Expressão 9 setembro 2015

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ano 22/número 9 setembro/2015

jornalismo universitário levado a sério

jornal laboratório do 4º ano de jornalismo

usjt Roberto Sungi

Origens da vida Os mistérios, as indagações e as descobertas especial | pág. 4 e 5


#hashtag

ano 22 |no9 | setembro/2015

#fração de segundo fotolegenda

#Caro Leitor,

Os mistérios da vida

Um nova edição do jornal Expressão para você, sempre carregada de novidades!! Nossa reportagem especial traz um tema instigante e inquietante: quais são as possíveis respostas sobre a origem da vida. De onde viemos? Como surgiu a vida na terra? São questionamentos que há milhares de anos acompanham os seres humanos. A nossa aventura na Terra. A própria aventura do planeta Terra. A aventura de todos os seres vivos. Quais são as descobertas que já ajudaram o ser humano a compreender melhor essas perguntas fundantes? E mais, esse é um tema que carece de uma abordagem múltipla, plural. Sem dúvida, as diversas religiões procuram dar respostas. Também não podemos esquecer a importância das mitologias, que nos colocam no campo dos saberes intuitivos e tradicionais. Para além das inquietações filosóficas, o Expressão tem diversas outras reportagens. Você sabe as diferenças entre os vários tipos de pós-graduação no disponíveis no Brasil? Qual a melhor opção para você? Na editoria Vida Digital, fazemos um alerta importante da Organização Mundial da Saúde: o volume excessivo dos fones de ouvido e o uso abusivo desses aparelhos podem causar sérios danos à audição. Em Artes, nossos repórteres mostram o trabalho de um talentoso desenhista que ressignifica objetos do cotidiano com humor e criatividade. Espuma de café, palitos de fósforos, clipes... Nada escapa à transformação. Como sempre, fechamos nosso jornal com muita cor e adrenalina. Desta vez, destacamos um passeio original e incomum em Sampa: trilhas e cachoeiras no extremo sul da cidade: Parelheiros. Vale conhecer!! Vale a aventura, é o que garantem nossos repórteres.

Kivia Profa Iêda Santos e Profa Jaqueline Lemos

#protagonista

Voa! - 10 lugar do 70 Concurso Fotográfico”Fração de Segundo”

Tema: O tempo não para...” Homenagem aos 25 anos sem Cazuza Foto por Wellington Carneiro - 30ACSNRTV - campus Mooca

Arquivo pessoal

Então, vamos lá?! Mergulhe conosco no Expressão.

e a viagem pelo mundo

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nha. A vida nômade a fez PhD na arte de desbravar os confins desse mundão e permitiu uma autodescoberta que, segundo ela, mudou toda uma concepção de vida. Em meados de 2013, resolveu dar a volta ao mundo. “Um dia eu pensei: eu quero dar esse rolê”. E ela foi mesmo. Não foi nada planejado. Claro, ela sabia os países que gostaria de visitar durante essa saga, mas simplesmente seguiu sua filosofia de vida: foi atrás. “Eu poderia dar mil dicas para as pessoas, mas tenho asco de gurus. Ninguém pode te fazer sair do sofá e ir atrás”. Nos 13 meses em que rodou pelos continentes, conheceu caminhões e caminhoneiros, gente que viajava para se afirmar e gente que viajava para ajudar. Se apaixonou, por pessoas e por culturas. Registrou cadalugar em fotografias, lembranças e nos seus escritos. O Kiviagem, blog criado na época, nasceu como um jeito de manter seus amigos informados e, também, como seu diário digital, em que ela contava seus causos, guardava suas fotos, tudo bem intimista. A página no Facebook se tornou um sucesso já ao final da viagem e os quase 12 mil seguidores passaram a ser seu grande desafio. “Ver os meus relatos se tornando públicos fez perder a essência do que o Kiviagem representava para mim. A repercussão é boa? É. Mas é preciso ter muito cuidado com a internet, ela nostorna narcisistas e egoístas”. Kíviadesmorona tudo o que se pensa sobre mochileiros descolados da internet,que

Diagramação: Profa Iêda Santos

mostram o quão incrível é cruzar os oceanos, mas não nos contam as coisas ruins que se vê e vive numa viagem dessas. Ela faz qualquer um mudar deopinião sobre o que é atravessar a vida na estrada e

“Em 9 de outubro de 1940, durante um raide aéreo alemão, em pleno blackout, Julia Lennon, dá à luz John Winston Lennon, na OxfordSt. Maternity. Winston foi escolhido por Julia, em homenagem a Churchill. ” , quem recomenda é Milton Diniz, analista da Netshoes Giovanna Prado | giovannap.prado91@gmail.com

Giulia Trecco| treccogiulia@gmail.com

Crescemos construindo e idealizando imagens do sucesso e dos bem sucedidos. Kívia é uma desconstrução desses paradigmas. Conversar com ela é como tomar uns belos tapas na cara do tipo: “Acorda para vida! Tá esperando o que para começar a viver do jeito que você quer? Tá esperando um salário fixo, uma promoção, ou a próxima desculpa que te impeça?”. Aos 29 anos, a jornalista Kívia Costacarrega uma sabedoria em sua voz que lembra uma anciã. Os traços leves do rosto bem desenhado, com olhos que quase sorriem pelos cantos, e os cabelos negros com seus cachos despreocupados, contrastam com a sua postura. Depois de visitar mais de 60 países, aprender seisidiomase cruzar os oceanos era de se esperar que ela não fosse como a maioria das pessoas. Ela vive em uma casa simples com as tintas das paredes já gastas pelo tempo, e realmente não se importa com roupas, maquiagens, penteados e outras imposições sociais. O desejo de percorrer os quatro cantos da Terra veio da infância e ao completar 18 anosfez sua primeira viagem para fora do Brasil.E foi assim, com a grana que juntou nos bicos que fez durante a adolescência. Sem planejar muito, mas já tendo aprendido sozinha a falar inglês e espanhol. Com uma mala na mão e cheia de sonhos, ela foi atrás de realizar o primeiro de muitos. Nesses mais de dez anos pela estrada, montou acampamento – morou por um tempo, por assim dizer – nos Estados Unidos, na Itália e na Alema-

#fica a dica O pequeno livro dos Beatles

o porquê de se fazer isso. Mas se fazer isso é um sonho para você, ela tem um conselho: “Se você quer viajar pelo mundo, coloque uma mochila nas costas e vá. Esse é o melhor conselho que posso te dar”.

Repleto de curiosidades, “O pequeno livro dos Beatles”, escrito e ilustrado pelo francêsHarvéBourhis, traz no formato dos quadrinhos a biografia antes, durante e depois dos garotos de Liverpool: Paul, John, George, Richard (Ringo) e Brian – o quinto Beatle.Lançado em 2010, pela Editora Conrad, é do mesmo autor de “O pequeno Livro do Rock”. Para o analista e estudioso da história do rock nas horas vagas, Milton Diniz “o interessante deste livro é como ele consegue ser objetivo e completo ao mesmo tempo”, ele diz que Harvé escolheu uma forma interessante de contar a história da banda descrevendo toda a vida dos integrantes do fabfour desde o nascimento até a formação da Quarrymen, que mais tarde seria conhecida mundialmente como The Beatles. Durante a narrativa outros fatos que futuramente cruzarão com a vida dos músicos, como por exemplo, o nascimento e carreira de George Martin, produtor musical que tem parte fundamental na trajetória do quarteto e de Yoko Ono, que mais tarde se tornaria esposa de John Lennon. Uma coisa interessante é que outros artistas que faziam sucesso na época são indicados em passagens como “se você gosta de Quarrymen vai gostar de Chuck Berry”.Harvétambém mostra o que cada um fez após o fim dos Beatles na década de 70 -os casamentos,

os álbuns, parcerias e por aí vai. De acordo com Milton, esse livro é essencial para quem se interessa pela história da banda “as ilustrações são ótimas, com certeza é um dos melhores trabalhos feitos sobre eles, sempre que me perguntam por onde começar a estudar sobre Beatles eu indico este livro”, segundo ele, é o ponto de partida perfeito para quem gosta de rock n´roll. Uma das passagens que Milton sempre se emociona ao ler é quandoo autor explica a paixão de George Harrison pelo instrumento banjo-ukelele, já que na maioria de seus shows Paul McCartney toca sempre alguma música composta por George com este mesmo tipo de instrumento para homenageá-lo. “Muita gente não vê graça nas músicas deles, dizem que são comuns, fáceis, mas quem conhece a trajetória e a personalidade de cada um começa a ver com outros olhos”, explica.

expediente Diretor da Faculdade de LACCE Prof. Rosário Antonio D’Agostino Jornalistas Responsáveis Profª Iêda Santos (MTB 31.113) Profª Jaqueline Lemos (MTB 657/GO)

Coordenador de Jornalismo Prof. Anderson Fazoli (MTB 15.161) Redação Alunos do 4º ACSNJO - D2 Diagramação Capa Profª Iêda Santos

Revisão Prof. Juca Rodrigues Projeto Gráfico e Supervisão Profª Iêda Santos

Impressão Folha Gráfica (11) 3224.7667

As matérias assinadas não representam, necessariamente, a opinião da Universidade.

