Hoje Macau 5 MAI 2017 #3805

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MOP$10

SEXTA-FEIRA 5 DE MAIO DE 2017 • ANO XVI • Nº 3805

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

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hojemacau

Europa em suspenso PRESIDENCIAIS FRANCESAS

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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GRANDE PLANO

HABITAÇÃO

UM NOVO COMBATE À ESPECULAÇÃO PÁGINA 5

BRANQUEAMENTO

Terrorismo e dados capitais PÁGINA 4

CÉLULAS ESTAMINAIS

O futuro passa por aqui PÁGINA 7

OPINIÃO

Embrulho ISABEL CASTRO

Karadeniz h PAULO JOSÉ MIRANDA


2 GRANDE PLANO

Decide-se no fim-de-semana um dos duelos políticos com maior significado para o destino da Europa. O eleitorado francês volta às urnas no domingo para escolher o próximo Presidente, uma decisão que estará entre o centrista Emmanuel Macron e a candidata de extrema-direita Marine Le Pen. Apesar de as sondagens darem vantagem a Macron, tudo é possível num filme que já vimos antes

ANÁLISE ELEIÇÕES DE DOMINGO SENTENCIAM FUTURO DO PAÍS E DA UNIÃO EUROPEIA

A

França joga este domingo uma cartada importantíssima não só para o seu futuro, como também para a sobrevivência da União Europeia. Os eleitores terão como opção nos boletins de voto Marine Le Pen e Emmanuel Macron. Desta eleição salta uma evidência: o centro político está pelas ruas da amargura. As duas candidaturas que chegam à segunda volta são da extrema-direita e de um projecto recente de cariz centrista mas fora dos partidos do aparelho partidário. A primeira volta deu a vitória ao candidato do recém criado “Em marcha!”, centrado na pessoa de Emmanuel Macron, com 24,01 por cento dos votos, enquanto a candidata da Frente Nacional conseguiu 21,3 por cento. François Fillon ficou em terceiro lugar, apesar dos sucessivos escândalos que varreram os principais nomes dos conservadores, e em quarto lugar ficou o candidato da esquerda progressista Jean-Luc Mélenchon, com 19,58 por cento. Bem longe dos lugares cimeiros ficaram os socialistas. Na ressaca do mandato de François Hollande, o Presidente mais impopular da 5.ª República, o caminho para o Partido Socialista francês era, à partida, sinuoso. Hollande viu-se forçado a abandonar a corrida, para ser substituído por uma cara fresca, oriunda da ala mais à esquerda dos socialistas: Benoît Hamon. Mas o fracasso estava traçado e o socialista teve o voto de pouco mais de seis por cento do eleitorado francês. Na última década, as democracias tradicionais têm sofrido de um défice de representatividade que trouxe à tona velhos fantasmas extremistas e opções pouco convencionais. O facto é que estes últimos sufrágios das democracias ocidentais têm desafiado os paradigmas políticos em que se alicerçou o último quarto do século XX. Com o advento da globalização e a abertura dos mercados houve uma deslocação de empregos para países com mão-de-obra mais barata, colocando numa situação periclitante o operariado dos países com melhores condições económicas. “As desigualdades sociais cresceram, ou seja, a diferença entre os mais ricos e os mais pobres aumentou. Esta é a questão essencial que as pessoas querem

A T E L A RO S E C N FRA


A SA

Rui Flores considera que o Brexit já foi um golpe duro, mas será muito mais profundo com a França, uma vez que é um dos estados fundadores da União Europeia

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ver resolvida e não estou a ver um discurso dos partidos tradicionais a darem resposta a isto”, explica o académico Rui Flores. Este tem sido o pêndulo das recentes batalhas políticas nas democracias ocidentais e que tem reflexo no sufrágio francês.

ELOGIO DA PREGUIÇA

Com as sondagens a darem-lhe vantagem, Macron enfrenta também o fantasma da abstenção. Não será ajudado pelo feriado nacional que se celebra na próxima segunda-feira em França, sobretudo porque quem aproveita para tirar férias nestes dias é, tradicionalmente, um votante citadino, mais propenso a ser eleitor do candidato centrista. Outro dos problemas do ex-ministro da Economia é, precisamente, ter sido ex-ministro da Economia, ainda para mais durante a presidência de Hollande. Le Pen tem sido implacável a conotar Macron com a banca e o neoliberalismo, uma mensagem populista que agrada tanto à direita, quanto à esquerda. Em declarações à BBC, o politólogo Aurélien Preud’homme não tem dúvidas de que a “abstenção é a maior ameaça de Macron”. Acrescentou ainda que se o candidato centrista “tiver afluência fraca, enquanto se mantiver um apoio forte a Le Pen, esta pode superar a barreira dos 50 por cento de eleitores”. A mais recente sondagem divulgada pelo jornal Le Monde atribui a Emmanuel Macron 59 por cento das intenções de voto, contra 41 por cento para Marine Le Pen. Porém, o eleitorado da Frente Nacional é muito entusiástico e, com a fragmentação ao centro, Macron está mais exposto à abstenção. Outro dos problemas com as sondagens neste novo mundo político é o eleitorado que não admite que vota nos candidatos anti-sistema, como se viu na eleição de Donald Trump e no referendo do Brexit. Neste capítulo, Rui Flores está confiante. “Sinceramente, não acredito na vitória de Le Pen, as sondagens têm falhado, mas não falharam por muito na primeira volta. Acho que melhoraram a forma como estavam a fazer as suas amostras”, comenta o académico.

O DIA SEGUINTE

O mundo estará em suspenso à espera dos resultados, em especial os centros decisórios das instituições europeias. “A vitória de Le Pen seria um golpe muito forte na União Europeia”, refere Rui Flores. O

especialista em assuntos europeus considera que o Brexit já foi um golpe duro, mas será muito mais profundo com a França, uma vez que é um dos estados fundadores da União Europeia. A vitória de Le Pen pode desferir um golpe irreparável nas já fragilizadas instituições europeias. Neste aspecto, Rui Flores, apesar de não acreditar numa vitória da Frente Nacional, considera que esse resultado “seria um tiro no porta-aviões” da União Europeia. Apesar da limpeza de imagem do partido de Le Pen – nomeadamente após o afastamento simbólico do pai de Marine, Jean-Marie, depois de comentários inaceitáveis sobre o Holocausto judeu –, o isolacionismo da Frente Nacional representa um perigo para a sustentação do sonho europeu. Mesmo com a vitória de Macron, este eleitorado que vota Le Pen não desaparecerá, algo a ter em conta a curto prazo, uma vez que as legislativas estão no horizonte. O regresso às urnas dos franceses, já em Junho, pode trazer uma situação desconfortável na liderança da França, resultando numa complicada coabitação entre Presidente/Governo. “Nas legislativas vai haver um vazio dos eleitores que votaram em Macron, que se vão distribuir pelos outros partidos todos e, de facto, o maior partido francês deste momento é a Frente Nacional”, comenta Rui Flores. Com um partido socialista em ruínas, os principais rostos conservadores a braços com escândalos judiciários e um Presidente sem partido, resta a Frente Nacional.

GRITO DE REVOLTA

O que mais se teme nos dias que antecipam a eleição é que o entusiasmo entre as candidaturas seja discrepante ao ponto de levar Le Pen ao Eliseu. O facto é que a

O politólogo Aurélien Preud’homme não tem dúvidas que a “abstenção é a maior ameaça de Macron, se o candidato centrista tiver afluência fraca, enquanto se mantiver um apoio forte a Le Pen, esta pode superar a barreira dos 50 por cento de eleitores”

“Nas legislativas vai haver um vazio dos eleitores que votaram em Macron, que se vão distribuir pelos outros partidos todos e, de facto, o maior partido francês deste momento é a Frente Nacional.” RUI FLORES ANALISTA mensagem que levou Trump à Casa Branca tem tido ressonância pelo mundo fora. “A mensagem do ‘American First’ é poderosíssima”, explica Rui Flores. O académico aponta as falências e o deserto industrial que assolaram o chamado Rest Belt norte-americano como uma consequência inevitável da globalização. Daí este apelo ao isolacionismo e a diabolização dos imigrantes servirem de bandeira aos novos movimentos da extrema-direita, mesmo que defendam velhas ideias. Até em países como aAustrália ou a Nova Zelândia, construídos à força de braços de expatriados, as leis de migração foram alteradas no sentido restritivo. Ou seja, “Trump não é um caso isolado”, comenta Rui Flores. Seja como for, os eleitores que tradicionalmente votariam ao centro perderam um pouco o chão em termos de representatividade. Daí Macron ter apelado à reformulação da União Europeia, “um discurso que tenta apropriar uma bandeira do eleitorado porque poderia votar em Le Pen”, explica o académico. Depois de um debate televisivo em que a falta de vencedor claro favorece o candidato que segue na frente das sondagens, a eleição de domingo pode representar mais uma onda de choque num dos países fulcrais ao projecto europeu. Uma realidade que não se pode ignorar é o esvaziamento dos partidos do centro esquerda, que se viu no referendo do Brexit, na derrota de Clinton e na fraca popularidade de Hollande. Uma evidência que salta à vista é a necessidade de reformulação dos partidos que representam o mainstream político que se encontram num vazio ideológico. Resta saber se Macron consegue remar contra uma maré política que levou a Frente Nacional ao lugar de partido que luta pelo poder em França. João Luz

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4 POLÍTICA

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Os juristas da Assembleia Legislativa defendem que o Governo deve recolher mais dados estatísticos na área do branqueamento de capitais e combate ao terrorismo. Tal iria responder às recomendações do Gabinete de Acção Financeira Internacional

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STÁ concluída a análise na especialidade da proposta de lei que altera os diplomas relativos aos crimes de branqueamento de capitais e terrorismo. No parecer jurídico relativo ao diploma, da 3.a Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), afirma-se que o Governo deve recolher mais dados estatísticos nestas duas áreas. “Esta comissão exortou o Executivo a aperfeiçoar as tarefas de levantamento e de tratamento estatístico relativas ao sistema de anti-branqueamento de capitais e de combate ao terrorismo. Isto na medida em que, além de satisfazer

Branqueamento de capitais AL DEFENDE MAIS ESTATÍSTICAS

branqueamento de capitais”. Isto porque “a asserção pode conduzir ao equívoco de se entender que só um elevado número de condenações revela a competência das normas criminais, o que, bem vistas as coisas da perspectiva da prevenção criminal, não faz sentido”.

uma recomendação do Gabinete de Acção Financeira Internacional (GAFI), esses dados revelam-se da maior relevância para a monitorização e concepção das respectivas políticas governamentais”, lê-se no documento ontem distribuído pelo presidente da comissão permanente, Cheang Chi Keong. Os juristas da AL alertam que “uma das exigências do GAFI é a da manutenção de estatísticas abrangentes relativas ao sistema de anti-branqueamento de capitais e de combate ao terrorismo”. Além disso, o parecer faz referência à necessidade de elaboração de um estudo sobre o funcionamento dos casinos e do sistema financeiro. Na visão dos juristas, esse estudo poderia explicar as razões por detrás das poucas condenações em tribunal neste tipo de processos. “Só um estudo assente em elementos estatísticos mais refinados e que analise a realidade dos sectores do jogo e do sistema financeiro locais, bem como a qualidade das tarefas de investigação criminal, pode auxiliar a perceber porque é que os tribunais, na subsunção da factualidade que lhe é presente pelo Ministério Público (MP), frente ao quadro de repressão do branqueamento de capitais, não

JOGO COM MENOS RELATÓRIOS

Tudo às escuras

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ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 15/P/17 Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 24 de Abril de 2017, se encontra aberto o Concurso Público para «Prestação de Serviços de Vigilância das Unidades de Saúde da Área dos Cuidados de Saúde Generalizados e de Outras Unidades Subordinadas dos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 4 de Maio de 2017, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1. º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP 60,00 (sessenta patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). Os citados documentos, só podem ser adquiridos pelos concorrentes que façam prova de possuir o alvará previsto na Lei n.º 4/2007 “Lei da actividade de segurança privada”. Os concorrentes deverão comparecer na « Sala Multifuncional» sita no r/c, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau no dia 10 de Maio de 2017 às 10,00 horas para uma reunião de esclarecimentos ou dúvidas referentes ao presente concurso público seguida duma visita aos locais a que se destinam a respectiva prestação de serviços. As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 31 de Maio de 2017. O acto público deste concurso terá lugar no dia 1 de Junho de 2017, pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional”, sita no r/c da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP 596.000,00 (quinhentas e noventa e seis mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 26 de Abril de 2017. O Director dos Serviços, Substituto Cheang Seng Ip

A

Entre 2007 e 2015, o Ministério Público deduziu apenas 15 acusações, “um valor muito baixo” aos olhos dos juristas. Houve apenas oito condenações neste período de tempo

têm entendido proceder a condenações”, acrescenta o parecer.

