GCS
64
º GRANDE
ESTE SUPLEMENTO É PARTE INTEGRANTE DO HOJE MACAU E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE
PRÉMIO DE MACAU QUINTA-FEIRA 16.11.2017
O CIRCO CHEGOU
ID
• CRISE? TALVEZ NÃO...
O número menor de participantes na corrida de Fórmula 3 este ano pode passar uma mensagem de “crise” na disciplina ou até no próprio Grande Prémio, mas esta imagem menos positiva poderá nem sequer estar correcta. “O reduzido número de concorrentes está directamente ligado à diminuição de participantes no Campeonato FIA Europeu de Fórmula 3 em 2017”, explicou ao HM Nuno Pinto, director desportivo da Prema PowerTeam e mentor de Lance Stroll, o piloto que o ano passado deixou a Fórmula 3 para rumar à equipa Williams na Fórmula 1. Para o português, considerar que existe uma crise na disciplina “é exagerado, mas é uma situação que se estendeu a quase todas as categorias do desporto automóvel, pois também na GP3, Eurocup Fórmula Renault e nas antigas World Series by Renault, se registou uma considerável redução do número de participantes.” Outro fenómeno que Nuno Pinto realça, é que “não é muito habitual as equipas quererem terem “rookies” a participar em Macau, sem antes terem feito uma época de Fórmula 3 completa mas isso, na minha opinião, não significa minimamente uma diminuição do interesse ou do prestígio do Grande Premio.” A Fórmula 3 passa também por uma fase de transição, com a FIA a assumir cada vez mais as rédeas da categoria, e a adiar algumas tomadas de posição importantes para a definição da disciplina. A isso se junta os elevados valores que continuam associados à participação nesta categoria. “Penso que é apenas um ciclo derivado pela conjuntura económica e também ajudado ainda pela indefinição do que será a Fórmula 3 em 2019 com a introdução das novas regras para a modalidade”, conclui Nuno Pinto. Este ano a única corrida de monolugares do programa não conta com a participação de nenhum piloto de Macau. Andy Chang Wing Chung representou a RAEM nos três últimos anos, tendo finalizado na 12ª posição em 2016. Contudo, sem apoios para se manter a competir ao mais alto nível, Chang decidiu poisar o capacete. • S.F.
GRANDE PRÉMIO DE MACAU DE FÓRMULA 3 SUNCITY GRUPO TAÇA DO MUNDO DE F3 DA FIA
Poucos mas bons VINTE E um jovens lobos, e um veterano, dão corpo à edição deste ano do “Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 Suncity Grupo - Taça do Mundo de F3 da FIA”, naquela que é a mais pequena grelha de partida da prova desde 1983, quando a categoria de Fórmula 3 foi introduzida no Circuito da Guia. Apesar do número inferior a edições anteriores, que nunca esteve abaixo dos 28 concorrentes, a prova rainha do cartaz do evento volta a reunir esta semana os melhores pilotos da especialidade, sequiosos de suceder ao português António Félix da Costa como vencedor de tão prestigiada corrida. Entre os participantes, destacam-se Lando Norris, o campeão europeu e a partir do próximo ano terceiro piloto da McLaren F1, e Joel Eri-
ÀCON V ERSACOM
ksson, o vice-campeão europeu e protegido da BMW. Num ano em que os motores Volkswagen se impuseram aos Mercedes-Benz, este duo, que utilizará os propulsores do construtor de Wolfsburg, assume algum favoritismo. Por seu lado, a marca de “estrelinha” volta a depositar uma enorme fé nos monolugares da SJM Theodore Racing by Prema. Callum Ilott e Maximilian Gunther irão capitanear a armada de quatro carros preparados pela equipa italiana Prema PowerTeam e patrocinados por Teddy Yip Jr, filho de Teddy Yip, um dos grandes impulsionadores do Grande Prémio de Macau. Ao contrário das edições anteriores, quando houve uma avalanche de “veteranos” da Fórmula 3 com vitórias no Circuito da Guia no seu
currículo, este ano haverá só a participação de três pilotos de “outra geração”, neste caso, Sérgio Sette Câmara, Kenta Yamashita e Yuhi Sekiguchi. Apesar de não serem nomes tão sonantes, o piloto brasileiro, que detém o recorde da volta mais rápida ao Circuito da Guia, e Yamashita, foram precisamente o terceiro e quarto classificados, respectivamente, na edição do ano passado, apenas atrás dos incontornáveis Félix da Costa e Felix Rosenqvist, o que lhes dá entrada no restrito grupo de candidatos ao triunfo. A lista de participantes conta com dois apelidos bastante familiares, mesmo para aqueles que não seguem de perto o automobilismo: Piquet e Schumacher. Pedro Piquet é filho do tricampeão do mundo de F1, enquanto Mick Schumacher é filho
