AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006
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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
MOP$10
SEXTA-FEIRA 9 DE SETEMBRO DE 2016 • ANO XVI • Nº 3654
AMBIENTE
Verdes são os campus GRANDE PLANO
PLANO QUINQUENAL
VISITA
Uma mão cheia de intenções
O mistério da viagem de Chui
PÁGINAS 4-5
PÁGINA 6
OPINIÃO
Qiu Ju
ISABEL CASTRO
Kafka e Platão ANABELA CANAS
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hojemacau
AUTOCARROS HÍBRIDOS EM TESTE
Terceira via PUB
PÁGINA 9
h
2 GRANDE PLANO
AMBIENTE EDUCAÇÃO ECOLÓGICA É REALIDADE EM MACAU
ENSINO “VERDE” Apesar da desactualização da legislação ambiental da RAEM, o ensino está “verde” e as escolas reúnem cada vez mais estratégias de funcionamento e sensibilização. Alguns dos representantes do ensino deram a conhecer a importância que dão à passagem do exemplo e do conhecimento aos adultos de amanhã
D
“
E pequenino se torce o pepino” é o dito português que remete para a importância aprendizagem na infância. As crianças são “esponjas” de conhecimento que, abertas ao mundo, aprendem e imitam o que ao seu redor acontece. No que respeita à consciência ambiental o cenário é idêntico. Desde tenra idade o exemplo é adquirido e os hábitos interiorizados. Mas porque educação e conhecimento não ocupam idades o HM quis saber também o que se passa com o ensino da temática também aos mais velhos. A começar logo na primeira classe, está a Escola Internacional de Macau (EIM) que alerta para as questões do meio com a integração de temáticas ecológicas no ensino primário. Para o estabelecimento “a educação ambiental é fundamental”. Na prática e “na área das ciências, por exemplo, as matérias são dadas tendo em conta o que está na base do que nos rodeia” com o foco posto na importância da natureza, afirma Howard Stribbell, presidente do conselho directivo da EIM. Por outro lado, são também
abordados os aspectos éticos e económicos que estão subjacentes às acções e aos seus impactos, desde os níveis regionais a mundiais, na sustentabilidade ecológica.
GENTE “VERDE”
As “equipas verdes” são também uma realidade. A EIM incentiva a organização dos alunos em grupos para a promoção da reciclagem, processos de combustão e redução de desperdícios. Dos planos curriculares constam ainda visitas ao exterior por parte dos alunos do ensino secundário das quais constam actividades de limpeza de praias e reutilização de materiais escolares. “É através do comprometimento com pequenos projectos que se pode contribuir para a consciencialização ambiental”, diz Howard Stribbell, presidente do conselho directivo da EIM.
CURIOSIDADE AGUÇADA
Apesar da ausência de resposta até ao final da edição por parte da Escola Portuguesa de Macau (EPM) relativamente às actividades em curso na área da educação ambiental, Natasha Fidalgo, mãe de dois alunos desta instituição, dá a conhecer que “a
sensibilização para a protecção do ambiente faz parte dos conteúdos programáticos do Ministério da Educação em Portugal e a EPM segue-os por cá”. Os filhos, desde cedo, começam a ouvir falar em temas como a reciclagem. Comportamentos sociais de limpeza tanto urbana como rural, animais em vias de extinção, poluição ou aquecimento global também são áreas para as quais as crianças são alertadas. A título de exemplo, Natacha Fidalgo fala de um projecto no qual encontrou os filhos a trabalhar recentemente. O casal de quem é mãe estava numa “rara actividade comum e, juntos faziam uma pesquisa e uma apresentação acerca das causas do constante desaparecimento de pinguins e as medidas a tomar para proteger estes animais” comenta a mãe com orgulho. Enquanto professora do ensino primário em escolas chinesas de Macau Natacha Fidalgo comenta que no seu percurso todas elas têm nos seus currículos, previsto “alertar para a reciclagem, reutilização de materiais e poluição dentro do currículo”.
FORMAÇÃO NO SUPERIOR
Também o ensino superior parece não estar alheio à importância da
“É através do comprometimento com pequenos projectos que se pode contribuir para a consciencialização ambiental” HOWARD STRIBBELL, PRESIDENTE DO CONSELHO DIRECTIVO DA EIM
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protecção do ambiente e da passagem de conhecimento e exemplo neste sentido. Nunca é tarde para aprender e o Instituto Politécnico de Macau tem uma série de políticas e actividades neste sentido para integrar o ambiente no ensino que proporciona. Para além da motivação para a participação dos alunos nos Dias da Terra ou em actividades de reciclagem, a temática é ainda integrada
dentro dos conteúdos dos próprios cursos. No design, por exemplo, os alunos fazem anualmente uma exposição temática ambiental. O curso tem ainda uma componente curricular dedicada ao design ecológico. Ainda no que respeita aos alunos, o IPM salienta a estreia na Expedição à Antártica de modo a promover uma consciência mais global da importância ambiental. Para os que já deixaram a instituição e para o público em geral a entidade promove, regularmente, workshops “verdes” em que os moradores são incentivados a doar para instituições de caridade o que estaria destinado ao lixo e,
desta forma, poupar em recursos e desperdícios.
COM CONSCIÊNCIA
Macau, um lugar que vive de e para o turismo, tem na aposta de profissionais na área um meio de promover o ambiente. O Instituto de Formação Turística (IFT) é disso exemplo e as questões ambientais são “uma prioridade” afirma a instituição ao HM com orgulho nas actividades que desenvolvem na área. O IFT tem em curso uma série de iniciativas aliadas à formação e em destaque estão actividades como as “compras verdes” em que são usados nas compras e vendas dos produtos utilizados pela instituição acondicionamentos feitos de materiais ecológicos ou reutilizados.
RESTOS QUE FERTILIZAM
O IFT tem em curso uma série de iniciativas aliadas à formação e em destaque estão actividades como as “compras verdes” “A sensibilização para a protecção do ambiente faz parte dos conteúdos programáticos do Ministério da Educação em Portugal e a EPM segue-os por cá” NATASHA FIDALGO, MÃE DE DOIS ALUNOS DA EPM
Um outro aspecto de referência é o pedido que é feito as funcionários e alunos para que sejam aproveitados os desperdícios alimentares. Neste sentido, tanto as cozinhas abertas ao público como as que servem de sala de aula estão instruídas para que os “restos alimentares sejam devidamente separados e integrados num decompositor para que sejam transformados em fertilizantes”. Para que não haja enganos, existe a segunda-feira que se chama verde. O projecto marca o dia da semana em que a cantina apresenta um menu especial que integra apenas refeições vegetarianas feitas pela casa. A iniciativa é alargada a instituições interessadas e o IPM partilha a cantina, semanalmente com os menus de vegetais para “dar a conhecer alternativas aos seus alunos”. O IFT refere ainda a “Equipa Verde que integra representantes de todos os departamentos e dos estudantes, e a realização de actividades como o dia da reciclagem ou a participação no desfile moda ecológica”. O HM entrou em contacto com a EPM, a Universidade de Macau e a Direcção de Serviços de Educação e Juventude mas não obteve resposta até ao final da Edição. Sofia Mota
sofiamota.hojemacau@gmail.com
Dar o exemplo
Instituições de ensino poupam a natureza
É
através do exemplo que muitas das medidas de protecção ambiental também são accionadas pelas instituições de ensino da RAEM. A ideia das escolas é implementar no seu funcionamento as medidas que consideram necessárias para que também elas, enquanto referência para o futuro, contribuam para um espaço mais ecológico. Mais do que transmitir conteúdos ou fomentar acções, já há estabelecimentos de ensino que integram a protecção ambiental na vida do quotidiano.
TRABALHAR SEM ESTRAGAR
“A nível operacional já temos um sistema associado ao sistema de cópias que elimina fotocópias não necessárias” afirma a direcção da Escola Internacional de Macau. Neste momento, a instituição já tem em curso o processo de substituição da iluminação fluorescente por LED, refere. A medida é também aplicada pelo Instituto de Formação Turística
(IFT) no que respeita à iluminação do exterior dos espaços aos quais está associado. O Instituto tem ainda em conta a energia solar que utiliza e que alimenta parte das suas áreas públicas, bem como um sistema de recuperação de calor garantido pelos aparelhos de ar condicionado e que é posteriormente direccionado para o aquecimento de água.
TUDO DIGITAL
Também internamente, o Instituto Politécnico de Macau dá o exemplo com a promoção de processos administrativos com maior recurso a meios electrónicos e menos uso de papel. A disponibilização digital de manuais e mesmo livros da biblioteca são alguns dos esforços concretos colocados na preservação do ambiente e no passar legado para funcionários e alunos. Também os dormitórios são dotados de espaços de separação do lixo para incentivar a reciclagem e sensibilizar os alunos que ali vivem temporariamente . S.M.
4 POLÍTICA
PLANO QUINQUENAL TERRENOS SÃO PRIORIDADE DO GOVERNO
Apesar de mais um relatório demolidor do Comissariado de Auditoria, o Governo garante que os terrenos a reaver serão destinados à habitação pública, a armazéns e só depois aos serviços públicos. O Plano de Desenvolvimento Quinquenal foi apresentado ontem
GCS
ESPERA UM POUCO, AUDITORIA
O
território já tem o seu Plano de Desenvolvimento Quinquenal que dá prioridade à construção de habitação pública. O documento foi apresentado ontem na sede do Governo pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On, que se fez acompanhar pelos cinco Secretários. Mesmo que o Comissariado de Auditoria (CA) tenha acusado o Governo de falhas na estratégia de construção de edifícios para albergar os serviços públicos, a verdade é que o Plano ontem apresentado coloca a construção de habitação social em primeiro lugar. “Alguns terrenos podem destinar-se já a armazéns do Governo e outros poderão destinar-se a serviços públicos, mas a prioridade são habitações públicas. Sempre que reavermos terrenos estes vão destinar-se primeiro à habitação pública, depois aos armazéns e depois aos serviços públicos”,
RAIMUNDO DO ROSÁRIO DIZ QUE HÁ “PROBLEMAS” NA INCINERAÇÃO
S
ÃO poucas as novidades que o Plano de Desenvolvimento Quinquenal apresenta em termos de protecção ambiental, mas o Secretário para as Obras Públicas e Transportes, Raimundo do Rosário, alertou para o excesso de resíduos alimentares, difíceis de tratar. A nova central de incine-
ração de resíduos sólidos deverá estar concluída em 2021. “Os resíduos estão a crescer ano a ano e é um grande problema para Macau. Outro problema é que estamos a enfrentar dificuldades no centro de incineração, cerca de 40% dos resíduos sólidos são resíduos domésticos de cozinha
e é difícil a sua incineração. Trata-se de uma situação bastante singular em Macau porque isto não acontece noutras regiões”, alertou. Em termos ambientais, o Governo pretende plantar mais 2300 árvores nos próximos cinco anos, para além de es-
tar prevista a remodelação de cinco hectares de floresta. O Executivo prevê ainda que os dias com ar de boa qualidade possam atingir a meta dos 92% a 95%, além de pretender manter os níveis da taxa de emissão de dióxido de carbono abaixo das cinco mil toneladas.
“Temos uma série de diplomas legais sobre esta matéria e também a DSPA já realizou estudos. Damos uma grande atenção a esta matéria e este plano fala da protecção ambiental. Vai ser um conteúdo importante nas Linhas de Acção Governativa”, acrescentou o Chefe do Executivo. A.S.S.
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NÚMEROS NA SAÚDE INALTERADOS
TIAGO ALCÂNTARA
referiu o Secretário para as Obras Públicas e Transportes, Raimundo do Rosário. O Chefe do Executivo, Chui Sai On, voltou a apresentar os mesmos números em relação aos apartamentos que irão nascer nos novos aterros ou no terreno anteriormente envolvido no caso La Scala, sem adiantar mais novidades quanto aos restantes terrenos desaproveitados. “No futuro vamos ter três origens diferentes de terrenos. Há 38 que o Governo vai reaver de acordo com a lei e grande parte desses terrenos ainda estão em processo judicial. Vamos construir habitações sociais e este ano haverá mais de quatro mil. Na zona A haverá 28 mil. Estamos convictos de que estas habitações vão satisfazer as necessidades da população. Os terrenos que vamos reaver vão ser destinados a estruturas públicas para o funcionamento do Governo e para habitações públicas”, referiu.
O prognóstico não é animador para o sector da Saúde nos próximos cinco anos. Isto porque o Plano de Desenvolvimento Quinquenal não prevê um crescimento de médicos ou enfermeiros até 2020. “Pressupõese que, no período compreendido entre 2015 e 2020, o número de crescimento do pessoal de saúde”, aumentando apenas 0,5% o número de enfermeiros e em 1,6% as camas hospitalares por mil habitantes. A isto se poderá dever o facto da construção do Complexo Hospitalar das Ilhas só ficar concluída parcialmente depois de 2019.
MUSEU EM MEMÓRIA DE XIAN XINGHAI EM 2017
ESTRATÉGIAS E INCERTEZAS
Quanto ao Plano Director do território, ficou confirmado o ano de 2019 para a sua conclusão, sendo que já este ano deverá ficar definida a estratégia nesse sentido, confirmou Raimundo do Rosário. No total o Plano de Desenvolvimento Quinquenal apresenta 21 objectivos e indicadores, sendo que Chui Sai On disse ter plena consciência de que não deverá cumpri-los a todos até ao final do seu último mandato.
“Alguns terrenos podem destinar-se já a armazéns do Governo e outros poderão destinar-se a serviços públicos, mas a prioridade são habitações públicas” RAIMUNDO DO ROSÁRIO SECRETÁRIO PARA AS OBRAS PÚBLICAS E TRANSPORTES “Às vezes os planos de médio e longo prazo são difíceis de poderem ser desenvolvidos e concretizados num só mandato, e por isso temos este Plano Quinquenal, para traçar os objectivos e concretizá-los de uma forma faseada. É verdade que vai haver um novo mandato do Governo, mas também testemunhámos diferentes mandatos”, concluiu. Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
POLÍTICA
Certezas literárias Biblioteca Central só abre portas em 2022
O
Plano Quinquenal de Desenvolvimento da RAEM anuncia que a nova Biblioteca Central deverá abrir portas em 2022, estando previsto que as obras das fundações fiquem concluídas em 2020. O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, confirmou ontem que a Biblioteca Central vai mesmo ser feita no edifício do antigo tribunal. Várias vozes têm pedido uma nova localização e um novo projecto, por o considerarem desajustado, mas o responsável não concorda. “O sítio está bem localizado, no centro da cidade, e isso facilita a vida à população, que pode frequentar a biblioteca nas horas de ponta ou no horário de expediente. Neste momento não estamos a ver outro local mais conveniente do que o antigo edifício do tribunal. Claro que a população pode continuar a discutir sobre outras localizações para ter uma biblioteca central”, disse o Secretário na conferência de imprensa que serviu para apresentar o Plano Quinquenal de Desenvolvimento da RAEM.
