ano 22/número 11 outubro/2015
jornalismo universitário levado a sério
jornal laboratório do 4º ano de jornalismo
usjt Karina Ogoshi
Profissões inusitadas, estranhas e diferentes especial | pág. 4 e 5
#hashtag
ano 22 |no11 | outubro/2015
#Caro Leitor,
O fantástico mundo do trabalho
#fração de segundo fotolegenda
Olá galera!! Tudo bem? Venha conosco ler a nova edição do jornal Expressão. O jornal-laboratório elaborado pelos alunos de quarto ano de jornalismo da São Judas chega até você com muitas reportagens e histórias para contar. O tema especial que abordamos aqui vai provocar a sua imaginação. Você conhece alguém que tenha uma profissão muito diferente, pouco conhecida ou que faz algo muito estranho? Então... O Expressão foi atrás de profissionais raros. Pessoas que realizam funções que poucos de nós sabem que existe; ou gente que trilhou caminhos realizando tarefas pouco comuns. Olha só: um veterinário que cuida de feras; uma necromaquiadora; um casal testador de brinquedos eróticos; uma veterinária que extrai veneno de serpentes; um aromista; uma camareira de motel; um youtuber e um relojoeiro. Vale conhecer a história e o cotidiano profissional dessas pessoas. Você vai adorar!! Tem mais! Nossos repórteres trazem outros temas para você. Por exemplo, sabia que é possível fazer inglês no Learning Center da USJT? O curso gratuito, oferecido em diversos níveis, é direcionado para alunos, ex-alunos e funcionários da São Judas. Não perca tempo e confira esta oportunidade. Veja a reportagem na página 3, em Educação. Já na editoria Vida Digital, falamos sobre o funcionamento das novidades da biblioteca digital da universidade. Esta é uma das mais novas ferramentas disponíveis para o estudante se aprimorar. Em Artes, nossos repórteres falam sobre magia do origami, uma técnica fascinante de dobraduras em papel. E, encerramos a edição 11 do Expressão com a alegria do circo. Uma arte que movimenta o corpo e abre as portas para o mundo lúdico.
Vamos mergulhar nesse universo encantado?
Chronos - 3 lugar do 7 Concurso Fotográfico”Fração de Segundo” 0
Tema: O tempo não para...” Homenagem aos 25 anos sem Cazuza Foto por Cláudia Capato Licciardi- 30ACSNJO - campus Mooca
Karina, Profa Iêda Santos e Profa Jaqueline Lemos
#protagonista
a expressão surreal
Arquivo pessoal
Pâmela Ayumi | pam.ayumi@yahoo.com.br
Era um dia comum. A surpresa veio em forma de papel e um pouco de colorido no preenchimento do preto. Às vezes no contorno, quem sabe uma chaminé pintada. O fato é: não era apenas um preto e branco. Para alguns era só um desenho, para outros, a expressão surreal de um presente único. Era um mundo criado. Karina Natsumi Ogoshi tem 17 anos e muita criatividade. Faz desenhos minuciosos e detalhistas. Obras vivas. E de fato são curvas, castelos, casas e sereias que dividem cenários e surgem das maneiras mais prováveis. E improváveis também. Para Karina tudo não passava de rabiscos e garranchos. “Eu me distraía, desenhava e quando mostrava para as pessoas, elas achavam tudo lindo”. Logo, não houve um momento certo para descobrir o talento tudo que diz respeito a lápis, caneta, papel e imaginação. Em suas memórias, desenha desde que “se entende por gente”.
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O início de tudo era marcado por representações de personagens com os quais ela tinha afinidade e alguns animes, um ponto muito forte da cultura oriental. Morou durante 12 anos no Japão, retornando em 2012. Foi neste momento que se tornou natural aperfeiçoar o próprio traço, e se distanciar da influência japonesa. “Percebi que eu queria ter o meu próprio estilo”, diz. E assim, começou a criar seus próprios personagens, desenhar objetos e o principal: deixar a imaginação fluir. Talvez este ponto seja o central: os desenhos de Karina são claramente um universo particular que ganha vida quando concretizado no papel. Sua obra permite que a mente mergulhe em um emaranhado de prédios, janelas, portas, letreiros e tantos outros elementos que chega ser possível imaginar que exista vida por trás de toda esta construção feita à mão – todos os desenhos dela são feitos manualmente. Para ela, desenhar é uma forma de fugir da realidade. Ela cur-
Diagramação: Profa Iêda Santos
sa o último ano do Ensino Médio e diz que a pressão e a correria sufocam. “Para mim é como uma válvula de escape, principalmente esse ano que ando me estressando demais com os estudos”. E quando os olhos caem sobre um de seus desenhos é fácil notar que existe um mar de emoções ali. Para quem vê é fácil não esquecer mais. E dentre tantas situações e memórias já retratadas, Karina também tem as mais marcantes. “Eu já desenhei Tóquio. E alguns muitos me marcaram porque foram tirados de sonhos que eu já tive”. Foi assim, criando a sua própria marca, e sem fazer nenhum tipo de curso de especialização, que em 2013, aos 15 anos, ela foi a responsável pelas ilustrações do livro “Agora é minha vez de amar”, organiza-
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do por Marcos Lopes, Mônica Broti e Onofre Crossi. “No processo de criação, eu lia os textos e dava ideias de como poderia desenhar. Então eles escolhiam e eu desenhava”. A obra é uma coletânea de crônicas, poesias e contos escritos por alunos do Ensino Médio do Colégio São Judas Tadeu. Para ela, a desenhista fez cerca de 15 ilustrações.
#fica a dica
Da Sedução Wesley Damiani| wesley.a.damiani@gmail.com
Sociólogo, filósofo e professor, o francês Jean Baudrillard um dos principais teóricos da pós-modernidade, publicou em 1979 o livro ‘Da Sedução’, com uma profunda reflexão sobre a atração e o fascínio capaz de subverter, sobre o erotismo e a realidade em geral. O doutor em Educação, Edson Martins, professor de Letras e Comunicação da São Judas Tadeu, indica o livro por ser um diálogo sobre a sedução politica, sedução erótica e sedução econômica. “Esse livro discute como a realização do indivíduo e as transformações da sociedade passam sempre por algum processo de rebelião”. Segundo Edson, Jean Baudrillard vê a sedução como uma forma de dialogar com quem tem poder e ao mesmo tempo nesse diálogo, por meio de um jogo simbólico, conquistar espaço que normalmente no confronto direto não se conseguiria. “O que resta muitas vezes para as pessoas e para a sociedade é uma relação de sedução com as coisas, já que em um modelo de sociedade que é tão opressiva no sentido financeiro, político, moral e religioso, é muito difícil negociar qualquer mudança com esse tormento todo”, explica. O professor diz que o livro de Baudrillard também está muito presente na política brasileira. “É claro que há corrupção, questão de disputa de poder, mas há uma questão que é muito simbólica por trás dos discursos, por isso o que é falado pesa tanto, por isso os movimentos são tão performáticos”, enfatiza. “O livro pode ser interessante até para quem tem interesse em séries como House of Cards, que trata sobre a relação de in-
teresse bem como o livro propõe. Como ele é temático, que trata da sedução em várias áreas, é possível se ler de acordo com qualquer interesse”, fala. Edson Martins aponta a diferença na forma como Baudrillard trata da questão indivíduo e sociedade. “Ele desconfia muito, não concorda na verdade, com os interesses da população. Ele enxerga a população como um conjunto de interesses muito disperso; ele não vê unidade na sociedade, apenas em pontos específicos.”, argumenta. “Os grupos vão agir de acordo com o seu interesse em causas específicas, então no final da conta, o que sobra mesmo é o sujeito e suas vontades subjetivas, e como ele reage e resiste diante desse cenário todo”, explica. É interessante lembrar, segundo Edson, que para muitos autores reconhecidos do século XIX, o indivíduo praticamente não existe no estudo social; era uma célula de um conjunto maior. “Isso mudou a partir dos anos 30, quando o individuo passa a se projetar nos estudos como portador de aspectos pessoais, sociais e com representações coletivas. É dessa figura que o Baudrillard trata”, esclarece.
expediente Diretor da Faculdade de LACCE Prof. Rosário Antonio D’Agostino Jornalistas Responsáveis Profª Iêda Santos (MTB 31.113) Profª Jaqueline Lemos (MTB 657/GO)
Coordenador de Jornalismo Prof. Anderson Fazoli (MTB 15.161) Redação Alunos do 4º ACSNJO - D1 Diagramação Capa Profª Iêda Santos
Revisão Prof. Juca Rodrigues Projeto Gráfico e Supervisão Profª Iêda Santos
Impressão Folha Gráfica (11) 3224.7667
As matérias assinadas não representam, necessariamente, a opinião da Universidade.
