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Com saúde não se brinca É fato notório que o bem mais precioso de qualquer organização é seu capital humano, bem como que colaboradores saudáveis produzem mais e com maiores níveis de qualidade. Então podemos entender que seria insensato por parte das empresas não buscar o máximo em esforços para preservar este seu bem maior o mais saudável e motivado possível, ao mesmo tempo em que um compromisso intrínseco das empresas é trabalhar respeitando, valorizando e ajudando a melhorar a saúde de todos. Bem-estar, qualidade de vida, valorização das relações e do capital humano são assuntos cada vez mais presentes no nosso cotidiano e, por outro lado, aos poucos vão transformando as relações trabalhistas também. A conservação da saúde e integridade física dos colaboradores tem sido constantemente tema de debates e fiscalizações por parte dos órgãos competentes. Dentro de todo este contexto estão os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), que são componentes, acessórios e dispositivos que possuem características e finalidades específicas de acordo com a função executada pelo colaborador nos diferentes segmentos da indústria, comércio ou prestação de serviços.

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Toda essa normatização vem sofrendo mudanças para se adaptar às novas realidades dos mais diversos segmentos, bem como para aprimorar cada vez mais seus níveis de eficiência na preservação da integridade física das pessoas no momento da execução de suas tarefas diárias. Essa maior rigidez por parte da legislação e fiscalização da mesma levou todas as cadeias à preocupação pela certeza da qualidade e eficiência dos EPIs por elas fornecidas a seus colaboradores. Afinal a justiça também tem sido implacável e exigente com relação ao comprometimento da saúde das pessoas nas suas rotinas de trabalho. Cabe às empresas exigirem de seus fornecedores equipamentos devidamente testados e homologados mediante laudos e CAs, para garantir que seus investimentos em saúde e segurança do trabalhador irão surtir os efeitos desejados, evitando assim perdas na confiança da relação com os colaboradores ou aborrecimento futuros, pois como diz o dito popular "com saúde não se brinca". Claudio Chies Presidente do Conselho Deliberativo

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sumário

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expediente

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dia a dia Prêmio PGQP materializa comprometimento com a melhoria contínua

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agenda Calendário brasileiro das feiras e eventos

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comunicação e mercado Indústrias de base trazem novidades para o setor

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em foco Assinatura de convênio visa a promoção do couro brasileiro

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especial Prevenção: uma questão de segurança

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eventos A síntese do que aconteceu na Francal, Inspiramais e Fórum CICB

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moda & design Tendências para o próximo outono-inverno

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tecnologia e processos Para evoluir é preciso aprender a esquecer

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artigo técnico Você sabe qual o tipo de EPI luva correto para o seu trabalho?

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artigo científico O conforto em calçados de segurança

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guia de compras

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caderno de sustentabilidade Atitudes em proteção ao ambiente natural

Capa: arte de Fábio Scherer

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Conselho Deliberativo Contatos Presidente: Claudio Chies

Para que você, leitor, possa comunicar-se direta e rapidamente com o IBTeC, Tecnicouro publica a seguir os e-mails dos integrantes de cada uma das áreas da entidade. Por meio deles, é possível fazer sugestões e críticas, solicitar informações, esclarecer dúvidas, enviar e receber materiais redacionais e publicitários, inscrever-se em cursos e eventos e ainda agendar sua visita ao IBTeC. Utilize-os para comunicar-se conosco.

Conselheiros: Ernani Reuter Jakson Fernando Wirth

Jornalista Responsável e Editor Luís Vieira (8921-MTb/RS) luis@ibtec.org.br Produtora Gráfica e Jornalista Melissa Zambrano (10186-MTb/RS) melissa@ibtec.org.br

João Altair dos Santos Presidente executivo: Paulo Griebeler Vice-presidente executivo: Dr. Valdir Soldi

Jorge Azeredo Marcelo Fleck

Arte Final Fábio Mentz Scherer fabio@ibtec.org.br

-Institucional/Cursos/Eventos Marcela Chaves da Silva: marcela@ibtec.org.br

Publicidade Romeu Alencar de Mello romeu@ibtec.org.br

Rosnei Alfredo da Silva COMERCIAL -Gerente Karin Becker: karin@ibtec.org.br CONSULTORIAS Paulo César Model (consultor técnico): paulo@ibtec.org.br ADMINISTRATIVO-FINANCEIRO Rogério Luiz Wathier: rogerio@ibtec.org.br

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Conselho Editoral Ênio Erni Klein Wanderlei Gonsalez Milton Antônio Zaro Luís Vieira Ernesto Plentz Mauro Sarmento Janete Maino César Bündchen Evandro Sommer

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Conselho Científico Conselheiros: Dr. Alberto Carlos Amadio Dr. Aluisio Otavio Vargas Avila Dra. Deyse Borges Machado

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Dr. Luiz Antônio Peroni Dra. Mariliz Gutterres Dr. Milton Zaro Dra. Susana Cristina Domenech ibtec@ibtec.org.br www.ibtec.org.br

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IBTeC conquista premiação no PGQP 2014 O recebimento da Medalha Bronze do Prêmio Qualidade RS durante o PGQP 2014 foi muito comemorado pelo conselho, diretoria e colaboradores do IBTeC. A entrega aconteceu no dia 8 de agosto, na sede da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), na capital gaúcha Porto Alegre, numa grande festa oferecida aos agraciados. O presidente executivo do instituto, Paulo Griebeler, ressaltou que pela primeira vez a medalha foi conquistada por uma Instituição Científica e Tecnológica do setor, e a conquista aumenta ainda mais a responsabilidade do instituto de avançar no processo da melhoria contínua, sendo referência internacional em pesquisas e inovação. A honraria referenda a excelência da gestão no envolvimento de toda a equipe do IBTeC na causa da qualidade, que proporcionou melhorias significativas em todos os indicadores - tanto nos resultados econômico-financeiros quanto na satisfação dos clientes externos e internos, bem como nas relações com os fornecedores e a sociedade. O IBTeC é o mais completo complexo de laboratórios de pesquisas e ensaios do sistema coureiro-calçadista brasileiro, e um dos mais importantes centros de pesquisas científicas do segmento. Realiza cerca de 25 mil procedimen-

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tos/ano, somando pesquisas e análises nas áreas da biomecânica do calçado, substâncias restritivas, microbiologia e caracterização de materiais, além de consultorias industriais e de gestão do varejo.

Certificações do instituto - Acreditação Instituto Satra; - Acreditação Inmetro; - Certificação NBR ISO 9001; - Certificação Ministério do Trabalho e Emprego; - Certificação Sistema de Avaliação do PGQP 2013; - Reconhecimento Rede Metrológica RS; - Cadastro no Conselho Regional de Química.

O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, recebeu a honraria na cerimônia oficial

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Troféu materializa o comprometimento com a melhoria contínua


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Instituto participa de missão tecnológica na Itália Entre os dias 26 de julho e 3 de a g o s t o , o I B Te C p a r t i c i p o u d e uma missão na Itália, coordenada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Durante a missão, 28 participantes dos Sebraes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerais e Paraíba, além de empresários e gestores de universidades e instituições setoriais, tiveram a oportunidade de conhecer detalhes sobre como se estruturam no país europeu as redes de cooperação que integram universidades e centros de pesquisa às empresas na busca de soluções para as demandas do mercado. O grupo foi recebido pelo governador da região de Marchi, Dr. Gian Mario Spacca. Além de visitar as universidades de Urbino, Marchi e Camerino, e o Centro Tecnológico Cosmob, conheceram indústrias fabricantes e também fornecedoras dos segmentos de calçados e móveis. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, salientou que os itali-

anos foram acertivos em buscar o Sebrae para esta parceria internacional, pois se trata de um órgão que tem larga experiência na capacitação das MPE e pode contribuir significativamente para a concretização deste projeto para levar pesquisa e tecnologia de forma aplicada até a iniciativa privada. "Chamou a atenção o grande número de pesquisadores e doutores nas empresas, e a tradição destas em aproveitar bem os editais e trabalhar em conjunto com as instituições de ensino e os institutos tecnológicos", destacou Griebeler. Ele observou que uma das empresas visitadas tem 426 colaboradores, dentre eles 42 são pesquisadores financiados com recursos da União Europeia. “É um percentual muito elevado, quando comparamos com o nosso País. Esses profissionais desenvolvem pesquisas tanto em produtos e materiais quanto em processos, e este modelo deve ser mais incentivado no Brasil", contextualizou.

Desde o retorno da viagem, o grupo - que trouxe na bagagem a assinatura de convênio para a criação de um plano piloto já em 2015 - vem realizando uma série de reuniões para a formatação de uma agenda das próximas ações. " Tr a t a - s e d e u m t r a b a l h o e m equipe para o bem de todos", finalizou o presidente Griebeler.

Durante a recepção, o presidente do instituto entrega exemplar da Tecnicouro a anfitriões

A viagem financiada pelo Sebrae visa à formatação de uma rede internacional de cooperação tecnológica

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Sibratec e IBTeC superam metas Criado para promover assistência especializada a Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME), o Projeto Sibratec Extensão Tecnológica RS visa a aumentar o valor agregado da produção, a produtividade e a competitividade das organizações, bem como buscar o fortalecimento dos Sistemas Locais de Produção, atendendo aos objetivos da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Plano Brasil Maior. Para isso aportou R$ 3,1 milhões, através da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), da Secretaria da Ciência, Inovação e Desenvolvimento Tecnológico do Rio Grande do Sul (SCT/RS), da Secretaria do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais (Sedai/RS) e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/RS). Contemplando diversos setores, dentre eles o de couro, calçado e artefatos, a meta inicial de 175 atendimentos foi superada, somando 188 entre concluídos e em andamento. Sendo que ao IBTeC cabia atender 20 empresas, mas chegou a 45 (180% de crescimento). Os principais resultados estão direcionados à superação dos gargalos tecnológicos existes das indústrias dos setores contemplados, inserindo metodologias de otimização dos processos produtivos, assim como no desenvolvimento de produtos de valor agregado, resultando na melhoria da competitividade para as MPME Brasileiras. O proponente do projeto foi o Instituto Euvaldo Lodi do Rio Grande do Sul (IEL/RS), tendo uma rede de entidades colaboradoras: Fundação de Ciência e Tecnologia (Cientec); Instituto Federal de Educação, Ciência e

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Tecnologia Sul-rio-grandense (Ifsul); Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC); Pontífice Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Puc/RS); Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs) e Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). A superintendente regional do IEL, Elisabeth Urban, considera que está muito satisfeita com os resultados obtidos com o projeto, uma vez que as empresas atendidas tiveram a oportunidade de se tornarem mais competitivas, com os seus processos e produtos inovadores para o mercado. "É uma grande satisfação participar de projetos como este, que visam a atender empresas tornando seus produtos e processos mais inovadores e qualificando-as para atuarem no mercado externo. O IEL/RS trabalha pela competitividade da indústria gaúcha e o Sibratec contribui viabilizando a atuação em rede para este objetivo", sintetizou. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, enfatizou que o instituto é referência internacional em pesquisa e inovação voltadas ao aumento da competitividade através da melhoria em processos e no desenvolvimento de produtos mais adequados às necessidades do consumidor. "O projeto possibilitou ao instituto e às outras instituições o acesso a novos recursos, através dos quais a pesquisa aplicada e a inovação tecnológica chega a empresas que sozinhas talvez não teriam a mesma oportunidade. Com isso todos os envolvidos são beneficiados. O prazo de encerramento do projeto é no próximo mês de novembro", considerou.

No último mês de setembro, foi realizada na sede do IBTeC, em Novo Hamburgo/RS, uma reunião com a participação da presidência, pesquisadores e técnicos do instituto e de técnicos da Finep para avaliação e alinhamento do Projeto Sibratec - Rede de Produtos de Setores Tradicionais (Resetra), que teve o aporte R$ 5 milhões transferidos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnológico (CNPq) para a instalação de uma rede voltada à capacitação e treinamento de empresas dos setores têxtil, couro e calçados, madeira e móveis. A entidade convenente do setor do couro e calçado é o IBTeC, cujo Projeto de Apoio Tecnológico às Empresas do Setor de Couro e Calçados (Patecc) é coordenado pelo Dr. Aluisio Avila. Dentre os objetivos, se destacam a promoção da inovação tecnológica; controle da qualidade de produtos, através de ensaios físico-mecânicos e químicos; avaliações do conforto para calçados; análises de substâncias restritivas; desenvolvimento de novas tecnologias que agreguem valor ao produto e minimizem o impacto da concorrência com os produtos importados; associar a pesquisa às micro, pequenas e médias empresas do setor e difundir informação técnica através da publicação de artigos técnicos na Revista Tecnicouro.

Resultados parciais Atualmente o projeto encontra-se com 70% dos recursos sendo realizados. Para qualificar os laboratórios da Rede, foram calibrados mais de 700 instrumentos e equipamentos laboratoriais. Isso viabiliza um portifólio de 1.500 ensaios, o treinamento de mais de 300 profissionais e o atendimento a mais de 10 mil empresas. Outro benefício foi a instalação de sistema de vídeoconferência que disponibiliza às empresas o acesso online gratuito para a realização de reuniões junto a técnicos dos laboratórios credenciados.

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Quer inovar? A hora é agora! Você quer adquirir maior embasamento para implantar com sucesso a gestão da inovação na sua empresa? Então não perca a oportunidade de participar do treinamento que será realizado pelo diretor da Warken Assessoria Empresarial, Paulo Warken, e o diretor da Studio 10, Christian Thomas, na sede do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), em Novo Hamburgo/RS, nos dias 25, 26 e 27 de novembro e 3 e 4 de dezembro. O curso Gestão e Inovação para Design e Desenvolvimento de Produtos tem como respaldo a credibilidade das três organizações realizadoras, que juntas acumulam larga experiência na realização de pesquisas científicas, assessoria empresarial voltada para a gestão da inovação, marketing e desenvolvimento de produtos com valor agregado, e na realização de estudos de

comportamento, mercado e tendências de moda, dentre outras áreas estratégicas para o aumento da competitividade. Direcionado para líderes, gestores e designers de produtos, o treinamento tem como objetivo habilitar os participantes a definir, implantar e monitorar nas empresas a gestão e o desenvolvimento sistematizado de produtos orientados para inovação e design. O conteúdo programático é permeado pela apresentação e discussão de conceitos, a realização de exercícios práticos e também pela apresentação de cases. Dentre os pontos de discussão, os participantes se familiarizarão com ferramentas e técnicas para inovação e design de produtos e receberão conhecimentos relacionados às principais dúvidas sobre este assunto: - Como implantar um processo de

gestão e desenvolvimento de produtos ágil e eficaz; - Como organizar pesquisa de comportamento e tendências, mirando a expectativa do consumidor alvo; - Como desenvolver estratégias de produtos orientadas em inovação e design; - Como aumentar a assertividade no lançamento de produtos no mercado; O treinamento terá uma carga horária de 15 horas e acontecerá nos dias 25, 26 e 27 de novembro e 3 e 4 de dezembro, das 18h30min às 21h30min, na sede do instituto (Rua Araxá, 750 - Bairro Ideal, em Novo Hamburgo/RS). Aos participantes será fornecido material didático e certificado. Os contatos para se inscrever e/ou obter informações complementares são (51) 3553-1000 ou marcela@ibtec.org.br.

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Agende-se para realizar bons negócios em 2014/2015 Novembro

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Feiplar (matérias-primas, produtos auxiliares, equipamentos, processos, serviços e tecnologias aos fabricantes de peças em composites, poliuretano ou plásticos de engenharia) 11, 12 e 13 São Paulo/SP www.feiplar.com.br

40 Graus (calçados e artefatos) 9, 10 e 11 Natal/RN www.feira40graus.com.br

Zero Grau (calçados e artefatos) 17, 18 e 19 Gramado/RS www.feirazerograu.com.br

Janeiro Couromoda (calçados e artefatos) 11, 12, 13 e 14 São Paulo/SP www.couromoda.com Inspiramais (salão de design e inovação de materiais) 13 e 14 São Paulo/SP www.inspiuramais.com.br

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Inspiramais (salão de design e inovação de materiais) Data não confirmada São Paulo/SP www.inspiramais.com.br

Agosto Fimec (couros, produtos químicos, componentes, equipamentos e máquinas para calçados e curtumes) 17, 18, 19 e 20 Novo Hamburgo/RS www.fimec.com.br

Maio Sicc (calçados e artefatos) 25, 26 e 27 Gramado/RS www.sicc.com.br

Julho Francal (calçados e artefatos) 6, 7, 8 e 9 São Paulo/SP www.feirafrancal.com.br

Femicc Nordeste (matérias-primas, produtos auxiliares, máquinas, equipamentos, processos, serviços e tecnologias para calçados e artefatos) 18, 19, 20 e 21 Fortaleza/CE www.femicc.com.br

Setembro Seincc (matérias-primas, produtos auxiliares, máquinas, equipamentos, processos, serviços e tecnologias para calçados e artefatos) Data não confirmada São João Batista/SC www.sincasjb.com.br Obs.: o calendário de feiras é elaborado com informações obtidas através dos sites das organizadoras e pode sofrer alterações.

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Cipatex comemora aumento de 30% nas exportações

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A Cipatex, líder na fabricação de revestimentos sintéticos, comemora 50 anos de história com aumento de aproximadamente 30% nas exportações. Para alcançar este índice, a empresa ampliou a participação em países como Chile, Peru e Argentina. A maior expansão (em média 50%) ocorreu no setor de mineração, com o fornecimento do Cipageo® - geomembranas de PVC utilizadas para impermeabilização em vários segmentos. Com receita de R$ 520 milhões no ano passado, a empresa tem 20% desse resultado decorrente das exportações para cerca de 20 países. De acordo com William Marcelo Nicolau, diretor presidente do grupo, a Cipatex investiu nos últimos cinco anos cerca de R$ 130 milhões em expansões, modernizações, tecnologias e recursos humanos. Para atender o mercado calçadista, a empresa concluiu no final de 2013 a primeira etapa de investimentos, no valor de R$ 10 milhões, em sua unidade Sul, no município de Nova Hartz/RS. Em 2013, também entrou em operação o novo Centro de Distribuição (CD) da Cipatex em Cerquilho, interior de São Paulo, onde

Carbim e Akorel, uma parceria de sucesso A Carbim, sempre preocupada com a excelência em seus serviços, informa que a empresa Akorel Suprimentos Industriais Ltda, localizada em Novo Hamburgo/RS, é seu representante comercial exclusivo para todo estado do Rio Grande do Sul desde o último mês de junho, e que manterá na região um estoque regulador de sua grade de produtos para o atendimento imediato com a qualidade Carbim que o mercado já conhece. Segundo o gerente comercial, Cláudio Ribeiro, o foco não deve ser "no cliente", mas "no foco do cliente" e, baseada nessa linha de raciocínio, a empresa busca cada vez mais o aprimoramento dos serviços, procurando sempre entender e atender as necessidades do mercado. "Essa parceria demonstra o comprometimento no atendimento e respeito aos nossos clientes, onde Carbim e Akorel, juntas, buscam atendêlos com o melhor produto, a melhor qualidade e o melhor custo e benefício", assegura Ribeiro.

