ano 22/número 5 junho/2015
jornalismo universitário levado a sério
jornal laboratório do 4º ano de jornalismo
usjt
Feminismo
Lugar de mulher é onde ela quiser especial | pág. 4 e 5
Watercolor tattoo - efeito Pai cria página do facebook Brincadeiras de rua para contar histórias dos filhos sobrevivem em Sampa das telas para a pele artes | pág. 7
vida digital| pág. 6
esporte| pág. 8
#hashtag
ano 22 |no5 | junho/2015
#editorial
Elas: vez e voz
#fração de segundo fotolegenda
Caro leitor, você deve estar ataranto neste final de semestre letivo. Tensão, provas, correria. Mas, antes da pausa para as férias, venha compartilhar conosco mais uma edição do jornal Expressão. O tema da vez na reportagem especial é o feminismo. Sim, ele mesmo!! Trazemos a voz de ativistas, mulheres que brigam e lutam por igualdades de direitos em uma sociedade ainda marcada pelo sexismo. Falamos sobre a história do 8 de Março. Lembramos como o machismo pode estar nas atitudes mais corriqueiras e cotidianas das nossas vidas. Apresentamos dados que explicitam os números da violência contra a mulher no Brasil. Também conversamos com homens que são parceiros das mulheres nas lutas feministas. E o Expressão não para por aí. Temos reportagens sobre brincadeiras, sobre jogos, sobre tatuagem em aquarela, sobre deliciosos diálogos de um pai com seus pequenos filhos, sobre a leitura em Braille, sobre a descoberta de um poema inédito de Machado de Assis. Uma edição rica em diversidade.
Profa Iêda Santos e Profa Jaqueline Lemos
#protagonista
André Pomba,
Mães da Sé
no comando do reino de Copas Um mergulho na cena alternativa de São Paulo Marcos ViniciusFernandes | mviniciusmfernandes@gmail.com “Come on, vogue/ Let your body/ Move to the music/ (Move to the music)/ Hey, hey, hey/ Come on, vogue/ Let your body go/ With the flow/ (Go with the flow)/ You know you can do it”. Com Vogue, da cantora Madonna,somos levados ao mundo desse personagem icônico na noite paulistana, em uma noite de domingo no Clube A Loca. Ele entra em cena com suas marcas registradas, barba, boné e sempre uma camiseta que remete a uma banda. Pomba é uma pessoa querida, sempre simpático, contagiante. E o seu palco de atuação, uma das noites alternativas mais conhecidas da cena da Cidade de São Paulo ajuda a ambientar esse grande personagem. Logo na entrada existe uma grande cadeira de tortura, mas é a tortura da alegria, pois desde a entrada já se percebe a grande alegria, com pessoas frenéticas, conversando, comentando o que vai rolar na balada. Símbolo da casa, a Rainha de Copas bilha durante a noite, mas não mais que o grande DJ.Ele leva alegria a todos que são frequentadores assíduos, ou os novos. Para Pomba, não deve haver distinção entre o novo e o velho, o comum ou o mais louco dos convidados. Todos têm seu lugar garantido. E em seu reinado, a música é o pão, tão essencial em nossas vidas que nos nutre nesse mundo encantado. E lá está ele, acima de todos, elevado por uma cabine, mas que pode ser considerado o trono que Pomba assume dignamente. De clássicos à o rock mais alternativo é que a noite começa. “Candy Candy Candy/ I can’t let you go/ All my life you’re haunting me/ I loved you so/ Candy Candy Candy/ I can’t let you go/ Life is crazy/ Candy baby”.
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Ao embalo de Iggy Pop aos domingos há 15 anos no projeto Grind cria-se uma grande parceria entre Pomba e seus vários amigos. Acolhido pela A Loca, um clube novo na epoca da criação do projeto. A intenção do idealizador da festa era de juntar pop, rock e cultura GLBTT, na troca de informações, de experiências, com muita animação, em uma das noites da semana em que muitos simplesmente ficavam em suas casas assistindo o resto do fim de semana passar em branco. E em uma época na qual os clubbers, dominavam a cena noturna, Pomba buscou suas influências para dar algo de diferente.
Diagramação: Profa Iêda Santos
Apesar de tudo o tempo é para diversão. Todos querem apenas muita alegria, fugir um pouco da rotina louca que existe do lado de fora. Marca registrada ao fim da noite Pomba e sua coreografia com o acenar de mãos ao tocar Panic, dos Smiths marcando mais um fim de noite onde a diversão e a descontração de uma das bandas mais tocadas durante esses anos em seu reinado. On the Leeds side-streets that you slip down/On the provincial towns that you jog’round/Hang the d.j., hang the d.j., hang the d.j./Hang the d.j., hang the d.j., hang the d.j./ Hang the d.j., hang the d.j., hang the d.j./Hang the d.j., hang the d.j./Hang the d.j., hang the d.j. Fotos: Arquivo pessoal
A garoa de São Paulo banha as Mães da Sé, mulheres que perderam seus filhos sem qualquer rastro, desaparecidos nessa imensa metrópole. A arquitetura gótica da catedral da Sé é o plano de fundo delas, que semana sim, semana não, seguram estáticas as fotos de seus filhos perdidos. A chuva, a dor, o tempo, a saudade, o sofrimento, não são tão grandes quanto a esperança dessas mães. Foto de Laio Rocha - aluno do 4o ano de Jornalismo/campus Butantã
#fica a dica
Caixa de Pássaros: Não abra os olhos Eduardo Silva | eduardo_x2@hotmail.com
Você não entende. Surtos. Algo desconhecido. Ninguém está imune “Ela está lá fora, pronta para alimentar os pássaros. Vendada, anda devagar, tateando a parede para procurar a caixa. Eles já arrulham. Sempre fazem isso quando ela se aproxima. No entanto, dessa vez, ela ouve algo além dos pios. No fim da calçada, ouve-se um ‘passo interrompido’. Sempre muito alerta, ela fica surpresa ao perceber que está tremendo. As vozes dos pássaros não soam mais de forma agradável. Parecem o que Tom quer que sejam: um alarme.” Caixa de Pássaros, lançado em 2014, é um romance pós-apocalíptico do autor americano Josh Malerman. Após vários relatos de pessoas enlouquecendo e cometendo suicídios violentos, diversas nações ficam em estado de alerta. Os personagens olham para uma “coisa” que acaba desencadeando um impulso incontrolável que os leva à morte. Ninguém é imune a isso e ninguém sabe o que provoca essa reação. “Livros de entretenimento sofrem preconceito porque se propõem a divertir e só; mas qual o problema nisso? Caixa de Pássaros é um suspense. Sem entrelinhas, sem um discurso político e livre de ideologias. O autor se propõe a levar o leitor a um estado de paranoia e medo e esse objetivo é alcançado”, afirma Augusto Assis, colunista do Cabine Literária. Segundo ele, o livro mexe com o que você não conhece ou não pode ver e o leitor fica, em todas as páginas, tentando entender o que está acontecendo. “Como alguém consegue prender o leitor e fazê-lo sentir medo de algo que não é visto? É genial”, conta.
