Hoje Macau 7 JUL 2015 #3366

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Duas óperas pedro lystmann

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orçamento

opinião

Para evitar O combate derrapar que falta no futuro rui flores

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hojemacau

lusa

Agência Comercial Pico • 28721006

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Director carlos morais josé

grécia referendo

Oxi genio ´

Asfixiados por uma política de austeridade os gregos gritaram não às propostas da UE. O oxi (não) venceu com o surpreendente resultado de 61,31% contra 38,69% do sim. Varoufakis demitiu-se mas já tem sucessor: chama-se Euclid Tsakalotos e é tido como um dos homens mais próximos de Tsipras.

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terça-feira 7 de julho de 2015 • ANO Xiv • Nº 3366

função pública

Compensações só para alguns dos bolsos política Página

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grande plano

Além de provar que a democracia venceu de uma forma mais expressiva do que se esperava, o referendo que foi a votos no domingo demonstrou também posições estratégicas da Grécia.A análise de dois especialistas que se mostram ainda confiantes no atingir de um acordo

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á quem diga que, na Grécia, venceu a democracia e perdeu o medo. No último domingo, o país gritou um “não” redondo às propostas dos credores internacionais. Arnaldo Gonçalves, especialista em Relações Internacionais, concorda com a frase que marca, actualmente, a imprensa internacional: a democracia ganhou. Mas, mais do que isso, diz o analista, mostrou-se viva e de forma surpreendente. “A maioria que votou no ‘não’ foi muito mais expressiva do que aquilo que imaginava”, começa por dizer Arnaldo Gonçalves ao HM, salientando, contudo, que a vitória por si era de prever. “Mas pensei que seria uma vitória à pele, talvez com 1% de diferença.” Não foi. E o grito dos gregos saiu quase em uníssono, já que 61,31% dos votos demonstraram que a população não quis ceder às propostas do Fundo Monetário Internacional, da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu. Planos que incluíam aumento de impostos e cortes nas pensões e que apenas mereceram a concordância de 38,69% dos gregos. Propostas que, como define Arnaldo Gonçalves, eram “claramente ultimatos” da União Europeia. Os resultados – que as sondagens não previam - mostram que o povo se colocou “ao lado de Alexis Tsipras”, considera o analista, que refere ainda que a vitória no ‘não’ pode ser explicada pela grande mobilização da juventude grega, uma das principais atingidas pela

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lusa

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situação económica na Grécia. Mas, estes resultados levantam também outras questões.

Referendo como estratégia e país na UE

As manchetes dos jornais gregos não deixam espaço para enganos: o fantasma da saída do Euro precede à vitória do ‘não’. Mas, será que a Grécia vai mesmo fazer com que a UE passe a ter menos membros? “Não, definitivamente acho que não. Para já, não sei se sairá do Eurogrupo, que é uma instância informal que não tem estatuto, não tem coisa nenhuma. Como é que uma instância informal – como um grupo de trabalho permanente - da UE expulsa um membro? Não é possível que a possam expulsar. Que criem uma situação que force a Grécia a sair do Euro pode

“Que criem uma situação que force a Grécia a sair do Euro pode acontecer, mas aí quem perde a legitimidade é a UE. A saída da UE ninguém a quer, acho que os gregos também não” Arnaldo Gonçalves Especialista em Relações Internacionais

Grécia Referendo trouxe mais do que o ‘não’. País não sai da

E o povo fez a acontecer, mas aí quem perde a legitimidade é a UE. A saída da UE ninguém a quer, acho que os gregos também não”, realça Arnaldo Gonçalves, sublinhando contudo que tudo depende dos novos desenvolvimentos. Também José Sales Marques, economista e presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau, manifesta ter esperança de que a Grécia vá ficar na UE. “A probabilidade da Grécia sair hoje é ainda mais fraca do que antes do referendo”, sublinha. Também Tsipras assegura que a saída não está sequer a ser pensada. “Considerando as sérias dificuldades das últimas semanas, vocês mostraram-se muito corajosos. Contudo, estou consciente que o mandato aqui não é para romper com a Europa, mas sim para reforçar a nossa posição negocial e procurar uma solução viável.” Ambos os analistas alertam ainda que a realização do referendo pode ter trazido mais na manga do que o que se pensa. Como explica Sales Marques, graças a esta acção a Grécia poderá “até ter mais condições de ficar”. Isto, porque apesar do referendo ter sido “uma

manobra extremamente arriscada e quase roçar por um lado, o desespero, também pode ser visto como oportunismo político”. “A verdade é que passado este momento, penso que toda a Europa - e o mundo - estão mais cientes que é importante a Grécia continuar. Mesmo perante os credores”, diz ao HM. O mesmo diz Arnaldo Gonçalves. “Note-se que foi objectivo de Tsipras convocar o povo grego para

“A verdade é que passado este momento, penso que toda a Europa - e o mundo - estão mais cientes que é importante a Grécia continuar [na UE]. Mesmo perante os credores” José Sales Marques Economista

um referendo, para se pronunciar sobre uma questão essencial, que é o estado da Grécia na União Europeia e no Eurogrupo. Claramente o povo demonstrou que não quer estar lá a qualquer custo.” Se é certo que a votação não aponta imediatamente para uma solução, como frisa Sales Marques, certo é também que a continuidade da Grécia é fundamental para que se perceba que a UE é um espaço “aberto à negociação, de paz e prosperidade”, onde o diálogo é fundamental.

“Minister no More!”

Enquanto a Grécia se prepara para “uma negociação lenta, com muita lavagem de roupa suja e altos e baixos”, como refere Arnaldo Gonçalves, Yanis Varoufakis quase que lava as mãos destes problemas. O Ministro das Finanças grego demitiu-se ontem, num acto surpreendente anunciado no Twitter sob o título “Minister no More!”. Varoufakis diz que deixa o cargo para ajudar o primeiro-ministro a continuar as negociações com os credores internacionais. “Pouco depois de serem anunciados os resultados do referendo,


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Outros países, outros caminhos

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UE, dizem analistas

festa fui informado de uma certa preferência de alguns participantes do Eurogrupo, e de vários parceiros, pela minha ‘ausência’ nas reuniões. Uma ideia que o primeiro-ministro considerou ser potencialmente útil para que conseguisse chegar a um acordo. Por este motivo deixo o Ministério das Finanças “, escreveu. A saída daquele que foi um dos principais intervenientes nas

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China considerou “muito crítica” a questão da dívida grega, mas manifestou-se confiante de que a União Europeia pode resolver adequadamente os problemas da dívida e “ultrapassar” as actuais dificuldades. Como grande investidor da Grécia, o continente diz esperar que o país e os credores internacionais alcancem um acordo, como salientou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying. A China deseja ainda que “a Grécia continue na zona euro” e a questão pode ser explicada facilmente. “É melhor que [a Grécia] fique na UE, porque a China tem uma

negociações pode ter irritado a UE, mas não traz, contudo, muitos problemas aos olhos dos analistas. “Não vai complicar até porque eles já deviam ter combinado isto, porque há uma grande cumplicidade entre Tsipras e Varoufakis. Esta é uma estratégia exemplar, a de surpreender o adversário, criando situações de surpresa para embaraçar a sua posição. E foi exemplar

porque retira [o direito] à UE e à Troika de dizer que não é possível retomar as negociações porque há um homem que está a bloquear e porque é impetuoso radical, duro”, salienta Arnaldo Gonçalves. A escolha de Euclid Tsakalotos para substituir Varoufakis é tida como “excelente” pelo analista. Foi Tsakalotos quem liderou as negociações em Abril, pelo Syriza, e este é, aos olhos de Arnaldo Gonçalves “um belíssimo negociador”. Para o vice-presidente da Comissão responsável pelo Euro, Valdis Dombrovskis, a vitória do ‘não’ dificulta as negociações e “torna mais difícil uma solução”, mas Gonçalves acredita que vai haver um acordo. Tsipras leva novas propostas à cimeira que hoje

acontece e assegura estar pronto para voltar à mesa das negociações. Para Pablo Bohoslavsky, especialista da ONU, os credores da Grécia deveriam ter em consideração a garantia dos direitos humanos do povo para fechar um acordo financeiro. É que “maiores medidas de austeridade não ajudarão o país”, diz. Para a Alemanha, pelo menos até ao fecho desta edição, a Grécia está claramente em risco de insolvência. Resta saber o que vai acontecer, até porque, como diria o filósofo grego Thales de Miletus, “a esperança é o único bem comum a todos os homens: aqueles que nada mais têm ainda a possuem”.

Comissão Europeia defendeu ontem que a “estabilidade da zona euro não está em questão” e que existem actualmente as “ferramentas necessárias” para prevenir que a instabilidade financeira se propague a outros Estados-membros do Euro, como Portugal. A posição da Comissão não é assinada pelos analistas contactados pelo HM, ainda que estes defendam que o referendo que aconteceu na Grécia não deverá acontecer noutros países europeus. “Que está ligada à questão grega está. Se houver rupturas das negociações vamos sofrer com os efeitos e se as negociações correrem mal também”, começa por dizer Arnaldo Gonçalves ao HM, afirmando que o que aconteceu no país não vai acontecer em Portugal, até por causa da posição q u e o governo português está a tomar e que Gonçalves critica. “Não temos de fazer o papel dos alunos bons da senhora Merkel e o primeiro-ministro português expõe Portugal ao ridículo.” Também José Sales Marques acredita que Portugal não vai pelo mesmo caminho. “Não acho que por enquanto Portugal vá seguir esta linha porque isto depende das forças vivas e actuantes no interior dos estados membros e não há nenhuma força que me pareça ter qualquer significado como o Syriza tem. Em Espanha sim”, realça. J.F.

Joana Freitas

joana.freitas@hojemacau.com.mo

China pela manutenção na UE. Crença na continuação do investimento

Não há ninguém que os pare perspectiva sobre UE muito clara, de que esta se deve reforçar e ser um espaço cada vez mais forte e ter uma identidade mais forte no cenário internacional”, começa por dizer a HM José Luís Sales Marques, presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau. “A presença da Grécia na UE é fundamental para isso.” As palavras do também economista são reforçadas com as declarações de Hua Chunying. “Sempre defendemos a integração

europeia, uma Europa próspera e unida e um euro forte”, disse a porta-voz do MNE chinês.

Apostas chinesas

Uma grande empresa estatal chinesa explora dois terminais do porto do Pireu, nos arredores de Atenas, e é candidata à compra de 67% do capital da autoridade portuária local, algo que faz Sales Marques admitir que ainda se espera uma presença chinesa mais forte no país.