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fica a matriz do grupo. O CD conta com estoque de cerca de quatro milhões de metros lineares e deve passar a seis milhões ainda este ano.

Setor calçadista O segmento calçadista representa cerca de 40% dos negócios da Cipatex. A empresa oferece ao mercado laminados sintéticos em PVC e PU para aplicação em forros e cabedais, para calçados femininos, masculinos, esportivos e infantis, além dos revestimentos para a confecção de bolas esportivas. A empresa investe em tecnologia e pesquisa para fornecer aos fabricantes de calçados qualidade e segurança para utilizarem laminados que agreguem valor as suas marcas. "Todos os nossos lançamentos são realizados com base em um amplo trabalho de pesquisa, que leva em conta tendências mundiais e perfil dos consumidores. Os materiais são produzidos com texturas e tecnologia que proporcionam conforto e permitem criações versáteis", comenta o diretor presidente.

Prosafety traz sete linhas de EPI luvas Com um portfólio que oferece mais de 240 produtos de proteção ao trabalho, dentre os quais se sobressaem máscaras descartáveis, capacetes, máscaras de solda e protetores faciais, a Prosafety DeltaPlus decidiu expandir o seu mix e a mais recente aposta vem do ramo de EPI luvas. A supervisora de vendas, Bruna Santos, e o coordenador de produtos, Wellington Neves, contam que o grupo Delta Plus é um dos maiores fabricantes mundiais de artigos de proteção às mãos e a expansão nos mercados sul americanos é parte da estratégia global do grupo. Para isso, a empresa testa no IBTeC sete linhas, entre as quais modelos em PVC, látex natural, látex nitrílico, neoprene, algodão, poliamida e p o l i é s t e r, para serem disponibilizadas ainda neste segundo semestre de 2014 e o primeiro semestre de 2015, atendendo as necessidades de trabalhadores cujas atividades tenham riscos químicos e mecânicos.

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Solado HTS da Amazonas é referência no mercado EPIs O solado HTS (High Tech Security), desenvolvido com tecnologia de ponta pela Amazonas, reúne em um único produto quatro características técnicas necessárias para atender as necessidades dos calçados de segurança. De acordo com a norma EN ISO 20344:2004, o HTS é resistente a deslizamento, temperatura, hidrocarbonetos e antiestática. Para comprovar a sua resistência à temperatura este material não derrete e não desenvolve rachaduras ao teste de exposição a 300°C realizado durante um minuto. A sua resistência ao deslizamento (Slip Resist) apresenta uma composição com potencial para resistir a superfícies oleosas ou molhadas. Este tipo de solado além de ser resistente a hidrocarbonetos (Oil Resist), que são substâncias tóxicas que podem corroer a borracha, também é antiestático, pois minimiza a acumulação de energia eletrostática. O solado pode ser utilizado em mais de 20 tipos de atividades industriais de vários segmentos, como siderurgia, mineração, indústria de alumínio, indústria de vidro, indústria química e petroquímica, indústria farmacêutica, hospitais e salas cirúrgicas, indústrias bélicas, entre outras.

Grupo Amazonas O Grupo Amazonas iniciou suas atividades na cidade de Franca/São Paulo em 14 de março de 1947 e, desde então, crescimento é a palavra que melhor define a trajetória de sucesso da empresa. Conta com seis fábricas de adesivos e borracha no Brasil e no exterior - duas em Franca/SP, duas em João Pessoa/PB, uma em Jequié/BA e uma em Montevidéu, no Uruguai; além de unidades de atendimento em Campo Bom/RS, São João Batista/ SC, São Paulo/SP, Americana/SP, Nova Serrana/MG e

Buenos Aires, na Argentina. Atua também na prestação de serviços de transporte, através da Amazonas Logística que atende mais de 600 cidades em todo Brasil. Há alguns anos o Grupo Amazonas iniciou na fabricação de sandálias de borracha para grandes grifes (Private Label), usando toda a experiência e tecnologia do maior fabricante de soluções para a indústria calçadista da América Latina em produtos para importantes marcas. A relação evoluiu e agora a Amazonas leva para o mercado uma ampla variedade de produtos neste segmento, por meio de contratos de licenciamento de grandes grifes e através da Amazonas Sandals, marca própria de sandálias que faz sucesso em mais de 60 países. Atualmente, com aproximadamente 2 mil colaboradores, o Grupo Amazonas é o maior fabricante de componentes para os setores de calçados, móveis e colchões, embalagens, gráfico, construção civil, automobilístico e artesanato da América Latina, e um dos maiores do mundo.

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Autenticidade, confiança, credibilidade. Quem não almeja ser reconhecido também por estes atributos, principalmente em uma sociedade que é majoritariamente visual como a nossa? Pois foi justamente pensando nisso que a especialista Adriana de Moraes se preparou profissionalmente e criou em 2010 uma empresa de consultoria tendo como propósito auxiliar os empresários e profissionais a construírem um estilo que cause impressão positiva no universo corporativo. Ela considera que este tipo de atenção já é comum nos grandes centros urbanos internacionais, mas ainda considerado uma novidade em algumas regiões do Brasil. Sua empresa está instalada em Novo Hamburgo/RS e realiza com sucesso o seu trabalho também nos demais

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polos do País. A AM Consultoria de Imagem realiza workshops, palestras e também atendimentos individuais, através dos quais trabalha para manter seus clientes atualizados ante os padrões de comportamento do mercado. De acordo com Adriana, os benefícios ultrapassam o meio profissional. "Além de ajudar a abrir portas, uma imagem adequada aumenta a autoestima das pessoas", contextualiza. Ela destaca que a construção de uma postura respeitável vai muito além dos apelos da moda, pois requer uma série de conceitos comportamentais que ultrapassam a aparência visual. O cumprimento de todas as etapas do trabalho leva em torno de 30 a 60 dias, em encontros semanais, e o objetivo não é apontar o que é certo, mas traduzir da forma correta o que cada pessoa deseja comunicar, independente de o cliente ter um estilo clássico ou mais despojado. "Este é um estudo bem individual e compreende desde a análise das cores certas para o tom da pele, os tecidos e a modelagem das roupas que favorecem e respeitam as características físicas de cada pessoa, chegando até a postura corporal. Tudo para que o profissional tenha o controle das informações visuais que serão passadas aos outros", finaliza.

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Orisol investe em maquinário para o segmento de segurança Em 2015, a empresa Orisol, localizada em Campo Bom/RS, completa 20 anos de atuação. Especializada na linha de máquinas para costura programada, alta frequência e recorte, e máquina para aplicação de adesivo em pó, atende os polos calçadistas do Brasil e América do Sul abastecendo tanto indústrias de calçado esportivo, feminino, masculino e infantil, quanto de segurança.

Máquinas para o segmento de segurança COSTURA PROGRAMADA OCS Uma das apostas para este nicho são as máquinas de costura automáticas com seu moderno equipamento OCS, que possibilitam padronização da costura com altas velocidades e acelerações com produtividade e qualidade superior. São indicadas para costura de cabedais, peças com sobreposições, costura decorativa em tamanhos maiores e mais complexos. Como diferencial, os programas de costura podem ser facilmente realizados com digitalização da linha de costura e o uso do joystick que acompanha as mesmas, ou através do software SEWCAD que permite importar qualquer arquivo DXF de sistema CAD. Apresentam ainda avançado editor de costura que permite ao usuário realizar de forma fácil e ágil as operações de mover, deletar, reverter e reordenar as linhas de costura. As máquinas também têm um

completo editor de costura de pontos com comandos rápidos para adaptar a costura de acordo com a necessidade. Esta linha de máquinas agrega outras características importantes, como motor servo AC que garante precisão e altas acelerações; software gráfico para realização de programas de costura e ajustes; cabeçote com lançadeira oscilante e bobina com grande capacidade de linha e detector de quebra de linha. O sistema de troca automática de gabaritos garante agilidade e elimina os possíveis problemas de esforço repetitivo do operador. ALTA FREQUÊNCIA e RECORTE - HF - Outro desenvolvimento, este em parceria com a empresa Alfredo Maus, são máquinas que apresentam duas mesas deslizantes operadas por motor-redutor e garantem maior produtividade devido ao seu acionamento automático. A solda, o amassamento e corte sincronizado proporcionam ciclos de produção rápidos e excelente acabamento da borda de corte, riqueza de detalhes e precisão geométrica. A capacidade do equipamento de operar tempos, pressões e potências distintas para cada mesa, tornam estas máquinas extremamente flexíveis e ágeis, uma vez que possibilitam um trabalho simultâneo com moldes completamente diferentes. A união de tecnologia e knowhow no processo de frequência garante que estes ajustes sejam feitos de forma simples e rápida. Setembro/Outubro 2014

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Importância da palmilha de aço e da biqueira no calçado

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A palmilha de aço tem por função proteger a sola dos pés do usuário a cortes e perfuros. Pode ser usada em todos os tipos de calçados como requisito adicional, de acordo com as normas ABNT NBR ISO 20344, 20345, 20346 e 20347. As palmilhas Flecksteel são fabricadas a partir de chapas de aço inoxidável de espessura fina. Atendem integralmente os requisitos da norma EN 12568, sendo certificadas pelos mais conceituados institutos nacionais e internacionais (IBTeC e IPT (Brasil), PFI e TÜV (Alemanha) e Satra (Inglaterra).

Testes - Resistência à penetração: devem resistir a uma força mínima de 1.100N; - Resistência à flexão: não devem apresentar qualquer sinal de fissura até 1 milhão de flexões; - Resistência à corrosão: quando testadas de acordo com norma EN 12568 (contato com solução aquosa de cloreto de sódio 1%), não devem exibir mais do que três áreas de corrosão e nenhuma delas exceder 2,0mm em qualquer direção.

Colocação da palmilha de aço no calçado De acordo com norma ABNT NBR ISO 20344, a palmilha de aço deve ser embutida dentro da base do calçado, entre a palmilha de montagem e a sola externa, de tal modo que não seja possível removê-la sem danificar o calçado. Caso o calçado tenha biqueira de proteção ou segurança, a palmilha não deve repousar sobre a aba da biqueira e nem deve ser unida a esta. A palmilha de aço deve ter dimensões tais que, com exceção da região do salto, a distância máxima entre a quina da forma e a borda da palmilha

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seja de 6,5mm. Na região do salto, a distância máxima entre a quina da forma e a borda da palmilha deve ser de 17mm.

Importância da biqueira no calçado De acordo com as normas ABNT NBR ISO 20344, 20345, 20346 e 20347 os calçados são classificados pelo uso ou não de biqueiras, em: - Calçado de segurança: devem ser montados com biqueiras destinadas a oferecer proteção a impacto ensaiadas com um nível de energia mínimo de 200 J e a compressão ensaiadas com uma carga de compressão de 15kN; - Calçado de proteção: devem ser montados com biqueiras destinadas a oferecer proteção a impacto ensaiadas com um nível de energia mínimo de 100 J e a compressão ensaiadas com uma carga de compressão de 10kN; - Calçado ocupacional: não é necessário biqueira resistente a impacto e compressão. A Flecksteel tem em sua linha de componentes as biqueiras para cada tipo de calçado, fabricadas de acordo com requisitos da norma EN 12568 e certificadas pelos mais conceituados institutos nacionais e internacionais IBTeC, IPT, PFI, TÜV e Satra. A preocupação em fazer uma biqueira de excelente qualidade já inicia na seleção das matérias-primas e inspeção das mesmas no recebimento. - Biqueira de aço, de alumínio e de composite: componente usado na fabricação de calçados de segurança ou proteção com a finalidade de proteger o usuário a batidas frontais e queda de objetos sobre os dedos, atendendo integralmente os requisitos da norma EN 12568. - Biqueira de aço: fabricada a partir de

chapa de aço carbono em processo contínuo, submetida a tratamento térmico que lhes confere resistência a impacto e compressão, e acabamento eletrostático que garante resistência à corrosão. - Biqueira de alumínio: fabricada a partir de chapas de puro alumínio de alta resistência mecânica (impacto e compressão), sendo por natureza resistente à corrosão. Por ser o alumínio um metal com propriedades não magnéticas, esta biqueira tem menos interferência em campos eletromagnéticos. É uma opção diferenciada para quem busca conforto, pois é 50% mais leve que a biqueira de aço e adaptase mais rapidamente à temperatura do corpo, proporcionando agradável sensação de bem-estar ao usuário. - Biqueira composite: fabricada por processo de injeção de um composto termoplástico desenvolvido especificamente para este produto. Este material, aliado a projeto e processo, garante ao produto final resistência a impacto e compressão nos mesmos níveis da biqueira de aço, atendendo requisitos da norma EN 12568. Suas principais características são não conduzir eletricidade e indetectável em detectores de metais. Aproximadamente 40% mais leve que a biqueira de aço, proporciona maior conforto ao usuário. Pode ser produzida com aditivos antiestáticos. - Biqueira plástica: componente usado na fabricação de calçados ocupacionais, com a função de estruturar a parte frontal do mesmo, não tendo função de proteção ou segurança.

Colocação da biqueira no calçado A biqueira deve ser incorporada ao calçado de tal modo que não possa ser removida sem danificar o calçado.

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Italianos ressaltam a tecnologia e a qualidade dos couros da Toscana Durante a última Francal, realizada em julho em São Paulo/SP, representantes do setor coureiro da Toscana realizaram uma coletiva para divulgar o couro italiano junto a empresários, técnicos e formadores de opinião brasileiros. A estratégia vem se repetindo nas mais importantes feiras calçadista do País, e a intensão é, mais que ressaltar a qualidade das matérias-primas da região, estreitar as relações dos fornecedores do país europeu com fabricantes de calçados, artefatos e vestuário, bem como beneficiadores nacionais de couros. O diretor da Associação Conciatori Santa Croce Sull'Arno, Piero Maccanti, destacou que o setor é cada vez mais exigido quanto a certificações que garantam a qualidade e procedência do material, e que essa sé uma das características dos couros italianos, produzidos com respeito ao meio ambiente e o controle das substâncias tóxicas. "Seja utilizando matérias-primas italianas ou contando com consultoria realizada por nossos profissionais, os brasileiros podem acentuar a qualidade dos seus produtos, assegurou Maccanti. O presidente da Francal, Abdala Jamil Abdala, lembrou que o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de calçados, tem o maior rebanho comercial do mundo e sabe fazer couro de alta qualidade e com design, mas concorda que o acesso a matéri-

Piero Maccanti e Abdala Jamil Abdala

as-primas com alto padrão de acabamento e a tecnologia proporcionaria mais competitividade, principalmente pelo visual das peças. "Produzimos hoje couros belíssimos e com toque muito agradável, mas sem dúvida podemos avançar ainda mais. O couro italiano tem uma história que soma centenas de anos, e uma parceria voltada à atualização tecnológica dos nossos curtumes ajudaria a alcançar as altas grifes através de materiais diferenciados, o que seria muito importante para o setor.”

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Apex-Brasil e CICB assinam novo convênio para o projeto de promoção das exportações do couro brasileiro O Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) assinaram, em agosto, novo convênio do Projeto Setorial Brazilian Leather para a promoção das exportações do couro brasileiro. A solenidade aconteceu em Novo Hamburgo/RS, com as presenças do presidente da Apex-Brasil, Mauricio Borges, e do presidente do Conselho Diretor do CICB, Roberto Motta. O novo convênio, que se estende até 2016, prevê uma série de ações para a expansão, o reconhecimento e a qualificação ainda maior

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O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, prestigiou o evento que aconteceu na sede da Clariant e contou com a presença de empresários e lideranças do setor

do couro do Brasil frente ao mercado

em especial com o crescimento de

sustentabilidade, alcançando, assim,

internacional. As ações a serem de-

mercados para os couros com maior

ainda mais sucesso no exterior", afir-

senvolvidas no biênio contemplam

valor agregado. "O Projeto Setorial

ma Borges.

projetos de design, sustentabilidade,

Brazilian Leather, uma parceria en-

O convênio entre o CICB e a

inovação, inteligência e promoção

tre a Apex-Brasil e o CICB, apresen-

Apex-Brasil para a realização do Pro-

comercial, como o Design na Pele e

ta excelentes resultados tanto em ex-

jeto Setorial Brazilian Leather exis-

a Certificação de Sustentabilidade

portação de couros para o mercado

te desde 2000. De lá para cá, houve

do Couro Brasileiro (CSCB).

internacional, quanto na consolidação

aumento de 230% nas exportações

De acordo com o presidente exe-

da imagem do País como um produ-

de couro, passando de US$ 760 mi-

cutivo do CICB, José Fernando Bello,

tor qualificado e competitivo. O mo-

lhões em 2000 para US$ 2,51 bilhões

são esses projetos que dão o impulso

mento do projeto neste cenário oti-

em 2013.

para os números positivos que o se-

mista é trabalhar de forma mais efe-

Só nos sete primeiros meses des-

tor de couros do Brasil vem conquis-

tiva o valor agregado do produto den-

te ano, foram exportados US$

tando nos últimos anos e que tem

tro da pauta exportadora do setor.

1.714.206.659 bilhão em couros, o

beneficiado toda a cadeia produtiva

Dessa maneira, a Apex-Brasil enten-

que representa um aumento de

e a economia do País.

de como essencial o trabalho conjun-

23,5% em relação ao mesmo perío-

O presidente da Apex-Brasil,

to realizado com o CICB para que o

do de 2013. Atualmente, 123 empre-

Maurício Borges, destaca as perspec-

couro brasileiro esteja aliado aos con-

sas participam do projeto, exportan-

tivas positivas para os próximos anos,

ceitos de design, qualidade e

do couros para mais de 70 países.

