuvalu e Ilhas Marshall. O primeiro destes países, com cerca de 110.000 habitantes, é constituído por 33 ilhas, das quais 32 são atóis. Com uma

JAMES DARREN

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NTRE as principais razões que têm levado à deslocação de quantidade significativa de migrantes contam-se, entre outras, desemprego, trabalho mal remunerado, regimes ditatoriais, guerras, discriminação religiosa e desastres naturais. Desde há algumas décadas vieram juntar-se as alterações climáticas às diferentes causas mencionadas. Segundo a Organização Internacional para as Migrações (International Organization for Migration - IOM) migrantes climáticos são as pessoas que se deslocam dentro ou fora do país, devido às alterações progressivas nas condições do clima ou do meio-ambiente. Talvez o caso mais dramático de migração devido às alterações climáticas é o que tem vindo a ocorrer nas Ilhas Carteret, um conjunto de pequenas ilhas com a área total de cerca de 0,6 quilómetros quadrados, que fazem parte de um atol localizado na região equatorial do Pacífico Sul, pertencente à Papua-Nova Guiné. A subida do nível do mar tem provocado grande preocupação na população deste território com altitude média inferior a 2 metros. Quando ocorrem ventos fortes, as águas oceânicas invadem as zonas mais interiores do atol, o que implica o aumento da salinidade dos terrenos agrícolas. Como consequência, verifica-se uma diminuição da produção agrícola, constituída essencialmente por coqueiros, árvores de fruta-pão e bananeiras. Perante estas condições, em 2007, os cerca de 2000 habitantes destas ilhas foram deslocados para a ilha de Bougainville, a cerca de 90 km. Esta migração foi alvo de notícias dos órgãos de comunicação social, alguns dos quais classificaram os deslocados como os “primeiros migrantes climáticos”.

Clima e migrações

Crianças das Ilhas Carteret - há alguns anos as duas ilhas ao fundo eram apenas uma

área total de 811 quilómetros quadrados, as ilhas estão dispersas por uma vasta região a norte e sul do equador e a leste e oeste do meridiano 180 graus (oposto ao meridiano de Greenwich), o que faz com que o Kiribati seja o único país de mundo com território situado nos quatro hemisférios (norte, sul, oriental e ocidental).

Tuvalu, um dos países mais pequenos do mundo, com cerca de 11.000 habitantes, é composto por três recifes e seis atóis com uma área total de aproximadamente 26 quilómetros quadrados. Situa-se no Pacífico Sul, próximo do equador e da linha internacional de mudança de data, a sul de Kiribati.

de discutirem a possibilidade de serem assistidos na deslocação das respetivas populações para este país. O governo de Kiribati chegou mesmo a comprar terrenos nas Ilhas Fiji, tendo em vista a futura instalação de deslocados. As Ilhas Marshall, com cerca de 58.000 habitantes e aproximadamente 1.200 ilhas dispersas por 29 atóis abrangendo cerca de 1.800.000 quilómetros quadrados, enfrentam também as consequências da subida do nível de mar. Situam-se no Pacífico Norte, a noroeste de Kiribati. São afetadas por ciclones tropicais e consequentes marés de tempestade, o que é uma agravante para as condições de vida. Ou se tomam medidas drásticas de adaptação às alterações climáticas, ou a população terá de migrar para outros territórios. Uma das medidas de adaptação, de acordo com o Professor Chip Fletcher, da Universidade do Havai, poderia consistir em prescindir da laguna de Majuro (capital das Ilhas Marshall), a qual seria sujeita a drenagem e prenchida com terra de modo a aumentar a altitude da ilha. Outra hipótese seria a construção de ilhas artificiais, o que, aliás, não seria inédito, na medida em que a China tem recorrido a este processo no Mar do Sul da China, embora com finalidade diferente da adaptação às alterações climáticas.

Aspeto de uma das ilhas de Tuvalu

Aspeto de Majuro – capital das Ilhas Marshall

Os territórios das Ilhas Carteret, Tuvalu e Kiribati localizam-se próximo do equador, o que faz com que estejam fora das trajetórias dos ciclones tropicais, o que não impede que sejam esporadicamente afetados por linhas de borrasca cujos ventos associados provocam marés de tempestade, ou seja a invasão das zonas costeiras por água arrastada pelo vento, o que, num território com baixa altitude, contamina os escassos lençóis freáticos e afeta gravemente a agricultura. Perante esta realidade, os dirigentes de Kiribati e Tuvalu estabeleceram conversações com o governo da Austrália, no sentido

Também no Índico, em alguns territórios insulares, a subida do nível do mar é dramática. Foi notícia nos meios de comunicação social, aquando da tomada de posse do primeiro governo eleito democraticamente nas Maldivas, em 2008, que havia a intenção de comprar terras não só na Índia e Sri Lanka, países com culturas e clima semelhantes, mas também na Austrália, a fim de nelas estabelecer futuramente a população maldiva (cerca de 400.000 habitantes). Nessa altura o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC) previa uma subida do nível do mar da ordem de 25 a

