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º GRANDE
ESTE SUPLEMENTO É PARTE INTEGRANTE DO HOJE MACAU E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE
PRÉMIO DE MACAU SEGUNDA-FEIRA 20.11.2017
RODA DA SORTE
GRANDE PRÉMIO DE MACAU DE FÓRMULA 3 SUNCITY GRUPO TAÇA DO MUNDO DE F3 DA FIA
a Câmara. Para evitar o toque, o brasileiro saiu da sua trajectória habitual, e o resultado final foi trágico para ambos. Câmara foi o primeiro a bater nas barreiras de protecção da Curva “R”. Habsburg ainda tentou completar a curva, mas com a velocidade que ia acabou também ele por bater nos muros, terminando a corrida em três rodas e no quarto lugar como consolação. A vitória de Ticktum acaba por acontecer na penúltima passagem
pelo Lisboa. O inglês, então a rodar em quinto, fez uma ultrapassagem de encher o olho a Maximilian Gunther e a Lando Norris, subindo ao terceiro lugar. O que viria a acontecer a seguir, nem Ticktum queria acreditar. “Não há palavras para descrever o que sinto e senti quando cruzei a linha de meta”, afirmava o vencedor. “Com estes períodos de bandeiras amarelas e Safety-Car, é preciso ter calma e eu
estava calmo. Claro que há quem vá dizer que eu tive sorte, mas o meu andamento durante o fim-de-semana e aquela ultrapassagem quase que fazem para merecer esta vitória.” Lando Norris chegou a Macau como o “todo favorito”, mas só o foi na quinta-feira. O piloto de reserva da McLaren F1 perdeu o primeiro lugar na qualificação para a Corrida de Qualificação na sexta-feira e no sábado foi apenas
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HÁ UM velho dizer nas corridas de automóveis que tão bem se aplica à corrida de ontem - “para terminares em primeiro, primeiro tens que terminar”. Daniel Ticktum venceu a 64ª edição do Grande Prémio de Macau de Fórmula 3 Suncity Grupo, a Taça do Mundo de Fórmula 3 da FIA, num final de corrida dramático em que o piloto inglês de 18 anos beneficiou do despiste na última curva dos dois primeiros classificados à altura. O piloto britânico da equipa alemã Motopark largava do oitavo lugar para a sua terceira corrida de Fórmula 3, com esperanças de chegar ao pódio. Ticktum fez uma excelente corrida até ao terceiro lugar, mas o piloto protegido da Red Bull estava longe de imaginar o cenário que lhe esperava na abordagem à última curva. Terceiro classificado o ano passado e com o estatuto de favorito este ano, Sérgio Sette Câmara herdou o primeiro lugar na corrida logo após a primeira ronda de bandeiras amarelas. O brasileiro da Motopark liderou boa parte da corrida, mas a duas voltas do fim viu-se sob intensa pressão de Ferdinand Habsburg que paulatinamente foi subindo lugares na classificação até se colocar na traseira do seu rival, ganhando dois segundos nas últimas três voltas. O piloto austríaco de sangue real da equipa Carlin estava disposto a vencer o Grande Prémio à primeira e depois de não ter conseguido concretizar a manobra de ultrapassagem ao brasileiro no Lisboa, fez a última volta com a “faca nos dentes”. Na última curva, Habsburg tentou uma ultrapassagem impossível
SOFIA MARGARIDA MOTA
Jackpot saiu a Ticktum
MOTORSPORT.COM
À C O N V E R S A C O M Eurico de Jesus “O MEU OBJECTIVO ERA MANTER-ME SEGURO” O que é que se passou nesta corrida? Penso que tive o set-up errado para o meu carro. O carro estava muito escorregadio e de muito difícil condução especialmente com este tipo de tempo. A pista não está demasiado má, mas por causa da chuva, ainda que seja pouca, não tinha visibilidade nenhuma, o que torna a corrida um pouco perigosa, especialmente este ano em que temos duas classes diferentes. Acaba até por ser muito perigoso. Logo
na primeira volta, quando cheguei à montanha e os carros de maior potência chegaram a mim, deram-se situações de muito perigo. Mas, felizmente, conseguimos resistir e correu tudo bem. Mas no último momento da corrida houve alguns acidentes sérios em que os carros saíram da estrada e tivemos de parar a corrida. Têm duas classes em que uma é muito mais rápida do que a outra. Vale a pena
