Hoje Macau 7 ABR 2017 #3789

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MOP$10

SEXTA-FEIRA 7 DE ABRIL DE 2017 • ANO XVI • Nº 3789

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

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CAM

hojemacau

PEQUIM QUER MACAU A VOAR PARA PAÍSES LUSÓFONOS

As asas do desejo AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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PÁGINA 9

PEARL HORIZON

INSTITUTO CULTURAL

O PESADELO Nós por cá todos DA AREIA bem PRETA GRANDE PLANO

PÁGINA 5

LIGA DE ELITE

OPINIÃO

Águias Manifesto à caça do leão Modo de perguntar ISABEL CASTRO

PÁGINA 13

h PAULO JOSÉ MIRANDA


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Afirmam que não são ricos. Uns são engenheiros e advogados, outros são reformados e comerciantes. Venderam o que tinham para comprarem uma casa melhor. Quem adquiriu apartamentos em regime de pré-venda no edifício Pearl Horizon, cujo terreno o Governo quer reaver, não sabe o que esperar do futuro

PEARL HORIZON OS ROSTOS POR DETRÁS DO INVESTIMENTO

DINHEIRO, SUO H

Á cinco anos, o mercado imobiliário parecia promissor. Os empreendimentos no Cotai estavam a ser construídos a todo o vapor e comprar uma casa era visto como o investimento mais acertado a fazer. Na zona da Areia Preta, o edifício Pearl Horizon prometia casas de luxo com vista para a China. Chan, que trabalha na produção de tofu, nem pensou duas vezes. Ele e a mulher decidiram que era altura de aplicar as poupanças de uma vida. “Quando decidi comprar o apartamento, pensava que o preço das casas ia aumentar continuamente e que o promotor [Polytec] tinha capacidade para fazer o projecto. Não sabia muito sobre a lei, e decidi vender a minha casa antiga para dar a entrada na nova casa”, contou ao HM. O empréstimo foi pedido e autorizado. O sonho de ter um andar de luxo para si e para a sua família desfez-se alguns anos depois. “Agora tenho de pagar mais de 30 mil patacas por mês ao banco, nem sei quando é que acaba o meu empréstimo. Não tenho qualquer esperança”, assume. Se os dias de Chan se tornaram agitados, as noites transformaram-se num pesadelo. “Acordo sempre de madrugada e não consigo dormir. Só resta um vazio, para mim tudo isto é como se fosse o fim do mundo.”

HOJE MACAU

GRANDE PLANO

DIAS HIPERTENSOS

Desde que o Governo decidiu reverter o terreno concessionado à Polytec, após ter terminado o prazo de 25 anos de concessão, que as noites dos que compraram as casas em regime de pré-venda se transformaram num pesadelo. Vários investidores que falaram com o HM têm um discurso semelhante: os comprimidos para dormir tornaram-se nos seus melhores aliados. Sam começa a falar e mostra de imediato todo o arsenal de comprimidos que toma diariamente. As lágrimas caem-lhe do rosto. “Comecei a tomar isto há um ano. Vou à clínica por ter o tratamento gratuito, mas já me disseram que não conseguem curar as minhas

doenças e querem passar-me para o Centro Hospitalar Conde de São Januário. Tenho hipertensão e problemas de coração.” Esta reformada de 60 anos, com quatro filhos, pensou que poderia ter uma casa com as poupanças que conseguiu juntar, mais a ajuda dos filhos. “Agora perdi a casa que tinha e os meus filhos não me vão ajudar a pagar o empréstimo, porque têm de pagar a renda das casas onde vivem. Neste momento tenho uma mensalidade de 30 mil patacas.”

“Perdi a casa que tinha e os meus filhos não me vão ajudar a pagar o empréstimo, porque têm de pagar a renda das casas onde vivem.” SAM REFORMADA

Actualmente, Sam vive com mais quatro pessoas numa casa. Dos quatro filhos, dois ainda estão a estudar. Um deles divorciou-se há pouco tempo e precisa de sustentar a filha.

“SOMOS VÍTIMAS”

A Lei de Terras entrou em vigor em 2013 e poucos adivinhavam o que iria suceder. O Governo e os deputados à Assembleia Legislativa (AL) aprovaram o diploma sem que tenha ficado escrito, preto no branco, o que iria o Executivo fazer no caso de ser


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OR E LAGRIMAS ´

ao banco e muitos de nós ficaram na rua”, vinca. “Ainda estou a trabalhar, ganho cerca de 20 mil patacas por mês e vou precisar de pagar a educação da minha filha.” Sonny afirma que este foi o caso que mais o fez sentir-se desiludido em relação ao Executivo. “O Governo não nos deu qualquer resposta e não toma uma decisão sobre o que vai fazer. Isso é lamentável. Respeitamos a lei para comprar esta casa, pedimos ajuda a um advogado, mas o Governo ainda vem dizer que temos de cumprir a lei. Não tem em consideração as necessidades das pessoas”, acusa. Este engenheiro aponta o dedo também aos deputados. “Foi a Assembleia e o Governo que criaram esta lei e que a aprovaram, mas não tiveram em consideração o que poderia acontecer. Deviam ter pensado no futuro das pessoas. Sei que uma mulher morreu há cerca de três meses por causa disto, mas o Governo nunca teve essa percepção.”

IR À CONFIANÇA

o responsável pela falta de aproveitamento dos terrenos concessionados. Havia o passado Ao Man Long e os anos de inércia que se seguiram: quem trabalhava no sector queixava-se publicamente da incapacidade de decisão no seio das Obras Públicas. A apatia que se apoderou de quem tinha de dar andamento a plantas e projectos chegou a ser amplamente debatida na AL. Nalguns terrenos que, nos últimos tempos, o Governo tentou recuperar, já estavam a decorrer construções, muitas poupanças já

estavam a ser investidas, à espera das chaves que iriam mudar vidas. Sonny é engenheiro e clarifica de imediato: “Nenhum de nós que está aqui é rico, não somos ricos”. Sobre o caso Pearl Horizon, Sonny lamenta que exista a ideia de que quem teve dinheiro para avançar para a aquisição das fracções tem hoje uma vida sem preocupações financeiras. “Decidi comprar a casa para a minha filha, que ainda está na universidade. Nós é que somos as vítimas de tudo isto. Vendemos casas, pedimos dinheiro emprestado

No debate mais recente da AL, na semana passada, a Lei de Terras voltou a ser tema central de uma discussão que durou quase duas horas. Um pequeno grupo de investidores do Pearl Horizon foi ao hemiciclo em representação das 300 famílias que estão envolvidas no caso. Delia foi uma das pessoas que aplaudiu todas as intervenções dos deputados. Filha de um casal que tem uma empresa de importação de roupas de grandes marcas do mundo da moda, Delia chegou a trabalhar no Reino Unido e não entende como é que a implementação de uma lei pode originar um problema desta natureza. “Quando decidimos comprar um apartamento no Pearl Horizon sabíamos que a Polytec é uma empresa listada na bolsa de Hong Kong, e que já tinha construído vários empreendimentos em Macau. Eu própria vivo num prédio construído pela Polytec. Em 2011 foi feito o primeiro pagamento. Naquela altura todos queriam comprar uma casa e muitos estavam a investir”, recorda Delia. “Em todo o mundo, quando se decide comprar uma casa, é o mesmo sistema. Seguem-se as

“Respeitamos a lei para comprar esta casa, pedimos ajuda a um advogado, mas o Governo ainda vem dizer que temos de cumprir a lei. Não tem em consideração as necessidades das pessoas.” SONNY ENGENHEIRO

regras, contrata-se um advogado. A minha família confiou no projecto e no sistema jurídico”, disse ainda. Choi sabia que comprar uma casa quando o edifício ainda não está totalmente construído poderia ser um risco, tinha conhecimento de casos antigos. Ainda assim, avançou. Tudo apontava para um investimento com um final feliz. “Sabíamos dos problemas que podiam acontecer com as fracções e perguntámos quando é que poderíamos ter a nossa casa. Quando nos confirmaram a data do início das obras, decidimos comprar. Não percebíamos nada de leis, mas pedimos ajuda a um advogado e o Governo recebeu os nossos impostos. Achámos que isso seria uma garantia”, notou o investidor. Choi também chora quando conta todo este percurso, iniciado em 2014.

“Não percebíamos nada de leis, mas pedimos ajuda a um advogado e o Governo recebeu os nossos impostos. Achámos que isso seria uma garantia.” CHOI REFORMADA

“Perdemos a casa e o meu filho de 27 anos já não tem um sítio para morar. Contribuímos com o nosso dinheiro e as nossas reformas. A culpa não é nossa.Agora só podemos pedir ajuda ao Governo.” Leong, já idosa, vivia num prédio de cinco andares e quis ter uma nova casa com elevador, para poupar as pernas. “Queria viver com os meus filhos num prédio com elevador. Vendi a minha casa e usei esse dinheiro para pagar a primeira tranche do empréstimo. Mas agora aconteceu isto e não sabíamos nada sobre a concessão de 25 anos.” A idosa não se lembra de história assim: “Nunca pensámos que o Governo iria reverter o terreno. Em Macau nunca aconteceram essas coisas”. A reformada recorda que antes “havia o medo de que o promotor recebesse o dinheiro das pessoas sem acabar a construção do prédio”. Mas, observa Leong, com a Polytec aconteceu tudo de forma diferente. “O promotor sempre quis construir o prédio e o Governo decidiu recuperar o terreno. O que vamos fazer com o dinheiro que já gastámos? Gastámos o dinheiro que juntámos toda a vida. Estou a falar com as mãos a tremer, comecei a ter problemas de coração”, disse. Com o processo do Pearl Horizon ainda em tribunal, o Governo afirma nada poder fazer, embora as críticas não parem de chegar. No último debate na Assembleia, vários deputados falaram da falta de tecto de muitos, dos problemas de saúde que se acumulam, de pequenas tragédias que vão acontecendo. Os representantes do Governo disseram apenas que, até ao momento, nenhum pedido de apoio psicológico chegou ao Instituto de Acção Social. Mas do outro lado, a realidade é outra, sem que haja quaisquer perspectivas de futuro ou de recuperação do dinheiro investido. Muitos já deixaram de pagar os seus empréstimos aos bancos, desconhecendo-se a reacção da banca a este episódio que mudou a vida da sociedade e com impactos difíceis de calcular para a própria economia. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


4 POLÍTICA Á se avista luz ao fundo do túnel legislativo que tem como destino a alteração ao regime das carreiras dos trabalhadores dos serviços públicos. “Esperamos a apresentação da proposta final do Governo, assinada pelo Chefe do Executivo, para tentarmos concluir até finais de Abril e entregar ao plenário”, projecta Kwan Tsui Hang. A presidente da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) não tem dúvidas de que a revisão legal estará concluída antes do fim desta legislatura. A lei que rege o funcionalismo público havia sido aprovada na generalidade no passado dia 4 de Janeiro, por unanimidade. A revisão modifica os índices de carreira dos controladores de tráfego marítimo, dos topógrafos e hidrógrafos. O diálogo entre a comissão e o Executivo chega assim ao seu término, sendo que os derradeiros ajustes foram meramente de redacção e sistematização. A primeira alteração ao texto de trabalho prende-se com a documentação a apresentar no concurso de ingresso à Função Pública que atesta da experiência profissional do candidato. No entender da comissão permanente, esta disposição poderia levar a injustiças, já que “por vezes não é possível conseguir o documento comprovativo”, explica Kwan Tsui Hang. Diversos factores podem levar a dificuldades na entrega deste comprovativo. A empresa pode ter fechado portas e o candidato ter trabalhado fora da RAEM, foram dois exemplos elencados pela deputada.

