Hoje Macau 7 JUN 2017 #3827

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QUARTA-FEIRA 7 DE JUNHO DE 2017 • ANO XVI • Nº 3827

hojemacau

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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

EXCALIBUR

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

JOGO EM BUSCA DO TEMPO POR VIR

Casino Real GRANDE PLANO

ESTUDO

TRABALHO

SEI QUEM Uma carga EU SOU de mudanças PÁGINA 11

PÁGINA 9

NOVO MACAU

Sombras e vento frio h

Um pouco mais de Scott Vénus asiática? h JOÃO PAULO COTRIM

PÁGINA 7

JULIE O’YANG

MOP$10


2 GRANDE PLANO

ANÁLISE O JOGO DEPOIS DE 2022

BARALHA E VOLTA A DAR


3 hoje macau quarta-feira 7.6.2017 www.hojemacau.com.mo

É a indústria sem a qual Macau não vive, por muito que se pense em diversificação do tecido económico. Nos bastidores, o Governo está já a pensar no que serão os novos contratos do jogo. Há outra transição à porta, que poderá não trazer novidades de fôlego. Quem pensa no assunto entende que chegou a hora de se emendar a mão

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ELA frente estão um par ou dois de anos, conforme os casos, mas o tempo conta-se de forma diferente quando em causa estão negócios desta dimensão. O Executivo está já a trabalhar no que serão os futuros contratos do jogo, uma área da vida económica fulcral para a estabilidade social do território. Lionel Leong, o secretário

para a Economia e Finanças, tem nas mãos o dossiê mais complicado de todos, porque é aquele em que as apostas são mais elevadas. As actuais concessões do jogo terminam em 2020 e 2022. Ponto prévio: há quem acredite, como o economista Albano Martins, que o Governo poderá recorrer à cláusula que viabiliza a prorrogação contratual de forma “a alinhar” todas as datas das futuras concessões. Seja daqui a dois anos e meio, seja daqui a quatro, para o Governo vão reverter todas as infra-estruturas construídas pelo sector. E vai ter de desenhar novos contratos, sendo que não está obrigado a assiná-los com as operadoras que hoje conhecemos em Macau. Nalguns meios, corre a ideia de que Pequim poderá querer ter uma participação directa nos casinos da RAEM. O jogo tem garantido ao território as verbas suficientes para que a manuten-

ção da paz social saia reforçada, o que agrada ao Governo Central, mas é também um foco de problemas: Macau ainda continuará a ser a lavandaria do dinheiro sujo do outro lado da fronteira. Neste contexto, uma possível participação de empresas estatais nas futuras concessões poderá representar o controlo efectivo de Pequim. A acontecerem, as participações serão sempre “minoritárias e simbólicas”, aponta ao HM uma fonte ligada ao sector, mas suficientes para que a China Continental “encaixe” algum dinheiro e, sobretudo, exerça a influência que pretende ter na indústria.

QUANTAS SÃO?

Em Fevereiro de 2002, quando foi tornado público o resultado do concurso internacional para a liberalização do jogo, foram divulgados os nomes de três empresas vencedoras: Sociedade de Jogos de Macau (que veio suceder a STDM, a Sociedade de Turismo e Diversões de Macau, detentora até então do monopólio), a Galaxy Casino e a Wynn Resorts.

Uma participação de empresas estatais nas futuras concessões poderá representar o controlo efectivo de Pequim. A acontecerem, as participações serão sempre “minoritárias e simbólicas”

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Mas estas três operadoras rapidamente se multiplicaram e passaram a ser seis, uma situação algo híbrida em que concessionárias e subconcessionárias se misturam. Curiosamente, foi uma subconcessionária – a Sands – que deu início ao processo expansionista do Cotai. Continua na página seguinte

Pensar com tempo SÉRGIO DE ALMEIDA CORREIA

À

medida que o tempo se escoa e se aproxima o termo dos contratos vigentes de concessão e de “subconcessão” para exploração dos jogos de fortuna ou azar em casino, aumenta o número de questões que se coloca em relação ao seu futuro, assistindo-se a uma movimentação dos escudeiros ao serviço dos interesses dos empresários directa e indirectamente associados à indústria do jogo. Há tempos, correspondendo a um simpático convite que me foi dirigido, tive oportunidade de alinhavar algumas ideias preliminares sobre o futuro das “subconcessões”, referindo alguns pontos que a título introdutório me pareceram pertinentes avançar desde logo. Agora importa desenvolver um pouco mais essa reflexão, em português para evitar dúvidas, até para que o debate público em torno das questões que se levantam possa ser feito em tempo útil. De maneira a que amanhã não me venham perguntar, nem haja quem de boa ou de má fé se questione sobre quais os interesses que represento, clarifico de antemão que não trabalho, directa ou indirectamente, para nenhum operador da indústria do jogo, nem para o Governo da RAEM, não represento os interesses de nenhum cliente nesta matéria e não sou pago pelo jornal. O que se segue é fruto de uma breve reflexão que entendo dever ser feita em voz alta para que seja socialmente útil e permita aos cidadãos de Macau aperceberem-se de alguns contornos menos claros da situação actual que requerem a sua atenção e consciencialização. 1. As concessões em vigor atingirão o seu termo em 2020 e 2022. Pelo menos teoricamente as subconcessões deverão expirar na mesma altura. Seria de todo desejável que também na prática assim fosse para dessa forma se começar por corrigir a aberração legal decorrente da sua própria criação. Sem prejuízo disso, convirá que o Governo da RAEM comece já a pensar nos diversos caminhos que se lhe abrem e nas soluções por que poderá optar no momento oportuno. 2. Depois do desenvolvimento que a indústria do jogo alcançou ainda durante o século XX, da primeira revolução operada já neste século com a sua libera-

lização limitada, que permitiu a entrada de novos operadores, a modernização da indústria e a canalização de receitas para Macau numa escala mundialmente nunca vista e cujo grau de excepcionalidade ainda se reveste de maior importância em função da pequenez física e populacional da RAEM, é chegado o momento de ser dado o “grande salto em frente” que colocará a indústria do jogo exclusivamente ao serviço da sua população. 3. Será por isso desejável que qualquer que seja a solução escolhida esta esteja devidamente balizada pelo interesse público e por procedimentos tão transparentes que permitam a qualquer cidadão compreender a lógica subjacente às decisões sem que subsistam no seu espírito dúvidas quanto à seriedade do percurso e das escolhas. 4. Numa perspectiva externa, por outro lado, assentir-se-á que o que tiver de ser feito, para além de irrepreensível do ponto de vista legal, respeitará práticas internacionalmente aceites, dessa forma preservando a imagem e reputação internacionais de Macau numa área de grande atenção, competição e que sendo geradora de elevadíssimos proventos, qualquer que seja a escala, requer sempre avultados investimentos e a sua adequada protecção. 5. Naturalmente que o Governo da RAEM não tendo anteriormente criado quaisquer expectativas aos actuais operadores que não decorressem da lei, não só não pode sentir-se constrangido nas decisões que tiver que assumir, como tem de fazê-lo com inteira liberdade, independentemente da etnia, cor, nacionalidade ou religião dos lobbies de interesses. 6. Se assim é, um governante consciente começará por decidir se é conveniente (ou não) prosseguir com o actual modelo. Quanto a este ponto, entendo que o que temos não é o que mais convém a Macau. Já esclareci noutra sede que o regime das subconcessões para além de ilegal não traz benefícios que as justifiquem, havendo conveniência em que se lhes ponha termo. Ao mesmo tempo, afigura-se necessário preservar a competição entre operadores. Há por isso interesse em alterar a actual lei do jogo e aumentar o número de licenças, as quais Continua na página 5


4 GRANDE PLANO

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O economista Albano Martins acredita que, quando forem firmados novos contratos, o Governo vai avançar para a atribuição de seis concessões, acabando assim com “a fórmula esquisita” que estrutura, neste momento, o mercado. É também esta a convicção de Sérgio de Almeida Correia, jurista, que até vai mais longe nas contas que faz: “Podem ser seis, mas também podem ser mais.Admito que esse número possa ir até oito e, pessoalmente, entendo que seria o adequado”.

“Podem ser seis concessões, mas também podem ser mais. Admito que esse número possa ir até oito e, pessoalmente, entendo que seria o adequado.” SÉRGIO DE ALMEIDA CORREIA ADVOGADO

Cotai strip

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M dos casinos deveria ter uma orquestra, uma grande orquestra. Outro poderia construir um museu a sério. A ideia é de um profundo conhecedor da indústria: o advogado Francisco Gaivão trabalhou durante vários anos numa operadora e sabe bem o modo como funciona o sector. “Não faz grande sentido obrigar os casinos a terem creches, escolas e professores. Isso são obrigações do Governo, tem de assegurá-las com base no orçamento bom que tem, fruto das receitas fiscais”, sustenta. Mas a educação não se faz apenas nos estabelecimentos de ensino. Há projectos culturais “que estariam dentro do âmbito do objecto social alargado destas empresas” e que poderiam constar dos novos contratos, “como se fez noutros sítios”. Francisco Gaivão tem ainda outra proposta, ligada à educação específica do sector, que implicaria

E se nos dessem música? Ideias para contrapartidas das novas concessões

uma revolução de mentalidades. “Sempre me pareceu que um grande obstáculo à verdadeira diversificação da economia é a política da carreira de dealer para os locais.” Insiste-se numa fórmula que, para o advogado, está errada, porque a progressão na carreira deve ser feita apenas pelo mérito. “Temos em Macau alguns americanos e australianos com elevados cargos e que começaram por ser dealers, uma experiência que é, muitas vezes, a porta de entrada numa carreira na indústria do jogo”, explica. “No entanto, continuaram a estudar, a formar-se, foram para boas universidades, progrediram na carreira graças ao seu mérito e não com base numa

política como a adoptada em Macau.” A política local consiste em “proibir a progressão dos de cima, restringir cada vez mais aqueles que estão no topo, impondo uma promoção artificial dos que estão na parte de baixo da cadeia”. “Toda essa política é extremamente errada e nociva para Macau”, alerta Francisco Gaivão, que tem a solução. “Seria interessante que o Governo obrigasse as concessionárias a investir, com indicadores financeiros e muito concretos, em acções de formação do seu pessoal do jogo.” Para Macau deviam vir “bons professores”, com uma “avaliação científica que permitisse ver quem é que, de facto, vale a pena ser promovido.”

Para o advogado, não só os trabalhadores locais poderiam ter novos horizontes, como as operadoras teriam um problema resolvido. “Se começarem a ter pessoal local altamente qualificado, os casinos preferirão contratar aqui do que ir recrutar pessoas a Portugal, àAustrália, à China ou a Singapura”, afiança.

MENOS POLUIÇÃO, MAIS SAÚDE

Na lista de possíveis contrapartidas, o economista Albano Martins – que não imagina grandes alterações no futuro – pensa nas questões ambientais, no que pode ser exigido em termos de transportes das operadoras. O advogado Sérgio de Almeida Correia subscreve: “As operadoras devem ser obrigadas a

Seis será então o número mínimo para assegurar “alguma competição no mercado”, mas a abertura de mais duas concessões poderia evitar alguns dramas do passado, porque permitiria “acomodar algumas entidades que, embora não sejam concessionárias, nem subconcessionárias, têm instalações que estão a ser utilizadas pelo jogo”. O advogado defende que é preciso “acabar com situações menos transparentes” e recorda o que aconteceu ainda antes de 1999, em que “situações aparentadas com subconcessões, que não eram reconhecidas por lei, eram toleradas pela

substituir os autocarros poluentes por veículos híbridos ou eléctricos, para diminuir a poluição.” Quanto ao plano arquitectónico, pouco ou nada há agora a fazer. Existe a convicção mais ou menos generalizada de que se poderia ter evitado “o grande desastre”, como diz Albano Martins, “das reproduções mal feitas de casinos que já existiam”. Ainda assim, há outras áreas onde é possível uma intervenção diferente. “Há muitas contrapartidas que podem ser feitas”, vinca Sérgio de Almeida Correia. “Podem ser no apoio ao sistema educativo de Macau, para que haja um maior envolvimento das operadoras para a elevação do nível cultural e científico. Podem ser exigidas contrapartidas relativamente ao sistema de saúde, com benefícios para toda a comunidade.” Ideias não faltam. I.C.


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Administração”. A STDM trabalhava em regime de monopólio, o Tribunal Superior de Justiça de Macau pronunciou-se sobre o cenário e “até mandou notificar a Administração, no sentido de promover a rescisão do contrato com a operadora”. Tal não aconteceu, tendo “a Administração portuguesa desrespeitado, na altura, uma decisão do mais alto tribunal” do território.

QUEM SÃO?

Com o número seis a ser mais ou menos consensual, resta saber a quem serão entregues as concessões. Para Albano Martins, não há dúvidas. “Acredito que sejam todas as mesmas e nem penso, tampouco, que alguma delas possa mudar”, afirma. O economista faz as contas a investimentos e ao retorno que algumas operadoras – aquelas que ainda têm projectos por concluir no Cotai – ainda não tiveram. “Todas as instalações revertem para o Governo, pelo que até [deixarem de operar em Macau] todos os custos têm de estar amortizados”, explica, sublinhando que são milhões e milhões em investimentos feitos. Albano Martins não acredita que o Executivo volte a atribuir concessões de 20 anos, como as que estão em vigor. Aponta uma década como o tempo dos futuros contratos. Já Sérgio de Almeida Correia não encontra razão para que, se for esse o entendimento do Governo, não se possa mexer nos actores da principal indústria da cidade. E o argumento do investimento feito não o convence. “Ninguém pode ter a certeza, porque os contratos de jogo têm um prazo de validade definido e muito claro. Quando começaram a trabalhar em Macau, as operadoras sabiam perfeitamente qual era o prazo durante o qual tinham

“Acredito que as operadoras sejam todas as mesmas e nem penso, tampouco, que alguma delas possa mudar.” ALBANO MARTINS ECONOMISTA de fazer os seus investimentos e rentabilizá-los”, diz. O jurista recorda que a lei prevê a possibilidade de haver um concurso limitado. “Agora, a atribuição das licenças só pode ser feita por concurso público, a não ser que se altere a lei. O concurso público deve permitir que várias entidades participem; se não, não faz sentido.”

QUE CONTAS?

Depois de uma descida em montanha russa ao nível dos resultados, a indústria do jogo parece estar em franca recuperação. Os números mais recentes, os do mês passado, alimentam um certo optimismo: os casinos de Macau tiveram receitas de 22,742 mil milhões de patacas, um aumento de 23,7 por cento na comparação anual. Quase 40 por cento deste valor vai directamente para os cofres públicos. Albano Martins volta a fazer contas ao negócio para dizer que é pouco viável que haja grandes alterações em matéria fiscal. Macau é uma jurisdição que é lucrativa a quem nela opera, mas também sai cara em termos de impostos – mais do que outros territórios onde se joga a sorte. “Estamos habituados a ouvir falar dos 35 mais quatro por cento, 39 por cento de impostos, mas não é exactamente assim. As operadoras têm essa carga fiscal, mas também

pagam prémios e outros contributos”, descreve. Feito o somatório, “anda à volta de 43 por cento”. Nos novos contratos, acredita o economista, as operadoras “já não terão uma obrigação de investimento, porque já foi feito”. Albano Martins lembra que só a Galaxy é que tem espaço suficiente para fazer mais um casino. “O Governo vai ter aí uma grande margem para poder negociar contrapartidas, além do imposto.” De modo semelhante, Sérgio de Almeida Correia observa que não é possível continuar a construir hotéis, porque tudo tem um limite. Mas entende que há espaço para outro tipo de exigências por parte do Governo. “As concessões só têm interesse se todos beneficiarem: as empresas, os investidores e a população de Macau. A população de Macau deve ser o primeiro destinatário dos investimentos e não pode estar a receber menos do que aquilo que os operadores recebem”, defende o advogado, que gostaria de ver todo este processo tratado de forma atempada. “O Governo vai ter de definir prioridades, fazer contas, e ver o que é mais conveniente do ponto de vista do interesse público, porque é o único que aqui importa.” O economista Albano Martins tem várias sugestões no que toca a futuras contrapartidas, mas não vê grande margem para alterações. “Nem vejo que o Governo tenha muita mais imaginação para ir além do que já fez.” Será esta a grande missão de Lionel Leong: numa altura em que o jogo ganha pernas no Japão, com vários dos investidores de Macau interessados no mercado nipónico, garantir o apetite pelo jogo do território, dando a quem cá vive mais do que tem recebido.

