Hoje Macau 6 NOV 2020 #4644

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

SEXTA-FEIRA 6 DE NOVEMBRO DE 2020 • ANO XX • Nº 4645

MOP$10

hojemacau ANOS

EUA | ELEIÇÕES

ATÉ À ÚLTIMA GRANDE PLANO

CUIDADORES

Ajudas para quem ajuda JOEL PETER WITKIN

PÁGINA 7

QUARENTENA

O receio de perder o emprego cresce entre os trabalhadores do jogo. Segundo um estudo de uma associação ligada ao sector, mais de 80 por cento dos empregados da indústria do jogo manifesta grande preocupação quanto ao futuro. Na origem do medo, está a prolongada crise da covid-19 e o aumento contínuo das licenças sem vencimento decretado pelas concessionárias.

CARLOS MORAIS JOSÉ

AL | VIVA MACAU

Voto vetado PÁGINA 5

THIS IS MY CITY

Aposta local EVENTOS

MULHERES DE ITÁLIA

GONÇALO M. TAVARES

SERENIDADE

ANTÓNIO DE CASTRO CAEIRO

h

DESINFECTAR O ALMOÇO

PUB

SARA F. COSTA

PÁGINA 6

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OPINIÃO

Vida em jogo


2 grande plano

6.11.2020 sexta-feira

QUANTO VALE ELEIÇÕES EUA

BIDEN PERTO DA PRESIDÊNCIA, TRUMP DEPOSITA ESPERANÇAS NOS TRIBUNAIS

Mais de 48 horas depois, não há resultado nas eleições norte-americanas, mas Joe Biden está muito perto de ser o 46º Presidente dos Estados Unidos da América, a um estado de garantir o número necessário de delegados do colégio eleitoral. Sem surpresas, Donald Trump declarou vitória antes da contagem final, vai contestar os resultados nos tribunais, enquanto os seus apoiantes afluíram a mesas de voto a protestar infundadas fraudes

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E as presidenciais norte-americanas pudessem ser resumidas em imagens, os protestos de apoiantes de Donald Trump à porta de mesas de voto em Maricopa, no Arizona, a gritar “parem a contagem” de votos, ao mesmo tempo que em Detroit, no Michigan, o slogan era “continuem a contagem” seriam uma representação simbólica das últimas 48 horas e do que ainda vem. Com a devida diferença de horário (em Macau são mais 16 horas do que em Washington), depois de mais de 48 horas do encerramento das urnas, até ao fecho da edição, ainda não era certo quem vai ocupar a Casa Branca nos próximos quatro anos. Ontem à noite, Joe Biden mantinha uma liderança promissora, a apenas um estado de distância da presidência, somando 264 delegados do colégio eleitoral, apenas a seis do número mágico que lhe garante a eleição, enquanto Donald Trump mantinha 214 delegados. Além das mil e uma peripécias que tornam este sufrágio num evento único, importa realçar que Joe Biden já ultrapassou o maior número de votos de sempre numa eleição para Presidente dos Estados Unidos, com 72,1 milhões

contados até ao fecho da edição, e ainda com boletins por somar ao total. O candidato em segundo no pódio do mais votado de sempre foi Barack Obama em 2008, com 69,4 milhões. Depois de garantir os estados do Wisconsin e Michigan, que na eleição anterior foram arrebatados

por Trump, Joe Biden falou na tarde quarta-feira aos apoiantes, madrugada de ontem em Macau, ao lado da companheira de campanha, Kamala Harris, revelando enorme optismismo quanto à vitória, mas não a declarando. “Vou governar como um Presidente americano. Vão deixar de haver estados vermelhos e estados azuis quando ganharmos, para haver apenas os Estados Unidos da América”.

DECLARAÇÃO DE VITÓRIA

“Vou governar como um Presidente americano. Vão deixar de haver estados vermelhos e estados azuis quando ganharmos, para haver apenas os Estados Unidos da América.” JOE BIDEN CANDIDATO DEMOCRATA

As palavras de Biden, que sublinhou a necessidade de serem contados todos os votos, contrastam com as do actual Presidente. “Francamente, nós ganhámos estas eleições”, declarou Donald Trump, às 2h da manhã de quarta-feira na Casa Branca, insistindo que a contagem devia parar, quando ainda existiam milhões de votos por apurar, em particular boletins enviados por correio. Em parte, os atrasos na contagem dos votos por correspondência são justificados pelo volume sem precedentes devido à pandemia de covid-19 que varre os Estados Unidos. Outra razão foi a insistência de representantes estatais republicanos em não iniciar a contagem, apesar do anormal volume de votos antecipados, antes do dia da eleição.

Sem oferecer explicações adicionais, Donald Trump referiu que iria avançar para o Supremo Tribunal. “Queremos que a votação acabe”. Uma declaração que contradiz a vontade do Presidente de que contassem os votos no Arizona, numa altura em que encurtava a margem em relação a Joe Biden. Descurando o efeito da contabilidade dos votos por correio, que têm favorecido Biden despro-

porcionalmente, Donald Trump afirmou: “Não queremos que encontrem mais boletins de votos às 4 da manhã. É um momento muito triste. Isto é uma fraude para o povo norte-americano e uma vergonha para o nosso país.” Mais tarde referiu, enigmaticamente: “para mim, já ganhei”. Para já, o Presidente tem pela frente batalhas legais complicadas. Uma delas é pedir a recontagem

VÍRUS DA DEMOCRACIA

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s Estados Unidos registaram na quarta-feira cerca de 100 MIL infectados com o novo coronavírus, um novo máximo diário, aumentando o total de casos para 9.477.239. De acordo com a contagem independente da Universidade Johns Hopkins, o número de mortes por covid-19 no país, desde o início da pandemia, subiu para as 233.650. Embora Nova Iorque não seja o estado com o maior número de infecções, continua a ser aquele onde foram contabilizados mais óbitos (33.556). Só na cidade de Nova Iorque morreram 24.034 pessoas. O Instituto de Avaliações e Métricas de Saúde da Universidade de Washington estimou que até o final do ano os Estados Unidos vão registar 325 mil mortos e 400 mil a 1 de Fevereiro.


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sexta-feira 6.11.2020

E UM VOTO dos votos no Wisconsin, onde Joe Biden venceu com uma vantagem de cerca de 20 mil votos. O próprio Governador do estado, o republicano Scott Walker, recordou que na recontagem para a eleição para o supremo tribunal do estado houve um acerto de 300 votos e que nas presidenciais de 2016 a recontagem os números apenas subiram 131 votos. “Como eu disse, 20 mil é um grande obstáculo”, comentou o Governador no Twitter,

DA PENSILVÂNIA À TRANSILVÂNIA

Talvez o mais inusitado dos argumentos da campanha de Trump para impugnar a eleição partiu do advogado pessoal do Presidente, que acorreu a Filadélfia, no estado do Pensilvânia, para protagonizar uma bizarra conferência de imprensa. A razão legal para impugnar as eleições naquele decisivo estado foi “não haver maneira para observar de forma significativa o processo”

onde estavam os observadores de urnas da campanha de Donald Trump. O procurador-geral da Florida, Pam Bondi, que acompanhou Rudy Giuliani na conferência de imprensa, queixou-se do facto de os observadores não terem binóculos para ver os balcões onde eram contados os boletins. “Não sabemos o que se estava a passar”, completou o advogado, que andou nas bocas do mundo devido à aparição algo embaraçosa no último filme de Sacha Baron Cohen. A conferência contou com outro reforço de peso, o filho do Presidente, Eric Trump, que argumentou que no acto eleitoral do Pensilvânia foram contados votos de pessoas já mortas. A bizarra alegação foi feita sem qualquer apresentação de provas.

OS OUTROS OLHEIROS

Os observadores da Organização para a Segurança e Cooperação

na Europa (OSCE) disseram que as acusações feitas sobre o processo eleitoral norte-americano, nomeadamente pelo Presidente, Donald Trump, prejudicam a confiança do público nas instituições democráticas. As "acusações infundadas de deficiências sistemáticas" do processo eleitoral nos Estados Unidos, em particular do Presidente Donald Trump, "prejudicam a confiança do público nas instituições democráticas", alertou na quarta-feira, num comunicado, a missão de observadores da OSCE nas eleições norte-americanas. "Depois de uma campanha tão dinâmica, garantir que todos os votos sejam contados é uma obrigação fundamental para todos os ramos do Governo", disse Michael Georg Link, coordenador especial e líder da missão de observação de curto prazo do organismo europeu, no comunicado. De acordo com a missão de observação, a eleição de terça-feira foi "apertada" e "bem administrada, apesar dos muitos desafios causados pela pandemia de covid-19". Os observadores notaram que a campanha eleitoral nos Estados Unidos foi caracterizada por uma "polarização política profundamente enraizada, que muitas vezes obscurecia o debate político mais amplo e incluía alegações infundadas de fraude sistemática". "Alegações infundadas de deficiências sistemáticas, particularmente por parte do Presidente em exercício, mesmo na noite das eleições, prejudicam a confiança do público nas instituições democráticas", disse o líder da missão. Há meses que Trump semeia desconfiança no voto por correspondência - apesar de não haver provas de que isso possa levar a uma fraude generalizada - e no domingo passado anunciou que planeava iniciar um litígio no importante Estado da Pensilvânia. "Esta eleição ainda não acabou e permaneceremos aqui em Washington e nos principais Estados do país até que acabe", disse Ur-

szula Gacek, chefe da missão de observação do Escritório da OSCE para Instituições Democráticas e Direitos Humanos (ODIHR).

POVOS NAS RUAS

Apoiantes do Presidente norte-americano, Donald Trump, concentraram-se em frente a mesas de voto, exigindo o fim da contagem, enquanto milhares de manifestantes saíram às ruas em várias cidades para reclamar que todos os boletins sejam contados. Em Detroit, no estado do Michigan, dezenas de apoiantes de Trump gritaram "Parem a contagem!", com polícias em fila para impedir a entrada no edifício onde são contados os boletins. O estado do Michigan tem vivido uma enorme tensão há vários meses, depois de manifestantes armados terem protestado no Capitólio contra as restrições instauradas na Primavera para combater a pandemia de covid-19. Em Outubro, seis homens foram detidos sob a acusação de conspiração para raptar a governadora democrata Gretchen Whitmer, num plano que visaria também governadores democratas noutros estados, como a Virgínia.

“É um momento muito triste. Isto é uma fraude para o povo norte-americano e uma vergonha para o nosso país. Para mim, já ganhei.” DONALD TRUMP PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS

Em Phoenix, no Arizona, ouviram-se cânticos de "Parem o roubo" frente às mesas de voto, com um membro da Câmara dos Representantes, o republicano Paul Gosar, a juntar-se à multidão, dizendo: "Não vamos deixar que esta eleição seja roubada". Os protestos surgiram quando Trump afirmou, sem quaisquer provas, que haveria problemas com a votação e a contagem dos votos, tendo apresentado queixa em três estados por causa das eleições presidenciais.

Rudy Giuliani, advogado de Donald Trump, queixou-se de os observadores da campanha do Presidente não terem binóculos para ver os balcões onde eram contados os boletins. “Não sabemos o que se estava a passar”, completou o advogado Enquanto apoiantes de Trump continuam a exigir o fim da contagem dos votos antecipados e enviados pelo correio, que deverão favorecer o candidato democrata Joe Biden, milhares de manifestantes saíram às ruas, de Nova Iorque a Seattle, para exigir que todos os boletins sejam contados. Em Portland, no estado do Oregon, que durante meses foi palco de protestos contra o racismo, a governadora Kate Brown pediu a intervenção da Guarda Nacional, depois de manifestantes pró-Biden terem iniciado actos de violência no centro da cidade, segundo as autoridades, que deram conta de janelas partidas. Em Nova Iorque, centenas de apoiantes de Biden desfilaram na Quinta Avenida, em Manhattan, tendo a polícia feito duas dezenas de detenções. Em Chicago, protestos a reclamar a contagem de todos os votos realizaram-se no centro da cidade, perto do edifício Trump Tower. Protestos semelhantes tiveram lugar em pelo menos meia dúzia de cidades, incluindo Los Angeles, Houston, Pittsburgh, Minneapolis e San Diego, de acordo com a agência de notícias Associated Press (AP). João Luz com agências info@hojemacau.com.mo


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6.11.2020 sexta-feira

ORÇAMENTO 2019 BAIXA TAXA DE EXECUÇÃO JUSTIFICADA COM FALTA DE APROVAÇÃO E ADESÃO

Está claro como a água

A falta de adesão a algumas rubricas destinadas à atribuição de subsídios e o facto de vários montantes avultados não terem sido desbloqueados estão na base da reduzida taxa de execução de diversos sectores no ano passado. No rescaldo da análise do Relatório sobre a Execução do Orçamento de 2019, o Governo está a ponderar deixar cair alguns apoios