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Educação
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Aprimore seu inglês na São Judas
Amanda Esteves
O Learning Center oferece cursos para alunos e funcionários da universidade Amanda Esteves | amandaec_@hotmail.com
Você trabalha e estuda durante a semana, chega o final de semana e é hora de colocar as coisas em dia. Com essa rotina movimentada parece que não sobra tempo ou muitas vezes nem dinheiro para pagar um curso extra, não é mesmo? O que talvez você não saiba é que a própria universidade pode te auxiliar nisso. O Learning Center da Universidade São Judas Tadeu é um projeto do curso de Letras que oferece aulas de inglês para alunos, ex-alunos e funcionários da instituição gratuitamente. Com o objetivo de aprimorar a comunicação em língua inglesa que costuma ser pouco desenvolvido no ensino médio, o LC também aplica cursos preparatórios para alunos que queiram prestar exames internacionais de proficiência em inglês. Uma curiosidade do LC é que os próprios alunos de Letras: Tradutor e Intérprete são quem ministram as aulas. Após uma pré-seleção, os alunos com bom nível de inglês podem dar aula, como é o caso da Stepha-
ne Akamine, 23, aluna do 4º ano que está envolvida no LC desde o primeiro ano da faculdade. “É uma oportunidade que o curso nos dá. Comecei no primeiro ano como professora e hoje sou uma das coordenadoras e ajudo na organização das atividades. A universidade dá muito suporte, todos os envolvidos trabalham muito para que tudo dê certo e os alunos colaboram bastante com a gente também, comprando livros e comparecendo à todas as aulas mesmo depois de um dia exaustivo”, explica a assistente de coordenação. Para ingressar é preciso fazer a prova classificatória Placement Test. Com o nível definido após a avaliação e de acordo com a necessidade de cada um, os alunos se dividem entre os cursos Starter I e II, Basic I e II, Pre-Intermediate I e II, Intermediate I e II, High Intermediate I e II, Advanced I e II, PET Course, FCF Course e Advanced Conversation Course. O Learning Center conta ainda com projetos como o
Friday Night Live em que os alunos conhecem um pouco mais da cultura de países com língua inglesa por meio de brincadeiras, jogos, músicas e etc, o Mocks que são simulados aplicados para alunos do PET Course e FCF Course, e o Self-study que ocorre diariamente das 18h às 19h. Todos os cursos são aplicados na unidade Mooca de segunda à sábado (os alunos têm aula, em média, duas vezes por semana) e na unidade Butantã somente aos sábados. Marcelo Hidek Shimada cursa engenharia na universidade e é ex-aluno do LC. Questionado sobre como foi sua experiência no centro de línguas, Shimada elogia. “Engenharia também é um curso com coisas complicadas de se entender, principalmente quando você se aprofunda bem nos estudos. Sempre gostei de inglês, então quando soube da existência do curso na universidade me inscrevi e foi muito satisfatório”, exalta o estudante.
SE INTERESSOU? SAIBA MAIS!
O learning Center se encontra no subsolo da Universidade Mooca, sala S06B Telefone: 2799-1922 Hoários de atendimento: 2ª a 6ª, das 17h às 19h E-mail: learningcenterusjt@gmail.com Site: http://usjt.br/learning_center
Ex-aluna conta sobre seu intercâmbio na Irlanda
Há nove meses no exterior, Juliana comenta sobre viver e estudar em um país diferente Arquivo Pessoal
Ex-aluna da USJT, Juliana Benicio, realiza sonho e faz intercâmbio na Irlanda
Patricia Batista | batista.patricia07@gmail.com Juliana Benicio, ex-aluna da Universidade São Judas Tadeu do curso de publicidade e propaganda formada em 2014, atualmente está realizando um sonho que conquistou com muito planejamento. Hoje ela está fazendo um intercâmbio na Irlanda. “Pensando na exigência de um bom inglês no mercado, iniciei o planejamento do meu tão sonhado intercâmbio, e descobri que é possível sim estudar fora do país sem ter muito dinheiro”, conta Juliana. Escolher o país, a cidade e o curso que deseja fazer, é um dos passos mais importantes para fazer o intercâmbio. Há nove meses na Irlanda, Juliana conta como decidiu escolher o país de destino e o planejamento para tal. “Escolhi a Irlanda dentre Austrália e Nova Zelândia, pois dão visto de trabalho para estudantes, já os demais não permitem estudantes traba-
lhem. Planejei meu intercâmbio por dois anos. Iniciei o processo pesquisando qual seria o melhor destino, e que coubesse no meu bolso. Após decidir local, cotei muitas agências, pois os valores não são tabelados, e assim que encontrei um bom curso, com um bom preço, fechei o pacote”, diz Juliana. Estudar e viver no exterior, além de acrescentar a bagagem cultural, também traz benefícios no mercado de trabalho. “A vivência em outro país irá ajudar a formar um perfil mais confiante e determinado na hora de expressar suas ideias e pensamentos em outra cultura, facilitando o convívio e abrindo novas oportunidades de trabalho”, explica o professor Clóvis Furlanetto. Estar em um país diferente, em busca de conhecimento e troca de experiências também tem suas dificuldades, mas é
uma oportunidade de autoconhecimento e autonomia. “Os três primeiros meses são os mais chocantes. Você não sabe direito a língua, tem que emitir seus documentos, começar a procurar onde morar. O intercâmbio não é algo fácil, você lida com situações que em seu país, em sua zona de conforto você jamais iria lidar como a saudade da família, dos amigos e de que tudo que deixou para trás é uma delas, mas o intercâmbio te faz enxergar o mundo com outros olhos. Não é uma viagem de férias, é reiniciar a sua vida, conhecer mais do mundo e mais de si mesmo”, conta Juliana. Se você tem interesse em fazer intercâmbio e gostaria de tirar dúvidas e saber mais sobre o assunto, entre em contato com a nossa entrevistada Juliana Benicio pelo e-mail: juliana_benicio_@hotmail.com.