Continuação da página 3

deverão sempre ser outorgadas directamente pelo Governo da RAEM. 7. Acredito, assim, que o número de operadores poderia ser alargado até oito, sem que haja qualquer obrigatoriedade no final de se atribuir este número. Em função do que entretanto vier a acontecer e das circunstâncias do mercado, e respectiva procura nos contextos interno e externo, aprovada a alteração da actual lei o Governo ficaria com a liberdade de no momento julgado adequado colocar a concurso o número de licenças que entendesse. 8. O que se vem de referir poderia, numa primeira fase, respeitar o previsto no art.º 2.º da Lei 16/2001. Isto é, obedecer à forma de um concurso limitado com prévia qualificação – teria de ser sempre por concurso público, pois foi o que o legislador consagrou e é numa perspectiva de transparência e combate à corrupção o mais conveniente – no qual participariam apenas os actuais titulares de licenças.

O tipo de investimentos que deverá ser exigido futuramente aos concessionários terá de ser de natureza diferente dos actuais e negociado caso a caso em razão das necessidades

Isabel Castro

isabelcorreiadecastro@gmail.com

JAROSLAW GLOD, ORQUESTRA SINFÓNICA II

9. Terminada esta fase, caso o Governo da RAEM entendesse que as propostas avançadas estariam aquém do desejável em matéria de contrapartidas, então seria aberto um concurso público internacional em que poderiam participar todos os interessados que cumprissem com o caderno de encargos. 10. Logo na primeira fase, o Governo da RAEM esclareceria qual o modelo de exploração e/ ou gestão que mais conviriam. O actual modelo de gestão poderá ser melhorado e a gestão, revertendo os actuais casinos, tal como previsto na lei, para a RAEM, poderia, inclusivamente, ter uma natureza mista, sendo entregue a sociedades com a participação de capitais privados e públicos, ainda que estes em valor mínimo. 11. Depois, é preciso apontar as prioridades em matéria de

GRANDE PLANO realização de investimentos e contrapartidas. Não penso que haja interesse em que o número de hotéis de cinco estrelas continue a crescer indefinidamente. Mesmo prosseguindo numa política de conquista de terrenos ao mar, é agora mais importante melhorar as condições de vida dos residentes. Isto conseguir-se-ia com a canalização de investimentos para áreas mais carenciadas e onde é urgente realizar novos investimentos, como seja a criação de mais e melhores infra-estruturas de cariz social e cultural, fora dos resorts integrados onde estão os casinos. Há falta de espaços dedicados à cultura, centros de exposições, bibliotecas, esplanadas. É urgente uma aposta na renovação do tecido urbano que passe pela recuperação e manutenção de edifícios e espaços públicos, muitos precocemente degradados e dando uma imagem terceiro-mundista da cidade; também numa melhoria substancial da rede viária e do sistema de transportes de Macau, obrigando à substituição das miseráveis carcaças poluentes que aí circula por autocarros amigos do ambiente, patrocinando com as entidades públicas acções de formação de condutores de pesados e de táxis, investindo em parques de estacionamento públicos em locais onde fazem falta, contribuindo para a melhoria do sistema de saúde através da aquisição de equipamentos de última geração, fomentando uma melhoria da formação do pessoal clínico e auxiliar, incentivando a investigação científica e a produção literária, artística e cinematográfica, tudo de acordo com padrões internacionais reconhecidos. Ou seja, o tipo de investimentos que deverá ser exigido futuramente aos concessionários terá de ser de natureza diferente dos actuais e negociado caso a caso em razão das necessidades. 12. Uma reforma de médio prazo passaria também pela criação de uma entidade independente de supervisão e regulação do jogo, moderna e com funções distintas das que devem ficar cometidas à actual Direcção da Inspecção e Coordenação de Jogos. Essa entidade deverá ser capaz de pensar o jogo para além da conjuntura, aconselhando os poderes públicos sobre a matéria, estando capacitada com um corpo técnico de elite, bem pago para evitar tentações, e vocacionado em exclusivo para tratar das questões atinentes à indústria, mas deixando a fiscalização em concreto das actividades para a actual DICJ ou uma outra entidade. Muitas outras questões poderão ser equacionadas e discutidas. Para já vamos pensando nestas.


6 POLÍTICA

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V

ASCO Fong está de saída do cargo de coordenador do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais, regressando ao Tribunal de Segunda Instância, noticiou ontem a Rádio Macau. De acordo com a emissora em língua portuguesa, a comissão de serviço de Vasco Fong só deveria terminar a 12 de Março do próximo ano, mas o juiz terá já pedido para regressar ao tribunal, o que deverá acontecer no próximo mês. Fong foi nomeado para o cargo de coordenador do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais a 20 de Dezembro de 2014, uma nomeação com duração de dois anos que acabou por ser renovada por igual período de tempo em 2016. Antes de assumir o cargo de coordenador do

Gabinete de Protecção de Dados Pessoais, Vasco Fong desempenhou as funções de comissário contra a Corrupção, entre 2009 e 2014. Bilingue, com uma licenciatura e mestrado em Direito pela Universidade de Macau, e um doutoramento em Direito Administrativo pela Universidade do Povo de Pequim, Vasco Fong foi nomeado para o cargo de juiz em 1998. Como magistrado, exerceu funções no antigo Tribunal de Competência Genérica, no Tribunal de Instrução Criminal e no Tribunal Administrativo. Entre 2002 e 2009, foi juiz-presidente do Tribunal Colectivo do Tribunal Judicial de Base. A partir de 2009, desempenhou funções como juiz do Tribunal de Segunda Instância. Em 2001, 2005 e 2009 foi também presidente da Comissão Eleitoral para a Assembleia Legislativa. PUB

HM • 1ª VEZ • 7-6-17

ANÚNCIO Proc. Execução Ordinária nº. CV3-17-0001-CEO

3ºJuízo Cível

EXEQUENTE: VENETIAN MACAU, S.A., com sede na Estrada da Baía de Nossa Senhora da Esperança, The Venetian Macao Resort Hotel, Executive Offices - L2, Taipa, Macau.---------------------------------------------------------------------------EXECUTADO: CHOI FAT PUN, ausente em parte incerta, com última residência conhecida em Hong Kong, Vision LB43, Block 7, Lohas Park Phase 2B, Le Prime Vision, Tesung Kwan O, New Territories. --------------------------------------------------*** FAZ-SE SABER que, pelo Tribunal, Juízo e processo acima referidos, correm ÉDITOS DE TRINTA (30) DIAS, a contar da data da segunda e última publicação dos respectivos anúncios, citando, o executado acima identificado para no prazo de VINTE (20) DIAS, decorridos que sejam os dos éditos, pagar ao exequente a quantia de MOP$601.557,73 (seiscentas e uma mil, quinhentas e cinquenta e sete patacas e setenta e três avos), e demais acréscimos legais, ou no mesmo prazo, deduzir oposição por embargos ou nomear bens à penhora, sob pena de não o fazer ser devolvido ao exequente o direito de nomeação de bens à penhora e seguindo o processo os ulteriores termos até final à sua revelia. ------------------Tudo conforme melhor consta do duplicado da petição inicial que neste 3º Juízo Cível se encontra à sua disposição e que poderá ser levantado nesta Secretaria Judicial nas horas normais de expediente. --------------------------------------------------Caso o citando pretenda beneficiar do regime geral de apoio judiciário, deverá dirigir-se ao balcão de atendimento da Comissão de Apoio Judiciário, sito na Alameda Dr. Calos D’ Assumpção, nº 398, Edf. CNAC, 6º andar, Macau, para apresentar o sue pedido, sendo que poderá pedir esclarecimentos através do telefone n.º 2853 3540 ou correio electrónico info@caj.gov.mo. ----------------------------------Para o efeito, terá de comunicar ao processo a apresentação do pedido àquela Comissão, para beneficiar da interrupção do prazo processual que estiver em curso, nos termos do n.º 1, do art.º 20.º, da Lei 13/2012, de 10 de Setembro. ------------------Macau, 24 de Maio de 2017 ***

Yu. “O Governo não deu uma explicação clara sobre isso, daí questionarmos as razões para a mudança”, disse ainda o académico, investigador sobre questões ligadas à acção governativa e Administração Pública.

GCS

VASCO FONG DEIXA GABINETE DE PROTECÇÃO DE DADOS PESSOAIS

E A CREDIBILIDADE?

AL QUANDO TUDO MUDA NAS LEIS, ATÉ O NOME

Cara ou coroa? São poucas as vezes em que uma proposta de lei apresentada pelo Governo no hemiciclo mantém o conteúdo integral até ao fim da análise na especialidade, sem que haja mudanças profundas na intenção legislativa. Analistas dizem que está em causa a credibilidade e o longo tempo para a implementação de políticas

P

OUCAS propostas de lei entregues na Assembleia Legislativa (AL) terão sofrido mudanças de conteúdo tão profundas como o regime de prevenção e controlo do tabagismo. Se, no início, o Governo prometeu o fim total do fumo nos casinos, a versão final do diploma, entregue na semana passada no hemiciclo, permite a continuação das salas de fumo, desde que com a adopção de regras mais rígidas por parte das operadoras de jogo. Este é o exemplo mais recente de uma prática algo comum na AL. Os diplomas que são entregues raramente são os mesmos no final do período de análise na especialidade. As mudanças não se verificam apenas

no conteúdo técnico dos articulados, mas também na intenção legislativa ou na política que se pretende legislar. E há leis que mudam de nome. Eilo Yu, docente da Universidade de Macau (UM), considera que o mais grave não são as alterações profundas de que as leis são alvo, mas sim o longo período de tempo para que uma medida seja implementada. No caso do regime de prevenção e controlo do

tabagismo, “o Governo simplesmente ajustou o princípio da política”, mas “esse é o problema, o de demorar tanto tempo a implementar as políticas públicas”. O Executivo “está sempre a tentar decidir e a encontrar consensos com base em consultas públicas insuficientes”. “O Governo simplesmente fez um ajustamento, não violou por completo a intenção legislativa inicial”, defendeu ainda Eilo

“Todas estas mudanças súbitas [nas propostas de lei] que têm ocorrido nos últimos anos definitivamente contribuem para a má imagem do Governo.” LARRY SO ANALISTA POLÍTICO

Na visão de Larry So, analista político, as mudanças drásticas nas propostas de lei podem pôr em causa a credibilidade do próprio Executivo. “Todas estas mudanças súbitas [nas propostas de lei] que têm ocorrido nos últimos anos definitivamente contribuem para a má imagem do Governo”, defendeu o antigo docente do Instituto Politécnico de Macau. Tendo a lei do tabaco como exemplo, Larry So referiu que “houve a ideia de que poderia haver um resultado negativo nas receitas dos casinos e houve uma desistência em prol disso. Não é uma postura de um Governo responsável.” “O Governo está a ceder em relação ao sector do jogo. Quem é que gere o Governo? As operadoras de jogo ou a própria Assembleia Legislativa?”, acrescentou. Jorge Fão, antigo deputado à AL, desvaloriza as alterações aos conteúdos das leis. “É preciso ter coragem [para fazer mudanças de fundo]”, apontou ao HM. “Na minha óptica é algo positivo. Quando virem que algo está mal, tem de se mudar. No caso da lei eleitoral, se as duas versões [em português e chinês] não coincidem, então tem de se fazer uma alteração. Se as coisas com que nos deparamos estão mal, ou se virmos que podem perturbar o investimento ou a vida das pessoas, então devemos ponderar a posição inicial”, frisou. Jorge Fão, que foi deputado entre 2001 e 2005, recorda que no seu tempo havia menos alterações aos diplomas. “No meu tempo o funcionamento era outro. A sociedade era outra, foi há dez anos. Naquele tempo a sociedade tinha outra postura, são períodos completamente diferentes. Penso que o Governo tem de ter um equilíbrio entre o que se pede e o que se pode fazer”, rematou. Andreia Sofia Silva

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Novo Macau MEMBROS QUEREM QUE SCOTT CHIANG FIQUE NA DIRECÇÃO

Só mais uma volta

A

SEM COMENTÁRIOS

Contactado pelo HM, Scott Chiang não quis fazer quaisquer comentários, tendo remetido mais explicações para a conferência de imprensa que a ANM organiza hoje, onde será discutida a necessidade de maior reacção do Governo às regras da UNESCO no que à protecção do património diz respeito. Jason Chao, que deixou a ANM, estará presente na conferência de imprensa

na qualidade de voluntário. A parceria do fundador do website “Project Just Macau” com actividades da Novo Macau mantém-se, desde que não estejam relacionadas com as eleições, referiu Chao ao HM. Scott Chiang anunciou a saída da presidência da direcção da ANM no passado dia 23 de Maio. Num comunicado tornado público na sua página pessoal de Facebook, Chiang deixou no ar algum desconforto com questões internas da associação pró-democrata. “Ao contrário dos estragos materiais, as profundas

feridas do meu coração podem não ter remédio. Uma decisão difícil é tomada e tem de ser concretizada. Estou convencido de que a minha decisão vai clarificar o caminho para a união da ANM e para que siga em frente”, escreveu. O ainda presidente da ANM referiu ainda que a sua saída não está relacionada com questões pessoais ou familiares, sendo que uma das razões prende-se com a política. “A ANM tem sido uma campeã na luta pela justiça, por entre outras causas, por um período maior do que

“Não tenho planos para ser presidente da Novo Macau. Ainda não discutimos quem vai ser o próximo presidente, porque o mais urgente é convencer Scott Chiang [a ficar].” SOU KA HOU MEMBRO DA DIRECÇÃO DA ASSOCIAÇÃO NOVO MACAU

Casas de terror Aliança do Povo pede penas pesadas para alojamentos ilegais

Scott Chiang abandona oficialmente o cargo de presidente da Associação Novo Macau esta sexta-feira, mas alguns membros estão a tentar convencê-lo a ficar. Sou Ka Hou, que já foi presidente do organismo, não quer voltar ao cargo INDA nada está decidido quanto à presidência da Associação Novo Macau (ANM). Scott Chiang anunciou a sua saída do cargo que, oficialmente, terá que deixar já esta sexta-feira. Contudo, Sou Ka Hou, que já foi presidente e que actualmente apenas faz parte da direcção da ANM, adiantou ao HM que alguns membros estão a tentar convencer Scott Chiang a ficar. “Para já, a ANM quer mesmo convencer Scott Chiang a manter-se no cargo, o que quer dizer que, até ao dia 9 de Junho, ainda podemos alterar alguma coisa”, disse Sou Ka Hou, que saiu da presidência em 2015 para frequentar a universidade em Taiwan. “Só podemos divulgar os próximos passos a tomar quando Scott Chiang anunciar a sua decisão, se fica ou se sai”, acrescentou o jovem activista, que deixou bem claro que não pretende voltar a assumir o cargo que já ocupou. “Não tenho planos para ser presidente da Novo Macau”, referiu. “Ainda não discutimos quem vai ser o próximo presidente, porque o mais urgente é convencer Scott Chiang [a ficar]. Falamos com ele sobre a situação da nossa associação, por isso teremos de discutir a situação até ao dia 9”, apontou.

POLÍTICA

aquele que pensámos ser possível. Não nos podemos esquecer, contudo, que internamente merecemos a mesma justiça”, apontou. “Um processo legal poderá mostrar a diferença entre o estar certo e errado, dentro ou fora da lei, justo ou injusto. Afinal de contas, os fins não justificam os meios”, desabafou ainda. Em jeito de balanço, Scott Chiang adiantou ainda que hoje é mais difícil fazer activismo político em relação à fase de arranque da ANM. “Estes são tempos difíceis. A economia está numa boa fase, mas é mais difícil fazer activismo. A maneira como as pessoas pensam e a forma como está a sociedade não estão ao mesmo nível do crescimento económico, e temos de lutar por isso. O campo pró-democrata também tem espaço para melhoria”, rematou. Andreia Sofia Silva (com V.N.)

andreia.silva@hojemacau.com.mo

O

ataque que aconteceu num casino de Manila, que fez 37 mortos, elevou os níveis de alerta um pouco por toda a Ásia. Por cá, a Associação Aliança do Povo de Instituição de Macau pegou no exemplo para alertar para o problema da prestação ilegal de alojamento. Song Pek Kei, subdirectora da associação e deputada, considera que as medidas tomadas pelo Governo para prevenir atentados terroristas em Macau não são suficientes. Em conferência de imprensa realizada ontem, Song Pek Kei adiantou que, para ser reforçada a segurança dos residentes de Macau, o Executivo precisa de melhorar a lei de prestação ilegal de habitação. Na opinião da deputada, a obscuridade legal em que estas residências actuam pode potenciar actividades criminosas, além de prejudicar a imagem do turismo da cidade. O diploma legal em questão entrou em vigor há cerca de sete anos e, desde então, têm sido realizadas acções de fiscalização, levadas a cabo pela Direcção dos Serviços de Turismo e pela Polícia de Segurança Pública, a hotéis e pensões ilegais. Apesar de tudo, os membros da Aliança do Povo de Instituição de Macau não estão satisfeitos com o facto de a situação persistir e de os hotéis clandestinos não terem

sido erradicados. Song Pek Kei acrescenta que a situação dos alojamentos ilegais pode permitir a permanência no território de pessoas sem autorização, além de estas casas poderem abrigar actividades criminosas como o tráfico de droga ou a prostituição. Chan Tak Seng, vice-presidente da associação, considera que a entrada em vigor da lei teve um efeito positivo, mas que este se veio a desvanecer com o tempo. O dirigente associativo acha que a lei dá às autoridades capacidade para fechar uma casa durante algum tempo mas que, entretanto, os infractores podem continuar a abrir outros locais para a prática do mesmo tipo de crime. Chan Tak Seng vai mesmo ao ponto de considerar a lei inoperante face ao crescimento deste tipo de casos. Como tal, Nick Lei Leong Wong, director da associação, pede o agravamento das medidas punitivas para os fornecedores da habitação ilegal, sendo mesmo necessário, na óptica do dirigente, criminalizar este tipo de negócio. Entretanto, o director da Aliança do Povo de Instituição sugere que o Governo crie um mecanismo de comunicação entre residentes e a polícia, com o intuito de envolver os cidadãos no combate ao alojamento ilegal. Vítor Ng e João Luz

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hoje macau quarta-feira 7.6.2017

Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental Edital n.º 001/DSPA/2017

Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental Edital n.º 002/DSPA/2017

Visto ter sido impossível informar os infractores, pessoalmente ou via postal, de acordo com o disposto previsto nos n.ºs 2 e 4 do art. 21.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”, para efectuar o procedimento sancionatório por infracções administrativas, informa-se os seguintes infractores, por via edital, da decisão sancionatória, nos termos do n.º 7 do artigo 21.º da mesma lei.