GCS

J

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Legislação ALTERAÇÃO AO REGIME DAS CARREIRAS NA FUNÇÃO PÚBLICA COM FIM À VISTA

Assunto quase resolvido

Os trabalhos de alteração ao regime das carreiras dos trabalhadores dos serviços públicos estão em fase de conclusão. A comissão permanente da Assembleia Legislativa que discute o tema deu por terminada a análise. A versão final deve regressar ao plenário até ao final deste mês Nesse sentido, o Governo fez ajustamentos à letra da lei de forma a estipular que o júri que preside ao concurso, ou o serviço público, deve fazer a sua avaliação com base em “documento comprovativo idóneo”. Cabe ao júri

decidir pela idoneidade da declaração.

HARMONIA LEGAL

Outra das alterações prende-se com o acesso a grau superior de carreira, estabelecido no regime das carreiras dos trabalhadores dos serviços PUB

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 239/AI/2017 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora CHEN XIAOWEI, portadora do Salvo-Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W81319xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 11/DI-AI/2015 levantado pela DST a 24. 01.2015, e por despacho da signatária de 31.03.2017, exarado no Relatório n.° 255/ DI/2017, de 22.03.2017, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua de Xangai n.° 182, Hoi Kun Chong Sam (Centro Hoi Kun), 10.° andar G onde se prestava alojamento ilegal.------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.---------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro. -----Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.----------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.---------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 31 de Março de 2017. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

públicos. Na primeira versão estava estipulado um prazo de 90 dias após o qual os serviços teriam de se pronunciar sobre a promoção. Obviamente que a progressão de carreira tem de respeitar os requisitos de acesso e que existam vagas para o efeito. A comissão insurgiu-se ainda contra o tempo excessivo que os serviços podem demorar a dar acesso ao grau superior que, “se calhar, demora ainda mais que o ingresso”. Os deputados pediram, portanto, expediência no processo. Dessa forma, o Governo “clarificou a redacção para que passe a ser publicado no prazo máximo de 90 dias”, conta a presidente da 1.ª Comissão Permanente. O diploma também foi revisto no anexo 2, que diz respeito ao nível de habilitações académicas dos funcionários públicos com formação universitária. Na versão inicial da lei estava

estabelecido, de forma um pouco vaga, a formação de “curso superior, agora clarificou-se que é o curso de bacharelato”, esclarece Kwan Tsui Hang. Porém, a deputada acha que esta alteração pode vir a resultar numa adversidade futura. “Tanto o Governo, como a nossa assessoria,

A presidente da 1.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa não tem dúvidas que a revisão legal estará concluída antes do fim desta legislatura

alertou para a questão de que, na proposta de lei de ensino superior, este curso superior deixará de existir”, explica a deputada. A questão é procurar a harmonia entre os dois diplomas. De acordo com Kwan Tsui Hang, como ainda não se sabe qual o futuro certo da lei que regulará o ensino superior, a alteração à legislação das carreiras dos funcionários públicos terá de se conformar com o regime actual, ou seja, usar o conceito de bacharelato. Esta modificação procura não prejudicar os trabalhadores que vão ingressar na função pública munidos de um bacharelato, ou quem esteja a tirar um curso com esse grau académico. Além disso, a lei do ensino superior terá um período de um ano até entrar em vigor, dando espaço de manobra suficiente para uma alteração pontual. João Luz

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POLÍTICA

Licença para conduzir

IC ALEXIS TAM GARANTE FIM DAS IRREGULARIDADES DETECTADAS PELO CCAC

N

Já deu instruções ao Instituto Cultural e alargou as directrizes a todos os serviços da tutela. Mas o relatório do Comissariado contra a Corrupção continua a fazer com que Alexis Tam se pronuncie. O secretário garante que o que estava mal já foi corrigido

Problemas resolvidos

UMA altura em que também se discute a subida das bandeiradas, o sector dos táxis vive um momento de reforma existencial com a revisão do regime das concessões de licença. O Governo mostrou vontade de, nesta alteração regulamentar, mudar o paradigma de licenciamento que tenha como resultado a abertura do mercado. Nesse sentido, Si Ka Lon interpelou o Executivo por escrito no sentido de clarificar a sociedade quanto a esta matéria. O deputado exige a divulgação de pormenores sobre a reforma do regime relativo à concessão de licença do sector de táxis. Entretanto, as associações que representam a classe dos taxistas continuam as negociações com a finalidade de aumentar a bandeirada das actuais 14 patacas nos primeiros 1600 metros de circulação. Si Ka Lon lembrou que, por detrás das intenções do Governo, está o combate aos comportamentos dos profissionais que têm dado má fama ao sector dos táxis. Desta forma, também as companhias detentoras dos

carros teriam de participar no funcionamento dos táxis com uma licença própria para as empresas que operam no mercado. A alteração tem como intuito melhorar a qualidade dos serviços prestados pelos taxistas, com um aumento de concorrência entre os profissionais do sector. O deputado considera que a proposta do Governo poderá causar preocupações e receios a este segmento dos transportes, levando os 650 profissionais detentores de licença a temerem pelo seu futuro. Nesse sentido, Si Ka Lon pede ao Executivo a ter em conta os interesses dos cidadãos, mas também os dos taxistas, uma vez que, com a entrada de empresas no mercado de táxis, muitos profissionais podem perder os empregos. Como tal, o deputado deseja ter conhecimento acerca do calendário para a divulgação da proposta de alteração ao regime, assim como a forma que o Governo vai usar para reforçar a fiscalização e melhorar a qualidade dos serviços.

GONÇALO LOBO PINHEIRO

Si Ka Lon exige clarificação sobre mudança na concessão de licenças a táxis

EXPERIÊNCIA VS CAPACIDADE

Vítor Ng e João Luz

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ADJUDICAÇÕES MAK SOI KUN QUER DEBATE NA ASSEMBLEIA

O

deputado Mak Soi Kun entregou um pedido de debate na Assembleia Legislativa (AL) sobre o decreto-lei de 1984, relativo ao regime das despesas com obras e aquisição de bens e serviços. Apesar de o Governo estar neste momento em processo de revisão do diploma, o deputado considera essencial debater a matéria no hemiciclo. “Para evitar que surjam mais problemas sociais devido à obsoleta lei das aquisições, e salvaguardar a estabilidade e o desenvolvimento da sociedade, apresento ao presidente da AL, em prol do interesse público, a presente proposta de debate, chamando à atenção para a lei referida, com vista a dissipar as preocupações

da sociedade e a evitar mais prejuízos para o interesse público”, lê-se na proposta. Mak Soi Kun aponta que o diploma “há muito que é criticado por ser obsoleto e obstruir gravemente o desenvolvimento da sociedade, originando corrupção e prejudicando significativamente o interesse público”. O deputado dá como exemplo a forma de recrutamento levada a cabo pelo Instituto Cultural (IC), que resultou num relatório do Comissariado contra a Corrupção. “Olhando para os últimos anos, os problemas resultantes da lei das aquisições, uns mais graves, outros menos, não pararam. Um exemplo recente é a violação das normas legais do concurso e recrutamento por parte do IC”, concluiu. A.S.S.

rápido possível”, indicou ainda Alexis Tam aos vários serviços da pasta dos Assuntos Sociais e Cultura. O secretário falava à margem da reunião anual da Comissão Conjunta de Trabalhos para Impulsionar a Construção de Macau num Centro Mundial de Turismo e Lazer. Instado a comentar a parte do relatório do CCAC referente à Direcção dos Serviços de Turismo (DST), explicou que “a DST assinou um contrato individual de trabalho com uma ex-chefia, após consultar o parecer da Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública, o qual obteve a respectiva concordância”. No entanto, mais tarde, o CCAC enviou, uma vez mais, uma recomendação à DST, que procedeu à rectificação e resolução do caso, de acordo com o conteúdo da recomendação feita.

O

secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam reiterou ontem que o relatório de trabalho divulgado recentemente pelo Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) merece todo o seu respeito, tendo assegurado que os serviços “procederam, de imediato, à devida rectificação, depois de tomarem conhecimento das opiniões do CCAC”. O governante garantiu ter dado instruções a todos

os serviços da tutela reiterando “o dever de seguir, no processo de recrutamento de pessoal, os princípios de justiça, igualdade e transparência, não sendo permitido

o nepotismo ou situações injustas”, lê-se em nota à imprensa do Gabinete de Comunicação Socia. “Caso haja algum problema, este deve ser corrigido o mais

Alexis Tam garantiu ter dado instruções a todos os serviços da tutela reiterando “o dever de seguir, no processo de recrutamento de pessoal, os princípios de justiça, igualdade e transparência”

Quanto ao caso da nomeação de duas chefias do Instituto Cultural, nomeação essa que não correspondia ao requisito legal que obriga a um mínimo de cinco anos de experiência profissional, Alexis Tam explicou que as duas pessoas em causa foram altamente recomendadas pelo ex-presidente do IC. Tinham “experiências valiosas na área e capacidade para o exercício das funções”, o que fez com o secretário tivesse respeitado a opinião dada. Atendendo aos reparos feitos pelo CCAC, “o Instituto Cultural já procedeu à devida rectificação”. A rematar, o governante frisou estar “muito atento” à situação de eventuais irregularidades em cada caso. No entanto, sublinhou que, “apesar de haver falhas em alguns casos, não violam a lei”. Não obstante, garantiu ter já exigido aos dirigentes dos serviços que façam “um controlo mais rigoroso, reforçando os conhecimentos jurídicos, bem como intensificarem os trabalhos de gestão na área administrativa, pessoal e financeira, não sendo permitida a ocorrência de mais situações irregulares”.


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Aviso Programa de Devolução do Imposto Profissional do Ano de 2015 Nos termos do artigo 18º da Lei n.º 11/2016, a Direcção dos Serviços de Finanças vai devolver 60% da colecta do imposto profissional, até ao limite de 12.000,00 patacas, pago pelos contribuintes que, em 31 de Dezembro de 2015, sejam titulares do bilhete de identidade de residente da Região Administrativa Especial de Macau, e que pagaram o imposto profissional referente ao ano de 2015, não se procedendo, no entanto, à devolução do imposto de valor inferior a 50,00 patacas. O montante da devolução é pago por transferência bancária, por cheque cruzado ou por título de pagamento M/7. A Direcção dos Serviços de Finanças vai proceder em Março e Abril do corrente ano, à devolução do imposto aos contribuintes que reúnem os requisitos para o efeito, por: -

Transferência bancária: trabalhadores de estabelecimento de ensino que recebam o subsídio directo, e pessoal docente que receba o subsídio para o desenvolvimento profissional, previstos nos Despachos do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura n.ºs 66/2004 e 76/2012; Contribuintes que trataram das formalidades junto dos bancos visados para receber o montante da devolução, por transferência bancária, e Trabalhadores que exercem funções nos serviços da Administração Pública (incluindo os organismos autónomos) e por eles recebam remunerações.

-

Cheque cruzado: a ser enviado o cheque, no valor nele indicado, aos contribuintes cuja devolução não seja efectuado por transferência bancária.

Os dados relativos à devolução podem ser obtidos da seguinte forma: 1) 2) 3) 4)

Os utilizadores do “Serviço Electrónico” dos Serviços de Finanças podem consultar detalhadamente os dados de devolução, através do respectivo sistema; Consulta sumária, através da página electrónica dos Serviços de Finanças, no campo “Consulta do Programa de Devolução do Imposto Profissional”; Nos quiosques instalados nos Serviços Públicos ou Associações, sendo necessário para o efeito, o BIR; Podem dirigir-se aos seguintes locais: Núcleo de Informações Fiscais / 2.º Centro de Serviços, sitos no Edifício Finanças, r/c e sobreloja respectivamente; Centro de Atendimento Taipa; ou Centro de Serviços da RAEM.