O ginásio escolar mais antigo da capital A escola tem mais de 120 anos e faz parte da recordação de todos que passaram por lá Thais Noleto | thais_noleto1993@hotmail.com A Escola Estadual de São Paulo faz parte da memória de muitos ex-alunos que por ali passaram, inclusive para essa repórter que escreve. Lá, estudei por apenas quatro anos, mas foi o suficiente para manter boas recordações que tenho certeza que levarei por minha vida toda. O tradicional colégio público fundado no dia 16 de setembro de 1894, já teve diferentes nomes. Chegou a se chamar
Ginásio de São Paulo, Colégio do Estado da Capital, Colégio Estadual Franklin Delano Roosevelt, Colégio Estadual de São Paulo e outros. Hoje, é chamado de Escola Estadual São Paulo e possui grande importância na história do ensino público. Foi o primeiro ginásio instalado na cidade e referência no ensino secundário, o atual ensino médio. Diversos locais já foram suas instalações, inclusive
o edifício da Pinacoteca. Agora, fica localizado na Rua da Figueira, 500, no centro, e oferece ensino fundamental e médio. O colégio já recebeu grandes nomes que fizeram parte da história brasileira como o jornalista Vladmir Herzog, o escritor Orígines Lessa e o ex-presidente da República Pascoal Ranieri Mazilli. Antigamente, para que os alunos entrassem no colégio era feito
Diagramação e Revisão da página: Thais Noleto, Patricia Batista, Eduardo Silva, Amanda Esteves
Materiais didáticos podem ajudar os alunos a estudar após as aulas no LC
Como descobrir a PROFISSÃO CERTA Maurício Sampaio é autor da metodologia exclusiva em Coaching Vocacional: um trabalho voltado para orientar jovens indecisos sobre qual carreira escolher Eduardo Silva | eduardo_x2@hotmail.com Arquivo Pessoal
O coaching vocacional foi desenvolvido pelo empresário e educador Maurício Sampaio em 2006, na época em que o coaching (técnica de formação pessoal e/ou profissional) ainda nem existia no Brasil. Sampaio já trabalhava como orientador de carreira em escolas, portanto, baseando-se em conceitos do coaching e estudos de pesquisadores como Jean Piaget e Lev Vygotsky, desenvolveu um método pragmático focado na escolha profissional de jovens. Expressão: Qual é a diferença entre coaching vocacional e teste vocacional? Maurício Sampaio: O teste vocacional é uma ferramenta que te ajuda a desvendar alguns comportamentos, interesses e motivações, mas é feito para um único trabalho, geralmente voltado para o autoconhecimento. Já no coaching, você também trabalha com outros quesitos como o planejamento para fazer uma boa faculdade, o conhecimento da área profissional escolhida e a análise do caminho já percorrido – todos eles dentro de um trabalho contínuo. Expressão: A busca pelo processo de coaching ocorre mais por indicação dos professores, dos pais ou dos próprios jovens? Sampaio: Existem os três tipos de procura. Os jovens costumam conhecer o coaching ao pesquisar em sites de busca. Mas o que tem acontecido muito, hoje em dia, é que as escolas estão vendo a necessidade de ter um trabalho focado na escolha profissional do jovem e passam a indicar profissionais da área. Expressão: Quanto tempo dura um processo de coaching vocacional? Sampaio: A duração varia de acordo com a necessidade do cliente, mas geralmente o processo compreende de 8 a 12 encontros semanais. Expressão: O processo de coaching é diferente para quem um exame de admissão, muito concorrido. Os alunos ainda guardam lembranças vívidas. Eduardo Goo Nakashima estudou de 1971 a 1977, hoje é arquiteto e secretário geral administrativo da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, ainda lembra a sensação do primeiro dia na escola. “Para um
Maurício é autor do livro Escolha Certa voltado para estudantes está saindo do ensino médio, se comparado com quem desistiu do curso? Sampaio: Não, as etapas trabalhadas são as mesmas. O cliente precisa voltar ao início do seu processo de escolha e trabalhar quatro etapas dentro de um método que eu utilizo: autoconhecimento, planejamento, pesquisa e autoavaliação. Expressão: É importante seguir seu sonho e fazer o que te faz feliz, mesmo que a profissão desejada não seja uma boa opção no momento? Sampaio: O que não é uma boa opção, na verdade, é aquilo que você não gosta de fazer. Quando você opta por deixar seu sonho de lado e fazer algo que dê dinheiro, você está adotando um plano B para a sua vida. Geralmente isso acontece quando você se encontra em uma urgência financeira. Você pode até fazer isso, mas sem tirar o foco do seu plano A, que é a carreira que você realmente gosta.
Expressão: Você tem algum segredo para quem pensa em desistir do curso, mas ainda não sabe o que gosta de fazer? Sampaio: Uma ótima dica é prestar atenção, nos detalhes do dia a dia, o que mais te atrai e o que mais te traz motivação. Descobrir quais assuntos mais te interessam, o que você faz melhor do que outras pessoas e o que você realizou de mais prazeroso nos últimos meses são alguns exemplos. São vários elementos que você pode observar para ser capaz de fazer um trabalho de autoconhecimento.
filho de japonês imigrante e pobre, senti como um dever cumprido ter conquistado o ingresso na melhor escola do Brasil. Ainda tenho ligação emocional e de responsabilidade para com sua história”, conta. “Lembro dos amigos e professores. Dos campeonatos esportivos, dos jogos na
quadra tartaruga, como chamávamos, jogávamos futebol com tampinha de refrigerante e pinhas que caiam das árvores. E do sanduíche morta quente, mortadela na chapa”, relembra o engenheiro naval Nelson Kawakami, que estudou de 1966 até 1972. Rose Meiry Scippe, que trabalha com transporte escolar, estudou de 1976 até 1980, relata suas lembranças. “Sinto pela escola muito amor e carinho. Me arrepio quando passo por lá! Tenho varias lembranças marcantes. Talvez o Hino Nacional que cantávamos todos os dias. E foi lá que conheci o amor da minha vida o qual estamos jntos”, diz.
Gabriel Alves
Entre em contato com o coach Maurício Sampaio através de seu site: www.mauriciosampaio.com.br
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especial
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PROFISSÕES INUSITADAS
Já pensou que existem trabalhos inacreditáveis? Ter uma profissão é um dos elementos mais relevantes do mundo contemporâneo. Faz parte de “quem somos” perante a sociedade e para nós
Caroline Castro
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Caroline Castro | carolinedecastrojo@gmail.com É claro que medicina, advo- forma de conseguir um dinheiro Outra forma da atividade se cacia, engenharia, jornalismo extra no fim do mês. tornar legal, segundo o regime da e arquitetura são carreiras que Apesar de inusitadas – e, CLT, é através de uma empresa muitas pessoas desejam seguir. muitas vezes desconhecidas – que trabalhe com serviços terceiMas, você já parou para pensar algumas atividades podem até rizados. “Se ele prestar serviço de que existem diversas profissões, serem regidas pela Consolida- autônomo, não será uma relação funções e especialistas espalha- ção das Leis do Trabalho (CLT), de emprego e sim uma relação de dos pelo mundo? Pessoas que se seguirem algumas regras tra- trabalho, dessa forma a atividade estão dispostas a fazer o traba- balhistas. Segundo a advogada não é regida pela CLT”, complelho inusitado, o de risco, o que Caroline Dias, elas se tornariam menta a advogada trabalhista. poucos conhecem ou até mesmo verdadeiras profissões se houver Uma profissão pode ser conaquela atividade que você so- uma empresa séria e registrada quistada por meio de um curso nharia fazer cotidianamente. que trabalhe com isso. “Se essas de nível superior, de nível técA equipe do jornal Expres- pessoas trabalharem para uma nico. Algumas são regulamensão saiu em busca de alguns empresa, então sim será um em- tadas, outras não. Algumas são desses profissionais para com- prego”, esclarece. seculares – como medicina e preender melhor a rica diversiPara Caroline, o profissional direito. Outras sugiram mais dade do mercado de trabalho. precisa criar uma relação de em- recentemente – como gastronoEncontramos para você, espe- prego com a empresa, que vai assi- mia, gestão ambiental, bioteccialistas em maquiar defuntos, nar sua carteira de trabalho. “Tem nologia. O que importa é cada dentistas de animais selvagens, que ter pessoalidade. Ele terá que uma dessas profissões ou espearomistas, testadores de brin- receber salário, será subordinado cialidades atendem demandas quedos eróticos, entre outros. à empresa, e manterá uma relação específicas da sociedade. São pessoas que escolheram es- única com ela enquanto estiver reVamos conhecer a rotina de sas atividades em troca de uma gistrado. Está escrito no Artigo 3º alguns profissionais com trabarenda fixa ou, às vezes, como da CLT, Lei nº 5.452”, diz. lhos inusitados?
dent sta das feras
“Sempre tive muito contato com animais desde minha infância, pois meus pais sempre me incentivaram a cuidar de cães, gatos, roedores, coelhos. Por isso, cresci imaginando ter alguma profissão que me aproximasse dos animais. Percebi que a medicina veterinária seria a melhor profissão para mim por lidar com animais doentes, velhos e machucados, aqueles de quem poucos querem estar perto, mas que mais precisam. Acabei me especializando em odontologia de animais selvagens. Nós últimos dez anos fui convidado para tratar animais em diversas cidades do Brasil, Paraguai, Chile, Peru, Colômbia e África do Sul. Fazendo sempre um trabalho em equipe, temos inovado na colocação de próteses dentárias em tigres, onças e leões que fraturaram o dente e conseguimos reconstruir com próteses metálicas. Sou privilegiado em ter muitas situações inusitadas, exclusivas e gratificantes ao longo da minha carreira, mas trabalhar na África do Sul com megavertebrados e carnívoros foi uma experiência incrível para mim, fez com que eu me sentisse dentro dos documentários do Disco-
O médico veterinário Roberto Fecchio passou os últimos dez anos cuidando da saúde bucal de leões, gorilas e hipopótamos
Sara Oliveira | sara.oliv07@gmail.com
Maquiagem além da vida
Suellen Bucheb é necromaquiadora. Ela diz que a atividade requer muito equilíbrio emocional e discrição Sullen Bucheb
Roberto Fecchio
Fecchio realiza tratamento em onça pintada very Channel, que eu assistia de forma fascinada quando criança. Muitas pessoas me inspiraram e me influenciaram ao longo de minha carreira e devo muito a elas. Quando trabalhamos em equipe somos muito mais eficientes!!!
Um dos grandes desafios da minha carreira foi realizar um tratamento de canal em um hipopótamo. Esses animais têm dentes enormes e é difícil anestesiá-los. Foi bastante complexo, mas realizamos o procedimento com sucesso.
