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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006
hojemacau MOP$10
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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • TERÇA-FEIRA 7 DE JUNHO DE 2011 • ANO X • Nº 2383
TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 27 MAX 32 HUMIDADE 60-95% • CÂMBIOS EURO 11.7 BAHT 0.26 YUAN 1.2
Relatório internacional
DIREITOS LABORAIS ESTAGNADOS • PÁGINA 6
Mais falsos residentes Vêm para visitar a família, arranjam uma declaração falsa e acabam por cá ficar ilegalmente. O número de chineses que está a usar documentos falsificados para se tornarem residentes não pára de aumentar. >Página 7
Académico de Hong Kong dá instruções ao Governo da RAEM
Crise à vista sem reforma política Se pequenos passos em prol da democracia não forem dados agora, os próximos governos da RAEM vão ver-se mergulhados numa crise de legitimidade. A conclusão é de Sonny Lo, professor do Instituto de Educação de Hong Kong, que publicou um estudo sobre o tema da reforma política por cá numa revista científica. A primeira etapa a ultrapassar é a reestruturação da Assembleia Legislativa, com mais deputados eleitos directamente e um método mais fiável de escolha dos indirectos. O rol de sugestões é amplo. > PÁGINA 4
Sem rival para os barcos chineses A equipa China Nanhai Jiujiang foi a grande vencedora da edição deste ano das Regatas Internacionais de Barcos-Dragão, ao conquistar o título nas duas categorias. Duas equipas de Macau compuseram o pódio - a SJM Golden Jubilee e a Associação Desportiva Pu Ao Zhi You. >Última
Bienal de Veneza
BOA LOCALIZAÇÃO PÕE RAEM NO TOPO DO MUNDO DAS ARTES • PÁGINA 10
TERÇA-FEIRA 7.6.2011 www.hojemacau.com.mo
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Em Hong Kong
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Em Macau
Tiananmen | Vigília do 4 de Junho passa desapercebida no território
77 mil em Hong Kong, 1 em Macau Vanessa Amaro
vanessa.amaro@hojemacau.com.mo
E
NQUANTO 77 mil pessoas encheram as ruas de Hong Kong para a vigília do massacre de Tiananmen – segundo dados da polícia, já que as associações participantes falam em 150 mil -, em Macau uma única pessoa organizou-se para assinalar o 4 de Junho. Lee Kin Yun, que teve de ir ao Tribunal de Última Instância (TUI) para expor os seus cartazes na Praça do Leal Senado, quase não fez mossa. “As pessoas passam, olham para os meus papéis, mas acho que nem percebem do que se trata”, disse ao Hoje Macau com ar inconsolado Lee. O manifestante solitário colou em cartolinas recortes de jornais chineses a falarem sobre a detenção de Ai Wei Wei ou sobre o massacre de Tiananmen e escreveu caracteres a pedir democracia para Macau. “Há muito para ser feito por cá. O povo tem de mudar a sua forma de pensar e ser mais interveniente. Sei que o meu contributo é pequenino, mas peço que libertem Ai Wei Wei e outros tantos dissidentes chineses e também quero justiça para as vítimas do 4 de Junho”, explica-se. Apesar das milhares de pessoas
que viram espalhados pelo chão os cartazes de Lee, o manifestante – que quando o tema é o que faz para além de manifestar-se desconversa – quase nunca foi abordado a falar sobre os motivos da sua presença no Senado. “Há muitos turistas chineses e eles mal sabem o que se passa. Alguns até olham para os meus papéis, mas continuam em frente. Foram raras as pessoas que falaram comigo e eram sobretudo de Hong Kong”, aponta. Ainda assim, Lee Kin Yun diz que o esforço de três dias valeu a pena. “Deu-me muito gosto ver o TUI dar-me razão. Se for preciso, lá irei de novo mostrar que tenho razão. Só o facto de ter direito a fazer esta manifestação, embora sozinho, é gratificante.”
MULTIDÃO
Na região vizinha, contudo, a agitação foi bastante maior. A polícia de Hong Kong estima que 77 mil pessoas participaram na vigília em homenagem às vítimas de Tiananmen, no Parque Vitória, embora a Aliança de Apoio aos Movimentos Democráticos e Patrióticos na China fala em 150 mil pessoas. Uma geração mais nova destacou-se entre os milhares de manifestantes que se juntaram ao movimen-
to. Fung, por exemplo, jornalista de Hong Kong, diz ter perdido perdeu a conta ao número de vezes que se aliou à iniciativa organizada pela Aliança de Apoio aos Movimentos Democráticos e Patrióticos na China. À agência Lusa, a jovem destacou a “visível” adesão por parte de uma geração mais nova, interessada em saber mais sobre os acontecimentos do 4 de Junho de 1989, em que morreram centenas de pessoas na praça da capital chinesa. “É importante que os jovens demonstrem interesse”, avaliou, ao frisar que considera fulcral passar a mensagem à nova geração que nasceu muito depois, até porque “há coisas que não se aprendem na escola”, mesmo em Hong Kong, onde o segundo sistema é garante de uma liberdade de expressão que não existe no interior da China. Caeli, de 24 anos, natural de Hong Kong, aliou-se mais uma vez à iniciativa precisamente para mostrar que defende a liberdade”, pois entende que “se ninguém fizer nada não há esperança”. Daniel, mesma idade, concorda. “Vim para chamar à memória o acontecimento que penso que nestes últimos três anos tem vindo a chamar mais a atenção dos jovens”, referiu ao apontar que espera ver “progressos
democráticos na China dentro de 20 a 30 anos”.
LONGO CAMINHO
Albert Ho, presidente do Partido Democrático de Hong Kong, acredita que há um longo caminho a percorrer, mas a democracia é um “movimento incontornável na China”. Em declarações à agência Lusa, o também advogado e deputado considera que “a China está no lado errado mostrando-se contra valores universais” e que todo o controlo por parte de Pequim evidencia “insegurança”. Até à democracia é preciso incutir valores e princípios e construir uma mentalidade, explicou o líder do segundo maior partido do Conselho Legislativo de Hong Kong, para justificar a demora no processo de transição no país. Embora admitindo uma longa marcha, Alberto Ho vê como “muito encorajadora” a forte presença de uma nova geração interessada em saber o que realmente aconteceu a 4 de Junho de 1989. “É muito interessante ver que muitos jovens se sentem parte do movimento e que sentem a obrigação de lhe dar continuidade”, realçou. Para o líder do Partido Democrático, os jovens precisam de continuar na busca pela verdade e pela demo-
cracia, sendo “estimulante ver esta adesão mesmo passados mais de 20 anos sobre o movimento estudantil”. “Hong Kong tem um papel único, de coragem, onde se ouve uma voz que ainda é silenciosa na China.”
MAIS EM JULHO
AAliança de Apoio aos Movimentos Democráticos e Patrióticos vai agora organizar uma marcha no próximo dia 1 de Julho em Hong Kong em prol da libertação dos activistas dos direitos humanos. A marcha, na qual a organização espera uma adesão de 150 mil pessoas, sai do Parque Vitória em direcção à sede do Governo, no dia em que se assinalam os 14 anos da transferência da administração de Hong Kong do Reino Unido para a China. “É muito encorajador ver caras novas e compatriotas da China continental a manifestarem-se pelos direitos humanos”, disse Cheuk-Yan aos jornalistas durante a vigília no Parque Vitória. Cheuk-Yan sublinhou que a Aliança passou uma “forte mensagem ao regime comunista de que não pode reprimir as famílias das vítimas e impedir os movimentos de se manifestarem”. “Esta noite vimos a polícia a tentar bloquear os acessos ao parque e isso é muito triste para o povo chinês”, concluiu.
FOTO VANESSA AMARO
ACTUAL
TERÇA-FEIRA 7.6.2011
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POLÍTICA
“Dois sistemas” implicam democratização em Macau, defende académico
Reforma a começar pela Assembleia Sonny Shiu-Hing Lo, académico de Hong Kong, considera que Macau tem um grande défice de democracia, começando pelo sistema de auscultação pública. É hora de reformar a política, começando pelos assentos na Assembleia Legislativa e por uma plataforma online de opiniões que incentive a participação geral Vanessa Amaro
vanessa.amaro@hojemacau.com.mo
A
economia cresce, a classe média aumenta, o nível académico eleva-se. Está na hora de avançar para a reforma política em Macau. Assim considera Sonny Shiu-Hing Lo, professor no Departamento de Ciências Sociais do Instituto de Educação de Hong Kong, que publicou um estudo sobre o tema na “Revista de Estudos de Um País Dois Sistemas”. “A democratização das instituições políticas de Macau pode consolidar uma governação consultiva e fortalecer a legitimidade do sistema a longo prazo. Além disso, o fosso entre as massas e as elites pode ser minimizado”, defende o docente. Para Sonny Lo, a reforma política deve começar por uma mudança drástica na composição da Assembleia Legislativa. Aumentar o número de assentos de deputados eleitos directamente e ajustar a forma como os membros indicados pelo Governo vão ali parar são os primeiros passos. “Com uma população em expansão, é imperativo que a Administração reformule o método de eleição da Assembleia Legislativa”, ressalta. No entanto, “não houve até agora nenhuma indicação de qualquer tipo de reforma”. Adesculpa de que a sociedade não está preparada para uma democracia não convence o professor de Hong Kong. Embora considere que a população de Macau esteja menos desenvolvida intelectualmente do que a da região vizinha, Sonny Lo aposta que no futuro a diferença não será tão sentida. “Com o aumento do nível educacional dos cidadãos e com a
maturidade de mais grupos, o Executivo irá encontrar cada vez mais uma sociedade civil participativa e voraz por mudança. Se o Governo optar por manter-se estagnado nas suas ideias de reforma política nos níveis primários, a sua legitimidade pode estar em xeque”, assinala. O facto dos funcionários públicos terem de obedecer cegamente às instruções dos seus superiores também é visto com maus olhos pelo académico. Sonny Lo recupera o caso de Ao Man Long, antigo secretário para as Obras Públicas condenado por corrupção, para afirmar que o problema poderia ter sido menor caso houvesse um sistema de responsabili-
zação. “Se a democratização implica um corte no exercício de poderes discricionários pelos oficiais apontados politicamente, um estudo e uma revisão das práticas passadas e presentes é essencial.”
REINVENÇÃO
O académico do Instituto de Educação de Hong Kong nota o esforço dos governos da RAEM em colocar em marcha o esquema de auscultações públicas, contudo, tem muito a dizer sobre a forma como as opiniões são levadas em contas e se os resultados são mesmo o resultado da vontade da maioria. A consulta pública é ainda, segundo Sonny Lo, uma tentativa de dissimular a ausência de esforços em
Erros da RAEM • Ter abolido os Conselhos Municipais: impede activistas e elites de participarem nas decisões políticas
avançar para a democracia. “Há uma falta de elementos democráticos no estilo de governação consultiva do executivo da RAEM”, afirma. As auscultações não deixam de ser uma forma de “reinventar o Governo e torná-lo mais próximo dos cidadãos normais, com a intenção de reduzir a distância entre os que governam e os governados.” Um dos grandes erros do primeiro Governo da RAEM, segundo o docente, foi ter extinguido imediatamente após a transferência os Concelhos Municipais dos tempos dos portugueses. “Eram estruturas com membros eleitos e indicados, e eram um canal bastante útil de participação das elites em vários temas. A sua extinção não foi bem pensada e pode ter sido uma decisão tomada na mesma linha de Hong Kong, que acabou com os concelhos urbanos e regionais depois da transferência.”
vários estratos sociais para a formulação das suas Linhas de Acção Governativa (LAG).
