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RELATÓRIOS EM QUEDA
ASEAN VIAS DO CRESCIMENTO
ACIDENTE TODA A VERDADE
AUTOMOBILISMO SOUZA EM XANGAI
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Não são abrangidas pelo salário mínimo, têm cargas horárias que atingem as 10 ou 12 horas diárias e apenas 6 dias de férias anuais. No entanto, os empregadores de Macau queixam-se da qualidade dos serviços prestados pelas empregadas domésticas, dos salários que têm de pagar e criticam o facto de estas se organizarem para reivindicarem melhores condições laborais. Pedem a intervenção do Governo para regular o mercado.
DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ MOP$10 QUARTA-FEIRA 6 DE SETEMBRO DE 2023 • ANO XXII • Nº5329 www.hojemacau.com.mo • facebook/hojemacau • twitter/hojemacau PÁGINA 6
COMISSARIADO DE AUDITORIA
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GRANDE PLANO PÁGINA 7 ETIMOLOGIAS MÉDICAS Ana Cristina Alves
ASEAN
CIMEIRA CENTRADA NO MYANMAR E TENSÕES COM A CHINA
Braços de ferro
Começou ontem e decorre até amanhã a 43ª cimeira anual da ASEAN - Associação de Nações do Sudeste Asiático. O clima é de alguma tensão, com os diálogos centrados na situação política do Myanmar e nas questões geopolíticas que envolvem a China. Destaque também para o processo de adesão de Timor-Leste, apontado para 2025
AAssociação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) realiza até amanhã, em Jacarta, mais uma cimeira anual de líderes dos países membros. O encontro, que arrancou ontem, é marcado pela ausência de progressos no Myanmar, país que continua mergulhado em conflito, e pelas tensões territoriais que têm como epicentro a China.
Num dos pontos mais baixos da história da organização, fundada em 1967 e composta por Indonésia, Singapura, Malásia, Tailândia, Filipinas, Vietname, Laos, Camboja, Brunei e a então Birmânia (actual Myanmar), a cimeira contará com a participação dos líderes de todos os Estados-membros excepto dois: o chefe da Junta Militar do Myanmar, Min Aung Hlaing, que não foi convidado, e o recém-nomeado primeiro-ministro tailandês, Srettha Thavisin.
São igualmente esperados na capital indonésia dirigentes de
fora da região para reuniões com o grupo, entre os quais o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, o Presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, e o homólogo australiano, Anthony Albanese. Também estão presentes a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, e o primeiro-ministro chinês, Li Qiang,
bem como o secretário-geral das Nações, António Guterres, e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov.
Embora o Presidente indonésio, Joko Widodo, tenha mostrado capacidades de mediação no ano passado, enquanto anfitrião da cimeira do G20 (grupo das maiores economias do mundo) em Bali que se saldou num inesperado consen-
so, o princípio da não-ingerência da ASEAN dificulta a obtenção de acordos substanciais.
Com o tema “ASEAN: Epicentro do Crescimento”, a Indonésia procurou desviar a atenção dos conflitos para a prosperidade económica da região – uma das de maior crescimento do mundo – na cimeira, durante a qual se realizará também uma dezena de reuniões bilaterais.
Mas tal não será fácil de alcançar: a cadeira vazia de Myanmar é uma prova cada vez maior do fracasso do grupo em promover uma solução para o conflito que o país atravessa desde o golpe de Estado de 1 de Fevereiro de 2021, com mais de 4.000 mortos às mãos das forças de segurança birmanesas desde então, segundo a Associação para a Assistência aos Prisioneiros Políticos (AAPP) do país, e centenas de milhares de rohingyas (minoria muçulmana perseguida) refugiados no vizinho Bangladesh, o país mais pobre do mundo.
“A ASEAN só poderá avançar com toda a sua força se formos capazes de assegurar uma solução pacífica e duradoura em Myanmar”, defendeu na segunda-feira a ministra dos Negócios Estrangeiros indonésia, Retno Marsudi, na reunião de chefes da diplomacia antes da cimeira.
Nesse sentido, afirmou que será discutido o acordo de cinco pontos alcançado em Abril de 2021 durante uma cimeira em Jacarta com a junta militar birmanesa, que prevê o fim da violência e o diálogo entre todas as partes envolvidas no conflito.
O empenho da ASEAN nesse plano que fracassou desde o início, devido à falta de compromisso da junta - razão pela qual os seus dirigentes não são convidados para reuniões de alto nível da organização - foi criticado na semana passada numa reunião sobre a crise em Myanmar organizada por uma dúzia de organizações não-governamentais em Jacarta.
O golpe da divisão
Os membros da ASEAN continuam divididos quanto à abor-
“Há benefícios [com a adesão], mas nunca devemos esquecer que os valores devem estar sempre acima dos benefícios. Temos de ser coerentes com a nossa posição, com a nossa visão do mundo”
dagem a adoptar em relação ao Myanmar: enquanto a Indonésia, Singapura, Vietname, Filipinas e Malásia condenaram o golpe de Estado através de uma resolução das Nações Unidas em 2021, o Camboja, o Brunei, o Laos - que será o anfitrião do grupo no próximo ano - e a Tailândia abstiveram-se.
Após os debates entre os seus membros na terça-feira, os dirigentes da ASEAN reúnem-se com os líderes dos países convidados hoje e amanhã
Além da crise no Myanmar, também serão debatidas as tensões no mar do Sul da China – que Pequim reivindica na sua quase totalidade, disputando territórios com Malásia, Filipinas, Vietname e Brunei -, que, nos últimos meses, aumentaram devido a alegados ataques da guarda costeira chinesa a barcos filipinos e vietnamitas.
Além disso, o Vietname, a Malásia e as Filipinas, bem como a Índia e Taiwan, protestaram na semana passada contra o novo mapa divulgado por Pequim de territórios recentemente anexados, que inclui ilhas disputadas no mar do Sul da China.
Após os debates entre os membros na terça-feira, os dirigentes da ASEAN reúnem-se com os líderes dos países convidados hoje e amanhã, também com vista a possíveis reuniões bilaterais, especialmente entre Harris e Li, cujos países competem pelo aumento de influência na região. A presença de Kamala Harris em vez do Presidente norte-americano, Joe Biden - que participou na cimeira da ASEAN em Phnom Penh em 2022 -, e de Li em vez do Presidente chinês, Xi Jinping, são baldes de água fria para o grupo, esperando-se, portanto, que as ausências também façam parte das conversas.
A adesão de Timor Mesmo numa espécie de impasse, a ASEAN prepara-se para acolher um novo país com uma história bastante recente: Timor-Leste. Numa entrevista à Lusa, o primeiro-ministro timorense disse na segunda-feira que a adesão do país à ASEAN, firmada para 2025, é realista e permitirá ao país preparar os muitos quadros técnicos e especializados necessários para maximizar as
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XANANA GUSMÃO PRIMEIRO-MINISTRO DE TIMOR-LESTE
BAY ISMOYO EPA LUSA
MAST IRHAM | EPA | LUSA
oportunidades de fazer parte da organização regional.
“Temos de formar mais quadros, procurar recursos humanos competentes em áreas importantes, relativamente ao que ASEAN nos pode dar e ao que podemos dar à ASEAN. Áreas muito relevantes, especialmente porque sabemos que o objectivo do mandato deste Governo é desenvolver a economia”, disse Xanana Gusmão.
“Sobretudo no sector da economia, do investimento e das áreas relacionadas com este propósito e com esta interligação com os países da ASEAN, precisamos de gente capaz. Já fizemos uma análise e vemos que ainda estamos fracos em vários aspetos”, afirmou.
O chefe do IX Governo timorense participa na cimeira da ASEAN depois de Díli ter fixado o ano de 2025 como meta para a adesão, processo que se chegou a debater poder ser concluído ainda este ano e ainda sob a presidência rotativa da Indonésia.
Muitas metas
Um complexo roteiro de adesão implica que Timor-Leste terá de alcançar várias metas essenciais
antes da conclusão de um processo que se arrasta há vários anos, mas que teve o seu maior impulso em 2022 com a votação a favor do estatuto de observador.
À Lusa em Jacarta, onde esta semana representa o Estado timorense na 43.ª Cimeira da ASEAN, Xanana Gusmão admitiu que a meta deste ano era excessivamente optimista, em termos de calendário.
“Iniciámos este processo de adesão no IV Governo. E sim, podemos falar de optimismo em relação à pressa, sim, mas não de optimismo em relação a querermos
a adesão, porque isso é uma posição global, de todo o Estado”, disse o primeiro-ministro. Timor-Leste já esteve representado na primeira cimeira deste
A presença de Kamala Harris em vez de Joe Biden, e de Li em vez do Presidente chinês, Xi Jinping, são baldes de água fria para o grupo
ano, também organizada pela Indonésia, em Labuan Bajo, com o então primeiro-ministro Taur Matan Ruak a ser o primeiro líder timorense a intervir num encontro da organização regional. E ainda que o país não esteja formalmente integrado, Taur Matan Ruak já entrou na ‘foto de família’ dos chefes de Estado e de Governo que hoje decora a página principal da presidência indonésia da ASEAN.
Xanana Gusmão explicou que mais do que intervir no encontro, se trata de ouvir e de “trabalhar com os dedos”, registando as impressões, comentários e posições dos membros da organização, para compreender melhor os assuntos em cima da mesa.
Críticas de Xanana
O primeiro-ministro timorense criticou ainda a acção da Junta Militar do Myanmar, instando a ASEAN a resolver a situação, em declarações que levaram a Junta a expulsar o encarregado de negócios timorense naquele país. Xanana Gusmão reiterou a sua posição sobre o assunto, afirmando que se trata de defender os princípios que Timor-Leste
sempre defendeu e de contestar, entre outros aspectos, a prisão da líder nacional Aung San Suu Kyi “O meu perfil é dizer abertamente, claramente as coisas, o que penso. A reacção deles de expulsar o nosso representante diplomático é normal. É uma medalha para nós. Mas acredito que as minhas declarações não impedirão a nossa preparação para a adesão porque todos apoiam a nossa adesão”, afirmou.
“Há benefícios [com a adesão], mas nunca devemos esquecer que os valores devem estar sempre acima dos benefícios que podemos receber. Temos de ser coerentes com a nossa posição, com a nossa visão do mundo”, enfatizou.
Xanana Gusmão, que discursou no Fórum Empresarial da ASEAN, manteve no início da semana um encontro de cortesia com o Presidente indonésio Joko Widodo, antes de dois dias intensos de reuniões na cimeira e a nível bilateral.
Entre os encontros previstos, à margem da cimeira, contam-se reuniões com o homólogo australiano, Anthony Albanese, e com o secretário-geral da ONU, António Guterres.