Como a ‘coisa’ só mata quando você a vê, a solução que os sobreviventes encontram quando precisam sair da casa, é vendar os olhos. “Você acompanha quando um personagem sai vendado para um lugar desconhecido, podendo ser atacado tanto por bichos quanto por pessoas que talvez estejam enlouquecidas, então é muito ‘oh Meu Deus, o que vai acontecer agora?’”, conta. Para Augusto, por trás de tudo é possível ver a si mesmo, sobrevivendo e lutando contra coisas que você nem sabe de onde vieram, cuidando daqueles que são importantes para você. “Isso fora o fato de que a protagonista Malorie é como aquela pessoa que você conhece em uma festa aleatória
e descobre que ela é extremamente legal. ‘Por que eu não te conhecia ainda? Quero saber tudo sobre você’. Era assim que eu me sentia com ela”, finaliza.
expediente Diretor da Faculdade de LACCE Prof. Rosário Antonio D’Agostino Jornalistas Responsáveis Profª Iêda Santos (MTB 31.113) Profª Jaqueline Lemos (MTB 657/GO)
Coordenador de Jornalismo Prof. Anderson Fazoli (MTB 15.161) Redação Alunos do 4º MCSNJO Diagramação Capa Profª Iêda Santos
Revisão Prof. Juca Rodrigues Projeto Gráfico e Supervisão Profª Iêda Santos
Impressão Folha Gráfica (11) 3224.7667
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A vida com outros olhos O processo de alfabetização para deficientes visuais começa pela consciência de sentidos
Letícia Polydoro
Alfabetização de deficientes visuais com auxílio do sistema Braille
Letícia Polydoro | evaristopolydoro@gmail.com Eles enxergam o mundo de uma forma diferente. Os olhos são
as mãos, os ouvidos, a bengala e um cão guia. Na ausência de um sentido, os portadores de necessidades especiais aguçam os demais para se tornarem independentes. Para isso, eles enfrentam diversos desafios e um deles, talvez o mais complexo, seja aprender a ler e a escrever. O diferencial deste tipo de alfabetização, além da codificação e decodificação em Braille, é aprender a utilizar a escrita, saber ouvir e produzir textos. Em uma sala de aula com aproximadamente 40 alunos, no CEU (Centro Educacional Unificado) de São Miguel, zona leste de São Paulo, está Bruno Henrique de Almeida. O menino perdeu a visão
aos oito meses, por causa de um câncer. Aos sete anos ele cursa o primeiro ano do ensino fundamental, iniciando o processo de
alfabetização, Bruno aprende primeiramente a ter consciência
de seus sentidos. “Através do treino auditivo o aluno ganha noção do espaço temporal e aprende, por meio da memorização, a pronunciar corretamente as letras, sílabas e palavras. Já a compreensão de texturas e formas é importante para o desenvolvimento da sensibilidade tátil. Após avançar essas etapas o estudante está pronto para o sistema Braille,” explica Agda Marques, professora de Bruno. O inventor do aparelho de leitura e escrita que atualmente é
usado por deficientes visuais de todo mundo foi o francês Louis Braille, que perdeu a visão aos quatro anos e criou o sistema durante a adolescência. “O Braille é formado por seis pontos e contém toda simbologia escrita. Inicialmente o aluno aprende
a contar os pontos e o posicionamento deles e depois a fazer as combinações até adquirir todo o alfabeto e conseguir construir as frases,” esclarece Juliane Rega, professora da Fundação Dorina Nowill para Cegos. “Infelizmente grande parte das crianças totalmente cegas só entra em contato com a escrita e a leitura no período escolar. O sistema Braille deveria
ser um objeto socialmente estabelecido, mas não faz parte da rotina das famílias porque somente os deficientes visuais se utilizam dele. A ausência do aparelho acarreta em diversos prejuízos e atrasos durante o processo de alfabetização,” alerta Agda. “Atualmente, o Brasil tem 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual. Dessas, seis milhões têm baixa visão e as outras quinhentas mil são totalmente cegas, ou seja, a maioria não depende do sistema Braille para fazer a leitura, porque possui um resquício de visão que precisa ser estimulado, um livro com a letra ampliada já seria o suficiente,” acrescenta Juliane.
educação
Jovens espalham o conceito de negócios sociais em universidades A iniciativa CHOICE divulga o conceito de negócios que visam mudança na sociedade David Pereira | david.pj22@hotmail.com Você sabe o que é empreendedorismo social? Não se preocupe se a sua resposta foi não, o termo ainda gera interrogações e é pouco difundido no Brasil. Para mudar este cenário, a ONG Artemísia criou o CHOICE, um programa com quatro meses de duração que, desde 2011, busca disseminar para universitários de todo o Brasil o conceito de negócios de impacto social. Contrapondo o empreendedorismo tradicional, este tipo de negócio trabalha fundamentalmente com resultados sociais. São soluções criativas para problemas comuns, geralmente em comunidades e regiões pobres. Porém, ao contrário de ONG’s, a iniciativa pode visar o lucro. O CHOICE é feito por e para universitários. Para participar, o jovem deve estar matriculado em um curso de ensino superior, em qualquer área e instituição de ensino. Os interessados se cadastram pelo site da Artemísia (http://artemisia.org.br/) e passam por uma seleção, com etapas online e por telefone. Depois de aprovados, recebem um treinamento com a equipe da ONG, que os capacita como “embaixadores”. Depois disto, a missão é divulgar o empreendedorismo social por meio de palestras e workshops em universidades. Nesta etapa, os participantes recebem orientação de tutores, antigos “embaixadores” CHOICE. “O objetivo do movimento é mostrar que existe outro rumo de carreira, que une mudança social positiva e ‘ganhar dinheiro’”, diz Matheus Cardoso, um dos tutores do programa. Em uma turma de São Paulo, Matheus orienta três jovens empreendedores sociais. Entre estes, Marina Briant, que antes do programa, não tinha nenhuma experiência com o tema. “Conheci o movimento por meio de um embaixador CHOICE. Ele deu um workshop na minha faculdade, eu fui assistir e acabei me apaixonando pelo tema”, conta. Ainda segundo Marina, a recepção dos universitários costuma ser boa, porém as dúvidas são comuns. “Eu percebo que eles têm bastante curiosidade. Mas é um tema que confunde bastante e que ainda não é muito conhecido e entendido”, salienta. Para citar um exemplo, com a experiência adquirida, Matheus encabeça um projeto de impacto social na área da habitação. Em suma, a “Moradigna” trabalha com a regularização de habitações em uma comunidade no extremo leste de São Paulo.
Oba!! Inglês com preço acessível
A 4YOU2 possui uma equipe de professores estrangeiros que levam cursos de inglês para crianças, jovens e adultos de baixa renda Nathália Henrique
Professor descobre poema inédito de Machado de Assis
A obra foi encontrada em uma pesquisa feita no acervo da Biblioteca Nacional na internet Ingrid Tanii | ingrid.tanii@gmail.com
“Ipiranga!... Ipiranga!... A voz das brisas. Este nome repete nas florestas! Caminhante! Eis ali onde primeiro. Soou o brado – Independência ou morte!” Este é um pequeno trecho do primeiro poema de Machado de Assis publicado em um grande jornal da época o Correio Mercantil, em setembro de 1856. Ele foi encontrado pelo pesquisador e professor de literatura Wilton Marques por meio de sua pesquisa que busca identificar a influência dos autores românticos na literatura machadiana. O poema ficou quase 160 anos despercebido pelos pesquisadores, pois eles acreditavam que suas obras só começariam a ser publicadas a partir de 1858, período em que Machado começou a trabalhar como jornalista. “Quando fui pesquisar os poemas publicados no jornal Correio Mercantil e que, segundo a crítica, teriam sido publicados somente a partir de outubro de 1858, resolvi não apenas checar as fontes dos poemas, mas também ampliar um pouco a pesquisa para os anos anteriores”, relata o professor. ‘O Grito do Ipiranga’ foi o primeiro texto de Machado de Assis publicado em um grande jornal. Segundo Wilton, o poema chama atenção não pela qualidade literária, mas pela real importância associada a
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aspectos literários ligados aos estudos do primeiro momento da literatura machadiana. Para Victor Medeiros, estudante de literatura da Universidade Federal de São Paulo, o poema acaba sendo importante para a literatura de Machado de Assis, pois ele traz com ele aspectos da juventude do autor que, mesmo sendo marcado por algumas hesitações do ponto de vista estético, é carregado de influências do contexto histórico da época. “Machado não é um ser místico que chegou ao Brasil, revolucionou a literatura e pronto; ele era alguém que estava atualizado quanto à produção literária de sua época, nesse caso, esse poema traz aspectos importantes para o estudo do primeiro momento da literatura machadiana”, afirma Victor. Wilton acredita que existem possibilidades de pesquisadores encontrarem mais obras de Machado de Assis, pois a obra literária machadiana, ainda não foi completamente mapeada. “Como grande parte da obra machadiana foi publicada em jornais e revistas, é provável que ainda existam alguns textos desconhecidos. Assim, espero que a descoberta desse poema sirva de incentivos para que outros pesquisadores também possam se dediquem a procurá-los”, disse Wilton.