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Governo atribuiu ontem a baixa taxa de execução orçamental referente a seis sectores no decorrer de 2019, ao facto de ter ficado por aprovar o desbloqueio de algumas verbas e pelo número reduzido de pedidos de apoio em diversas rubricas destinadas à atribuição de subsídios. De acordo com Chan Chak Mo, presidente da 2ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, que se encontra a apreciar o Relatório sobre a Execução do Orçamento de 2019, a contribuir para o desfecho está o facto de o Governo Central não ter aprovado a utilização de 1,2 milhões patacas do fundo da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF), de um total de 3,2 milhões. Exemplo de uma utilização de verbas que ficou aquém do esperado é o Fundo para a Protecção Ambiental e a Conservação Energética, onde a taxa de execução foi de 10 por cento, correspondendo a 3,5 milhões de patacas. Neste caso concreto, para além de haver rubricas onde não foi aceite qualquer pedido, o deputado revelou que dos 49 pedidos de subsídio para aquisição de produtos amigos do ambiente, apenas 10 tiveram luz verde “porque os preços nas cotações são mais elevados do que aqueles que constam da lista do Governo”. Sobre o Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização (FIDIC), Chan Chak Mo apontou que foram usados 2,3 mil milhões de patacas, correspondentes a uma taxa de execução orçamental de 22 por cento. Segundo Chan Chak Mo, a baixa taxa de execução pode ser explicada por não ter sido aprovado um montante de 1,9 mil milhões de patacas destinado fundo sino-português. Quanto à obra social da PSP, a taxa de execução orçamental rondou os 40 por cento, correspondente a 55 milhões de patacas. Segundo o deputado, o resultado ficou a dever-se ao facto de o organismo

Mais do que estudado Governo vai abdicar de uma terceira consulta pública sobre renovação urbana

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Governo vai abdicar da consulta pública sobre o estudo da renovação urbana que estipula a percentagem de condóminos necessária para avançar com a demolição de um prédio. A decisão foi apontada ontem por Raimundo do Rosário, secretário para os Transportes e Obras Públicas, na sequência da reunião do Conselho para a Renovação Urbana. O estudo elaborado pela consultadora Deloitte está na quinta versão e a decisão de abdicar da consulta pública prende-se com o facto de nos últimos dois anos já terem sido feitas auscultações junto da população. “Fizemos uma consulta pública sobre a renovação urbana no ano passado [...] Recentemente na consulta do Plano Director também havia um capítulo sobre a renovação urbana”, começou por explicar o secretário. “Por isso, achamos que não faz sentido fazer mais uma consulta pública porque já foi feita uma em 2019 e outra em 2020. A população já foi consultado sobre a questão mais importante da consulta, que diz respeito à percentagem [de condóminos a favor da demolição dos edifícios]”, acrescentou. A percentagem que for apurada do estudo que está a ser feito pela Deloitte vai resultar na proposta do Governo. Os valores só deverão ser anunciados mais tarde. Para já, o que se sabe é que os valores vão variar de acordo com a idade do prédio. Quanto mais velha for a construção, menor será a exigência sobre o número de proprietários a favor da demolição, para que a renovação de um edifício possa avançar.

E VÃO CINCO

não ter conseguido implementar os mecanismos de uniformização desejados para a criação de 11 cantinas nas esquadras.

APOIOS EM CAUSA

Uma taxa de execução de cerca de 58 por cento (49 milhões de patacas) foi alcançada pelo Fundo de Reparação Predial, tendo sido considerada “boa” pelo presidente da comissão. Contudo, rubricas como o pedido de subsídio para remover construções ilegais em imóveis tiveram apenas um único pedido. “Só houve um caso porque se as pessoas não são obrigadas a

demolir as obras não o vão fazer”, disse Chan Chak Mo. Além deste, revelou o deputado, o plano de apoio destinado à inspecção das partes comuns de edifícios das classes P e M “teve zero pedidos”. Segundo Chan Chak Mo, perante outros “6 ou 7 planos com poucos pedidos”,

O plano de apoio destinado à inspecção das partes comuns de edifícios (...) “teve zero pedidos”

o Governo está a equacionar revogar alguns destes apoios. No final da reunião foi ainda revelado que em 2019 o Governo pagou 220 milhões de patacas referentes ao pagamento da última tranche de compensação à Linhas Aéreas Ásia Oriental pela mudança de local do heliporto de Coloane para o lote LT7 da Zona E dos novos aterros. No total, a indemnização paga à empresa foi de 535,7 milhões de patacas. Pedro Arede

pedro.arede.hojemacau@gmail.com

Nesta fase, o estudo está na quinta versão, o que foi justificado pelo secretário com a necessidade de adaptar o documento às opiniões da população. Raimundo do Rosário acredita que esta poderá ser mesmo a última versão, contudo não deixa garantias. “O grande tema do estudo é a percentagem de concordância dos condóminos que é necessária para demolir um edifício. Espero que seja a última versão, mas não posso garantir, porque sempre que fazemos alguma coisa ouvimos muitas opiniões. E de cada vez que ouvimos as opiniões, o consultor adapta o estudo”, explicou. “Há de haver uma versão em que as pessoas estão 90 por cento de acordo e nessa altura se segue para a fase final, que é a elaboração do relatório. E eu estou convencido que não haverá uma sexta versão, mas não posso garantir”, sublinhou. João Santos Filipe

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sexta-feira 6.11.2020

SEGURANÇA REVOGAÇÃO DE ARTIGOS CONTINUA A PREOCUPAR DEPUTADOS

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revogação de artigos que reforçam os direitos dos agentes das forças de segurança, prevista na proposta de lei do “Estatuto dos agentes das Forças e Serviços de Segurança” continua a estar no centro das preocupações de vários deputados da 3ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL). De acordo com Vong Hin Fai, que preside à comissão, depois de o assunto ter vindo a lume a 16 de Outubro durante a discussão na generalidade, ontem, no decorrer daquela que foi a primeira reunião para discutir a proposta de lei, alguns deputados “mostraram-se preocupados por não conseguirem ver os direitos dos agentes no texto da lei”. Por isso mesmo, acrescentou Vong Hin Fai, os deputados esperam que “o Governo disponibilize as opiniões recolhidas em 2015 e 2016” junto de algumas associações acerca da proposta. Além disso, o deputado apontou também que o facto de uma das associações do sector ter enviado uma carta dirigida à comissão a mostrar desagrado por não ter sido consultada, motivou que, a partir de hoje, e durante 30 dias, todos os interessados possam enviar opiniões através do site da AL que serão tidas em conta durante a análise do diploma. Durante a reunião de ontem foi ainda esclarecido que a proposta de lei prevê eliminar as distinções entre carreiras masculinas e femininas, “passando apenas a existir carreiras de base e carreiras superiores”. Recorde-se que a proposta de lei que se encontra a ser discutida revoga um regime de 1997, passando a ter 227 artigos, em vez dos 330 do diploma original. Entre os artigos eliminados está uma norma que estabelece que “os militarizados gozam de todos os direitos, liberdades e garantias reconhecidos aos demais cidadãos”. P.A.

De acordo com o presidente da AL, o relatório do CCAC apontou apenas que foram encontrados vários problemas que mereciam revisão e reflexão ao nível da legislação administrativa e má conduta administrativa

AL PROPOSTA DE VOTO DE CENSURA A EDMUND HO E FRANCIS TAM REJEITADA

Tempo, não voltes atrás

Kou Hoi In rejeitou a proposta de voto de censura à actuação de Edmund Ho e Francis Tam, apresentada por Sulu Sou. A proposta era referente ao caso dos empréstimos à Viva Macau

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presidente da Assembleia Legislativa (AL), Kou Hoi In, rejeitou a proposta de voto de censura à actuação de Edmund Ho e Francis Tam no caso da Viva Macau. O deputado pretendia que a AL discutisse e votasse a censura às decisões políticas de Edmund Ho, então Chefe do Executivo, e do ex-secretário para a Economia e Finanças por “falhas graves” no caso dos empréstimos à companhia aérea que viria a falir. No pedido, o deputado recordou o relatório divulgado em

Setembro pelo Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), sobre os empréstimos concedidos à Viva Macau, apontando que Edmund Ho, Francis Tam e outros funcionários responsáveis pelos empréstimos foram negligentes e não cumpriram o dever de supervisionar os fundos públicos. O deputado descreveu que, na altura, foi ignorada a responsabilidade de apresentação de documentos financeiros, e que os empréstimos de curto prazo foram feitos sem base legal. Kou Hoi In indicou que rejeitava a resolução, alegando que a proposta

de Sulu Sou não tinha “factos objectivos suficientes como base”. De acordo com o presidente da AL, o relatório do CCAC apontou apenas que foram encontrados vários problemas que mereciam revisão e reflexão ao nível da legislação administrativa e má conduta administrativa. Kou Hoi In acrescentou que o relatório não conclui que tenha havido má conduta por parte do então Chefe do Executivo.

DITO NO RELATÓRIO

Sobre o ex-secretário para a Economia e Finanças no caso dos empréstimos à Viva Macau, o rela-

tório do CCAC descreveu que “os seus actos deficientes, negligentes e até omissivos ficaram aquém das expectativas dos cidadãos em relação ao trabalho dos titulares dos principais cargos”. É também mencionado incumprimento das suas responsabilidades quanto ao dever de supervisão. O mesmo não foi apontado a Edmund Ho. No entanto, o relatório menciona acções que careceram de fundamento legal adequado, entre as quais decisões de autorização tomadas pelo então Chefe do Executivo. S.F. e N.W.

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DIRIGENTES AGNES LAM QUER SABER SE HAVERÁ CONSULTA PÚBLICA SOBRE RESPONSABILIZAÇÃO

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GNES Lam defendeu em interpelação escrita a necessidade melhorar o mecanismo de delegação de poderes para eliminar a “rigidez administrativa”. Indicou que o relatório das Linhas de Acção Governativa (LAG) previa a conclusão da revisão

do regime de delegação de poderes e responsabilização de dirigentes no quarto trimestre do ano, questionando se é possível avançar para consulta pública ainda este ano. No mesmo documento, a deputada pede a clarificação das competências dos serviços

públicos através de uma lei. “Quando houver essa limitação, será muito mais fácil saber quem se está a esquivar das suas responsabilidades e quem são os mais preguiçosos, sendo este um instrumento muito útil para a concretização da responsabilização dos

dirigentes”, pode ler-se. São ainda pedidas informações sobre o sistema de coordenação dos assuntos governamentais entre o Chefe do Executivo e os secretários. Por outro lado,Agnes Lam quer que o Governo divulgue o conjunto de princípios e o

ponto de situação da revisão das “Bases gerais da estrutura orgânica da Administração Pública de Macau”. Neste âmbito, observou que nas LAG se previa que no terceiro trimestre os objectivos e princípios de reorganização das estruturas dos serviços

públicos estariam prontos entre Julho e Setembro deste ano. “Vai haver, ou não, um segundo grupo de serviços reestruturado?”, questionou. S.F.


6 sociedade

PODER DO POVO MANIFESTAÇÃO CANCELADA POR “PRESSÕES”

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associação Poder do Povo abdicou da manifestação marcada para hoje, em que ia pedir que todas as obras atribuídas pelo ex-Chefe do Executivo, Chui Sai On, fossem investigadas pelo Comissariado Contra a Corrupção (CCAC). Em declarações ao HM, o presidente da associação, Iam Weng Hong, explicou esta decisão com o facto de ter havido “algumas pressões”. “A manifestação foi cancelada porque a pandemia mantém-se e sofremos algumas pressões, por isso decidimo-nos pelo cancelamento”, afirmou Iam Weng Hong. “Após o surto houve outros problemas na vida da sociedade e há outros sectores da sociedade com queixas. Só que nunca houve qualquer manifestação, por que acha que até agora não houve manifestações?”, perguntou retoricamente.

Quando questionado sobre de onde tinham partido as pressões, o presidente da Poder do Povo afirmou que “não era conveniente” revelar as origens e ainda destacou que a associação “não quer ser a primeira” a organizar uma manifestação pós-pandemia. Em função deste desenvolvimento, o HM questionou o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) se tinha proibido o evento em causa. No entanto, um porta-voz da instituição explicou que a desistência tinha partido mesmo da associação Poder do Povo. A manifestação tinha sido anunciada a 28 de Outubro durante um evento promovido pela associação a protestar contra os novos taxímetros. O percurso indicado saía da Praça do Tap Seac e terminava na sede do Governo, com a entrega de uma petição.

TÁXIS SISTEMAS INTELIGENTES EM MAIS DE MIL CARROS

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RÓMULO SANTOS

Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) relevou ontem que, até terça-feira, 1.060 táxis já tinham instalados os sistemas inteligentes que permitem fiscalizar taxímetro e gravação de som e imagem, enquanto 113 marcaram data de instalação. O organismo liderado por Lam Hin San adiantou que o sistema foi instalado em 23 modelos diferentes de veículos. Até terça-feira, foram registadas mais de 710 mil transações, deste universo 91 foram inquinadas por anomalias, o que corresponde a uma fracção de 0,012 por cento das transações. Nestes casos, a DSAT pediu ao fornecedor de gestão do serviço, a New Leader Tecnologia Informática, para melhorar o sistema

de forma a eliminar as anomalias e para compensar os taxistas prejudicados pelos erros do sistema, de acordo com o que foi contratualizado com o Governo. A DSAT informou ainda que mantém o contacto, inclusive por SMS, com portadores de licença de táxi que ainda não instalaram ou não marcaram data para instalar o sistema para que o façam o mais rapidamente possível. O prazo limite para a instalação é 3 de Dezembro. Depois dessa data, se um táxi transportar um passageiro sem ter o sistema instalado, ou este não estiver operacional, o carro pode ser apreendido e a licença de táxi suspensa. Se o taxista insistir na violação pode ser multado em 30 mil patacas. J.L.