APOIO JUDICIAL
Chui Sai On merece uma nota positiva no que toca à diplomacia – um ponto mais realçado no actual Chefe do Executivo do que no anterior, Edmund Ho. “Chui adopta uma diplomacia pessoal para consultar os pontos de vista de grupos de interesse e cidadãos de forma ampla e abrangente.” Para elucidar essa qualidade, Sonny Lo lembra os esforços de Chui Sai On em ouvir o maior número possível de pessoas de
• Opiniões para o boneco: intensificam-se as queixas de que as sugestões da sociedade caem em saco roto • Perguntar por tudo: os departamentos estão instruídos a abrirem consultas públicas mesmo sem saber de que forma a informação será tratada
Democracia em 10 passos 1
Mudanças na Assembleia Legislativa
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Comités consultivos com membros eleitos directamente
• Inércia burocrática: muitos funcionários públicos não fazem ideia de como conduzir uma auscultação
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Criação de comissões de habitação com participação universal
• Pressão associativa: há cada vez mais associações e grupos organizados a pedir maior participação política. Mas não têm tido grande hipótese
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Fiscalização das ordens dadas aos funcionários públicos por parte dos altos cargos
• Falta de opções: as elites locais não foram capazes de pôr em acção planos concretos de reforma política
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Dinamização dos “think-tanks” no caminho da democracia
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Exigir que os membros da Administração ouçam e respondam às opiniões dos cidadãos
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Melhorar a qualidade da governação consultiva, com cada departamento a divulgar um relatório do que fez e do que ficou por fazer
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Maior acção do Comissariado da Auditoria e do Comissariado Contra a Corrupção
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Incentivos para os trabalhadores responderem às opiniões da sociedade
• Ouvidos moucos: a sociedade envia reclamações ao Executivo, mas afirma que nunca obtém resposta
• Muito dinheiro: o crescimento económico acaba por transformar-se numa forma de legitimar o seu desempenho político • Capitalismo desenfreado: a indústria do jogo tem colaborado para o aumento do fosso entre ricos e pobres • Muitos subsídios: quanto mais dinheiro pinga, menos interesse pela mudança há. • Exclusão da maioria: as consultas públicas são selectivas por natureza, impedindo a participação em massa. Indivíduos e grupos críticos ao Governo ficam automaticamente riscados • Falta de sensibilidade: o Governo falha em adaptar a sua agenda política às necessidades reais • Deputados indicados: não representam a verdadeira voz do povo
10 Acesso a documentos não confidenciais pelos média e pela sociedade em geral
O académico liga a polémica da lei de apoio judiciário aos funcionários públicos, no ano passado, à falta de sensibilidade das autoridades em tomar as decisões correctas nas horas certas. O artigo que permitiria aos trabalhadores demandarem judicialmente terceiros foi amplamente debatido e acabou por ser retirado do diploma que estava em discussão na Assembleia Legislativa. O professor acredita que todos os argumentos apresentados pelos sectores da sociedade eram válidos, mas o que pesou realmente foi a falta de habilidade das altas autoridades em agir no momento certo. “O ponto principal do problema é que o Executivo avançou com tal artigo numa altura imprópria, em que os cidadãos viam a burocracia como ineficaz para responder às suas demandas”, escreve, acrescentando que o Governo não consegue conciliar a sua agenda política de forma perspicaz. O conselho final do académico é simples e já foi utilizado por deputados eleitos directamente. “A estagnação persistente da reforma política, a contínua inércia burocrática e as dificuldades da sociedade em aceder a documentos públicos vão mais cedo ou mais tarde despertar o problema da legitimidade do Governo e pô-lo em crise. Para prevenir tal crise repentina, a Administração da RAEM deve acelerar a democratização das instituições políticas e alterar profundamente a cultura burocrática no caminho da abertura.”
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5 LEGISLATIVAS | ESCOLHA DE MACAU SÓ PARA A SEMANA
Suspense sem poder de mudança Gonçalo Lobo Pinheiro glp@hojemacau.com
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M Portugal os votantes elegeram Pedro Passos Coelho, pelo Partido Social Democrata (PSD) como o próximo primeiro-ministro de Portugal e fizeram cair José Sócrates da liderança do Partido Socialista (PS). Espera-se um Governo de coligação entre PSD e CDS para os próximos anos, que se avizinham muitos difíceis depois do pedido de ajuda ao Fundo Monetário Internacional (FMI). As votações dos portugueses de Macau nas Legislativas 2011 só serão conhecidas no próximo dia 15. De acordo com uma porta-voz dos Serviços de Correio que falou à agência Lusa, apenas 40% dos boletins de voto que chegaram a Macau foram reclamados pelos cerca de 11 mil eleitores elegíveis, por isso não se pode esperar grandes novidades vindas do território. Como noutros anos, a taxa de participação de Macau neste acto eleitoral manteve-se reduzida. “Este sistema não funciona em Macau. Pela segunda vez consecutiva em eleições legislativas não consegui votar”, revelou o simpatizante do PS, Albano Martins. O economista não entende como é que ainda não de desburocratizou o processo de voto fora de Portugal. “Aqui, em Macau, o caso é um pouco diferente dos outros locais. As pessoas mudam de casa muitas vezes e, devido a isso, não há nenhuma razão para que o Consulado de Portugal não trate desta questão. Infelizmente, o Consulado demite-se das responsabilidades.” E vai mais longe discutindo o trabalho efectuado pelos funcionários consulares. “Como bons funcionários públicos só fazem o que a tutela manda. Não têm qualquer tipo de criatividade nem tão pouco se adaptam aos países onde estão.” Uma pa-
lavra ainda para a abstenção. Albano Martins considera o povo português “ignorante” tal como o era antes do 25 de Abril. “As pessoas deviam tomar uma decisão. Estão culturalmente atrasadas e não votando criam maiorias enganadoras, sejam elas de que cor forem.”
DEMAGOGIA E ALDRABICE COM LIMITE
Arnaldo Gonçalves, coordenador da campanha de Pedro Passos Coelho em Macau, acredita que as eleições decorreram “como previsto”. “A vitória do PSD é o resultado do esforço pessoal de Pedro Passos Coelho. A demagogia e aldrabice tem o seu limite e o PS pagou caro. Apesar de tudo podia ter tido piores resultados.” Instado a prenunciar-se sobre o processo eleitoral de Macau, Arnaldo Gonçalves admitiu que o PSD pode vencer tal como aconteceu em 2009 mas só quer emitir algum comentário depois do dia 15.
100 VOTOS IGUAL A FELICIDADE
José Miguel Encarnação tem mesmo de esperar uma semana para saber quantos votos amealhou. Em 2009 o PNR obteve 14 votos pelo círculo Fora da Europa, dois deles nos países de Ásia e Oceânia. Para Encarnação obter 100 votos é já uma grande vitória. “Fiz o meu trabalho. Sei que pedi 1800 votos mas ter-me candida-
tado pelo PNR pode ter-me anulado a possibilidade de ter outro resultado”, assumiu o candidato independente. Críticas ao método de voto também soaram na boca de Encarnação. “Este sistema de voto permite uma abstenção brutal e um grande número de votos nulos.” O cabeça de lista do PNR por Fora da Europa não estava à espera que houvesse uma diferença de dez pontos percentuais entre PS e PSD por isso considera o resultado dos sociais-democratas como “histórico”. Quanto ao seu futuro tudo dependerá dos resultados que obter. “Gostava de me voltar a candidatar mas terá que ser numa estrutura que me dê mais garantias de sucesso”, adiantou José Miguel Encarnação, que assume esta experiência como uma “vitória pessoal mas também uma vitória para Macau”.
CHINA DÁ ECOS À VITÓRIA DO PSD
A China descreveu o resultado das eleições em Portugal como uma vitória dos partidos de “centro-direita” e da “direita”, indicando que o PSD e o seu “tradicional aliado”, o CDS, asseguraram “uma confortável maioria”. A agência Xinhua salienta também que o PS perdeu 24 lugares no parlamento e que, durante a sua governação, “Portugal tornou-se o terceiro país da zona euro a pedir resgate financeiro, depois da Grécia e da Irlanda”.
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SOCIEDADE
Relatório internacional volta a apontar falhas no sistema de Macau
Sem evolução nas liberdades laborais Observatório internacional dos direitos sindicais aponta um cenário cada vez mais negro na Ásia. Macau não é das regiões mais problemáticas mas também não sai bem na fotografia Filipa Queiroz
filipa.queiroz@hojemacau.com.mo
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M 2010, milhares de trabalhadores asiáticos continuam a enfrentar um problema sério de repressão no que toca a actividade sindicais. O Relatório Anual de Violações dos Direitos Sindicais da Confederação Sindicalista Internacional é claro: perto de mil sindicalistas foram
feridos em 2010 e quase outros tantos detidos. O relatório disponibilizado na página electrónica da CSI (www. survey.ituc-csi.org) engloba cerca de 140 países dos cinco continentes, mas os países da Ásia e Pacífico têm papel de destaque. Comparando com 2009, no ano passado houve um aumento no número de sindicalistas assassinados, assim como no número de ameaças de morte contra sindicalistas. Há casos em que as condições de trabalho são tão terríveis que levam os trabalhadores a cometer suicídio, como na China e na Índia. De acordo com o relatório, mesmo nos países onde a liberdade de associação e o direito de organização são reconhecidas por lei, eles são frequentemente violados na prática. Em Hong Kong, na Malásia, nas Ilhas Maldivas e em Macau os sindicatos têm dificuldades em obter o reconhecimento por parte dos empregadores para efeitos de negociação colectiva, aponta o relatório oficial. A RAEM volta a aparecer nos casos em que as más condições de trabalho causam faísca em protestos
e greves, como foi o caso das manifestações do Dia do Trabalhador. As leis de trabalho são outro factor que traz o nome da RAEM à baila. De todos os países asiáticos, Taiwan foi o único onde alterações ao código do trabalho trouxeram uma série de melhorias significativas.
NA RAEM
À primeira vista o cenário é tranquilo. Na tabela lateral onde aparecem descriminados os números das “Tentativas de Assassinato”, “Ameaças” e “Assassinatos” todas levam um zero. Menos uma. “Detenções: 1”. Trata-se do indivíduo preso no ano passado durante os desacatos do 1.º de Maio, Dia do Trabalhador. O CSI introduz Macau como o território onde apesar de ter sido aprovada uma nova lei trabalhista em 2009, continua a não haver liberdade universal de associação. “As greves são raras e difíceis de organizar com êxito, e há pouca protecção prática contra as listas negras e a demissão de grevistas”, lê-se no documento. O organismo classifica a capacidade de negociação da RAEM como “fraca”. Já o
poder dos sindicatos pró-Pequim é, apesar da existência de sindicatos novos e independentes, “é forte”. Previsivelmente as questões dos trabalhadores migrantes, que se queixam da nova lei “discriminatória” e “demasiado vaga”, têm particular destaque no relatório, culpa do novo ‘boom’ de construção de casinos. O relatório indica que “a agitação sobre a importação de trabalhadores migrantes com salários baixos cresceu juntamente com os protestos dos trabalhadores”, e aponta que apesar de leis de segurança nacional terem sido aprovadas no final de 2008 “a corrupção continua a ser um problema e o governo continua sob enorme influência do Governo Central”. De acordo com o CSI as áreas problemáticas para os sindicatos em Macau continuam a existir essencialmente no plano jurídico onde, apesar da adopção da nova lei trabalhista em 2009, “a liberdade de associação é garantida pela legislação local e a lei proíbe o despedimento de trabalhadores pela sua pertença a um sindicato ou devido a actividades sindicais”.