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Educação Mestrado, doutorado, MBA ou especialização: confira qual o curso mais adequado para você ano 22 |no9 | setembro/2015

Entenda as diferenças entre os vários tipos de pós-graduação disponíveis atualmente nas instituições de ensino e escolha a mais indicada para o seu perfil Roberta Rodrigues

O profissional deve avaliar as características de cada curso, tendo em conta as diferenças que separam lato sensu e stricto sensu

Rede social de conteúdo universitário atinge 3 milhões de usuários A plataforma disponibiliza materiais de estudo de forma colaborativa Ingrid Alves | ingridalvesdesouza@hotmail.com Revolucionar a maneira como os jovens estudam. É o que propõe o Passei Direto, uma rede social brasileira de compartilhamento de conteúdo voltada para o público acadêmico, que busca interação e troca de informações entre os usuários. Tudo de forma gratuita. A proposta é que os próprios usuários alimentem a plataforma com artigos acadêmicos, e-books, vídeos-aulas, documentários e outros materiais. Desde o lançamento, a rede social passou por várias reformulações. A novidade mais recente, por exemplo, foi a criação de grupos de estudos, nos quais os estudantes podem interagir sobre determinada disciplina. O site de conteúdo universitário cresce rapidamente. “Hoje, o Passei Direto conta com mais de 3 milhões de universitários cadastrados, está presente em

2.500 universidades do Brasil e possui mais de 450 mil materiais de estudos (arquivos, vídeos, perguntas e respostas)”, conta Beatriz Fazolo, responsável pelo marketing do site. Uma ideia criativa que conquistou os estudantes, que buscam na internet um incentivo para os estudos. “O site é uma excelente ferramenta para troca de conhecimento entre alunos e docentes. Além disso, possui grande variedade de ferramentas para o estudo e aprendizado. E deve ser mais divulgado, pois quanto mais pessoas utilizarem, maior será o conhecimento transmitido”, conta Gabriela Garbin, usuária da rede. O Passei Direto foi idealizado pelos jovens cariocas André Simões e Rodrigo Salvador, em 2012, ainda durante o período da faculdade, quando cursavam Administração e Engenharia de

Roberta Rodrigues | roberta.rosilva@gmail.com O número de brasileiros graduados não para de crescer. De acordo com dados do Ministério da Educação (MEC), de 2002 a 2012, o número de alunos na educação superior dobrou, passando de 3,5 para 7 milhões. Com isso, a capacitação profissional deixou de ser baseada apenas pela experiência adquirida com o passar dos anos, e os trabalhadores estão procurando cada vez mais a continuidade na formação acadêmica. De 2011 a 2012, a formação de pós-graduados cresceu cerca de 8,5%. No entanto, a grande diversidade de opções disponíveis pode dificultar um pouco na hora de escolher o caminho para os próximos passos. Os termos especialização, mestrado, MBA e doutorado podem soar familiares, mas cada um tem os próprios significados e objetivos, e antes de escolher o curso de pós-graduação mais adequado ao seu perfil, o profissional deve avaliar as características de cada um deles, tendo em conta as diferenças que separam os cursos lato sensu e stricto sensu. A pós-graduação lato sensu é a denominação dada aos

cursos mais gerais, conhecidos também como especializações. Geralmente com duração de um a dois anos, eles ainda podem ser uma boa opção para quem deseja mudar de área ou de adaptar a um novo cargo na empresa. Por serem mais flexíveis, são mais indicados para quem já tem uma rotina diária de trabalho e busca aperfeiçoamento profissional, conforme explica Mônica de Carvalho Magalhães Kassary, Diretora da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação (Anped). “Como esses cursos não têm a obrigação de oferecer um aprofundamento maior, podem se adequar às demandas mais imediatas, sendo assim, mais adequados para profissionais que pretendem apenas aprimorar-se em um aspecto de seu campo de trabalho”. Dentro desta categoria também há o Master in Business Administration (MBA). Recomendado para quem pretende trabalhar no setor administrativo, o MBA é mais indicado para os profissionais que já estão há alguns anos no mercado, uma

vez que, muitas vezes é exigida essa experiência nas aulas. Já no stricto sensu, que inclui os doutorados e mestrados, os alunos são imersos em processos de capacitação bem mais demorados. Eles tendem a durar de dois a quatro anos e têm o objetivo de formar de pesquisadores e professores universitários. Por exigirem mais dedicação, é importante ter certa flexibilidade no horário do emprego para frequentar as aulas, e poder dedicar alguns dias de folga aos estudos. Há também uma terceira modalidade pós-graduação stricto sensu, mais voltada ao mercado de trabalho, o mestrado profissional. Pedro Arcanjo Matos, assessor de imprensa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do MEC (Capes), fala sobre esta categoria. “O mestrado profissional é a designação que enfatiza estudos e técnicas diretamente voltadas ao desempenho de um alto nível de qualificação profissional. Esta ênfase é a principal diferença em relação ao mestrado acadêmico”, afirma.

Rohóta mbo’ehaópe:

Vamos à escola?

A especialista em educação, Edina Rosa, fala sobre a cartilha de alfabetização indígena

Computação, respectivamente. Esse ano, após o crescente sucesso, ambos foram escolhidos pela revista Forbes Brasil para entrar na lista de 30 pessoas abaixo de 30 anos consideradas destaques no país em 2015. A rede também está testando formas de interação entre os estudantes e as empresas. Por isso, criou uma plataforma de estágios e empregos. O Passei Direto Jobs busca intermediar o processo de seleção de vagas em grandes empresas. Desde o lançamento, cerca de 90 empresas já publicaram anúncios. Atualmente, o site tem planos de internacionalização e conta com investimentos realizados pela Bozano Investimentos, Valor Capital e Redpoint e. Ventures. O Passei Direto possui versões mobile, disponível para download em iOS e Android. Ingrid Alves

Yuri Cavalieri | yuricavalieri28@hotmail.com Secretaria da Educação

Os alunos da rede estadual podem ser alfabetizados em cinco línguas Atualmente, os 9 mil alunos indígenas da rede estadual paulista têm acesso a livros e cadernos em cinco línguas: guarani, tupi-guarani, terena, kaingang e krenak, pertencentes às etnias remanescentes do Estado de São Paulo. Desde 2013, os estudantes contam com uma cartilha de alfabetização em guarani em dois volumes, feita pelos próprios índios, com supervisão de um linguista especializado. Este ano, a Secretaria disponibilizará objetos digitais sobre cultura e história indígena no Currículo+, uma plataforma online. No site, os alunos da rede, indígenas ou não, encontrarão um conteúdo composto por dicionários, textos sobre mitos e lendas, legislação e etnias brasileiras. A ideia é que

toda a rede utilize o material nas mais variadas disciplinas. A responsável pelo Núcleo de Educação Indígena da Secretaria, Edina dos Santos Rosa, esclarece como é conduzido o projeto. Expressão: Em quantas escolas há esse material? Edina Rosa: A cartilha é utilizada em 25 escolas estaduais indígenas existentes em comunidades Guarani. Já o material didático é usado em todas as 40 escolas indígenas da rede, localizadas na capital, no litoral e na região central de São Paulo. Como esse material é desenvolvido em sala de aula? O conteúdo do material de alfabetização utiliza músicas, histórias, desenhos e brincadeiras próprios da cultura Guarani, para garantir uma aprendi-

zagem efetiva e proporcionar atividades com conteúdos significativos para as crianças das aldeias, sempre preservando sua cultura e tradição. Os professores receberam algum tipo de treinamento para traballhar com o material? A formação dos professores indígenas da rede estadual é contínua. Em 2005, alguns professores indígenas da rede participaram de um curso de licenciatura Intercultural Superior Indígena, na Universidade de São Paulo, com apoio do Estado. Este ano, os docentes também terão o auxílio do primeiro Boletim da Educação Escolar Indígena, que vai oferecer informações para a prática e formação deles, articulando as atividades das Escolas Estaduais Indígenas, de forma colaborativa, pois terá a participação de servidores das aldeias e das Diretorias de Ensino. Qual a importância da secretaria da Educação em disponibilizar esse material? A rede estadual paulista é uma das mais diversificadas do país. As ações da Secretaria valorizam e reafirmam as identidades étnicas e culturais das comunidades, com o propósito de garantir educação de qualidade aos estudantes indígenas, respeitando as especificidades de cada etnia. Para manter a cultura fortalecida dentro da comunidade, todas as escolas indígenas da rede são bilíngues, portanto os alunos aprendem tanto português quanto a língua natal.