A melhor parte da minha profissão é poder ver um animal salvo, recuperado e com bem-estar. A pior parte é perdê-los, isso ainda me consome muito emocionalmente. Mas o melhor de tudo é poder olhar para frente e saber que ainda poderei fazer muito pela profissão e pelos animais”.
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Casal tem aproximadamente 300 objetos de cunho sexual
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Equipe de necromaquiagem
Kátia Ramos | kaka.ramos@terra.com.br “Tenho por função amenizar a dor de familiares e amigos do falecido, apresentando corpo com aparência menos traumática e natural, fazendo com que a última lembrança seja a melhor possível. Esta profissão não é para qualquer pessoa, pois quando iniciei o curso o professor alertou para a necessidade de um acompanhamento psicólogo. A maioria das pessoas ao término do curso acaba por desencadear doenças como síndrome de pânico, depressão e em casos extremos até suicídio. Eu digo que, até para mim que nunca me importei em lidar com cadáveres, pensei em desistir. Lembro me como hoje a experiência que tive com meu primeiro cadáver ainda no curso, lá os alunos de tanatopraxia e junto com o de necromaquiagem, então tive que acompanhar todo processo de preparação do corpo, que vai desde a trituração dos órgãos internos, até a aplicação de formol e higienização. Antes do início da minha parte que é de necromaquiagem facial, tive que presenciar e ajudar na
tanatopraxia, isso fez com que eu tivesse mal-estar, o odor é insuportável, por essa razão fiquei dias sem me alimentar. A minha parte é o tamponamento da face, que consiste em fechar os olhos com auxílio do jornal molhado, tapar a boca com cola adesiva ou costurar com linha internamente, depois colocar algodão na garganta e nariz, mas sem exagero, pois não pode deformar o rosto, só então inicia a fase da maquiagem. Algo impressionante que ocorreu durante toda aula prática e que o professor já menciona nas aulas teóricas, porém, eu não acreditava, é que as portas fecham do nada, objetos despencam sozinhos, as luzes se apagam, uma energia muito pesada. A primeira necromaquiagem já como profissional me abalou psicologicamente, pois a falecida era muito íntima de minha família. Prometi não fazer mais maquiagem em conhecido. Cada maquiagem custa em média R$ 120,00 a R$ 150,00 e em casos de reconstrução facial, mais de R$ 800,00”.
Tuy e Biel são testadores de brinquedos eróticos. Conheça o dia-a-dia de um casal que lida com esse tipo de “brincadeira” Taynara Duarte | taynara.jorn@outlook.com “Nas rodas de amigos isso sempre vira assunto. Eu, com 22 anos e o Biel, meu namorado, com 25 nos conhecemos em uma balada e, desde então não nos separamos mais. Passamos de curiosos a testadores de brinquedos eróticos e hoje contamos com aproximadamente 300 objetos de cunho sexual. Quase toda semana testamos algo diferente. A ideia de ter o blog, vlogue Sensualise Moi, que também trata sobre o assunto veio a partir da constatação do quanto
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as pessoas têm dificuldade em aprender a utilizar toda a gama de acessórios do mercado e do quanto isso pode mudar a própria relação sexual delas. A autoestima, devido ao autoconhecimento ajuda a mulher chegar ao ápice do prazer sexual. Esse é um dos benefícios que os acessórios, sejam brinquedos ou óleos, podem proporcionar. Meu primeiro contato com um “brinquedo” foi com o bullet, um vibrador pequeno. Foi extremamente diferente, mas eu
gostei muito. A experiência com a camisinha 3D trouxe receio porque ela tem uma espécie de plástico ao redor da ponta, é esquisita, mas é bastante prazerosa também. Nós gostamos muito dos vibradores para ponto G. Para ser uma testadora de brinquedos eróticos é preciso dar a “cara a tapa”, se a pessoa tiver vergonha ou medo de sofrer preconceito é melhor desistir. Cuidado e conhecimento sobre sexualidade são dois aspectos fundamentais para quem deseja entrar na área.
A minha renda junto ao Gabi concentra-se no mercado erótico. Além de testar os brinquedos, nós os vendemos, participamos de palestras, fazemos consultoria e marketing do segmento e produzimos conteúdos para esse mercado. Depois de muita dificuldade e ajuda financeira por parte da família, hoje conseguimos ter uma vida razoavelmente estável. Não temos grandes luxos, mas o suficiente para sairmos aos finais de semanas”.
Diagramação e Revisão da página: Taynara Duarte, Kátia Ramos, Amanda Pascoal, Caroline Cestari
Você sabia? A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) foi criada no Governo de Getúlio Vargas, em março de 1932, isso proporcionou aos brasileiros direitos trabalhistas, que antes não tinham.
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Tem cheiro de quê?
Carolina Cestari
PROFISSÕES INUSITADAS
especial
Peçonhentos meus amigos
Kathleen Fernandes Grego é responsável por extrair veneno das serpentes Michelle Camila | michellecamila16@hotmail.com Camila Carvalho
Jamerson Silva é aromista no segmento alimentício e cria as essências das principais marcas de refrigerante e sucos em pó do mercado Carolina Cestari | carolina.cestari@hotmail.com “Todos os dias eu saio bem cedinho de São Paulo e vou para a fábrica da Takasago – uma das maiores empresas do mundo no segmento de aromas –, em Vinhedo, no interior da capital. No processo seletivo, fui vendado para descobrir o cheiro e o gosto dos alimentos. Esse era o teste de aptidão e, eu passei quando ainda estava na faculdade de química, há 12 anos. Desde então, esse foi meu primeiro e único emprego. Sempre fui apaixonado por cheiros. Quando minha mãe cozinhava, ficava fascinado pelo aroma dos temperos que se exalavam na cozinha e percebi que esse era um dom, mas que também precisava ser aperfeiçoado. Muitos confundem um aromista com perfumista. São profissões diferentes. O aromista desenvolve o aroma dos alimentos, bebidas e confeitos – como balas e gomas de mascar. Já o perfumista cria fragrâncias para perfumes, hidratantes e sabonetes. O nosso trabalho é entender as moléculas que se desenvolvem nesse universo para, então, ser consumido. O aromista virou uma profissão menos alquimista e mais cientifica. Dentro da empresa, fiz diversos workshops e cursos para aguçar meu olfato e dediquei meu tempo na criação de misturas de moléculas químicas. O especialista em aromas é responsável por reproduzir os cheiros e gostos que já existem na natureza, como o cheiro do morango da gelatina, por exemplo, que é o que chamamos de memória olfativa – quando você se lembra do cheiro de algo por meio de algum alimento ou produto. Porém, damos um toque de criatividade para seduzir e fidelizar o consumidor final. Ser aromista é apaixonante. É muito bom quando você vê seu trabalho na prateleira do mercado ou que, o produto que você ajudou a produzir vire um case de sucesso”.
Camareira do
amor
Amanda Pascoal
Luciana Oliveira é de camareira e fala sobre o lado misterioso de quem trabalha em um motel
“Sou Médica Veterinária do Instituto Butantan há 21 anos e dentre as funções que desempenho também retiro o veneno das serpentes que cuidamos e criamos aqui no instituto. Para maior segurança do profissional, o procedimento é feito com o animal adormecido. Após ser colocada em uma espécie de tambor saturado com dióxido de carbono, a serpente adormece e, depois de ser retirada, realizo uma massagem na glândula responsável pela produção do veneno, localizada atrás dos olhos do bicho. Retiro o líquido com o auxílio de equipamentos adequados. Esse procedimento é importante tanto para as pesquisas imunobiológicas do Instituto quanto para a produção de diferentes soros antiofídicos, distribuídos em todo o território nacional pelo Ministério da Saúde. Estou nessa área porque gosto muito de trabalhar com estes animais. Embora sejam peçonhentos, são dignos de muito respeito. Num primeiro momento, quando falo sobre a minha profissão, algumas pessoas estranham bastante. Mas quando explico a finalidade da criação de serpentes e da extração de veneno e a importância destes para a saúde pública e sobre como o soro antipeçonha, assim como outros medicamentos, desenvolvidos podem salvar vidas, elas acabam admirando o meu trabalho. A minha ocupação é muito importante para a saúde pública, pois a qualidade e a quantidade de veneno extraído dependem do bem estar do animal e eu tenho todo cuidado para que isso seja possível.”