SEM VOLTA A DAR
Já Chui Sai On, Chefe do Executivo, garantiu que o projecto “já
está numa fase mais concreta”. “Há alguns anos decidimos pela sua construção e já tínhamos feito estudos. Definimos o local da biblioteca e isso vai responder às necessidades da população. Depois de alguns anos estamos já numa fase mais concreta.” O Plano de Desenvolvimento Quinquenal anuncia ainda a inauguração de uma nova biblioteca no complexo de habitação pública de Seac Pai Van, em Coloane. Está ainda a ser pensada a implementação de um “projecto piloto de funcionamento de bibliotecas durante 24 horas por dia”, sendo que o mesmo será testado na biblioteca localizada junto ao Mercado Vermelho, já a partir de Outubro. Ao Jornal do Cidadão, o analista político Larry So considerou que o caso da Biblioteca Central, entre outros, é sinónimo de como o Governo negligencia as opiniões da sociedade de forma selectiva. “Um Governo forte verdadeiramente não é assim. Pelo contrário, usa dados e informações científicas para mostrar os benefícios para os cidadãos, ou para explicar porque é que as opiniões não funcionam.” Larry So teme que esta postura do Governo origine situações de conflito político como já acontece em Hong Kong. A.S.S./A.K.
O músico Xian Xinghai, nascido em Macau, vai ter um museu no território em sua memória. O projecto surge no Plano Quinquenal de Desenvolvimento da RAEM, prevendo-se que esteja concluído no quarto trimestre do próximo ano. Nascido em 1905, Xian Xinghai foi um dos mais conhecidos músicos e compositores da sua geração, tendo sido influenciado pela música ocidental. Morreu em Moscovo, na Rússia, em 1945.
PORTUGUÊS EXECUTIVO QUER DEFINIR MÍNIMO DE HORAS EM ESCOLAS
O Plano de Desenvolvimento Quinquenal anuncia a criação de um limite mínimo de horas para que seja ensinada a língua portuguesa em escolas privadas. “A partir do ano lectivo 2016/2017 o ensino do português passa a ser um projecto com prioridade de apoio do plano de desenvolvimento das escolas, e vai ser definido o número mínimo de horas para as escolas particulares com cursos do ensino de português. Pretende-se aumentar o número de escolas particulares com a disciplina de português e o número de turmas de língua portuguesa ministradas através do ensino regular, para maior generalização da língua.”
6 POLÍTICA
hoje macau sexta-feira 9.9.2016
Legalizem já
Visita DESLOCAÇÃO DE CHUI SAI ON A PORTUGAL ENVOLTA EM MISTÉRIO
E esperar para ver ´
Trabalhadores da Uber entregam mais de duas mil assinaturas ao Governo
M
ABE-SE que parte a dia 10 e que vai co-presidir juntamente com o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, à Comissão Mista Portugal-Macau. Mas pouco mais se conhece sobre os detalhes da visita de Chui Sai On a Portugal, onde supostamente o líder do Governo se vai encontrar com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e com o Primeiro-Ministro, António Costa. Até agora, e conforme avançado pela Rádio Macau esta semana, sabe-se que Chui Sai On vai a Lisboa sem Secretários ou representação da Assembleia Legislativa, fazendo-se acompanhar apenas por O Lam, Chefe do seu Gabinete. O HM sabe, contudo, que Vítor Sereno, Cônsul-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, vai estar na mesma visita, ainda que não na Comitiva oficial do líder do Executivo da RAEM.
AIS de duas mil assinaturas foram ontem entregues por condutores da Uber na Sede do Governo, para que o Executivo permita serviços de transporte privado semelhantes aos prestados pela empresa. A iniciativa foi levada a cargo pela Associação de Transporte por Conveniência dos Povos, composta exclusivamente por condutores da Uber, e que se fez representar por quatro jovens de máscara. Estes deram a conhecer o seu apoio “ao conceito de que qualquer condutor em Macau que queira prestar um serviço de transporte privado, possa estar autorizado a isso”, afirmou Lou Tyler, porta-voz na iniciativa, que defende que serviços como os da Uber em Macau “são muito necessários e o Governo deveria autorizar sempre estas iniciativas”. As assinaturas ontem entregues foram recolhidas aquando da manifestação de apoio à Uber, organizada pela Associação Iniciativa de Desenvolvimento Comunitário, a dia 4 de Setembro. Na altura, a Uber demarcou-se da manifestação, mas indicou estar a reunir assinaturas “de forma conjunta, de uma forma pacífica e racional, para expressar os pedidos ao Governo”.
TODOS ÀS ESCURAS
EXEMPLOS DE FORA
Portugal não tem agenda definida, Macau - se a tem - não a mostra. Pouco ou nada se sabe sobre a viagem de Chui Sai On a Portugal, que começa amanhã. Vítor Sereno vai estar na visita, mas não vai na pequena Comitiva do líder do Governo. O resto está envolto em mistério, como admitem os conselheiros da Comunidade Portuguesa
S
Apesar da insistência do HM junto do Gabinete do Chefe do Executivo – a quem perguntámos os motivos para que Chui Sai On vá sozinho e se é, de facto, assim – não chegou nenhum tipo de esclarecimento à imprensa. Mas, e ainda que a viagem seja já amanhã, não foram apenas os média que ficaram em branco sobre este assunto. “Acho muito estranha esta deslocação. Denota-se, na partida, alguma falta de transparência e, na comunidade portuguesa especula-se que [Chui Sai On] seja portador de alguma mensagem pessoal aos órgãos de soberania da República [Portuguesa]”, começa por dizer José Pereira Coutinho ao HM, deputado e conselheiro das Comunidades Portuguesas. Conselho que também, como confirmaram Pereira Coutinho e Rita Santos, não recebeu qualquer informação, ainda que um dos temas da Comissão Mista seja precisamente a Língua Portuguesa. “Como conselheiro gostaria que esta deslocação tivesse um saldo positivo no âmbito educacional, cultural e de intercâmbio e formação de recursos humanos especialistas. Mas não recebemos qualquer informação.” Também Rita Santos se junta à opinião, ainda que salvaguarde que, não tendo informação exacta, pouco pode dizer. “Ele vai também com directores de serviço ou não? Acho que se for a Portugal e levar os directores que são das áreas que estão dentro de qualquer assinatura que [venha a acontecer] de protocolos, não sei se vão assinar ou não, já é suficiente.Afigura máxima é ele, que representa o Governo, mas tem de haver alguma coisa de concreto [da visita]”, começa por defender a também conselheira das Comunidades Portu-
guesas. “Não sei realmente se há directores, porque não tenho conhecimento. Mas não acho que valha a pena levar os Secretários, até para poder poupar o erário público. Se for visita oficial ele certamente leva-os e a deputados da área empresarial.”
E TEMAS?
Rita Santos não teve acesso a qualquer agenda, algo que também não se sabe ainda da parte de Portugal. “Não está ainda nada definido, nem o programa”, indicou ao HM um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, ao telefone. Nos sites da Presidência e do MNE não há qualquer nota sobre os encontros, que o líder do Governo disse ser oficial. Em meados de Agosto, Chui Sai On anunciou frisou que iria participar na reunião deste ano da Comissão Mista Portugal-Macau, no âmbito de uma deslocação oficial a convite do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. “O Presidente da República [Portuguesa] fez-me esse convite, vou ser recebido por ele durante esta visita. Depois vou presidir à Comissão Mista (...), vamos fazer um balanço e uma perspectiva para o futuro. (...) Estamos muito confiantes no reforço da cooperação com
os países lusófonos”, afirmou na altura Chui Sai On, citado pela Rádio Macau, quando falava antes de uma visita a Pequim. A deslocação vai decorrer entre 10 e 15 de Setembro, de acordo com uma nota divulgada pelo Governo em Agosto, onde era indicado que, além de Marcelo Rebelo de Sousa, Chui Sai On irá também encontrar-se com o Primeiro-Ministro, António Costa. O Governo assegurava que a viagem servia para fortalecer as bases para o intercâmbio em diversos domínios, tais como Língua Portuguesa e educação, cultura, meio ambiente e juventude. Temas que Rita Santos e Pereira Coutinho querem realmente ver discutidos. “Seria importante discutir como trazer mais professores e elevar o ensino da Língua Portuguesa e reforçar a cooperação em várias partes, nomeadamente médicos, cooperação judicial e Turismo”, frisou a conselheira. Para Pereira Coutinho, “não sendo estas visitas muito frequentes, esperava-se [saber] mais desta visita do dirigente máximo da RAEM” a Portugal. Viagem que terá lugar mais de cinco anos depois da primeira, realizada em Junho de 2010. Joana Freitas
Joana.freitas@hojemacau.com.mo
O porta-voz argumentava ontem que “os autocarros não são suficientes para o transportes diário das pessoas e muitas têm que recorrer à utilização de carros privados”. Lou Tyler dá como exemplo a China continental, onde há variedade nos serviços de transporte privado e diz que “pode ser copiado o mesmo tipo de políticas para Macau”. No total, havia 2300 nomes que se manifestaram a favor desta forma de transporte. Hoje, a Uber deixa de funcionar, como tinha afirmado anteriormente num comunicado enviado aos deputados. O Governo não quer legalizar o transporte privado e a empresa foi multada em dez milhões de patacas em menos de um ano de operações. Na manifestação de apoio do início de Setembro, a Associação de Transporte por Conveniência dos Povos não colocou de parte de “tomar outras acções” de manifestação. J.F. com S.M.
7 hoje macau sexta-feira 9.9.2016
Um total de 31 pessoas decidiu pôr termo à vida até Junho. Números que são já mais de metade do que os casos ocorridos o ano passado, sendo que a solidão e o Jogo poderão ser as causas mais comuns. Yu Tao Xiang, da Universidade de Macau, fala da necessidade de existirem mais dados oficiais. Amanhã é o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio
S
ÍLVIA Mohr prefere definir Macau como se fosse um cão dálmata. Todo o território é a parte branca e depois há as pequenas bolas pretas, as comunidades que não convivem umas com as outras. Isso causa solidão nos expatriados, um dos principais motivos que poderá levar uma pessoa a cometer suicídio. Mas a responsável pela Linha da Espe-
Suicídio MAIS DE 30 CASOS ATÉ JUNHO. NECESSÁRIOS MAIS DADOS
A vida por uma linha rança da Cáritas para estrangeiros fala de um retrato bem diferente na comunidade chinesa, onde os problemas com o Jogo fazem com que o interesse pela vida desapareça. Este ano, de Janeiro a Junho, já se contabilizaram 31 suicídios. O número equivale a mais de metade das mortes deste tipo no ano passado. Dados da Polícia Judiciária (PJ) fornecidos ao HM indicam que os saltos de prédio são a forma mais escolhida pelas pessoas que querem pôr fim à própria vida. Em 2015, foram 61 as pessoas que se mataram. Entre estas, 20 atiraram-se de prédios e 14 enforcaram-se. Este ano, só no primeiro semestre, houve 31 mortes: 11 delas por saltos de prédio e oito por enforcamento, método que a PJ diz ser o segundo mais utilizado. Amanhã assinala-se o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio e em Macau continuam a não existir dados concretos que permitam criar políticas concretas de apoio às pessoas, defendeu ao HM o professor Yu Tao Xiang, da Universidade de Macau (UM). “A sociedade está a envelhecer muito rapidamente e, se olharmos para a experiência de Hong Kong e China, os números de suicídio poderão crescer nos próximos anos. É necessária a realização de um inquérito sobre o assunto. Não há estudos sobre as tentativas de suicídio da população ou em grupos sociais mais específicos com risco de cometerem suicídio, como os idosos, os adolescentes,
estudantes universitários ou trabalhadores migrantes. Os factores de risco têm de ser identificados antes de serem adoptadas políticas, caso contrário estas não farão sentido”, disse ainda o docente e psiquiatra, com investigação na área da saúde mental.
CHAMADA PARA A VIDA
Sílvia Mohr vive em Macau há 20 anos e coordena uma equipa de 12 voluntários que atende as chamadas daqueles que estão desesperados. Nem sempre as
“A sociedade está a envelhecer muito rapidamente e, se olharmos para a experiência de Hong Kong e China, os números de suicídio poderão crescer nos próximos anos. É necessária a realização de um inquérito sobre o assunto” YU TAO XIANG DOCENTE DA UM
pessoas se identificam, mas há casos que exigem a deslocação de uma equipa da Cáritas. Sílvia Mohr já segurou a mão de alguém que não queria viver e disse: “não está sozinha”. Em Macau, em termos de expatriados, homens e mulheres ligam em igual número para relatarem, na maioria, casos de solidão e não tanto de pensamentos para pôr termo à vida. Sílvia Mohr referiu, no entanto, que há muitos homens que ligam a dizer que simplesmente não sabem o que fazer. São pessoas com licenciaturas e com trabalhos bem pagos em Macau que, ou se sentem deslocados, ou se sentem simplesmente sozinhos. Filipinos ou indonésios, as nacionalidades com trabalhadores menos qualificados, também sofrem de solidão, mas não só. “Eles têm tantos problemas para resolver, de saúde, de arranjarem um lugar onde morar, de ter dinheiro para a família, que a solidão é apenas mais um.” O Verão é considerada uma época cheia de trabalho para os voluntários da linha destinada a estrangeiros, algo que nem Sílvia Mohr sabe explicar. “Não sei se é porque os colegas vão de férias na empresa... isso é digno de pesquisa, porque é que no Verão as pessoas sofrem mais. O tema do suicídio e do vício do Jogo não é muito comum na Linha da Esperança para a comunidade estrangeira, porém na linha chinesa é, contou ainda Sílvia Mohr. “As pessoas ligam
SOCIEDADE
“As pessoas ligam após terem jogado e perdido tudo. Na cultura chinesa a vergonha é muito grande e o medo de levar o problema para casa é maior ainda” SÍLVIA MOHR RESPONSÁVEL PELA LINHA DA ESPERANÇA DA CÁRITAS após terem jogado e perdido tudo. Na cultura chinesa a vergonha é muito grande e o medo de levar o problema para casa é maior ainda. Isto leva as pessoas a cogitarem a ideia de suicídio.” Se o suicídio ainda é tabu no seio da comunidade chinesa, a verdade é que o panorama parece ter vindo a melhorar. “Houve um progresso muito grande. Não faz parte da cultura avisar que se vai cometer o suicídio, normalmente são casos silenciosos sem aviso prévio. Com as campanhas de consciencialização que são feitas, a população começou a falar de forma mais aberta sobre o assunto”, adiantou a responsável. Actualmente Sílvia Mohr lidera uma equipa de 12 pessoas. O objectivo é que daqui a um ano a linha possa funcionar durante 24 horas. A pensar naqueles que não encontram esperança, a Cáritas decidiu lançar uma campanha no Facebook em que cada pessoa tem de acender uma vela e postar a imagem na rede social durante o dia de amanhã. Andreia Sofia Silva (com J.F.)
andreia.silva@hojemacau.com.mo
8 SOCIEDADE
hoje macau sexta-feira 9.9.2016
Gás CONSELHO CONSULTIVO QUER MAIS REGRAS PARA COMERCIALIZAÇÃO
Regime apertado
A
O Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central defende um regulamento mais rigoroso no armazenamento de botijas de gás para o sector retalhista
M
EDIANTE a existência cada vez mais frequente de acidentes causados pelo vazamento de gás, o Conselho Consultivo de Serviços Comunitários da Zona Central defendeu, numa reunião ordinária realizada na quarta-feira, a criação de um regime de autenticação profissional dos fornecedores. O coordenador-adjunto do Conselho, Choi Tat Meng, e Lam U Tou, do grupo, relembraram os 36 acidentes que envolveram o vazamento de gás no ano passado e os 33 acidentes já registados desde o início do ano, cinco dos quais resultaram num morto e nove feridos, segundo os dados dos Bombeiros.
