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Na crise, crie Há pouco tempo o IBTeC veiculou uma campanha com o tema Na crise, crie. Para muitos pode parecer um clichê antigo, e por alguns, até mesmo superado. Mas a verdade é que existem situações que são cíclicas, se repetem ao longo dos anos, e cujas formas para superá-las são muito similares. Não há como negar que o cenário econômico atual do Brasil é desafiador, e sem grandes perspectivas de melhoras substanciais em curto prazo. Nosso mercado passa por mais um momento de ajustes, em que a solidez das empresas e seu potencial de criatividade serão decisivos para buscar um maior diferencial competitivo neste ambiente que se impõem a todos. Dentro deste verdadeiro processo seletivo, abrem-se oportunidades para os mais fortes e àqueles que encontram e desenvolvem estratégias diferenciadas. Não basta apenas ser forte, se os esforços forem aplicados em ações infrutíferas ou dispendiosas. Na linguagem do marketing diríamos que é um ótimo momento para empresas, produtos e estratégias classificados como “novos entrantes”. E criatividade e inovação sempre caminharam juntos, independente de épocas ou cenários. Buscar o sucesso através do “inesperado” cria uma vantagem muito grande frente aos concorrentes, obrigando os mesmos a correrem atrás do tempo e espaço de mercado perdidos, enquanto o líder tem a chance de se distanciar cada vez mais. Nós, do IBTeC, sempre defendemos e acreditamos que a inovação não deve ser apenas vista como uma saída em momentos de crise, mas uma constante na vida das organizações, porém também temos a convicção que nos momentos mais desafiadores se torna uma arma ainda mais poderosa. Os desafios são impostos a todos, mas as oportunidades estão abertas nas mesmas proporções. Cabe a cada um definir como se posicionar e tomar as iniciativas necessárias, desenvolvendo a cultura da inovação e criatividade no dia a dia dos seus negócios. O desenvolvimento de parcerias fortes, através da sinergia e troca de conhecimento, garante precisão e velocidade nos processos de pesquisa e inovação. Respostas e soluções não cairão simplesmente do céu, será necessária uma grande dose de emprenho e trabalho duro. Nosso instituto está plenamente qualificado e preparado para ajudar. Quando o assunto é criatividade e inovação, temos em nossa história vários exemplos de sucesso e, mais que tudo, somos movidos por desafios e o desenvolvimento coletivo. Venha fazer parte desta trajetória e no futuro ajudar a contar mais um capítulo de superação.

Claudio Chies Presidente do Conselho Deliberativo

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MERCADO Moda e empreendedorismo

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EXPEDIENTE

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AGENDA

REPORTAGEM ESPECIAL Conforto é uma ciência

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NOTAS

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CB-11

INSTITUCIONAL Eficiência industrial

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OPINIÃO

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ARTIGO

TECNOLOGIA Logística reversa

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GUIA

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CADERNO

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Conselho Deliberativo: Claudio Chies (Presidente) Conselheiros: Ernani Reuter, Jakson Fernando Wirth, João Altair dos Santos, Jorge Azeredo, Marcelo Fleck e Rosnei Alfredo da Silva Conselho Fiscal (Conselheiros): Eleno da Silva, Maria Gertrudes Hartmann, Renato Kunst e Ricardo Wirth Conselho Científico (Conselheiros): Dr. Alberto Carlos Amadio, Dr. Aluisio Otavio Vargas Avila, Dra. Deyse Borges Machado, Dr. Luiz Antônio Peroni, Dra. Mariliz Gutterres, Dr. Milton Zaro e Dra. Susana Cristina Domenech Presidente executivo: Paulo Griebeler Vice-presidente executivo: Dr. Valdir Soldi Institucional/Cursos/Eventos: Marcela Chaves da Silva (marcela@ibtec.org.br) Comercial - Gerente: Karin Becker (karin@ibtec.org.br) Consultorias - Consultor técnico: Paulo César Model (paulo@ibtec.org.br) Administrativo-Financeiro: Rogério Luiz Wathier (rogerio@ibtec.org.br) Projetos Especiais: Tetsuo Kakuta (projetos@ibtec.org.br) CB-11: Andriéli Soares (andrieli@ibtec.org.br) Laboratório de Biomecânica: Dr. Aluisio Avila (biomecanica@ibtec.org.br) e Dr. Milton Zaro (zaro@ibtec.org.br) Laboratório de Substâncias Restritivas: Janiela Gamarra (janiela@ibtec.org.br) Laboratórios Químico e Mecânico: Ademir de Vargas (laboratorio@ibtec.org.br) Laboratório de Microbiologia: Dr. Markus Wilimzig (markus@ibtec.org.br)

Jornalista Responsável e Editor: Luís Vieira - 8921-MTb/RS (luis@ibtec.org.br) Produtora Gráfica e Jornalista: Melissa Zambrano - 10186-MTb/RS (melissa@ibtec.org.br) Arte Final: Fábio Mentz Scherer (fabio@ibtec.org.br) Publicidade: Romeu Alencar de Mello (romeu@ibtec.org.br) Comercial: Daniela Tesser (daniela.tesser@ibtec.org.br) e Simoni Jaroszeski (simoni@ibtec.org.br) Conselho Editoral: Ênio Erni Klein, Wanderlei Gonsalez, Milton Antônio Zaro, Luís Vieira, Ernesto Plentz, Mauro Sarmento, Janete Maino, César Bündchen e Evandro Sommer A Tecnicouro não se responsabiliza por opiniões emitidas em artigos assinados ou pelo conteúdo dos anúncios, os quais são de responsabilidade dos autores. A reprodução de textos e artigos é livre desde que citada a fonte. Fundada em 1979 | www.tecnicouro.com.br Rua Araxá, 750 - Cx. Postal 450 - Telefone 51 3553.1000 - fax 51 3553.1001 Cep 93334-000 - Novo Hamburgo/RS ibtec@ibtec.org.br | www.ibtec.org.br

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Agosto Expo Proteção/ expo emergência 5, 6 e 7 São Paulo/SP www.protecaoeventos.com.br FENOVA 11, 12 e 13 Nova Serrana/MG www.fenova.com.br Femicc/MAQUINTEX 18, 19, 20 e 21 Fortaleza/CE www.femicc.com.br

Braseg 19, 20 e 21 Belo Horizonte/MG www.braseg.tmp.br

Setembro Seincc 22, 23 e 24 São João Batista/SC www.sincasjb.com.br

Fashion Shoes 24, 25 e 26 Ribeirão Preto/SP www.feirafashionshoes.com.br

Novembro Zero Grau 16, 17 e 18 Gramado/RS www.feirazerograu.com.br

FEBRAC 25, 26 e 27 Nova Serrana/MG www.feirafebrac.com.br

Janeiro Couromoda 10, 11, 12 e 13 São Paulo/SP www.couromoda.com

Obs.: o calendário de feiras é elaborado com informações obtidas através dos sites das organizadoras e pode sofrer alterações.

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FOTO LUÍS VIEIRA/DIVULGAÇÃO

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Dublauto Gaúcha é reconhecida

pela Gestão da Inovação N o último mês de maio, durante o 6º Congresso Brasileiro de Inovação da Indústria, a Dublauto Gaúcha consagrou-se como vencedora do Prêmio Nacional de Inovação (PNI), destacando-se na categoria Gestão da Inovação. O vice-presidente do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), Prof. Dr. Valdir Soldi, destaca que é uma grande satisfação para o instituto o fato da empresa ser reconhecida em nível nacional. “Trata-se de uma empresa de ponta, parceira do IBTeC, que nos últimos anos tem investido muito em projetos inovadores e, cada vez mais, direcionado suas pesquisas no desenvolvimento de componentes que agreguem valor ao calçado, e os resultados vêm aparecendo. Nada mais justo que receber, então, o prêmio”, pontuou o Dr. Soldi.

Desde 2005, para agregar valor aos seus produtos e diferenciar-se no mercado, a Dublauto Gaúcha vem desenvolvendo, em parceria com universidades, centros de pesquisa e outras empresas parceiras, produtos que apresentem características especiais voltadas ao conforto dos usuários de calçados. Atenta às oportunidades, tem a tradição de participar de editais captando recursos que permitem o desenvolvimento de produtos diferenciados com tecnologias de ponta, tendo várias patentes requeridas com inovações no segmento calçadista. O diretor da Dublauto, Evandro Wolfar, considera que “esta conquista nos mobiliza ainda mais a avançar na permanente reavaliação interna, buscando a melhoria dos produtos e processos”.

Linha de montagem integrada A Kunden Systems, em parceria com as fabricantes de máquinas Master e ERPS, desenvolveu uma solução para automatização de linhas de produção na indústria coureiro-calçadista, com o objetivo de reduzir custos, aumentar a produtividade e eficiência, com possibilidades de aplicações nos mais distintos segmentos. Batizada como Shoes Integrated Line, a tecnologia visa a integrar o setor de distribuição (componentes do calçado), máquinas da linha de montagem (setup, regulagens, temperatura, velocidade, retorno das formas de calçado) até a expedição. Durante o processo de fabricação, o sistema ma-

peia as etapas do calçado por meio da identificação por radiofrequência (RFID), fazendo a coleta de dados e, sobretudo, o que acontece com o produto, na medida em que ele avança em cada setor produtivo. Em tempo real, esses dados são transformados em informações para o controle e aumento da produtividade. O executivo de operações da Kunden, Jorge Ribeiro, explica que o funcionamento consiste na implantação de um chip na fôrma do calçado. Conforme avança na linha de produção, o chip transmite informações para sensores que são posicionados em pontos pré-determinados, permitindo o controle estatístico do

processo (CEP). “Com a facilidade de acesso às informações de forma online, seja por painéis eletrônicos e também por aplicativos mobile, os gestores têm todos os dados de produção à sua disposição. O que possibilita, por exemplo, comparar a produtividade nos diversos postos de trabalho, analisar as perdas, falhas, retrabalhos e causas; ou seja, monitorar todos esses eventos que paralisam e atrasam a produção, quer sejam eles na matéria-prima ou no produto acabado. Tudo isso permite que os gestores tomem decisões in loco, o que é estratégico para o seu negócio, pois torna visual essa caixa preta que é o chão de fábrica”, salienta.

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Cipatex reutiliza mais de 62 milhões

de garrafas PET em um ano A o longo de 2014, mais de 62 milhões de garrafas PET de 1,5 litros, que poderiam ter sido descartadas indevidamente no meio ambiente e assim demorariam centenas de anos para se decompor, tiveram um destino mais digno. Foram transformadas pela Cipatex em fibras sintéticas, com as quais produziu as mantas que compõem as linhas de revestimentos sintéticos para móveis e decoração Corano® e Cipaflex®. De acordo com a empresa, os revestimentos são desenvolvidos com 50% de matéria-prima de origem sustentável, sendo 30% de material reciclado e 20% de fonte renovável, por meio, por exemplo, do sal marinho, um dos principais insumos do PVC (O PVC é um material plástico que não é 100% originário do petróleo, contendo 57% de cloro, proveniente do cloreto de sódio). Segundo o responsável pelo desenvolvimento de produtos para linha moveleira da empresa, Luis Spezzotto, a sustentabilidade é uma tendência na decoração. “O mercado está cada vez mais exigente e oferecer produtos aliando beleza, conforto e matéria-prima de origem sustentável é um diferencial competitivo”, ressalta.

Tecnologia para aplicação de adesivos base água A W.O.

Máquinas, com 28 anos de atuação no segmento coureiro-calçadista e atenta às necessidades do mercado, lançou uma nova linha de soluções voltadas à aplicação de adesivos base água, que é ecologicamente correto e não produz dano à saúde do operador, proporcionando maior rendimento e resistência final após a aplicação. O modelo WO100 é de simples operação e limpeza, dotado de um rolo para aplicar adesivo, proporcionando uma aplicação uniforme, sem desperdício e com ganho de eficiência na produção. O rolo pode ser de 23, 34, 45, 150

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ou 200mm, o que torna a máquina versátil, podendo ser usada em viras, cabedais, forros, palmilhas de diversos materiais como couro, sintéticos, couros reconstituídos, EVA, entre outros. Já o modelo WO200 disponibiliza uma pistola para aplicação de adesivo tipo spray, funcionando tanto no sistema manual quanto no automático. Possui design ergonômico que favorece a operação, gerando maior conforto e consequentemente melhor desempenho do trabalhador. Também possibilita uma aplicação uniforme, podendo ser usado em componentes de diversos tipos de materiais.

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Damyller aposta em

moda sustentável C

om mais de 30 anos de história no mundo fashion, a grife catarinense Damyller acredita que a consciência ambiental está cada dia mais relacionada ao sucesso da empresa e de seus produtos. Pensando nisso, investe em novas políticas e tecnologias voltadas à preservação do meio ambiente. Desde o final de 2010, a empresa utiliza um equipamento exclusivo, que reforça a responsabilidade no uso da água: é a Máquina de Ozônio, que é usada no processo de fabricação de jeans. Com tecnologia espanhola, o equipamento acentua o processo de limpeza das peças, sem utilizar produtos químicos e com uma redução significativa no uso da água. Segundo o sócio fundador da empresa, Cide Damiani, além de criar um efeito único nas peças, esterilizando o jeans e deixando-o com um aspecto ainda mais vintage, a solução permite a economia de uma tonelada de produtos químicos por mês, antes usados para promover a lavagem do denim, além dos produtos indiretos que seriam usados no tratamento dos efluentes. Outro benefício é a redução do uso de 3,3 milhões de litros de água, que deixam de ser usados no processo todos os meses.

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Flores

em alta

A

s flores, que desde sempre servem de inspiração para a representação do feminino, retornam com tudo neste verão e marcam presença nos maiores desfiles nacionais e também internacionais. E a JC Estamparia, que oferece para a indústria da moda uma ampla cartela de opções de enfeites em materiais variados, como couro, tecidos e laminados sintéticos, desenvolveu uma série de matrizes de corte e estampagem tendo este

tema como foco. A JC nasceu há 22 anos, a partir da percepção de que as empresas, quando compravam matrizes para corte e impressão as utilizavam por apenas uma estação, deixando-as paradas após o término da coleção. Desta forma, percebeu que poderia prestar novos serviços para atender as necessidades de outras empresas, tendo como ponto de partida este material, a ideia deu certo, a JC cresceu e tornou-se referência no seu segmento.

O empresário Renato Raimundo cria feira em Ribeirão Preto 16

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Empreendedorismo talvez seja a melhor palavra para definir o Grupo StikFran e, é claro, o seu fundador, o empresário Renato Raimundo. Com mais de 21 mil itens na cartela de produtos, a empresa não para de criar novas soluções em componentes e aviamentos para surpreender o mercado, tornando-se um verdadeiro shopping para abastecer os clientes de diversos setores, especialmente os de calçados, artefatos, vestuário e decoração. Sem medo de enfrentar desafios, e tendo a responsabilidade de oferecer qualidade em tudo o que faz, a empresa se aliou a dois parceiros - King Design e Grupo Cult - para a realização de um novo empreendimento. É a feira Fashion Shoes Calçados e Acessórios que terá a sua primeira edição de 24 a 26 de agosto, no Ribeirão Shopping, em Ribeirão Preto/SP. A iniciativa tem apoio da Fiesp, do Sindicouro, Sindifranca e Assintecal. Com 4.600m2 de área de exposição e estacionamento com 4.100 vagas (1.100 delas cobertas) e 40 restaurantes de alto conceito, a estimativa é de em torno de 60 empresas de todo o País exponham deus produtos para os lojistas. Raimundo conta que decidiu criar a mostra por ser muito cobrado pelo setor, que já há algum tempo reivindicava a instalação de uma feira forte na região. “São Paulo é um dos maiores centros compradores de calçados do País e está localizado próximo do Sul, o que já justifica a criação da feira, que, por sua vez, conta com a localização de um aeroporto e várias opções de hotéis num raio de 5km. Além disso, conseguimos reunir todas as características de uma feira de negócios a um preço muito acessível ao e x p o s i t o r, que terá no evento a última data de compra para o final de ano com prazo suficiente para fabricar os pedidos”, destaca.