Prédio da unidade Capão Redondo da 4YOU2
Nathália Henrique | nathaliarrh93@gmail.com Inglês de baixo custo. Essa seria a combinação perfeita para ser adotada por todas as instituições de idiomas, não é mesmo? A 4YOU2, nome que faz referência as palavras “para você também”, é uma escola de inglês inserida dentro de comunidades da cidade de São Paulo e visa atingir as classes C, D e E. Com quatro unidades estabelecidas em bairros menos favorecidos, o negócio social custa somente R$ 76,00 mensais com material incluso. Por possuir apenas professores estrangeiros, o método de ensino da escola garante que o aluno se comunique em inglês desde a primeira aula. As turmas são disponíveis para crianças, adolescentes e adultos, sendo que os interessados passam por um nivelamento e cada módulo tem a duração de um semestre com duas avaliações dissertativas e orais. Os docentes estrangeiros ficam sabendo do programa
através de uma estratégia de marketing pela internet e, ao se candidatarem para trabalhar na escola, passam por um processo intensivo de treinamento. Por se tratar de um negócio social totalmente autossustentável, os professores recebem uma ajuda de custo para alimenDiagramação e Revisão da página: David Pereira, Ingrid Tanii, Letícia Polydoro, Nathália Henrique e Nícolas Tomé
tação e moradia na mesma comunidade que atuam. Segundo a peruana Sofía Palomino, professora da 4YOU2, para melhor evolução no conhecimento, as aulas devem ser todas em inglês para que o aluno tenha um contato imediato com a língua. “As aulas e os livros são em inglês. Eu peço para os meus alunos tentarem falar e dar exemplos. E tem que ser assim, se não eles relaxam. Na minha aula é proibido falar em português. Pode fazer piada, conversar, mas tudo em inglês”, diz. A aluna Ana Beatriz Ribeiro conta que escolheu a instituição por dois motivos: o preço e a qualidade dos professores. “Eles ajudam muito e não é como as outras escolas que o professor dá aula falando em português. Então, a gente aprende muito mais e já tem uma noção de como devemos falar lá fora”, conta a estudante. Ela também elegeu as aulas práticas fora da sala como suas favoritas. A 4YOU2 tem unidades no Capão Redondo, Campo Limpo, Heliópolis e Jardim Ângela. A matrícula pode ser feita online diretamente pelo site http://www.4y2.org e também pessoalmente em cada unidade de ensino.
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especial
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A missão de dar
voz e vez às
Como um movimento nascido no século XIX tenta transformar o conceito do que é ser mulher, criado pela mente de quem não é
M
Mulheres
Mariana Emygdio | mariana.93.emygdio@gmail.com
enina não sobe em árvore. Menina não joga bola nem videogame. Moça não pode namorar demais se não fica falada. Mulher não pode estudar muito. Moça não pode falar palavrão. Mulher tem que casar. Mulher tem que cuidar da casa. Mulher tem que criar os filhos. Tem que ser mulher, ué! Você provavelmente já ouviu, ou proferiu uma ou várias das frases a cima e mesmo que não admita, concorda ou concordou com alguma delas, porque convive com isso desde que nasceu.
Todas denotam que, querendo ou não, a mulher já tem funções pré-determinadas pela sociedade. Mas e quando alguém não se conforma com a imposição? A partir desse inconformismo nasceu o movimento feminista. “O feminismo é um movimento de luta por igualdade de direitos entre mulheres e homens, a fim de transformar a sociedade, garantindo a autonomia de ambos”, essa é a definição dada por Sônia Coelho, integrante da ONG Sempreviva Organização Feminista (SOF) e da Marcha Mundial das Mulheres.
“Essa é uma peleja diária. Garantir esses direitos e fazer o restante das pessoas deixar de enxergar a mulher como um objeto, entender que nós também temos vontade própria, que algumas de nós são felizes por ser mães, mas essa não é nossa única função. Maternidade não é a realização suprema,” afirma Sônia. É uma missão de derrubada de tabus. Entre 1976 e 2007 houve um acréscimo de 32 milhões de mulheres no mercado de trabalho segundo o IBGE, mas ainda assim poucas Fotos: Elaine Campos
ocupam cargos de confiança. Sônia relata que elas ainda enfrentam cerca de 20 horas de trabalho doméstico, contra apenas 8 horas dos homens, que ficam com as tarefas mais prazerosas, como levar as crianças na escola. Existe também a questão da violência contra a mulher. “Em 2012 aconteceram cerca de 50 mil estupros no Brasil, que é o sétimo país no mundo onde mais acontecem assassinatos de mulheres. Esse é um assunto banalizado. A violência não diminui, porque há institui-
ções de um lado com membros como os deputados Bolsonaro e Eduardo Cunha, e de outras pessoas reproduzindo a hostilidade, revogando o ‘não’, como no caso daquela propaganda de cerveja,” alerta Sônia. Sônia continua: “A intenção é construir e reivindicar políticas públicas, para melhorar delegacias, unidades móveis e encontramos barreiras, pois nossa sociedade é machista e patriarcal, e isso está incorporado aos governos”. Leticia Souza estudante de história na PUC-SP participa de
manifestações em prol dos direitos da mulher e diz o motivo. “Luto pelas mulheres mortas, submissas, objetificadas, padronizadas, entre outras coisas a que somos submetidas, frutos de um patriarcado machista e misógino. Me motivo por todas as donas marias que apanham de seus parceiros e não sabem seus direitos, por aquelas que morrem em clínicas de aborto clandestinas, pelas menores prostituídas, estupradas, silenciadas. Me motivo por elas por nós, por mim”.
