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editorial

Responsabilidade ambiental Quando o ciclo de responsabilidade pela produção de um produto realmente se encerra? Qual o compromisso de cada esfera da sociedade neste contexto? Quando falamos de responsabilidade ambiental, um assunto que até pouco tempo estava apenas no âmbito das discussões de ideologias e pontos de vista, podemos afirmar que ideias e políticas mais claras e coerentes estão se solidificando. O que era motivo de preocupação e incerteza para cadeia produtiva em geral começa a ser regulamentado de maneira clara, tornando possível às cadeias produtivas tomarem decisões e se estruturarem para atenderem não só as exigências legais, mas também aos anseios da sociedade como um todo. Não há dúvida de que somos responsáveis por todos impactos que geramos durante a fabricação de um produto ou prestação de um serviço, e a sociedade está cada vez mais atenta a como cada organização trata os chamados "resíduos" de seu processo produtivo. Não saber lidar com esta situação pode ser um grande gol contra, comprometendo todos esforços de investimentos em P&D, tecnologia e marketing. As regulamentações dos aterros sanitários, que regimentam não apenas empresas, mas também os governos em todas suas esferas, que deverão estar plenamente regularizados até o final de 2014, proibindo a existência de aterros a céu aberto, bem como a exigência de um con-

trole rígido do que pode ser descartado, acompanhado de um plano de resíduos sólidos de cada município, são, sem dúvida, um grande avanço quando o tema é política de preservação ambiental. Mas o que poderia ser visto como um grande desafio para as organizações pode e deve ser visto como uma oportunidade de estabelecer diferenciais competitivos para seus negócios, produtos e serviços. É possível, e temos exemplos ótimos sendo mostrados dentro desta edição da Revista Tecnicouro, não apenas atender às exigências legais, mas aproveitar mais esta oportunidade para exercitar o compromisso de envolvimento das empresas com a sociedade na qual faz parte da maneira mais ampla e produtiva possível. Isto gera diferencial competitivo, enriquece a cultura da empresa e faz com que a mesma atinja seus propósitos em sua plenitude. Compromissos e oportunidades estão batendo em nossa porta, cabe a cada um assimilá-los, cumprir com seus deveres, aproveitar as oportunidades e surpreender. A sociedade está cada vez mais alerta e exigente, e é compromisso de cada um não frustrar as expectativas lançadas sobre nossos negócios por aqueles que têm o total poder de decisão por qual produto ou serviço irão optar.

Claudio Chies Presidente do Conselho Deliberativo

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eventos Francal e Inspiramais movimentam toda a cadeia calçadista

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moda & design Ilusões à vista na primavera-verão 2015/16

agenda

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publicações Obra trata da política de autoria no Brasil

Calendário brasileiro das feiras e eventos do setor em 2014

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abnt/cb-11 Como funciona o CB-11

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tecnologia e processos O futuro da competição no setor

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artigo técnico O óleo essencial de canela como alternativa antifungo

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artigo científico Estudo sobre os problemas mais comuns em sapatilhas femininas

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opinião Empreendedor de negócio sustentável

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guia de compras

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caderno de sustentabilidade Atitudes em proteção ao ambiente natural

sumário

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expediente

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dia a dia 250 pares de calçados são doados para Campanha do Agasalho

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comunicação e mercado Novidades das indústrias de base para o setor de transformação

em foco Pesquisas apontam que mais de 90% dos consumidores se consideram mais preparados para decisão de compra, porém 53% acabam comprando por impulso

especial A sustentabilidade ambiental na prática

Capa: arte de Fábio Scherer

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Conselho Deliberativo Contatos Presidente: Claudio Chies

Para que você, leitor, possa comunicar-se direta e rapidamente com o IBTeC, Tecnicouro publica a seguir os e-mails dos integrantes de cada uma das áreas da entidade. Por meio deles, é possível fazer sugestões e críticas, solicitar informações, esclarecer dúvidas, enviar e receber materiais redacionais e publicitários, inscrever-se em cursos e eventos e ainda agendar sua visita ao IBTeC. Utilize-os para comunicar-se conosco.

Conselheiros: Ernani Reuter Jakson Fernando Wirth

Jornalista Responsável e Editor Luís Vieira (8921-MTb/RS) luis@ibtec.org.br Produtora Gráfica e Jornalista Melissa Zambrano (10186-MTb/RS) melissa@tecnicouro.com.br

João Altair dos Santos Presidente executivo: Paulo Griebeler Vice-presidente executivo: Dr. Valdir Soldi

Jorge Azeredo Marcelo Fleck

Arte Final Fábio Mentz Scherer fabio@ibtec.org.br

-Institucional/Cursos/Eventos Marcela Chaves da Silva: marcela@ibtec.org.br COMERCIAL -Gerente Karin Becker: karin@ibtec.org.br

Publicidade Romeu Alencar de Mello romeu@ibtec.org.br Kelly Turcatti kelly@ibtec.org.br

CONSULTORIAS Paulo César Model (consultor técnico): paulo@ibtec.org.br

Assinaturas Kelly Turcatti kelly@ibtec.org.br

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Conselho Editoral Ênio Erni Klein Wanderlei Gonsalez Milton Antônio Zaro Luís Vieira Ernesto Plentz Mauro Sarmento Janete Maino César Bündchen Evandro Sommer

ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO Rogério Luiz Wathier: rogerio@ibtec.org.br

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Dr. Luiz Antônio Peroni Dra. Mariliz Gutterres Dr. Milton Zaro Dra. Susana Cristina Domenech ibtec@ibtec.org.br www.ibtec.org.br

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IBTeC firma parceria solidária para destinar corretamente os seus resíduos O Encontro de Integração do mês de maio foi marcado pela oficialização da parceria entre o IBTeC e o Projeto Catavida, cujo objetivo é a destinação adequada aos resíduos gerados no dia a dia no instituto. O Catavida é um programa de gestão ambiental dos resíduos sólidos que envolve as secretarias municipais do Desenvolvimento Social, do Trabalho e Geração de Renda, e da Educação. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, salientou que, assim como aconteceu com a parceria recentemente estabelecida com a Fundação Proamb, esta ação com o Catavida visa a promover a sustentabilidade em todos os níveis. "Todos somos responsáveis por deixarmos o nosso planeta ambientalmente saudável para as futuras gerações, e isto pode ser realizado tanto nas pequenas ações do cotidiano das pessoas quanto na implantação de projetos de grande envergadura no ambiente corporativo",

Contrato foi detalhado aos colaboradores durante Encontro de Integração

ilustrou o executivo. A coordenadora do Projeto Catavida, Regina Roese de Souza, salientou que a cada mês são geradas em Novo Hamburgo seis mil toneladas de lixo. Deste montante, 30% poderiam ser recicladas, mas somente 6% recebem tal destinação.

"O objetivo do projeto é enfrentar o problema do lixo como uma questão social, transformando os catadores do município em cidadãos", sintetizou. Com a assinatura do convênio, o IBTeC passa a destinar os seus resíduos (que já vinham sendo separados) para o programa.

IBTeC visita Franca Seguindo o planejamento de aproximar cada vez mais o IBTeC dos polos calçadistas, o presidente executivo do instituto, Paulo Griebeler, e o coordenador do Laboratório de Biomecânica, Prof. Dr. Aluisio Avila, visitaram, de 16 a 18 de junho, a cidade de Franca, em São Paulo. Além da sede do Sindicato da Indústria Calçadista de Franca (Sindifranca), eles contataram várias empresas, realizando, inclusive, o fechamento

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de contratos para testes biomecânicos para novos clientes. O presidente executivo Griebeler conta que esse tipo de visita a sindicatos e empresas visa à disseminação de conhecimento e inovação para agregar valor aos produtos, e assim aumentar a competitividade das empresas brasileiras através do desenvolvimento de produtos com diferenciais tecnológicos.

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IBTeC, Coelho Assessoria e Fenac doam calçados para Campanha do Agasalho No dia 10 de junho, o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), a Coelho Assessoria Empresarial e a Fenac oficializaram a entrega de 250 pares de sapatos e botas para o gabinete da primeira-dama de Novo Hamburgo/RS, Jorgia Seibel. Os calçados foram montados no Projeto Fábrica Conceito, realizado durante a Fimec 2014, e a doação fará parte do material arrecadado na Campanha do Agasalho que será distribuída para entidades de assistência social. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, agradeceu aos parceiros (realizadores, correalizadores, participantes e patrocinador), que não mediram esforços para a concretização da quinta edição do projeto, bem como à imprensa, que tem apoiado na divulgação - tanto do trabalho desenvolvido durante a feira quanto da destinação fi-

Os 250 pares foram montados no Projeto Fábrica Conceito durante a Fimec 2014

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A primeira-dama de NH vai direcionar a doação para entidades de assistência social

nal da produção realizada. "Para o instituto é um privilégio participar de um projeto de tamanha importância para o setor e a sociedade, pois, além de todo o viés da tecnologia e sustentabilidade ambiental, existe a questão social, hoje contemplada através da doação destes calçados em benefício de várias pessoas que realmente dependem de ações solidárias como esta para vencer os desafios diários." A primeira-dama do município, Jorgia Seibel, considerou que o material chegou na hora certa. "Estamos em plena Campanha do Agasalho e as entidades que receberem os calçados se encarregarão de fazer a distribuição direta ou a venda para usar o dinheiro na aquisição do que cada comunidade mais necessita." O prefeito de Novo Hamburgo, José Luis Lauermann, ressaltou que, quando se pensa no desenvolvimento, o desafio é articular o interesse econômico com o social, e o projeto se destaca exatamente por unir a

tecnologia, o desenvolvimento e a sustentabilidade ambiental e social. "Cada edição da Fábrica Conceito traz consigo o momento para mostrar como se faz um calçado de qualidade, mas também é uma oportunidade para demonstrarmos como, através da solidariedade humana, podemos contribuir para minimizar o sofrimento das pessoas mais necessitadas."

Projeto Neste ano, a Fábrica Conceito teve patrocínio da Rhodia/Solvay e correalização da indústria de calçados casuais esportivos masculinos Jacob e das fabricantes de calçados femininos Delotto e Firezzi. No espaço do projeto, cerca de 60 empresas de base se uniram para a instalação de duas linhas de montagem que, em tempo real, produziram aproximadamente 1.200 pares de botas, scarpins e sapatos casuais.

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A arte de falar em público No Happy Hour com Tecnologia, realizado no dia 20 de maio na sede do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), em Novo Hamburgo/RS, o palestrante Valdir Fontanella, da Fontanella Quality Consultoria e Desenvolvimento de Pessoas, abordou A Arte de Falar em Público. De acordo com ele, hoje, o profissional para ter sucesso, especialmente quem gere pessoas, tem que saber se comunicar em público. Mas o que muitas vezes ocorre é que, mesmo tendo uma boa bagagem de conhecimento, muitos sentem dificuldades para se articular. A apresentação foi uma espécie de resumo de um programa de seis horas, onde o especialista busca oferecer subsídios para as pessoas que querem perder o medo ou a timidez de falar em público ou ainda aprimorar a sua técnica durante as futuras preleções. "Falar bem em público não é algo herdado geneticamente, mas uma habilidade que se aprende a cada dia. Alguns têm mais facilidade e outros nem tanto, mas o importante é que cada um reconheça as suas qualidades e carências, para criar o seu próprio estilo, conquistando dessa forma uma imagem de credibilidade junto ao público", observou. O profissional reforçou que é essencial conhecer bem o tema e preparar-se emocionalmente antes de qualquer apresentação. Entre as dicas, ele destacou que as pessoas podem exercitar a habilidade falando para pequenos públicos ou ainda filmar simulações de apresentações e assisti-las para perceber e corrigir as próprias falhas além de aprimorar os pontos fortes. Ele lembrou ainda a importância de se criar um roteiro para cada apresentação, compreendendo

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Dinâmica auxilia a aprimorar a técnica na apresentação de palestras

desde a saudação inicial até a mensagem de encerramento, pois isso ajuda a aumentar a autoconfiança do palestrante. Fontanella também apontou que o apresentador deve ter alguns cuidados durante a apresentação, tais como: manter posição ereta do corpo; olhar para frente e para todo o ambiente; falar claramente e com entusiasmo; dirimir dúvidas e colocarse à disposição para futuros questionamentos. Outro ponto abordado foram erros comuns que devem ser evitados por qualquer palestrante. - Jamais inicie uma apresentação pedindo desculpas pelo despreparo ante o tema; - Não conte piadas ou casos engraçados se não tem o dom para isso; - Evite fazer perguntas impositivas aos participantes; - Deixe as frases clichês fora de suas palestras; - Não fale baixo nem fique olhando para o chão; - Jamais critique publicamente alguém; - Cuide para não ficar com as

mãos nos bolsos e nem gesticular muito; - Evite o uso de termos chulos ou rebuscados demais; - Não recorra a cacoetes da fala (né, tá, ok, certo...).

Roteiro básico 1 - Saudar a plateia 2 - Identificar-se e qualificar-se 3 - Fazer um chamamento sobre o tema a ser abordado 4 - Apresentar o título 5 - Esclarecer o objetivo da apresentação 6 - Fazer uma divisão do tema 7 - Desenvolver o assunto 8 - Proporcionar um momento interativo (tempo para perguntas e respostas) 9 - Fazer rápido resumo final reforçando os principais pontos 10 - Agradecer pela presença e participação 11 - Deixar uma mensagem final e os contatos pessoais

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Agende-se para realizar bons negócios em 2014/2015 Julho

Outubro

Janeiro

Inspiramais (salão de design e inovação de materiais) 16 e 17 São Paulo/SP www.inspiramais.com.br

Fisp (artigos voltados à prevenção de acidentes e doenças do trabalho) 8, 9 e 10 São Paulo/SP www.fispvirtual.com.br

Couromoda (calçados e artefatos) 11, 12, 13 e 14 São Paulo/SP www.couromoda.com

Francal (calçados e artefatos) 15, 16, 17 e 18 São Paulo/SP www.feirafrancal.com.br

Inspiramais (salão de design e inovação de materiais) Data indefinida São Paulo/SP www.inspiuramais.com.br

Radar (artigos voltados à prevenção de acidentes e doenças do trabalho) 14, 15 e 16 Gramado/RS www.merkatorfeira.com.br

Setembro

Março Novembro

Ficann (calçados, artefatos e confecções) 1º, 2 e 3 Fortaleza/CE www.ficann.com.br Seincc (matérias-primas, produtos auxiliares, máquinas, equipamentos, processos, serviços e tecnologias para calçados e artefatos) 24 e 25 São João Batista/SC www.sincasjb.com.br

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Feiplar (matérias-primas, produtos auxiliares, equipamentos, processos, serviços e tecnologias aos fabricantes de peças em composites, poliuretano ou plásticos de engenharia) 11, 12 e 13 São Paulo/SP www.feiplar.com.br Zero Grau (calçados e artefatos) 17, 18 e 19 Gramado/RS www.feirazerograu.com.br

40 Graus (calçados e artefatos) 9, 10 e 11 Natal/RN www.feira40graus.com.br Fimec (couros, produtos químicos, componentes, equipamentos e máquinas para calçados e curtumes) 17, 18, 19 e 20 Novo Hamburgo/RS www.fimec.com.br Obs.: o calendário de feiras é elaborado com informações obtidas através dos sites das organizadoras e pode sofrer alterações.

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A moda trançada

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A Alta Indústria de Trançados é especializada na produção de componentes para a fabricação de calçados, artefatos e confecções. Utilizando juta, algodão e materiais sintéticos como matérias-primas das suas tiras, fitas, cabedais, cordões, franjas, apliques e tranças, entre outros desenvolvimentos, um dos destaques é a não utilização de qualquer tipo de tingimento nas fibras naturais. Alex Carbone, do setor de desenvolvimento, salienta que a empresa - que vem se destacando no mercado pela diversidade e quantidade de produtos oferecidos, colore tais fibras através do recobrimento dos fios com poliéster já pigmentado. Com uma produção de 100 mil metros por dia, os principais mercados-alvo são o Rio Grande do Sul, os polos paulistas de Jaú e Franca, além do

Forros e cabedais Criada a partir da união entre uma empresa brasileira e uma chilena, a Caimi & Liaison vem conquistando o mercado, tornando-se um dos principais fornecedores de produtos alternativos ao couro para os setores de calçados, artefatos, móveis e decoração. Cristiane Ramires, líder de desenvolvimento, salienta dentre os materiais disponíveis dois laminados em PU: o Diva Glass, que se trata de um forro espelhado com transfer, e o Diva Pig, um forro com estampa de porco. Ela conta que a empresa fabricou os laminados e terceirizou o processo de trama. "Sendo dublado, o mesmo forro pode ser aplicado em cabedal de calçados e artefatos, ou até mesmo em alças", destacou.

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Nordeste. Para a primavera-verão 2014/15, as apostas em cores são várias, com destaque para esmeralda, coral, azul, verde petróleo e goiaba.

Efeito diferenciado A Tre Anytry desenvolveu um píton reticulado - black cut - que traz um efeito bem interessante, resultado de uma pintura feita a partir de duas técnicas distintas, aplicadas sobre couro com escamas. O representante Hercules Volcato e a técnica em vendas Patrícia Borges contam que, para aprimorar o acabamento da peça, a empresa pintou de forma manual e também com o uso de pistolas, o que proporcionou um aspecto rústico e ao mesmo tempo sofisticado. Para finalizar, a empresa aplicou ainda um efeito de amassamento, tornando o produto ainda mais diferenciado.

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Soluções diferenciadas na Brazil Promotion De 5 a 7 de agosto, a Colorgraf

Jordana Drawans conta que os

A Colorgraf iniciou suas ati-

participará da maior feira de

visitantes vão conferir o que há

vidades em 1993 e desde então,

marketing promocional do País,

de melhor e mais avançado no

impulsionada pelos investimen-

a Brazil Promotion. Durante a

setor promocional, e o estande

tos em gestão e tecnologia, cres-

feira, que será realizada em São

da Colorgraf será o lugar certo

ce ampliando seu mix de produ-

Paulo/SP, a empresa apresenta-

para encontrar soluções diferen-

tos. Hoje, com plantas industri-

rá os principais lançamentos do

ciadas.

ais localizadas em Novo Ham-

ano em produtos e serviços

" Va m o s a p r e s e n t a r n o s s o

burgo/RS e Itapetinga/BA, além

promocionais, brindes, soluções

portfólio atualizado, com o mix

de um escritório comercial na

para o merchandising no ponto

de soluções desenvolvidas para

cidade de São Paulo/SP, a em-

de venda e muito mais.

os mais diversos segmentos",

presa atua por toda a América

pontua Jordana.

Latina e a Rússia.

A gerente de marketing

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Palmilhas moldadas

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Seguindo os objetivos de desenvolver projetos para diferentes mercados e segmentos, com tecnologia de ponta, agilidade, pesquisa avançada e excelência produtiva sustentável, a Jomo destaca a sua linha de palmilhas femininas moldadas que, além de não levarem costura, podem ser produzidas em tecidos com tratamentos especiais, como o antibacteriano, o que proporciona mais proteção e bem-estar aos pés. A linha EM 10867, por exemplo, é feita em PU e apresenta arco anatômico que se molda à base do pé. Contando com sistema que a torna mais leve, macia e suave, oferece respirabilidade ao pé, além de ser lavável. Já a palmilha EM 10856 é

moldada em composto de EVA reciclado e se destaca pela resiliência, maleabilidade e leveza. Por meio de perfuros e canaletas em relevo, proporciona respirabilidade aos pés. O produto é lavável e oferece rápida secagem. Fundada na Alemanha, em 1975, a empresa desenvolve os processos de termomoldagem, vacuum forming e costura, apresentando soluções versáteis e inovadoras para os mais diversos segmentos: calçados e moda, cosmético e farmacêutico, alimentos e bebidas, construção civil e decoração, marketing promocional e automotivo. Com foco no design sustentável e na inovação, a empresa prioriza, do planejamento à produção, o cuidado

com a procedência da matéria-prima, o consumo inteligente de energia e água e um rigoroso controle de qualidade.

Calçados para uso profissional Sempre atenta à rotina de mulheres que não abrem mão de leveza e conforto, a Usaflex chama a atenção com os modelos que fazem parte da linha PróConforto, cujos materiais evidenciam uma série de características especiais, como formato anatômico, palmilhas diferenciadas e tecnologias voltadas para o bem-estar. Desenvolvidos para tornar a jornada de trabalho mais confortável e segura, os sapatos foram tes-

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tados nos laboratórios do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), para adequá-los às exigências internacionais - principalmente no que se refere ao controle de substâncias que possam causar danos à saúde e a prevenção contra ataques microbiológico em suas matérias-primas. Os calçados também chamam a atenção por conta do exclusivo sistema de ventilação e tratamento de umidade, benefícios que mantêm o microclima interno do produto e garantem pés secos ao longo do dia. Para melhor atender as necessidades do setor, os sapatos chegam ao mercado nas cores branco, preto e marinho. Fundada em 1998, a Usaflex tem sede em Igrejinha/RS e produz calçados exclusivamente em couro. Direcionada ao público feminino, a marca se destaca por seu empenho em agregar tecnologia, conforto e inovação em cada artigo. Com produção diária de 25 mil pares, a fabricante gaúcha conta com aproximadamente 800 modelos de sapatos, que abrangem mais de 80 diferentes linhas para se adaptar aos mais diversos perfis de consumidoras.