Caso não tenham recebido o cheque cruzado até 18 de Abril de 2017, os contribuintes podem solicitar a emissão de 2ª via do mesmo, mediante apresentação do “Pedido de emissão de 2.ª via do cheque do Programa de Devolução do Imposto Profissional do Ano de 2015”, durante as horas de expediente, nos seguintes locais: Núcleo de Informações Fiscais, sito no Edifício “Finanças”, r/c; Centro de Atendimento Taipa; ou Centro de Serviços da RAEM. Aos 13 de Março de 2017. O Director, Iong Kong Leong


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HENG Anting quer saber se o sistema de controlo de velocidade da Ponte de Sai Van pode ser usado para detectar outras infracções dos condutores. Em causa está a monitorização da condução, de modo a reduzir os acidentes em Macau. O deputado está particularmente preocupado com o modo como circulam os veículos pesados. Zheng Anting apoia-se nos dados divulgados pelos Serviços para os Assuntos de Tráfego que registaram, em 2016, um total de 3752 acidentes rodoviários causados por veículos pesados. Só em Janeiro deste ano, há já registo de 220 casos. De acordo com o deputado, o elevado número de acidentes é uma consequência das obras que decorrem em Macau, que levam ao aumento de camiões e betoneiras em circulação. “Há inúmeros veículos pesados a circular na Ponte da Amizade e na Ponte de Sai Van, sendo que têm acontecido vários acidentes rodoviários resultantes de manobras indevidas, incluindo ultrapassagens perigosas que já resultaram em ferimentos graves e mesmo em mortes”. Zheng Anting aponta ainda que, apesar da existência das marcas a proibirem a ultrapassagem nas pontes, ainda há condutores que ignoram a proibição, o que “mostra a ineficácia dos actuais sistemas de detecção do trânsito”. O deputado não deixa de lembrar que, no ano passado, foi instalado o sistema de detecção de excesso de velocidade na Ponte de Sai Van, sendo que a polícia pode usar os vídeos como prova de irregularidade de forma a sancionar os infractores. V.N com S.M.M.

Ambrose So estima que o orçamento final do empreendimento Lisboa Palace seja de 36 mil milhões de dólares de Hong Kong. A Sociedade de Jogos de Macau firmou ontem um acordo com 19 bancos para a concessão de um empréstimo de 25 mil milhões de dólares de Hong Kong para custear o projecto

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Sociedade de Jogos de Macau (SJM) assinou ontem um acordo com um grupo de 19 bancos para custear parcialmente o empreendimento que está a construir no Cotai, e que deverá abrir portas no primeiro trimestre de 2018. O acordo prevê a concessão de um empréstimo de 25 mil milhões de dólares de Hong Kong para construir o empreendimento Lisboa Palace. Ambrose So, director-executivo da SJM, acredita que o Lisboa Palace custe um total de 36 mil milhões de dólares de Hong Kong. “Vamos tentar ficar nos 36 mil milhões de dólares, com tudo incluído. Penso que é uma aposta segura, não queríamos ter muita pressão no caso de ocorrer um grande aumento dos custos”, disse Ambrose So aos jornalistas, à

Lisboa Palace SJM APONTA ORÇAMENTO PARA 36 MIL MILHÕES

O acordo esperado HOJE MACAU

TRÂNSITO PARA QUE SERVE A FISCALIZAÇÃO?

SOCIEDADE

Ambrose So

margem da assinatura do acordo com os bancos. Quanto ao atraso na finalização do acordo, que estava a ser preparado desde 2014, o empresário garante que não teve que ver com a queda das receitas dos casinos. “Em primeiro lugar, sentimo-nos satisfeitos com os resultados e, depois, foi necessária uma tradução dos documentos em três línguas, foi algo difícil. Também necessitámos da aprovação do Governo, e isso leva tempo”, explicou Ambrose So. Além disso, a assinatura do acordo resultou de um processo “um pouco difícil”. “As pessoas estavam atentas às previsões das receitas do jogo e não havia muito optimismo em relação ao futuro. Mas o mercado começou a reagir e surgiu uma maior confiança.” Ambrose So referiu ainda que o acordo ontem assinado não lhe dá apenas confiança, “mas também aos bancos”. “Fui informado que há mais bancos interessados

“As pessoas estavam atentas às previsões das receitas do jogo e não havia muito optimismo em relação ao futuro. Mas o mercado começou a reagir e surgiu uma maior confiança.” AMBROSE SO DIRECTOR-EXECUTIVO DA SJM

[no grupo das 19 entidades bancárias] para um mercado secundário que lhes permita algum tipo de participação PUB

neste grupo”, acrescentou o director-executivo da SJM. O empresário acredita que o último incêndio ocor-

rido no empreendimento não deverá originar atrasos na obra. “O incêndio não vai causar um grande atraso no projecto do Cotai, porque não ocorreu na zona mais crítica do edifício. Estamos a tentar resolver a situação o mais depressa possível, para não atrasar o projecto.” A Polícia Judiciária já se encontra a investigar as razões de mais um incêndio no local, mas a SJM também está a apurar as origens do incidente. “O nosso departamento interno de segurança está a preparar um relatório sobre o assunto, de modo a implementar uma melhor gestão, depois de serem encontradas as causas do incêndio”, adiantouAmbrose So. Andreia Sofia Silva

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M

ACAU deve estudar a possibilidade de ter voos directos entre o território e os países de língua portuguesa. O recado foi deixado ontem pelo subdirector do Gabinete de Ligação do Governo Central, Yao Jian, na reunião anual de 2017 da comissão conjunta de trabalho para impulsionar a construção de Macau num centro mundial de turismo e lazer. “Macau é uma plataforma importante entre a China e os países de língua portuguesa e, por isso, devem ser desenvolvidas actividades que envolvam o intercâmbio entre o Continente e estes países”, disse o responsável. Para o efeito, “deve estudar a possibilidade de explorar voos directos com os países de língua portuguesa, de modo a atrair mais visitantes destes países para o território e, ao mesmo tempo, dar oportunidade a estes turistas para que possam transitar para outros destinos na China”, explicou. No final da reunião, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, não acrescentou qualquer informação acerca da vontade do Gabinete de Ligação, sendo que, garantiu, seria uma iniciativa acarinhada pela sua tutela. “É uma boa ideia, mas é necessária ainda

Turismo GABINETE DE LIGAÇÃO SUGERE VOOS DIRECTOS PARA O ESPAÇO LUSÓFONO

Uma mãozinha do Continente uma análise. Não falámos dela durante a reunião, o que não significa que não a vamos desenvolver no futuro”, afirmou.

TIAGO ALCÂNTARA

A representação de Pequim em Macau propôs ontem o investimento da RAEM em voos directos com os países de língua portuguesa. A ideia é usar a situação privilegiada do território para multidestinos turísticos. O Governo Central quer ainda estabelecer mecanismos de ajuda na criação de um produto turístico próprio

SOCIEDADE

ACÇÃO CONJUNTA

De acordo com Li Shihong, vice-presidente da Administração Nacional do Turismo da China, o Governo Central está disponível para ajudar nas políticas do território que tenham como fim a promoção de um turismo diversificado e “a criação de um produto internacional de grande procura”. “O desenvolvimento do território está no bom caminho e temos, em conjunto, de depositar confiança no Governo local e ajudar na colaboração com províncias chinesas”, sublinhou. Aideia do responsável do turismo do Continente vai no sentido de fomentar tempos de estadia maiores no território e, em simultâneo, explorar o turismo para multidestinos. “O Governo Central já o faz e podemos associar Macau às políticas aplicadas a outras províncias chinesas.” Por outro lado, Li Shihong considerou que é importante que as medidas a serem tomadas sejam práticas e concretizáveis. “Discutimos acerca das políticas em que podemos apoiar Macau na elevação da indústria turística, e como aprofundar os serviços e fiscalização numa cooperação integrada de todos os sectores”, disse. A entrada facilitada no território também esteve em discussão na reunião de ontem. A ideia é que os turistas não tenham de pagar para entrar em Macau, prática que, segundo o Alexis Tam, tem sido desenvolvida à margem da lei. É fundamental, disse o secretário, “aumentar a fiscalização das actividades turísticas, sendo que a abertura da ponte Hong

Kong-Macau-Zhuhai é também uma grande oportunidade para o desenvolvimento da cooperação”. De acordo com Li Shihong, o Governo Central está a estudar, com Fujian e Guandong, uma cooperação conjunta com o território.

NO BOM CAMINHO

O secretário para os Assuntos Sociais e da Cultura não deixou de se mostrar particularmente entusiasmado com as iniciativas que a sua tutela tem desenvolvido.

“Macau é uma plataforma importante entre a China e os países de língua portuguesa e, por isso, devem ser desenvolvidas actividades que envolvam o intercâmbio entre o Continente e estes países.” YAO JIAN SUBDIRECTOR DO GABINETE DE LIGAÇÃO DO GOVERNO CENTRAL

“Desde a celebração do acordo entre o Interior da China e Macau sobre a criação de uma comissão conjunta, em Junho de 2015, bem como a realização da reunião anual de trabalho desta comissão em Fevereiro do ano passado, o Governo e a China Continental aceleraram a cooperação. Tem sido aprofundado tanto o nível, como o conteúdo, no âmbito do turismo”, recordou. Na prática, Alexis Tam refere alguns dos trabalhos que o Governo tem vindo a desenvolver em cooperação com o Continente, entre eles “a participação nas acções de promoção conjuntas para itinerários multidestinos, a implementação do projecto pioneiro de turismo individual com embarcações de recreio Macau-Zhongshan, o reforço de cooperação com a Administração do Turismo da Província de Guangdong e vários serviços turísticos de outras cidades da China na

fiscalização da qualidade turística para assegurar o desenvolvimento saudável no mercado”. Para o secretário, o turismo local atingiu uma fase de estabilidade. “Actualmente, a indústria turística de Macau encontra-se numa fase de desenvolvimento estável. Em 2016, mesmo havendo factores externos de instabilidade económica, o número de visitantes manteve-se em mais de 30 milhões, registando-se um ligeiro acréscimo em termos anuais”, afirmou. De sublinhar, para o secretário, é a formalização, com o apoio do Ministério da Educação da China, da candidatura de Macau à Rede de Cidades Criativas da UNESCO, enquanto Cidade Gastronómica. Sofia Margarida Mota

sofiamota.hojemacau@gmail.com


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Declaração Conjunta TDM ASSINALA 30 ANOS COM SÉRIE DE REPORTAGENS

EVENTOS

A magia da pop

LMA recebe música da dupla britânica Majik

A

MEMORIA FU ´

Live Music Association continua a fazer jus ao nome que tem. Amanhã, as portas do LMA abrem às 21h para oferecer mais uma noite de música, desta vez com a banda Majik, oriunda de Inglaterra. “É um dueto que faz um pop calmo, que usa batida electrónica como fundo, uma guitarra e voz”, explica Ryoma Ochiai, um dos organizadores do concerto. Apesar de a banda ter nascido em terras de sua majestade, é composta por um escocês e um inglês de Marlow. Porém, o duo londrino conheceu-se em Leeds, onde partilharam casa. Logo ao início, Marcus testemunhou o experimentalismo musical do amigo e começaram a cozinhar algo que só viria a ser servido totalmente mais tarde em Londres. Os Majik funcionam com um motor a dois-tempos, Jaime e Marcus. O primeiro é o homem por detrás das batidas e da guitarra, quem compõe a paisagem sonora onde encaixam as letras e voz de Marcus. A mistura resulta numa atmosfera que marca a nova pop britânica, feita de ambientes introspectivos para dançar de olhos fechados. A espaços fazem lembrar uma versão simplificada dos The xx. Hoje em dia, os vídeos da banda no Youtube têm dezenas de milhares de visualizações, com destaque para “Closer”, “It’s Alright” e “Save Me”. Não é de estranhar que rapidamente estejam a ganhar fãs um pouco por todos os

cantos da Internet, com sons bem trabalhados e que ficam no ouvido.

