número 8 usjt setembro/2017 ano 24
Jornalismo Universitário levado a sério
amor animal O fantástico mundo dos pets Especial - pág. 4 e 5
ano 24 |no 8 | setembro/2017
Queridos humanos, este jornal é nosso!! Au, au... Miau, miau... Este Caro leitor é especial, viu!? Nós somos os donos do pedaço. Pedimos licença para as professoras Iêda e Jaqueline – deixamos elas na folga – e resolvemos escrever esse texto. Sabemos que somos uns fofos, queridos, gostosos e muito amados. Vocês humanos costumam nos tratar com muito mimo e carinho. Fazemos parte da família. Somos os donos dos sofás, das camas... Au, au... Miau, miau... Fazemos parte de quase 45% dos lares brasileiros. Somos milhões que têm uma vida tranquila. Mas muitos dos nossos amiguinhos não podem dizer a mesma coisa. Só aqui no Brasil, são mais de 20 milhões de cachorros e 10 milhões de gatos abandonados. Milhares são vítimas de maus tratos. Por isso, é tão importante vocês, humanos, lerem a reportagem Especial do jornal Expressão. Foi um trabalho de apuração jornalística que os estudantes do quarto ano fizeram com muito empenho e carinho. Eles falam sobre adoção, falaram sobre algumas das principais doenças que enfrentamos, sobre gente que procura nos ajudar, sobre o nosso sucesso nas redes sociais. Enfim, para ser perfeito, só faltou o jornal ser distribuído com uns petisquíneos. Au, au... Miau, miau... [mas o mundo não é perfeito, não é mesmo?] Enquanto o petisco não chega... A gente continua falando sobre esta maravilhosa edição, com outras ótimas reportagens. Na editoria Educação, esses lindos humanos estudantes de jornalismo falam sobre plataformas que criam mecanismos para combater o plágio. Olha, no mundo animal não tem essa coisa de plágio não, viu? Ah, esses humanos... são terríveis. Em Vida Digital, os repórteres escrevem sobre uma experiência bem incomum: uma rede social que promete a imortalidade digital. Já pensou nisso? Acho que vamos pensar em algo parecido para nós, os fofos de quatro patinhas... Na página de Artes, um assunto nos chamou muita atenção: é a tatuagem reconstrutiva, uma técnica usada para recriar, por meio da arte, pontos de corpos que sofreram complicações de saúde. E a última página do jornal, como sempre, destaca uma aventura. Em Esporte&Lazer, os humanos falam sobre voar – mas sem avião, tá? Nossa, acho que não teríamos coragem de acompanhar nossos humanos nessa louca aventura. Mas sabemos que vocês são bem corajosos. Então, viva a avenura!! Gostaram? Nós adoramos fazer parte desta edição. Deixamos aqui umas lambidinhas de carinho para vocês. Au, au... Miau, miau... Assinado:
Ser(tão) Jalapão 20 lugar do 90 Concurso Fotográfico “Fração de Segundo”, com o tema “Sou apenas um rapaz latino americano...”, música de Belchior Victor Paris - aluno do 4o ano de Jornalismo - CampusButantã
Por Lugares
Karina Zamparolli, a porta-bandeira nota
10!
O ritmo, a dança e o empenho que garantem os campeonatos dos carnavais paulista Caio Barboza | cmb_caio@hotmail.com Arquivo Pessoal
Karina se preparando para desfilar no Anhembi, a Avenida do Samba de São Paulo Entre rodopios, passos e compassos elegantes a porta-bandeira é digna de respeito no carnaval, ostenta a figura mais representativa de uma escola de samba. É quem tem a honra de conduzir e apresentar a bandeira durante todo o desfile. É o maior símbolo para os integrantes, pois representa, por meio das cores e desenhos, a raiz e a história da comunidade que trabalha empenhada em sua escola do coração. Sempre está acompanhada do seu mestre-sala, que é o responsável por cortejá-la por meio da dança. Entre encontros e desencontros, olhares e sorrisos, ele deve conquistar a sua parceira. Já ela, esquiva-se com a bandeira e seus gestos delicados e sedutores. Não há samba entre eles e sim um bailado. Devem permanecer por todo o desfile cantando o samba-enredo ou sorrindo. Cabe a ela bailar com altivez, leveza, simpatia, elegância e de forma harmônica com o mestre-sala. O casal se apresenta com passos e características próprias, com maneios, mesuras, giros, meias-voltas e torneados. Assim, sendo avaliado pelos jurados, podendo ajudar ou impedir a sua escola de ganhar com
o resultado da apuração das notas. São julgados pela harmonia, majestade e leveza durante toda passagem pela avenida. Karina Zamparolli é atualmente a representante da Mocidade Alegre, iniciou a sua carreira ainda criança, aos 10 anos, em um projeto da escola de samba X9 Paulistana, em que participava de aulas para mestre-sala e porta-bandeira mirim. Um ano depois, foi apresentada como integrante do quadro de casais mirins oficiais e não parou mais. Permaneceu em sua primeira agremiação até 2011, ficando afastada por um ano da vida agitada de ensaios e apresentações. “O carnaval de 2013 foi o que se tornou inesquecível para mim, foi a minha estreia na Mocidade Alegre. Fui convidada para substituir a Adriana Gomes que se acidentou com a queda de um elevador e afastada devido ao joelho que ficou debilitado. Eu precisava manter os excelentes resultados, mas estava 1 anos sem dançar”, conta Karina. Nesse mesmo ano, com muito empenho junto com o seu mestre-sala, receberam a nota máxima de todos os jurados e a Morada do Samba
foi consagrada campeã. Com apenas 1,5 metro de altura, o seu desempenho é gigante. É a única, em conjunto com o seu mestre-sala, Emerson Ramires, que traz notas máximas há 4 anos. O que demonstra ser de muita importância, uma vez que, os títulos dos carnavais paulistas são disputados nos décimos. Ocupando o posto de primeira porta-bandeira, o fardo parece ser maior. Em média,
há 3 casais por escola. Porém, apenas o primeiro passa por avaliação dos jurados. Dessa forma, apenas duas pessoas são responsáveis por 30 pontos, tirando as notas descartadas. Em contrapartida, os demais quesitos, como alegorias, fantasias, evolução e harmonia são divididos entre os demais componentes. Nas quadras e pavilhões das agremiações o carnaval é o ano todo. A preparação para o próximo desfile começa logo após a apresentação no evento. “Eu tenho entre 3 e 4 meses de descanso depois do desfile. Após isso, tenho uma rotina totalmente voltada para a minha preparação. Conto com a ajuda de um treinamento funcional com o preparador físico Marcelo da Morada. Além disso, cuido da hidratação e da alimentação, que faz toda diferença para me ajudar nos ensaios e quando estou na avenida”, comenta Karina Zamparolli. No ano do tricampeonato, 2014, os desafios mostraram que o amor pela sua comunidade e a agremiação valeu a pena. Durante a concentração, prestes a entrar na avenida, começou a se sentir mal. Fraca e desidratada, acreditava que não conseguiria cumprir o seu papel. Aos prantos, com apoio dos integrantes e orações, conseguiu dar inicio ao desfile e completá-lo. Novamente foi coroada campeã do carnaval paulista com toda a escola. Arquivo Pessoal
Incríveis
Isabela de Lacerda | isabeladelacerda@gmail.com
“E se a vida pudesse ser assim? Só as partes felizes, nada das horríveis, nem mesmo as minimamente desagradáveis. E se a gente pudesse simplesmente cortar o ruim e ficar só com o bom?” A obra Por Lugares Incríveis, primeiro livro da Jennifer Niven voltado ao público jovem, trata de temas densos, tidos como tabu na maioria das discussões: problemas emocionais e psicológicos, traumas e suicídio. O livro conta a história de dois adolescentes, Theodoro Finch e Violet Markey, que acabam se conhecendo ao acaso e compartilhando seus sentimentos e traumas. Juntos, precisam realizar um trabalho no último ano do colégio. “Lindo, profundo, doce e emocionante, este livro tirou meu fôlego. É imensamente triste, mas também muito divertido. Quebrou meu coração em pedacinhos, mas abriu meus olhos para partes importantes da vida. Uma grande lição sobre família, amizade e amor e o imenso poder de destruição das palavras. A relação deles dois é improvável, são completamente diferentes. Porém é exatamente essa diferença que faz com que eles se completem tanto. Jennifer Niven expõe uma realidade intensa e exalta a importância de esse assunto ser mais discutido”, conta Ana Paula Rodrigues, estudante de Letras. Para Ana Paula a trama é provocativa e consegue ir além: ela desafia o leitor. É inquietante e reflexiva de modo sincero, muito impactante, com sua narrativa poética e melancólica. Não se consegue parar de pensar em como tantas pessoas sofrem como as personagens e podem estar ao seu lado, precisando de ajuda e sendo ignoradas. É um alerta a todos.
