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A cooperação pró-inovação Encontrar um ambiente movido pela inovação onde tudo converge para a produção de respostas aos principais problemas enfrentados no dia a dia das organizações parece ser a solução perfeita para quem está disposto a empreender para crescer. Pois é justamente isso o que o IBTeC propõe ao criar o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), que nasce com o objetivo de elevar o nível de competitividade da indústria brasileira, tanto no mercado interno quanto no externo, através da transferência de conhecimento e tecnologia. Reforçando o compromisso do IBTeC de ser referência e parte efetiva do processo de inovação da cadeia da qual faz parte, a proposta é formar uma rede de compartilhamento de ideias para criar novas soluções que atendam as principais necessidades das empresas, especialmente do sistema coureiro-calçadista. Para vencer este desafio, foi montado um time de experts formado por profissionais das mais atualizadas indústrias de fornecimento de materiais, serviços e tecnologia, bem como pesquisadores e técnicos de universidades que, juntamente com o instituto, têm como missão proporcionar um salto de qualidade no setor através da cultura inovativa. Com prioridades e critérios claros e objetivos na seleção dos projetos que serão desenvolvidos, o núcleo busca estimular as empresas a saírem da zona de conforto e serem mais ousadas nos produtos e serviços oferecidos. O processo está em fase inicial e sabemos que há um caminho a ser construído até o lançamento das primeiras soluções. O que motiva a todos os participantes desse projeto é a consciência de que com o aprofundamento dos debates sobre a inovação - um conceito cada vez mais presente no dia a dia das organizações - serão criadas muitas oportunidades que farão a diferença para todos os elos da nossa cadeia setorial. Afinal, é do relacionamento que nascem as boas ideias para gerar as inovações que proporcionarão as vantagens competitivas de que o setor necessita para assumir uma nova postura diante dos desafios do mercado.

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MERCADO Automatização e performance

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EXPEDIENTE

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AGENDA

REPORTAGEM ESPECIAL Inovação aberta como solução

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NOTAS

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CB-11

INSTITUCIONAL Reportagens premiadas

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OPINIÃO

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ARTIGO

TECNOLOGIA Uso correto de EPIs

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GUIA

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CADERNO

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Conselho Deliberativo: Claudio Chies (Presidente) Conselheiros: Ernani Reuter, Jakson Fernando Wirth, João Altair dos Santos, Jorge Azeredo, Marcelo Fleck e Rosnei Alfredo da Silva Conselho Fiscal (Conselheiros): Eleno da Silva, Maria Gertrudes Hartmann, Renato Kunst e Ricardo Wirth Conselho Científico (Conselheiros): Dr. Alberto Carlos Amadio, Dr. Aluisio Otavio Vargas Avila, Dra. Deyse Borges Machado, Dr. Luiz Antônio Peroni, Dra. Mariliz Gutterres, Dr. Milton Zaro e Dra. Susana Cristina Domenech Presidente executivo: Paulo Griebeler Vice-presidente executivo: Dr. Valdir Soldi Institucional/Cursos/Eventos: Marcela Chaves da Silva (marcela@ibtec.org.br) Comercial - Gerente: Karin Becker (karin@ibtec.org.br) Consultorias - Consultor técnico: Paulo César Model (paulo@ibtec.org.br) Administrativo-Financeiro: Rogério Luiz Wathier (rogerio@ibtec.org.br) Projetos Especiais: Tetsuo Kakuta (projetos@ibtec.org.br) CB-11: Andriéli Soares (andrieli@ibtec.org.br) Laboratório de Biomecânica: Dr. Aluisio Avila (biomecanica@ibtec.org.br) e Dr. Milton Zaro (zaro@ibtec.org.br) Laboratório de Substâncias Restritivas: Janiela Gamarra (janiela@ibtec.org.br) Laboratórios Químico e Mecânico: Ademir de Vargas (laboratorio@ibtec.org.br) Laboratório de Microbiologia: Dr. Markus Wilimzig (markus@ibtec.org.br)

Jornalista Responsável e Editor: Luís Vieira - 8921-MTb/RS (luis@ibtec.org.br) Produtora Gráfica e Jornalista: Melissa Zambrano - 10186-MTb/RS (melissa@ibtec.org.br) Arte Final: Fábio Mentz Scherer (fabio@ibtec.org.br) Publicidade: Romeu Alencar de Mello (romeu@ibtec.org.br) Comercial: Daniela Tesser (daniela.tesser@ibtec.org.br) e Simoni Jaroszeski (simoni@ibtec.org.br) Conselho Editoral: Ênio Erni Klein, Wanderlei Gonsalez, Milton Antônio Zaro, Luís Vieira, Ernesto Plentz, Mauro Sarmento, Janete Maino, César Bündchen e Evandro Sommer A Tecnicouro não se responsabiliza por opiniões emitidas em artigos assinados ou pelo conteúdo dos anúncios, os quais são de responsabilidade dos autores. A reprodução de textos e artigos é livre desde que citada a fonte. Fundada em 1979 | www.tecnicouro.com.br Rua Araxá, 750 - Cx. Postal 450 - Telefone 51 3553.1000 - fax 51 3553.1001 Cep 93334-000 - Novo Hamburgo/RS ibtec@ibtec.org.br | www.ibtec.org.br

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Julho FRANCAL 6, 7, 8 e 9 São Paulo/SP www.feirafrancal.com.br Inspiramais 8e9 São Paulo/SP www.inspiramais.com.br Agosto FENOVA 11, 12 e 13 Nova Serrana/MG www.fenova.com.br

Femicc/MAQUINTEX 18, 19, 20 e 21 Fortaleza/CE www.femicc.com.br

Seincc 22, 23 e 24 São João Batista/SC www.sincasjb.com.br

Braseg 19, 20 e 21 Belo Horizonte/MG www.braseg.tmp.br

Outubro expotextil 18, 19, 20 e 21 Lima/Peru www.expotextilperu.com

FEBRAC 25, 26 e 27 Nova Serrana/MG www.feirafebrac.com.br Setembro

Novembro Zero Grau 16, 17 e 18 Gramado/RS www.feirazerograu.com.br

Obs.: o calendário de feiras é elaborado com informações obtidas através dos sites das organizadoras e pode sofrer alterações.

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Basf oferece SOLUÇÕES

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ma das principais parceiras no desenvolvimento de PU e TPU para a indústria calçadista na América do Sul, a Basf lançou uma variedade de soluções especiais para os setores esportivo e de uso profissional, que vão desde materiais ultraleves e resistentes até novos recursos, como impermeabilidade e controle de temperatura. De acordo com a gerente de Transportes e Bens de Consumo da divisão de Materiais de Performance para América do Sul, Letícia Mendonça, os produtos Basf podem melhorar as propriedades das solas, palmilhas e outras partes do calçado. “Trabalhamos em conjunto com nossos clientes para desenvolver novas aplicações e inovações de produtos para que eles atinjam ainda mais o sucesso”, salienta.

Azzomac disponibiliza tecnologia para o segmento do couro Desenvolvendo e fabricando soluções nas áreas onde se requer aplicações pulverizadas e transferências de produtos, a Azzomac está há mais de 20 anos no mercado nacional buscando inovação e aperfeiçoamento contínuo permanentemente, pesquisando necessidades e criando soluções, como pistolas automáticas para pintura industrial, bombas de duplo diafragma, sistemas para aplicação de fluídos, conjunto pneumático para desmoldante, conjunto pneumático para adesivos e marcador de couro, entre outros.

inovadoras

Lançamentos

• Elastollan Soft: O TPU com a menor dureza encontrada no mercado brasileiro. Apresenta maciez, resistência à abrasão e ao escorregamento, ideal para o mercado de calçados profissionais e esportivos; • Elastollan Light: TPU expandido leve e macio, com alta resistência à abrasão, podendo ser utilizado em entressolas de calçados esportivos, chinelos, entre outros; • Climate control: Sistema desenvolvido para a produção de palmilhas capazes de absorver e liberar a umidade dos pés ao caminhar, garantindo melhor conforto térmico; • Botas impermeáveis de PU: Sistema 100% PU resistente a óleos, ácidos, solventes e gasolina; • Infinergy: O primeiro poliuretano termoplástico expandido do mundo (E-TPU), que combina as propriedades elásticas do TPU com a leveza da espuma. É utilizado no inovador tênis de corrida “Energy Boost”, da Adidas.

Artecola investe em contrafortes A Artecola Química investe na evolução da sua linha de contrafortes com o lançamento do Artedur 3500. O produto apresenta melhorias nas características de performance já reconhecidas da linha 3000, ampliando o perfil de calçados que podem receber o produto. “Cada vez mais, o mercado necessita do melhor custo/benefício, com componentes que possam oferecer qualidade ao calçado, competitividade à indústria calçadista, e baixo impacto ambiental e social. Essa é a proposta”, salienta o diretor de operações da empresa, Rafael Müssnich.

Características - O material é 100% reutilizável no próprio processo industrial, com aproveitamento das sobras de corte, o que possibilita a geração de menor volume de resíduos sólidos; - A nova linha não marca a área chanfrada, possui maior poder de cópia, reativa mais rápido e com menor temperatura, prioriza o conforto e não forma rugas na montagem do calçado; - Por possuir maior tempo aberto, proporciona melhor manuseio e alta maleabilidade na conformação.

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Morbach diversifica

em hotmelt B

uscando oferecer ao mercado soluções em máquinas de hotmelt, a Morbach apresenta sua linha HM300, especialmente desenvolvida para a aplicação de adesivos por transferência ao calor em diversos tipos de materiais. O lançamento mais recente é o HM306, com novo e exclusivo sistema de aplicação que permite um menor custo de aquisição do equipamento, de manutenção e também de operação, pois não exige tantas paradas para limpeza e regulagem. Além deste, a empresa destaca o HM305, que foi desenvolvido para aplicação em materiais planos e amplos através de transferência por um rolo com 5mm de largura impregnado de adesivo, podendo ser adaptado a diversas aplicações. Já o HM301 é projetado para aplicação em materiais planos e amplos através da transferência por um rolo impregnado de adesivo.

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Sistema com eficiência energética avanços para

diversos segmentos O

pções resultantes do processo de sublimação são algumas das novidades no portfólio Colorgraf, onde são vistas a coleção de estampas para transfers e as estampas metalcolor, peças técnicas, além das etiquetas 3D com impressão, tudo acompanhado por uma abrangente cartela de cores. Os produtos são desenvolvidos a partir de pesquisas, elaboração de conceitos, design criativo, materiais inovadores e sustentabilidade. De acordo com Jordana Drawanz, responsável pelo

marketing da empresa, as estratégias de criação e os materiais vão ao encontro das expectativas do mercado, acompanhando uma perspectiva contemporânea de moda e estilo. “Através de seus recursos e serviços, a Colorgraf está capacitada para suprir desde a engenharia de produtos até a embalagem e papelaria das organizações corporativas. Figuram no quadro de clientes da empresa os setores de calçados, bolsas e vestuário, arquitetura, decoração e móveis, bebidas, alimentos, entre outros”, destaca Jordana.

O cenário energético atual tem se tornado um ponto de preocupação para a indústria brasileira, que se sente desafiada a manter a produtividade e competitividade a um custo racional de energia. Atenta a esta realidade, a Clason, distribuidor autorizado dos compressores de ar Atlas Copco, oferece uma linha de equipamentos que pode chegar a uma economia de até 50% no consumo de energia elétrica. Isso, de acordo com a empresa, se deve a tecnologia da linha GA VSD +, com inversor de frequência e motor de imã permanente.

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Usaflex reforça campanha de

consumo consciente A escassez dos bens naturais tem sido uma preocupação mundial há muito tempo e se torna, cada vez mais, um alerta para a população de que é preciso preservar e valorizar a natureza e conviver com ela de maneira sustentável. Tendo isso me mente, a Usaflex intensifica as atividades da Campanha Consumo Consciente 2015. Acreditando que pequenas ações replicadas em grande escala têm um impacto positivo no meio ambiente, em 2015, a campanha segue com o desafio, proposto pelo Comitê de Sustentabilidade de combater o desperdício no uso de energia elétrica. Para tanto foram fixados adesivos nos equipamentos eletrônicos (monitores e impressoras), e também nos interruptores de luz, indicando que sejam desligados respectivamente após o uso e ao sair do local. No setor produtivo, os interruptores de luz são suspensos, neles foram penduradas tags com mensagens de conscientização salientando a importância de apagar a luz quando o local estiver desocupado. Cartazes nos murais e matéria especial no

Máquina inclusiva é destaque A Willmak, fabricante de máquinas de costura, desenvolveu em parceria com a Sun Special - as máquinas de overloque, interloque, reta, galoneira e britadeira, todas adaptadas para serem usadas por cadeirantes, vendidas para todo o Brasil e também para o exterior.

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jornal interno servem de reforço para a campanha, trazendo dicas para o dia a dia e depoimentos dos colaboradores que aderiram à campanha.

Incentivo Com o intuito de dar continuidade à ação, motivando e mobilizando os colaboradores a participarem ativamente da campanha, foi lançado um desafio por meio do Inovaflex - Programa de Ideias da Usaflex, que tem como objetivo buscar melhorias e soluções para problemas e necessidades da empresa, através de sugestões e ideias dos colaboradores. O desafio, divulgado no último Informaflex (revista interna), propõe que o colaborador analise o seu ambiente de trabalho e identifique possíveis ações que resultem na redução do consumo de energia durante a jornada de trabalho. O Inovaflex irá premiar as ideias de acordo com a pontuação, que ocorre a partir de critérios pré-estabelecidos pelo programa.

Maquetec lança três máquinas A Maquetec do Brasil, que fornece equipamentos de apoio para pintura, proporcionando à cadeia coureiro-calçadista a confecção de saltos e solados pintados e facetados com design diferenciado, lançou três máquinas novas para tampografia. O modelo IGM 4600 é uma evolução do modelo anterior, sendo hoje uma máquina multifuncional, mais completa em nível mundial, permitindo a fabricação de solados inteiros em par, anabelas em par, saltos em par, lateral de chinelos (até quatro pares), chinelos com duas corres e enfeites em grande quantidade e peças técnicas. Já os modelos IGM – 301 e 302 permitem a tampografia de nomes em laterais de solados, palmilhas em duas cores ou em par de cor única, sendo também utilizados para confecção de brindes e enfeites.

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Protótipo da Mecsul automatiza todo

o processo de colagem

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Mecsul desenvolveu uma solução totalmente automatizada para o processo de passar cola. A tecnologia - ainda em fase de protótipo - foi apresentada durante a Fimec, que aconteceu no último mês de março e se destacou por possibilitar que toda a operação seja realizada sem a interferência do operador. O supervisor de vendas, Rômulo da Silva, explica que o sistema consiste de uma esteira com caminho em curva, cujo desenho facilita a configuração do layout em espaços menores que o habitual para esta finalidade. Dotado de um scanner que faz o reconhecimento do sapato no carrinho, e com isso possibi-

lita a parada da esteira no ponto exato para que o robô possa aplicar o adesivo, sem a interferência humana, o sistema também tem o processo de secagem acoplado. “Enquanto o sistema manual levaria cerca de dois minutos para a aplicação de adesivos em um par de sapatos, com este desenvolvimento de aplicação via robô, bastam apenas 20 segundos para a realização da operação. Se multiplicarmos esta diferença ao longo de um dia inteiro, o tempo economizado é muito grande”, defende Silva. Ele acredita que até 2016 o sistema já estará em linhas de produção beneficiando empresas de variados portes.

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norte-americana Reebok, pioneira em produtos fitness, lançou o ZPump Fusion, tênis de running que se adapta ao pé do corredor. Com um sistema inovador, o modelo possui uma câmara de ar (sistema Pump) que proporciona um ajuste personalizado e um melhor desempenho. A empresa destaca que enquanto os calçados de corrida são desenvolvidos em um único formato, o ZPump Fusion é feito com uma estrutura diferenciada, que permite que o corredor tenha um equipamento que se adapta exclusivamente para o seu pé. É importante ressaltar que diferentemente de um calçado de corrida comum, que normalmente é feito de 40 partes individuais, o ZPump Fusion é feito de apenas três partes principais: solado, cabedal (parte superior) e a câmara de ar. Isso significa que não há componentes que restringem o movimento do pé e cada uma dessas três partes trabalha para trazer melhor calce, firmeza e controle.

Reebok lança tênis com

ajuste perfeito

Sistema Orisol faz a gestão da produção via wi-fi

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Sendo realista ante aos desafios que o mercado impõe para a indústria de bens de capital, o presidente da Orisol, Kobi Makover, defende que a saída para os fornecedores de máquinas é oferecer soluções que melhorem a eficiência e produtividade nos processos. “O futuro que se desenha é com as máquinas se comunicando entre si, e a Orisol larga na frente com o software PDC, que é um embrião da inteligência no fluxo da produção e uma necessidade para a modernização da indústria calçadista”, apontou. O diretor André da Rocha conta que o sistema foi criado para coletar e transmitir os dados sobre a performance, tanto da máquina quanto do operador, durante toda a jornada de trabalho. “As informações são atualizadas a cada minuto

e mostram dados de alta relevância para o gerenciamento da produção, possibilitando saber, por exemplo, se a meta de produção foi atingida, quais foram os horários de pico da produção, em quais períodos o equipamento ficou parado e quais foram os motivos da interrupção do trabalho - se por problema técnico ou uma necessidade do operador”, assinalou. O técnico Roger Veit explica que o software base é desenvolvido na Ásia, mas a interface foi desenvolvida pela Orisol Brasil. “As informações são transmitidas via antena wi-fi para uma central que apresenta em tempo real o status de cada máquina. O acesso aos dados pode ser realizado de qualquer lugar do mundo, via internet”, enfatiza.