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Funcionalidade e personalização

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Atuando há 67 anos no mercado de aviamentos, a Baxmann é tradicionalmente conhecida por oferecer com qualidade uma ampla linha de produtos utilizados nas mais diversas fases da produção dos calçados e artefatos, com agilidade logística para atender prontamente todo o Brasil e América Latina. Em seu moderno parque industrial são produzidos ilhoses e rebites que, além de adornar e personalizar o produto final, agregam funções técnicas fundamentais para a segurança e durabilidade do calçado e acessório seja como reforço estrutural ou como elemento de fixação, prendendo, por exemplo uma fivela, ou ainda reforçando o cabedal e guiando os atacadores. As tachas ou cravos, outra linha da empresa, são fundamentais na construção de tamancos, fixando o cabedal à cepa. Existem ainda os ilhoses, que fixam a alma de aço (a estrutura flexível dos sapatos femininos), indispensáveis para a segurança e funcionalidade do calçado. A empresa oferece uma linha, que são os enfeites ou grampos, utilizados para adornar e diferenciar os calçados e

artefatos, a exemplo dos spikes, que tanto se destacaram em coleções recentes de calçados, artefatos e vestuário. Buscando a satisfação total dos clientes são utilizados três materiais base para a construção dos seus artigos (latão, alumínio e aço) os quais são disponíveis em mais de 30 acabamentos e cores produzidos por tratamentos superficiais galvânicos e de pintura. Uma das principais características dos componentes Baxmann é a personalização do produto

final, proporcionando a aplicação da marca e diferenciais que valorizam ainda mais o visual. A qualidade encontrada nos produtos é reflexo de seus processos certificados pela ISO 9001 e da satisfação dos colaboradores da Baxmann, que sempre preocupada com o ser humano e o meio ambiente, vem realizando significativos investimentos nas áreas de automação, qualidade e tratamento de efluentes.

Acessórios para conforto A percepção de que existe uma certa falta de padronização nas formas de calçados foi vista pelo empreendedor Sérgio Arthur Monteiro Cordeiro como uma oportunidade para a criação da Angel's feet, empresa especializada em peças técnicas e acessórios para o ajuste do calce. Hoje, com cinco anos no mercado, a grife oferece produtos especialmente confeccionados para oferecer conforto ao usuário durante o caminhar. Cordeiro lamenta que ainda existem empresas que acreditam que os investimentos em propaganda e marketing bastam para despertar o desejo nos consumidores de adquirirem seus produtos, mas esquecem de que, em se tratando de calçados, o ajuste no pé é um dos principais quesitos para a fidelização do cliente. "Muitas vezes a loja deixa de vender produtos que são lindos na vitrina, mas pecam no ajuste. A solução pode ser a utilização de um item como a calcanheira desenvolvida para absorver o impacto durante a caminhada ou o protetor de joanete que previne dores causadas pelo atrito com o calçado", exemplifica. O portfólio conta 11 linhas de produtos, como biqueiras para diminuir a pressão na ponta dos pés, protetor plantar, palmilha para absorção de impacto, acessórios antiderrapantes para oferecer um caminhar mais seguro, entre outros.

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Consumidores se consideram preparados para decisão de compra A maioria absoluta dos consumidores declara-se estar mais preparada e consciente sobre seus direitos, segundo pesquisa eletrônica da Boa Vista Serviços, administradora do SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Dos usuários que responderam ao questionário no Portal Consumidor Positivo (www.consumidorpositivo.com.br), 93% declaram estar mais preparados para tomar decisões de compra, 84% mais conscientes sobre seus direitos, e 65% sentem-se mais respeitados pelas empresas do que há quatro anos. A intenção do levantamento foi conhecer a percepção do consumidor acerca de questões relacionadas a seus direitos, crédito e consumo, no mês de março, quando se comemorou o Dia Mundial do Consumidor. A relação com o crédito também evoluiu de forma positiva na opinião dos consumidores. Na pesquisa, 80% declaram que o acesso ao crédito está mais fácil hoje se comparado há quatro anos, enquanto 20% avaliam que, ao contrário, está mais difícil. Esta maioria avaliando mais facilidade de acesso ao crédito surpreende, considerando-se que nos últimos dois anos os concedentes de crédito adotaram critérios mais rigorosos de concessão, diante de um cenário de inadimplência alta. Grande parte dos consumidores que responderam à pesquisa, entretanto, não se sentiu afetado por esse rigor. No quesito renda familiar, manter as contas em dia está igual a 2013 para 41% dos consumidores. No entanto, para 34% dos consumidores está mais difícil manter as contas e apenas para 25% dos consumidores está mais fácil, considerando a renda familiar mensal atual. Quando o assunto é economia, apenas um terço afirma que consegue

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guardar dinheiro depois de pagar as contas, e destes 70% investem na poupança. Segundo Dorival Dourado, presidente da Boa Vista Serviços, o levantamento teve por objetivo verificar a percepção do consumidor quanto a seus direitos e decisões de consumo. "A pesquisa mostra um amadurecimento do consumidor, sobretudo em relação ao uso do crédito e ao consumo. E esta evolução pode estar associada a um conjunto de fatores como mais acesso à informação; intensificação de ações de educação financeira por parte de agentes do mercado; mais oportunidades de planejamento e de controle. A sociedade tem promovido o debate acerca dessas questões e isso tem se mostrado muito positivo e promovido uma boa conscientização. O consumidor mostrase cada vez mais protagonista de sua vida financeira, o que é muito saudável", avalia Dourado.

Formas de pagamento A pesquisa da Boa Vista Serviços também buscou saber quais são os meios de pagamento mais utilizados. 65% dos consumidores preferem realizar o pagamento das compras à vista ou em parcela única (destes 40% no cartão de débito, 29% com cartão de crédito, 26% com dinheiro e 5% com boleto e cheque). Dos 35% que preferem pagar em prestações, 76% utilizam o cartão de crédito parcelado, 20% preferem carnê/boleto e cheque pré-datado, e 4% o cartão de débito.

Sonhos de consumo Os principais sonhos de consumo, nos próximos 12 meses, dos consumidores participantes desta pesquisa são (resposta múltipla): 41% comprar carro/moto,

41% bens duráveis (17% tablet/celular, 12% TV, 8% eletrodomésticos e 3% Som/DVD), 39% comprar imóvel e 33% móveis/reforma da casa. Para os bens de maior valor, aproximadamente 70% dos consumidores declaram que a compra seria parcelada. Em relação ao parcelamento, 60% avaliariam juros e a diferença com o preço à vista, e 40% o valor e quantidade das parcelas. Não existem grandes diferenças quando comparados os resultados da classe C com os da classe DE, a exceção da classe DE conseguir guardar menos dinheiro após pagar as contas do mês e uma menor preferência pelo cartão de crédito.

Universo da pesquisa e perfil dos respondentes O universo da pesquisa, feita especialmente para o Dia Mundial do Consumidor, é representado por consumidores que buscaram informações e orientações no site Consumidor Positivo da Boa Vista Serviços, entre os dias 10 de fevereiro a 5 de março de 2014. Para a estratificação por classe social, foi utilizado o critério FGV 2012 (de faixas de renda). A amostra obtida foi de 967 respondentes, dos quais 44% representam a classe C e 50% as classes D/E. Para leitura geral dos resultados, devese considerar 95% de grau de confiança e margem de erro equivalente a 3%, para mais ou para menos. Dos participantes, 52% são homens e mais da metade destes consumidores é casada. Quanto à faixa etária, independente do sexo, 37% concentramse entre 30 a 39 anos. 68% dos consumidores que responderam a pesquisa concentram-se na região Sudeste do País, seguida da Nordeste (14%), Sul (9%), Centro-Oeste (6%) e Norte (3%).

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William Nicolau é reeleito presidente da Assintecal Com foco em ações estratégicas de defesa, promoção e integração do setor, William Marcelo Nicolau assume seu segundo mandato como presidente da Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), para o biênio 2014/2015. Em um cenário marcado pela alta competitividade na indústria, as parcerias com outras entidades e o diálogo com todas as esferas de governo são fundamentais para um crescimento sustentado, afirma Nicolau. "O setor de componentes é muito promissor, mas devemos ser previdentes em relação aos elevados custos de produção no País. Se levarmos em consideração o aumento das importações no setor, o esforço deve ser ainda maior." Em sua gestão, William Marcelo Nicolau deu início a fortes projetos de defesa comercial, que seguirão entre as prioridades nos próximos dois anos. Dois deles estão relacionados à elevação da Tarifa Externa Comum (TEC) para importação de cabedais e solas e saltos. A inclusão do segmento no plano de desoneração da folha de pagamento foi outro pleito importante, que serve como exemplo para as ações que terão continuidade nesta gestão. Pleitos de redução do imposto de importação resultaram também em benefícios à competitividade. Esta ação foi realizada em parceria com a Associação Brasileira dos Produtores de Fibras Artificiais e Sintéticas (Abrafas), o que exemplifica o alto grau de importância das parcerias entre entidades.

Parcerias estratégicas A Assintecal durante sua gestão renovou dois importantes convênios, sendo um com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e outro com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

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Artecola é premiada

Parcerias estratégicas são foco da gestão

A nova diretoria Presidente: William Marcelo Nicolau Conselho de Administração Vice-presidente Executivo: Valdemar Masselli Jr. Vice-presidente Administrativo/Financeiro: José João Dewes Vice-presidente Institucional: Gerson Berwanger Vice-presidente de Mercado Internacional: Lisiane Kunst Vice-presidente de Mercado Interno: Rafael Dilkin Vice-presidente Setorial Couros: Ricardo Peres Vice-presidente de Inovação e Sustentabilidade: Eduardo Perez Vice-presidente de Design: Roque Orlando Vieira Júnior Vice-presidente Setorial Calçado: Saulo Pucci Bueno Vice-presidente Regional São Paulo: Fernando Nicory Conselho Fiscal: Antônio Miguel Riera Costa Oséias Schroeder Renato Kunst

O Prêmio Apex Brasil é promovido pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e valoriza os esforços de empresas brasileiras que se destacaram com iniciativas inovadoras no mercado internacional. Artecola Química foi vencedora na categoria Grande Empresa com o case Revolução Artepowder: Inovação Tecnológica abre mercado asiático - o maior do mundo - para fabricante de componentes para calçados. O trabalho mostrou como a inovação tecnológica - o primeiro adesivo em pó para o mercado calçadista do mercado mundial - abriu novos mercados, permitindo a inserção da empresa no mercado asiático, que responde por 85% da produção mundial de calçados. O processo de colagem em pó foi desenvolvido em parceria com a fabricante de máquinas Orisol, e gerou a joint venture Artesol, que já está em atividade na China, atendendo ao mercado asiático. A região produz 15 bilhões de pares de calçados/ano, dez vezes mais que a produção de 1,5 bilhão/ano nas Américas, área de atuação da Artecola Química até então. "O produto foi desenvolvido para a colagem de solados no setor calçadista e representa uma verdadeira revolução nesse processo, reforçando o preceito de que é preciso inovar e se diferenciar para crescer. É isso que a Artecola Química busca a cada dia, ao lado do cliente", enfatiza a diretora executiva, Lisiane Kunst Bohnen, que recebeu o troféu no evento realizado em maio na cidade de São Paulo/SP.

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Freudenberg conquista dois prêmios da BSB A Freudenberg Não Tecidos conquistou dois dos cinco prêmios da Brazil Safety Brands (BSB) para os seus fornecedores. A produtora de calçados de segurança reconheceu a Freudenberg como empresa destaque nas categorias Comercial e Inovação. A entrega dos prêmios ocorreu em 20 de maio, durante o 2º Encontro de Fornecedores, um evento especial da BSB que reuniu 50 dos seus principais parceiros de negócios. Celso Luiz Metz, executivo da divisão Shoe Components, filial da Freudenberg em Novo Hamburgo/RS, está muito satisfeito com o reconhecimento. "Estes prêmios estimulam a nossa equipe a manter a excelência de atendimento e fornecimento de soluções inovadoras", diz. Ele atribui o prêmio Destaque em Inovação a uma série de fatores relacionados ao atendimento que a empresa presta à BSB ao longo de 15 anos. Entre eles, cita a postura da Freudenberg de enxergar oportunidades e criar produtos para ajudar os clientes a superar os seus desafios. Ele lembra também a questão da confiabilidade, pois a Freudenberg é um parceiro com gran-

de capacidade de desenvolvimento, além de ser confiável para a entrega de grandes volumes para as indústrias. Sobre o prêmio Destaque Comercial, o executivo aponta a preocupação da Freudenberg com a excelência do atendimento. As equipes comercial e de desenvolvimento da Freudenberg visitam a BSB com frequência e, desta forma, conseguem, em conjunto com o cliente, trabalhar pró-ativamente para encontrar soluções. "Neste relacionamento de vários anos, acompanhamos de perto muitos momentos importantes da história da BSB, uma empresa que evoluiu de forma constante em todas as suas áreas", comenta Metz.

Sobre a Freudenberg Não Tecidos A Freudenberg Não Tecidos atua no desenvolvimento e fabricação de entretelas, materiais para calçados, material higiênico para uso em fraldas e absorventes femininos, e também em material para filtração. Os principais setores de atuação da

empresa são as indústrias de confecção, calçadista, fraldas descartáveis, absorventes femininos e panos de limpeza pessoal, além do mercado de filtração de gases e líquidos. A empresa atua no Brasil desde 1985. Sua unidade fabril de Jacareí/SP e o escritório comercial de São Paulo/ SP e a filial de Novo Hamburgo/RS contam com cerca de 300 funcionários e atendem mais de 3 mil clientes ativos.

Sobre o Grupo Freudenberg O Grupo Freudenberg, de origem alemã, atua nos segmentos de vedação, controle de vibrações, não tecidos, lubrificantes especiais, agentes desmoldantes, filtração, dentre outros. Emprega cerca de 40 mil pessoas em 60 países, com um faturamento anual acima de 6,62 bilhões de Euros. No Brasil, está presente com seis empresas: Freudenberg-NOK, Freudenberg Não Tecidos, Klüber Lubrication, EagleBurgmann, ChemTrend e SurTec; desde julho de 2012, atua também por meio da joint venture TrelleborgVibracoustic.

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Mais da metade dos brasileiros compram por impulso Mais da metade dos brasileiros (52%) assume que já fez pelo menos uma compra por impulso nos últimos meses. A conclusão é de um estudo realizado nas 27 capitais pelo portal de educação financeira Meu Bolso Feliz (http://meubolsofeliz.com.br/) em parceria com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). O levantamento também procurou identificar com quais produtos os brasileiros mais gastaram desnecessariamente num período de 90 dias. Itens como roupas (29%) e calçados (19%) lideram a lista das compras por impulso, seguidos por eletrônicos/celulares (18%) e perfumes/cosméticos (12%). Dentre as mulheres, a preferência por roupas e calçados é ainda maior: atinge 33% e 19% dos casos, respectivamente. Do lado masculino, além das despesas com roupas (24%), a aquisição de produtos eletrônicos ganha mais destaque (26%). A principal justificativa dada pelos consumidores para comprar por impulso são os descontos e promoções, mencionados por metade da amostra (50%). Vale destacar que apesar das promoções serem consideradas uma forma de propaganda para atrair mais público, uma parcela reduzida de apenas 2% e 1%, respectivamente, dos entrevistados assume que é influenciada por campanhas publicitárias ou pela própria ansiedade no ato da compra não planejada. Já em relação aos locais onde são feitas as aquisições sem planejamento, o levantamento confirma o que muitos devem imaginar: os shopping centers são os campeões (35%). Em segundo lugar, ficaram as lojas virtuais (23%), em especial entre o público masculino (28% contra 19% da

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preferência feminina). Outros lugares também mencionados são as lojas de rua (14%), supermercados (14%) e lojas de departamento (4%). Na avaliação do educador financeiro do portal Meu Bolso Feliz, José Vignoli, o consumo não planejado deixa de ser um ato de prazer a partir do momento em que essa prática conduz o consumidor ao descontrole orçamentário e, consequentemente, à inadimplência. "Muitas pessoas tendem a pensar que educação financeira é fazer uma poupança. Na verdade, guardar dinheiro é só uma parte. Ser educado financeiramente significa, antes de tudo, estar bem informado e tomar decisões conscientes na hora de priorizar e organizar os próprios gastos. Somente assim o consumidor passa a ter um maior controle psicológico sobre a impulsividade", explica o educador.

Dá para viver sem crédito nos dias de hoje? A pesquisa do SPC Brasil foi atrás da resposta. 45% dos entrevistados afirmam que não enfrentariam grandes problemas em ter de pagar tudo à vista. Entretanto, é expressiva a parcela dos que não se imaginam sem a compra parcelada. Um quarto dos consumidores (24%) admite que o crédito assume um papel essencial para as suas finanças pessoais e que, sem ele, não conseguiria fechar as contas do mês ou comprar tudo que deseja. De modo geral, o crédito é definido como algo positivo na opinião da maior parte dos consumidores ouvidos pelo estudo: para 52% dos entrevistados, ele é sinônimo de alegria ou realização de sonhos e para 30%, o crédito serve de ajuda nos momentos

de dificuldade. Somente 7% dos entrevistados pensam que o crédito representa algo negativo, que pode causar problemas e incentivar o descontrole. Para os consumidores entrevistados, o custo total da compra nem sempre é o fator preponderante. A pesquisa apresentou aos consumidores uma simulação de compra de um aparelho de celular, que custaria R$ 404,10 à vista, e perguntou como eles fariam para adquirir o produto. Seis em cada dez entrevistados (58%) afirmaram que optariam pagar em parcelas, em grande parte porque preferem prestações menores ou porque não conseguiriam comprar à vista. "A pesquisa mostrou que muitos consumidores brasileiros procuram adequar os gastos ao orçamento, mesmo sabendo que o desembolso total pode ser maior. Outros consumidores preferem prestações menores para reservar parte do salário mensal para outras compras ou para imprevistos", explica Flávio Borges, gerente financeiro do SPC Brasil. "A dica é resistir às tentações das propagandas e não insistir em manter um estilo de vida que não combina com sua renda atual", orienta Vignoli. "Às vezes parece imperceptível, mas fatores psicológicos, subjetivos e emocionais exercem muita influência nas decisões financeiras. Por uma questão de status, algumas pessoas compram desmesuradamente apenas para impressionar a família, os amigos e até mesmo o vendedor da loja, para alimentar a autoestima. Sem planejamento, essas pessoas adquirem produtos supérfluos e acabam se endividando excessivamente", alerta o educador.

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Descontrole A pesquisa detectou comportamentos que demonstram falta de planejamento por parte dos consumidores. Mais de um terço (35%) admite que não tem o hábito de olhar o extrato bancário antes de fazer uma compra parcelada - principalmente homens (39%) e brasileiros da classe C (38%). Além disso, 12% chegam a incorporar o limite do cheque especial e do cartão de crédito como parte do orçamento disponível para ser gasto no mês. "O cheque especial só deve ser usado em casos emergenciais, não como fonte de renda para gastos mensais. Já o cartão de crédito transmite à pessoa a falsa sensação de não estar gastando. Esse é um dos grandes perigos para quem não está maduro o suficiente para lidar com o crédito de maneira correta. É fundamental sempre checar na fatura o valor total das compras antigas antes de se fazer uma

nova dívida no cartão", aconselha Vignoli. O estudo do SPC Brasil revela que muitos consumidores (21%) admitem não saber quantas prestações estão pagando atualmente. Neste quesito, os homens (24%) aparentam ser menos cuidadosos do que as mulheres (19%).

Metodologia O principal objetivo da pesquisa foi investigar a relação dos consumidores com a utilização do crédito e as compras por impulso. Para isso, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e o portal Meu Bolso Feliz ouviram 694 consumidores nas 27 capitais brasileiras. A margem de erro é de 3,8 pontos percentuais e a margem de confiança é de 95%.

O que é o "Meu Bolso Feliz"? Para contribuir com o aprendizado da

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educação financeira e despertar o interesse de crianças, jovens e adultos, o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) lançou o Meu Bolso Feliz http://meubolsofeliz.com.br. O portal oferece serviços gratuitos como calculadoras financeiras, simuladores de compras, investimentos, previdências e poupança, além de consultoria individualizada ao internauta, fornecida pelos economistas e educadores do SPC Brasil. O portal Meu Bolso Feliz disponibiliza mecanismos para orientar e acompanhar a vida financeira do brasileiro nas mais diversas situações - de uma simples compra no supermercado até o planejamento da própria aposentadoria. O conteúdo do site foi desenvolvido de maneira interativa, simples, descomplicada e didática para alcançar o entendimento e o interesse do maior número de consumidores possível.