Visto ter sido impossível informar os interessados através da notificação pessoal ou via postal, ao abrigo das disposições dos n.ºs 2 e 4 do artigo 21.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”, para efectuar o procedimento sancionatório por infracções administrativas, são deduzidas acusações contra os seguintes interessados, por via edital, nos termos do n.º 7 do artigo 21.º da Lei mencionada:

Para assegurar que os infractores em causa sejam ouvidos e exerçam o seu direito à defesa, estes serviços notificaram os seguintes infractores das respectivas acusações. Posteriormente, após analisadas as provas disponíveis (o auto de notícia, as testemunhas e a eventual defesa escrita apresentada por infractor), verifica-se que os seguintes infractores violaram as disposições da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”. Usando da faculdade conferida pelo artigo 14.º da lei acima referida e de acordo com as respectivas disposições do artigo 12.º da mesma lei, aplico aos seguintes infractores as multas correspondentes. Infractor

N.ºs de processo e de notificação de multa

Data de infracção

Data de decisão sancionária

BAUTISTA JUSTINE CAMILE GOMEZ, portadora do passaporte filipino n.º EC313XXXX

Processo n.º 00090/PCRA/ DIA/DSPA/2015 Notificação de Multa n.º 927/0166/DIA/DCPA/2017

11de Outubro de 2015

28 de Fevereiro de 2017

AGCAYAB MARGIE MASINAS, portadora do passaporte filipino n.º EC353XXXX

Processo n.º 00090/PCRA/ DIA/DSPA/2015 Notificação de Multa n.º 928/0173/DIA/DCPA/2017

11de Outubro de 2015

28 de Fevereiro de 2017

11de Outubro de 2015

28 de Fevereiro de 2017

NARCISO JUAN PAOLO, Processo n.º 00090/PCRA/ portador do Título de DIA/DSPA/2015 Identificação de Trabalhador Notificação de Multa n.º Não Residente n.º 2070XXXX 931/0176/DIA/DCPA/2017 ILDEFONSO MARY JOY Processo n.º 00090/PCRA/ DOMINGO, portadora do DIA/DSPA/2015 Título de Identificação de Notificação de Multa n.º Trabalhador Não Residente n.º 934/0185/DIA/DCPA/2017 2113XXXX Processo n.º 00090/PCRA/ FERNANDEZ SHARRY DIA/DSPA/2015 DATU, portadora do passaporte Notificação de Multa n.º filipino n.º EB568XXXX 937/0188/DIA/DCPA/2017 TAYAG MICHAEL JOHN Processo n.º 00090/PCRA/ PINEDA, portador do Título DIA/DSPA/2015 de Identificação de Trabalhador Notificação de Multa n.º Não Residente n.º 2262XXXX 940/0191/DIA/DCPA/2017

11de Outubro de 2015

28 de Fevereiro de 2017

11de Outubro de 2015

28 de Fevereiro de 2017

11de Outubro de 2015

28 de Fevereiro de 2017

Processo n.º 00106/PCRA/ DIA/DSPA/2015 11 de Novembro Notificação de Multa n.º de 2015 394/0088/DIA/DCPA/2017 GABRIEL GILBERT Processo n.º 00106/PCRA/ FABROS, portador do Título DIA/DSPA/2015 11 de Novembro de Identificação de Trabalhador Notificação de Multa n.º de 2015 Não Residente n.º 2096XXXX 393/0089/DIA/DCPA/2017 VILLARINO DARWIN Processo n.º 00043/PCRA/ JAYSON ANSAGAY, portador DIA/DSPA/2016 do Título de Identificação de 27 de Março de 2016 Notificação de Multa n.º Trabalhador Não Residente n.º 574/0102/DIA/DCPA/2017 2281XXXX ANNASIW EMMA RUTH GALLETO, portadora do BIR n.º 1364XXXX

25 de Janeiro de 2017

9 de Fevereiro de 2017

9 de Fevereiro de 2017

PICHAY JERIC PAZ, portador Processo n.º 00043/PCRA/ do Título de Identificação de DIA/DSPA/2016 27 de Março de 2016 Trabalhador Não Residente n.º Notificação de Multa n.º 2281XXXX 576/0104/DIA/DCPA/2017

9 de Fevereiro de 2017

Processo n.º 00043/PCRA/ DIA/DSPA/2016 27 de Março de 2016 Notificação de Multa n.º 577/0105/DIA/DCPA/2017

9 de Fevereiro de 2017

FIDEL RANIEL LADIPE, Processo n.º 00017/PCRA/ portador do Título de DIA/DSPA/2016 16 de Janeiro de 2016 Identificação de Trabalhador Notificação de Multa n.º Não Residente n.º 2211XXXX 536/0074/DIA/DCPA/2017

8 de Fevereiro de 2017

黎炳新, titular do BIR n.º 5063XXXX

Processo n.º 00031/PCRA/ DIA/DSPA/2016 Notificação de Multa n.º 573/0069/DIA/DCPA/2017

23 de Fevereiro de 2016

PAJARILLO LAMMATAO DIANE PORTIA, portadora do passaporte filipino n.º EB376XXXX

Processo n.º 00036/PCRA/ DIA/DSPA/2016 Notificação de Multa n.º 082/0016/DIA/DCPA/2017

9 de Março de 2016

羅梓恩, titular do Bilhete de Identidade de Residente de Hong Kong Z301XXXX

Processo n.º 00023/PCRA/ DIA/DSPA/2016 30 de Janeiro de 2016 Notificação de Multa n.º 198/0026/DIA/DCPA/2017

A produção de ruído perturbador em espaços públicos. O respectivo acto violou o disposto no artigo 10.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”.

Multa

Mil patacas

9 de Fevereiro de 2017

5 de Janeiro de 2017

N.º do auto de notícia

N.º do processo e da notificação de acusação

Auto de notícia n.º 01818 de 19 de Agosto de 2016

Processo n.º 00071/PCRA/DIA/DSPA/2016 Notificação de acusação n.º 5549/1103/DIA/ DCPA/2016

KAEWCHANG CAPELO, titular do BIR n.º 1229XXXX

Auto de notícia n.º 01863 de 15 de Novembro de 2016

CORREA JUNIOR WARLITO MANZANARES titular do BIR n.º 1406XXXX

Auto de notícia n.º 01861 de 4 de Novembro de 2016

LEONARDO SALLES ZANELATO, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2222XXXX NISPEROS ROSELLE HISPANO, portadora do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2240XXXX SALLES ZANELATO LEONARDO, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2222XXXX GURUNG VIJAY KUMAR, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2267XXXX

Auto de notícia n.º 01865 de 10 de Dezembro de 2016

Processo n.º 00080/PCRA/DIA/DSPA/2016 Notificação de acusação n.º 6432/1209/DIA/ DCPA/2016

Auto de notícia n.º 01866 de 21 de Dezembro de 2016

Processo n.º 00102/PCRA/DIA/DSPA/2016 Notificação de acusação n.º 852/0217/DIA/ DCPA/2017

BARNES JOSEPH MARC titular do BIR n.º 5203XXXX

Auto de notícia n.º 01871 de 24 de Fevereiro de 2017

SALAZAR SONNY BOY DUQUILLA titular do BIR n.º 1365XXXX

Auto de notícia n.º 00195 de 1 de Janeiro de 2017

Multa

Processo n.º 00103/PCRA/DIA/DSPA/2016 Notificação de acusação n.º 1413/0236/DIA/ A prática de actividades da DCPA/2017 vida quotidiana, geradoras É punível com multa Processo n.º 00089/PCRA/DIA/DSPA/2016 de ruído perturbador. no valor de 1.000 a Notificação de acusação n.º 6822/1417/DIA/ O respectivo acto violou 2.000 patacas, nos DCPA/2016 o disposto no n.º 1 do termos da alínea 1) do art. 7.º da Lei n.º 8/2014 n.º 1 do artigo 12.º da Processo n.º 00100/PCRA/DIA/DSPA/2016 “Prevenção e controlo do mesma Lei. Notificação de acusação n.º 755/0231/DIA/ ruído ambiental”. DCPA/2017

Auto de notícia n.º 00219 de 9 de Outubro de 2016

Auto de notícia n.º 00602 de 6 de Outubro de 2016

Infracções acusadas

A prática de actividades da vida quotidiana, geradoras É punível com multa de ruído perturbador. no valor de 1.000 a O respectivo acto violou 2.000 patacas, nos o disposto no n.º 1 do termos da alínea 1) do Processo n.º 00020/PCRA/DIA/DSPA/2017 art. 7.º da Lei n.º 8/2014 n.º 1 do artigo 12.º da Notificação de acusação n.º 1506/0388/DIA/ “Prevenção e controlo do mesma Lei DCPA/2017 ruído ambiental”. Processo n.º 00006/PCRA/DIA/DSPA/2017 Notificação de acusação n.º 663/196/DIA/ DCPA/2017 Processo n.º 00084/PCRA/DIA/DSPA/2016 Notificação de acusação n.º 6585/1327/DIA/ DCPA/2016

Nos termos do n.º 2 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, do n.º 1 do artigo 93.º e do artigo 94.º do Código do Procedimento Administrativo, e do n.º 2 do artigo 19.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”, os interessados acima referidos podem, no prazo de 15 dias a contar da data da publicação do presente edital, apresentar as alegações e defesas escritas em chinês ou em português, juntamente com os eventuais documentos comprovativos, por via postal ou pessoalmente, à Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental, 10º andar do Edifício dos Correios, sito na Estrada de D. Maria II, n.os 11 a 11-D, Macau. Considera-se renúncia ao supracitado direito quando apresentadas fora do prazo fixado. Caso os interessados não apresentem as alegações e defesas escritas no prazo fixado, não é afectada a execução da sanção decidida nos termos legais por estes serviços. Além disso, nas alegações e defesas escritas deve ser citado o número do processo. Os mencionados interessados podem fazer uma marcação antes de se dirigir à DSPA para consultar o dossier do respectivo processo no horário de expediente, podendo também ligar para o número de telefone da DSPA, 2876 2626, no mesmo horário, em caso de dúvida.

25 de Janeiro de 2017

JASARENO JUNWEL Processo n.º 00043/PCRA/ LACERNA, portador do Título DIA/DSPA/2016 27 de Março de 2016 de Identificação de Trabalhador Notificação de Multa n.º Não Residente n.º 2281XXXX 575/0103/DIA/DCPA/2017

RODUTA ZIPPORAH MANGAHAS, portadora do passaporte filipino n.º EC292XXXX

Infracção

Interessado 林志安, titular do Bilhete de Identidade de Residente de Hong Kong n.º K041XXXX

A produção de ruído perturbador em espaços públicos. O respectivo acto violou o disposto no artigo 10.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”.

Mil patacas

A prática de actividades da vida quotidiana, geradoras de ruído perturbador. O respectivo acto violou o disposto no n.º 1 do art. 7.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”.

Mil patacas

10 de Janeiro de 2017

Os infractores em causa podem fazer uma marcação, no horário de expediente, antes de se dirigirem ao 10.º andar do Edifício dos Correios, sito na Estrada de D. Maria II, n.os 11 a 11-D, Macau, para obter a cópia do despacho da decisão sancionatória e a guia de receita eventual da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF), no sentido de efectuar o pagamento da multa na Recebedoria da Repartição de Finanças da DSF (Avenida da Praia Grande, n.os 575, 579 e 585, Edifício “Finanças”, r/c, Macau), mediante a apresentação dessa guia, no prazo de 15 dias a contar da data da publicação deste edital, ao abrigo do n.º 3 do artigo 19.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental” e nos termos do artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M. Na falta do pagamento voluntário da multa no prazo fixado, a DSPA enviará cópias de toda a documentação, acompanhadas do comprovativo da cobrança coerciva, à Repartição das Execuções Fiscais da DSF, para se proceder à cobrança coerciva. Para além disso, os infractores podem, nos termos dos artigos 145.º, 148.º e 149.º do Código do Procedimento Administrativo, apresentar reclamação contra a decisão sancionatória ao Director da DSPA no prazo de 15 dias a contar da data da publicação deste edital (a reclamação deve ser redigida em chinês ou em português e apresentada, por via postal ou pessoalmente, à DSPA, sita na Estrada de D. Maria II, n.os 11 a 11-D, Edifício dos Correios, 10.º andar, Macau, na qual deve ser indicado o número do processo), e/ou, nos termos do artigo 25.º do Código do Processo Administrativo Contencioso, interpor recurso contencioso para o Tribunal Administrativo da Região Administrativa Especial de Macau, no prazo de 30 dias a contar da data da publicação deste edital. Caso não seja impugnada a decisão, a DSPA procederá à execução da respectiva decisão sancionária. O Director da DSPA, Tam Vai Man 7 de Junho de 2017

O Director da DSPA, Tam Vai Man 7 de Junho de 2017


9 hoje macau quarta-feira 7.6.2017

SOCIEDADE

JUSTIÇA JUIZ GIL OLIVEIRA DEVERÁ SAIR EM NOVEMBRO

O Tribunal de Segunda Instância deverá perder, em Novembro, o juiz português Gil Oliveira, noticiou ontem a Rádio Macau. Em causa está o facto de o magistrado atingir os 65 anos de idade. Gil Oliveira está em Macau desde Setembro de 1993. Em Setembro de 2016 viu a nomeação ser renovada por mais dois anos, com a ressalva de a mesma ser interrompida quando atingido o limite de idade para o exercício daquelas funções.

TABACO MAIS DE TRÊS MIL ACUSAÇÕES SÓ ESTE ANO

Emprego FAOM FAZ INQUÉRITO ÀS RELAÇÕES LABORAIS E DIREITOS DE TRABALHADORES

Tanta coisa para mudar

A Federação das Associações dos Operários de Macau encomendou um estudo às condições laborais. Na sequência do inquérito será entregue ao Governo um rol de sugestões, entre elas a aprovação da lei do salário mínimo e a facilitação de entrada no mercado de trabalho a trabalhadores não residentes

A

Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) realizou ontem uma conferência de imprensa onde apresentou o livro azul, um documento que pretende apontar o caminho para o desenvolvimento dos direitos e interesses dos trabalhadores do território. Este documento surge na sequência de um estudo que a federação associativa encomendou ao Instituto de Relações Industriais da China a fim de avaliar as relações laborais e o grau de protecção dos direitos dos trabalhadores de Macau. Leong Wai Fong, director da FAOM, garantiu que os resultados do inquérito, assim como algumas sugestões, serão enviados ao Governo. Entretanto, Jiang Ying, directora da Faculdade de Direito do instituto que realizou o estudo, considera que é importante que seja criado um mecanismo de coordenação das relações de trabalho de forma a que sejam tomadas medidas para melhorar as relações laborais. Nesse sentido, a

directora adianta que o Governo de Macau deve acelerar os trabalhos de elaboração da lei sindical, para que seja regulada a figura legal da convenção colectiva de trabalho. Outro aspecto levantado por Jiang foi a necessidade de o Executivo manter uma ligação estreita com a China Continental. A académica alerta que em Macau há carência de trabalhadores para determinado tipo de áreas onde é requerido um maior nível de conhecimento técnico. Neste aspecto, Jiang salienta que na RAEM a mão-de-obra tem um nível de escolaridade muito baixa, apesar do esforço do Governo em facultar formação à massa laboral.

