número 6 ano 24 usjt junho/2017
Faça sua playlist A geração que mescla ritmos e estilos nas letras musicais
ano 24 |no 6| junho/2017
Tudo junto e misturado E aí, diga o que toca na sua playlist? Você faz parte da tribo dos ecléticos, aqueles que ouvem de tudo um pouco? Aqueles que transitam do pop ao funk; do forró ao tecno; do samba ao brega; do sertanejo universitário ao pagode? Como é possível ser tão eclético assim nas escolhas musicais? Sim, é possível. Uma nova forma de consumir música passa a ser realidade para os ouvintes da geração Z. Os serviços on demand, as plataformas de transmissão e assinatura de música indicam uma mudança de comportamento no consumo desse tipo de arte. Para compreender melhor este fenômeno, a reportagem Especial do jornal Expressão foi às ruas conversar com ouvintes, saber como apreciam seus artistas na atualidade. Conversamos também com estudiosos da música, com gente que trabalha na produção, com pessoas responsáveis pela programação de algumas emissoras de rádio, com consumidores de outras gerações. Vamos lá? Vamos compartilhar nossas playlists? A música é o destaque desta edição, mas você não pode deixar de acompanhar outras reportagens relevantes. Por exemplo, em Educação, falamos sobre a prática de algumas empresas que criam oportunidades para seus funcionários investirem em cursos – desde uma graduação, até mesmo um outro idioma. Já na editoria Vida Digital, vamos ao encontro do futuro: os carros autônomos. O que parecia ficção científica, agora é realidade. Empresas já testam produtos que em breve podem chegar ao alcance dos consumidores. Vamos saber como são estes veículos? Em Artes, fomos conhecer o Luau Paraisópolis, na Zona Sul de São Paulo. O evento ocorre às sextas, e reúne rock, rap, samba, MPB, dança africana, teatro e grafite. No inverno, a galera ainda pode se deliciar com caldo verde, sopa de músculo e quentão. Para encerrar esta edição, na página de Esporte&Lazer vamos nos aventurar em outra cidade. Seguimos rumo à Juquitiba para um emocionante rafting no rio Juquiá. A cidade está 70km distante de São Paulo e é pioneira nesta modalidade esportiva. Que tal percorrer 6 km do rio e enfrentar, em 3 horas, corredeiras e várias quedas d’água? Topa a aventura? Venha conferir estas e outras várias reportagens no Expressão – o jornal laboratório do curso de Jornalismo da São Judas. Encerramos o semestre por aqui. Voltaremos em agosto!! Ótimas férias para todxs!!
O Rio de Janeiro continua lindo
Heitor, Prof Iêda Santos e Prof Jaqueline Lemos a
a
O por do sol mais belo e charmoso do mundo encontra-se no Arpoador Elizandra Germano - aluno do 4o ano de Jornalismo - Campus Butantã
o designer dos muros Fotos: Victor Paris
Mais um dia de trabalho como designer de muros na cidade de São Paulo: onde o concreto dá espaço à arte Victor Paris | victorparis@forasteiros.com
Em época onde o cinza é forçado a ser a nova moda da vez, a arte de rua perde sua força? Os grafites, um dos quatro elementos componentes da cultura hip-hop está perdendo perdendo vida? Não é o que parece e nem a tendência que segue Heitor Henrique Rodrigues, de 24 anos, morador da cidade de Pelotas-RS, espalha com muita cor a sua assinatura “HTR” e criações pelos muros das mais humildes às mais belas casas. Formado em designer gráfico pela UNIP, autodidata e atualmente cursando artes visuais na Universidade Federal de Pelotas, HTR compartilha e evolui com as suas criações há mais de 5 anos. Insistindo em muitas horas sem dormir, desenhando e procurando a linha de raciocínio que o fará produzir com perfeição. Barris de dinheiro já foram gastos por tintas. Feli-
cidade, resume em quando acha alguma lata de latex em numa esquina, pronta para ser descartada por um e re-aproveitada por outro. O que sempre faz a alegria de quem tem como a pintura, como instrumento de libertação. “O graffiti, sempre foi uma escola para mim. Escola que me proporciona experiências além da pintura, me leva pra rua, me faz conhecer pessoas e lugares, além do abuso de autoridade, corrupção etc. mas, já me fez ver também a esperança em lugares carentes e violentos”. O seu processo artístico é bem característico e baseia-se em anos de dedicação para alcançar o famoso “traço fino” ou detalhe, muito utilizado pelos grafiteiros de todo o mundo. A paleta de cores quase sempre gradual nas tonalidades azuladas. E o mais especial de tudo, que são os seus personagens que retratam por
hora de forma abstrata os sentimentos e cotidiano por ele vivido e observado. Apesar da reprodução tão contemporânea, as suas referências são as mais diversas possíveis. Pode ir do folhear de uma antropologia poética de Machado de Assis, até mesmo do novo hit do cantor rapper Criolo. Além de todo o seu embasamento clássico para a composição e enquadro de todos os detalhes em um muro qualquer ou mesmo no livro de rascunho. HTR não sabe ao certo quando foi que o grafite se tornou o seu maior querer, mas, hoje entende que vai levar isso ao longo da vida. Ainda não vive da sua arte, mas o que mais anseia, uma vez que é apaixonado pelo que faz, os sentimentos que compartilha, é poder ter um dia o seu mantimento garantido por intermédio e reconhecimento de seu trabalho. “Há vários luga-
res por onde eu passei que, se você colabora com arte será muito bem recebido e elogiado por isso”. Hoje, tem todo o seu esforço voltado à produção artística e a sua marca de camisetas que comercializa em sua loja virtual, nas redes sociais. Painéis comerciais, cartões de visitas, logomarcas e logotipos, todo tipo de trabalho onde o peso é maior à imagem e sua elaboração, Heitor Henrique não só quer, como já o faz muito bem e para poucos, mas não por muito tempo, amigos, conhecidos e desconhecidos que envolvem a sua rede. Em época onde para alguns, as cores são o que de mais representativo a arte e o protesto tem, HTR colabora integralmente com as reflexões e os debates atuais da nossa sociedade. “E só digo uma coisa, que seja sempre arte de rua para a rua”.
O Caso Laura André Vianco mergulha da vida após a morte Igor Lino | igorglino@gmail.com
“Laura, tonta, olhou para a mulher e debruçou-se ainda mais sobre o vão da ponte. O som da água correndo sempre lhe foi convidativo, mas nunca foi tão sedutor quanto naquele instante. Laura fechou os olhos, o mundo girava mais rápido do que ela podia suportar. Então perdeu as forças e caiu.” Este é um trecho de “O Caso Laura”, publicado em 2011. É um dos mais recentes trabalhos de André Vianco, autor brasileiro que ganhou notoriedade ao escrever histórias sobrenaturais para a Editora Novo Século. O autor tem mais de 1 milhão de exemplares vendidos em mais de 10 obras já publicadas. Vianco, que já se dedicou aos demônios e aos vampiros, passou a falar sobre anjos e como eles ajudam pessoas queridas após a morte de seus corpos materiais. “Expôs um lado mais humanizado desses seres que protegem os vivos no plano terreno, além de reforçar crenças antigas do tempo de criança. Um exemplo dos anjos da guarda, que estão 24 horas por dia olhando por você”, conta o leitor e designer Leonardo Luciano. “Aumenta a aceitação de pessoas que não têm essa visão ou possuem outra crença”, continua. Apesar de delicados, os assuntos nos quais o livro toca, como suicídio, depressão, amor e aceitação, são muito bem construídos e estruturados. Capítulos tratam da prevenção ao suicídio através da fé. Ao mesmo tempo, encontramos capítulos nos quais personagens
tentam tirar a própria vida e tratam de momentos de esperança. Ou seja, a narrativa é leve e diversificada, com alternação de olhares dos personagens, o que deixa a obra ainda mais atrativa. O designer Leonardo faz questão de destacar a proximidade com a história. “Já li quase todos os livros do André Vianco. Ele é um autor sem igual, trouxe o mundo fantástico para lugares conhecidos, como São Paulo, Paraná e Santa Catarina, deixando tudo mais tangível. Não é aquela coisa de ‘uma cidade pequena do outro lado do mundo’”, disse. Uma verdadeira montanha-russa de sentimentos. “O Caso Laura” é uma obra que auxilia os indivíduos que passam por momentos difíceis no campo psicológico. A mensagem por trás de toda a obra é que sempre há algo pelo qual lutar e que a vida é muito preciosa para se dispor. E não se esqueça: sempre haverá alguém olhando por você e esperando o melhor para o seu futuro.
expediente Reitor Ricardo Cançado Vice-reitor Fabrício Ghinato Mainieri Pró-Reitor de Graduação Luís Antônio Baffile Leoni Diretor da Faculdade de LACCE Prof. Rosário Antonio D’Agostino Coordenador de Jornalismo Prof. Rodrigo Neiva Jornalistas Responsáveis Profª Iêda Santos (MTB 31.113) Profª Jaqueline Lemos (MTB 657/GO) Projeto Gráfico e Supervisão Profª Iêda Santos Redação Alunos do JOR4AN-BUA Impressão Folha Gráfica (11) 3224.7667
Jornal Expressão
Capa Foto: Victor Paris
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Empresas investem em qualificação de funcionários Companhias oferecem diversas opções de cursos e elevam a satisfação dos seus colaboradores Nathalia Andrade | jorn.nathaliaandrade@outlook.com
Promover a formação de funcionários tem sido a estratégia de organizações para expandir resultados positivos para a corporação e para o empregado. Segundo dados apontados em pesquisa desenvolvida pela Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), o número de instituições que aplicaram valores na educação durante 2016 obteve um avanço de 24% comparado a 2015. Entendida como ferramenta para motivação, custear cursos técnicos, curso de idiomas e até mesmo graduações, já se tornaram medidas adotadas por empresários para elevar o grau de escolaridade do trabalhador, promovendo capacitação profissional e assim aumentar a lucratividade da empresa.