AFP

6.11.2020 sexta-feira

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AIS de 80 por cento dos empregados do sector do jogo está preocupada com o futuro dos seus postos de trabalho. Foi este o resultado de um estudo feito pela Associação de Empregados das Empresas de Jogos Macau, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), cujos resultados foram ontem apresentados. Para chegar a esta conclusão a associação fez 611 inquéritos junto de empregados do sector. O estudo permitiu ainda perceber que face ao período homólogo há um aumento no número de empregados preocupados com as perspectivas futuras. O crescimento do número de trabalhadores preocupados é de 20 pontos percentuais. Aprincipal preocupação está em eventuais despedimentos e prolongação do regime de vencimentos sem licença de trabalho. As pessoas com mais de 10 anos na profissão foram as que revelaram sentirem-se mais inseguras. Ao mesmo tempo, houve ainda uma diminuição no desejo de mudar de emprego, em comparação com o ano passado. Segundo Leong Sun Iok, deputado e membro da FAOM dedicado ao sector do jogo, os resultados são uma consequência do prolongar da crise gerada pela pandemia da covid-19. “As empresas estão a meter

JOGO EMPREGADOS PREOCUPADOS COM PERSPECTIVAS DE DESEMPREGO

O futuro ao patrão pertence Um estudo da Associação de Empregados das Empresas de Jogos Macau concluiu que mais de 80 por cento dos trabalhadores teme pelo futuro dos seus empregos os trabalhadores de licença sem vencimento e ele preocupam-se com a capacidade das concessionárias para resistirem à crise. No fundo, sabem que se não houver uma recuperação que as suas perspectivas são preocupantes”, afirmou

Leong Sun Iok, ao HM. Por outro lado, o legislador apelou às empresas para não subestimarem a sua responsabilidade social. “No passado as empresas obtiveram lucros muito grandes. Mas sabemos que não deixam de estar numa

“O que se espera é que as empresas de jogo assumam a sua responsabilidade social e fiquem ao lado dos empregados, com alternativas que mantenham os empregos.” LEONG SUN IOK DEPUTADO

situação muito complicada”, contextualizou. “O que se espera é que elas assumam a sua responsabilidade social e fiquem ao lado dos empregados, com alternativas que mantenham os empregos”, acrescentou.

MAIOR EXIGÊNCIA

Sobre a situação no sector do jogo, o deputado ligado à FAOM traçou um cenário mais exigente para os trabalhadores. Não só porque houve atribuição de novas funções, mas também porque as empresas estão mais determinadas a avançar para processos de despedimento com justa causa. “Tive um caso de uma pessoa que foi despedida com justa causa e me pediu auxílio no processo. É uma nova situação no sector, em que há uma maior exigência face aos empregados. Antes também havia falhas, mas as empresas eram mais tolerantes, agora não. Por isso o ambiente de trabalho é mais tenso”, considerou. No mesmo sentido, Leong falou também da pressão sentida pelas famílias cujos progenitores estão ambos empregados como croupiers. “As pessoas estão preocupados porque se houver mudanças no trabalho a família corre o risco de não conseguir pagar a prestação da casa nem a educação”, apontou. “É mesmo um cenário diferente do ano passado e há mais tensão”, concluiu. Nunu Wu e J.S.F.

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sexta-feira 6.11.2020

CUIDADORES SUBSÍDIO É DE CERCA DE DUAS MIL PATACAS DURANTE PROJECTO-PILOTO

TSI Decisão a favor do IPM em caso de contratação

Apesar do júri do Instituto Politécnico de Macau (IPM) não ter respeitado os próprios estatutos nas entrevistas aos candidatos à posição de professor-adjunto, a escolha final não pode ser contestada. Foi esta a interpretação do Tribunal de Segunda Instância (TSI), divulgada ontem, e que contrariou uma decisão anterior do Tribunal Administrativo. Segundo o entendimento do TSI, os estatutos até podem não ter sido respeitados, porque as entrevistas tinham de ter uma duração de 60 minutos, mas como o interessado só reclamou depois de participar na entrevista, perdeu o direito de contestar. “[O contestatário] aceitou a respectiva redução e não manifestou qualquer oposição, pelo que não podia interpor, posteriormente, recurso contencioso do resultado das provas com fundamento nessa redução do tempo”, argumentou o tribunal. Além disso, o TSI indicou que todos os quatro candidatos interessados no concurso de 2015 tiveram entrevistas com uma duração inferior a 60 minutos, o que os colocou em pé de igualdade.

Os primeiros cuidados

Em Dezembro deste ano começa a ser atribuído o subsídio para cuidadores. O projecto-piloto é focado em indivíduos com deficiência intelectual grave ou profunda, ou permanentemente acamados, e o valor foi fixado em 2.175 patacas

DSI Menores podem requer vistos para RAEHK em auto-atendimento

Foi ontem disponibilizado o serviço que permite “requerer pela primeira vez ou renovar o passaporte da RAEM, o título de viagem da RAEM e o título de visita de residentes de Macau à Região Administrativa Especial de Hong Kong, a favor dos filhos menores que reúnem os requisitos”, revelou ontem a Direcção dos Serviços de Identificação. O requerimento pode ser feito nos quiosques de auto-atendimento. O menor tem de ser titular de bilhete de identidade de residente da RAEM válido e altura superior a 1,5 metros. Os pais ou representantes legais podem autorizar terceira pessoa a levantar o documento. Os locais de levantamento são a sede da DSI, na Avenida Praia Grande, Edifício China Plaza, o Centro de Serviços da RAEM, na Rua Nova da Areia Preta, e o Centro de Serviços da RAEM das Ilhas.

DSEC Constituídas menos sociedades até Setembro

Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que nos três primeiros trimestres do ano foram constituídas 4.158 sociedades, menos 11,6 por cento em relação a igual período de 2019. Relativamente ao capital social destas sociedades foi de 464 milhões de patacas, menos 88,2 por cento, tendo sido dissolvidas 503 empresas. Pelo contrário, no terceiro trimestre constituíram-se 1720 sociedades, mais 294 face ao terceiro trimestre de 2019. Até ao fim do terceiro trimestre deste ano, o número de sociedades registadas em Macau totalizou 75.095, ou seja, mais 4.852 em termos anuais.

Hon Wai, presidente do IAS “Não podemos tratar os cuidados prestados a familiares como um emprego.”

O

subsídio para cuidadores vai ter um valor de 2.175 patacas mensais, avançou ontem o presidente do Instituto de Acção Social (IAS), Hon Wai. O projecto piloto, que arranca este ano, tem dois tipos de destinatários: indivíduos com deficiência intelectual grave ou profunda, e quem se encontre permanentemente acamado. Os pedidos para recepção do subsídio podem ser feitos a partir de segunda-feira. O montante a atribuir teve como referência regiões vizinhas, tendo em conta cerca de 10 por cento da mediana do rendimento, e corresponde a metade do valor do risco social atribuído a um agregado familiar de uma pessoa. O impacto económico da covid-19 teve também influência

no processo. Hon Wai destacou que é uma responsabilidade partilhada da população e do Governo. “Não podemos tratar os cuidados prestados a familiares como um emprego”, declarou, acrescentando a necessidade de se ter em consideração a situação financeira do Governo. O presidente do IAS reconheceu que pode existir uma diferença entre este valor e o pretendido pela sociedade, mas apontou que há outros mecanismos disponíveis. “Se as pessoas têm dificuldades financeiras, também podem pedir apoio social”, comentou. Estima-se que o subsídio abranja cerca de 200 pessoas. O projecto-piloto dura um ano, entre Dezembro deste ano e Novembro de 2021. É depois feita uma re-

visão para definir a direcção do desenvolvimento do subsídio.

REGRAS DA CASA

A pessoa cuidada deve ser titular do Bilhete de Identidade de Residente (BIR) permanente, viver com familiares, e ser avaliada pelo IAS. Já o cuidador deve ser titular de BIR, ter completado 16 anos e possuir capacidade para prestar cuidados adequados, bem como viver e ter uma relação familiar com a pessoa cuidada. São abrangidos desde cônjuges, a bisavós, tios, irmãos ou enteados, entre outros. O cuidador não fica impedido de ter um trabalho. O montante do rendimento mensal do agregado familiar de duas pessoas não pode exceder as 27.160 patacas, e os depósitos bancários 239.700 patacas. O agregado familiar só pode ser proprietário de

um imóvel para habitação própria e de um lugar de estacionamento, independentemente de estarem localizados na RAEM ou no exterior. O pedido pode ser apresentado pela própria pessoa cuidada ou pelo seu representante legal. Só em situações em que a pessoa seja manifestamente incapaz e a outra opção não seja possível é que pode ser o próprio cuidador a fazer o pedido. No caso de a pessoa cuidada sair de Macau, ir ao hospital ou ser sujeita a serviços de internamento por um período superior a 30 dias, os dias que excederem esse período levam a uma redução proporcional do subsídio. Estão ainda previstas visitas sem aviso prévio para verificar a situação da prestação de cuidados. Salomé Fernandes

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6.11.2020 sexta-feira

AVISO N.° 24/AI/2020

AVISO N.° 34/AI/2020

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se as infractoras abaixo discriminados:--------------------------------------------------- 1. Mandado de Notificação n.° 704/AI/2020:YIN YINGWU, portadora do Salvo-Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° C67228xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 199/DIAI/2018 levantado pela DST a 25.10.2018, e por despacho da signatária de 21.09.2020, exarado no Relatório n.° 733/DI/2020, de 02.09.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua de Roma n.os 167-169, Jardim Hang Kei, Bloco 3, 9.° andar N onde se prestava alojamento ilegal.--------------------------------------------------------------2. Mandado de Notificação n.° 755/AI/2020:ZHANG, SHUIHUA, portadora do Salvo-Conduto de Residente da China Continental para Deslocação a Taiwan n.° L04754xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 66.1/DI-AI/2018 levantado pela DST a 31.03.2018, e por despacho da signatária de 08.10.2020, exarado no Relatório n.° 770/ DI/2020, de 16.09.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Taipa, Rua de Seng Tou n.° 313, Urbanização da Nova Taipa - Fase I, Block 21, 9.° andar A .-----------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.----------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode os infractoros, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-----------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline’, 18.° andar, Macau.---------------

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se os infractores abaixo discriminados:--------------------------------------------------- 1. Mandado de Notificação n.° 797/AI/2020:Leong Chu Fu, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.° 15287xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 7/DI-AI/2019, levantado pela DST a 04.01.2019, e por despacho da signatária de 27.07.2020, exarado no Relatório n.° 478/DI/2020, de 18.06.2020, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Taipa, Rua de Tai Lin n.° 47, Lai Cheng Kok, 26.° andar J onde se prestava alojamento ilegal.-------------- 2. Mandado de Notificação n.° 801/AI/2020:CHAN HENG CHEONG, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.º 12733xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 181/ DI-AI/2018, levantado pela DST a 27.09.2018, e por despacho da signatária de 18.05.2020, exarado no Relatório n.° 228/DI/2020, de 29.04.2020, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua Francisco H. Fernandes n.° 23, Edf. Hot Line, 5.° andar AH onde se prestava alojamento ilegal. ---------------------------------------------------------------------- 3. Mandado de Notificação n.° 847/AI/2020:TANG LIRONG, portadora do Passaporte da RPC n.° E39882xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 239/DI-AI/2018, levantado pela DST a 04.12.2018, e por despacho da signatária de 20.07.2020, exarado no Relatório n.° 403/DI/2020, de 02.06.2020, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua de Nagasaki n.° 80, Kam Fung Tai Ha, Bloco 1, 14.° andar E onde se prestava alojamento ilegal. --------------------------------------------------------Pelo mesmo despacho foi determinado que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito, não sendo admitida a apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. ------------------------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.----------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.----------------

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 20 de Outubro de 2020.