Ontem de manhã, um editorial dedicado ao referendo grego num jornal do Partido Comunista Chinês (PCC) afirmava que a União Europeia está confrontada com “um desafio sem precedentes” e “uma dolorosa escolha”. “Para a União Europeia, o apaziguamento com a Grécia é encorajar a falta de cumprimento e a rebelião, que terá consequências negativas no futuro, mas expulsar a Grécia significaria um grave re-

trocesso, outro resultado que não pode permitir “, salientou o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo Diário do Povo, o órgão central do PCC. Para Arnaldo Gonçalves, analista e especialista em Relações Internacionais, não há muito mais que a China possa dizer, até porque agora o tempo é de expectativa. “A China é inteligente e não se vai manifestar já.” J.F. (com Lusa)


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política

Foi ontem tornado público o texto de consulta pública sobre a Lei do Enquadramento Orçamental, que demonstra o esforço para se evitar derrapagens orçamentais. Economistas concordam com a lei e consideram-na “positiva”

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Orçamento Lei de Enquadramento é positiva, dizem economistas

Mostra-me as tuas contas

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rranca hoje a auscultação da consulta pública sobre a Lei do Enquadramento Orçamental, que pretende, entre outros pontos, reforçar a fiscalização das receitas e despesas da Administração e criar um relatório intercalar do orçamento. Tendo em conta a vontade da aplicação desta lei no orçamento de 2017, e sendo necessário que a Assembleia Legislativa (AL) aprove ainda este ano o diploma, o Governo quer ouvir as opiniões da população de forma a melhorar o texto legislativo. O Executivo diz ainda querer mais transparência e equilíbrio orçamental, na sustentabilidade, no regime contabilístico e na eficácia. Necessidades que recebem o aval positivo de economistas ouvidos pelo HM. Com a nova lei, está previsto que “quando a alteração orçamental implique o acréscimo do montante da despesa total de cada uma das partes que compõem o orçamento da RAEM, se deve elaborar a respectiva proposta de lei e submeter-se à apreciação da AL”, pode ler-se no texto de consulta, que abre, contudo, excepções

em casos em que “não se aplique” este método, será então o Chefe do Executivo a fazer respectiva aprovação. Recorde-se que os deputados da Assembleia Legislativa há muito que têm vindo a pedir esta supervisão, de poderem controlar melhor as despesas com obras públicas. É ainda previsto a definição de um valor limite de dotação provisional, ou seja, para a actualização de valores, prevendo-se que não seja superior a 3% do orçamento

“Acho que é positivo haver mais um instrumento de gestão orçamental que até agora não existia” José Sales Marques Economista

inicial. “A nova lei pretende fixar que o valor do limite máximo da dotação não possa ser superior a 3% da despesa global do orçamento, quer do orçamento central, quer dos orçamentos privativos dos organismos autónomos”, lê-se ainda no texto de consulta. Como reforço da integridade, o Governo quer que a elaboração do orçamento tenha mais detalhes: “quanto às empreitadas de obras que se estendem por mais de um ano, a estimativa deve efectuar-se de acordo com o orçamento da despesa e os anos necessários para a sua execução”. Um relatório intercalar do orçamento é ainda proposto pelo Governo que prevê a criação deste relatório no final de Julho de cada ano, dando conta à AL das informações sobre as despesas. “[O relatório] tem como objectivo uma verificação tempestiva da execução orçamental no ano

a que respeita, favorecendo a que a AL melhor entenda a mesma execução orçamental, bem como que o Governo reforce a gestão do

“O que o Governo está a fazer é aquilo que os outros governos fazem: quando há um orçamento rectificativo tem que ir à AL para ser aprovado. Isto é positivo, é bom, seria ridículo que não acontecesse” albano martins Economista

Reparação Predial Revisão de regulamento na AL até final do ano

Castigo para quem não cumpre A

Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) prevê que a revisão do Regulamento Geral da Construção Urbana possa entrar no processo legislativo no final deste ano. A versão revista vem adicionar uma cláusula sobre as penalidades e o aumento dos custos de infracção no caso de reparação de edifícios. O anúncio surge numa resposta a uma interpelação escrita da deputada Kwan Tsui Hang, que questionou se a revisão do regime poderia entrar no processo legislativo ainda

no primeiro semestre deste ano como estava previsto. A deputada perguntava ainda se existia algum mecanismo para impulsionar os proprietários a assumir responsabilidades da manutenção de prédios. Em resposta, o director da DSSOPT, Li Canfeng, afirmou que prevê que a proposta de revisão esteja concluída no final deste ano, entrando ao mesmo tempo no processo legislativo. Durante a revisão, o organismo apresentou a introdução de cláusula de que quem não

cumprir o decreto de reparação emitido pelo Governo, irá sofrer uma penalidade ou um aumento na multa. Li Canfeng assegurou que vai levar a cabo promoções para o aumento da consciência e responsabilidade dos proprietários. Recorde-se que a questão de manutenção dos edifícios cria polémica na sociedade, uma vez que raramente se chega a consenso sobre quem tem a responsabilidade de reparar os prédios. Flora Fong

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orçamento e fiscalização das operações financeiras”, avança o texto.

Sinal verde

Para o economista José Sales Marques esta é uma lei positiva, pois permite partilhar e co-responsabilizar de alguma forma os gastos feitos, “embora obviamente a responsabilidade do orçamento seja do Executivo”, como afirma. “O Governo está a tornar o processo orçamental mais transparente e por outro lado partilha com a AL um pouco das suas responsabilidades. A AL passa a ter um acesso à questão dos aumentos orçamentais”, explica José Sales Marques, sublinhando que a lei vem trazer aquilo que a “maioria dos deputados tem vindo a defender”. “Acho que é positivo haver mais um instrumento de gestão orçamental que até agora não existia”, rematou. De acordo está também o economista Albano Martins, que explica que “teoricamente quando se faz um orçamento há uma regra natural que é de subestimar a receita e sobrestimar a despesa”, ou seja, tecnicamente – exceptuando os períodos de crise – as despesas são sempre realizadas abaixo dos valores indicados. “Portanto, o que o Governo está a fazer é aquilo que os outros governos fazem: quando há um orçamento rectificativo tem que ir à AL para ser aprovado. Isto é positivo, é bom, seria ridículo que não acontecesse”, partilha. “Se a AL aprova um orçamento que depois nada está relacionado com o que é executado é simplesmente uma ida à AL desnecessária e isto não pode acontecer”, remata. Filipa Araújo

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Au Kam San sugere usar resíduos de construção nos novos aterros

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deputado Au Kam San questiona o facto do Governo estar a transportar materiais não utilizados que restaram de projectos na área da construção civil para a província de Guangdong, considerando que os mesmos poderiam ser utilizados para as obras dos novos aterros. Numa interpelação escrita entregue ao Governo, Au Kam San lembra que o Governo local assinou um acordo com Guangdong para esse transporte, mas cita um especialista de Hong Kong para dizer que poderiam ser reutilizados já que esses materiais passaram por processos de selecção e separação, sendo apropriados para a utilização nos novos aterros. O deputado quer saber porque é que é necessário pagar as despesas de transporte, análise e tratamento desses materiais, numa altura em que o projecto da Zona A está atrasado por falta de areia. Algo

que, segundo Au Kam San, pode vir a acontecer nas restantes três zonas dos novos aterros. “Por um lado, precisamos de esperar que os materiais para os aterros venham do estrangeiro, cujo atraso na chegada pode adiar o processo das obras. Mas por outro lado temos de pagar para que os materiais de Macau sejam tratados noutro sítio. Não será isso ridículo?”, questiona Au Kam San. O deputado da ala democrática deseja saber qual o orçamento gasto no transporte desses mesmos materiais, bem como a “eficiência” desse investimento feito pelo Executivo. F.F.

Função Pública Indemnizações não são para todos

Filhos e enteados

A nova versão do Regime do Contrato de Trabalho nos Serviços Públicos passa a prever que a prestação de trabalho superior a 15 dias dá direito a uma indemnização igual a um mês de salário. Contudo, os guardas prisionais ficam de fora, por serem TNR

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Governo fez alterações à proposta do Regime do Contrato de Trabalho nos Serviços Públicos, actualmente a ser analisada na especialidade na Assembleia Legislativa (AL). Uma das mais importantes prende-se com a introdução do pagamento de indemnização nos casos em que um funcionário público preste mais de 15 dias de serviço, em que passa a receber o equivalente a um mês de salário. “Inicialmente [a proposta de lei] não previa o caso

Conselho das Comunidades recenseamento obrigatório

Em prol das votações J á é obrigatório a qualquer portador de passaporte português fazer o seu recenseamento eleitoral para votar nas eleições para o Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP). As alterações à regulamentação do processo eleitoral do CCP entraram em vigor no dia 3 de Julho, após a sua publicação em Diário da República, em Portugal. De frisar que as eleições irão decorrer a 6 de Setembro. No acto de eleição, cada eleitor deve apresentar o seu número de inscrição no recenseamento eleitoral, quando antes da mudança da lei bastava a inscrição do cidadão português no Consulado-Geral. Segundo o diploma, cada candidato deverá apresentar a sua lista “perante o representante diplomático ou consular de Portugal”, entre os dias 7 e 17 de Agosto. Até ao dia 2 de Agosto as “organizações não governamentais que pretendam realizar o acto eleitoral na sua sede devem apresentar a candidatura, perante o

titular do posto ou secção consular”. Os cadernos eleitorais ficarão concluídos até ao dia 8 de Agosto, sendo que a campanha eleitoral decorre entre os dias 23 de Agosto e 4 de Setembro. No caso das eleições não se realizarem no dia 6, poderão ser adiadas por uma semana.

