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É preciso estimular a qualificação e a competitividade Que os investimentos em tecnologia, pesquisa e inovação deixaram de ser um diferencial competitivo, passando a ser questão de sobrevivência para os mais variados segmentos da indústria não é mais novidade para ninguém. Está cada vez mais evidente a amplitude do campo que ainda temos a explorar e desenvolver nestes quesitos. O que em um primeiro momento pode ser motivo de apreensão, também pode ser visto como perspectiva de grandes oportunidades e nos deixa enormemente motivados. O sucesso da Fábrica Conceito apresentada durante a Fimec 2014 e do Simpósio de Biomecânica realizado em abril nas dependências da Universidade Feevale, bem como o próprio projeto Fábrica Modelo que se realiza nesta edição do Sicc, de 26 a 28 de maio em Gramado/RS, são exemplos de como parcerias planejadas e estruturadas de maneira coerente e sólida podem trazer resultados positivos e ajudar a alavancar o desenvolvimento de todo um sistema produtivo. Cada elo da cadeia tem papel fundamental no processo, nenhum é capaz de produzir ou atingir o sucesso trabalhando de maneira isolada. É obrigação dos órgãos públicos incentivar de todas maneiras possíveis o desenvolvimento da indústria nacional, apoiando e financiando projetos de pesquisa e inovação em todas as áreas. O estímulo às parcerias público-privadas também são fundamentais neste processo, pois agregam qualidade e eficiência, garantindo assim o alcance dos melhores resultados da maneira mais rápida possível.

Cabe às entidades de classe se articularem através da elaboração de propostas condizentes com a realidade e necessidades do mercado para, então, terem força e embasamento suficientes e pressionarem os órgãos envolvidos, sejam estes públicos ou privados, para que desloquem força e investimento nestes projetos, com a finalidade de garantir a qualificação e competitividade de todos envolvidos. Temos certeza de que neste momento desafiador do mercado, em todos os níveis e segmentos, a diferenciação se dará cada vez mais pela inovação e ganho de competitividade. A inovação não deve ser sinônimo de aumento de custos, mas sim de aumento de valor agregado, causando uma percepção diferenciada por parte do consumidor final e assim conquistando sua preferência. Vivemos tempos em que os ciclos de vida dos produtos e mudança de hábitos de consumo estão cada vez mais rápidos no mundo inteiro, e a busca por produtos e serviços diferenciados é uma constante. A globalização e os avanços logísticos dos últimos anos colocam o mundo todo cada vez mais no mesmo campo de batalha, acirrando concorrências e estreitando mercados. Mais do que reflexões e deliberações, necessitamos de ações urgentes para garantir a continuidade e o crescimento da indústria nacional, almejando aquilo que até hoje, em boa parte, ficou apenas em discurso, pretensões e promessas.

Claudio Chies Presidente do Conselho Deliberativo

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eventos Projeto Fábrica Modelo construirá no Sicc três modelos de sandálias rasteiras

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moda & design O inverno 2015 será de produtos híbridos

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publicações O contador na prevenção e controle da lavagem de dinheiro

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abnt/cb-11 Comissões de Estudo estimulam profissionais a participarem das reuniões

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tecnologia e processos O futuro da competição na indústria do calçado

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artigo técnico A influência da logística reversa no ecodesign calçadista

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artigo científico As normas para certificação do conforto em calçados

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opinião Existe mesmo conflito de gerações no ambiente de trabalho?

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guia de compras

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caderno de sustentabilidade Atitudes em proteção ao ambiente natural

sumário 06

expediente

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dia a dia IBTeC, Governo e universidades estudam estratégia para levar a inovação às empresas

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agenda Calendário brasileiro das feiras e eventos do setor em 2014

comunicação e mercado Novidades das indústrias de base para o segmento de transformação

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em foco Bibi treina fornecedores para evitar substâncias restritivas

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especial Confira os assuntos do VIII Simpósio de Biomecânica do Calçado

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Capa: arte de Fábio Scherer

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Conselho Deliberativo Contatos Presidente: Claudio Chies

Para que você, leitor, possa comunicar-se direta e rapidamente com o IBTeC, Tecnicouro publica a seguir os e-mails dos integrantes de cada uma das áreas da entidade. Por meio deles, é possível fazer sugestões e críticas, solicitar informações, esclarecer dúvidas, enviar e receber materiais redacionais e publicitários, inscrever-se em cursos e eventos e ainda agendar sua visita ao IBTeC. Utilize-os para comunicar-se conosco.

Conselheiros: Ernani Reuter Jakson Fernando Wirth

Jornalista Responsável e Editor Luís Vieira (8921-MTb/RS) luis@tecnicouro.com.br Produtora Gráfica e Jornalista Melissa Zambrano (10186-MTb/RS) melissa@tecnicouro.com.br

João Altair dos Santos Presidente executivo: Paulo Griebeler Vice-presidente executivo: Dr. Valdir Soldi

Jorge Azeredo Marcelo Fleck

Arte Final Fábio Mentz Scherer fabio@ibtec.org.br

-Institucional/Cursos/Eventos Marcela Chaves da Silva: marcela@ibtec.org.br COMERCIAL -Gerente Karin Becker: karin@ibtec.org.br

Publicidade Romeu Alencar de Mello romeu@ibtec.org.br Kelly Turcatti kelly@ibtec.org.br

CONSULTORIAS Paulo César Model (consultor técnico): paulo@ibtec.org.br

Assinaturas Kelly Turcatti kelly@ibtec.org.br

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Conselho Editoral Ênio Erni Klein Wanderlei Gonsalez Milton Antônio Zaro Luís Vieira Ernesto Plentz Mauro Sarmento Janete Maino César Bündchen Evandro Sommer

ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO Rogério Luiz Wathier: rogerio@ibtec.org.br

Conselho Fiscal

PROJETOS ESPECIAIS Tetsuo Kakuta: projetos@ibtec.org.br

Conselheiros: CB-11 Andriéli Soares: andrieli@ibtec.org.br

Eleno da Silva Maria Gertrudes Hartmann

LABORATÓRIO DE BIOMECÂNICA Dr. Aluisio Avila: biomecanica@ibtec.org.br Dr. Milton Zaro: zaro@ibtec.org.br

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Conselho Científico Conselheiros: Dr. Alberto Carlos Amadio Dr. Aluisio Otavio Vargas Avila Dra. Deyse Borges Machado

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IBTeC recebe secretário Prodanov e lideranças de instituições de ensino O secretário da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Te c n o l ó g i c o d o R S , C l e b e r Prodanov, e lideranças do Centro Universitário Feevale, da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha e da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) foram recebidos em abril na sede do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC). A recepção foi efetuada pelo presidente executivo do instituto, Paulo Griebeler, e pelo vice-pres i d e n t e e x e c u t i v o , D r. Va l d i r Soldi, juntamente por técnicos da área de projetos. O objetivo da visita foi avançar no alinhamento de questões estratégicas para o desenvolvimento da cadeia setorial do couro e calçado, bem como a definição do papel de cada instituição nesse projeto conjunto. O secretário Prodanov ressaltou que existem recursos, mas faltam projetos suficientemente consistentes para serem contemplados. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, considerou que, no último mês de setembro, o instituto obteve parecer favorável para tornar-se uma Instituição Científica e Tecnológica, de acordo com a Lei da Inovação. "Com isso, o IBTeC alcançou novos patamares na sua vocação de criar e aplicar soluções tecnológicas diferenciadas para aumentar a competitividade internacional e o desenvolvimento

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Reunião teve como objetivo alinhar a estratégia para fomentar a pesquisa e a inovação tecnológica nas empresas

sustentável da indústria brasileira", ressaltou. Conforme G r i e b e l e r, a oficialização desse reconhecimento permitirá o acesso aos editais do Estado do RS para a obtenção de recursos financeiros, humanos, materiais ou de infraestrutura, destinados a apoiar atividades de pesquisa e desenvolvimento, que são prioridades da política industrial e tecnológica nacional. A reunião com o secretário aconteceu em um momento mais do que oportuno, pois, em abril mesmo o governo gaúcho divulgou novo edital de fomento à inovação tecnológica e as empresas interessadas certamente vão precisar de apoio para a formatação e o encaminhamento dos seus projetos.

Certificações do instituto O IBTeC possui o mais completo complexo de laboratórios de pesquisas e ensaios do sistema coureiro-calçadista nacional. Além disso, o instituto é certificado junto aos principais órgãos certificadores do País e do exterior. RECONHECIMENTOS - Acreditação Inmetro (laboratórios Físico-Mecânico, Químico, de Substâncias Restritivas e de Biomecânica); - Acreditação do Instituto Satra; - Certificação NBR ISO 9001; - Certificação do Ministério do Trabalho e Emprego; - Reconhecimento pela Rede Metrológica RS (laboratórios Fisco-Mecânico e Químico); - Cadastro no Conselho Regional de Química.

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Soluções para eliminar o passivo ambiental No dia 15 de abril, o IBTeC realizou o Happy Hour com Tecnologia com a palestra Gestão Ambiental na Indústria do Couro e Calçado. A apresentação ficou por conta da engenheira química Andressa Brandalise, da Fundação Proamb, e o evento iniciou efetivamente a parceria entre as duas instituições para a conscientização das empresas quanto ao tratamento e a destinação final dos resíduos industriais. A Proamb nasceu há 23 anos em Bento Gonçalves/RS por iniciativa de 31 empresas da região, que buscavam soluções coletivas para a correta destinação dos resíduos e a eliminação dos passivos ambientais. "Com cinco unidades de negócios - Central de Disposição de Resíduos; Assessoria Ambiental; Feira Fiema; Coprocessamento de Resíduos e Educação - temos muita disposi-

ção para atender também as demandas da cadeia do couro e calçado, com relação ao meio ambiente", contextualizou a especialista. Além de detalhar como a Proamb pode auxiliar as empresas com os projetos já existentes e também na criação de outros, ela salientou que a responsabilidade ambiental não cessa com a coleta e destinação aos aterros. Pelo contrário, tanto o gerador quanto o gerenciador são corresponsáveis por eventuais problemas causados pelos resíduos. "Por isso é extremamente i m p o r t a n t e i d e n t i f i c a r gerenciadores capacitados, idôneos, responsáveis e confiáveis, além de manter a rotina de reavaliar anualmente todo o planejamento ambiental, para ter a certeza do pleno atendimento das legislações", destacou. Ela explicou ainda que os projetos são perso-

As orientações foram apresentadas na Feira Fiema e na Central de Resíduos

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Engenheira química Andressa Brandalise

nalizados, de acordo com o perfil e as necessidades das empresas, pois cada cliente tem as suas peculiaridades.

Projetos detalhados em visita guiada Sequencialmente ao evento, o IBTeC organizou, no dia 23 de abril, uma visita à feira Fiema, em Bento Gonçalves. Além de conhecer mais detalhes sobre os projetos da fundação, o grupo formado por profissionais de várias empresas e do próprio instituto - pode interagir com pesquisadores e técnicos dos mais de 200 expositores. Em seguida, todos foram conduzidos à Central de Disposição de Resíduos mantida no distrito de Pinto Bandeira, onde foram orientados sobre a capacidade de a r m a z e n a m e n t o , as n o r m a s d e segurança e demais procedimentos para receber, acondicionar e gerenciar os resíduos no local.

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Novos paradigmas para o mercado de EPI Com a palestra sobre o mercado de equipamentos de proteção individual (EPI) apresentada no dia 30 de abril pelo gerente de P&D do Grupo BSB, Deives Fabiano Gonçalves, o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) deu início a sua mais recente ferramenta de treinamento dos colaboradores - o projeto Aprimoramento Profissional. Abrindo o evento que passa a fazer parte do calendário mensal de atividades do instituto, o presidente executivo Paulo Griebeler destacou que esta foi uma oportunidade para que os profissionais do IBTeC tenham, a partir do conteúdo proposto, uma visão mais ampla sobre o mercado de EPI que está em plena expansão. "Junto com o crescimento deste setor surgem várias demandas, que podem ser plenamente atendidas pelo instituto, e é com muita satisfação que registramos a participação de uma parcela expressiva dos nossos colaboradores nesta atividade, o que caracteriza o desejo de evoluir junto com o IBTeC para atender cada vez melhor os clientes e parceiros com os nossos principais diferenciais - a agilidade, a qualidade, os preços competitivos e a credibilidade conquistada no mercado", analisou o presidente, que agradeceu ao palestrante e ao Grupo BSB pela parceria e disponibilidade. Gonçalves salientou que o mercado de EPI tem crescido a uma ordem de 10% ao ano e que este aumento depende não só da capacidade das empresas para oferecerem produtos melhores, mas também do trabalho dos institutos que testam e comprovam o atendimento às normas técnicas. "Neste sentido, o BSB se

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Gerente de P&D do Grupo BSB falou aos colaboradores do IBTeC sobre tendências

beneficia da parceria que vem estabelecendo com o IBTeC não só para a análise dos nossos produtos mas, principalmente, no desenvolvimento de novas soluções que em breve vão mudar no Brasil o conceito sobre design em calçado de segurança", contextualizou o palestrante. Ele enfatizou que o mercado caminha cada vez mais para o oferecimento de produtos que visam, além da proteção dos profissionais, novas propostas em anatomia, biomecânica e conforto. Há 15 anos, os consumidores de EPI aceitavam os calçados de segurança como commodities, com poucas opções de modelos e cores, mas essa realidade vem mudando nos últimos tempos. De compradores isolados, desinformados e passivos as pessoas passaram a consumidores conectados, informados e ativos, aumentando as suas exigências quanto aos produtos e às próprias empresas fornecedoras. "A mudança se deve,

principalmente, ao acesso a produtos com mais tecnologia embarcada, que proporcionam bem-estar durante o uso. Em virtude dessa experiência os usuários fazem comparações entre os calçados para o dia a dia e os oferecidos para a realização das suas atividades profissionais, o que leva a questionamentos sobre o grau de eficiência proporcionado pelos EPIs quanto à integridade física e aos riscos à saúde, e esses são pontos importantes a serem trabalhos pelo setor", apontou o palestrante.

Sobre o Grupo BSB Com escritório comercial localizado em SP e o setor de P&D instalado no RS, o Grupo BSB tem cinco unidades fabris - quatro no Brasil e uma no Paraguai - desenvolvendo as marcas Bracol, Fujiwara e Worksafe (esta para o mercado externo), que juntas disponibilizam diariamente ao mercado em torno de 50 mil pares de calçados de segurança.

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Tecnicouro lança campanha de 35 anos Durante a Fimec 2014, a Revista Tecnicouro realizou um coquetel em comemoração aos seus 35 anos de atuação como disseminadora de conteúdo para o sistema coureirocalçadista. A confraternização marcou a arrancada da campanha que brinda o aniversário, oferecendo uma série de benefícios aos clientes e parceiros da publicação técnico-científica.

Ênio Klein (Abicalçados), Paulo Griebeler (IBTeC) e Fernando Geib (consultor)

Rudnei Palhano e Aline Moraes (IBTeC) e Atalibio Müller (Conforto)

Luiz Bianco (Dürkopp), Romeu Mello e Karin Becker (IBTeC)

Celso Braum (Linhasita), Dr. Valdir Soldi (IBTeC), Sylvio Medeiros (FCem) e Narciso Silva (Linhasita) Rafael Oliveira e Muriel Almeida (Lec Termoplásticos), Tiago Silva (IBTeC) e Fabricio Pedetti (Marcopol)

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Karin Becker e Dr. Valdir Soldi (IBTeC), Gilmar Dalla Roza (Couromoda), Paulo Griebeler (IBTeC), Jeferson Santos (Couromoda), Rui Berghesch (Sugar Shoes) e Jose Lehnen (KSD Metais)

Presidência e equipe IBTeC/Tecnicouro

Davi Santos (Conforto), Paulo Model (consultor), João Altair Santos (Conforto) e Marco Aurélio Flack (Conforto)

Raul Hanauer (Fenac), Paulo Griebeler (IBTeC), Paulo Model (consultor), Diego Martinez e Iara Berg (Fenac), Dr. Valdir Soldi (IBTeC) e Elivir Desiam (Fenac)

Marcelo Lauxen e Paulo Griebeler (IBTeC) e Ricardo Michaelsen (administrador)

Fernando Geib (Consultor), Marcelo Kehl (Máquinas Kehl), Martinho Fleck (Boxflex), Dr. Valdir Soldi (IBTeC), Valdemar Silva (Abecca), Paulo Griebeler (IBTeC) e Marcelo Fleck (Plinio Fleck)

Edgar Turcot (Turkor Representações), João Masutti (Peri Química), Roberto Kamelman (ABQTIC), Willy Santos (Iteccro), Paulo Griebeler (IBTeC), Eliseu Fellix (Iteccro) e Dr. Valdir Soldi (IBTeC)

Rudnei Palhano, Marcela Chaves e Paulo Griebeler (IBTeC), Daniel de Oliveira (Whitelake), Dr. Valdir Soldi e Karin Becker (IBTeC), Luiz Malta (Whitelake), Tiago da Silva, Aline Moraes e Marcelo Lauxen (IBTeC) Maio/Junho 2014

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Agende-se para realizar bons negócios em 2014 Maio Sicc (calçados e artefatos) 26, 27 e 28 Gramado/RS www.sicc.com.br Prevensul (produtos e serviços para o mercado de saúde e segurança no trabalho e de resgate e emergência) 28, 29 e 30 Curitiba/PR www.protecaoeventos.com.br

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Radar (soluções voltadas à prevenção de acidentes e doenças do trabalho) 14, 15 e 16 Gramado/RS www.merkatorfeira.com.br

Setembro

Novembro

Ficann (calçados, artefatos e confecções) 1º, 2 e 3 Fortaleza/CE www.ficann.com.br

Feiplar (matérias-primas, produtos auxiliares, equipamentos, processos, serviços e tecnologias aos fabricantes de peças em composites, poliuretano ou plásticos de engenharia) 11, 12 e 13 São Paulo/SP www.feiplar.com.br

Gira Calçados (calçados e artefatos) 3, 4 e 5 Campina Grande/PB www.giracalcados.com.br

Seincc (matérias-primas, produtos auxiliares, máquinas, equipamentos, processos, serviços e tecnologias para calçados e artefatos) 23, 24 e 25 São João Batista/SC www.sincasjb.com.br

Julho

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Zero Grau (calçados e artefatos) 17, 18 e 19 Gramado/RS www.feirazerograu.com.br

Francal (calçados e artefatos) 15, 16, 17 e 18 São Paulo/SP www.feirafrancal.com.br

Fisp (soluções voltadas à prevenção de acidentes e doenças do trabalho) 8, 9 e 10 São Paulo/SP www.fispvirtual.com.br

Obs.: o calendário de feiras é elaborado com informações obtidas através dos sites das organizadoras e pode sofrer alterações.

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Inspiramais (salão de design e inovação de materiais) 16 e 17 São Paulo/SP www.inspiramais.com.br

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Design e qualidade

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Além de marcas do mundo da moda, setores como a indústria moveleira, hoteleira e construtoras se destacam e aprimoram seus produtos com artigos da Altero - uma das mais modernas empresas do segmento de componentes metálicos. Reconhecida pela qualidade e pelo design inovador de seus produtos, há mais de três décadas a empresa oferece ao mercado nacional e internacional produtos diferenciados.

Buscando ressaltar a cultura brasileira às consumidoras de artefatos, a empresa se inspirou no universo dos caminhões para desenvolver uma fivela bem original. A designer Monique Rorato e a gerente comercial Naira Lodetti contam que essa peça diferenciada é feita em zamak, trazendo uma estamparia em arabesco em alto relevo, que é evidenciada com uma técnica especial de pintura com desgaste e aplicação de verniz, conferin-

Tendências em couro para o verão 2015 Tendências comportamentais, pesquisas de estilo e passarela serviram de base para o Trendbook Summer 2015 desenvolvido pela Killing Tintas e Adesivos. O material, produzido com o foco específico para atingir o segmento coureiro-calçadista, pode ser usado como ferramenta de trabalho, auxiliando o criador na hora de tomar a decisão e optar por qual caminho seguir. Em um único local estão reunidas as tendências para o couro no verão de 2015, tendências que podem ser visualizadas em texturas, cores, estampas, pigmentos, cortes. O resultado é um catálogo completo, dividido em cartelas com cinco tendências principais Luminosidade, Urbanidade, Natureza, Texturas, Simplicidade - além da cartela Performance, onde são apresentados produtos para acabamento em alta performance.

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do maior resistência de fixação da cor.

Soluções gráficas Com soluções para diversas áreas, dentre elas o setor de calçados, artefatos e vestuário, a Colorgraf busca suprir com qualidade, eficiência e agilidade, desde a engenharia de produtos até a embalagem final. Além da inovação que é o seu principal pilar, a sustentabilidade e os recursos tecnológicos alinhados às crescentes necessidades do mercado, também são valorizados pela empresa. No seu portfólio se sobressaem as etiquetas 3D, sintonizadas com o segmento da moda. De acordo com a gerente de marketing da empresa, Jordana Drawanz, a linha de adornos para aplicação em artigos do setor coureiro-calçadista, como calçados e bolsas, apresenta uma combinação de elementos e acabamentos, elaboradas a partir de métodos basicamente manuais, o que confere ares de exclusividade aos produtos. Outros destaques são os resultados dos processo de sublimação, peças técnicas, estampas para transfers e estampas, que superam diferenças, acompanham tendências e estabelecem uma proposta elaborada com elegância e estilo a favor da moda. Tudo isso acompanhado por uma abrangente cartela de cores.

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Borracha bidensidade Uma das mais tradicionais empresas fornecedoras de componentes de borracha para a indústria calçadista, a Amapá do Sul, lançou o AmapáFlex bidensidade, que apresenta como diferenciais as características do látex, que não escorrega e proporciona maior confortabilidade ao calçado. A novidade se trata de placas de borracha que agregam dois compostos distintos, oferecendo maior conforto ao sapato e facilidades na montagem do solado. "Este é um produto diferenciando que traz também outras particularidades, inclusive facilitando a etapa do pré-fabricado. É importante lembrar que uma boa parte das consumidoras está buscando, cada vez mais, sapatos com maior confortabilidade. E o AmapáFlex é ideal para isto", explica o gerente comercial da empresa Alexandre Batori da Silveira Filho.

Prêmio por reciclagem de cromo

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A JBS recebeu o prêmio Kurt Politzer de Tecnologia 2013, promovido pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) pelo seu projeto de reciclagem de resíduos de cromo de Campo Grande/MS, através de um processo de hidrólise, separando o cromo da proteína. A proteína, em forma de pó ou líquida, é vendida para indústrias químicas como matériaprima para formulação de produtos de linha utilizados na indústria coureira. Novas aplicações também estão sendo testadas em outros segmentos industriais como, por exemplo, fertilizantes para o agronegócio e insumos para a produção de cosméticos. O cromo extraído pode retornar ao processo de curtimento e recurtimento, assim como comercializado para outras indústrias. "A inovação tecnológica permite a transformação de um material, que antes era considerado resíduo e enviado para aterros, em matéria-prima que pode ser usada em outros produtos, gerando lucro e minimizando os impactos ambientais", comentou o gerente industrial Luciano Silveira.