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SUPERVISÃO NÚMERO DE RELATÓRIOS DO COMISSARIADO DE AUDITORIA DIMINUI
Um passeio no parque
Nos primeiros três anos e oito meses do mandato de Ho Iat Seng, o Comissariado de Auditoria publicou menos quatro relatórios de supervisão do que no mesmo período do início da governação de Fernando Chui Sai On. O organismo não explicou as razões para a menor produção
NOS primeiros três anos e oito meses do mantado de Ho Iat Seng, o Comissariado de Auditoria (CA) produziu menos quatro relatórios de auditoria, do que em comparação com o mandato de Fernando Chui Sai On. De acordo com as contas feitas pelo HM, com base nos relatórios disponíveis pelo CA no seu portal, há uma quebra de “produção” de praticamente um quinto.
A tendência para a emissão de menos relatórios não seria previsível em 2020, no primeiro ano completo de Ho Iat Seng à frente do Governo da RAEM. Nessa altura, organismo liderado por Ho Veng On publicou sete relatórios, entre os quais o relatório de Auditoria da Conta Geral, ou seja, a análise aos gastos do orçamento da RAEM, que depois é apreciada na Assembleia Legislativa.
Em termos de assuntos abordados pela primeira vez pelo CA, em 2020 foram alvo de relatórios o funcionamento da CAM – Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau e a gestão da empresa de capitais públicos Macau Investimento e Desenvolvimento.
Os restantes quatro relatórios visaram os efeitos das auditorias feitas em anos anteriores. Além de um relatório geral sobre os efeitos das auditorias do passado, foram produzidos três relatórios específicos sobre os efeitos da supervisão anterior às zonas verdes geridas pelo
actual Instituto para os Assuntos Municipais, originalmente feito em 2010. Além disso, a entidade analisou os reparos feitos na sequência dos relatórios sobre a atribuição de fundos do Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Contínuo (original em 2012), e Atribuição de Apoios Financeiras a Associações pela Fundação Macau (original em 2012).
Por contraste, o primeiro ano completo do mandato de Chui Sai On teve quatro relatórios, entre os quais dois sobre gastos do orçamento da RAEM nos anos 2008 e 2009. Os restantes visaram a gestão das zonas verdes pelo IAM e as regalias sociais e gestão do regi-
Aliança do Povo Pedido subsídio para idosos
Chan Peng Peng, vice-presidente da associação
Aliança do Povo de Instituição de Macau, pediu ao Governo a atribuição de um subsídio de sete mil patacas para idosos, uma vez que o valor das reformas não aumentou nos últimos
anos, não acompanhando o aumento da inflação.
Segundo o jornal Ou Mun, a responsável entende que a Administração ainda dispõe de um erário público abundante, cenário que permite a criação de um subsídio extra para reduzir
me de deslocações em serviço do pessoal da Teledifusão de Macau.
Tendências opostas É a partir do segundo ano da governação de Ho Iat Seng que o CA começou a reduzir o número de relatórios publicados.
É a partir do segundo ano da governação de Ho Iat Seng que o CA começou a reduzir o número de relatórios publicados
o nível de stress financeiro sentido pelos idosos. Chan Peng Peng pede ainda o aumento do valor mensal da reforma, de 3.740 patacas, porque o montante é inferior ao índice mínimo de subsistência de 4.350 patacas por mês.
Em 2021, o CA publicou dois relatórios, a tradicional análise às contas do orçamento e um segundo relatório sobre a empresa Macau Investimento e Desenvolvimento.
Em comparação, no segundo ano da governação de Fernando Chui Sai On, 2011, o organismo liderado por Ho Veng On produziu cinco relatórios, então com quatro temas abordados pela primeira vez. Os assuntos visados foram as deslocações ao exterior em missão oficial dos trabalhadores da Função Pública, uma análise à 1.ª Fase do Metro Ligeiro, a gestão e funcionamento do Centro de Ciência e o recrutamento e formação de médicos internos. A
estes quatro relatórios juntou-se a análise ao orçamento da RAEM do ano anterior.
Em 2022, o CA voltou a produzir dois relatórios, às contas da RAEM do ano anterior e introduziu o tema dos apoios do Fundo das Indústrias Culturais. Também neste aspecto, regista-se uma discrepância, face a 2012. Nessa altura, o CA produziu quatro relatórios. Além da análise às contas, houve três investigações que focaram a construção do Metro Ligeiro, a segunda auditoria ao projecto, o gabinete preparatório da participação de Macau na Expo Xangai, e a atribuição de apoios pela Fundação Macau.
Finalmente, nos primeiros oito meses deste ano, o CA produziu dois relatórios, sobre as obras de construção da caixa de retenção de águas e várias estações elevatórias no Porto Interior e sobre os apoios financeiros atribuídos pelo Fundo do Desporto. Em contraste, nos primeiros oito meses de 2013 tinham sido elaborados três relatórios, sobre estimativa de despesas para o novo Campus da Universidade de Macau, o serviço de transportes colectivos de Macau e o projecto e financiamento da ampliação do Terminal Marítimo do Pac On.
À espera de resposta
Face à aparente redução da actividade do Comissariado de Auditoria, pelo menos com base no número de relatórios publicados, o HM entrou em contacto com o organismo para perceber os motivos de serem publicados menos relatórios.
O CA foi igualmente questionado sobre a estimativa de relatórios a serem publicados até ao final do ano. Porém, apesar do contacto feito a 30 Agosto, até ontem não tinha havido qualquer resposta.
O CA é liderado desde 2009 por Ho Veng On, que foi escolhido para o cargo na altura em que foi formado o primeiro Governo de Fernando Chui Sai On. Antes disso, Ho Veng On tinha desempenhado as funções de chefe do Gabinete do Chefe do Executivo de Edmundo Ho, secretário do Conselho Executivo, sendo ao mesmo tempo o responsável de Macau do Grupo de Ligação de Cooperação entre Guangdong e Macau, coordenador da Comissão de Designação de Medalhas e Títulos Honoríficos e delegado do Governo junto da Teledifusão de Macau (TDM). João Santos Filipe
4 política www.hojemacau.com.mo 6.9.2023 quarta-feira
O Instituto para os Assuntos Municipais vai organizar no dia 23 de Setembro uma palestra no Mercado do Patane para explicar à população os efeitos da radiação nos alimentos.
Além disso, o organismo liderado por José Tavares sublinha que Macau não importa carne de porco da prefeitura japonesa de Saga, onde foi detectado um surto de peste suína
NO próximo dia 23 de Setembro, pelas 11h, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) vai organizar uma palestra no 9.º andar do Complexo Municipal do Mercado do Patane para alertar a população para os riscos e impactos da radiação nos produtos alimentares. O organismo emitiu ontem um comunicado a convidar escolas, associações e residentes para a apresentação, acrescentando que estão abertas as inscrições até 20 de Setembro.
O IAM justifica a necessidade de organizar a palestra com a importância de “aumentar a sensibilização do público para a relação entre a poluição por radiação e a segurança alimentar”. A entidade presidida por José Tavares refere que irá explicar “do ponto de vista científico as medidas de dupla defesa para garantir a segurança alimentar em Macau, de modo a que o público compreenda plenamente as políticas de controlo do Governo, dissipando dúvidas”.
A palestra, que tem duração de 40 minutos, é de entrada gratuita, apesar de limitada aos lugares disponíveis que serão preenchidos por ordem de chegada, e serão distribuídas lembranças (uma carteira e um pano).
O anúncio da palestra aconteceu no mesmo dia em que o Governo japonês apresentou uma queixa à Organização Mundial
IAM PALESTRA SOBRE IMPACTO ALIMENTAR DA RADIAÇÃO
A luta continua
Cotai Turista passeou nua em centro comercial
Uma turista do Interior da China andou nua num centro comercial do Cotai na madrugada do dia 31 de Agosto, por volta das 3h30, tendo sido filmada por outras pessoas que colocaram o vídeo nas redes sociais, onde rapidamente se tornou viral. Segundo o jornal Ou Mun, que cita dados do Corpo de Polícia de Segurança Pública, a mulher disse não se lembrar do que se passou quando questionada pelas autoridades. Para os agentes do CPSP, o acto de andar em público sem roupa é consequência de uma perturbação do foro emocional.
Pac On Arquivo pronto antes do esperado
A obra de construção do Edifício para Arquivo de Documentos Oficiais, no Lote O4 no Pac On, ficou concluída na segunda-feira, de acordo com um comunicado da Direcção dos Serviços de Obras Públicas. Segundo a informação oficial, a obra foi concluída com 57 dias de antecedência relativamente ao prazo contratual, pelo que foi considerado que “superou o impacto provocado pela epidemia e pelas alterações ao projecto durante a execução da obra”. O edifício tem 13 pisos de altura e destina-se ao uso de armazenamento de arquivos. No rés-do-chão dispõe de uma zona de carga e descarga de mercadorias, enquanto o piso 1, em cave, se destina ao parque de estacionamento. O Consórcio de Companhia de Decoração San Kei Ip, Limitada/Grupo de Construção de Xangai foi o responsável pela obra, que teve um custo de cerca de 330 milhões de patacas.
Saola Pedida substituição rápida de árvores afectadas
Ng Chi Lung , membro do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários das Ilhas, apelou às autoridades para plantarem novas árvores em Coloane, perto dos trilhos, tão depressa quanto possível. Foi desta forma que Ng abordou o impacto da passagem do tufão Saola. Segundo o também presidente da Associação de Mútuo Auxílio dos Moradores de Hac Sa Chun, as medidas de protecção do Governo funcionaram bem, e as árvores na maior parte dos trilhos mostraram uma boa capacidade para resistir à velocidade do vento. Porém, Ng admitiu que as árvores mais afectadas tiveram de ser removidas, e que se deve pensar em substituí-las por outras com maior capacidade para resistir ao impacto do vento. O dirigente associativo elogiou ainda o Executivo pela forma como os trilhos e parques naturais foram reabertos após o tufão, mas, em declarações ao Jornal Ou Mun, pediu à população cautela na utilização destas zonas.
IC Inscrições para feira em Lai Chi Vun até domingo
do Comércio pelo veto da China à importação de todos os seus produtos do mar, medida que considera não ter qualquer base científica.
Sem bacon
Ainda no capítulo da importação de produtos alimentares japoneses para Macau, o IAM esclareceu ontem que não entrou este ano no território carne de porco da prefeitura de Saga, no Japão. O esclarecimento das autoridades surge uma semana depois de ter sido noticiado um surto de peste suína na região.