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 05 de Novembro de 2020. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

ACÇÃO ORDINÁRIA

HM • 2ª VEZ • 6-11-20

HM • 2ª VEZ • 6-11-20

ANÚNCIO

公告 ANÚNCIO

Processo nº. CV3-19-0141-CAO

AUTORA: RÉU:

3º. Juízo Cível

COMPANHIA DE INVESTIMENTOS OCEAN, LIMITADA, com sede em Macau, Taipa, na Avenida dos Jardins do Oceano, n.º 388, Edifício “Ocean Tower”, complexo “Jardins do Oceano”, 7.º andar A, registada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis sob o n.º 890 (SO). -----------------------------------------------------------------------LIU YUTIAN劉玉田, que também usa LAO YUK TIN 劉玉田, ausente em parte incerta, com última residência em Macau, no Caminho dos Artilheiros, n.º 21, 4.º Andar H; e, em Hong Kong, em 干諾道西21-24 號, 海景大廈 1103.-------------------------------*** FAZ-SE SABER que, por este Juízo e Tribunal, correm éditos de TRINTA (30) DIAS, contados da segunda e última publicação dos respectivos anúncios, CITANDO o RÉU acima identificado, para no prazo de TRINTA (30) DIAS, contestar, querendo, a Acção Ordinária, acima identificada, conforme tudo melhor consta da petição inicial, cujos duplicados se encontram neste 3º Juízo Cível à sua disposição e que poderão ser levantados nesta secretaria, sob pena de não o fazendo no dito prazo, seguir o processo os ulteriores termos até final à sua revelia. Se não contestar, não se consideram reconhecidos os factos articulados pela Autora.------------------------------------------------Consigna-se que é obrigatória a constituição de advogado, no caso de querer contestar.----Em síntese, a Autora pede que a presente acção deve ser julgada procedente, por provada, e em consequência, ser:---------------------------------------------------------------------------------------------------a) reconhecido e declarado resolvido o Contrato-Promessa, por incumprimento definitivo e culposo das obrigações contratuais do Réu, com todas as consequências legais aplicáveis, nomeadamente, declarando e reconhecendo a perda do sinal a favor da Autora e a restituição da Fracção à Autora, reconhecendo-se igualmente a Autora como legítima titular do direito de domínio útil da Fracção, podendo livremente exercer, sem qualquer limitação, todas as faculdades e prerrogativas inerentes ao referido direito;-------------------------------------------------------------------------------------b) subsidiariamente, e apenas, para o caso de ser improcedente o pedido formulado ao abrigo da alínea anterior, serem declarados prescritos todos os direitos do Réu ao abrigo do Contrato-Promessa e, consequentemente, ser declarado e reconhecido que a Autora se encontra desonerada de todas as suas obrigações ao abrigo do referido contrato, devendo igualmente a Autora ser reconhecida como legítima titular do direito de domínio útil da Fracção, podendo livremente exercer, sem qualquer limitação, todas as faculdades e prerrogativas inerentes ao referido direito.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Caso o citando pretenda beneficiar do regime geral de apoio judiciário, deverá dirigir-se ao balcão de atendimento da Comissão de Apoio Judiciário, sito na Alameda Dr. Carlos D´Assumpção, nº 398, Edf. CNAC, 6º andar, Macau, para apresentar o seu pedido, sendo que poderá pedir esclarecimentos através do telefone n.º 2853 3540 ou correio electrónico info@caj.gov.mo.----------------Para o efeito, terá de comunicar ao processo a apresentação do pedido àquela Comissão, para beneficiar da interrupção do prazo processual que estiver em curso, nos termos do n.º 1, do art.º 20.º, da Lei 13/2012, de 10 de Setembro. –----------------------------------------------------------------Macau, 23 de Outubro de 2020

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簡易執行裁判案 第 PC1-15-0039-COP-A 號 輕微民事案件法庭 Execução Sumária de Sentença n.º Juízo de Pequenas Causas Cíveis Exequente: BANCO INDUSTRIAL E COMERCIAL DA CHINA (MACAU) S.A., com sede em Macau, na Avenida da Amizade, Nº 555, Macau Landmark, Torre ICBC, 18º andar. Executada: PAULO MARIA AUGUSTA, com residência em Macau, na Travessa da Concordia no.65 May Fair Gdn-Ka Ieng B1-43-and-AO. FAZ-SE SABER que nos autos acima indicados são citados os credores desconhecidos da executada para, no prazo de quinze dias, que começa a correr despois de finda a dilação de vinte dias, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamarem o pagamento dos seus créditos pelo produto dos bens penhorados sobre que tenham garantia real e que são os seguintes: Bens Penhorados Verba n.º 1 Comparticipação pecuniária no desenvolvimento económico para o ano de 2017 Saldo: MOP9.000,00 (nove mil patacas), que se encontra depositado actualmente no Banco Nacional Ultramarino, S.A., à ordem dos presentes autos. Verba n.º 2 Comparticipação pecuniária no desenvolvimento económico para o ano de 2018 Saldo: MOP9.000,00 (nove mil patacas), que se encontra depositado actualmente no Banco Nacional Ultramarino, S.A., à ordem dos presentes autos. Verba n.º 3 Comparticipação pecuniária no desenvolvimento económico para o ano de 2019 Saldo: MOP10.000,00 (Dez Mil Patacas), que se encontra depositado actualmente no Banco Nacional Ultramarino, S.A., à ordem dos presentes autos. Verba n.º 4 Comparticipação pecuniária no desenvolvimento económico para o ano de 2020 Saldo: MOP10.000,00 (Dez Mil Patacas), que se encontra depositado actualmente no Banco Nacional Ultramarino, S.A., à ordem dos presentes autos. RAEM, 19 de Outubro de 2020.

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sociedade 9

sexta-feira 6.11.2020

Dois homens foram detidos por suspeita num caso de burla que custou a uma mulher 500 mil yuan. A vítima terá sido atraída para Macau sob o pretexto de vir fazer negócios. O desfalque remonta a Novembro de 2019 e outros quatro suspeitos continuam a monte

BURLA MULHER PERDE 500 MIL YUAN APÓS TER SIDO LEVADA A JOGAR EM QUARTO DE HOTEL

Póquer contra a vontade passada terça-feira após terem entrado em Macau pelas Portas do Cerco. No dia seguinte, a dupla foi detida no NAPE, tratando-se de um homem de 47 anos, de apelido Chan, oriundo de Hong Kong, e um homem de 63, de apelido Lu, de nacionalidade chinesa.

Após [a vítima] ter ganho dezenas de milhares de yuans ao final das primeiras rondas, os suspeitos insistiram em continuar a jogar e em subir as apostas

A

Polícia Judiciária (PJ) anunciou ontem a detenção de dois homens por suspeitas de envolvimento num caso de burla de valor consideravelmente elevado. O crime terá resultado no desfalque de 500 mil yuan na conta de uma mulher ligada à comercialização de pedras que veio a Macau tratar de negócios. A armadilha montada à volta da vítima, de 30 anos e de nacionalidade chinesa, começou a ganhar forma em Outubro de 2019, altura em que foi apresentada por um amigo a um grupo de cinco pessoas. No mês seguinte, um dos suspeitos convidou a mulher para ir a Macau na companhia do grupo sob o pretexto de tratar de negócios.

No dia 14 de Novembro, já em Macau, a mulher foi convidada pelos suspeitos para os acompanhar ao hotel onde estavam hospedados no NAPE. Ao chegar ao hotel, a vítima foi convidada a subir a um dos quartos para participar num jogo de póquer. Apesar de, ao início, se ter recusado a participar no jogo, acabou por ser convencida

a subir. Após ter ganho dezenas de milhares de yuans ao final das primeiras rondas, os suspeitos insistiram em continuar a jogar e em subir as apostas. Ao fim de várias apostas, a mulher acabaria por perder 500 mil yuan. Nesse momento, a vítima foi encaminhada por um outro suspeito para uma casa de penhores nas redondezas do hotel, para proceder

ao pagamento da dívida que tinha acabado de contrair. Após o regresso ao Interior da China, a mulher apercebeu-se que tinha sido vítima de burla e no dia 19 de Novembro voltou a Macau para apresentar queixa na PJ.

UM ANO DEPOIS

Após investigar, a PJ identificou e localizou dois dos suspeitos na

CRIME ESTUDANTE CHINÊS OBRIGADO A APRESENTAR-SE ÀS AUTORIDADES

U

M jovem natural do interior da China, que estuda “numa universidade em Macau”, suspeito do crime de burla telefónica, está obrigado a apresentar-se periodicamente às autoridades, além de estar proibido de deixar Macau para evitar a sua fuga do território. As medidas de coacção aplicadas pelo Juiz de Instrução Criminal tiveram como objectivo evitar que o suspeito

“continue a prática das actividades criminosas” e a perturbar a ordem pública. Segundo o Ministério Público (MP), o arguido “telefonou à ofendida, alegando que ela se envolveu em uma actividade criminosa e solicitou-lhe, além do fornecimento de dados pessoais, que transferisse os seus depósitos bancários para a conta definida através do ‘e-banking’, no sen-

tido de ser efectuada a respectiva inspecção”. Uma vez que a ofendida "não sabia usar os serviços bancários pela Internet, o arguido contactou-a e acompanhou-a ao banco para proceder às formalidades bancárias, tendo a ofendida transferido, por várias vezes, mais de dois milhões de dólares de Hong Kong da sua conta”. Depois deste acto a mulher “suspeitou ter

sido burlada e participou o sucedido à polícia, que, posteriormente, encontrou o arguido no seu dormitório”. As autoridades apuraram que o estudante "aproveitou documentos falsificados para efectuar a burla de valor consideravelmente elevado, prática esta que constitui os crimes de burla de valor consideravelmente elevado e de falsificação de documento”.

O crime de burla é punível com uma pena de prisão até dez anos de prisão, enquanto que o crime de falsificação de documentos é punível com pena de prisão de até três anos. O MP prossegue agora com a investigação, “no sentido de encontrar os restantes suspeitos” da prática do crime de burla telefónica. A.S.S.

De acordo com a polícia, apesar de terem recusado a prática do crime, os dois detidos estiveram frente a frente com a vítima durante as rondas de póquer disputadas no quarto de hotel. O caso foi encaminhado para o Ministério Público (MP), sendo que os suspeitos foram acusados pela prática do crime de burla de valor consideravelmente elevada. Caso sejam condenados, os suspeitos podem ser punidos com pena de prisão entre 2 e 10 anos. Nunu Wu com P.A.

pedro.arede.hojemacau@gmail.com

Prostituição Operação no Iao Hon leva à detenção de 12 pessoas

A Polícia Judiciária (PJ) deteve 12 pessoas, 11 mulheres e um homem, no âmbito de uma operação rotineira de combate ao crime. De entre os detidos, cinco mulheres são do Vietname, quatro da China e uma é residente de Macau. As mulheres têm entre 25 e 50 anos de idade e, segundo investigação preliminar, admitiram estar em Macau para se prostituir. O homem, também residente, admitiu ter recebido serviços sexuais num dos dois apartamentos situados no bairro do Iao Hon dedicado à prostituição. A PJ explicou que os casos não estão relacionados com o crime de imigração ilegal, uma vez que quatro mulheres vietnamitas estavam em Macau com o estatuto de turista e uma tem blue card, trabalhando como empregada doméstica no território. As mulheres cobravam pelos serviços sexuais entre 100 e 200 patacas.


OS NEONSDA NOS 10 eventos

6.11.2020 sexta-feira

TIMC MÚSICA, YOGA E CINE-CONCERTOS SÃO AS NOVIDADES DO FESTIVAL QUE ARRANCA DIA 13

E

STÁ aí a nova edição do festival This is My City (TIMC) que, dedicada ao tema dos Neons, promete uma diversidade de conteúdos e apresentações ao grande público. Entre os dias 13 e 22 de Novembro, haverá espaço para a melhor música que se faz em Macau, mas não só: estão previstas exposições multimédia, actividades ligadas à prática do Yoga e ainda

Sob o tema dos Neons, a edição deste ano do festival This Is My City traz um cartaz diverso que vai muito além dos concertos com músicos locais. Uma das novidades é a realização de cine-concertos, que não são mais do que clássicos do cinema mudo musicados por artistas locais. Em ano de pandemia, a organização do festival decidiu incluir uma vertente de saúde e bem-estar com um programa de yoga

cine-concertos, onde clássicos do cinema mudo ganham uma nova roupagem musical composta por músicos locais. No total, são mais de 30 artistas que integram esta iniciativa. A organização decidiu fazer “uma aposta exclusiva nas criações locais”, uma vez que estamos “num ano extraordinário” marcado pela pandemia. O TIMC divide-se em dois blocos e o primeiro começa já

no próximo fim-de-semana, nos dias 13 e 14, no palco da discoteca D2, na Doca dos Pescadores. A noite de sexta-feira será dedicada ao Rock e à música independente, com a participação de bandas como os Pixels, Ryan Carroll, Trainspotters, ARI, Party Animals e o DJ Lobo Ip. Os 澳門 Pixels são um “projecto que, por admiração e talento, interpreta alguns dos temas da irónica banda de rock alternativo americana

Pixies”. Já Ryan Carroll “é conhecido entre a comunidade local por tocar um pouco por todo o lado e representar o conceito de one-man show”, explica a organização. Depois destes concertos segue-se um longo DJ Set, primeiro com os Trainspotters. Trata-se de um “colectivo que, por carolice, se dedica às melhores escolhas de música independente”. No sábado, dia 14, é o dia de apresentar “o melhor da

FRC RECORDAR “REQUEST”, POPULAR PROGRAMA DA ANTIGA RÁDIO VILA VERDE

A

Fundação Rui Cunha (FRC) apresenta, na próxima quarta-feira, às 18h30, mais uma edição da iniciativa “Serões com História”, desta vez dedicada ao programa “Request”, da antiga Rádio Vila Verde, muito popular no seio da comunidade macaense. Henrique Manhão, presidente da Casa de Macau nos EUA, será um dos oradores e irá partilhar “muitas memórias e curiosidades, apoiadas em fotos e áudios da

época, reconstruindo mais um retrato da história viva de Macau e das suas gentes”. Este programa de discos pedidos começou nos inícios dos anos 50 e, inicialmente, era transmitido apenas uma vez por semana, mas depressa passou a ser transmitido duas vezes por semana, dado o seu sucesso junto dos ouvintes. Os locutores portugueses João (Johnny) Reis e Nuno de Senna Fernandes colaboravam no programa, enquanto

que a emissão em inglês estava a cargo da senhora Hydman e uma outra de apelido Leitão. As duas canções mais populares da noite eram o “ Happy Birthday” e “Congratulations”. A moderação desta sessão estará a cargo de José Basto da Silva, presidente da Associação dos Antigos Alunos da Escola Comercial Pedro Nolasco (AAAEC), promotora da iniciativa.

música Funk que se faz por cá”. Primeiro sobe ao palco o músico ARI com os Party Animals, seguindo-se o DJ Set de Lobo Ip. Nestes dois dias, as portas do D2 abrem às 22h30 e os bilhetes custam 180 patacas, com direito a duas bebidas.