Lista única

No caso de Macau, vislumbra-se, para já, apenas uma lista candidata, liderada pelo deputado da Assembleia Legislativa (AL), José Pereira Coutinho. A lista é apresentada oficialmente hoje nas

instalações da Associação dos Trabalhadores da Função Pública (ATFPM). Rita Santos é o nome escolhido para substituir Fernando Gomes na lista, que é encabeçada por Pereira Coutinho e inclui ainda Armando de Jesus. Recorde-se que o Consulado-Geral de Portugal em Macau já iniciou uma campanha em prol do recenseamento eleitoral, tendo Pereira Coutinho e Rita Santos prestado apoio neste processo junto dos portadores de passaporte português e falantes de Chinês. A.S.S.

de o trabalhador prestar mais de 15 dias de serviço e se isso era contabilizado para efeitos de cálculo de indemnização. Foram introduzidas novas regras que definem o pagamento de um mês de indemnização, se o serviço for superior a 15 dias”, explicou Chan Chak Mo, deputado indirecto que preside à 2.ª Comissão Permanente da AL. Esta medida será aplicada no período temporal do novo contrato administrativo de provimento (CAP) de longa duração, após o qual o

pub

trabalhador poderá passar a CAP sem termo, caso a sua avaliação seja satisfatória. Contudo, os guardas do Estabelecimento Prisional de Macau (EPM) não vão receber esta indemnização de 15 dias, por não serem portadores do Bilhete de Identidade de Residente (BIR). Chan Chak Mo disse que a maioria destes trabalhadores são de origem filipina, com contratos acordados com base num despacho assinado pelo Chefe do Executivo.

“Quanto ao regime dos guardas prisionais, consagra-se que no CAP não são aplicável as regras consagradas na proposta de lei, pelo que não se pode alterar para um CAP de longa duração ou sem termo”, referiu o deputado.

Só para o ano

Segundo o presidente da 2.ª Comissão Permanente, as alterações feitas pelo Executivo vieram dar resposta às dúvidas dos deputados, não estando agendada mais nenhuma reunião com representantes do Governo. Os funcionários públicos só deverão usufruir dos novos regimes contratuais no próximo ano. “Não temos uma data definitiva [para a entrada em vigor da lei]. Perguntámos ao Governo esta questão, mas ainda não obtivemos a resposta, porque ainda se está a discutir sobre o assunto. O que a Comissão sugeriu é que a proposta de lei entre em vigor a 1 de Janeiro de 2016”, concluiu Chan Chak Mo. Andreia Sofia Silva

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sociedade

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DSEJ Planeada reforma para ensino infantil

Menos escrita, mais acção

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Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) vai reformar a educação infantil, para que esta seja focada mais na aprendizagem da vida quotidiana e do conhecimento cognitivo, do que apenas na escrita e na aprendizagem de disciplinas. A ideia, diz a DSEJ, é corrigir o problema de ter o “jardim de infância como uma escola primária”, como acontece actualmente na maioria das instituições de origem chinesa. Uma professora e uma deputada concordam, ainda que se preocupem que

“As formações de professores e os planos de aulas são contínuos e sistemáticos. Vão mudar, para que no novo ano lectivo possam lidar com esta nova forma de educação?”

tiago alcântara

Os jardins de infância exageram nos conhecimentos que passam e não se focam no ensino da educação quotidiana das crianças, pelo que a DSEJ quer reformar a educação infantil

Wong Kit Cheng Deputada

haja falta de correspondência entre os jardins de infância e as escolas, fazendo com que estas exijam aos alunos saber escrever assim que entram na primeira classe. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a directora da DSEJ, Leong Lai, referiu que vai ser implementado o documento de Exigências das Competências Académicas Básicas na Educação Infantil já no próximo ano lectivo, sendo que o conteúdo de cursos vai ser focado na educação quotidiana das crianças, de forma a que os mais novos possam aprender os

caracteres apenas um ano antes de ingressarem nas escolas primárias. Leong Lai considera que a reforma vai permitir que os jardins de infância não substituam as escolas primárias.

Com reticências

Para a professora associada da Faculdade de Educação da Universidade de Macau, Lao Kei Fun, a actual forma de funcionamento dos jardins de infância é grave, uma vez que transmite “demasiados conhecimentos” às crianças pequenas, o que pode fazer os alunos perder o

Piscinas FAOM critica falta de regulamentação específica

Nadar com confiança A

Associação Choi In Tou Sam, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), apela ao Governo para criar um mecanismo de supervisão das piscinas públicas, que visem uma maior segurança, higiene e qualidade da água. O pedido é feito depois de ter sido descoberto o problema de bactérias E.Coli nas piscinas de Cheock Van e do Parque Central da Taipa. A primeira só abriu ao público no passado fim-de-semana, depois dos testes terem mostrado que o nível de bactérias já correspondia às normas sanitárias estipuladas, segundo o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM). Numa conferência de imprensa, Lam U Tou, vice-presidente da Associação, criticou a falta de supervisão e ausência de regulamentação

novo ano lectivo. A deputada diz não se poder prever se os materiais pedagógicos, as formações de professores e os planos das aulas possam corresponder de imediato a esta reforma.

legal específica para estes espaços balneares. “Actualmente as piscinas abertas ao público são geridas pelo IACM e pelo Instituto do Desporto (ID). Embora seja feito o teste à qualidade da água todos os dias, o facto do número de bactérias ter ultrapassado o limite mostra que a gestão, em termos de higiene e manutenção

de instalações, deve melhorar”, apontou o responsável. Lam U Tou referiu que em Hong Kong há muito que existem requisitos quanto a uma gestão segura, higiene, critérios de qualidade da água e frequência de mudança de água. Essas regras regulamentam ainda a presença dos nadadores-salvadores e respectivas penalizações. A Associação pede, por isso, que sejam criadas regras semelhantes, pedindo um calendário para uma lei que obrigue todas as piscinas a terem um nadador-salvador. Ao HM, Lam Chi Weng, porta-voz do IACM, garantiu que até ontem não foram recebidos mais resultados de análise com resultados anormais de bactérias, apesar de fotografias que circulavam nas redes sociais mostrarem as pessoas a serem retiradas da piscina de Cheock Van. F.F.

interesse pelo ensino. Lao salienta que a educação cognitiva não é foco actual da educação infantil em Macau. Algo com que a professora não concorda, uma vez que os professores, diz, “não devem avaliar as crianças só através de testes escritos”, mas sim de forma diversificada, como testes orais e através da observação de trabalhos e que as crianças fazem e da forma como agem. A deputada Wong Kit Cheng concorda, mas mostra-se preocupada com o facto de faltarem apenas dois meses para chegar o

“Algumas escolas abrem cursos de Verão em Julho e em Agosto são férias. As formações de professores e os planos de aula são contínuos e sistemáticos. Vão mudar, para que no novo ano lectivo possam lidar com esta nova forma de educação?”, questiona. Wong considera ainda que a reforma vai ser muito diferente da maneira tradicional da educação infantil, pelo que diz que os pais dos alunos precisam de tempo para conhecer os novos métodos e se habituarem aos novos métodos. Flora Fong

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UM Seminário sobre fumo passivo diz que salas não são efectivas

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Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Macau (UM) organizou “recentemente” um seminário sobre os “efeitos do fumo passivo na saúde pública”, onde falaram “seis especialistas de renome e académicos vindos do Japão, China e Hong Kong”, para além da presença do director dos Serviços de Saúde (SS), Lei Chin Ion. Segundo um comunicado, os especialistas concluíram que o fumo passivo tem efeitos maléficos para a saúde que podem levar à morte. Kam Tat Ting, professor da Universidade Chinesa de Hong Kong, “demonstrou que há mais de 250 substâncias químicas num cigarro e mais de 70 causam cancro”. Já Yu Yaqin, director da Escola de Saúde Pública da Universidade

de Jilin, disse que o tabaco “causa todos os anos mais de seis milhões de mortes”. Xiang Yutao, da UM, acrescentou que, das seis milhões de mortes, um milhão delas são causadas pelo fumo passivo. O seminário decorreu numa altura em que a revisão da Lei de Controlo e Prevenção e Controlo do Tabagismo chega à Assembleia Legislativa (AL) esta quinta-feira, prevendo-se o fim das salas de fumo nos casinos. O encontro na UM abordou também esta questão, tendo Yoshimura Takefumi, professor da Universidade de Saúde Ocupacional e Ambiental do Japão, referido que “as áreas divisórias entre fumadores e não fumadores não são suficientemente efectivas, tendo a investigação revelado que o fumo do tabaco pode espalhar-se para as áreas de não fumadores através do ar”. Cimentando a posição do Governo da RAEM, He Qun, vice-director do Instituto de Saúde Pública de Guangdong, defendeu que as formas de controlo do fumo passivo incluem “legislação e estratégias, que seriam necessárias”. A.S.S.


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Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) emitiu ontem uma nota onde justifica a cedência de parte do campus da Universidade de Macau (UM) à Universidade da Cidade de Macau (UCM). O gabinete assegura que a instituição terá que cumprir certas condições por ocupar as instalações do antigo campus e que esta cedência chega no sentido de apoiar o desenvolvimento das instituições do ensino superior. Assim, o GAES diz que a UCM terá que atingir, “no prazo de cinco anos”, os indicadores principais de desempenho do desenvolvimento universitário. “Isto é considerado como um pré-requisito de cedência das instalações pedagógicas e outros equipamentos. Para o efeito, o Governo da RAEM vai assinar os respectivos acordos com a UCM. Assim, esta universidade deve continuar a aumentar a sua qualidade pedagógica e a optimizar as suas condições de ensino, para que possa atingir os indicadores estabelecidos”, pode ler-se no co-

UCM GAES justifica arrendamento de parte do antigo campus da UM

Tudo pelo desenvolvimento A intenção é apoiar a Universidade Cidade de Macau a desenvolverse e, consequentemente, ajudar à evolução do ensino. É a justificação do GAES para ceder espaços à instituição liderada por Chan Meng Kam que, diz o GAES, vai ter de passar por avaliações municado, que acrescenta que estes indicadores “envolvem aspectos pedagógicos, académicos, de gestão administrativa, curriculares, bem como a utilização dos equipamentos e outros aspectos relacionados”.

Rendas e reforços

O gabinete assinala ainda que o pagamento das rendas vai ser “apoiado pela Direcção dos Serviços de Finanças, uma vez que a UCM vai poder utilizar as insta-

lações que eram da UM, mas de forma onerosa. O GAES refere ainda que a UCM pretende recrutar, nos próximos cinco anos, o dobro dos docentes a tempo integral, reforçar a execução da gestão e da fiscalização na qualidade pedagógica e ainda investir recursos para optimizar o espaço e as instalações arrendadas, pontos a favor para a escolha da instituição a ocupar o espaço.

