supremos
dia
celebração
aniversário
República Popular da Chi
o Chefe do Executivo reiterou o
plena
Lei de Segurança Nacional.
de Macau na defesa da
soberania, da se
Do sonho ao americanopesadelo
Cientistas e académicos de origem chinesa não aguentam mais o ódio veiculado pelos medias e as suas repercussões concretas nas ruas. Os EUA temem perder alguns dos seus melhores cérebros, fundamentais para a segurança nacional. Pior: o seu sistema educativo não produz substitutos em quantidade suficiente
UM recente relatório do Wall Street Journal re velou que muitos acadé micos e cientistas de alto nível de ascendência chi nesa, que ocupam cargos em universidades americanas e em presas de investigação científica, estão a considerar abandonar o país devido ao aumento da tensão entre Pequim e Washington. O jornal descobriu que 1400 cientistas chi neses formados nos EUA trocaram o país pela China em 2021, e que 40% dos académicos chineses em instituições de investigação de topo como Harvard e o MIT poderão abandonar o país.
Entre as principais razões cita das pelas pessoas que falaram com o WSJ estavam os receios de vigi lância governamental, tais como a “Iniciativa China” do FBI, iniciada
por Trump, que visava pessoas de origem chinesa sobre alegada “espionagem económica”, e os crescentes crimes de ódio contra pessoas de ascendência asiática, que têm alastrado pelos EUA e deixado cada vez mais receosas as comunidades asiáticas.
Esta situação está a provocar uma fuga de cérebros dos EUA para a China, na medida em que especialistas de ascendência chinesa estão a regressar à China para melhores oportunidades e, sobretudo, para fugirem ao cada vez mais exacerbado clima de ódio social. Muitas destas pessoas, refere o jornal, trabalham em áreas estrategicamente importantes para o complexo militar-industrial dos EUA. Isto coloca sérios desafios às perspectivas futuras de Washing ton num ambiente geoestratégico global competitivo com Pequim.
A importância dos emigrantes
Ora importantes sectores altamente qualificados da economia america na dependem de emigrantes. De acordo com um relatório de 2013 do Centro de Política de Emigra ção, de 1995 a 2005, mais de 52% das empresas em fase de arranque em Silicon Valley tiveram pelo menos um fundador emigrante. Pessoas como Elon Musk e Ser gey Brin foram fundamentais na fundação do Google e do PayPal durante esse período.
Entretanto, os EUA estão forte mente dependentes de talentos de origem estrangeira, porque existe uma grave falta de financiamento para a educação, bem como a inexistência de ensino superior universal — ao contrário de muitos dos seus aliados europeus como a Alemanha, a França ou mesmo Portugal. Isto significa que os EUA não podem preencher estas lacunas a nível interno. De facto, o Conselheiro de Segurança Nacio nal Jake Sullivan citou a Primeira
Muitas destas pessoas, refere o jornal, trabalham em áreas estrategicamente importantes para o complexo militar-industrial dos EUA. Isto coloca sérios desafios às perspectivas futuras de Washington num ambiente geoestratégico global competitivo com Pequim
Dama Jill Biden como tendo dito que “qualquer país que ultrapasse os Estados Unidos em termos de educação ultrapassará os Estados Unidos, e essa é uma questão de segurança nacional fundamental”.
Falhanço educacional
Os EUA reconhecem efectivamen te, nos mais altos níveis do gover no, que a sua falta de candidatos
qualificados em áreas estratégicas é “uma questão de segurança nacio nal fundamental”. Para crédito da administração Biden, encerraram a “Iniciativa China” e assinaram projectos de lei destinados a tra var o aumento a nível nacional de crimes de ódio contra pessoas asiáticas. Mas está ainda por provar que estas medidas estão mesmo ter resultados práticos.
De facto, enquanto que, no início do seu mandato, o presidente Joe Biden melhorou a imagem da América em comparação com os anos Donald Trump, um inquérito da Morning Consult revelou que os cidadãos da grande maioria dos países inquiridos já não têm opiniões positivas sobre os EUA. Nomeadamente na China, os ame ricanos obtiveram uma classifica ção desfavorável de 74%.
Campanha mediáticae violência de rua
Uma reportagem de Maio de 2021 da Chemical & Engineering News já sugeria que os cientistas asiáticos estavam a abandonar a América devido a um tratamento injusto
por parte do governo dos EUA e devido a crimes de ódio. A publi cação observou que os peritos da ascendência asiática neste campo são a “pedra angular da química americana”, e que a sua partida prejudicaria a competitividade de Washington indefinidamente.
Além da natureza da “Iniciativa China” e da violência de rua contra os asiáticos, algo muito importante está a modificar a perspectiva de
Um inquérito da Morning Consult revelou que os cidadãos da grande maioria dos países inquiridos já não têm opiniões positivas sobre os EUA. Nomeadamente na China, os americanos obtiveram uma classificação desfavorável de 74%
pessoas de ascendência asiática e, especialmente, do povo chinês: a política externa errática de Wa shington. Se os EUA não tivessem uma política externa hostil contra a China em geral, não haveria investigações federais racistas contra pessoas de ascendência chinesa, nem haveria uma máquina mediática que está constantemente a bombar ódio contra o governo de Pequim e a criar terreno fértil para o surgimento de crimes de ódio. To das estas coisas estão relacionadas: política externa, atitudes gerais em relação às comunidades da diás pora e preconceitos institucionais.
A sociedade americana repete estas mesmas atitudes sócio-cul turais dependendo do inimigo do dia. Durante a II Guerra Mundial muitos cidadãos de origem nipó nica, além de serem enfiados em campos de concentração, foram espancados e os seus negócios destruídos. Já durante a Guerra Fria, houve espalhadas visões ofensivas e caricaturas dos europeus de Leste e, durante o auge da Guerra contra o Terror, foram difundidas estas mesmas mensagens e atitudes em relação a pessoas de países de maioria muçulmana.
Cada um destes pontos da his tória teve como consequência a dis criminação e crimes de ódio contra as suas respectivas comunidades da diáspora nos Estados Unidos. Neste momento, em que os principais medias americanos assimilam a China à Rússia, pelo facto de o país asiático não ter alinhado nas sanções decorrentes da guerra na Ucrânia, e vendem a ideia de que os dois países estão a construir um bloco anti-americano, as coisas parecem estar a piorar significativamente para a comunidade chinesa residente nos EUA. Assim, antes que aconteça alguma desgraça, a eles ou aos seus filhos, muitos estão a abandonar o país. Hoje Macau com Wall Street Journal e agências
“AChina fornecerá condições conve nientes e serviços de qualidade para que os talentos estrangeiros aqui trabalhem e dará mais apoio ao seu ambiente de pesquisa e plataformas de inovação”, disse o pri meiro-ministro chinês, Li Keqiang, na passada sexta -feira, no Grande Palácio do Povo, em Pequim, quando se reuniu com especialistas estrangeiros que receberam o Prémio Amizade 2022, concedido anualmente pelo governo chinês para home nagear especialistas estran geiros na China.
Li elogiou as contribui ções feitas por especialistas estrangeiros na reforma,
Entretanto, na China...
Li Keqiang promete “condições convenientes para talentos estrangeiros”
abertura e intercâmbio entre a China e os países estrangei ros. “A China ainda é o maior país em desenvolvimento do mundo e a sua modernização continua a ser uma tarefa longa e árdua”, observou Li, acrescentando que “não importa como possa mudar a situação internacional, a China concentrar-se-á em administrar bem os seus assuntos e garantir uma boa vida para o povo chinês”.
“Este ano, devido ao impacto de factores inespe rados, a economia chinesa enfrentou uma nova pres
são descendente mas, no geral, tem mostrado uma recuperação firme”, disse ainda. “Temos a confiança e a capacidade de manter a
economia a operar dentro de um nível razoável e de pro mover um desenvolvimento económico sustentado e sólido”, afirmou.
Salientando que a China atribui o seu rápido desen volvimento à reforma e aber tura, Li indicou que a China vai continuar a aprofundar a reforma, abrir ainda mais e injectar um forte impulso ao crescimento.
“Vamos aprofundar continuamente as refor mas para delegar poder, agilizar a administração e optimizar os serviços go vernamentais, tratar todos os tipos de entidades de mercado com igualdade e moldar um ambiente comercial internacional orientado para o mercado e baseado na lei”, disse ele. Li manifestou que a China dá as boas-vindas aos espe cialistas estrangeiros para
que participem do esforço de modernização da China de várias maneiras.
Os premiados agradece ram a Li e ao governo chinês, expressando a vontade de continuar a contribuir para o desenvolvimento da China e para o intercâmbio entre a China e o resto do mundo.
Este ano, 49 especialistas estrangeiros de 21 países receberam o prémio.
O Prémio Amizade é o máximo reconhecimento para os estrangeiros que deram destacadas contri buições ao esforço de mo dernização da China. Desde seu estabelecimento em 1991, 1.848 especialistas estrangeiros receberam o prémio.
Sinergia de Macau Associação apela a respeito de direitos e liberdades
A Associação de Sinergia de Macau apelou ao Go verno para que respeite os direitos e liberdades dos cidadãos, como protegido na Lei Básica e no Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, no âmbito da revisão da Lei de Segurança Nacional. A posição foi tomada ontem através de um comunicado, onde se defendeu que a “vasta maioria dos residentes ama o país e Macau”. De acordo com o mesmo comunicado, as críticas feitas ao Governo são um sinal da dedicação ao país, pelo que a direcção da associação pediu ao Governo que respeite a pro messa feita durante a consulta pública de proteger e os direitos e liberdades, incluindo os direitos de expressão, liberdade de imprensa, direitos de reunião e manifestação e de criticar o Executivo.