Famoso na web
Canal Nostalgia
Felipe Castanhari é YouTuber e ganha a vida fazendo vídeos para a rede social Beatriz Santos | beatrizsantos.silva@bol.com.br “Produzir conteúdo para o YouTube se tornou, sim, uma profissão há três anos e meio. Eu trabalhava com animação 3D antes. Na verdade, começou por hobby, mas depois do quinto vídeo eu decidi me dedicar inteiramente ao canal e até deixei meu emprego. Eu trato o Canal Nostalgia como um pequeno canal de TV na internet. Eu posto várias atrações, além de ter também várias pessoas trabalhando no canal. É como uma grade de programação, com os vídeos sempre nos mesmos horários. A grande questão foi quando eu comecei a gastar muito tempo para produzir os vídeos. Nos primeiros vídeos era mais fácil e mais rápido. Depois, eu comecei a trabalhar mais na produção. Percebi que eu gastava boa parte do meu dia para trabalhar no canal. Quando comecei, mandei um dos meus vídeos para vários blogs. Dois deles postaram o conteúdo e depois disso, os acessos nos vídeos passaram para 50 mil. Eu lembro que até no dia que os vídeos começaram a ‘bombar’, eu recebi uma proposta de trabalho e acabei não aceitando. “Existem vários modos de ganhar dinheiro com o YouTube. Dentro do Nostalgia, o YouTube paga de acordo com visualizações e acaba sendo um número volátil. O Google paga pelos anúncios, e as propagandas do canal são monetizadas e divididas entre o Google e o criador do canal. Tem também a publicidade direta de agências e marcas dentro do canal, na qual eu tento adequar o conteúdo com os clientes para que tenha o engajamento. Além disso, tem os produtos diretos do canal, como camisetas e canecas, que são vendidas em parceria com uma loja online.”
Uma mágica fabulosa! Francisco Díaz, o Chiquinho, como prefere ser chamado, trabalha com relógios há 50 anos
Natália Barbarino
Amanda Pascoal | amandapascoal94@gmail.com “Sou responsável por manter as suítes aconchegantes e impecáveis, tenho a missão de zelar pela satisfação e tranquilidade dos hóspedes, que não tem hora certa, mas com certeza possem um local ideal. Aqui não para um minuto, a todo o momento tem pessoas entrando ou saindo, mas aos finais de semana o movimento é maior. Vem casais de todos os tipos: heterossexuais, homossexuais, idosos e até mesmo para fazer ménage. Prezamos pela boa limpeza das suítes, isso é primordial. Na limpeza dos quartos, sempre encontramos objetos como pênis de borracha, brincos, roupas e o engraçado é que já achei até calcinha, como alguém pode esquecer uma calcinha? Na profissão já presenciei diversos fatos engraçados, estranhos e também constrangedores. Se o casal estiver empolgado, conseguimos até ouvir os gemidos. Certa vez, dois homens brigaram feio no quarto, mas nunca tivemos a necessidade de chamar a polícia, geralmente ligamos para a suíte e pedimos para terminar a discussão. Assim como tem pessoas dispostas ao sexo, tem outras que vêm apenas para dormir, que normalmente vem de outros estados para algum trabalho em São Paulo. Eu nunca tinha ido a um motel, por isso tinha curiosidade. Mas quando minha tia me chamou para trabalhar, logo aceitei. Para deixar a cama bonita faço até desenhos com o lençol, também costumo ajudar na entrega dos pedidos, passando-os pela boqueta, até o nome é sugestivo (risos)”.
Natália Barbarino | natalia_barbarino@hotmail.com “Apesar da descendência espanhola dos meus saudosíssimos pais, a dona Rosa e seu Juan, eu sou baiano e casado há 30 anos com a Tânia, uma baiana. Temos filhos gêmeos, Danilo e Daniel, de 27 anos. Meu primeiro amor foi o relógio de bolso do meu avô. Aquela coisa redonda me fascinava. O amor era tanto que eu passava as tardes com ele,
vendo-o cuidar daquela máquina como se fosse seu próprio filho, ali eu decidi que também seria pai de um relógio. Mamãe queria que eu fosse um grande doutor e salvar vida das pessoas. Papai que eu fosse marceneiro como ele e cuidar do negocio da família. Mas não quis. Decidi trazer os relógios de volta à vida. Aprendi a “ressuscitá-los” com meu avô. E se engana que o
Diagramação e Revisão da página: Beatriz Santos, Wesley Damiani, Michelle Camila, Sara Oliveira, Caroline Castro
relógio é fácil de manusear, ele foi uma das primeiras máquinas complexas já criadas. O tic-tac é o coração dele. E o “sangue” não é apenas a bateria que dá vida a ele, ou quartzo, mas também, pode ser também através das cordas que o dono dá. O mecânico automático é impulsionado pelo vai e vem dos pulsos, o que assim faz movimentar o rotor que move as
engrenagens do relógio. Parece complicado, mas não é. Juro. E o mecânico manual é necessário dar corda para que assim as engrenagens funcionem dando vida ao relógio, e por fim o quartzo, que é a bateria, mais comum hoje em dia, a bateria fornece energia a um circuito integrado, provocando vibrações no cristal de quartzo, movendo assim as engrenagens e os ponteiros.”
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vida digital
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A biblioteca agora é toda sua Luana Souza
Livros virtuais promovem leitura online e interação dos estudantes Luana Souza |luanamss_5@hotmail.com Provas. TCCs. Bibliotecas lotadas de alunos desesperados por um livro. Esse pode ser um problema do passado. Em agosto chegou à Universidade São Judas a biblioteca digital, uma ferramenta que oferece obras virtuais para leitura. Agora, além de não precisar correr até eles, e carregar pesos volumosos na bolsa, o aluno pode ter em seu celular os livros indicados. Basta estar online.
Como o acervo é independente, há títulos não encontrados na biblioteca física. “Semestre passado tive muita dificuldade na época de provas para conseguir o livro que precisava, sendo que um deles não tinha na biblioteca, nesse semestre com a versão digital pude ter acesso a ele de forma fácil”, disse Maria Eduarda Silveira, estudante de psicologia. Apesar de não ser possível fazer download, é permitida a
impressão de até duas páginas por acesso, sendo este ilimitado. Desta forma, chega ser até possível imprimir uma obra inteira. E sabe as marcações com canetões coloridos e as anotações de rodapé? Elas também são possíveis durante as leituras online. O estudante além de usar este tipo de artificio, pode compartilhá-lo com os colegas, os quais visualizam as indicações na aba realçadores.
O amigo é adicionado no grupo pelo e-mail. Com tantas possibilidades fica difícil não gostar. “Eu já acessei a biblioteca digital desde que começou e adorei, é uma grande facilidade, parece uma rede social, onde além de poder estar conectado quando quiser posso ter contato com meus colegas e compartilhar entre nós, nossas dicas”, comentou Matheus Oliveira, estudante de administração. Marcio Fernandes
Alunos da São Judas conhecem os bastidores do Canal Rural Estudantes de Jornalismo tiveram a oportunidade de ver como a notícia é tratada Andressa Alves| andressa_asa@hotmail.com.br Emilly Gimeniz, Beatriz Santos e Renan Dantas, esses foram os alunos sorteados durante a Semana de Comunicação para conhecer a rotina de trabalho do Canal Rural. Acompanhados pelo professor Márcio Fernandes, que também é apresentador do Rural Notícias, os alunos visitaram toda a estrutura da emissora, acompanharam gravações e conheceram os bastidores da produção dos programas. Reunião de pauta, gravação, edição. O grupo pôde acompanhar todo o processo que envolve a produção da notícia.
Foram apresentados a cada setor que visitavam e eram orientados sobre a função de cada um deles. “Foi um dia de muito aprendizado”, observou Beatriz Santos, aluna do segundo ano de publicidade e propaganda. “Essa foi a primeira vez que estive em uma emissora de televisão e fiquei surpreso com o dinamismo e a ligação entre os setores”, diz Renan Dantas, estudante do primeiro ano de jornalismo. Ele se surpreendeu com a abordagem dada aos temas de agronegócio pelo Canal Rural. Também destacou a sintonia com a qual a equipe traba-
lha. “Ver como a notícia é tratada desde a reunião de pauta até chegar ao público e presenciar o trabalho da equipe é fantástico”, completa. Foi um dia repleto de informações e novidades. A atividade foi realizada em julho. No segundo ano de publicidade, Emilly Gimeniz ficou impressionada com a dinâmica da rotina de trabalho da emissora. “Não sabia a dimensão, de como funcionava os bastidores. Como futura publicitária, pude entender a diferença e a necessidade da parceria entre os profissionais de rádio e tevê, jornalismo e publicidade”.