O que comemoramos no 8 de março? Aline Barreto | lineh_barreto@hotmail.com
Mais conhecido como o Dia Internacional da Mulher, é associado a dois fatos históricos que deram origem a comemoração. O primeiro deles seria a manifestação das operárias do setor têxtil dos Estados Unidos, ocorrida em 8 de março de 1857 em Nova York, quando trabalhadoras ocuparam a fábrica Cotton, em protesto contra as más condições de trabalho. A manifestação teria sido reprimida com extrema violência. As operárias foram trancadas dentro do prédio, o qual foi, então, incendiado. Na ocasião, cerca de 130 mulheres morreram carbonizadas. Fatos históricos deram consequência às manifestações em todo o mundo. Desde então, algumas delas acontecem em centenas de cidades pelo mundo como, por exemplo, em São Paulo, na Avenida Paulista, na mesma data. As mais de 130 mulheres queimadas queriam liberdade de expressão, melhores condições de vida e igualdade. No entanto, hoje, no séc XXI, a luta pelos direitos ainda continua. Isso ficou comprovado quando mais de duas mil manifestantes interditaram a Avenida Paulista, no dia 8 de março de 2015. O ato foi comemorativo pelos avanços alcançados, mas principalmente, pela contínua busca pelos direitos ainda não adquiridos. O protesto deste ano em São Paulo levou mulheres a lutarem pelo mesmo motivo do primeiro, em 1857, porém com outros enfoques. Um deles é a igualdade de salários entre os gêneros; segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elas recebem em média 72,3% do salário dos homens. O outro é contra os argumentos machistas que muitos e muitas ainda possuem. Os pedidos são muitos e continuam relevantes tanto há anos, no ano 1857, quanto atualmente. Porém, se um incêndio matar militantes feministas, a história machista apontará os culpados. Caroline Castro | carolinedecastrojo@gmail.com
ATIVISTAS se reunem na Avenida Paulista durante a Marcha Mundial das Mulheres, neste ano
O machismo que consumimos DIARIAMENTE Michelle Camila | michellecamila16@hotmail.com Não é de hoje que algumas propagandas usam o machismo para anunciar seus produtos. Já na década de 1950, quando o pensamento da sociedade era aquele de que o homem trabalhava e a mulher cuidava da casa, era possível encontrar anúncios que reforçavam este paradigma A propaganda da Skol para o carnaval foi um dos anúncios que mais deu o que falar em 2015. A marca espalhou alguns cartazes com os dizeres “Esqueci o não em casa” e foi alvo de críticas. Outro tipo de propaganda considerada ofensiva são as de produtos de limpeza ou eletrodomésticos que vendem a ideia de que somente a mulher pode cuidar da casa. Reprodução
Só a lei não basta Beatriz Santos| beatrizsantos.silva@bol.com.br
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A Lei Maria da Penha, ou a Lei 13.104/2015, que prevê o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, foram amplamente divulgadas pela mídia durante seu processo de aprovação. Mas, para Bianca, ainda há pouco divulgação destas normas. “Não acho que falte quantidade de leis, mas acredito que falte mais conhecimento sobre elas”, declara Bianca. Dados de um estudo realizado pelo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgados no início de março deste ano, apontam que a Lei Maria da Penha reduziu em aproximadamente 10% a taxa de homicídios contra as mulheres dentro de suas próprias casas. Entre outros avanços da lei, a denúncia aceita agora é encaminhada para o órgão de segurança pública, e não mais a delegacia mais próxima à residência da mulher, podendo se transformar em boletim de ocorrência e acelerando a medida protetiva. Diagramação e Revisão da página: Mariana Emygdio, Caroline Castro, Michelle Camila, Aline Barreto e Beatriz Santos
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luta é feminina, mas o respeito cabe a todos Pró-feministas: os homens que escutam Sara Oliveira |saraoliv@hotmail.com
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Não existe meritocracia numa sociedade em que cada um larga de um ponto: uns à frente, outros atrás, outros muito atrás”
Criados por mulheres, em diferentes ambientes e contextos, o analista de negócio David Moacir e o escritor Fábio Chap, ambos de 27 anos, têm muito em comum quando se fala de feminismo. Presenciar o machismo ainda na infância, em atitudes do próprio pai, acabou contribuindo para o pensamento de Fábio em relação aos direitos da mulher. Ele relata que, ainda criança, defendeu a mãe do próprio pai em diversas situações. “O fato de chorar junto com ela e estar sempre do seu lado, tentando até ser um escudo de alguma forma, fez com que - sem saber o nome do termo - eu me tornasse um defensor, digamos assim, do direito da mulher de ser feliz, e não ser humilhada e agredida”, analisa o escritor. David conta que ter sido criado em uma família matriarcal, além de ver a força e capacidade de compreensão da mãe e viver em um ambiente igualitário entre ele e as três irmãs, foi determinante para formar sua opinião sobre o assunto. “Pela minha criação e pelos direitos que me foram apresentados, não vejo o mundo de outra forma. Não acredito que a mulher seja frágil ou não tenha a mesma capacidade”, pondera. Os dois se declaram pró-feministas na luta por igualdade entre os gêneros e, assim, reconhecem que não são protagonistas na batalha, mas concordam que existem formas de demostrar apoio, mesmo nas situações mais simples. “Se um homem sai e passa dias fora de casa, a mulher tem todo direito de fazer também. Fui criado assim, não vejo o mundo de outra forma”, cita, David. Fábio destaca que é preciso escutar a voz feminina. “A gente pode apoiar o que as mulheres estão falando e devemos ouvir o que elas querem dizer”, comenta. Para David, existe um papel masculino no feminismo. “Temos que ajudar a romper os grilhões para que as mulheres possam agir como querem e assumam postos que os homens vêm tendo há séculos”, pontua. A contribuição que os homens podem dar, segundo Fábio, é exatamente uma não atitude, mas ainda assim uma decisão. “O homem tem que deixar de fazer o que já faz”, assinala. “Não assoviar para uma mulher na rua, não impedir sua filha, mãe, irmã, mulher de serem felizes e realizadas - não só como pessoa, mas sexualmente também - são grandes modos de ouvir o que elas têm a dizer e sem precisar fazer nada. É só deixar de colocar uma opinião machista para fora. O homem deixando de fazer algumas coisas, o caminho já fica muito mais fácil para o respeito florescer”.
Esporte, símbolo de igualdade? Ana Vitória Pinto | vittoria.ana@hotmail.com A presença das mulheres em esportes no Brasil tem crescido. No entanto, as condições de acesso e participação delas, se comparado aos homens, ainda é debilitada e frágil. Embora os registros da participação feminina nos Jogos Olímpicos da Era Moderna comece em 1900, as mulheres conseguiram efetivamente sua participação no esporte no decorrer do século 20. O xadrez é conhecido por ser um jogo intelectual pois estimula o raciocínio lógico, ativa a concentração e instiga a imaginação e versatilidade. Esses benefícios são para todos que praticam esta atividade, não escolhe o sexo, raça, idade, etc. Mas, para alguns participantes dessa modalidade não é bem assim, alguns enxadristas quando estão em competição mista acham que estão em vantagem quando vão jogar contra mulheres pois acreditam que são superiores. A modalidade tênis de mesa é um esporte que possibilita a qualquer indivíduo a sua prática, independente do porte físico e idade. Hoje, se observa que a participação feminina esta mais frequente em competições.
Milly Lacombe
fala sobre sua visão de ativismo feminista M
As meninas da capa
Ana Claudia Dutra | aanaclaudiadutra@gmail.com
aria Emília Cavalcanti Lacombe (Milly) é jornalista, blogueira e escreve a “Coluna do Meio” na revista TPM. Autora de quatro livros, a jornalista aceitou falar sobre ativismo feminista para a reportagem Especial do Expressão.
ridicularizando o discurso. Por que a igualdade salarial é tão banalizada? Milly: Os donos do poder temem qualquer ameaça à ordem estabelecida por eles, e ao domínio que eles têm. E igualdade - de raça, gênero e sexualidade - é uma tremenda ameaça.