correr nestas circunstâncias? O problema não é a outra classe ser mais rápida. O problema é que com o chão um pouco escorregadio, eles são mais rápidos nas rectas mas são mais lentos nas curvas. São 34 carros ao mesmo tempo. Sabia em que posição estava ou limitava-se a guiar? Para ser honesto, porque não estou a lutar pela cor-
rida, mas sim pela minha classe, a rádio foi-me informando em que posição é que eu estava e por isso ia sabendo do meu lugar. O meu objectivo era manter-me seguro e manter o carro inteiro. Fiquei no décimo lugar na minha classe e tínhamos 18 carros. Era o que esperava? Não é exactamente um bom resultado. Não estava com um carro realmente competitivo. Como as regras mu-
daram nós agora podemos fazer muitas mudanças nos motores e havia carros com melhores condições do que o meu. Talvez no próximo ano possamos regressar com melhores condições. O que achou deste fim-de-semana de corridas? Em primeiro lugar estou muito triste por causa do acidente de sábado. Também somos pilotos e apesar de não estarmos a conduzir motas, estamos muito tris-
II-III
Trinta e quatro anos depois do lançamento do livro “Regresso a Macau” da conhecida banda desenhada belga, as cores da Vaillante voltaram a ser novamente “vistas” no Circuito da Guia, desta feita, com o francoargentino Sacha Fenestraz a vestir a pele de Michel Valliant, ao volante de um monolugar Dallara-Volkswagen da equipa Carlin decorado com as cores da equipa fictícia Vaillante. Curiosamente no livro saído da caneta de Jean Graton, inspirado numa visita ao território em 1981, a Vaillante participou no Grande Prémio em parceria com a Theodore Racing. Desta vez, foram rivais. O próximo livro de Michel Valliant em Macau, agora escrito por Philippe Graton, que esteve entre nós no Festival Literário Rota das Letras, está previsto sair em Outubro de 2018.
O BISNETO DO IMPERADOR ENTRE OS 22 pilotos que estiveram a competir em Macau, também houve “sangue azul”, nomeadamente ligado ao Império Autro-Húngaro. Ferdinand Zvonimir von Habsburgo é o bisneto de Carlos I da Áustria, último imperador austríaco, e esteve em Macau atrás do sonho de chegar á Fórmula 1. Uma carreira fora do comum na família, como o próprio Ferdinand Habsburgo, de 20 anos, reconheceu. “Do lado do meu pai, que é a família com as ligações directas à Casa de Lorena, sou o primeiro a dedicar-se a uma carreira no automobilismo. Talvez algum dos meus primos tenha experimentado de forma pontual este desporto, não tenho a certeza, mas sou o primeiro a ser profissional”, disse Ferdinand Zvonimir von Habsburgo, ao HM. Apesar do bisavô, avô e pai se terem dedicado à política, Ferdinand, que tem mais duas irmãs, acredita que a vida que escolheu não é significativamente diferente da dos seus antecessores. “Ao meus olhos, eles tinham aquele interesse genuíno pela política. E foram bons nessa área. Quando era criança nunca tive um interesse muito forte na política, ao contrário deles, o que realmente me interessa são os desportos motorizados. E foi numa carreira desta natureza que apostei”, defendeu. “Somos uma família muito focada no que fazemos e, quando nos dedicamos a uma actividade fazemo-lo de forma muito séria, por isso não me considero diferente dos outros Habsburgo. Só estou focado numa actividade em que eles não estavam”, acrescentou.
PAIXÃO PELA F1
Apesar de ter uma população com menos de nove milhões de habitantes, a Áustria tem dois campeões mundiais de Fórmula
“Mas agora estou um pouco ferrugento. Como piloto só estou em casa dois ou três dias por semana, e não tenho tempo para praticar. Às vezes toco só para relaxar”, sublinhou. Este é um percurso universitário que o austríaco admite seguir, quando abandonar a carreira de piloto: “Nos próximos anos vou ser piloto, quero chegar à Fórmula 1 e esta é uma carreira que exige uma dedicação a 100 por cento. Mas quando acabar, talvez vá estudar para um conservatório”, explicou.
