Hoje Macau 6 AGO 2020 #4584

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

EXMOO

DROGA

TOMA O XAROPE GRANDE PLANO

COVID-19

OS PASSOS EM VOLTA www.hojemacau.com.mo•facebook/hojemacau•twitter/hojemacau

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CHINA | TIK TOK

USOS E ABUSOS PÁGINA 11

QUINTA-FEIRA 6 DE AGOSTO DE 2020 • ANO XIX • Nº 4584

MOP$10

hojemacau

Asas cortadas

Uma delegação de pais de alunos finalistas da Escola Portuguesa de Macau, reuniu-se ontem com o cônsul-geral, Paulo Cunha Alves, para solicitar a criação de um voo charter que possibilitasse a saída dos alunos que querem continuar os estudos de ensino superior fora da RAEM. A hipó-

tese foi, no entanto, descartada pelo consulado português, que alegou dificuldades financeiras e falta de justificação para o voo, segundo o representante dos pais, João da Silva. “Saímos da reunião sem uma solução e continuamos preocupados”, disse o encarregado de educação.

PÁGINA 7 HUGO TEIXEIRA

OPINIÃO

OS NOMES DOS TUFÕES OLAVO RASQUINHO

FOTOGRAFIA

UM HOMEM, DUAS CULTURAS EVENTOS


2 grande plano

OUTRAS TOSSES

6.8.2020 quinta-feira

DROGA

XAROPES COM OPIÁCEOS TRAFICADOS DE MACAU PODEM RESULTAR DE FRONTEIRAS FECHADAS

As farmácias em Macau vendem, sem prescrição médica, xaropes para a tosse com substâncias derivadas do ópio. Dados da Polícia Judiciária apontam para a tendência de tráfico de Macau para a China, onde estes fármacos são proibidos e não afasta a hipótese de o fenómeno se dever às restrições fronteiriças que interromperam fluxos de narcóticos como a heroína

A

O longo deste ano, a Polícia Judiciária (PJ) descobriu três casos de tráfico ilegal de drogas e substâncias psicotrópicas que envolvem xaropes para a tosse com substâncias controladas no seu conteúdo. “No total, foram detidos quatro suspeitos e apreendidas 83 garrafas de xarope”, contendo quase 10 litros do produto. De acordo com as autoridades, em 2018 e 2019 não se verificaram

casos destes, algo que mereceu uma leitura do fenómeno. “A PJ não afasta a hipótese de estarem relacionados com medidas de restrições fronteiriças, uma vez que os três casos ocorreram todos durante a pandemia do novo tipo de coronavírus”, referiu a PJ. Do outro lado da fronteira, as apreensões tiveram muito maior expressão. Há exactamente um mês, uma operação conjunta entre as autoridades de Macau e Zhuhai

interceptou 752 garrafas de xarope contendo codeína e deteve sete suspeitos de tráfico de droga. De acordo com informação das autoridades fronteiriças de Gongbei, no dia 30 Junho, foram apanhadas duas pessoas que entraram em Zhuhai com 96 garrafas de xarope para a tosse. No dia seguinte, na fronteira para entrar em Shenzhen, um homem foi detido na posse de 640 garrafas. Tendo em conta a lei da oferta e da procura, o tráfico de substâncias

alternativas é uma tendência que se verifica sempre que é interrompido o fluxo normal de narcóticos. Augusto Nogueira, presidente da Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau (ARTM), não ficou espantado face às notícias de apreensões de xarope para a tosse contendo opiáceos. “Não me surpreende. É normal, quando há uma restrição, ou dificuldade em obter as drogas, as pessoas que estão habituadas a consumir têm tendência

para procurar outras alternativas”, comentou ao HM. O especialista teoriza que existe a possibilidade de ter surgido procura para a alternativa entre os consumidores de Zhuhai e redondezas, “devido às restrições de deslocações na China”, e que a codeína pode ter-se tornado de novo apetecível.

MESMO AQUI AO LADO

Em Julho do ano passado, a agência Xinhua noticiou duas grandes


grande plano 3

quinta-feira 6.8.2020

mento de fronteiras. Todos estes ingredientes apelam à cooperação internacional, algo que as Nações Unidas reconhecem. “Todos governos do mundo têm de mostrar maior solidariedade e apoiar países em desenvolvimento para parar o tráfico de droga e providenciar métodos científicos de tratamento a consumidores. Temos de promover a justiça e não deixar ninguém para trás.” Este foi o “medicamento” prescrito por Ghada Waly para fazer face à nova realidade.

EXMOO

apreensões e avançou que as investigações das autoridades de Shenzhen descobriram que uma rede contratava turistas que iam a Hong Kong para trazerem para o Interior garrafas de xarope para a tosse. Além disso, eram também usados camiões para transportar maiores quantidades.

“A PJ não afasta a hipótese de estarem [casos de tráfico de xarope de Macau para a China] relacionados com medidas de restrições fronteiriças. Os três casos ocorreram todos durante a pandemia do novo tipo de coronavírus.”

QUESTÃO INTERNACIONAL

Um relatório das Nações Unidas publicado em Maio aponta nessa direcção, argumentando que a heroína é uma das substâncias mais traficada por terra. Porém, “devido à pandemia, as rotas marítimas estão a ser cada vez mais usadas para traficar heroína, como mostram as apreensões de opiáceos no Oceano Índico”, refere o relatório intitulado “Covid-19 e as redes de abastecimento de droga: da produção, tráfico e uso”.

O documento elaborado pelo Departamento de Drogas e Crimes, das Nações Unidas, aponta, além das restrições de mobilidade, a crise económica provocada pela pandemia e que mudou o rumo do tráfico de droga internacional. Outro fenómeno decorrente, e que afecta desproporcionalmente populações mais desfavorecidas, foi a passagem para drogas injectáveis mais baratas. No resumo do relatório, Ghada Waly, directora executiva do departamento de drogas, descreveu a covid-19 o catalisador para “uma crise económica que ameaça ex-

Os xaropes podem ser comprados facilmente em qualquer farmácia de Macau, sem controlo ou receita médica, apesar de conterem substâncias como diidrocodeína, etilmorfina e tintura de ópio

ponenciar os perigos do consumo de drogas, numa altura em que os sistemas de saúde e apoio social foram levados ao limite”. As Nações Unidas recordam que as lições aprendidas com a crise financeira de 2008 deviam ser recordadas, quando o uso de drogas aumentou a ritmo alarmante. Desde então, um dos números mais chocantes é o do aumento global de consumidores de substâncias psicotrópicas. De 2009 a 2018 aumentou 30 por cento, para 269 milhões de pessoas. Deste universo, a organização destaca mais de 35 milhões de pessoas que sofrem com problemas de adição. O relatório aponta adolescentes e jovens adultos como a faixa etária que mais drogas consome. No final de 2018, a canábis era a droga mais popular do mundo, porém, com um aumento alarmante de consumidores de opiáceos, que levou à subida do número de mortos em 71 por cento na última década.

OUTROS CAMINHOS

O encerramento de fronteiras devido à pandemia do novo tipo de coronavírus levou à falta de drogas nas ruas, circunstância que, sem surpresa, resultou no aumento de preços e na redução dos índices de pureza das substâncias. As Nações Unidas reportam que a falta de opiáceos, como a heroína, fez com que os consumidores procurassem outras formas de contornar a sobriedade, nomeadamente recorrendo ao álcool,

“Há muitos anos, a codeína era bastante consumida em Macau. As pessoas bebiam xaropes como se estivessem a beber uma coca-cola. Era comum ver pessoas com surtos psicóticos, alguns deles irreversíveis.” AUGUSTO NOGUEIRA PRESIDENTE DA ARTM SOFIA MARGARIDA MOTA

O desmantelamento da rede que transportava o produto para o Interior levou à apreensão de 11.927 garrafas de xarope com codeína em Shenzhen e mais 11.915 noutra cidade de Guangdong As várias marcas de xaropes para a tosse com opiáceos na lista de ingredientes “são medicamentos controlados, sujeitos a receita médica”, contextualiza Augusto Nogueira. Porém, podem ser comprados facilmente em qualquer farmácia de Macau, sem controlo ou receita médica, apesar de conterem substâncias listadas na lei da proibição da produção, do tráfico e do consumo ilícitos de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas. Nomeadamente, diidrocodeína, etilmorfina e tintura de ópio. O HM não conseguiu apurar em tempo útil se as quantidades de substância controlada presente nos xaropes ultrapassa os limites, porém, estes podem ser ultrapassados com a compra de várias unidades e sobredosagem. Ainda assim, Augusto Nogueira entende que “se existir alguma lacuna na regulação, se esta for violada ou houver consumo abusivo isso deveria ser debatido na Comissão de Luta contra a Droga”.

NO MUNDO E EM MACAU

benzodiazepinas (ansiolíticos) e a misturas de drogas sintéticas. A dark web tem ajudado à circulação de substâncias, à medida que os traficantes de drogas procuram novas rotas e métodos para continuar um dos negócios mais lucrativos do mundo. Também as rotas tradicionais de circulação de drogas, metanfetaminas e drogas sintéticas por ar e heroína por terra, foram estranguladas pelo cancelamento de voos e encerra-

África está neste momento a braços com uma epidemia de consumo de opiáceos. Além da tradicional e mortífera heroína, que passou a fazer ponto de passagem na Nigéria, o consumo de comprimidos e xarope para a tosse com codeína levaram à necessidade de intervenção das autoridades. Importa salientar que os xaropes com codeína foram banidos um pouco por todo o mundo, com excepções para vendas reguladas e com receita médica. Por exemplo, em Hong Kong a codeína está regulada como uma droga de escalão 1 e só pode ser usada por profissionais de saúde, para propósitos de pesquisa científica ou comprado em farmácias com receita médica. Quem vender xaropes, sem prescrição de um médico, pode ser multado em 10 mil dólares de Hong Kong. O tráfico e consumo podem chegar a levar a multas de um milhão de dólares de Hong Kong e até 7 anos de prisão. A codeína, como a heroína, é um derivado da papoila de ópio, um poderoso narcótico anestésico. Em comparação com a heroína, quem consome codeína em excesso pode criar habituação física e psicológica, com sintomas de abstinência que, apesar de não serem tão graves como os que sofrem os heroinómanos, perturbam o consumidor. O consumo de xaropes com codeína é um clássico no território. “Há muitos anos, a codeína era bastante consumida em Macau. As pessoas bebiam xaropes como se estivessem a beber uma coca-cola”, recorda Augusto Nogueira. O presidente da ARTM lembra como era frequente encontrar consumidores nas ruas em pleno acesso de surto psicótico, dramas que se desenrolaram perante o olhar de todos, enquanto se multiplicavam os casos de severos danos psicológicos irreversíveis. “O consumo excessivo pode conduzir a descontrolo físico-motor, mas o mais grave são danos irreversíveis no cérebro, que resultam na necessidade de apoio permanente”, aponta Augusto Nogueira. João Luz

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4 coronavírus

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COOPERAÇÃO INTERNACIONAL FÓRUM MACAU PARTICIPOU EM QUATRO SESSÕES DE SEMINÁRIO ONLINE

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Fórum Macau participou, na qualidade de entidade de apoio, no seminário online sobre Cooperação Internacional contra a covid-19 que se realizou nos dias 14, 21, 28 de Julho e 4 de Agosto. Participaram também entidades

como a Embaixada da China no Brasil, o Consulado-Geral da China no Rio de Janeiro, o Gabinete dos Assuntos Estrangeiros do Governo da Província de Sichuan e o Governo do Estado de Minas Gerais, entre outras.

