Hoje Macau 29 JUN 2016 #3602

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quarta-feira 29 de Junho de 2016 • ANO Xv • Nº 3602 pub

hojemacau

Agência Comercial Pico • 28721006

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Director carlos morais josé

Susana Chou

Descontente e desapontada página 4

MArionetas Um Museu eternamente adiado

Bonecos sem abrigo Há oito anos que uma colecção de 900 marionetas espera por uma casa que as acolha. Entre burocracias e recuos, o sonho de

mostrar ao público o espólio de Elisa Vilaça tem sido constantemente adiado, apesar dos esforços da Casa de Portugal de Macau.

Página 11

Centros Comerciais

Lojas às moscas Grande plano

China

A morte do editor página 12

h Aliens e clássicos Julie o’Yang

A grande Mensagem Guo Xi

CTM

Ensino infantil

Creche e Aparece Páginas 6 - 7

Toca a renovar Página 5

opinião Muros das lamentações Fernando Eloy


2 grande plano

Centros comerciais Lojistas pedem mais dinamismo para espaços antigos

Estão localizados no coração de Macau ou da Taipa mas permanecem com muitas lojas vazias e poucos clientes. Lojistas de centros comerciais dizem que há necessidade de mais publicidade aos espaços e uma aposta nas redes sociais

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ão corredores vazios que amontoam lojas pequenas sem clientes. É este o panorama vivido por muitos dos centros comerciais tradicionais localizados na Taipa e no centro de Macau. A poucos passos das famosas Ruínas de São Paulo e do Leal Senado, estes espaços comportam lojas de roupa, de bijutaria e cabeleireiros, mas nem por isso conseguem atrair os turistas.

Negócios às Subindo ao primeiro andar do centro comercial Ginza Plaza, a poucos passos do consulado-geral de Portugal em Macau, impera o silêncio e lojistas à espera que o negócio aconteça. Miffy, que trabalha numa loja de produtos naturais, garantiu ao HM que o espaço só começou a atrair mais pessoas desde que ali abriu uma grande loja de brinquedos de uma conhecida marca. “Noto que há poucas pessoas aqui. Acho que se houvesse mais lojas de grandes marcas iria atrair mais pessoas. É preciso também uma maior promoção nas redes sociais e também lá fora, para atrair mais pessoas. Há centros comerciais que têm espaços de comida, isso também poderia ser um atractivo”, disse. Na loja ao lado, Lei nota cada vez menos turistas. “Se calhar não é feita a promoção suficiente deste centro comercial. Pode-se fazer mais publicidade ou até dar brindes às pessoas que passam lá fora. Penso que os proprietários se calhar até querem promover este lugar. A publicidade que o Governo faz apenas se refere ao Leal Senado, às Ruínas de São Paulo e ao Venetian, mas nunca falam destes centros comerciais mais pequenos”, disse a proprietária de uma loja de produtos de cabeleireiro. Ainda em Macau, mas uns passos mais à frente, entramos no Nga Ming Centro Comercial. A maioria das lojas está vazia, e as que estão abertas não têm clientes. São pequenos cubículos à espera de vida. Lam, proprietária da loja de roupa GMM Mix, explica-nos que muitas das lojas que ali operam fazem vendas online. “A economia não está boa e antes havia mais pessoas a fazer compras aqui. Este centro comercial tem mais lojas que vendem os produtos online, então é normal que não haja muita gente. Este andar tem sempre menos gente do que o andar de baixo”, contou. Ali há vários proprietários que, afirma Lam, poderiam fazer mais pelo espaço. “Actualmente não

“É preciso também uma maior promoção nas redes sociais e também lá fora, para atrair mais pessoas. Há centros comerciais que têm espaços de comida, isso também poderia ser um atractivo” Miffy trabalhadora de uma loja no centro comercial Ginza Plaza

“A publicidade que o Governo faz apenas se refere ao Leal Senado, às Ruínas de São Paulo e ao Venetian, mas nunca falam destes centros comerciais mais pequenos” Lei proprietária de uma loja de produtos de cabeleireiro


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avessas “A economia não está boa e antes havia mais pessoas a fazer compras aqui. Este centro comercial tem mais lojas que vendem os produtos online, então é normal que não haja muita gente” Lam proprietária da loja de roupa

“As lojas que ainda ganham algum dinheiro são as de joalharia, porque quem ganha no casino é aí que investe, não é em roupas” Cristina Lobo proprietária do Nirvana Spa

basta a entrega de publicidade na rua já não é suficiente para atrair clientes, temos de apostar nas redes sociais.” Lei é um jovem de 22 anos e trabalha há pouco tempo numa loja de roupa a pensar nos adolescentes, onde os bonés e os ténis são o principal atractivo. “Não há muita gente que venha aqui porque esta loja abriu há pouco tempo, e não podemos comparar com as outras. Este centro comercial já é muito antigo e quando era criança vinha aqui. Poderia pensar-se na renovação do centro comercial, talvez, usando as redes sociais.”

Um vazio nos Ocean

Na Taipa o centro comercial localizado nos Ocean Gardens é o melhor exemplo de um espaço subaproveitado em termos de negócio. O HM conversou com Cristina Lobo, proprietária do Nirvana Spa, que ali está localizado há três anos. No primeiro andar há uma loja de mobílias da Indonésia, mas Cristina Lobo não se lembra de lá ter visto um único cliente. “As pessoas vêm aqui para vir ao Spa, não vêm cá para vir ao centro comercial. Penso que as rendas das lojas fora dos centros comerciais são ainda mais elevadas, a não ser que tenham contratos especiais, como alguns em que são dadas comissões sobre as vendas que são feitas.” A proprietária do Nirvana Spa só vê uma razão para tanta falta de dinamismo. “O dono deste centro comercial deve tentar fazer algo, mas acho que não fazem nada para procurar clientes. Seria preferível baixar as rendas e terem as lojas todas preenchidas, mas parece que isso não acontece em Macau.” Para a responsável do Spa, os casinos não tiraram clientela a estes locais, por abrangerem um mercado completamente diferente. “As lojas que ainda ganham algum dinheiro são as de joalharia, porque quem ganha no casino é aí que investe, não é em roupas. E neste momento o mercado chinês está a mudar e os turistas preferem gastar em experiências, viagens, por exemplo, do que em produtos de luxo”, referiu. No geral, Cristina Lobo acredita que os “proprietários têm de dinamizar os centros comerciais. Só aqui nos Ocean Gardens há imensa gente a residir, poderia abrir um café ou um bar”. O HM tentou obter esclarecimentos junto da empresa que gere o centro comercial, mas nunca obteve resposta aos emails. Andreia Sofia Silva (com Angela Ka) andreia.silva@hojemacau.com.mo

Anthony Wong “Não podemos competir com Hong Kong”

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nthony Wong, professor de turismo da Universidade Cidade de Macau (UCM), considera que o abandono de vários centros comerciais se deve a vários motivos, que passam por uma mudança de comportamento do turista chinês enquanto consumidor. “Penso que a maior razão se prende com o facto dos turistas serem a grande fonte de compradores dos centros comerciais, e talvez estejam a ocorrer mudanças na forma como eles compram. Diria que os preços em Hong Kong são um pouco mais baixos, há canais de compras online. Temos preços mais elevados do que nestes canais de compras das regiões vizinhas.” Wong defendeu ainda que os centros comerciais em Macau pouco oferecem de diferente em relação ao que existe nas regiões vizinhas. “Os centros comerciais de Hong Kong, por exemplo, oferecem algo único, e eu não vejo isso acontecer em Macau. As pessoas simplesmente optam por não comprar uma coisa aqui que será mais cara do que noutros lugares. Em Hong Kong os centros comerciais têm actividades e em Macau não existe isso. Em termos de experiência de compras não me parece que ofereçamos coisas únicas que atraem as pessoas.” A dinamização não passa por mais descontos e promoções, defendeu Anthony Wong. “Não podemos falar de promoções porque as rendas já são muito altas, então com descontos seria difícil às pequenas lojas manterem-se. O comportamento dos turistas está a mudar e gastam mais no Japão, por exemplo, que está a tornar-se num grande destino de compras para os turistas, com preços bem mais acessíveis. Não podemos competir com zonas como Hong Kong, Japão ou Coreia. Estamos a perder a nossa posição em termos de atrair lojas e clientes para Macau”, rematou. A.S.S.


4 POLÍTICA

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Governo Susana Chou diz-se farta do comentário político

A queda de um anjo

A ex-presidente da Assembleia Legislativa escreveu no seu blogue que está descontente com o trabalho do Governo, razão pela qual não tem escrito comentários políticos. Quanto ao Plano de Desenvolvimento Quinquenal é “vago”, com “falta de medidas concretas” HOJE MACAU

e ao desempenho do Governo. Mas ultimamente, sempre que abro os jornais e leio as notícias, fico desapontada.” “Leio as notícias sobre as consultas realizadas pelo Governo que não trouxeram nenhuns resultados importantes, ou sobre a queda acentuada das receitas do Jogo, que é a principal fonte de impostos do Governo, e ainda sobre os tempos difíceis que Macau está a sofrer com a quebra na economia. Tudo isso me faz sentir preocupada e infeliz”, referiu ainda Susana Chou. A ex-presidente da AL não escreve sobre política no seu blogue desde Abril, altura em que falou da existência de funcionários públicos “incompetentes”. O blogue de Susana Chou é a única plataforma utilizada pela antiga dirigente para prestar declarações públicas, já que, por norma, não dá entrevistas.

Insatisfação geral?