Aspeto de Kiribati

58 centímetros até 2100. Esta situação, a tornar-se realidade, implicaria a submersão de grande parte do território das Maldivas, país constituído por 1.192 ilhas agrupadas em 26 atóis. Compreende-se a preocupação do governo, na medida em que o ponto de maior altitude do território maldivo é da ordem de 2,5 metros. O então primeiro ministro das Maldivas, Mohamed Nasheed, chegou mesmo a encenar uma reunião ministerial submarina, em 2009, a qual foi amplamente divulgada pelos meios de comunicação social, a fim de chamar a atenção da comunidade internacional sobre as ameaças colocadas pelas alterações climáticas.

As populações dos pequenos estados insulares devem ser tratadas com dignidade, criando-se condições para se adaptarem às alterações climáticas nos locais onde vivem ou, caso tal seja impossível, apoiá-las nos seus movimentos migrantes, evitando que se tornem refugiados climáticos A Papua Nova Guiné, Kiribati, Tuvalu, Ilhas Marshall e Maldivas fazem parte da organização intergovernamental intitulada Aliança dos Pequenos Estados Insulares (Alliance of Small Island States - AOSIS), cujo principal objetivo é coordenar os esforços dos pequenos Estados insulares em desenvolvimento para combater as alterações climáticas. Esta organização abrange ao todo 43 membros efetivos e observadores de todo o mundo, e dela fazem parte a maioria dos países insulares distribuídos pelos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico. Como a existência de migrantes climáticos é, segundo interpretação da ONU, consequência das alterações climáticas, e estas são causadas pela injeção de gases de efeito de estufa (GEE), conclui-se que são necessárias medidas drásticas de redução da utilização de combustíveis fósseis. Como os principais emissores de GEE são as grandes potências, é justo que se criem mecanismos de proteção dos países em vias de desenvolvimento, em especial os pequenos países insulares, na medida em que, sendo os menores emissores de GEE, são os que mais estão em risco. As populações dos pequenos estados insulares devem ser tratadas com dignidade, criando-se condições para se adaptarem às alterações climáticas nos locais onde vivem ou, caso tal seja impossível, apoiá-las nos seus movimentos migrantes, evitando que se tornem refugiados climáticos. *O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico


O bom humor tem algo de generoso: dá mais do que recebe. PALAVRA DO DIA

EPM AULAS POR VIDEOCONFERÊNCIA A PARTIR DE SEGUNDA-FEIRA

RÓMULO SANTOS

Émile-Auguste Chartier

EXECUÇÃO ORÇAMENTAL MACAU ARRECADA 51,4 MIL MILHÕES NO ANO PASSADO

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S alunos entre o 5º e o 12º ano da Escola Portuguesa de Macau (EPM) vão passar a frequentar aulas por videoconferência a partir da próxima segunda-feira, dia 9 de Março. A informação foi anunciada ontem pela EPM depois de ter consultado o Conselho de Coordenadores, e divulgada através de um comunicado citado pela TDM Rádio Macau. Segundo a mesma fonte, haverá aulas de todas as disciplinas e, apesar do período de suspensão motivado pelas medidas de combate ao novo tipo de coronavírus, a avaliação final do 2º período irá manter-se, bem como o calendário definido para a interrupção lectiva da Páscoa. Depois da reabertura das escolas, revelou também a direcção da EPM, os alunos do 9º, 11º e 12º, que no presente ano lectivo tenham exames ou avaliações finais, terão aulas adicionais das matérias em questão até ao dia 12 de Junho, que poderão acontecer, inclusivamente, ao sábado de manhã. Quanto aos apoios das disciplinas de Português e Matemática para os alunos do 9º ano, estes vão passar a funcionar, de acordo com a mesma fonte, como aulas curriculares de frequência obrigatória para todos os alunos. No 1º ciclo irá manter-se a actual forma de operacionalização e as actividades previstas no plano anual para o 3º período serão canceladas.

Ásia IFT é 2ª melhor escola de turismo e hotelaria

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O Instituto de Formação Turística de Macau (IFT) ficou em 14º lugar no QS World University Rankings, uma lista que enumera as melhores instituições de ensino superior. Visto por região, o IFT foi considerado a segunda melhor instituição do género na Ásia, conseguindo a melhor classificação desde que a QS Quacquarelli Symonds Ltd faz o elenco das melhores instituições de ensino especializado por matéria, que começou em 2017. Para o ranking de 2020 das escolas gestão de turismo e hotelaria foram consideradas 1.636 instituições, quando no ano passado participaram 1.346. Finalmente, importa referir que o 14º lugar no ranking mundial contrasta com a 33ª posição conseguida no em 2019.

quinta-feira 5.3.2020

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Comunicado do Instituto Cultural “Relativamente ao FAM, metade do programa vem do exterior, e o calendário de ensaios, originalmente agendado pelos grupos artísticos locais a partir de Fevereiro, também foi afectado. Além disso, existem vários factores incertos nos aspectos de transporte, logística e ensaios.”