Calçados para pés com diferentes perfis O sapato é peça fundamental para o visual, mas escolher o calçado errado pode causar dores nos pés. Com tantos pés diferentes (finos, largos ou sensíveis), a maioria dos brasileiros sente dificuldade ao comprar sapatos. Por isso, a Flying Feet, empresa que comercializa palmilhas personalizadas na internet, lançou sapato com diferentes perfis para cada numeração disponível. São duas larguras, M (Média) indicada para pés finos e médios, e W (largo) para pés mais robustos. Além disso, há também opções de calçados cujas numerações variam de 0,5 a 0,5 centímetros. Exemplo: Um cliente que calce 35, mas geralmente precisa comprar número 36 para ter mais conforto, pode optar por um sapato 35,5 com largura W. Os produtos ainda acompanham a moda, derrubando o estigma de que calçados confortáveis não são bonitos. Um calçado clássico, com design atual, matéria-prima de primeira linha e que ainda pode ser usado com palmilhas personalizadas. "Um produto com essas características é quase impossível achar no mercado. Claro que encontramos calçados para usar com palmilhas, mas não sapatos atuais e modernos como oferecemos," diz a

fisioterapeuta da Flying Feet, Alice Terçariol Correia. Outra situação comum é o consumidor ter sapatos com numerações diferentes no armário. De acordo com a especialista os fabricantes brasileiros possuem um padrão de medidas, mas com a entrada da moda no país, muitas fôrmas foram adaptadas para ficarem com design diferenciado. "Assim os comprimentos foram se modificando, seja por conta de um bico moderno ou pela cópia de um sapato europeu, sem considerar as variações das numerações, já que os pés dos europeus são mais finos e alongados", explica. Para Alice, essa iniciativa é muito importante para a indústria brasileira de calçados. "O sonho de qualquer lojista é agradar todos os tipos de pés. Apesar de ser um alto investimento, significaria uma venda 90% correta e com satisfação garantida", afirma. O lançamento no mercado aconteceu em março e já é possível perceber uma boa aceitação do público. "Mulheres e homens estão recebendo muito bem nosso novo projeto. Elegância e conforto eram tudo que as pessoas com pés largos ou que tenham dores frequentes na região precisavam," garante a especialista.

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Dr. Marciano Buffon Doutor em Direito do Estado, advogado Tributarista, professor do PPGD da Unisinos marciano@buffonefurlan.com.br Algumas controvérsias jurídicas estendemse por longos anos, causando sentimento de insegurança e estranheza e maximizando a complexidade da tributação brasileira. Às vezes, parece incompreensível que tais controvérsias existam e que tantos juristas não consigam perceber a singeleza da solução. Esse parece ser o caso da indevida exigência de Imposto Sobre Serviços, relativamente à denominada operação de "industrialização por encomenda". Desde o advento da Lei Complementar nº 116/03, alguns municípios entendem que sobre a referida operação deva incidir o ISS, sob o argumento que a nova redação do item 14.05 da Lista Anexa à referida lei teria permitido a cobrança de tal exação em qualquer operação desta natureza. Ocorre que, a denominada "industrialização por encomenda" não se confunde com prestação de serviços, pois ela é realizada por um estabelecimento industrial, por encomenda de outro estabelecimento, comercial ou industrial. Em vista disso, tal operação está compreendida no campo de incidência do ICMS e não do

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Industrialização por encomenda A inconstitucional cobrança do Imposto sobre Serviços (ISS) ISS. Tanto é verdade, que está submetida, obrigatoriamente, ao Diferimento do ICMS, nos termos do artigo 1º do Livro III, combinado com o Item I e II da Seção I, do Apêndice II do Regulamento do ICMS do Rio Grande do Sul. Inclusive, se a operação for realizada sob a encomenda de empresa cujo estabelecimento esteja situado em outra Unidade da Federação, haverá o destaque normal do ICMS em relação à parcela agregada (indevidamente denominada de mão de obra). O ISS, por sua vez, é o imposto de competência dos municípios que incide sobre bens que não sejam "produtos" ou "mercadorias". Ou seja, como a própria denominação menciona, o imposto incide, exclusivamente, sobre a prestação de serviços, não compreendidos no âmbito de incidência do ICMS. A única hipótese em que operação acima mencionada submete-se à incidência do ISS e não do ICMS - é aquela na qual as mercadorias se destinam ao uso ou consumo do encomendante (quando os "objetos quaisquer", referidos na parte final do item 14.05 da Lista Anexa a Lei Complementar Federal 116/2003, não venham a fazer parte de produto ou mercadoria, em nova operação de circulação). Nessas operações, faz-se necessário, inclusive, emitir nota fiscal de prestação de serviços, com vistas ao recolhimento do ISS ao município. Não obstante o exposto, o entendimento que, até o momento, prevalecia no Superior Tribunal de Justiça - STJ apontava para possibilidade de exigência tanto do ICMS/IPI como do próprio Imposto sobre Serviços. Por se tratar de uma matéria eminentemente constitucional - competência tributária - cabia ao Supremo Tribunal Federal, porém, dar a palavra final sobre o assunto. Em vista disso, em 03/04/2014, foi proferida decisão da Suprema Corte que muda radicalmente o entendimento jurisprudencial até então reinante no STJ. Esta decisão anulou lançamento fiscal lavrado pelo Município de São Leopoldo

- RS sobre o assunto em tela. Embora o caso em questão envolvesse uma empresa metalúrgica, o STF adotou o mesmo entendimento acerca da não incidência que vinha utilizando para exonerar empresas do setor gráfico da incidência do ISS, quando realizam operações com mercadorias, nos termos abaixo explicitados: "Não há como equiparar a produção gráfica personalizada e encomendada para uso pontual, pessoal ou empresarial, e a produção personalizada e encomendada para fazer parte de complexo processo produtivo destinado a bens em comércio" (voto do ministro Joaquim Barbosa ); (IV) "conforme bem esclarecido por Marco Aurélio Greco (…) a fabricação das embalagens é evento que se encontra no meio do ciclo de fabricação do produto final a ser colocado no mercado, sendo que a sua caracterização como simples prestação de serviços gráficos, além de equivocada, implicaria o estorno dos créditos anteriormente apropriados pelas indústrias gráficas e impediria o creditamento pelas empresas adquirentes" (voto da Ministra Ellen Gracie); (V) "ademais, geraria uma distorção na não cumulatividade do ICMS; a rigor, frustra o objetivo constitucional desse mecanismo (diluir a exigência do ICMS por todo o ciclo econômico de circulação de mercadorias), pois introduz um imposto cumulativo (ISS) no ciclo econômico de mercadorias sujeitas a um imposto nãocumulativo (ICMS). Rompe-se a sequência da não-cumulatividade e oneram-se os custos de ambos (fabricantes e adquirentes de embalagens)". Em decorrência do exposto, mostra-se ilegal e inconstitucional a exigência, pelos municípios, do referido imposto nas operações de industrialização por encomenda, eis que isso implicaria a exigência de um imposto sobre uma operação fora do possível campo de incidência de tributos municipais.

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Quem se lixa com o lixo? Luís Vieira - luis@ibtec.org.br

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m outubro de 2010, após duas décadas de negociações, o Brasil finalmente aprovou a Política Nacional de Resíduos Sólidos. A PNRS é a diretriz de como o País deve tratar o lixo, e as orientações incentivam a reciclagem e a sustentabilidade. Com a aprovação da política, foi elaborado o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, cujo texto passou por um processo de consulta pública. De acordo com o documento, até agosto de 2014 os lixões serão exterminados e somente os rejeitos (em torno de 10% do total dos resíduos) serão permitidos nos aterros sanitários. Os materiais recicláveis (embalagens longa vida, metais, papéis, plásticos, vidros etc.), bem como os orgânicos (a exemplo dos restos de comida), têm necessariamente que receber outro tipo de destinação. Porém, mesmo com a data limite tão próxima, o atual panorama está bem longe de ser animador. A Lei nº 12.305/10, que institui a PNRS, determinou que todos os municípios entregassem, já em

agosto de 2012, seus planos de gestão de resíduos. Mas, segundo o Ministério do Meio Ambiente (MMA), apenas 10% das cidades cumpriram a exigência. O restante encontrou na falta de especialistas capazes de desenvolver os necessários planos municipais a justificativa para o atraso. A bem da verdade, a política só será aplicada de fato quando as empresas perceberem que a gestão de resíduos, associada à promoção da cidadania, pode gerar valor de negócio às suas próprias marcas. E é justamente isso o que as indústrias gaúchas situadas no Vale do Rio Paranhana - um dos mais importantes polos calçadistas brasileiros - vivenciam, através dos programas Produção Consciente = Amanhã Mais Feliz (Três Coroas) e Caminho Sustentável (Igrejinha). Criados pelos respectivos sindicatos empresariais, os projetos estão plenamente consolidados e os municípios conquistaram reconhecimento nacional e mundial pelo efetivo respeito ao bem-estar da comunidade e a proteção do meio ambiente.

Fonte: Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre)

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Brasil recicla apenas 3% do lixo urbano Segundo dados levantados pela Subcomissão Temporária de Resíduos Sólidos, ligada à Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), e divulgados pela Agência Senado, apenas 3% dos resíduos sólidos produzidos nas cidades brasileiras são reciclados, apesar de 1/3 de todo o lixo urbano ser potencialmente reciclável. Conforme o diretor da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, Carlos Roberto Vieira Filho, o País é o quinto maior gerador mundial de lixo urbano produzindo a cada ano 63 milhões de toneladas de resíduos sólidos. Cada brasileiro gera em torno de 383 quilos de lixo por ano, e o volume total gerado cresceu 21% nos últimos dez anos, enquanto a população brasileira aumentou 9,6% no mesmo período. O diretor alerta que, embora 60% dos municípios brasileiros tenham alguma iniciativa de coleta seletiva, isso não significa que ela seja realizada em todo o território ou que tais cidades tenham programa formalizado porta a porta. "Apenas indica que o município está aberto ao tema", observa. A distância entre a teoria e a prática é exemplificada por Roney Alves da Silva, do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis. Ele afirma que o material proveniente da coleta seletiva em Brasília, por exemplo, ainda é despejado

Fonte: Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre)

em lixões e os catadores fazem a coleta do material a céu aberto e sem estrutura adequada. "Coleta seletiva efetiva começa com a população separando em casa seus resíduos secos, orgânicos e contaminados, além de destinar os perigosos para pontos de coleta específicos, mas infelizmente isso ainda não acontece", lamenta.

Entraves O avanço da cultura da reciclagem no País enfrenta obstáculos que vão desde o desinteresse da sociedade brasileira pela prática até a falta de políticas públicas sólidas. "Para que aconteça uma mudança substancial nesta realidade, são necessários programas permanentes de esclarecimento

e incentivo à separação do lixo, além de punições rigorosas para quem realiza descarte de materiais recicláveis no sistema regular de limpeza urbana", sugere Roney Silva. Já Zilda Veloso, do Ministério do Meio Ambiente, aponta que não apenas os fabricantes, os comerciantes e os consumidores, mas também os órgãos públicos e, inclusive, os catadores, são corresponsáveis pelo manejo dos resíduos sólidos. "Há necessidade de integração desses atores envolvidos na logística reversa, que é a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial para o reaproveitamento, tanto em seu ciclo quanto em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada", considera. Julho/Agosto 2014

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Caminho Sustentável Mais que um programa socioambiental, o Caminho Sustentável foi lançado em julho de 2009 pelo Sindicato da Indústria de Calçados, Vestuário e Componentes para Calçados de Igrejinha (Sindigrejinha) como uma filosofia de ação, gestão e desenvolvimento sustentável do setor, a ser adotada pelas empresas e seus colaboradores, de forma definitiva e permanente, exercendo impactos nos objetivos, estratégias e no próprio significado de empresa. De acordo com a entidade, existem na cidade em torno de 250 empresas ligadas ao setor calçadista, sendo que aproximadamente 200 são efetivamente fabricantes de calçados. Com produção de aproximadamente 23 milhões de pares/ ano, o setor gera aproximadamente 6 mil empregos diretos no município, e as empresas associadas encaminham para a Central de Resíduos do Sindicato em média 900 m³/mês de resíduos sólidos. Os materiais recebidos são encaminhados para reaproveitamento, reciclagem ou tratamento (coprocessamento, hidrólise térmica). Os tratamentos representam aproveitamento de materiais e energia, além de evitar que resíduos industriais sejam destinados incorretamente ao aterro sanitário municipal ou permaneçam como passivo ambiental em aterro industrial. Todo esse cuidado colabora de maneira significativa para evitar que toneladas de resíduos sejam espalhadas pela cidade, contaminando o rio e o lençol freático. Conforme Deivis Siebel, do Sindigrejinha, a partir do projeto, a comunidade e as empresas estão mais esclarecidas com relação ao respeito ao meio ambiente. "As empresas têm um processo de gestão evoluído para a questão dos resíduos e algumas áreas às margens do rio Paranhana (mata ciliar) foram recuperadas", resume. O consultor Luis Coelho observa que o Programa Caminho Sustentável não gere os resíduos, mas desenvolve ações para educar os empresários e trabalhadores para a melhor gestão. "A Central de Resíduos Sólidos Industriais foi criada em 1997 para abrigar os resíduos e desde então o sindicato busca alternativas legais e adequadas para a disposição destes resíduos", esclarece.

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Os mais representativos projetos desenvolvidos pelo programa - Educação ambiental nas empresas: os trabalhadores são orientados sobre a importância da gestão correta dos resíduos industriais, e como se deve proceder tanto no ambiente de trabalho quanto em suas casas, no bairro e na comunidade; - Educação ambiental nas escolas: são desenvolvidas palestras sobre meio ambiente, além da distribuição da Cartilha de Sustentabilidade e Cidadania; - Campanha do agasalho: anualmente, de abril a julho, são realizadas duas etapas de arrecadação e distribuição; - Recuperação da Mata Ciliar: com o apoio do Comitesinos, Emater e Prefeitura é realizado o plantio de árvores nativas em áreas marginais do rio Paranhana; - Doação de cadeirinhas: já foram doadas 550 cadeirinhas para que os trabalhadores da indústria de calçados possam fazer com maior segurança o transporte de seus filhos em bicicletas; - Capacitação de Unidades Industriais de Fornecimento: com apoio do Sebrae, visa a capacitar as empresas prestadoras de serviços para a cadeia calçadista; - Cartilha de Sustentabilidade e Cidadania: a publicação que orienta sobre respeito ao meio ambiente e às pessoas é distribuída para os trabalhadores do setor calçadista de Igrejinha e para a rede municipal de ensino, além das entidades de classe e sindicatos patronais de sete polos da cadeia calçadista; - Palestras: vários temas de interesse de empresários e profissionais do setor são apresentados anualmente.

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Produção Consciente O programa Amanhã Mais Feliz desenvolvido pelo Sindicato da Indústria de Calçados, Componentes para Calçados de Três Coroas é composto pela Central de Triagem de Resíduos Sólidos Industriais e Aterro de Resíduos Industriais Perigosos (Arip), e é responsável pela coleta, triagem e destinação final de 150 toneladas de resíduos industriais/mês, gerados no processo produtivo das 90 empresas filiadas à entidade. Tudo inicia nas empresas, que coletam e separam os resíduos e transportam os materiais até a central. Lá são realizados os processos de revisão, pesagem, cadastro e prensagem. A seguir, os resíduos são encaminhados aos respectivos destinos. Das 150 toneladas/mês de resíduos recebidos, 75% vão para coprocessamento e o restante (25%) seguem para reciclagem ou doação. "O Arip não é mais utilizado para o descarte dos resíduos. O local está sendo recuperado da degradação ambiental sofrida no passado”, salienta a responsável técnica pela central e o Arip, Sabrina Faiffer. O licenciador ambiental da Prefeitura Municipal de Três Coroas, Fernando Soares, lembra que em 1996 foi iniciado o projeto de gerenciamento dos resíduos sólidos do

município e a área onde antes existia o lixão foi recuperada pelo sindicato. Desde então, além da gestão dos resíduos, a entidade trabalha com a comunidade outros pilares da sustentabilidade, oferecendo atividades de sensibilização e resgate do sujeito ecológico. Outro aspecto é o envolvimento de todos os indivíduos inseridos no processo, desde os empresários até o responsável pela coleta dos resíduos nas indústrias. "O trabalho não para nas empresas. Depois de organizada a gestão ambiental dentro destas, o sindicato estendeu o projeto para toda comunidade tendo a visão de que é necessário promover a mudança de atitudes desde cedo, por isso criou diversos programas que desenvolvem a sensibilização e mudanças de atitudes", contextualizou. O secretário do meio ambiente, Claudiomiro Forte, ressalta que o setor calçadista como um todo gera 4.400 empregos na cidade, e proporciona um retorno de 11 milhões de reais ICMS (ano de 2013), mas deixa claro que o desenvolvimento econômico de um município não pode se dar às custas do meio ambiente pois, a longo prazo, as consequências dos impactos ambientais advindos desta forma irresponsável de se desenvolver se voltam contra o próprio crescimento

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causando toda sorte de problemas sociais e ambientais. Por isso, a gestão de resíduos industriais do setor coureiro-calçadista é apenas uma das metas ambientais que o município tem com a comunidade. "É preciso estender este compromisso, ampliando a abrangência da logística reversa, definindo uma política pública de gestão das áreas verdes e áreas de preservação permanente, e principalmente trabalhar junto com a população para uma fiscalização ambiental digna de uma Cidade Verde", enfatiza. Selo - O programa Produção Consciente = Amanhã Mais Feliz faz parte do Projeto Amanhã Mais Feliz e tem como objetivo divulgar ao público consumidor o trabalho desenvolvido pelas empresas associadas com relação à separação e destinação dos resíduos sólidos gerados na sua atividade industrial. As empresas associadas ao sindicato e que participam do programa de gerenciamento dos resíduos industriais podem utilizar um selo que garante o pleno cumprimento das condições estabelecidas para a separação e destinação dos resíduos. Com isso, os consumidores têm a possibilidade de identificar as empresas que contribuem para o redução do impacto ambiental de sua atividade industrial.

Programas relacionados Troque Lixo por Saúde: responsável pela parte de coleta de resíduos domésticos recicláveis, os quais são coletados, separados e comercializados, sendo o produto da venda revertido integralmente para as escolas e entidades participantes. Aulas de Educação Ambiental: realizadas pelo projeto, no ambiente da central de triagem, no Arip e também nas salas de aula, atende estabelecimentos de ensino públicos e particulares, desde a pré-escola à universidade. Oficinas de Artesanato com Material Reciclado: atende escolas, creches, associações comunitárias, Caps (Centro de Atendimento Psicosocial), grupos de melhor idade e outros segmentos da comunidade.

Horta Comunitária: junto ao Arip é mantida uma horta orgânica, cuja produção é destinada em sua maioria a creches, hospital, projetos extraclasse e orfanato. Criadouro Conservacionista: licenciado pelo Ibama, acolhe animais silvestres vítimas de maus tratos ou apreendidos em ações de combate ao tráfico de animais. Alguns podem ser reintroduzidos em seu habitat, mas a grande maioria fica para conservação de um banco genético. Sistema de Monitoramento Eletrônico por Circuito Fechado de TV: o sindicato é um dos patrocinadores desta iniciativa, que visa a aumentar o combate à criminalidade.

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Conceitos relacionados à sustentabilidade ambiental Sustentabilidade O conceito de desenvolvimento sustentável - entendido como o desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das futuras gerações de atenderem às suas próprias necessidades - foi concebido de modo a conciliar as reivindicações dos defensores do desenvolvimento econômico como as preocupações de setores interessados na conservação dos ecossistemas e da biodiversidade. Gestão sustentável é, portanto, a capacidade para dirigir o curso de uma empresa, comunidade ou país, através de processos que valorizam e recuperam todas as formas de capital, humano, natural e financeiro. Para um empreendimento ser considerado sustentável, é preciso que seja ecologicamente correto, economicamente viável, socialmente justo e culturalmente diverso.

Produção limpa É uma abordagem para a produção ecoeficiente, ou seja, os fabricantes devem se preocupar desde o projeto, seleção de matérias-primas, processo de produção, consumo, reutilização, reparo, reciclagem até a disposição final dos produtos. Para tanto a logística reversa deve ser utilizada. As principais características de um bem produzido segundos os

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critérios da Produção Limpa são: - Utilização de materiais não tóxicos e reutilizáveis; - Processo limpo e com baixo consumo de energia; - Mínima utilização de embalagens; - Facilidade na montagem, desmontagem, conserto e reciclagem; - Destinação final ambientalmente adequada gerida pelo fabricante.

Biodegradabilidade Tata-se de uma característica presente nas substâncias químicas naturais, permitindo que as mesmas sejam usadas como substratos por microorganismos, que as empregam para produzir energia e criar outras substâncias. Esse processo oferece vantagens ao meio ambiente por eliminar certos contaminantes de origem orgânica e inorgânica. Entretanto, este tratamento pode não ser efetivo se o contaminante apresentar outras substâncias, como metais pesados, que são tóxicas para os micro-organismos ou se o meio apresentar um pH extremo. Nestes casos, é necessário um tratamento prévio que ofereça condições para que as bactérias e fungos possam realizar sua função sem serem destruídos. A biodegradação destes compostos pode produzir-se por duas vias aeróbica ou anaeróbica. O couro,

por exemplo, é um material natural, e diferentes organismos, como bactérias ou fungos, podem usá-lo como alimento. Ao fazerem isso, eles produzem enzimas extracelulares que degradam o couro ou partes deste. Hoje, o mercado busca materiais biodegradáveis, que diminuam o impacto ambiental quando são descartados, mas que sejam resistentes contra o ataque microbiano durante sua vida útil, para não perder o valor comercial.

Análise do ciclo de vida A ACV é uma ferramenta que permite a quantificação das emissões ambientais ou a análise do impacto ambiental de um produto, sistema ou processo. Essa análise é feita sobre toda a "vida" do produto ou processo, desde a extração das matériasprimas, no caso de um produto, até quando o produto deixa de ter uso e é descartado como resíduo, passando por todas as etapas intermediárias (manufatura, transporte e uso). Esta ferramenta é muito utilizada para comparar o impacto ambiental de diferentes produtos com similar função e também o impacto de diferentes tipos de tratamento de resíduos, como a incineração versus aterro sanitário, por exemplo, ou ainda o impacto na natureza proporcionado por

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diferentes destinos para um determinado resíduo, tais como a reciclagem e a compostagem de papel, além de analisar os impactos dos diferentes tipos de reciclagem de materiais como o plástico ou qualquer outro.