MUSICAR O CINEMA MUDO

Uma das novidades do TIMC deste ano passa pela introdução do cinema, mas de uma forma original. “Na

Doca dos Pescadores Feira dedicada ao desporto e bem-estar começa hoje

A segunda edição da Macao Sports Health Life Expo, uma feira dedicada a produtos de desporto e bem-estar, começa hoje e termina domingo, dia 8, na Doca dos Pescadores. Um total de 80 bancas disponibilizam vários produtos e equipamentos desportivos, sem esquecer suplementos alimentares e outros ligados à área da nutrição e bem-estar. Além disso, a Doca dos Pescadores está também a promover a 14º edição do Mega Carnaval de Descontos que decorre este fim-de-semana.


eventos 11

sexta-feira 6.11.2020

SSA CIDADE continuidade da aposta em conteúdos originais, o grande destaque do TIMC 2020 é a apresentação de duas sessões de cine-concertos”, aponta a organização, que não são mais do que a exibição de “clássicos do cinema mudo que marcaram o início da sétima arte e que até hoje se destacaram internacionalmente”. Para dar uma nova roupagem a estes clássicos, a organização do TIMC “desafiou os músicos locais

IC Bibliotecas públicas com leitura para cegos

O Instituto Cultural (IC) introduziu em várias bibliotecas públicas dispositivos de leitura para ajudar à leitura por parte de deficientes visuais e que passam a estar disponíveis na Biblioteca Central de Macau, Biblioteca do Patane, Biblioteca da Ilha Verde e Biblioteca da Taipa. Os dispositivos permitem aos leitores digitalizar texto e convertê-lo em áudio, pelo que podem “auxiliar aqueles que têm dificuldade em ler ou que são deficientes visuais, reduzindo a sua desvantagem de leitura ao permitir-lhes ‘escutar’ o texto escrito”, explica o IC.

a compor e a interpretar os acompanhamentos sonoros, tendo em consideração a adaptação da personalidade dos artistas aos conteúdos das películas”. Esta iniciativa arranca a 21 de Novembro com a exibição da longa-metragem “The Goddess”, de 1934, realizada por Yonggang Wu e interpretada pela icónica actriz Ruan Lingyu. A película que marca o fim dos últimos dias do cinema mudo vai

ser sonorizada pelo projecto Faslane e pelo artista Akitsugu Fukushima. A 22 de Novembro serão exibidas seis curtas-metragens “seleccionadas pela sua estética e relevância na história do cinema mudo”. São elas “Alice in Wonderland” de Cecil Hepworth & Percy Stow, de 1903 musicado pela pianista Frog.W, “The Dancing Pig” (1907) musicado por Paulo Pereira, “Vormittagsspuk” (Ghosts Before Breakfast) de Hans

“A promoção de hábitos saudáveis de vida é também uma das características que diferenciam o TIMC de 2020 e é traduzida com a criação de um programa dedicado ao Yoga.”

Richter (1928) acompanhado por Rui Rasquinho, “Le Voyage sur Jupiter” (Voyage to Jupiter) de Segundo de Chomón de 1909 com música de Iat U Hong, “La Grenouille” (The Frog), de 1908, também realizada por Segundo de Chomón, que vai ser musicada por Dickson Cheong.

CALIGRAFIA E YOGA

Na segunda parte do festival, o TIMC propõe-se ainda apresentar uma outra novidade, desta vez associada à saúde e bem-estar. “A promoção de hábitos saudáveis de vida é também uma das características que diferenciam o TIMC de 2020 e é traduzida com a criação de um programa dedicado ao Yoga. Num ano marcado pela pandemia a ideia é alertar para a importância de manter a saúde e contribuir para a saúde pública”, anuncia a organização. Desta forma, as sessões de Yoga acontecem nos dias 20, 21 e 22 com os instrutores Rita Gonçalves, Lily Li e Valentina. Estas sessões serão acompanhadas pelas Taças Tibetanas de Gil Araújo. Além desta vertente ligada ao bem-estar, o TIMC traz também iniciativas ligadas à caligrafia oriental e ocidental com dois calígrafos que vão fazer uma performance com as suas técnicas. As imagens do espectáculo serão manipuladas pelo VJ Os Wei, tendo acompanhamento musical do DJ A Long. Os Wei é também protagonista de uma instalação de fotografia que será inaugurada dia 20, sendo que nesse dia a banda Concrete Lotus actua ao vivo. No dia seguinte é a vez do Live Music Association acolher a after-party do TIMC. O cartaz encerra-se com mais uma vertente, onde a participação da população é o objectivo principal. Desta forma, será realizada uma open call onde os Neons são o tema principal, em que a população “é desafiada a pegar nos telefones e ir em busca dos emblemáticos Neons que caracterizam esta ‘nossa’ idade e publicar as suas fotos com o hashtag #timcneonhunt2020”. As imagens vão ser projectadas ao longo do segundo bloco de eventos, de 20 a 22 de Novembro, nas Oficinas Navais 2. “O objectivo

ORGANIZAÇÃO

O TIMC divide-se em dois blocos e o primeiro começa já no próximo fim-de-semana, nos dias 13 e 14, no palco da discoteca D2. A noite de sexta-feira será dedicada ao Rock e à música independente, com a participação de bandas como os Pixels, Ryan Carroll, Trainspotters, ARI, Party Animals e o DJ Lobo Ip

passa por recuperar o imagético que caracteriza Macau e fazer um tributo aos Neons que resistem e a quem ainda se dedica à sua produção”, conclui a organização. A.S.S.

FESTIVAL DE MARIONETAS SEXTA EDIÇÃO ARRANCA ESTE SÁBADO

É

já este sábado, dia 7, que arranca mais uma edição do Festival de Marionetas, uma iniciativa da Casa de Portugal em Macau (CPM). Diana Soeiro, coordenadora da CPM, disse ao HM que esta sexta edição se realiza apenas com artistas locais, sendo dois deles, Elisa Vilaça e Sérgio Rolo, artistas da CPM. Elisa Vilaça apresenta o espectáculo “O Sonho”,

com uma história em torno da personagem Mariana, e em que todas as marionetas foram feitas por si. Este espectáculo acontece no sábado às 17h15 no auditório da Casa Garden. Também no sábado, pelas 16h, tem lugar o espectáculo “O que estamos a pensar?”, feito com base no livro escrito e ilustrado por Chi-Wai Un,

um conhecido ilustrador e designer gráfico local. “O que estamos a pensar” é um espectáculo que “descreve os pensamentos de crianças e o sonhar acordado como um fenómeno comum entre adultos. Já Sérgio Rolo, apresenta no domingo, pelas 17h15, o espectáculo “Mini-mini-mini circus” em que “trapezistas, malabaristas, con-

torcionista e outros artistas brilham como as estrelas nas capas das revistas”, e onde a personagem Rodolfo “nos guia durante a função deste circo que é seu de coração”. Ainda no domingo, às 16h, acontece o espectáculo “O dia-a-dia da Mãe”, de Ronald Un, “um jovem e talentoso artista de teatro local que nos leva ao mundo do livro ilustrado e aos pensa-

mentos da mãe nessas novas interpretações que evocam a nossa imaginação”. À excepção do espectáculo de Elisa Vilaça, todos os restantes decorrem no jardim da Casa Garden. Diana Soeiro diz que “não havendo fala, todas as peças são destinadas a um público de todas as nacionalidades e são para todas as idades”.


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6.11.2020 sexta-feira

FMI ECONOMIA CHINESA DEVE CRESCER QUASE 2 POR CENTO ESTE ANO

Em sentido contrário

Contrariando o curso da economia mundial, a economia do gigante asiático deverá crescer na ordem dos 1,9 por cento, este ano, e 8,2 por cento, em 2021. As previsões foram ontem avançadas pelo FMI

O

Fundo Monetário Internacional (FMI) previu ontem que a economia da China cresça 1,9 por cento, este ano, e 8,2 por cento, em 2021, evitando a contracção registada a nível global devido à pandemia da covid-19. Estas previsões representam a última actualização do FMI, depois de uma ronda de consultas, incluindo reuniões entre o chefe da missão para a China, Helge Berger, o primeiro vice-director-geral, Geoffrey Okamoto, e o governador do banco central chinês e os directores dos reguladores do mercado de acções, do sector bancário e de seguros. Apesar das perspectivas positivas, Okamoto alertou que o crescimento continua a ser desequilibrado, pois depende excessivamente

da intervenção do Governo, enquanto o consumo privado “ficou para trás”. O vice-director lembrou que a economia chinesa ainda está exposta a “crescentes vulnerabilidades financeiras” e a um “ambiente estrangeiro cada vez mais complexo”. As projecções do FMI são de que os preços de produtos tradicionalmente mais voláteis, como de alimentos ou energia, vão manter-se sem aumentos, o que levará o índice de preços ao consumidor, o principal

indicador da inflação no retalho, a não ultrapassar, no próximo ano, o limite de 3 por cento estabelecido por Pequim antes da crise do novo coronavírus. Okamoto exortou o Governo chinês a continuar “a modernizar” as políticas monetárias, a apoiar os grupos mais vulneráveis na sociedade chinesa e a fortalecer os marcos regulatórios do sistema financeiro para reduzir riscos. O FMI instou Pequim a aprofundar a reforma das empresas estatais para que

Apesar das perspectivas positivas, Okamoto alertou que o crescimento continua a ser desequilibrado, pois depende excessivamente da intervenção do Governo, enquanto o consumo privado “ficou para trás”

não sejam beneficiadas face às empresas privadas, e a abrir o mercado doméstico às empresas estrangeiras.

PAPEL SOLIDÁRIO

Sobre o papel do país na crise global da covid-19, o director do FMI lembrou que a China “pode ajudar a comunidade internacional a superar muitos dos principais desafios que a economia global enfrenta”. O responsável citou o acesso a possíveis vacinas contra o novo coronavírus, o alívio da dívida dos países pobres, o financiamento sustentável para o investimento global em infraestrutura e o combate às mudanças climáticas. De acordo com dados oficiais, o Produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 4,9 por cento, em termos homólogos, no terceiro trimestre do ano, o

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Aviso de pedido para junção de restos mortais em sepultura perpétua Eu, Lau Kuai In (劉桂賢), nos termos da alínea 3) do n.º 1 e dos n.ºs 2 a 4 do artigo 26.º-A do Regulamento Administrativo n.º 37/2003, alterado pelo Regulamento Administrativo n.º 22/2019, apresento um pedido da junção das cinzas de Lau Kun Wing (劉根榮), na sepultura n.º CT-1-A1-273 do Cemitério Sá Kong da Taipa. O defunto cujos restos mortais se pretende juntar era neto do falecido já ali depositado, o primeiro inumado, Lau Mon Che Si (劉門謝氏). Venho por este meio informar as pessoas indicadas no n.º 1 do artigo 26.º-A do Regulamento Administrativo acima referido de que podem apresentar objecção por escrito ao IAM no prazo de 30 dias, contados a partir da data da publicação do aviso. A objecção escrita deve ser entregue no escritório dos assuntos relativos a cemitérios da Divisão de Higiene Ambiental do IAM, sito no 3.º andar do Edifício Comercial Nam Tung, na Avenida da Praia Grande n.º 517. Se o IAM não tiver recebido objecção por escrito no prazo determinado, o pedido de junção pode ser autorizado. Aos 6 de Novembro de 2020

Lau Kuai In

CRUDE AUMENTO DE 20% NA QUOTA DE IMPORTAÇÃO PARA 2021

A

China anunciou ontem que vai permitir às suas empresas que comprem mais 20 por cento de petróleo nos mercados externos, em 2021, numa altura em que a queda dos preços ameaça os Estados produtores, incluindo Angola. O aumento na quota para as importações, anunciado pelo Ministério do Comércio, equivale a cerca de 823.000 barris por dia, um impulso modesto, mas importante, numa altura em que as principais economias do mundo estão em recessão, devido à pandemia da covid-19. O país asiático, o maior importado de petróleo do mundo, tem expandido a sua capacidade para refinar o crude. A nova refinadora do país, a Zhejiang Petrochemical, inaugurou esta semana uma unidade de destilação de petróleo bruto, capaz de processar

200.000 barris por dia, segundo a imprensa local. A refinaria privada Shenghong Petrochemical Group está também a trabalhar na construção da maior unidade de petróleo bruto do país, com início de operação programado para o final do próximo ano. O aumento da procura chinesa poderá beneficiar Angola, que vende dois terços do seu petróleo para o país asiático. O aumento da compra de petróleo é especialmente crítico numa altura em que Luanda necessita de gerar receitas que permitam cumprir o serviço da dívida com o Fundo Monetário Internacional e os credores chineses. A China reduziu constantemente as suas compras de petróleo africano, ao longo dos últimos 10 anos, optando antes por fornecedores no Golfo Pérsico, Estados Unidos, Rússia e Brasil.

que representou um retorno a valores positivos, no conjunto do ano até Setembro (+0,7 por cento), após uma

queda de 6,8 por cento no primeiro trimestre de 2020 e uma subida de 3,2 por cento no segundo.