33 acidentes com gás registados desde o início do ano
O Conselho considera que a situação necessita de mais atenção e, apesar das autoridades terem feito 210 visitas aos retalhistas, o facto de não se conseguir
O
novo resort da Sands China abre na terça-feira. O Parisian é mais um dos complexos da operadora no Cotai e vai ter direito a 410 mesas, sendo que 300 delas serão transferidas de outros casinos do grupo e cem autorizadas pelo Executivo. Wilfred Wong, presidente da Sands China, afirma que a empresa “respeita a decisão do Governo”, referindo-se às quotas para mesas jogo limitadas a 3% anual pelo Executivo. O hotel tem
entrar em casas particulares faz com que seja necessário aumentar o índice de segurança. A longo prazo, dizem, deverá ser feita legislação para assegurar que os esquentadores sejam instalado por profissionais.
RESPOSTAS PRECISAM-SE
A propósito deste assunto, o deputado da Assembleia Legislativa Leong Veng Chai dirigiu uma interpelação ao Governo, onde manifesta preocupação em relação ao armazenamento deste género de produtos. As questões colocadas pelo número dois de Pereira Coutinho dizem respeito a casas particulares, questionando este se “as inspecções dependem de denúncias ou podem ser feitas de forma regular ou aleatória pelos funcionários públicos”. Em relação aos espaços públicos, o deputado quer saber se “a lei vigente define ou não a frequência das inspecções junto dos estabelecimentos de restauração”. A título de exemplo foi referido um acidente num espaço comercial na ZAPE, que aconteceu no dia 26 de Julho, de onde foram retiradas várias garrafas de GPL.
Associação de Reabilitação de Toxicodependentes de Macau (ARTM) abre o novo espaço de tratamento na zona de Coloane já este mês. Há 15 anos a funcionar no território, a ARTM vai finalmente inaugurar, no dia 20, o novo espaço para acolher mais cidadãos com problemas de droga, álcool, jogo e distúrbios do foro psiquiátrico. A equipa da ARTM recebeu formação durante duas semanas na Austrália, segundo um comunicado da instituição, e já se encontra em condições de receber os pacientes que necessitem de acompanhamento. Ao todo, este novo espaço poderá acolher 80 pessoas, uma vez que dispõe de camas suficientes para isso. Cinquenta dessas vagas destinam-se ao sexo masculino e 20 serão para mulheres, sobrando dez camas para casos mais extremos, nomeadamente doentes paliativos. Em entrevistas anteriores, o presidente da ARTM, Augusto Nogueira, referiu que também que seria importante conseguir fazer acordos com departamentos e outras instituições locais, que actuem no mesmo âmbito, no sentido de haver maior cooperação entre as instituições para que a resposta aos casos fosse mais célere e eficaz.
KAIFONG EXIGEM ATENÇÃO DO GOVERNO FACE A TERRENO ABANDONADO
Segundo o Jornal do Cidadão, a Associação de Moradores de Sa Lei Tou exige a atenção do Governo em relação a um terreno situado na Avenida Marginal Lam Mau, o qual não só não está aproveitado como está a causar problemas ambientais, com a proliferação de ervas e mosquitos, sem esquecer a quantidade de lixo deixada pelos transeuntes. A associação exige que o Governo faça um melhor aproveitamento dos terrenos, os quais poderiam servir, na sua opinião, para a construção de parques ou outras infra-estruturas públicas. Este terreno foi recuperado há dois anos.
Angela Ka (com HM) info@hojemacau.com.mo
Paris em Macau Parisian inaugura terça-feira com 410 mesas e descontos
três mil quartos, mas o responsável assegura que as reservas já estão “bastante preenchidas para os próximos meses”. O investimento no resort, com mais de dois mil pés quadrados, foi de cerca de dois mil milhões de dólares americanos. Apesar das quebras das receitas no jogo, a operadora mostra-se optimista.
NOVO CENTRO DA ARTM ABRE DIA 20
“Estou confiante com o sucesso do Parisian”, referiu Wong.
SURPRESAS PARA TODOS
A conferência de imprensa que decorreu ontem no Venetian serviu ainda para desvendar o que vai acontecer durante a inauguração do Parisian. Estão prometidas muitas surpresas, espectáculos e
promoções dedicadas “às pessoas de Macau”, como fez questão de afirmar Dave Horton, director do Gabinete de Marketing da Las Vegas Sands. O evento arranca às 20h18 e conta com a cantora belga Lara Fabian, um jantar de gala e um passeio na “red carpet” pela actriz e cantora de Hong Kong Karen Mok. Os espectáculos serão transmitidos no exterior em ecrãs gigantes. Mas os anúncios não se ficaram por aqui. Dave Horton diz que “o grupo quer ser parte integrante
de Macau e fazer parte da comunidade” e, por isso, anunciou uma série de descontos em lojas e serviços de todos os resorts da operadora, que vão dos 20% aos 50%. Subir à Torre Eiffel, comer uma refeição num dos muitos restaurantes do grupo ou tornar-se membro do ginásio são alguns exemplos destes serviços. Haverá também fogo de artifício e animação de rua. A cerimónia contou também com a presença de Paulo Chan, director de Inspecção e Coordenação de Jogos.
CONSELHO CONSULTIVO SUGERIDO CREMATÓRIO NOS NOVOS ATERROS
Ku Man Tat, membro do Conselho Consultivo das Ilhas, concorda com a ideia da construção do primeiro crematório de Macau, algo que foi proposto pelo Chefe do Executivo no hemiciclo em Julho. Segundo o jornal Ou Mun, Kun Man Tat defende que o crematório deve ser construído nos novos aterros, para que se possa definir bem as funções da cidade e ainda para manter o descanso dos cidadãos. Para o responsável, não será boa ideia construir o crematório junto ao templo Tam Kung, dado o espaço ser bastante limitado, defendeu. As declarações foram feitas à margem de uma reunião do Conselho Consultivo, ocorrida esta segunda-feira.
9 hoje macau sexta-feira 9.9.2016
Híbridos TRANSMAC TESTA AUTOCARROS VERDES EM 2017
Passos em frente TIAGO ALCÂNTARA
Diminuir a dependência às infra-estruturas de carregamento é possível com os veículos híbridos E-REV. É o que diz a Transmac, que confirmou ao HM estar a prepararse para testar dois autocarros em 2017
120 A GÁS O Plano de Desenvolvimento Quinquenal, ontem apresentado, prevê que em 2020 estejam a rodar nas estradas de Macau um total de 120 autocarros movidos a gás natural, sendo que os autocarros sem barreiras deverão ocupar 70% do número total de autocarros. O Governo prometeu ainda 200 estações de carregamento.
A
Transmac quer ter a circular dois autocarros híbridos já no próximo ano. Para já, a empresa quer apenas avançar com testes, mas o vice-director da operadora considera que esta poderia ser a solução para Macau, no que à introdução de autocarros mais amigos do ambiente diz respeito. O anúncio da introdução destes veículos nas vias do território foi feito à margem de um fórum automóvel entre Guangdong, Hong Kong e Macau, onde o vice-gerente-geral da empresa revelou que esta pretende adquirir “veículos eléctricos com extensão de auto-
nomia” (E-REV, Extended-Range Electric Vehicle, em Inglês). Ao HM, o vice-director da empresa diz que os testes serão feitos inicialmente com dois veículos. Em Maio, como noticiou o HM, a Transmac comprou 25 novos autocarros para circulação em Macau, mas nenhum deles era
amigo do ambiente. Apesar de ter sido uma promessa do Governo a implementação gradual de autocarros movidos a gás ou eléctricos, a empresa justificava que a falta de infra-estruturas não ajuda. “É necessário haver instalações complementares para avançar e agora não há fornecimento
de gás natural nem estações de carregamento”, começou por explicar ao HM Kwan Wing Kai, o vice-director da empresa, na altura “Não podemos [implementar] a curto-prazo, porque há limitações.” Aempresa admitia estar à procura de fornecedores “adequados”, mas a falta de equipamentos de carregamento era um dos maiores problemas apontados. Com estes E-REV, Kwan Wing Kai renova a esperança. “O problema maior dos veículos eléctricos é que vão parar completamente depois de gastarem toda a electricidade e isso não consegue adaptar-se às actuais exigências de Macau, porque os percursos e
SOCIEDADE
duração de utilização são longos. Muitas vezes chegam a centenas de quilómetros por dia”, começa por explicar ao HM. “Mas os E-REV, mesmo depois de acabar a electricidade, vão auto-carregar-se.” Com bateria e motor eléctrico, estes veículos contam também com motor movido a combustível. Contudo, é o motor eléctrico que faz as rodas andar e o motor movido a gasolina/gasóleo serve como gerador de energia para carregar a bateria quando esta acaba. O motor deste tipo de autocarros é relativamente maior, pelo que a Transmac diz estar a estudar com uma empresa de produção o interior do carro, para aumentar a capacidade de passageiros. Mas esta poderá ser, diz Kwan Wing Kai, a solução a adoptar. “O custo é bastante semelhante aos veículos eléctricos, mas a troca de uma bateria [desses] pode custar quase um autocarro inteiro. Depois de considerarmos, os veículos E-REV conseguem adaptar-se mais à situação de Macau. Para o percurso mais longo, estes vão chegar a 500 quilómetros e os normais são 300. Como o eléctrico só consegue andar cerca de cem quilómetros, é só ver.” Os testes no próximo ano ainda não têm data definitiva, porque a Transmac ainda está a negociar com o produtor. Angela Ka
info@hojemacau.com.mo
Joana Freitas
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Mais animais que os outros
EDIFÍCIO DO MP PODERÁ CUSTAR 130 MILHÕES DE PATACAS
A
O
Basta um pedido para autorizar experiências científicas
S instituições que queiram fazer experiências com animais só precisam de pedir autorização uma vez, desde que os testes não sejam feitos com cães, gatos e símios. A explicação foi dada por Choi U Fai, Chefe da Divisão de Inspecção e Controlo Veterinário do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), num seminário de apresentação da Lei de Protecção dos Animais às instituições educativas. O diploma, que entrou em vigor a 1 de Setembro, indica que é proibido experiências em animais, salvo com autorização do Governo. Ontem, no seminário, participantes estavam preo-
cupados com o que consideram ser um processo complexo: o pedido de autorização sempre que as entidades queiram fazer experiências. Porque, defenderam, as escolas têm “bastantes projectos de experiências”. Choi U Fai refere, citado pelo jornal Ou Mun, que “as escolas precisam apenas de apresentar uma lista das experiências que pretendem fazer para o período de um ano, especificando os objectivos, as espécies a ser utilizadas e o método a que pretendem recorrer para que a autorização lhes seja conferida”, não precisando de pedir autorização sempre que levam a cabo as experiências.
“Se não mudarem a proposta das experiências, já não necessitam de pedir novamente”, esclareceu.
BONS ALUNOS
No mesmo seminário, Ung Sau Hong, membro do Conselho de Administração do IACM, indicou que o exame para isenção de açaime destinado aos cães com mais de 23 quilos teve, até agora, 100% de taxa de aprovação. No total, o organismo já recebeu 300 cães para fazerem o exama de isenção os 70 cães que já o fizeram passaram todos. A.K. (revisto por J.F.)
novo edifício do Ministério Público poderá custar até 130 milhões de patacas. É o que sugerem as propostas ontem apresentadas por mais de uma dezena de empresas à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). O Governo planeia construir um edifício para o MP na a Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues e 18 empresas candidataram-se ao concurso público. Destas, 17 foram admitidas e uma excluída, a Chon Tit, empresa que construiu o Parque Central da Taipa. Mas uma subsidiária desta foi aceite: a CCEC, cujo antigo director-geral foi condenado por corrupção por ter subornado Ao Man Long para a construção da Ponte Sai Van. Entre as candidatas admitidas está ainda a a Companhia de
Fomento Predial Sam Yau, responsável por obras públicas como a expansão do Terminal Marítimo do Porto Exterior e do Centro de Doenças Infecciosas do Alto de Coloane, a Top Builders, cujo contrato das obras do metro foi rescindido pelo Executivo, a Nam Fong e a San Kei Ip. Os preços propostos variam entre os 85 milhões de patacas e os 130 milhões de patacas. O edifício ocupará uma área de cerca de 2200 m2, tem oito dez pisos e a construção deverá arrancar no primeiro trimestre do próximo ano, com um prazo máximo de execução de 600 dias. Prevê-se a criação de cerca de cem postos de trabalho, “devendo-se dar prioridade à contratação de mão-de-obra local”, como indica o Governo. J.F.
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hoje macau sexta-feira 9.9.2016
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11 CHINA
hoje macau sexta-feira 9.9.2016
PEQUIM PEDE A OBAMA NEUTRALIDADE NAS DISPUTAS TERRITORIAIS
Um mar de interesses
O
Governo chinês apelou ontem ao presidente norte-americano, Barack Obama, para que mantenha a neutralidade, nas disputas territoriais que a China mantém com os países vizinhos, no Mar do Sul da China. Numa conferência de imprensa em Pequim, a porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, pediu aos Estados Unidos da América para que desempenhem um papel construtivo na região. Obama defendeu no Laos, durante a cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), o carácter “vinculativo” da decisão do Tribunal Permanente de Arbitragem, com sede em Haia, que concluiu, em Junho passado, que não existe uma base legal para a China reclamar direitos históricos no Mar do Sul da China. “Esperamos que os EUA desempenhem um papel positivo e justo nesta questão e que façam esforços positivos, genuínos e construtivos para a paz e estabilidade no Mar do Sul da China”, disse Hua Chunying.
ILEGALIDADES
Hua recordou que a China não reconhece a mediação do tribunal internacional: “O Tribunal de Arbitragem não tem jurisdição sobre o caso, e por isso consideramos a sua sentença inválida e ilegal”.