Questionado sobre o significado destas declarações, o politólogo Eric Sautedé acredita que a desmotivação que Susana Chou sente pode ser um reflexo daquilo que pensam outras figuras do meio político local. “Não temos, infelizmente, partidos políticos e não temos pessoas muito ligadas à política. Temos alguns exemplos, mas são poucos. A insatisfação surge muitas vezes ligada a interesses privados. Não sei se haverá nos dias de hoje um empresário ou político que não diga algo a puxar para o seu lado, em relação à concretização de políticas. Mas hoje vemos algo pior do que víamos antes de 1999. Não me surpreenderia se esses desabafos revelassem as ideias de determinada associação, por exemplo. Há pessoas com alguma lealdade ao Governo que começam a mostrar este tipo de preocupações”, disse ao HM. Susana Chou “pode não se sentir motivada e pode achar que a sua opinião não altera o estado das coisas, uma vez que ela escreve no blogue de forma regular. É conhecida por ter posições muito fortes. Muitas vezes expressa al-

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usana Chou, antiga presidente da Assembleia Legislativa (AL), escreveu duras críticas no seu blogue sobre o Plano de Desenvolvimento Quinquenal da RAEM, o qual tem sido a ser alvo de consultas públicas pelo Gabinete de Estudos de Políticas (GEP). “Quando li o Plano de Desenvolvimento Quinquenal não

“Ultimamente, sempre que abro os jornais e leio as notícias, fico desapontada” “Quando li o Plano de Desenvolvimento Quinquenal não percebi como é que o Governo gastou tanta mãode-obra e recursos financeiros” guma impaciência e penso que para muitas pessoas ela tinha expectativas elevadas quanto ao novo Governo, que tomou posse em 2014. Talvez sinta que o seu desempenho que não está de acordo com as suas expectativas. Para além de ter sido a presidente da AL a seguir à transferência de soberania também esteve na política antes disso, então não sei se está apenas cansada e já não espera muito deste Governo”, defendeu Eric Sautedé. O antigo docente da Universidade de São José acredita que os seus desabafos não reflectem o que o Governo Central pensa sobre Macau. “Muitas vezes ela apresenta ideias e dá sugestões que mostram que não está contente com os resultados. Ela está ligada à política há várias décadas, a sua família vem de Xangai, mas tem estado muito ligada à identidade de Macau e ao território. Não a vejo como representante das ideias de Pequim, apenas está a expressar as suas ideias”, concluiu Sautedé. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

Angela Ka

info@hojemacau.com.mo

Igreja Evangélica debate Plano Quinquenal percebi como é que o Governo gastou tanta mão-de-obra e recursos financeiros. Trata-se de um plano com um conteúdo vago e com falta de medidas concretas e de metas. Sinto-me zangada e faz com que me sinta incapaz de ajudar”, pode ler-se. Para Susana Chou, a apresentação do Plano de Desenvolvimento Quinquenal foi o mote para a sua

insatisfação em relação ao trabalho do Executivo e ao seu desempenho, algo que lhe tem tirado a vontade de escrever comentários políticos. “Já muita gente me perguntou se ando satisfeita com o desempenho do Governo, pois há muito tempo que não faço comentários políticos. Isto porque, de facto, sempre prestei muita atenção ao funcionamento da Administração

O Plano de Desenvolvimento Quinquenal chegou à religião. Isto porque a União das Igrejas Cristãs Evagélicas das Rgeiões de Hong Kong e Macau organizou esta segunda-feira um colóquio sobre o plano, o qual contou com a presença de Lau Pun Lap, coordenador do Gabinete de Estudo das Políticas. O colóquio, que decorreu na Igreja Evangélica localizada na Avenida de Horta e Costa, foi presidido por Ho Wan

Heong, coordenadora da Igreja Evangélica do Bairro de San Kio. Segundo um comunicado oficial, Lam Chung Kong, presidente da União das Igrejas Cristãs Evangélicas das Regiões de Hong Kong e Macau, referiu que os “cristãos de Macau reconheceram na generalidade o Plano Quinquenal de Desenvolvimento, apelando aos membros da igreja que apresentem de forma activa as suas opiniões”.


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POLÍTICA

HOJE MACAU

públicos de telecomunicações em regime de exclusivo”, como se pode ler no contrato. Caso as partes acordem nos termos que determinado activo comum deve ser atribuído a uma delas, a parte que àquele renuncia será compensada pelos seus direitos sobre esse activo. Compensação esta que será calculada pelo valor que for mais elevado de entre o valor líquido ou o custo de substituição no momento de atribuição. Por fim, os activos de investimento referem-se aos investimentos realizados pela CTM nos serviços locais e internacionais de circuitos alugados, bem como nos serviços de trânsito. Estes serão considerados da única e exclusiva propriedade da CTM e não integram os activos da concessão.

Soluções à vista

CTM Renovação automática poderá vir a acontecer

Conversas activas O contrato de concessão do Serviço Público de Telecomunicações entre o Governo e a CTM continua a dar que falar. Raimundo do Rosário esclarece que existem vários tipos de activos em causa, sem descartar a possibilidade de renovação automática do contrato até ao final do ano

N

uma nova reunião com a Comissão de Acompanhamento para os Assuntos da Administração Pública, o Governo reforçou a fragilidade de uma possível não renovação do contrato de concessão do serviço público de telecomunicações com a Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM). O contrato, assinado em 2009, será alvo de uma revisão intercalar até ao final deste ano. Aqui poderá decidir-se se o contrato é renovado automaticamente ou não.

“[No contrato] está previsto que a meio, ou seja, este ano de 2016, possa ser feita uma revisão. Mas a revisão só terá lugar se houver uma infracção grave de alguma lei, ou se houver imperiosas razões de interesse público”, esclareceu Raimundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas, no final da reunião de ontem, frisando que, se nenhum dos casos se detectar, o contrato será renovado automaticamente até ao final do presente ano. Questionado sobre a decisão do Governo, Raimundo do

Rosário apenas referiu que não houve, por parte da CTM, qualquer incumprimento da lei e que o interesse público terá de estar sempre relacionado com “imperiosas razões”. “Renovação? É possível que vá acontecer”, acrescentou ainda o Secretário. No entanto, avançou, o próximo passo é um encontro entre o Governo e a operadora de telecomunicações.

Activamente ligados

Como defendido pela Comissão na primeira reunião, a questão

dos activos continua por resolver. A Comissão acredita que este é “um contrato injusto” para com as outras operadores a actuar no mercado. “Este é um contrato injusto, tem cláusulas injustas (...) alguns membros [da comissão] indicaram nunca ter visto um contrato assim”, explicou Chan Meng Kam, presidente da Comissão. Raimundo do Rosário quis esclarecer que em causa estão três tipos de activos: os de concessão, os comuns e os de investimento feitos pela própria CTM. “Parte dos activos são da RAEM e parte são da concessionária”, apontou o Secretário. Os activos de concessão serão inspeccionados pelo Governo e um representante da CTM, com vista a verificar o bom estado de funcionamento. Os activos comuns “são os activos afectos à prestação de serviços concorrenciais e à prestação dos serviços

“Renovação? É possível que vá acontecer” Raimundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas

Questionado sobre a vontade da Comissão, Chan Meng Kam não confirma que o grupo de trabalho considera a não renovação o passo a seguir. “Não queremos que seja injusto (...) já viram os preços em Macau (...) a concessão não pode pertencer a uma só (...)”, argumentou, indicando ainda que para a Comissão existem fortes razões de interesse público neste caso. Chan Meng Kam acrescentou ainda que durante o encontro a Comissão teve como principais alertas e conselhos ao Governo a promoção da concorrência do mercado justa, pedindo mais esforços ao Executivo para rever a cláusulas deste “contrato injusto” e que o mesmo entre em conversações com a CTM. Pontos que o Governo garantiu fazer. Filipa Araújo

Filipa.araujo@hojemacau.com.mo

MP Rita Santos pede eleições “competitivas e livres”

A direcção recém-eleita da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) teve um encontro com o Ministério Público. Segundo um comunicado, Rita Santos, presidente da mesa da assembleia-geral, defendeu junto do procurador Ip Son Sang a realização de eleições para a Assembleia Legislativa “mais competitivas e livres de fraudes eleitorais”, para que os “cidadãos possam votar em consciência, elegendo os seus deputados”. A ATFPM terá apresentado “uma proposta ao Governo para iniciar ainda este ano a promoção e o combate à corrupção das eleições, esperando que a campanha eleitoral seja incorrupta e justa”.


6 Sociedade

Ensino infantil População insatisfeita com trabalho do IAS

Enfrentando a crescente taxa de natalidade, o trabalho do IAS na pasta do serviço infantil não tem sido suficiente. Num debate, a população mostrou acreditar que a Administração pode fazer muito mais

“Alguém me contou que há creches que só deixam as crianças dormir e brincar, mas também existem creches que oferecem um ensino muito bom” Lao Kit Im chefe da Divisão de Serviços para Crianças e Jovens

A

conteceu ontem, organizado pela Aliança de Povo de Instituição de Macau, o 18º “Citizen Talk”, subordinado ao um dos temas mais polémicos e quentes da actualidade: o ensino infantil. Este assunto tornou-se uma da maiores preocupações dos pais de Macau. Na discussão estavam presentes as deputadas Wong Kit Cheng e Song Pek Kei, representantes do Instituto da Acção social (IAS) e membros de várias associações do foro social, para discutirem os trabalhos feitos e os que ainda faltam fazer. Segundo os últimos dados de Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), em 2013, nasceram 6571 crianças, aumentando para 7360 em 2014, e para 7055, no ano passado. Neste momento existem 8600 vagas nas creches de Macau. O Relatório das Linhas de Acção Governativa, de 2016, comprometia-se a aumentar este número para 10 mil este ano, algo que o Governo acredita conseguir.

Universidade de Macau, lançamos o curso de formação destinado aos funcionários de creches que não têm diploma de pedagogia, mas que têm paixão em contribuir para o serviço de creche”, disse, acrescentando que o “curso vai ser aberto ao público pela segunda vez consecutiva, já no próximo ano lectivo”. Lao Kit Im afirmou ainda que o subsídio para os creches tem vindo a aumentar muito. “Antigamente, o subsídio para a remuneração dos professores de creches correspondia a um terço da remuneração cada um, mas no ano passado já se iniciou a atribuição do subsídio total a um professor por duas turmas, e, por uma turma, um subsídio para um professor assistente e uma governante de creche”, esclareceu, frisando que o IAS também “oferece subsídios ao pessoal da limpeza, administradores e funcionários.” É ainda atribuído um subsidio regular às creches para formação de docentes.

Mais professores

Ieong Kuong Kao, representante da Aliança de Povo de Instituição de Macau, questionou se o organismo realizou algumas medidas de supervisão para os mais de cem milhões de subsídios atribuídos anualmente. Lao Kit Im garantiu que o organismo está sempre a fazer uma supervisão regular. “Fazemos visitas imprevistas às creches para supervisionar a situação da gestão e para verificar se o saneamento e o sistema de

Com o considerável aumento do número de creches nos últimos anos, foi questionado se o número dos professores consegue cumprir as necessidades do território. Em resposta, a chefe da Divisão de Serviços para Crianças e Jovens, Lao Kit Im, referiu que o instituto tem vindo a investir cada vez mais na formação dos professores. “A partir do ano passado, em cooperação com a faculdade de Educação da

Gonçalo Lobo Pinheiro

Nota insuficiente Supervisão da qualidade

Vozes da sociedade

Chan Peng Peng, conselheira do Conselho Consultivo de Serviços Comunitários das Ilhas e mãe, partilhou com os cidadãos a situação de falta de cresces. “Nas ilhas, o serviço de creches é muito insuficiente”, refere, existindo apenas 11. “O ideal para os pais é que os seus filhos ingressem nas instituições públicas, mas dada a dificuldade acabam por procurar os serviços no privado” afirma Chan, salientando que de acordo com as suas pesquisas o valor das creches privadas é superior ao das propinas universitárias. Quanto à falta de espaço para a construção de mais estabelecimentos, a conselheira sugere o início da colaboração com os casinos de modo a solicitar que as operadoras também abram creches e assim assumam uma maior responsabilidade social.

