Hoje Macau 07 MARÇO 2023 #5204

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Chuva de lucros

O ano de 2023 arrancou como nunca para a banca de Macau que acumulou lucros de 1,57 mil milhões de patacas no mês de Janeiro. Uma subida de mais de 71 por cento face ao período homólogo do ano passado. Já em 2022, o Banco da China (Macau) foi o campeão dos ganhos com um registo positivo de 3,3 mil milhões, em oposição ao Banco Agrícola da China que acumulou prejuízos de 1,8 mil milhões.

DO CRESCIMENTO

XINHUA DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ MOP$10 TERÇA-FEIRA 7 DE MARÇO DE 2023 • ANO XXI • Nº5204
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GRANDE PLANO ABBY CHOI OS PLANOS DE FUGA FRONTEIRA PASSAGEM PROIBIDA PÁGINA 6 PÁGINA 5
QUINTA VIAGEM DE ZHENG HE José Simões Morais DOIS POEMAS DE LI HE Tradução de Rui Cascais PÁGINA 7 PUB.
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A ARTE E O

APN

O verdadeiro passo em frente

O presidente chinês não tem dúvidas: a China tem de trilhar com firmeza o caminho da inovação em todas as áreas, sobretudo na agricultura, de modo a que o enriquecimento da nação atinja todos os grupos sociais, incluindo os camponeses: este será um grande passo em frente

Opresidente chinês Xi Jinping salientou no domingo que o desenvolvimento de alta qualidade é a primeira e principal tarefa na construção de um país socialista moderno em todos os aspectos. Xi, também secretário-geral do Comité Central do Partido Comunista da China e presidente da Comissão Militar Central, fez estas declarações enquanto participava numa deliberação com os seus colegas deputados da delegação da província de Jiangsu na primeira sessão do 14º Assembleia Popular Nacional (APN), a legislatura nacional da China.

“Devem ser feitos esforços para aplicar plena e fielmente a nova filosofia de desenvolvimento em todas as frentes, e coordenar melhor a melhoria efectiva da qualidade com a expansão adequada em quantidade no desenvolvimento económico”, disse Xi.

“O país deve, inabalavelmente, aprofundar a reforma e abrir e

XI APONTA O CAMINHO DA ALTA QUALIDADE NO ESFORÇO DE MODERNIZAÇÃO DA CHINA

transformar o modelo de desenvolvimento para acelerar a formação de instituições e mecanismos sustentáveis para um desenvolvimento de alta qualidade”. Isto porque, segundo o presidente, “o desenvolvimento da China deve servir para reforçar continuamente o sentimento de realização, felicidade e segurança do povo, disse Xi.

Novas arenas, novos motores

Xi elogiou o relatório de trabalho do governo, e reconheceu as realizações da província de Jiangsu em várias áreas, incluindo o desenvolvimento económico e social e a construção do Partido nos últimos cinco anos.

“Acelerar os esforços para alcançar uma maior auto-suficiência e força na ciência e tecnologia é o caminho que a China deve seguir para avançar com um desenvolvimento de alta qualidade”, disse Xi.

“Para abrir novas áreas e novas arenas no desenvolvimento e fomentar novos motores de crescimento e novos pontos fortes face

“O país deve fomentar e desenvolver novas indústrias e novas formas de negócio nas zonas rurais e alargar os canais para os agricultores aumentarem os seus rendimentos e enriquecerem.”

XI JINPING

à feroz concorrência internacional, a China deve, em última análise, contar com a inovação científica e tecnológica. Construir a auto-suficiência e a força na ciência e na tecnologia é fundamental para construir a China num grande país socialista moderno em todos os aspectos dentro do prazo estabelecido”, acrescentou Xi.

Inovação no horizonte

O presidente apelou ainda à aceleração da implementação da

estratégia de desenvolvimento orientada para a inovação, promovendo a cooperação entre indústrias, universidades e institutos de investigação, apoiando cientistas de topo na liderança de investigação original e pioneira para alcançar avanços científicos e tecnológicos, e assegurando a auto-confiança nas principais áreas e ligações-chave.

“Devem ser feitos esforços para construir centros de inovação científica e tecnológica industrial

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FOTOS XINHUA

com influência global e aprofundar a reforma do sistema científico e tecnológico”, disse aos deputados da APN. “Acelerar o estabelecimento de um novo padrão de desenvolvimento é a prioridade estratégica na busca de um desenvolvimento de alta qualidade, disse Xi, apelando a esforços para integrar a implementação da estratégia de expansão da procura interna com o aprofundamento da reforma estrutural do lado da oferta, e para modernizar o sistema industrial de uma forma mais rápida.

O que realmente conta

Notando que a economia real deve ser o foco na procura de desenvolvimento económico, Xi salientou o avanço das reformas em áreas chave, coordenando a construção de um sistema de infra-estruturas moderno e de um sistema de mercado de alto padrão, e expandindo a abertura institucional.

Xi sublinhou ainda que o investimento na agricultura é a base de um grande país socialista moderno, e a promoção da modernização agrícola é um requisito essencial para alcançar um desenvolvimento de alta qualidade.

“A felicidade e o bem-estar do povo são os objectivos finais da promoção de um desenvolvimento de alta qualidade. A governação de nível primário e a garantia do bem-estar do povo são cruciais para os seus interesses imediatos, e são fundamentais para o avanço da prosperidade comum e para a construção de vidas de alta qualidade.”

XI JINPING

Segundo o presidente, a China deve tomar medidas concretas para assegurar o fornecimento estável e seguro de cereais e dos principais produtos agrícolas. “O país deve fomentar e desenvolver novas indústrias e novas formas de negócio nas zonas rurais e alargar os canais para os agricultores aumentarem os seus rendimentos e enriquecerem”, disse Xi. Isto sem esquecer que a China deve “acelerar a construção de uma paisagem rural bela e harmoniosa que seja desejável para viver e trabalhar”.

“O país precisa tanto de melhorar a ciência e a tecnologia como de

A deimportância ser verde

DEPUTADOS DE JIANGSU REAGEM A DISCURSO DE XI

OS deputados da Assembleia Popular Nacional da delegação da província de Jiangsu disseram no domingo que foram “muito encorajados” pelas respostas do presidente Xi Jinping às suas sugestões sobre o desenvolvimento da China.

Wei Qiao, uma deputada da APN que deixou o seu emprego na Academia Chinesa de Ciências em Pequim e regressou a Zhenjiang em 2017, Jiangsu, para iniciar uma cooperativa de máquinas agrícolas e uma fazenda de arroz, explicou por que tomou a decisão e as razões pelas quais a indústria agrícola da China está a crescer. “Quando eu lhe disse que tinha 1.333 hectares de campos de arroz, o presidente Xi perguntou-me quanto eu poderia ganhar por ano, o que demonstra que ele realmente se importa com as pessoas”, disse Wei.

Wei deu então sugestões sobre como melhor prestar assistência às pessoas que queiram ir para áreas rurais e envolver-se no sector agrícola.

“Quando Xi fala sobre a produção de cereais da China, ele fala sobre a importância do cultivo do arroz, como eu. É muito encorajador”, disse ela.

Zhang Dadong, deputado da APN e director da Escola Primária de Xin’an na cidade de Huai’an, em Jiangsu, disse que Xi enviou lem-

avançar com as reformas, a fim de acrescentar ímpeto e vitalidade ao desenvolvimento agrícola e rural”, disse Xi.

Para Xi, “a felicidade e o bem-estar do povo são os objectivos finais da promoção de um desenvolvimento de alta qualidade. A governação de nível primário e a garantia do bem-estar do povo são cruciais para os seus interesses imediatos e são fundamentais para o avanço da prosperidade comum e para a construção de vidas de alta qualidade”.

Por isso, o presidente apelou aos comités do Partido e aos governos a todos os níveis para terem em mente estas tarefas e se esforçarem por cumpri-las em todos os momentos, de modo a produzir resultados concretos.

Melhorar, melhorar sempre Segundo afirmou, existe a necessidade de melhorar o sistema de

branças às crianças da sua escola. Em 30 de maio de 2021, Xi respondeu a uma carta enviada por um grupo de estudantes que expressaram seu orgulho pela história revolucionária da escola e o que aprenderam com a história do Partido.

“Xi expressou a necessidade de ter confiança em diferentes domínios, incluindo inovação tecnológica e educação. Estou confiante de que podemos educar bem nossos filhos”, disse Zhang, acrescentando que mal pode esperar para dizer às crianças que Xi lhes enviou seus cumprimentos.

Liu Qing, deputado e presidente do Instituto de Pesquisa de Tecnologia Industrial de Jiangsu, disse que informou Xi sobre as mudanças que ocorreram desde que o presidente visitou o instituto, em 13 de dezembro de 2014. “Xi apelou à província de Jiangsu que assumisse a liderança na inovação tecnológica e usasse tecnologias para apoiar ainda mais o desenvolvimento da economia real”, disse Liu. “Tenho certeza de que, mobilizando diferentes recursos para enfrentar as principais tecnologias em cadeias industriais estratégicas que ainda dependem de importações do exterior, poderemos eliminar os riscos em nossas cadeias industriais”.

serviços públicos básicos, observando que devem ser envidados esforços para facilitar o emprego de grupos-chave, regular a distribuição de rendimentos, e melhorar o sistema de segurança social e os serviços para grupos idosos e menores de idade.

Quanto ao covid-19, Xi acrescentou que o trabalho de prevenção e controlo da na nova fase deve ser realizado de forma sólida e meticulosa, e sublinhou a necessidade de melhorar continuamente os sistemas de saúde pública, prevenção e controlo de doenças, e serviços médicos da China.

“Para promover um desenvolvimento de alta qualidade, é imprescindível manter e reforçar a liderança global do Partido e assegurar a auto-governação plena e rigorosa do Partido”, concluiu Xi.