“Esperamos que os EUA desempenhem um papel positivo e justo nesta questão e que façam esforços positivos, genuínos e construtivos para a paz e estabilidade no Mar do Sul da China”’ HUA CHUNYING PORTA-VOZ DO MNE Hua enalteceu ainda a elaboração de um código de conduta entre Pequim e aASEAN, que negociavam desde 2010, para diminuir os conflitos de forma pacífica e melhorar a comunicação, visando “evitar incidentes”. “Ambas as partes tiveram o desejo de olhar em frente e esforçarem-se para devolver a questão do Mar do Sul da China ao diálogo e consulta”, disse. Pequim reivindica a soberania sobre quase todo o Mar do Sul da China, com base numa linha que surge nos mapas chineses desde 1940, e tem investido em grandes operações nesta zona, transformando recifes de corais em portos, pistas de aterragem e em outras infra-estruturas. Vietname, Filipinas, Malásia e Taiwan também reivindicam uma parte desta zona, o que tem alimentado intensos diferendos territoriais com a China.
ECONOMIA VOLTA A CRESCER AO FIM DE DOIS ANOS
A
S importações da China subiram 1,5%, em Agosto, face ao mesmo mês do ano passado, no primeiro aumento em quase dois anos, revelaram ontem as alfândegas do país, num sinal positivo para a segunda maior economia mundial. As exportações recuaram 2,8%, em termos homólogos, para 190,6 mil milhões de dólares. O excedente da balança comercial chinesa recuou 13,6%, no mesmo período, para 52 mil milhões de dólares. Estes dados são o mais recente indicador positivo para a maior potência comercial do planeta, com a primeira subida das importações, para 138,5 mil milhões de dólares desde Outubro de 2014. A China foi o motor da recuperação global após a crise financeira de 2008 e o desempenho da sua economia tem impacto em vários países, desde a Austrália ao Zâmbia. É também o principal cliente do petróleo de
Angola, que em Julho foi o maior fornecedor de crude do país asiático, ultrapassando a Arábia Saudita e a Rússia, com as vendas a aumentarem 23,3%, face ao mês anterior, para 4,27 milhões de toneladas, segundo dados oficiais. O país asiático é ainda o principal parceiro comercial do Brasil e um dos principais investidores em Portugal. Em 2015, a economia chinesa cresceu 6,9%, o ritmo mais lento dos últimos 25 anos. No início do mês, dados oficiais revelaram que o índice de produção industrial da China subiu também para o nível mais alto em quase dois anos.
PUB HM • 2ª VEZ • 9-9-16
Contra o terror marchar, marchar
Governo não poupa terroristas e promete combate feroz
O
Governo chinês prometeu não dar tréguas ao Movimento Islâmico do Turquestão Oriental (MITO), um grupo que reclama a independência de Xinjiang, após ter sido confirmado o seu envolvimento no ataque suicida à embaixada chinesa no Quirguistão. “As forças terroristas do Turquestão Oriental, representadas pelo MITO, levaram a cabo múltiplas actividades terroristas, dentro e fora da China, e têm as mãos manchadas com sangue”, afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hua Chunying. “Iremos combatê-los”, disse.Aporta-voz frisou que Pequim está disposto a cooperar com outros países na luta global contra o terrorismo. “Somos contra o terrorismo em qualquer formato”, afirmou.
NÚMERO DOIS
Segundo revelaram os serviços secretos do Quirguistão, o ataque suicida contra a embaixada da China em Biskek, na semana passada, foi organizado por militantes da minoria étnica chinesa de origem muçulma-
na uigur que combatem na Síria. A mesma fonte detalha que o suicida bombista era membro do MITO, um grupo que reclama a independência da região de Xinjiang, a oeste da China. “A investigação concluiu que o atentado foi ordenado por grupos terroristas uigures, que operam na Síria, e estão filiados com a organização terrorista Frente al Nosra”, afirmaram os serviços secretos quirguistaneses, citados pela imprensa chinesa. Este é o segundo grupo ‘jihadista’ mais importante na Síria, a seguir à organização extremista Estado Islâmico (EI). A China reivindica que organizações extremistas recrutam membros na região autónoma do Xinjiang, onde vivem os muçulmanos uigures, e culpa estas por fomentar atentados no país, que causaram nos últimos anos centenas de mortos. Recentemente um estudo elaborado pelo instituto New America Foundation, considerou que esta região oferece um “alto potencial” para os recrutadores do EI, devido “às significativas disparidades económicas entre a etnia chinesa han e a população muçulmana local”.
ANÚNCIO Acção de Processo Comum do Trabalho n.º
LB1-16-0063-LAC
Juízo Laboral
AUTORA: WU YINGCHAN, nascida em 24 de Agosto de 1987, titular de “ 中華人民共和國往來港澳通行證” nº W57904978 e de “中華人民共和國居 民身份證” nº 44078119870824724X e do Título de Identificação de Trabalhador Não-Residente nº 232292/2016, residente em “中國廣東省中山市坦洲 鎮匯翠山莊桃源居2幢702”.----------------------------------------------------------RÉ: WEALTH YEAR LIMITADA, com sede no Sul da Marina Taipa – Sul Rotunda do Dique Oeste, Lote A1, Hotel Grande Waldo, 2º andar, na Ilha da Taipa, em Macau, registada na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis sob o nº 22109(SO).-----------------------------------------------------------*** FAZ-SE SABER que pelo Tribunal Judicial de Base da RAEM, correm éditos de TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do anúncio, citando a ré WEALTH YEAR LIMITADA, acima identificada, para no prazo de QUINZE DIAS, findo o dos éditos, querendo contestar a petição inicial dos autos, de ACÇÃO DE PROCESSO COMUM DO TRABALHO acima identificados, apresentada pela autora, na qual a autora pede que a presente acção seja julgada procedente por provada e, em consequência, ser a ré condenada a indemnizar à autora a quantia de MOP$25.530,83 (vinte e cinco mil e quinhentas e trinta patacas e oitenta e três avos), bem como o pagamento dos juros legais vencidos e vincendos contados a partir do dia da constituição em mora.----------------------------------------------------------------------------------Tudo como melhor consta da petição inicial, cujos duplicados se encontram nesta Secretaria à sua disposição, sob pena de não o fazendo no dito prazo, seguir o processo os ulteriores termos até final à sua revelia.---------------------Aos 26 de Julho de 2016.
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hoje macau sexta-feira 9.9.2016
13 hoje macau sexta-feira 9.9.2016
EVENTOS
CASAS-MUSEU DA TAIPA COM BANDA DE JAZZ ESTE SÁBADO
O
DJ JAPONESA ACTUA NO KAM PEK E EM EVENTO DE MEDITAÇÃO
Yumii em dose dupla
A
japonesa Yumii chega em dose dupla a Macau este final de semana. Directamente de Tóquio, e depois de ter passado recentemente no Festival Boom, em Portugal, a DJ vai agarrar-se aos pratos no bar Kam Pek e no YogaLoft Macau. Primeiro num tom mais “festivo”, como indica a organização, Yumii vai pôr toda a gente a mexer nesta sexta-feira no bar Kam Pek. A DJ junta-se aos locais Hi-Tech Tribe e DJ Gordon para oferecer “música um pouco mais ritmada e festiva, mas com a mesma sensibilidade feminina e estética tribal/étnica”. Yumii apresenta-se com um estilo musical “profundo, meditativo e imbuído de deep electrónica”. Dependendo da atmosfera, a DJ assegura que pode mudar para funky lounge, deep house dance,
tribal fusion e até uma “mistura imprevisível de ritmos animados”. O Kam Pek abre às 23h30 e a festa tem entrada livre.
ACALMAR O CORPO
Meditação e relaxamento são as palavras de ordem do estúdio de Yoga dirigido por Rita Gonçalves durante o mês de Setembro e, para acalmar as festividades do dia anterior, Yumii apresenta-se no estúdio no Leal Senado. O Yoga Loft é,
assim, palco do “primeiro concerto de música ambient/chill out” com Yoga do território já amanhã. Pelas 17h00, os interessados têm a oportunidade de participar numa sessão de meditação “sentada e deitada”. Enquanto a professora e gerente do estúdio, Rita Gonçalves, guia os participantes com a sua voz, a DJ Yumii toca alguns sons iniciais, ficando depois o resto da sessão a seu cargo. Os organizadores convidam os participantes a “deixar que a música
RELAXAR ÀS SEXTAS
O
Yoga Loft apresenta ainda uma iniciativa de relaxamento todas as sextas-feiras de Setembro, pelas 19h30. Vão ser ensinadas técnicas diferentes de meditação, respiração e relaxamento e no fim será entregue um pequeno livro com descrições das técnicas aprendidas para que os participantes possam continuar a fazê-las em casa. O Workshop “Medite e Relaxe” tem o custo de 500 patacas e está aberto a todos os que queiram participar. As vagas estão praticamente preenchidas, mas ainda há alguns espaços abertos.
À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA A ANATOMIA DO SEGREDO • Leslie Silbert
Inglaterra 1593: Três semanas antes da sua enigmática morte, o famoso e sedutor Christopher Marlowe goza um enorme sucesso como dramaturgo. Rival de Shakespeare e espião ao serviço da Rainha da Inglaterra, Marlowe conhece o submundo de Londres como a palma das próprias mãos. Nova Iorque, actualidade: Kate Morgan, uma jovem licenciada em história da arte, trabalha como detective numa agência privada com ligações à CIA. A hábil e encantadora Kate é contratada pelo jovem milionário Medina para desvendar o mistério de um tomo escrito há mais de 400 anos que tem em seu poder. Quando as páginas amareladas começam a desvendar os seus segredos... o que esconderá este manuscrito? O que fará com que séculos mais tarde ainda leve alguém a matar?
os leve e que os sons da natureza pintem uma imagem na sua mente, ao mesmo tempo que a música liberta a alma”. Rita Gonçalves optou por uma sessão sem posturas de yoga, para que mais pessoas em Macau possam fazer parte desta experiência, que diz ser “muito especial”. O evento tem lotação limitada e custa cem patacas, podendo as inscrições ser feitas através da página do Facebook do Yoga Loft. Yumii também é terapeuta de Reiki e está disponível este domingo para fazer tratamentos ao custo de 350 patacas, no mesmo local. Agora em Macau para terminar a tourneé do Verão, Yumiko Watanabe já esteve em diversos festivais de música de dança alternativa, como “Boom” (Portugal), “Universo Parallelo” (Brasil), “Transahara” (Marrocos)”, “Psy-Fi ”(Holanda) ou “The Experience Festival” (Tailândia), mas também colabora com vários professores de yoga em contextos mais íntimos, criando bandas sonoras para aulas desta modalidade. Os residentes de Macau Rita Gonçalves e Ryoma Ochiai são os organizadores das duas iniciativas. Joana Freitas
Joana.freitas@hojemacau.com.mo
Instituto Cultural (IC), em parceria com a Associação de Promoção de Jazz de Macau, leva a banda Lemon Whirl à série Concerto ao Anoitecer, nas Casas-Museu da Taipa. É já no sábado a partir das 17h30. O grupo vem de Taiwan, segue a tradição do jazz e foi criado em 2010, tendo por base a paixão dos seus membros pela criação musical, inspirada nas suas experiências de vida. Desde que se estrearam, já participaram em festivais fringe e de música por todo o mundo, sendo frequentadores assíduos de salas de espectáculos e tendo já conquistado uma fiel legião de fãs, segundo informação do IC. “O estilo musical de Lemon Whirl está associado à liberdade do jazz bem como à simplicidade e beleza do pop”, indica a organização. Este sábado o grupo oferece “uma experiência musical ao mesmo tempo doce e melancólica, hipnotizante e descontraída”. O concerto tem entrada livre, não sendo necessário bilhetes de ingresso.
ARTESANATO FEIRA INCLUSIVA NO ARMAZÉM DO BOI Para uma maior inclusão social, o Armazém do Boi organiza no próximo fim-de-semana um mercado de artesanato que integra criações de pessoas com incapacidades intelectuais. Para acompanhar a iniciativa ocorrem, paralelamente, um conjunto de workshops e apresentações a cargo dos artistas da casa. “Best buddies flea market” é o nome da iniciativa, que decorre entre as 12h00 e as 19h00 numa parceria com a Melhores amigos, Associação de Macau (MAAM) e as receitas convertem a favor da Associação, criada em 2014.
RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • MAIL@LIVRARIAPORTUGUESA.NET
A ARCA • Victoria Hislop
Tessalonica, 1917. No dia em que Dimitri Komninos nasce, um incêndio devastador varre a próspera cidade grega, onde cristãos, judeus e muçulmanos vivem lado a lado. Cinco anos mais tarde, a casa de Katerina Sarafoglou na Ásia Menor é destruída pelo exército turco. No meio do caos, Katerina perde a mãe e embarca para um destino desconhecido na Grécia. Não tarda muito para que a sua vida se entrelace com a de Dimitri e com a história da própria cidade, enquanto guerras, medos e perseguições começam a dividir o seu povo.
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hoje macau sexta-feira 9.9.2016
Notificação n.o 00017/NOEP/GJN/2016 Considerando que não se revela possível notificar os interessados, pessoalmente, por ofício, telefone, ou outra forma, para o efeito do regime procedimental nos respectivos processos administrativos sancionatórios, nos termos do artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, de 4 de Outubro, do artigo 68.º e do n.º 1 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, o signatário notifica, pela presente, nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, no uso das competências conferidas pelo Conselho de Administração do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e constantes da Proposta de Deliberação n.º 04/PDCA/2016, de 22 de Fevereiro, publicada na Série II do Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 9, de 2 de Março de 2016 e nos termos das competências definidas no n.o 1 do artigo 14.º e na alínea 5) do artigo 16.º do Regulamento Administrativo n.o 32/2001, os infractores, constantes das tabelas desta notificação, do conteúdo das respectivas decisões sancionatórias:
Tabela I
Nome
Sexo
Tipo e N.º do documento de identificação
N.º da acusação
Data da infracção
Data em que foi exarado o despacho de aplicação da multa
陈伟 CHEN WEI
M
(*3)
E8244****
2-000442SO/2016
2016-07-21
2016-08-09
曾金梅 ZENG JINMEI
F
(*2)
W6292****
2-000513SE/2016
2016-07-21
2016-08-09
Nos termos do n.º 4 do artigo 36.º, n.º 1 do artigo 37.º, artigo 38.º e artigo 39.º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos, aprovado pelo Regulamento Administrativo n.º 28/2004 e em conjugação com o n.º 2 do artigo 5.º do Código do Procedimento Administrativo, o Presidente do Conselho de Administração, ou seus substitutos, exararam despachos nas respectivas informações, tendo em consideração as infracções administrativas comprovadas e a existência de culpa confirmada. Assim:
黃志冬 HUANG ZHIDONG
M
(*2)
C3620****
2-000606RQ/2016 2016-07-21
2016-08-09
梁鋼平 LEUNG KWONG PING
M
(*12)
H341***(*)
2-000503SG/2016
2016-07-18
2016-08-09
1.