COVID-19 PROIBIDA ENTRADA A QUEM VEM DA BÉLGICA, FILIPINAS E REINO UNIDO

A

China acrescentou a Bélgica e as Filipinas aos países a partir dos quais passa a estar suspensa a entrada de titulares de passaporte estrangeiro no seu território, face a uma nova vaga de covid-19. A medida abrange titulares de vistos ou de autorizações de residência, com excepção para diplomatas, segundo um comunicado divulgado pelas embaixadas chinesas naqueles países. Anteriormente, a embaixada chinesa no Reino Unido tinha já tinha anunciado a mesma medida para cidadãos estrangeiros que voem a partir daquele país. As embaixadas e

os consulados chineses naqueles países deixaram assim de emitir certificados sanitários que corroborem a validade dos testes negativos de ácido nucleico (PCR), e que são obrigatórios para embarcar num voo para a China. A embaixada da China em Londres afirmou que a suspensão vai ser “avaliada de acordo com a evolução da situação”. A China conteve amplamente a disseminação do novo coronavírus dentro do país, mas continua a registar casos importados. Nas últimas 24 horas, somou 20 novas infecções oriundas do exterior.


desporto 13

sexta-feira 6.11.2020

GP MACAU ANDRÉ COUTO LAMENTA AUSÊNCIA NO CIRCUITO DA GUIA

Sem dinheiro, não há corrida Quando na passada quarta-feira foram reveladas as listas de inscritos para a 67ª edição do Grande Prémio de Macau, evento que este ano terá uma forte componente local, obviamente que saltou à vista a ausência do único piloto da RAEM a ter até hoje conquistado o troféu mais importante da prova, André Couto

A

PESAR dos esforços para participar num evento que lhe é tão querido, o piloto português vai pelo segundo ano consecutivo faltar à maior manifestação desportiva do território. «É com muita mas muita pena minha que não vou poder participar no Grande Prémio deste ano. Infelizmente, não consegui reunir os apoios para participar na prova de GT e portanto não vou estar presente”, esclareceu ao HM

que o piloto da casa seria um sério candidato à conquista Taça GT Macau, troféu que nunca foi ganho por um piloto de Macau desde a implantação da corrida em 2008. Como não haverá Couto à partida, teremos então um duelo entre dois “veteranos” de Hong Kong, como são Darryl O’Young (Mercedes AMG) e Marchy Lee (Audi), contra o “sangue novo” oriundo da China Interior, David Chen (Audi) e Leo Ye Hongli (Mercedes AMG).

FINAL NO JAPÃO É POSSÍVEL

André Couto, piloto «É com muita mas muita pena minha que não vou poder participar no Grande Prémio deste ano. Infelizmente, não consegui reunir os apoios para participar na prova de GT e portanto não vou estar presente”

o vencedor do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 de 2000. Numa edição que precisava desesperadamente de todos os heróis locais para colmatar a falta das habituais estrelas estrangeiras, e assim justificar o seu alto estatuto internacional, o facto daquele que é um dos “nomes grandes” do automobilismo da região estar novamente ausente não deixa de ser desapontante. O piloto luso de Macau terá tido a oportunidade de

correr numa das equipas de topo, com um carro competitivo, na Taça GT Macau, mas por diversos motivos, com o principal a ser de indole financeira, tal não se materializou. “Confesso que é um desgosto grande não estar este ano à partida, porque sei que teria boas hipóteses de dar uma grande alegria à população de Macau que tanto me tem apoiado ao longo de toda a minha carreira”, admite Couto. “Contudo, não existe o apoio necessário, quer institucional,

BRASIL VASCO DA GAMA E SÁ PINTO NOS OITAVOS DA TAÇA SUL-AMERICANA

O

Vasco da Gama, orientado pelo treinador português Ricardo Sá Pinto, qualificou-se na quarta-feira à noite para os oitavos de final da Taça sul-americana, ao empatar sem golos na visita ao Caracas. Sá Pinto defendeu na capital venezuelana a vantagem da primeira mão, num jogo disputado na última semana no Rio de Janeiro e no qual garantiu a vantagem na eliminatória, com um golo de Tiago Reis, aos 88 minutos. Na segunda mão, o técnico português mostrou que a estratégia era defender o resultado, apostando numa linha de cinco defesas, com três centrais, Miranda, Ricardo Graça e Leandro Castan.

O jogo acabou por ser favorável para os vascaínos, com o Caracas reduzido a dez jogadores, após o central Villanueva ser expulso aos 67 minutos, ao ver o segundo cartão amarelo. Nos ‘oitavos’ da competição, o Vasco da Gama vai defrontar os argentinos do Defensa y Justicia, com o primeiro jogo fora e a segunda mão no Rio de Janeiro. Ricardo Sá Pinto foi confirmado como treinador do Vasco da Gama em 14 de Outubro, com o antigo internacional português a ter quatro jogos à frente da equipa, dois na Taça sul-americana e outros dois no ‘Brasileirão’, com uma derrota com o Corinthians, e um empate diante do Góias.

quer por parte de entidades privadas, para levar a cabo a minha participação. Ao contrário do passado, não sinto que haja, dentro das entidades competentes, quem realmente puxe para que haja pilotos de Macau a vencer nas corridas principais do Grande Prémio. Se houvesse interesse em oferecer alguma glória desportiva à RAEM, provavelmente a atitude seria outra.” Caso a participação de Couto se tivesse concretizado, certamente

A temporada de 2020 de Couto foi severamente afectada pela pandemia de COVID-19. O piloto de Macau tem contrato com a equipa JLOC (Japanese Lamborghini Owners Club) para o campeonato japonês Super GT, mas devido às restrições impostas à entrada de estrangeiros no país do sol nascente, só realizou os testes de pré-temporada no circuito de Okayama com o Lamborghini Huracán GT3 Evo. Contudo, Couto está a tentar estar à partida na última prova do campeonato, no fim-de-semana de 28 e 29 de Novembro, em Fuji. De acordo com o piloto, a sua participação em “tudo vai depender dos tramites das burocracias em curso”, existindo a real possibilidade do ex-campeão da classe GT300 voltar ao cockpit do Huracán GT3 Evo para o fim de época. O japonês Yuya Motojima tem ocupado o lugar de Couto ao lado de Takashi Kogure no “touro” com o nº88, e a duas provas do final, o duo nipónico está na 11ª posição da classificação de pilotos. Sérgio Fonseca

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Liga NOS Sérgio Conceição suspenso por 15 dias

O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, foi suspenso por 15 dias, depois de ter sido expulso frente ao Paços de Ferreira, informou ontem o Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF). De acordo com o mapa de castigos, o treinador dos ‘dragões’ foi expulso no encontro da sexta jornada da I Liga por ter dito ao árbitro: “és uma vergonha, és um mentiroso”. Por ser reincidente, Sérgio Conceição foi suspenso por 15 dias e terá de pagar uma multa de 10.200 euros, falhando o encontro dos ‘dragões’ com o Portimonense, no domingo, na sétima ronda. O director-geral para o futebol do FC Porto, Luís Gonçalves, e o adjunto Siramana Dembele viram ser-lhes instaurados processos disciplinares. No encontro entre Paços de Ferreira e FC Porto (3-2), também o treinador dos pacenses, Pepa, foi expulso e foi suspenso por oito dias, enquanto o seu adjunto Samuel Correia terá de cumprir uma suspensão de seis dias.


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6.11.2020 sexta-feira

Tempo de medo e

FICÇÃO, ENSAIO, POESIA, FRAGMENTO, DIÁRIO

entre oriente e ocidente Gonçalo M. Tavares

Mulheres de Itália (9) Belina está na primeira aula de côro mas quase não olha para a partitura porque está a olhar para todo o lado a ver se Benignachega. Ela não quer cantar, quer é ser amiga de Benigna. Benedetta está deitada na praça a fingir que dorme para perceber se o namorado, enquanto ela dorme, vê o telemóvel e manda mensagens para alguém que ela calcula que é uma rival e por isso fecha os olhos só oitenta por cento e os vinte por cento que ficam são os mais importantes pois assim ela vê tudo e pode depois chamar nomes e dar-lhe um estalo como já deu uma vez e não se arrepende. Beniamina está com os olhos excitadíssimos a apertar com força o braço esquerdo com um elástico enquanto Acacio a ajuda, mas vai ser Beniamina a espetar a agulha e em pouco tempo a heroína vai colocá-la KO e ela só diz, sem parar: preciso disto, preciso disto, preciso disto. Benigna está farta de Belina e por isso hoje não vai ao coro e decidiu até ir por outro caminho para a escola. Já lhe bloqueou o telefone e quando a vir vai dizer: és uma chata. Benvenuta dá um murro no multibanco quando vê o papel com o saldo e magoa-se tanto na mão que começa a correr para ninguém a ver a chorar. Berenice está a fazer a miniatura do teatro da cidade e diz que acredita na voodoo e como não foi aceite como actriz naquele grupo vai espetar agulhas na miniatura do edifício do teatro para que ele expluda e mate todas as pessoas lá dentro. Bernadetta está a dançar com Domenico a música Imagine de John Lennon e a apalpar-lhe o rabo para as amigas verem que Domenico é dela e não da Carola. Betta está sozinha na casa de uma amiga a tentar ligar a televisão, mas são dois comandos e ela não percebe nada do funcionamento daquilo. Irrita-se tanto que esconde um comando de maneira a que a família da amiga nunca mais o encontre. Bianca ri-se às gargalhadas com o gesto de Calpurnia a falar do tamanho íntimo de um amigo comum. Ri-se tanto que até fica mal-disposta. Nunca estiveste com ele?, pergunta Calpurnia. E depois ri-se de novo.

ILUSTRAÇÃO ANA JACINTO NUNES


ARTES, LETRAS E IDEIAS 15

sexta-feira 6.11.2020

tempo de traicão ´

tonalidades António de Castro Caeiro

Oração da serenidade

“D

EUS dá-me a serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, a coragem para mudar as coisas que posso mudar e sabedoria para conhecer a diferença.” A oração da serenidade (1943) é atribuída a Reinhold Niebuhr, um dos teólogos mais conhecidos na América, invocado até pelos presidentes Clinton e Obama. Começa a ganhar notoriedade com os alcoólicos anónimos (A.A.) quase logo desde o princípio da sua formação, mas encontramo-la gravada em toda a espécie de objectos, de medalhas a artigos de olaria, nos EUA. É nela que os grupos de ajuda aos doentes de adição dos A.A. já referidos aos N.A. (Narcóticos Anónimos) e outros doentes com outras adicções têm encontrado consolo. A figura principal invocada na oração é a serenidade. Como se fosse um poder quase divino, talvez até se devesse dizer uma divindade, que se afastara da vida. Tê-la-emos conhecido no passado, na placidez dos dias já há muito idos. A serenidade não é apenas mental. Nunca nada do que acontece na existência humana é “só” mental. Em sentido literal, em latim, é sereno o céu e a lua, talvez da palavra em sânscrito para céu “svar” e do grego para raio luminoso “selas”. No céu nocturno, vê-se a lua brilhar. O céu azul é iluminado pelo sol. Na serenidade mental, independentemente do que se passa lá fora, mesmo nos dias de tempestade, tudo é sereno. Na intranquilidade interior, nenhum dia de bom tempo deixa de ser conturbado. A invocação da serenidade faz-se quando há coisas que perturbam, se agitam, fazem perder o sossego. Ninguém aguenta muito tempo atravessar momentos confusos. O que pede a prece? Pede para aceitar o que não eu não sou capaz de mudar, o que eu não tenho o poder para mudar, o que não consigo mudar. E o que é isso? Não pode ser tudo? Não é um convite à desistência? Os doentes de compulsão terão de aceitar a sua adicção? Terão de aceitar a situação global da sua existência? Não é isso aceitar a doença? Não é a morte em vida? Pode ser aceitar o modo de ser como se é. A adicção resulta de uma obsessão compulsiva. A estrutura existencial confunde o centro com a periferia. É difícil estar consigo a sós, quando somos obsessivos e compulsivos. O comportamento adictivo faz-nos sempre querer qualquer coisa a que nos dedicarmos. Tal como São Paulo denuncia o seu estado de escravidão, para se entregar a Deus e à possibilidade que seja feita a Sua vontade, nenhum paciente de uma obsessão é insensível ao seu sentido de vida: querer sempre mais do que lhe dá prazer, substituir o que deixa de

dar prazer por outra coisa qualquer que dê prazer. A vida decorre entre a ânsia da obtenção de prazer, o prazer obtido e a ressaca. É aqui que reside a possibilidade de os chocolates terem metafísica. Um chocolate existe na antecipação dele, no

momento em que é comido, no arrependimento de ser comido. A serenidade faz ver como somos. Vivemos entre a ânsia de uma possibilidade sem medirmos a consequência da sua perseguição, o momento da contracção de prazer, o arre-

A serenidade faz ver como somos. Vivemos entre a ânsia de uma possibilidade sem medirmos a consequência da sua perseguição, o momento da contracção de prazer, o arrependimento por todos os motivos, sobretudo porque a agenda da compulsão não é nossa

pendimento por todos os motivos, sobretudo porque a agenda da compulsão não é nossa. A tristeza da vida dedicada a conteúdos compulsivos é que não somos os protagonistas das nossas existências. Não temos vontade que seja nossa. Não temos querer. O querer é de uma vontade que nos dá e nos expulsa de nós próprios. A serenidade faz ver esta estrutura de uma forma extrema, como a nossa raiz das coisas. Mas há um outro pedido que fazemos à serenidade, de que interceda por nós junto da coragem. A coragem para mudarmos as coisas que podemos mudar. A mudança é possível. Podemos viver como gostaríamos de viver e não apenas deixar-nos de viver como não gostamos de viver. Não é apenas precisa a coragem para a desistência de uma hipótese de vida que não nos leva a lado nenhum. É necessária a coragem para um encontro com a possibilidade da mudança. A obsessão é a estrutura da própria existência. A vida acontece entre o primeiro momento e o derradeiro não testemunhamos nenhum e, contudo, esses momentos lançam sobra sobre nós, projectam-se ainda e já nas nossas vidas. Fixamo-nos em conteúdos obsessivos por uma confusão entre nós e as coisas, entre um amor e as coisas que julgamos amar, em quem pensamos de manhã à noite, mas que nos podem destruir. A coragem que a serenidade nos dá revela-nos o nosso amor e o nosso amor liberta-nos não nos escraviza. A serenidade dá a ver a diferença que há entre a impossibilidade de mudança da vida e a possibilidade de mudança do conteúdo da vida. A aceitação da estrutura da vida entre o princípio e o fim. A possibilidade de se compreender que o apego ao que dá prazer confunde a loucura da alteração da consciência com amor. O amor é totalitário, mas não prende, não subjuga, não existe entre a ressaca e a bebedeira provocada por uma substância do mundo. Liberta e lança-nos para a sua própria possibilidade possibilitante, faz-nos da altura do céu em toda a sua extensão, com todo o seu azul. O ser que eu sou deixa de estar hermeticamente fechado entre a ansiedade para estar fora de mim e a obrigação em estar em mim na ressaca que só se vence com outro shot, outra aspiração. Eu aceito que sou assim e posso mudar ser assim ao mudar de sentido, não de existência. Na formulação que Reinhold Niebuhr terá preferido da oração da serenidade lê-se: “Deus, concede-nos a graça para aceitar 2com serenidade o que não pode ser mudado, a coragem para mudar o que deve ser mudado e a sabedoria para distinguir uma da outra.” A serenidade é uma das faces da verdade.