O

TOQUE DE MAGIA

De momento encontram-se em tournée e passam por Macau, vindos de Kuala Lumpur e antes de se fazerem aos palcos de Guangdong, Xangai e Pequim. O nome da banda vem do uso de chavão que os Queen imortalizaram. Marcus, o vocalista dos Majik, costumava dizer que testemunhar a mestria de Jamie a compor era como assistir a magia. Daí o nome do dueto. A jovem banda ainda não conta com nenhum disco na bagagem, mas tem uma colecção de músicas com que conseguem compor um concerto.Aliás, parecem talhados numa geração para quem os discos são despicientes, num mundo de listas de spotifys e soundclouds. Os Majik são uma banda nova, fresca a ter em atenção no futuro. As portas do LMA abrem às 21h e as hostes serão iniciadas por RyomA, que receberá o público com um set relaxado, chill out para abrir o apetite para o que se segue. A fechar a noite, para convidar os presentes a um pezinho de dança, o DJ local Kit Leong estará nos pratos a debitar house e disco. O LMA oferece mais um sábado de música aos noctívagos de Macau. João Luz

info@hojemacau.com

Carlos Gaspar

Neto Valente

Moisés de Silva Fernandes

António Vitorino

João de Deus Ramos

Anabela Ritchie

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA ROSTO PRECÁRIO • Eugénio de Andrade Para Eugénio, antibiografista e fingidor, o poeta “nega onde outros afirmam, desoculta o que outros escondem”, e é nesta medida que a escrita representa “uma forma de encontro com o próprio rosto”. Ecce Poeta, parece dizer cada texto. Eis o Poeta: fiel ao Homem, à Terra, à Palavra e ao seu Rosto. Nada efémero, nada precário.» Joana Matos Frias.

S canais portugueses de televisão e rádio da TDM exibem, a partir da próxima segunda-feira, uma série de reportagens sobre as negociações que conduziram à assinatura da Declaração Conjunta sobre o futuro de Macau, a 13 de Abril de 1987. Num trabalho assinado pelo jornalista Gilberto Lopes vão ser relatados, na primeira pessoa, os momentos mais sensíveis e polémicos do processo negocial. A série de sete reportagens inclui depoimentos de membros da delegação portuguesa que negociaram a Declaração Conjunta, como o embaixador João de Deus Ramos e Carlos Gaspar que, na altura, era assessor político do ex-Presidente da República Portuguesa, Mário Soares. “Declaração Conjunta 30 anos” conta também com o testemunho de António Vitorino, antigo membro do Governo de Macau e que nos primeiros dois anos da transição integrou o Grupo de Ligação Conjunto, o órgão de consulta dos Governos de Lisboa e Pequim para o período da transição (1987-1999). O investigador Moisés de Silva Fernandes, com vários livros publicados sobre as relações entre Portugal e a China, é outro dos intervenientes na “Declaração Conjunta 30 anos”. A antiga presidente da Assembleia Legislativa, Anabela Ritchie, e o ex-deputado e actual presidente da Associação dos Advogados de Macau, Jorge Neto Valente, descreveram à TDM como

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • MAIL@LIVRARIAPORTUGUESA.NET

DIÁLOGOS COM JOSÉ SARAMAGO• Carlos Reis José Saramago entrevistado por Carlos Reis. Um registo de testemunhos realizado durante cerca de sete horas em que o professor universitário questiona o criador de Blimunda sobre a formação, a aprendizagem, a profissão e a condição de escritor. Sobre a História como experiência.


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UTURA viveram, em Pequim, aquele dia histórico.

DUAS REGIÕES QUE FORAM QUASE UMA

“Declaração Conjunta 30 anos” é emitida a partir de 10 de Abril. Na Rádio Macau, a série de programas passa às 8h30 e às 17h30, de segunda a sexta-feira; ao sábado e domingo, às 12h e às 16h30. No Canal Macau, o trabalho será exibido de segunda a domingo depois do Telejornal das 20h30. No dia 10 é transmitida a primeira reportagem “Tudo começou em Paris”, onde se relata que foi com PUB

o reatamento das relações diplomáticas, em 1979, que a questão de Macau começou a ficar definida. Na terça-feira e na quarta-feira, serão exibidas reportagens sobre a “Data” e a “Nacionalidade”, as duas questões que mais dividiram os negociadores portugueses e chineses. Na quinta-feira, será a vez de “Uma Só Região Administrativa Especial”, onde se fala da ideia inicial da China em criar uma Região Administrativa Especial que juntasse Hong Kong e Macau e do projecto em ter uma transferência de administração simultânea

hoje macau sexta-feira 7.4.2017

EVENTOS

Foi período decisivo para a Macau que HOJEum NA CHÁVENA hoje conhecemos. Perderam-se batalhas, garantiram-se conquistas, chegou-se a um acordo que permitiu desenhar o futuro do território. Em sete reportagens, a TDM conta o que é preciso não esquecer para Macau e Hong Kong, em 1997. Na sexta-feira, os negociadores Carlos Gaspar, João Deus Ramos e também António Vitorino falam da experiência que tiveram nas conversações com os negociadores chineses.

No sábado, o grande destaque vai para como Macau viveu as negociações. Em “Macau não foi consultado”, Jorge Neto Valente e Anabela Ritchie dão conta de que os residentes portugueses e chineses de Macau não foram ouvidos em todo o processo e

Num dos programas, fala-se da ideia inicial da China em criar uma Região Administrativa Especial que juntasse Hong Kong e Macau e do projecto em ter uma transferência de administração simultânea, em 1997

que o Governo português não convidou os portugueses de Macau para a cerimónia em Pequim. No domingo, realce para um depoimento gravado, em exclusivo para a TDM e Agência Lusa, do antigo primeiro-ministro, Cavaco Silva, que assinou com o líder chinês, Zhao Ziyang, a Declaração Conjunta, a 13 de Abril de 1987, no Palácio do Povo, em Pequim. António Vitorino e Carlos Gaspar falam dos grandes objectivos definidos para o período de transição, e Anabela Ritchie e Jorge Neto Valente dos vários diplomas aprovados e os que ficaram

por aprovar na Assembleia Legislativa durante o período de transição. “Declaração Conjunta 30 anos” terá uma exibição, em compacto, segunda-feira, 17 de Abril, a partir das 10h30, na Rádio Macau. A TDM explica que o trabalho tem locução do jornalista Rui Cid, grafismo e mistura final de Pedro Lemos, imagens de Bernardo Vieira, Chang Iong Long, Fernando Poon, Arquivo TDM e Arquivo RTP, e a colaboração de José Costa Santos e Pedro Benjamim.


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FIFA BRASIL NO TOPO. PORTUGAL OITAVO

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Automobilismo EX-F3 DE MICHAEL SCHUMACHER EXPOSTO NO CARAMULO

História para português ver

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M dos carros mais célebres que fez história no Grande Prémio de Macau e que faz parte do espólio do Museu do Grande Prémio de Macau poderá ser visto nas próximas semanas em Portugal. O Museu do Caramulo recebeu, na sua exposição de automóveis, o Reynard 903 Volkswagen ex-Michael Schumacher, cedido pela Fundação Casa da Macau. Trata-se de uma viatura com um historial rico, dado o episódio em que foi protagonista no ano de 1990. O piloto alemão ganhou o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 ao volante deste Reynard 903 Volkswagen, preparado pela Kawai Steel Racing WTS, após uma renhida luta com o seu arqui-rival Mika Häkkinen. Na altura o vencedor da corrida de Fórmula

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líder Benfica, no reduto do Moreirense, e o ‘vice’ FC Porto, na recepção ao Belenenses, prosseguem no fim de semana a luta ‘palmo a palmo’ pela I Liga portuguesa de futebol, na 28.ª jornada. Com sete encontros por disputar, os ‘encarnados’, comandantes da prova desde a quinta jornada, somam mais um ponto do que os ‘dragões’, depois do empate entre ambos na Luz, onde se repetiu o 1-1 da primeira volta, no Dragão. Na primeira de sete ‘finais’ à distância, o

3 era decidido pelo resultado do somatório das duas mangas. Häkkinen venceu a primeira manga e partiu da pole-position, mas Schumacher rapidamente subiu à primeira posição. Os dois seguiram nesta ordem, rodando sempre muito próximos, até que na 30ª e derradeira volta da corrida, Schumacher fez um erro e Häkkinen tentou ultrapassar o rival germânico. Vendo que ia perder a posição, Schumacher mudou repentinamente de trajectória para defender a sua posição e o finlandês embateu com violência na traseira do Reynard. Häkkinen, a quem o segundo lugar na corrida tinha dado o triunfo na prova, desistiu ali. Com a asa traseira do Reynard muito danificada, Schumacher conseguiu mesmo assim terminar a corrida e sagrou-se vencedor da

prova num dos mais marcantes percursos do Grande Prémio. Curiosamente, o bi-campeão do mundo de Fórmula 1, Häkkinen, ainda hoje reconhece que o erro daquele acidente foi acima de

O piloto alemão ganhou o Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 ao volante deste Reynard 903 Volkswagen, preparado pela Kawai Steel Racing WTS, após uma renhida luta com o seu arqui-rival Mika Häkkinen

tudo dele e não uma manobra mal intencionada do alemão.

UM MARCO

Por ter marcado um período importante da história do automobilismo, o Reynard 903 é considerado um dos mais conhecidos modelos da Fórmula 3 e estará em exposição, no Museu do Caramulo, durante os próximos meses. Com mais de 60 anos de existência e visitado por mais de um milhão e meio de pessoas, o Museu do Caramulo alberga no seu espólio uma colecção de arte, uma colecção de automóveis, motos e bicicletas e uma colecção de brinquedos antigos. O museu fundado pela família Lacerda no início da segunda metade do século passado produz ainda, de forma regular, exposições temáticas e temporárias, e organiza vários eventos. Sérgio Fonseca

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Brasil desalojou a Argentina da liderança do ‘ranking’ da FIFA, ontem divulgado, com várias ‘mexidas’ entre os 10 primeiros classificados, mas com a selecção portuguesa, campeã europeia em título, a manter-se no oitavo lugar. AArgentina ‘pagou o preço’ do fraco desempenho na zona sul-americana de qualificação para o Campeonato do Mundo de 2018, na qual ocupa a quinta posição, cedendo a liderança da hierarquia mundial ao rival Brasil, líder destacado do agrupamento. A campeã mundial Alemanha mantém-se na terceira posição, imediatamente à frente do Chile, que também conservou o quarto lugar, mas a Colômbia deu um ‘salto’ de duas posições, para a quinta, por troca com a Bélgica, que caiu para o sétimo posto. A Suíça reentrou nos 10 primeiros, directamente para a nona posição, ultrapassando mesmo a Espanha (10.ª), e aproximando-se no registo pontual de Portugal, que se manteve no oitavo lugar da tabela divulgada pelo organismo regulador do futebol mundial. O Burquina Faso, treinado pelo português Paulo Duarte, ocupa a 35.ª posição, enquanto Cabo Verde é o melhor representante dos PALOP, apesar de ter caído de 77.º para 82.º, seguido da Guiné-Bissau (94.º), Moçambique (106.º), Angola (144.º) e São Tomé e Príncipe (178.º), com Macau (184.ª) e Timor-Leste (195.º) na cauda da tabela. ‘RANKING’ EM 6 DE ABRIL

A luta continua

que as ‘águias’ farão em Moreira de Cónegos.