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Sicc inicia os Pedidos para

o segundo semestre O 24º Salão Internacional do Couro e do Calçado (Sicc), realizado de 25 a 27 de maio, das 9h às 19h, nos pavilhões do Serra Park em Gramado/ RS, está com grandes expectativas. Segundo os organizadores, a estimativa é de que o evento garanta as vendas das coleções da primavera-verão 2015/16 da indústria de calçados, com pedidos que serão produzidos durante, no mínimo, os meses de junho e julho. A feira é uma das maiores mostras de calçados do País, com mais de 1.700 marcas de cerca de 360 expositores. Frederico Pletsch, diretor da Merkator Feiras e Eventos, empresa promotora do Sicc, salienta que, para abrigar todos estes expositores, o espaço foi aumentado em mil metros com uma estrutura provisória, onde uma dezena de novas empresas foram instaladas. Ele sublinha que esta é a única maneira da feira expandir, pois os pavilhões tradicionais estão totalmente lotados. “Estamos fazendo um trabalho para poder atender ao mercado que nos

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solicita sempre mais espaço, tanto para novas marcas quanto para ampliação de área dos já tradicionais expositores”, considera. A feira atrai a visita de lojistas de todo o Brasil. “Sentimos que está ocorrendo uma procura maior do que nos anos anteriores. Acreditamos que teremos na feira um volume inédito de comercialização durante os três dias do evento”, ressalta o diretor da Merkator. Por sua força e importância neste momento em que a indústria brasileira se volta para o mercado interno, com a produção de moda com identidade própria e produtos com maior valor agregado, a feira, além de atrair produtores de moda e empresários, também motiva a vinda de compradores de todos os continentes. Para esta edição, foram convidados 100 importadores, aumentando a participação estrangeira em 40% em relação ao ano passado. Essa grande passarela atrai os mais importantes lojistas do País, e a próxima edição da feira será nos dias 25, 26 e 27 de maio, das 9h às 19h.

IMPORTADORES As exportações de calçados brasileiros serão impulsionadas durante o Sicc pela organização de encontros do Grupo de Importadores. “Incentivar compradores estrangeiros a participarem da feira é uma iniciativa que promovemos há algumas edições. Ela serve para colocar em contato os principais fabricantes brasileiros com compradores de diferentes países”, destaca o diretor da Merkator. O Grupo de Importadores desta edição pretende atrair empresas importadoras de todos os continentes, especialmente dos países da América Latina, América do Norte e Europa.

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Projeto mostra detalhes da produção de bolsas O Projeto Fábrica Modelo de Artefatos 2015, realizado pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) e a Merkator Feiras e Eventos, é destaque na agenda oficial. Nesta edição, o foco volta a ser a fabricação de bolsas femininas e a empresa que apresenta os processos de montagem é a Kasmeyer, sediada na cidade de Vale Real/RS. A empresa iniciou as suas atividades produzindo principalmente cabedais para sapatos de segurança, os quais são exportados para a Europa. Em 2011, apostou na ampliação do seu portfólio para um novo nicho de mercado, porém mantendo a marca própria. Surgiu então a Kasmeyer Bolsas e Acessórios, que logo se

destacou pela fabricação de produtos com design diferenciado, feitos a partir de materiais com excelente qualidade, distribuídos no mercado interno para clientes com alto padrão de exigência. “Os produtos produzidos com couro, devido ao alto valor agregado, têm muito espaço para crescer no mercado da moda, onde os clientes não abrem mão de um produto diferenciado e resistente”, pontua o diretor Régis Bigelmeyer. Hoje, a produção mensal é de 19 mil cabedais para sapato de segurança, 500 bolsas e 400 carteiras. O diretor conta que a empresa acredita na proposta do projeto e o principal foco nesta participação é dar mais um passo na estratégia de expansão da marca no Brasil. “Visamos a

ampliar a aceitação no mercado, e essa parceria com o IBTeC na feira, onde clientes antigos e novos podem visualizar o processo produtivo dos nossos artefatos, é uma boa oportunidade”, salienta. Durante a feira são montados cinco modelos de bolsas em materiais como couro e couro reconstituído. O forro é em tecidos, e os acabamentos são em metal. A grande maioria dos modelos fabricados pela empresa tem o seu fechamento com zíper, proporcionando mais segurança. Além de apresentar para o público o processo de montagem destes cinco modelos, a empresa tem um espaço de 30m2 no estande junto ao projeto, onde expõe em torno de 30 modelos de bolsas e 10 modelos de carteiras.

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40 Graus se especializa em produtos

para o Norte e Nordeste A

Merkator Feiras e Eventos realizou no último mês de março a terceira edição da 40 Graus Feira de Calçados e Acessórios, comemorando saldo positivo. A mostra aconteceu no Centro de Convenções de Natal/RN, onde as principais marcas nacionais de calçados e acessórios do País apresentaram coleções específicas para os consumidores residentes nas regiões do Norte e Nordeste brasileiro. O diretor da Merkator, Frederico Pletsch, considera que a feira se posiciona no calendário do setor como a grande fornecedora do varejo dessas duas regiões. “Isto é possível observar no resultado das empresas que trouxeram coleções específicas para o varejo local”, observa ele, destacando que, segundo projeções do IPC Marketing, o Norte e Nordeste responderam por quase 25% de tudo o que foi consumido no País em 2014. Pletsch salienta que os lojistas recebem com entusiasmo a atenção da indústria calçadista que respeita o desejo estético do consumidor local e isso se reflete no aumento das visitas à feira. “Esta edição registrou um acréscimo de 18% no número de lojistas em relação a do ano passado. E o mais importante foi que, do total de lojistas, mais de 80% Região tem se destacado pelo crescimento econômico, produção e exportação de calçados

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são oriundos de estados das regiões Norte e Nordeste. Isso mostra a relevância que a feira vem adquirindo para estas duas regiões do País”, acrescenta. O governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, visitou a 40 Graus no segundo dia da feira e anunciou que serão realizadas obras de ampliação dos pavilhões onde a feira acontece. Conforme ele, a verba para esta finalidade está garantida junto ao Banco Mundial, cuja soma gira em torno de R$ 30 milhões. “Para nós é fundamental esta ampliação, pois irá permitir o crescimento da feira. Estamos felizes com a acolhida e queremos retribuir o carinho”, avaliou Pletsch.

40 graus - A quarta edição da feira será nos dias 7, 8 e 9 de março de 2016, no mesmo local, o Centro de Convenções de Natal/RN. A mostra conta com o apoio do Sindicato da Indústria de Calçados de Estância Velha, Sindicato da Indústria de Calçados de Ivoti, Sindicato da Indústria de Calçados de Igrejinha, Sindicato da Indústria de Calçados de Novo Hamburgo, Sindicato da Indústria de Calçados de Parobé, Sindicato da Indústria de Calçados de Sapiranga e Sindicato da Indústria de Calçados de Três Coroas. Produção, consumo e exportação - A região Nordeste tem 640 indústrias calçadistas - São mais de 113 mil empregos (calçados e artefatos) - Em 2014, a região exportou 93 milhões de pares - Esta quantia representou mais de 70% do total das exportações de calçados - Somando os pares exportados e os consumidos no mercado interno, a região respondeu por 36,1%, da produção nacional de calçados no ano passado - Entre os estados com maior volume de produção figuram Ceará, com 43,5%, Paraíba com 21,5%, Pernambuco com 3,4%, Bahia com 2,6% e Sergipe com 0,6%.

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Portal feiradamoda365

está no ar C

riado para ser um canal especial de divulgação dos expositores da Feira da Moda de Gramado, o portal www.feiradamoda365.com.br já apresenta minicoleções, promoções e saldos de cerca de 100 empresas que participaram da edição de inverno, em janeiro. “É a continuidade de nossas feiras durante o ano inteiro, com espaço para os expositores de janeiro e de junho. No ambiente virtual, eles podem seguir em contato com seus clientes e ampliar a base de lojistas, multiplicando o potencial de negócios”, destaca Claudio Goerl, diretor da Cia das Feiras, promotora do evento. A perspectiva é reunir cerca de 200 estandes virtuais por semestre, com aproximadamente 2.000 ofertas e negócios em torno de R$ 10 milhões mensais. Os lojistas cadastrados podem acompanhar diariamente as novas ofertas através do site.

O portal funciona como um serviço extra, que auxilia os lojistas cadastrados na feira a fazer novos pedidos, depois de ter conhecido as coleções no evento. “A ideia é de que o custo de quem expõe nos três dias na feira seja diluído nestes seis meses de permanência no portal, que é cedido gratuitamente para os expositores”, ressalta o diretor. “Nosso papel é colocar o fabricante e o lojista juntos, com custo-benefício ideal para ambos. Estamos no século 21, o mundo está veloz e os negócios acompanham esta velocidade, portanto temos que acompanhar as tendências. O portal é nosso diferencial nesse sentido”, acrescenta. A edição primavera-verão da Feira da Moda de Gramado ocorrerá de 8 a 10 de junho de 2015, e a edição outono -inverno também já está agendada, para o período de 19 a 21 de janeiro de 2016.

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Fimec:

uma feira de negócios E

m virtude dos desafios que o mercado apresenta para o setor empresarial, antes do início da 39ª edição da Feira Internacional de Couros, Produtos Químicos, Componentes, Máquinas e Equipamentos para Calçados e Curtumes (Fimec), era grande a expectativa sobre a realização de negócios. A mostra foi realizada em Novo Hamburgo/RS de 17 a 20 de março, e na medida em que o evento se desenrolou, o clima se mostrou favorável para o relacionamento e encaminhamento de pedidos junto aos expositores. Essa foi a avaliação dos representantes das principais entidades ligadas ao setor coureiro-calçadista, durante a coletiva com a imprensa realizada no dia do encerramento. Entre as novidades anunciadas para a próxima edição está a alteração no número de dias da feira. Atendendo a uma demanda do setor e seguindo uma tendência internacional, a mostra passará a ser realizada em três dias. Em 2016, o período será de 15 a 17 de março, das 10h às 19h. O diretor-presidente da Fenac, Elivir Desiam, destacou a alta qualificação na visitação, o que contribuiu para que o contato entre as empresas

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e visitantes ocorresse num nível muito profissional. “Prova disso é que os expositores concretizaram vendas e encaminharam muitas negociações para os próximos meses.” O presidente do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), Paulo Griebeler, avaliou que, diante do cenário adverso, o setor empresarial respondeu com ânimo positivo, trazendo tecnologia e inovação para a feira, o que a tornou um sucesso evidenciado pela boa visitação. Lembrando que o IBTeC construiu uma história que já dura 42 anos, sendo reconhecido como o braço tecnológico do setor, ele enfatizou o Projeto Fábrica Conceito. “Estamos no sexto ano consecutivo coordenando o projeto junto com a Fenac e a Coelho Assessoria, e nesta edição trouxemos novidades em tecnologia automatizada e robotização. Os empresários estão fazendo a sua parte e buscam inovações que possam contribuir para a superação do setor neste momento desafiador.” Já o consultor Luís Coelho, que além da Fábrica Conceito também realizou o Estúdio Fimec, ressaltou a qualidade das visitas. “Houve uma visitação maciça do empresariado com poder de decisão.”

Entidades O presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Novo Hamburgo, Campo Bom e Estância Velha (ACI-NH/CB/EV), Marcelo Clark Alves, apontou a importância da feira para a superação das dificuldades. Representando a Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro (Abqtic), Valmor Trevisan, salientou o potencial do sistema coureiro. Para o presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Fernando Bello, a Fimec está mais madura e converge todos os setores da cadeia do couro e calçado. O presidente da Associação das Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul (Aicsul), Moacir Berger, lembrou que feira é também momento para troca de informações. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq), Marlos Schmidt, parabenizou a Fenac pelo sucesso da feira. O vice-presidente da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Gerson Berwanger, destacou os expositores por superarem as expectativas com os produtos apresentados.

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Projeto Fábrica Conceito teve a sua maior edição

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Projeto Fábrica Conceito, realizado pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), Coelho Assessoria Empresarial e Fenac (empresa organizadora da Fimec), apresentou-se renovado, com muita tecnologia e inovação. Durante os quatro dias da segunda maior feira mundial do setor, os visitantes puderam assistir ao funcionamento em tempo real de duas linhas de montagem, constatando tanto o desempenho das máquinas e equipamentos quanto a aplicabilidade dos materiais componentes do calçado. Em sua 6ª edição consecutiva, num contínuo processo de evolução, o projeto teve um expressivo crescimento do seu tamanho, passando de 400m² para uma área de 900m². Para a sua realização, em torno de 60 empresas de base do sistema coureiro-calçadista somaram esforços para demonstrar aos visitantes como são realizados os processos de montagem de diferentes tipos de calçados. Nesta edição, a Pegada e Mulher Sofisticada foram as empresas convidadas a participar da fabricação dos sapatos. Enquanto a Pegada demonstrou os processos de fabricação de calçados masculinos (um modelo esportivo e um casual), a Mulher Sofisticada apresentou etapas da montagem de um scarpin e de uma sapatilha feminina. Devido ao caráter didático deste projeto, o público tem a oportunidade de interagir com os profissionais e técnicos que realizam as tarefas, podendo tirar qualquer dúvida, seja com relação à técnica utilizada, sobre detalhes dos equipamentos ou os componentes e seus insumos. Além do estande ser aberto, é permitido filmar e fotografar todo o processo, o que auxilia ainda mais na compreensão do que está sendo demonstrado.

O vice-governador do RS, José Paulo Cairoli, e o presidente da Fiergs, Heitor José Müller, visitaram a feira e receberam sapatos feitos no projeto

Calçados produzidos

Mulher Sofisticada

Pegada

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A Killing mostrou seu sistema robotizado para aplicação de adesivo. O robô reconhece automaticamente o modelo de sola a ser trabalhado por meio de arquivo digitalizado, bem como as zonas de aplicação e o ângulo correto em que a sola se encontra, corrigindo as coordenadas para aplicação.

A Sazi inovou no processo de aplicação de etiqueta que proporciona maior produtividade, garantindo ainda a padronização na aplicação. O cilindro de prensagem com limitador de curso permite configurar conforme espessura da palmilha. Já o sistema 3 em 1 possibilita a aplicação de etiquetas (transfer e têxteis), carimbar e gravação à quente.

A italiana Torielli apresentou um modelo de mesa de corte que engloba vários processos, desde criação 3D, modelagem 2D e mesa de corte fixa, além de sistema de projeção livre de mercúrio.

Numa parceria com a THB Profast, o Studio 10 mostrou sistema de impressão 3D que pode reduzir em até 30 dias o processo de prototipagem, diminuindo também os custos de produção.

A GMK instalou tecnologia italiana automatizada para asperar e passar cola, com comando por controle numérico e digitalização do perfil da fôrma. O equipamento proporciona redução de até 60% no consumo de adesivo, além de ser ergonômico e de fácil operação.

Tecnologias apresentadas no Projeto Fábrica Conceito 2015

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O aplicativo da Smartcom foi apresentado na etapa de montagem para a transferência de informações. Trata-se de um software que administra dispositivos com a tecnologia de identificação por rádio frequência (RFID). As etiquetas RFID foram aplicadas diretamente no produto e a leitura das mesmas possibilita conferir o conteúdo de uma embalagem mesmo que esteja lacrada, evitando trocas de produtos ou até mesmo a ausência do mesmo.

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diretor da empresa Mulher Sofisticada, João Batista Vargas de Souza, considera que esta primeira participação da empresa no projeto foi uma excelente oportunidade de divulgação da marca MS, e também de grande aprendizado na parte técnica, realizando novas parcerias tanto com fornecedores quanto com clientes. Tendo como desafio contínuo fazer produtos atualizados com a moda, com qualidade, melhor preço e conforto, busca construir parcerias com empresas que possuem responsabilidade socioambiental, com materiais ecologicamente testados e aprovados. A empresa produz anualmente 220 mil pares/ano, mas a capacidade instalada é para 1.500 pares por dia. O público-alvo da marca abrange mulheres de todas as classes sociais, do Brasil e exterior. “Hoje nosso mercado interno abrange todos os estados, e já exportamos para mais de 20 países”, pontua Souza. Tendo o compromisso de deixar a sua cliente sempre mais bonita, a grife se identifica com a mulher atual, que é ativa, alegre, antenada e

batalhadora. A coleção da primaveraverão traz 34 linhas diferenciadas. Durante o Sicc, se destacam os lançamentos das linhas Conforto, Festa, Fashion e Clássica. Os materiais dos solados são TR emborrachado e PU. O cabedal é em couro, laminados sintéticos e tecidos, e as palmilhas se caracterizam pela maciez. Quem também demonstra satisfação com a participação no projeto é o supervisor de métodos e processos da calçados Pegada, João Luiz Outeiro. “A empresa teve uma visibilidade boa, com uma grande procura pelo público em geral”, salienta. Com uma produção anual de quatro milhões de pares e capacidade instalada para cinco milhões, a grife oferece opções ao público masculino em geral, com modelos que variam do tradicional ao casual, sempre primando por uma modelagem arrojada, boa qualidade, visual e conforto nos produtos. A cada estação, produz várias linhas. Os abotinados em couro, com sistema de amortecimento na sola e forro em tecido têm sola em TR e palmilha em microfibra dublada com espuma de PU

e conformada. Os sapatos sociais possuem forro em tecido com camada dupla de espuma. O solado é em borracha, o cabedal em couro. A palmilha interna em microfibra é dublada com espuma de PU e conformada. A linha de sandálias e papetes traz sistema de amortecimento de impacto na sola. O solado é em PU, o cabedal em couro. A palmilha em microfibra e EVA inclui um gel amortecedor. O forro é em tecido com espuma PU. O sapatênis apresenta sistema de amortecimento em gel na sola. A palmilha é de microfibra e EVA com amortecedor em PU. O cabedal é em couro, o forro em tecido e o solado em TR. Os mocassins e drivers possuem sistema de conforto na palmilha interna, forro de tecido com espuma e cabedal em couro. A palmilha é em microfibra e EVA, com amortecedor PU, e a sola em TR. Os modelos trekking são dotados de sistema de amortecimento por bolha de ar. O solado é em TR flexível e antiderrapante, o cabedal em couro. A palmilha é conformada em tecido e EVA. O forro em tecido é dublado com espuma de PU.