“Para fazer com que todos dentro do mercado deem o seu máximo, é necessário que as pessoas estejam motivadas na mesma medida que aquilo que delas é desejado. Somente assim, desenvolverão melhor suas atividades e traçaram os objetivos empresariais com maior eficácia”, explica Aline Pereira, consultora de Recursos Humanos. Instituições de ensino como, Cultura Inglesa, Wizard, CNA, Senai, Unicid, Aberje entre outras, conveniadas com empresas públicas e privadas oferecem bolsas de estudos que variam de 20 a 50% de desconto nas mensalidades para colaboradores que possuam interesse em ampliar seus conhecimentos. Nesta linha, estão também cursos de graduação, pós-graduação e cursos técnicos. Para Rafael Destro, estagiário e estudante de Co-
motivos de falhas educacionais existentes no sistema de ensino. “Empresas são constituídas por pessoas, sem elas não adianta ter as melhores estruturas, ou bons programas. Para minha expansão no mercado, precisei investir em cursos de aperfeiçoamento para meus colaboradores, apenas o básico não serve mais”, afirma Oséias Oliveira, profissional em mecânica automotiva. Segundo a consultora Aline Pereira, muitas empresas já oferecem bolsas de estudos para funcionários, eliminando assim a hipótese de que isso seja somente mais um custo. “Cada vez mais, as organizações buscam atingir a excelência por meio do time empresarial, sendo ele o ativo que traz mais retorno a organização”, destaca.
munição Social, a parceira entre empresa e educação é uma oportunidade de valorização de currículo, “além do salário e benefícios, considero que tenho um ganho adicional com esse tipo de convênio, que é o reconhecimento em instituições que são respeitadas no mercado de trabalho”. Estudos realizados pela Faculdade de Economia Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) revelam que, o gasto em média de companhias brasileiras e multinacionais que investem na educação de empregados é de 11 milhões anuais. Grupos empresariais justificam que esse crescimento em investimentos acontece também pela necessidade de redução dos efeitos negativos causados dentro das empresas, por
Graduação tecnológica:
sinônimo de acessibilidade Modalidade oferece foco na prática para uma rápida inserção no mercado de trabalho
Henrique Ramalho
O diploma do tecnólogo é válido para qualquer continuação acadêmica Henrique Ramalho | henrique.buenoramalho@gmail.com
O ensino superior tem a responsabilidade de preparar o indivíduo para o meio profissional. Entre os tipos de graduação mais escolhidos das últimas duas décadas, estão os cursos tecnológicos. A procura por este tipo de formação cresceu quase 1000% desde 2001, segundo o Ministério da Educação (MEC). De acordo com a Associação Brasileira de Estágios (Abres), o número de matriculados em 2015 chegou a 1.010.142. O Censo do mesmo ano apontou a existência de 6.618 cursos tecnólogos no país (1.158 em faculdades públicas e 5.460 em instituições privadas). A modalidade, que chegou ao Brasil nos anos 60, oferece um ensino mais vol-
tado a aspectos práticos e específicos da área que o aluno escolheu, dentro de um curto período de tempo (em média, dois ou três anos). Além disso, o estudante recebe diploma de nível superior, diferente do que acontece em cursos técnicos, que são programas de nível médio. “Por ser um modelo de ensino baseado na competência e habilidade do aluno, ele se torna pró-ativo desde o início da sua aprendizagem para tomar decisões e realizar propostas que respondam aos desafios do mundo corporativo”, explica Fernando Gomes, professor e coordenador dos cursos tecnológicos em Recursos Humanos, Marketing, Logística e Processos Gerenciais da Universidade São Judas Tadeu.
Enquanto isso, no bacharelado ou licenciatura, existe maior profundidade teórica e uma visão mais abrangente sobre a área. Este caráter mais generalista pode não atender aos objetivos de alguns. Foi o caso de Willian Soares, analista de suporte técnico que trancou a faculdade de administração de empresas no terceiro ano para iniciar um curso de gestão da tecnologia da informação, em busca de maiores conhecimentos práticos. “Quando o terceiro ano de ADM começou, eu só encontrava oportunidades de estágio. Em contrapartida, no primeiro ano de aprendizado tecnológico recebi proposta para atuar na área e com dois anos e meio eu já estava exigindo novas
oportunidades, por ser um profissional formado”, conta Willian, atestando que teve êxito em sua decisão. Para ingressar em um tecnólogo, é necessário que a pessoa tenha sido aprovada no vestibular. A partir disso, poderá escolher entre 112 tipos de graduações, organizadas pelo MEC em 13 eixos. Alguns deles são: Ambiente e Saúde, Gestão e Negócios, Produção Cultural e Design, Produção Industrial e Segurança. Além da formação presencial, este tipo de ensino também tem uma característica de flexibilidade, já que a maioria dos cursos oferece a possibilidade de realização à distância. Assim, há uma maior compatibilidade com o cotidiano de quem deseja conquistar seu diploma.
Nathalia Andrade
Materiais didáticos fazem parte da mesa do funcionário
Método de ensino inovador conquista jovens e adultos Quando a metodologia é diferenciada o resultado pode ser maior que o esperado Cintia Barbosa | cintiasilvabarbosa41@gmail.com
Horários flexíveis. Participação direta na escolha de conteúdos estudados. Educação libertária. Esses são os diferenciais do Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos (CIEJA), localizado em Campo Limpo, uma instituição referência que atende a população excluída da educação convencional. “O CIEJA foi a melhor escola onde eu estudei. O bom é a flexibilidade de horário, são duas horas por dia e a mesma matéria dada no período da manhã, também é ensinada a tarde. Eu por exemplo, estudo das 7h30 às 9h40. Isso é ótimo, pois não me prejudica nos afazeres de casa e nem no meu trabalho”, afirma Francisco Paulo, 24. Francisco conta que não teve a oportunidade de estudar quando jovem, pois precisou trabalhar cedo para ajudar nas despesas de casa. “Foi complicado porque quando eu vim da minha cidade para São Paulo, só tinha tempo para trabalhar, tentei estudar a noite, porém não deu certo, até que conheci o Centro e hoje posso conciliar minhas atividades sem problema algum”, completa.
A chamada ideologia da educação libertaria faz parte do conceito da Instituição, e consiste em dar voz aos estudantes, oferecendo autonomia para que façam escolhas de acordo com suas vontades. “Na primeira semana de aula é perguntado os temas que os alunos querem aprender, o planejamento dos professores é realizado com base nesses interesses. Todo educando passa por um diagnóstico, cujo objetivo é levantar conhecimentos prévios do aluno e sinalizar algumas dificuldades”, explica Rita Garcez, estagiaria de pedagogia no local. “O trabalho dos educadores se dá em dupla docência, propiciando um trabalho conjunto, de maneira a atender não só as especificidades dos saberes, como a singularidade de cada sujeito imerso em cada ambiente do Centro. Os alunos são incentivados a debater assuntos de relevância social como, machismo, homofobia e transexualidade, o que desenvolve sua capacidade de reflexão crítica, tornando-os cidadão melhores”, completa Rita. Arquivo pessoal
Sala de aula descontraída e dinâmica
Biblioteca comunitária reúne acervo de 12 mil livros Localizado no bairro de Paraisópolis, zona Sul de São Paulo, espaço reúne conhecimento e oferece opções de oficinas variadas Karina Oliveira | karina.20oliveirasilva@gmail.com
Situada no bairro de Paraisópolis, zona sul de São Paulo, a BECEI (Biblioteca Escola Crescimento e Educação Infantil) é a primeira biblioteca comunitária fundada em uma favela no Brasil que nasceu a partir do sonho de um jovem de 15 anos de levar cultura e estimular a leitura na região que, até então, era negligenciada pelas autoridades. Assim, com apenas 15 livros embaixo do braço, Claudemir Alexandre Cabral, mais conhecido como Allê Cabral, fundou a BECEI que, de início, era apenas um barraco de 16 m², e hoje se tornou
referência de espaço cultural com um acervo de cerca de 12 mil livros, espaço multimídia, sala de jogos e oficinas. Desde muito cedo, Allê sempre teve muito interesse por literatura e um sentimento do mundo de ampliar o conhecimento dos moradores que não tinham acesso a livros na região. A partir dessa premissa, ele decidiu há 22 anos realizar seu sonho e fundar a primeira biblioteca da região. “Na época, era muito difícil de achar uma biblioteca em Paraisópolis e as mais próximas da região se localizavam em Santo Amaro ou Jornal Expressão
Itaim. Então, resolvi montá-la para suprir a necessidade da comunidade e pelo prazer pela leitura”, conta Allê. Com o tempo, o espaço ficou pequeno para a quantidade de livros expostos na prateleira e por causa da visibilidade do projeto, enfim Allê conseguiu auxílio por meio de doações para construir um espaço maior onde se encontra, desde então. Atualmente, as prateleiras dividem espaço com títulos que vão desde infantis, literatura brasileira, como Machado de Assis, até grandes nomes da literatura clássica, como Retrato de Dorian Gray.