“Há romance e amizade, e não importa o quão triste a trama se torne, ela é linda. É um livro cheio de significados, de fortes mensagens e realidade nua e crua. Jennifer Niven cumpriu seu planejamento como autora e criou um livro inesquecível para todos os leitores que adoram lindas histórias de vida e de pessoas reais”, comenta Ana Paula. Autora de sete livros de ficção para adultos, Jennifer Niven veio em 2016 ao Brasil para a divulgação de Por Lugares Incríveis durante a 24a Bienal Internacional do Livro de São Paulo. No final do livro, a lista e informações de todos os lugares incríveis de Indiana mostrados na trama e informações muito úteis para ajudar pessoas com depressão. “Para mim, Jennifer Niven fez uma obra incrível e essencial para qualquer adolescente. É um livro maravilhoso para aqueles que procuram ver a vida com outros olhos. Você sente como se estivesse vivendo a vida deles. Mais um motivo para correr e ler: antes mesmo da publicação oficial, a história chamou tanto a atenção, que um filme está sendo produzido e a estrela é Elle Fanning”, explica Ana Paula.
expediente Jornal laboratório do 40 ano de Jornalismo da Universidade São Judas Reitor Ricardo Cançado Vice-reitor Fabrício Ghinato Mainieri Pró-Reitor de Graduação Luís Antônio Baffile Leoni Diretor da Faculdade de LACCE Prof. Rosário Antonio D’Agostino Coordenadora dos cursos de Comunicação Profª Jaqueline Lemos Jornalistas Responsáveis Profª Iêda Santos (MTB 31.113) Profª Jaqueline Lemos (MTB 657/GO) Projeto Gráfico e Supervisão Profª Iêda Santos Redação Alunos do JOR4AN-MCA 1 Impressão Folha Gráfica (11) 3224.7667
Porta-bandeira exibe a sua fantasia durante o desfile Jornal Expressão
Capa Foto: Carina Guiname Shiroma
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Fim do Ctrl C + Ctrl V Plataformas criam mecanismos para combater o plágio Bruna Baptista | bruna.g.b@hotmail.com
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elo menos 70% dos estudantes que copiam textos da internet sem autorização passam a produzir textos originais após
receber um feedback de professores que utilizam ferramentas de busca de conteúdo na internet. Alguns portais que realizam essa pesquisa são o Plagiarisma, TBLAST e Turnitin que visam proteger a reputação das instituições de ensino contra o plágio.
A cópia de conteúdos da internet para utilização em trabalhos escolares está cada vez mais presente na rotina educacional. Outra prática é a compra de teses, dissertações e monografias acadêmicas. O plágio de texto completo ou parcial sem dar os devidos créditos, ou sem a autorização do autor é crime com pena prevista na Lei nº 9.610/98 (Lei dos Direitos Autorais). Alguns estudantes até conseguem driblar o siste-
ma, porém a partir de buscas em bases de dados, é possível apontar o grau de similaridade entre o texto inserido na ferramenta e trechos de outros autores, o que torna a fraude mais fácil de ser identificada. “Sempre tem um espertinho que quer poupar seu tempo copiando da internet, achando que não vamos perceber. No entanto, eles não sabem que podemos descobrir o plágio de forma rápida. Utilizo alguns sites para descobrir se os trabalhos são autênti-
cos”, afirma João Caetano, professor de história. Atualmente, uma variedade de ferramentas, pagas e gratuitas, prometem ajudar professores e editores a identificar o plágio. A principal diferença entre os softwares pagos e os gratuitos está em seu alcance, enquanto a maioria dos sistemas gratuitos efetua uma varredura apenas em textos abertos na internet, as plataformas pagas podem acessar conteúdos protegidos por leis de direitos autorais. Nessas plataformas, ao colar trechos de trabalhos ou realizar o upload de documentos intei-
ros para verificação, é possível descobrir se houve cópia, por meio de um levantamento em sites e textos acadêmicos. “Queremos incentivar a produção de conteúdo original e de qualidade nas universidades brasileiras. Acreditamos que plágio não é somente um problema de desonestidade, mas também uma lacuna na habilidade dos estudantes de escrever e desenvolver suas próprias ideias”, comenta Mariana Rutigliano, Gerente Educacional da Turnitin no Brasil.
Mediação escolar: a psicologia no ensino fundamental Trabalho de diálogo realizado por profissionais em escola é um cargo importante para o bom convívio dos alunos Eduardo Guzzardi | eduguzzardi@hotmail.com
A escola é um importante espaço social, onde ocorrem aprendizagens racionais, através dos programas objetivos das grades curriculares, e emocionais por meio das redes de relacionamento que são construídas no ambiente escolar. Entretanto, atualmente assistimos uma cultura de violência muito forte onde nossa sociedade estimula a todo o tempo a competição e a ideia de que ‘’devo ganhar e o outro deve perder’’. Com isso, os conflitos e a violência estão cada vez mais presentes nas escolas manifestando-se de várias formas, desde pequenas ações e discussões ou até mesmo agressões físicas. Para inverter este cenário, é necessário desenvolver uma
educação para a convivência e para a gestão positiva dos conflitos, a fim de se construir uma cultura de paz e cidadania no meio escolar. A escola pode encontrar na mediação uma abordagem para a transformação criativa dos conflitos, aceitando aproveitá-los como uma oportunidade de crescimento, mudança e formação pessoal/social para a resolução dos problemas cotidianos. “Meu dia a dia e minha função como mediadora é trabalhar através do diálogo em sala de aula resolvendo problemas de indisciplina dos alunos. Atendi também diversas ocorrências de estudantes se mutilando com navalhas, ainda mais depois do surgimento do jogo Baleia Azul. Houve um caso um
Imagens USP
Sala de aula: local onde ocorre a maioria dos conflitos pouco mais delicado no qual uma menina estava grávida e queria esconder da mãe. Nós intervimos e mediamos uma
conversa entre mãe e filha. Este é o papel do mediador’’, relata a professora Maria Luiza Gonçalves.
A implantação da mediação escolar, tende a proporcionar um aumento do autoconhecimento, o reconhecimento, a valorização do outro, e como consequência uma melhoria no relacionamento interpessoal. Essas mudanças contribuirão para a melhoria da comunicação interpessoal criando um clima de respeito, compreensão e cooperação entre todos. “Passei por diversas vezes pela sala da diretora e da orientadora quando estava na escola. Era figurinha carimbada. Cheguei a discutir diversas vezes com meus colegas de sala e até com alguns professores. Hoje mais velho, consigo ver quão bom foi o trabalho da mediadora escolar, pois ela sempre tinha um conselho ba-
cana pra me dar. Talvez sem ela, hoje continuaria a mesma pessoa e não teria a consciência de que o que eu fazia era errado’’, conta Miguel Jabur de Souza e Silva. Para se tornar um mediador é necessário ser formado em pedagogia e realizar um curso de mediação escolar. Nas aulas são abordados temas como: Teoria do conflito; Definir o conceito de convivência e conflito no âmbito escolar, Círculos de Construção da Paz entre outros. A capacitação neste curso assegura o exercício competente do processo de gestão para atuar frente os desafios da profissão, atuando como intermediário nas questões sociais e de comportamento sendo o elo entre professores e alunos.
Igreja de SP oferece aulas de Estratégias de educação português para refugiados para crianças com Organização sem fins lucrativos auxilia haitianos a viverem no Brasil Jennifer Leite| jenni_ld@hotmail.com Pixabay
Refugiados que vivem no país tem a oportunidade de aprender a língua portuguesa Posturas atentas, olhares fixos e lápis na mão, é assim que os alunos da turma de quarta-feira na Igreja Nossa Senhora da Paz ficam durante as aulas de português. A classe, formada por haitianos na sua maioria, também reserva espaço para alguns sorrisos entre as explicações descontraídas da professora Ana Lucia Figueira, 45 anos. A professora, que está envolvida no projeto Missão Paz há quase dois anos, conta que é sempre agradável ministrar as aulas. “Eles são muito inteligentes e curiosos, estão sempre perguntando. Também são muito alegres, o que deixa as aulas muito mais gostosas”, afirma. Entre uma explicação e outra, Ana Lucia abre um período para questionamentos e acredita que é importante dar essa pausa para compreensão. “Eu sempre uso essa técnica, porque cada um tem uma facilidade ou dificuldade diferente. Alguns demoram mais tempo para acompanhar e entender o que estou dizendo. Por isso, antes de dar sequência, sempre
abro para dúvidas”, conclui. Os refugiados buscam o conhecimento do idioma, principalmente, para que consigam um emprego no Brasil, reconstruam suas vidas e possam dar condições melhores para os familiares que permaneceram no país de origem. Esse é o caso de Frederick Olizard, 25 anos. Ele conta que desde de 2010, quando o país foi devastado por um terremoto, a situação não melhorou e que o Brasil surgiu como uma salvação. “Eu era pequeno, mas me lembro de tudo. Depois de anos vivendo na miséria, deixei minha mãe no Haiti e vim para o Brasil tentar uma vida melhor. A principal ajuda que recebi veio da Igreja da Paz, não só com as aulas. Hoje não tenho um emprego, mas consigo trabalhar, às vezes, porque aprendi a falar português”, afirma ele. Frederick conta que não é fácil encontrar emprego por aqui, porque nem todo mundo abre as portas para profissionais refugiados, e os que abrem encontram muita gente querendo trabalhar.
Jornal Expressão
“Não somos vistos como funcionários normais. As pessoas não querem nos dar empregos. Os que ainda nos ajudam, dão um salário menor porque não somos brasileiros. Mas é o que nós temos, não posso reclamar”, conclui. A Missão Paz além de oferecer aulas gratuitas de português para refugiados, também os abrigam e oferecem alimentação, tudo isso por meio de doações. A organização também cria campanhas e pede ajuda de empresas para a inserção dos estrangeiros no mercado de trabalho.