O IAM garantiu que irá continua a fiscalizar os pro -
O IAM irá explicar “do ponto de vista científico as medidas de dupla defesa para garantir a segurança alimentar em Macau, de modo a que o público compreenda plenamente as políticas de controlo do Governo, dissipando dúvidas”
dutos importados e rever os requisitos de higiene durante o processo de aprovação de importação, e se a área de origem dos produtos levanta alguma preocupação a nível de segurança alimentar.
O caso foi revelado na semana passada, e motivou uma reunião de emergência na prefeitura de Fukuoka devido à suspeita de casos de peste suína numa quinta na cidade de Karatsu, onde foram encontrados seis leitões mortos. Os testes feitos aos animais confirmaram a doença, levando as autoridades locais a apertadas medidas de isolamento e desinfecção. João Luz
Terminam este domingo as inscrições para a quarta fase da feira especial a decorrer nos estaleiros navais de Lai Chi Vun, povoação de Coloane, nomeadamente os estaleiros situados nos lotes X11 a X15. A feira está aberta ao público entre sexta-feira e domingo e também nos feriados, no horário das 15h às 19h, tendo 15 stands destinados a exibir e vender lembranças de Coloane, petiscos e outros produtos. A feira decorre entre os dias 6 e 26 de Outubro. Segundo um comunicado do IC, a escolha das entidades presentes na feira far-se-á “com base nas características do produto, no número das amostras e no desempenho anterior” em projectos. Devido à passagem do tufão Saola, os estaleiros só voltaram a abrir ao público esta segunda-feira.
sociedade 5
quarta-feira 6.9.2023
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Salários acima de 4.500 patacas, exigências de horário de trabalho, qualidade mediana e desistências sem aviso são alguns dos problemas relatados por residentes descontentes com as empregadas domésticas. A solução apontada passa pela regulação do mercado
Aexigência de condições mínimas de trabalho que aproximem o vínculo entre uma empregada doméstica e um empregador de uma normal relação de trabalho continuam a ser consideradas insuportáveis para muitos residentes. Prova disso foi um artigo publicado ontem no jornal Ou Mun que deu voz a alguns residentes descontentes com a relação qualidade/preço que “afecta” o sector.
A senhora U contou ao jornal Ou Mun que durante a pandemia procurou contra-
TNR RESIDENTES QUEIXAM-SE DE SALÁRIOS DE EMPREGADAS DOMÉSTICAS
A nova escravatura
das domésticas. Até ao fim de Novembro do ano passado, esse universo de agregados familiares caiu para menos de 23.200, o que representa uma quebra de um quarto.
Depois de alguns equívocos, a senhora Chu optou por contratar uma empregada doméstica chinesa, após afirmar estar fartar da “falta de qualidade” das trabalhadoras estrangeiras que por vezes “fingiam estarem doentes e desapareciam sem deixar rasto”. Como tal, Chu decidiu contratar uma empregada do Interior da China, e nem a obrigação de pagar comissão a uma agência de trabalho a demoveu. Com salários entre 7.500 e 8.000 patacas, a residente enaltece a estabilidade e confiança que passou a ter na empregada.
tar uma empregada doméstica para tomar conta do filho. Apesar do salário elevado, que aumentou de uma média de 4.000 patacas para 6.000 patacas durante a pandemia, a residente queixa-se da qualidade mediana. Além disso, exigências de horário de trabalho, subsídio de transporte e alojamento, assim como a fixação do tamanho máximo da família para aceitar o emprego foram elencados pela residente como argumentos para não contratar ninguém.
A residente contou ainda que com o fim das restrições fronteiriças alguns particulares contornaram o sistema de
contratação através de agências de trabalho e procuraram empregadas através das redes sociais. Porém, após acertadas as condições, incluindo salário e burocracia nos serviços de imigração, a residente afirma ter conhecimento de casos em que depois de
algum tempo a trabalhar em Macau, as empregadas domésticas acabaram por pedir para voltar a casa.
Qualidade interior
Apesar das condições requisitadas, as residentes ouvidas pelo Ou Mun reconhecem
Uma residente confessou ter recusado pedidos “irracionais” de uma empregada estrangeira que pediu o aumento do salário de 4.500 para 4.800 patacas e criticou o facto de estas profissionais se organizarem para reivindicarem melhores condições
REDES SOCIAIS YOUTUBER SINAM ADMITE TER MEDO DE SAIR DE CASA
Ayoutuber Sinam afirmou ter “medo de sair de casa”, depois de ter sido acusada de praticar bullying contra a ex-colega de trabalho na empresa Manner de Jane Lao, que morreu em Julho deste ano.
Numa publicação nas redes sociais, Sinam abordou o caso pela primeira vez e desabafou “ter ouvido todas as palavras mais cruéis do mundo”. “Até tenho medo de sair de casa porque não sei se quando é que as pessoas na rua vão começar a gritar comigo”, escreveu a youtuber. “Ao longo de toda a minha vida, sempre me senti muito optimista com o meu futuro. Mas, nos últimos meses estive à
beira do colapso, por isso só quis fechar-me em casa e isolar-me do mundo” acrescentou.
Sinam esteve no centro da polémica em Julho deste ano, por ter feito um directo nas redes sociais a negar qualquer responsabilidade por bullying contra Jane Lao, quando se soube do suicídio. Ontem, admitiu ter errado com o que disse durante o directo e confessou ter mostrado falta de empatia para com a família da vítima.
Caso tenha pensamentos suicidas e necessite de auxílio pode ligar para o Serviço de Auxílio da Cáritas, através do número 28522 5222, em chinês, ou para o número 2852 5777, com apoio em inglês.
que o fim da pandemia empurrou para baixo os salários das empregadas domésticas. Recorde-se que as empregadas domésticas ficaram de fora das profissões incluídas no salário mínimo e, portanto, não serão abrangidas pelo aumento que se espera entre quatro e seis patacas por hora.
Além disso, acompanhando a regra da oferta e procura, durante a pandemia as remunerações subiram à medida que a mão-de-obra escasseou.
Segundo a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, no final de Dezembro de 2019, 30.506 famílias de Macau tinham emprega-
Porém, teme que o salário aumente ainda mais, facto pelo qual defende que o Governo deveria regular o sector, nomeadamente os salários, assim como assegurar a qualidade dos serviços prestados e impedindo que as trabalhadoras mudem de emprego com facilidade. A senhora Chu entende que os elevados salários das empregadas domésticas resultam no aumento do custo de vida em Macau.
O jornal Ou Mun ouviu ainda uma residente, de apelido Hoi, que confessou ter recusado os pedidos “irracionais” de uma empregada doméstica estrangeira para aumentar o salário de 4.500 para 4.800 patacas e criticou o facto de estas profissionais se organizarem para reivindicarem melhores condições, algo que a residente considera merecer controlo do Governo. João Luz e Nunu Wu
Covid-19 Mais dois casos colectivos em lares
Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) foram informados esta segunda-feira da ocorrência de dois casos colectivos de covid-19 em lares de idosos. O primeiro caso detectado aconteceu no lar “Berço da Esperança”, que também recebe crianças, estando dois utentes infectados, com idades compreendidas entre os três e os 50 anos, bem como um trabalhador. O segundo caso foi detectado no Lar São Luíz Gonzaga, estando infectados quatro utentes,
homens, com idades compreendidas entre os 45 e os 79 anos. Os doentes desenvolveram sintomas do trato respiratório superior, como febre, dor de garganta e tosse, respectivamente, nos dias 1 e 4 de Setembro, tendo depois testado positivo à covid. Todos os doentes encontram-se em estado estável, sem complicações graves ou doenças graves, e os resultados dos testes rápidos de antigénio efectuados aos outros utentes e trabalhadores do lar foram negativos.
6 sociedade www.hojemacau.com.mo 6.9.2023 quarta-feira
PJ Mulher é burlada em 28 milhões e acaba detida
A gestora de uma empresa local foi burlada em 28 milhões de dólares de Hong Kong, mas acabou por ser detida, por ter ajudado os burlões a roubarem mais dois milhões de uma clínica local. Segundo a Polícia Judiciária (PJ), num primeiro momento a gestora da empresa recebeu uma carta no correio, onde apontava que estava a
ser investigada pelos Serviços de Saúde por “divulgar informações falsas”. Em pânico, a mulher aceitou cooperar com os alegados investigadores e, para provar a sua inocência, enviou para uma conta na RAEHK 28 milhões de dólares de Hong Kong, em mais de 10 tranches diferentes. Além disso, a gestora acreditou nos
burlões, e foi igualmente utilizada para obter informações bancárias e o carimbo de uma clínica local, que foi igualmente burlada, na quantia de 2 milhões de patacas. Pelo papel desempenhado na segunda burla, a vítima de 48 anos foi detida e está acusa de burla de valor consideravelmente elevado.
Burla Residentes enganados por falsos agentes da polícia
Dois residentes foram burlados em quase 97 mil patacas, em casos separados, depois de terem sido vítimas de uma burla em que os criminosos se fazem passar pelas autoridades do Interior. O caso foi revelado pela Polícia Judiciária (PJ) e citado pelo Jornal Ou Mun, na edição online de ontem. A primeira vítima tem
30 anos e foi contactada por alguém que se apresentou como pertencendo à polícia de Xangai, acusando a mulher de ter enviado várias mensagens fraudulentas para o Interior. Com medo, a vítima decidiu “cooperar” com a polícia e realizou uma vídeo chamada em que forneceu os seus dados bancários ao que acreditava
CPSP OMITIDA PASSAGEM DE SINAL VERMELHO POR VIATURA POLICIAL
ser um polícia, na esperança de ser considerada inocente. Como consequência, acabou por ver 68 mil patacas serem transferidas da sua conta, para a conta dos burlões. O mesmo procedimento foi utilizado com uma residente, também ela de 30 anos, acusada de ser viciada no jogo. As perdas desta vítima ascenderam a 28.700 patacas.
Choque, mentiras e vídeo
A confissão do Corpo de Polícia de Segurança Pública só chegou depois de ter começado a circular nas redes sociais um vídeo que revelava a viatura da polícia a passar um sinal vermelho e a bater numa moto
MP PRESO POR ATIRAR CHAVES DE MOTA PARA O LIXO
UM homem com 60 anos foi preso, após ter sido acusado de roubar um ex-colega de trabalho, com quem tinha um historial de discussões. O caso foi apresentado ontem pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública e o suspeito foi encaminhado para o Ministério Público (MP).
Segundo a versão citada pelo Jornal Ou Mun, no dia 29 de Agosto a vítima estacionou a sua mota na rua, perto do Mercado de São Domingos. No entanto, esqueceu-se das chaves na viatura.
Com as chaves deixadas para trás, o suspeito passou no local, reconhecendo a moto do ex-colega de trabalho e verificando que as chaves se encontravam no veículo.
Com a oportunidade à frente para se vingar de discussões antigas, o homem, de 60 anos, atirou as chaves para o lixo.