DIFERENTES PERCEPÇÕES

O parecer cita dados estatísticos apresentados pelo Executivo durante o período de análise na especialidade desta proposta de lei. Entre 2007 e 2015 o MP deduziu apenas 15 acusações, “um valor muito baixo”, aos olhos dos juristas. Da parte dos tribunais, houve apenas oito condenações neste período de tempo. No que diz respeito ao combate ao terrorismo, não existe qualquer condenação.

Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) está preocupada com os funcionários da Administração que, estando em exercício de funções no dia das eleições legislativas, poderão ter dificuldades em votar. A organização tem em mente os agentes das Forças de Segurança de Macau (FSM) e os trabalhadores do Instituto para os Assuntos Cívicos e Culturais, dos Serviços de Saúde e o pessoal em regime de turnos. Num ofício enviado à Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL), a presidente da assembleia-geral da ATFPM, Rita Santos, recorda que compete à comissão presidida por Tong Hio Fong “assegurar a igualdade efectiva de acção” permitindo que os funcionários que vão a estar a trabalhar no dia 17 de Setembro “tenham, de facto, tempo suficiente

“Este elemento estatístico relativo às acusações deduzidas pelo MP e às condenações proferidas pelos tribunais da RAEM deve ser tomado com cuidado”, lê-se no documento. Há ainda o registo de que “o Executivo não partilha do mesmo entendimento quanto às inexistentes condenações relativas ao combate ao terrorismo”. Na visão da AL, “o facto de se registarem poucas condenações não significa necessariamente que ocorre um problema com a tipificação e a punição do crime de

O parecer apresenta ainda os dados constantes no relatório anual do Gabinete de Informação Financeira (GFI) referente ao ano de 2015. Nesse ano, o GIF remeteu para o MP um total de 125 relatórios de transacções suspeitas, menos do que em 2014, quanto foi entregue um total de 163 relatórios. O GIF recebeu 1807 relatórios, sendo que 70 por cento dos documentos diz respeito ao sector do jogo. Já o sector financeiro foi responsável pela emissão de 503 relatórios, refere o parecer. Situações como “a conversão de fichas sem actividade de jogo significativa”, ou “troca de fichas e reembolso a terceiros”, bem como o “levantamento irregular em grande valor monetário” são as mais comuns registadas pelo relatório do GIF. Uma das novidades introduzidas pela nova proposta de lei prende-se com a autonomização do crime de branqueamento de capitais em relação ao crime que o precede o que, segundo a comissão, vai permitir uma maior rapidez na conclusão dos processos em tribunal.

Domingo sem folga ATFPM pede a CAEAL que garanta direito ao voto

para se poderem deslocar aos locais de votação onde se encontram registados”. Os receios da ATFPM têm que ver com o que aconteceu em actos eleitorais do passado. A associação recebeu queixas de “muitos trabalhadores e agentes das FSM” que se queixaram da falta de tempo e da pouca

vontade dos superiores hierárquicos em facilitarem a deslocação dos funcionários às mesas de voto. Esta situação verificou-se apesar de as entidades em questão terem sido alertadas pela CAEAL acerca da matéria, escreve Rita Santos, que pede à comissão a emissão de “instruções vinculativas”

Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

aos serviços públicos em questão. Na missiva, a responsável da ATFPM recorda ainda que, em eleições anteriores, “muitos trabalhadores do IACM que foram destacados para os vários locais de votação tiveram de abdicar de tomarem as refeições ou de irem votar, porque se encontravam registados noutros locais”. Rita Santos lembra que, em dia de eleições, o trânsito é “caótico”, “os autocarros não param nas paragens e não há táxis porque estão todos pré-combinados para transportarem eleitores com enorme antecedência”. Em conclusão, a ATFPM pede que o assunto seja objecto de discussão em sede de reunião da CAEAL. A associação solicita ainda uma resposta ao pedido feito, para que os trabalhadores da Administração que não estão de folga no dia 17 de Setembro saibam com o que podem contar. I.C.


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POLÍTICA

LEGISLATIVAS ATENÇÃO À MUDANÇA DE ENDEREÇO

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onde podem votar é atribuída de forma correcta. A CAEAL pretende assim evitar que se repita o que aconteceu nas eleições de 2013: muitos avisos de votação foram devolvidos. Foram vários os casos de eleitores que mudaram de re-

sidência mas não notificaram os Serviços de Administração e Função Pública. A CAEAL explica que, por causa da confidencialidade dos dados pessoais, mesmo que os eleitores tenham dado a conhecer o novo endereço a outro serviço público, não existe este tipo de

troca de informações dentro da Administração. Quem mudou de casa tem até ao próximo dia 31 para notificar a CAEAL. Existem vários meios para fazer esta actualização, a começar pelos 40 quiosques de serviço automático

distribuídos pela cidade. Nestes equipamentos, é possível consultar a morada de eleitor inscrito. Aqueles que preferirem tratar do

assunto presencialmente podem dirigir-se ao Centro de Informações sobre Assuntos Eleitorais, ao Centro de Serviços da RAEM, ao Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona Central ou à estrutura semelhante que funciona na Taipa.

TIAGO ALCÂNTARA

Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) apela aos eleitores que mudaram de casa desde as últimas eleições que actualizem o novo endereço, caso ainda não o tenham feito, para garantirem que a assembleia

Habitação GOVERNO REDUZ RÁCIOS PARA COMBATER ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA

Tudo uma questão de percentagem Entram hoje em vigor novas medidas no que diz respeito aos empréstimos para aquisição de habitação. O Executivo anunciou a queda dos rácios dos créditos pedidos à banca a partir das segundas casas, de forma a controlar um mercado que está com perspectivas de crescimento

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OMPRAR casa em Macau é algo que é completamente proibitivo para a grande maioria da população. Nesse sentido, o Governo anunciou a redução dos rácios de empréstimos para combater o grande cancro que assola o mercado: a especulação imobiliária. “O que fizeram tem lógica, mas podiam ter ido mais longe e baixado mais esses rácios”, comenta o economista Albano Martins. Os limites do rácio dos empréstimos a residentes, à excepção dos relativos à primeira aquisição, e a não residentes vão sofrer um corte de dez a 20 por cento. Caso um residente de Macau adquira uma habitação, que não a primeira, avaliada em até 3,3 milhões de patacas, o limite máximo do rácio do empréstimo vai ser reduzido de 90 para 70 por cento. Imóveis com valores entre 3,3 milhões e seis milhões de patacas vão ter o limite do rácio do empréstimo ajustado de 70 para 60 por cento, enquanto os montantes

entre seis milhões e oito milhões de patacas passam de 60 para 50 por cento. O limite máximo do rácio do empréstimo a residentes para imóveis de valor superior a oito milhões de patacas diminui de 50 para 40 por cento. É de realçar que as novidades não afectam os residentes de Macau na aquisição do primeiro imóvel. Apesar de serem medidas que apontam num bom caminho, Albano Martins considera que pecam pela falta de ousadia. “Se o propósito é de facto controlar a especulação, deviam ser um bocadinho mais audaciosos, porque as pessoas com dinheiro continuam a comprar sem precisarem de recorrer à banca”, explica. O economista vai mais longe, numa análise mais alargada do mercado da habitação em Macau. “Não é aceitável que, numa terra em que a maioria não tem casa própria, o Governo continue a aceitar que se possa adquirir segunda, terceira e quarta casa apenas com

o prurido de o banco emprestar menos do que aquilo que dava para a primeira casa”.

NÃO RESIDÊNCIAS

A mesma filosofia de redução mantém-se para quem não é detentor de BIR. No caso dos não-residentes, o tecto máximo do rácio do empréstimo vai ser reduzido de 70 para 60 por cento, havendo um ajustamento de dez por cento idêntico ao dos residentes em cada um dos quatro ‘escalões’ de preço. Os não-residentes não vão beneficiar de um regime de excepção na compra do primeiro imóvel. No que toca à aquisição de imóveis em construção, os limites máximos do rácio do empréstimo vão ser ajustados de 70 para 60 por cento no caso dos residentes, e de 50 para 40 por cento no dos não-residentes, acrescentou Lau Hang Kun, directora-adjunta do Departamento de Supervisão Bancária da Autoridade Monetária de Macau (AMCM). Neste aspecto, Albano Martins é da opinião de que “aos não re-

sidentes nem deviam, tampouco, permitir a aquisição da segunda habitação, porque esse é um mundo descontrolado”. Estas medidas visam “reprimir a especulação imobiliária”, afirmou Lau Hang Kun, recuperando as estatísticas oficiais relativamente ao mercado imobiliário de Macau que “iniciou ajustamentos no quarto trimestre de 2014 e começou a subir no segundo trimestre de 2016”.

“Não é aceitável que, numa terra em que a maioria não tem casa própria, o Governo continue a aceitar que se possa adquirir segunda, terceira e quarta casa.” ALBANO MARTINS ECONOMISTA

Nos primeiros três meses do ano, o valor dos imóveis para habitação cresceu (20 por cento em termos anuais e 4,7 em termos trimestrais), tal como sucedeu com o número de transacções, que “também aumentou significativamente”, lembrou a responsável da AMCM. Lau Hang Kun sublinhou que 98,9 por cento dos compradores são residentes de Macau e que apenas 1,1 por cento são pessoas colectivas ou não-residentes. De acordo com os dados dos Serviços de Finanças de Macau, citados pela responsável, os compradores detentores de uma ou mais fracções representam mais de metade do total. Estas medidas surgem no âmbito do “excesso das actividades de investimentos” e “elevação dos preços e volume das transacções”, mas também de uma “subida gradual das taxas de juro no futuro”, além de se alinharem com políticas de controlo sobre a procura lançadas recentemente em várias cidades da China e em Hong Kong, disse. João Luz com Agência Lusa info@hojemacau.com.mo


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7 SOCIEDADE

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RODRIGO RODRIGUES ACABOU-SE A SUCATA

O Governo concluiu a acção de despejo de dois terrenos adjacentes, ocupados ilegalmente, situados entre a Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues e a Estrada de Cacilhas, e procedeu à remoção dos veículos abatidos e dos materiais diversos que lá estavam depositados. Foi ainda demolido o muro construído junto da via pública. Chega assim ao fim o principal trabalho iniciado em Outubro do ano passado. Em nota à imprensa, as Obras Públicas explicam que estão também já feitas as obras de nivelamento e a criação de espaços verdes nos terrenos em causa. Ao todo, a Administração recuperou uma área global de mais de 10 mil metros quadrados. Um destes terrenos será para construção das instalações do Ministério Público e o outro será destinado, provisoriamente, a espaços verdes abertos ao público, sendo que, no futuro, deverá servir para infra-estruturas públicas.

DSEJ LEITE ESTRAGADO FOI CASO ISOLADO Leong Wai Kei, chefe do departamento de ensino da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), garantiu ontem ao canal chinês da Rádio Macau que o caso de leite estragado verificado em cinco escolas, no mês de Março, não é frequente, tendo-se tratado de um “caso isolado”. A responsável explicou que o leite ficou deteriorado após as embalagens terem ficado danificadas durante o seu transporte. “Assim que tivemos conhecimento do caso, informamos de imediatamente o fornecedor para trocar as embalagens de leite”, disse Leong Wai Kei.

DSAT APROVADOS NOVOS CAPACETES

A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) aprovou mais de 300 tipos de capacetes para motociclos. A partir de 13 de Junho, será obrigatório utilizar capacetes de acordo com as normas criadas pela DSAT, sendo que não é permitida a reutilização da marca colada no capacete, caso seja danificada ou retirada. Em explicações ao canal chinês da Rádio Macau, a DSAT adiantou ainda que a maioria dos capacetes que se vendem actualmente no mercado satisfaz as normas.