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Coluna jurídica

Dr. Marciano Buffon Doutor em Direito do Estado, advogado Tributarista, professor do PPGD da Unisinos marciano@buffonefurlan.com.br

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Entre os poucos consensos que se logrou construir no gigante dos trópicos pós-ditadura militar é que a democracia, parafraseando Winston Churchill, trata-se da pior forma de governo, salvo todas as demais que têm sido experimentadas. Poucos esclarecidos sustentam que formas totalitárias de exercício do poder sejam preferíveis à democracia. Tem-se, pois, uma democracia representativa que convoca a todos, de tempos em tempos, a manifestar suas opções, de forma direta, mediante o voto secreto e universal, prevalecendo a vontade da maioria. Não que isso seja reprovável, mas convém discutir, pois, se democracia - no sentido maior da palavra - possa estar resumida a comparecer periodicamente às urnas e eleger candidatos, os quais deles pouco lembramos logo após o pleito. Ou alguém ousa dizer que, mais de 10% da população recorda em qual deputado estadual ou federal votou em 2010? Ao contrário, os números demonstram que este percentual é mais próximo de zero do que 10. O que mais impressiona é que as razões pelas quais se vota em determinado candidato estão desconectadas com as questões centrais pelas quais se deveria escolher alguém para representar os inteSetembro/Outubro resses da coletividade. Com o2014 início da pro-

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Tributação e eleições: a incompreensível rejeição de se levar a sério o que é importante paganda eleitoral, se viu em uníssono coro: "pela educação, pela saúde, pelo emprego e pela renda", entre outros jargões repetidos à exaustão pelos candidatos, como se fosse possível imaginar que alguém pudesse pleitear um cargo público elegível, desejando algo contrário a isso. Não bastasse, discutem-se questões de foro íntimo, como religião, opção sexual, dogmas morais individuais e até mesmo vota-se levando em conta a paixão clubística. Com isso, a democracia representativa transforma-se numa democracia de "faz de conta", na qual, de tempos em tempos, votase e concede-se o direito de os eleitos exercem seus mandatos independentemente da vontade de quem os elegeu e, principalmente, de acordo com os interesses daqueles que realmente têm poder. Embora, no Brasil, a atividade de lobby seja ilícita, há no Congresso Nacional bancadas representativas de diversos setores, como elas próprias se autodenominam. Não se tem notícias, porém, de que haja simplesmente uma bancada que diga ser a "bancada do povo"! Mesmo com tudo isso, não se pode olvidar: Churchill estava certo! Não há nada melhor do que a democracia. Pelo menos, a humanidade ainda não conseguiu produzir nada melhor. Portanto, é neste contexto que se pode propor uma reflexão, com o devido respeito e a necessária modéstia que qualquer proposição há de ter em sua origem. Qualquer discussão política séria há de estar pautada num questionamento básico a ser respondido: como e de quem você pretende cobrar tributos e como você irá gastar os recursos arrecadados? Alguém poderia até entender como ridícula tal proposição, afinal de contas, isso é o verdadeiro "óbvio ululante", na genial expressão de Nelson Rodrigues. No que tange à forma de tributar, tanto há de ser feito em terrae brasilis, que mesmo restringindo todo debate eleitoral a essa temática, certamente, ela não se esgotaria. Não que entre os jargões que se lê ou ouve não se inclua "pela reforma tributária", sem que aquele que o profere tenha a mínima

ideia do que isto significa e, quando a tem, os interesses a serem contemplados por tal reforma são dissociados dos seus eleitores, salvo honrosas exceções. Ou ainda, quando o candidato sequer tem ideia de que num país na qual vige a separação dos poderes, cabe ao Legislativo, simplesmente, legislar e, aqueles postulantes a um cargo no Executivo, executar as normas aprovadas, ressalvadas as exceções sobre as quais neste espaço não há como examinar. Quem promete fazer algo que não constitui as prerrogativas do cargo para o qual foi eleito, das duas uma: ou restará frustrado por ignorar o seu poder; ou não acredita nas suas próprias promessas. Não faltam, pois, ideias, sugestões e propostas acerca de como modificar a forma pela qual se cobra tributos no Brasil. Se pudéssemos sintetizar, diríamos que uma reforma tributária comprometida com o bem-estar de todos, há de ser norteada pelo princípio da capacidade contributiva, pela redução da tributação indireta e de sua inerente complexidade, pela busca de um desenvolvimento intergeracional e pela redução da desigualdade, em especial pela desoneração do mínimo existencial. Isso, pois, vai ao encontro de insuspeitas recomendações de organismos internacionais (BID, CEPAL), bem como representa a concretização da própria Constituição - ainda tão bela quanto ineficaz nesta seara. Então, ao invés de se levar em conta crenças de foro íntimo e opiniões sobre assuntos inúteis, os quais no máximo preenchem o tempo em torno de uma mesa de bar, ou ainda, se impressionar com o marketing político, eficazmente produzido, como se o candidato mercadoria fosse, há de se perquirir que tipo de Estado e que tipo de sociedade ele deseja construir. É do presente e do futuro que se está a falar, pois parafraseando agora Slavoj Zizek, não há nada que possamos fazer contra o destino comum a todo ser humano, mas nós podemos escolher pelo que queremos ser lembrados.

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À luz da prevenção Luís Vieira - luis@ibtec.org.br

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e 8 a 10 de outubro, acontece em São Paulo/SP a 20ª edição da maior feira de materiais de segurança e proteção da América Latina, a Fisp, onde 650 empresas apresentam aos visitantes o que existe de mais moderno nessa área. Durante os três dias da mostra, são esperados mais de 45 mil profissionais e compradores, que terão pela primeira vez a oportunidade de ver em tempo real o funcionamento de duas linhas de produção de EPIs luvas. O Projeto Fábrica Modelo Produtos de Segurança é realizado pelo IBTeC, que congrega o mais bem equipado conjunto de laboratórios do sistema coureiro-calçadista brasileiro e tem a credibilidade referendada pelos principais órgãos acreditadores para emitir os laudos técnicos necessários para a obtenção de CA junto ao MTE.

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Setor de EPIs avança na qualidade, apesar das dificuldades Com 1.300 empresas instaladas no Brasil, o segmento de materiais de segurança fatura anualmente US$ 2 bilhões e gera 40 mil empregos diretos, mas se forem somados os profissionais de segurança nas empresas o total salta para 80 mil postos de trabalho. De acordo com Raul Casanova Junior, diretor executivo da Associação Nacional da Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho (Animaseg) e da Associação Brasileira dos Distribuidores e Importadores de Equipamentos e Produtos de Segurança e Proteção do Trabalho (Abraseg), os números são significativos, mas as empresas brasileiras poderiam ser muito mais competitivas, caso o Custo Brasil não fosse tão alto e houvesse maior consciência prevencionista, tanto por parte dos empregadores quanto dos trabalhadores. Mesmo assim, as expectativas são de continuidade do crescimento - que vem acontecendo a uma taxa de 10% ao ano, e o nicho de equipamentos contra quedas é um dos que mais devem se sobressair, devido à emissão da norma regulamentadora NR35, específica para trabalho em altura. Outras oportunidades estão no setor do agronegócio, por ter uma demanda reprimida muito grande de EPI, e a área energética, que avançou significativamente nos últimos anos. Os setores que produzem o maior volume de materiais de segurança são os de calçados (36%) e de luvas (29%) que, na visão do executivo, poderiam inovar muito mais em design se houvesse uma fiscalização mais eficiente. "O grande obstáculo para o avanço no design dos EPIs é a alta porcentagem de

compradores focados em preço e não em qualidade. Isso desestimula alguns fabricantes a investirem seu tempo e recursos em design e inovação e incentiva a competição pelo preço. Essa realidade fica ainda mais evidente nos produtos que concorrem diretamente com os vindos da Ásia que, inclusive, entram no mercado brasileiro muitas vezes com o valor de venda inferior aos gastos na sua produção. Isso, aliado à falta de fiscalização, propicia o aumento da concorrência com produtos de qualidade duvidosa", lamenta. Outro que se preocupa com a qualidade dos equipamentos, a fiscalização e a conscientização quanto à necessidade do uso do EPI é o gerente de desenvolvimento da Mapa Brasil, Antônio Carlos Fadini. Durante palestra realizada recentemente na sede do Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC), ele destacou que o uso do EPI por si só pode não ser suficiente para a proteção do trabalhador. Antes disso, é preciso eliminar todos os focos de riscos no

ambiente profissional. "O EPI é como um remédio que protege o usuário, desde que seja usado conforme a receita. Por outro lado, quando se reduz a qualidade do material, o equipamento perde as propriedades mecânicas e o trabalhador fica exposto a riscos", advertiu. Enfatizou também que a empresa, além de oferecer equipamento adequado aos perigos durante a atividade profissional, tem a obrigação de exigir o seu uso corretamente. "O controle pode ser facilitado com a criação de metodologias de treinamentos visando à mudança cultural dos funcionários com relação à importância da preservação da própria integridade física", incentivou. Segundo o presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, o País tem 105 milhões de trabalhadores e, a cada ano, registra 701 mil acidentes de trabalho. O Brasil consome apenas 1/3 do volume de EPIs comparando com a Europa ou os EUA, o que configura uma enorme oportunidade de crescimeto para as empresas do setor.

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Novos paradigmas para o mercado de EPI Os EPIs calçados e luvas eram vendidos até pouco tempo como commodities, com poucas opções de modelos e cores, mas essa realidade vem mudando. Pois, assim como os demais consumidores, os usuários desses equipamentos estão mais conectados e passaram a questionar sobre o grau de eficiência quanto à integridade física e aos riscos à saúde. Apesar de grande parte dos fornecedores ainda estarem voltados aos custos, é cada vez maior o número de empresas que apostam em agregar aos produtos novas propostas em anatomia, biomecânica e conforto. Porém, não se pode descuidar das obrigações estabelecidas pelas respectivas normas técnicas.

Não precisam ser commodities O gerente de P&D do Grupo BSB, Deives Fabiano Gonçalves, considera que o grande desafio é justamente conscientizar o cliente da importância do fornecimento de calçado de segurança com qualidade superior ao colaborador. Fazer perceber o quanto um EPI com propriedades de conforto, segurança e durabilidade interfere na produtividade e bemestar do funcionário, gerando resultados mais eficientes, inclusive no custo/benefício, do equipamento. "Criou-se, infelizmente, uma cultura no Brasil de que o calçado de segurança é feio, pesado e desconfortável, e que pouco importa a marca utilizada. Mas a BSB quer que-

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brar este tabu e provar que o calçado de segurança pode ser tão bom quanto um calçado casual oferecendo um algo a mais, à segurança", esclareceu.

Tem que garantir a conformidade Concordando que a modernização do design é tendência mundial e proporciona diferenciação à marca, o técnico da Bompel, José Luiz Hurmann Filho, diz que a preocupação é que isso seja muito bem ajustado com o departamento técnico para garantir a conformidade com as normas técnicas e demais exigências. "O assunto é delicado, importante e pertinente ao momento, pois a Coordenação Geral de Normatização e Programas (CGNOR), do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho (DSST), está buscando um aperfeiçoamento dos processos de emissão e renovação de CA, podendo, em breve, alterar as portarias 121 e 126 do MTE que tratam desse tema. Tal reestruturação poderá interferir significativamente nessa modernização", adverte.

Cultura de proteção progride A diretora técnica da JGB, Denise Corrêa, reforça que a cultura de proteção vem progredindo junto aos usuários, que passaram a exigir mais dos fabricantes de EPI. Em sua opinião a mudança é essencial, pois permite avanços na redução dos indicadores de acidentes, trazendo consigo uma

grande oportunidade para aquelas empresas que querem se aperfeiçoar. "Precisamos cada vez mais oferecer produtos com qualidade, confortáveis e que estejam adequados ao uso, para isso procuramos conhecer bem as necessidades de nossos clientes, de forma a propor alternativas customizadas. O design e o conforto devem sempre ser contemplados no desenvolvimento de uma luva de proteção, apesar de esta ser regrada por normas técnicas, que nos dão parâmetros de performance", sintetizou.

Setor traz oportunidades e desafios A diretora da Luvas Yeling, Cristina Meilin Yeh, contextualiza que, com exigências cada vez maiores em estética e conforto no EPI, o mercado apresenta muitas oportunidades e desafios para o setor, que aprendeu a conviver e lidar com este paradoxo investindo em tecnologia e inovação para ofertar produtos diferenciados. Porém, na sua percepção, o EPI normalmente é a última medida utilizada para minimizar riscos no ambiente organizacional, e ainda existe uma grande resistência no seu uso por parte dos trabalhadores. "Deixar o equipamento de proteção individual mais bonito e confortável para o uso atenua essa resistência natural. O desafio é atender as exigências de todas as partes interessadas - o empresário, o usuário, o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (Sesmt) da empresa e, principalmente, as normas técnicas e legais.

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Feira divulga a cultura prevencionista De 8 a 10 de outubro, acontece no Centro de Exposições Imigrantes, em São Paulo/SP, a 20ª edição da maior feira de materiais de segurança e proteção da América Latina - a Fisp, onde cerca de 650 empresas apresentam aos mais de 45 mil profissionais e compradores visitantes o que existe de mais moderno na área de prevenção de acidentes e doenças do trabalho. Os segmentos com o maior número de empresas expositoras são os de calçados de segurança, equipamentos de proteção respiratória e de trabalho em altura, que correspondem a 20% da área total de exibição.

Entre as novidades desta edição destacam-se lançamentos para funções realizadas em locais confinados ou que ofereçam riscos de queda, choque elétrico, corte, entre outros. O porta-voz da Fisp, engenheiro Raul Casanova, espera que o evento sirva como motivador para negócios e conscientização. "Além de divulgar tecnologias de prevenção e promover a concorrência saudável entre as diversas empresas fornecedoras, é preciso ressaltar que a Fisp é essencial também como instrumento de divulgação da mentalidade prevencionista", observou.

Projeto Fábrica Modelo Produtos de Segurança Na sua primeira participação como expositor na Fisp, o IBTeC realiza o Projeto Fábrica Modelo Produtos de Segurança. No espaço com aproximadamente 450m 2, em torno de 30 empresas fornecedoras de máquinas, matérias-primas, produtos químicos e prestadoras de serviços trabalham em duas linhas de produção, onde são fabricados em tempo real dois modelos de luvas (um em couro e outro em tecido). A Ortner, a Yeling e a Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (Abrameq) são as parceiras nesta edição. Raul Casanova lembra que esta é a primeira vez que a feira apresenta este tipo de projeto e as expectativas são positivas. "O projeto significa para os visitantes uma grande oportunidade de assistirem in loco como os EPIs são fabricados, bem como obterem informações sobre os riscos inerentes à atividade." O consultor do IBTeC, Paulo Model, garante que todos os processos são feitos de acordo com as normas

de segurança do setor, tendo como base a sistemática para a obtenção de CA. A diretora da Ortner, Nara Cunha, e o diretor da Luvas Yeling, João Paulo Minsian, observam que o processo de fabricação de uma luva é bastante artesanal e o público terá uma noção da complexidade que envolve a produção de EPI luvas com qualidade. O presidente executivo do IBTeC, Paulo Griebeler, destaca que "o instituto é referência internacional em pesquisa e inovação, com a sua credibilidade atestada pelos principais órgãos acreditadores, e vem aumentando os investimentos para atender às demandas do setor de segurança e proteção". Além do projeto, o IBTeC divulga na feira os principais serviços oferecidos pelos seus laboratórios de biomecânica, caracterização de materiais, biodegradabilidade e substâncias restritivas, e também as consultorias empresariais e a elaboração de projetos de fomento à inovação tecnológica. Setembro/Outubro 2014

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Instituto amplia a sua oferta de ensaios para o segmento O setor de EPIs é um dos que mais crescem as solicitações de testes junto ao IBTeC. Para ampliar a oferta de serviços e atender os fabricantes com qualidade, confiabilidade e rapidez ainda maior, o instituto aumentou substancialmente os investimentos na aquisição de novos equipamentos, contratação de técnicos, reformulações do seu layout, aquisição e tradução de normas. Entre os avanços mais significativos recentemente realizados está a aquisição de equipamentos para a realização de novos ensaios para riscos químicos, mecânicos e térmicos em luvas, através de uma parceria estabelecida as empresas Bompel, Conforto, Seiki, Susa e Yelling. Hoje, no escopo do instituto são disponibilizados 92 ensaios para EPI calçados e 62 para EPI luvas, e novos testes em breve aumentarão esta listagem. O responsável técnico do IBTeC, Ademir de Vargas, aponta que entre os testes disponibilizados alguns, apesar da relevante importância, ainda têm uma baixa procura, mas as solicitações começam a aumentar e o instituto tem uma grande capacidade de atendimento. "Dentre eles, se salientam os ensaios de degradação química para calçados tipo II poliméricos, através dos quais podemos testar 15 substâncias químicas diferentes, e os ensaios de riscos térmicos em luvas de proteção", destaca.

Quantidade de ensaios disponibilizados para EPI calçados • 42 para calçado tipo I; • 34 para calçados tipo II (polimérico); • 16 para calçados de proteção contra substâncias químicas. Todos os ensaios são reconhecidos pelo MTE, 36 pelo Inmetro.

Ensaios disponibilizados para EPI luvas • 9 ensaios para riscos gerais pela norma EN 420; • 4 para riscos mecânicos pela norma EN 388; • 7 para riscos térmicos pela norma EN 407; • 12 para riscos químicos pela norma EN 374; • 16 para riscos químicos para luvas sem suporte pela norma MT 11;

As análises de substânci-

• 14 para riscos químicos para luvas com suporte (tecido

as químicas e os ensaios

com banho) pela norma MT 11. Todos os ensaios são reconhecidos pelo MTE, 4 pelo Inmetro.

em EPI luvas estão entre as áreas de maior volume de investimento na última década

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Inspiramais apresentou referências em tecnologia e design para o inverno 2015 e o verão 2016 No período de 16 a 17 de julho, os visitantes do Inspiramais tiveram acesso a mais de 600 materiais desenvolvidos para a fabricação de calçados, bolsas, vestuário, acessórios e móveis para o inverno 2015, e puderam ainda conhecer em primeira mão o Preview do Couro para o Verão 2016. O evento foi realizado no Shopping Frei Caneca, em São Paulo/SP, pela Associação Brasileira das Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), juntamente com o Footwear Components by Brasil e o Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), contando com a participação de 100 empresas expositoras. A tecnologia e a criatividade das matérias-primas estavam presentes em uma série de projetos alinhados com a cadeia da moda. No + Estampa, novos talentos da moda brasileira demonstraram suas técnicas e referências que resultaram em estampas exclusivas. Nos projetos Mix By Brasil e Referências Brasileiras, o designer Jefferson de Assis exibiu, junto a artesãos do Acre e de Pernambuco, roupas, calçados e acessórios com utilização de artesanato brasileiro. O Fórum de Inspirações foi resultado da pesquisa das inspirações e referências de moda, coordenada pelo estilista Walter Rodrigues. O estudo orientou as empresas de materiais na criação e desenvolvimento de materiais inovadores. Já no EcoDesign a estilista Isabella Capetto apresentou novidades em couro utilizando técnicas e produtos que causam menor impacto ambiental. O projeto Inovamais promoveu o desenvolvimento de materiais com tecnologia embarcada. Além da exibição de materiais, ocorreram as Oficinas de Inovação e

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Mais do que expor matérias-primas, a essência do salão é o alinhamento de toda a cadeia brasileira voltada para a moda

o Seminário de Inovação, cujo foco foi a preocupação com o fornecimento de matérias-primas com tecnologia superior para suprir as necessidades da indústria esportiva, que hoje importa componentes de alta performance por não encontrar similares no País. Através das Oficinas de Criação, os visitantes tiveram a possibilidade de fazer exercícios de aplicação dos componentes expostos nas suas próprias coleções. O Projeto Comprador, promovido com apoio da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), viabilizou as rodadas de negócios com compradores internacionais e fornecedores de materiais brasileiros. Participaram compradores da Colômbia, Coreia do Sul, França, Inglaterra e Peru. As Missões Empresariais possibilitaram que empresários e

executivos dos diversos polos calçadistas e de confecções visitassem a feira para a realização de negócios, com apoio dos sindicatos de indústrias e Sebraes locais. As Rodadas de Negócios, patrocinadas pelo Sebrae, promoveram a integração e a competitividade das micro e pequenas empresas da indústria coureiro-calçadista por meio da realização de rodadas de negócios, fomentando o encontro entre fornecedores e compradores. Nesta edição participaram 200 compradores de polos dos estados do Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. O Preview do Couro Verão 2016 apresentou em primeira mão tendências a serem desenvolvidas para a próxima coleção.