O ministro da Ecologia e Meio Ambiente revelou os números da diminuição de poluição no país e afirmou o “verde” como via para a modernização

HUANG Runqiu, ministro da Ecologia e Meio Ambiente da China, disse que uma das características da modernização da China é a coexistência entre os humanos e a natureza. Falando no “Corredor dos Ministros” após a reunião de abertura da primeira sessão da 14ª Assembleia Popular Nacional no domingo, Huang partilhou três sugestões baseadas na conservação da biodiversidade da China para a comunidade internacional.

Segundo Huang, a primeira é sobre os pensamentos do presidente Xi Jinping sobre a civilização ecológica, que viraram tema da COP15, em Montreal, no final do ano passado. A convenção reuniu 20 mil delegados de todo o mundo e foi amplamente reconhecida pela comunidade internacional.

A segunda é “o estabelecimento de um sistema de parques nacionais, que integra as áreas mais sensíveis e vitais para os ecossistemas” do país. Actualmente, cerca de 30% da área da China está protegida, algo único no mundo, de acordo com Huang.

A terceira é a restauração ecológica em larga escala que vem ocorrendo nos últimos 10 anos. Um total de 44 projectos de gestão de montanhas, rios, florestas e lagos foram implementados, bem como um grande número de projectos de

gestão de meio ambiente ecológico de minas. “As Nações Unidas afirmaram que esses projetos são os exemplos mais encorajadores, ambiciosos e promissores de projetos ecoambientais de grande escala. Essas obras também ajudaram a melhorar a qualidade da água e a restaurar a ecologia da água nas cidades”, disse Huang, acrescentando que, por meio dessas tentativas, “a China alcançou uma situação em que todos saem ganhando com benefícios ecológicos, ambientais, sociais e económicos”.

Além disso, Huang resumiu as conquistas de anos de restauração ecológica: “A densidade de PM2,5 da China, um indicador-chave da poluição do ar, caiu 57% nos últimos 10 anos. As emissões de dióxido de carbono por unidade do PIB diminuíram 34,4% de 2012 a 2021, e a densidade de PM2,5 caiu anualmente 3,3% para 29 microgramas por metro cúbico em 2022. A China intensificará seus esforços na prevenção e controle da poluição em 2023”.

Huang também destacou que o Ministério de Ecologia e Meio Ambiente promoverá de forma abrangente a redução de carbono, redução da poluição, expansão e crescimento verde e continuará a promover a modernização chinesa da harmonia entre o homem e a natureza na próxima etapa.

grande plano 3 terça-feira 7.3.2023 www.hojemacau.com.mo

A deputada Ella Lei pede uma revisão à lei da protecção de dados pessoais, em vigor desde 2005, tendo em conta a maior troca de informações e de negócios que ocorrem com Hengqin e Zhuhai, a fim de garantir maior segurança e evitar burlas

DESDE 2005 que a lei de protecção dos dados pessoais está em vigor sem que tenha sido feita uma revisão. Assim, e tendo em conta o aumento do comércio transfronteiriço e um maior fluxo de informação e projectos com o outro lado da fronteira, nomeadamente com a Zona de Cooperação Aprofundada

DADOS PESSOAIS PEDIDA MAIS PROTECÇÃO POR LIGAÇÃO A HENGQIN

Rever o tu cá, tu lá

sido lançadas várias políticas de incentivo à fixação de pessoas para uma maior integração regional, disse.

“A sociedade presta atenção à forma como o desenvolvimento do ordenamento jurídico de Macau e da Zona de Cooperação

Aprofundada pode dar resposta aos objectivos traçados, assegurando a protecção dos direitos e a segurança no que aos dados pessoais diz respeito, mas garantindo também uma maior conveniência com uma troca legal e segura dos dados”, lê-se.

mais medidas para aumentar o conhecimento sobre a partilha de dados pessoais e questiona como pode a lei ser reforçada para evitar mais abusos no uso das informações privadas.

“A sociedade presta atenção à forma como o desenvolvimento do ordenamento jurídico de Macau e da Zona de Cooperação Aprofundada pode dar resposta aos objectivos traçados, assegurando a protecção dos direitos e a segurança no que aos dados pessoais diz respeito.” ELLA LEI DEPUTADA

de Hengqin, a deputada Ella Lei pede, numa interpelação escrita, uma modernização da legislação.

A deputada, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), defende um equilíbrio entre a necessidade de proteger os dados pessoais e o fluxo habitual de informações e negócios, para que a legislação em vigor possa dar

PUB. Aviso sobre pedido de junção de restos mortais em sepultura perpétua

Eu, Chao Iok Leng(周玉玲), nos termos da alínea 5) do n.º 1 e dos n.os 2 a 4 do artigo 26.º-A do Regulamento Administrativo n.º 37/2003, alterado pelo Regulamento Administrativo n.º 22/2019, apresento o pedido relativo à junção das ossadas de Chau Kun(周權), que era cônjuge de Leong Sou Chan(梁素 珍), inumado na sepultura n.º CT-1-B1-108 do Cemitério Municipal de Sá Kong da Taipa.

Venho por este meio informar as pessoas indicadas no n.º 1 do artigo 26.º-A do Regulamento Administrativo acima referido de que podem apresentar objecção por escrito no prazo de 30 dias, contados a partir da data da publicação do aviso, ao IAM. A objecção escrita deve ser entregue no escritório dos assuntos de cemitérios da Divisão de Higiene Ambiental do IAM, sito no 3.º andar do Edifício Comercial Nam Tung, na Avenida da Praia Grande n.º 517.

Se o IAM não tiver recebido objecção por escrito dentro do prazo determinado, o pedido de junção pode ser autorizado.

Aos 7 de Março de 2023

Chao Iok Leng

resposta aos desenvolvimentos de ordem tecnológica e social que têm ocorrido na cooperação transfronteiriça.

Ella Lei lembrou que há cada vez mais residentes de Macau que vivem e trabalham no interior da China, tendo em conta não apenas o projecto da Zona de Cooperação como também da Grande Baía. Além disso, têm

Atenção às burlas

Um dos pontos referidos por Ella Lei na interpelação, diz respeito às queixas por excesso de chamadas de telemarketing do lado de lá da fronteira para residentes de Macau, sem esquecer os muitos casos de burla informática e telefónica que têm ocorrido nos últimos anos. Neste sentido, a deputada pede

Ella Lei pergunta também como é que o Governo tem vindo a concretizar as políticas lançadas pelas autoridades chinesas para que os residentes de Macau fixem morada do lado de lá da fronteira, garantindo uma interconexão segura de informações e pagamentos online. Andreia Sofia Silva e Nunu Wu

ZONA DE COOPERAÇÃO NOVAS “NORMAS” EM PALESTRA NA UPM

AUniversidade Politécnica de Macau (UPM) organizou, no passado dia 1, uma palestra a propósito da entrada em vigor das “Normas para a promoção do desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”.

Segundo um comunicado, os académicos

que participaram nesta conferência entendem que as “Normas”, que vigoram desde o dia 1, “salientam as finalidades e a missão da Zona de Cooperação Aprofundada no serviço à economia e à vida da população de Macau”, tendo sido destacado “o papel de apoio e garantia da província

de Guangdong e de Zhuhai na construção da Zona de Cooperação Aprofundada”. Assim, as “Normas” funcionam como “fundamentos legais sólidos para o desenvolvimento da Zona de Cooperação Aprofundada e para a promoção da integração Macau-Hengqin, sendo também uma nova

medida exploratória para o desenvolvimento estável e a longo prazo do princípio ‘um país, dois sistemas’”. Como exemplo, Lam Fat Iam, director da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da UPM, considera que as “Normas” regulamentam o conteúdo relativo ao “Plano Geral da Construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin” no formato de diploma legal, “estabelecendo os fundamentos jurídicos para o futuro lançamento de mais políticas e regulamentos concretos para a Zona de Cooperação Aprofundada”.

Wong Un In, subdirectora da mesma faculdade, lembrou que estas “Normas” originam “muitas medidas benéficas para Macau e a sua população”, tendo falado da permissão da entrada sem garantia dos veículos não-operacionais de matrícula única de Macau na Zona de Cooperação Aprofundada.

Chefe do Executivo Cristina Ho na Comissão Eleitoral

Desde 27 de Fevereiro que Cristina Ho Hoi Leng passou a fazer parte da Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo como representante dos membros do órgão municipal. A informação foi publicada ontem no Boletim Oficial, assinado por Ho Iat Seng, Chefe do Executivo. Cristina Ho terá sido escolhida para fazer parte da comissão “mediante sufrágio interno” e vai substituir Mok Chi Meng. Em relação a Mok, consta no despacho que “perdeu a qualidade de membro desta Comissão por ter deixado de pertencer ao subsector através do qual foi seleccionado como membro” da comissão.

FAOM 4 política www.hojemacau.com.mo 7.3.2023 terça-feira

AL ADMITIDO DIPLOMA QUE REGULA SALÁRIOS DE DIRIGENTES EDUCATIVOS

F OI admitida na Assembleia Legislativa (AL) a proposta de lei relativa às “Disposições fundamentais das funções específicas nas áreas do ensino oficial não superior e da juventude” que, na prática, vem actualizar os salários de directores e subdirectores das escolas oficiais do ensino superior, bem como dos directores de serviços educativos. Na nota justificativa da proposta, lê-se que muitos dos diplomas legais que regulam estas entidades estão em vigor há 30 anos, sendo necessário “rever as remunerações do pessoal e assegurar, de forma eficaz, o normal funcionamento das escolas oficiais ou centros”, bem como “a resolução dos assuntos emergentes em termos públicos”. A título de exemplo, no ensino secundário, propõe-se que os salários dos directores e subdirectores sejam equiparados às categorias de chefe de divisão e chefe de sector na Função Pública, passando estas profissões a estar associadas aos índices 770 e 735. No caso do ensino primário com jardim de infância integrado, faz-se a correspondência aos índices 740 e 715 da Administração. Nos centros educativos, é proposta a manutenção da remuneração acessória, com os directores a ganharem o equivalente ao índice 100 da tabela indiciária e os directores dos centros de actividades juvenis a ganharem o correspondente a 80 por cento do índice 100 da mesma tabela.

