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editorial

Há 35 anos ajudamos a construir e registrar a história do setor A revista Tecnicouro chega aos seus 35 anos de história, como uma das mais importantes publicações do seu segmento, sendo reconhecida internacionalmente por sua excelência e qualidade. Poderíamos contar esta história através de vários números e estatísticas, uma vez que indicadores fazem parte da natureza do nosso dia a dia. Mas preferimos aproveitar este momento tão especial para externar alguns outros indicadores, muitas vezes intangíveis, mas que também fazem parte da nossa essência e história. O fato de completarmos 35 anos, já é por si só motivo de imenso orgulho pelo significado que um marco de longevidade como este representa a qualquer veículo de comunicação. Mas poucas publicações alcançam esta marca de maneira tão vívida e inspiradora, nos consideramos eternos aprendizes, movidos por desafios que nos são apresentados a cada momento, alguns lançados por nós mesmos, resultados de nossa inspiração e pela busca incessante pelo novo. Somos uma equipe inquieta e multiplicadora de conhecimento e informação, e isto sim nos enche de orgulho. Nos sentimos realizados pelas mudanças que vivemos nos últimos anos, sendo reconhecidos como um importante elo na cadeia de inovação de vários segmentos, podendo contribuir de forma efetiva para importantes avanços em quali-

dade, competitividade e sucesso de várias organizações. Fazer parte deste processo traz um sentimento ímpar, um sentimento de dever cumprido não apenas por nossa realização pessoal, mas por nos ser dada a oportunidade de participar e ajudar a construir tantas histórias de sucesso. Acreditamos também que todo conhecimento só tem valor quando compartilhado da maneira mais abrangente e produtiva possível, e que a comunhão de conhecimentos leva a resultados que sozinhos jamais seríamos capazes de alcançar. Através desta filosofia a Revista Tecnicouro vem realizando a cada dia novas parcerias, buscando além de um alto grau de excelência, a certeza de estar alinhada com as expectativas e necessidades da sociedade na sua forma mais ampla, pois todos somos responsáveis pela busca de soluções para nossos problemas e construção de um futuro melhor e promissor para todos. Queremos agradecer a todos que de alguma maneira estão e estarão ajudando a construir nossa história. Tenham certeza de que continuaremos mantendo vivo todo este espírito. Continuaremos sendo inquietos, inspirados e conscientes de nosso papel, esperando a todos de mentes e braços abertos para construção de cada novo dia em nossa caminhada. Muito obrigado.

Claudio Chies Presidente do Conselho Deliberativo

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sumário

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expediente

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dia a dia Gestão voltada à inovação

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agenda Calendário brasileiro das feiras e eventos do setor

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comunicação e mercado Indústrias de base trazem novidades para calçados e EPIs

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em foco Para obter retorno nos negócios online é preciso investir

especial Tecnicouro comemora 35 anos

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eventos O que aconteceu na Fisp e Seincc e as novidades do Sicc 2014

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moda & design Tendências em calçados da moda, segurança e proteção

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publicações Manual prático orienta o controle e manutenção de efluentes

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abnt/cb-11 O trabalho das diversas comissões de estudo

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tecnologia e processos A migração do valor dos calçados para os consumidores e os mercados

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artigo técnico O calçado infantil e o desenvolvimento das crianças

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opinião Morte da senha

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guia de compras

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caderno de sustentabilidade Atitudes em proteção ao ambiente natural

Capa: arte de Fábio Scherer

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Conselho Deliberativo Contatos Presidente: Claudio Chies

Para que você, leitor, possa comunicar-se direta e rapidamente com o IBTeC, Tecnicouro publica a seguir os e-mails dos integrantes de cada uma das áreas da entidade. Por meio deles, é possível fazer sugestões e críticas, solicitar informações, esclarecer dúvidas, enviar e receber materiais redacionais e publicitários, inscrever-se em cursos e eventos e ainda agendar sua visita ao IBTeC. Utilize-os para comunicar-se conosco.

Conselheiros: Ernani Reuter Jakson Fernando Wirth

Jornalista Responsável e Editor Luís Vieira (8921-MTb/RS) luis@ibtec.org.br Produtora Gráfica e Jornalista Melissa Zambrano (10186-MTb/RS) melissa@ibtec.org.br

João Altair dos Santos Presidente executivo: Paulo Griebeler Vice-presidente executivo: Dr. Valdir Soldi

Jorge Azeredo Marcelo Fleck

Arte Final Fábio Mentz Scherer fabio@ibtec.org.br

-Institucional/Cursos/Eventos Marcela Chaves da Silva: marcela@ibtec.org.br

Publicidade Romeu Alencar de Mello romeu@ibtec.org.br

Rosnei Alfredo da Silva COMERCIAL -Gerente Karin Becker: karin@ibtec.org.br CONSULTORIAS Paulo César Model (consultor técnico): paulo@ibtec.org.br ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO Rogério Luiz Wathier: rogerio@ibtec.org.br

Conselho Fiscal

Conselho Editoral Ênio Erni Klein Wanderlei Gonsalez Milton Antônio Zaro Luís Vieira Ernesto Plentz Mauro Sarmento Janete Maino César Bündchen Evandro Sommer

PROJETOS ESPECIAIS Tetsuo Kakuta: projetos@ibtec.org.br

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LABORATÓRIO DE BIOMECÂNICA Dr. Aluisio Avila: biomecanica@ibtec.org.br Dr. Milton Zaro: zaro@ibtec.org.br

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Comercial Daniela Tesser daniela.tesser@ibtec.org.br Quisi Brixner quisi@ibtec.org.br Simoni Jaroszeski simoni@ibtec.org.br

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Conselho Científico Conselheiros: Dr. Alberto Carlos Amadio Dr. Aluisio Otavio Vargas Avila Dra. Deyse Borges Machado

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Dr. Luiz Antônio Peroni Dra. Mariliz Gutterres Dr. Milton Zaro Dra. Susana Cristina Domenech ibtec@ibtec.org.br www.ibtec.org.br

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IBTeC e Finep alinham estratégias para inovação No mês de outubro, o IBTeC recebeu técnicos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para tratar sobre oportunidades de recursos reembolsáveis e não reembolsáveis para a inovação e pesquisa nas empresas. Os analistas Bruno Chagas Bonifácio, do Departamento de Tecnologia para a Promoção da Qualidade de Vida, e Alvaro Reis, do Departamento de Institutos de Pesquisa em Áreas Estratégicas, explicaram como o instituto pode alinhar a formatação de novas parcerias com as indústrias do setor coureirocalçadista, tendo como finalidade o encaminhamento de projetos, bem como a apresentação das formas de envio desses projetos visando aos recursos disponibilizados pelo Programa Finep 30 dias. Os técnicos salientaram que, até o final deste ano, os projetos avaliados como inovadores podem se beneficiar com a

Instituto tem expertise na formatação de projetos para editais e linhas de crédito

aplicação de taxas anuais de até 4%, com carência de 48 meses e prazo de amortização de até 120 meses. "São recursos de fluxo contínuo, contemplando projetos de, no mínimo, R$ 10 milhões, para serem aplicados em novos produtos, processos ou serviços que agreguem características inovadoras, explica o gestor em

projetos do IBTeC, Tetsuo Kakuta. Ele ressalta ainda que essa é uma grande oportunidade para as empresas alavancarem o volume de geração de produtos, processos e serviços inovadores para serem mais competitivas e o instituto tem knowhow técnico, científico e tecnológico para ajudar na conquista desse objetivo.

Banco de alimentos recebe doações Em outubro, o instituto fez a doação de aproximadamente 50 quilos de alimentos para o Banco de Alimentos em Novo Hamburgo/RS. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, enfatizou que a preocupação com as pessoas é um dos pilares de sustentação do instituto. "Assim como a doação de calçados,

Produtos distribuídos foram arrecadados em eventos no IBTeC

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a distribuição de alimentos é uma forma de concretizarmos este compromisso social. Somos gratificados em poder, através das nossas campanhas e contando com a colaboração dos nossos parceiros e colaboradores, realizar ações que resultem em melhorias na qualidade de vida das pessoas carentes", comentou Griebeler. O gestor do Banco de Alimentos, Neli Silveira, e o diretor presidente Antonio Zarth destacam que o Banco faz a gestão dos alimentos doados pela comunidade, entidades e empresas distribuindo ranchos básicos de acordo com a necessidade de cada instituição cadastrada. "Hoje contamos com 80 voluntários e distribuímos cerca de quatro toneladas de comida para 29 entidades assistenciais. A meta para 2015 é ampliarmos para 150 voluntários, 45 entidades e seis toneladas distribuídas", conta Silveira. Uma das ações de maior impacto, segundo os administradores, é o Sábado Voluntário - dia em que são realizadas blitzes em supermercados solicitando aos clientes que adquiram um quilo a mais de algum produto para ser doado. Quem quiser integrar-se à campanha ou saber mais sobre o Banco e os seus parceiros pode acessar www.cliquealimentos.com.br.

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Inovação na gestão Durante o Happy Hour com Tecnologia realizado na sede do IBTeC, o especialista Volnei Pereira Garcia, da escola de negócios Fundação Dom Cabral, apresentou a palestra Inovação nos processos de gestão: a base para a diferenciação da sua empresa. Ele lembrou que, enquanto nos anos de 1920 as empresas buscavam a padronização de processos através das linhas de montagem, e na virada do milênio o desenvolvimento sustentável começou a ganhar importância, hoje o foco é gerar valor junto ao mercado. "Se antes a preocupação era proporcionar resultados para os acionistas, hoje as organizações trabalham sob as perspectivas de diversos públicos, como sociedade, órgãos reguladores, empregados, clientes, proprie-

tários, parceiros etc. O desafio no mundo dos negócios, cada vez mais complexo e competitivo, é se adaptar às mudanças, alinhando equipes e suas lideranças. Porém, “construir um bom time é uma capacidade que poucos adquirem", alertou. Dentre os principais compromissos da liderança, o palestrante destacou a aptidão para construir um modelo de caminho a ser seguido, a competência de inspirar uma visão compartilhada, a coragem de contestar o processo, a perícia para capacitar as pessoas e a inteligência de estimular pelo reconhecimento. Com relação aos desafios das equipes, ele salientou que a confiança na liderança é o ingrediente fundamental para que se perca o medo do conflito, se tenha compro-

metimento e responsabilidades na busca dos resultados pretendidos. "O lucro está para as empresas assim como o oxigênio está para as pessoas: é fundamental para a sobrevivência, mas não o objetivo da vida." Com esta citação, ele ressaltou que só avançam as organizações que se adaptam ao externo e ao futuro. Inovar na gestão é fazer o alinhamento de políticas, pessoas e processos, tendo como base objetivos e metas claros e atingíveis, além de indicadores para a medição. "O caminho da boa estratégia passa pelo foco, a singularidade e a consistência", concluiu Garcia, complementando que as empresas com melhores resultados são aquelas que gerenciam as rotinas, os processos e medem os resultados.

Palestrante destaca desafios para alinhar a liderança e a equipe na busca de resultados

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Agende-se para realizar bons negócios em 2015 Janeiro

Maio

Couromoda (calçados e artefatos) 11, 12, 13 e 14 São Paulo/SP www.couromoda.com

Sicc (calçados e artefatos) 25, 26 e 27 Gramado/RS www.sicc.com.br

Inspiramais (salão de design e inovação de materiais) 13 e 14 São Paulo/SP www.inspiuramais.com.br

Julho

Braseg (produtos para segurança e saúde no trabalho e contra incêndio) 19, 20 e 21 Belo Horizonte/MG www.braseg.tmp.br

Setembro Francal (calçados e artefatos) 6, 7, 8 e 9 São Paulo/SP www.feirafrancal.com.br

Março 40 Graus (calçados e artefatos) 9, 10 e 11 Natal/RN www.feira40graus.com.br Fimec (couros, produtos químicos, componentes, equipamentos e máquinas para calçados e curtumes) 17, 18, 19 e 20 Novo Hamburgo/RS www.fimec.com.br

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Inspiramais (salão de design e inovação de materiais) Data não confirmada São Paulo/SP www.inspiramais.com.br

Agosto Femicc Nordeste (matérias-primas, produtos auxiliares, máquinas, equipamentos, processos, serviços e tecnologias para calçados e artefatos) 18, 19, 20 e 21 Fortaleza/CE www.femicc.com.br

Seincc (matérias-primas, produtos auxiliares, máquinas, equipamentos, processos, serviços e tecnologias para calçados e artefatos) 22, 23 e 24 São João Batista/SC www.sincasjb.com.br

Outubro Radar (soluções voltadas à prevenção de acidentes e doenças do trabalho) Data não confirmada Gramado/RS www.radarfeira.com.br Obs.: o calendário de feiras é elaborado com informações obtidas através dos sites das organizadoras e pode sofrer alterações.

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Couros especiais

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Especializada na produção de couros caprino e ovino para o setor de vestuário, a Rhoma Pelles prima por ter uma coleção bastante diferenciada, oferecendo também matéria-prima para calçados e acessórios. Mesclando alta tecnologia com trabalho artesanal, seus produtos oferecem efeitos especiais na superfície das peles. Dentre as novidades está uma linha vestuário que pode ser levada à máquina de lavar e secagem. A diretora, Cláudia Hartmann, destaca que, para isso, foi feito um trabalho de preparação com substâncias selecionadas, combinadas com acabamento reticulado. O técnico Rainer Fourier detalha que o couro hidrofugado passou por processo de recurtimento sem produtos hidroscópicos (que retraem a água), e foram utilizados engraxantes e fixadores especiais, o que resultou em um couro que evita manchas de café, água e outros problemas causados por líqui-

Equipamento estima vida útil de elastômeros A FCC desenvolveu um equipamento que reproduz os desgastes térmicos e mecânicos em elastômeros para estimar a vida útil da peça. O consultor técnico da FCC, o químico Ricardo Araújo, responsável pelo desenvolvimento de processos e tecnologias envolvendo elastômeros, conta que com o equipamento é possível simular o uso de materiais emborrachados (os elastômeros termoplásticos) utilizados em diversas aplicações, como calçados. "A ideia é avaliar o tipo de atrito do solado com pisos lisos, dos tipos presentes em shoppings e moradias, como tabuão e parquet", explica. A técnica, ainda pouco difundida, é utilizada, por exemplo, para avaliar pneus de aviões. O equipamento não está à venda, mas serve para analisar os próprios insumos comercializados pela empresa, avaliar potenciais desgastes futuros e atestar atributos de resistência e durabilidade.

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dos. Além da novidade, também é destaque o Cromo Free para vestuário, que é isento de substâncias como cromo VI e taninos fenólicos, oferecido tanto na cor natural quanto tingido.

Aurora Boreal Adquirida há um ano pela Fênix Laser, a Enfeites e Cia apresenta a malha de strass com termocolante Aurora Boreal. O material, que pode ser aplicado tanto no cabedal de calçados quanto de bolsas, é um desenvolvimento próprio da empresa. O diferencial é que conforme a peça é movimentada acontece uma mudança na sua coloração, com predominância nos tons em azul irizado.

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Sensualidade para a estação mais charmosa A coleção outono-inverno 2015 da Cipatex propõe um toque de sensualidade para os calçados e artefatos femininos, através de novas estampas, texturas, brilho e cores nos seus laminados em PU e PVC. Segundo o gerente de produtos Leonardo Vieira e o diretor comercial Fabiano Bianchi, os materiais são fruto de investimentos em pesquisas e tecnologia e foram desenvolvidos com a proposta de oferecer beleza e conforto aos calçados. Com o tema Sensualité, as novidades vão desde materiais encerados, com aspecto de polimento, até holográficos multicoloridos. O animal print aparece com força nas tendências Craquele Snake em cores como cinza, mostarda, bege, preto e vermelho. Outra linha que remete ao couro de cobra é o Soft Piton com metalizados em tons de prata e ouro. Já o Savana Chic apresenta padronagem de zebra em cores como nude, mostarda, tons de cinza e marrom. Os metais se destacam na proposta Ancient Dubai, com aspecto envelhecido, e no Vero Metal, com

alto brilho e gravação suave, além do Confort Metal, com uma textura mais profunda. Na linha de vernizes, os laminados Brilliancy e Vernice Colore chamam a atenção pela diversidade de tons, que vão desde os mais sóbrios, como cinza, palha e branco, até os mais vibrantes, como turquesa, amarelo e laranja. Enquanto isso os produtos com aspecto nobucado também aparecem em várias tonalidades, com destaque para os terrosos, como caramelo, café e cas-

tanho. Nesta linha o Wembley é apresentado em cinco cores, enquanto o Peach Sued apresenta um toque de camurça e traz a mesma cor na frente e no verso. A estampa floral também está presente na nova coleção e ganha ainda mais delicadeza em um material que lembra a textura de uma renda. Em 12 opções de cores surgem ainda o Dubai e o Rich, materiais base para botas e ankle boots. Já o Orion se trata de uma linha com perfuros indicada para calçados esportivos.

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Vantagens do coprocessamento

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Com mais de 20 anos de experiência e tecnologia própria em soluções ambientais, a Fundação Proamb disponibiliza às empresas sua unidade de coprocessamento em Nova Santa Rita/RS. De acordo com o supervisor da unidade, engenheiro Gustavo Fiorese, o sistema é a melhor alternativa para a destruição total de resíduos industriais perigosos gerados pelas empresas, pois, com a extinção, cessa a obrigação de monitorar o resíduo eternamente. Mas, além disso, essa técnica permite a produção de um combustível alternativo para a indústria do cimento, através do mix de resíduos industriais (blend). Conforme o profissional, a cadeia de coprocessamento acontece em três etapas: a geração do resíduo pelo cliente, o envio desse resíduo para a unidade de blindagem, e o envio do blend à empresa cimenteira. O blend é queimado nos fornos da fabricante de cimento parceira no processo, servindo como combustível alternativo ao convencional. Posteriormente, as cinzas residuais dessa queima são incorporadas ao cimento fabricado. Ao fim do processo, a empresa geradora do resíduo recebe da cimenteira um certificado de destruição completa, dentro das normas exigidas pelas autoridades ambientais. O engenheiro assegura que o serviço é licenciado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam).

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45 anos de excelência Em junho deste ano, a Universidade Feevale completou 45 anos. Em toda a sua história, é percebível o envolvimento da comunidade e a preocupação com o desenvolvimento regional. Profundamente comprometida com o crescimento sustentável, construiu sua identidade como uma instituição comunitária e inovadora, buscando a melhoria da qualidade de vida, a preservação do ambiente e a redução das desigualdades e das injustiças sociais. O fortalecimento da pesquisa é um dos seus propósitos. Com políticas que incentivam a pesquisa e a pós-graduação, objetiva fomentar o desenvolvimento científico, tecnológico e humanístico, em consonância com as políticas nacionais; incentivar a produção científica e tecnológica; promover a cooperação institucional; e qualificar o ensino superior, formando recursos humanos qualificados para o fortalecimento do potencial científico e tecnológico da região. Hoje, a instituição oferece 53 cursos de graduação, dois doutorados, cinco mestrados e 40 cursos de especialização e MBA para 18.500 alunos em todos os níveis de ensino. Também conta com 27 grupos de pesquisa, com 157 projetos em andamento, e formata parcerias com 80 instituições, em 23 países.

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Arte em madeira certificada

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A utilização de vários tipos de madeiras da Amazônia (mais de 150 espécies, todas legalizadas), é um dos diferenciais para a riqueza de tonalidades que se misturam nas peças artesanalmente produzidas pela Marchetaria do Acre, que há mais de 30 anos se dedica à arte da marchetaria. Ana Gabriela Pereira da Silva, do setor comercial, conta que a empresa iniciou as suas atividades desenvolvendo quadros, utensílios e móveis, mas viu no mercado de bolsas, carteiras e cases para tablets uma oportunidade para a expansão dos negócios. "Temos o cuidado de reaproveitar madeiras que iriam se decompor na natureza, dando a elas uma nova utilidade em peças únicas, que são valorizadas pela sensibilidade artística que esta técnica proporciona. Toda a nossa matéria-prima é certificada, e temos as autorizações ambientais necessárias para utilizar estes materiais", salienta. Como não poderia deixar de ser, a predominância nas estampas são elementos amazônicos, mas o cliente pode solicitar os desenhos que deseja.