Para Mayra Fernanda, estudante de Publicidade e Propaganda, moradora de Paraisópolis e frequentadora da Becei, tê-la na região é extremamente importante para os moradores pela facilidade de acesso à cultura. “Na periferia tudo é mais difícil. Na biblioteca comunitária os moradores encontram um espaço de incentivo aos estudos e a cultura, de forma acessível e fácil. Tendo livro ali, perto de casa, sem custo nenhum faz com o que o encanto pela leitura se espalhe na comunidade e ainda dá aquela força nos estudos”.
André Catto
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Música
‘Garçom troca o DVD’, que o Brasil é eclético
Como diz a música de Maiara e Maraisa, “10%”, o brasileiro agora não ouve apenas um estilo. Ele mistura vários gostos musicais Tawanne Mendes | tawanneanadir@yahoo.com.br Tawanne Mendes
Jornalista assistindo vídeoclipes de funk pela plataforma do Youtube
A música brasileira se renova a cada dia, diariamente novos cantores e estilos musicais surgem. Como dizia Zigmund Bauman, sociólogo e professor polonês, vivemos em tempos líquidos, nada é feito para durar. E é assim que acontece no carnaval todo ano, um artista sai do anonimato, vira o hit do momento e começa a brilhar, mesmo que só pelos famosos “cinco minutos de fama”. “Antes eu tinha uma clientela segmentada, focava apenas em um estilo, hoje não dá mais para fazer isso. O mercado pede coisa nova, tudo muda muito rápido, quem ficar no tradicional, fica para trás. Esses dias mesmo eu estava com uma cliente que é coreana e funkeira”, afirma Tereza Soares, empresária e caçadora de novos talentos. Tal mudança no cenário musical talvez tenha a influencia dos jovens, pois a nova geração enjoa rápido dos estilos existentes e sempre busca algo novo. “Eu sempre estou em busca de novidades. É muito bom chegar à minha roda de amigos e apresentar um cantor novo que ninguém conheça, é bom ir pra balada e não se preocupar com o que vai tocar, nós curtimos qualquer coisa”, diz o estudante Gustavo Lemos. O ecletismo musical está presente em praticamente toda geração “Z”, os jovens ouvem desde o cult Geni e Zepelim, de Chico Buarque, até o Baile de Favela, de Mc João. Sem esquecer os outros estilos que chegaram com tudo, para balançar a música brasileira. Como por exemplo, a sofrência das cantoras femininas do sertanejo, o funk LGBT e as letras dos funks que são acompanhados por inúmeros passinhos. Um exemplo dessa mistura é a parceria de cantores de estilos musicais, tão diferentes, que antes
ninguém imaginaria nessa junção. Como a parceria do Wesley Safadão, do forró, Anitta, do Pop, e Nego do Borel, do funk. Quem iria imaginar? Antes estilos considerados bregas, agora ganham espaço em baladas ecléticas. Todo mundo tem seu espaço na noite e nas playlists. “Eu só tocava em balada tecno, mas foi preciso estudar, me reciclar e conhecer os novos estilos. Hoje não tem essa de tocar só um tipo de música na festa, claro que ainda existem alguns roles segmentados, de uma galera que não se mistura. Mas o pessoal que gosta de tudo está crescendo cada vez mais”, afirma o DJ e produtor de eventos Diego Lopes. A internet contribui muito para que esse ecletismo seja possível, em aplicativos como o Spotify, que em 2016 alcançou cerca de 100 milhões de brasileiros, você pode compartilhar a sua playlist com o seu amigo e vice versa. O consumidor desse produto tem fácil acesso. Até nas rádios a diversidade existe e ganha mais espaço. Os artistas ficam conhecidos por novos meios de divulgação, como por exemplo, o portal KondZilla, que no primeiro semestre de 2017, já havia ultrapassado a marca de 5,5 milhões de cliques. O canal é famoso por descobrir novos talentos e em semanas transformá-los em artistas de sucessos com milhares de visualizações no Youtube. Se você caro leitor, não faz parte da Geração Z, tente ficar calmo. Os clássicos não perderam seu espaço, a MPB, o samba e a moda de viola são patrimônios culturais. Existe a diversidade, mas o respeito tem que estar acima de qualquer gosto.
Ouça o que quiser e quando quiser
Amanda Arruda
Amanda Arruda | amanda.araujo.arruda@gmail.com
É evidente que a forma de consumir entretenimento mudou com a internet e mais uma vez com os smarthphones. As pessoas estão trocando as TV’s e cinema por serviços on demand. O que indica isso são as receitas globais de plataformas de transmissão e assinatura de música que aumentaram 51%, isso só em 2015. Além disso, quem usa os serviços pagam mensalmente por um produto que poderiam facilmente realizar o download na internet. Porém, são duas vezes mais propensos a defender e se conectar emocionalmente com as marcas do que pessoas que não utilizam o serviço. Esses foram dados de uma pesquisa feita pela ComScore, empresa referência em análise da internet, a fim de mensurar o impacto de marcas com base na audição, pensamentos e sentimentos de ouvintes em relação a mais de 200 marcas de cinco segmentos da categoria. O público brasileiro já se destaca internacionalmente alcançando números que o colocam entre os primeiros consumidores do serviço. Em 2015 já éramos o segundo em assinantes no Deezer e em junho de 2016 o Spotify atingiu 100 milhões de usuários. Há uma grande mudança no comportamento do consumidor em relação aos artistas. “As pessoas querem ouvir antes até que o lançamento. A internet permitia isso. Agora, esta-
Sertanejo domina geração Z Thais Lopes | thalopesc@gmail.com
Jorge e Mateus, Luan Santana e Wesley Safadão, são alguns dos nomes de artistas que mais fazem sucesso com a música sertaneja. O Luan Santana, por exemplo, atingiu quase 100 milhões de visualizações no Youtube, com a música “Acordando o Prédio”. O sertanejo universitário possui características que agradam ao público, pois as músicas têm um ritmo dançante. As letras ficam na cabeça e fazem as pessoas se identificarem com o que foi dito. Por isso, alcançam todos os estilos, classes sociais e lugares.
Nos embalos da nova era
Giovanna Chagas | giovanna.chagass@outlook.com
A geração atual, além de influenciar uma prole mais jovem que a deles, também intervêm nos gostos de seus progenitores, como por exemplo, em seus interesses musicais. O gênero musical que faz mais sucesso entre a geração X e Y, é o Pop internacional. “Eu escuto as músicas modernas para poder me atualizar, porque se eu ficar só nas antigas, quando eu for sair e tocar as atuais, vou ficar parada sem saber cantar e dançar. Gosto de ficar antenada em todos os estilos de música”, conta Maria José, dona de casa e mãe de dois adolescentes.
K-pop vira febre no Brasil Aline Galhardo | galhardo.alinef@gmail.com
A música sul-coreana viralizou pelo mundo, em 2012, com “Gangnam Style”, de PSY. Porém, no Brasil, o gênero se popularizou recentemente, ganhou playlists exclusivas nos principais portais musicais do país e milhares de adolescentes em fã-clubes de bandas k-pop, como BTS, Got7, Exo e CHAMPS – primeiro grupo brasileiro do estilo. O k-pop basicamente é música popular produzida na Coreia do Sul. O estilo é marcado por coreografias sincronizadas, boy e girl bands, cabelos coloridos, roupas extravagantes, canções hibridas, tanto de idiomas quanto de ritmos musicais (rock, pop, jazz e eletrônica).
mos mais rápidos que a pirataria. Lançamos todo o álbum online sem custo, para o consumo imediato e ainda temos lucro que o programa reverte aos artistas”, declara a produtora Andresa Souza. Grande parte das bandas lançam seus álbuns no Spotify ou Deezer antes mesmo do lançamento em CD>Isso, porque o público quer a todo custo ter acesso o mais rápido possível. “Uso serviços de streaming há três anos e não largo por nada. Tenho as minhas playlists para o trabalho, estudo e academia. Sempre sou avisada quando uma nova música dos meus artistas preferidos é lançada”, relata a universitária Mirela Antunes. Quando é feita a assinatura de um serviço de streaming de música, o usuário deixa de ser dono delas, é um tipo de locação. Portanto, o público está cada vez mais praticando o desapego e dando mais espaço para a experiência no momento de consumir. A tendência é que o usuário tenha o comando e total controle sobre o que vai ouvir e quando fará isso. Este é o desejo de consumidores das classes C e D também, grande usuárias de smartphones. Porém, eles não possuem renda para manter o pagamento mensal de serviços do tipo. Por isso, surgiu o Plaay, uma startup de streaming gratuito com músicas do Youtube.