Mais tarde, quando o dono da mota voltou para o local reparou que as chaves tinham desaparecido. Por isso, assumiu que tinha sido roubado. Contudo, quando foi a casa buscar as chaves sobresselentes e abriu a mala da mota, reparou que mais nada tinha sido roubado.
A vítima apresentou queixa na polícia, que com recurso às câmaras de videovigilância identificou o suspeito. Por sua vez, este admitiu ter atirado as chaves para o lixo, como vingança contra o ex-colega. Foi encaminhado para o Ministério Público, por roubo das chaves e de um porta chaves, que a vítima diz estar avaliado em 10 mil patacas.
NA segunda-feira, uma carrinha do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) ignorou um semáforo vermelho e atingiu de seguida uma moto. No entanto, quando o CPSP fez a divulgação do acidente, através da rede de mensagens para a comunicação social, omitiu que a viatura responsável pelo sinistro lhe pertencia.
O caso adensa a polémica dos últimos dias com o CPSP a ser acusado de omitir em alguns casos informação sobre acidentes, mesmo aqueles de grande dimensão, sem que se haja um critério estabelecido.
Foi o que aconteceu na semana passada, quando um veículo privado passou dois sinais vermelhos a grande velocidade e bateu em duas viaturas, antes de se despistar à frente do Hotel Lisboa. O episódio levou a Associação dos Jornalistas de Macau a emitir um comunicado a criticar a postura das autoridades, devido à escassez da informação. Também nesta situação, a informação apenas foi detalhada, após surgir um vídeo com as imagens do sucedido.
Apesar das críticas da semana passada, a comunicação do CPSP volta a estar novamente no centro de mais uma polémica. Na segunda-feira, o acidente na Travessa do Dr. Lourenço Pereira Marques com a viatura da corporação foi inicialmente relatado como a colisão entre “uma viatura privada” e uma mota. A mensagem do CPSP, citada pelo jornal All About Macau, recebida às 9h55, acrescentava ainda que a informação “estava por confirmar” e que uma
pessoa tinha sido transportada para o hospital.
Apanhados na rede
Com as imagens a surgirem através das redes sociais, onde era possível ver que a “viatura privada” se tratava afinal de uma carrinha do CPSP, surgiu um novo comunicado.
As imagens nas redes sociais mostraram que a “viatura particular”
anunciada pelo CPSP se tratava de uma carrinha da corporação
Pelas 23h13, a CPSP reconhecia a existência de um vídeo online e explicava que o condutor da viatura da polícia tinha passado o sinal vermelho, uma vez que o seu campo de visão para o semáforo “tinha sido bloqueado por um autocarro”.
Segundo a informação oficial, do acidente resultou num ferido que foi transportado para o Hospital Kiang Wu, tendo os dois condutores apresentado resultados negativos no teste de álcool e de consumo de estupefacientes.
Além desta informação, a mensagem das 23h13, citada pela publicação em língua chinesa, apontou que o caso foi lidado de acordo com a lei do trânsito e que
o agente, que estava de serviço durante o sinistro, está a ser alvo de um processo disciplinar. Após o caso ter sido noticiado pelo jornal All About Macau, o CPSP emitiu ontem mais um comunicado em que promete “melhorar o mecanismo de comunicação” com os órgãos de comunicação social e a população. As “falhas” nos últimos dias foram ainda explicadas “com a intenção de comunicar com a maior rapidez possível”, o que segundo o CPSP faz com que alguma informação não esteja confirmada, quando é transmitida. O CPSP disse ainda haver “deficiências e espaço para melhorar” no mecanismo de comunicação. João Santos Filipe
sociedade 7 www.hojemacau.com.mo quarta-feira 6.9.2023
AAMACAU
Etimologias
Ana Cristina
LÊ-SE NUM artigo de Kan-Wen Ma, intitulado “Sun Yat-sen (1866-1925), a man to cure patients and the nation –his earlier years and medical career” a propósito do pensamento do médico, seguidor da medicina ocidental, que foi baptizado cristão, revolucionário e fundador da República da China, vindo a ser o seu primeiro presidente (1912), a seguinte defesa a partir de uma citação de um dos Clássicos, mais exatamente do Livro da História “O maior dos médicos cura primeiro a nação e depois o povo”.
Este revolucionário, cujo papel foi decisivo para a derrocada da dinastia Qing em Outubro de 1911, assumiu o cargo de primeiro presidente provisório da recém-fundada república chinesa, sendo rapidamente afastado do poder por outros mais ambiciosos do que ele, nomeadamente Yuan Shikai (袁世凱 Yuán Shìkǎi)
Sun Wen ( 孫文 Sūn wén ) ,nome de nascimento, que o liga à cultura e à escrita, sendo o nome de criança Di Xiang ( 帝象 Dì xiàng) , que o relaciona com o poder imperial; teve como nome oficial, Sun Deming ( 孫 德明 Sūn Démíng ), que o caracteriza como virtuoso brilhante e, ainda, entre outros, os nomes literários começaram com Ri Xin ( 日新 Rì Xīn ), evocando um sol novo; e evoluíram para Sun Yat-sen, no registo de Cantão, ou Sun Yixian ( 孫逸仙 Sūn Yìxiān ), na pronúncia do Norte, onde se alude a um transporte até à imortalidade ou, ainda, Sun Zhongshan ( 孫中山 Sūn Zhō ngshān ), com a carga geográfica da proximidade à sua terra natal na província de Cantão. Todos estes nomes descrevem bem a personalidade de Sun Yat-sen, o letrado revolucionário em busca da virtude e da imortalidade, com o corpo bem enraizado na sua terra natal.
Daí que não surpreenda que o pensamento deste médico, ao jeito ocidental, e cristão por nascimento, seja, quando expresso, bastante conservador, em busca da tradição chinesa, para que possam ser afastados certos males cosmopolitas, a fim de curar uma nação ferida por sucessivas levas de invasões estrangeiras, dos manchus às guerras do ópio e ao pensamento da Nova Cultura, refletindo valores ocidentais. Por isso, se por um lado, adere à necessidade de unir a teoria e a prática, bem como à defesa pragmática de que o bem e o mal se podem definir pelas suas consequências práticas,
por outro num documento que serviu de base ao movimento nacionalista em 1924, na forma de uma série de lições, intitulado Os três Princípios do Povo, mais exatamente na Lição 6, defende o nacionalismo e a moralidade tradicional contra os valores “intoxicantes” da Nova Cultura: “Esta característica
moralidade do povo chinês ainda não foi esquecida hoje. Primeiro vêm a lealdade e a piedade filial, depois a humanidade e o amor, a lealdade e o dever, a harmonia e a paz.” (Sun Apud Baskin, 1984: 650).
Aqui se assume a perspetiva do médico que tenta libertar o país e o
seu povo de valores alienígenas, que adoecem ou contaminam os chineses, já que tão ou mais graves do que as maleitas do corpo parecem ser as do espírito.
Recuando uns bons séculos, mais concretamente, até por volta dos séculos V e IV a.C, vamos encontrar um dos quatro grandes médicos da antiguidade chinesa (四大名醫 Sì dà míng yī): ele é Bian Que ( 扁鹊 Biǎnquè), e tem nome de planta e pássaro, concretamente, de pega, um pássaro muito auspicioso, que une o mundo natural ao espiritual, às letras, a que pertence indissoluvelmente ligado enquanto componente do caractere tradicional da palavra “escrita” (寫 xiě), e lá está o pássaro na base, onde não vislumbramos a plumagem da pega, preta, branca e azul, mas acreditamos que sim, já que só uma ave tão palavrosa e conversadora poderia estar na origem do exuberante sistema escrito chinês. Especialmente relevante é o facto de a este médico do período dos Estados Combatentes (戰國 Zhànguó) serem atribuídos quatro métodos essenciais da Medicina Tradicional Chinesa ( 中醫 Zhōngyī): a observação (望診 wàngzhěn), a auscultação e o recurso ao olfato para a identificação dos cheiros (聞診 wénzhěn), a interrogação (問診 wènzhěn) e a medição das pulsações (切診 qièzhěn), sendo também a interrogação essencial no diagnóstico, ou melhor, a conversa de pássaro.
Um outro aspecto que desde muito cedo se distinguiu nos médicos chineses, e em Bian Que com grande destaque, foi a relação que estabeleceu entre ética e prática médica. Diz-nos Bai Jingfeng em Episodes in Traditional Medicine (1998) que o fundador dos quatro métodos de diagnóstico tinha preceitos muito rigorosos, que ficariam conhecidos como as seis regras (Bai, 1998: 69). Primeiro, não tratava aqueles que abusavam do seu poder, oprimindo terceiros; segundo, não tratava gente gananciosa e obcecada pela riqueza; terceiro, não se dispunha a colaborar com uma certa aristocracia dissoluta que se comportava extravagantemente; quarto, não recebia quem revelasse ter os princípios yin (陰) e yang (陽) em desequilíbrio; quinto, não procurava curar quem estivesse já demasiado fraco para receber tratamento; sexto, não tratava quem acreditasse em bruxarias.
Há uma história proverbial muito conhecida ligada à sua biografia, in-
VIA do MEIO 6.9.2023 quarta-feira 8
Sun Iat Sen
Este espaço conta com a colaboração do Centro Científico e Cultural de Macau, em Lisboa, sendo que
Etimologias Médicas
Cristina Alves*
titulada 《 諱疾忌醫 》( Huìjí-jìy ī ) , que numa tradução à letra significa “evitar a doença para evitar a cura”, podendo encontrar uma correspondência pelo sentido em Português no provérbio “não há maior cego do que aquele que não quer ver”. A história ilustra na perfeição a aplicação da quinta regra, mas também algo essencial na medicina tradicional chinesa, como veremos adiante.
Resumidamente, o Rei do Estado de Cai (蔡國) , o Marquês Huan (桓 侯) convida o médico Bian Que para o seu palácio. Bastou ao experiente médico observar a cor da pele do Marquês para logo lhe detetar o início de uma doença, apressou-se a avisá-lo, acrescentado, mas não se preocupe porque a sua maleita ainda está na fase inicial. O rei levou-a mal ao médico a franqueza do diagnóstico, recusando-se a admitir a doença: “Eu estou bem, não tenho qualquer doença (我很好, 没有病)” (北京语言学院编, 1984: 128), depois mal o médico virou costas, teceu comentários desagradáveis a respeito dele e sobre os médicos em geral. Passados dez dias, Bian Que voltou a encontrar o Marquês Huan, aconselhando-o novamente a que procurasse tratar-se enquanto era tempo, já que a doença tinha evoluído e estava então ao nível dos músculos. Passados mais dez dias, Bian Que voltou a cruzar-se com o rei, dizendo-lhe com um ar consternado que a doença se entranhara, estava então já ao nível dos intestinos e estômago, tornando-se muito perigosa. O Marquês voltou a ignorar os conselhos do médico. Houve ainda oportunidade para novo encontro, mais dez dias volvidos, mas dessa vez Bian Que já nada disse ao rei, voltou-lhe as costas e foi-se embora. Perante tal comportamento, o governante estranhou, mandando emissários para obter explicações. Ao que ele declarou já nada poder fazer pelo monarca. Houve um tempo em que o poderia ter salvo, quando a doença ainda era superficial, mas já era tarde demais, porque lhe tinha atacado a medula óssea. Passados cinco dias o rei sentiu-se mal, sem quaisquer forças, mandou então chamar o médico, que, seguindo o seu quinto preceito, nem sequer tentou curá-lo, aliás já nem se encontrava nos seus domínios.