Flocagem e estamparia Há 35 anos oferecendo ao mercado enfeites e componentes em geral, especialmente cabedais, forros sintéticos, tecidos especiais e solados, a D'Kouros aposta neste tecido impregnado com glitter, com sistema de flocagem e estampa animal, cuja combinação proporciona um efeito interessante ao produto final. O gerente comercial Luís Claudio Rossinholi Soares considera que "o diferencial é a técnica que consiste na flocagem e a estampagem aplicadas em uma segunda cor simultaneamente", pontua. O produto é tanto para calçados quanto para bolsas, cintos e demais artefatos.

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Os tons em azul, vermelho, amarelo e branco, entre outros, são as cores naturais encontradas em árvores como cerejeira, tatajuba, mourapiranga, louro preto e tantas mais, o que descarta a utilização de qualquer tipo de corante industrializado.

Couro com aspecto de fibras A pintura artesanal realizada pela Aplic Colour ressaltou neste couro vacum o novo visual que remete ao artesanal. A naturalidade do acabamento ganhou evidência com essa técnica através da qual sobressai a textura de fibra criada por uma ferramenta com superfície irregular. "Com acabamento macio, é uma proposta para sapatos, bolsas, artigos de decoração e vestuário", conta a gerente comercial Camila Balbinot.

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Impressão semelhante à pele verdadeira

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Desenvolvida pela RMello, a linha Jéssica traz acabamento impresso que imita a coloração e a textura de uma pele de lobo. O sócio-gerente Laoni Mello comenta que a ideia foi produzir uma estampa que proporcionasse a sensação de volume e movimento nas peças em que o artigo seria usado. Para demonstrar o efeito, a empresa produziu uma bolsa e um sapa-

to, que receberam dublagem, e até mesmo um vestido. O material é 100% poliéster, e as peças evidenciam bem a proposta. "É uma espécie de camuflagem natural, assim como acontece na vida selvagem", explica Mello. A empresa presta serviços de estamparia, sublimação, dublagem, estruturação de materiais e pesquisa de moda.

Tecnologia certificada Erupção aveludada A Courovale surpreende com a técnica de combinar a aplicação de estampa digital e corte em couro vacum. A gerente comercial Veronica Meurer explica que o produto é curtido ao cromo e que foi feito tingimento em tom alaranjado intenso, cuja combinação com a impressão digital resultou em uma estampa que lembra a lava de um vulcão. "Para complementar foi realizado um corte que produz um efeito tridimensional à peça, dando uma ideia de movimento, sendo mais valorizado ainda pelo toque aveludado", considera.

A Máquinas Morbach disponibiliza uma ampla linha de máquinas para calçados, com destaque para o modelo M98 de conformar contraforte e o modelo M22 de cambrear com sistema de refrigeração opcional. De acordo com a necessidade de cada cliente, a máquina pode ser configurada com um posto quente e outro gelado, dois postos quentes ou dois postos gelados. A qualidade e tecnologia das máquinas certificadas e adequadas à norma NR12 do MTE/ ABNT podem ser vistas no showroom da empresa ou virtualmente no site www.morbach.com.br.

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Soluções visionárias para indústrias de luvas

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Mais do que desenvolver máquinas para suprir necessidades específicas do mercado, a Marfmaq carrega no seu DNA a obstinação do seu idealizador, Marcos Ortiz de Freitas, em usar a tecnologia para proporcionar mais saúde e proteção aos trabalhadores, mas sem deixar de lado o aumento da lucratividade dos seus clientes. A diretora da empresa, Fabiana Lima Ortiz de Freitas, relata que a indústria foi criada há três anos, alicerçada na experiência do fundador, que há mais de quatro décadas trabalha no segmento maquineiro. Ao longo desse período, Freitas visitou muitas empresas fabricantes de luvas e percebeu que em várias etapas

da linha de produção o trabalho é realizado de maneira precária, e a consequência disso é o aumento do esforço físico dos funcionários e a perda de tempo e dinheiro da empresa. Incomodado com esta situação, começou a pensar em sistemas que pudessem substituir o serviço braçal, oferecer conforto nos postos de trabalho, facilitar a detecção de possíveis falhas na costura e otimizar o tempo de produção, além de garantir ao fabricante que seu produto foi inspecionado e a luva será mais confortável para o usuário. Tendo como base a ergonomia e a norma de segurança NR-12, seus projetos aos poucos foram tomando forma e hoje já são seis modelos desenvolvidos para atividades de acabamento e expedição.

Portfólio

M-201: máquina de moldar a vapor com CLP, estrutura ajustável à altura do operador, comando de acionamento bimanual com retorno automático, tempo de passar a luva programável, válvula de segurança na caldeira e proteção fixa no entorno.

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O primeiro modelo fabricado foi o M20, criado há 15 anos, quando o empresário teve a ideia de construir uma mão de alumínio que é aquecida para "passar" a luva, substituindo um sistema antiquado até hoje usado em muitas empresas. A solução passou a ser aceita pelo mercado e os primeiros pedidos foram atendidos de forma autônoma. Aos poucos o capital cresceu e novos projetos puderam sair do papel para a linha de produção, o que motivou a criação da empresa familiar. Além do empresário Marcos e da filha Fabiana, também a esposa e mãe, Sra. Eleusa Lima Freitas, está à frente dos negócios, tendo um funcionário para apoiar nas etapas de montagem. Já os serviços de fundição e de corte e dobra a laser são terceirizados, o que garante o rápido atendimento aos pedidos.

V-100: máquina compacta com sistema pneumático e elétrico para virar individualmente os dedos, é ajustável à altura do operador, tem proteção fixa nas laterais, luminária LED com haste flexível, suporte de caixa, comando de acionamento bimanual, botão de emergência e extrator-virador que permite regular a altura de acordo com a dimensão dos dedos da luva.

Modelos M-20P: máquina pneumática para moldar luvas com comando de acionamento bimanual, botão de emergência e proteção fixa no entorno. V-200: máquina com dois viradores simultâneos, que viram os dedos individualmente. Tem estrutura compacta, ajustável à altura dos operadores, proteção fixa lateral, luminárias LED com haste flexível, suporte de caixa, sistema pneumático e elétrico, acionamento bimanual independente e botão de emergência. E-30: máquina pneumática de embalar luvas com sistema de troca rápida das plataformas. Tem proteção fixa no entorno, comando de acionamento bimanual e botão de emergência.

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Proteção aos pés Em permanente busca por novas tecnologias bem como de materiais mais leves, que permitam aumentar o conforto ao usuário, a Metalúrgica Açoreal traz uma gama de produtos para o segmento de calçados de segurança. Dentre eles, a biqueira de aço, que oferece proteção aos dedos do pé contra queda de objetos e influências externas cortantes. O diretor Otávio Leon Ermel assegura que as biqueiras são desenvolvidas conforme a necessidade do cliente e fabricadas em material de alta resistência, respeitando as normas de qualidade. "Em todas as etapas, desde o desenvolvimento até a expedição, são obedecidas

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normas e requerimentos internacionais que padronizam as dimensões, a dureza e a proteção contra corrosão", salienta.

A linha para calçados de segurança * Biqueiras de aço temperado, alumínio ou composite * Palmilha de aço inoxidável * Alma de aço temperado * Ilhós 51 de aço laminado

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Valor agregado com técnica manual

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Uma das questões do setor coureiro é como agregar valor a couros de baixa classificação. Pois a Santa Croce usou a criatividade para resolver este dilema apostando na técnica de acabamento lixado. Fabrício Freitas, do setor comercial, conta que, através do lixamento manual, foram corrigidos os defeitos naturais da pele, o que valorizou o artigo em couro vacum. "A partir desse trabalho, obtivemos uma peça com aparência rústica perfeitamente aplicável em sapatos, botas ou bolsas. Quem viu o novo produto no portfólio gostou", garante.

Forros para EPis

Ideias que iluminam

A Cofratec, empresa do Grupo Cofrag, atende o mercado de calçados de segurança com a produção de tecidos técnicos para forros de malharia circular. O diretor da empresa, Gilmar Haag, conta que o sistema de urdume é apropriado para o uso direto, pois não puxa fio durante a costura no couro. O material pode ainda agregar propriedades bacteriostáticas, fugicidas, antiácaros, e outras desejadas priorizadas pelos clientes, tais como absorção de umidade. "Além de não comprometer a solidez das cores, é um componente maleável, que mantém a memória durante e após o uso, e proporciona conforto ao usuário", destaca.

O que Thomas Edson - que revolucionou a vida humana com inventos como a lâmpada e mais de dois mil outros produtos - tem a ver com o setor de EPIs? Muito. Em 1914, o inventor norte-americano desenvolveu um capacete com lâmpada elétrica para ser usado por mineradores dos EUA. A novidade (uma bateria que pudesse alimentar lâmpadas a serem acopladas nos capacetes usados pelos trabalhadores de mineração) foi idealizada pelos fundadores da MSA The Safety Company, John Ryan e George Deike, e a sua introdução no ambiente de trabalho proporcionou a redução de 75% das explosões, que vitimavam milhares de pessoas em decorrência de graves acidentes. Hoje, a MSA lidera o mercado global de equipamentos de segurança individual e de instalações. As suas linhas de produção incluem soluções integradas que englobam equipamentos de proteção à cabeça, facial, visual e auditiva. Também desenvolve e fabrica equipamentos de proteção respiratória, detecção de gases portátil, detecção de gases fixos e purificadores de ar. Os equipamentos são utilizados por milhões de trabalhadores do mundo inteiro, principalmente os que atuam nos setores automobilístico, de mineração, da construção civil e de óleo, gás e petróleo, químico e petroquímico, agricultura, industrial em geral, além das forças militares, policiais e bombeiros.

Eduardo Tafner, Wylton Pamfilio e Gilmar Haag

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Alternativas ao couro

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Apostando forte no segmento de EPIs, a Luney oferece microfibra para cabedal e forros. Guilherme Blasi, do setor comercial, e o empresário Paulo Zanella asseguram que o material, quando comparado ao couro, é 32% mais resistente ao rasgo e 40% mais leve, além de proporcionar maior aproveitamento por se tratar de um produto linear. "O acabamento que imita a textura de couro torna o componente ainda mais versátil", pontua Blasi. A composição é em Poliamida e PU o que, de acordo com os profissionais, dificulta a proliferação de bactérias e proporciona ganhos em durabilidade dos calçados, agregando propriedades de impermeabilidade,

transpiração e dissorção, além de facilitar a limpeza, gerar menos re-

síduos e se tratar de materiais reaproveitáveis.

Aplicativo facilita o gerenciamento de CA Desenvolvido pela Danny, o aplicativo mob epi chegou para facilitar o dia a dia do técnico em Segurança do Trabalho. O gerente de compras, André Sudré, aponta que a ferramenta foi concebida para ser uma completa fonte de informações aos profissionais do setor. A tecnologia agrega uma série de recursos, como consulta de CA por número, fabricante ou equipamento; pesquisa a fichas técnicas de EPIs de várias marcas e solicitação de amostras; criação e organização de grupos de EPIs conforme as áreas da empresa, para um controle rígido dos vencimentos

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dos CAs; acesso a notícias atualizadas do setor de SST (mercado, cursos, feiras, normas, estatísticas etc.) e legislação específica. Além disso, na tela principal do aplicativo, é possível ainda encomendar uma solução de EPI para alguma necessidade da empresa. A versão do aplicativo está disponível gratuitamente para os sistemas iOS e Android. Uma vez baixado não precisa mais ser acessado via internet. "A grande sacada desse aplicativo é que se trata de uma ferramenta que ajuda nas decisões técnicas dos profissionais em ST", considera Sudré.

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O futuro dos negócios será cada vez mais móbile No último mês de julho, durante o Happy Hour com Tecnologia, o IBTeC ofereceu a palestra Redes sociais, o consumidor e as marcas, tendo como apresentador o diretor presidente do Grupo WBI Brasil, Paulo Kendzerski. Mas se alguém participou do evento acreditando que receberia soluções fáceis para otimizar os negócios na web acabou levando um "choque de realidade". Desde os primeiros minutos, o palestrante procurou deixar bem claro que os lucros online são proporcionais aos investimentos realizados. "Internet é, na sua essência, comunicação, interatividade e credibilidade, e o responsável por esta área precisa ter o mesmo poder de decisão dos diretores, tendo ao seu dispor uma estrutura que acompanhe os avanços do universo online, tudo isso alinhado com o setor de marketing e os gestores", considerou Kendzerski. Para ele, a empresa que deixa os assuntos da internet nas mãos de estagiários ou de profissionais que não tenham diariamente o foco nesta atividade está perdendo tempo e se iludindo. "Uma empresa séria não pode acreditar que se o funcionário dedicar uma hora no final de cada dia vai conseguir resultados satisfatórios. No final do dia o mundo girou e essa empresa já ficou para trás. Os investimentos com a internet têm que estar entre as prioridades, mas quem define o que é prioritário é a diretoria e não o estagiário ou o funcionário. Esta é a diferença entre ter alguém ao nível da diretoria nas decisões dos negócios online e não o estagiário de TI", considerou. Kendzerski argumentou que o futuro será menos www e cada vez mais móbile. O número de pessoas pesquisando no celular, segundo ele, cresceu 2.500% nos últimos dois anos. Já o comércio eletrônico por celular deve representar 29% nos EUA em 2014, enquanto na América Latina a previsão é

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Especialista em gestão do comércio eletrônico falou sobre a relação dos investimentos com o retorno financeiro no mercado online

que aumente em 35% em 2015. Por isso, fazer site novo é somente uma parte do negócio. Tem que estar presente nas redes sociais, mas, acima de tudo, acompanhar as mudanças tecnológicas, baixar os novos aplicativos e usá-los para poder entender o que acontece e como funcionam para, então, aproveitar o que a tecnologia oferece, pois não dá para parar de evoluir. "O portal Submarine detinha 60% dos negócios no e-commerce, mas hoje não chega a 10%. Como pode chegar a este ponto? Eles entendiam de tecnologia, mas não dos produtos que ofereciam. Já a Passarela, o maior portal para a venda de calçados, é grande e continua crescendo porque entende do negócio de calçados. Falar a linguagem certa é a receita para o sucesso dos negócios", assegurou. De acordo com o palestrante, o principal dilema é saber qual é a ação mais importante das redes sociais. "A rede social não é algo novo. As pessoas sempre falaram bem ou mal das suas experiências, mas a vantagem é que esta interatividade transformou o boca a boca em clic a clic", comparou. Por isso, o número de curtidores não significa coisa alguma, o que importa mesmo é o

alcance dos compartilhamentos. Muitas empresas fazem muito esforço para produzir e publicar conteúdo, mas não desenvolvem ações de comunicação com o público que recebe tais informações. Esquecem que o grande negócio da internet não é preço, mas valor, e efetua vendas quem sabe conversar com o seu público gerando valor ao seu produto, serviço e marca. "As lojas físicas abrem a porta todo o dia rezando para que o consumidor apareça, e acreditam que o cliente dos sonhos do lojista é aquele que compra à vista, em dinheiro, pois não gera despesa. Mas em contrapartida também ficam sem saber coisa alguma sobre ele. Já a transação pela internet possibilita que se crie um cadastro antes mesmo dele comprar. E o cadastro pode ser feito inclusive pelo facebook, que proporciona um enorme poder de comunicação", contextualizou. Para finalizar, ele reforçou que na internet, não adianta querer acertar o alvo com tiro de canhão, tem que ser ataque cirúrgico, feito por especialista. Caso contrário, a empresa não atinge uma audiência qualificada, a marca não conquista maior visibilidade e as vendas não acontecem.

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Ações coibem expressões como couro sintético e couro ecológico O trabalho de divulgação e esclarecimentos sobre a Lei do Couro em setembro e outubro teve como resultado a sensibilização de públicos estratégicos, a mudança de comportamento e a comunicação correta da palavra couro aplicada a bolsas, calçados, móveis e vestuário no varejo. A mobilização realizada por uma equipe especialmente capacitada pelo Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) procura difundir as disposições da Lei 4.888/ 65, que determina que a palavra couro só pode ser utilizada para designar artigos oriundos de pele animal, proibindo a utilização de expressões como "couro sintético" e "couro ecológico". No mês de setembro, contando com o apoio do Sindicato das Indústrias de Artefatos e de Curtimento de Couros e Peles de Novo Hamburgo/RS, foram visitados estabelecimentos por todo o Rio Grande do Sul. As visitas contemplaram lojas em shopping centers, comércio de rua e feiras, abrangendo grandes marcas nacionalmente reconhecidas e, também, marcas pequenas e estabelecimentos de menor porte. Ao todo foram visitados 20 shopping centers no interior e 11 na capital gaúcha, onde se verificou a comunicação de artigos expostos à venda e também os termos utilizados por lojistas e comerciários. No mês de outubro, o trabalho

Lei do Couro

aconteceu no estado do Mato Grosso e as blitzes tiveram o apoio do Sindicato das Indústrias de Curtimento de Couros, Peles e Afins de Mato Grosso (Sincurt). Na região, doze cidades receberam a visita da equipe durante 13 dias - 920 lojas e seis shopping centers (três na capital e três no interior) foram visitados. Segundo o presidente executivo do CICB, José Fernando Bello, a recepção foi positiva, com retornos relacionados ao desconhecimento da lei, adequação imediata da comunicação e denúncias. "Coletamos muitos contatos importantes, em todos os estabelecimentos visitados. Esses dados entram em nosso banco de informações para uma manutenção da comunicação e aferição de resultados", destaca. Novas fiscalizações acontecerão em outros estados brasileiros.

A Lei 4.888 foi criada em 1965, ou seja, há quase 50 anos, e a sua desobediência constitui crime de concorrência desleal previsto no artigo 195 do Código Penal. Para combater violações, O CICB realiza uma série de ações para que a legislação seja amplamente conhecida não só pelas indústrias, mas também pela população. Mas se mesmo assim alguma marca ou ponto de venda persistir no uso do termo couro para qualificar outros materiais serão adotadas as medidas previstas na legislação, cuja penalidade pode ser multa ou até mesmo a detenção do infrator por um período de três meses a um ano. O produtor deve indicar precisamente qual o material que está utilizando no produto, e o lojista informar ao público de qual matériaprima é composto o calçado, a roupa ou a bolsa, por exemplo. A partir desse conhecimento, o consumidor decide o que pretende comprar. Em uma reportagem realizada pela Tecnicouro sobre o assunto, o presidente do CICB, Fernando Bello, salientou que artigos como roupa, meia, camisa ou calça, já identificam se a peça é produzida com algodão, poliéster, viscose etc. e este é o objetivo de toda esta mobilização.

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Abrameq assina novo convênio com a Apex Brasil A Associação Brasileira de Máquinas para Couro e Calçados (Abrameq) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e de Investimentos (Apex Brasil) assinaram em setembro novo convênio com execução prevista para o biênio 2015-2016, para posicionar a marca Brazilian Shoes + Leather Machinery junto a todos os seus públicos. Na solenidade de assinatura do projeto, Solete Foizer representou o presidente da Apex Brasil, Maurício Borges, destacando que a parceria de 11 anos entre as entidades apresentam ótimos resultados. Ela ressaltou: "os números evidenciam que o índice de permanência no mercado externo de empresas que participam das ações coletivas através das parcerias com a Apex Brasil é muito maior do que de empresas que começam a exportar isoladamente". O presidente da Abrameq, Marlos Schmidt, destacou: "podemos afirmar com orgulho que muito já foi realizado em benefício dos fabricantes brasileiros de máquinas através do último projeto". Citou como realizações a Fábrica Virtual de Calçados e a nova marca coletiva Brazilian Shoes + Leather Machinery, reforçando o posicionamento estratégico do setor. Sobre a nova marca, sublinhou: "temos muito a

aprender com essa nova marca e por isso ela é o pilar principal desse novo projeto". Acrescentou que "diversas ações serão desenvolvidas e fortalecidas, passando em especial sobre algo que estamos pregando na entidade e nas parcerias: somente um pensamento e trabalho coletivo permitirão resultados individuais". Finalizou afirmando: "a participação intensa das empresas e dos parceiros certamente garantirá êxito a este novo projeto, inclusive com a superação dos objetivos estabelecidos". O evento teve ainda palestra do professor Gil Giardelli, que abordou o tema Empresas do século XX, mercado do século XXI. Apresentando mudanças tecnológicas impressionantes que já estão ocorrendo e outras que devem ocorrer em breve, afirmou: "não estamos em uma crise econômica, mas em uma crise de civilização, numa quarta onda de capitalismo, na qual somente sobreviverão as empresas que atuarem em rede, deixando de existir espaço para quem ficar isolado". Neste novo cenário, relacionou dicas para ter sucesso neste novo mundo, enfatizando a necessidade de estar totalmente aberto e dedicado à inovação.

