Hoje Macau 7 OUT 2020 #4624

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QUARTA-FEIRA 7 DE OUTUBRO DE 2020 • ANO XX • Nº 4625

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

SEGURANÇA NACIONAL | PJ

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hojemacau

O povo é sereno

Segundo um inquérito da Macao Polling Research Association, 95 por cento da população está satisfeita com o desempenho do Governo face à crise pandémica da covid-19. A comunicação, factor determinante

na gestão da adversidade, é outro dos capítulos em que o Executivo de Ho Iat Seng obtém boa classificação, com 94,4 por cento dos inquiridos a elogiarem a partilha de dados levada a cabo pelas autoridades da RAEM.

GRANDE PLANO

DIVIDIR PARA REINAR PÁGINA 4

ÁLCOOL

A idade da pinga PÁGINA 7

DSEJ

Janela discreta PÁGINA 6

OPINIÃO

O ESGUICHO TÂNIA DOS SANTOS

CHEQUES PECUNIÁRIOS

Apoios vitais PÁGINA 5

BURLA

A cor do dinheiro ÚLTIMA

D2 | NOVOS RITMOS EVENTOS

RESPIRAR FUNDO JOÃO PAULO COTRIM

DA DECÊNCIA

NUNO MIGUEL GUEDES

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2 grande plano

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ESTUDO

NOTA DE VINTE A

PESAR de ser uma das regiões com mais elevada densidade populacional do mundo, Macau não registou, até agora, nenhuma morte resultante da pandemia do novo tipo de coronavírus, nem surtos de infeção em larga escala. Num estudo da Macao Polling Research Association (MPRA), intitulado “Abordagem de diálogo: Comunicação durante a crise e reacções públicas no combate à covid-19 na cidade mais densamente povoada do mundo”, o Governo mereceu a aprovação de 94,7 por cento da população pela forma como lidou com a pandemia. Os académicos concluíram que este resultado reflecte o reconhecimento da população e premeia o compromisso do Executivo de Ho Iat Seng na constante comunicação e transparência de dados divulgados. A equipa de académicos liderada porAngus Cheong, usou uma técnica de marcação aleatória de chamadas telefónicas para fazer inquéritos a 502 residentes maiores de 18 anos. No documento, publicado no Asian Journal for Public Opinion Research, pode ler-se que “o resultado do estudo mostrou um alto nível de satisfação em relação ao desempenho na prevenção da pandemia, e na forma colaborativa da disseminação de informação em plataformas nas redes sociais”. Entre os inquiridos, 94,4 cento disseram que a informação divulgada pelo Governo foi “útil” na prevenção pandémica e 93,3 por cento demonstraram vontade de continuar a receber no futuro informação pelos mesmos canais.

FALAR E FAZER

Além dos inquéritos telefónicos, a equipa de investigadores da MPRA analisou notícias publicadas em Macau e no exterior sobre as medidas optadas pelo Executivo. No estudo é referido que em abordagens científicas sobre teorias de diálogo chegou-se à conclusão que a forma como o

“A ciência produzida demonstra que sem comunicação apropriada, os cidadãos perdem confiança e ampliam problemas existentes, como aconteceu com o Executivo de Hong Kong durante a crise da SARS em 2003.” ESTUDO DA MACAO POLLING RESEARCH ASSOCIATION

Governo comunicou com a população de Macau durante a crise da covid-19 tem reunido um conjunto de aspectos chaves na relação entre poder e governados. A saber: “o espírito de igualdade e colaboração entre a comunidade local e o poder público, presença imediata em tempo de crise, envolvimento com todos os interessados através do máximo número possível de canais de informação, apoio ao público a facultar informação útil e ajuda social prática, programas de subsídios e compromisso em apresentar informação genuína de forma transparente”. No capítulo introdutório, é realçado o reconhecimento nacional, regional e internacional do trabalho feito em Macau, através de diversos artigos entre meios de

Em termos demográficos a faixa etária entre os 18 e os 24 anos (23 por cento) e estudantes (28,5 por cento) apresentaram maiores percentagens de cepticismo em relação à informação oriunda de fontes oficiais

comunicação social e do meio académico, nomeadamente pela forma rápida como se reagiu à pandemia e eficácia da comunicação. Entre as medidas implementadas, o grande destaque foi para o encerramento dos casinos e estabelecimentos de diversão, restrição que se estendeu às escolas e à recusa em permitir a entrada de turistas. No plano afirmativo, o GCS

Um estudo da Macao Polling Research Association mostra que quase 95 por cento dos residentes estão satisfeitos com o desempenho do Governo na luta contra a pandemia. Além disso, o Executivo de Ho Iat Seng fica bem na fotografia no que diz respeito à comunicação com a população. As conclusões reflectem a opinião de mais de meio milhar de residentes ouvidos em Julho

QUASE 95% DA POPULAÇÃO SATISFEITA COM O GOVERNO NO COMBATE À PANDEMIA

estudo da MPRA indica as menções à gestão do fornecimento de bens em supermercados, evitando a compra compulsiva motiva por pânico, a venda de máscaras a preços acessíveis e a colaboração com diversos sectores da sociedade

IDADE DA INOCÊNCIA

Um dos factores analisados foi o risco comunicativo, definido pelos


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VALORES académicos como a eventualidade de obter resultados perigosos e imprevisíveis na comunicação em situações de crise. Nesse aspecto o inquérito revela que apesar de 69 por cento dos inquiridos confiarem mais na informação divulgada pelo Governo do que em outras fontes, cerca de 11 por cento coloca mais fé em fontes de informação que não sejam governamentais.

Nesse aspecto, a equipa liderada por Angus Cheong indica que em termos demográficos a faixa etária entre os 18 e os 24 anos (23 por cento) e estudantes (28,5 por cento) apresentaram maiores percentagens de cepticismo em relação à informação oriunda de fontes oficiais. Os académicos concluem que tal predisposição implica algum

risco de vulnerabilidade na disseminação de mensagens não-oficiais, que podem incluir rumores. Apesar da relativa falta de confiança entre um segmento da população mais jovem sobre os dados divulgados pelas autoridades, é destacada a ausência de protestos ou reacções negativas à forma como o Executivo en-

frentou a pandemia. “Nenhuma manifestação ou demonstração de protesto público ocorreu em Macau, apesar das múltiplas medidas de prevenção e do seu enorme impacto económico nos negócios locais, que incluíram o encerramento dos casinos em Macau, o maior centro de jogo na Ásia”, lê-se no documento. A bom desempenho comunicativo do Executivo de Macau é mesmo comparado com a fraca prestação do Governo da região vizinha também durante uma crise de saúde pública. “A ciência produzida demonstra que sem comunicação apropriada, os cidadãos perdem confiança e ampliam problemas existentes, como aconteceu com o Executivo de Hong Kong durante a crise da SARS em 2003”, aponta o estudo.

DE MÃOS DADAS

Outro dos aspectos onde o Governo de Ho Iat Seng surge bem “na fotografia” é a forma como conseguiu reunir a colaboração da sociedade civil e de associações locais na divulgação de informações. O slogan “Vamos trabalhar juntos na prevenção da pandemia” foi partilhado por associações comunitárias nas redes sociais e difundidos entre os membros associativos, e foram organizadas acções de promoção de medidas para prevenir a propagação do novo tipo de coronavírus. A investigação da MPRA cita ainda um estudo à realidade associativa de Macau, publicado no ano passado, que descreve a popularidade e alcance das associações como “o surgimento de uma nova classe de elite que compete por influência política através da construção de redes comunitárias que mobilizam apoio social”. O sentimento de igualdade também foi destacado no inquérito para explicar os graus de satisfação revelados. A equipa liderada por Angus Cheong refere existir “liberdade para os residentes comentarem a informação veiculada nas conferências de imprensa diárias na página oficial de Facebook do governo”, como se comprova por algumas críticas ao Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus deixadas em comentários. O estudo menciona uma mensagem em particular de Ho Iat Seng que materializou que as autoridades ficam sujeitas ao mesmo tratamento que os residentes. “A filha do director do gabinete da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura também regressou da Europa e também teve de esperar 13 horas antes de chegar ao quarto do

hotel. E depois? O director tem essa área a seu cargo. Privilegiou a sua própria filha? Não, somos todos iguais!”, pode ler-se no estudo, numa reprodução de uma citação de Ho Iat Seng extraída do Ou Mun.

À MANEIRA TUGA

A citação acima reproduzida é enquadrada numa secção do estudo que analisa o risco de tomar medidas restritivas. Assim sendo, a MPRA indica que algumas das decisões do Governo durante a gestão da crise da covid-19 geraram consequência difíceis de antecipar, como por exemplo o efeito nas pessoas que foram apanhadas pela pandemia antes de regressarem ao território vindos do estrangeiro e que se ficaram obrigadas a cumprir 14 dias de quarentena.

O estudo destaca o caso de estudantes menores de idade que estariam de regresso de Portugal e cujos pais se mostraram contra a imposição de quarentena procurando “ajuda dos meios de comunicação social em português e canais legais” Apesar do objectivo de tentar prevenir o surgimento de surtos no território, a medida apanhou desprevenidas algumas pessoas. O estudo destaca o caso de estudantes menores de idade que estariam de regresso de Portugal e cujos pais se mostraram contra a imposição de quarentena procurando “ajuda dos meios de comunicação social em português e canais legais”. “Em resposta às inconveniências causadas aos residentes pelas medidas de prevenção, o Chefe do Executivo reconheceu a necessidade individual e pediu compreensão aos residentes”. O estudo destaca que o trabalho do Executivo passou por encontrar o equilíbrio entre medidas que trazem conveniência às pessoas e levam à satisfação e medidas inconvenientes que geram insatisfação. Outro aspecto comunicativo realçado pelo estudo foi a capacidade para pedir desculpas por erros cometidos, reconhecer a imperfeição operacional e continuar a rever, corrigir e crescer com esses erros. João Luz

info@hojemacau.com.mo


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7.10.2020 quarta-feira

SEGURANÇA NACIONAL REGULAMENTO REVELA DETALHES SOBRE ACTUAÇÃO DA PJ

Muralhas erguidas

Novo regulamento administrativo que irá acompanhar a entrada em vigor da nova Lei da Polícia Judiciária a 12 de Outubro revela detalhes sobre a reestruturação orgânica da PJ, que tem a segurança do Estado como pano de fundo. Recolher informações sobre forças separatistas e assegurar acções de contra-espionagem são actuações previstas nos novos departamentos