SEGUNDA VISITA 1, Niki Lauda, que venceu em 1975 e 1977, e Jochen Rindt, campeão mundial 1970. Rindt é o único campeão a título póstumo, uma vez que morreu durante os treinos para o Grande Prémio de Itália, desse ano. Enquanto Lauda, cujo pai era um importante homem de negócios, sempre teve a família contra a sua carreira, apesar de ter sido campeão mundial em duas ocasiões, o mesmo não se passou com Ferdinand. “A minha família sempre aceitou bem este meu interesse. O facto de eu ser muito dedicado, mostrou-lhes que era algo que eu queria levar a sério. É esse o tipo de mentalidade que eles esperavam que eu tivesse. Fosse enquanto piloto de desportos motorizados ou trabalhador de uma fábrica se fosse essa a carreira que eu queria...”, apontou. “Quanto a esta última profissão não tenho tanta a certeza que me apoiassem”, admitiu o piloto de 20 anos. “Por outro lado, eles financiam-me, por isso acho que se não me esforçasse e os resultados não aparecessem por falta de empenho que me diriam: ‘nós amamos-te, mas estás a desperdiçar o nosso dinheiro’. O que também pode
acontecer com qualquer aluno que vá para a universidade”, acrescentou.
GOSTO PELA MÚSICA
Uma conversa com Ferdinand Zvonimir von Habsburgo permite facilmente perceber que o piloto de 20 anos não tem nos seus horizontes a política. Actualmente a viver em Londres, Ferdinand admite que se não tivesse enveredado por uma carreira no desporto, teria escolhido ser músico, área em que se gostaria de ter formado. “Não sei como vai ser o futuro e o que vou querer fazer, quando deixar o automobilismo. Contudo, se não tivesse escolhido ser piloto, teria sido músico. Quando tinha mais tempo, cheguei a fazer parte de algumas bandas, e desde pequeno que sempre toquei diferentes instrumentos, como bateria, guitarra, piano. Também sei cantar”, admitiu Habsburgo. LAT IMAGES
• Rendez-vous à Macao
PILOTO COM “SANGUE AZUL” QUE SONHA COM A FÓRMULA 1
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sétimo, após uma corrida em culpou os pneus para tão pálida exibição. Ontem, Norris correu atrás do prejuízo, mas este segundo lugar acabou por ser imerecido para quem tão elevadas expectativas trazia consigo. Ralf Aron completou o pódio. O piloto da Estónia teve um fim-de-semana discreto em que nem se deu por ele, mas um final de corrida onde superou Gunther e Pedro Piquet valeu-lhe um resultado de todo inesperado para quem largou do 13º lugar para esta corrida. Para a decisiva corrida do fim-de-semana, o piloto inglês Callum Illott largou do lugar da pole-position fruto do triunfo incontestado na Corrida de Qualificação de sábado, em que se impôs, por esta ordem, a Joel Eriksson, Sérgio Sette Câmara e Maximilian Gunther. O grande favorito para esta corrida, o inglês Lando Norris, foi apenas sétimo no confronto da manhã de sábado. Callum Illott e Joel Eriksson dividiram a primeira linha da grelha de partida, mas ambos ficaram cedo fora da contenda. Mick Schumacher também teve problemas no seu monolugar, mas fez a melhor volta da corrida. • Sérgio Fonseca
hoje macau SEGUNDA-FEIRA 20.11.2017
Esta foi a segunda vez que Habsburgo esteve em Macau, depois de em 2016 também ter competido na Fórmula 3, corrida que não terminou. Uma primeira visita de má memória para o austríaco, que estava doente e mal saiu do hotel. “Este ano cheguei a Macau, uma semana antes da corrida, e tive dois dias para ver a cidade. Como já cá tinha estado no ano passado sabia os locais onde queria ir. Aproveitei para visitar a parte antiga da cidade e gostei muito”, confessou. “Também aproveitei para dar uma volta por algumas lojas e restaurantes. Para ser sincero gostei muito da comida portuguesa e macaense”, frisou. Apesar de nem sempre acontecer, desta vez Ferdinand contou com o apoio do pai, Karl von Habsburgo, que o abraço fortemente no final da corrida, depois do despiste que lhe custou a vitória. “O meu pai conseguiu acompanhar-me este fim-de-semana. Como é uma pessoa muito ocupada, isso nem sempre acontece, mas desta vez conseguiu. Ele conhece melhor esta parte da Ásia do que eu, e gosta muito de vir a Hong Kong e Macau”, revelou sobre o sobrinho de Carlos I da Áustria. • João Santos Filipe
tes. Antes de começarmos a corrida já sabíamos que os nossos carros não eram muito competitivos e por isso o nosso objectivo era também divertirmo-nos e fazer o melhor que pudéssemos. Divertiu-se então? Nem por isso. Mas está tudo bem. Não tivemos acidentes de maior e todos os nossos pilotos estão bem. • João Santos Filipe e Sofia Margarida Mota
SOFIA MARGARIDA MOTA
Jerónimo Badaraco “MUITO CONTENTE COM O MEU CARRO E COM A EQUIPA” Começou em terceiro lugar, na categoria 1600cc. Como é que conseguiu chegar ao primeiro lugar? A primeira coisa que tinha de ter em mente era ter uma condução segura porque o piso não estava muito bom e tinha muita água. A nossa corrida que agora está dividida em duas classes e faz com que seja mais difícil para nós. Os carros da outra classe têm muito mais vantagem nesta condição do circuito.