Reciclagem A reciclagem é o termo geralmente utilizado para designar o reaproveitamento de materiais beneficiados como matéria-prima para um novo produto. As maiores vantagens da reciclagem são a minimização da utilização de fontes naturais, muitas vezes não renováveis; e a minimização da quantidade de resíduos que necessitam de tratamento final, como aterramento, ou incineração. O conceito de reciclagem serve apenas para os materiais que podem voltar ao estado original e ser transformados novamente em um produto igual em todas as suas características. Uma lata de alumínio, por exemplo, pode ser derretida de volta ao estado em que estava antes de ser beneficiada e ser transformada em lata, podendo novamente voltar a ser uma lata com as mesmas características.

Reproveitamento Consiste em transformar um determinado material já beneficiado em outro. Um exemplo claro é

o reaproveitamento do papel. O papel de reaproveitamento não é nada parecido com aquele que foi beneficiado pela primeira vez. Este novo papel tem cor, textura e gramatura diferente. Isto acontece devido à impossibilidade de retornar o material utilizado ao seu estado original e sim transformá-lo em uma massa que ao final do processo resulta em um novo material de características diferentes. Outro exemplo é o vidro. Mesmo que seja "derretido", nunca será feito um outro com as mesmas características tais como cor e dureza, pois na primeira vez em que foi feito, utilizou-se de uma mistura formulada a partir da areia. No segmento da moda, um exemplo de reaproveitamento de materiais que tem crescido é a utilização de PET para o desenvolvimento de tecidos, que podem combinar ainda outros materiais na sua composição, como retalhos de algodão. Essa nova matéria-prima pode ser utilizada para várias finalidades, como a confecção de cadarços, cabedais, roupas e acessórios.

Tratamento de resíduos Trata-se de um conjunto de métodos e operações necessárias para respeitar as legislações aplicáveis aos resíduos, desde a sua produção até o destino final com o intuito de diminuir o impacto negativo na saúde

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humana, assim como no ambiente. Pode consistir numa deposição final, ou um tratamento intermédio, que diminua a periculosidade dos mesmos, possibilitando a sua reutilização ou reciclagem. No setor calçadista, por exemplo, uma prática que tem sido utilizada é a transformação do couro curtido ao cromo (que pode tornar-se extremamente perigoso se entrar em contato com a água ou fogo) em adubo orgânico.

Logística reversa É a área da logística que trata do fluxo físico de produtos, embalagens ou outros materiais, do ponto de consumo ao local de origem, com o menor risco ambiental possível. Como exemplos de logística inversa, temos o retorno das garrafas e a coleta de lixos e resíduos recicláveis ou reaproveitáveis. Mas atualmente este é um conceito muito mais abrangente, envolvendo todos os fluxos físicos, informacionais, toda a gestão de materiais e toda a informação inerente, nos dois sentidos, direto e reverso. Atualmente é uma preocupação constante para as empresas e organizações públicas e privadas, tendo quatro grandes pilares de sustentação (conscientização dos problemas ambientais; sobrecarga dos aterros; escassez de matérias-primas e política/legislação ambiental).

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Francal garante realização de negócios A Francal 2014 - Feira Internacional da Moda em Calçados e Acessórios, que acontece entre os dias 15 e 18 de julho, em São Paulo/SP, intensificou suas ações com o mercado e prospecta mais uma edição de bons negócios para toda a cadeia do calçado. O presidente da feira, Abdala Jamil Abdala, garante que o evento vai atender as expectativas de fabricantes e lojistas de alavancar os negócios do segundo semestre, considerado o mais importante para o setor. Conforme o executivo, as coleções da temporada primavera-verão lançadas durante a mostra chegam a abastecer o varejo por até nove meses. Para atrair o maior número possível de lojistas e alcançar os bons resultados esperados, a promotora atuou em várias frentes. Uma das ações envolveu os representantes comerciais, que são responsáveis por grande parte da intermediação entre indústria e varejo. O evento A Francal dá bola pra você reuniu profissionais de todas as regiões brasileiras no Museu do Futebol, em março, e conquistou a adesão da categoria. Como reforço ao engajamento dos representantes comerciais, a Francal organizou caravanas de lojistas de 15 cidades num raio de 300 km de São Paulo. Numa parceria com o Sebrae, outras caravanas de diversos estados brasileiros também vão trazer lojistas à feira. Com cerca de mil expositores e 3 mil marcas, a feira expõe calçados, bolsas, malas, mochilas, cintos e artefatos de couro, acessórios e bijuterias para atender os diferentes tipos de varejo. Numa área total de 80 mil m2, reúne desde os maiores fabricantes de calçados do País até pequenos e médios fabricantes dos polos calçadistas, grifes de renome internacional e birôs de moda voltados a produtos de maior valor agregado e orientados a butiques e pontos de venda especializados. A edição de 2014 deve receber cerca de 62 mil lojistas e profissionais do setor de todos os Estados brasileiros e de 70 países dos cinco continentes, estimulando as exportações brasileiras e fortalecendo o setor coureiro-calçadista. A alta qualificação destes visitantes proporciona às empresas expositoras a realização de um grande volume de negócios e a abertura de novos mercados. As coleções apresentam uma enorme diversidade de modelos e são renovadas constantemente de agosto a março, impulsionando de forma contínua os negócios do varejo nacional. Abdala lembra que a Francal é o primeiro grande evento comercial do Brasil a ser realizado após a Copa do Mundo, quando se acredita que os negócios no varejo sejam retomados. "Isso gera uma expectativa mais otimista para os realizadores e as indústrias expositoras", pontuou.

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Dados do setor O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de calçados, atrás da China e Índia. Com um parque industrial formado por aproximadamente oito mil indústrias e uma produção anual superior a 800 milhões de pares, o País é também um dos maiores exportadores do produto. Mas o setor vem diminuindo as exportações e aumentando as importações. Dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) apontam para uma queda de 15,1% na balança comercial de calçados nos primeiros cinco meses de 2014. De janeiro a maio deste ano, a exportação de 55,5 milhões de pares por US$ 439 milhões é 3,6% menor em dólares e 5,6% superior em volume no comparativo com mesmo período de 2013, quando foram embarcados 52,5 milhões de pares por US$ 455,5 milhões. O fato é explicado pela queda de 8,7% no preço médio do produto exportado, que foi de US$ 8,63. Já a importação de 2,5 milhões de pares, a maioria de calçados esportivos, pelos quais foram pagos US$ 44,3 milhões, indicam mais um incremento de compras externas no período. No mês, as importações foram superiores 15,2% relação a maio do ano passado. Nos primeiros cinco meses deste ano entraram no Brasil 18,2 milhões de pares por US$ 255 milhões, 6,8% mais do que no mesmo período do ano passado (US$ 238,7 milhões). Com isso, os fabricantes brasileiros se voltam cada vez mais para o mercado interno. Neste contexto, as feiras são um importante canal para exibir aos lojistas e importadores as propostas para a próxima temporada. A Francal realiza a sua 46ª edição e a estimativa é que dos mais de 60 mil profissionais que visitarão a mostra em busca do que de melhor a indústria calçadista nacional tem para oferecer, entre 25 mil a 27 mil sejam lojistas nacionais e 2 mil importadores, atraídos pela qualidade e design.

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Inspiramais antecipa à cadeia produtiva da moda o inverno 2015 e o verão 2016 De 16 a 17 de julho, 10ª edição do Salão de Design e Inovação de Materiais (Inspiramais) apresenta os lançamentos em materiais para calçados, bolsas, vestuário, acessórios e móveis para o Inverno 2015. Mas os visitantes de todo o Brasil, e de diversas partes do mundo, também conhecerão em primeira mão as tendências para o verão 2016. Realizada pela Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), Footwear Components by Brasil e Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), a mostra ocorre no Centro de Eventos Frei Caneca, em São Paulo/SP, e traz uma série de projetos que colabora não apenas com o desenvolvimento do conceito de uma moda genuinamente brasileira, como também nos negócios do setor, tanto no mercado interno como externo. O presidente da Assintecal, William Marcelo Nicolau, salienta que nesta década de realização, o evento se consolidou pela aceitação do público ligado ao setor de moda. "Essa longevidade é um termômetro de que estamos indo na direção certa e de que nossos projetos estão realmente auxiliando a cadeia produtiva", sublinha.

Os projetos Fórum de Inspirações: Tem início com o estudo das inspirações e referências de moda. As empresas participantes recebem o Guia de Inspirações e a Cartela de Cores. A pesquisa é levada a empresas de materiais para

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orientá-las na criação e desenvolvimento de materiais inovadores. A pesquisa é apresentada aos polos produtivos brasileiros, alinhando toda a cadeia de moda. Projeto Comprador: Viabiliza rodadas de negócios com compradores internacionais e fornecedores de materiais brasileiros, num incentivo para que as empresas busquem o mercado externo, alavancando investimentos e exportações dos produtores nacionais.

desenvolvimento de materiais com alto valor tecnológico aportado, contribuindo para o incremento da competitividade e do desenvolvimento. Além da exposição dos materiais, ocorrem as Oficinas de Inovação e o Seminário de Inovação. Preview do Couro: Cada curtume participante do Fórum de Inspirações apresenta uma pele desenvolvida com base na pesquisa e a cartela de cores de Preview, sob orientação do Núcleo de Design da Assintecal.

Mix by Brasil: Valoriza a mão de obra e as habilidades individuais, além de incentivar o uso de técnicas que unem artesanato e design como forma de diminuir o impacto ambiental e social.

Missões Empresariais: Empresários e executivos dos polos calçadistas e de confecções que se organizam para a realização de negócios. O projeto tem o apoio dos sindicatos de indústrias e Sebraes locais.

Inovamais: Visa a promover o

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influências culturais brasileiras como música, dança, festas folclóricas, comidas, arquitetura, mobiliário, natureza, origens étnicas e artesanato, gerando a base de elaboração do novo design em componentes que originam coleções para inspirar calçados, acessórios e confecções. Rodadas de Negócios: O objetivo é promover a integração e competitividade das micro e pequenas empresas da indústria coureirocalçadista brasileira por meio da realização de rodadas de negócios, fomentando o encontro entre empresas fornecedoras e compradoras. Oficina de Criação: Possibilita que os participantes façam exercícios de aplicação dos componentes expostos dentro da sua própria coleção, com orientação do Núcleo de Design da Assintecal.

Chuva de inspirações Focado em auxiliar as marcas na criação de coleções com design autoral e genuinamente brasileiro, o Núcleo de Design da Assintecal é coordenado pelo estilista Walter Rodrigues, que desenvolve as inspirações de moda para cada estação apresentadas durante o Inspiramais. Nesta edição, os materiais para o Inverno 2015 estão divididas em três conceitos - Suavidade, Metrópole e Solar tendo a chuva como ponto de partida. Conceito 3 - Suavidade A chuva, símbolo de limpeza e transformação, surge como uma metáfora perfeita do momento atual, pois, cansados de tanto apelo visual, de tantas cores e imagens, estamos buscando tranquilidade, calmaria e

um suave recomeço. As não cores presentes na natureza, esmaecidas, desbotadas, despigmentadas e lavadas, nos instigam a preencher a página em branco da estação, iniciando um novo e sutil colorido. O instinto animal que preconiza a chuva, criando presságios e mitos sobre quando e onde ela ocorrerá, e a fragilidade da natureza diante dessa força descomunal definem este conceito. São elementos simbólicos a ave acauã, a borboleta-coruja e a íbisescarlate (guará). Conceito 2 - Metrópole Nas grandes cidades, a chuva é ao mesmo tempo recebida com mau humor pelos adultos e celebrada pelas as crianças. Formas bidimensionais assumem o papel de alegrar esse cenário com uma simplicidade básica e lúdica. São inspirações os flashes de luz dos trovões; o desenho dos raios na escuridão; o contraste entre a maciez das nuvens e a rigidez dos arranha-céus; o mármore e o concreto dos pisos e fachadas; os efeitos molhados e as superfícies espelhadas. Conceito 1 - Solar Solar é a vida no sertão, onde a natureza se impõe e o horizonte aberto convida à contemplação. Onde os homens, os animais e a vegetação se adaptaram, ao longo do tempo, à sobrevivência na terra seca e no clima semiárido. A arquitetura, tosca e engenhosa, nasce da escassez e do aproveitamento dos materiais disponíveis. A água sempre falta, a chuva nunca vem. O ressecamento das plantas, o chão craquelado, os troncos ásperos, rugosos e sulcados pelo sol e pelo vento, o couro das vestes dos vaqueiros, as marcas de uma vida rústica na face dos habitantes, a cor da caatinga contrastando com o azul do céu e a luz dourada do fim do dia são referências evidentes neste conceito.

Fórum CICB de Sustentabilidade Consolidado como o evento-chave no âmbito da sustentabilidade para as indústrias, o Fórum CICB de Sustentabilidade chega à sua 3ª edição com grandes expectativas no Brasil e no mundo. Organizada pelo CICB e projeto Brazilian Leather, a atividade ocorrerá no dia 21 de agosto, no Centro de Eventos da Fenac, em Novo Hamburgo/RS, sendo o IBTeC parceiro em sua realização. O fórum tem caráter internacional, trazendo ao Brasil especialistas que vão compartilhar conhecimento com o público sobre os temas mais relevantes da atualidade no espectro da sustentabilidade. O presidente executivo do CICB, José Fernando Bello, explica que os painelistas trarão experiências e exemplos vividos no dia a dia de curtumes que têm por objetivo o equilíbrio em questões como meio ambiente e sociedade, além de experiências e tendências dentro do mercado de couros em nível mundial. O gestor destaca que o evento é direcionado não somente para profissionais da indústria do couro, mas também de outras indústrias do sistema calçadista, bem como especialistas em moda e design, além de acadêmicos e pesquisadores. O fórum confirma, além das palestras com personalidades de renome mundial, exposições que tratam de exemplos positivos de empresas e pessoas ligadas aos três pilares da sustentabilidade: sociedade, meio ambiente e economia. Será uma forma de ver in loco, materializados, os elementos, atributos e dinâmicas das ideias divididas com o público durante as palestras.

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Gira Calçados supera meta e projeta R$ 8,6 milhões em vendas O Gira Calçados 2014 superou a meta de vendas e deve alcançar a marca de R$ 8,6 milhões em negócios, entre vendas imediatas e a serem consolidadas nos próximos 12 meses. Somente o showroom de máquinas e componentes para calçados gerou R$ 3 milhões em compras diretas no evento, realizado entre os dias 3 e 5 de junho, em Campina Grande/PB. A próxima edição do Gira Calçados já foi marcada para o período de 12 a 14 de maio de 2015, na Federação das Indústrias do Estado da Paraíba (Fiep). A Rodada de Negócios fechou um volume de vendas de R$ 3,3 milhões nos três dias do maior evento do setor calçadista do Nordeste, único a reunir fabricantes de calçados, seus clientes e seus fornecedores. O restante das negociações, cerca de R$ 2,3 milhões, foi projetado para ser fechado em compras futuras iniciadas no evento. De acordo com a organização, os negócios já realizados somados aos valores futuros chegam a R$ 8,6 milhões. O maior comprador desta edição foi a Sapataria Santa Terezinha,

do Rio de Janeiro/RJ. Ao todo, o evento apresentou 15 máquinas e mais de 100 mil produtos, entre calçados e acessórios de todos os estilos. "Estávamos receosos com o momento atual do mercado, mas a resposta foi bastante positiva. Tanto para o lojista, que encontrou o que realmente procurava no evento, produtos com qualidade e preço competitivo, quanto para os expositores, que tiveram a possibilidade de ampliar mercado com clientes de alto potencial de compras", diz a gestora do Arranjo Produtivo Local (APL) dos Calçados pelo Sebrae Paraíba, Éricka Vasconcelos. "Convidamos todos os empresários a participar da quarta edição, já confirmada", enfatiza. Mais de 200 lojistas de 23 estados brasileiros participaram da terceira edição do Gira Calçados, realizado pelo Sebrae Paraíba, Sindicato das Indústrias de Calçados da Paraíba (Sindicalçados), Fiep e Senai. Apoiaram o evento a Prefeitura de Campina Grande, Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e Associação Brasileira de Empresas de Compo-

A feira reuniu em Campina Grande/ PB 48 marcas e mais de 200 lojistas de 23 estados

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nentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal).

Salão da inovação Uma das características do Gira Calçados é destacar a região Nordeste como um importante centro de inovação e tecnologia e o maior produtor e exportador de calçados do Brasil. Por essa razão, fabricantes de máquinas e de componentes tiveram espaço para exposição de seus produtos.

Rodadas de negócios Durante a feira aconteceram rodadas de negócios entre calçadistas e lojistas. Os lojistas convidados do evento receberam passagens e hospedagem para participar das rodadas de negócios. Além destes, caravanas de diversos estados brasileiros organizadas pelos Sebraes locais, e visitantes espontâneos de todo o país visitaram a feira em busca dos melhores negócios. Com um crescimento de 12% em 2013, o polo calçadista da Paraíba vem repetindo índices anuais de expansão e geração de empregos. Já na posição de segundo maior exportador de calçados entre os estados brasileiros, com 25 milhões de pares/ano vendidos ao exterior, o polo se moderniza em razão de vários fatores. Um dos principais é o acesso a fornecedores que passaram a ficar mais próximos da região desde a realização do Gira Calçados, maior evento calçadista do Nordeste por reunir todos os elos da cadeia: fabricantes de calçados, lojistas, empresas de máquinas e de componentes para calçados.

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Empresas brasileiras de calçados realizam bons negócios na Expo Riva Schuh A 82ª edição da Expo Riva Schuh, feira calçadista que aconteceu em Riva del Garda, na Itália, recebeu 19 expositores brasileiros, que participaram através do programa de promoção das exportações brasileiras de calçados Brazilian Footwear, mantido em parceria entre a Associação Brasileira de Calçados (Abicalçados) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil). O evento recebeu 11 mil compradores dos principais mercados do mundo e marcou o início da temporada de vendas internacional dos calçados brasileiros. A coordenadora da Unidade de Promoção Comercial da Abicalçados, Letícia Sperb Masselli, salientou que as empresas brasileiras realizaram vendas na ordem de US$ 2,7 milhões, valor que supera em 43% o resultado da feira de junho de 2013, e esse resultado satisfez a grande maioria das empresas participantes. "O aumento do número de negócios realizados mostra que as coleções e os preços praticados pelos brasileiros foram bem aceitos pelo mercado internacional", declarou. O ponto alto des-

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tacado pelos empresários foi a qualidade dos contatos, que vieram ao evento com uma orientação muito voltada para negócios. Além disso, a feira refletiu uma retomada da economia dos países da Europa, que voltaram a procurar o Brasil como fornecedor. Marcelo Machado, gerente de exportação da Klin, destaca a retomada e prevê um crescimento econômico do bloco a partir da metade de 2015. "Percebemos que a economia está mais estável e os especialistas indicam esse retomada para o ano que vem", afirma Machado. Micheline Grings, diretora de Exportação da Piccadilly, destaca que o resultado da edição foi acima da s e x pe c ta ti v a s . "A l é m da qualidade dos contatos recebemos clientes de 14 países", avalia. Já o representante de exportações da Werner, Leon a r d o S a u t e r, t r a b a l h o u n a manutenção de mercados e conseguiu abrir alguns novos clientes. "Acredito que o volume de visitantes tenha sido menor do que nas últimas edições, porém veio um público muito qualificado, orientado para negócios", res-

s a l t a S a u t e r, a c r e s c e n t a n d o que a empresa recebeu pedidos de 12 países da Europa, Ásia e Oceania.

Presença de peso Novidade para este a ano, a organização da Expo Riva Schuh trouxe delegações de compradores da Rússia e dos Estados Unidos, alguns dos maiores consumidores de calçados do mundo. Essa presença foi confirmada pelos expositores brasileiros. Das 19 empresas presentes no evento, 13 receberam compradores russos e 12 receberam americanos. No geral, foram 518 contatos, sendo 200 novos. A expectativa de negócios para o ano, em decorrência dos contatos realizados na feira, fica na casa dos US$ 31,6 milhões, número 44% superior ao da mesma edição do ano passado. Participaram da Expo Riva Schuh as emp r e s a s W e r n e r, P i c c a d i l l y, Klin, Beira Rio, Cecconello, Ta b i t a , I n d i a n a , P a m p i l i , Usaflex, Miucha/Huberto M ü l l e r, S t é p h a n i e C l a s s i c , Andacco, Bottero, Carrano, Pegada, Lilly's Closet, Bibi, Estylosa e ADG.