Conforme as regiões

Um residente presente no colóquio sugeriu que o IAS possa pensar na distribuição de vagas por zona consoante o número de crianças existente, por forma a evitar que estas sejam colocadas em creches mais afastadas da sua zona de residência. O IAS disse, contudo, que será difícil pôr essa ideia em prática. “A nossa pesquisa mostrou que os pais escolhem muitas vezes as creches que estão localizadas nas zonas onde trabalham ou que ficam perto nas casas dos avós. Não vamos conseguir dar prioridade às zonas onde as crianças vivem, mas tudo irá depender de um consenso entre os pais.” A mesma responsável referiu ainda que é importante que os pais compreendam que as crianças vão aprender socialmente as várias competências, não sendo necessária pressa para encontrar uma creche. Isto porque muitos pais já procuram creches assim que os filhos nascem.


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Gonçalo Lobo Pinheiro

Primeiro as crianças Instituto considera valor das propinas razoável

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acusação surgiu através de uma intervenção do deputado Chan Meng Kam. Na visão do legislador, as propinas de algumas das creches financiadas pela Administração são elevadas. Feitas as contas, o Executivo subsidiou, neste ano lectivo, 33 creches, sendo que apenas cinco delas oferecem um serviço gratuito, e pedindo apenas cem patacas mensais para as refeições às famílias carenciadas. As restantes 28 instituições de ensino, subsidiadas pelo IAS, exigem um pagamento entre as 1100 patacas e as 1700, dependendo do número de horas passadas na creche. Na contas do deputado, estão ainda incluída as 17 escolas privadas, sendo que uma delas é operada por uma organização sem fins lucrativos e oferece, também ela, um serviço gratuito. As restantes aplicam propinas que ultrapassam as 3700 patacas para aulas diárias e 2900 para aulas até ao meio-dia. Valores que para o deputado são elevados, até porque parte das escolas recebem subsídios. Em resposta, Vong Yim Mui, presidente do IAS, indicou não considerar que o valor praticado pelas creches subsidiadas seja elevado, referindo, no entanto, que a propina média deste ano aumentou 11% quando comparada com o ano de 2013, ou seja, um aumento de 4% anual. Aumento razoável para Macau, acredita o IAS, quando comparado com o a índex dos preços do consumidor. No caso das outras escolas, o IAS respondeu que nada pode fazer por se tratarem de escolas de foro privado. “O IAS normalmente não intervém no preço das propinas das escolas privadas. O valor é decidido pelas suas próprias direcções, com base no custo da operações, na situação do mercado. Mas podemos ga-

prevenção de incêndios estão a ser mantidos como antes. Também temos reuniões com os responsáveis das creches regularmente para que estes façam relatórios do seu trabalho”, explicou. A representante explicou ainda que a qualidade do ensino nas creches não é muito satisfatória e existe uma diferença na qualidade entre as creches. “Alguém me contou que há creches que só deixam as crianças dormir e brincar, mas também existem creches que oferecem um ensino muito bom”, garantiu. Na sua opinião, a creche é um lugar para as crianças se adaptarem à vida em grupo, aprender a cuidar de si mesmos, mas não um lugar “para pegar numa caneta e aprender a escrever”. O organismo leva mais em conta a promoção da vida social e em grupo, e a sua formação a nível de convívio. “Já pedíamos a educadores de Hong Kong para planear mais de 500 actividades de promoção social, visando a promoção das competências pessoais das crianças”, explicou. Angela Ka

Plano provisório

A deputada Song Pek Kei defendeu que o IAS está a trabalhar apenas para resolver os problemas com o ensino infantil a curto prazo, falando da necessidade de fazer um plano global para a construção de creches, sobretudo nas novas habitações públicas. A responsável do IAS referiu que “neste momento a criação de uma creche demora mais de um ano. O que estamos a fazer neste momento é reservar um espaço para uma creche assim que fique disponível, e contactamos de imediato as entidades responsáveis. Quando tomamos conhecimento de que vai ser construída uma nova habitação pública, começamos a comunicar com esses departamentos”.

Facilidade de transporte

Questionada por uma cidadã se vão existir serviços de transporte para as creches, sobretudo as que estão a ser construídas nas ilhas, a responsável do IAS disse que, como o alvo dos novos serviços serão as crianças com idades compreendidas entre os três meses e os três anos, não será seguro providenciar o transporte, dado existirem dificuldades em assegurar a segurança dos carros.

Gonçalo Lobo Pinheiro

info@hojemacau.com.mo

rantir que vamos acompanhar e investigar em caso de queixas”, explicou o Administração.

Melhorias à vista

Vong Yim Mui recordou que o Governo já introduziu muitos recursos para a criação de novas creches e medidas para melhorar os serviços dos recursos humanos e serviços oferecidos pelas próprias instituições. Até agora, apontou, mais de metade dos pais de crianças entre os 0 e os 3 anos de idade estão à procura do serviço de creche, sendo que o Governo conta poder satisfazer o grupo. Números mais recentes mostram que 90% das crianças com dois anos estão matriculadas nas creches do território. Além disso, sublinhou o IAS, na resposta, será estudada a introdução de um mecanismo especial para ajudar as famílias mais carenciadas e com poucos rendimentos. Tal como acontece agora, que existem escolas que estão a oferecer um serviço temporários a essas famílias. O instituto garantiu ainda ao deputado que tem feito um trabalho de fiscalização dos valores praticados pelas creches. A Administração rematou afirmando que há sempre maior procura do que oferta dos serviços de creche. Na primeira quinzena do presente mês, o Governo avançou que até ao próximo ano cinco novas creches vão abrir portas, uma na Ilha na Montanha e as restantes em Macau. Ao todo, mais de 1400 crianças poderão usufruir do serviço. A creche na Ilha da Montanha ficará à responsabilidade da Obras da Mães. Depois de aberto, este espaço será uma das maiores creches de Macau, com capacidade até 200 crianças. Tomás Chio (revisto por F.A.) inf@hojemacau.com.mo


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ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 22/P/16 Faz-se público que, por despacho do Ex. Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 10 de Junho de 2016, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento e Instalação de Um Aparelho de Laser de CO2 aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 29 de Junho de 2016, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP38,00 (trinta e oito patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo).

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Concurso Público para «Via de Acesso da Zona A dos Novos Aterros Urbanos para a Península de Macau – Empreitada de Construção de Ponte de Ligação»

mo

As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,30 horas do dia 29 de Julho de 2016. O acto público deste concurso terá lugar no dia 1 de Agosto de 2016, pelas 10,00 horas, na sala do «Auditório» situada junto ao C.H.C.S.J. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP29.200,00 (vinte e nove mil e duzentas patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 23 de Junho de 2016

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O Director dos Serviços Lei Chin Ion

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ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 20/P/16 Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 8 de Junho de 2016, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento de Material de Consumo Clínico para o Serviço de Anatomia Patológica dos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 29 de Junho de 2016, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP 47,00 (quarenta e sete patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm. gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 15 de Agosto de 2016. O acto público deste concurso terá lugar no dia 16 de Agosto de 2016, pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional” do Antigo Gabinete para a Prevenção e Controlo do Tabagismo dos Serviços de Saúde, sita no r/c, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP 18.000,00 (dezoito mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/ Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 23 de Junho de 2016

O Director dos Serviços Lei Chin Ion

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Entidade que põe a obra a concurso: Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas. Modalidade de concurso: concurso público. Local de execução da obra: Rotunda da Amizade, norte da Zona A dos novos aterros urbanos e áreas marítimas entre os dois lados. Objecto da Empreitada: Construção de uma ponte para fazer a ligação entre a Rotunda da Amizade e a parte norte da Zona A dos novos aterros urbanos. Prazo máximo de execução: até o dia 30 de Novembro de 2017. Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do encerramento do acto público do concurso, prorrogável, nos termos previstos no Programa de Concurso. Tipo de empreitada: a empreitada é por série de preços. Caução provisória: $6 000 000,00 (seis milhões de patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução aprovado nos termos legais. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber, em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar). Preço Base: não há. Condições de Admissão: Serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem como as que à data do concurso, tenham requerido ou renovado a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido ou da renovação de inscrição. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar; Dia e hora limite: dia 21 de Julho de 2016 (Quinta-feira), até às 17:00 horas. Local, dia e hora do acto público do concurso : Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, sala de reunião; Dia e hora: dia 22 de Julho de 2016 (Sexta-feira), pelas 9:30 horas. Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público do concurso para os efeitos previstos no artigo 80º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar; Hora: horário de expediente; Preço : $3 000,00 (três mil patacas). Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação: - Preço da obra 40%; - Prazo de execução 5% - Plano de trabalhos 23%; - Experiência e qualidade em obras 20%; - Integridade e honestidade 12%. Junção de esclarecimentos: Os concorrentes poderão comparecer na sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, a partir de 13 de Julho de 2016, inclusive, e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 24 de Junho de 2016. O Coordenador, substituto Cheong Ka Lon


9 hoje macau quarta-feira 29.6.2016

SOCIEDADE

HOJE MACAU

Deputados “abertos” ao público

Tem um assunto que pretende discutir com os deputados da Assembleia Legislativa (AL)? Pode utilizar o serviço de atendimento ao público, feito pelos deputados, à 2ª, 4ª e 6ª, das 12:00 à 13:00. A entrevista requer marcação prévia pelo 87 967 501. O atendimento é feito pelos próprios deputados, segundo a escala de atendimento para cada sessão legislativa. Os deputados escalonados devem assumir a condução do processo de análise e tratamento da pretensão e entregar um relatório sumário ao presidente da AL, a quem compete informar o cidadão em causa.

Ensino Superior Chui Sai On promete políticas de incentivo

O Chefe do Executivo, Chui Sai On, referiu na cerimónia de graduação do Instituto Politécnico de Macau (IPM) que o Governo “está prestes a anunciar uma série de políticas favoráveis de apoio aos cidadãos para a frequência do ensino superior”. Citado por um comunicado oficial, Chui Sai On disse ainda que o Executivo “tem enriquecido o conteúdo teórico da nova lei do ensino superior”, visando “o aumento do investimento” e a “optimização das instalações e equipamentos escolares e universitários”. Quanto ao IPM, o Chefe do Executivo espera que “continue a manter uma posição privilegiada na formação de talentos, que reforce as suas actividades pedagógicas e científicas como forma de oferecer continuidade e mantendo uma formação a par dos tempos actuais, a fim de servir a sociedade de Macau”.

