Expressão 13 novembro 2017

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número 13 usjt novembro/2017

ano 24

Mitos Divindades e personagens sobrenaturais que nos ajudam a significar o mundo Especial - pág. 4 e 5

Arte Michele Tomassi

Jornalismo Universitário levado a sério


ano 24 |no 13| novembro/2017

Dance Foto participante do 90 Concurso Fotográfico “Fração de Segundo”, com o tema “Sou apenas um rapaz latino americano...”, música de Belchior Danilo Lopes- aluno do 3o ano de Jornalismo Campus Butantã

Ainda um rapaz latino americano

Foto participante do 90 Concurso Fotográfico “Fração de Segundo”, com o tema “Sou apenas um rapaz latino americano...”, música de Belchior Crislene Góes - aluna do PUB2AN - Campus Mooca

Rafael Kumoto, um homem sem rótulos Guilherme Medeiros | gui_lavigne@yahoo.com.br

Este protagonista é da marcenaria, da música, da cozinha, da casa, da cidade, do campo, das viagens, do artesanato, da arte e de uma gama infinita de aptidões. Curitibano Rafael Togo Kumoto, 27 anos, rejeita qualquer tipo de rótulo, mesmo possuindo um conjunto de habilidades e ser um homem bastante curioso a novas experiências. É descendente de família japonesa e teve desde a infância um interesse incomum por música. Fingia que cantava as coisas que ouvia, esse sentimento se desenvolveu e a habilidade para tocar violão passou por fases como tocar metal, Legião Urbana, Country norte-americano, enfim de tudo, ah e segue experimentando. É casado há nove meses com a também curitibana, Fernanda Bornancin, que é uma amante da música experimental e mantêm com ele essa ligação musical. Moram juntos em São Paulo para viabilizar o acesso ao local de trabalho. Atualmente Rafael e Fernanda têm experimentado sintetizadores eletrônicos, e misturam ideias ao criar músicas com corrente elétricas, loop e ukulele. Ah o Ukelele, apesar do astral praiano, havaia-

no, para ele, a dimensão e o peso do instrumento é o que possibilita estar na rua. A fácil locomoção, permite com que se toque no ônibus, na praça, no metrô e Togo, como bom cosmopolitano, adora a cidade. Fez parte do coral da universidade e cantavam sem partitura. E até para ser mais característico, o coral escolheu não cantar só “coisas de coral” e trabalhar com repertório de música popular. A peculiaridade e popularidade do grupo aos poucos levou os a programas de TV locais e juntos chegaram ao palco do TV Xuxa, extinto programa exibido nas tardes de sábado na Rede Globo até 2014. Mesmo morando no Brasil, sua família preservou costumes culturalmente japoneses, principalmente em relação culinária em que literalmente colocam a “mão no peixe”. Mestrado em Tecnologia e Sociedade, Rafael também é formado em Design, e o gosto pelo curso da graduação se deu por eliminação, por saber, como ele mesmo disse “ que todo o resto eu não queria”. “Eu gosto de fazer minhas coisas. Gosto de coisas manuais. Não necessariamente eu sou um “louco de

coisas artesanais”, mas eu curto sentir que eu faço coisas. E o tricô é muito relaxante”, diz. Ele que faz tricô como forma de terapia e vê os reflexos disso na redução de sua ansiedade. Além de terapêutico, é uma atividade que lhe rende roupas, nesse caso, acessórios, como cachecol. Ainda sobre o artesanal ele gosta de mexer com argila. Quando universitário, uma das coisas que ele mais curtia fazer eram atividades ligadas a marcenaria. Também já quis ser ilustrador e mexer com aquarela. Rafael curte moda. Está sempre ligado em coisas atuais e sabe combinar bem o que tem em seu guarda roupa, no departamento em que trabalha, sempre é elogiado por suas escolhas excêntricas que caem bem com seu perfil. Totalmente contra rótulos, o curitibano abomina qualquer preconceito e já se vestiu de mulher em situações corriqueiras, para festas e diversão com amigos. Uma delas envolveu a troca de guarda-roupa entre ele e sua esposa, na época, namorada. “Os rótulos limitam as pessoas. Mas não é ela quem se limita, quem rotula

Guilherme Mededeiros

está limitando a determinada situação”. Ele também possui um lado Geek. O famoso jeito peculiar de exercer atividades com afinidade com a tecnologia, eletrônica, jogos eletrônicos e tabuleiro. Ele adora tabuleiro! Cozinha? “Eu tento”, responde ele com seu sorriso tímido e cativante. Com a rotina intensa, não tem muito tempo para trabalhar na melhora de sua habilidade na cozinha. Entre várias panelas de comida queimadas, ele destaca seu maior desastre na cozinha: Yakisoba para a galera. Em uma viagem para o litoral com amigos, uma a promessa antiga foi cumprida. Togo fez o Yakisoba, mas além de demorar muito para fazer, ficou horrível, segundo ele. Assim como o ator, modelo e apresentador e Rodrigo Hilbert, que deu o que falar por também possuir inúmeras habilidades, Rafael Kumoto é uma personalidade muito bacana, ligado às tendências tecnológicas e sociais, tem um lado humano muito bonito e trabalha isso com ações solidárias das quais esporadicamente faz. E sim, podemos dizer que ele é um homão da porra.

Aristóteles e Dante descobrem os segredos do universo Thaís Megale| thaismegale95@gmail.com

“Então passei a me chamar Ari. Se tirasse uma letra, meu nome seria Ar. Achava que devia ser ótimo ser o ar. Eu poderia ser alguma coisa e nada ao mesmo tempo. Ser necessário e invisível. Todos precisariam de mim e ninguém conseguiria me ver.” Lançado em 2013 pela editora Seguinte, o romance Aristóteles e Dante descobrem os segredos do Universo, foi escolhido livro de honra do Michael L. Printz Award. O autor, Benjamin Alire Sáenz nasceu em 1954, no Novo México. Foi chefe do departamento de escrita criativa da Universidade do Texas em El Paso e hoje se dedica exclusivamente a escrever prosa e poesia para jovens e adultos. “A trama simples e envolvente é apaixonante. Os personagens principais são dois jovens de 15 anos que estão perdidos, sem saber ao certo quem são, o que querem e muito menos o que deveriam ser. São a retratação de como a vida de um adolescente pode ser repleta de medos, dúvidas e angústias. A história fala sobre amor, e sobre a importância de entender e aceitar as diferenças”, reflete Larissa Lyria, estudante de publicidade. Um dos fatores mais surpreendentes é a escrita do Benjamin Sáenz. Toda a história é contada em frases curtas e simples, com muitos diálogos e pouca ou nenhuma descrição. Os capítulos curtos fazem com que a leitura se torne agradável e simples. A partir das palavras poéticas, o leitor consegue se identificar com os personagens, e conseguem

sentir as mesmas emoções que os jovens. Apesar de tratar de tabus sociais comumente abordados na literatura juvenil, em nenhum momento é previsível ou superficial. “Aristóteles e Dante é um romance de formação. Relata a jornada de crescimento de uma criança e adolescente em um adulto. É o tipo história que nos faz refletir sobre os paradigmas e preconceitos sociais, que quebram tabus e criam esperança de um mundo melhor. Uma trama que surpreende no final e arranca lágrimas do leitor”, diz Larissa. O foco do livro não está apenas nas descobertas de dois jovens, mas sim, nas consequências dessas revelações. Na amizade, no amor de pais preocupados, e no amadurecimento familiar e pessoal pelo qual todos esses personagens passam. A trama mostra como o amor e a amizade talvez sejam a chave para desvendar os segredos do universo.

expediente

Jornal laboratório do 40 ano de Jornalismo da Universidade São Judas Reitor Ricardo Cançado Vice-reitor Fabrício Ghinato Mainieri Pró-Reitor de Graduação Luís Antônio Baffile Leoni Diretor da Faculdade de LACCE Prof. Rosário Antonio D’Agostino Coordenadora dos cursos de Comunicação Profª Jaqueline Lemos Jornalistas Responsáveis Profª Iêda Santos (MTB 31.113) Profª Jaqueline Lemos (MTB 657/GO) Projeto Gráfico e Supervisão Profª Iêda Santos Redação Alunos do JOR4AN-MCA 1 Impressão Folha Gráfica (11) 3224.7667

Jornal Expressão

Capa Arte: Maykon Oliveira

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ano 24 |no 13| novembro/2017

Teste vocacional ajuda a encontrar a profissão ideal A escolha de um curso superior nem sempre é tarefa fácil e deve estar relacionada com as aptidões que os candidatos têm Caio Barboza | cmb_caio@hotmail.com Caio Barboza

Candidata em busca de profissão realiza testes para descobrir qual é a sua vocação

Quando se encerra o ciclo de estudos do Ensino Médio, uma das primeiras questões que passa pela cabeça dos jovens é: qual profissão escolher? Com diversas opções disponíveis, encontrar um curso de graduação ideal não é uma tarefa fácil. A saída para essa decisão pode ser o teste vocacional. Também conhecido como orientação vocacional, funciona como uma fórmula para identificar características pessoais que podem ser vinculadas ao perfil profissional que é apresentado. Com isso, é possível de identificar com qual carreira o candidato irá mais se relacionar melhor. “Certamente é um dos momentos mais difíceis, pois o medo de errar é muito grande. Os adolescentes não enxergam a possibilidade de se equivocar e recomeçar. Por isso, recorrem aos testes para selecionar o curso ideal para si”, afirma Monique Ca-

rilli, psicóloga e profissional de Recursos Humanos. As questões respondidas servem como indicação para qual área do conhecimento, humanas, exatas ou biológicas, as habilidades e interesses do candidato mais se assemelham. Para isso, é importante que no momento do preenchimento as respostas devam ser sinceras. A orientação não tem como resultado definir para qual profissão deve seguir. O propósito é prestar assistência ao candidato a conhecer a si mesmo e o mercado de trabalho. Somente após isso conduz-se à escolha da área de trabalho que tem características ligadas com as aptidões da pessoa. “O resultado não vai determinar o curso exato e sim orientar, de acordo com as características do candidato, quais caminhos ele pode seguir. O teste vocacional é um direcionamento e não algo determinante”, complementa Monique.