Segundo um comunicado, o seminário serviu para o debate de temas como “o intercâmbio de experiências sobre o tratamento de Covid-19 na vanguarda” ou “o fortalecimento da pesquisa na medicina tradicional, o aprofunda-

mento da cooperação económica e comercial”. No que diz respeito ao Fórum Macau, o secretariado permanente promete “continuar a acompanhar de perto a evolução da pandemia, promover a sinergia entre inicia-

QUARENTENA DUAS PESSOAS SAÍRAM DOS QUARTOS SEM AUTORIZAÇÃO

Passeios de fim de tarde

tivas multilaterais e bilaterais e apoiar activamente os países participantes a responder aos desafios da pandemia”. As quatro sessões do webinar foram transmitidas ao vivo através das plataformas das redes sociais.

no Cotai. Por outro lado, foi revelado que o Hotel Ole London, na Praça Ponte e Horta, vai ser utilizado como local para isolamento dos tripulantes de embarcações de transporte de mercadorias entre Hong Kong e Macau. “Após uma visita ao hotel foi considerado que satisfaz todas as exigências sanitárias e será utilizado para o confinamento e descanso das tripulações de embarcações que transportam bens entre Hong Kong e Macau”, informou Lau Fong Chi, representante dos Serviços de Turismo.

Saíram do quarto onde estavam e deslocaram-se par um outro quarto, que ficava num outro andar. [...] São familiares.” LEI TAK FAI CPSP

Segundo os dados disponibilizados, existem 42 tripulantes de cinco companhias que vão utilizar o hotel em questão para o isolamento.

MÁSCARAS SEGURAS

O caso foi reencaminhado para o Ministério Público e os indivíduos, que são familiares, arriscam uma pena de prisão que pode chegar aos seis meses ou 60 dias de multa

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UAS pessoas deixaram sem autorização os quartos ondem estavam a fazer quarentena e os casos foram reencaminhados para o Ministério Público (MP). A informação foi divulgada ontem por Lei Tak Fai, chefe da Divisão de Relações Públicas do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), na conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia gerada pela Covid-19.

O episódio aconteceu a 2 de Agosto às 19h, no Hotel Sheraton, e envolve dois residentes de Hong Kong: “Saíram do quarto onde estavam e deslocaram-se para um outro quarto, que ficava num outro andar. [...] São familiares e neste caso verificamos que violaram o artigo 14.º da Lei de prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis. O caso foi enviado para o Ministério Público e os dois ficaram sujeitos a observação médica coerciva”, afirmou Lei.

Os homens têm 52 e 32 anos e encontravam-se a fazer quarentena desde 23 de Julho. Arriscam até seis meses de prisão, ou o pagamento de uma multa que pode chegar aos 60 dias. Por esse motivo, o representante do CPSP sublinhou a necessidade de respeitar as instruções: “Apelamos a todas as pessoas em observação que sigam as nossas normas para combater a epidemia”, disse o porta-voz do CPSP. Ainda de acordo com as autoridades, a saída do quarto foi

detectada por um segurança, que se encontrava no corredor. Este é o terceiro caso do género tornado público, depois de, no final do mês de Julho, também uma mulher ter saído do quarto quando estava a fazer a quarentena.

PARA TRIPULANTES DE EMBARCAÇÕES

Também o local designado para as quarentenas obrigatórias passou a ser desde ontem o Hotel Tesouro, na Taipa, quando antes era o Sheraton,

Durante a conferência, o médico-adjunto do Hospital Conde São Januário, Alvis Lo, foi ainda questionado sobre a segurança e qualidade das máscaras de protecção importadas em Macau. Em resposta, o médico garantiu que as máscaras importadas reuniões todas as condições de segurança: “Todos os distribuidores têm de fazer uma declaração junto dos Serviços de Alfândega e, de acordo com o nosso regime geral de segurança, têm de garantir a qualidade das máscaras. Todos os produtos são seguros”, frisou. Em relação aos locais de importação, Alvis Lo falou de 15 países, como Portugal, China, Canadá, Indonésia Brasil, entre outros. João Santos Filipe

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política 5

quinta-feira 6.8.2020

HONG KONG FRANCIS LUI APOIA ADIAMENTO DAS ELEIÇÕES PARA O LEGCO

Lição bem estudada

O empresário ligado à concessionária Galaxy defende a primazia da “segurança pública” e diz que sem adiamento das eleições legislativas de Hong Kong os cidadãos não iam ter motivação para votar. O resultado seria a fraca representatividade do sufrágio

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RANCIS Lui, director executivo e filho do principal accionista da concessionária Galaxy, manifestou o apoio à decisão de Carrie Lam de adiar as decisões para o Conselho Legislativo de Hong Kong. O adiamento, revelado na semana passada pela Chefe do Executivo da RAEHK, foi justificado com a necessidade de implementar medidas mais restritas de controlo e prevenção contra a pandemia da covid-19. O campo da oposição encarou a medida como uma movimentação política do Governo Central e do Executivo de Hong Kong para evitar uma derrota significativa e a perda da maioria dos lugares no Conselho Legislativo. Isto porque na última ida às urnas em Hong Kong, já depois do início das manifestações da lei de extradição, o campo pró-Pequim registou uma derrota histórica, naquelas

que foram as eleições mais participadas da RAEHK. No entanto, em declarações citadas pelo Jornal Ou Mun, Francis Lui, membro do Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, afirmou que a medida se deve exclusivamente à necessidade de controlar a pandemia da covid-19, que já causou mais de 42 mortes na REAHK, a maior parte nas últimas semanas. Segundo os argumentos de Francis Lui, as eleições iriam gerar uma grande

Segundo o empresário, o facto de haver uma pandemia tão grave cria medo na população, que não se iria sentir “motivada” para votar

concentração de pessoas e condições para a propagação do vírus. Como para o empresário uma das mais importantes responsabilidades do Governo é garantir a segurança da população, não restava outra opção se não adiar por um ano as eleições.

POUCA PARTICIPAÇÃO

Por outro lado, o empresário ligado à concessionária responsável pelo casino Galaxy afirmou também que se as eleições fossem realizadas agora havia o risco de não serem representativas da verdadeira opinião da população. Segundo o empresário, o facto de haver uma pandemia tão grave cria medo na população, que não se iria sentir “motivada” para votar, o que poderia fazer com que os resultados não fossem os desejados pelos cidadãos. Ainda em relação às eleições, o empresário voltou a insistir que o mais importante é que o Gover-

VIDEOVIGILÂNCIA MAIS 800 “OLHOS NO CÉU” AUTORIZADOS EM VÁRIOS ESPAÇOS PÚBLICOS

A

lista dos ângulos do território captados pelo sistema “olhos no céu” voltou a aumentar. Saiu ontem em Boletim Oficial a autorização para instalar e entrar em funcionamento mais 800 câmaras de videovigilância em vários espaços públicos. A gestão do sistema de videovigilância fica sob a responsabilidade do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) e o prazo de autorização é de dois anos, podendo ser renovado. Estes dispositivos correspondem à quarta fase do sistema “olhos no céu”, que previa a instalação de 1620 câmaras até 2020. De entre as novas câmaras,

dez vão para a Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, 14 na zona do Lago Sai Van, 12 em Hác Sá e seis em Ká Hó. O secretário para a segurança, Wong Sio Chak, visitou ontem o centro de controlo do sistema no CPSP. Os Serviços de Polícia Unitários (SPU) descreveram em comunicado que as câmaras instaladas nas três primeiras fases, entre 2016 e 2018, atingiram os objectivos. “Até Junho de 2020, os casos investigados com o apoio do Sistema ‘Olhos no Céu’ totalizaram 5082, envolvendo casos de homicídio, tráfico de estupefacientes, roubo, furto, fogo

posto, posse de arma proibida, ofensas à integridade física, apropriação ilegítima de coisa achada, burla, entre outros”, diz a nota. As autoridades vão avançar com estudos sobre a quinta e sexta fases do sistema, alargando a cobertura a zonas urbanas novas e com grande concentração de pessoas. Isto envolve arredores das escolas, estações de transportes públicos, instalações comerciais e a ilha artificial da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. Uma decisão que os SPU justificam com as “novas exigências emanadas do desenvolvimento social”.

no de Hong Kong lidere a população na luta contra a pandemia e que a situação volte à normalidade, com o regresso das actividades económicas. Finalmente, Francis Lui deixou rasgados elogios ao Governo Central por ter enviado equipas médicas para Hong Kong, que estão a colaborar com as entidades locais no controlo do surto de covid-19. João Santos Filipe

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ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 23/P/20

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 24/P/20

Faz-se público que, por despacho da Ex.ma Senhora Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, de 20 de Julho de 2020, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento e Instalação de um Citómetro de Fluxo aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 5 de Agosto de 2020, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP40,00 (quarenta patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet na página electrónica dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,30 horas do dia 4 de Setembro de 2020. O acto público deste concurso terá lugar no dia 7 de Setembro de 2020, pelas 10,00 horas, na “Sala de Reunião”, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP40.000,00 (quarenta mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.