Flexibilidade de bambu
A aplicação do princípio “Uma País, Dois Sistemas” entrou numa nova fase. Durante o discurso de Celebração do 73.º Aniversário da Implantação da República Popular da China, Ho Iat Seng referiu que a segurança nacional é o “princípio supremo” da política “Um País, Dois Sistemas”
OChefe do Execu tivo da RAEM afirmou no dia em que se ce lebrou o 73.º Aniversário da Implantação da Repúbli ca Popular da China que a aplicação do princípio “Um País, Dois Sistemas” entrou “numa nova fase”.
“Devemos estar sem pre cientes de que a defesa da soberania, da seguran ça e dos interesses de de senvolvimento do estado é o princípio supremo da política ‘Um País, Dois Sistemas’. Actualmente, a revisão da «Lei relativa à defesa da segurança do Estado» decorre de forma ordenada, o que traduz a implementação deste princípio supremo e a melhoria contínua da política ‘Um País, Dois Sistemas’”, afirmou Ho Iat Seng.
DA FÁTIMA
MEIRA
A família enlutada de Maria da Fátima Lei Meira cumpre o doloso dever de informar que este seu ente querido faleceu no dia 30 de Setem bro, no Hospital Conde de S. Januá rio, aos 90 anos de idade.
Deixou filhos, genros, noras, ne tos e bisnetos.
Comunica ainda que, no dia 6 de Outubro, quinta-feira, pelas 18:00 horas, vai realizar-se a missa do 7º dia, na Igreja da Sé Catedral e a missa de corpo presente, no dia 7 de Outubro, sexta-feira, pelas 20:00 horas, na Casa Mortuária Diocesana.
O funeral vai decorrer no dia se guinte no Cemitério de S. Miguel Ar canjo, precedido de missa de corpo presente, pelas 11:00 horas.
A quantos se queiram associar a estes piedosos actos, a família agra dece antecipadamente.
Num discurso pro ferido no auditório do Complexo da Platafor ma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, o Chefe do Executivo citou várias vezes Xi Jinping, uma delas recordando que o Presidente apontou que, “tanto a história como a realidade nos
dizem que uma revolu ção social requer, de um modo geral, um longo processo histórico para que seja alcançada a vitória final”.
O líder do Governo de Macau apelou ao re forço da confiança, face às mudanças verificadas no mundo, para enfren tar as dificuldades, e no “ânimo para escrever “um novo capítulo na
prática ‘Um País, Dois Sistemas’, contribuindo para o sucesso da reali zação do 20.º Congresso Nacional do Partido Comunista da China e para a concretização da grande revitalização da nação chinesa”.
Complexidade e dinamismo
Como não poderia dei xar de ser, a pandemia
ocupou parte do discurso de Ho Iat Seng que in dicou que durante este ano Macau tem vivido “uma conjuntura com plexa caracterizada por mudanças inéditas nos últimos 100 anos que se cruzam com a pandemia do século”.
Segundo o Chefe do Executivo, os desafios trazidos pela covid-19 aprofundaram a “cons
ciência dos compatriotas de Macau da íntima liga ção de Macau à pátria”.
“Perante a volatilidade da pandemia, foi com o carinho e a orientação do Governo Central que o Governo da RAEM se manteve firme na prosse cução da política geral de ‘dinâmica zero’, contendo a propagação da pandemia, e lançou oportunamente uma série de medidas para fomentar o emprego, estabilizar a economia e garantir o bem-estar e a mitigação constante das di ficuldades da população”.
Após agradecer a colaboração e apoio de todos os residentes de Macau no esforço para conter o surto que come çou a 18 de Junho, Ho Iat Seng destacou que o seu Governo “não deixou de lado os trabalhos de promoção contínua da diversificação adequada da economia”. Nesse domínio, o Chefe do Executivo realçou a en trada no “novo capítulo na história da construção da Zona de Coopera ção Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”. João Luz
COVID-19 HO REITERA QUE ABERTURA COM HK DEPENDE DA CHINA
APESAR de o relaxamento das restrições fronteiriças com entre Macau e Hong Kong serem benéficas para a RAEM, o Chefe do Executivo reiterou que não estão reunidas as condições para haver reciprocidade entre os dois territórios. Em declarações prestadas à margem das come morações do 73.º aniversário da Implantação da República Popular da China, Ho Iat Seng sublinhou que “Macau tem de
continuar a ser unânime com as medidas de prevenção epidémica do país”. Porém, se no futuro as autoridades do Interior da China aliviarem as restrições de passagem transfronteiriça ou reduzirem os dias de quarentena para quem chega de Hong Kong, “aí a ligação entre as duas regiões administrativas especiais poderá voltar a ser mais facilitada”.
Ho Iat Seng lembrou ainda que, “actualmente, há cerca de 100
residentes de Hong Kong por dia a cumprirem quarentena em Macau, enquanto a RAEHK já aliviou as restrições para os residentes da RAEM que se deslocam até lá, não exigindo quarentena à entra da”. Factos que levam o Chefe do Executivo de Macau a concluir que “a ligação entre os dois territórios nunca chegou a ser suspensa”.
Em relação à validade dos testes de ácido nucleico para a passagem transfronteiriça com o
Interior da China, o governante afirmou que devido à grande circulação de pessoas durante a Semana Dourada, “a prevenção e controlo da situação epidémica têm de ser mais rigorosos”. Ain da assim e apesar de o Interior da China ter interrompido excur sões com travessias transfrontei riças durante três anos, Ho Iat Seng sublinhou que Macau vai tornar-se no primeiro destino de turismo para excursões. J. L.
Subir a parada
5 DE OUTUBRO CASA DE PORTUGAL ASSINALOU DATA
ACasa de Portugal em Macau (COM) assinalou ontem o 112º aniversário da implementação da República em Portugal, que aconteceu a 5 de Outubro de 1910. Segundo a TDM Rádio Macau, a efeméride foi celebrada na Casa de Vidro do Tap Seac com um acto “simples, mas simbólico” da entre ga dos prémios aos melhores alunos de língua materna portuguesa e chinesa das várias universidades e escolas do território.
“Temos sempre assinalado esta data, primeiro com a entrega do pré mio aos melhores alunos de língua materna portuguesa e chinesa do ensino secundário, da Universidade de Macau, da Universidade Politéc nica, numa tentativa de valorizar o trabalho dos alunos que se interes sam pelo português. Durante vários anos fizemos eventos para assinalar o 5 de Outubro, como exposições ou concertos, mas devido às condicio nantes da pandemia e económicas passamos a restringir-nos à entrega dos prémios. É uma maneira limi tada, mas é o que podemos fazer. Não queremos deixar de fazer dada a importância que damos à data em si e à divulgação da língua”, disse Amélia António, presidente da CPM.
Desemprego Taxa subiu para 5,5 por cento
O secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, revelou que no final do terceiro trimestre a taxa de desemprego subiu para 5,5 por cento. O reconhecimento da situação aconteceu à margem das celebrações do 73.º aniversário da implantação da República Popular da China. Segundo o secretário, a subida da taxa de desemprego foi justifi cada pelo surto pandémico de covid-19 que afectou a RAEM em Junho deste ano. Ainda assim, Lei Wai Nong destacou que o Governo ajudou mais de 4.800 pessoas a encontrar trabalho e que ao longo deste mês há intenção de preencher mais 1.500 vagas de emprego para jovens. Por outro lado, o secretário para a Economia e Finanças sublinhou que o número de trabalhadores não-residentes continua a diminuir.
No encontro com o Chefe do Executivo, Pereira Coutinho, pre sidente da Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), sugeriu a distribuição de apoios financeiros e o aumento do valor do subsídio de desemprego
Coutinho traça um cenário semelhante: “Além de não serem razoavelmente compensados, os funcionários que prestaram trabalho extraordinário, durante o combate à pandemia, viram-se também confrontados com a situa ção injusta de terem de devolver as suas horas extraordinárias, ou de terem de compensar os serviços pelas horas extraordinárias já usu fruídas”, consta no comunicado.
“Um grande número de tra balhadores da linha da frente, e de base, estão agora a enfrentar condições financeiras muito difíceis e mal conseguem fazer face às despesas diárias das suas famílias” é acrescentado.
Chefe agradecido
Por sua vez, o Gabinete de Co municação Social, emitiu um comunicado a afirmar que Ho Iat Seng “agradeceu as opiniões e su gestões apresentadas pela ATFPM” e prometeu que as mesmas vão ser analisadas “com toda a seriedade, servindo de referência para a ela boração das linhas de acção gover nativa para o ano financeiro 2023”.
A ATFPM pede o aumento do subsídio de desemprego para 200 patacas diárias, durante todo o ano, o que significaria cerca de 6.000 patacas por mês e 73.000 patacas por ano
JOSÉ Pereira Coutinho, deputado e presidente da Associação de Trabalha dores da Função Pública de Macau (ATFPM), defende a distribuição de um cheque pecuniário de 15 mil patacas para residentes permanentes. O legislador levou esta proposta à reunião com Ho Iat Seng, no âmbito das Linhas de Acção Governativa para o próximo ano.
Devido ao crescimento do de semprego e layoffs, situação que se arrasta há mais de dois anos, Coutinho justificou a necessidade de proteger a população com a “atribuição de comparticipação pecuniária no valor de 15 mil
patacas”. Na óptica do deputa do, a medida permitiria “aliviar a pesada pressão financeira dos residentes face às despesas e ajudá-los a fazer face aos desafios impostos pela pandemia”.
Pereira Coutinho apelou tam bém ao aumento do subsídio de desemprego. Segundo o modelo actual, os desempregados podem receber 150 patacas por dia, ao longo de 90 dias, o que equivale a 13.500 patacas por ano. AATFPM pede o aumento do subsídio de desemprego para 200 patacas diárias, durante todo o ano, o que significaria cerca de 6.000 patacas por mês e 73.000 patacas por ano
Outras das sugestões, “para evitar o despedimento arbitrário
de grande número de trabalhado res”, é o aumento da penalização para as empresas que recorram ao despedimento sem justa causa. Contudo, no comunicado divul gado pela associação não foram revelados os valores propostos.