Projeto Missão Paz Endereço: Rua Glicério, 225 Liberdade - São Paulo (11) 3340-6950
contato@missaonspaz.org
Visitas todas as quartas-feiras, a partir das 13h30
paralisia cerebral
Elisabete Pereira| bete.silva_bete@hotmail.com
Crianças diagnosticadas com paralisia cerebral, essencialmente, precisam ser assistida grande parte do tempo por profissionais, como psicólogo, fonoaudiólogos e terapeutas que trabalhem no sentido de suprimir diariamente as suas dificuldades. Já a parte da alfabetização fica sempre a cargo dos encarregados da educação e professores, que através de metodologias e diversas estratégias de ensino, estimulam movimentos progressivos nas áreas motora, visual, auditiva, tátil e de comunicação. Algumas das estratégias são: uso de espelho, afim de que a criança se descubra a partir da própria imagem, atividades de comunicação alternativa por meio da exibição de brinquedos que indique, por exemplo, que é hora de brincar ou a fazer escolhas visuais, olhando em direção daquilo que ele quer. Vale ressaltar a importância da criatividade e um olhar amplamente atencioso para estabelecer junto à criança uma relação de entendimento quanto a suas necessidades no processo ensino-aprendizagem. Como explica a professora da rede municipal de educação infantil, Fabiana Silva de Medeiros. “Primeiramente é preciso saber que os portadores
de paralisia cerebral possuem um tempo de resposta diferente do nosso, mais lento. É fundamental que você esteja atenta a um sorriso, uma reclamação, movimentos corporais, aumento da tensão, pequenos movimentos dos dedos das mãos ou dos pés, abertura da boca, o jogar-se para trás, caretas, qualquer tipo de sinal deve ser calorosamente reconhecido e interpretado”, esclarece Fabiana. Em muitas circunstancias, a criança com paralisia cerebral também precisa de um cuidador que a ajude a ir ao banheiro ou simplesmente a tomar o lanche. Como é o caso da Maria Eduarda, de 4 anos,
que em decorrência do distúrbio neurológico tem comprometida as funções básicas da fala, postura e movimento. De modo que a sua inclusão no universo escolar tem gradativamente colaborado para explorar e desenvolver os seus potenciais. “A escola sem dúvidas que ajudou muito a Duda, principalmente, a se adaptar e vivenciar experiências com as outras crianças. Depois o local é mais organizado e estruturado do que em casa, onde tentamos dar andamento a tudo o quanto ela aprende”, comenta Marcia Lopes Pereira, mãe da Maria Eduarda. Arquivo Pessoal
Maria Eduarda em momento recreativo com amigos
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PETS
Amigos de quatro patas alegram os humanos Mais de 44% dos lares brasileiros têm um cão. E cerca de 17% têm ao menos um gatinho Vinicius Doratiotto | vini.dorat@gmail.com
V
amos imaginar a cena: você teve um dia estressante no trabalho ou na faculdade, está cansado, não vê a hora de chegar em casa. Ao abrir a porta tem uma recepção das mais calorosas, que faz com que todos os problemas que você teve durante o dia desapareçam. Um intenso saltitar, uma lambida molhada ou passadas entrelaçadas em suas pernas como se fosse uma fita. E o mais legal disso tudo é que sem pronunciar uma palavra eles conseguem nos confortar. Eu estou falando do Sun e do Tyler, meus bichinhos de estimação. Mas pode ser o Joe, o Billy, o Fred, a Fifi, a Luna, a Mel, a Polly, a Minnie e todos os outros Pets que existem por aí. A história nos conta que nos primórdios, em países como a Inglaterra, possuir um animal em sua casa indicava pobreza. Também poderia ser um vestígio concreto para que você fosse considerado uma bruxa e recebesse uma ordem para ser queimado vivo. Isso acontecia porque, a presença de animais era muito associada à manifestação de demônios. A modernidade fez o homem perceber que os animais de pequeno porte poderiam ser uma companhia para o homem. Possuir um pet, agora traz outros significados. De acordo com pesquisas feitas pelo IBGE em 2015, mais de 44% dos lares brasileiros possuem um cão e cerca de 17% das casas têm ao menos um gatinho. Animais de estimação estão presentes na vida do ser humano e isso é um fato. Hoje em dia, cada pet tem a sua importância de acordo com o estilo de vida do seu tutor. Seja como uma simples companhia, influência na superação de determinadas doenças, como a depressão e a hipertensão, motivação na prática de esportes, aumento da responsabilidade, elevação da autoestima e até auxílio profissional, como é o caso dos cães pastores.
Vinicius Doratiotto
Emerson e seu melhor amigo e companheiro Bob Dylan
Devemos destacar também a capacidade de afeto e o vínculo que o bichinho proporciona para o ser humano. A inocência do animal que não julga o ser humano por questões étnicas, sociais, filosóficas ou econômicas e aceita o seu dono como ele é, tem forte influência na vida do homem. Aqui abre-se a brecha para ser mais do que o tutor e sim fazer jus à fama que o cachorro tem: melhor amigo. Deve haver um cuidado para não ocorrer a humanização do animal. Ele não pode ser colocado em um pedestal. “Para um equilíbrio emocional ocorrer, não podemos nunca esquecer que eles não têm a consciência nem o desenvolvimento cerebral que o humano tem. O que nós sentimos não é sentido pelo animal da mesma forma, devemos a todo o momento lembrar a diferença estrutural entre as espécies”, afirma o veterinário Paulo Ferrarezi. É o justamente a afinidade que surge da relação entre homem e pet que faz com que pessoas busquem aperfeiçoamento profissional para poder cuidar e estar em contato direto com eles. “O que me motivou a fazer medicina veterinária, como na maioria dos casos, foi o amor pelos animais desde a infância e a vontade de fazer algo em prol do bem-estar deles, já que poucas pessoas realmente se importam com isso”, conta Emille Barbosa, estudante de veterinária. Os pets exercem grande importância para o homem. Eles colaboram para o desenvolvimento do indivíduo e tem um poder de influenciar até mesmo as relações entre pessoas. Seja gato, cachorro, rato ou passarinho. Seja de raça ou vira lata, os pets certamente têm um lugar garantido em nossas vidas.
Abandono de animais é um grave problema Comprar ou adotar? Penalizar alguém por maus-tratos é um grande desafio no Brasil
É preciso avaliar qual a melhor opção quando se procura por um amiguinho de quatro patas
Jeová Pereira | jeova010@gmail.com
Larissa Mascarenhas | larissa.o.mascarenhas.com
Cães e gatos se multiplicam sem o devido cuidado e fiscalização. E muitas pessoas não têm a consciência de que os animais não devem sofrer maus-tratos. Além disso, penalizar uma pessoa por maus-tratos é um desafio no País. Segundo a estimativa da OMS, a Organização Mundial da Saúde, o Brasil tem aproximadamente 30 milhões de animais abandonados. Desse total, cerca de 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. O Expressão conversou com a Geórgia Racca, presidente da Comissão de Proteção aos Animais da OAB de Sorocaba-SP. Expressão - Como denunciar práticas de maus-tratos a animais? Geórgia Racca - A forma mais e fácil é o flagrante. Quando a pessoa está cometendo o crime no exato momento em que a testemunha observa. O Art. 301 do Código de Processo Penal autoriza qualquer cidadão prender o autor de crime em flagrante delito, o que também pode ocorrer nos casos de crimes de maus tratos. Em casos de flagrante, deverá ser acionada a Polícia Militar de imediato. Se no horário da ocorrência não houver atendimento desta corporação, podemos contar em algumas cidades com a Guarda Civil Municipal, que poderá conter o ato de flagrante delito. Expressão - De que forma a OAB ajuda no combate aos maus-tratos? Geórgia Racca - A OAB de Sorocaba tem por missão orientar todos sobre os direitos dos animais e as recomendações de bem-estar. Além disto, a comissão faz a averiguação das denúncias e toma medidas jurídicas eficazes para que o tutor seja responsabilizado pelo tratamento irregular dado ao animal. Expressão - Como é o tratamento jurídico aos animais? Geórgia Racca - O tratamento legal dado aos animais ainda é falho, pouca força coercitiva e deficitária. As leis neste sentido precisam ser mais severas, com aplicações de multas mais altas e punições mais severas. Enquanto houver a barganha de se responder um processo de maus tratos oferecendo cestas básicas, os animais ainda sofrerão muito das consequências das fracas leis existentes no país. Já dizia Gandhi, “A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo que seus animais são tratados”. Infelizmente o Brasil está muito longe de tratar os animais com a importância jurídica que merecem.
A presidente da Comissão de Proteção aos Animais Expressão - Você já atuou em caso de maus-tratos? Geórgia Racca - Sim. O Último caso recebido pela comissão foi o de um cachorrinho de aproximadamente 8 meses. A Queixa era a de que o animal vivia acorrentado em um fio de arame que ficava preso ao chão, limitando o animal em seu ir e vir. Esse caso foi chocante e extremamente triste, pois o animal adquiriu trauma e se tornou agressivo, pois da dor que sentia constantemente com o pescoço com ferida exposta e o arame dilacerando ainda mais o seu pescoço a cada movimento.
Ter um animal de estimação pode ser o desejo da grande maioria das pessoas que nunca teve a companhia e o amor de um bichinho em casa, mas nem sempre adotar é a primeira opção. Então fica a questão: é melhor comprar ou adotar? Ainda há muitas discussões a respeito da maneira como é realizado o processo com os animais, que vivem em criadouros, até que eles cheguem ainda recém-nascidos e em grande quantidade em lojas para serem vendidos. Muitos passam por procedimentos diferenciados e dolorosos para ficar com a aparência “perfeita” para serem comprados. Além disso as mamães que dão à luz os filhotes são chamadas de matrizes e são estimuladas a engravidar sem pausas, o que segundo veterinários, pode arretar em problemas de saúde, já que essa prática não deveria ser comum. “O aconselhável é que a fêmea tenha somente uma gestação no ano e a idade máxima depende do porte do animal. Os intervalos para o acasalamento devem ter uma pausa por pelo menos um cio, caso contrário tem uma grande chance de se desenvolver tumores. É preciso ter os cuidados necessários e não as ver somente como uma máquina de reprodução, que assim que parar de funcionar, é descartada”, afirma o veterinário Thiago Denis. A colaboradora da ONG Natureza, Solange Porto, comenta sobre a diferença entre essas duas maneiras de adquirir um novo pet. “Quando a pessoa opta por adotar ela está dando uma nova oportunidade de vida ao animal, é um ato de amor, sem dúvidas recíproco, pois o animal se sente grato e demonstra isso da melhor maneira possível. Já quando comprarmos, não é que não estamos fazendo bem para o pet, mas sim que estamos alimentando uma indústria que se encontra por trás deles, de pessoas que veem os animais como uma fonte de lucro e não os tratam como deveria”, afirma.