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Rhodia firma parceria com

Renata Abranchs A Rhodia, empresa do Grupo Solvay, firmou parceria com a consultora de moda Renata Abranchs durante o Encontro de Moda que aconteceu no mês de maio, em São Paulo/SP. O evento, voltado para as marcas e confecções, mostrou tendências e inspirações para o inverno 2016. A Rhodia, com a marca Amni, é parceira de Renata há quase cinco anos, quando a consultora lançou o Encontro de Moda, que posteriormente também passou a ser realizado em São Paulo. Além de apresentar tendências por meio do trabalho da consultora, a 3ª edição do evento teve um objetivo muito maior: o de incentivar a moda nacional levando inspiração para o desenvolvimento de criações genuínas. “Desde 2010 recebo o abraço incentivador da Rhodia e da Amni, entusiasta mor do movimento feito no Brasil, desde sempre. A Rhodia faz história incentivando o fazer autêntico e sustentável da moda brasileira. Nossa joia rara”, afir-

ma Renata. A parceria também contribuiu para unir ainda mais o setor têxtil brasileiro. Empresas como Berlan, Canatiba, Doutex, Doptex, Jetfio, Kalimo, Marles, Rosset e Santaconstancia y Savyon são indústrias têxteis homologadas e comprometidas com a moda nacional. Nos eventos promovidos pela Rhodia já estiveram presentes cerca de 200 marcas formadoras de opinião e mais de 2500 profissionais do setor, entre estilistas, gerentes de produto e marketing que levaram conhecimento para o desenvolvimento de coleções em suas empresas. Em 2014, a Rhodia lançou o movimento #feitonobrasil em parceria com Renata e contou com a participação de um time de profissionais que pratica e inspira o fazer no Brasil. A campanha busca resgatar o orgulho e incentivo à produção nacional e promover o que é produzido dentro do nosso País.

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Francal recebe expositores e visitantes

com melhorias no Anhembi O centro de exposições Anhembi passou por reformulações e os expositores e visitantes da 47ª Feira Internacional da Moda em Calçados e Acessórios (Francal), que acontece de 6 a 9 de julho, serão beneficiados. Melhorias como o oferecimento de translado no estacionamento com carrinhos elétricos, acesso gratuito à internet sem fio, pintura interna e externa, sanitários reformados, iluminação revisada e nova cobertura na entrada principal indicam a disposição para proporcionar mais conforto, tanto aos mais de 800 expositores quanto aos 50 mil visitantes profissionais esperados. O presidente da Francal Feiras, Abdala Jamil Abdala, avalia que o pavilhão é um dos cartões de visita da cidade para milhares de empresários de todos os estados brasileiros e também do exterior e merece os investimentos realizados. “Como promotores, estamos exultantes em poder oferecer mais conforto aos nossos expositores e visitantes”, salientou.

Pavilhão de tecnologia para o varejo Em mais uma ação inovadora, a fim de oferecer novos atrativos aos lojistas, a Francal, em parceria com a Associação Brasileira de Automação para o Comércio (Afrac), apresenta o

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Pavilhão Autocom - Tecnologia para o Varejo. Num espaço exclusivo, os lojistas de calçados e acessórios encontram soluções para modernizar seus estabelecimentos e aumentar as vendas e a produtividade. O pavilhão reúne empresas do segmento de automação comercial, como equipamentos e softwares, leitores de barra, sistemas de pagamento, PDV móvel, identificação por radiofrequência e outras inovações. Para complementar o entendimento dos lojistas em relação à aplicação prática e benefícios das novas tecnologias, serão realizadas palestras com especialistas sobre temas relacionados à automação comercial na Praça de Eventos da feira. “Essa iniciativa é inédita e pioneira no setor de calçados. “Nosso objetivo é oferecer aos lojistas uma feira completa, com produtos e serviços que possam oferecer maior valor agregado à visita e consequentemente um custo-benefício melhor”, explica o presidente Abdala.

Na teoria e na prática Palestra de Walter Rodrigues e Mostra Verão proporcionam aos lojistas de calçados e acessórios de moda uma visão abrangente das coleções da próxima primavera-verão. Ter conhecimento antecipado das

cores, modelos e materiais predominantes da nova estação é fundamental para trocar as vitrines com os produtos que os consumidores mais desejam. Uma vez que a feira é palco para o lançamento da moda em calçados e acessórios, a edição deste ano oferece dois conteúdos fundamentais para orientar os lojistas a fazerem compras mais focadas, tendo em vista a enorme oferta das mais de 2 mil marcas e centenas de coleções que a feira apresenta. O primeiro é a palestra do estilista e coordenador do Núcleo de Design da Assintecal, Walter Rodrigues, com o tema Varejo + / Inspirações primaveraverão 2015/2016. A apresentação abre o Fórum de Moda & Marketing Francal no dia 6 de julho às 9h, na Praça de Eventos, e busca justamente munir os lojistas com informações imprescindíveis e prepará-los para a maratona de compras durante a feira. A outra novidade é o espaço exclusivo que vai “materializar” os conceitos apresentados na palestra, onde os visitantes vão conhecer e “sentir” as inspirações que serviram de base para a criação das coleções primavera-verão 2015/16 lançadas na feira. O projeto tem como diretor criativo o próprio Walter Rodrigues e direção de arte de Sérgio Setti. A Mostra Verão Francal fica em exposição durante os quatro dias da feira.

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Colagem de solados com economia na separação de ar

na rede pneumática A

Máquinas Morbach apresenta o modelo M96, construído de acordo com a norma regulamentadora NR12 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) pertinentes às indústrias do setor calçadista. A M96 é destinada para efetuar a colagem dos solados no cabedal montado na fôrma, logo após a reativação dos mesmos. A empresa divulga que se trata de uma máquina com resultado em economia financeira na geração do ar na rede pneumática.

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Materiais e conceitos do

Inverno 2016 R

ealizado pela Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), pelo Footwear Components by Brasil e pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), o Inspiramais inverno 2016 ocorre de 8 a 9 de julho no Centro de Convenções do Shopping Frei Caneca, em São Paulo/SP, onde 15 projetos integram a programação. Durante o evento são lançados oficialmente 600 materiais, entre tecidos, sintéticos, couros, saltos, enfeites, aviamentos e outros itens, desenvolvidos sob a orientação do Núcleo de Design da Assintecal, coordenado pelo estilista Walter Rodrigues. No salão, o público conhecerá o resultado final do intenso trabalho de pesquisa do Fórum de Inspirações inverno 2016, orientado para a produção de uma moda com design e identidade brasileira. Elaborada ao longo de seis meses, a

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pesquisa é disseminada por todas as regiões do Brasil através dos fóruns, passando por 28 polos produtivos de calçados e confecções e por um polo varejista.

Destaques - O Inovamais é um dos 15 projetos realizados, tratando-se de um espaço caracterizado pela interação do público com o conceito e com a Arena da Inovação - espaço aberto e participativo para a realização de seminários com o tema Calçados Esportivos, bem como demonstrações das soluções inovadoras das empresas de insumos. Outro destaque é o Preview do Couro, que antecipa as novidades em couro para o Verão 2017. Além da exposição de materiais - voltada a empresários, designers e demais profissionais da cadeia produtiva da moda - o Inspiramais reúne uma série de projetos que auxiliam diretamente na consolidação de um design originalmente brasileiro.

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Todos os projetos em apresentação + Estampa: Incentiva o desenvolvimento de novas possibilidades de estampas para o setor de confecção. Ecodesign: Tem como objetivo desenvolver produtos de menor impacto destinados ao setor coureirocalçadista, onde entra a utilização dos tanantes vegetais, solventes a base de água e produtos sem o uso de cromo. Fórum de Inspirações: É um ciclo que tem início com o estudo das inspirações e referências de moda, contando com a coordenação do estilista Walter Rodrigues. As empresas recebem curadoria para criação e desenvolvimento de materiais inovadores em design e tecnologia para a estação abordada. Mais de 600 novidades em materiais podem ser conferidas. Inovações Químicas para Couro: Enfatiza os processos pelos quais o couro passou para atingir determinadas cores, texturas e maciez. O intuito é passar informações mais específicas sobre a funcionalidade de produtos químicos inovadores com alta tecnologia e de produtos ecológicos. Inovamais: Visa a promover a inovação na indústria de materiais para o sistema moda, com foco para o segmento de artigos esportivos, incentivando o desenvolvimento de produtos de alto desempenho e performance para incremento da competitividade das empresas brasileiras do setor frente aos principais players globais.

Materioteca: São centros de componentes que facilitam o acesso aos materiais das indústrias pertencentes ao sistema Moda Brasil. Possuem como objetivo o incremento da competitividade e o estímulo ao desenvolvimento de novos materiais focados em moda. Missões Empresariais: Promove a integração da cadeia produtiva do setor coureiro-calçadista da região, nos dois elos, o de materiais de moda e o de fabricantes. Desta forma, proporcionando benefícios aos empresários, diretores, gerentes e profissionais de moda, das micro e pequenas empresas do setor coureiro-calçadista. Mix by Brasil: Resgata o artesanato brasileiro, valoriza a mão de obra e as habilidades individuais, além de incentivar o uso de técnicas que unem artesanato e design, como forma de diminuir o impacto ambiental e social. Oficina de Criação: Objetiva a capacitação de MPEs em temas relacionados ao desenvolvimento de novos produtos. Para tanto, busca estimular a inteligência criativa e as análises das tendências dos participantes, inspirando e contribuindo para que as empresas entendam melhor o sentido das tendências de longo prazo, adquirindo maior confiança no desenvolvimento de produto em curto prazo. Preview do Couro: Apresenta exposição de peles inovadoras, antecipando o Preview do Inverno 2016 e dando uma prévia do tema que nor-

teará a próxima edição. Projeto Comprador: Promovido com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), é realizado via rodadas de negócios com compradores internacionais e fornecedores de componentes brasileiros. Projeto Imagem: Promove a construção e o fortalecimento da imagem da moda brasileira e seus atributos por meio da percepção apurada de jornalistas e formadores de opinião internacionais, propagando informações positivas sobre o País, o segmento e as empresas nacionais. Referências Brasileiras: Busca instigar a criação de produtos com um olhar sobre as referências do Brasil, mapeando importantes influências culturais brasileiras como música, danças, festas folclóricas, comidas, arquitetura, mobiliário, natureza, origens étnicas e artesanato. Rodadas de Negócios: A proposta é facilitar a logística comercial entre a indústria de componentes e fabricantes de calçados de Sul a Norte do Brasil. Saberes Manuais: Apresenta um levantamento dos principais materiais ecológicos a serem incorporados nos produtos brasileiros. Destaque para a utilização de materiais orgânicos e reciclados na composição de componentes que posteriormente serão utilizados para a fabricação de 10 protótipos.

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Birigui

respira moda S

uperação é a palavra que define o resultado da 3ª edição da Semana da Moda, realizada pelo Sindicato das Indústrias do Calçado de Birigui (Sinbi), em Birigui/SP, de 19 a 21 de maio. Além de palestras e oficinas, neste ano o evento contou com dois desfiles de 17 empresas do setor de calçados e vestuário da região, que apresentaram a coleção do verão 2016. No dia 19, Tatiana Souza, consultora do núcleo de design da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro e Artefatos (Assintecal), apresentou o Fórum de Inspirações para o inverno 2016. Ela destacou que a ostentação é um dos elementos marcantes para a próxima estação. Destaque para o dourado e a apropriação das tradições, da exclusividade e da essência dos produtos artesanais. Outra característica marcante é a presença de referências retrô combinadas com elementos futuristas. Produtos sem emoção perdem o sentido no cenário atual. Segundo ela, é preciso ter história para contar e encantar, e dessa maneira vender mais. No dia 20, a palestrante também ministrou uma oficina de criação para 15 profissionais do polo. Os participantes desenvolveram atividades para colocar em prática as informações recebidas no Fórum de Inspirações. “Adorei a oficina porque no dia a dia trabalho focada na área de desenvolvimento da empresa e aqui pude criar, fazendo uma atividade diferente da minha rotina”, disse Ariadne Cristina de Lima, desenvolvedora na empresa Klin.

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Design estratégico e varejo

Ainda no dia 20, Fabiano Pereira, coordenador de projeto no Instituto Europeu de Design - Centro Ricerche (Cried), falou sobre o processo de implantação do Laboratório de Criatividade e Inovação em Design, sediado no Sinbi. Após a palestra, as empresas Yzza Melo, Estilo ou Estilo, Mary’s, Pimenta d’Água, Suzel, Adrun, La Femme e Zapplin mostraram seus produtos para o verão 2016. Já no último dia (21), Raquel Leão, supervisora de pesquisa do Grupo Usefashion, falou sobre moda e varejo, explicando o ciclo da moda e tendências de consumo. Para encerrar o evento, o público conferiu as novidades de produtos verão 2016 das marcas Dok, Fuffy, Kidy, Klin, Meli, Piky, Plugt, Toke e Love Shoes and More. “O evento superou as expectativas, seja pela qualidade e aprofundamento sobre moda por meio das palestras ou pelo planejamento e organização dos desfiles. Foram tão marcantes, que não dá mais para pensar em semana da moda sem eles”, disse Antenor Marques, presidente do Sinbi. O empresário Edmar Escanhoela, da empresa Fuffy também se surpreendeu com o resultado. “Foi muito gratificante participar do desfile e divulgar nossa marca. Também pudemos ter uma visão melhor dos detalhes do produto em uso, como o brilho que faz muita diferença”, compartilhou Escanhoela.

Congresso da Iultcs recebe trabalhos de 23 países A comissão científica do XXXIII Congresso da Iultcs (International Union of Leather Technologists and Chemists Societies) recebeu mais de 180 abstracts, de 23 países, para apresentação durante o encontro, que neste ano ocorre de 24 a 27 de novembro, em Novo Hamburgo/ RS. Os temas abordados variam de gestão de processos à avaliação de tecnologias, design e gerenciamento ambiental na indústria do couro. O presidente da comissão organizadora do evento, Roberto Kamelman, se diz satisfeito com o volume de trabalhos propostos. “Profissionais ligados ao setor coureiro de quase todos os continentes encaminharam suas produções, o que demonstra a seriedade com que é visto e confirma o encontro como o mais importante no campo da tecnologia do couro no mundo”, diz. O número de abstracts propostos, comenta Kamelman, “sugere também que haverá grande circulação de visitantes no congresso”. “Esperamos para a edição pelo menos 1.000 pessoas, entre técnicos e representantes de curtumes, indústrias químicas e de componentes, pesquisadores e estudantes”, antecipa. Junto à conferência da IULTCS, serão promovidos também o XIX Flaqtic Congress (Congresso da Federação Latino-Americana das Associações dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro) e o XXI Abqtic National Meeting. O encontro será realizado na Universidade Feevale, que tem forte tradição em projetos para o desenvolvimento da região e do setor calçadista.

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Sicc abriu temporada de vendas de calçados

para a próxima estação O

Salão Internacional do Couro e Calçado (Sicc) foi realizado em Gramado/RS de 25 a 27 de maio, atraindo boa visitação desde os primeiros minutos após a abertura. Durante a coletiva com a imprensa realizada no primeiro dia da mostra, Frederico Pletsch - diretor da Merkator, empresa realizadora da feira -, salientou que o salão é a maior de todas as feiras calçadistas brasileiras, considerando os espaços destinados exclusivamente aos calçados e bolsas. Um dos fatores que contribuem para o desejo das marcas se apresentarem na mostra, segundo o empresário, é a data em que é realizada. “O Sicc concilia hoje os lançamentos tanto das indústrias que produzem calçados com valor agregado quanto das empresas que oferecem coleções para o dia a dia, em todos os segmentos (masculino, feminino, infantil e também esportivos), e por isso consagra-se como lançadora de tendências, o que atrai um público focado e que participa com a intenção de realizar negócios”, define Pletsch. Os corredores lotados e as negociações no interior dos estandes durante os três dias sinalizam para uma reação do setor ante os desafios do mercado, aumentando as expectativas sobre a tão esperada retomada de negócios.

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Resultados

O diretor da empresa Vanitta, que participou do estande coletivo realizado pelo Sindicato da Indústria de Calçados de Três Coroas/RS, Eraldo Müller, contou que foi a primeira vez que sua empresa expôs coletivamente e sentiu-se satisfeito com os resultados. “A maioria das visitas foram de novos clientes, e conseguimos ampliar a nossa carteira de compradores”, apontou. A empresa oferece calçados femininos e a coleção é composta por 98 modelos de 12 linhas elaboradas em material sintético, tecido e couro. O consultor comercial da Cavalera, Luiz Augusto, disse que a grife supera as barreiras do mercado com inovação em seus produtos. “Investimos em duas linhas: uma com valor agregado e outra para giro rápido, oferecendo aos lojistas um amplo mix de calçados e acessórios. Superamos as expectativas nessa feira, que não está contaminada pelo discurso de que o País está em crise”, salientou. Dentre as visitas do primeiro dia, 70% foram de clientes ativos e 30% de novas razões sociais interessadas em fechar negócios. Na avaliação do gerente comercial da Menina Rio, Césio Júnior, os resultados foram muito bons. “O volume de vendas e de contatos ultrapassou

as nossas expectativas. Tivemos bastante pedidos para exportação, principalmente para países da América Latina, como o Peru e a Bolívia”, comemorou. Em torno de 60% dos negócios foram acertados com clientes habituais e 40% com novos compradores. Os modelos com solado em corda e também as linhas rasteirinhas, estas com pedrarias, foram os mais solicitados.