Ouvir músicas a qualquer hora e em qualquer lugar
Arte híbrida Danilo Guerra | daniloguerra1996@gmail.com
A música nos acompanha desde os primórdios da história. Segundo a visão antropológica, o primeiro instrumento é o corpo. Ao longo do desenvolvimento social e cultural das sociedades, ocorreram diversas mudanças na expressão e no entendimento que o ser humano possui do som. O hibridismo nasceu na música a partir do encontro de culturas. Alguns países africanos, por exemplo, trouxeram para países da América instrumentos de percussão que se misturaram a outras expressões musicais trazidas da Europa. Mais tarde, a cultura oriental incrementou instrumentos como citras e harmônios. Mas será que nos dias de hoje os músicos identificam todas essas referências? O Expressão conversou com a musicista e pesquisadora da área de Musicoterapia, Gabriella Fischer, para entender melhor esse processo. Expressão: A mistura de gêneros oriundos de épocas e lugares diferentes é algo positivo? Gabriella: Sim. Em uma primeira instância essa mistura promove ao ouvinte uma reaproximação de seus antecessores, pois há um campo seguro, no sentido de vocabulário musical, onde nos reconhecemos. Além desse resgate de elementos musicais, o hibridismo promove, principalmente, a grande criatividade musical que é, por possibilidades musicais esgotadas, escassa atualmente. A possibilidade de criar a partir do que já existe cria uma nova noção estética que reflete em nossa convivência individual e em grupo em alguns aspectos. Expressão: Como podemos analisar o fato de o funk brasileiro atual ter referências da música raiz nordestina? Gabriella: Acredito que há uma utilização dos elementos musicais da cultura nordestina de maneira consciente, mas esta consciência não é da origem dos elementos em si, mas do efeito e da sensação que causam quando executados. As produções musicais nordestinas também possuem elementos característicos de outros universos musicais e assim o hibridismo vai atuando, em um processo contínuo e, aparentemente, infinito. Expressão: A música “baile de favela” tem uma coincidência estética com uma música da Grécia Antiga. Do ponto de vista musicoterapêutico, existe alguma relação no comportamento entre esta e aquela sociedade? Gabriella: A música gera comportamentos, mas isso é relativo. Depende da compreensão individual e social do som. Acredito que pode haver similaridades no comportamento a partir da interpretação do som, mas para afirmarmos isso é necessário um estudo mais aprofundado. Expressão: A música eletrônica é um gênero novo ou uma mistura de elementos consagrados, com finalidade de ressignificação? Gabriella: Ela é um jeito novo de expressar elementos musicais já existentes. Se é novo do ponto de vista criativo não
da pra afirmar, mas é um gênero atual, com certeza. A música por si só pode até não ser ressignificada nesse processo, mas a sociedade, sim, vai passar por um processo de mudança e assimilação através da música. Expressão: Se pensarmos ao longo da história, houve trocas culturais na música que se deram de maneira natural e construtiva? Gabriella: Sim, as sociedades mais antigas tinham esse tipo de vivência e relação musical de trocas culturais. Hoje os intercâmbios, claro, são bem mais constantes. Arquivo Pessoal
Gabriella Fischer, musicista há 10 anos e pesquisadora Jornal Expressão
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Confere, produção? Bruno Rodrigues
Música
Música eletrônica nas festas Caique Gomes | caiquegomes02@gmail.com
Segundo dados do Rio Music Conference (RMC), o mercado relacionado a este estilo musical faturou cerca de R$ 2,4 bilhões em 2015. Os tipos de batida variam do House Music (o mais comercial, sem vocais), passando por Lounge (feito para relaxar, baseado na Bossa Nova e Samba), chegando ao Tech House (dançante e com vocais melódicos). O Brasil já foi palco de grandes festivais de música eletrônica: o Tomorrowland, considerado o maior, reuniu, na edição de 2015, cerca de 180 mil pessoas.
Pisa menos, LGBT’s, te imploro! Elizandra Germano | likagermanox@gmail.com
Responsáveis pelos rumos da música no passado, gravadoras perdem espaço para independentes Bruno Rodrigues | brunordesousa@outlook.com
Durante muitos anos, produzir música era uma missão um tanto quanto difícil. As grandes empresas discográficas detinham todo o poder e por isso muitos músicos ficavam a mercê dessas companhias. A mudança nos meios de se consumir música fizeram efeito também no âmbito da produção. “Sim! Hoje em dia é muito mais simples. Todo mundo tem acesso à internet e softwares capazes de modular instrumentos, trilhas, voz e tudo mais, então o músico diminuiu completamente o processo. Fica muito mais simples e barato”, explica o professor e produtor musical, Rafael Righini. Essa nova forma de produção apresenta aspectos positivos e negativos. De um lado, ela é extremamente desastrosa para a indústria, mas por outro, o acesso à música independente passa a ser difundido. Segundo o professor Righini, esse é, sem dúvidas, o grande mérito da produção contemporânea. “Antes era muito difícil de você conhecer uma música diferente do que o mainstream. Na era Disco, só o que era produzido era Disco, e o Hip Hop por exemplo era deixado de lado”. O cantor e compositor Paulinho Dias foi revelado para o cenário musical através da internet. “Eu sou uma cria dessa geração. Eu já fazia música desde sempre, mas era no teatro,
na noite... Só passei a produzir faixas depois que conheci a Priscila, minha esposa e produtora. Daí sim começamos a produzir algumas faixas e até um disco completo né?”, explica. O produtor musical é então uma figura de extrema importância, e segundo Righini, esse profissional não deve sair de cena com facilidade. “Rs, não, jamais! O produtor é uma peça importante na criação! A concepção de um álbum deve ser feita com muito cuidado. Apenas um profissional da indústria musical é capaz de mixar um álbum com perfeição e torna-lo algo único para a vida do artista”. O músico Paulinho Dias também reconhece a importância do profissional “O que mudou, e ainda bem que mudou, foi o meio. Mas o profissional é muito importante. Sem ela, minha esposa, não daria conta de fazer tudo! Eu vivo de música, sou um artista, não domino a técnica como ela” A produção independente ganhou espaço, por que o modo como a distribuição ocorre foi amplamente difundido. Artistas como Paulinho Dias estão sendo o tempo todo ouvidos por meio de streaming e uma série de outros canais e redes sociais, como Facebook, Youtube, entre outros. Nas palavras do cantor, “Hoje, só não faz música, quem não quer!”
Misturar estilos pode ser mais que uma tendência Gostos musicais diferentes ajudam na melhora do convívio social em uma era de extremismos Juliano Felix | juliano_felix_brito@yahoo.com.br
Para o mercado, a não padronização do consumidor só potencializa os números. Dados da RIAA (organização que representa as gravadoras nos Estados Unidos) mostram que dos US$ 7,7 bilhões gerados em 2016, US$ 3,9 bilhões foram só dos serviços de streaming. A mistura de ritmos por um mesmo artista dentro de um álbum pode ter motivações diferenciadas. Identidade musical, por exemplo, ou até mesmo, ter como objetivo aumentar o número de pessoas alcançadas ou uma nova espécie de público que surgiu nos últimos anos, um que não se importa com os rótulos. “É possível enxergar esse fenômeno de ‘sem preferência definida’ como uma extensão ou consequência da globalização. Plataformas de streaming de música abriram portas para que todos que as acessam descobrissem coisas novas e antagônicas sem grandes dificuldades, isso aos poucos foi moldando este público que não foi limitado a ser uma única coisa”, explica o músico Weverton Silveira. O mercado musical está dando preferência a essa nova configuração do gosto dessas pessoas.Festivais como o Lollapallooza e Rock in Rio abraçam gêneros como o heavy metal e o pop em uma única noite, em um único lugar. Essa diversificação atende à demanda daqueles que buscam ou gostam de conhecer de tudo um pouco. “Misturar tribos diferentes corrobora para a integração social e a troca de experiências, conhecimentos e histórias. É importante que o indivíduo conheça o diferente e aprenda a
respeitar e conviver com ele. Esse processo de alteridade, que vem sendo deixado de lado, não pode ser perdido, e a música pode ser um fator preponderante para o seu resgate”, relata a analista comportamental Ana Vale. De modo a conquistar mais e mais pessoas, diferentes meios convergem para uma miscelânea de estilos, transformando o distinto não em igual, mas em algo consanguíneo, que pode caminhar rumo a alcances inéditos na história da produção musical, fazendo jus a ideia de um mercado globalizado. Juliano Felix
Do sertanejo ao rock, a música integra todas as tribos
O que você gosta, a rádio toca
Para agradar a nova geração de ouvintes, emissoras investem em diversidade musical Camila Marcela | camilamfpassos@gmail.com Camila Marcela
O bom e velho radinho acompanhando as mudanças “A Metropolitana toca todas”. Um slogan nunca fez tanto sentido. Quando se para na 98,5 FM você irá passear entre os mais variados estilos. Pode-se estar ouvindo Safadão a música termina e você se vê cantando com a Ludmilla, de repente está ouvindo Fifth Harmony. “A Metropolitana, por
Jornal Expressão
ser uma rádio predominantemente musical e de público jovem tem essa grande variedade de estilos. É o que o pessoal de hoje em dia ouve. Não adianta ficar preso em um único gênero enquanto a nossa audiência ouve pop, funk, sertanejo etc”, conta Flávia Becker, produtora da rádio. O funk que antes era reservado à periferia está ganhando seu espaço. De segunda à sexta, às 21h, na Metropolitana é possível ouvir o No Flow, programa dedicado apenas ao estilo. Na rádio Mix existe o Mil Grau, que aos fins de semana põe a galera para dançar com o pancadão. Até mesmo esse ritmo tão característico tem se mesclado. Em “Você partiu meu coração”, do funkeiro Nego do Borel, podemos ouvir a participação da Anitta – que hoje está mais pop – e de Wesley Safadão, grande nome do forró eletrônico. “Eu gosto de black, samba, rap... músicas que envolvem, que eu ouço e saio dançando”, afirma Guilherme Felix, estudante. Aos 16 anos, Guilherme é um integrante da geração Z, adolescentes acostumados a variar em suas playlists, misturando estilos e se divertindo com a diferença. “Com certeza, aos poucos a Metropolitana foi abrindo a grade de programação para novos gêneros e deu super certo, acredito que essa é umas das razões para a rádio estar em primeiro lugar no público jovem”, continua Flávia. Seguindo esse pensamento “A rádio que te ouve” – lema da Rádio Disney – também promove a mistura de estilos. Com foco predominante nos que ainda não completaram a maioridade, a Disney buscou atender aos gostos mais variados. Em uma primeira “ouvida”, é possível dançar com o sucesso Sim ou Não de Anitta e Maluma, em seguida ser levado a um clima mais romântico com Maquiagem Borrada dos sertanejos Marcos e Fernando.