As doenças mais comuns nos pets
A prevenção das doenças é a vacinação, que pode ser realizada ainda filhote reforços anualmente
DAPE Dermatite alérgica à picada de carrapatos e pulgas
Giovana Santos | gisilva965@gmail.com Todo pet precisa de cuidados, isso por que assim como os seres humanos eles também ficam doentes, e precisam ser tratados, para que possam continuar alegrando a casa com seus focinhos gelados.
Otite É uma inflamação no ouvido, pode ser tratada com medicamentos e uma limpeza, ela é comum nos cães
Cinomose É causada por um vírus. Os sintomas são respiratórios, digestivos, cutâneos e neurológicos
Leptospirose É uma bactéria passada para os donos. Os sintomas podem variar com o estágio da doença Periodental Atinge os cães por não escovarem os dentes, eles sofrem com placas bacterianas Erlichiose Causada pelo carrapato. Provoca vômito, diarreia, hematomas, perda de apetite, anemia e dificuldade de respirar
Jornal Expressão
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Filas para esperança
PETS Vivian Casagrande
Veterinário Público do Tatuapé atende mais de 400 animais por dia Vivian Casagrande | viviancasagrande@hotmail.com.br
Ao dobrar a esquina já é possível ver os feridos e doentes que não cabem mais no espaço destinado à recepção. Alguns enfaixados, outros com focinheiras, mas todos com uma semelhança um tanto incomum: calados. No Hospital Veterinário Público do Tatuapé, administrado pela Anclivepa (Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais), cães e gatos convivem pacificamente nas longas filas de triagem para o atendimento. Os donos também não parecem estar nada bem. Alguns sujos de sangue, com feição triste; outros cansados, porém felizes, confiantes na recuperação de seus companheiros. O cheiro forte do primeiro hospital veterinário público do Brasil, fundado em julho
de 2012, reflete a força dos humanos que se dispuseram a levantar cedo para estar às seis da manhã em busca de uma senha. A senha de atendimento, distribuída até as 10h, é sinônimo da esperança que o Hospital Veterinário Público do Tatuapé tem dado a muitos pets da cidade de São Paulo. Diariamente são atendidos mais de 400 animais. Para Bruna Ivo a consulta gratuita foi a alternativa para salvar sua gata, a Branquinha, de um protozoário no estômago que a impedia para de comer. “Eles atendem muito bem. Tratar minha gata no hospital privado custaria uns R$500,00. Aqui ela já está recebendo o segundo dia de medicação”, conta. A superlotação é o principal problema da unidade,
visto que só existem dois hospitais públicos para animais na cidade; o do Tatuapé, na Zona Leste, e o da Parada Inglesa, Zona Oeste. “Brigamos para ampliar o serviço e levar para outras regiões”, diz Lucas de Araújo, diretor do hospital. Outro fator que explica as grandes filas de espera é a não-informação do público mais pobre. Lucas comenta que muitos casos que chegam à unidade poderiam ser evitados se os donos tivessem informações sobre simples prevenções. “A maioria dos casos que chegam aqui são de origem reprodutiva, como infecção interina grave, tumores de mama, de próstata e de testículo. Todas essas doenças seriam prevenidas pela castração”. Para o diretor do hospital público, se o
Vivian Casagrande
Recepção do Hospital lotada às nove da manhã, dividida entre donos, gatos e cães governo desenvolvesse um programa de castração mais eficiente, metade dos animais não precisaria de todo esse atendimento. A Prefeitura de São Paulo tem programas de castração gratuita com a ajuda de clínicas conveniadas, entretanto, esse serviço é pouco divulgado.
SERVIÇO: Horário de atendimento: segunda à sexta: 6h às 17h Endereços: Unidade Zona Leste Rua Platina, 570, Tatuapé Unidade Zona Norte Av. General Ataliba Leonel, 3.194, Parada Inglesa
Unidos em prol A algazarra terminou Pets também fazem sucesso nas redes soci@is adestrar seu cãozinho, não é necessário da causa animal Para muito. Basta amor, carinho e alguns truques Carla Faya | carla_faya@hotmail.com
Às oito horas da manhã já podemos escutar os latidos vindo dos canis. Esse é o horário que começam os trabalhos diários da ONG Cão Sem Dono. Alimentação, passeios, brincadeiras, cuidados e tratamentos, todas essas etapas fazem parte da rotina da equipe. Rafael Miranda, presidente da ONG, afirma que sua prioridade é resgatar animais em estado crítico, ou em condições de maus tratos. Ao descobrir as condições em que o pet se encontra, a equipe imediatamente o resgata, cuida e o direciona para a adoção. E não é só a Cão Sem Dono que se dedica aos fofinhos. O amor intenso pelos animais fez com que a protetora Marina da Cunha, decidisse fundar a ONG ‘AUmigos do Bem’. Napoleão, é um exemplo disso, o cãozinho que foi resgatado por Marina estava em estado terminal ao ser retirado das ruas. Hoje, ele está recuperado e vive em um lar temporário aguardando uma família que o adote.
O que é obesidade animal? Veja como o excesso de peso também pode afetar negativamente a vida dos bichinhos Isadora Couto | isadora_couto@hotmail.com Isadora Couto
Obesidade traz causas à saúde dos bichinhos diz Cláudia Regina, veterinária. Por isso, a alimentação do seu animal deve ser saudável e regrada. E como fazer o seu bichinho de estimação perder peso? Através de uma dieta indicada por um médico veterinário, ele irá incluir alimentação específica e uma mudança no estilo de vida do seu animal e no do dono, no caso da obesidade provocada por sedentarismo, para reverter à situação. Evite dar guloseimas e restos de comida ao seu pet, isso pode ser um fator negativo à sua saúde. “Percebi que a disposição da minha cachorrinha diminuiu muito devido ao excesso de peso. E o fator da idade também foi determinante para que ela mudasse o seu comportamento”, comenta Heloísa Marques, referindo-se à sua vira-lata de 11 anos. A manutenção do quadro de obesidade por longos períodos, com a chegada da idade mais avançada, soma-se aos problemas que naturalmente são encontrados nos animais. Esses, por sua vez, reduzem significativamente a qualidade e duração da vida deles ao lado de seus donos. Jornal Expressão
Thaís Megale Silva | thaismegale95@gmail.com
Tudo bem? Meu nome é Scotty e eu tenho cinco anos de idade. Sou grande, marrom, brincalhão e vivo em um lugar que tem escadas, uma caixa que sobe e desce constantemente, além de dividir o meu espaço com a Bruna. Ela é o que todos dizem ser minha dona. Bruna, todos os dias pela manhã, brinca comigo, me dá comida, joga o meu brinquedo favorito que eu faço questão de buscar: a Fluffy. Fluffy é uma bolinha vermelha e macia que eu amo brincar. Depois disso, minha dona deixa o nosso lar (acho que ela vai caçar, ou brincar com outros de sua espécie), chegando bem de noitinha para me abraçar com todo o amor e carinho. Ah, não se preocupe, ela deixa muitas guloseimas para que mim: Meus biscoitos favoritos que têm formato de osso. De manhã, Bruna saiu e eu fiquei brincando. Porém, ao chegar em casa, ela trouxe algo que fiquei impressionado, algo quadrado, que amei sentar. Minha felicidade foi tão grande que comecei a beijá-las. Eram muito confortáveis e tão lindas que liberaram vários pelos brancos. Quando fui ver, esses pelos já estavam pela sala inteira, tenho certeza que era uma festa. Acabei adormecendo no meio do conforto, graças a ela, a minha querida Bruna. Depois de um tempo, acordei assustado com gritos “Scotty, por que você fez isso?” “Ai meu Deus! Você rasgou as almofadas” “Eu não acredito nisso”. Assustei-me, claro. Bruna parecia bem brava, nunca a vi dessa forma. Eu estava encrencado. Ela pegou o telefone e começou a falar com alguém marcando algumas aulas. Aulas? Como assim? Eu vou para a escola? Tenho certeza que terei muitos amigos, iupi! Logo de manhã, eu e Bruna, fomos à minha nova aventura. Ao chegar lá, bem, não era uma escola. Tinha muitas árvores, gramas, um moço e alguns amiguinhos. Já corri para cumprimentá-los, mas eles pareciam hipnotizados e não falaram nada. A aula começou e nós tínhamos que obedecer ao que aquele cara estava falando. Deitar, rolar, dar a pata, não rasgar. Mas que coisa chata. Contudo era algo que fazia Bruna feliz, então decidi ceder aos ensinamentos. Nossos exercícios variavam muito, mas se fazíamos algo errado já dava para ver aquele dedão do nosso adestrador e, quando acertávamos, o “click” era o som. Clicker era tipo um brinquedinho que tinha um barulho para dizer que a gente estava mandando bem. Foram praticamente duas semanas de muito treinamento e, hoje, aprendi a obedecer a Bruna e ser um cãozinho mais esperto e educado. Jacqueline Antonini
Além da estética, a obesidade prolongada pode trazer malefícios aos animais, e para os donos, esse problema pode encurtar sonho de ter o seu bicho de estimação por mais tempo ao seu lado. São numerosas as doenças, tais como: diabetes, insuficiências cardiovasculares, problemas de ordem hepática e nas articulações que surgem em animais acima do peso. A obesidade é por definição acúmulo excessivo de gordura corporal, não confunda com inchaço ou retenção de líquidos. Considerada a doença mais frequente entre os animais de estimação, cerca de 25% a 40% dos cães e gatos adultos estão com sobrepeso ou obesos. Seu peludinho pode estar um pouco acima do peso não apenas por isso, mas também por outros fatores como hipotiroidismo. É importante levar o seu animal em todas as consultas periódicas com o veterinário de confiança. “O aumento de peso faz com que o cão tenha de forçar mais as articulações para poder se movimentar. A artrite, que provoca dores intensas, e desenvolve-se devido ao aumento da pressão sobre os joelhos, anca e cotovelos”,
Animais de estimação ganham seu espaço na internet
Jacqueline Antonini | jacqueantonini483@gmail.com
Que os pets são os queridinhos de seus donos, isso todo mundo sabe. Porém, cada dia mais os bichinhos de estimação são tratados como humanos. Comprar roupinhas, brinquedos, sapatos e até mesmo chamar os bichanos de filhos ou bebês são ações muito comuns na relação do dono com o animal. Mas já imaginou usá-lo como tema para uma página de humor no facebook ou até mesmo criar para ele uma rede social? Muitos donos criam perfis próprios para os seus bichinhos em redes sociais como Instagram e Facebook. “No início criei para poder salvar as milhares de fotos que tirava dele, mas com o tempo eu gostei da brincadeira e passei a tirar fotos só pra postar lá” comenta a estudante Larissa Medeiros, que criou um Instagram para seu o Golden Retriever, Duke. “Hoje o @Duukegolden tem quase 800 seguidores no Instagram, acredito que 97% dos seus seguidores são cachorros também, o restante são pessoas aleatórias ou perfis de lojas de acessórios ou petshops”, explica Larissa. Muitos donos hoje criam as redes simplesmente por diversão ou para que possam exibir seus animais e compartilhar as fotos mais fofas que conseguem tirar. Páginas de facebook se inspiram no dia a dia de gatos e cachorros com seus donos para criar uma coletânea de fotos e vídeos engra-
Larissa Medeiro
Dando uma voltinha com o vovô #ventinho çados, notícias e até mesmo dicas de como cuidar dos pets. Entre as mais populares estão: Catioro Reflexivo (3.459.942), Gato Sincero (1.038.624), Cachorros Lindos (29.187) etc. Montagens, cenas engraçadas e os mais variados tipos de vídeos fazem parte do repertório das páginas que diariamente divertem milhares de pessoas com suas postagens fofas e criativas. Frases como: “mamãezinha e filhotinho passando na timeline, diga "bom dia catioríneos" e seu sábado será felizinho” animam diariamente um público apaixoadas por seus pets. Das páginas citadas, a mais popular é a Catioro Reflexivo, com mais de 3 milhões de curtidas. Um dos posts com o maior número de visualizações é: “Conversas que você teria com seu cachorro se ele tivesse Whatsapp”, com cerca de 15 mil curtidas. Ela mostra como seria se o seu cachorro, por exemplo contasse que quebrou seu vaso favorito, que está com saudades, ou até mesmo que fez a maior bagunça em casa.