Moral da história, não vale a pena “tapar o sol com a peneira”, procurando “enganar-nos a nós próprios” quando estamos doentes, porque tão
má como a doença do corpo, ou até bem pior, pode ser a mental, que, mais ou menos conscientemente, nos leva a cometer erros muito graves que podem conduzir inclusive à morte, quando não das pessoas, das relações e das oportunidades. Há um tempo certo para tudo, mas saber reconhecê-lo
as opiniões expressas no artigo são da inteira responsabilidade dos autores. https://www.cccm.gov.pt/
depende da saúde do corpo inteiro, mente incluída. É essa ligação essencial e primordial entre o lado físico e o mental que tem conduzido gerações de médicos chineses a privilegiarem aquilo a que hoje chamamos diagnósticos diferenciados, dando relevo à observação de cada caso como
uma história única, apenas captável através de um diagnóstico rigoroso que inclua a observação física atenta e a interrogação/conversa não menos concentrada, seja ao nível individual, seja ao nível dos estados, como bem viu Sun Yat-sen, pois de nada adianta a cura individual, quando não há uma transformação ética coletiva a acompanhá-la, já que quando países inteiros adoecem, serão poucos aqueles que conseguirão manter a sanidade mental.
Por fim, recorde-se a etimologia de “medicina e curar” (医 yī), no chinês simplificado é apenas constituída por uma seta (矢 shǐ) que se retira da aljava (匚 fāng) para atacar o demónio da doença; no chinês tradicional (醫 yī), conta também com o componente de vinho (酒 jiǔ), essencial na sua função de elixir.
O certo é que o médico só tem o poder de desferir uma seta certeira, aquela que realmente cura, com a ajuda do paciente, ou seja, quando este está em equilíbrio e revela abertura e disponibilidade para operar a transformação necessária que o conduza ao caminho da saúde. Se a mentalidade geral for adversa, se o paciente não quiser, ou se as circunstâncias não o permitirem nem vale a pena tentar atirar a seta, porque ela nunca acertará no alvo, já que este último é animado e comunicante e só existe em diálogo.
Bibliografia
• Bai Jingfeng. 1998. Episodes in Traditional Chinese Medicine. Beijing: Chinese Literature Press
• Baskin, Wade (ed) 1984. Sun Yat-sen. Classics in Chinese Philosphy. New Jersey: A Helix Book.
• 北京语言学院(编)1984《成语故事 选》.北京:外文出版社.
• Kan-Wen Ma. 1996. “Sun Yat-sen (1866-1925), a man to cure patients and the nation – his early years and medical career”. Disponível em: https:// journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/ 096777209600400309London: Journal of Medical Biography; 4, 161-170.
*Coordenadora do Serviço Educativo do CCCM
VIA do MEIO 6.9.2023 quarta-feira 9
Bian Que
MNE DEFENDIDO BOM RELACIONAMENTO COM ITÁLIA FACE A “DESAFIOS GEOPOLÍTICOS”
Amigos como sempre
Wang Yi e Antonio Tajani reforçaram em Pequim os laços de união e cooperação entre as duas nações, apesar dos desafios globais apresentados pelo cenário internacional. O ministro dos Negócios Estrangeiros italiano reafirmou o compromisso do país para com o princípio
‘Uma só China’
Ochefe da diplomacia chinesa disse ontem ao homólogo italiano que as duas nações devem “conviver”, apesar dos “desafios geopolíticos”, numa altura em que Itália se prepara para sair da iniciativa chinesa ‘Uma Faixa, Uma Rota’. “Perante os desafios e perturbações geopolíticas, China e Itália devem aderir à forma correcta de conviver entre si, caracterizada pelo respeito e confiança mútuos, abertura, cooperação e diálogo entre iguais”, disse Wang Yi, citado pela agência noticiosa oficial chinesa Xinhua.
O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês enfatizou a relevância da cooperação entre os dois países e manifestou a vontade de Pequim de “trabalhar em conjunto” com Roma para implementar os consensos alcançados pelos líderes de ambas as nações.
Wang defendeu o reforço dos intercâmbios de alto nível, a consolidação da base política das relações bilaterais, a expansão da cooperação prática a alto nível, o enriquecimento dos intercâmbios entre os dois povos e a promoção do desenvolvimento sustentado e estável das relações.
Citado pela Xinhua, o ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, vincou que Itália atribui grande importância à construção de relações estáveis e de longo prazo com o país asiático, ao mesmo tempo
que sublinhou o seu compromisso com o princípio ‘Uma só China’.
Ambos os ministros sublinharam que, apesar da volatilidade no cenário internacional, as relações entre Itália e China não vão ser afectadas.
Tudo ou nada
A visita de Antonio Tajani a Pequim ocorre numa altura em que a Itália se prepara para abandonar a iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’, o principal programa da política externa de Pequim.
A participação do país europeu, que foi aprovada em Março de 2019 pelo governo do então
primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte (2018-2021), foi uma decisão “correcta” e com base no “vínculo histórico e cultural” e na “necessidade prática de desenvolvimento de ambos
Ambos os ministros sublinharam que, apesar da volatilidade no cenário internacional, as relações entre Itália e China não vão ser afectadas
MAR DO SUL NAVIOS DOS EUA E FILIPINAS
NAVEGAM JUNTOS
NAVIOS da Marinha dos Estados Unidos e das Filipinas navegaram na segunda-feira juntos pela primeira vez em águas no Mar do Sul da China, onde Manila e Pequim disputam a soberania de várias ilhas.
“Navios da Marinha das Filipinas e dos EUA realizaram navegações conjuntas na segunda-feira, no Mar das Filipinas Ocidental (como Manila designa partes do Mar do Sul da China sob a sua soberania)”, confirmou ontem o porta-voz da Marinha das Filipinas, o capitão Benjo Negranza.
As manobras entre Washington e Manila surgem num momento de renovada tensão entre a China e as Filipinas no Mar do Sul da China, que Pequim reivindica quase na totalidade e onde nos últimos meses a Marinha filipina denunciou o assédio a vários navios por parte de navios chineses, na costa oeste de Palawan, a sudoeste do arquipélago filipino.
os países”, defendeu o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, no mês passado.
A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, ainda não anunciou se vai renovar o acordo com a China por mais cinco anos. No entanto, um rompimento pode levar a retaliações comerciais por parte de Pequim.
Itália tem sido pressionada a sair do acordo pelos Estados Unidos, que vêem a China como o seu maior rival estratégico, e pela União Europeia, que está a tentar reduzir a sua dependência face ao país asiático em vários sectores estratégicos, incluindo no sector tecnológico.
O contratorpedeiro norte-americano US Navy Alrleigh e a fragata filipina BRP Jose Rizal navegaram juntos nessas águas, onde também realizaram “manobras de aproximação a outras embarcações”, disse Negranza.
“Este teste procura proporcionar uma oportunidade para a Marinha das Filipinas e a Marinha dos EUA para o Indo-Pacífico testarem e aperfeiçoarem a doutrina marítima existente e demonstrarem as suas capacidades de defesa em linha com o compromisso partilhado de manter a paz e a segurança na região”, explicou a Marinha das Filipinas.
Desde que chegou ao poder, no ano passado, o Presidente filipino, Ferdinand Marcos Jr., aproximou-se de Washington e permitiu que os Estados Unidos aumentassem significativamente a sua actividade militar no arquipélago, onde já têm acesso a nove bases militares.
JAPÃO CHINA REJEITA CRÍTICAS SOBRE VETO DE IMPORTAÇÕES APÓS DESCARGA DE FUKUSHIMA
AChina defendeu ontem a legitimidade e a necessidade do seu veto às importações de produtos marinhos do Japão, depois de Tóquio ter apresentado queixa à Organização Mundial do Comércio (OMC), considerando-o “totalmente inaceitável”.
A porta-voz do ministério dos Negócios Estran-
geiros da China, Mao Ning, disse que o despejo de água contaminada da usina nuclear de Fukushima no mar pelo Japão é um acto “sem precedentes” e “sem padrões reconhecidos”, que “coloca em risco o ambiente marinho e a segurança pública”.
Mao afirmou que a comunidade internacional está
“preocupada” com as consequências desta decisão e tomou medidas preventivas.
“As medidas relevantes da China são inteiramente legítimas, razoáveis e necessárias”, acrescentou.
A porta-voz apelou ao Japão para “corrigir o seu erro” e “responder com seriedade às preocupações
e exigências racionais dos países vizinhos e da comunidade internacional”.
O Governo japonês pediu à China que “remova a restrição o mais rapidamente possível”, considerando que carece de base científica.
Tóquio apresentou um documento aos membros da OMC, órgão que monitora
o cumprimento e a padronização do comércio internacional, onde argumenta a sua oposição ao veto.
A empresa proprietária da danificada central nuclear de Fukushima começou a 24 de Agosto a descarregar a água tratada da central.
A China demonstrou forte oposição desde que
foi conhecido o plano, que recebeu a aprovação da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
A agência da ONU afirmou que o plano japonês cumpre as medidas de segurança internacionais e o seu impacto a nível humano e ambiental será, em princípio, inofensivo.
10 china www.hojemacau.com.mo 6.9.2023 quarta-feira
GPM FILIPE SOUZA VAI A XANGAI PREPARAR A DEFESA DO TÍTULO EM MACAU
Estar entre os grandes
A
próxima prova do Campeonato da China de Carros de Turismo/TCR
China vai disputarse no Circuito
Internacional de Xangai e contará com a presença de Filipe Souza. O piloto macaense tornou-se no ano passado o piloto do território a vencer na Corrida da Guia em quarenta anos de história, troféu que vai defender novamente este ano no mês de Novembro
APÓS o triunfo mais alto da sua carreira de mais de vinte anos nos carros de Turismo, Filipe Souza pensou em colocar para trás esta disciplina e competir nas corridas de Grande Turismo em 2023. Aliás, em Janeiro passado, quando falou a última vez com o HM, o piloto macaense estava a preparar-se para deixar a categoria TCR para se dedicar a uma nova aventura na categoria GT4. Contudo, uma chama motivou uma mudança de planos.