Empresas parceiras fazem avaliação positiva

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Confraternização

Valorização do ser humano

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endo o princípio de que o ser humano vem sempre em primeiro lugar, e que a tecnologia, os serviços e os produtos devem se voltar ao bem-estar da comunidade, o projeto é destacado também pela valorização das pessoas, o que fica evidente pelas ações sociais que promove e realiza. Dentre elas, se sobressai a contratação de profissionais que por algum motivo perderam seu emprego e têm uma grande oportunidade de demonstrar todo o seu conhecimento e técnica para empresários que vêm de todos os polos brasileiros, e também dos principais players mundiais para visitar a feira, aumentando as possibilidades de recolocação no mercado de trabalho.

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Nesta edição trabalharam 50 profissionais, dentre eles 40 estavam fora do mercado de trabalho e alguns deles de fato saíram da feira com empregos garantidos no País ou no exterior. Outra iniciativa é a doação de parte dos calçados fabricados na feira para projetos de assistência social, para que sejam convertidos em recursos financeiros, de forma a suprir necessidades básicas das pessoas atendidas por várias organizações previamente credenciadas e reconhecidas pela seriedade do seu trabalho. Na Fimec 2015 foram produzidos 1,2 mil pares nos quatro dias de feira, sendo que 450 deles foram doados para uma ONG, que os comercializou durante a própria feira, agilizando a disponibilização das verbas.

Durante a confraternização de encerramento, o presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, destacou o sucesso do projeto. “A tecnologia de ponta foi um grande destaque nesta edição. Isto foi, sem dúvida alguma, muito importante, mas quem faz a diferença nas organizações são as pessoas. Por isso, agradecemos a participação de cada profissional que se envolveu com este projeto. Sabemos que esta equipe se empenhou ao máximo para que tudo desse certo, e o resultado foi muito bom. Tivemos recorde de visitação e mostramos um projeto revitalizado. O desafio agora é evoluirmos ainda mais no ano que vem”, desafiou. O diretor-presidente da Fenac, Elivir Desiam, lembrou que pelo espaço do projeto circularam pessoas de mais de 30 países. “Nós estávamos sob os olhares do mundo e este projeto é a grande vitrina da feira, mostrando na prática o que está sendo apresentado nos estandes na feira”, pontuou. O consultor Luiz Coelho comentou que o projeto é uma grande atração. “Todos os profissionais que visitam o espaço só têm depoimentos positivos sobre o que presenciam. Tanto é verdade que novas empresas demonstraram interesse em participar da próxima edição. Cada um dos trabalhadores do projeto faz parte deste sucesso que é importante para a feira e para a cidade. Em 2016 a Fimec completa 40 anos e esperamos estar ainda melhores”, finalizou.

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Tecnicouro comemora com clientes e parceiros

O IBTeC também participou da feira com estande institucional, onde recebeu clientes e convidados. No espaço, foi apresentado o novo layout da Revista Tecnicouro, que foi totalmente repaginada, visando a contemplar ainda mais as reais necessidades do mercado. O novo projeto gráfico foi consagrado pela conquista do Prêmio Primus Inter Pares – categoria Imprensa, concedido pela Assintecal, na noite anterior à abertura da feira e pelo destaque como vencedor no Prêmio Direções, na categoria Jornalista, realizado pela Abicalçados no mês de abril.

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VITRINE

BOTTERO

SÉCULO XXX

RAFITTHY

DAKOTA

NATURAL

USAFLEX

ELEMENTOS COMO CORTIÇA, terrosos E amarrações são apostas do verão 2016

VALENTINA

WERNER ZEKET

CRYSALIS

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NOTAS ipanema barbie

Depois de circular pelas principais semanas de moda internacionais, a Barbie desembarca no Brasil para mostrar que estilo vai muito além do salto alto. A visita é parte das ações para celebrar o lançamento da linha de sandálias Barbie S2 Ipanema e da edição da boneca com pezinhos articulados - que vestem tanto salto alto quanto sapatos e sandálias baixas. Foram lançados dois modelos de sandálias para o público adulto e infantil, com duas opções de cores: um com dois tons de rosas e outro em preto e branco. Tanto as versões adultas quanto infantil virão acompanhadas de uma miniatura do produto para os pés da boneca.

Swarovski A Chilli Beans, marca de óculos e acessórios, lançou uma das maiores parcerias que a marca já fez em seus 15 anos de história. Pela primeira vez, a pimenta brasileira se une à uma marca internacional e a escolhida foi a Swarovski - empresa austríaca de cristais, presente em 170 países, que dará ainda mais brilho à coleção Punk/ Glam.

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fio eco A Rhodia, empresa do grupo Solvay, renova parceria com o estilista Ronaldo Fraga no SPFW e trouxe a coleção inspirada nos versos “Quem ouve desde menino aprende a acreditar que o vento sopra o destino pelos caminhos do mar...” de Dorival Caymi. A empresa esteve presente no desfile novamente com o primeiro fio biodegradável do mundo, o Amni Soul Eco, através de malhas desenvolvidas pela Santaconstancia, que nesta edição ganham novas bases e cores. O Amni Soul Eco é um fio de poliamida 6.6, que foi aprimorado em sua formulação para permitir que roupas feitas a partir deste fio se decomponham rapidamente após serem descartadas em aterro sanitário. “Estamos muito felizes em dar continuidade a esta parceria entre Rhodia, Santaconstancia e Ronaldo Fraga que reforça o compromisso com a moda sustentável”, afirma Renato Boaventura, diretor da Rhodia Fibras.

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COLUNA Moda

Neomodernismo:

Tendências para os tecidos da primavera-verão 2016/17

NATURAL

ALEGRIA

Gabriella Laino Foto Shoe Group

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SUTIL

GLAMOUR

CROMO

MIGNON

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foco está no “refresco” básico, catalisando aspectos de techno, padronizações, perfuros e relevos, seguindo a filosofia do neomodernismo, que é inspirada por conceitos de arte e design, interpretados pelos expositores em dois temas. Projeto Simplicidade Natural: a terra, o sol, a praia e a natureza se traduzem em botões de madeira, em concha ou com ornamentação em prata. Acabamentos em couro ou resina, bem como em mármore ou juta aparecem em evidência nos aviamentos. Cores: branco giz, tons areia, tabaco, laranja e rosa. Traço Sutil: tendência destacada em elementos como linhas, ondas, espirais, ziguezagues, cordões bordados, gráficos positivos e negativos. Cores: preto, branco, tons de cinza claro, bege, azul, detalhes em vermelho. Glamour Brilhante: brilhos e metalizados inspiram acessórios com acabamentos em madrepérola, PVC reflexivo, técnicas de espelhamento e paetês. Cores: rosa, vermelho, fúcsia. Cromo - Variações: tons sombreados sugerem um clima fantasioso, recriado nos aviamentos como fivelas e botões em resina, com acabamento metálico. Cores: verde, turquesa, rosa, fúcsia, vermelho, amarelo, marrom. Mignon Size: tecidos e acessórios tra-

zem impressos pequenas fantasias em micro padrões neogóticos e neoclássicos, como corações e estrelas. Cores: cinza, marinho, vermelho, bordô, azul, verde. Ousadia Artística Alegria de Viver: entusiasmo da juventude e mundo do circo são inspirações para tecidos em cores vivas e estampas com temas dos florais ao techno. Cores: básicas, vermelho, verde, amarelo, índigo. Surpresa Exotismo: tema étnico-tribal de uma matriz urbana é expresso através de desenhos e impressões da selva e seus animais. Cores: tons escuros, lama, ferrugem, verde floresta, azul índigo. Perfuros: arquitetura urbana se expressa com malhas de variados materiais. Cores: branco, cinza, bege, toques de amarelo, fúcsia. Mensagem Enviada: ícones da comunicação, seja de placas de rua, de personagens de quadrinhos ou da cultura da internet são usados com ironia em espumas de PU, jérseis e muitos outros materiais. Cores: vívidas e cítricas. Extremos de Autor: construtivismo e Bauhaus inspiram este tema gráfico e criativo, com produtos exclusivos, autógrafos, contrastes cromáticos e grafismo. Cores: rosa pop, turquesa, preto, branco, pastel.

EXOTISMO

PERFUROS

MENSAGEM

AUTOR

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RePORTAGEM 38

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• Luis Vieira

Inovação aberta: o pulo do gato do empreendedorismo

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ndependente do modelo de negócio que realizam, as empresas convivem hoje em um ambiente amplamente desafiador onde a competitividade é cada vez mais acirrada em praticamente todos os setores. A inovação é apontada como uma necessidade urgente para enfrentar esta realidade, porém, parte do empresariado, apesar de perceber que precisa modernizar de alguma forma, não entende como este conceito pode efetivamente proporcionar melhores resultados. Esta matéria, além de apontar definições para o termo, mostra diferentes modelos de inovação e destaca casos bem sucedidos de empresas que apostam na inovação aberta como forma de desenvolvimento. Também são apresentados em primeira mão detalhes de um projeto que visa a proporcionar uma verdadeira virada tecnológica para as indústrias do sistema coureiro-calçadista. É o Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT) lançado no último mês de abril pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), com a adesão de profissio-

nais e lideranças que formam uma massa crítica altamente capacitada, envolvendo fornecedores de base, universidades, centros de pesquisa e desenvolvimento, e demais interessados especialmente selecionados pela reconhecida competência e tradição na oferta de soluções de alto impacto no mercado. Primeiramente é preciso esclarecer de que se trata o conceito inovação, que tem sido muito propagado e, aparentemente, pouco compreendido. De uma maneira simplificada, inovar é transformar uma ideia em produto, serviço ou processo novo ou melhorado. Mas, para que algo seja realmente inovador, é necessário gerar valor - seja pelo aspecto econômico ou outro indicativo desejado pela empresa, como a questão socioambiental, por exemplo. Outras formas de inovar são a abertura de novo nicho de mercado ou a utilização de matérias-primas ecologicamente sustentáveis. Se por um lado o ato de inovar pode agregar valor de diversas maneiras, por outro a inovação também se diferencia de acordo com a intensidade, podendo ser

disruptiva, incremental ou radical. A inovação disruptiva não está relacionada com uma melhoria no produto ou processo, mas sim a um novo produto ou processo que com o passar do tempo mude a trajetória no mercado. Na inovação incremental os avanços têm como objetivo melhorar o sistema existente e, portanto, não implicam necessariamente em grande impacto, seja tecnológico, em processos, produtos ou serviços. Já a inovação radical pressupõe um profundo sistema de inovação, que demanda novas maneiras de compreensão de um produto, serviço, processo ou até mesmo modelo de negócio. Outra diferenciação é relacionada com as partes envolvidas. Enquanto na inovação fechada os processos são desenvolvidos dentro do próprio negócio, sem apoio externo, na inovação aberta diferentes organizações - como empresas, universidades e centros tecnológicos - formam parcerias para o desenvolvimento ou licenciamento de processos de inovação. É sobre este último modelo que são apresentados mais detalhes.

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Transferência de conhecimento

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inovação aberta acontece em um ambiente de colaboração entre empresas que buscam apoio em seus projetos e instituições de pesquisa e tecnologia que lhes oferecem soluções para esses desafios. Em virtude dessa interatividade surgem novas formas de incorporação de tecnologias e produtos, e com isso aumentam as oportunidades de negócios. Há poucos anos, antes desse modelo começar a tomar corpo, o usual era a empresa ter o seu próprio centro de pesquisa e desenvolvimento, e esse setor ser responsável pela criação de novos produtos e até mesmo soluções tecnológicas. Entretanto, devido à constante falta de alinhamento do departamento com as outras áreas da empresa, e mais ainda com os fornecedores, parceiros e clientes, algumas criações não correspondiam às necessidades reais do mercado e nem da própria organização. O diretor corporativo de Tecnologia e Inovação do Grupo Siemens no Brasil, Ronald Dauscha, em seu artigo O que é esta tal de Inovação Aberta? considera que, quando se percebeu que os indicadores de valores investidos em P&D sobre o faturamento das empresas não estavam garantindo crescimentos e lucros sustentáveis, a inovação aberta começou a ser vista como opção. “Avaliou-se a pequena quantidade de produtos que realmente tinham sucesso no mercado, comparado com o grande número de tecnologias e produtos jogados fora. Também

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se verificou que, muitas vezes, parte das soluções descartadas surgiam posteriormente como inovações, quando aplicadas por outras empresas em produtos e serviços diferentes daqueles para os quais foram inicialmente desenvolvidos”, contextualiza. Mas para se chegar ao atual modelo de inovação aberta, hoje conhecido e adotado por várias empresas, houve um processo de amadurecimento. As empresas tiveram primeiramente que fazer os respectivos departamentos de P&D ouvirem seus parceiros dentro da própria empresa. Na sequência, começaram a incluir os fornecedores na cadeia de inovação, bem como os próprios clientes. O processo seguinte foi o surgimento da inovação em rede, que passou a envolver outros agentes, como universidades e institutos de pesquisa e até empresas concorrentes. É evidente que este sistema deve estar embasado em uma política de comunicação franca, tanto com o público interno quanto com os parceiros externos, criando dessa forma um ambiente baseado em confiança, onde são resguardados todos os aspectos de confidencialidade, assim como os direitos de propriedade intelectual. Dessa forma, um dos principais desafios na adoção do modelo de inovação aberta está em encontrar os parceiros certos para identificar oportunidades e dividir os riscos e benefícios nessa busca por processos que, mais do que lançar produtos originais, sejam sustentáveis a longo prazo.

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Fiat Mio Em 2009, a Fiat lançou o primeiro projeto da indústria automotiva visando à construção de um carro conceito de forma colaborativa - o Fiat Mio. Considerado um marco no segmento, a iniciativa contou com mais de 17 mil participantes em 160 países. O site do projeto registrou mais de dois milhões de visitantes únicos e 11 mil ideias enviadas, sendo que o assunto resultou em quase cinco milhões de visualizações da página no mundo inteiro. A proposta nasceu no Centro Estilo Fiat, onde são pensados e desenhados os carros do futuro. Com o objetivo de dar maior amplitude à discussão, a marca decidiu criar uma plataforma colaborativa para se pensar as soluções que o tal carro do futuro deveria conter. O que motivou as pessoas a se engajarem foi o fato de a empresa entregar ao consumidor a capacidade de dar rumo, direção e conceito ao resultado final. Mas a experiência não parou por aí. Por reunir opiniões tão diferentes - e permitir a correta utilização de uma criação coletiva - a montadora buscou a homologação do Creative Commons, permitindo que qualquer pessoa ou empresa pudesse utilizar as ideias coletivas originadas no Fiat Mio, que tem um design moderno, antecipando como os consumidores veem o carro do futuro.

Exemplos de inovação compartilhada Petrobrás No mundo, menos de 50 empresas hoje são capazes de realizar inspeções de precisão em dutos submarinos de óleo e gás para prevenir corrosão e vazamentos. Em todo o Hemisfério Sul, apenas uma organização tem a expertise necessária para este trabalho e ela é brasileira. Tratase da PipeWay Engenharia, do Rio de Janeiro/RJ. A capacitação para operar equipamentos como o Pig Corrosão, que detecta falhas estruturais em dutos submarinos sob condições extremas de pressão e temperatura, foi a oportunidade para passar a prestar serviços para companhias de atuação global. Mas isso só foi possível graças ao sistema de colaboração estabelecido com a Petrobras, que em 1998 começou a transferir tecnologia para a empresa. A parceria - que na época tratava-se de um projeto-piloto conduzido pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) - é coordenada pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), o qual disponibilizou para a PipeWay a tecnologia e as ferramentas necessárias ao desenvolvimento do Pig Corrosão. Em contrapartida, o fornecedor não apenas prestou o serviço, mas também aperfeiçoou novas soluções a partir dos projetos iniciais. Abrindo as portas para colaboradores externos (universidades, fornecedores, instituições independentes de pesquisa e eventualmente até concorrentes), compartilhando informações e trocando experiências, o caso entra para um grupo cada vez maior de empresas que desenvolvem soluções tecnológicas com base no conceito de inovação aberta.

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A hora da virada IBTeC lança Núcleo de Inovação Tecnológica

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través da articulação entre os setores público, privado e centros de ensino e pesquisa, e contando com a adesão de profissionais e pesquisadores reconhecidos pela competência no desenvolvimento de soluções de impacto no mercado, o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) estruturou o projeto do seu Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT), que tem como objetivo fomentar a competitividade das empresas brasileiras, especialmente do sistema coureiro-calçadista, por transferência de tecnologia e conhecimento. “Este projeto encontra-se em perfeita sinergia com as expectativas das indústrias e vai simbolizar a hora da virada tecnológica para o nosso setor”, considera o presidente executivo do instituto, Paulo Griebeler. Ele explica que o ponto de partida são as necessidades apontadas pelo mercado, principalmente relacionadas a tecnologias voltadas ao conforto, à saúde, à sustentabilidade, à performance, à segurança e à proteção. De posse das solicitações, um Comitê de Inovação vai deliberar com os demais membros do NIT para oferecer as melhores soluções. “Ao longo dos seus 42 anos de história, o IBTeC se consolidou como o braço tecnológico do setor, e agora também passa a ser percebido como a Casa da Inovação Tecnológica, aplicando este conceito

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no dia a dia das empresas”, destaca Griebeler. O Prof. Dr. Daniel Pedro Puffal, gerente de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Unidade Acadêmica de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), que ao lado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS) e Centro Universitário Feevale participa do projeto, enfatiza que a universidade tem o papel de aportar recursos na fronteira do conhecimento nas áreas de P&D das empresas, tanto recursos humanos quanto de equipamentos de ponta ou alta tecnologia. “Muitas vezes não há uma justificativa para que a empresa tenha determinados equipamentos muito específicos, que tem a necessidade de serem operados com técnicos altamente especializados, devido à baixa demanda, mas são equipamentos que as universidades e os institutos possuem. Assim, a empresa pode concentrar seus investimentos em equipamentos destinados à produção, enquanto que os destinados à pesquisa podem estar nesses parceiros”, avalia. A ideia é que esta rede aproxime de forma objetiva os centros de pesquisa das empresas, tanto de fornecimento quanto de transforma-

ção, oportunizando que o conhecimento e a tecnologia se materializem em produtos e serviços inovadores, englobando todos os setores do sistema coureiro-calçadista. Dentre as vantagens deste modelo de compartilhamento é que, além do acesso mais rápido aos resultados, as empresas ganham uma nova sistemática para acessar os serviços dos laboratórios de biomecânica, caracterização de materiais, biodegradabilidade e substâncias restritivas do IBTeC, bem como os projetos e consultorias, através dos seus técnicos e pesquisadores, que buscam não apenas avaliar produtos e seus materiais componentes, mas trabalhar efetivamente no desenvolvimento de soluções para as principais demandas do mercado. Isso tudo com a participação direta das universidades e empresas participantes, cada um colaborando com a sua expertise no que for preciso para proporcionar vantagens competitivas aos parceiros do projeto, tanto no mercado interno quanto no externo. Desta forma, as empresas não precisam mais esperar pelos lançamentos dos seus fornecedores. Elas próprias indicam ao NIT o que necessitam e participam de todo o processo de desenvolvimento das soluções desejadas, tendo sempre como foco o consumidor final, que é na verdade quem define se um produto é ou não desejado.