Uma nova forma de VER o mundo Rogério Freitas | rogerio_freitas07@hotmail.com
Scotty animado praticando suas aulas de adestramento
A demonstração de carinho de um cãozinho facilmente cativa o coração de qualquer pessoa. No entanto, suas qualidades não ficam por aí. O exemplo perfeito da cooperação e confiança entre dois seres de espécies distintas, certamente está na relação entre deficiente visual e cão-guia. Dificilmente existindo algo semelhante entre outros animais na natureza. Para Marina Guimarães, esse fiel amigo e companheiro se chama Duke, um cão-guia Pastor Alemão. E não importa o local ou por onde passe, Duke sempre está ao seu lado mostrando o melhor caminho.
“Minha relação com o Duke começou há pouco mais de 1 ano e meio. Eu tive que ir até os EUA para conhecê-lo e ter minhas primeiras aulas. Fiquei por lá durante 1 mês e desde então minha vida mudou muito. Ele trouxe a confiança que me faltava e muito mais autonomia”, conta Marina.
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Rede social promete “imortalidade digital”
Eter9 propõe o conceito de que as ações dentro de sua plataforma permitirão que as pessoas “vivam para sempre”
Divulgação
Tatiane Gomes | gomesrodrigues1995@hotmail.com
A única certeza que temos nessa vida é que morreremos, certo? Errado! Pelo menos, no mundo virtual, você pode continuar interagindo na internet e, principalmente, nas redes sociais, mesmo depois de deixar de existir “fisicamente”. Atualmente, bancos e operadoras de telefonia móvel já conseguem interagir com clientes e usuários por meio de bots (programas capazes de se propagar automaticamente), mas você ainda precisa estar vivo, por enquanto. A proposta de interação pós-morte já foi tratada no episódio “Be Back Right” (“Volto Logo”) da série “Black Mirror”, no qual um homem morre e sua esposa, inconsolável, ouve de uma amiga que há um software que pode ajudá-la a superar a saudade. Com isso, passa a conver-
sar com o marido por e-mail e depois por voz. Ou seja, ele ganha uma experiência póstuma. Eter9, rede social criada por Henrique Jorge, tem muita semelhança com esse episódio, mas o empresário não tinha conhecimento da série antes de começar a dar andamento em seu projeto. “Muitas pessoas associam o site com a série, ou até mesmo com o episódio. Porém, eu não os conhecia até as comparações começarem a surgir. No final de 2015, assisti ao episódio e percebi que tem muita relação com a essência do que fazemos”, explica. Jorge conta que a ideia de criar a rede social que visa eternizar seus usuários surgiu quando teve contato com os primeiros computadores, e seu interesse por tecnologia e inteligência
artificial começou a ficar evidente. “Com o tempo, a paixão foi crescendo e a ideia do Eter9 surgiu naturalmente, como uma forma de explorar os potenciais de inteligência artificial”. A plataforma possui uma página inicial, que tem o funcionamento semelhante ao do feed de notícias do facebook, e um “córtex”, que atua de forma parecida a de um perfil na rede social de Mark Zuckerberg. Jonas Ferreira, um dos 5 mil usuários do site, descobriu o Eter9 por acaso e, atualmente, faz uso da tecnologia para eternizar-se. “Pesquisando sobre inteligência artificial, encontrei o site. A proposta era inovadora e me chamou muito a atenção. Imaginei como seria, mesmo após a minha morte, continuar interagindo nas redes sociais”, conta o estudante.
Black power, girl! InfoPreta foi criada para atender um nicho descontente no mercado atual Matheus Fernandes | matheus.fs43@gmail.com
João Luís Cordeiro, estudante de T.I. e também apaixonado por inteligência artificial, encontrou no Eter9 uma forma de imortalizar seu irmão, José Felipe, que também gostava muito da área e, faleceu em um acidente de carro, em outubro de 2016. “Descobrimos o site juntos e logo criamos nossas contas. Hoje, me sinto uito mais perto dele ao ver suas ‘postagens’ tão idênticas ao que ele já fazia”, conta João, emocionado ao abrir o perfil do irmão. Henrique ressaltou que, diante da entrada de usuários na rede todos os dias, já planeja deixar o site mais potente. “Estamos criando um sistema-robô que aprenda mais rápido com outras redes, com o Facebook e o Twitter, pois no momento a capacidade do Eter9 ainda é muito pequena”.
App registra interrupções sofridas por mulheres Rosali Barreto | rosali.fbarreto@gmail.com
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Com dificuldades para conseguir emprego, Buh criou a InfoPreta em 2013 Quanto mais procurava por oportunidades, mais Buh D’ Angello via as portas se fecharem. Era comum participar de um processo seletivo, ir bem nas diferentes etapas e provas que comprovavam seu conhecimento em Tecnologia da Informação. Porém, não era o suficiente. Em pesquisa do IBGE, divulgada em fevereiro, em 2016 o desemprego no país foi maior entre pretos, pardos, mulheres e jovens. No total de pessoas a procura de oportunidades de trabalho no país, a maioria é de mulheres (50,3%). “Cheguei a ficar três anos parada, sem conseguir emprego. Passava em tudo e no final falavam que preferiam um homem na vaga. Ou olhavam para o meu cabelo e já negavam. Já aconteceu do próprio segurança me barrar antes que eu entrasse no local”, lembra Buh. Cansada das negativas, ela tomou uma decisão que não mudaria apenas sua realidade no mercado de trabalho, mas também a de outros perfis excluídos do mundo corporativo. Desde então, mulheres negras contam com os serviços da InfoPreta, empresa criada por Buh para atender mulheres negras que precisam de reparos em seus itens eletrônicos como computadores e notebooks. Ela conta que a empresa segue a mesma lógica no momento de buscar pessoas para colaborarem nos serviços. “Somos em cinco pessoas. Procuro contratar pessoas que façam parte de minorias. Por exemplo, dou preferência para negras, homossexuais, nordestinos... Damos chances para quem é negado pelo mercado”, explica.
A iniciativa de Buh lhe rendeu muitas conquistas. Já deu palestras em grandes empresas, e até fora do país! Apesar das alegrias, a ela conta que as dificuldades quase lhe fizeram desistir. “Ninguém investe em preto, ninguém nos enxerga, estou chegando onde estou por muita luta, e também por chegar com agressividade e fazer me engolirem. Se não fizesse isso, ainda não teria nada disso.” O retorno das clientes costuma ser positivo, pois muitas encontram na InfoPreta a segurança que não possuem em outras assistências. “Bruna é super atenciosa e passa muita segurança no que fala. Fui bem atendida e paguei um preço justo”, relata a cliente Carol Moreno. Apesar da aceitação do público, Buh ainda recebe críticas de homens nas redes sociais. “São pessoas que não entendem a questão, acham que a opinião delas é a real verdade, não tentam ver outros lados”,conta. Além dos serviços de manutenção, a empresa tem uma parte de contribuição social muito bacana. A InfoPreta reaproveita as peças usadas e cria um aparelho novinho para estudantes carentes, que não possuem dinheiro para comprar um novo.