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A maior produtora de não tecidos

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A Freudenberg Nonwovens é a maior produtora global de não tecidos. A empresa foi fundada na Alemanha em 1948 e, atualmente, possui 17 fábricas dedicadas à produção de não tecidos em 20 países, sendo reconhecida pelo desenvolvimento e fornecimento de materiais de alta tecnologia, que agregam valor aos produtos das indústrias clientes. Em todo o mundo, atende os setores calçadista, têxtil, de material higiênico (absorventes femininos e fraldas descartáveis) e materiais para filtração de gases e líquidos. A companhia é parte do Grupo Freudenberg, formado por unidades de negócios de diversas atividades industriais que, ano passado, empregaram quase 40 mil pessoas em cerca de 60 países e faturamento superior a 6,62 bilhões de euros. No Brasil, onde atua como Freudenberg Não Tecidos, está presente desde 1985 e atende mais de 3 mil clientes ativos. Para isso, conta com uma equipe de mais de 300 colaboradores na fábrica de Jacareí/SP, no escritório comercial de São Paulo/SP e na filial de Novo Hamburgo/RS, de onde atende a indústria calçadista instalada na região Sul com estoque e pronta entrega desde 2006. Sobre a filial gaúcha e o atendimento ao setor calçadista com os produtos da marca Vildona®, o gerente da Divisão Shoe Components, Danilo da Costa Paula, destaca como ponto alto o foco da equipe em compreender as necessidades dos clientes para oferecer apoio e excelência em serviços

de assistência técnica. Tudo isso aliado ao fornecimento de materiais inovadores. "Em nossas atividades, zelamos pela melhoria contínua em todas as etapas dos processos, da produção até o pós-venda", ressalta.

Calçados confortáveis e livres de substâncias restritas O foco da Freudenberg Não Tecidos para fatores como inovação e excelência em atendimento é percebido pela alta tecnologia dos materiais que fabrica e pela preocupação com o bem-estar das pessoas. Um dos exemplos disso é a atenção para a tendência de oferecer soluções que garantam conforto cada vez maior aos calçados, além de serem totalmente isentadas de substâncias restritas, que podem causar danos à saúde dos profissionais envolvidos nos processos de manufatura da indústria e até mesmo dos consumidores. "A segurança é um dos principais atributos dos materiais que fornecemos ao setor calçadista em todo o mundo e está entre os diferenciais dos nossos produtos", diz o executivo. Neste ano, vários lançamentos da empresa agregam maior funcionalidade aos calçados. Entre os destaques estão a linha de palmilhas cementadas (palmilhas de montagem), os novos materiais para aplicação em avesso e para cabedal e a nova linha de palmilhas para construção Strobel, que chegam ao mercado sob o conceito Binder Free por serem fabricadas sem uso de resinas. "As novidades que oferecemos para as indústrias

calçadistas chegam para enriquecer ainda mais o nosso portfólio, que inclui cabedais, avessos, forros, entretelas, reforços, palmilhas, materiais para base de dublagem e as membranas waterproof, que permitem a saída do suor dos pés sem deixar entrar água no interior do calçado", conta Danilo Paula. Outro ponto citado é a capacidade técnica da companhia para customizar os produtos que desenvolve com objetivo de identificar soluções que gerem ainda maior funcionalidade e conforto para todos os tipos de calçados e artigos de couro - neste caso, em particular, os não tecidos são usados como material de apoio e reforço em bolsas, carteiras, cintos etc. A Freudenberg foi patrocinadora do VIII Simpósio Brasileiro de Biomecânica do Calçado realizado em abril em conjunto pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) e a Universidade Feevale.

Metalassê com efeito pull up Fundada em 2009, a Rhoma Pelles disponibiliza ao mercado couros em diversos estágios, desde wet blue até acabado, sendo referência em lançar tendências no mercado. Produzindo uma diferenciada linha de artigos com ampla variedade de cores e estampas, tem um grande volume de artigos especialmente desenvolvidos para bolsas,

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calçados, vestuário e artefatos em geral. Um dos destaques é o metalassê verniz, com efeito pull up. Trata-se de um couro de carneiro, que é dublado com espuma para o efeito abaloado. O técnico Rainer Fourier conta que o material foi concebido especialmente para ser aplicado em bolsas e artefatos.

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Mudança em corte de couro Com a proposta de ser uma revolucionária solução em corte para a indústria do couro, a Lectra desenvolveu a tecnologia Versalis, que foi apresentada para o setor coureiro-calçadista em março, na cidade de Novo Hamburgo/RS, durante a feira Fimec. Na ocasião, a especialista Magali Lesage explicou como o equipamento que integra software de última geração e maquinário de corte avançado pode otimizar os resultados na produção. Conforme Magali, o equipamento foi projetado para responder aos desafios das empresas em aumentar a produtividade e a velocidade da produção a custos baixos. Ela explica que o desenvolvimento é dotado de um processo off-line exclusivo que oferece novas possibilidades através uso eficiente da matéria-prima. A identificação de defeitos nas peles, a orientação do corte e a rastreabilidade das peças e lotes são alguns benefícios oferecidos pelo sistema que propõe uma profunda mudança na forma de gerenciamento do material, visando à eliminação de erros e custos, e ao aumento da produtividade. "A área de superfície e a qualidade de cada pele é analisada, qualquer inconsistência pode ser detectada e informada ao fornecedor antes da mesma ser usada no processo fabril. Com isso o processo fica mais

Sistema foi apresentado durante a Fimec

rápido e o risco de erro humano é reduzido", contextualiza. Ela concluiu considerando que a excelência operacional passa por três diferentes níveis: planejamento e otimização dos recursos da produção, aumento da qualidade diminuindo os tempos e custos, e redução do tempo para o retorno dos investimentos. Sendo assim, a proposta é trabalhar em colaboração com os clientes para remover do processo tarefas que não agregam valor e proporcionar melhorias naquelas que geram valor.

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Novidades tecnológicas e sustentáveis

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Ao completar 67 anos, o Grupo Amazonas tem muitas novidades para o mercado calçadista, como borracha sem halogenar, solado com alta tecnologia para calçados de segurança e sistema de colagem Aquabase. Em parceria com a empresa IQX-Inove, a Amazonas desenvolveu a Borracha Premium sem halogenar, que melhora o processo de fabricação de calçados. Já o solado HTS (High Tech Security) traz em um só produto cinco características técnicas de calçados de segurança. Além de antiestática, possui resistência a hidrocarbonetos, à temperatura e ao escorregamento. Pode ser utilizado em mais de 20 tipos diferentes de atividades industriais. O sistema de colagem não solvente

trata-se de um processo com a utilização do adesivo AM 1122, à base de água, biodegradável, que não agride o meio ambiente, diferente dos adesivos a base de solventes. Mais acessível e de fácil manipulação, o produto não necessita de catalisadores para armazenagem, estoque e transporte melhorando a qualidade de vida de quem o manuseia. A linha Silhouette é a evolução da linha Colorplac Pares com tecnologia e know how italianos. Ousadas e elegantes, têm a base de borracha natural e com diferentes estampas, que podem ser personalizadas à escolha do cliente. Além disso, chega pronta para uso, já com aplicação de adesivo, sem apararas e rebarbas, no tamanho certo e na grade desejada.

Cores intensas, estampas e metalizados A coleção Primavera-Verão 2015 da Cipatex apresenta novidades em laminados em PU e PVC, trazendo novas tonalidades, texturas e tecnologias que permitem ao setor criações versáteis, com estilo e qualidade. Para calçados femininos, cores intensas, estampas e metalizados marcam presença na coleção Transformação, que conta com cerca de 20 linhas. "A coleção tem desde tons neutros, passando pelos pastéis, até os vibrantes", comenta Leonardo Vieira, gerente de produtos da empresa. Entre os metálicos, destaque para as linhas Metal Skin e Tejus Metal, desenvolvidas em versões multicoloridas. A aposta é também nos vernizes metalizados com transparência profunda, como o Verniz

Vitral. O animal print segue em alta, principalmente com gravações de cobra e onça. As linhas Onça Holiday, com características semelhantes ao tecido, e Revolution, com toque nobucado e estampa de cobra, surgem em uma paleta de cores diversificada, com a proposta de possibilitar combinações e sobreposições entre os materiais. Os laminados com toque suave e aspecto de couro de cabra aparecem em 18 opções de cores, como tons de azul, verde, laranja e terrosos. A empresa também apresenta materiais que remetem ao camurça, como a linha Intense, desenvolvida em 12 cores.

Masculinos e esportivos Já para calçados masculinos e esportivos, a aposta é a coleção Performance. As linhas Imax e Sarja estilo sapatênis, que remetem ao tecido, foram desenvolvidas nas cores telha, palha, cinza, preto e azul. Com aspecto mais nobucado e envelhecido, toque macio e acabamento similar ao couro, são apresentados os cabedais Sevilha Pull Up e Sevilha Sprit Leather. No segmento esportivo, os laminados Legendary, Metrik e Twyster ganham destaque em uma cartela de cores que passam pelos tons mais básicos, como branco e vermelho, pelos vibrantes, como amarelo, pink, violeta e verde-limão, e metalizados, como champanhe e prata. Para modelos running e práticas esportivas noturnas, materiais sintéticos refletivos. Já os laminados para apliques surgem nas linhas Lunar, Metálico e Toronto nas cores laranja, roxo, amarelo, anil, verde, violeta, cereja, cinza, entre outras.

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Inovações para couros e calçados A Rhodia, empresa do grupo Solvay, incrementou o seu amplo portfólio de soluções para o setor de couro, componentes e calçados, que representa em média por ano 7% das vendas da empresa no Brasil. A empresa fornece produtos para todas as fases de tratamento de couro, intermediários químicos para a produção de poliuretano aplicado em calçados, sílicas empregadas em solados, solventes sustentáveis para adesivos e couro, além de fios têxteis e fios industriais de alta tenacidade para uso em linhas de costura industrial. Entre os destaques estão os novos produtos para diferentes fases do tratamento de couro, que ampliam a linha de produtos Rhodiaeco. Desenvolvidos no Brasil, com suporte dos centros de pesquisas internacionais do grupo e labora-

tórios de entidades do setor no País, esses produtos permitem melhorar a produtividade da indústria do curtume, além de oferecer vantagens ambientais, com a redução de efluentes químicos. Outro destaque é o TPU (poliuretano termoplástico), desenvolvido por um parceiro Rhodia, feito a partir da matéria-prima da empresa, que ajuda a melhorar a competitividade do produto final e suas propriedades. No segmento de adesivos e couro, a Rhodia oferece um amplo portfólio de solventes oxigenados derivados da acetona e sua linha de produtos derivados da glicerina, que tem consolidado sua participação no mercado de tintas para a indústria coureira. "Ao longo de várias décadas de atuação no setor, a Rhodia criou um relacionamento muito estreito com os clientes e o mercado, o que nos permite

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atender todas as suas necessidades", assinala Walter Gallego, gerente comercial da área global de negócios Coatis, da grupo Solvay. Além dos produtos, diz Gallego, a empresa oferece assistência técnica e serviços, tais como o Solsys (sistema informatizado de compatibilização de solventes), que têm ajudado aos clientes a desenvolver os produtos mais adequados às suas necessidades e de acordo com as demandas do mercado. A oferta da Rhodia para o setor coureiro-calçadista abrange ainda os segmentos de fios e fibras têxteis e industriais de poliamida, com destaque para os fios de alta tenacidade utilizados na produção de linhas de costura industrial, além de sílicas precipitadas, um insumo de larga utilização na produção de solados de borracha para calçados.

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Diferenciais sintonizados com o cliente

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A Artecola Química aposta forte na inovação e sustentabilidade voltadas a resultados decisivos para o desempenho dos seus parceiros. Dentre os vários lançamentos da empresa, um dos destaques é o Arteprymer A 2032, que se trata de uma inovação mundial que tem como diferencial ser um prymer à base d´água, permitindo que o processo de colagem de calçados vulcanizados seja 100% aquoso, ou seja, sem a necessidade de qualquer solvente na sua composição, o que torna o processo ecoeficiente. De acordo com a empresa, a inovação proporciona um sistema de adesão 100% à base d´água e com importante redução na emissão de solventes orgânicos voláteis. Outro desenvolvimento ambientalmente correto é a linha de contrafortes Artedur 1506. O produto atende as mesmas ca-

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racterísticas técnicas e comerciais de um contraforte produzido por impregnação, porém com a vantagem da possibilidade de reciclagem dos resíduos gerados. À sustentabilidade ambiental se soma a econômica, uma vez que o material apresenta resultado 150% superior em aspectos como conforto, memória e retenção de formato. Há, ainda, o apelo social, com o envolvimento de cooperativas de catadores na coleta de subprodutos utilizados na fabricação do contraforte. "A linha Artedur 1506 contribui para a produção de calçados competitivos - especialmente para a classe C, na qual mais cresce o consumo no Brasil - com diferenciais de conforto e beleza agregados ao preço no produto final", ressalta o di r e t o r operacional da Artecola Química, Rafael Müssnich.

Qualidade e sustentabilidade Pioneira em micronização no Sul do País, a Plastécnica tem reconhecimento nacional no atendimento às empresas de componentes para calçados. Preocupada com a qualidade, garante aos clientes a repetibilidade dos processos acordados. O pleno cumprimento das condições comerciais estabelecidas é outra preocupação, incluindo prazos de devolução das matérias-primas, nas mesmas quantidades e sem contaminações, porém alterando o estado físico para pó, com eventual perda no processo se aproximando ao zero. O conhecimento e experiência acumulados nos processos, as melhorias internas em equipamentos e os desenvolvimentos próprios em pesquisas capacitaram a empresa a micronizar resinas de baixas temperaturas de amolecimento, como EVA, HM, CAPA, PU - sem o uso de criogenia. Voltada para as demandas requeridas pelo mercado, a empresa está em fase final de desenvolvimento - em parceria com entidades acadêmicas e um cliente de um processo inovador, para o reaproveitamento de resíduos dos recortes e refiles na fabricação de contrafortes, couraças e palmilhas. Esse resíduo revalorizado e micronizado volta ao cliente no mesmo processo de fabricação, com quase 100% do peso recebido, substituindo matéria-prima virgem a um custo menor. Com o processo teste já aprovado, em pleno uso e alinhado ao Plano Nacional de Resíduos Sólidos, a fase atual é a adequação para oferecer este benefício aos demais clientes.

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Inovação e tecnologia na Kidy A fabricante de calçados infantis Kidy é uma empresa diferenciada, que busca incorporar tecnologia e inovação para agregar conforto e saúde ao design dos calçados desenvolvidos para proteger os pezinhos de seus pequenos consumidores. A empresa confere a todos os seus produtos o Selo Saúde e Conforto, fornecido pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçados e Artefatos (IBTeC) após a realização de rigorosos testes. Mas ela vai além, investindo também na disseminação do conhecimento não só para os seus colaboradores, mas para o mercado calçadista. Prova disso foi a sua participação como uma das patrocinadoras do VIII Simpósio Brasileiro de Biomecânica do Calçado, realizado em

março pelo IBTeC e pela Universidade Feevale. O gerente de produtos da marca, André Henz, salienta que "participando do simpósio, aprimoramos nossa equipe interna, como forma de pensar novas possibilidades em prol da saúde dos pés dos pequenos". Inaugurada em 1990 e empregando cerca de dois mil funcionários, a Kidy tem planta industrial em Birigui/SP e filial no Mato Grosso do Sul. Presente em mais de 20 países, busca sempre estar um passo a frente para oferecer o que há de melhor para o calce das crianças e adolescentes. Essa obstinação pela qualidade resultou recentemente no recebimento do Prêmio Direções, na categoria Inovação em Design, oferecido pela Associação Brasileira das Indústrias de Cal-

çados (Abicalçados). A empresa foi destaque por conta do Sticky, tênis que aumenta de tamanho conforme o crescimento do pé da criança. O sistema funciona a partir de um dispositivo aplicado abaixo da palmilha, que possibilita a ampliação em até um número. O produto é confeccionado em materiais resistentes e conta com sola em blenda de EVA, o que confere maciez e flexibilidade ao caminhar. Os tênis ainda são constituídos de sistema de absorção de impacto, assim como os demais artigos com a etiqueta Kidy. Disponível dos números 23 ao 30 - justamente a numeração que engloba a idade em que os pés dos pequenos mais crescem - os calçados possuem selo de Inovação Tecnológica do IBTeC.

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Bibi larga na frente no controle de substâncias restritivas Com a entrega da Cartilha de Substâncias Restritivas aos seus fornecedores, a Bibi marca o início de um projeto conjunto com o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) para a gestão e o controle de análises de substâncias restritivas nos materiais componentes dos calçados infantis. A distribuição vem acontecendo desde o mês de março na sede do instituto, em Novo Hamburgo/RS. O projeto compreende o fornecimento da publicação técnica e o treinamento dos fornecedores, passando pela monitoria realizada pelo instituto e pela própria Bibi, e essa fase já envolveu em torno de 30 empresas fabricantes de tecidos, não tecidos, laminados sintéticos e aviamentos. O consultor do IBTeC, Paulo Model, explica que "os demais fornecedores da empresa também receberão o material e, após a entrega das cartilhas, são agendadas visitas técnicas para prestar orientações adicionais visando a facilitar o processo de readequação". Maurício Conrado, da área de exportação, ressaltou que "as exigências com os materiais adquiridos pela Bibi serão cada vez maiores e, já em 2015, todas as matérias-primas deverão ter os limites das substâncias conforme as legislações internacionais". O gerente de suprimentos Ismael Fischer salientou que o produto Bibi tem que agregar valor para o cliente. "Mais do que aparência, o foco é o conforto e a saúde das crianças e também dos nossos colaboradores. É importante ressaltar ainda que não vamos trabalhar com uma qualidade para os produtos no Brasil e outra para o mercado externo. Por isso, devemos adequar o produto ainda no mercado interno para que possamos partir com força redobrada para a exportação,

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Nova política para aquisição de materiais visa a preservar a saúde dos consumidores e dos trabalhadores internos

que é uma das nossas metas de crescimento." O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, salientou que "a Bibi arranca na frente para agregar ainda mais valor aos seus produtos e o IBTeC tem muita satisfação em treinar as empresas e avaliar os materiais que estarão presentes nas próximas coleções". O vicepresidente executivo do IBTeC, Dr. Valdir Soldi, e a técnica química do instituto, Mônica Mombach, detalharam aos participantes os principais riscos à saúde humana e ao meio que podem estar relacionados a substâncias comuns aos materiais componentes dos calçados. "O Reach é o regulamento mais abrangente em âmbito mundial, mas existe uma série de outras normas e legislações mundo afora. Quem exporta tem que cumprir as exigências de cada país", sintetizou Soldi. Mônica complementou que algumas empresas já enfrentam problemas para exportar os seus calçados, mas o Brasil, através do Comitê Brasileiro de Couro e Calçados (CB-11), dá um importante passo

para a criação de uma legislação nacional sobre o assunto.

Normas brasileiras A secretaria do CB-11 fica na sede do IBTeC, e esse processo é realizado em parceria com a ISO (cujas normas internacionais são traduzidas e servem de base para as brasileiras), a ABNT (que realiza a publicação do texto) e o Inmetro (atuando na acreditação dos métodos de ensaios), o que confere um alto grau de confiabilidade ao trabalho. Através desse comitê, um grupo de voluntários trabalha desde 2013 para a criação das normas brasileiras de substâncias restritivas. Hoje existem duas normas publicadas - uma referente ao cádmio e outra relativa ao cromo VI - e outras seguem para a Consulta Nacional. Esse trabalho eleva o setor calçadista a uma nova perspectiva de mercado, o que já é bastante animador, mas é necessário que mais pessoas participem do processo. Interessados podem entrar em contato pelo e-mail: cb11@ibtec.org.br.

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Calçado brasileiro define alvos Durante reunião ocorrida no último dia 8 de maio, na sede da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), em Novo Hamburgo/RS, participantes do programa Brazilian Footwear e a equipe de Inteligência Comercial da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) definiram os mercados-alvo do calçado brasileiro para o próximo biênio. Para o presidente executivo da Abicalçados, Heitor Klein, os mercados decididos são promissores. "A metodologia para a definição, além de democrática, levou em consideração aspectos sociais e econômicos importantes", considerou.