Expressão: Você se considera uma ativista? Milly Lacombe: Acho que qualquer um que saia do armário publicamente é um ativista. Então, sim.
Expressão: O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad regulamentou a lei para que 50% dos integrantes de conselhos municipais sejam mulheres. Dessa forma as mulheres têm maiores chances de ter suas reivindicações ouvidas e atendidas? Milly: Qualquer ação inclusiva é bem vinda. Esse papo de meritocracia é coisa de quem não percebe a realidade ao redor, ou de quem está cheio de más intenções. Não existe meritocracia numa sociedade em que cada um larga de um ponto: uns à frente, outros atrás, outros muito atrás. Então é preciso corrigir isso com ações inclusivas. É assim em qualquer país minimamente desenvolvido.
Expressão: Você acredita que vai demorar muito para chegarmos perto da igualdade pela qual lutamos? Milly: Acho que vai demorar um pouco, mas a roda do progresso não gira para trás. É inevitável que cheguemos lá. Talvez mais duas gerações, quem sabe. Expressão: Você escreveu um artigo em seu blog sobre o discurso da atriz Patrícia Arquette durante a premiação do Oscar, e da matéria da Veja
O problema com os brinquedos de meninas Wesley Damiani | wesley.a.damiani@gmail.com Vassouras, panelas, batedeiras, e enxoval de bonecas - Uma loja de brinquedos têm tudo para as meninas se tornarem uma mãe e dona de casa prendada, que sorri diante dos problemas domésticos, que é a secretária de seu marido, que abre a porta para os filhos, e sempre muito bem arrumada, pois uma garota não pode andar suja por aí, como seus pais devem ter dito. Mas você... ahhh, você é o garoto com a caixa de ferramentas que construirá o prédio mais alto. O arquiteto da família. Trate apenas de arranjar uma esposa que saiba lavar e cozinhar, para que não sejamos obrigados a devolvê-la, diria a avó. Nada anormal de se escutar na infância. Cada um no seu quadrado, com seu brinquedo. Afinal, é necessário preservar os velhos e bons costumes, e brincar é o que importa.
Diagramação e Revisão da página:
Expressão: Como você encara a condição da mulher no Brasil? Quais as questões mais urgentes? Milly: O patriarcado é uma das coisas que mais mal causou à humanidade. Acho que a igualdade salarial é um bom começo, mas a transformação da mentalidade coletiva leva muito tempo. Há 50 anos não podíamos votar, há pouco mais do que isso não podíamos estudar ou andar pelas ruas sozinhas. As coisas mudam, mas leva tempo. E derrubar uma instituição tão sólida e impregnada como o patriarcado leva muito tempo. Expressão: Qual a sua visão do ativismo feminista no Brasil atualmente? Milly: Acho que temos cada vez mais e mais mulheres que não se conformam com o estado das coisas e falam e escrevem e cantam. Vejo com otimismo. A guerra vai ser vencida, não tenho dúvida, mas ainda perderemos algumas batalhas pelo caminho.
Mulheres assumem posição de liderança em grandes empresas Ana Ferreira | ana_ferreira01@hotmail.com “O maior obstáculo encontrado é a maternidade, muitas pessoas ainda acreditam que a mulher deve ficar em casa e cuidar da sua família, embora, cada vez mais essa realidade não se aplique a nós. Para a mulher o desafio é ser eficiente em todos os papéis: profissional, mãe, esposa e dona de casa. Contudo somos muito mais independentes e donas de nossas vidas do que há alguns anos atrás. Apesar de todas as cobranças da sociedade, família e empresa a mulher tem mostrado muita adaptabilidade e resiliência e isso também facilita seu papel de gestora nas organizações”, declara Joana Silva, Supervisora de Recursos Humanos em uma multinacional americana de autopeças.
Ana Claudia Dutra, Ana Ferreira, Ana Vitória, Wesley Damiani e Sarah Oliveira
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vida digital
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Um pai observador e seus filhos Daniel e Bianca Quem presta atenção nas crianças sabe o quanto a inocência é inspiradora Laura Mariana | lauramariana.jo@outlook.com O publicitário curitibano Jorge Uesu, de 38 anos, tem uma rotina muito comum aos pais. Trabalha muito durante a semana como diretor de arte e devido a exigência de sua profissão, seus horários são bem diferentes de seus pequenos Daniel e Bianca, de 7 e 5 anos. Mas cada tempinho com as crianças é bem aproveitado, seja se divertindo, seja ouvindo com atenção as conversas de seus filhos. A consequência desses diálogos são pérolas do pensamento infantil anotadas e compartilhadas pela rede social Facebook, através do perfil Daniel e Bianca. Até meados de abril de 2015, a página contava com 73.026 seguidores, que fez tanto sucesso e virou um livro. “A minha intenção original não era transmitir para toda sociedade, mas para meu grupo de amigos, assim como quem conta uma coisa engraçada em um almoço de domingo, mas acho legal que a página esteja ficando famosa. Muita gente me escreve
dizendo que também anota os diálogos que tem com os filhos, ou que minha página os inspirou a fazer uma também, isso é gratificante”, diz o publicitário. Casado com a dentista Walkíria Uesu há dez anos, o publicitário logo percebeu algo que se repete em maior ou menor grau por aí, as crianças costumam direcionar para a figura paterna perguntas sobre quase tudo, como se à mãe coubesse cuidar, e ao pai, explicar. Não são funções estanques, diga-se, mas foi desse posto privilegiado de explicador de tudo que ele conseguiu eternizar diálogos, justamente para não esquecê-los. “A minha esposa também me conta alguns diálogos dela com as crianças para eu escrever, mas ela não gosta de Facebook, então dá uma olhada na página só de vez em quando, geralmente quando eu estou escrevendo, ela fica feliz por eu dedicar meu tempo para registrar essas conversas”, conta o pai. O dia a dia com os pequenos Daniel e Bianca não muda
em nada, pois eles nunca sabem o que o pai está escrevendo e isso será uma recordação para quando ficarem adultos. A tirada preferida de Jorge é a definição simples de ’empatar’, mas de um ponto de vista que os adultos não conseguem ver. “Bianca e Daniel brincando um jogo de tabuleiro: Daniel: A gente empatou! Mamãe: Você sabe o que é empatar, Bianca? Bianca: Claro que sei. É ganhar junto” ! “Uma coisa boa que aconteceu depois que passei a registrar nossas conversas, é que passei a ouvir com mais atenção o que eles estão falando ou perguntando. Porque na correria das nossas vidas, a gente costuma dizer qualquer coisa para as crianças, sem pensar direito”, explica Jorge. Daniel e Bianca, como tantas outras duplas, trios e quartetos inspiradores, estão aí com sua inocência e fragilidade para lembrar a todos que o lado bom da vida é feito de perguntas, fantasias, graça e algum espanto.
EntãO a capa dElE nãO funciOna!
O Batman nãO vOOa!