Faz-se público que, por despacho da Ex.ma Senhora Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, de 20 de Julho de 2020, se encontra aberto o Concurso Público para o «Fornecimento e Instalação de Um Conjunto de Aparelho para a Preparação de Crioprecipitado aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 5 de Agosto de 2020, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP40,00 (quarenta patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet na página electrónica dos S.S. (www.ssm.gov.mo). Os concorrentes devem estar presentes no «Centro de Transfusões de Sangue de Macau», sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Centro Hotline, 2.º andar, Macau, no dia 11 de Agosto de 2020, às 15,00 horas para visita de estudo ao local da instalação do equipamento a que se destina o objecto deste concurso. As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 7 de Setembro de 2020. O acto público deste concurso terá lugar no dia 8 de Setembro de 2020, pelas 10,00 horas, na na “Sala de Reunião”, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP23.600,00 (vinte e três mil e seiscentas patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/ Seguro-Caução de valor equivalente.

Serviços de Saúde, aos 30 de Julho de 2020. O Director dos Serviços Lei Chin Ion

Serviços de Saúde, aos 30 de Julho de 2020 O Director dos Serviços Lei Chin Ion


6 sociedade

OBRIGAÇÕES VERDES / UM MACAU PODE SER IMPORTANTE MERCADO PARA PAÍSES LUSÓFONOS

Janela de oportunidade TERNG99/GETTY IMAGES

Um especialista da UM acredita que Macau pode tornar-se num mercado preferencial para os países lusófonos, em termos de finanças e obrigações verdes, devido à história, cultura e língua que partilham com Portugal. Brasil e China estão entre principais emissores de títulos “verdes”

6.8.2020 quinta-feira

O

director da Academia de Economia e Gestão para a Ásia-Pacífico da Universidade de Macau (UM) acredita que Hong Kong e Macau podem tornar-se importantes mercados de finanças e obrigações verdes para os países lusófonos. “A procura estimada por finança 'verde' e obrigações 'verdes' para os países de língua portuguesa é alta, porque muitos deles são países em desenvolvimento, que tentam aumentar o crescimento com custos mais baixos”, referiu Jacky Yuk-Chow So à agência Lusa. Também conhecidos por “green bonds”, estes títulos da dívida são em tudo semelhantes às obrigações comuns, mas têm como objectivo financiar projectos ambientais. Hong Kong e Macau “são ambos uma zona franca e portos com taxas baixas”, razão pela qual “o capital pode entrar e sair sem muito problema, o que pode ser muito atractivo para os investidores internacionais”, acrescentou o professor. Ou seja, concluiu, “talvez, Hong Kong e Macau possam tornar-se no primeiro e segundo mercado da finança 'verde' e obrigações 'verdes' para os países de língua portuguesa”, referindo-se a

este mercado financeiro emergente de títulos de dívida associados a investimentos ‘amigos’ do ambiente. No caso de Macau, o território “tem vantagem comparativa por causa da sua história, cultura e língua” ligada a Portugal, tanto mais porque “poderia oferecer benefícios de diversificação para a indústria dos ‘resorts’ integrados e casinos”, sustentou. Jacky Yuk-Chow So lembrou ainda que a região da Grande Baía, que inclui Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guagdong, “acumulou muito capital e está a procurar oportunidades de investimento”, algo que pode ser

Jogo Vício continua a crescer entre os mais jovens A percentagem de jogadores jovens viciados em jogo tem vindo a crescer nos últimos anos. A conclusão é do Gabinete Coordenador dos Serviços Sociais, Sheng Kung Hui. De acordo com o jornal Ou Mun, Lao Mei I, directora da linha aberta da mesma entidade referiu ainda que, nos últimos dois anos foram recebidos, pelo menos, 4 mil pedidos de ajuda, sendo que destes, 30 e 40 por cento dizem respeito a jovens com

idades entre os 25 e os 30 anos. A mesma responsável referiu ainda que, no rescaldo do encerramento de 15 dias dos casinos decretado pelo Governo em Fevereiro, foram realizados 120 inquéritos online durante a primeira metade do ano. Após as entrevistas, foi possível concluir que vários jogadores demonstraram sinais de “síndrome de abstinência” ou intenção de recuperar o dinheiro que tinham perdido.

aproveitado pelos países de língua portuguesa. No caso concreto das obrigações 'verdes' e dos países lusófo-

Em Outubro, o Banco da China em Macau realizou emissões de obrigações ‘verdes’ no valor de sete mil milhões de yuan em três moedas BANCO DA CHINA EM MACAU

nos em desenvolvimento, muitos “precisam de garantias do Banco Mundial e/ou do FMI [Fundo Monetário Internacional] para os seus empréstimos/obrigações, de forma a reduzir o custo dos juros”, pelo que esta é uma modalidade de financiamento atractiva, sublinhou o especialista da UM.

NA LINHA DA FRENTE

De resto, os últimos relatórios do Banco Mundial, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e outras entidades internacionais “apontam que o Brasil, a China, e um ou dois países de língua portu-

guesa são bastante bem-sucedidos em usar finança 'verde' e obrigações 'verdes' para tratar os problemas ambientais”, com o “Brasil e a China (…) entre os principais emissores de títulos 'verdes'”, salientou. “Muitos desses países [lusófonos] são especializados em agricultura e produtos marinhos. A poluição de água e a poluição do solo são mais graves nesses países. Além disso, (…) não têm capital suficiente para resolver muitos problemas de poluição, que exigem muito capital”, explicou. Em Outubro, o Banco da China em Macau realizou emissões de obrigações ‘verdes’ no valor de sete mil milhões de yuan em três moedas (dólar, euro e renmimbi) “que incluíram clientes lusófonos”, indicou à Lusa a instituição. “Com base na tendência global do desenvolvimento 'verde' e em linha com o plano nacional de desenvolvimento, o Governo da RAEM anunciou recentemente quatro aspectos para promover o desenvolvimento das finanças ‘verdes’”, recordou a mesma entidade bancária. “Entre eles, as obrigações ‘verdes’ são o ponto de entrada para o desenvolvimento da finança ‘verde’ em Macau. Além de melhorar alguns regulamentos legais, vai reduzir gradualmente o custo da emissão para ajudar a atrair mais instituições a emitir títulos verdes no território”, sublinhou o Banco da China. Contudo, "de acordo com o mercado, nenhum emissor de Macau anunciou que irá emitir títulos 'verdes' a breve prazo”, ressalvou a mesma instituição. As finanças e obrigações ‘verdes’ têm sido apontadas pelas autoridades de Macau como uma das apostas de um futuro mercado bolsista denominado em renminbi para desenvolver "uma indústria financeira moderna, a diversificação da economia e o reforço dos projectos de cooperação entre a China e os países lusófonos.

Economia Capital social de novas empresas desce quase 95% Entre Abril e Junho deste ano houve uma queda na constituição de sociedades, com menos 273 novas empresas em comparação com o segundo semestre de 2019, divulgou ontem a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). O capital social das empresas constituídas foi de 111 milhões de patacas, uma

descida de 94,9 por cento, em termos anuais. A maioria das sociedades criadas pertencem ao ramo do comércio por grosso e a retalho, seguindo-se os serviços prestados a empresas. O capital social vindo de Macau representou 57,6 por cento do total, enquanto 11 milhões do capital era proveniente do Interior da China, 40,2 por

cento do qual veio de cidades da Grande Baía. A maioria das novas empresas tinha um capital social inferior a 50 mil patacas. Por outro lado, no segundo trimestre deste ano “dissolveram-se 182 sociedades e o capital social destas sociedades alcançou 90 milhões de patacas”, diz a nota da DSEC.


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quinta-feira 6.8.2020

Rua da Felicidade YEA Macau sugere zona pedonal provisória

O presidente da Associação YEA Macau acha que a esplanada no Leal Senado teve sucesso e que o fluxo de pessoas pode ser desviado para beneficiar também a Rua da Felicidade. Para isso, sugeriu a criação de uma zona pedonal provisória na mesma rua para actividades ao fim-de-semana, noticiou o jornal Ou Mun. Kuan Vai Lam recordou que o Leal Senado e a Rua da Felicidade estão entre as “oito novas paisagens de Macau” eleitas na votação lançada no ano passado pela Associação de Intercâmbio de Cultura Chinesa, e sugeriu às autoridades acelerarem o restauro de fachadas e janelas na Rua da Felicidade enquanto não há muitos turistas. Além disso, quer que o Governo monte esplanadas e espectáculos, e que promova carrinhas de comida temáticas, podendo no futuro colaborar com o Teatro Cheng Peng, quando este estiver restaurado.

Protecção de dados Detidas três gerentes de salões de beleza

A Polícia Judiciária (PJ) deteve três gerentes de salões de beleza por suspeitas de violarem a lei da protecção de dados pessoais, noticiou o jornal Ou Mun. Em Julho, a PJ recebeu uma denúncia do Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais sobre um caso de telemarketing de salão de beleza. Depois de investigar 19 responsáveis e funcionários de quatro salões de beleza, a PJ decidiu acusar três destas pessoas. O caso já foi encaminhado para o Ministério Público.

Inspecções Exigidas boas práticas para prevenir quedas de janelas dos edifícios

O Vogal do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários das Ilhas, Choi Seng Hon, pediu que o Governo publique a lista de técnicos qualificados para inspeccionar janelas e divulgue o preço dos serviços, como acontece nas regiões vizinhas. As declarações foram proferidas durante o programa Fórum Macau, do canal chinês da Rádio Macau. Contudo, no actual contexto, Choi Seng Hon não considera ser oportuno o lançamento de um plano de inspecção obrigatória de janelas para evitar quedas. Em vez disso, o responsável sugere que sejam instaladas correntes nas janelas para que, em caso de ocorrer algum problema, não caiam imediatamente na rua. Já o engenheiro Chan Kuai Son, considerou, no mesmo programa, que o Governo deve apostar na sensibilização do problema junto dos proprietários e apoiar os conselhos de condomínios a dar início a concursos para a inspecção de janelas.