Os mercados Alemanha - Importou, em 2012, US$ 1,3 bilhão em calçados, sendo apenas US$ 19,4 milhões do Brasil (0,17%). Com uma população de 81,8 milhões de habitantes, o PIB per capita gira em torno de US$ 42,2 mil. No ano passado, o consumo de calçados movimentou US$ 13,8 bilhões. É considerado o melhor mercado da Europa, pela estabilidade da economia e boa aceitação dos produtos de marca própria. China - Com 1,3 bilhão de pessoas e um PIB per capita de US$ 10 mil, deve tomar o posto de principal economia do mundo em breve. No ano passado, os chineses consumiram o equivalente a US$ 63,2 bilhões em calçados. Em 2012, importou US$ 3,3 bilhões em calçados, sendo US$ 2,16 milhões do Brasil (0,07%). Colômbia - Com uma população de 48,3 milhões de habitantes e PIB per capita de US$ 10,8 mil, o país

sul-americano importou US$ 695,4 milhões em calçados em 2012, sendo US$ 31 milhões do Brasil (4,45%). Em 2013, os colombianos consumiram US$ 2,5 bilhões em calçados. Emirados Árabes - Têm uma população pequena, de 8,4 milhões de pessoas mas, com um PIB per capita de US$ 54,7 mil, possuem um potencial de consumo elevado. Em 2012, o País comprou US$ 2,34 bilhões em calçados do exterior, sendo US$ 16 milhões do Brasil (0,68%). Ano passado, o consumo do segmento foi de US$ 1,9 bilhão. Estados Unidos - Principal destino das exportações brasileiras de calçados, a população norte-americana, de 316,3 milhões, consumiu o equivalente a US$ 66,7 bilhões em calçados no ano passado. Em 2012, os Estados Unidos importaram US$ 36,5 bilhões em calçados, sendo US$ 200 milhões do Brasil (0,55%). O PIB per capita é de US$ 53 mil. México - Considerado o segundo principal mercado consumidor da América Latina, atrás apenas do Brasil, é a outra novidade do próximo convênio. Em 2012, os mexicanos importaram US$ 1,4 bilhão em calçados, sendo US$ 12,6 milhões do Brasil (0,9%). Ano passado, os mexicanos, que têm um PIB per capita de US$ 20 mil, consumiram US$ 6,8 bilhão em calçados. Rússia - Em 2012, os russos importaram mais de US$ 5 bilhões em calçados, sendo US$ 26,7 milhões do Brasil. Os mais de 140 milhões de russos consumiram 224 milhões de pares no passado, número estável desde 2008. O PIB per capita, em US$ 18 mil, é outro atrativo importante. Maio/Junho 2014

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Abrameq lançou cartilha sobre a NR-12 No dia 19 de março, a Associação Brasileira de Máquinas para Couro e Calçados (Abrameq) apresentou ao setor calçadista a cartilha sobre segurança em máquinas que desenvolveu em parceria com a Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI). O material divulga soluções para o atendimento da Norma Regulamentadora 12 em relação aos principais equipamentos utilizados pela indústria do couro e de tratamento de efluentes. O presidente da Abrameq, Marlos Schmidt, destacou que é preciso desmitificar a NR-12 e que a publicação é uma demonstração do quanto se pode construir e superar desafios através do diálogo. A diretora executiva da entidade, Rosângela Arruda, comentou que o texto final foi resultado de quase três anos de trabalho, e durante este tempo foram desenvolvidos protótipos de 13 tipos de máquinas para curtume e de seis máquinas para tratamento de efluentes. A auditora do trabalho, Aida Becker, enfatizou que segurança não é item opcional. Ela afirmou que a NR12 ainda é pouco compreendida e isto somente será resolvido através de iniciativas como esta, em que o tema é tratado com verdadeira disposição de se encontrar soluções. Observando que

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A publicação é resultado de um esforço envolvendo empresas, trabalhadores e governo para diminuir os riscos de acidentes de trabalho

a norma jamais contemplará todas as questões específicas das máquinas de todos os setores e, por isso mesmo, é necessário um trabalho especial para cada segmento, como aconteceu inicialmente com o calçado e agora com o couro. Também destacou o empenho dos fabricantes de máquinas para que se encontrassem alternativas de consenso. Um desafio desejado é a regulamentação para que as máquinas já saiam da linha de produção com certificado de conformidade, tendo como

base normas, convenções nacionais e internacionais. O engenheiro do projeto, Eduardo Michelon lembrou que existem duas normas fundamentais para que um projeto como este dê certo (o bom senso e a boa vontade), mas elas não estão publicadas em lugar algum. "Existe solução para tudo, mas sem bom senso e boa vontade não se consegue coisa alguma. E foi isso o que encontramos ao longo deste trabalho, marcado pela tolerância e a busca de conhecimento", considerou.

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Assintecal disponibiliza a Cartilha de Adesivos para download A Cartilha de Adesivos lançada no dia 18 de março pelo Grupo Setorial de Adesivos da Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) já está disponível para download. Acesse o site ww3.assintecal.org.br e obtenha mais detalhes. Conforme o coordenador do grupo, Luís Carlos Pasa, a publicação é fruto de um ano inteiro de trabalho. "O grupo, embora seja formado por empresas concorrentes, chegou ao consenso de que era essencial reunir informações, com fundamentos técnicos e teóricos, para a utilização correta dos adesivos. Este é o principal objetivo da cartilha, pois até então as empresas passavam as orientações de forma isolada e muito voltada ao marketing", sustenta.

Conforme Pasa, o mercado nacional, por possuir um alto índice de produção de calçados, é mais esclarecido a respeito do uso correto de adesivos, mas clientes internacionais - sobretudo da América Latina - ainda têm muita carência de informação. "Por isso lançamos a cartilha em português e espanhol", sublinha. Paulo Andrade, também integrante do grupo, destaca que o Grupo Setorial de Adesivos é o mais antigo da Assintecal e vem trabalhando há décadas para auxiliar o setor. Conforme Camila Blos, do departamento de Relações Institucionais da entidade, nesta primeira edição também estão sendo disponibilizados mil exemplares impressos em português e 140 em espanhol, que serão distribuídos pelas próprias empresas integrantes do grupo.

O material hospedado no site da entidade vem nas versões em português e espanhol Maio/Junho 2014

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Contribuição Previdenciária Patronal Não incidência sobre verbas indenizatórias de acordo com a jurisprudência STJ

Dr. Marciano Buffon advogado tributarista, professor do PPGD da Unisinos marciano@buffonefurlan.com.br Em vários momentos neste espaço, criticou-se a severa incidência da contribuição previdenciária sobre a folha de salários dos empregadores. Há muito tempo os contribuintes discutem judicialmente sobre as verbas que compõem o denominado "salário" (base de cálculo da contribuição). Tendo em vista uma recente e importante decisão sobre o assunto, volta-se a abordar tal tema, num caráter mais informativo. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), no último dia 26 de fevereiro, julgou o Recurso Especial nº 1.230.957-RS, que estava suspendendo todos os demais julgamentos relativamente à questão da não incidência da contribuição previdenciária patronal sobre as parcelas relativas ao aviso prévio indenizado, 1/3 sobre férias e quinze dias que antecedem o auxílio-doença, salário maternidade e paternidade. No julgamento realizado, ficou decidido que não incide a contribuição previdenciária patronal sobre o

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adicional de 1/3 sobre férias, uma vez que referida parcela não constitui ganho habitual do empregado, não restando caracterizado, pois, a natureza salarial relativamente a tal parcela, paga por ocasião das férias. Com relação ao aviso prévio indenizado, também o STJ entendeu que as importâncias pagas a título de indenização, que não correspondam a serviços prestados nem a tempo à disposição do empregador, não ensejam a incidência da contribuição previdenciária. Vale frisar que o aviso prévio indenizado visa a reparar o dano causado ao trabalhador que não fora alertado sobre a sua futura rescisão contratual com a antecedência mínima. Quanto aos valores pagos, relativamente aos quinze dias que antecedem o auxílio-doença, a justificativa para não incidência reside no fato de que, durante este período do afastamento da atividade por motivo de doença, incumbe ao empregador efetuar o pagamento do salário integral do funcionário, não obstante não haja prestação de serviços por parte do empregado. Por outro lado, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que incide a contribuição previdenciária patronal sobre os valores pagos a título de salário maternidade e paternidade, por entender que referidas parcelas possuem natureza salarial. Apesar de a União ainda poder apresentar recurso ao Supremo Tribunal Federal, entende-se que dificilmente haverá reversão do entendimento do Superior Tribunal de Justiça, até porque a Suprema Corte possui precedentes no

mesmo sentido do que foi decidido. Embora não tenha sido objeto de apreciação direta neste processo, é possível afirmar que, quando o Judiciário vier a analisar a discussão acerca da contribuição previdenciária sobre os valores recebidos a título de "férias", venha a entender por sua incidência, em face a sua natureza salarial implicitamente reconhecida no julgamento em questão. Ou seja, o reconhecimento da não incidência diz respeito apenas ao adicional constitucional equivalente a 1/3 dos valores pagos a título de férias, não em relação ao principal. Em vista disso, as empresas que recolheram indevidamente a contribuição previdenciária sobre as parcelas mencionadas - notadamente aviso-prévio e adicional de 1/3 de férias - terão direito de buscar a restituição dos valores recolhidos nos últimos cinco anos, mediante a propositura de ação individual para tanto. Vale lembrar que as empresas do setor coureiro-calçadista estão desoneradas (total ou parcialmente) da incidência da contribuição sobre a folha de salários, nos termos do disposto na Lei nº 12.546/2011. De qualquer forma, há um período ainda passível de restituição (anterior à desoneração e não excedente há cinco anos). Muitas empresas, porém, já ingressaram com ações judiciais discutindo o tema e, com isso, restou suspenso o transcurso do prazo decadencial quando da propositura da ação.

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Ciência e inovação foram a tônica do VIII SBBC Luís Vieira - luis@tecnicouro.com.br

As mais expressivas autoridades em biomecânica do calçado estiveram em Novo Hamburgo/RS entre os dias 8 e 10 de abril para apresentarem suas pesquisas científicas no VIII Simpósio Brasileiro de Biomecânica do Calçado (SBBC). O evento foi realizado conjuntamente pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) e a Universidade Feevale, disponibilizando o acesso a informações de extrema relevância para os empresários e profissionais do setor que buscam agregar diferenciais de conforto, sustentabilidade ambiental e inovação tecnológica nos seus produtos. O Coordenador do simpósio, Prof. Dr. Aluisio Avila, abriu os trabalhos lembrando que o SBBC é uma oportunidade ímpar para a troca de informações com profissionais de alto conhecimento em performance e design. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, lembrou que o instituto tem 41 anos de relevantes serviços prestados como o braço tecnológico do sistema coureirocalçadista e, conjuntamente com a Feevale, se sente honrado em realizar o simpósio, com a presença de palestrantes

nacionais e internacionais falando sobre tendências em biomecânica. "O cluster coureiro-calçadista pode ter um grande diferencial através do investimento em inovação tecnológica, e o simpósio oferece subsídios para quem busca desenvolver produtos competitivos", contextualizou. O presidente da Sociedade Brasileira de Biomecânica, Marco Aurélio Vaz, enfatizou que o simpósio associa ciência à tecnologia para as empresas que desejam implantar inovações visando a oferecer mais conforto e qualidade para a sociedade. "Parabenizo o Dr. Aluisio e o IBTeC pela insistência em colocar a tecnologia a serviço do desenvolvimento de bens de consumo", concluiu. O pró-reitor de pesquisa da Universidade Feevale, João Figueiredo, considerou que o IBTeC e a instituição de ensino buscam uma maior aproximação para o desenvolvimento da pesquisa, e a parceria com a Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico é muito importante para a concretização desse objetivo. "Inicia-se um elo de compromisso entre o IBTeC e a Feevale vislumbrando sucesso e oportunidades para a cadeia produtiva", apontou.

IBTeC, Fapergs, Feevale e a Sociedade Brasileira de Biomecânica fizeram a saudação inicial

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Financiamento e recursos para o desenvolvimento Integrantes da Mesa Redonda abordam oportunidades e carências do setor "Eventos como este, com a presença de técnicos e empresários, nos dão a prova de que temos novas oportunidades e que num futuro próximo recuperaremos a participação no mercado internacional". Assim foi a saudação realizada pelo presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, que mediou os debates durante a Mesa Redonda ocorrida na sequência da abertura oficial, cujos integrantes abordaram o desenvolvimento setorial. A diretora presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Rio Grande do Sul (Fapergs), profa. Nádya Pesce da Silveira, salientou que há grandes dificuldades para quem se propõe a colocar um produto inovador no mercado. O empresário pode até idealizar um produto potencialmente comercializável, mas precisa ter apoio científico e tecnológico para pôr isso em prática. O problema é que falta consolidar a ligação entre o setor acadêmico, os institutos de pesquisa e inovação, e a cadeia produtiva. "A inovação é a comercialização do conhecimento acumulado, entretanto é preciso primeiramente organizar esse conhecimento para depois comercializar o fruto desse saber", sintetizou. Ela destacou ainda que os empresários, se quiserem de fato participar da geração do conhecimento organizado, precisam participar de comitês de organização e se associar a grupos de pesquisadores que já tenham este conhecimento e possam concretizar essa transferência. A diretora da unidade de inovação e tecnologia do Tecnosinos, Susana Kakuta, argumentou que é preciso estruturar uma política pública industrial sólida para incentivar os institutos e os seus pesquisadores a buscarem novas tecnologias, inclusive em outros países, e aplicarem

esse saber no desenvolvimento de novos produtos com valor agregado. "Temos que embarcar mais tecnologia nos nossos calçados e seus componentes. Hoje avançamos muito, mas esse avanço não é suficiente para tornar as empresas brasileiras mais competitivas", avaliou. Lembrou ainda que não adianta pensar no futuro do setor calçadista sob o paradigma da intensiva mão de obra, é preciso planejar a continuidade da empresa. O diretor presidente do Badesul, Marcelo Lopes, salientou que a política industrial é importante, mas poucas empresas têm produtos patenteados e, por isso mesmo, este debate é extremamente importante. De acordo com ele, o Badesul oferece recursos para incentivar a inovação - prova disso é que, em 2013, a agência foi o segundo maior repassador de financiamentos no RS. "Hoje existem 80 milhões de reais disponíveis, mas faltam projetos consistentes para injetar todo esse recurso no mercado. É preciso que as empresas busquem parcerias com centros de pesquisas, invistam em desenvolvimento, agreguem valor comercial aos seus produtos e os protejam com patentes", observou.

Marcelo Lopes

Heitor Klein

Nádya Silveira

Susana Kakuta Maio/Junho 2014

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Resumos das palestras internacionais Soccer shoes constructions can influence movement speed, maximum ball velocity, and kicking accuracy

Dr. Ewald Hennig (Universidade de Duisburg-Essen/Alemanha)

A Nike fez uma pesquisa com jogadores de futebol para saber quais os atributos mais importantes em uma chuteira. O conforto foi o primeiro item, a tração no campo e a estabilidade do pé surgiram em segundo lugar e, em terceiro, o desejo de sentir a bola no pé. A proteção foi um dos itens considerados como de menor relevância. Com base nestas informações, outros estudos tiveram início para ver se de fato a chuteira pode melhorar a performance dos atletas. A empresa avaliou quatro chuteiras diferentes, medindo os picos de pressão em diversas regiões do pé. Os calçados foram testados em diversos pisos, nas condições seco e molhado. Os sujeitos analisados realizaram movimentos de aceleração, mudanças bruscas de direção, e foram comparadas também as

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estratégias para realizarem os movimentos. Durante o chute, por exemplo, houve mais pressão na parte mediana do calcanhar e na parte de cima do pé. Outra observação é que as forças mais altas de pressão aconteceram no grupo que utilizou as chuteiras com travas mais grossas, sugerindo que os atletas se sentiam seguros para realizarem os movimentos bruscos com aqueles calçados. Já o grupo com travas mais finas foram cautelosos na execução dos mesmos movimentos, pois tendiam a escorregar mais, o que justifica os menores picos de pressão plantar. Notou-se também que, para uma mesma situação, e usando calçados com as mesmas características, os indivíduos usam estratégias diferentes para executarem movimentos semelhantes. Novos testes demonstraram que a maior velocidade do chute foi alcançada com o pé descalço. Pensou-se então que o peso da chuteira estivesse interferindo. Outra situação é que o calçado impede o contato do pé diretamente com a bola. Analisando as imagens obtidas nos testes, constatou-se que a forma dos atletas chutarem com calçado é diferente do que a que eles executam descalços. Por isso foi considerada a hipótese de se fazer uma chuteira com massa reduzida, para aumentar a velocidade do

movimento. Mas um calçado que proporcione um chute mais veloz talvez não seja tão importante, pois os chutes a gol representam poucos instantes de uma partida de futebol. Por outro lado, a precisão é um quesito desejado durante o jogo inteiro, sendo, então, o mais importante a ser obtido. Em outro estudo, jogadores chutaram bolas em um alvo eletrônico. Com o pé descalço, vieram as piores performances. Diversas hipóteses foram apresentadas, dentre elas a de que o material do cabedal poderia interferir no desempenho, devido à pressão proporcionada durante o chute. Realizou-se então um teste com a utilização de sensores na parte de cima da chuteira. Foram realizados chutes com e sem a proteção do pé e os resultados confirmaram que a distribuição da pressão é chave para a precisão. A estrutura óssea do pé reduz a precisão, enquanto a proteção pode tornar o chute mais preciso. Mas será que essa proteção não reduz a percepção do contato do pé com a bola, justamente um dos quesitos desejados pelos jogadores? Portanto, na hora de se projetar chuteiras, todas essas considerações devem ser levadas em conta, mas não se pode esquecer ainda das habilidades individuais dos atletas que as utilizarão.

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Body strategies under various running conditions

Dr. Thomas Milani (Universidade de Chemnitz/Alemanha)

Para entender melhor como as pessoas percebem e reagem aos estímulos sensoriais, foi realizado um teste para verificar o limite da percepção de vibração do solo. Através de uma prova de laboratório, foi usada uma plataforma com dispositivo que produz vibrações em diversos níveis, nas diferentes regiões abaixo do pé. O estudo visava apontar qual a distância mínima para os sujeitos perceberem dois pontos distintos de estímulo de toque e vibração, a partir da qual esses dois pontos passam a ser percebidos como se fossem um único ponto de estímulo. Observou-se que há sujeitos muito bons em perceber os estímulos mas outros nem tanto. Tal situação levou à realização de novas pesquisas para se entender quais fatores influenciam a

capacidade de percepção humana. A temperatura e a isquemia foram duas possibilidades estudadas. Para isso, foram selecionadas pessoas cujos pés tiveram as suas temperaturas corporais medidas, bem como foram estimulados por vibração. Logo em seguida, os indivíduos tiveram o pé esquerdo aquecido e o pé direito resfriado e se repetiu o teste de estímulo por vibração. O resultado apontou que no pé resfriado a percepção ficou pior em áreas distintas. Já no pé aquecido, em todas as áreas, o desempenho melhorou. Com relação à isquemia, o teste consistiu em restringir a circulação do sangue a partir da região acima do joelho por um tempo determinado. Logo após, aumentou-se a pressão. Nessa situação, o pé fica adormecido e, quanto menor o fluxo de sangue, pior é o limite da percepção de estímulo por vibração. Em outro teste, usando uma plataforma resfriada, uma câmera térmica e um termômetro, foi testado o equilíbrio das pessoas. A expectativa era de que o pé resfriado seria mais insensível e instável, mas aconteceu o contrário. Os sujeito ficaram mais concentrados e mantiveram o equilíbrio quando seus pés foram submetidos ao frio. Um novo teste foi realizado usando-se um creme anestésico

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para adormecer o sistema nervoso do calcanhar. Nessa condição, foram testados os limites de percepção de vibração com diferentes estágios de anestesia. Enquanto alguns sujeitos aumentaram a pressão outros diminuíram. Ficou evidente então que os sujeitos reagem de forma diferente em situações idênticas. Em mais um teste foram avaliados sete calçados que utilizavam na sola o mesmo material, porém com densidades e espessuras diferentes. Nessa análise viu-se que cada sujeito reage inteiramente diferente dos outros quando usa o mesmo tipo de calçados. Individualmente, cada pessoa também reage diferentemente de acordo com o tipo de calçado que usa. Com base nessas pesquisas percebe-se que o sistema sensorial humano é altamente individual e respostas individuais são produzidas, e pode ser perigoso escolher um sistema específico sem levar em conta tudo o que é interligado. Desta forma, para aqueles corredores que têm problemas os sapatos precisam de sistemas e características específicos, mas no geral não se sabe como cada sujeito percebe o calçado. A conclusão é de que o procedimento estatístico que leva em consideração somente a percepção e a sensação dos indivíduos pode não ser confiável. Maio/Junho 2014

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Development of well fitting footwear based on dynamic foot measures

Dr. Stefan Grau (Universidade de Gothenburg/Suécia)

Uma pesquisa foi feita com a intensão de se conhecer as diferenças na medida do pé na condição estática e na condição dinâmica, e de que forma a massa corporal e o gênero podem interferir nos resultados. Foram escaneados os pés de trabalhadores do sexo masculino e feminino, levando-se em consideração também a massa corporal e a idade dos sujeitos. Se apontaram diversas medidas de altura, largura, comprimento, perímetro da cabeça do metatarso, perímetro do pé entre outras. Essas medidas foram analisadas sob diversos ângulos e posições durante a caminhada. A intensão era ver como essas variáveis são influenciadas pelas diversas fases da marcha, nos diferentes grupos, tendo como parâmetros os valores máximos e mínimos tanto na situação parado quanto dinâmico. A partir desse estudo notouse que algumas medidas são maiores na situação dinâmica em comparação à estática. Estas

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diferenças foram encontradas quando comparados homens e mulheres, obesos e magros etc. Porém, essa deformação não pode ser generalizada, visto que ela não depende somente do gênero ou do índice de massa corporal, mas também de outros fatores, tais como estrutura musculoesquelética. Neste sentido, faz-se necessário um acréscimo no comprimento da fôrma do calçado, para que o pé possa apresentar a deformação natural durante o movimento. Isto torna-se ainda mais importante quando o pé em questão é o de crianças, pois há de se considerar que, nesta condição específica, trata-se de um pé em fase de crescimento.

The science and art of performance footwear innovation A Nike busca entender cientificamente o atleta, seja ele profissional ou amador, e faz isso em nível mundial, para compreender bem as peculiaridades regionais. Quatro áreas específicas (biomecânica, fisiologia, percepção sensorial e banco de dados), com todas as suas variantes, são estudadas objetivamente. A empresa pesquisa diariamente como o calçado intervém no sistema biomecânico do usuário, e este estudo nunca é conclusivo. Pelo contrário, é preciso fazer isso insistentemente para cada modalidade de esporte. As pessoas de hoje são mais altas do que seus avós e os calçados precisam acompanhar esta mudança. Os atletas estão mais fortes, rápidos e maiores, e os equipamentos necessariamente devem não

apenas acompanhar essa evolução, mas proporcionar ganhos de performance aos usuários. No esporte, em algumas situações, por exemplo, são aplicados em torno de 300kg/ força sobre uma pequena área de um calçado com cerca de 300 gramas, o qual precisa responder a esta situação sem afetar a mobilidade e nem oferecer riscos de lesões. A meta é antever os problemas para não precisar corrigir depois, e isso só é possível quando se conhece profundamente as peculiaridades de cada modalidade. Recentemente, a Nike inovou no futebol lançando a chuteira Flyknit Magista, de cano alto, desenvolvida especialmente para o jogador Andrés Iniesta. De acordo com o atleta, o calçado melhora a percepção de contato com a bola, além de ser menos rígido, o que o agradou. Ele vai usar a chuteira na Copa do Mundo jogando pela seleção da Espanha. Se o mercado aprovará não se sabe, pois é o consumidor final quem decide se o produto é de fato bom ou não.

Dr. Matthew Nurse (Laboratório da Nike/ EUA)

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Resumos das palestras nacionais Calçados minimalistas: o que eles podem fazer por nós?