Toda decisão envolve riscos sobre o caminho a ser percorrido. A principal dúvida é sobre se identificar ou não com o curso escolhido e com as atividades que envolvem o ambiente de trabalho. Por isso, além de examinar a grade curricular do curso, deve-se explorar quais oportunidades a carreira escolhida pode oferecer. “Eu tinha dúvidas sobre o que escolher, pesquisava alguns cursos para saber sobre a grade curricular e o mercado de trabalho. Em uma feira de estudante, fiz testes e optei por administração. Hoje sou bancário”, relata Renato Amaral, de 25 anos. Buscar o autoconhecimento acaba sendo a peça chave para a escolha de uma profissão. Os testes vocacionais têm esse propósito: investigar quais são as suas influências e cruzá-las com o que os campos de conhecimentos oferecem. Somente a partir disso, a escolha do curso superior apropriado é realizada.

Análise de dados aprimora educação Projeto socioemocional contribui Informações sobre andamento escolar auxiliam professores com construção do aprendizado Iniciativa desenvolve técnicas que auxiliam os alunos a lidar com conflitos Carla Faya | carla_faya@hotmail.com

Arquivo Pessoal

Alunos demonstram as habilidades emocionais que foram ensinadas durante as aulas Saber se relacionar, trabalhar em equipe e controlar as emoções se tornaram aptidões fundamentais. Por isso, especialistas vêm defendendo a disseminação de atividades de cunho socioemocional nas salas de aula. O projeto Educação Emocional da Escola Estadual Professor Alvino Bittencourt, na Zona Leste de São Paulo, engrossa o número de iniciativas destinadas a fomentar essa abordagem em sala na rede estadual. O programa desenvolve as habilidades socioemocionais do aluno e ensina-os a lidar com conflitos sociais de maneira bem-sucedida. O projeto foi criado com a necessidade de minimizar problemas emocionais, como a violência e o bullying, e também de resgatar valores, tais como a empatia, o respeito e a compaixão. A iniciativa é composta por uma equipe de profissionais qualificados que por meio de um material didático desenvol-

vem em sala de aula um currículo capaz de ensinar técnicas de autoconhecimento, autocontrole, resolução de conflitos e trabalho em grupo, essenciais para a construção do aprendizado, e que contribuem para a formação acadêmica dos pequenos. Segundo a professora Rita Silva, a inclusão de novas competências como as socioemocionais na rotina escolar, seria um diferencial tanto para as escolas públicas, quanto para as particulares. “O projeto tem como meta inovar na educação, até porque o mundo atual exige dos jovens habilidades que vão além das cognitivas, como resiliência, criatividade, responsabilidade e principalmente trabalho em equipe. O intuito é minimizar problemas comportamentais e acima de tudo resgatar valores”, pontua. Hoje em dia, não basta apenas o aluno ser brilhante e não saber trabalhar em conjunto. É preciso ter capacidade de formar redes de conexões. As informações

estão cada vez mais dinâmicas, e não há mais espaço para aquele que quer trabalhar isolado. Simone Guidorezzi, vice-diretora da escola Alvino Bittencourt, explica que as técnicas utilizadas em aula são essenciais para que os alunos enxerguem os impactos de suas atitudes. “Nosso trabalho tem impactado na relação familiar dos alunos, muitas famílias vem a escola para entender quais os métodos que utilizamos em aula, pois os filhos mudaram de postura e estão refletindo em casa o que aprendem na escola”, conta. Além disso, Simone afirma que todo esse trabalho tem o propósito de refletir no futuro dos pequenos. “Nossa expectativa é que no futuro tenhamos cidadãos responsáveis, educados, concentrados em suas atividades, que aprendam a trabalhar em equipe e principalmente que saibam a lidar com os conflitos sociais”, esclarece.

Pai, mãe, avó, avô: todo mundo é família!

Escolas se adaptam para aumentar o respeito pela diversidade Jacqueline Antonini | jacqueantonini483@gmail.com Jacqueline Antonini

Pais aproveitam para ter uma aula de alongamento Jornal Expressão

Há crianças e adolescentes que vivem com o pai e com a mãe; outros, moram só com o pai ou só com a mãe. Há os que são criados pela avó ou que residem com a mãe, o padrasto, os meio-irmãos. Têm também filhos adotados por casais homoafetivos e por aí vai. Atentas a essas novas configurações, escolas promovem o Dia da Família em substituição aos tradicionais Dia das Mães e Dia dos Pais. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre as mudanças nas composições familiares entre os anos de

Rogério Freitas| rogerio_freitas07@hotmail.com

Presenças e faltas, os constantes atrasos, quais os alunos que cumpriram as atividades propostas em aula? Como está o desempenho individual de cada aluno, turma e séries? Pelo papel que as escolas desempenham, essas informações fazem parte do dia-a-dia de um diretor acadêmico. No entanto, a pergunta que fica é: o que fazer com tais dados? Era extremamente comum há pouco tempo atrás que informações como essas, tão frequentes no ritmo escolar, serem mal aproveitadas pelas instituições, seja pelo lado pedagógico, como também na gestão administrativa. No entanto, a manutenção, armazenamento e organização desses dados já passam a fazer parte da rotina de algumas escolas. Conceitos de Data Analytics e Business Intelligence, nomenclaturas ligadas diretamente ao mundo empresarial para indicar e extrair uma grande quan-

tidade de informações para realizar análises e relatórios que auxiliem em tomadas de decisões, estão cada vez mais presentes no ambiente da gestão escolar. Na Etec Gildo Marçal Pereira Brandão, localizada no bairro de Perus, zona norte de SP, a necessidade de elaborar um plano de organização para essas informações foi sentida no início de 2014. “Nós notamos que havia muita informação mal utilizada e que precisávamos adotar uma nova implementação para a gestão desses dados. Tinha que ser algo em tempo real, uma solução prática e eficaz”, conta a professora Akiyo Freire, diretora da escola. No âmbito escolar, as análises e relatórios com base neste conceito administrativo podem ocorrer em todos os níveis. Desde uma necessidade de um professor em realizar revisões com grupos específicos de alunos, como o acompanha-

mento e checagem de metas estipuladas para os educadores, quando alguma informação é lançada ou atualizadas por eles no sistema. “Com essas ferramentas de análise de dados, é possível verificar tudo em relação aos alunos. Posso ver a média da sala, como também a média por disciplina de cada turma ou série. É possível fazer tudo isso sem sair da minha sala, tornando tudo mais prático e eficiente”, diz o professor Leandro Romual, coordenador pedagógico da instituição. Mais do que simplesmente saber do andamento do aprendizado na rede, a intenção dos conceitos dentro da rotina escolar é dar aos gestores e professores da escola a possibilidade de agir de forma mais correta, precisa e rápida. Assim, como no caso avaliativo do desempenho dos alunos, essas medidas visam melhorar os processos na gestão de pessoas sem dispensar a ação humana. Rogério Freitas

Novos conceitos ajudam administradores escolares em suas rotinas diariamente 2004 e 2014, a família estereotípica formada por um casal com filhos caiu de 51% para 42,9%. Além disso, em 2014, as famílias com filhos chefiadas por mulheres chegaram a 16,3%. Segundo o instituto, a união civil de indivíduos homoafetivos é cada vez mais frequente desde que foi reconhecida judicialmente em 2013, sendo que o número de casais nesse formato chegou a cerca de 1,1 milhão em 2014. Tal cenário favorece o aumento do pleiteio por adoção de crianças por esses casais. Por mais que a iniciativa das escolas é de aproximar a família com o Dia dos Pais e Dia das Mães, muitas crianças se sentem isoladas e incompletas por não conseguirem celebrar os dias. E, por isso,

escolas têm pensado em trazer o Dia da Família para aproximar a todos independentemente de suas condições. A escola pública Maria de Lourdes, localizada na Zona Leste de São Paulo, tem apostado nesses eventos para aproximar os alunos e suas famílias. “Isso é muito bom. Quando fazemos o Dia da Família aqui na escola dá para ver a alegria de cada aluno apenas em seus olhares”, comenta Elizabete Mariotto, diretora da escola. “No começo eu ficava me sentindo bem triste no Dia dos Pais, já que eu moro somente com a minha mãe. Meus pais são divorciados. E quando tinha algum evento, ele nunca aparecia. Me sentia vazia e excluída, pois via sempre os pais dos meus amigos e menos o meu”,

afirma Laís de Oliveira, aluna do segundo ano do Ensino Médio. “Além disso, é importante ressaltar que o contato entre família e escola não deve estar atrelado às festividades. Toda a diretoria deve se esforçar para atrair os pais ou os responsáveis para as reuniões pedagógicas e os espaços democráticos escolares. É nesses ambientes que professores, familiares, alunos e equipe gestora podem discutir a administração de verbas, o projeto pedagógico e os desafios de aprendizagem e convivência dos estudantes”, diz a diretora. Que tal adotar em sua escola o Dia da Família? Um dia com muitas alegrias, amor, carinho e, principalmente, o respeito à diversidade.