China Media Group Ho Iat Seng na cerimónia do arranque de emissões

O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, participou ontem, em Pequim, na cerimónia da assinatura dos direitos de transmissão de eventos desportivos em Macau do China Media Group, tendo ainda assistido à exibição exclusiva, para Macau, de programas premium intitulados “as flores desabrocham na primavera amena» do China Media Group e à cerimónia de assinatura dos direitos de transmissão de eventos desportivos, em Pequim. Citado por um comunicado, Ho Iat Seng disse que a transmissão dos programas vai permitir que os residentes “tenham uma compreensão mais profunda do processo histórico da modernização do país e ver claramente o ritmo firme de promoção do grande rejuvenescimento da nação chinesa”. Os acordos com o China Media Group foram assinados em Agosto do ano passado. Este grupo de media inclui os canais e plataformas CCTV, CNR, CGTN e CRI.

FRONTEIRA RECUSADA ENTRADA A POLÍTICO DE HONG KONG

Passagem barrada

O ex-membro do Conselho Distrital de Yau Tsim Mong, de Hong Kong, Derek Chu Kong Wai, foi impedido de entrar no domingo em Macau por ser considerado uma ameaça à segurança pública

Macau é totalmente infundado”, acrescentou.

Segundo a fotografia da notificação de recusa, o político foi impedido de entrar às 14h09 no Posto Fronteiriço da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau.

Mais recusas

A recusa da entrada de Derek Chu acontece numa altura em que decorrem em Pequim as reuniões magnas, e que vão servir para iniciar o terceiro mandato do Presidente Xi Jinping, assim como apresentar o novo Governo do Interior.

No entanto, o político de Hong Kong revelou que não foi a única pessoa a ser barrada. Segundo o relato do Chu, no domingo houve “dezenas” de casos de pessoas barradas nas fronteiras, inclusive uma mulher que se apresentou como pró-Governo Central.

DEREK Chu Kong Wai, ex-membro do Conselho Distrital de Yau

Tsim Mong em Hong Kong, foi impedido de entrar em Macau no domingo. A revelação foi feita pelo democrata através de uma publicação nas redes sociais.

Segundo a justificação para a recusa da entrada, emitida pelo departamento de Controlo Fronteiriço do Corpo de Polícia de Segurança Pública, a passagem foi recusada “por existirem fortes

referências em como pretendia entrar na RAEM, para a prática de actos que pela sua natureza, podiam pôr em risco a segurança ou ordem públicas da RAEM”.

Nem o facto de ter apresentado um bilhete de ida e volta, para garantir que não ficava mais do que algumas horas no território, levou Derek Chu a convencer as autoridades a autorizarem a sua entrada.

Na publicação online, o ex-político mostrou-se desagradado com as acusações das autori-

dades da RAEM, que considerou infundadas. Porém, admitiu que não foram uma surpresa.

“Recentemente tive muito trabalho e vários desafios, por isso queria aproveitar uma folga e passar um dia fora de Hong Kong. Senti-me tentado e fui a Macau”, explicou Chu. “De facto era previsível que a minha entrada fosse recusada, mas que me apresentem como justificação a ‘prática de actos que pela sua natureza, podiam pôr em risco a segurança ou ordem públicas’ de

“O Governo de Macau exagera. Na fronteira também estava uma mulher pró-Pequim a gritar que investiu muito dinheiro nos bancos de Macau, que comprou um imóvel em Zhuhai com um valor de três milhões de renminbis. Todas as semanas entrava e saia de Macau para o Interior, mas agora não conseguiu”, apontou. Também a esta mulher foi indicado que existiam indícios de que “pretendia entrar na RAEM, para a prática de actos que pela sua natureza, podiam pôr em risco a segurança ou ordem públicas da RAEM”.

Finalmente, Derek Chu criticou ainda o departamento de Controlo Fronteiriço do Corpo de Polícia de Segurança Pública por ter escrito mal o seu nome em chinês, devido a um erro na palavra Wai. “É um erro que não devia ser cometido por um departamento fronteiriço”, atirou. Nunu Wu e João Santos Filipe

THE STANDARD sociedade 5 www.hojemacau.com.mo terça-feira 7.3.2023
“Que me apresentem como justificação a ‘prática de actos que pela sua natureza, podiam pôr em risco a segurança ou ordem públicas’ é totalmente infundado.”
DEREK CHU EX-MEMBRO DO CONSELHO DISTRITAL DE YAU TSIM MONG

SMG Avisos para ar insalubre

Os Serviços Meteorológicos e Geofísicos alertaram ontem para a reduzida qualidade do ar durante o dia de ontem. O aviso foi feito através de um comunicado, em que se avisam para os efeitos para as pessoas com doenças cardíacas ou respiratórias. “Espera-se que o nível da qualidade do ar seja insalubre hoje [ontem] à noite e amanhã [hoje]. Pessoas com doenças cardíacas ou respiratórias, grávidas, crianças e idosos são aconselhadas a reduzir ao mínimo as actividades extenuantes e o tempo de permanência ao ar livre, especialmente em áreas com tráfego intenso”, pode ler-se no comunicado.

PJ Três detidos por entrada ilegal

A Polícia Judiciária (PJ) anunciou ontem a detenção de três pessoas do Interior por entrarem ilegalmente no território e por excesso de permanência. Os três homens, com idades a rondar os 40 anos, tinham vindo para Macau para jogar, mas acabaram por ser detidos quando se encontravam na zona do Cotai. As autoridades acreditam que a entrada ilegal foi feita através da Ilha da Montanha, e estão a investigar a possibilidade de ter sido criada uma rede criminosa para garantir entradas ilegais em Macau, através daquela zona. Além dos telemóveis dos detidos e de fichas de jogo de um casino local, as autoridades apreenderam ainda três recibos de passagem da fronteira falsificados.

Acidente Homem morre na Rua de Berlim

Uma fuga abortada

Enquanto estava escondido numa casa arrendada pela amante do pai, Alex Kwong, principal suspeito do homicídio de Abby Choi, tentou fugir para Macau de barco e estava disposto a pagar 300 mil dólares de Hong

Kong

Oex-marido e suspeito do homicídio da modelo Abby Choi Tin-fung, que foi desmembrada e cozinhada em Hong Kong, tentou fugir de barco para Macau, antes de ser detido. A informação foi vinculada ontem pela imprensa de Hong Kong, com base nas acusações contra Henry Lam Shun, sexto arguido do caso.

As autoridades acreditam que Henry, empregado de uma companhia que gera iates, terá tentado ajudar Alex Kwong Kong-chi, ex-marido da modelo, a fugir da RAEHK, quando este já era procurado. Pela viagem de barco até à RAEM, onde Alex Kwong

planeava entrar ilegalmente, seria cobrada uma quantia de 300 mil dólares de Hong Kong.

Henry Lam esteve ontem a ser ouvido no Tribunal dos Magistrados da Cidade de Kowloon e não precisou de prestar declarações. Ainda assim, foram-lhe explicados os motivos da detenção, aos quais Henry se limitou a responder com um “compreendido”.

A acusação pediu ainda que os procedimentos do caso contra Henry apenas sejam retomados a 8 de Maio, para que a polícia da RAEHK tenha mais tempo para prosseguir com as investigações.

Até ontem, tinham sido detidas seis pessoas ligadas ao

assassinato de Abby Choi. Além do ex-marido, Alex Kwong, e de Henry Lam as detenções incluem também o pai, a mãe e o irmão de Alex Kwong, ou seja, Kwong Kau, Jenny Li Sui-heung e Anthony Kwong Kong-kit, respectivamente. A outra detida é Ng Chi Wing, massagista e amante de Kwong Kau, que se suspeita terá

Kwong Kau, pai do exmarido e ex-agente da polícia, é tido como o responsável pelo plano para matar Abby Choi

ajudado a esconder Alex Kwong, quando este era procurado pelas autoridades.

Identidade confirmada

O South China Morning Post relatou também que o ADN de alguns dos restos mortais encontrados num apartamento na vila de Lung Mei Tsuen, em Tai Po, corresponde ao ADN da modelo de 28 anos.

Os restos mortais em causa são o crânio, encontrado num tacho, e duas pernas, guardadas num congelador. No entanto, as autoridades ainda estão ainda à procura de outras partes do corpo da modelo, como o peito e as mãos.

As notícias anteriores apontam para que na origem do homicídio de 21 de Fevereiro, tenham estado disputadas financeiras. Kwong Kau, pai do ex-marido e ex-agente da polícia de Hong Kong, é tido como o responsável pelo plano para matar Abby Choi. Enquanto agente da autoridade, Kwong Kau recebeu uma medalha de mérito pelos serviços prestados em Hong Kong, mas em 2005 deixou as forças policiais, após ter violado uma mulher, que tinha apresentado queixa devido a outro crime. Na altura, Kwong aceitou deixar a polícia, com o acordo de que não seria acusado do crime de violação. João Santos Filipe (N.W)

Um homem com 64 morreu ontem depois de ter um acidente na Rua de Berlim, perto do Hotel Artyzen Grand Lapa. O homem bateu sozinho e quando as autoridades chegaram ao local, por volta das 9h, estava vivo. Foi enviado de emergência para o Hospital Conde São Januário, mas acabou por falecer devidos aos ferimentos, por volta das 10h30. Ontem, as autoridades ainda estavam a investigar os contornos do acidente, visto que o embate aconteceu quando o homem seguia sozinho, não havendo uma explicação oficial para o sucedido.