Horas extraordinárias
No texto partilhado em nome da ATFPM foi ainda pedido que fos se esclarecida a confusão criada com o pagamento das horas extra durante o surto que começou a 18 de Junho. Recorde-se que recen temente foi revelado que vários funcionários receberam o paga mento das horas trabalhadoras, mas depois tiveram de devolver o dinheiro.
Segundo o comunicado, o Chefe do Executivo não men cionou em específico nenhuma das propostas, mas “reconheceu o esforço dos trabalhadores da função pública desde o surgimen to da covid-19”, destacando que permaneceram “firmes nos seus postos, a desempenharem as suas funções, a combaterem unidos a epidemia e trabalharem em prol da revitalização da economia local”.
Por seu turno, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, presente no encontro, revelou que a revisão do Estatuto das carreiras dos trabalhadores dos serviços públicos deve ter uma ponderação global e que os trabalhos de fusão das carreiras de assistente técnico administrativo e de adjunto técnico se encontro em curso. João Santos Filipe
EM MACAU
Pequenos grandes passos
A Agência Espacial
Chinesa abriu um programa de recrutamento de astronautas que inclui uma vaga para um residente de Macau de nacionalidade chinesa. Além dos requisitos académicos e físicos, os candidatos devem amar a pátria e apoiar o princípio “Um País, Dois Sistemas”
AChina Manned Space Agency vai recrutar en tre 12 a 14 astronautas de reserva para futuras missões espaciais, dois deles serão seleccio nados em Macau e Hong Kong.
Um dia depois do anúncio, foram apresentados na segunda-feira os requisitos básicos do “programa de selecção em Macau de especialista em carga útil”, o posto técnico que será preenchido por um profis sional da RAEM. A apresentação foi organizada pelo Gabinete de Engenharia Espacial Tripulada da China, implementada pelo Centro de Formação em Estudo Científico de Astronautas da China, coordenada pelo Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado e co-organizada pela Autoridade de
As inscrições estão abertas até ao dia 17 de Outubro. Os requisi tos de candidatura, publicados na página da Autoridade de Aviação Civil de Macau, indicam que os candidatos da RAEM devem ser residentes permanentes de na cionalidade chinesa, com idades compreendidas entre 30 e 45 anos. É exigido aos candidatos de sexo masculino que tenham alturas entre 162cm e 175cm, e às candidatas alturas entre 160cm e 175cm.
Em termos de formação aca démica, é exigido doutoramento e experiência de, pelo menos, três anos em “áreas como biologia, me dicina, psicologia, ciência dos ma teriais, física, química, engenharia
biomédica, engenharia mecânica, engenharia eléctrica, astronomia, entre outras disciplinas”. Além disso, os candidatos devem ser proficientes em chinês e inglês e ter bom domínio do mandarim.
Os requisitos físicos exigem boas condições física e ausência de aler gias. “Os candidatos devem indicar
“Se virmos os
astronautas anteriores, além de serem profissionais, muitos também eram militares. A exigência física é muito alta.”
JOSEPH HUN-WEI LEE PRESIDENTE DA MUSTDIA DO IDOSO CELEBRAÇÃO COM HISTÓRIAS E FOTOGRAFIAS
OInstituto de Acção Social (IAS) realiza, até ao dia 25 deste mês, uma actividade online de partilha de histórias e fotogra fias de residentes e a sua relação com os mais velhos, a fim de cele brar o “Dia do Idoso da RAEM”, efeméride que acontece no nono dia do nono mês do ano lunar.
Todos os residentes que tenham completado 12 anos, são convi dados a partilhar estas histórias e
imagens na página da actividade na rede social Facebook, sendo que a ideia é a partilha “de uma pequena história alegre, interes sante ou impressionante sobre a coexistência com idosos durante a epidemia”. Irá depois decorrer uma selecção dos melhores tex tos e imagens, com a lista dos premiados a ser divulgada a 24 de Novembro. Serão escolhidos 50 premiados, sendo que cada
um receberá do IAS um cupão para compras no supermercado no valor de 500 patacas.
O objectivo desta iniciativa é a transmissão “de histórias de amor sobre a coexistência com idosos”, pretendendo-se “encorajar a sociedade a dar mais atenção e carinho aos idosos e a fazer-lhes companhia, construindo assim o amor transgeracional e uma comunidade carinhosa”.
tos essenciais são extensíveis aos familiares dos candidatos.
Além dos dois recrutados nas regiões administrativas especiais, para preencher entre cinco a seis vagas de engenheiros espaciais e especialistas em carga útil, a China Manned Space Agency irá recrutar entre sete e oito pilotos de naves espaciais entre quadros das forças armadas. O período de recrutamento deve durar cerca de um ano e meio.
Em Macau, as autoridades destacaram a posição de vantagem da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla em inglês), onde funciona o Laboratório de Referência Estatal Chinês para as Ciências Lunares e Planetárias, que tem colaborado com instituições do Interior na corrida nacional ao espaço.
O presidente da universidade, Joseph Hun-wei Lee, destaca a co laboração com o Lanzhou Institute of Physics, que resultou em análises de carga realizadas em Macau para missões espaciais. “Também fizemos a previsão meteorológica quando o rover da Tianwen-1 posou em Mar te. Estas colaborações constantes que vamos acumulando são uma vantagem para Macau, francamente falando quando comparado com Hong Kong”, afirmou o presidente da MUST ao Canal Macau da TDM.
se têm historial familiar de doenças que possam afectar a missão espacial. Além disso, “a acuidade visual de ambos os olhos não pode ser inferior a 0,1”, se o candidato recorre a cor recção visual, “a acuidade visual não for inferior a 0,8”, sem deficiência na detecção de cores”. A boa saúde mental é também mencionada como requisito físico.
Amor na terra
O segundo requisito de candidatura para o cargo de “especialista em carga útil” implica o “amor a pátria e apoio ao princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, “respeito pela Consti tuição da República Popular da China e Lei Básica da RAEM”. Os candidatos “não podem ter registo criminal e devem estar dispostos “a dedicarem-se à missão espacial tripulada”. Este grupo de requisi
No capítulo das dificuldades, Joseph Hun-wei Lee realçou os exigentes exames físicos e psico lógicos para participar nas missões espaciais chinesas. “Se virmos os astronautas anteriores, além de se rem profissionais, muitos também eram militares. A exigência física é muito alta. Assim, para Macau, além de ser preciso conhecimento em ciências aeroespaciais e ser capaz de realizar investigações no espaço, há exigências físicas e psicológicas que acredito poderem ser um desafio”, acrescentou. Para ajudar na prepa ração física, a MUST está disposta a apoiar os candidatos com treinos para os exames.
Depois de enviar 14 astronau tas em missões espaciais, a China começa agora a quarta ronda de recrutamento. Os candidatos selec cionados em Macau e Hong Kong vão receber formação durante cerca de dois anos no Interior da China. João Luz
Covid-19 Registados cinco casos importados
Registaram-se, na segunda-feira, cinco casos impor tados de covid-19, referentes a dois homens e três mulheres, com idades compreendidas entre os 25 e os 74 anos de idade. Segundo uma nota do Centro de Coordenação e de Contingência do novo tipo de coronavírus, os casos em questão são de pessoas que viajaram para Macau das Filipinas, Portugal, Taiwan e Hong Kong. As autoridades detectaram ainda um caso de recaída relativo a um homem de 44 anos que viajou de Taiwan. Todas estas pessoas foram encaminhadas para isolamento médico no centro clínico de saúde pública do alto de Coloane.
DST MÉDIA DE VISITANTES PRÓXIMA DOS 30 MIL POR DIA
NOS primeiros quatro dias da Semana Dourada, a média diária de visitantes a entrar em Macau foi de 29.309, de acordo com a Direcção de Serviços de Turismo (DST). Os números estão próximos da estimativa de 30 mil visitantes por dia avançada pela DST.
“Nos primeiros quatro dias da semana dourada entraram em Macau 117.189 visitantes, numa média diária de 29.297 visitantes. O valor representou mais 2.172,8 por cento em com paração com a média do núme ro de visitantes diário (1.289) registado na semana dourada pelo 1 de Outubro em 2021, e mais 49,5 por cento em relação à média diária de Setembro de 2022 (19.601)”, afirmou a DST sobre os números.
De acordo com a mesma fonte, a entrada de 37.442 turis tas no primeiro dia de Outubro significa que foi “o segundo dia com mais visitantes diários” este ano.
Após a entrada de 37.442, no dia seguinte o número de entradas desceu para 28.235 visitantes, e 25.852 a 3 de Outubro. No dia 4, houve uma nova queda nas entradas, para 25.706 visitantes.
Por outro lado, a taxa de ocupação hoteleira dos primei ros três dias do mês foi de 80,6 por cento. “A taxa de ocupação média dos estabelecimentos hoteleiros de 1 a 3 de Outubro foi de 80,6 por cento, mais 32,5 pontos percentuais em relação à taxa de ocupação média dos três primeiros dias da semana dou rada pelo 1 de Outubro de 2021 (48,1 por cento)”, foi revelado pela DST. “O preço médio por quarto dos estabelecimentos hoteleiros foi de 957,7 patacas, marcando um aumento de 23,9 por cento, em comparação com os três primeiros dias da semana dourada pelo 1 de Outubro de 2021”, foi acrescentado.
DE SETEMBRO
Copo mais vazio
Com um valor de 2,96 mil milhões de patacas as receitas dos casinos re gistaram em Setembro mais uma quebra, agora de 49,6 por cento face ao período homólogo de 2021. Em relação a Agosto, as receitas referentes ao mês passado cresceram
EM Setembro deste
ano, os casinos de Macau encaixaram
2,96 mil milhões de patacas, que repre sentou uma quebra de 49,6 por cento face ao período homólogo, dado que no ano passado os casinos tinham apurado re ceitas de 5,88 mil milhões de patacas. Os números foram revelados no sábado pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ).