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Entrevista Da teoria aos resultados A Revista Tecnicouro entrevistou o pró-reitor de Inovação do Centro Universitário Feevale e ex-secretário da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico do RS, Dr. Cleber Prodanov, que é um dos convidados a participar do NIT. Ele enfatiza que uma das maiores virtudes desse sistema de trabalho é que as ideias saem da retórica e são convertidas em resultados práticos, e isso só se faz com a aproximação de quem gera conhecimento e a empresa que produz.

Dr. Cleber Prodanov Pró-reitor de Inovação do Centro Universitário Feevale e ex-secretário da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico do RS

T - Como o Sr. avalia este tipo de parceria para que se inove na empresa? C - A ideia dos núcleos de inovação e tecnologia é extremamente importante porque as estruturas são muito fechadas. Por exemplo, as empresas são organizações preocupadas com as questões que envolvem a sua lucratividade e subsistência. Por outro lado as universidades e os institutos de pesquisa estão, muitas vezes, preocupados com a formação e a pesquisa propriamente dita. Nem sempre essas organizações conversam entre si e acabam trabalhando em paralelo, quando na verdade não deveria ser assim. Cada vez mais se percebe a necessidade de haver sinergia entre estes setores e a sociedade, e o NIT surge com a função de tornar isso possível.

T - O que precisa mudar para que esta integração aconteça e traga junto com ela a pretendida inovação? C - O maior impedimento é a falta de cultura de inovação. As pessoas acham que é um processo caro e só atingível pelas empresas de alta tecnologia. Mas pode-se produzir a inovação com pequenas melhorias no processo ou no produto, e isso basta para a conquista de resultados comerciais muito bons. Porém, grande parte dos empresários, e também da sociedade, não se sente preparada para sair da zona de conforto e inovar.

T - Muito se fala que o tempo da universidade não é sintonizado com o tempo das empresas. Esta defasagem é determinante? C - O ciclo da empresa é focado no seu produto, que tem prazo de validade. No caso do calçado são as coleções para cada temporada. E a universidade tem outro tipo de ciclo, que é semestral. Mas não quer dizer que um ou outro não seja bom. O que existe é falta de planejamento para tratar desta questão. Pois, geralmente, quando uma empresa se aproxima da universidade é porque a necessidade já virou urgência. Temos que respeitar essa realidade, mas é evidente que a academia encontra dificuldades para acelerar o processo nessas condições. Quanto mais as empresas conversam com as universidades e os institutos e expõem suas necessidades, mais se percebe que o problema de uma é o de quase todas. Então dá para encontrar soluções para a cadeia produtiva e depois customizar para cada empresa uma solução adequada, que é o que o empresário espera.

T - Neste sentido, como fica a questão do sigilo? C - Este é o pulo do gato. A empresa pode questionar o porquê de abrir os seus problemas se as soluções beneficiarão também o seu concorrente. Portanto, o sigilo e a proteção, seja por patente ou outro mecanismo legal, é uma questão central para o NIT. Infelizmente o setor, com exceção dos fornecedores de materiais, não tem a tradição de registrar patentes e esta cultura, acredito, não vai ter grandes mudanças. Como as coleções de calçados têm um ciclo de renovação muito rápido, a patente é deixada de lado e se investe na evolução do produto, como o caso dos solados, que estão em permanente processo de inovação.

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• Luis Vieira

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aumento do rigor sobre o uso de substâncias restritas - seja pelo crescente número de legislações mundo afora ou pela constante revisão (cada vez mais para baixo) dos níveis a serem tolerados - exige que as empresas se mantenham em permanente alerta na busca de informações sobre o tema, a fim de adotarem medidas assertivas na composição dos seus produtos.

Substâncias Restritivas:

como adequar os seus produtos às exigências internacionais Pois sabem que a falta de conhecimento dificulta a busca por alternativas eficazes e as expõem ao risco de perderem negócios e ainda serem responsabilizadas, caso o descumprimento de alguma regulamentação resultar em problemas para a saúde do consumidor ou ao meio ambiente. Fatos estes que podem ainda abalar seriamente a sua imagem junto ao mercado e o consumidor final. O problema é que cada país pode editar a sua norma, estabelecendo critérios próprios para a composição da lista de substâncias sob controle e os respectivos valores permitidos. Ciente do grande desafio que isso representa para a indústria do setor coureiro-calçadista - que ao longo da cadeia de produção utiliza-se de uma gama muito ampla de produtos químicos, o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) vem se atualizando constantemente sobre a matéria para manter o mercado bem informado ante as revisões nas principais e mais abrangentes regulamentações mundiais, que acabam influenciando as demais normatizações. O instituto também investe substancialmente em seu laboratório criado especificamente para realizar análises de substâncias restritivas para auxiliá-las, tanto na caracterização dos seus produtos quanto na emissão de laudos técnicos, comprovando a existência ou não de uma série de substâncias, bem como se as quantidades detectadas estão dentro dos limites estabelecidos. Hoje são 96 ensaios realizados por este laboratório que disponibiliza para o mercado alta tecnologia aliada a acreditações junto aos mais importantes órgãos em níveis nacional e global. Este número será significativamente ampliado através de novos convênios que estão sendo formatados com outros laboratórios igualmente reconhecidos e capacitados.

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Conceitos

• Substâncias: elementos químicos e seus componentes no estado natural ou obtidos por qualquer processo de fabricação, incluindo aditivos necessários para preservar sua estabilidade e impurezas derivadas do processo utilizado – mas excluindo qualquer solvente que possa ser separado sem afetar a estabilidade das substâncias ou modificar sua composição; • Preparações ou misturas: misturas ou soluções compostas de duas ou mais substâncias; • Artigo: produto fabricado que tenha uma forma final relacionada ao uso; • Substâncias restritivas: são substâncias químicas controladas pela legislação de algum país ou empresa; têm relação comprovada com efeitos adversos à saúde humana e ao meio ambiente.

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A teoria na prática

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m dos mais bem sucedidos projetos para a adequação quanto a substâncias restritivas no produto final foi estabelecido com a indústria de calçados infantis Bibi, que implantou um programa para qualificar os componentes usados nos seus produtos. A empresa reforçou sua estratégia de exportação, mas o sucesso global dependia de vencer as rigorosas barreiras técnicas de mercados como a Europa, os Estados Unidos, a Coreia, o Canadá

e a Turquia. Entendendo que não conseguiria vencer este desafio sozinha, buscou apoio técnico junto ao IBTeC para a formatação de todo o programa e a sistemática dos trabalhos. O gerente de suprimentos da empresa, Ismael Fischer, destaca que foram produzidas cartilhas técnicas e realizados treinamentos específicos para os fornecedores de cada tipo de matéria-prima, que readequaram os materiais de acordo com a necessidade da empresa.

Além do trabalho com os fornecedores, a empresa precisou treinar também a própria equipe de P&D para escolher materiais que, mais do que o apelo de moda, tenham como característica a ausência de substâncias que podem ser nocivas à saúde das crianças ou ao meio ambiente. “O resultado de um ano de trabalho pode ser percebido na coleção atual da empresa, que chega ao mercado sem substâncias restritivas”, aponta Fischer.

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Classificação das substâncias químicas

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Classe I - substâncias com efeitos perigosos comprovados Classe II - substâncias com efeitos perigosos Classe III - substâncias com impacto ambiental Classe IV - substâncias que são altamente suspeitas de ter um efeito sobre o usuário Classe V - substâncias que são suspeitas de ter um efeito sobre o usuário

Regulamento Reach

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vice-presidente executivo do instituto, Dr. Valdir Soldi, salienta que as substâncias químicas estão classificadas em cinco níveis de acordo com o grau de periculosidade oferecido e o Regulamento Reach (Registro, Avaliação, Autorização e Restrição de Substâncias Químicas) é o mais abrangente instrumento legislativo nesta área, com mais de 12 mil substâncias na sua base de dados, sendo 3.500 já registradas. O documento foi criado pela União Europeia (UE) em 2007 para substituir um conjunto de 40 diretivas e regulamentos comunitários. A resolução é aplicada a todas as substâncias químicas, incluindo, além das utilizadas na indústria, as presentes no cotidiano das pessoas, como em produtos de limpeza, tintas, vestuário, calçados, mobiliário, eletroeletrônicos etc. A exigência é que os produtores e importadores europeus de substâncias químicas, produtos ou artigos que contenham substâncias químicas se adaptem e atendam as exigências com relação à segurança, meio ambiente e saúde para que os mesmos possam ser produzidos, comercializados e importados. Desta forma, o regulamento atinge todas as partes da cadeia de abastecimento dos países membros da UE, ou seja, fabricantes, importadores, distribuidores, varejistas e até usuários. Um dos pré-requisitos é a correta identificação das substâncias químicas, tanto em sua forma isolada, quanto em componentes e produtos manufa-

turados. Além disso, os agentes das cadeias de abastecimento devem ter amplo acesso às informações relativas ao reconhecimento das sustâncias com que trabalham. Consequentemente, os países que exportam para membros da União Europeia também são afetados e as empresas exportadoras devem se manter atualizadas sobre o Reach, sendo capazes de fornecer as informações necessárias aos seus clientes os auxiliando no cumprimento do regulamento. Das 3.500 substâncias registradas até o último mês de março na base de dados do Reach, 134 podem causar câncer e 158 são tóxicas ao cérebro e ao sistema nervoso, aponta Soldi, lembrando que além de novas substâncias estarem sendo constantemente inseriras no escopo, existe ainda uma mobilização em praticamente todos os mercados para diminuir os níveis considerados toleráveis daquelas já avaliadas. Exemplos disso são os corantes azoicos (presentes em materiais tingidos ou pintados, como roupas, calçados e artefatos), cuja tolerância era de 30ppm e hoje passou para 20ppm. “Os fenóis clorados são outro caso de diminuição da tolerância. De 5ppm, baixou para 0,5ppm (no caso de artigos para bebês o limite máximo era de 0,5 e hoje não pode ultrapassar a 0,05). Sobre o uso de chumbo, a permissão era para até 600ppm, mas hoje são, no máximo, 100ppm e provavelmente será reduzido ainda mais”, contextualizou.

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Regulamentação brasileira

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o laudo comprobatório, evitando riscos desnecessários”, avalia o técnico. Devido à alta relevância do assunto para a competitividade da indústria brasileira, em julho de 2013 o Comitê Brasileiro do Couro, Calçados e Artefatos de Couro (CB-11) criou uma nova Comissão de Estudos para normatizar o uso de substâncias restritivas no Brasil, especificamente nos componentes e calçados. Desde então, as reuniões acontecem mensalmente na sede do IBTeC, em Novo Hamburgo/RS, onde funciona a secretaria do CB-11, com a participação de empresários, técnicos e representantes das principais entidades setoriais.

de conhecimento do mercado que tem havido casos em que empresas enviam amostras dos produtos que pretendem comercializar no exterior e os mesmos não são aprovados por ser constatada alguma irregularidade quanto a composição dos materiais. Em virtude da recusa elas têm que readequar os produtos e/ou processos para testar novamente o lote para, em caso de conformidade, embarcar o pedido. O coordenador do Laboratório de Caracterização de Materiais do IBTeC, Ademir de Varga, destaca que o processo feito desta forma gera retrabalho e atrasa a entrega dos produtos. “O mais coerente é testar tudo antes, obter

O primeiro passo foi a definição, dentre as normas internacionais, quais seriam aplicadas no Brasil, tendo em vista a adoção de uma regulamentação nacional que atenda plenamente as necessidades do mercado interno, mas esteja em sintonia com o que de mais avançado acontece em nível global. Mas para validar cada norma dessa regulamentação é preciso legitimar os procedimentos de avaliação junto à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e ao Instituto Brasileiro de Metrologia (Inmetro), que é um órgão reconhecido mundialmente e oferece a credibilidade necessária para os laudos emitidos no Brasil.

Normas publicadas

• ABNT NBR 16268 - Determinação de cádmio - Método decomposição úmida

Principais atualizações no Reach com relação ao couro - Formaldeído: varia de 20ppm a 75ppm para contato direto com a pele e de 75ppm a 300ppm sem contato direto com a pele; alguns mercados, principalmente asiáticos, continuam com restrição de ND para crianças até 36 meses. - Cádmio: tem tolerância de 75ppm, no entanto última atualização da Nike prevê limite de 1ppm para maiores de 12 anos e limite de 0,1ppm para público infantil. - Nonilfenóis: passa-

ram de 1.000ppm (somatório) para 100ppm NPEO, 100ppm OPEO, ND para NP e ND para OP. - Cloroalcanos: passaram de 10.000ppm para ND no caso dos de cadeia curta (C10-C13) e 1.000ppm no caso dos de cadeia média (C14-C17). - Azo corantes: passaram de 30ppm para 20ppm por amina. - Fenóis clorados: redução de 5ppm para 0,5ppm; no caso da Adidas, 0,05ppm para infantil.

- Pesticidas: variam de ND para 0,5ppm somatório dos listados (Adidas), dieldrine 0,01ppm (HM) e somatório dos listados < 1ppm. Para outros materiais, tem se verificado a tendência, por exemplo: - de citar os retardantes de chama nominalmente (antes eles eram tratados como grupo de substâncias, agora são separados individualmente) com tolerâncias diferenciadas entre eles; - a mesma situação ocorre com os organoestanhos.

• ABNT NBR ISO 17075 - Couro - Ensaios

químicos - Determinação do teor de cromo (VI) • ABNT NBR ISO 13365 - Couro - Testes químicos - Determinação do teor de conservantes (TCMTB, PCMC, OPP, OIT) em couro por cromatografia líquida • ABNT NBR ISO 17234-1 - Couro - Testes químicos para determinação de certos azo corantes em couros tingidos - Parte 1: Determinação de certas aminas aromáticas derivadas de azo corantes • ABNT NBR ISO 14184-1 - Têxteis Determinação de formaldeído - Parte 1: Formaldeído livre e hidrolisado (método de extração em água) • ABNT NBR ISO 17070 - Couro - Testes Químicos - Determinação do teor de pentaclorofenol • ABNT NBR ISO 17226 - 1 - Couro Determinação química do teor de formaldeído - Parte 1: Método de cromatografia líquida de alta performance (HPLC)

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IBTeC e Tecnosinos:

parceria tecnológica

o dia 17 de abril, uma comitiva formada pela presidência, pesquisadores e técnicos do IBTeC partiu do instituto para realizar uma visita técnica ao Tecnosinos, em São Leopoldo/ RS. Além de conhecer a estrutura do parque tecnológico e as principais empresas instaladas, a visitação foi o passo inicial para uma maior aproximação entre as instituições, que buscam a formatação de um convênio com vistas à aplicação de inovações na indústria coureiro-calçadista. A cada ano, o IBTeC amplia a sua carteira de soluções tecnológicas, expandindo também o nicho mercadológico em que atua. Nessa estratégia, a troca de conhecimento com o Tecnosinos se configura em uma ferramenta fundamental. O presidente executivo do instituto, Paulo Griebeler, considera que o objetivo dessa transferência de know-how com o parque tecnológico é possibilitar o desenvolvimento de soluções que possam levar as empresas a serem mais competitivas, com a oferta de produtos inovadores e com alto valor agregado. “Nesta parceria todos saem ganhando. As empresas calçadistas terão ao seu dispor uma maior oferta de soluções tecnológicas, o instituto aumentará seu conhecimento

tecnológico, as empresas instaladas no parque terão incremento da sua receita e o Tecnosinos ganha com o crescimento das startups instaladas”, destaca. Susana Kakuta, que na época da visita era CEO do Tecnosinos, salienta que o parque, como habitat de inovação, tem como função prover mercado para as empresas sediadas e atuar na introdução da inovação tecnológica nas diferentes cadeias produtivas da economia do RS. As oportunidades na cadeia coureiro-calçadista estão desde o desenvolvimento de novos materiais, sensores inteligentes, automação do processo produtivo, aplicativos ao consumidor, entre outros. Neste sentido, a parceria estabelecida com o IBTeC trará como oportunidade a oferta diferenciada de novas tecnologias e inovações para as empresas do setor. “Em verdade, estaremos complementando nossas competências. Quem ganha é o setor que passa a contar com mais conhecimento e inovação a seu dispor. Isto afetará de forma muito positiva o seu aumento da competitividade. Nossa parceria disponibilizará, para as empresas do setor, inovação tecnológica produzida pelas empresas de base tecnológica que fazem parte do parque”, conclui.