Violência familiar acontece “escondida”. IAS quer mais atenção

De olhos semi-abertos O Instituto de Acção Social (IAS) admite que a violência familiar é um problema complicado por acontecer dentro de portas e, depois da gravação de uma filha a agredir a mãe em praça pública ter ido parar às redes sociais, e das próprias autoridades intervirem no caso, o instituto quer que a população esteja mais atenta a estes casos. “O IAS tem realizado vários trabalhos para aumentar o conceito de ajuda mútua entre vizinhos, consolidando a capacidade de aviso prévio da violência

doméstica na comunidade”, explicou o instituto ao HM. Para as autoridades, a violência doméstica é um “problema familiar complicado”, que acontece por vários motivos e no “âmbito privado”, sendo por isso difícil de ser de “consciência pública pela sua vertente escondida”. Em prol de um maior conhecimento, o IAS afirma que tem “realizado trabalhos educativos e promotores junto com as entidades de serviços comunitários”, a fim, argumenta, de “acrescentar o conhecimento do público em relação a recursos de serviços sociais”,

para que possam procurar ajuda “quando tiverem dificuldades”. “O IAS tem oferecido formação a pessoal do organismo e das respectivas instituições, consolidando a capacidade de análise e julgamento em frente de situações de casos e assuntos em risco, aumentando a técnica de tratamento. Através de inter-departamentos e entidades, será possível aumentar o apoio a casos e diminuir as situações de risco.

Não pactuar

Assim sendo, em caso de conhecimento de situações de violência, os conhecedores devem denunciar às autoridades para que seja prestado apoio às vítimas. “O IAS junto com a polícia de Segurança Pública, a Polícia Judiciária e o Corpo de Bombeiros têm um mecanismo de cooperação regular. Quando recebemos casos de violência doméstica ou conflitos, as autoridades oferecem apoios na área emocional, alojamento temporário, acompanhamento médico, apoio para instalar as vítimas em lugares seguros, entre outros”, esclarece o IAS. F.A.

A UCM é uma das instituições públicas do ensino superior e de serviços governamentais que vai receber parte das instalações e que esta decisão não só foi feita de acordo com “estudos”, mas também mereceu o acordo, em 2014, do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, tendo sido aprovada pelo Chefe do Executivo. Recorde-se que o arrendamento de oito edifícios do antigo campus pela UCM tornou-se bastante polémico por esta instituição de ensino estar ligada ao deputado e empresário Chan Meng Kam. A UCM deverá abrir portas em Setembro do próximo ano e espera acolher seis mil alunos, mais dois mil do que os que possui actualmente. Filipa Araújo (com Joana Freitas) filipa.araujo@hojemacau.com.mo

Jogo Operadoras “não devem” despedir se quiserem licenças renovadas

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u Veng Ion, comentador da área de Gestão Empresarial, considera que as operadoras de Jogo não devem despedir funcionários se pretenderem ver as licenças de Jogo renovadas pelo Governo. Falando durante um fórum realizado pelo grupo Rede de Convergência de Sabedoria de Macau, no domingo passado, onde foi discutido o risco e a oportunidade face às quebras nas receitas do Jogo, o especialista disse que esta é uma prioridade para que a renovação dos contratos aconteça. Iu Veng Ion considera que existe um risco óbvio na indústria do Jogo e admite que a quebra nas receitas

pode trazer mais dificuldades às empresas, mas considera que as concessionárias não devem despedir funcionários. Não só porque estes poderão ser úteis nos empreendimentos novos que estão a nascer no Cotai, mas também porque a manutenção da equipa vai demonstrar aos funcionários que não precisam de perder o sentimento de “pertença” e de ter medo de não serem recrutados novamente, algo que pode ajudar o Governo a decidir sobre a renovação da licença à operadora. Recorde-se que o Executivo está quase a avaliar as operadoras para decidir quais terão a licença renovada.

Aeroporto Mais voos a partir de hoje

A Autoridade de Aviação Civil (AACM) autorizou Macau a efectuar mais 127 voos com destino ao interior da China, Taiwan, Japão, Tailândia e Vietname durante as férias de Verão, numa tentativa de dar resposta “ao aumento de procura tanto por parte dos residentes de Macau como por parte dos turistas” de viagens para outros destinos. Assim, na sequência dos pedidos apresentados pelas companhias aéreas - Air Macau e Tiger Taiwan - a AACM autorizou um total de 127 voos extra, que passam a ser operados entre 7 de Julho e 31 de Agosto. Os voos aprovados incluem 20 para Zhengzhou, 14 para Osaka, 13 para Chongqing, 12 para to Danang, 12 para Taipei e seis para Tianjin. Adicionalmente, a AACM autorizou a Jetstar Pacific a operar voos regulares, bi-semanais, entre Haiphong e Macau, a partir de 20 de Julho.


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eventos

O realizador português, residente em Macau, esteve em Angola a filmar a longa-metragem “Cartas da Guerra”. Histórias e sonhos de um escritor em construção

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’este viver aqui neste papel descripto: Cartas da Guerra compila as cartas que um alferes de 28 anos, destacado paraAngola, escreveu à mulher. A voz de um namorado, pai e escritor em construção, hoje o autor António Lobo Antunes, tornada personagem colectiva num filme em rodagem. O homem entrou em casa, de madrugada, avançou para o quarto, como que guiado pela voz da mulher grávida que lia à sua barriga uma carta. A futura mãe tinha em mãos as páginas de uma das missivas de amor que integram um livro: aquele que compila as cartas escritas por um alferes médico

de 28 anos, destacado logo após a conclusão do curso de Medicina para uma comissão de serviço em Angola (19711973), à mulher grávida que deixara em Lisboa. Esses dois homens existem, o mise-en-abyme não é pura ficção. São Ivo Ferreira, realizador, e António Lobo Antunes, escritor. O primeiro, que na tal noite entrou em casa e ouviu a mulher a ler ao bebé por nascer páginas de D’este viver aqui neste papel descripto: Cartas da Guerra, volta – isto é, se pensarmos numa longa-metragem anterior, Águas Mil (2009) – a deixar a sua vida ser interceptada pelas biografias dos

hoje macau terça

Ivo Ferreira filma as cartas de amor do alferes Lobo Antunes

Tactear fantasmas

outros como quem tacteia fantasmas, segredos da História recente de Portugal, seguindo o fluxo das histórias contadas de pais para filhos e destes para os seus filhos. O segundo, o autor das cartas, um jovem médico com sonhos de escritor mas atirado para a guerra, refugiando-se nas cartas à mulher que o esperava em Lisboa, é hoje o

autor António Lobo Antunes mas era ali, no livro e no filme que Ivo adapta e que por estes dias termina a rodagem, um autor, um pai, um marido em construção – personagem interpretada pelo actor Miguel Nunes. “O filme tem a ver com coisas que me interessam, um país a agonizar no fascismo, mas nesse cenário

“As cartas são um refúgio. Escreve-se pelo amor, é pelo amor que se sobrevive. As cartas de amor surgem aqui quando o presente não pode ser vivido” Ivo Ferreira Realizador

À venda na Livraria Portuguesa Antologia de Ficção Científica Fantasporto • Rogério Ribeiro O Fantástico nasce da mente e imaginação humanas e encontra campo fértil de expressão nas mais diversas formas artísticas. Tem sido esse o espírito do Fantasporto, e foi aqui objectivo da 1001 Mundos trazê-lo para a literatura. Esta antologia nasce fruto dessa colaboração, e do trabalho do organizador, Rogério Ribeiro. Esperamos que apreciem estes momentos de um tempo que ainda não é - ou que nunca foi - e que saíram da imaginação de autores de três continentes, mas com um forte elo que os une - a Língua Portuguesa.

algo que tem a ver com crescimento”, diz Ivo Ferreira, “o crescimento de um autor, de um pensador, alguém que caminha para ser melhor, como namorado, como marido, como pai” – foram as filhas do escritor, Maria José Lobo Antunes e Joana Lobo Antunes, que publicaram em 2007 a edição de D’este viver aqui neste papel descripto: Cartas da Guerra por vontade expressa da mãe de ambas que morreu em 2004. “Embora eu não tenha tido qualquer experiência biográfica, família em África ou pai que foi para a guerra, a verdade é que a guerra vive comigo há uma vida, até

pela opção política dos meus pais, pelo exílio”, continua o realizador. “E parece que continuamos com pudor em filmar isso. Eu próprio, quando miúdo, achava que aqueles homens tinham ido para a guerra porque eram pessoas más, quando afinal tinham sido empurrados. O que me interessa é saber como é que um país pode atirar os seus homens para uma situação que não faz sentido.”

Últimos dias em Alcochete

Com mais de quatro dezenas de personagens, esta produção O Som e a Fúria, a partir de um argumento de Ferreira e de Edgar Medina, teve uma

Rua de S. Domingos 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • mail@livrariaportuguesa.net

Citações e Pensamentos de Sigmund Freud • Paulo Neves da Silva Sigmund Freud (1856-1939) abriu a porta de acesso aos segredos mais profundos que a mente humana encerra. Esta compilação de citações e textos do pai da psicanálise incide menos na psicologia como ciência e mais nas suas opiniões pessoais sobre o ser humano. Podemos conhecer Freud na sua intimidade, nomeadamente através dos excertos retirados das cartas de amor dirigidas a Martha.


eventos 9

a-feira 7.7.2015

Exposição Artista local Wu Lusheng inaugura mostra amanhã

Histórias de um pintor Uigur S ão quadros a óleo com traços de pintura chinesa, onde os animais têm um papel de destaque. É assim a obra de Wu Lusheng, que a partir de amanhã poderá ser visitada pelo público na Sala de Exposições do Centro UNESCO de Macau. A iniciativa, integrada no Projecto de Promoção de Artistas de Macau, é organizada pela Fundação Macau (FM) e tem o nome de “Cavalos Banhados a Tinta – Obras de Wu Lusheng”. O mesmo nome serve para um álbum, que será lançado também amanhã. Nascido em 1965 em Kashi, na região autónoma Uigur de Xinjiang, China, Wu Lusheng fez a sua formação superior no Instituto de Artes de Xinjiang em 1982, tendo estudado depois na Faculdade de Educação de

primeira rodagem em Abril e Maio na província do Kuando Kubango, em Angola (“numa pequena aldeia onde não havia água, não havia nada, foi uma rodagem com acidentes, doenças e tragédias”) e está agora aquartelada no campo de tiro de Alcochete para a última semana de filmagens. É um projecto que se afigura cheio de singularidades e delicadezas: é a adaptação de uma obra, constitui o passado biográfico de quem não só ainda pertence ao mundo dos vivos como se agigantou na esfera pública e, claro, tudo isso é material de que o realizador se quis apropriar. “Também é um filme sobre a forma como as cabras num monte dão lugar às girafas na selva.” E como filmar as cartas, como evitar a reiteração pelas imagens do que uma voz-off “escreve”? “As cartas são a nossa estrela polar”, responde Ivo Ferreira – “nossa” porque é autor, com Edgar Medina, do argumento resultante de um trabalho de investigação histórica, de entrevistas a antigos combatentes, de