Porém, as receitas cres ceram 35,3 por cento, em comparação com Agos to deste ano, quando o montante deixado pelos apostadores nos casinos do território tinha sido de 2,19 mil milhões de patacas.
Em relação aos primei ros nove meses do ano, as estatísticas dão conta de uma quebra nas receitas de 53,1 por cento, de 67,79 mil milhões de patacas, para 31,82 mil milhões de patacas, entre Janeiro e Setembro deste ano.
No início de Setembro a RAEM voltou a autori zar a entrada de viajantes com a nacionalidade de 41
países, além dos que têm nacionalidade chinesa e portuguesa. Apesar disso, todos os que vêm de fora, e ao contrário do que aconte ce com as pessoas vindas do Interior, continuam obriga
dos a cumprir quarentena, de pelo menos sete dias.
Copo meio cheio Se, por um lado, os núme ros mostram que as receitas continuam em níveis infe
riores aos do ano passado, por outro, a agência de notação financeira Fitch Ratings, mostra-se confian te no mercado local.
No entanto, Colin Mansfield, líder do depar
Estoril Sol procura concessão
A empresa apresentou uma proposta com valor mais baixo do que concorrente
AS propostas para a concessão da exploração das zonas de jogo do Estoril e Figueira da Foz foram abertas na segunda-feira e encontram-se, “nes te momento”, em fase de “análise”, divulgou o Ministério da Economia e Mar do Governo português.
Em comunicado, o ministério tutelado por António Costa Silva refere que “o prazo para a apresen tação de propostas para a concessão da exploração das zonas de jogo do Estoril (casinos do Estoril e de Lisboa) e da Figueira da Foz
terminou na passada sexta-feira, dia 30 de Setembro”.
A Estoril Sol, fundada por Stanley Ho e liderada actualmente por Pansy Ho, apresentou proposta para a concessão da zona de jogo do Estoril e revelou que foram apre sentadas duas candidaturas neste âmbito, de acordo com um comu nicado enviado posteriormente à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
“Na sequência do anúncio do concurso público internacional para atribuição da concessão da
Zona de Jogo do Estoril, publicado no D.R. [Diário da República], de 19 de Agosto de 2022, a Estoril -Sol, SGPS, SA, informa que no dia de hoje, 03-10-2022, o júri do concurso procedeu à publicação da lista de propostas, verificando-se que há duas propostas submetidas na plataforma electrónica do con curso”, referiu a empresa.
Valor inferior O grupo informou que “a propos ta concorrente apresenta, na sua globalidade, um valor superior ao
tamento do Sector de Jogos, Hotelaria e Lazer dos EUA, acredita que o mercado lo cal está consolidado e que assim que forem levantadas as restrições de circulação Macau vai voltar a assumir -se como o principal merca do do jogo do mundo.
“As outras jurisdições do jogo mostraram uma procura e recuperação fortes, logo que as res trições de viagem foram levantadas, sendo esta a razão que leva a que Macau esteja atrasada em rela ção ao resto do mundo”, indicou Colin Mansfield.
“No longo prazo, a Fitch continua a acreditar que Macau vai ter o maior mer cado do jogo do mundo e que não vai perder a quota de mercado para outras jurisdições concorrentes da região Ásia-Pacífico”, acrescentou.
COLIN MANSFIELD FITCH RATINGSA Fitch argumenta ain da que Macau tem duas grandes vantagens em relação a outras jurisdi ções, que passam pela proximidade com o Interior e o facto de ter quase 40 casinos, prontos para servir diferentes tipos de clientes.
João Santos Filipe
da proposta apresentada” pela sua subsidiária Estoril Sol (III) S.A., adiantando “que irão decorrer ago ra os prazos para que o júri analise e avalie as propostas apresentadas”.
Os contratos de concessão dos dois casinos tinham terminado no final de 2020, mas foram prolon gados por dois anos devido ao impacto da pandemia.
Em 19 de Agosto, os anúncios dos concursos para as concessões dos casinos do Estoril e da Figueira da Foz foram publicados em Diá rio da República, prevendo uma duração contratual de 15 anos, re nováveis por cinco anos. O casino Estoril é explorado pela Estoril Sol e o da Figueira da Foz concessio nado à Amorim Turismo.
“As outras jurisdições do jogo mostraram uma procura e recuperação fortes, logo que as restrições de viagem foram levantadas.”
A Via do Meio
A PARTIR do século XVI, podemos afirmar que foi através dos portugue ses, nomeadamente padres jesuítas, que a China foi sendo cada vez mais conhecida e discutida na Europa. O “Tratado das Cousas da China”, es crito por Frei Gaspar da Cruz (15201570) e publicado em Évora em 1569 “é, tanto quanto hoje se sabe, o pri meiro texto impresso integralmente dedicado ao Celeste Império”, lê-se na introdução de uma edição portuguesa de 2019, efectuada pela Universida de do Porto. Muitos outros textos se seguiram, como os curiosos diálogos que constituem o “Excelente Tratado” (1590), de Duarte Sande e Alessan dro Valignano, e também as cartas originárias da própria China, escritas por esses sacerdotes missionários. Lembramos também aqui, a título de exemplo, as importantes “Relação da Grande Monarquia da China” (1637), de Álvaro Semedo, SJ, seguida pela “Nova Relação da China” (1668), de Gabriel de Magalhães, SJ. Se a primei ra é, no dizer de António Aresta, “uma das obras magnas do amanhecer da sinologia europeia”; a segunda foi ad mirada por toda a Europa culta pela sua minúcia e extensão.
Resumindo, foi em grandíssima parte pela mão de portugueses, ain da que grande parte deles escrevesse em latim, que a China foi aos poucos ocupando um lugar importante no imaginário intelectual europeu. Infe lizmente, a partir de finais do século XVIII a sinologia em língua portu guesa conheceu um longo período de pousio, cujas razões não vamos aqui dissecar. Em Macau, durante o século XX, assistimos à republicação das re feridas obras, feita graças aos esforços solitários de Luís Gonzaga Gomes e, na década de 90, sob a égide do Ins tituto Cultural de Macau. Contudo, se estas obras fundamentais foram de novo impressas, algumas delas pela primeira vez em língua portuguesa, pouco ou nada foi feito para estimular os estudos sinológicos. Tem sido, so bretudo, no Brasil que têm surgido es tudos sobre a China em língua portu guesa, estando agora, no século XXI, a academia portuguesa a despertar de décadas de apatia e desinteresse por esta área de estudos.
Sem pretensões excessivas, desde o seu aparecimento em 2001, que o Hoje Macau tem divulgado nas suas páginas temas relacionados com a Cultura Chinesa em língua por tuguesa. Publicámos traduções de poemas, de textos fundamentais do pensamento chinês, cuja tradução estimulamos e que vamos vertendo em livros através da editora Livros do Meio, estudos de Macau (que consi deramos integrantes da sinologia em português), artigos sobre mitologia, antropologia, história, etc..
Esperamos que os nossos leitores sigam estes trabalhos com o interesse que merecem, pois acreditamos que é através do conhecimento mútuo que os povos criam laços mais duradouros e se evitam muitos mal-entendidos
Porém, entendemos que chegou a altura de intensificar este nosso pro pósito. Para isso criámos esta nova secção, intitulada “Via do Meio”, que diariamente apresentará aos nossos leitores artigos e traduções pela pena de alguns dos sinólogos que se expressam em língua portu guesa, bem como entrevistas com estes especialistas, a propósito dos seus trabalhos.
Aproveitando estes textos, será pu blicada bimensalmente uma revista com o mesmo título, “Via do Meio” (em formato digital) que, ao que sa bemos, será a primeira do género na língua de Camões.
Esperamos que os nossos leitores sigam estes trabalhos com o interesse que merecem, pois acreditamos que é através do conhecimento mútuo que os povos criam laços mais dura douros e se evitam muitos dos mal -entendidos que, naturalmente, sur gem quando diferentes civilizações se encontram, sobretudo hoje, neste espaço, partilhado e cada vez mais exíguo, a que chamamos Terra.
Wang Jun, duas páginas do álbum “Legado dos
Pedras de sonho das paisagens
RUAN YUAN (1764-1849) cum prindo as suas funções de funcio nário imperial iria desde a sua terra natal de Yizheng perto da grande cidade de Yangzhou (Jiangsu) até às mais díspares regiões, algumas tocando as fronteiras do Império Qing, criando no espaço e no tempo uma intrigante figura luzente. De senhada a partir das suas origens humildes ao Grande Secretariado em Pequim, escorada na convicção confuciana do homem justo e da sua virtude, também vislumbrou o indizível da arte.
Governador da Província de Guandong entre 1817 e 1826 to mou acções decisivas no combate ao comércio do ópio tendo esten dido a sua acção até Macau onde, em 1821, terá ordenado a prisão de vários traficantes. Mas a sua curiosidade estendeu-se aos co nhecimentos dos estrangeiros, ao publicar um estudo biográfico so
bre astrónomos e matemáticos da dinastia que incluiu trinta e sete missionários Europeus que vive ram no Império e escreveram sobre o assunto.