金德斌 JIN DEBIN
M
(*2)
W5527****
2-000501SG/2016
2016-07-17
2016-08-09
刘云云 LIU YUNYUN
F
(*3)
E1222****
2-000500SG/2016
2016-07-17
2016-08-09
莫博球 MO BOQIU
M
(*2)
C4186****
2-000499SG/2016
2016-07-17
2016-08-09
王立宇 WANG LIYU
M
(*2)
C4340****
2-000496SG/2016
2016-07-15
2016-08-09
謝惠敏
M
(*1) 310110195********* 2-000493SG/2016
2016-07-14
2016-08-09
陈开 CHEN KAI
M
(*3)
G4563****
2-000492SG/2016
2016-07-14
2016-08-09
林麟 LIN LIN
M
(*2)
c2830****
2-000491SG/2016
2016-07-14
2016-08-09
Foram aplicadas aos infractores, constantes das Tabelas I até IV, as multas previstas no n.º 2 do artigo 45.º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e no artigo 2.º do Catálogo das Infracções, no valor de MOP600,00 (cada infracção): Os factos ilícitos exarados nas acusações, provados testemunhalmente, constituem infracções administrativas ao disposto no n.º 1 do artigo 13.º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previstos no n.º 7 do artigo 2.º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 106/2005, porquanto resultam da prática de actos de “nos espaços públicos, abandonar resíduos sólidos fora dos locais e recipientes especificamente destinados à sua deposição”, tendo sido os infractores notificados do conteúdo das acusações. (cfr.: Tabela I) Os factos ilícitos exarados nas acusações, provado testemunhalmente, constituem infracções administrativas ao disposto no n.º 2 do artigo 9.º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previsto no n.º 12 do artigo 2.º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 106/2005, porquanto resultam da prática de actos de “não limpar de imediato o espaço público poluído com dejectos de animais de estimação que se está a acompanhar”, tendo sido os infractores notificados do conteúdo das acusações. (cfr.: Tabela II)
徐志清
M
(*1) 310227196********* 2-000588RQ/2016 2016-07-14
2016-08-09
刘建亭 LIU JIANTING
M
(*2)
2016-08-09
梁云华
M
(*1) 522130198********* 2-000412SO/2016
2016-07-12
2016-08-09
李顺喜 LI SHUNXI
M
(*3)
E7335****
2-000060SV/2016
2016-07-10
2016-08-09
张安荣 ZHANG,ANRONG
M
(*2)
C0110****
2-000022RF/2016
2016-07-09
2016-08-09
刘玉瑞 LIU YURUI
M
(*2)
c4200****
2-000020RF/2016
2016-07-09
2016-08-09
王立国 WANG LIGUO
M
(*2)
W6401****
2-000451SE/2016
2016-07-07
2016-08-09
师寿安 SHI SHOUAN
M
(*3)
G4235****
2-000467SG/2016
2016-07-07
2016-08-09
杨彬 YANG BIN
M
(*2)
C1955****
2-000288RM/2016 2016-07-07
2016-08-09
吳茵 NG YAN
F
(*12)
Y616****
2-000054ST/2016
2016-07-06
2016-08-09
石偉權 SHEK WAI KUEN
M
(*12)
Y295****
2-000053ST/2016
2016-07-06
2016-08-09
张锡平 ZHANG XIPING
M
(*2)
c0812****
2-000449SE/2016
2016-07-06
2016-08-09
DINH THI TUYET
F
(*11)
N174****
2-000424SA/2016
2016-07-05
2016-08-09
许国荣
M
(*1) 350321195********* 2-000421SA/2016
2016-07-05
2016-08-09
潘俊敏 PAN JUNMIN
M
(*2)
C2285****
2-000450SG/2016
2016-07-05
2016-08-09
叶维廷 YE WEITING
M
(*3)
E5000****
2-000439SE/2016
2016-07-04
2016-08-09
梁曰东
M
(*1) 440682197********* 2-000031ST/2016
2016-07-02
2016-08-09
KIN SO REA
F
(*9)
m2324****
2-000712RZ/2016
2016-07-02
2016-08-09
黃炳輝 HUANG BINGHUI
M
(*2)
c2742****
2-000417SA/2016
2016-07-01
2016-08-09
黃聯杰 HUANG LIANJIE
M
(*2)
c3017****
2-000416SA/2016
2016-07-01
2016-08-09
Não é de atender a esta notificação, caso os infractores constantes das tabelas anexas tenham já saldado, aquando da presente publicação, as respectivas multas, resultantes da acusação. Para informações mais pormenorizadas, os interessados poderão ligar para o telefone n.º 8295 6868 ou dirigir-se pessoalmente ao referido Núcleo Operativo deste Instituto.
MARIANUS DIAN AGUNG KRISTIAWAN
M
(*8)
a534****
2-000415SA/2016
2016-07-01
2016-08-09
SAMUEL JOHNY
M
(*8)
a541****
2-000414SA/2016
2016-07-01
2016-08-09
Aos 29 de Agosto de 2016
季芷如 JI ZHIRU
F
(*3)
E2634****
2-000023SS/2016
2016-06-29
2016-08-09
梁宇穎 LIANG YUYING
M
(*2)
C1879****
2-000021SS/2016
2016-06-29
2016-08-09
Os factos ilícitos exarados nas acusações, provado testemunhalmente, constituem infracções administrativas ao disposto na alínea 3) do n.º 1 do artigo 9.º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previstos no n.º 30 do artigo 2.º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 106/2005, porquanto resultam da prática de actos de “permitir a circulação de animal nos espaços públicos sem que ele esteja preso em gaiola, jaula, por trela ou aparelho similar ou sem que ele use os aparelhos de identificação e de segurança estabelecidos na licença”, tendo sido os infractores notificados do conteúdo das acusações. (cfr.: Tabela III) Os factos ilícitos exarados nas acusações, provados testemunhalmente, constituem infracções administrativas ao disposto na alínea 1) do n.º 1 do artigo 2.º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previstos no n.º 13 do artigo 2.º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 106/2005, porquanto resultam da prática de actos de “cuspir escarro ou lançar muco nasal para qualquer superfície do espaço público, de instalações públicas ou de equipamento público”, tendo sido os infractores notificados do conteúdo das acusações. (cfr.: Tabela IV) 2.
Além disso, os infractores podem ainda apresentar reclamação contra os actos sancionatórios ao autor do acto, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da publicação da notificação, nos termos dos artigos 145.º, 148.º e 149.º do Código do Procedimento Administrativo, sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo 123.º do referido código. Para efeitos do disposto no n.º 2 do artigo 150.º do mesmo diploma, a reclamação não tem efeito suspensivo sobre o acto.
3.
4.
5.
Quanto aos actos sancionatórios, os infractores podem apresentar recurso contencioso no prazo estipulado nos artigos 25.º e 26.º do Código de Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 110/99/M, de 13 de Dezembro, para o Tribunal Administrativo da Região Administrativa Especial de Macau. Sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo 75.º do Código do Procedimento Administrativo, para efeitos do disposto no n.º 4 do artigo 55.º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos, os infractores deverão efectuar a liquidação de todo o valor das multas aplicadas, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, a partir da data da publicação da presente notificação, no Gabinete Jurídico e Notariado do IACM (Núcleo Operativo do IACM para a Execução do Regulamento Geral dos Espaços Públicos), sito na Avenida da Praia Grande, n.os 762-804, Edf. China Plaza, 5.º andar, Macau, Centro de Actividades de S. Domingos, sito na Travessa do Soriano, Complexo Municipal do Mercado de S. Domingos, 4.º andar, Macau ou através do acesso ao endereço electrónico http://www.iacm.gov.mo/rgep. Caso contrário, o IACM submeterá os processos à Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças para a cobrança coerciva, nos termos do artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, mas sem prejuízo da aplicação do disposto no n.o 4 do artigo 18.º do mesmo Decreto-Lei. Os infractores, antes da liquidação das multas, não poderão entrar de novo, na RAEM.
O Presidente do Conselho de Administração José Tavares
WWW. IACM.GOV.MO
C1025****
2-000587RQ/2016 2016-07-14
15 hoje macau sexta-feira 9.9.2016
KWON DAEKI
M
(*9)
KR031****
2-000132SD/2016
2016-03-27
2016-08-15
王一民 WANG YIMIN
M
(*2)
C3131****
2-000139QY/2016 2016-03-27
2016-08-15
MUHAMAD,FAZLI BIN RAMLI
M
(*7)
E5806****
2-000168QS/2016
2016-03-27
2016-08-15
HUANG,JUNHONG
M
(*7)
E3735****
2-000167QS/2016
2016-03-27
2016-08-15
张治安 ZHANG ZHIAN
M
(*2)
C2478****
2-000190RO/2016 2016-03-27
2016-08-15
2016-08-08
李立新 LI LIXIN
M
(*2)
C1780****
2-000259RJ/2016
2016-03-27
2016-08-15
2-000204SM/2016 2016-05-06
2016-06-20
刘嘉业 LIU JIA YE
M
(*2)
W6164****
2-000309RA/2016 2016-03-26
2016-08-15
2-000230SG/2016
2016-05-12
KURNIAWANSYAH
F
(*8)
B271****
M
(*5)
简喜俭 JIAN XIJIAN
M
林景濬 LIN CHING-CHUN
M
(*6)
30857****
2-000285RM/2016 2016-06-29
2016-08-09
崔海林 CUI HAILIN
M
(*2)
C4153****
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2016-06-28
2016-08-09
梁务健 LIANG WUJIAN
M
(*3)
E4920****
A089678/2016
2016-06-27
2016-08-09
刘紹財 LIU SHAOCAI
M
(*2)
w5356****
2-000392SA/2016
2016-06-19
谭永坚 TAN YONGJIAN
M
(*4)
C1321****
骆惠良 LUO HUILIANG
M
(*4)
C3345****
(*2)
C3896****
2-000286RM/2016 2016-06-29
2016-04-23
2016-08-09
2016-03-26
2016-08-15
EC581****
2-000163QS/2016 2016-03-24
2016-08-15
(*6)
31041****
2-000187RO/2016 2016-03-24
2016-08-15
M
(*2)
W8859****
2-000186RO/2016 2016-03-24
2016-08-15
唐剑 TANG JIAN
M
(*3)
G3285****
2-000248RQ/2016 2016-03-24
2016-08-15
莫如文 MO RUWEN
M
(*2)
C3377****
吳毅洪 WU YIHONG
M
(*2)
2016-08-19
李远章 LI YUANZHANG
M
(*2)
2016-08-19
陈丹南
2-000156RY/2016 2016-04-02
2016-08-19
PHUNDUANG NOPPHON
2-000269RQ/2016 2016-04-02
2016-08-19
TAT QUY YHANH
谭智祥 TAN ZHIXIANG
M
(*3)
G5830****
2-000184SG/2016
2016-04-06
2016-08-19
TANGUB,MARK ANTHONY
王星星 WANG XINGXING
F
(*3)
e1351****
2-000090SO/2016
2016-04-04
2016-08-19
陳韋龍 CHEN WEI-LUNG
M
邵勇 SHAO YONG
M
(*3)
e6473****
2-000089SO/2016
2016-04-04
2016-08-19
簡松基 JIAN SONGJI
朱百芳 ZHU BAIFANG
M
(*3)
e0566****
2-000088SO/2016
2016-04-04
2016-08-19
余新武
M
(*1) 430703198********* 2-000367RZ/2016
2016-04-02
2016-08-19
潘旭华 PAN XUHUA
M
(*2)
2-000365RZ/2016
2016-04-02
2016-08-19
王中原
M
(*1) 410225197********* 2-000364RZ/2016
2016-04-02
2016-08-19
陈妹
F
(*1) 440882198********* 2-000106SH/2016
2016-04-02
刘斌 LIU BIN
M
(*2)
2-000160RY/2016 2016-04-02
吳文龍 WU WEN LUNG
M
(*6)
30398****
陳炳芳 CHAN PING FONG
M
(*12)
g042***(*)
w7608****
w6623****
馬漢文 MA HON MAN ANDREW
M
(*12)
g483****
2-000155RY/2016 2016-04-02
2016-08-19
連广海 LIAN GUANGHAI
M
(*2)
w6643****
2-000154RY/2016 2016-04-02
2016-08-19
郭敏聰 KWOK MAN CHUNG
M
(*12)
2-000153RY/2016 2016-04-02
2016-08-19
k480****
PUBLICIDADE
A088290/2016
A087596/2016
2016-03-23
2016-08-15
C0426****
2-000125SG/2016 2016-03-23
2016-08-15
C1303****
2-000245RX/2016 2016-03-23
2016-08-15
M
(*4) 352103196********* 2-000249RZ/2016 2016-03-14
2016-04-13
M
(*4)
1428****
2-000335RE/2015
2015-11-05
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M
(*4)
2133****
2-000173RJ/2015
2015-08-15
2015-09-16
2-000134SN/2016 2016-07-20
2016-08-09
Tabela II 邓文彬 DENG WENBIN
M
(*2)
C1553****
KC RABIN
M
(*4)
2138****
PATROCINIA ASUNCION VALENA
F
(*5)
DANG THI MUI
F
(*4)
A088547/2016
2016-05-06
2016-05-26
EC202****
2-000306RX/2016 2016-04-06
2016-08-19
2275****
2-000208RE/2016 2016-02-27
2016-06-07
杨友明
M
(*1) 320125198********* 2-000206RO/2016 2016-04-02
2016-08-19
夏超 XIA CHAO
M
(*3)
2-000205RO/2016 2016-04-02
2016-08-19
SWE SWE LAY
F
(*10)
MA16****
A089245/2016
2016-07-13
2016-08-09
陈桂媚
F
(*1) 440107198********* 2-000204RO/2016 2016-04-02
2016-08-19
KC RABIN
M
(*4)
2138****
A088572/2016
2016-05-06
2016-05-26
曾瑞灵
M
(*1) 440722196********* 2-000147SA/2016
2016-04-02
2016-08-19
張文宙
M
(*1) 440104198********* 2-000146SA/2016
2016-04-02
2016-08-19
林淑勤
F
(*1) 440883198********* 2-000203RO/2016 2016-04-02
2016-08-19
吳海波 WU HAIBO
M
(*2)
c0012****
2-000145SA/2016
2016-04-02
孙伟 SUN WEI
M
(*2)
C2860****
2-000059SO/2016
王剑林
E1615****
Tabela III
Tabela IV 林显富 LIN XIANFU
M
(*2)
C2617****
2-000433SA/2016 2016-07-11
2016-08-09
2016-08-19
赵德维 ZHAO,DEWEI
M
(*2)
W8896****
2-000023RF/2016 2016-07-09
2016-08-09
2016-03-31
2016-08-19
蒙政军 MENG,ZHENGJUN
M
(*2)
C2329****
2-000021RF/2016 2016-07-09
2016-08-09
M
(*1) 340503196********* 2-000364QT/2016 2016-03-31
2016-08-19
施宗焱 SHI ZONGYAN
M
(*2)
C2270****
2-000126SG/2016 2016-03-23
2016-08-15
曹松添 CAO SONGTIAN
M
(*3)
G2478****
2-000362QT/2016 2016-03-31
2016-08-19
段意兵 DUAN YIBING
M
(*2)
C3180****
2-000140RM/2016 2016-03-30
2016-08-19
PARK SANG YI
F
(*9)
M3132****
2-000162SG/2016
2016-03-30
2016-08-15
張建兵 ZHANG JIANBING
M
(*2)
c3487****
2-000259RQ/2016 2016-03-28
2016-08-15
張治国 ZHANG ZHIGUO
M
(*2)
c3487****
2-000258RQ/2016 2016-03-28
2016-08-15
馬必成 MA BICHENG
M
(*2)
c0463****
2-000257RQ/2016 2016-03-28
2016-08-15
张树森 ZHANG SHUSEN
M
(*2)
C3572****
A091132/2016
2016-03-28
2016-08-15
李光辉 LI GUANGHUI
M
(*2)
W6548****
2-000326RZ/2016
2016-03-27
2016-08-15
黃樹成
M
(*1) 440111198********* 2-000133SD/2016
2016-03-27
2016-08-15