Aprendizagem Rural: jovens do campo buscam qualificação profissional Oferta de trabalho no meio rural é alta e exige capacitação da mão de obra Tábata Bueno| tabatabueno93@hotmail.com

Compartilhe resumos, anotações e outros materiais de estudo na plataforma do Passei Direto

Segundo dados do último censo do IBGE, mais de oito milhões de jovens entre 15 e 29 anos vivem no meio rural e estão em busca de especialização profissional. O agronegócio está em constante desenvolvimento tecnológico e com a introdução de inovações no campo, os produtores rurais buscam a qualificação de sua força de trabalho. A oferta de vagas é alta, a área plantada de grãos cresceu 42%, enquanto a produção registrou aumento de 228% no ano passado. E os cursos mais

Diagramação e Revisão da página: Ingrid Alves, Giovanna Prado, Roberta Rodrigues, Tabata Bueno e Yuri Cavalieri

procurados geralmente abrangem áreas como agricultura, agroindústria, aquicultura, pecuária, silvicultura, atividades de apoio agrossilvipastoril e de prestação de serviços. O Serviço de Aprendizagem Rural (SENAR) é uma entidade que em parceria com Sindicatos Rurais, tem como meta a expansão de ações e cursos que formem profissionais do campo e possui mais de 27 administrações regionais que promovem a capacitação para desenvolver competências sociais no meio rural.

A coordenadora da unidade educacional do SENAR do Mato Grosso do Sul, Maria do Rosário Almeida fala quais são os setores mais procurados. “A área de mecanização vem apresentando demandas crescentes por partes das usinas de açúcar e álcool. Alguns dos cursos são para a formação de tratorista, de operador de colheitadeira e mecânico de máquinas pesadas”, afirma Rosário. Para saber mais sobre os cursos da entidade, acesse o site: www.senar.org.br

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especial Ciência

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ORIGENS DA VIDA

COMO VOCÊ ACHA QUE SURGIU A 3,8 BILHÕES DE ANOS

BIG BANG: O COMEÇO

Cerca de 14 bilhões de anos atrás o Universo surgiu após uma grande explosão através de uma gotícula de energia pura. Infinitamente quente e densa. Impulsionado pela explosão o cosmo surgiu.

As mais antigas evidências de vida do planeta Terra, acontecem indiretamente a partir desta data. Rastros de isótopos de carbonos em rochas que sugerem a existência de formas microscópicas

4,5 BILHÕES DE ANOS

11 BILHÕES DE ANOS Átomos de Hidrogênio e Hélio já existiam poucos segundos antes do Big Bang, aliás foram eles que contribuíram também para a formação da vida na Terra.

Por volta de 100 milhões de anos depois, o Sol, a Terra e todos os Planetas estão formados. A lua apareceu um pouco depois - aproximadamente 40 milhões de anos após a Terra.

4,6 BILHÕES DE ANOS Durante 30 milhões de anos, o processo do Sol começou. Nuvens de gás e poeira se condensaram, dando espaço para a estrela central do Sistema Solar.

VIDA?

Fernanda Carvalho | fernandacarvalho@outlook.com.br A terra está transbordando vida. Um buraco qualquer de esgoto contém trilhões de microrganismos que elegantemente se ocupam com suas complexas micro atividades. Uma flor no meio da Avenida Paulista, desabrocha refinadamente seus conteúdos singularizados de moléculas. A existência, enfim, é mais resistente do que se imaginava. Em algum momento, isso que chamamos de vida passar a existir. Para a maioria dos cientistas, a melhor definição da vida continua sendo uma combinação de substâncias que, em algum momento, consegue uma forma particular de se duplicar, mudar e se transformar dando origem a todas as espécies vivas, como antecipou o inglês Charles Darwin, no século XIV. Durante séculos de pesquisas distintas entre cientistas, biólogos, filósofos e religiosos, as informações obtidas não foram suficientes para que alguma teoria ou religião pudesse reproduzir, em todos os detalhes, as condições reais da origem da vida. Independente de como tudo começou, todos os materiais viventes contêm ingredientes fundamentais que são chamados de proteínas e ácidos nucléicos. Os ácidos nucléicos são as moléculas-mestras da vida. Com apenas umas poucas pos-

Além do Big-Bang A ciência e as diversas teorias sobre o inicio do universo e origem da vida na Terra Fran Fernandes | fernaandes.f@gmail.com

síveis exceções, elas contém todo as propriedades necessárias para que um organismo se reproduza. Já as proteínas controlam a química e a disposição de cada célula do nosso corpo. Compreender a origem das proteínas e dos ácidos nucléicos certamente não é o mesmo que compreender a origem da vida, mas é um passo importante nessa direção. Uma proteína contém em sua composição milhares de átomos de hidrogênio, carbono, oxigênio e nitrogênio. Sendo assim, essas moléculas naturalmente se reproduziram por conta própria, há mais ou menos 4 bilhões de anos, nos primeiros seres viventes da terra.

Do ponto de vista do biólogo e professor de Ciências Biológicas da Faculdade Anhanguera de Guarulhos Alexandre Kisse, “os ácidos nucléicos e as proteínas certamente fazem parte das células do nosso corpo. O mistério está em entender como elas se reproduzem tão rápido e contribuem em 70% do funcionamento dos elementos que estão em nosso organismo. Sendo assim, pesquisadores analisam essas propriedades a partir de microscópios para então entender que é o hidrogênio o único responsável em relação á reprodução das proteínas e ácidos nucléicos. ” As proteínas e ácidos nucléicos surgem a partir de uma va-

riedade de condições atmosféricas, desde que sejam ricas em hidrogênio. A descarga elétrica não é a única fonte de energia adequada, o calor, o estrondo ou as ondas de choque provocadas pelo impacto de meteoritos também auxiliam para o surgimento desses dois elementos. Por fim, qualquer que venha a ser a resposta para uma questão tão voluntária, nunca duas cabeças pensarão na mesma direção sobre esse mistério. Até lá, cenas singelas como o nascimento e a morte de qualquer ser vivente, continuarão sendo bons pretextos para que nos lembremos da majestade da vida e de sua confrangedora e misteriosa beleza.

Partícula de Deus: Professor de física, Paulo Silva,esclarece sobre o surgimento da matéria Aline Cintra Carrasco | aline.carrasco@hotmail.com Depois da Teoria do Big Bang, a ciência buscou entender a formação do universo a partir de partículas. Dessa ideia, surgiu o Bóson de Higgs, também conhecida como Partícula de Deus. Segundo o seu criador, Peter Higgs, (em 1964), há bilhões de anos, após a grande explosão que deu origem a vida, as partículas não possuíam massa. Foi a partir da partícula Bóson de Higgs que criou-se a matéria e, por consequência, tudo o que existe. É o que explica o professor de física, Paulo Silva, formado pela Universidade de São Paulo (USP). Expressão: O que é a Partícula de Deus? Paulo Silva: É a teoria para o Modelo Padrão de partículas subatômicas. De forma mais prática, podemos dizer que o modelo padrão diz existir 12 partículas que formam a matéria - tudo o que tem massa e ocupa lugar no espaço. Segundo Higgs, esse Bóson é o que seria responsável interagir e dar massa as partículas, formando a matéria. Logo após o Big Bang, diversas partículas su-