Alguns números de 2010 • BANGLADESH - 6 activistas dos direitos dos trabalhadores foram mortos e dezenas ficaram feridas às mãos das autoridades. Estima-se que 5 mil trabalhadores têxteis tenham sido demitidos devido ao seu envolvimento nos protestos • ÍNDIA - Centenas de trabalhadores têxteis foram atacados e espancados; um líder sindical foi sequestrado - 100 milhões de trabalhadores participaram no maior protesto do ano. Mais de 500 sindicalistas foram presos por participarem e muitos ficaram
feridos. A polícia matou dois trabalhadores que protestavam contra a morte de um colega de trabalho • PAQUISTÃO - 1 líder sindical e 1 sindicalista foram assassinados no escritório do sindicato momentos antes do início de um protesto - 1 líder sindical foi sequestrada e torturada por defender os direitos dos trabalhadores • FILIPINAS - 3 líderes sindicais foram assassinados em incidentes separados
• VIETNAME - 3 militantes sindicais foram presos por distribuir panfletos contra o Governo e organizar greves. Acabaram por ser condenados a penas de sete a nove anos de prisão • CAMBOJA - 817 trabalhadores foram despedidos na sequência de uma greve nacional pela subida do salário mínimo
O organismo acusa a nova legislação de falhar ao não fornecer uma protecção adequada aos trabalhadores a tempo parcial e trabalhadores migrantes, assegurando “flexibilidade excessiva” aos empregadores, que também podem exigir um pedido formal aos empregados quando se quiserem tornar membros de um sindicato. Além disso, lê-se no relatório, “enquanto a legislação de Macau prevê que os acordos celebrados entre empregadores e trabalhadores devem ser válidos, ela não diz explicitamente que tais acordos devem ser concluídos ou envolver negociação colectiva”. O CSI descreve Macau como uma região onde “o Governo Central da República Popular da China tem uma forte influência sobre as actividades dos sindicais locais”, incluindo a selecção directa da liderança do maior sindicato do sector privado, a Federação dos Sindicatos. “Há relatos de intimidação daqueles que falam contra o Governo de Pequim”, lê-se. De acordo com o relatório, a sociedade civil de Macau “é fraca” e a não existência de um vínculo formal de trabalho centre empregados e empregadores é “prática comum”. “Consta que o Governo da RAEM também mantém uma lista negra dos trabalhadores locais que apoiaram greves e nega regularmente a entrada de ‘agitadores’ no território.” Apesar de tudo, o CSI salienta que “tem havido um crescimento dos mais pequenos e um aumento da voz sindical”, a par com um aumento das associações. No campo das violações propriamente ditas são citados dois casos: o da expulsão por seis meses dos trabalhadores não residentes e a detenção do líder sindical Lei Sio Kuan durante os protestos do Dia do Trabalhador.
RECOLHIDAS 6400 UNIDADES DE MEDICAMENTO DE TAIWAN
TERÇA-FEIRA 7.6.2011
Os Serviços de Saúde ordenaram a recolha de um medicamento de Taiwan, após ter sido detectado um plastificante, tendo já sido retiradas do mercado 6400 unidades. Segundo um comunicado dos Serviços de Saúde, o “Scrat Suspension”, produzido pela Standard Chem. & Pharm, de Taiwan, com lote 077, usado no tratamento de doenças de estômago, foi retirado “face à detecção de plastificante DIBP”. A substância apresenta um nível de toxicidade semelhante ao Bis ftalato (DEPH), composto químico que tem estado na origem da crise de produtos contaminados de Taiwan e que, caso consumido por um período longo ou em grandes dosagens, pode ter impacto no sistema reprodutor masculino e causar “perturbações hormonais”.
Imigrantes falsificam papéis para trabalhar em Macau
Identidades falsas crescem Virginia Leung
virginia.leung@hojemacau.com.mo
C
ADA vez mais chineses continentais se fazem valer de documentos falsificados para virem trabalhar para Macau. Só no primeiro trimestre do ano foram 76 os casos detectados pela Secretaria para a Segurança (SS), o que representa um grande aumento face aos números verificados anteriormente. As autoridades querem agora atacar em força a falsificação de identidades e declarações com vista à imigração ilegal. Em geral, o esquema é recorrente: um cidadão chinês passa pelos trâmites normais para vir alegadamente visitar parentes a Macau, mas, graças a uma declaração ou identidade falsas, acaba por ficar cá a trabalhar. Preocupadas com
o fenómeno, as autoridades em Macau vão reforçar o combate a essa actividade ilegal. Se os números verificados nos primeiros três meses do ano se repetissem pelos restantes trimestres, seria de esperar à volta de 300 casos só em 2011. Um aumento considerável, se tivermos em conta que an-
teriormente se registaram entre 200 e 300 casos, mas num período de quatro anos (entre 2007 e 2010). A Divisão de Saídas e Entradas do Departamento de Administração da Segurança Pública da Província de Guangdong tem realizado vários ataques contra o uso de identida-
des falsas para conseguir documentos. Através de sistemas de comparação de retratos desde Janeiro do ano passado, a polícia de Guangdong conseguiu deter 2300 pessoas por usarem identidades de terceiros para conseguirem documentos de identificação. De acordo com os regulamentos, residentes da China Continental podem visitar parentes que estejam a viver, estudar ou trabalhar em Macau, desde que se tratem de cônjuges, pais, sogros, irmãos ou filhos. Para o provar, têm de apresentar documentos como bilhetes de identidade e certificados de parentesco com os residentes de Macau. Os detidos a usar documentação ou declarações falsas ficam proibidos de entrar e permanecer em Macau por pelo menos dois anos.
GOVERNO DIZ-SE PREOCUPADO COM CRESCENTE CONSUMO PELOS JOVENS
Novas drogas, novas vítimas O
Governo está preocupado com o aumento do consumo de “novas drogas” pelos jovens, como a “ketamina”, que já ultrapassou o da heroína, devendo apresentar, ainda este mês, um novo estudo sobre o tema. A chefe da Divisão de Tratamento e Reinserção Social, Loretta Lei, disse à agência Lusa, à margem do seminário “No mundo da Droga”, na Universidade de São José, que o consumo de “novas drogas” ultrapassou a heroína, que em “2003 era a mais consumida” em Macau, por cerca de 3700 pessoas. “No ano passado descobrimos que os consumidores de “ketamina” eram em maior número do que os de heroína. Estamos preocupados com estes toxicodependentes, porque a maior parte são menores de 21 anos”, adiantou. Em 2010, Macau tinha 637 casos de toxicodependência registados no website do Governo, especificamente criado para o efeito. O número “está aquém da realidade”, diz a Casa da Promessa, associação com trabalho realizado nesta área, sobretudo em Hong Kong, onde
foi fundada em 1966. “É muito difícil saber o número exacto de dependentes em Macau. O Governo tem um sistema de registo espontâneo. Mas, um toxicodependente está em negação a maior parte do tempo, pelo que não vai ter essa iniciativa”, observou Alec Hudson, director da instituição que, em mais de 20 anos em Macau – desde 1987 –, apenas acompanhou um caso de toxicodependência. Um dos motivos da negação é o facto de as pessoas não associarem a dependência às novas drogas. “Enquanto que com a heroína os efeitos sobre a vida dos que consomem são bastante imediatos, com as anfetaminas, por exemplo, conseguem continuar a ‘funcionar’ durante muito mais tempo. Há muitos jovens que são dependentes e não têm consciência disso”, observou Alec Hudson. A cada vez maior internacionalização de Macau, tanto ao nível da entrada e circulação de pessoas como da expansão dos locais de diversão e jogo, leva as instituições a estarem mais atentas ao problema e a defenderem
novas abordagens. “O Governo tem feito um bom trabalho e não precisa fazer mais centros de tratamento, mas talvez seja boa ideia pensar em novas formas de levar os toxicodependentes a aderirem voluntariamente aos tratamentos”, declarou Alec Hudson. Já Augusto Nogueira, presidente da Associação para a Reabilitação de Toxicodependentes de Macau (ARTM), considera que há uma “clara falta de investimento em ambientes saudáveis para os jovens”. Ao constatar um “aumento do consumo de cocaína em Macau”, o presidente da ARTM salientou que “Macau está a ser um ponto de passagem do tráfico de droga para o interior da China” e que “há muitos trabalhadores dos casinos com problemas de droga”, admitindo que “as autoridades têm feito o possível”. O território conta actualmente com cinco centros de tratamento toxicodependentes e, em 2010, tinha 75 pessoas em tratamento residencial ao abrigo do programa de reabilitação de um ano criado pelo Executivo.
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COMIDA MANDA DOIS PARA O HOSPITAL
Intoxicação alimentar foi o diagnóstico dado a duas pessoas que deram entrada no hospital na semana passada muito mal dispostos depois de terem comido uma refeição de “take-away”. Os Serviços de Saúde (SS) alertam a população e a indústria da restauração para que tenham mais atenção com a higiene alimentar. Foi na sexta-feira passada que dois cidadãos estrangeiros deram entrada no serviço de urgências do Centro Hospitalar Conde de São Januário com sintomas de gastroenterite. Após receberem tratamento, os sintomas aliviaram, pelo que não foi necessário internamento. Os dois tinham comido um pacote de almoço de “take-away” de uma estabelecimento da Companhia de Investimento e Administração de Comidas e Bebidas CGH, na Calçada do Gaio. Os SS enviaram uma equipa para investigar o restaurante em causa e recolher amostras de comida, e também para ordenar ao encarregado do estabelecimento que seguisse rigorosamente as especificações operacionais de segurança alimentar de modo a reforçar a consciência de higiene dos empregados. De acordo com os SS, toxinas microbianas terão estado na origem do incidente. Os SS aconselham os consumidores a optarem por restaurantes que tenham boa reputação em termos de asseio e higiene, e a não arriscarem quando tiverem dúvidas acerca da comida que estão a ingerir: é parar de comer imediatamente. Quanto aos restaurantes e estabelecimentos de comidas, os SS instam todos a terem mais cuidado ao manusear os alimentos. Na sequência do problema alimentar em Taiwan e dos casos recentes em Macau, o deputado da Assembleia Legislativa (AL) Ho Ion Sang apresentou uma interpelação escrita ao Governo, apelando à criação de um centro de segurança alimentar. Na interpelação, o legislador questiona porquê o Governo não acelera os trabalhos para consumar o processo de inspecção dos alimentos importados; e também quando irá o Executivo criar uma “lei de rotulagem dos alimentos” para proteger os consumidores. - V.L.
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ANÚNCIO
HM-1ª vez 07-06-11 EXECUÇÃO ORDINÁRIA
CV1-00-0002-CEO
1º Juízo
Exequente: BANCO LUSO INTERNACIONAL, SARL., com sede em Macau, na Av. Dr. Mário Soares, nº 47. Executado: CHAN IU KONG, também conhecido por CHAN YIU KWONG, residente na Estrada de Cacilhas, nº 35, Edifício Cheng Pek Kok, 8º andar “A”, em Macau. *** Faz-se saber que nos autos acima indicados é citada a conjuge do executado, POON SIU YIN JOYCE também conhecida por PUN SIO IN para, no prazo de QUINZE DIAS, finda a dilação de trinta dias, contada da data da segunda e última publicação do anúncio requerer, querendo, na Execução Ordinária supra identificada, a separação de bens comuns do casal ou juntar certidão comprovativa da pendência de acção em que a separação já tenha sido requerida, sob pena de, não o fazendo, a execução prosseguir nos bens já penhorados (art. 709º, nº 2, C.P.C.M.), que é o seguinte:---------------------------------------------------------IMÓVEL Denominação: “AB-R/C” DO RÉS DO CHÃO Situação: AVª NORTE DO HIPODROMO, NºS 5-87; ALAMEDA DA TRANQUILIDADE, NºS 200-234; PRACETA DA SERENIDADE NºS 71-115 e, RUA DA TRANQUILIDADE, NºS 7-65.----------------------------------------------Fim: PARA COMÉRCIO Número de matriz: 71800. Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: Nº 22075, A FLS. 103V. DO LIVRO B-124 Número de inscrição da propriedade horizontal: 8450 a fls. 177 do Livro F47M--Número de descrição na Conservatória do Registo Predial: Nº 22075, A FLS. 103V DO LIVRO B-124. -------------------------------------------------------------Número de inscrição da propriedade horizontal: 8450 a fls. 177 do Livro F47M.--*** R.A.E.M., 31 de Maio de 2011. ***
vida
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MAIOR LAGO DE ÁGUA DOCE DA CHINA ESTÁ A DESAPARECER
Era uma vez... O
lago Poyang, o maior de água doce na China, perdeu quase 90% do seu volume em consequência da seca que castiga a bacia do Yangtzé, e que é a pior no meio século. Grande parte do leito do lago é actualmente uma planície de barro ou erva, o que põe numa crítica situação os habitantes dos arredores do lago, que dependem da sua água para regar os seus cultivos. Os últimos dados revelam que o lago tem actualmente 0,74 milhão de quilómetros cúbicos de volume, 87% menos do que
o habitual ou inclusive menos, já que em épocas húmidas o lago pode ter até 25 milhões de quilómetros cúbicos de água. O segundo maior lago do país, o Dongting (também na bacia do Yangtzé) também está parcialmente seco, e sua área actual (cerca de 900 quilómetros quadrados) é menos da metade da superfície habitual. A seca afecta uma bacia na qual vivem 400 milhões de pessoas, quase um terço da população chinesa, e a situação é especialmente dramática nas províncias do curso médio e
baixo (Anhui, Hunan, Jiangxi, Zhejiang e Jiangsu), onde as chuvas este ano foram entre 40% e 50% menores do que o normal. De acordo com o Escritório Estatal de Controle de Inundações e Secas, a situação atinge directamente 3,29 milhões de pessoas e 6,96 milhões de hectares de campos de cultivo, equivalentes a 5% das terras cultiváveis no país. Por este motivo, o Centro Meteorológico Nacional declarou “alerta amarelo” por seca, já que nos próximos dias não estão previstas grandes precipitações na área afectada.