do heptacampeão mundial. Ambos competiram este ano no europeu da especialidade, mas ficaram fora do “Top-10”. Destaque ainda para a participação de Ryuji Kumita, que corre com o pseudónimo de “Dragon” e que aos cinquenta anos de idade fará a sua estreia na prova. O piloto japonês, que há vários anos disputa o campeonato de Fórmula 3 nipónico, irá tornar-se o piloto mais velho na corrida desde que Barry Bland, que nos deixou este ano, convenceu Rogério Santos, na altura o presidente do Leal Senado, que a Fórmula 3 era o caminho a seguir. Este ano, após um ano de interrupção, os Fórmula 3, todos construídos pela fábrica italiana Dallara, voltam a ser “calçados” pela Yokohama. • Sérgio Fonseca
Rui Valente “FAZER TUDO PARA FICAR NOS DEZ PRIMEIROS” GONÇALO LOBO PINHEIRO
APÓS O 15.º lugar conquistado na Taça de Carros de Turismo de Macau, no ano passado, Rui Valente regressa com o Mini Cooper e tem como objectivo terminar entre os dez primeiros na classe para motores até 1600cc turbo. Quais os objectivos para esta edição? Vamos fazer tudo para ficar nos dez primeiros. É o nosso objectivo e acredito que temos um carro para isso.
Com vai abordar a qualificação? Só se apuram os 18 primeiros de cada categoria para a corrida. A qualificação tem de ser encarada como o início da corrida. Não se pode perder tempo. Como preparou a edição deste ano? Houve alterações ao nível dos regulamentos com o fim da imposição do restrictor [placa que limita potência do motor] e todos
os carros estão mais rápidos. Também fizemos algum investimento antes da prova. Quem são os favoritos à vitória na classe? Em princípio vão ser os Peugeot RCZ patrocinados pela Suncity. Naquela equipa não há problemas financeiros e é tudo do bom e do melhor. Porque não faz um investimento maior para Macau?
Não considero que se justifique investir mais do que faço. Por isso, vamos participar e dar o nosso melhor com o que temos à nossa disposição. Como vê a medida de juntar a as classes para 1600cc e mais de 1950cc? Há muita insatisfação entre os pilotos locais. E os que não conseguiram participar na corrida vão ficar frustrados. • J.S.F.
hoje macau QUINTA-FEIRA 16.11.2017
Theodore visitou Centro Comunitário Kam Pek O chinês Zhou Guan e o alemão Maximilian Günther, pilotos da Theodore Racing, visitaram o Centro Comunitário Kam Pek, na terça-feira, onde passaram algum tempo com cerca de 100 membros da Associação de Macau de Deficientes Auditivos e da Macau Special Olympics. Ao mesmo tempo, também os outros pilotos da formação, Callum Illot e Mick Schumacher, estiveram no hotel Ponte 16, num evento organizado para compensar o esforço dos funcionários que se voluntariaram durante as operações de salvamento
ID
do tufão Hato.
Pilotos jogaram à bola com alunos locais Alguns dos pilotos que vão participar nas quatro provas principais do Grande Prémio de Macau estiveram a jogar ontem à bola com alunos de escolas locais, durante uma visita ao Centro Desportivo Olímpico, na Taipa. Ao contrário do que se tornou habitual, este ano os pilotos não tiraram a tradicional fotografia de grupo junto da estátua da Flor de Lótus, no entanto, o jantar de boasvindas ao Grande Prémio de Macau decorreu dentro da normalidade, na
TAÇA GT MACAU - SJM TAÇA DO MUNDO DE GT DA FIA
• O QUE ELES DIZEM
UM PLANTEL DE LUXO ID
RAPIDINHAS