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EPOIS da aprovação da Lei da Polícia Judiciária (PJ), que atribui competência exclusiva à PJ para investigar crimes contra a segurança do Estado, o Governo publicou ontem em Boletim Oficial (BO) uma nova versão do regulamento administrativo intitulado “Organização e funcionamento da Polícia Judiciária”. Tanto a Lei, como o novo regulamento administrativo entram em vigor na próxima segunda-feira. O objectivo, segundo um comunicado assinado pelo Conselho Executivo, passa por “dar uma resposta mais rápida no âmbito da salvaguarda da segurança nacional e no combate aos crimes relacionados com o terrorismo e à criminalidade cibernética, bem como aumentar a eficácia global da execução da lei”. Assim, apesar de já se saber que a nova Lei iria contemplar a reestruturação orgânica da PJ através da criação de várias subdivisões afectas a um novo Departamento de Segurança, o regulamento

divulgado ontem revela as áreas de actuação de cada um deles. Recorde-se que o novo diploma prevê criar a Divisão de Informações de Segurança do Estado, a Divisão de Investigação de Crimes Relativos à Segurança do Estado, a Divisão de Apoio Operacional de Segurança do Estado e a Divisão Geral de Assuntos Relativos à Segurança do Estado, bem como a Divisão de Alerta e Investigação de Crimes de Terrorismo e a Divisão de Cibersegurança. De acordo com o novo regulamento administrativo, à Divisão de Informações de Segurança do Estado compete recolher informações e realizar análises estratégicas sobre “os movimentos que prejudiquem a segurança e estabilidade do Estado” e em relação “às forças separatistas, forças hostis e

forças extremistas nacionais e aos respectivos agentes”. Já a Divisão de Apoio Operacional de Segurança do Estado terá a competência de realizar acções de “prevenção e resposta à infiltração, incitação à revolta e subtracção de segredo, bem como proceder à fiscalização e investigação de segurança em relação aos serviços e entidades críticas ou sensíveis”. A mesma divisão terá ainda competência para “assegurar as acções de contra-espionagem em relação a pessoas com alto risco” e ainda actividades de ligação e comunicação com o exterior propícios ao trabalho de defesa da segurança do Estado. Recorde-se que a nova Lei da PJ prevê que trabalhadores efectivos do organismo fiquem isentos de ver a sua nomeação publicada BO, para

À Divisão de Informações de Segurança do Estado compete recolher informações e realizar análises estratégicas sobre “os movimentos que prejudiquem a segurança e estabilidade do Estado”

os casos em que há razões de segurança do pessoal ou de necessidade de desempenho de funções especiais. Segundo o Governo, o objectivo é “proteger (…) a segurança pessoal dos trabalhadores que se encontram a desempenhar funções secretas”, no âmbito da defesa da segurança do Estado, luta contra o terrorismo, combate ao crime organizado e relacionado com estupefacientes. O objectivo inicial da revisão da lei passou por dotar a PJ das ferramentas necessárias para “fazer face à tendente complexidade da segurança nacional”, consta na nota justificativa divulgada na altura da apresentação da proposta de alteração da lei da PJ.

FOCO NA CARREIRA

Também ontem, o Governo publicou em BO o novo Regulamento Administrativo intitulado “Recrutamento, selecção e formação do pessoal das carreiras especiais da Polícia Judiciária” para articular com a Lei das carreiras especiais da PJ, que introduz legislação afecta às

novas carreiras especiais de técnico superior de ciências forenses e de técnico de ciências forenses. Com o objectivo de garantir que “o pessoal na área das ciências forenses esteja na posse das melhores capacidades profissionais exigidas”, o novo regulamento estabelece disposições complementares sobre o regime de júri, métodos de selecção a adoptar em concursos de

admissão, realização de estágios e a configuração das disciplinas e cursos para efeitos de acesso às profissões. Também neste caso, tanto a lei como o novo regulamento administrativo entram em vigor na próxima segunda-feira. Pedro Arede

pedro.arede.hojemacau@gmail.com

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AUTO-SILOS NG KUOK CHEONG EXIGE CALENDÁRIO PARA NORMAS SOBRE QUALIDADE DO AR Anúncio

Faz-se saber que, em relação ao concurso público para a «Concepção, construção, operação e manutenção das instalações provisórias de tratamento de águas residuais, junto ao Terminal Marítimo do Porto Exterior», publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 39, II Série, de 23 de Setembro de 2020, a entidade que realiza o processo do concurso já prestou esclarecimentos nos termos do ponto 2.2 do programa do concurso, assim como esclarecimentos complementares correspondentes à necessidade real, integrando-os no processo do concurso. Os esclarecimentos, bem como os esclarecimentos complementares acima referidos encontram-se disponíveis para consulta durante o horário de expediente na sede da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental, sita na Estrada de D. Maria II, n.os 32-36, Edifício CEM, 1.º andar, Macau. Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental, aos 30 de Setembro de 2020. O Director, Tam Vai Man

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deputado Ng Kuok Cheong interpelou o Governo sobre a qualidade do ar nos parques de estacionamento públicos, questionando quando estará terminado um estudo já prometido pela Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) sobre a criação de indicadores e normas a implementar nestes locais. Ng Kuok Cheong deseja saber se o estudo já está concluído e como serão definidos os indicadores da qualidade do ar nos parques de estacionamento. O deputado pede também que sejam definidas instruções a serem adoptadas pelas empresas gestoras destes parques, questionando se os indicadores serão também aplicados

nos parques de estacionamento privados. “Vai a DSPA cooperar com o Instituto da Habitação e outros departamentos relevantes, bem como com o sector imobiliário, para que haja uma aplicação gradual destas normas nos parques de estacionamento privados?”, questionou na sua interpelação. Numa anterior resposta ao deputado Ng Kuok Cheong, Lam Hin San, director dos Serviços para osAssuntos de Tráfego (DSAT), indicou que serão emitidas “exigências concretas” às entidades de gestão e exploração dos parques de estacionamento públicos relativamente ao controlo da qualidade do ar, mediante instruções que vão ser elaboradas pela DSPA.


política 5

DSAL PLANO DO GOVERNO GARANTE MILHARES DE EMPREGOS A RESIDENTES

SOFIA MARGARIDA MOTA

quarta-feira 7.10.2020

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Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) avançou ontem que o plano de apoio ao emprego garantiu a contratação de pelo menos 2.609 residentes. A DSAL sublinhou que dá prioridade à contratação de locais, num ano em que o território perdeu quase 14 mil trabalhadores não residentes. De Fevereiro a 18 de Setembro, “a DSAL encaminhou 13.302 pessoas para entrevistas, 2.609 foram contratadas com sucesso”. Por outro lado, “realizou um total de 25 sessões de emparelhamento profissional destinadas aos trabalhadores de diferentes sectores (…), das quais 610 foram contratadas com sucesso através do emparelhamento”, acrescentou a mesma entidade. A DSAL sublinhou a ajuda a recém-licenciados para encontrarem emprego, directamente, ou para iniciarem estágio subsidiado. Outra das apostas da DSAL centra-se na realização de formações subsidiadas: um dos planos de aperfeiçoamento arrancou em Setembro, outro orientado para a empregabilidade, este mês, e que envolve 1.623 pessoas. Na primeira fase foram organizadas 96 turmas de formação. “Neste momento, todos os cursos já foram concluídos e contaram com a participação de 1.721 cidadãos, tendo 1.550 concluído o curso. A DSAL fez o encaminhamento de 914 deles, dos quais 567 foram contratados”, indicou. A DSAL sublinhou que “está sempre atenta à situação do mercado de trabalho e faz ajustamentos no momento oportuno, assegurando, em primeiro lugar, a prioridade no acesso e na continuidade do emprego dos residentes”, indicando que, até final de Agosto, registou-se uma diminuição de 13.827 trabalhadores não-residentes, em comparação com aqueles contabilizados em 31 de Dezembro de 2019. A.S.S.

Cloee Chao, presidente da Associação de Direitos dos Trabalhadores de Jogo “Depois de o Chefe do Executivo ter divulgado que vai estudar se continua ou não com o programa, os trabalhadores ficaram nervosos.”

CHEQUE PECUNIÁRIO APOIO TORNOU-SE “SUBSÍDIO DE SUBSISTÊNCIA”, DIZ CLOEE CHAO

Como pão para a boca Cloee Chao defende que os trabalhadores do sector do jogo precisam do plano de comparticipação de pecuniária por motivos de subsistência, numa altura em que a economia está em baixo. Já Agnes Lam sugeriu que o valor do cheque esteja associado às receitas do Governo e se apoiem as famílias desfavorecidas

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presidente da Associação de Direitos dos Trabalhadores de Jogo, entregou ontem uma carta ao Chefe do Executivo a pedir a continuidade do plano de comparticipação pecuniária. Cloee Chao reconheceu que no passado muitos residentes usufruíram do apoio para viajar ou fazer compras, mas que actualmente o cheque representa um “subsídio de subsistência”. Ho Iat Seng anunciou recentemente que o Governo está a estudar o plano de comparticipação pecuniária para 2021, deixando em aberto a sua continuidade nos moldes actuais. “Depois de o Chefe do Executivo ter divulgado que vai estudar se continua ou não com o programa, os trabalhadores ficaram nervosos”, descreveu. A dirigente associativa indicou que os membros da associação não são trabalhadores ricos e estão contra o fim dos

cheques pecuniários, sobretudo numa época em que a economia está mal. Além disso, Cloee Chao indicou que mesmo sem despedimento de trabalhadores de empresas do jogo, é preciso ter em consideração os casos de subemprego. “Por exemplo, muitos croupiers estão com licença a receber metade do vencimento. Se nesta altura não houvesse cheques pecuniários, uma família com quatro pessoas perdia 40 mil patacas”, exemplificou.

REPENSAR O PLANO

Agnes Lam considera que devido à posição pouco clara do Governo no passado sobre a comparticipação pecuniária, pode ser difícil não dar este apoio no próximo ano, noticiou o jornal Cidadão. No entender da deputada, se o Governo cancelar o plano vai enfrentar grande oposição, devendo prestar atenção às repercussões na opinião pública.

Adeputada indicou que o cheque tem sido considerado como um rendimento anual para as classes baixas. Já as pessoas com um rendimento

HORAS DE TRABALHO

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looe Chao apelou ao lançamento de mais uma fase de cartão do consumo. A presidente da Associação de Direitos dos Trabalhadores de Jogo defendeu a medida para aliviar o subemprego que começou em Março. Além disso, quer que empregos como seguranças e trabalhadores de limpeza – que diz terem salário mais altos – sejam cedidos a residentes. A presidente criticou que os Trabalhadores Não Residentes (TNR) só possam trabalhar a tempo inteiro, enquanto os trabalhadores locais de vários departamentos de empresas do jogo viram os seus horários reduzidos a tempo parcial durante a pandemia.

estável podem ficar descontentes, mas não seriam afectadas do mesmo modo caso se decidisse o cancelamento do apoio. No entanto, defendeu que o plano de comparticipação deve ser repensado. Agnes Lam sugere que o dinheiro seja dado em função das receitas do Governo, e que seja assegurado o apoio das famílias desfavorecidas. De acordo com o jornal Cidadão, a deputada frisou ainda que o plano deve ser redefinido antes de ser divulgado ao público. Por outro lado, Agnes Lam argumentou que o Executivo pode manter as despesas que ajudam a impulsionar a economia e assegurar postos de emprego, podendo fazer primeiro cortes em gastos não essenciais, como banquetes e visitas governamentais, bem como oferta de lembranças. Salomé Fernandes com Nunu Wu info@hojemacau.com.mo


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7.10.2020 quarta-feira

DSEJ PLATAFORMA SOBRE A GRANDE BAÍA CUSTOU 85 MIL PATACAS

Sem dar nas vistas Em resposta enviada ao HM, a DSEJ revelou que a plataforma de promoção da Grande Baía dirigida aos jovens de Macau custou 85 mil patacas e desde o seu lançamento recebeu apenas 3.500 visualizações. As contas de Facebook e Instagram continuam com pouca adesão, e o lançamento da conta no WeChat deve acontecer ainda este mês

de situação sobre a plataforma, por ocasião da terceira sessão plenária do Conselho de Juventude. Nesse mesmo dia o grupo de Facebook “Falar detalhadamente a Grande Baía” somava 20 “gostos” e 21 seguidores. As cinco publicações na página inicial não tinham qualquer “gosto” ou comentário. Já no Instagram, a conta “Bay Chit Chat” tinha apenas 12 seguidores, com três “gostos” atribuídos pela mesma pessoa. À data de ontem, apesar de ser notório o aumento de publicações e seguidores nas redes sociais, os números continuam a parecer pouco auspiciosos. A conta de Facebook afecta à plataforma de promoção da Grande Baía contava ontem com 46 “gostos” (mais 26) e 51 seguidores (mais 30), com as publicações mais populares a conseguirem obter até quatro “gostos” ou partilhas, incluindo de funcionários da própria DSEJ.