Compradores Atendendo a dois clientes do Equador, o comprador Jarbas Vargas procurava por calçados femininos com salto alto de vários estilos, mas principalmente em solado plataforma, e também por modelos mais baixos, com bastante pedraria. “Optei por visitar marcas já conhecidas e fechei bons pedidos”, comentou. Com três lojas em Recife/PE, sendo uma voltada ao segmento esportivo, uma para o público masculino/feminino e outra para o público infantil (com a oferta de calçados e confecções), Márcia Juraci de Menezes, das lojas Márcia Calçados, destacou que encontrou coleções com bastante brilho e cores fortes, como os sapatos em verniz, além de pedraria e corte a laser, que contribuem para a montagem de vitrinas bem diversificadas que atraiam os clientes e os motivem a comprar.

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Projeto Fábrica Modelo de Artefatos 2015 O Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) e a Merkator Feiras e Eventos realizam o Projeto Fábrica Modelo de Artefatos 2015, onde os visitantes da feira assistiram em tempo real os processos de montagem de diferentes modelos de bolsas femininas da grife Kasmeyer, que desenvolve seus produtos utilizando couro como matéria -prima. Em um espaço de 30m² junto ao projeto, a empresa também exibiu em torno de 30 modelos de bolsas e 10 modelos de carteiras da sua coleção para o verão 2016. Expondo no Sicc há três anos, foi a primeira vez que participou do projeto. O diretor Régis Bigelmeyer destacou que a ação foi muito proveitosa. “Os lojistas tiveram uma melhor percepção sobre como o desenvolvimento de bolsas e artefatos é artesanal, e isso agrega valor ao produto, assim como a escolha de materiais nobres”, considerou. Em torno de 50% dos lojistas que visitaram o espaço eram clientes já consagrados e a outra metade foram novos contatos vindos de regiões como RJ, AM, PR, SC, BA, GO e também do RS. Junto ao projeto, mais quatro empresas expuseram seus produtos e serviços: O Grupo Stickfran apresentou uma série de componentes e aviamentos, a Calçados Nicéia ofereceu calçados femininos com destaque para sandálias rasteiras, a Colorgraf demonstrou várias embalagens e produtos com diversas técnicas de impressão e corte, enquanto a Kunden Systems divulgou soluções tecnológicas para a gestão empresarial.

Avaliações foram positivas A gerente comercial da Colorgraf, Uana Lua Gaspar, e a

gerente de marketing, Jordana Prawanz, consideram a participação da empresa no projeto uma estratégia para estar ao lado do cliente. A parceria com IBTeC neste espaço já dura quatro anos e reforça o bom relacionamento com os clientes do setor calçadista. Uana e Jordana contam que tradicionalmente a maioria dos profissionais que visitam o estande já são clientes, mas sempre novas empresas demonstram interesse em realizar negócios. A Stickfran também participou do projeto pela quarta vez. O diretor da empresa, Renato Raimundo, acha importante estar presente na Fábrica Conceito, independente de ser ou não fornecedor da empresa correalizadora. “Praticamente todas as empresas que expõem na feira são nossas clientes ou estão a caminho de ser, e o projeto possibilita que estejamos juntos desses clientes e também dos lojistas, que também se acostumaram a visitar o nosso espaço. Além disso, temos o privilégio de sermos a única do nosso segmento nesta feira que tem uma importância muito grande para o sistema calçadista”, argumentou. A Calçados Niceia expôs sua coleção de sapatos e sandálias. Responsável pelos setores comercial e de marketing, a gerente Gabriela Leão contou que os destaques na feira foram os modelos da linha Flat feita em couro, solado em TR e palmilha de EVA macio e flexível. Mas os calçados para o dia a dia, com solado em EVA expandido, cabedal em tecido e couro, forro em cacharrel e palmilha em EVA também fizeram sucesso, bem como as sandálias com solado em TR revestido com corda, forro em PU e cabedal em lona. “São produtos que chamaram a atenção de lojistas de diversas regiões, especialmente do Sudeste”, pontuou.

A área total do projeto somou 270m2 onde foram montados cinco modelos de bolsas femininas em couro

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VITRINE

BEIRA RIO

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cores fortes e radiantes para a estação quente ANZETUTTO BOTTERO

PICCADILLY

USAFLEX

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VITRINE FERRACINI

MORMAII

COCA-COLA SHOES

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BEM-ESTAR PARA OS HOMENS EM SUGESTÕES DIVERSAS

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WEST COAST

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NOTAS JIMMY CHOO

A diretora criativa da marca de acessórios de luxo Jimmy Choo, Sandra Choi, e a atriz do seriado Girls, Allisson Williams, comemoraram o lançamento da coleção de Pre-Fall 2015 Jimmy Choo, desenvolvida em parceria com o designer brasileiro Rafael Mantesso e seu Bull Terrier Inglês, Jimmy Choo. As estampas da coleção são inspiradas nos desenhos do designer com o cachorro. A colaboração dos dois é exposta em uma coleção de edição limitada com bolsas, nécessaires e clutches, além de uma capa para iPhone. Todos os produtos estarão disponíveis em versões retratando o cachorro Jimmy em meio a desenhos exclusivos de Mantesso.

ADIDAS e salinas Referência mundial em equipamentos esportivos, a Adidas se une com a carioca Salinas, ícone nacional no segmento de moda praia. Será a primeira coleção fitness da empresa alemã com a colaboração de uma marca brasileira. As peças estarão distribuídas em linhas de treinamento, corrida e natação e serão lançadas em novembro, em todo o País, com estampa exclusiva assinada pela Salinas.

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NO SALTO A campanha da coleção Primavera-Verão 2015/2016 da Raphaella Booz tem como estrela a atriz global Tainá Muller. Com peças em tons vibrantes e aplicações de pedrarias, a nova coleção foi idealizada para compor o look de mulheres elegantes e independentes, que não abrem mão de um toque de cor e sensualidade. “A nova coleção da marca está linda, o resultado está incrível! Se pudesse definir esta coleção em duas palavras seriam: sexy e confortável”, revela a atriz. Segundo Tainá, não é possível ser sexy o tempo todo, mas um bom salto pode ser um grande aliado na hora de produzir um visual mais chamativo: “Acho que nenhuma mulher se acha sexy o tempo todo, você vive a correria do dia a dia, sem pensar muito nisso. Mas quando me produzo para uma festa e subo no salto... ahhhh, tudo muda! A magia acontece!”, explica Tainá.

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COLUNA Moda Preview do outono-inverno 2016: Botas e sapatos chiques, acima de tudo

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bota é a protagonista da moda masculina, seja com corte afilado logo acima do tornozelo e apelo vintage ou enriquecida por detalhes de metal, como zíperes e fivelas. Encontramos também, no entanto, botas inspiradas no ambiente da montanha, com prendedores e solas com sulcos profundos, bem como botas Chelsea em couro, elástico e sola. O sapato formal e elegante, por sua vez, permanece ligado a linhas clássicas, sempre em couro com acabamentos requintados, e até mesmo com pele de répteis, com eventuais tratamentos de envelhecimento, que proporcionam um toque extra. O tênis também é uma necessidade no guarda-roupa masculino: naturalmente confortável e cada vez mais sofisticado nos materiais e detalhes utilizados.

Ernesto Dolani

Gabriella Laino Foto Shoe Group

Rossi

Mirage

Fabiano Ricci

Britmarts

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Lancio

Persona Shoes

Roberto Cavalli

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Dsquared2

Galizio Torresi

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Conforto não é fruto do acaso mas resultado científico • Luis Vieira

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urante o ano de 2014, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) apresentou os resultados do estudo Azimute 720, destacando que, quando o assunto é calçado, as brasileiras dão preferência ao conforto e à qualidade, considerando estes atributos mais importantes que o design/estilo e a própria grife. Não é difícil entender esta escolha, afinal de contas quem realmente gosta de calçar um sapato ou tênis que proporciona desconforto? Em tempos em que cada vez mais as experiências (boas ou ruins) são compartilhadas pelos usuários nas redes sociais, a opinião do consumidor passa a ter uma relevância ainda maior (no levantamento, por exemplo, 40% das entrevistadas garantem que influenciam as amigas na compra de calçados e

47,4% compram pensando no que as amigas vão pensar). Este cuidado com a satisfação do usuário, portanto, passa a ser estratégico para as empresas, especialmente em momentos como o atual, quando a indústria calçadista brasileira enfrenta grandes desafios para manter a competitividade. Para alguns, a questão do conforto no calçado é subjetiva, visto que cada indivíduo tem percepção própria sobre o que lhe proporciona ou não bem-estar ao calçar. Porém, esta forma de pensar não é realista, uma vez que existem normas científicas para determinar com precisão o nível de conforto proporcionado pelos calçados submetidos a testes laboratoriais criados especificamente para esta finalidade.

Pesquisa O estudo sobre o

comportamento feminino é realizado pela Focal Pesquisas, de Porto Alegre/RS, a cada dois anos e tem o patrocínio da Abicalçados. Na edição mais recente, participaram 2.429 mulheres com idade média de 34 anos, de quatro regiões diferentes do País - Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul - distribuídas em seis capitais (Belo Horizonte/ MG, Brasília/DF, Porto Alegre/RS, Recife/PE, Rio de Janeiro/RJ e São Paulo/SP). O levantamento indica que 63,8% das participantes do estudo valorizam mais o conforto/calce proporcionado que o design, que teve 53,5% da votação. O bem -estar proporcionado pelo calçado também é mais importante que a marca, que está na preferência de 38,4%. Já o material utilizado é prioridade para 38,7% das entrevistadas.

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Pioneirismo brasileiro garante a normatização

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Brasil é pioneiro na criação de normas técnicas para quantificar o conforto oferecido por um calçado e da metodologia para fazer esta medição. Os testes são realizados em ambiente preparado, obedecendo a normas técnicas publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), conforme estudos realizados pelo Comitê Brasileiro do Couro, Calçados, e Artefatos de Couro (CB-11). Para se chegar à criação das normas foi realizado um longo estudo, com a participação de todas as partes envolvidas - desde a cadeia de fornecedores, as indústrias fabricantes, os canais de distribuição e até mesmo o consumidor final. Primeiramente o comitê estabeleceu uma ampla discussão sobre o que é um calçado desconfortável (aquele muito pesado, que esquenta o pé, provoca lesões, não oferece estabilidade ao caminhar, faz o pé suar etc.). A partir deste entendimento, se começou a pensar sobre quais atributos seriam, então, necessários para atestar que determinado calçado oferece de fato conforto para o

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usuário, e este questionamento levou à criação do conceito que define o calçado confortável (veja o box ao lado). Porém, para se chegar à conclusão sobre um calçado atender ou não plenamente a estes requisitos, foi necessário que se criassem normas técnicas, definindo quais os testes necessários, como seriam realizados os ensaios, quais os valores máximos e mínimos aceitáveis nas medições, bem como os índices de temperatura e umidade do ambiente onde as medições aconteceriam. E uma série de outras medidas como auditoria externa por órgãos reconhecidos, que validam o trabalho científico, oferecendo toda a segurança com relação à seriedade e exatidão dos resultados nos laudos emitidos sobre as amostras analisadas. Inicialmente, as normas que determinam o conforto no calçado eram relacionadas somente ao produto acabado, mas posteriormente sentiu-se a necessidade de avaliar também os componentes isoladamente, pois eles influenciam de forma significativa na performance do calçado.

Um calçado é confortável quando: - permite à pessoa se concentrar na sua performance; - oferece um bom calce sem pressões excessivas sobre os pés; - é leve e flexível para economizar energia e poupar a musculatura; - transpira e mantém os pés secos e levemente aquecidos; - evita a pronação excessiva do calcâneo na fase do impacto do calçado com a superfície de apoio, protegendo de lesões a articulação do joelho; - oferece tração suficiente prevenindo contra escorregamento e queda, permitindo um pisar com segurança e estabilidade; - oferece amortecimento na fase de impacto do calçado com as superfícies de apoio, minimizando as vibrações transmitidas para o corpo, protegendo as estruturas músculoesqueléticas; - promove a satisfação do usuário.

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28 normas já foram publicadas

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oje, existem publicadas sete normas para os testes biomecânicos que avaliam o calçado (Ensaio completo conforto; Massa do calçado; Distribuição de pressão plantar; Temperatura interna do calçado; Índice de amortecimento do calçado; Índice de pronação do calçado; Percepção de calce). Somam-se a estas, mais 21 normas para a avaliação de componentes, e que estão relacionadas a solados, palmilhas e forros. Além de ensaios mecânicos para a caracterização, os componentes são analisados quanto às substâncias usadas na sua fabricação. A intensão neste caso é detectar se existe na composição alguma substância restrita e, caso apareça, se a mesma está dentro dos níveis aceitáveis, de acordo com as mais importantes legislações internacionais. A preocupação é garantir que, além das propriedades mecânicas que asseguram o conforto, o componente não representa risco à saúde do usuário. Uma das vantagens é que as empresas que querem desenvolver calçados confortáveis podem adquirir componentes certificados, o que facilita o desenvolvimento de produtos com tal atributo.

Selo Conforto Todo este trabalho é discutido em reuniões periódicas que ocorrem na secretaria do CB-11, que funciona na sede do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Arte-

fatos (IBTeC), em Novo Hamburgo/RS. O instituto também realiza todos os testes necessários e criou o Selo Conforto, concedido unicamente aos modelos de calçados e componentes aprovados em todos os quesitos que determinam o nível de conforto proporcionado. É importante observar que quem recebe o Selo Conforto é sempre o produto testado e nunca a marca. O selo, inclusive, tem prazo de validade de um ano. Após este período, só mantém a certificação a empresa que submete o modelo certificado a novos testes, e a performance é novamente comprovada durante os ensaios. O coordenador do Laboratório de Biomecânica do IBTeC, Prof. Dr. Aluisio Avila, salienta que mais de 50 empresas já possuem o direito ao uso do Selo Conforto. “As empresas devem ter a responsabilidade de construir os calçados e componentes que serão oferecidos no mercado com as mesmas propriedades e características daqueles modelos que foram testados”, explica. O IBTeC mantém permanentemente convênios de cooperação tecnológica e científica com universidades brasileiras e também do exterior, o que possibilita o alinhamento das suas pesquisas com as mais importantes demandas do mercado em nível global, tornando-se um centro de referência no desenvolvimento e implantação de soluções de tecnologia e inovação, capazes de aumentar a competitividade internacional e o desenvolvimento sustentável da indústria brasileira, especialmente do sistema coureiro-calçadista.

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Pisando firme

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ma das empresas identificadas junto ao público consumidor pelo conforto proporcionado é a Usaflex, que tradicionalmente produz calçados femininos exclusivamente em couro, mas decidiu recentemente investir em um novo nicho de mercado - o de calçados para profissionais femininas que trabalham em setores com exigências de saúde e higiene, como hospitais, consultórios, refeitórios e laboratórios. Antes de serem disponibilizados no mercado, os EPIs foram submetidos a testes no IBTeC, sendo aprovados em todos os requisitos. No Laboratório de Biomecânica, foram realizados testes e pesquisas voltados ao conforto, saúde e segurança. Já no Laboratório Físico-Mecânico os testes foram de resistência, qualidade e durabilidade dos materiais.

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O Laboratório de Substâncias Restritivas foi utilizado para testar a presença de substâncias químicas potencialmente nocivas à saúde humana ao meio ambiente e, por fim, o Laboratório de Microbiologia verificou a resistência dos materiais quanto ao ataque de micro-organismos. Segundo o gerente de Pesquisa & Inovação, Celson Sidnei Hunsche, os modelos na cor branca da linha Pró-Conforto receberam o Certificado de Autenticidade (CA) do Ministério do Trabalho e Emprego, que comprova o enquadramento dos produtos na Norma Regulatória NR32 e os caracterizam como Equipamento de Proteção Individual (EPI).

Características O solado é em PVC, que é eficiente em áreas de piso molhado ou escorre-

gadio e também proporciona maciez, absorção de impactos além de amenizar os ruídos de contato com o chão. A palmilha é em látex com preenchimento anatômico para uma distribuição plantar uniforme. O material de acabamento é em PU com microporos que facilitam a circulação de ar e absorção da umidade. A forração interna é em espuma revestida com tecido macio e sedoso. O forro possui gel resfriado que não aquece a pele com o uso. O cabedal é produzido em couro com tratamento para não amarelar ao longo do uso. “Essa linha possui o exclusivo e inovador sistema Refresh, que mantém o microclima interno do calçado com a renovação do ar, garantindo os pés secos durante toda a jornada de trabalho”, destaca Hunsche.

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Running A preocupação com o conforto não é exclusividade das empresas de calçados femininos. Cada vez mais as empresas de todos os segmentos buscam nesta característica a fidelização dos consumidores, e a indústria de calçados esportivos é exemplo de investimentos, sendo lançadora de muitas soluções que acabam, inclusive, inspirando fabricantes de outros nichos do mercado. A Olympikus, desenvolvida pela Vulcabras/Azaleia, simboliza esta tradição e busca proporcionar o máximo de bem-estar e segurança aos usuários dos tênis que confecciona. É o caso, por exemplo, do tênis Rio 3, que chega à sua terceira edição, proporcionando ainda mais benefícios aos praticantes de corridas longas e maratonas. O diretor de Desenvolvimento, Evandro Saluar Kollet, salienta que o que torna o produto confortável é a sensação de uma corrida com bom amortecimento. “No Rio 3 isso se dá através da tecnologia EVA Pro no solado de perfil baixo. Além disso, o produto proporciona baixa temperatura interna, devido ao tecido do cabedal de dupla frontura, que tem em sua estrutura poros mais abertos, possibilitando maior respirabilidade aos pés”, explica.