Nota: (*1) Bilhete de Identidade da República Popular da China (*2) Salvo-conduto da República Popular da China para deslocação a Hong Kong e Macau (*3) Passaporte da República Popular da China (*4) Bilhete de Identidade de Trabalhador Não-Residente (*5) Passaporte da República das Filipinas (*6) Documento de viagem da região de Taiwan (*7) Passaporte de Singapura (*8) Passaporte da República da Indonésia (*9) Passaporte da República da Coreia (*10) Passaporte da Birmânia (*11) Passaporte da República Socialista do Vietname (*12) Bilhete de identidade de Hong Kong
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h ARTES, LETRAS E IDEIAS
16
Negociações do Acordo para Macau
P
OR Carta Régia de 22 de Fevereiro de 1547, D. João III faz mercê a Leonel de Sousa de duas viagens sucessivas para a China. “Compreende-se que, desta forma, o conjunto fosse mais rendoso, dado que os contratos fechados num ano, para cumprimento no seguinte, permitiriam, por certo, condições mais favoráveis. Além disso, não se trata ainda de concessão da viagem, mas de uma nomeação para capitão-mor de viagens da coroa, com as vantagens que lhes eram inerentes, mas sob regimento do governador da Índia”, segundo Gonçalo Mesquitela. Data em que se encontravam ainda os mercadores portugueses pelos portos do litoral de Fujian e de Zhejiang, e segundo Jin Guoping e Zhang Zhengchun, no artigo Liampó reexaminado à luz de Fontes Chinesas, “O porto em questão (Liampó) é um lugarejo perdido no meio do mar, que fica a uns 30 quilómetros do Distrito Dinghai. Embora seja uma terra abandonada, só para desterrados, e com rara presença humana, com duas ilhas frente a frente, direcção leste-oeste, separadas por um canal que corre de norte para sul, a sua situação é de grande importância estratégica. Os montes que se erguem nas ilhas constituem bons abrigos. O espaço que se mede entre as duas ilhas é amplo, à volta de uns 10 quilómetros de largura”. Daqui se percebe a impunidade com que os mercadores portugueses viveram meia dúzia de anos clandestinamente numa povoação que, devido a se encontrar longe dos olhares dos mandarins de província e pelos enormes lucros, cresceu para uma cidade. Segundo estes historiadores, os documentos chineses não apresentam a versão de Fernão Mendes Pinto sobre o massacre de Liampó, chacina não relatada por Fr. Gaspar da Cruz, “que nunca foi aceite por estudiosos sérios. Sabemos que o Governador Zhu Wan caiu em desgraça e se suicidou, envenenando-se por ter mandado executar 96 pessoas em Chinchéu em 1549, sem ter autorização da Corte para tal”. A mercê que por Carta Régia, D. João III faz a Leonel de Sousa, segundo Mesquitela, “Deve estar longe dos privilégios da futura viagem concedida por alvarás depois de 1550. Acresce
que no caso de não haver viagem da coroa programada oficialmente, a mercê permitia a alternativa de ser conferida licença para a viagem, mas à custa do próprio Leonel de Sousa, em nau ou navio próprio, obedecendo também a regimento do governador da Índia”. Leonel de Sousa (c.1500-c.1572), natural do Algarve e casado em Chaul, como refere o Padre Gaspar da Cruz, era “capitão algarvio com longos anos de serviço no Oriente,” segundo Rui Manuel Loureiro e “foi responsável pela normalização do tráfico luso-chinês, ao estabelecer com os mandarins de Cantão, em 1554, as normas que deveriam de futuro reger esse intercâmbio”.
RECUSADAS AS VIAGENS EM NAU DA COROA
“D. Afonso de Noronha, alegando que D. João III não mandara que a Leonel de Sousa fosse dada nau, pois se o mandasse ele daria, nem sequer ordenou que lhe fosse dado o ‘favor’ para a sua viagem que diz ter sido dado a D. Francisco Mascarenhas e António Pereira. Assim <eu fui à China numa embarcação de mercadores por o Vice-Rei me não ordenar as viagens como Vossa Alteza mandava>, diz ele mais tarde numa carta”, como refere Gonçalo Mesquitela, que continua, “A mercê real de mera licença não era pois uma garantia de concessão de viagem, como se vê. Leonel de Sousa, vendo que eram recusadas as viagens em nau da coroa, teria conseguido emprestado um terço do espaço de uma nau de mercadores e nela estaria em Sanchoão naquele ano de 1555”. Luís Gonzaga Gomes corrige essa data e refere que “Leonel de Sousa, Capitão-Mor da Viagem do Japão, capitaneando uma esquadra de 17 navios fundeados na Ilha de Sanchoão, desde fins de 1553, escreveu (em 15 de Janeiro de 1556) ao Infante D. Luís, irmão de D. João III, comunicando-lhe que conseguiu assentar com Vam-pé, Segundo Inspector das Costas, um convénio, pelo qual os portugueses foram autorizados a estabelecerem-se em Macau e a construírem habitações em terra”. “Nos portos da China, que encontrou ‘todos cerrados’, as armadas impediam ‘fazer fazenda’. Devia no entanto, ter feito uso da mercê real, pois afirma que, perante a situação encontrada e os
avisos de que poderia vir a haver ataques da armada imperial, <pus logo o melhor resguardo e guarda que pude nos navios e portugueses que estavam comigo>. Note-se que se queixa de que não lhe foi dado mais que a licença e os trabalhos de capitão”, isto é, as credenciais e o regimento que lhe davam os poderes de capitão-mor.
Leonel de Sousa foi dos primeiros capitães-mor da povoação de Macau, quando em 1557, por duas vezes, aqui esteve com a nau ancorada, desde Julho de 1557 até chegar a monção em Junho do ano seguinte “A iniciativa partira do Aitão de Cantão e as negociações não devem ter sido fáceis, mais por questões formais, e legais, do que pela vontade mútua de se encontrar solução”, segundo Mesquitela, que continua, “Acautelada a segurança dos navios e pessoas portuguesas que com ele iam, e recomendado que não provocassem fosse o que fosse que pudesse ‘alevantar a terra’, receoso, portanto, de que a tolerância nas ilhas tivesse sofrido alteração, iniciou as aproximações com o Aitão para negociações”. (...) “Veio visitar os navios um dos chineses, que estava eleito para Aitão. Devem ter inquirido cuidadosamente dos poderes que trazia para com ele poderem negociar. (...) <apertaram comigo que lhe dissesse se era Capitão de Mercadores se de Sua Alteza, e se o era de Sua Alteza que lhe mostrasse o seu sinal que eles muito mal conheciam>.” Satisfeita esta condição,’assentarem que era Capitão de Sua Alteza’, tiveram com Leonel de Souza <grandes cumprimentos e cortesias e inteiramente me guardarão a jurisdição assim dos portugueses como de toda a outra geração que estavam debaixo da minha bandeira>.
G. Mesquitela refere ser o primeiro ponto difícil das negociações, a proibição imperial de negociar com os Fu Lan Ki, questão resolvida do modo mais inesperado para mentalidades ocidentais. “Assim para fazerem esta paz nos mudaram o nome de Franges que nos dantes chamavam a portugueses de Portugal e de Malaca (...) e passamos então a ser os Fan Ian, ‘os homens do Ocidente’, deixando de ser os Franges, ou Fu Lan Ki, nome que ainda hoje se mantém na proibição do Édito Imperial de 1522. Ficava o outro ponto: a taxa dos direitos a pagar. O Aitão oferecia a aplicação da mesma taxa que era aplicada aos navios e mercadores do Sião, país tributário, a de 20 por cento. Os de Sião, navegam na China por privilégio d’ El Rei. Leonel de Souza não aceitou mais que 10 por cento. A maior dificuldade estava em que a alteração da taxa só podia ser concedida por Pequim, o que significava só se poder resolver o caso - e o acordo no ano seguinte, e então, só Deus saberia se seria conseguido. O Aitão rodeou então a questão. O problema seria posto a Pequim para que tivesse decisão definitiva, como aliás veio a ter, aprovando a taxa de 10 por cento, a partir do ano seguinte. E, neste ano, pagariam os 20 por cento, mas apenas sobre metade das mercadorias. Assente a solução, o Aitão pediu a Leonel de Sousa que ‘mandasse fazer bom agasalhado dos mandarins que são como Desembargadores que os vissem fazer (os direitos) aos navios e que não olhasse que eram chineses senão as divisas e Armadas do Estado d’El Rey que traziam’ a fim de não se repetirem as causas que inicialmente tinham levado a perder as boas relações com os portugueses”.
SIMÃO DE ALMEIDA
O Capitão-mor Leonel de Sousa e o haidão Wang Bo, (subintendente dos Assuntos de Defesa Costeira) realizaram o assentamento de 1553-1554, um acordo que permitia aos portugueses autorização para terem um lugar temporário, do qual dependia a viagem ao Japão e de onde se conseguia assegurar o comércio pacífico com a China. No Kwang Tung Chi, a História de Guangdong refere que “Ting Yi Chung, juiz do crime, se opusera à presença de navios estrangeiros no Kwang Tung, continua
17 hoje macau sexta-feira 9.9.2016
José Simões morais
referindo que Wong Pak (Wang Bo) não teve sucesso quando tentou convencê-lo a permitir barcos europeus em águas chinesas. Pouco depois, porém, foi promovido ao posto de Comissário da Administração Civil, o que lhe deu a necessária autonomia para decidir conforme entendesse. E o cronista do Kwang Tung Chi indica claramente que um funcionário de alto grau permitiu aos portugueses que ancorassem em portos chineses”, segundo Mesquitela, que refere a seguir, ”Ainda Wong Pak nos aparece nesse ano de 1554 como
nomeado pelo comandante-em-chefe do Kwang Tung, Pau Chan In, juntamente com Wong Pui e Mak Mang Yeung e outros, para capturarem os piratas Ah Pat que, com outros, infestava as águas do Kwang Tung. Com esse acordo tornou-se possível aos portugueses ir a Cantão e ali legalmente negociar. Valeu-se Leonel de Sousa, como intermediário, de “um Simão de Almeida, homem honrado e cavaleiro”, que na China tem feito muita diligência, com “desejos de servir Sua Alteza. Por algumas obrigações
do seu serviço que lhe pus diante foi sempre honradamente e veio à sua custa e até do que gastou. Soube que dera algumas dádivas a pessoas e oficiais do Aitão com quem negociou mais breve do que eu pudera fazer sem isso. Nem eu servira Sua Alteza como o servi se não fora sua ajuda e Conselho, porque eu tinha pouco cabedal para suprir, mais do que supri nem ele o quis de mim e disse sempre que se nisso servia a Sua Alteza, que dela queria o galardão e não doutrem”. Por estas razões, Leonel de Sousa recomenda Simão de
Almeida para mercês reais “porque não é de Sua Alteza por exemplo dos que se acharem em partes tão remotas, que folgue de servir Sua Alteza com pessoas e fazendas como ele fez”. Assim terá sido Simão de Almeida quem preparou Leonel de Sousa, para cuidadosamente observar os costumes chineses e as suas cortesias <que há entre eles e muito grandes> e <foram de mim muito bem agasalhados e banqueteados com largas dádivas que eles tomaram muito escondido porque tem por isso grandes penas>. Nas despedidas, o haidão chamou ainda a atenção a Leonel de Sousa, pois mercadores não negoceiam com as armas na cinta, que eles muito nos estranham e que assim lhes é muito defeso nas Cidades, que ninguém traz senão os que defendem na terra e guarda dos Oficiais”. Nas feiras de Cantão, realizadas normalmente em Março e em Setembro, os comerciantes portugueses passaram a abastecer-se de seda que, depois de vendidas, tanto no Japão como na Europa, davam lucros astronómicos. A mercantil Companhia da Índia Portuguesa, fundada em 1549 com capitais da Coroa, passou a enviar ao Japão a Nau da Prata, como também era chamada a Nau do Trato (trato significava comércio). Era o capitão-mor dessas viagens, o representante em Macau do Rei e do Vice-Rei ou Governador da Índia Portuguesa, quando nos meses de monção, aí se encontrava à espera para seguir viagem. A monção no Mar de Bengala acontecia em Dezembro/ Janeiro e no Pacífico em Junho/Julho, tendo as viagens isso em atenção. Luís Gonzaga Gomes refere, a 15 de Janeiro de 1556 o “Governador da Índia, D. Francisco Barreto, iniciador do assentamento de paz entre os portugueses e os chineses, numa carta em que pedira que lhe fossem concedidas três viagens do Porto Pequeno de Bengala, em navio de sua Alteza, diz: <tiram tanto pela China os governadores para seus chegados que desconfio tirar já de lá proveito se Sua Alteza não prove como peço>”. Mas, segundo refere o próprio Leonel de Sousa, <da primeira não tirei mais do que ir numa nau de mercadores em que me emprestaram um terço>. Leonel de Sousa foi dos primeiros capitães-mor da povoação de Macau, quando em 1557, por duas vezes, aqui esteve com a nau ancorada, desde Julho de 1557 até chegar a monção em Junho do ano seguinte. Substituiu como capitão-mor Francisco Martins, que em Junho desse ano seguiu para o Japão.