CPSP Reformado apanhado a conduzir sob efeito de álcool

Os agentes do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) detiveram, na última quinta-feira, um homem de 60 anos, de apelido Li, apanhado a conduzir um motociclo com excesso de álcool no sangue. O homem foi interceptado, já caído no chão, por volta das 22h, junto à Avenida da Nave Desportiva da Taipa, tendo acusado 2,6 gramas de álcool por litro de sangue quando fez o teste. O homem disse às autoridades estar desempregado e que tinha estado a beber ao jantar. O caso está a ser investigado pelo Ministério Público.

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CRIME EX-MARIDO DE ABBY CHOI TENTOU FUGIR PARA MACAU

JOGO ANO ENCERRA COM DIMINUIÇÃO DE TRABALHADORES

DADOS da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) revelam que houve uma quebra de trabalhadores do jogo no quarto trimestre do ano passado. Havia, no total, 52.174 mil, menos 2.665 funcionários em termos anuais. Relativamente aos croupiers eram 23.721, menos 685, enquanto o pessoal dos serviços e vendedores era 3.967, uma quebra homóloga de 932.

Por outro lado, os dados da DSEC revelam uma subida nos salários: em Dezembro de 2022 a remuneração média, sem contar com prémios ou participações nos lucros, dos trabalhadores do jogo era de 23.680 patacas, um aumento de 1,8 por cento face a Junho do ano passado. No entanto, em termos anuais, os salários baixaram ligeiramente, 0,1 por cento. A remuneração média dos croupiers foi de 19.800 patacas, menos 1,1 por cento em termos anuais.

Durante o quarto trimestre de 2022, 99 trabalhadores foram recrutados e 803 deixaram o emprego. A taxa de recrutamento de trabalhadores, de 0,2 por cento, foi idêntica à do quarto trimestre de 2021, enquanto a taxa de rotatividade, de 1,5 por cento, aumentou 0,6 pontos percentuais, em termos anuais. Já a taxa de vagas desceu para um nível próximo de zero.

A DSEC aponta que “estes indicadores reflectem que a procura de mão-de-obra no sector das lotarias e outros jogos de aposta continuou relativamente baixa”.

Economia Autorizada nova instituição financeira

Foi autorizada a operar, em Macau, uma nova instituição financeira. Segundo um despacho publicado ontem em Boletim Oficial (BO), a “Guotai Junan Valores Mobiliários (Macau) Sociedade Unipessoal Limitada” irá prestar “serviços relativos a transacções de valores mobiliários, gestão de fortunas e financiamento decorrentes de investimentos em instrumentos financeiros”. A empresa não pode ter um capital social inferior a 100 mil patacas, devendo reger-se pelos mecanismos e supervisão da Autoridade Monetária e Cambial de Macau.

BANCA BANCO DA CHINA (MACAU) FOI A INSTITUIÇÃO COM MAIS LUCROS

E só fazer as contas

Com lucros de 3 mil milhões de patacas, o Banco da China (Macau) alcançou

o

melhor resultado de toda a banca no ano passado. No polo oposto, o Banco Agrícola da China foi o maior perdedor, com um prejuízo que chegou a 1,8 mil milhões de patacas

NO ano passado, os bancos a operar em Macau apresentaram lucros de 12,6 mil milhões de patacas. O valor representa uma queda superior a 3,4 mil milhões de patacas em comparação com o ano anterior, quando os ganhos tinham sido de 16 mil milhões de patacas.

Num ambiente de degradação dos ganhos, os cálculos feitos pelo HM, com base na informação disponibilizada pelos bancos no Boletim Oficial, mostram que o Banco da China (Macau) voltou a ser a instituição mais lucrativa. Entre a análise que focou 32 instituições, e que deixou de fora alguns bancos listados pela Autoridade Monetária de Macau, como o Banco da China, Limitada, que apenas começou a operar no último trimestre do ano passado, ou o Banco Delta Ásia, apenas seis apresentaram resultados negativos.

No ano passado os bancos a operar em Macau apresentaram lucros de 12,6 mil milhões de patacas

Em 2022 deu-se a separação entre Banco da China, Limitada, que tem sede no Interior, e o Banco da China (Macau), com sede no território. Apesar desta alteração, o Banco da China (Macau) continuou a ser a instituição mais lucrativa do território com lucros de 3,3 mil milhões de patacas. No entanto, o banco apresentou uma redução nos ganhos de 2,7 mil milhões de patacas face a 2021, quando tinha gerado cerca de 6 mil milhões de patacas em lucros.

A contrariar a tendência negativa surge o Banco Industrial e Comercial da China (Macau), conhecido como ICBC (Macau), com resultados de 2,3 mil milhões de patacas.

A representação do banco com sede em Macau teve um aumento dos ganhos de cerca

UM RESULTADO HISTÓRICO

Os bancos de Macau registaram lucros de 1,57 mil milhões de patacas em Janeiro, avançou ontem a Autoridade Monetária de Macau (AMCM), que afirma ser o melhor arranque de ano de sempre. Os lucros dos bancos do território subiram 71,3 por cento em comparação com o mesmo período do ano passado. O valor registado em Janeiro é o mais elevado para o primeiro mês do ano desde que a AMCM começou a recolher dados estatísticos sobre as operações mensais do sector bancário de Macau, em 2005. Em 2022, os bancos da cidade registaram lucros de 12,6 mil milhões de patacas, menos 22,2 por cento do que no ano anterior, e o valor mais baixo desde 2014. Apesar

de uma queda de 5,9 por cento nos empréstimos em comparação com Janeiro de 2022, para 1,28 biliões de patacas, os bancos beneficiaram de oito subidas na principal taxa de juro de referência de Macau desde Março do ano passado. Em Fevereiro, a AMCM anunciou um aumento de 0,25 pontos percentuais da taxa de redesconto, valor cobrado aos bancos por injecções de capital de curta duração, para 5 por cento, o nível mais alto desde Dezembro de 2007, em plena crise financeira e económica mundial. O crédito vencido nos bancos de Macau atingiu um novo recorde em Janeiro, 20,2 mil milhões de patacas, mais do dobro do registado em igual mês do ano passado, indicou a AMCM.

de 300 milhões de patacas, face a 2021, quando obteve lucros que se aproximaram dos 2 mil milhões de patacas.

Também o ICBC está separado em dois bancos no território. O Banco Industrial e Comercial da China, com sede no Interior, registou um lucro mais modesto de 80 milhões de patacas.

No último lugar do pódio dos bancos mais rentáveis surgem o Banco Tai Fung e Banco Luso Internacional, ambos com ganhos de 1,8 mil milhões de patacas. Em ambos os casos, os resultados são piores do que em 2021. Nesse ano, o Banco Tai Fung, fundado por Ho Yin e actualmente controlado pelo Banco da China, tinha gerado ganhos de 2,4 mil milhões de patacas. Também o Luso Internacional viu os ganhos encolherem face aos 2 mil milhões de patacas de 2021.

Banco Agrícola em dificuldades No “campeonato” dos piores resultados, o Banco Agrícola da China destacou-se de forma muito acentuada. A instituição com sede no Interior acumulou prejuízos de 1,8 mil milhões de patacas com as operações em Macau.

O resultado é mais significativo quando comparado com 2021, altura em que a instituição bancária tinha ganho cerca de 120 milhões de patacas.

O segundo lugar a nível das perdas é ocupado pelo Banco de Desenvolvimento de Macau, com um resultado negativo de 232 milhões de patacas, um agravar da situação face a 2021, quando as perdas tinham sido de 25 milhões de patacas.

Finalmente, a encerrar o pódio de uma liga indesejada, surge o Banco Everbright (Macau), que começou a operar no ano passado, aquele em que mais se fizeram sentir os efeitos da política de zero casos de covid. A instituição apresentou assim perdas de 43 milhões de patacas. João Santos Filipe

sociedade 7 terça-feira 7.3.2023 www.hojemacau.com.mo
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OLGA SANTOS

Quinta viagem de Zheng He

QUANDO ZHENG HE regressou a Nanjing da quarta viagem marítima, o que ocorreu na 7.ª lua do 13.º ano de Yongle (ano Yi Wei, 乙未, que corresponde a 12 de Agosto de 1415), trouxe consigo muitos enviados dos países visitados, para além de Sekandar, o usurpador do poder no Sultanato Pasai de Samudera. Mas o Imperador Yongle encontrava-se fora da capital, pois tinha ido ao Norte, à Mongólia, combater pela segunda vez no seu reinado os mongóis e apesar de ter saído vitorioso ainda não regressara, chegando apenas à capital a 14 de Novembro de 1416. À sua espera encontrou embaixadores de 18 ou 19 países e reinos, da Ásia [Champa, Pahang, Java, Palembang, Malaca, Samudera, Lambri, Ceilão, ilhas Maldivas, Cochim, Calicute, Shaliwanni (local indeterminado)], da Península Arábica [Ormuz, Las’ã, Adem] e de África [Mogadíscio, Brava (o porto de Barawa era a capital do Estado Sudoeste da Somália) e Melinde (actual Quénia, que na quarta viagem quando a frota chinesa aí passou em 1414, o governante enviara uma girafa)]. Foram recebidos trinta e cinco dias depois na corte Ming, com uma grande cerimónia realizada a 19 de Novembro de 1416, oferecendo o Imperador prendas a cada um. O enviado do Raja de Cochim (Kezhi) teve um tratamento especial por ser esse reino tributário desde 1411 da China e o Raja requeria ao Imperador que o nomeasse ministro seu subordinado e o investisse como Rei, pedindo o selo oficial como representante de Yongle. O Imperador concedeu-lhe tais desejos e enviou-lhe uma carta onde atribuiu a Cochim o título <Estado protegido da Montanha>.