Benfica defende liderança em Moreira de Cónegos

Benfica joga no reduto de um Moreirense que vai numa série de nove jogos consecutivos sem vencer (quatro empates e cinco derrotas), desde a histórica conquista da Taça da Liga, enquanto o FC Porto recebe um conjunto que perdeu os últimos três jogos. A formação ‘azul e branca’ é a primeira a entrar em acção, no sábado, no regresso ao Dragão,

onde na última aparição perdeu a oportunidade de saltar para a frente do campeonato, ao empatar 1-1 com o Vitória de Setúbal, um dia depois de os ‘encarnados’ não passarem de um ‘nulo’ em Paços de Ferreira. Depois de também não ter conseguido ascender ao comando na Luz, o conjunto de Nuno Espírito Santo, que venceu 12 de 14 jogos caseiros, vai

tentar consegui-lo de forma provisória, no provável regresso de André Silva (15 golos na I Liga) ao ‘onze’, para o lado de Soares (16). Em caso de triunfo, perante um conjunto que pontuou na maioria das deslocações (quatro vitórias e três empates, em 13 jogos) e na primeira volta ‘empatou’ (0-0) com os ‘dragões’, o FC Porto ‘salta’ para os 67 pontos, ficando, então, à espera do

ENCONTRO COM PETIT

Melhor equipa como visitante (nove triunfos e um total de 29 pontos, em 39 possíveis), o Benfica enfrenta um Moreirense que disputa o segundo jogo sob o comando de Petit, derrotado na estreia em Setúbal (0-2). O Benfica chega à 28.ª ronda após três empates seguidos, sendo que a última (3-3 na recepção ao Estoril-Praia, após 2-1 fora), valeu um lugar na final da Taça de Portugal, num jogo marcado pelo regresso de Grimaldo.

1. (2) Brasil 2. (1) Argentina 3. (3) Alemanha 4. (4) Chile 5. (7) Colômbia 6. (6) França 7. (5) Bélgica 8. (8) Portugal 9. (11) Suíça 10. (10) Espanha (...) 35. (36) Burquina Faso 82. (77) Cabo Verde 94. (80) Guiné-Bissau 106 (105) Moçambique 144 (147) Angola 178 (151) S. Tomé e Príncipe 184. (184) MACAU 195 (194) Timor-Leste

PTS.

1.661 1.603 1.464 1.403 1.348 1.294 1.281 1.259 1.212 1.204 765 418 346 323 189 98 77 52


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LIGA DE ELITE

ANTEVISÃO da jornada por João Maria Pegado

Derby lisboeta na Taipa

campeonato da liga elite está de regresso com a jornada nove. Após um interregno de duas semana para a realização do primeiro jogo da selecção do território para AFC Asian Cup, em que Macau perdeu no Quirguistão por 1-0 situando-se no terceiro posto do grupo. O campeonato tem início hoje às 21:00 no Estádio da Taipa com o jogo Kei Lun Vs Policia. A equipa liderada por Josicler, após a derrota na jornada passada frente ao Benfica, vai tentar voltar aos triunfos. Para tal conta com o reforço na baliza que se estreou contra os encarnados e desta vez vai tentar manter a baliza inviolável frente a uma Policia que volta ao campeonato após o triste episódio da jornada anterior frente a CPK. Neste jogo a equipa do Kei Lun deverá conseguir os 3 pontos, frente a uma Policia desfalcada após as suspensões, e assim conseguir manter-se isolada no quarto posto do campeonato.

TATIANA LAGES

O

DESPORTO

FEBRE DE SÁBADO

Pode-se dizer que já não é o mesmo dos últimos anos mas um Benfica Vs Sporting é sempre um dérbi que desperta paixões onde todos os intervenientes estão hiper motivados para jogar este tipo de partidas, independentemente da situação ou da classificação em que se encontram. O Benfica entra neste encontro como favorito. A equipa de Henrique Nunes talvez não tenha tido o melhor tipo de preparação para este desafio, devido às inúmeras ausências de jogadores para representar a selecção do território. Assim a equipa encarnada não deverá fazer grandes alterações mantendo o onze base que tem feito a maioria dos jogos, havendo a dúvida sobre o lado direito da defesa para saber se Chan Man estará disponível. Se não, Amâncio Goitia será o natural substituto e terá oportunidade de defrontar a equipa na qual jogou os últimos três anos. Do lado do Sporting um jogo tremendo, não tanto pelos pontos em disputa mas sim pela honra do seu nome. A equipa de Nuno Capela teve estas duas semana para preparar este dérbi da melhor forma e terão dissecado este Benfica em todos os momentos do jogo, para poder contrariar o favoritismo encarnado. E poderão estar

confiantes, já que estes Leões já não são a equipa jovem que começou o campeonato e neste momento já tem mais jogadores com ‘quilómetros’ nas pernas. A exemplo, o ultimo jogo, o único jovem a entrar de inicio foi o talentoso Tony . Um jogo disputado e emotivo é o que se espera este sábado na Taipa. Às 20:30 segue-se outro bom jogo para assistir entre duas equipas com bons intervenientes, CPK Vs Cheng Fung. Neste encontro

é de se esperar um jogo com o CPK assumir mais o controlo do mesmo, com o seu meio campo liderado por Diego Patriota a marcar o ritmo de encontro.

Um jogo disputado e emotivo é o que se espera este sábado na Taipa

O Cheng Fung por seu turno vai tentar explorar o ataque rápido, especialmente com Fabricio Lima a atacar a profundidade, situação em que o CPK apresenta algumas dificuldades na protecção da mesma .

DOMINGO

Com mesmo horário dos jogos de sábado, teremos no primeiro jogo deste domingo o embate entre o Monte Carlo Vs Lai Chi. Os canarinhos não terão grandes

dificuldades em garantir os três pontos mas já sem a presença de um dos seus melhores jogadores, Sadan que já voltou ao Brasil para continuar a sua carreira desportiva. Por último o Ka I liderado pelo o seu ponta de lança William Carlos Gomes vai defrontar a equipa da Associação, Developement Team. Os encarnados são favoritos para este encontro e voltar a triunfar para chegar mais perto do grupo da frente do campeonato.


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DONALD TRUMP PROMETE DEFENDER ALIADOS CONTRA PYONGYANG

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Diplomacia CANCELADA VISITA DE POLÍTICOS AUSTRALIANOS

Pedido que se leva a peito Dois membros do parlamento da Austrália estavam de viagem marcada para a China, devido a uma investigação sobre tráfico de estupefacientes. Acontece que Camberra é signatária de uma carta enviada a Pequim por causa dos direitos humanos. O Governo Central não gostou

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EQUIM desmarcou a visita de dois políticos da Austrália por causa de uma carta de vários países em que foram feitas acusações sobre o modo como as autoridades chinesas lidam com os direitos humanos. De acordo com a Reuters, que dá conta do cancelamento da deslocação, os dois membros do Parlamento – um da coligação no poder e outro da oposição – tinham como missão fazer uma investigação sobre a vaga de drogas sintéticas traficadas a partir do sudeste da China. No entanto, depois de ter recebido uma missiva assinada por 11 países – a Austrália está entre as signatárias, bem como o Canadá e o Japão – em que se pedia que a China investigasse as queixas sobre a alegada

tortura a advogados defensores dos direitos humanos, a visita dos dois políticos de Camberra foi cancelada. A informação foi dada à agência sob anonimato, uma vez que as fontes da Reuters não estão autorizadas a falar com a comunicação social. “Pequim disse-lhes que a visita não poderia ser feita e, na sequência de um conselho deixado pelo Departamento de Negócios Estrangeiros e Comércio da Austrália, a deslocação foi cancelada”, indicou uma fonte.

ESTAVA TUDO BEM

Desde que Xi Jinping chegou ao poder, em 2012, que o controlo da sociedade civil foi sendo reforçado em quase todos os aspectos, contextualiza a Reuters. O secretário-geral do Partido Comunista Chinês e Presidente tem usado como argumento a

necessidade de estabilidade e segurança nacionais. Nos últimos cinco anos, segundo as denúncias de organizações internacionais de defesa dos direitos humanos, as autoridades do país detiveram ou interrogaram centenas de advogados que defendem

Os dois membros do Parlamento tinham como missão fazer uma investigação sobre a vaga de drogas sintéticas traficadas a partir do sudeste da China

activistas e outros críticos do Governo Central. Os advogados têm sido acusados de cooperarem com “forças hostis estrangeiras” para minarem o poder estatal. Na semana passada, a ministra dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Julie Bishop, foi obrigada a convocar um encontro de emergência com o embaixador chinês no país para afastar um eventual desentendimento diplomático, depois de Camberra não ter ratificado um tratado de extradição com a China. Tratou-se de um episódio invulgar nas relações sino-australianas, que têm conhecido melhorias nos últimos meses, um entendimento que culminou com a assinatura, em Março, de uma série de acordos, na sequência da visita do primeiro-ministro chinês Li Keqiang.

Presidente Donald Trump prometeu na quarta-feira ao primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que os Estados Unidos vão defender os aliados “com toda a extensão das suas capacidades militares” contra a Coreia do Norte, informou a Casa Branca. Numa chamada telefónica, Trump e Abe falaram sobre o novo lançamento de um míssil balístico de médio alcance que Pyongyang realizou esta terça-feira e que caiu no Mar do Japão. Trump “deixou claro que os Estados Unidos vão continuar a fortalecer a sua capacidade para dissuadir [a Coreia do Norte] e a defender-se e aos aliados com toda a extensão das suas capacidades militares”, indicou a Casa Branca em comunicado. O Presidente manifestou o seu total compromisso com o Japão e Coreia do Sul, perante a “grave ameaça que a Coreia do Norte continua a representar”. O lançamento do míssil por parte da Coreia do Norte aconteceu em véspera da cimeira, ontem e hoje, entre Trump e o Presidente chinês, Xi Jinping, durante a qual vão discutir os desenvolvimentos do programa de armamento de Pyongyang. Pequim pediu prudência a todas as partes e descartou que a acção tenha uma relação directa com a reunião que Trump e Xi vão ter na Florida (sudeste). Um responsável da Casa Branca adiantou, esta semana, que, no encontro com Xi, Trump vai sublinhar que “se esgotou o tempo” para ter paciência com a Coreia do Norte, e que os Estados Unidos têm agora “todas as opções sobre a mesa” para pressionar Pyongyang, com ou sem o apoio de Pequim.