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MITOS

Muito além do imaginário Entenda como os mitos estão presentes nas mais variadas experiências do cotidiano Isadora Couto | isadora_couto@hotmail.com

Entre mitos, lendas, deuses e histórias fantasiosas, a mitologia nunca foi tão explorada por filmes, séries e livros; contada de diferentes formas e reproduzida por várias pessoas. Para muitos, ela faz parte e descreve de alguma forma um pouco da realidade humana, mostrando diversas maneiras do homem existir. “A importância da mitologia está intimamente ligada à nossa ancestralidade, e seu uso é imperceptível por se tratar de um pensamento. A mitologia está inserida em todas as atividades humanas, tanto nas mais humildes, quanto naquelas que exigem maior apuro técnico possível”, relata o professor de história na Universidade de São Paulo, Vicente de Paula Silva. A mitologia é o estudo de mitos, lendas e a interpretação dos mesmos em alguma cultura. Segundo Vicente, os mitos são histórias populares ou religiosas complexas, com vários pontos de vistas, das pessoas que viviam na época em que os eles foram criados. Normalmente é uma narrativa, na qual se usa a linguagem simbólica, e que busca retratar e descrever a origem e suposições de alguma cultura, explicar a criação do mundo, do universo, ou qualquer assunto de difícil explicação. Dentre

A mitologia está presente no cotidiano das pessoas

Etapas para se tornar um HERÓI Seu super-herói preferido pode ser mais real do que você imagina Larissa Mascarenhas | larissa.o.mascarenhas@hotmail.com

Uma pessoa normal, que vive em um mundo comum. Até que aparece um mentor que o ajuda a se transformar em um ser diferente, que pode mudar seu mundo. Esses são os primeiros passos da transição de um herói, segundo a chamada “Jornada do Herói”, escrita por Joseph Campbell, um estudioso norte-americano de mitologia e religião comparada. A famosa teoria já provou sua importância muitas vezes explicando os sucessos de lendas e histórias milenares, como a Odisseia de Homero, Bhagavad Gita e Avatar, o filme de maior bilheteria de todos os tempos. Essas são histórias que podem parecer não ter nenhum tipo de ligação, mas há uma linha de raciocínio que interliga

cada uma delas. “A ideia do herói existe desde a Antiguidade, e sofreu modificações desde então. Contudo, o elemento mais importante do conceito permanece até hoje: o herói é um indivíduo especial, capaz de grandes feitos. O que o herói tem em relação ao cidadão comum é uma ligação especial: heróis podem ser encontrados dentro de nós, e todos desejamos, em algum momento de nossa vida, realizar grandes ações”, afirmou Vanessa Bortulucce, professora da Universidade São Judas. O mito pode ser identificado em novelas, literatura, lendas, filmes e principalmente na vida real, no cotidiano de uma pessoa normal. Após muitas teorias e estudos relacionados ao assunto, Campbell escreveu os possíveis 12

passos para se tornar um herói de fato, todos fazem menção à vida real e mostram a transição do cidadão comum até se tornar um ser diferenciado. O fã de heróis, Guilherme Beluzzo, fala sobre o assunto. “Questões como o “Chamado à aventura”,“Testes”,“Provações” e “Recompensa” são passos da jornada que são facilmente vistas e enfrentadas por seres normais, seja no trabalho, nos estudos, em casa e até mesmo em relacionamentos”. Pode não parecer, ou então pode ser difícil de acreditar, mas nós, seres “comuns” podemos sim fazer parte do ciclo que fundamenta dezenas de histórias que geram audiência em cinemas e compõem o imaginário de grande parte da população.

A fórmula em 12 passos 1º Mundo comum 2º O chamado à aventura

7º Aproximação da caverna profunda 8º Provação

3º Recusa ao chamado 4º Encontro com o mentor 5º Cruzamento do limiar

9º Recompensa 10° Estrada de volta 11º Ressureição

6º Teste, aliados e inimigos

Reprodução

12º Retorno com Elixir

os aspectos culturais associados aos mitos estão as tradições de um povo. É possível encontrar em meio aos processos interacionais de um grupo social organizado, vivências de fundo coletivo que transmitem seu modo de organização subjetiva, seus padrões de interação, e a forma como cada indivíduo poderá ser visto dentro de cada formação social. Os mitos geralmente retratam o mundo como ele era antes de o conhecermos. O tempo, o lugar e os personagens sobrenaturais e divindades fizeram com que muitos mitos tivessem um cunho religioso, sendo que em algumas religiões restam alguns resquícios mitológicos. “O homem necessita da organização de seu pensamento e neste particular os acontecimentos mitológicos fazem parte de uma evolução cognitiva que juntamente com grande parte de seu conhecimento, formam uma cadeia extremamente importante para todo o contexto da espécie”, acrescenta Vicente. A mitologia e a religião na anpoliteísta, pois os gregos adoravam a vários deuses. Vicente afirma que não existem escrituras sagradas (como a Bíblia para os cristãos) a respeito da mitologia grega. As principais fontes a esse respeito foram escritas no século VIII a.C. por Hesíodo (Teogonia), e por Homero (Ilíada e Odisséia). Os deuses, além da forma humana, tinham sentimentos humanos como amor, inveja, traição, ira, entre outros. Suscetíveis a esses sentimentos, era comum os deuses se apaixonarem por humanos e com eles terem filhos. Os deuses, diferentes de seus filhos, eram imortais.

Os caminhos da jiboia Game com tema indígena apresenta a crença do povo Huni Kuin Vivian Casagrande | viviancasagrande@hotmail.com.br Reprodução

Layout do jogo apresenta a riqueza natural brasileira na aldeia indígena Huni Kuin Para alcançar o título de curandeiro e mestra dos desenhos, um casal de gêmeos terá de enfrentar uma série de desafios na aldeia Kaxinawá, definida como Huni Kuin (humano verdadeiro) pelos seus integrantes. A crença desse povo indígena é o foco central do jogo “Huni Kuin – Os caminhos da jiboia”, que apresenta de forma minuciosa a riqueza cultural da aldeia concentrada no Acre, por meio de cinco histórias em que acreditam. Uma delas é o mito conhecido popularmente como “jiboia branca”. A aventura dos irmãos envolve a conquista de habilidades e conhecimentos de seus ancestrais, dos animais, das plantas e dos espíritos, além da comunicação com os seres visíveis e invisíveis de uma floresta. O idealizador do jogo, Guilherme Pinho, é doutorando em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP) e conta que existem muitas versões da mitologia da jiboia. “É importante registrar que não temos versões originais do mito, são versões que se transformam na forma de contar, que depende também do lugar”, disse. No jogo, o animal não é branco e a história é contada a partir da perspectiva Huni Kuin. O mito fala de um índio que se envolve com uma mulher jiboia e vai para o mundo dela, dentro de um lago. Lá ele participa do ritual com um chá feito de ervas encontradas somente no mundo das jiboias. Ao tomar a bebida ele tem a visão de seus sogros o engolindo. Assustado, volta sozinho para o outro lado do lago, mas depois de um tempo a mulher jiboia vai a terra e tenta engoli-lo. A família do índio mata o animal, e depois de uma semana o homem também morre. No local onde foi enterrado florescem cipós, usados para fazer o chá de Ayauaska. No jogo, a primeira missão é aprender a acionar o poder especial do cipó de Ayauaska. “O personagem traz as histórias dos ancestrais para o tempo presente. Explica como os índios aprenderam a usar a bebida. Para os índios essas histórias são reais, não mitos”, afirma Guilherme. Natasha D’Souza adquiriu desde 2015 mais afeição pela cultura indígena, quando foi ao Amazonas e se conviveu com uma tribo Huni Kuin. Entretanto, achava um pouco difícil de compreender algumas narrativas devido à complexidade. “O que eu gosto das histórias no jogo é que elas são divididas de forma simples e apresentadas com ilustrações, que facilitam a compreensão”, disse. O game “Huni Kuin – Os caminhos da jiboia” foi lançado em abril de 2016 e já teve cerca de 5 mil downloads no site www.gamehunikuin.com.br. O acesso é gratuito.