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Inovações em materiais para artigos esportivos Os debates durante a Mesa Redonda envolveram assuntos relacionados a melhorias no desempenho de materiais e também no processo de produção. Participaram seis empresas fabricantes de materiais, dois representantes da Associação Brasileira de Artigos Esportivos (MOVE) e a superintendente da Assintecal, Ilse Guimarães. O consultor Giancarlo Pereira conduziu os diálogos. Gilson Otair (Jotaclass), Marcos Rufato (Chem Trend), Cenira Verona (Killing), Evandro Wolfart (Dublauto), Ana Flores (ITM) e Gabriel Nunes (TNS) falaram sobre os desenvolvimentos tecnológicos e sustentáveis das respectivas empresas, visando a minimizar impactos no meio ambiente, proporcionar ganhos de produtividade e reduzir custos das empresas. As opções variaram de reaproveitamento de materiais até processos de colagem de alta performance, passando pela utilização da nanotecnologia. Demonstrando até certa surpresa com algumas soluções apresentadas, Cintia Batilani (Nike) e L u i s G l a u c o d e M i r a n d a J r. (Alpargatas) comentaram a importância de se estabelecer uma agenda conjunta entre fornecedores e fabricantes de calçados para buscar soluções que possam de fato aumentar a competitividade do setor. "O melhor seria que os calçados esportivos usassem somente materiais de fontes renováveis, mas os outros produtos, via de regra, oferecem melhor desempenho. O que precisa é melhorar as propriedades dos materiais sustentáveis para adequar estes produtos para calçados de alta performance, tendo o cui-

dado para que o custo final não seja elevado", pontuou Cíntia. Glauco destacou que a tecnologia é uma das vertentes de investimento mais importantes para se criar algo inexistente ou inovar no que já existe. "Muitas vezes, as indústrias brasileiras não têm capacidade de gerar as soluções necessárias. Perdem com isso tanto os fabricantes que desperdiçam tempo e recursos projetando algo que demanda de tecnologias que a indústria de base não tem como atender, quanto os fornecedores que disponibilizam produtos e serviços que o mercado não deseja. É preciso criar um portfólio de necessidades e soluções sintonizadas. Mas isso só vai acontecer se as partes se aproximarem." Ilse Guimaraes ressaltou que "ainda há muito a se assimilar para sermos tecnologicamente equiparados aos EUA ou a Coreia. No dia a dia muitas vezes não é fácil se pensar em inovação, mas hoje existem mais recursos e possibilidades de parcerias. O empresário deve buscar informações para saber quem oferece apoio e como acessar os recursos".

DESAFIO PARA ATENDIMENTO DO MERCADO Em seguida, Luis Glauco realizou uma palestra lembrando que o Brasil consome 65 milhões de pares de calçados esportivos por ano, gerando faturamento de mais de 11 bilhões de reais. Segundo ele, a projeção é que em 2020 se venda no País 88 milhões de pares, com um faturamento superior a R$ 14 bi. Para o palestrante, embora o consumidor brasileiro não tenha um alto poder aquisitivo, ele reconhece o valor agregado. Mas para atender a este mercado é preciso ampliar o conhecimento sobre tendências de consumo e comportamento. "Tem que saber para onde, quando e a que velocidade se deve ir, procurando nessa jornada parceiros que ampliem as oportunidades de inovação", opinou.

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Job Rodrigues (BNDES)

Inovações Fora da Caixa

A era do design

Na palestra Inovação e design: gerando valor para competir, Job Rodrigues salientou que o BNDS, dentre uma série de produtos, tem uma linha de crédito de R$ 500 milhões para as empresas investirem em design, área considerada por ele como uma grande oportunidade para inovar. O problema é que as empresas desconhecem as oportunidades ou têm medo de se endividar. "Chega de improviso, o jogo é sério e as organizações precisam ter profissionais que descubram os editais abertos, conheçam os canais de acesso e saibam formatar as parcerias certas. Que se poupe em outras coisas, mas é necessário ter dinheiro para questões estratégicas como o design", alertou.

O presidente da Seragini Brand Design, Lincoln Seragini, disse que o século XXI é do design, e empresas competitivas não disputam preço, agregam valor à marca e ao produto. Na gestão da inovação é preciso ter mente aberta para ideias e estratégias que possam criar o futuro desejado. O foco é como ganhar mais dinheiro com a inovação. Para tanto, além da competência, deve-se ter coragem de, dentro da ética, não ver limites. "O conhecimento faz toda a diferença e é nisso que se concentra a força do designer, que tem a visão global e chega à essência do problema para oferecer as soluções pensando de antemão não só nas oportunidades, mas em todos os riscos de fracassos", considerou.

Inovações em agentes desmoldantes

Marcos Rufato (Chem Trend)

Inovações nos calçados esportivos

Marcos Rufato, da Chem Trend (Grupo Freudenberg) apresentou o desmoldante PM D-1505W para EVA injetado, que oferece maior durabilidade. Os desmoldantes são usados para facilitar a saída dos produtos dos seus moldes sem que os mesmos grudem. Ele informou que a empresa tem diversos outros produtos para cada tipo de material usado no solado, sempre oferecendo vantagens ao cliente. "Temos um sistema de transferência de tecnologia com a Ásia que resulta em produtos com baixo VOC, sem substâncias restritivas e que contribuem para o aumento da produtividade com redução de custos", garantiu.

Calçado esportivo para idosos diabéticos Edson Santos (pesquisador)

Lincoln Seragini (Seragini Brand Design)

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Edson Santos afirmou que, segundo o IBGE, em 2050, os idosos somarão 29,8% da população brasileira. Este público se preocupa com a aparência e a saúde, e exige qualidade nos produtos. Porém, não há no mercado calçados que atendam integralmente as necessidades do idoso diabético para práticas esportivas. Pensando nisso, ele desenvolveu um protótipo em EVA perfurado e forro neoprene, cuja fôrma respeita, de acordo com o pesquisador, as características anatômicas. "É um produto leve, com fator estético forte e de construção simples, com elementos de proteção no cabedal e palmilha amortecedora, levando em consideração as normas de conforto da ABNT", assegurou.

ASICS - O engenheiro da qualidade da Asics, Rafael Contri de Jesus, contou que a empresa, desde a sua criação, busca promover um estilo de vida saudável aos seus clientes. Ele apresentou várias tecnologias em calçados esportivos. O Fluid Fit é um material inovador que traz uma interação única entre os movimentos dos pés aos componentes tecnológicos dos calçados. O FluidRide trata-se de uma evolução da entressola com redução de peso e maior durabilidade além de oferecer amortecimento e melhorar a resposta nas passadas. O carro-chefe da Asics, a linha Gel, também foi citado. O tênis é conhecido pela tecnologia de absorção de impacto e estabilidade. ADIDAS - O diretor do Centro de Criação da Adidas, Thorsten Harstall, salientou que o calçado Adidas vendido no Brasil é 100% criado aqui, e a grife trabalha com transferência global de conhecimento para atender as demandas locais. A identificação das oportunidades de investimento vem da parceria estabelecida com clientes e fornecedores, tendo como ponto de referência os consumidores. "É preciso sempre pensar no futuro, pois desde o nascimento da ideia até o produto ser disponibilizado no mercado já se passou bastante tempo. Hoje estamos projetando 2016, quando acontecerá o próximo grande evento esportivo no Brasil. Pensamos, por exemplo, em nanotecnologias só encontradas aqui.”

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Setor coureiro debate o futuro em Fórum realizado pelo CICB O 3º Fórum CICB de Sustentabilidade realizado no dia 21 de agosto, em Novo Hamburgo/RS, trouxe ao Brasil especialistas nacionais e internacionais para compartilhar com o público conhecimentos sobre temas relacionados com a sustentabilidade da cadeia do couro. O primeiro painel foi apresentado pelo presidente da Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro (Abqtic), Cezar Luiz Müller, e pelo diretor executivo da JBS Couros, Carlos Obregon, com a mediação do presidente do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB), Fernando Bello.

Estratégias e desafios da indústria do couro Cezar Müller apontou que o Brasil tem o 7º PIB do mundo e ocupa a 21ª posição no ranking dos exportadores, mas está na 54ª posição dentre os países industrializados, num total de 60 analisados, e tem apresentado sucessivas quedas na balança comercial nos últimos meses. Na sua visão o processo de desindustrialização, o câmbio, a falta de infraestrutura, a carga tributária elevada e as leis trabalhistas são fatores que inibem a competitividade. Neste contexto, o setor tem que decidir se exporta commodities ou produtos industrializados. Lembrou ainda que o Brasil é o maior produtor mundial de couros, tem tecnologia de ponta e o apoio de instituições tecnológicas e de pesquisa, e convivemos há mais de 30 anos com as questões ambientais - ao contrário dos concorrentes, que começam a se preocupar com isso somente agora. "O Brasil ainda é conhecido como produtor de matéria-prima. Mas, além de curtir o couro brasileiro, podemos avançar beneficiando peles de outros países, o que não acontece com nossos principais concorrentes. Se nos integrarmos e tivermos estratégias bem definidas, nos transformaremos em um player mundial muito mais importante, competitivo e de alto padrão tecnológico", defendeu. Complementou que nessa integração todas as empresas do setor precisam ter as mesmas condições de competir, sejam elas grandes ou pequenas, se estão no Norte ou no Sul do País, sem privilegiar determinados grupos de empresas em detrimento de outros. "Neste sistema, os médios e pequenos curtumes poderiam atender nichos

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de mercado, como a moda e o luxo, enquanto as grandes empresas forneceriam para a indústria de escala, como o segmento automobilístico", exemplificou. Carlos Obregon assinalou que enquanto a pecuária cresce nos países subdesenvolvidos, ela diminui nos desenvolvidos, e hoje a oferta de couro é inversamente proporcional ao crescimento da população. Neste sentido, temos no País um rebanho de 210 milhões de cabeças de gado e o couro brasileiro tem uma grande amplitude de aplicação, despertando o interesse internacional. Ele defende que o foco das exportações já não é mais o wetblue, mas o couro acabado. Porém, é necessário que se tenha políticas industriais mais sólidas para aumentar a competitividade do segmento. "Mesmo com a desindustrialização se acelerando no País, o setor de couros tem crescido, mas podemos crescer ainda mais, com sustentabilidade, qualidade e tecnologia. O que preocupa é a questão da regulamentação, que ainda é lenta. Mas entendo que o futuro do setor é extremamente promissor", enfatizou. Fernando Bello ponderou que há décadas o mundo tem ao seu dispor em torno de 320 bilhões de couros, e este número permanecerá inalterado por muito tempo, devido a vários fatores, dentre eles questões ambientais. Enquanto isso a população mundial e a procura pela matéria-prima aumentarão. "Isso nos abre uma grande possibilidade de buscarmos o couro americano, fazer o beneficiamento e, posterior, vendermos para a Ásia, acabando com a ociosidade nos nossos curtumes", considerou.

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Sustentabilidade: o futuro urgente

mudar, reinventar e preservar", finalizou.

Responsável pelo núcleo brasileiro do Projeto Millennium - rede de pesquisadores que estudam o futuro de vários temas e os 15 maiores desafios globais, a mestre Rosa Alegria afirmou que o futuro não é para ser previsto, mas criado, pois o que acontece amanhã é consequência do que fazemos hoje. A tecnologia é mais veloz do que a nossa capacidade de absorver as inovações que nos chegam em uma escala exponencial. Porém, se por um lado a humanidade nunca teve tão conectada, por outro também nunca estivemos tão perto do nível de não retorno. "Para sustentarmos o nosso atual padrão de consumo já necessitamos de três planetas. Precisamos sair da zona de conforto e romper paradigmas para reverter isso", propôs. Em apenas 12 anos teremos 1 bilhão de pessoas a mais no planeta. A demanda de água aumentará 50% até 2025 e 100% até 2050. Enquanto isso, nos países em desenvolvimento, a produtividade poderá cair de 9 a 21% até 2050. "Será que toda esta tecnologia e, inclusive os couros, vão atender a tempo?", questionou. É hora de olhar para frente, com o foco no lugar onde queremos viver. "Vence quem consegue antecipar o futuro para hoje, ver as coisas como são, mas imaginar como elas poderiam ser e perguntar por que não?. É tempo de desaprender,

Produzindo couro de forma sustentável

Rosa Alegria, pesquisadora

David Fernandes, biólogo

O biólogo David Fernandes apresentou o case do curtume Coming, que mantém uma série de programas para agregar valor social, ambiental e financeiro para a empresa. "A sustentabilidade não é só proteção ambiente, ela proporciona ganhos reais para as empresas, seja na redução do uso de energia, no reaproveitamento de materiais ou em uma série de outros benefícios", avaliou.

A indústria e o MA A Dra. Brigitte Wegner, do departamento de couros da Basf, argumentou que o couro em si é sustentável, pois se trata de um passivo da indústria da carne transformado em matéria-prima com valor agregado. Mas devemos também avaliar se o processo é sustentável ou não. Neste sentido, a Basf procura aperfeiçoar suas linhas de produtos para aumentar o rendimento e possibilitar a criação de novos artigos mais sustentáveis. "Um exemplo são as microcápsulas que preenchem o grão sem prejudicar a característica macia e natural do couro, agregando valor em artigos de menor qualidade", enfatizou ela em meio a outros desenvolvimentos.

Couro: do design ao mercado de luxo O designer inglês Bill Amberg salientou que o couro é um material que tem a longevidade e a versatilidade como características que valorizam ainda mais os artigos de luxo que o utilizam. "A qualidade duradoura do couro nos oferece muitas oportunidades de enfatizar aspectos que são cada vez mais valorizados, como o artesanal e a personalização. Mas os consumidores de luxo hoje buscam também marcas éticas e sustentáveis, e isso deve estar na pauta de toda a cadeia fornecedora, se preocupando desde o rastreio do gado até a produção da matéria-prima", avisou. Guy Morgan, diretor do BSR, entidade que desenvolve e coordena um núcleo que reúne as mais influentes marcas de luxo para ações em sustentabilidade, afirmou que vivemos numa era de transparência e, independentemente dos selos de sustentabilidade, as organizações têm que mudar seus modelos de negócio. "A pressão vem dos concorrentes, governos, ONGs, sociedade e também dos investidores, que têm grandes expectativas sobre as soluções ambientais das empresas", advertiu. Ele lembrou que com o advento da internet há uma enorme exposição das marcas. "Todo mundo sabe o que você faz. Por isso as empresas precisam avaliar bem os riscos até mesmo na hora de optar por uma matéria-prima para não prejudicar a sua imagem" concluiu.

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Francal positiva ante um panorama de incertezas De 15 a 18 de julho, aconteceu a 46ª Francal, realizada no Anhembi, em São Paulo/SP. A feira reuniu 800 expositores de calçados e acessórios de moda e recebeu 40.800 visitantes profissionais, entre lojistas de todo o Brasil e compradores de 60 países. A edição 2014 foi marcada por uma grande expectativa de retomada dos negócios. Durante a abertura, o presidente da feira, Abdala Jamil Abdala, considerou que "este é um ano atípico, não se trabalhou durante todo o primeiro semestre devido a fatores como Carnaval e Copa, o que causou prejuízos à economia. Mas a roda finalmente começou a girar, trazendo um novo nível de confiança para recuperarmos o que perdemos até agora e, então, crescermos", pontuou. O presidente da Associação Brasileira dos Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac), Antoniel Lordello, complementou que o varejo perdeu força. "Os resultados negativos do Dia das Mães, comparando com 2013, é indicativo desta realidade. O cenário é de cautela, e é fundamental encontrar caminho que combine crescimento com desenvolvimento social. O varejo não medirá esforços para vencer este panorama, mas precisa ter produtos com apelo de moda, que surpreendam o consumidor", ponderou. O presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, concordou que este é um ano atípico e as expectativas eram grandes. "Muito do que ocorre na feira se reflete nos meses seguintes. Mas o setor precisa se organizar para aumentar a sua influência na resolução de entraves que nos impedem de sermos mais competitivos, como

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Evento começou com lideranças demonstrando apreensão, mas terminou com expectativas mais otimistas

custo Brasil, carga tributária, encargos, infraestrutura e mão de obra”, argumentou. O presidente do Sebrae/SP, Alencar Burti, lembrou que o setor tem demonstrado capacidade de sobreviver aos percalços aos quais é submetido. "Não se pode delegar aos outros a responsabilidade de nossa sobrevivência. É através da crise que se busca crescer, e não vamos nos diminuir ante as adversidades", enfatizou. O prefeito de São Paulo, Fernando Addad, salientou o projeto de remodelação dos pavilhões do Anhembi, local onde a feira acontece, e considerou que o mercado não paralisou. "A Copa proporcionou muito avanços fora do campo, movimentando setores como o de turismo, trazendo ainda benefícios em infraestrutura. Foi um mês atípico, mas com resultados positivos", vislumbrou. O deputado Renado Molling afirmou que o empresário tem que ter mais segurança para poder investir e trabalhar. "O setor industrial é muito importante para a geração de emprego a longo prazo, e de forma contundente, mas vem perdendo fôlego. O sistema de educação integrado com o

desenvolvimento é falho e as questões trabalhistas e tributárias são complicadas no País", sintetizou. O presidente do Badesul, Marcelo Lopes, assegurou que o momento é dos fabricantes e lojistas perceberem que podem fazer mais do que pensam ser possível. "O Brasil é o País do presente. Somos a sétima economia do mundo, com pleno emprego, e temos tudo para evoluir. Mas é preciso inovar, é hora de vencer o pessimismo com criatividade", assinalou. O governador Geraldo Alkimin lembrou que SP realizou um conjunto de medidas em benefício das cadeias industrial e comercial. "A redução de impostos é uma das ações para ajudar o setor a se fortalecer", exemplificou. Após o encerramento da feira, tanto a direção do evento quanto das entidades do varejo e da indústria calçadista demostraram mais otimismo. "A feira serviu para revitalizar o relacionamento entre indústria e varejo", disse Abdala. "Avaliamos de forma positiva quanto à realização de negócios", afirmou Heitor Klein. "Apostamos alto nas novas coleções apresentadas para termos um segundo semestre melhor", resumiu Antoniel Lordelo.