IACM garante solução para parque degradado

Deficiência Sociedade de Macau é inclusiva, diz estudo

Todos por igual

Um estudo realizado pelo Instituto Politécnico de Macau conclui que a sociedade é inclusiva em relação aos portadores de deficiência. Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, promete novas instruções anti-barreiras para 2017

A

população local acolhe os portadores com deficiência e tenta inclui-los na sociedade. É a conclusão de um estudo realizado a pedido do Governo pelo Instituto Politécnico de Macau (IPM), o qual foi ontem apresentado numa reunião da Comissão para os Assuntos de Reabilitação. Segundo a Rádio Macau, a população acolhe quem é deficiente e respeita a diferença. “Através deste estudo conseguimos perceber que a população, de uma forma geral, aceita trabalhar com pessoas com deficiência e querem conviver com eles. Quanto aos transportes públicos, sentem-se confortáveis se houver alguém com deficiência que se sente ao seu lado”, disse Choi Sio Un, chefe do Departamento de Solidariedade Social do Instituto de Acção Social. Ainda segundo a Rádio Macau, a sociedade mostra

mais reservas em relação à constituição de família por parte dos portadores de deficiência. “Quanto ao casamento e procriação entre pessoas com deficiência, a população em geral tem uma atitude um pouco fechada. Preocupa-se com os apoios disponíveis. Mas percebe que as pessoas com deficiência têm direito a casar e a ter filhos”, disse Choi Sio Un. O Instituto de Acção Social (IAS) confirmou aos jornalistas que não houve pedidos de esterilização de deficientes, um ponto

“A população, de uma forma geral, aceita trabalhar com pessoas com deficiência” Choi Sio Un IAS

avaliado pela Organização das Nações Unidas (ONU) quanto à aplicação da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência. O IAS também não registou casos de violência, mas falou de situações de discriminação, relacionadas com o estacionamento nas vias públicas.

Instruções a caminho

O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, promete elaborar novas instruções para um território livre de barreiras, as quais deverão ser implementadas em 2018. “O gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura encontra-se a coordenar o trabalho relativo à elaboração das “Instruções sobre as normas para a concepção de design universal e livre de barreiras”, no sentido de que esse trabalho possa ficar concluído em 2017 e que as mesmas instruções possam ser aplicadas em

2018 aos novos empreendimentos públicos e obras subsidiadas”, pode ler-se num comunicado oficial. Quanto ao estudo elaborado pelo IPM, Alexis Tam terá dito que o documento “poderá servir como um instrumento de apoio ao Governo na avaliação da situação actual dos portadores de deficiência, com vista à elaboração da correspondente política de reabilitação”. O Secretário terá dito ainda que “futuramente se irá reforçar a educação cívica e as acções de sensibilização a nível comunitário, por forma a aprofundar plenamente os conhecimentos e a compreensão por parte da população”. Foi ainda anunciada a criação do “Grupo de trabalho para os assuntos de acessibilidade”, o qual terá “o objectivo de facultar opiniões sobre as estratégias, planos e trabalhos relativos à construção de um ambiente livre de barreiras”. A.S.S.

Depois do HM ter noticiado o estado de degradação e pouco limpo do parque de lazer ao lado do Sakura Court, nos Ocean Garden, que coloca em risco a segurança das centenas de crianças que o frequentam, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) garante que já está “a acompanhar o caso”. O instituto, em resposta ao HM, assumiu que “por lapso” e “má comunicação” percebeu que os parques referidos na carta correspondiam apenas à administração do condomínio do complexo, apesar das fotografias enviadas em anexo. Trata-se do único parque público dos Ocean Garden. A estrutura com o mesmo fim mais próxima fica a cerca de 20 minutos a pé. Reparado o erro, a Administração diz-se pronta para solucionar a questão.

HABITAÇÃO PÚBLICA Kaifong exige medidas para a classe média

O

deputado Ho Ion Sang, ligado aos Kaifong (ou União Geral das Associações de Moradores de Macau – UGAMM) apelou ao Governo para que acelere o processo de aprovação das candidaturas para a aquisição de uma habitação económica. Ho Ion Sang exigiu mais medidas para a classe média que não consegue candidatar-se à compra de casas do Governo, a já intitulada “classe sanduíche”. “Tanto o Chefe do Executivo como os residentes consideram que o preço das casas privadas em Macau é elevado. Existe uma classe sanduíche que não pode cumprir as exigências para ter uma habitação pública, mas também não consegue comprar uma casa. O Governo deve preocupar-se mais com estas pessoas”, referiu Ho Ion Sang.

Dados do Instituto de Habitação (IH) revelam que 300 famílias foram seleccionadas na primeira fase do processo para a escolha dos apartamentos, mas apenas metade estão habilitadas a adquirir, de facto, uma casa. Ho Ion Sang considera que há na sociedade imensos pedidos de casas do Governo com diferentes tipologias. Só em 2014 o Executivo recebeu mais de 40 mil pedidos. Ao jornal Ou Mun, Ho Ion Sang referiu que há vários motivos para a rejeição dos agregados familiares, sendo que um deles diz respeito ao tempo que demora a aprovação das candidaturas. Com o elevado tempo de espera a situação das famílias acaba por se alterar, o que faz com que possam ser excluídos. T.C. (revisto por A.S.S.)


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Relatório do Conselho de Administração A Companhia De Gás Natural Nam Kwong, Limitada assinou, com o Governo de RAEM, o “Contrato de Concessão do Serviço Público de Distribuição de Gás Natural”, de modo a explorar as actividades de serviço público, nomeadamente a instalação das redes de distribuição de gás natural e a distribuição de gás natural, cumprindo as responsabilidades e obrigações da sociedade detentora de exclusivo. De acordo com o relatório de auditores, até ao dia 31 de Dezembro de 2015, as obras de construção e o investimento em activos fixos custaram 264.434.533 patacas. O volume de vendas do gás natural da Companhia em 2015 foi de 1.930.449 de metros cúbicos. As receitas foram 11.759.636 patacas. O custo de venda foi de 5.285.576 patacas. Registou-se um prejuízo de 22.296,744 patacas no corrente ano, com resultados deficitários acumulados a exercícios anteriores de 67.842.446 patacas. Em 2015, a Companhia abordou planos de desenvolvimento da actividade, focalizando a prospecção de mercados, a construção de rede de linhas e o funcionamento da produção com segurança. Sob os esforços conjuntos de todos os funcionários, a Companhia assegurou o funcionamento em segurança do posto de redução de pressão de gás natural em Coloane, instalação de gás natural veicular, redes das zonas de Cotai. Além disso, tem-se fornecido, de forma segura e estável, a gás natural para Seac Pai Wan, novo campus da UM na Ilha de Hengqin, Cotai Strip e Taipa, bem como continuar a gás natural veicular para autocarros de Macau. Em 2015, foi concluída cerca de 6 km de instalação, o total milhagem das redes é mais de 30 km, as redes principais de gás natural já cobriram a maioria das zonas de Taipa e Cotai, e já satisfazeram as necessidades dos aumentados usuários. Em conformidade com as normas técnicas internacionais e regulamentos de Macau, a Companhia fortaleceu a gestão internal, melhorando o interior design, critério da tecnologia e construção. Avançar a construção de tecnologia da informação continuamente, a Companhia expandiu o Sistema de Informação Geográfica (GIS) de redes de gasoduto e utilização do Sistemas de Supervisão e Aquisição de Dados (SCADA), desenvolveu o sistema de atendimento ao cliente gradualmente, de modo a assegurar o funcionamento em segurança dos postos e redes, bem como o aumento da qualidade de serviço. Perspectivando o ano de 2016, a Companhia irá continuar a promover a construção da rede de gás, com a cobertura completa da rede principal de gás na zona do Cotai e o início da postura da rede de gás na Península de Macau. Ao mesmo tempo, a Companhia irá cooperar activamente com o desenvolvimento dos veículos a gás natural comprimido e o planeamento urbanístico da RAEM. A Companhia irá construir instalações novas do gás natural, satisfazendo as exigências de utilização do gás natural dos vários tipos de clientes. Queria aproveitar essa oportunidade de manifestar, em representação da Companhia De Gás Natural Nam Kwong, Limitada (GAS), os agradecimentos pelos apoios e auxílios dados pelo Governo da RAEM e diversos sectores da sociedade. Acreditamos que, sob os esforços do Conselho Administrativo e de todos os trabalhadores, a Companhia de Gás Natural Nam Kwong, Lda. irá cumprir com fidelidade o princípio empresarial de “Contributos para a sociedade e benefício mútuo com clientes”, a fim de articular com a realização do objectivo de práticar Macau num “Centro Mundial de Turismo e Lazer”. Presidente do conselho de administração: Choi Kin No dia 28 de Abril de 2016 Relatório de Auditor Independente sobre Demonstrações Financeiras Resumidas Para os accionistas da Companhia de Gás Natural Nam Kwong, Limitada (sociedade de responsabilidade limitada, registada em Macau) Procedemos à auditoria das demonstrações financeiras do Companhia de Gás Natural Nam Kwong, Limitada relativas ao ano de 2015, nos termos das Normas de Auditoria e Normas Técnicas de Auditoria da Região Administrativa Especial de Macau. No nosso relatório, datado de 28 de Abril de 2016, expressámos uma opinião sem reservas relativamente às demonstrações financeiras.

As demonstrações financeiras a que se acima se alude compreendem o balanço, à data de 31 de Dezembro de 2015, a demonstração de resultados, a demonstração de alterações no capital próprio e a demonstração de fluxos de caixa relativas ao ano findo, assim como um resumo das políticas contabilísticas relevantes e outras notas explicativas. As demonstrações financeiras resumidas preparadas pela gerência resultam das demonstrações financeiras anuais auditadas da sociedade. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras resumidas são consistentes, em todos os aspectos materiais, com as demonstrações financeiras auditadas da sociedade. Para a melhor compreensão da posição financeira da sociedade e dos resultados das suas operações, no período e âmbito abrangido pela nossa auditoria, as demonstrações financeiras resumidas devem ser lidas conjuntamente com as demonstrações financeiras das quais as mesmas resultam e com o respectivo relatório de auditoria.