É uma tecnologia inovadora que poderá ter impacto, no futuro, numa área importante da medicina. Uma equipa de investigadores da Universidade de Macau desenvolveu um método de armazenamento de células estaminais que permite a conservação à temperatura ambiente

V

EM demonstrar que existem alternativas aos métodos tradicionais de criopreservação, que exigem equipamentos e técnicas de transporte complexas, com elevados custos. Investigadores da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Macau (UM) desenvolveram uma tecnologia que permite a conservação de células estaminais à temperatura ambiente durante sete

Células estaminais UM DESENVOLVE NOVO MÉTODO DE CONSERVAÇÃO

Um passo gigante

dias, sem prejuízo das suas características e actividade biológica. Em comunicado, a UM explica que esta “tecnologia inovadora” foi descoberta sobre a orientação de Ren-He Xu, professor da instituição de ensino superior, que há quase duas décadas se dedica à investigação de células estaminais e da sua aplicação na medicina. A equipa era constituída por uma aluna de doutoramento, Jiang Bin, e por uma investigadora a fazer um pós-doutoramento, Yan Li, sendo que contou ainda com a participação de Chris Wong Koon Ho, professor assistente da UM. A descoberta desta técnica deu já origem a um artigo

científico na Biomaterials, uma publicação de renome internacional neste domínio da ciência. As células estaminais podem ser encontradas em

A descoberta desta técnica deu já origem a um artigo científico na Biomaterials, uma publicação de renome internacional neste domínio

DINHEIRO FUNDAÇÃO MUST NO TOPO DOS APOIOS DA FUNDAÇÃO MACAU

A

Fundação Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau recebeu quase 40 por cento do financiamento prestado pela Fundação Macau, no primeiro trimestre do ano, de uma soma total de quase 275 mil milhões de patacas. Os dados publicados em Boletim Oficial revelam que a Fundação da MUST recebeu quase 57 milhões de patacas para pagar a segunda fase da construção da Escola Internacional da Macau. A este valor acrescem mais 50 milhões de patacas para apoiar o plano anual da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, o Hospital Universitário e a Escola Internacional de Macau. Ainda no sector do ensino, à Fundação Católica de Ensino Superior Universitário, que gere a Universidade de São José, foram atribuídos 15,2 milhões de patacas. A Associação de Nova Juventude Chinesa de Macau recebeu 5,250 milhões de

patacas, enquanto a Federação das Associações dos Operários de Macau recebeu cinco milhões. A Anima – Sociedade Protectora dos Animais de Macau obteve financiamento no valor de 1,750 milhões de patacas. Outra das entidades em destaque contempladas pelo financiamento da Fundação Macau foi a Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC), que recebeu 1,150 milhões de patacas. A Federação das Associações dos Operários de Macau recebeu 20 milhões. Num patamar cultural, a empresa Praia Grande Edições foi financiada em 500 mil patacas para despesas relacionadas com a sexta edição do Festival Literário, curiosamente o mesmo valor que aAssociação de Conterrâneos de Chong San de Macau recebeu para pagar a primeira prestação da organização do 150.º aniversário de Sun Iat-sen.

um elevado valor clínico. No entanto, requerem complexos métodos de recolha e de armazenamento. A exposição deste tipo de células a temperatura desfavoráveis e à humidade, bem como a níveis desaconselhados de oxigénio e de dióxido de carbono causam a deterioração do material biológico. Neste momento, o transporte de longa distância baseia-se sobretudo na criopreservação, com custos muito elevados. Quando as células estaminais são levadas para locais mais próximos, existem outras formas de conservação, mas com limites, explica a UM, pelo que não é possível garantir a qualidade durante mais de 48 horas. “A nova tecnologia desenvolvida pela UM vem ultrapassar estas limitações”, a um preço muito acessível.

várias partes do corpo: medula óssea, sangue, cérebro e cordão umbilical, entre outros. São responsáveis pela regeneração de tecidos e órgãos danificados. O transplante de células estaminais permite, em muitas situações, salvar vidas, o que faz com que tenham PUB

HM • 2ª VEZ • 5-5-17

ANÚNCIO Acção de Interdição  n.º CV1-17-0014-CPE

1º Juízo Cível

Requerente: MINISTÉRIO PÚBLICO Requerido: HONG TENG FONG. *** A MERITÍSSIMA JUÍZA DO 1.º Juízo CÍVEL DO TRIBUNAL DE BASE DA R.A.E.M. FAZ SABER que foi distribuída ao 1.º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base de R.A.E.M., a Acção acima mencionada, proposta pelo MINISTÉRIO PÚBLICO contra HONG TENG FONG, do sexo masculino, casado, natural da China, nascido a 17 de Agosto de 1940, titular do B.I.R.M. n.º 7xxx2xx(4), residente em Macau na Taipa no Complexo de Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior “Pou Tai” sito na Rua do Minho, edifício de Serviços Sociais de Pou Tai, R/C – 6.º andar, para efeitos de ser declarada a sua interdição por anomalia psíquica.

R.A.E.M., aos 21 de Abril de 2017.


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MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 240/AI/2017

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 255/AI/2017

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora LI LANZHEN, portadora do Passaporte da RPC n.° E31597xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 17/DI-AI/2015 levantado pela DST a 03.02.2015, e por despacho da signatária de 20.04.2017, exarado no Relatório n.° 257/DI/2017, de 22.03.2017, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Praceta de Miramar n.° 79, Jardim San On, Bloco 4, 8.° andar X, Macau onde se prestava alojamento ilegal.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.-----------------------------------------------------------------

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor XIN BING, portador do Salvo-Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° C11526xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 21/DI-AI/2016, levantado pela DST a 21.02.2016, e por despacho da signatária de 20.04.2017, exarado no Relatório n.° 273/DI/2017, de 27.03.2017, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Avenida da Amizade n.° 1321, Hung On Center, Bloco 3, 14.° Andar Q onde se prestava alojamento ilegal.------------------------------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -----------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 20 de Abril de 2017.

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 20 de Abril de 2017. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 256/AI/2017

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 289/AI/2017

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor YAN CHUNYONG, portador do Bilhete de Identidade de Residente de Hong Kong n.° R9069xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 61/DI-AI/2016, levantado pela DST a 24.05.2016, e por despacho da signatária de 20.04.2017, exarado no Relatório n.° 275/DI/2017, de 27.03.2017, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua de Roma n.os 239-241, Jardim Hang Kei, Bloco 2, 9.° andar I onde se prestava alojamento ilegal.-----------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -----------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor DU SHIXIONG, portador do Passaporte da RPC n.° G43084xxx e portador do Salvo-conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° C06377xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 71/DI-AI/2015 levantado pela DST a 24.06.2015, e por despacho da signatária de 20.04.2017, exarado no Relatório n.° 303/DI/2017, de 10.04.2017, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua de Paris n.° 170, Jardim Nam Ngon, Bloco 3, 5.° andar M onde se prestava alojamento ilegal.------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.------------------------------------------------------------------------------------

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 20 de Abril de 2017.

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 20 de Abril de 2017.

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes


9 hoje macau sexta-feira 5.5.2017

GALAXY FACTURAÇÃO ATÉ MARÇO SUBIU QUATRO POR CENTO

O

grupo Galaxy Entertainment anunciou ontem receitas de 14,1 mil milhões de dólares de Hong Kong no primeiro trimestre, mais cinco por cento em termos anuais homólogos. Só as receitas de jogo cifraram-se em 13,1 mil milhões de dólares de Hong Kong – mais quatro por cento em termos anuais homólogos e menos dois por cento em termos trimestrais, contribuindo para mais de 90 por

cento do total arrecadado pelo grupo entre Janeiro e Março. Em comunicado, o grupo indicou que o segmento de massas gerou receitas de 5,8 mil milhões de dólares de Hong Kong, mais 15 por cento face ao primeiro trimestre do ano passado. O mercado de jogo VIP (de grandes apostas) rendeu 6,8 mil milhões de dólares de Hong Kong (802,1 milhões de euros), menos cinco por cento

em termos anuais homólogos, acrescentou. O EBITDA ajustado (lucros antes de impostos, amortizações e depreciações) atingiu 3,2 mil milhões de dólares de Hong Kong (377,4 milhões de euros), mais 31 por cento em relação aos primeiros três meses de 2016. Na mesma nota, o grupo, que afirma estar “posicionado de forma única para um contínuo crescimento a longo pra-

zo”, referiu que a construção das próximas fases de expansão do Galaxy Macau no Cotai vai iniciar-se “em breve”. O Galaxy opera seis dos 39 casinos de Macau. As receitas da indústria do jogo subiram no mês passado pelo nono mês consecutivo, depois de um ciclo descendente que se prolongou por mais de dois anos a que Agosto último colocou termo.

SOCIEDADE

DIA DO TRABALHADOR MAIS DE 533 MIL TURISTAS EM MACAU

O território recebeu, em apenas cinco dias, 533.398 turistas. Os dados oficiais dos Serviços de Migração foram ontem divulgados e traduzem uma subida anual de 10,89 por cento. Os números aumentam consideravelmente se forem tidos em conta outros tipos de visitantes e as deslocações de residentes: entre 29 de Abril e a passada quarta-feira, entraram em Macau mais de 1,256 milhões de pessoas. Em contrapartida, saíram 1,230 milhões. As Portas do Cerco continuam a ser, de longe, o posto fronteiriço mais movimentado. Em termos globais, o maior pico registou-se no dia 30, com 282.814 entradas e 287.252 saídas contabilizadas nas fronteiras.

Contas públicas RECEITAS SUBIRAM 9,4 POR CENTO NO PRIMEIRO TRIMESTRE

Benditas sejam as apostas As receitas da Administração de Macau aumentaram 9,4 por cento até Março. Estão em linha com o aumento da verba arrecadada com os impostos directos cobrados sobre a indústria do jogo

D

E acordo com dados provisórios publicados no portal da Direcção dos Serviços de Finanças, a Administração fechou os primeiros três meses do ano com receitas totais de 26,424 mil milhões de patacas, estando cumpridas em 29,1 por cento. Os impostos directos sobre o jogo – 35 por cento sobre as receitas brutas dos casinos – foram de 22,342 mil milhões de patacas, reflectindo um aumento de 9,6 por cento face ao mesmo período do ano passado e uma execução de 31,1 por cento em relação ao Orçamento autorizado para 2017. A importância do jogo reflecte-se no peso que detém no orçamento: 84,5 por cento nas receitas totais, 84,6 por cento nas correntes e 95,9 por cento nas derivadas dos impostos directos. A rubrica da despesa cresceu 9,8 por cento comparativamente aos primeiros três meses de 2016, para 13,601 mil milhões de patacas, com a execução a corresponder a 15,9 por cento. Para este aumento terá pesado designadamente a subida de 200,8 por cento dos gastos ao abrigo do Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração (PIDDA) que atingiram 1,120 mil milhões de patacas, estando executados em 7,3 por cento.

A “almofada” financeira aumentou nove por cento, em termos anuais homólogos, para um valor que excede, até ao terceiro mês, o previsto para todo o ano, dado que a taxa de execução corresponde a 230,3 por cento do orçamentado. A receita pública, que voltou a crescer em Janeiro após meses de quedas homólogas, encontra-se em linha com o desempenho da indústria de jogo, o principal motor da economia local, que

tem vindo a mostrar sinais de recuperação desde a segunda metade do ano passado. Abril marcou o nono mês consecutivo de subida das receitas dos casinos, após 26 meses de quedas anuais homólogas. A Administração encerrou 2016 com receitas de 102,412 mil milhões de patacas, uma diminuição de 6,7 por cento, naquele que foi o segundo ano consecutivo de queda em pelo menos cinco anos, depois do “tombo” de 29,7 por cento em 2015.

CONFORTÁVEL ALMOFADA

Entre receitas e despesas, a Administração de Macau acumulou um saldo positivo de 12,823 mil milhões de patacas.

Os impostos directos sobre o jogo foram de 22,342 mil milhões de patacas, reflectindo um aumento de 9,6 por cento

HABITAÇÃO CASAS CADA VEZ MAIS EM ALTA

O

índice global de preços da habitação entre Janeiro e Março cresceu 4,7 por cento em termos trimestrais, revelam dados publicados ontem pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos. A península é o local onde o índice mais subiu, ao chegar aos 4,8 por cento, sendo que nas ilhas da Taipa e Coloane o acréscimo é de 4,1 por cento. Quanto ao índice de preços de habitações construídas aumentou 5,1 por cento em termos trimestrais. Os dados oficiais indicam que, neste caso, a principal subida se registou na Taipa e em Coloane, com 6,5 por cento. O índice de preços de habitações em construção no primeiro trimestre do ano aumentou 1,7 por cento, o que representa, ainda assim, um abrandamento em relação ao do quarto trimestre de 2016 (mais 10,7 por cento). Em relação à data em que as casas foram edificadas, os índices de preços de habitações construídas de todos os escalões dos anos de construção cresceram, em termos trimestrais. O índice do escalão superior a 20 anos de construção e o índice do escalão dos seis aos dez anos de construção tiveram os acréscimos mais elevados, de 6,6 por cento e 3,7 por cento, respectivamente. Analisando por área útil, o índice de preços da habitação do escalão dos 75 aos 99,9 metros quadrados e o índice do escalão igual ou superior a 100 metros quadrados ascenderam 7,4 por cento e 6,5 por cento, respectivamente, ainda na comparação em termos trimestrais. Tendo 2011 como ano base, o índice de preços da habitação é calculado de acordo com os dados das transacções de habitações que foram declaradas para liquidação do imposto do selo por transmissão de bens.