batômicas estavam separadas e, em alguma hora, se uniram formando os bósons de Higgs, dando origem a massa. Resumindo, sem a Partícula de Deus, nada que é matéria existiria. Expressão: Mas realmente existe? Paulo: Para alguns físicos e estudiosos, há alguns sinais, mas nada foi totalmente comprovado. Expressão: Como são identificados esses sinais? Paulo: O Centro Europeu de Pesquisa Nuclear desenvolveu o Grande Colisor de Hádrons (sigla em inglês LHC), que acelera em uma velocidade próxima a da luz, pedaços de átomos e provoca grandes colisões entre eles, parecidas com o Big Bang. Os cientistas tentam descobrir a partir disso, vestígios de bósons de Higgs, assim como aconteceu há bilhões de anos. Para isso, elas precisam interagir. Em 2014, alguns cientistas afirmaram ter visto em ação, mas nada foi muito conclusivo. Expressão: O que mudaria com a descoberta do Bóson de Higgs? Paulo: Primeiro, a teoria explicaria muitas coisas, como a

origem e expansão do universo após a explosão do Big Bag, já que ele explicaria a formação originária da massa. Haveria uma correção no Modelo Padrão e, a partir disso, provavelmente muitos outros estudos seriam feitos, pra concluir o entendimento do princípio da matéria. Expressão: Por que ela é chamada de Partícula de Deus? Há alguma relação religiosa? Paulo: Não. O nome foi dado ao livro que o físico Leon Lederman publicou sobre o assunto, em 1993. Antes ele queria que chamasse “Partícula maldita”, mas o editor não gostou e sugeriu “partícula de Deus”. Não tem relação religiosa e alguns cientistas e físicos não gostam de usar o termo, justamente para não entrar no teor teológico. Expressão: O que os cientistas buscam com a comprovação do Bóson de Higgs? Paulo: São muitas as razões. Obviamente a mais importante é entender o princípio da matéria e, com isso, entender a criação de tudo o que é matéria desde o início do universo.

A existência e a natureza Evolução: Charles Darwin e a teoria que mudou o olhar sobre as criaturas vivas Roberto Sungi | roberto_sungi@yahoo.com.br

A partir da grande explosão, a ciência abriu seu campo de pesquisa para o surgimento do universo A dúvida sobre a origem da vida vem, desde os debates iniciais, gerando muitos conflitos sobre o que pode ou não ser tomado como “verdade” dentro das teorias estudadas pela ciência. Ao longo dos anos, muitas pesquisas foram feitas, outras teorias foram descobertas e a discussão se tornou ainda maior. Embora nada ainda possa ser 100% comprovado, a Teoria do Big Bang, que defende o início do universo a partir de uma grande explosão cósmica há bilhões de anos atrás que criou o espaço-tempo, ganhou destaque e foi um dos pontos de vista mais defendidos pelos cientistas durante alguns anos. José Fernando Fontanari, professor do Instituto de Física de São Carlos (USP) explica um pouco sobre as teorias mais

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defendidas no mundo científico. “Dentro da ciência, a situação é um empate. Os físicos teóricos defendem o Mundo do RNA, já os experimentais acreditam na teoria Metabolismo-Primeiro e criam ciclos de reações químicas que se perpetuam no laboratório. O maior consenso entre os cientistas é que a vida se originou da matéria bruta, com o aumento espontâneo e gradual da complexidade das estruturas moleculares”, diz. A Teoria Mundo do RNA defende que para ser considerado um “ser vivo” o organismo precisa ter a capacidade de se reproduzir e deixar descendentes que deem continuidade à espécie. Ou seja, em algum momento da vida na Terra algum ser vivo evoluiu e adquiriu essa capacidade. O RNA foi o primeiro tipo

de material genético formado, vindo antes das microesferas. Já a Teoria Metabolismo-Primeiro, explica a origem a partir da formação de moléculas orgânicas e compostos inorgânicos que existiram com a total ausência dos seres vivos. A princípio eram bem simples e com as reações químicas foram se desenvolvendo e evoluindo. No entanto, Fontanari explica que o entendimento da origem da vida não pode ocorrer dentro de um laboratório. “Embora os bioquímicos estejam tentando criar uma célula artificial, ainda sem muito sucesso, acredito que o processo envolverá uma descoberta teórica da física, provavelmente envolvendo termodinâmica para explicar a auto-organização da matéria”, diz.

Até o século 18, a humanidade acreditava que a vida foi magicamente criada pelas entidades divinas de religiões como o judaísmo, o hinduísmo e muitas outras correntes místicas milenares. Cada uma buscou dar explicações metafísicas para fenômenos biológicos que hoje conhecemos muito bem graças ao trabalho de um inglês. Formado em Cambridge, Charles Darwin entrou na faculdade para se tornar padre, mas uma ironia do destino o coloca em um caminho que permite desenvolver a teoria científica sobre a origem e evolução das espécies, que questionou as crenças religiosas e mudou a nossa visão de mundo. Em 1831, Darwin foi apresentado à oportunidade de acompanhar uma expedição para melhorar mapas oceanográficos. A bordo do Beagle, viu a chance de poder estudar melhor, a fauna e flora do Novo Mundo. Mas foi nas arquipélago de Galápagos, na América do sul, com muitas espécies animais que só existem lá, que Darwin começou a elaborar sua teoria, através da

Diagramação e Revisão da página: Fernanda Carvalho, Aline Cintra, Fran Fernandes, Roberto Sungi

análise dos animais e plantas da região. O biólogo Átila de Oliveira complementa “Ele não foi o primeiro a perceber a evolução biológica. Vários pensadores

1831 - Charles Darwin ocidentais já a haviam notado. Mas ele foi o primeiro a mostrá-la pelo método científico. E enquanto Darwin fazia suas pesquisas na América do Sul, Alfred Russel Wallace fazia o

mesmo no Sudeste Asiático, chegando às mesmas conclusões. Mas Darwin publicou seus dados de forma mais completa e elaborada”. Os dados coletados o fizeram pensar em como as criaturas e plantas, que eram muito parecidas e diferentes ao mesmo tempo, ficaram daquele jeito. Por mais de trinta anos ele elaborou o seu material, concluindo que algum tipo de seleção natural havia ocorrido e provocado a adaptação das criaturas aos diversos ambientes de Galápagos. Hoje, quase 200 anos depois, ainda nos encontramos espantados em saber que muitos não acreditam em suas teorias. Comprovada ao longo dos anos, as próprias idéia de Darwin evoluiram. Ramos como a genética só confirmaram suas observações, mas mesmo assim ainda esbarramos em crenças milenares. “A teoria da evolução só contradiz a visão da criação bíblica. Se aceitarmos isso como mito, tudo bem. O problema surge ao interpretarmos de forma literal. E infelizmente algumas religiões cristãs fazem isso. Daí surgiu criacionismo”, conclui Àtila.


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ORIGENS DA VIDA

Pintura - Carla Chaves

especial

Hinduísmo:

sabedoria e amor Karoline Costa | karoline-costa@hotmail.com

Para os cristões e católicos, Deus criou o céu e a Terra em 7 dias

A crença no criacionismo

De onde viemos?A ligação entre o Ser Divino e a Bíblia Jennifer Anielle | jenniferanielle2@gmail.com Para os três grupos que integram o Cristianismo - ortodoxos, católicos e evangélicos - a origem do universo se encontra em Deus. Segundo é descrito na Bíblia sagrada dos cristãos, especificamente nos dois primeiros capítulos de Gênesis, Velho Testamento, o Universo foi criado em seis dias. “Pois em seis dias o Senhor fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles existe, mas no sétimo dia descansou. Portanto, o Senhor abençoou o sétimo dia e o santificou”. (Bíblia Sagrada, livro de Êxodo, capítulo 20 versículo 11). O criacionismo acredita que as espécies foram colocadas em um ambiente já na forma atual, elas se adaptaram e permaneceram imutáveis. “Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”. (Bíblia Sa-

grada, livro de Gênesis, Capitulo 1 versículo 27). “Em minha opinião a teoria do criacionismo é verdadeira, porque é inconcebível imaginar que o universo e a vida teriam vindo à existência espontaneamente. Se observarmos a natureza e o ser humano não dão para aceitar que tudo tenha sido mera obra do acaso”, afirma Rosângela Alves, 47 anos, líder espiritual e psicóloga. “Através da fé homens e mulheres se lançam em um relacionamento com Deus e passam a entender que ele é o Criador de tudo. Não importa se este ser criou tudo em seis dias, ou que o início ocorreu com a frase “Haja luz”. Não importa se o ser humano é feito do pó da terra”, afirma Edemir Antunes, 39 anos, professor de Ciências Sociais e Teologia

O que diz o Alcorão Andressa Gonçalves | andressagoncalves94@gmail.com O livro sagrado do povo islâmico possui uma visão semelhante ao cristianismo, sobre a origem da vida. É descrito em suas páginas que Ala, como é chamado o Deus islâmico, criou o ser humano a partir do barro. Todo o processo do desenvolvimento do embrião é descrito, desde a evolução até o nascimento. Segundo os islâmicos, esse é o principal diferencial do islamismo referente a origem da vida, a explicação detalhada de como uma criança é gerada nas páginas do Alcorão.