Zeus: o rei dos deuses gregos

Júpiter: soberania de Roma

Julio Cezar Green| juliocezarng@hotmail.com

Elisabete Pereira| bete.silva_bete@hotmail.com

Ele detinha os maiores poderes e todos os respeitavam no seu governo

Site smitefire

Zeus sempre foi respeitado por todos outros deuses Zeus é o principal Deus da Grécia Antiga, senhor dos céus e da terra, governava desde o alto do monte Olimpo, tinha o seu poder com a força do raio. Teve muitos filhos, que foram se espalhando por todos os lugares, era o Deus dos deuses, um ser que tinha superdivindade da fertilidade. Filho de Cronos e Rhea, nasceu na ilha de Creta e foi criado por Gaia, na caverna Dikation Andro. Foi chamado de porta-trovão, isso porque ele podia co-

mandar os trovões e o clima em geral. O raio que empunhava, de acordo com o mito, havia sido dado a ele pelos Ciclopes, um presente em agradecimento a libertação de suas prisões por Cronos. Zeus também tinha como seu símbolo a águia, que representava um ser ameaçador que vivia nas montanhas, lugar inclusive onde morava, a montanha Olimpos. Foi lá que Zeus compartilhou seu poder com seus irmãos Poseidon, que assumiu o poder

do mar, e Hades, que assumiu o poder do submundo. Seus filhos se dividiam entre heróis mortais ou semideuses, nascidos de humanas e deuses, que tiveram seus nascimentos de outras deusas. Mas não importava como eram conhecidos, todos os outros prestavam-lhe reverência e respeito. “Ele (e todos os outros deuses) deviam obediência ao Destino. Este, não governava, apenas determinava o tempo de duração das coisas. Fora isso, era imbatível. Teve que enfrentar monstros terríveis, foi duro, mas acabou vencendo, sempre”, explica o professor e mestre Warde Marx. “Não tinha algo como um demônio que vivesse atentando contra seu poder. Se aparecesse um, liquidava-o”, completa. O rei dos deuses era adorado pelos gregos antigos. Em várias cidades foram construídos templos em sua homenagem. O mais conhecido e importante foi levantado em Olímpia, local onde foi realizado a maior cerimônia relacionada a Zeus, lá se ergueu-se uma estátua de ouro e marfim com sua aparência.

Personagem que mescla crença e imortalidade

Conhecido como Jove, era o deus do dia e de todos os outros que constituíam o panteão da mitologia romana. Filho de Saturno e Cibele, que em correlação com Zeus, teve os irmãos engolidos pelo pai e salvo pela mãe, voltou para reivindicar o trono. Façanha que só foi possível, porque Cibele, cansada de sofrer as perdas sangrentas dos filhos, entrega Júpiter às ninfas da floresta, onde este tinha nascido. Já a Saturno, entrega uma pedra a qual o mesmo engoliu sem olhar, como fizera com todos os seus outros filhos, com medo de que um deles viesse a realizar a profecia de usurpar o seu lugar. Leandro Marques, professor de estética e arte, comenta: “Isso se deu, porque Saturno, filho do sol e da terra, tinha constante pavor de uma premonição que dizia que um de seus filhos o destronaria, devido ao fato de que com uma foice presenteada pela mãe, mutilou o pai e tomou o poder entre os deuses. Assim, como providência, passou a engolir todos os seus primogênitos, logo que nasciam, até que a maldição se cumpriu, ao ser enfrentado e expulso do céu por Júpiter”.

Reprodução

Júpiter dominava todas as divindades romanas Criado na ilha de Creta, Júpiter foi alimentado por uma cabra chamada Amalteia e quando esta morreu, usou a sua pele para fazer uma armadura que ficou conhecida como Égide. E, após se transformar no senhor soberano do universo, deu ao pai uma poção mágica que fez com que ele vomitasse todos os seus irmãos. Encerrando o ciclo tenebroso das suas forças desordenadas, que tudo corrompia e destruía. “É ele quem desperta os homens para o caminho da razão, onde as pessoas têm que viver Jornal Expressão

as suas experiências, a saber, que o verdadeiro conhecimento vem da dor. E que embora, não faça intervenção direta na vida humana se compadece dos seus sofrimentos e se magoa por eles, se limitando a premiar os esforços honestos e punir as impiedades”, esclarece Marcela Guimarães, estudante de letras e amante da mitologia. Feitos que consagram Júpiter como uma simbologia da própria vitória, se popularizando entre os romanos, como: “pai dos deuses e dos homens”. Que para sempre se instalou no trono do mundo.


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MITOS

Oxalá: o Senhor criador

reprodução

Oxalá é um orixá que simboliza a paz, a pureza e a pacificação Bruna Gonçalves Baptista | bruna.g.b@hotmail.com

O maior e mais respeitado de todos. É o Orixá associado à criação do mundo e da espécie humana. A primeira entidade criada por Olodumaré, o Deus Supremo, segundo a cultura africana. Simboliza a paz, é calmo, sereno e pacificador. Oxalá é um Orixá Fun Fun. Na África, todas as divindades relacionadas à criação são designadas pelo nome genérico de Fun Fun. Apresenta-se de duas maneiras: Oxalá Oxalufan, o mais velho, seu templo é em Ifon. Anda curvado por causa do tempo e ó o Opaxorô que o sustenta, um bastão de

metal branco com a imagem de um pássaro. Está diretamente ligado com à tranquilidade, paz, sabedoria e paciência; e Oxalá Oxaguian, o filho de Oxalufan, um Orixá jovem, forte e guerreiro. Seu principal templo é o Ejigbo. Em suas mãos estão o escudo, espada, mão de pilão e polvarim. Oxaguian é responsável por encorajar seus filhos nas lutas diárias para que eles possam superá-las. É dinâmico e está sempre em movimento, ele rege a inovação. De características severas, Oxaguian é quem motiva com espírito de luta e vontade de vencer.

“Oxalá é o nome de um dos Orixás mais importantes de cultos afro-brasileiros, como o Candomblé. Trata-se de uma entidade divina andrógina, que representa as energias da criação da Natureza e personifica o céu”, destaca Juliana Trindade, estudiosa da cultura e religião africana. Pai de todos os Orixás, encarregado de criar não só o universo, como todos os seres, todas as coisas que existiriam no mundo. O sincretismo de Oxalá é Jesus Cristo se deve ao fato de Cristo ser o filho do Deus maior, igual Oxalá. Assim

Iemanjá: rainha das águas Protetora dos mares, sua história é contada em diversas versões Jennifer Leite | jenni_ld@hotmail.com reprodução

Iemanjá esta relacionada a proteção dos mares Mãe poderosa, rainha e protetora dos mares. Iemanjá é um dos orixás mais famosos da mitologia africana. Filha de Olokun, seu nome leva o significado de “mãe cujos filhos são peixes” e, por isso, ela está diretamente associada aos mares, rios e pescadores. O mito de Iemanjá foi trazido ao Brasil pelos povos de origem Ioruba e Egba

e, além de ser aquela que decide o destino daqueles que entram no mar, em nosso país ela também é considerada como uma Afrodite brasileira, pois acredita-se que ela intercede em casos de desafetos amorosos. Kamila Oliveira, 21 anos, estudante de Engenharia Ambiental, mesmo não sendo filha de Iemanjá, tem por ela um grande

apego e a considera como mãe. “Eu não sou filha de Iemanjá, sou filha de Oxum, mas ela representa uma mãe para mim. É uma santa que me traz plena paz interior”, diz. Principal personagem de diversas lendas, existem várias versões que contam a história de Iemanjá e, de acordo com a cultura de cada região, algumas curiosidades vão surgindo. Como é associada ao catolicismo, na religião pode ser representada como Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora dos Navegantes ou Nossa Senhora da Assunção. A unanimidade, porém, em relação a ela, diz respeito ao amor, fertilidade e proteção, exatamente como Kamila a descreve. “Ela representa muito uma mãe. É como uma protetora, que cuida e protege seus filhos em qualquer situação”, conclui. Sobre o símbolo de maternidade e proteção da mitologia africana, Ricardo Alexandre de Faria, professor de história em Salvador, enfatiza suas características, mas também dá destaque para o aspecto que a relaciona com Afrodite. “Os seios fartos dão a característica da maternidade a ela. Mas, além disso, os traços, o cabelo escuro e longo e o corpo formoso, exibem os aspectos de feminilidade, amor e romantismo”, conclui.

como Jesus é fundamental para a história do Cristianismo, Oxalá é vida para a Umbanda e Candomblé. Oxalá é alheio a toda violência, disputas, brigas, gosta de ordem, limpeza e pureza. Sua cor é o branco e o seu dia é a sexta-feira. “Oxalá é a presença da força que buscamos no momento dos desafios, a sabedoria e coragem necessária para enfrentarmos os obstáculos em nosso caminho. É pai e filho, é o responsável por nossa criação e pela vida do mundo. Saudações ÈPA BÀBÁ!“, exalta o pai de santo Anderson Gomes.

Oxalá é considerado o maior de todos orixás

Minotauro: o homem touro Sua história está relacionada e exemplifica muito a traição Eduardo Guzzardi | eduguzzardi@hotmail.com

Conta o mito que o Minotauro nasceu em função de um desrespeito de seu pai ao deus dos mares, Poseidon. Minos, pai da criatura, havia feito um pedido ao deus para que ele se tornasse o rei de Creta. Poseidon aceita o pedido, porém pede em troca que Minos sacrificasse em sua homenagem um lindo touro branco que sairia do mar. Ao receber o animal, o rei ficou tão impressionado com sua beleza que resolveu sacrificar um outro touro em seu lugar, esperando que o deus não percebesse. Muito bravo com a atitude, que soou como traição, Poseidon resolve castigar o mortal. Faz com que a esposa de Minos, Pasífae, se apaixonasse pelo touro e engravidasse do animal. Nasceu desta união o Minotauro. Desesperado e com muito medo, Minos solicitou ao arquiteto Dédalos que construísse um labirinto gigante para prender a criatura. O labirinto foi construído no subsolo do palácio, na cidade de Cnossos, em Creta onde o rei ordenou que fossem enviados todo ano sete rapazes e sete moças de Atenas para serem devorados pelo Minotauro. Após o terceiro ano de sacrifícios, o herói grego Teseu resolve apresentar-se voluntariamente para ir à Creta afim de matar o animal. Ao chegar na ilha, Ariadne (filha do rei Minos) apaixona-se

Site Tes

Minotauroo: meio homem, meio touro pelo herói grego e resolve ajudá-lo, entregando-lhe um novelo de lã para que Teseu pudesse marcar o caminho na entrada e não se perder no grandioso e perigoso labirinto. Tomando todo cuidado, Teseu escondeu-se entre as paredes do labirinto e atacou o monstro de surpresa com uma espada mágica, que havia ganho de presente de Ariadne.