É cada vez mais frequente ver homossexuais assumidos como cantores, no geral, ganhando grandes papéis, prêmios e convites para eventos. No carnaval de 2017, por exemplo, o destaque foi da cantora Pabllo Vitar com o sucesso “Todo dia”, que conquistou o Brasil inteiro. Segundo Marcele, cantora do RJ, “isso acaba quebrando preconceitos porque ainda há pessoas que veem LGBT’S como um bicho de sete cabeças. Com essa representatividade, percebem mais facilmente que são pessoas normais, assim como elas”.
Tempos mudam, fãs não Luane Arruda | luane.arruda@hortmail.com
Fã é fã, não adianta. Passam horas na fila para comprar o ingresso, acampam, meses antes no local do show, passam o dia na porta do hotel na esperança de uma foto. O fanatismo por um ídolo marca a adolescência e muitas vezes a fase adulta. Para o chefe de portaria de 60 anos Carlos Medeiros, seu amor pelo Aerosmith começou quando era jovem. Em 1994, teve a oportunidade de ser roadie na 6ª edição do Hollywood Rock no Brasil, Carlo viu pela primeira vez sua banda do coração.
Fluidez sonora
Como as pessoas de diferentes idades encaram as transformações musicais entre gerações Thiago Chamarelli Foca | thi.chamarelli@gmail.com
O avanço tecnológico a que estamos submetidos nos dias atuais tem modificado nossa forma de nos relacionarmos com o mundo ao nosso redor. Até a forma como consumimos ou nos nutrimos de arte passa por processos de reformulação, aliás, até o próprio conceito de arte passa por essa esteira revolucionária. A música no Brasil e em todo o globo também reverbera esse processo, evidenciando um conflito de gerações, posicionando de um lado o saudosismo e de outro a instantaneidade das sensações. Há algum tempo o comércio se apropria da arte para manter vivo outro tipo de arte, a mercantil. As relações humanas cada vez mais rasas e passageiras direcionam os olhares e os ouvidos para o que tende a ser fulgaz. Mas o que mudou nessa indústria? Como as pessoas de faixas etárias distintas analisam essa questão e o que determina a escolha de suas playlists? Renan Lucas de Souza, 22, decide o que ouve levando em consideração o estilo, a batida e vocal das músicas. Prefere nutrir seus ouvidos com obras que cantem sua realidade, que o aproximam das raízes culturais de seus semelhantes. “As músicas que escuto, de certa forma atinge algumas classes sociais, mas atualmente muito som prega a ostentação, que é o que parece satisfazer a galera”, comenta o jovem. Apesar de estar inserido numa sociedade em que os recursos tecnológicos são muito valorizados no cenário musical, Renan consegue perceber uma diferença no conteúdo daquilo que ouve, porém não descarta a possibilidade de interagir com o “hit do momento” nas festas do sábado à noite. Esse tipo de postura é natural para pessoas mais jovens. Entretanto, voltando algumas gerações, encontramos posicionamentos mais firmes no julgamento da arte. É o caso de Igor Rufino Santana, 37. Para ele as bandas atuais não se preocupam em fazer arte e lamenta o fato de não conseguir se atrair por nada que é produzido pelo que ele apelidou de “geração guitar hero”. Roqueiro convicto, Igor diz que hoje em dia existem muitas firulas tecnológicas e rock nunca foi disso, e não sairia de casa para um show se não for de uma banda antiga. “As bandas de agora são muito capitalistas, só se preocupam em ganhar dinheiro, fazendo músicas comerciais, só querem vender. Com dor no coração eu digo que o rock’n roll morreu”, lamenta. A musicoterapeuta Nélida de Lima Perez, explica que a música sempre adotou um papel mercantilista. Isso não necessariamente é ruim, pois só assim temos conhecimento das grandes obras do passado, mas as diferentes posturas entre gerações mostra que a instantaneadade dos recursos técnicos aliado a ambição do mercado causam um esvaziamento de sentido nas músicas atuais. Thiago Foca
Igor, roqueiro, diz não achar conteúdo nas músicas atuais
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Carros autônomos nas ruas das cidades Longe de ser ficção, esses veículos já são uma realidade mas ainda não são produzidos em série Thiago Paulo | thiagosantospaulo@outlook.com
Normalmente se usa uma banda parecida com a de celular. Os veículos se comunicam para algumas funções, não para todas. Então eles ainda podem manter parte da autonomia se ficarem sem comunicação”, afirma Marcelo Alves. Entre os grandes players desse futuro mercado estão presentes gigantes do segmento da Waymo, veículo autônomo do Google, é testado nas vias urbanas tecnologia e do setor automotivo como BMW, acordo com o professor de en- “esses veículos já não são mais Mercedes, Tesla e Uber. O genharia automotiva, do ponto pesquisa de universidade. Já Waymo, veículo autônomo do de vista tecnológico, eles já estão em nível de desenvolviGoogle lidera as pesquisas. De são uma realidade próxima, mento de produto. As princi-
Suicídio da identidade
virtual
O que leva alguém a se afastar da rede social mais acessada do mundo? Valéria Paixão | valeria.paixao@live.com Valéria Paixão
A decisão depende do seu propósito em manter a conta
Só no Brasil, existem aproximadamente 102 milhões de usuários no Facebook, quase metade da população. Diversas pessoas (físicas ou jurídicas), plataformas de comunicação, figuras públicas, utilizam a plataforma como veículo principal de comunicação, outros o utilizam apenas como uma espécie de “diário pessoal”. Com tudo isso, é no mínimo curioso quando alguém decide ir contra a maré e desativar a conta. A pergunta é, por quê? Pesquisa realizada em 2016 pela Kaspersky Lab com quase 4,8 mil pessoas revelou
que ao menos 73% dos 887 brasileiros que participaram, já pensaram em excluir suas contas. Dentre os motivos, usuários apontam que o consideram uma “perda de tempo”, insatisfação com o excesso de publicidade, sentimento de frustração provocado pelas publicações de amigos, etc. “Eu saí porque comecei a me incomodar com algumas coisas, como as políticas de privacidade, o compartilhamento de dados pessoais e a forma com que o Facebook trata as relações. As pessoas que concordam mais com você são as
que mais aparecem no seu feed de notícias. Isso não é natural! Às vezes seu melhor amigo é a pessoa que mais discorda de você em muitos aspectos”, questiona Eduardo Oliveira, programador que cometeu “suicídio da identidade virtual” em 2013. Para algumas pessoas, o afastamento da rede pode trazer diversos benefícios. “Eu me sinto livre. Só por toda hora não ter uma notificação no meu celular, já estou melhor. Ninguém mais me marca em briga e eu tenho muito mais tempo para desenvolver meus trabalhos e estudar outras coisas. É como se eu tivesse saído de algemas, sabe? Aquilo tomava muito do meu tempo e atenção”, relata Nathalya Victoria Lima dos Santos, estudante de desing que não tem “face” desde 2015, quando excluiu a conta para estudar para o vestibular. “Há prós e contras. Há pessoas que divulgam o tempo todo o que elas fazem. Precisam de aprovação do outro, a exposição de suas
ideias faz com que elas se sintam parte de algo. Talvez nem percebam, mas essa necessidade de expor constantemente o que ela vivem, na verdade é para satisfazer ou amenizar um possível problema psíquico emocional / afetivo”, alerta a psicoterapeuta Daniela Baggio Fabril, fazendo a ressalva que se trata de um assunto complexo, que exige parcimônia quando posto em pauta. Ela complementa dizendo que essa rede social, antes de tudo, é uma ferramenta e vale observar qual a utilidade desta no seu cotidiano: “Ao mesmo tempo, é também um grande meio para aproximar pessoas, conduzir negócios; A exposição de assuntos de difícil difusão anteriormente através das redes favoreceu e proporcionou espaço para discussões, entre outros fatores, faz com que não haja como se negar o valor que ele estas agregaram, inclusive para a ciência de um modo geral. Por isso, é necessário avaliar qual propósito de estar conectado, antes da tomada de qualquer decisão”, aconselha.
A Marcha do Orgulho Crespo busca a valorização da identidade e da ancestralidade negra Camille Carvalho | mille.andrea@hotmail.com Allyson Alapont
Neomisia Silvestra de costas na primeira Marcha do Orgulho Crespo Expressão: Como surgiu a Marcha do Orgulho Crespo? Neomisia: A ideia surgiu de um post que a Nanda fez no blog dela questionando se as pessoas gostariam de uma passeata para cabelo crespo e houve um bom envolvimento. Do outro lado, a Hot estava pensando em um evento voltado para cabelo afro também. Então houve várias conversas entre nós e em duas semanas bolamos um formato. Com as redes que já tínhamos com a Hot e com o Blog das Cabeludas, cuidamos de tudo de produção, num domingo na
O lado
No que tange à estrutura física das cidades, ele esclarece que “cidades pequenas e novas terão mudanças mais evidentes. Em cidades já consolidadas também haverá mudanças, mas nunca tão rápidas.” Mesmo com as pesquisas avançadas ainda não há projeção exata de quando os veículos autônomos estarão à venda, o professor do CEA/ USP esclarece que a disponibilização no mercado não depende apenas de fatores tecnológicos, mas também de viabilidade financeira para produção em série, “é possível fazer um, dois ou dez carros funcionarem, mas produzi-los em série, colocá-los no mercado, dar garantia, isso requer alta confiabilidade no equipamento. Então, durante muito tempo ainda iremos conviver com os dois sistemas. Diante de qualquer falha na automação, obrigatoriamente o condutor vai ter que pegar o volante e dirigir o carro”.