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FAM HU(R)MANO ACONTECE HOJE E AMANHÃ

EVENTOS

Ravel, o espaço e o tempo

Violinista sérvio e maestro espanhol vêm a Macau

A

Orquestra de Macau toca no próximo dia 23 no Venetian Theatre, num concerto integrado no Festival de Artes de Macau (FAM). A formação conta com dois convidados especiais, que actuam no território pela primeira vez: o violinista sérvio Nemanja Radulovic e o maestro espanhol Jose Luis Gomez. Em nota à imprensa, o Instituto Cultural, organizador do FAM, promete “uma viagem musical através do tempo”. Este ano, o festival tem a “Heterotopia” como tema; o concerto da orquestra local, ao qual se chamou “Ressonância Através do Espaço-Tempo”, pretende ser uma forma de concretização do conceito. Quanto aos convidados, o IC explica que o maestro espanhol Jose Luis Gomez, de origem venezuelana, tornou-se famoso internacionalmente ao ganhar o Primeiro Prémio no Concurso Internacional

de Regência Sir Georg Solti em Frankfurt, em Setembro de 2010, por decisão unânime do júri. Já o violinista sérvio Nemanja Radulović tem “o charme desinibido de uma estrela de rock”, descreve a organização. Foi vencedor do prémio “Melhor Solista Instrumental do Ano” nas Vitórias da Música Clássica 2014, em França, e conquistou o mundo da música clássica “através da sua combinação de virtuosismo emocionante e profundidade de expressão, tanto em estúdio, como em concertos”. No que toca ao repertório, quem for ao Venetian – que apoia o concerto – poderá ouvir interpretações da obra de Chausson para violino e orquestra “Poéme”, da peça “Alborada del gracioso” e do Concerto Rapsódia “Tzigane”, ambos de Ravel, e ainda do arranjo feito por Ravel da suite orquestral de Mussorgsky “Quadros de uma Exposição”. O IC diz que ainda existem bilhetes disponíveis.

Música entre cá e lá Felipe Fontenelle apresenta novo álbum em Portugal

O

músico brasileiro Felipe Fontenelle, radicado em Macau, acaba de lançar um novo trabalho discográfico. Intitulado “M de Memória”, o disco tem como single de lançamento “Deus Também Sorri”, sendo, no seu todo, “um trabalho recheado de surpresas [onde] não faltam detalhes com ecos do seu percurso de vida entre o Brasil, Portugal e Macau”. A música “Deus Também Sorri” será apresentada na próxima quarta-feira em Lisboa, estando já agendados espectáculos noutras cidades do país. O single de estreia do novo trabalho conta com letra de António Ladeira, tendo sido produzido no Rio de Janeiro, Brasil. “Gravado com a velha guarda do Samba e da Bossa Nova, traz-nos um ‘cheiro’ moderno de outros tempos. Essa foi também a inspiração para o videoclip de apresentação de ‘Deus Também Sorri’, realizado por

Pedro Varela (Os Filhos do Rock e A Canção de Lisboa)”, aponta um comunicado enviado pelo músico e compositor. O novo trabalho de Felipe Fontenelle, que em Macau tem estado ligado a projectos da Casa de Portugal em Macau, constitui “uma viagem ao passado entre memórias de infância”, onde existem “os vinis dos seus pais no apartamento da Paulista, em São Paulo, e os textos de autores que marcam a literatura portuguesa”. “M de Memória” tem o poeta Fernando Pessoa, “que dá corpo a cinco músicas originais”, tendo ainda participações de nomes como Cristina Branco, Joana Espadinha e António Ladeira (letrista de Stacey Kent). O disco conta com a colaboração de diversos músicos que já tocaram com Chico Buarque ou Cesária Évora. É, portanto, “um disco melodioso e cheio de emoções que nos surpreende com conversas de família e, até, algum dialecto macaense”.Após um percurso musical em Portugal e no Brasil, Felipe Fontenelle gravou, em Macau, em 2015 e 2016, os discos “Tributo a Macau”, “Pessoa” e “Rua 25 deAbril”, este último com a banda Sunny Side Up.

Estreia hoje em Macau o espectáculo português Hu(r)mano, coreografado por Marco da Silva Ferreira. No Teatro D. Pedro V, o público poderá assistir a diversas expressões da dança urbana de uma forma teatral, onde as ferramentas de cada bailarino foram usadas como complemento de um todo

O urbano

N

O tecido urbano somos um todo e temos a nossa individualidade, com as nossas expressões, os nossos ritmos. Em Hu(r)mano, a peça que estreia hoje no Teatro D. Pedro V, no âmbito do Festival de Artes de Macau (FAM), Marco da Silva Ferreira quis fazer a sua própria interpretação da dança urbana, pegando nas capacidades e potencialidades de cada um dos bailarinos com quem trabalhou. Há o real e o imaginário, que parte do todo e que se cria a partir de cada um dos bailarinos que pisam o palco. “É uma peça de dança a partir de um universo urbano, ao nível do corpo, do ritmo ou da energia,

e também da sonoridade”, disse ontem o coreógrafo, em conferência de imprensa. Marco da Silva Ferreira quis ir além do óbvio, trabalhando ritmos e linguagens já conhecidos. “Existe um novo trabalho sobre as linguagens urbanas do ponto de vista

coreográfico, sobre o seu ritmo, o seu tempo, o seu desenvolvimento. Em vez de me concentrar tanto na mensagem ou nos símbolos que as danças urbanas tinham em si, peguei nelas e trabalhei-as num contexto teatral. A peça é tão simples quanto isso. É o corpo

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA UM CRIME CAPITAL • Francisco José Viegas

No fantástico cenário do auditório ao ar livre da Fundação de Serralves, na cidade do Porto, um homem e uma mulher são encontrados mortos depois de um concerto da Capital Europeia da Cultura de 2001. Jaime Ramos, investigador da Polícia Judiciária e personagem de vários livros do autor, regressa então às páginas de um romance para se ocupar do caso. Um Crime Capital é um divertimento que não deixa de tocar o mundo temático dos anteriores livros do autor: a proximidade da morte, o difícil e perigoso universo das paixões, a ilusão do poder. Cruzamento de realidade com delírio, de ficção com não ficção, de uma escrita poética e emocional com a maior frieza do género policial, Crime Capital é também uma homenagem à cidade do Porto.

RUA DE S. DOM


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à NO TEATRO D. PEDRO V

hoje macau sexta-feira 5.5.2017

EVENTOS

o dentro de um palco responder com o corpo às propostas que eu lhes dou. Essa reacção do corpo intuitiva era boa para mim”, acrescentou o coreógrafo, referindo-se aos três bailarinos que se encontram em palco. Vítor Fontes falou da sua experiência de trabalhar com o mentor de Hu(r)mano. “Tem sido um processo gratificante, o de acompanhar todo o processo de crescimento da peça e estar envolvido nesta nova criação. [Tem sido importante] perceber os pontos de ligação, contribuir também para o desenvolvimento da Insucesso. Tem sido uma montanha russa de emoções”, apontou.

A IMPORTÂNCIA DAS PARCERIAS

no espaço e no tempo, com estas premissas”, explicou.

NOVAS ROUPAGENS

Hu(r)mano chega pela primeira vez a Macau, depois de passagens por salas de espectáculo icónicas em Portugal, como é o caso do

Teatro Municipal do Porto ou o Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa. O coreógrafo assume ter ido buscar inspiração aos movimentos de dança urbana tanto de Portugal, como de outros países, mas não esqueceu as outras formações dos seus bailarinos

MINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • MAIL@LIVRARIAPORTUGUESA.NET

O PAI MAIS HORRÍVEL DO MUNDO • João Fazenda

Texto de João Miguel Tavares Menção Especial - Prémio Nacional de Ilustração 2013 O jornalista João Miguel Tavares inspirou-se no seu filho Gui para retratar o mais antigo conflito doméstico: a vocação dos filhos para fazer asneiras e o esforço dos pais para os educar e proteger. Com belíssimas ilustrações de João Fazenda, este é o livro ideal para todos os miúdos que acham os pais uns grandes chatos, e para todos os pais que ainda assim conseguem manter o sentido de humor.

(Anaísa Lopes, Duarte Valadares e Vítor Fontes). Jogou com elas e com as diversas ferramentas de que dispunha para fazer este projecto. “Pegamos em coisas que aconteciam em Portugal, os bailarinos são portugueses nesta cultura de que estou a falar. São bailarinos que têm um cruzamento com danças contemporâneas, através da improvisação, da dança clássica ou de outras técnicas que se constroem em contexto académico. Estes bailarinos são particulares por isto: não são apenas bailarinos de dança urbana.” Esta junção aconteceu porque Marco da Silva Ferreira não quis fazer do Hu(r)mano uma espécie de documentário em palco. “Não me interessava fazer uma peça documental, sobre o que está a acontecer no contexto urbano. Foi a construção

de uma ficção minha, existe um filme do Marco nisto.” “Peguei em coisas que eles [bailarinos] já têm no corpo e que não consigo tirar. Eles não vão

“Não me interessava fazer uma peça documental, sobre o que está a acontecer no contexto urbano. Foi a construção de uma ficção minha.” MARCO DA SILVA FERREIRA COREÓGRAFO

Em Portugal, Marco da Silva Ferreira trabalhou com várias entidades durante o processo de criação do Hu(r)mano. Uma delas foi o Espaço do Tempo, entidade dirigida pelo coreógrafo português Rui Horta, em Montemor-o-Novo, e que promove residências artísticas. Marco da Silva Ferreira recorda que o Espaço do Tempo “foi a casa” que os acolheu já na fase final de concepção e produção, incluindo uma antestreia do espectáculo. “A partir daí conseguimos entrar numa plataforma internacional e isso fez com que a peça se disseminasse um pouco. O Espaço do Tempo foi um espaço de concretização do trabalho e de pontos de fuga para a Europa. Existiam parceiros do Espaço do Tempo que passaram a conhecer-nos”, disse o coreógrafo. Esta residência artística “fez um trabalho de comunicar o que estava a acontecer de Portugal para fora”. “Se calhar a peça não tinha tido o 2014 que teve, só teria o 2015, com o trabalho no Teatro Municipal do Porto. Foi importante porque nos permitiu fechar o trabalho, filmá-lo e enviá-lo para determinados sítios”, concluiu Marco da Silva Ferreira. Hu(r)mano acontece hoje e amanhã no Teatro D. Pedro V às 20h, tendo a duração de 50 minutos. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


12 CHINA

hoje macau sexta-feira 5.5.2017

PEQUIM QUER MANTER LAÇOS DE AMIZADE COM PYONGYANG

TEMPESTADE DE AREIA ELEVA POLUIÇÃO PARA NÍVEIS PERIGOSOS

Palavras cruzadas

Pequim “deve antes pensar bem nas graves consequências de derrubar o pilar das relações” entre os dois países, acrescenta. O artigo não é atribuído a nenhuma agência ou funcionário do Governo e o escritor é apenas identificado como Kim Chol. Ainda assim, é raro ler uma crítica directa da Coreia do Norte dirigida à China. Anteriormente, a agência norte-coreana optou por fazer uma crítica velada, optando por se referir à China apenas como um “certo país vizinho”.

P

EQUIM acordou ontem com níveis de poluição considerados perigosos pelas autoridades, devido a uma tempestade de areia que obrigou ao cancelamento de vários voos e reduziu a visibilidade a poucas centenas de metros. A tempestade de areia, fenómeno frequente no norte da China durante a Primavera, devido à proximidade de desertos como o Gobi, elevou a concentração das partículas PM10 para 1.000 microgramas por metro cúbico, um dos níveis mais altos do ano. A densidade das partículas PM 2.5 - as mais finas e susceptíveis de se infiltrarem nos pulmões - supera os 500 microgramas por metro cúbico, 20 vezes mais do que o máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde. O Observatório Meteorológico de Pequim aconselhou as pessoas a reduzir o tempo passado ao ar livre e previu que os níveis de poluição se mantenham altos até esta sexta-feira. Dezenas de milhões de residentes em oito províncias e regiões autónomas chinesas, além de Pequim, foram aconselhados a usar máscaras ou lenços, para proteger pulmões e olhos. As tempestades de areia são sobretudo oriundas da Mongólia Interior, onde a desflorestação e pastagem excessiva levou ao aumento das áreas de deserto. Os ventos fortes transportam também poluição e partículas industriais.