“No início pensei fazer os GT4, porque nessa altura achava que podia fazer corridas em ambos os fins-de-semana. Porém, a nossa associação ligou-me e disse que um piloto só pode fazer uma corrida no Grande Prémio e convenceu-me a participar na corrida do TCR World Tour em Macau, pois consideram que é mais exigente fazer essa corrida e, por ser uma corrida por convite, querem ter um piloto de Macau”, explicou Filipe Souza ao HM.
Com o fim da Taça do Mundo de Carros de Turismo da FIAWTCR no final de 2022, devido a uma mudança de estratégia do promotor Discovery Sports Events, o WSC Group, a empresa de Marcello Lotti, que lançou o conceito TCR em 2015, apostou no TCR World Tour. Como o nome indica, trata-se de uma competição para viaturas TCR e tem um calendário que passa pela Europa, América do Sul, Austrália e Ásia, onde os participantes deste “mundial” correm juntamente com os homólogos dos campeonatos TCR locais. No Circuito da Guia não será diferente, com a dezena e meia de concorrentes do TCR World Tour a enfrentarem os melhores da especialidade da região inseridos na célebre Corrida da Guia.
“Ponderei muito bem sobre esta oportunidade que não é para todos e não é assim tão fácil de aparecer”, salienta Filipe Souza que se estreou no Circuito da Guia no ano 2000. “Também esta é uma das corridas do fim de semana principal, o que
é muito importante para mim, para os meus patrocinadores e para a minha carreira, até mesmo para talvez finalizar a minha carreira de corridas com uma boa imagem e uma boa memória”.
Ganhar ritmo Sem disputar qualquer corrida desde Novembro de 2022, Filipe
“Esta é uma das corridas do fim de semana principal, o que é muito importante para mim, para os meus patrocinadores e para a minha carreira, até mesmo para talvez finalizar a minha carreira de corridas com uma boa imagem e uma boa memória.”
FILIPE SOUZA PILOTO
Souza não esconde que pretende ganhar ritmo nesta prova no circuito de Fórmula 1 de Xangai junto das melhores equipas e pilotos da República Popular da China. Os resultados não vão ser uma prioridade neste evento, até porque o representante da RAEM não está em discussão por nenhum título e vai ter pela frente uma forte concorrência, incluindo as equipas oficiais da Link & Co, Hyundai e Dongfeng Honda.
“Esta corrida será a minha primeira corrida deste ano, por isso não estou a pensar sobre subir ao pódio ou não, mas vou fazer os possíveis para ter uma boa prova. Só fiz um teste em Zhuhai no início do ano, por isso não tenho grandes ambições. Por outro lado, estou apreensivo, porque esta corrida vai ter muitos bom pilotos por lá. Mas isso eu gosto muito, pois sempre gostei de um bom desafio”, reflecte o piloto de Macau que vai novamente conduzir o seu Audi RS 3 LMS TCR. “Esta corrida também será boa para eu ganhar um bom ritmo e também para preparar a corrida de Macau”, acrescenta.
Filipe Souza não descarta fazer mais corridas após esta participação em Xangai, pois os quilómetros competitivos vão contar quando chegar a “hora da verdade”, na grande prova do final de ano. “Vou continuar com o Audi do ano passado, com o qual ganhei em Macau, mas estou a ponderar a ajuda de uma equipa da Europa, porque correr em Macau e no pelotão do TCR World Tour não é uma tarefa nada fácil. Temos que ter uma boa equipa e com experiência”, acrescenta o único piloto lusófono, por agora, confirmado nesta corrida. Sérgio Fonseca
EURO2024 PORTUGAL PREPARA DUELO COM ESLOVÁQUIA
Aselecção
portuguesa de futebol continua a preparar o duelo de sexta-feira na Eslováquia, de apuramento para a fase final do Euro2024, depois um primeiro treino a ‘meio-gás’, com vários ausentes.
Na segunda-feira, no arranque nos trabalhos na Cidade do Futebol, em Oeiras, o seleccionador Roberto Martínez contou apenas com 13 dos 24 jogadores convocados, com o capitão Cristiano Ronaldo, o defesa Rúben Dias, o médio Bruno Fernandes e o guarda-redes Diogo Costa a estarem entre o grupo que realizou apenas trabalho de recuperação.
Pedro Neto, a novidade nos convocados do técnico espanhol, também falhou o apronto.
Ontem, Portugal teve novo treino, igualmente na Cidade do Futebol, numa sessão em que que Martínez já tinha à sua disposição os 24 jogadores convocados.
Portugal defronta a Eslováquia, em Bratislava, em 08 de Setembro, e, três dias depois, em 11 de Setembro, recebe no Algarve o Luxemburgo. Após quatro jornadas, a selecção nacional lidera o Grupo J, com 12 pontos, somando apenas vitórias, à frente da Eslováquia, segunda classificada, com 10, e do Luxemburgo, terceiro, com sete. Bósnia-Herzegovina e Islândia somam três pontos, enquanto o Liechtenstein continua a zero.
Os dois primeiros lugares do agrupamento dão acesso direto à fase final do Campeonato da Europa, que vai decorrer no próximo ano, na Alemanha.
US Open Sabalenka celebra liderança do ‘ranking’
A tenista bielorrussa Aryna Sabalenka, que vai subir à liderança da classificação mundial, bateu a russa Daria Kasatkina, número 14 do ‘ranking’ ATP, nos quartos de final dos Open dos Estados Unidos.
Sabalenka derrotou Kasatkina por 6-1, 6-3 em uma hora e 15 minutos na noite de segunda-feira para avançar para os quartos de final do ‘major’ nova-iorquino, o último Grand Slam da temporada, pelo quinto ano consecutivo. A jovem de 25 anos tornou-se ainda a primeira tenista desde Serena Williams, em 2016, a
chegar aos quartos de final de todos os torneios Grand Slam numa temporada. Após esta vitória na arena Arthur Ashe, em Flushing Meadows, Nova Iorque, a bielorrussa vai enfrentar a número 23 da classificação mundial, a chinesa Zheng Qinwen, na quarta-feira, para uma vaga nas meias-finais. Sabalenka já garantiu a subida ao primeiro lugar da classificação mundial no final do Open dos Estados Unidos, após a eliminação da atual líder, a polaca Iga Swiatek, no domingo à noite nos oitavos de final.
desporto 11 www.hojemacau.com.mo quarta-feira 6.9.2023
Da passerelle para Macau
VENETIAN THEATRE BILHETES À VENDA PARA ESPECTÁCULO “A PONTE”
ESTÃO à venda desde ontem os bilhetes para o espectáculo de acrobacia “A Ponte”, que serve de celebração aos 74 anos de implementação da República Popular da China (RPC). O espectáculo acontece nos dias 30 de Setembro e 1 de Outubro no Venetian Theatre,
sendo apresentado pela Companhia das Artes Acrobáticas de Nanjing. “A Ponte” relata a história de dezenas de milhares construtores, que, na década de 1950, afluíram de todo o país para as pastagens desertas ao longo do Rio Yangtzé para construir a ponte do
rio Nanjing Yangtze. A companhia “representa integralmente cenas marcantes da construção da ponte, interpretando os conflitos entre os personagens e realçando imagens colectivas de heróis e de patriotismo manifestadas durante o processo de construção”, aponta
um comunicado do Instituto Cultural, que organiza o espectáculo em colaboração com o Departamento de Propaganda e Cultura do Gabinete de Ligação do Governo Central em Macau.
Apresenta-se, em “A Ponte”, uma “cenografia meticulosa, que não só potencia as
abordagens criativas do teatro acrobático, como também alarga a influência artística deste tipo de teatro”, descreve o IC. Os bilhetes custam entre 100 e 200 patacas. A compra de bilhetes é limitada a um máximo de 4 bilhetes por espectáculo e por pessoa.
12 eventos www.hojemacau.com.mo 6.9.2023 quarta-feira
“VALQUÍRIA MISS DIOR” INSTALAÇÃO DE JOANA VASCONCELOS PARA VER NO COTAI
O público local já se habituou a ver o trabalho icónico da artista portuguesa Joana Vasconcelos em Macau. Desta vez, novamente pela mão do MGM, os curiosos e admiradores podem ver de perto a instalação “Valkyrie Miss Dior” até 8 de Outubro, integrada na Bienal Internacional de Arte de Macau
FOI inaugurada na semana passada, no dia 29, a instalação “Valkyrie Miss Dior” [Valquíria Miss Dior] com a assinatura da artista portuguesa Joana Vasconcelos. Assim, até ao dia 8 de Outubro, o público poderá ver, no MGM Cotai, mais um trabalho de um dos nomes mais internacionais da arte contemporânea portuguesa que, pela segunda vez, está presente em Macau. O projecto faz parte do cartaz da Arte Macau - Bienal Internacional de Arte de Macau. A primeira colaboração entre a artista e o MGM teve lugar em 2015 com a apresentação da “Valkyrie Octopus”, uma instalação de grande escala, com tecidos e costurada, disposta na Grande Praça do empreendimento do MGM na península de Macau. Desta vez, a “Valkyrie Miss Dior”, produzida em conjunto com a conhecida marca de moda. Em Fevereiro deste ano, a peça foi exibida na Semana da Moda de
Paris no desfile da colecção de Outono/Inverno 2023/2024 da marca. Destaque para o facto de esta Valquíria ter sido produzida com tecidos da própria Dior usados para a colecção apresentada em Paris, algo que nunca tinha sido feito.
À Lusa, Joana Vasconcelos disse, à data, que “trazer esse impacto das artes plásticas para o mundo da moda é interessante, porque é uma outra relação e isso é inovador”. “Nunca as artes plásticas se
Pansy Ho lembrou que a exibição da instalação
“Valkyrie Miss Dior”, depois da passagem por Paris, “reforça ainda mais a posição de Macau como um destino turístico cultural diversificado”
cruzam com a moda desta maneira, pode haver uma peça, pode haver uma interação, mas a este grau de escala, esta colaboração tão estreita que é partir do mesmo material em duas direcções diferentes, acho que nunca foi feito”, afirmou a artista durante a montagem da peça em Paris.
As Valquírias de Joana Vasconcelos são grandes estruturas com vários braços, inspiradas no mito escandinavo em que as mulheres enviadas de Odin tinham a missão de escolher os vencedores e acompanhar os guerreiros mais corajosos após a morte.
Arte e diplomacia Para o MGM, esta é a oportunidade de a operadora de jogo “promover o intercâmbio cultural global” através da introdução de “obras de arte de classe mundial”.