Tetsuo Kakuta, Dr. Rudnei Palhano, Camila Blos, vice-presidente executivo Dr. Valdir Soldi, presidente executivo Paulo Griebeler, Dr. Aluisio Avila

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uas reportagens publicadas pela Revista Tecnicouro foram vencedoras de diferentes concursos nacionais que premiaram o autor das melhores matérias jornalísticas sobre o setor coureiro-calçadista. O primeiro reconhecimento do ano foi em março, durante o Prêmio Primus Inter Pares - oferecido pela Associação Bra-

Reportagens premiadas em

concursos nacionais O vice-presidente executivo do IBTeC, Dr. Valdir Soldi, a jornalista e produtora gráfica da Tecnicouro, Melissa Zambrano, e o presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, prestigiaram a premiação que aconteceu durante o jantar anual da Assintecal (foto 1). O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, confraternizou com o editor Luís Vieira e a jornalista e produtora gráfica da Tecnicouro, Melissa Zambrano, a conquista do segundo prêmio em 2015 (foto 2).

sileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal). A reportagem Driblando obstáculos venceu a disputa na Categoria Jornalista apontando que, embora o momento seja altamente desafiador para o segmento calçadista brasileiro, devido a uma série de dificuldades que afetam a indústria e colaboram para que o calçado nacional deixe de ser competitivo, empresas globais, e também nacionais, apostam que dá certo desenvolver e produzir suas coleções aqui no nosso País e incrementam seus investimentos em pesquisa e inovação para crescerem no mercado. O prêmio tem apoio do Sebrae e patrocínio da Braskem e, além do troféu, foi oferecida a importância de R$ 3.000,00. Nos últimos seis anos, esta foi a quinta vez que uma matéria da Tecnicouro recebeu a honraria - as outras edições foram em 2010, 2011, 2012 e 2013. Já a conquista do Destaque Jornalista aconteceu em abril, durante a 3ª edição do Prêmio Direções, realizado pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). A Foto 1

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premiação, que teve o maior número de matérias inscritas nesta edição, contou com os patrocínios da Couromoda, Francal Feiras e Caixa Econômica Federal. Tendo como pano de fundo a apreensão no Rio de Janeiro de uma grande quantidade de bijuterias com alta concentração de cádmio - um metal pesado bioacumulativo considerado cancerígeno - a reportagem Setor em alerta para os riscos químicos nos calçados destacou a postura do segmento ante o tema, que é uma preocupação mundial. No ano passado, outra reportagem da Tecnicouro ficou entre as finalistas. “É com muita alegria e gratidão que recebo estes reconhecimentos, pois sei da seriedade com que são feitas as avaliações dos trabalhos inscritos em ambos os concursos, e também conheço a qualidade do trabalho de outros profissionais concorrentes. Embora a conquista de prêmios não seja a motivação para a realização das reportagens, conquistas como estas proporcionam uma grande repercussão não somente ao meu trabalho, mas à própria revista e ao Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos, que há 35 anos edita essa publicação. Sem dúvida alguma, são um indicativo de que estamos em sintonia com as necessidades do mercado, reportando assuntos de fato relevantes para o setor. Mas também entendo que, por melhor que o trabalho esteja sendo realizado, é preciso evoluir a cada edição. O desafio ao iniciar uma reportagem é que o produto final seja, de alguma forma, útil aos nossos leitores, e melhor ainda quando essa confirmação vem acompanhada de dois prêmios no intervalo de um mês.” Luís Vieira - editor. Foto 2

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o dia 15 de abril, a Unimed Vale do Sinos realizou um treinamento aos funcionários do IBTeC sobre a Norma Regulamentar NR 6, que informa quanto ao uso correto de equipamentos de proteção individual. O evento foi idealizado pelo setor de RH do instituto e, segundo a responsável, Patricia Konrath, o objetivo é a conscientização sobre a importância do uso correto dos EPIs. A palestrante, técnica de segurança do trabalho Jaqueline Santos, procurou alertar e sensibilizar os colaboradores de todas as unidades do instituto quanto à proteção a exposição aos perigos. “Riscos existem em cada estação de trabalho, e em diversas formas diferentes, tais como bordas afiadas, queda de objetos, produção de faíscas, contato com produtos químicos e outras situações potencialmente perigosas”, observou a especialista. O responsável pelo Laboratório de Caracterização de Materiais, MS Ademir de Varga, salienta que a principal preocupação é manter a integridade física das pessoas e o IBTeC, junto com a parceira Unimed, veio alertar seus funcionários ao fato de que para cada atividade são determinados os tipos de equipamentos de proteção a serem utilizados, sendo obrigatório o uso dos mesmos. “Práticas de segurança e de saúde ocupacional podem ser aplicadas a controles e intervenções para minimizar os riscos nos locais de trabalho, que representam ameaças para a segurança e qualidade de vida dos trabalhadores”, pontuou.

Treinamento sensibiliza quanto ao

uso correto de EPI 56

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Equipamentos e sua utilização - Óculos e protetor facial devem ser ajustados para minimizar a entrada de pequenas partículas ou vapores nos olhos. - Capacetes de proteção são necessários onde há risco de que objetos possam cair sobre a cabeça. - Luvas estão disponíveis para proteger as mãos contra cortes/punções, escoriações, queimaduras térmicas, exposição a produtos químicos, serviços gerais de poda e limpeza, assim como outros. - A proteção dos pés é necessária quando existirem riscos que possam resultar em compressão e impacto, eletricidade, lesões condutoras ou dos metatarsos. O uso de calçados de proteção deve ser orientado também a todos os funcionários que adentram em setores onde haja a necessidade de seu uso, como por exemplo, trabalhadores da área administrativa que no seu ambiente de trabalho utilizam calçados de uso ocupacional (sem biqueira) e que se deslocam a áreas onde é obrigatório o uso de calçado de proteção ou segurança (com biqueira). - Para proteção auditiva, podem ser utilizados dois tipos: o de inserção (plug) e os abafadores (concha), para atenuar o ruído.

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A inovação na base da

cadeia do couro A

Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro (Abqtic) e a Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) realizaram no dia 19 de março, durante a Fimec, o 1º Encontro de Inovação da Cadeia Couro. O palestrante Bernardo Furtado, do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), falou sobre o Observatório tecnológico do INPI para a cadeia do couro. Segundo o documento, a China tem o maior escritório de depósito de patentes do mundo e passa por um avanço tecnológico muito grande. “Quando o assunto é a China a ideia de cópia é presente, mas eles desenvolvem muita tecnologia inovadora. Lá os centros de ensino trabalham fortemente para desenvolver soluções ao mercado, sendo comum a inovação iniciar na universidade para depois ser aplicada na empresa. Temos que aprender com eles”, desafiou. O painelista André Cruz, do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES), apresentou o Estudo de diversificação da indústria química - relatório do setor de couro, com propostas para curto e longo prazo. A cadeia química é composta por milhares de produtos de vários segmentos, dentre os quais o que abastece o setor de couros é um dos com maior atividade, representando 8,1% da indústria química no mundo. “No Brasil, o wetblue corresponde a 52% da exportação, o couro semiacabado 8% e o acabado 41%. O desafio é vender mais couro acabado, que ao longo da cadeia de produção utiliza maior quantidade de químicos e possui valor de mercado oito vezes superior ao do wetblue”, comparou. Márcia Carvalho Ribeiro apresentou modalidades de financiamentos e as formas de acesso oferecidas pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Ela lamentou o fato de que no Brasil o volume de investimentos em inovação é precário. “A inovação é um instrumento para diferenciação competitiva, aumento de empregos e eficiência, e a falta dela reflete no desempenho da indústria”, destacou.

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MESA REDONDA Durante os debates, o diretor executivo da Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro (Abqtic), Etevaldo Zilli, comentou que falta interação entre as universidades, os centros de pesquisa e as empresas. “A tecnologia vem evoluindo a tal ponto que vai modificar todo o sistema de trabalho. Na indústria do couro já há carência de mão de obra e a tendência é esta situação se agravar. Temos que inovar, e isso passa pelos centros de ensino e pesquisa”, pontuou. A pesquisadora Dra. Mariliz Gutterres, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), considerou que a inovação é um avanço do processo criativo. “Os pesquisadores são inventivos, mas precisam do apoio das empresas para transformar suas criações em produtos inovadores. Estamos evoluindo nesta integração”, comentou. Marina Vergílio Moreira, do CT Couro - Senai RS, afirmou que a pouca interrelação entre os pesquisadores e a indústria se dá em virtude do sigilo industrial. “É preciso critérios bem definidos sobre o que é sigilo, proteção e a sua importância para a indústria. Sem isso fica inviável o trabalho em conjunto”, enfatizou. A Dra. Patrice Monteiro de Aquim, do Centro Universitário Feevale, salientou que “para que a pesquisa realmente aconteça na indústria é importante ter empresas patrocinando estudos na universidade. Sem dúvida alguma essa interação enriquece a pesquisa”, finalizou.

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A publicação apresenta ao mercado da América Latina a tecnologia brasileira em máquinas para couro e calçados

Abrameq edita revista

em espanhol

Outras ações da entidade durante a feira - Divulgação da marca Brazilian Machinery, parceria da entidade com a Apex-Brasil, que visa a fortalecer as máquinas brasileiras para couro e calçados; - Visita guiada de empresários calçadistas convidados a conhecer as novas tecnologias do setor; - Palestra com Giardelli sobre empreendedorismo; - Criou espaço para os associados realizarem contatos e apresentarem seus produtos a aproximadamente 60 ateliers.

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urante a Fimec 2015, a Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas para Couros e Calçados (Abrameq) em parceria com a Agência Brasileira de Promoção às Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) lançou a revista Brazilian Machinery. A publicação tem como públicos-alvo os fabricantes de calçados da América Latina e na primeira edição destaca, em espanhol, a relevância do Brasil como player mundial nas áreas do couro e do calçado, tendo como base o fornecimento de tecnologia, através do setor de máquinas e equipamentos. No lançamento da revista, o presidente da Abrameq, Marlos Schmidt, manifestou que “a publicação leva aos clientes da América Latina uma imagem diferenciada dos produtos que desenvolvemos”. A consultora do projeto Brazilian Shoes + Leather Machinery, Rosângela Arruda, observou que 16 fabricantes de máquinas participaram do projeto, mostrando produtos seus e o depoimento de clientes sobre as vantagens competitivas que estas tecnologias oferecem a quem as adquire.

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CB-11 Normas Técnicas ESTÃO DISPONÍVEIS

no site do IBTeC P

ara facilitar o dia a dia corrido das empresas, o Comitê Brasileiro de Couro, Calçados e Artefatos de Couro (CB-11) e a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), juntamente com o Instituto Brasileiro do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), disponibilizou o Catálogo de Normas no site do instituto (www.ibtec.org.br). Desta forma, as empresas podem comprar e imprimir as normas no seu próprio computador. No site você pode adquirir normas técnicas clicando no ícone Acesso às Normas Técnicas. Em seguida clique em Meu cadastro e crie um “passaporte” para sua empresa com e-mail e senha. Depois é só navegar pesquisando as normas que precisa. No escopo de normas publicadas existem 8.597 normas, sendo que 269 são apenas do CB-11. Outras informações podem ser adquiridas pelo site do IBTeC ou pelo fone (51) 3553.1000, com a secretária Andrieli.

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Através do Catálogo você pode adquirir as seguintes normas: - ABNT - Normas Brasileiras - ISO - Normas Internacionais ISO apenas em inglês - IEC - Normas Internacionais IEC apenas em inglês, Normas do Setor Eletrotécnico - DIN - Normas alemãs e Normas CEN (Europeias) - BSI - Normas inglesas e Normas CEN (Europeias) - AFNOR - Normas Francesas e Normas CEN (Europeias) - AMN - Normas Mercosul em português e espanhol - JIS - Normas japonesas - ASTM - Normas Americanas para Testes, Materiais, Engenharia e Processos Industriais - IEEE - Normas Americanas para Engenharia, Eletricidade e Eletrônica - NFPA - Normas Americanas para Segurança, contra Incêndio e Construção Civil

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OPINIÃO Colunista Imposto sobre as Grandes Fortunas: a viabilidade da taxação da riqueza concentrada

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Constituição Brasileira de subjetiva a noção do que vem a ser 1988 fez surgir o denominauma grande fortuna, o que já dedo Estado Democrático de Dr. Marciano Buffon monstra a dificuldade de implantaTributarista, Direito, o qual, não por acaso, tem com advogado ção de um imposto desta natureza, professor da Unisinos um dos principais objetivos a constru- marciano@buffonefurlan.com.br há de se reconhecer os riscos de elição de uma sociedade livre, justa e sosão/evasão fiscal. São inúmeros os lidária e a redução das desigualdades artifícios que podem ser utilizados sociais e regionais (art. 3º). A mesma Carta, didaticamente, para evitar o pagamento do tributo, como a constituição aponta o caminho para tal intento ser alcançado, na medi- de holdings, transferências dos imóveis à familiares/terda em que relaciona na sequência os direitos fundamentais ceiros e, principalmente, o uso de paraísos fiscais, mesdos cidadãos (art. 5º a 17º). Não se ignora, todavia, que a mo porque a riqueza, há tempos, desmaterializou-se. própria Carta Maior é solenemente ignorada pela amNessa linha, quando Piketty defende a instituição de pla maioria da população brasileira e isso passa, inclusi- um imposto mundial sobre a riqueza (o qual adjetiva de ve, pelas instituições que têm em seu zelo a razão de ser. uma “utopia útil”), reconhece que o pressuposto para tanto Para alcançar os objetivos postos, há de se ter um Es- é a cooperação entre todos os países no sentido de punir tado comprometido com o bem-estar de todos e que se a fraude e permitir o acesso às informações financeiras, financie mediante a arrecadação de tributos que possam em especial com fim dos denominados paraísos fiscais. ser entendidos como justos, isto é, conforme a capacidaNão basta que um imposto seja justo. Há de ser tecnicade econômica de cada contribuinte. Uma das possibili- mente factível e pragmaticamente viável. Em vista desses dades reside na criação do único tributo previsto no tex- óbices, por ora, instransponíveis, a instituição do Imposto to original da Constituição que ainda não foi instituído: sobre as Grandes Fortunas não parece ser o caminho mais o Imposto sobre as Grandes Fortunas - IGF (153, inc.VII). adequado para concretizar a decantada justiça fiscal. Se Desde a promulgação da Carta, foram apresenta- houvesse uma adequada e progressiva tributação da renda dos diversos projetos de lei visando à regulamentação e do patrimônio, não haveria sentido a instituição de um imdo IGF, sem que, no entanto, tenha havido a necessária posto sobre as grandes fortunas, pois estas já seriam deviaprovação do Congresso Nacional. Entre as justificati- damente taxadas pelos tributos respectivos, da mesma forvas, aponta-se que, segundo o Atlas da Exclusão Social, ma como acontece em tantos países tidos como referência. as cinco mil famílias mais ricas do Brasil, que corresponAliás, pode-se sustentar inclusive que a instituição dem a um percentual de 0,001% da população, detêm do IGF tende a produzir tímidos resultados, no que tanpatrimônio correspondente a 42% do Produto Interno ge à concentração de renda ora existente, sendo forçoBruto ou patrimônio médio equivalente a R$ 138 milhões so reconhecer que uma inversão da pirâmide fiscal - que (http://www.camara.gov.br/sileg/integras/547712.pdf). ora se sustenta sobre o consumo - em direção à renda e É claro que tratar da criação do Imposto sobre as ao patrimônio, provavelmente obteria efeitos bem mais Grandes Fortunas demanda ampla cautela. Além de ser concretos no referido intento (pelo menos no Brasil).

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OPINIÃO

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Plano Brasil de Inovação Sustentável 2030

Falta uma visão de onde pretendemos chegar Sérgio Knorr Velho

Engenheiro Químico no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) sergio.velho@mcti.gov.br

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os últimos anos, os investimentos em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) nos levaram a ser o 13º país no ranking da produção científica, quando em 1993 estávamos em 24º lugar. Entretanto, ocupamos hoje a 61ª posição no índice global de inovação, atestando as dificuldades na conquista de uma posição de destaque. Na era do conhecimento é importante gerarmos pesquisa e desenvolvimento que devemos converter rapidamente em inovação. Falta uma visão de onde pretendemos chegar, quais setores industriais pretendemos desenvolver e quais as tecnologias queremos liderar para finalmente sairmos de um país produtor de commodities para produtor de conhecimento. As estratégias nas quais focamos hoje essa visão são de médio prazo: o Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação 2007-2010 (PACTI) e a Estratégia Nacional para Ciência, Tecnologia e Inovação 2012-2015 (ENCTI) e essas foram articuladas com as políticas industriais brasileiras. O Governo sozinho não consegue eficientemente promover a inovação nas empresas sem que essas criem sinergia com as instituições de ciência e tecnologia e possam beneficiar-se com produtos e processos inovadores que chegam ao mercado. Veja o programa aeroespacial norte-americano, um exemplo de transferência de conhecimento para as empresas privadas que, ao correrem riscos, podem auferir resultados e todo o sistema sai ganhando. Programas isolados de CT&I, sejam públicos ou privados, sem foco em uma visão de longo prazo são inócuos perante os desafios de posicionar o País como líder em alguns segmentos. Estamos perdendo as oportunidades perante os outros países dos BRICS (Rússia, Índia, China e África do Sul) e, talvez, venhamos a perder oportunidades para os países do MINT (México, Indonésia, Nigéria e Turquia), que são os países apontados como os substitutos dos BRICS. Para o sucesso dos programas é necessário executarmos uma estratégia de CT&I para o ano 2030, com uma visão de longo prazo: o Plano Brasil de Inovação Sustentável 2030. Necessitamos de uma proposta que evite que sucessivos governos venham a negligenciar todas as ações do governo passado e tudo deva ser reconstruído do zero novamente. Necessitamos de um programa de Estado, de longo prazo, que privilegie uma visão do Brasil no cenário de 2030: uma nação sustentável e desenvolvida, a 5ª maior economia mundial, uma das dez nações no ranking global de inovação, produtora de conhecimento e revertendo resultados para o bem-estar social de todos.