O Rio 3 é o tênis oficial da Maratona do Rio de Janeiro 2015, que será realizada na capital carioca no próximo dia 26 de julho. Os calçados foram testados nos laboratórios do IBTeC e obtiveram aprovação em todos os quesitos que medem o nível de conforto proporcionado. O tênis conta ainda com a tecnologia Gripper, uma borracha compactada para maior aderência ao solo. A palmilha interna plana é em EVA com perfuros que permitem melhor respirabilidade. O forro é elaborado em poliéster com espuma e o cabedal construído com tecidos que proporcionam melhor transpiração e flexibilidade. Além disso, os detalhes em laminado dão resistência e sustentação ao modelo. Outra vantagem é a implantação de uma placa reforçada no calcanhar, que proporciona mais estabilidade e segurança, diminuindo o risco de torções durante a corrida.

O impacto dos materiais Na pesquisa citada no início da matéria, um dos quesitos relacionados foi a qualidade do calçado, e isso está associado aos materiais e componentes utilizados, bem como à técnica para a união de cada parte no produto final. Dentre os diversos componentes do calçado, são normatizados o forro, a palmilha e o solado.

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A fornecedora de matéria-prima para o setor, Freudenberg, desenvolve não tecidos feitos basicamente a partir de fibras de poliamida e/ou poliéster, utilizados tanto em calçados do dia a dia/moda quanto para a prática esportiva ou do setor de segurança e proteção durante o trabalho. O gerente comercial da divisão do mercado de calçados, Danilo de Paula, conta que há um cuidado especial quanto às substâncias restritas, o que confere benefícios para a saúde do usuário e também para o meio ambiente. Com relação aos calçados para uso diário/moda, os não tecidos são aplicados principalmente em cabedais, avessos, entre-

A ITM apresenta para os calçados do dia a dia/moda a linha Joy, composta por tecidos em algodão e outras fibras naturais, artificiais, versões recicladas e mescladas. Os tecidos são em várias estruturas, em fios tintos, estampados, com enobrecimentos diferenciados, recobertos, em versões simples e dublados. “O mercado de moda se move com grande velocidade e buscamos constantemente novidades em matérias-primas e tratamentos para estarmos atualizados com as demandas”, salienta o diretor industrial, José Carlos. Aplicados em cabedais, palmilhas e forros, os tecidos agregam características modais e versatilidade, potencializando os efeitos visuais, bem como as propriedades de

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telas, reforços e palmilhas. No caso dos calçados esportivos, aparecem especialmente em cabedais, forros frontais, palmilhas de montagem e/ ou strobel, além de reforços. Já os não tecidos para EPIs, além das opções em fibras de poliamida e poliéster, em alguns casos, podem ser também em polipropileno, e aparecem em forros e palmilhas. “De uma forma geral, podemos destacar que, além do controle das substâncias restritas, os produtos em todas as linhas proporcionam leveza e maior resistência, sem aquecer o calçado, já que são materiais absorventes e permeáveis”, ressalta de Paula.

conforto, saúde e durabilidade. Além de variados looks, o consumidor tem benefícios como a percepção de leveza, redução da temperatura interna e absorção do suor. Para calçados destinados às atividades esportivas e de segurança/proteção, uma ampla linha de tecidos em fibras sintéticas, em versões recicladas e nanoaditivadas, em várias estruturas. “Em especial para a parte interna, oferecemos as linhas Sanitec e Smartec e os artigos integrados com membrana respirável e impermeável”, destaca. No caso dos EPIs, as propriedades de impermeabilidade e respiração potencializam as linhas de calçados com proteção antiestética. Outro destaque é linha de tecidos Protec, usada em palmilhas antiperfuro.

A Jomo usou da simplicidade para compor uma palmilha que atenda as expectativa do fabricantes e do consumidor. A tecnologia da linha Dynamic Step, de acordo com a gerente de P&D, Andrea Mohrbach Escudero, surpreende com a bicomposição feita de EVA com PU que resultou num conforto inteligente, proporcionando adaptabilidade, absorção de impacto e memória comprovada. “Buscamos identificar através de estudos pontos-chave para apresentar um produto inovador que atendesse interesses do público atual”, salienta. As palmilhas Jomo são desenvolvidas para atender as necessidades de conforto, saúde e segurança do usuário. No segmento de calçados para atividades esportivas, a empresa oferece a palmilha respirável perfurada, feita em EVA com tecido poliéster. “A linha perfurada evita o aquecimento do pé, permitindo que a pele respire causando a sensação de frescor e conforto. Também reduz significativamente a transpiração e os odores causados pelas bactérias”, comenta Andrea. Já a palmilha antiestática para calçados ocupacionais e de segurança é feita de EVA com tecido poliéster. Costurada com fio especial, proporciona calce seguro com a eliminação das cargas eletrostáticas.

• Confira nas páginas 80 e 81 a lista das empresas que já certificam seus produtos aplicando as normas da ABNT para implantar o conforto percebido pelos consumidores. Na seção Tecnologia leia o artigo técnico na página 82 sobre testes em palmilhas e forro interno.

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Participantes da visita

• Associação Brasileira das Indústrias de Calçados;

• Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins; • Centro Tecnológico do Calçado Senai - Novo Hamburgo/RS; • Confederação Nacional da Indústria; • Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul;

• Sindicato da Indústria de Bolsas do Estado de Minas Gerais; • Sindicato da Indústria de Calçados, Bolsas, Luvas e Similares do Rio de Janeiro; • Sindicato da Indústria de Calçados de Novo Hamburgo/RS; • Sindicato da Indústria de Calçados de Três Coroas/RS; • Sindicato da Indústria de Calçados do Espírito Santo; • Sindicato da Indústria de Calçados do Estado de Alagoas; • Sindicato da Indústria de Calçados do Estado de Goiás; • Sindicato da Indústria de calçados do Estado de Minas Gerais; • Sindicato da Indústria de Calçados do Estado do Rio Grande do Sul; • Sindicato da Indústria de Máquinas e Implementos Industriais e Agrícolas de Novo Hamburgo e Região; • Sindicato da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho no Estado da Paraíba; • Sindicato das Indústrias de Artefatos de Couro do Estado do Paraná; • Sindicato das Indústrias de Calçados de Estância Velha/RS; • Sindicato das Indústrias de Calçados de São João Batista/SC; • Sindicato das Indústrias de Calçados do Pará; • Sindicato das Indústrias de Calçados do Rio Grande do Norte.

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o dia 19 de maio, o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) recebeu representantes de 21 entidades setoriais. A visita foi coordenada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), e faz parte do Intercâmbio de Lideranças Sindicais realizado em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), visando a estimular um ambiente voltado à competitividade da Indústria e ao crescimento sustentado do País. Após serem recepcionados pela presidência e coordenadores das unidades de negócios, os visitantes tiveram a oportunidade de conhecer os laboratórios onde são realizados os ensaios físicos, químicos, mecânicos, microbiológicos, biomecânicos e de substâncias restritivas. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, ressaltou que o instituto é reconhecido como o braço tecnológico do setor, e cada vez mais

passa a ser percebido também como a “casa da inovação e tecnologia” do sistema calçadista. Ele elogiou a iniciativa da Fiergs, bem como a disponibilidade das lideranças presentes e disse que é com mobilização que se vence os desafios. “O IBTeC está de portas abertas para receber os empresários e seus respectivos líderes para desenvolvermos novas soluções que atendam as necessidades do mercado e conduzam as indústrias ao desenvolvimento”, pontuou. O Coordenador de Articulação Empresarial do Sistema Fiergs, Jorge Serpa, destacou a importância do intercâmbio de ideias e experiências. “Estou impressionado com a grandeza do trabalho feito aqui, que é indispensável para o Estado e o País reencontrarem o caminho da eficiência industrial”, comentou. Ele também apontou o Memorial Nestor de Paula, que abriga na sede do instituto parte do acervo pessoal do empresário que, na sua avaliação, “continua a ser um estímulo ao fortalecimento de esperança”, considerou.

Intercâmbio

entre lideranças julho | agosto •

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O prof. Dr. Aluisio Avila foi homenageado pela relevância do seu trabalho

IBTeC participa do

Congresso Brasileiro de Biomecânica

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XVI Congresso Brasileiro de Biomecânica, que aconteceu em Florianópolis/SC de 6 a 9 de maio, teve a apresentação de trabalhos realizados pelo Dr. Rudnei Palhano e a Dra. Aline Faquin, ambos pesquisadores do laboratório de Biomecânica do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC). Na ocasião o coordenador do Laboratório de Biomecânica do instituto, Prof. Dr. Aluísio Avila, recebeu homenagens pelos serviços prestados e conhecimentos disseminados ao longo dos anos para a Biomecânica, o pesquisador é um dos fundadores da Sociedade Brasileira de Biomecânica. Participaram ainda do congresso o vice-presidente executivo do IBTeC, prof. Dr. Valdir Soldi e o pesquisador Ms. Eduardo Wust. “A área da biomecânica é fundamental não só para o IBTeC, como também para todas

as empresas do sistema calçadista, tratando, entre tantos assuntos, da locomoção humana, o seu impacto no corpo e a interferência do calçado neste processo. O congresso contribui muito, tanto para a divulgação dos trabalhos realizados por nossos pesquisadores como os de outras instituições, quanto para ampliar o conhecimento sobre áreas específicas e de interesse, bem como possibilita o contato direto com os demais pesquisadores”, salienta Soldi. Em abril de 2016, o IBTeC realizará o IX Simpósio Brasileiro de Biomecânica do Calçado. Durante o SBBC, as mais expressivas autoridades em biomecânica do calçado estarão em Novo Hamburgo/RS para apresentar pesquisas científicas, disponibilizando aos empresários e profissionais do setor o acesso à informações sobre temas como conforto, sustentabilidade ambiental e inovação tecnológica.

Evento aconteceu em Florianópolis/SC

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Sebrae/RS debate

estratégias de atuação O

Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/ RS) realizou no dia 2 de junho, na cidade de São Leopoldo/RS, o Encontro com Lideranças Regionais, tendo como objetivos revisar e complementar as estratégias de atuação estabelecidas no Planejamento Plurianual (PPA) 2015-2018 e o alinhamento das mesmas com as oportunidades e necessidades para o desenvolvimento das MPEs da região. Dentre as sugestões apontadas pelos mais de 50 líderes participantes - as quais servirão como subsídio para o PPA 2016-2019 e para a consolidação de parcerias e alianças estratégicas - destacam-se o incentivo à criação de parques industriais para os pequenos negócios e a elaboração de um selo de qualidade para o setor de serviços. Avaliando que a busca é pelo fortalecimento do espírito do empreendedorismo em

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todos os setores, de acordo com o cenário que se apresenta em cada localidade, o diretor-superintendente da entidade no RS, Derly Fialho, destacou que a instituição não pode e nem deve fazer tudo sozinha, e por isso a atual gestão busca ouvir as lideranças setoriais para otimizar o alinhamento das ações com as demandas das empresas e da sociedade. “O Sebrae é mantido pelas empresas e dirigido por empresários, e nada mais justo do que ouvir o que as entidades setoriais, através das suas lideranças, têm para dizer sobre as necessidades e oportunidades das MPEs”, comentou. Além do IBTeC, as entidades Abicalçados, Assintecal, Abrameq e ACI-NH,CB,EV representaram o sistema coureiro-calçadista da região. No próximo mês de agosto, será preparado o Planejamento Plurianual para 2016/19 com a contribuição de um universo de 500 lideranças gaúchas.

Marco Copetti (gerente regional - Sebrae/ RS), Carolina Rostirolla (gestora de projetos - Sebrae/RS), Derly Fialho (diretor-superintendente - Sebrae/ RS), Paulo Griebeler (presidente executivo IBTeC), Paulo Bruscato (coordenador estadual do setor moveleiro e de calçados - Sebrae/ RS) e Maico Fernandes (gestor de projetos Sebrae/RS)

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Aspectos sobre o gerenciamento dos

resíduos sólidos industriais R esíduos Industriais: Legislação, gerenciamento e oportunidades foi a tônica do Happy Hour com Tecnologia realizado pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) no dia 13 de maio. A mestre em Engenharia Civil/ Gerenciamento de Resíduos e doutoranda em Qualidade Ambiental, Vanessa Schweitzer dos Santos, e o mestre em Engenharia Civil/Gerenciamento de Resíduos, químico e especialista em Educação Ambiental, Neuri Rempel, se alternaram nas explanações. Rempel lembrou que historicamente a indústria é associada a passivos ambientais, mas há muitos aspectos positivos associados às organizações, como a produção de bens que visam ao bem-estar dos consumidores e à geração de emprego e renda. Mas isso não basta, é preciso ter preocupação ambiental. Os palestrantes consideraram que a empresa, para avançar na ges-

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tão dos resíduos industriais, precisa se manter atualizada ante as exigências do mercado e da comunidade e ao rigor da legislação. Esse gerenciamento deve ser um processo organizado, com definição clara das lideranças e sensibilização, motivação e treinamento contínuo das pessoas. “Esse controle representa o valor que a gestão tem na empresa. Por mais que o sistema funcione bem, é necessário retomar esse assunto continuamente para que o foco não seja perdido”, apontou Vanessa. Os especialistas destacaram ainda o conceito da responsabilidade compartilhada, que determina que as empresas não se livram dos problemas ao destinarem os seus resíduos ao aterro industrial. Pelo contrário, continuam sendo corresponsáveis pelos danos que os seus resíduos eventualmente venham a causar ao meio ambiente, e por isso devem policiar e estarem atentas às condições desses locais.

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Pesquisa indica informações sobre

consumidor brasileiro de calçados P

arceria entre a Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac) e a empresa de pesquisas Kantar Worldpanel, com sede em Londres/Inglaterra, e que atua em mais de 150 países, entre eles o Brasil, disponibiliza informações importantes sobre o consumo de calçados e os hábitos de compra do consumidor. O calçado é uma das categorias de produtos cujo consumo a Kantar Worldpanel monitora, em tempo real, em 11,2 mil lares brasileiros, o que indica uma representatividade de 50 milhões de lares. Em breve, os resultados serão disponibilizados, para aquisição, a associados da Ablac, lojistas em geral, fabricantes de calçados e outros interessados. A apresentação oficial do projeto ocorre no dia 7 de julho, em São Paulo/ SP, durante o Fórum de Moda & Marketing da Francal 2015. No Painel de Consumo de Calçados, Imad Esper, presidente da Ablac, e Rita Navarro, gerente de novos negócios da Kantar Worldpanel, apresentam uma sinopse da pesquisa, como metodologia e principais resultados que ela apontará, como produtos mais comprados pelas famílias, segmentos em destaque, marcas, perfil por classe, idade e gênero, regiões mais importantes, comportamento de compra e

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outros dados. “A Kantar soma mais de 180 anos de experiência em pesquisas do gênero e, no Brasil, já monitora o consumo de calçados de milhares de famílias. Agora, essas informações serão colocadas à disposição de lojistas e fabricantes, para que possam utilizá-las na qualificação de suas atividades comerciais”, destaca Imad Esper. Identificar as preferências do consumidor em relação ao calçado e fazer com que os resultados orientem as atividades empresariais, tanto do varejo quanto da indústria, é um dos objetivos da presidência da Ablac, cuja nova gestão iniciou em janeiro deste ano. A parceria com a Kantar Worldpanel representa a primeira etapa deste objetivo, que deve culminar na transformação do atual sistema de desenvolvimento de calçados, em que a indústria pesquisa, desenvolve, fabrica e vende os produtos ao varejo e este os comercializa para o consumidor. O ideal, na avaliação de Esper, é que o processo se inicie pelas preferências do consumidor em relação ao produto. “Com informações consistentes sobre o consumidor e o consumo de calçados, indústria e varejo poderão nortear melhor as suas atividades, tornando-as mais assertivas e rentáveis”, enfatiza.

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Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e a Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac) estão empenhadas em mostrar aos varejistas os benefícios operacionais e econômicos da utilização de códigos internacionais, e não próprios, em toda a cadeia produtiva do calçado. Entre os objetivos da integração do varejo brasileiro de calçados ao sistema de identificação de produtos hoje utilizado pela indústria e seus fornecedores, baseado em padrões globais especificados pela GS1 - entidade que administra os códigos de barras no Brasil -, se destacam a eliminação da troca de códigos quando a loja recebe o pedido, a redução do tempo até a colocação do produto à venda e a otimização do controle de estoque. O setor calçadista já dispõe do Sistema de Otimização Logística (Sola), lançado em 2014 pela Abicalçados e pela Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal). O sistema foi concebido para dar agilidade às operações da cadeia produtiva, reduzir custos e aumentar a competividade das empresas, e permite acompanhar todas as etapas do processo - da emissão da ordem de compra até a entrega do pedido - através de código de barras.