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Sicc dá arrancada para vendas do segundo semestre O pontapé inicial para as vendas do segundo semestre da indústria brasileira de calçados foi dado no Salão Internacional do Couro e do Calçado (Sicc), que aconteceu de 26 a 28 de maio em Gramado/RS. A 13ª edição da feira confirmou a tendência de crescimento que vem acontecendo sucessivamente nos últimos anos. Nos três dias de duração, o que se viu foram corredores com grande movimentação de lojistas e importadores, e negócios sendo fechados ou encaminhados nos estandes, o que sinaliza a possibilidade de um fôlego renovado para o setor nos próximos meses. O presidente da feira, Frederico Pletsch, assegura que os negócios realizados a partir do Sicc significam pelo menos dois meses de produção de calçados. Segundo ele, dentre os fatores fundamentais para o sucesso das vendas dos expositores, se sobressaem a presença das marcas mais importantes em todos os segmentos e a disposição das mesmas ao longo dos pavilhões. "Os expositores do Sicc somam mais de 80% da produção nacional de calçados, cuja estimativa para este ano é produzir 900 milhões de pares. Para os lojistas e importadores que visitam a feira, é como se estivessem em um grande shopping center, onde as marcas mais desejadas estão todas misturadas. Com isso aumentamos a circulação dos profissionais por todos os pavilhões, o que facilita a realização de negócios", contextualizou.

350 expositores apresentaram as propostas de 1,5 mil marcas para a primavera-verão

Projeto Fábrica Modelo Um dos destaques da feira foi o projeto Fábrica Modelo, realizado conjuntamente pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC) e a Merkator Feiras e Eventos. No espaço, foram montados em torno de 250 pares de sandálias das marcas Menta e Hortelã e Montemezzo By Studio Bag. O diferencial nesta edição - que pela primeira vez produziu calçados ao invés de bolsas - foi a realização prévia de testes de conforto e de substâncias restritivas nos calçados e seus materiais. O presidente executivo do Instituto, Paulo Griebeler, salientou que a intensão foi conscientizar os fabricantes de que é possível agregar valor também em cal-

250 pares de sandálias foram montadas no projeto durante a feira

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çados com baixo custo de produção, resultando em produtos com diferenciais voltados à preservação da saúde humana e à proteção do meio ambiente. "O cerco às substâncias de uso restrito tem apertado cada vez mais e as empresas precisam adequar os seus produtos a esta realidade se quiserem continuar competitivas no mercado", resumiu. A Studio Bag e a Menta e Hortelã expuseram suas linhas de produtos na feira em estandes anexados ao projeto. O diretor da Studio Bag, Vandoir Pires, conta que a participação na feira marcou o lançamento para todo o Brasil da marca Montemezzo By Studio Bag. A empresa também expôs quatro linhas de bolsas e uma de cintos. "Temos capacidade para produzir 10 mil pares mês de sandálias e sapatilhas, e os visitantes pudera conhecer nossas propostas para o verão", pontuou. Já o diretor da Menta e Hortelã, Paulo César Schneider, salientou que "foi muito produtivo para a empresa estar vinculada ao projeto Fábrica Conceito, que tem a credibilidade do IBTeC e o aval da promotora da feira". No estande, além das sandálias rasteiras femininas, os lojistas encontraram sapatilhas, mocassins e sandálias anabelas. Para o público masculino, ofereceu uma variada opção de tênis.

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No segundo dia do Sicc, a Revista Tecnicouro confraternizou com seus parceiros os 35 anos de atividades que se completam neste ano

O projeto refletiu o sucesso da feira O espaço recebeu boa visitação ao longo dos três dias da mostra

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Com as cores do verão A Bottero surpreende com calçados ricos em adornos, enfeites, pedrarias, materiais distintos e tonalidades acesas, tudo para marcar a temporada que se aproxima. Com modelos diferenciados e desenvolvidos a partir do couro e materiais como craquelê, croco, cobra, lizard, pelos e metalizados, os calçados são perfeitos para harmonizar com qualquer look durante a estação. Outro destaque são as peças bordadas e trabalhadas a laser. A grande aposta da marca para o verão são os tênis. Desenvolvidos a partir de matérias-primas únicas e exclusivas, eles prometem ditar as regras nos que-

Moda inteligente A Beira Rio Conforto traz uma moda com conteúdo para a mulher que trabalha, estuda e se dedica à família e aos amigos. Ela é a marca companheira para todos os momentos, trazendo elegância. O encontro de tonalidades marca presença na coleção. Combinações de bom gosto, como o verde suave e off white, em anabelas que prometem ser o desejo da estação, desfilam nos modelos criando uma atmosfera preciosa. O visual e a referência esporte também é um dos destaques da grife, em que os calçados trazem inspirações de elementos sport chic, elegantes e com detalhes que remetem à força, dinamismo e movimento. Os vazados e recortes a laser também aparecem, e se encaixam muito bem nesta estética, principalmente nas indispensáveis e charmosas sandálias flats.

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sitos estilo e conforto. As modelagens chegam embaladas pela jovialidade que o verão traz. Os clássicos saltos, que nunca saem da moda, surgem para todos os gostos. São apresentados os altos, os finos, a meia-pata, os médios e as anabelas, com designs perfeitos para conciliar com looks de festa ou mesmo para quem pretende uma produção casual. Pintando nas cores da temporada, os calçados inovam com cores vibrantes, como goiaba, tangerina, coral, orquídea, azul klein, amarelo e rosa chiclete.

Momentos de descontração A variedade e a diversidade de estilos da Dakota são perfeitas para levar ainda mais beleza para o dia a dia da mulher brasileira com espírito jovem e urbano. Inspirada no bem-estar que a natureza proporciona, a tendência Natural Life traz modelos com um design mais naturalista e abusa de matérias-primas sustentáveis. A essência do verão vem como uma brisa tropical e exibe uma mulher exuberante e selvagem. Pedras, flores e animal prints aparecem nessa tendência que busca sintonia com o habitat natural e traz para a moda interpretações da Terra. A elegância da aparência e do toque dos materiais naturais vem à tona junto com a energia dos tons terrosos e dos verdes. A cartela de cores aposta em tons fortes e vibrantes, como amarelo, azul, laranja, hortelã, além dos básicos preto, caramelo e natural.

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Público diferenciado Com a proposta de uma coleção que abrange o público diferenciado da Mormaii, a gaúcha Dilly Sports torna-se licenciada da marca para produção de calçados esportivos. A coleção transita pelo estilo walking, outdoor, lifestyle e skate. Para os skatistas, os modelos são desenvolvidos em lona e camurça. Os tênis, direcionados ao público profissional, ou hard user, são resistentes para a prática do esporte, principalmente nas áreas de maior atrito. Para os adeptos de um estilo casual/esportivo, os modelos da linha lifestyle são em camurça, lona resinada ou

Alta performance A Reebok, marca global presente em todos os continentes há mais de 100 anos, traz 24 modelos exclusivos e mais 19 linhas com novas cores para seu verão 2015. Como destaque, a marca lança o modelo ZQUICK, um produto único e leve, inspirado nos pneus de alta performance ZRated encontrado em carros esportivos high-end. Projetado para ajudar corredores a se tornarem super-rápidos, o ZQUICK permite iniciar, parar e virar com rapidez e confiança.

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lona normal. Já os produtos para outdoor utilizam material com resistência para o uso em trilhas como couro natural, camurça e mesh. Os calçados da categoria walking, perfeitos para caminhadas, utilizam materiais leves e com ventilação para garantir total comodidade. Segundo Milton de Souza, gestor comercial e de marketing da marca, a coleção é ideal para uso diário, em situações como caminhadas, trilhas ou um passeio. "O principal objetivo é o consumidor estar sempre confortável e bem vestido."

Durabilidade em foco A nova linha Calvest foi elaborada visando a uma forte tendência, onde o gênero masculino está com uma referência estética importante que mistura os estilos formal e esportivo. A ideia é mesclar duas referências com o metalassê alinhada ao couro, proporcionando ao produto uma durabilidade incomparável. Além de manter a temperatura equilibrada, fornecendo uma sensação agradável aos pés.

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Vibrante e confortável Sempre apostando na combinação entre moda e bem-estar para os pés de meninos e meninas, a Kidy apresenta novidades para a próxima temporada primavera/verão. Buscando conexões entre a fantasia e a criatividade, a marca de calçados infantis mostra uma coleção onde formas e cores resultam em produtos modernos e cheios de atitude. Com referência nas paisagens urbanas e tropicais, as criações do período mais quente do ano ainda evidenciam tecnologias especiais para garantir a saúde dos pés das crianças.

Para as meninas, antecipa modelos que vão muito além do visual romântico, destacando artigos onde a doçura e a delicadeza são evidentes em cada detalhe. Os cabedais ganham estampas florais e texturas diferenciadas, além de superfícies que brincam com efeitos de luzes, sutis transparências e brilhos discretos. Os garotos também estão no alvo da marca, que apresenta calçados onde superfícies de aspecto desgastado e formas geométricas ficam em evidência. Os sapatênis e os abotinados merecem atenção extra na nova coleção.

Inovação em modelos

Personagem infantil

As inspirações reforçam o DNA da Pimpolho, que se reinventa constantemente. A linha Doce Verão apresenta um visual romântico que traz muita doçura à paleta de cores ao selecionar as candy colors. Verniz e aplicações aguçam o sentido das crianças em uma brincadeira de texturas e modelos delicados. Nessa temática, a Afago combina formas femininas e detalhes em diversas estampas florais. A Queropé, marca do Grupo Pimpolho que tem criações para crianças de 3 a 8 anos, também traz novidade para as pequenas: a Sapatilha Premium. Desenvolvido com material sintético glitter e palmilha estofada que proporciona maior flexibilidade, o modelinho promete levar muito charme para meninas ao lançar mão de detalhes femininos, como laços com ponteiras metalizadas.

Em evidência entre os lançamentos da Galinha Pintadinha, fabricada pela Sugar Shoes, estão modelos onde elementos como estampas animais, superfícies metalizadas e detalhes em lurex e lantejoulas chamam a atenção. Em ano de Copa do Mundo, os desenhos que remetem ao universo esportivo também estão em alta e surgem em cabedais que não passam despercebidos por meninos e meninas que desejam estilo e bem-estar em todos os momentos da rotina. Entre os modelos, estão tênis e mocassins onde um pisar macio é evidente em cada passo. A cartela de cores destaca tonalidades alegres, como azul, amarelo, verde, rosa e vermelho. Para deixar os produtos em sintonia ainda maior com seu público, metais e etiquetas emborrachadas chegam com a estampa da personagem.

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Multicolorida e exuberante É chegado o verão, e para a estação mais quente e animada, é necessário cores que cheguem a sua altura. As cores primárias e cores inspiradas nas frutas cítricas ganham destaque no começo do verão, com um toque tropical e arrojado. Multicolorida e exuberante, a Macadamia vem com uma aposta em tramas naturais, fibras, transparência e cores translúcidas para a nova coleção. Os materiais naturais deixam de lado a ideia de vibe hippie, dando espaço aos modelos sofistica-

dos, com shapes e estampas das mais diversas opções. Com DNA brasileiro, a marca de artefatos dita tendência, em peças que são puro desejo. Preto e branco, ouro e bronze e tons solares, pontuados por shapes descontraídos, formam a coleção. O resultado final são modelos inspirados em paisagens totalmente brasileiras, passando por São Paulo, Amazônia, Rio de Janeiro e por outras regiões do País. A empresa traz linhas de bolsas com todos os modelos essenciais para um verão radiante.

Requinte e bom gosto

Detalhes que enriquecem

A Artefatto está há quase 30 anos no mercado desenvolvendo acessórios femininos para valorização da mulher. Todos os produtos, entre cintos e pulseiras, são confeccionados em couro. Também é utilizado couro exótico como python, aruanã e tilápia, além do já tradicional couro liso ou com pelo. A estamparia pode ser lisa ou animal print, oferecendo uma gama variada de opções aos clientes. O desenvolvimento dos produtos é feito pela estilista Rosana Enzweiler - que tem a experiência de trabalhar com coleção de calçados feito à mão, sempre atentando para o gosto refinado e delicado, que tem sido agregado à marca da grife de artefatos ao longo de sua história.

A coleção de cintos, bolsas e acessórios do verão 2015 da Metal e Cia é inspirada na mulher moderna, que busca estar sempre na moda, aliando o bem-estar com peças atuais e de qualidade. Com variações de brilhos, couros lisos ou com estampa de bichos, as peças são de refinamento único, valorizando o trabalho manual e proporcionando o uso desde o dia a dia até ocasiões especiais. Os cintos surgem desde uma pegada clean até os repletos de detalhes que enriquecem seu estilo. Seguindo o ritmo da praticidade, a marca aposta nas bolsas menores, ideais para carregar somente o necessário, sem perder o charme e a elegância.

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Coluna de moda

Le Cuir à Paris: Novas tendências para o Verão 2016 dustriais: couros com imitações de papel de seda, madeira, linho, baquelite e texturas de paredes. Recoloridos e suavizados após a lavagem, como feltro, mas com aspecto áspero. Características impermeáveis, couros coloridos ao vegetal, superfícies que parecem pintadas à mão, outras polidas, aliando ainda aspectos de danificado, usado, além de cortes irregulares a laser.

Gabriella Laino Foto Shoe Group Bem-vindo à cúpula das ilusões: o pano de fundo artístico para a primavera-verão 2015/16 da Le Cuir propostas a Paris escolheu a ilusão como o tema geral para as coleções de couro da temporada, e aqui você confere as seis propostas a serem experimentadas. Aquatic Illusion Elementos subaquáticos servem como fonte de inspiração para novos materiais: líquidos, texturas molhadas e escorregadias, efeitos brilhantes e iridescentes, nobuck esponjoso, escamas de peixe, répteis translúcidos, impressões em serpente. Psychedelic Illusion Sonhos e rituais hipnóticos inspiram materiais iridescentes, gravuras pesadas em couro nobuck, bem como estampas de animais ancestrais, pele macia de jacaré, couro oleado, couros vegetais retingidos e peles queimadas. Artisanal and Natural Illusion O fruto dos materiais será brincar com a imitação do artesanal e as técnicas in-

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Technical Illusion Se a vida é um trabalho em andamento e os materiais são expressos através de um vocabulário industrial, a onda é se divertir com a tecnologia: resultando em criações como teias feitas de fios metálicos, características de borracha, impressões de pneus, neoprene, couro, puxadores e roupas metálicos, perfurações automáticas, superfícies polidas e desgastadas, e cortes casuais. Idealistic Illusion Neo minimalismo à procura de sobriedade: sob pressão e em busca de equilíbrio, temos de olhar para referências clássicas, mas com certo desejo de imperfeição, numa tendência de distorcer linhas e formas. Interpretando este sentimento por meio de materiais como cetim com luzes iridescentes, acabamento madrepérola para superfícies, efeitos de cristal, metais opacos etc. Sentimentalist Illusion Gnomos brincalhões, silhuetas que somem. Os contos de histórias são traduzidos em materiais simples ou ambivalentes: couros lavados e relavados, amolecidos e branqueados, em vários tons de cores, texturas e elementos de borracha. Relevos, ceras brancas em cores luminosas, couros coloridos ao vegetal, grãos achatados em porcelana ou superfícies laminadas etc.

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Psychedelic

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Como implantar ouvidoria e atuar nessa área No livro, o autor conceitua e orienta a implantação de ouvidoria nas empresas. Além da metodologia adequada, discute a necessidade da criação de um departamento para tal atividade e a melhor forma de relacionamento com os clientes. A publicação é uma contribuição ao debate sobre a importância da interação entre cliente e empresa, esclarecendo como deve ser a atuação da ouvidoria desde o recebimento da reclamação até sua efetiva resposta. A obra é estruturada em cinco capítulos. O primeiro estabelece a definição de ouvidoria e delimita seu campo de atuação. O segundo ilustra como deve ser a atuação da área e evidencia como abordar as diferentes situações com os gestores, quando há resistência da implantação de melhorias no processo. No terceiro capítulo, o

autor apresenta os requisitos necessários tanto para a configuração organizacional quanto para o perfil profissional. Faz ainda uma interessante discussão sobre as diretrizes para identificar se determinada empresa deve ou não implementar ouvidoria. O quarto capítulo é dedicado a apresentar a metodologia para sistematizar as reclamações visando à melhoria nos processos. O último apresenta as semelhanças e diferenças entre três resoluções que tratam da obrigatoriedade de implantação de ouvidoria em diferentes tipos de instituições.

Como implantar ouvidoria e atuar nessa área Autor: Eduardo Kalil Trevisan Editora 136 páginas R$ 29,90

Políticas de autoria Os modos de construção e de circulação de bens culturais estão mudando. De um modelo centrado na relação editor e autor, surgem agora maneiras de produzir e fazer circular uma obra que implicam diferentes relações de mediação, surgindo outros envolvidos no processo. Organizado em 11 capítulos, o livro dedica a primeira parte a ensaios que tratam das condições de produção no espaço digital, dos embates por um maior equilíbrio entre proteção ao autor e possibilidades de acesso da sociedade a bens culturais, das condições atuais de reprografia de obras e seus efeitos no âmbito educacional, bem como das questões relacionadas a uma política linguística no Brasil.

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Em sua segunda parte, lança o olhar para a política de autoria no Brasil. Em uma perspectiva discursiva, procura compreender algumas dimensões do processo de autoria no campo educacional, levando em consideração conceitos como filiação, autoria, interdisciplinaridade, arquivo e tecnologia. Para finalizar, apresenta um artigo em que traz o imbricamento de sentidos entre escrita, redes virtuais e corpo, trabalhando seus efeitos na constituição do sujeito.

Políticas de autoria Editora Edufscar Autores: Ana Silvia Couto de Abreu 155 páginas R$ 25,00

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Franchising na Real O novo livro da consultora em relacionamento de redes, Melitha Novoa Prado, que acompanha o sistema de franquias há 25 anos, reflete uma de suas principais preocupações: a constatação de que há uma desproporcionalidade entre os números conquistados pelo Franchising e a qualidade e perenidade das relações. Nesta obra, a segunda de sua autoria, ela dá sua colaboração para tornar o sistema mais maduro e profissional. Com base em sua experiência, atendendo redes de diferentes portes e ramos de atuação, a especialista selecionou as questões mais polêmicas que envolvem esta relação tão delicada: o mesmo Franqueado pode operar marcas diferentes? E se este Franqueado for jovem, precisa de uma atenção especial do

franqueador? Como administrar o fundo de propaganda? O Franqueador pode tratar os Franqueados de maneira diferente ou deve ser uniforme em sua gestão? A cada capítulo, um tema é analisado, propondo caminhos tanto para o Franqueador como para o Franqueado. Para enriquecer ainda mais o conteúdo, a publicação conta com depoimentos de profissionais de redes expressivas que operam o Franchising dentro das melhores práticas.

Franchising na Real Melitha Novoa Prado Vendas exclusivas: www.agbook.com.br 253 páginas R$ 44,00

As Seis Vidas do Novo Executivo A busca pela felicidade é recorrente em todas as épocas, a diferença está na forma em que cada uma delas aborda e trata essa questão. Atualmente, o modo de vida que se impõe aos profissionais, e especialmente aos executivos, joga luz sobre o que é ser feliz, onde estão os limites para o bem viver e como alcançar a realização. A obra demonstra que a felicidade deve ser perseguida de forma racional, através da organização, que leva ao equilíbrio entre as seis vidas apontadas por ele: pessoal, familiar, social, afetiva, profissional e espiritual. Para o autor, essas vidas devem funcionar em sincronia, sem que nenhuma seja negligenciada, uma vez

que todas têm o mesmo peso para a plena realização do indivíduo. Ele descreve as seis vidas separadamente, demonstrando suas particularidades e a influência que cada uma tem na composição do equilíbrio que nos conduz à felicidade. A publicação está dividida em nove capítulos onde, além da descrição das seis vidas, o autor oferece reflexões e discute o conceito de felicidade e os relaciona com a sociedade atual.