App Eter9 facilita interações
O cenário é o Supremo Tribunal Federal, a protagonista é a ministra Cármen Lúcia, atual presidente do STF. O ministro Luiz Fux interrompe a votação e diz que concede a voz para a ministra Rosa Weber dar continuidade na votação. A presidente revida: “como concede a palavra se é a vez dela votar? Ela que concede, se quiser, à vossa exelencia uma parte”. O episódio viralizou nas redes sociais e é um claro exemplo do que milhares de mulheres vivem cotidianamente. O aplicativo Woman Interrupted veio para salientar o quanto as mulheres são interrompidas pelos homens. Rejeição e falta de confiança são alguns sintomas que as mulheres sofrem no dia a dia. O aplicativo busca promover o senso de justiça, liberdade e independência no universo feminino. Quantas mulheres já perderam a oportunidade de falar coisas importantíssimas, por causa de homens machistas? O aplicativo vai registrar quantas vezes uma mulher foi interrompida por um homem em uma reunião de negócios ou em qualquer outro ambiente. “Eu ouvi sobre o aplicativo numa rádio, me interessei e baixei o programa. Fiz o teste em casa, no trabalho e me surpreendi com os resultados. Os homens têm mesmo a mania de passar por cima das mulheres. Eu ainda não coloquei em prática no trabalho, só testei mesmo, mas o resultado vai abalar muita gente, pois fui interrompida 15 vezes numa conversa de cinquenta minutos”, enfatiza Mônica Soares, gerente de loja. O aplicativo foi criação da agência BETC, e a intenção é contar quantas vezes uma mulher é impedida de falar ou é interrompida por um homem. O programa pretende também conscien-
tizar o público masculino, que acha normal essa postura ou nem mesmo se deram conta de tais atitudes. A co-presidente da BETC de São Paulo, Gal Barradas, explicou em coletivas de imprensa, que o problema pode parecer pequeno, mas que reflete questões mais profundas de desigualdade de gênero no trabalho e na sociedade, e que a interrupção masculina é real e alarmante. O aplicativo é gratuito e acessível para Android e iOS. Está disponível no Google Play e no iTUNES, e para utilizar só precisa fazer um cadastro e calibrar a voz. Pode ser usado em português, inglês, espanhol ou francês. As informações são armazenadas, gerando gráficos com dados de dias, semanas ou meses, quantificando o número de interrupções. Também há a indicação de lugares para esse aplicativo entrar em ação, como reuniões, debates e discussões. As conversas não ficam registradas no aplicativo, somente o número de interrupções. A diretora de comunicação e informação da agência BETC, Camila Nakagawa, apontou que o aplicativo foi baixado em 57 países diferentes, e conta com mais de 15 mil downloads. “Um comentário marcante foi de uma desing russa que mandou e-mail pra gente falando o quanto o aplicativo a está ajudando, e outro fator notável foi a de uma jornalista americana que usou o app ao vivo com seus colegas de telejornal e foi interrompida 16 vezes por eles, o vídeo está disponivel na fan page da agência”, declara Camila Nakagawa. Divulgação
Para contribuir com a empresa, basta deixar mensagem na página no Facebook “InfoPreta”, ou enviar e-mail para infopreta. evoluindo@gmail.com. Serviço já foi baixado em 57 países diferentes, e conta com mais de 15 mil downloads.
Taxi exclusivo para mulheres? É possível! Femitaxi, Lady Driver e 99 Taxis oferecem serviço diferenciado e com maior segurança Aline Freire | freire.aline1992@gmail.com
Amanda Mendes, 25 anos, não esperava que uma volta tranquila para casa se tornaria um trauma: “Por volta de duas da manhã, minha única opção era pegar um taxi. Me assustei quando o motorista fez comentários do tipo: não sei como uma menina tão linda está andando por essas horas sozinha.
Se fosse minha, estaria te proporcionando uma noite inesquecível”, relata. Agora, Amanda só utiliza serviço de taxi exclusivo para mulheres. Diante deste, e de muitos outros relatos de assédio sexual durante corridas de taxis, empresas de transporte criaram, desde 2016, aplicativos Wellington Carneiro
Atualmente, existem 8.100 mulheres taxistas em São Paulo
que oferecessem para suas clientes um serviço exclusivo e diferenciado, “que fosse de mulher para mulher”, como diz Maria Helena Rodrigues, motorista e administradora do Femitaxi. Além do Femitaxi, há também o Lady Driver e 99 Taxis. “Sou taxista há mais de 20 anos, sempre tive bastante passageiras, mas chegou um momento que não conseguia atender toda a demanda. O Femitaxi veio para facilitar tudo isso, pois dentro de um aplicativo, nós conseguimos compartilhar as clientes. Além disso, a demanda de motoristas está crescendo a cada dia, e o app tem planos de se expandir para todos os estados”, esclarece Maria Helena. O serviço está disponível nas cidades de São Paulo e Belo Horizonte. De acordo com pesquisa realizada pela empresa 99 Taxis, das 60 mil mulheres entrevistadas, 56,5% delas
sentem-se mais seguras ao utilizar o transporte quando conduzidos por outra mulher. Só no estado de São Paulo, o número total de taxistas do sexo feminino é de 8.100, de acordo com o Departamento de Transportes da Prefeitura, o que representa somente 10% da categoria. Talvez isso explique o que a estudante Lilian Caetano, 23 anos, enfrentou ao solicitar um carro pelo aplicativo Lady Driver. “Achei muito legal a iniciativa, estava ansiosa para usar. Um dia, o carro da minha mãe quebrou, ela estava atrasada para o trabalho e decidimos pedir o serviço. Porém, o carro que solicitei estava localizado a 28 km da minha casa, ia demorar cerca de 30 à 40 minutos, optei por cancelar a viagem.” Apesar do contratempo, Lilian insistiu em usar o aplicativo. Quando teve sucesso, verificou que Jornal Expressão
o app traz algumas opções que são atrativas para a cliente, como por exemplo, enquanto você está na viagem, aparece no canto direito da tela do celular um ponto de exclamação em que a passageira possa dizer se a motorista está tendo uma atitude inadequada ou pode até chamar a policia. “Isso oferece mais segurança, e se tivessem mais carros disponíveis, seria um serviço que, sem dúvidas, usaria com maior frequência”. Diferente do Femitaxi e Lady Driver, que são aplicativos exclusivos para mulheres, o 99 Taxis tem um serviço que é aberto para todos, no entanto, homens podem solicitar o serviço para suas filhas e esposas. Mas, também, a motorista terá a alternativa de cancelar, caso ache necessário. O serviço está disponível na aba ‘Opcionais’, no qual há um comando chamado ‘Motorista Mulher’.
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Tatuagem reconstrutiva é aliada da medicina Compreenda a vertente artística que recria parte do corpo através dos traços e cores sobre a pele Giovanna Pinheiro | ggpinheiro@gmail.com
Essa técnica ganhou popularidade no Brasil no ano de 2014, por meio do projeto “Uma tatuagem por uma vida melhor”, que convidava mulheres que retiraram os seios por conta do câncer, para tatuar a região. A iniciativa do tatuador e proprietário do estúdio Led’s Tattoo, Miro Dantas, realizou cerca de uma reconstrução a cada mês desde seu lançamento. O sucesso foi tão grande que em novembro de 2016 o projeto foi temporariamente suspenso por excesso de atendimentos programados. Para Miro, é essencial que a pessoa afetada pelas sequelas busque seguir com a sua rotina da forma mais natural possível e a tatuagem reconstrutiva pode representar o primeiro passo. “A mudança após a tatuagem é radical, há casos em que a mulher está sem
Giovanna Pinheiro
A tatuagem comumente possui um significado, representando a identidade do indivíduo que ocupa a pele com desenhos feitos a partir de tinta permanente e agulha. Com seu desenvolvimento como expressão artística, surge uma nova vertente que transforma cicatrizes em histórias de superação. O procedimento conhecido como tatuagem reconstrutiva tem como objetivo recriar através da arte, pontos danificados do corpo de quem sofreu complicações de saúde. São casos de pessoas que possuem marcas profundas, amputações e mais frequentemente, mastectomia (cirurgia de remoção completa das mamas para o tratamento do câncer) e recorrem aos estúdios para a reparação da zona prejudicada.
Mulheres realizam tatuagem reconstrutiva pós-mastectomia
As cores e os traços do grafite digital
Das ruas para a tela do computador, a projeção internacional e os diferentes ângulos da nova era Otávio Santos | otavio_san@hotmail.com
Enquanto seu olhar explora cada linha deste texto, uma imagem ou qualquer sinal analógico é gradualmente transformado em código digital. Hoje, a tecnologia dá um novo significado para o que conhecemos como arte. A construção do termo “grafite digital” não tem precedentes. Desde que a digitalização passou a ser ferramenta primordial das
interações sociais, qualquer prática artística tornou-se material em potencial para o ciberespaço. Popularmente, pode ser definido como uma conexão entre os diversos dispositivos digitais e a democrática arte de rua nova-iorquina do grafite. O uso dos projetores de imagens auxilia na criação dos monumentais murais pintados por toda a cidade, são capazes de duplicar ou Sérgio Lopes
Snek faz uso do projetor para grandes trabalhos
ampliar materiais previamente selecionados em variados ambientes internos e externos. O grafiteiro Sérgio Lopes, o Snek, explica que o uso do equipamento impulsiona o trabalho. “Qualquer peça desenhada com o auxílio do projetor pode ser feita sem ele, mas o tempo de produção é multiplicado. Com a projeção, a complexidade do trabalho não é alterada e o tempo, reduzido. Não existe mais a necessidade de quadricular todo o espaço em branco e a imagem pode ser ajustada a qualquer momento”, comenta. Os novos conceitos atribuídos a este universo estão diretamente conectados ao caráter social do grafite enquanto movimento e forma de expressão. O Graffiti Research Lab – grupo americano que pesquisa novas tendências urbanas – foi responsável pela criação do “Light Grafite”, que manipula feixes de luz e registra imagens em fotografias, captadas por uma câmera
com sistema de velocidade e maior tempo de exposição. O duo VJ Suave, formado por Ygor Marotta e Ceci Soloaga, aprimorou o uso dos refletores. Juntos, arquitetam grandes performances audiovisuais e projetam grafite nas paredes dos prédios da cidade, com o reforço da bicicleta modificada apelidada de “SuaveCiclo”. A intervenção leva arte para o espaço público e comunica: “mais amor, por favor!”. Mas o que todo esse aparato representa para o futuro da arte de rua? “É muito comum um artista usar o termo writer (escritor) como apelido para o grafiteiro, já que a origem do movimento está relacionada principalmente às letras. Todo tipo de expressão artística é válida, mas é muito importante preservar sua essência, antes de qualquer equipamento ou tecnologia”, esclarece Dek Suave, artista visual da zona norte de São Paulo.