EPM CONSULADO NEGA VOO CHARTER PARA TRANSPORTAR FINALISTAS

Noves fora nada

Alguns encarregados de educação de alunos finalistas da Escola Portuguesa de Macau reuniram ontem com Paulo Cunha Alves, cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, tendo pedido um voo charter para que os estudantes possam prosseguir os estudos superiores fora de Macau. Contudo, o consulado entende que essa opção não é, para já, viável

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S alunos finalistas da Escola Portuguesa de Macau (EPM) continuam sem saber como se vão deslocar para países fora de Macau para continuarem os estudos universitários, uma vez que não há uma data prevista para o regresso do corredor especial com o Aeroporto Internacional de Hong Kong. Alguns encarregados de educação reuniram ontem com o cônsul-geral de Portugal em Macau, Paulo Cunha Alves, mas este disse não poder disponibilizar um voo charter para os cerca de 40 alunos finalistas. “O cônsul disse-nos que essa possibilidade seria complicada por questões financeiras e pela própria justificação de um voo charter”, disse ao HM João da Silva, encarregado de educação e representante dos pais. “Sabemos que na Venezuela isso foi feito, mas foi-nos dito que isso ocorre em situações extremas. Saímos da reunião sem uma solução e continuamos preocupados”, frisou. O encontro decorreu depois do grupo

de pais ter enviado uma carta ao consulado na última semana. Em resposta escrita enviada ao HM, o consulado-geral disse que vai continuar “a desenvolver contactos com as autoridades da RAEM no sentido de as sensibilizar para a necessidade de encontrar uma solução justa e equilibrada para o problema da saída de Macau dos estudantes finalistas, portugueses, mas não só, que pretendem ingressar no Ensino Superior em Portugal e em outros países europeus e da América do Norte”.

“O cônsul disse-nos que essa possibilidade seria complicada por questões financeiras e pela própria justificação de um voo charter.” JOÃO DA SILVA ENCARREGADO DE EDUCAÇÃO

Na reunião, Paulo Cunha Alves aconselhou os pais a optarem por voos via Taipei e Seul, "de modo a demonstrar a necessidade e a pertinência da realização de mais voos para além do previsto para 26 de Agosto pela companhia Eva Air, que tem Londres como destino final”. Na mesma resposta, é referido ainda que os “pais e encarregados de educação deverão, enquanto sociedade civil, continuar a exercer todos os meios de pressão possíveis sobre as autoridades locais pertinentes, notando que este é um problema transversal que abrange estudantes de diversas nacionalidades”.

ROTAS ARRISCADAS

João da Silva considera que enviar os finalistas sozinhos para estes voos constitui um risco. “São viagens com algumas escalas. No caso de Taipé podem ultrapassar as oito horas e corremos o risco de fazer quarentena. Por Seul podemos estar 24 horas em escala, mas nada é garantido, os voos podem ser cancelados e há alunos

que não podem ser acompanhadas por familiares. Gostávamos de não ter de optar por essas duas vias.” Paulo Cunha Alves referiu que, em Setembro, poderá haver uma mudança, mas que por enquanto nada é certo. “Sabemos que o cônsul não pode passar por cima das autoridades locais, apenas pode sensibilizá-las”, disse João da Silva, que está a ponderar pedir apoio junto das entidades governamentais em Portugal. “Da parte de Portugal poderia haver mais apoio, nós é que não temos contactos nem conhecemos ninguém. De certeza que os governadores que aqui estiveram, como por exemplo Rocha Vieira ou Garcia Leandro, têm contactos, mas não sei como chegar até eles para que nos possam ajudar. Não estamos sozinhos, mas não estamos a conseguir fazer muito.” Dos 40 finalistas, são poucos os alunos que, como alternativa, pretendem ficar a estudar em Macau. Apenas o filho de Anabela Fong se inscreveu, por precaução, no curso de Direito da Universidade de Macau, mas o objectivo é estudar na Universidade Católica. Aguarda, neste momento, o processo de obtenção do passaporte português. João da Silva disse ainda lamentar que o corredor exclusivo com Hong Kong não tenha terminado mais tarde, a 25 de Julho, uma vez que muitos alunos só concluíram os exames de 12º ano no dia 23 do mesmo mês. “Quase todos os alunos não podiam faltar aos exames e por isso não puderam aproveitar o corredor especial”, concluiu. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


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6.8.2020 quinta-feira

Paisagens de uma identidade híbrida EXPOSIÇÃO IMAGENS QUE REVELAM O “PROCESSO ORGÂNICO” DE UM EMIGRANTE

IC CONCURSO PARA JOVENS MÚSICOS COM AVALIAÇÕES ONLINE

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Instituto Cultural (IC) decidiu apostar num outro método de avaliação dos candidatos ao Concurso para Jovens Músicos de Macau, que este ano conhece a 38ª edição. Segundo um comunicado, “devido ao impacto do surto da pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus, não foi possível à maior parte dos membros do júri do 38.º Concurso para Jovens Músicos de Macau deslocarem-se a Macau”. Dessa forma, “para reduzir o risco de reuniões com a presença de elevado número de pessoas, o Concurso desta edição adoptará um método de ‘avaliação e anúncio dos resultados online das apresentações gravadas’ em vez de ‘avaliação e anúncio dos resultados das apresentações instrumentais / vocais do Concurso ao vivo’”. O concurso arranca no próximo sábado, dia 15, e, “para manter a justiça”, os concorrentes devem seguir a versão final da programação do Concurso anunciada no passado dia 26 de Junho. O organizador “gravará as apresentações instrumentais/vocais dos concorrentes uma única vez, não sendo possível fazer nova gravação”, além de que “a avaliação das apresentações será feita com base nas gravações de vídeo fornecidas pelo IC”.

Hugo Teixeira está de regresso às exposições em Macau com “Paisagens Involuntárias”, uma mostra que pode ser vista no Taipa Village Art Space até Outubro. Em conversa com o HM, a partir da Califórnia, onde reside, o fotógrafo fala de um projecto que associa as paisagens alentejana e californiana e que remetem para as vivências de quem emigra

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ASCEU em Portugal, mas partiu com oito meses de idade para os EUA. Hugo Teixeira, fotógrafo, sente-se luso-americano e sabe bem o que é viver nessa dualidade constante de culturas e idiomas. Esse sentimento está bem patente na sua segunda exposição em Macau, intitulada “Paisagens Involuntárias”, que foi ontem inaugurada no Taipa Village

Art Space e que pode ser visitada até ao mês de Outubro. Actualmente a residir na Califórnia e impossibilitado de viajar devido à pandemia, Hugo Teixeira conversou com o HM via Zoom e falou desta sua exposição, composta por

20 composições de imagens da paisagem alentejana e californiana. “Gosto muito da ideia de viagem, da road trip, que permite fazer muita fotografia de paisagem. Por isso comecei a fazer montagens com o montado alentejano e o

“Um país, uma cultura e uma só língua não permitem expressar aquilo que eu sou, tenho sempre de utilizar as duas.”

chaparral na Califórnia, porque são paisagens muito parecidas e representam aquilo que quero comunicar.” Este é o resultado de um total de 14 mil composições que são o espelho da dualidade de sentimentos com que se depara um emigrante. “Estas imagens não referenciam memórias específicas, mas diria que cada montagem combina com uma fotografia de paisagem que encontrei.” Essa descoberta


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fez-se, um dia, na Feira da Ladra, em Lisboa, onde Hugo Teixeira adquiriu várias fotografias, que combinou depois com as imagens que captou. “Essas fotografias [compradas na Feira da Ladra] fizeram-me lembrar as poucas imagens de família que temos da época da emigração, nos anos 60 e 70. Acabam por representar memórias que não são minhas, mas herdadas. Como filho de emigrantes sempre ouvi histórias da terra, em Portugal, que são uma componente importante da minha identidade”, contou. O processo de selecção das 20 composições foi feito em parceria com João Ó, curador da exposição. Hugo Teixeira assume ser incapaz de escolher uma montagem preferida. “Tenho muito material e é difícil escolher uma imagem preferida.” “Para mim esse processo de criar dezenas de milhares de pequenas experiências representa um bocado o caminho do emigrante num país novo ou num país antigo, o não saber bem onde colocar o pé e às vezes enganar-se. É um processo orgânico de descoberta de culturas e de países”, acrescentou.

HOJE NA CHÁVENA Paula Bicho

Naturopata e Fitoterapeuta • obichodabotica@gmail.com

Murta Nome botânico: Myrtus communis L. Família: Myrtaceae. Nomes populares: FLOR-DONOIVADO; MIRTO; MURTACULTIVADA; MURTA-DOSJARDINS; MURTA-ORDINÁRIA; MURTAS (frutos); MURTEIRA; MURTINHO; MURTINHOS (frutos). Originária da região mediterrânica, a Murta encontra-se com frequência em matos, sebes e charnecas, onde se desenvolve formando moitas fechadas e aromáticas. Também é cultivada como ornamental e para a obtenção de óleo essencial. Trata-se de um arbusto bastante resistente, sempre-verde, de caule muito ramificado, que pode alcançar 3 metros de altura; as folhas, verde-escuras, coriáceas e brilhantes, encontram-se providas de pequenas glândulas visíveis à transparência; as flores, brancas ou rosadas, têm numerosos estames compridos e estilete saliente, e os frutos são umas bagas negras. Muito glosada pelos poetas, a Murta participa em variadas histórias e lendas, da mitologia Grega à Bíblia. Dedicada aAfrodite, a deusa grega do amor, simboliza a glória e o amor feliz, e com ela se entrelaçavam as coroas dos heróis e das noivas. No século I, foi referida por Dioscórides como «uma amiga do estômago», e Avicena, célebre médico árabe do século XI, recomendava-a pelas propriedades adstringentes e anti-sépticas. A Água-de-anjo era um famoso produto de beleza obtido da destilação das suas folhas e flores. A Murta foi ainda muito apreciada como especiaria. Em fitoterapia são usadas as folhas e o óleo essencial, menos vezes os frutos.