Dr. Júlio Cerca Serrão (Lab. Biomecânica USP)

Os calçados minimalistas são construídos de maneira simplista e têm sido bem recebidos pelos usuários. Mas existem dúvidas sobre o que se pode realmente esperar deste tipo de calçado sem grandes tecnologias de performance. Na década de 1980, foi realizado um mapeamento em corredores, e os resultados apont a r a m q u e e n t r e 19 % e 6 5 % dos atletas apresentavam algum tipo de lesão. Diante deste panorama, dá para se imaginar que o calçado não cumpriu a sua tarefa de proteção. Já na década de 1990, se intensificar a m a s preocupações com os riscos e com a performance dos calçados, especialmente aquelas relacionadas ao controle de impacto, estabilidade, desempenho e conforto. A tecnologia dos calçados evoluiu muito nos últimos anos, mas ainda há dúvidas sobre o quanto isso efetiva-

mente impacta nos calçados e no desempenho dos atletas. Um dado curioso é uma pesquisa realizada no período de 2001 até 2012, apontando que entre 28% e 95% dos corredores apresentavam algum tipo de lesão. Face à evolução tecnológica - comparando os materiais e sistemas que se tinha à disposição na década de 90 e os que existem hoje - fica a pergunta: onde estamos errando e qual o caminho a ser tomado? Considerou-se a hipótese de que o padrão natural do movimento da corrida humana poderia estar sendo perturbado pelo uso do calçado. Uma pesquisa realizada com corredores revelou que 82% dos entrevistados têm interesse em praticar o exercício descalços ou com calçados minimalistas, especialmente homens jovens, que representam a elite desse esporte. Destes, 34% justificaram o desejo pela possibilidade de não sofrerem lesões com esse tipo de calçado. O curioso é que 54% deste mesmo público afirmaram ter medo de sofrer lesões com tais equipamentos. Isso indica que há falta de informação sobre o assunto, inclusive entre o público mais interessado. Existem, portanto, duas possibilidades: este tipo de calçado pode ajudar ou prejudicar a performance e a integridade física dos usuá-

rios. Um estudo comparou calçados minimalistas no que tange a pressão no solo, e o calçado five fingers foi o que apresentou redução mais expressiva da pressão plantar. Sendo assim, talvez caiba o seguinte questionamento: será que devemos eliminar tecnologia dos calçados? O fato é que, conforme se pode observar, o uso desse tipo de calçado requer treinamento e adaptação, pois, se hipoteticamente ele pode oferecer benefícios, também pode causar lesões. Um estudo revelou que nove entre 10 pessoas analisadas desenvolveram fratura nos metatarsos, além de um caso de lesão no calcâneo, provocadas pelo uso de calçados minimalistas. Essas pessoas já eram praticantes de corrida e não tinham histórico de lesões antes de passarem a usar este tipo de calçado. Diante desta polêmica, os calçados de transição (nem minimalistas e nem com muita tecnologia) têm sido uma alternativa crescente e talvez este seja o caminho a ser percorrido. O fato é que os calçados não vão resolver todos os problemas. Eles podem, cada vez mais, interagir com a biomecânica sendo uma parte importante na questão da performance e saúde dos usuários. Maio/Junho 2014

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Perspectiva para novos materiais aplicados em calçados - O calçado sustentável

Dr. Valdir Soldi (IBTeC)

A produção mundial de calçados é de 25 bilhões de pares/ano, calçados estes que possuem até 65 partes que requerem diferentes processos de montagem. Hoje as alternativas para a eliminação do passivo após o ciclo de vida desses produtos seriam a reciclagem, a biodegradação ou a incineração. Se antecipando a situação de descarte, é cada vez mais necessário o desenvolvimento de calçados a partir de materiais reciclados ou reaproveitados, de materiais biodegradáveis ou de componentes modificados, preservando a qualidade, a resistência e o conforto, levando em consideração ainda a ausência de substâncias restritivas e a biodegradabilidade em níveis aceitáveis. A reutilização e a reciclagem de materiais para o desenvolvimento de calçados ou de partes utilizadas em calçados, como solados e cabedais, têm sido boas alternativas e existem

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exemplos bem-sucedidos no mercado, mas ainda são poucas as empresas interessadas, pois há a necessidade de uma cadeia de fornecimento extremamente alinhada para não se ter problemas de abastecimento. Com relação a modificações de materiais, há casos como PUs desenvolvidos para aumentar a absorção da água e agregar propriedades antimicrobianas ou ainda evitar odores indesejados. Nesta linha de pesquisa, têm sido utilizados biomateriais de base celulósica para serem aplicados em palmilhas de calçados para pessoas diabéticas. Com relação a biocidas, já existem exemplos nos quais a liberação em calçados e componentes ocorre via ativação pela luz solar. Este e outros processos de ação antibacteriana vêm sendo propostos, por exemplo, para calçados hospitalares. Outra forte tendência é a busca por materiais alternativos biodegradáveis, com destaque para polímeros obtidos a partir da cana-de-açúcar, milho e derivados de celulose. Neste caso, 90% da demanda de bioplástico são em base de amido, e a perspectiva é que em 2018 se chegue a dois milhões de toneladas de bioplásticos. Seguindo esta tendência, existem também no mercado borrachas biodegradáveis, elaboradas com elementos naturais.

Apesar de bons exemplos, é necessário que o mercado crie mais materiais alternativos, e a verdade é que temos que investir muito ainda para alcançarmos a autossuficiência em materiais ecologicamente sustentáveis. Ao mesmo tempo, não adianta inovar nos materiais se estes continuam a utilizar substâncias restritivas na sua composição. Na realidade, a cada ano novas substâncias são incorporadas na lista de uso proibido ou em porcentagens restritas, e as empresas devem controlar o uso das mesmas. Neste contexto, o Reach é a legislação de referência mais conhecida, porém cada país tem a sua legislação. O próprio Brasil, apesar de estar atrasado nesta questão, está criando as primeiras normas. Através do CB-11 - Comitê Brasileiro de Couro e Calçados, um grupo trabalha voluntariamente desde 2013 para a criação das normas brasileiras de substâncias restritivas. Hoje existem duas normas publicadas uma referente ao cádmio e outra relativa ao cromo VI - e outras seguem para a Consulta Nacional. A legislação está apertando o cerco e o empresário tem que adequar os seus produtos e processos. Existem muitas pesquisas sobre o tema, mas que ainda são pouco conclusivas no produto final e ainda não atendem a real necessidade do setor.

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A biomecânica a serviço da indústria

Dr. Aluisio Avila (IBTeC)

O papel da biomecânica é medir e avaliar. Porém, não basta simplesmente realizar a medição, tampouco descrever o movimento. É necessário discutir causas e consequências, considerando todas as variáveis. O designer de calçados só vai orientar o produto se entender minimamente a locomoção humana. Ele precisa compreender, por exemplo, com que intensidade o usuário pisa na superfície de apoio quando caminha ou corre utilizando um tipo de calçado. Design é sinônimo de engenharia de produto e os profissionais dessa área precisam ter ao seu dispor todas as ferramentas necessárias para o desenvolvimento dos protótipos. Mas o que acontece muitas vezes nas empresas é que a equipe de criação está presa a um orçamento pré-definido. Quem pode ser realmente criativo em um ambiente as-

sim? Limitação não combina com a criatividade. Não dá mais para fazer calçados por fazer. Outra situação que a indústria calçadista tem que considerar é que a fôrma tem uma relação direta com a elasticidade dos materiais utilizados. Portanto, uma fôrma para um modelo em couro talvez não deva ser usada para o mesmo modelo feito com outro material. Situações como essa, muitas vezes, levam o modelista e o formeiro a não se entenderem. Na verdade, depois do modelo estar definido, uma equipe multifuncional precisa entrar em ação para adequar o modelo à funcionalidade desejada para o calçado. É importante ressaltar que a maioria das rejeições dos calçados testados acontece por alguma incompatibilidade do calce. E isso não é uma responsabilidade da área de criação, mas dos outros profissionais do setor de P&D. Qualquer um pode inovar, mas a palavra é mal usada. A patente valoriza a marca. Em alguns casos, não vale a pena entrar com um pedido de registro, mas em outros tantos sim. Estruturas de solados, que ficam por anos no mercado, são um exemplo de produto a ser protegido.

Mas o que acontece normalmente é que as indústrias criam uma série de produtos, apresentam eles em uma feira e aqueles que não são vendidos seguem diretamente para o lixo. Isso é estratégia? Se realmente a empresa joga no lixo as suas criações, não vale a pena patentear seus produtos. E o que falar daqueles modelos que são campeões de venda e mesmo assim saem da linha de produção. As grandes marcas mundiais, a exemplo da Nike, Puma, Adidas Mizuno e Reebok não descartam seus campeões de venda. Nem a Alpargatas joga fora as suas Havaianas, que há muitos anos são sucesso de venda mundo afora. Os empresários têm medo de fazer parcerias que envolvem a avaliação dos seus calçados. Mas os testes não servem para determinar se o produto é bom ou não, mas sim para apontar quais são as propriedades que devem ser melhoradas. Os pesquisadores têm a competência para ajudar a fazer as modificações necessárias para, por exemplo, melhorar microclima do calçado, evitar a fadiga excessiva dos materiais, aumentar a proteção das estruturas músculoesqueléticas evitando lesões. Isto é compromisso com o consumidor. Isso é ética. Maio/Junho 2014

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Inovação no desenvolvimento do calçado: aplicação da nanotecnologia

Dr. Oswaldo Alves (Unicamp)

A nanotecnologia é uma plataforma de conhecimento em construção, relacionada a átomos e moléculas, como o próprio DNA humano. Na natureza se pode observar vários efeitos produzidos por nanopartículas, como as ventosas das lagartixas que eliminam a ação da gravidade permitindo que elas fiquem suspensas e andem tranquilamente por paredes e tetos lisos sem o risco de cair. Nem tudo o que é manométrico é nanotecnologia. Para ser, tem que ter uma escala nano, mas com aspectos inovadores. Na escala nano as substâncias apresentam propriedades diferentes. A força da nanotecnologia é a união do conhecimento interagindo com o processo de desenvolvimento dos produtos. Dessa forma, quem não domina materiais não faz nanotecnologia. Pois a grande dificuldade é transformar o conhecimento em produtos desejados pelo mercado. No século 21, a nanotecnologia impactará fortemente na indústria, principalmente em setores como

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saúde, agricultora, materiais, eletrônica, energia e meio ambiente. Automóveis com pintura autolimpante e que não risca, tecidos com funcionalidades antibacterianas e repelência à água, embalagens que oferecem tempo maior de proteção dos alimentos, fármacos que têm a sua eficiência aumentada mesmo com quantidade reduzida de princípio ativos. Tudo isso é possível e já está no mercado graças à nanociência. Hoje os produtos mais usados para fazer nano são prata, carbono, zinco, sílica, titânio e ouro. No setor calçadista, a nanotecnologia pode ser utilizada para desenvolver novos materiais poliméricos, tecidos, compósitos, borrachas, náilon etc. A tendência é de aumento dos nanocompósitos para agregar novas propriedades voltadas ao conforto, tais como barreira à unidade, regulagem térmica, aliando funcionalidade ao design. Outra possibilidade latente é o desenvolvimento de materiais componentes com eletrônica embarcada. Neste caso, fibras podem conduzir medicamento para pessoas diabéticas através de tecidos inteligentes e condutores; tecidos eletrônicos podem ser alimentados pela eletricidade do próprio corpo. Os calçados podem oferecer proteção contra a ação dos raios UV; ter efeitos de mudança de cor de acordo com a temperatura; carregar baterias de celulares ou outros equipamentos durante a prática de exercícios físicos; ter a sua superfície repelente à água, óleos e graxas. En-

fim, as possibilidades são muitas e cada vez mais surgirão outras tantas. Algumas funcionalidades podem ser adicionadas aos materiais por aplicação de sprays ou já virem impregnadas, proporcionando efeitos como secagem rápida, propriedades bactericidas, liberação de aromas, resistência à deformidade durante o uso, maior absorção do impacto ao caminhar, resistência à eletricidade. Na área da eletrônica embarcada, pode-se aplicar sistema que ajusta a rigidez do sapato de acordo com o terreno onde ele está sendo usado. Outra opção pode ser a aplicação de polímeros eletroluminescentes ativados pela energia gerada pelo corpo durante o caminhar. Sapatos com Led na frente para iluminar o percurso durante caminhadas noturnas, calçados para cegos, que passam informações sonoras sobre obstáculos que surgem pelo caminho, solas que se movimentam conduzindo o caminhante para o lugar desejado, cujo acionamento é por sistema GPS, sapatos militares com detectores de minas terrestres ou substâncias tóxicas. Tudo isso são possibilidades através da nanociência. Mas devemos observar que não existe tecnologia perfeita. O que existe são pensamentos inovativos que estão sujeitos a reformulações, conforme as necessidades. Desta forma, os cuidados durante o uso e também no descarte devem ser constantes para não gerarmos resíduos no meio ambiente.

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A inovação na indústria calçadista

Evandro Wolfart, diretor da Dublauto Gaúcha

O empresário Evandro Wolfart, diretor da Dublauto Gaúcha, empresa fornecedora de componentes para a indústria calçadista, acredita que a inovação tem que ser uma necessidade da empresa, mas ele ressalta que não é fácil e é muito caro ser inovador, e por isso o apoio do Governo é fundamental para que as indústrias invistam em produtos e processos inovadores.

Em 2005, a empresa decidiu agregar valor aos seus tecidos para enfrentar a concorrência chinesa. Buscou parcerias com centros de pesquisa, investiu em P&D com o foco no conforto de calçados e participou de missões internacionais vislumbrando novos mercados e para acompanhar o que ocorria em tecnologia no mundo. Vislumbrou na nanotecnologia uma forma de agregar valor ao produto, buscou parcerias com fornecedores de nanocompósitos e, já em 2007, criou a marca Du-Comfort, focada em tecidos com propriedades funcionais. Com o apoio da Assintecal, do IBTeC, do Senai e de universidades passou a participar de editais e não parou mais. Hoje dentre os seus produtos tecnológicos constam: - Palmilha sequinha: tês camadas (tecido de acabamento com íon de prata, camada de EVA e camada

absorvente); - Thermic: tecido térmico com microcápsulas termorreguladoras para forros de calçados - Insecta: repelente a insetos; - Fragrance: tecido com aroma e antimicrobiano; - Dry Soft: forro com tratamento para absorção e dessorção da água, antimicrobiano, tratamento com microcápsulas de aroma, melhora o controle da temperatura interna do calçado; - Clear: repelente à água e auto limpante; - Thermocor: tecido com pigmento que altera a cor de acordo com a temperatura externa; - Respi-Dry: reforço de cabedal que evita a penetreação de umidade e absorve a umidade interna, sendo ainda antibacteriano; - Du-PET: forro de cama para animais domésticos com tratamento repelente a pulgas e carrapatos.

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Projeto Fábrica Modelo tem calçados testados no IBTeC Considerado como um dos principais atrativos do Salão Internacional do Couro e do Calçado (Sicc), o Projeto Fábrica Modelo - realizado em parceria pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) e a Merkator Feiras e Eventos - tem pela primeira vez duas empresas de calçados como coexecutoras. Mas as novidades não param por aí. É que todos os modelos, bem como suas matérias-primas, foram testados nos laboratórios de biomecânica e de substâncias restritivas do instituto para a comprovação dos índices de conforto e a ausência de substâncias restritivas. As empresas participantes são a Calçados Yashi e o Studio Bag, ambas de Novo Hamburgo/RS, que demonstram ao público o processo de montagem de 250 pares de sandálias femininas rasteiras. A Yashi traz dois modelos da marca Menta e Hortelã, com cabedal em sintético e sola em TR. O diretor da empresa, Paulo César Schneider, conta que a escolha de modelos de fácil produção foi uma estratégia para dinamizar a montagem dos produtos ao vivo. "Queremos repassar ao lojista e demais visitantes a importância da forma de produção, da capacitação de bons profissionais e da estrutura constituída para determinada produção, garantindo a qualidade do produto", contextualizou. O Studio Bag apresenta três modelos com solados em TR e cabedal em tecido e PU. O sócio gerente Vandoir Pires explica que a empresa não fabrica rasteirinhas, mas esta experiência será um ensaio para, quem sabe, introduzir uma nova linha de produtos no portfólio. "Lançaremos com as sandálias a marca Montemezzo by Studio Bag e esperamos fazer uma boa divulgação para com-

Amostras dos modelos montados no Sicc passaram por análises prévias de conforto e substâncias restritivas

pradores de todo o País", enfatizou. Frederico Pletsch, presidente da Merkator - empresa realizadora da feira - acredita que "os visitantes, especialmente os lojistas, ficarão curiosos com a produção de sandálias dentro da feira. Estamos passando informação qualificada para o nosso público e isto é muito importante. A Merkator, junto com o IBTeC, tem a consciência da constante necessidade de inovar para surpreender e estamos fazendo isto com o projeto", diz. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, destaca que "o grande diferencial é apresentar produtos e materiais testados para oferecerem conforto e saúde para as usuárias, além de preservar o meio ambiente". O Sicc acontece de 26 a 28 de maio em Gramado/RS e o estande do projeto fica na rua 1, corredor K.

Negociações devem corresponder a dois meses de produção O Sicc realiza em 2014 a maior edição da sua história, com mais de 1.500 marcas de calçados e de acessórios, e a estimativa é que a produção de calçados e artefatos dos meses de junho e julho seja comercializada na feira. De acordo com a diretoria, lojistas de todo o País confirmaram a presença em uma proporção maior do que os

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anos anteriores, o que permite a projeção de um volume inédito de visitas e comercialização. PARCERIAS - o Sicc foi criado com uma proposta diferenciada, unindo turismo e negócios, e se consolidou como lançador das coleções do período de maior comercialização do segmento no Brasil - a temporada da primavera-ve-

rão. Parte do seu sucesso se deve também à parceria estabelecida com os sindicatos das indústrias de calçados das cidades gaúchas de Estância Velha, Igrejinha, Ivoti, Novo Hamburgo, Parobé, Sapiranga e Três Coroas, que potencializou a transformação da feira em um evento focado no desenvolvimento do setor calçadista.

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Fimec confirma resultados positivos Consolidada como a segunda mostra mais importante do mundo no setor coureiro-calçadista, a Fimec 2014 fundamentou na prática o slogan de ser "a única que tem tudo". Nos quatro dias do evento, evidenciado pela alta qualificação dos visitantes e expositores, foram apresentados para 40 mil pessoas de 41 países os lançamentos e novidades de aproximadamente 1.200 marcas de mais de 600 empresas. Animado com os comentários positivos dos expositores ao longo da mostra, o diretor-presidente da Fenac, Elivir Desiam, afirmou que muitos empresários, a partir das vendas na feira, projetam crescimento de no mínimo 10% sobre o ano passado. "Fizemos um trabalho muito focado nos principais polos calçadistas brasileiros e também em outros países, o que se refletiu em visitantes com poder de decisão. Tudo isto colaborou para que tivéssemos um grande evento. O desafio agora é fazer uma Fimec ainda maior e melhor no próximo ano", instigou o dirigente durante a coletiva de avaliação, quando as entidades parceiras destacaram os bons resultados. AVALIAÇÕES POSITIVAS - O presidente da Associação Brasileira de Estilo e Cultura Calçadista (Abecca), Valdemar da Silva, lembrou que "a Fimec é um momento de encontro entre profissionais e empresas. Ela está completa em todos os sentidos". Em nome da Associação Brasileira de Químicos e Técnicos da Indústria do Couro (Abqtic), o diretor-executivo Etevaldo Zilli ressaltou que "a feira foi um sucesso e nós tivemos uma participação interessante". Já o presidente da Associação Comercial, In-

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Expositores e entidades comemoram os negócios encaminhados durante a feira

dustrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha (ACI-NH/CB/EV), Marcelo Clark Alves, considerou que "ouvimos as empresas e elas estão satisfeitas com os resultados. Isso nos dá uma perspectiva muito boa". O presidente da Associação das Indústrias de Curtumes do Rio Grande do Sul (Aicsul), Moacir Berger, afirmou "nossos expositores trouxeram suas inovações e saem satisfeitos". O presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Fernando Bello, enfatizou a Lei do Couro, "não existe couro sintético. Esta foi uma grande oportunidade de poder explicar isso". De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq), Marlos Schmidt, "o diferencial foi a qualificação de quem chegou para conhecer os produtos do expositor". Conforme Fernando Nicory, da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), "estamos sendo cobiçados pelo mercado externo e, nesse sentido, temos também de fazer um trabalho de proteção do

nosso mercado". Já o presidente do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), Paulo Griebeler, destacou que "a Fábrica Conceito foi um sucesso, deu visibilidade ao processo que vivenciamos todos os dias. Temos aqui a inteligência do calçado, no maior cluster deste País, precisamos festejar este momento positivo e cada vez mais intensificar nosso trabalho".

Fábrica Conceito foi atração especial A apresentação de inovações tecnológicas, a responsabilidade socioambiental e a proteção dos trabalhadores foram confirmadas na quinta edição do Projeto Fábrica Conceito. Realizado em conjunto pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), Fenac e Coelho Assessoria, o empreendimento teve como patrocinador máster a Rhodia/Solvay. No espaço, o público encontrou duas linhas de montagens funcionando em tempo real - uma para a fabricação de sapatos masculinos e outra para calçados femininos. Demonstrando a aplicabilidade dos ma-

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teriais e o funcionamento de máquinas e equipamentos - muitos deles oferecidos nos estandes das empresas na própria feira - o projeto é uma tradição da Fimec, tornando-se uma vitrina diferenciada para os cerca de 60 fornecedores participantes. Durante os quatro dias da feira foram fabricados mil pares de calçados por três empresas corealizadoras. A Calçados Delotto e a Calçados Firezzi montaram modelos casuais femininos, enquanto a Calçados Jacob desenvolveu sapatos casuais esportivos masculinos. Parte dessa produção será doada para o Gabinete da Primeira-Dama de Novo Hamburgo/ RS, que converterá os produtos em recursos a serem aplicados em programas de assistência social. Durante a comemoração de encerramento da feira, o presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, afirmou que esta foi uma das melhores edições do projeto, que neste ano aconteceu em um novo espaço, com um significativo aumento da área.

"Os resultados foram fruto do esforço de muitos. Por isso quero enfatizar ao apoio da Rhodia, que patrocinou o empreendimento, das indústrias de calçados corealizadoras (Delotto, Firezzi e Jacob), e também de todas as empresas fornecedoras de máquinas, equipamentos, materiais e serviços, bem como da própria Fenac e da Coelho Assessoria Empresarial, que são as parceiras neste trabalho conjunto", agradeceu. Outro motivo de grande satisfação foi a constatação de que vários profissionais que estavam desempregados e foram contratados para esta edição acabaram por ser reconduzidos ao mercado de trabalho em virtude da sua performance no projeto, que teve uma visitação muito significativa. O diretor da Coelho Assessoria, Luiz Coelho, comentou que só recebeu elogios sobre o projeto. "Tudo deu certo e temos a convicção de que prestamos um enorme serviço para o setor a cada edição deste projeto que

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só tem a crescer", pontuou. O diretor presidente da Fenac, Elivir Desiam, lembrou que "este espaço mostra a força do complexo coureiro-calçadista. É visível que os que aqui estão acreditam no que fazem, e cada um foi peça fundamental para que tudo ocorresse de acordo com o planejado. Estamos de parabéns", comemorou. A gerente comercial da Rhodia/ Solvay, Patrícia Sakamiti, destacou que a Rhodia acredita no setor coureiro-calçadista brasileiro. "Cada vez mais teremos os olhares atentos para este tipo de projeto, buscando incentivar ações que contemplam não só os interesses comerciais das empresas, mas também tenham uma pegada social." Além da realização do projeto, o IBTeC participou da feria com estande institucional, onde recebeu os seus parceiros e clientes, e também reforçou a campanha para a comemoração dos 35 anos da Revista Tecnicouro.