HOSTIL das Lives
O suicídio durante uma transmissão ao vivo Alê Teixeira | ale.teixeira18@outlook.com
Movimento negro, cabelo crespo e internet!
Em 2011 o termo ativismo de hashtag foi cunhado pelo jornal The Guardian, e com o tempo a hashtag se tornou recurso comum em campanhas sociais que rolam nas redes sociais. No Brasil 45 milhões de pessoas já se envolveram com movimentos sociais, mais de 30% foi online, segundo a revista Galilleu. Dentro desse contexto surge a Marcha Nacional do Orgulho Crespo, com duas idealizadoras Neomisia Silvestre, que é organizadora da festa de hip hop Hot Pente e Nanda Cury, autora do Blog das Cabeludas.
pais montadoras e fabricantes de sistemas para veículos já os tem quase nesse nível.” No entanto, antes da circulação efetiva, há uma série de cuidados do ponto de vista legal e do planejamento viário que devem ser tomados. De acordo com João Cucci Neto, professor de engenharia de tráfego urbano da Universidade Mackenzie, “não existe legislação, portanto precisaremos de estudos específicos para determinar, por exemplo, como ficará a responsabilidade civil em caso de acidentes.” Waymo
Onde antes havia os pedais, vácuo. No lugar do volante, um display. A função da motorista que acaba de entrar no carro se resume em configurar as opções de destino. No caminho, a cafeteria onde ela fez duas paradas na semana recebe, online, dados de proximidade do GPS do carro. Uma notificação é gerada na rede social onde ela lê as notícias do dia, “deseja fazer mais um checkpoint?”, atrasada, ela declina. A cena pertence à ficção, o veículo nem tanto. De acordo com Marcelo Alves, professor do Centro de Engenharia Automotiva da USP, “veículos autônomos são aqueles têm condições de circular sem intervenção nenhuma de um condutor. O semiautônomo pode fazer isso em alguns trajetos.” Os carros autônomos agregam uma série de tecnologias provenientes das telecomunicações. “Eles estão conectados às redes de comunicação.
época em que a Paulista ainda nem era aberta. Expressão: Como aconteceu a primeira mobilização? Neomisia: Teve toda uma mobilização online. Criamos o primeiro evento no Facebook que tinha 10 mil pessoas confirmando a presença na marcha que aconteceu no dia 26 de julho de 2015. Fomos contatando pessoas, compartilhando em grupos, com apoio de assessoria de imprensa, toda vez que saia em algum lugar, colocávamos no grupo, muitas gente foi fotografar o evento, compartilhava, botava hashtag. Ai viralizou...
Expressão: A Marcha do Orgulho Crespo está inserida em um contexto de ativismo de hashtag? Neomisia: Percebo a Marcha como um possível encontro para além da rede. Ela é ativismo de hashtag sim, mas não apenas isso. A gente começa na rede social, no digital, mas transcende. Vai pra rua e tem se desdobrado em muitas outras coisas como eventos, debates e até mesmo aulas. A Marcha tem muitas possibilidades. Expressão: Vocês esperavam essa repercussão? Quais resultados dela? Neomisia: A gente percebeu a repercussão que isso tudo teve só depois de criar o evento, era uma algo que a gente não imaginava. E uma coisa legal que aconteceu, foi que meninas entraram em contato querendo organizar o mesmo movimento em suas localidades. Enfim, querendo discutir cabelo para além da estética, dentro do contexto no qual elas estão inseridas. Com esses contatos vimos a necessidade de nos organizar como movimento nacional e hoje temos a marcha em sete cidades: São Paulo, Bauru (SP), Rio de Janeiro, Montes Claros (MG), Vitória (ES), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e a que ainda está sendo organizada no Maranhão.
Da privacidade e do silêncio, do secreto aos pequenos avisos, cometer suicídio migrou para o palco da internet sem um filtro prévio; a função Live do Facebook trouxe tamanha liberdade para os usuários veicularem até mesmo a própria morte. No dia 25 de janeiro de 2017, uma adolescente norte-americana de 14 anos enforcou-se durante uma transmissão ao vivo de duas horas no Facebook. Uma das amigas que assistia ao vídeo, imediatamente avisou às autoridades, mas eles chegaram tarde demais para salvar a garota. Dois dias após a tragédia, o Policial Militar Douglas Ferreira, da Zona Norte do Rio de Janeiro, transmitiu a própria morte usando a mesma função da rede. No mesmo dia, nos Estados Unidos, o ator Frederick Bowdy também fez da plataforma o palco para sua morte. A família do ator contatou a polícia durante a transmissão, mas Bowdy foi encontrado morto no seu carro somente horas depois. O número de suicídios transmitidos ao vivo apenas cresce. Desde que a função foi lançada, a rede social tem trabalhado extra para garantir que todos os vídeos cujo conteúdo fere as normas de uso da plataforma. Portanto, quando a transmissão acaba e fica armazenada para visualização posterior, se não há denúncia, o Facebook apaga em até 24 horas, de acordo com os padrões de comunidade da página. Contudo, o jornal The Guardian teve acesso às diretrizes secretas do Facebook, usadas como uma forma de julgar o que os mais de 2 bilhões de usuários da rede social podem ou não publicar em suas páginas. A matéria foi traduzida
Jornal Expressão
pela Folha UOL e explica que “há permissão, por exemplo, para transmissão ao vivo de tentativas de suicídio e autoflagelação. A rede diz que não quer ‘censurar ou punir pessoas que estão sofrendo’, pois elas podem ser ajudadas por quem as esteja assistindo”. Posteriormente, os vídeos devem ser removidos, “já que não haverá mais oportunidade de prestar auxílio”, segundo a matéria. Mas porque as pessoas se comportam dessa maneira? O compartilhamento desenfreado de vídeos na internet com conteúdo criminoso, como bullying, agressão física, e até casos de homicídio e estupro prometem uma popularidade temporária, afinal, cada número, cada curtida, carrega uma carga de elogios. Para o psicólogo Iarodi Bezerra, “a necessidade de ser visto pelos outros, se colocar em posição de ser avaliado, leva algumas experiências a perderem os limites do privado, emergindo para o público”, diz, ao traçar o perfil do indivíduo que cruza a fronteira do certo e infringe as leis naturais do ser humano para, unicamente, “parecer legal”. Mas, se somos movidos pelo prazer, como, então, sacrificar a própria vida diante o público pode justificar os envios ilusórios de endorfina ao cérebro se a própria ação encerra isso? Ser assistido pode, de alguma forma, reverter o ato? Para Iarodi, a intenção é outra. “São as mesmas pessoas angustiadas, insatisfeitas, cheias de desesperanças de outrora; somente carregam na manga a carta fatal do olhar do outro. Elas agora optam morrer vistas pelos outros, não mais sozinhas com suas cartas de ‘adeus’”, explica.
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Sexta-feira à noite é dia de luau em Paraisópolis
Música, dança teatro, grafitte e lazer são atrações para o jovem em meio aos bailes funks em comunidade paulista Sabricio Carvalho | carvalhosabricio@gmail.com
Rock, rap, samba, MPB. Dança africana, teatro e grafite. Caldo verde, sopa de músculo e quentão. Crianças, jovens e adultos. Produtores, artistas e visitantes. Céu aberto, sexta-feira, clima frio. Cenário ideal para acontecer mais um Luau Paraisópolis, no Espaço Pipa, localizado na comunidade da zona sul de São Paulo. Criado para dar opção de entretenimento ao jovem aos finais de semana, o evento acontece desde 2011, e trabalha com a arte e cultura como pilares para a inclusão social, promovendo a difusão e contribuindo para formação e divulgação de novos talentos. O apelo artístico é evidente e desperta também nos visitantes a vontade de se apresentarem em festivais futuros. Como é o caso de Joseilton Silva, compositor e cantor de RAP. Ele tem vontade de se apresentar
na comunidade: “Já estou conversando com os produtores para poder cantar no próximo Luau”. E fala com entusiasmo e ansiedade sobre a possibilidade: “Eu soube do luau através de amigos que participavam, desde então o que me motiva é nutrir esse lado cultural na nossa quebrada”. Jefferson Garibald, Produtor cultural e Diretor do projeto, enaltece a diversidade e a importância de ações como essa na vida do adolescente: “A arte é uma área de conhecimento que integra o subjetivo e objetivo, e favorece o envolvimento e a reflexão. A cultura com sua identidade cultural de conhecer as raízes, memórias e histórias de vidas, promove o respeito à diversidade e ao singular”. Jefferson conta com orgulho dos feitos alcançados
até aqui: “Em 2014 o projeto foi fomentado pelo Programa VAI de iniciativas culturais da Secretaria Municipal de Cultura e contou com recurso financeiro durante 12 meses. Agora em 2017 foi vencedor do Concurso de Projetos, viabilizado pela fundação Arymax e com o apoio da Impact Hub”. O luau faz parte de uma série de ações do grupo de Produtores Culturais do Paraisópolis composto por 5 pessoas. Além dessa ação, eles também promovem Cinema ao ar livre (Cine Pipa); CinzArt (projeto e intervenções e grafite); Cicatrizes da cor (tatuagens em cicatrizes de acidentes doméstico e câncer de mama); Memória de Paraisópolis (museu de fotos e vídeos da comunidade, entre outros movimentos que visa unicamente promover o acesso cultural ao jovem e adolescente.