O hinduísmo acredita que a criação se deu através de um ato de inteligência, sabedoria e amor tido por Brahma, com a duração de um Yuga, aproximadamente 4.320.000.000 anos no calendário hindu. Este processo caracteriza-se pela respiração e expiração, que são administrados pela composição de deuses da religião. Esta composição é formada por Brahma, o Deus criador, que tem participação exclusiva na origem da vida, Vishnu, o Deus preservador e responsável pela manutenção do universo, e Shiva, o Deus destruidor e transformador. Sendo as três entidades grandes influenciadores nas forças que regem o universo, formando um ciclo de criação, manutenção e término, respectivamente. A religião hindu acredita que a vida não é algo finito. “A criação desenvolvida por

Mitologia

Iamandu, como vocês devem conhecer como Tupã (Deus do Sol), veio a terra e do monte mais alto juntamente com a Araci (deusa da Lua) criou as plantas, os animais e até mesmo as estrelas. Em uma grande celebração no monte da região do Aregúa, ele esculpiu do barro o homem e a mulher e com apenas um sopro deu a nós seres humanos o espírito bom e o mau, por isso houve a criação de Caaporã, que se responsabilizou por toda proteção de tudo o que é vivo. E por fim, ele criou a neblina, os lagos, os rios e a Iara para cuidar, zelar e proteger os mesmos. Para muitos historiadores, esse mito tem grande sentido e valor na criação da atual formação do mundo. “Baseando-se nessa tradição, a vida ganha

Brahma não está relacionada ao tempo datado nos calendários tradicionais. A crença hindu prega que o tempo não possui uma linearidade e sim uma forma circular onde ocorrem renovações eternamente, a partir do processo de desenvolvimento da atman (alma)”, afirma Aline Priscila Ferreira, 26, mestre espiritual. O estudo religioso sobre a origem da vida é exposto nos livros sagrados de Vedas, compilados entre 1500 e 900 a.C e compostos por quatro obras escritas no idioma védico de onde se originou o sânscrito clássico de uso litúrgico pelo hinduísmo. Além desses, Bhagavad-Gita, datado de IV a.C., também descreve a criação da vida, mas faz referência principal ao Deus krishna, descendente de Vishnu e considerada a única vertente monoteísta do hinduísmo.

Mitologia egipcía traz varios deuses como criadores da vida

Brahma deus do hinduísmo cima de uma flor de lotús

Cristian Zucatelli Brun | cristian.zucateli@hotmail.com uma proporção ainda maior do que apenas nascer, crescer e morrer, avida vai muito, além disso,” explica o Professor e Historiador, Claudio Henrique de Souza. Iamandu embora conhecido como Deus, nada mais é do que uma forma antropomórfica de existir, ou seja, uma energia que se concentra em reger o mundo de uma forma superior, não podendo ser destruída ou apagada do universo, apenas transformada. A força que antecede a todo o nosso ecossistema, vivendo assim em constante transformação. Quem cultua essa religião “Primitiva do Brasil” presa muito às formas de manifestações dessas energias, tem uma admiração plena pelo Sol, os raios, os relâmpagos e o clima em geral, através do amor ao Tupã, às águas, a neblina, os rios, cachoeiras, lagos, lagoas, mares e oceanos. De acordo com a Doutora, Psicóloga Martha Cristiana de Oliveira “As criaturas originalmente feitas por Tupã eram Rupave e Sypave, (homem- pai e mulher- mãe) Desse surgimen-

Miologia egípcia possui uma das histórias mais intrigantes sobre os deuses e a compreensão do Universo Lucas Donini | lucas_donini17@hotmail.com A origem do universo e da vida na terra após a explosão do Big Bang e sua criação em 6 dias, com Adão e Eva, isso todo mundo já sabe. Porém, existem diversas teorias da criação da vida, totalmente diferentes das que conhecem os e que são bastante interessantes. Uma delas é a Mitologia Egípcia. Segundo eles, existia apenas um vasto vazio conhecido por Nun, e um grande oceano que viria a se chamar Nilo. E o oceano começou a se agitar criando ondas gigantescas, dando origem a uma ilha conhecida como monte de criação. Após isso, uma flor de lótus aparece no meio da ilha, que originou o Deus solar Rá, que ao nascer começou a chorar e dessa lagrima a humanidade surgiu e se sentindo solitário, começou a criar outros deuses: Tefnut, deusa da água, Shu, deus do ar, que vão habitar a terra. “O interessante é o fato de haver uma vasta história sobre a

Wikipédia

A tradição Tupi Guarani

Deuses ao invés de Adão e Eva Wikipédia

Religião

origem da vida, devido ao grande número de deuses, e também por eles terem sido mortos e ressuscitados, sendo assim não havendo um começo, meio e fim preciso”, comenta Rute Soares, formada em História pela Universidade de Évora (Portugal). Apos essas “etapas”, novos deuses aparecem e começam a habitar a terra, são eles Isis, Néftis, Osíris e Seth, e após a criação, uma reunião foi feita e Osíris surgiu, sendo que veio ao mundo para ensinar os homens à agricultura, assim espalhando a civilização pelo mundo. “A Mitologia Egípcia possui histórias e mitos que fascinam porem para compreender exatamente a essência de tudo, é preciso se aprofundar desde o começo, até nos mínimos detalhes, pois cada fato tem uma ligação muito próxima com os acontecimentos da historia”, afirma Catarina Alexandre, estudante de Jornalismo e fanática pela mitologia egípcia.

Grupo Indígenas fazendo ritual para o deus do sol Tupã to existiram três frutos, primeiro dos filhos foi Tumé Arandú, eleito o mais sábio dos homens e o grande iluminado guia espiritual do povo Guarani.’’ O segundo filho foi Marangatu, um chefe da tribo de uma bondade extrema para com o seu povo, foi pai de Kerana, a mãe dos sete monstros legendários do mito Guarani. Seu ultimo filho foi Japeusá, que foi considerado desde o primeiro dia de vida um mentiroso, ladrão e impostor levando vantagem em tudo o que fazia para prejudicar ou apenas contrariar o próximo. De acordo com a lenda, Japeusá cometeu suicídio, afo-

gando-se por não suportar ser tão mau, porém algum tempo depois foi ressuscitado como um caranguejo, esse é o motivo pelo qual todos os caranguejos andam para trás,Tupã amaldiçoou toda a espécies por ajudar alguém tão cruel. Essa historia é apenas mais uma historia que, assim como inúmeros contos e lendas estão no mundo por séculos fazendo nossa imaginação a cada dia trabalhar mais, passando por gerações para que nunca morra ou caia no esquecimento usando a fé para o entendimento e a compreensão da existência de vida na terra.

OLORUN Orixás e os elementos são os responsáveis pela Terra Isabella Araújo | isabella_araujos@hotmail.com Todos acreditam em uma origem para vida. Você sabia que, de acordo com a cultura africana, no início só havia o espaço infinito, onde Olorun (deus supremo) vivia? Para tudo começar, ele criou a massa de água chamada Oxalá (que é o primeiro Orixá). Oxalá tinha a incumbência de dar início à criação do mundo, mas sofreu consequências por não respeitar algumas normas de Olorun, que preferiu criar Nanã para fazê-lo. Foi então que Nanã inventou os elementos da criação: a pomba, que foi designada para andar em círculos, a galinha para espalhar a terra e o camaleão

Diagramação e Revisão da página: Fernanda Carvalho, Isabella Araújo, Lucas Donini, Cristian Zucatelli, Karoline Costa, Jennifer Anielle

para que transformasse em terra firme. Olorun chamou Oxalá e pediu que outros seres fossem criados por ele. A água, o ar e a lama foram usados para criar os homens de todas as cores, as árvores e os peixes. Oxalá representava o lado masculino, enquanto Nanã era o feminino. Depois de todo esse processo, Olorun criou mais Orixás, transformando em um exército. Cada um deles com uma função no plano divino. “É essa nossa visão de criação do mundo, uma forma lúdica da lenda dos orixás. Que é passada de geração em geração nos terreiros.”, de acordo com Babalorixá Idá Onirê.