As Seis Vidas do Novo Executivo Como Ser Bem Sucedido e Feliz Jöel Thrinidad Editora Trevisan 192 páginas R$ 44,90 Julho/Agosto 2014

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Andamento das reuniões do CB-11 Na reunião de Substâncias Restritivas em Couro, Calçados, Artefatos e Componentes do dia 6 de maio iniciamos com a adoção da ISO 17072-1 - Couro - determinação química do teor de metais - Parte 1: metais extraíveis como Projeto 11.300.05.004. Na reunião de Construção Inferior do Calçado do dia 20 de maio, iniciamos a adoção da ISO 4649 Borracha vulcanizada ou termoplástico - Determinação da resistência à abrasão utilizando um dispositivo de tambor cilíndrico rotativo para substituir a ABNT NBR 15190 Construção inferior do calçado - Solas, solados e materiais afins - Determinação da resistência ao desgaste por perda de volume. (foto 1) Na reunião de Ensaios Físicos e Químicos em Couro do dia 22 de maio, continuamos com a revisão da ABNT NBR 13525 Couro - Requisitos quanto à análise química, onde os participantes decidiram modificar o nome da norma para Ensaios físicos e químicos em couro - Valores orientativos para aceitação de couros. Na reunião de Conforto de Calçados do dia 10 de junho iniciamos a revisão da ABNT NBR 16037 Determinação de conforto em componentes para calçados - Forros e da ABNT NBR 14835 Calçados Determinação da massa do calçado. (foto 2) Na reunião de Construção Superior do Calçado do dia 16 de junho, revisamos a ABNT NBR 13888 Construção superior do calçado - ReforçosTerminologia e a ABNT NBR 13890 Construção superior do calçado - Couraças e contrafortes - Tomada do pedaço-de-prova e obtenção de corpos de prova e enviamos à Consulta Nacional. (foto 3)

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Foto 1: grupo de estudos Construção Inferior do Calçado

Foto 2: grupo de estudos Conforto de Calçados

Foto 3: grupo de estudos Construção Superior do Calçado

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O futuro da competição no setor Capítulo 2/6: A Inovação das estratégias competitivas a partir de uma nova visão do que é estratégia Fernando Oscar Geib

1 - Competindo com foco no agora e hoje, alinhado com o futuro Um significativo número de empresários e gestores organizacionais, apesar das recomendações dos grandes pensadores em estratégias, não tem considerado ser relevante e necessário pensar as suas organizações caminhando na direção de inseri-las nos contextos da competitividade que o futuro desenha. Não somente nas tecnologias hoje utilizadas e voltadas aos seus processos organizacionais - de gestão e de geração de produtos e serviços -, mas também e, principalmente, quais serão os comportamentos esperados dos seus mercados e dos consumidores que os compõem e, mais ainda, que novos mercados poderão se abrir, na medida do avanço do tempo. Estas colocações são fundamentais para o encaminhamento e estabelecimento de novos paradigmas para as organizações e também para a Nova Fábrica de Calçados (NFC), de modo a estarem estas alinhadas com o fundamento modernamente denominado de competição pelo futuro do setor. As organizações estão sendo desafiadas para tornar o futuro mais amigável à sua sobrevivência! No capítulo anterior, desenhouse a estrutura sistêmica e os relacio-

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namentos definidores dos ambientes competitivos onde as fábricas de calçados atuam. Esta concepção idealizada por Michael Porter não se aplica somente para o hoje de nossas fábricas. Ela navega atrelada ao tempo, isto é, trata-se de um instrumento gerencial de validade permanente, independentemente deste fator. Esta afirmação pode ser entendida como uma obviedade, mas não é, pois há a crença das academias e dos especialistas de que estas diretrizes de Porter devem ser aplicadas focando somente o hoje e não no que está por vir. Esta crença organizacional é resultado de uma visão reducionista e desconsideradora de ser o futuro um tempo que igualmente continuará nos envolvendo hoje, tanto a nós quanto as pessoas e as organizações, independentemente de suas atividades e finalidades. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) tem como propósito básico o de competir, desenvolvendo uma nova visão de estratégica organizacional voltada para projetar o futuro dos ambientes competitivos nos quais ela está inserida, permitindo assim a contínua aplicação da estrutura sistêmica dos fatores competitivos desenvolvidos por Porter. Esta forma de agir e atuar aponta para a afirmação de que as fábricas de calçados bem sucedidas ao lon-

go do tempo serão aquelas identificadas por serem persistentes na concretização da sua visão de estratégia voltada para desenhar, projetar e realizar com efetividade um futuro que lhes seja favorável. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) também se insere neste contexto! Fica então a pergunta: qual o caminho a ser trilhado que aponte e defina uma nova visão de estratégia que facilitadora desta caminhada para o seu futuro? Gary Hamel e C. K Prahalad, na obra Competindo pelo Futuro nos oferecem a ajuda para avançar neste tema tão importante para as organizações, independentemente da sua atividade econômica. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) deve ser envolvida em um novo modo de ver e pensar e tornar realidade a sua forma de competir, isto é, ela deve competir pelo futuro da atividade de gerar e oferecer calçados, e este comportamento no competir manifesta-se pela criação e, mais ainda, pelo domínio das oportunidades que emergem dos mercados na medida em que o tempo avança. Esta fábrica em descrição deve apossar-se dos novos espaços competitivos que vão surgindo no decorrer do tempo. Ao assim agir, ela deve criar o seu próprio mapa estratégico, ou melhor, criar o seu próprio

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futuro. Ela não deve somente comparar-se com os concorrentes em termos de produtos e serviços a serem ofertados, ou seja, fazer o benchmarking destes fatores - produtos e serviços - com estas partes interessadas. Mas deve estar à frente destes, baseados em novas e diferenciadas visões de estratégias e de competição. Para que esta condição se realize, ela deve adotar, antes de mais nada, uma nova visão de estratégia, na qual esteja necessariamente inserida.

2 - Perseguindo e adotando uma nova concepção do que é estratégia Quando se adota o fundamento da competição pelo futuro, o fator mais relevante desta forma de competir é o de que a Nova Fábrica de Calçados (NFC) passa a competir pela criação e domínio das oportunidades que emergem nos mercados e se tornam realidade, ou seja, esta fábrica passa a se apossar de novos espaços competitivos. Esta fábrica tem em mente que criar e gerar o futuro é uma tarefa desafiadora e de muito maior envergadura para os seus esforços de competir. Criar o futuro é muito mais complexo do que simplesmente acompanhá-lo. Quando se fala em criar o futuro, esta organização em descrição vai mais longe nos seus propósitos de vencer nos seus mercados, ou seja, ela não pensa na simplicidade de fazer o benchmarking de seus produtos, os calçados e serviços a eles agregados, com os produtos de seus concorrentes, e imitar os seus métodos e estratégias de ação nos mercados. Uma nova e inédita concepção de estratégia envolve e pressupõe o desenvolvimento de uma nova visão independentemente de quais são as oportunidades do amanhã, e de

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como podemos explorar esta nova visão para alcançar uma condição invulgar e inovadora nos mercados. Traçar e adotar novos, inéditos e inovadores caminhos competitivos é muito mais recompensador a esta organização em descrição, do que simplesmente seguir e fazer comparações com os concorrentes e com os novos entrantes nos mercados. Isto fica mais claro quando voltamos a nossa atenção para o modelo de Porter, ou seja, ao inovar a nossa capacidade competitiva, enfrentamos com vantagens os fatores desenhados por Porter, no seu modelo de competição, ou seja: - Poder de barganha dos compradores, tanto os lojistas quanto os consumidores finais; - Barreiras à entrada de novos concorrentes, novas fábricas de calçados que desejam entrar nos mercados onde atuamos. Estas colocações fortalecem a afirmação de que a Nova Fábrica de Calçados (NFC) não pode chegar ao seu futuro desejado e planejado se deixar outra fábrica abrir também caminhos inéditos que venham a se antepor aos seus propósitos. Estas colocações mostram estar implícito, na visão e conceito de estratégia adotado por esta fábrica, que ela deve se desprender do seu passado e partir para descobrir e consolidar o futuro onde buscará a condição de sustentabilidade plena. Esta visão de caminho identifica não ser suficiente colocar esta fábrica em uma condição e posição de destaque em seus mercados. Ela é desafiada permanentemente a trazer para dentro de suas ações as incertezas que os mercados implícita e constantemente contêm e mostram para as organizações. Com base neste ambiente de complexidades e principalmente de incertezas, a Nova Fábrica de Calçados (NFC) deve desenvolver e aperfeiçoar con-

tinuamente uma grande capacidade de previsão para onde marcham os mercados e qual serão os seus futuros paradeiros. Este conceito ou visão de estratégia implica em algo mais do que os costumeiros rituais de planejamentos anuais, cuja característica intrínseca é de serem incrementais, ou seja, acrescentam proposições de crescimento e desenvolvimento da fábrica, sobre o que já foi definido e praticado em ano, ou anos anteriores. Esta situação já não é mais o suficiente em um mercado globalizado e quântico, de mudanças que avançam com o caminhar adiante do tempo. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) estrutura o que podemos chamar de "uma arquitetura estratégica" capaz de definir e estruturar um plano ou projeto para construir, desenvolver e implantar competências para ter um amplo domínio dos mercados atuais e futuros. Esta proposta de atuação deve impulsionar fortemente tal fábrica em descrição para superar as suas naturais limitações de recursos - tanto humanos, quanto materiais, de tecnologias, financeiros e até de conhecimento - e, através da criatividade e persistência infindáveis, promover na alavancagem dos recursos existentes. Esta forma ou visão de ver as estratégias por esta fábrica de calçados mostra que ela não compete apenas em seus mercados atuais e potenciais, mas compete também para criar o que podemos chamar de estruturas dos setores e mercados futuros. Esta afirmação ou visão de ações estratégicas identifica ser a sua competição identificada pela busca e desenvolvimento pertinaz pela liderança nas competências essenciais que conduzam esta organização para estruturar o que podemos chamar de portfólio de competências condutoras do seu sucesso e

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sustentabilidade contínuas. Por outro lado, esta forma de atuar baseada em estratégias de competências tem a condição inerente de reconhecer falhas de produtos e de serviços disponibilizados, que muitas vezes são inevitáveis. Esta aparente ameaça aos seus posicionamentos nos mercados são, na realidade, oportunidades de aprender mais sobre os seus processos e sobre as suas competências de atender vantajosamente os seus clientes e consumidores. Avançando mais ainda nestas considerações e fundamentos, este comportamento estratégico construtivo tem como premissa de comportamento organizacional entender que falhas nos processos de produção e dos calçados produzidos, muitas vezes até evitáveis, são fontes de aprendizado que poderão auxiliar a evitar erros quando do atendimento de novas e futuras demandas dos mercados e dos consumidores. A Nova Fábrica de Calçados (NFC), porém, vai mais adiante do que esta solução trivial. Ela adota a estratégia de armazenar e avaliar com cuidado estas experiências, na maioria das vezes entendidas como negativas por outras fábricas, para aprender como estas podem ser uma fonte de aprendizado para aperfeiçoar os seus processos de atendimento de futuras e inéditas demandas dos seus mercados, ou seja, estas falhas podem capitalizar previsões sobre novas competências e operações para atender demandas futuras. Esta forma de agir representa uma nova visão ou conceito do que é estratégia organizacional, pois transforma um fato negativo em uma fonte de fatores e fundamentos estratégicos a serem utilizados em demandas futuras. Esta nova e diferenciada visão de estratégia adota-

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da por esta fábrica transforma o que é aparentemente uma perda em um recurso de conhecimento potencial, a ser utilizado em uma situação futura de atendimento de seus mercados. Este posicionamento identifica claramente o que represente, o que é e o que vem a ser a expressão "competir pelo futuro". Esta descrição permite avançar mais ainda nos propósitos de consolidar a fábrica de calçados em descrição, ou seja, dar uma maior amplitude a fundamentos hoje praticados e que por seu reducionismo tem falhado muito nos seus propósitos. Deste modo quando falamos nos propósitos de: 1 - Esquecer e derrubar estruturas e formas de atuação da fábrica que contemplem a sequencialidade dos processos, adotando e implementando o fundamento da simultaneidade em todos os processos desenvolvidos pela fábrica; 2 - Competir pela participação da Nova Fábrica de Calçados (NFC) no mercado, podemos e devemos reformar esta proposta e redirecionar a ação desta fábrica para ela competir pela participação nas oportunidades que o mercado oferece; 3 - Promover uma reengenharia dos processos pode ser aperfeiçoada e ser mais objetiva quando a reengenharia se aplica às estratégias desta fábrica; 4 - Quando o propósito é o de implantar uma grande transformação organizacional, este propósito pode ser aperfeiçoado por uma transformação do setor, seja a fábrica em descrição se propões a ser o "estopim" que desencadeia uma grande mudança do setor de produção de calçados; 5 - Em vez de considerar a estratégia como um aprendizado, ela passa a considerar a estratégia como um esquecimento; 6 - As estratégias mudam de conceito, ou seja, elas não são mais vis-

tas como um posicionamento e passam a ser entendidas como uma previsão; 7 - A expressão planos estratégicos é aperfeiçoada pela denominação arquitetura estratégica; 8 - A estratégia não pode ser vista como uma adequação organizacional aos seus ambientes de ação. A estratégia deve ser vista como um limite mínimo de desempenho organizacional a ser realizado e até superado; 9 - Se a estratégia for entendida como um esforço ou propósito de alocação de recursos, este propósito deve ser substituído pelo acúmulo de recursos e da alavancagem destes; 10 - Se a Nova Fábrica de Calçados (NFC) se propõe a competir dentro da estrutura existente no setor, ela deve aperfeiçoar e ampliar o seu propósito para competir para moldar as suas estruturas em rede, a partir de uma visão de futuro do setor, ou seja, do comportamento desenhado para o futuro do setor calçadista; 11 - A competição pela liderança de produtos deve dar lugar à competição pela liderança das competências de produzir e disponibilizar os calçados nos seus mercados atuais e potenciais. Entre estas competências essenciais está a promoção e a implantação do fundamento da simultaneidade em todas as ações e processos da fábrica; 12 - A busca contínua da maximização das propostas de sucessos de linhas de calçados deve dar lugar à maximização das taxas de aprendizado oferecidas pelos novos mercados. Se tais desafios parecem uma demasia, os executivos desta fábrica em descrição devem ter em mente que somente a imaginação é o fator limitante em estruturar as organizações que competem pelo seu futuro.

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Utilização do óleo essencial de canela como fungicida alternativo Bruna Ackermann Schardong Técnica em Química do Laboratório de Materiais do Instituto Brasileiro de tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC)

Resumo O óleo essencial extraído das folhas da canela de Ceilão tem como componente ativo o eugenol, que em experiências laboratoriais apresentou atividade antimicrobiana. Os fungicidas comumente utilizados apresentam danos à saúde humana a curto prazo (como micoses, irritações cutâneas) e médio prazo (como maiores propensões a cânceres) e ao meio ambiente quando utilizados em quantidades superiores às recomendadas. Com base nesses dados e visando ao desenvolvimento de um produto mais saudável e ecologicamente correto, foi testada em labo-

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ratório a eficiência do óleo essencial extraído das folhas da canela de Ceilão sobre o fungo Aspergillus flavus. Houve redução de cerca de 80% do número de colônias quando estas estiveram em contato com o óleo, em relação ao teste controle. Conclui-se, assim, que o óleo de canela tem efeito inibitório sobre o fungo Aspergillus flavus, podendo ser aplicado, por exemplo, em materiais têxteis de consumo humano. Palavras-chave: eugenol, fungicida, canela.

1 Introdução Óleos essenciais são misturas de um número variável de subs-

tâncias orgânicas voláteis, lipofílicas, geralmente odoríferas e líquidas. A volatilidade e a insolubilidade em água, bem como a solubilidade em solventes orgânicos, permitem caracterizá-los e promover seu isolamento. (SERAFINI, 2002). O óleo essencial concentrado das folhas da canela de Ceilão (Cinnamomum zeylanicum) utilizado na pesquisa possui 77,6% de eugenol, dentre outros componentes que estão presentes em menores quantidades, e foi obtido por arraste a vapor. (FERRAZ, 2012). Eugenol é um composto aromático que está presente em cravo, canela, sassafrás e mirra. Sua nomenclatura IUPAC é 4-alil-2-

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metoxifenol e o número CAS é 97-53-0. (UFSC, 2012). A destilação por arraste a vapor é o processo mais utilizado pela indústria de essências, devido à sua simplicidade e economia. Nesse tipo de processo, o material não fica em contato direto com a água, mas com o vapor d'água gerado por uma caldeira. O material é acondicionado no extrator, e o vapor formado é condensado no condensador, que é recolhido a um frasco de coleta. (SERAFINI, 2002).

2 Metodologia 2.1 Teste de diluições O óleo essencial concentrado das folhas da canela de Ceilão (100%) foi adquirido na empresa Viessence, localizada em Porto Alegre/RS, e uma hifa do fungo Aspergillus flavus foi fornecida pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Para os ensaios laboratoriais foi utilizado o óleo essencial de canela a 1% diluído em vaselina. Foram adicionados 25ml de água peptonada ao inóculo, e deixado em repouso por 5 minutos. Após repouso foi direcionado 1ml deste inóculo para um tubo de ensaio contendo 8ml de água deionizada e 1ml de óleo a 1%. Em seguida foi direcionado o líquido contido nos tubos de ensaio para as placas de Petry a partir da diluição 10-3, uma vez que foi praticamente impossível realizar a contagem de colônias formadas nas diluições 10-1 e 10-2 nas placas controle dos ensaios pioneiros. Foi direcionado 1ml do tubo de ensaio contendo 8ml de água peptonada, 1ml de canela a 1% e 1ml do tubo da diluição anterior para cada placa de Petry,

Figura 1: fluxograma dos ensaios de diluições - 2012

totalizando duas placas. Do tubo de ensaio contendo apenas 9ml de água peptonada e 1ml da diluição anterior foi direcionado 1ml para cada placa de Petry, totalizando duas placas controle. O processo pode ser visualizado na figura 1. Foi adicionado à solução controle a mesma quantidade de vaselina que continha a solução com óleo, para esclarecer o efeito dessa sobre o fungo.

2.2 Teste de mínima concentração inibitória

O ensaio foi uma adaptação ao proposto pela Embrapa (ISSN 1676-6709, Dezembro/2009), e se buscou verificar a concentração (em ppm) do óleo essencial que inibe o crescimento de micélios do fungo. Para isso, foram cortados discos de papel filtro de tamanho padrão (6mm de diâmetro), colocados dentro de uma placa de Petry e inoculado o fungo, conforme figura 2. Após três dias a 28ºC em estufa, os discos de papel filtro foram retirados e, um a um, postos bem no centro de placas de Petry, contendo respectivamenJulho/Agosto 2014

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te: 3000ppm, 2500ppm, 2000ppm, 1500ppm, 1000ppm, 500ppm de óleo essencial em meio de cultura Agar batata. Como controle, uma placa contendo somente meio de cultura e o disco de micélios ao centro, e outra, contendo somente vaselina, meio de cultura e o disco de micélios ao centro, foram incubadas em estufa juntamente com as demais placas. A medição do crescimento do diâmetro do micélio fúngico de cada placa foi realizada diariamente, sendo que quando o micélio da placa controle atingiu as bordas da placa, no 3º dia de medição, o ensaio foi interrompido.

Figura 2: fluxograma do ensaio de MCI 2012

3 Resultados 3.1 Teste de diluições A análise de dados foi feita pela contagem das colônias formadas com e sem o óleo essencial extraído da canela diluído. Foi expressa em UFC/ml (Unidade formadora de colônia por mililitro do inóculo), e está apresentada na tabela 1, levando em consideração a diluição. Conforme resultados apre-

sentados na Tabela 1, pode-se constatar, portanto, uma inibição de cerca de 80% do número de colônias onde havia o contato com o óleo, se comparada com a mesma diluição do controle. É possível perceber dessa forma uma clara ação fungicida

do óleo essencial de canela sobre o fungo. 3.2 Teste de mínima concentração inibitória A análise de dados dos ensaios foi feita através da medição do diâmetro da colônia cen-

Gráfico 1: resultados dos ensaios relativos ao primeiro dia de Tabela 1 - Resultados dos ensaios Microbiológicos de diluições

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tral, em milímetros, por dia de crescimento, sendo que foram feitas as medições por três dias consecutivos, a partir do terceiro dia de inoculação do disco central. Os resultados estão expressos nos gráficos 1, 2 e 3.

Conclusão No ensaio de plaqueamento de diluições contendo óleo essencial a 1% foi realizado um controle com vaselina, para testar a influência desta nos resultados. As placas contendo canela + vaselina apresentaram menor número de colônias formadas em relação ao controle, o que comprova a atividade inibitória do óleo de canela na média de 80%. Na bateria de ensaios baseada na metodologia proposta pela Embrapa os tamanhos das colônias centrais variaram quanto à concentração, porém, não em ordem inversa de concentração x aumento da colônia. A placa controle cresceu até atingir as bordas. A placa contendo somente vaselina obteve um crescimento menor da colônia do que a placa controle, porém

seu crescimento foi maior do que as placas contendo vaselina + canela, em todas as concentrações, exceto a de 1000ppm, que não obteve resultados condizentes com o restante do ensaio. Com os ensaios realizados foi possível comprovar que o componente ativo da essência das folhas da canela de Ceilão, o Eugenol, que corresponde a 77,6% do óleo adquirido na empresa Viessence, tem propriedades antimicrobianas. O óleo essencial das folhas da canela de Ceilão apresentou um potencial de inibição de crescimento de colônias do fungo filamentoso A. flavus e, portanto, comprovou a hipótese do projeto. A partir desses dados, podese sugerir a aplicação de tal componente em palmilhas de sapatos como agente antifúngico, substituindo aqueles sintéticos que, muitas vezes, por serem produtos de alta toxicidade, acabam causando alergias e micoses nos pés dos usuários. O presente artigo foi embasado no projeto de pesquisa extracurricular desenvolvido

na Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha (FETLSVC).

Referências Bibliográficas FERRAZ, Vany. Certificado de análise química do óleo essencial de canela de Ceilão folhas QT Eugenol. Mensagem pessoal recebido por núcleo@qui.ufmg.br. Acessado em 06/07/2012. OLIVEIRA, T. et al. Concentração mínima inibitória de antibióticos para oito estirpes de bactérias diazotróficas da coleção de culturas da Embrapa Agrobiologia. Embrapa Agrobiologia, 2009. Pag. 16. ISSN 1676-6709. SERAFINI, Luciana. et al. Óleos essenciais - extrações e aplicações de óleos essenciais de plantas aromáticas e medicinais. Editora EDUCS, 2002. Universidade Federal de Santa Catarina. Extração de Eugenol, destilação por arraste a vapor. Disponível em: <http:// www.qmc.ufsc.br/organica/ exp10/eugenol.html>. Acesso em 26/06/2012.