Vasco Câmara in Público

IC Festival de Artes à procura de propostas locais

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XXVII Festival deArtes de Macau (FAM) realiza-se em Maio do próximo ano, mas está já à procura de talentos locais que queiram apresentar propostas para integrar os espectáculos. De acordo com um comunicado do Instituto Cultural (IC), a entidade organizadora do evento, a ideia é “promover o desenvolvimento das artes locais”. Para isso, o IC está então a convidar associações locais registadas e artistas individuais a apresentarem os seus projectos de espectáculos até ao dia 11 de Setembro. As obras seleccionadas serão integradas no programa do FAM do próximo ano. As categorias de espectáculos incluem teatro, dança, música, cinema, ópera chinesa, espectáculos infantis, entre outros, não havendo restrições quanto ao método

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s

recolha documental, iconográfica e musical do período. “Mas fomos buscar coisas aos primeiros livros [de Lobo Antunes, Memória de Elefante e Os Cus de Judas], porque há temas recorrentes. As cartas ajudam a estruturar a narrativa. Mas não é um filme com muita voz-off, e é uma voz colectiva. As cartas são um refúgio. Escreve-se pelo amor, é pelo amor que se sobrevive. As cartas de amor surgem aqui quando o presente não pode ser vivido.” A delicadeza do projecto está, afinal, na possibilidade de negociação entre uma história que é património dos seus protagonistas e o desejo de apropriação de um realizador. “Sei que estava a pegar numa história de pessoas que eu conhecia e que falava das suas vidas, da história de amor entre o pai e a mãe. Só quereria fazer o filme se houvesse [da parte de Maria José Lobo Antunes e Joana Lobo Antunes] desejo disso, mas simultaneamente se me deixassem livre. Tive uma primeira conversa com elas, imediatamente desenhei o filme, e a partir daí foi trabalhar no argumento. E ver até que ponto continuava o interesse delas. Estou consciente do imenso compromisso e da imensa responsabilidade de não trair a confiança que me foi depositada.”

Belas-Artes da Universidade Normal de Xinjiang, em 1986. Residente em Macau, Wu Lusheng é professor convidado da Universidade Cidade de Macau (UCM) e membro da Associação de Artistas de Belas Artes da China, bem como presidente da Associação de Comunicações dos Professores de Arte de Macau. O artista é ainda pintor residente na Galeria de Belas-Artes de Fenghuangling, em Pequim. Com um leque de exposições individuais no continente e em Macau, Wu Lusheng já conta com várias obras premiadas, tendo também muitos trabalhos publicados em livros de pinturas. Segundo um comunicado, “o artista gosta de animais e de pintar animais, e prefere, sobretudo, pintar cães e cavalos, tanto

de apresentação. Os projectos propostos podem ser originais ou ter sido apresentados previamente. Contudo, uma vez que este ano o tema será diferente, o FAM vai dar prioridade a produções inspiradas em obras literárias locais e a produções inspiradas em obras de Shakespeare ou em ópera chinesa. Os interessados devem submeter propostas “detalhadas”, incluindo o conceito e uma apresentação do conteúdo do espectáculo, uma breve apresentação da equipa, o plano de cenografia e os requisitos de equipamento, o plano orçamental bem como quaisquer informações adicionais sobre a produção. As propostas devem ser entregues até às 17:30 horas do dia 11 de Setembro no Departamento de Acção Cultural, no Edifício do Instituto Cultural.

em pintura a óleo como com pintura tradicional chinesa”. Aberta amanhã, a exposição poderá ser visita até ao dia 16 deste mês, diaria-

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mente, na sala de exposições da UNESCO, situada na Alameda Doutor Carlos D’Assumpção, no NAPE. A entrada é gratuita.

Venetian Jogos e gastronomia japonesa enchem Play Hub

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uem quer dedicar este fim-de-semana a comer e a divertir-se pode optar pelos eventos que acontecem no Venetian Macau. São eles a Play Hub 2, a Exposição de Diversões de Macau 2015 e a 3ª Feira de Produtos e Comida Japoneses, que vão ter lugar no Cotai Expo Hall A de 10 a 12 de Julho. As três cerimónias de abertura vão ser realizadas nesta sexta-feira, num dia que vai também ter competições preliminares de jogos 2D de basquetebol - NBA 2K15 - de luta - King of Fighters – e de futebol - Fifa 15. Para os participantes femininos, haverá workshops de maquilhagem

para banquetes e espectáculos de culinária japonesa ao vivo. No sábado e domingo, há não só as competições finais com os vencedores, mas também espectáculos de música ao vivo, dança e até corte de atum para sushi, bem como competições de dardos, sorteios de cupões de compras e de bilhetes de avião. APlay Hub 2 dá ainda a hipótese aos presentes de experimentar o jogo Four-Wheel-Drive, de jogarem Bubble Soccer e de experimentarem pistolas de ar. Haverá ainda uma mini-exposição de automóveis de marcas. Na Feira de Produtos e Comida Japoneses, haverá várias sessões de degustação de Sake e outros alimentos nipónicos famosos. Os bilhetes para a Exposição de Diversões de Macau 2015 estão a ser vendidos por 25 patacas, enquanto os preços para a participação nos jogos custam entre dez a 50 patacas. Os eventos realizam-se entre o meio-dia e as 21h00. Os organizadores principais das exposições são a companhia MACEXPO Exhibition, Rising Event Planning, Legato Holdings Ld eAssociação de Indústrias Culturais e Jogos de Mesa de Macau. F.F.


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china

Depois da participação na EDP e na Fidelidade os grupos chineses preparam-se para adquirir o Novo Banco numa operação que poderá vir a ser o maior investimento estrangeiro em Portugal

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s grupos chineses Anbang Insurance e Fosun International apresentaram as propostas de valor mais elevado para a compra do Novo Banco, naquele que poderá ser o maior investimento estrangeiro de sempre em Portugal, de acordo com a imprensa portuguesa. Depois da apresentação das propostas finais, a que se seguirá até final de Julho uma fase de negociação com o Banco de Portugal, o grupo Anbang é o favorito, com uma proposta que ascende a 4,2 mil milhões de euros. O canal de televisão SIC adiantou que a proposta do outro concorrente chinês, Fosun International, que já tem uma posição importante nos sectores dos seguros (Fidelidade) e saúde (Luz Saúde), é de 3,9 mil milhões de euros, acima da dos norte-americanos do fundo de investimento Apollo Global Management, donos da seguradora Tranquilidade.

hoje macau terça-feira 7.7.2015

Anbang e Fosun mais perto de ficar com o Novo Banco

Na linha da frente Em ambos os casos, parte do montante será para remunerar o Fundo de Resolução da banca, que aplicou 4,9 mil milhões de euros no Novo Banco para evitar o seu colapso e parte para recapitalizar o banco, em função daquelas que vierem a ser identificadas como as suas necessidades. O Novo Banco deverá assim ser o maior investimento chinês em Portugal, superando a privatização da participação de 21,35% do Estado português na EDP – Energias de Portugal, em Dezembro de 2011, pela qual a China Three Gorges pagou 2,69 mil milhões de euros, comprometendo-se ainda a investir 2 mil milhões de euros nos projectos de energias renováveis da EDP, até 2015.

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Destino de eleição

O jornal Sol escreveu que o negócio daria aos investidores chineses 15% da banca portuguesa, somando-se a 30% do sector segurador (através da Fidelidade, adquirida pela Fosun) e 45% do sector energético (através da CTG, maior accionista da EDP). A compra do Novo Banco faria com que Portugal

Ex-vice-ministro das Finanças candidato à presidência do BAII

ultrapassasse a Alemanha e a França entre os principais destinos de investimento chinês desde 2000, com mais 11,5 mil milhões de dólares, apenas superado pelo Reino

“Características como a dimensão, crescimento e complementaridade da economia chinesa criam oportunidades únicas para a Europa” Estudo da Rhodium

pub

Direcção dos Serviços de Identificação AVISO Assunto: Participação de óbito

Em caso de falecimento de residente de Macau no exterior da RAEM, os familiares do falecido devem, o mais breve possível, comunicar o óbito à DSI, apresentando os seguintes documentos: ※ Original do BIR do falecido; ※ Certidão de óbito passada por autoridades competentes.  Quando o falecimento ocorra no Interior da China, deve apresentar um dos documentos seguintes: 1. Certidão de óbito emitida pela Secretaria Notarial da República Popular da China; 2. Certidão de óbito emitida por Departamento de Segurança Pública / Posto de Polícia 3. Certidão médica devidamente carimbada emitida por estabelecimento hospitalar. Atenção: descoberto o uso de documento de identificação alheio, a DSI fará a notificação imediata a autoridades competentes. Para informações mais detalhadas, queira ligar para a linha de informação da DSI: 28370777.

Unido (16 mil milhões de dólares), com base no recente estudo comparativo da consultora Rhodium. Reflectindo a crescente importância de Portugal para a China, países que celebram este ano uma década de parceria estratégica, o secretário da Propaganda do Partido Comunista Chinês visitou na semana passada Lisboa, onde inaugurou um núcleo de comunicações, reunindo-se com o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e com o líder da oposição, António Costa. À agência Xinhua, o ministro Liu Qibao afirmou que “os laços entre os dois países nunca foram tão fortes” e que a China “está disposta a reforçar ainda mais a

confiança política mútua, aprofundar a cooperação, promover o intercâmbio pessoal, cultural e os meios de comunicação.” Um estudo da Rhodium divulgado na semana passada indica que até ao final da década a China será o maior investidor estrangeiro do mundo, passando de activos no valor de 6,4 biliões de dólares actualmente para 20 biliões de dólares. “Características como a dimensão, crescimento e complementaridade da economia chinesa criam oportunidades únicas para a Europa”, refere o estudo, que sublinha que 2014 foi o ano recorde do investimento chinês em países europeus – 14 mil milhões de dólares.

ex-vice-ministro chinês das Finanças Jin Liqun é o candidato da China à presidência do BancoAsiático de Investimento em Infra-estruturas (BAII), a nova instituição financeira internacional proposta por Pequim, anunciou ontem o ministério chinês das Finanças. Jin Liqun, 66 anos, já dirigiu o fundo soberano chinês (China Investment Corporation) e desde Outubro passado chefiava o secretariado interino do BAII, que deverá ser estabelecido até ao final 2015 com um capital de 100.000 milhões de dólares. A apresentação de candidaturas termina no dia 31 de Julho. A China é o maior accionista, com uma participação de cerca de 30% do capital. Proposto pelo presidente chinês em 2013 e visto inicialmente em Washington como um desafio à ordem financeira internacional, o BAII acabou por suscitar a adesão de mais de vinte países exteriores à Ásia, entre os quais a África do Sul, Alemanha, Austrália, Brasil, França, Espanha, Noruega, Portugal, Reino Unido e Suíça. Entre as grandes economias do planeta, apenas Estados Unidos, Canadá e Japão ficaram de fora. O acordo constitutivo do banco foi assinado no passado dia 29 de Junho por representantes de 50 países. Portugal, que terá uma participação de cerca de 13 milhões de dólares no BAII, esteve representado pelo secretário de Estado das Finanças, Manuel Rodrigues.