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TECNOLOGIA 68

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A inovação contínua das estratégias de

competitividade

Capítulo 1/6: A capacidade de promover mudanças estratégico-competitivas e inéditas da fábrica - O fator prioritário a ser implantado e gerenciado MS Eng. Fernando Oscar Geib

1 - Por que mudar? Uma verdade organizacional que se consolida mais com o avanço do tempo coloca que o ambiente empresarial deve ser entendido como um mundo onde “a capacidade de crescer e a competência de competir ativamente são medidas pela capacidade dos seus líderes e gestores em lidar com a mudança de natureza estratégico-competitiva”. Esta capacidade de contínua adequação passa pelo desenvolvimento de uma “mente mutante”. A história da atividade industrial em descrição por esta longa sucessão de capítulos e temas já publicados na Tecnicouro mostra esta verdade. Fábricas pujantes e competitivas em determinadas épocas não conseguiram manter a sua visão de contínuo progresso e desenvolvimento no nível desejado e acabaram fenecendo, para depois desaparecerem. Esta verdade não é do desconhecimento das lideranças e dos profissionais ligados ao setor em descrição. Por outro lado, sabe-se também que este fenômeno acontece igualmente em outros setores industriais. Talvez de forma mais lenta, mas acontece e isto é significativo. A pergunta que fica é: por que este fenômeno - das empresas desaparecerem - se repete de modo quase contínuo e interminável? Muitas respostas podem ser dadas, mas certamente a mais realista e objetiva é a que coloca: “o mundo das empresas é um mundo em que a competência a elas inerente é medida pela sua capacidade de lidar com a mudança, em particular a estratégico-competitiva”. Se os tempos mudam, como diz o ditado, o mundo dos negócios também muda e as fábricas de calçados, tema deste trabalho, também precisam mudar e evoluir para contínuos e novos degraus de competitividade. As fábricas necessitam desenvolver e consolidar uma nova lógica empresarial-organizacional

que tenha a capacidade de inserir nas suas diretrizes básicas e, antecipadamente, as mudanças que estão acontecendo nos ambientes de sua atuação. Estas mudanças localizadas no campo estratégico-competitivo devem ser rápidas, ágeis, de grande efetividade e, necessariamente, focadas em resultados quantificáveis. As fábricas de calçados devem minimizar a utilização do fundamento da “Melhoria Contínua”, e passar a utilizar intensamente o fundamento das “Inovações Contínuas”. A cada avanço do tempo, as fábricas devem assumir “a cara real e efetiva dos consumidores e dos mercados”, para poderem tornarse efetivamente viáveis. Estas mudanças destas partes interessadas referidas caracterizam-se por serem rápidas e disruptivas com o status quo vigente. A Nova Fábrica de Calçados (NFC), baseada no fundamento da Simultaneidade, é a organização altamente apta para competir nestes mercados dinâmicos em suas mudanças, necessidades e demandas, desenvolvendo, sistemática e continuamente, sistemas de produção adequados e rápidos em atender e promover a satisfação dos efetivos e potenciais consumidores de calçado. São os Sistemas de Produção Simultânea (SPS) em ação, sistemas estes estruturados em redes de produção a partir dos seus Centros de Simultaneidade de Produção (CS). Estes fundamentos estruturantes da Produção Simultânea estão sendo apresentados de forma rápida, pois já foram largamente descritos em capítulos anteriores. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) é, portanto, uma fábrica que gera ou produz mudanças estratégicocompetitivas, pois ela é de real e de rápida capacidade de adaptação aos desejos dos seus mercados. Ela é uma fábrica de sistemáticas e contínuas mudanças, geradora de respostas exatas e objetivas aos consumidores e aos mercados. Os calçados, deste modo disponibilizados e

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fornecidos, com continuada precisão temporal para atendimento das demandas dos mercados, identificam uma fábrica efetivamente competitiva, conduzida pelo Tempo, que avança continuamente. Esta lógica operacional define a necessidade de uma elevada capacidade organizacional, mobilizadora de pessoas e de suas inteligências e, mais ainda, de recursos físico-econômicos continuadamente, de modo que cada estrutura de produção gerada - dos Centros de Simultaneidade de Produção (CS), constitua-se em um inédito, inovador e altamente competitivo sistema de produção de calçados. É o fundamento da Simultaneidade o promotor e o reivindicante do caráter inovador dos sistemas de produção. Estas colocações apresentadas têm um “porquê desta fábrica assim agir e se comportar organizacionalmente”, ou seja, o mundo das empresas calçadistas espalhadas por todos os cantos da terra é um ambiente em que as suas competências organizacionais são medidas pela sua capacidade de lidar adequada e produtivamente com as mudanças dos seus ambientes de fornecimento e disponibilização de seus calçados e serviços a eles inerentes. São os mercados os “puxadores” das competências competitivas das fábricas. As mais competitivas serão as que mais rapidamente atenderão a este ambiente de mudanças. Ao analisarmos estas vencedoras, identificaremos nesta competência competitiva de agilidade a capacidade sistêmica de mais rapidamente se adequar e atender os dinâmicos desejos dos consumidores e mercados. Quanto mais simultâneo for o binômio “Necessidade Expressada X Necessidade Atendida e Realizada”, mais competitiva será a fábrica. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) age e se movimenta para manifestar a Simultaneidade de todas as suas ações. Ela ojeriza e faz de tudo para eliminar o desperdício de Tempo, para inovar e tornar realmente perceptivo e real o seu fundamento da Entrega Já! Este dogma a torna uma fábrica, uma organização altamente competitiva, insuperável pelas empresas que ainda teimosamente produzem calçados por sistemas produtivos Lineares e Sequenciais.

2 - Os Fatores Estratégicos que se agregam à Nova Fábrica de Calçados (NFC), ao se praticar intensivamente os fundamentos da Simultaneidade Operacional Toda a vantagem competitiva desta fábrica em descrição, efetivamente percebida por suas ações de Entrega Já! pelos mercados e consumidoras dos calçados e serviços inerentes, está fundamentada em um recurso essencial: o aumento drástico da velocidade de disponibilização dos calçados promovida pela Simultaneidade

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entre surgimento-atendimento dos desejos de consumo manifestados pelos consumidores, imediatismo este alterador da base e dos fundamentos da competição que se desenvolve nos mercados.

Conhecimento dos Recursos Estratégicos A Nova Fábrica de Calçados (NFC) adquire e soma aos seus ativos organizacionais sustentadores deste fator competitivo insuperável chamado Simultaneidade, um conjunto único de recursos específicos para desenvolver este fundamento. Esta mudança radical, a Inovação, promovida por este fundamento que está no centro de toda a reestruturação das fábricas de calçados, resulta em uma mudança radical da competição que se desenvolve nos mercados.

I - As Competências Essenciais Mais do que isto, esta inovação resulta em uma mudança drástica do negócio “fabricar calçados competitivamente”, bem como dos recursos estratégicos da organização em descrição. Nestes se incluem as competências essenciais, ativos estratégicos de conhecimento e de domínio do fundamento orientador e base deste novo patamar estratégico-competitivo, que é a geração de calçados pela Simultaneidade operacional da fábrica e o desenvolvimento de processos essenciais disseminados por toda a fábrica, para dar um nível de segurança confiável à continuidade plena da operacionalização do fundamento da Simultaneidade da fábrica. Incluem-se nestes recursos, também, os ativos estratégicos e processos essenciais para a sustentação deste fundamento essencial da fábrica. Estes recursos são:

II - Ativos Estratégicos - Domínio do Conhecimento em Pesquisa Operacional Avançada Este domínio, constitui-se em um poderoso Ativo Estratégico. Por ser uma Competência Essencial para os gestores desta fábrica, o domínio de Pesquisa Operacional, baseada em algoritmos matemáticos, está voltado para gerar soluções otimizadas de sistemas operativos de produção de calçados e bens, baseados e estruturados por Redes de Operações. - Centro de Pesquisa Operacional e de Planejamento e Gestão de Sistemas da Produção baseados na Simultaneidade Os softwares e aplicativos disponíveis e utilizados são

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voltados para a aplicação de modelos matemáticos e demais recursos matemáticos complementares, voltados e focados no Planejamento e Programação da Produção Simultânea de calçados. Estes recursos são utilizados para a solução rápida e otimização de Sistemas de Produção em Rede, que suportem simulações envolvendo diferenciadas situações de atendimento específicos e privilegiados a mercados e a clientes. As aplicações resultam em sistemas de controle da produção em Tempo Real, ou seja, são aplicações simultâneas aos processos produtivos, constituindo-se em “Diretores de Processos Simultâneos”. - Escola da Simultaneidade O propósito desta escola é desenvolver e consolidar o fundamento e a compreensão da Simultaneidade aplicada à produção, em todos os membros da Nova Fábrica de Calçados (NFC). É absolutamente necessário que estes fundamentos sejam consolidados e praticados continuadamente, pois o mundo que nos cerca, e das organizações nele inseridas, têm como fundamento secular os Sistemas de Produção Lineares, baseado na Sequencialidade Operacional, ou modelo Fordista Linear Sequencial de Produção. - Conceito de Processos Essenciais e a sua difusão pela Escola da Simultaneidade Em Sistemas de Produção Simultânea, o equilíbrio e manutenção contínua da Simultaneidade é essencial. Isto resulta em dizer que todos os processos são importantes. Atualmente nas fábricas existem processos que são vistos como fundamentais e de alta precisão. Entre estes estão o de montagem do bico dos calçados, o de montagem da calcanheira, a asperação e a colocação e ajuste do solado para a sua prensagem em máquina destinada a consolidação da operação de colagem, que deve ser muito controlada. Em Sistemas de Produção Simultânea passam a ser essenciais todas as operações, para que a Simultaneidade da Produção não seja perturbada. É absolutamente necessário que todas as operações de fabricação dos calçados, do processo de corte ao empacotamento dos calçados prontos, os níveis da qualidade operacional sejam respeitados e realizados. Simultaneamente a estas exigências essenciais de qualidade operacional, é exigida a realização das operações nos Tempos Previstos para assegurar a Simultaneidade de Produção. Mesmo sendo repetitivo, é importante colocar que perturbações não previstas desequilibram as redes de produção, que são o fundamento dos Sistemas de Produ-

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ção Simultânea (SPS), os quais são as estruturas operacionais essenciais para desenvolver a Simultaneidade da produção da Nova Fábrica de Calçados (NFC). - Promoção das Mudanças Organizacionais com o espírito de “Dirigir um navio em mares bravios sem temor”, que é possível quando se vai além dos limites dos processos vigentes Estas considerações são por demais necessárias. Pois a mudança de um modelo de produção baseado em estruturas ou configurações operacionais lineares mobilizadas por operações sequenciais, para o modelo de operações simultâneas estruturas em redes, é uma tarefa desafiadora, exigindo uma disciplina operacional em elevado nível. Qualquer fator, seja ele intrínseco ou extrínseco ao sistema produtivo, causa desequilíbrios e perturbações na operacionalização da Simultaneidade e os benefícios que dela provém. A composição na figura 1 apresenta os Fatores Essenciais que conduzem e norteiam os negócios da Nova Fábrica de Calçados (NFC) e quais os resultados quando estes se combinam sob a ação da Simultaneidade Operacional. O quadro apresentado na figura 1 é autoexplicativo, pois demonstra como todos os fatores essências se estruturam e se relacionam sistemicamente, fornecendo para a fábrica em descrição uma visão de funcionalidade e de um rumo ao seu futuro.

III - Como se manifestam as mudanças estratégicas-competitivas inéditas da fábrica! Para entender melhor o papel das mudanças estratégicas-competitivas desta fábrica, vamos nos valer da Física. As transformações dos materiais para se gerar um calçado são transformações físicas sofridas pelos materiais que geram os calçados. Para acontecerem as transformações do couro e demais materiais construtivos do calçado, é necessária a energia - seja ela advinda de máquinas e equipamentos e demais instrumentos de trabalho ou gerada pelos operadores, através do seu esforço físico.

Lembrança Essencial Não podemos deixar de citar um fator, na grande e significativa maioria das vezes, que é a energia mental-cerebral, certamente a mais nobre e poderosa das energias disponíveis. Como não poderia deixar de ser lembrado, ela é vital para a Nova Fábrica de Calçados (NFC). Os Sistemas de Produção Simultânea (SPS) e os

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Centros de Simultaneidade de Produção (CS) são planejados e operados a partir das competências intelectuais dos planejadores da produção em um primeiro momento e pelos operadores implementadores dos processos de produção, em um segundo momento. A Nova Fábrica de Calçados (NFC), em função do princípio da Simultaneidade de seus processos e operações, pode ser classificada ou entendida como uma Escola de Simultaneidade, ou seja, os Sistemas de Produção Simultânea (SPS) assumem o caráter de serem dedicados, ou seja, eles são pensados para atender as peculiaridades operacionais dos diversos lotes a serem produzidos. Esta exigência de uma exclusividade das estruturas operativas dos SPS tem por objetivo manter em elevados níveis a Simultaneidade dos sistemas de produção. Estas rápidas e curtas considerações quanto às estratégias operacionais para assegurar a Simultaneidade em elevados níveis, serão mais amplamente descritas em próximos capítulos.

Figura 1

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Repelência ao Óleo: Teste de Resistência em

Tecidos e acabamentos A

repelência ao óleo é um método utilizado para determinar a Resistência de tecidos a hidrocarbonetos. O ensaio é realizado através da norma AATCC 118/2013, da Associação de Têxteis, Vestuário e Materiais Profissionais. O objetivo do método é detectar a presença de um acabamento fluoroquímico ou outros compostos capazes de conferir uma superfície de baixa energia. É aplicável a todos os tipos de tecidos, avaliando a resistência dos mesmos ao humedecimento, usando uma série selecionada de hidro-

carbonetos líquidos de diferentes tensões superficiais. O resultado pode nos fornecer um índice aproximado de resistência a manchas de óleo, onde quanto maior o grau de repelência ao óleo, melhor a resistência ao manchamento por materiais oleosos líquidos. O resultado pode variar com a coloração, composição, viscosidade das substâncias oleosas, estrutura de tecido, tipo de fibra, corantes e outros agentes de acabamento. Dependendo do acabamento do tecido, fibra e construção, pode-se obter diferentes tipos de absorção.

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A - sem absorção: aprovado B - ocorre pouca absorção: aprovado C - ocorre absorção: reprovado

Metodologia O ensaio é realizado pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos e consiste em colocar uma gota do hidrocarboneto padrão sobre a superfície do tecido, observando se ocorre a sua absorção (Tabela 1). O humedecimento do tecido é normalmente evidenciado por um escurecimento na interface tecido-líquido.

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Tabela 1: relaciona o grau de classificação, composição do hidrocarboneto e a tensão superficial do tecido

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Como funciona

Moda Co: plataforma promete revolucionar o segmento de design de

calçados no Brasil V isando a aproximar os designers de calçados da indústria, o Brazilian Footwear, programa de apoio às exportações de calçados mantido pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), lançou a plataforma digital Moda Co. Pioneira no mercado brasileiro e integralmente virtual, a ferramenta funciona no endereço www.modaco.cc. O projeto piloto conta com a participação das empresas Piccadilly, Bibi, Pampili e Kidy, que lançaram desafios para o desenvolvimento de produtos inovadores

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para designers. O consultor em Design Estratégico da Abicalçados, Dario Alberto Henke, explica que as empresas divulgam as características do projeto e os designers disputam entre si para criar um novo produto. “O nosso desafio é mudar o processo de criação de design tradicional e promover uma relação poderosa entre designers e empresas”, detalha. Segundo Henke, o formato de concorrência criativa coloca as indústrias na posição de donos do desafio, já que definem o escopo, o prazo de entrega e acompanham ativamente a construção de seu novo produto ou coleção. “Tudo online e on time”, frisa.

A empresa interessada em lançar o desafio para a criação de produtos entra em contato com a Abicalçados pelo e-mail dario@abicalcados.com.br ou telefone 51 3594 7011. A próxima edição do desafio acontecerá em junho, mês em que serão conhecidos os projetos vencedores da primeira edição. “A plataforma é ideal para indústrias de pequeno e médio porte que buscam acelerar a pesquisa e desenvolvimento de seus produtos”, explica Henke. Com um investimento acessível, a Moda Co captou mais de 200 propostas criativas de desenvolvimento de novos produtos. Os designers preenchem um cadastro no site e já podem começar na competição. O criativo que tem sua proposta escolhida, tanto pela empresa quanto pela comunidade de designers cadastrados, recebe uma premiação em dinheiro, destacada como Prêmio Empresa e Prêmio Comunidade, o primeiro no valor de R$ 1.700,00 e o segundo de R$ 800,00. Mais informações sobre o Moda Co no site www. modaco.cc ou pelo e-mail dario@abicalcados.com.br.

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artigo Científico

Avaliação de calçado de salto alto com características funcionais de conforto FAQUIN, Aline¹; AVILA, Aluisio Otavio Vargas1 e Wust, Eduardo1. 1 - Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos IBTeC/Laboratório de Biomecânica

Resumo Os calçados de salto alto, principalmente os que seguem as tendências da moda, passam por constantes mudanças conforme sua linha, modelo e época do ano; relacionado a estes e outros fatores temos um componente essencial a ser avaliado: o conforto, e o Brasil é o único país no mundo que avalia este quesito através de normas reconhecidas. Com isso, nosso estudo tem como objetivo fazer uma análise dos dados de pressão plantar e índice de amortecimento, realizados conforme as normas NBR 14836 e 14838 respectivamente, avaliados no Laboratório de Biomecânica do IBTeC entre os anos de 2010 e 2013. Participaram do estudo 13 mulheres, com média de idade de (27 ± 3) anos, altura de (167 ± 31) cm e massa de (62,4 ± 2,2) kg. Para aquisição dos dados de pressão plan-

Palavras-chave:

tar foram utilizadas palmilhas sensorizadas do sistema Pedar-X, com uma taxa de amostragem de 50Hz e para os dados do índice de amortecimento foram utilizadas plataformas de força, marca AMTI®, com taxa de amostragem de 2000Hz. A velocidade da marcha foi controlada em 4km/h ± 5%. Os resultados foram apresentados através da estatística descritiva. A média dos 30 calçados para o índice de amortecimento foi de 45%, já na distribuição de pressão plantar, a média para a região do antepé foi de 255kPa e para região do calcanhar de 136kPa. Estes indicativos apontam que é possível desenvolver calçados femininos de salto alto com atributos de moda e conforto.