A indústria calçadista já utiliza o sistema, ao contrário do varejo, que ainda mantém a prática desnecessária de efetuar a troca dos códigos do fabricante por códigos próprios quando recebe o pedido, o que significa retrabalho, perda de tempo e demora na colocação do produto à venda. “A adesão do varejo é essencial à integração logística da cadeia produtiva do calçado”, enfatiza Ivair Kautzmann, especialista em Tecnologia da Informação que coordena o comitê técnico do Sola. Segundo ele, a questão logística compreende do cadastro de produtos (GTINs) até o controle de movimentação e despacho da mercadoria (SSCC). A etapa do produto pronto (calçado) para o varejo tem seu desenvolvimento pautado em três pilares: identificação padrão e global (GLN, GTIN e SSCC), processos que garantam amarração correta entre o mundo físico e virtual e troca eletrônica de informações (EDI). A empresa produtora recebe uma licença GS1 (prefixo) e é a responsável pela atribuição dos códigos em seus produtos. Quem identifica o produto é o fabricante/detentor da marca, não o comprador. O varejo deve mapear as informações-chave recebidas da indústria ligadas a um GTIN, que são marca + modelo + material + cor + tamanho. Esta chave gera GTINs distintos do

lado da indústria e é transmitida ao varejo, que pode acrescentar atributos, mas não deve sobrescrevê-los, pois isso representa erro na comunicação com o mercado, em especial no mundo digital. Maximiza-se a estratégia ao manter a identificação/modelo/GTIN do fabricante, pois toda vez que este fabricante promover o produto quem o vende ganha em visibilidade a exemplo de um post no Facebook do fabricante. Com o interesse da consumidora, o produto será procurado na web pelo modelo/GTIN do post. Assim, as lojas que mantiveram este cadastro ganham em visibilidade. “O alvo é ganhar velocidade e precisão e cada empresa/transação aproveita a informação/processo da etapa anterior, o que resulta em efetiva redução de custos e aceleração nos negócios”, acrescenta Ivair Kautzmann. Conforme o especialista, na ‘ponta’ as empresas são concorrentes, mas no ‘meio’ a questão logística é comum a todas e só se ganha escala e se atinge resultados efetivos com a adoção de um padrão para identificação, processos e troca eletrônica de informações. “Procuramos efetivamente acrescentar valor (informação) ao produtos que entregamos. E, mesmo que o varejo não o fomente/use o padrão, ele é chave na operação dentro das fábricas para a sua própria organização.

Padrões globais de identificação de produtos

é disponibilizado ao varejo julho | agosto •

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Exportações no primeiro trimestre de 2015 foram 12,6% superiores. Valor é referente ao comparativo com o mesmo período do ano passado

Footwear Components by Brasil

Resultado das exportações do

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s 170 empresas participantes do projeto Footwear Components by Brasil, parceria entre a Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) tiveram aumento significativo nas exportações no primeiro trimestre deste ano, registrando alta de 12,6%, número que supera a marca dos 9,6% comercializados em 2014. No primeiro trimestre de 2014, as empresas participantes responderam por 26,6% do valor total exportado pelo setor de materiais para o setor coureiro-calçadista, sendo que no mesmo período de 2015, o número subiu para 30% das exportações totais do segmento. “Os resultados só demonstram como a parceria en-

tre indústria, associação e Governo pode gerar resultados reais e efetivos para quem acredita neste caminho”, explica o presidente da Assintecal, William Marcelo Nicolau. Neste ano, a entidade já levou, por meio do Footwear Components by Brasil, empresas para Colômbia, China, Equador, Peru e embarcará em breve outros empresários para os Estados Unidos um dos destinos que mais adquiriram componentes brasileiros neste primeiro trimestre. Ao todo foram 55 destinos e 63 diferentes produtos, que geraram em janeiro, fevereiro e março de 2015 o equivalente a mais de US$ 43 milhões.

Oportunidades Os fabricantes brasileiros que integram o setor de materiais para a

indústria coureiro-calçadista e têm interesse em ampliar suas relações comerciais com o mercado externo podem participar, assim como outras 170 empresas dos projetos, que pretendem promover um bom desempenho das exportações e, consequentemente, do setor. Podem aderir empresas nacionais de materiais com foco no setor coureiro-calçadista, que estejam estruturadas ou se estruturando e que almejam iniciar ou aprimorar o processo de exportação. O projeto oferece soluções adequadas a cada nível de maturidade exportadora, mantendo ao alcance das empresas ações de promoção comercial, inteligência, capacitação, entre outros. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail relacionamento@ assintecal.org.br ou através do site www.fcbybrasil.com.

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24ª edição do Salão Internacional do Couro e do Calçado (SICC), realizada de 25 a 27 de maio em Gramado/RS, foi o primeiro evento em que o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) apresentou sua nova estratégia de valorização do couro no País. O foco foi mostrar a fabricantes e consumidores que a pele animal empregada na fabricação de produtos é um material nobre e singular. Conforme o presidente executivo do CICB, José Fernando Bello, a escolha do SICC para a estreia do projeto foi estratégica. “O evento costuma reunir um expressivo número de lojistas, um dos públicos que queremos sensibilizar”, explica. “Cabe ao lojista apresentar as carac-

terísticas de cada produto aos consumidores. Portanto, ele precisa ser lembrado dos diferenciais do couro para transmitir isso aos clientes, que nunca se arrependem ao optar por um calçado ou bolsa feito a partir do material, à medida que a matéria-prima é indubitavelmente mais durável que sintéticos, laminados e afins”, afirma. A página http://usamoscouro. com.br, um dos meios utilizados para a difusão do projeto, é totalmente dedicada à valorização deste material único. No site são apresentadas noções sobre como identificar produções em couro, dicas sobre conservação, além de entrevistas com profissionais, consumidores e amantes das peles descrevendo por que as usam.

A campanha surge como um complemento a outro projeto do CICB, que igualmente busca a valorização do material no mercado doméstico: o Blitz Lei do Couro, iniciado em 2014 e que se propõe a fiscalizar estabelecimentos comerciais de todo o Brasil para verificar se as determinações da Lei 4.888/65 são seguidas. A previsão legal é clara e estipula que só pode ser denominado como fabricado em couro o produto oriundo de pele animal. Assim, o uso de expressões como couro ecológico e couro sintético não só induzem o consumidor ao erro como infringem a lei. Com ambos os projetos em andamento a entidade pretende mostrar à população as vantagens de se optar por um produto em couro no dia a dia.

Projeto Usamos Couro

foi apresentado ao público durante o Sicc

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Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) e a Associação das Indústrias de Curtumes do Rio Grande do Sul (Aicsul) promoveram reunião-almoço no dia 9 de junho, em Novo Hamburgo/RS. Na ocasião, representantes de curtumes tiveram espaço para discutir dois temas importantes para o setor: eficiência energética e NR-12 (norma regulamentadora do Ministério do Trabalho para segurança em máquinas e equipamentos). Os recentes reajustes nos valores da energia elétrica nos últimos dois anos - que, conforme mostrado durante o encontro, já totalizam 256% - foram uma das pautas. Durante o encontro, buscou-se encontrar alternativas para que a indústria possa seguir produzindo frente ao incremento, que representa apenas um dos custos de produção para o empresariado. Uma das alternativas apresentadas por ambas entidades aos presentes foi a geração de energia solar fotovoltaica, que trata-se de uma fonte de energia renovável obtida pela conversão de energia luminosa em energia elétrica. As possibilidades

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da matriz geradora foram detalhadas pela Solled Eficiência Energética, companhia gaúcha focada a soluções de economia de energia. Já o detalhamento de algumas das previsões da NR-12 foi realizado pelo engenheiro Eduardo Michelon, representante da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq). Segundo Michelon, a proteção dos trabalhadores que atuam nos setores do couro e do calçado é uma grande preocupação no segmento, que inclusive já teve cartilha publicada sobre o assunto. Para isso foi desenvolvida análise de risco de 20 máquinas importantes para o processamento de couro, através de um processo de muito diálogo dos fabricantes das tecnologias e com entidades internacionais. O resultado foi um documento que contribui para que as máquinas brasileiras atendam à legislação tanto dentro quanto fora do País. O material foi desenvolvido em uma parceria da Abrameq com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e está disponível no site www.brazilianmachinery.com.

Setor coureiro debate eficiência energética e

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SinmaqSinos

lançou duas cartilhas N

o dia 15 de junho, o Sindicato da Indústria de Máquinas e Implementos Industriais e Agrícolas de Novo Hamburgo e Região (SinmaqSinos) fez o lançamento das cartilhas de Boas Práticas em Gestão Ambiental e da Cartilha NR-12 Segurança em Máquinas Operatrizes e Auxiliares na Indústria de Máquinas. A consultora de projetos, Rosângela Arruda, observou que 20 micro e pequenas empresas participaram de ações do Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi). Relatou que o projeto proporcionou a capacitação de mais de 50 profissionais, enquanto a cartilha sobre a NR-12 apontou soluções em relação a 16 máquinas operatrizes, que foram validadas pela comissão tripartite, integrada pela indústria, trabalhadores e Ministério do Trabalho e Emprego. Em relação à cartilha ambiental, ressaltou o apoio da Secretaria de Meio Ambiente de Novo Hamburgo (Seman) e o trabalho desenvolvido nas empresas, no qual seis horas de consultoria foram disponibilizadas para diagnósticos e soluções precisas quanto ao problema de cada uma. O presidente do Sindicato, Davilson Nogueira, destacou que o material foi desenvolvido através do Procompi, numa iniciativa da Confederação Nacional da

Rosângela Arruda

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Davilson Nogueira

Indústria (CNI), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). Ele lembrou que o Brasil passa por um momento de forte desafio e o quadro é ainda mais dramático na área industrial, mas adicionou que o SinmaqSinos, em sintonia com a Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq) e com o importante apoio da Fiergs, não desanima. “Muito pelo contrário, estamos trabalhando como nunca, porque acreditamos na nossa capacidade de superar desafios”, enfatizou. Ao final, o professor Ricardo Sondermann, da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), falou sobre oportunidades em tempos de crise. O palestrante afirmou que as empresas precisam se relacionar de forma mais efetiva com seus públicos, olhando-os de maneira individual, porque nem todos os fornecedores ou clientes são iguais. “Os grandes problemas são de comunicação e melhorar nesta área, cuidando de todos os detalhes, é decisivo para vencer a crise”, alertou. Com relação ao excesso de informação que chegam aos receptores pelas mídias sociais, deu um recado: “Devemos falar o certo, para o público certo. Nada além disto”.

Ricardo Sondermann

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CB-11 CB-11:

atualização de normas M

ensalmente, ocorrem reuniões do Comitê Brasileiro de Couro, Calçados e Artefatos de Couro (CB11). Ao longo deste ano, já aconteceram três reuniões da Comissão de Estudo de Substâncias Restritivas em Couro, Calçados, Artefatos e Componentes, que está adotando normas ISO, fazendo traduções de normatizações internacionais, transformando-as em Normas Brasileiras. A Comissão de Estudo de Conforto de Calçados, por sua vez, realizou quatro reuniões e está elaborando um projeto para calçados escolares contendo requisitos e ensaios para os mesmos. Já a Comissão de Estudo de Construção Superior do Calçado, em suas três reuniões, revisou normas do ano de 2005. Os participantes da Comissão de Estudo de Calçado reuniram-se três vezes e trabalham na estruturação de um projeto sobre requisitos e valores orientativos. Com uma reunião realizada, a Comissão de Estudo de Ensaios Físicos e Químicos em Couro está realizando traduções de normas ISO, que devem substituir normas dos anos de 2003, 2004 e 2005. Com três reuniões acontecidas, a Comissão de Estudo de Insumos também revisa algumas normas, porém datadas no ano de 1998. Já os participantes da Comissão de Estudo de Resíduos Líquidos compareceram em três reuniões e estão fazendo revisões de normas ainda mais antigas, do ano de 1995. Com três reuniões realizadas, a Comissão de Estudo de Construção Inferior do Calçado, que está traduzindo normas ISO, visa à adoção destas como Normas Brasileiras para complementar o seu acervo. Por fim, a Comissão de Estudo de Componentes Metálicos revisa normas do ano de 2005, tendo realizado uma reunião com este compromisso.

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CE de Calçado

CE de Conforto

O resultado desses esforços é a atualização de diversas normas que já foram enviadas para Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que fará o encaminhamento para Consulta Nacional, são elas: Projeto 11.300.01-001 – Calçados – Métodos de ensaio para couraças e contrafortes – Características mecânicas; Projeto 11.200.05-08/01 – Couro – Determinação química dos metais – Parte 1 – Metais extraíveis; Projeto 11.200.05-08/02 – Couro – Determinação química do teor total de metais – Parte 2: Teor total do metal; Projeto ABNT NBR 14067 – Corante – Preparação de soluções analíticas; Projeto 11:100.04-01 – Couro –

Banho residual e efluentes líquidos – Determinação do teor de sólidos totais e sólidos suspensos, fixos e voláteis; Projeto ABNT NBR 15393 – Construção Inferior do calçado – Determinação da resistência à quebra por solicitações contínuas no enfranque; Projeto ABNT NBR 14823 Construção superior do calçado Laminados sintéticos - Determinação da resistência do acabamento à fricção com lixa; Projeto ABNT NBR 15336 Construção superior do calçado Laminados sintéticos - Determinação da resistência ao rasgamento - Método Trouser; Projeto 11:300.03-02 – Borracha, vulcanizada ou termoplástica – Determinação da densidade.

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OPINIÃO Colunista Dia da Liberdade dos Impostos

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o dia 2 de junho, quase toda chega-se a uma conclusão desprezanmídia brasileira lembra que do-se o principal: quem paga a conta nesta data “celebra-se” no e qual é o peso desta, levando-se em Brasil o Dia da Liberdade dos Imposconsideração a renda e o patrimôtos. Em uníssono coro repete-se que, nio de cada contribuinte. Ora, como até o final do mês de maio, trabalhoua carga fiscal brasileira está fundase para manter o “Governo” e que, a da sobre o consumo (quase 60% do Dr. Marciano Buffon partir de agora cada cidadão pode- advogado Tributarista, total) e sobre a renda proveniente professor da Unisinos rá, enfim, cuidar de sua vida, depois marciano@buffonefurlan.com.br do trabalho (20%) é fácil constatar de transcorridos cento e cinquenta quem paga a conta. Por isso, o Tax dias do ano em curso. A matemática Freedom Day, por exemplo, das cinco é simples: aplica-se o percentual da Carga Tributária Bra- mil famílias brasileiras que detém patrimônio equivalente sileira (supostamente 41%, na verdade é de 35%) sobre o a 42% do PIB (em média 138 milhões de reais cada qual) número total de dias do ano e chega-se a esta fatídica data. é muito diferente do Dia a Liberdade dos Impostos para É inegável que trazer o assunto à tona - e até realizar aqueles que consomem quase metade da renda pagando midiáticas ações de discutível validade - traz alguns be- tributos invisíveis sobre o consumo. Estes precisariam tranefícios, afinal de contas é um assunto que afeta todos e, balhar quase a metade do ano, aqueles apenas alguns dias. justamente por isso, não pode ficar a mercê e sob os cuiOu seja, enquanto a Carga Tributária Brasileira recair, dados exclusivos de técnicos e políticos. A sociedade é prioritariamente, sobre o consumo/trabalho e o Brasil eschamada a dar sua parcela de colaboração no processo tiver entre os quinze mais desiguais do mundo na quesde retirada do véu que encobre a verdadeira “caixa-pre- tão da renda (índice GINI), falar em Dia da Liberdade dos ta” da tributação. É preciso, pois, levar a sério essa crucial Impostos como se fôssemos uma nação igualitária contiquestão, a qual pode ser resumida em duas singelas per- nuará a ser uma forma, parafraseando o célebre publiciguntas: quanto é a conta e quem a paga. Ou seja, qual é tário, de “contar um monte de mentiras, falando a verdatamanho da carga tributária e quem arca com seu ônus. de”. Não bastasse isso, a escolha de se tributar o consumo, Infelizmente essa oportunidade nos é tolhida. O Tax com sua incompreensível “sopa de letrinhas” (PIS/COFINS, Freedom Day, no caso brasileiro, poderia ser traduzido, IPI, ICMS, ISSQN, CIDE etc.) implica a assunção, por parcomo o Dia da Desinformação Tributária. Isso faz lembrar te do segmento produtivo da economia, do insuportável um velho comercial, produzido por Washington Olivetto, custo indireto decorrente desta kafkiana complexidade. veiculado pela Folha de São Paulo em 1987, no qual um Pior do que esta realidade é não vislumbrar, sujeito aparecia oculto sob uma tela com vários pontos e num futuro próximo, uma possibilidade concreta de uma voz afirmava: “Este homem pegou uma nação des- que este quadro venha a ser alterado, de tal forma truída, recuperou sua economia e devolveu o orgulho a que, este texto, poderá ser tranquilamente republiseu povo” e seguia exaltando seus feitos. Após isso, apa- cado daqui há dez anos e, incrivelmente, será atual. recia a figura de Hitler seguida da frase: “É possível conDia 02 de junho de 2025, os postos venderão combustar um monte de mentiras dizendo só a verdade, por isso tível sem impostos, os jornais reproduzirão os mesmos é preciso tomar muito cuidado com a informação e jornal chavões midiáticos e alguns desinformados darão suas que você recebe”. Muitas das notícias publicadas nesta convictas opiniões sobre a Carga Tributária Brasileira e data conseguem a façanha de incorrer nesta armadilha. ela, contudo, permanecerá complexa, iníqua e um verdaUma vez que é feita uma simples média aritmética, deiro instrumento de redistribuição de renda às avessas.