Também Megat Iskandar Shah ( 母干撒于的儿沙, Mu-Gan Sa-Yu-De-Er Sha ou Xá Muhammad) aqui viera para comunicar ao Imperador ter o seu pai, o Rei de Malaca Parameswara, conhecido em chinês por Bai-Li-Mi-Su-La (拜里迷苏剌), falecido em 1414. Nesse mesmo ano de Jia Wu (甲午), 12.º ano do reinado de Yongle, embarcara para a China, segundo refere o Registo Histórico da dinastia Ming <Ming Shi, 明史 > compilado na dinastia Qing, mas Fei Xin (费信) no seu livro Xingcha Shenglan (星槎 胜览) diz ter o Xá (Shah) ido à China no 13.º ano de Yongle. Quando foi recebido, o Imperador nomeou-o Rei de Malaca.

A despedida aos enviados realizou-se a 28 de Dezembro de 1416 seguindo todos para a corte onde receberam de Yongle túnicas de seda. No mesmo

dia, Inverno do 14.º ano de Yongle (1416, ano Bing Shen, 丙申), o Imperador ordenou a realização da quinta viagem, instruindo Zheng He a escoltar os enviados de 18 estados asiáticos e africanos no regresso às suas terras. Tinham vindo à corte Ming apresentar tributos e aqui estavam há quase ano e meio. O Imperador entregou ao Almirante cartas imperiais e prendas para levar aos muitos governantes por onde a viagem iria passar.

Viagem entre 1417 e 1419

No 15.º ano de Yongle (ano Yi Wei 乙未, 1417) saiu do porto de Liujia, em Taicang, a armada capitaneada por Zheng He com a missão de se dirigir ao Oeste. Primeiro passou por Quanzhou, onde o Almirante visitou a cidade fundada em 711 no reinado da dinastia Tang. Fora um notável porto na costa de Fujian, ponto de partida da Rota Marítima da Seda e rapidamente se tornara na China um dos quatro mais florescentes no comércio com o estrangeiro. Atingira o

apogeu na dinastia Song, mantendo-se como principal porto durante a dinastia Yuan e contou com uma grande comunidade muçulmana até perder em dez anos toda a sua influência devido à rebelião muçulmana Ispah (1357-1366).

O porto entrou em declínio e na dinastia Ming estava ligado exclusivamente às trocas com as Filipinas.

No 16.º dia do 5.º mês do 15.º ano de Yongle (31 de Maio de 1417) Zheng He em Quanzhou foi ao Templo da deusa Mazu, naquele tempo chamado Tian Fei Gong e hoje com o nome de Tian Hou, no monte Jiuri e queimando incenso pediu à divindade protecção para lhe conceder uma viagem segura. No monte Ling no Cemitério Islâmico (ShengMu) encontra-se a estela XingXiang “Orar para uma viagem segura de regresso”, mandada erigir por Pu Heri ( 蒲和日), oficial que viajava na armada e onde está referido ter o Imperador enviado Zheng He em missão diplomática a Ormuz e a outros países. Com o mesmo dizer, outra estela (bei) ligada à quinta viagem marítima e agora de-

saparecida, encontrava-se na ponte Wuwei (无尾) onde se situava o porto Xunmei (浔美) junto ao monte Longtou e nela estava referido no 17.º dia do 5.º mês Tai Jian [Grande Eunuco] Zheng He ter aqui permanecido para segurança da armada devido aos ventos fortes. Nos anos 70 do século XX, o local do porto desapareceu devido aos aterros, tal como o bei, que também fora mandado fazer por Pu Heri.

Zheng He em Quanzhou embarcou muita porcelana para as trocas e prendas e seguiu viagem.

Em Vijaya (Qui Nhon) a armada dividiu-se, uma frota foi à ilha de Java e a Palembang, em Sumatra, e a armada seguiu para Malaca. Daí passou ao Ceilão onde novamente se separou, indo uma frota directamente para a costa africana, passando ao Sul das ilhas Maldivas e chegou à costa da Somália (no Corno de África). Já a armada navegou ao longo da costa indiana, passando por o importante porto de Cambaia (Khanbayat, actual Guzerate no Noroeste da Índia, cujos mercadores tinham então

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(VIII)

Esta fora a maior de todas as viagens feitas por Zheng He e, em sinal de gratidão pelo envio dos seus representantes, os governantes ofereceram como tributos um grande número de animais exóticos. Mogadíscio deu um leão, mas morreu durante a viagem e Ormuz, um leão, um leopardo e rinocerontes, tendo Brava oferecido camelos dromedários e avestruzes e Adem uma girafa. Vieram também zebras e antílopes, além de muitos outros animais, mas poucos chegaram à China vivos.

relações privilegiadas tanto com Adém como com Malaca) e já na Península Arábica foi a Ormuz, atingindo Oman. Aí a armada voltou a dividir-se, rumando uma frota para o Mar Vermelho e ainda na costa Arábica visitou Las’ã [Ash-Shiher, um dos portos mais antigos e importantes do Iémen, ao qual Duarte Barbosa se referiu: "uma vila de mouros que chamam Xaer e pertence ao reino de Fartaque. Lugar em que há grandes quantidades de mercadorias, (…) muito bons cavalos que na terra há, os quais cavalos são muito maiores e melhores que os que vêm de Ormuz. Também na terra nasce muito incenso e há muito trigo, carnes, tâmaras e uvas. É este porto de mui grande escala de muitas naus e nasce aqui tanto incenso que se leva para todo o mundo." Shiher era a capital de um pequeno sultanato e o principal porto da costa de Hadramaut, a meia distância entre Adem e o cabo Fartaque, (actual Oman).] A frota chegou em Janeiro de 1419 a Adem e foi a Ta’izz [capital do Sultanato do Iémen na dinastia Rasulid] de onde saiu depois de 19 de Março e seguiu para Jedá, na costa do Mar Vermelho [actual Arábia Saudita].

A armada de Oman continuou para Mogadíscio, passando por a ilha de Socotorá (à entrada do Mar Vermelho), para se juntar à que tinha navegado directamente do Ceilão. De Mogadíscio chegaram a Mombaça, depois de ir a Melinde levar o embaixador.

A viagem terminou em Nanjing no 7.º mês lunar do ano 17.º de Yongle (ano Ding You 丁酉, 8 ou 17 de Agosto de 1419) e trouxe dezasseis embaixadas cheias de prendas e um grande número de animais enviados tanto da Ásia como da África, sendo recebidos um mês depois por o Imperador. Entre eles estava o Sultão de Malaca Megat Iskandar Shah, sua esposa e filho, que voltava pela segunda vez à corte Ming para pessoalmente apresentar tributo a Yongle e queixar-se da invasão de Malaca por o Reino do Sião.

Esta fora a maior de todas as viagens feitas por Zheng He e, em sinal de gratidão pelo envio dos seus representantes, os governantes ofereceram como tributos um grande número de animais exóticos. Mogadíscio deu um leão, mas morreu durante a viagem e Ormuz, um leão, um leopardo e rinocerontes, tendo Brava oferecido camelos dromedários e avestruzes e Adem uma girafa. Vieram também zebras e antílopes, além de muitos outros animais, mas poucos chegaram à China vivos.

Dois poemas de Li He 李賀

Tradução de Rui Cascais

勉愛行二首送小季之廬山

洛郊無俎豆,弊廄慚老馬。

小雁過爐峰,影落楚水下。

長船倚雲泊,石鏡秋涼夜。

豈解有鄉情?弄月聊鳴啞。

其二

別柳當馬頭,官槐如兔目。

欲將千里別,持此易斗粟。

南雲北雲空脈斷,靈台經絡懸春線。

青軒樹轉月滿床,下國饑兒夢中見。

維爾之昆二十余,年來持鏡頗有須。

辭家三載今如此,索米王門一事無。

荒溝古水光如刀,庭南拱柳生蠐螬。

江干幼客真可念,郊原晚吹悲號號。

TOMA CONTA DE TI

Dois poemas escritos ao escoltar o jovem Li posto a caminho do Monte Lu.

Nem prato nem travessa nos matos fora de Luo-yang,1 Só um cavalo confrangedor de um estábulo delapidado. O gansinho voará pelo Pico Queimador de Incenso, Sua sombra caindo nas águas de Chu. A sampana flutuará ancorada em nuvens, Sob o Espelho de Pedra, na fria noite outonal. Mesmo sem saudades de casa gemeria De desgosto, fixando a lua.

II

Salgueiros de despedida sobre a cabeça do teu cavalo, Na estrada, folhas de freixo fazem olhos de coelho. Vamos ter de suportar mil léguas de separação, Tanto sofrimento por um pouco de sorgo.

Nuvens do sul, nuvens do norte, Me vão escondendo o caminho, Os fios do coração emaranhados como a seda pendente da primavera. Vigas azuis e árvores revoltas, O luar me inunda a cama.

Em sonhos vejo um moço faminto a caminho das províncias. O teu irmão mais velho acaba de fazer vinte anos, O espelho lhe diz como lhe cresce a barba.

Há três anos deixou nossa casa – para dar nisto... A esmolar arroz ao portão do príncipe, Em tudo um falhado.

Nas valetas entupidas de erva, água parada Fulgindo como lâmina, Em velhos salgueiros, no lado sul do pátio, Acasalam mariposas.

Me inquieto por ti, jovem Viajante do Rio, Sobre campos em desalinho Sopram as tristes cornetas do ocaso.2

1 Sem refeição cerimonial de despedida, o irmão mais novo de Li dirigia-se ao Monte Lu, o mais importante colégio budista de Jiangxi.

2 O som que anunciava o cerrar das portas de uma cidade ou casarão.

VIA do MEIO 7.3.2023 terça-feira 9
I

XIAOMI INICIADA PRODUÇÃO DE CARROS ELÉCTRICOS EM 2024

milhões de euros). A equipa de pesquisa e desenvolvimento da Xiaomi dedicada à produção de um automóvel eléctrico conta já com 2.300 pessoas.