Portas do Cerco Suspeita de contrabando

Os residentes das Portas do Cerco apresentaram várias queixas junto das autoridades por suspeitarem que naquela zona estão a decorrer várias operações de contrabando. Segundo um artigo publicado no jornal Ou Mun, em frente do Edifício Choi Hong Un e do edifício Kong Nam há sempre uma grande concentração de pessoas com sacos cheios de bens, que os moradores suspeitam terem sido trazidos para Macau de forma ilegal, de forma a contornar a inspecção alfandegária. O caso foi confirmado ao Ou Mun por Leong Si Long, membro do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Norte, que admitiu ter igualmente recebido várias queixas. Segundo Leong, há uma grande movimentação de camiões naquela zona que faz mesmo com que se gerem engarrafamentos. Por estes motivos, o membro do conselho consultivo apelou às autoridades para que investiguem a situação.

A conta de Facebook (…) contava ontem com 46 “gostos” (mais 26) e 51 seguidores (mais 30), com as publicações mais populares a conseguirem obter até quatro “gostos” ou partilhas

IAS Negada relação com cancelar de subsídios

O Instituto de Acção Social (IAS) nega ter qualquer ligação às chamadas recebidas por vários cidadãos sobre o cancelamento dos subsídios recebidos. As chamadas eram feitas em mandarim e segundo as queixas, os indivíduos eram contactados para fazer certos procedimentos, que se suspeita poderem envolver fraudes, de forma a supostamente voltarem a receber os subsídios cancelados. “Vem o IAS esclarecer que tal facto [de cancelamento e subsídios] não corresponde à verdade e que o referido incidente foi já participado à Polícia Judiciária”, afirmou ontem a instituição em comunicado. O IAS apelou também aos cidadãos que recebam chamadas desta natureza para entrarem imediatamente em contacto com as autoridades e que tenham cuidado para “não serem enganados”.

Já o Instagram contava ontem com 25 seguidores (mais 13), continuando a existir publicações sem qualquer interacção e vídeos com menos de 10 visualizações.

PROMOVER A INTEGRAÇÃO

A

elaboração da “Plataforma de Informação para Jovens da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”, que entrou oficialmente em funcionamento a 26 de Dezembro de 2019, custou 85 mil patacas, revelou a Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) em resposta enviada ao HM.

De acordo com a DSEJ, a plataforma em questão, que pretende dar a conhecer as oportunidades da Grande Baía aos jovens de Macau e que inclui também contas públicas no Facebook e Instagram, foi elaborada durante o segundo semestre de 2019 e conta até hoje com 3.500 visualizações. Na mesma resposta, a DSEJ revelou ainda que, tendo em vista

Wong Kin tomou ontem posse como adjunto do comandante-geral dos Serviços de Polícia Unitários (SPU), numa cerimónia que contou com a presença de Leong Man Cheong, o comandante-geral. Na ocasião, Leong elogiou o trabalho de Wong Kin e apontou que com a nova Lei da Protecção Civil “vai haver um alargamento no âmbito das actividades de protecção

civil” e que vão continuar a ser enfrentados “grandes desafios”. O comandante-geral recordou também a experiência do novo adjunto na área da protecção civil e declarou “depositar inteira confiança” nas suas capacidades. Wong Kin ingressou no Corpo de Bombeiros em 1997. Possui a licenciatura em Engenharia de Protecção e Segurança na especialidade

de Sapadores Bombeiros e mestrado em Administração Pública. Entre 1997 e 2018 desempenhou cargos como de chefe da Divisão do Aeroporto, director da Escola de Bombeiros, chefe do Departamento Operacional das Ilhas e Segundo-comandante do Corpo de Bombeiros. Desde Abril de 2018 que era assessor do Gabinete do Comandante-geral dos SPU.

Imobiliário Número de transacções a crescer

Pedro Arede e João Luz info@hojemacau.com.mo

RÓMULO SANTOS

SPU Wong Kin novo comandante-geral adjunto

a disseminação da informação entre os jovens, desde Setembro, “iria proceder à optimização da plataforma”, com o objectivo de chegar a mais utilizadores. Já sobre o lançamento da conta pública da plataforma na aplicação WeChat, a DSEJ aponta que a mesma será lançada neste mês de Outubro. Recorde-se que no passado dia 24 de Setembro foi feito o ponto

Segundo apontou a DSEJ no final de Setembro, a “Plataforma de Informação para Jovens da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau” tem como objectivo dar a conhecer “a vida quotidiana, emprego, empreendedorismo e políticas importantes, entre outros conteúdos, de modo a promover, ainda mais, o conhecimento e a integração dos jovens na Grande Baía”.

O número de transacções do imobiliário aumentou 48,1 por cento na primeira metade de Setembro face ao mesmo período do mês anterior. Segundo as estatísticas da Direcção de Serviços de Finanças (DSF), na primeira metade de Agosto tinham sido transaccionadas 212 casas, um número que subiu para 314 transacções na primeira metade de Setembro. Também o preço por metro quadrado aumentou de 99.623 patacas para 100.220 patacas por metro quadrado. Em Setembro o maior número de transacções ocorreu na Península com 227 negócios, face às 164 transacções em Agosto. Contudo, o preço por metro quadrado na Península teve uma queda de 97.772 patacas para 96.393 patacas.


sociedade 7

quarta-feira 7.10.2020

JUSTIÇA TSI DÁ RAZÃO AO GOVERNO EM CASO DE PERDA DE RESIDÊNCIA

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ÁLCOOL PROIBIÇÃO DE CONSUMO A MENORES DE 18 ANOS EM CONSULTA

Garganta seca

O documento de consulta pública sobre prevenção e consumo de bebidas alcoólicas indica que em caso de infracção, com vendas a menores, os estabelecimentos podem ser proibidos de vender álcool durante dois anos

O

Governo propõe que a idade mínima para a compra e o consumo de álcool seja estabelecida nos 18 anos. É este o principal aspecto do documento de consulta pública elaborado pelos Serviços de Saúde, que visa criar a nova Lei de Prevenção e Controlo do Consumo de Bebidas Alcoólicas por Menores. Segundo a visão do Executivo, existe “na comunidade uma ampla solicitação para restringir o consumo de bebidas alcoólicas por menores através da Lei”, o que faz com que o objectivo para implementar a redução aposte em três vertentes: a definição de uma idade mínima para “comprar ou obter bebidas”, limitar a “disponibilidade entre os menores” e alterar a publicidade para reduzir os incentivos ao consumo. As pessoas com menos de 18 anos deixam de poder vender ou disponibilizar bebidas alcoólicas, ou seja todas as que têm uma percentagem de álcool superior a 1,2 por cento. Quando houver dúvidas face à idade do comprador, os vendedores estão autorizados a pedir um documento de identificação.

Por outro lado, o Governo propõe que se deixe de vender álcool em vários locais, como as unidades prestadoras de cuidados de saúde, máquinas automáticas e sítios destinados a menores, como escolas, creches e jardins-de-infância. Outro aspecto que vai sofrer alterações, é a publicidade à venda de álcool, onde vai ter de constar a mensagem “Consumir Álcool em Excesso Prejudica a Saúde”, em português, inglês e chinês.

SSM FISCALIZAM

À imagem do que acontece com a lei que regula o consumo e a venda de tabaco, também os Serviços de Saúde de Macau vão ser a entidade fiscalizadora de eventuais abusos. Quando se verificar que a legislação não foi cumprida, o Governo propõe a aplicação de multas, além da apreensão do produto cuja venda foi ilegal. Os montantes propostos

A consulta pública sobre esta lei está a decorrer desde ontem e vai prologar-se até 4 de Dezembro

para punir os infractores não são ainda conhecidos. Em cima da mesa, está também a proibição de venda de bebidas alcoólicas por dois anos, caso se prove que um estabelecimento infringiu a lei. Segundo os dados apresentados no documento de consulta pública, no ano escolar de 2017/2018, 82 por cento dos alunos do secundário afirmou já ter consumido bebidas alcoólicas. Entre estes, cerca de um terço disse ter tido o primeiro contacto com a bebida antes dos 13 anos, ou seja 27,8 por cento das pessoas ouvidas. A aquisição de bebidas pelos estudantes foi feita principalmente em restaurantes, bares, karaokes (35,8 por cento), lojas (34,2 por cento) ou com a família (22,1 por cento). Apesar destes dados, o documento não apresenta números sobre o impacto da proibição para locais de venda de bebida, nem em termos de emprego. A consulta pública sobre esta lei está a decorrer desde ontem e vai prolongar-se até 4 de Dezembro. João Santos Filipe

joaof@hojemacau.com.mo

Tribunal de Segunda Instância (TSI) deu razão ao Governo num caso de perda de residência. Tudo começou em Março de 2008, quando a requerente recebeu a residência temporária na qualidade de cônjuge, que foi depois renovada em Março de 2014. Aquando do segundo pedido de renovação, verificou-se que o cônjuge da requerente não tinha cumprido plenamente as obrigações tributárias, além de ter ficado sem trabalho. O então secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, proferiu um despacho, em Dezembro de 2016, que rejeitou o pedido de renovação. Como consequência desse acto, a Direcção dos Serviços de Identificação (DSI) cancelou o bilhete de identidade de residente não permanente da requerente. Esta apresentou recurso hierárquico junto da secretária para a Administração e Justiça, à data Sónia Chan, mas esta manteve a decisão da DSI. A requerente apresentou então recurso junto do TSI, mas o tribunal entendeu que “o residente temporário na RAEM não passa a residente permanente pelo mero decurso do tempo, sendo necessário um acto administrativo expresso que verifique as condições de que depende o estatuto de residente permanente, designadamente, a residência

habitual em Macau durante sete anos consecutivos”. No entanto, “o cônjuge de A [requerente], ao não cumprir plenamente o dever fiscal e ao não corrigir o respectivo erro depois de ser notificado, deixou de ter fundamento para requerer a renovação da autorização de residência temporária (extinção da relação laboral), e não cumpriu o dever de comunicação”. Além disso, “com o indeferimento do pedido de renovação, caducaram a autorização de residência temporária da recorrente e o seu estatuto de residente não permanente (com efeito retroactivo até 27 de Março de 2014), pelo que a estadia da recorrente posterior à referida data não pode ser contabilizada nos sete anos consecutivos de residência habitual em Macau”.