Ieong Lai Kun, Auditor de Contas KPMG Macau, 28 de Abril de 2016

Balanço 31 de Dezembro de 2015 (Em MOP) Activos não correntes Activos fixos tangíveis Activos relativos aos serviços exclusivos Activos relativos aos serviços exclusivos – em construção Recursos para obras

2015 1,150,192 147,923,158 96,904,032 2,087,313

248,064,695 Activos correntes Quantias e outras por cobrar 5,024,680 Valores devidos de acionista 11,678,001 Valores devidos de partes relacionadas 834,701 Inventários 51,808 Caixa e equivalentes de caixa 3,056,019 Depósitos bancários penhorados 364,134

Passivos correntes Quantias e outras por pagar Valores devidos a partes relacionadas

21,009,343 ---------------- 32,854,235 3,111,510

35,965,745 Valor liquido de passivos correntes (14,956,402) Passivos não correntes Empréstimo de accionistas por pagar 177,950,739 Valor liquido de activos 55,157,554

Capitais e reserva Capitais 50,000,000 Prestações suplementares 73,000,000 Défice acumulado (67,842,446)

Capital próprio

55,157,554


11 hoje macau quarta-feira 29.6.2016

eventos

Marionetas esperam e desesperam por Museu em Macau

Bonecos em coma

São cerca de 900 as marionetas empacotadas à espera de mãos que lhes dêem vida. A colecção de Elisa Vilaça está há oito anos fechada enquanto burocracias, esperas e recuos por parte das instituições do Governo adiam a possibilidade de as trazer ao público da RAEM

E

lisa Vilaça, colaboradora da Casa de Portugal de Macau (CPM), é também a proprietária da colecção de marionetas que colocou à disposição da mesma com o objectivo de poder dar vida a um espaço dedicado a estes “bonecos”. A ideia teve início há oito anos e desde aí que os esforços por parte da CPM têm sido muitos. Os sonhos foram vários na concretização de uma plataforma criativa que incluísse as 900 marionetas que aguardam, empacotadas em contentores, uma oportunidade de cativar miúdos e graúdos. Amélia António, presidente da CPM refere ao HM o apadrinhamento deste projecto por parte da instituição que preside, sendo que considera que “tem muito interesse para Macau pois serve o calendário da diversificação e formação”, temas actualmente tidos como bandeira estandarte da região. Neste sentido, a ideia é não só que a instituição ajude na criação de um espaço capaz de albergar o espólio já existente em Macau, mas também criar um possível festival, realizar oficinas na área e ainda formar profissionais, tanto de concepção dos bonecos como de manipulação dos mesmos. Se há oito anos ainda havia esperança que o Governo pudesse “tomar conta “ da iniciativa, para Amélia António, actualmente, e dadas as esperas e recuos por parte do Instituto Cultural (IC), pode ser tempo de “arrumar as botas”. Desistir já não é para Elisa Vilaça. “Enquanto há vida há esperança” diz a proprietária do espólio ao HM. Apesar da tristeza que sente em ver a degradação gradual dos cerca de 600 bonecos que estão no território, visto os restantes 300 estarem de momento em Portugal, não considera desistir ainda da procura de uma casa para a sua colecção. Se numa fase inicial os espaços poderiam não estar disponíveis para dar apoios, “até por questões derivadas de processos de degradação das casas”, o projecto mantém-se com “viabilidade para o futuro” na medida em que representa uma rentabilização dos recursos que já existem. São objectos de valor que relatam uma história e por isso de “todo o interesse para o próprio governo” adianta a proprietária enquanto

reitera a inclusão da iniciativa nas campanhas de diversificação cultural e turística da RAEM. Elisa Vilaça diz “não ter nenhum interesse pessoal na iniciativa” e lamenta que por “ questões burocráticas e políticas” os objectos de colecção já apresentem alguns danos dada a ausência de condições de preservação: “há fatos de seda que já estão danificados porque não temos como garantir condições para a preservação das marionetas”.

Projecto que não se levanta

Pôr de pé o projecto do Museu de Marionetas prevê três fases de desenvolvimento, correspondentes a três anos, adianta Elisa Vilaça. Numa primeira, está prevista a construção e dinamização do museu com todas as informações já disponíveis onde se insere o enquadramento histórico e cultural de cada peça em três línguas: português, chinês e inglês. Segue-se a criação de uma escola de formação onde serão ministrados cursos de construção e manipulação de marionetas compreendendo também a respectiva divulgação nas escolas. Numa terceira fase, e “num culminar de toda a montagem do projecto”, é constituída uma área mais pedagógica e prática em que se inclui a criação de malas temáticas tendo como referência os países onde as marionetas têm tido maior predominância. Estas malas poderão ser requisitadas pelas escolas que com este material têm a possibilidade de desenvolver um projecto. Sendo que compreenderá uma vertente de linguagem, história e plástica, a aprendizagem será vista numa leitura transversal com base na arte das marionetas.

História em silêncio

A saga de procura de um apoio, nomeadamente por parte do Governo, teve inicio há cerca de oito anos, sendo que e para Amélia António, o feedback tem “sido muito pobre. Na altura pensámos que sendo um projecto interessante para a cidade, seria de todo o interesse para o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais.”

Era ainda a instituição que tinha sob a sua tutela a realização de actividades culturais e por isso foi a “nossa primeira solicitação de apoio”. “Não nos disse rigorosamente nada”. Posteriormente foi apresentado ao IC e a “recepção foi muito simpática como sempre”, afirma a presidente da CPM, sendo que “as pessoas mostram entusiasmo mas e à semelhança das situações anteriores não tivemos resposta alguma.” Junto de Guilherme Ung Vai Meng, presidente do IC, terá sentido que “o assunto teria realmente algum interesse cultural e com valor”. Deste interesse, foi solicitada uma mostra que teve lugar em 2012 na Galeria do Tap Seac e que concretizou a primeira exposição de marionetas em Macau. Em 2014 uma parte do espólio, nomeadamente constituído por marionetas asiáticas foi a Portugal integrar um exposição no festival de Sintra. Das iniciativas tomadas Amélia António refere ainda que “durante alguns anos fizemos questão, para fundamentar o nosso projecto, de assinalar o dia internacional das marionetas.” Para o efeito a Casa de Portugal de Macau trouxe à região grupos de outras paragens a apresentar os seus espectáculos. O objectivo era mostrar “de alguma forma o potencial que tínhamos para criar mais uma linha de acção e trabalho na área da cultura no território e, assim, o Governo poder vir a abraçar a ideia com outro gosto. Agora, Elisa Vilaça afirma que “se houver instituições privadas,

(o feedback tem ) “sido muito pobre. Na altura pensámos que sendo um projecto interessante para a cidade, seria de todo o interesse para o IACM” Amélia António Presidente da CPM

semi-privadas ou públicas” já tanto faz desde que possam, de alguma forma, fornecer o espaço físico. “Não necessita de grandes dimensões adianta, sendo que um dos objectivos é a criação de exposições itinerantes, para que o público possa ver uma apresentação diferente pelo menos “umas três ou quatro vezes por ano”. Alerta ainda para os vários espaços de Macau, aos quais não tem sido dada a devida atenção e que poderiam “muito bem albergar este projecto” nomeadamente as casas de Taipa ou mesmo o destino previsto para as casas de Avenida do Coronel Mesquita.

“Enquanto há vida há esperança” Elisa Vilaça proprietária do espólio

O HM Macau entrou em contacto com o IC de modo a saber as razões pelas quais o processo em causa está parado e quais os projectos na calha para as Casas da Taipa ou da Rua Coronel Mesquita mas não conseguiu obter informações até ao final da edição.


12 China

hoje macau quarta-feira 29.6.2016

Mar do Sul Arbitragem viola lei internacional?

O

Editor adjunto da revista do PCC suicida-se

Conversa acabada

Diário do Povo noticiava ontem a realização no passado domingo, na sede do Tribunal Internacional de Justiça das Nações Unidas, em Haia, de um seminário sobre a arbitragem do Mar do Sul da China e o direito internacional. Na reunião, participada por mais de 20 especialistas em áreas como lei, diplomacia, entre outras, provenientes de países como a China, Holanda, EUA, Itália, Reino Unido e Índia foi provado, anuncia-se, que as ilhas do Mar do Sul da China pertencem à China desde a antiguidade. Por esta razão, Hu Dekun, director do Instituto de Estudos de Fronteiras e do Oceano da Universidade de Wuhan, asseverou que, “uma vez que o respeito pela autenticidade histórica é um importante princípio da lei internacional, o caso de arbitragem do Mar do Sul da China apresentado pelas Filipinas não respeita essa autenticidade, representando, por isso,

uma violação da lei internacional”. Segundo Hu, o caso de arbitragem do Mar do Sul da China apresentado pelas Filipinas não respeita a autenticidade histórica logo constitui uma violação da lei internacional. Tom Zwart, professor de Direito da Universidade de Utrecht na Holanda, , partilha desta visão. De acordo com Zwart, a arbitragem do Mar do Sul da China, deve ser anulada. O tribunal da arbitragem foi fundado temporariamente, e é suspeito de parcialidade, o que representa “um grande prejuízo para a validade da lei internacional e dos órgãos judiciais internacionais.” Recorde-se que as Filipinas apresentaram a queixa em Janeiro de 2013 e espera-se que este mês o Tribunal Arbitral decida se tem, ou não, jurisdição sobre a matéria. Em caso afirmativo é de esperar que os representantes de Manila voltem a Haia para apresentarem mais argumentos.

Deprimido por causa dos embates ideológicos no seio do Partido, Zhu Tiezhi, de 56 anos, enforcou-se no parque de estacionamento do edifício da revista. As ligações a um antigo assessor, caído em desgraça, de Hu Jintao, podem também estar na origem da tragédia

O

editor adjunto da revista do Partido Comunista da China (PCC) suicidou-se, informou ontem a imprensa chinesa, na qual circulam inúmeras hipóteses sobre as razões da morte, que incluem lutas políticas internas, liberdade de expressão e corrupção. Zhu Tiezhi, 56 anos, reputado ensaísta das teorias do PCC e editor adjunto da publicação periódica Qiushi (“A busca pela verdade”) enforcou-se no parque de estacionamento do edifício que alberga os escritórios da publicação periódica do PCC, de acordo com informações publicadas ontem pelos órgãos de comunicação social chineses. Segundo a revista Caixin, que cita um amigo da vítima, Zhu estava deprimido

com os conflitos ideológicos no seio do partido entre reformistas e os defensores, cada vez mais virulentos, de uma linha conservadora. Se o PCC não puder resolver os verdadeiros problemas, “os debates ideológicos tornar-se-ão conversas vazias e irão minar a confiança mútua entre o partido, o Governo que lidera e as pessoas”, disse, citando um artigo de Zu.

Cerco maior

Desde a chegada ao poder do Presidente chinês, Xi Jinping, no final de 2012, as autoridades restringiram o espaço para debate tanto

no seio do partido como na sociedade em geral. Zhu acreditava, porém, que, como académico, deveria preservar a sua integridade, a sua forma independente de pensar e as suas opiniões únicas, indicou a mesma revista, citando o amigo não identificado. Mas, sublinha a Caixin, “essa preocupação não se coaduna com o apelo do partido para que os seus membros se unam atrás da linha do partido”. O portal no Diário do Povo, órgão oficial do PCC, publicou no domingo um curto artigo sobre a morte de Zhu sem entrar, contudo,

“Os debates ideológicos tornar-se-ão conversas vazias e irão minar a confiança mútua entre o partido, o Governo que lidera e as pessoas”

em detalhes sobre as causas para o suicídio, cometido no passado dia 25. O texto foi visto por inúmeros órgãos de comunicação, mas a maioria apenas o referiu ontem. Órgãos de comunicação social chineses no estrangeiro especularam que Zhu se matou em parte por causa das suas ligações a Ling Jihua, um antigo assessor do antecessor de Xi Jinping, Hu Jintao, caído em desgraça. O antigo ‘braço direito’ do ex-Presidente chinês Hu Jintao foi acusado, em Maio, de ter aceitado subornos e obter ilegalmente segredos de Estado. Ling Jihua, 59 anos, era uma figura proeminente política chinesa até ter sido expulso do Partido Comunista Chinês (PCC), acusado de “grave violação da disciplina” e de ter “trocado poder por sexo”.