Ogrupo tecnológico chinês Xiaomi vai iniciar a produção em massa dos seus primeiros carros eléctricos em 2024, anunciou ontem o fundador da empresa, Lei Jun, na sessão anual da Assembleia Popular Nacional (órgão legislativo) da China.

Lei Jun explicou numa reunião plenária da delegação de Pequim que o progresso na produção do carro da Xiaomi “superou as expectativas”.

“O veículo concluiu, com sucesso, o teste do Inverno e deve ser lançado no próximo ano”, disse Lei Jun, que é também delegado da APN, acrescentando ainda que a produção em série terá início “no primeiro semestre de 2024”.

O empresário contou que dedica “metade do seu tempo” ao negócio automóvel, no qual investiu, em 2022, mais de 3.000 milhões de yuan (408

Em Março de 2021, a tecnológica anunciou a entrada no sector dos veículos eléctricos com a criação de uma subsidiária, chefiada pelo próprio Lei Jun, num investimento de 10 mil milhões de dólares, a ser feito ao longo dos próximos 10 anos.

A Xiaomi fabrica já alguns veículos eléctricos, como motocicletas.

A China avançou nos últimos anos com a iniciativa Made in China 2025, que visa transformar o país numa potência tecnológica, com capacidades nos sectores de alto valor agregado, incluindo inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros eléctricos.

A fabricante de automóveis chinesa BYD é já líder mundial nas vendas de veículos eléctricos, tendo ultrapassado, no ano passado, a norte-americana Tesla.

HM • 2ª vez • 7-3-23

Tira as mãos do fogo

Apesar do aviso germânico, o Governo chinês já rejeitou por várias vezes o envio de qualquer material bélico para a Rússia, apelando repetidamente para o diálogo como o caminho para a paz

Execução Ordinária CV3-19-0163-CEO 3º Juízo Cível

Exequente: OLX II INVESTMENT LTD, com sede nas Ilhas Caimão, em Cayman Corporate Centre, 27 Hospital Road, George Town, Grand Cayman KY19008.

Executado: NGAN IEK, CHENG WING SHAN, e SOCIEDADE DE INVESTIMENTO PREDIAL E ADMINISTRAÇÃO DE PROPRIEDADES HANG WO LIMITADA, respectivamente, com domicílio profissional e sede em Macau, na Rua de Foshan, nº51, Edifício Centro Comercial San Kin Ip, 17º andar. ***

FAZ-SE SABER QUE nos autos acima indicados, vais ser vendido por meio de propostas em carta fechada, o seguinte bem penhorado aos executados:

IMÓVEL PENHORADO

Denominação: Fracção autónoma “A42”, do 42º andar.

Situação: sito em Macau, na Rua de Nam Keng nºs 50 a 82.

Fim: Para habitação.

Número de matriz: 040918.

Número de descrição na C.R.P.: 22652 a fls. 177 do Livro B75K. O valor base da venda é de MOP$19.055.000,00. ***

São convidadas todas as pessoas com interesse na compra do imóvel penhorado, a entregarem as suas propostas na Secção Central deste Tribunal, até ao dia 14 de Abril de 2023, antes das 17:30 horas, devendo as propostas conter no envelope da proposta a indicação de “PROPOSTA EM CARTA FECHADA” e “NÚMERO DO PROCESSO CV3-19-0163-CEO”.

No dia 17 de Abril de 2023, pelas 9,30 horas, no Tribunal Judicial de Base da RAEM, proceder-se-á à abertura das propostas de preço superior ao do valor base da venda apresentadas, a cujo o acto podem os proponentes assistir.

É fiel depositário do imóvel penhorado o Sr. Luís Jesus Xavier, com domicílio profissional em Macau, na Alameda Dr. Carlos D´Assumpção, nºs 411-417, Edifício Dynasty Plaza, 15º andar D-H, que está obrigado a mostrar o imóvel a quem pretenda examiná-lo (art.º 786º, nº.6 do C.P.C.M.).

Quaisquer titulares de direito de preferência na alienação do imóvel supra referido, podem, querendo, exercerem o seu direito no próprio acto da abertura das propostas, se alguma proposta for aceite, nos termos do art.º 787º do C.P.C.M.

RAEM, 20 de Fevereiro de 2023

Ochanceler alemão, Olaf Scholz, admitiu no passado domingo que haveria “consequências” se a China enviasse armas à Rússia para a guerra na Ucrânia, mas manifestou-se optimista, acreditando que Pequim não o fará.

Os comentários de Scholz foram feitos numa entrevista à CNN que foi para o ar no domingo, dois dias depois de o chanceler alemão se ter encontrado com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Washington.

Autoridades dos Estados Unidos alertaram recentemente que a China poderá começar a fornecer armas e munições a Moscovo para a guerra na Ucrânia.

Antes da sua viagem, Scholz pediu a Pequim que se abstivesse de enviar armas e, em vez disso, usasse a sua influência para pressionar a Rússia a retirar as tropas da Ucrânia.

Questionado pela CNN sobre se haveria sanções à China caso esta ajudasse a Rússia, Scholz respondeu: “Acho que haveria consequências, mas agora estamos numa fase em que deixámos claro que isso não deveria acontecer e estou

relativamente optimista de que teremos sucesso com o nosso pedido neste caso, mas teremos de analisá-lo e teremos de ser muito, muito cautelosos”.

Scholz não deu detalhes sobre a natureza de eventuais consequências.

União potencial

A Alemanha é a maior economia da Europa e a China tem sido o seu parceiro comercial mais relevante nos últimos anos.

“Todos concordamos que não deve haver entrega de armas, e o Governo chinês afirmou que não entregaria nenhuma”, respondeu o chanceler. “Isso é o que exigimos e estamos a observar”

Brasil 247 EUA fazem espionagem ubíqua e invasiva

“Os EUA usam satélites de última geração, algoritmos sofisticados, toda a imensa parafernália electrónica da NSA e até mesmo agentes no solo para compor um sistema de espionagem único no mundo”, diz o Brasil 247, portal brasileiro de notícias, citado pelo Diário do Povo. Ao comentar as recentes medidas dos Estados Unidos para lidar com

um dirigível civil chinês não tripulado, a imprensa brasileira destacou que “a estratosfera é coalhada de balões” e “o uso de balões para espionagem ou para objectivos militares não é muito eficiente porque os balões não são controláveis.” “Somente o Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA lança ao redor 75.000 balões por ano”, acrescentou.

De volta à Alemanha e depois de o seu gabinete se ter reunido com a Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Scholz voltou a ser questionado sobre o assunto.

“Todos concordamos que não deve haver entrega de armas, e o Governo chinês afirmou que não entregaria nenhuma”, respondeu o chanceler. “Isso é o que exigimos e estamos a observar”, acrescentou.

Von der Leyen disse também não ter “provas disso até agora” e sobre se a União Europeia sancionaria a China por dar ajuda militar à Rússia afirmou que “é uma questão hipotética que só pode ser respondida se se tornar realidade e facto”.

10 china www.hojemacau.com.mo 7.3.2023 terça-feira
ALEMANHA SCHOLZ AVISA CHINA PARA NÃO ENVIAR ARMAS À RÚSSIA
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TÓQUIO PROJECTO DE LEI PARA LEGALIZAR O CASAMENTO GAY

Aoposição japonesa apresentou ontem um projecto de lei ao Parlamento para legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, divulgou a imprensa internacional.

O projecto de lei foi apresentado pelo Partido Constitucional Democrático do Japão e pretende modificar o Código Civil do país, que estabelece que o casamento é a união entre pessoas de sexos diferentes, segundo a agência de notícias Kiodo.

As críticas ao Governo em relação à situação das minorias homossexuais e da comunidade LGTBI+ no Japão aumentaram recentemente. O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, tem sofrido uma crescente pressão destes grupos, especialmente depois de um ex-assessor do seu gabinete ter feito comentários contra o casamento homossexual. Kishida teve de se desculpar publicamente, em meados de Fevereiro, pelas palavras “extremamente inadequadas” do ex-assessor Masayoshi Arai.

O ex-assessor afirmou, naquela ocasião, que “não gostaria de morar ao lado” de um casal LGTBI+ e que até “odiaria vê-los”. No entanto, Kishida tem sido cauteloso com a ideia de legalizar o casamento homossexual e declarou perante o Parlamento que avançar neste sentido “poderia mudar a sociedade, pois diz respeito à vida privada das pessoas”, defendendo um debate mais aprofundado sobre a questão.

A oposição lamentou a posição do Governo e apontou que “o facto de o casamento homossexual não estar garantido é discriminatório”.

Em Junho de 2019, várias formações de esquerda apresentaram um projecto semelhante, embora não tenha sido debatido pelos parlamentares.

SEUL RETIRADA QUEIXA NA OMC SOBRE RESTRIÇÕES JAPONESAS ÀS EXPORTAÇÕES

São águas passadas

Coreia do Sul e Japão aliviam tensões enquanto procuram chegar a novos acordos que lhes permitam regressar à situação vivida no início de 2019

ACoreia do Sul anunciou ontem que vai retirar uma queixa apresentada junto da Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre restrições impostas pelo Japão à exportação de certos produtos, enquanto aguarda por negociações bilaterais.

“Os dois Governos decidiram conduzir prontamente consultas bilaterais relacionadas às questões actuais de regulamentação de exportação para regressar à situação verificada antes de Julho de 2019”, disse o Ministério do Comércio sul-coreano, em comunicado.

Seul tinha apresentado uma queixa junto da OMC, em Setembro de 2019, na sequência de restrições impostas pelo Japão às exportações de alta tecnologia para a Coreia do Sul.