Em 1820 em Cantão, fundou a notória Academia do Oceano da Erudição (Xuehai Tang). O pintor Wang Jun (1816- depois de 1883) interrogou o seu enigma vital nos locais por onde ele caminhou. No álbum Legado dos feitos de Ruan Yuan em dez cenários pintados (tinta e cor sobre papel, 27,9 x 33,7 cm, no Metmuseum) escre
Nessas pedras cortadas em fatias, conservando os veios, o obsevador podia recriar na sua imaginação o aspecto de uma paisagem e escrever na margem uma anotação
POEMAS DE SU DONGBO
苏轼 Su Shi, ou苏 东坡 Su Dongbo, é considerado o maior poeta da dinastia Song (960-1279) e um dos maiores de toda a poesia chinesa, ao lado de Li Bai e de Du Fu. Nasceu em Meishan, em 1037, na província de Sichuan. A sua figura corresponde ao ideal do letrado/mandarim da velha China, poeta e prosador, calígrafo e pintor, homem político e criador de jardins. Crítico dos poderosos do império, conheceu mais de uma dezena de despromoções e exílios. A sua poe sia, imaginativa, rica de cores e tonalidades, influenciada pelo budismo禅 chan (o zen japonês) desdobra-se por excelentes descrições da natureza e também pelos temas da amizade e do amor.
sonho e a intuição
de Wang Jun
veu na última folha: «No meio do Inverno de 1883 o neto do mes tre, Jingcen, trouxe-me um álbum para pintar, assim reuni passa gens das “Notas do barco de um imortal” (Yingzhou Bitan) que ele compilou e que poderiam ser re presentadas em pinturas e apre sentei-as nas páginas precedentes para sua instrução.» Essas passa gens referem lugares como a Tor re Wenxuan onde «o mestre não apenas erigiu uma torre a Oeste do templo da sua família, exclu sivamente para guardar os seus livros mas também escreveu um ensaio sobre ela.»
Wang Jun referia assim o apego de Ruan Yuan aos livros, sendo iné ditas as bibliotecas que ele promo veu bem como as reuniões de ob jectos artísticos que prolongavam a sua colecção pessoal e que foram pioneiras da ideia de um «mu seu» em templos célebres. Deles
faziam parte as «pedras de pintu ra» (huashi) ou «pedras de sonho» (mengshi) da montanha Cangshan, na área de Dali, que ele coleccio nava desde que fora governador de Yunnan (1826-35).
Nessas pedras cortadas em fa tias, conservando os veios, o obse vador podia recriar na sua imagina ção o aspecto de uma paisagem e escrever na margem uma anotação. Num rolo vertical (tinta sobre pa pel salpicado de ouro, 164,5 x 40,7 cm, no Smithonian) ele caligrafou um poema evocando Su Shi, que começa: «Pedras de pintura de Tai cang assemelham-se a multidões de nuvens,/ O engenho humano não alcançaria a majestade da arte do Céu./ As caravanas de flores e pe dras terminaram e o rio Bian conge lou,/ O estúdio do Lago de neve foi destruído, as nuvens escureceram, o mestre Su há muito partiu e a sua pedra também.»
FIM DA FLORESTA, RESPLANDECE A MONTANHA
a floresta, resplandece a montanha, os bambus escondem um muro feito pelos homens. O canto das cigarras na erva murcha, junto ao lago, pássaros brancos em círculos no céu aparecem, desaparecem. Lótus vermelhos reflectem-se na água, soltam perfumes, uma muralha antiga rodeia um velho lar. Lentamente, apoiado no bastão, caminho para o sol poente, de súbito, uma chuva cai, ilumina o céu, Sempre a incerteza no avançar do tempo, o final do dia envolto em espasmos de frescura.
NÉVOAS DE LUSHAN, MARÉS DE ZHEJIANG
Névoas de Lushan, marés de Zhejiang. Antes da viagem, nostalgias mil, depois da viagem, o crescer dos dias. Névoas de Lushan, marés de Zhejiang.
“Houve confiança do Imperador
Foi lançado, em Portugal, o livro “Tomás Pereira e o Imperador Kangxi – Um Diálogo entre a China e o Ocidente”, da autoria de Tereza Sena, historiadora e ex-residente de Macau. Trata-se de uma narrativa histórica, com elementos ficcionais, do percurso do jesuíta português até à China e da relação especial que estabeleceu com o Imperador Kangxi
Quando começou o projecto para a construção desta narrativa his tórica?
Tudo partiu de um convite da embaixa da de Portugal em Pequim, na pessoa de José Augusto Duarte [ex-embaixa dor] que fez uma proposta à Universi dade de Macau em prol de uma maior divulgação da figura de Tomás Pereira. Este não é um trabalho académico, mas sim uma narrativa histórica des tinada ao grande público. É uma obra síntese sobre Tomás Pereira, que é ainda desconhecido. Na altura, fiquei em Macau mais algum tempo e fui en quadrada na Universidade de São José
com o objectivo principal de escrever esta obra, que poderá ser traduzida para chinês e para inglês.
Decidiu então escrever sobre a re lação próxima que Tomás Pereira teve com o imperador Kangxi. Esta foi a forma de abordar [o tema] e trazer um pouco para o lado português as relações sino-ocidentais e o papel de Macau, bem como os aspectos da acção dos missionários, com especial destaque para os jesuítas, devido ao papel que tiveram na corte imperial. Há todo um trabalho académico que foi feito sobre Tomás Pereira, sobretu do em 2008, uma série de iniciativas comemorativas dessa personalidade, quando se celebraram os 400 anos do seu falecimento. Nessa altura, do pon to de vista científico, ele era uma figura pouco estudada. Em toda a historio grafia, mesmo dos jesuítas, dá-se sem pre relevo a outras personalidades na corte de Pequim. Nessa altura surgiu o projecto, no seio do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), de reunir, com vários académicos, as diversas obras de Tomás Pereira, que estavam dispersas, nomeadamente as cartas.
Que trocou com que personalida des?
Dentro da própria Ordem, com os su periores e os companheiros, e temos algumas cartas trocadas com autori dades, algumas com o próprio rei de Portugal, e cartas de viagens que fez. Temos um texto, a pedido de um anti go mestre dele, o João Queirós, sobre o budismo na China. Mas esse foi um trabalho académico, aqui faço uma abordagem diferente, uma tentativa de
“Houve uma confiança que o Imperador depositou em Tomás Pereira, e é de facto uma figura de relevo nas relações sinoocidentais e é um português.”
construção de um quase romance, um guia do que foi a vida de Tomás Perei ra, mas contextualizado. Isto porque pouco sabemos dele até à sua chega da a Pequim. Tentei fazer esse ajuste biográfico, construindo uma narrativa em que o Tomás Pereira aparece como protagonista, mas não como herói. Aparecem no livro uma série de con junturas em que ele está inserido. Fui buscar textos, mesmo que não sejam do tempo do Tomás Pereira, que con textualizam a viagem marítima, a vida em Goa, a formação dos jesuítas, um pouco da história de Macau. Há depois uma segunda parte em que o protago nista entra directamente em cena e já é uma narrativa construída, mas onde fui buscar mais elementos à sua epistolo grafia [escrita de cartas]. Não só utilizei material que tinha compilado em 2008 como me socorri das Obras Completas de Tomás Pereira, que foram depois publicadas.
Porque é que Tomás Pereira foi tão importante?
Houve uma grande propaganda, por parte dos jesuítas franceses, com o Tratado de Nerchinsk [assinado em 1689], quando se conseguiu uma certa liberdade religiosa em Pequim, embo ra não fosse plena. Há que olhar para os conflitos entre as nações que exis tiam na altura. A Companhia de Jesus [a que pertencia Tomás Pereira] estava cada vez mais nacional e menos inter nacional, porque tinham membros de todas as nacionalidades. Os jesuítas eram criticados pela exclusividade da missão missionária na China por parte de outras ordens, que também queriam ter as suas missões e, como sabemos, a
A LUA, NO MEIO DO OUTONO
Ao entardecer, nuvens dispersas desaparecem, não se vêem mais montanhas, silenciosa, a Via Láctea dá a volta, na abóbada de jade.
Se nesta noite, neste nosso existir, não fruirmos prazer, mil alegrias, no próximo mês, no próximo ano, quem sabe por onde se desdobrarão as nossas vidas?
Kangxi em Tomás Pereira”
Companhia de Jesus teve a exclusivi dade, até certa altura, do trabalho mis sionário na China e no Japão. Houve a contestação dos direitos do Padroado também. Tomás Pereira foi um acérri mo defensor dos direitos do Padroado e assume um papel extremamente im portante nesse aspecto, tendo sido ata cado por muitos, acusado de estar ao serviço do Padroado. Sendo um jesuíta português de grande envergadura, e com assento na corte de Pequim, com contactos com o Imperador, ensinan do-lhe música, e sendo-lhe confiadas algumas missões importantes, mesmo ao serviço da corte...
Tais como?
Uma delas foi o papel de mediador na assinatura do tratado sino-russo [de Nerchinsk]. Foi-lhe atribuída a respon sabilidade sobre o tribunal das mate máticas, embora em conjunto com outro jesuíta. Houve uma confiança que o Imperador depositou em Tomás Pereira, que é, de facto, uma figura de relevo nas relações sino-ocidentais e é um português. Não é tão conhecido, porque todos falam do Mateus Ricci, por exemplo. Todos tinham o seu papel no seio da Companhia de Jesus, mas de facto Tomás Pereira não é uma figu ra tão popular como os outros.
Esta relação com o Imperador Kan gxi foi de facto especial.
Creio que sim, embora tenhamos de ter sempre alguma precaução. Nestas narrativas jesuíticas sobre este confli to de interesses, de contestações, de Roma e de outras ordens, sempre com as pressões nacionais por detrás, qual quer gesto do Imperador, relativamente aos jesuítas, à Missão, à própria Com panhia ou à Igreja, era exacerbado. Colocavam tudo nas cartas para que o Ocidente soubesse da sua relação pri vilegiada com o Imperador. Por isso te mos sempre de ter alguma precaução. Os pequenos gestos que são descritos, de ofertas do Imperador, por exemplo, têm de ser interpretados como sinais que o Imperador dava de estima da quelas pessoas, e que os considerava seus cortesãos, embora respeitando uma hierarquia na corte imperial.
Chegou-se a estabelecer uma es pécie de relação de amizade entre os dois?