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Coluna de moda

Botas casuais para mulheres e homens

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Gabriella Laino Foto Shoe Group As novas tendências da moda em botas de inverno, tanto para o público feminino quanto para o masculino, concentram-se no estilo esportivo. Entre a tradição e a inovação, o top da moda é o conforto, enriquecido pelos detalhes, adequando os calçados para qualquer evento, desde as ocasiões mais formais até o lazer, conduzindo os passos em todos os momentos do dia. Em muitos modelos, a parte superior de couro é ornamentada com a inserção de peles, como a de carneiro. Mas para aqueles que procuram um toque extra de glamour, os detalhes em metal e cristais vêm com tudo. Sejam em pelica, nobuck ou camurça. As inserções de materiais contrastantes com efeitos brilhante/ fosco ou com diferentes tons são frequentemente utilizados, enfatizando o design com detalhes brilhantes costurados. As solas de borracha antiderrapantes e com propriedades anti-impacto, os fechos práticos e o estofamento confortável também valorizam o estilo, que abusa dos zíperes e fivelas.

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Soldini

KBRCobra

Zen Rossini

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O futuro da competição no setor Capítulo 3/6: Quando se aborda o tema competitividade, é fundamental que se aprenda a esquecer Fernando Oscar Geib

1 - A produção simultânea como uma estratégia competitiva que requer o aprendizado do esquecimento Durante a sua palestra A crise do neoliberalismo: origens, desenvolvimento e perspectivas realizada no dia 8 de maio passado, na Fundação de Economia e Estatística do Rio Grande do Sul (FEERS), o PhD. Gerard Dumenil, professor da Universidade de Paris, foi categórico quando colocou a sua visão sobre as dificuldades que a economia mundial passa atualmente. Ele concluiu que "as dificuldades da economia mundial nos tempos presentes, e também de longuíssima data, estão intimamente relacionadas à adoção e incorporação irrestrita e inquestionada (pelos países e organizações, tanto públicas quanto privadas, que estruturam este sistema econômico) do fundamento Fordiano (de Henry Ford) de estruturação, desenvolvimento, comportamento e operação na economia mundial - tanto na sua visão macro quanto na micro e na local. Modelo este identificado pelos fundamentos e princípios de Linearidade e de Sequencialidade Operacional, tanto de suas estratégias quanto de suas ações e dos seus processos, em todas as atividades desenvolvidas e em todos os campos que estruturam a economia e a microeconomia, sob uma visão ampla e universal". Avançando nas suas colocações,

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o professor aponta que a solução para este grande problema está na incorporação dos fundamentos da simultaneidade operacional da macroeconomia mundial em todos os seus segmentos que a estruturam. As afirmações do especialista colocam os sistemas de produção baseados na linearidade e na sequencialidade operacional na gaveta do esquecimento, pois esta estratégia de produção é, tanto micro quanto macroeconomicamente inviável e antieconômica. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) adota o fundamento da simultaneidade como estratégia competitiva organizacional aplicada à operacionalização dos seus processos produtivos e organizacionais seguindo, portanto, as diretrizes e os fundamentos organizacionais e operacionais recomendados por Dumenil. Para promover a simultaneidade e consolidar esta estratégia competitiva como fundamento de modo permanente e contínuo, esta fábrica vai mais adiante neste desafio: ela deve se tornar uma fábrica que pratica continuamente o princípio do "Aprendendo a Esquecer". As considerações e fundamentos apresentados a seguir ajudarão a compreender o significado e a abrangência desta expressão um tanto incomum e até muitas vezes contraditória. A Simultaneidade deve ser entendida não como um fundamento operacional apli-

cado aos sistemas de produção, mas como uma estratégia competitiva da Nova Fábrica de Calçados (NFC) a qual, uma vez aplicada aos seus sistemas produtivos e gerenciais, permite a estruturação dos sistemas de produção e gestão voltados para atender com instantaneidade as demandas altamente dinâmicas dos mercados, com o mínimo desperdício das oportunidades de atender os consumidores no tempo certo de seus desejos e necessidades. A simultaneidade operacional e gerencial é uma fonte de economia e de eliminação de desperdícios do fator competitivo mais relevante e importante - o tempo. O tempo desperdiçado pela sequencialidade operacional dos sistemas lineares de produção de calçados representa a inadequada aplicação de todos os recursos de produção, expõe a baixa eficácia gerencial destes sistemas produtivos e, o que é mais importante e estratégico, gera o desgaste das expectativas dos consumidores e dos mercados em serem atendidos no tempo certo de seus desejos e necessidades. O fundamento da simultaneidade predispõe a fábrica em descrição para as inovações contínuas das suas estratégias organizacionais macro - as de produção principalmente - tornando-as altamente competitivas nos seus mercados, de modo contínuo e permanente. É a simultaneidade assumindo en-

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tão a condição de ser contínua ao longo do tempo, pois os Sistemas Distribuídos de Produção (SDP), já detalhados em capítulos anteriores, contemplam este fundamento essencial de modo intrínseco, constituindo-se também na base tecnológica para a estruturação destes sistemas de produção. É a simultaneidade aplicada aos níveis de operação do sistema de produção desta fábrica em descrição, tornando-a altamente competitiva e consolidadora não somente nos mercados onde atua, como naqueles que conquistará em função desta sua característica operacional. Cada estrutura física e operacional definida e planejada para os Sistemas Distribuídos de Produção (SDP) constitui-se, portanto, em uma estratégia de produção adotada pela Nova Fábrica de Calçados (NFC), para o momento que a fábrica está vivenciando e esta estratégia está intimamente ligada ao atendimento imediato - o Atendimento Já! - das necessidades e exigências dos consumidores e dos mercados. As sucessivas estruturas de produção planejadas e operadas para assegurar a permanência e a consistência do fundamento da simultaneidade devem ser vistas e entendidas como estruturas de produção inéditas e inovadoras, ou seja, a simultaneidade operacional impõe aos gestores e técnicos da fábrica em descrição a busca e o desenvolvimento de estruturas produtivas ainda não praticadas, permanentemente promotoras da Entrega Já! dos calçados solicitados pelos seus mercados, identificados pelo dinamismo das mudanças de seus desejos e das suas necessidades de satisfação. Os Sistemas de Produção Simultânea (SPS) representam e assumem a condição de serem inovações das estratégias competitivas da fábrica, aplicadas a um determinado período de tempo, com a característica de estarem alinhadas com o futuro, consolidando assim a sua capacidade com-

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petitiva com o avançar do tempo. É a fábrica inserida totalmente nos mercados, e simultaneamente alinhada com o comportamento futuro destes. Destas colocações, podemos tirar conclusões de fundamental importância: - As estruturas de produção e os fluxos produtivos que delas decorrem são permanentemente transitórios identificando estratégias que perseguem a sua simultaneidade operacional de modo contínuo, e o atendimento das necessidades dos consumidores e dos mercados no tempo certo, pelo fundamento da Entrega Já! - A Nova Fábrica de Calçados (NFC) é uma fábrica que "aprende a esquecer" estruturas produtivas, pois ela persegue não a produção dos calçados por si só, mas a eficácia dos sistemas de produção, que envolve a simultaneidade operacional perseguindo e objetivando entregas dos seus calçados, com elevados níveis de qualidade e baixos custos operacionais, no tempo certo dos desejos e necessidades dos consumidores e dos mercados. Esse "aprender a esquecer" é de fundamental importância e merece considerações específicas para identificar a sua importância.

2 - O "Aprender Esquecer" como uma vantagem competitiva Os dinossauros que habitaram a terra há milhões de anos desapareceram porque não desenvolveram a capacidade de perceber e de se adaptar às mudanças climáticas dos seus ambientes, ao longo do tempo. Mas a Nova Fábrica de Calçados (NFC) não é como um destes dinossauros ameaçados por mudanças climáticas e cataclismos. Por quê? Essa analogia com os dinossauros é uma metáfora voltada à demonstração e ao chamamento às realidades

que as organizações vivem nos seus cotidianos. É prática do dia a dia organizacional os gestores e líderes organizacionais terem em suas mentes um conjunto de tendências e premissas sobre a estrutura do setor onde atuam e como devem agir para que os seus negócios sejam sustentáveis, particularmente na dimensão econômica. Isto não é diferente para os gestores das fábricas de calçados atuais. Essa visão de negócios vigente em suas mentes abrange normas e condutas sobre a melhor forma de estruturar a sua organização e também de motivar as pessoas que nela atuam para equilibrar rentabilidade com o atendimento das necessidades dos compradores e consumidores dos seus produtos e serviços a eles oferecidos. O universo onde as organizações atuam podem ser entendidos como de uma "diversidade genética em continua e rápida mutação". A Nova Fábrica de Calçados (NFC) sabe que deve atuar e competir adaptando-se a esta diversidade genética dos mercados continuadamente, ou seja, ela precisa se desprender do hoje, quando este deixa de ser o hoje e se torna o passado. É o fundamento da simultaneidade que a orienta a ser simultânea em comportamento organizacional, aos fatores e estruturas organizacionais que são manifestadas pelas exigências dos consumidores e mercados. A simultaneidade, até agora vista como uma estratégia operacional da fábrica, passa a ser entendida como um fundamento organizacional básico e permanente. A Novo Fábrica de Calçados (NFC) tem como sua visão permanente, atuar sob o "guarda-chuva" da simultaneidade, de modo que todos os seus processos organizacionais assim se comportem e se desenvolvam. Todos os seus membros devem estar seguros de que o fundamento da simultaneidade deve ser uma prática cotidiana. Esse fundamento básico e

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fundamental, para ser continuado e permanente, tem como premissa básica o "desprender do passado!". Mas o que representa esta afirmação, quais as suas características intrínsecas e quais os compromissos que este "desaprender-se permanentemente do passado" traz para esta fábrica? É importante e básico ser compreendido que a estratégia organizacional, para gerar e sustentar a simultaneidade operacional do agora, deve ser diferente da estratégia organizacional desenvolvida para gerar a simultaneidade do antes, e também ser diferente da estratégia organizacional para criar a simultaneidade do depois. Se é comum falar na necessidade das organizações assumirem a condição de serem organizações de aprendizado, ou seja, a Nova Fábrica de Calçados (NFC) pode ser entendida como uma real e efetiva organização que aprende continuamente a desaprender. Esta é certamente uma vantagem competitiva de difícil imitação. É, portanto, vital para o êxito desta fábrica em descrição atingir em elevados níveis a sua capacidade de esquecer, de copiar e de não aplicar estratégias operacionais de produção simultânea já utilizadas em tempos passados. A Nova Fábrica de Calçados (NFC), por incrível que pareça, aposta no esquecimento de estratégias de estruturação dos seus sistemas de produção simultânea já desenvolvidas e operacionalizadas, e se preocupa em contínua e constantemente desenvolver novas estratégias operacionais - de suas estruturas de produção - para encurtar espaços de tempo para atender cada vez mais, com simultaneidade, os seus clientes, consumidores e mercados. Ela se desprende do passado para trabalhar com novas oportunidades oferecidas pelos desafios que os mercados lhe impõem. Cria novos espaços de tempo competitivos, pois sabe que

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o que impede as organizações, e a ela própria, de criar o seu futuro é uma base de ideias instaladas e solidamente consolidadas - convenções e acordos entre as pessoas, estruturas organizacionais inadequadas, princípios operacionais não fundamentados e não perseguidos, políticas não orientadas por uma visão de longo prazo e visão de negócios míopes. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) deve necessariamente desenvolver a compreensão estratégica de aprender a esquecer, pois, para chegar ao futuro através de práticas competitivas eficazes, ela deve estar disposta a jogar fora total ou parcialmente o seu passado do aprendizado competitivo. Os fundamentos e estruturas dos Sistemas Distribuídos de Produção Simultânea (SDP), além da sua função obrigatória de produzir calçados para atender as demandas atuais dos consumidores e dos mercados, devem também estar voltados para assegurar a continuidade desta organização em descrição, no futuro imediato e de longo prazo. São essas arquiteturas de produção as criadoras do futuro desta fábrica em descrição. Porém um questionamento fundamental deve ser ligado ou ser inerente a tal afirmação: Criar o futuro desta organização pode exigir desta o esquecimento de parte do hoje vivido e do que está trazendo o seu sucesso atual? Além desta pergunta cabe também aos líderes e gestores o seguinte questionamento: Que parte do nosso passado operacional dos sistemas produtivos podemos utilizar e aperfeiçoar para continuarmos sendo competitivos, e qual a parte que podemos excluir dos fundamentos e princípios da nossa forma de estruturar estes sistemas produtivos? O comportamento organizacional mais comum é da manutenção do status quo operacional sob a alegação de que os resultados das operações são

altamente satisfatórios e compensadores. A Nova Fábrica de Calçados (NFC) adota o fundamento e princípio estratégico de "aprender a esquecer" práticas organizacionais dos sistemas produtivos baseados na simultaneidade em uso e sabidamente testadas como eficazes, pois ela entende que o fundamento da simultaneidade aplicado à produção de calçados é continuamente aberto a melhorias e inovações. Os gestores dessa fábrica de calçados em descrição devem entender que os seus sistemas produtivos são "Sistemas Abertos" contrariamente aos sistemas lineares e sequenciais que são sistemas fechados às práticas de melhorias contínuas e de inovações. Tais colocações validam as afirmações a seguir apresentadas: "A linearidade sequencial - fundamento do fordismo - é a fonte e o princípio de desperdícios invisíveis e intangíveis, inviabilizadores da efetividade e rentabilidade dos sistemas produtivos, e por consequência das fábricas que adotam estas estruturas de produção". É a mensagem colocada no início destas considerações pelo pesquisador Gerard Dumenil. Porém, o aprender a esquecer o que já está consolidado e aceito universalmente será ineficaz e de pouco efeito prático quando desprezarmos ou esquecermos conter este fundamento e prática de esquecimento, intrinsecamente, oportunidades de geração de novos e inovadores fundamentos e propostas de aperfeiçoamento da simultaneidade aplicada aos sistemas produtivos, que possam propiciar a disponibilização mais efetiva dos calçados às suas partes interessadas. Portanto, a Nova Fábrica de Calçados (NFC) quer e necessita do "aprender a esquecer" para ser autossustentável tecnológica e economicamente e ser, por estas condições, plenamente competitiva nos seus mercados.

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Mãos: por que é tão importante termos cuidados com elas? Viviane Trespach Técnica Química do IBTeC

Porque nossas mãos são preciosas, com elas nós acariciamos, sinalizamos, escrevemos, empurramos, batemos, cortamos... São importantes para o nosso sustento e o da nossa família. E lembrem-se: nada pode substituir nossas mãos completamente. A mão é uma das partes do corpo mais envolvidas nas atividades de trabalho, e, por isso, fica mais exposta a riscos. A ocorrência do acidente pode provocar a interrupção do trabalho e, em casos de maior gravidade, até o afastamento provisório do funcionário. O uso dos equipamentos de proteção individual adequados para cada atividade de trabalho, bem como a obediência aos protocolos de segurança, ajudam na redução dos riscos de acidentes que, mesmo se acontecerem, poderão não ser tão graves. A cada ano, o número de traba-

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lhadores que sofrem com tratamentos de emergência para ferimentos na mão chega à casa de um milhão. Uma relativa porcentagem deles perde dias de trabalho por lesões leves e graves. O risco de ferimentos nas mãos é significativamente elevado quando equipamentos, etapas ou ferramentas de serviço não são executados como esperado, quando os trabalhadores estão distraídos ou apressados para concluir o trabalho, quando eles usam métodos diferentes de trabalho ou executam uma tarefa a qual não estavam acostumados. Para que nada disso ocorra, o melhor a fazer, sempre, é utilizar luvas de proteção, que, segundo estudos, reduzem o risco de ferimentos na mão em mais de 60%.

Por que devo usar EPIs (Equipamentos de Proteção

Individual)? Essa pergunta é feita todos os dias, todas as horas, todos os minutos, sempre. Definir motivos para usar os EPIs é muito fácil, pois eles são fundamentais para proteger a saúde e integridade física do trabalhador, porém, mesmo com toda proteção oferecida, muitas vezes, o trabalhador não quer usá-los. As principais vias de exposição aos riscos no ambiente de trabalho são inalatória (nariz), ocular (olhos), oral (boca) e cutânea (pele). O EPI usado corretamente proporciona proteção ao trabalhador através do controle da exposição ao risco. Vejamos o exemplo do protetor auricular: ele não impede que o ruído exista, mas controla a quantidade que penetra no corpo do trabalhador e, assim, evita os danos ao organismo do mesmo. Outro exemplo vem da construção civil: o tra-

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balhador está no nível do solo e um tijolo cai da 5ª laje em cima da sua cabeça. O fato de ele usar capacete não impede o tijolo de cair, mas, com certeza irá minimizar o estrago. É necessário, porém, observar que não basta usar EPI, é preciso usálos corretamente. Mas tem muito trabalhador que só usa EPI para não levar bronca do chefe, e por isso acaba não usando da forma certa. Trabalhador inteligente valoriza sua saúde usando o EPI para protegê-la, e não somente para se livrar de advertências provindas dos seus superiores.

Usar EPI é importante para o seu bem-estar e da sua família Quando alguém se acidenta e fica incapacitado, se torna um peso a mais para os familiares que, muitas vezes, ficam sobrecarregados. Os problemas mais comuns nesta situação são: - Menos dinheiro (o empregado acidentado recebe o benefício acidentário do INSS, que corresponde apenas a cerca de 70% do salário do funcionário); - Mais gastos (o acidentado terá gastos que não fazem parte do orçamento normal da família, tais como tratamento médico, remédios, fisioterapia etc.); - Transporte (transportar uma pessoa incapacitada, muitas vezes, gera algum trabalho extra e, dependendo da gravidade da lesão, esse transporte só poderá ser feito por profissionais capacitados, e esse serviço quase sempre é pago).