Moda circense e seus tons Tecidos, brilhos e figurinos fazem parte do espetáculo
Grafite feito por jovem morador de Paraisópolis
Da TV para o mundo: a experiência de exposições Provocar a felicidade e curiosidade das pessoas é a intenção dos idealizadores Josy Salustiano | josy.s.oliveira@bol.com.br
Maria Paula Paz | mppaz66@gmail.com
Em um ambiente de diversão e alegria como o circo, o figurino é muito importante para aqueles que escolheram entreter as pessoas. Esses artistas usam trajes chamativos para permanecerem visíveis em tons animadores para o grande público. As combinações entre figurinos transformam o visual mais coeso, e as vestimentas são baseadas no gênero do personagem para ajudar a plateia a identifica-los. As roupas são confeccionadas com tecido látex, que por ser bastante elástico, facilita os movimentos dos artistas além de ser mais confortáveis. Todo o figurino, seja em aulas ou durante os espetáculos é escolhido pra ser melhor aproveitado pra quem faz o uso dos aparelhos. As peças também, são selecionadas de acordo com o tema da apresentação, podendo levar acessórios como fitas, colares e maquiagens diferentes, o que forma um conjunto essencial no sentido visual do espetáculo. “Na hora de se vestir pra nós palhaços não tem muito segredo, estamos sempre de macacão largo e sapatos grandes bem coloridos, sem falar na maquiagem que é um acessório complementar da roupa. Tudo o mais confortável possível pra conseguir realizar as acrobacias”, afirma Caio Albuka Palhaço e Malabarista – Timóteo e Pim Bim. Um dos artistas mais importantes da apresentação é o locutor, quem apresenta as atrações ao palco e depois se despede delas. Sua fantasia sempre acompanha uma cartola e um smoking estilizado. Esse traje é geralmente deco-
rado com paetês, sua cobertura é repleta de brilho o que facilita que as pessoas em volta não o percam de vista em qualquer lugar do palco que ele esteja. “Nossos acessórios nem sempre são muito específicos, remendos e lantejoulas são bem comuns na composição dos tecidos. Há muita mistura com cores vibrantes, ainda mais om as roupas de cetim. Esse tipo de figurino não é vendido em lojas comuns, o que ocorre comigo é o improviso em decorrer de uma apresentação a outra”, conta Carolina Braga Aluna de Artes Cênicas da USP (Universidade de São Paulo). Os significados das vestes circenses se modificam, hoje em dia certas atrações mudaram em termos de design. Mas a maneira com que o circo prende a atenção de seu respeitável público sem dúvida é o jogo de cores. Todos personagens se misturam em seus números com diversas combi-
Sabricio Carvalho
nações de cores e partes com aspectos brilhantes recheadas de glitter exorbitantes. As fantasias apertadas são uma necessidade para os contorcionistas ou para aqueles cujas roupas podem ficar presas em alguma coisa. Os cuspidores de fogo geralmente utilizam roupas com propriedades retardantes de chamas. Os artistas que precisam ser erguidos normalmente usam fantasias que possam acomodar os equipamentos que possam auxiliar em qualquer situação inesperada. O visual e segurança sempre devem estar em harmonia nas apresentações. O atrativo traz ao público diversas sensações, aparelhos, objetos, roupas entram em um conjunto de forma que a alegria, objetivo principal, contagie a plateia transformando o ambiente com muitas risadas e muitas vezes suspense. Os números são repletos de situações perigosas e inusitadas, trazendo a vida colorida que há por de baixo das tendas.
Arquivo Pessoal
Quem nunca teve o desejo de entrar em um programa de televisão, saber como era cada detalhe, poder tocar o objetos e cenários. Algumas exposições puderam realizar esse desejo ingênuo. Castelo Rá-Tim-Bum e a Vila do Chaves trouxeram essa emoção. Para quem não sabe o Castelo Rá-Tim-Bum foi um programa de grande sucesso entre 1994 e 1997 na TV Cultura, teve 90 episódios e foi um marco na programação infantil da televisão brasileira. Chaves foi um programa para crianças e adultos, com 290 episódios criado no México e trazido ao Brasil pelo SBT. Mesmo após anos as reprises continuam em alta. Esse tipo de apresentação em museus é visto como grande diferencial para quem pode entrar no sonho de infância. Cada detalhe busca
ser seguido e tenta passar ao máximo uma realidade ao seu expectador. Algumas pessoas se sentem no próprio programa. Outras procuram detalhes que façam aflorar a infância. Para professora Luciane Soares, as emoções foram às alturas. “A exposição me proporcionou um momento mágico, entrar na vila do chaves e ver os detalhes foi incrível, eu pude me emocionar em lembrar cada episódio. Mesmo tendo 52 anos, me senti uma criança de tão maravilhada com cada detalhe”, contou. A ideia da exposição do Castelo vem da TV Cultura, a Vila do Chaves do SBT, e ambas são uma parceria com o Memorial da América Latina e a Caselúdico, uma empresa especializada em grandes exposições. A Vila foi também uma homenagem para o ator Roberto Bolaños,
que interpretava o Chaves na história e que faleceu dias antes da exposição. Para a jornalista Thamara Prado, que já foi em outras exposições, o sentimento tomou conta. “A exposição me deixou encantada, consegui reviver a infância. Tanto a Vila do Chaves como o Castelo, me fez ter anseios que jamais senti antes, pude entrar em cada episódio só de memória”, disse. Nas exposições é possível ver uma cronologia entre os programas Castelo Rá-Tim-Bum e o Glub-Glub, programas infantis da TV Cultura. O castelo conta com uma torre exterior de 15 metros de altura, 22 cenários do programa e pode ser inteiro explorado. Na Vila foram projetados televisores que exibiam episódios aleatórios e também uma barraca que vendia churros de verdade. Arquivo Pessoal
Exposição do Castelo RÁ-TIM-BUM
Cada artista, uma roupa diferente
Mundo musical nas Igrejas revela talentos Nas salas e púlpitos dos templos evangélicos pentecostais nascem um grande número de musicistas profissionais Rebeca Menezes | josy.s.oliveira@bol.com.br
Alguns profissionais que se encontram inseridos no mercado musical tiveram em sua base o contato com o viés religioso, começando assim a aprender a cantar e tocar dentro da igreja. Isso acontece com mais frequência nas instituições como Assembleia de Deus e Congregação Cristã do Brasil. Muitos músicos tomam gosto por esse tipo de arte pelo contato que têm nesses locais e que se inicia de forma despretensiosa. O louvor por meio do canto tem grande influência nos cultos evangélicos e é por essa razão que cantores descobrem sua aptidão com a voz. As igrejas acabam apresentando o ensino e os membros decidem seguir o caminho secular
e atuar como backing vocals ou coristas em grandes corais ou conjuntos musicais. “Eu comecei a cantar na Assembleia de Deus quando tinha uns 13 anos. Lá tem diversos grupos e todos tinham que cantar, independente do que se faça. Comecei a me envolver e gostei. Sempre gostava de cantar e ensaiar. Fui ficando pela intuição”, relata Welligton Souza, que atualmente é estudante de saxofone na EMESP (Escola de Música do Estado de São Paulo). Apesar dos talentos natos apresentados pelos integrantes dessas igrejas, a forma como eles aprendem música nessas instituições é muitas vezes feito por meio da colaboração e autodidatismo. A infraestru-
Jornal Expressão
tura de uma igreja é completamente diferente de um conservatório. “Muitos músicos começam nas igrejas e mesmo às vezes aprendendo só o básico, já é o bastante para despertar o interesse em estudar música”, explica Camila Hessel, violoncelista na orquestra do Theatro São Pedro. Alguns músicos afirmam que além da igreja despertar o interesse, muitos deles acabam se engajando nesse universo porque os familiares também já cantam ou tocam na instituição e consequentemente, eles carregam a descendência. “Minha família toda é de músicos e eles nunca estudaram para se profissionalizar. Sempre foi para tocar na igreja e eu fui o único que
Rebeca Menezes
Músicos começam suas aulas nas igrejas que frequentam
usou a música como ofício. Eu comecei a tocar violino com 5 anos porque era o ins-
trumento mais acessível. Eu comecei a ter aula com um professor que não profissio-
nal”, conta Daniel Frauzino, violoncelista e atualmente professor no Sesi Diadema.
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Juquitiba é pioneira em rafting no Brasil
Você busca aventura? Deseja sair da rotina? Então venha para o rio Juquiá enfrentar corredeiras e quedas d’água Nathália Forte | nathaliafortecontato@gmail.com
O esporte radical é a prin-
cipal atração da cidade, localizada a 70 km da capital paulista. Há 29 anos, a cidade ganhou um espaço para a prática do rafting, e também uma inovação foi introduzida no Rio Juquiá, a modalidade de remos individuais. A emoção começa quando todos embarcam nos botes para descer os 6 km do rio e enfrentar, em 3 horas, corredeiras e várias quedas d’água que chegam até 11 metros de altura a setenta graus. “Os rios podem intimidar, mas também ser uma grande fonte de adrenalina e diversão para quem quer dominar suas águas”, conta Vinicius Passos, 27, Engenheiro. Apaixonado pelo esporte. No Rio Juquiá, a prática do rafting é feito no Baixo Juquiá e Alto Juquiá. O percurso alterna trechos de remansos, corredeiras e tem a presença constante da Mata Atlântica. A integração com a natureza é total, pássaros como o martim-pescador e garças são facilmente avistados na fauna.