IMPORTAR BRAÇOS

No que diz respeito à questão dos trabalhadores não residentes (TNR) em Macau, Jiang Ying entende que para o desenvolvimento do território é obrigatória a importação de mais trabalhadores. Segundo as estatísticas, o número de TNR tem aumentado, apesar de recentemente

esse crescimento ter abrandado. A académica considera que o Governo deve implementar medidas que aumentem a transparência da importação de mão-de-obra estrangeira, além de melhorar o mecanismo de substituição destes trabalhadores. Outra medida prende-se com a necessidade de reforço de acções de formação aos trabalhadores locais para que estes sejam mais competitivos. No que diz respeito a benefícios de trabalhadores, Jiang Ying alertou para o facto de no Interior da China ter sido alargado

Jiang Ying alertou para o facto de no Interior da China ter sido alargado o período de licença de maternidade, assim como outros direitos laborais

o período de licença de maternidade, assim como outros direitos laborais. Outras medidas sugeridas pela académica são a implementação dos cinco dias de trabalho por semana, o aumento do período de férias, assim como a elaboração de diplomas que regulem o salário mínimo e a licença de paternidade. De acordo com o documento apresentado pela FAOM, além das melhorias ao regime de segurança social, é necessário facilitar a resolução de conflitos laborais entre o patronato e os trabalhadores. Nesse aspecto, Jiang Ying espera que seja levado avante o reforço da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e dos tribunais de Macau. O director da FAOM esclareceu que o livro azul ainda está numa fase inicial de elaboração mas que, ainda assim, as sugestões que o documento aponta serão entregues ao Executivo para serem tidas em consideração. Vítor Ng e João Luz

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Desde a entrada em vigor da lei de prevenção e controlo do tabagismo, a 1 de Janeiro de 2012, os Serviços de Saúde registaram mais de 41 mil acusações a pessoas que foram apanhadas a fumar em locais proibidos. Só nos primeiros cinco meses deste ano, foram realizadas mais de 140 mil inspecções a estabelecimentos e detectadas 3346 situações irregulares, sendo quatro delas referentes a ilegalidades nos rótulos dos produtos de tabaco. De entre os casos detectados de pessoas a fumar onde não podem, grande parte dos fumadores ilegais (3144) é do sexo masculino. A maioria dos prevaricadores (52,7 por cento) é de Macau. Os Serviços de Saúde referem que em 81 casos foi necessário o apoio das forças de segurança.

SAÚDE CLÍNICAS SUSPEITAS DE TRATAMENTOS ILEGAIS

Os Serviços de Saúde detectaram aparelhos e equipamentos suspeitos de serem utilizados em tratamentos de procriação medicamente assistida em três clínicas privadas de Macau, sem as respectivas autorizações. No total, esta semana foram realizadas inspecções surpresa a sete clínicas. A responsável dos Serviços de Saúde Leong Pui San vincou que nenhuma instituição privada está autorizada a proceder à procriação medicamente assistida. Os Serviços de Saúde vão continuar a investigar, podendo vir a cancelar a licença das clínicas, caso se comprove que praticavam esse tipo de intervenção de procriação medicamente assistida, indicou. Não foi apontada qualquer data para o fim da investigação ou respectivas conclusões. Em Macau não há uma lei sobre a procriação medicamente assistida. Desde Maio passado, passou a haver um conjunto de instruções sobre a utilização das técnicas de inseminação artificial, que incluem a fertilização ‘in vitro’ e transferência de embriões, gâmetas ou zigotos. Os profissionais e entidades que pretendam prestar cuidados de saúde com recurso a estas técnicas devem solicitar autorização prévia aos Serviços de Saúde.


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hoje macau quarta-feira 7.6.2017

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 307/AI/2017

Anúncio Concurso Público «Empreitada da Obra n.º E1 – Instalação de sistemas eléctricos e de ar comprimido para a 64.ª Edição do Grande Prémio de Macau» 1.

Entidade que preside ao concurso: Instituto do Desporto.

2.

Modalidade de concurso: concurso público.

3.

Local de execução da obra: Edifício do Grande Prémio de Macau, garagens provisórias e Circuito da Guia.

4.

Objecto da empreitada: instalação dos sistemas eléctricos, de comunicação telefónica, das luzes de partida, de ar-comprimido e a manutenção/reparação do sistema de ventilação do silo de automóveis do Terminal Marítimo do Porto Exterior.

5.

Prazo máximo de execução: seguir as datas limites constantes no caderno de encargos.

6.

Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de 90 dias, a contar da data do acto público do concurso.

7.

Tipo de empreitada: a empreitada é por preço global (os itens «Se necessários» mencionados no Anexo IV – Lista de quantidades e do preço unitário do Índice Geral do Processo de Concurso são retribuídos por série de preços através da medição das quantidades executadas).

8.

Caução provisória: $ 350 000,00 (trezentas e cinquenta mil) patacas, a prestar mediante depósito em numerário ou em cheque (emitido a favor do Fundo do Desporto), garantia bancária ou seguro caução (emitida a favor do Fundo do Desporto) aprovado nos termos legais.

9.

Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, em reforço da caução definitiva a prestar).

10.

Preço base: não há.

11.

Condições de admissão: serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, para execução de obras, bem como as que à data do concurso, tenham requerido a sua inscrição. Neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição.

12.

Sessão de esclarecimento: a sessão de esclarecimento terá lugar no dia 14 de Junho de 2017, quarta-feira, pelas 10,00 horas, na sala de reuniões do Edifício do Grande Prémio de Macau sito na Avenida da Amizade n.º 207, em Macau. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora da sessão de esclarecimento acima mencionadas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a sessão de esclarecimento será adiada para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.

13.

Local, dia e hora limite para a apresentação das propostas: Local: Instituto do Desporto, sito na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues n.º 818, em Macau. Dia e hora limite: dia 28 de Junho de 2017, quarta-feira, até às 12,00 horas. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora limites para a apresentação das propostas acima mencionadas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora limites estabelecidas para a apresentação das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.

14.

Local, dia e hora do acto público de abertura das propostas: Local: Instituto do Desporto, sito na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues n.º 818, em Macau. Dia e hora: dia 29 de Junho de 2017, quinta-feira, pelas 9,30 horas. Em caso de adiamento da data limite para a apresentação das propostas de acordo com o mencionado no artigo 13 ou em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora para o acto público de abertura das propostas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e hora estabelecidas para o acto público de abertura das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Os concorrentes ou seus representantes legais devem estar presentes ao acto público de abertura das propostas para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, de 8 de Novembro, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

15.

Local, dia e hora para exame do processo e obtenção da respectiva cópia: Local: Instituto do Desporto, sito na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues n.º 818, em Macau. Hora: horário de expediente (das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas). Na Divisão Financeira e Patrimonial do Instituto do Desporto, podem obter cópia do processo do concurso mediante o pagamento de $ 1 000,00 (mil patacas).

16.

Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação: - Preço da obra: 60% - Prazo de execução da obra: 5% - Plano de trabalhos: 15% - Experiência em obras semelhantes: 15% - Equipamentos e materiais: 5%

17.

Junção de esclarecimentos: Os concorrentes devem comparecer no Instituto do Desporto, sito na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues n.º 818, em Macau, até à data limite para a apresentação das propostas, para tomarem conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Instituto do Desporto, 7 de Junho de 2017. O Presidente, Pun Weng Kun

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora MENG QINGRONG, portadora do Salvo-Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W84766xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 26/DI-AI/2015 levantado pela DST a 17.03.2015, e por despacho da signatária de 29.05.2017, exarado no Relatório n.° 318/DI/2017, de 19.04.2017, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua de Pequim n.° 54-R, I Hoi Kok, 17.° andar H, Macau onde se prestava alojamento ilegal.------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-----------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.----------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.----------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 29 de Maio de 2017. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 308/AI/2017 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora LI CHUYING, portadora do passaporte da RPC n.° E20121xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 26.1/DI-AI/2015 levantado pela DST a 17.03.2015, e por despacho da signatária de 29.05.2017, exarado no Relatório n.° 319/DI/2017, de 19.04.2017, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Rua de Pequim n.° 54-R, I Hoi Kok, 17.° andar H, Macau.----------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.----------------------------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.----------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.----------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 29 de Maio de 2017. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 317/AI/2017 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora HU GUINAN, portadora do Salvo-Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W56352xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 29/DIAI/2016 levantado pela DST a 02.03.2016, e por despacho da signatária de 29.05.2017, exarado no Relatório n.° 326/DI/2017, de 21.04.2017, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua do Terminal Marítimo, n.os 93-103, Edf. Centro Internacional de Macau, Bloco 4, 14.° andar B onde se prestava alojamento ilegal.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.----------------------------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.----------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.----------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 29 de Maio de 2017. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 347/AI/2017 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor MA YUANFENG, portador do Passaporte da RPC n.° E52725xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 122/DI-AI/2015, levantado pela DST a 22.10.2015, e por despacho da signatária de 29.05.2017, exarado no Relatório n.° 360/DI/2017, de 28.04.2017, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Avenida Sir Anders Ljungstedt n.° 28, Vista Magnifica Court, 12.° andar H, Macau onde se prestava alojamento ilegal.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. --------------------------------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.-------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.--------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 29 de Maio de 2017. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes


11 hoje macau quarta-feira 7.6.2017

Estudo INQUÉRITO INDICA QUE 72 POR CENTO DOS ESTUDANTES SE SENTEM CHINESES

Eles sabem quem são TIAGO ALCÂNTARA

Uma sondagem de duas associações locais permitiu chegar à conclusão de que mais de 70 por cento dos estudantes de Macau se sentem chineses. A percentagem aumentou em relação a um inquérito semelhante feito há três anos. Os autores do estudo justificam o facto com a pujança económica e política da China

SOCIEDADE

A

geração mais nova de Macau tem uma forte noção de identidade nacional. A leitura é feita pelo jornal Ou Mun, que dava conta de uma sondagem sobre a matéria feita pela Associação Geral de Estudantes Chong Wa de Macau e pela Associação de Pesquisa sobre Juventude de Macau. Na edição de ontem, explicava-se que 72 por cento dos estudantes do ensino secundário dizem “eu sou chinês”, o que representa um aumento de 15 por cento no espaço de três anos. Mais de 60 por cento dos inquiridos entendem que o facto de se sentirem chineses “é muito importante”. Para os autores do estudo, estes dados estão directamente relacionados com o desen-

A projecção que o país tem em termos internacionais faz com que os jovens tenham uma noção de identidade mais forte

Os responsáveis pela análise dos resultados destacam que os estudantes demonstram um forte sentido de responsabilidade cívica, o que fará com que sejam, no futuro, cidadãos activos. Em termos gerais, preocupam-se com a leitura de notícias sobre o que acontece do outro lado da fronteira. Os autores do relatório defendem que, há três anos, a questão da identidade estava a ser afectada

Sem receio do futuro

Pais do Costa Nunes confiantes na escolha da próxima direcção

que vier, terá um natural período de adaptação, “tal como Lola do Rosário teve depois de Vera Gonçalves sair”. Quanto à substituição da directora, a presidente da associação de pais não tece qualquer comentário, uma vez que “cabe à APIM decidir quem é mais adequado para gerir o jardim-de-infância”. No entanto, Fátima Oliveira confessa que não ficou surpreendida com a saída de Lola do Rosário. “A própria directora, quando chegou no ano passado, disse publicamente, por várias vezes, que vinha apenas por um

ano, não só à associação, como aos próprios pais em reuniões públicas”, explica. De resto, Fátima Oliveira faz um “balanço, em geral, positivo” do mandato de TIAGO ALCÂNTARA

D

EPOIS de menos de um ano no cargo de directora do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes, Lola do Rosário deixa o lugar depois de ser revelado que não irá continuar no próximo ano lectivo. A notícia, avançada pelo Jornal Tribuna de Macau, não preocupa Fátima Oliveira, presidente da associação de pais do infantário da Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM). “Confio que vão contratar alguém com capacidade de gestão, que mantenha a qualidade da escola e as características que a distinguem das outras escolas”, afiança. Além disso, Fátima Oliveira explica que o Costa Nunes está a funcionar bem nos dias que correm e que, seja quem for

volvimento económico e político da China Continental. Na comparação com os resultados apurados em 2014, modificou-se o modo como os estudantes compreendem o que é a China Continental. São 60 por cento aqueles que garantem que a aprendizagem é feita na escola e através de livros, o que significa que esta percentagem duplicou e que a chamada educação patriótica está a surtir efeitos.

Lola do Rosário”, uma vez que a “direcção da escola sempre colaborou com a associação de pais, estabelecendo uma relação muito saudável e aberta”.

pelas “notícias negativas” acerca da situação política de Hong Kong e da corrupção na China Continental. Agora, o cenário é diferente: a projecção que o país tem em termos internacionais faz com que os jovens tenham uma noção de identidade mais forte. O inquérito foi feito em 15 escolas diferentes, entre Abril e Maio, tendo sido recolhidos 1200 questionários.

A presidente da associação que representa os pais dos alunos do Costa Nunes acrescenta que sempre houve um espírito onde a crítica construtiva sempre foi bem recebida. Fátima Oliveira explica ainda que existem situações que podem ser melhoradas, “acertos que se foram alinhavando com a direcção”. Uma delas prende-se com a forma como os educadores comunicam com os pais, que se pode aprimorar. “Se calhar faria falta orientações mais uniformizadas em relação à comunicação”, adianta. Outra das situações é a resposta que o Costa Nunes tem de dar à crescente entrada de alunos de língua chinesa, “que requer alguns

cuidados e adaptação, uma vez que a escola é de matriz e língua veicular portuguesa”, explica a presidente da associação de Pais. Fátima Oliveira acrescenta que nunca ouviu nenhum pai contra a entrada de crianças chinesas, mas que esse facto carece de alguma preparação e de “uma política condizente com a mudança de paradigma”. De resto, Fátima Oliveira perspectiva a continuação da qualidade do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes, uma instituição muito “acarinhada pela comunidade portuguesa, macaense e, cada vez mais, pela comunidade chinesa”. João Luz

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12 Cinema IÑÁRRITU USA REALIDADE VIRTUAL PARA RETRATAR HORRORES DE MIGRAÇÃO

EVENTOS

Depois de arrebatar Hollywood, o realizador mexicano Alejandro Iñárritu aventura-se no campo da realidade virtual. “Carne y Arena” é uma experiência em que o espectador submerge na realidade dramática da fronteira entre o México e os Estados Unidos

M

UITO mais do que um filme, “Carne y Arena” é uma experiência de vida, uma alucinação de um mundo que, infelizmente, não é uma fantasia. O projecto de realidade virtual de Alejandro Iñárritu, o realizador que ganhou o Óscar de melhor realizador

CARNE E AREIA

com “Birdman” e “The Revenant”, é inaugurado hoje na Fundação Prada em Milão, onde fica em exibição até 15 de Janeiro. Além disso, o projecto faz parte da selecção oficial do Festival de Cannes que se começa a debruçar sobre este tipo de media. O realizador mexicano volta a esticar os limites do

conceito de cinema com “Carne y Arena”, um filme com cerca de sete minutos, filmado por Emmanuel Lubezki, que leva o espectador à zona fronteiriça que separa os Estados Unidos do México. A experiência submersível e intensa permite uma visibilidade de 360 graus baseada nos relatos de emigrantes e

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA CRIANÇAS FELIZES • Magda Gomes Dias

Magda Gomes Dias, especialista em Coaching eAconselhamento Parental, através de uma linguagem prática e directa, e recorrendo a exemplos do dia-a-dia e muitas sugestões, apresenta-nos um livro fundamental para desfrutarmos a 100% da relação com os nossos filhos. Porque se a relação parental for equilibrada, pacífica e saudável, sobrar-nos-á tempo para vivermos em conjunto a felicidade de sermos pais e filhos.

refugiados que tentam chegar a solo norte-americano vindos do México ou da América Central. A experiência é um mergulho angustiante nas vidas de quem procura atravessar uma fronteira clandestinamente. Primeiro, o “espectador” é convidado a tirar os sapatos e as meias antes de entrar

num local do tamanho de um campo de ténis coberto de areia. Assim que é colocado o capacete de realidade virtual, a vastidão árida do deserto do Arizona engole o “espectador”, que se vê entre figuras andrajosas e assustadas. De repente, surge um helicóptero e dois jipes e a acção é dominada por agentes fronteiriços,

fortemente armados, que prendem toda a gente.