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OPINIÃO

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A PME mais sustentável e a comunidade

Precisamos pensar em todos os impactos Marcus Nakagawa

sócio-diretor da iSetor; professor da ESPM; presidente do conselho deliberativo da Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade (Abraps)

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u já pago impostos da minha empresa, contrato funcionários formalmente, tenho todas as licenças de operação e além de tudo isso tenho que me envolver com a comunidade do entorno? Fazer projetos focados em melhorias para eles? Quantas vezes já não escutamos empresas tradicionais se questionando sobre este tema? E muitas vezes estas ajudam a igreja vizinha, a creche da amiga da esposa ou a festa na escolinha do filho e nem se lembram disso? Quando pensamos no crescimento sustentável de uma empresa é necessário questionar também o desenvolvimento do seu entorno, estando ela em um bairro misto com residências ou em um bairro específico de comércio ou de indústrias. Seus vizinhos ou comunidade no entorno precisam ser trabalhados para que os impactos da empresa sejam minimizados, mitigados ou até eliminados. Quando falamos de uma indústria, precisamos pensar em todos os impactos que ela possa causar: barulho, trânsito de veículos e pessoas, poluição dos resíduos, poluição no ar, poluição visual, enfim, tudo o que possa provocar algum tipo de impacto negativo para a vizinhança. Para um comércio ou um escritório esses fatores também serão parecidos, além do aumento de fluxo de pessoas, aumento do lixo, outros serviços virão em função destes estabelecimentos. Na maioria das vezes, o empreendedor tenta adivinhar quais são os impactos que o seu estabelecimento, indústria ou negócios estão causando. E começa a fazer suposições e analisar todos os seus processos. Isso pode ser o início da análise, mas uma melhor forma de agregar valor a este processo seja pedir sugestões para a comunidade. Sim, fazer uma reunião com o líder do bairro, com os estabelecimentos vizinhos, com a igreja ou clube do lado, por exemplo. Este canal de comunicação com a vizinhança pode ser uma reunião semestral ou anual, pode ser um e-mail que a empresa disponibiliza para que as pessoas possam escrever suas opiniões, ou senão buscar um representante da comunidade local que será os “ouvidos” para as reclamações e sugestões, e se forem todos estes melhor ainda. Quem sabe a empresa não pode ajudar a comunidade com algumas questões como melhorias na infraestrutura ou no ambiente local como: melhorias nas habitações, estradas, escolas, creches, hospitais etc. Este relacionamento se dará muito em função do que a empresa quer com este grupo de interesse, ou seja, a comunidade do entorno. Não que a empresa substituirá o governo, mas ela inclusive pode ser um agente de mobilização em conjunto com comunidade local para solicitação de melhorias aos governos locais, dessa forma, somando forças para uma transformação da região. Lógico que a empresa não conseguirá atender a todas as demandas, até porque o foco destes pequenos e médios empresários será vender mais, sobreviver e crescer. Porém, este tipo de ação, além de garantir o desenvolvimento sustentável agrega valor para a marca e para os produtos / serviços desta empresa. Além disso, geralmente, os funcionários fazem parte deste entorno da empresa, o que faz com que eles venham trabalhar mais motivados e, quem sabe, ainda mais felizes.

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A inovação contínua das estratégias de

competitividade

Capítulo 2/6: A sistematização da capacidade competitiva da Fábrica MS Eng. Fernando Oscar Geib

1 - Retornos plenamente sustentáveis e contínuos identificam a sistematização da competitividade da fábrica Não é um vício nem uma mania acentuar mais uma vez a qualificação e a identificação da sustentabilidade perseguida pela fábrica de calçados em descrição como uma “sustentabilidade plena”. Esta preocupação permanente da Nova Fábrica de Calçados (NFC) com o tema sustentabilidade resulta do seu caráter, do seu comportamento e dos seus propósitos sistêmicos, e mais ainda, pelas ações que contemplam e desenvolvem continuamente as cinco dimensões essenciais da sua sustentabilidade antes referida, a Política, a Econômica, a Social, a Tecnológica e a Ecoambiental. Essa visão ampla e abrangente de sustentabilidade acrescenta valor organizacional a esta fábrica, pois ela tem a capacidade e força operacional de gerar e promover exitosa e continuamente, o que denominamos de “retornos crescentes relacionados a estas cinco dimensões de sua sustentabilidade”, como manifestação e como fator medidor do seu poder de competir vitoriosamente nos seus mercados. Ser competitiva e geradora permanentemente de adequados e crescentes retornos econômicos são certamente os critérios mais qualificados para verificar se a organização realmente adota e pratica o conceito de sustentabilidade na sua plenitude. A qualificação de sua sustentabilidade, anteriormente destacada, tende a ser como um guia, ou um volante de um carro de corrida, que procura tornar perenes os avanços competitivos desta organização. A fábrica de calçados proposta é uma manufaturadora de produtos e serviços agregados, entre os quais se destaca o conforto para os pés, voltado para as ações de se estruturar estrategicamente e de batalhar denodadamente para ser uma “Organização Compe-

titiva perseguidora do Sucesso”. Ela é uma perpetuadora dos seus avanços e inovações organizacionais competitivos, onde se destaca a inédita Produção Simultânea. Mais ainda, há também uma característica nem sempre percebida por seus concorrentes: ela, além de estar à frente destes, procura também distanciar-se cada vez mais, de modo crescente, por sua condição de desenvolver continuamente uma sólida liderança estratégico-competitiva nos mercados. O fundamento da Simultaneidade, que a orienta e a projeta para o futuro permanentemente não é somente uma habilidade de produzir calçados com Entrega Já!, mas é, sim, uma estratégia operacional, desafiadora e difícil de ser implantada por seus concorrentes. Os Sistemas de Produção Simultânea (SPS) constituem-se, portanto, em uma estratégia de produção altamente diferenciadora, sob o ponto de vista da conquista e consolidação de mercados, e igualmente criadora de condições incomuns de aperfeiçoamentos e de inovações da capacidade competitiva desta fábrica, nos mercados onde as fábricas concorrentes, utilizadoras das ultrapassadas e não sistêmicas estruturas de produção baseadas na linearidade e na sequencialidade operacional, ficam cada vez mais para trás, sob o ponto de vista competitivo. O imediatismo de atendimento, proporcionado por esta fábrica em descrição, faz com que os consumidores de calçados não necessitem “sonhar com o melhor e o mais atual na moda, que ainda está por surgir e ser ofertado”. A simultaneidade operacional orientadora da fábrica em descrição transforma este “o que está por ser ofertado aos mercados para o atendimento de suas dinâmicas necessidades” em um atendimento simultâneo e Já! ao surgimento e manifestação das necessidades destas partes interessadas e consumidoras. Este atendimento pode ser classificado como um

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“Atendimento Quântico”, pois ele “energiza” os consumidores e os mercados pela satisfação e imediato atendimento. A Nova Fábrica de Calçados (NFC), identificada pelo fundamento operacional-competitivo da Simultaneidade em produzir e de atender os seus compradores finais pelo fundamento da Entrega Já!, pode ser entendida como uma Fábrica Quântica, em função destas suas qualificações inéditas. Para ser competitiva e destacar-se nos seus mercados, ela entende que não produz e não disponibiliza calçados: mas acredita ser uma geradora, ofertadora e repassadora de Satisfação e Atendimento de Alta Qualidade simultaneamente aos propósitos das pessoas em usar calçados, no momento exato das necessidades destes consumidores e dos mercados. Portanto, trata-se de uma fábrica que ao disponibilizar seus calçados gera e emite ondas e quantums de valor e de satisfação para as suas partes interessadas, já referidas e identificadas na forma de calçados. Esta inédita visão apresentada e explicitada anteriormente define e estabelece avanços competitivos para esta fábrica, permitindo também fazer a seguinte afirmação, identificadora do fundamento essencial de sua forma de produzir e diponibilizar calçados: “a Nova Fábrica de Calçados (NFC) está à frente, sob o ponto de vista tecnológico-competitivo, dos mercados e das fábricas de calçados concorrentes, baseadas em estruturas produtivas lineares-sequenciais, por ter esta geradora de calçados e serviços inerentes à sua operacionalidade baseada na Simultaneidade e, principalmente, por ser uma organização manufatureira de calçados capaz de desenvolver plenamente Estratégias Competitivas inéditas, baseadas na sua competência essencial de manter e sustentar o fundamento operacional da Sustentabilidade Plena na sua mais ampla condição, ou seja, ela é dotada de uma capacidade incomum de transformar a sua Capacidade Competitiva em longevidade organizacional”. A pergunta que fica é: por que as atuais fábricas de calçados, lineares e sequenciais, são pouco competitivas e o que as levam a ter uma clara tendência para o desaparecimento em futuro próximo? A resposta é: “as fábricas praticantes do fundamento/modelo operacional de produzir calçados em estruturas produtivas LinearesSequenciais, e que são a maioria hoje praticada, ficarão cada vez mais para trás, anacrônicas e envelhecidas sob o ponto de vista competitivo, pois ficarão crescentemente incapazes de atender adequadamente as dinâmicas e mutantes necessidades da sociedade, dos mercados e dos consumidores”. Elas deixarão, portanto, de serem Competitivas de modo gradual e inexorável. Os sistemas de produção Lineares Sequenciais atualmente utilizados pelas fábricas não conseguirão competir com a velocidade das mudanças dos requisitos dos

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consumidores e dos mercados, velocidade esta impulsionada principalmente pela instantaneidade da internet. Não é demasia colocar também que, na medida em que a evolução dos desejos e das necessidades dos consumidores e mercados se tornam mais elaborados, mais envelhecidos e anacrônicos são os sistemas de produção baseados na linearidade sequencial. Pois, a sua rigidez operacional tira toda a capacidade de acompanhar a dinâmica dos mercados. Fábricas de calçados baseadas na produção linearidade e sequencial não são suficientemente competitivas para responder à dinâmica das mudanças das necessidades dos consumidores e dos mercados. Elas não têm a capacidade intrínseca de acompanhar o dinamismo das informações disponibilizadas pela internet bem como a velocidade das mudanças dos desejos dos consumidores e dos mercados.

2 - O Efeito de Rede resultante da Simultaneidade da Produção, aplicado à comercialização dos calçados, como um fator de aperfeiçoamento da capacidade competitiva da Nova Fábrica de Calçados (NFC) A Produção Simultânea é a estrutura produtiva em rede adotada e consolidada pela fábrica em descrição. Se o fundamento da estrutura em rede não estivesse embasando os sistemas produtivos, o fundamento ou Simultaneidade não seria possível de ser implantado e operado. O Efeito Rede, resultante dos Sistemas de Produção Simultânea (SPS), já apresentado e descrito em capítulos onde os fundamentos da Nova Fábrica de Calçados (NFC) foram apresentados, nos oferece o fundamento para a aplicação do Efeito Rede à comercialização dos calçados. Este Efeito Rede está apresentado na Figura1. Se este fundamento não for aplicado, consolidado e dominado, a Simultaneidade Operacional da comercialização não se viabilizará e a capacidade competitiva da Nova Fábrica de Calçados (NFC) será significativamente afetada. Para ser plenamente competitiva, o fundamento da Simultaneidade deve ser levado também aos Mercados e aos Consumidores. Esta estratégia de comercialização e disponibilização faz com que os produtos da Nova Fábrica de Calçados (NFC) estejam simultaneamente disponibilizados nos pontos de venda e disposição aos Compradores e aos Mercados. A Figura 1 mostra claramente a intercomunicação dos Centros de Simultaneidade de Vendas (CSV), ou seja, eles constituem uma rede de disponibilização dos calçados aos Consumidores dos calçados da fábrica em descrição.

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A Nova Fábrica de Calçados (NFC) traz para dentro do seu sistema de produção o fundamento de Disponibilização Simultânea dos Calçados em toda a rede de vendas. O planejamento da produção estruturará as operações do Sistema de Produção Simultânea (SPS) para contemplar a condição de simultaneidade no atendimento dos compradores dos calçados, nas lojas e demais pontos de vendas destes. Estas colocações nos mostram que a competitividade da Nova Fábrica de Calçados (NFC) não está somente no fundamento da Produção Simultânea, ou seja, este fundamento operacional se expande e envolve os Mercados e os Consumidores Finais dos calçados. Se estas premissas de disponibilização simultânea dos calçados aos compradores e aos mercados de consumo não se concretizarem de modo adequado, o esforço estratégico de implantar e desenvolver a Produção Simultânea será afetado e certamente não trará os benefícios esperados pela fábrica em descrição. A Simultaneidade, portanto, é um fundamento sistêmico, ou seja, ela deve ser aplicada e operacionalizada por todos os sistemas da Nova Fábrica de Calçados (NFC). A Figura 1 apresenta o Sistema de Vendas Simultâneas (SVS). Este sistema demonstra o que vem a ser o Efeito

Rede, aplicado à comercialização dos calçados, como fator de aumento e de consolidação da competitividade da fábrica em descrição. A Figura 1, por sua apresentação, mostra igualmente como o Efeito Rede torna-se um fator impulsionador da competitividade da comercialização dos calçados produzidos e, por consequência, aumenta a competitividade de toda a Nova Fábrica de Calçados (NFC). A presença simultânea dos calçados nos diversos Centros de Simultaneidade de Vendas (CSV) desenvolvem um poder e uma sinergia de vendas sistematizadas e sincronizadas, pois os compradores e consumidores dos calçados são influenciados por um marketing unificado e simultâneo, em todos os pontos de venda e em todo o Mercado. O marketing destinado às lojas e aos pontos de venda passa a ser sistêmico e estratégico, pois coloca todas as lojas e pontos de venda em alinhamento único de ofertas dos calçados produzidos pela Nova Fábrica de Calçados (NFC).

3 - O feedback aplicado à avaliação do desempenho da Produção Simultânea deve ser de natureza construtiva para aperfeiçoar e consolidar o fundamento da Simultaneidade

A Figura 1 representando o Sistema de Vendas Simultâneas (SVS) dos calçados, onde merecem destaque os Centro de Simultaneidade de Vendas (CSV), articulados sistemicamente. Estes Centros de Simultaneidade de Vendas (CSV) organizam a rede de produção simultânea de vendas, ou seja, o Sistema de Vendas Simultâneas (SVS) da Nova Fábrica de Calçados (NFC). Os Centros de Simultaneidade de Vendas estruturam-se pelos Pontos de Venda (PV)

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Devemos lembrar que a Nova Fábrica de Calçados (NFC) tem como fundamento básico e sistêmico a Simultaneidade e seria uma incoerência não aplicar a operacionalização deste fundamento, o feedback na sua plenitude, para verificar imediatamente as oportunidades de melhoria e os novos desafios operacionais que as práticas da produção simultânea estão oferecendo. Esse retorno serve também para verificar a intensidade e magnitude dos desvios praticados pela fábrica da operacionalização da produção simultânea. É importante lembrar que o feedback deve ser aplicável a todos os processos organizacionais desta fábrica, tanto no Sistema de Produção Simultânea (SPS), quanto em todas as demais área/processos que também se desenvolve de modo simultâneo na fábrica. Ao aplicar construtiva e adequadamente este princípio/fundamento a toda a Nova Fábrica de Calçados (NFC) ocorre o que denominamos de Efeito de Feedback positivo, ou seja, o sucesso do feedback positivo alimenta e impulsiona o Efeito de Feedback, o qual se dissemina levando o seu sucesso para toda a fábrica de calçados em descrição. O Efeito de Feedback é sistêmico, pois sendo a produção da Nova Fábrica de Calçados (NFC) estruturada como um rede de operações de fabricação (ver a estrutura operacional do Sistema de Produção Simultânea (SPS) apresentada em capítulos anteriores) os benefícios do feedback disseminam-se por todo o sistema produtivo da fábrica. O feedback deve ser entendido como uma Análise Crítica aplicada ao sistema de produção da fábrica de Calçados (NFC), pois os seus propósitos são os de aperfeiçoar o sistema produtivo. O mais poderoso dos feedbacks positivos desenvolvidos pela Nova Fábrica de Calçados (NFC) é aquele operacionalizado e desenvolvido pelas denominadas Atividades de Análise Crítica (AAC), realizadas mensalmente por toda a equipe diretiva e operadora da fábrica. Para implantar estas atividades de retorno em melhorias e avanços na capacidade competitiva, a fábrica em descrição estrutura a sua Sala de Gestão, com Painel de Gestão e Avaliação de Desempenho Operacional, onde são apresentadas todas informações sistematizadas dos processos desenvolvidos pela Nova Fábrica de Calçados (NFC). A Sala de Gestão oportuniza o desenvolvimento de um feedback sistêmico muito poderoso, realinhando a capacidade competitiva e as estratégias organizacionais da Nova Fábrica de Calçados (NFC) com as realidades de competitividade atuais exigidas pelos mercados e pelos consumidores.