COVID-19 PANDEMIA AFECTOU CURSO DE TRADUÇÃO DO IPL

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pandemia de covid-19 limitou o desenvolvimento de projectos e as relações institucionais entre Portugal e a China, com impacto no intercâmbio de estudantes e no desenvolvimento de projectos e infra-estruturas. O presidente do Instituto Politécnico de Leiria (IPL), Rui Pedrosa, destacou à Lusa o impacto que a pandemia teve no instituto, em particular no curso de Tradução e Interpretação Português/Chinês – Chinês/Português (TIPC/ TICP), que através de protocolos de cooperação permite que estudantes portugueses estudem na China ou em Macau, no Instituto Politécnico de Macau (IPM). “Tivemos algumas condicionantes. Desde logo, antes da fase da pandemia chegar à Europa e a Portugal já nós estávamos em articulação, no início do ano, com os nossos estudantes que estavam particularmente em Pequim e também em Macau”, disse à Lusa, acrescentando que os estudantes do IPL regressaram a Portugal

“mais ou menos de imediato”. “De facto, a grande diferença da nossa licenciatura, que é de quatro anos e que tem períodos de imersão não só do ponto de vista técnico e científico, mas também cultural na China, em Pequim e Macau, está limitada neste semestre”, afirmou o presidente do Politécnico de Leiria. Devido às restrições e incerteza impostas, os estudantes do instituto não estarão em Macau ou Pequim, mas irão assistir, à distância, às aulas aí leccionadas. “A relação que temos também com o Politécnico de Macau neste semestre ainda não está 100 por cento fechada. Mas a ideia que temos agora é, em articulação com o Politécnico [de Macau], ter uma turma a funcionar presencialmente cá e uma turma à distância que estaria em Macau”, esclareceu. Sobre a presença de alunos de Pequim ou Macau nas instalações do Politécnico de Leiria, Rui Pedrosa assinalou que é uma situação que “tem vindo a evoluir”.


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O D2 Jazz Festival arranca esta sexta-feira, uma iniciativa da discoteca da Doca dos Pescadores com produção e programação dos None Of Your Business. Bandas como os The Bridge, Yaya Quintet, Mars Lee Trio feat. Hon Chong Chan e The Hot Dog Express tocam num local onde habitam, por norma, os sons da música electrónica

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S TA sexta-feira e sábado, dias 9 e 10, vão ouvir-se sons de jazz num local bastante improvável para tal acontecer: a discoteca D2. Numa altura de pandemia em que os turistas e clientes escasseiam, os proprietários do espaço nocturno pretendem apostar em noites alternativas, tendo assim surgido o D2 Jazz Festival. A produ-

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Outras mú JAZZ D2 FESTIVAL ARRANCA ESTE FIM-DE-SEMANA COM QUATRO BANDAS LOCAIS

ção e programação está a cargo dos NOYB - None Of Your Business. O festival promete proporcionar “um fim de semana de concertos marcados pelo jazz feito em Macau, com interpretações que vão dos clássicos do género às composições mais contemporâneas”, sempre com o objectivo de “celebrar o género musical nas suas diversas expressões”, lê-se num comunicado.

Óbito Actor Thomas Jefferson Byrd assassinado em Atlanta O actor Thomas Jefferson Byrd foi assassinado no passado sábado em Atlanta, de acordo com o realizador Spike Lee. Contava 70 anos. Byrd era um dos actores prediletos de Spike Lee, trabalhando com o realizador em filmes como “Clockers”, “Get on the Bus”, “Bamboozled” e “Red Hook Summer”. Ao longo da sua carreira, Byrd também participou em algumas peças de teatro, tendo sido nomeado para um prémio Tony de Melhor Actor, em 2003, pela sua participação em “Ma Rainey’s Black Bottom”. De acordo com o website TMZ, o actor foi encontrado morto pelas autoridades, com vários ferimentos de balas nas costas. O caso já se encontra a ser investigado.

Ao HM, Manuel Correia da Silva, ligado aos NOYB, contou que esta é a oportunidade de levar o jazz a outros palcos do território. “É um desafio interessante ter a oportunidade de o espaço do D2 se abrir a este tipo de diversificação de oferta cultural e de entretenimento. Isso permite também que se aumente a oferta de espaços em que o jazz se apresenta à cidade.”Macau é um território há

muito familiarizado com este género musical, mas esta é a primeira vez em que este se apresenta ao seu público numa sala com outras dimensões. “O jazz tem estado presente em Macau há muitos anos, mas limitado a espaços muito específicos, e este é mais um espaço que se torna amigo do jazz, de alguma maneira. Para nós é a continuação de uma parceria, mas com um conteúdo diferente

Património Festa em São Lázaro no fim do mês No fim de semana de 31 de Outubro e 1 de Novembro, o espaço em frente à calçada da Igreja de São Lázaro vai acolher uma festa que pretende dar a conhecer a “Lei de Salvaguarda do Património Cultural”, comunicou o Instituto Cultural. As actividades decorrem entre as 12h00 e as 18h00, e o programa inclui actuações em palco, palestras e expositores sobre o tema, bem como o reforço de consciência sobre a segurança

dos edifícios patrimoniais contra incêndios. Para além disso, vai existir no local uma zona dedicada a uma experiência interactiva e workshops de temas diferentes, como arqueologia e fotografia. O “Workshop de experimentação da parede de chunambo”, que pretende aumentar a percepção do público sobre trabalhos de recuperação, decorre dia 31 de Outubro, entre as 15h00 e as 17h00. As inscrições estão abertas entre amanhã e dia 26.

que é também inovador”, defendeu Manuel Correia da Silva. O responsável da NOYB assegura que o D2 Jazz Festival acaba por ser “um bom resultado da crise gerada pela covid”, uma vez que existe a “necessidade de conseguir diversificar a oferta, uma vez que estão muito limitados, e há um tipo de clientes habituais que neste momento não estão em Macau”. Do outro lado, estão os músicos e


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o público poderá dançar ao som do DJ Herbie Bangkok a.k.a. A Long. No sábado, dia 10, é a vez de se ouvirem as sonoridades de Mars Lee Trio feat. Hon Chong Chan. Mars Lee é guitarrista e fundador da Associação de Promoção de Jazz de Macau. Hon Chong Chan formou-se na The Collective School of Music de Nova York e na Beijing Contemporary Music Academy, tendo estudado guitarra e jazz com alguns dos grandes mestres enquanto adquiria experiência em apresentações internacionais. O músico tocou em Pequim, Guangzhou, Zhuhai e Nova Iorque. Mais perto de casa, apresentou-se no Festival Internacional de Música de Macau, na Semana de Jazz de Macau, no Festival de Jazz de Guangzhou e no Festival de Jazz de Shenzhen. Para este concerto, o Hon Chong Chan vai apresentar não só alguns dos temas mais conhecidos do jazz como originais estreados no Festival Internacional de Música de Macau.

úsicas bandas ávidos por tocar em público. “Neste momento nós e muitas outras associações temos de nos virar para as bandas locais e conseguir o máximo de oportunidades. Isso tem trazido uma dinâmica interessante à cidade”, disse Manuel Correia da Silva.

THE BRIDGE E COMPANHIA

O D2 Jazz Festival abre portas esta sexta-feira com os The Bridge, uma

banda bastante conhecida no território criada em 1989 pelos músicos Phil Reaves e José Chan. Para este festival, o grupo faz-se acompanhar da voz de Yaya, que também actua com o Yaya Quintet. A cantora Yaya tem mais de 10 anos de experiência de palco e fez parte da banda local Black Sheep durante sete anos. Além de interpretar clássicos do Jazz, Yaya

Gastronomia Festival gera negócio de 9 milhões

O volume de transacções gerado durante o Festival Internacional e Cultural de Gastronomia, que teve lugar na Doca dos Pescadores, ascendeu a cerca de 9 milhões de patacas. De acordo com o jornal Ou Mun, Yip Wing Fat, da comissão organizadora do evento, afirmou que o valor representa cerca de 80 por cento do volume de transacções alvançadas no ano passado (10 milhões de patacas). Em jeito de balanço, o mesmo responsável afirmou que o 11.º Festival Internacional e Cultural de Gastronomia recebeu, no total dos 10 dias em que abriu ao público, 160 mil visitantes, com uma média de 20 mil visitantes entre os dias 1 e 4 de Outubro. No ano passado o festival recebeu 210 mil visitantes, tendo Yip Wing Fat indicado ainda que, na edição deste ano, houve mais residentes locais, sobretudo famílias.

compõe ainda os seus originais tendo sido seleccionada para integrar o projecto “iBand Macau” - uma compilação de temas de bandas independentes, lançada desde 2009. Para o D2 Jazz Festival Yaya faz-se acompanhar do seu quinteto de músicos de diferentes géneros garantindo dar uma nova roupagem aos clássicos do jazz que vai interpretar. Depois das sonoridades jazz

“É um desafio interessante ter a oportunidade de o espaço do D2 se abrir a este tipo de diversificação de oferta cultural e de entretenimento. Isso permite também que se aumente a oferta de espaços em que o jazz se apresenta à cidade.” MANUEL CORREIA DA SILVA NOYB

Os Hot Dog Express actuam também no sábado e deverão apresentar o jazz numa na sua versão electrónica contemporânea. A banda local é composta por músicos provenientes de Macau, Austrália, Canadá e Filipinas e traz a palco o resultado das suas diferentes origens e influências. O festival encerra com um DJ Set de Herbie Bangkok a.k.a. A Long. Os bilhetes custam 180 patacas e dão direito a duas bebidas. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

Belas Artes Mais de 190 obras no Antigo Tribunal

É inaugurada amanhã no edifício do Antigo Tribunal a “Exposição de Obras dos Membros da Associação dos Artistas de Belas Artes de Macau 2020”, pelas 18h30. De acordo com uma nota do Instituto Cultural, a mostra apresenta cerca de 190 obras, passando por temas diferentes e com recurso a meios de expressão tanto chineses como ocidentais, incluindo pintura chinesa tradicional, caligrafia, aguarela, óleo, desenho digital, bem como obras tridimensionais.