“Essa história diz muito sobre traição, mas também como é necessário se autoconhecer frente às lutas da vida. Teseu foi um dos maiores atenienses dos mitos e um dos maiores heróis da Grécia, ele era filho do rei de Atenas e Etra. Seu nome significa ‘o homem forte por excelência’”, relata Anderson Pereira, curioso por mitologia grega.

Loki: vilão ou apenas incompreendido? Sereia: O encantO dO Seu cantO Deus da trapaça é considerado ambíguo mesmo com suas maldades Isabela de Lacerda | isabeladelacerda@gmail.com

O deus nórdico é retratado como um dos personagens mais controversos entre os deuses, quase sempre causando problemas em Asgard, (reino dos Aesir, guerreiros do céu). Após ser punido por suas várias transgressões, todos costumavam ignorar o que tivesse acontecido depois de certo tempo. O trickster está ligado ao arquétipo do malandro, como aponta alguns psiquiatras. É notadamente uma das figuras mais profundas, representativas e complexas da Mitologia Nórdica. Leandro Vilar Oliveira, fundador e autor do blog “Seguindo Os Passos da História” e membro pesquisador do Núcleo de Estudos Vikings e Escandinavos (NEVE) e do Vivarium-NE (Laboratório de Estudos da Antiguidade e Medievo), conta que, pelo fato de não se existir algum embasamento para apoiar se Loki recebia ou não algum culto, o deus é considerado ambíguo. “Na Mitologia Nórdica, Loki é um deus, ou um jotun (gigantes que se opõem aos deuses), filho de Farbanti e Laufey, irmão de Helblindi e Býleistr. É o deus do fogo, da trapaça

e da travessura, está também relacionado à magia, podendo assumir forma que quiser”, explica Leandro. As atitudes de Loki mostram sempre o seu lado maléfico e degenerado, mas geralmente ele está em busca de algo bom, apesar de irem contra os seus objetivos originais. Contradizendo suas ações, Loki não é considerado um deus perigoso como muitos o fazem parecer. Os outros deuses sempre fazem uso da sua criatividade quando estão com problemas potencialmente sem solução ou esperança. Ultimamente, Loki tem aparecido mais na mídia, principalmente devido ao personagem nos quadrinhos da Marvel, sendo um supervilão que está sempre em

conflito com o herói Thor, que é seu meio-irmão no universo da revista e das adaptações cinematográficas. Segundo os criadores, Loki foi adotado por Odin, deus da guerra e da sabedoria, durante um conflito em Jotuheim. Mas seria ele um semideus, já que é filho de gigantes e não deuses? “Para os escandinavos não havia semideuses, pois deuses tinham filhos com gigantas, e estes filhos eram considerados deuses e não semideuses. No caso de Loki, ele era filho de gigantes. Além disso, há uma ressalva a se fazer: para ser um deus, o indivíduo teria que ter um pai deus, independente da mãe ser uma giganta ou humana”, comenta o pesquisador. Vortex Cultural

Jornal Expressão

O mito da sedução e o perigo das sirenas Giovana Santos| gisilva965@gmail.com Reprodução

Sereia: Poder, sedução e encanto Todo mundo já deve ter imaginado como é o canto de um ser mítico que encanta a ponto de fazer o ser humano ser capaz de tirar a própria vida. As sereias são seres descritos em livros e filmes como um ser metade peixe e metade mulher, que são extremamente sedutoras. As sirenas viviam em uma ilha no Mediterrâneo em algum lugar do mar Tirreno, elas estavam sempre próximo a rochas, e eram vistas pelos marinhei-

ros, que se aproximavam para ouvi-las cantar, se descuidavam e acabavam naufragando. “As sereias em geral são consideradas filhas do deus do rio Aqueloo e da musa Melpômene ou de Terpsícore, Homero um poeta da Grécia antiga que nasceu e viveu no século VIII, afirmou em suas obras que elas podiam prever o futuro o que condiz também com divindades nascidas de Gaia, que é a geradora de todos os deuses”,

disse Bruna Celestino professora de História da Arte. Na Grécia antiga tem muitos mitos sobre as sereias, alguns deles falam que elas eram mulheres que ofenderam a Deusa Afrodite, que como castigo fez com que elas se transformassem em um ser metade peixe e metade mulher, e vivessem isoladas no mar. As sereias sempre foram representadas como um ser sensual, algo relacionado ao sexo, por suas curvas e seu canto sedutor, por prender atenção dos homens. “O que me encanta nas sereias é a sensualidade, o poder de sedução e de conseguir o que quer dos homens, é algo que me fascina, e me imagino uma sereia de verdade quando estou as representando”, disse a interprete de sereia Marina Dos Santos. A mitologia que cerca as sirenas também estão relacionadas aos sonhos de amor ideal e fatal, pois elas eram consideradas o desejo de todos os homens, mas elas também recebem os atributos de ameaçadoras e vorazes, e talvez fosse uma das características predominantes na personalidade das sereias.


ano 24 |no 13| novembro/2017

Aplicativos facilitam a vida do cidadão Órgãos públicos se aproximam da população com apps que trazem praticidade nos serviços Letícia Viola | leticia.carvalho.viola@gmail.com

Para se unir ao desenvolvimento mobile, os órgãos públicos também estão se aproximando da população para trazer facilidades através de aplicativos de utilidade pública que devem ser explorados. Utilizando a tecnologia a serviço da população, a proposta de aplicativos informativos faz parte da estratégia dos governos federal, estadual e municipal para ampliar o acesso à informação e a prestação de serviços. No Brasil, por exemplo, o celular é o principal meio de acesso à internet. Segundo o IBGE, o número de pessoas que têm celular aumentou 147% em 10 anos, e o número de casas com acesso à internet por tablet, celular e televisão cresceu 137,7% – passando de 3,6 milhões para 8,6 milhões, de 2013 para 2014. “Eu trabalho 24/48, então, o tempo que eu tenho para ir

a locais físicos fazer alguma consulta ou tirar alguma dúvida é zero. Quando eu soube que poderia evitar filas para acessar meu FGTS, por exemplo, foi uma grande novidade. Desde então fui descobrindo outros apps que facilitam minha vida”, afirma a jornalista de dados Júlia Riv. Para o estudante Matheus Carvalho, os serviços disponíveis no celular são fundamentais para auxiliá-lo nos estudos. “Eu estudo pelo E-PROINFO que, além de fornecer materiais, possibilita que eu debata com outros estudantes sobre assuntos dentro do meu cronograma e me inscreva em cursos do meu interesse, sem precisar me desconcentrar no YouTube ou redes sociais”, diz. Confira a lista com 10 aplicativos de âmbito nacional: 1. Brasil 360º: permite assistir vídeos com atrativos turísticos do Brasil em 360º; 2. Infraero voos online:

consulta de horários de partidas e chegadas de voos de 50 aeroportos brasileiros, entre outros serviços; 3. CAIXA: confira seu extrato, faça transferências, pagamentos, acompanhe os resultados das loterias, simule financiamentos e muitos mais; 4. Bolsa Família: calendário de pagamentos, situação do seu benefício e consulta das últimas parcelas disponibilizadas; 5. FGTS: ajuda o trabalhador a acompanhar todos os detalhes da sua conta do FGTS com muito mais praticidade; 6. ID Jovem: o aplicativo do programa ID Jovem dá mais acesso a transporte interestadual, cultura, lazer e eventos esportivos; 7. MedSUS: traz a lista de medicamentos indicados pelo SUS, pesquisas, informações e auxílio no cálculo de doses de medicamentos;

Angélica Tucan

Aplicativos gratuitos são disponibilizados gratuitamente para a população 8. INSS: permite que procura por pontos de Como Baixar acesso aos dados cadas- táxi em todo o território Para baixar os aplicativos trados no INSS, atualizado brasileiro; relacionados, basta buscácom o calendário de pagamentos do INSS de 2017, além de informações e consultadas de saldos;

9. Onde tem táxi aqui?: aplicativo do Ministério das Cidades,

10. E-PROINFO: ambiente colaborativo de aprendizagem para visualizar cursos, informações detalhadas de instituições e participação aos fóruns de discussões.

-los nas lojas de apps apropriadas ao seu dispositivo (Google Play ou App Store). Além de apps do governo federal, informe-se sobre os que estão disponíveis em seu Estado e município.