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Novidades com estilo Com a proposta de combinar moda e conforto para mulheres que buscam o bem-estar em todos os momentos da sua rotina, a Usaflex antecipa novidades para a próxima estação quente. Entre as referências que norteiam a temporada primavera-verão da marca de calçados femininos, estão elementos artesanais, urbanos e rústicos que celebram a diversidade de estilo das brasileiras. Os lançamentos ainda privilegiam tecnologias especiais, onde o bem-estar fica evidente em um caminhar mais que macio. O período mais quente do ano chega com sandálias, sapatilhas, tê-

Romantismo suave O frescor da estação é evidente entre as novidades da Contramão, que buscou nas belezas naturais do Brasil o ponto de partida para a criação de modelos que combinam bem-estar e design na mesma medida. O romantismo - com formas suaves e adornos que lembram deliciosas guloseimas - também influencia o período, assim como uma nova leitura para influências étnicas e tribais. As modernas estampas geométricas, que misturam elementos do passado e do futuro, são outra referência para os calçados. O mix de inspirações resulta em peças únicas, com detalhes em forma de estampas tropicais, animal prints, rendas delicadas, efeitos metalizados e superfícies texturizadas. Para garantir ainda mais leveza ao look de garotas que adoram moda, a coleção evidencia acabamentos em vinil transparente.

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nis e mocassins onde cores intensas e discretas convivem em perfeita harmonia ao lado de tecidos rústicos, estampas animais e efeitos metalizados. A inspiração handmade é um dos destaques da coleção, onde vazados, tressês e miçangas ganham espaço. O estilo esportivo é outra referência para a Usaflex, que aposta no geometrismo urbano para chamar ainda mais a atenção para os cabedais. Entre os lançamentos, a linha Jogging e Softflex merecem espaço nobre por trazer glamour ao dia a dia feminino com solados flexíveis que acompanham o movimento dos pés.

Moda casual e descontraída Para celebrar toda a irreverência da estação mais intensa do ano, a Kildare destaca novidades exclusivas para os homens. A temporada primavera-verão da marca de calçados e acessórios masculinos evidencia o conceito de casualidade com descontração, irreverência e informalidade, mostrando produtos simples e com alma jovem. Entre os lançamentos do preview estão sapatos, joggings, siders e abotinados que traduzem com perfeição a atmosfera informal dos dias quentes, sem deixar o estilo e o bem-estar de lado. Os modelos são confeccionados em couro macio, especialmente em versões lisas ou acamurçadas. A cartela de cores chama a atenção para tons terrosos, além dos tradicionais preto e branco, assim como a vibração de nuances de vermelho, azul, amarelo e verde.

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Luxo para o verão 2015 Para garantir uma sofisticação única para os dias quentes, a Século XXX mostra uma nova coleção de calçados e acessórios, onde elementos luxuosos se destacam em criações que devem despertar desejo entre as fashionistas que não abrem mão de design exclusivo e conforto em todos os momentos. As novidades chegam divididas em duas linhas: Dream e Glam. Em cada uma das direções, os artigos assumem características únicas, sempre evidenciando materiais nobres e detalhes que não passam despercebidos. A partir de referências como

Ladylike, Low Profile e Boho Chic, as tendências ganham destaque ainda maior, compondo um rico mural de referências e inspirações. No conceito Dream, a marca chama a atenção para elementos românticos, como meias-patas elegantes, além de kitten heels e saltos finos com acabamentos metalizados. A referência Glam também deve surpreender, com um mix de cabedais discretos e modelagens vibrantes. A sutileza fica por conta de construções slim, que surgem ao lado de desenhos curvilíneos e assimétricos. Cortes a laser se destacam.

Universo lúdico

Glamour intenso

Para esquentar ainda mais a temporada primaveraverão, os modelos da Diversão chegam com referências distintas, onde texturas, tonalidades e estampas chamam a atenção. A inspiração retrô é um dos temas abordados, destacando tonalidades que lembram o mar, além de efeitos metalizados e florais escuros. A alegria de ser criança também é evidente na nova coleção, surgindo em uma série de elementos ligados ao Brasil e suas belezas naturais. O estilo jogging, com tênis casuais, também surge como aposta para os dias quentes. As estampas exalam o calor do sol e chegam com desenhos que trazem flamingos, coqueiros e frutas, assim como temas marítimos, como âncoras, estrelas do mar e uma infinidade de peixinhos. As superfícies metalizadas - especialmente a luminosidade do prata - são outra opção fashion para os dias quentes.

Com a intensidade do período mais alegre do ano, a Anzetutto antecipa novidades quentes para consumidoras que não abrem mão do estilo em todas as ocasiões do dia a dia. A temporada primavera-verão da marca de calçados e acessórios aposta no poder das estampas a laser para destacar uma atmosfera de luxo, assim como em saltos e detalhes mais que especiais. Os lançamentos chamam a atenção para sandálias, scarpins, sapatilhas, peep toes exclusivos, onde modelagens abertas e semi-abertas ganham os holofotes. A cartela de cores do período evidencia uma perfeita harmonia entre tonalidades neutras e intensas. A vibração fica por conta de superfícies em vermelho, fúcsia, cobalto, esmeralda, cenoura e mostarda, enquanto a discrição ganha espaço com nuances de bone, deserto, whisky e branco.

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Um inverno de híbridos

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Gabriella Laino Foto Shoe Group

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Digital

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Sneaker

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O desejo de se criar produtos híbridos está forte, conforme as tendências de moda da temporada outono-inverno 2015, e cinco temas dão uma prévia do que será apresentado nas novas coleções de sapatos, através das quais humores, materiais, cores e formas compõem uma viagem que envolve todos os sentidos, a partir do sapato. Tudo isso numa mistura de estilos e estados de espírito como esporte/clássico, esporte/glam, rock/folk e rebelde/digital, para desvendar o belo e misterioso novo feminismo romântico. 1. Experimentação: intelectual com estilo, traduzido em sapatos como o modelo Mary Jane para mulheres e Vespa Sneaker Vintage para homens. 2. Clássico híbrido esporte: formal, conservador e esportivo. Na versão masculina, um exemplo é calçado para motociclistas de competição. Para a mulher de vanguarda, uma proposta é o híbrido desportivo elegante. 3. Luxo novo rebelde ou roqueiro eletrônico: O novo radical é chique, com um espírito pós-moderno, como o Luxe Rocker para mulheres e o sneaker meia bota para homens. 4. Falso Folk: o popular digital, inspirado pelo Tumblr, Instagram e outros aplicativos para iPhone, está impregnado de elementos artificiais que são informais, bem ao estilo ar livre e orgânico. O artesanato é enfatizado e propõe um renascimento atualizado de temas folclóricos e gráficos. Propostas unissex como o Lace-up Electro Folk e Folk Digital Sneaker são muito interessantes. 5. Aristocrática beleza velada: beleza misteriosa e terrível em um estilo delicado, clássico chique e esnobe asiático, com sofisticação elegante e pinceladas de romance sombrio, em um clima nostálgico que é absolutamente feminino, tal como a Xangai de 1920. Como sugestões, as Ankle Boots e os sapatos em seda.

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Engenharia integrada por computador e sistemas As tecnologias CAD/CAM/CNC permitiram a evolução na fabricação de moldes de produtos com superfícies complexas, tornando o design um fator diferencial muito importante para os concorrentes fornecedores de produtos para mercados de consumo final. Um dos maiores desafios criados com esta evolução foi a formação de mão de obra para atender ao mercado em expansão. Preencher esta lacuna é o que propõe a obra do Prof. Dr. Adriano Fagali de Souza e da Profa. Dra. Cristiane Brasil Lima Ulbrich. O livro tem por objetivo desenvolver o conhecimento conceitual do leitor sobre as tecnologias de manufatura auxiliadas por computador, focando os sistemas CAD/CAM/CNC, prototipagem rápida, engenharia reversa e outros sistemas para a simulação dos processos de fabricação. As máquinas

que interagem nesta cadeia de manufatura também são abordadas, como os centros de usinagem e os sistemas de medição por coordenadas. Exemplos práticos para ilustrar as técnicas de aplicação destas tecnologias complementam a obra, que não se restringe à apresentação de comandos e métodos de utilização de um software específico, tendo por objetivo desenvolver o raciocínio lógico e crítico do leitor sobre o tema.

Engenharia integrada por computador e sistemas CAD/CAM/CNC - Princípios e aplicações Autores: Prof. Dr. Adriano Fagali de Souza e Profa. Dra. Cristiane Brasil Lima Ulbrich Editora: Artliber 358 páginas R$ 74,00

Responsabilidade do contador O livro é indicado para estudantes, empresários e profissionais das áreas de gestão, contabilidade, controladoria e leitores em geral. Nele, os autores explicam os 21 artigos da Resolução CFC n.º 1.445/2013, esclarecendo como os profissionais e empresas devem informar de forma eletrônica ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) as operações de seus clientes consideradas suspeitas de lavagem de dinheiro ou terrorismo vale lembrar que essa obrigatoriedade passou a valer a partir de 1º de janeiro de 2014. De acordo com os especialistas, os profissionais da contabilidade e empresas do ramo devem comunicar imediatamente o Coaf quando, por

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exemplo, a prestação do serviço envolver o recebimento, em dinheiro ou cheque emitido ao portador, de valor superior a R$ 30 mil. O órgão também quer informações sobre o aumento de capital social com integralização em moeda corrente, em espécie, para valores superiores a R$ 100 mil.

Responsabilidade do Contador - Prevenção e Controle à Lavagem de Dinheiro Autores: Aldenir Ortiz Rodrigues, Cleber Marcel Busch, Edino Ribeiro Garcia e Willian Haruo Toda Editora: Livraria IOB 102 páginas R$ 109,00

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Franchising na Real O novo livro da consultora em relacionamento de redes, Melitha Novoa Prado, que acompanha o sistema de franquias há 25 anos, reflete uma de suas principais preocupações: a constatação de que há uma desproporcionalidade entre os números conquistados pelo Franchising e a qualidade e perenidade das relações. Nesta obra, a segunda de sua autoria, ela dá sua colaboração para tornar o sistema mais maduro e profissional. Com base em sua experiência, atendendo redes de diferentes portes e ramos de atuação, a especialista selecionou as questões mais polêmicas que envolvem esta relação tão delicada: o mesmo Franqueado pode operar marcas diferentes? E se este Franqueado for jovem, precisa de uma atenção especial do

franqueador? Como administrar o fundo de propaganda? O Franqueador pode tratar os Franqueados de maneira diferente ou deve ser uniforme em sua gestão? A cada capítulo, um tema é analisado, propondo caminhos tanto para o Franqueador como para o Franqueado. Para enriquecer ainda mais o conteúdo, a publicação conta com depoimentos de profissionais de redes expressivas que operam o Franchising dentro das melhores práticas.

Franchising na Real Melitha Novoa Prado Vendas exclusivas: www.agbook.com.br 253 páginas R$ 44,00

As Seis Vidas do Novo Executivo A busca pela felicidade é recorrente em todas as épocas, a diferença está na forma em que cada uma delas aborda e trata essa questão. Atualmente, o modo de vida que se impõe aos profissionais, e especialmente aos executivos, joga luz sobre o que é ser feliz, onde estão os limites para o bem viver e como alcançar a realização. A obra demonstra que a felicidade deve ser perseguida de forma racional, através da organização, que leva ao equilíbrio entre as seis vidas apontadas por ele: pessoal, familiar, social, afetiva, profissional e espiritual. Para o autor, essas vidas devem funcionar em sincronia, sem que nenhuma seja negligenciada, uma vez

que todas têm o mesmo peso para a plena realização do indivíduo. Ele descreve as seis vidas separadamente, demonstrando suas particularidades e a influência que cada uma tem na composição do equilíbrio que nos conduz à felicidade. A publicação está dividida em nove capítulos onde, além da descrição das seis vidas, o autor oferece reflexões e discute o conceito de felicidade e os relaciona com a sociedade atual.

As Seis Vidas do Novo Executivo Como Ser Bem Sucedido e Feliz Jöel Thrinidad Editora Trevisan 192 páginas R$ 44,90 Março/Abril 2014

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Participe das Comissões de Estudo Três ótimas vantagens para quem participa das reuniões do CB-11: - Conhecimento de novas tecnologias e inovações do setor que possibilitam o aprimoramento e a obtenção de diferenciais no mercado; - Ampliação da rede de contatos com profissionais proativos; - Oportunidade para expor suas ideias para novos projetos, contribuindo para melhorar o desempenho de sua empresa e do próprio setor.

Construção superior Algumas das normas revisadas neste ano e enviadas à ABNT: *ABNT NBR 15452 - Construção superior do calçado - Avesso - Determinação da resistência ao enovelamento. *ABNT NBR 15337 - Construção superior do calçado - Laminados sintéticos - Determinação da resistência perpendicular às perfurações de agulhas. *ABNT NBR 11115 - Substâncias graxas - Determinação do índice de acidez. *ABNT NBR 13345 - Banho residual - Determinação da concentração em Grau Baumè - Método de ensaio. *ABNT NBR 13342 - Banho resi-

dual de curtimento - Determinação da basicidade - Método de ensaio. *ABNT NBR 15174 - Componentes metálicos e plásticos para calçados e artefatos - Fivelas, enfeites e reboques/paralamas - Determinação da resistência à compressão a tração. *ABNT NBR 15412 - Calçados Determinação da resistência da ruptura e alongamento na ruptura do colarinho. *ABNT NBR 15275 - Ensaios biológicos - Palmilha, laminados sintéticos e solados - Determinação da resistência ao ataque microbiano. *ABNT NBR 15106 - Símbolos de cuidado para limpeza e conservação de vestuários em couro e para montagem de etiquetas. *ABNT NBR 15105 - Identificação do couro quanto à origem e aos processos de curtimento, tingimento, engraxe e acabamento - Simbologia. *ABNT NBR 14367 - Construção superior do calçado - Laminados sintéticos - Resistência do acabamento à fricção com tecido. *ABNT NBR 13338 - Couro - Banho residual de caleiro desencalagem e purga - Determinação da alcalinidade - Método de ensaio. *ABNT NBR 14836 - Calçados Determinação dinâmica da distribui-

Reunião de Construção Superior do Calçado - Coordenador Rafael Gallas (IBTeC)

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ção da pressão plantar. *ABNT NBR 14188 - Construção superior do calçado - Couraças e contrafortes - Determinação da adesão ao material do cabedal. *ABNT NBR 10455 - Climatização de materiais usados na fabricação de calçados e correlatos. *ABNT NBR 15412 - Calçados Determinação da resistência da ruptura e alongamento na ruptura do colarinho.

Projetos novos criados pelas comissões *Projeto 208:000.00-003 - (CICB - Sustentabilidade) - Diretrizes para auditoria em curtumes - Procedimentos de auditoria - Critérios de qualificação para auditorias de curtumes. *Projeto 11:200.05-001 - (Substâncias Restritivas) - Couro - Determinação química do teor de formaldeído Parte 1: Método de cromatografia líquida de alta performance (HPLC). *Projeto 11:200.05-002 - (Substâncias Restritivas) - Couro - Testes Químicos - Determinação do teor de pentaclorofenol. *Projeto 11:200.05-003 - (Substâncias Restritivas) - Têxteis - Determinação de formaldeído Parte 1: Formaldeído livre e hidrolisado (método de extração em água).

Reunião de Substâncias Restritivas - Coordenadora Mônica Mombach (IBTeC)

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A Nova Fábrica de Calçados (NFC) e o futuro da competição no setor Capítulo1/6: A Inovação das Estratégias de Competição Fernando Oscar Geib

1 - Os Sistemas Distribuídos de Produção (SDP) baseados na simultaneidade e a sua capacidade de gerar estratégias competitivas eficazes nos mercados Sempre, ao se abordar o tema Sistemas de Produção e examinarmos as suas estruturas operacionais, estamos implicitamente analisando e avaliando a capacidade competitiva das organizações que os utilizam. No nosso caso, as indústrias, nos ambientes onde estas atuam e se aperfeiçoam. As fábricas de calçados pela natureza de suas operações produtivas são identificadas como indústrias.

Por outro lado, essas organizações, ao aperfeiçoarem suas competências em competir, implantam e operacionalizam diretrizes e fundamentos sobre competitividade desenvolvidos por Michael Porter, os quais estão inseridos no seu modelo conceitual aplicado para identificação de níveis e posicionamentos competitivos das organizações, e também voltado à geração de ações nas organizações, cujo propósito é a busca do desenvolvimento crescente da sua capacidade competitiva, independentemente da natureza de suas atividades econômicas. O esquema por ele proposto pode ser visualizado no fluxograma apresentado na figura 1.

Fig. 1: A estrutura sistêmica e os relacionamentos dos fatores definidores dos ambientes competitivos onde as organizações atuam e desenvolvem suas ações (autor: Michael Porter)

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- Rivalidade entre concorrentes Essa é considerada como a mais significativa e poderosa dentre as cinco forças. Nesta dimensão, deve ser considerada a competitividade das fábricas de calçados concorrentes diretas, principalmente aquelas que produzem e comercializam linhas de calçados idênticas ou semelhantes, nos mesmos mercados que a Nova Fábrica de Calçados (NFC). - Barreiras à entrada de concorrentes - Além de ser necessário observar as atividades das fábricas concorrentes, existe a ameaça da entrada de novas fábricas no mercado, mas isso depende tanto das barreiras competitivas existentes contra essa entrada, quanto do poder de reação das fábricas já atuantes e em pleno atendimento neste mercado. - Poder de barganha dos compradores - Esse fator é identificado e operacionalizado pela análise e avaliação da capacidade de barganha dos clientes (os lojistas individualmente ou de redes de lojas) e na extremidade desta rede estão os consumidores, que também atuam em rede. Esta força competitiva relaciona-se, portanto, com o poder de decisão dos compradores sobre os atributos dos calçados, principalmente aqueles relacionados ao preço e à qualidade. - Poder de barganha dos fornecedores - Os fornecedores de materiais

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componentes dos calçados, têm poder de barganha quando: a) O setor calçadista é dominado por poucas empresas fornecedoras (até existem monopólios em alguns materiais de base); b) Quando os produtos de fabricação dos calçados são exclusivos, diferenciados, e/ou o custo para trocar de fornecedor é muito alto. - Ameaça de Produtos Substitutivos - Trata-se daqueles que não são os mesmos produtos usualmente utilizados, mas atendem às mesmas necessidades. Um exemplo bem evidente desta situação são os laminados sintéticos, que substituem o couro para a fabricação de cabedais dos calçados. Deste modo, aplicando o descrito Fluxo de Competitividade à organização, os resultados das avaliações dos níveis de competitividade - oferecidos pela aplicação desta estrutura sistêmica de fatores e componentes da competitividade organizacional - verifica-se que os níveis de competitividade da organização, alteram-se continuamente ao longo do tempo, apoiando e orientando a definição contínua de novas estratégias do comportamento operacional da Nova Fábrica de Calçado (NFC), com o objetivo de elevar ao máximo os seus níveis de competitividade nos ambientes de consumo dos calçados, onde ela atua, na medida do avanço do tempo. Estas estratégias operacionais têm como foco a garantia da estabilidade tanto da sua continuidade operacional quanto da sua sustentabilidade, política, econômica, tecnológica e concorrencial -, e também da sustentabilidade dos fundamentos e dos aperfeiçoamentos da simultaneidade operacional dos Sistemas Distribuídos de Produção (SDP) por Fluxo em Rede da fábrica em descrição, medida pelo indicador, o Índice de Balanceamento Simultanear, já apresentado em textos anteriores.

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É importante e oportuno lembrar também que o crescimento da competitividade desta fábrica é diretamente relacionado à evolução positiva e continuada do Índice de Balanceamento Simultanear do Sistema Distribuído de Produção Simultânea (SDP), índice este que deve continuamente convergir para o seu valor máximo "1". Os gestores desta fábrica em descrição devem, portanto, evoluir obrigatoriamente em suas competências relativas a este fator essencial, planejando estrategicamente para colocar em prática a evolução e o aperfeiçoamento da Simultaneidade Operacional da Nova Fábrica de Calçados (NFC), na velocidade das mudanças e evoluções dos quatro fatores competitivos de Michael Porter, anteriormente apresentados. Por outro lado, é vital, nas ações de impulsionar a competitividade desenvolvidas pelos gestores e operadores da Nova Fábrica de Calçados (NFC), entender como a complexidade da competição entre as organizações evolui e se manifesta à medida do avanço do tempo, o que obriga esta organização, em descrição e seus membros, definirem crescentes níveis de precisão das informações utilizadas nos processos de tomada de decisão, principalmente aquelas relacionadas ao tema competitividade da fábrica. As informações podem ser comparadas a um catalizador gerador de reações químicas, cujas intensidades estão diretamente relacionadas ao conteúdo destas. Por esta visão, as informações exercem um papel fundamental para as organizações, pois elas afetam significativamente o modelo de competitividade proposto por Porter ao longo do tempo. O aumento da complexidade, tanto organizacional quanto das ações no mercado, provém, principalmente, do crescimento da rivalidade entre os concorrentes, ou seja, da competitividade entre os atores produtores de calçados. Por esta condição, é importante e cons-

trutivo lembrar que as fábricas estão sujeitas a conviver e aprender com os contínuos acirramentos dos cenários concorrenciais, ou seja, as contínuas experiências geradas por estas condições e características do seu cotidiano de competição. Pois é certo que as fábricas não escaparão da condição de estarem constantemente envolvidas no desenvolvimento de ações, já identificadas como experiências organizacionais em textos anteriores, voltadas à descrição do crescimento e ao desenvolvimento de seus níveis competitivos. A prática continuada destas experiências estratégicas permite aos gestores desta organização em estruturação crescerem nas suas competências de aperfeiçoamento das habilidades voltadas ao desenvolvimento e compreensão da importância do fundamento da simultaneidade operacional da fábrica como fator de competitividade e de quanto ela influi no diagrama de Porter apresentado na Figura 1. Por esta visão, a simultaneidade deve ser compreendida como o mais poderoso fator de competitividade da Nova Fábrica de Calçados (NFC), pois a simultaneidade não é um atributo operacional, mas sim um fator estratégico assegurador da sustentabilidade plena das organizações sapateiras, praticamente insuperável por qualquer outro fator estratégico que venha a ser desenvolvido para estas.

