ano 22/número 13 novembro/2015
jornalismo universitário levado a sério
jornal laboratório do 4º ano de jornalismo
usjt Mariana Emygdio
Vida de Músico O trabalho entre as partituras, instrumentos e tecnologia
especial | pág. 4 e 5
Filipe Castro, integrante da Orquetra Sinfônica do Estado de São Paulo, toca fogote
#hashtag
ano 22 |no13 | novembro/2015
#Caro Leitor,
Uma linguagem universal
#fração de segundo fotolegenda
A música. Ah, como ela está presente no nosso cotidiano, sempre!! Ouvimos música para relaxar. Ouvimos música para nos divertir. Ouvimos música para nos concentrar. Ouvimos música para matar as saudades. Ouvimos música para diminuir a tristeza. Ela é a nossa companhia da vida inteira. Então, o jornal Expressão foi conferir como é a vida de músicos. O que move os profissionais dessa área? O que é ser músico? Existem muitas formas diferentes de exercer essa atividade? Como é estudar para ser músico? Muitas e muitas perguntas mobilizaram nossos repórteres. Eles foram às ruas garimpar histórias de pessoas que vivem da “arte sonora”, com todo o encantamento e as dificuldades que qualquer profissão tem. Conhecemos professores, músicos independentes, musicoterapeutas, produtores, sonoplastas, luthiers, maestros, músicos clássicos... Confira na nossa editoria Especial, o trabalho e as rotinas desses artistas. O Expressão tem muitas outras reportagens em destaque para você. Na página de Educação falamos sobre as mudanças e inovações implementadas com o novo sistema modular em regime semestral nos cursos de graduação da São Judas. Na Vida Digital, desvendamos o mundo do Steam, uma plataforma com ferramentas de distribuição digital de jogos. Em Artes, nossa reportagem traz um texto sobre o humor, o sarcasmo e a ironia que perpassam a elaboração das charges e das tirinhas em quadrinhos. A acidez de alguns artistas é uma linguagem provocativa que impulsiona o leitor a encarar assuntos sérios de uma forma mais descontraída. E, para fechar esta edição, em Esportes&Lazer, contamos a história de atletas que encontraram na prática esportiva a motivação para enfrentar ou superar problemas. Um jovem com Esclerose Múltipla apaixonado por musculação e outras modalidades; um fisiculturista que é paraplégico. Estas são as histórias que a nossa reportagem encontrou. Venha curtir e ler o Expressão!! Um jornal feito para você!!
Virada Cultural SP Profa Iêda Santos e Profa Jaqueline Lemos
Durante o show do Emicida, a Cia Aerea fazia um número levantado por um guindaste chamado sofá. As artistas circenses bailaram no ar. O relógio é da Estação da Luz no centro de SP. Foto por Ariane Artioli - 40MCSNJO - campus Butantã
#protagonista
#fica a dica
o Homem de Ferro
fotos: Arquivo pessoal
Carolina Cestari | carolina.cestari@hotmail.com Aos 41 anos, Maxx já se acostumou. Sempre é confundido com o ator Robert Downey Junior. “Um entregador de pizza queria uma foto comigo. Disse que precisava falar para todo mundo que tinha visto o Homem de Ferro”, lembra, encarando o acontecido com esportividade e bom humor. O sorriso contagia e o cavanhaque não nega sua semelhança com o personagem do cinema. Robert Downey Junior é famoso por interpretar o Homem de Ferro, um super-herói cheio de poderes nas telas hollywoodianas. Maxx não tem esses poderes extraordinários, mas precisou de muita força e superação para encarar as dificuldades físicas e emocionais após um grave acidente de moto. Em 2007, o desenhista vinha pela Avenida Sumaré, zona oeste de São Paulo, quando foi fechado por um carro e perdeu parte da perna direita no acidente. Foram 13 dias em coma, três meses no hospital, 12 parafusos no braço direito – dos quais carrega até hoje – e mais dois anos de depressão profunda. Maxx podia escolher entre ficar se culpando ou seguir em frente. Ele reaprendeu a andar, correr e até virou um atleta paraolímpico. A corrida virou sua motivação, sua maneira de dizer que a vida está sob o nosso controle. “A gente nunca pensa que vai perder um membro. Aquela parte já não vai fazer parte da sua vida e você precisa se readaptar”. A semelhança com o Tony Stark do cinema fez dele o Homem de Ferro brasileiro e nunca parou de pensar em projetos
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que de alguma forma ajudassem a transmitir ânimo e que servissem de exemplo para muitas pessoas. A armadura dele não voa, mas têm máscara que sobe automaticamente, repulsores de mão, reator luminoso no peito e flaps nas costas. A compra foi graças a uma campanha em um site de crowdfunding. Um sonho que se tornou realidade. O Homem de Ferro é o personagem ideal tanto pela aparência quanto pelo seu lado ‘cibernético’. A brincadeira espelha a vida de Maxx Figueiredo, que resolveu tomar posse da identidade do herói após colocar a prótese na perna. “De certo modo, eu sou um pouco robô”. Maxx conseguiu arrecadar cerca de R$ 6 mil para iniciar o que hoje é um de seus trabalhos paralelos. A pediatria do Hospital das Clínicas, a Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) e o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graac) são algumas das instituições de saúde visitadas por Maxx periodicamente. Seus olhos não negam em como pode ser importante a presença de alguém que traga palavras de esperança no quarto de hospital quando você está hospitalizado. Com um gesto simples de carinho, ele transforma o dia dos pacientes. “Além da brincadeira, é esse tipo de mensagem que eu quero passar para as crianças. Quando você precisa de verdade você descobre que pode ser forte como os super-heróis”. Nas telas, o Homem de Ferro é capaz de voar a uma velocidade supersônica e medir força
Diagramação: Profa Iêda Santos
com robôs gigantes. Na vida real, suas façanhas são mais emocionantes. Em janeiro, um garoto de 6 anos com problemas motores levantou a mão para imitar a pose do personagem
das HQs quando emite um raio. O gesto surpreendeu a equipe médica, que tentava fazê-lo esboçar movimentos havia quase um mês. “Não tem dinheiro que pague isso”, lembra Maxx.