Dirigir sem usar as mãos, uma realidade Celular requer elegância no uso O aparelho que garante conexão com o mundo pede regras de etiqueta Ricardo Rossini | ricardo_rossinijr@hotmail.com

Matheus Caixeta | teuscaixeta@gmail.com

passado, foram apresentados alguns testes feitos por estudantes, em que pessoas deram um passeio pelo campus da Universidade de São Carlos e da Universidade de Campinas. Em ambas as situações o carro funcionou em perfeitas condições e com comandos diretos do computador ou notebooks das pessoas. “Esse novo sistema estudado pelo mundo pode salvar vidas. Nossa intenção é trazer segurança às pessoas e solucionar os problemas de comodidade do automóvel”, explica Gelson Fanhani, consultor de vendas da Chevrolet, na zona leste da cidade de São Paulo. Matheus Caixeta

Conheça a nova BMW elétrica série 7 nas concessionárias

A tecnologia tem sido explicada com parcimônia por diversas companhia. Com toda tecnologia para estacionar (que manobra o carro), o X7 da BMW possui frenagens automáticas, acomodação existente em oito diferentes automóveis de distintas montadoras e é considerado o mais comum pelas tecnologias de ponta. “Para BMW Group, o processo de criação de carros autônomos já começou e está sendo inserido em seus veículos a partir de cinco fases de desenvolvimento”, afirma João Veloso, diretor de comunicação do Group BMW Brasil. Diversas montadoras afirmam que, em 2021, poderão ser refeitos financiamentos a fim de que todos os brasileiros tenham condições de compra dos modelos autônomos. As leis terão que ser vistas novamente, além da mudança das infraestruturas do país para receber a novidade. Algumas novidades poderão vir na próxima década, mas não é possível de prever esse feito. Praticamente todas as grandes empresas automobilísticas têm projetos e testes em andamento e enfrentam essa empreitada, se perguntando até que ponto o sistema futuro chegará.

Corrija o erro no replay Recursos eletrônicos ajudarão em lances controversos

Não é de hoje que encontramos pessoas que quebram algumas regras do bom senso em ambientes públicos e corporativos quanto ao uso de dispositivos móveis, como por exemplo, ligar som alto na rua, acender a tela em uma sala de cinema ou mandar aquela mensagem de texto durante uma importante reunião no trabalho. Por muitas vezes, elas nem imaginam o quanto podem estar incomodando. Apesar de muitos usuários dominarem a tecnologia, é comum se ver que elas ignoram preceitos básicos do uso desses gadgets. Nas empresas, ainda que o telefone celular seja um recurso cada vez mais necessário, é preciso saber os limites ao usá-lo. Passar o tempo conversando, jogando, trocando mensagens ou escolher um toque muito barulhento são apenas alguns dos erros que os profissionais cometem ao utilizar o aparelho dentro da organização. “Existe um excesso do uso do celular. Vivemos em um mundo em que estamos conectados, sempre com um dispositivo em mãos, mas tem-se que saber como se poupar de situações constrangedoras, nas ruas e nas empresas. Evitar andar com ele em mãos não é só uma questão de elegância, mas de

Manusear o smartphone exige bom senso em público segurança e no trabalho, no cinema, no jantar em família, deve-se deixar o toque no vibracall, pois demonstra atos de respeito com as pessoas a sua volta. Então, conhecemos as regras, mas não as botamos em prática”, aconselha Angela Pimentel, especialista em etiqueta. Nas situações que envolve encontros românticos, o smartphone pode ser um tanto quanto o vilão da história. Não pega bem, por exemplo, usar aplicativos para buscar descontos em restaurantes. Como sempre, é tudo questão de bom senso e deve-se ter consciência. O vício tecnológico existe. O mundo hoje é voltado para uma telinha que cabe no bolso e algumas pessoas deixam que isso tome conta

delas. É como naquela série britânica Black Mirror: deixamos ser envolvidos pela vida digital e nos esquecemos da vida real. Isso não pode acontecer. Se não houver uma conscientização apropriada, pode gerar problemas de saúde, como ansiedade e depressão”, analisa Mariane Dias, psicóloga. Os smartphones estão aí, recheados de aplicativos e serviços à nossa disposição. Quando a tela ilumina é quase impossível não checar. Mas não se deixe enganar. Mesmo que seu uso seja tolerado e até incentivado em vários ambientes e alguns momentos da vida, lembre-se de que ele ainda precisa ser usado com moderação. Seja elegante quanto ao uso dos aparelhos móveis.

Pablo Alberto

Os carros autônomos são veículos com a função de conduzir as pessoas sem que elas coloquem as mãos ao volante, sonho do motorista que vai ser apenas um ocupante, podendo aproveitar o trajeto para trabalhar ou até mesmo relaxar, sem se preocupar com as estradas. Esse fato é realidade e foi mostrado no Salão de Frankfurt 2017, evento que mostra as novidades e crescimento da indústria automotiva mundial, realizado na Alemanha. Projetos das fabricantes de carros autônomos concentrados nos EUA, na Europa e no Japão, mas algumas universidades brasileiras testam esse tipo de sistema. No ano

Ricardo Rossini

Tecnologia desenvolve carros controlados com sistemas inteligentes

Pablo Alberto | pabloalberto91@gmail.com

Gol de mão. A bola entrou ou não? O jogador mereceu cartão amarelo ou vermelho? Essas e outras situações acontecem em jogos de futebol e basta um erro do árbitro para que o juiz vire vilão na visão de torcedores, jogadores e da imprensa. Buscando a redução dos erros da arbitragem, em junho de 2016 a FIFA autorizou algumas confederações para que iniciassem a experiência de usar a revisão de lances através de imagens. A equipe de árbitros que estará em uma sala, verá os replays e ajudará o juiz em campo, que também poderá ver o lance novamente. A liga americana foi a primeira a testar o sistema para a revisão das jogadas dois meses após a liberação da entidade máxima do

futebol. Com a efetividade dos equipamentos, a FIFA ainda em 2016 inseriu a tecnologia em seus campeonatos e liberou para quem desejasse recorrer ao auxílio das imagens. Apesar de ter sido uma das primeiras Confederações com autorização para a revisão de jogadas, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) não se interessou em incrementar a tecnologia em seus campeonatos e foi ter a sua primeira experiência somente em junho desse ano, após solicitação da Federação Pernambucana de Futebol, usando o recurso durante a final do seu campeonato estadual. A CBF alegou falta de recursos para não ter inserido a tecnologia, durante esse tempo.

Mas em setembro desse ano, a CBF ignorou a falta de recursos e decidiu implementar o árbitro de vídeo no campeonato brasileiro, mesmo com mais da metade de suas rodadas já terem acontecido. Essa mudança drástica ocorreu após o árbitro Elmo Rezende validar um gol feito de mão pelo atacante Jô, que deu a vitória para o Corinthians sobre o Vasco na 24ª rodada do Brasileirão, na tarde do dia 17 de setembro de 2017. Se no decorrer do lance a arbitragem não percebeu a irregularidade, o erro crasso ficou claro para todos os telespectadores que assistiam ao jogo. Para José Eduardo Golçalves, ex-bandeirinha da FPF (Federação Paulista de Futebol), o vídeo será benéfico para quem estará toman-

Árbitros usarão auxílio da tecnologia para decidir sobre lances polêmicos do as decisões em campo. “No momento em que acontece a jogada, quem está dentro de campo tem pouco tempo para tomar a decisão. Com a revisão, a culpa sairá dos ombros do meu colega”, completa Gonçalves. Já para Fernando Silva, professor de Educação Física, o recurso não salvará so-

mente a pele dos árbitros, os grandes condenados pelos erros, como também ajudará a sanar a injustiça. “O intuito do esporte é que a equipe que mais merece se saia vitoriosa, mas quando a equipe A é beneficiada por um erro, acaba manchando e até apagando o brilho de uma conquista”, afirma Silva.

Jornal Expressão

Após duas rodadas da aprovação, a CBF encontra dificuldades para iniciar o recurso. A preparação dos árbitros que ficarão revisando os lances e a falta de estrutura para as câmeras atrapalham o início do uso, mas a entidade promete que após a paralisação para jogos da Seleção o arbitro de vídeo finalmente estreará.


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Fanzine reinventa recicláveis

Artista inquieta procura eternizar sua arte produzindo zines. Expõe sua obra em saraus e feiras Aline Freire | freire.aline1992@gmail.com

Heloísa Carvalho, desde a infância é criativa. Incentivada pela mãe, que é pedagoga, ela escreve músicas e poesias, desenha e pinta telas, customiza roupas e acessórios e até faz filtros dos sonhos. Em uma conversa com uma amiga que disse que a escrita é a língua morta, ela se inquietou e procurou por uma forma de eternizar a sua arte, dinamizar aquilo que faz e disponibilizar suas obras por um bom custo benefício, para que muitos tenham acesso. Assim, ela teve seu primeiro contato com os fanzines. A palavra fanzine vem da contração da expressão em inglês fanatic magazine, que significa revista de fãs. Para os íntimos, podem ser

chamados de zines. Eles são publicações feitas por pessoas que queiram se expressar de várias maneiras e sobre os mais diferentes temas. Um zine não tem regra fixa de como deve ser feito, ou de como será o seu resultado final. Basta usar a criatividade. “Eu faço esses zines para não deixar minha arte ser morta, sabe? Além disso, consigo expandir meus pensamentos com frases de efeito e viajar criando a parte visual, que faço toda com materiais recicláveis”, diz Heloísa, produtora de fanzines. Uma das maiores dificuldades de um artista, segundo Heloísa, é a remuneração. “Temos que achar formas

alternativas de fazer o que amamos. Praticamente só ganhamos dinheiro para sair num rolê com os amigos”. Em suas produções, ela já utilizou rolo de papel higiênico, sobra de rascunho de suas poesias, retalhos, papel de pão, caixinha de fósforo usada, revistas antigas e muitos outros objetos que podem se tornar utensílios artísticos e trazer benefícios para o meio ambiente. Mas, apesar de poder utilizar qualquer material, precisa-se ter cuidado pois a parte física precisa ser condizente com o texto ali presente: “Precisa ter uma comunicação entre todos os elementos”, afirma Heloísa.