MÁ IMPRENSA

Geng Shuang

A

China diz que continua comprometida em manter laços de amizade com a Coreia do Norte, face aos sinais de deterioramento nas relações entre os dois aliados devido à insistência de Pyongyang no seu programa nuclear. O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Geng Shuang afirmou ontem que a posição de Pequim “em desenvolver uma boa vizinhança e cooperação amigável com a Coreia do Norte é consistente e clara”. Geng reagia a um comentário difundido pela agência noticiosa oficial norte-coreana contendo uma rara crítica directa de Pyongyang a Pequim.

A Korean Central News Agency aponta que os “comentários irresponsáveis” da China sobre o programa nuclear do país estão a testar a paciência de Pyongyang e podem ter “consequências sérias”. O artigo cita comentários difundidos pela imprensa estatal chinesa, acusando esta de inventar “desculpas esfarrapadas para dançar ao ritmo dos Estados Unidos” e culpar Pyongyang pelo deterioramento das relações bilaterais. “A China não deve mais testar os limites da paciência da RPDC”, lê-se no comentário, que usa a sigla para o nome oficial do país, República Popular Democrática da Coreia.

Entretanto, a imprensa estatal chinesa tem feito críticas frequentes a Pyongyang. Em editorial, o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, órgão oficial do Partido Comunista Chinês, avisa ontem que as acções da Coreia do Norte ameaçam o tratado de não-agressão assinado entre os dois países em 1961. A publicação apela ao regime para pôr fim aos

O

Presidente chinês, Xi Jinping, abordou ontem a situação da Coreia do Norte numa conversa por telefone com o seu homólogo filipino, Rodrigo Duterte, que destacou o papel de Pequim em assegurar a paz na península coreana. Xi apelou a todas as partes envolvidas para que exerçam contenção e regressem ao diálogo e negociações, visando a desnuclearização da península coreana, segundo a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. O porta-voz de Duterte, Ernesto Abella, afirmou que os dois líderes trocaram pontos de vista sobre questões regionais e o líder filipino apelou à paz e estabilidade. Abella disse que Duterte “referiu o importante papel desempenhado pela China na promoção da paz na península coreana”. A conversa por telefone entre Xi e Duterte surge depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter também falado com o líder filipino, no sábado, expressando o compromisso de Washington para com a aliança entre os dois países.

Hong Kong em alerta devido a potencial ameaça de ‘lobos solitários’

A

China Morning Post. O alerta surgiu depois de especialistas em segurança terem instado as autoridades de Hong Kong a elevar a consciencialização pública relativamente à ameaça de terrorismo global e a recrutar mais “olhos e ouvidos”. A ameaça na Ásia tem estado patente nos últimos meses com ataques no Bangladesh, Indonésia, Malásia ou Paquistão.

VANTAGENS TECNOLÓGICAS

A superintendente Leung Wing-sheung afirmou que grupos ex-

seus testes nucleares. “A China não vai permitir que a sua região nordeste seja contaminada por actividades nucleares da Coreia do Norte”, afirma. O jornal avisou já em edições anteriores que a China poderia cortar o fornecimento de petróleo ao país vizinho, caso este persista com os testes atómicos. Esta semana, o Diário do Povo afirmou também que as ambições nucleares da Coreia do Norte “colocam o próprio país e toda a região em grande perigo”.

APELOS PRESIDENCIAIS

Cuidado com as infiltrações polícia anti-terrorismo de Hong Kong afirmou que extremistas inspirados pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI) podem estar infiltrados na cidade, estando sob alerta para evitar a ocorrência de ataques de ‘lobos solitários’. Apesar de manter em moderado o nível de alerta terrorista, por não haver informações específicas sobre uma ameaça concreta ou relativamente à iminência de um ataque, a polícia da antiga colónia britânica advertiu na quarta-feira que o perigo é real, de acordo com o jornal South

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Geng Shuang afirmou ontem que a posição de Pequim “em desenvolver uma boa vizinhança e cooperação amigável com a Coreia do Norte é consistente e clara”

tremistas, como o EI, têm tirado plena vantagem da Internet e das redes sociais para disseminar uma ideologia radical, colocando a Região Administrativa Especial chinesa numa posição vulnerável. “Hong Kong é uma cidade de informação avançada, onde as pessoas podem aceder facilmente na Internet a materiais promocionais relacionados com terrorismo”, disse Leung Wing-sheung, citada pelo mesmo jornal, indicando que qualquer

pessoa pode ser um potencial extremista independentemente da nacionalidade. “A cidade tem tido um enorme fluxo de passageiros internacionais, o que oferece vantagens aos combatentes estrangeiros para entrarem e se infiltrarem aqui”, advertiu, apontando que Hong Kong pode ser um alvo potencial, na medida em que acolhe muitas instituições e representantes globais. No ano passado, as Nações Unidas estimaram em cerca de 30 mil o número de combatentes terroristas estrangeiros, de mais de uma centena de países, activamente envolvidos em acções do EI, da Al-Qaida e grupos associados.


13 DESPORTO

hoje macau sexta-feira 5.5.2017

Automobilismo THEODORE RACING MANTÉM PARCERIA COM A PREMA

Na linha da frente

A

selecção portuguesa de futebol manteve-se no oitavo lugar do ‘ranking’ da FIFA, divulgado ontem, que continua a ser liderado pelo Brasil e que não apresenta qualquer alteração entre os 10 primeiros classificados. O Brasil, que desalojou a Argentina no comando da classificação no mês passado, mantém-se à frente da rival sul-americana, segunda posicionada, enquanto a Alemanha, campeã do mundo em exercício, ocupa o terceiro lugar. O Burquina Faso, treinado pelo português Paulo Duarte, manteve-se na 35.ª

A

Theodore Racing, a equipa criada pelo empresário de Macau Teddy Yip nos anos de 1970 e que chegou mesmo a chegar à Fórmula 1, voltará este ano a estar representada nos principais circuitos mundiais. Sem ambições de chegar à Fórmula 1, por agora, Teddy Yip Jr, que em 2013 ressuscitou a nome da equipa fundada pelo seu pai, manterá este ano a parceria que tem com a equipa italiana e ex-vencedora do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3, a Prema PowerTeam. “Desde que começamos no 60º Grande Prémio de Macau com a parceria entre a Theodore e a Prema, esta continuou de força em força”, explicou Yip JR ao HM. “O ano passado a parceria cresceu de forma a incluir a temporada do Campeonato da Europa FIA de Fórmula 3, assim como a GP2 (agora chamada Fórmula 2) e os campeonatos ADAC (Alemanha) e italianos de Fórmula 4”. Este ano o programa da equipa italiana concentra-se nos mesmos campeonatos e o nome da Theodore Racing aparecerá associado a pilotos tão conhecidos como Mick Schumacher, filho de Michael Schumacher, ou Guanyu Zhou, o piloto chinês protegido da Scuderia Ferrari, na Fórmula 3, ou então o brasileiro Enzo Fittipaldi, neto de Emerson Fittipaldi, na Fórmula 4. “Foi na base do projecto do ano passado que construímos o projecto deste ano. Esperamos continuar o nosso sucesso em conjunto por muito tempo no futuro”, elucida o empresário do território que persuadiu a

FIFA PORTUGAL MANTÉM OITAVO LUGAR NO ‘RANKING’

posição, enquanto Cabo Verde é o melhor representante dos PALOP, em 82.º, seguido da Guiné-Bissau (94.º), Moçambique (que subiu de 106.º para 105.º), Angola (144.º) e São Tomé e Príncipe (178.º), com Macau (184.ª) e Timor-Leste (195.º) na cauda da tabela.

CLASSIFICAÇÃO EM 6 DE ABRIL BBIN, um fornecedor de software para iGaming, a apostar neste projecto, após um primeiro investimento no Grande Prémio de Macau de 2016.

EXPANSÃO ASIÁTICA

Por agora o sobrinho de Stanley Ho não tem um plano definido para uma presença mais forte na Ásia, com a excepção da participação habitual no Grande Prémio de Macau. Contudo, Yip Jr tem

“Foi na base do projecto do ano passado que construímos o projecto deste ano. Esperamos continuar o nosso sucesso em conjunto por muito tempo no futuro.” TEDDY YIP JR

seguido de perto a evolução do desporto no continente e não fecha as portas a uma possível presença a curto ou médio prazo. “A expansão à Ásia é certamente um objectivo para a Theodore. Com as suas raízes firmemente plantadas em Macau, apenas faz sentido para a Theodore um regresso à Ásia com um programa a tempo-inteiro”, diz, sem no entanto esclarecer que a grande dúvida “é saber em que campeonato e quando”. As competições mais profissionalizadas do Japão são obviamente uma atracção, mas Yip Jr está atento a todas as oportunidades: “Eu disse anteriormente quanto gostaria de participar no campeonato japonês Super Fórmula, mas não é só isso. Vejo boas oportunidades nas corridas de GT, assim como nas categorias de monolugares na Ásia, como por exemplo a Fórmula 4”.

e seguro que a formação transalpina se irá deslocar à RAEM com os seus Dallara-Mercedes, pintados com as cores da Theodore Racing e os melhores pilotos disponíveis. E o objectivo será novamente vencer, um prazer que o português António Félix da Costa roubou à equipa favorita o ano passado. “Como sempre, nós esperamos atingir o primeiro lugar do pódio”, afirma sem receio Yip Jr. “Trabalhamos para sermos a equipa melhor preparada no terreno, o que com um pouco de sorte irá trazer-nos resultados. Porém, como sabem, nas corridas não há garantias. Sendo o Circuito da Guia o que é, o que eu posso garantir é que os fãs terão um fim-de-semana de corridas excitante...” Sérgio Fonseca

info@hojemacau.com.mo

1. (1) Brasil

1.672 pontos

2. (2) Argentina

1.603

3. (3) Alemanha

1.464

4. (4) Chile

1.411

5. (5) Colômbia

1.348

6. (6) França

1.294

7. (7) Bélgica

1.281

8. (8) Portugal

1.259

9. (9) Suíça

1.212

10. (10) Espanha

1.204

(...) 35. (35) Burquina Faso

765

82. (82) Cabo Verde

418

94. (94) Guiné-Bissau

346

105. (106) Moçambique

323

144. (144) Angola

189

178. (178) São Tomé e Príncipe

98

184. (184) Macau

77

195. (195) Timor-Leste

52

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EM MACAU É PARA VENCER

Apesar da Prema PowerTeam não ter ainda definido em que moldes irá participar em Novembro no Grande Prémio de Macau, é certo

FPF VIDEO-ÁRBITRO EM TODOS OS JOGOS DA LIGA EM 2017/2018 A Federação português de futebol (FPF) decidiu atacar a questão das críticas aos árbitros e aprovou o video-árbitro para todos os jogos da Liga em 2017/2018. Esta medida irá custar 1 milhão de euros, segundo revela A BOLA. O projecto passa pela criação de um centro de monitorização dentro da Cidade do Futebol, onde estarão os vídeo-árbitros nomeados pelo Conselho de Arbitragem, com árbitros no quadro ou alguns que se retiraram há pouco tempo. A FPF admite, que principalmente nas primeiras jornadas, possa precisar de um centro móvel, uma carrinha no exterior do estádio.