O condutor inicia os preparativos para a descida, 30 minutos após o horário estabelecido para a atividade. Antes, faz ajuste de equipamentos, e depois explica instruções de segurança, a dinâmica dos remos e alongamentos. Oferecendo botes para quatro a sete participantes, ele coordena a remada de todos e garante a segurança dos participantes. A única restrição para esta atividade é a idade mínima de 7 anos. Durante a descida, de acordo com o nível do rio no dia, é possível pegar corredeiras Classe I (Fácil), onde o fluxo de água em movimento é com pequenas ondas, sem dificuldades técnico e bom para iniciantes, até Classe IV (Muito Difícil), na qual exige manobras difíceis e precisas. “Os níveis dos rio podem variar e ter trechos e corredeiras com um grau de dificuldade abaixo ou acima do nível médio do rio”, explica Luiz Koiti, 22, bombeiro militar e instrutor profissional da empresa Rio Abaixo.
Praticantes de rafting descendo o Alto Juquiá, pela empresa Canoar É neste cenário de aventura que duas empresas turísticas oferecem total infraestrutura para uma prática segura e divertida das atividades, sendo elas Canoar e Rio Abaixo. A Canoar oferece um turismo na educação esportiva, ambiental e no atendimento corporativo. Já o Rio Abaixo tem opções um tanto dife-
renciadas, mas muito divertidas como o Rafting Noturno, praticado em noites de lua cheia no mesmo percurso do rio Juquiá, e o Aventura Pet, no qual o participante pode se aventurar com seu animal de estimação. As empresas da região fazem ecoturismo, gerando visibilidade para a cidade. “A Canoar realiza ações so-
Tai Chi Chuan para a terceira idade Esporte é indicado para evitar quedas, prevenir fraturas e melhorar a força Paola Guimarães | pah.guimaraes@hotmail.com Paola Guimarães
Idosos praticando artes marciais na praça da Saúde Concentração, resistência, equilíbrio e beleza. Essas palavras definem os movimentos do Tai Chi Chuan, uma arte marcial que, em função das suas aulas serem dadas em diferentes níveis, possibilita que pessoas de todas as idades e condicionamentos físicos distintos possam praticar. A luta incorpora sequencias lentas e o relaxamento e muitas vezes chega a ser
apelidada pelos profissionais da área como uma espécie de “meditação em movimento”. Ela é a queridinha entre os idosos, já que é capaz de trabalhar o físico e o psicológico sem movimentos bruscos e no tempo que cada pessoa se sentir mais à vontade. “Depois que comecei a frequentar as aulas de Tai Chi Chuan ao ar livre, notei uma grande melho-
ra nos meus joelhos, pois tenho problema no menisco. Senti que os músculos ficaram mais fortes, dando mais sustentação aos joelhos. Por causa disso também, as dores que eu sentia toda as noites simplesmente sumiram de vez”, conta Mariana Hiroko, 68 anos e praticante da modalidade há 3 anos. Segundo o professor de Tai Chi , André Cespede, o idoso acaba perdendo bastante massa muscular devido à queda abrupta de hormônios, e a pratica da arte marcial vai fazer com que esses processos acabem se estabilizando dentro do corpo, melhorando assim 99% dos problemas encontrados na terceira idade. “Ensinar a agachar corretamente, como se levantar sem forçar a coluna, e equilíbrio através de exercícios que fortalecem a região dos joelhos e tornozelos é o ob-
jetivo do Tai Chi Chuan. A procura de idosos por esse esporte cresceu ainda mais, pois além de sentirem uma melhora física, existe o estimulo psicológico. Trabalhamos para que o lado direito do cérebro esteja cada vez mais conectado com o esquerdo e dessa forma mantemos a mente cada vez mais jovem. Tudo isso com a pratica de um único esporte. ”, diz o mestre André, que possui uma turma com mais de 10 idosos. “Eu só tenho que agradecer a minhas amigas por terem me mostrado esse esporte. Antes, eu não tinha força para levantar nem uma panela do fogão, hoje eu preparo o almoço de domingo para toda a família sem a ajuda de ninguém. Apenas graças ao Tai Chi”, conta a Madalena Honorato, de 58 anos e praticante do esporte a dois anos.
Fundação casa tem práticas esportivas Futebol, handball e basquete são as principais modalidades Letícia Oliveira | leticia.1602@hotmail.com Letícia Oliveira
Esportes cooperaram com o menor índice de rebeliões A prática de esporte na Fundação Casa pode colaborar com o melhor desenvolvimento físico e psicológico dos jovens que estão cumprindo medida socioeducativa. Futebol tem a maior preferência. As outras principais modalidades são handball, basquete e futebol de salão. Segundo Carlos Alberto Robles, gerente de Educação Física e Esportes dos
Maria Paula Paz
106 centros da Fundação Casa, que abriga cerca de 9500 jovens em São Paulo, todos os adolescentes passam pela Avaliação Diagnóstica em Educação Física, a qual avalia a saúde física dos jovens. Na Fundação Casa, há um calendário anual esportivo, que divide as modalidades trimestralmente. Recentemente, ocorreu a Copa Casa que é disputada
pelos centros de São Paulo junto a Federação Paulista de Futebol . O torneiro fez a alegria de cerca de 1300 jovens, a vencedora dessa disputa foi a Fundação Casa Rio Tâmisa. “Dividimos os jovens em dois grupos: Escola de Esporte e Escola de Treinamento, a primeira é para aqueles que possuem poucas habilidades e desejam aprender, a segunda é para os que já são mais desenvolvidos e treinam para melhorar. Os que participam dos torneiros, além de possuírem boa postura esportiva, precisam ter uma postura adequada em todas as áreas”, diz Carlos. As atividades esportivas acompanhadas das demais atividades artísticas e culturais que acontecem nos centros, podem reduzir o número de rebeliões, já que leva os jovens a olharem para outros caminhos, possuírem uma melhor relação
e deixarem as referências criminosas para trás. “O esporte tem o objetivo de proporcionar aos adolescentes outras perspectivas de vida fora do mundo da instituição e do mundo do crime. Só o fato de sair por um tempo da rotina cheia e dos muros da Fundação para participar de campeonatos e torneios, a oportunidade de ver a rua e a comunidade deixa os deixam muito mais descontraídos”, esclarece Carlos. De acordo com a psicóloga Sibele Oliveira, além de lazer, o esporte desenvolve nos jovens aspectos relacionados a autoestima, confiança, respeito e admiração pelo outro, sendo um agente facilitador para lidar com situações reais de frustrações, estimulando a capacidade de medir de forma consciente as ações, além de despertar cuidados com a saúde corporal.
cioambientais, dentre elas as “Descidas Sustentáveis” com crianças carentes da comunidade, passeios monitorados para trabalho educativo e de reflorestamento das margens do rio. Além disso, mantém uma equipe de esporte de aventura para a ONG SOS Mata Atlântica”, diz Fatima De Oliveira, 42, Sócia da empresa.
SitioCanoar Estr. dos Carmos, 2000 - Dos Carmos, Juquitiba - SP Telefone:(11) 4682-1382 Rio Abaixo Rafting & Aventura Estrada São Benedito, 1600 Juquitiba - SP Telefone: (11) 4682-1898
Squash enfrenta
desafios para se consolidar
No Brasil, esporte busca profissionalização Douglas Romano
Professor e aluno durante aula de squash Douglas Romano - douglas.romano92@gmail.com
Após ganhar visibilidade no Brasil com a adesão do esporte nos Jogos Pan-Americanos, o squash ganha cada vez mais adeptos no país. Conhecido como o “primo do Tênis”, o esporte começou a ser praticado no século XIX na Inglaterra. É praticado em uma quadra fechada, onde dois jogadores alternam jogadas em uma parede frontal. Como em outros esportes, o squash espera contar com a exposição na mídia para tornar-se popular. “Se transmitisse o squash, seria mostrado para as pessoas que não conhecem, acho que iria haver um interesse muito maior pelo esporte, que não seria um ciclo fechado. Haveria uma procura e interesse muito maior, como houve com o Tênis com o Guga”, comentou o professor de Squash Heberard de Souza Alves sobre a visibilidade do squash no país. Para dar apoio aos jogadores profissionais, O NSB (Novo Squash Brasil), permite a integração e reunião de todos os atletas profissionais do Brasil, e atende todas as categorias. Além de valorizar o atleta profissional, ao organizar um Jornal Expressão
calendário anual que possibilita o crescimento e a visibilidade do praticante, também permite a inserção de atletas amadores ao meio. Para os amantes paulistas da modalidade, há diversos locais na capital de São Paulo para a locação de quadras e academias para a prática, com estruturas e preços variados. “A demanda para aluno é muito boa, mas tem a questão do valor. O squash é um esporte um pouco caro, então depende da condição financeira de quem está fazendo, mas a procura pelo esporte, tanto pelo lado feminino quanto no masculino é bastante positiva”, afirma Heberard. “No Brasil ainda estamos engatinhando, se comparado ao nível da profissionalização nos Estados Unidos “, comenta o Presidente da CBS Carlos Paiva. Apesar das diversidades, o squash cresce e vêm ganhando muitos adeptos no país, inclusive em São Paulo, que é o centro de várias quadras esportivas, frequentadas inclusive por jogadores profissionais. E o interesse tende a aumentar conforme o apoio aos atletas e a divulgação do esporte.