Referência Bibliográfica HAMMEL Gary; Liderando a revolução

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Acordos setoriais para implantar logística reversa em coleta de resíduos

avançam no Brasil A

Política Nacional de Resíduos Sólidos (lei 12.305/2010) prevê a implantação da logística reversa, na qual os consumidores precisam encaminhar os produtos recicláveis para recolhimento por parte dos fabricantes e importadores. Para que isso ocorra, é preciso que as empresas estabeleçam os chamados acordos setoriais, que envolvem toda a sua cadeia produtiva. Alguns já avançaram, estabelecendo um regulamento comum e fechando o acordo, caso das produtoras de óleo lubrificante; enquanto outros ainda discutem a formulação dos acordos, caso de medicamentos e produtos eletroeletrônicos. O balanço dos acordos foi apresentado por Fabrício Soler, da Felsberg Advogados, durante o 10º Seminário Reciclagem e Valorização de Resíduos Sólidos, realizado no dia 29 de maio, na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), e organizado pelo professor do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais, Hélio Weibeck. A logística reversa visa à viabilizar a coleta do produto e providenciar a destinação final. Entre as empresas que devem implantar a operação, segundo a lei, os envolvidos na produção de agrotóxico, fabricação de pilhas e baterias, pneus e lâmpadas já têm um regulamento. As empresas relacionadas à produção de embalagens de óleo lubrificante têm regulamento e acordo setorial já estabelecidos. Estão negociando seus acordos as empresas relacionadas à produção de eletroeletrônicos (de uso doméstico) e seus componentes; de produtos comercializados em

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embalagens; e produtores de medicamentos. “Demorou muito para termos uma Política Nacional de Resíduos Sólidos. Agora, acordos bem sucedidos vêm sendo realizados, mas eles não funcionam sozinhos, precisam da contribuição de todos, e ser continuamente melhorados”, apontou o consultor Aurélio Barbato, que apresentou um resumo histórico sobre a evolução da política e os acordos. Falta ao Brasil um regime tributário que beneficie quem usa insumos vindos da reciclagem. “Precisamos instituir normas para conceder incentivos fiscais, financeiros e creditícios, ter um tratamento fiscal diferenciado para quem incorpora material reciclável”, disse Soler. “ Ser “verde” não é fator determinante para a venda, alertou Luiz Navarra, fundador da Espectro 3D. “Não vendemos apenas pelo apelo da questão ambiental, precisa ter viabilidade econômica. Isso vale para qualquer setor, principalmente o público, que segue a lei 8.666 e faz suas compras pelo menor preço”, disse.

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Exemplos de sucesso

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m sua palestra, Navarra contou sua trajetória como fabricante de produtos ergonômicos que usam garrafas PET. “Nossos clientes eram os profissionais envolvidos com segurança do trabalho, mas passamos a trabalhar com quem também cuida da área ambiental.” A empresa criou um sistema para calcular quantas garrafas PET são usadas na fabricação de seus produtos e passou a comunicar isso para seus clientes. O biólogo Roberto Massareli, especialista em educação ambiental da Urbanizadora Municipal São José dos Campos (Urbam), mostrou as iniciativas bem sucedidas implantadas pelo município paulista em reciclagem, cuja atuação tem um forte componente educacional. A cidade foi uma das primeiras a implantar coleta seletiva no Brasil entre as 927 que já contam com o sistema. “Sem

a consciência da sociedade, nenhum sistema vai funcionar”, apontou. Chicko Souza, sócio-fundador da empresa Greening, apresentou um exemplo em economia circular, baseada na transformação de resíduos em insumos para fabricação de novos produtos, com a implantação das sacolas retornáveis e recicláveis na cidade de São Paulo. Segundo ele, o não reaproveitamento dos resíduos sólidos custa R$ 8 bilhões por ano ao Brasil. “Nossa política fala em coleta, mas não dá indicações do que fazer depois disso. A economia circular vem para ajudar nisso”, apontou. Boris Petrovic, do Instituto de Tecnologias Sustentáveis Nikola Tesla, falou sobre as pesquisas que a instituição desenvolve no Brasil. Energia é um dos principais insumos da indústria de reciclagem e o Instituto pesquisa sistemas de transmissão de energia sem fios e se interessa pela energia solar. Marcelo Brígido, arquiteto, diretor e fundador da KMA2, apresentou a plataforma digital que sua empresa criou para população de média e baixa renda. Além de fazer cálculos sobre gastos com material e mão de obra, a ferramenta ajuda a fazer a gestão de resíduos. Entre os serviços disponíveis na

plataforma, os usuários podem doar material ou vender. A plataforma se encarrega de colocar potenciais compradores ou recebedores de doações em contato. A palestra seguinte foi apresentada por Celso Luchezzi, professor e consultor da Luchezzi Treinamentos. Ele fez um estudo na Região do ABC paulista - que compreende as cidades de Santo Amaro, São Bernardo do Campo e São Caetano - para estudar viabilidade do uso da logística reversa e reciclagem de materiais descartados na construção civil em conformidade com a política nacional de resíduos. “Em dez obras que visitei apenas uma tinha dados sobre para onde foram todos os resíduos e os custos. Mesmo empresas grandes não têm apontamentos”, disse. O coordenador da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Odair Luiz Segantini, deu um panorama sobre resíduos sólidos no Brasil. Em 2013, foram geradas 209.280 toneladas de resíduos sólidos urbanos por dia no País. Entre os municípios, 66% declaram não dar a destinação adequada aos resíduos. Enquanto os investimentos em serviços de limpeza urbana de algumas cidades atingem, na média internacional, R$ 500 por habitante ao ano, a média nacional é de R$ 115 por habitante/ano. “São claramente insuficientes os investimentos”, destacou. Na última palestra, Jorge Coelho, da Único Pavimentos, apresentou sua inovação na produção de asfalto. A companhia utiliza agregado siderúrgico como matéria-prima. “Nossa maior dificuldade é justamente provar que é viável transformar passivo ambiental em produto, em utilidade pública”, finalizou.

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artigo Técnico

Análise de componentes que afetam diretamente o conforto do calçado Milton A. Zaro1,2; Rudnei Palhano1; Aluisio Avila1; Paulo Model1; Eduardo Wust1 e Aline Faquin1 1 Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) 2 Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Resumo O objetivo desse trabalho foi analisar dois componentes do calçado que são de fundamental importância para o conforto: a palmilha de acabamento e o forro interno. A principal função da palmilha de acabamento é aperfeiçoar a distribuição da pressão plantar, eliminando os picos de pressão. Porém, deve contribuir com outras funções, tais como: absorção de impacto, controle de pronação, microclima, controle de umidade interna do calçado e, ainda, conter elementos que evitem o mau cheiro. A contribuição na absorção do impacto é fundamental para os calçados de moda. O forro tem a função principal de melhorar a interface calçado-pé, produzindo uma melhor percepção do calce e consequente do conforto. Este trabalho mostra as principais características dos forros e das palmilhas.

Abstract The main objective of this work is to analyse two of the most importante parts of a shoe: the insole and the lining. The most importante function of the insole is the plantar pressure distribuition, but the insole may also add elements for the avoyding of bad smell. Among this, the insole may be usefull for impact absortion. The lining has the function of improve the interface between foot and footwear, bringing better perception and comfort.This work presents the most important characteristics of lining and insoles.

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Introdução A principal função do calçado é proteger o pé, e a evolução levou a outros desafios, como proporcionar conforto e seguir as tendências da moda. Cada vez mais o consumidor está prestando atenção ao seu bem-estar, escolhendo o modelo baseado em quesitos como, por exemplo, o peso desse calçado. Dependendo do grau de complexidade do calçado ele pode conter vários componentes: biqueira, contraforte, cabedal, salto, sola, entressola, palmilha de acabamento, palmilha de montagem, cadarço e zíper, dentre outros. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) publicou a norma ABNT NBR 14834:2015 - Conforto do calçado e componentes - Requisitos e ensaios, que revisa a norma ABNT NBR 14834:2011, elaborada pelo Comitê Brasileiro de Couro, Calçados e Artefatos de Couro (CB-11). Esta Norma estabelece os métodos de ensaio e os requisitos para determinação do índice de conforto dos calçados e contribuição dos componentes para conforto em calçados, bem como define as características para a seleção de modelos de calce. Desta forma, os fabricantes de calçados confortáveis precisam prestar atenção a parâmetros do tipo: (a) melhor distribuição do peso do corpo entre pé e palmilha, resultando numa adequada distribuição da pressão plantar; (b) redução da pronação; (c) adequada absorção de impacto, ou seja, favorecer o amortecimento; (d) escolha de componentes adequados que proporcionem uma melhor percepção do conforto; (e) materiais que promovam a troca térmica e de umidade adequadas, e (f) atrito e flexibilidade que aperfeiçoem o desempenho do caminhar com calçado. A Figura 1 mostra os componentes de um calçado feminino de salto alto e de um tênis, para melhor ilustrar as observações referentes aos componentes.

Figura 1. (a) componentes de um calçado feminino de salto alto e (b) componentes de um tênis (ou eventualmente um sapatênis)

A principal função da palmilha de acabamento é otimizar a distribuição da pressão plantar (Figura 2), evitando picos de pressão que possam produzir dores, calosidades, bolhas e eventualmente alguma patologia. Além disso, a palmilha deve possuir atividade que evite a proliferação de micro-organismo, não permitindo o aparecimento do mau cheiro. As palmilhas podem ser confeccionadas com diversos materiais como látex, EVA, PU, e, não tecidos, sendo que existem diversas empresas que produzem vários tipos de palmilhas, com diferentes funções. As palmilhas confeccionadas com não tecidos têm grande poder de absorção de umidade e, ao mesmo tempo, grande tendência para secar rapidamente, aumentando a capacidade do calçado de limpar-se. A palmilha interna pode ser ou não perfurada; no caso da palmilha ser perfurada, isso vai favorecer a troca de calor e perda de umidade. Outra questão interessante é o fato da palmilha ser reta ou anatômica. A produção industrial nos dias de hoje contempla uma maior percentagem de palmilhas retas, com exceção dos calçados esportivos, onde as anatômicas prevalecem. Em função da grande diversidade anatômica do pé brasileiro, as palmilhas retas podem ser mais adequadas em alguns casos. É uma questão ainda em aberto. Nos calçados de solado mais reto (plano) é ideal ter uma palmilha com altura maior na parte posterior? Essa é outra pergunta em aberto. As palmilhas de polímeros produzem excelente resultado tanto na distribuição de pressão plantar como na absorção do impacto, mas estão entre as mais caras do mercado.

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artigo A distribuição da pressão plantar é determinada através dos procedimentos descritos na norma 14.836, onde uma palmilha sensorizada é colocada internamente sobre a palmilha de montagem ou da estrutura do calçado. Um exemplo da distribuição de pressão plantar com palmilhas de material polimérico está mostrado na Figura 2.

Fig. 2. resultado da distribuição plantar

A principal função do forro é produzir uma otimização da interface pé-calçado, auxiliando a elevar o conforto e tornando a sensação do calce mais agradável. Também deve absorver umidade (suor, resultado da transpiração), auxiliar a controlar da temperatura interna no calçado, ter atividade de dessorção e evitar que, com a fixação na gáspea, o adesivo não anule as propriedades já citadas. Um aspecto muito importante da colocação do forro diz respeito ao fato de que, ao ser colado, se o adesivo for muito espesso (à base de solvente, por exemplo), ele pode causar desconforto (rigidez mecânica excessiva) ou prejudicar a transpiração (atuar como isolante térmico). O adesivo utilizado nos forros torna o processo mais prático (facilitando o processo), mas, na realidade o forro não precisaria ser totalmente colado. Os materiais usados nos forros geralmente são sintéticos com base PU ou mistos e tecidos e não tecidos (microfibra, por exemplo). No caso específico dos calçados femininos, utiliza-se muito material sintético. Nos calçados esportivos, utiliza-se muito forro dublado com espuma de PU ou Látex.

Procedimento experimental e resultados O ensaio para determinação da distribuição da pressão plantar é realizado com o modelo caminhando na velocidade prescrita (4km/h feminino e 5km/h masculino) em esteira com velocidade controlada; são realizadas diversas coletas e uma análise estatística. Finalmente, são apresentados os picos de pressão na região do calcâneo e metatarsos. A Figura 3 (a) e (b) mostra os resultados de uma coleta para ilustrar o modo como os dados podem ser colhidos e analisados, de acordo com a norma ABNT 14836.

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Figura 3. Distribuição da pressão plantar (a) valor da pressão em cada elemento da palmilha, (b) distribuição 3D dos picos de pressão e (c) sistema Pedar-X, com palmilhas sensorizadas

A figura 4a mostra um forro costurado de modo a facilitar o estudo de suas propriedades quando colocado dentro do calçado e os valores medidos de temperatura na região dos metatarsos e da região plantar. A Figura 4b mostra o modo de colocar os sensores de temperatura - caso entre o primeiro e segundo dados, sendo o sensor em questão fixado com fita micropore, conforme estabelecido na norma 14387 ABNT. Valores mostrados apenas para ilustração de resultados possíveis para o tipo de forro ilustrado.

Figura 4. Forro preparado para ensaio biomecânico (a) e (b) modo de colocar os sensores de temperatura

Tabela 1. Valores de temperatura medidos, de acordo com a norma ABNT 16037/12, que prevê a medição de temperatura em duas regiões: (a) metatarsos e (b) arco plantar.

Bibliografia www.google.com.br/search?q=forros+de+calçados&biw Catálogos diversos de empresas do ramo calçadista. http://www.cipatex.com.br/ http://www2.exclusivo.com.br/anuario

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A ABNT 11 3017.3638 www.abnt.org.br pág. 65 Associados 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 86 Azzomac 51 3470.6168 www.azzomac.com.br pág. 76 B Baxmann 11 2818.6959 www.baxmann.com.br pág. 29 Boxflex 51 3598.8200 www.boxflex.com.br pág. 02 Braseg 11 5585.4355 www.braseg.tmp.br pág. 59 C Cebec 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 80 Colorgraf 51 3587.3700 www.colorgraf.com.br pág. 57 Couromoda 11 3897.6100 www.couromoda.com pág. 63 D Dürkopp Adler 11 3042.4508 www.durkoppadler.com pág. 23 E Expo proteção 11 3129.4580 www.protecaoeventos.com.br pág. 53 F Feevale 51 3586.8800 www.feevale.br pág. 33 Fimec 51 3584.7200 www.fimec.com.br pág. 43 Foamtech 19 3869.4127 www.foamtech.com.br pág. 100 Francal 11 2226.3100 www.francal.com.br pág. 44 I Institucional IBTeC 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 99 IULTCS 51 3561.2761 www.iultcs2015.org pág. 49 L Lab. Biomecânica 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 68

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Lab. Luvas/Calor Radiante 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 73 Lab. Luvas/Proc. Cirúrgico 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 77 Lab. Microbiologia 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 98 Lab. Sub. Restritivas 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 93 Laser 51 3525.2139 www.lasernh.com.br pág. 19 Linhasita 11 4487.6600 www.linhasita.com.br pág. 34 M máquinas Morbach 51 3066.5666 www.morbach.com.br pág. 31 Metal Coat 54 3215.1849 www.metalcoat.com.br pág. 05 O Orisol 51 3036.4774 www.orisol.com.br pág. 07 P Proamb 54 3055.4338 www.proamb.com.br pág. 20 R Rhodia 11 3741.7733 www.rhodia.com.br pág 09 S Seincc 48 3265.2529 www.sincasjb.com.br pág. 61 Stickfran 16 3712.0450 www.stickfran.com.br pág. 10 T Tecnicouro 51 3553.1000 www.tecnicouro.com.br pág. 67 Testes em EPIs 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 75 U Undercorp 51 3036.6080 www.undercorp.com.br pág. 15 Usaflex 51 3549.8100 www.usaflex.com.br pág. 27 Z Zero Grau 51 3593.7889 www.feirazerograu.com.br pág. 51