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 290/AI/2017 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor WU QI, portador do Passaporte da RPC n.° E02459xxx e portador do Salvo-conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° C13315xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 71.1/DI-AI/2015 levantado pela DST a 24.06.2015, e por despacho da signatária de 20.04.2017, exarado no Relatório n.° 304/DI/2017, de 10.04.2017, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Rua de Paris n.° 170, Jardim Nam Ngon, Bloco 3, 5.° andar M.-----------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.------------------------------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.----------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.---------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 20 de Abril de 2017. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

14

A

Junta Provisória do Porto, que tinha criado um governo revolucionário contra o regresso à monarquia absolutista instaurada em Março por D. Miguel, declarara em 18 de Maio de 1828 lealdade a D. Pedro, à sua filha D. Maria II e à Carta Constitucional, outorgada a 29 de Abril de 1826. O autoproclamado Rei D. Miguel conseguiu o desmancho da Junta e reprimir essas rebeliões liberais, que se tinham estendido a outras cidades e alastravam pelo país numa guerra civil, levando à prisão milhares de liberais, muitos condenados à morte, tendo outros escapado para Espanha e Inglaterra. “A instauração miguelista não ocorre sem reacções de vulto ao nível de personalidades e de dados estratos sociais urbanos (Belfastada, 1828), que se traduziu pela primeira grande vaga de expatriamento político”, segundo Joel Serrão. O decidido partidário das doutrinas liberais Pedro Alexandrino da Cunha foi para Inglaterra a bordo do Paquete. No Boletim do Governo da Província de Macao, Timor, e Solor de 1851 lê-se, “A emigração apresentava-se com o sombrio carácter de larga duração era portanto necessário manter a Ilha Terceira para que seguros pudessem os emigrados nela recolher-se, e com estas vistas saiu de Inglaterra a Fragata brasileira Isabel, que em fins de Setembro de 1828 deitou na referida Ilha a primeira porção de Oficiais, entre os quais se contava o Sr. Pedro Alexandrino. Apenas desembarcado passou a ser incumbido da reparação das baterias e fortificações do Castelo de S. João Baptista do Monte Brasil, emprego a que a respectiva Junta Provisória juntou depois as funções de Director de uma Imprensa, que ele próprio montou, e pôs em acção; Imprensa que o Marquês de Palmela para ali mandara para as Publicações Oficiais do Governo”. A 29 de Março de 1829, os exilados liberais desembarcaram na Ilha Terceira e venceram os miguelistas na Batalha da Praia, sendo no ano seguinte aí constituído o Conselho da Regência Liberal, presidido pelo marquês de Palmela. “A Regência da Terceira abalançara-se à temerária empresa da expedição às Ilhas de Oeste, muito dificultada pela extrema necessidade que havia de Oficiais de Marinha. Foi então que a

José Simões Morais

Pedro Alexandrino da Cunha

Na Ilha Terceira aptidão, que para tudo se tinha sempre encontrado no Sr. Pedro Alexandrino, e a regularidade dos seus estudos, o fizeram lembrado a um seu íntimo e particular amigo, que junto da Regência servia na qualidade de seu Secretário. As repetidas instâncias que este alto Empregado em nome do Governo lhe fez, reunidas aos rogos e empenhos de amizade, que também lhe apresentara e sobre tudo a sua natural dedicação ao serviço do país, puderam finalmente vencer a repugnância que mostrara em passar do exército de terra para a força do mar, passagem que desinteressadamente aceitou no Posto de Segundo Tenente que se lhe conferiu por Decreto de 25 de Fevereiro de 1831, mais pela ideia de servir a causa constitucional, que abraçara, e de ser útil à pátria, cujo amor ninguém nutria com intenções mais puras, nem no mais alto grau possuía, do que por motivo de engrandecimento próprio, ou de preterir qualquer dos Oficiais da Armada, como tão injustamente alguém tem pensado, e bem claramente se mostra ainda hoje pelo pequeno Posto que se lhe concedera”, segundo o Boletim do Governo de 1851.

RÁPIDA PROMOÇÃO NA CARREIRA

Em 7 de Abril de 1831, o Imperador D. Pedro I abdicou da coroa do Brasil em favor do seu filho D. Pedro II, na altura com cinco anos e veio para a Europa, a fim de assumir a regência de Portugal em nome de sua filha D. Maria II, então com treze anos. Aportando em Inglaterra, apesar de não ser muito

No Boletim do Governo da Província de Macao, Timor, e Solor de 1851 lê-se, “A emigração apresentava-se com o sombrio carácter de larga duração era portanto necessário manter a Ilha Terceira para que seguros pudessem os emigrados nela recolher-se”

Ilha Terceira

bem recebido pelos liberais mais radicais, organizou uma expedição militar destinada a desembarcar em Portugal e dirigiu-se para os Açores, onde no exílio se encontrava o governo liberal. A esquadra liberal com cinquenta navios e oito mil homens partia da Ilha Terceira a 27 Junho de 1832 e para apanhar desprevenidas as forças miguelistas desembarcou um pouco a Norte do Porto, na Praia do Mindelo a 8 de Julho. Quinze dias depois, a 23, os miguelistas cercaram o Porto. Em Julho de 1832 foi Pedro Alexandrino da Cunha “mandado servir a bordo do Brigue Conde de Vila Flor, donde em 4 de Setembro desembarcou para tomar o comando interino da Corveta Vila da Praia, fundeada no Rio Douro, achando-se já neste tempo na patente de Primeiro-Tenente, a que fora promovido por Decreto de 28 de Agosto do mesmo ano 1832. Em 25 de Outubro seguinte foi no Porto mandado servir às ordens do Ministro da Marinha, donde passou a Comandante Geral das praças de marinhagem, destacadas nas diversas baterias daquela Cidade, tornando a ser depois nomeado para servir às ordens do Ministro da Marinha, em 28 de Fevereiro de 1833. Em 18 de Julho deste mesmo ano passou a comandar a Charrua Maia Cardoso, que D. Miguel armara em Fragata, e que por essa causa foi apresada pela Esquadra Libertadora na famosa acção naval de 5 de Julho, tendo cruzado com ela na costa do Algarve, veio a entrar em Lisboa três dias depois

da morte de sua mãe, que falecera de um fulminante ataque de cólera-morbus. Em Outubro de 1833 foi de guarnição para a Fragata D. Pedro, que de Lisboa saiu para Inglaterra”, levando “informações ao Capitão Elliot sobre os sucessos do movimento liberal em Portugal. De regresso ao reino participou na tomada de algumas cidades”, segundo o referido no livro Os Governadores de Macau, da Editora Livros do Oriente. E voltando ao Boletim do Governo de 1851, “Na sua volta se conservou sobre a Costa de Portugal para cooperar na tomada de Caminha, Viana, Praça de Valença e Figueira. A bordo desta Fragata tornou a sair para o bloqueio da Madeira, onde fora encarregado do governo da Fortaleza do Pico, e regressando a Lisboa em Agosto de 1834, foi por Decreto de 22 de Outubro deste mesmo ano promovido a Capitão Tenente com a antiguidade de 5 de Julho do ano anterior”. [De salientar que D. Miguel fora derrotado no regresso a Lisboa, após perder a esperança de conquistar o Porto e a paz foi declarada em Maio de 1834, sendo D. Miguel expulso de Portugal, restaurando D. Pedro a Carta Constitucional.] Pedro Alexandrino tornou a Inglaterra “em Janeiro de 1835 para se unir às forças que se mandaram pôr às ordens do Príncipe D. Augusto, primeiro Esposo de Sua Majestade, e de lá voltou acompanhando o Vapor Monarch, que para este Reino transportou o referido Príncipe [D. Fernando de Saxe-Coburgo Gotha, que em 1835 casou com a Rainha D. Maria II]. Como imediato ao Comandante da Fragata Duquesa de Bragança seguiu nela viagem para o Mediterrâneo, tocando nos diversos portos da Espanha até à Costa da Itália onde cruzou por algum tempo com o fim especial de vigiar e prevenir quaisquer intentos hostis, que contra Portugal houvesse por parte de D. Miguel, e tendo estado em Spezia e Liorne, novamente regressou ao Reino. Por este tempo o Governo o encarregou de várias comissões, sendo uma delas a de visitar e examinar os diferentes Arsenais de Inglaterra. Comandando a Corveta D. Isabel Maria, de Lisboa saiu a 9 de Dezembro de 1836, dirigindo-se às Ilhas de Cabo Verde”, segundo o que refere sobre a vida de Pedro Alexandrino da Cunha o Boletim do Governo da Província de Macao, Timor, e Solor de 1851.


15 hoje macau sexta-feira 5.5.2017

em modo de perguntar

Paulo José Miranda

Karadeniz

“Cheguei a ter de matar para não morrer” (continuação)

2. O TERRAÇO

É luz ao fim da tarde. O palácio Topkapi, a mesquita Suleyman e Hagia Sofia do outro lado do Corno de Ouro e, muito mais perto de nós, a torre de Gálata: tudo isto se avistava do enorme terraço da casa de Karadeniz. Podia-se ainda ver os inícios do mar de Mármara e do Bósforo. Mais do que uma paisagem esmagadora, era um lugar estratégico por excelência. Estratégico desde os remotos tempos do início desta cidade, então Bizantina. O som que se podia ouvir em todo o terraço era o de John Coltrane e a cor do líquido no copo que trazia na mão denunciava o seu whisky preferido: Lagavulin 21 anos; uma cor e um sabor tão raros, somente igualados pela raridade com que se encontra esse precioso líquido. Isto não é uma casa, K., é o ponto da cidade mais estratégico a seguir à torre de Gálata! Este observatório teve a ver com a sua antiga profissão? De facto, já tenho esta casa desde os tempos em que trabalhava! Comprei-a em 1964... Mas comprei-a realmente pela vista fantástica e não pela localização estratégica. Aliás, a estratégia foi tê-la comprado (risos).

Alguma vez o tentaram matar? Várias vezes! Não matei só em trabalho, cheguei a ter de matar para não morrer. Embora as tentativas que fizeram para me matar tivessem que ver com a minha profissão. Tentaram matá-lo como e onde? Sempre no estrangeiro! Nunca se aventuravam a entrar na Turquia, nesses tempos. O país era muito militarizado e controlava muitíssimo bem as suas fronteiras. E também não havia necessidade de vir aqui, porque quando me tentavam matar sabiam qual o trabalho e onde o ia executar. Por isso, era mais fácil fazê-lo aí. Tentaram umas duas ou três vezes nos hotéis onde estava, a tiro, e uma vez com uma bomba no local onde previamente seria suposto eu estar para atirar no alvo a eliminar. A da bomba, só não me matou, porque alguém da KGB me informou a tempo. Um amigo de profissão? Antes de mais, Paulo, nesta profissão não se faz amigos, só inimigos. No fundo, não é muito diferente do que é na vida em geral, quando se é bom no que se faz. Não se faz amigos, mas ganha-se respeito. E isso sim, o Boris Solomatin já tinha por mim muito respeito quando interferiu para sempre na minha vida.

“Nesta profissão não se faz amigos, só inimigos. No fundo, não é muito diferente do que é na vida em geral, quando se é bom no que se faz. Não se faz amigos, mas ganha-se respeito” Estamos a falar de quem? Tu não sabes mesmo nada, pois não? (risos) Estamos a falar do extraordinário Boris Solomatin. Um senhor da minha idade e que se reformou em 1991. Foi chefe da KGB até 1988. Foi militar na Segunda Guerra Mundial, voluntário e muito jovem, ainda não tinha 18 anos, segundo consta, mas depois nos Serviços de Inteligência nunca chegou a executar trabalhos de eliminação. Nunca foi um operacional. Ainda no meu tempo, chegou a chefe da KGB, com quarenta e poucos anos, um feito inigualável. Impressionante, não é? Sem dúvida! Como é que se conheceram e porque é que ele lhe salvou a vida?

Em finais de 50, houve um espião cujo nome não me lembro que tentou escapar para o ocidente com valiosíssimas informações dos sistemas de segurança militar soviético. O objectivo dele era chegar a contactar com as forças da NATO, estacionárias no Mar Negro, nas águas territoriais turcas, de modo a receber uma grande soma de dinheiro e uma identidade nova. Em suma, mudar de vida, privilegiadamente, à custa do que conseguira saber na KGB. Esse senhor dissidente encontrava-se numa casa perto da cidade de Burgas, na Bulgária. Uma cidade do Mar Negro, muito perto da fronteira turca. Nesse tempo, ficava a uma hora e meia de carro da fronteira, hoje não deve ser mais de meia-hora. Quando Boris Solomatin soube da traição, já não havia tempo de lá chegar, senão pela Turquia. Não podia arriscar nos Serviços de Inteligência da Bulgária, pois não sabia até que ponto eles podiam ou não estar envolvidos ou quem é que estava envolvido. Havia apenas uma hipótese de destruição das informações e de eliminação do dissidente: alguém que viesse directamente da Turquia, sem levantar suspeita, isto é, um turco; simultaneamente, um profissional, que estivesse interessado no dinheiro e em mais nada. Como acabei por executar o trabalho na perfeição, não deixando sequer rastos de ter sido a KGB e destruindo tudo, pegando fogo à casa onde o homem se encontrava, ficou até a pensar-se que poderia ter sido a CIA, Solomatin ficou-me bastante grato. Em 1964, quando tudo isto se passou, ele já era chefe da KGB. Ele admirava dois tipos de pessoas: as que morriam pelo seu país e as que morriam por dinheiro; no fundo, ele admirava quem dizia a verdade e morria pelo que acreditava. Chegou a fazer mais algum trabalho para ele? Vamos a ver uma coisa: este trabalho que fiz foi um trabalho pessoal, embora tenha tido reflexos em toda a defesa soviética, foi um trabalho para o Solomatin; um trabalho para ele. Mas antes já havia feito um trabalho para a KGB. Depois, acabou! Como já te disse, eles não repetem os free lancers, pelo menos nesse tempo da guerra-fria não repetiam. O Solomatin acabou por me contactar porque não tinha outra saída, não havia tempo para mais nada. (continua)