Há muitos qualificados de 1950cc que andam menos mas com este tipo de piso conseguem avançar. Por outro lado, e como estava tudo tão confuso, só soube que estava em primeiro lugar quando acabei a corrida. Calculava que estava nos primeiros três lugares, mas depois houve um acidente e quando voltei é que perguntei qual a minha posição e afinal era o primeiro lugar. Estava a lutar com o Paul Poon
e não sabia que era pelo primeiro lugar. Acabou por ultrapassá-lo durante a corrida e não reparou? Não, não reparei. Com esta chuva, a visibilidade é mesmo muito reduzida e é muito perigoso. Vai continuar a correr na mesma equipa? Agora só quero descansar um bocadinho e ter férias sem ter de pensar em cor-
ridas nem em carros de corridas, e depois logo se vê, no próximo ano, o que vou fazer. Está a pensar deixar as corridas? Logo se vê, para já só quero relaxar um bocadinho. Depende também do patrocínio Estou muito contente com o meu carro e com a minha equipa. Vamos ver. • Sofia Margarida Mota
FOTOS SOFIA MARGARIDA MOTA
GRANDE PRÉMIO DE MACAU OS BASTIDORES É o fim-de-semana de estradas cortadas, de carros na pista e em que a sigla GP está por todo o lado. É o Grande Pr
rémio de Macau que nos bastidores encerra o ganha pão de muitos. Entre modelos, mecânicos e pilotos, entre uns e outros que por ali passam os dias, o Grande Prémio vive dentro e fora da pista.
IV-V
hoje macau SEGUNDA-FEIRA 20.11.2017
“Sr. Macau”, quem mais... Mercedes que se partiu quando o espanhol tentou curvar no Ramal dos Mouros. Com o carro alemão a bloquear o caminho e catorze carros atrás de si a alta velocidade, o resultado
só poderia ser um: um choque em cadeia de proporções dantescas que rapidamente se tornou viral nas redes sociais. A corrida iria prosseguir mais tarde com os oito carros sobrevi-
ventes. Mortara que tinha perdido a primeira posição para Engel, beneficiou dos problemas de bateria no carro do alemão para recuperar a primeira posição. O “Sr Macau” voltou a vencer, desta vez seguido
GLÓRIA A DOBRAR PARA OS DA CASA LEONG IAN Veng (Mitsubishi Evo9) venceu a Taça CTM de Carros de Turismo de Macau, na primeira vez que esta corrida foi disputada por duas classes diferentes: uma para viaturas 1600cc Turbo e outra para viaturas 1950cc ou Superior. Ao vencer a classe 1600cc Turbo, Jerónimo Badaraco (Chevrolet Cruze) voltou a subir ao lugar mais alto do pódio do Grande Prémio oito anos depois. Numa corrida disputada na manhã de ontem, com o
Circuito da Guia bastante molhado, a partida foi feita atrás do Safety-Car por razões de segurança. Veng aproveitou a maior potência do seu carro para suplantar o poleman Mitsuhiro Kinoshita (Nissan GTR R34) ainda antes da Curva do Lisboa. A corrida não teve desenvolvimentos na frente até que os dois primeiros começaram a ultrapassar os concorrentes atrasados. Quando o líder da corrida se aproximava da traseira de Lio Kin Chong (Subaru) na curva um, a duas
voltas do fim, o ex-piloto de motas entrou em pião e bateu nos muros. Veng provavelmente também exagerou na travagem para evitar o carro descontrolado que estava à sua frente, entrando também ele em pião e batendo nos muros. Ao mesmo tempo, um acidente com três carros na zona da montanha bloqueou a pista e foram mostradas bandeiras vermelhas. A corrida não recomeçou, o que significou que Veng venceu, à frente do
seu adversário nipónico e do colombiano Júlio Acosta (Lotis Évora). O estreante Delfim Mendonça Choi (Mitsubishi Evo9) e Luciano Castilho Lameiras (Mitsubishi Evo9) foram os 12º e 14º, respectivamente, na categoria 1950cc ou Superior. Mais intensa foi a luta pela vitória na classe 1600cc Turbo. Filipe Clemente Souza (Chevrolet Cruze) fez um bom arranque e ultrapassou o favorito Paul Poon (Peugeot RCZ), seis vezes vencedor desta corrida. Contudo, um toque na curva do Mandarim danificou o seu carro, que acabou por sucumbir à quinta volta com sobreaquecimento do motor.