A 10ª edição da Taça GT Macau será celebrada este ano com a continuidade, pelo terceiro consecutivo, da Taça do Mundo de GT da FIA. Depois do fiasco do ano passado, em que o vencedor terminou com as quatro rodas apontadas para o ar, todos os intervenientes esperam um desfecho diferente, em que o espectáculo esteja a altura da imponência destes carros e do potencial dos pilotos intervenientes. Para este ano a FIA decidiu contra a participação de pilotos amadores e conseguiu persuadir os grandes construtores a regressarem. Assim, serão apenas vinte os pilotos presentes, representando alguns dos mais prestigiados construtores automóveis mundiais: Audi, BMW, Ferrari, Honda, Lamborghini, Mercedes-Benz e Porsche. A grelha de partida está recheada de nomes bem conhecidos de Macau. Laurens Vanthoor retorna à Guia para defender o título, mas desta vez ao volante de um Porsche. A marca alemã contará ainda com um segundo carro para Darryl O’Young, o piloto de Hong Kong que venceu a primeira edição desta corrida em 2008. Maro Engel, que venceu esta corrida por duas ocasiões, em 2014 e 2015 (a primeira da Taça do Mundo em Macau), volta a ser um dos ponta-de-lança da Mercedes-Benz. A casa de Estugarda conta com
outro nome conhecido nas suas fileiras este ano. O “Sr. Macau”, Edoardo Mortara, o piloto com mais triunfos nesta corrida, então pela Audi, vai tentar vencer esta corrida pela quarta vez. Os nomes sonantes não se ficam por aqui. A Mercedes-Benz, que traz quatro carros de fábrica, ainda contará com o espanhol Daniel Juncadella que venceu o Grande Prémio de Macau de F3. Outro ex-vencedor de F3 que está de regresso à RAEM é Lucas Di Grassi. O brasileiro campeão da Fórmula E, para carros eléctricos, tripulará um Audi e tentará emular o sucesso conseguido em 2005 nos monolugares. Por fim, Felix Rosenqvist, o sueco que venceu a corrida de F3 por duas ocasiões, estreia-se na corrida dos “supercarros” com um Ferrari 488 GT3 de uma equipa norte-americana.
A BMW abdicou de António Félix da Costa, para tristeza dos adeptos portugueses, mas convocou Augusto Farfus que também por cá já venceu, nos tempos em que a marca da Baviera corria no WTCC, com a particularidade do brasileiro ir conduzir o 18º “BMW Art Car” desenhado pela artista chinesa Cao Fei. Quem segue de perto as corridas de GT sabe que a lista de favoritos não se fica por aqui, pois há um ex-vencedor das 24 Horas de Le Mans, Romain Dumas, o campeão da Blancpain GT Sprint Cup, Mirko Bortolotti, um ex-campeão do DTM, Marco Wittman, ou o vencedor da Bathurst 1000, Chaz Mostert. Depois da Corrida de Qualificação no sábado, onde ninguém quererá cometer exageros, que no “nosso” circuito se pagam caro, espera-se uma super corrida de 18 voltas no domingo à hora de almoço. A não perder...
REPUTAÇÃO INTACTA
A corrida do ano passado, que teve apenas duas voltas competitivas, irritou as marcas e mereceu, com justiça, apupos por parte do público. Afinal de contas, a corrida acabou prematuramente e os espectadores pagaram por um espectáculo que não assistiram. Contudo, apesar do sururu causado,
a reputação da corrida não saiu beliscada. “Macau é Macau e alguma controvérsia faz parte do espectáculo”, explicou ao HM Benjamin Franassovici, o responsável para esta prova da reputada empresa francesa SRO Organization, que entre outros campeonatos, organiza as Blancpain GT Series na Europa e Ásia, e que, pelo terceiro ano consecutivo, está a colaborar com a FIA e a Associação Geral Automóvel de Macau-China (AAMC) em Macau. “O que aconteceu o ano passado foi algo único, penso que não veremos algo igual outra vez, mas foi também um acontecimento que gerou um vasto interesse num mundo mais amplo graças às redes sociais”, explica o responsável, que acrescenta: “Não penso que tenha sido má publicidade, e até pode ser considerado o contrário. Mas não acredito que um episódio assim irá acontecer de novo.” Este ano, das setes marcas que aceitaram o desafio da federação internacional, seis estão representadas a nível oficial (ndr: apenas a Ferrari não é oficial), o que é um recorde para a prova. Por outro lado, a Honda escolheu esta prova estrear pela primeira vez no continente asiático o novo NSX GT3. • Sérgio Fonseca
PILOTOS DE FÁBRICA • AUDI Lucas Di Grassi Nico Muller Robin Frijns
• FERRARI • BMW • HONDA •LAMBORGHINI Augusto Farfus Felix Rosenqvist Renger Van der Zande Mirko Bortolotti Marco Wittman Tom Blomqvist
Doca dos Pescadores.
• MERCEDES-BENZ Maro Engel Edoardo Mortara Raffaele Marciello Dani Juncadella
• PORSCHE Laurens Vanthoor Romain Dumas Darryl O’Young
ROSENQVIST (FERRARI): “A pista de Macau muda todos os anos. Num carro de GT sentem-se mais os ressaltos, logo é uma sensação diferente. Considero-me um potencial vencedor.”