16 OPINIÃO

hoje macau sexta-feira 5.5.2017

a canhota

BBC, LITTLE BRITAIN

Uma lista negra cada vez mais exagerada

N

ÃO acontece apenas no Dia Nacional da China, nem apenas no dia em que se celebra a transferência de soberania de Macau. Acontece também na altura em que se celebra o Dia do Trabalhador. Falo do facto de cada vez mais pessoas de Hong Kong serem barradas à entrada de Macau pelas autoridades. São, na sua maioria, políticos na região vizinha, membros do Conselho Legislativo (LegCo) e ligados à ala pró-democrática do território. É cada vez mais ridícula e absurda a atitude das autoridades de Macau, que rejeitam a entrada dessas pessoas pela mesma razão. Estas “constituem uma ameaça à segurança interna de Macau”, e parece-me que não há uma examinação profunda sobre a possibilidade destas pessoas poderem, de facto, constituir uma ameaça a este pequeno território. Nos casos mais recentes, a maioria dos visados vinham a Macau com a família, apenas para relaxar e passar uns dias de férias. No entanto, ficaram detidos durante horas na fronteira, acabando por afectar a viagem já marcada dos seus familiares. Não entendo como é que Macau continua a ser chamado de “Centro Mundial de

Não entendo como é que Macau continua a ser chamado de “Centro Mundial de Turismo e Lazer” quando as autoridades nem sequer permitem a entrada de visitantes da região vizinha, mesmo com viagem e percursos marcados Turismo e Lazer” quando as autoridades nem sequer permitem a entrada de visitantes da região vizinha, mesmo com viagem e percursos marcados. A situação piorou em relação aos anos anteriores. Em 2009, houve uma grande polémica quando vários deputados de Hong Kong quiseram vir a Macau para participar numa manifestação sobre a lei relativa à defesa da segurança do Estado. Outros quiseram vir a Macau manifestar-se junto dos dirigentes do Governo Central, e também acabaram por ser barrados na fronteira. O assunto chegou mesmo à Assembleia Legislativa e ao LegCo, tendo sido exigidas soluções sobre o assunto. Depois destes episódios, começou a acontecer o mesmo problema em pessoas que são jornalistas, académicos ou artistas. Este tema tornou-se sensível e tornou-se regular ao longo dos anos, e é visível o aumento desta tendência. Mesmo que as autoridades se refiram à lei de bases de segurança interna para justificarem as proibições de entrada, ninguém considera esta situação racional. Não há razões ou explicações, e as autoridades continuam a afirmar que se tratam de informações confidenciais, recusando

também fornecer o número de pessoas que já foram proibidas de entrar em Macau. Os factos mostram que o Governo de Macau agem de acordo com uma expressão conhecida em chinês, que, traduzindo para português, será qualquer coisa como: “quer esteja correcto ou errado, em vez de ter um omitido, prefere matar mil” (寧可錯殺一 千,不可放過一人). Ou seja, as autoridades nunca admitem a existência de uma lista negra, mas esta parece estar cada vez maior. Macau quer consolidar a sua imagem de um “bom neto” do Governo Central. Comparando com os últimos acontecimentos políticos de Hong Kong, Macau quer que o “avô” continue a cuidar bem dele e a dar-lhe mais apoio. Existem opiniões sobre a necessidade de uma mudança das condições de entrada nos territórios por parte do Governo de Macau, e essas opiniões existem não só aqui como em Hong Kong. Caso continuemos nesta direcção, vamos repetir a piada de ver um bebé de Hong Kong a ser barrado na fronteira por causa do seu nome. Se não mudamos este sistema, a imagem de Macau vai continuar a ser criticada e ridicularizada pelo mundo.

FA SEONG 花想


17 hoje macau sexta-feira 5.5.2017

OPINIÃO

contramão

ISABEL CASTRO

isabelcorreiadecastro@gmail.com

A MATHIEU KASSOVITZ, LA HAINE

NTES de haver a licenciatura em Engenharia do Papel era tudo mais simples, mas também mais difícil. Um paradoxo para uma minoria pensante, uma inevitabilidade para uma maioria que, ver-se-ia mais tarde, afinal não se conformava, feliz e de papo vazio, com o que tinha. Era tudo mais simples para quem podia escolher, portanto. A engenharia era só engenharia e ainda não tinham inventado um número de opções que, ver-se-ia mais tarde também, tinham pouco ou nada de livre, apesar de se trasvestirem de democracia. Eram mentiras disfarçadas com papel de embrulho, laço de seda incluído. Ainda assim, melhor do que antes. Haver caminhos para mais gente é sempre melhor do que vias exclusivas para meninos da mamã e meninos do papá, com as devidas excepções dos que lá chegavam por mérito, suor e talvez algum sangue. Sempre melhor do que antes, ninguém tem saudades do passado, o passado deve servir só para pensarmos, com cuidado, no que aí vem.

Papel de embrulho Na política, também houve um antes da licenciatura em Engenharia do Papel. Era um tempo em que tudo era mais simples e, mais uma vez, mais difícil. Não há simplicidade simples no mundo, ainda não se inventaram cursos para tirar as complicações do que os homens andaram por aí a complicar. Ainda assim, era tudo mais simples – não necessariamente melhor, mas ainda é cedo para certas avaliações históricas. No tempo em que era tudo mais simples na política, havia a direita, a esquerda e o centro e as pessoas encaixavam num destes conceitos, mesmo que a maioria não soubesse exactamente o que era a direita, a esquerda e o centro. A verdade é que a política – a política de massas – tem tudo que ver com a personificação. E com as promessas que se fazem. Este era o tempo em que se distribuíam aventais e esferográficas e canecas e os eleitores faziam a festa, iam aos comícios, eram muitos os que saíam de casa porque aquilo era para ser vivido assim. A política não chegava aos calcanhares da bola mas não andava longe, gostava-se deste, não se gostava daquele, já havia empresários e gente com dinheiro à frente da política e na rectaguarda também, mas o grau de crença era diferente. Votava-se ao domingo, a seguir à missa. Era tudo mais simples, apesar de, depois, ser tudo mais difícil. Hoje é tudo mais fácil, dizem-nos, e a gente acredita, porque só tem memórias das carrinhas de caixa aberta e os altifalantes,

dos aventais e das bandeiras, mas não se lembra exactamente nem do que se gritava pela rua, nem do que escrevia no material de propaganda política. Mas hoje é tudo mais complicado também. As licenciaturas em Engenharia do Papel puseram-nos a pensar. Não sei se pensamos bem, provavelmente não, que andámos a queimar pestanas na faculdade para nada, mas disseram-nos para irmos para lá e nós fomos. Ainda assim, pensa-se muito hoje em dia. Pensa-se muito e muito depressa, quase sempre de forma resumida, que as twitadas não permitem alongamentos no pensamento. Mas hoje sabemos todos quem manda em nós. E não gostamos de ninguém. Vai daí, porque a esquerda e a direita e o centro continuam à esquerda, à direita e ao centro mas sem saberem exactamente o que é isto dos pontos politicamente cardeais, viramo-nos para as pontas porque

Cabeças quentes não fazem a cruz no quadrado certo, a cruz de uns não é a cruz de outros, das cruzes que carregamos só sabemos nós. Ninguém quer saber, todos já sabem

elas é que são diferentes. Prometem um mundo novo, apesar de não distribuírem aventais de cozinha em carrinhas de caixa aberta. Garantem-nos que vão acabar com os banqueiros, com a finança e com a corrupção, e nós gostamos disso, porque até já nem sabemos em que conta depositar o salário. Excitamo-nos ligeiramente com esta ideia de que podemos ser anti-sistema, escrevemos duas linhas e temos duas discussões virtuais antes de irmos para a cama, no domingo não há missa mas é dia de eleições, votar no sistema nem pensar, mais do mesmo nem pensar, queremos é promessas novas, coisas novas, mesmo que tudo isso já exista desde que foi inventada a licenciatura em Engenharia do Papel e não nos tenhamos apercebido de quão amarelos são estes compromissos para uma nova era, mais à nossa medida. Isto é assustador. O mundo quer-se novo e equilibrado, dentro e fora do sistema, e não é isso que está a acontecer. É o aqui e o agora, o vizinho não interessa, nós queremos os nossos problemas resolvidos e amanhã logo se vê. Amanhã já se viu que isto não pode ser bom, cabeças quentes não fazem a cruz no quadrado certo, a cruz de uns não é a cruz de outros, das cruzes que carregamos só sabemos nós. Ninguém quer saber, todos já sabem, todos já sabiam há muito tempo, eles é que estavam certos. Assustador mundo novo em que andamos, quase sempre, a fazer de papel de embrulho.


18 (F)UTILIDADES TEMPO

MUITO

hoje macau sexta-feira 5.5.2017

?

NUBLADO

O QUE FAZER ESTA SEMANA Hoje

MUSIC SESSIONS COM BANDA 80 E TAL Pousada de Coloane | Das 19h00 às 21h00 ZOOM POP-UP BAZAR Lax Café | A partir das 18h30

MIN

22

MAX

26

HUM

80-98%

EURO

8.76

BAHT

PERFORMANCE NAS RUAS “CROSSWORK OFF SITE”, DO GRUPO SODA CITY EXPERIMENTAL WORKSHOPS Zona da Doca de Lam Mau | 12h00 às 18h00

O CARTOON STEPH DE

SUDOKU

PERFORMANCE NAS RUAS “CROSSWORK OFF SITE”, DO GRUPO SODA CITY EXPERIMENTAL WORKSHOPS Ponte Horta e Costa | 12h00 às 28h00 CONCERTO “START FROM HERE” Macau Design Center | Das 16h00 às 18h00 JAZZ SUNDAY SESSIONS Live Music Association | A partir das 20h00

Diariamente

EXPOSIÇÃO DE AGUARELAS DE CHU JIAN & HERMAN PEKEL Fundação Rui Cunha | Até 25/5 EXPOSIÇÃO “I AM 038: UMA EXPOSIÇÃO DE UM ARTISTA AUTISTA” Torre de Macau | Até 14/5 INSTALAÇÃO “SEARCHING FOR SPIRITUAL HOME II”, DE YEN-HUA LEE Armazém do Boi | Até 7/5 INSTALAÇÃO “FLUXO DE TONS” DE PAN JIN LING E PAN JIN XIA| Pavilhão de Chun Chou Tong | Até 7/5 EXPOSIÇÃO “VIAGEM SEM TÍTULO” Museu de Arte de Macau | Até 14/5 EXPOSIÇÃO “AD LIB” DE KONSTANTIN BESSMERTNY Museu de Arte de Macau (Até 05/2017) EXPOSIÇÃO “VIAGEM SEM TÍTULO” Museu de Arte de Macau | Até 14/5 EXPOSIÇÃO “AD LIB” DE KONSTANTIN BESSMERTNY Museu de Arte de Macau (Até 05/2017)

Cineteatro

C I N E M A

SALA 1

GIFTED [B]

THE SHACK [B]

Fime de: Marc Webb Com: Chris Evans, Octavia Spencer, Mckenna Grace 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

FALADO EM CANTONENSE Fime de: Stuart Hazeldine 14.15, 16.45, 21.15

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 29

THIS IS NOT WHAT I EXPECTED! [B]

FALADO EM CANTONENSE Fime de: Tom McGrath Com: Sam Worthington, Octavia Spencer, Radha Mitchell 14.15, 16.45, 21.15

FALADO EM MANDARIM LEGENDADO EM INGLÊS E CHINÊS Filme de: Derek Hui Com: Takeshi Kaneshiro, Zhou Dongyu 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

THE BOSS BABY [B]

PROBLEMA 30

UM LIVRO HOJE

Gato escaldado tem medo de água fria. Pois é, de água fria e não só. A temperatura não é o problema principal face à evidência de uma bátega de chuva, fenómeno que não tem jeito algum. Ouço humanos falarem de secas, de aridez que consome vida, que estagna a expansão do verde. A mim, não me interessa nada desta incontinência do firmamento. Peço a abolição da chuva, não preciso dela, assusta-me, faz-me correr para debaixo de superfícies com relâmpagos e sons de saraivada. Dizem que faz bem, que limpa a terra, mas a descargas das nuvens soa-me a ameaças dos céus, carrega maus presságios e vinganças divinas. Sonho com dilúvios que cobrem a Terra, em alusões a Noés com arcas só com felinos. Canídeos e tudo o resto a engolirem golfadas de água que pesam nos estômagos até à morte subaquática, ao último arquejo líquido. Não gosto da chuva, mas há humanos que a veneram. Que dançam e rezam por ela, que saem à rua de boca aberta e sorrisos tolos estampados nos rostos como se os chuveiros não tivessem sido inventados. Também não sou adepto de sobressaltos, portanto, dispenso os relâmpagos e a aniquilação eléctrica que se despeja nas cabeças dos incautos. Tudo isto é tenebroso, adamastores nos céus em cabos que não tenho qualquer interesse em dobrar. É nestes dias que me revejo no velho desejo comunista de desejar que o sol brilhe para todos nós. Pu Yi

