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tradicional na China (3)
Ribeiro edição anterior)
Ming dynasty,” BioRes. 13(4), 9079-9091.
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O telhado curvo côncavo permite que as telhas semicilíndricas se encaixem na perfeição. Utilizavam-se telhas de cerâmica vidrada em amarelo para os edifícios imperiais, em verde e azul para os templos e residências principescas e em cinzento para as habitações comuns, ou mesmo feixes de junco e de palha. Inseriam-se folhas de estanho para evitar a infiltração de
•Figura 11. Dougong no complexo Palácio Imperial da Cidade Proibida em Pequim. By Louie Song - Imported from 500px (archived version) by the Archive Team. (detail page), CC BY 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index. php?curid=73804312 água. As telhas foram-se tornando decorativas, ostentando figuras como dragões nas extremidades e cristas dos telhados. Não há provas da existência de cúpulas na arquitectura chinesa, desnecessária para estruturas de madeira, embora os túmulos de pedra e tijolo de vários períodos históricos apresentem portas em arco e tectos abobadados. No entanto, surge amiúde no tecto dos altares de templos, dos palácios imperiais e dos palcos para ópera uma espécie de “cúpula” afundada chamada tecto藻井 zaojing ou “poço de algas”. Encontra-se no centro e directamente por cima do trono ou da estátua principal.
•Figura 12. Diagrama que mostra o método que possibilita a curvatura do telhado característica da arquitectura chinesa. Por Li Jie, Yingzao fashi 李誡 宋朝人 - 營造法式 李誡 宋朝, Public Domain.
O zaojing era um refinamento complexo e requintado, que servia para simbolizar o valor e autoridade do espaço onde se encontrava. Elevava-se acima do nível do tecto através de dougong. Estes estão expostos e criam níveis sucessivos de tamanho decrescente, formando caixotões que podem ser hexagonais, octogonais, circulares, em camadas e cercados por uma borda quadrada. Alguns destes dougong foram ricamente esculpidos ou pintados. O centro do caixotão também era decorado com uma escultura de grandes dimensões ou com uma pintura em baixo-relevo cujo tema mais comum era o dragão ou “dois dragões a perseguir uma pérola”.
Os tectos zaojing remontam aos túmulos da dinastia Han, há 2.000 anos, mas proliferaram nos templos a partir da dinastia Song e, sobretudo, nas dinastias Yuan, quando a cultura da ópera começou a prosperar, e Ming.
•Figura 13. Modelo de parte da estrutura de madeira de um palácio chinês antigo. Pan, L.; Zhou, M.; Zhuang,H.; Wang, J. Construction Forms and Seismic Performance of the Ancient Chinese Buildings Joined by Tenon–Mortise Joints. Appl. Sci. 2022 (PDF) Construction Forms and Seismic Performance of the Ancient Chinese Buildings Joined by Tenon–Mortise Joints. Appl. Sci. 2022,12, 7505. Appl. Sci. 2022, 12(15), 7505; https://doi.org/10.3390/app12157505
O Pavilhão Sanqing, no templo Yonglegong, também no Shanxi, conta com mais um exemplo de um zaojing da dinastia Yuan. E o edifício principal do Palácio Imperial, em Pequim, o Pavi-
- 營造法式 李誡 宋朝, Public Domain.
O zaojing mais antigo que se conhece hoje ergue-se sobre a estátua de dezasseis metros de altura da deusa Guanyin no Pavilhão Guanyin do Mosteiro de Dule, na província de Hebei. Foi construído em 984 d.C., na dinastia Liao. O templo Baoguo, no Zhejiang, da dinastia Song, ostenta nada menos do que três zaojing no tecto. Outro zaojing de renome é o do palco da ópera do templo Niuwang, no Shanxi,
•Figura 15. O edifício principal do Templo Nanchansi, em Wutaishan, Shanxi, a estrutura de madeira mais antiga descoberta na China. By Dali888666 - Own work, CC BY-SA 3.0, https://commons.wikimedia.org/w/index. php?curid=28192510 lhão Taihedian, da dinastia Ming, exibe um magnífico zaojing cuja parte central ou mais profunda é redonda, a parte do meio é octogonal e a parte mais externa é quadrada.
Outros zaojing célebres de Pequim são o do Pavilhão do Perfume de Buda, no Palácio de Verão e o do Templo do Céu, ambos da dinastia Qing.