LAURENS VANTHOOR (POR-SCHE): “Será um desafio num carro diferente, com uma nova equipa. O ano passado eu estava na Audi a lutar contra os Porsche, este ano é ao contrário. Será interessante.”
MARO ENGEL (MERCEDES): “A oposição é de grande nível e todos estão motivados. Contudo, nós também temos uma equipa forte e um carro que tem tudo o que é preciso para vencer.”
EDOARDO MORTARA (MERCEDES): “Sinto-me muito confortável em Macau e sempre tive muito sucesso aqui no passado. Agora o meu maior objectivo é conseguir vencer para a Mercedes-AMG.”
MARCO WITTMANN (BMW): “Adoro Macau, mas a minha experiência em carros de GT até agora foi no BMW Z4 GT3. Estou curioso para ver como se comporta o BMW M6 GT3 nestas ruas apertadas.”
Filipe de Souza “SÓ PENSO EM GANHAR” MOTORSPORT.COM
LEVAR O Chevrolet Cruz à vitória na classe 1600cc. É este o objectivo de Filipe de Souza que só pensa em “vingar” o segundo lugar do ano passado na Taça de Carros de Turismo de Macau.
A nível do carro quase podemos dizer que não há regulamento porque eles só nos limitam a cilindrada do motor. Por isso, fiz muitas actualizações para o carro ficar mais potente.
Os Peugeot são sempre candidatos fortes à vitória e também os meus colegas de equipas [Jerónimo Badaraco e Sou Ieng Hong]. Estes pilotos vão estar a lutar pela vitória.
Quais são os seus objectivos para a corrida? Só penso em ganhar e vamos correr para isso. O ano passado fiquei no pódio, mas para ser sincero não fiquei contente. Queria o primeiro lugar, portanto é só nisso que penso este ano.
E a nível do calendário? Chego a Macau com um bom ritmo competitivo porque participei em corridas quase todos os meses. Por isso, chego motivado e com um bom ritmo. Se o carro estiver competitivo, vamos ganhar.
Os pilotos da Peugeot foram seus colegas de equipa em algumas provas. Como se sente em correr aqui contra eles? É normal. Nós quando tiramos o capacete somos todos amigos, depois quando estamos no carro somos adversários. Como este ano é o meu 15.º ano a correr em Macau estou acostumado a este tipo de situações. • J.S.F.
Teve uma preparação diferente face ao ano passado?
Quais serão os outros pilotos que vão andar na frente na classe até 1600cc turbo?
hoje macau QUINTA-FEIRA 16.11.2017
[6.2 km]
HOJE 06:00-06:00 06:30-07:00 07:30-08:30 08:50-09:20 09:35-10:15 10:35-11:05 11:20-11:50 12:25-12:55 13:10-13:55 14:10-14:50 15:40-16:25 18:00-18:00
Fecho do Circuito Inspecção do Circuito Treinos livres do 51.º Grande Prémio de Motos de Macau Treinos livres da Taça da Corrida Chinesa Treinos livres 1 do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 Treinos livres da Taça de Carros de Turismo de Macau (até 1600cc) Treinos livres 1 da Taça GT Macau Treinos livres da Taça de Carros de Turismo de Macau (mais de 1950cc) Treinos livres 1 do Corrida da Guia Macau (WTCC) Treinos Cronometrados do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 Treinos Cronometrados do 51.º Grande Prémio de Motos de Macau Abertura do Circuito
ID
EQUIPAS
Os três primeiros da corrida de 2016 – Peter Hickman, Michael Rutter e Martin Jessopp – assumem o papel de principais intervenientes na prova desta semana
51ª EDIÇÃO DO GRANDE PRÉMIO DE MOTOS DE MACAU
Reedição de 2016 A 51ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau vai ser uma reedição do confronto do ano transacto. Os três primeiros da corrida de 2016 – Peter Hickman, Michael Rutter e Martin Jessopp – assumem o papel de principais intervenientes na prova desta semana. Este trio, que promete proporcionar um duelo memorável, está munido de BMW S1000RR, a mota de eleição na actualidade nas corridas de estrada. Hickman e Rutter farão equipa na SMT / Bathams, enquanto Jessopp montará pela Riders Motorcycle. Cada um deles tem um objectivo firme. Hickman quer chegar à terceira vitória em Macau, Rutter quer atingir o nono triunfo e Jessopp alcançar o seu primeiro, depois de ter subido ao pódio por cinco ocasiões. Como acontece todos os anos, são vários os veteranos de Macau à partida, como Gary Johnson, Connor Cummins ou Horst Saiger. Contudo, segundo a imprensa especializada, há dois “novatos”, a ter em conta. Gleen Irwin, em Ducati 1199RS, já o ano passado deu nas vistas com a mota italiana, ao passo que Dean Harrison,
em Kawasaki ZX10RR, que este ano vem a fazer uma fortíssima segunda metade de temporada, com triunfos no GP Uslter e na Classic TT. Será nesta corrida que iremos encontrar o único piloto que representará Portugal no evento. André Pires já prepara o regresso a Macau onde vai tripular a Kawasaki ZX10R, preparada por uma equipa portuguesa, com que competiu ao longo da temporada. Apesar de uma preparação com limitações, o piloto transmontano ambiciona ficar classificado acima do 13º lugar, o seu melhor registo no território. Para os que seguem com mais atenção esta corrida Grande Prémio certamente irão sentir a falta de nomes familiares como John McGuinness, que correu em Macau por 18 anos consecutivos, ou Ian Hutchinson, ambos ainda a recuperar de mazelas físicas, resultado de acidentes. Já Stuart Easton, outro ex-vencedor no Circuito da Guia, retirou-se das pistas no final do ano passado.