“WINESBURG, OHIO” (SHERWOOD ANDERSON)

Uma pequena cidade ficcional do Ohio serve de inspiração a uma série de contos do escritor Sherwood Anderson, numa das obras de maior relevo da literatura norte-americana do século XX. Este é um dos mais antigos e brilhantes exemplos de contos modernos que, para muitos, é um romance dividido em capítulos com diferentes protagonistas. A narrativa centra-se em George Willard e no seu crescimento. Em cada conto acrescentam-se detalhes em relação aos outros personagens. “Winesburg, Ohio” retrata a tensão entre personagens num cenário pré-industrial de pequena cidade. João Luz

SALA 3 SALA 2

1.16

SEM PARAR

Amanhã

Domingo

YUAN

AQUI HÁ GATO

ESPECTÁCULO “HU(R)MANO”, DO FESTIVAL DE ARTES DE MACAU Teatro D. Pedro V | 20h00

ESPECTÁCULO “HU(R)MANO”, DO FESTIVAL DE ARTES DE MACAU Teatro D. Pedro V | 20h00

0.23

www. hojemacau. com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Isabel Castro; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Sofia Margarida Mota Colaboradores António Cabrita; Anabela Canas; Amélia Vieira; António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; João Paulo Cotrim; João Maria Pegado; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Manuel Afonso Costa; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Paulo Maia e Carmo; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fa Seong; Fernando Eloy; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


19 hoje macau sexta-feira 5.5.2017

PERFIL

MATILDE BERNARDO, ESTUDANTE DE MANDARIM

“Macau deu-me luta”

E

STUDAR mandarim surgiu-lhe no horizonte quase por acaso, de pesquisa em pesquisa, pela diferença e pela possibilidade de aventura. “Nem pensei duas vezes”, conta Matilde Bernardo, estudante do terceiro ano da licenciatura de Tradução e Interpretação de Português-Chinês. Actualmente em Macau a fazer parte do curso, ao abrigo de um protocolo entre o Instituto Politécnico de Leiria e o Instituto Politécnico de Macau, Matilde Bernardo recorda os primeiros tempos de estudo de um idioma completamente diferente. “O choque foi interessante, porque não sabia o que era um caractere. Senti-me ridícula nas primeiras aulas e não tinha feito qualquer tipo de preparação. O primeiro ano foi trabalhoso, com a habituação à escrita e à forma de falar, com os tons.” Três anos depois, as dificuldades persistem, mas já são menores. “O curso continua a ser trabalhoso, mas agora é mais gratificante, porque já consigo falar um pouco de mandarim. Contudo, ainda há um longo caminho a percorrer”, assume. Antes de viajar para Pequim, onde esteve dois anos, Matilde Bernardo pesquisou muito sobre o país que a ia acolher. Além

de tentar compreender a cultura chinesa, a estudante portuguesa não ignorou o sistema político. “Sabia da existência da cultura chinesa e dos elementos básicos que a compõem, mas não tinha tido qualquer tipo de contacto. Comecei por ouvir música, ver filmes e pesquisar sobre a China, a sua história, o regime político, para ter uma ideia antes de ir para Pequim.” “Quando vamos para um país comunista ficamos com uma imagem vermelha”, diz Matilde, de forma irónica. A estudante começou desde cedo a compreender as diferenças de viver num país onde não há acesso ao Facebook e onde muitos websites estão bloqueados. “Em relação à censura, achei um bocado estranho, porque vemos filmes com partes cortadas, não é fácil. Mesmo quando vemos notícias não nos sentimos seguros, não sabemos se aquilo que estamos a ver é verdade ou se estamos a ver aquilo que eles querem que nós vejamos. É complicado e isso aplica-se também no contacto com a sociedade.” Matilde Bernardo recorda conversas sobre temas considerados sensíveis e demasiado distantes da realidade política e

social de Portugal. “Sobre a situação de Taiwan, por exemplo, encontramos todo o tipo de opiniões e argumentos. Uma pessoa não quer contradizer. Ouvimos, porque é interessante, mas não é fácil metermo-nos nessa discussão, porque a história não é nossa, e eles falam conforme o passado e a situação familiar. São sempre esses pontos que vão buscar. Ficamos um pouco de fora, não podemos ter uma grande interacção”, aponta. A estudante afirma que sempre fez o que quis na China, sem qualquer tipo de restrição, mas que, ainda assim, sempre se questionou sobre a realidade que a rodeava. “Falamos de vários temas e questionamos constantemente aquilo que ouvimos. Uma pessoa ouve e aprende, mas é muito estranho. Mesmo quando falamos, é como se tivéssemos um filtro constante. Essa parte ainda me faz um bocado de confusão.”

MACAU, ESSA SURPRESA

Se para Matilde a ida para Pequim se fez sem dificuldades de adaptação, a mudança para Macau foi um pouco diferente. “Foi como se tivesse começado tudo de novo. Foi um sítio que me deu luta nos primeiros meses”, recorda.

“Tinha a mente aberta, estava preparada, mas não foi uma adaptação tão simples como foi em Pequim, mas isso foi ultrapassado.” Tanto que Matilde tem planos para ficar quando acabar a licenciatura. “Queria vir estagiar para cá, era o que eu gostava mais de fazer, e quem sabe um dia vir cá fazer um mestrado e começar a trabalhar. Está mesmo no topo da lista dos meus objectivos”, afirma. Portugal já é para a estudante um destino longínquo, que não está, contudo, posto de parte. “Nunca tive ideias de ficar em Portugal. Sempre quis sair e ver um pouco do mundo. No início, se puder, não está nos meus planos ficar lá a longo prazo.” Daqui para a frente, Matilde Bernardo quer apostar na tradução, área onde se sente mais à vontade e que lhe dá mais prazer. A especialização num mestrado, a frequentar deste lado do mundo, é uma possibilidade a curto prazo. A interpretação, essa, fica em segundo lugar. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


Quem será o novo dono da polícia de trânsito ???!

sexta-feira 5.5.2017

Atlântido

HNA TORNA-SE O MAIOR ACCIONISTA DO DEUTSCHE BANK

O investidor chinês HNA aumentou a sua participação no primeiro banco alemão Deutsche Bank, de 4,8% para 9,92%, o que o torna o seu maior accionista, foi ontem divulgado. Desta forma, a participação do HNA superou a do Qatar, que possui 6% do Deutsche. O terceiro maior accionista é o fundo norte-americano Blackrock, que tem uma posição inferior a 6%. A entrada do HNA ocorreu em Fevereiro, quando o Deustche Bank aumentou o capital em oito mil milhões de euros – emitindo 687,5 milhões de acções a 11,65 euros casa –, declarando na altura que tencionava chegar a uma posição de 10%.

A

China está a compilar a sua própria enciclopédia ‘online’, que rivalizará com o Wikipedia, mas deverá apresentar a versão oficial dos acontecimentos históricos sensíveis, não permitindo aos cibernautas escrever ou editar as páginas. No “Wikipedia chinês”, apenas académicos e especialistas seleccionados pelas autoridades poderão adicionar ou alterar informação, em mais um esforço do regime chinês para controlar o conteúdo disponível na Internet. Os académicos afirmam, no entanto, que são guiados apenas pela verdade e rigor e que, em caso de haver diferença de opinião, esta deve ser resolvida por um comité, segundo Zhang Baichun, editor chefe da secção de história da ciência e tecnologia. “Claro, a ciência não provém de uma votação democrática. Para convencer os outros, terás que apresentar provas incontestáveis”, disse à agência Associated Press.

Tudo sob controlo China cria o seu próprio Wikipedia, mas cibernautas não podem escrever ou editar

sociais Facebook e Twitter estão bloqueadas no país. A versão em chinês do Wikipedia está também censurada no país. Jiang Lijun, editor-chefe da Encyclopedia of China Publishing House, empresa contratada pelo Governo para fazer a enciclopédia ‘online’, revelou que haverá páginas sobre líderes políticos e sobre a história do PCC. Jiang recusou, porém, comentar como são retratados eventos como a Revolução Cultural, ou a

“A ciência não provém de uma votação democrática. Para convencer os outros, terás que apresentar provas incontestáveis” ZHANG BAICHUN EDITOR CHEFE DA SECÇÃO DE HISTÓRIA DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

sangrenta repressão dos protestos pró-democracia em Tiananmen. Qiao Mu, um analista independente sediado em Pequim, afirmou que a enciclopédia chinesa será “muito diferente” do Wikipedia, devido à necessidade de estar em concordância com a versão oficial do Governo. “Se não quiser ser bloqueado na China, o editor terá que aceitar a censura, seja através de autocensura ou censura pelas autoridades”, afirmou.

MANUAL DE INSTRUÇÕES

MARIDO DA RAINHA ISABEL II RETIRA-SE DA VIDA PÚBLICA

O príncipe Philip, marido da Rainha Isabel II, vai abandonar a vida pública e todas os seus deveres reais no próximo Outono, informou o Palácio de Buckingham, esta quinta-feira. “Sua alteza real, o duque de Edimburgo, decidiu que não participará mais em cerimónias públicas a partir do Outono deste ano. Nesta tomada desta decisão, o duque tem todo o apoio da Rainha”, informa um comunicado real. “O duque não aceitará novos convites para visitas e compromissos, ainda que escolha comparecer em certos eventos públicos de tempo em tempo”, pode ler-se no texto. Apesar do seu afastamento da vida pública, o marido da rainha Isabel II manterá a ligação aos 780 organismos de que é membro. No mesmo comunicado, a casa real britânica informa ainda que a rainha continuará em funções e a cumprir a agenda prevista.

MAN. CITY EDERSON APONTADO PARA O LUGAR DE BRAVO

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A Imprensa inglesa voltou a insistir no nome do guarda-redes brasileiro Ederson Moraes (Benfica) como o substituto de Claudio Bravo no Manchester City para a próxima época. De acordo com o Daily Mail, o treinador Josep Guardiola terá cerca de 200 milhões de euros para investir em reforços e um guarda-redes será uma das suas prioridades. O Benfica apenas tem 50 por cento do passe de Ederson.

A elaboração de 300.000 páginas nas áreas da ciência, literatura, política e história é directamente gerida pelo departamento central de propaganda do Partido Comunista Chinês (PCC), que guia a opinião pública do país através de instruções dadas à imprensa, firmas da Internet e ao sector editorial, para além de supervisionar a educação. Pequim tem-se esforçado por controlar a opinião pública perante o ‘boom’ do número de cibernautas do país - são já mais de 700 milhões -, que podem comentar notícias e informação sensível ou difundir fotografias de protestos nas redes sociais. Ferramentas como o Google, Dropbox e Youtube, ou as redes

FUTEBOL GUANGZHOU EVERGRANDE PUNIDO POR OFENSA A HONG KONG

O

Guangzhou Evergrande, actual campeão chinês de futebol, foi ontem castigado com dois jogos à porta fechada e uma multa de 21 mil euros, pelos seus adeptos terem ostentado tarjas ofensivas para Hong Kong. O castigo aplicado ao clube do ex-seleccionador português de futebol, o brasileiro Luiz Felipe Scolari, e do colombiano Jackson Martinez (ex-FC Porto), é devido aos incidentes ocorridos a 25 de Abril, durante um jogo da fase de grupos da Liga dos Campeões da Ásia. O Guangzhou Evergrande, já apurado para a fase seguinte, goleou por 6-0 em casa

do Oriental Hong Kong, mas a atitude dos seus adeptos nas bancadas levou à intervenção da Confederação Asiática de Futebol (AFC). AAFC considera que os adeptos do campeão chinês, que desfraldaram faixas onde se lia “aniquilar os cães britânicos, saciar o veneno da independência de Hong Kong”, demonstraram “má conduta” e “discriminação”. O organismo considera que as tarjas “apresentavam mensagens discriminatórias, relacionadas com origens nacionais e opinião política”, o que viola os regulamentos da confederação.

O castigo da Confederação Asiática de Futebol (AFC) foi anunciado em comunicado após a realização da reunião de ontem do comité disciplinar, uma semana após o Guangzhou Evergrande ter sido informado que iria ser punido. Os dois jogos à porta fechada ficam suspensos por dois anos, pelo que serão anulados passado esse período se o clube e os seus adeptos mostrarem bom comportamento e vontade de não reincidir.


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