2 - A construção de redes de experiências como um passo à frente para aperfeiçoamento da competitividade da fábrica Uma frase de Porter é essencial para se compreender o que vem a ser uma estratégia. O autor coloca que: a estratégia significa, na verdade, "criar uma direção para construir uma empresa única, que entregue valores únicos aos clientes que ela escolhe atender". A direção para desenvolver a competitividade

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da Nova Fábrica de Calçados (NFC) é a estruturação de Redes de Experiências Estratégicas. Lembramos que o conceito de experiências já foi desenvolvido em textos anteriores, onde também foi abordado o tema da inovação das experiências. As Redes de Experiências Estratégicas criadas e orientadas pelo modelo de Porter se constituem em poderosos instrumentos para impulsionar a competitividade da organização em descrição, identificando-a por perseguir continuadamente - sem desperdiçar qualquer parcela do tempo do presente - o futuro de sua capacidade competitiva. Isto é, ela desenha hoje o futuro da sua competitividade. É importante, portanto, perceber, quando se avança no tema estratégias competitivas, a importância do conceito de Experiências Estratégicas para a Nova Fábrica de Calçados (NFC). A fábrica de calçados pensada e descrita por esta sucessão de textos e identificada por sua operação baseada na simultaneidade somente crescerá, se desenvolverá e se tornará uma organização de elevados níveis de competitividade quando ela for a resultante de continuadas e sucessivas inovações das suas experiências voltadas ao aperfeiçoamento do fundamento da Simultaneidade Operacional, aplicadas aos Sistemas Distribuídos de Produção (SDP) da fábrica. Experiências estas que contemplem ou se alinhem com os fundamentos de competitividade do Modelo de Michael Porter mostrado na Fig.1. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) identifica-se por perseguir continuadamente o futuro, consolidado de sua sustentabilidade plena por sua capacidade competitiva, mas sem desperdiçar qualquer parcela do tempo do presente. Para que este propósito se torne uma realidade, a NFC deve inovar as suas sucessivas experiências de implantação da simultaneidade operacional que acompanhe a evolução das necessi-

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dades dos consumidores. Por que sucessivas experiências de implementação da simultaneidade operacional? Porque o dinamismo dos mercados exige! Os gestores da fábrica em descrição não podem pensar em uma estabilidade dos seus sistemas produtivos ao longo do tempo. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) é, portanto, movida por sucessivas experiências criativas de estruturação da sua simultaneidade operacional, sendo o reflexo interno da mobilidade dos mercados. Agindo assim ela consolida e sistematiza a sua capacidade competitiva de plena sustentabilidade. Como agir para esta condição, avançar e se alinhar com o modelo de competitividade de Michael Porte? A resposta a este questionamento pode ser buscada nas diretrizes que seguem: - Oferecer oportunidades para que os consumidores construam com a Nova Fábrica de Calçados (NFC) as suas experiências de consumo como orientação para a evolução do fundamento da Entrega Já! ao longo do tempo; - Estudar os mercados acomodando os consumidores em grupos heterogêneos, ou seja, desde os muito sofisticados e ativos até os mais passivos e menos exigentes, estruturando uma "arquitetura" de consumo para que a fábrica seja dinâmica e evolutiva com as mudanças do mercado; - Oferecer oportunidades sistêmicas para que os consumidores cocriem e comodelem as novas linhas de calçados, tornando-os agentes ativos de criação de modo sistêmico; - Reconhecer que nem todos os consumidores desejam participar do processo de cocriação e que estes estão mais preocupados em consumir e pouco sensibilizados em melhorar o uso e a utilidade dos calçados que adquirem; - Facilitar e oportunizar continuamente o aproveitamento de novas oportunidades oferecidas pela evolução das tecnologias e aplicá-las de modo sistêmico, tanto nos sistemas produti-

vos da fábrica, quanto nos processos de desenvolvimento/modelagem de novas linhas de calçados; - Engajar os consumidores sob o ponto de vista emocional e intelectual pelos avanços tecnológicos relativos ao uso dos calçados tais como conforto e saúde para os pés; - Reconhecer explicitamente o caráter social da co-criação e da participação dos consumidores na definição das novas linhas de calçados. Estas diretrizes e colocações dão a sensação aos gestores da Nova Fábrica de Calçados (NFC) de serem propostas fora do tempo e irrealizáveis. Há, portanto, uma realidade que avança e se consolida diuturnamente, tanto no mundo dos negócios no seu todo quanto na realidade empresarial manifestada no seu dia a dia operacional, a qual deve ser considerada necessariamente por toda e qualquer organização e os seus gestores e, em particular, pela organização em descrição: elas estão inseridas e vivem em um mundo quântico onde as realidades e os ambientes de negócios que as mobilizam identificam-se por experiências sujeitas a contínuas, rápidas e dinâmicas mudanças, fazendo com que cada uma de suas ações e operações tenham este caráter já apontado - de experiências organizacionais competitivas, o que facilita e promove a criação de estruturas operacionais flexíveis capazes de acompanhar a mobilidade e a inovação destas experiências operacionais desenvolvidas no seu dia a dia, conduzindo a fábrica em descrição para a consolidação dos seus fundamentos de simultaneidade operacional como princípio fundamental e estratégico de sua capacidade competitiva, tanto no presente quanto no futuro, assegurando a sua sustentabilidade plena. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) compete vantajosamente pelo seu futuro por estar alinhada com o futuro da competição!

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Registro de Patentes Internacionais Sapato com fibras incorporadas em sua sola Inventor: John Koo, Jonathan Goldberg Representante: Dynasty Footwear Ltd. Data da publicação: 08/11/2012

Resumo Nesta patente são fornecidos sistemas, métodos e técnicas para fazer solas de sapatos. A técnica consiste de uma lâmina de material composto produzida por extrusão de um material base, juntamente com uma lâmina de material tecido. A lâmina de material composto é cortada em seguida, para a fabricação de solas de sapatos. (Figura 1)

Material esportivo de proteção resistente ao corte

Câmaras com fluído em elementos de espuma elástica

Inventor: Steve Ialenti Data da publicação: 08/11/2012 Resumo

Inventor: Eric S. Schindler Representante: Adrian George Tombling - Withers & Rogers LLP Requerente: Nike International Ltd. Data da publicação: 07/11/2012

Este registro se trata de um material esportivo tecido para a proteção, que compreende dois fios de poliéster de peso molecular ultraelevado (UH WPE), com o mesmo comprimento, e sendo torcidos juntos. O material compreende uma meia, e uma manga de caneleira. (Figura 2)

Sistema de amarrar e câmara com líquido Inventores: Lee D. Peyton, James C. Meschter e Danielle L. Taylor Cessionário: Nike Data de publicação: 22/11/2012

Resumo Este artigo pode incorporar uma câmara com uma barreira externa e um elemento de amarrar. A barreira pode ser formada a partir de material polimérico que define a cavidade interior, e o elemento de amarração pode ser localizado na cavidade interior, juntando-se aos lados opostos da barreira. Após a pressurização do fluido no interior da câmara, o elemento de amarração pode se prolongar através da cavidade interior e se projetar para o exterior da cavidade. O elemento de amarração pode apresentar uma variedade de configurações, tendo, por exemplo, uma orientação diagonal, ou ainda elementos de amarração com comprimentos diferentes. Pode também ter placas ou peças fixadas aos lados opostos da câmara, com um ou mais amarras. Além disso, pode incluir uma ou mais lâminas que se estendem por toda a cavidade interior.(Figura 4) Figura 2

Resumo A presente câmara com líquido (40) pode incluir uma barreira externa (51, 52) formada a partir de um material polimérico e um componente elástico de espuma (60) situado dentro da barreira exterior. Na fabricação desta câmara com fluído, pode ser usado um molde para igualar substancialmente as forças compressivas entre a barreira exterior e várias porções do componente de tração, proporcionando assim uma ligação uniforme entre o exterior e o componente de tração. As superfícies do elemento de tração podem também ser trabalhadas para equalizar as forças compressivas. Em algumas configurações, a barreira exterior e o membro de tração podem ser desenvolvidos a partir de material polímérico termoplástico. (Figura 3)

Figura 3

Figura 1

Figura 4

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A importância da logística reversa pela indução legislativa na aplicação do ecodesign como ferramenta corretiva na indústria calçadista NAIME, Dr. Roberto 1; ASHTON, MsC Elisa 2 ; HUPFFER, Dra Haide Maria 3 1- Professor do Programa de Pós-graduação em Qualidade Ambiental - Universidade Feevale - rnaime@feevale.br 2- Designer, Programa de Pós-graduação em Qualidade Ambiental Universidade Feevale - elisaashton@hotmail.com 3- Doutora e Docente do Programa de Pós-Graduação em Qualidade Ambiental - Universidade Feevale - haide@feevale.br

Resumo Este trabalho faz uma abordagem da importância do ecodesign como ferramenta preventiva ou instrumento corretivo em complemento com a nova política nacional de resíduos sólidos expressa na lei 12.305. Somente poderão ser aplicados em toda sua extensão, profundidade e plenitude os conceitos de gestão compartilhada (Art 30) e logística reversa (Art 33) se o ecodesign for integralmente aplicado no planejamento sistêmico das operações. Este artigo aplica uma introdução compreendendo os objetivos da discussão, descreve os métodos com que este trabalho foi realizado, desenvolve a interação entre os conceitos técnicos e as premissas da legislação e conclui com considerações finais

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relevantes para a consecução dos objetivos propostos nas fases iniciais da digressão.

Introdução A própria semântica da expressão logística reversa constitui entender que se trata de um fluxo logístico inverso, de acordo com GonçalvesDias e Teodósio (2006). O termo é bastante genérico, e em seu sentido mais amplo, significa todas as operações relacionadas com a reutilização de produtos e materiais. Na visão de Leite (2009), a visão atual da logística reversa preocupa-se com o projeto do produto visando ao seu reaproveitamento sob diferentes formas. Nesse ponto percebe-se a

nítida relação do ecodesign com a logística reversa, principalmente na criação das ações corretivas, que utilizam matéria-prima do pósconsumo. Nesse sentido, pode-se compreender o ecodesign como uma condição facilitadora do desmonte e reutilização de materiais e peças, o que caracteriza a essência da logística reversa. Observando a figura 1 é possível visualizar esse fluxo logístico inverso de materiais, desde o desenvolvimento do produto (projeto de design) até seu descarte, reprocessamento e retorno ao consumidor (TSOULFAS; PAPPIS, 2005, p. 1594). A figura 1 representa o fluxo de materiais na cadeia de abastecimento ou supply chain (SC) (TSOULFAS; PAPPIS, 2005). A primeira fase da SC conforme é denomi-

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nada, caracteriza o design de produto, ou seja, a seleção de materiais, métodos para o processamento e tecnologia de processos. Nessa fase que geralmente se determina os tipos de poluentes emitidos, resíduos sólidos e perigosos gerados, os recursos capturados e energia consumida (por isso a importância da adoção do ecodesign principalmente nas fases projetuais). Tsoulfas e Pappis (2005) descrevem a fase seguinte como o processamento dos materiais dando origem ao produto manufaturado; depois de pronto, o produto é embalado e transportado para os distribuidores, chegando aos consumidores finais. Segundo os autores, a cadeia de abasteciemnto reversa começa quando o produto não está mais operacional ou quando é descartado pelo usuário final. Os produtos são descartados de forma controlada, são recolhidos e transportados até o local onde ocorre a selação. Os produtos pós-consumo podem ser prontamente reutilizados, sofrer reparos, ser renovados, desmontados, reciclados e o restante é devidamente eliminado, conforme o esquema apresentado na figura 1. Os ítens reprocessados e reutilizados finalmente são redistribuidos. Este trabalho de revisão objetiva estabelecer os vínculos e associações que justificam e tornam essencial a existência e operação da logística reversa essenciais para a aplicação das ações de ecodesign como ferramenta corretiva na geração de resíduos sólidos nos processos industriais.

Materiais e métodos O trabalho se desenvolve de forma descritiva, com a finalidade de

Figura 1 - Fluxo de materiais Fonte: TSOULFAS; PAPPIS, 2005, p. 1594

alcançar dados sobre algo a ser pesquisado. Segundo Gil (2002), a pesquisa descritiva tem como objetivo descrever características de determinada população ou fenômeno. A pesquisa descritiva é usada para descrever fenômenos existentes, situações presentes e eventos, identificar problemas e justificar condições, comparar e avaliar o que os outros estão desenvolvendo em situações e problemas similares, visando a aclarar situações para futuros planos e decisões (GIL, 2002, p.72). Existem variadas formas de pesquisar e abordar o tema através de uma revisão bibliográfica, e associação de fatores é apenas uma das muitas maneiras de se fazer pesquisa. Ainda quanto aos meios, também será realizada uma busca de informações através de pesquisa bibliográfica em livros, artigos, jornais, revistas e internet para contextualizar o estado da arte do tema. Para Reis (2006, p. 21), esta metodologia "é uma técnica de pes-

quisa que permite analisar e explicar um problema. Dessa forma, fundamenta-se essencialmente nas contribuições secundarias, ou seja, nas informações ou nos dados publicados em obras de diferentes autores que versam sobre o tema estudado". A abordagem utilizada no trabalho será quantitativa, baseado em pesquisa e dados coletados em fontes variadas. Segundo Prodanov e Freitas (2009, p.80) "tudo o que pode ser descrito ou quantificado é material de pesquisa, o que significa traduzir opiniões e informações para classificá-las e analisá-las".

Trabalhos anteriores São diversos os fatores que estimulam a logística reversa dentro das empresas, Rodrigues et al. (2002) cita os mais relevantes: sensibilidade ecológica, pressões legais, redução do ciclo de vida dos produtos, imagem diferenciada (competitividade) e redução de custos (economia tanto na compra Maio/Junho 2014

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de materia-prima quanto no descarte dos resíduos). Leite (2009 a) acrescenta ainda a limpeza do canal de distribuição e a crescente conscientização ambiental dos consumidores. No que diz respeito à sensibilidade ecológica, pode-se dizer que as empresas estão começando a entender a importância de adotar práticas ecologicamente corretas na fabricação de seus produtos (GONÇALVES DIAS e TEODÓSIO 2006), os impactos ambientais negativos são gerados a todo momento por todos os setores da indústria, do comércio, do estilo de vida da sociedade etc. Dessa maneira, no momento em que as empresas conseguem se colocar como uma das responsáveis por esses impactos e conseguem visualizar a logística reversa como uma possível solução ou minimização do problema, com vantagens que vão além da qualidade ambiental, obtendo também benefícios sociais e econômicos (MIGUEZ et al. 2007), o sistema reverso se torna uma ótima alternativa. Essas vantagens, além da qualidade ambiental, citadas anteriormente, referem-se à imagem diferenciada da empresa percebida pelos consumidores e pela concorrência. A conscientização ambiental do consumidor e sua exigência em relação à sustentabilidade de novos produtos caracterizam uma oportunidade a ser aproveitada pelas empresas, a possibilidade de oferecer um diferencial valorizado pelo consumidor, que pode até mesmo agregar valor ao produto final. Dessa maneira, a adoção de ações de logística reversa torna-se também uma questão de competitividade percebida e aprovada pelo consumidor. A consciência ambiental da empresa passa

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a ser um fator decisivo na escolha do consumidor pelos produtos produzidos ao invés de outra empresa que não apresente a visão de sustentabilidade e cadeia reversa. O consumidor sabidamente, em variados níveis e intensidades, tem feito do seu gesto de escolha no consumo - uma atitude de engajamento com o que percebe serem práticas adequadas de gestão ambiental e procedimentos de sustentabilidade. Além disso, a redução de custos é uma das principais vantagens, além da qualidade ambiental, que levam a empresa a adotar práticas dessa natureza. O investimento na compra de matéria-prima e o gasto para descartar os resíduos passam a ser imensamente reduzidos, se não eliminados. Através do sistema reverso são reutilizados os resíduos que seriam descartados como novas matérias-primas no ciclo produtivo. A reaplicação dos resíduos como em novos produtos de um novo ciclo produtivo ocorre com um baixíssimo custo de materiais componentes. Esses benefícios que estimulam as empresas a adotar práticas desse tipo são de grande importância para a efetivação das ações corretivas do ecodesign, já que é através da cadeia reversa que os produtos pós-consumo retornam a um novo ciclo produtivo, corrigindo o impacto ambiental gerado pelo descarte do produto usado. Outro fator de forte influência na adoção de ações de logística reversa nas empresas são as pressões legais, conforme citado anteriormente. Gehin et al. (2007) defendem que a preocupação ambiental dentro das empresas normalmente começa com "o cumprimento dos regulamentos", se um determinado produto passa a receber restrições legais, então a

implementação de ações estratégicas para o desenvolvimento sustentável (a logística reversa, por exemplo) passa a ser um requisito.

A indução, através do arcabouço legal da logística reversa, no ecodesign na indústria calçadista A pressão legal mais relevante no Brasil é a estabelecida pela lei 12.305, de 02 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Essa lei utiliza como um dos seus instrumentos a logística reversa, que está disposta como uma responsabilidade dos geradores de resíduos, conforme a redação de seu artigo 33 são obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: I - agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso, observadas as regras de gerenciamento de resíduos perigosos previstas em lei ou regulamento, em normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama); II - pilhas e baterias; III - pneus; IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes.

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Apesar da lei 12.305/10 referir-se apenas a determinados produtos, percebe-se uma forte tendência na criação de novas normatizações que estabeleçam tratamento semelhante aos demais resíduos sólidos gerados em diversos setores da indústria, além da própria conscientização ambiental que a lei incentiva, em virtude do seu caráter educativo, na medida em que dispõe e esclarece sobre princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes relacionadas com a gestão de resíduos sólidos (MURTA et al. 2010). A logística reversa pode ser de pós-venda ou de pós-consumo. Nhan et al. (2003) definem a de pósvenda como aquela que trata do fluxo logístico e das informações logísticas correspondentes de bens sem uso ou com pouco uso, que são devolvidos. Ou seja, quando ocorrem erros nos processamentos dos pedidos de alguns produtos, defeitos ou falhas no funcionamento do produto, mercadorias em consignação etc. Esses produtos podem retornar ao ciclo de negócios com valor agregado ou serem enviados à reciclagem. Já a logística reversa de pósconsumo operacionaliza o retorno de bens de consumo descartados pela sociedade, produtos no fim da vida útil ou usados com possibilidade de reutilização, e resíduos industriais que retornam ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo pelos canais de distribuição reversos específicos. Esses produtos de pós-consumo poderão ser reutilizados até atingir o fim da vida útil; ser desmontados para aproveitamento ou remanufatura de componentes ou ainda ser reciclados, de maneira que se reaproveite os materiais como matéria-prima secundária,

Figura 2 - Circuito dos produtos e componentes remanufaturados Fonte: GEHIN et al. 2007, p. 572

retornando ao ciclo produtivo. Existe ainda a possibilidade de não haver qualquer chance de aproveitamento do produto, nesse caso, será destinado a aterros sanitários, lixões ou sofrerão incineração (NHAN, et al. 2003). É importante destacar a relação existente entre a logística reversa de pós-venda e pós-consumo com a matéria-prima de pré e de pósconsumo conforme trata o ecodesign. Isso vale para todo o produto recolhido na logística reversa de pós-consumo, como na de pós-venda, ou ainda como uma fonte de matéria-prima secundária do pós-consumo, pois todos os materiais do produtos já foram manufaturadas, mesmo que o produto tenha pouco uso (não estando no fim de sua vida útil). Por outro lado, a matéria-prima de pré-consumo ou secundária de pré-consumo (LEITE, 2009 a) se caracteriza por ser material excedente da linha de produção, que não incorporou o produto final nem chegou ao consumidor. Por exemplo, o couro que sobra do corte na fabricação dos calçados é uma matéria-prima secundária do pré-consumo. Secundária porque já foi utilizado uma parcela do

material (a mais aproveitável), e do pré-consumo pois não chegou ao consumidor incorporado em algum produto na linha de produção original, seria simplesmente descartado. Em ambos os casos (de logística reversa de pós-venda e de pós-consumo), o retorno de produtos obedece a etapas, que Leite (2009 b) descreve como: 1) Entrada do produto na cadeia reversa ou coleta dos produtos; 2) Consolidações quantitativas e geográficas dos produtos coletados; 3) Seleção de destino dos produtos retornados; 4) Processamentos industriais de reaproveitamento de produto ou materiais; 5) Distribuição destes novos produtos ou materiais ao mercado. Nesse ponto se torna interessante aprofundar as possibilidades que compõe a Etapa 4 citada por Leite (2009 b). O reaproveitamento de produtos e materiais permite diversas combinações entre peças e materiais novos e reutilizados, na construção do novo produto, conforme a figura 2 que representa o Maio/Junho 2014

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circuito dos produtos e componentes remanufaturados (GEHIN et al. 2007). Através da observação da figura 2 é possível interpretar que o produto no Fim de Vida ou End of Life (EOL) permite três possibilidades de aproveitamento: - Separação dos componentes para reaproveitar partes separadas; - Um novo produto contendo partes remanufaturadas com matéria-prima virgem; - Produto remanufaturado, com todas as partes reutilizadas.

Considerações finais A lei da nova política nacional de resíduos sólidos (Lei 12.305) representa um grande marco e a materialização de um anseio da sociedade brasileira em busca de novos paradigmas para a gestão de resíduos sólidos. É sabido que uma lei sozinha não é capaz de alterar hábitos, culturas e significações sociais, mas sempre representa uma esperança no sentido em que sua aplicação possa determinar novos rumos e novas práticas sociais. A utilização dos conceitos de ecodesign é fundamental para que a gestão compartilhada prevista no Art 30 da legislação e a logística reversa prevista para alguns itens específicos no Art 33, listagem inicialmente motivada pela periculosidade, mas que deverá crescer e abranger itens nem tão perigosos em futuro próximo possa ser verdadeiramente incrementada em toda sua plenitude. Hoje se sabe que uma empresa de refrigerantes que não esteja profundamente envolvida com reciclagem e logística reversa de latinhas de alumínio tem seu fu-

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turo comprometido, porque a reutilização deste tipo de embalagem de fluídos em novos ciclos produtivos pode implicar em diferenças de até 90% no custo das embalagens, quantia significativa para viabilizar um diferencial competitivo qualquer que seja o parâmetro de avaliação. Imagina-se que esta realidade seja brevemente estendida para muito mais setores industriais e dentro deste contexto e escopo a utilização do ecodesign, tanto como ferramenta preventiva anterior quanto como instrumento corretivo posterior, tem grande função, embora ainda não totalmente avaliada e compreendida. Mas é fundamental, dentro da premissa de que a execução de qualquer tarefa com resultado de eficiência econômica não pode prescindir de rigoroso planejamento e concepção de todas as operações.