MACAU | PRÉMIOS E INCENTIVOS EM PROL DA PROTECÇÃO AMBIENTAL
Pontos verdes pela reciclagem O
programa de Pontos Verdes foi iniciado este domingo durante o “Festival para comemorar o Dia Mundial do Ambiente 2011 entre duas regiões e cinco cidades”. O programa visa, através de atribuição de incentivos e prémios pela acumulação de pontos, propagar junto da comunidade a ideia de cultivar um estilo de vida mais ecológica, de conservar a energia e acarinhar o nosso ambiente. Na fase inicial do programa de Pontos Verdes, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) promove a reciclagem e nesse sentido irá organizar, em colaboração com a União Geral das Associações dos Moradores de Macau, a recolha
selectiva e periódica de três tipos de resíduos: papel, metal e garrafa de plástico. A quem participar neste programa estarão reservados incentivos e prémios pela acumulação de Pontos Verdes. A DSPA espera que, através da colaboração com diferentes associações, o programa de Pontos Verdes possa ser alargado e promovido junto da sociedade civil para que mais pessoas coloquem em prática as acções de protecção ambiental e de redução de resíduos. Paralelamente ao início do programa de Pontos Verdes a DSPA aproveitou para dar a conhecer a primeira mascote do organismo - “Sr. Planeta”.
Espécies antigas revelam como será ada
Árvores contam his A
S árvores mais antigas do mundo ajudam a entender o clima do Planeta. Vários estudos revelam que é possível monitorar espécies para ver como se comportam e como vão adaptar-se no futuro às mudanças climáticas. Isso é possível porque os traumas sofridos pela acção externa do fogo, da chuva e da neve ficam registados no interior da madeira, em estruturas circulares chamadas de anéis de crescimento. “Em quase todas as árvores há a marca do anel. É dele que extraímos as informações para saber em que condições ambientais aquela árvore cresceu e entender as mudanças climáticas, independentemente se ela viveu há 300 ou 3000 anos”, explica o professor de Anatomia Vegetal da Universidade de São Paulo, no Brasil, Gregório Ceccantini. A ciência que estuda a idade das árvores e sua relação com o meio é chamada de dendrocronologia. Com as pesquisas, pode-se saber a idade da espécie mais velha do mundo, a pouco conhecida Currey Tree, de 4955 anos, que está em Nevada, nos EUA. Na madeira também é possível colectar dados que ajudam a alcançar modelos climáticos anteriores aos do início das medições com
“O ÚLTIMO DIA DO MUNDO” DESCREVE TERRAMOTO QUE ARRUINOU LISBOA
O castigo divino em livro “O
Último Dia do Mundo”, escrito pelo jornalista Nicholas Shrady, merece o título. O livro conta detalhes do maior desastre natural registado em Portugal, lembrado por séculos como um castigo divino, “a mais temível catástrofe da história”. Na manhã de 1 de Novembro de 1755, Dia de Todos os Santos, Lisboa sentiu o primeiro tremor de um terramoto devastador. Estudiosos especulam que o abalo sísmico atingiu 9 pontos na escala Richter. A natureza transformou uma das capitais mais imponentes da Europa em ruínas em menos de 15 minutos. Uma série de sismos secundários, um tsunami com cerca de 20 metros, ventos e incêndios que se alastraram
durante uma semana destruíram o que restou da cidade e da esperança dos sobreviventes. O efeito psicológico foi igualmente terrível. Diversos filósofos e teólogos da época discutiram se a desgraça era obra da fúria divina, uma punição aos lusitanos e aviso ao mundo. O autor revela como Sebastião José de Carvalho e Melo, posteriormente chamado de Marquês de Pombal, fez com que a razão triunfasse sobre o obscurantismo religioso. O número de mortos pode variar de acordo com a fonte, estima-se que o desastre deixou 30 mil mortos. Grande parte das riquezas lisboetas desapareceu nos escombros.
instrumentos. Nas montanhas da Suécia, as árvores possibilitaram a busca de informações climáticas de quase 10 mil anos atrás. No estudo dos pesquisadores Lisa Öberg e Leif Kullman, da Universidade de Omea, foram encontradas árvores que têm se reproduzido assexuadamente, de forma contínua, há 9550 anos. Foram batizadas de Old Tjikko e Old Rasmus. “Queríamos saber o máximo possível a partir da história contida na vegetação”, explica Lisa. Os cientistas concluíram que, em resposta ao aquecimento do século XX, as duas árvores suecas cresceram mais do que a média – podem ainda alcançar dois metros de altura. Os pinheiros podem adaptar-se a um futuro com
ovos de papagaios de espécies protegidas foram encontrados amarrados na cintura de um homem que chegou ao aeroporto de Lisboa. Os ovos foram levados para o Jardim Zoológico de Lisboa, onde estão numa incubadora, tendo já começado a eclodir. Agora, só uma análise aos espécimes apreendidos pode revelar se se tratam de espécies ameaçadas de extinção. O indivíduo que transportava os ovos presos dentro de meias, atadas à sua cintura, foi autuado em 65 mil reais brasileiros (mais de 28 mil euros), acusado de transporte ilegal de fauna e saída do país com material genético.
NOS TRÓPI
As espécies tanto quant Hemisfério é possível t árvores vão máticas, obs No Brasil, chefiada po duas espéci tozinhos, M colectou dad -mata (“Hy o jatobá-de-
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APREENDIDAS 451 TARTARUGAS ESCONDIDAS DENTRO DE MALAS
Os serviços alfandegários do aeroporto tailandês de Suvarnabhumi apreenderam no fim-de-semana 451 tartarugas vivas, avaliadas em cerca de 230 mil patacas, escondidas em malas transportadas por um homem que vinha do Bangladesh. Os animais foram encontrados dentro de pequenos sacos que seguiam em malas, depois de as autoridades terem recebido informações de que um conhecido traficante estaria a caminho da Tailândia. Esta foi a maior descoberta desde Setembro do ano passado, quando 1140 tartarugas foram encontradas pelos serviços alfandegários num único dia. Um mês depois, foram apreendidas mais 218.
aptação ao aquecimento global
ras mais quentes. “A cia durante todo esse ere que essas paisagens sperar em um cenário mento global”, conclui
ICOS
s tropicais não vivem to as das florestas do Norte. Mesmo assim, ter ideia de como as reagir às mudanças cliservando os seus anéis. uma equipa da USP or Ceccantini pesquisa ies de jatobás, em MaMinas Gerais. O grupo dos sobre o jatobá-deymenaea courbaril”) e -cerrado (“Hymenaea
CHUVA E FOGO
Na Amazónia, a observação de anéis de crescimento de duas espécies indicou que a chuva inibiu o crescimento das árvores. O estudo realizado pelo pesquisador Jochen Schöngart, do Projeto Inpa/Max-Planck, revelou que a Piranheira e a Arapari formaram anéis mais largos nos anos em que ocorreu o fenómeno El Niño – com menos chuva do que noutros anos. Já o fogo teve efeito inverso em árvores nos Estados Unidos. No
país, a relação das sequóias, terceira espécie mais velha do planeta, com o clima é tema dos pesquisadores da Universidade do Arizona. O grupo liderado pelo professor de dendrocronologia e director do Departamento de Pesquisa de Anéis de Árvores da universidade, Tom Swetnam, identificou, em um bosque próximo do Parque Nacional das Sequóias, em Sierra Nevada, na Califórnia, exemplares da espécie com cicatrizes de fogo do ano de 1297. Foi verificado que, logo após o incêndio, houve um crescimento enorme das sequóias sobreviventes, o que sugere que elas tenham competido pelo que restou de nutrientes no solo. “Amostras preliminares indicam que o fogo tem sido uma constante em florestas de sequóias nos últimos 10 mil anos”, anotou Swetnam, em artigo sobre o assunto. Em outra pesquisa, Swetnam encontrou cicatrizes do fogo coincidentes com anos de seca. “Fogos extensos ocorreram em escala global, entre 1982 e 1983, com o El Niño, e entre 1997 e 1998, nas florestas tropicais da Indonésia, México central e Bacia Amazónica”, menciona o pesquisador no estudo. Ferramentas de previsão de incêndios, com bases nesses estudos são desenvolvidas agora nos EUA.
TAS DESCOBREM COMO PINGUINS MANTÊM CALOR EM GRUPOS
Um enigma desvendado
nacional de cientiso mistério de como am o frio quando m vídeo gravado no a capturou durante mentação em ondas nguins. Ao acelerar istas descobriram ocam-se de forma pelo grupo, para a possam também guins-imperadores er ao inverno fordos, e os cientistas ram como os das mantinham quente
ecisam se agrupar, nergia. Se o grupo
for muito solto, os pinguins congelam. Mas se o grupo for muito apertado, eles não se conseguem mover”, disse o líder da pesquisa Daniel Zitterbart, da Universidade de Erlangen-Nuremberg, na Alemanha. Os pinguins foram filmados em Dronning Maud Land, onde as temperaturas podem cair a menos 45 graus e os ventos chegam a 180 quilómetros por hora. Neste período, os pinguins-imperadores machos ficam em grupos não apenas para manter o calor, mas também para incubar os ovos, já que as fêmeas vão para o mar nesta época. As câmaras fizeram imagens da colónia a cada 1,3 segundo durante horas para capturar o movimento. “A cada 30 ou 60 segundos, um pinguim
ou um grupo deles começa a se mover aos poucos”, disse Zitterbart. “Isto faz com que os pinguins que cercam o grupo se movam e, de repente, este deslocamento atravessa a colónia como uma onda.” O movimento coordenado é tão sutil que é imperceptível a olho nu. Mas, em imagens gravadas num período mais longo, é possível ver o impacto que causa na estrutura da colónia. As imagens também revelaram que, enquanto a onda atravessa a frente do grupo, alguns pinguins que estão na área saem da colónia e vão para a parte de trás do agrupamento. Isto significa que, durante várias horas, os pinguins usam as ondas para percorrer a colónia e ter a hipótese de dividir um pouco de calor.
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Click ecológico
stória do clima stigonocarpa”) para reconstituir as condições de temperatura e chuva na região nos últimos cem anos. “Já conseguimos projectar como o jatobá pode comportar-se no próximo século”, conta o professor. “Se as mudanças climáticas continuarem, somos capazes de fazer projecções com uma grande margem de certeza”, acredita. Na presença do aumento do gás ao longo do século XX, o jatobá-de-mata passou a perder mais água que o de cerrado, ao crescer – o que indica uma menor tolerância às mudanças ambientais nesse período. “Quanto mais informações tivermos, mais preciso é o modelo e melhor será a projecção, tanto para reconstituir o passado como para prever o futuro”, resume Ceccantini.