Citada por um comunicado divulgado pela empresa, Pansy Ho, presidente e directora executiva da MGM China, disse que a operadora “sempre foi inovadora na
Destaque para o facto de esta Valquíria ter sido produzida com tecidos da própria Dior usados para a colecção apresentada em Paris, algo que nunca tinha sido feito
fusão entre arte e turismo, criando programas artísticos e culturais de nível internacional, mas que se integram perfeitamente na nossa vida quotidiana”.
“Juntamente com Joana Vasconcelos, transformámos o ‘Valkyrie Octopus’ não só num local de turismo, mas também [numa espécie de] embaixador cultural de Macau”, frisou. A empresária lembrou ainda que a exibição da instalação
CINEMA “OPPENHEIMER” GERA 32 MILHÕES NA CHINA EM SEIS DIAS
“Valkyrie Miss Dior”, depois da passagem por Paris, “reforça ainda mais a posição de Macau como um destino turístico cultural diversificado”.
Em 2019 a MGM levou a “Valkyrie Octopus” à Bienal de Veneza, uma forma de apresentar “uma obra que estabelece uma verdadeira harmonia entre o Oriente e Ocidente”, destaca o mesmo comunicado. A instalação regressou depois à MGM servindo para celebrar o 20.º aniversário da transferência de soberania sobre Macau de Portugal para a China. A instalação de Joana Vasconcelos segue depois para Lisboa para uma exposição individual da artista, fazendo uma digressão por várias cidades chinesas antes de regressar ao MGM Macau no próximo ano, para celebrar os 25 anos da criação da RAEM. Para a MGM, este projecto serve também para lembrar os 45 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre Portugal e a China, em 1979. A.S.S./Lusa
OPPENHEIMER
, o mais recente filme do realizador Christopher Nolan, gerou, até às 18h de segunda-feira, 32 milhões de dólares, ou 233 milhões de yuan, em receitas de bilheteira em apenas seis dias, noticiou o Global Times. Tal reflecte “o progresso da sociedade chinesa em termos de abertura de mentalidade”,
escreve o jornal. De frisar que o filme estreou na China na quarta-feira da semana passada. Adaptado de um livro vencedor do Prémio Pulitzer, o filme fala do papel fundamental do físico norte-americano J. Robert Oppenheimer no Projecto Manhattan, que produziu a bomba atómica durante a II Guerra Mundial.
O jornal escreve que o filme, que conta ainda com uma forte componente do pós-II Guerra Mundial, num mundo em Guerra Fria, gerou “amplas discussões entre os internautas chineses”, com muitos a revelarem a intenção de se deslocarem às salas de cinema para ver a última criação de Nolan.
Long, um dos cibernautas citados pelo Global Times, diz que se sente atraído pelo ritmo narrativo do filme, os planos criados, a música e as actuações doa actores. “O povo chinês tem vindo a melhorar a sua visão e a promover uma abertura através do desenvolvimento da educação e do cultivar da cultura, o que
é de louvar”, disse Wang, um residente da província de Anhui.
O filme tem a duração de três horas, o que para muitos cibernautas se torna “longo e aborrecido”, disse Xu, de Xangai. “Saí antes do filme acabar. Acho que é um pouco aborrecido porque não estava familiarizado com a informação central [do filme]”, frisou.
eventos 13 www.hojemacau.com.mo quarta-feira 6.9.2023
UM FILME HOJE
FORD VS FERRARI | JAMES MANGOLD | 2019
A história foca-se na edição de 1966 das 24 horas de Le Mans, em que pela primeira vez um construtor americano venceu a prova à geral. Mas com um elenco com Christian Bale e Matt Damon, o filme de James Mangold vai mais longe e é um excelente tónico para aqueles que já estão a morrer de saudades pelo Grande Prémio de Macau. Hoje Macau
Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo
Anúncio Consulta Pública n.º 004/DGF/2023
Instalação de máquinas de venda automática em locais sob gestão do Instituto para os Assuntos Municipais
Faz-se público que, por deliberação do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), tomada em sessão de 4 de Agosto de 2023, se acha aberta a Consulta Pública para a “Instalação de máquinas de venda automática em locais sob gestão do Instituto para os Assuntos Municipais”.
O Programa de Consulta e o Caderno de Encargos podem ser obtidos, durante o horário de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo do IAM, sito na Avenida de Almeida Ribeiro, n.º 163, r/c, Macau, ou descarregados gratuitamente através da página electrónica do IAM (http://www.iam.gov.mo). Os concorrentes que pretendam fazer o descarregamento dos referidos documentos assumem também a responsabilidade pela consulta de eventuais actualizações e alterações das informações na página electrónica deste Instituto durante o período de entrega das propostas.
O prazo para a entrega das propostas termina às 12:00 horas do dia 21 de Setembro de 2023. Os concorrentes devem entregar as propostas e os documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do Instituto e prestar uma caução provisória no valor de MOP 10.000,00 (dez mil patacas). A caução provisória pode ser prestada em numerário ou garantia bancária. Caso seja em numerário, a prestação da caução pode ser efectuada na Tesouraria da Divisão de Assuntos Financeiros do IAM, ou no Banco da China de Macau, juntamente com a guia de depósito (em triplicado), tendo ainda que entregar a referida guia na Tesouraria da Divisão de Assuntos Financeiros do Instituto, após a prestação da caução, para efeitos de levantamento do respectivo recibo oficial. Caso seja sob a forma de garantia bancária, a prestação da caução deve ser, obrigatoriamente, efectuada na Tesouraria da Divisão de Assuntos Financeiros do Instituto. As despesas resultantes da prestação de cauções constituem encargos do concorrente.
O acto público da consulta realizar-se-á no Centro de Formação do IAM (sito na Avenida da Praia Grande, Edifício China Plaza, 6.º andar), pelas 10:00 horas do dia 22 de Setembro de 2023.
O IAM organizará uma sessão pública de esclarecimento no Centro de Formação do IAM (sito na Avenida da Praia Grande, Edifício China Plaza, 6.º andar), pelas 10:00 horas do dia 12 de Setembro de 2023.
Aos 29 de Agosto de 2023.
O Administrador do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais Lam Sio Un
AVISO
Faz-se saber que em relação ao concurso público para empreitada de obra pública designada por « Empreitada de Concepção e Construção de Habitação Pública no Lote B8 da Nova Zona de Aterro A », publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 25, II Série, de 21 de Junho de 2023 e n.º 30, II Série, de 26 de Julho de 2023, foram prestados esclarecimentos, nos termos do artigo 2.2 do programa do concurso, e foi feita aclaração complementar conforme necessidades, pela entidade que realiza o concurso e juntos ao processo do concurso.
Os referidos esclarecimentos e aclaração complementar encontram-se disponíveis para consulta, durante o horário de expediente, na Direcção dos Serviços de Obras Públicas, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 9.º andar, Macau.
Direcção dos Serviços de Obras Públicas, aos 30 de Agosto de 2023.
O Director Lam Wai hou
14 [f]utilidades 6.9.2023 quarta-feira www.hojemacau.com.mo TEMPO POSSIBILIDADE DE TROVOADAS T1 MIN 26 MAX 31 HUM 70-98% UV 10 (MUITO ALTO) • EURO 8.68 BAHT 0.22 YUAN 1.10
www. hojemacau. com.mo SUDOKU SOLUÇÃO DO PROBLEMA 18 PROBLEMA 19 182467593 536198724 749523186 421379865 967845312 358216947 613782459 895634271 274951638 16 817369452 492758361 536142897 345297186 689431275 721685943 953826714 164973528 278514639 18 619237485 235148796 487956213 521493867 968715342 743682951 356829174 874361529 192574638 125938746 396427185 478651293 957864312 831592467 264173958 582719634 613245879 749386521 527981436 481623975 369547821 834176259 156298347 972354168 695832714 713469582 248715693 21 978245631 643891527 251673489 317584962 429167853 865329174 736918245 184752396 592436718 22 168735294 594286317 723419865 645128973 932574681 817693452 376852149 281947536 459361728 321497685 756328914 984615372 193872456 862954731 475136298 649781523 538269147 217543869 24 587439612 496721358 231658947 875942136 619583274 342176895 958217463 124365789 763894521 19 176 9 85 4619 52 192 24 76 628 7498 20 721 347 8763 21 8 8527 63 1 75 6374 7314 1529 52 9237 65 3246 93 7824 47 8 23 1 914 652 82 86 3 79 913 5821 2548 24 761 496 8 43 5874 329 8217 7 63 CINETEATRO CINEMA THE EQUALIZER 3 SALA 1 ECHOES OF THE THUNDER [C] FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Tony Tang Com: Liu Chang, Carlos Chan, Kara Hui, Liu Kai-Chi 14.00, 17.45, 21.30 DORAEMON THE MOVIE: NOBITA’S SKY UTOPIA [A] FALADO EM CANTONÊS Um filme de: Doyama Takumi 15.45, 19.30 SALA 2 THE EQUALIZER 3 [C] Um filme de: Antoine Fuqua Com: Denzel Washington, Dakota Fanning, David Denman 14.00, 17.35, 21.45 NEW DIMENSION! CRAYON SHINCHAN THE MOVIE: BATTLE OF SUPERNATURAL POWERSFLYING SUSHI - [B] FALADO EM CANTONÊS Um filme de: Hitoshi One 15.55 LOST IN THE STARS [C] FALADO EM PUTONGHUA LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Rui Cui Xiang Liu Com: Zhu Yilong, Ni Ni, Janice Man, Du Jiang 19.30 SALA 3 BLUE GIANT [B] FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Yuzuru Tachikawa 14.15, 16.30, 21.30 IT REMAINS [C] FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Kelvin Shum Com: Anson Lo, Summer Chan, Ng Shiu Hin, Tommy Chu, Tree Kwok 19.30
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David Chan macau visto de hong kong
O GELO CERTO
A SEMANA passada foi publicada uma notícia na China continental sobre o uso excessivo de gelo nos refrescos de café, de que resulta a perda de concentração e de sabor da bebida. Este caso não tem muito que saber. Em alguns estabelecimentos da China continental, dois terços dos copos que contêm os refrescos estão cheios de gelo e o outro terço é preenchido pela bebida propriamente dita. Independentemente da porção, concentração, ou sabor dos refrescos, os clientes sentem-se enganados. A avaliação sobre estas bebidas é a seguinte: “têm mais cubos de gelo do que café, e não mais café do que gelo.”
Quando um cliente compra um refresco de café na loja, pode pedir que sejam colocados o número de cubos de gelo do seu agrado. No entanto, se encomendar a bebida através da plataforma online, não é possível especificar o pedido. Isto acontece porque as plataformas não têm opção para indicar o número de cubos de gelo pretendidos.