ARTE DE INTERVENÇÃO

A experiência é vívida, ajudada pela capacidade do software de traçar o posicionamento do “espectador” e o seu campo de visão. Desta forma, os polícias berram na cara do espectador, que não chega a

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OS BEBÉS TAMBÉM QUEREM DORMIR • Constança Cordeiro Ferreira

O que nos diz o choro do bebé? Porque é que alguns bebés são tão difíceis de acalmar? Como podemos todos descansar melhor? A vida com um bebé ao colo não tem de ser feita de lutas para dormir, cólicas, choro permanente, inseguranças e medos. Há estratégias que fazem a diferença e técnicas para os momentos SOS, para que os pais e o bebé se entendam na perfeição, criando uma ligação única. Considerada a “Fada dos bebés”, Constança Cordeiro Ferreira mostra, neste livro, como cada bebé tem, dentro de si, um verdadeiro manual de instruções e ajuda-nos a compreender os sinais.


13

ser um personagem, apesar de estar dentro do filme. Apesar da forte componente social que tem estado na agenda política, Alejandro Iñárritu considera que é redutor caracterizar “Carne Y Arena” como um manifesto anti-Trump. O realizador, em declarações ao The Art Newspaper, explica que “as pessoas estão completamente dessensibilizadas” para as histórias de desespero dos emigrantes e refugiados. “Lemos notícias horríveis, quase todos os dias, sobre mais um barco que se afundou no Mediterrâneo, com centenas de pessoas que a bordo, e esquecemos. Este projecto tenta transmitir algo que acho que perdemos a capacidade para sentir”, explica Iñárritu. A tecnologia transporta o “espectador” para um lu-

“Lemos notícias horríveis, quase todos os dias, sobre mais um barco que se afundou no Mediterrâneo. Este projecto tenta transmitir algo que acho que perdemos a capacidade para sentir.” ALEJANDRO IÑÁRRITU REALIZADOR

FILATELIA MACAU ACOLHE EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL

gar onde sentir é inevitável, enquanto se vê rodeado de homens, mulheres e crianças aterradas, com cães a ladrar e pânico auditivo debitado pelo capacete de realidade virtual. “Há um momento em que perdes um pouco a tua identidade e a capacidade para racionalizar o que estás a viver”, conta o realizador ao The Art Newspaper. “Começas a reagir com o coração, as tuas emoções, sem o cérebro e é isso que me interessa”, acrescenta o realizador. Uma das intenções do projecto é humanizar o desespero dos emigrantes oriundos do México e de outros países da América Latina, a quem Donald Trump chamou de “más pessoas e violadores”. Apesar de “Arena y Carne” coincidir com a actualidade da política norte-americana, o realizador espera que essa não seja a leitura dos espectadores. “Tornámos grande um homem tão pequeno, horrendo e embaraçoso”, comenta Iñárritu, acrescentando que começou “a pensar no projecto há quatro anos quando Trump era apenas um palhaço na televisão”. O realizador acha que é necessário olhar para os problemas com profundidade e ver as razões que levam as pessoas a deixarem os seus países. “Carne y Arena” não é cinema, de acordo com o Iñárritu, mas uma nova forma de arte com capacidade para abalar o mundo. A realidade virtual é um meio com capacidade para aumentar as possibilidades de expressão dos artistas que conseguirem domar a tecnologia que, até agora, tem sido mais usada para videojogos e pornografia. Nesse aspecto, o realizador considera que o cinema perdeu a capacidade para impressionar audiências. “Há cem anos, era incrivelmente relevante e conseguia abalar as pessoas, mas penso que perdemos a inocência nesse aspecto”, comenta o cineasta ao The Art Newspaper. João Luz

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O mundo dos selos vai estar em destaque no território, no próximo ano, com a realização da Exposição Internacional Asiática de Filatelia. A iniciativa, que decorre em vários territórios da Ásia desde 1977, tem o objectivo de promover o desenvolvimento da actividade nesta região. O acordo entre as entidades organizadoras foi assinado ontem e o evento ocorre pela primeira vez no território entre 21 e 24 de Setembro de 2018, no Venetian. Com a iniciativa, especialistas e coleccionadores filatélicos, oriundos de diferentes regiões, mostram peças raras das suas colecções. Do programa da exposição constam também a realização de palestras ministradas por especialistas, sessões de autógrafos com designers e espaços dedicados para actividades em família.

Terra à vista

EVENTOS

IACM

hoje macau quarta-feira 7.6.2017

Exposição conta história da travessia marítima no território

A

exposição “Viagens de Outros Tempos” é uma mostra que faz a retrospectiva das ligações marítimas entre Macau e as Ilhas. Em meados do século XX, a península de Macau e as ilhas da Taipa e Coloane estavam separadas por mar, sendo as lanchas um importante meio de transporte entres estes pontos do território. De acordo com o Instituto Cultural, “em dias de mau tempo, vários residentes e turistas experimentaram os atrasos e suspensões temporárias do serviço, mas tais inconvenientes não impediam as pessoas de as usar”. Com o passar do tempo, este tipo de transporte tornou-se desnecessário, tendo o serviço de travessia marítima sido interrompido após a conclusão da Estrada do Istmo e da Ponte Nobre de Carvalho. “Viagens de Outros Tempos” apresenta pela primeira vez várias colecções ao público, incluindo documentos originais tais como o “Registo de Carga da Companhia de Transporte Marítimo de Passageiros Un Fat que Ligava Macau a Coloane” e o “Contrato de Locação de Lanchas a Motor”. A exposição integra ainda fotografias, bilhetes, jornais e publicações comemorativas relativas às lanchas que faziam a travessia entre Macau e as Ilhas.

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Faz também parte desta mostra pioneira a apresentação de “A Evolução da Topografia de Macau”. Feita através de um ecrã, a iniciativa explora as linhas costeiras do território e as rotas das lanchas de diferentes épocas.

OUTROS HORIZONTES

Paralelamente são exibidos vídeos de entrevistas a residentes que recordam as viagens que fizeram. Porque o tempo não pára e a tecnologia pode ser aliada da história, o espaço de exposição tem reservada a possibilidade de experimentar um passeio de lancha virtual em 3D, baseado no modelo da “Kuong Kong”. Por outro lado, o evento tem ambições académicas. Tendo uma componente de conhecimento em que são reflectidas as transformações sociais que se deram no território durante o período abordado, a ideia da organização é “disponibilizar material para futuros estudos sobre tráfego marítimo. “Viagens de Outros Tempos” está patente ao público até 5 de Outubro, na Casa de Nostalgia das Casas da Taipa.


14 CHINA

hoje macau quarta-feira 7.6.2017

XI JINPING DESTACA IMPORTÂNCIA DE APOSTA ESPACIAL

O Presidente chinês Xi Jinping enviou uma carta de congratulações endereçada à Conferência Global de Exploração Espacial, que teve início na última terça-feira, em Pequim. Na missiva, Xi afirma que a China se encontra disponível para reforçar a cooperação com a comunidade internacional na exploração e no desenvolvimento espacial pacífico. Saudando os êxitos obtidos na exploração espacial do Século XX, Xi reforçou que o progresso alcançado na tecnologia espacial beneficiará os povos de todo o mundo no futuro. “A China atribui actualmente uma grande importância à exploração espacial bem como à inovação científica e tecnológica associada ao sector”, afirmou o Presidente, citado pelo Diário do Povo. Xi Jinping expressou, por fim, os seus votos para que a conferência em curso venha a repercutir-se no desenvolvimento da ciência espacial e no aumento do intercâmbio e da cooperação a nível internacional.

DESCOBERTO TEMPLO PERDIDO DESDE 1279

Os arqueólogos chineses descobriram em Chengdu, capital da província de Sichuan, o Templo de Fugan desaparecido há quase um milénio. O templo de Fugan foi um prestigiado local de adoração entre a Dinastia Jin Oriental (317-420) e a Dinastia Song do Sul (1127-1279). Os arqueólogos descobriram mais de mil tábuas, com escrituras budistas, mais de 500 peças de escultura em pedra, bem como telhas vitrificadas com inscrições.

Jerry Brown, governador da Califórnia e Wan Gang, ministro da Ciência e Tecnologia chinês

Ambiente PEQUIM E CALIFÓRNIA ASSINAM ACORDO PARA O CLIMA

PUB HM • 1ª VEZ • 7-6-17

ANÚNCIO Proc. Execução Por Custas/ Multas

n.º LB1-15-0073-LCT-A

Juízo Laboral

Exequente :Ministério Público da RAEM Executados :1)GRUPO DE ENTRETENIMENTO MITOLOGIA GREGA (MACAU) S.A., registada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis sob o nº SO 19514, com sede em 澳門氹仔徐日昇寅公馬路S.J.889號新世紀酒 店E至F室;e 2)XU ZHAOJI, masculino, maior, portador do passaporte da República Popular da China n.º G59148787 e do Salvo- Conduto da RPC para Deslocação a Hong Kong e Macau n.º W91656781, administrador do GRUPO DE ENTRETENIMENTO MITOLOGIA GREGA (MACAU) S.A., com domicílio profissional em 澳門氹仔徐日昇寅公馬路889號. Pedido :Execução da quantia de MOP907,515.00, juros vencidos e vincendos e, custas do processo de execução. Faz-se saber que nos autos acima indicados são citados os credores desconhecidos da executada para, no prazo de TRINTA E CINCO DIAS, ou seja, quinze dias que começa a correr depois de finda a dilação de vinte dias, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamar, nos termos do art. 758º do Código de Processo Civil, o pagamento dos seus créditos pelo produto dos seguintes bens penhorados: Depósito bancário penhorado pertencente à Grupo de Entretenimento Mitologia Grega (Macau) S.A. Moeda

Montante

Banco Nacional Ultramarino, S.A.

Instituições de crédito de Macau

HKD

$188,492.40

Banco OCBC Wing Hang, S.A.

HKD

$7,280.00

Banco OCBC Wing Hang, S.A.

MOP

$37,960.53

Aos 31 de Maio de 2017.

Faça-se luz

O

Presidente chinês, Xi Jinping, e o governador do Estado norte-americano da Califórnia, Jerry Brown, comprometeram-se ontem a cooperar na luta contra as alterações climáticas, depois de Donald Trump ter renunciado ao acordo de Paris. Xi e Brown reuniram-se no Grande Palácio do Povo, em Pequim, parte da visita oficial que o governador realiza esta semana à China, após a decisão do Presidente dos Estados Unidos. Xi Jinping disse estar confiante de que a Califórnia vai continuar a promover a cooperação bilateral, es-

pecialmente nos sectores da tecnologia, inovação e desenvolvimento verde, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua. A Califórnia e o ministério chinês da Ciência e Tecnologia assinaram um acordo de colaboração no desenvolvimento de tecnologias limpas. O governador da Califórnia assinou colaborações similares nos últimos dias

com os líderes das províncias chinesas de Jiangsu e Sichuan. Em Pequim, Brown afirmou que a decisão de Trump de sair do acordo de Paris é apenas um “retrocesso temporário” na luta global contra as alterações climáticas. “AChina, os países europeus e os Estados norte-americanos vão agora preencher o vazio deixado pela decisão de Washington”, disse. “Ninguém pode ficar à margem. Não podemos permitir qualquer desistência do tremendo desafio humano de fazer a transição para um futuro sustentável”, acrescentou.

RESPOSTA INTERNA

Jerry Brown é um dos líderes da chamada Aliança

“A China, os países europeus e os Estados norte-americanos vão agora preencher o vazio deixado pela decisão de Washington” JERRY BROWN GOVERNADOR DA CALIFÓRNIA

dos EUA pelo Clima, que reuniu até agora treze Estados e territórios do país, em resposta à decisão de Trump de sair do acordo de Paris. A Califórnia, a maior economia entre os Estados norte-americanos, é também um dos Estados que exerce controlo mais rigoroso na área ambiental, detendo a liderança no sector no país. Apesar de a China ter ultrapassado, nos últimos anos, os EUA como líder mundial no desenvolvimento de energias renováveis, tem tido dificuldades em integrar os painéis solares e turbinas eólicas numa rede de distribuição eléctrica dominada por centrais a carvão. Trump é um acérrimo defensor das indústrias fósseis norte-americanas, em particular da do carvão, que sofreu um forte declínio na produção, durante o mandato do anterior Presidente Barack Obama.

CHEFE DA EMBAIXADA DOS EUA EM PEQUIM DEMITE-SE

O

diplomata mais graduado da embaixada dos EUA na China demitiu-se, assegurou ontem um responsável da diplomacia norte-americana, com a imprensa a invocar a sua oposição à política do Presidente Trump para o clima. David Rank, um encarregado de negócios que tem 27 anos de carreira na diplomacia norte-americana, estava no posto de Pequim desde Janeiro

de 2016. O candidato de Trump para se tornar o futuro embaixador na China, o antigo governador do Estado do Iowa Terry Branstad, já prestou juramento mas ainda se desconhece quando vai assumir funções. “Rank tomou uma decisão pessoal. Apreciamos os anos que ele dedicou a servir o Departamento de Estado”, afirmou sob anonimato uma dirigente desta

estrutura, equivalente a um Ministério dos Negócios Estrangeiros na Europa. A demissão de David Rank foi divulgada na rede social Twitter pelo jornalista John Pomfret, especialista em China. O diplomata, avançou este jornalista, consternado pela decisão de Donald Trump de sair do acordo de Paris, demitiu-se porque “não podia apoiar Trump nos temas do clima”.


15 hoje macau quarta-feira 7.6.2017

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governo do Presidente filipino, Rodrigo Duterte, suspendeu ontem temporariamente as autorizações de deslocação de trabalhadores para o Qatar, na sequência da crise diplomática com vários países árabes. O ministro do Trabalho filipino, Silvestre Bello, afirmou que a suspensão entrou em vigor ontem, mas ainda não existe qualquer plano para repatriar mais de 200 mil trabalhadores do arquipélago do Sudeste Asiático do Qatar. A decisão da Arábia Saudita de encerrar a fronteira terrestre com o Qatar, através da qual a pequena nação do Golfo Pérsico importa a maior parte dos alimentos, desencadeou uma corrida aos supermercados. Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Egipto, Iémen e Líbia, além das Maldivas, anunciaram sucessivamente, na segunda-feira, o corte de relações diplomáticas com o Qatar, criando a mais grave crise regional desde a guerra do Golfo de 1991.

DISCURSOS DA RAZÃO

Riade justificou a decisão com “o acolhimento pelo Qatar de vários grupos terroristas e sectários para desestabilizar a região”, incluindo a Irmandade Muçulmana, a Al-Qaida, o Estado Islâmico e grupos apoiados pelo Irão. O Cairo acusou Doha de ter uma “abordagem antagonista” e afirmou que “todas as tentativas para o impedir PUB

REGIÃO

JAPÃO E CANADÁ TENTAM PERSUADIR EUA SOBRE ACORDO DE PARIS

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Trânsito proibido Filipinas suspendem envio de trabalhadores para o Qatar

de apoiar grupos terroristas falharam”, dando ao embaixador do Qatar 48 horas para abandonar o Egipto e chamando o seu encarregado de negócios em Doha. O corte de relações é associado a medidas que implicam o isolamento do Qatar, anfitrião do Mundial de Futebol 2022, com o encerramento de fronteiras terrestres e marítimas, proibições de sobrevoo e restrições à deslocação

de pessoas. Sete companhias aéreas anunciaram a suspensão dos voos de e para Doha. A diplomacia do Qatar considerou-as injustificadas e baseadas em alegações e pressupostos falsos: o Qatar “não interfere nos assuntos alheios” e “luta contra o terrorismo e o extremismo”, afirmou o emir, xeque Tamim Ben Hamad Al-Thani.

primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, e o seu homólogo canadiano, Justin Trudeau, acordaram ontem continuar a tentar consciencializar os Estados Unidos relativamente às alterações climáticas depois de Washington ter anunciado a sua saída do Acordo de Paris. Abe e Trudeau reafirmaram, durante a conversa ao telefone, que durou pouco mais de meia hora, o seu compromisso em aplicar o Acordo de Paris, assinado por 195 países em 2015, informou o vice-porta-voz do Executivo japonês, Koichi Hagiuda, em declarações reproduzidas pela agência noticiosa Kyodo. O primeiro-ministro japonês disse a Trudeau que a decisão dos Estados Unidos é “decepcionante” e que continuará a

procurar uma forma de cooperar comWashington em matéria de alterações climáticas, uma postura que o líder canadiano secundou, de acordo com Koichi Hagiuda. A chamada partiu do Canadá, próximo anfitrião das reuniões do G7 em 2018, que procura debater como abordar o tema das alterações climáticas após a retirada dos Estados Unidos do histórico pacto de Paris. Na conversa que Abe e Trudeau mantiveram ontem foi abordada também a saída dos Estados Unidos do Acordo Transpacífico (TPP), no início do ano, com os dois líderes a comprometerem-se a colaborar para a entrada em vigor, “o mais breve possível”, do pacto multilateral do qual Japão e Canadá são dois dos 11 signatários que restam.