TAIPA VILLAGE MACAU COMO CENÁRIO DE UMA DISTOPIA IMAGINADA POR RICARDO LIMA

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hoje inaugurada no Taipa Village Art Space a exposição “MO2049”, que apresenta ilustrações digitais com um olhar futurista sobre Macau. O artista conceptual e ilustrador Ricardo Lima inspirou-se em mundos criados por filmes de ficção científica como Blade Runner, Ghost in the Shell e Dredd para esta exposição. Apesar de nunca ter visitado Macau, Ricardo Lima desenvolveu este projecto pessoal em que usa o território “como cenário para um filme visto pela lente de uma distopia”, descreveu o curador em comunicado. João Ó, também presidente da Taipa Village Cultural Association, explica que cada trabalho do artista sobrepõe duas imagens diferentes, impressas com um dispositivo óptico que separa a luz nas cores que a constituem, criando assim um espectro policromático. “Este meio realça a visão futurista e anima o ambiente captado com um sentido de mudança e dinamismo”, descreve. A relação entre megacidades e a natureza é central à narrativa de ficção científica do artista, que explora o ambiente da área portuária, vestígios do passado e mercados, entre outros. Neste vislumbre de um futuro próximo, Macau é apresentada como uma megacidade, semelhante a Nova Iorque ou Hong Kong, globalizada, dominada pela infraestrutura urbana e inundada com água. Elementos culturais e turísticos hoje conhecidos marcam presença nesta representação, mas num formato diferente. “As Ruínas de São Paulo são reduzidas a um holograma frívolo e o fundo para um mercado nocturno a céu aberto. O único rasto da memória colonial que perdura é a venda de pastéis de nata numa taverna flutuante”, diz a nota. A inauguração decorre hoje às 18h30, e a exposição fica patente até ao dia 8 de Janeiro. Pode ser visitada entre as 12h00 e as 20h00. S.F.


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ANÚNCIO DO CONCURSO DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE TURISMO ANÚNCIO Faz público que, de acordo com o Despacho de 23 de Setembro de 2020 da Ex.ma Senhora Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, encontra se aberto, pelo Fundo de Turismo, o concurso público de “N.o 3/CON/DTNE/2020 – Concurso Público – Serviços de coordenação e produção das cerimónias para o 5.º Festival Internacional de Cinema e Cerimónia de Entrega de Prémios • Macau”. Desde a data da publicação do presente anúncio, nos dias úteis e durante o horário normal de expediente, os interessados podem examinar o Processo do Concurso na Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 335-341, Edifício “Hotline”, 12.o andar, e ser levantadas cópias, incluindo o Programa do Concurso, o Caderno de Encargos, os anexos e demais documentos suplementares, mediante o pagamento de duzentas patacas (MOP200,00); ou ainda consultar o website da Direcção dos Serviços de Turismo: http://industry.macaotourism.gov.mo, na área de Informação relativa às aquisições e fazer “download” do mesmo. A Sessão de esclarecimento será realizada na sala de reunião da Direcção dos Serviços de Turismo, sito em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 335-341, Edifício “Hotline”, 14.o andar pelas 15:00 horas do dia 6 de Outubro de 2020. Os pedidos de esclarecimento devem ser feitos por escrita e apresentados até ao dia 9 de Outubro de 2020 pelas 17:45 na área dos Avisos Públicos do website da Indústria Turística de Macau (http://industry.macaotourism.gov.mo), na área de Informação relativa às aquisições, as respectivas respostas também serão publicadas no mesmo website. O limite máximo do valor global da prestação de serviços é de MOP2.500.000,00 (dois milhões e quinhentas mil patacas). Critérios de adjudicação e factores de ponderação: Critérios de adjudicação Preço Concepção da programação e produção: - Design do tema dos locais para a cerimónia de abertura, cerimónia de encerramento e entrega de prémios (formato “On-line” em transmissão directa ou em diferido); - Design do tema das ceremónias (cerimónia de abertura e passadeira vermelha, actuação de abertura, cerimónia de encerramento e entrega de prémios em formato “On-line” em transmissão directa ou em diferido), e design da programação com os respectivos efeitos finais em desenhos; - Plano da equipa profissional e respectiva distribuição dos trabalhos para a execução dos serviços a prestar. Maior garantia de segurança e eficiência na prestação do serviço: - Informações sobre os equipamentos a serem utilizados; - Desenhos e design de localização dos respectivos equipamentos e decorações (desenhos e plantas de localização); - Plano de produção dos materiais de decoração; - Plano de montagem e desmontagem. Experiência do concorrente

Factores de ponderação 20%

44%

20% 16%

Os concorrentes deverão apresentar as propostas na Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 335-341, Edifício “Hotline”, 12.o andar, durante o horário normal de expediente e até às 13:00 horas do dia 20 de Outubro de 2020, devendo as mesmas ser redigidas numa das línguas oficiais da RAEM, prestar a caução provisória de MOP50.000,00 (cinquenta mil patacas), mediante: 1) depósito em numerário à ordem do Fundo de Turismo no Banco Nacional Ultramarino de Macau 2) garantia bancária 3) depósito nesta Direcção dos Serviços em numerário, em ordem de caixa ou em cheque visado, emitidos à ordem do Fundo de Turismo 4) por transferência bancária na conta do Fundo do Turismo do Banco Nacional Ultramarino de Macau. O acto público do concurso será realizado na sala de reunião da Direcção dos Serviços de Turismo, sito em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 335-341, Edifício “Hotline”, 14.o andar pelas 10:00 horas do dia 21 de Outubro de 2020. Os representantes legais dos concorrentes deverão estar presentes no acto público de abertura das propostas para efeitos de apresentação de eventuais reclamações e/ou para esclarecimento de eventuais dúvidas dos documentos apresentados a concurso, nos termos do artigo 27.o do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho. Os representantes legais dos concorrentes poderão fazer-se representar por procurador devendo, neste caso, o procurador apresentar procuração notarial conferindo-lhe poderes para o acto público do concurso. Em caso de encerramento destes Serviços por causa de tempestade ou por motivo de força maior, o termo do prazo de entrega das propostas, a data e hora de sessão de esclarecimento e de abertura das propostas serão adiados para o primeiro dia útil imediatamente seguinte, à mesma hora. Direcção dos Serviços de Turismo, aos 25 de Setembro de 2020. O Director, Substituto

Hoi Io Meng


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quarta-feira 7.10.2020

EUA MIKE POMPEO DENUNCIA “ACTIVIDADES DISSIMULADAS” DA CHINA

Região PYONGYANG KIM JONG-UN LANÇA CAMPANHA DE 80 DIAS PARA RELANÇAR ECONOMIA

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dirigente norte-coreano, Kim Jong-un, ordenou uma campanha de 80 dias para relançar a economia, antes de um congresso extraordinário do partido no poder, em Janeiro, foi ontem noticiado. A decisão, anunciada pelos meios de comunicação oficiais, foi tomada durante uma reunião do Partido dos Trabalhadores e surgiu na sequência de inundações recentes e num contexto de pandemia da covid-19, que contribuíram para enfraquecer ainda mais a economia já em crise do isolado país. As campanhas de mobilização de massas, para exigir aos norte-coreanos que façam horas extraordinárias e assumam novas tarefas, são frequentes na Coreia do Norte, antes de grandes

eventos. Em coreano são chamadas de "batalhas", termo usado pela agência de notícias oficial norte-coreana KCNA, de acordo com uma terminologia bélica usada por Pyongyang. Mas, na versão em inglês, a agência usou "campanha", mais diplomático. A participação nestas "batalhas" esgotantes é vigiada e usada como um meio de medir a lealdade da população ao regime. As anteriores foram denunciadas por grupos de defesa dos direitos humanos e para estes trata-se de trabalho forçado. O partido deve apresentar um plano destinado a dinamizar a economia no congresso extraordinário de Janeiro, o primeiro a ser organizado em cinco anos.

DROGA DUTERTE DIZ JÁ TER SUSPEITADO DE HOMICÍDIOS EXTRAJUDICIAIS

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Presidente das Filipinas afirmou que, tal como os seus críticos, também suspeitou da ocorrência de homicídios extrajudiciais durante a campanha antidroga, que causou milhares de mortos no país. Em declarações transmitidas na segunda-feira pela televisão, Rodrigo Duterte disse ter procurado investigar a origem daqueles assassínios e de ter sido informado que muitas vezes os traficantes são abatidos por grupos rivais ou por tentarem fugir com o dinheiro do tráfico. Mais de 5.800 suspeitos foram mortos e 256 mil detidos desde que Duterte chegou ao poder em meados de 2016. Grupos de defesa dos direitos humanos alegaram que muitos homicídios servem para eliminar supostos traficantes. O chefe de Estado e a polícia afirmaram que, na maioria dos casos, os suspeitos são abatidos quando tentam ripostar.

Governos ocidentais pediram uma investigação independente aos homicídios, que continuaram durante a pandemia da covid-19, mas Duterte considerou estes pedidos uma interferência nos assuntos internos do país. Um procurador do Tribunal Penal Internacional examinou as acusações de crimes contra a humanidade em relação aos homicídios durante a campanha antidroga de Duterte, mas ainda não indicou se existem provas suficientes para abrir um inquérito formal. Duterte ordenou ontem a destruição de grandes volumes de droga confiscada ao longo de uma semana, para impedir a venda dos estupefacientes apreendidos por polícias, como aconteceu já em casos passados.

Queixas em Tóquio

O “Quad”, grupo de quatro nações, Estados Unidos, Austrália, Índia e Japão, reuniu-se em Tóquio para abordar questões como a pandemia, a segurança marítima e a cibersegurança. A China esteve no centro das atenções, com o secretário de Estado norte-americano a manifestar preocupações com as actividades do gigante asiático

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secretário de Estado norte-americano denunciou ontem "as actividades dissimuladas" da China, durante um encontro, em Tóquio, com os homólogos australiano, indiano e japonês, para mostrar uma frente unida perante o gigante asiático. Mike Pompeo e a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Marise Payne, manifestaram "preocupações partilhadas sobre as actividades dissimuladas" da China na região do Indo-Pacífico, de acordo com um comunicado do Departamento de Estado norte-americano. A visita de Pompeo ao Japão foi mantida apesar da pandemia da covid-19 e do contágio do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e de parte dos conselheiros da Casa Branca. Devido a esta situação, Pompeo anulou, no último momento, duas escalas, na Coreia do Sul e na Mongólia. Mas a reunião em Tóquio do "Quad", grupo estratégico informal que integra Estados Unidos, Austrália, Índia e Japão, foi mantida na agenda. A deslocação ao Japão é também a primeira de um responsável norte-americano desde a nomeação, em meados do mês passado, do novo primeiro-ministro nipónico, Yoshihide Suga. Suga e Pompeo têm agendada uma reunião durante o dia. "Na primeira declaração depois de assumir as novas funções, Suga descreveu a região livre e aberta do Indo-Pacífico como 'a base a paz e da estabilidade regionais'. "Estou totalmente de acordo", declarou Pompeo. "Acrescentaria apenas que

a pedra angular desta base é a relação americana-japonesa e a segurança e a prosperidade que ela traz aos nossos povos", disse, antes de um encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros nipónico, Toshimitsu Motegi.

China, tal como Abe antes dele. Na segunda-feira, o primeiro-ministro japonês sublinhou a intenção de promover o "Quad", e ao mesmo tempo construir "relações estáveis com os países vizinhos, incluindo a Rússia e a China". Pompeo, Motegi, Payne e o chefe da diplomacia indiana, Subrahmanyam Jaishankar, vão também abordar a pandemia da covid-19, a segurança marítima e a cibersegurança, indicou um diplomata japonês.