18
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Á sempre aquela vista do castelo. De baixo para cima. O meu olhar esperançoso de que desta vez seja por uns tempos e que depois tudo. O tudo de sempre. Volte ao normal, por uns tempos, o normal de sempre. Avanço na direcção da porta. Do castelo. A porta ali ao lado, o castelo em frente, em cima. Ai, ai ai, ai ai. Rola despedida curva abaixo. O castelo pelas costas. Casario acima. O calor a insuportar. A bandeira pendente. Ai. Responde a caverna ao vento. Cidade acima, bandeira a adejar. Adejou e parou. Ai. Com um guincho de travões. Take I - Travo a cadeira de rodas com um joelho e um canto da barriga, só um canto, para poder agarrar-lhe, para além da cadeira, os cotovelos. Inclinar-me para ela. Erguê-la. A cadeira escorada contra o carro de ladeira acima. Ou abaixo para ser optimista, ou, já não sei. Os cotovelos e deslindar-lhe os pés dos apoios para os pés. Que se levantam mas caem. Não encontro o travão da cadeira. Se calhar já não tem. Há um momento crucial em que, para dar o impulso de a entornar, quase assim, coitadinha da minha paciente sempre e sempre paciente em tudo isto, para o banco dianteiro do carro, me distraio do canto da barriga, do joelho na cadeira, e avanço o outro joelho em que quase sentada, há-de deslizar um pouco abruptamente para o banco. Enquanto a cadeira se solta e desenfreada descreve um curva vertiginosa em rota de colisão com a ambulância que avança entretanto numa correria desatada e uivante. Ao lado uns metros entre mim e o castelo, o segurança e um paramédico conversam da vida encostados a uma outra ambulância em repouso. Olham eles. Olho eu. Olho estarrecida, muda e estática a curva da cadeira. A ambulância que corre. A minha paciente que pesa e quase cai. A cadeira, que no seu desvario curvo, vence as leis normais da gravidade e sobe desvai-
rada numa rota já escondida do olhar por detrás do carro. Os cotovelos da minha paciente, paciente, e o joelho a amparar-lhe as pernas vagas. Aterra no assento meio de lado. A ambulância pára mais à frente. A cadeira louca também. O segurança e o paramédico olham, eu olho. E disparato um pouco, alivio os fígados: pediu ajuda? Não, não pedi… Sento-me no carro, aperto-lhe o cinto e digo-lhe qualquer coisa carinhosa. Respiro fundo, furiosamente. Eu respiro sempre fundo quando há tempo. Olho-a no seu alheamento paciente com desvelo. Porque é para além de tudo o mais. Mas um outro lado de mim, tem uma enorme vontade de rir com todo aquele potencial fílmico. A cadeira desvairada e a ambulância, em rota de colisão como nos desenhos animados. Mas o riso, fica um pouco lá atrás da melancolia de tudo. Take II – Mais tarde na semana, o carro de ladeira acima, ou abaixo consoante a perspectiva. Os cotovelos, um joelho discreto a amparar a paciente, paciente, e outro a cadeira destravada, devia ter um travão mas se calhar já não tem, e o canto da barriga a ajudar. A paciente entornada com a delicadeza possível no banco dianteiro do carro. O joelho a prender a cadeira que gira um pouco sobre si própria, teimosa e impaciente, a querer libertar-se. Fechar a porta. Suspirar fundo e olhar em volta a querer exibir um ar triunfante. Talvez mesmo um sorriso. Ninguém. A observar, a ajudar. Isto correu bem. Devolver a cadeira. Take III – A mesma cena, só que sem paramédicos, ambulância, segurança, cadeira de rodas, paciente. Na verdade a única coisa em comum é o carro de ladeira acima, com a patinha quase a descambar na valeta com sarjeta abismal, porque o segurança diz sempre encoste o mais à esquerda possível, e o nariz bem encostado ao sinal de sentido proibido, porque o segurança diz sempre encoste o mais possível ao sinal. Fecho a porta do carro de ladeira acima e de monco caído. Eu. O carro também por
ANABELA CANAS
Caverna de Kafka.
19 hoje macau sexta-feira 9.9.2016
de tudo e de nada
Anabela Canas
Castelo de Platão empatia. Não há cadeira tonta, não há paciente, paciente. Nada. Ficou lá. Para ir logo se vê para onde. De resto só aquela figura que diz, monstruosa, o preto, o macaco que está ali, o segurança. Um outro, neste caso. Mais nada. Devia disparatar de dentro para fora, mas estarreci e engoli em seco, como antes, a olhar para a cadeira, e um pouco reduzida a metade de mim, no dia longo. Desculpem-me todos os que leram aquela frase. Sim, não é que me choque mais a cru, é que me sinto morrer mais um pouco. Este humano demasiado humano. O excesso de realidade nos momentos limite. Hospitais devolvem qualquer um ao seu interior nem sempre belo. Mas há momentos feios de morrer. Lá fui de monco caído, como disse. No sentido contrário ao do castelo. Aliviada. Descansada. Ou não. Quase a antever a saga do cobertor azul. O pico anedótico dos episódios seguintes. Grande plano final - E depois, aquela arrumação provisória de um trecho de vida a recobrir de qualquer outra coisa que distraia, que faça esquecer até amanhã. Fechar uma gaveta e abrir uma outra de onde se evole uma possibilidade de conforto. Voltar a casa. De caminho uma passagem rápida no supermercado. Uma daquelas latas do costume porque tenho a impressão de que ontem ainda não jantei. E num gesto compulsivo agarro com o mesmo desespero que a uma boia de salvação, um pé de orquídea. Minto, dois, na realidade três, pés de orquídeas. Phalaenopsis floridas, delicadas naqueles tons de branco a esverdear e olhos amarelos. E uma, branca mesmo, de olhos purpura, e a imperfeição de um sinal da mesma cor numa única pétala de cada flor. Como um pequenino borrão de tinta. Um sinal curioso e assimétrico de imperfeição. Como aquele sinal do meu pai. Negro e saliente sobre o canto do lábio superior. Não me lembro de que lado. E que os fotógrafos retocavam sempre, a fazê-lo desaparecer como marca de imperfeição. Havia um único retrato dele em que isso não aconteceu. Não lembro qual.
Por aí no baú, tenho que o encontrar, mas não agora. E ela rebelava-se tanto. Gostava daquele sinal. Adorava vê-lo inteiro em cada retrato. Flashback - Durante mais de dez anos nunca lhe falhámos um domingo. A meio da tarde, fizesse o tempo que fizesse. Até quando a ela já lhe custava muito percorrer aqueles passos. Limpar o mármore. Arranjar as flores frescas na jarra. Conversar sucintamente sobre a composição do ramo. Retirar um pé aqui e pôr ali. Ramos de folhagem recém colhida. Sempre variadas e naquela mistura aleatória de que ele gostava. E da quinta, para lhe serem mais próximas. Algumas plantadas por ele. Ainda. Depois ficávamos um pouco em silêncio. Cada uma no seu. Ou a falar com ele, talvez. E íamos. Mais adiante virávamo-nos sempre, mas sempre, para trás a ver como estava. A jarra. Só dizíamos coisas como hoje ficaram bonitas. Estão bem presas, não vão voar com o vento. Está bem. Hoje ficou bem. Quando deixei de poder ir com ela, deixei de ir. É uma dupla mágoa. Ela a limpar com o lencinho o rosto de esmalte da fotografia. Naquele gesto eterno das viúvas. A minha avó fazia o mesmo. Eterna saudade. Escrevemoslhe. Sim. E eu levo-as para casa, as orquídeas. Que mesmo em sombras delicadas na parede, me confortam. Junto-as num único vaso branco, na necessidade urgente de afogar os olhos nelas. O desvio. E deixá-las inundar-me com o animismo daqueles olhares benévolos. Encontrar a doçura possível do dia. Como elas, as flores, com uma marca de imperfeição. Mas é assim a vida. Zoom out. E, pensando em filmes, só me lembro da cena final de “E tudo o vento levou”, com Scarlett O’Hara, personagem talvez por vezes um pouco tonta, mas corajosa, a dizer esse monumental estereotipo: “amanhã é outro dia…” E é… Acordar. Zoom in sobre um copo bonito de sumo de laranja e começar o dia com uma cor veemente…escrever cartas de amor, talvez, sei lá…e o que fôr. E depois.
20 DESPORTO
hoje macau sexta-feira 9.9.2016
A
BMW tem a particularidade de ser o único construtor que se pode gabar de ter vencido no Circuito da Guia tanto em carros como em motos. Depois de décadas em que a BMW coleccionou triunfos na Corrida de Guia e escreveu um pouco da história no automobilismo do Sudeste Asiático, o construtor alemão que tem as suas origens na indústria aeronáutica venceu pela primeira vez o Grande Prémio de Motos de Macau o ano passado, graças a uma performance imaculada do até aqui quase desconhecido inglês Peter Hickman. E este ano, altura em que a prova comemora o seu quinquagésimo aniversário, a BMW arrisca-se a repetir o feito. Isto porque, além da supremacia das suas máquinas, a BMW terá uma dupla de peso a representá-la que soma entre si, nada mais, nada menos, que doze triunfos na prova. Stuart Easton, quatro vezes vencedor da prova, assinou com a Bathams SMT BMW e fará com Michael Rutter uma das duplas mais fortes da 50ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau. Antes, Easton fará três provas do campeonato inglês Pirelli National Superstock, onde Rutter tem participado, como preparação para a duríssima prova de Macau. Aliás, antes mesmo da separação da ePayMe Yamaha, a sua antiga equipa, Easton já tinha acordado com a equipa de Robin Croft para correr na RAEM em Novembro. “Tendo um acordo para competir de Superbike desde o Grande Prémio de Macau do ano passado, eu mantive o contacto regular com o Robin e a equipa”, assegura o escocês, que reconhece que “precisa de milhas antes de Macau” e precisa de se habituar à BMW porque nunca conduziu uma antes. “Portanto competir nestas três provas em três dos meus circuitos favoritos é uma oportunidade para mim. Eu tenho visto o que o Michael tem andado a fazer na classe Superstock, portanto quando o Robin me colocou à frente esta oportunidade, eu pensei que seria algo de muito bom para mim e ajudará a voltar a colocar-me um sorriso na face”, frisa. Ironicamente, as BMW de Easton e “The Blade” vão ter pela frente, entre outras, a oposição da Kawasaki de Hickman. As inscrições para o Grande Prémio de Motos de Macau terminam esta sexta-feira, mas a lista oficial de inscritos só deverá ser dada a conhecer em Outubro.
NADA DE ESPECIAL
A BMW S 1000 RR é uma moto de sucesso em quatro continentes e não é por acaso que há 250 equipas em todo o mundo a utilizar as motas germânicas, tanto em provas de pista, como em provas de estrada.
Força Chen Yu Chia
Macau tem um atleta nos Paralímpicos do Brasil
M
GP STUART EASTON E MICHAEL RUTTER JUNTOS EM MACAU
BMW em peso Sobre a presença em Macau em Novembro, fonte oficial da BMW Motorrad Motorsport afirmou ao HM que estar “muito orgulhosos do resultado do ano passado e, claro, ansiosos pela edição deste ano”. Contudo, o construtor da Baviera não tem planos para organizar qualquer evento especial durante o evento da RAEM, pois “não existe nenhum envolvimento da BMW Motorrad e, como tal, não há qualquer evento especial marcado para a prova”. Porém, o departamento de competição vai “apoiar, via os nossos engenheiros e técnicos do departamento BMW Motorrad Motorsport, as equipas privadas
que competirem em Macau”. Pois para a casa alemã “isto faz parte da estratégia a longo prazo da competição-cliente”.
TAMBÉM NOS GT
Depois de uma aparição discreta em 2013, numa parceria com uma equipa privada de Taiwan que não correu tão bem como certamente gostaria, o ano passado a BMW não arriscou participar na Taça do Mundo FIA de GT. Porém, este ano a marca bávara irá regressar à RAEM. A equipa alemã ROWE Racing irá participar com dois BMW M6 GT3, graças ao patrocínio da empresa chinesa de sistemas de armazena-
mento de energia CATL. “Para nós (BMW), é particularmente especial aparecermos com um parceiro asiático tão forte na final de GT em Macau”, disse Jens Marquardt, director desportivo do braço automóvel da BMW. O construtor alemão não revelou ao público quem serão os seus dois pilotos, mas o construtor bávaro conta nas suas fileiras com dois especialistas lusófonos do Circuito da Guia, como são o português António Félix da Costa ou o brasileiro Augusto Farfus. Sérgio Fonseca
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ACAU vai estar representado nos Jogos Paralímpicos Rio2016, que arrancaram ontem, por um atleta que vai competir em duas provas de natação. Chen Yu Chia, de 18 anos, partiu para o Rio de Janeiro no sábado, sem que tenha havido, porém, uma cerimónia oficial pública de despedida com o Chefe do Executivo, Chui Sai On. Em 2012, à partida para os Jogos Paralímpicos Londres2012, Fernando Chui Sai On presidiu a uma cerimónia de despedida da delegação desportiva, à qual entregou a bandeira da RAEM. O mesmo sucedeu quatro anos antes, com o anterior líder do Governo, Edmund Ho, que apresentou os cumprimentos oficiais à missão enviada a Pequim2008. Questionado pela agência Lusa por que razão não houve uma despedida formal por parte do Chefe do Executivo da delegação que vai representar a RAEM, o seu gabinete respondeu que o Secretário da tutela manteve um encontro com a delegação ao Rio2016, na passada sexta-feira, dia 2, “em representação do Governo”. O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, reuniu-se com a delegação desportiva (composta pelo atleta, treinador e chefe de missão), mas não se tratou de uma cerimónia pública oficial. “Isso corresponde a diversas ocasiões anteriores de despedidas a atletas, quando foi o mesmo Secretário a representar a RAEM”, acrescenta a mesma resposta escrita. A comunicação social não foi, contudo, convocada para o encontro, ficando apenas a saber-se do mesmo por via de uma fotografia e de um comunicado publicado em Chinês. Macau não pertence ao Comité Olímpico Internacional (COI), ao contrário da vizinha Hong Kong, pelo que não participa nos Jogos Olímpicos. Contudo, tem sido presença assídua nos Jogos Paralímpicos. Desde a estreia, em 1988, em Seul, aliás, com a maior delegação de sempre, Macau enviou sempre atletas, embora nunca tenha conquistado medalhas. Chen Yu Chia, que chegou aos Jogos Paralímpicos Rio2016 a convite, vai competir em duas provas nas categorias S14 e SM14, reservadas a nadadores com deficiência intelectual. Os Jogos Paralímpicos decorrem até 18 de Setembro. LUSA/HM
21 hoje macau sexta-feira 9.9.2016
TEMPO
?