Confissões de criminosos de guerra do Japão vão ser publicadas

O Arquivo Central da China vai publicar dentro de um ano uma compilação de confissões dos criminosos de guerra do Japão, afirmou o vice-director da entidade, Li Minghua. Em coferência de imprensa, Li Minghua disse que para homenagear o 70º aniversário da vitória da Guerra do Povo Chinês contra Invasão Japonesa e Guerra Mundial Antifascista, o Arquivo Central da China quer denunciar os crimes contra a humanidade cometidos pelos invasores japoneses através da publicação de material histórico. Entre 1951 e 1956, a Suprema Procuradoria da China investigou os criminosos de guerra do Japão detidos no país, e os materiais de investigação estão guardados no Arquivo Central da China. Segundo Li Minghua, a compilação conta com mais de 100 volumes e a maior parte dos materiais vai ser divulgada pela primeira vez. Os primeiros 50 volumes serão publicados em meados de Agosto, e o restante será publicado antes do fim deste ano.


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a revolta do emir

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artes, letras e ideias

hoje macau terça-feira 7.7.2015

Pedro Lystmann

Schoenberg e Bartók, por exemplo

F

alou-se aqui das óperas que têm sido representadas em Macau ao longo da história do F.I.M.M. Adiantou-se que seria prático à iluminação dos espíritos e ao conforto das almas apresentar outro tipo de repertório. Para lá do F.I.M.M., integrado no Festival de Artes ou na temporada de espectáculos do C.C.M. poder-se-ia optar por mostrar ao público algumas óperas do século XX ou XXI. Lembrei-me de Erwartung e de O Castelo do Barba Azul, respectivamente de Schoenberg e Bartók, porque existe um artigo de Edward Said sobre um programa duplo, em Nova Iorque, que incluiu estas duas óperas – arranjo que não é invulgar uma vez que são sensivelmente da mesma época e exprimem um universo semelhante. São dois úteis modelos pois trata-se de peças com um conjunto mínimo de cantores. Erwartung tem apenas uma cantora e a peça de Bartók apenas dois. Posso acrescentar que são duas das minhas óperas preferidas do século passado. Intercale-se uma pequena nota. Von heute auf morgen, de Schoenberg, a sua única ópera cómica e a primeira obra a utilizar o sistema de 12 tons, tem cerca de uma hora e pede apenas 4 cantores. Glückliche hand, do mesmo compositor, um drama com música, é uma pequena peça de cerca de vinte minutos dividida em 4 cenas que pede apenas um barítono e um coro de seis homens e seis mulheres.* (Moisés e Arão, a outra das 4 óperas de Schoenberg, é um caso completamente diferente, uma obra em 3 actos – o último incompleto – com um conjunto “normal” de cantores e um coro que implica uma produção de maior peso). Tanto Erwartung como O Castelo do Barba Azul são peças subtilmente sedutoras pelo que escondem no seu negrume e na sua melancolia. Na peça de Schoenberg nunca percebemos bem o que se passa e qual a responsabilidade da mulher na morte do homem que esta encontra na floresta. Será que este existe ou é ele apenas uma expressão dos tormentos da mulher? O enigmático Barba Azul acompanha a sua recente mulher ao longo dos corredores do seu lúgubre castelo que, como a peça de Schoenberg, se situa num lugar indeterminado e dominado pelas trevas. A mulher da obra de Schoenberg não tem nome, é apenas die frau/a mulher. A esta sedução do desconhecido junta-se uma outra - a da sexualidade. Pelos

corredores sinistros do castelo do Barba Azul e pelos recessos nocturnos da floresta de Erwartung demonstra-se uma sexualidade enigmática, por vezes fria, por vezes muito excessiva e expressiva. O gosto pela e o estudo da psicologia (que tem origens num complexo científico, intelectual e artístico em que a cidade de Viena teve um papel nuclear) tornara-se por esta altura uma moda que se estendera ao cinema, ao bailado, à ópera e a outros campos das artes. O mundo misterioso e sedutor da sexualidade, assim como o estudo dos sonhos e do subconsciente informam intensamente este período. Qualquer destas duas óperas pode ser vista como a descrição de um sonho (Schoenberg diz que Erwartung é uma espécie de pesadelo) em que a sexualidade tem um papel importante. Erwartung foi apenas representada em 1924 mas havia sido composta em 1909**, nove anos depois da publicação de Interpretação dos Sonhos, de Freud, e de

vários outros estudos do mesmo autor, e três anos depois de um controverso livro do filósofo austríaco Otto Weininger (que se suicidou aos 23 anos) sobre sexualidade chamado Geschlecht und Charakter/Sexo e Carácter. Elektra, de Strauss, estreada em 1909, ano da conclusão de Erwartung, é uma ópera que tem sido igualmente apreciada através da perspectiva psicanalítica. É a época do triunfo da psicanálise, de Freud e de Breuer. Existe literatura que oferece uma interpretação de Erwartung que liga o texto desta peça directamente a um caso clínico específico – referente a uma paciente que seria parente da autora do libreto constante em Studien über Hysterie (1895), de S. Freud e Josef Breuer.

Exprime-se um compreensível fascínio por um mundo que se revelara aos poucos nos finais do século XIX e ao longo dos inícios do século XX. Esta é uma obra que tem uma longa carreira de representações até aos dias de hoje e que ilustra à perfeição a inclinação anti-realista, anti-naturalista, simbolista e expressionista que impregnava o grupo de Schoenberg em particular, enquanto demonstra o clima cultural geral prevalente na Áustria e na Alemanha no início do século XX. O palco e o canto, a ópera e o drama para música, são veículos modelares para a transmissão da transcendência, do misterioso, da sedução labiríntica do interior do indivíduo e do universo dos sonhos e da sexualidade. Alerte-se que à solista desta peça de Schoenberg se pede um esforço maior. Uma produção com uma cantora que não esteja à altura pode trazer resultados desagradáveis. No entanto, garantida a qualidade, é difícil não nos deixarmos

seduzir pelo tormento expressionista desta mulher solitária que parece (nada nesta peça é claro) tentar encontrar, na escuridão da floresta, respostas para o destino do seu amante e do seu amor. O Castelo do Barba Azul tem seduções semelhantes, um lugar sinistro e soturno onde se cria a expectativa de um desfecho funesto. A recém mulher do Barba Azul, Judite, pede ao seu marido que lhe abra as 7 misteriosas portas que se encontram no castelo. Por trás de cada uma delas há objectos, jardins, um lago de lágrimas, etc., cobertos de sangue, testemunhos do passado do Barba Azul, um que Judite parece conhecer e querer obsessivamente confirmar, um passado escuro e enigmático sobre o qual Judite, através

do poder do Amor, tenta lançar uma luz redentora. Paralelamente, é a sua obsessão em desvendar que a chama ao inevitável engolimento. O Barba Azul, por sua vez, abandona-se, sem conseguir resistir, ao apelo do destino. Ao aproximarmo-nos da última porta aumenta a tensão da peça, uma de infinitas possibilidades cénicas. A música, tonal, é sempre misteriosa e inquietante, de uma cor lúgubre e labiríntica. Exige também um esforço grande para os intérpretes que durante cerca de uma hora não param de cantar – praticamente não há partes unicamente orquestrais.*** A extrema concentração em apenas um pequeno episódio da história do Barba Azul (ao contrário do que acontece com Ariane e o Barba Azul, de Dukas, estreada em 1907) ajuda a manter intacto o desassossego que caracteriza a peça, um pouco como acontece com Erwartung, cuja curtíssima duração cria uma focalização feérica, fortemente obsessiva. Se estas são duas óperas bastante conhecidas muitas outras se compuseram no século XX e XXI de apresentação desejável. Sem Strauss, Schoenberg, Alban Berg, Debussy, Janacek, Hindemith, Krenek, Britten, Henze, Birtwistle, Stockhausen ou John Adams é impossível compreender a evolução de um género musical que tem vindo a ganhar uma importância cada vez maior. Estimo que o número de óperas compostas no século XX e XXI seja, no mínimo, entre 850 a 900. * foi notado num dos artigos anteriores que existem, nos séculos XX e XXI, muitas óperas de curta duração. ** um ano de brilhos, em que Schoenberg compôs, no Verão e no início do Outono, além de Erwartung op. 17, as Três Peças para Piano op. 11 e as Três Peças Orquestrais op. 16. Duas das óperas mais interessantes deste período, ousadas e enigmáticas também, Salomé e Elektra, de R. Strauss, respectivamente de 1905 e 1909, são testemunho de como a herança cromática wagneriana sofria constantes re-valiações e de como o retrato de mulheres em situações de extrema perturbação carrega uma extrema sedução. Hofmannsthal estava a ler Studien über Hysterie (1895), de Freud e Breuer, quando escreveu Elektra (cf. 2005, The Cambridge Companion to Twentieth-Century Opera, Ed. Mervyn Cooke, pág.48), um fio intelectual que chega naturalmente a Erwartung. *** existe uma versão filmada, de 1963, realizada por Michael Powell, muito datada cenicamente (e por isso interessante) e interpretada por Norman Foster e a bela Ana Raquel Satre.