Nova ferramenta para Ai que saudade do Orkut... acompanhar Metas Públicas A primeira grande rede social a gente nunca esquece
Sociedade terá o monitoramento da gestão municipal em suas maõs
Carolina Cestari | carolina.cestari@hotmail.com O Orkut se despediu de seus usuários em 30 de setembro de 2014, sem qualquer traço de popularidade. Nunca antes uma comunidade virtual havia atraído tantas pessoas e sido berço de uma cultura tão particular e o primeiro amor virtual de muitos brasileiros. Danilo Umbelino, estudante de Rádio e Televisão da Universidade São Judas Tadeu, lembra com nostalgia as funcionalidades da plataforma. “Sinto saudade dos depoimentos, do aplicativo Buddy Poke e, também das comunidades que eu participava”, diz. O Orkut – que completou 10 anos em janeiro de 2014 – tornou-se obsoleto diante dos outros produtos do seu próprio criador o Google. Segundo o gigante de buscas, os conteúdos do Youtube, Blogger e Google + eram mais relevantes, superando a comunidade social. Como era possível encontrar tanta gente com interesses, manias, medos e implicâncias tão iguais nesse mundo tão grande? Quanta gente unida para esbravejar contra o pavor da segunda-feira, para jogar na cara que a inveja alheia só aumentava a fama e para deixar bem claro que até iríamos para o céu, desde que o sistema fosse open-bar. E aquela lista de cinco nomes de pessoas que haviam visitado seu perfil? Pegou de surpresa todos aqueles que espionavam a vida alheia. O Orkut tinha lá suas particularidades que o Facebook não oferece. A ascensão da rede de Mark Zuckerberg – que também completou uma década em 2014 – retirou um pouco o brilho do Orkut. Em dezembro de 2013, foram 6 milhões de acessos, de acordo com dados da ComScore. Nos tempos de maior sucesso, a rede reunia 34,4 milhões de usuários. Para Agada Capitó, estudante de Comex da Universidade São Judas Tadeu, a invasão do Facebook no meio digital teve grande parcela de culpa na despedida. “No Orkut, as pessoas se relacionavam mais. Participavam de debates nas comunidades e até dedicavam um tempo do dia para escrever os depoimentos e scraps”, disse. No ano em que a rede saiu definitivamente do ar, o Google fez uma avaliação e, constatou que o Orkut evo-
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luiu para se tornar um exemplo de como as pessoas se relacionavam na internet. “Para mim o Facebook não revolucionou a internet, ao contrário, diminuiu
a relação entre pessoas. É um diário público no qual os usuários publicam tudo da sua vida pessoal”, afirma a estudante de Comex.
Kátia Ramos | kaka.ramos@terra.com.br A ONG Rede Nossa São Paulo, em parceria com a empresa Eokoe e o Centro de Mídias Cívicas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT Center for Civic Media) lançou o aplicativo para celular “Monitorando a Cidade”, o qual é parte integrante do sistema da plataforma “De olho nas Metas”, que permite o monitoramento das metas da administração municipal por subprefeitura ou tema. Os conselheiros participantes das 32 subprefeituras e qualquer cidadão poderão fiscalizar a execução das 123 metas prometidas pela atual gestão municipal, verificando o status de cada uma. Com esse recurso, o conselheiro participativo ganha uma ferramenta importante para cobrar o poder público, promovendo “campanhas” de levantamen-
to de dados sobre determinado projeto, vinculado a uma das metas de sua região. Será realizada cinco oficina em São Paulo, uma em cada macrorregião do município, para capacitar conselheiros a utilizar a plataforma e o aplicativo. O conselheiro participativo da Subprefeitura de São Miguel Paulista e representante do Conselho de Planejamento e Orçamento Participativo (CPOP) Olício Alves Rocha pretende participar da oficina. “Essas ferramentas são fundamentais para que haja a transparência do poder público”, diz. Segundo Olício, existem três metas para São Miguel Paulista: a regularização fundiária, moradias para 960 famílias e o projeto de equipamento de cultura para Av. Nordestina. “Espero que os jovens das comunidades possam ficar antenados e cobrar o
poder público e ajude os conselheiros na exigência”, afirma. Os paulistanos poderão apontar obras que não estão em evolução, ou completamente paralisadas, postar foto, fazer críticas, sugestões e denúncias. A Rede também agregará ao aplicativo informações obtidas como TCM (Tribunal de Contas Município) que apresentam as empresas responsáveis pelas obras e prazos de entrega. Todos terão que fazer cadastro para ter acesso ao aplicativo, que poderá ser superficial ou mais aprofundado. Os conselheiros participativos, terão um cadastro específico. Neste primeiro momento, o aplicativo está disponível para smartphones, sistema operacional Android, através da loja de aplicativos Google Play e Iphone na loja App Store.
Saiba como funciona o aplicativo “Monitorando a Cidade”
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Diagramação e Revisão da página: Carolina Cestari, Kátia Ramos, Laura Mariana, Taynara Duarte e Amanda Pascoal
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artes
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Watercolor tattoo: a nova moda das tatuagens Extremamente popular na internet, esse estilo uitiliza cores vivas e fortes e é encontrado em estúdios de São Paulo
Dersão
TATUAGENS em aquarela no estúdio Derlu Tattoo, na Mooca, podem ser feitas por agendamendo e com desenho próprio
Eduardo Santos | eduardo_x2@hotmail.com A tatuagem em aquarela, ou watercolor tattoo, é uma prática relativamente nova que está conquistando cada vez mais adeptos no Brasil. Ela reproduz na pele o efeito que a aquarela produz em uma tela e ganhou grande destaque em 2014 através das redes sociais, principalmente por aplicativos como o Instagram e o Pinterest. Por outro lado, o estilo já faz parte do trabalho de profissionais da área há dois anos ou mais. É o caso de Felipe Eric Lourenço, tatuador desde dezembro de 2012 que trabalha no estúdio Tattoo Dreams (Rua Casa do Ator, 160 - Vila Olímpia). Felipe teve suas tatuagens repostadas por páginas populares do Instagram, como o “Inspiration Tattoo”, o que favo-
receu bastante seu trabalho e aumentou a procura pelos seus desenhos. Desde então, o que ele mais tem feito são tatuagens em watercolor e realismo. “Aquarela é algo mais moderno: é uma arte mais livre, sem regras, visando algo mais abstrato e bonito de se ver com harmonias de cores. A tatuagem tradicional já é diferente: há regras de desenho para serem seguidas, proporções e cores. Tudo depende de você ter o controle do que está manuseando e do estilo que você está trabalhando”, conta Felipe. Segundo o tatuador, a watercolor tattoo não é uma ‘técnica’; você apenas tem que pintar no estilo aquarela e ver como as manchas se formam. “Eu misturo um pouco de manchas projeta-
das com movimento e um pouco de manchas abstratas. Valorizo muito o degradê e faço uma aplicação mais sólida, trabalhando com vários tons da mesma cor para dar um parecer de que ela está mais fraca”, afirma. O tatuador Dersão, por sua vez, faz tatuagens em aquarela há dois anos e trabalha no estúdio DerLu Tattoo situado no bairro da Mooca (Rua Conselheiro Lafaiete, 131). Ele afirma que o profissional da área precisa saber fazer aquarela no papel e, a partir daí, passar a aprender as diferenças dessa pintura na pele. Outra diferença apontada é a questão do material usado: para a tattoo em aquarela, a tinta tem que ser mais diluída e o tatuador precisa perfurar a pele de forma leve. “Além disso, a cicatrização
Vitória
da tatuagem em aquarela é mais fácil do que a cicatrização da tatuagem tradicional, pois a ‘agressão’ na pele é menor. Muitas vezes, somente a pomada cicatrizadora já é suficiente”, afirma Dersão. O tatuador afirma que todos os tipos de pele permite fazer tatuagem em aquarela, porém, quanto mais clara for sua pele, mais ‘vivas’ ficarão as cores. Em compensação, em peles negras ou queimadas de sol, geralmente é preciso usar cores mais fortes para ajudar na pigmentação. “Além disso, o processo de cicatrização da aquarela é mais rápida que a tatuagem tradicional, já que a agressão na pele é mais leve. Dá para fazer em apenas uma sessão, mas dependendo do tamanho ou do efeito desejado, é preciso marcar mais visitas ao estúdio”, finaliza.