“Esta vitória é especial, porque é a minha primeira com a Mercedes e representa também o excelente trabalho dos mecânicos.” Edoardo Mortara, piloto
pelo BMW “Art Car” de Augusto Farfus e pelo Mercedes de Raffaele Marciello que teve que usar todos os seus reflexos para evitar colidir com Juncadella. Seis dos doze carros danificados no sábado foram recuperados para a corrida de domingo. Como a pista se encontrava molhada, os catorze concorrentes tiveram que efectuar duas voltas atrás do Safety-Car antes da partida. Na ânsia de fugir aos seus perseguidores, Mortara quase deitava tudo a perder, tocando nos muros de protecção da curva um. Felizmente o seu Mercedes não acusou o toque, já o mesmo não poderá dizer Marciello, que para roubar o segundo lugar a Farfus nos primeiros metros da prova empurrou o brasileiro, danificando o radiador do seu Mercedes, desistindo pouco depois. Farfus foi obrigado parar nas boxes para reparar a traseira do BMW, permitindo a Robin Frinjs assumir o segundo lugar. Numa corrida que teve a presença do Safety-Car por mais duas ocasiões em pista, mantendo o pelotão bastante compacto, anulando qualquer tipo de vantagem construída por Mortara, o holandês da Audi e Maro Engel travaram um duelo aceso pelo segundo posto, que Frinjs levou a melhor. Com Mortara a cometer ligeiros erros, que não o deixaram fugir claramente rumo ao triunfo, os três primeiros classificados termi-
Com Poon a sentir inúmeras dificuldades com o seu carro, o vencedor da Taça ACP de 1999, JeróSOFIA MARGARIDA MOTA
TAÇA CTM DE CARROS DE TURISMO DE MACAU
SOFIA MARGARIDA MOTA
TAÇA GT MACAU TAÇA DO MUNDO DE GT DA FIA
SOFIA MARGARIDA MOTA
EDOARDO MORTARA venceu pela sexta vez no Circuito da Guia e conquistou a “SJM Taça GT Macau – Taça do Mundo de GT da FIA”, uma prova que ficou marcada pelo aparatoso choque em cadeia na Corrida de Qualificação da tarde de sábado. Numa edição em que os quatro Mercedes AMG GT3 mostraram ser os carros melhor preparados, Mortara e Maro Engel foram os mais rápidos na qualificação de sexta-feira entre os 20 participantes. A Corrida de Qualificação, no sábado, disputou-se em condições particularmente difíceis, pois chegou a “pingar” antes da corrida, existindo zonas com óleo na pista das corridas anteriores, segundo os relatos dos pilotos. No arranque, Daniel Juncadella tocou ligeiramente nos muros, danificando a direcção do seu
nimo Badaraco, não se fez rogado e ultrapassou o piloto de Hong Kong à sétima volta, mantendo depois
• Maratona de reparações
uma vantagem de segurança suficiente para vencer a categoria, para além de ter sido o nono classificado da geral. Leong Chi Kin (Mini Cooper S) completou o pódio, terminando à frente de Célio Alves Dias (Mini Cooper S) que vinha a recuperar posições e tempo para os demais. Rui Valente (Mini Cooper S), que afirmou não ter gozado a corrida devido à falta de visibilidade, e Eurico de Jesus (Ford Fiesta) ficaram classificados mais cá para trás, com o veterano piloto português a encerrar o Top-10 da categoria. • S.F.