Em contrapartida, para Tóquio, trata-se de um exercício de equilíbrio, com Suga preocupado com a PUB

HM • 1ª VEZ • 7-10-20

GRUPO 4

A constituição do "Quad", formado pela primeira vez em 2019, em Nova Iorque, foi fortemente apoiada pelo ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, do qual Suga era um fiel conselheiro. Mas a razão de ser deste grupo parece ser, por enquanto, essencialmente simbólica. Antes de partir para Tóquio, Pompeo afirmou esperar "alguns anúncios importantes" no final destes encontros quadrilaterais, mas precisou que só seriam feitos após o regresso dos ministros aos países e a consulta dos respectivos dirigentes. O objectivo das principais democracias da região é intensificar a cooperação perante uma China cada vez mais poderosa e ambiciosa. Pompeo e a administração Trump opõem-se a Pequim em questões de segurança, de comércio e de tecnologias. As relações de Nova Deli e Camberra com Pequim também conheceram uma forte deterioração nos últimos meses.

ANÚNCIO ***

DESPEJO nº CV2-20-0014-CPE 2º JUIZO CIVEL AUTOR: - SOCIEDADE DE CONSTRUÇÃO E FOMENTO PREDIAL GOLDEN CROWN, S.A.R.L., sociedade comercial com sede na Avenida dos Jardins do Oceano, nº 388, 7º andar A, Taipa, registada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis sob o nº 1135 (SO). RÉU: - CHAN, WAI SAN, de nacionalidade chinesa, e com residência conhecida na Rua da Alfândega, 5º andar F, Edifício Man Hong Mansion, Macau. * Faz-se saber, que no 2º Juízo Cível deste Tribunal correm éditos de 30 (trinta) dias, contados da segunda e última publicação do anúncio, citando o réu CHAN WAI SAN para no prazo de 15 (quinze) dias, posteriores aos dos éditos, contestar, querendo, a ACÇÃO DE DESPEJO acima identificado podendo na contestação deduzir em reconvenção o seu direito a benfeitorias ou a uma indemnização (artigos 930º, nº 2, 671º e 673º do CPC), devendo oferecer logo as provas de que disponha, que resumidamente consiste em que: a) ser decretada a resolução do contrato de arrendamento celebrado em 14 de Maio de 2019, entre a Autora e o Réu relativamente à metade da fracção autónoma do rés-do-chão designada por “FR/C”, para comércio, do prédio denominado “Violet Court; Bauhinia Court e Azalea Court”, sito no n.ºs 6 a 200 da Rua do Jardim e n.ºs 465 a 571 da Avenida dos Jardins do Oceano, na Taipa descrito na Conservatória do Registo Predial de Macau sob o n.º 22788, inscrito na matriz predial urbana sob o n.º 40778, freguesia de Nossa Senhora do Carmo, com fundamento no incumprimento culposo do Réu, decorrente da falta de pagamento das rendas contratualmente vencidas e não pagas desde o mês de Dezembro de 2019 até à data de entrada da presente Petição Inicial; e consequentemente, b) ser o Réu condenado a pagar à Autora, a título de rendas vencidas e não pagas, o montante de HKD47,000.00 (quarenta e sete mil Dólares de Hong Kong) equivalente a MOP$48,410.00 (quarenta e oito mil e quatrocentas e dez Patacas), e bem assim a pagar todas rendas vincendas até à data da resolução judicial do referido contrato de arrendamento e efectiva restituição do Locado à Autora, acrescidas dos juros de mora, vencidos e vincendos, à taxa legal, contados desde a data de vencimento de cada renda mensal até efectivo e integral pagamento, e que na presente data se contabilizam no montante de HKD703.07 (setecentos e três Dólares de Hong Kong e sete cêntimos) equivalente a MOP$724,16 (setecentas e vinte e quatro Patacas e dezasseis avos), podendo a Autora deduzir do referido montante o valor da caução no montante HKD23,500.00 (vinte e três mil e quinhentos Dólares de Hong Kong) equivalente a MOP$24,205.20 (vinte e quatro mil e duzentas e cinco Patacas) constituída pelo Réu a favor da Autora; c) ser o Réu condenado a pagar à Autora a quantia correspondente ao somatório das rendas que lhe seriam devidas desde data da resolução judicial do referido contrato de arrendamento até à data convencionada para o seu termo (i.e. 15 de Maio de 2020), acrescido dos juros de mora à taxa legal em vigor a partir da data de resolução judicial do contrato; d) na eventualidade de a fracção arrendada acima identificada não ser imediatamente restituída à Autora após a declaração judicial de resolução do contrato de arrendamento, ser o Réu condenado a pagar à Autora, a título de indemnização, o montante correspondente ao dobro das rendas vencidas e vincendas desde a data dessa resolução até à data de entrega efectiva da supra mencionada fracção à Autora, nos termos do artigo 1027.º n.º 1 e 2 do Código Civil. Conforme tudo melhor consta do duplicado da petição inicial que neste 2º Juízo Cível se encontra à sua disposição e que poderá ser levantado neste secretaria nas horas normais de expediente, de que a falta da contestação, não implica o reconhecimento dos factos articulados pelo autor e ainda que é obrigatória a constituição de advogado nos termos do artº. 74º do C.P.C.M. *** R.A.E.M., 16 de Setembro de 2020


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Diário de um editor João Paulo Cotrim www.torpor.abysmo.pt

HORTA SECA, LISBOA, QUARTA, 30 SETEMBRO Aumenta com bruteza a lista dos meus mortos, íntimos de aqui longe. Não trouxe cada um, e razões havia, para evitar fazer destas entradas portas de cemitério, obituário constante. Neste ano miserável ficaram por evocar Pierre Guyotat e Rubem Fonseca e Claire Bretcher e Richard Sala e Maria Velho da Costa e Ernesto Cardenal e Juan Marsé. Ponho, em loop, a macieza de Juliette Gréco (19272020) de Bonjour Tristesse, ela que me foi mulher e cidade, promessa e acesso, voz e intensidade. «Tu es mon seul amour/ J'ai trop de faiblesse/ Pour te quitter/ Bonjour tristesse.» O sussurro de bons dias soa a conto de encantar os medos, um nada de conforto, pequeno sol de cada dia. O beijo da tristeza nem sempre morde. E assim trago mortos. Ou nem tanto assim, que estes souberam dar nós no tempo. Quino (1932-2020) foi celebrado com justeza e em vida, raro caso de encontro de talento e popularidade. O seu desenho era rico e claro, mas tal clareza era de mil tons, alguns de profundo negrume. Foi extraordinário cronista do parvo quotidiano. Enfrentou deuses e demónios, escolhendo para maior o dinheiro, o negócio, o capitalismo. Mostrou, como poucos, o rosto da pobreza. E do seu espelho maldito, a riqueza. E da humana miséria, a dos sem sonho. Chicoteou com proverbial bonomia cada um dos poderes, pequenos e grandes. Mistério, para mim, como consegue a mais extrema severidade sem perder a doçura. Tal como faz sínteses visuais onde se esconde grande complexidade. A política e a burocracia eram, mais do que alvos, objectos de fina análise. O bom humorista é cientista social, desenha ao microscópio. Execrava a censura, as milhentas com que ajardinamos as nossas cidades. Não se devia dar bem com o ar dos tempos, e não falo de poluição. A Mafalda esteve sempre por perto, daquele modo de único de ser tão crucial como o oxigénio sem ar de coisa importante. Por cada fase adolescente a bandeira foi um desenho de Quino, mas os ícones caem com facilidade das paredes porosas. O meu amor de sempre, e que de cada vez que me beija faz manhã, nublada, mas manhã, outro não é que o absurdo. Recordo um pequeno homem de chapéu de coco, mala clássica cruzando o viajante com o vendedor ambulante, em frente a um pedaço de linha de caminho-de-ferro esperando de olhar no vazio alinhavado pelo horizonte. Ou aquele, com todos os detalhes de classe

7.10.2020 quarta-feira

o poema sobe com as

Respirar fundo

média, outros dos seus queridos objectos, a sonhar-se no tecto espelhado tal e qual, sono profundo da sobrevivência mediana. (Outro exemplo, algures na página). O essencial sobre o essencial para nosso bel-prazer e não menos inquietação. ESPELHO D’ÁGUA, LISBOA, SEGUNDA, 5 OUTUBRO Associámo-nos à Nova Mymosa para, por estes dias deslassados, marcar regressos lançando, presencialmente e via online, doze livros que deviam ser treze (claro!). No que à abysmo/arranha-céus diz respeito, ficou-nos a faltar «A Grande Dama do Chá» e o Fernando [Sobral], por força de circunstâncias que também afastaram alguns mais. A doença faz-se convidada destas nossas horas, e de mão dada o medo. Antes dos três títulos que aguardavam lançamento em Lisboa desde Fevereiro, o Paulo [José Miranda] fez o favor de uma leitura do meu mínimo «Navalha no olho», que dediquei à Isabel, por todas as razões e mais uma: «Pudera/ o meu dia ser/ uma peça só/ de alegria/ o teu corpo:/ em que parte/ me encontro/ neste relâmpago?» Assinalou o leitor-maior dois «elementos enganadores», no título e no uso das palavras obscenas, pois, segundo ele, não se trata de livro surrealista nem de poesia erótica-satírica. Estou bem capaz de discordar, mas é preciosismo. Uma vez publicado, o gosto do autor deixou de ser chamado, mas agrada-me a classificação do

José Emílio-Nelson: cubista. «Um olhar que se nega a abordar o acto sexual como ideia de realização plena, e o refere de diferentes ângulos num mesmo plano envolvidos.» De qualquer modo, o encontro do corpo e da palavra, das várias peles da língua, brilhando no olhar do Paulo sensibilizaram-me. «Há no livro a devolução do sentido às palavras que banalizamos e do modo como elas agem sobre nós, os corpos. À força de tanto banalizar, os corpos já não reagem às palavras e estas esqueceram-se de si mesmas. Neste sentido, é um livro político, como todos os livros que se debatam com a falência do sentido das palavras e com a falta de acção que isso carrega. O corpo e a palavra estão, e seria realmente assustador se nos dessemos conta disso, a ficar esvaziados de sentido. Assim, foder, subentende-se, não é um exercício espiritual, mas um exercício de salvação. Este livro alerta-nos para esta nossa situação através de um lirismo invejável, ao arrepio do que parecem ser os nossos dias.» «Cálice», do Luís [Carmelo], que na tarde se deu a ler mais duas vezes em verso livre, «Adius», do Vasco [Gato], e «Aaron Klein», do Paulo, foram atravessados nas respectivas alegações pela assombração da relação entre vida e literatura, da impossibilidade de uma sem outra. Em «Cálice», a viagem à memória, e que a usa como meio de transporte, servirá para reconstruir a figura do pai, afinal um lugar. «Desde a Poética de