EMIGRAÇÃO COM HISTÓRIA

Hugo Teixeira terminou recentemente um mestrado em belas-artes, com especialização em fotografia, e as imagens que compõem a exposição “Paisagens Involuntárias” fazem parte do projecto de curso.Além disso, o fotógrafo é também professor de inglês, mas a pandemia obrigou-o a olhar para a fotografia como uma possibilidade de carreira, estando “numa fase de transição”. Apesar de ter ido ainda bebé para os EUA, Hugo Teixeira tem uma família com uma longa história de emigração. “Um irmão do meu avô que emigrou em 1914, mas a família mais próxima começou a emigrar nos anos 60. O meu pai, em 1969, foi para França depois de ter estado preso vários anos pela PIDE, porque se recusava a combater nas colónias. Em 1971 reuniu-se com os irmãos na Califórnia por opção. Mais tarde voltou a Portugal e casou com a minha mãe e depois ela veio para a Califórnia em 1980.” Desta forma, Hugo Teixeira diz que o trabalho fotográfico que tem vindo a desenvolver, e que culmina agora nesta mostra, é revelador de uma “identidade híbrida”. “Um país, uma cultura e uma só língua não permitem expressar aquilo que eu sou, tenho sempre de utilizar as duas”, frisou.

Composição Óleo essencial, floroglucinóis complexos (mirtucomulonas A e B), flavonóides, taninos, ácidos orgânicos (cítrico, málico), substâncias amargas e resinas. Hugo Teixeira, fotógrafo “Para mim esse processo de criar dezenas de milhares de pequenas experiências representa um bocado o caminho do emigrante num país novo ou num país antigo, o não saber bem onde colocar o pé e às vezes enganar-se. É um processo orgânico de descoberta de culturas e de países.”

Hugo Teixeira viveu em Macau entre 2010 e 2018, tendo feito uma primeira exposição no território em 2017, também com o apoio de João Ó.Aí fazia essencialmente fotografia de retrato. “Surgiram várias oportunidades relacionadas com o ambiente, pois a paisagem urbana e fotografia de rua não me interessam. É difícil encontrar paisagem natural em Macau, as possibilidades são limitadas, e eu tinha condições para fazer o retrato.”

De Macau o fotógrafo guarda boas memórias. “É muito bom voltar a Macau, deu-me muitas oportunidades na área da fotografia. Conheci muitas pessoas no meio que se tornaram meus amigos e continuo a ter um contacto forte com eles. A galeria [Taipa Village Art Space] também me apoiou nessa época e continua a fazê-lo”, rematou. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

Acção terapêutica A Murta fluidifica a expectoração, auxilia a sua eliminação, combate espasmos e acalma a tosse, tendo ainda actividade anti-séptica e antibacteriana sobre as vias respiratórias; o seu efeito antibiótico é comparável ao da estreptomicina. Está indicada no tratamento da rinite, sinusite, tosse, catarro, constipação, estados gripais, faringite, laringite, bronquite, infecções pulmonares, enfisema e asma. A sua acção anti-séptica e antibiótica manifesta-se igualmente sobre o aparelho urinário, sendo por isso recomendada nas infecções urinárias (cistite, uretrite, pielonefrite). Pode ser útil na gota, por baixar os níveis de ácido úrico e ser analgésica.

É usada como sedativo no nervosismo e insónia. Nas mulheres, reduz o fluxo menstrual abundante, por ser um hemostático. Com propriedades adstringentes, a Murta tonifica o estômago, favorece a digestão, facilita a expulsão de gases e de parasitas intestinais, e combate as diarreias, beneficiando casos de digestões difíceis, flatulência, gastrenterites, diarreia, disenteria e vermes intestinais. Outras propriedades Usada externamente, a Murta desinfecta, cicatriza e detém as hemorragias. Pode ser empregue nas afecções da pele (feridas e contusões; eczemas, psoríase) e das mucosas (gengivites, estomatites e faringites; conjuntivites; otites; leucorreia, vaginites e hemorróidas), e nas já referidas afecções respiratórias. Com usos cosméticos, esta erva tonifica a pele e combate a caspa, suavizando o couro cabeludo e aliviando a irritação. Como tomar • Uso interno: Infusão das folhas (e frutos): 1 colher de sobremesa por chávena de água fervente, 10 minutos de infusão. Tomar 3 chávenas por dia. As flores frescas, de sabor adocicado, podem ser usadas para ornamentar saladas de vegetais ou de frutas, e guarnições. As folhas são utilizadas para temperar carnes de sabor forte, como a de borrego e a de algumas peças de caça. O licor de Murta, obtido com as suas bagas, é muito popular em Portugal. O denominado “Arrabidino” foi durante séculos produzido no sigilo do Convento da Arrábida. • Uso externo: Infusão das folhas (e bagas): 15 a 20 gramas por litro de água fervente. Em lavagens e compressas, bochechos e gargarejos, como colírio ou em irrigações vaginais. Óleo essencial diluído em água: em inalações, bochechos e gargarejos. Em champô, stick para inalação, dentrífico ou bálsamo. Precauções Não são conhecidas contra-indicações ou efeitos adversos para as folhas nas dosagens terapêuticas. Em doses elevadas, pelos taninos, podem ocorrer perturbações digestivas. O óleo essencial não deve ser usado por grávidas, crianças menores de seis anos, pessoas com problemas neurológicos ou gástricos. Em doses não terapêuticas pode provocar reacções alérgicas – fazer o teste de tolerância. Em caso de dúvida, consulte o seu profissional de saúde.


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6.8.2020 quinta-feira

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 533/AI/2020

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 534/AI/2020

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 541/AI/2020

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 543/AI/2020

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora LI MINGQUN, portadora do Salvo Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° C25324xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 122/DIAI/2018 levantado pela DST a 21.06.2018, e por despacho da signatária de 28.07.2020, exarado no Relatório n.° 538/DI/2020, de 03.07.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua de Paris n.° 167, Seng Hoi Hou Teng, Bloco 4, 5.° andar S, Macau onde se prestava alojamento ilegal.-------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo DecretoLei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.----------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.--------------------------------

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor ZHANG JUNHAI, portador do Salvo Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W94761xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 122.1/DIAI/2018 levantado pela DST a 21.06.2018, e por despacho da signatária de 28.07.2020, exarado no Relatório n.° 539/DI/2020, de 03.07.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Rua de Paris n.° 167, Seng Hoi Hou Teng, Bloco 4, 5.° andar S, Macau.---------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo DecretoLei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.----------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.---------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.--------------------------------

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor WANG HUADONG, portador do Passaporte da RPC n.° E34572xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 195/DI-AI/2018 levantado pela DST a 18.10.2018, e por despacho da signatária de 28.07.2020, exarado no Relatório n.° 547/DI/2020, de 07.07.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Avenida do Infante D. Henrique n.° 29, Edf. Va Iong, 5.° andar D onde se prestava alojamento ilegal.-------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo DecretoLei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.----------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.---------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.--------------------------------

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora SHI JINYING, portadora do Passaporte da RPC n.° E40859xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 195.2/DI-AI/2018 levantado pela DST a 18.10.2018, e por despacho da signatária de 28.07.2020, exarado no Relatório n.° 549/DI/2020, de 07.07.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Avenida do Infante D. Henrique n.° 29, Edf. Va Iong, 5.° andar D.-----------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo DecretoLei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.----------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.---------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.--------------------------------

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 28 de Julho de 2020.

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 28 de Julho de 2020.

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 28 de Julho de 2020.

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 28 de Julho de 2020.

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes


china 11

quinta-feira 6.8.2020

A imprensa estatal chinesa criticou ontem duramente os Estados Unidos por abusos de poder e tentarem agora roubar a aplicação da ByteDance, sediada em Pequim

TIKTOK EUA ACUSADOS DE QUEREREM ROUBAR APLICAÇÃO

Você abusou

“Os EUA, como um país poderoso, não apenas fazem as regras, mas também intencionalmente adoptam medidas arbitrárias que violam as regras.”

O

jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC), Global Times, acusou ontem os Estados Unidos de "abusarem do seu poder" para "roubarem" o TikTok, ao forçarem a venda da aplicação de vídeos detida pela empresa chinesa ByteDance. "As regras de Washington são o vale tudo", acusou o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão oficial do PCC. "Os EUA, como um país poderoso, não apenas fazem as regras, mas também intencionalmente adoptam medidas arbitrárias que violam as regras", acrescentou. "Os outros países podem apenas manter as regras em mente e aceitar essas infrações". O debate sobre o futuro do TikTok, propriedade da empresa de tecnologia ByteDance, que tem sede em Pequim, surgiu no fim de

dados recolhidos fora da China e que resistiria a qualquer tentativa de Pequim de aceder a informações. Na segunda-feira, Trump disse que estaria aberto a permitir que uma empresa norte-americana comprasse o TikTok, embora com a ressalva de que qualquer acordo teria que incluir uma "quantidade substancial de dinheiro" destinada ao Tesouro norte-americano. A Microsoft, que tem sede no Estado norte-americano de Washington, emergiu como potencial compradora.

GLOBAL TIMES

semana quando o Presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou proibir a aplicação de operar nos Estados Unidos.

Membros do Congresso norte-americano têm expressado preocupação de que o TikTok possa representar uma ameaça à segurança nacional,

caso o Governo chinês aceda aos dados de utilizadores norte-americanos. O TikTok, no entanto, lembrou que armazena os

Vários órgãos de comunicação ou redes sociais norte-americanas, incluindo o Facebook, Twitter ou Instagram, ou o motor de busca Google, estão banidos da rede chinesa, a maior do mundo, com mais de 710 milhões de utilizadores. O Global Times garante, no entanto, que a política dos EUA face ao TikTok "não é recíproca", alegando que a "China oferece condições sob as quais as empresas de tecnologia dos EUA podem operar no mercado chinês",

na condição de respeitarem as leis e regulamentos da China. "A proibição do TikTok pelos EUA é uma ordem executiva arbitrária. [Washington] recusou-se a oferecer condições para o TikTok continuar a operar nos EUA", lembrou o Global Times.