SEGURANÇA É PRIORIDADE
Quem ao vivo assiste pela primeira vez à única corrida de “duas rodas”
do programa, fica deveras impressionado com as velocidades que os pilotos atingem entre os muros do Circuito da Guia. As corridas de motociclismo em circuitos de estrada são das mais perigosas entre as várias especialidades do desporto motorizado, e, como tal, em Macau, a segurança é levada à risca, apesar das particularidades do próprio circuito. “Este é talvez o único evento nos tempos que correm que conjuga automóveis e motociclos no mesmo programa, sendo este basicamente um circuito montado para automóveis”, explicou ao HM Carlos Barreto, o Director de Corrida do Grande Prémio de Motos. “As medidas de segurança implementadas nos últimos anos, digamos a fase moderna do evento, foram na sua maioria para os automóveis e tendo em conta esses pressupostos, resta-nos trabalhar sobre o que existe, no sentido de assegurar as melhores condições possíveis para os pilotos dos motociclos.” Há uma série de medidas suplementares que anualmente se implementam, procurando sempre
manter uma articulação com a rotina diária da cidade, designadamente, “optimizar o pavimento nas zonas que carecem de reparação para não existirem diferenças no granulado e nas junções, “queimar” a sinalização horizontal rodoviária nas zonas mais críticas, como zonas de travagem, curvas rápidas, por exemplo, onde todos os anos há uma ou outra situação nova fruto do desenvolvimento da cidade”, refere o engenheiro de profissão, reforçando que existe “um diálogo permanente com os pilotos, informando-os das condições do circuito, que podem alterar-se num mesmo dia.” Tornar isto tudo possível não é tarefa fácil, visto que a prova da RAEM, ao contrário das principais corridas de “Road Racing”, como a Ilha de Man TT ou a NW200, tem que existir um entendimento com as entidades responsáveis pelas corridas de automóveis. “É necessário muito diálogo interno para se procurar conciliar as propostas da FIA e, por vezes, esse compromisso pode demorar um nadinha mais”, acentua Carlos Barreto, que dá
como exemplo “a passadeira para peões ao início da Estrada de São Francisco que foi recolocada uns metros adiante e essa alteração, efectuada a título permanente em 2016, o que contribuiu para melhorar em termos de segurança esta zona do circuito para os pilotos de motociclos.” Ao longo destes anos a prova do território manteve a sua elevada estima internacional e continua todos os anos a atrair os melhores pilotos da actualidade, no que respeita ao motociclismo de velocidade de estrada. E isto não acontece por acaso. “Em primeiro lugar, a simpatia da equipa que organiza o evento, o espírito e o apelo da cidade, a atmosfera e a excitação sentida e vivida nesses dias, que podem ser longos, o programa social que lhes é preparado e que serve para promover os pilotos e as equipas nesta parte do globo, a crescente cobertura pelos “media” especializados de todo o mundo”, a que se alia “a glória de conquistar este circuito, um circuito exigente e que pelas suas características constitui um grande desafio à capacidade e adrenalina desses pilotos.” Apesar de todas medidas segurança que têm vindo a ser implementadas ao longo dos anos, o risco inerente à natureza desta corrida dá inevitavelmente outro valor ao título de vencedor do Grande Prémio de Macau de Motos, continuando este a ser altamente cobiçado e respeitado no “mundo” das corridas de motociclismo. • Sérgio Fonseca