É muito difícil de dizer, embora Tomás Pereira se tenha referido ao “grande
“A ideia é mostrar e despertar a curiosidade do leitor que não está familiarizado com estas temáticas para este tipo de relações e sobre a presença de portugueses na China, neste período, com determinados objectivos.”
amor” que o Imperador sentia por ele. Amor no sentido figurado, de res peito. A minha interpretação é que se tratou mais de uma relação de respei to e de confiança. Ao atribuir-lhe de terminadas tarefas e missões o Impe rador revela ter confiança em Tomás Pereira. Havia sempre um cerimo nial, regras. Era uma relação sempre um pouco à distância, até porque o Imperador era sempre intocável. Não havia uma intimidade entre os dois como a concebemos no Ocidente. Eles poderiam, por exemplo, inquirir mais directamente o Imperador, en quanto os restantes cortesãos tinham de fazer um requerimento.
Sente que, com esta obra, dá mais um contributo para o conhecimento da China, também, além da própria figura de Tomás Pereira?
Sim. A ideia é também essa, mostrar e despertar a curiosidade do leitor que não está familiarizado com estas temá ticas para este tipo de relações e sobre a presença de portugueses na China, neste período, com determinados ob jectivos. Perceber como se faziam os contactos, como se organizava a corte imperial chinesa e até como era o pa pel de Macau em tudo isto. Este tipo de livros praticamente não tem uma bi bliografia porque é quase ficção, ainda que seja uma narrativa histórica.
O livro tem muitos elementos fic cionados?
Alguns. A parte da viagem, por exem plo. A infância. Inspirei-me em leituras que já tinha feito e em muitos textos que são aqui utilizados, [existindo ele mentos] que fazem parte do nosso ima ginário sobre a Expansão e que nem são do tempo do Tomás Pereira. Fiz isso para mostrar, por exemplo, comoera a vida a bordo. É uma narrativa plausível, e se ele não passou exacta mente por aquilo, poderia ter passado. A ideia é dar a conhecer a vida destes homens e por isso não dei a Tomás Pe reira o papel de herói, mas sim de pro tagonista de um movimento que envol veu muitos portugueses. Não se sabe a rota exacta que fez de Macau para Pequim, e aí aproveitei elementos dos escritos do Fernão Mendes Pinto, por exemplo. Foi uma conjugação de múl tiplos textos que fazem parte da nossa memória colectiva.
TECNOLOGIA EUA QUEREM AUMENTAR RESTRIÇÕES ÀS EXPORTAÇÕES
Ogoverno dos EUA pretende aumentar as restrições de exportações de chips de última geração para a China e estuda novos limites para empresas chinesas de inteligência artificial e su percomputação, segundo meios de comunicação.
O governo do Presidente Joe Biden está a preparar novos controlos de exportação de semicondutores e máquinas para os produzir, com o objectivo de impedir que a China ad quira capacidade de desenvolver tecnologia de ponta, algo que pode anunciar esta semana, publicou ontem o The Wall Street Journal.
Esta medida somar-se-ia às novas restri ções decididas há poucas semanas a algumas exportações norte-americanas de chips.
Já o The New York Times indica que as novas medidas a anunciar por Biden destinam -se a obstaculizar as ambições de Pequim de criar a próxima geração de armas e automati zar sistemas de vigilância em grande escala.
As restrições seriam baseadas numa regra da era Trump, que visou o conglomerado das telecomunicações Huawei, ao proibir às empresas de todo o mundo que lhe enviassem produtos fabricados com tecnologia, maqui naria ou programas informáticos dos EUA.
Espera-se agora que várias empresas chi nesas, laboratórios de investigação governa mentais e outras entidades se defrontem com restrições similares às destinadas à Huawei, adiantou o The New York Times.
PUB.
A festa da fundação
OConselho de Estado da China realizou na pas sada sexta-feira uma recepção no Grande Palácio do Povo, em Pequim, para come morar o 73.º aniversário da fundação da República Popular da China. O Dia Nacional da China acontece a 1 Outubro.
A recepção contou com a presença do Partido Comunista da China (PCCh) e dos líderes do Estado Xi Jinping, Li Ke qiang, Li Zhanshu, Wang Yang, Wang Huning, Zhao Leji, Han Zheng e Wang Qishan, bem como com quase 500 convi dados nacionais e estrangeiros, informou o Diário do Povo.
Proferindo um discurso na cerimónia, o primeiro-ministro, Li Keqiang, disse que o PCCh convocará seu 20.º Congresso Nacional este ano e enfatizou o significado crucial do evento.
ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 19/P/22
Faz-se público que, por despacho da Ex.ma Senhora Secre tária para os Assuntos Sociais e Cultura, de 16 de Setembro de 2022, se encontra aberto o Concurso Público para a “Concepção e Execução de Obras de Remodelação da Sala de Radiofluo roscopia (sistema de radiofluoroscopia com tubo de raios X por cima da mesa do paciente) do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas, bem como fornecimento e instalação de equipamen tos”, cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 6 de Ou tubro de 2022, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Econo mato destes Serviços, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP129,00 (cento e vinte e nove pa tacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de paga mento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde, que se situa no r/c do Edifício do Centro Hospitalar Conde de São Januário)
Dado que o Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas está em construção, com vista a inteirar-se de todas as situações que tenham eventuais impactos na forma de execução da obra, os concorrentes devem assistir à sessão de esclarecimentos, se guida duma visita aos locais a que se destinam as respectivas obras, a ter lugar no dia 10 de Outubro de 2022, pelas 10,00 horas, no r/c do Instituto de Enfermagem do Complexo de Cui dados de Saúde das Ilhas.
As propostas serão entregues na Secção de Expediente Ge ral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 21 de Novembro de 2022.
O acto público deste concurso terá lugar no dia 22 de No vembro de 2022, pelas 10,00 horas, na “Sala de Reunião”, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau.
A admissão a concurso depende da prestação de uma cau ção provisória no valor de MOP159 780,00 (cento e cinquenta e nove mil e setecentas e oitenta patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.
Serviços de Saúde, aos 27 de Setembro de 2022.
O Director dos Serviços de Saúde
Este ano é realmente im portante no curso do desenvol vimento da China, acrescentou Li. “Face a desenvolvimentos complexos e desafiadores dentro e fora da China, toda a nossa nação, sob a forte liderança do Comité Central do PCCh com o camarada Xi Jinping no seu núcleo, avançou com dedicação e determinação”.
Garantir fundamentos eco nómicos sólidos é crucial para sustentar o crescimento cons tante da economia chinesa, notou Li, destacando que a China tomou medidas contun dentes para aliviar choques causados por factores maiores do que o esperado e introduziu prontamente e decisivamente um pacote de políticas para estabilizar a economia. “Temos
a confiança e a capacidade de manter os principais indicado res económicos dentro de uma faixa apropriada.”
Segundo o primeiro-minis tro, com a reforma e a abertura como a política fundamental da China, o país avançou com a reforma para desenvolver uma economia de mercado socialista, procurou uma aber tura de alto padrão, manteve o comércio exterior e o inves timento estável e aprofundou
a cooperação empresarial multilateral e bilateral, de modo a manter a China como um destino privilegiado para investimentos estrangeiros e alcançar um desenvolvimento em que ambos os lados ganham. Li enfatizou o compromisso de continuar com a governança para entregar benefícios ao povo.
“Um país, dois sistemas”
Sublinhando o apoio aos esfor ços para garantir a prosperidade
e estabilidade a longo prazo de Hong Kong e Macau, Li assinalou que a política de “um país, dois sistemas”, bem como as políticas de o povo de Hong Kong administrando Hong Kong e o povo de Macau administrando Macau com um alto nível de autonomia foram implementados de forma firme, plena e fiel.
Opomo-nos firmemente aos movimentos separatistas da “independência de Taiwan” e à interferência externa e pro movemos activamente o cres cimento pacífico das relações entre os dois lados do Estreito de Taiwan, disse.
Li também enfatizou os es forços que a China fez para tra balhar com outros países para enfrentar os desafios globais e promover a paz, a estabilidade, o desenvolvimento e a prospe ridade no mundo.
O primeiro-ministro termi nou o seu discurso pedindo a todos que formem uma união ainda mais próxima do Co mité Central do PCCh com o camarada Xi Jinping no núcleo, sigam a orientação do Pensamento de Xi Jinping sobre o Socialismo com Ca racterísticas Chinesas para uma Nova Era e avancem num esforço conjunto para cons truir a China como um grande país socialista moderno que é próspero, forte, democrático, culturalmente avançado, har monioso e bonito.
O vice-primeiro-ministro, Han Zheng, também membro do Comité Permanente do Bureau Político do Comité Central do PCCh, presidiu à recepção.
AVIAÇÃO JACTO CHINÊS OBTÉM CERTIFICADO PARA VOO COMERCIAL
OC919, o primeiro jacto nacional de grande dimensão da China, obteve o certifi cado do modelo, um pas so marcante para a sua operação no mercado.
A Commercial Air craft Corporation of Chi na, criadora do C919, recebeu o certificado da Administração de Aviação Civil da China (CAAC, em inglês) na passada quinta-feira. O
documento indica que o projecto do C919 atende aos padrões de aero -navegabilidade e aos requisitos ambientais. “A aprovação do certificado do modelo significa que o C919 tem o ‘certificado de entrada’no mercado da aviação civil”, disse Yang Zhenmei, funcionário da CAAC, responsável pela certificação de aero-na vegabilidade. “Também pontua um marco na capa
cidade da China de reali zar a certificação de aero -navegabilidade de aviões de grande porte em con sonância com os padrões de aero-navegabilidade internacionalmente acei tes”, acrescentou Yang. O C919 tem de obter mais dois certificados, passo que é pré-requisito para a entrada de aeronaves civis no mercado. O avião realizou seu primeiro voo, que foi considera
do “bem-sucedido”, em 2017. Nos cinco anos seguintes, o C919 fez seis voos de teste em diferen tes locais para avaliar as suas capacidades.
“O C919 passou por testes em vários tipos de ambientes naturais extremos, incluindo alta temperatura, alta humi dade, frio severo, rajadas e congelamento. O seu desempenho de segu rança, confiabilidade e
abrangente”, disse Yang.