DANÇAS DUVIDOSAS

O jornal estatal China Daily considerou uma possível venda da aplicação como uma táctica de "destruir e agarrar", orquestrada pelo Governo dos EUA. "O assédio moral do Governo norte-americano às empresas de tecnologia chinesas decorre de os dados serem a nova fonte de riqueza e o de querer tudo, na sua visão da ‘América Primeiro'", escreveu o China Daily, em editorial. Num memorando interno enviado aos funcionários na segunda-feira, o CEO e fundador da ByteDance, Zhang Yiming, reconheceu que "os últimos meses constituíram um período de desafios para todos". "Iniciamos discussões preliminares com uma empresa de tecnologia para ajudar a abrir caminho à continuação do TikTok nos EUA", escreveu Zhang. O jornal Guangming Daily lembrou que o debate sobre o TikTok é "emblemático do tipo de experiência" que pode aguardar outras empresas chinesas que planeiam expandir-se para além da China continental. "Para quem é que o TikTok está a dançar", questionou o jornal, em editorial.

TAIWAN ESTADOS UNIDOS CENSURADOS POR POREM EM RISCO A PAZ COM VISITA DE ALTO NÍVEL

BRASIL PEQUIM COM PROJECTO CONTRA CULTIVO DE SOJA EM TERRAS INDÍGENAS

China acusou ontem os Estados Unidos de "porem em risco a paz" com o anúncio da visita de uma delegação de alto nível a Taiwan. "A China opõe-se firmemente às trocas oficiais entre os Estados Unidos e Taiwan", disse Wang Wenbin, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China. Pequim fez um protesto formal junto das autoridades norte-americanas, segundo Wang.

China vai avançar com um projecto de sustentabilidade ligado à exploração da soja no Brasil para impedir a utilização de trabalho forçado e o cultivo em terras indígenas, anunciou o Fórum Macau. A China National Cereals, Oils and Foodstuffs Corp garantiu o apoio da Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla inglesa) e vai concentrar-se nas fazendas produtoras de soja nos estados brasileiros do Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia, indicou na terça-feira o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, que cita um comunicado da empresa estatal chinesa.

A

A República Popular da China condena qualquer contacto oficial com a ilha, que funciona como uma entidade política soberana, ameaçando a reunificação pela força, "caso seja necessário". Os Estados Unidos anunciaram ontem que o secretário da Saúde, Alex Azar, vai visitar Taipé em breve. Esta será a visita de mais alto nível de um funcionário norte-americano à ilha desde 1979, quando os Estados

Unidos restabeleceram relações diplomáticas com Pequim e romperam com Taipé. Taiwan confirmou a visita, sem especificar a data, mas revelou que Azar vai reunir-se com a Presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen. Washington deve evitar "minar gravemente as relações sino-americanas, bem como a paz e a estabilidade no estreito de Taiwan", disse o porta-voz do governo chinês.

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“Atriagem vai utilizar imagens de satélite e outras informações geográficas e dados oficiais para garantir, por exemplo, que as fazendas não utilizem trabalho forçado nem cultivem terra indígena ou listada para conservação”, pode ler-se na mesma nota. A Agrosatélite, “uma empresa brasileira especializada em detecção remota através de imagens de satélite e inteligência geográfica, foi seleccionada como parceira técnica do projecto”, sublinha-se. Tanto a IFC como a empresa chinesa “esperam que o projeto englobe 85 por cento dos fornecedores directos da empresa estatal chinesa nestes estados brasileiros até 2021” e a totalidade até 2023, salienta-se.


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retrovisor Luís Carmelo

6.8.2020 quinta-feira

Na minha terra, não há terra, há ruas

Holandeses voadores I

JOSÉ M. RODRIGUES

o carrinho que não tinha dentro nenhum bebé. Estava atulhado com folhas de plátano que reflectiam as sete cores do outono: lilás violeta purpirino roxo encarniçado carmesim e coral. Era uma colecção a fungar e a espreguiçar-se, de tal modo que entrei no eléctrico a imaginar um bebé constituído apenas por folhas de plátano.

2

P

ROSSEGUE ao longe entre os arbustos. A mulher dança dentro do vestido vermelho e empurra o carrinho de bebé. À medida que se aproxima, reconheço-a. Apercebo-me vagamente de quem se trata. É um rosto que vai ficar até ao fim e eu não sei, nem nunca soube, o que quer dizer até ao fim. Se não estivesse agora a descortinar o vulto que se torna cada vez mais visível e sólido na minha frente, poderia mais tarde concluir que o desencontro é a maior experiência das nossas vidas, sobretudo porque não damos por ele. A invisibilidade pode matar. Nesse dia distante que continua a ser hoje - pois um dia é o olhar de uma vertigem que dá a volta a si própria ao longo de muitas estações -, eu falei pela primeira vez com ela. Voz rouca, as mãos pequenas e os olhos cheios de jangadas que apetecem aos litorais mais calmos.

Continuámos ali no meio do parque a congelar o chão térreo, ignorando os patos que já mediam as suas circunferências no ar. Ainda sentia na roupa a humidade que nessa manhã se afeiçoara às águas furtadas onde dormira. Afinal os elementos da atmosfera são os poros que nos traçam a pele. Sorrimos um para o outro por causa da única memória que então conseguíamos partilhar. Ela estava sentada no fundo da sala e eu ao lado do piano a dizer

uns tantos versos. Falámos sobre a electricidade dos gestos, porque a poesia, em recintos que se aproximam do devaneio, pode dar choque. Estava com pressa e despedi-me. Disse a brincar, embora fosse verdade, que ia para os trópicos. Ela ficou a olhar para trás entre os repuxos da rega. Era a imagem pura de quem desce do andor e subitamente ganha volume e vida. Enquanto conversávamos, passei metade do tempo com os olhos virados para

Se não estivesse agora a descortinar o vulto que se torna cada vez mais visível e sólido na minha frente, poderia mais tarde concluir que o desencontro é a maior experiência das nossas vidas, sobretudo porque não damos por ele. A invisibilidade pode matar

Os homens fumam e gesticulam junto à portada da barraquinha de arenques. Ignoram o harpão dos deuses que em tempos levantou os diques e penetrou no coração das tijoleiras, abrindo-lhe as enormes janelas de vidro com parapeito para as porcelanas brancas do oriente. Das escadas estreitas e inclinadas, vi surgir o dono da padaria que calçava as suas socas e ria com a felicidade de um belo bovino. Vestiu o casaco branco, limpou os óculos e cobriu a testa com um gorro. Foi nesse instante que, no outro lado do canal, ela reapareceu de dentro da loja marroquina com o pó amarelo a reluzir os traços musicais que invadiam a montra com um poderoso cheiro a hortelã. Pedalei auscultando a lama dos passeios e o som das roldanas por onde subia e descia o recheio inteiro de uma das casas da esquina mais próxima. Constatei que não dera pela minha presença, razão por que avancei com a bicicleta na sua direcção. Logo que me encarou, ficou imobilizada e só o guiador nos separou. A roda da frente flutuou-lhe entre as pernas, levantando levemente o vestido vermelho e a minha cara ficou virada para dentro da baía afugentada pela bátega. Os barcos ancorados a cinco metros do local onde nos encontrámos libertaram um som parecido ao alarme das suricatas e ela, com as franjas caídas sobre os olhos, produziu um rumor lento, indefinido. Vimo-nos pela primeira vez naquela proximidade em que a penumbra e a sombra mais se confundem. E eu percebi, ao mesmo tempo, que não estaríamos ali. Tínhamos deixado há muito de correr sobre os muros de braços abertos a imitar aviões de papel. Mas não cheguei a segredar-lhe que o presente não passaria de uma nódoa de luz que se apaga rapidamente. Desejei que pudéssemos acreditar na alucinação daquele instante. Uns meses depois, seguíamos de comboio e faltavam poucos minutos para chegarmos a Verona. No meio do escuro um cachimbo abriu a única cintilação da viagem. E foi quando ela me confessou que já tinha morrido, que já cá não estava. Tudo o que agora vivia era um acréscimo, uma adenda, uma extensão absolutamente inesperada.


(f)utilidades 13

quinta-feira 6.8.2020

TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 25 MAX 31 HUM 75-98% • EURO 9.49 BAHT 0.25 YUAN 1.15 ´

"VERDADEIRA CATÁSTROFE"

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SUMIKKOGURASHI:GOOD TO BE IN THE CORNER [A] FALADO EM CANTONÊS LEGENDADA EM CHINÊS Um filme de: Mankyu 14.30, 16.00, 17.30, 19.30, 21.00 SALA 2

BEYOND THE DREAM [C] FALADO EM JAPONESE

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 54

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PROBLEMA 55

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C I N E M A 5 56 2 4 63 7 35 1

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LEGENDADA EM CHINÊS E INGLES Um filme de: Chow Kwun-wai Com: Terrance Lau, Cecilia Choi 14.30, 16.45, 19.15, 21.30 SALA 3

DREAMBUILDERS [A]

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FALADO EM CANTONÊS LEGENDADA EM CHINÊS Um filme de: Kim Hagen Jensen, Tonni Zinck 14.30, 16.30, 19.00, 21.15

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O primeiro-ministro libanês afirmou ontem que o país está a viver "uma verdadeira catástrofe" e voltou a pedir a ajuda de todos os países e amigos do Líbano após as explosões desta terça-feira em Beirute. Num breve discurso transmitido pela televisão ontem de manhã, Hassan Diab reiterou a promessa de encontrar e punir os responsáveis pelas duas explosões, que fizeram pelo menos 100 mortos e mais de 4.000 feridos. Na capital libanesa continua a ver-se fumo a sair da zona do porto.