A consultora de projetos Rosângela Arruda e Anderson Dib, gestor do Projeto da Apex Brasil com a Abrameq, apresentaram as principais ações do novo projeto de parceria da Abrameq com a Apex-Brasil: - Comunicar a marca Brazilian Shoes + Leather Machinery: trabalhar o posicionamento da marca em mídias impressas, redes sociais, informativos a serem distribuídos nas principais feiras e eventos do setor, produção de vídeo institucional para apresentação da marca ao mercado externo, contratação de assessoria de imprensa dentro e fora do Brasil, alinhamento de branding com empresas do projeto; - Projeto Imagem: vinda de dois jornalistas para a

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edição Fimec 2015 + exposição da marca e de empresas do projeto no congresso IULTCS (International Union of Leather Technologists and Chemists Societies); - Capacitação à exportação: capacitar as empresas do projeto pelo PEIEX e promover palestras preparatórias para eventos internacionais; - Feiras e eventos internacionais: participação nas principais feiras coureiro-calçadistas dos países alvo do projeto (Colômbia, Equador, México, Peru e Argentina), além da realização de projetos vendedor nos

mesmos países; - Feira de posicionamento de marca e benchmarking na China; - Fábrica virtual: transformar o software em um catálogo de máquinas, a ser utilizado pelas empresas do projeto, e agregar uma linha de couro ao software; - Vinda de 28 compradores para duas edições das feiras Couromoda e Fimec; - Contratação de um agente comercial na Colômbia; - Prospecção de 12 empresas exportadoras para o projeto.

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Ampliação do Simples Nacional dará fôlego para MPE Recentemente foi sancionada a lei complementar que amplia, a partir de 2015, o acesso ao Simples Nacional. O programa unifica o pagamento de oito tributos cobrados pela União, estados e municípios das micro e pequenas empresas. Com isso, mais de 140 atividades, que não estão atualmente contempladas, poderão aderir a esse modelo de tributação no próximo ano. O critério geral para aderir ao Simples passará a ser o faturamento anual das empresas, que pode chegar a até R$ 3,6 milhões. Pelo novo formato do programa, só não poderão participar do regime de tributação empresas produtoras de bebidas alcoólicas e de tabaco. De acordo com professor de contabilidade da Faculdade Mackenzie Rio, Edmilson Lins Machado, essa iniciativa era esperada pelo mercado já que as microempresas e as empresas de pequeno porte vêm enfrentando dificuldades como o impedimento de vários serviços, a substituição tributária, o aumento do limite, assim como maiores incentivos. "As mudanças serão muito bemvindas já que o contribuinte do Sim-

ples estava ficando com um custo muito alto e não conseguia repassálo. Acredito também que seria interessante o aumento do limite, mas já teremos uma mudança bastante significativa dentro dessas alterações e inclusões. O ano 2015 será um ano de ajustes e as empresas (Micro e EPP) são o fôlego e o termômetro de nossa economia", avalia. Segundo Machado, uma das questões mais esperadas referia-se à questão da limitação dos prestadores de serviços que estavam impedidos de serem inclusos no Regime Simplificado em razão de um artigo que estava aposto na Lei Complementar 123/06, como, por exemplo, os representantes comerciais, os profissionais liberais, dentre outros (foram inclusos 140 novos serviços). Outros pontos importantes: com relação ao aumento de limite, não ficou definido na nova legislação essa possibilidade, ao contrário, manteve-se o mesmo patamar atual (microempresa - faturamento R$ 360 mil ao ano e EPP - faturamento R$ 3,6 milhões ao ano). Outra situação importante refere-se à mudança da base de cálcu-

lo, pois a incidência passa a ser o faturamento, ou seja, não mais as atividades ou anexos, o percentual será aplicado dentro das faixas a serem definidas. Também será necessário abordar que alguns percentuais serão acrescidos, já que serão definidos e escalonados de acordo com o faturamento, mesmo assim ainda será na maioria dos casos uma melhor opção.

Beneficiados Poderão aderir ao Supersimples 140 atividades, dentre elas advocacia, agenciamento (exceto de mão-deobra), engenharia, pesquisa, design, desenho, consultoria, gestão, organização, controle e administração, Jornalismo e publicidade, representação comercial e demais atividades de intermediação de negócios e serviços de terceiros, serviços de tradução e de interpretação, outras atividades do setor de serviços, que tenham por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural.

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Coluna jurídica

Dr. Marciano Buffon Doutor em Direito do Estado, advogado Tributarista, professor do PPGD da Unisinos marciano@buffonefurlan.com.br Quando se examina a evolução da ideia de Estado, Constituição, Direitos Fundamentais e Tributação, percebe-se que este processo deu-se de uma forma intimamente conectada na história da humanidade. De uma forma coloquial, pode-se dizer que estes quatro elementos substancias andaram praticamente de "mãos dadas" ao longo dos tempos. Relativamente à Constituição, de todos os documentos medievais, sem dúvida, o que alcançou maior significação na posteridade e importância no processo de positivação dos direitos fundamentais é a Magna Carta Inglesa, contrato subscrito entre o Rei - conhecido com João sem Terra - e os bispos e barões da Inglaterra, em 15 de junho de 1215. A partir daí, os direitos do homem e do cidadão passam a ser proclamados na maior parte das declarações e constituições, sendo considerados como patrimônio do indivíduo em sua condição pré-social. A liberdade, a igualdade formal, a propriedade, a segurança, a resistência à opressão passam a ser prote-

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Multas fiscais e o princípio da vedação ao confisco gidas do poder do soberano. Sendo assim, os referidos direitos encontram no campo tributário e penal um terreno fértil. Se, em relação à matéria penal, os direitos fundamentais servem para garantir a vida e a liberdade do cidadão frente ao exercício arbitrário do poder por parte do Estado, em relação à tributação, os direitos fundamentais visam a assegurar, principalmente, a liberdade, a igualdade formal e a propriedade do cidadão. Em vista disso, o princípio que talvez sintetize a aplicabilidade dos direitos fundamentais de primeira dimensão, no campo tributário, seja o princípio da segurança jurídica, pois ele realiza-se por meio da junção, entre outros, dos princípios legalidade (tipicidade), irretroatividade, isonomia, anterioridade, vedação ao confisco etc. Na Constituição do Brasil, essa matéria é tratada exaustivamente a partir do art. 150, na Seção denominada Das limitações do Poder de Tributar. Em face ao denominado princípio da vedação ao confisco, os entes políticos estão proibidos de utilizar tributo cuja exigência absorva parcela expressiva ou total da renda ou do patrimônio dos contribuintes, como modo reflexo de uma exacerbante carga fiscal, podendo ser constatada a sua violação pelo exame de alíquotas e bases de cálculo. A Suprema Corte Brasileira, porém, já há algum tempo vinha entendendo que tal princípio aplicava-se, inclusive, às penalidades pecuniárias (multas), não obstante estas estarem destituídas de natureza tributária. De fato, o STF estava a aplicar o princípio da proporcionalidade, segundo o qual a penalidade não pode ser desproporcional à infração cometida. Assim o fez, quando julgou lei do Estado do Rio de Janeiro que fixava multa de 300% para a

hipótese de não emissão de notas fiscais nas vendas de mercadorias, a incidir sobre o ICMS que não havia sido destacado no documento fiscal. Em decisões recentes, a Corte Constitucional Brasileira tem reduzido o limite a partir do qual a penalidade pecuniária poderia ser entendida de caráter confiscatório. Segundo tais decisões, multas que ultrapassem a 100% do valor do tributo representam afronta ao princípio constitucional em questão. Vale recordar que a legislação gaúcha prevê multa equivalente a 120% do imposto devido na hipótese de cometimento de infração material qualificada, sendo que tal penalidade - em face ao amplo rol de situações entendidas dessa natureza pela legislação - constitui-se na multa comumente aplicada na maioria dos casos. Em nível federal, tem-se multas de 150% para hipótese de cometimento de infrações com "evidente intuito de fraude". Em visto do exposto, os contribuintes que foram submetidos à aplicabilidade de multas superiores a 100% do imposto devido poderão pleitear judicialmente a exclusão total da penalidade, uma vez que a lei que assim estabeleceu contém o insanável vício da inconstitucionalidade. Aos governos federais, estaduais ou municipais recomenda-se o encaminhamento de projetos de lei que façam a adequação das penalidades previstas na legislação respectiva, pois ao decidir pela inconstitucionalidade de lei que estabelece multa superior a 100%, o Judiciário excluirá toda e qualquer penalidade, uma vez que não lhe cabe "legislar" no sentido de estabelecer um percentual que lhe pareça adequado à Constituição.

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Luís Vieira - luis@ibtec.org.br

Há 35 anos nascia no RS uma das mais consistentes revistas segmentadas do País

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riada em 1979, a Revista Tecnicouro foi idealizada pelo então superintendente do CTCCA, Davino Tomazoni, e durante todos estes 35 anos de história é movida pela constante busca da excelência. A ideia de lançar no Brasil uma revista técnica com o foco no segmento coureiro-calçadista surgiu durante uma visita de Tomazoni ao Centro Técnico do Couro de Lion, na França, quando ele conheceu a revista Technicuir. Ao voltar, defendeu a criação no País de um veículo de informação que, assim como a publicação europeia, difundisse novos conhecimentos e tecnologias para a cadeia produtiva brasileira, que até então recorria a reproduções em mimeógrafos para divulgar as informações técnicas disponíveis. Após a primeira edição ter circulado, houve uma reunião para deliberar sobre a continuidade ou não do projeto. As mais variadas considerações foram realizadas e prevaleceu a decisão de continuar a editá-la, em reconhecimento à sua importância como canal para a difusão do conhecimento. Nestes últimos 35 anos, o mundo passou por muitas mudanças, tanto no aspecto político quanto geográfico, bem como na área da ciência e tecnologia, causando transformações profundas no comportamento da sociedade. Vários regimes autoritários caíram e outros tantos se formaram. A União Soviética chegou ao seu fim, fomos conectados pela internet, formou-se a comunidade europeia e o euro, o genoma humano foi decodificado, o casamento gay se tornou realidade, conhecemos o conceito de sustentabilidade. Há 20 anos, por exemplo, não contávamos com a telefonia celular e nem com a clonagem de animais, muito menos o Google. O Protocolo de Kioto foi constituído neste período. Há 10 anos não havia a enciclopédia livre Wikipedia, nem as redes sociais, tampouco tecnologias como o Ipod e o Itunes. E o que falar do WhatsApp, do Netflix, da Primavera Árabe e do WikiLeaks, ou ainda do celular 3D que não existiam há cinco anos? O mapa mundial mudou, países deixaram de existir, novas tecnologias foram criadas e a Tecnicouro, ano após ano, não só resistiu a todas essas mudanças, mas comprova a cada nova edição que jamais se tratou de um projeto para curta duração, mas sim de uma proposta sólida, com os olhos voltados ao futuro, sendo proativa na contribuição para que o sistema coureiro-calçadista brasileiro seja cada vez mais eficiente. E para isso sempre contou com o apoio dos seus parceiros, que há mais de três décadas reconhecem a necessidade da sua circulação.

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Depoimentos IBTeC

"Um dos pontos fortes da Tecnicouro é a credibilidade junto ao mercado, sendo reconhecida pela seriedade e responsabilidade com que trata os assuntos publicados. Tendo como objetivo a divulgação de pesquisas e inovação tecnológica, oferece subsídios para o aumento da competitividade das empresas e o avanço do setor no cenário mundial. Para isso estamos em constante evolução, buscando não só antecipar aos leitores soluções para as principais demandas do mercado, mas apresentá-las da forma mais eficiente. Tudo isso, além da sua circulação personalizada, a torna também um canal diferenciado para a divulgação das marcas, produtos e serviços dos seus anunciantes." Paulo Griebeler presidente executivo do IBTeC "Entre as coisas, em relação às quais pouco ou nada se pode fazer, certamente o transcurso do tempo é uma das mais importantes. Quando se pensa no tempo, por vezes, apossa-se de nós certa nostalgia e um lamento pelo passado simplesmente ter passado e o futuro ser inexoravelmente imprevisível. Esse é o tempo, contra o qual é inútil e temerário lutar. No entanto, há outra forma de ver e conceber o tempo em

que o otimismo é o aspecto prevalente. Isso ocorre quando se pode olhar o que passou e sentir orgulho do que foi feito, tornando o presente mais estimulante e fazendo do incerto futuro um espaço reservado aos desafios e a satisfação das expectativas. Esse, pois, parece ser o caso da Revista Tecnicouro ao completar 35 anos. Em tempos em que o "eu" ocupa o espaço de centralidade, cabe a mim pedir a devida compreensão dos prezados leitores para falar da Tecnicouro a partir de uma perspectiva individual. Digo isso, pois a cada mês que envio o artigo para fins de publicação, reitero meus agradecimentos pelo privilégio de poder escrever e publicar algo voltado para tão seleto grupo de leitores. É certo que, por vezes, o ponto de vista sustentado não vai ao encontro do que pensam muitos dos que nos honram com a leitura, sem que isso, contudo, os impeça de continuar a ler. Ao assim agir, meus caros leitores, podem ter certeza que estamos caminhando firmemente na construção de um espaço de convivência em que divergências de opiniões não sejam motivos de hostilidades, como já apregoava o inesquecível Mahatma Gandhi. Até porque, caros amigos, há tantos filósofos que discutem "o que é a verdade" sem que consigam lograr consenso... Assim ousamos prosseguir, fazendo da palavra escrita um instrumento de troca de experiências vividas e de reafirmação da inquebrantável crença que os dias que estão por vir possam ser dias em que o compromisso com o humanismo seja o elo social mais sólido em busca de um desenvolvimento que contemple todos aspectos da existência. Assim serão os próximos anos da Tecnicouro, após ter conquistado tanto respeito e reconhecimento no cenário nacional. Parabéns, pois, a sua incansável equipe, que faz desta revista um orgulho a todos. Parabéns ao IBTeC por ter na Tecnicouro seu principal meio de divulgação de todas suas inestimáveis ações, tanto para o setor coureiro-calçadista, quanto para toda sociedade brasileira." Dr. Marciano Buffon colunista da Tecnicouro

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disseminar o conhecimento, propiciando maior fortalecimento e organização do setor. Também é um canal de comunicação do laboratório de materiais do IBTeC, informando sobre os serviços oferecidos e contribuindo com a publicação de artigos técnicos produzidos por colaboradores da unidade. Desejo a todos os profissionais da Tecnicouro ainda mais sucesso e que continuem lançando novos desafios através das suas reportagens." Ademir de Varga coordenador técnico da Unidade de Materiais do IBTeC "Na comemoração dos seus 35 anos, a Tecnicouro vem comprovar sua importância e eficiência na divulgação das atividades do setor coureiro-calçadista. Porém, mais do que um meio de divulgação, é aliada do Laboratório de Biomecânica, tendo a preocupação de publicar artigos de conteúdo técnico e científico, contribuindo desta forma com a disseminação do conhecimento de forma fidedigna e especializada aos diferentes segmentos do setor. Com isso contribui para que a inovação tecnológica nasça e se sustente também na esfera das empresas calçadistas." Dr. Aluisio Avila coordenador do laboratório de Biomecânica do IBTeC

"A Tecnicouro se consolidou na cadeia coureiro-calçadista por abordar de forma ampla assuntos relacionados à inovação industrial, tanto de materiais, processos produtivos e ambientais, quanto pesquisas acadêmicas, de forma a

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Depoimentos Instituições "Vivemos atualmente um momento em que a sociedade tem acesso ao conhecimento cada vez mais rápido e em maior quantidade. Nesse contexto, saber encontrar a informação mais precisa tem se tornado um tormento. Pensando no acesso a conteúdo preciso e de qualidade é que publicações dirigidas como a Revista Tecnicouro se tornaram ao longo dos anos mais do que veículos setoriais. Desde muito tempo a Tecnicouro tornou-se um grande observatório tecnológico, permitindo o acesso a novos produtos, à ciência e à inovação setorial, em um momento importante quando a disputa comercial é globalizada e a competitividade das empresas é estratégica para o seu sucesso." Dr. Cleber Prodanov - secretário da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico/RS

"A mídia especializada tem papel fundamental não somente para a promoção do setor calçadista brasileiro, mas para auxiliar na divulgação dos pleitos setoriais. São veículos que transportam anseios e reivindicações para os representantes públicos, auxiliando assim na melhoria das condições de competitividade. Neste contexto, temos publicações importantes como é o caso da Tecnicouro, que há 35 anos traz em suas páginas as notícias, artigos técnicos e pesquisas que auxiliam o desenvolvimento da cadeia coureirocalçadista brasileira." Heitor Klein - presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados)

"A Abiacav, que congrega um setor formado por 1.785 fabricantes, do Norte ao Sul do País, atua em várias frentes para o desenvolvimento das empresas, que dependem de atualização constante para garantir a competitividade. É indiscutível o papel das publicações especializadas, especialmente da Tecnicouro: de extrema relevância, traz à luz do mercado uma coletânea de assuntos de alta qualidade, transmitindo conhecimentos e contribuindo para o enriquecimento e avanço produtivo, o que aumenta as chances de um melhor posicionamento no mercado." Vidal Veicer - Presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Artefatos de Couro e Artigos de Viagem (Abiacav)

"A Tecnicouro é a publicação que serve de base ao varejo no que diz respeito à obtenção de informações técnicas sobre calçados e artefatos, cada vez mais fundamentais no dia a dia das lojas. O conjunto de informações ofertado pela revista em suas edições permite a capacitação da equipe para a realização de um atendimento de qualidade aos consumidores. A Ablac reconhece o papel relevante da revista para lojistas de todos os portes e de todas as regiões brasileiras e deseja-lhe pleno sucesso nos próximos 35 anos." Antoniel Marrachine Lordelo - presidente da Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac)

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"A ABNT tem como missão contribuir com o desenvolvimento tecnológico do País. E garantir que tenhamos um setor e seus profissionais técnicos bem informados é parte essencial desse processo. Por isso, acredita que publicações como a Tecnicouro são parceiras fundamentais da entidade no caminho para o desenvolvimento. Em nome da agência, parabenizo a revista pelos seus 35 anos de existência e pela qualidade e credibilidade sempre crescentes ao longo da sua história." Pedro Buzatto Costa - presidente da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)

"É inegável a importância que o segmento coureirocalçadista sempre teve em nossa região. E a Tecnicouro, ao longo do tempo, conseguiu manter sua relevância neste cenário, contribuindo com o crescimento deste setor a partir de matérias técnicas elaboradas por profissionais competentes, além de textos de interesse geral. Por isto, nada mais justo do que chegar aos 35 anos de circulação recebendo o reconhecimento de toda a comunidade. A ACI parabeniza toda a equipe da revista, reforçando a convicção de que uma sociedade bem informada é sinônimo de condições mais justas de desenvolvimento." Marcelo Clark Alves - presidente da ACI-NH/CB/EV

"Nós, fabricantes brasileiros de máquinas para couro e calçados, nos orgulhamos de sermos fornecedores de tecnologia para o desenvolvimento destes setores no Brasil e demais países da América Latina. O espaço para debate e divulgação do que produzimos tem sido fundamental para que possamos disponibilizar aos nossos clientes as suas demandas tecnológicas. A Revista Tecnicouro, pela sua seriedade e credibilidade, é instrumento de extraordinária relevância para que alcancemos este objetivo." Marlos Schmidt - presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas para Couro e Calçados (Abrameq)

"O setor coureiro gaúcho se mantém ao longo das últimas décadas como fornecedor destacado dos mais exigentes clientes mundiais, combinando qualidade, inovação e sustentabilidade no atendimento a segmentos de móveis, calçados, vestuário, automóveis e artefatos. A difusão de novos conceitos, através de mídias qualificadas como a Revista Tecnicouro, tem sido um fato importante para que o conhecimento esteja sempre presente como base para a excelência do que produzimos." Moacir Berger - presidente executivo da Associação das Indústrias de Curtumes do Rio Grande do Sul (Aicsul) Novembro/Dezembro 2014