Usar EPI é importante para o seu desenvolvimento profissional Quando o trabalhador usa EPIs ele

mostra à empresa, sem dizer uma palavra, que é uma pessoa comprometida com o regulamento interno. Isso faz com que seja bem visto pelos superiores, aumentando as chances de uma promoção interna. O cuidado e guarda do EPI é de total responsabilidade do trabalhador, a legislação até permite que o empregador desconte do funcionário o valor total pelo EPI em caso de extravio. Além de guardar adequadamente, o trabalhador é responsável também pela higienização do EPI. Manter em condições de uso (limpo e descontaminado) é fundamental para evitar problemas posteriores. O EPI só deve ser utilizado para a função a que se destina e, antes de utilizá-lo, procure orientação de um profissional em Segurança do Trabalho ou de uma pessoa preparada para tal. É preciso que o trabalhador tenha consciência quanto aos riscos que estão presentes nas suas atividades. O EPI não substitui os demais cuidados do trabalhador no ambiente de trabalho, ele é só um complemento dos cuidados, e deve ser levado a sério. Lembre-se: incômodos causados pela utilização do EPI são passageiros, mas as sequelas de um acidente ou doença, podem não ser. É muito importante lembrar também que todo EPI antes de ser colocado à venda é testado e aprovado por laboratórios credenciados junto ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O MTE, através da documentação fornecida pelo fabricante, mais o laudo de ensaio realizado por laboratórios credenciados junto ao Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), cede ao fabricante um Certificado de Análise (CA), que indica que o EPI foi testado e aprovado para o uso a que se destina. Esse CA possui uma validade de cinco anos. Para isso, o

MTE criou uma Norma Regulamentadora (NR-6), em 8 de junho de 1978. A NR-6 consiste na Norma Regulamentadora de número 6 para EPIs e é fiscalizada pelo ministério. A NR-6 estabelece as normas e exigências sobre o uso de EPis. Por meio dessa norma, é classificado como equipamento de proteção individual todo o dispositivo ou produto de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis a ameaça da segurança e da saúde do indivíduo. Assim, todo o uniforme que apresente o objetivo de proteção especial ao trabalhador, seja proteção contra chama, ácidos e outros produtos químicos, é considerado um EPI pela NR-6. Segundo esta norma, todos os equipamentos de proteção individual, sejam eles de fabricação nacional ou importados, só podem ser colocados à venda, ou mesmo utilizados, sob a indicação do Certificado de Aprovação (CA), que só é expedido pelo órgão nacional competente: o Ministério do Trabalho e Emprego. Todas as empresas são obrigadas a fornecer aos empregados, de forma gratuita, o EPI aprovado pelo órgão nacional competente, mais adequado ao risco a que eles se submetem e exigir o seu uso. Além disso, esses equipamentos devem estar em perfeito estado de conservação e funcionamento. De acordo com a NR-6, também fica a cargo do empregador a orientação e treinamento para que o uso, o armazenamento e a conservação sejam feitos corretamente. E, caso o equipamento seja danificado, a empresa deve substituí-lo imediatamente. As empresas também devem se responsabilizar pela higienização e manutenção periódica desses produtos e comunicar ao Setembro/Outubro 2014

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MTE qualquer irregularidade observada nestes equipamentos. Aos empregados, a NR-6 também destina algumas obrigatoriedades, como o uso do equipamento exclusivamente para a finalidade a que se destina, a responsabilidade pelo cuidado no armazenamento e conservação do produto. Também cabe ao empregado comunicar ao empregador qualquer alteração que torne o equipamento impróprio para uso. Entrando mais especificamente na proteção das mãos do trabalhador, foi lançada pelo Ministério do Trabalho e Emprego a portaria Nº 407 de 14 de novembro de 2013 que alterou a Portaria 121/2009, no seu Anexo II, informando as normas que devem ser utilizadas pelos laboratórios para que possam aprovar o produto para o risco específico (Tabela 1). Como se pode perceber, a norma EN 420:2003 é praticamente citada em todos os riscos, pois é uma norma de requisitos e ensaios, onde indica os ensaios básicos obrigatórios que devem ser realizados nas luvas. Essa norma possui itens que podem ocasionar reprovação da luva, como: tamanho, transmissão do vapor de água ou absorção do vapor de água, pH e cromo VI (quando se tratar de luva de couro). A tabela 2 mostra os valores mínimos exigidos na norma EN 420:2003 para os ensaios básicos necessários para aprovação de uma luva.

Tabela 1: Normas usadas para aprovar os EPIs luvas contra riscos específicos

Informações quanto ao tamanho das luvas Inicialmente é necessário definir o tamanho das mãos, que são definidos na tabela 3, de acordo com pesquisas antropomórficas realizadas em diferentes países. Duas medidas primárias devem ser realizadas para se definir o tamanho da mão:

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Tabela 2: Ensaios básicos - EN 420

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- Circunferência da mão (que é medido com o uso de uma fita métrica, circundando toda a circunferência da mão, 20 mm acima da junção entre o dedo polegar e indicador); - Comprimento da mão, que é a distância entre o pulso e ponta do dedo médio, como mostrado na figura 1. Para atender à exigência do tamanho da luva de acordo com o item 5.1.2 da EN 420:2010, a luva deve possuir um tamanho mínimo conforme tabela 4, onde comporta em proteger a mão do usuário e parte de seu pulso. Cuidados devem ser tomados em relação ao tamanho da luva, pois o usuário deve vestir a luva de modo que luvas de malha não sejam esticadas ao ponto das linhas não ficarem muito distantes e luvas que esticam com muita facilidade, não devem vestir o usuário de modo que o material fique demasiadamente muito fino em sua espessura.

Comprimento mínimo exigido para as luvas

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Tabela 3: Tamanho das mãos

Tabela 4: Tamanhos das luvas

Informações quanto às marcações O item 7 da EN 420:2003 é sobre as marcações que devem constar na luva, bem como as informações que o fabricante deve fornecer juntamente com a luva, ao usuário. Cada luva de proteção deve ser marcada com as seguintes informações: a) Nome, marca ou outro meio de identificação do fabricante ou do seu representante autorizado; b) Designação da luva (nome comercial ou código que permita o usuário identificar claramente o produto dentro da coleção do fabricante/representante); c) Designação do tamanho; d) Se relevante, a data de validade (se o desempenho da luva pode

Figura 1: Verificação do comprimento e

Figura 2: Ilustração da marcação exigida na

tamanho da mão

luva

significativamente ser afetado pelo envelhecimento, ou seja, um ou mais níveis de desempenho ser reduzidos dentro de um ano após a produção da luva antes do seu uso, uma data

de validade deve ser indicada na luva e na embalagem); e) Pictograma adequado às normas de ensaios. Cada pictograma deve ser acompanhado da referênSetembro/Outubro 2014

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cia da norma de ensaio aplicável e o nível de desempenhos, que devem ser sempre na mesma sequência fixa, conforme definido na norma correspondente. Além dessas, há a obrigatoriedade de constar na marcação da luva os dados de marca do fabricante, lote do produto e CA, conforme NR-6 do MTe (Figura 2). Todas essas informações devem estar visíveis, legíveis e indeléveis. A marcação na luva, incluindo pictogramas, não é suficiente para transmitir informações abrangentes sobre a proteção da luva ao usuário final. Por isso, é necessário acompanhar, juntamente com a luva, uma embalagem ou bula explicativa sobre o uso e cuidados da luva.

cias contidas nas luvas ou uma lista de matérias-primas devem estar disponíveis mediante solicitação; - Instruções de uso e, quando pertinente, combinação com outras formas de EPI; - Se for relevante, instruções de cuidados e conservação; - Se for relevante, instruções de armazenamento; - Se for relevante, referência a acessórios e peças de reposição; - Se for relevante, o tipo de embalagem adequada para o transporte. - Um aviso claro que a luva não deve entrar em contato com uma chama, se a luva possui um nível de desempenho 1 ou 2 no ensaio de comportamento ao fogo.

Informações do fabricante que devem constar na embalagem/bula

Para luvas de várias camadas que podem ser separadas, a indicação de que os níveis de desempenho são aplicáveis somente à luva completa incluindo todas as camadas. Como dá para perceber, a Norma EN 420:2003 é rica em informações ao usuário final do produto, ou seja, o trabalhador. Portanto, é de extrema importância que os fabricantes informem de maneira clara e coerente o uso a que se destina a luva, para que o trabalhador ou o responsável técnico pela segurança do trabalho da empresa possa selecionar os tipos de luvas adequadas para a área de risco na qual o trabalhador irá se submeter.

- Nome e endereço completo do fabricante ou representante autorizado; - Designação da luva (nome comercial ou código que permite o usuário identificar claramente o produto dentro da coleção do fabricante/representante); - Designação do tamanho da luva; - Se relevante, a data da validade do produto; - Informação sobre a faixa dos tamanhos disponíveis; - Pictograma adequado com níveis de desempenho; - Referência à norma de ensaio; - Deve ser indicada uma explicação básica para auxiliar a compreensão dos níveis de desempenho relevantes: - Quando a proteção é limitada somente a uma parte da mão, isto deverá ser mencionado; - A lista de substâncias contidas nas luvas que são conhecidas por causar alergias. A lista das substân-

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Riscos mecânicos (EN 388) Luva de proteção contra riscos mecânicos é uma luva que fornece proteção contra pelo menos um dos seguintes riscos: abrasão, corte por lâmina e perfuração. A resistência ao rasgo fornece informações sobre a resistência mecânica da luva, mas não é indicativo de proteção contra um risco específico. Embora um alto

valor seja normalmente considerado como melhor, um baixo valor de rasgamento é necessário em casos de possíveis complicações com máquinas em movimento. Por isso, é apropriado fazer alguma advertência explicativa na embalagem ou bula para os usuários, nas luvas da alta resistência ao rasgo. Deve ser informado para não usar essas luvas junto a máquinas em movimento. Uma luva de proteção contra riscos mecânicos deve ter o nível de desempenho 1 ou superior em, pelo menos, uma das propriedades: abrasão, corte por lâmina, rasgo e perfuração, classificados de acordo com os requisitos mínimos para cada níveis apresentados na tabela 5.

Riscos térmicos (EN 407) Luva de proteção contra riscos térmicos deve ser utilizada para proteger as mãos contra calor e/ou chama em uma ou mais das seguintes formas: comportamento ao fogo, c o n t a t o c o m o c a l o r, c a l o r convectivo, calor radiante, pequenos respingos ou grandes quantidades de metal fundido. Para cada um dos seguintes métodos de ensaio, o nível de desempenho definido depende do campo de aplicação previsto para a luva. Somente os ensaios que são relevantes para os riscos da aplicação de uso final pretendido devem ser realizados. A luva para que seja aprovada para risco térmico deve cumprir com os seguintes desempenhos térmicos, lembrando que somente se aplica os ensaios pertinentes ao uso final da luva: - Comportamento ao fogo: a luva é colocada em contato com uma chama por um curto período de tempo (3 e 15 segundos). O tempo em que a luva demora em apagar é medido

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e reportado como tempo após chama. O tempo em que a luva demora a extinguir a incandescência é medido e reportado como tempo após incandescência (tabela 6). - Tempo após chama: é o tempo em segundos, após remoção da fonte de ignição até a extinção da chama no corpo de prova. - Tempo após incandescência: é o tempo em segundos, a partir da extinção da chama até a extinção da incandescência. Se a amostra não incendiar pela fonte de ignição, mas incandesce após a remoção da fonte de ignição, então o tempo após incandescência é medido a partir de tempo de remoção da fonte de ignição. - Calor por contato: é definido o tempo limite em que o usuário da luva possui para segurar objetos quentes (Tabela 7). Observação: se no ensaio de calor por contato a luva atingir os níveis de desempenho 3 ou 4, então deve ser realizado o ensaio de comportamento ao fogo. A luva deve registrar pelo menos o nível 3 no ensaio de comportamento ao fogo, caso contrário o desempenho máximo para calor por contato que deve ser registrado é o nível 2. - Calor convectivo: é medido o tempo necessário para ocorrer a transferência de calor (aumento de temperatura) entre a luva e a mão do usuário (Tabela 8). Observação: o nível de desempenho no ensaio de calor convectivo só deve ser reportado se um nível de desempenho 3 ou 4 é obtido no ensaio de comportamento ao fogo. - Calor radiante: mede a fração de calor transmitido através do corpo de prova exposto a uma fonte de calor radiante (Tabela 9). Observação: o nível de desempenho no ensaio de calor radiante só deve ser reportado se um nível de desempenho 3 ou 4 é obtido no

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ensaio de comportamento ao fogo. - Pequenos respingos de metal fundido: é quantificado o número de gotas necessárias para produzir um aumento de temperatura de 40°C, devendo corresponder a um dos requisitos apresentados na Tabela 10. Observação: o nível de desempenho no ensaio de pequenos respingos de metal fundido só deve ser reportado se um nível de desempenho 3 ou 4 é obtido no ensaio de comportamento ao fogo. - Grandes quantidades de metal fundido: uma quantidade definida de ferro fundido é derramada sobre o corpo de prova que se encontra fixado em uma folha de PVC, que simula uma pele. Não deve apresentar mudanças na superfície, e o material é considerado reprovado quando gotas de ferro permanecerem presas à amostra, ou a amostra inflamar ou perfurar (Tabela 11). Observação: esse ensaio somente se aplica para o metal ferro fundido. Outros metais podem ser testados, conforme solicitado, porém os resultados dos ensaios correspondentes devem ser apresentados na bula de informação ao usuário.

Riscos químicos (EN 374) Substâncias ou produtos químicos podem penetrar pelas vias cutâneas e causar dermatites. Dermatites de contato, também conhecidas por eczemas, são inflamações agudas ou crônicas da pele, caracterizadas clinicamente por eritema, edema, vesiculação na fase aguda, acompanhadas, frequentemente por prurido intenso e, nas formas crônicas, por espessamento da epiderme (liquenificação), com descamação e fissuras, produzidas por substâncias químicas que, em contato com a pele, causam irritação ou reações alérgicas. Se o contato com a pele - único

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ou repetido - produzir efeitos tóxicos imediatos ou tardios de irritação local, elas serão rotuladas dermatites de contato por irritantes. As dermatites de contato são as dermatoses ocupacionais mais frequentes. Estimam-se que, juntas, as dermatites alérgicas de contato e as dermatites de contato por irritantes (alergia causada pelo contato físico com um agente quimicamente abrasivo, fisicamente irritante, que causa dano à pele) respondam por cerca de 90% dos casos de dermatoses ocupacionais. As dermatites de contato por irritantes são mais frequentes que as dermatites alérgicas. Estudos epidemiológicos realizados em distintos países mostram taxas de incidência entre dois a seis casos em cada dez mil trabalhadores/ano, o que significa que as dermatites de contato irritativas são, provavelmente, as doenças profissionais mais frequentes. Entre os agentes causais destacam-se os ácidos e álcalis fortes

(dependendo da concentração e do tempo de exposição, também produzem queimaduras químicas) e sabões e detergentes. A tabela 12 (ao lado) m o s t r a a s p r i n c i p a i s dermatites de contato por irritantes e seus respectivos agentes. Limite de Exposição Ocupacional ou TLV do inglês Threshold Limit Value é a concentração máxima relacionada com a natureza e o tempo de exposição ao produto, que não causará dano à saúde do trabalhador durante sua vida laboral (8 horas de exposição diária). Valores regulamentados pela Norma Reguladora NR 15, de 1978, do Ministério do Trabalho e Emprego. Luvas de proteção contra riscos químicos possuem a finalidade de isolar as mãos ou mãos e braços do trabalhador, do contato direto com produtos químicos e/ou micro-organismos. A decisão da escolha da luva deverá ser determinada por uma criteriosa avaliação de risco, devendo levar em consideração a na-

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tureza do risco, o(s) agente(s) de risco, o tipo de atividade ou ensaio a ser executado, além de considerar a resistência química específica do material, assim como da razão de permeabilidade e tempo de rompimento. Esta decisão deve ser tomada pelo responsável pela segurança do trabalho. Atividades laboratoriais, como por exemplo, a manipulação de agentes de risco químico, ácidos, solventes e outros líquidos são capazes de causar danos à pele, como dermatites e alergias de contato. Luvas de látex descartáveis possuem resistências limitadas para a maioria dos produtos químicos perigosos usados em laboratórios. Não devem ser utilizadas em operações onde a contaminação química é prevista e deve ser imediatamente retirada das mãos por lavagem. A penetração dos agentes químicos geralmente aumenta com o dec r é s c i m o d a e s p e s s u r a e, consequentemente, com o aumento da porosidade da luva, quando mais concentrada a solução maior a velocidade da penetração. As recomendações do fabricante com a natureza dos componentes da luva e uma ficha de segurança devem sempre ser indicadas na bula para que o tra-

balhador e o responsável técnico possa escolher a melhor luva indicada para o seu trabalho. Existem alguns cuidados que devem ser lembrados no momento do uso das luvas: é importante que estas se encaixem corretamente nas mãos, portanto elas devem ser do tamanho correto às mãos do usuário. O desempenho da luva é dependente de diversos fatores incluindo: - Resistência da luva a penetração por uma substância em particular; - Composição química da luva; - Grau de concentração da solução; - Efeitos abrasivos dos materiais manipulados. A Norma EN 374-1 especifica os requisitos para as luvas protegerem o trabalhador contra produtos químicos e/ou micro-organismos e define os termos a serem utilizados. Essa norma, em conjunto com as Normas EN 374-2 e EN 374-3, avalia as luvas quanto a resistência à penetração e resistência à permeação de produtos químicos respectivamente. Penetração é a passagem de um produto químico e/ou micro-organismo através dos poros do materi-

al, costuras, orifícios ou outras imperfeições no material da luva de proteção em um nível não molecular. Permeação é o processo pelo qual um produto químico move-se através do material de luva de proteção a um nível molecular. A permeação envolve: a absorção de moléculas do produto químico na superfície de contato (superfície externa) de um material; difusão das moléculas absorvidas no material; dessorção de moléculas a partir da superfície oposta (superfície interna) do material. Tempo de penetração é o tempo decorrido entre a aplicação inicial de um produto químico na superfície externa de um material de luva de proteção e sua subsequente presença no outro lado do material. Segundo a Norma EN 3741:2003, para uma luva ser considerada como resistente a micro-organismos, ela deve estar de acordo com o nível 2 dos ensaios de penetração conforme o Anexo A da EN 374-2:2003, onde indica que as luvas devem ser amostradas e inspecionadas em conformidade com a ISO 2859. Já para ser considerada resistente à permeação de produtos químicos, ela deve atingir pelo menos o nível de desempenho de permeação 2, em três produtos químicos da lista indicada no anexa A da norma EN 374-1:2003. O fabricante deve indicar na bula do seu produto a lista de produtos químicos nos quais a luva foi testada e os níveis de desempenho obtidos nos testes de permeação. Além das informações prestadas, uma advertência deve ser acrescentada de que estas informações não refletem à duração efetiva de proteção no local de trabalho devido a outros fatores que influenciam o desempenho, tais como temperatura, abrasão, degradação, entre outros (Tabela 13). Setembro/Outubro 2014

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Lista de produtos químicos utilizadas no ensaio de permeação Na tabela 14, a lista de produtos químicos indicada pela norma EN 3741:2003. Porém, é possível aumentar a gama de produtos químicos, conforme a necessidade do cliente.