16

h

Divina Comédia

´

Desinfectar o almoço

ANDREAS SHULZE

Sara F. Costa

6.11.2020 sexta-feira

E

M 2020, a hora de almoço é uma oportunidade de reflectir sobre a casa. Olhar para os parentes à mesa. Indispensáveis evidências determinam quem é o mais velho, quem tem problemas pulmonares e assim sucessivamente. A fonte dos números dos mortos em Helvetica, vermelho com sombra. Tecto antigo, com fugas de água. Uma voz séria, língua de guerra, mensagens ajustadas. Olhar dramático perante as palavras monásticas. Conselhos, mas imparciais, todas as notícias são imparciais. Roland Barth e as mitologias esponjosas madrepérola entre o ovo estrelado e o arroz. Poseidon, que ninguém se meta com ele. Demasiado mar afundado atrás da pele. Trago, debaixo do braço, poesia épica e um panteão de deuses, mas não há melhor mitologia do que a da televisão à hora de almoço e, por isso, toda a mesa assiste concentrada, não se fala, como no fado ou em Fátima ou no futebol ao qual já não se pode assistir. Também os jornalistas se dedicam à compreensão da vontade dos deuses com oráculos, com os seus pivôs pitonisas. Contam-nos fábulas que

acabam, invariavelmente, em tragédia. O meu lugar na mesa não tem vista privilegiada para a verdade. Ainda assim, consigo ouvir os mitos que não estão a ser explicitamente assumidos: a formar, distorcer e reduzir a percepção do mundo. Signo, Significado, significante. Denotação, conotação - camadas e camadas de sentidos. Afinal, as histórias que nos são apresentadas são uma completa imparcial realidade, sem mediação. Aquela floresta a arder não existia antes de aparecer no pequeno quadrado. Percorro esta forma desinteressada de informar no olhar dos outros. A veemência da repetição. As cerimónias profissionais. As combinações entre ban-

deiras e TV. Os educadores, os hospitais, o controlo. O primeiro-ministro identificado pelos órgãos, os soberanos, claro e os da comunicação social. A pedagogia que me ocupa a morada na presença de traumas nacionais mesmo antes do trauma. Nacional, mundial. Se eu acho que a metodologia transforma a história em natureza? Antiessencialista, construtivista para os amigos. Sim, claro. Da semiótica à ideologia são dois pratos de carne. Imitações de brinquedos perigosos na banana com café. “Quando se recorre à semiótica para analisar a metodologia escondida nos media, esta mitologia é uma forma de entrar nas raízes da criação da realidade.”

Trago, debaixo do braço, poesia épica e um panteão de deuses, mas não há melhor mitologia do que a da televisão à hora de almoço e, por isso, toda a mesa assiste concentrada, não se fala, como no fado ou em Fátima ou no futebol ao qual já não se pode assistir

A estrutura da nossa cultura é o que a faz funcionar. Histórias ultra-simplificadas que contamos a nós próprios para manter a sociedade funcional. Navegamos a existência através de dicotomias mas as culturas não são opostas. O apertar de mão e a vénia cumprem exatamente a mesma função social. O cotovelinho e o bater de punho servem perfeitamente e são até mais globais. Somos uma expressão dos mitos e dos rituais da nossa cultura. Quando a nossa cultura é o covid, não deixamos de ser a expressão de algo que aleatoriamente nasceu a 2 de Março de 2020 nas nossas coordenadas geográficas. Nascimentos espontâneos entre a dúvida e o comboio. Corridas regionais, tubos botânicos, máscaras na mobilia, desinfetar a carne cozinhada com poesia administrativa. Tudo para nos limpar, uma limpeza necessária. Estados de excepção colados aos textos. Desculpa desiludir-te, não és tu que és uma pessoa muito consciente e responsável. Não são eles, somos nós. O Eu não dá forma ao mundo, o mundo dá forma ao Eu. Pelo sim, pelo não, usem álcool-gel para desinfectar o almoço.


(f)utilidades 17

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TEMPO

POUCO

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CIRCULAÇÃO LIMITADA

S U D O K U 56 3 4 5 2

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SALA 1

COME PLAY [B] Um filme de: Jacob Chase Com: Azhy Robertson, Gillian Jacobs John Gallagher Jr. 14.30, 16.30, 21.30 SALA 2

THE CRAFT: LEGACY

5 2 6 5 4 3 7 1

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6 3 2 2 1 5 3 4 7 7 6 1 5 2 3 4 5 6 www. hojemacau. 1com.mo 7 4 58

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HUM

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O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou ontem que França vai duplicar os elementos que patrulham as fronteiras, de 2.400 para 4.800, e que vai defender em Bru-

C I N E M A

Um filme de: Zoe Lister-Jones

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 55

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PROBLEMA 56

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Cineteatro

MAX

Com: Cailee Spaeny, Michelle Monaghan, David Duchovny, Gideon Adlon 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 3

THE WITCHES [B] Um filme de: Robert Zemeckis Com: Anne Hathaway, Octavia Spencer Stanley Tucci, 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

EURO

9.44

BAHT

xelas uma reforma “profunda” de Schengen (espaço europeu de livre circulação). Segundo o chefe de Estado francês, este reforço nas patrulhas fronteiriças foi decidido “devido ao

UM LIVRO HOJE

0.25

YUAN

1.20

agravamento da ameaça" após os recentes ataques terroristas registados no país e visa combater essa mesma ameaça terrorista, mas também o tráfico e a imigração ilegal.

FEAR AND LOATHING: ON THE CAMPAIGN TRAIL '72 HUNTER S. THOMPSON

“Fear and Loathing: On the Campaign Trail '72” é o retrato alucinado do junkie político, e génio literário, Hunter Thompson sobre a campanha eleitoral de 1972, que acabaria na reeleição de Richard Nixon. No entanto, as primárias democratas acabariam por ser o foco. Entre a esperança representada por George McGovern, que acabaria por ser o nomeado derrotado por Nixon, a naftalina personificada em Hubert Humphrey e o “fedor à morte” da campanha de Ed Muskie, Thompson obriga o leitor a um mergulho alucinado na pocilga da política norte-americana. O mundo precisa de Fear and Loathing: On the Campaign Trail '2020. João Luz

5 4 1 7 3 6 7 4 6 5 THE2CRAFT:1LEGACY 4 2 5 3 Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Pedro Arede; Salomé Fernandes 7Colaboradores 1 Anabela 4 Canas; 6 António Cabrita; António de Castro Caeiro; António Falcão; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Emanuel Cameira; Gisela Casimiro; Lobo Pinheiro; Gonçalo M.Tavares; João Paulo Cotrim; José Drummond; José Navarro de Andrade; José Simões Morais; Luis Carmelo; Michel Reis; Nuno Miguel Guedes; Paulo José Miranda; 1Gonçalo 7e Carmo;3Rita Taborda 2 Duarte; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; André Namora; David Paulo Maia Chan; João Romão; Jorge Rodrigues Simão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; 2Morada 3 GCS;6XinhuaSecretária 5 deredacçãoePublicidadeMadalenadaSilva(publicidade@hojemacau.com.mo)AssistentedemarketingVincentVongImpressãoTipografiaWelfare Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


18 opinião

6.11.2020 sexta-feira

confeitaria

Turismo na economia (II)

JOÃO ROMÃO

CRESCIMENTO E RESILIÊNCIA

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ETOMO o fio a uma meada que comecei a desenrolar na crónica anterior, sobre impactos do turismo nas economias, seus processos e mecanismos, com desequilibrados benefícios para quem vive em zonas turísticas e obscuras formas de diferir problemas para o futuro, assunto a que tenho dedicado parte significativa da minha profissional nos últimos 10 anos. Na realidade, são anos em que muitos economistas têm questionado um processo que parecia consensual, ao qual se foi chamando “crescimento liderado pelo turismo” (“tourism led growth”, na sua versão na língua que se foi tornando absolutamente hegemónica – quase exclusiva, na realidade - na produção científica contemporânea). A hipótese é relativamente simples e aparentemente fácil de observar: a dinâmica turística gera empregos, vendas, impostos, implica aquisição de produtos intermédios, recorre a recursos variados dos territórios, abre novas oportunidades de negócio: de forma directa (pelo consumo dos turistas), indirecta (pela utilização dos produtos intermédios necessários aos serviços turísticos) ou induzida (pelo consumo de quem trabalha no sector), o turismo gera inevitavelmente crescimento económico nos territórios.

Mas à medida que o tempo passa, os impactos se acumulam e os dados estatísticos permitem analisar períodos mais longos, pode também passar-se do imediatismo do curto prazo para as transformações estruturais de prazos mais longos. E é olhando para estas transformações mais lentas que um conjunto cada vez mais alargado de investigadores, entre os quais me encontro, tem vindo a identificar diferentes problemas económicos com significativos impactos negativos sobre o crescimento económico: alteração de padrões de especialização regional, processos acelerados de desindustrialização, concentração do conhecimento e tecnologia em actividades de baixo valor acrescentado ou intensificação da especulação imobiliária são mecanismos que de facto podem gerar crescimento económico (eventualmente significativo) numa primeira fase, mas certamente comprometem o crescimento futuro. Mesmo deixando de lado outros aspectos relevantes, como a justiça na distribuição dos rendimentos e benefícios do turismo (quando existem), já devia ser motivo de preocupação para as políticas de desenvolvimento territorial contemporâneas. Na realidade, em estudos a que me dediquei em regiões europeias, com dados dos últimos 12 anos, só observei um impacto positivo da procura turística sobre o crescimento económico quando ela se traduz também na capacidade de gerar um alto valor acrescentado pelos serviços turísticos. Pelo contrário, regiões com turismo mais massificado e parte significativa da população a trabalhar no sector apresentam em geral um crescimento económico inferior às restantes (o que, por

exemplo no caso português, implica um agravamento da divergência dos níveis de desenvolvimento económico em relação às zonas mais ricas da Europa, em vez da ambicionada convergência). Acrescem a estes desequilíbrios os problemas de vulnerabilidade que têm sido continuamente expostos com a sucessão de crises a que temos assistido – e que certamente contribuíram para que se generalizasse entre cientistas sociais (e também entre economistas) a utilização do conceito de resiliência. A pandemia actual não é única crise com impactos mais ou menos devastadores sobre o turismo a que assistimos recentemente: em menor escala, as chamadas gripes suína ou das aves já tinha afectado o turismo, sobretudo na Ásia; os atentados do 11 de Setembro tiveram um impacto relativamente curto mas global; e os efeitos da crise financeira internacional foram globais e francamente mais dura-

Em estudos a que me dediquei em regiões europeias, com dados dos últimos 12 anos, só observei um impacto positivo da procura turística sobre o crescimento económico quando ela se traduz também na capacidade de gerar um alto valor acrescentado pelos serviços turísticos

douros. Enquanto formas de consumo das quais não depende a sobrevivência humana, o lazer, as viagens ou o turismo são facilmente afectadas em tempo de crise económica, além de se tornarem inviáveis em tempos de insegurança generalizada, seja por motivos de guerra ou guerrilha, seja por motivos de saúde. Essa vulnerabilidade das regiões altamente dependentes do turismo em relação a estes choques externos constitui então outra implacável fraqueza: na realidade, não foi difícil observar em diferentes estudos que as regiões europeias que mais sofreram com a crise económica de 20072008 – e onde esses impactos negativos foram mais longos – foram aquelas onde era mais significativa a especialização económica em sectores ligados ao turismo e à construção: também eu observei, com os devidos modelos econométricos, que um sector turístico assente em serviços massificados e prestados com processos baseados em mão-de-obra intensiva contribui para aumentar a vulnerabilidade económica, enquanto reduz a capacidade de absorção e de recuperação em relação aos “choques negativos”. Pelo contrário, um turismo gerador de elevado valor acrescentado contribui para o crescimento económico, reduz a vulnerabilidade e acelera a absorção e recuperação após um impacto externo negativo. Estas tendências mais gerais que se podem identificar comparando conjuntos alargados de territórios podem ser também olhadas com mais detalhe observando territórios concretos. Por exemplo, causou alguma surpresa a forma como o turismo recuperou muito rapidamente no Algarve após a crise de 2007-2008 (em 2010 já tinha retomado os níveis e a trajectória de crescimento anterior à crise), mas os problemas económicos e sociais da região perduraram muito para além disso. Uma resposta que encontrei para o problema, publicada em 2016 no jornal académico Tourism Economics, tem a ver com as interelações do turismo com outros sectores de actividade: neste caso, a estreita ligação e o reforço recíproco que foram alimentando as actividades turísticas e de construção civil no Algarve fizeram com que um desemprego massivo se abatesse em simultâneo sobre os dois sectores. Sendo verdade que o turismo recuperou depressa, o mesmo não aconteceu na construção, que nos últimos 20 anos se tinha tornado fonte massiva de emprego na região – o que viria a marcar a tragédia social que se viveu então e que havia perdurar. Retomo a meada concluindo que os benefícios (ou problemas) económicos associados ao desenvolvimento turístico dependem em larga medida da forma como o sector se relaciona com as restantes actividades da região. Voltarei ao assunto em próxima crónica.