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Aquarela é algo mais moderno: é uma arte mais livre, sem regras, visando algo mais abstrato e bonito de se ver com harmonias de cores. A tatuagem tradicional já é diferente: há regras de desenho para serem seguidas, proporções e cores”
Um GRANDE
talento na produção da cultura em São Paulo de pequenas obras
Pequenos espaços destinados às artes terão isenção de IPTU na cidade
Amanda Esteves
Invenções com miniaturas de Nazareno são ricas em informações e detalhes Thais Noleto | thais_noleto1993@hotmail.com
Amanda Esteves | amandaec_@hotmail.com Após reivindicação de grupos teatrais abertos ao público que funcionam em imóveis alugados, como o Espaço dos Satyros, localizado na Praça Roosevelt, um dos lugares mais tradicionais da cidade com polos destinados à cultura, está prevista isenção de IPTU para teatros e espaços culturais com capacidade de até 400 lugares e acesso pela rua. A lei é um incentivo à cultura da cidade que vem perdendo espaços constantemente, já que pequenas casas têm sofrido com fechamento e até despejos pela falta de condições em arcar com IPTU e despesas necessárias, como as de manutenção. Em novembro de 2014, o grupo de teatro Núcleo Bartolomeu de Depoimentos foi despejado do espaço que ocupava na Vila Pompeia, zona oeste de São Paulo, pela Ink Incorporadora,
que adquiriu o prédio para a construção de um condomínio. Outros 19 teatros, como a Casa Livre, o Galpão de Folias e o próprio Espaço dos Satyros também foram ameaçados pela expansão imobiliária. O Movimento dos Teatros Independentes de São Paulo (MOTIN) acompanhou o debate do projeto de lei na Câmara, representado pelo seu coordenador Augusto Marin, que acredita, acima de tudo, no incentivo que a lei pode dar às demais cidades do país. “São importantes o reconhecimento e o incentivo cultural da cidade por esses pequenos espaços, são eles que levam cultura e entretenimento ao povo. Esperamos que sirva como um exemplo”, diz Marin. Para Dãndara Silva, estudante de teatro, a aprovação da lei é uma vitória a ser muito comemorada. “Nós que fazemos tea-
tro e começamos trabalhando em lugares pequenos sabemos como é a luta de quem administra. É triste ver um lugar tradicional que leva cultura e diversão à população ser demolido para a construção de mais um prédio comercial”, comenta. “Acredito também que o trabalho não para aí. Os locais devem ser mais divulgados, passeios escolares devem ser mais destinados a teatros, é preciso que o acesso à cultura atinja desde o menino que faz malabares no semáforo até o que tem condições de pagar por grandes peças teatrais”, enfatiza a estudante. O Projeto de Lei, aprovado pela Câmara Municipal de São Paulo em 18 de março e sancionado pelo prefeito Fernando Haddad em 17 de abril, não permite que teatros geridos por partidos políticos e empresas sem fins lucrativos recebam o benefício de isenção.
Diagramação e Revisão da página: Amanda Esteves, Thais Noleto, Eduardo Santos, Lais Souza e Patricia Batista
te ativar nas pessoas alguma reflexão e por isso usa em seu trabalho elementos muito conhecidos, por ter condições de ativar a memória para algum momento de sua vida, alguma situação difícil. Ele não tem nenhum material específico, utiliza madeira, plástico, tecido, lã, vinil e outros. Sua inspiração vem do cotidiano, artistas, cineastas, músicas, literatura e da Bíblia que,
para ele, tem muito da nossa estrutura cultural, além de achar suas histórias interessantes. Mas a sua principal inspiração vem dos contos de fadas. “Se eu tivesse que falar, qual a principal fonte inspiradora do meu trabalho, são os contos de fadas, é importante, porque está tudo ali, essas histórias continuam superatuais, até hoje tem madrasta matando filho”, diz.
Thais Noleto
CUKTURA Pequenos e tradicionais teatros em São Paulo devem se beneficiar da isenção de IPTU
As obras de Nazareno causam inquietação. Umas delas é a escada circular de madeira com 45 cm de altura, que fica presa no teto de uma sala branca e vazia. O primeiro degrau fica no ar e o último termina no teto é como se não tivesse para onde ir e a arte ainda recebe o nome de “Alguns Conseguem”. Nazareno não é miniaturista, ele apenas utiliza elementos em uma escala menor em seus trabalhos. “Eu uso muito, talvez isso seja uma exceção na produção brasileira, e por isso fiquei muito marcado como um artista que trabalha com miniaturas, mas eu não sou um miniaturista”, esclarece. Outras miniaturas são em formas de cadeiras como “Blasted”, “Pra você ver melhor”, “Incomunicável”, “Esperando”. Nessas, Nazareno obras tirou a ideia da observação. Segundo ele, estamos sempre sentados e existe a cadeira do professor, do diretor, do aluno, é um símbolo muito forte ligado às tradições, uma organização. O bancário Washington Santos nunca foi em uma exposição de arte e ao conhecer as de Nazareno, através de fotos, se interessou pelas esculturas. “Dá impressão que elas são representações da sociedade, ora buscando a igualdade e participação de todos, ora com visão e posicionamentos diversos”, conta. Nazareno acha interessan-
Um de seus novos trabalhos. A obra ainda não foi exposta e não tem nome
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esporte & lazer Vamos brincar ? Nada de tecnologia e vídeo-games
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Simples e divertidas, atividades de rua ainda são as mais recomendadas para as crianças devido ao seu grande poder de interação Luana Souza | luanamss_5@hotmail.com Quem não se lembra da turma que se encontrava depois da escola para brincar na rua perto de casa? As meninas se divertiam com o passa-anel, amarelinha ou corda, enquanto os meninos jogavam bolinha de gude, pião ou faziam cabo de guerra. A galera se reunia também em outros momentos. Era a hora da queimada, do pique-esconde e do pega-pega. As brincadeiras de rua, por serem praticadas livremente, propiciam o desenvolvimento da imaginação, o espírito de colaboração, a socialização e ajuda a criança a compreender o mundo e a si mesmo. “O jogo é um meio de comunicação e aprendizagem. Por meio dele a pessoa tem a oportunidade de desenvolver melhor a imagem, o seu esquema corporal e a autonomia”, afirma Mariana Damasceno, pedagoga e coordenadora do curso de formação da Prefeitura de São Paulo “O lúdico na escola”. Atualmente, as atividades recreativas estão sendo substituídos pela televisão, pelos equipamentos eletrônicos e pelo computador. “Celular e notebook não foram inventados para se tornarem brinquedos. Cada um deles tem uma função específica, é preciso que os pais deixem isso claro para seus filhos, limitando seu uso, na tentativa de fazerem com que eles possam usufruir mais da criatividade e do lazer com outras pessoas”, esclarece Rosangela Freitas, psicóloga. Existe uma grande quantidade de jogos populares conhecidos, que fizeram e ainda fazem a alegria de muitas crianças brasileiras. “Toda tarde eu e minhas amigas nos reunimos para brincar de pega-pega, esconde-esconde e queimada. É muito divertido, eu posso gritar, correr, me sinto mais livre”, conta Louise Fernandes, 9 anos. Também é possível ver com frequência as “peladas” de bola, praticadas em bairros mais tranquilos. É um jogo informal, onde não se respeitam as regras do futebol. Normalmente, não há goleiros. Nesse caso, as balizas, feitas com chinelo, são bem estreitas para dificultar o gol. Alguns pais acreditam que a rua pode ser um ótimo lazer. “Tenho um pouco de medo de deixar minha filha brincar fora de casa, mas sei que é muito bom para sua formação, por isso tomo algumas medidas. Controlo a quantidade de tempo, deixando no máximo duas horas por dia, e sempre que podemos, eu ou meu marido vigiamos pelo portão”, diz Paula Souza, recepcionista.