Teatro de imersão gratuito na Zona Leste
Peça começa na Estação Brás da CPTM; desembarca no Jardim Romano e termina às margens do rio Tietê Vitor Guilherme | vitor_vilarosa10@hotmail.com
No extremo leste da cidade de São Paulo, o Jardim Romano é um bairro que há décadas sofre com alagamentos. Em 2010, na maior chuva registrada na região, os moradores ficaram durante três meses debaixo d’água. A partir desse fato, o coletivo Estopô Balaio resolveu migrar para o bairro e desenvolver manifestações artísticas e ações culturais para com os residentes da área e os curiosos que vêm de outros lugares do Estado. Dentre as manifestações artísticas, que incluem saraus, uma tevê comunitária e um ateliê de memória e narrativa que envia cartas gratuitas para qualquer lugar do Brasil ou do mundo. Destaca-se a idealização e produção de peças teatrais que trazem consigo histórias das enchentes de 2010, sempre retratando o lado humano e as dificuldades que os moradores – em suma maioria oriundos de Estados do Nordeste brasileiro – enfrentaram durante os três meses. O coletivo já idealizou três peças teatrais: “Daqui
a pouco o peixe pula” e “O que sobrou do rio” foram as primeiras. Atualmente, o grupo encena “A cidade dos rios invisíveis”, espetáculo baseado no livro “As cidades invisíveis”, de Ítalo Calvino. A obra retrata a história dos bairros da Linha 12 da CPTM como sendo cidades invisíveis aos viajantes e dá vida a esses lugares, o último ato é o desembarque na Estação Jardim Romano, onde o grupo continua o teatro até as margens do córrego Três Pontas, margem do rio Tietê. “Muitos de nós, atores, não moramos no Jardim Romano. O grupo existe há cinco anos, mas adotamos o bairro como residência artística há somente quatro. Identificamo-nos com as histórias, a maioria de nós é migrante tal quais os moradores dali, e a enchente era resultado da expansão desordenada da cidade, assim como aconteceu em nossas vidas. Sentimos que isso nos unia e resolvemos contar nossas histórias e as histórias do bairro.”, conta Paula Mendes, integrante do coletivo. Jornal Expressão
O espetáculo se inicia na Estação Brás, e é oferecido gratuitamente. Durante a viagem, música, poesia e dança integram a obra, que conta as histórias dos atores enquanto migrantes no bairro e principalmente, histórias dos moradores da região, como do famoso “Paulo Barqueiro”, morador que remava diariamente para levar os vizinhos ao trabalho durante as cheias.
Segundo o roteirista e idealizador do projeto, João Júnior, uma das maiores virtudes do espetáculo é mostrar que há cultura em toda parte. “Também se faz teatro no trem e na rua, e um tanto melhor que esse teatro mostre a verdade, apresente pra todo mundo que há vida na periferia e que ela precisa ser cuidada”, acrescenta. Aline Hessel
Atores e musicos se reunem às margens do rio Tietê
o mamilo há anos e em apenas duas horas de procedimento consegue recuperar a parte perdida. Mas é claro, isso exige muito estudo do profissional sobre regras de cores e etnias, além de estar sempre bem informado a respeito do tratamento ao qual o paciente está sujeito”, assinala. Há ainda quem prefira não se ater ao realismo oferecido pelo método e utilize a criatividade para levar ideias inusitadas até os tatuadores, camuflando cicatrizes com desenhos que não correspondem a estrutura original do local. Flores e animais são os estilos mais comuns reproduzidos tantos nas mamas quanto em pernas e braços amputados. Com o aumento do número de interessados, o campo médico e os estúdios passa-
ram a estabelecer uma ligação direta. Atualmente, profissionais precisam receber uma autorização da Anvisa para realizar o processo, de acordo com a circunstância do cliente, é recomendado ainda que se estabeleça um diálogo entre o médico responsável pelo tratamento e o tatuador. “Fui orientada pelo meu cirurgião a procurar um estúdio quando passei pela mastectomia e me encontrei completamente insatisfeita, mesmo após a inserção de prótese na área. Em duas sessões de tatuagem recuperei artificialmente as auréolas e mamilos, a dor é suportável e o resultado vale a pena. Foi só após a tatuagem reconstrutiva que voltei a me olhar no espelho e a aceitar meu corpo”, conta Cristiane Barreto, arquiteta.
Arte é ferramenta para recuperação da saúde Karla Nunes | karla_nunescarlos@hotmail.com Pedrina Santana
Os pacientes recebem voluntários fantasiados Cerca de nove hospitais da cidade de São Paulo recebem profissionais da organização social Arte Despertar, que utiliza como ferramenta diversas combinações, que envolvem contação de histórias, poesia, lendas, interação com livros, a música e arte. O projeto Promovendo Cultura nos Hospitais - um dos trabalhos do grupo Arte Despertar - proporciona experiências únicas para pacientes, acompanhantes e especialistas da saúde. “Por semana são realizadas, no mínimo, oito horas de intervenções em sete hospitais públicos. Há várias histórias de pacientes, seus acompanhantes e profissionais de saúde que relatam o quanto o trabalho ajuda a tornar o momento mais leve. O atendimento do Arte Despertar ao paciente colabora para o retorno da autoestima e, por consequência, para a melhora da sua saúde”, afirma Regina Vidigal Guarita, diretora-presidente da Arte Despertar. No primeiro trimestre de 2017 já foram atendidos cerca de 6.150 pacientes e tem como meta atender 24.500 até dezembro. A organização trabalha com o apoio da Lei de incentivo: Rouanet e também conta com a parceria de pessoas físicas e empresas privadas. A Arte Despertar também oferece curso de Contação de Histórias em hospitais e instituições culturais para profissionais da saúde e público em geral e formação de educadores com foco no desenvolvimento de crianças e adolescentes.
Os profissionais que participam das intervenções são qualificados, arte-educadores experientes, sempre com suporte de um psicólogo e um pedagogo. Todo o trabalho é voltado a provocar uma reflexão e percepção da vida do próprio paciente e de todas as pessoas beneficiadas pelo projeto. Não é apenas um trabalho para animar ou distrair o paciente, as técnicas utilizadas têm como objetivo reforçar elos familiares e afetivos, contato com a própria história e fortalecer o convívio de todos. O diferencial do projeto é a preocupação com o profissional da saúde, tem a delicadeza de perceber que os médicos, enfermeiros e atendentes, também precisam de cuidados. Uma obra humanizada, com técnica das áreas do conhecimento - arte-educação, psicologia e pedagogia. A metodologia própria do Arte Despertar é reconhecida e aprovada pelos Ministérios da Cultura e da Saúde. “Os meses durante a internação e processo cirúrgico não são fáceis, receber pessoas com a capacidade de transformar um ambiente cheio de problemas em um espaço com sorrisos e alegria é com certeza, muito importante. Fez a diferença para mim e minha filha, foi uma tarde especial”, conta Pedrina Santana, acompanhante que já presenciou uma atividade artística no Instituto Dante Pazzanese de cardiologia.
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Realizar o sonho de voar Emoção e adrenalina com os melhores instrutores do simulador de paraquedas Matheus Caixeta | teuscaixeta@gmail.com
Na mitologia grega, Ícaro sonhava voar e achava isso impossível acontecer. Tentou deixar a ilha de Creta voando, mas acabou morrendo ao tentar, caiu nas aguas do mar Egeu. Para idealizadores do Wind up Indoor Skydiving a realidade se tornou concreta. O simulador de vôo proporciona isso aos paraquedistas profissionais, ou em treinamento. Meninos e meninas a partir dos cinco anos de idade e adultos com peso de até 150 quilos podem participar, com segurança e toda a infraestrutura adequada dentro do tubo de vento vertical e alta potência. Montado no estacionamento do shopping D, Marginal Tiete em São Paulo, traz toda a emoção às pessoas aventureiras, pois se trata de um túnel de ventos que alcança 250 km/h. Considerado o melhor simulador portátil do
mundo, tem pacotes diferentes e acessíveis ao bolso de quem deseja voar por 1min e 30s ou 2min, mais tempo que isso pode causar cansaço físico nos indivíduos. Os pacotes de voo precisam ser fechados com três dias de antecedência e ainda necessário o cadastro no site da marca. “Decidimos realizar o sonho de simular uma queda de curta duração e trazer aparatos e situações reais as pessoas”, diz Mateus Cardozo, instrutor de voos e professor de paraquedismo. Segundo os instrutores, no primeiro momento só se pode abrir os braços e pernas, essas são as instruções básicas de primeiro voo, no terceiro salto já se podem realizar manobras. Existem paramédicos 24h acompanhando todos os saltos. A empresa se responsabiliza por todos os erros que vir acontecer, pois, é assinado um termo de
segurança antes da diversão ser realizada no túnel indoor. “Meu primo faz, porque é seguro e confiável. Fiz meu primeiro salto em 2012 ano da inauguração do estabelecimento e faço aulas desde 2013. Ganhei o certificado de salto do Wind up.Já gastei 1800 reais em 5 meses de curso ”, conta Luiz Evangelista, 36 anos de idade, professor de paraquedas em Boituva, cidade do paraquedismo no interior paulista. A estrutura externa é de cor azul dando a sensação no salto de estar no céu, o tubo transparente alcança 17 metros de altura e a ocupação dele depende da montagem a ser realizada. Os donos são engenheiros, que receberam investimentos para que fossem feitos os projetos. Esses tubos moveis são encontrados em 4 diferentes cidades, São Paulo, Boituva, Barueri e em Santa Catarina.