EDUCAÇÃO há inúmeros livros online disponíveis no site
Tecnologia conectada ao corpo: era WEARABLES Novas tendências têm buscado mercado no concorrido mundo da era smart: a conexão direta dos eletrônicos com as pessoas que estão em busca de mais praticidade Marcos Vinicius Fernandes | mviniciusmfernandes@gmail.com Uma nova tendência tem ganhado espaço entre os fãs de tecnologia no mundo todo, é a wearable, ou dispositivos vestíveis. Com o intuito de facilitar a vidas dos usuários eles incorporam funções as mais variadas possíveis. Apesar de está engatinhando, esse setor tem recebido aportes financeiros cada vezes maiores no desenvolvimento de novos e mais eficientes dispositivos. Esses produtos vão de roupas para medir esforço físico a óculos de realidade virtual. “Apesar dos grandes investimentos feitos para popularizar esses aparelhos, eles acabam se restringindo a um nicho de mercado pequeno, limitado muitas vezes a atletas e pessoas ligadas em tecnologia”, afirma Sérgio Colado, colunista no site de tecnologia Android Pit. O Google criou o seu óculos inteligente, o Google Glass, mas não viu seu aparelho decolar no mercado de tecnologias. Para não ficar para atrás desse promissor mercado apontado pelos especialistas, a gigante das buscas tem investido nos relógios inteligentes. “Inicialmente há um esforço para popularizar os vestíveis para conquistar o mercado, mas futuramente o que dará mais lucro deverá ser os softwares neles instalados”. O mais popular dos vestíveis, os smartwatchs, vêm ganhado cada vez mais funções para facilitar a vidas de seus usuários. Além de informar a hora, eles respondem comandos devoz, faz chamadas, recebe e-mails e num futuro próximo poderão atuar como cartão de crédito para pagas as compras nas lojas. “Me facilita muito na hora de receber e-mails, sempre que chega uma mensagem nova jásou avisado. O celular também faz essa função, mas nem sempre atentos ao aparelho. Agora no pulso sempre sou avisado, relata Luis Gustavo Fernandes, estudante de comércio exterior. Mas novos produtos são esperados no mercado e as ideias novas são as mais variadas possíveis. A startup britânica CuteCircuit projetou uma camiseta inteligente que tem a função de reproduzir a sensação de ser sendo abraçado. Outra novidade que foi apresentada em 2014 na Consumer Electronics Show (CES), a grande feira de tecnologia de Las Vegas, nos EUA, foram as lentes de contato iOptik, que prometem focalizar os objetos de perto e de longe, além da possibilidade humana.
MEDICINA MODERNA Os métodos tecnológicos na área da saúde
Lorraine Brito | lorraine.britoargollo@gmail.com O laser é uma técnica inovadora aplicada em diversos tratamentos. Trata-se de um método não invasivo, uma vez que não necessita de cortes na região onde é realizada a cirurgia, proporcionando ao paciente uma recuperação mais rápida e tranquila. Muito utilizada em questões oculares, possui uma técnica que permite a correção de casos de miopia, hipermetropia e astigmatismo em pacientes com presbiopia, ou seja, a perda natural e progressiva da capacidade do olho em focalizar objetos. A médica Luciana Marin explica que é utilizado um facho de luz ultravioleta, controlado por computador, que promove o esculpimento da córnea e permite que os raios de luz que formam a imagem incidam diretamente na retina, eliminando ou reduzindo os erros refrativos, de modo que a visão seja recuperada de modo seguro e eficaz. Marin ainda ressalta que após o procedimento é importante obter o acompanhamento médico e seguir as instruções pós-operatórias corretamente. “Fiz a cirurgia de correção devido ao alto grau de miopia, eu praticamente não enxergava nada sem os óculos e as lentes. Operado há quase um ano e enxergando perfeitamente, posso dizer que fiquei muito satisfeito com o método”, diz Emiliano Silva, empresário.
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Marcos Vinicius Fernandes
TECNOLOGIA a moda virtual virando tendência no século XX1
Outro procedimento realizado com a tecnologia é a retirada de pedras nos rins. Após sentir muitas dores para urinar, Rosana Agostinho foi encaminhada para um hospital. “Eu não bebia água regularmente e costumava segurar a urina quando estava em algum local público, não imagina que por conta de mínimos detalhes o problema iria chegar a este ponto, adquiri um calculo renal e tive que ser operada”, disse a consultora de viagens. A nefrologista Cibele Andrade explica que em casos de cálculos renais grandes localizados no rim, pode ser necessária uma cirurgia chamada nefrolitotripsia percutânea, na qual uma pequena incisão é realizada nas costas do paciente e uma micro câmera é inserida, o laser é utilizado para quebrar a pedra e então retira-la. A especialista ressalta que é muito incomum a necessidade de realização de cirurgia convencional para tratamento de cálculos urinários.
STARTUP A Teladoc, um empreendimento tecnológico americano que foi fundada em 2002, pretende diminuir o número de idas ao consultório médico. A ideia da empresa é fazer um sistema de consultas por vídeo. A média de tempo entre o pedido do paciente e a realização do atendimento será de 16 minutos. De acordo com a organização Rock Health, em 2014 os investimenos neste setor chegaram a 3 bilhões de dólares.
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Lorraine Brito
MEDICINA novas técnicas proporcionam avanços no tratamento da saúde
artes
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Origamis: uma lenda por trás das dobras dos papéis
Sérgio Souza
Com diversos níveis de aprendizagem, o aluno que faz o curso de origami poderá desenvolver diversas figuras, desde as mais simples até as mais complexas que exigem maior técnica com o manuseio do papel Nicolas Tomé | tome.nicolas@gmail.com Você sabe qual é o significado ou o que é um origami? É a arte de fazer dobraduras com papéis sem a necessidade de colagens ou cortes, criando dobras geométricas que se transformarão em objetos e animais, como por exemplo, o Tsuru, pássaro japonês mais conhecido quando o assunto é origami. Segundo a cultura japonesa, existe uma lenda em que aquele que fizesse mais de mil tsurus teria um pedido realizado pelos deuses. Uma história que ficou imortalizada por Sadako Sasaki, uma jovem de 12 anos que foi vítima da radioatividade da bomba atômica lançada sobre o Japão e que até o dia de sua morte conseguiu fazer 646 tsurus. Seus amigos ainda fizeram mais 354 pássaros para que a jovem fosse sepultada, em 1955, com as mil dobraduras. Ainda em homenagem a Sasaki, foi erguido um monumento em Hiroshima, onde foi escrito “Este é o nosso grito, esta é a nossa oração. Paz na terra!”
Atualmente é possível aprender a fazer diferentes modelos de origamis, desde os mais básicos até os mais complexos que exigem um nível de habilidade maior. Na cidade de São Paulo, pessoas podem realizar cursos que ensinam as técnicas de como fazer a dobradura perfeita. Essas aulas são aplicadas na Aliança Cultura Brasil-Japão (ACBJ), localizada no bairro da Liberdade, um reduto da cultura oriental na capital paulista. Sérgio Souza, de 20 anos, adora a cultura oriental e buscou aprender mais sobre os estilos de arte do Japão e após a indicação de um amigo, foi conhecer a Aliança Cultural Brasil-Japão, passando a frequentar o local e a fazer cursos e dominar a técnica da dobradura, como ele mesmo nos contou. “Na Aliança pude aprender a fazer vários origamis, de tamanhos e formas diferentes. É muito bom mesmo para quem gosta, porque além de co-
Museu Sacro oferece cursos e palestras Com programação diferenciada, cultura e arte sacra são levadas ao público de SP Ingrid Tanii | ingrid.tanii@gmail.com Já pensou em participar de um café teológico, workshop de pintura e até mesmo um curso de arquitetura de arte e mobiliário gastando apenas um valor bem simbólico? Na cidade de São Paulo isso é possível, todas essas atividades culturais estão disponíveis no Museu da Arte Sacra. Construído por Frei Antônio Santana Galvão no ano de 1774, inicialmente criado para o recolhimento das mulheres, quando seus esposos viajavam para trabalho e batalhas, função essa que no decorrer dos anos se transformou em um mosteiro que hoje abriga 13 monjas enclausuradas. O museu também é responsável por recolher, classificar, catalogar e expor objetos religiosos cujo valor histórico recomende a sua preservação. Além
de preservar as grandes obras sacras o Museu incentiva e apoia estudos e pesquisas sobre a história da arte, promovendo cursos regulares e palestras. “O museu busca levar ao público um contato direto com a história da arte através de cursos e palestras, como exemplo temos em nossa agenda um café teológico que abordará a discussão sobre a arte feita pelo pintor Giampietro que se encontra exposta no MASP chamada A virgem amamentando o Menino e São João Batista em Adoração”, disse Olivia Santos, educadora do Museu. Para conferir toda a agenda do museu é só entrar no site www.museuartesacra.org.br e conferir as datas dos cursos e palestras, todos eles possuem vagas limitadas e depende de
nhecer um pouco a cultura de outro país, você também passa a ter mais concentração e coordenação motora, sem contar que alivia o estresse do dia-a-dia”. Segundo Alexandre Kenji, de 21 anos, praticante das aulas de origami, a ACBJ disponibiliza cursos em 3 estágios, básico, intermediário e avançado, onde são aplicadas 8 aulas de aproximadamente 1h15 de duração. Os cursos são recomendados para crianças a partir de 8 anos de idade. A ACBJ ainda disponibiliza cursos como os de mangás, os famosos desenhos das histórias em quadrinhos do Japão, além de aulas de japonês, e para todos aqueles que gostam e querem conhecer novas culturas podem obter informações sobre o trabalho realizado pela Aliança Cultura Brasil-Japão por meio do site http://www.acbj.com.br.