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"O setor coureirocalçadista se beneficia da cobertura detalhada e completa dos veículos de comunicação segmentada. É neles que dirigimos nossa atenção e ficamos mais informados com detalhes de todo o setor. A imprensa tem um papel essencial em nosso cotidiano, trazendo aos nossos olhos os fatos relevantes. 35 anos no mercado é a maior prova de eficiência e legitimidade do que publicam. Que continuem com o olhar atento e foco nas notícias do setor." William Marcelo Nicolau - presidente da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal)

"O conhecimento, a pesquisa e a informação de qualidade são alguns dos elementos mais importantes para o trabalho e os resultados no setor de couros. Em todo o mundo, o reconhecimento das maiores e mais qualificadas empresas advém de projetos multifatoriais que têm na diferenciação de produtos e serviços a sua origem para o sucesso. Neste âmbito, o CICB, seus associados e todas as empresas de curtumes do País têm o privilégio de poder contar com a Tecnicouro, há 35 anos trazendo conhecimento técnico e específico para que o setor desenvolva aqui os couros que são admirados e respeitados nos mais exigentes mercados mundiais." José Fernando Bello - presidente executivo do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB)

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Quem gera o conteúdo da revista que você lê Edição, reportagens e fotografia Luís Vieira | jornalista Diagramação e matérias Melissa Zambrano | jornalista e produtora gráfica Arte final Fábio Scherer | designer gráfico Artigos científicos Dr. Aluisio Avila | coordenador do Laboratório de Biomecânica Dra. Aline Faquin | pesquisadora M.S. Eduardo Wüst | pesquisador Dr. Milton Zaro | pesquisador Dr. Rudnei Palhano | pesquisador Dr. Valdir Soldi | vice-presidente executivo e coordenador do Laboratório de Substâncias Restritivas Artigos técnicos Ademir de Varga | técnico responsável pelo Laboratório de Caracterização de Materiais Janiela Klein Gamarra | técnica química Manuela Almada | técnica química Marcelo Lauxen | técnico químico Mônica Mombach | técnica química Morgana Vatte | técnica química Rafael Gallas | técnico químico Viviane Trespach | técnica química Dr. Markus Wilimzig | coordenador do Laboratório de Microbiologia Artigos de tecnologia e processos M.S. Eng. Oscar Fernando Geib Notícias do CB-11 Andrieli Soares | secretária Colunistas Gabriella Laino | moda Marciano Buffon | ciências jurídicas Rogério Carvalho | meio ambiente Circulação e marketing Marcela Chaves | secretária da presidência Comercial Karin Becker | gerente Romeu Mello | agente comercial Simoni Jaroszeski | assistente

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Depoimentos Feiras "A informação correta, atualizada e especializada tornou-se uma poderosa ferramenta a favor do desenvolvimento setorial. Ao longo destes 35 anos, a Revista Tecnicouro soube se renovar sempre que necessário, e por isto mesmo conquistou um lugar cativo junto às empresas e entidades envolvidas, principalmente, com o setor do couro e calçado. A Fenac parabeniza toda a equipe responsável pela elaboração da Tecnicouro, desejando que esta publicação possa continuar desempenhando seu papel de informar com qualidade e responsabilidade." Elivir Desiam diretor presidente da Fenac "O desenvolvimento de um setor econômico se dá pela relação comercial saudável entre toda a cadeia produtiva: fornecedores de matéria-prima, fabricantes e varejo. Parte deste relacionamento depende do trânsito de informação entre as partes e, neste sentido, o papel das publicações especializadas é fundamental. Há 35 anos, a Revista Tecnicouro, do IBTeC, cumpre este papel com louvor ao oferecer reportagens de alta qualidade técnica, que auxiliam a indústria brasileira a se manter na vanguarda mundial." Abdala Jamil Abdala presidente da Francal Feiras "Mais do que um veiculo especializado, a Tecnicouro tem um papel importante no setor coureirocalçadista, por levar ao mercado as novidades e iniciativas do IBTeC. Juntos, a revista e o instituto tem mais de quatro décadas de ótimos serviços prestados às indústrias que compõem nosso complexo setorial, promovendo e divulgando o conhecimento e as tecnologias tão

indispensáveis para reafirmar o Brasil como importante player global na nossa área." Francisco Santos presidente do Grupo Couromoda "A Tecnicouro se transformou no porta-voz da tecnologia e da inovação do setor. Além das informações que mostram o perfil das ações setoriais, tem o papel fundamental de dar espaço para os pensadores que podem expor seus conceitos e ideias através dos artigos técnicos, que são ponto de partida para muitas melhorias tanto no produto acabado quanto nos segmentos de matéria-prima e equipamentos. Destacamos também o aprofundamento de questões técnicas envolvendo a anatomia do pé. Destaco ainda a cobertura das ações sustentáveis de várias empresas e organismos. A leitura destes artigos deve servir de horizonte para os próximos anos nas mais variadas atividades da indústria, do comércio e das empresas prestadoras de serviços para os segmentos do couro e do calçado. A valia da revista também é notada pelos parceiros comerciais que a cada edição renovam a disposição de estar no veículo que possui um alto conceito editorial e é lido pelos profissionais mais respeitados do setor. Em nossas feiras, temos a presença constante da revista e do próprio IBTeC, que foi uma das primeiras entidades setoriais a apoiar os nossos eventos. Tenho convicção do referencial que a revista exerce no desenvolvimento e crescimento setorial e que a estes 35 muitos outros anos irão se somar. Parabéns à revista e a todos os colaboradores envolvidos na construção de cada edição." Frederico Pletsch diretor da Merkator Feiras e Eventos

Elivir Desiam

Abdala Jamil Abdala

Francisco Santos

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Linha do tempo 1970-1979

1980-1989

Na década de 1970, o capitalismo vive mais uma de suas crises, mas os polos calçadistas brasileiros passaram a adotar o mesmo modelo de associativismo ao se aliarem às entidades de classe que começaram a ser instituídas. Esse fato foi um grande passo para toda a cadeia que, através das entidades representativas, passou a atuar de forma sinérgica à frente do mercado competitivo. Iniciam-se as exportações de calçados, principalmente pelas indústrias instaladas no RS. Essa nova realidade exigiu investimentos em modernização tecnológica, causando também o crescimento da indústria de máquinas. O setor de couros e componentes cresceu abastecendo a indústria nacional e se destacou pelo potencial exportador. O fortalecimento do design no calçado brasileiro foi reflexo das exportações

O Brasil se consolida como exportador de calçados, e a qualificação da mão de obra é uma necessidade para suprir as exigências do mercado. Foi nesta década que o Regime Militar teve fim. Na década foram implantados diversos planos de combate à hiperinflação (Plano Cruzado I e II, Plano Bresser, Plano Verão), mas todos fracassaram, e ao fim do governo Sarney - o primeiro presidente civil após o Regime Militar -, o país estava mergulhado na recessão. Na política externa, o Brasil reaproximou-se de países comunistas (como China e a antiga União Soviética), reatou relações com Cuba e estreitou laços com Argentina e Uruguai, com a assinatura do protocolo do Mercosul

1972 Fundação do Instituto Brasileiro do Couro, Calçado e Afins (IBCCA); Cláudio Strassburguer foi um dos idealizadores e o primeiro presidente (1972-74) 1975 Ernani Reuter assume a presidência do instituto (1975-76) 1976 IBCCA passa a se chamar Centro Tecnológico do Couro, Calçados e Afins 1977 Odyr Fonseca assume a presidência do CTCCA (1977-78) 1979 Roberto Silier assume a presidência do CTCCA (1979-80); Tendo como inspiração a revista Technicuir, do Centro Tecnológico do Couro de Lion/ França, a Revista Tecnicouro é criada pelo CTCCA para difundir informações técnicas para as empresas e profissionais do setor

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1981 Helio Augustin assume a presidência do CTCCA (198182) 1983 Helio Augustin assume o segundo mandato na presidência do CTCCA (1983-84) 1985 Tancredo Neves foi eleito presidente pelo voto popular, mas morre antes de assumir e o cargo é ocupado pelo vice, José Sarney; Celso Kraemer assume a presidência do CTCCA (1985-86); A produção nacional de calçados cresce 5% e as exportações superam US$ 1 bilhão; Cai imposto para importação de máquinas para couros 1987 Celso Osmar Brochier assume a presidência do CTCCA (1987-88) 1989 José Nilton Forte assume a presidência do CTCCA (198990); Foi estabelecida a paridade entre moeda nacional e dólar; Foi lançado o Plano Verão com congelamento dos preços; Cai o Muro de Berlim, que dividia a Alemanha

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2000-2009

Foi um período de grande incerteza na economia brasileira e sucessivos planos econômicos afetaram a indústria. O Plano Brasil Novo confisca a poupança e os investimentos. Muitas empresas sucumbiram, resultando em recessão setorial. As empresas precisaram se reestruturar, visando a manter a competitividade e a própria sobrevivência. Teve início o deslocamento de plantas fabris para o Nordeste do Brasil, com forte política de incentivos fiscais para atraí-las. O calçado brasileiro chegou ao apogeu de produção de pares e de volume financeiro com as exportações. Começou-se a trabalhar produtos com maior valor agregado. O crescimento da produção dos países asiáticos, notadamente da China, é acentuado. A Europa deixa de ser o principal destino do couro brasileiro

A estabilidade econômica provocou o aquecimento do mercado interno, com reflexos positivos na produção de calçados. Porém, o câmbio livre instaurado no final da década de 90 e a valorização do real frente ao dólar na segunda metade dos anos 2000 interferiu negativamente nas exportações do setor. Com as consequentes crises de variações cambiais, e a entrada cada vez maior dos chineses na produção de calçados para o mercado mundial, o Brasil teve que se reposicionar e com isso buscar novos mercados e de maneira diferente, com marcas próprias. Mas para isso necessitou agregar valor ao calçado, empregando melhores materiais e técnicas

1991 Fernando Collor de Mello preside o Brasil; José Nilton Forte é novamente presidente do CTCCA (1991-92); A inflação bate na casa dos 1.200% ao ano; Brasil perde espaço para a China no mercado internacional; A União Soviética é dissolvida 1993 Aurélio Macedo assume a presidência do CTCCA (1993-94); As exportações de calçados atingem recorde histórico, chegando a US$ 1,84 bilhão 1995 Fernando Henrique Cardoso é o novo presidente do Brasil, cujo governo se destacou pela política de estabilidade e da continuidade de reformas para a finalização do Plano Real; Celso Brochier assume pela segunda vez a presidência do CTCCA (1995-96) 1996 A ovelha Dolly foi o primeiro mamífero a ser clonado com sucesso a partir de uma célula adulta 1997 Martinho Fleck assume a presidência do CTCCA dando início a uma gestão de cinco mandatos consecutivos (1997-98/ 1999-00/2001-02/ 2003-04/2005-06)

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1990-1999

2000 O código genético humano é decifrado abrindo novas fronteiras na ciência. O feito foi considerado uma das maiores conquistas da ciência - comparada por cientistas à descoberta da roda, do antibiótico e à chegada do homem à Lua 2001 Martinho Fleck, reeleito presidente do CTCCA, assume a superintendência do CB-11 da ABNT; Foi criado o termo Bric, sigla que se refere a Brasil, Rússia, Índia, China, que se destacam no cenário mundial como países em desenvolvimento. Mais tarde, a África do Sul passa a integrar o bloco. Os EUA sofrem o pior ataque terrorista de toda a sua história e respondem com o lançamento da Guerra ao Terror 2002 Foi criado o Centro Brasileiro da Engenharia do Calçado (Cebec) e também o Selo Conforto; O euro tornou-se uma realidade física na Europa, na maior modificação monetária da história

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2003 Luiz Inácio Lula da Silva assume a presidência do Brasil; Na área econômica, sua gestão é caracterizada pela estabilidade econômica e por uma balança comercial superavitária. O endividamento interno cresceu, e a dívida externa teve queda; A direção geral do CTCCA congrega todas as entidades do sistema coureiro-calçadista, através de suas vicepresidências; Martinho Fleck inicia seu 4° mandato 2004 Euro valorizado torna Brasil uma alternativa em couros, componentes e máquinas 2005 Com Martinho Fleck em seu 5° mandato, o CTCCA passa a ser Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) 2006 IBTeC recebe o Prêmio Finep de Inovação Tecnológica, na categoria Instituição de C&T; Lula dá início ao seu segundo mandato como presidente do País 2007 Rui Guerreiro assume como presidente do IBTeC (2007-08); O instituto conquista pela primeira vez a certificação ISO e a Tecnicouro, desde então, passa a ser a primeira e única publicação do setor a ter tal certificação; O IBTeC adquire sistema de Cinemetria; Lançada a Cartilha do Calçado; Criada a Tecnicouro Internacional, em versão em espanhol, com a circulação de duas edições em feiras no exterior; IBTeC recebe Troféu Expressão de Excelência Tecnológica na categoria Instituição de Ciência e Tecnologia e inaugura o Laboratório de Microbiologia 2008 Inauguração Laboratório de Substâncias Restritivas; Barack Hussein Obama Jr. é o primeiro negro a conquistar a presidência dos EUA 2009 Rui Guerreiro assume o segundo mandato como presidente do IBTeC (2009-10); Aprovado antidumping contra calçados chineses; Instituto inaugura o Memorial Nestor de Paula

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2010-2014 O Brasil elege pela primeira vez uma mulher para presidente. A inflação preocupa. As expectativas oficiais de crescimento foram abaixo do previsto. Mesmo assim, o Brasil conquistou a sexta posição na economia mundial, com a inclusão de 40 milhões de pessoas no mercado de consumo. Com o mundo em crise, a âncora é o mercado interno, mas o setor é atingido por consecutivas quedas nas exportações e aumento das importações, principalmente de calçados da Ásia 2010 O editor da Tecnicouro, Luís Vieira, conquista o Prêmio Primus Inter Pares Braskem/Assintecal-Categoria Imprensa; Instituto conquista o Prêmio Top Ser Humano promovido pela ABRH/RS 2011 Dilma Rousseff foi eleita para a presidência da República; Pesquisa de campo confirma a Tecnicouro como veículo com o maior índice de credibilidade do setor; O editor da Tecnicouro, Luís Vieira, recebe o Prêmio Primus Inter Pares Braskem/Assintecal-Categoria Imprensa; Rui Guerreiro é empossado para 3° mandato 2012 O IBTeC reformula o seu estatuto. Para profissionalizar a gestão, o Conselho Deliberativo, presidido por Claudio Chies, busca no mercado um presidente executivo para liderar o instituto; ABNT publica as primeiras normas de conforto para componentes de calçados; O editor da Tecnicouro, Luís Vieira, recebe o Prêmio Primus Inter Pares Braskem/Assintecal-Categoria Imprensa 2013 Paulo Griebeler assume a presidência executiva do instituto (201314); O editor da Tecnicouro, Luís Vieira, recebe o Prêmio Primus Inter Pares Braskem/ AssintecalCategoria Imprensa 2014 O IBTeC conquista medalha no Prêmio Qualidade RS do PGQP e inaugura equipamentos para testes em EPI luvas; A ABNT publica normas de substâncias restritivas

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Premiações

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Prova da alta relevância do conteúdo publicado na Tecnicouro é o reconhecimento que o mercado expressa, e que tem se materializado nos últimos anos através de premiações nacionais e internacionais. O editor da revista, jornalista Luís Vieira, nos últimos cinco anos se tornou o profissional de imprensa mais premiado pelo Prêmio Primus Inter Pares Assintecal/Brasken, tendo sido agraciado durante quatro anos consecutivos (2010, 2011, 2012 e 2013). Além desses, conquistou em 2012 a terceira colocação do Prêmio ISWA de Jornalismo, organizado pela International Solid Waste Association, de Viena/Áustria e foi finalista na categoria Mídia Nacional, do Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade no ano em que o concurso teve recorde de inscrições, com 1.023 trabalhos concorrentes. Luís Vieira foi diplomado em jornalismo em 1998 e iniciou sua carreira no setor coureiro-calçadista em 1999. Há 11 anos criou uma empresa de comunicação com a também jornalista Melissa Zambrano, passando a prestar serviços de assessoria a empresas do setor. Em 2005, foi contratado pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) para atuar como repórter da Tecnicouro e já no ano seguinte assumiu como editor da publicação. Melissa é repórter e diagramadora da revista desde 2008. A dupla já conquistou cinco vezes o prêmio concedido pela Assintecal/Brasken. A primeira vez foi em 2003, com uma matéria realizada por Melissa.

2010

Prêmio 2010 A matéria vencedora intitulada Componentes terão certificação de conforto divulgou o trabalho do CB-11 na elaboração de normas técnicas para comprovar as propriedades de conforto oferecidas pelos diversos materiais utilizados na construção dos calçados. Entre outros objetivos, as normas hoje facilitam a seleção dos materiais com características específicas, além de atestar a ausência de substâncias restritivas.

2011

Prêmio 2011 Luís Vieira recebeu a premiação pela veiculação da matéria Tecnologia incorporada alimenta a magia do futebol, que conta como o avanço tecnológico no setor de calçados esportivos e de seus materiais componentes contribui para melhorar o desempenho dos jogadores.

Prêmio 2012 2012

A conscientização ambiental através do reaproveitamento foi o tema reportagem vencedora, que demonstrou, através de exemplos bemsucedidos, que é possível diminuir a carga de lixo no planeta. Esta matéria também conquistou a terceira colocação do Prêmio ISWA de Jornalismo, em Viena/Áustria e foi finalista na categoria Mídia Nacional, do Prêmio Jornalistas&Cia/HSBC de Imprensa e Sustentabilidade.

Prêmio 2013 Vieira foi vencedor com a reportagem Aonde apertam os sapatos? A matéria trata da questão da padronização da numeração dos calçados, bem como da necessidade do oferecimento de diferentes perfis para cada número da grade.

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Zero Grau antecipa tendências para o outono-inverno 2015 As tendências em calçados e acessórios para o outono-inverno de 2015 são antecipadas para o mercado brasileiro primeiramente na Zero Grau, que ocorre de 17 a19 de novembro, das 9h às 19h, na cidade de Gramado/RS. Promovida pela Merkator Feiras e Eventos, a feira espera receber 10 mil visitantes profissionais. "Esse é um evento que vem tendo um crescimento consistente e esperamos que isso se repita nessa edição. A Zero Grau se firmou no cenário da moda e dos negócios que envolvem calçados e acessórios. É o momento de as coleções da indústria serem apresentadas, e dos compradores renovarem seus estoques" explica o diretor da Merkator Feiras e Eventos, Frederico Pletsch. Fruto de uma bem-sucedida parceria da promotora com os sindicatos das indústrias de calçados do Vale do Paranhana e do Vale dos Sinos, a mostra tem crescido também no número de visitantes do exterior. "As nossas coleções de inverno, da indústria brasileira, tem tido excelente aceitação em toda a América. A Zero Grau vem recebendo muitos visitantes de outros países, especialmente dos nossos vizinhos", explica Pletsch. Nos três dias, 60 importadores vindos de todos os continentes visitarão a feira, que busca um alcance cada vez mais internacional, contribuindo para a abertura de novos mercados e o estreitamento das relações até mesmo com países onde o produto brasileiro ainda tem pouca entrada. Pletsch destaca a necessidade do setor melhorar sua performance internacional. Isso porque, mesmo

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Climatização do Serra Park Feira confirma a data dos primeiros negócios da indústria para temporada fria

tendo aumentado o volume de pares exportados nos primeiros oito meses desse ano, na comparação com o mesmo período do ano passado o valor das exportações em dólares caiu. "Estamos mandando mais modelos, porém recebendo menos. As vendas de produtos de inverno, que têm um preço médio mais alto, podem ajudar nessa balança", explica. De acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), os principais compradores do calçado brasileiro estão no continente americano. Os Estados Unidos ocupam a primeira posição como destino das exportações. Países como Argentina, Paraguai, Colômbia, Bolívia e Chile estão entre os principais compradores. "O evento tem tido uma internacionalização constante, e cada vez mais os compradores externos estão sendo mais importantes", ressalta.