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O OLHAR DE JANE • A primatóloga britânica Jane Goodall, que contribuiu para o maior conhecimento dos primatas depois de décadas de trabalho no terreno, observa um grupo de chimpanzés no Zoo de Taronga, em Sidney. Este Zoo anunciou que vai ajudar com 150 mil dólares, em cinco anos, o maior santuário de chimpanzés africanos, o Tchimpounga, no Congo.
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CULTURA
Entrevista | Mafalda Botelho, artista
Macau já tem um lugar ao sol na Bienal de Veneza e é privilegiado. Mafalda Botelho foi a primeira artista a regressar ao território e conta como correu a instalação, apesar de apontar algumas falhas
MAFALDA BOTELHO
“Vamos ser muito visitados na Bienal”
Filipa Queiroz
filipa.queiroz@hojemacau.com.mo
A
RRANCOU no sábado a 54.ª edição da Bienal de Veneza, com a história e a contemporaneidade sob foco e a imagem e as formas audiovisuais como protagonistas. Cerca de 90 países e regiões participam nesta edição da feira internacional de arte italiana, entre elas Macau. Andorra, o Haiti e a Arábia Saudita são as estreantes deste ano, que também marca o regresso da Índia, Iraque, África do Sul, Costa Rica e Cuba. Os representantes da RAEM Alice Kok, James Chu, Edgar Martins, João Magalhães e Mafalda Botelho foram, viram e venceram. A co-autora do “Espelho Vivo” foi a primeira a regressar e relatou ao Hoje Macau o périplo artístico, sem deixar de dar uma achega à organização local que, considera, podia ter desapertado mais os cordões à bolsa. Como é que correu a instalação do Pavilhão de Macau? Correu tudo bem. Tivemos três dias para fazer a instalação mas ficou tudo pronto a tempo. A inauguração do Pavilhão de Macau foi no dia 2, que foi bastante visitado porque está muitíssimo bem colocado, mesmo em frente à entrada principal da Feira. Eles têm duas zonas centrais onde concentram vários artistas. A principal é o chamado Arsenal de Veneza, antigo estaleiro e base naval que teve o papel principal na construção do poderio naval veneziano, onde estão os artistas convidados; depois há uma parte no jardim que é onde estão outros países, como o Japão,
Inglaterra, França, Holanda, Estados Unidos, etc. As chamadas exposições colaterais, os pavilhões convidados como são os casos de Macau e Hong Kong, estão espalhados pela cidade toda, mas nós por acaso ficámos ali num sítio principal, mesmo em frente ao Arsenal, junto à bilheteira, o que faz com que qualquer pessoa passe por lá antes de entrar na entrada principal. E muita gente entrou. E esses visitantes reagiram bem às obras? No geral penso que gostaram do que viram. Como é que elas estão distribuídas? Aquilo é uma casa, uma vivenda. O nosso espaço tem um pátio onde está colocado o caleidoscópio [“Espelho Vivo”, que a arquitecta concebeu juntamente com João Magalhães] com 2,10 metros de comprimento e 1,80 de altura. Depois, no primeiro andar, estão os trabalhos do Edgar [Martins], da Alice [Kok] e o James [Chu] e a maqueta do nosso. Curiosamente muitas vezes só depois de verem a maqueta é que as pessoas percebiam o caleidoscópio e desciam para ver melhor. Mas é a peça com maior destaque então? Foi posicionado de forma a chamar bastante a atenção. Como é muito grande, e a parte principal é em vidro preto, ela espelha quem
passa. Por isso as pessoas vêm aquilo ao passar na porta principal e têm tendência para entrar e ver o que é. Foi difícil de montar? Foi um pouco complicado mas acabou por correr tudo bem, apesar de termos sido os últimos a chegar, no dia 29 à noite. Montámos a instalação durante os dias 30 e 31. O James e a Alice começaram um dia antes e o Edgar também. E os outros trabalhos como ficaram? O do Edgar Martins fica bem melhor em quadro mesmo [sem ser em formato projecção, como estava no Museu de Arte de Macau], não tem comparação possível. Ficaram todos bastante bons. Sei que o trabalho da Alice
também foi bastante apreciado, houve pessoas interessadas no trabalho dela. Tínhamos uma pessoa italiana responsável pelo pavilhão que nos ia dizendo quando tínhamos visitas importantes, que para nós eram desconhecidos. Foi a primeira vez que esteve na Bienal? Na Bienal, em Veneza e em Itália. Estreia total. E correspondeu às expectativas? Foi óptimo. O ambiente é muito particular. A Bienal abriu do dia 1 ao dia 3 só para os artistas, curadores, convidados, galeristas e afins. Era muita gente e as pessoas mais malucas que se possa imaginar. Vê-se um bocadinho de tudo, é muito interessante mas estava muito cheio. Filas enormes
para determinados pavilhões, como o de Inglaterra que nem sequer consegui ir ver porque eram três horas de espera. E ainda nem estava aberto ao público. Houve muita coisa que não vi porque não tínhamos muito tempo e aquilo é muito grande. Dos pavilhões que viu, destaca algum? Sim, o de Portugal. A instalação “Scenario”, de Francisco Tropa, é muito boa mesmo. É um trabalho criado com máquinas de projecção de imagens e materiais da natureza directamente nas paredes do pavilhão [o Fondaco Marcello, um armazém situado junto ao Grande Canal que em tempos serviu para guardar gôndolas]. Ele usa objectos que à partida não parecem ser nada, mas depois com a projecção ganham sentido e simulam um ambiente. Um tinha um monte de lixo que depois com a projecção dá a clara imagem de uma secretária com uma cadeira. É a única obra a representar Portugal, enquanto Macau tem quatro. Sim, e há quem defenda que devem ir menos obras para haver um maior investimento. Se bem que pessoalmente penso que em Macau isso não deveria ser uma questão. Não posso falar pelos meus colegas mas eu diria que é fundamental numa próxima edição ter mais tempo e uma verba maior. Porque é muito difícil corresponder, sobretudo quando se chega lá e se vê a qualidade de tudo aquilo. Com coisas mais e menos interessantes, naturalmente, mas todas de alta qualidade, que precisam de dinheiro e tempo. Considera então que precisavam de um maior apoio para conseguir estar à altura do evento? Há sempre uma ou outra crítica a fazer-se, mas no sentido mais construtivo, no sentido de se fazer sempre melhor. Já que temos tantas possibilidade em termos financeiros, se calhar numa próxima oportunidade podia haver um investimento maior. De resto, penso que deixámos uma boa imagem, vai ser um pavilhão bastante visitado. Temos um livro onde os visitantes podem deixam as suas críticas e até ontem foram todas bastante positivas.
EXPOSIÇÃO MARCA ARRANQUE DAS COMEMORAÇÕES DO DIA DE PORTUGAL
Inaugura amanhã às 18h30, na Livraria Portuguesa, a exposição “As Aventuras das Plantas, os Portugueses e a Primeira Globalização”. A mostra faz parte das comemorações do 10 de Junho e é organizada pelo Consulado-Geral de Portugal em Macau e o Instituto Português do Oriente, com o apoio da secção cultural da Embaixada de Portugal em Pequim. A exposição apresenta o primeiro fenómeno de globalização económica no mundo levado a cabo pelos portugueses através do circuito e intercâmbio das plantas entre a Europa, a África, a Ásia e as Américas. A concepção e desenho gráfico da mostra são da autoria de João Barroso, adido cultural da Embaixada de Portugal em Pequim.
O
arquitecto Eduardo Souto de Moura, Prémio Pritzker 2011, afirmou na passada sexta-feira, na cerimónia em que recebeu o galardão, nos Estados Unidos, que a solução para a arquitectura portuguesa era emigrar, face à crise social e económica no país, e que as oportunidades estão agora nos países emergentes. “Com dez séculos de História, Portugal encontra-se hoje numa crise social e económica, como já aconteceu em vários períodos anteriores. Hoje como ontem, a solução para a arquitectura portuguesa é emigrar”, disse o arquitecto, na cerimónia em que recebeu o prémio considerado o “Nobel da Arquitectura”, em Washington. Em Macau, Carlos Marreiros comentou: “Se por causa da situação económica de Portugal, a arquitectura portuguesa, para se afirmar, tem de ‘”emigrar”, tenho pena, porque a boa arquitectura portuguesa deve existir em Portugal e no mundo.” O arquitecto local disse à agência Lusa que “em África e noutras economias emergentes não faltarão essas oportunidades [para a classe]”. “O futuro é já aí”, atirou. Marreiros considerou ainda como “factor muito positivo” a possibilidade de a arquitectura portuguesa se “afirmar cada vez mais no
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“A solução é emigrar” O arquitecto português, comparado por Obama a Thomas Jefferson, disse que as oportunidades para o sector estão nos países emergentes. Carlos Marreiros diz que há muitos jovens arquitectos em Macau por causa da crise em Portugal sorte noutros horizontes, o que é uma pena”, concluiu.
SOUTO JEFFERSON
Barack Obama teceu tamanhos elogios a Souto Moura na cerimónia de entrega do Prémio Pritzker, que até o comparou a um dos ‘pais fundadores’ dos Estados Unidos. “Como Jefferson, [Souto de Moura] passou a sua carreira não apenas a redefinir as fronteiras da sua arte, mas a fazê-lo de forma a PUB
mundo, além de se fazer em Portugal e com qualidade”. Devido à crise em Portugal “há muitos jovens arquitectos em Macau, mas também especialistas de outras áreas”, observou.
“Infelizmente dada a situação económica de Portugal não emigram só arquitectos, também muitos dos nossos cientistas, artistas, gestores, criativos ou muita da nossa inteligência tenta
Ai a censura exposição do “Incidental Art Festival” foi forçada pelas autoridades a fechar as portas devido à inclusão do nome de Ai Weiwei por baixo de um espaço deixado vazio no meio da exposição, conta o “New York Times”. A referência terá sido encarada como uma provocação. Na manhã de quinta-feira passada a exposição já não abriu, após Lin Bing, um dos organizadores, ter demonstrado que sentia “mágoa” pela voz do dissidente Ai Weiwei “não ser ouvida».
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Entrega do Prémio Pritzker a Souto Moura
EXPOSIÇÃO ENCERRADA NA CHINA POR REFERIR AI WEIWEI
A
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Hoje, contudo, as declarações foram distintas: “[A exposição] foi cancelado e tudo já foi removido”, referiu um funcionário do festival, ao aludir à retirada de fotografias, vídeos e peças dos 19 artistas cujo trabalho se encontrava em exposição. Um dos artistas que participava na exposição, Wen Jie, atirou para a “provável” hipótese dos organizadores do festival estarem a ser questionados pela polícia chinesa, naquilo que considera ser «um comportamen-
to desonesto” e “totalmente despropositado”. Quanto a Ai Weiwei, o artista continua detido pelas autoridades desde 3 de Abril, quando foi levado do Aeroporto Internacional de Pequim por alegados crimes de evasão fiscal. A comunidade internacional tem vindo a condenar a detenção, além das (poucas) vozes na China que, pontualmente, criticam o governo do país por não conceder qualquer informação sobre a situação de Weiwei.
servir o bem comum”, disse o presidente norte-americano em Washington. Foi a segunda vez que um presidente americano esteve presente na entrega do “Nobel da arquitectura”, nos 30 anos de existência do Pritzker. Em 1998, quando o italiano Renzo Piano foi distinguido numa cerimónia realizada na Casa Branca, Bill Clinton fez um discurso político e apenas aludiu brevemente ao laureado. Já Obama falou durante cinco
minutos. Com Michelle Obama a seu lado, o presidente enalteceu “as formas simples e linhas limpas” dos trabalhos de Souto de Moura, que se enquadram facilmente no ambiente circundante. “Souto de Moura desenhou casas, centros comerciais, galerias de arte e estações de metro, tudo num estilo tão natural quanto belo. É um especialista no uso de diferentes materiais e cores”, adiantou o presidente norte-americano. Obama adiantou que o Estádio de Braga é “talvez a obra mais famosa” do arquitecto portuense, relevando em particular a solução de construí-lo ao lado de uma montanha, sublinhando o princípio democrático da obra. “Teve grande cuidado para posicionar o Estádio de maneira a que quem não possa ter bilhete pudesse ver o jogo dos montes circundantes. Como o [estádio de basebol em Chicago] Wrigley Field, em versão de Portugal”, ironizou.