Referências bibliográficas GONÇALVES-DIAS, S.; TEODÓSIO, A. Estrutura da cadeia reversa: "caminhos" e "descaminhos" da embalagem PET. Produção, v. 16, n. 3, p. 429-441, Set./Dez. 2006. GEHIN, A. et al. A tool to implement sustainable end-of-life strategies in the product development phase. Journal of Cleaner Production, abr. 2007. GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas.2002. LEITE, P. Logística Reversa Meio Ambiente e Competitividade. Editora Pearson Education do Brasil LTDA. 2ª Ed. 2009 (a). LEITE, P. Logística Reversa - A complexidade do retorno de produtos. Revista Tecnologística, 2009 (b). NHAN, A. et al. Logística reversa

no Brasil: a visão dos especialistas. XXIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção, out. 2003. MIGUEZ, E. et al. Impactos Ambientais, Sociais e Econômicos de uma Política de Logística Reversa Adotada por uma Fábrica de Televisão - Um Estudo de Caso. XXVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção, out. 2007. MURTA, R. et al. Os avanços da Política Nacional de Resíduos Sólidos na preservação do meio ambiente e a responsabilidade compartilhada. Ciência Dinâmica, nº4, 2010. PRODANOV, Cleber C; FREITAS, Ernani C. de. Metodologia do Trabalho Científico: Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico. Novo Hamburgo: Feevale, 2009. POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS. Lei 12.305/10. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/ _ato2007-2010/2010/lei/ l12305.htm Acessado em: 21/06/ 2011. REIS, Linda G.. Produção de Monografia: da teoria a prática: o método educar pela pesquisa (MEP) Brasilia, DF: SENAC, 2006. RODRIGUES, D. et al. Logística Reversa - Conceitos e Componentes do Sistema. XII Encontro Nacional de Engenharia de Produção, out. 2002. TSOULFAS, G.; PAPPIS, C. Environmental principles applicable to supply chains design and operation. Journal of Cleaner Production, mai. 2005.

Agradecimentos Ao Programa de Pós-Graduação em Qualidade Ambiental e ao Instituto de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Feevale.

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Normas para certificação do conforto em calçados WÜST, Eduardo¹; PALHANO, Rudnei¹; FAQUIN, Aline¹; AVILA, Aluisio O. V¹.; ZARO, Milton¹ 1- Laboratório de Biomecânica/Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), Novo Hamburgo, Brasil

Resumo Os calçados são classificados conforme a sua funcionalidade, no entanto sempre com o objetivo de promover conforto e segurança ao usuário. O Brasil desenvolveu normas para avaliar quantitativamente o conforto em calçados; isto auxilia as indústrias do setor coureiro-calçadista a agregar valor ao produto e aumentar a competitividade

no mercado. Os ensaios para a determinação do conforto são: massa do calçado, ângulo de pronação, temperatura interna, percepção do calce, absorção do impacto e distribuição de pressão plantar. De acordo com os níveis de conforto para cada norma é determinado o índice de conforto do calçado.

Palavras-chave: calçado, conforto, normas. Abstract The comfort of footware can be calculate by means of biomechanical tests its functionality, but always with aim of forward comfort and safety to the users. Brazil was the first country to develop norms to evaluate shoes comfort. The tests to comfort determination are: footwear mass, pronation angle,

internal temperature, fit perception levels, impact absorption and plantar pressure distribution. According with the comfort levels is calculated the footwear comfort index to a each norms. In summary the biomechanics tests can be used to calculate footwear comfort.

Keywords: shoes, comfort, norms.

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Introdução Com a evolução da espécie humana, também evoluíram as formas de locomoção e os métodos e objetos utilizados para a realização deste movimento de maneira mais segura e confortável. Existem três formas de locomoção - a terrestre, a aquática e a aérea, sendo que a mais utilizada é a locomoção terrestre, que ocorre através do caminhar e do correr. Com o passar dos anos, para a realização deste tipo de locomoção, foi importante o incremento do calçado, que se fez necessário com o intuito de auxiliar na proteção dos pés contra adversidades climáticas, terrenos ásperos e que traziam prejuízos a esta estrutura do corpo humano. Em 2013, o Brasil apresentou um aumento nas exportações de calçados de 9,8% na quantidade e de 12,5% no valor (world footwear, 2013). Uma característica deste aumento é o investimento que as indústrias do setor calçadista estão realizando em tecnologias e materiais. Desta forma, além de melhorar o conforto, é possível agregar valor ao produto, aumentando a competitividade, tanto no mercado interno, quanto no externo. Os calçados são classificados em diferentes categorias e, dependendo do parâmetro utilizado, eles podem ser classificados como masculino, feminino e infantil. Em relação aos modelos, podem ser classificados quanto a sua funcionalidade, como por exemplo, calçados para performance ou casual, calçados de segurança (EPIs), dentre outros.

O Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), ao longo dos seus 41 anos, vem desenvolvendo atividades ligadas à pesquisa. O Laboratório de Biomecânica conta com um grupo de pesquisadores capacitados para esta função, sendo composta por doutores, mestres e técnicos. Certificado e constantemente auditado por órgãos nacionais e internacionais como, por exemplo, Inmetro, ISO e Satra. O laboratório de biomecânica mantém parcerias com institutos e universidades do Brasil e do exterior, tais como Laboratório de Biomecânica da Universidade Estadual de Santa Catarina (Udesc), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e laboratórios das universidades de Essen/Alemanha, Chemnitz/Alemanha, Tübingen/Alemanha, Gothenburg/Suécia e Calgary/ Canadá, entre outros. Esta unidade do IBTeC utiliza equipamentos de última geração, certificados por órgãos competentes, que apresentam precisão adequada para a execução dos ensaios e pesquisas propostas.

Certificação do produto O Laboratório de Biomecânica tem como objetivos realizar ensaios para quantificar o conforto, certificar produtos, desenvolver pesquisas em novos materiais, além de desenvolver e atualizar normas certificadoras, trazendo com isto, benefícios ao setor calçadista. O laboratório auxilia as empresas do setor calçadista (fa-

bricantes de calçados e componentes) a agregar valor e diferenciar o produto no mercado, proporcionando conforto e tecnologia ao produto final. O IBTeC sedia o Comitê Brasileiro do Couro e Calçados (CB-11) que efetua reuniões periodicamente para a atualização e elaboração de novas normas aplicadas ao calçado. As empresas que têm o interesse em certificar seus produtos precisam apresentar alguns requisitos; necessariamente testar três pares de calçado, do mesmo modelo, com numerações 35, 36 e 37 para o feminino; 40, 41 e 42 para o masculino e para o calçado infantil, conforme a grade da empresa. Para ter os seus produtos certificados, todos os pares testados precisam ser aprovados em todos os testes para, somente então, poderem utilizar o selo de Produto Certificado Conforto.

Normas e Aplicações As pesquisas/estudos em calçados vêm sendo desenvolvidas nas últimas décadas. No entanto, no ano de 2004, foram publicadas as primeiras normas para certificação de conforto em calçados. O Brasil é o único país que possui normas certificadoras publicadas para avaliar calçados, e elas são regulamentadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O Laboratório de Biomecânica do IBTeC é o único que aplica e desenvolve estas normas que são compostas pelas NBR ABNT 14834 a 14840. Maio/Junho 2014

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Para a realização dos ensaios é necessário que o laboratório contemple a norma NBR ABNT 17025 de controle laboratorial. Entre as principais variáveis controladas, estão a temperatura e umidade, climatização das amostras, entre outras. Os ensaios biomecânicos para avaliar o conforto dos calçados, são classificados através das seguintes normas:

a)

b)

Figura 1 - Média dos picos de pressão plantar a) 3D e b) 2D durante a marcha

NBR ABNT 14835/2013 - Determinação da Massa do Calçado - Através de uma balança digital, verifica-se a massa do calçado. São realizadas três medidas para cada pé, em cada numeração. É feita a média entre o calçado direito e esquerdo. Os parâmetros para a determinação dos níveis de conforto do calçados são determinados pela numeração 35 para o feminino, numeração 40 para o masculino e o infantil é determinada conforme a grade utilizada pela empresa. NBR ABNT 14836/2011 - Determinação Dinâmica da Distribuição de Pressão Plantar -

Para mensurar a pressão plantar são utilizadas palmilhas sensorizadas que são acopladas na região interior do calçado. Desta forma, são determinados os picos de pressão plantar dinâmico (Figura 1) para as regiões dos metatarsos e do calcanhar, definindo seus níveis de conforto. NBR ABNT 14837/2011 - Determinação da Temperatura Interna do Calçado - Realizado através de sensores de temperatura fixados diretamente no pé do modelo de calce (Figura 2). A determinação da variação

Figura 2 - Fixação do sensor de temperatura na região superior do pé

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da temperatura interna do calçado é realizada durante trinta minutos de caminhada em esteira instrumentalizada. NBR ABNT 14838/2011 - Determinação do Índice de Amortecimento do Calçado - Avaliado através de plataformas de força, o ensaio consiste no modelo de calce caminhar descalço e com o calçado sobre as plataformas. O índice de amortecimento é determinado pela Taxa de Aceitação do Peso (TAP) calculada a partir da curva F x T (Força por tempo), conforme a Figura 3, é feita a comparação entre estas duas condições, indicando o quanto o calçado absorve do impacto durante a marcha. NBR ABNT 14839/2013 - Determinação do Índice de Pronação do Calçado Mensurado através de câmeras digitais, são realizadas marcações conhecidas na região posterior do calcanhar (Figura 4) e na região do contraforte do calçado. Em seguida o modelo de calce caminha em esteira ergométrica nas condições descalço e calçado, desta forma é

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possível analisar o quanto o calçado está influenciando no ângulo de pronação. O cálculo do índice de pronação é feito a partir da comparação entre os ângulos máximos em ambas as condições (descalço e calçado). NBR ABNT 14840/2011 - Determinação dos Níveis de Percepção do Calce - Após a caminhada de 30 minutos em esteira é realizado um questionário relacionado ao conforto do calçado ao modelo de calce. Também é realizada uma avaliação dos pés do modelo de calce com objetivo de observar a presença de marcas, pressões ou lesões.

Figura 3 - Componente vertical para a situação calçado e descalço

desconfortável. NBR ABNT - 14834/2011 Conforto do Calçado - Cada norma testada apresenta um nível de conforto classificado como Confortável, Normal e Desconfortável, o somatório da pontuação de todas as normas equivale ao índice de conforto do calçado. Caso alguma norma apresente nível desconfortável, o índice é automaticamente considerado

Conclusões A indústria calçadista alcançou um lugar de destaque tanto no cenário nacional quanto no internacional. O Laboratório de Biomecânica do IBTeC atende às normas ABNT para o conforto do calçado e contribui para o fortalecimento das empresas

do setor, criando a possibilidade de parcerias para desenvolvimento dos calçados, bem como pesquisas de inovação tecnológica ao seus produtos. O Laboratório de Biomecânica do IBTeC desenvolve trabalhos e pesquisas em componentes utilizados em calçados, como por exemplo forros, palmilhas e solados. É de extrema importância a avaliação do calçado através de diversos critérios/ normas a fim de qualificar este produto, fazendo com que as empresas brasileiras se fortaleçam cada vez mais.

Referências

Figura 4 - Ângulo de pronação durante a marcha

World Footwear Yearbook, 2014. ABNT, Nor mas T écnicas NBR 14834 A 14840, Ed. ABNT, 2010. Zaro, M. A. et al., Biomecânica e as normas brasileiras para certificação do conforto do calçado. Revista Tecnicouro, 2005. Maio/Junho 2014

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Norms for accreditation of footwear WÜST, Eduardo¹; PALHANO, Rudnei¹; FAQUIN, Aline¹; AVILA, Aluisio O. V¹.; ZARO, Milton¹ 1- Biomechanics Laboratory - Brazilian Institute of Leather, Footwear and Artifacts (IBTeC).

Abstract The comfort of footware can be calculate by means of biomechanical tests its functionality, but always with aim of forward comfort and safety to the users. Brazil was the first country to develop norms to evaluate shoes comfort. The tests to comfort determination are: footwear mass, pronation angle,

internal temperature, fit perception levels, impact absorption and plantar pressure distribution. According with the comfort levels is calculated the footwear comfort index to a each norms. In summary the biomechanics tests can be used to calculate footwear comfort.

Keywords: shoes, comfort, norms. Resumo Os calçados são classificados conforme a sua funcionalidade, no entanto sempre com o objetivo de promover conforto e segurança ao usuário. O Brasil desenvolveu normas para avaliar quantitativamente o conforto em calçados; isto auxilia as indústrias do setor coureiro-calçadista a agregar valor ao produto e aumentar a competitividade

no mercado. Os ensaios para a determinação do conforto são: massa do calçado, ângulo de pronação, temperatura interna, percepção do calce, absorção do impacto e distribuição de pressão plantar. De acordo com os níveis de conforto para cada norma é determinado o índice de conforto do calçado.

Palavras-chave: calçado, conforto, normas.

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Introduction

As t h e h u m a n s p e c i e s e v o l ued, locomotion forms, evolved too, as well as methods and objects used to safety movement and comfort. There are three forms of locomotion: at the ground, aquatic and aerial, and the more utilized is ground locomotion, e. g. by walking or running. The increase in technology of shoes was very important, specially for foot protection. In 2013, Brazil shown an increase of 9.8% in volume sales and 12.5% in v a l u e ( Wo r l d f o o t w e a r, 2013). A characteristic of this increase is the technology that the industry put on shoes, in special the materials, as aim of comfort, adding product value and increasing competition, in the internal and external market. The shoes were scored i n d i f f e r e n t c a t e g o r ies; for example, male, female and children; according to different models, now shoes can be scored in performance, casual or safety shoes etc. The Brazilian Institute o f L e a t h e r, S h o e s a n d Artifacts (IBTeC), during 40 years, developed activities on shoes research. The

biomechanics laboratory has a research group, composed by PhD's, Masters and technicians and the laboratory is certified and constantly audited by national and international organisms (for example, INMETRO, ISO and SATRA). The biomechanics laboratory is associated to institutes and national and international universities, for instance, UDESC, UFRGS, laboratories of Essen, Chemnitz, Gothenburg and Calgary. T h i s s e c t o r o f I B Te C uses the best devices and is c e r t i f i c a t e d standards t h a t h a ve a c c u r a c y t o measure the parameters related to tests and researches.

products. The Brazilian committee of leather and footwear (CB11), is at IBTeC and has periodicals meetings for actualizations and development of norms applied to footwear. The industries that has interest in certification of products, needs to show some requirement, for example, to test three pairs of shoes (of the same model) with size 35, 36 an 37 (Brazilian shoes size) for female; 40, 41 and 42 (Brazilian shoes size) for male and shoes for children according to the industry score. All the pairs tested need be approved in all the comfort test to utilize the comfort seal - a product certification.

Certification of product Norms and Applications

The biomechanics laboratory has as aim to do comfort tests, certification of products, development of research in news materials and development of new norms actualization. The laboratory helps the industries of the footwear sector (footwear and components industries) to aggregate value and differentiate the product, increasing comfort and technology at final

The research/studies in shoes has been developed in the last decades; in 2 0 0 4 i t w ere p u b l i s h e d the first norms for certification of footwear comfort. Brazil was the first country in the world to develop norms, approved by Brazilian a s s o c i a ti o n o f t ec hnic a l standards (ABNT); the Biomechanics Laboratory o f I B Te C a p p l i e s a n d develops these norms (NBR ABNT 14834 to Maio/Junho 2014

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14840). The laboratory works according to norm ABNT 17025 for laboratory control, and the more important variables are temperature and humidity.

The biomechanics tests realized, to analyze the footwear comfort are classified according to the following norms: NBR ABNT 14835/2013 - Determination of the shoes mass - measured with a digital balance. The shoe mass is verified in three measures for each foot and size; after is this calculated the average value between right and left shoes. (Parameters of the comfort levels are according to size 35 for female, size 40 for male and for children is calculated according to

a)

Figure 1 - Mean peak plantar pressure. a) 3D and b) 2D during gait

the company grid). NBR ABNT 14836/2011 - Dynamic Determination of plantar pressure distribution - It is measured the plantar pressure distribution using sensorized insoles inside shoes (Figure 1). The plantar pressure peaks in the metatarsus region and calcaneus region are taken in account.

Figure 2 - Fixing the temperature sensor in the upper region of the foot

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b)

NBR ABNT 14837/2011 - Determination of the footwear inner temperature - It is test is realized with temperature sensors fixed on the foot skin of the subject (Figure 2). It is calculated the difference in temperature after 30 minutes of walking at a treadmill. NBR ABNT 14838/2011 - Determination of the footwear impact absorption index - this test is done using force plates; the subject walks at a force plate with shoes and barefoot (Figure 3). The absorption index is determinate comparing impact between barefoot and with shoes. NBR ABNT 14839/2013 - Determination of the footwear pronation index - In this test it is used a

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camera (200 frames/s) and marks in the posterior region of the calcaneus (Figure 4) and shoes. The subject walks at the treadmill with shoes and barefoot. NBR ABNT 14840/2011 - Determination of the fit perception levels. The subject walks during 30 minutes a treadmill and has to answer a questionnaire about several parameters (also it's analyzed the presence of marks or skin injuries). NBR ABNT 14834/2011 - Shoe comfort - In each standard test there is a comfort level ( classified as Confortable, Normal and Desconfortable). After tests is calculated the sum of all parameters leading to the comfort index.

Figure 3 - Vertical component for footwear and barefoot situation

Conclusion

Brazilian shoe industries have a good acceptance at national and international market. The Biomechanics Laboratory a t I B Te C u s e s s h o e comfort norms and has contributed to increase

shoe quality, incr easing the possibility of partnerships to develop shoes, as well innovation research applied in the s h o e s / p r o d u c t s . (T h e laboratory also develops tests and research in shoes components, for e x a m p l e , shoe lining, insoles and soles.)

References

World Footwear Yearbook, 2014. A B N T, N o r m a s T éc n i cas NBR 14834 A 14840, Ed. ABNT, 2010. Zaro, M. A. et al., Biomecânica e as normas brasileiras para certificação do conforto do calçado. Revista Tecnicouro, 2005. Figure 4 - Pronation angle

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Não existe conflito de gerações. O problema está na liderança! Alexandre Prates Especialista em liderança, desenvolvimento humano e performance organizacional

Nos últimos anos, convivi de perto com o aclamado discurso sobre o conflito de gerações no mercado de trabalho. Confesso que durante algum tempo me convenci que esse fenômeno realmente existia e me dediquei a trabalha-lo nas organizações. Mas a experiência e as inúmeras conversas com os profissionais das diferentes gerações me ajudaram a clarificar a percepção e concluo, sem qualquer receio: o conflito está na liderança. Um conflito ocorre quando temos opiniões divergentes, defendemos causas opostas ou queremos coisas diferentes. Analise um cenário comigo:

Ouço que a Geração Y é menos comprometida com as empresas e mais focada em suas carreiras, não respeita a hierarquia e não valoriza as oportunidades oferecidas. Muitos profissionais são assim, mas não apenas as gerações mais jovens. A Geração Y é tão descontente com as empresas quanto a X ou qualquer outra. A questão é que as pessoas com mais idade, naturalmente, assumiram mais responsabilidades na vida - pagam aluguel, têm filhos, sustentam uma família - logo, não podem perder o emprego.

As gerações são diferentes, mas não nos seus anseios e, sim, nas suas competências, no seu modo de ser e agir. A Geração Y foi amplamente estudada e alguns conceiVocê, líder de uma geração mais jovem, deseja a mestos se apresentaram sobre o perfil desses jovens. Chema coisa que eles. A questão é que a vida lhe trouxe gou-se a conclusão de que tal geração deseja trabalhar maturidade, experiência, conhecimento, virtudes que em uma empresa que lhes proporcione reconhecimenlhe permitem agir com maior to, oportunidade de crescimenponderação e assertividade. E to, metas claras e desafiadoras. “A Geração Y é tão hoje, na liderança, você se deAlém disso, querem sentir-se descontente com as para com profissionais que departe e, a partir do seu trabalho, sejam chegar ao seu patamar, conquistar um padrão de vida empresas quanto mas que possuem um tempo de superior. Também fica claro que qualquer outra" vida que não lhe permitem ené uma geração que não aceita xergar o que você hoje enxerga. trabalhar insubordinada para qualquer um, não aceita a maioria das regras, procediPortanto, uma pergunta se faz fundamental: onde está mentos e planos de carreiras fantasiosos que as empreo conflito de gerações? O conflito está na liderança, na sas praticam e não pretendem ficar anos na mesma maneira como eu compreendo as inevitáveis diferencorporação só para um dia, talvez, subir de cargo. Refliças e ajo diante delas. O conflito é minimizado ao passo ta comigo: a Geração X quer alguma coisa diferente que você investe em duas ações cruciais na organizadisso? É claro que não! Todos, independentemente da ção: na educação das pessoas e na evolução da sua geração, queremos uma empresa que nos valorize, nos gestão. O grande choque é cultural, pois a liderança e, dê oportunidade de aprender, crescer e contribuir e que, como consequência, as organizações, não evoluíram acima de tudo, reconheça a nossa atuação e os resultana velocidade que o mundo corporativo e as novas dos conquistados. gerações têm exigido. A nova geração de profissionais quer mais das organiEsteja perto do seu time. A distância aumenta o conflito zações do que as gerações passadas. Uma pessoa com e afasta qualquer possibilidade de alinhamento de pen50 anos hoje pensa, deseja e age diferente de uma samento e valores. Faça valer a sua experiência e conpessoa que tinha esta mesma idade há 20 anos. Logo, quiste as pessoas. Você, líder, seja um coach para a sua a empresa que construir um ambiente saudável, que equipe. Transmita experiências e extraia o melhor de permita às pessoas serem elas mesmas e colocar o seu cada um, permitindo a eles participar, contribuir e crescer. melhor em jogo, certamente não terá conflitos.