índice de amortecimento, conforto, biomecânica, calçado, distribuição de pressão plantar, salto alto

Abstract High heel shoes follow the fashion tendencies and changes, according to fashion concepts and season of the year. Another important aspect has to be analyzed: comfort and Brazil has special norms for this analysis. The aim of this study is the analysis of the plantar pressure distribution and absorption index (impact) according to the NBR 14836 and 14838 norms, respectively, at the Biomechanics’ laboratory of IBTeC, between years 2010 to 2013. 13 females participated of this study, with average age (27 ±3) years, height (167 ± 31) cm and weight (62.4 ± 2.2) kg. The data

acquisition of plantar pressure was done using sensorized insoles - Pedar System, with sampling rate of 50 samples/second, and force plates AMTI with sampling rate of 2000 samples/second for the analisys of impact absortion. The walking speed was 4km/h ± 5%. The 30 shoes average value of the absorption index was 45% (impact) and plantar pressure distribution average of forefoot region was 255kPa and 136kPa for the rearfoot. These results show that is possible to produce high heel shoes with fashion and comfort.

Keywords: absorption index, comfort, biomechanics, footwear, plantar pressure distribution, high heel shoes

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Introdução Os inúmeros modelos de calçados de salto alto vêm conquistando cada vez mais o público feminino. Santos e Avila (2007), ao aplicar um questionário com 342 participantes, identificaram que 23% das entrevistadas usavam salto alto. Inseridas neste contexto, muitas empresas preocupam-se em atender as tendências da moda, mas nem sempre os princípios de conforto e proteção dos pés são considerados (FIALHO, 2002). Santos, Nazário e Avila (2007) identificaram em seu estudo que 55% das mulheres entrevistadas usavam salto alto mais de três vezes na semana e que grande parte das usuárias deste modelo de calçado relatava dor na região do médio pé (31%), seguido do retropé (20%), verificando ainda que 66,4% das mulheres sentiam desconforto nos pés. Resultados estes que atentam para os quesitos de conforto do calçado. Santos e Avila (2007) apontam inúmeros aspectos observados nos calçados para que sejam considerados adequados; entre eles estão a flexibilidade do cabedal, a estabilidade, correta distribuição da pressão plantar e absorção de impacto. Tratando-se especificamente dos calçados de salto alto, a grande preocupação se concentra na questão da utilização deste calçado e as alterações que o aumento do salto venha a trazer na postura, na força de reação do solo e na pressão plantar. A preocupação é voltada sempre para o conforto, a segurança e a saúde ao usuário. As cargas mecânicas impostas ao aparelho locomotor durante o caminhar são consequências da interação de aspectos provenientes do próprio movimento e de aspectos do ambiente. O calçado faz parte da interface calçado/meio ambiente. O interesse em controlar as cargas externas assume grande importância quando se considera que as lesões degenerativas que afetam o aparelho locomotor podem ser ocasionadas por fatores como a sobrecarga no retropé e no antepé. Alguns trabalhos relacionam o aumento significativo nas forças e pressões nas regiões dos pés com lesões nestas áreas (KERRIGAN, TOOD e RILEY, 1998). Snow e Williams (1994) realizaram um estudo sobre a utilização de calçado de salto alto mostrando os seus efeitos em relação à postura, cinemática e forças de reação do solo. Foram utilizados calçados com alturas de salto de 1,9cm, 3,8cm e 7,6cm, encontrando, na posição estática, um aumento sistemático da carga no antepé conforme o aumento da altura do salto do calçado, e picos de força vertical de reação do solo maiores em calçados de salto alto. O estudo da distribuição de pressão plantar no calçado é de grande importância para o projeto e desenvolvimento de calçados, uma vez que pontos de alta pressão podem causar bolhas e calosidades, além de ser sinônimo de desconforto. Da mesma forma que a componente vertical da força de reação do solo durante a locomoção está relacionada ao impacto ou a forma de absorção do impacto quando o pé do sujeito apoia-se no solo e também é afetada pela construção do calçado. Estes estudos da biomecânica contribuíram para o setor calçadista gerar as normas brasileiras de avaliação do conforto do calçado (ABNT NBR 14834 a 14840), que são ensaios e parâmetros associados à biomecânica e assim permitem não só diferenciar o calçado e quantificar seu conforto, como favorecer o desenvolvimento de novos produtos com atributos de conforto e inovação. Neste intuito, empresas do setor de calçados femininos vêm investindo constantemente em estudos biomecânicos e na inovação tecnológica para o desenvolvimento de calçados de salto alto confortáveis. Constata-se que o consumidor tem uma exigência cada vez maior por produtos com apelo da moda e ao mesmo tempo de boa qualidade e com conforto. Ao questionar o que o consumidor levava em consideração na escolha do calçado, Santos e Avila (2007) identificaram que o conforto figurou como o principal aspecto nesta escolha (53%), sendo o segundo principal aspecto o modelo do calçado (31%). Isto mostra que o público feminino está preocupado com o conforto, mas também considera importantes os fatores relacionados ao design (estética) do calçado e os fatores ditados pela moda. Fortalecendo a importância de agregar conforto ao calçado de moda, o que faz necessário que haja incorporação de novas tecnologias na concepção e confecção do calçado de salto alto. Assim, este estudo tem como objetivo descrever e quantificar parâmetros de conforto relacionados à absorção de impacto e distribuição de cargas no pé em calçados de salto alto.

Material e método A aquisição de dados ocorreu no Laboratório de Biomecânica e Pesquisa, do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC). Participaram do estudo 13 mulheres (62,4 ± 2,2) kg, (167 ± 3,1)

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artigo cm, (27 ± 3) anos. As participantes foram informadas dos procedimentos da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Para este estudo foram realizados ensaios e um levantamento de dados de ensaios realizados no Laboratório de Biomecânica do instituto referente a calçados femininos de salto alto testados durante o intervalo dos anos de 2010 a 2013. Os calçados considerados para o estudo foram aqueles que apresentavam salto alto com mais de 15cm e com a mesma sola e características muito semelhantes de cabedal, conforme exemplos na Figura 1. No total foram considerados 30 calçados de salto alto. Figura 1: Exemplos dos calçados avaliados

Os equipamentos para coleta dos dados dinâmicos durante da marcha foram: a) palmilhas sensorizadas do tipo capacitivas, do sistema Pedar-X, da marca Novel®, com uma taxa de amostragem de 50Hz. O sistema é composto por duas palmilhas, sendo que cada uma possui 99 sensores, com espessura de 2,2mm, alojados na parte superior e inferior de um material dielétrico; b) plataformas de força extensométricas modelo OR6, marca AMTI®, com taxa de amostragem de 2000Hz; c) sistema de fotocélulas posicionadas a três metros uma da outra para controle da velocidade da marcha. Para aquisição dos dados de distribuição de pressão plantar a palmilha sensorizada foi introduzida dentro do calçado. Na cintura das participantes foi fixado um cinto com o sistema de coleta e telemetria do equipamento de aquisição Pedar-X, sendo este conectado às palmilhas do sistema. As participantes percorreram uma distância de 10 metros na velocidade de 4km/h ± 5%, totalizando 4 ciclos completos da marcha. Foram realizadas 10 coletas deste procedimento, excluindo-se os dois valores extremos. Analisou-se o pico de pressão plantar (valor máximo obtido) para as regiões de calcâneo e metatarso. Para coleta dos parâmetros referentes à força vertical de reação do solo foram realizadas 20 coletas válidas (a) descalço e 20 (b) com o calçado; foram consideradas válidas as coletas na qual a participante abordasse a primeira plataforma com o pé direito e a segunda com o pé esquerdo na velocidade de 4km/h ± 5%. Para análise dos dados optou-se pela taxa de aceitação do peso (TAP) calculada através da derivada primeira entre 10 a 20% do Primeiro Pico de Força (PPF) da curva vertical da força de reação do solo. Com base neste parâmetro para a situação descalço e com calçado calculou-se o índice de amortecimento (IA) do calçado, determinado através da equação 01, descrita a seguir e baseado na Norma de Conforto do Calçado NBR 14838.

Onde: IA = Índice de amortecimento (%); ∂descalço = derivada entre 10 a 20% do PPF descalço; ∂calçado = derivada entre 10 a 20% do PPF calçado.

Os valores para cada variável analisada foram apresentados através da estatística descritiva (média, desvio padrão e coeficiente de variação).

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Resultados Os valores médios dos 30 calçados avaliados encontram-se dispostos na Tabela 1. Tabela 1: Valores médios, desvio padrão (dp) e coeficiente de variação para os parâmetros analisados

O valor obtido para o índice de amortecimento foi de 45%, com um coeficiente de variação para este parâmetro de 15%. Os valores médios picos de pressão plantar foram de 255kPa com um coeficiente de variação de 13% para a região do antepé (metatarsos) e de 136kPa com uma variação de 19% para a região do retropé (calcâneo). Ao observar as duas regiões constata-se que os valores foram superiores no antepé em relação ao retropé (Figura 2). Figura 2: Valores médios de pico de pressão plantar para as duas regiões avaliadas (calcâneo e metatarso)

Discussão O crescimento do mercado de consumo e as novas exigências do consumidor vêm fazendo com que os fabricantes de calçados desenvolvam uma grande variedade de modelos com o intuito de atender ao grande número de usuários. Tal situação se salienta nos calçados femininos. Alguns estudos (FREY, 2000; PINHO et al., 2006; SANTOS e AVILA, 2007) têm apontado resultados indicativos de um aumento das cargas nas estruturas do pé ao caminhar utilizando salto alto. Santos e Avila (2007) obtiveram em seu estudo descritivo maiores valores de taxa de aceitação do peso ou taxa de carregamento da força vertical de reação do solo superior para calçados de salto alto tipo agulha. Da mesma forma Show e Williams (1994) já haviam obtido valores superiores e também de primeiro pico de força

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artigo vertical de reação do solo para calçados de salto alto, indicando que este modelo tente a absorver menos o impacto durante a caminhada. Os resultados evidenciaram que o tipo de salto influenciou na absorção de impacto durante a marcha, uma vez que os saltos altos (10cm) geraram valores superiores a calçados do tipo anabela e sapatilhas. Ao realizar este levantamento com calçados testados em nível laboratorial nos últimos quatro anos, constatou-se que os valores obtidos tanto para o índice de amortecimento quanto para a distribuição de pressão plantar não foram excessivos e encontram-se dentro de limites normais, no que diz respeito a estes limites nas Normas de Conforto NBR 14836/11 e NBR 14838/11 que avaliam o conforto de calçados. Tal condição pode ser um indicativo de que os calçados de salto alto nos últimos anos têm apresentado melhorias em sua confecção proporcionando maior conforto. Fazendo com que o conceito de que um calçado de salto alto provoca cargas excessivas nas estruturas do pé seja reconsiderado ao longo dos anos. Pinho et al. (2006) encontraram entre seus resultados calçados com alturas e ângulos aproximados com médias de distribuição de pressão plantar muito distintas. Segundo os autores isto se deve provavelmente às influências decorrentes das características de confecção, o que permite suscitar a ideia de que a qualidade, bem como o design do calçado, influencia diretamente nestes resultados. No levantamento realizado com avaliação de 30 modelos de calçado com salto alto com 15cm de altura, embora diferentes, principalmente em sua estrutura de cabedal, os coeficientes de variação obtidos encontram-se dentro de limites normais para estudos desta área (abaixo de 20%). Sugerindo que, apesar de levemente distintos em suas características, todos os calçados obtiveram valores aproximados e dentro dos padrões aceitáveis. Assinalando que, apesar de buscar atender os quesitos de moda, também há uma crescente preocupação na confecção principalmente do solado, para que agregue materiais que venham a favorecer a distribuição das pressões plantares e a auxiliar na absorção de impacto durante o caminhar.

Conclusão Nos últimos 20 anos, vários estudos, ainda que alguns controversos e inespecíficos, vêm apontando o aumento das cargas na estrutura dos pés decorrentes do incremento da altura do salto no sapato feminino. Os resultados do levantamento realizado para os modelos testados sugerem que, embora os valores ainda sejam superiores nas regiões do antepé, os mesmos encontram-se dentro na normalidade, tanto no que se refere à distribuição de pressão plantar quanto com a força vertical de reação do solo, relacionada diretamente com a absorção de impacto. Estes indicativos apontam para uma nova direção no que se refere ao calçado feminino, sugerindo que aplicando estudos adequados, inovação, produtos e matéria-prima é possível desenvolver calçados com atributos de moda e conforto simultaneamente.

Referências Fialho CB, Cabral PA, Souza JL. Postural alignment with different shoes and barefoot. IV World Congress of Biomechanics, Calgary (AB): Canadá, Anais, 2002. Frey C. Foot health and shoewear for women. Clinical Orthopedics and Related Research. 2000, 372: 32-44. Kerrigan DC, Todd MK, Riley PO. Knee osteoarthritis and high-heeled shoes. Lancet. 1998, 351: 1399-1401. Pinho AS, Avila AOV, Andrade MC, Herber V. Distribuição de pressão plantar em diferentes calçados de salto. Revista Tecnicouro. 2006, 10: 64-67. Santos JL, Avila AOV. Características do uso do calçado em homens e mulheres. Revista Tecnicouro, 2007, 1: 74-77. Santos JL, Nazário P, Avila AOV. O uso do calçado de salto alto e o desconforto nos pés de mulheres. Revista Tecnicouro. 2007, 8: 50-54. Snow RE, William, KR. High heeled shoes: their affect on Center of mass position, posture, three dimensional kinematics rearfoot motion and ground reactions forces. Arch. Phys. Med. Rehab. 1994, 75: 568-576.

Agradecimentos: Agradecemos a empresa Ramarim pelas amostras de material e por investir na pesquisa e tecnologia em biomecânica aplicada ao setor calçadista.

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A ABNT 11 3017.3638 www.abnt.org.br pág. 65 Associados 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 86 B Baxmann 11 2818.6959 www.baxmann.com.br pág. 07 Boxflex 51 3598.8200 www.boxflex.com.br pág. 36 Braseg 11 5585.4355 www.braseg.tmp.br pág. 57 C CB-11 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 71 Cebec 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 50 Colorgraf 51 3587.3700 www.colorgraf.com.br pág. 55 Consultoria 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 85 D Dürkopp Adler 11 3042.4508 www.durkoppadler.com pág. 31 F Fimec 51 3584.7200 www.fimec.com.br pág. 63 Foamtech 19 3869.4127 www.foamtech.com.br pág. 100 Francal 11 2226.3100 www.francal.com.br pág. 44 I Inspiramais 51 3584.5200 www.inspiramais.com.br pág. 35 Institucional IBTeC 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 99 IULTCS 51 3561.2761 www.iultcs2015.org pág. 33

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L Lab. Biomecânica 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 66 Lab. Microbiologia 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 79 Lab. Sub. Restritivas 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 93 Laser 51 3525.2139 www.lasernh.com.br pág. 15 Linhasita 11 4487.6600 www.linhasita.com.br pág. 02 M Metal Coat 54 3215.1849 www.metalcoat.com.br pág. 19 Morbach 51 3066.5666 www.morbach.com.br pág. 05 P Proamb 54 3055.4338 www.proamb.com.br pág. 27 S Selos Biomecânica 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 73 Sicc 51 3593.7889 www.sicc.com.br pág. 61 Stick Fran 16 3712.0450 www.stickfran.com.br pág. 10 SesioM 51 3035.0055 www.sesiom.com.br pág. 23 T Tecnicouro 51 3553.1000 www.tecnicouro.com.br pág. 77 Testes em EPIs 51 3553.1000 www.ibtec.org.br pág. 75 U Undercorp 51 3036.6080 www.undercorp.com.br pág. 17 Usaflex 51 3549.8100 www.usaflex.com.br pág. 09

Entidades do setor ABECA (51) 3587.4889 ABEST (11) 3256.1655 ABIACAV (11) 3739.3608 ABICALÇADOS (51) 3594.7011 ABINT (11) 3032.3015 ABLAC (11) 4702.7336 ABQTIC (51) 3561.2761 ABRAMEQ (51) 3594.2232 ABRAVEST (11) 2901.4333 AICSUL (51) 3273.9100 ANIMASEG (11) 5058.5556 ASSINTECAL (51) 3584.5200 CICB (61) 3224.1867 IBTeC (51) 3553.1000 Feiras do setor BRASEG (11) 5585.4355 COUROMODA (11) 3897.6100 FEBRAC (37) 3226.2625 FEIPLAR (11) 3779.0270 FEMICC (85) 3181.6002 FENOVA (37) 3228.8500 FICANN (11) 3897.6100 FIMEC (51) 3584.7200 FISP (11) 5585.4355 FRANCAL (11) 2226.3100 GIRA CALÇADOS (83) 2101.5476 HOSPITALAR (11) 3897.6199 INSPIRAMAIS (51) 3584.5200 40 GRAUS (51) 3593.7889 QUÍMICA (11) 3060.5000 SEINCC (48) 3265.0393 SICC (51) 3593.7889 ZERO GRAU (51) 3593.7889

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OPINIÃO Colunista Emissões em alta

Rogério da Cruz Carvalho

Habitus Consultoria contato@habitusconsulting.com.br

A

o conduzir recentemente uma auditoria de emissões atmosféricas para o relatório de sustentabilidade de um gigante do ramo do comércio varejista de roupas e acessórios, me deparei com um dado que havia passado despercebido. As emissões atmosféricas brasileiras de dióxido de carbono na cadeia de geração energética aumentaram no último ano cerca de 20%. Deparar com este dado foi em parte uma surpresa e em parte uma constatação inevitável de algo que já vínhamos escutando de diversos clientes do mercado de energia. As usinas térmicas existentes no território nacional vêm trabalhando a carga total e sem autorização por parte do Operador Nacional do Sistema (ONS) para nem mesmo poderem fazer as normais e necessárias paradas técnicas de manutenção. A malha energética nacional é composta por hidroelétricas (Pequenas Centrais Hidrelétricas - PCHs e Usinas Hidrelétricas - UHEs), termoelétricas (com os diversos combustíveis, como diesel, óleo BPF, xisto, carvão, GN, bagaço de cana etc.), duas usinas nucleares e usinas eólicas. A necessidade deste tipo de geração na nossa malha energética é decorrente principalmente pelo baixíssimo nível dos reservatórios das usinas

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hidrelétricas nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Como consequência temos dois resultados, que são o aumento do custo da energia pago pelo consumidor doméstico e industrial, este último penalizado por valores que em alguns casos foram de cerca de 40%, que inevitavelmente foram incorporados ao custo do produto final. Como segunda consequência tivemos, portanto, o aumento das emissões atmosféricas. Aumentar a emissão de dióxido de carbono na malha energética nacional significa dizer que estamos poluindo muito mais para poder abastecer de energia o País. Em outras palavras, que a energia que recebemos e utilizamos quando acionamos um interruptor em nossas casas hoje é 20% mais “suja” que aquela que nos utilizávamos há um ano. Convém ressaltarmos que este aumento das emissões não caracteriza que o consumo de energia esteja 20% maior ou que a indústria nacional esteja a todo vapor. Este aumento de emissões significa apenas uma falta total de planejamento estratégico da matriz energética nacional o qual deve, em virtude da sua complexidade, ser desenvolvido com vista a 10 e 20 anos à frente. Sendo assim... bem-vindos a um ar mais poluído e a uma energia mais cara.