A Zero Grau 2014 será a primeira feira a contar com os pavilhões do Serra Park totalmente climatizados, marcando uma nova fase de um dos mais qualificados centros de eventos do RS. Pelo menos esta é a garantia que a Merkator Feiras e Eventos recebeu da direção do Centro de Eventos do Serra Park. Com as melhorias no pavilhão, a feira passa a contar com um espaço ainda mais qualificado, garantindo conforto para visitantes e expositores. "Para nós é muito importante contarmos com um espaço climatizado. Novembro já é um mês de temperaturas mais elevadas, mesmo na Serra Gaúcha, e com isso poderemos oferecer uma feira ainda mais qualificada", afirma o diretor da Merkator Feiras e Eventos, que promove a Zero Grau, Frederico Pletsch. O espaço que está sendo climatizado conta com uma área de mais de 22 mil metros quadrados. Serão 28 condicionadores dotados de válvulas e controles de temperatura. Com isso, o maior centro de eventos de Gramado se torna também um dos maiores pavilhões climatizados do Rio Grande do Sul.

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Novos mercados impulsionam negócios na 14ª Seincc 2014 De acordo com o Sindicato das Indústrias de Calçados de São João Batista (Sincasjb) e o Instituto da Moda Catarinense (IMC), entidades que realizaram de 23 a 25 de setembro a 14ª edição da Semana da Indústria Calçadista Catarinense (Seincc), os resultados foram satisfatórios. O diretor executivo do Sincasjb, Rosenildo Amorim, ressalta que tanto os expositores quanto os visitantes estavam focados. "Mais de 2 mil pessoas passaram pelos corredores do pavilhão de exposições, com o objetivo de conhecer as novidades das 70 marcas expositoras de máquinas, materiais e componentes", assegura. Neste ano, novamente foram disponibilizados recursos para compra de passagem e hospedagem para compradores de outras regiões, o que contribuiu para a presença de profissionais de estados como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. "Essa é uma forma de ampliar os negócios, pois nosso polo é constituído de mais de 40 empresas que desenvolvem produtos para calçados. Com

essa feira, eles podem fortalecer relacionamentos já existentes e fazer novos contatos", pontuou. A fabricante da Ferrucci Calçados, Janaina Borim, de Jaú/SP, confirma esta realidade. "Aqui é um polo significativo. Participo pela primeira vez do evento, mas já sou cliente das empresas da cidade. Aqui temos um belo concorrente", analisou. Para o expositor Marcelo Cezario, da Comelz do Brasil, que fornece máquinas, vale a pena mostrar o produto no polo de São João Batista, pois sempre se faz bons contatos. "Nunca deixamos de prestigiar", comentou.

Fórum de Inspirações abriu o evento Com o tema Fronteiras, o Fórum de Inspirações (ciclo que tem início com a pesquisa de inspirações e referências de moda, e que está sob a coordenação do estilista Walter Rodrigues) apresentou na noite de abertura da feira as referências que deverão pau-

Mais de 2 mil visitantes passaram pelo pavilhão da feira em São João Batista/SC

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tar o desenvolvimento de componentes para calçados, acessórios e confecção. O consultor da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Marnei Carminatti, apresentou as tendências para o verão 2016. De acordo com ele, a pesquisa estabelece novos rumos para a produção de moda e traduz em seus conceitos a procura por novas sensações, levando em conta a sintonia que nos conecta globalmente como consumidores. Carminatti informou que a leveza permanece e a procura por novas sensações ultrapassa limites e rompe fronteiras. O mundo, mais fluido e ágil, estabelece novos desafios. A sintonia que rege o comportamento do consumidor no globo a cada dia fica mais semelhante: é moda aqui, é moda em todo lugar. Assim, o consumidor aposta na emoção para superar limites, sentindo-se pronto para escalar montanhas buscando grandes alturas como os pássaros, mergulhando em águas profundas, rodando o mundo em busca de paisagens inéditas. Novos aspectos artesanais refletem a importância do mix de culturas e da redescoberta de manufaturas seculares - viver o que não foi vivido, superar o tempo e descortinar os segredos escondidos em culturas longínquas. Nada mais apropriado, quando norte, sul, leste e oeste ficam a todo momento mais próximos. As grandes cidades acolhem a todos sob seu céu, em sua imensidão caótica e ao mesmo tempo organizada, que acalenta novos sonhos e sucessos. Vale a pena penetrar em suas entranhas e descobrir a energia e alegria nos sorrisos da multidão.

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Fisp celebra a maior edição de todos os tempos A 20ª Feira Internacional de Segurança e Proteção (Fisp), maior evento da América Latina voltado à prevenção de acidentes e saúde do trabalhador, aconteceu de 8 a 10 de outubro em São Paulo/SP. Promovido pelo Grupo Cipa Fiera Milano em parceria com a Associação Brasileira dos Distribuidores e Importadores de Equipamentos e Produtos de Segurança e Proteção ao Trabalho (Abraseg), a Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho (Animaseg) e o Sindicato da Indústria de Material de Segurança (Sindiseg), o evento celebrou a maior edição da sua história, com mais de 650 expositores e 50 mil visitantes profissionais. O diretor geral do Grupo Cipa Fiera Milano, Marco Antonio Mastrandonakis, destacou que "a cada ano, a Fisp cresce em tamanho e qualidade de expositores e público visitante, e ganha mais importância de mercado devido à grande sinergia que promove entre todos os segmentos da cadeia produtiva através da troca de informações nos seminários, cursos e palestras que são realizados paralelamente aos negócios". O presidente da Abraseg, Jacques Lesser Levy, comentou que "para os distribuidores e importadores de equipamentos de segurança e proteção ao trabalho, este evento representa uma ocasião única de negócios, mas também uma oportunidade de todos os profissionais se atualizarem sobre novas tecnologias para proteção e prevenção de acidentes".

O presidente da Animaseg, Jorge Smilgys, declarou que o Brasil já dispõe de tecnologia de alto nível para o setor de segurança e proteção, mas precisa avançar em relação à redução dos acidentes de trabalho. Segundo ele, em 2013 foram registrados mais de 700 mil acidentes. "É um número alto para os padrões internacionais, mas que revela uma tendência de queda, à medida que as empresas vão se conscientizando de que prevenção não é custo e sim investimento", comentou. Já o diretor executivo da Animaseg, Raul Casanova Jr., destacou o aumento da participação internacional. "O mundo está de olho no mercado brasileiro. Nesta edição vieram expositores de diversos países como Estados Unidos, Alemanha, França e Espanha, entre outros", apontou.

Ampliação O diretor comercial do Grupo Cipa Fiera Milano, Rimantas Sipas, anunciou que em breve, quando for inaugurada a nova ala do Centro de Exposições Imigrantes, prevista para 2016, a feira se tornará a maior do setor. Além de aumentar a área total, de 213 para 331 mil m2, o projeto prevê um hotel próximo às instalações do empreendimento. "Com a inauguração do novo pavilhão Expo São Paulo, teremos 80 mil m2 para ampliar a feira, atraindo ainda mais visitantes e expositores", concluiu.

A próxima feira acontecerá em 2016, de 5 a 7 de outubro

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Fábrica Modelo Produtos de Segurança foi destaque O Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) e a Revista Tecnicouro estrearam como expositores na Fisp, levando pela primeira vez o Projeto Fábrica Modelo Produtos de Segurança. No espaço foram instaladas duas linhas de montagem de EPI luvas em parceria com as empresas Ortner e Yeling. Para realizar a fábrica de luvas de proteção, o IBTeC contou com a participação de 25 empresas - dentre elas fornecedores de componentes e insumos para a produção de EPIs. O diretor da Luvas Yeling, João Paulo Yeh, considera que "quando a ideia do projeto foi apresentada pelo instituto, identificamos ali uma excelente oportunidade para mostrar a fabricação de luvas para um público seleto e curioso, e por fim reforçar que a Yeling é uma empresa fabricante de luvas parceira do IBTeC, um renomado laboratório de testes que tem sido importante para o setor". A diretora da Ortner, Nara Cunha, destaca que, visando estrategicamente ao fortalecimento da marca e o crescimento da empresa, a participação foi de extrema importância. "Toda a equipe está orgulhosa e muito satisfeita em ter participado da primeira edição do projeto, que foi inovador para o nosso segmento. Realizamos excelentes contatos, ampliando oportunidades de negócios em regiões do Brasil que vínhamos atuando pouco, fortalecendo contatos com as regiões já atuantes, assim como tivemos a oportunidade de retomada nas exportações". O porta-voz da feira, engenheiro Raul Casanova Jr., salienta que "o projeto do IBTeC contribuiu para valorizar a feira como um todo, trazendo uma grande novidade, que é a

Nos três dias da feira foram produzidos 1.250 pares de luvas tricotadas e de couro

apresentação de duas linhas de montagem trabalhando em tempo real na confecção de dois modelos de luvas, tendo o respaldo de um instituto que testa a qualidade dos materiais e produtos acabados do setor. Garanto que valeu o esforço para a concretização desta ideia". O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, ressalta que o setor de EPIs é estratégico para o instituto, e a participação da Fisp 2014 marcou a retomada de projetos em grandes feiras internacionais. De acordo com o executivo, a participação foi muito positiva. "Visitamos clientes tradicionais, estabelecemos contatos com parceiros potenciais, recebemos empresários e profissionais interessados nos nossos serviços e já iniciamos novas parcerias a partir dessas ações", complementou que o IBTeC e a Revista Tecnicouro ganharam visibilidade nesse mercado que vem crescendo a cada ano e precisa atestar e divulgar as propriedades dos seus produtos em conformidade com as normas técnicas. "Contamos com

tecnologia e capital humano de alta qualidade e confiabilidade para atender as necessidades do mercado. Investimos cada vez mais em equipamentos, aquisição e tradução de normas, mas acima de tudo, na valorização dos profissionais, e o resultado é a qualidade, a confiabilidade e a rapidez nas respostas e o atendimento diferenciado na solução dos problemas", finalizou.

Abrameq levou fabricantes de máquinas A Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq) participou da feira em parceria com o IBTeC com um estande de 120 metros quadrados. No local, 12 fabricantes de máquinas para calçados de segurança e luvas mostram seus produtos e a entidade apresentou o software Fábrica Virtual, que permite a interação com todo o processo de produção de calçados, detalhando cada estágio. Novembro/Dezembro 2014

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Equipe do IBTeC e parceiros no Projeto IBTeC e Abrameq no espaço Fábrica Virtual

Teste de resistência elétrica em calçados

Teste de resistência ao corte por lâmina

Karin Becker e Valdir Soldi (IBTeC), Evandro Kuntz (Arteflex), Paulo Griebeler e Ademir de Varga (IBTeC) e Evandro Wolfart (Dublauto)

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Viviane Trespach (IBTeC) e Ivete Soares (Plínio Fleck) junto ao teste de resistência de impacto da biqueira

Paulo Griebeler (IBTeC), Leandro Silva (Bracol), Valdir Soldi (IBTeC), James Lorenço (BSB) e Karin Becker (IBTeC)

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Jorge Azeredo, José Rodrigues, Débora Fusinato e Marcos Lunardi (Calbrás) e Paulo Griebeler (IBTeC) Altair dos Santos (Conforto), Valdir Soldi, Paulo Griebeler e Karin Becker (IBTeC) e Davi Santos (Conforto)

Valdir Soldi e Karin Becker (IBTeC), James Lorenço (BSB), Paulo Griebeler (IBTeC) e Aureo Breier (BSB) Paulo Griebeler e Eduardo Wüst (IBTeC), Cleudir Ribeiro (Marluvas), Karin Becker, Valdir Soldi e Ademir de Varga (IBTeC)

Valdir Soldi (IBTeC), Mayara Faustino (Viposa), Paulo Griebeler (IBTeC), Cristiano Pavelski (Viposa), Karin Becker e Ademir de Varga (IBTeC) No estande da Bracol, o pesquisador do IBTeC, M.S. Eduardo Wüst, demonstrou a tecnologia para o controle da pressão plantar em calçados. Durante a demonstração, o público teve a oportunidade de conferir como é realizado o teste, que é um dos seis ensaios que atestam o nível de conforto oferecido aos usuários, conforme normas técnicas publicadas pela ABNT Novembro/Dezembro 2014

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Proteção está na moda O mercado de equipamento de proteção individual (EPI) fatura anualmente cerca de R$ 5 bilhões, dos quais 37% são provenientes do setor calçadista - a maior representatividade - seguido de luvas de segurança (24%) e vestimentas (17%). Como não poderia ser diferente, o setor de calçados investe constantemente em novas tecnologias para oferecer o máximo de proteção ao trabalhador. São botas para combate a incêndio, calçados para uso em baixas temperaturas, botas para os segmentos de mineração, químico,

Alta performance A nova Linha Branca N36 em microfibra transpirável e repelente à água foi desenvolvida pela Viposa com base em diretrizes da nova norma de abatedouros NR 36 e em indicações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a construção de calçados do segmento hospitalar. O gerente de vendas Cassiano da Silva observa que os produtos são 100% focados no ambiente aonde estarão inseridos. "Levando em consideração estudos baseados em campo de risco, essa linha possui a certificação mais adequada para o segmento, e os produtos apresentam melhor desempenho", aponta. O design sem costuras evita a contaminação, a retenção de sujidade e também permite que os usuários realizem a higiene do equipamento mantendo os pés sempre secos. Cassiano salienta ainda que o conceito de poucas costuras coloca estes calçados em um marco histórico da linha branca. "Frigoríficos, cozinhas industriais, restaurantes e hospitais terão trabalhadores mais satisfeitos e com seus pés sempre secos durante as atividades", ressalta. A funcionalidade e conforto da forração bactericida foi mantida e a certificação ganhou laudos ergonômicos. E na Norma ABNT NBR ISO 20344, além do laudo máximo de aderência para resistência ao deslizamento dos solados SRC, caracterizando o solado como multifuncional e permitindo ao usuário aderência máxima independente do tipo de piso.

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alimentos e agronegócio, entre outros, com tecnologia específica, de forma a garantir a segurança ao usuário. As mais recentes novidades para este mercado foram apresentadas durante a 20ª edição da Feira Internacional de Segurança e Proteção (Fisp). Realizada de 08 a 10 de outubro em São Paulo/SP, a feira reuniu cerca de 650 expositores que apresentaram para mais de 50 mil visitantes o que existe de mais moderno na área de segurança e proteção ao trabalhador.

Contra temperaturas elevadas O principal diferencial dessa linha da Bompel é aliar o design do solado com a inovação em injeção direta bidensidade e bicomponente (PU na região da entressola + borracha resistente a temperaturas de 300 graus durante 1 minuto) com requisitos de leveza e conforto e maior durabilidade. O responsável técnico da empresa, José Luiz Hurmann Filho, considera como um novo conceito de área de proteção, que oferece solução em conforto, durabilidade e proteção. "O modelo traz solado em PU, macio na entressola, que proporciona absorção de impacto e conforto diferenciado aliado à flexibilidade e leveza, com menor área de exposição ao descolamento por ser produzido pelo processo de injeção direta ao cabedal. A sola é feita de borracha com formulação especial resistente a óleos e à abrasão", detalha.

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Desempenho superior Usada em todo o mundo como substituto ao couro, nos mais diversos produtos, a microfibra chega como alternativa também para o segmento de calçado de segurança. Tendo como diferenciais a leveza e a resistência mecânica, os EPIs produzidos nesta matéria-prima também se destacam pelo custo-benefício. Todas estas vantagens podem ser conferidas na linha M Micro, da Marluvas. Os produtos são elaborados com fibras curtas de alta tecnologia, constituídas de microfilamentos de poliaramida, poliéster e viscose, com fios termoligados e acabamento em PU. Por meio dos micrósporos em sua

superfície, a microfibra proporciona a transpiração e possibilita a absorção e dessorção do suor. Possui ainda uma superfície mais lisa, que impede o

Em escala nano Exclusividade da Arteflex, a Nanoflex traz propriedades terapêuticas isoladas em microcápsulas nos tecidos, que são liberadas gradativamente durante o uso dos EPIs calçados. Essas microcápsulas são compostas de elementos naturais como óleos essenciais de melaleuca e bétula doce, que atuam como cicatrizantes, analgésicos e anti-inflamatórios, além da manteiga de cacau, responsável pela hidratação. Com isso, o tecido no interior do EPI proporciona mais frescor, hidratação e menos odores. O desenvolvimento foi feito em parceria com a Dublauto e levou dois anos para ser concluído. O diretor da Arteflex, Evandro Kunst, salienta que a empresa combinou beleza e funcionalidade, proporcionando mais conforto e saúde para os usuários. "Com esta nova linha, o trabalhador não precisa trocar o calçado quando sai da empresa, pois ele tem um EPI muito mais bonito para proteger o seu pé tanto no ambiente de trabalho quanto fora dele", falou .

acúmulo de resíduos e facilita sua limpeza. Trata-se de um material de performance superior, impermeável e resistente a vários produtos químicos.

Segurança e estilo Para a Bracol, quando se fala em EPI, hoje se vive um novo tempo. A empresa apresenta para o mercado o primeiro calçado de segurança brasileiro 100% têxtil, que é leve, flexível, transpirável e com design inovador. "A linha Ultraleve é muito mais bonita e confortável, transitando bem tanto no ambiente de trabalho quanto em atividades de lazer", pontua Leandro Silva, do setor comercial da empresa. Com design moderno e arrojado, esta linha nasceu como uma aposta na diferenciação com a utilização de novos materiais, combinando a proteção e a segurança em um EPI cujo visual se aproxima de um calçado de moda. O modelo traz biqueira de alumínio que o torna ainda mais leve, garantindo as propriedades necessárias para a obtenção dos CAs.

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Coluna de moda

Cinco anos de parceria Cesare Paciotti

Leather Trends Voodoo Pop

Gabriella Laino Foto Shoe Group

Em 2009, quando iniciei minha colaboração com a Revista Tecnicouro, eu já trabalhava há cinco anos no setor, atuando junto ao Foto Shoe Group. Foi durante uma reunião informal que o jornalista Luís Vieira, editor da Tecnicouro, e os gestores do IBTeC fizeram o convite para que eu passasse a ser a colunista de tendências de moda. Considerando que minhas pesquisas passariam a ser publicadas em uma revista com circulação em todo o Brasil, um país muito importante no contexto mundial de calçado, aceitei com entusiasmo a proposta, pela oportunidade de trocar informações úteis com a indústria do sistema coureiro-calçadista e também com profissionais. Desde então relato notícias e tendências da Itália, que é reconhecida internacionalmente como o País da Moda. Esta parceria é uma grande oportunidade para mim, pois desta forma, pude atingir um maior número de empresas brasileiras e compartilhar com elas as últimas tendências de moda apresentadas nas mais importantes feiras internacionais. A maior satisfação é que esta escolha foi recompensada!!! Agora, toda vez que vou ao Brasil para visitar as feiras, tanto os empresários quanto os agentes exportadores de muitas empresas locais reconhecem e apreciam meus artigos publicados na Tecnicouro. Agradeço ao Luís e toda a equipe da Tecnicouro por esta oportunidade. Nesta edição que comemora os primeiros 35 anos da revista, desejo à equipe editorial todo o sucesso para as futuras publicações. Nas fotos selecionadas, um pouco do conteúdo já publicado neste espaço.

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Oriana D'Urso

Lineapelle

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O livro dos negócios Escrita por uma equipe de especialistas que reúne acadêmicos e autores de livros de negócios, a obra que faz parte da coleção As Grandes Ideias de Todos os Tempos combina leveza e didatismo numa abordagem transversal da infinidade de temas relacionados aos negócios: da conversão de uma ideia em atividade rentável às habilidades de liderança e aos recursos humanos; da gestão financeira às estratégias empresariais; do marketing à produção e à pós-produção. A criteriosa seleção de assuntos vem embalada num projeto editorial dinâmico, que convida à leitura. Gráficos ilustram conceitos-chave como mapeamento de mercado, mix de marketing e big data, enquanto esquemas lógicos destrincham as lições ocultas sob máximas consagradas ("o marketing é importante demais para

ser deixado nas mãos do departamento de marketing", por exemplo). Obra de consulta útil, o livro é um suporte teórico tanto para quem pensa em abrir uma empresa própria quanto para empreendedores já em plena atividade. Mas não se trata, porém, de uma obra para públicos exclusivos. A clareza com que os assuntos são apresentados torna a leitura atraente inclusive para leitores leigos - afinal os negócios desde sempre têm exercido influência determinante no modo como vivemos e nos relacionamos em sociedade.