Tabela 13

Bibliografia EN 388:2003, Protective gloves against mechanical risks EN 407:2004, Protective gloves against thermal risks (heat and/or fire) EN 420:2010, Protective gloves general requirements and test methods EN 374-1:2003, Protective gloves against chemicals and micro-organisms - Part 1: terminology and performance requirements EN 374-2:2003, Protective gloves against chemicals and micro-organisms - Part 2: determination of resistance to penetration EN 374-3:2003, Protective gloves against chemicals and microorganisms Part 3: determination of resistance to permeation by chemicals Ministério do Trabalho e Emprego, Secretaria de Inspeção do Trabalho, Departamento de Segurança de Saúde no Trabalho: Portaria n.º 407, de 14 de novembro de 2013 (D.O.U. de 18/11/2013 - Seção 1 - Págs. 102 a 104) h t t p : / / segurancadotrabalhonwn.com/ dds-por-que-devo-usar-epi

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Determinação dos níveis de conforto em calçados de segurança PALHANO, Rudnei¹; FAQUIN, Aline¹; FLACH, Marco Aurélio2; PILGER, Juliana Wilborn1; ZARO, Milton¹; AVILA, Aluisio Otavio Vargas1 1 - Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC)/Laboratório de Biomecânica 2 - Conforto Artefatos de Couro LTDA - Desenvolvimento

Resumo Os calçados foram criados a partir da constante busca do ser humano de atender suas necessidades básicas de sobrevivência, sendo um meio de proteger os pés e atuar como elemento de conforto. O conforto está associado às características do produto, ou seja, conforto há correlação com a flexibilidade do calçado, com a dureza do solado e com as medidas da forma do calçado entre outros. Este estudo teve como objetivo analisar o nível de conforto em um calçado de segurança com solado de PU bidensidade. Participaram deste estudo 27 sujeitos (21 masculinos e 6 femininos). As variáveis analisadas foram: taxa de aceitação do peso, que consistia de duas plataformas de força componente vertical; distribuição de pressão plantar mensurada através de palmilhas capacitivas; microclima do calçado atra-

vés de um termohigrometro digital e, para análise do ângulo de pronação, um par de câmeras 3D. Foi utilizado um calçado de segurança disponível no mercado e os ensaios foram realizados a uma velocidade de 4 km/h para o feminino e 5 km/h para o masculino. Os resultados foram apresentados através da estatística descritiva. Os resultados apontaram que o calçado absorve 83% durante o caminhar, apresenta variação de temperatura de aproximadamente 4,9°C, a variação angular da pronação foi de 3° e as médias dos picos de pressão plantar foram de 203 kPa para a região do calcâneo e 255 kPa para a região dos metatarsos. Pode-se concluir com base nos resultados que o calçado analisado apresenta nível confortável com base na literatura e nas normas ABNT.

Palavras-chave: conforto, calçado de segurança, EPI, pressão plantar, impacto, pronação. Abstract The shoes were created from the constant search of the peoples in basic needs and to protect their feet and act as an element of comfort. The comfort have relationship with products, for example, the comfort have correlation with flexible of the shoes, with sole hardness and with dimensions of the forms shoes. This study have aim in to analysis the performance of the comfort in safety shoes with dual density PU sole. In this study participated 27 subjects (21 male and 6 female). The variable analyzed were: loading of the vertical force loading rate by 2 force plate, plantar pressure distribution measured by capacitive insole, microclimate inside shoes measured by digital

thermohigrometer and pronation angle by a pair of camera 3D. Was used safety shoes and all the test the subject walking at 4 km/h (female) and 5 km/h (male). The data analysis was by descriptive statistical. The results showed that the shoes absorbed 83% of the impact during the walking, and the internal temperature was approximately 4.9°C, about the pronation angle was of 3° and the plantar pressure peaks average were 203 kPa to calcaneus region and 255 kPa to metatarsus region. In summary we can to conclude that the shoes analyzed showed comfortable index of according with the literature and the ABNT's norms.

Keywords: comfort, safety shoes, personal protection equipment - PPE, plantar pressure, impact, pronation

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Introdução Os calçados foram criados a partir da constante busca do ser humano de atender suas necessidades básicas de sobrevivência, sendo um meio de proteger os pés e atuar como elemento de conforto. A busca pelo incremento do conforto, aliado a um design moderno e dentro de padrões que respeitem as características vem sendo um trabalho complexo para a indústria calçadista, principalmente as indústrias de calçados de segurança. O conforto está associado às características do produto, desta forma para Miller e colaboradores (2000), conforto há correlação com a flexibilidade do calçado, com a dureza do solado e com as medidas da fôrma do calçado, entre outros. De acordo com Santos e Zaro (2006), o calçado confortável deve apresentar: bom calce, liberdade dos dedos, flexibilidade dos materiais, absorção e dessorção dos materiais em contato com a pele, absorção do impacto e boa distribuição das cargas da pressão plantar, entre outros. Para Melo (2005), a confecção do calçado poderá afetar de forma positiva ou não na saúde e na performance do usuário. No estudo de Milner e colaboradores (2006), a maior incidência de fratura por estresse na tíbia nos corredores foi devido a altas magnitudes de cargas nos membros inferiores. Corroborando ainda, alguns estudos indicam que a rigidez do solado pode ter influência no aumento de cargas durante a locomoção (Clarke et al, 1983; Nigg, 2010). Nigg (2010) analisou a absorção do impacto em

três diferentes durezas nos solados, e encontrou maiores picos de força nos calçados com maiores durezas. Desta forma, o objetivo principal do material utilizado na confecção de solados dos calçados é a diminuição das forças de impacto, sendo que, durante o impacto, a colisão entre o pé e o solo gera uma onda de choque que é transmitida ao sistema músculoesquelético. Esta onda de choque tem magnitude entre 5 a 15 vezes a aceleração da gravidade, e é atenuada para 1 a 3g na região da cabeça (Shorten, 1993; Amadio e Duarte, 1996). As forças de impacto e ondas de choque são influenciadas pela massa do sujeito, velocidade, cinemática da chegada do pé ao solo, propriedades do calçado e propriedades da superfície, entre outras (Nigg, 2010; Palhano, 2013). Neste sentido, pode-se relacionar que o tipo de calçado utilizado pelos indivíduos, muitas vezes, não apresenta o conforto necessário para o desenvolvimento das atividades diárias. Outro importante aspecto ao bem-estar do usuário é o con-

forto térmico, desta forma, vários materiais têm sido utilizados e desenvolvidos com o objetivo de promover o conforto térmico ao usuário. Santos e colaboradores (2007) compararam a variação de temperatura interna de calçados segundo a norma ABNT NBR 14837 em calçados de segurança produzidos com diferentes tipos de cabedais. Neste sentido investigatório, este trabalho tem como objetivo analisar a performance do conforto em calçado de segurança com solado de PU bidensidade. Metodologia Este estudo é caracterizado como descritivo exploratório. Participaram da pesquisa 27 indivíduos, sendo 21 do sexo masculino e 6 do sexo feminino, com idade de (24+ - 3) anos e massa de (63+ -12) kg. Todos os participantes foram informados dos procedimentos de coleta, leram e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O modelo utilizado para a aquisição de dado foi um calçado com características de equi-

Figura 1: Representação da curva da força vertical, as setas indicam a região de análise do impacto

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pamento de proteção individual (EPI), com solado bidensidade, conforme Figura 2. As numerações utilizadas foram as seguintes: 35, 36 e 37 (para o feminino) e 40, 41 e 42 para o masculino. Para a determinação do índice de amortecimento foram utilizadas duas plataformas de força AMTI, modelo OR6, taxa de amostragem de 2kHz. As plataformas de força e as fotocélulas para a mensuração indireta da velocidade estavam posicionadas ao longo de uma passarela em superfície plana, de aproximadamente 10m, sendo que as fotocélulas estavam a 3m de distância entre si. Os indivíduos realizaram 20 passadas sem calçado e outras 20 passadas utilizando o calçado (Figura 2), onde foram consideradas válidas aquelas na qual o sujeito abordasse a primeira plataforma com o pé direito e a segunda com o pé esquerdo, com velocidade de 4 km/h 5% (feminino) e 5 km/h 5% (masculino). Para a análise dos dados utilizou-se da derivada primeira entre 10 a 20% do Primeiro Pico de Força (PPF) (Figura 1), sendo determinada a taxa de aceitação do peso para as situações descalço e calçado. Logo após, foi utilizado a equação 01 para a determinação do índice de amortecimento (IA).

Onde: IA = Índice de amortecimento (%); descalço = derivada entre 10 a 20% do PPF descalço; calçado = derivada entre 10 a 20% do PPF calçado.

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Figura 2: Calçado de segurança

Tabela 1: Valores da TAPs para cada sujeito (Pé Direito e Pé Esquerdo), valores médios e desvio padrão da TAP

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controlada aproximadamente 30 segundos. Para o processamento foi utilizado o software Dmas 6.0 no qual após o contato com o solo calculava o ângulo máximo até os 80 ms. Para a determinação da distribuição de pressão plantar, foram utilizadas palmilhas capacitivas. Para mensuração da pressão os sujeitos caminharam em uma passarela de aproximadamente 10 metros, e foram consideradas válidas as tentativas em que o sujeito andasse na velocidade de 4km/h (feminino) e 5km/h (masculino). A análise dos dados constituiu em determinar os picos de pressão plantar e foram utilizadas duas áreas (regiões do calcâneo e dos metatarsos). Os valores para cada variável analisada foram apresentados através da estatística descritiva (Média, Desvio Padrão (DP) e Coeficiente de Variação (CV)). Resultados

Tabela 2: Valores da temperatura inicial (TI), temperatura final (TF) e da variação do ângulo de pronação

Para verificar a performance térmica do calçado, foi utilizada uma esteira com velocidade controlada (4km/h feminino; 5km/h masculino - ABNT NBR 14838/2011) e para mensuração da temperatura foi utilizado sensor de temperatura. Análise dos dados foi realizada através da variação entre a temperatura inicial e a tempera-

tura final durante 30 minutos de caminhada em esteira. O ângulo de pronação foi determinado através de um sistema 3D, composto por duas câmeras, modelo DALLSTAR CAD6, sincronizadas, com taxa de aquisição de 200Hz. Os procedimento de aquisição foram de acordo com a NBR ABNT 14839/ 2013. Os sujeitos caminharam sobre a esteira com velocidade

Os valores médios da TAP para a situação calçado e descalço encontram-se dispostos na Tabela 1. Na relação do índice de absorção do impacto, aplicando a equação 01, observou-se que o calçado absorveu 83% do impacto. Os resultados do microclima do calçado são apresentados na Tabela 2. É possível observar que a variação do microclima do calçado foi de 4,9°C durante a caminhada de 30 minutos em esteira. As variações do ângulo de pronação são apresentadas na Tabela 2, e o valor médio de pronação dos sujeitos foi de 3°. Em relação aos picos de pressão Setembro/Outubro 2014

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foi possível observar que na região do calcâneo os valores médios foram (203 ±20 kPa) e para os metatarsos foi de (255 ±33 kPa).

Discussão O objetivo do presente estudo foi determinar os níveis de conforto do calçado de segurança com solado de PU bidensidade. Através dos resultados observaram-se valores dentro de níveis padrões da literatura e normas de conforto NBR ABNT 14834. Os resultados encontrados de TAP estão de acordo com os encontrados por Palhano e colaboradores (2013), que também analisou a absorção do impacto em calçados com solados de PU. Em relação ao índice de absorção do impacto, o valor de 83%, é possível concluir que o calçado analisado apresenta nível de conforto para a absorção do impacto durante a marcha. Em relação à performance térmica do calçado, observou-se que os materiais internos do calçado (forro, adesivo, espuma e tecido de acabamento, entre outros) permitiram uma transpiração térmica dentro do normal (segundo a norma ABNT 14837/2011). Segundo a norma, calçados que apresentarem variação de temperatura superior a 5,5°C tornam-se desconfortáveis ao usuário. Além disto, foi analisado o índice de pronação durante a caminhada. A pronação durante a caminhada/corrida é um movimento normal, no entanto, se o movimento de pronação for excessivo isto torna-se prejudicial ao sistema músculo

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esquelético. Neste sentido, é necessário que os calçados venham inibir o movimento de pronação. Neste estudo o índice de pronação é considerado confortável (NBR ABNT 14839/2013. Por fim, foi determinado os índices da distribuição de pressão plantar durante a marcha para as regiões. Os valores médios encontram-se dentro da normalidade de conforto, visto que, segundo a NBR ABNT 14836/2013, valores iguais ou inferiores a 240 kPa são considerados confortáveis. Segundo Hintermann e Nigg (1998) e Cheung, NG e Chen (2006), o aumento dos picos de pressão plantar pode estar associado a hiperflexibilidade e instabilidade do pé gerado pela pronação excessiva durante a marcha. Observou-se, ainda, que os maiores valores médios de distribuição de pressão plantar foram encontrados na região da cabeça dos metatarsos, o que vai ao encontro dos achados de Kogler e Shorten (2001) que também encontraram valores superiores de picos de pressão plantar na região dos metatarsos.

Conclusão De modo geral, conclui-se que o calçado analisado apresentou resultados similares com a literatura e, ainda, apresentou níveis de conforto segundo as normas ABNT. Os resultados satisfatórios encontrados no calçado de segurança analisado podem estar relacionados à tecnologia aplicada ao produto, ou seja, desde a seleção do material até a confecção do mesmo.

Referências Clarke TE, Frederick EC, Cooper LB. Effects of shoe cushioning upon ground reaction forces in running. Journal of sports medicine.1983:247-51. Cheung RTH, Ng GYF, Chen BFC. Association of footwear with patellofemoral pain syndrome in runners. Sport medicine, 2006, 36:199-205. Hintermann B, Nigg BM. Pronation in runners: implications for injuries.Sportmed,1998:26.16976. Kogler GF, Shorten MR. Plantar pressure distribution during gait in a subject without adipose tissue in the heel and ball of the foot. 5th Symposium on footwear biomechanics, 2001. Milner CE, et al. Biomechanics factors associated with tibial stress fracture in female runners. Medical science sport exercises, 2006,38:323-8.. Miller N. et al. Kangoo Jumps: an innovative training device. British Columbia medical journal. 2003,45:444-8. Nigg BM. Biomechanics of Sport Shoes. University of Calgary, 2010. Palhano, R et al. Analysis impact in shoes with different material soles. Footwear science. 2013. S34-6. Santos AMC, Zaro M. Análise da marcha humana. Revista tecnicouro. 2006,52-4.

Agradecimento Agradecimentos à empresa Conforto Artefatos de Couro LTDA pelo incentivo à Pesquisa e Inovação, bem como pela disponibilidade das amostras utilizadas neste trabalho.

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Determination of comfort levels in safety shoes PALHANO, Rudnei¹; FAQUIN, Aline¹; FLACH, Marco Aurélio2; PILGER, Juliana Wilborn1; ZARO, Milton¹; AVILA, Aluisio Otavio Vargas1 1 - Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (IBTeC)/Laboratório de Biomecânica 2 - Conforto Artefatos de Couro LTDA - Desenvolvimento

Abstract The shoes were created from the constant search of the peoples in basic needs and to protect their feet and act as an element of comfort. The comfort have relationship with products, for example, the comfort have correlation with flexible of the shoes, with sole hardness and with dimensions of the forms shoes. This study have aim in to analysis the performance of the comfort in safety shoes with dual density PU sole. In this study participated 27 subjects (21 male and 6 female). The variable analyzed were: loading of the vertical force loading rate by 2 force plate, plantar pressure distribution measured by capacitive insole, microclimate inside shoes measured by digital

thermohigrometer and pronation angle by a pair of camera 3D. Was used safety shoes and all the test the subject walking at 4 km/h (female) and 5 km/h (male). The data analysis was by descriptive statistical. The results showed that the shoes absorbed 83% of the impact during the walking, and the internal temperature was approximately 4.9°C, about the pronation angle was of 3° and the plantar pressure peaks average were 203 kPa to calcaneus region and 255 kPa to metatarsus region. In summary we can to conclude that the shoes analyzed showed comfortable index of according with the literature and the ABNT's norms.

Keywords: comfort, safety shoes, personal protection equipment - PPE, plantar pressure, impact, pronation Resumo Os calçados foram criados a partir da constante busca do ser humano de atender suas necessidades básicas de sobrevivência, sendo um meio de proteger os pés e atuar como elemento de conforto. O conforto está associado às características do produto, ou seja, conforto há correlação com a flexibilidade do calçado, com a dureza do solado e com as medidas da forma do calçado entre outros. Este estudo teve como objetivo analisar o nível de conforto em um calçado de segurança com solado de PU bidensidade. Participaram deste estudo 27 sujeitos (21 masculinos e 6 femininos). As variáveis analisadas foram: taxa de aceitação do peso, que consistia de duas plataformas de força componente vertical; distribuição de pressão plantar mensurada através de palmilhas capacitivas; microclima do calçado atra-

vés de um termohigrometro digital e, para análise do ângulo de pronação, um par de câmeras 3D. Foi utilizado um calçado de segurança disponível no mercado e os ensaios foram realizados a uma velocidade de 4 km/h para o feminino e 5 km/h para o masculino. Os resultados foram apresentados através da estatística descritiva. Os resultados apontaram que o calçado absorve 83% durante o caminhar, apresenta variação de temperatura de aproximadamente 4,9°C, a variação angular da pronação foi de 3° e as médias dos picos de pressão plantar foram de 203 kPa para a região do calcâneo e 255 kPa para a região dos metatarsos. Pode-se concluir com base nos resultados que o calçado analisado apresenta nível confortável com base na literatura e nas normas ABNT.

Palavras-chave: conforto, calçado de segurança, EPI, pressão plantar, impacto, pronação.

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Introduction] Footear were created for several purposes: humans basic needs of survival, feet protection and a comfort elemento. Comfort improvement and a modern design are harwork for footwear industry, specially safety footwear; for Miller et allii (2009), comfort it´s related to the flexibility of the footwear, hardness of the sole and dimensions of this footwear. According to Santos ant Zaro (2006) footwear has to presente a good fit, space for toes movements, to maintain dry the skin of the foot of the skin and a good plantar pressure distribution, among other aspects.mFor Melo (2005), production of footwear can affect in a good way the health and performance of the user. For Milner et allii (2006) the major incidence of tibial bone fractures in runners should occur because of the great values of ground reaction forces. Some studies indicated that the stiffness of the sole may influence the increase of ground reaction forces during locomotion (Clarke et al, 1983; Nigg, 2010). Nigg (2010) analized the impact absorption at three (3) different soles with major hardness values. The main objective of the soles is to diminish impact forces, since the shock wave produced during impact is transmitted to the muscle-eskeletal system.This shock wave (measured in "g" the value of the gravitacional constant= 9,8 m.s-2) has the magnitude from 5g to 15g and it´s attenuated to 1g to 3g at the head of a person (Shorten, 1993; Amadio e Duarte, 1996). Impact forces and shock waves are influenced by the bass of the subject, speed, kinematics of the landed of the foot at the ground, properties of the material of the footware e ground surface properties (Nigg, 2010; Palhano, 2013).

Sometimes the footwear does not presente the necessary comfort according to the daily activities. Thermal comfort is another aspect to be analyzed; many diferente matérias has been used in order to improve termal comfort. Santos et al (2007) studied safety footwear according to the brazilian norm ABNT NBR 14837. The presente work has the main objective to analyze the performance in terms of comfot of safety shoes with PU soles with two densities.

speed of the subject; the walking strade has 10 meters. Twenty passes were considered at each force platform at the speed of 5km/h for males and 4 km/h for females. WAR was calculated from experimental data of ground reaction force versus time; the region considered for the WAR calculation was between 10% and 20% of the first peak of force (FPF) as it´s shown at Figure 1. Absortion impact index (%) is calculated from Equation 1.