TAIWAN GOVERNO TRANQUILO EM RELAÇÃO A ENCONTRO ENTRE TRUMP E XI JINPING

O Governo de Taiwan está confiante que a sua relação com os Estados Unidos não será prejudicada pelo encontro entre o Presidente Donald Trump e o homólogo chinês Xi Jinping. A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Eleanor Wang, disse ontem, numa conferência de imprensa, que o Governo de Taiwan mantém contacto próximo com os Estados Unidos, que lhe garantiram que os interesses da ilha não serão prejudicados. Apesar de Trump ter dito que não se sente “condicionado” pela actual política norte-americana para com Taiwan, que a China considera parte do seu território, mais tarde reafirmou o compromisso de Washington com a política ‘Uma só China’, com quatro décadas.


em modo de perguntar

h ARTES, LETRAS E IDEIAS

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Paulo José Miranda

Jerónimo Pizarro

“Pessoa convida pessoas” És hoje reconhecido como uma das autoridades mundiais sobre Fernando Pessoa. Se tivermos em conta as últimas edições e organizações da obra de Pessoa, tens organizado a obra do poeta de modo diferente, principalmente em relação a O Livro do Desassossego. Como aconteceu isso e em que difere a tua organização, das outras organizações? Tens também apresentado novas edições. A arca de Pessoa não tem fundo? Na Tinta-da-china, no geral, as edições são todas diferentes. Caeiro está revisto como nunca, e completo; Reis está com uma organização mais inteligível, e completo; Campos é um volume enorme, e está completo. O Livro é diferente, porque só podia ser diferente (há tantos e haverá tantos!...). Mas o que mais destaco da edição da INCM que migrou para a Tinta-da-china é que permite ler o Livro pela ordem conjectural da sua escrita e que permite descobrir que Pessoa, tardiamente, descobriu Lisboa. Lisboa é uma descoberta poética, tal como a Rua dos Douradores, e isso não aconteceu na fase da «Floresta do Alheamento», mas depois. Num artigo recente digo que o «Narciso cego» da primeira fase – e este paradoxo de um Narciso que não se vê como uma realidade exterior foi belamente analisado por Eduardo Lourenço – foi iluminado, por volta de 1929, pela luz de Lisboa. Lisboa não estava no mundo dos sonhos iniciais, mas sim no Pessoa que queria voltar a escrever, já no fim da vida, como o Padre António Vieira, mas sem esquecer Verlaine... Se a arca (ou arcas) não tem (ou têm) fundo? Eu acho que só o terão quando exista uma autêntica consciência patrimonial em Portugal. E isso, como se diz, não está previsto para breve. Desapareceu o projecto nacional de editar Pessoa e o Estado não está a tentar reunir os dispersos. Cada vez sinto mais que a auto-profecia de Pessoa estava certa: ele disse que só seria descoberto em 2198. Talvez nessa altura existam as suas Obras completas e uma maior consciência da sua grandeza. Fernando Pessoa é sem dúvida o autor português com maior visibilidade no estrangeiro, apesar de ser poeta? É, mas o seu cartão de visita é o Livro do Desassossego. Também alguns poemas, mas era o mínimo. Poemas como

Cada vez sinto mais que a auto-profecia de Pessoa estava certa: ele disse que só seria descoberto em 2198. Talvez nessa altura existam as suas Obras completas e uma maior consciência da sua grandeza

«Tabacaria» não se escrevem todos os dias e mesmo os não leitores de poesia ficam abalados... «Tabacaria» é quase um hino negro, encantatório da nossa modernidade. E Pessoa escreveu sobre os temas todos e interessou-se pelas áreas todas do conhecimento. Até foi inventor, astrólogo, charadista, autor de dicionários, publicista... Em princípio, qualquer pessoa encontra em Pessoa um aspecto que lhe é afim. Pessoa convida pessoas. És também o responsável por uma editora na Universidade dos Andes, na Colômbia. Gostava que falasses desse projecto, que tem traduzido e publicado autores portugueses e brasileiros. Sou o coordenador de várias colecções em que se publicam, traduzidos para o espanhol, autores que escrevem em português. Eu fui aluno de Gonzalo Aguilar, que é um dos três responsáveis da colecção Vereda Brasil, e queria criar novas veredas. Surgiram então Lusitánia (Tragaluz Editores), Outras Letras (Taller de Edición Rocca) e Labirinto (Ediciones Uniandes). A última é a da minha Universidade. O importante é ter um leque significativo de autores de língua portuguesa para que os Estudos Portugueses possam crescer na América Latina. Eu não podia, por exemplo, dar a conhecer bem José de Almada Negreiros, sem o traduzir, nem convidar para um festival literário José Tolentino Mendonça, sem o editar. Hoje há mais ferramentas para ensinar língua e cultura portuguesas, e isso contribui para que o número de alunos interessados pelo português cresça. Eu apenas gostava de ter o tempo todo para ainda ver publicados muitas mais dezenas de autores, quer dos que convém resgatar, como Camões e Vieira, quer dos que convém descobrir, e a lista é enorme. Em Portugal existem esses milagres que são os apoios da DGLAB e do Instituto Camões, e eu tento não deixar passar um ano sem propor uma série de obras à direcção e ao instituto. E gosto de traduzir. Este Verão espero traduzir o Ricardo Araújo Pereira, mas se eu tivesse sete vidas traduzia sete autores. Como as não tenho, desdobro-me, e estou sempre à procura de bons tradutores. Ana Lucía de Bastos foi a última, e fez uma belíssima tradução da revista Orpheu toda para o espanhol, e não só.


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José Simões Morais

A meretriz Blanche Lachmann M

UITAS são as versões fantasiosas e contraditórias da história de Madame Paiva, a mais bem sucedida cortesã parisiense do século XIX, que encheram as páginas dos jornais parisienses, “menos atarefada nos assuntos grávidos da política, da indústria e da sã moral”, segundo Camilo Castelo Branco. Esther Blanche Lachmann (18191884) era filha de pais polacos judeus exilados na Rússia (pois, após este país anexar a Polónia em 1815, muitos foram os judeus que para aí se mudaram), apesar do historiador Padre Manuel Teixeira dizer ser “filha bastarda do Grão-duque Constantino, da Rússia”. Em Moscovo, com 17 anos casou-se com um alfaiate francês a 11 de Agosto de 1836, de quem no ano seguinte teve um filho Antoine. Afundada na pobreza, sem horizontes, numa monótona vida dura e de dificuldades, resolveu fugir e por volta de 1840, abandonou para sempre o marido e filho. Apareceu em Paris, instalada junto à igreja de Notre Dame de Lorette, onde se introduziu no milieu da prostituição, com o nome de Thérèse. A sua esbelta figura abriu caminho de capital em capital e em Berlim terá começado a actividade de espia ao serviço da Alemanha, passando por Viena e Istambul, onde foi a favorita do local Sultão. Por volta de 1841 chegou à estância alemã de Ems, onde encontrou Heinrich Herz, ela com 22 e ele 35 anos. Entre 1841 e 1847/8 viveu em Paris amancebada com esse famoso pianista e compositor e através do salon Herz, por ele anteriormente criado, ingressou no meio musical e intelectual, convivendo com artistas como Berlioz e Offenbach, tendo aí patrocinado a estreia de muitos jovens profissionais. Conheceu Franz Liszt e Richard Wagner e escritores como Théophile Gautier e Emile de Girardin, sendo então uma das mulheres mais atraentes de Paris. Influenciada por esse ambiente, aprendeu a tocar piano e com Henri teve uma filha, Henriette. Escondida como senhora Herz, aventurou-se a “sentar-se entre as duquesas nos saraus de Luís Filipe”, até que certo dia, ao chegar a um evento ouviu: <A madame enganou-se na porta>. Percebeu ter sido desvelado o segredo da sua concubinagem,

sendo “expulsa afrontosamente dos círculos também falsamente carimbados de honestidade”, nas palavras de Camilo Castelo Branco. Este episódio terá acordado nela a voragem para as suas extravagâncias, com que lapidou a pequena fortuna de Herz. Tal obrigou-o em 1848 a partir numa tournée pelos Estados Unidos, que durou cinco anos, altura em que os pais de Herz a colocaram fora de casa.

COM OS MILORDES EM LONDRES

Sozinha e sem dinheiro ainda pensou em se suicidar, não fosse a ajuda de Teófilo Gautier, do jornalista Jules le Comte e da amiga Ester Guimont, que a apresentou ao famoso modista Camilo. Este aconselhou-a a ir para Londres e colocou-lhe à disposição toda a indumentária. Outra versão refere-a já na capital do Reino Unido, instalada numa pensão que hospedava mulheres da sua condição, mas sem grande sorte com os clientes. As parcas economias rapidamente desapareciam e mal alimentada, doente e desesperada, tomou como solução suicidar-se. Valeu-lhe a dona da estalagem, que lhe propôs adiar tal acto e ofereceu-lhe um camarote na ópera para aí se expor. Se não resultasse, teria o dia seguinte

para o realizar. Assim, à sua fulminante formosura ajuntou um vestuário de espaventos e sentou-se langorosamente num camarote de Covent-Garden, onde logo conseguiu dez fortunas a seus pés. Esse período em que esteve em Londres, de aproximadamente um ano, por volta de 1848-49, é vagamente descrito pelos autores que sobre ela escreveram e do qual Camilo Castelo Branco refere, “fez que o rio Pactolo, representado por alguns milordes, lhe lambesse os pés com as suas ondas de ouro”. O primeiro deles foi Edward Stanley, o 2º Barão Stanley de Alderley, seu amante por algum tempo, seguindo-se-lhe um diplomata e político francês, Antoine Alfred Agenor, que mais tarde se tornou o 10.º Duque de Gramont, amigo de Louis Napoleon. E continuando pelo que se pode ler no artigo La Païva, colocado na internet, uma ficção da argumentista americana Cornelia Otis Skinner, nascida já a protagonista da sua história tinha morrido, onde narra o episódio (talvez por ela inventado) mais interessante da Mad. Blanche no período da estadia na capital inglesa. Refere-se ao banqueiro Adolphe Gaiffe (apesar de na biografia aparecer como homem de negócios e jornalista político), que apostara com uns amigos conseguir ter relações sem pagar com a dita madame. Blanche aceitou, mas em troca teria ele que queimar vinte notas de mil francos, uma em cada trinta minutos durante a secção de amor. Substituindo-as por notas falsas, mesmo assim não as conseguiu queimar e foi ela quem tal fez, acreditando ser dinheiro verdadeiro. Assim, ganhou a aposta.

Thérèse Esther Blanche Lachmann, já 40 vezes milionária, encontrava-se de novo em Paris, a ser galanteada por “um dos cinco mil príncipes russos que dão mobília nova aos bordéis parisienses”, nas palavras de Camilo Castelo Branco

Com a estadia em Londres, Blanche Lachmann fechou para sempre o seu ciclo de pobreza material, pois diz-se ter aí conseguido presentes que totalizaram 40 a 50 mil libras.

UMA PROSTITUTA POR ESPOSA

Agora Thérèse Esther Blanche Lachmann, já 40 vezes milionária, encontrava-se de novo em Paris, a ser galanteada por “um dos cinco mil príncipes russos que dão mobília nova aos bordéis parisienses”, nas palavras de Camilo Castelo Branco. O seu marido, Antoine Hycacinthe Villoing vem de Moscovo para tentar reatar o casamento, mas ela repudia-o e este, num recanto desta cidade, nunca mais interferiu na vida dela, até que faleceu a 15 de Junho de 1849. Continuava Thérèse em vigilante sedução, focada sobretudo nos homens de Estado e políticos, atenta aos deslizes confessionais escancarados por carnais desejos, a servirem a sua actividade de espia a favor da Alemanha. A esse mundo, encoberto pelo trabalho de prostituta, faltava apenas um título para conseguir dignidade na sociedade e por isso, já viúva, casou-se a 5 de Junho de 1851 com Albino Francisco de Paiva de Araújo. No dia seguinte à noite de núpcias ela disse-lhe: <queria dormir comigo, e conseguiu-o fazendo-me sua mulher; deu-me o seu nome, eu absolvi-me a noite passada; portei-me como uma mulher honesta – queria uma posição e consegui-a, mas tudo o que tem é uma prostituta por esposa. Não me pode levar a lado nenhum; não pode apresentar-me a ninguém. Por isso, devemos separar-nos; regresse a Portugal que eu fico aqui, usando o seu nome e continuando a ser uma meretriz>. Não terão sido essas palavras, se realmente ela as pronunciou, que o levaram a dar o tiro pois, só vinte anos mais tarde, a 8 de Novembro de 1872 é que Albino, o boémio macaense, se suicidou em Paris, no patamar das escadas do prédio n.º 11 da Rue Neuve des Mathurins, onde então morava. Carregado de dívidas percebeu não ser mais necessário à diva o seu falso título de marquês, pois ela era já condessa, devido ao casamento um ano antes com um verdadeiro Conde, Henckel von Donnermarck. A luxuriante Paris das luzes já não tinha mais espaço para o Paiva. Triste destino, que então também estava a acontecer a Macau, com o aparecimento de Hong Kong.