NO REGRESSO do Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo, depois de dois anos de ausência, o marroquino Mehdi Bennani e o inglês Rob Huff, ambos em Citroen, dividiram os
• Missão cumprida Sem ambições à partida, o piloto de Macau Mak Ka Lok, o único representante da RAEM nas quatro principais corridas do programa, cumpriu os seus objectivos para este fim-de-semana, qualificando-se para a corrida, mesmo tendo para isso beneficiado de uma autorização especial dos Comissários Desportivos, visto que o seu melhor tempo ficou uma décima de segundo aquém do tempo mínimo para se qualificar automaticamente. Nas duas corridas, o piloto do Lada optou por uma toada conservadora, terminando no 17º lugar em ambas as corridas.
DEPOIS DE na sexta-feira ter mostrado habilidade para rodar entre os primeiros, o piloto macaense qualificou-se no quarto lugar para a corrida de sábado de manhã. Decidido, Assunção subiu uma posição logo nos primeiros metros da prova, quando o veterano Kenneth Look perdeu o controlo do seu BAIC D50 e gerou uma carambola atrás de si, que provocou a interrupção da corrida para retirar as seis viaturas acidentadas No recomeço, Assunção colou-se à traseira de David Zhu, que se debatia com um carro danificado e pouco cooperante, e
triunfos, sendo que Huff ficou também com o título de vencedor da Corrida da Guia de 2017. Com a vitória na segunda corrida do fim-de-semana, Huff tornou-se o piloto com mais triunfos no Circuito da Guia, tanto em duas, como em quatro rodas, desempatando assim com Michael Rutter. A primeira corrida do WTCC foi disputada no sábado, com os três primeiros da grelha de partida – Bennani, Tom Coronel (Chevrolet) e Ryo Michigami (Honda) – a terminarem por esta ordem. A corrida de 8 voltas terminou mais cedo, quando à sexta volta, Norbert Michelisz, um dos candidatos ao título, cortou a passagem, ao despistar-se na zona do Ramal dos Mouros, causando um choque em cadeia que ir envolver também Esteban Guerrieri (Honda), Rob Huff
(Chevrolet) e Tom Chilton (Citroen). Entre os candidatos ao ceptro do campeonato, Björk foi o melhor, ao terminar no quarto lugar, ao passo que o húngaro da Honda ficou ainda assim com o quinto posto. Autor do novo recorde da pista da Corrida da Guia na qualificação de sexta-feira, Huff partiu confiante da pole-position para a corrida de ontem, tendo Michelisz ao seu lado. Isto, apesar dos mecânicos da equipa All-inkl.com Münnich Motorsport terem passado a noite a tentar recuperar o carro francês. Com a pista bastante molhada, a corrida iniciou-se atrás do Safety-Car conduzido pelo português Bruno Correia. O piloto húngaro da Honda ainda atacou a liderança por duas ocasiões, mas a vitória de Huff nunca foi realmente beliscada, até porque o segundo lugar servia perfeitamente as aspirações de Michelisz no campeonato. A corrida foi mais interessante na luta pelo terceiro lugar do pódio, com Chilton a
• Adeus à Guia A corrida de ontem representou um adeus a esta geração de carros do WTCC ao Circuito da Guia. Apesar do contrato ainda não estar assinado, o Eurosport Events, o promotor do WTCC, deverá chegar a um entendimento com a WSC Ltd, para que em 2019 o WTCC utilize os carros do TCR, vistos a competir na Corrida da Guia em 2015 e 2016. O calendário provisório do WTCC para 2019 está igualmente por ser oficializado. Questionado pelo HM, o Eurosport Events não quis comentar sobre a possibilidade do Grande Prémio de Macau permanecer no calendário do campeonato no próximo ano.
“Macau sempre foi bom para mim, sinto-me confortável aqui e sabia que poderia vencer, apesar de nunca ter corrido aqui à chuva.” Rob Huff, piloto
ultrapassar Guerrieri na última volta, na curva D. Maria, quando o argentino cometeu um erro.