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vida digital

ano 22 |no9 | setembro/2015

Uso excessivo de fones de ouvido e música alta causam riscos à audição Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que mais de um bilhão de jovens entre 12 e 35 anos estão sujeitos a sofrer danos auditivos pelo uso indevido de aparelhos sonoros Carla Sales

Alan Oliveira | alan.olisilva@gmail.com É cada vez mais comum ao redor do mundo o uso de smartphones e outros aparelhos que reproduzem músicas. Pessoas de diferentes idades, mas principalmente os jovens, já se adaptaram a uma nova rotina: a de ouvir suas canções favoritas a caminho do trabalho, da faculdade, da academia, entre outros. Curtir um bom som também é opção quando se está entediado. Porém, o consumo descontrolado de fones de ouvido pode ter consequências graves. Um mal que desperta a preocupação da Organização Mundial da Saúde (OMS), que divulgou em 2015 números alarmantes: quase 50% dos 2,5 bilhões de jovens entre 12 e 35 anos de países com renda média ou alta ouvem música em níveis danosos à audição através de smartphones, mp3 e outros aparelhos com fones de ouvido.

Junto com a pesquisa, a OMS ainda divulgou um alerta, recomendando que as pessoas não usem esses aparelhos diretamente no ouvido ou com fones por mais que uma hora por dia e que seja utilizado a um volume baixo para evitar problemas graves, incluindo uma surdez precoce. Ivan Senis Cardoso Macedo, otorrinolaringologista, aponta os sinais da falha de audição. “O sintoma mais comum é o zumbido. Muitas vezes o paciente tem a sensação de que o ouvido está tampado. Mas nem sempre o indivíduo percebe a perda auditiva e ela pode ocorrer até mesmo sem gerar dor. Uma exposição regular a níveis elevados de som danifica permanentemente as partes do ouvido. Algumas partes são extremamente sensíveis. O dano é irreversível”.

Um estudo britânico feito pelo Royal National Institute for the Deaf (RNID) constatou que os usuários assíduos de música alta precisarão começar a usar aparelhos de surdez aos 50 anos, o que corresponde a até duas décadas de antecedência em relação à faixa etária que geralmente inicia o uso. Amália Alves Biscaro, fonoaudióloga, alerta: “O limite de som contínuo para o ouvido é de até 80 decibéis. Se o usuário exceder o limite, terá sérias complicações”. A médica ainda destaca a importância de procurar um especialista, caso haja algo de errado com a audição. “É fundamental ficar atento aos sinais de desgaste do ouvido. É importante procurar um profissional e fazer a audiometria, que é um teste auditivo. Com ele, o médico poderá avaliar a gravidade do caso”, conclui.

Estudantes encontram em

bibliotecas digitais

ferramentas de pesquisa

CUIDADO Volume alto dos fones de ouvido pode prejudicar a audição

Produção audiovisual

que cabe na palma da mão Projeto que une criatividade e educação chama atenção dos jovens brasileiros

De livros a trabalhos acadêmicos, universidades contam com amplo acervo digital

Alan Oliveira

Maurício Firmino

MVMOB Inserido em mais de mil instituições no país, ajuda a produzir diversos conteúdos midiáticos Camila Ferreira | camilafgp@hotmail.com

INTERNET Plataformas online disponibilizam obras e facilitam acesso a arquivos para download Carla Sales | carla_brenna@hotmail.com Livros literários e científicos, monografias, periódicos e obras raras são encontradas em diversas plataformas online que disponibilizam conteúdo gratuito para consulta e até mesmo para download. Os sites tem acervos em domínio público ou sob licença e em várias línguas. O Portal Domínio Público foi criado pelo Ministério da Educação em 2004. Ele conta com um acervo de mais de 123 mil obras e um registro de mais de 18 milhões de visitas. Contém arquivos com formatos além dos textos, como sons, imagens, vídeos que já estão em domínio público ou com divulgação autorizada. Também é possível acessar documentos e um banco de dados de dissertações de mestrado e doutorado.

A Biblioteca Nacional Digital é uma das mais importantes do país, ela comporta artigos históricos considerados patrimônios nacional. Um dos exemplos é uma coleção de fotos com retratos da família imperial, periódicos e exemplares jornalísticos da época também fazem parte do acervo. Algumas universidades disponibilizam em bibliotecas digitais os trabalhos de conclusão de curso (TCC) dos alunos. A bibliotecária da USJT, Tathiane Marques, explica: “Os autores das dissertações de mestrado e doutorado depositam uma cópia na biblioteca, aqui ela é encadernada com o nome do autor e com lombada, após isso fica disponível para consulta e vai para o acervo digital”.

A disponibilidade desses arquivos auxilia, também, no processo de pesquisa e elaboração e trabalhos. Para a editora Betina Goetjen foi muito gratificante saber que a tese dela colaborou na composição de um TCC. “Eu estava fazendo uma pesquisa no google com meu nome e apareceu uma dissertação de um aluno do Rio Grande do Sul. Ele citou a minha dissertação, eu fiquei lisonjeada, porque você estuda durante dois anos e meio e vê o resultado que é colocado na internet para as pessoas acessarem. Às vezes você não fica sabendo se alguém teve interesse, e foi legal saber que alguém leu o trabalho e utilizou um trecho dele para ser utilizado em outra pesquisa”.

Portal Domínio Público | www.dominiopublico.gov.br Biblioteca Nacional Digital | http://bndigital.bn.br Biblioteca Digital da São Judas de Teses e Dissertações www.usjt.br/biblioteca/mono_disser

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Já pensou na possibilidade de usar a sua internet móvel para produzir coisas bem bacanas? Do tipo mostras culturais de áudio e vídeo e inclusão criativa? Então vem cá conhecer o projeto Minha Vida Mobile, (MVMob), que proporciona, principalmente aos jovens, a vivência com o mundo tecnológico inovador e como o uso do celular pode se tornar muito mais educativo e consciente. Antes de tudo, saiba um pouco sobre sua criação. O MVMob, surgiu da ideia de Wagner Araújo e Roberta Scatolini, gestores e profissionais da educação na capital paulista, em conjunto com mais 50 pessoas, entre professores, designers e assessores. Hoje, é uma ação integrada em 1.610 escolas públicas e privadas do país, com a maior parte em São Paulo e Minas Gerais. Seu objetivo é desenvolver, junto aos estudantes do ensino médio, diversas atividades no ano, através da internet disponibilizada no celular. São ações do tipo oficinas para produção de conteúdo jornalístico, dicas de para produzir uma boa gravação audiovisual, fotografia e até mesmo jogos interativos. Para a psicóloga e pedagoga, Dejanira Pinheiro, “o uso do celular é muito banal hoje em dia e a proposta do “Minha Vida Mobile” tem importância educativa e estimulante. Com a supervisão e orientação certa dos pais e instrutores didáticos, é possível transformar o modo de pensar dos adolescentes e até mesmo dos adultos, em relação aos avanços tecnológicos”. A cada ano é realizado o Prêmio MvMob de criatividade, que consiste em analisar conteúdos de áudio e vídeo feitos por alunos e educadores, individual ou em grupo, sobre um tema específico. Os melhores recebem a premiação em sua respectiva instituição e vão para o site do projeto. “A primeira vez que me envolvi com as atividades não me interessei muito. Mas então, quando meus pais souberem das propostas que o projeto desenvolveu em outras escolas, eles conseguiram me convencer. Isso aconteceu o ano passado e desde então já produzi vários conteúdos midiáticos. Agora, meu objetivo é o prêmio MVMob de criatividade”, afirma Ana

Diagramação e Revisão da página: Andressa Alves, Carla Sales, Alan Oliveira, Camila Ferreira

Paula Benedito, estudante do terceiro ano do ensino médio. No site, é possível ver todas as produções, ideias, propostas, tudo o que já rolou e o que está acontecendo nas escolas parceiras de todo o país.