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hoje macau terรงa-feira 7.7.2015


( F ) utilidades

hoje macau terça-feira 7.7.2015

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Cineteatro

O que fazer esta semana

yuan

13

1.28

Cinema

minions Sala 1

ted 2 [c] Filme de: Seth MacFarlane Com: Mark Wahlberg, Amanda Seyfried, Morgan Freeman 14.30, 16.30, 19.30 21.30

terminator: genisys [c] Filme de: Alan Taylor Com: Arnold Schwarzenegger, Jason Clarke, Emilia Clarke 14.30, 16.45, 21.30

Inauguração da exposição “Inflorescence” de Yvonne Ng Fundação Rui Cunha, 18h30 (até 25/07) Entrada livre

19.15 Sala 3

jurassic world [b]

Sala 2

Hoje

Com: Arnold Schwarzenegger, Jason Clarke, Emilia Clarke

terminator: genisys [3d] [c] Filme de: Alan Taylor

Filme de: Colin Trevorrow Com: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Irrfan Khan 14.30, 21.30

minions [a] FALADO EM CANTONÊS Filme de: Pierre Coffin, Kyle Balda 16.45, 19.30

Sexta-feira Concerto da banda BRAIDS Live Music Association, 21h30 Bilhetes entre as cem e as 120 patacas

Diariamente

Aconteceu Hoje

Exposição “Saudade” (até 30/9) MGM Macau Entrada livre

Nasce Ringo Starr

“A Arte de Imprimir” (até Dezembro) Centro de Ciência de Macau Entrada livre Exposição “Ao Risco da Cor - Claude Viallat e Franck Chalendard” Galeria do Tap Seac (até 9/08) Entrada livre Exposição “Who Cares” (até 28/07) Armazém do Boi, 16h00 Entrada livre Exposição “De Lorient ao Oriente - Cidades Portuárias da China e França na Rota Marítima da Seda” Museu de Macau (até 30/08) Entrada livre Exposição de Artes Visuais de Macau (até 2/8) Pintura e Caligrafia Chinesas Edifício do antigo tribunal, 10h00 às 20h00 Entrada livre Musical “A Bela e o Monstro” (até 26/6, de quinta a domingo) Venetian Macau Bilhetes entre as 280 a 680 patacas Exposição “Valquíria”, de Joana Vasconcelos (até 31 de Outubro) MGM Macau, Grande Praça Entrada livre

7 de JUlHO

U m l i v r o h o j e “Animal Farm” (George Orwell, 1945) Como é hábito, Orwell brinda-nos novamente com um romance satírico e crítico face a uma sociedade comunista. É um velho porco que decide reunir os animais da quinta e fazer com que estes integrem uma revolta contra o ser humano, de forma a que os animais sejam os próprios a liderar a sua sociedade. Mas, à semelhança da fraqueza humana, também um dos porcos líderes desta revolta se apaixona pelo poder... Joana Freitas

• A 7 de Julho de 1940 nasce Richard Starkey Jr., em Liverpool, Inglaterra. O mais velho dos Beatles adorava anéis e daí veio o seu apelido Ringo, de ring (anel, em inglês). Richard ficou então mais conhecido pelo seu nome artístico: Ringo Starr. Músico, baterista, multi-instrumentista, cantor, compositor e actor britânico, Ringo ganhou fama mundial como baterista dos Beatles após substituir Pete Best, ficando na banda até à separação do grupo em 1970. Quando a banda foi formada em 1960, Starr era membro de outra banda de Liverpool, Rory Storm and the Hurricanes. Além de actuar como baterista, Starr foi intérprete de canções de sucesso dos Beatles (em particular, “With a Little Help from My Friends” e “Yellow Submarine”), como co-autor em “What Goes On” e compôs “Don’t Pass Me By” e “Octopus’s Garden”. Ringo é conhecido pelo seu estilo seguro de tocar e pelos toques de originalidade. Em 2011, Starr foi eleito o 4º maior baterista de todos os tempos pela revista Rolling Stone. Após a dissolução dos Beatles em 1970, Starr lançou-se numa carreira solo de sucessos e formou uma banda, a All Starr Band, no activa desde 1989. Ringo Starr morava com a mãe, Elsie, e o padrasto, Harry Graves num bairro humilde de Liverpool. Quando era pequeno, passou por vários problemas de saúde, ficando internado durante três anos em hospitais de Liverpool. Por essa razão, acabou por ficar atrasado na escola e aos 15 anos mal sabia ler e escrever. Neste dia, em 1898, o Congresso norte-americano aprova a anexação das Ilhas do Havai. Em 1456, Joana d’Arc é absolvida (após ter sido executada). E em 1930 morre Arthur Conan Doyle, escritor inglês de novelas policiais e criador do personagem Sherlock Holmes. Foi a 7 de Julho de 1947 que um disco voador terá caído na cidade de Roswell, nos Estados Unidos, provocando um dos maiores mistérios do século.

fonte da inveja

Quer queiramos quer não, vemo-nos todos gregos.

João Corvo


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Fernando Eloy | 义來

chá (muito) verde

Zhang Yimou, Hero

Agitpop?

D

evemos estar mais vigilantes… e colocar nas nossas mentes a necessidade de prontidão para combate.” Esta é uma das várias afirmações que o General Cai Yingting, Comandante da Área Militar de Nanquim do Exército Popular de Libertação (EPL) assina em conjunto com o seu comissário político Geral Zheng Weiping num artigo de 5,000 palavras do Diário de Povo, onde pedem ainda que “o Exército fortaleça a suas capacidades de guerra no mar e o estado geral de prontidão para combate”, alertando para o risco de “estados de guerra à porta de casa”. Segundo estes dois generais,” aconteceram mudanças profundas nas disputas territoriais nas periferias do país, além de clivagens étnicas e religiosas. As tensões e os pontos quentes estão também em crescimento e o risco de caos e Guerra à nossa porta aumentou.” Um texto, dizem os autores, “destinado a aumentar a consciência no EPL e no público para necessidade premente de um sistema de defesa aperfeiçoado e preparado para uma luta prolongada pela integridade territorial chinesa.” O artigo destes dois generais é referenciado no South China Morning Post onde o observador militar Liang Guoliang afirma

considerar “um acto muito raro” ver um comandante e um comissário político repartirem um artigo sobre estratégia de guerra. Raro e, seguramente, preocupante. Não por serem dois, mas por um deles ser comissário político. Porque uma coisa é ter um militar a querer mais bombas, outra é ter o lado político a alinhar pelo mesmo discurso. E “uma luta prolongada pela integridade territorial chinesa”? Que quer isto dizer? 
A China tem medo de ser invadida por quem? Pelos japoneses a tentarem equilibrar as contas? Pelos Filipinos que mal conseguem suster-se? Ou será que apontam a ameaças mais distantes?... Ou mais próximas... Ou nada disso?... Naturalmente, não existirá nada pior para um militar do que uma carreira sem

A China tem de livrar-se do complexo de inferioridade. Em primeiro lugar porque não lhe dá saúde, depois porque às vezes transmuta-se em actos típicos de um complexo de superioridade com tons pouco garridos

uma guerrinha que seja para ganhar umas medalhas a sério. Nada pior para um militar do que ter tantos brinquedos novos e só poder utilizá-los em exercícios. É como “coiso” e depois não conseguir “coiso”. Mas quando vemos o poder político envolvido ficamos preocupados. Pode não ser mais do que uma manifestação de força, ou uma manifestação de gases, no sentido arcaico de demonstração de poder dos Estados através do tamanho do seu exército. A cena fálica.... mas isto não afecta apenas chineses - faz parte da epidemia mundial de valores que consideramos como certos. Ao mesmo tempo, a China prepara-se para celebrar em grande o 70º aniversário do final da II Guerra Mundial com um formidável desfile militar marcado para Pequim no dia 3 de Setembro. Dizem que as tropas há três meses não param de exercitar-se. Quais os convites endereçados a chefes de estado estrangeiros permanece incerto mas já se lê aqui e ali que várias potências ocidentais poderão não estar presentes e, muito menos, o conservador primeiro ministro japonês que terá sido convidado. A ser assim, é pena. É pena que o mundo não consiga reunir-se para celebrar o fim de uma guerra, é pena que o fim de uma guerra seja celebrado com os preparativos para uma próxima, sabe-se lá onde ou porquê. Claro que do outro lado temos uma Europa autofágica, cada vez a funcionar menos em bloco, ainda ignorante do que

a crise grega significará, de facto, para a Comunidade, ameaçada pelas migrações do norte de África, pela tentativa de dissensão da Inglaterra e pelo terrorismo, o que constituem motivos suficientemente encorajadores para um realinhamento de forças no xadrez internacional. Mas é apenas isso, China? Seja qual for a razão, este toque a reunir da China “arautado” por estes dois generais no período conturbado que se vive, apenas serve para adensar climas e a consciência dos cidadãos, por muito preocupados que os dois generais estejam com a segurança. Esta chamada às armas pode apenas criar engulhos na relação da China com o resto do mundo e surge no sentido inverso do que os povos por todo o mundo clamam, ou seja menos armas, menos tensão, menos demonstrações de força. Na minha modesta opinião de observador, a China tem algo a superar: A China tem de livrar-se do complexo de inferioridade. Em primeiro lugar porque não lhe dá saúde, depois porque às vezes transmuta-se em actos típicos de um complexo de superioridade com tons pouco garridos. A China tem de acreditar mais nela, e tem todas as razões para isso, no poder da sua cultura, da sua capacidade de relacionamento com outros povos, da sua sabedoria. Este complexo de superioridade manifesta-se, por exemplo, nesta necessidade de mostrar os brinquedos. Mas convenhamos: A China levou nas trombas do mundo. Repetidas vezes. De vários lados. Obrigaram-nos a drogarem-se, invadiram-nos, partiram-lhes a casa, até lhes mudaram a forma de vestir... Foram ao fundo, emergiram. Estão num caminho completamente novo. Enfim... A China é como aquele puto que todos tínhamos na escola, a mula de carga, o tolo sempre alvo de “mimos” e “piropos”. Só que o puto cresceu, o “geek” ficou rico e os “bullies” batem-lhe à porta, sorridentes - agora querem quotas de mercado. Eu também me armava em bom. Honestamente... dá vontade. Mas temos de desmultiplicar. Todos. Temos de parar de mostrar a pilinha uns aos outros ou não vamos a lado nenhum. Cuidar da Terra e da nossa vida requer união e concentração absolutas. Requer acordos internacionais vastos, boas relações. Se continuamos a perder tempo não vamos lá. O mundo pede uma China moderna e construtiva como tem vindo dando mostras que pode ser. Por isso, prefiro acreditar que estas ejaculações de militares frustrados, que não contribuem nada para o sossego das gentes, nem para qualquer formulação de harmonia ou progresso, sejam apenas ruído ou, pelo menos, agit-pop.