A beleza está no lixo Projeto Papelão do artista plástico Edgar de Camargo cria obras com recicláveis
Edgar de Camargo
inscrições feitas através de um email fornecido. “Eu não conhecia o Museu da Arte Sacra e resolvi visita-lo já que a entrada é fraca aos sábados e descobri um verdadeiro baú de arte, com as histórias das freiras que moram aqui e toda oferta de palestras e cursos que eles oferecem”, diz a estudante Eliane Tenório. “As pessoas acabam não se interessando ao achar que o museu se trata apenas da história das pinturas e objetos religiosos, mas muito pelo contrário, essa arte é rica para a história da cidade de São Paulo e sem ela não tem como contar sobre a evolução da cidade”, afirma Olivia. O museu é aberto de quarta a sexta das 9 às 17 horas e sábado e domingo das 10 às 18 horas, a entrada é R$ 6,00 e aos sábados é gratuita.
Ônibus leva apresentações teatrais Trupe Sinhá Zózima desenvolve apresentações artísticas com o objetivo de levar o teatro para pessoas com pouco acesso Reprodução
Grupos artísticos levam peças e intervenções musicais no transporte público da capital paulista Nathália Henrique | nathaliarrh93@gmail.com Que tal voltar do trabalho e se deparar com uma peça de teatro ou um mini show dentro do ônibus? A Trupe Sinhá Zózima teve essa iniciativa. Em 2009, a Companhia de Artes desenvolveu sua primeira Mostra de Teatro dentro do transporte público que acontecia em vários pontos da cidade de são Paulo apresentando os trabalhos de vários parceiros artistas para mais de 4.500 pessoas por semana. Em parceria com a SPTrans, desde 2012 as intervenções passaram a ter um local fixo: o Terminal Urbano Parque Dom Pedro II, onde o projeto Toda Terça Tem Trabalho, Tem Também Teatro! foi criado. As ações são gratuitas e acontecem de forma contínua com o objetivo principal de levar a arte para pessoas que não possuem fácil acesso. O fundador da Trupe, Anderson Maurício, conta que a participação do público é determinante para o desenvolvimento de cada apresentação. “Dentro na programação há uma constante preocupação em trazer trabalhos que dialoguem com o universo e vontades apontados pelo público”. Segundo uma pesquisa feita pela Companhia de Artes, cerca de 75% das pessoas que andam de transporte público todos os dias nunca viram uma intervenção artística nesses veículos. A partir dessa constatação, eles buscaram diversas formas de
aproximação do público ao optar por apresentações com temas específicos a cada mês. Entre eles estão os temas ligados a artes visuais, mobilidade urbana, literatura e sustentabilidade. Em outubro os encontros vão abordar assuntos sobre o feminismo, maternidade e os direitos da mulher, sendo que em novembro eles realizarão o sarau do passageiro para que o público tenha espaço para apresentar seus trabalhos. Foi levantado também que 8% das pessoas entrevistadas que nunca haviam assistido a um espetáculo teatral estiveram no ônibus da Trupe Sinhá Zózima. Número que, no primeiro semestre de 2014, subiu para 15%. “Esses números mostram para a Trupe a potência da ação, mesmo sendo um trabalho de formiguinha”, disse Anderson. A vendedora Jéssica Souza assistiu uma apresentação musical da ação e aprovou a iniciativa. “É a primeira vez que vejo algo assim e gostei muito porque é uma forma de levar alegria para as pessoas que estão voltando de um dia pesado de trabalho. Agora que descobri esse ônibus, vou sempre passar pelo aqui pelo terminal”. As apresentações acontecem às terças-feiras no Terminal Parque Dom Pedro II a partir das 20 horas e toda a programação do Toda Terça Tem Trabalho, Tem Também Teatro! pode ser encontrada no site www.sinhazozima.com.br ou na página do Facebook.
Diagramação e Revisão da página: David Pereira, Nathália Henrique e Nicolas Tomé
O Instagram (@projetopapelão) e o Facebook são a principal forma de divulgação do artista plástico David Pereira | david.pj22@hotmail.com Que o papelão é um dos materiais mais visados quando falamos de reciclagem não é novidade. Agora, transformar este material em obra de arte já é outra história. É justamente este o objetivo do Projeto Papelão, criado pelo artista plástico e tatuador Edgar de Camargo em 2010. Coletando papelão encontrado no lixo e reaproveitando embalagens de produtos feitas com o material, Edgar cria obras em efeito 3D usando formas e contornos encontrados na tatuagem. “Depois de coletados, seleciono as placas de acordo com a espessura, em seguida utilizo uma forma para cortar, após cortado, pinto com spray e canetão e, por fim, colo as camadas”, explica o artista sobre seu processo de criação. “O Projeto é individual, não tenho patrocínio, mas na parte de criação das obras conto com a colaboração
dos tatuadores que trabalham comigo”, continua. As criações de Edgar têm as mais variadas inspirações, passando por temas ligados ao universo da tatuagem, à religião e à cultura pop. Para se ter uma ideia, o artista já confeccionou uma peça misturando o famoso personagem Pikachu, do desenho Pokémon, com elementos do cantor David Bowie. Até mesmo o “homem do Baú da felicidade”, o apresentador Sílvio Santos, encomendou uma obra sua feita com papelão. “Acho a ideia do ‘Projeto Papelão’ incrível, porque você transforma algo que estava no lixo em um objeto artístico, em algo para ser admirado”, diz Júlia Andrade que acompanha o trabalho de Edgar pelas redes sociais. Estas, aliás, são o grande meio de divulgação do artista. “O público gosta muito,
nem sempre percebem de imediato que o material é papelão, mas acho que por eu trabalhar com cores vibrantes a aceitação é grande, os trabalhos tem um efeito muito legal quando instalados”, conta Edgar. Com aproximadamente cinco anos de vida, as obras do projeto já foram expostas dentro e fora do Brasil. Londres, na Inglaterra, e Amsterdã, na Holanda, foram alguns dos destinos internacionais. Já em terras brasileiras, algumas das obras podem ser vistas no estúdio de tatuagem administrado pelo próprio Edgar, o True Love Tattoo, na Bela Vista. É possível comprar criações já existentes, mas o artista, atualmente, também trabalha por encomenda. Quem se interessar pode levar sua ideia para Edgar fazer um orçamento. Em média, as obras custam a partir de 400 reais.