O livro dos negócios Vários autores Editora Globo Livros 352 páginas R$ 59,90

Manual prático operacional O objetivo do autor é colaborar com os profissionais do setor de tratamento de efluentes tipo lodos ativados líquidos domésticos e/ou industriais. Com linguagem simples e direta, o livro trata dos principais problemas relativos à operação, manutenção e controle de lodos ativados, apresentando as respectivas soluções da forma prática e efetiva, evitando a perda de tempo e o gasto de recursos financeiros desnecessários. Tendo como enfoque central o fornecimento de subsídios técnicos a quem já tem a experiência na operação dos sistemas desse tipo de tratamento, o manual é constituído de duas partes (Processo de Lodos

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Ativados e Anexos). O Processo de lodos Ativados é dividido em cinco partes (Iniciando o Processo; Controle do processo; Fundamentos de Processo; Controle Laboratorial e Ajuda Rápida), que apresentam em detalhes os fundamentos operacionais e controles necessários para a perfeita Operação do Sistema Biológico.

Manual prático operacional Controle e manutenção Volume 1 Lodos Ativados Realização: Acqua Limpa Autor: Mario Peirano 301 páginas R$ 50,00 pelo e-mail:acqualim@portoweb.com.br

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Franchising na Real O novo livro da consultora em relacionamento de redes, Melitha Novoa Prado, que acompanha o sistema de franquias há 25 anos, reflete uma de suas principais preocupações: a constatação de que há uma desproporcionalidade entre os números conquistados pelo Franchising e a qualidade e perenidade das relações. Nesta obra, a segunda de sua autoria, ela dá sua colaboração para tornar o sistema mais maduro e profissional. Com base em sua experiência, atendendo redes de diferentes portes e ramos de atuação, a especialista selecionou as questões mais polêmicas que envolvem esta relação tão delicada: o mesmo Franqueado pode operar marcas diferentes? E se este Franqueado for jovem, precisa de uma atenção especial do

franqueador? Como administrar o fundo de propaganda? O Franqueador pode tratar os Franqueados de maneira diferente ou deve ser uniforme em sua gestão? A cada capítulo, um tema é analisado, propondo caminhos tanto para o Franqueador como para o Franqueado. Para enriquecer ainda mais o conteúdo, a publicação conta com depoimentos de profissionais de redes expressivas que operam o Franchising dentro das melhores práticas.

Franchising na Real Melitha Novoa Prado Vendas exclusivas: www.agbook.com.br 253 páginas R$ 44,00

As Seis Vidas do Novo Executivo A busca pela felicidade é recorrente em todas as épocas, a diferença está na forma em que cada uma delas aborda e trata essa questão. Atualmente, o modo de vida que se impõe aos profissionais, e especialmente aos executivos, joga luz sobre o que é ser feliz, onde estão os limites para o bem viver e como alcançar a realização. A obra demonstra que a felicidade deve ser perseguida de forma racional, através da organização, que leva ao equilíbrio entre as seis vidas apontadas por ele: pessoal, familiar, social, afetiva, profissional e espiritual. Para o autor, essas vidas devem funcionar em sincronia, sem que nenhuma seja negligenciada, uma vez

que todas têm o mesmo peso para a plena realização do indivíduo. Ele descreve as seis vidas separadamente, demonstrando suas particularidades e a influência que cada uma tem na composição do equilíbrio que nos conduz à felicidade. A publicação está dividida em nove capítulos onde, além da descrição das seis vidas, o autor oferece reflexões e discute o conceito de felicidade e os relaciona com a sociedade atual.

As Seis Vidas do Novo Executivo Como Ser Bem Sucedido e Feliz Jöel Thrinidad Editora Trevisan 192 páginas R$ 44,90 Novembro/Dezembro 2014

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A Revista Tecnicouro e a atualização do CB-11 A competitividade cada vez mais acirrada, somada às exigências crescentes dos mercados em expansão, requer a adoção de novos métodos de gerenciamento de produção e de gestão tecnológica nas empresas. O processo de normalização, muitas vezes imposto por pressão da concorrência externa e interna, é essencial para a economia. Sem ele não é possível obter a qualidade nos procedimentos repetitivos que propagam as atividades econômicas, as trocas comerciais e, em especial, a qualidade. É muito importante que cada vez mais o Comitê Brasileiro de Couro, Calçados e Artefatos de Couro (CB-11) tenha uma divulgação sobre as normas que estão sendo revisadas, e é isso que a Tecnicouro tem feito, divulgando o conteúdo das reuniões e atualizando sempre com assuntos do setor coureirocalçadista. Segue abaixo as 50 normas revisadas e publicadas durante o ano de 2014: ABNT NBR 11072:2014 Insumos - Corantes - Determinação do pH ABNT NBR 13888:2014 Construção superior do calçado - Materiais de estruturação e reforço - Terminologia ABNT NBR 13890:2014 Construção superior do calçado - Couraças e contrafortes - Tomada do pedaço de prova e obtenção de corpos de prova ABNT NBR 11115:2014 Insumos

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- Substâncias graxas - Determinação do índice de acidez ABNT NBR 13345:2014 Banho residual - Determinação da concentração em Grau Baumè ABNT NBR 15105:2014 Identificação do couro quanto à origem e aos processos de curtimento, tingimento, engraxe e acabamento - Simbologia ABNT NBR 15174:2014 Componentes metálicos e plásticos para calçados e artefatos - Fivelas, enfeites e reboques/para-lamas - Determinação da resistência à tração e compressão ABNT NBR 15337:2014 Construção superior do calçado - Laminados sintéticos - Determinação da resistência perpendicular às perfurações de agulhas ABNT NBR 15452:2014 Construção superior do calçado - Forro - Determinação da resistência ao enovelamento ABNT NBR 13342:2014 Banho residual de curtimento - Determinação da basicidade ABNT NBR 15275:2014 Ensaios biológicos - Palmilha, laminados sintéticos e solados - Determinação da resistência ao ataque microbiano ABNT NBR ISO 17070:2014 Couro - Testes Químicos - Determinação do teor de pentaclorofenol ABNT NBR ISO 17226-1:2014 Couro - Determinação química do teor de formaldeído Parte 1: Método de cromatografia líquida de alta performance (HPLC) ABNT NBR 15642:2014 Ed 3

Construção superior do calçado Laminados sintéticos - Requisitos quanto ao uso em calçados ABNT NBR 15642:2014 Emenda 1:2014 Construção superior do calçado - Laminados sintéticos Requisitos quanto ao uso em calçados ABNT NBR ISO 14184-1:2014 Têxteis - Determinação de formaldeído Parte 1: Formaldeído livre e hidrolisado (método de extração em água) ABNT NBR 15106:2014 Símbolos de cuidado para limpeza e conservação de vestuários em couro e para montagem de etiquetas ABNT NBR 10455:2014 Climatização de materiais usados na fabricação de calçados e correlatos ABNT NBR 13338:2014 Couro Banho residual de caleiro, desencalante e purga - Determinação da alcalinidade ABNT NBR 14188:2014 Construção superior do calçado - Couraças e contrafortes - Determinação da adesão ao material do cabedal ABNT NBR 14367:2014 Construção superior do calçado - Laminados sintéticos - Resistência do acabamento à fricção com tecido ABNT NBR 14836:2014 Calçados - Determinação dinâmica da distribuição da pressão plantar ABNT NBR 15326:2014 Calçados e artefatos - Determinação da resistência dos pontos críticos ABNT NBR 15378:2014 Calçados e artefatos - Determinação da

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resistência da costura ABNT NBR 15412:2014 Calçados - Determinação da resistência da ruptura e alongamento na ruptura do colarinho ABNT NBR ISO 13365:2014 Couro - Testes químicos - Determinação do teor de conservantes (TCMTB, PCMC, OPP, OIT) em couro por cromatografia líquida ABNT NBR ISO 17234-1:2014 Couro - Testes químicos para determinação de certos azo corantes em couros tingidos Parte 1: Determinação de certas aminas aromáticas derivadas de azo corantes ABNT NBR 15263:2014 Construção superior do calçado - Laminados sintéticos - Determinação da resistência à colagem ABNT NBR 15535:2014 Artefatos de couro - Bolsas - Terminologia ABNT NBR ISO 17075:2014 Couro - Ensaios químicos - Determinação do teor de cromo (VI) ABNT NBR 16268:2014 Determinação de cádmio - Método decomposição úmida ABNT NBR ISO 5398-3:2014 Couro - Determinação química do teor de óxido crômico Parte 3: Quantificação por espectrometria de absorção atômica ABNT NBR ISO 3376:2014 Couro - Ensaios físicos e mecânicos

- Determinação da resistência à tração e percentual de extensão ABNT NBR ISO 3377-1:2014 Couro - Ensaios físicos e mecânicos - Determinação da força de rasgamento Parte 1: Rasgamento de extremidade simples ABNT NBR ISO 3377-2:2014 Couro - Ensaios físicos e mecânicos - Determinação da força de rasgamento Parte 2: Rasgamento de extremidade dupla ABNT NBR 15172:2014 Calçados - Terminologia ABNT NBR 16036:2014 Determinação de conforto em componentes para calçados - Palmilha interna ABNT NBR 14069:2014 Insumos - Corante - Determinação da homogeneidade através de cromatografia em camada fina ABNT NBR 14742:2014 Construção inferior do calçado - Solas, solados e materiais afins - Determinação da resistência a flexões contínuas em um ângulo de 90° ABNT NBR ISO 5398-1:2014 Couro - Determinação química do teor de óxido crômico Parte 1: Quantificação por titulação ABNT NBR 14192:2014 Insumos - Pasta, laca e ligante - Determinação do tempo de escoamento pelo copo Ford

ABNT NBR 16262:2014 Componentes metálicos para calçados e artefatos - Determinação da resistência à corrosão do metal-base em solução de cloreto de sódio ABNT NBR 16263:2014 Componentes metálicos para calçados e artefatos - Identificação de revestimento em ouro e latão ABNT NBR 11058:2014 Insumos - Pastas pigmentadas - Estabilidade ao calor ABNT NBR 13343:2014 Banho residual de caleiro e de desencalagem - Determinação do teor de óxido de cálcio ABNT NBR 14825:2014 Construção inferior do calçado - Tacões e materiais para tacões - Determinação da resistência ao desgaste por abrasão especial - Perda de massa ABNT NBR 15544:2014 Artefatos de couro - Bolsas - Limpeza e conservação ABNT NBR 16260:2014 Conforto de calçados e componentes - Determinação dos diferentes perfis para o mesmo número - Fôrmas infantis ABNT NBR ISO 2589:2014 Couro - Ensaios físicos e mecânicos Determinação da espessura ABNT NBR 15534:2014 Artefatos - Bolsas - Determinação da análise visual

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O futuro da competição no setor Capítulo 4/6 - A migração do valor dos calçados para os consumidores e os mercados: uma questão vital Fernando Oscar Geib

1 - Elevados níveis de competitividade exigem a contínua construção e desconstrução do negócio Afinal o que vem a ser aquilo que chamamos de "construção e concepção de um negócio"? Mesmo explicando em suficientes palavras e considerações, como se pretende fazer nesse texto, esta tarefa é bastante complexa, pois negócios são igualmente complexos, e nem todos os gestores empresariais se dão conta disto. Podemos colocar que as exigências básicas para se desenvolver propósitos organizacionais voltados a ações negociais plenamente sustentáveis nos impõe fazer escolhas de natureza crítica e estratégica, à medida do desenvolvimento das diversas ações exigidas pela construção e consolidação do negócio pensado e imaginado. Passado o tempo, quando capacidades competitivas desta proposta organizacional iniciam a perda de sua efetividade estratégica, começa a sua desconstrução, ou seja, abrem-se oportunidades para uma nova estruturação deste ente negocial, agora em um outro patamar de exigências e fundamentos e, mais ainda, com estratégias competitivas significativamente renovadas e, principalmente, inéditas. Feitas estas considerações, podemos avançar colocando o seguin-

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te: o primeiro passo para a construção de um negócio é rigorosamente necessário, antes de tudo, alinhálo com as prioridades mais importantes e significativas dos clientes efetivos, dos clientes potenciais e dos mercados como um todo. Sem este alinhamento não há negócio que possa ser iniciado e que igualmente possa resistir ao tempo. Uma segunda ação é aquela que aponta para a importância de se experimentar e avaliar a consistência, a coerência e a coesão das funções que fundamentam o negócio e de como estas se reforçam mutuamente. Esta condição ou exigência demonstra ser necessária a adoção de estruturas gerenciais/administrativas em forma de rede e não mais de organogramas, como tradicionalmente acontece. Esta condição estrutural em rede vai também ao encontro das estruturas produtivas, as quais devem também se fundamentar em formatos de rede desta inovadora e competitiva fábrica de calçados, como já foi amplamente descrito em capítulos anteriores. Não é demasia reforçar também serem as funções gerenciais igualmente estruturadas para se desenvolverem sob uma visão de simultaneidade, de modo que a gestão organizacional desta fábrica tenha a mesma flexibilidade e agilidade das suas estruturas produtivas. Fei-

tas estas recomendações, deve ficar claro para os gestores que uma concepção de negócio não deve carregar intrinsecamente incoerência, ou seja, a Nova Fábrica de Calçados (NFC), para ser competitiva, deve ser conceituada e estruturada por processos de gestão, processos administrativos e processos produtivos, formando um todo organizacional, ou seja, uma grande rede operacional. Mais ainda, esta estrutura organizacional em rede deve ser, antes de tudo, contínua e permanentemente desafiadora para os seus membros, pois ela deve estar sempre operando focada na a sua principal função, que é a geração e promoção da migração do valor pelos calçados ofertados, através de suas ações de gestão e de operação dos processos produtivos, não somente para os compradores dos seus calçados e seus mercados de consumo, mas também para todas as demais pessoas envolvidas na operacionalização desta organização descrita. Por isto, o desenvolvimento, estruturação e o aperfeiçoamento operacional de sua concepção de negócio, baseado na simultaneidade, tem o necessário propósito de ser continuamente rentável, a partir de suas sucessivas ações de consolidação da simultaneidade operacional.

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A pergunta é: o que está por trás desta busca incansável da simultaneidade operacional, da construção de redes de experiências estratégicas, do aprendizado em esquecer experiências e ações operacionais já desenvolvidas e implantadas, em perseguir e adotar novas concepções do que é uma estratégia organizacional e operacional baseadas na simultaneidade e apostar permanente e firmemente nos Sistemas Distribuídos de Produção (SDP) orientados pelo fundamento da Entrega Já!? Pois a resposta está apresentada na expressão "A migração do valor, gerada pelo atendimento simultâneo ao surgimento das necessidades de uso dos calçados pelos consumidores e os mercados, através da Entrega Já!, valor este efetivamente percebido pelos consumidores e pelos mercados, e que é intrínseco tanto aos calçados disponibilizados quanto aos serviços ofertados simultaneamente, quando da aquisição destes". O fundamento e a prática efetiva dos processos de migração do valor exigem a contínua construção e desconstrução dos conceitos e dos fundamentos do negócio desenvolvido por esta inovadora fábrica de calçados. Estas continuadas práticas de construir e desconstruir estratégias para as estruturas produtivas dos calçados é resultado do permanente fundamento da simultaneidade, formalizador e materializador do atendimento das necessidades dos clientes e consumidores baseado no fundamento da Entrega Já!.

2 - A evolução da capacidade competitiva da fábrica pelo aperfeiçoamento contínuo da migração do valor dos calçados aos consumidores e aos mercados 68

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No final das considerações apresentadas anteriormente, o destaque fica com a identificação da importância do processo de migração do valor desenvolvido em todos os processos implantados pela fábrica, desde a concepção e geração de novas linhas de calçados, passando pelas operações de produção, até a disponibilização destes, aos comerciantes e lojistas. Entre estes processos que estão "nas mãos" da fábrica, através dos quais a migração do valor é mais tangível e perceptível, estão aqueles desenvolvidos para a geração dos calçados - processos de concepção, modelagem e fabricação. Nestes, a Nova Fábrica de Calçados (NFC) tem um amplo e total domínio sobre os mesmos. A questão emergente então é: como fica a migração do valor de seus calçados fora das quatro paredes da fábrica? Ou seja, esta fábrica em descrição deve continuar se envolvendo na promoção da migração do valor, para que este processo se desenvolva também com toda a efetividade para os compradores e consumidores dos calçados, quando estes desenvolvem a etapa essencial da destinação destes produtos, que é a sua utilização no seu dia a dia? A resposta é um categórico SIM! Este enfático sim define que a Nova Fábrica de Calçados (NFC) deve construir continuamente a sua concepção de negócio e esta tarefa se expande para fora das suas quatro paredes, ou seja, uma concepção e construção de negócio voltado para a migração do valor exige escolhas estratégicas competitivas críticas e de largo alcance e que se relacionem com o uso dos calçados pelos compradores e demais usuários destes, como anteriormente descrito. A fábrica, portanto, deve zelar

para que esta concepção estratégica e de elevado conteúdo competitivo dê certo e, por isto, ela deve alinhar-se estrategicamente com as prioridades mais significativas dos clientes e dos mercados. De igual modo, esta fábrica deve testar efetivamente a consistência de suas estratégias e das operações que as implementam, sempre com uma visão competitiva. A fábrica deve desenvolver permanentemente uma coerência competitiva, baseada na simultaneidade de suas ações, com a visão de promover a migração destes benefícios, na forma de valor, para as suas partes geradoras do consumo dos seus calçados e dos serviços a eles agregados. Também não deve ser esquecido pelos gestores desta fábrica de calçados em descrição que os propósitos de construção do seu negócio plenamente sustentável são continuamente desafiadores, ou seja, estes contém pressupostos impulsionadores do desenvolvimento de ações promotoras de avanços organizacionais, os quais não podem ser jamais abandonados, pois são estes os geradores e mantenedores da contínua fluidez da migração do valor dos seus calçados para as suas partes interessadas compradoras deste. Estes questionamentos definem o núcleo das ofertas que têm o propósito de criar e desenvolver a utilidade e o valor para os clientes e os mercados. Porém estas questões não são o suficiente para definir os cenários do valor a ser gerados. É necessário também e simultaneamente definir como a Nova Fábrica de Calçados (NFC), a partir destes pressupostos anteriormente definidos, gera a sua sustentabilidade econômico-financeira, ou seja: As conclusões tiradas destes questionamentos deverão ser

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inseridas, operacionalizadas e avaliadas então pelo mecanismo de análise dos níveis de competitividade da Nova Fábrica de Calçados (NFC) desenvolvida por Michael Porter, na sua obra Estratégia Competitiva no capítulo A análise estrutural de indústrias. Estas avaliações contínuas da-

rão uma adequada e rica orientação, bem como gerarão um eficaz aprendizado estratégico aos gestores da fábrica em descrição, os quais poderão implantar inigualáveis e não replicáveis vantagens competitivas, baseadas na função essencial da migração do valor dos calçados aos compradores e aos

mercados, em um ambiente de produção simultânea que tem a essencial capacidade de gerar ciclos de produção e entrega dos calçados aos compradores e aos mercados, dramaticamente reduzidos quanto à sua duração e que se constituem no fundamento essencial da Entrega Já!.

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Ftalatos - um controle à saúde Janiela Cristina Klein Gamarra - Técnica química do IBTeC

Ftalatos são uma classe de substâncias comumente utilizadas como aditivo em produtos de consumo, tendo como função deixar o plástico mais maleável. O problema é que essas substâncias, quando utilizadas fora dos limites indicados por normas de legislação técnica, podem causar uma série de complicações à saúde. Os ftalatos pertencem a grupos de compostos tidos como cancerígenos, e em altas concentrações podem causar danos em órgãos como fígado, rins e pulmão, além de oferecerem riscos de anormalidade no sistema reprodutivo. A sociedade moderna está largamente exposta aos ftalatos porque os plásticos estão amplamente disseminados na fabricação de acessórios domésticos (piso, papel de parede e outros); utensílios médicos (cateteres, bolsas de sangue e soro); itens infantis (mamadeiras, brinquedos, colchonetes, mordedores); embalagens (filme transparente, garrafas

descartáveis); calçados (solas e enfeites). Em razão de levar à boca seus brinquedos, que em geral são de plásticos mais amaciados, as crianças formam o grupo que apresenta os índices mais elevados de contaminação com tais substâncias. Dentre os ftalatos existentes, o dietilhexil ftalato (DEHP) é o mais empregado como plastificante, e um dos mais difíceis de serem biodegradados.