AGUACEIROS
O QUE FAZER ESTA SEMANA Hoje
VISUALIZAÇÃO DO FILME “EL BOTÓN DE NÁCAR” (FESTIVAL LATINO MAPEAL) MUST, 19h00
MIN
25
MAX
30
HUM
75-95%
•
EURO
9.02
BAHT
SESSÃO DE MEDITAÇÃO COM MÚSICA (DJ YUMII) Yoga Loft Macau, 17h00
Diariamente
EXPOSIÇÃO DE PINTURA “INSPIRAÇÃO INOVADORA”, DE MAK KUONG WENG Jardim Lou Lim Iok (até 16/10)
O CARTOON STEPH
EXPOSIÇÃO “ROSTOS DE UMA CIDADE – DUAS GERAÇÕES/ QUATRO ARTISTAS” Museu de Arte de Macau (até 23/10) EXPOSIÇÃO “MEMÓRIAS DO TEMPO” Macau e Lusofonia afro-asiática em postais fotográficos Arquivo de Macau (até 4/12) ESCULTURA “LIGAÇÃO COM ÁGUA” DE YANG XIAOHUA Museu de Arte de Macau (até 01/2017) EXPOSIÇÃO “O PINTOR VIAJANTE NA COSTA SUL DA CHINA” DE AUGUSTE BORGET Museu de Arte de Macau (até 9/10) SOLUÇÃO DO PROBLEMA 76
UM FILME HOJE
EXPOSIÇÃO “PREGAS E DOBRAS 3” DE NOËL DOLLA Galeria Tap Seac (até 09/10)
Cineteatro
PROBLEMA 77
C I N E M A
SUDOKU
DE
EXPOSIÇÃO “EDGAR DEGAS – FIGURES IN MOTION” MGM Macau (até 20/11)
YUAN
1.19
CHEN YU CHIA
Amanhã
EXPOSIÇÃO “THE RENAISSANCE OF PEN AND INK CALLIGRAPHY AND LETTERING ART DE AQUINO DA SILVA Armazém do Boi (até 18/09)
0.22 AQUI HÁ GATO
DJ YUMII Kam Pek Bar, 23h00
EXPOSIÇÃO COLECTIVA DE ARTISTAS DE MACAU IACM (até 30/10)
(F)UTILIDADES
Chen Yu Chia. É este o nome do atleta que Macau vai ter nos Jogos Paralímpicos. Ah, não sabia? Nem nós. É que, vergonhosamente, este nadador não teve direito a despedida com pompa e circunstância ou sequer um comunicadozinho a dizer que ele ia vestir as cores da bandeira de Macau. Não se percebe a diferença no tratamento, especialmente depois do senhor Secretário visitar os Jogos Olímpicos no Brasil – onde Macau não mete o bedelho. Foi Alexis Tam o único responsável do Governo a encontrar-se com o atleta e seu treinador. O HM tentou, por umas 30 vezes, ligar a responsáveis dos Paralímpicos – nunca nos atenderam o telefone. Não sabíamos que comitiva iria aos jogos nem sequer se iria algum atleta. A questão que coloco, como gato jornalista, é: por que raio é que não há informação sobre algo que Macau se deveria realmente orgulhar? Porquê tanto burburinho à volta dos Jogos Olímpicos, onde nem sequer participamos, e um absoluto silêncio sobre Chen Yu Chia? Porquê tanto espalhafato à volta da visita de Tam e comitiva ao Brasil e nada se fala sobre Chen Yu Chia? Por que razão não foi Chui Sai On entregar a bandeira ao atleta, como faz com todos, e por que razão essa entrega não foi extremamente documentada com aquelas fotos bonitas dos bons fotógrafos do Governo? Por que razão quem de direito é capaz de dizer aos jornalistas que nem sabe quem vai aos Paralímpicos? Ridículo, Pu Yi no mínimo.
“KOKUHAKU” (TETSUYA NAKASHIMA, 2010)
“Kokuhaku” em Português significa “Confissão”. Este é um filme japonês de drama e crime que tem como tema a violência juvenil, uma actualidade que o Japão vive frequentemente nas escolas. A personagem principal é a professora Moriguchi. No seu último dia de aulas, confessa aos seus alunos que a filha de quatro anos não morreu acidentalmente, como indicava uma investigação policial, mas foi morta por alunos da sua turma, que a professora chama de “aluno A” e “aluno B”. O filme prossegue com narrações de seis pessoas sem revelar os seus nomes, numa forma de confissão, que vai gradualmente revelando a verdade do caso. Angela Ka
NERVE SALA 1
TRAIN TO BUSAN [C]
FALADO EM COREANO LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Yeon Sang-ho Com: Gong Yoo, Ma Domng-Seok, Choi Woo-sik 14.30, 16.45, 19.15, 21.30 SALA 2
AT CAFE 6 [B]
FALADO EM MANDARIM LEGENDADO
EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Neal Wu Com: Zijian Dong, Cherry Ngan, Lin Bohong, Ouyang Nini 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 3
NERVE [C]
Filme de: Henry Joost, Ariel Schulman Com: Emma Roberts, Dave Franco, Emily Meade, Miles Heizer 14.30, 16.30, 19.30, 21.30
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22 OPINIÃO
hoje macau sexta-feira 9.9.2016
a canhota
FA SEONG 花想
N
ÃO é novidade que, em Macau, o tratamento do lixo não é bem feito e acho que já nenhum residente estranha a super baixa taxa de reciclagem de materiais essenciais, como o papel, o plástico, o vidro e o metal. É que, como quase todos consideram que não fazer reciclagem é algo muito comum aqui, o caminho acaba por ser esse: a população prefere não ser amiga do ambiente. Mas a péssima situação no território não se deve simplesmente à falta de consciência das pessoas. É um problema crítico que tem responsabilidades de vários lados. A Direcção de Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) só faz promoção: é do uso de transportes públicos e menos carros privados, de prémios de hotel verde, prendas por sorteio a quem não usar saco plástico quando fizer compras, é organizar visitas à zona ecológica em Cotai... Porque não colocar, simplesmente, mais caixotes para facilitar a vida aos cidadãos que queiram fazer reciclagem? Talvez porque os chamados “pontos de recolha pública de recursos residuais” sejam da responsabilidade do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), entidade que não tem competência para avançar com uma protecção ambiental mais séria. Essa missão deveria ser da DSPA. Uma pesquisa no site do IACM mostra que, de facto, existem mais de 200 pontos de reciclagem em toda a cidade. Como é que não é suficiente? Eu tento explicar, até porque isto que vou contar já me aconteceu: estive na futura biblioteca do Patane e queria encontrar um ponto de recolha de recursos residuais por perto. Só consegui depois de subir até à praça em frente ao Jardim de Camões, ou andando cerca de 600 metros até à Doca do Lam Mau ou Bacia Norte do Patane. Se os materiais que quisesse reciclar fossem muitos e pesados, não teria a mínima vontade de andar a pé até lá. A minha intenção de fazer reciclagem foi completamente destruída. Não percebo porque é que o Governo não pode pôr pontos de reciclagem em todos os pontos de recolha de lixo. Mas a péssima experiência de reciclagem em Macau não acaba aqui. Uma mulher de Taiwan que tinha o hábito de fazer reciclagem e que vive, agora, em Macau partilhou a sua experiência “incrível” na página do Facebook “Nickie in Macau”. Será que algum leitor sabe onde se pode fazer reciclagem de pilhas no território?
CANDIDA BRADY, TRASHED (2012)
Péssima experiência de reciclagem? Não, ainda pior
Sim? Não? Esta taiwanesa também não e, por isso, questionou a DSPA. “Para a reciclagem de pilhas, deve deslocar-se à Estação de Tratamento de Resíduos Especiais e Perigosos, ao lado da Central de Incineração de Resíduos Sólidos. É preciso reservar antes de se deslocar”, respondeu uma funcionária. O quê? A compra de pilhas é tão fácil mas os cidadãos precisam de ir ao Pac On fazer reciclagem? O Governo considera que um residente normal prefere ir até lá do que deitar pilhas num caixote de lixo que está ao lado de sua casa? Penso que isto é uma grande vergonha para Macau face ao que se passa no estrangeiro. Além disso, todos os anos, quando se aproxima o Ano Novo Chinês, o IACM apela aos cidadãos a não deitarem as mobí-
“O lixo aqui está sempre em fase de estudo. Depois de estudos sobre a cobrança de resíduos de construção e de sacos de plástico, agora o Governo continua a pagar milhões a outros para fazer estudos sobre a cobrança de lixos domésticos” lias de grande dimensão ao lado de pontos de recolha de lixo, mas sim a chamar um camião ou a Companhia de Sistemas de Resíduos (CSR) para transportar estes móveis à Central de Incineração de Resíduos Sólidos. Sim faz todo o sentido, mas duvido se a maioria de residentes tem conhecimento disso e, mesmo que saiba, no ângulo de um cidadão comum, quem não quer mudar de coisas velhas para novas o mais rápido e barato possível? Quem é que prefere pagar para as coisas que já não precisa, em vez de as deitar fora, no lixo normal? O lixo aqui está sempre em fase de estudo. Depois de estudos sobre a cobrança de resíduos de construção e de sacos de plástico, agora o Governo continua a pagar milhões a outros para fazer estudos sobre a cobrança de lixos domésticos. Não posso dizer que fazer estudos não é útil, e inclusive a ideia de cobrança de lixos domésticos é prática e já foi apelo de grupos de protecção ambiental. Mas irrito-me com o baixo nível de Macau, com o dinheiro constantemente gasto e que não chega a nenhuma conclusão. É como o deputado Ng Kuok Cheong costuma dizer: “Um parvo com tanto dinheiro.”
23 hoje macau sexta-feira 9.9.2016
contramão
ISABEL CASTRO
Qiu Ju e os outros ZHANG YIMOU, QIU JU
isabelcorrreiadecastro@gmail.com
1. Uma mulher grávida, muito grávida, uma camponesa pobre, muito pobre, à procura de justiça numa China rural, em nome de um marido agredido e injustiçado. Da aldeia para a vila, da vila para a cidade, as escadas todas de um sistema burocrático, uma China surda e muda, uma China com dificuldades em aceitar queixas, em tratar queixas, em reconhecer que erra. O filme é de 1992, é de um Zhang Yimou com Gong Li mas sem cenários vistosos, tem um final mais ou menos feliz, e vi-o pouco tempo depois de ter chegado a Macau, ainda em VCD, formato entretanto falecido. Lembro-me da história de Qiu Ju com frequência. Há uns dias, lia uma notícia sobre um relator das Nações Unidas que apontava à China o grande pecado de não ser capaz de lidar com estruturas intermédias entre a população e as autoridades, estruturas que possam gerir queixas e críticas. O relator – que apresentava as conclusões do trabalho que fez ainda a título provisório, porque o documento final só vai ser conhecido para o ano – condenava também a opacidade da China, a impossibilidade de se movimentar no país sem a companhia de representantes do poder, as encenações que viu (e que não o convenceram) de uma impossível harmonia entre etnias, entre estratos sociais, entre quem manda e quem responde às ordens. Deixou ainda um aviso sobre os males que virão das novas regras para as organizações não-governamentais, exemplos das tais estruturas que, não sendo povo nem poder, tocam num e no outro para – se quiserem – poderem ser intermediárias dos interesses de ambos. Tudo isto a propósito das eleições legislativas de Hong Kong. A antiga colónia britânica é um caso sério há muitos anos, é uma coisa fora dos padrões a que estamos acostumados deste lado, neste pedaço de terra. Hong Kong é muita gente, é muitas coisas, é muita pobreza que não se vê nas idas às compras e nos espectáculos e nas saídas nocturnas e nas fugas à rotina que todos nós vamos fazendo. Hong Kong é mui-
to descontentamento social, é uma grande incapacidade de lidar com o que a história lhe reservou, não é uma história bonita de amor, uma transferência de poder emocionada. Hong Kong é para quem percebe de Hong Kong. De fora, a sensação de que a relação da China com Hong Kong fica sempre marcada pela crítica, pela incapacidade de gestão dos críticos, dos descontentes. Em certa medida – e com as devidas diferenças – a mesma dificuldade que temos por cá de cada vez que há certas contestações sociais: empolga-se o que não deveria ser empolgado, dá-se protagonismo a quem o procura, faz-se a vontade porque não se sabe encaixar a diferença de pensamento e de acção na prateleira certa. Ao longe, é isso que está (também) a acontecer em Hong Kong: uma China que se crispa quando as coisas lhe escapam, uma China que ainda tem de aprender a ser criticada, dentro e fora de portas, que seja capaz de dar resposta a uma classe média que, depois do dinheiro, vai querer outra coisa qualquer e não vai ficar calada se não a tiver. 2. Por cá, mais do mesmo. Ficámos esta semana a saber que os radiotáxis vão sair à rua só no próximo ano, no primeiro semestre, e vão ser só 50, não 100 como nos tinham prometido. Os
Hong Kong é muito descontentamento social, é uma grande incapacidade de lidar com o que a história lhe reservou, não é uma história bonita de amor, uma transferência de poder emocionada. Hong Kong é para quem percebe de Hong Kong
outros 50 têm um ano para começar a operar, a contar do dia em que os primeiros começarem a transportar clientes. Dizem-nos que vai ser um serviço bonito de se ver, impecável, cheio de tecnologias. Sucede que aparece dois anos e meio depois de o outro serviço de radiotáxis ter guardado as viaturas na garagem. Quem percebe de concursos públicos e afins dir-me-á que faz parte, que estas coisas são difíceis, que demoram o seu tempo. Eu não percebo nada de concursos públicos e não quero perceber. Mas entendo das dificuldades em apanhar um táxi, do tempo de espera por um autocarro, da impossibilidade em estacionar um carro nos mais variados pontos da cidade. Percebo ainda do descontentamento – que é meu também – das pessoas que aqui vivem, que têm de ir trabalhar todos os dias, de levar os miúdos à escola, regressarem a casa com os sacos das compras, nos solavancos apertados dos autocarros, com a multa da polícia na carteira porque se deixou o carro parado durante cinco minutos à porta da farmácia. Percebo ainda qualquer coisa sobre os tempos da comunicação: em semana de fim de Uber – alternativa de muito boa gente nos últimos meses para a garantia de alguma normalidade no quotidiano – não cai bem anunciar que os novos táxis chegam para o ano, um anúncio feito nove meses depois da abertura das propostas. Provavelmente a intenção era fazer passar a ideia de que as coisas vão mudar, de que não tarda nada até vai ser possível chamar um táxi, qual Uber qual carapuça, os futuros táxis é que vão ser, Macau cidade internacional e de lazer. Entre um guarda-chuva molhado e um autocarro à pinha, numa fila de carros que não andam, entre a casa e o trabalho, fica a Macau surda e muda que não responde à crítica, na incapacidade de perceber que, tal como a Qiu Ju do filme de Zhang Yimou, as pessoas comuns, as que andam por aí na rua, só querem mesmo é ter uma vida mais ou menos tranquila e organizada. Feitas as contas, um final pouco feliz, mas vai tudo dar ao mesmo e não faz mal, que amanhã é outro dia.
OPINIÃO