Alan Oliveira

PRATICIDADE Criatividade na tela do celular

Dá uma olhada lá! www.mvmob.com.br


artes

ano 22 |no9 | setembro/2015 Arquivo pessoal

Faces do cotidiano Artista utiliza objetos do cotidiano para fazer arte Fábio Rossini | fabiolira@outlook.com Artes: Victor Nunes

O

Victor Nunes: Sempre trabalhei com criação publicitária e a analogia que fazemos dos objetos se transformarem em arte sempre fez parte da vida profissional. Agora é por simples diversão! Na verdade a gente não imagina... E isso é muito importante na arte: a gente percebe, a gente descobre! Expressão: Como funciona o seu processo de criação e a escolha dos objetos? Victor: Quando vejo algo em que ainda não brinquei (risos) fico observando e começo a ”descobrir” formas. Expressão: Além de colocar os alimentos/objetos no lugar correto, você também ilustra a criação. Como você decidiu unir as duas coisas? Victor: Na verdade, não sou o único que faz isso, outros artistas também fazem. Mas cada um tem o seu próprio estilo e própria percepção deles. Expressão: Você tem preferência por algum tipo de criação? Fiquei muito curioso em relação à espuma. Como você consegue moldá-la? Victor: Não. Prefiro fazer coisas que de certa forma não requerem muito tempo (mais de horas), mas que são rápidas e bem criativas! A espuma do café é relativamente

imaginário faz parte do dia-a-dia dos seres humanos. Vivemos pensando em situações diferentes daquelas que encontramos, uma fuga da rotina. Foi pensando nisso que artista Victor Nunes criou uma página no Facebook (www.facebook. com/victornunesfaces) para mostrar suas criações com objetos e alimentos. Aos 63 anos, Victor conta sobre como usou a criatividade e o bom humor Acho que o processo criativo para criar sua deve existir não somente na forma de arte. parte gráfica, mas em todas as

sobra no copo vai se moldando com o auxílio de um palito. Expressão: Quanto tempo em média demora para cada criação ficar pronta? Victor: Isso varia: as espuminhas, por exemplo, de 3 a 4 minutos. Na série “Cotidiano”, varia de 1 a 5 minutos. Nada muito demorado. Expressão: Muitas pessoas comentam que ficam de bom humor ao ver sua arte. Você pensava que sua arte atingiria as pessoas dessa forma? Victor: Sempre tive essa consciência: se eu me divirto, os outros também irão se divertir! Acho o bom humor fundamental para a criatividade. Expressão: Você tem algum trabalho agendado para o futuro? Victor: Estou fazendo trabalhos solicitados comercialmente do tipo editorial, calendários, para ações na internet e agências de propaganda e outras aplicações que nem imaginava como artigos com minhas criações. Acho que o processo criativo deve existir não somente na parte gráfica, mas em todas as áreas onde o ser humano atua.

áreas onde o ser humano atua

BANANAS e outros objetos comuns do cotidiano ganham uma nova forma nas mãos de Victor

Expressão: Victor, como você descobriu que os objetos do cotidiano podiam ser transformados em arte? Você fica imaginando carinhas em tudo?

Aula de pintura vira passatempo favorito de idosos da Praia Grande Professora voluntária ajuda a terceira idade a ter mais momentos de aprendizado e criatividade

e os elementos a serem utilizados para a pintura sair corretamente, como quadro em branco, tintas, pincéis, canetas e moldura ficam por conta do próprio aluno. A aposentada Lourdes Pereira participa do encontro e comenta que lhe fez extremamente bem para a saúde mental. “Quando a idade chega, tudo vai ficando mais difícil pra gente. Quando descobri as aulas de pintura, não parei mais. Me faz muito bem para a cabeça e a ‘prô’ é muito prestativa e muito paciente para nos ensinar. O ritmo é muito tranquilo e acho que todos os

idosos deveriam participar de algo parecido”, disse. Ao entrar em sua casa logo já dá para se notar onde acontece toda a parte artística de sua vida, no seu próprio quintal juntamente com a sua grande garagem. As paredes estão forradas de quadros feitos pelos alunos e as mesas todas respingadas de tinta. A aluna Maria Rosa Ferraz, uma das mais frequentes nas aulas de Gláucia, já chegou a participar de grandes exposições e atualmente ela leva todo o ensinamento que

aprendeu para o resto de vida que lhe sobra, ensinando seus netos, amigos e seu marido também acaba não escapando de se sujar e aprender. Ela já saiu para expor os seus trabalhos em eventos e conta que cada vez mais quer aprender e até pensa em ajudar a ensinar crianças. “Praticamente todos os finais de semana eu estou na praia e fiquei compulsiva em aprender a pintar. Tenho alguns planos, se tiver viva até lá para abrir uma organização e passar o que aprendi para crianças carentes”, brinca. Maria Rosa Ferraz

CURSO de pintura de Gláucia é sucesso entre os idosos

Orquestra Jovem é destaque na Escola de Música de SP Tom Jobim serve de inspiração para novos talentos Victor Gonçalves | victortulu@gmail.com

Karina Dias | kdkarina@gmail.com A educadora Gláucia Maria Barbosa da Silveira, de 68 anos, formada em Pedagogia pela Universidade Metropolitana de Santos, dedica o seu tempo para ensinar técnicas de pintura à óleo para as pessoas que querem aprender a arte e grande parte deste público são idosos de cerca de 55 a 80 anos, que precisam colocar as mãos, a cabeça e o corpo em movimento, para uma vida mais criativa e saudável. O mais interessante é que nada é cobrado, calma, nada não... quase nada. Ela passa todas as técnicas gratuitamente, mas a manutenção

simples. Quando termino um bom café, a espuma que

Carregar o nome e o sobrenome de um dos maiores compositores da história do Brasil não é uma tarefa fácil, ainda mais para a Orquestra Jovem Tom Jobim, que já soma quase 14 anos de história e teve a honra de tocar com mestres da MPB, como Elza Soares e Dominguinhos. O grupo tem como objetivo o resgate de grandes obras brasileiras, dando preferência para as mais tradicionais, como as produções de Tom Jobim, Adoniran Barbosa e Elis Regina. Ousados, os componentes têm a sua disposição uma variedade de instrumentos, como violino, violoncelo, guitarras, baterias e piano, e buscam incrementar com arranjos sinfônicos as músicas mais populares do século passado. Para o professor de música Paulo Tavares, as vantagens de se trabalhar com uma safra de jovens músicos é poder explorar uma geração que não está acostumada a antigos moldes. “Nessa faixa etária, eles têm uma mente completamente aberta, prontos para aprender sempre e compartilhar o que já acumularam de experiência durante os anos”, afirma. A Orquestra começou o ano de 2015 dando um importante passo para a história do grupo. Um plano de renovação começou a ser colocado em prática, e prevê mudanças benéficas a todos os envolvidos. Para começar, os jovens bolsistas serão ainda mais desafiados, tendo incentivos para sair de seu “lugar comum” e inovar. Como exemplo das novas técnicas de ensino, pode-se destacar as aulas dadas pelo violinista paulistano Ricardo Herz, que ensinou os componentes a tocar o instrumento de corda como se fosse uma sanfona. Outra novidade desta temporada é o fato do grupo não ter um regente titular. Maestros diferentes tomarão as rédeas dos ensaios, levando mais conhecimento e diversidade aos membros. Um dos integrantes da Orquestra, Valber Oliveira, de 20 anos, almejava desde cedo participar de um projeto do tipo. “Toco trombone há alguns anos e sempre sonhei em fazer parte de algo grande e me apresentar para grandes públicos. Competi com dezenas de outros musicistas pela vaga de trombonista titular e hoje me orgulho da posição em que me encontro”, diz. A agenda oficial da Orquestra Jovem Tom Jobim pode ser encontrada no site oficial da Escola de Música de São Paulo, assim como vídeos de suas apresentações anteriores e fichas técnicas dos concertos. Victor Gonçalves