opinião 19

sexta-feira 6.11.2020

a outra face

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Quarentena (II)

ESCOBRI pois os meandros da abulia. Eu, que não sou de meditações, de quietismos, de posições indianas. “Um pensamento de nada é um nada de pensamento”, dizia aristotelicamente o meu professor de filosofia. E ria, dentes amarelados, incrustados — “é a lógica da batata!”, rematava. E eu ria também e acreditava como aos 16 anos ainda se acredita em coisas que, à partida, nos parecem que a algum lado hão-de chegar. Esquecera-se o bom senhor de distinguir entre o nada e o vazio, de estabelecer os dois campos, pois que o nada só na mente se vislumbra, e que para considerar o vazio logo o espaço assome como aquele lugar, extenso e sem nome, que de tudo é suposto ser sustento. Claro! — Sobra-me o tempo! Este tempo azul da quarentena. É nele que pairo e que sou, qual nuvem bem aviada. Voo sobre as estradas, as cidades, as montanhas, mas deitado em cama alheia e desta vez sem ideia de ficar ou de fugir. A vontade deixou de ter um papel. Estou fechado, trancado, submetido, algemado. Não posso sair para nenhum lado que não seja esse abismo de nada, hiante, escancarado, a rir-se dentro de mim. “Saltarás, saltarás e por fim te acharás”, zumbe o rifão na cabeça. Não há pressa de ser – o coração bate lento como o de uma lagosta. Tenho o tempo do meu lado (o tempo... o tempo...) e nele desmaio afogado. Assim passa outra manhã, outra tarde, outra noite, embora tenha corrido as cortinas e invocado a visão que teima em não comparecer à chamada. Afinal, fora sempre assim, não é de agora, da quarentena, da forçada solidão. Bem me dispo para os deuses, mas eles parecem não ter interesse por meu corpo nu e sóbrio. Silêncio neste quarto que é o mundo. Depressão. Leio então Epicuro e mergulho no jardim. Há, pela noite, de jasmim um puro odor que uma vela exala. Talvez isso me ajude à fantasia de não me encontrar rodeado de artifícios de sala. E que um gineceu aguarda a ponta do meu nariz. Ó eflúvios incessantes! Ó gardénias delirantes de um tango por dançar! E da fonte de água escura brota um som delicado. Sento-me, faço um bordado de pensamentos cruéis. O velho mestre entoa a canção da média luz, da contenção necessária, do corpo que não deseja. Mas o meu corpo boceja de tão graves intenções. Volto-me outra vez na cama, reviro de novo o lençol. Este jardim cheira a formol, a bafio. Sou gentio sem lugar em crença tão assustada. Não! Não me serve esta estrada, este caminho do meio onde as flores são astutas e se afastam quando

JOEL PETER WITKIN

CARLOS MORAIS JOSÉ

passo. Ainda assim, eu prefiro vaguear por selva crua e, retalhado de espinhos, colher a fruta madura que num ápice se oferece, sem remorsos e sem preces, ao meu corpo desbocado. E durmo um sono pesado que me permita sonhar. Debalde. Caio num sítio vazio onde o nada me espera e nada desta quimera me alivia enquanto durmo. Acordo exactamente no mesmo sítio onde me tinha deitado. Que esperavas, animal? Sobrevoar a cidade, ver gente, curtir um pouco, daquela vida tão pouca de que dantes tu fugias? Sim, compreendo... o quanto falta me faz um sorriso laminar, os bons dias prazenteiros que me dava aquela velha, a mulher do meu porteiro, as discussões sem sentido que não seja discutir, a piada sem humor que me fazia sorrir e mesmo o tédio de estar no meio de uma multidão. Não, não serei feliz sozinho, tenho precisão dos outros, de partilhar o caminho, de um consolo, de um carinho, de um acolhedor regaço.

Batem à porta e, num salto, lá vou abrir apressado. Diz que é hora de jantar, de medir a temperatura. Estendo a testa e balbucio “obrigado”. Felizmente que não medem o grau da minha loucura

Caramba, já me desfaço em tantas elucubrações. Batem à porta e, num salto, lá vou abrir apressado. Diz que é hora de jantar, de medir a temperatura. Estendo a testa e balbucio “obrigado”. Felizmente que não medem o grau da minha loucura. Volto ao jardim apressado, mas..., por mais estranho que seja, tenho o lugar ocupado pelo outro que não deixa de me fazer companhia. “Quem és tu?”, pergunto frio, o cenho bem carregado. “O que fazes no meu quarto, neste jardim tão privado?” O outro pouco refila. Agora creio-me Borges, num labirinto fechado, em conversa com alguém que em mim não acredita. E rio desta desdita de me crer tantos num corpo, decadente e decaído dessa cruz que eu mesmo ergui. Toca o telefone. É já amanhã o dia, reza uma voz distante. Belisco-me, será verdade? Vai finar-se a quarentena? Vou sair, espernear, e de novo abraçar, e pela relva rolar, e voltar a respirar ar sem ser condicionado. E dou por mim agastado de outro plano não ter que não seja agradecer por ter cumprido este fado. Pronto, acabou. O elevador transporta-me ao átrio, vejo a luz que pela porta me diz que existe a rua. Não sei quem de aqui sai. Serei o mesmo? Quantos dos meus cabelos entretanto embranqueceram? Quantos amigos me esperam? Que fazer da liberdade? Voltar ao mesmo que dantes? O meu filho abraça-me. Contenho lágrimas. “Tudo bem”, sussurro aliviado, “tudo bem...– É o teu pai. Eis-me de volta.”


Há duas coisas que as pessoas querem mais do que sexo e dinheiro - o reconhecimento e o elogio. Mary Kay Ash

IFT Aniversário celebrado no campus da Taipa

Boas notas europeias Bruxelas elogia plano português para Fundo de Recuperação

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comissário europeu da Economia elogiou ontem o Plano de Recuperação e Resiliência português para aceder a verbas comunitárias pós-crise da covid-19, considerando que é “coerente” com as prioridades de Bruxelas e tem uma parte digital “interessante”. Numa entrevista concedida à agência Lusa e a mais dois meios de comunicação social europeus em Bruxelas, após apresentar as previsões económicas de outono, Paolo Gentiloni destacou que, “em termos gerais, as prioridades portuguesas são muito coerentes com as maiores prioridades” do executivo comunitário. “Por exemplo, a parte digital do plano é muito interessante”, precisou o responsável. Além disso, “tenho de elogiar Portugal porque o Governo apresentou um Plano de Recuperação e Resiliência completo no mês passado e isto tornou possível a Comissão, e em particular o grupo de trabalho [dessa área] e a Direcção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros, poder começar a discuti-lo com as autoridades portuguesas”, vincou o comissário europeu. Segundo Paolo Gentiloni, Portugal está “entre os primeiros” Es-

tados-membros a apresentar planos nacionais a Bruxelas, o que aconteceu em meados de Outubro, com a entrega presencial do documento do primeiro-ministro, António Costa, à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Acresce que o país é, também, “um dos cinco ou seis países” que poderá aceder a mais verbas no âmbito deste Mecanismo Europeu de Recuperação e Resiliência, destacou o comissário europeu.

REVISÕES PESSIMISTAS

Em causa está o ‘bolo’ total de 13,9 mil milhões de euros em subvenções a fundo perdido que o país poderá arrecadar através do Mecanismo Europeu de Recuperação e Resiliência, do novo Fundo de Recuperação da União Europeia (UE), criado para os Estados-membros saírem da crise gerada pela pandemia de covid-19. Para toda a UE, o mecanismo irá disponibilizar 672,5 mil milhões de euros em subvenções e empréstimos de um total de 750 mil milhões de euros do Fundo de Recuperação pós-crise da covid-19. “Sei que esta discussão [entre a Comissão Europeia e as autori-

dades portuguesas sobre o plano português] está em curso e que é frequente e penso que é bastante útil para ambas as partes […] porque irá ajudar a resolver determinados problemas”, acrescentou Paolo Gentiloni nesta entrevista à Lusa e outros dois meios de comunicação social europeus. O comissário europeu ressalvou, ainda assim, que os planos nacionais referentes ao Mecanismo Europeu de Recuperação e Resiliência não foram tidos em conta para as previsões económicas de Outono, ontem divulgadas. “Nós não estamos a pôr os planos nacionais de Resiliência e Recuperação nas nossas previsões. Estamos apenas a incluir, na estimativa da dívida, os 10 por cento de subvenções para o próximo ano, designado como pré-financiamento”, explicou Paolo Gentiloni. Nas previsões económicas ontem publicadas, a Comissão Europeia reviu em baixa o ritmo de retoma da economia da zona euro em 2021 face ao ressurgimento da pandemia da covid-19, estimando agora que só recupere 4,2 por cento após uma contracção de 7,8 por cento este ano.

Tailândia Protesto para entregar cartas ao rei Os organizadores das manifestações pró-democracia na Tailândia pediram ontem aos seus apoiantes que escrevam cartas ao rei Vajiralongkorn para serem entregues ao monarca no próximo domingo, após uma manifestação em Banguecoque. Num apelo publicado ontem nas redes sociais, o Movimento do Povo - organizador do protesto não especificou como vai entregar as cartas ao rei e nem o percurso da manifestação. "Fora (primeiroPUB

sexta-feira 6.11.2020

Melco Operadora com prejuízo líquido de 283,5 milhões de euros

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25.º aniversário do Instituto de Formação Turística (IFT) foi ontem celebrado com uma cerimónia no campus da Taipa, que contou com a presença de Elsie Ao Ieong U, secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, e o vice-ministro da Cultura e do Turismo da China, Luo Yong Gang, entre outras personalidades. Fanny Vong, presidente do IFT, disse que, “graças ao apoio de todos os sectores da sociedade, o IFT atingiu grandes feitos na área do ensino superior com a qualidade educativa a receber um maior reconhecimento internacional”. Nos últimos 25 anos, o IFT “cresceu em escala, com a oferta de mais programas e melhorou ao nível educativo, disponibilizando pós-graduações e doutoramentos desde 2019”, lembrou Fanny Vong. Relativamente às instalações educativas também foram alvo de melhoria desde que o IFT passou a ocupar parte do antigo campus da Universidade de Macau na Taipa, destacou a responsável. No campus da Taipa o IFT planeia agora construir um “Complexo Internacional de Educação em Turismo”, que deverá incluir espaços simulados para o ensino do turismo, salas de estudo e espaços dedicados a exposições ou iniciativas culturais. Este projecto “vai ajudar o IFT a melhorar a sua qualidade de ensino e a formar mais profissionais para o sector do turismo”.

PALAVRA DO DIA

-ministro) Prayuth Chan-ocha e os seus aliados! Eles chegaram ao poder de forma ilegítima e (as suas renúncias) permitirá à Tailândia voltar a ser uma monarquia constitucional", referiu o apelo. A reforma da monarquia é a reivindicação mais audaciosa dos estudantes que lideram os protestos no país asiático, ao mesmo tempo que exigem a renúncia do primeiro-ministro, Prayut Chan-ocha, e a redacção de uma nova Constituição.

A

operadora de jogo Melco Resorts anunciou ontem prejuízos líquidos de 331,6 de milhões dólares no terceiro trimestre do ano devido à crise económica derivada da covid-19. No mesmo período do ano passado, o grupo tinha registado um lucro líquido 83,2 milhões de dólares. No comunicado divulgado ontem, o grupo com quatro casinos em Macau indicou ainda que o prejuízo operacional no terceiro trimestre de 2020 foi de 275 milhões de dólares e que a receita operacional foi de 210 milhões de dólares, menos 85 por cento do que o registado de Janeiro a Março de 2019. “Acovid-19 e as subsequentes restrições de viagem continuam a ter um impacto negativo significativo no nosso desempenho operacional e financeiro. Apesar disso, os nossos resorts integrados registaram uma recuperação moderada nos níveis de negócios durante o terceiro trimestre, beneficiando da retoma parcial das operações de casino em Chipre e Manila, bem como da retoma gradual da emissão de vistos pelas autoridades chinesas continentais ao abrigo do Sistema de Visitas Individuais (IVS)”, afirmou o presidente executivo da Melco Resorts, Lawrence Ho, filho do magnata do jogo Stanley Ho. Por essa razão, o grupo anunciou ainda perdas no EBITDA (lucros antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) de 76,7 milhões de dólares.


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