Após a conclusão da certificação de aero -navegabilidade, uma aeronave civil precisará passar pela preparação de entrega e operação de produtos antes de ser colocada em operação comercial. O C919 tem já 28 clientes, com pe didos que totalizam 815 aviões.
A série aborda a história do cantor R. Kelly, conhecido pelo hit I Believe I Can Fly, e a forma como ao longo de 30 anos conseguiu cometer vários crimes de pedofilia e ainda criar um culto sexual. Através de relatos impres sionantes de algumas das vítimas, é possível perce ber como Kelly conseguia controlar as várias mulheres que mantinha nas suas mansões e como conseguiu evitar ser condenado por qualquer crime, mesmo depois de se ter casado com uma menor com 15 anos e de se ter filmado a urinar na boca de uma menor de 14 anos. João Santos Filipe
de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Gonçalo Waddington; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; João Romão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22,
INVESTIGAÇÃO DESVIRTUADA
O
Hoje Macau afirmou na capa da edição de 30 de Setembro de 2022, designadamente, que concluí num estudo académico que estou a realizar que os portugueses que saíram de Macau são pessoas com “dificuldade em aceitar a ‘nova era’ de Macau”, que “não se integraram na comunidade local” e “ressentidas pela perda de ‘mordomias’”, apelidando-as de “desisten tes” (manchete). Tal é falso, errado, desvirtua o meu estudo, sendo potencialmente ofensivo para aqueles que têm contribuído para a minha investigação e para a comunidade portuguesa.
Não só não retirei conclusões daquela na tureza, como, aliás, não retirei ainda quaisquer conclusões, pois a investigação encontra-se ainda em andamento. Este estudo propõe-se analisar e explicar as transformações ocorridas em Macau nos últimos dez anos (2012-2022) e reflectir sobre os seus impactos na comunidade portuguesa em Macau e na própria identidade de Macau.
O projecto que tenho levado a cabo pauta-se pela análise fenomenológica de dados qualita tivos, obtidos através da pesquisa etnográfica (observações participante e não participante,
entrevistas de profundidade, histórias de vida e grupos focais), regendo-se por normas éti cas respeitadoras dos participantes. O estudo não visa extrapolar ou generalizar a análise dos dados, nem fomentar a discussão pública baseada em juízos de valor das experiências vividas pelos participantes.
O que foi partilhado com a jornalista, numa breve conversa telefónica motivada pela minha participação num seminário público que ocor reu no dia 30 de Setembro de 2022, constituiu apenas uma reflexão sobre uma análise prelimi nar dos dados, como, creio, resulta do artigo.
A utilização de aspas nos termos “nova era” e “mordomias” induz o leitor a supor que se trata de citações proferidas pela autora do estudo. Nunca utilizei esses termos nem na conversa com a jornalista, nem na investigação que levo a cabo neste momento, nem na minha tese de doutoramento, que foi defendida publicamente em Fevereiro de 2016. Nem, aliás, constam do artigo.
Por fim, garanto ainda que a minha inves tigação não tenciona categorizar, classificar ou emitir julgamentos subjetivos e reducionistas acerca dos participantes e das experiências que partilham.
NÃO
foi, com certeza, nossa intenção des virtuar o estudo de Vanessa Amaro. A manchete e a respectiva entrada nascem da nossa interpretação, eventualmente discutível, do que é afirmado no texto e a utilização de aspas não remete para afirmações da académica, mas para lugares muito comuns do que se ouve hoje pela cidade de Macau. Ao contrário do que alguns quiseram ler, “Os desistentes” não tem qualquer conteúdo pejorativo ou depreciativo, a não ser que assim se queira, malevolamente, assim in terpretar. Apenas reflecte uma realidade, talvez até a inteligência de não manter uma situação considerada desagradável ou impossível.
Vanessa Amaro foi aqui um “dano colateral” dos ataques que foram dirigidos nas redes sociais, principalmente, ao Hoje Macau, por uma franja muito limitada da comunidade portuguesa (os suspeitos do costume e quem embarcou cegamente nessas leituras), em tom acusatório e desprovidos de inteligência ou mera racionalidade. Assim sen do, lamentamos o facto de se ter sentido atingida, pois não foi nunca essa a nossa intenção.
A METEOROLOGIA E A GUERRA DA CRIMEIA
ta estratégico, pois situa-se numa região que sofreu a influência de diferentes domínios, nomeadamente o Império Otomano e o Im pério Russo. Foi habitada por povos com ca racterísticas muito diversas, entre eles os ci mérios, romanos, hunos, otomanos e tártaros.
AS GUERRAS, ATRAVÉS da história da humanidade, têm sido a concretização de ódios fomentados por nacionalismos exacer bados ou grandes interesses, sejam eles eco nómicos, religiosos ou outros. Apesar da des graça e da morte, estão associados às guer ras progressos assinaláveis no que se refere ao desenvolvimento da ciência e de novas tecnologias. Melhor seria que não houvesse esse progresso tão rápido e que a evolução da ciência fosse mais lenta, tendo como finali dade apenas o bem-estar e a sustentabilidade do nosso planeta. Infelizmente não é assim, e desde que o homo sapiens aprendeu a arre messar pedras e a manipular utensílios, quer para fins defensivos, quer ofensivos, parte desse progresso resulta no aperfeiçoamento e no desenvolvimento de armas cada vez mais sofisticadas e destrutivas. A evolução tem sido de tal forma rápida que, mais do que uma vez num curto período de algumas dezenas de anos, a humanidade e o nosso planeta esti veram prestes a serem vítimas de um desen cadear de acontecimentos que poderia levar à sua destruição. Foi o que aconteceu durante a crise dos mísseis em Cuba em 1962, e mais recentemente no decurso da corrente Guerra da Ucrânia. No caso desta última, ameaças sobre a utilização de armas nucleares têm vindo a ser manifestadas de forma implícita, e por vezes bem explícita, por responsáveis (eu diria irresponsáveis) altamente colocados na hierarquia do país agressor. Em contrapartida, a ciência avançou de tal forma que a esperan ça de vida aumentou significativamente nas últimas décadas.
Numa área mais restrita, a ciência que trata do estudo das condições meteoroló gicas e da sua evolução espaciotemporal, a Meteorologia tem prestado incomensuráveis benefícios à humanidade. O caso que preten do focar constitui um bom exemplo de como um episódio trágico na Guerra da Crimeia de 1853-1856 ilustra bem o aproveitamento de um evento altamente destrutivo para o avan ço da Meteorologia. Vejamos então como se processou este evento e quais as suas conse quências para o progresso na área da previ são do tempo. Antes, porém, foquemo-nos um pouco na história da Crimeia. Este terri tório, que constitui uma república autónoma pertencente oficialmente à Ucrânia, consiste numa pequena península no sul deste país que separa o Mar Negro do Mar de Azov.
Pela sua localização constitui um territó rio de grande importância sob o ponto de vis
O Império Russo, com a czarina Catari na, a Grande, à sua frente, anexou a Crimeia em 1774, na sequência de uma guerra entre os Impérios Russo e Otomano. Em pleno século XX, mais precisamente em 1954, os dirigentes da URSS decidiram transferir a Crimeia da República Socialista Soviética da Rússia para a República Socialista Soviéti ca da Ucrânia, o que foi considerado um ato simbólico de homenagem à amizade entre os povos das duas repúblicas. Nessa altura não era significativo que a Crimeia pertencesse à Rússia ou à Ucrânia, na medida em que ambas as repúblicas estavam sob a alçada do mesmo governo central, o governo da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Após o colapso da URSS, em 1991, e da proclama ção da independência da Ucrânia no mesmo ano, desencadeou-se uma série de aconteci
boicotada pelas minorias ucraniana e tártara e considerada ilegal pela Assembleia-Geral da ONU de 27 de março de 2014. Na sequência do resultado deste plebiscito (95,5% no senti do da integração), a República da Crimeia e a cidade Sebastopol passaram a ser as 84ª e 85ª entidades federais da Federação Russa.
recolha de valores de parâmetros meteoro lógicos (pressão atmosférica, temperatura, direção e velocidade do vento, nebulosida de, precipitação, etc.) registados por outros observatórios então existentes, referentes à data do naufrágio e a alguns dias antes. Le Verrier, através do traçado das isóbaras (linhas que unem pontos com igual pressão atmosférica) concluiu que se havia formado a noroeste da Europa, dois dias antes (12 de novembro), uma zona de baixas pressões que se deslocou para sueste, acabando por atingir a região do Mar Negro em que nave gava a esquadra. As cartas traçadas por Le Verrier foram das primeiras cartas sinóticas, na sequência do que já havia sido tentado pelo físico alemão, Heinrich Wilhelm Bran des (1777-1834) que, segundo se consta, traçou a primeira carta sinótica no início da década 1820-1830. Cerca de 10 anos após o naufrágio começaram a ser publicados em França boletins com cartas meteorológicas.
mentos que fizeram com que a Crimeia fos se anexada pela Federação Russa, em 2014. Esta anexação até parece ter sido lógica, na medida em que a população da península era maioritariamente de origem russa, o que re sultou do facto de que grande parte dos seus habitantes, na sua maioria tártaros, terem sido expulsos em 1944, na sequência das medidas tomadas por Estaline no sentido da desloca ção de milhões de cidadãos de umas regiões da URSS para outras. Os autóctones passa ram a ser uma minoria, uma vez que os tárta ros que haviam sido expulsos e os seus des cendentes só foram autorizados a regressar depois da Perestroica, razão pela qual a etnia russa passou a maioritária. A ocupação deu -se através de uma engenhosa invasão em que praticamente não foram disparados tiros, a se guir à qual foi feita uma consulta à população,
Voltando à razão deste texto, foquemo -nos na Guerra da Crimeia de 1853-1856, que opôs o Império Russo à aliança cons tituída pelo Reino Unido, França, Império Otomano e o Reino da Sardenha. No decur so desta guerra, em 14 de novembro 1854, cerca de 40 navios da esquadra franco-anglo -turca foram afundados por uma forte tem pestade no Mar Negro. Este acontecimento contribuiu grandemente para reforçar a ideia da necessidade da criação de um serviço me teorológico internacional, que tivesse como objetivo a observação e registo dos vários parâmetros meteorológicos em diferentes países, e a sua transmissão para os diferen tes centros meteorológicos nacionais. Assim, estes poderiam acompanhar a formação, in tensificação e percurso de eventuais tempes tades, o que permitiria a tomada de medidas no sentido de atenuar as suas consequências. No caso concreto do naufrágio da armada franco-anglo-turca, poder-se-ia ter evitado a destruição de grande parte dos seus navios se essa prática já existisse nessa altura.