Outros ftalatos bastante utilizados • Dimetil ftalato (DMP) • Dietil ftalato (DEP) • Diisobutil ftalato (DIBP) • Dibutil ftalato (DBP) • Butil benzil ftalato (BBP) • Di-n-hexil ftalato (DNHP) • Di-2-etil hexil ftalato (DEHP) • Di-n-octil ftalato (DNOP) • Diisononil ftalato (DINP) • Diisodecil ftalato (DIDP)

A União Europeia e os Estados Unidos, entre outros países, criaram regulamentos rígidos quanto ao uso de substâncias químicas em produtos manufaturados, incluindo os do setor coureiro-calçadista. No Brasil, esta regulamentação é praticamente inexistente. A fim de discutir sobre este importante assunto que afeta diretamente as nossas indústrias, que precisam se enquadrar nesses regulamentos para exportarem seus produtos, o Comitê Brasileiro de Couro, Calçados e Artefatos de Couro (CB-11), órgão da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com a sua secretaria instalada na sede do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), realiza reuniões frequentes, com a presença de participantes de diversas áreas do setor, através da Comissão Especial de Substâncias Restritivas. O IBTeC, através de seu laboratório de substâncias restritivas, realiza os ensaios de acordo com as normas BS EN 14372 e CPSC-CH-C 1001, a fim de determinar a concentração de ftalatos presente nos materiais, onde o limite máximo aceitável é de 0,1% (1000ppm) do total de ftalatos.

Cromatografia

Equipamento de cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (GCMS), que realiza a detecção, identificação e quantificação individual de cada ftalato.

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O laboratório de substâncias restritivas do instituto oferece também outras análises químicas, como azocorantes, identificação de materiais por infravermelho, cromo VI, metais pesados, entre outros. Consultas podem ser realizadas junto ao setor comercial pelos e-mails: tiago@ibtec.org.br; quisi@ibtec.org.br.

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Patentes internacionais publicadas

Estrutura de calçado

Atacador com coberturas intercambiáveis Inventores: Nussbaunm, Jonathan; Wolfberg, Darren Agente: Roeder, Steven G. Data do depósito internacional: 9 de outubro de 2013 Data da publicação internacional: 17 de abril de 2014

Resumo O sistema de ajuste (14) compreende um conjunto de regulação (16) na primeira cobertura (18), que é seletivamente acoplável ao conjunto do atacador (16). A primeira tampa (18) é móvel sendo que está ligada ao conjunto de regulação (16), mas pode ser destacada do mesmo. Essa primeira tampa (18) pode ser movida sem que aconteça danificação à mesma e ao conjunto como um todo. Além disso, o regulador do laço (14) pode ainda compreender uma segunda tampa (18) que é, em alternativa, seletivamente conectável para a montagem do sistema de regulação (16). Figura 1

Sistemas e métodos de monitoramento de desempenho de atletas de equipe Inventor: Molyneux, James Representante: Wallin, Nicholas James et al Withers & Rogers LLP Data de apresentação internacional: 04 de dezembro de 2009 Data da publicação internacional: 30 de abril de 2014 Resumo

A patente trata-se de sistemas e métodos para detecção e monitoramento do desempenho dos atletas nas mais variadas situações, como no decurso de um jogo, numa sessão de treino ou durante exercícios. Os movimentos são coletados para depois serem analisados e descritos, fornecendo métricas úteis para jogadores e treinadores de várias modalidades de esportes em equipe.

Figura 2

Inventor: Valia, Narciso Tiziano Agente: Celestino, Marco Data do depósito internacional: 10 de outubro de 2013 Data da publicação Internacional: 24 de abril de 2014 Resumo Essa estrutura de sandália aberta de dedos (10,100) compreende uma sola flexível (30) que tem uma forma pré-determinada; pelo menos uma tira de envolvimento (20) para o pé (p) do usuário; pelo menos uma alça de engate compreendendo uma parte central (25) e duas extremidades (26), ligadas por dois respectivos pontos de ancoragem (50') e duas bordas laterais (50), opostas à referida sola flexível; cada tira de acoplamento é configurada de tal forma que o usuário pode acomodar o pé (p) entre a sola e a tira de acoplamento, que se estende entre os pontos de ancoragem nas referidas bordas laterais e cujo comprimento entre a referida tira (26) é substancialmente a mesma distância entre os pontos de ancoragem do lado (50'). A tira de engajamento e a lateral (30) são configuradas para que, com a introdução do pé (p) do usuário entre as referidas tiras, a tira de engajamento seja alongada, e a referida sola, pela ação de tração das referidas bordas laterais (50), envolve parcialmente o pé (p) aumentando a sensação de conforto. Figura 3

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Desenvolvimento motor de crianças e o calçado infantil WÜST, Eduardo1 e ZARO, Milton1 1 - Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC)

Resumo De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por volta de 2010, a taxa da população brasileira constituída de crianças na faixa de 0 a 14 anos era de 24,08%, e este índice segue crescendo. Durante o crescimento, a criança passa por vários estágios que aumentam sua capacidade motora, aumento este que depende de vários fatores, dentre os quais, o elemento meio ambiente. Nos anos iniciais de vida, o pé da criança é formado por cartilagens, algumas possuindo um núcleo ósseo. O cal-

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çado pode ser considerado o ambiente dos pés. Os pés crescem até acerca dos 14 ou 15 anos, e durante essa fase muitas cartilagens vão se tornado ossos. Nessa faixa etária é necessário um calçado que seja produzido de maneira cuidadosa, ou seja, que o design deste produto apresente características que favoreçam o crescimento saudável da criança, pois, como o sistema ósseo ainda não está completamente formado, um calçado apertado ou que não se ajuste completamente aos pés pode ocasionar dores e desconforto às crianças.

Quando um calçado não é confortável, vários fatores podem ser apontados, dentre eles problemas nas dimensões, na fôrma ou na linha de produção, ou ainda o uso de materiais inadequados. Para que nada disso aconteça, diversas áreas do conhecimento (Ergonomia, Biomecânica e Engenharia de Materiais, dentre outras) são necessárias. Além disso, existe um número elevado de dados antropométricos que podem auxiliar na produção de calçados infantis cada vez melhores. A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) já publicou várias normas técnicas

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que auxiliam nos testes de conforto, e todos esses ensaios são realizados pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) em benefício de toda a indústria calçadista brasileira. Somente nos últimos 12 meses, o instituto testou mais de 150 diferentes modelos de calçados infantis, sendo que 25% deles foram reprovados em alguma norma de conforto por não estarem adequados segundo as normas técnicas publicadas. A ampla maioria com o índice de pronação (NBR ABNT 14839/2013) muito alto e também ocasionaram desconforto (NBR ABNT 14840/ 2011) nos pés das crianças.

Fundamentos Em dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2010, 24,08% da população brasileira eram crianças de 0 a 14 anos, este número vem crescendo até o presente momento, já que nos últimos 15 anos a taxa de mortalidade infantil diminuiu em torno de 63%. Com estes números, podemos afirmar que os cuidados e atenção com estas crianças e adolescentes vem aumentando em todos os sentidos, principalmente com o seu bem-estar e saúde, e o calçado se encaixa nesta questão. O indivíduo, durante o seu desenvolvimento, passa por diversas etapas e as aquisições das suas capacidades motoras dependem de diversos fatores, como por exemplo, o ambiente. No caso dos pés, este ambiente é o calçado. De acordo com o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Cou-

ro, Calçados e Artefatos (IBTeC) quando analisamos os pés em formação, nos primeiros anos de vida de uma criança, os pés são formados por cartilagens, sendo algumas delas com núcleos ossificados. À medida que o pé vai crescendo todas essas cartilagens se ossificam; porém, esta ossificação se conclui somente por volta dos 14 aos 15 anos de idade. Durante esse período em que o pé da criança ainda não está totalmente ossificado, ela pode suportar o uso de calçados apertados e desconfortáveis sem sentir dor. Portanto, é preciso ficar atento na compra de calçados infantis, pois a criança não saberá dizer se seu pé está desconfortável ou não. Pesquisadores do instituto afirmam que, na flexão do pé, os dedos avançam de 8 a 10 mm, havendo necessidade de folga na parte da frente do calçado para comportar essa transformação. No caso das crianças, esta folga também está relacionada ao crescimento dos pés. Destacam, ao mesmo tempo, a im-

portância da flexibilidade dos calçados infantis, assim como a necessidade de manter livre o arco do pé e a preferência por bicos largos, que proporcionam uma movimentação mais livre dentro do calçado. Gomes Filho (2003) ressalta que a ergonomia no design de calçado possui um grau de importância elevado, salientando os aspectos da correta utilização dos dados antropométricos disponíveis, bem como a modelagem em função dos ajustes necessários na definição dos tamanhos dos calçados. Esta ciência multidisciplinar pode contribuir na resolução de problemas encontrados em relação a conforto e saúde dos pés. É necessário que os modelos de calçados para esta população infantil tenham alguns atributos específicos e caraterísticas e cuidados para as fases de crescimento e aprendizagem das crianças. Estudos realizados nos Estados Unidos informam que o crescimento do pé é mais acelerado durante os seis primeiros anos de vida do ser huma-

Figura 1: O ambiente dos pés são os calçados

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altura. Quando isso ocorrer o uso não é indicado por um período longo de tempo ou em dias seguidos, pois pode causar prejuízos à criança. Já os problemas ligados ao desconforto estão relacionados a vários outros fatores, podendo ser de fôrma do calçado, qualidade dos materiais utilizados ou ainda a utilização da mesma estrutura de montagem para toda a grade de numeração, sem que sejam respeitas as características anatômicas dos pés que estão em pleno desenvolvimento e sofrendo alterações constantemente.

Figura 2 - Características dos pés infantis - conforme o desenvolvimento motor

no. Transferindo os dados da pesquisa americana para o sistema ponto francês, também adotado pelo Brasil, pode-se perceber que o crescimento mais frequente ocorre durante os dez primeiros meses, acrescentando um número no calce a cada três meses. Após dez meses de idade, entre dezoito e trinta meses, esse crescimento dos pés acontece a cada quatro meses, passando para cinco meses entre trinta meses a quatro anos (Bozzano e Oliveira 2010). A partir de então, o crescimento passa a ser mais lento, tornando-se estável entre os 14 e 15 anos (Gallahue 2005). Com isso, as empresas de calçados infantis, principalmente as que têm uma grande variedade de numerações na sua grade, precisam se conscientizar de que os calçados não podem partir do mesmo princípio de fabricação para todas as numerações, pois os pés não obedecem a um mesmo padrão de desenvolvimento. Uma forma de se conseguir

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desenvolver calçados de qualidade e confortáveis é realizando testes que comprovem essas especificidades e respeitando o crescimento dos pés infantis, para isso existem normas NBR ABNT que norteiam os testes e avaliações biomecânicas e antropométricas para quantificar o conforto nos calçados infantis. O Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro Calçados e Artefatos (IBTeC) realiza esses estes ensaios para um grande número de empresas e em inúmeros modelos de calçados.

Conclusões O calçado tem como uma das funções proporcionar estabilidade à criança durante o caminhar e, consequentemente, evitar a pronação excessiva durante a marcha. Os componentes diretamente ligados a este atributo são o solado e, principalmente, a região posterior deste calçado, incluindo os saltos. Os saltos em calçados infantis não devem ultrapassar os 3cm de

Bibliografia ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Disponível em: <http://www.abnt.org.br/ downloads/conheca_abnt/ historicoabnt.pdf>. Acesso em: 07 de Outubro 2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14839: Calçados - Determinação do índice de pronação do calçado. Rio de Janeiro, 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14840: Calçados - Determinação da percepção do calce e avaliação de marcas e lesões. Rio de Janeiro, 2011. BOZANO, Samara e OLIVEIRA, Rui de. Ergonomia do Calçado: Os Pés Pedem Conforto. Unifebe, Artigo Completo. 2011. GALLAHUE, David L. OZMUN, John C. Compreendendo o Desenvolvimento Motor. Editora: NADINE J. KANN: 2005 GOMES Filho, João. Ergonomia do objeto: sistema técnico de leitura ergonômica. São Paulo: Escrituras Editora, 2003, p.255.

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Morte da senha: prepare-se! Phil Scarfo Vice-presidente comercial e de marketing da Lumidigm

É difícil acreditar que em plena Era Digital continuamos sendo obrigados a confiar em um método de autenticação desenvolvido há mais de 50 anos e que se baseia principalmente na memorização de números e letras combinados. Já não era simples quando, no início, tínhamos de decorar uma, duas ou três senhas. Como tudo à nossa volta se transformou nestas últimas décadas, a quantidade de senhas e a complexidade delas também aumentou consideravelmente. Hoje em dia, é praticamente impossível memorizar todas as combinações - e as pessoas acabam anotando em tudo quanto é lugar, aumentando sua vulnerabilidade também.

nar um véu de segurança, bastava fornecer um nome de usuário e uma senha para ter acesso a ambientes protegidos. Sendo assim, não temos de questionar se o uso de senhas está obsoleto. O mais importante é saber o que é necessário para aumentar o nível de segurança, conveniência e privacidade - substituindo, então, as senhas. Com mais de um bilhão de pessoas hoje com acesso à banda larga (incrível, mas eram apenas 38 milhões em 1999), estamos num ponto de inflexão em que um aplicativo seguro (ou aplicativos) num dispositivo inteligente (um smartphone, por exemplo), combinado com uma solução biométrica, será toda tecnologia necessária para a próxima geração, provendo autenticação segura e conveniente.

Nos anos 60, quando foram criadas, as senhas eram usadas Isto não quer dizer que a biometria utilizada deva ser parte em locais bastante restritos, terminais dedicados, com cointegrante do dispositivo inteligente, mas certamente é uma nexão por fio e dentro de um espaço corporativo bem limitado. Ao serem apresentadas ao mundo, o universo da opção. Com credenciais seguras sendo armazenadas de forma igualmente segura e transmitidas por NFC (Comucomputação era bem menor do que o que temos hoje dentro de um único smartphone. Hoje, um número incrível nicação de Campo Próximo), Bluetooth, ou qualquer outro meio num dispositivo inteligente, de pessoas tem acesso à telefonia celular - mais do que têm acesso à há condições convenientes e seguras para uma 'chave digital inteágua potável e energia elétrica. Até “O que desejamos 2017, para se ter uma ideia, o mligente' - que, ao encontrar uma mesmo commerce atingirá 3,2 trilhões de 'fechadura digital inteligente', que é conveniência" pode ser um caixa eletrônico com dólares. Já as operações bancárias online devem alcançar 894 milhões sensor biométrico, ou ainda um serde pessoas em 2015. E só a receita viço online, é possível finalmente entregar a solução simplificada que as pessoas anseiam dos anúncios comercializados no Google supera toda a hoje em dia. indústria da mídia impressa nos Estados Unidos. O fato é que o mundo mudou dramaticamente nas últimas décadas. Então, por que continuamos confiando em métodos de autenticação que não são nem seguros, nem convenientes? No cabo de guerra entre segurança e comodidade, esta última geralmente sai ganhando. Num exemplo extremo, as senhas necessárias para disparar mísseis nucleares dos Estados Unidos durante a Guerra Fria foram definidas em 00000000 para garantir que não haveria perda de tempo nem erros durante a digitação. Em situações mais comuns, embora as senhas não fossem consideradas o método mais seguro, pelo menos eram convenientes e, certamente, mais fáceis de serem implantadas na maioria das organizações. Não exigiam grande empenho nem impunham barreiras tecnológicas. Para adicio-

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Todos precisamos de segurança, mas o que desejamos mesmo é conveniência. Ninguém quer enfrentar um passo a passo muito difícil nem ser exigido demais sempre que precisa ter acesso a um ambiente seguro. Não se trata de uma gincana. Nesse quesito, o Brasil está bastante avançado, principalmente em se tratando de sistema bancário. Hoje, grande parte dos caixas eletrônicos tem sensores biométricos que facilitam muito o acesso da população à conta corrente. Trata-se, inclusive, de uma solução em que ambas as partes saem ganhando. Enquanto o cliente tem acesso fácil e seguro à sua conta bancária, o banco também está mais protegido contra fraudes e perdas financeiras. Com esse modelo em que todas as partes saem ganhando, é possível antever a morte das senhas. Prepare-se!

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Garantia legal, garantia contratual ou garantia estendida, qual a melhor opção para os consumidores? Gisele Oliveira Advogada da área cível

Desde 28 de outubro de 2013 estão valendo as novas regras do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), que criou uma nova modalidade de proteção aos consumidores, a chamada garantia estendida. Vale lembrar que o Código de Defesa do Consumidor prevê duas formas de garantia oferecidas pelos fornecedores, são elas: a garantia legal e a garantia contratual.

tamente após o término da garantia legal e/ou contratual do fornecedor e contempla as mesmas coberturas. Nome técnico: Seguro de Garantia Estendida Original; b) Extensão da garantia original ampliada: também inicia imediatamente após o término da garantia legal e/ou contratual do fornecedor e contempla, além das coberturas originais, uma gama de outras garantias complementares. Nome técnico: Seguro de Garantia Estendida Original AmpliaA garantia legal é o direito de reclamar pelos vícios da; aparentes e de fácil constatação e não depende c) Extensão de garantia reduzida: inicia imedide documento ou certificado. Essa garantia caduca atamente após o término da garantia legal dos em 30 dias para os produtos e serviços não duráveículos automotores, e contempla coberturas reveis, e em 90 noventa dias para os duráveis. Se o duzidas em relação à garantia original. Essa modavício ou defeito forem ocultos, de difícil percepção lidade não se aplica aos bens ou serviços que posou constatação para o consumidor, os prazos de suam garantia contratual do fornecedor. Nome técgarantia somente começam a contar a partir do nico: Seguro de Garantia Estendida Original Reduseu efetivo aparecimento ou constatação. Enviada zida. a reclamação, o fornecedor terá 30 dias para repad) Complementação de rar o defeito. Não sendo posgarantia: inicia sua contagem sível o conserto, caberá ao junto com a garantia legal ou consumidor escolher entre as "A contratação contratual e contempla coberseguintes alternativas: substide garantia estendida turas não previstas ou excluítuição por outro igual, restidas das garantias do fornecetuição imediata da quantia é opcional" dor. paga ou abatimento proporÉ importante lembrar que a cional do preço. contratação de garantia estendida é opcional! Por isso, o fornecedor não pode, A garantia contratual estende o prazo da garantia em hipótese alguma, condicionar a compra do prolegal e, por isso, deve constar de documento escriduto ou serviço à contratação da garantia estendito, entregue ao consumidor no ato do fornecimenda ou oferecer descontos no preço final. O pagato, preenchido e acompanhado do manual de insmento da garantia estendida deve ser feito em truções, de instalação e todos os demais dados separado, com comprovante diferente. E mais, o pertinentes ao produto. É o chamado Termo de consumidor pode desistir da garantia estendida em Garantia. O consumidor deve ficar atento, porque, até sete dias corridos da assinatura do contrato normalmente, a garantia contratual é paga. Em sem qualquer custo. Exercido o direito de arreoutubro do ano passado, a Resolução nº 296/2013 pendimento, o valor pago deve ser devolvido de do CNSP criou a garantia estendida, um contrato imediato. Portanto, na hora de contratar garantia de seguro que estende o prazo das garantias legal adicional, o consumidor deve se informar, para não e contratual. De acordo com a Resolução, os plaser induzido em erro e, depois, sofrer com a denos de seguro de garantia estendida deverão ofemora no atendimento no momento de utilização recer uma das seguintes coberturas básicas: da garantia. a) Extensão da garantia original: inicia imediaNovembro/Dezembro 2014

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gc

guia de compras Localize o telefone e o endereço eletrônico dos anunciantes nesta edição ABNT