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Garantia legal, garantia contratual ou garantia estendida, qual a melhor opção para os consumidores? Gisele Oliveira Advogada da área cível

Desde 28 de outubro de 2013 estão valendo as novas regras do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), que criou uma nova modalidade de proteção aos consumidores, a chamada garantia estendida. Vale lembrar que o Código de Defesa do Consumidor prevê duas formas de garantia oferecidas pelos fornecedores, são elas: a garantia legal e a garantia contratual.

tamente após o término da garantia legal e/ou contratual do fornecedor e contempla as mesmas coberturas. Nome técnico: Seguro de Garantia Estendida Original; b) Extensão da garantia original ampliada: também inicia imediatamente após o término da garantia legal e/ou contratual do fornecedor e contempla, além das coberturas originais, uma gama de outras garantias complementares. Nome técnico: Seguro de Garantia Estendida Original AmpliaA garantia legal é o direito de reclamar pelos vícios da; aparentes e de fácil constatação e não depende c) Extensão de garantia reduzida: inicia imedide documento ou certificado. Essa garantia caduca atamente após o término da garantia legal dos em 30 dias para os produtos e serviços não duráveículos automotores, e contempla coberturas reveis, e em 90 noventa dias para os duráveis. Se o duzidas em relação à garantia original. Essa modavício ou defeito forem ocultos, de difícil percepção lidade não se aplica aos bens ou serviços que posou constatação para o consumidor, os prazos de suam garantia contratual do fornecedor. Nome técgarantia somente começam a contar a partir do nico: Seguro de Garantia Estendida Original Reduseu efetivo aparecimento ou constatação. Enviada zida. a reclamação, o fornecedor terá 30 dias para repad) Complementação de rar o defeito. Não sendo posgarantia: inicia sua contagem sível o conserto, caberá ao junto com a garantia legal ou consumidor escolher entre as "A contratação contratual e contempla coberseguintes alternativas: substide garantia estendida turas não previstas ou excluítuição por outro igual, restidas das garantias do fornecetuição imediata da quantia é opcional" dor. paga ou abatimento proporÉ importante lembrar que a cional do preço. contratação de garantia estendida é opcional! Por isso, o fornecedor não pode, A garantia contratual estende o prazo da garantia em hipótese alguma, condicionar a compra do prolegal e, por isso, deve constar de documento escriduto ou serviço à contratação da garantia estendito, entregue ao consumidor no ato do fornecimenda ou oferecer descontos no preço final. O pagato, preenchido e acompanhado do manual de insmento da garantia estendida deve ser feito em truções, de instalação e todos os demais dados separado, com comprovante diferente. E mais, o pertinentes ao produto. É o chamado Termo de consumidor pode desistir da garantia estendida em Garantia. O consumidor deve ficar atento, porque, até sete dias corridos da assinatura do contrato normalmente, a garantia contratual é paga. Em sem qualquer custo. Exercido o direito de arreoutubro do ano passado, a Resolução nº 296/2013 pendimento, o valor pago deve ser devolvido de do CNSP criou a garantia estendida, um contrato imediato. Portanto, na hora de contratar garantia de seguro que estende o prazo das garantias legal adicional, o consumidor deve se informar, para não e contratual. De acordo com a Resolução, os plaser induzido em erro e, depois, sofrer com a denos de seguro de garantia estendida deverão ofemora no atendimento no momento de utilização recer uma das seguintes coberturas básicas: da garantia. a) Extensão da garantia original: inicia imediaMaio/Junho 2014

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guia de compras Localize o telefone e o endereço eletrônico dos anunciantes nesta edição ABNT

11 3017.3638

www.abnt.org.br

51

Abrameq

51 3594.2232

www.abrameq.com.br

53

Acreditações

51 3553.1000

www.ibtec.org.br

Associados

51 3553.1000

www.ibtec.org.br

Kidy

18 3643.2500

www.kidy.com.br

33

63

Lab. Físico Mecânico

51 3553.1000

www.ibtec.org.br

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Lab. Microbiologia

51 3553.1000

www.ibtec.org.br

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Lab. Subst. Restritivas 51 3553.1000

www.ibtec.org.br

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Linhasita

11 4487.6600

www.linhasita.com.br

02

Máquinas Morbach

51 3066.5666

www.morbach.com.br

07

Metal Coat

54 3215.1849

www.metalcoat.com.br

05

NKS

51 3559.1757

www.nks.com.br

25

Parceiros pesquisas

51 3553.1000

www.ibtec.org.br

65

Proamb

54 3055.4338

www.proamb.com.br

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Ramarim

51 3565.8100

www.ramarim.com.br

27

Baxmann

11 2818.6959

www.baxmann.com.br

09

Boxflex

51 3598.8200

www.boxflex.com.br

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Cebec

51 3553.1000

www.ibtec.org.br

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Cofrag

51 3568.2044

www.cofrag.com.br

21

Colorgraf

51 3587.3700

www.colorgraf.com.br

35

Conforto Art Couros

51 3561.2801

www.conforto.com.br

23

Couromoda

11 3897.6100

www.couromoda.com

59

Dürkopp Adler

11 3042.4508

www.durkoppadler.com

11

Fimec

51 3584.7200

www.fimec.com.br

61

Fisp

11 5585.4355

www.fispvirtual.com.br

55

Stick Fran

16 3712.0450

www.stickfran.com.br

18

Foamtech

19 3869.4127

www.foamtech.com.br

100

Sicc

51 3593.7889

www.sicc.com.br

47

Francal

11 2226.3100

www.feirafrancal.com.br

28

Freudenberg

51 3511.4900

www.freudenberg.com.br

31

Tecnicouro

51 3553.1000

www.tecnicouro.com.br

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Testes em EPIs

51 3553.1000

www.ibtec.org.br

67

Undercorp

51 3036.6080

www.undercorp.com.br

17

Induma

47 3411.0055

www.induma.com.br

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Inspiramais

51 3584.5200

www.inspiramais.com.br

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Entidades do setor ABECA Associação Brasileira de Estilo e Cultura Calçadista (51) 3587.4889 ABEST Associação Brasileira de Estilistas (11) 3256.1655 ABIACAV Associação Brasileira das Indústrias de Artefatos de Couro e Artigos de Viagem (11) 3739.3608 ABICALÇADOS Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (51) 3594.7011 ABLAC Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (11) 4702.7336 ABQTIC Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro (51) 3561.2761

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ABRAMEQ Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (51) 3594.2232 ABRAVEST Associação Brasileira do Vestuário (11) 2901-4333 AICSUL Associação das Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul (51) 3273.9100 ASSINTECAL Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (51) 3584.5200 CICB Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (61) 3224-1867 IBTeC Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (51) 3553.1000

Feiras do setor COUROMODA - (11) 3897.6100 COUROVISÃO - (51) 3584.7200 FEBRAC - (37) 3226.2625 FEIPLAR - (11) 3779.0270 FEMICC - (85) 3181.6002 FENOVA - (37) 3228.8500 FETECC - (88) 3571.2010 FICANN - (11) 3897.6100 FIMEC - (51) 3584.7200 FISP - (11) 5585.4355 FRANCAL - (11) 2226.3100 GIRA CALÇADOS - (83) 2101.5476 INSPIRAMAIS - (51) 3584.5200 40 GRAUS - (51) 3593.7889 QUÍMICA - (11) 3060.5000 RADAR - (51) 3593.7889 SEINCC - (48) 3265.0393 SICC - (51) 3593.7889 ZERO GRAU - (51) 3593.7889

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Coluna

sustentabilidade

Verde no vermelho, cadê o verde no verde?

Rogério da Cruz Carvalho Habitus Consultoria contato@habitusconsulting.com.br Pondo em dia minha literatura de periódicos, deparei há algumas semanas com um interessante artigo no Asia Sentinel que reforça algo que digo há mais de 15 anos sobre o desenvolvimento econômico chinês - a característica da economia e da visão de desenvolvimento econômico da China é alinhada com a visão japonesa do pósguerra de uma forma mais atualizada, ou seja, deve-se produzir e desenvolver a qualquer custo (mesmo que este custo seja a saúde da população ou a devastação ambiental) e, no futuro, com recursos financeiros, tentar recompor a destruição. Este artigo a que me referi já retratava a pseudo comunista China desenvolvendo o maior e mais ambicioso programa de reflorestamento do mundo. Tal programa foi iniciado depois de 1998, quando uma enchente do rio Yangtzé, o mais importante da Ásia, causou a morte por afogamento de quatro mil pessoas e deixou cerca de 15 milhões de chienses desabrigados. O objetivo do progra-

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ma é deter a desertificação causada pela devastação para uso intensivo do solo para a agricultura, interromper o assoriamento dos rios e estancar o enfraquecimento das áreas de montanha entre outros problemas. O programa teve origem em duas iniciativas nacionais: o Programa de Proteção da Floresta Natural e o Programa de Devolução de Áreas Cultivadas para o Programa Florestal ou Grãos pelo Verde e Conversão de Terras de Encostas. Em um momento em que, segundo o Greenpeace, a China possui apenas 2% de suas florestas naturais e infimos 0,1% são realmente protegidos, este programa chegou além do momento certo, mas o importante é que foi iniciado. Podemos na verdade dizer que "o calo apertou", ou seja, a poluição chegou a Pequim em níveis inimagináveis há alguns anos e a principal causa é a industrialização e a destruição das áreas de mata. Voltemos ao inicio deste texto. Em 1998 morreram em uma única enchente na China 15 milhões de pessoas. Isto

significa uma cidade de São Paulo inundada na qual toda a população ficou desabrigada. Precisamos aprender com os problemas dos outros, mas não necessariamente sofrer com os mesmos transtornos. Nesta mesma coluna, por diversas vezes, foi citado o assunto da destruição das áreas de proteção no Brasil. E o mais interessante é imaginarmos que nós, em um país considerado "verde", estamos seguindo o mesmo caminho dos que já tiveram grandes perdas, mas sem vermos e nem aprendermos com aqueles. Lembremos os estragos que tivemos e temos sempre em São Paulo, na serra e no litoral do Rio de Janeiro, em Minas Gerais e, recentemente, a maior cheia da história na região Norte do Brasil, esta acrescida da maior seca da história nas regiões Sul e Sudeste. Nós somos os culpados por isso e temos em nossas costas a responsabilidade pelo desenvolvimento de ações de recuperação e proteção das matas e nascentes.

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Marketing verde

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ua empresa possui práti cas sustentáveis? Então é hora de contar ao mercado. Reflita por alguns segundos: você se recorda com quantos produtos, serviços e marcas você interagiu hoje? E quantos "lançamentos" você viu na última semana? Todos os dias milhares de novidades são lançadas no mercado, impulsionando consumidores à compra. Ao mesmo tempo em que o ritmo de consumo é ampliado, um novo tipo de cliente começa a ganhar espaço, exigente e com comportamentos mais conscientes em relação ao impacto de suas atividades no mercado, meio ambiente e sociedade. As empresas enfrentam um novo paradigma: oferecer produtos e serviços lucrativos, que satisfaçam as necessidades de seu público-alvo, com novos métodos para minimização de impactos ambientais e que promovam bemestar social. Enquanto muitos mercados encaram a sustentabilidade como atributo básico de produto, não é difícil encontrar outros que se encontram na fase do "diferencial competitivo". Nos pequenos negócios, isto representa desafios e oportunidades, impulsionando novas estratégias em busca de impactar esta fatia crescente de mercado. O relatório Marketing Verde: consciência de consumo e estratégia sustentável, elaborado pelo

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Centro Sebrae de Sustentabilidade em parceria com o Sistema de Inteligência Setorial (SIS Sebrae/SC), levantou os principais pontos a serem desenvolvidos em uma estratégia de marketing para empresas com práticas sustentáveis. Produto As ofertas de produtos e serviços devem envolver práticas sustentáveis: compras de produtores locais, utilização de materiais recicláveis e reciclados, embalagens retornáveis e ecológicas. A empresa poderá, ainda, incluir elementos da cultura regional como forma de valorização. Preço Atributos sustentáveis geram maior valor para a marca, levando muitas empresas a praticar preços mais altos. Dados da eCGlobal Solutions, Mundo do Marketing e eCMetrics apontam que 75% dos consumidores brasileiros estão dispostos a pagar entre 5% e 20% a mais por este tipo de produto. Praça A logística reversa é um dos pontos estratégicos a serem trabalhados, estimulando o reuso de materiais e resíduos. Muitos negócios também fazem uso do certificado de origem, calculando impactos no transporte e conduzindo o consumidor a fazer escolhas mais conscientes.

Promoção A comunicação é considerada a última etapa do processo, quando as ações sustentáveis são apresentadas ao mercado como diferencial competitivo. A coerência entre discurso e realidade é fundamental, ou a empresa poderá cair no greenwashing, conhecido também como "lavagem verde" ou "maquiagem verde". Além disso, o cálculo de impactos de cada mídia a ser utilizada também contribuirá para a responsabilidade ambiental. Embora o termo marketing verde possa conduzir a ideia de ações ambientais, é importante lembrar que este tipo de estratégia ressalta também os fatores sociais e econômicos. Mais do que divulgar produtos ou ações realizadas pelas empresas, o marketing verde deve incorporar valores de sustentabilidade nos negócios e focar cada etapa do ciclo de vida do produto. Uma empresa sustentável é capaz de gerar baixo impacto ambiental, ao mesmo tempo em que amplia o seu valor social e se mantém lucrativa. Quando bem planejado e executado, ele diminui custos e desperdícios nos processos, apresenta uma boa imagem institucional e agrega valor aos produtos e serviços. Fonte: Centro Sebrae de Sustentabilidade

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Prêmio Marketing Best Sustentabilidade 2014 abre inscrições

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13ª edição do Prêmio Marketing Best Sustentabilidade está com as inscriç õ e s a b e r ta s . A i n i c i a t i v a , q u e j á s e t o r nou uma referência no contexto corporativo, tem como objetivo estimular e disseminar os melhores exemplos de empresas, fundações, institutos e associações que atuam na promoção e demonstração prática de valores e princípios da sustentabilidade. Podem ser inscritas na premiação todas as ações de marketing voltadas à sustentabilidade, de cunho social, ambiental e cultural, entre outros, nas áreas de: * Meio Ambiente (Coleta Seletiva e Reciclagem, Defesa do Ecossistema, Combate ao Efeito Estufa); * E c o n o m i a Ve r d e ( P r á t i c a s d e R e f l o r e s ta m e n t o , C o n t r o l e d e E m i s s ã o d e C O 2, P r o d u t o s e S e r v i ç o s Ve r d e s ) ; * Incentivo à Cultura (Oficinas de Arte Comunitárias, Ações de Estímulo à Leitura e Cinema para as Comunidades Distantes). Realizado pelo MadiaMundoMarketing, o Prêmio Marketing Best Sustentabilidade 2014 é uma iniciativa da Editora Referência e MadiaMundoMarketing, com apoio da Academia Brasileira de Marketing (Abramark) e J.Cocco Comunicação e Marketing. As inscrições podem ser feitas no site w w w. m a r k e t i n g b e s t . c o m . b r.

Cronograma Inicio das inscrições - março Término das inscrições - 30 de junho Entrega das Marketing Performances Sustentabilidade - 1a quinzena de julho Julgamento - julho Divulgação dos resultados - julho Reunião com os vencedores - julho Solenidade de entrega dos prêmios - agosto

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COLUNA PROAMB Responsabilidade compartilhada Colaboração: Andressa Brandalise e Francine Zanatta Uma pergunta pode passar pela cabeça de empresários e dirigentes: por que devo me preocupar com a qualidade ambiental do fornecedor que contratei para dar destino aos resíduos gerados na minha empresa? A resposta é simples e direta. Porque a legislação estadual (RS) determina que o gerador é eternamente responsável pelo resíduo gerado. A Lei Estadual 11.520, de 2000, em seu artigo 217 e 218, deixa claro que, mesmo ao terceirizar a destinação, o gerador continua sendo responsável pelo resíduo. Como enfatiza Francine Zanatta, analista da Unidade de Inovação da Fundação Proamb, "a responsabilidade só cessará quando ficar comprovado que o resíduo foi descaracterizado como tal do ponto de vista físico e químico". Outra dúvida que possivelmente gera angústia: o que pode ocorrer comigo ou com minha empresa se o responsável pelo destino de meu resíduo causar poluição? No caso de resíduos perigosos, por exemplo, quando ocorre a disposição em aterro, é imprescindível a contratação de uma empresa que prime pela segurança de suas operações. Se o aterro contratado não possuir tripla impermeabilização, o resíduo pode atingir o solo, ocorrendo contaminação, inclusive da água subterrânea. Neste caso, a empresa contratante responderá juntamente com o aterro que causou poluição. Foi cúmplice de um crime ambiental, que, conforme o caso, prevê penas de reclusão e multa. "Como pioneira no Rio Grande do Sul em projetos de destinação de resíduos com extremo rigor e segurança, a Proamb está capacitada a dar total tranquilidade aos seus clientes", afirma Andressa Brandalise, coordenadora da Unidade de Inovação da Fundação Proamb, a respeito da Central de Resíduos da entidade. Esta funciona há mais de 15 anos no distrito de Pinto Bandeira, em Bento Gonçalves/RS, sem jamais registrar qualquer incidente ambiental. Com foco em prevenção e segurança, a Central de Resíduos estabeleceu, treina e simula vários planos de emergência que preveem providências imediatas em casos como: derramamento e vazamento de resíduos no transporte; formação de percolado devido ao destelhamento por chuva nas células da central de resíduos e até incêndio nas células Classe I e IIA. Organização: Flávio Guida Lopes (Buena Vista)

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Vinis e k7 compõem o look

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Seven Inches produz agendas e cadernos feitos de discos de vinil e fitas k7. O material é selecionado a partir de um processo de análise para constatar que não há mais utilização, ou seja, que estão danificados para um toca disco ou toca fitas. No processo de produção, há também a customização dos selos com temática sempre ligada a música ou personalização de acordo com o pedido dos clientes. A empresa surgiu em meados de 2012, a partir de três paixões: a música, o vinil e o design gráfico. "A princípio os produtos eram 100% artesanais, onde o corte do papel, impressão e encadernação eram feitos peça a peça", comenta o empresário Wilson Samoia. Com a alta receptividade do público em virtude da originalidade e qualidade dos produtos, houve necessidade de aumento de produção e hoje somente as capas (discos e fitas k7) continuam sendo produzidas de forma artesanal. Segundo Samoia, os discos e as fitas trazem boas lembranças de quando os indivíduos realmente curtiam os lançamentos dos artistas. "De certa forma tinha o contato físico com a música, e hoje isso se perdeu com o mp3 e a web, apesar da indústria do vinil estar voltando. Então isso tudo encanta e envolve o público. A venda dos cadernos quase sempre vem regada a boas histórias sobre gosto musical, vinis, fitas k7 enrolando ou sendo enroladas com

canetas", explica Wilson. No total, são oferecidos três produtos. Entre eles, o caderno seven inches, com um vinil de 7" (sete polegadas) e folhas em offset pautadas (por isso o nome da marca Seven Inches) e os blocos de anotações k.Seven, com capas feitas das duas faces de fitas k7, totalmente lisas, com 60 páginas em papel pólen e costurados à mão, o que confere uma boa resistência a eles.

Evolução no sistema de injeção em Zamak Dando segmento à linha Evolution, a TC Máquinas apresenta a versão 20T Plus, que traz o que há de mais novo em tecnologia de injeção sob pressão de Zamac.

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O principal destaque deste desenvolvimento é o sistema híbrido, que é composto por um reservatório interno abastecido com um exclusivo fluído refrigerante para os moldes. Desenvolvido em conjunto pela TC Máquinas e a Madater Desmoldantes, a grande evolução deste desenvolvimento é a tecnologia de refrigeração, que é feita por uma unidade interna, e não mais através de uma torre externa. O diretor da TC, Thiago Algayer Ghiggi, explica que o circuito de distribuição do fluído é fechado, isentando o equipamento de qualquer troca, descarte ou reposição da substância. "O sistema refrigera tanto os cilindros hidráulicos quanto os moldes e o trocador de calor do óleo hidráulico", detalha o

empresário. O diretor da Madater, Túlio Fulginiti, destaca que o fluído utilizado para a operação é o composto aditivado MD-122, com características únicas, que garantem uma maior eficiência da capacidade isotérmica. O equipamento se destaca ainda por outras tecnologias oferecidas, a exemplo da interface completamente interativa, com display IHM Touchscreen de 10.1 polegadas e com conexão ethernet, e o sistema de alimentação automática de Zamac ao forno. Além disso, apresenta sistema de válvulas proporcionais, que oferece mais recursos ao equipamento, com a possibilidade de se criar receitas a partir do armazenamento de todos os tempos, velocidades e temperaturas.

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Setor têxtil reduziu em 90% o uso da água na produção

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epois de ter aparecido em uma novela global como o vilão do meio ambiente, nos anos 90, o setor têxtil se tornou, na última década, uma referência nacional em redução e reuso de água na produção, além de utilizar modernas tecnologias para devolver aos rios a água melhor do que quando foi captada. Segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), desde os anos 2000 o setor reduziu em 90% o uso da água na produção, ou seja, dos 100 litros que eram usados para produzir 1 kg de tecido beneficiado, agora são necessários apenas 10 litros de água. Além dessa redução, a água é reutilizada pela fábrica em outras áreas e, após modernos tratamentos de efluentes, devolvida ao meio ambiente até mais limpa. "Na indústria têxtil e de confecção, os custos com água e energia elétrica são muito relevantes. Logo, tivemos que nos adaptar a uma realidade mundial, que englobam alterações no processo produtivo, questões econômicas e ambientais. Quem não se adaptou, acabou quebrando", explica Rafael Cervone, presidente da Abit. Com o objetivo de fazer com que a sustentabilidade seja uma estratégia de negócio para as empresas desta indústria, a entidade desenvolveu a

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Segundo a Abit, dos 100 litros que eram usados para produzir 1 kg de tecido beneficiado, agora são necessários apenas 10 litros de água

certificação o Selo Qual, que comprova a conformidade do produto e a forma ética, social e ambientalmente sustentável da produção.

Tecnologias disponíveis - Dye Clean: o processo consiste no tingimento de fibras celulósicas com corantes reativos, que reaproveita a água dos banhos e diminui a quantidade de sal e insumos químicos nesse processo, sem interferir na qualidade final do produto têxtil. - Tratamento de efluentes: pesquisas constataram que era possível aproveitar o CO 2 proveniente da combustão nas caldeiras, além de se reduzir o material particulado proveniente da queima de óleo no processo. Outro processo usado é o de membranas de ultra filtração,

com objetivo de possibilitar aumento na capacidade de reuso de água e eficiência no tratamento dos efluentes líquidos, com redução significativa da turbidez. - Tratamentos de afluentes: um sistema de tratamento de afluentes pioneiro nesse setor é o da osmose reversa. O processo consiste na captação de água dos rios e seu tratamento p r e l i m i n a r, r e a l i z a d o n a E s t ação de Tratamento de Afluentes ( E TA ) d a s e m p r e s a s . A p ó s o tratamento, água é encaminhada para a planta de osmose, que tem capacidade de purificar 30 m 3 por hora, resultando em uma água desmineralizada, totalmente pura, utilizada, principalmente, na cozinha industrial, no ar condicionado da tecelagem e na geração de vapor. Fonte: assessoria de imprensa da Abit

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