Aristóteles», afirma Miranda, «que sabemos que a poesia é precisamente este território móvel entre o sonho e a possibilidade, isto é, não um comboio em andamento, mas escrever num comboio em andamento, onde o presente passa depressa e, à medida que a viagem se alonga, o passado se torna mais apetecível. Alguns séculos antes de Aristóteles, Heraclito disse panta rhei, tudo flui, tudo é devir. Com este tudo flui, queria dizer que estamos junto com todas as coisas num tapete de tempo. O tempo leva-nos. Tudo flui. O mundo, o universo é um comboio imparável.» Tenho para mim que «Adius» devia ser lido que nem comédia de enganos, se virmos nisso apenas exercício de destilada ironia. O escritor como personagem parece prometer romance de carácter diarístico mas será atravessado por sucessivos planos, espelhos que o rasgam e baralharão os modos e lugares da escrita. Vasco pôs o narrador a afirmar que Vasco escreve: «não acho que a escrita tenha de obedecer a essa regra de ser a digestão da própria vida. No caso deste livro, foi de facto uma imagem forte que me impeliu, sem nada que a ligasse à minha história de vida». Ao ler para a assembleia as primeiras páginas do livro, em curioso efeito espelhado (ainda ele!), o que nelas se diz ali aconteceu: «A sala permanece em silêncio. A leitura demorou o tempo de trinta, quarenta pessoas se aperceberem que não conviria aplaudir, não conviria agir como se fosse um livro e fosse possível celebrá-lo». E tudo acabou em paroxismo com «Aaron Klein». Com agudeza, escreveu a Rita [Taborda Duarte], que não pôde estar também por causa da sombra, que «sendo ficção, este livro é, também, um tratado, um ensaio, sobre o humano, a maldade, a ética, a lucidez da infelicidade, também sobre a responsabilidade, sobre a comunicação e sobre a literatura, numa dobra borgesiana acerca do que é a ficção e do que é a vida dentro e fora da literatura, da ficção. (…) É na lâmina da navalha da ficção, se quisermos no rebordo da página afiada, que nos fere o dedo, ao folheá-la, que nos apercebemos que a ficção é afinal vida e real. E Helder Macedo, a sua interpretação da personagem de Aaron, mas também seus poemas, o seu conhecimento ensaístico, tudo é convocado para o limbo que indistingue o que está dentro e fora do livro, dentro e fora do real.» Ora Helder, bem como outra personagem-maior, Ricardo Ben Oliel estavam presentes. E dialogaram com o seu autor. Palavra tangível, espanto lúdico, literatura em acção. Em directo, também na rede. Sem rede.


ARTES, LETRAS E IDEIAS 13

quarta-feira 7.10.2020

névoas que o dia arrasta

Divina Comédia Nuno Miguel Guedes

I get the news I need from the weather report The only living boy in New York, Paul Simon

D

E quando em vez vejo-me saudavelmente forçado a levantar os olhos dos livros e daqueles que estimo para olhar o mundo. E mesmo sabendo que muitos dos que estimo são por mim estimados por terem mundividências diferentes ou antagónicas da minha vejo que essa atitude, pessoal e involuntária, tende a desaparecer na generalidade. Há muitos anos vi um programa de Sir David Attenborough em que o homem e a sua equipa avançaram pela floresta para filmar os únicos duzentos e cinquenta gorilas que restavam da sua espécie. Mal foi exibido a reacção foi espantosa: graças a esse episódio houve movimentos e dinheiro para salvar os animais, o que foi conseguido – hoje existem mais de mil gorilas no seu habitat e protegidos de todos os predadores. Esta vinheta de abertura encaixa na perfeição nestes tempos em que muitas vezes a vida não humana vale mais do que os velhos Sapiens. Mas se aqui a resgato é pela analogia tão forçada como evidente. Há mais coisas à beira da extinção. Valores, atitudes, nós. Uma delas, tentarei dizer eu por aqui, é a decência. Uma boa palavra. Por tanto tempo e agora ainda atribuída a comportamentos que a ortodoxia religiosa europeia

Da decência associou a modos de ser e de estar e de mostrar. Isto terá atravessado os séculos e se por aqui ficássemos quase que poderíamos agradecer: toda a modernidade necessita de um confronto com que o há e houve e muitas vezes o que se julgou “indecente” (ou assim foi catalogado) é a primeira pegada do que irá acontecer. Mas divago e quase deixo escapar a palavra e a polissemia. Esta decência de que vos falo não é a que obrigava a cobrir as pernas das senhoras até ao tornozelo. Trata-se de facto de algo ausente, culpa destes tempos. É uma categoria ética esvaziada da vida pública e logo por isso assustador. O étimo latino da palavra – decens – significa, entre outras coisas, airoso ou justo. Gosto de ambos mas vejo o segundo mais urgente. Esforcei-me por assistir no devido tempo ao primeiro debate das eleições presidenciais americanas. Não esperava tamanha confirmação dos tempos em que vivemos: a confrontação de ideias destruída a argumentos ad hominem e sem sentido de - lá está – decência que

parece ter sido retirada dos decisores públicos. E de nós. Culpa nossa. A dúvida e o respeito pelas ideias são tão raros hoje em dia como os gorilas de Sir Attenborough. Não parece haver tempo para adversativas. O “sim” ou o “não” nunca estão acompanhados do “mas”. A dúvida morreu ou está escondida nos moderados que por sua vez fazem o que podem para fazer ouvir o seu fio de voz fora das arenas das redes sociais. É um combate justo, necessário e galante, em que me incluo. Mas custa, custa. Sem dúvida não pode existir decência ou seja, justiça nas ideias. Sem curiosidade pelo outro ou confronto intelectual não pode haver progresso. Um truísmo? Talvez mas haja quem o pratique para eu não ter de o escrever. Agora mesmo estive a ver e a ler o que dois enormes amigos e rivais disseram um do outro, no caso Ruth Bader Ginsburg e Anthony Scalia, ambos nomeados para um dos cargos mais poderosos dos Estados Unidos da América – juízes do Supremo Tribunal - e amigos e adversá-

Sem dúvida não pode existir decência ou seja, justiça nas ideias. Sem curiosidade pelo outro ou confronto intelectual não pode haver progresso. Um truísmo? Talvez mas haja quem o pratique para eu não ter de o escrever

rios que sempre compreenderam a falta que as ideias de um fazia ao outro. Neste mundo de trincheiras só os moderados se lembraram de louvar Bader Ginsburg não apenas pelos valores que corajosamente defendeu mas também pela sua capacidade de ouvir o outro e - imagine-se – aprender com ele. Na maravilhosa elegia que fez a Scalia, homem do outro lado da rua política de Ginsburg, ela lembrou o que uma vez perguntaram ao seu adversário: “Como é que duas pessoas com ideias tão antagónicas podem ser tão amigas?” Scalia respondeu com o que agora parece em extinção: “Eu ataco ideias. Não ataco pessoas.”. E remata nessa altura Ruth: “Muitas boas pessoas têm muito más ideias”. A sala riu. Se lembro isto é porque a memória me é mais próxima. Mas o que dizer, por exemplo, dos diálogos magníficos (e publicados) entre o então cardeal Ratzinger e o filósofo marxista Habermass em 1968? Um mundo e um tempo não tão distante e não tão impossível em que as ideias são discutidas apenas por isso mesmo – serem ideias e logo motor de progresso. Tenho por crença e escolha uma forte resistência às utopias, sejam elas quais forem. Mas se este mundo passar a ser utópico e deixar de vez o pragmatismo e a decência estou bem tramado. Passo a seguir o conselho de Paul Simon e o estado da humanidade bastar-me-á no boletim meteorológico. Por mim há muito que estou preparado para a chuva.


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Elizabeth Debicki 16.30

FALADO EM CANTONENSE Um filme de: Imai Kazuaki 14.30, 16.45, 19.00

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5 7 4 1 9 0 8 3 2 5 2 9 6 0 4 TENET [B] Um filme de: 6Cristopher 3 Nolan7 8 1 Com: John David Washington, Robert Pattinson, Elizabeth 1 Debicki4 9 5 0 21.15 8 0 2 7 6 GREENLAND [B] 7Ric Roman 6 Waugh1 3 8 Um filme de: Com: Gerard Butler, Morena Baccarin, Scott Glenn 321.305 8 9 7 14.15, 19.15, TENET [B] 4 2 5 6 3 Um filme de: Cristopher Nolan Com: John9 David Washington, 1 0Robert Pattinson, 4 2 DORAEMON THE MOVIE: NOBITA’S NEW DINOSAUR [A]

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britânico Roger Penrose venceu o prémio por descobrir que a formação de buracos negros “é uma previsão robusta da teoria geral da relatividade”, considerou a Academia. Quanto

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ao alemão Ghenzel e à norte-americana Ghez, venceram o Nobel da Física pela descoberta de “um objecto compacto supermassivo no centro” da Via Láctea.

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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 35

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PROBLEMA 36

S6 1U3 2D8 5O9 7K0 U 4 33

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HUM

A Academia sueca atribuiu ontem o prémio Nobel da Física a Roger Penrose, Reinhard Genzel e Andrea Ghez por descobertas na área dos “segredos mais obscuros do Universo”. O físico

SEGREDOS DO UNIVERSO

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3 2 6 0 8 9 1& FRIENDS: 4 6MARVELLOUS 7 THOMAS MACHINERY [A] FALADO CANTONENSE 8 EM7 5 1 3 Um filme de: Ian Cherry, Joey So 14.30, 18.00 5 0 9 4 2 I’M LIVIN’ IT [B] 2 EM3 8 7 6 FALADO CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um4 filme de:5 Wong Hing 1Fan 3 9 Com: Aaron Kwok, Miriam Yeung, Alex Man 15.45, 19.15 0 9 2 5 4 FATAL VISIT [C] 6 EM4CANTONÊS0 2 1 FALADO LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um1 filme de:8 Calvin Poon 7 9 0 Com: Sammi Cheng, Tong Dawei, Charlene Choi 21.30 7 6 3 8 5

UM LIVRO HOJE “O Um Dividiu-se em Dois - Origens e Enquadramento internacional dos movimentos pró-chineses e albaneses nos países ocidentais e em Portugal (1960-1965)” é o nome do livro do político e investigador publicado pela Aletheia Editores. Nesta obra traça-se o retrato de alguns movimentos de extrema-esquerda em Portugal até ao 25 de Abril de 1974, data da chamada Revolução dos Cravos. Um documento importante para compreender um período interessante da política portuguesa. Andreia Sofia Silva

“O UM DIVIDIU-SE EM DOIS” | JOSÉ PACHECO PEREIRA (2008)