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

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A Poesia Completa de Li He

還自會稽歌並序 野粉椒壁黃,濕螢滿梁殿。 台城應教人,秋衾夢銅輦。 吳霜點歸鬢,身與塘蒲晚。 脈脈辭金魚,羈臣守迍賤。

Canção: Regressando de Guei-ji

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Uma inclemência selvagem esboroa as paredes de pimenta amarela,1 Moscas molhadas enchem os palácios de Liang.2 Em tempos poeta de um príncipe no Palácio Tai-cheng,3 Sonho com carruagens de bronze sob uma manta outonal. De novo em casa, cabelo branco com a geada de Wu,4 O meu corpo decadente, como o junco nas charcas. Insone, estarrecido, perdido o seu Peixe Dourado,5 Este cortesão vagabundo condenado a viver na miséria.

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Diz-se que os aposentos da Imperatriz eram, tradicionalmente, pintados com uma substância contendo pimenta e lima silvestre para lhes dar fragrância e calor. Acreditava-se que os pirilampos e moscas nasciam espontaneamente da humidade. Referência ao Príncipe Xiao Tong (501-503), que compilou a famosa antologia Wen-xuan. O Palácio Tai-cheng situava-se em Nanjing. Wu (no actual Jiangsu) era o lugar da capital. “Peixe Dourado” – um tipo de bolsa usada no cinto por oficiais Tang do terceiro grau ou acima. Trata-se aqui de um anacronismo: durante a Dinastia Liang usavam-se Tartarugas Douradas, não peixes.

Tradução de Rui Cascais • Ilustração de Rui Rasquinho Li He (790 a 816) nasceu em Fu-chang durante a Dinastia Tang, pertencendo a um ramo menor da casa imperial. A sua morte prematura aos vinte e sete anos, a par da escassez de pormenores biográficos, deixam-nos apenas com uma espécie de fantasma literário. A Nova História dos Tang (Xin Tang shu) diz-nos que He “nunca escrevia poemas sobre um tópico específico, forçando os seus versos a conformarem-se ao tema, como era prática de outros poetas [...] Tudo quanto escrevia era inquietantemente extraordinário, quebrando com a tradição literária.” Segundo um crítico da Dinastia Song, o alucinátorio idioma poético de Li He é a “linguagem de um imortal demoníaco.” A versão inglesa de referência aqui usada é a tradução clássica da autoria de J.D. Frodsham, intitulada Goddesses, Ghosts, and Demons, publicada em São Francisco, em 1983, pela North Point Press.


17 hoje macau quarta-feira 7.6.2017

diário de um editor

João Paulo Cotrim

Sombras e vento frio METRO, LISBOA, 29 MAIO Ainda no REALIZAR:poesia, durante o lançamento de Vertem-se Bíblias em Quimbundo (ed. Miasoave), o João Paulo Esteves da Silva explicou muito explicadinho a origem do volume: um amigo hebreu e poeta ofereceu-lhe um tablet e ele pôs-se a «andar pela cidade com os polegares». Usei os meus para tomar nota no telemóvel, mas desnecessariamente, pois não me esqueci. O livro traz ainda um cd com as canções de um outro projecto, Crime, mas os poemas iniciais têm pouco a ver, a não ser no que indica uma epígrafe: na luta diária, os nossos gestos poderiam cometer crimes. Ainda assim, aqueles percursos pelo quotidiano são compostos no modo narrativo da voz off de um qualquer filme noir, com os olhos a fazer a vez dos polegares no tocar da cidade. Muita sombra perpassa, não sei se melancólica, nas descrições falsamente fotográficas do que se faz e desfaz, da chuva e das árvores, tantas árvores, do vazio e de Deus, mas também de memórias e de anseios, por outro sítio ou por neve. Longos versos a dizer em baixo contínuo de cortante singeleza. Falho paragens no metro atulhado com a voz off a empurrar-me, de súbito flanêur de filme noir na cidade branca. Branca por que raio? «Claro que preciso do apoio dos livros, empilho-os, encosto-me, descanso/Pouso-os na mesa, sombras benfazejas, anjos sentinelas//Às vezes, tenho a mão sobre um enquanto leio outro/Acompanho com toques mais ou menos ritmados//Agrada-me escrever em contraluz, virado de frente para o livro/ A ver o lado mais sombrio das formas, iluminadas por trás (…)». CEMITÉRIO DA PAZ, SETÚBAL, 30 MAIO Interrogações. De que espécie era a pequena árvore que nos refrescou naquele deserto, sobreiro ou oliveira? De onde vinha e para que apontava o arbusto que se erguia do vazio da gigantesca cabeça tombada, céu ou terra? De que mineral nasceu a cabeça tombada, lioz ou granito? Sabe o coração que os seus batimentos desenham paisagens, montanhas e fossas? Que lonjura e profundidade deve ter o traço para fazer um destino? FACEBOOK, LISBOA, 1 JUNHO Leio notícia da morte de Armando Silva Carvalho (quantos dos citadores instantâneos e lamentadores terá com-

neste dia fez-se toalha para dispor os sensíveis e delirantes amuse-bouche da Ingrid [Correia], tão bem acompanhados pelos espirituais Syrah, Viosinho e Touriga Nacional, da Quinta do Gradil, gentileza da Ana Matias. Tenho até carinho por caixas, sobretudo de cartão, mas não tinha nas estantes que vou construindo nada com esta luxúria bruta. A bd dentro vive de brincar entre o negro e o branco, seja traço ou mancha. Cada vez que a folheio encontro tranquilidades e tempestades, o delírio e o medo, além do amor. E depois o mar, em (pro)fundo.

prado um dos seus livros?). Não consigo relembrar-me da última conversa sobre Deus. Ou seria morte? Será possível falar daquele sem esta? Qual espelha o quê? «Entrego estes frutos minerais/tardios./ Envolvo numa sombra a mão/ que mos recebe. / A isso chamo eu mundo./ Entrego mais e mais, amei falsificando,/ e ajeito o pescoço à lâmina/dos dias./ Com os olhos bem abertos abarco/ toda a queda./ Eu sei, é o outono.» (De Canis Dei, incluído em O Que Foi Passado a Limpo, ed. Assírio & Alvim, volume que sobreviveu com marcas à inundação). Sopra na cidade, mal anoitece, um vento frio. HORTA SECA, LISBOA, 1 JUNHO Apesar do vento, fez-se festa, esta finissage. Como nas boas receitas, a qualidade de cada ingrediente foi-se encaixando para fazer mais, muito mais, do que a soma das partes nesta edição especial de «Desenhar Em Cima da Conserva», caixa com livro e latas de conserva. Surjam agora mãos-leitoras que o usem para se apoiar. A ideia do

mano Tiago [Ferreira] de convocar ilustradores capazes de ocupar, com imagens, um vazio desenvolveu-se, à mesa, para cadáver esquisito em banda desenhada que contasse mais uma história de marinheiros e sereias. Aconteceram encontros mensais, na loja da Conserveira de Lisboa, para assistir ao desenho ao vivo até que o Museu do Trabalho, antiga conserveira de Setúbal, acolheu há um ano, uma primeira mostra do conjunto dessas obras, enquanto o André [Carrilho] encerrava a histórica com épica baleia. Outro mano, José Teófilo [Duarte], com ajuda do João Silva, desenhou o objecto com o peso exacto de cor e modo, antes de ser passado a caixa, de modo a conter duas latas Tricana, cuja imagem aproveitaria personagens da Susana [Carvalhinhos] e do Pedro [Brito]. E estou longe de esgotar a lista de competentes contributos. Outro dos casos, portanto, em que as páginas dos livros se transfiram em ramos de árvore abrindo espaços na paisagem e tocando mundos e fundos. Por exemplo,

CASA DA CULTURA, SETÚBAL, 2 JUNHO O rosto da Festa da Ilustração soma, este ano, ao grafismo sólido do José Teófilo [Duarte] a fluidez do desenho do António Jorge [Gonçalves]: figura que corre, com lápis na vez a perna, traçando o chão que pisa. Preciso aqui desmontar a metáfora como se fosse prótese? Pelas zero horas, estamos, os organizadores, tolhidos pela quase solenidade no meio dos seus desenhos que são quase só traços. Dizem, com pujante energia, que somos isso, afinal, linhas, vestígios. Com método, leu a Casa da Cultura e instalou três momentos do trabalho que vem fazendo, começando pela ampliação dos seus inseparáveis cadernos do registo imediato de gente sentada viajando de metropolitano nos cinco continentes. Ao que se segue o trabalho de desenho ao vivo de par com música, teatro ou dança, para acabar em A Minha Casa Não Tem Dentro, com o essencial do seu livro mais recente, de toque abysmático. Disse três momentos? Erro. São quatro, pois a improvisação é componente essencial do seu modus operandi: a vida prolonga-se nas páginas do caderno onde assenta notas, sejam desenhadas ou escritas, ou ambas as coisas. E dali frutificam depois para o que der e vier. Havia uma parede cega na Casa da Cultura, a caminho dos Desenhos Éfemeros, a tal onde às escuras assinala a parte do seu trabalho com a luz. Faça-se da parede folha de caderno (veja-se foto ao lado), com perguntas e desenhos ou perguntas desenhadas. «Respondo-me ao perguntar? Desenho porque desejo-te? O medo mata? O medo salva?» Obrigado por perguntares: «Como te sentas hoje?»


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na ordem do dia 热风

Julie O’yang

PARTE 2

Vénus terá sido asiática? 亚 洲 人 是 彻 底 的 “ 女 尊 男 卑 ” ocidente. Os consumidores do mundo inteiro aderiram entusiasmados à novidade, até ter sido substituída pela “descoberta” seguinte. Contudo, no Extremo Oriente os bonecos fofinhos continuaram de vento em popa porque fazem parte de uma cultura cimentada ao longo da História, e não de uma febre consumista pontual. O gosto popular por bonecos fofinhos está enraizado numa estética tradicional e continua a desempenhar um papel importante no dia a dia das pessoas.

No Extremo Oriente os bonecos fofinhos continuaram de vento em popa porque fazem parte de uma cultura cimentada ao longo da História, e não de uma febre consumista pontual. O gosto popular por bonecos fofinhos está enraizado numa estética tradicional e continua a desempenhar um papel importante no dia a dia das pessoas

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OS finais do século XX o Japão exportou para o mundo ocidental um universo visual que parecia naïve e a léguas de distância das artes gráficas tradicionais Ukiyo-e. Personagens animadas fofinhas, como o Pokemon e a Hello Kitty, foram amplamente adoptadas pela juventude ocidental e foram crescendo dentro da

série manga da Nintendo. O ocidente começou então a criar bonecos inspirados nos japoneses. A Selfridges de Londres elegeu como mascote da loja uma boneca de olhos rasgados e cabeça grande para celebrar o tema “A vida em Tóquio”. Jovens designers começaram a incorporar alguns destes elementos nas suas criações e estas mascotes tornaram-se moda no

A série manga destina-se a todos – homens, mulheres e crianças – e inclui os temas mais variados, desde a comédia ao romance e da Filosofia à História. A “mania do boneco” vai muito além da cultura dos jovens porque dá às pessoas a hipótese de identificação. A aparência segura e ternurenta sugere o desejo de ser protegido. E as pessoas são protegidas quando não exprimem opiniões, que é um sinal de saberem o que é o “respeito”. Não dizer abertamente o que se pensa e o que se quer, significa que pomos as opiniões e as

necessidades dos outros à frente das nossas. E este tipo de “respeito” mantém-nos seguros e fofinhos. A um ocidental dá seguramente a impressão de estar perante alguém que lhe lembra uma criança. E é aqui que está a diferença. Se lhe chamarem “fofinho” em Tóquio, querem dizer mais ou menos o mesmo que os tipos da Califórnia quando lhe chamam “cool”. Entretanto os jovens fãs chineses fazem upload e remix dos vídeos de animação japoneses, criando um género AMV (Animation Music Videos). Extraem os pedaços de músicas e de filmes de animação japoneses de que gostam mais, e depois editam-nos em conjunto. A juventude chinesa desenvolve a sua sexualidade dentro do contexto de uma cultura consumista, porque as fantasias sexuais das pessoas são afectadas pela febre de censura da RPC. Os jovens vêem na abertura do estilo japonês uma fuga aos estigmas da cultura sexual chinesa, um misto de controle do Estado e de moral confuciana. A seguir também temos a pornografia japonesa, exportada para o ocidente com grande sucesso, uma mais valia para a imaginação do homem branco. Por exemplo, os filmes pornográficos japoneses com mais saída dedicam grande parte do tempo a mostrar corpos femininos a serem beijados e acariciados. Parecem “gostar” mais das mulheres do que os seus congéneres ocidentais, que apenas as “exploram”. Da próxima vez quero falar-vos de um filme pornográfico destinado às mulheres que se chama ‘Amor Entre Rapazes’ e que nos mostra o amor gay e outras aventuras. Este sub-género tem actualmente muita popularidade nos sites que partilham vídeos como o Youtube.com. Termino com as palavras de Lemy Motörhead: “Não podemos ser só de uma cor. Para esta coisa do sangue vir algum dia a funcionar como deve de ser, temos de misturar as raças e fornicarmos desalmadamente até ficarmos todos mulatos.” Da próxima vez que se deparar com racismo, lembre-se destas palavras. Noutra cidade, noutro lugar, noutra raça. Hasta la vista.


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DESPORTO

Automobilismo BMW APRESENTOU O SEU “ART CAR” PARA O GP MACAU

Um projecto arrojado

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18º exemplar da Colecção BMW Art Car vai participar no 64º Grande Prémio de Macau e foi apresentado a semana transacta na China continental. No Museu de Art Minsheng, em Pequim, em frente a centenas de convidados, incluindo alguns membros da administração da BMW AG, a artista chinesa Cao Fei revelou o seu projecto que ficará aqui exposto até Novembro. O BMW M6 GT3 empregará uma “realidade aumentada e virtual” e aborda o “futuro da mobilidade, como a condução autónoma e a digitalização”. Com 39 anos, Cao Fei, mais conhecida pelo seu projecto online RMB City (um mundo virtual projectado para o jogo de realidade alternativa Second Life), tornou-se a artista mais jovem a fazer um trabalho desta natureza para a BMW. O carro será visto a correr numa decoração em preto-carbono, isto porque que o design criado pela artista chinesa só é possível ser visto no mundo virtual. “O BMW Art Car da Cao Fei é uma reflexão sobre a velocidade da mudança na China, sobre a sua tradição e o seu futuro”, era possível ler no comunicado da BMW. O projecto artístico está dividido em três componentes: um vídeo de um praticante espiritual viajando no tempo, recurso à realidade aumentada, exibindo fluxos coloridos de luz, acessíveis através de uma aplicação dedicada e o carro de corrida BMW M6 GT3 no seu preto-carbono original.

“Para mim, a luz representa pensamentos. Como a velocidade dos pensamentos não pode ser medida, o #18 Art Car questiona a existência de limites na mente humana”, diz Cao Fei, lembrando que “nós estamos a entrar numa nova era, onde a mente controla directamente objectos e onde os pensamentos podem ser transferíveis, como

operações não tripuladas e inteligência artificial… Que atitudes e temperamentos seguram a chave que abrirá a porta para uma nova era?” A tradição dos “BMW Art Car”, carros de competição cuja decoração fica a cargo de um artista de renome, como Alexander Calder, Andy Warhol ou Jeff Koons, remonta a 1975. Até

• Comunicado da BMW “O BMW Art Car da Cao Fei é uma reflexão sobre a velocidade da mudança na China, sobre a sua tradição e o seu futuro.”

hoje foram produzidos dezassete carros, sendo o exemplar que será visto a acelerar nas ruas de Macau o dezoito. O dezoito também será o número escolhido para a corrida em Macau, isto devido á simbologia do número na cultura chinesa. Esta será primeira vez que um “BMW Art Car” corre no Circuito da Guia.