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esporte & lazer
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Senhoras e Senhores, o CIRCO chegou Modalidades de aéreos, equilíbrios, acrobacias e comicidades fundamentam as aulas no Galpão Ana Claudia Dutra | aanaclaudiadutra@gmail.com “Pra mim o circo é uma arte cênica que envolve muita atividade física, e ao mesmo tempo tem o lado da comicidade, do teatro, da música. Enfim, representa uma arte cênica maravilhosa, divertida, envolvente, atraente, engraçada. Virou minha opção de vida.” É assim que o diretor do Galpão do Circo, Alex Marinho, define. Diretor do Galpão desde 1997, Alex é artista, professor de aulas circenses para crianças e adultos, dá aulas no projeto Aprendiz de Circo e cria e organiza os espetáculos da escola. Localizado na Vila Madalena, o Galpão oferece cursos de aulas circenses para crianças, jovens e adolescentes. Com cerca de 300 alunos inscritos em cursos regulares, a escola oferece também curso de férias, oficinas voltadas para profissionais e empresas e espetáculos circenses. E engana-se quem acha que apenas crianças e adolescentes procuram os cursos. Adultos também participam de atividades regulares, com aulas de artes circenses, aéreos e acrobacias. “As pessoas tem ficado mais na escola, pessoas que sabem o que querem. Não tem uma rotatividade muito grande, mas ao mesmo tempo tem um público cativo que preenche a escola nos horários e nas apresentações”, afirma Alex Marinho.
O Galpão do Circo também está envolvido em projetos socioculturais, como o Aprendiz de Circo, um curso voltado para pessoas que não tem condições de pagar pelo curso, e o Brincando com Histórias. Com patrocínio do Instituto Bacuri e apoio do Galpão do Circo, o projeto Brincando com Histórias desenvolve atividades em escolas públicas. O projeto brincando com histórias é elaborado e executado em parceria com a Cooperação Criativa, e é direcionado para as pessoas que não tem oportunidade de pagar por esse tipo de atividade. “É um projeto que ainda está engatinhando, mas estamos conseguindo fazer. Esse ano nós fizemos seis dias, cada dia foi uma classe de uma escola”, diz Alex Marinho. O Aprendiz de Circo é uma iniciativa só do Galpão e hoje é voltado para jovens que buscam como profissão as artes circenses. “No começo ele era voltado para crianças, nós tínhamos uma parceria com aprendizes da Vila Madalena. Depois de um tempo resolvemos fazer o Projeto Aprendiz, uma iniciativa para jovens e adultos, e aos poucos foi virando um projeto pré-profissionalizante para jovens de baixa renda”, ressalta Alex Marinho.
Além dessas atividades, o curso Aventuras Acrobáticas do Baú Encantado, permite uma vivência maior para crianças de 6 à 9 anos através de experiências terapêuticas e no ritmo próprio de cada criança. “Temos uma abertura de meia hora com brincadeiras coletivas. Depois passamos para a narrativa de histórias. Realizamos uma hora de circuito acrobático, mas que vem carregado de histórias”, diz a diretora e professora do curso, Fernanda Igliori Gonsales. Uma das preocupações dos professores é de que a técnica exista, mas sem gerar competitividade e angústia, principalmente por serem crianças. O grupo especializado no desenvolvimento infantil faz das duas horas e trinta minutos de aulas semanais uma aventura a partir de uma história retirada de um baú. “Convidamos as crianças a brincar junto e vivenciar a história. Antes de terminar temos meia hora de artes plásticas e terminamos na casa da lavadeira”, diz Fernanda Igliori. Com tanto encanto, que tal se aventurar no mundo circense e experimentar um pouco desse universo fantástico. O Galpão oferece cursos regulares e intensivos de férias para todas as idades.
A música
e seus fascínios Atração artística amplia e aprimora os conhecimentos sobre o mundo musical
Menos sedentarismo,
mais saúde É possível conciliar a correria do dia-a-dia com exercícios Ana Paula Ferreira | ana_ferreira01@hotmail.com O sedentarismo pode causar inúmeros problemas de saúde como diabetes, hipertensão e obesidade. Manter uma atividade física regular, além de prevenir essas doenças proporciona vários benefícios para o corpo. A professora de Educação Física, Eliane Franklin de Alencar fala sobre a importância dos exercícios físicos.
Ana Vitória Pinto | vittoria.ana@hotmail.com Cada dia mais, crianças, adolescentes e adultos se aproximam do universo musical, buscam entender e participar do mundo fascinante da música e suas particularidades. Foi pensando nisso que o projeto Ouvir para Crescer nasceu em 2006, um espetáculo que traz para os olhos infanto-juvenis o universo musical e sua linguagem. Atualmente se apresentam no Auditório Ibirapuera, Oscar Niemeyer, a apresentação é cantada e durante a canção eles contam toda a história da música até hoje, como e quando ela surgiu, explicam sobre os diversos elementos da música, som, pulso, melodia e harmonia, ao fundo a banda-orquestra ilustra as variedades dos ritmos que a música traz. A interação com a plateia é total, passando pela história da
música e os grandes compositores de todas as gerações, levando ao público um conteúdo didático de formação musical e atrações de gêneros musicais variados. Na saída do espetáculo percebe-se a empolgação dos participantes, tanto dos adultos como das crianças. “Trouxe meu filho para conhecer a apresentação e ele adorou, ele está fascinado. A forma como eles se apresentam e interagem com o público é incrível, com toque pedagógico eles misturam conhecimento, curiosidade e muita diversão, assim, fica agradável de ouvir e participar”, disse Kelly Santis. Lucas Vieira, 26, professor de violão, fala da importância da musica na vida das pessoas, “A música além de divertir é um grande exercício mental, onde a atenção, disciplina, sen-
sibilidade, calma e precisão são testados e aprimorados frequentemente. Todo e qualquer indivíduo deveria ter fácil acesso a música, na verdade deveria ser parte do currículo acadêmico nas escolas, devido ao bem que isso traz ao jovem. Aí que entra a importância dessas grandes apresentações musicais na cidade, principalmente em locais públicos e de forma gratuita, porque de forma direta contribui para o acesso á todos ”, disse. O Ouvir para Crescer estará no Auditório Ibirapuera, Oscar Niemeyer, durante esse segundo semestre, no mês de setembro e outubro. Os ingressos serão distribuídos gratuitamente 90 minutos antes do espetáculo. Para conferir a agenda completa do grupo acesse o site www.culturaartistica.com.br Arquivo Pessoal
Expressão: Qual a importância da atividade física para a saúde? Eliane Franklin: A atividade física é comprovadamente uma das ferramentas principais para termos uma boa saúde. Ela interfere diretamente em fatores individuais e sociais. Atua na prevenção de diversas doenças, como hipertensão e diabetes. Expressão: Com a correria do dia a dia as pessoas passam a ficar cada vez mais sedentárias, o que elas podem fazer para deixar esse mau hábito? Eliane: É importante buscar uma organização do tempo. Alguns minutos de atividade por semana são suficientes. Atividades como ir para o trabalho a pé, descer um ponto antes, ir ao supermercado a pé, de bicicleta, etc. Expressão: É importante procurar um médico antes de iniciar uma atividade física? Por quê? Eliane: Sim. É de extrema importância procurar um médico. Quando realizamos exercícios expomos nosso organismo a um estresse, diversas estruturas do corpo precisam trabalhar de forma mais intensa (músculo, coração, pulmão, etc.). Saímos de uma zona de estabilidade e para isso o organismo precisa estar apto a essas situações. Somente um exame médico nos diz sobre essa aptidão. Expressão: Existe uma atividade física ideal para cada pessoa? Como buscar orientação sobre o assunto? Eliane: Sim, existe uma atividade que se enquadra melhor para cada pessoa. Depende do objetivo de cada um. Quanto mais variada, melhores os resultados. A melhor forma de buscar orientação é procurar um profissional de Educação Física, pois ele está habilitado a planejar, orientar e avaliar as atividades. Expressão: O exercício físico torna-se muitas vezes um martírio para as pessoas que não gostam de academia. Como elas podem incluí-lo de uma forma mais prazerosa? Eliane: Existe uma grande variedade de exercícios físicos, não apenas as academias. Desde que bem orientados, todos os exercícios são eficientes. O ideal é com o auxílio de um profissional, a pessoa buscar aquele tipo de atividade física que mais lhe agrade isso é um ponto fundamental para a continuidade nos exercícios. Expressão: Pessoas que não tem tempo de ir até uma academia podem praticar exercícios físicos em casa? Como? Eliane: Fazer exercícios em casa é uma coisa meio arriscada, pois existem muitos pontos fundamentais como tipo de exercício ideal, postura, etc. Eu concordo que eles possam ser realizados em casa, desde que com auxílio e orientação de um profissional.
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os dias de apresentação, serão disponibilizadas 63 vagas gratuitas para o público, com ingressos distribuídos na bilheteria do Auditório Ibirapuera uma hora e meia antes do espetáculo. Os demais assentos serão direcionados a grupos de instituições, ONGs e alunos da rede pública de ensino, previamente inscritos pelo projeto.
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