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UM LIVRO HOJE

3 1 5 6 7 2 Retratos críticos e satíricos de uma 6 2não3são mais 1 do4 época, 7 “As Farpas” que uma colectânea de artigos de opi1 5 em418717e 1872 6 por3 nião publicados Eça de Queiroz e Ramalho Ortigão. 2 caricaturados 3 1 4os costumes 5 7 Aqui são da sociedade portuguesa dos finais 5 XIX, 7 desde 3 a2segregação 4 6 do século do papel da mulher, passando pela 6 o 4jornalismo 7 1altamente 2 5 religião, partidário e a própria forma de fazer 2 sempre 6 5com uma 3 boa1 política4 da época, dose de humor e ironia à mistura. Uma radiografia de um tempo que, quando analisado 60 em detalhe, parece ter mais semelhanças do que diferenças em relação aos dias de hoje. Pedro Arede

7 4 1 3 6 2 5 AS FARPAS I EÇA DE QUEIROZ E RAMALHO ORTIGÃO

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7 1 5 6 2 4 3 2 3 7 6 5 1 4 2 5 4 1 3 7 6 1 6 5 3 2 4 7 58 5 6 3 4 1 BEYOND 2 THE7DREAM 3 7 4 5 6 2 1 5 7 4 6 7 2 3 5 1 4 5 1 2 4 7 6 3 1 2 6 Propriedade 76 4Fábrica33de Notícias, 5 Lda Director Carlos Morais 6 José2Editores3João Luz;1José C. Mendes 4 Redacção 7 5Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Pedro Arede; Salomé Fernandes Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; António de Castro Caeiro; António Falcão; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Emanuel Cameira; Gisela Casimiro; 2 José Drummond; José Navarro de Andrade; José Simões Morais; Luis Carmelo; Michel Reis; Nuno Miguel Guedes; Paulo José Gonçalo M.Tavares; João Paulo 3 4 1 Gonçalo 5 Lobo 7Pinheiro; 6e Carmo; 2Rita Taborda Duarte; RosaCotrim; 4 Cabral; 5 Rui6Cascais;7Rui Filipe1Torres;3Sérgio Fonseca; 2 Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; David Chan; Miranda; Paulo Maia Coutinho João Romão; Jorge Rodrigues Simão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje www. 2 4 5 hojemacau. 4 3 7 Macau; 2 Lusa;6GCS;Xinhua 5 Secretária 1 deredacçãoePublicidade 7 Madalena 4 da1Silva(publicidade@hojemacau.com.mo) 2 3 5 6 AssistentedemarketingVincentVongImpressãoTipografiaWelfare com.mo Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo 5 4 7


14 opinião

A

questão dos nomes dos ciclones tropicais tem sido alvo de curiosidade, havendo, no entanto, uma certa confusão sobre este assunto. Na realidade, em torno do globo terrestre, há várias bacias onde se desenvolvem este tipo de tempestades, as quais, devido a tradições há longos anos arreigadas nas populações, são identificadas por designações diferentes. A prática tem demonstrado que a identificação dos furacões, tufões e ciclones com nomes próprios, contribui para que os cidadãos prestem mais atenção à sua evolução e possíveis consequências. No entanto, em cada uma destas regiões, os critérios adotados para esse efeito são diferentes. As principais zonas de formação e desenvolvimento de ciclones tropicais, e as respetivas designações gerais, são as seguintes: • Atlântico Norte (incluindo Mar das Caraíbas e Golfo do México) – Furacões • Zona central e leste do Pacífico Norte (a leste da linha de mudança de data) – Furacões • Oeste do Pacífico Norte e Mar do Sul da China – Tufões •Oceano Índico (Golfo de Bengala e Mar da Arábia) – Ciclones • Oeste do Pacífico Sul e sueste do Oceano Índico – Ciclones (Ciclones Tropicais Severos) • Sudoeste do Oceano Índico – Ciclones (Ciclones Tropicais)

Principais áreas de formação e desenvolvimento de ciclones tropicais

Fora destas regiões ocorrem esporadicamente fenómenos meteorológicos com as características de ciclones tropicais. É o caso dum ciclone tropical que se formou no Atlântico Sul, em março de 2004, e que afetou o Brasil. Por ter ocorrido no Atlântico Sul, não foi aplicado um nome da lista de furacões previamente elaborada, pelo que, com certa controvérsia, os meteorologistas brasileiros lhe chamaram Catarina, por ter afetado o Estado de Santa Catarina.

6.8.2020 quinta-feira

Os nomes dos tufões e Tem acontecido, embora raramente, furacões passarem a ser designados por tufões, quando se deslocam para oeste, no Pacífico Norte, depois de transpor a linha internacional de mudança de data. Inversamente, um tufão pode passar a furacão quando se desloca de oeste para leste, atravessando essa linha. Tal aconteceu com o furacão John em 1994 que, tendo-se formado no Atlântico Norte, atravessou a América Central, entrou no Pacífico e, continuando a deslocar-se para oeste, atravessou o meridiano 180, entrando na região dos tufões. A certa altura inverteu o sentido do movimento e reentrou na parte leste do Pacífico, voltando a ser classificado como furacão. A coordenação das atividades de cooperação nas várias bacias é levada a cabo por organismos regionais (comités) do Programa dos Ciclones Tropicais da Organização Meteorológica Mundial - OMM (WMO Tropical Cyclone Programme). São estes comités que, sob proposta dos respetivos membros, estabelecem os critérios e selecionam os nomes das tempestades. Na bacia onde a Região Administrativa Especial de Macau está inserida (Oeste do Pacífico Norte e Mar do Sul da China), os nomes dos tufões constam de uma lista que se pode consultar no site do Comité dos Tufões (WMO/ESCAP Typhoon Committee - www. typhooncommittee.org), cujo secretariado está sediado em Macau desde 2007. Os nomes são propostos pelos membros dos vários comités, e são discutidos nas sessões anuais. No caso do Comité dos Tufões, cada um dos 14 membros propôs dez nomes, o que perfez uma lista de 140. Os nomes são retirados quando estão associados a tempestades que causaram estragos significativos, pelo que a lista tem de ser atualizada nas sessões anuais do Comité. Por exemplo, o nome do tufão Hato (Pombo, em japonês), que causou um número elevado de vítimas nas Filipinas, Macau e China, já não consta da lista. Em geral os nomes dos ciclones tropicais são de pessoas, alternadamente masculinos e femininos, dispostos por ordem alfabética, com exceção na bacia em que Macau se insere, e também no Mar da Arábia e Golfo de Bengala. No caso dos tufões, os nomes podem ser de animais, monumentos, objetos, etc., e estão colocados sequencialmente, sem ser por ordem alfabética, não podendo ter mais de três silabas. A pronúncia não deve ser suscetível de interpretações erróneas em quaisquer das línguas dos países membros. Já tem acontecido alguns nomes terem sido retirados, não pelo facto de as tempestades terem causado graves consequências, mas para evitar suscetibilidades religiosas. Entre os nomes propostos por Macau contam-se Bebinca (nome de uma conhecida sobremesa com origem indo-portuguesa, muito popular em Macau) e Sanba, com origem na designação em chinês das Ruínas de São Paulo. O nome Bebinca já foi usado quatro vezes (2000, 2006, 2013 e 2018), até à presente

Tempestade tropical Bebinca, no Golfo de Tonkin - 17/8/2018

Bebinca - sobremesa de origem indo-portuguesa

data, e em nenhum dos casos passou de tempestade tropical severa. Antes do século XX, estes fenómenos meteorológicos eram geralmente identificados fazendo referência às datas das ocorrências ou aos locais onde as suas consequências mais nefastas se fizeram sentir. É o caso, por exemplo, do tufão que quase destruiu Macau de 22 para 23 de setembro de 1874, que causou cerca de cinco mil vítimas mortais. Quando se pretende referir esta tempestade, é simplesmente identificada por “Grande Tufão de 1874”. Outro exemplo é o caso do “Grande Ciclone Bhola” (Great Bhola Cyclone), o ciclone tropical que até à presente data é considerado o mais mortífero de todos, causando entre trezentas mil a meio milhão de vítimas, em 1970. Foi assim designado por ter afetado a região de Bhola, no então

Aspeto de Macau, após o Grande Tufão de 1874

Paquistão Oriental. Ventos fortes da ordem de 200 Km/h provocaram uma maré de tempestade que, coincidindo com a maré alta, fizeram com que o mar invadisse grande parte do delta do rio Ganges. Devido à fraca resposta do governo central do Paquistão, esta tragédia provocou um forte sentimento que levou o povo do então Paquistão Oriental a intensificar a luta pela independência, o que aconteceu em 1971, passando o novo país a designar-se Bangladesh. A ideia de identificar os ciclones tropicais com nomes de pessoas parece ter sido do meteorologista inglês, Clement Wragge, radicado na Austrália, que iniciou essa prática na década de noventa do século XIX, dando-lhes nomes de mulheres, figuras míticas e políticos. No que se refere aos furacões, a partir de 1953 passaram a atribuir-se-lhes oficialmente, por ordem alfabética, nomes de mulheres, o que perdurou até 1978. Acontece que, com o crescimento do movimento de emancipação das mulheres, foi considerado que não seria correto atribuir exclusivamente nomes femininos a tempestades que causavam tanta destruição. A feminista norte-americana Roxcy Bolton foi quem mais lutou para que houvesse alternância de nomes femininos e masculinos. Bob foi o primeiro nome masculino a ser atribuído a uma tempestade tropical, em julho de 1979, tendo sido Ana o primeiro nome feminino desse mesmo ano. O sistema depressionário que dá origem a um tufão, furacão ou ciclone, começa por ser uma zona depressionária que vai evoluindo no sentido da diminuição da pressão atmosférica. Quando, nas cartas meteorológicas, é possível representar graficamente essa zona por um sistema de isóbaras fechadas, passa a designar-se por Depressão Tropical (Tropical Depression). Quando os ventos máximos sustentados forem iguais ou superiores a 34


opinião 15

quinta-feira 6.8.2020

a propósito de

OLAVO RASQUINHO*

de outras tempestades

Trajeto do Grande Ciclone Bhola, o mais mortífero ciclone tropical

nós (63 km/h) passa a Tempestade Tropical (Tropical Storm). Quando forem iguais ou superiores a 64 nós (119 km/h) passa a designar-se por Tufão, Furacão ou Ciclone, conforme as regiões. No caso do oeste do Pacífico Norte e Mar do Sul da China, há ainda a considerar uma categoria intermédia, entre a Tempestade Tropical e o Tufão, que é a Tempestade Tropical Severa (SevereTropical Storm), quando os ventos máximos sustentados atingem valores iguais ou superiores 48 nós (88 km/h) e inferiores a 64 nós. Note-se que o sistema depressionário só começa a ser designado pelo nome internacional quando atinge a categoria Tempestade Tropical. É frequente ouvir-se, ou ver-se escrito, que ocorrem anualmente cerca de vinte tufões nas Filipinas, o que na realidade não está correto, na medida em que esse número abrange não só os tufões, mas também as tempestades tropicais e as tempestades tropicais severas. Para evitar esta ambiguidade, o Regional Specialized Meteorological Centre do Japão (centro meteorológico de referência para os membros do Comité dos Tufões), nos seus relatórios, emprega frequentemente a expressão