Tóquio impôs, no início de Julho de 2019, limitações aos materiais químicos básicos que as empresas sul-coreanas compram para fabricar ecrãs e ‘microchips’ de memória, alegando razões de segurança.

Japão Buscas por sete desaparecidos em naufrágio

A guarda costeira japonesa continuou ontem à procura de sete pessoas dadas como desaparecidas, depois do naufrágio da embarcação, vista pela última vez perto de ilhas disputadas com a China. O barco foi avistado na tarde de domingo por um navio da marinha japonesa quando se dirigia para norte das ilhas Senkaku, disse um porta-voz da guarda costeira. As ilhas desabitadas são administradas por Tóquio, mas reivindicadas por Pequim, que as identifica como Diaoyu. A tripulação é composta por um taiwanês e seis indonésios, acrescentou o porta-voz. “Temos procurado a área com navios de patrulha e helicópteros desde que recebemos a informação por volta das 13h30 de domingo da Força Marítima de Autodefesa”, disse. Os meios de comunicação japoneses noticiaram que a embarcação naufragada era taiwanesa, mas a guarda costeira disse ter poucas informações além de se poder tratar de um barco de pesca.

Semanas mais tarde, num alargamento das restrições, o Governo nipónico anunciou que ia retirar a Coreia do Sul da “lista branca” de parceiros comerciais, um estatuto especial que Seul detinha desde 2004, juntamente com um grupo de 26 países. Seul não tardou a aplicar a mesma medida, num novo agravamento da tensão entre os dois países.

Na altura, as autoridades sul-coreanas disseram acreditar que os controlos japoneses eram retaliações por decisões judiciais, algo que o Governo japonês negou.

No final de 2018, o Supremo Tribunal sul-coreano determinou que as empresas japonesas

presentes na Coreia do Sul tinham de pagar compensações a cidadãos coreanos, ou aos herdeiros, escravizados por aquelas companhias durante a Segunda Guerra Mundial.

Nação cicatrizada Com base no tratado de 1965, o Japão, que colonizou a península coreana entre 1910 e 1945, entregou 300 milhões de dólares às vítimas, dinheiro que a ditadura militar de Park Chung-hee não fez chegar a todas, motivo

que levou milhares de pessoas a denunciar recentemente a situação às autoridades sul-coreanas.

A Coreia do Sul anunciou agora um plano para compensar os sul-coreanos vítimas de trabalhos forçados durante a guerra no Japão, com o qual Seul quer reforçar os laços face às tensões com a Coreia do Norte.

Segundo dados fornecidos por Seul, cerca de 780 mil coreanos foram recrutados pelo Japão para trabalhos forçados durante a ocupação de 35 anos,

“Os dois Governos decidiram conduzir prontamente consultas bilaterais relacionadas às questões actuais de regulamentação de exportação para regressar à situação verificada antes de Julho de 2019.”

SUL-COREANO

sem incluir as mulheres forçadas à escravidão sexual pelas tropas nipónicas.

O ministro dos Negócios Estrangeiros sul-coreano, Park Jin, anunciou a criação de uma fundação sul-coreana para compensar as vítimas e as famílias, sem o envolvimento directo dos japoneses.

“Espero que o Japão responda positivamente à nossa grande decisão de hoje, com contribuições voluntárias de empresas japonesas e um pedido de desculpas completo”, disse o governante.

O novo plano do governo de Seul prevê a criação de uma fundação local que vai aceitar doações de grandes empresas sul-coreanas – que beneficiaram das reparações japonesas em 1965 – para compensar as vítimas.

região 11 www.hojemacau.com.mo terça-feira 7.3.2023
MINISTÉRIO DO COMÉRCIO

DE FOTOGRAFIA DE TAM KENG INAUGURADA HOJE

Revelações afectivas

AAmazon tem cerca de 200 livros à venda escritos com recurso ao ChatGPT, ferramenta de Inteligência Artificial, uma situação que é vista como uma ameaça para os escritores.

O número 200 foi avançado pela agência Reuters em finais de Fevereiro e, nos dias seguintes, surgiram alertas quanto aos riscos desta ferramenta, como o de Mary Rasenberger, directora executiva da Authors Guild, a maior e mais antiga organização de escritores

Tempos modernos

Já há livros “escritos” por ChatGPT à venda na Amazon profissionais dos Estados Unidos.

“Estes livros inundarão o mercado e muitos autores ficarão desempregados”, afirmou, citada pelo ‘site’ BusinessInsider.

O exemplo de um livro totalmente escrito pelo ‘robot’é “ChatGPT on ChatGPT: The AI Explains Itself”

(“ChatGPT sobre ChatGPT: A In-

teligência Artificial Explica-se”) e a versão em papel custa 11,9 dólares (11 euros), grátis na versão Kindle. Outro é “The “Wise Little Squirrel” (“O Esquilozinho Sábio”), de Brett Schickler, um vendedor de Rochester, Nova Iorque, que concretizou o sonho de escrever um livro, mas com o ChatGPT.

Tem 30 páginas, foi escrito em poucas horas com esta ferramenta, e está à venda na Amazon Kindle, em versão digital, por 2,99 dólares, ou 9,99 dólares na versão impressa.

Até final de Fevereiro, Shickler tinha ganho menos de 100 dólares, segundo disse à Reuters.

AAmazon afirmou que todos os livros na sua loja ‘on-line’ devem cumprir as regras de propriedade intelectual, mas nada adiantou quanto a uma eventual mudança de regulamentos sobre o uso da tecnologia.

A OpenAI, que lançou o ChatGPT, optou por não se pronunciar.

Revolução em curso

A inteligência artificial promete uma revolução na pesquisa da internet e outras utilizações, mas especialistas alertam que também apresenta riscos, como a violação de privacidade, algoritmos tendenciosos, que exigirão regulamentação, difícil de implementar, pois essas tecnologias avançam rapidamente.

12 eventos 7.3.2023 terça-feira www.hojemacau.com.mo
FRC EXPOSIÇÃO

AFundação Rui Cunha (FRC) apresenta hoje, a partir das 18h, e até ao dia 18 de Março, a exposição “Photography in Free Style” [Fotografia em Estilo Livre] da autoria de Tam Keng, um dos mais conhecidos fotógrafos de Macau. Revelam-se aqui 30 imagens capturadas ao longo dos últimos dez anos. Segundo uma nota da FRC, todas as fotografias expostas “são obras premiadas do autor, com alguns trabalhos inéditos, que se encontram expostos na galeria da FRC desde o dia 1”. Esta mostra é co-organizada com o grupo de media e publicações Skyscape Times.

“Espero que cada trabalho que mostro conte uma história e que crie uma ligação afectiva. Mesmo que eu o reveja ao fim de muito tempo, será sempre um momento tocante para mim.”

TAM KENG FOTÓGRAFO

Segundo a FRC, as obras de Tam Keng são “ricas em conteúdo e mostram bem a elevada formação artística do autor”, reflectindo ainda “o verdadeiro sentimento do fotógrafo pela vida real e pela beleza da natureza”. Além disso, expressam “de forma genuína o seu estilo pessoal, processo de auto-desenvolvimento e de realizações a nível profissional”.

Tam Keng conta que “a fotografia não é apenas uma arte fácil de aprender, é também uma forma de entender as conquistas interiores que a arte pode trazer a uma pessoa”.

Os modelos de inteligência artificial generativa, como as ChatGPT, são capazes de a partir de um texto simples gerar, criar textos extremamente complexos, com resposta a questões, com criação de novas questões, criação de conteúdo, peças jornalísticas.

Na descrição do especialista português Luís Paulo Reis, é também possível fazer programas para disciplinas do ensino superior ou do ensino secundários, respostas a exames, criar inclusivamente exames.

Além disso, “a busca pela arte da fotografia é ainda mais: uma espécie de gratificação e prazer pessoal”. Diz o artista que “enquanto houver luz, é possível capturar o momento”.

“Espero que cada trabalho que mostro conte uma história e que crie uma ligação afectiva”, acrescenta ainda o fotógrafo. “Mesmo que eu o reveja ao fim de muito tempo, será sempre um momento tocante para mim.” Estas citações do autor constam do prefácio da exposição e são reveladas por Paul Ao Leong, presidente da Skyscape Times.

De Xangai para Macau

Tam Keng nas ceu em X angai, na China. Mudou-se para Macau no iní-

cio dos anos 80 e, em 1988, fundou a “Art House”, inicialmente focada em design publicitário. Em 2000 começou a publicar postais e livros de arte, a partir das suas pinturas e fotografias “Monumentos de Macau”.

Em 2016, apresentou a exposição individual “Fotografia”, patrocinada pelo Programa de Promoção de Artistas de Macau, e organizada pela Fundação Macau. Em 2018, expôs “História da Antiga Casa de Chá”, projecto individual organizado pela Sociedade de Fotografia Digital de Macau.

Tam Keng nasceu em Xangai, na China. Mudou-se para Macau no início dos anos 80 e, em 1988, fundou a “Art House”, inicialmente focada em design publicitário

Os seus trabalhos fotográficos ganharam medalhas de ouro da Photographic Society of America (PSA), da Photographic Society of Great Britain (RPS), da International Federation of Photographic Art (FIAP) e de outras instituições de referência em diversos países. Tam Keng é, ainda, Presidente da China (Macao) Overseas Chinese Photographic Society; Presidente da Associação de Fotografia Aérea de Macau; Presidente Honorário da União dos Fotógrafos de Macau; e membro associado da Royal Photographic Society (ARPS), da International Federation of Photographic Art Outstanding Artists (EFIAP), da Photographic Society of Hong Kong (PSHK), da Photographic Society of Macau (PSM), e da Macau Digital Photography Association (MDPA).