SATISFAÇÃO BRITÂNICA
No final da corrida, Huff mostrou-se extremamente satisfeito com a vitória. O inglês agradeceu o esforço da sua equipa, salientando que “não queria ter outra época no WTCC sem ter uma vitória. Macau sempre foi bom para mim, sinto-me confortável aqui e sabia que poderia vencer, apesar de nunca ter corrido aqui à chuva.” Sobre o recorde obtido, Huff referiu que “ganhar nove meses no mesmo lugar é algo especial e fazê-lo em Macau, o que eu considero o mais difícil circuito do mundo, ainda mais. Acho que vai demorar algum tempo até aparecer alguém que iguale este recorde”. Bjork terminou no quinto posto e a luta pelo título será decidida dentro de quinze dias no Qatar, tendo o piloto sueco da Volvo mais seis pontos e meio que Michelisz. • Sérgio Fonseca
TAÇA DA CORRIDA CHINESA
ASSUNÇÃO NO PRIMEIRO DEGRAU ultrapassou o experiente piloto chinês à quarta volta. Contudo, o piloto do território dificilmente SOFIA MARGARIDA MOTA
naram separados por apenas um segundo e três décimas. “Fomos competitivos quando tínhamos que ser. Foi uma corrida com muito stress, condições de pistas mistas, onde era fácil cometer erros. Eu próprio bati na primeira curva quando queria fugir”, explicou Mortara que junta este triunfo às vitórias em Macau na Fórmula 3 em 2009 e 2010 e na Taça GT Macau de 2011 a 2013. “Esta vitória é especial, porque é a minha primeira com a Mercedes e representa também o excelente trabalho dos mecânicos”. Mortara sucede a Laurens Vanthoor, que não correu no domingo, devido aos danos causados na célula de segurança do seu Porsche no acidente de sábado, como detentor da Taça do Mundo FIAGT.AMercedes fica com esse titulo, no que respeita aos construtores automóveis. Na cerimónia do pódio não se abriram as garrafas de champanhe em respeito a Daniel Hegarty. • Sérgio Fonseca
O MANDARIM INGLÊS ID
O paddock do Grande Prémio não dormiu. As equipas de GT fizeram uma maratona para reparar os seus carros e tiveram que usar todos os recursos disponíveis. A Honda foi buscar o NSX GT3 que estava em exibição na concessionária da marca na cidade para reparar o carro de Renger Van der Zande, utilizando a caixa-de-velocidade, suportes do motor, entre outras coisas, do carro de exposição. O Audi R8 de Nico Muller recebeu as peças do carro que estava numa mostra na Doca dos Pescadores. A equipa alemã HCB Rutronik Racing canibalizou o carro de Fabien Plentz para Lucas di Grassi correr, ao passo que a Craft Bamboo Racing precisou de peças do Porsche de Vanthoor para colocar o carro de Darryl O’Young a andar. A FIST Team BMW praticamente que reconstruiu um carro novo para Marco Wittmann, mantendo apenas a célula de segurança do BMW M6 GT3, tendo até o tejadilho sido obrigada a trocar.
CORRIDA DA GUIA CAMPEONATO DO MUNDO FIA DE CARROS DE TURISMO
SOFIA MARGARIDA MOTA
VI-VII
poderia ambicionar mais que um já fabuloso segundo lugar, no entanto, quando o Zhang Zhi Qiang
hoje macau SEGUNDA-FEIRA 20.11.2017
seguia isolado na primeira posição, rumo a um triunfo fácil, a sete voltas do fim, o diferencial do BAIC
D50 que partiu da pole-posiiton falhou. Assunção herdou então a liderança na corrida e apesar de alguns problemas de pressão de óleo no carro não abrandou o ritmo, terminando com uma confortável vantagem de 11 segundos para Zhu. Num pódio em que todos os concorrentes tripularam os novos BAIC D50, Brian Lee, de Taiwan, subiu ao último degrau. O outro piloto de Macau em prova, Liu Lic Ka, arrancou de último lugar, mas levou o seu SEAT Leon ao quarto posto final. • S.F.
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Vitória amarga
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51º GRANDE PRÉMIO DE MOTOS DE MACAU EQUIPAS
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GLENN IRWIN venceu a 51ª edição do Grande Prémio de Motos de Macau que fica marcada pelo acidente mortal do inglês Daniel Hegarty. Na quinta volta da tradicional prova de sábado à tarde, o piloto inglês, que participava pela segunda vez na prova, perdeu o controlo da sua Honda CBR1000RR na Curva dos Pescadores. A corrida foi prontamente interrompida, para prestar os primeiros socorros ao piloto da TopGun Racing, que foi rapidamente transportado para o Centro Hospitalar Conde São Januário, onde iria chegar já sem vida. A corrida não recomeçou e a cerimónia do pódio foi realizada com enorme pesar.