Luana Souza
ANDAR DE PATINS é uma das brincadeiras possíveis em espaços abertos
Andar, correr ou malhar: estes esportes servem para qualquer um? Busca pelo corpo ideal ou uma saúde melhor; o que escolher na hora de se exercitar?
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Marcos Vinicius Fernandes | mviniciusmfernandes@gmail.com Natação, musculação, hidroginástica, pilates, várias atividades estão disponíveis de forma mais fácil para as pessoas hoje. Segundo pesquisa do Ministério da Saúde (MS), divulgada em 2014, nunca se praticou tanta atividade física no país como agora e os exercícios de academia são mais praticado que a grande paixão nacional, o futebol. Mas será que as necessidades corporais estão sendo levadas em conta? Qual é o exercício ideal? Várias doenças podem ser prevenidas aliadas a uma alimentação saudável, e uma boa exercitação, mas cada tipo de situação exige uma modalidade, que se adapte ao modo de vida e suas necessidades. Ocorre que nem sempre esse aspecto é dada a atenção necessária. O Ministério aponta queos adeptos da musculação
aumentaram em 50% entre 2006 e 2013, mostrando a importância modalidade no cotidiano dos brasileiros. Mas um pergunta fica no ar quando se trata de saúde. Ao procurar uma atividade física as pessoas pensam no benefício que terão para suas necessidades ou olham só pelo lado estético? Cada atividade tem uma finalidade e trabalha um grupo muscular ou uma parte do corpo. Eduardo Fontes, professor de educação física, lembra que existem grupos diferentes de atividades físicas. “Os aeróbios são mais indicados para o condicionamento cardíaco, já os de força, como a musculação, são indicado para o fortalecimento muscular e evitar atrofias”. Não existe o esporte perfeito, mas sim o mais adequado a cada situação, por isso observar as necessidades é essencial para a escolha do que se vai fazer. Eduardo aponta ainda que a natação é um esporte mais completo, mas não perfeito. “A boa prática da modalidade pode levar a bons resultados, mas se não for acompanhada por um profissional que ajude a melhorar a técnica, pode surtir um efeito contrário”. Outro aspecto deve ser levado em conta também, tão importante quanto a prática e a diversão. Ao se exercitar, os aspectos do lazer e da necessidade que devem estar aliados. “Nem sempre o esporte perfeito que nos foi recomendado sem levar em conta a preferência pessoal. A satisfação tem que estar presente para que a pessoa não abandone depois de um tempo”, relata Eduardo. Ao se exercitar, o cérebro trabalha criando várias reações químicas que ajudam na queima de gordura e ganho muscular, além de auxiliar na concentração e no aumento da
disposição do individuo, ajudando no assim no seu bem-estar. A atleta Wilma Neves relata que sempre se sente bem com a prática de esportes, “antes quando não corria me sentia sem disposição para fazer as coisas do dia-dia, mas agora sinto diferença em meu corpo e minha energia”. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entendem-se como atividade física 150 minutos de exercícios leves ou moderados ou 75 minutos de nível alto. A OMS adverte também que pessoas sedentárias aumentam entre 20 e 30% os os riscos de doenças crônicas, entre elas as cardiovasculares. Marcos Vinicius Fernandes
NATAÇÃO é um dos esportes mais simétricos, considerado por muitos o mais perfeito
Cartas e pedras permanecem como boas opções de jogos Fique por dentro Partidas tradicionais continuam como principal passatempo e sobrevivem na era da tecnologia Lorraine Brito | lorraine.britoargollo@gmail.com
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Diagramação e Revisão da página: Pâmela Ayumi, Lorraine Brito, Marcos Vinícius Fernandes, Luana Souza e Bruno Camanho
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O baralho francês possui cinquenta e duas cartas distribuídas entre os quatro naipes, que estão divididos em: Espadas, Paus, Copas e Ouros. Também conta com 13 valores diferentes, dentre estas, cartas com números de 2 à 10, a rainha (Q) que tem o valor numérico de 11, o valete (J) com 12 pontos, rei (K) como a segunda cartada mais forte e o ás representado pela letra (A) que é a carta de maior valor do jogo. O coringa possui valor especial e pode bonificar ou penalizar o jogador que a possui no fim da partida. Estima-se que haja mais de cem opções de jogos, porém é impossível mensurar a quantidade exata existente mundialmente. No Brasil os mais populares são: buraco, tranca, truco, canastra, mexe-mexe, escopa, pôquer, sueca, cape e rouba-monte. Deste modo, o jogo de cartas atrai por ser um dos únicos instrumentos de distração que pode ser usado de várias maneiras distintas, permite interação com outras pessoas.
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Lorraine Brito | lorraine. britoargollo@gmail.com
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Você se lembra de quando era criança e após DOMINÓ continua sendo um o almoço de domingo seus tios e avós se reuniam dos passatempos favoritos para jogar baralho ou dominó? Trata-se de jogos das novas gerações contagiantes, nos quais as pedras e as cartas são as peças-chave para a alegria da família e dos amigos, além de exercitar a mente e tornar o tempo livre mais divertido. No jogo de cartas há várias modalidades, como baralho, buraco e truco. O mais popular entre a garotada é o UNO. Uma brincadeira em que cada um recebe sete cartas e o restante do monte é deixado na mesa com a face virada para baixo, exceto uma, que conduzirá o jogo. Deste modo é necessário colocar o mesmo número, cor ou símbolo da que virada para cima. Ao jogar a penúltima cartada é preciso dizer a palavra “UNO”, e a rodada termina quando um dos participantes zerar as cartas que possuem em mãos. Ideal para divertir pessoas de diversas idades e de grande praticidade, pois podem ser transportadas facilmente, sem ocupar espaço. “O que considero mais interessante nesses jogos além da competição, é a interação. Me anima ver meu filho com os amigos e deixando um pouco as tecnologias de lado, já que futilidade e o egoísmo de desenvolver atividades sozinhos em tabletes e celulares atrapalharam um pouco o convívio social”, diz Helena Grazil, enfermeira. O dominó pode ser jogado com dois adversários ou duas duplas, no qual cada jogador recebe sete peças, que mantém escondida dos olhos do adversário. Inicia o jogo quem tiver peça dupla maior e em sentido horário cada jogador colocará uma pedra que se encaixa em uma das “pontas” da cadeia que vai se formando. Caso não tenha para colocar, vai ao “monte” e “compra” até conseguir uma que sirva. Vence quem se livrar de todas ou quem tiver um número de pontos menor nas mãos. As competições não precisam ser grandiosas, e podem acontecer em qualquer lugar. “Nos reunimos no bar aqui perto de casa, quando quero espairecer vou jogar dominó com os colegas e vizinhos. Apostamos bebidas, mas como sou diabético sempre que ganho levo um refrigerante zero ou light para casa. Em outras ocasiões como campeonatos de bairro já ganhei troféus”, diz Aparecido Higino Vanse, aposentado.