Cortina fechada Instituto Cultural decide cancelar 31ª edição do Festival de Artes de Macau

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Instituto Cultural (IC) anunciou ontem o cancelamento da 31ª edição do Festival de Artes de Macau (FAM) devido ao “impacto da propagação do novo tipo de coronavírus em todo o mundo”. De acordo com um comunicado, foi feita uma “avaliação cuidadosa dos riscos da epidemia” para se chegar a uma decisão, uma vez que grande parte do cartaz é composta por músicos oriundos de países estrangeiros. “Actualmente a situação epidemiológica internacional está em constante evolução, sendo que Macau ainda está

numa fase crítica de prevenção e controlo. Relativamente ao FAM, metade do programa vem do exterior, e o calendário de ensaios, originalmente agendado pelos grupos artísticos locais a partir de Fevereiro, também foi afectado. Além disso, existem vários factores incertos nos aspectos de transporte, logística e ensaios.” O FAM regressa, assim, em 2021. “O IC agradece a compreensão e o apoio das diversas entidades e irá colaborar com os trabalhadores culturais e artísticos na luta contra a epidemia. No futuro, continuará a apresentar aos residentes espectáculos diver-

Aviação Lufthansa vai parar 150 aviões

A companhia aérea anunciou ontem que vai imobilizar 150 dos seus aviões devido à queda no tráfego aéreo causada pelo surto do novo coronavírus, o Covid-19, segundo a agência France-Presse. “Por causa da epidemia de coronavírus”, o grupo deixará em terra “25 aeronaves de longo curso” e “125 aeronaves de curto e médio curso”, disse um porta-voz do grupo aéreo à agência de notícias francesa. Com uma frota de mais de 750 aeronaves, a Lufthansa, que opera várias viagens de e para Portugal, já tinha decidido na sexta-feira a imobilização de 23 aviões de longo curso.

sificados e extraordinários, e a criar mais condições e espaços para apoiar grupos de arte locais, trabalhando em conjunto para a recuperação social”, aponta o mesmo comunicado. A 30ª edição do FAM aconteceu o ano passado em Maio e teve como tema “tributo aos clássicos”. A abertura do festival fez-se com a performance de “Vertikal”, co-produzida por dançarinos franceses e por um grupo mundialmente famoso de hip-hop. O espectáculo “Rain”, uma produção belga, e o “Karl Valentin Labarett”, escrito pelo comediante Karl Valentin, também fizeram parte do cartaz.

S contas estão feitas. A administração de Macau concluiu 2019 com um saldo positivo de 51,4 mil milhões de patacas. As informações foram disponibilizadas ontem pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF), revelando ainda que o valor representa uma taxa de execução de 284,6 por cento, do valor orçamentado para 2019, que era de 18 mil milhões de patacas. O saldo advém sobretudo do facto de as despesas, no valor de 82,10 mil milhões de patacas, ter ficado abaixo do valor do orçamento inicial estimado para 2019 que era de 99,25 mil milhões de patacas. Também as despesas relativas ao Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA) reforçaram o balanço positivo, com os pagamentos a totalizarem 12,33 mil milhões de patacas, quando estava orçamentada uma verba de 16,60 mil milhões. Quanto às receitas, foram arrecadas 133,50 mil milhões de patacas, um valor superior em cerca de 16 mil milhões, relativamente ao valor orçamentado de 117,32 mil milhões. Em termos de receitas de jogo de fortuna ou azar, o valor amealhado, 112,71 mil milhões patacas, também exedeu o valor orçamentado, fixado em 98,22 mil milhões. Segundo os dados da DSF, em Janeiro de 2020, o Governo já tinha arrecadado 6,9 mil milhões de patacas, um valor 26 por cento inferior ao registado no ano passado. P.A.

Covid-19 Casos na Índia passam de cinco para 28

O número de casos confirmados do novo coronavírus na Índia subiu de cinco para 28 e inclui um grupo de 16 turistas italianos que viajava pelo país desde o dia 21 de Fevereiro, disse ontem o governo do país. O ministro da saúde, Harsh Vardhan, anunciou numa conferência de imprensa que tinham sido registados 22 novos casos de infectados, entre eles um grupo de 16 turistas italianos e o seu motorista indiano. Os outros casos detectados estão ligados a um homem que tinha viajado para Itália recentemente e deu positivo para o novo coronavírus, tendo infectado seis familiares.


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