17 hoje macau sexta-feira 7.4.2017

OPINIÃO

contramão

ISABEL CASTRO

Manifesto

C

ONFESSO. Há alturas em que apetece atirar o teclado contra a parede. Não que seja dada a violências. Nada disso. Apetece-me, isso sim, ter um pretexto para não escrever – a falta de teclas, a falta de letras –, pegar no casaco e na mala, bater com a porta. A senhora tem de compreender que. Cansa-me o discurso de apelo à compreensão. Não há nada para compreender. Presumo que noutras profissões em que haja uma relação directa com a função pública, as coisas se processem mais ou menos da mesma forma. O senhor tem de compreender que. Mas não sei de outras profissões, só sei da minha que é a que tenho todos os dias e que, paradoxalmente, diz respeito, de forma mais ou menos directa, a toda a gente. Nos outros sítios do mundo que não Macau, os jornalistas existem porque as pessoas têm o direito a serem informadas. Se querem ser informadas, isso já é outra conversa, são as opções de cada um. Em Macau, os jornalistas existem porque são uns chatos, umas pessoas que decidem ir trabalhar ao cair da noite e escrevem assim uns textos ou dizem umas coisas em frente a umas câmaras. No essencial, os jornalistas são uns chatos. Fazem tantas perguntas. Os senhores têm de que compreender que. Não temos de compreender nada mais além do que temos de saber para que os outros também saibam. Desabafo. Desculpe-me o desabafo, mas diz-lhe respeito. É para si que escrevo, mesmo que não me queira ler. É uma estranha insistência, eu sei, achar-se que há um assunto que merece ser estudado, descodificado, clarificado. E escrito. Porque ainda não atirei o teclado contra a parede, o teclado branco na parede branca, tudo branco, continuo a escrever a preto. Inventou-se há uns anos que cada serviço público devia ter funcionários com a missão de aturar os jornalistas. A ideia era boa. Era mesmo. Mas são esses que me pedem paciência. Alguns nem isso fazem, porque não respondem, ignoram-me. Os pobres aturam os jornalistas sem perceberem porque é que aturam os jornalistas. Ninguém lhes explicou que está constitucionalmente consagrado o direito à informação. Ninguém lhes disse que informar é um dever, não um favor que se faz. Às tantas alguém lhes disse qualquer coisa do género, no meio de muitas outras coisas como folhas a preencher por causa de horas extraordinárias e outros assuntos mais importantes, muitas burocracias e códigos e folhas e tretas do género. Escapou-se-lhes a parte do dever. A senhora tem de compreender. Não compreendo nada, porque não trabalho para um arquivo. As notícias escrevem-se hoje, não daqui a um mês.

ORSON WELLES, CITIZEN KANE (1941)

isabelcorreiadecastro@gmail.com

Há uns tempos, a propósito da dificuldade que a Administração tem em perceber a importância dos timings da comunicação, ofereci-me para, na condição de jornalista, explicar a quem tem a missão de aturar a imprensa como é que as coisas se fazem deste lado. Para que tivessem a ideia que nunca ninguém lhes deu. Para que percebessem que os apelos à compreensão são contraproducentes. A minha oferta era em regime pro bono, uma coisa informal, sem powerpoints, nem discursos. Talvez ganhassem eles e talvez ganhasse eu, talvez ficássemos todos a ganhar. O meu interlocutor riu-se. Olha que engraçada que ela é, tem cada ideia mais peregrina, onde é que já se viu numa terra cheia de gente inteligente e culta e cheia de experiências, e de MBAs e PhDs e canudos de várias formas e feitios, vir agora uma jornalista, um ser que acorda tarda, toca viola durante o dia e escreve uns textitos à

noite, querer partilhar o que quer que seja com a elite de mui oficiais relações públicas. Passaram-se uns bons anos desde a minha extravagante proposta e continua tudo mais ou menos na mesma. A senhora tem de compreender. E eu não compreendo coisa alguma, que pecados e omissões não são a minha área vocacional. Não compreendo que se fechem as portas a quem informa e procura fazê-lo na posse do maior número de dados, da forma mais correcta.

A senhora tem de compreender. E eu não compreendo coisa alguma, que pecados e omissões não são a minha área vocacional

Não compreendo também que se feche a porta a uma associação de jornalistas que pediu esclarecimentos sobre a lei eleitoral, diploma que levou com alterações que alguém decidiu que também se aplicam aos jornalistas. Não compreendo que se diga que não há tempo. Gente tão ocupada esta. Pior, não compreendo que se tente passar um atestado de estupidez a quem fez o pedido de esclarecimentos. De cada vez que se fala no assunto, dizem-nos que já houve uma sessão para o efeito. Ora, foi essa sessão que deu origem às dúvidas. Mas já houve uma sessão. Mas há dúvidas. Mas já houve uma sessão. Mas há dúvidas. Não interessa. Os senhores têm de compreender. Há dias em que apetece atirar com o teclado contra a parede. Branco no branco, letras no chão, pedaços de plástico finamente desenhados que deixarão de ser produtivos, transformados em lixo. Não sosseguem, não respirem de alívio. Teclados é o que não falta.


18 (F)UTILIDADES TEMPO

MUITO

hoje macau sexta-feira 7.4.2017

O QUE FAZER ESTA SEMANA Diariamente

?

NUBLADO

EXPOSIÇÃO “OVERLOOK THE MACAU CITY” DE CAI GUO JIE Art Garden | Até 23/4

MIN

21

MAX

25

HUM

85-99%

EURO

8.53

BAHT

EXPOSIÇÃO “ANSCHLAG BERLIM DESENHO DE CARTAZES DE BERLIM” Galeria Tap Seac

O CARTOON STEPH

EXPOSIÇÃO “SOLIDÃO” FOTOGRAFIA DE HONG VONG HOI Museu de Arte de Macau EXPOSIÇÃO “AD LIB” DE KONSTANTIN BESSMERTNY Museu de Arte de Macau (Até 05/2017)

PROBLEMA 13

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 12

UM DISCO HOJE C I N E M A

BYE BYE MAN SALA 1

A SILENT VOICE:THE MOVIE [B] FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Fime de: Naoko Yamada 14.15, 19.15

SWORD ART ONLINE THE MOVIE: ORDINAL SCALE [B] FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS Filme de: Tomohiko Ito 16.45, 21.45

Os humanos são bichos de hábitos e prazeres diversos, multiplicam-se em consumos, sensações, emoções, sensibilidades que os tornam frágeis ao ponto de não fazer sentido que dominem a cadeia alimentar. E precisam de coisas, são animais exigentes. Hoje debruço-me numa análise felina sobre o café e o petróleo, dois líquidos profundamente ligados aos solos da velha Arábia. Mocha e Meca, lado a lado. O café ganhou fama na península arábica como um bálsamo revitalizador, no sítio a que os romanos chamavam da Arábia Feliz, hoje em dia um dos mais desoladores sítios do globo: o Iémen. Fragrante e robusto, o café é um conforto que desliza apaziguador, servido de mil e uma maneiras, mas preferível quando preto e simples, sem leite, longe de qualquer abominação de soja. É um combustível que faz mover o mundo, assim como o outro fóssil que abastece os carros e faz sangrar o Médio Oriente. Também negro, mais viscoso, peçonhento das profundezas que faz mísseis cruzarem oceanos e penínsulas, países serem invadidos por libertadores sedentos de pilhagem e escroques destaparem ninhos de víboras extremistas vindos de outros milénios de vilania. Regiões são arrasadas em prol do sangue negro fóssil, enquanto peles pálidas ordenam ataques entre goles de café. É um ciclo de líquidos negros, que se encerra em morte e consumo de cafeína. A vida vale menos por aquelas bandas, à medida que a pele escurece o valor de mercado do ser sofre a deflação amoral nas bolsas da existência. Pu Yi

“NIXON” | LAMBCHOP

Os Lambchop são a prova de que não há sítios certos para que as coisas aconteçam. A banda do Tennessee anda por aí há muitos anos, com muitos discos que vale a pena a ouvir. “Nixon”, o quinto álbum do grupo, foi lançado em 2000. “Up with people” é a música que mais se associa a este trabalho, mas a voz de Kurt Wagner em “Nashville Parent” é uma obra de arte. Aqui nos rendemos. Isabel Castro

GHOST IN THE SHELL [3D][B] Filme de: Rupert Sanders Com: Scarlett Johansson, Takeshi Kitano 19.30 SALA 3

BYE BYE MAN [C] Filme de: Stacy Title Com: Douglas Smith, Doug Jones, Carrie-Anne Moss 14.00, 15.45, 17.30, 21.45

SALA 2

IN THIS CORNER OF THE WORLD [B]

Filme de: Rupert Sanders Com: Scarlett Johansson, Takeshi Kitano 14.30, 16.30, 21.30

FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Sunao Katabuchi 19.15

GHOST IN THE SHELL [B]

SUDOKU

DE

EXPOSIÇÃO “VELEJAR NO SONHO” DE KWOK WOON Oficinas Navais N.º1 Até 23/4

Cineteatro

1.15

EXPRESSO MÉDIO ORIENTAL

EXPOSIÇÃO “MAORGANIC WORKS BY ALAN IEON, TKH, JACK WONG, RUSTY FOX” Armazém do Boi | Até 22/4

INSTALAÇÃO “SEARCHING FOR SPIRITUAL HOME II” DE YEN-HUA LEE Armazém do Boi | Até 7/5

YUAN

AQUI HÁ GATO

EXPOSIÇÃO “AFTERWARDS WORKS BY LEE SUET-YING” Armazém do Boi | Até 22/4

EXPOSIÇÃO “MARIONETAS ASIÁTICAS VOZES DA TERRA” Casa Garden | Até 15/4

0.23

www. hojemacau. com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Isabel Castro; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Sofia Margarida Mota Colaboradores António Cabrita; Anabela Canas; Amélia Vieira; António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; João Paulo Cotrim; João Maria Pegado; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Manuel Afonso Costa; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Paulo Maia e Carmo; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fa Seong; Fernando Eloy; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


19 hoje macau sexta-feira 7.4.2017

PERFIL

JOÃO PICANÇO, JORNALISTA

“Estou em Macau para ficar”

C

HEGOU há cerca de dois meses a Macau. O convite para trabalhar veio da TDM, depois de ter enviado um currículo, e aceitar a proposta que recebeu foi a “melhor decisão na vida”. João Picanço é uma das vozes da informação quando se sintoniza a 98.0 FM. Depois de muitas decisões que pensou terem sido mal tomadas, com a chegada ao território e a concretização do sonho de trabalhar numa rádio profissional, considera agora que “afinal correu tudo bem”. A ideia de sair de Portugal e vir para terras distantes era um sonho antigo. Quando soube que vinha para Macau, tentou seguir o conselho daquela que diz ser a mulher da sua vida, a irmã, e não criar expectativas para não se desiludir. “Mas não consigo fazer isso e claro que tive muitas. Quando soube que vinha para cá mentalizei-me de que o território ia ser a minha casa. Saí do Sporting TV, um mês antes, e fui à Bélgica e à Holanda. Não tinha estado em nenhum destes dois países e senti necessidade de me preparar para a mudança com uma viagem”, conta. As expectativas foram muitas mas a chegada conseguiu, ainda assim, surpreender. “Estava à espera de gostar mas, ao chegar, senti que tinha sido superado. Macau tem uma energia estranha. Pode parecer sufocante e é

mesmo, por vezes, uma região claustrofóbica mas, aqui, sinto-me em casa”, refere.