Os fanzines não podem ser encontrados em bancas de jornais assim como revistas comuns. Na maioria das vezes, eles são considerados raros, até porque são produzidos em volume único. Atualmente, existem feiras, saraus e exposições temáticas que vendem o produto. “Eu exponho em saraus, feiras de artesanato e exposições de arte. Meu método de venda é: pague o quanto quiser. Deixo à disposição para quem quiser ler e apreciar, e se acharem que mereço, podem comprar, mas sem compromisso. Faço por amor mesmo”, declara Heloísa. Os leitores se divertem a cada página virada. “É im-

pressionante a criatividade usada para realizar a revistinha. Ela consegue colocar objetos que nunca imaginei que poderiam virar obra de arte,

interligando-se com as letras de suas músicas e poesias. É genial”, afirma Andressa de Souza, ao ter seu primeiro contato com um fanzine. Heloísa de Carvalho

Exposição traz fanzines produzidos por Heloísa

Projeto realiza produções Vivências de cultura urbana cinematográficas em SP Projeto social e cultural traz ao debate questões de realidades diferentes

“Cinema na Zona Leste” produz filmes de baixo custo com equipe local

Tatiane Gomes | gomesrodrigues1995@hotmail.com Arquivo Pessoal

Matheus Fernandes | matheus.fernandes_silva@hotmail.com Reprodução

O Milagre de Karen é o próximo filme da Cia GiGi O bater de claquetes, correria de maquiadores, produtores e câmeras espalhadas. Poderia ser Hollywood, mas não. Estamos falando sobre produção cinematográfica realizada com atores e cenários vindos de uma das regiões mais conhecidas e comentadas de SP: a Zona Leste. O projeto “Cinema na Zona Leste” realiza produções cinematográficas de baixo orçamento utilizando atores e lugares da região para as filmagens. O projeto nasceu em 2010, pelas mãos da atriz Givonete Ferreira, a Gigi Maravilha, que dirigiu o filme “O Alcoólatra”,

gravado e exibido no bairro de São Miguel Paulista. Satisfeita com o resultado do primeiro filme, Gigi contou com o apoio de seu filho Marcelo Bento para em 2013 fundar a Cia. Nacional de Produções Culturais GiGi Maravilha. Chama a atenção o fato de o projeto da atriz não contar com nenhum tipo de incentivo cultural, algo que aumenta as dificuldades do trabalho realizado. “Seguimos apenas com nosso esforço e com a ajuda de amigos e empresários”, afirma Gigi. Atualmente, a atriz está trabalhando na produção do filme “O Milagre de

Karen”, em fase de seleção de elenco. O filme contará a história de uma garota cega que sonha com Jesus Cristo. A partir desse episódio, a garota passa a desenvolver sua espiritualidade. “A história é baseada em um fato real. É um drama com ares de romance, conta com vilões e tudo o que uma boa história tem direito”, explica Gigi. A protagonista da história é interpretada por Sandy Menezes Gomes, modelo e moradora de São Miguel Paulista. Este é seu primeiro trabalho como atriz. “Fiquei muito feliz quando me convidaram para o papel. Cada cena foi um aprendizado. Será uma experiência que levarei comigo por muito tempo”, relata a atriz. A previsão é de que a equipe de “O Milagre de Karen” seja composta por 150 pessoas e que o filme fique pronto em dois meses. Um dos editores dos filmes da GiGi Maravilha Produções, Vinícius Rocha conta que costuma ficar contente com o resultado de seu trabalho, e que o processo de edição dos filmes não costuma ser fácil. “Por ser o primeiro trabalho de alguns atores, tenho algumas dificuldades na edição de determinadas cenas. Mas quando vejo o trabalho finalizado tenho uma sensação muito bacana de dever cumprido, estão todos de parabéns”, diz, orgulhoso.

Grafito, logo existo Mensagens encontradas nos muros e metrôs de Sâo Paulo Beatriz Olivetti | beatriz-olivetti@hotmail.com Arquivo pessoal

Arte que impressiona leva a uma viagem em 3D Jornal Expressão

Produtora cultural A Banca promove shows e eventos Conectar pessoas de diferentes realidades e condições sociais para proporcionar o empoderamento dos sonhos e a quebra de barreiras criadas pela sociedade é a principal missão da produtora cultural social A Banca. Desde seu início, o projeto já realizou mais de 80 eventos gratuitos em diversos espaços de São Paulo, onde se apresentaram mais de 100 grupos musicais, beneficiando milhares de pessoas. Além dos eventos, são prestados serviços como oficinas de hip hop, ensaios abertos, intervenções culturais e vivência entre diversas classes sociais. Nesse contexto, A Banca se posiciona no mundo como uma produtora cultural de impacto positivo, utilizando a música, a cultura hip hop e a tecnologia como uma forma de promover a inclusão e fortalecer a identidade dos jovens. Criada em 1999, era, inicialmente, um movimento juvenil que se organizava

para fazer eventos de hip hop como uma maneira de trazer respeito, ter voz e tentar sobreviver a dura realidade local. Esse lugar é o bairro Jardim Ângela, que nos anos 1990 foi considerado o lugar mais violento do mundo, de acordo com a ONU. Marcelo Rocha, mais conhecido como DJ Bola, é o presidente fundador da A Banca. Ele se sente maravilhado e realizado com tudo o que conquistou através do projeto que desenvolveu. “Trabalhar aqui é viver o sonho todos os dias. Além disso, é quebrar as barreiras econômicas e sociais, usando da cultura urbana e do hip hop para aproximar e dialogar com realidades diferentes”, explica. Hoje em dia, A Banca já desenvolveu projetos culturais e sociais de grande impacto com o governo e com o munícipio do Estado, onde estão presentes, por exemplo, iniciativas de leis de incentivo à cultura, como a Lei Rou-

As manifestações culturais artísticas são mais antigas do que imaginamos. Com seu surgimento na Europa, o grafite foi ganhando as ruas do Brasil, sendo um marco da arte principalmente em São Paulo. Sabemos que atualmente o grafite em 3D, em três dimensões, desperta muito a curiosidade das pessoas. Antigamente, era o cinema que colocava cada um dentro de uma esfera incrível de inovação e criatividade. Isso mudou, pois com a arte da pintura do grafite em 3D, o cenário urbano foi alterado gradativamente com o tempo. O comum eram apenas as pinturas nos muros normais, porém os artistas queriam algo novo e inovador, que fosse capaz de levar a pessoa a uma viagem estando parada na rua. “Como ativista cultural, vejo essa arte nada mais que uma liberdade de expressão, em forma de pintura rústica. O artista passa através do 3D uma ilusão ótica onde expressa o que ele sente, assim como os músicos em notas

musicais. É uma arte que vem ganhando força e crescendo com suas inovações”, conta Guilherme Fonseca, compositor e ativista cultural. O desenho em 3D necessita que o artista possua uma visão diferente do comum, porém carrega um grande grau de dificuldade, pois usa três dimensões e etapas cuidadosas para a elaboração. Ganhando sua imensidão pelas ruas e metrôs de São Paulo, essa nova forma de grafite chama a atenção pelo realismo e por um sentimento que é visível aos olhos de quem aprecia esse tipo de arte urbana.

anet, sendo uma referência na conexão entre escolas públicas e particulares. “O grande diferencial da A Banca é que, além de trabalhar a cultura e a música como forma de educação, colocamos em prática o exercício da cidadania, discutindo com os jovens da periferia e conectando-os com outros da sociedade. É um momento de reflexão do que acontece ao redor deles, onde damos liberdade para que possam se expressar e se sentirem aptos a participar de algo positivo”, conta DJ Bola. O estudante Lucas Cardoso, de 16 anos, entrou nas oficinas de hip hop há pouco mais de um ano, e já sentiu os efeitos que A Banca surtiu em sua vida. “Antes, eu só vivia na rua e sabia que estava sujeito a ter contato com coisas erradas. Conheci a produtora quando fui assistir a um show do Marcelo (DJ Bola) com alguns amigos, e fui convidado por eles para fazer parte. Hoje, o local é minha segunda casa”, relata o jovem, emocionado. Estr. da Baronesa, 75 Jardim Kagohara, São Paulo – SP (11) 5834-8025 www.abanca.org contato@abanca.org facebook.com/ABancaJovem

“Acho muito legal o jeito que eles se expressam. Parece que você vai entrar nessas artes. Acredito que o grafiteiro busca um sentimento da realidade que acontece no mundo. Adoro grafite e as pinturas em quadros. Isso faz a diferença nas ruas apagadas de São Paulo”, diz Henrique de Moraes, técnico em T.I. Assim, o que antes era apenas um desenho, se transformou no maior marco e símbolo das ruas urbanas da cidade, capaz de transformar vidas de muitos jovens. É protesto, é opinião e, acima de tudo, é amor à arte.


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Um salto por liberdade e revitalização Conheça o esporte que descobre e transforma espaços ociosos da cidade de São Paulo em plataformas para voos radicais Giovanna Pinheiro | ggiovannapinheiro@gmail.com

Uma construção abandonada, muita coragem e pulos insanos. Esta é a combinação que reúne praticantes de rope jump, uma atividade urbana que carrega mais significados do que a simples busca por adrenalina. A técnica, criada pelo americano Dan Osman, recordista na atividade após realizar um salto de mais de 300 metros, consiste em pular de edificações ou cachoeiras enquanto o impacto do movimento é sustentado por cordas que formam um “pêndulo humano” atravessando o céu. Apesar de ainda pouco popular no Brasil, o rope jump vem ganhando força através de grupos que se dedicam a sua divulgação e aprimoramento através da promoção de eventos e campeonatos. “Conheci o rope através de um amigo praticante de rapel que executava a ativi-

dade, pedi para que ele me ensinasse e fiquei realmente apaixonado. Foi após dois anos e meio que resolvi montar a Rope Trips, junto com mais duas pessoas do ramo” conta Marco Jota, promotor de vendas e jumper. Os encontros da Rope Trips e de grupos com a mesma finalidade acontecem em locais públicos de São Paulo, como a Ponte Sumaré e prédios desocupados em São Bernardo do Campo, comumente durante fins de semanas, e são abertos para qualquer pessoa interessada em conhecer o esporte. As únicas restrições são voltadas para problemas de saúde específicos, como epilepsia, complicações cardíacas ou peso excessivo (acima de 110 kg), que podem colocar em risco a integridade física do participante.