Ministro da Defesa preocupado com controlo fronteiriço

O

Ministro da Defesa Nacional da China, Chang Wanquan, advertiu para uma situação complexa e de rápida mudança ao longo das fronteiras chinesas e prometeu intensificar o controlo fronteiriço. Chang fez as declarações durante uma viagem de inspecção à Província de Yunnan, de acordo com uma declaração emitida na segunda-feira. “Devemos ficar completamente atentos à situação complexa e de rápida mudança ao longo de nossas fronteiras e estar conscientes do significado do controlo das fronteiras para a soberania, segurança, interesses nacionais, desenvolvimento

económico, harmonia étnica e estabilidade social do país”, disse Chang. O Partido Comunista Chinês, Governo, Forças Armadas, Polícia e civis devem trabalhar juntos para promover o controlo fronteiriço e manter a lei e a ordem ao longo das fronteiras, indicou. Pediu ainda que os departamentos relacionados estejam alertas para novos desafios e problemas. Os governos locais devem criar programas de consciência dentro de cidadãos ordinários e criar um ambiente positivo através de iniciativas, a fim de impulsionar a economia local e melhorar o sustento da população.


13 china

hoje macau quarta-feira 29.6.2016

HK Para CY Leung “não é realista” recomeçar a reforma política

residente de Hong Kong é detido numa jurisdição fora de Hong Kong”. “Isso aplica-se a governos estrangeiros e deve também aplicar-se à China, porque temos dois sistemas diferentes. O que quero é um acordo semelhante ao que temos com jurisdições estrangeiras. O elemento chave é a notificação. Acho que as pessoas de Hong Kong têm noção de que quando estão fora de Hong Kong, se espera que cumpram as leis do país ou cidade de acolhimento”, afirmou. Dos cinco livreiros que desapareceram entre Outubro e Dezembro do ano passado e só este ano reapareceram sob a custódia das autoridades chinesas, três foram detidos na China, um na Tailândia e outro, Lee Bo, em Hong Kong – a sua saída da cidade nunca foi registada num posto fronteiriço. Na mesma entrevista, CY Leung diz ainda não ter decidido se quer concorrer a um segundo mandato.

Tirem o cavalinho da chuva O Chefe de Hong Kong recusa pensar em reforma política até ao final do mandato, ou seja daqui a um ano. “Não há tempo”, assegura o governante que garante Hong Kong como uma “sociedade plural” com “leis de difamação muito liberais” e, em relação ao “segundo sistema”, diz estar vivo e de boa saúde. Recandidatura? Ainda não decidiu

C

Y Leung, líder do Governo de Hong Kong, não pretende, no ano que lhe resta até ao fim do mandato, retomar o processo da reforma política, alegando que “não tem tempo”, “não é realista” e não há consenso na sociedade. “Por mais que quisesse retomar o processo de desenvolvimento político, não acho que vá ter tempo nos próximos 12 meses e não acho que temos o consenso necessário na sociedade (…). Sei que Pequim não vai rever a Lei Básica, não é realista recomeçar o processo”, disse, em entrevista ao South China Morning Post.

Na mesma entrevista, CY Leung garantiu que Hong Kong permanece uma cidade plural e livre, apesar dos receios de um maior controlo de Pequim, particularmente após o caso dos cinco livreiros de Hong Kong que desapareceram, sendo meses depois conhecido que tinham sido detidos pelas autoridades da China. “Somos uma sociedade plural. Permitimos que se façam todo o tipo de sondagens. Permitimos que as pessoas desenhem todo o tipo de cartoons. Temos leis de difamação muito liberais em Hong Kong. Não pomos pessoas atrás das grades porque atacam o chefe do executivo. É parte da vida em Hong Kong”, afirmou. Apesar disso, e mesmo tendo em conta o caso dos livreiros, que gerou receios de uma ameaça ao princípio ‘Um país, dois sistemas’, o governante admitiu que a diplomacia com a China é feita com cuidado. “Entre governos de países soberanos, as pessoas não usam uma diplomacia de megafone. O mesmo se passa com Hong Kong e a China. Não vou dizer se esta é a mais grave ameaça ao princípio ‘Um país, dois sistemas’. O principal é que

À moda de Pequim

Em 2014, Pequim avançou com uma proposta de reforma política que previa a introdução de voto universal para o líder do Governo, mas só depois de os candidatos (dois a três) serem pré-seleccionados por uma comissão de 1.200 membros, vista como próxima de Pequim. A proposta, que esteve na origem do movimento Occupy Central, que durante 79 dias bloqueou as ruas da cidade, foi rejeitada pelo Conselho Legislativo.

Reforma financeira em curso

A

China continuará a avançar na reforma e abertura do sector financeiro durante este ano, de acordo com um relatório do Banco Popular da China, o banco central do país, lançado na segunda-feira. As reformas para o sistema de taxa de juros, gestão da taxa de câmbio do yuan, mercados de

acções e títulos e instituições financeiras foram destacadas no relatório anual do banco central. O órgão continuará a liberalizar as taxas de juros e dar maior poder de decisão ao mercado. O mercado de câmbios será aberto de forma mais ampla para o mundo e o sistema de formação da

taxa de câmbio do yuan será aperfeiçoado, com a moeda “basicamente a manter-se estável em torno de um nível razoável e equilibrado.” A China reformará ainda mais o mercado de acções e títulos para promover o financiamento directo e melhorará a gestão corporativa das instituições financeiras. O banco central afirmou ainda que o sistema fi-

nanceiro da China “de uma forma geral, permaneceu estável em 2015”, graças à reforma contínua, inovação robusta e mais apoio para a economia real, apesar da volatilidade do mercado global. O país manterá sua política fiscal pro-activa e a política monetária prudente durante este ano, com uma melhor supervisão para prevenir os riscos sistemáticos, acrescenta-se ainda.

quero expressar e transmitir as preocupações das pessoas de Hong Kong a Pequim e espero uma resposta de Pequim a essas preocupações”, disse.

Na China, sê chinês

Na segunda-feira, as autoridades de Pequim e Hong Kong concordaram em iniciar a discussão para melhorar o mecanismo de notificação recíproca lançado no ano 2000. CY Leung frisa que o mais importante neste processo é “saber o mais rapidamente possível quando um

HM • 1ª vez • 29-6-16

ANÚNCIO PROC. INTERDIÇÃO N.º

CV1-16-0072-CPE

1.º Juízo Cível

REQUERENTE: O MINISTÉRIO PÚBLICO. REQUERIDO: SUN MENG LEONG, do sexo masculino, nascido a 27 de Fevereiro de 1998, em Macau, titular do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da R.A.E.M., residente em Macau, na Rua Nova da Areia Preta, Edif. Kuong Wa San Chun, Bloco 1, 16º andar B. *** A MERETÍSSIMA JUIZ DO 1.º JUÍZO CÍVEL DO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE DA R.A.E.M. FAZ SABER QUE, foi distribuída neste Tribunal, em 15 de Junho de 2016, uma Acção Especial de Interdição por Anomalia Psíquica, com o número acima indicado, que o Ministério Público move contra SUN MENG LEONG, a fim de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica. Tribunal Judicial de Base da R.A.E.M., aos 22 de Junho de 2016.


h artes, letras e ideias

14

WANG CHONG

王充

OS Discursos Ponderados DE WANG CHONG

Por respeito ao trovão e aos fluidos em desalinho.

Da ressonância entre os géneros – 12, 13 & 14

O

rei Cheng já se encontrava perturbado por não sepultar o duque de Zhou segundo os ritos devidos a um Filho do Céu. Nesse momento rebentou uma tempestade: o rei teve medo e temeu ter cometido um erro. Essa tempestade não foi necessariamente uma manifestação de desacordo do Céu, mas, quando ocorreu, o rei foi tomado de medo e sentiu-se culpado...Quando já se está inquieto e quando, ao mesmo tempo, se é confrontado com um desencadear de fluidos naturais, interpreta-se isso como um efeito da ressonância dos géneros e a ideia de uma cólera celeste parece-nos então indubitável. Mas quando tudo está calmo, os fenómenos interpretados por analogia como tendo uma relação connosco podem provocar certas reacções e mesmo medo. Por mais forte razão, como não compreender que o rei Cheng tenha sido tomado de angústia no tumulto da tempestade? * * *

Uma súbita tempestade, um vento violento, afectavam sempre o semblante de Confúcio. Quando o homem de bem escuta o trovão, a etiqueta exige que, mesmo sendo de noite, se vista, ponha o chapéu e se mantenha sentado, por respeito ao trovão e aos fluidos em desalinho. Os sábios e os homens de bem dedicam-se à Via e o seu coração está livre de qualquer dúvida, mas ainda assim se conformam aos fenómenos naturais e mudam de semblante. Que dizer então do rei Cheng, tomado de dúvidas a respeito do duque de Zhou: confrontado com tal extraordinária tempestade, como não teria sido tomado de pavor? Mas, na realidade, tais tempestades são apenas a manifestação espontânea dos fluidos celestes e o medo do rei Cheng foi tão só uma reacção aos elementos. * * * A via do Céu é a não intervenção [wu wei]. Se o Céu manifestasse a sua desaprovação e cólera através de borrascas e de chuva, poderia então matar aqueles que se comportam mal. No passado, numerosos foram os homens que se portaram mal: o Céu poderia tê-los castigado com tempestades. Mas em vez disso, foi-lhe necessário ordenar aos sábios que levantassem exércitos e conduzissem campanhas militares, que recorressem às armas e sacrificassem soldados. Repugnou-lhe castigar com um só relâmpago, preferindo mobilizar exércitos inteiros para destruir os inimigos: o Céu deveras não se impede de complicar as coisas. Tradução de Rui Cascais | Ilustração de Rui Rasquinho

Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.