NA RÁDIO DESDE CEDO

A opção pelo jornalismo vem “desde miúdo”. Se no nono ano ainda se é muito novo para saber o que se quer no futuro, João Picanço lembra-se de que já queria ser jornalista sem saber muito bem porquê. “No secundário comecei logo a fazer coisas nesse sentido. Reactivei a Rádio Escola e quando cheguei a Coimbra, onde tirei o curso, tive várias experiências. Tive cinco programas semanais na Rádio Universitária de Coimbra, trabalhei com a Cabra, o jornal universitário, e ainda hoje mantenho a ligação a Coimbra com um programa semanal que faço à distância dedicado à música britânica: o “U-Quem?”, relata. No final do curso, foi estagiar para o Jornal Record, um volte-face nos desejos. A ideia era conseguir uma oportunidade na Blitz porque queria trabalhar na área da música. “Mas ninguém me respondeu. Houve um dia em que a minha coordenadora me disse que tinha mesmo de arranjar um estágio ou teria de fazer uma tese. Preferia o estágio por ser mais prático. Havia uma vaga no Diário das Beiras em Coimbra e outra no Jornal Record em Lisboa. Optei pelo segundo.” O jornalista conta que “nunca tinha feito desporto na vida, gostava de futebol, mas não percebia grande

coisa”. “Lembro-me do Bernardo Ribeiro me dizer que apenas ficaria nos quatro meses de estágio porque não tinham lugar para mim. Acabei por ficar seis anos.” A passagem pelo Record marcou o percurso do jornalista da melhor maneira até porque foi lá que teve oportunidade de fazer uma das suas “melhores histórias e um jornalismo a sério numa vinda à Ásia, em 2014”. “Vim à Indonésia para assinalar os dez anos do tsunami de 2004 e senti que fiz jornalismo mais a sério. Andei à procura do Martunis, o menino que depois do tsunami apareceu vestido com a camisola de Portugal numa imagem que correu mundo. Entrei em contacto com ele no Twitter. Não tinha a certeza que era ele, mas deu-me uma morada e fui lá com o Paulo Calado, um excelente fotojornalista. Saímos de lá a chorar. Foi um dos grandes momentos da minha vida profissional e foi na Ásia. Quase poderia dizer que foi um presságio”, assinala. No entanto, o jornal não dava a João Picanço a segurança financeira que queria e, depois da reportagem com Martunis, recebeu uma proposta do canal do Sporting TV. “Martunis acabou por ir fazer um estágio no clube e foi quando senti que podia fazer alguma coisa por alguma coisa.” Entre o jornalismo em Portugal e o de Macau, João Picanço nota já algumas dife-

renças. “Em Portugal é muito agressivo e aqui ainda há alguns valores, e cooperação entre os profissionais da informação. Vi muitas pessoas com idade para se comportarem de outra forma. Estive rodeado de gente boa, mas também de pessoas que, francamente, acho que não fazem muita falta no mundo.” A distância não é fácil, principalmente das pessoas de quem se gosta. “Há dias que custam mais do que outros. Felizmente são mais os dias em que me consigo abstrair e ver que o que tenho aqui e agora é bom, que esta casa é boa e que tenho boas pessoas à minha volta.” Agora, quer dar mais um passo na integração e aprender chinês é uma meta. “Gosto de aprender línguas e acho que é fundamental saber falar a língua do lugar. Além disso, acho que é altamente cool, além de ser útil”, referiu em tom de brincadeira. “No entanto, sinto que, de facto, há aqui alguma distância promovida pelo fosso linguístico e que poderia ser encurtada. Por parte dos portugueses, sinto que já existe alguma resignação e os chineses podiam também tentar aprender um pouco da segunda língua oficial do território”, remata. Sofia Margarida Mota

sofiamota.hojemacau@gmail.com


Muito elegante.../a pele quase amarela/Suave/imaculada/perfumada;/ Tinha um corpo de virgem/de donzela/Uma voz de criança intimidada.”

ALEMANHA MAIOR RETROSPECTIVA SOBRE MANOEL DE OLIVEIRA

De acordo com o Presidente filipino, “serão construídas infra-estruturas e ainda içada a bandeira filipina”, sublinhando que Manila reivindica “nove ou 10” ilhas, ilhotas e recifes do arquipélago das Spratleys

M

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AIS de trinta filmes compõem o ciclo de cinema dedicado a Manoel de Oliveira, que começa no sábado no Instituto Arsenal, em Berlim, na maior retrospectiva dedica ao cineasta português, que morreu em 2015. De acordo com o Instituto do Cinema e Audiovisual (ICA), esta é a primeira grande retrospectiva do cinema de Manoel de Oliveira na Alemanha e contará com 32 filmes a exibir no Kino Arsenal, instituto de artes do cinema e vídeo, em Berlim. Na abertura, no sábado, serão exibidos “Porto da minha infância” (2001) e “Visita ou memórias e confissões” (1982/2015), ambos com apresentação de José Manuel Costa, director da Cinemateca Portuguesa. Leonor Silveira, uma das actrizes que mais trabalhou com Manoel de Oliveira, e Erika e Ulrich Gregor, fundadores da Cinemateca Alemã, que conheceram o realizador na década de 1950, também estarão presentes neste ciclo, que se prolongará até 30 de Abril. Manoel de Oliveira é “o mais relevante realizador português”, com uma filmografia “ampla e difícil de catalogar”, que remete para a literatura e para o teatro, tanto antigo como moderno, lê-se na programação do Arsenal. Através do cinema, o cineasta “reflecte sobre a natureza efémera do amor e dos relacionamentos, coloca perguntas existenciais e leva a cabo viagens por países, continentes e épocas da História”, sublinha a organização. O ICA, parceiro na organização desta retrospectiva, recorda que Manoel de Oliveira viajou para a Alemanha em 1955, para fazer um estágio nos laboratórios da AGFA com o objectivo de estudar a cor aplicada ao cinema. “Deste estágio resultou a sua primeira utilização de cor no documentário ‘O pintor e a cidade’”, refere o instituto.

10” ilhas, ilhotas e recifes do arquipélago das Spratleys.

É TUDO NOSSO

Esticar a corda Duterte quer ocupar ilhas disputadas com a China

O

Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, disse ontem que ordenou ao exército a ocupação das ilhas desabitadas do arquipélago das Spratleys, em disputa no Mar da China meridional, o que poderá provocar uma tensão diplomática com a China. Duterte disse aos jornalistas que ordenou ao exército para construir infra-estruturas em algumas

sexta-feira 7.4.2017

Leopoldino Danilo Barreiros

ilhas do arquipélago de Spratleys, que o seu país reivindica como parte do território filipino. “Eu já ordenei às forças armadas para ocupá-las”, disse Duterte aos jornalistas, durante uma visita a uma base militar na ilha de Palawan, no oeste das Filipinas. De acordo com o Presidente filipino, “serão construídas infra-estruturas e ainda içada a bandeira filipina”, sublinhando que Manila reivindica “nove ou

SÍRIA ANÁLISES TURCAS SUGEREM USO DE GÁS SARIN

O Ministro da Saúde turco disse, esta quinta-feira, que uma primeira análise às vítimas do ataque que matou dezenas de pessoas perto da cidade de Idlib, na Síria, apontam para a possibilidade do uso de gás sarin. “Com base nos resultados, os primeiros testes fazem-nos pensar que as vítimas foram expostas a gás sarin”, pode ler-se no comunicado divulgado pelo governo de Ancara. Devido à gravidade dos ferimentos e à falta de condições médicas, 31 das vítimas dos ataques foram enviadas para hospitais turcos. Três destes feridos morreram. O gás sarin é um gás asfixiante desenvolvido como um pesticida, na Alemanha, que depressa passou a ter usos militares. Em 1993 as armas que usam gás sarin foram proibidas através da assinatura da Convenção sobre armas químicas da ONU. O acordo, assinado por 162 países, entrou em vigor em 1997 e pedia a destruição de todos arsenais de armas químicas até 2007.

A China considera como seu território quase todo o Mar do Sul da China, posição contestada por Manila e outros países do Sudeste Asiático que também têm reivindicações nesta área, que defendem que a liberdade de navegação nesta zona estratégica para o comércio mundial está ameaçada. “Parece que toda a gente quer servir-se destas ilhas, então o que faremos melhor é ir habitar aquelas que ainda estão vagas”, afirmou o Presidente filipino, acrescentando que poderá deslocar-se àquelas ilhas a 12 de Junho, data do aniversário da independência das Filipinas. Este litígio entre Manila e Pequim teve o seu ponto mais alto durante a presidência do antecessor de Duterte, Benigno Aquino, que levou o assunto ao Tribunal permanente de arbitragem, em Haia. Em Junho, este tribunal considerou ilegal a reivindicação de Pequim. Actualmente, o exército filipino tem militares na ilha de Thitu, a maior das Spratleys. O Vietname, a Malásia, o Brunei e Taiwan também reivindicam certas zonas do Mar da China meridional.

BENFICA TEM EQUIPA PORTUGUESA MAIS VALIOSA

O Benfica é a 25.ª equipa mais valiosa do mundo, acima, por exemplo, de Mónaco e Valência, e a primeira de Portugal, de acordo com um estudo ontem publicado pelo site Transfermarkt, especializado no mercado de transferências. O plantel das águias é apresentado como tendo um valor 202,85 milhões de euros, numa lista que é liderada pelo Real Madrid, avaliado em 764,8 milhões. Entre os portugueses, o FC Porto surge cinco lugares abaixo do Benfica, na 30.ª posição, com uma avaliação de plantel de 179,75 milhões de euros, enquanto o Sporting aparece no 34.º posto, valorizado em 168,75 milhões.

SEUL MÍSSIL CAPAZ DE ATINGIR TODO O TERRITÓRIO DA COREIA DO NORTE

S

EUL testou com sucesso um míssil balístico de fabrico sul-coreano com alcance de 800 quilómetros, o suficiente para atingir os pontos mais remotos do território norte-coreano, anunciou ontem a agência Yonhap. O anúncio surge um dia depois do lançamento por Pyongyang de um míssil na direcção do Mar do Japão. A Coreia do Sul, onde estão milhares de militares dos Estados Unidos, é protegida por dispositivos militares norte-americanos. No entanto, o país fechou em 2012 um acordo com os Estados Unidos para quase triplicar o alcance dos seus próprios mísseis balísticos, de modo a poder responder às ameaças dos programas balístico e nuclear norte-coreanos. Segundo a Yonhap, que cita um alto responsável sul-coreano, o míssil testado ontem representa um importante instrumento de dissuasão para o Norte, tendo em conta o alcance de 800 quilómetros. O míssil pode chegar à totalidade do território norte-coreano, mesmo se for lançado do sul do território sul-coreano. “O teste foi um sucesso”, declarou a responsável. O porta-voz do Ministério da Defesa sul-coreano não quis comentar. Em Junho de 2016, Seul testou outros dois mísseis capazes de transportar uma carga de uma tonelada por mais de 500 quilómetros.


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