Entidades do setor ABECA (51) 3587.4889 ABEST (11) 3256.1655 ABIACAV (11) 3739.3608 ABICALÇADOS (51) 3594.7011 ABINT (11) 3032.3015 ABLAC (11) 4702.7336 ABQTIC (51) 3561.2761 ABRAMEQ (51) 3594.2232 ABRAVEST (11) 2901.4333 AICSUL (51) 3273.9100 ANIMASEG (11) 5058.5556 ASSINTECAL (51) 3584.5200 CICB (61) 3224.1867 IBTeC (51) 3553.1000 Feiras do setor BRASEG (11) 5585.4355 COUROMODA (11) 3897.6100 EXPO EMERGÊNCIA (11) 3129.4580 EXPO PROTEÇÃO (11) 3129.4580 FASHION SHOES (16) 3712.0422 FEBRAC (37) 3226.2625 FEIPLAR (11) 3779.0270 FEMICC (85) 3181.6002 FENOVA (37) 3228.8500 FICANN (11) 3897.6100 FIMEC (51) 3584.7200 FISP (11) 5585.4355 FRANCAL (11) 2226.3100 GIRA CALÇADOS (83) 2101.5476 HOSPITALAR (11) 3897.6199 INSPIRAMAIS (51) 3584.5200 PREVENSUL (11) 3129.4580 40 GRAUS (51) 3593.7889 QUÍMICA (11) 3060.5000 SEINCC (48) 3265.0393 SICC (51) 3593.7889 ZERO GRAU (51) 3593.7889

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OPINIÃO Colunista O poço secou

Rogério da Cruz Carvalho

Habitus Consultoria contato@habitusconsulting.com.br

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epois da crise hídrica, crise política, chegamos à crise da corrupção. Um mar de lama pelo País onde a cada minuto um novo escândalo ganha as primeiras páginas dos jornais e revistas sérios. Com um início como este poderia até parecer para um desavisado que estamos em uma coluna política ou policial, mas na verdade o que pretendemos é demonstrar que o desenvolvimento sustentável também foi afetado pelo mar de lama que nos soterrou. Uma recente avaliação do banco americano Morgan Stanley estima que foram desviados da Petrobrás 21 bilhões de reais. Este volume de recursos é tão astronomicamente grande que não há qualquer hipótese de que possamos compreender o que ele significa, mas vamos tentar. Com este valor, poderíamos, por exemplo, comprar TODOS os carros produzidos em 2014 pela fábrica da FIAT no Brasil. Poderíamos também construir 210km de linhas de metrô ou comprarmos 58 milhões de cestas básicas, o que significa que poderíamos comprar uma cesta básica para cada família do Brasil, segundo o últi-

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mo censo, e ainda sobrariam um milhão de cestas. Mas não temos nada a ver com isto, afinal o dinheiro foi desviado da Petrobrás! ERRADO. Este dinheiro, do mesmo modo que a própria empresa, pertence a todos nós, brasileiros, e consequentemente, ao invés de auxiliar na construção de redes de água, esgoto, ruas, escolas, hospitais, enfim todo o tipo de infraestrutura das quais carecemos, foram parar no bolso de políticos corruptos e inescrupulosos empresários corruptores. Eis que finalmente nossos governantes, pressionados e perdidos em meio a esta crise, estabeleceram um corte do orçamento. A surpresa, no entanto, é exatamente as áreas que mais foram afetadas, ou seja, a educação e a saúde. Mais uma vez, condições básicas de cidadania são afetadas e novamente os mais carentes são quem sofre o impacto com maior intensidade. Ao que parece o poço secou... e não chegamos ainda ao fundo dele. Devemos lembrar que nos momentos de crise temos as grandes oportunidades de encontrar caminhos alternativos e tentarmos sair deste mar enlamaçado.

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Comércio eletrônico:

oportunidades para negócios A

traindo mais de 61 milhões de consumidores, o comércio eletrônico já movimenta mais de R$ 35,8 bilhões anuais colocando marcas e compradores a um clic de distância. Porém, embora as vendas online ganhem força no Brasil, o setor calçadista ainda é principiante no uso das ferramentas virtuais. Foi com esta percepção, e tendo como base o 31° WebShoppers, relatório sobre o comércio eletrônico brasileiro divulgado pela E-bit, que aponta que em 2015 esta modalidade de transações no País deve ter um incremento de 20% sobre 2014, movimentando mais de R$ 43 bilhões, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) promoveu, no dia 20 de maio, a 19ª edição do Seminário Nacional da Indústria de Calçados (SNIC). Objetivando abordar o melhor uso das ferramentas online para o incremento das vendas e da imagem das marcas, o evento ofereceu dicas relevantes de atuação e também para a criação de uma cultura digital nas empresas.

Jean Rosier

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Mudança de Era Sem a pretensão de oferecer verdades absolutas, mas tentando instigar os participantes a pensarem fora da caixa, o diretor da escola criativa Perestroika, Jean Rosier, considera que estamos vivendo uma nova era, cujo foco é o ser humano e vem marcada pela perda do poder por parte das grandes empresas devido à reconexão entre as pessoas. “As organizações precisam entender essa mudança para sobreviver, pois o protagonismo de hoje não implica em ser líder amanhã”, pontuou ele, afirmando que 75% daquelas que serão as grandes empresas globais em 2020 ainda não foram criadas. Uma das saídas para se destacar no mercado ante esta perspectiva é fugir do óbvio - a comercialização de produtos e serviços - e ser proativo na construção de um mundo onde as pessoas interajam com a marca por perceberem que isso faz sentido para elas. Ele lembrou que os avanços da tecnologia trouxeram o aumento das conexões entre as pessoas, e com isso o centro das decisões deixa de ser na empresa. Portanto, é preciso ouvir o cliente e oferecer a ele respostas concretas. Hoje, e cada vez mais no futuro, o foco é menos na satisfação individual e mais no coletivo. “Para entender o que funciona com as pessoas ao seu entorno, o empresário necessita derrubar as barreiras que encaixotam o seu negócio e buscar adaptabilidade às mudanças”, pontuou. Ele lembrou que as grandes empresas competem clientes com sites de vendas, escolas de idiomas com formato de ensino tradicional têm como concorrente o compartilhamento virtual de conhecimento, e o livro impresso cedeu espaço para o formato digital. Tudo isso é reflexo da mudança do comportamento de consumo. “Os avanços tecnológicos possibilitaram que se chegasse à impressão 3D, que é hoje uma realidade no dia a dia das pessoas. Conforme o filamento e técnica usados, se pode imprimir roupas, calçados, acessórios, até mesmo carros, casas e tecidos biológicos. Alguns anos atrás isso só seria possível em ficção científica”, relacionou.

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A era do mobile finalmente chegou? O palestrante Gustavo Bacchin, da agência Cadastra, salientou que o lançamento do primeiro iPhone, em 2007, revolucionou o acesso à informação e a partir de então, cada ano é apontado como sendo o início da era do mobile firts, mas isso ainda não aconteceu de fato. O celular com acesso à internet, sem dúvida, derrubou as barreiras entre o físico e o digital, mas até agora ele significa uma porta para o novo ambiente, conhecido como phygital - um link entre os dois mundos. Ele avalia que não estamos na era do mobile e nem do desktop, mas na era do consumidor first. E as empresas precisam saber tudo sobre esse comprador se quiserem estabelecer uma comunicação efetiva. Até 2020, de acordo com Bacchin, 80% da população mundial vai ter um smartphone no bolso, mas o que importa realmente é saber como o acesso a esta tecnologia afeta o comportamento das pessoas. “Um estudo do Google apontou que 65% das compras começam no celular, passam pelo computador e continuam no tablet. Outras 25% começam no laptop, passam pelo celular e depois pelo tablet e, em contrapartida, 11% começam no tablet e continuam no laptop. Portanto, antes de tomar decisões de marketing é prudente entender em qual aparelho o cliente está conectado a cada hora do dia”, salientou. O mobile não muda só a mentalidade do consumidor, mas também o ciclo de compras. Portanto, a discussão hoje é como tornar a experiência da compra mais prazerosa. A tecnologia já permite que o cliente entre na loja, escaneie o produto, solicite a peça através de um sistema eletrônico, receba o produto em um terminal e faça o pagamento por cartão, realizando todo o processo sem interferência de outras pessoas. “Essa loja não precisa de vendedores, mas pode oferecer um profissional que auxilie na composição do look”, comentou.

Parceiros ou vilões?

Gustavo Bacchin

Liliane Ferrari

Alertando que blog de moda é para ser usado pelas empresas com moderação, Liliane Ferrari afirmou que o consumidor está não só mudando o seu hábito de compra, mas também busca outras fontes de informação, com as quais têm uma maior identificação, e neste contexto os blogs de moda e beleza assumem um papel cada vez mais importante. Ela destacou que antes não se tinha a possibilidade de entrar na loja, fotografar diferentes modelos de sapato, enviar uma mensagem com a foto anexa perguntando para as amigas qual deveria ser comprado e receber as opiniões em tempo real. Mas em tempos em que não basta ter, é preciso postar, esse tipo de experiência tornou-se uma verdadeira necessidade, e esta é uma das propostas dos blogs. “É claro que há deturpações - tanto por parte das blogueiras que buscam fama quanto por empresas que vão com muita sede ao pote - e isso interfere na credibilidade da informação, especialmente quando há muita quantidade, pouca qualidade e nenhuma confiabilidade no que é postado”, pontuou. Alertando que moda não é só consumo ou ego, ela lamentou a falta de originalidade e transparência. “Nem todo blog é mídia, para propor-se como tal é preciso preencher uma série de quesitos. Um deles é a divulgação do relatório sobre comentários, curtidas, posts e, além disso, o público precisa saber claramente o que é publicidade e o que é notícia”, destacou. Enfatizando que trabalhar com blogs proporciona visibilidade e aumento na venda de produtos, além de atingir mais influenciadores, ela alerta para a necessidade das empresas investirem naqueles que tenham aderência com o produto/ marca. “Sempre dá certo quando o blog e a marca andam juntos, pois, quando os dois percebem valor na proposta comercial, a sintonia acontece”, concluiu.

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O conteúdo certo para o cliente certo Caroline Miltersteiner, da Pmweb Marketing Cloud Services, enfatizou que tratar todos os clientes da mesma forma já não funciona. “Cada cliente quer que a marca ofereça exatamente o que ele precisa naquele justo momento e não adianta ignorar esse desejo. Em vez disso, as empresas devem aprender a ouvir mais as pessoas para entendê-las individualmente e então oferecer soluções pontuais”, contextualizou. De acordo com ela, embora a fidelidade seja algo cada vez mais difícil de ser alcançada, é mais caro investir para atrair novos consumidores do que reter os que já são compradores habituais. “O retorno dos clientes fidelizados é muito maior, pois eles, além de comprar, defendem a marca e o produto, mas se ninguém está fazendo isso algo está errado”, defendeu. A empresa que trata todos como iguais, na sua avaliação, talvez se comunique com um maior número de pessoas, porém uma boa parcela destas não será contemplada nas suas necessidades. Mas quando a pessoa é tratada de forma individual são maiores as chances dela se sentir satisfeita e se relacionar comercialmente com a marca.

Caroline Miltersteiner

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A busca pela perfeição

Foco no engajamento

O fundador da Casas Vandal, Ricardo Dullius, é um jovem empreendedor que criou um sistema para incentivar a coparticipação dos clientes na confecção de estampas para as camisetas que comercializa, aliando a isso a estratégia de se relacionar com o mercado de forma bem humorada, e dessa forma acredita ter encontrado a receita para criar um produto perfeito e fazer as pessoas mais felizes. “Para mim, a criação de uma empresa é semelhante a fazer uma escalada em busca desta felicidade, que não é necessariamente conquistada através do dinheiro, mas sim pelas relações humanas”, explica Dullius. Através da participação criativa proposta pela Vandal, qualquer pessoa pode elaborar uma estampa a partir de uma foto ou desenho digitalizado e ter uma camiseta personalizada ou ainda ganhar dinheiro com isso, desde que disponibilize a arte e outras pessoas se interessem em usá-la. O site da empresa é cheio de surpresas que visam a estimular o riso conforme o internauta navega pela página. “Não é o site que vende mais camisetas, mas está dando certo porque é feito com paixão, e temos um propósito de matarmos nosso próprio ego e pensarmos verdadeiramente na satisfação do cliente”, resumiu.

O diretor de mídias sociais e internet da Prefeitura de Curitiba, Marcos Giovanella, falou sobre as estratégias adotadas para melhorar o interesse da comunidade pelas ações da prefeitura da capital paranaense. “Comunicação não é só emissão, mas principalmente recepção, por isso a necessidade do poder público entender a comunidade para emitir mensagens adequadas para os receptores”, determinou. Observando que o mundo está muito mais democrático, possibilitando que qualquer pessoa ou organização possa conquistar audiência, ele destacou que nem todos conseguem ser relevantes, e essa é justamente a proposta que garante o sucesso da prefeitura nas mídias sociais e internet. “Conseguimos encontrar a linguagem correta para atingir o maior número possível de pessoas, tanto na divulgação de dados curiosos quanto campanhas sociais ou assuntos relacionados com a saúde, o que levou ao engajamento da população, que hoje conhece muito mais a cidade onde vive”, contou.

Ricardo Dullius

Marcos Giovanella

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Do varejo físico ao digital O analista de marketing digital e mídias sociais do Magazine Luiza, Ivan Alves, contou como a rede de lojas chutou a crise para escanteio utilizando a web para se comunicar com os seus clientes. “Temos uma operação muito forte na internet, a partir das necessidades apontadas pelos internautas, que vão desde dificuldades em manusear algum aparelho eletrônico até o esclarecimento sobre as principais características de determinado produto”, ressaltou. Além de a empresa realizar uma série de vídeos através dos quais uma porta-voz virtual (feita em tecnologia 3D) oferece explicações técnicas e dicas de conservação e uso sobre os produtos oferecidos pela loja, a empresa atua no pós-venda oferecendo consultoria sobre o uso e conservação de produtos recém-adquiridos, e também avisando sobre novidades que possam interessar à pessoa, tendo como base o seu perfil de compras. Com 50 anos de história, a rede é composta por mais de 750 lojas, sendo 88 virtuais. No site, são mais de 30 mil clientes ativos. A conta no Facebook tem dois milhões de fãs, e já são mais 118 mil seguidores no Twitter e Pinterest. Tem 822 mil seguidores no Google Plus. No Youtube, já soma 15 mil vídeos upados, conquistando 92 milhões de visualizações.

Ivan Alves

PROAMB Colunista Produção Mais Limpa:

uma ferramenta da Gestão Ambiental aplicada à melhoria

Elisandra Fabris

Coordenadora Técnica da Central de Disposição de Resíduos

São muitos os problemas ambientais ocasionados pela modernidade. Podemos destacar a poluição como um dos maiores agravantes da degradação do meio ambiente, estando diretamente relacionado com a industrialização da economia e o crescimento populacional. Dentre estes problemas, busca-se no meio industrial a modificação do modo de se fazer gestão, incluindo o conceito de qualidade do meio ambiente. Estes interesses vêm crescendo cada vez mais, principalmente pela exigência da sociedade em escolher empresas que tenham projetos socioambientais e que tenham agregado ao seu produto a valorização e preservação do meio ambiente. Mas mudar o conceito de uma empresa, alterar o modo como ela enxerga o quanto uma melhoria no seu processo pode auxiliar no procedimento todo, não é uma tarefa fácil. Para que seja possível iniciar qualquer trabalho que envolva conscientização X economia, é preciso haver um estudo muito bem planejado e executável, com explicações sobre a mudança de paradigma nas organizações empresariais, importância das questões ambientais, como fator competitivo, evolução da postura das empresas em relação às problemáticas ambientais, afastando-se dos velhos paradigmas baseados na economia de escala e hierarquia. Deste modo surge, nesse novo ambiente, a variável ambiental. E quando citamos esse tema devemos sempre nos preocupar em satisfazer o interesse dos empregados, mas tendo como parâmetro a proteção ambiental que é um interesse de toda a sociedade. Surge assim a ferramenta de Produção Mais Limpa (P+L) que vem para agregar vantagens competitivas nas empresas e ganho no valor do produto. Com esta nova ferramenta as empresas obtêm um diferencial competitivo empresarial e, ao mesmo tempo, atendem a demanda de mercado tendo um maior envolvimento com as questões ambientais. Ao contrário das tecnologias ambientais convencionais que focam o fim de tubo, a P+L integra os objetivos ambientais aos processos de produção, aplicando uma estratégia técnica, econômica e ambiental, a fim de reduzir os resíduos e as emissões em termos de quantidade e periculosidade. Proporcionando diminuição dos impactos ambientais, redução de resíduos, gases tóxicos e efluentes, otimização do uso de água e de energia. Esta ferramenta trabalha na busca da melhoria contínua das operações de uma empresa, independente de sua área de atuação, solucionando os problemas de ordem técnica e ambiental, demandando baixo investimento e reduzindo custos para a empresa. A P+L, diferente da antiga postura que se tinha em relação aos processos produtivos, tenta prevenir o aparecimento do problema ao invés de apenas solucionar o problema.

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