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A
S formações do Futebol Clube do Porto e do Monte Carlo despediram-se na última quarta-feira da Taça da Associação de Futebol de Macau e no fim-de-semana vingaram o desaire, com importantes triunfos frente ao Lam Pak e ao Lam Ieng, em encontros a contar para a 15.ª jornada da Liga de Elite. Depois de ter sido afastado da Taça de forma constrangedora pelo Kuan Tai, o grupo de trabalho orientado por Dani conseguiu sacudir a pressão e afastar o espectro dos maus resultados com uma vitória difícil, mas convincente sobre um dos mais prestigiados emblemas do desporto-rei da RAEM, o Lam Pak. Os dragões do território derrotaram a formação orientado pelo veterano Chan Man Kin com um único golo, apontado por Iek Kim Pang a dois minutos do fim da partida. A vitória catapultou o Futebol Clube do Porto para o quarto lugar da tabela, posição que era ocupada pelo Lam Pak desde o início da segunda volta do principal campeonato do futebol do território. A formação azul e branca tem agora 28 pontos, mais três que o rival do fim-de-semana e está a três pontos do terceiro classificado, o onze da Selecção de Sub-23. A formação tutelada pela Associação de Futebol de Macau, que impôs ao campeão Windsor Arch Ka I a sua única derrota na presente temporada voltou ontem a esgrimir argumentos com a formação orientada por Rui Cardoso, mas desta feita o futebol praticado pelo conjunto do lótus não se revelou suficiente para fazer mossa nas ambições dos líderes do Campeonato.
DOMÍNIO
Sem deslumbrar, o Ka I dominou ao longo de todo o encontro, mas só na segunda metade da partida conseguiu traduzir um tal domínio em golos. Nicholas Torrão inaugurou o marcador à passagem do minuto 69 e a magra vantagem permaneceu inalterada até à recta final do desafio, altura em que o nigeriano Christopher Nwardou voltou a fazer mexer o marcador, com um golo que serviu sobretudo para reafirmar o ascendente que os campeões do território têm sobre o desporto-rei de Macau. A formação orientada por Rui Cardoso segue imperturbável na frente da classificação com 42 pontos e com quatro pontos de vantagem sobre o rival mais imediato. Um arranque periclitante
DESPORTO Taça | FC Porto derrotou Lam Pak e ascende ao quarto lugar
A vingança serve-se fria
de campeonato pode ter custado o título ao Grupo Desportivo Monte Carlo. Sem a legião de reforços brasileiros que ajudaram a construir a máquina mais letal do futebol do território, a formação presidida por Firmino Mendonça desperdiçou pontos preciosos e vê agora o título cada vez mais como uma miragem, à medida que se vai aproximando o fim da principal prova do desporto-rei de Macau.
KAMILO INSUPERÁVEL
Depois de a meio da semana ter sido derrotado pelo Lam Pak na lotaria das grandes penalidades em encontro a contar para os quartos-de-final da Taça da Associação de Futebol de Macau, o Monte Carlo esgrimiu argumentos com o Lam Ieng, clube com ligações estreitas ao Lam Pak. Perante uma formação notoriamente mais frágil, o onze “canarinho” não deixou créditos por mãos alheias e voltou a ci-
lindrar, numa partida em que o brasileiro Kamilo Oliveira da Silva voltou a mostrar-se insuperável, com nada mais nada menos do que seis golos apontados. O dianteiro abriu as contas do placard ao fim de dois minutos de jogo e aos nove minutos acrescentou outro tento à vantagem “canarinha”. Quatro minutos depois Lei Weng Kit marcou o terceiro do Monte Carlo, antes do centro-campista Ricardo Júnior se juntar à festa, ao 15 minutos, com um golo de belo efeito. O médio brasileiro voltou a inscrever o nome nos anais da partida aos 27 minutos e à passagem da meia hora Kamilo Oliveira da Silva completou o primeiro de dois hat-tricks. O avançado brasileiro voltou a fazer o gosto ao pé cinco minutos depois, antes de servir o compatriota Bruno Nogueira para o oitavo golo. O Monte Carlo seguiu para intervalo a vencer por oito tentos
sem resposta e na segunda metade acabou por tirar, de certa forma, o pé do acelerador, marcando apenas por duas ocasiões (aos 60 e aos 68 minutos), em iniciativas que voltaram a ter a chancela de Kamilo Oliveira da Silva. A perder por uma dezena, o Lam Ieng deu ainda um ar da sua graça, apontando dois golos em quatro minutos. Kou Cheng Song marcou aos 87 e Anthony Dela repetiu o feito já em período de descontos.
BATALHA
Se a luta pelo título parece não dar azo a grandes expectativas, a luta pela fuga aos lugares de despromoção está mais animada do que nunca. Hong Ngai e Grupo Desportivo Pau Peng disputaram um dos mais interessantes desafios da 15.ª ronda. As duas formações partiam para a jornada do fim-de-semana com o espectro da descida de divisão a atazanar consciências,
mas acabou por ser o Hong Ngai a respirar de alívio com um triunfo farto por seis bolas a uma. Huang Jia Fu inaugurou o marcador logo aos três minutos e aos dezassete Chen Zhong Rong dilatou a vantagem do Hong Ngai no marcador. O atleta da China marcou o segundo da conta pessoal dez minutos depois e aos 59 minutos foi a vez de Cheok Hou Kei se juntar à festa. Wen Xiao Ming ainda conseguiu reduzir para o Pau Peng, mas o golo acabou por se revelar inconsequente e o Hong Ngai até voltou a marcar por duas ocasiões, já para além dos noventa. Aos 91 minutos, Chen Zhong Rong completou um hat-trick e aos 93 foi a vez de Chan Hou Wan juntar o nome a história do encontro. A décima quinta ronda foi fértil também para o Hoi Fan. A formação do Clube de Natação saltou acima da linha de água com um triunfo providencial sobre o Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Pública por três bolas a duas. O veterano brasileiro Fábio Alcântara inaugurou o marcador antes ainda do fim do primeiro minuto, mas William Shek consegui responder à ousadia do Hoi Fan sete minutos depois. O onze das forças de segurança conseguiu mesmo dar a volta ao marcador aos 28 minutos, com o dianteiro Hoi Wai Tong a dar a melhor sequência a uma boa jogada de ataque da linha avançada policial. A reacção do Hoi Fan não se fez tardar e aos 34 minutos Luo Lung Shi voltou a repor a igualdade no marcador. O golo da vitória do Clube de Natação Hoi Fan materializou-se a nove minutos do fim e teve a assinatura de Yiu Hok Man, antigo internacional da vizinha Hong Kong.
Resultados e Marcadores HONG NGAI 6-1 ARTILHEIROS 3’ H. J. Fu 77’ W. X. Ming 17’ C. Z. Rong 27’ C. Z. Rong 59’ C. H. Kei 90’ C. Z. Rong 90’ C. H. Wan
SUB-23 0-2 WINDSOR ARCH KA I 69’ N. Torrão 88’ C. Nwardou
FC PORTO 1-0 LAM PAK 88’ I. K. Pang
HOI FAN 3-2 POLÍCIA 1’ F. Alcantara 8’ W. Shek 34’ L. L. Shi 28’ H. W. Tong 81’ Y. H. Man
LAM IENG 2-10 87’ K. C. Seng 90’ A. Dela
MONTE CARLO 2’ Kamilo 9’ Kamilo 13’ L. W. Kit 15’ R. Junior 27’ R. Junior 31’ Kamilo 36’ Kamilo 38’ B. Nogueira 60’ Kamilo 86’ Kamilo
[f]utilidades Cineteatro | PUB
[ ] Cinema
SALA 1
SALA 3
Um filme de: Matthew Vaughn Com: Michael Fassbender, James McAvoy 14.15, 16.45, 19.15, 21.45
Um filme de: Justin Lin Com: Vin Diesel, Paul Walker 14.30, 21.30
SALA 2
LOVE CRIME [C]
Um filme de: Rob Marshall Com: Johnny Depp, Penelope Cruz, Geoffrey Rush 14.30, 16.45, 19.15, 21.30
FALADO EM FRANCÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Alain Corneau Com: Isabelle Guérin, Christine Thomas 16.45, 19.30
X-MEN FIRST CLASS [B]
PIRATES OF THE CARIBBEAN ON STRANGER TIDES [B]
HORIZONTAIS: 1-INUIDE. PUBO. 2-BUIR. POITAO. 3-EMPECIVO. RF. 4-RE. SATIVO. O. 5-IRA. RELEVAR. 6-COLHES. SOLO. 7-A. HACER. IA. 8-VALA. AND. C. 9-VELA. ABAETE. 10-IR. LADIM. UV. 11-ABRIDO. ALBA. VERTICAIS: 1-IBERICA. VIA. 2-NUMERO. VERB. 3-UIP. ALHAL. R. 4-IRES. HALALI. 5-D. CARECA. AD. 6-EPITESE. ADO. 7-OVIL. RABI. 8-PIOVES. NAMA. 9-UT. OVOIDE. L. 10-BAR. ALA. TUB. 11-OOFORO. CEVA.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA DO DIA ANTERIOR
Su doku [ ] Cruzadas
SOLUÇÕES DO PROBLEMA
Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição
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FAST & FURIOUS 5 [C]
HORIZONTAIS: 1-Envide. Fermentado. 2-Polir, alisar. Poita grande. 3-Que produz empeço. Radiofrequência. 4-Segunda nota da escala musical. Que se semeia ou se cultiva. Interjeição, para chamar ou invocar. 5-Mágoa ou paixão que a injúria desperta na pessoa injuriada. Tornar a levar. 6-Apanhas. Dança inglesa, executada por uma só pessoa. 7-Falando-se de um número ou de um objecto que faz parte de uma série primeiro. Oração que os Moiros fazem a Deus, antes do nascer do Sol. Para fazer andar as cavalgaduras. 8-Espaço entre a trincheira falsa e a barreira do público. Em inlgês, e. De Coulumb, unidade de electricidade. 9-Cartucho de dinamite, empregado na pesca. Índios brasileiros de Minas Gerais. 10-Deslocar-se, mover-se de um lado para outro. Ladinho Ultravioleta. 11-Aberto. Albor da manhã. VERTICAIS: 1-Península... Exemplar de uma letra ou documento comercial. 2-Algarismo que numa série, indica um lugar de ordem. Elemento de origem latina que significa palavra. 3-Very Important Person. Lugar na cozinha, onde se faz provisão da lenha. Avrev. de récipe. 4-Certo peixe dos rios do Minho. Toque de trompa dos caçadores, quando o veado está acuado pelos cães. 5-Quando seguido de um ponto é abreviatura de Dom ou Dona. Aquele que deita fogo às peças de artifício. Prefixo, junção. 6-Paragoge. Nome do leite em alquimia. 7-Curral de ovelhas. O mesmo que rabino. 8-Vinho. Planta angolense, de fibras têxteis. 9-Primeira nota de escala musical, hoje substituída por dó. Oval. Símbolo do ponto cardeal Leste. 10-Peso indiano, que varia, segundo as regiões. Parte do campo de jogo que fica junto dos linhas laterais. Elemento de origem latina que significa tubo. 11-Uma das designações do ovário. Alimento com que se engordam animais.