“named tropical cyclones”. No caso das Filipinas, além dos nomes internacionais, usam-se também nomes locais, para melhor sensibilizar o público. Por exemplo, o tufão Haiyan, que em novembro de 2013 causou neste país cerca de 6.000 vítimas mortais, foi chamado Yolanda. No caso dos furacões (Atlântico Norte e leste do Pacífico Norte) estabeleceu-se a escala de vento de furacões de Saffir-Simpson (Saffir-Simpson Hurricane Wind Scale - SSHWS), referentes a vento máximo sustentado (maximum sustained wind) no intervalo de um minuto: Categoria 1 - 64 a 82 nós (119–153 km/h) Categoria 2 - 83 a 95 nós (154–177 km/h) Categoria 3 - 96 a 113 nós (178–208 km/h) Categoria 4 - 114 a 135 nós (209–251 km/h) Categoria 5 - > 135 nós (> 250 km/h) Define-se ventos máximos sustentados (maximum sustained winds) num ciclone tropical, o valor máximo da média da velocidade do vento que se verifica na zona mais próxima do olho da tempestade, num determinado intervalo de tempo. A Organização Meteorológica

A prática tem demonstrado que a identificação dos furacões, tufões e ciclones com nomes próprios, contribui para que os cidadãos prestem mais atenção à sua evolução e possíveis consequências. Mundial aconselha que este intervalo seja de 10 minutos mas, na realidade, nem todos os países seguem este conselho, considerando intervalos de 1 e, em alguns casos, de 2 e 3 minutos. Esta disparidade de critérios faz com que não se possa aplicar aos tufões a escala de Saffir-Simpson, criada especificamente para os furacões. Nas mesmas condições, os ventos máximos sustentados referentes a intervalos de 1 minuto são superiores em cerca de 14% aos referentes a 10 minutos. Alguns países, além das categorias preconizadas pela OMM para os ciclones tropicais (Depressão Tropical, Tempestade Tropical e Tufão, Furacão ou Ciclone) ado-

taram também os conceitos de Super-Tufão e Super-Furacão, os quais não têm a mesma definição em todas as regiões. No caso da região onde Macau está inserida (oeste do Pacífico Norte e Mar do Sul da China), a tempestade toma a designação de Super-Tufão quando os ventos máximos sustentados são iguais ou superiores a 100 nós (185 km/h). Recentemente, na Europa, também se passou a identificar as depressões muito intensas alternadamente com nomes masculinos e femininos, por ordem alfabética. A Irlanda e o Reino Unido iniciaram esta prática em 2015 e, em 2017, o grupo de países constituído por Portugal, Espanha e França, mediante acordo entre os respetivos Serviços Meteorológicos, recorrem também a uma lista de nomes. A primeira depressão a ter nome em Portugal, foi Ana, em 2017, seguida por Bruno. Os cinco países acordaram no estabelecimento de uma lista comum. Analogamente ao que se procede no caso dos ciclones tropicais, os nomes são retirados das listas quando os estragos causados pelas tempestades são significativos. *Meteorologista. O autor escreve segundo o novo acordo ortográfico


É característica do chato que ele é a última pessoa a saber disso.

WYNN MACAU VAI GANHAR COM RESTRIÇÕES DE ENTRADAS EM HONG KONG

PALAVRA DO DIA

FACEBOOK

Oliver Wendell Holmes

CTCC ÁVILA INICIA CAMPEONATO COM SUBIDAS AO PÓDIO

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operadora Wynn considera que Macau pode beneficiar com o prolongamento do encerramento de Hong Kong a turistas do Interior, no âmbito das medidas de controlo da pandemia da covid-19. O grupo norte-americano apresentou ontem resultados do segundo trimestre com prejuízos de 637,6 milhões de dólares americanos, um montante que inclui não só as operações de Macau, mas também nos Estados Unidos. Em conversa com os analistas, o presidente de filial da Wynn em Macau, Ian Coughlan, considerou que a RAEM pode vir a beneficiar caso o Interior permita uma bolha de turismo com Macau, enquanto fecha as portas com Hong Kong. Este é um cenário que não é de excluir, numa altura em que as autoridades da RAEHK anunciam cada vez mais casos de covid-19. “Em termos locais, no cenário de haver uma bolha de turismo totalmente aberta entre Cantão e Macau acreditamos que vamos beneficiar com encerramento de Hong Kong ao Interior. Apesar de Hong Kong ser um bom mercado para nós, acreditamos que a força do nosso negócio está mesmo Guangdong. É em Guangdong que ficam 21 das 47 cidades com visto individual de turismo”, afirmou Ian Coughlan. Por outro lado, o presidente da Wynn Macau mostrou-se esperançado num regresso dos clientes assim que houver vistos de turismo: “Quando houver uma abertura ao turismo acreditamos que os números do nosso negócio vão subir de forma significativa”, apontou. J.S.F.

quinta-feira 6.8.2020

José Carlos Matias, Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau “Mantemos dúvidas face à necessidade da criação deste novo tipo legal de crime, na forma como está articulado.”

Não havia necessidade AIPIM espera que crime de “informações falsas” não afecte liberdade na RAEM

O

presidente da Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau disse ontem à Lusa esperar que o crime de “informações falsas”, aprovado na terça-feira, não afecte a liberdade de imprensa, apontando “melhorias” em relação à proposta original. “A versão final do artigo em causa aprovada na especialidade constitui uma efectiva melhoria face à proposta que deu entrada na Assembleia Legislativa e que foi aprovada na generalidade, indo assim ao encontro de algumas preocupações que manifestámos na altura”, considerou o responsável da Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM), José Carlos Matias, numa declaração enviada à agência Lusa. A associação mantém, no entanto, reservas quanto ao texto, dizendo esperar que “não haja um impacto negativo na liberdade de expressão e liberdade de imprensa” decorrente da “aplicação e interpretação da lei”. “Mantemos dúvidas

face à necessidade da criação deste novo tipo legal de crime, na forma como está articulado”, acrescentou. A versão inicial do texto suscitou muitas críticas de associações de jornalistas e juristas do território, levando o Governo a abandonar uma formulação que previa a criminalização de autores de “notícias falsas, infundadas e tendenciosas, perante incidentes súbitos de natureza pública”. O crime integrava originalmente a proposta de Lei de Bases da Protecção Civil, apresentada depois da passagem do furação Hato no território, em 2017, o pior em 53 anos a atingir Macau, causando dez mortos e mais de 240 feridos. Em 2019, a AIPIM manifestou “grandes reservas” quanto à utilização da expressão “notícias falsas”, entretanto abandonada, e considerou que “a adjectivação ‘infundadas e tendenciosas’ [era] desadequada e altamente subjectiva, constituindo um risco ao nível da liberdade de imprensa, independência edito-

rial dos órgãos de comunicação social e do direito dos cidadãos à informação”. “Na verdade, as expressões sobre as quais levantámos maiores reservas no nosso comunicado de maio de 2019 foram retiradas ou alteradas”, apontou ontem o presidente da associação de jornalistas.

POR OUTRAS PALAVRAS

A nova versão do crime, aprovada na terça-feira na Assembleia Legislativa de Macau, que integra agora o novo regime de proteção civil, prevê a punição de “quem produzir ou disseminar informações falsas, com intenção de causar alarme ou inquietação pública”, quando a difusão possa causar pânico social. As penas podem ir até dois anos de prisão ou multa até 240 dias, com penas agravadas para três anos caso a difusão cause “efectivo alarme ou inquietação pública”, “obstrução” à acção da Administração Pública ou crie “a convicção” de que emana de autoridade pública.

ODOLFO Ávila (VW Lamando) alcançou um terceiro e um segundo lugares no primeiro dia de corridas do no Campeonato da China de Carros de Turismo (CTCC), no Circuito Internacional de Zhuzhou. Na primeira prova, o piloto arrancou do nono lugar e conseguiu subir ao lugar mais baixo do pódio. Na segunda corrida, saiu da pole-position, uma vez que tinha sido o mais rápido na qualificação de terça-feira, e durante várias voltas esteve em primeiro. Contudo, acabaria por ser ultrapassado nas últimas voltas. “Apesar de tudo, foi um bom arranque de temporada. Tivemos algumas dificuldades no dia de hoje, principalmente faltou-nos tracção, o que tornou difícil lutar de igual para igual com os Kia e os BAIC”, afirmou o piloto de Macau, em comunicado. “Na segunda corrida, que é mais longa cinco voltas, tivemos imensas dificuldades no último terço com os pneus, por isso não consegui manter a primeira posição. Vamos tentar encontrar agora uma solução para este problema, porque já provamos nestes dois dias que temos condições para lutar pela vitória”, acrescentou. Hoje realizam-se mais duas corridas e amanhã o campeonato faz uma pausa de um dia. Depois, no sábado e domingo, realizam-se mais quatro provas do CTCC, todas no circuito de Zhuhzou.

Turismo Hotel Lisboeta com licença de 4 estrelas

A Direcção aos Serviços de Turismo aprovaram no dia 3 de Junho uma licença de 4 estrelas para o Hotel Lisboeta. Este estabelecimento é propriedade da família do falecido Stanley Ho com Angela Leong e tem como principal gestor o filho mais velho do casal Arnaldo Ho. Também no início do mês a DST aprovou a licença para que um bar com o nome “Um Copo” seja gerido neste espaço. Os dois avisos foram publicados ontem no Boletim Oficial. O hotel recria as construções mais icónicas do Rei do Jogo, como o Hotel Estoril, Lisboa e Macau Palace, que se juntam para homenagear Stanley e mostrar aos turistas como era a cidade nos anos 60 e 70. A construção teve um preço anunciado de 5 mil milhões de dólares de Hong Kong e os planos na apresentação apontavam para que a abertura ocorresse ao longo deste ano.


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