Mediante este desaire, o astrónomo Ur bain Jean Joseph Le Verrier (1811-1877) foi incumbido pelo Imperador Napoleão III de criar um serviço meteorológico em França (Service Météorologique de l’Observatoire de Paris) em 1854. Uma das primeiras ta refas deste serviço consistiu, em 1855, na
Na época em que Brandes viveu, ainda não era possível a transmissão em tempo real dos valores dos parâmetros observa dos, o que só passou a realizar-se a partir da invenção do telégrafo elétrico, em 1835, por Samuel Morse. No entanto, a troca de mensagens meteorológicas só passou a ser feita de forma mais expedida a partir de 1896, ano do registo da descoberta da te legrafia sem fios (TSF) que se deve, entre outros, a Guglielmo Marconi.
Alguns dias antes do trágico naufrágio, iniciou-se em Portugal o funcionamento do Observatório Meteorológico do Infante D. Luís (OMIDL), na então Escola Politéc nica de Lisboa, em 1 de outubro de 1854. A partir desta data passaram-se a registar observações meteorológicas em Lisboa sem interrupção. O Professor Guilherme Pegado, natural de Macau, foi o grande im pulsionador da criação deste observatório, podendo por isso ser considerado o funda dor da meteorologia de Estado em Portu gal. O Serviço Meteorológico Nacional só foi criado cerca de 92 anos mais tarde, em 1946, o qual resultou da fusão de uma série de serviços departamentais não coordena dos entre si. O SMN deu origem mais tar de ao Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG), Instituto de Meteorolo gia (IM) e ao atual Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Apesar de a Guerra da Crimeia 18531856 ter sido uma tragédia que se estima ter custado cerca de 650.000 vidas, um dos episódios que a caracterizou serviu de incen tivo à criação do Service Météorologique de l’Observatoire de Paris, em 1854, e mais tarde a uma organização internacional com a missão de coordenar, a nível mundial, as ati vidades relacionadas com o tempo, o clima e os recursos hídricos. Esta veio a designar -se por Organização Meteorológica Mundial, agência especializada das Nações Unidas.
Apesar de a Guerra da Crimeia 1853-1856 ter sido uma tragédia que se estima ter custado cerca de 650.000 vidas, um dos episódios que a caracterizou serviu de incentivo à criação do Service Météorologique de l’Observatoire de Paris, em 1854Naufrágio do “Black Prince” em 14 de novembro de 1854 (segundo Ivan Aivazovsky) Boletim com carta meteorológica publicado em França (1864)
APOMAC Realizadas palestras sobre saúde
A Associação dos Aposentados, Re formados e Pensionistas de Macau (APOMAC) realizou duas palestras relacionadas com problemas de saúde, nomeadamente questões musculares e auditivas, que contaram com a partici pação de dezenas de associados. Se gundo um comunicado da associação, as palestras foram conduzidas por Kit Ao, fisioterapeuta, e Suzen Ko, perita em audiometria, que explicaram aos presentes “a melhor forma de poder manter uma vida saudável e feliz”. Durante a palestra, Suzen Ko, informou os presentes sobre a possibilidade de recorrer ao subsídio de invalidez ou de incapacidade física proporcionado pelo Instituto de Acção Social, no caso de os idosos serem afectados por incapacidade.
Óbito Franco Dragone morreu aos 69 anos
Franco Dragone, considerado um dos maiores directores de teatro a nível mundial, morreu no passado dia 30 de Setembro. Nascido em Itália, em De zembro de 1952, Dragone destacou-se como um dos homens que mais con tribuiu para o sucesso da companhia Cirque du Soleil. Em Macau, liderou o desenvolvimento do espectáculo The House of Dancing Water, que se estreou em Setembro de 2010, no casino City of Dreams, e permaneceu em cena até Junho de 2020. O espectáculo, que foi visto por mais de dois milhões de pessoas, foi interrompido devido aos efeitos da pandemia e à redução dos turistas na RAEM, o que levou ao desmantelamento da equipa envolvida.
Franco Dragone morreu no Egipto, onde sofreu um ataque cardíaco.
A sangue-frio
Jornalista filipino assassinado, o terceiro este anoOjornalista filipino
Percy Lapid, crítico da classe política e conhecido por expor a corrupção nas ins tituições filipinas, foi morto a tiro em Manila, disse ram terça-feira fontes policiais.
Percibal Mabada, mais conhecido como Percy Lapid, de 67 anos, foi morto a tiro na segunda-feira à noite por dois homens numa mota que o ata caram à entrada de um bairro residencial na parte norte da capital filipina.
O jornalista criticou o gover no do actual Presidente, Ferdi nand Marcos Jr., bem como o antecessor, Rodrigo Duterte.
“Há uma investigação aberta para determinar os motivos deste caso. A Polícia Nacional Filipina está em penhada em fazer cumprir a justiça”, disse a força policial nacional em comunicado.
Lapid denunciou o nepo tismo e a corrupção nas insti tuições, e foi particularmente crítico em relação à violenta “guerra às drogas” de Duterte (que governou entre 2016 e 2022), que causou milhares de mortes, e da tentativa de reescrever o período da lei marcial sob o regime Ferdi nand Marcos Sr. (1972-1981).
Recentemente, focou a sua atenção na política filipina Lor raine Badoy, acusada de ameaçar um juiz por este ter decidido a favor dos insurgentes comunis tas do Novo Exército Popular, determinando que não se tratava de uma organização terrorista, tal solicitado pela acusação.
Triste marca
Lapid é o terceiro jornalista a ser morto nas Filipinas este ano, de acordo com a UNESCO.
A organização Repórteres sem Fronteiras classificou as Filipinas em 147.º lugar entre 181 países no relatório de 2022 sobre liberdade de imprensa, caindo seis lugares
no ‘ranking’ desde que Duterte chegou ao poder em 2016.
As Filipinas estão entre os países mais perigosos do mundo para a prática do jornalismo. Desde o regresso da democracia em 1986, foram mortos 191 jornalistas, 21 dos quais durante o mandato de Duterte, de acordo com a Comissão de Proteção dos Jornalistas.
Tal contrastou com a liber dade de imprensa tradicional das Filipinas em comparação com outros países asiáticos. Ainda hoje, apesar da violên cia, o ecossistema dos meios de comunicação social é mais diversificado do que nas na ções vizinhas.
JAPÃO PEDIDO À ONU FIRMEZA APÓS TESTE NORTE-COREANO
OJapão pediu on tem ao Conselho de Segurança da ONU que mostre firmeza em relação à Coreia do Norte após o último teste de um míssil ba lístico norte-coreano, que sobrevoou o ter ritório japonês pela primeira vez em cinco anos. “Nós acredita mos que a Coreia do Norte poderá realizar actos mais provoca dores, como um teste nuclear”, afirmou o porta-voz do Gover no japonês, Hirokazu Matsuno, numa con ferência de imprensa.
O porta-voz clas sificou o recente au mento de testes de armas norte-coreanas como “uma ameaça à paz e à segurança do Japão e da comuni dade internacional”.
O Japão reforçou a vigilância sobre Pyon gyang depois de o regime norte-coreano ter lançado um míssil na terça-feira.
O míssil norte -coreano viajou cerca de 4.500 quilómetros antes de cair nas águas do Oceano Pacífico. O projéctil balístico atin-
“Retratos de Luso-Asiáticos da Malásia / Portraits of Luso-Asians of Malaysia”
PALLA,giu uma altura de cerca de mil quilómetros e sobrevoou principal mente o Estreito de Tsugaru, que separa as ilhas de Hokkai do (norte) e Honshu, onde fica Tóquio. É a primeira vez desde 2017 que a trajectória de um míssil norte -coreano inclui parte do território japonês.
O Conselho de Se gurança da Organiza ção das Nações Unidas (ONU) agendou uma reunião em resposta ao último teste da Coreia do Norte e o Japão pe diu que o órgão mostre firmeza face à acção norte-coreana.
“O Conselho de Segurança não está a agir diante dos recen tes atos da Coreia do Norte, mas esperamos que possa desempe nhar um papel real na manutenção da paz e da segurança da comu nidade internacional”, disse Matsuno.
• Há um denominador comum na multiplicidade de rostos por onde João Palla “navega”, que está traduzido na sua inquietação intelectual. Uma busca de respostas em cada um dos rostos que a fotografia deixa esculpida no papel e, por meio destes, as explicações sobre a sua origem. Em “Retratos de Luso-Asiáticos da Malásia / Portraits of Luso-Asians of Malaysia”, João Palla deixa an tecipar uma atitude filosófica, da qual não somos alheios, no olhar com “espanto” ao que há de tão natural e complexo no rosto humano carregado de história e de estórias. Numa constante demanda e busca de retratos de luso-descendentes espalhados pela Ásia, entre Macau, Sri Lanka e Myanmar, esta é já a quarta obra duma colectânea de álbuns. João Palla sugere uma viagem criativa e “única”, captando retratos pujantes de pessoas comuns e situações simples da vida quotidiana. Em cada um dos rostos que nos deixa esculpidos, há uma redescoberta e um encantamento! O de sermos o que somos “Hic et Nunc”! Uma obra “must buy”!