Diagramação e Revisão da página: Karina Dias, Victor Gonçalves, Fábio Rossini

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esporte & lazer

ano 22 |no9 | setembro/2015

Parelheiros, o pulmão da cidade Henrique Boney

O local é referência no turismo. As opções de diversão são variadas, vão desde esportes radicais a passeios João Neres | jneresneto@bol.com.br Estrada de terra batida, pessoas andando a cavalo, galinhas pela rua, índios caminhando calmamente. Um comércio sossegado, no qual tem de tudo um pouco. Mato e árvores para todo lado e o som que predomina é o da natureza. Essas descrições poderiam ser de muitas cidades do interior do Brasil, mas não é. É de uma região da capital paulista, mais precisamente: Parelheiros, extremo sul da cidade. O bairro fica no extremo sul de São Paulo, com várias opções de lazer e turismo - desde pistas de skate no ‘centro’ a cachoeiras e trilhas no meio da Mata Atlântica. Também tem aldeias indígenas, que são área de proteção e que só podem ser visitadas mediante autorização das lideranças indígenas. “Parelheiros é rica em ecologia e cultura, aqui temos cachoeiras, trilhas, borboletário, parques que integram o Circuito Turístico. O Circuito religioso possui o Solo Sagrado, o Templo de Umbanda do Ilê e o Templo Chinês. No Circuito Histórico a estação férrea de Evangelista, a Cratera do Colônia e o Bairro da Colônia Alemã”, afirma Nilton Oliveira, subprefeito de Parelheiros. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) a região tem uma área de 360,6 km², que representa 23,68% de todo o território do município. Diferente do centro de São Paulo, onde o cinza se destaca sobre o verde,

no bairro do extremo sul acontece o contrário, apenas 2,5% de Parelheiros é urbano e 62,4% é de Mata Atlântica. “Sou apaixonada pela natureza, adoro fazer trilhas e acampar com meus amigos. Parelheiros foi uma grata surpresa, lá tem ótimas opções, a mata é incrível. Foram os meus amigos que me levaram lá a primeira vez, adorei e sempre que posso vou para lá. Volto com minhas energias recarregadas”, diz Heloisa Rodrigues, fotógrafa. Atualmente Parelheiros é uma das melhores opções de turismo e lazer que o paulistano tem na cidade. “Os fatores materiais, a preservação de boa parte da Mata Atlântica e a existência de terras indígenas na Subprefeitura, além da Igreja Messiânica que possui uma enorme propriedade na região e que prima pela preservação do meio ambiente, fizeram do local uma referência em turismo e lazer”, conta Nilton Oliveira. Apesar de fazer parte da capital, a região é afastada do grande centro e é de difícil acesso. Caso queira conhecer as trilhas e cachoeiras o visitante tem que estar disposto a andar, e muito. O transporte público vai até Barragem, que é uma vila de Parelheiros, de lá são mais 50 minutos de caminhada até a cachoeira do Poço das Virgens, um dos lugares mais procurados pelos turistas. Quem gosta de ar puro e meio-ambiente, Parelheiros é uma ótima escolha. Amanda Ataide

Pole dance fortalece a

Os moradores de Parelheiros praticando rafting rio Capivari

musculatura e o

As lutas marciais vão

golpear

ego

freepik

a sua desmotivação

Juliana Bertuci pratica pole dance há 1 ano

Disciplina, respeito e autocontrole são alguns dos benefícios que os praticantes de todos os perfis adquirem ao praticar as modalidades Eva Lucena | lucena.eva@hotmail.com O corpo anda meio cansado e a disposição é uma palavra que já não faz parte do seu vocabulário? Se a resposta for sim, é sinal de que você precisa praticar atividade física. Só de pensar na rotina da esteira, levantamento de peso e exercícios localizados, as pernas tremeram, a preguiça bateu e você já desistiu. Muita calma, você pode mudar os seus pensamentos quando conhecer os benefícios e os perfis de quem pratica artes marciais. Cara de malvados, super definidos - com pernas torneadas, músculos esculpidos e a famosa barriga de tanquinho -, essas são algumas das características mais comuns que as pessoas em geral definem os adeptos às lutas marciais. Mas será mesmo

Eleni Barbosa, Fernando Rodrigues da Silva e Vinicius Ventura praticantes de artes marciais na academia Versus Fight

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que essas características prevalecem sempre? Segundo Fernando Rocha, proprietário da academia Versus Fight e praticante de Muaythai e Boxe há 10 anos, o porte físico de quem pratica as modalidades tem uma variedade grande. “Temos procura tanto por homens quanto por mulheres, a maioria entre 20 e 35 anos, o porte físico é bem variado, temos magros, um pouco acima do peso e pessoas que praticam a modalidade para emagrecimento”, conta o empresário Fernando. A maioria das artes marciais podem ser praticadas por pessoas de todas as idades. Desde crianças a vovôs e vovós, todos são bem-vindos, desde que tenham o acompanhamento adequado e sigam as orientações

e limites do próprio corpo. A escolha pela modalidade geralmente é decidida após a orientação do profissional que analisa as necessidades do aluno com os benefícios da atividade. As artes marciais em geral são um conjunto de técnicas individuais, que envolvem o processo de defesa pessoal, aperfeiçoamento do corpo e da mente. Com a correria do dia a dia, problemas e obrigações, é quase impossível não ficar estressado. Aliviar o estresse não é a única razão para começar a praticar alguma modalidade, o universitário Rafael Cabral optou pelo Taekwondo por motivos de saúde. “Sempre pratiquei esportes, mas fiquei um tempo parado, então comecei a me queixar de

dores nas costas, nas pernas, me sentia cansado em andar pequenos percursos, sentia muita preguiça e sono. Depois que comecei a praticar o esporte, tudo isso desapareceu, além de começar a ter uma alimentação bem mais saudável para dar um desempenho melhor no treino, o corpo ficou em forma e à disposição melhor e muito”, conta o praticante Rafael. Algumas das lutas mais comuns são: Kung fu, Caratê, Judô, Aikido, Box Chinês, Jiu Jitsu, Muay Thai e Taekwondo. As academias Versus Fight e IMOTO, em São Paulo, oferecem aos iniciantes aulas experimentais. Assim, é possível conhecer vários tipos de lutas, antes de tomar a grande decisão de praticar exercícios físicos. Eva Lucena

Amanda Ataide| amd.ataide@hotmail.com você, torna-se confiante, capaz, O estilo de dança antes assofeminina e linda”, declarou Gaciado a boates e clubes de stripbriele Matsumoto, bailarina. -tease, hoje é considerado uma O mais interessante é que prática esportiva e até mesmo neste esporte não há restrições. arte cênica, visto, por exemplo, Homens, mulheres, jovens e em espetáculos do Cirque du adultos podem praticá-lo. É o Soleil. O pole dance, popular caso de Juliana Bertuci, de 17 nos anos 90 nos Estados Unianos, que faz aulas de pole dandos e Canadá vem conquistance há um ano, junto com sua do inúmeros fãs no Brasil. Em mãe, que tem 40. 2007, a dança foi apresentada “Fiquei simplesmente apaiem uma novela e desde então, xonada por este esporte! Não é as aulas têm sido bastante pronada sensual como todos pencuradas e comentadas. sam, é uma força inacreditável O esporte está cada vez mais e me faz me sentir muito feliz presente em atividades oferecie leve. São realizações todas as das em academias. Em 2008 foi aulas e desafios também. Quanaberta a primeira escola especiado comecei falei pra minha mãe lizada na modalidade que une que ela tinha que experimentar, sensualidade, dança, ginástica e até hoje não parou! É muito equilíbrio, em Curitiba. Mas sobom, porque é mais um tempo mente em 2009 foi organizado o que passamos juntas”, disse a primeiro Campeonato Brasileiro aluna Juliana. de pole dance, evento que agora A modalidade tornou-se tão é realizado anualmente. popular, que em 2010 um grupo Movimentos ao redor da de dança em São Paulo criou o barra vertical trazem benefícios “Pole Street”. Dançarinos se para corpo e mente. O esporte reuniam para se apresentar nas já não é mais considerado um ruas da cidade. simples hobby, os exercícios “O pole dance varia de acormelhoram a postura, fortalecem do com o ritmo e condicionaa musculatura de braços, pernas mento físico de cada praticante, e abdômen, já que para se equiou seja, qualquer pessoa pode librar, o praticante precisa trabaaderir à modalidade, desde que lhar estes membros em conjunnão tenha problemas na pressão to. Para as mulheres, a dança é sanguínea”, alerta a professora capaz de melhorar a concentraFlávia Cristina Olivares. ção e autoestima, já que resgata Para Társila Gurgel, profesa sensualidade. sora de zumba e pole dance, o “O pole dane é um esporte segredo do esporte é se desafiar que ainda é visto com bastante com o ritmo e os movimentos preconceito, tanto por homens alcançados. “O mais importante quanto por mulheres. Mas a é que o aluno seja assíduo para partir do momento em que você se aperfeiçoar cada vez mais e abre a mente e entra nesse munencarar como um momento de do, você se apaixona, descodescontração”, afirma. bre uma nova pessoa dentro de

Diagramação e Revisão da página: João Neres, Eva Lucena, Amanda Ataíde, Caroline Caprioli, Sandro Silva


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