Para segundo plano forçosamente fica a parte desportiva do evento deste ano, onde Glenn Irwin e a sua Ducati 199RS mereciam todo o destaque. Ainda na sexta-feira o piloto da Irlanda do Norte entrou para o livro dos recordes do Grande Prémio, ao rodar em 2:23.081, um tempo que para além de lhe ter dado a pole-position, tornou-se o recorde a melhor volta ao Circuito da Guia. Irwin destronou o antigo recorde de Stuart Easton que já levava sete anos. Apesar da ameaça de chuva que pairou sobre Macau no sábado, a corrida realizou-se como o previsto, com a pista seca e condições climatéricas adequadas.
Irwin fez um bom arranque, defendendo-se dos vários ataques de Peter Hickman, o vencedor das duas últimas edições, e que na primeira volta ainda chegou a liderar. Enquanto Michael Rutter desceu de terceiro para quinto na partida, Martin Jessopp geria a sua corrida atrás dos dois primeiros, procurando o primeiro triunfo na corrida. O piloto da bem afinada Ducati vermelha da Paul Bird Motorsport, que soube como tirar proveito da melhor performance dos pneus Metzeler sobre os Dunlop que equipavam os rivais das favoritas BMW, conseguiu sacudir a pressão de Hickman e já tinha conseguido uma vantagem de um segundo
para o seu principal adversário nas cinco voltas realizadas e que lhe valeram o primeiro triunfo entre nós. Contudo, esta foi uma vitória sem nada para festejar. “O que temos hoje não é uma celebração. As corridas são irrelevantes. Esta é uma forma muito triste de ficar no topo do pódio com champanhe aberto. É um fim muito triste”, disse, em lágrimas, Irwin no final da prova. Michael Rutter, que conseguiu ultrapassar Jessopp e Connor Cummins, completou o pódio. • Sérgio Fonseca / Sofia Margarida Mota
ÓBITO DANIEL HEGARTY (1986-2017) DANIEL HEGARTY, de 31 anos, casado e pai de duas crianças menores, não era um dos nomes sonantes da prova, mas era um experiente piloto de corridas de estrada e uma das esperanças do motociclismo da especialidade do Reino Unido segundo a imprensa especializada. Na sua segunda participação na prova, Hegarty qualificou-se no 15º lugar, onde rodava quando perdeu o controlo da sua mota na Curva dos Pescadores e chocou violentamente contra as barreiras de protecção. De acordo com o comunicado da Comissão Organizadora do Grande Prémio de Macau, “o corredor britânico sucumbiu aos ferimentos quando seguia na ambulância a caminho do Hospital Conde São Januário”. Segundo o coordenador da Comissão Organizadora, Pun Weng Kun, o piloto “sofreu ferimentos graves” e foi de imediato transportado para o hospital. A comissão contactou com a família e membros da equipa garantindo que lhes será prestada toda a assistência. A última fatalidade no Grande Prémio de Macau de Motos tinha acontecido em 2012, quando o português Luís Carreira perdeu a vida na mesma curva na primeira sessão de qualificação.
TRISTE FADO LUSITANO ANDRÉ PIRES, o único piloto português da “metrópole” a participar na 64ª edição do Grande Prémio de Macau, não chegou a alinhar na corrida de motos, devido a um problema na sua montada. “Infelizmente é um dos dias mais tristes da minha carreira. Até agora nunca tive um caso de uma corrida em que eu não pudesse alinhar e sempre fizemos tudo para correr”, disse o piloto de Vila Pouca de Aguiar ao HM. “Há coisas que nos ultrapassam, sem dúvida. No warm-up tivemos uma avaria no motor e não temos como prosseguir. Ainda tentámos fazer tudo, mas não temos as peças suplentes.” O piloto transmontano, que se qualificou no 23º lugar entre vinte e oito concorrentes, estava satisfeito com os resultados obtidos até ao problema. “Conseguimos melhorar, até baixei cinco segundos a minha melhor volta. Estava mesmo muito perto do meu melhor tempo e de bater o meu próprio recorde”, explicou, acrescentando que, apesar dos meios limitados ao seu dispor, espera voltar em 2018: ”Espero que surja aí qualquer coisa para que no ano que vem estejamos cá com mais força.” Quanto à Kawasaki ZX10R do Team of Portugal, essa “vai agora para Portugal, fica arrumada e para o ano vamos ver. Esta é uma mota com que corremos em Portugal. Fez a época toda sem problemas mas chegou aqui e aconteceu isto. É triste e não há explicação. Se tivéssemos um motor suplente ainda podíamos ter tentado trocar, mas não temos. Nem dinheiro, nem motor...”