Esta questão dos cubos de gelo não é nova. Em 2016, um consumidor dos Estados Unidos processou a famosa cadeia de cafés Starbucks e pediu uma indemnização. A Starbucks anuncia que os seus refrescos têm cerca de 7dl da bebida, no entanto, o gelo ocupa parte do conteúdo, pelo que a quantidade da bebida em si é menor. Estamos perante um caso de “misrepresentation” (“deturpação”). “Misrepresentation” é um termo jurídico do direito americano, que significa, neste caso, que a publicidade à bebida não está de acordo com os factos. No anúncio é dito que a bebida tem 7 dl e na verdade não tem. Existe deturpação na venda de produtos, se houver discrepância entre o que é anunciado e o que na realidade é vendido. A criação do termo legal “misrepresentation” tem como objectivo proteger os interesses dos consumidores.
Do ponto de vista do consumidor, a reclamação parece razoável. Mas do ponto de vista dos lojistas, o caso muda de figura. Como é que se pode servir uma bebida gelada se não tiver gelo? Em segundo lugar, temos de nos perguntar qual é o padrão que estabelece a quantidade de cubos de gelo que um refresco deve ter? Suponhamos que estabelecemos um padrão segundo o qual 3 dl de gelo é demasiado e 1,5 dl é pouco. Então, devem os consumidores pedir aos lojistas que meçam a quantidade de gelo que vão juntar às bebidas?
Esta exigência iria criar um aumento da carga laboral da loja, uma diminuição da eficiência e um aumento do tempo de espera para ser atendido. Além disso, assumindo que a loja aceitava esta imposição, deveremos reflectir sobre o processo de vendas online. Uma bebida que vai ser entregue, pode levar 15 minutos a chegar ao seu destino, se, antes de sair da loja, lhe for adicionado apenas 1,5 dl
Do ponto de vista do consumidor, a reclamação parece razoável. Mas do ponto de vista dos lojistas, o caso muda de figura. Como é que se pode servir uma bebida gelada se não tiver gelo? Em segundo lugar, temos de nos perguntar qual é o padrão que estabelece a quantidade de cubos de gelo que um refresco deve ter?
de gelo, o mais certo é estar todo derretido quando chega ao cliente. A bebida gelada transforma-se numa bebida tépida. Se os consumidores reclamarem por este motivo, como é que as lojas podem lidar com a situação? Nos negócios, tem de se lidar com muitas questões.
A lei que define a “misrepresentation” e a exigência que os comerciantes anunciem os seus produtos de forma a reflectir a realidade, pretendem defender os direitos dos consumidores. Mas podemos pensar sobre o assunto, um copo de refresco de café custa menos de 50 patacas. Se um consumidor processar uma loja porque a bebida tem gelo a mais ou gelo a menos, que indemnização deve receber? Apenas 50 patacas? Os processos implicam muito tempo e dinheiro. Que sentido é que faz processar alguém para se receber 50 patacas de indemnização?
Evitar conflitos é a melhor forma de lidar com este tipo de problemas. Se o software da plataforma de encomendas online não tem a opção para escolher o número de cubos de gelo pretendido, deve passar a ter. As lojas também devem indicar nos menus que o cliente pode pedir a sua bebida com mais ou menos gelo. Desde que o cliente tenha escolha, o problema está resolvido à partida. Se os clientes continuarem insatisfeitos com a questão da quantidade de gelo, pedem à loja que lhes substitua a bebida por outra mais a seu gosto. Se a loja recusar a substituição do produto, o cliente pode considerar não voltar a comprar naquela loja produtos semelhantes. Estas medidas são mais eficazes e práticas do que pedir uma indemnização e levantar um processo.
No tempo quente, um refresco pode trazer alegria e prazer aos consumidores, não insatisfação e processos jurídicos. Esperamos que todos esqueçam os sentimentos negativos e desfrutem em conjunto dos refrescos de café.
vozes 15 quarta-feira 6.9.2023 www.hojemacau.com.mo
legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk • http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog
Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão/ Instituto Politécnico de Macau • Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau
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HK TRIBUNAL DECIDE A FAVOR DE UNIÕES CIVIS ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO
Dia de festa LGBTQ+
OTribunal de Última Instância de Hong Kong pronunciou-se ontem a favor das uniões civis entre pessoas do mesmo sexo, mas rejeitou o recurso sobre o reconhecimento de um casamento homossexual no estrangeiro.
A decisão refere-se a um recurso do activista Jimmy Sham, actualmente detido, que iniciou uma batalha legal em 2018 para que Hong Kong reconheça o casamento de há 10 anos com o companheiro nos Estados Unidos.
O tribunal considerou que o Governo estava “a violar a sua obrigação (...) de reconhecer legalmente os casais do mesmo sexo”, de acordo com o acórdão, citado pela agência francesa AFP.
No entanto, “rejeitou por unanimidade o recurso” relativamente ao casamento de Sham.
Mas o tribunal suspendeu a declaração por dois anos para dar tempo ao governo de definir um quadro legal sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo, segundo o jornal local South China Morning Post.
A decisão era aguardada com expectativa pela comunidade LGBTQ+ local, que na última década obteve importantes vitórias em tribunal, incluindo a anulação de políticas governamentais discriminatórias em matéria de
IC Seleccionados 10 projectos para “O Poder da Imagem 2023”
De um total de 76 candidaturas recebidas, foram seleccionados pelo Instituto Cultural (IC) 10 trabalhos de documentário, curta-metragem de ficção e animação para a terceira fase do programa “Macau - O Poder da Imagem 2023”, anunciou ontem o IC em comunicado. A selecção das obras, três documentários, cinco curta-metragens de ficção e duas animações, foi levada a cabo por um júri composto por Song Wen, curador de festivais de cinema do Interior da China, por Huang Ji, realizador, e por Jonathan Hung, crítico de cinema de Hong Kong. O IC vai apoiar financeiramente com cerca de 1,2 milhões de patacas os projectos e fornecer assistência técnica à produção cinematográfica dos dez trabalhos, cujas estreias estão agendadas para 2024.
G20 China apoia Índia na organização da cimeira
no
entre pessoas do mesmo sexo, contra 38 por cento vistos, impostos e subsídios
De acordo com um inquérito realizado no ano passado, 60 por cento dos habitantes de Hong Kong são a favor do casamento entre pessoas do mesmo sexo, contra 38 por cento há dez anos.
A decisão a favor das uniões civis terá fortes implicações na vida da comunidade LGBTQ+ e na reputação do centro financeiro como um local inclusivo para viver e trabalhar, segundo a agência norte-americana AP.
Cada vez mais empresas internacionais presentes em Hong Kong estão a apoiar campanhas a favor da igualdade no casamento,
argumentando que será mais fácil atrair talentos.
Lutas pela mudança
Actualmente, Hong Kong apenas reconhece o casamento entre pessoas do mesmo sexo para determinados efeitos, como impostos, benefícios da função pública e vistos para dependentes.
Sham, 36 anos, coordenou a Frente dos Direitos Humanos Civis, conhecida por ter organizado, durante anos, a marcha de protesto no aniversário da transferência de soberania de Hong Kong para a China, a 1 de Julho de 1997.
O grupo também organizou alguns dos maiores protestos po-
do
líticos que agitaram Hong Kong em 2019, mas foi dissolvido em 2021, ao abrigo da lei de segurança nacional imposta por Pequim.
Sham está detido desde 2021, sob a acusação de subversão para derrubar o governo, cuja pena máxima prevista é a prisão perpétua.
“A democracia nunca é uma dádiva dos céus. Tem de ser conquistada por muitos com uma vontade forte”, afirmou a 1 de Março de 2021, à porta do tribunal que confirmou a detenção sem direito a fiança.
“Vamos manter-nos fortes e lutar pelo que queremos”, acrescentou na altura, citado pela televisão britânica BBC.
A China apoiou ontem a Índia como anfitriã da cimeira do G20 e garantiu que está disposta a “trabalhar com todas as partes para o seu sucesso” apesar da ausência do Presidente chinês, Xi Jinping. A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, indicou, em conferência de imprensa, que a China sempre “atribuiu grande importância” e “participou activamente” nas cimeiras do G20, e que “apoiou a Índia na organização da cimeira deste ano”, que decorre em Nova Deli, entre os dias 9 e 10 de Setembro. “A China está disposta a trabalhar com todas as partes para promover o sucesso da cimeira do G20”, disse Mao, acrescentando que as relações entre Pequim e Nova Deli, tensas nos últimos anos devido a disputas territoriais, permanecem “estáveis”.
JAPÃO FUNDO DE EMERGÊNCIA PARA EXPORTADORES DE PRODUTOS DO MAR
OJapão anunciou ontem um fundo de emergência para ajudar os exportadores afectados pela proibição da China de importar produtos do mar nipónicos devido à libertação de águas residuais radioativas tratadas da central nuclear de Fukushima.
O fundo vai ter um valor de 20,7 mil milhões de ienes (130,6 milhões de euros).
A descarga das águas residuais no oceano começou a 24 de Agosto e prevê-se que continue durante décadas. As associações de pescadores japoneses
e os grupos dos países vizinhos opuseram-se fortemente a esta medida. Hong Kong e Macau também seguiram a posição da China continental de proibir as importações.
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida afirmou que o fundo de emergência vem juntar-se aos 80 mil milhões de ienes (507 milhões de euros) que o governo atribuiu anteriormente a estas empresas para combater os danos causados à reputação dos produtos japoneses.
“Vamos proteger a indústria pesqueira japonesa a todo o custo”, disse Kishida, apelando ao consumo interno. O dinheiro será utilizado para encontrar novos mercados e para financiar as compras governamentais destes produtos para congelamento e armazenamento temporários. As autoridades disseram que planeiam cultivar novos destinos de exportação em Taiwan, nos Estados Unidos, na Europa, no Médio Oriente e em alguns países do sudeste asiático, como a Malásia e Singapura.
Os produtos do mar representam uma fracção do total das exportações do Japão e o impacto da proibição no comércio global será limitado, a menos que as tensões aumentem e a China alargue as restrições a outros sectores comerciais, afirmou o economista executivo do Nomura Research Institute.
Segundo Takahide Kiuchi, as restrições impostas por Tóquio e eventuais medidas futuras poderão provocar uma escalada das proibições comerciais chinesas contra o Japão.
quarta-feira 6.9.2023
“A única amizade que vale é a que nasceu sem razão.”
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arthur van schendel PALAVRA DO DIA
De acordo com um inquérito realizado
ano passado, 60 por cento dos habitantes de Hong Kong são a favor
casamento
de habitação.
FELIX WONG/REUTERS