Materials and Methods In this work, 27 subjects participated (21 male and 6 female, age between 24±3 years and massa between 63±12 kg). All subjects were informed os the experimental procedure and agreed with the terms of procedure. The safety footwear used is shown at Figure 2. Numbers used (brazilian shoe size) 35, 36 and 37 for female and 40, 41 and 42 for males. For the calculation of the impact absortion index it was used two force platforms, with natural frequency of 550 Hz sample rate of 2000 samples/ s, mean uncertainty of 1% at hole scale. A photocell system was used the measure time and calculation of

Where: IA = Impact Absorption Index (%); barefoot = first derivative between 10 a 20% of the FPF barefoot; with shoes = first derivative between 10 a 20% of the FPF with shoe. For thermal analysis fo the safety footware it was used a treadmill with speed of 4 km/h for female and 5 km/ h for male subjects. For temperature measurement it was used a temperature system with 0.1°C of sensitivity and 0.2°C of uncertainty measurement. The test ended after 30 minutes of walking. The same treadmill was used for the pronation angle. A cinemetry

Figure 1: Representation of the ground reaction force, vertical componente; the region from 10 to 20% of the FPF is shown.

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system with 2 cameras, 200 Hz, 0.3° of uncertainty for dynamics measurements was used. Subjects walker from 30 seconds and it was considered the maximum angle of pronation for the several imagens captured (frames).This procedure is detailed at brazilian norm NBR ABNT 14839/2013. For the plantar pressure distribution measurement, capacitive insoles were used, with 1 kPa of sensitivity and less than 5 kPa of uncenrtainty. Subjects walked at the same place of force platforms in order to use the same photocell system for speed control. Same female and male speeds were used. Experimental data analysis consiste in the calculation of the mean maximum peak of pressures at the calcaneous and metatarsal regions. Values calculated according to statistical analysis where Mean values of the maximum peaks of pressure, standar deviation and variance.

Figure 2: Safety shoe used in this work.

Results WAR values are shown at Table 1 (barefoot and with shoes). From Equation 01 a value of 83% of impact absortion.was determinated. Temperature measurements are presented at Table 2. Temperature changed 4.9°C, according to brazilian norm NBR ABNT 14837/2011. This value is considered "normal". More than 5.5°C are related to a "uncomfortable" shoe. The mean value obtained for pronation angle was 3° according to Table 02. The values obtained for plantar pressure distribution were (203 ±20 kPa) for the calcaneus region and (255±33 kPa) for the metatarsal region. These values represent the mean value of the peak of pressure in each step.

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Table 1: WAR values for each subject (barefoot and shoes)

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Conclusion It´s possible to conclude that the results are in agrement with results obtained with similar shoes by other researchers. Levels of comfort were obtained according to the brazilian norms NBR ABNT 14835 to 14840 and showed that these shoes may be considered comfortable for daily using.

Bibliography

Table 2: Values of initial temperature (TI), final temperature (TF) and pronation angle, since both tests were made at the treadmill.

Discussion The objective of this work was the analyze comfort level of a safety shoe. All results were obtained from tests realized according to the brazilian norms NBR ABNT 14835 to 14840. The results obtained for WAR are in agrement with values obtained for Palhano et al (2013); 83% of impact absorption was the value obtained for this shoe which means that the shoe

may be considered "normal". Plantar pressure distribution showed values considered also "comfortable". According to Hintermann and Nigg (1998) and Cheung and Chen (2006). the raise in plantar pressure peaks may be explained in terms of great flexibility and instability generated by excessive pronation during walking. Major values of peak pressure were obtained at the metatarsal region, according to Kogler and Shorten (2001).

Clarke TE, Frederick EC, Cooper LB. Effects of shoe cushioning upon ground reaction forces in running. Journal of sports medicine.1983:24751. Cheung RTH, Ng GYF, Chen BFC. Association of footwear with patellofemoral pain syndrome in runners. Sport medicine, 2006, 36:199205. Hintermann B, Nigg BM. Pronation in runners: implications for injuries.Sportmed,1998:26.169-76. Kogler GF, Shorten MR. Plantar pressure distribution during gait in a subject without adipose tissue in the heel and ball of the foot. 5th Symposium on footwear biomechanics, 2001. Milner CE, et al. Biomechanics factors associated with tibial stress fracture in female runners. Medical science sport exercises, 2006,38:3238.. Miller N. et al. Kangoo Jumps: an innovative training device. British Columbia medical journal. 2003,45:444-8. Nigg BM. Biomechanics of Sport Shoes. University of Calgary, 2010. Palhano, R et al. Analysis impact in shoes with different material soles. Footwear science. 2013. S34-6. Santos AMC, Zaro M. Análise da marcha humana. Revista tecnicouro. 2006,52-4. Setembro/Outubro 2014

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11 3042.4508

www.durkoppadler.com

11

Feevale

51 3586.8800

www.feevale.br

13

Fimec

51 3584.7200

www.fimec.com.br

81

Fisp

11 5585.4355

www.fispvirtual.com.br

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Tecnicouro

51 3553.1000

www.tecnicouro.com.br

20

Foamtech

19 3869.4127

www.foamtech.com.br

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Testes em EPIs

51 3553.1000

www.ibtec.org.br

39

Formax

51 3589.9300

www.formax.com.br

21

Francal

11 2226.3100

www.francal.com.br

32

Undercorp

51 3036.6080

www.undercorp.com.br

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Zero Grau

51 3593.7889

www.feirazerograu.com.br

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Entidades do setor ABECA Associação Brasileira de Estilo e Cultura Calçadista (51) 3587.4889 ABEST Associação Brasileira de Estilistas (11) 3256.1655 ABIACAV Associação Brasileira das Indústrias de Artefatos de Couro e Artigos de Viagem (11) 3739.3608 ABICALÇADOS Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (51) 3594.7011 ABLAC Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (11) 4702.7336 ABQTIC Associação Brasileira dos Químicos e Técnicos da Indústria do Couro (51) 3561.2761

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ABRAMEQ Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos para os Setores do Couro, Calçados e Afins (51) 3594.2232 ABRAVEST Associação Brasileira do Vestuário (11) 2901-4333 AICSUL Associação das Indústrias de Curtume do Rio Grande do Sul (51) 3273.9100 ASSINTECAL Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (51) 3584.5200 CICB Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (61) 3224-1867 IBTeC Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos (51) 3553.1000

Feiras do setor COUROMODA - (11) 3897.6100 FEBRAC - (37) 3226.2625 FEIPLAR - (11) 3779.0270 FEMICC - (85) 3181.6002 FENOVA - (37) 3228.8500 FETECC - (88) 3571.2010 FICANN - (11) 3897.6100 FIMEC - (51) 3584.7200 FISP - (11) 5585.4355 FRANCAL - (11) 2226.3100 GIRA CALÇADOS - (83) 2101.5476 INSPIRAMAIS - (51) 3584.5200 40 GRAUS - (51) 3593.7889 QUÍMICA - (11) 3060.5000 RADAR - (51) 3593.7889 SEINCC - (48) 3265.0393 SICC - (51) 3593.7889 ZERO GRAU - (51) 3593.7889

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Coluna

sustentabilidade

Rogério da Cruz Carvalho Habitus Consultoria contato@habitusconsulting.com.br Estamos aqui em plena campanha eleitoral e por mais que tentemos fugir das propagandas, somos sufocados por banners, cartazes e placas. Nos refugiamos na programação das TVs a cabo, mas implacavelmente escutamos do lado de fora da janela um carro de som que propaga "Vote no Joãozinho, ele vai construir escolas, rodovias, hospitais...". O som se vai e não o ouvimos mais, até que chegue o próximo invadindo nossa privacidade. O que mais chama atenção é o currículo dos candidatos. Sou da opinião que deveríamos escolher candidatos da mesma forma que escolhemos um funcionário de nossa empresa, ou seja, pela competência, formação, especialização e, em segundo lugar, pela empatia. Mas o que se analisa, muitas vezes, é unicamente a questão das promessas ou onde se pode conseguir levar alguma vantagem.

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Vote em mim!!! Mas voltemos ao Joãozinho. Até agora o que é que o Joãozinho falou sobre os principais problemas que nos afligem? O PIB baixo; a poluição dos rios - mais destacada ainda em decorrência das secas históricas que a região mais povoada e rica do país está passando; o desemprego; a violência crescente; o dragão da inflação que está presente em cada compra que fazemos, mas assim como o camaleão é mestre em se esconder (nas estatísticas oficiais); o aparelhamento político da estrutura de Governo, fazendo com que áreas técnicas sejam usadas em proveito próprio... Na verdade, poderíamos listar várias folhas sobre temas importantes que o Joãozinho não discutiu. Quando falamos de sustentabilidade não estamos apenas tratando das questões ambientais, mas também da nossa própria sociedade e sobrevivência como indivíduos. Quando temos incentivos fiscais à produção de bens duráveis, como carros e imóveis como a base de uma economia, esta não se demonstra sustentável. Pergunto, quantos carros ou apartamentos você compra por ano? No entanto, se diferentemente, fossem aplicados incentivos para as indústrias de setores como têxtil, calçadista, de alimentos ou de serviços, por exemplo, se estaria criando um movimento que, apesar de não "aparecer" tanto, proporcionaria uma maior longevidade e uma sustentabilidade a todo um ciclo

econômico, a partir do qual outras estruturas se seguiriam. Mas somente isto não é suficiente. Precisamos de escolas é bom destacar que escolas não são prédios. Segundo a Wikipédia, "a escola é uma instituição concebida para o ensino de alunos sob a direção de professores", ou seja "INSTITUIÇÃO" é a palavra chave e como tal temos de respeitá-la. A Instituição da Escola é a base para podermos ter uma sociedade mais justa, produtiva, progressista e de sucesso. No Japão, a profissão mais bem paga é a de professor. Nas economias de sucesso, o professor é a base de um desenvolvimento sustentável e o alicerce para que jovens, cada vez mais capacitados, consigam melhorar tanto as suas próprias condições de vida quanto de toda a sociedade. Mas o candidato Joãozinho está pensando na verdade em construir prédios, nos quais nem sabe ou quer saber se haverá infraestrutura ou professores capacitados e pagos com salários justos para exercer de modo digno a sua profissão. Para ele não interessam estes valores, pois, como se diz, "não dão voto". Na verdade, para o Joãozinho, um povo sem instrução ou com instrução deficitária é mais fácil de ser controlado. Assim são criadas hordas de futuros Joãozinhos.

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Saiba como separar corretamente o lixo doméstico Luís Vieira

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preservação do meio ambiente pode começar com simples atitudes diárias, e a separação do lixo doméstico é uma forma de contribuir para que somente os rejeitos (aquilo que não pode ser reaproveitável) sejam destinados aos aterros sanitários, reduzindo assim um dos grandes problemas da atualidade: o aumento do volume do lixo no Planeta. Porém, muitas pessoas ainda não têm a consciência de que grande parte dos resíduos sólidos do-

Mas afinal, como separar o lixo doméstico? Primeiramente deve-se separar o lixo seco do orgânico, evitando assim a contaminação dos materiais que podem ser destinados para a reciclagem/reaproveitamento. Entende-se como reciclável/ reaproveitável todos os resíduos descartados que constituem interesse de transformação de partes ou do seu todo. Esses materiais poderão retornar à cadeia produtiva para virar o mesmo produto ou produtos diferentes dos originais. Por exemplo: folhas e aparas de papel, embalagens PET, latas de cerveja e refrigerante, produtos eletroeletrônicos e seus componentes, embalagens longa vida, frascos de vidro e plástico e muitos outros. O lixo orgânico constitui-se de todo resíduo de origem vegetal ou animal (restos de alimentos, madeira, ossos, sementes etc.). Tais resíduos podem servir para a compostagem ou, caso não seja possível ou viável, devem ser depositados em aterros sanitários, seguindo todas as normas de saneamento básico e tratamento de lixo. Os demais, que não podem ser

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mésticos pode ser reaproveitada. Outros, mesmo sabendo disso, desconhecem como fazer a separação de forma correta. Nesta matéria, algumas dicas sobre como fazer corretamente a separação em casa. Pois, além de contribuir para a sustentabilidade ambiental com a economia de recursos naturais, a reciclagem gera renda para muitas famílias que dependem exclusivamente dos resíduos sólidos descartados para a sua sobrevivência.

utilizados na compostagem e nem ser reaproveitados, devem ser descartados como lixo comum, a exceção dos remédios, produtos químicos e outros materiais e substâncias que podem oferecer riscos à saúde humana e ao meio ambiente, os quais devem ser encaminhados a coletores específicos.

Dicas importantes Se a caneta estourar, não a coloque no lixo a ser reciclado. Mas quando a tinta acabar separe as partes, jogue o tubo de tinta no lixo convencional e o plástico no reciclável. As embalagens mistas (feitas de plástico e metal, metal e vidro, papel e metal) devem ser desmontadas. Separe as partes de metal, plástico e vidro e deposite-as nos coletores apropriados. Com relação às cartelas de comprimidos, devido à dificuldade de se desgrudar o plástico do papel metalizado, devem ser descartadas junto com os plásticos. Faça o mesmo com embalagens de isopor. Lembre-se de que as embalagens que acondicionam líquidos devem estar totalmente vazias e os papéis completamente secos antes de

serem depositados nos coletores. Embrulhe os materiais cortantes em papel grosso (do tipo jornal) ou os coloque em uma caixa para evitar acidentes. Não jogue roupa no lixo, pois elas acabam sendo levadas para o aterro. Faça doação. Curiosidades: - Uma tonelada de papel reaproveitado evita o corte de aproximadamente 17 árvores. - Cada 100 toneladas de plástico reciclado economizam uma tonelada de petróleo. - O vidro pode ser infinitamente reaproveitado e cada quilo de vidro quebrado gera um quilo de vidro novo. - A reciclagem de uma única lata de alumínio economiza energia suficiente para manter uma TV ligada durante até três horas. - O lacre da latinha não vale mais do que a lata em si e não deve ser vendido separadamente. - Cerca de 100 mil pessoas no Brasil vivem exclusivamente de coletar latas de alumínio e recebem em média três salários mínimos mensais. Fonte: Ministério do Meio Ambiente

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Brasil recicla 34,5% do EPS pós-consumo

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esquisa mostra que o Brasil reciclou, em 2012, 34,5% do EPS (poliestireno expandido, mais conhecido como Isopor®) que consumiu, ou seja, 13.570 toneladas das 39.340 toneladas de EPS pós-consumo. Ao segregar o resíduo pós-consumo nota-se ampla superioridade em termos de volume disponível do resíduo não doméstico em detrimento do doméstico. Os resíduos domésticos são aqueles gerados dentro de residências, enquanto os não domésticos são provenientes de hospitais, empresas, centros comerciais e instituições. O estudo foi encomendado pela Plastivida Instituto SócioAmbiental dos Plásticos à Maxiquim, consultoria especializada no segmento industrial, envolvendo empresas de todo o Brasil. Os dados mostram que a reciclagem do EPS pós-consumo (embalagens diversas, entre outros) tem crescido em um ritmo de 25,3% ao ano no Brasil, resultado muito positivo, comparável a países desenvolvidos. Em 2008, por exemplo, o País reciclava apenas 13,9% do que era descartado. Em 2012, as 22 recicladoras de EPS do Brasil faturaram juntas R$ 85,6 milhões e empregaram 1.413 pessoas. Essas empresas representam uma capacidade instalada de 30.473 toneladas. Segundo o presidente da Plastivida, Miguel Bahiense, "o processo de maturação da indústria da reciclagem passa por um trabalho de informação e conscientização da sociedade sobre a importância do consumo responsável e descarte correto dos produtos para a economia, assim como para a preservação do meio ambiente". Na divisão regional da produção de EPS reciclado, é possível perceber que o Sudeste apresenta os maiores volumes de produção de reciclado, condizente com a sua maior capacidade instalada de reciclagem. A região Sul também tem uma posição relevante em termos de produção, por conta de melhores condições logísticas - inclusive com iniciativas eficientes de logística reversa - que favorecem um alto nível operacional do parque industrial de reciclagem. EPS reciclado - Em 2012, a indústria brasileira de reciclagem de EPS operou com 60% de sua capacidade instalada, marca que pode ser melhorada com maior atenção à coleta seletiva. E Isso porque, mesmo o EPS sendo um material muito comum no cotidiano, muitas pessoas não sabem que o EPS é um plástico e que é 100% reciclável. Este cenário mudará significativa e positivamente com a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS.

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COLUNA PROAMB

Novas leis sobre efluentes Bruna Benini Setor de Inovação da Fundação Proamb Grande parte da contaminação dos recursos hídricos vem das indústrias. São os processos produtivos que lançam a maior parte das substâncias químicas tóxicas presentes nos corpos d'água, (metais pesados, corantes, solventes, óleos e graxas). Assim, é fundamental que as indústrias apliquem processos eficientes no tratamento dos efluentes e que sempre monitorem a qualidade dos lançamentos nos recursos hídricos superficiais. O monitoramento adequado interfere na eficiência do sistema de tratamento, pois é com base nos dados medidos que intervenções e melhorias são realizadas. Novas legislações trazem novo olhar sobre o monitoramento das águas industriais. Até 2005 era prática nas empresas que utilizam água em seu processo produtivo e geram efluentes avaliar a qualidade do efluente tratado e lançado nos corpos d'água somente através de parâmetros físicoquímicos como metais pesados, óleos e graxas e tensoativos. Porém, legislações mais modernas introduziram a ecotoxicidade, que, junto com os parâmetros físico-químicos, passou a ser aspecto controlado por leis para efluentes lançados em águas superficiais. Analisar a toxicidade é uma ótima ferramenta para monitorar a qualidade do efluente produzido e nortear as providências não só em relação ao sistema de tratamento, mas, principalmente, às matérias-primas e insumos utilizados nos processos produtivos. A exigência do atendimento aos parâmetros toxicológico obrigam as indústrias a deixar de lado a visão de "fim de tubo". A primeira providência a ser tomada para minimizar a toxicidade em um efluente é investigar as matérias-primas e insumos e procurar substituir substâncias altamente tóxicas por aquelas menos agressivas, bem como estudar o isolamento de certas fontes de geração mais significativas a fim de adotar tratamento individualizado e adequado para efluentes especiais. Depois de tomadas todas as medidas no processo produtivo é que os olhares devem se voltar para o sistema de tratamento. A forma mais indicada de reduzir toxicidade em efluentes é minimizar ao máximo o potencial tóxico na fonte. É a legislação conduzindo as empresas a repensar seus processos, em aproximação ao real conceito de sustentabilidade.

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