MÚSICAS DA SEMANA

Agitpop – “Stop Drop and Roll” Yoko Ono – “Give Peace A Chance (Remix) 2005” ... Mas nada muda since 1969. Aprecie a semana, caro leitor. É o que nos resta.


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Rui Flores

David Lean, Lawrence of Arabia

ruiflores.hojemacau@gmail.com

Extremismo, o combate que falta Três raparigas foram atacadas a caminho da escola, no Afeganistão, por dois homens numa motorizada que lhes atiraram ácido à cara. Duas delas estão em estado crítico.

O

autoproclamado Estado Islâmico divulgou imagens de um massacre de 25 soldados sírios perpetrado por crianças e adolescentes, que terá ocorrido no anfiteatro romano de Palmira, na Síria. Segundo o jornal Público, o vídeo de quase 10 minutos mostra os prisioneiros a serem conduzidos, por extremistas adultos, para o palco do anfiteatro romano e feitos ajoelhar, mãos atadas atrás das costas. Os jihadistas dão então lugar a um grupo de jovens, aparentemente com idades entre os 10 a 15 anos. Estão armados com pistolas e a cada um é atribuído um dos 25 prisioneiros, que serão depois executados. Neste fim-de-semana, o extremismo revelou, uma vez mais, como leva à prática de actos absolutamente hediondos. Faltam adjectivos para classificar este grau de loucura. Do lado dos que tentam fazer frente aos extremismos, há um tema que parece unir alguns especialistas em terrorismo que se dedicam a opinar sobre o que é que os Estados – particularmente os ocidentais – devem fazer para travar ameaças como as que colocam o Estado Islâmico: o combate ideológico. O combate ideológico não está a ser feito pelas principais potências – as que

têm capacidade para travar militarmente o avanço do Estado Islâmico, por exemplo, ou de outros extremismos – escuta-se. A frase é catchy (diriam os anglo-saxónicos) e os especialistas repetem-na com preocupação. A necessidade de se travar o combate ideológico – o terrorismo não é apenas alimentado pelo dinheiro de alguns financiadores, mas também, ou sobretudo, pelas ideias que o motivam – leva alguns autores a proporem campanhas suportadas pelas máquinas administrativas dos Estados – campanhas na comunicação social, apoio financeiro a muçulmanos que se opõem à Sharia e à osmose entre Estado e religião. É verdade que a crueldade das imagens que o Estado Islâmico vai colocando na internet potencia uma qualquer campanha contra os extremistas. A morte banalizada – sem qualquer conteúdo – não consegue justificar uma qualquer luta. Mas as palavras também contam. E nesta guerra das ideias, as mensagens contam muito. Bem como quem as tenta fazer passar. Esta necessidade de combater a ideologia extremista fez capa, por exemplo, há quatro anos na The Economist. ‘Now, kill his dream’ (agora matem o seu sonho) escreveu a revista londrina na edição a seguir à morte de Osama Bin Laden. Mais do que a eliminação física de Bin Laden, era essencial aniquilar as ideias que a Al Qaeda parece defender.

No seguimento destas ideias, Ayaan Hirsi Ali, uma antiga deputada holandesa, escreve na mais recente edição da Foreign Affairs (Julho-Agosto 2015), que, à imagem do apoio financeiro, material e moral que Washington deu aos desalinhados do antigo bloco soviético, seria necessário uma estratégia semelhante de apoio aos muçulmanos – líderes religiosos, intelectuais – que procuram reformar o Islão por dentro. Hirsi Ali sabe do que fala. Nasceu na Somália e foi, ao longo dos anos, perdendo a fé na religião muçulmana. O Estado holandês concedeu-lhe asilo para fugir a um casamento arranjado, em 1992. Vive agora nos Estados Unidos onde expressa frequentemente as suas opiniões contra a mutilação genital feminina e o Islão. Ela parte da ideia – expressa por outros especialistas – de que falta acontecer ao Islão o processo de reforma

Falta acontecer ao Islão o processo de reforma que ocorreu na Europa e que contribuiu para a separação formal da religião do Estado

religiosa que ocorreu na Europa, no Século XVII, e que opôs católicos e protestantes e que contribuiu para a separação formal da religião do Estado. É difícil imaginar – como escreve aliás William McCants, antigo assessor do Departamento de Estado norte-americano na área do combate ao extremismo violento, numa resposta ao programa anti-terrorismo proposto por Hirsi Ali – que os Estados Unidos alinhem num combate que os colocará numa posição ainda mais difícil no mundo árabe. Por outro lado, o envolvimento de agentes associados a Washington no apoio a dissidentes – estudiosos do Islão ou religiosos moderados – que surjam na comunicação social propondo uma narrativa pró-ocidental pode ter consequências devastadoras para a imagem dos Estados Unidos, que seriam vistos como um Estado tomando parte numa guerra religiosa. Algo que a administração norte-americana não estará de todo inclinada a aceitar. Independentemente das considerações geopolíticas e de um eventual envolvimento dos Estados Unidos – assuntos que pouco ou nada dizem às raparigas do Afeganistão ou às famílias dos soldados xiitas e alauitas que combatiam no exército de Bashar al-Assad –, o combate ideológico é, pois, uma necessidade crescente. Hirsi Ali teve o mérito de o procurar elevar a política de Estado.

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


hoje macau terça-feira 7.7.2015

Habitação Social Só jovens com mais de 25 anos podem ser candidatos

cartoon por Stephff

O Instituto de Habitação quer que apenas os jovens com mais de 25 ou 29 anos se possam candidatar a uma habitação social. As sugestões vão ser colocadas em auscultação pública entre 9 de Julho e 6 de Setembro e a intenção surge porque o IH considera que a situação dos jovens não é prioritária já que estes não estão em condições económicas desfavoráveis. A ideia é ainda que “os recursos públicos sejam distribuídos de forma racional” e, por isso, o Governo vai sugerir novas definições nos rendimento, para agregados com idosos e até à questão de os candidatos terem animais de estimação.

Perseguições a chineses na Turquia lançam alerta

Futebol Arda Turan para desbloquear Gaitán

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A transferência iminente de Arda Turan para o Barcelona pode ser decisiva para desbloquear a saída de Gaitán para Madrid. É que nos cofres dos colchoneros poderá entrar uma verba próxima dos 34 milhões de euros, essencial para que a compra do internacional argentino seja efectivada. A cláusula de rescisão do médio turco, refira-se, está cifrada em 41 milhões de euros, mas o Barcelona está a tentar baixar o valor. Do lado do Atlético Madrid, os dirigentes não querem pagar o valor da cláusula de rescisão de Gaitán, cifrada em 35 milhões de euros, e têm tentado incluir alguns jogadores no negócio. Pizzi, como Record escreve, está na calha, mas o médio Ángel Correa também foi oferecido ao clube da Luz.

o! Nã

O Gabinete de Gestão de Crises do Turismo (GGCT) emitiu ontem um comunicado onde alerta para o risco da realização de viagens à Turquia, depois dos consulados chineses no país terem emitido um alerta de segurança. “Houve recentemente várias manifestações anti-chinesas na Turquia, onde alguns turistas chineses foram perseguidos. A Embaixada e Consulados Chineses na Turquia relembram aos cidadãos chineses que se encontram naquele país para terem em conta as devidas precauções de segurança, de modo a salvaguardarem a segurança pessoal, para não aproximarem ou filmarem os manifestantes, bem como fazerem o possível por se manter nas próprias residências.” O GGCT revela que “continuará a acompanhar o desenvolvimento da situação”, lançando um alerta “aos residentes de Macau que pretendem viajar à Turquia para seguirem de perto o estado de segurança”. Dados recolhidos pelo gabinete comprovam que não há excursões de locais no país, não tendo sido recebido, até ao momento, nenhum pedido de ajuda.

Parceria com franceses para a Taça do Mundo FIA de GT

AAMC escolhe SRO Motorsports A Associação Geral Automóvel de Macau – China (AAMC), entidade promotora da primeira edição da Taça do Mundo FIA de GT, escolheu a empresa francesa SRO Motorsports Group para coordenar todo o trabalho operacional desta corrida que decorrerá no fim-de-semana da 62ª edição do Grande Prémio de Macau. A SRO é a empresa que organiza os campeonatos de carros de GT com maior sucesso a nível mundial, onde se destacam as séries Blancpain e os campeonatos nacionais de França e Inglaterra. A empresa do ex-piloto e empresário francês

Stéphane Ratel foi também responsável pelo defunto Campeonato do Mundo FIA GT1 até 2012 e este ano conseguiu os direitos para organizar as 12 horas de Sepang, na Malásia. Com apenas cinco meses até ao evento do Circuito da Guia, a prioridade da SRO será trabalhar para conseguir o objectivo da FIA e do AAMC para que cada construtor automóvel inscreva três carros na prova. As entidades federativas esperam persuadir sete construtores a alinhar neste desafio, isto num ano em que vários construtores lançaram novos carros de competição para o mercado. Como a grelha de partida da corrida de GT estará este ano limitada a 28 carros, caso o objectivo da FIA e do AAMC seja atingidos, as restantes sete inscrições estão destinadas a pilotos do campeonato asiático da especialidade ou a pilotos locais. Sobre esta parceria, Chong Coc Veng, o presidente da AAMC, disse em comunicado que “nós estamos muito contentes por trabalhar em conjunto com a SRO e com o apoio do Governo de Macau e da FIA nós esperamos criar uma excitante e cheia de sucesso Taça do Mundo FIA de GT em

Macau.” Por sua vez, Stéphane Ratel, CEO e Fundador da SRO Motorsports Group, afirmou estar “muito satisfeito por coordenar e trabalhar em conjunto com a AAMC em fazer a edição inaugural da Taça do Mundo FIA de GT o sucesso que merece. É também uma honra e um prazer para a SRO trabalhar num evento da FIA outra vez”. A Taça do Mundo FIA de GT era um velho desígnio da federação internacional que até aqui não tinha conseguido encontrar um promotor adequado para a prova. A Comissão do Grande Prémio de Macau vinha a realizar desde 2007 a Taça GT Macau, prova que reunia a elite asiática e alguns ilustres convidados de renome mundial, o que motivou a FIA a endereçar um convite a Macau. O transporte subsidiado da Europa até à RAEM e outras condições que não são do conhecimento público terão facilitado um acordo e que irá incluir no programa do evento do território não uma, mas duas corridas, uma no sábado e outra no domingo. Sérgio Fonseca

info@hojemacau.com.mo


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