Júlio Ribeiro

Praticante sendo equipada e instruída para o salto

Elas são as donas do jogo

Em uma tendência mundial que une esportistas do parkour, urbex (exploração urbana) e atividades verticais (escalada, rapel, cachoeirismo), os jumpers se juntam para descobrir novos lugares abandonados pelas grandes cidades, que possam voltar a servir como espaços úteis. Constantemente questionados sobre os perigos apresentados pelo esporte, os atletas deixam claro que se expor às quedas livres proporcionadas pelo rope jump vai muito além da procura por adrenalina. “O rope jump proporciona sensação de liberdade e um aumento significativo da autoconfiança, que ultrapassa as barreiras do esporte. O praticante passa a confiar mais em si mesmo e isso reflete em sua vida pessoal. Além disso, existe a superação de limites e o encontro

de uma válvula de escape para o estresse ocasionado pela rotina urbana”, assinala o atleta Júlio Ribeiro. Sem contar com qualquer ajuda financeira impulsionada por patrocínios, os jumpers seguem com persistência, buscando pela popularização do esporte e o ganho de novos atletas, acreditando em voos mais altos a cada salto.

SERVIÇO: “Rope Trips” Av. Dr. Arnaldo, nº 1400 Atividades: Sábados e domingos

Brasil é tricampeão do Homeless World Cup

O agente da mudança no mundo dos esportes tem nome: Roller Derby

O time bateu o recorde na Noruega após a vitória de 4x3 sobre o México

Otávio Santos | otavio_san@hotmail.com

Mayara Nunes | nunez.mayara@gmail.com

Se você quer algo bem feito, faça você mesma. Este é o lema adotado por centenas de mulheres entusiastas dos patins em todo o país. O roller derby é uma modalidade esportiva independente feita por elas e para elas, da parte tática e administrativa à autonomia na tomada de decisões. Criada na década de 1930 no formato de corrida sobre patins, evoluiu para uma atividade complexa capaz de aliar estratégia, resistência e contato. As partidas acontecem numa pista ovalada e são divididas em dois tempos de 30 minutos. A vantagem no placar é garantida quando a pontuadora – ou jammer – ultrapassa quatro bloqueadoras adversárias. No Brasil, o esporte ganhou milhares de seguidores após o lançamento do filme de Drew Barrymore, Garota Fantástica. “Calce seus patins, seja sua própria he-

roína” foi a frase usada pela capitã Malice, vivida pela atriz Kristin Wiig no longa de 2009. A protagonista Bliss (Ellen Page) foi quem decidiu seguir o conselho de se unir à equipe, apesar do conservadorismo de sua família. “Acreditamos que o esporte é um meio de empoderar as mulheres, nos faz descobrir o quanto somos fortes, poderosas, rápidas e resistentes. A gente aprende a bater, a cair, a se machucar e a se recuperar. Criamos laços de amizade com outras mulheres e nos fortalecemos juntas”, comenta Rafaela Mayer, psicóloga e integrante da equipe curitibana Blue Jay Rollers. Rafaela ainda relata que já foram expulsas de quadras pagas e que sofrem com o assédio de maneira frequente. Para ela, integrar um grupo de mulheres praticantes de esportes ainda é um desafio,

mas é na coletividade que encontra a força necessária para seguir. A jogadora do time piracicabano Capivaras Roller Derby, Carol Mardegan, completa: “O derby dá essa força para a gente. É um esporte totalmente inclusivo. Participam meninas de qualquer tipo físico. Gorda ou magra, alta ou baixa. Durante os treinamentos, a gente vai vendo quem é apta. Para fazer parte do time, é só ter o básico, o mínimo de habilidade. Toda menina deveria ao menos conhecer”, aconselha. Carol, conhecida nas quadras pelo apelido de Litrão, dá o recado para quem deseja iniciar os treinamentos ou conhecer um pouco mais sobre a prática. “Aguarde o recrutamento das ligas de sua cidade ou inicie seu próprio time. Espalhadas pela rede estão milhares de meninas dispostas a ajudar, seja como for”, finaliza. Carol Mardegan

Equipe curitibana Capivaras Roller Derby solta o grito de guerra antes da partida

Anjos paulistanos andam sobre duas rodas Uma rede espontânea, colaborativa e voluntária através das bikes Karla Nunes | karla_nunescarlos@hotmail.com

O projeto que atualmente possui cerca de 5 milvoluntários realiza diversos trabalhos com o objetivo de promover, mobilizar e ajudar as pessoas a usarem a bicicleta. Se você ainda não aprendeu a andar sobre o veículo de duas rodas ou ainda tem medo de utilizá-los, o Bike Anjo pode te ajudar fornecendo aulas gratuitas em diversos locais da cidade de São Paulo.

Esse trabalho surgiu no ano de 2010, quando João Paulo Amaral, cicloativista e fundador dessa mobilização, junto com seus amigos percebeu que familiares e vizinhos necessitavam e desejavam obter ajuda para andar de bike. Aos poucos o movimento foi ganhando visibilidade e passou a trabalhar através de um blog, com uma plataforma para promover o

contato entre voluntários e interessados a aprender. “Eu tenho 56 anos e nunca tive acesso à bicicleta. No dia que consegui pedalar sozinha, foi uma sensação de liberdade e conquista muito grande, a melhor nos últimos tempos”, conta Edneusa Nascimento, aluna no projeto. A iniciativa não para por aí. Além das dicas e aulas sobre como andar, a ONG

Divulgação

Comemoração da seleção nacional por sua terceira vitória no campeonato mundial Ao contrário da Seleção Brasileira, que perdeu de 7x1 para Alemanha na Copa do Mundo de 2014, a equipe do Futebol Social que representa os sem-teto de todo o país não ficou para trás. Conquistaram a terceira taça desde que começaram a competir, em 2004. O time venceu o campeonato em Poznan, na Polônia, em 2013, e, no Rio de Janeiro, em 2010. Agora, o Brasil fica na frente da Itália, Chile, México e Escócia nos livros de registro, onde cada país possui duas vitórias. Nesta edição, o Brasil levou um time misto, com cinco meninos e três meninas. Adolescentes que moram em zona de risco no Brasil e que fazem parte de projetos sociais tiveram a oportunidade de cruzar os céus pela primeira vez. Felipe Pinho tem apenas 17 anos e é um dos integrantes da Seleção Brasileira nes-

ta categoria. “Foi muita emoção. Estou muito feliz e é um dos campeonatos que eu nunca mais vou esquecer, porque foi a coisa mais importante para mim até o momento”, alega o jovem campeão. Cláudio Bongiovani participou dos primeiros campeonatos, viajando para Suécia, Escócia, Portugal e Áustria. Ele lembra da experiência com muito carinho e conta que o Futebol Social proporcionou uma oportunidade que ele jamais imaginou ter na vida, como, por exemplo, andar de avião, conhecer o Castelo de Balmoral, na Escócia, receber os parabéns do representante do consulado do Brasil, em Londres, e presenciar o show da cantora Amy Winehouse no auge da carreira. O Futebol Social nasceu da Revista Ocas, que promove geração de renda para pessoas em situação de vulnerabilidade social com a sua venda. Hoje, ele conta

com uma estrutura ampla para treinar os jogadores. “A gente participou de cinco copas e não ganhou nenhuma. Agora que o time se profissionalizou e virou o Futebol Social, já ganharam três”, explica Bongiovani. “O técnico faz uma reciclagem pegando jogadores em situação vulnerável do Brasil todo. Antes, quem jogava eram os vendedores da Ocas, e para nós foi um desenvolvimento muito grande, porque conseguimos aprender outras culturas, conhecer pessoas e ampliar o nosso conhecimento”, arremata o ex-jogador.

obtém diversos projetos e campanhas como “De bike ao trabalho”, que incentiva a utilização desse meio de transporte alternativo para trabalhar, “Ação para não ciclistas”, que se preocupa com a orientação daqueles que não utilizam o veículo, mas tem influência no conforto dos usuários e também o “Bike na periferia”, que leva suas aulas e orientações para regiões mais afastadas da cidade. “É muito importante a educação no trânsito. Nós acreditamos que essas aulas devem ser inseridas desde a

infância. Com os benefícios para saúde e para o convívio social, quanto mais bicicleta, melhores serão as nossas cidades. Nós realizamos uma corrente do bem, já que mui-

tos alunos se tornam voluntários desse trabalho e, assim, de forma espontânea e colaborativa difundem os benefícios da bicicleta”, relata a coordenação da ONG.

ENDEREÇO: R. Campos Sales, 88 Brás – São Paulo/SP CONTATO: (11) 3208-6169

Karla Nunes

Ciclistas aproveitam o domingo no Ibirapuera Jornal Expressão


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