Gráfico 2: resultados dos ensaios relativo ao segundo dia de

Gráfico 3: resultados dos ensaios relativos ao terceiro dia de

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Calçados femininos tipo sapatilha: problemas mais comuns WÜST, Eduardo¹; PALHANO, Rudnei¹; FAQUIN, Aline¹; STONA, Hygor¹; MODEL, Paulo1; ZARO, Milton¹ 1 - Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC)

Resumo O objetivo do presente trabalho é mostrar alguns problemas que ocorrem frequentemente no calçado feminino do tipo sapatilha. A sapatilha feminina é um calçado muito simples na sua construção e, consequentemente, defeitos de material, processo e design, acabam resultando em problemas, alguns simples e outros graves, como bolhas, que impedem a locomoção confortável por um período longo de dias. A ponta do dedo I (hálux), as cabeças dos metatarsos e o calcanhar são regiões

mais comumente afetadas. Este trabalho mostra alguns estudos com sapatilhas e seus vícios mais comuns, relacionados à avaliação do conforto por ensaios normatizados. Os principais problemas estão relacionados à percepção do calce. Um número maior de ensaios precisa ser analisado para conclusões com significado estatístico, mas os resultados são um forte indicativo dos contratempos associados a esse tipo de calçado.

Palavras-chave: biomecânica, conforto, sapatilha, mulher. Abstract The main objective of this work is to show some examples of common problems in female shoes (light stretch slipper/flattie shoes) with simple construction. Construction of this kind of flattie shoe and, as a consequence, they result in many problems; some problems are related to the material, process of production or design. The consequences may be simple but some are complex and the results are blisses and marks, which make walking uncomfortable for a long period of days. The region concerned to the major toe (first toe - hallux), metatarsal and calcaneus are more

affected. This work shows some tests with simple construction flattie shoes, and the results related to biomechanical tests, for the analysis of shoe comfort. Brazil is the only country that has norms to quantify comfort of footwear. The main problems are connected to the perception of fitting - which involves the presence of blisses or marks. This work pretends only to show some tests and the results obtained. A great number of tests is necessary to a more effective conclusion (with statistical value), but these results show a tendency of the problems related to this kind of female footwear.

Keywords: biomechanics, comfort, flattie shoes, woman.

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Introdução Calçados femininos do tipo sapatilha costumam apresentar uma série de problemas, devido a: (a) construção, (b) materiais e (c) design; esses problemas normalmente resultam em bolhas ou marcas acentuadas nas regiões do calcanhar, metatarsos e hálux, como mostra a Figura 1. É comum também encontrar marcas nos tornozelos (Fig. 2) ou, eventualmente, uma marca ao longo de toda a superfície lateral/medial do calçado. Para entender melhor como se comporta esse tipo de calçado e suas características, é preciso analisar sua estrutura; Rodrigues (sd) aborda a relação das mulheres com o calçado tipo sapatilha. No artigo a autora cita a realização de um questionário respondido pelo público feminino: "...um questionário em que o público feminino respondeu perguntas de aspectos simbólicos e práticos sobre o produto, destacando características de uso, consumo e problemas ergonômicos. Portanto, o que se pretende é demonstrar uma reflexão sobre a qualidade dos atuais modelos

de sapatilhas disponíveis no mercado". O calçado feminino tipo sapatilha é largamente utilizado no trabalho, por se tratar de um calçado relativamente barato, de construção simples e razoavelmente confortável. É um calçado atemporal, que agrega pequenos detalhes que o tornam um artigo contemporâneo de moda, sendo que uma de suas características é a ausência de salto (ou salto pequeno). Inúmeras marcas tradicionais de calçado continuam produzindo e oferecendo pequenas alterações de design e material que o tornam um calçado atual.

testes realizados em laboratórios devidamente credenciados, como é o caso do IBTeC (Novo Hamburgo/RS, www.ibtec.org.br). Os testes normalmente realizados neste tipo de calçado visam a medir (a) a massa do calçado, (b) a temperatura interna e (c) a percepção do calce. Uma série de informações sobre o processo de criação e produção desse tipo de calçado pode ser encontrado em http://www.spdesign.sp.gov.br/ couro/COURO1.htm. A Tabela 1 mostra os materiais mais comumente utilizados na construção deste tipo de calçado.

Construção da sapatilha

Ensaios Biomecânicos

As características finais do calçado (técnicas e moda) dependem do grau de conhecimento e criatividade da equipe de design, bem como da modelagem e do processo de produção; o Brasil é o único país do mundo que possui normas para medir o conforto do calçado (ABNT 14834 a 14840). Ou seja, o conforto não é mais uma característica apenas qualitativa; pode-se medir o conforto do calçado através de

Foram selecionados nove ensaios realizados com o calçado tipo sapatilha feminina para mostrar os problemas mais comuns; os ensaios realizados são: (a) massa do calçado (para ser confortável a massa não pode exceder 240g), (b) temperatura (diferença entre início e fim do teste, durante 30min a uma velocidade constante de 4 km/h) e (c) calce (questionário de percepção e possíveis marcas).

Figura 1: Marcas produzidas por sapatilha feminina (a) calcanhar, (b)

Figura 2: (a) Marcas na região do tornozelo e na região lateral

região dos metatarsos e hálux

(contorno do calçado)

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A Tabela 2 mostra os resultados de um dos ensaios realizados para as sapatilhas femininas; os valores apresentados correspondem aos valores médios obtidos por três baterias de medidas (três ensaios), referentes aos números 35, 36 e 37. Ou seja, os testes sempre são feitos por três indivíduos (modelos), com a numeração mencionada. Observações: ABNT NBR 14840/2011 - Marcas/Lesões Os calçados provocaram pressão/marcas, com sintomas de dor, na região posterior/superior do calcanhar. Os calçados provocaram também pressão/marcas na região medial/ superior da cabeça do metatarso I (Figura 2) e na região lateral/superior do dedo V e cabeça do metatarso V (Figura 3), em ambos os pés. A Tabela 3 mostra o resultado de um teste preliminar, ou seja, como não envolve as três numerações, trata-se de um ensaio para pesquisa, não para selo de conforto, realizado somente com o número 35; o calçado machucou o pé da modelo que estava realizando o teste; para este calçado foi possível medir o amortecimento (avaliação de impacto). Neste tipo de ensaio, onde se avalia o amortecimento, compara-se o impacto entre a modelo calçada e descalça e o resultado é apresentado em valores percentuais. Observações: ABNT NBR 14840/2011 - Marcas/Lesões O calçado provocou pressão/marcas, com sintomas de dor, na região posterior/superior do calcanhar (Figura 1). O calçado provocou também pressão/marcas na região

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Tabela1: Materiais usado na construção de sapatilhas femininas

Tabela 2: Ensaios realizados com sapatilha feminina (numeração 35, 36 e 37)

medial/superior do dedo I e da cabeça do metatarso I e na região lateral/superior do dedo V e da cabeça do metatarso V, em ambos os pés. A Tabela 4 mostra outro calçado tipo sapatilha e os resultados obtidos. Nesse calçado, a pedido do fabricante, também foi medido o índice de amortecimento.

Observações: ABNT NBR 14840/2011 - Marcas/Lesões O calçado provocou pressão/marcas, com sintomas de dor, na região posterior/superior do calcanhar. O calçado provocou também pressão/marcas na região medial/superior da cabeça do metatarso I e na região lateral/superior do dedo V (Figura 2), em ambos os pés.

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Conclusões As figuras e tabelas mostram alguns resultados obtidos em ensaios com sapatilhas femininas. O nome das indústrias, bem como a foto inteira do calçado, foram evitados a fim de preservar essas empresas, que estão buscando melhorar o produto e atingir a classificação de "confortável". Assim, é comum desenvolver protótipos que são avaliados e retrabalhados, em função do tipo de problema que apresentam. Nesse sentido o IBTeC fornece não só os resultados dos testes, mas todo tipo de assessoria que permite ao fabricante produzir um calçado de qualidade. Dos nove calçados avaliados, cinco apresentaram problemas, principalmente na questão das pressões/marcas (parte do item denominado "calce"). Apesar da simplicidade do salto, o amortecimento foi satisfatório para todos os calçados avaliados neste quesito, bem como a temperatura, porque é um calçado que permite uma boa troca de calor com o meio ambiente.

Tabela 3: Resultado de um único teste - numeração 35

Tabela 4: Calçado tipo sapatilha feminina - número 35

Bibliografia 1. www.coloquiomoda.com.br/ anais/anais/9-Coloquio-deModa_2013) 2. Relationship between users and the type flat shoe, Érica Rodrigues, Tecnologia em Móveis (UTFPR). 3. Relatórios técnicos diversos, IBTeC, 2014.

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Footwear for women: most common problems WÜST, Eduardo¹; PALHANO, Rudnei¹; FAQUIN, Aline¹; STONA, Hygor¹; MODEL, Paulo1; ZARO, Milton¹ 1 - Brasilian Institute of Leather, Footwear and Artifacts (IBTeC)

Abstract The main objective of this work is to show some examples of common problems in female shoes (light stretch slipper/flattie shoes) with simple construction. Construction of this kind of flattie shoe and, as a consequence, they result in many problems; some problems are related to the material, process of production or design. The consequences may be simple but some are complex and the results are blisses and marks, which make walking uncomfortable for a long period of days. The region concerned to the major toe (first toe - hallux), metatarsal and calcaneus are more

affected. This work shows some tests with simple construction flattie shoes, and the results related to biomechanical tests, for the analysis of shoe comfort. Brazil is the only country that has norms to quantify comfort of footwear. The main problems are connected to the perception of fitting - which involves the presence of blisses or marks. This work pretends only to show some tests and the results obtained. A great number of tests is necessary to a more effective conclusion (with statistical value), but these results show a tendency of the problems related to this kind of female footwear.

Keywords: biomechanics, comfort, flattie shoes, woman. Resumo O objetivo do presente trabalho é mostrar alguns problemas que ocorrem frequentemente no calçado feminino do tipo sapatilha. A sapatilha feminina é um calçado muito simples na sua construção e, consequentemente, defeitos de material, processo e design, acabam resultando em problemas, alguns simples e outros graves, como bolhas, que impedem a locomoção confortável por um período longo de dias. A ponta do dedo I (hálux), as cabeças dos metatarsos e o calcanhar são regiões

mais comumente afetadas. Este trabalho mostra alguns estudos com sapatilhas e seus vícios mais comuns, relacionados à avaliação do conforto por ensaios normatizados. Os principais problemas estão relacionados à percepção do calce. Um número maior de ensaios precisa ser analisado para conclusões com significado estatístico, mas os resultados são um forte indicativo dos contratempos associados a esse tipo de calçado.

Palavras-chave: biomecânica, conforto, sapatilha, mulher.

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Introduction Flatties shoes (or light stretch slipper) of simple construction used to present some problems, because of (a) construction, (b) material or (c) design. The problems leads to blisses and marks, and unconvenient pain and uncomfortable walking during many days. The most affected regions of the foot are the first toe (hallux), metatarsal and calcaneus, as it´s shown at Figure 1. It´s common, also, to see an extended line (extended mark) along the entire lateral surface, as shown at Figure 2. For a better understanding how this kind of shoe works and its characteristics, it´s necessary to analyze its structure. Rodrigues shows how t h i s s h o e Wo r k s . I n t h i s p a p e r, it´s shown a

questionnaire applied to many women: "...a questionnaire where women answered questions about symbolic and practical aspects about the product, with special attention to the characteristics and ergonomic problems. Though, what is pretended it´s a reflection about the quality of actuals models of this kind of shoe available at the market". Simple flatties shoes are hugely used because of the low price, simple construction, and some comfort. It´s fashion, and may be produced with details (flowers, crystals, colours, geometrical design, among others). One of the most important characteristics it´s the fact that can be produced without a heel or having a small heel and some simple new aspects or characteristics make this shoe always "up-to-date".

Construction The final characteristics of this flattie shoe (technical aspects and fashion) depend on the amount of knowledge of the design team, as well as modelling and production process; Brazil is the only country in the world that has technical norms to quantify shoe comfort (ABNT 14834 to 13840). This means that comfort can be analyzed in a quantitative way (comfort is no more only a qualitative idea). Shoe comfort can be measured through a number of biomechanical tests realized in standard laboratories (as IBTeC, for example). For this kind of shoe, some tests regularly used for casual shoes are not realized. It depend on the construction of the shoe. The tests analyzed at the present work involved (a) mass, (b) internal

Figure 1: Marks produced by a flattie shoe: (a) calcaneus, (b)

Figure 2: (a) - Marks at the lateral (internal)

metatarsal and hallux

region of the foot

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temperature and (c) fit perception. Many information about design and production are presented at http:// w w w. s p d e s i g n . s p . g o v. b r / couro/COURO1.htm. Table 1 shows the most common materials used for the construction of this kind of shoe.

Tabela1: Materials used for the construction of simple female shoes

Biomechanics Tests Nine different shoes were analyzed in order to show the most common problems. The tests performed were: (a) mass; (b) temperature (rise in temperature after 30 minutes of walking at a treadmill at 4 km/h) and (c) fit (a questionnaire and blisses and marks). Table 2 shows the results obtained using 3 different shoe size (35, 36 and 37 in Brazil). Mean values were calculated and presented as a final result (values at Table 2). Observations: ABNT NBR 14840/2011 - Marks/Lesions Presence of marks, with pain symtoms at the calcaneus. Same at the head of metatarsal I and lateral region of metatarsal V (both feet). Table 3 shows the result of a preliminary test (only shoe size 3 5 ) w i t h a n o t h e r kind of shoe; in this case, since the shoe produced a

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Table 2: Tests realized with one kind of simple female shoe (mean value of tests performed with size of the 35, 36 e 37)

lesion on the foot of the female model, it was not possible to measure cushioning. For cushioning measurement, 3D force platforms are used. For the calculation of the cushioning index, (%) it´s

made a comparison between values (a) with and (b) without the shoe. Ta b l e 4 s h o w s a n o t h e r kind of female shoe and the results obtained. In this case it was possible to measured cushioning as an important

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factor for the industry to know better about the shoe.

Table 3 - Result of a test realized only with shoe number 35

Conclusions Figures and tables showed some results obtained with simple construction female shoes; some results are concerned to shoes under development. I B Te C tests the prototypes and make suggestions about improvements to be made. The role developed for IBTeC is important for the shoes company that want a more competitive product, with good comfort characteristics, including research and innovations. Nine shoes were tested but only three results were presented. It´s a small number of tests in order to have statistical analysis. But the major number of the shoes evaluated (5) presented problems, especially with "fit" (blisses and marks).

Table 4: Another kind of female shoe - number 35

Bibliography 1. www.coloquiomoda.com.br/ anais/anais/9-Coloquio-deModa_2013) 2. R e l a t i o n s h i p b e t w e e n users and the type flat shoe, Érica Rodrigues, Tecnologia em Móveis (UTFPR). 3. Relatórios técnicos diversos, IBTeC, 2014. Julho/Agosto 2014

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opinião

Empreendedor de negócio sustentável Marcus Nakagawa Sócio-diretor da iSetor, professor da ESPM e presidente do conselho deliberativo da Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade (Abraps)

Quando pensamos em um negócio sustentável nos dias de hoje, acabamos lembrando de uma empresa que tem boa rentabilidade e dá um retorno considerável aos seus acionistas. Ou se você começar a pensar mais a fundo lembrará também daquelas empresas que trabalham com as questões ambientais e afins. Na pesquisa Datafolha para o prêmio Folha Top of Mind, existe também a categoria Top Meio Ambiente, na qual são mencionadas pelos entrevistados as marcas por sua atuação na preservação do meio ambiente. Em 2013, das 5.145 pessoas, 7% lembrou da marca Ypê e 5% dos respondentes da Natura. A seguir apareceram Ibama (3%), Greenpeace e Petrobras (2% cada uma); depois Vale, Coca-Cola, O Boticário e Omo (1% cada uma).

gicos e que (de preferência) resolvam efetivamente problemas do nosso planeta.

Mas para um pequeno ou médio empreendedor, dá para ser mais sustentável? Ter um negócio que realmente englobe não só as questões financeiras e/ou ecológicas, mas também as sociais? Sustentabilidade é muito mais do que pequenas ações ecológicas ou processos socialmente corretos. É um trabalho de colocar o tema no processo de produção, no relacionamento com o público e, principalmente, no desenvolvimento de produtos e serviços que sejam inovadores, inclusivos, ecoló-

Obviamente que o custo deste benefício exige um investimento inicial, como todo bom negócio, porém o retorno é muito valioso, garantiu o empreendedor, não só no resultado das construções, mas como também na gestão dos resíduos, além do ganho de "moedas" políticas com a população, sem esquecer do verdadeiro desenvolvimento sustentável. Isso realmente é um negócio que está se tornando cada vez mais sustentável!

Nestas andanças pelo Brasil, conheci um empreendedor totalmente conectado com o tempo de hoje e de amanhã. Ele fabrica maquinário para a produção de tijolo, blocos e pisos ecológicos, e desenvolveu um processo que aproveita o lixo para fazer tijolos mais ecológicos ainda. Como? Isso mesmo, fazer tijolos e blocos para construir casas, prédios, galpões, lojas etc. provenientes dos nossos lixos, que atualmente não possuem mais espaços dentro e fora das cidades para o seu descarte.

Entusiasmado, o empreendedor mostrou como faz com que o lixo seja triturado, tratado e vire uma espécie de areia, que segundo ele, é mais resistenA lembrança das grandes empresas e organizate que a normal. Com isso, em suas máquinas esções acaba acontecendo porpeciais, a areia que antes era que estas investem em comulixo, juntamente com solo e “Sustentabilidade é muito cimento e por meio da nicação de massa e também em projetos e ações ligadas prensagem, tomam forma de mais do que pequenas ao meio ambiente. A Ypê, por tijolos ou blocos que se pareações ecológicas" exemplo, tem um amplo tracem "Legos", sem necessitar balho de plantação de mudas da queima de combustíveis de árvores nativas da Mata fósseis. Os tijolos se encaixam Atlântica em regiões de mata ciliar, em parceria e, com uma espécie de cola, vão aderindo entre com a Fundação SOS Mata Atlântica e fizeram si. A ideia deste tijolo e bloco ecológico com base várias propagandas sobre isso, além de suas ativino lixo é elaborar projetos com prefeituras que já dades de rotina ligadas ao tema. E a Natura, que estão com seus aterros lotados e querem dar uma possui produtos ecologicamente corretos, certificadestinação mais legítima para os seus resíduos e, dos e com processos de produção sustentável bem assim, produzindo tijolos para construção de casas definidos. para a sua população.

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Garantia legal, garantia contratual ou garantia estendida, qual a melhor opção para os consumidores? Gisele Oliveira Advogada da área cível

Desde 28 de outubro de 2013 estão valendo as novas regras do Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), que criou uma nova modalidade de proteção aos consumidores, a chamada garantia estendida. Vale lembrar que o Código de Defesa do Consumidor prevê duas formas de garantia oferecidas pelos fornecedores, são elas: a garantia legal e a garantia contratual.

tamente após o término da garantia legal e/ou contratual do fornecedor e contempla as mesmas coberturas. Nome técnico: Seguro de Garantia Estendida Original; b) Extensão da garantia original ampliada: também inicia imediatamente após o término da garantia legal e/ou contratual do fornecedor e contempla, além das coberturas originais, uma gama de outras garantias complementares. Nome técnico: Seguro de Garantia Estendida Original AmpliaA garantia legal é o direito de reclamar pelos vícios da; aparentes e de fácil constatação e não depende c) Extensão de garantia reduzida: inicia imedide documento ou certificado. Essa garantia caduca atamente após o término da garantia legal dos em 30 dias para os produtos e serviços não duráveículos automotores, e contempla coberturas reveis, e em 90 noventa dias para os duráveis. Se o duzidas em relação à garantia original. Essa modavício ou defeito forem ocultos, de difícil percepção lidade não se aplica aos bens ou serviços que posou constatação para o consumidor, os prazos de suam garantia contratual do fornecedor. Nome técgarantia somente começam a contar a partir do nico: Seguro de Garantia Estendida Original Reduseu efetivo aparecimento ou constatação. Enviada zida. a reclamação, o fornecedor terá 30 dias para repad) Complementação de rar o defeito. Não sendo posgarantia: inicia sua contagem sível o conserto, caberá ao junto com a garantia legal ou consumidor escolher entre as "A contratação contratual e contempla coberseguintes alternativas: substide garantia estendida turas não previstas ou excluítuição por outro igual, restidas das garantias do fornecetuição imediata da quantia é opcional" dor. paga ou abatimento proporÉ importante lembrar que a cional do preço. contratação de garantia estendida é opcional! Por isso, o fornecedor não pode, A garantia contratual estende o prazo da garantia em hipótese alguma, condicionar a compra do prolegal e, por isso, deve constar de documento escriduto ou serviço à contratação da garantia estendito, entregue ao consumidor no ato do fornecimenda ou oferecer descontos no preço final. O pagato, preenchido e acompanhado do manual de insmento da garantia estendida deve ser feito em truções, de instalação e todos os demais dados separado, com comprovante diferente. E mais, o pertinentes ao produto. É o chamado Termo de consumidor pode desistir da garantia estendida em Garantia. O consumidor deve ficar atento, porque, até sete dias corridos da assinatura do contrato normalmente, a garantia contratual é paga. Em sem qualquer custo. Exercido o direito de arreoutubro do ano passado, a Resolução nº 296/2013 pendimento, o valor pago deve ser devolvido de do CNSP criou a garantia estendida, um contrato imediato. Portanto, na hora de contratar garantia de seguro que estende o prazo das garantias legal adicional, o consumidor deve se informar, para não e contratual. De acordo com a Resolução, os plaser induzido em erro e, depois, sofrer com a denos de seguro de garantia estendida deverão ofemora no atendimento no momento de utilização recer uma das seguintes coberturas básicas: da garantia. a) Extensão da garantia original: inicia imediaMaio/Junho 2014

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Morte da senha: prepare-se! Phil Scarfo Vice-presidente comercial e de marketing da Lumidigm

É difícil acreditar que em plena Era Digital continuamos sendo obrigados a confiar em um método de autenticação desenvolvido há mais de 50 anos e que se baseia principalmente na memorização de números e letras combinados. Já não era simples quando, no início, tínhamos de decorar uma, duas ou três senhas. Como tudo à nossa volta se transformou nestas últimas décadas, a quantidade de senhas e a complexidade delas também aumentou consideravelmente. Hoje em dia, é praticamente impossível memorizar todas as combinações - e as pessoas acabam anotando em tudo quanto é lugar, aumentando sua vulnerabilidade também.

nar um véu de segurança, bastava fornecer um nome de usuário e uma senha para ter acesso a ambientes protegidos. Sendo assim, não temos de questionar se o uso de senhas está obsoleto. O mais importante é saber o que é necessário para aumentar o nível de segurança, conveniência e privacidade - substituindo, então, as senhas. Com mais de um bilhão de pessoas hoje com acesso à banda larga (incrível, mas eram apenas 38 milhões em 1999), estamos num ponto de inflexão em que um aplicativo seguro (ou aplicativos) num dispositivo inteligente (um smartphone, por exemplo), combinado com uma solução biométrica, será toda tecnologia necessária para a próxima geração, provendo autenticação segura e conveniente.