Um Pulitzer na Livraria Portuguesa

Palestra com escritor Jonathan Kaufman acontece segunda-feira

JONATHAN Kaufman, autor norte-americano e vencedor de um prémio Pulitzer, estará em Macau na próxima segunda-feira, na Livraria Portuguesa, a partir das 18h30, para conversar com leitores e apresentar o seu mais recente livro, “The Last Kings of Shanghai: The Rival Jewish Dynasties that Helped Create Modern China”.

Esta obra conta a história de famílias judaicas em Xangai nos anos 30, nomedamente os Sassoon e Kadoories, oriundos de Bagdad, e que acabaram por desempenhar um importante papel nos negócios e no mundo da política na China ao longo de 175 anos. As histórias percorrem, assim, períodos históricos como é o caso da Guerra do Ópio, a ocupação japonesa na II Guerra Mundial e a liderança de Chiang Kai-shek até à tomada do poder pelo Partido Comunista Chinês e a formação da República Popular da China, em 1949.

Trata-se de histórias que percorrem Bagdad, Hong Kong, Londres e Xangai carregadas de episódios ligados ao contrabando de ópio, rivalidades familiares e intrigas.

Prémios e percursos

Jonathan Kaufman é, além de autor, jornalista, sendo

actualmente editor executivo na área das notícias sobre negócios da agência Bloomberg, coordenando uma equipa de mais de 300 jornalistas e editores de todo o mundo. Além do Pulitzer, que venceu com um trabalho coordenado na Bloomberg, Jonathan Kaufman ganhou ainda os prémios George Polk, o prémio do Clube de Imprensa Estrangeira, o Prémio Gerald Loeb e ainda o Grande Prémio da Associação de Escritores de Educação.

Antes de passar pela agência de notícias de economia e finanças Jonathan Kaufman foi editor adjunto da página “One”, do The Wall Street Journal, tendo trabalhado também em Pequim como chefe de gabinete do mesmo jornal na China.

Kaufman é ainda autor de dois livros muito aclamados pelo público, nomeadamente “A Hole in the Heart of the World: Being Jewish in Eastern Europe”, editado em 1997, e “Broken Alliance: The Turbulent Times Between Blacks and Jews in America”, lançado em 1995, com o qual ganhou o Prémio Nacional do Livro Judaico.

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Abre hoje ao público, na Fundação Rui Cunha, a exposição “Photography in Free Style” [Fotografia em Estilo Livre], com 30 imagens da autoria de Tam Keng que foram premiadas ao longo dos anos. A mostra apresenta ainda alguns trabalhos inéditos. Nascido em Xangai, Tam Keng vive em Macau desde os anos 80

SUDOKU

UMA SÉRIE HOJE

“ALIAS GRACE”

Baseado na ficção histórica de Margaret Atwood, Alias Grace, é a mini-série que aborda o caso real da empregada de 16 anos condenada à morte por dois assassinatos, no Canadá do séc. XIX. Grace acaba por conseguir a clemência do júri e ser sujeita a 30 anos de prisão. Ao longo de seis episódios, Grace conta sua versão dos acontecimentos ao médico Simon Jordan, contratado para analisar a instabilidade mental da acusada e, possivelmente, comprovar sua inocência. São as conversas entre estes dois personagens que nos trazem a história de Grace, uma mulher que representa o seu género e que é constantemente julgada pela sociedade em que vive, independentemente dos seus crimes. “Alias Grace” toca ainda de uma forma muito própria em temas como o aborto, o assédio, a luta de classes e a discriminação contra os imigrantes. Hoje Macau

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Gonçalo Waddington; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; João Romão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo

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macau visto de hong kong David Chan

QUE CRITÉRIOS PRESIDEM AO PROGRAMA TALENTOS DE TOPO?

NOS ÚLTIMOS anos, Hong Kong viveu uma onda de emigração, sendo que, na sua maioria, as pessoas que saíram tinham recursos financeiros e competências profissionais. A longo prazo, a cidade pode vir a sofrer de “escassez de talentos”. Para solucionar este problema, o Governo de Hong Kong lançou o Programa “Talentos de Topo” para atrair estrangeiros qualificados que possam promover o desenvolvimento da região. Como não é necessário apresentar registo criminal no momento da candidatura, uma pessoa muito conhecida na área da medicina, que já tinha cumprido pena de prisão, veio para Hong Kong ao abrigo deste programa, o que causou grande polémica na sociedade. Este indivíduo anunciou numa conferência de imprensa que tinha entrado em Hong Kong através de um programa que tinha chamado a atenção do público. O principal motivo de preocupação prende-se com a prática de métodos de modificação de genes para impedir que mulheres grávidas infectadas com HIV transmitissem o vírus ao feto. Este método de modificação genética foi amplamente criticado na altura. Acreditava-se que a modificação de genes humanos conduziria a problemas de ordem social. Muitos países e regiões têm legislação que proíbe a modificação de genes humanos. Esta pessoa sobejamente conhecida violou essas leis e foi condenada a pena de prisão. Foi depois de ter saído da prisão, que veio para Hong Kong ao abrigo deste programa. As opiniões em Hong Kong dividem-se em relação a este assunto. Em primeiro lugar, a modificação genética levanta questões de ordem médica e de ordem moral. É sem dúvida um assunto controverso. É difícil chegar a conclusões e não é fácil de aceitar. Em segundo lugar, depois de este incidente ter começado a circular, descobriu-se que o Governo de Hong Kong não exigia que o registo criminal fosse apresentado no acto da candidatura, o que constitui é uma lacuna do programa.

Depois do problema ter acontecido, o Governo de Hong Kong respondeu rapidamente e veio declarar publicamente que os candidatos passam a ter de submeter o registo criminal e assinalou que a pessoa em questão também terá de o fazer.

Este incidente faz-nos lembrar da importância do registo criminal. Isto quer dizer que alguém com registo criminal não pode vir para Hong Kong ao abrigo deste programa? A medida pretende atrair pessoas altamente qualificadas para Hong Kong, para aí se fixarem e contribuírem para o desenvolvimento social. Por conseguinte, este programa tem duas vertentes: imigração para Hong Kong e talentos.

Em muitas zonas do globo, os imigrantes têm de apresentar o registo criminal. Os candidatos estrangeiros a qualquer posição têm de provar que têm um registo criminal limpo. Portanto, a apresentação do registo criminal não é apenas uma formalidade, mas também uma condição substantiva. O candidato tem de provar que o seu registo criminal está limpo antes do Governo considerar o seu pedido de entrada no país. Nesta matéria, o Governo de Hong Kong falhou na elaboração o programa. Como já foi mencionado, a questão essencial é saber se o candidato já cometeu algum crime. Se tiver sido o caso, isso impede-o de entrar no país?

Quando o Governo aceita imigrantes, a primeira consideração é, como é evidente, a segurança. É impossível aceitar alguém que venha a causar problemas, e se se tratar de uma pessoa que, em qualquer altura, infringiu a lei a questão é ainda mais complexa, porque a lei determina os padrões do comportamento em sociedade. Quando alguém comete um crime, o seu comportamento coloca-se abaixo dos padrões estipulados e tem de ser castigado para não voltar a prevaricar. Tendo estes factores em linha de conta, é razoável que o Governo exija a apresentação do registo criminal.

Como já foi dito, a segunda vertente deste programa são os talentos. Permitir que se fixem e que comecem uma nova vida em Hong Kong. A cidade irá também beneficiar do seu contributo. Neste âmbito, a primeira condição que se impõe aos candidatos é possuírem boas qualificações. Em segundo lugar, é necessário perceber se essas qualificações podem ajudar a contribuir para o desenvolvimento de Hong Kong A julgar pelas notícias que circularam sobre esta pessoa sobejamente conhecida, o seu passado demonstra que é sem dúvida um médico talentoso. Será que Hong Kong pode vir a beneficiar com os seus conhecimentos?

Devido aos problemas éticos que enfrentou, é inevitável que as pessoas tenham opiniões sobre o assunto. Mas será que a sociedade de Hong Kong fecha as suas portas devido a um erro cometido no passado? Na Grã-Bretanha, houve em tempos um advogado que cometeu homicídio. Depois de ter saído da prisão,

voltou a exercer. Um advogado conhece a lei. Como poderia não saber que o homicídio é um crime? Depois de ter sido libertado, ainda lhe foi emitida uma licença e pode continuar a trabalhar. Isso mostra que, desde que haja poucas hipóteses de voltar a cometer um crime e que o indivíduo queira continuar a contribuir para a sociedade, um passado complicado não é necessariamente uma razão para impedir que exerça o seu trabalho.

Devido a questões de ética médica, a lei proíbe a modificação de genes humanos. Desde que o candidato compreenda este problema, e não se envolva em investigações nesta área, debruçando-se sobre outras matérias, desde que não viole a lei, e que a sociedade e a comunidade médica o aceitem, os seus conhecimentos na área da medicina são um factor importante que o Governo de Hong Kong deve ter em consideração.

Neste caso, aparentemente, o programa não exigia a apresentação do registo criminal. Esta lacuna pode ser colmatada através da alteração do programa. Desde que o candidato apresente um registo criminal limpo, a questão não se volta a colocar. O que tem realmente de ser considerado, é a possível aceitação por parte do Governo de Hong Kong de candidatos com que já tenham cometido certas infracções, uma aceitação que pode gerar controvérsia. Estes julgamentos podem ser de alguma forma subjectivos. Independentemente de o Governo vir a aceitar ou não essas candidaturas, na sociedade haverá sempre opiniões diferentes, e pode dizer-se que o Governo de Hong Kong irá enfrentar um dilema.

vozes 15 terça-feira 7.3.2023 www.hojemacau.com.mo Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão do Instituto Politécnico de Macau • Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau • legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk • http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog
O que tem realmente de ser considerado, é a possível aceitação por parte do Governo de Hong Kong de candidatos com que já tenham cometido certas infracções, uma aceitação que pode gerar controvérsia

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