15 hoje macau quarta-feira 29.6.2016

na ordem do dia 热风

Julie O’yang

中国古典文学与外星人

A

semana passada o meu lado europeu esteve absorvido com os debates deprimentes sobre o Brexit. No entanto, o meu lado chinês exultou com duas notícias vindas do meu País natal. Ambas demonstravam o empenho da China na procura de E.T.s. No início da semana, o canal CCTV mostrou as fotos de um enorme telescópio de abertura esférica, com um prato de 500 metros de diâmetro, colocado no cimo de uma montanha na província de Guizhou. As instalações ocupam uma área equivalente a 30 campos de futebol, num perímetro de 1.6 quilómetros. Desde 2011, foi investido no projecto um total de 1.2 biliões de yuans. Ligado a um dos mais potentes computadores astronómicos, o Sky Eye 1 天眼 1, o rádio telescópio mais sensível do mundo, deixou a China mais perto de um sonho há muito ambicionado, a demanda por vida extra-terrestre através do espaço sideral. A segunda notícia falava sobre o fim provável da exclusão da China da ISS (International Space Station), que vigora desde 2011 (por razões de “Segurança Nacional”, é a desculpa formal). Se as políticas terráqueas tiverem algum significado nas esferas celestes é bom ficar a saber que este mês, a Agência Espacial Chinesa e o Comité das Nações Unidas para os Assuntos do Espaço Exterior (UNOOSA) anunciaram uma parceria que permitirá aos cientistas de Países membros das Nações Unidas a realização de experiências e o envio de astronautas para a estação espacial chinesa, a partir de 2020. Gostei do que li. A escritora que há em mim começou logo a brincar com as palavras e a criar metáforas alusivas à situação. Dei comigo a pensar que, de facto, a China por tradição procura identificar os territórios situados entre a ciência e o pensamento. A propósito, vale particularmente a pena mencionar dois clássicos da literatura.

Matrix: a realidade é uma ilusão

Stephen Hawking, aliens e clássicos chineses

O Guia das Montanhas e do Mar (山海 经), de autor desconhecido. A maioria dos teóricos defende que esta colecção de 18 livros não foi escrita por uma só pessoa. O mais provável é ser a mais antiga colaboração colectiva, uma espécie de wikipédia da altura, que permitia que as pessoas comuns fossem acrescentando conteúdos ao longo dos anos, possivelmente desde a Dinastia Xia (2070 – 1600 AC) até à Dinastia Jin (265-420 DC). As ilustrações dos textos são a parte essencial da obra. Porque a mentalidade chinesa não procura construir e apresentar teorias precisas, o Guia vale sobretudo como um dos primeiros livros de pintura. Apresenta uma panóplia de criaturas míticas oriundas de uma cosmografia única e muito antiga; fantásticos encontros com aliens têm lugar em montanhas, rios, ilhas e mares alienígenas, num cenário decorado por plantas e minerais exóticos. Ao contrário dos seus congéneres europeus, do mesmo período medieval, as criaturas

Dei comigo a pensar que, de facto, a China por tradição procura identificar os territórios situados entre a ciência e o pensamento do Guia não são tratadas como figuras alegóricas, mas sim como entidades reais inseridas na paisagem e, é preciso salientar, este manual era originalmente um guia para viajantes. Contem algumas passagens indecifráveis que podem ser lidas como literatura nonsense, ou será que eram resultado dos efeitos de uma curvatura do tempo-espaço?! Por puro acaso, - ou se calhar não, quem sabe? - em Abril, Stephen Hawking abriu uma conta no Weibo, a versão chinesa do Twitter. Para estabelecer contacto com os internautas chineses,

Hawking utilizou uma das minhas histórias favoritas de sempre, que pertence a um outro clássico, Mestre Zhuang 庄 子. Hawking escreveu “Mestre Zhuang sonhava transformar-se em borboleta – talvez por ser um homem que amava a liberdade. Eu posso sonhar com o Universo e depois ficar a pensar se o Universo sonha comigo.” Hawking comunicou com sucesso as suas dúvidas sobre a forma como a realidade se abatia sobre um antigo filósofo e cosmologista chinês, ligando a filosofia oriental e a ciência ocidental de uma forma contemporânea e não hierárquica. Conseguiu reunir mais de um milhão de seguidores, logo nas primeiras horas. Actualmente a sua base de fãs já atingiu os 3.4 milhões. Um fã chinês respondeu-lhe e falou sobre uma nova teoria do design que o levava a concluir que o Universo na sua globalidade é uma espécie de borboleta. Master Zhuang é provavelmente a minha melhor descoberta de sempre dos antigos clássicos.


16 Publicidade

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17 hoje macau quarta-feira 29.6.2016

opinião chá (muito) verde

Fernando Eloy | 义來

Os muros das lamentações As imagens valem mil palavras, certo? Então aqui ficam três. Acompanhadas de duas sugestões. I - Com a falta de espaços bravios que tanta falta fazem ao desenvolvimento saudável das crianças porque se encerram os poucos que ainda por aí andam com estas cercas de má catadura? Temporários que sejam porque não deixar que sejam apreciados? As brincadeiras que eu ali não faria se tivesse 10 anos... II - Mas já que gostam de os tapar, porque o verde é feio, ou porque as ervas picam, sei lá... porque é que o Governo não contrata (sim, contratar) os artistas locais para os decorarem? Será melhor andarmos entaipados por estas cercas de “amarelo-já-morri”?

Música da Semana

“Where Have All The Good Times Gone” David Bowie (1973) (…) “Won’t you tell me Where have all the good times gone Where have all the good times gone Where have all the good times gone Once we had an easy ride and always felt the same Time was on our side and I had everything to gain Let it be like yesterday Please let me have happy days” (…)


18 (F)utilidades tempo

hoje macau quarta-feira 29.6.2016

?

nebulado

O que fazer esta semana Hoje

min

26

max

31

hum

70-95%

euro

8.865

baht

Exposição “Nova linguagem pictórica” de Natália Gromicho Casa Garden, 18h30

Diariamente

Exposição “Edgar Degas – Figures in Motion” MGM Macau Exposição “Artes Visuais de Macau” Instituto Cultural (até 07/08)

o cartoon steph

Exposição “ Exposição do 70º Aniversário” - Han Tianheng Centro Unesco de Macau – (até 07/08) Exposição “Color” 2016 Centro de Design de Macau Exposição “Pregas e dobras 3” de Noël Dolla Galeria Tap Seac – (até 09/10)

C i n e m a

Solução do problema 115

problema 116

Um DISCO hoje

Sudoku

de

Exposição “Cnidoscolus Quercifolius” - Alexandre Marreiros Museu de Arte de Macau (até 31/07)

Cineteatro

1.21

A pau com os ursos

Amanhã

Exposição “Reminescent – Portugal Macau” Galeria Dare to Dream (até 22/07)

yuan

aqui há gato

“Breves Notas sobre a edição de Camilo Pessanha” por Carlos Morais José Fundação Rui Cunha, 18h300

Exposição “Dinossauros em carne e osso” Centro de Ciência de Macau (até 11/09)

0.22

Como animal que sou, irracional como vocês acham, dá-me um certo gozo ver a Secretária para a Justiça dar entrevistas sobre os meus colegas pandas. Todavia, como animal que sou, irracional como vocês acham, não consigo deixar de sentir uma ponta de inveja pelo tratamento real daqueles bichos porque, dizem, são símbolos. As cobras também, mais não seja o da medicina, mas também sabemos como a saúde por aqui é tratada. Nós, gatos, então, nem se fala. Até Deuses somos mas aqui, bem... aqui... enfim... não vou lamentar-me. Percebo que o IACM seja chamado à liça para assuntos ‘ursáticos’. Quase até perceberia se a DSEJ também estivesse envolvida dada a educação local, mas ver uma Secretária para a Administração... e Justiça (!) envolvida nestes assuntos animalescos dá-me uma sincera vontade de rir. Para não chorar. Declarações como “alegria” e “bênção” arreganham-me logo a tacha, mas quando ela começa a discorrer sobre assuntos de fertilidade e da dificuldade da sua determinação, um assunto claramente da sua lavra, parto-me literalmente a rir. Depois amanso quando ela fala da harmonia que os ursos representam. Não sei, mas há algo no som da palavra, talvez a terminação, que me dá sempre uma sensação de êxtase, quiçá de revelação das verdades que não se escondem por detrás daquelas bolas de pelo. Mas não deixa de ser bom saber pela Secretária que o Governo irá tomar boa conta dos ursos. Tranquiliza um Governo que se preocupa com os animais. Mesmo que sejam apenas os escolhidos. Por isso, o melhor é ficar a pau. Pu Yi

Simon and Garfunkel (Greatest Hits, 1970)

O mundo é demasiado grande e comporta muitas e boas canções, mas a “Bridge Troubled Over Water” pode ser chamada da melhor canção do mundo. Foi feita pela dupla Simon and Garfunkel, que teve uma vida curta mas que nos deixou muitas e boas canções. “The sound of silence” ou “The boxer” também estão neste disco.

Andreia Sofia Silva

INDEPENDENCE DAY:RESURGENCE Sala 1

INDEPENDENCE DAY: RESURGENCE [b] Filme de: Jon M. Chu Com: Mark Ruffalo, Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Lizzy Caplan 14.30, 16.45, 19.15, 21.30 Sala 2

Alice through the looking glass [b] Filme de: James Bobin Com: Johnny Depp, Anne Hathaway, Mia Wasikowska 14.30, 16.30, 21.30

Alice through the looking glass [b][3d] Filme de: James Bobin Com: Johnny Depp, Anne Hathaway, Mia Wasikowska 19.30 Sala 3

KIDNAP DING DING DONG [c] Filme de: Wilson Chin Com: Ivana Wong, Alex Fong, Kabby Hui, Bill Chan 14.15, 16.00, 17.45, 21.45

NOW YOU SEE ME 2 [B] Filme de: Jon M. Chu Com: Mark Ruffalo, Jesse Eisenberg, Jesse Eisenberg, Lizzy Caplan 19:30

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Angela Ka; Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Manuel Nunes; Tomás Chio Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


19 hoje macau quarta-feira 29.6.2016

óciosnegócios

handyman Simon Lam, PROPRIETÁRIO

“Sempre tive jeito para trabalhar com as mãos” do Governo aparecem e depois mandam uma carta para pararmos com tudo e pedir uma licença de obra. O processo é um inferno e tenho de contratar um advogado para tratar disso”, explica. A falta de mão de obra, naturalmente, é outro dos problemas que o afligem regularmente. “Tenho um empregado fixo e depois vou buscar equipas que já conheço, os melhores. Eles têm o negócio deles, independente, mas fazemos muita coisa em conjunto” porque contratar não é fácil. “Não posso empregar filipinos porque é ilegal. Os chineses de qualidade estão na maioria a trabalhar para os casinos e, se estão cá fora, é porque não são grande coisa” diz Simon adiantando ainda que “o pessoal local prefere sentar-se num escritório a trabalhar nesta área mesmo ganhando três vezes mais. É uma questão de estilo...”, aventa.

hoje macau

Há quase meia dúzia de anos em Macau, este polaco educado em Inglaterra, percebeu, ao arranjar a sua própria casa que um estrangeiro deveria ver-se grego ao tentar fazer obras em casa e resolveu lançar um serviço de faztudo. Estava certo porque o problema agora é tempo para atender a todas as solicitações