Nos anos 60, quando foram criadas, as senhas eram usadas Isto não quer dizer que a biometria utilizada deva ser parte em locais bastante restritos, terminais dedicados, com cointegrante do dispositivo inteligente, mas certamente é uma nexão por fio e dentro de um espaço corporativo bem limitado. Ao serem apresentadas ao mundo, o universo da opção. Com credenciais seguras sendo armazenadas de forma igualmente segura e transmitidas por NFC (Comucomputação era bem menor do que o que temos hoje dentro de um único smartphone. Hoje, um número incrível nicação de Campo Próximo), Bluetooth, ou qualquer outro meio num dispositivo inteligente, de pessoas tem acesso à telefonia celular - mais do que têm acesso à há condições convenientes e seguras para uma 'chave digital inteágua potável e energia elétrica. Até “O que desejamos 2017, para se ter uma ideia, o mligente' - que, ao encontrar uma mesmo commerce atingirá 3,2 trilhões de 'fechadura digital inteligente', que é conveniência" pode ser um caixa eletrônico com dólares. Já as operações bancárias online devem alcançar 894 milhões sensor biométrico, ou ainda um serde pessoas em 2015. E só a receita viço online, é possível finalmente entregar a solução simplificada que as pessoas anseiam dos anúncios comercializados no Google supera toda a hoje em dia. indústria da mídia impressa nos Estados Unidos. O fato é que o mundo mudou dramaticamente nas últimas décadas. Então, por que continuamos confiando em métodos de autenticação que não são nem seguros, nem convenientes? No cabo de guerra entre segurança e comodidade, esta última geralmente sai ganhando. Num exemplo extremo, as senhas necessárias para disparar mísseis nucleares dos Estados Unidos durante a Guerra Fria foram definidas em 00000000 para garantir que não haveria perda de tempo nem erros durante a digitação. Em situações mais comuns, embora as senhas não fossem consideradas o método mais seguro, pelo menos eram convenientes e, certamente, mais fáceis de serem implantadas na maioria das organizações. Não exigiam grande empenho nem impunham barreiras tecnológicas. Para adicio-

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Todos precisamos de segurança, mas o que desejamos mesmo é conveniência. Ninguém quer enfrentar um passo a passo muito difícil nem ser exigido demais sempre que precisa ter acesso a um ambiente seguro. Não se trata de uma gincana. Nesse quesito, o Brasil está bastante avançado, principalmente em se tratando de sistema bancário. Hoje, grande parte dos caixas eletrônicos tem sensores biométricos que facilitam muito o acesso da população à conta corrente. Trata-se, inclusive, de uma solução em que ambas as partes saem ganhando. Enquanto o cliente tem acesso fácil e seguro à sua conta bancária, o banco também está mais protegido contra fraudes e perdas financeiras. Com esse modelo em que todas as partes saem ganhando, é possível antever a morte das senhas. Prepare-se!

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gc

guia de compras Localize o telefone e o endereço eletrônico dos anunciantes nesta edição Abrameq

51 3594.2232

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Lab. Físico Mecânico

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Entidades do setor ABECA Associação Brasileira de Estilo e Cultura Calçadista (51) 3587.4889 ABEST Associação Brasileira de Estilistas (11) 3256.1655 ABIACAV Associação Brasileira das Indústrias de Artefatos de Couro e Artigos de Viagem (11) 3739.3608 ABICALÇADOS Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (51) 3594.7011 ABLAC Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (11) 4702.7336 ABQTIC Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro (51) 3561.2761

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ABRAMEQ Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (51) 3594.2232 ABRAVEST Associação Brasileira do Vestuário (11) 2901-4333 AICSUL Associação das Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul (51) 3273.9100 ASSINTECAL Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (51) 3584.5200 CICB Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (61) 3224-1867 IBTeC Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (51) 3553.1000

Feiras do setor COUROMODA - (11) 3897.6100 FEBRAC - (37) 3226.2625 FEIPLAR - (11) 3779.0270 FEMICC - (85) 3181.6002 FENOVA - (37) 3228.8500 FETECC - (88) 3571.2010 FICANN - (11) 3897.6100 FIMEC - (51) 3584.7200 FISP - (11) 5585.4355 FRANCAL - (11) 2226.3100 GIRA CALÇADOS - (83) 2101.5476 INSPIRAMAIS - (51) 3584.5200 40 GRAUS - (51) 3593.7889 QUÍMICA - (11) 3060.5000 RADAR - (51) 3593.7889 SEINCC - (48) 3265.0393 SICC - (51) 3593.7889 ZERO GRAU - (51) 3593.7889

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Coluna

sustentabilidade

Futebol, a paixão nacional?

Rogério da Cruz Carvalho Habitus Consultoria contato@habitusconsulting.com.br "A Copa do Mundo." "A Copa de todas as Copas." "O futebol é a paixão do brasileiro." Todas estas frases nos foram bombardeadas nos últimos meses pela imprensa e pelo Governo, enquanto, pelo outro lado, parte da comunidade nos pressionava com questões como a de que não deveríamos realizar a Copa do Mundo no nosso país. Nesta altura, a competição já acabou e os recursos se foram aplicados ou não nas prometidas obras da Copa. Logo, não adianta mais esta discussão pois não trará retorno algum. Mas o que podemos avaliar para sermos mais críticos é: o quanto foi desperdiçado em algo que não trará retornos concretos para a população, seja de médio ou longo prazo. Vejamos, por exemplo, o estádio de São Paulo (Itaquerão). Nele foram gastos R$ 1,15 bilhão. Com este mesmo valor, segundo algumas fontes, seria possível

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construir, equipar e sustentar durante um ano, 18 hospitais com a capacidade de atendimento de 600 pessoas por dia. Às vésperas do início do campeonato, o Governo Brasileiro divulgou que o custo final da Copa, considerando-se em particular os estádios, foi de cerca de R$ 30 bilhões. Este valor é maior que os R$ 24 bilhões que foram cortados do orçamento da união para a educação em 2014, e equivale a oito refinarias de Pasadena. De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep) a soma dos gastos dos governos Federal, Estadual e Municipal em 2009 resulta em um custo médio por aluno nos ensino médio e fundamental de R$ 2,9 mil por ano. Já no ensino superior, cada matrícula em uma instituição pública custa em média R$ 15,4 mil anuais, isto significa que com o valor gasto poderíamos colocar na universidade

em cursos de medicina e formar, após seis anos, cerca de 324 mil profissionais, ou ainda colocar na escola e formar no ensino básico, fundamental e técnico, ou seja, 12 anos de ensino, cerca de 862 mil estudantes. Como o Brasil tem uma população estimada de 198,7 milhões de habitantes, o valor de R$ 30 bilhões significa que cada cidadão do País pagou aproximadamente R$ 150 para a obra, ou seja, como o valor do ingresso mais barato para assistir a abertura foi de R$ 160, cada um de nós deveria praticamente ter o direito de assistir à abertura. A sustentabilidade não é apenas função da iniciativa privada. A sustentabilidade deve estar no foco de todos. Devemos pensar a longo prazo, na construção de uma sociedade consistente e estruturada que possa crescer e desenvolver progressivamente as questões ambientais e sociais.

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A química por trás do Mundial de Futebol Bayer MaterialScience levou tecnologia e inovação para bolas, roupas, chuteiras e estádios

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uando as pessoas pensam em um grande evento de futebol, as primeiras coisas que vêm à cabeça são jogadores, bola, gols, estádio e comemoração. Ninguém imagina que, por trás de tudo isso, está a química. Ela é essencial para que tudo funcione: desde a tecnologia de fabricação da bola até a cobertura de estádios. É desta forma que a Bayer MaterialScience, divisão de Materiais Inovadores do Grupo Bayer, está presente nestes eventos esportivos. Poliuretano na Brazuca O poliuretano fabricado pela companhia, por exemplo, foi utilizado na bola oficial Brazuca. Este material promove a absorção de água, preservação de tamanho e de formato, melhor aderência, além de tornar a trajetória da bola mais precisa. A boa forma da Brazuca deve-se em parte ao knowhow e à série de materiais de especialidade da Bayer MaterialScience. A cobertura da bola é feita de cinco camadas de poliuretano, e esta é a razão pela qual consegue retomar sua forma original após um chute, além de tornar sua superfície durável e elástica. Alta performance para segunda pele e chuteiras Muitos jogadores usam um tipo especial de roupa de baixo com função de compressão que atua como se fosse uma segunda pele. As camisas e shorts agarram-se a ela, porém essa sensação não é perceptível. O truque são as fitas elásticas in-

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corporadas nas vestimentas que têm um revestimento especial à base de matérias-primas da Bayer. Quando as fitas são esticadas, o material temporariamente armazena a energia, devolvendo-a ao atleta quando continuar a se mover. As chuteiras também precisam ser leves e confortáveis. Atletas profissionais e amadores em todo o mundo preferem conforto e flexibilidade nos pés. Essas propriedades dependem basicamente do solado. E é para isso que a Bayer MaterialScience trabalha. A companhia oferece solados fabricados com poliuretano termoplástico extremamente duráveis. Este material traz boa tração, o que distribui de forma ideal a pressão e o amortecimento nas articulações, ligamentos e músculos. Do piso ao teto dos estádios de futebol As soluções de materiais inteligentes da Bayer MaterialScience também contribuem para o conforto e se-

gurança dos espectadores de grandes eventos esportivos, desde pisos até o teto. Nos estádios foi instalado um sistema guia inovador no piso das áreas públicas. Esse tipo de piso auxilia as pessoas a caminharem sobre as guias mantendo sua localização. A Bayer MaterialScience desenvolveu uma solução de material para o piso à base do poliuretano termoplástico. Outra tecnologia utilizada nestes eventos é o policarbonato. No Estádio Nacional de Brasília, o Makrolon UV 2099, da companhia, foi usado nos tetos solares, tornando-os leves, transparentes e versáteis. É importante destacar que ambos os lados dessas placas oferecem proteção contra os raios UV. Os 12mm de espessura permitem também alta incidência de luz no campo, em torno de 82%. Além disso, pelo alto grau de resistência, o produto protege os espectadores e jogadores das adversidades climáticas.

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Piccadilly busca selo prata de sustentabilidade Após conquistar o bronze em 2013, a marca pretende conquistar o selo prata em 2015

P

ara avaliar o comprometimento do setor calçadista no quesito sustentabilidade, o Programa Origem Sustentável, uma iniciativa da Assintecal e Abicalçados, em parceria com o Laboratório de Sustentabilidade (Lassu) da Universidade de São Paulo (USP) e com o Massachusetts Institute of Technology (MIT), desafia algumas marcas a mostrarem o que tem feito para englobar o tema na cadeia de produção. A Piccadilly aceitou a proposta e, após conquistar o selo bronze em 2013, busca a certificação prata no ano que vem. Para essa nova conquista, a empresa criou um comitê de sustentabilidade interno, envolvendo colaboradores de diversos setores. Nessa ação, reuniões são realizadas com o intuito de trocar experiências e aprimorar a gestão para a sustentabilidade. "O objetivo é chegar ao selo ouro, levando à risca os princípios de sustentabilidade, ecologicamente corretos, economicamente viáveis, socialmente justos e culturalmente diversos. Para isso, estamos separando mais os resíduos dos calçados produzidos e controlando rigorosamente os materiais para evitarmos dificuldades a curto prazo", afirma a diretora de Recur-

sos Humanos, Ana Paula Grings. Desde 1996, a empresa trabalha na redução dos resíduos gerados na produção dos calçados, investindo nos programas de R e c i c l a g e m , Descontat a m i n a ç ã o , Reaproveitament o , Logística Reversa e Valas. Sustentabilidade em ação Reciclagem - envolve o envio de todos os papéis, papelão, plástico de embalagens, sola de borracha e materiais do gênero para empresas licenciadas no tratamento desse tipo de material. Descontaminação - é o processo de envio de lâmpadas para uma empresa também especializada, que separa o líquido (mercúrio) do vidro e metal. Reaproveitamento - envolve a separação dos resíduos que podem ser utilizados em outras peças, como latas, tecido etc. Logística Reversa - os materiais sem condições de reutilização retornam ao lugar de origem para que o descarte ocorra de forma ambientalmente correta. Coprocessamento - é o método de destruição térmica - os resíduos se transformam em Clinquer, material utilizado na

m a t é r i a -p r i m a d o c i m e n t o o u como combustível de queima nos fornos da cimenteira. Todo esse processo é feito dentro de normas internacionais vigentes. Sobre a Piccadilly Presente há 58 anos no mercado com uma produção diária de 60 mil calçados, a Piccadilly conta hoje com oito unidades de produção, todas no Rio Grande do Sul, e cerca de 4 mil colaboradores focados em oferecer qualidade, conforto, moda e bem-estar para seus representantes, lojistas e consumidoras, tendo desenvolvido tecnologias consideradas inovadoras no mercado internacional. Por conta disso, a empresa recebeu o prêmio de uma das empresas mais inovadoras do Rio Grande do Sul e também o certificado de qualidade emitido pela entidade líder no mundo em tecnologia de calçados pelo Satra Tecnology Centre, da Inglaterra, além de ser uma das únicas empresas do setor calçadista brasileiro que possui o selo Origem Sustentável. N o e x t e r i o r, a m a r c a e s t á presente nos cinco continentes, em 90 países e conta com mais de 7.000 pontos de vendas. Além disso, já são 29 lojas exclusivas instaladas no exterior. Julho/Agosto 2014

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Lixões clandestinos podem ser denunciados a partir de APP Lixarada é uma ferramenta para que a população possa fazer a sua parte e denunciar depósitos irregulares de lixo em todo o Brasil

A

WiseWaste, empresa na

dades em 2012 e atua em todo o

cional, pioneira no seg-

Brasil no segmento de logística

mento de logística reversa

reversa. O objetivo é desenvolver

e valorização de resíduos, desen-

soluções customizadas para resí-

volveu o aplicativo Lixarada, que

duo

permite à população de todo o

reciclagem ou não, fazendo des-

Brasil fazer denúncias de lixões

se material uma possibilidade real

clandestinos.

de negócios para os clientes (em-

Depois de baixado, o aplicativo pede que o usuário preencha um

diversos,

de

simples

presas, associações, segmentos).

cadastro para criação da conta. A

A WiseWaste já promoveu a

partir daí, as pessoas podem tirar

transformação de mais de 10 mil

fotos do local a ser denunciado e

toneladas de materiais diversos

encaminhar as denúncias de for-

(lata, plástico, compostos, entre

ma anônima ou não.

outros) e já foram feitos mais de

A WiseWaste compila as reclamações em um relatório e manda

para

as

prefeituras

50 mil produtos a partir desses resíduos.

ou

O diferencial da empresa é que

subprefeituras. "O aplicativo con-

sua atuação é sempre no sentido

to de 2010, institui a Política Na-

segue envolver a população e o po-

de promover soluções que gerem

cional de Resíduos Sólidos que

der público na solução desse pro-

escala e efetive negócios. "A ideia

prevê o manejo e destinação cor-

blema que ainda é comum nas ci-

é fazer com que os detritos de

reta desses materiais, muitos de-

dades em todo o Brasil", afirma o

uma empresa sejam transforma-

les recicláveis.

CEO da WiseWaste, Guilherme

dos novamente em matéria-prima

No Brasil, 60% dos resíduos

Brammer.

e voltem para ela mesma ou para

vão para o lixão, 28% para aterro

Atualmente o Lixarada está

outra instituição. Trata-se do con-

e apenas 12% são reciclados.

disponível apenas para sistema

ceito de Economia Circular", ex-

Uma perda de quase R$ 8 bilhões

IOS e tem previsão de lançamen-

plica Brammer. O prazo máximo

ao ano.

to para Android ainda em 2014.

para que o Brasil inteiro acabe de-

"Nosso trabalho promove be-

finitivamente com os lixões a céu

nefícios sociais, econômicos e

aberto, espalhados por todo país,

ambientais, fechando o ciclo da

é 2014.

sustentabilidade",

Sobre a WiseWaste A empresa iniciou suas ativi-

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A Lei Federal 12.305, de agos-

Brammer.

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Sistema Campo Limpo destina embalagens de defensivos agrícolas no RS

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e janeiro a maio, o Sistema Campo Limpo (logística reversa de embalagens vazias de defensivos agrícolas), formado por agricultores, fabricantes - estes representados pelo Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV) -, canais de distribuição e com apoio do poder público, encaminhou para o destino ambientalmente correto 1.856 toneladas de embalagens vazias de defensivos agrícolas no Rio Grande do Sul. O número alcançado representa um crescimento de 13% em relação à quantidade destinada no mesmo período de 2013. O estudo realizado pelo inpEV aponta que, entre janeiro e maio de 2013, já foram retiradas do meio ambiente mais de 18 mil toneladas do material em todo o País. Resultado 9% maior do que o índice obtido no ano anterior.

*Comparativo de embalagens destinadas - Jan. a Mai. de 2013 x 2014 Foro: RS

Sobre o inpEV O inpEV - Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias, é uma entidade sem fins lucrativos criada pela indústria fabricante de agrotóxicos para realizar a gestão pós-consumo das embalagens vazias de seus produtos de acordo com a Lei Federal nº 9.974/ 2000 e o Decreto Federal nº 4.074/2002. A legislação atribui a cada elo da cadeia (agricultores, fabricantes e canais de distribuição, com apoio do poder público) responsabilidades compartilhadas que possibilitam o funcionamento do Sistema Campo Limpo (logística reversa de embalagens vazias de agrotóxicos). O instituto foi fundado em 14 de dezembro de 2001 e entrou em funcionamento em março de 2002. Atualmente, possui mais de 90 empresas e nove entidades em seu quadro associativo.

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COLUNA PROAMB

Eliminação total de resíduos Gustavo Fiorese Engenheiro Químico, coordenador da Unidade de Blendagem da Fundação Proamb Para evitar multas e prejuízos, é necessário acompanhar como a empresa fornecedora à qual são destinados os resíduos se relaciona com o meio ambiente. Pela lei, o gerador é responsável pelo resíduo gerado, mesmo que este seja destinado a um terceiro. Se o prestador do serviço cometer crime ambiental ao processar os resíduos do cliente, os dois terão responsabilidade conjunta. Por isso, o prestador de serviço também deve primar por qualidade e segurança ambiental, possuir licenciamento e adotar medidas de prevenção. Para que cesse a responsabilidade da empresa geradora de resíduos, estes devem ser descaracterizados química e fisicamente como materiais nocivos à saúde e ao meio ambiente. Isso é possível de ser feito através de empresas parceiras em coprocessamento. Por exemplo, um prestador de serviços de blendagem em conjunto com uma fábrica de cimento. O coprocessamento é uma técnica nobre, com eficiência de destruição térmica superior a 99,9%. Uma solução interessante para quando os resíduos não podem ir para um aterro por terem características de inflamabilidade, conforme portaria nº 016/2010 da Fepam. É o caso de plásticos e resíduos têxteis contaminados, materiais impregnados com graxas, borras oleosas e borras de tintas. Após esses materiais serem triturados em uma linha de produção, é formado o blend (mistura), que será encaminhado à fábrica de cimento parceira e inserido como combustível alternativo no processo de fabricação do cimento. O forno rotativo é o principal equipamento da fábrica de cimento e utiliza coque como combustível. O blend pode substituir o coque em até 40%, gerando uma grande economia deste combustível não renovável. As cinzas restantes serão incorporadas ao produto final da fábrica, o próprio cimento, sem comprometer a sua qualidade final. Para que a empresa geradora dos resíduos regularize sua situação por ter providenciado, por coprocessamento, a eliminação completa de seu passivo ambiental, deverá exigir da fábrica de cimento a certificação de que seus resíduos foram processados nos fornos de alta temperatura. Somente com este documento a empresa geradora será legalmente reconhecida pela eliminação completa do seu resíduo.

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