BRASILEIRO AO VOLANTE

Entretanto, a BMW Motorsport já escolheu quem irá pilotar o seu carro entre nós no mês de Novembro. Apesar de contar nas suas fileiras com um especialista no Circuito da Guia e duas vezes vencedor da corrida de Fórmula 3, o português António Félix da Costa, o construtor alemão escolheu outro piloto lusófono para conduzir o BMW M6 GT3 especial, neste caso o brasileiro Augusto Farfus. O piloto de Curitiba conhece bem as ruas da RAEM, tendo vencido por duas ocasiões quando a Corrida da Guia pontuava para o WTCC. Este carro será inscrito na corrida Taça GT Macau que este ano comemora a sua décima edição. Por confirmar está se esta mesma Taça GT Macau dará corpo pelo terceiro ano consecutivo à Taça do Mundo FIA de GT, apesar de Pun Weng Kun, Presidente do Instituto do Desporto do Governo da RAEM e Coordenador da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, ter dado sinais no sentido da continuidade durante a cerimónia do anúncio do patrocinador principal do evento. Sérgio Fonseca

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BENFICA ATAQUE FINAL A ANDRÉ MOREIRA

André Moreira, guarda-redes de 21 anos do Atlético de Madrid, corre sozinho para a baliza do Benfica e pode ser garantido a qualquer momento pelos encarnados. O negócio não está ainda concluído, mas a aposta dos tetracampeões nacionais é grande e neste momento prepara-se um ataque final para garantir aquele que é visto como o sucessor de Ederson Moraes na baliza encarnada. As diligências têm sido feitas através da Gestifute de Jorge Mendes, que representa o futebolista e mantém relações de excelência com o Atlético de Madrid, mas os valores exigidos pelos espanhóis foram desde o início consideradas elevadas pelos encarnados. Nunca foram conhecidos os números que o clube de Madrid pretendia para deixar sair o seu terceiro guardaredes, mas empréstimo com opção de compra ou transferência em definitivo, a verdadeira vontade das águias, foram aflorados. Joel Pereira, 20 anos, do Manchester United, perdeu a corrida na Luz para André Moreira.

BAYERN MUNIQUE RENATO SANCHES NA LISTA DE TRANSFERÍVEIS

O futuro de Renato Sanches continua em aberto. Segundo o jornal Bild, o médio internacional português foi colocado pelos dirigentes do Bayern na lista de transferíveis e pode abandonar o clube durante o defeso, caso se proporcione um bom negócio para os cofres do emblema bávaro. Escreve aquela fonte que o Bayern está disponível para libertar o jogador por uma verba a ronda os 35 milhões de euros, para assim recuperar grande parte do investimento feito quando o contratou o jogador ao Benfica, na época passada. Manchester United, Inter de Milão, Juventus, Mónaco ou Marselha são alguns dos potenciais destinos, sendo que um empréstimo é também um cenário em cima da mesa.

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AVISO

AVISO

Faz-se público que o prazo limite para a entrega das propostas no âmbito do concurso público da “Empreitada de Construção do Centro de Formação e Estágio de Atletas” publicado em 24 de Maio de 2017 no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, n.º 21, II Série, vai prolongarse por mais 14 (quatorze) dias, passando a data limite de entrega de propostas para o dia 28 de Junho de 2017, até às 17,00 horas, e a data de realização do acto público para o dia 29 de Junho de 2017, pelas 9,30 horas. Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 2 de Junho de 2017. O Coordenador, Chau Vai Man

Faz-se saber que, em relação ao concurso público para «Empreitada de Construção do Centro de Formação e Estágio de Atletas», publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 21, II Série, de 24 de Maio de 2017, foram prestados esclarecimentos, nos termos do artigo 2.2 do programa do concurso, e foi feita aclaração complementar conforme necessidades, pela entidade que realiza o concurso e juntos ao processo do concurso. Os referidos esclarecimentos e aclaração complementar encontram-se disponíveis para consulta, durante o horário de expediente, no Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, sito na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, Macau. Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 1 de Junho de 2017. O Coordenador Chau Vai Man


20 OPINIÃO

hoje macau quarta-feira 7.6.2017

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NTENDER as origens do autoritarismo político é de vital importância para as modernas democracias. Os últimos trabalhos em psicologia evolutiva, sugerem que a preferências das pessoas, podem ser uma resposta biológica a duras experiências nas primeiras etapas de vida. Quem viveu a pobreza na infância mostra uma marcada tendência para na vida adulta preferir um líder autoritário. A essa conclusão muito importante. chegou um estudo sobre “A pobreza na infância cria preferência por líderes autoritários”, realizado pelo “Instituto Francês de Neurociências Cognitivas”. O que vivemos na nossa infância influencia as nossas atitudes políticas? Os resultados a essa pergunta foram recentemente publicados na revista “Evolution and Human Behavior”. Tendo sofrido da pobreza, o jovem está associada a uma maior adesão a atitudes políticas autoritárias na idade adulta, não só na população francesa, mas também, em outros quarenta e seis países europeus, e compreender as origens do sucesso do autoritarismo, é uma chave importante para a manutenção das actuais democracias. A partir do início do ano 2000, a maioria dos países ocidentais tem assistido a um aumento histórico dos partidos autoritários, e as atitudes autoritárias estão a espalhar-se em muitos partidos políticos. A análise destes fenómenos políticos é mais frequente, e tem base factores contextuais, como a crise económica ou a ameaça do terrorismo, que promovem atitudes de facto autoritárias. Todavia, pesquisas recentes em biologia e psicologia, têm mostrado que o ambiente em que um indivíduo é exposto durante a infância também, pode influenciar o seu comportamento na idade adulta.Aprimeira questão será a de descobrir se tais processos foram envolvidos no desenvolvimento das atitudes políticas, especificamente, analisando o efeito da pobreza na infância sobre as atitudes autoritárias. Os pesquisadores, para medir as preferências políticas, basearam-se em testes, pedindo aos participantes as suas primeiras impressões sobre rostos. Os estudos de psicologia anteriores, mostraram que as atitudes políticas influenciavam preferências por determinados tipos de rostos, e julgamentos simples das caras dos candidatos, permitia prever o resultado de eleições políticas. Os pesquisadores do “Laboratório de Neurociência Cognitiva” de França, mediram a preferência por políticos fictícios, representados por rostos modelados

por computador e calibrados para representar os níveis de variáveis de dominância e de confiança. As dimensões da confiança e dominância são ortogonais entre si. Todas as combinações são possíveis, pois um rosto pode ser muito dominante e não confiável, muito dominante e muito confiável, um pouco dominante e não confiável ou um pouco dominante e muito confiável. Foram realizados dois testes, sendo um simplificado para crianças e outro para adultos, tendo participado no primeiro, quarenta e uma crianças de sete anos, que tiveram de escolher entre rostos mais ou menos dominantes e confiáveis, como o seu capitão de equipa para os liderar em uma expedição nas montanhas. O primeiro teste mostrou que crianças expostas a condições socioeconómicas desfavoráveis, preferiram capitães mais dominantes e menos confiáveis do que seus colegas, que vivem em ambientes mais favoráveis. Tendo por base este efeito precoce da pobreza, os pesquisadores ficaram interessados, então, em saber a sua influência sobre as preferências políticas subsequentes. A parceria com o “Instituto Ipsos”, permitiu medir as preferências de uma amostra representativa da população francesa (mil participantes, método das quotas) para os homens políticos, mais ou

SIR LUKE FILDES, THE WIDOWER (1875)

“The concern that poverty and economic inequality pose a threat to the quality and even survival of democracy has taken on new urgency in recent years.” Poverty, Inequality, and Democracy Francis Fukuyama, Larry Diamond and Marc F. Plattner

DAVID GORDON GREEN, OUR BRAND IS CRISIS

A pobreza e a dinâmica

menos dominantes e confiáveis. Nesta parte do estudo, os rostos mais ou menos dominantes e de confiáveis foram apresentados aos participantes pares de forma aleatória, com a pergunta “em quem votariam? Este estudo revelou que ter vivido a pobreza durante a infância, aumentou a preferência pelos políticos dominantes e indignos de confiança na idade adulta e que, independentemente do nível de escolaridade e socioeconómico actual dos participantes. A equipa de investigação ficou finalmente e directamente interessada nas atitudes explicitamente autoritários, pedindo aos participantes para estudar o seu nível de aderência à segunda frase: “Eu acho que ter como líder do país um homem forte que não tem de se preocupar com o parlamento ou eleições é uma coisa boa.”. A análise dessas respostas mostrou que ter vivido a pobreza durante a infância, aumentou a adesão a atitudes explicitamente autoritárias, não só na amostra da população francesa, mas também em mais quarenta e seis países europeus. Através de três testes diferentes, estes trabalhos permitem destacar a importância dos factores iniciais, para determinar as atitudes políticas e assim enriquecer a compreensão das dinâmicas das democracias. As obras

empíricas, durante décadas, demonstraram que a dureza do meio envolvente, afecta sistematicamente as preferências políticas. A ameaça perceptível para a segurança e as visões mundiais perigosas, de facto, correlacionam-se com o autoritarismo de direita, e os cenários de ameaça ou de guerra, induzem sistematicamente, à preferência por líderes mais altos, masculinos, dominantes e menos confiáveis. É importante, que a essa mudança de autoritarismo, também aparece como resposta a ameaças não-políticas. O patógeno e a prevenção de doenças, por exemplo, são um problema importante na evolução humana, e correlacionam-se com o grau de autoritarismo a nível nacional e individual. Em conjunto, esses estudos sugerem que a preferência por líderes fortes é uma resposta evolutiva profundamente enraizada aos agentes externos. No entanto, as sugestões do ambiente actual dos indivíduos não são os únicos sinais que afectam o comportamento. Os sinais percebidos, durante a infância são realmente cruciais para calibrar os comportamentos actuais e futuros. O ambiente da infância fornece sinais sobre o tipo de meio que os indivíduos provavelmente enfrentarão, como adultos, ou o tipo de recursos físicos que podem confiar para o seu desenvolvimento. Em consonância


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OPINIÃO perspectivas

JORGE RODRIGUES SIMÃO

das democracias

com esta ideia, pesquisas empíricas mostram que os fenótipos são ajustados às condições iniciais, através de trinta e seis mecanismos de desenvolvimento múltiplos. Os animais, por exemplo, que viveram um período de alto “stress” na fase juvenil, passam a estar mais orientados para o presente, e priorizam a sobrevivência imediata e a reprodução sobre os benefícios a longo prazo. As pessoas que nascem com baixo peso ou que sofrem “stress” psicossocial e interrupção familiar na infância, amadurecem mais cedo e têm o seu primeiro filho mais jovens, que o restante da população. A dureza nos estádios iniciais de desenvolvimento também induz a mudanças importantes na cognição social. Por exemplo, independentemente do seu estatuto socioeconómico, ulterior na vida, os adultos que cresceram em ambientes com elevado nível de “stress”, são mais sensíveis a ameaças sociais e emoções negativas, que podem ser adaptáveis em ambientes mais competitivos e violentos. O objectivo do estudo realizado pelo “Instituto Francês de Neurociências Cognitivas” aconselha também, estudar se as preferências dos líderes são influenciadas por sugestões de dureza na infância, independentemente das circunstâncias actuais dos indivíduos. Para

testar esta hipótese, seria de confiar em uma medida robusta de dureza na infância, como a privação de recursos. Aprivação de recursos infantis reflecte realmente níveis mínimos de recursos e aumento da instabilidade e exposição a eventos adversos, ou seja, a privação de recursos constitui um servidor interessante para o nível de “stress” externo, experimentado durante a infância. Logo, avalia-se o impacto da privação durante a infância nas preferências dos líderes infantis, e depois avalia-se o seu efeito duradouro na idade adulta. Para medir as preferências dos líderes de forma consistente em crianças e adultos, depende da percepção dos participantes sobre os rostos, como foi efectuado. Pesquisas extensas em psicologia, de facto, mostraram que os sinais faciais são usados para escolha de líderes tanto em adultos como em crianças, e que seu uso prevê de forma confiável nos resultados eleitorais. Os estudos transnacionais e manipulações experimentais mostraram que a importância concedida a sinais faciais específicos, como confiabilidade ou domínio, é sensível a factores envolventes. Da mesma forma, as diferenças políticas da vida real entre democratas e republicanos, têm sido associadas a diferenças estáveis nas preferências faciais, ao escolher um líder. Esses resultados sugerem que a confiança das pessoas em sinais faciais específicos para escolher um líder é um “proxy” confiável das suas preferências políticas reais. No referido estudo, foi explorado o embate diferencial de dominância e confiabilidade, nos julgamentos sociais, para investigar o impacto da privação da infância sobre a preferência por líderes autoritários. Mais precisamente, foram usados rostos controlados tanto pela dominância, quanto pela confiabilidade, para medir a forma como a experiência adversa precoce, pode moldar o uso dessas duas questões faciais para escolher um líder. Finalmente, foi confirmada a associação entre as preferências dos líderes e a privação da infância, e analisado o impacto do autoritarismo extremo, auto-relatado em uma amostra nacional francesa e europeia em larga escala. O objectivo do primeiro estudo foi investigar o efeito imediato da pobreza infantil na preferência das crianças por líderes fortes. Para isso, foi adaptado um projecto experimental existente que desencadeia preferências políticas em crianças. O segundo estudo consistiu no facto dos participantes adultos, terem que escolher em quem votariam em uma eleição nacional, entre o “avatar” que defronta-se parametricamente, variando em

À medida que as gerações mais novas atingem a maioridade e começam a votar, os candidatos autoritários podem tornar-se cada vez mais populares

confiabilidade e domínio. Os participantes também relataram a sua preferência por líderes autoritários, para investigar a relação entre privação na infância e as atitudes autoritárias explícitas. O terceiro estudo teve a ver com o impacto da privação na infância, sobre a preferência por líderes fortes, sendo analisado através de uma pesquisa sociológica de grande escala, realizada em mais de sessenta e seis mil entrevistados residentes em quarenta e seis países europeus. As experiências efectuadas pelos pesquisadores procuraram compreender o impacto do meio ambiente infantil nas preferências políticas. Em consonância com a sua hipótese, descobriram que viver a pobreza, durante a infância prejudica as preferências em relação aos líderes dominantes. Estes resultados são consistentes com a literatura sobre o efeito de ameaças externas sobre preferências políticas. Por exemplo, as análises de registos históricos revelaram o aumento do autoritarismo durante períodos de ameaça social e económica como a “Grande Depressão” e o final da década de 1960 e 1970 nos Estados Unidos. As ameaças agudas de 9 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos e os atentados de Londres em 2005, igualmente, foram fortemente associadas ao aumento do conservadorismo e do autoritarismo. Os estudos actuais, no entanto, sugerem que o efeito das ameaças externas é muito mais abrangente do que se pensava anteriormente. Os resultados, de facto, revelam um efeito imediato de experiências adversas precoces nas preferências das crianças, bem como, um efeito adiado nas preferências políticas dos adultos. Este efeito adiado foi evidenciado tanto na tarefa experimental como em auto-relatos, e sugere a existência de um impacto directo da dureza do meio ambiente infantil nas atitudes políticas. No entanto, não se pode excluir a existência de uma variável não observada, que poderia afectar as atitudes políticas dos adultos, e o meio ambiente infantil de forma independente. Além disso, vale a pena notar que mesmo que a descoberta tenha sido a mesma em quarenta e seis países europeus diferentes, factores genéticos, também podem ser parcialmente responsáveis pelos resultados. Na verdade, demonstrou-se que o autoritarismo é parcialmente determinado geneticamente. As descobertas presentes serão, assim, reforçadas por pesquisas futuras envolvendo choques externos em ambientes experimentais ou ensaios naturais. No entanto, para controlar factores de confusão, deviam ser incluídos vários exames nos modelos que permitissem demonstrar que o efeito da dureza do meio ambiente infantil, nas atitudes políticas é independente do estatuto actual, eventos da vida recente, nível educacional, estilo parental, bem como da confiança dos participantes em instituições políticas. Esta verificação de robustez, sugere um impacto limitado de variáveis observáveis omitidas no estudo. A ideia de que as preferências dos líderes, emergem relativamente cedo na infância e orienta o comportamento dos

indivíduos durante toda a vida, é consistente com estudos longitudinais que mostram que a orientação do autoritarismo de direita é estável durante anos. Além disso, a pesquisa de imagens cerebrais mostrou diferenças substanciais, entre adultos que experimentaram ambientes com “stress”, como crianças em áreas cerebrais envolvidas em avaliações de rosto. O impacto da pobreza na infância evidenciado no estudo pode depender de mudanças profundas no funcionamento do cérebro. Além disso, os estudos também podem lançar luz sobre a base ecológica de atitudes políticas, como o autoritarismo e o seu valor adaptativo. Na verdade, demonstrou-se que as escolhas dos líderes são principalmente determinadas por julgamentos de competência. Essa associação entre a competência percebida e a escolha do líder pode explicar, porque os líderes dominantes são percebidos como mais atraentes em ambientes de elevado “stress”. Do ponto de vista ecológico, os ambientes de elevado “stress” são mais competitivos e menos cooperativos. Nesses ambientes, os indivíduos dominantes, que procuram superar os outros, são naturalmente capazes de adquirir maiores quantidades de recursos e, portanto, aparecem mais competentes. Finalmente, esses estudos podem oferecer uma nova maneira de explicar as mudanças de longo prazo nas atitudes políticas. A calibração inicial das preferências sociais de facto, sugere que a vida política não é apenas influenciada pelas circunstâncias actuais, como as recessões, guerras e actos de terrorismo, mas também pelas circunstâncias experimentadas pelos eleitores quando eram jovens. Tal pode ter um efeito protector contra as circunstâncias agravantes, quando os eleitores experimentam situações favoráveis​​ como as crianças, mas também podem prejudicar os efeitos benéficos das melhorias actuais no ambiente pessoal. Por exemplo, no início da década de 1970, após trinta anos de prosperidade crescente, cada vez mais pessoas começaram a abraçar valores pós-materialistas, como enfatizava a autonomia e a auto-expressão. No entanto, as crianças nascidas e criadas antes da II Guerra Mundial, que sofreram a recessão dos anos trinta e as restrições da guerra, continuaram a aderir aos valores materialistas, enfatizando a segurança económica e o autoritarismo. Os países ocidentais, por outro lado, desde a década de 1970, experimentaram mais de trinta anos de estagnação económica e desigualdades crescentes. O efeito do elevado “stress” sobre as atitudes políticas das pessoas, pode ter sido atenuado, algum tempo, pela presença de grandes conjuntos de indivíduos criados durante períodos de prosperidade crescente de 1945 a 1975, e cujas atitudes políticas ainda foram influenciadas por uma infância favorável. Mas, à medida que as gerações mais novas atingem a maioridade e começam a votar, os candidatos autoritários podem tornar-se cada vez mais populares.