De skatistas para a comunidade
Conheça o grupo que decidiu recriar ambientes para o pessoal do skate Anthony Kunze
Caixote instalado numa praça com o nome do coletivo falta de estrutura realmente bacana atrapalha. E tem muitas praças por ai que poderiam ser melhores aproveitadas”, afirma Ana Carolina Munhoz, estudante de admnistração que tem gosto pelo esporte. As intervenções acontecem durante à noite, por conta da movimentação mais tranquila. E a escolha pelos locais acontece de forma democrática, depois do rolê de domingo se reúnem, discutem e organizam o que pode ser feito em determinado ambiente. As obras custam em média de 200 a 500 reais, dinheiro conquistado com doações ou a partir da venda de seus produtos, como canecas, camisetas e bonés.
Estrutura montada no estacionamento do Shopping D, localizada em São Paulo
Recursos dos vereadores são o principal meio para financiar revitalização de praças André Catto | andre.catto@hotmail.com
Angelica Tucan | angelica.tucan@hotmail.com
Transformar a paixão em comum pelo skate em um projeto comunitário que busca revitalizar áreas voltadas para a prática do esporte, com o objeto de melhorar a experiência dos frequentadores. Assim surgiu o Ruativa, que completa três anos em atividade, construindo pistas e obstáculos para que os visitantes curtam os “picos” de São Paulo em quatro rodinhas. Essa é a ideia da dupla Ricardo di Lazaro e João Yumoto. No começo fizeram projetos dentro da Universidade de São Paulo, onde instalaram uma cantoneira num banco, para facilitar as manobras de quem já frequentava o lugar. E seu último trabalho ocorreu em numa área inutilizada próxima a estação Granja Julieta, linha Esmeralda da CPTM. No currículo, eles já contam com dez ambientes modifica-dos e melhorados. O que nasceu como uma dupla, agora é um grupo de vinte voluntários, que mesmo com suas áreas de atuação distintas se unem em prol do skate. Eles vão para qualquer “pico” usado pelos skatistas de São Paulo para recriar e transformar o espaço visando atrair a comunidade e proporcionar uma maior interação social através do esporte. “É muito gostoso andar de skate. Mas, às vezes, a
Matheus Caixeta
“Qualquer skatista pode colaborar. Mas a maneira mais eficaz de ajudar é comprando as nossas camisetas, onde todo o dinheiro recebido é inteiramente investido na construção de obstáculos”, diz Ricardo di Lazzaro, um dos pioneiros do grupo, que inclui entre seus objetivos a expansão do comércio a partir de lojas virtuais e parcerias com lojas físicas. Dentre as mudanças mais queridas está a Praça Dina, também nos arredores da estação Granja Julieta, na zona sul da cidade, na qual incutiram uma espécie de palquinho. Outros grupos já usufruíam da região e o projeto contribuiu para o crescimento da movimentação de skatistas na área.
Apesar da extrema urbanização de São Paulo, a cidade ainda conta com áreas verdes, distribuídas entre parques e praças. São espaços que, frequentemente, recebem visitantes tanto para a prática de exercícios como para o lazer. No entanto, para que pequenas praças públicas ofereçam uma estrutura mínima, especialmente nos bairros periféricos, é preciso investimentos por parte da Prefeitura. A revitalização de uma praça – ou de determinada área que possa vir a se tornar um espaço de lazer para moradores – pode ser feita a partir de uma emenda parlamentar destinada por vereadores de São Paulo ao Orçamento do Município. Neste caso, o projeto e os recursos financeiros são encaminhados pelos gabinetes dos parlamentares diretamente à res-
pectiva Prefeitura Regional que executará as obras. “Uma praça revitalizada, como qualquer espaço público de convivência, é extremamente importante para a vida da cidade. Tem o poder de reunir e agrupar pessoas que vivem próximas, mas estão cada vez mais distantes, de perfis e idades completamente diferentes”, comenta o vereador Toninho Vespoli (PSOL). Ele ressalta ainda que esses locais de convivência geram aumento da segurança no bairro, por conta da ocupação de moradores. Por ano, cada um dos 55 vereadores conta com aproximadamente R$ 3 milhões para emendas parlamentares, um total de R$ 165 milhões – valor não estabelecido por lei, mas discutido e determinado por eles durante a elaboração do Orçamento da cidade para 2017. Essa André Catto
Dona Dirce praticando atividade física ao ar livre
quantia fica disponível não apenas para a revitalização de praças e espaços públicos, mas também para fomento à Cultura, Educação, Saúde e outras áreas públicas. De acordo com relatório da Prefeitura, em 2016 foram destinados, ao todo, R$ 94.574.095,28 em emendas parlamentares pelos vereadores. A revitalização de um espaço pode envolver a instalação de equipamentos de ginástica ao ar livre, implementação de pista de caminhada, bancos, brinquedos infantis e até quadras poliesportivas, dependendo do projeto, do espaço e do valor da emenda. Além dos recursos parlamentares, essas reformas também podem ser feitas a partir de verbas oriundas do Fundo de Desenvolvimento Urbano (FUNDURB). As reformas podem ser executadas a partir de solicitações de moradores. “De forma geral, atuamos em diversas praças e parques, junto aos movimentos sociais e populares existentes em cada um deles. A demanda vinda da comunidade é a melhor forma de poder atuar”, explica Vespoli. Para a aposentada Dirce Jacira, todos os parques e praças deveriam ter equipamentos de ginástica ao ar livre. “É muito bom ter um lugar para fazer exercícios, principalmente para quem não tem dinheiro para pagar uma academia. Na praça, eu posso mexer minhas articulações, encontrar amigas e ter mais saúde”, diz, enquanto se exercita no parque Ecológico Lydia Natalizio Diogo, na zona leste. Pablo Alberto
Museu é um templo do futebol brasileiro O espaço reúne grandes nomes e momentos do esporte predileto no BR Pablo Alberto | pabloalberto91@gmail.com
As torcidas fazem a trilha sonora do espetáculo futebolístico. Pensando nisso, o Museu do Futebol disponibiliza aos seus visitantes a experiência que os jogadores sentem quando entram em campo para uma partida de futebol. O setor dedicado aos gritos das torcidas é um dos destaques do Museu do Futebol. O local que foi feito para contar a história do esporte no Brasil, foi inaugurado no dia 29 de setembro de 2008 e já recebeu quase 3 milhões de visitantes até maio de 2017. Se o público se emociona com o som das torcidas, o mesmo acontece quando adentra no espaço dos ídolos nacionais. Treinadores, jogadores e jornalistas são lembrados através de lances que até hoje estão gravados na retina dos torcedores. Pelé, Ronaldo, Zagallo e ou-
tros personagens que ajudaram a tornar nossa seleção pentacampeã do mundo são homenageados por tudo o que fizeram. Galvão Bueno, Fiori Gigliotti e Osmar Santos, narram os grandes momentos da história como se fosse inédito. João Batista de 59 anos, visitou o Museu e teve a oportunidade de reviver o último gol do Brasil na final do Mundial de 1970 e não conseguiu esconder a emoção. “Automaticamente me lembro de toda a minha família comemorando o título, puder reviver esse momento me deixa muito feliz”. Na sequência da exposição o público é lembrado da razão do futebol não ser considerado somente um jogo. Além de apresentar os primeiros passos do esporte no país, a ala lembra da importante inclusão social que
o futebol provocou ao longo da história. A participação de negros e pessoas de classes sociais inferiores ganharam o seu lugar do esporte no Brasil em uma época em que o futebol ainda era para a elite. Com os ídolos nacionais e a história do esporte contadas, o Museu dedica um lugar para a maior festa da sua modalidade: a Copa do Mundo. Passando por cada edição desde 1930, o público conhece fatos curiosos e vê as principais imagens, além das trilhas sonoras tocadas na época, fazendo com que o visitante conheça o que tocava a cada 4 anos. Por fim, é hora de brincar. O Museu do Futebol convida o visitante a testar a potência do seu chute, jogar uma partida de pebolim e brincar em campos virtuais, garantindo a diversão dos visitantes.
Visitantes aproveitam para se divertir jogando Pebolim no Museu do futebol A casa do futebol conta com uma biblioteca para o público, como informou a guia Juliana Dias: “Para acessar a biblioteca não é necessário pagar para entrar no Museu. Quem quiser usar o espaço só precisa informar na bilheteria que será credenciado para consultar nosso acervo de forma gratuita”.
Antes de se despedir, o público tem a oportunidade de ficar por alguns momentos na arquibancada do histórico Estádio do Pacaembu. Visualizando o campo, os visitantes podem imaginar cada grande decisão que esse lugar sagrado teve a oportunidade de promover, e assim ser mais um na história: do meu, do seu, do nosso... Pacaembu. Jornal Expressão
Museu do Futebol: Terça à domingo nos dias de semana das 09h às 16h e aos sábados, domingos e feriados, das 10h às 17h Custo do ingresso: R$10 todos os dias, exceto aos sábados onde o visitante tem direto a entrada gratuita Praça Charles Miller, s/n - Pacaembu, São Paulo