11 3017.3638

www.abnt.org.br

67

Lab. Biomecânica

51 3553.1000

www.ibtec.org.br

48

Abrameq

51 3594.2232

www.abrameq.org.br

53

Lab. Físico-Mecânico

51 3553.1000

www.ibtec.org.br

83

Associados

51 3553.1000

www.ibtec.org.br

86

Lab. Microbiologia

51 3553.1000

www.ibtec.org.br

93

Lab. Subst. Restritivas 51 3553.1000

www.ibtec.org.br

95

Linhasita

11 4487.6600

www.linhasita.com.br

02

Máquinas Morbach

51 3066.5666

www.morbach.com.br

11

Metal Coat

54 3215.1849

www.metalcoat.com.br

13

Proamb

54 3055.4338

www.proamb.com.br

35

Rhodia

11 3741.7733

www.rhodia.com.br

21

Baxmann

11 2818.6959

www.baxmann.com.br

05

Benefícios Associados 51 3553.1000

www.ibtec.org.br

75

Braseg

www.braseg.tmp.br

73

11 5585.4355

Cebec

51 3553.1000

www.ibtec.org.br

76

Clássica Unifirmes

51 3564.3287

www.classicauniformes.com.br

65

Colorgraf

51 3587.3700

www.colorgraf.com.br

27

Consultoria IBTeC

51 3553.1000

www.ibtec.org.br

81

Couromoda

11 3897.6100

www.couromoda.com

30

Curso Daniella Gasperin 21 9979.31902

www.daniellagasperin.com.br

18

Stick Fran

16 3712.0450

www.stickfran.com.br

14

Curso FGV

51 3553.1000

marcela@ibtec.org.br

19

Sthal

51 3304.9900

www.sthal.com

29

Curso Warken/Studio 10 51 3553.1000

marcela@ibtec.org.br

85

Custódio de Almeida

www.custodio.com.br

17

Tecnicouro

51 3553.1000

www.tecnicouro.com.br

25

Testes em EPIs

51 3553.1000

www.ibtec.org.br

82

Undercorp

51 3036.6080

www.undercorp.com.br

37

Usaflex

51 3549.8100

www.usaflex.com.br

23

Zero Grau

51 3593.7889

www.feirazerograu.com.br

61

51 3228.2292

Dürkopp Adler

11 3042.4508

www.durkoppadler.com

07

Fimec

51 3584.7200

www.fimec.com.br

69

Foamtech

19 3869.4127

www.foamtech.com.br

100

Induma

47 3411.0055

www.induma.com.br

09

Inspiramais

51 3584.5200

www.inspiramais.com.br

63

Institucional IBTeC

51 3553.1000

www.ibtec.org.br

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Entidades do setor ABECCA Associação Brasileira de Estilo e Cultura Calçadista (51) 3587.4889 ABEST Associação Brasileira de Estilistas (11) 3256.1655 ABIACAV Associação Brasileira das Indústrias de Artefatos de Couro e Artigos de Viagem (11) 3739.3608 ABICALÇADOS Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (51) 3594.7011 ABINT Associação Brasileira das Indústrias de Não Tecido e Tecidos Técnicos (11) 3032.3015 ABLAC Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (11) 4702.7336 ABQTIC Associação Brasileira dos Químicos e

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Técnicos da Indústria do Couro (51) 3561.2761 ABRAMEQ Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (51) 3594.2232 ABRAVEST Associação Brasileira do Vestuário (11) 2901-4333 AICSUL Associação das Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul (51) 3273.9100 ASSINTECAL Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (51) 3584.5200 CICB Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (61) 3224-1867 IBTeC Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (51) 3553.1000

Feiras do setor COUROMODA - (11) 3897.6100 FEBRAC - (37) 3226.2625 FEIPLAR - (11) 3779.0270 FEMICC - (85) 3181.6002 FENOVA - (37) 3228.8500 FETECC - (88) 3571.2010 FICANN - (11) 3897.6100 FIMEC - (51) 3584.7200 FISP - (11) 5585.4355 FRANCAL - (11) 2226.3100 GIRA CALÇADOS - (83) 2101.5476 INSPIRAMAIS - (51) 3584.5200 40 GRAUS - (51) 3593.7889 QUÍMICA - (11) 3060.5000 RADAR - (51) 3593.7889 SEINCC - (48) 3265.0393 SICC - (51) 3593.7889 ZERO GRAU - (51) 3593.7889

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Coluna

sustentabilidade

Futuro negro de céu azul

Rogério da Cruz Carvalho Habitus Consultoria contato@habitusconsulting.com.br Estou aqui escrevendo a vocês e pensando não apenas no resultado das eleições, mas principalmente em quão negro será nosso futuro que se avizinha. Independentemente de convicções políticas, mesmo porque estamos aqui em uma coluna de sustentabilidade e não políticopartidária, mas principalmente por achar que negro nosso futuro seria de qualquer forma devido a um passado recente cinzento, não tenho como deixar de conjecturar algumas situações olhando ainda o céu azul que está la fora da janela. Nos encontramos hoje em plena crise hídrica sem precedentes na história da região sudeste do Brasil, e as previsões mais otimistas dizem que os reservatórios se estabilizarão em até três anos. Se não temos água, logo, dentro em pouco ficará claro que também não teremos energia hidroelétrica em diversas usinas,

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tendo em vista não termos vazão. Se não temos energia nas usinas básicas de nossa matriz energética, somos obrigados a ligar e manter ligadas mais usinas termoelétricas, portanto, maior impacto ambiental e maior pressão sobre o efeito estufa e consequentemente maior influência negativa sobre o clima. Como não temos chuvas, não temos plantações, sem plantações, os pastos, os estábulos e toda a cadeia do agronegócio têm sua produção quebrada e, como consequência, não há alimentos. Sem alimentos, diminui-se a demanda, mantém-se a procura, os preços sobem e temos inflação. Sem agricultura, não há necessidade de melhoria do parque de máquinas tais como tratores, colheitadeiras, caminhões para escoamento da safra, logo demanda mantida, procura baixa, para-se de produzir e consequentemente teremos desemprego. Com desemprego, mais pesso-

as estarão "penduradas" na cadeia social e, portanto, maiores custos ao Estado e, logo, mais dinheiro será necessário para este fim, maior será a carga tributária e será necessário mais emissão de dinheiro pelo Governo. Portanto, mais recessão. Com as pessoas sem dinheiro, haverá menor consumo, logo menor produção e mais desemprego... Apesar de simplista, a visão que tento apresentar é um resumo das interferências maiores que não estamos visualizando quando falamos sobre falta de água. Neste momento somente estamos nos preocupando com a água para beber, para o banho, para lavar roupas, calçadas e carros. Precisamos ser mais abrangentes e ter uma visão mais profunda e ampla de todas as interrelações. Como podem perceber, um céu azul não é exatamente o que precisamos neste momento.

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Exigência legal do relatório anual de sustentabilidade está próxima

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oi aprovado no Senado Federal o Projeto de Lei 289/2012, de autoria do Senador Vital Rêgo (PMDB-PB), cujo escopo é acrescer dispositivo ao artigo 133 da Lei n. 6.404/1976, que regula as Sociedades por Ações, e, com isso, implantar a necessidade de apresentação, anualmente, de relatório de sustentabilidade (pelas companhias ou sociedades anônimas) contemplando dimensões ambiental, social e de governança corporativa. A aprovação ocorreu na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), a quem compete, em primeiro lugar dentro do Senado, a análise de matérias afetas à defesa do meio ambiente. O relatório de sustentabilidade

será, de acordo com o autor do projeto, um dos principais instrumentos, senão o principal, com o propósito de comunicar o desempenho socioambiental das respectivas sociedades de capital aberto, chamando atenção, inclusive, ao fato de que a elaboração e apresentação deste documento já é prática em diversos países e que no Brasil, em contrapartida, somente a minoria das empresas (apenas aproximadamente 21%) adota esta conduta que, via de regra, é resultante das exigências de investidores estrangeiros. O senador justifica que um dos objetivos principais do projeto é "induzir a prática da transparência das organizações no País e reforçar um movimento que já desponta no mercado internacional". Neste sentido, no

parecer favorável proferido pela CMA, ficou expressa a necessidade de apresentação do relatório anual de sustentabilidade, inclusive, por conta dos atuais padrões insustentáveis de produção e consumo que consequentemente causam degradação ambiental. A tramitação do projeto de lei em referência pelo Senado Federal é aguardada para que se tenha aprovação final e, com isso, mais um mecanismo de controle e regulação socioambiental que corroborará a necessária readequação da sociedade diante dos crescentes entraves existentes entre consumo de recursos naturais, degradação/poluição ambiental, capitalismo desenfreado e crescimento exponencial da população.

Soluções químicas para a indústria do couro O Brasil ocupa lugar de destaque na produção mundial de couro e o investimento em sustentabilidade tem se tornado, cada vez mais, a melhor alternativa para o País se manter competitivo e conquistar mercados internacionais. Pensando nisso, a Basf oferece soluções inovadoras também para o setor, que não para de crescer. A empresa acredita que o crescimento do mercado de couro está na direção certa em relação à valorização da sustentabilidade para o negócio e também à melhora da imagem da indústria do couro. No entanto, sob uma perspectiva de indústria, os requisitos exigidos podem impactar a reestruturação e consolidação dos curtumes, apresentando um novo conjunto de oportunidades e desafios que irão desenvolver a indústria a longo prazo. A empresa ressalta a necessidade de desenvolver produtos e processos químicos na produção de

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couro que aumentem a economia de recursos, a proteção climática e a segurança do consumidor. Neste aspecto, os novos produtos já são desenvolvidos com base em padrões rígidos para ajudar os clientes a atingirem ainda mais o sucesso por meio do desenvolvimento sustentável em seus negócios. Considerando os principais desafios da indústria de couro, desenvolveu o Conceito de Pegada Sustentável, que tem como objetivo: - Melhoria da pegada de carbono (emissões de gases de efeito estufa na produção de couro e produtos químicos); - Melhoria da pegada tóxica (substâncias restritas, cuidado responsável, rotulagem de produtos etc); - Melhoria da pegada de recursos (utilização otimizada do couro cru e produtos químicos); - Melhoria da pegada hídrica (consumo e efluentes de água) para criar um futuro sustentável.

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Mais de 60% dos brasileiros acreditam que o consumo consciente é sua responsabilidade

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os últimos anos, o debate acerca do impacto da ação humana sobre os recursos naturais, bem como as discussões sobre as responsabilidades individuais, corporativas e coletivas vêm se intensificando. A obsolescência de produtos, a aquisição de alimentos orgânicos e a adequação de processos de produção que privilegiem a economia de água e energia elétrica passaram a ser uma preocupação de cidadãos de diferentes vertentes. Nesse contexto, o conceito de consumo consciente surgiu em forma de um movimento que tem impelido o indivíduo a adotar práticas para minimizar o impacto ambiental do consumo. A pesquisa Consumo Consciente - realizada pela Shopper Experience em parceria com a revista Consumidor Moderno - entrevistou 1.520 homens e mulheres das

classes A, B e C, de 21 anos a 65 anos, residentes nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Curitiba e mostra o quanto a tendência está presente na vida do consumidor brasileiro. O estudo aponta que 63,55% dos consumidores brasileiros acreditam que o próprio consumidor é responsável por atitudes responsáveis com relação ao consumo. Na segunda posição do ranking, aparece o governo (57,17%), seguido por empresas brasileiras (45,99%); empresas multinacionais (45,33%); organizações internacionais (36,51%); ONGs (36,18%); países ricos (32,04%); e países pobres (28,09%). O documento traz ainda um ranking com as empresas que mais representam o Consumo Consciente nas categorias alimentos, refrigerantes, limpeza para casa, higiene pessoal e perfumaria, eletrodomés-

ticos, eletrônicos, carros nacionais, varejo eletro, varejo moda, supermercados, hipermercados, farmácia, fast food, varejo materiais de construção, loja virtual e companhias aéreas. Segundo Stella Kochen Susskind, presidente da Shopper Experience e coordenadora da pesquisa, "o consumidor está repensando valores e atitudes, reposicionando o modo de viver e avaliando o impacto dos hábitos de consumo na saúde econômica e socioambiental do planeta", avalia. Já Roberto Meir, especialista internacional em relações de consumo e idealizador da pesquisa, ressalta a importância de se alinhar o discurso das marcas e governos a esta nova ética de consumo. "É preciso fornecer cada vez mais informações para orientar as escolhas dos consumidores", conclui.

Destaques da pesquisa Entre as práticas individuais associadas pelos consumidores ao consumo consciente destacam-se: não desperdício de água (64,08%); reciclagem e separação do lixo (60,79%); economia de energia elétrica (59,14%); comprar produtos de empresas socialmente responsáveis (52,11%). * Âmbito econômico: o sinônimo de consumo consciente individual é evitar compras por impulso (57,57%); uso consciente do crédito (48,95%); controlar as dívidas (49,28%). * Âmbito social: as práticas mais associadas ao consumo consciente individual são evitar comprar produtos de empresas envolvidas em casos de exploração infantil e trabalho em locais inadequados (55,33%); doar bens não utilizados para instituições de caridade (55%); realizar trabalho voluntário (48,16%); participar de projetos sociais (45,79%).

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* Âmbito ambiental: utilização de materiais recicláveis (59,80%); reciclagem de lixo (59,01%); adoção de práticas de redução de resíduos poluentes (56,97%). Sobre as práticas ambientais de consumo consciente associadas a empresas: utilização de materiais recicláveis 59,80%; reciclagem de lixo 59,01%; não realização de testes de produtos em animais 34,28%. * Econômico: as empresas realizam programa de educação financeira voltada ao consumidor (48,49%); programas de capacitação socioambiental para os colaboradores (48,03%); mantêm doações para entidades filantrópicas (22,76%). * Social: as empresas mantêm patrocínio/apoio a projetos e causas sociais (51,12%); educam sobre práticas para um modo de vida mais sustentável (50,66%); mantêm ações de disciplina para evitar qualquer tipo de discriminação (34,34%).

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Obrasexperimentais ganhamreleitura em sapatos A palavra-chave da Insecta Shoes é reaproveitamento: aumentar a vida útil do que já existe pelo mundo, de modo criativo e descontraído. É assim que a marca de sapatos veganos, que utiliza somente tecidos reaproveitáveis e roupas de brechó nas suas confecções, lança uma coleção colaborativa com o artista e ilustrador Ricardo Pirecco. Telas de grandes dimensões do artista, que não seriam mais expostas ou vendidas, foram transformadas em pares de sapato da grife, seguindo o processo artesanal da marca. Porém, ao invés dos tecidos garimpados, são as telas que modelam o calçado. O resultado dessa parceria são três modelos, em edições limitadas, com somente 20 pares de cada. A linha Collab foi conhecida no início deste mês, em evento de lançamento, na capital gaúcha Porto Alegre. Ricardo Pirecco é conhecido pelas ilustrações coloridas, cheias de detalhe e personalidade que ilustraram campanhas de marcas como Coca Cola, Havaianas, Converse, Miolo, Tramontina, entre outras. A Insecta Shoes é uma marca de calçados que garimpa peças de roupa usadas e, através de um processo artesanal, as transforma em sapatos 100% exclusivos. Os mais diversos tecidos e estampas de artigos abandonados viram botas e oxfords sem uso de qualquer matéria-prima de origem animal.

COLUNA PROAMB

Responsabilidade compartilhada na destinação dos resíduos sólidos Francine Zanatta Analista de inovação e inteligência de mercado A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela lei nº 12.305/10, cujas diretrizes devem ser atendidas até o final deste ano, prevê a redução na geração de resíduos e institui a responsabilidade compartilhada de seus geradores. A PNRS tem como proposta a prática de hábitos de consumo sustentável e um conjunto de instrumentos para propiciar o aumento da reciclagem e da reutilização dos resíduos sólidos (aquilo que tem valor econômico e pode ser reciclado ou reaproveitado) e a destinação ambientalmente adequada dos rejeitos (aquilo que não pode ser reciclado ou reutilizado). Conforme determinação, fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, cidadãos e titulares de serviços de manejo dos resíduos sólidos têm responsabilidade compartilhada pelos seus produtos. A legislação do RS mostra quais são as responsabilidades do gerador de resíduos. Todo o processo de coleta, armazenamento, transporte, tratamento e destinação final do resíduo são de responsabilidade do gerador. Mesmo que haja a terceirização de toda e qualquer etapa da destinação final do material. Assim, se houver qualquer prejuízo ao meio ambiente, é entendido como responsabilidade do gerador do resíduo. A responsabilidade do gerador somente cessará quando o resíduo passar por transformação, ou seja, ele passar da característica de resíduo para ser algo como substituto de matéria-prima ou ser utilizado em processos. Quando o destinatário do resíduo provocar poluição, a empresa cliente será responsabilizada junto com o prestador de serviço pelo dano gerado ao meio ambiente. A empresa deve buscar um prestador de serviço que possua um sistema de gestão, que tenha um controle da sua operação, que consiga mostrar como controla, como chegam os resíduos, como são armazenados e tratados. A fim de viabilizar a responsabilidade compartilhada que a Lei 12.305/10 prevê, entra o instrumento de logística reversa, que consiste na utilização de determinadas sobras de material das empresas para transformá-los em outros itens que tenham utilidade para aquele fornecedor.

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Tecidos amigáveis ao meio ambiente

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inônimo de qualidade, vanguarda e estilo em tecidos planos e malha, a Santaconstancia Tecelagem apresenta a família de tecidos amigáveis ao corpo humano e ao meio ambiente CO2Control, cujo nome remete a uma proposta da tecelagem em controlar o gás carbônico, que em alta concentração é responsável pelo efeito estufa. A inciativa foi possível a partir de pesquisas, testes e parcerias com empresas como a austríaca Lenzing (produtora dos fios Modal e Tencel e mundialmente conhecida por suas práticas sustentáveis e ciclos fechado de produção); a japonesa Ichimura Sangyo C. (produtora de poliéster eco amigável feito a partir da resina Apexa que em condições adequadas possibilita compostagem da malha em seu descarte final) e a Rodhia, do grupo Solvay. Essas ações somadas a rigorosos controles de matérias-primas - rastreáveis ou sustentáveis da origem até a produção final do fio têxtil - e a possibilidade de compostagem e/ou ser biodegradável criaram as condições para a empresa classificar alguns de seus produtos com composições, texturas e gramaturas diferenciadas, dentro do conceito CO2Control. Desfilado durante a mais recente edição da São Paulo Fashion Week, na coleção de Ronaldo Fraga, o Light-(CO2) é um lançamento 100% reciclável e biodegradável se decompondo ra-

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p i d a me n te (e m a té trê s a n o s) após ser descartado em aterros sanitários. Além disso, as propriedades do tecido permitem fácil m a n u s e i o , d i s p e n s a m amaciciantes na lavagem; secam rapidamente, sem precisar do ciclo de centrifugação; e não precisam ser passadas - atitudes que representam uma economia de água e energia. O tecido Jolie (composto de fios Modal) e os tecidos Pele de Ovo, Pele de Ovo Mescla, Pele de Anjo, Pele de Anjo Mescla (compostos de fio Micromodal) têm suas fibras fabricadas dentro dos mais altos padrões ambientais e cumprem todos os requisitos do programa Carbono Neutro. Para se ter uma ideia, 95% dos materiais da produção destes fios são recuperados durante o processo, da polpa até o fio. Somado a isso, o Jolie é 100% biodegradável. Outro artigo exclusivo é o tecido CO2NA. Por conta da sua composição de Liocel com o poliéster eco-amigável, em condições adequadas, ele é 100% compostável, tornando-se adubo no solo, evitando a poluição do

meio ambiente. Pensando no corpo humano, a malha tem em seu processo industrial um amaciante natural e biodegradável com extratos de vitamina E, aloe vera e jojoba, que proporcionam um contato natural e amigável na pele. Outro destaque são os tecidos Celui e Rustic, com fios de linho certificados pela Confederação Europeia de Linho e Cânhamo (Celc) que, em 2014, aprovou a S a n ta c o n s t a n c i a Te c e l a g e m como a primeira empresa mundial autorizada a identificar seus tecidos e suas malhas de linho com a etiqueta European Flex. Este selo comprova a origem e a qualidade do linho utilizado no tecido e o respeito à natureza. Além disso, o linho é apontado como 100% biodegradável e com atributos benéficos à saúde humana como ser antiestresse e antialérgico. A fim de estimular o consumo consciente e a identificação dos tecidos CO2Control para o consumidor final, a Santaconstancia desenvolveu uma etiqueta especial em papel reciclável que comprova a origem e autenticidade do tecido que o cliente final está levando.

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