0 2 8 3 6 9 9 5 7 1 4 8 1 0 4 2 5 6 4 9 1 0 7 5TENET 2 6 3 8 9 1 6 7 2 4 0 3 Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Pedro Arede; Salomé Fernandes 3 Colaboradores 1 0 9Anabela 2 Canas; 7 António Cabrita; António de Castro Caeiro; António Falcão; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Emanuel Cameira; Gisela Casimiro; 5 Gonçalo 3 Lobo 6 Pinheiro; 7 8Gonçalo 4M.Tavares;JoãoPauloCotrim;JoséDrummond;JoséNavarrodeAndrade;JoséSimõesMorais;LuisCarmelo;MichelReis;NunoMiguelGuedes;PauloJoséMiranda; Paulo Maia e Carmo; Rita Taborda Duarte; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; André Namora; David 8 Chan; 4 João5Romão; 6 Jorge 3 Rodrigues 2 Simão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare 7 Morada 8 Calçada 9 5deSanto 1 Agostinho, 0 n.º19,CentroComercialNamYue,6.ºandarA,Macau Telefone 28752401 Fax28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítiowww.hojemacau.com.mo


opinião 15

quarta-feira 7.10.2020

sexanálise

TÂNIA DOS SANTOS

O

esguichar, ou a ejaculação de quem tem vulva, tem sido objecto de grande interesse. Não é por acaso que a procura por estes conceitos tem aumentado de ano para ano em sites de pornografia, sobretudo por mulheres. Isto é provavelmente sintomático da dúvida que teima em insistir. Será que existe? O que é que é? Como se identifica? Certamente que existem mulheres que ejaculam porque têm pénis. E essa ejaculação não deixa mistério algum por desvendar. A ejaculação da vulva, por outro lado, não está tão bem explicada. Certas vulvas vêem acontecer uma espécie de ejaculação, especialmente depois do orgasmo. Estima-se que isso pode acontecer em 10 por cento a 50 por cento das mulheres. Costumam descrevê-la como um libertar de líquido que pode molhar a superfície de contacto de forma mais ou menos intensa. Há quem o descreva como um esguicho (squirt), com alguma pressão, ou uma fonte, até 150 ml de líquido. A revisão histórica parece mostrar que há 2000 anos já se escrevia sobre esta possibilidade, tanto no ocidente como no oriente. Em textos taoistas já se falava no poder libertador e regenerador da ejaculação da vulva. A investigação aponta para várias teorias do que realmente se passa. Há quem diga que

O esguicho

este esguicho é só urina - como um estudo mostrou que a bexiga estava vazia depois do orgasmo – ou que pode ser confundida com incontinência do coito, quando há perda de urina durante o sexo. Esta possibilidade, contudo, recebeu muita contestação e retaliação de quem esguicha. Não podia ser só isso. Uma análise mais cuidada mostrou que o liquido poderá ter uma percentagem de urina, sim, mas em pouquíssima quantidade. Na verdade, este líquido também terá quantidades variáveis de PSA, uma proteína comummente encontrada no sémen de quem tem pénis. Há mulheres que podem ter tecido de próstata na parede da frente da vagina que justifique a segregação desta proteína pela uretra. Chamam-se glândulas de Skene e nem toda a gente as tem. Contudo, no imaginário contemporâneo do sexo, colocou-se o ejacular da vulva num

Ainda que a ejaculação da vulva traga uma conversa de milénios, só agora é que se renovou um interesse mais científico e popular sobre o tema. Como qualquer objecto sexual está envolto em discursos de libertação e vergonha que levam ao dualismo nosso conhecido do sexo

pedestal. Consideram-na numa espécie de meta última para provar a capacidade de sentir prazer e proporcionar prazer – como se todas as pessoas tivessem a mesma propensão para fazê-lo. Só que ao mesmo tempo, para as vulvas ejaculadoras, há vergonha e desconforto por todo o aparato inesperado de molhar tudo à volta. Enquanto que algumas pessoas se sentem empoderadas por ejacular e fazer ejacular, outras enchem-se de complexos. Isto tem chegado a um ponto que a indústria pornográfica tem procurado actrizes que consigam retratar o esguicho em filme. Há quem se veja forçada a encontrar formas criativas de compensar a dificuldade de ejacular com obrigatoriedade, o que torna o momento muito artificial e pouco fidedigno. Ao mesmo tempo, visto que é um suposto líquido com urina, os legisladores temem que se equipare com o urinar. Urinar, em contexto pornográfico já é demasiado “perverso”. Há países, como o Reino Unido, que censuram a ejaculação da vulva em vídeo por causa disso. Ainda que a ejaculação da vulva traga uma conversa de milénios, só agora é que se renovou um interesse mais científico e popular sobre o tema. Como qualquer objecto sexual está envolto em discursos de libertação e vergonha que levam ao dualismo nosso conhecido do sexo. Ora é a prova máxima da lógica competitiva do sexo, ora mais uma forma de repressão e desconforto com o outro. Mas como tantas outras coisas no sexo, não há nada mais saudável do que explorar estas particularidades do corpo, individualmente e em conjunto, para a normalização da sensação de prazer, intimidade e entrega.


Reconhece-se o amigo certo numa situação incerta. Marcus Tullius Cícero

AMCM Depósitos bancários registam quebra em Agosto

EUA Sobrinha de Trump diz que Presidente levou país ao “caos”

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M

PUB

ARY L. Trump, sobrinha de Donald Trump, e autora do polémico livro “Demasiado e Nunca Suficiente” em que crítica o tio de forma veemente, disse à Lusa que o Presidente dos Estados Unidos empurrou o país para o caos. “Ele não provocou guerras no mundo porque começou uma aqui nos Estados Unidos e que é muito mais efectiva. Este país está um caos. Estamos à beira de um precipício”, disse à Lusa Mary L. Trump. A filha do irmão mais velho do Presidente dos Estados Unidos considera que o “caos” foi gerado pelo extremar de posições, por políticas “desumanas” em relação à emigração, pela falta de medidas face à pandemia de SARS CoV 2 que já provocou mais de 210 mil mortos no país e pelos apelos “extremistas” que o chefe de Estado tem dirigido aos apoiantes mais radicais durante a campanha eleitoral, nas últimas semanas. “Entre eles estão os ‘Proud Boys’, supremacistas brancos com muitas armas. Ele está a incentivar os apoiantes a cometerem actos de intimidação - o que é um crime - para que os democratas e os negros não votem, isto é muito preocupante”, afirma Mary L. Trump. Já vimos a destruição e a crueldade que esta Administração pratica diariamente e 43% das pessoas do meu país quer mais disto? O que precisam que aconteça mais? Se gostam da crueldade dele muito bem, é o problema deles, mas Donald (Trump) continua a ser muito incompetente e continua a destruir o nosso país. Tudo isto é horrível”, lamenta a sobrinha do Presidente.

quarta-feira 7.10.2020

PALAVRA DO DIA

Brincar aos papéis Detido com 800 mil dólares de Hong Kong em notas falsas

A

Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem de 33 anos, suspeito de tentar trocar 800 mil dólares de Hong Kong, por 725 mil yuan com um residente do Interior da China que estava em Macau para jogar. O caso ocorreu num quarto de hotel, mas a fraca qualidade da impressão das notas acabou por denunciar a burla. De acordo com informações divulgadas ontem pela PJ, tudo começou no passado sábado, quando a vítima se deslocou a Macau com o intuito de jogar. Encontrando-se sem dinheiro para apostar, o homem do Interior usou o contacto de um amigo para chegar à fala com uma pessoa que se mostrou disponível para fazer o câmbio de 725 mil yuan para 800 mil dólares de Hong Kong, sob a condição de que, antes de mais, o montante teria a trocar teria de ser transferido para duas contas bancárias. Com a ajuda da família, a vítima assim o fez, ficando des-

de logo combinado que, no dia seguinte, iria encontrar-se com o suspeito num quarto de hotel. Contudo, quando o suspeito lhe passou para as mãos oito maços de notas de mil dólares de Hong Kong embrulhadas em plástico, o jogador do Interior não teve dúvidas de que se tratava de dinheiro falso, tendo alertado de imediato a polícia. Segundo a PJ, no seguimento da detenção, foram apreendidas 763 notas falsas de mil dólares de Hong Kong,

Foram apreendidas 763 notas falsas de mil dólares de Hong Kong, tendo o suspeito admitido que o “dinheiro” lhe foi entregue por um cúmplice do esquema na casa de banho do hotel

tendo o suspeito admitido que o “dinheiro” lhe foi entregue por um cúmplice do esquema na casa de banho do hotel. O suspeito, de apelido Cao, revelou ainda que recebia 500 patacas por dia, como pagamento por este tipo de trabalho.

ADOS revelados ontem pela Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) mostram que a massa monetária continuou a descer em Agosto por comparação ao mês anterior, enquanto que “a quota da pataca permaneceu relativamente estável”, lê-se num comunicado. A AMCM aponta ainda que “os depósitos de residentes diminuíram relativamente ao mês anterior, mas os empréstimos aumentaram”. Em Agosto a circulação monetária cresceu 1,2 por cento, mas os depósitos à ordem diminuíram 5,8 por cento. Relativamente aos depósitos dos residentes baixaram um por cento, tendo atingido o valor de 683,2 mil milhões de patacas, enquanto que os depósitos de não residentes também registaram uma quebra de 1,7 por cento, no valor de 319,3 mil milhões de patacas. A AMCM aponta ainda que os depósitos do sector público na actividade bancária cresceram 1,5 por cento, o equivalente a 262,9 mil milhões de patacas. Como resultado, o total dos depósitos da actividade bancária decresceu 0,7 por cento quando comparado com o mês anterior, tendo atingido as 1.265,3 mil milhões de patacas. No que diz respeito aos empréstimos internos concedidos ao sector privado, cresceram 0,1 por cento face a Julho, tendo atingido as 540,3 mil milhões de patacas. Já os empréstimos ao exterior também cresceram 3,3 por cento, tendo atingido as 686,8 mil milhões de patacas. Relativamente aos empréstimos ao sector privado registaram um crescimento de 1,9 por cento face a Julho, tendo atingido o valor de 1.227 mil milhões de patacas.

ANOS NA PRISÃO

De acordo com a PJ, o caso envolve ainda mais dois indivíduos, que se encontram a monte. O suspeito foi já presente ao Ministério Público, onde irá responder pelos crimes de passagem de moeda falsa e de burla de valor consideravelmente elevado, podendo, por este último, ser punido com pena de prisão até cinco anos ou com pena de multa até 600 dias, podendo ser agravada com pena de prisão entre 2 e 10 anos se fizer da burla modo de vida ou a pessoa prejudicada ficar em difícil situação económica. Já pelo crime de passagem de moeda falsa, o suspeito poderá vir a ser punido com pena de prisão até 5 anos. P.A.

Vinhos Importação caiu mais de 50%

A importação de vinhos portugueses teve uma quebra de 44,79 por cento para 13,5 milhões de patacas, de acordo com os dados revelados pela Rádio Macau. A queda reflectiu-se igualmente no número de litros importados, que teve uma diminuição de 120 mil litros. A tendência no mercado de vinhos nos primeiros seis meses de 2020 não afectou apenas os produtos de Portugal, uma vez que o mercado teve uma redução de 47 por cento, não chegando aos 250 milhões de patacas. Por contraste, no período homólogo tinha sido de 460 milhões de patacas. Portugal continua a ocupar a terceira posição a nível dos exportadores de vinho para Macau, com uma quota de seis por cento, a seguir à França (72 por cento) e à Austrália (perto dos 12 por cento).


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