Barulho? A culpa é dos azulejos

“E

xiste um Handyman II mas não sou eu”, começou por explicar Simon que não percebe a razão pois ele apareceu depois. Ainda assim, o negócio começou já há dois anos e meio. Nasceu na Polónia, viveu em Londres cerca de 12 anos e por motivos familiares acabou por vir para Macau há uns cinco anos.“Comecei por fazer renovações no nosso próprio apartamento”, explica. Casado com uma residente, ao voltar, como o pai da mulher tem várias propriedades, “deu-nos uma para vivermos num desse prédios antigos”, diz Simon, “mas estava num estado horrível e tivemos de refazer tudo”. O processo de renovação durou mais de um ano. “Empreguei várias equipas, tive de ir à procura de materiais da China, da Europa e no final conseguimos um lugar agradável”, recorda. Não foi fácil mas aprendeu muito no processo e, especialmente, “fiquei a perceber quão difícil será para um estrangeiro em Macau fazer alguma coisa do género”, diz, o que lhe deu a ideia para o negócio. “Achei que era um nicho que eu poderia preencher”, revela.“Descobrir os materiais, os especialistas locais que trabalham bem...” Nunca foi um profissional da área mas “sempre tive jeito para trabalhar com as mãos. Pintava as minhas paredes, arranjava o mobiliário, canos, enfim, sempre fiz de tudo um pouco, e desde há muito”, assegura. “Mas aqui é diferente da Europa”, afiança, “não existem aquelas grandes lojas com tudo o que uma pessoa precisa”, o que torna difícil o processo de

fazer mesmo as coisa mais simples em casa. “Em Macau, como sabe, existem uma série de pequenas lojas que vendem um pouco disto ou daquilo nas nenhuma vende tudo. Em chinês chamam-lhe ‘wǔjīn diàn’ (‘loja dos cinco metais’, em cantonês “ng gam pou”). Aproveitámos a intervenção em mandarim para percebermos de onde vinha a habilidade. “Aprendi quando cheguei”, explica “comprei uns livros, li muito, repeti muitos caracteres e agora leio, escrevo no computador e falo” e não teve qualquer professor, garante, “foi tudo na base do esforço próprio”. Chegou mesmo a abrir uma escola de chinês mas não tinha alunos suficientes e acabou por desistir.

Mão de obra, essa raridade

Voltávamos ao negócio, pois Simon explicava que “para se encontrar algum

material melhor temos de mandar vir de fora, via Taobao, se for da China, ou de outra forma qualquer”. “Nestas pequenas lojas de Macau os problemas para quem não sabe procurar é um drama”, relata Simon. “Os tamanhos, os nomes, o material certo... muita gente não faz sequer ideia do que pode arranjar no mercado”. A sofisticação dos acabamentos nos casinos acontece porque “importam tudo” mas “na área residencial as coisas estão muito atrasadas por falta de oferta de material de qualidade”, explica. Problemas nas reparações? “Vários”, confirma, “os canos que correm por fora, os quadros que não estão preparados para a potência dos modernos equipamentos domésticos”, mas o problema maior para Simon é a burocracia. “As grades nos prédios são ilegais. Mas tirá-las, pintá-las ou mesmo mudar as janelas é um problema. Os fiscais

De resto, em termos do trabalho propriamente dito, não encontra muitas dificuldades: “não é ciência espacial, sabe? Há sempre uma solução desde que tenhamos os materiais certos, as ferramentas certas e as equipas certas”. O sonho é focar-se em propriedades comerciais em vez de residências. “Um projecto do princípio ao fim”, diz, “um espaço, um orçamento e deixarem-me trabalhar, é tudo o que desejo”, confessa. Então e o nicho? “Continuará porque é a base do negócio mas quero mesmo chegar às grandes obras, das que levam meses”, explica. No que respeita a preços considera-se competitivo. “Se for directo a um chinês, nós somos mais baratos mas mais caros que os filipinos ilegais, naturalmente” Uma mudança com uma camião cheio, incluindo desmontagem de mobília transporte e remontagem no outro local, custa 1,800 patacas e 1000 por cada camião extra. Mudar uma torneira pode custar 200 patacas e um cano em baixo do lavatório 350 patacas. Não podíamos terminar a conversa sem tentar perceber as origens do barulho constante dos berbequins que assola a cidade e a explicação de Simon é simples: “O problema são os azulejos, sabe? É a cultura local de construção. Toda a gente usa azulejos em tudo. Depois querem mudá-los e a única solução é rebentar com eles. Tudo para pouparem uns centímetros de espaço, claro, porque podiam cobri-los com vinil, madeira ou outra coisa qualquer. Mas preferem mudar de azulejos para outros azulejos”. Estava explicado. Manuel Nunes info@hojemacau.com.mo


“Voltamos a Macau. A cidade acende os seus néons como uma dama rica ostenta as suas jóias, pintada agora por uma poalha de chuva leve, em pinceladas de luz. / Amo-te, Macau, digo outra vez lá do fundo de mim” Fernando Correia Marques

Sector imobiliário quer vida mais facilitada

O

pub

deputado Zheng Anting, questionou a introdução de um sistema electrónico para as licenças de agentes imobiliários. É intenção de Zheng saber o que os agentes podem fazer quanto ao recurso contra multas e ao ajustamento da prática profissional no prolongamento da licença. A interpelação deriva do facto da Lei da Actividade de Mediação Imobiliária ter sido criada há três anos e já vários agentes se terem queixado de falta de entendimento da mesma, bem como das punições que refere, argumentando a irracionalidade de alguns regulamentos e multas. Por outro lado , o processo administrativo é considerado complexo e fonte de pressão para os profissionais, sendo que esperam que o Governo possa rever os regulamentos e a lei. Visto o Executivo já ter referido o esforço relativo à introdução de um sistema electrónico para estes serviços, Zheng Anting pretende ainda saber quando este sistema será introduzido para o processo de prolongamento das licenças no sector de modo a evitar as repetidas entregas de documentos. A multa que pode ir até às 25 mil patacas aplicável a determinados erros escritos é considerada pelos funcionários do sector imobiliário como demasiado dura, sendo que o deputado terá questionado em interpelação se os agentes poderão recorrer ou não. Por outro lado, mediadores e agentes imobiliários são obrigados a prolongar as suas licenças a cada três anos. O processo de renovação tem inicio a três meses do fim da validade alterando o tempo efectivo destas licenças. T.C. revisto por S.M.

Brexit Japão estuda ajudas até 88.000 milhões de euros

Corta no prejuízo

O

governo japonês estuda um pacote de ajudas que poderá alcançar até 10 biliões de ienes (88.000 milhões de euros) para mitigar os efeitos do “Brexit” sobre as empresas e a economia nipónica. A medida foi debatida ontem no seio de uma reunião do Conselho de Política Económica e Fiscal em que participou o

primeiro-ministro, Shinzo Abe, o ministro das Finanças, Taro Aso, e o governador do Banco do Japão (BoJ), Haruhiko Kuroda. Segundo adiantou a agência Kyodo, esse pacote seria dotado com um montante de entre 5 e 10 biliões de ienes (entre 44.000 milhões e 88.000 milhões de euros), a ser aprovado após as eleições do Senado, no próximo dia 10 de Julho.

Os direitos de Pansy Shun Tak diz-se pronta a desenvolver terrenos

P

ansy Ho, directora da Shun Tak, concessionária de dois terrenos na zona de Nam Van, referiu que a empresa não desacelerou o aproveitamento dos terrenos, estando a preparar o desenvolvimento do projecto imobiliário que pretende construir junto à Torre de Macau e ao lago Nam Van. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a concessão dos dois terrenos irá chegar ao fim no próximo mês. “A empresa já começou a planear o desenvolvimento destes terrenos e já elaboramos a proposta com os documentos”, disse a empresária, citada pelo canal chinês da Rádio Macau. “A empresa não desacelerou deliberadamente o aproveitamento do terreno e neste momento a Shun Tak está apenas a tentar entregar

quarta-feira 29.6.2016

as informações ao Governo”, referiu Pansy Ho. A empresária garantiu que vai proteger os direitos da Shun Tak

Contudo, alguns analistas financeiros ou membros do partido no poder (Liberal Democrata, PLD) insistiram que a verba deve ser muito maior para não comprometer o ritmo de recuperação da terceira economia mundial.

Juros baixos

O pacote de estímulo contempla mecanismos para mitigar os efeitos da valorização do iene – consequên-

enquanto concessionária caso o Governo pense em reverter os terrenos para a Administração. “Caso o Governo recupere os terrenos na zona de Nam Van a Shun Tak vai tomar uma decisão que proteja os direitos da empresa pela via judicial”, garantiu a empresária. Pansy Ho garantiu que houve adiamentos no terreno devido a alguns pedidos feitos pelo Executivo durante o período de concessão, relacionados com as zonas C e D dos novos aterros e a reestruturação dos solos. Os terrenos em causa estão envolvidos num processo de permuta com o Governo, devido ao facto de estarem próximos das zonas C e D dos novos aterros, actualmente em consulta pública. O Governo ainda não avançou novos dados sobre o processo, mas a Shun Tak já confirmou que pretende avançar com a construção do “Harbour Mile”, um empreendimento de habitação de luxo. T.C./A.S.S.

cia mais imediata do “Brexit” – e o possível agravamento do ambiente empresarial para as companhias japonesas com operações no Reino Unido. O pacote contempla, de momento, planos de financiamento com taxas de juro muito baixas para as pequenas e médias empresas através da estatal Corporação Financeira do Japão. “Devemos tomar todas as medidas possíveis para prevenir todo o impacto negativo na economia nipónica, especialmente no que se refere às pequenas e médias empresas”, insistiu ontem o primeiro-ministro, após o encontro. Também está a ser estudada a possibilidade de o Banco de Cooperação Internacional do Japão expandir as suas linhas de crédito em divisas estrangeiras para grandes empresas que operem fora do arquipélago. Ao mesmo tempo, segundo as informações aventadas, aprovar-se-ão subsídios para empresas que não levem a cabo despedimentos, estando também em análise a eventual distribuição de vales de desconto para que os turistas que visitam o Japão não sofram com a grave valorização da moeda japonesa. Com mais de 1.300 empresas em solo britânico (40% das quais manufactureiras), o Japão é o segundo maior investidor estrangeiro no Reino Unido, a seguir aos Estados Unidos.

Em Julho pagam-se contribuições

O Fundo de Segurança Social (FSS) veio lembrar os cidadãos que Julho é mês de pagamento de contribuições. Os empregadores devem pagar, dentro deste mês, as contribuições do regime obrigatório referentes ao 2º trimestre do ano dos trabalhadores residentes bem como a taxa de contratação se existirem trabalhadores não residentes. Além disso, os beneficiários inscritos no regime facultativo também necessitam de efectuar o pagamento de contribuições até ao final de Julho. O pagamento, caso não saiba, pode efectuar-se do FSS ou no Edf. China Civil Plaza no NAPE,13º andar, ou no Centro de Serviços da RAEM na Areia Preta (Área de Segurança Social e Integração Laboral), em numerário, cheque ou ordem de caixa (em nome do “Fundo de Segurança Social”).


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