REGRAS |
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Food Lover’s Guide To The Planet Lonely Planet: Roads Less Travelled Dog Whisperer Megastructures - Sun Engine Mummy Road Show Amazing Moments Apocalypse: The Second World War Megastructures - Dubai Racecourse Crimes Against Nature Shark Men - Can’t Catch A Break Air Crash Investigation Seconds From Disaster
ANIMAL PLANET 52 13:00 Corwin’s Quest - The Alligator’s Bellow 14:00 Animal Cops Miami - Race For Life 15:00 Wild Recon - Rampage 16:00 Taking On Tyson 17:00 Caught In The Moment - Mongolia 18:00 Animal Cops Philadelphia - Undercover Sting 19:00 Downsize My Pet 20:00 Corwin’s Quest - The Camel’s Hump 21:00 Wild Recon - Bounty Hunter 22:00 Taking On Tyson 23:00 Caught In The Moment 00:00 Corwin’s Quest - The Camel’s Hump HISTORY CHANNEL 54 13:00 Modern Marvels 14:00 My Lai 15:30 Military Blunders 16:00 Pawn Stars 17:00 American Pickers 18:00 The Universe 19:00 Modern Marvels 20:00 History’s Hot Spots 21:00 Greatest Tank Battles 22:00 Battleplan 23:00 The Lost Temple of Java 00:00 Brad Meltzer’s Decoded BIOGRAPHY CHANNEL 55 13:00 Intervention 14:00 Kill Or Cure 15:00 Airline USA 16:00 Genesis 17:00 Private Sessions 18:00 Intervention 19:00 Sell This House 19:30 Rescue Mediums 20:00 Celebrity Ghost Stories 21:00 Ron Howard 22:00 Shatner’s Raw Nerve 22:30 Kirstie Alley’s Big Life 23:00 Intervention 00:00 Ellen Degeneres AXN 62 12:15 13:05 13:55 14:50 15:40 16:30 17:25 18:15 19:10 20:05 20:35 21:05 22:00 22:55 23:50 00:45
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STAR WORLD 63 12:10 MasterChef Australia 13:05 Hollyscoop 13:35 How I Met Your Mother 15:25 Castle 16:20 Desperate Housewives 17:15 Don’t Stop Believing 18:10 How I Met Your Mother 18:40 MasterChef Australia 19:35 How I Met Your Mother 20:00 Parenthood 20:55 Glee 21:50 Castle 22:45 MasterChef Australia 23:10 DC Cupcakes 23:40 How I Met Your Mother 00:05 Parenthood Informação Macau Cable TV
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OPINIÃO n a m a r g em José I. Duarte
A difícil tarefa
de formular alternativas O
tema da habitação continua a ter uma forte presença no debate público. Os problemas da habitação suscitam sérias interrogações e preocupações sociais são, por isso, dos mais relevantes no plano das politicas públicas. Este é um relevo justificado, sobretudo quando continua em discussão, na Assembleia Legislativa, uma proposta de lei cujo objecto é, recorde-se, a redefinição do “Regime de construção e venda de habitação económica”. Não se esqueça, todavia, que a habitação económica é um apenas um dos aspectos a considerar no universo mais amplo das questões associadas à política de habitação e, por extensão, ao mercado imobiliário, ao planeamento urbano e, de forma ainda mais lata, ao desenvolvimento da economia. A habitação, em geral, e a habitação económica e social, em particular, são temas que não podem ser analisados em isolamento. Eles são partes de um quadro mais geral em que devem ser contextualizados. A questão não
se deve resumir, pois, a saber apenas quem tem acesso às fracções construídas ou a construir; ou quando e em que condições podem aquelas fracções ser alienadas. O rol de questões que deveriam ser consideradas é largo. Mas, em nome do rigor das políticas e da qualidade dessas mesmas decisões, tais questões são inevitáveis. De facto, um dos elementos mais difíceis na definição de políticas públicas, sejam elas quais forem, é precisamente a formulação de alternativas apropriadas e eficientes para a solução concreta dos problemas diagnosticados. O que, em termos gerais, supõe: um, que houve um diagnóstico rigoroso da situação; dois, que os mecanismos de solução são apropriados na natureza e na intensidade; e, três, que os efeitos mediatos e indirectos das acções foram estimados. Quando assim não é, duas consequências indesejáveis podem ocorrer. Primeiro, as medidas podem revelar-se ineficazes; ou produzir resultados inesperados e não desejáveis; ou, mesmo,
efeitos contrários aos pretendidos. Segundo, alimentam-se dúvidas quanto à consistência das acções dos agentes públicos e favorecem-se especulações quanto às suas intenções ulteriores. Ora, no caso em apreço, revela-se difícil encontrar resposta aos três tipos de questões enunciadas acima. Nem nas declarações públicas prestadas por agentes da administração,
A habitação económica é um apenas um dos aspectos a considerar no universo mais amplo das questões associadas à política de habitação e, por extensão, ao mercado imobiliário, ao planeamento urbano e, de forma ainda mais lata, ao desenvolvimento da economia
nem nas notas de imprensa publicadas, nem na nota justificativa que acompanha a proposta de lei se encontram elementos que permitam, de forma satisfatória, fazer um juízo fundamentado sobre as opções de construção tomadas ou sobre os princípios incluídos naquela proposta de lei. A única referência a qualquer análise prévia efectuada diz respeito a um “estudo preliminar” onde se “apresentam temas preliminares para reflexão e consulta”. Em lado algum, que me tenha sido possível verificar, se demonstram e fundamentam as necessidades concretas de habitação social, em termos seja da sua quantidade, localização ou tipologia. E, centradas que estão, sobretudo, nos aspectos processuais da atribuição das casas, as consultas públicas referidas naquela nota, ou as deliberações do entretanto constituído “Conselho para os Assuntos de Habitação Pública”, não são relevantes para responder a estas questão. Ainda recentemente, neste espaço, se manifestou estranheza pelo volume de construção prevista. O volume de construção prometido excede largamente quaisquer necessidades que possam razoavelmente ser antecipadas em termos de candidatos efectivos, presentes ou futuros, nas circunstâncias demográficas e económicas existentes e previsíveis. Mas também quanto à localização e tipos de unidades a construir se levantam dúvidas. Desde logo: era absolutamente necessário, não havia alternativas ao ataque efectuado ao coberto vegetal de Coloane, nas proximidades de uma reserva natural? Tem sentido investir na criação de um parque para os pandas, para depois o emparedar entre um grande empreendimento de luxo, do lado do Parque da Concórdia, e um complexo de habitação económica? Parece razoável que o eixo central do Cotai, comece num outro mega complexo de luxo, (o Grantai, ele próprio responsável por uma redução, que se teria dispensado, da já diminuída área verde ainda existente na Taipa) e acabe numa urbanização de habitação económica, com casinos, hotéis e campos de golfe pelo meio? Tem sentido fazer milhares de fogos para pessoas de poucas posses numa área de reduzidos transportes públicos? Onde ficarão dependentes dos seus meios privados ou de um aumento de transportes colectivos numa zona que deveria ser de protecção e está mal dotada para suportar acréscimos significativos de tráfego? E quando o uso de transportes particulares impõe muito espaço de estacionamento e, consequentemente, reduz as áreas úteis de habitação e aumenta a volumetria da construção numa zona que claramente a dispensaria? Dir-se-ia que a única questão que parece ocupar a agenda política é a das condições de venda futura dos imóveis. Ora, houvesse uma politica de habitação clara, e uma política de ordenamento urbano transparente, e esta seria a menor das questões. A ausência daquelas políticas é, continua a ser, o principal factor de especulação e instabilidade no mercado imobiliário em Macau.
Nações desunidas, famílias desunidas, homens desunidos, lembrai-vos que a vossa rica herança no dia em que vos unirdes.
achareis
Padre Manuel Teixeira [1912-2003]
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15 à f l or d a p el e Helder Fernando
“E o burro sou eu?!” I A lei trata os portugueses como atrasados mentais. Não somente em época eleitoral, há outros exemplos. A invenção do “período de reflexão”, que é quando os comentadores, os jornalistas e o povo em geral por aquelas bandas lusas, não pode reportar ou realizar comentários públicos sobre as eleições até ao encerramento das chamadas urnas, é uma das maiores idiotices 36 anos depois do primeiro acto eleitoral no regime de democracia política. Esta bizarria nada tem a ver com a organização do acto eleitoral, nem com eventuais perturbadores procedimentos a determinada distância das secções de voto. Tem a ver com o silêncio - e o silêncio, neste caso, é o negócio dos que sempre tiveram ao dispor as máquinas de propaganda e assim dão tudo e mais cinco patacas para continuar. Bastou dois partidos fora do “arco” requererem - finalmente! - tratamento igual, como manda a Constituição, para os senhoritos engravatados e as madames chiques do sistema saírem, histéricos, a barafustar, credo! Analistas do regime deram voltas e reviravoltas aos argumentos, ao ponto de, por entre tanta poeira para os olhos dos incautos, tentarem confundir o dever de existência de debates entre todas as forças políticas concorrentes, com a liberdade editorial na cobertura da campanha. Outro dos argumentos engraçados: “Não pode existir tratamento igual durante a campanha porque há partidos políticos que não estão implantados nem concorrem em todos os círculos”. E é preciso que assim continue, digo eu. Depois do PCP “ter cumprido”, do CDS ter percebido que histerias e vozes esganiçadas não fazem bem à saúde, e depois do senhor José Sócrates Carvalho Pinto Sousa - o tal que “não irá perder 1 minuto a reflectir sobre o que fez no governo” (afirmado no discurso da derrota) - ter conseguido ainda pior resultado do que o inesquecível Pedro Miguel Santana Lopes em 2005, dando assim de bandeja o governo ao PSD; e após o Bloco, com tantas indecisões internas, ter desbaratado muitos milhares de votos do descontentamento, da juventude e da esquerda consequente, também me parece que, no final de tanta algazarra reivindicativa, afinal com pés de barro, o MRPP, mesmo tendo alguma razão moral, perdeu
uma boa - e talvez derradeira - ocasião de colocar em S. Bento o Dr. Garcia Pereira. Decididamente, o parlamento português acinzenta-se num enormíssimo bocejo. Por algumas semanas, na falta de melhor, vamos fingir divertir-nos com as andanças namoradeiras entre a direita que venceu. Admiram-se que mais de 41 por cento do eleitorado tenha decidido não votar? Aliás, somando à abstenção os votos nulos e os votos brancos, mais de 45 por cento dos eleitores não quer nem ouvir falar em partidos políticos. O que é extremamente perigoso ou talvez não, depende da caminhada que terá de ser encetada pelos movimentos de cidadãos, assim a próxima revisão constitucional preveja; o que duvido. II Mais um convívio leonino, desta vez sob a guarda do maior Leão que o Sporting podia arranjar, o da MGM. Não me cansarei de dizer que estão fora de Portugal muitos e dos melhores exemplos do que é saber conviver com ideias políticas diferentes, e clubísticas também. Rivalidade desportiva não é ini-
A lei trata os portugueses como atrasados mentais. Não somente em época eleitoral, há outros exemplos. A invenção do “período de reflexão”, que é quando os comentadores, os jornalistas e o povo em geral por aquelas bandas lusas, não pode reportar ou realizar comentários públicos sobre as eleições até ao encerramento das chamadas urnas, é uma das maiores idiotices 36 anos depois do primeiro acto eleitoral no regime de democracia política mizade antidesportiva. Para comemorar os brilhantes 85 anos de existência, o Sporting Clube de Macau reuniu os seus associados, os seus atletas, os seus convidados de diferentes cores clubísticas, e proporcionou, pela simpatia dos Leões anfitriões, umas horas de fraterno e divertido convívio. E o direito a visionar alguns fortíssimos spots realizados por António Vale da Conceição em homenagem ao SCM. Sugiro que o leitor que não teve a oportunidade de ver, faça uma busca fácil no FB do Sporting de Macau. Mais uma bela lição de desportivismo dada pelos sportinguistas locais, cuja direcção é incansável, também na pedagogia da fraternidade desportiva. Assumido adepto
benfiquista, senti-me honrado e muito bem, sem surpresa, na festa dos Sportinguistas de Macau. Parabéns e muitas garras! III A Alemanha política, a Alemanha daquela dona de casa reciclada, anda a precisar de uma grande lição. Usa e abusa do pedantismo parolo amparado na arrogância nova rica do pipi de bairro italiano e dos saltinhos babados do francês de fresca data. A mais recente, ainda antes de se esvaziar politicamente, foi ter ofendido a Espanha com alarmantes acusações, carregando sobre este país a odiosa culpa dos vegetais envenenados. A senhora devia ser castigada fortemente com uns pepinos. IV O “New York Times” passa a ser dirigido por uma mulher. É lamentável, mas é mesmo assim, que este simples facto ainda seja notícia e de amplificação internacional. Sai Bill Keller e entra Jill Ellen Abramson, 55 anos de idade, jornalista com vastíssima experiência incluindo no chamado jornalismo de investigação e também na grande reportagem. Trabalhou no magazine “Time”, no “TheAmerican Lawyer”, no “Legal Times”, no “Wall Street Journal”, no “The Times” em Washington, escreveu livros, é membro da Academia Americana de Artes e Ciências. O mundo deve escolher competentes, e cada vez mais esses competentes estão na “metade feminina” do planeta. V Consta que o S.L.B. está muito perto de chegar a um acordo de cooperação com as autoridades chinesas no sentido de acolher jovens futebolistas no Seixal. O director-geral do Centro de Formação e Treino do Benfica terá afirmado que “o mercado asiático é prioritário para o clube da Luz”. Nesta altura, o Paulo Futre está a pensar em voz alta: “E o burro sou eu?!”
Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Filipa Queiroz; Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; João Miguel Barros, Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Luís Sá Cunha, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Av. Dr. Rodrigo Rodrigues nº 600 E, Centro Comercial First Nacional, 14º andar, Sala 1407 – Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo
ca r t oon FIFA
“Li Na carregou o peso de um continente e as esperanças de toda a nação”, disse um apresentador da televisão chinesa. Os comentários na Internet são ainda mais inflamados: “Estou orgulhoso da China e orgulhoso por ser chinês”, escreveu um internauta após o triunfo acerca da carreira de Li Na. Ontem, num popular website do país, “havia mais de cinco milhões de pessoas a falar sobre Li Na” e “mais de dois milhões registaram-se como seus fãs”. A primeira tenista chinesa a disputar um torneio do “Grande Slam” foi Li Fang, que participou no Open da Austrália em 1992. Na altura Li Na tinha dez anos de idade. Profissional desde 1999, Li Na ocupa agora o 4.º lugar do ‘ranking’ WTA e no ‘top 100’ há mais três compatriotas: Peng Shuai, Zhang Shuai e Zheng Jie. Entre os homens chineses, pelo contrário, o melhor classificado, Bai Yan, está no 354.º lugar.
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por Steff
TÉNIS | DUPLA HISTÓRICA EM ROLAND GARROS
Um espanhol e uma chinesa fizeram história em Roland Garros no fim-de-semana. Rafael Nadal conquistou o seu sexto título, igualando o recorde do sueco Björn Borg, ao vencer o suíço Roger Federer na final do segundo “Grand Slam” da temporada. Já Li Na conseguiu a proeza de ser a primeira asiática a vencer em França, deixando a China fascinada com o ténis. Nadal, que segurou a liderança do “ranking” mundial, bateu o helvético, terceiro jogador Mundial, em quatro “sets”, pelos parciais de 7-5, 7-6 (7-3), 5-7 e 6-1, conseguindo o 17.º triunfo, em 25 confrontos directos. O presidente da Associação de Ténis Feminino (WTA), Stacey Allaster, mostrou-se peremptório quanto à conquista chinesa: “A proeza de Li Na abriu um novo espaço para os profissionais chineses e captou os corações, não apenas no seu país mas no mundo inteiro”. Li Na foi a primeira tenista asiática a ganhar um torneio do “Grand Slam” ao vencer no sábado em Paris a italiana Francesca Schiavone, a vencedora de 2010, por 6-4 e 7-6 (7-0). A final de Roland Garros, transmitida em directo pela CCTV (Televisão Central da China), proporcionou ao público chinês a maior alegria desportiva desde os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008.
TERÇA-FEIRA 7.6.2011
Barcos-dragão | Nanhai Jiujiang volta a dominar
Música repete-se Marco Carvalho info@hojemacau.com.mo
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ÃO há duas sem três e, no caso da relação de namoro entre os remadores da China Nanhai Jiujiang e as Regatas Internacionais de Barcos Dragão de Macau, não há uma terceira vitória, sem que uma quarta se faça justificada. A formação da República Popular da China voltou a não deixar créditos por mãos alheias no Centro Náutico da Praia Grande e ontem firmou o seu quarto triunfo consecutivo no âmbito da mais afamada das competições náuticas da RAEM, levando a melhor sobre a concorrência na regata da categoria open em grandes embarcações. AChina Nanhai Jiujiang terminou a principal prova do cartaz desportivo da edição de 2011 das Regatas Internacionais de Barcos Dragão com um tempo de 01:54:224, relegando para a segunda posição a formação da SJM Golden Jubilee, que cruzou a meta com um atraso de mais de dois segundos para o vencedor. Numa final que colocou frente a frente três formações de Macau e outras três formações da República Popular da China, os atletas do território foram quem mais sorriu. Além da prata da formação que representou no certame a Sociedade de Jogos de Macau, a RAEM reivindicou ainda a terceira posição da tribuna de honra por intermédio da Associação Desportiva Pu Ao Zhi You (Amizade Luso-Chinesa), que se superiorizou aos atletas da China Northeast Dianli University na corrida pelo terceiro lugar. A Selecção de Barcos Dragão de Macau assinou a grande decepção da prova decisiva da categoria rainha da edição de 2011 das Regatas Internacionais de Barcos Dragão, ao não conseguir fugir ao sexto e último lugar da classificação, à frente da equipa que representou a província continental de Sichuan no certame. A edição deste ano das Regatas Internacionais saldou-se para as cores da China Nanhai Jiujiang por uma du-
pla vitória. A formação do Continente repetiu a façanha alcançada no Centro Náutico da Praia Grande, ao juntar ao triunfo na categoria open a vitória na categoria feminina do evento. Doze formações, oriundas de países e regiões tão distintas como Macau, Hong Kong, Singapura ou a República Popular da China esgrimiram argumentos por um lugar ao sol no topo da classificação, mas o esforço empregue não se revelou suficiente para quebrar a hegemonia das formações chinesas. No braço de ferro entre a China Nanhai Jiujiang e a China Tianjin, a campeã de 2009 foi quem mostrou uma maior sede de vitória, ao terminar a regata decisiva da competição feminina com um tempo de 02:05.302, a mais de quatro segundos de distância da segunda classificada. A Selecção Nacional de Singapura, que assinou uma das principais surpresas dos três dias de provas que semearam de cor as àguas da antiga baía da Praia Grande, encerrou a sua participação no evento com um convincente terceiro lugar, à frente da Selecção feminina de Macau, da Galaxy Pearl e do conjunto da Hong Kong Stormy Dragon. Nas andanças das regatas locais, que se disputaram durante o fim-de-semana (as pequenas embarcações no sábado e as grandes embarcações no domingo), Associação Desportiva Pu Ao Zhi You e SJM Golden Jubilee dividiram o protagonismo, mas sempre com a embarcação da Associação de Amizade Luso-Chinesa a levar a melhor sobre a rival. No sábado, os remadores da Pu Ao Zhi You levaram a melhor sobre a SJM Prosperity e sobre a Galaxy Glamour na regata decisiva da categoria open em pequenas embarcações. No domingo, a colectividade voltou a superiorizar-se às representantes de ambas as operadoras de jogo, ao terminar a grande final da categoria open em grandes embarcações com um tempo de 01:59:544, à frente das formações da SJM Golden Jubilee (segunda classificada nas regatas internacionais) e da Galaxy Stars.
Não bastasse o domínio nas principais competições internas, a Associação Desportiva PuAo Zhi You brilhou também na regata de barcos dragão de Macau em grandes embarcações, categoria open, na distância de 2000 metros, ao terminar as quatro voltas ao circuito náutico da baía da Praia Grande na segunda posição do pódio, atrás da SJM Golden Jubilee. Nas regatas femininas destinadas às formações do território brilharam as remadoras da Tang Tat Hong nas pequenas embarcações e o conjunto do Clube de Canoagem Baía do Mar na série de três regatas que decidiram o nome do vencedor no âmbito da categoria feminina em grandes embarcações. No sábado, e no ano em que se estreou no circuito náutico da Praia Grande, a formação da Tang Tat Hong levou a melhor sobre a concorrência e triunfou na final da prova de pequenas embarcações, superando as equipas da Galaxy Phoenix e da Galaxy Elegance na luta pelo ouro. As representantes da operadora de jogo presidida por Lui Chee Woo voltaram a deixar fugir o primeiro lugar no domingo, nas lides das regatas locais em grandes embarcações, ao não conseguiram melhor que o segundo melhor tempo combinado nas três regatas que determinaram o nome das novas campeãs do território. Mais regular, a formação do Clube de Canoagem Baía do Mar conquistou de forma inequívoca o ouro, ao terminar a sua participação com um tempo combinado de 04:25:496. A formação da Associação Dragão em Liberdade de Macau encerrou as contas do pódio, atrás da Galaxy Pearl. Na regata universitária por convites, voltou a prevalecer a combatividade dos atletas do Continente, com a formação da China Northeast Dianli University a levar a melhor sobre a Universidade de São José e sobre a Universidade de Macau, com um tempo combinado de 03:56:077 e mais de dez segundos de vantagem sobre a segunda classificada, a Universidade de São José.
PORTUGAL ACUSADO DE RAPTO VAI A JULGAMENTO O Tribunal de Lousada anunciou ontem que Afonso Dias, acusado do rapto de Rui Pedro, criança que desapareceu no dia 4 de Março de 1998, vai a julgamento. O juiz Jorge Moreira Santos, através de despacho, pronunciou por crime de rapto qualificado o único arguido no processo. A decisão do magistrado judicial levou em conta os argumentos que foram apresentados no debate instrutório realizado no dia 26 de Maio. Nessa sessão, o advogado da família de Rui Pedro defendeu que o processo deve evoluir para julgamento. Ricardo Sá Fernandes considerou que a prova da acusação pública, baseada em dezenas de testemunhos, é “sólida e coerente” e por isso justifica que o processo seja levado a julgamento. ALEMANHA AFINAL SÃO OS REBENTOS DE SOJA Rebentos de vegetais cultivados na Alemanha, na Baixa Saxónia, são a origem provável do surto da bactéria E. coli que já matou 22 pessoas na Europa, 21 das quais naquele país. O anúncio foi feito pelo ministério da Saúde daquele estado federado alemão. A investigação das autoridades sanitárias sobre as origens da infecção, que já fez adoecer mais de 2000 pessoas em 13 países, conseguiu traçar a rota dos rebentos de vegetais.
FACEBOOK CONVITE PROVOCA CONFUSÃO Cerca de 1600 pessoas concentraram-se na noite de sexta-feira em Hamburgo, em frente à casa de uma jovem que havia convidado os seus amigos para o seu aniversário através do Facebook sem ter marcado o evento como privado. Com isso, a festa saiu fora de controlo e deixou o saldo de seis detido. Embora a festa tenha sido cancelada após confirmação de mais de 15 mil pessoas, os jovens deslocaram-se ao endereço indicado na rede social e lá permaneceram até meio da madrugada de sábado. Temendo que a situação pudesse sair do controlo, a família de Thessa, que completava 16 anos, contratou um serviço de segurança privada e alertou a polícia. Apesar das medidas de segurança - cerca de 80 agentes estiveram em serviço até às 2h00, nem todos os jovens se comportaram de forma pacífica. Em torno da casa reinava o caos e seis pessoas tiveram que ser detidas por causar lesões e provocar danos materiais, mas já foram libertadas.