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PROAMB Colunista A importância e a responsabilidade com a PNRS Taísa Trevisan e Francine Zanatta Depois de tramitar por 21 anos Congresso, a Política Nacional de Resíduos Sólidos foi publicada em 2010, mas ainda existem muitos desafios para seu funcionamento. A PNRS objetiva a gestão dos resíduos voltada à proteção da saúde pública e à qualidade ambiental através da adoção de tecnologias limpas; redução do volume e periculosidade dos resíduos; incentivo à reciclagem; gestão integrada e articulação entre setores; integração dos catadores; implantação da avaliação do ciclo de vida do produto; rotulagem ambiental e responsabilidade compartilhada. O texto estabeleceu a ordem de prioridade para a destinação de resíduos (não geração, redução, reuso, reciclagem e tratamento e adequada disposição final ambiental). Para assegurar o cumprimento desta prioridade e os seus objetivos, foram instituídos diversos instrumentos, tais como planos de gestão e gerenciamento, logística reversa, acordos setoriais, incentivos econômicos e responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida. O principal desafio para as indústrias e o setor público é fazer com que somente rejeitos sejam dispostos em aterros. Mas os municípios que desejam ter seu próprio aterro sanitário enfrentam desafios relacionados a recursos financeiros e à sustentabilidade do aterro, bem como o aporte técnico. Além disso, o município deverá estruturar a coleta seletiva e investir em novas tecnologias de tratamento para os resíduos, tais como, compostagem, digestão anaeróbia, incineração, aproveitamento energético e usinas de reciclagem. O setor público ainda precisa entender a importância do investimento na área ambiental e o seu papel em avaliar e definir a melhor tecnologia a serem implantada nos municípios. Também é relevante que o Governo compreenda a importância da educação ambiental, pois somente a partir desse ponto haverá uma correta e completa implementação da política, com pessoas conscientizadas sobre o tema e entendendo seu fundamental papel na cadeia de valor dos resíduos. Alguns municípios ainda precisam criar seus planos de gerenciamento de resíduos sólidos, bem como as ações para que ele seja implantado e atinja as diretrizes estabelecidas, além de fazer a gestão dos Resíduos Urbanos (domiciliares e de limpeza urbana). Para que estes itens possam ser desenvolvidos e colocados em prática é preciso que tanto o setor público quanto o setor privado assumam a sua responsabilidade dentro do ciclo de vida dos produtos.

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O

I Encontro Técnico Brasil Alemanha: Tratamento de Resíduos foi realizado nos dias 25 e 26 de março em Porto Alegre/ RS pela Fundação Proamb, apresentando soluções para os resíduos sólidos, tais como reaproveitamento energético, recuperação e destinação final. Durante a abertura oficial, Renato Silva, da secretaria do Meio Ambiente, destacou que “fazemos questão de estarmos engajados a iniciativas que possibilitam a interação com os técnicos, pois um dos objetivos do órgão é a busca permanente por melhorias na gestão dos resíduos sólidos.” A Promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Porto Alegre/RS, Anelise Steigleder, enalteceu a iniciativa da Proamb em trazer ao Brasil especialistas internacionais. “Eventos desse nível enriquecem muito o nosso trabalho, ao conhecermos cases bem sucedidos sobre diferentes técnicas de tratamento, controle e recuperação ambiental”. Já a diretora da Proamb, Fabiana Locatelli, considerou que a fundação acredita em parcerias para a disseminação do conhecimento e de tecnologias. “Este evento vem ao encontro deste objetivo, proporcionando uma rica troca de experiências para que todos possamos aprender novas formas de gerir os resíduos perigosos”.

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Encontro internacional Abordou o tratamento de

resíduos sólidos

Exemplos e tendências da Europa e Alemanha

resíduos perigosos são enviados como destino final, mas também ali existem problemas, como a concentração, no ar, da poeira gerada pelos materiais. Outra solução é a incineração dos resíduos perigosos, através da qual os resíduos passam por uma fornalha rotatória, um incinerador, um sistema de purificação dos gases e, por último, é utilizado carvão ativado para remover os últimos resquícios de substâncias tóxicas. “É um sistema caro, mas que não oferece perigo algum”, garantiu.

Com a palestra Gestão de resíduos perigosos na Alemanha e na Europa: Desenvolvimento, situação atual, tendências futuras, o prof. Dr. Erwin Thomanetz (Stuttgart/ Alemanha) apontou que, apesar dos riscos, o aterro a céu aberto ainda acontece no mundo todo. Essa técnica potencializa muitos problemas, como o chorume, que leva para o subsolo uma carga muito alta de contaminantes. Para evitar essa situação é preciso um bom sistema de separação, acondicionando os materiais secos e livres de contaminantes em um ambiente coberto, sem o contato com a chuva. A Alemanha tem uma vantagem neste sistema - as usinas desativadas de sal - para onde

Mario Rogerio Kolberg Soares (Fepam - Fundação Estadual de Proteção Ambiental) apresentou o tema Resíduos

Dr. Erwin Thomanetz

Rogerio Kolberg Soares

Investir em planejamento é mais eficiente

sólidos e o gerenciamento de áreas com potencial de contaminação. No RS, uma Lei Estadual específica é a base de qualquer plano para o gerenciamento de resíduos sólidos, que deve contemplar a não geração, a minimização, a segregação, a reciclagem, o armazenamento, o transporte, o tratamento e o destino final adequado. É muito mais eficiente e econômico fazer um bom plano, cuidando de todos os processos (etapas) durante a sua execução. Pois, caso haja algum problema, os custos para investigar, remover, tratar, recuperar, reinstalar, serão bem elevados, além dos autores serem responsabilizados. Porém, os avanços acontecem lentamente. Há 20 anos, por exemplo, os agrotóxicos vinham com a observação no rótulo de que após o uso era para enterrar as embalagens. “Hoje consideramos isso um absurdo, mas na época se entendia que era melhor enterrar do que utilizar outras práticas comuns, como reaproveitar, jogar no rio ou queimar”, contextualizou.

Casos de descontaminação do solo e água O palestrante Luciano Ávila (EcoReg do Brasi) apresentou o caso de uma indústria de produtos químicos que trabalhava com fracionamento e armazenamento de diversas substâncias e teve problemas relacionados com o vazamento de materiais contaminantes. As instalações para o manuseio e armazenamento dos materiais eram inadequados e o trabalho de descontaminação do solo foi realizado em parceria com uma empresa alemã. Já Axel Bernstorff (Harbauer) apresentou o caso relacionado à descontaminação do espaço onde uma empresa centenária (fechada), que usava uma série de substâncias nocivas, e acabou por poluir com gravidade diversos poços ao seu entorno. A Harbauer, que oferece tecnologia e conhecimento para o tratamento de solos, água e ar contaminados realizou o trabalho retendo 130 toneladas de contaminantes.

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A passos lentos Ao fazer um balanço sobre os quatro anos da Política Nacional dos Resíduos Sólidos (PNRS), Diógenes Del Bel (Abetre - Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos) sustentou que ela é bem formulada quanto aos seus princípios, mas indefinida quanto aos instrumentos de acompanhamento e ineficaz quanto aos prazos para a implantação. Um dos exemplos é a ampliação dos prazos para o funcionamento dos lixões, embora a prática seja considerada crime ambiental desde 1981. Os avanços são lentos, vários estados brasileiros ainda não têm planos, e os municípios tampouco elaboraram os seus. O resultado disso é que os objetivos não serão conquistados nos prazos. “Estamos a postergar benefícios ambientais, sociais e econômicos. O legado que deixamos está aquém das nossas próprias expectativas. Com isso demonstramos que somos incapazes na implantação e desperdiçamos os esforços profissionais e institucionais produzindo um instrumental regulatório defasado, avaliou”.

Diógenes Del Bel

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Funções da gestão e incineração

Logística reversa e coprocessamento

A palestra Conceitos de gestão de resíduos e a função da incineração de resíduos foi realizada pelos pesquisadores PhD Gerold Hafner e Matthias Rapf (Stuttgart/ Alemanha). Hafner destacou que gerenciamento de resíduos é gerir recursos, mas antes de se criar um plano de gestão é necessário mapear os municípios, coletando dados sobre a população, a infraestrutura disponível, como é feita a coleta, quais as principais economias, dados geológicos e topográficos. “Com relação ao lixo é preciso saber, por exemplo, a composição, para se ter noção sobre o potencial calorífico dos materiais.” Raph defendeu que, embora no passado a incineração tivesse má reputação, na Europa a técnica é hoje reconhecida como uma metodologia eficiente e inevitável para o gerenciamento dos resíduos. Dentre os benefícios é que os poluentes sólidos se concentram nas cinzas e isso facilita muito a separação por técnicas como eletroquímica. A drástica redução do volume e os avançados sistemas de purificação dos vapores são outra vantagem. “A incineração é uma solução final, depois de toda a separação dos materiais”, avisou.

Mario Guilherme Sebben (Apliquim/Brasil Recicle) falou sobre o acordo setorial para o descarte e logística reversa das lâmpadas fluorescentes, que têm como característica a presença de mercúrio na sua composição. “No Brasil, são consumidos 300 milhões de lâmpadas de mercúrio ao ano e se dá alguma destinação a 16 milhões delas. Destas, 8 milhões são recicladas pela Abiquim”, apontou. Gustavo Fiorese (Fundação Proamb) apresentou os resultados obtidos pela fundação em três anos da unidade de coprocessamento. No período, foram produzidas 14.560 toneladas de blenda, equivalentes a 5.824 toneladas de croque de petróleo. “O mercado de geração de recursos energéticos é promissor no País, mas o segredo é a técnica para obter alto poder calorífico, sem a composição de metais”, ponderou.

Gerold Hafner

Matthias Rapf

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Ainda há muito a ser feito

Equipamentos disponíveis

Mapeamento dos recursos

A visão da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema) sobre a gestão de resíduos sólidos urbanos no RS foi apresentada pela secretária Ana Maria Pellini e por Valtemir Goldmeier. Para Ana, a gestão dos resíduos sólidos, somada ao tratamento de esgotos, é a solução para muitos problemas. “O que dificulta esse processo são fatores como a burocracia, a falta de percepção da importância da matéria e a desarticulação entre os setores envolvidos, desde a escola, a comunidade, as empresas e o poder público”, considerou. Goldmeier apresentou dados estatísticos. Apesar de no RS existirem oficialmente somente três lixões, a realidade ainda é difícil nestes locais. Pois, mesmo após a desativação total das áreas, a degradação permanece por muito tempo. O estado tem 37 aterros industriais, todos concentrados ne região da Serra. São 60 aterros sanitários de resíduos urbanos, a maior parte deles na região Norte. O RS tem 500 municípios, e em 400 a disposição dos resíduos está ambientalmente correta. É preciso, portanto, acabar com a inadequação dos outros 100. “É algo ainda possível de ser feito”, salientou.

Evaldo Oliveira (Palfinger) e André Gomes (Lindner Recyclingtech) mostraram soluções tecnológicas para coleta, movimentação, separação e trituração de resíduos. Oliveira falou sobre o Sistema Sotkon subterrâneo e mecanizado para acondicionamento e coleta de lixo e também sobre sistemas para remoção de resíduos por caminhões, guindastes e pá carregadeira (retro) e estacionária. Gomes demonstrou trituradores primários (pré-trituração), secundários (tipo moinho), universais (para diversas aplicações) e de impacto (separação de substratos para plantas de biogás).

Com o painel A Gestão de recursos na indústria, o PhD Gerold Hafner (Stuttgart/Alemanha) salientou que economizar recursos é sustentável para o futuro das organizações. Na Europa, a cada ano são gastos em torno de 500 bilhões de euros na aquisição de materiais, e 20% desses recursos poderiam ser gerenciados, implicando em uma economia de algo em torno de 100 bilhões de euros/ano. No setor da construção, por exemplo, há um armazenamento de 500 toneladas/habitante somente na Alemanha que, em conjunto com a Áustria, está criando um banco de informações, cuja consulta vai indicar onde encontrar os materiais desejados, qual o volume em estoque, as vias de acesso e muitas outras dicas. “As empresas podem seguir o exemplo e criar o seu próprio banco de dados com o mapeamento dos recursos, sua disponibilidade e os custos para acessá-los. Também podem selecionar os fornecedores que apresentam soluções com pegadas ecológicas ou sociais”, argumentou.

Ana Maria Pellini

Valtemir Goldmeier

Gerold Hafner

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Pirólise como solução Gustavo Teixeira e Silva (Atteris) apontou os Princípios da tecnologia de pirólise aplicada aos resíduos industriais e de serviço de saúde. De acordo com ele, há muito descaso no descarte com resíduos de serviços de saúde e resíduos industriais. O que prejudica o avanço nas discussões sobre a termovalorização é que, ao invés de as soluções para gerenciamento de resíduos serem abordadas tecnologicamente, o que prevalece é a política do mais barato e mais fácil. Hoje, a tecnologia de pirólise está em consonância com a PNRS. Além de ser uma solução correta e eficaz para o tratamento de resíduos sólidos, agrega características de recuperação e o aproveitamento energético, e reduz consideravelmente o volume e a periculosidade dos resíduos. “A termovalorização transforma resíduos perigosos em carvão de pirólise, com elevado índice comercialização”, destacou.

A visão do Ministério Público gaúcho Representando o Ministério Público, o procurador da justiça, Dr. Carlos Paganella, sustentou que apesar da PNRS introduzir novos instrumentos e princípios, é uma lei “esquizofrênica”. Pois no mesmo tempo que prioriza o reaproveitamento, a reciclagem, os aterros sanitários e coloca o catador como peçachave, também prevê a incineração. “Se optarmos por usinas de tratamento térmico, onde estará a matéria -prima para a reutilização? Por outro lado, caso venhamos a adotar a reciclagem e evitar a geração o que sobrará para ser incinerado?”, indagou. A incineração, na sua visão, traz desvantagens sociais ecológicas e econômicas. Entre os principais problemas ele citou que a incineração gera Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs), as cinzas aumentam a demanda por Aterros Classe 1 (perigosos) e há forte associação entre incineradores e a existência de linfomas, distúrbios neurológicos, mutações, esterilidade, efeito cumulativo da toxicidade. “Além disso, os estudos técnicos e biomonitoramento permanente geram altos custos”, enfatizou.

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Análise gravimétrica Dominik Leverenz trouxe da Alemanha a experiência em caracterização de resíduos sólidos também conhecida como análise gravimétrica. De acordo com ele, a intenção com esse tipo de estudo é obter conhecimento sobre a caracterização dos materiais, através de análises laboratoriais, avaliações do potencial reciclável e medição do potencial energético dos materiais. “Na Alemanha, os materiais orgânicos (alimentação e jardinagem) são considerados reutilizáveis, assim como o papel, o vidro e o plástico, pois são usados como adubos”, informou.

Resíduos Sólidos

Clair Breitkreitz (Madec) e Leonardo Baretta (Fast) falaram sobre sistemas

Gilberto Meletti divulgou os trabalhos da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca), que realiza serviços na área de limpeza urbana, pavimentação e obras. Possui usina de asfalto, britador, central de tratamento de resíduos e é responsável pela coleta do lixo na região urbana, onde recolhe 360 toneladas de lixo orgânico e 90 toneladas de resíduos recicláveis.

Carlos Paganella

Dominik Leverenz

Recuperação energética de lodo de ETE

Gustavo Teixeira e Silva

para tratamento/desidratação/secagem do lodo, reaproveitamento dos resíduos sólidos, potabilidade da água e o uso da gordura. Os sistemas iniciam pelo tratamento por sistema de flotação físico-químico ou sistema de decantação também de sistemas de tratamento biológico.

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