22 (F)UTILIDADES TEMPO

POUCO

hoje macau quarta-feira 7.6.2017

O QUE FAZER ESTA SEMANA Diariamente

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EXPOSIÇÃO | “TENTATIVE NOTEBOOK - WORKS BY RUI RASQUINHO” Art for All Society, Jardim das Artes | Até 14/06 EXPOSIÇÃO “AMOR POR MACAU” DE LEE KUNG KIM Museu de Arte de Macau | Até 9/7 EXPOSIÇÃO “CONSTELLATION” DE NICOLAS DELAROCHE Galeria do Tap Seac | Até 08/10

O CARTOON STEPH

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 51

PROBLEMA 52

UM DISCO HOJE

SUDOKU

DE

C I N E M A

1.18

O VERBO FAZER

EXPOSIÇÃO DE DANIEL VICENTE FLORES Albergue SCM | Até 4/6

Cineteatro

YUAN

AQUI HÁ GATO

FAM – EXPOSIÇÃO “A ARTE DE ZHANG DAQIAN” Museu de Arte de Macau | Até 5/8

EXPOSIÇÃO “DESTROÇOS” DE VHILS Oficinas Navais, nº. 1 Até 31/11

0.23

Faz-se já tudo, sim, a correr, em simultâneo, como um multi-instrumentalista a imitar Durga ou Ganesha, como um Chaplin apressado a preto e branco, musicado com ritmo circense. Claro, produz-se num ápice, num segundo de concepção, enquanto se elabora a constituição de coisa nenhuma. Este é o mundo das formigas que transportam bem mais do que o seu próprio peso, a correr por carreiros sulcados por outras formigas, num comunal esforço de engenho colectivo pronto para ser esmagado por um pé. Faz-se tudo e já, não interessa bem o quê, desde que seja muito e visível. Mantras de uma sociedade que se perde em excessos de consumo, arritmias e mil e um produtos de candonga. Que se edifique em ramo verde, sem ponderar, automaticamente e em altitude, porque os céus assim o pedem. Produz-se tudo, imediatamente, como um reflexo biológico, uma torrente nascida na fonte da ansiedade de encher o mundo de inutilidades. Que as linhas de montagem encham o planeta e os autómatos ocupem os lugares de operários de carne e osso. O nervo não é importante nesta Era, só chateia. Venham os circuitos, os chips e as baterias, enquanto o sangue e o osso se tornam uma relíquia do passado. Que Sísifo esqueça o calhau e vá para casa, porque a montanha vai estar lá sempre, eterna, a representar o labor que esmaga como a gravidade. Pu Yi

“OTHER WORLDS OTHER SOUNDS” | ESQUIVEL

Gravado há quase 60 anos, este disco é uma pérola luxuosa do exotismo musical do final dos 1950. Com grandes orquestrações, a evocar o mundo fantástico do cinema, não faltam neste disco metais gritantes, flautas, xilofones e uma atmosfera lounge e jazzy de sedução. Esquivel é um clássico, um músico inovador, com dezenas de discos gravados e um dos nomes cimeiros da “Space Age Pop”. Neste álbum destacam-se as faixas “Poinciana”, “Granada” e a versão de “Night and Day”.Amúsica de Juan Esquivel confere sempre uma atmosfera especial, nostálgica e vibrante, a qualquer festa. Banda sonora especialmente apropriada para dias de calor. João Luz

WONDER WOMAN SALA 1

WONDER WOMAN [B] Fime de: Patty Jenkins Com: Chris Pine, Connie Nielsen, Robin Wright, Danny Huston 14.30, 16.45, 19.15, 21.30 SALA 2

GET OUT [C] Fime de: Jordan Peele Com: Daniel Kaluuya,

Allison Williams, Bradley Whitford 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 3

BAYWATCH [C] Fime de: Seth Gordon Com: Dwayne Johnson, Zac Efron, Alexandra Daddario 14.30, 16.45, 19.15, 21.30

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Isabel Castro; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Sofia Margarida Mota Colaboradores António Cabrita; Anabela Canas; Amélia Vieira; António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; João Paulo Cotrim; João Maria Pegado; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Manuel Afonso Costa; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Paulo Maia e Carmo; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fa Seong; Fernando Eloy; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


23 ÓCIOSNEGÓCIOS

hoje macau quarta-feira 7.6.2017

MACAU, LET´S GO JACQUES SCHURR, MENTOR

Cultura para todos São estrangeiros, têm como língua comum o inglês, gostam de actividades culturais e não entendem o idioma local. Foi com esta situação em mente que surgiu a “Macau, Let´s Go”. O objectivo é dar a conhecer a “movida” da cidade

A

“Macau Let´s Go” é uma iniciativa de três amigos que querem dar a conhecer ao território o que nele se faz. A ideia, para já, é constituir uma plataforma de divulgação e, assim, preencher uma lacuna na comunicação dos eventos locais. O objectivo é fazer chegar à comunidade estrangeira que vive no território os eventos que vão tendo lugar. “A ideia da ‘Macau Let´s Go’ apareceu muito naturalmente”, conta Jacques Schurr, um dos mentores da plataforma. “Estávamos os três – eu a minha mulher Suryana Masse e um amigo comum, Michaël Borg – a falar sobre Macau e da dificuldade que sentíamos em encontrar eventos no território. Queríamos ter acesso a iniciativas de cariz cultural em que as pessoas se pudessem encontrar, e falar um pouco de arte e de cultura”, recorda o responsável. Aliada à presença nos eventos, está o encontro destas pessoas e a possibilidade de conhecer mais gente na terra onde agora trabalham e vivem. “Para conseguir concretizar esta ideia resolvemos começar por ter esta página em que divulgamos informações sobre Macau”, diz Jacques Schurr . A iniciativa, que começa com a criação de uma página no Facebook, está para já numa fase muito inicial. “Tentamos saber os eventos que estão a acontecer e colocamos na página, em inglês.” No entanto, faz parte dos planos para o futuro uma evolução no sentido de, um dia, poder produzir eventos, sendo que, para já, Jacques Schurr diz ainda não saber que tipo de actividades poderão ser feitas. Mas, afirma, “a ‘Macau Let´s Go’ que contribuir para a dinâmica cultural local”.

A LÍNGUA QUE SEPARAVA

Acriação da “Macau Let´s Go” não se prende com a falta de divulgação dos eventos locais, mas sim com a língua em que são divulgados. “Não é que não exista divulgação suficiente

no território. Mas não é à nossa maneira, e não é através de uma língua que entendamos”, explica o responsável. “Não somos chineses, não somos portugueses. Somos de vários países. Se soubéssemos chinês, se calhar seria diferente. Esta plataforma é para pessoas como nós”, diz. “Podemos não ser muitos mas vivemos aqui, fazemos parte da população e gostamos de ver coisas”, reitera. Para se fazer entender melhor, Jacques Schurr exemplifica: “Ainda

“Queríamos ter acesso a iniciativas de cariz cultural em que as pessoas se pudessem encontrar, e falar um pouco de arte e de cultura”

agora, nas corridas dos barcos-dragão, tínhamos alguma informação em inglês, mas foi um pouco difícil para nós e para pessoas que conhecemos ter informação concreta acerca de quando e onde eram realizadas, porque a maior parte da informação estava em chinês”. Para facilitar as traduções, Suryana Masse, também criadora da plataforma, já começou com aulas de chinês e a “Macau Let´s Go” conta com a ajuda da sua professora para traduzir conteúdos. Quanto ao português, a “Macau Let´s Go” tem a colaboração de amigos. “São pessoas que trabalham connosco, que nos traduzem as coisas e, mais do que isso, nos mantêm informadas acerca do que vem em língua portuguesa. São elas que nos ajudam, por exemplo, com as notícias dos jornais e da televisão.”

UMA TERRA COM ALGUM MOVIMENTO

Macau não tem um “vida louca”, o que para Jacques Schurr não é de estranhar.

https://www.facebook.com/macauletsgo/

“É um território pequeno e temos de ter esse factor em consideração”, diz. Esta é uma característica que faz com que o território não tenha tantas exposições quando comparando, por exemplo, com Hong Kong. No entanto, Jacques Schurr tem constatado que as pessoas têm mostrado um interesse crescente e “há cada vez mais gente a querer mais para Macau e a querer ver coisas”, pelo que “cabe a Macau oferecer mais propostas”. “Pessoalmente, e tendo em conta as minhas preferências, gostava de mais oferta no que respeita ao cinema e à fotografia.” Quando se fala da “Macau Let´s Go”, as portas estão abertas para a divulgação de todo o tipo de acontecimentos. “Qualquer que seja a actividade que tire as pessoas de casa é bem-vinda”, sublinha Jacques Schurr. Sofia Margarida Mota

sofiamota.hojemacau@gmail.com


O

empresário de Macau David Chow assinou um acordo com o governo de Cabo Verde para a abertura de um banco, alargando os investimentos no país africano, onde tem em construção o maior empreendimento turístico do arquipélago. O memorando de entendimento, assinado pela embaixadora de Cabo Verde em Pequim, Tania Romualdo, e por David Chow, na qualidade de presidente da Legend Globe Investment Company, visa estabelecer, na cidade da Praia, uma instituição de crédito denominada Banco Sino-Atlântico. Nos termos do acordo, o grupo Legend Globe Investment deve apresentar ao Banco de Cabo Verde um projecto e respectivo requerimento no prazo de seis meses, segundo um comunicado enviado pelo delegado de Cabo Verde junto do Fórum Macau, Mário Vicente. O memorando de entendimento foi firmado na passada quarta-feira, dia 31, durante a cimeira sobre a construção da plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa, realizada em Macau. O novo banco tem como objectivo “contribuir para o desenvolvimento do sistema financeiro da República de Cabo Verde, dar apoio às pequenas e médias empresas do país, facilitar os pagamentos locais e internacionais e, de modo geral,

O

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Partido Ecologista Os Verdes pediu ontem esclarecimentos ao ministro da Cultura sobre os alegados estragos no Convento de Cristo, em Tomar, decorrentes da rodagem de um filme de Terry Gilliam no local. O partido entregou ontem, na Assembleia da República, uma pergunta em que questiona o Governo sobre a utilização do Convento de Cristo, “um monumento excepcional”, declarado em 1983 Património Mundial da UNESCO, “com o qual todos os portugueses se identificam, em particular os tomarenses”. Em causa estão alegados estragos causados no Convento de Cristo durante a

quarta-feira 7.6.2017

É este mar imenso/de azul denso/que em hora incauta/me fez/ para sempre/argonauta” Josué da Silva

Cabo Verde DAVID CHOW ASSINA ACORDO PARA ABRIR BANCO

Patacas mornas

LONDRES TERCEIRO ATACANTE ERA ITALIANO DE ORIGEM MARROQUINA

O nome do terceiro autor dos atentados de sábado em Londres foi ontem identificado como sendo Youssef Zaghba, filho de um marroquino e de uma italiana, avança a BBC. Tinha sido detido em 2016 pelas autoridades italianas em Bolonha. Nascido em Fez, Marrocos, Zaghba de 22 anos, foi detido no aeroporto de Bolonha em Março de 2016, de onde pretendia partir para a Turquia para daí chegar à Síria, segundo o jornal italiano Corriere della Sera.

ANGOLA QUEIMADAS 1,5 TONELADAS DE MARFIM APREENDIDO

O novo banco tem como objectivo “contribuir para o desenvolvimento do sistema financeiro da República de Cabo Verde, dar apoio às pequenas e médias empresas do país, facilitar os pagamentos locais e internacionais e, de modo geral, apoiar a política monetária definida pelo Governo”

apoiar a política monetária definida pelo Governo” de Cabo Verde, refere a mesma nota de imprensa, divulgada na segunda-feira.

NEGÓCIOS ALARGADOS

Esta nova proposta de investimento “num sector considerado importante e prioritário para o processo de desenvolvimento da

economia cabo-verdiana” vem alargar os negócios de David Chow no país lusófono, onde o empresário está a construir um complexo turístico, que inclui um ‘hotel-resort’, marina, centros de convenções e casino. Trata-se do maior empreendimento turístico previsto para o país, resultante de um investi-

mento do grupo Macau Legend, estimado em 250 milhões de euros – cerca de 15% do Produto Interno Bruto de Cabo Verde. A primeira pedra do projecto no Ilhéu de Santa Maria/ Gamboa, na cidade da Praia, foi lançada em Fevereiro do ano passado, estando a abertura prevista para 2019.

Conta-me lá como foi

Governo questionado sobre alegados estragos no Convento de Cristo

rodagem do filme “O homem que matou D. Quixote”, de Terry Gilliam, denunciados numa reportagem da RTP emitida na sexta-feira. Na reportagem, vários funcionários - sob anonimato - falam de telhas e pedras partidas, árvores cortadas e danos no edifício por ter sido ateada uma fogueira num claustro. No pedido, Os Verdes querem saber especificamente se “a quem e para que efeito concreto foi cedido o Convento de Tomar”, se no contrato de cedência do espaço para a rodagem do

As autoridades angolanas queimaram cerca de 1,5 toneladas de marfim, quantidade que no mercado negro podia valer perto de um milhão de euros, para garantir o compromisso do país em acabar com a actividade. A iniciativa, promovida para assinalar o dia mundial do Ambiente, aconteceu na segunda-feira, no Parque Nacional da Quiçama, arredores de Luanda, e o marfim destruído, entre dentes em bruto e algumas peças trabalhadas, foi apreendido em diversos pontos do país entre 2016 e 2017. De acordo com o Ministério do Ambiente, as apreensões de marfim foram feitas sobretudo no aeroporto 4 de Fevereiro, em Luanda, ponto principal da saída deste comércio ilegal, sobretudo para os países asiáticos, mas também no sul, na província do Cuando Cubango, que tem as maiores concentrações de elefantes em Angola. “Com este acto, Angola assume o firme compromisso de continuar a desenvolver acções para preservar o Ambiente e também dizer ao mundo não à morte de elefantes, não ao comércio ilegal de animais e não à corrupção”, disse a ministra do Ambiente, Fátima Jardim, durante a destruição deste marfim.

filme estava contemplado o recurso a fogo e se foram abatidas árvores no local. “Qual foi a entidade pública responsável pela apreciação e autorização das filmagens? Qual o valor total pago pela taxa de cedência do Convento para as filmagens realizadas?”, pergunta ainda o partido.

INQUÉRITO EM CURSO

Terry Gilliam

Na segunda-feira, em resposta a um pedido de esclarecimento da Lusa, a produtora portuguesa Ukbar Filmes disse que a rodagem cumpriu “todas as condições estipuladas” e teve “sempre acompanhamento técnico” dos profissionais do monumento. Os produtores Pablo Iraola e Pandora da Cunha Telles reconheceram que

se verificaram alguns danos na rodagem - seis telhas convencionais partidas e “quatro fragmentos pétreos de dimensões reduzidas” - e que “foram devidamente contabilizados pela equipa de peritagem associada ao convento, que tão bem conhece o espaço e fez a sua avaliação antes e depois da rodagem”. Por causa da reportagem da RTP, a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), que tutela o mosteiro, revelou à Lusa que vai abrir um inquérito para apurar a veracidade sobre alegados estragos e o Bloco de Esquerda requereu uma audição parlamentar do ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, com carácter de urgência.


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