Alice
Aventuras de no país das maravilhas
& através do espelho Obra de Lewis Carroll foi lançada em julho de 1865 e até hoje atrai leitores em todo o mundo Michelle Camila | michellecamila16@hotmail.com “Qual é a semelhança entre o corvo e a escrivaninha?”. A charada foi feita pela primeira vez há 150 anos e, até hoje, a resposta continua um mistério. Bem como a obra da qual faz parte: Alice no País das Maravilhas. Em um passado bem distante, mais precisamente no século XIX, nascia uma garotinha, que usava um vestido azul e laço na cabeça que, com sua curiosidade, instigou adultos e criança. Mas, o que será que fez a história ultrapassar os limites do tempo e ser reconhecida mundialmente nos dias de hoje? “Alice é muito mais que um livro. É um guia dos curiosos”, afirma a professora de História, Amanda Araújo. “A obra mostra que a inocência e a curiosidade que temos quando somos apenas crianças, não desaparece completamente, ela fica apenas esquecida dentro de nós. Também mostra como é bom sermos loucos de vez em quando. Por isso acredito que continua fazendo sucesso”, completa a professora. A história de Carroll é considerada como um marco na literatura infantil. Na época, as narrações voltadas para as crianças, apresentavam lições de moral sobre o bom comportamento. Porém, Alice no País das Maravilhas ao apresentar seu mundo mágico, com animais que falam e personagens longe de serem considerados normais, conseguiu ir além de ensinar às crianças a serem boas, e instigou a curiosidade delas.
“Eu adoro a construção e a interação entre os personagens, pois eles são de fácil acesso tanto para crianças, quanto para adultos”, alega Amanda. A professora diz ainda indicar a obra, por esta se tratar de um clássico formador de ideais, capaz de aguçar o lado curioso existente em todos nós e a nos fazer pensar nas coisas que nos envolvem por ângulos diferentes. Os personagens irreverentes, um lugar onde tudo é possível e a corajosa e questionadora Alice fizeram com que em apenas um ano após seu lançamento, a obra chegasse a cinco mil exemplares vendidos. E dois séculos e meio depois, a história já ganhou diversas adaptações como desenhos, filmes, peças de teatro, e novas edições do livro. Escolha uma dessas e descubra o que faz de Alice uma história atemporal.
expediente Diretor da Faculdade de LACCE Prof. Rosário Antonio D’Agostino Jornalistas Responsáveis Profª Iêda Santos (MTB 31.113) Profª Jaqueline Lemos (MTB 657/GO)
Coordenador de Jornalismo Prof. Anderson Fazoli (MTB 15.161) Redação Alunos do 4º ACSNJO - D1 Diagramação Capa Profª Iêda Santos
Revisão Prof. Juca Rodrigues Projeto Gráfico e Supervisão Profª Iêda Santos
Impressão Folha Gráfica (11) 3224.7667
As matérias assinadas não representam, necessariamente, a opinião da Universidade.
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Educação Inovação: sistema modular em regime semestral ano 22 |no13 | novembro/2015
Mais flexibilidade, mais ritmo e maior interdisciplinaridade são os principais benefícios das novas regras de organização das grades dos cursos da Universidade São Judas
Luana Souza
RELAXAR: São Judas proporciona aos alunos um novo espaço para estudo e descanso
Luana Souza | luanamss_5@hotmail.com O sistema modular de ensino já é uma realidade desde o início de 2015 na graduação na Universidade São Judas. Mas a partir do início de 2016, todos os cursos serão oferecidos no novo sistema em grades de disciplinas semestrais. É uma grande mudança em comparação ao regime anual de estudo. Com essa nova forma de organizar a grade curricular, o aluno tem a possibilidade de iniciar os estudos em dois momentos ao longo do ano: fevereiro ou agosto, concluindo cada etapa em seis meses. A rematrícula deve ser efetuada no término de cada período. Mas um importante alerta: os alunos que já iniciaram os cursos em regime anual, não migrarão para o novo sistema. Um dos aspectos mais interessantes do modular é a flexibilidade. “O estudante pode começar pelo módulo “B” de um Ciclo e depois fazer o “A”. Não há exigência de pré-requisito dentro de cada Ciclo. Por exemplo, não há divisão de psicologia I e II, por exemplo, e sim separação das matérias em semestres”, esclarece Rodrigo Neiva, assessor da Reitoria.
Alguns cursos já estão sendo ministrados no novo sistema e a experiência é bem avaliada pelos discentes. “Quando converso com colegas antigos da universidade, vejo que o ritmo de estudo é o que mais mudou. Hoje tenho muitas aulas do mesmo professor em um tempo curto, o que antes era distribuído anualmente”, conta Clarice Menezes, estudante de biomedicina. Na nova versão o estudante que pega dependência, tem apenas seis meses a mais de estudo. “É difícil, por exemplo, um aluno de engenharia realizar a DP concomitante com o curso. Então, se ele fica em mais de três disciplinas, significa um ano a mais na faculdade. Agora, vai representar apenas mais seis meses”, diz Neiva. Outra grande diferença é a inclusão do Projeto Interdisciplinar. Será um trabalho que abarcará todas as disciplinas do módulo no qual o estudante está inserido. “O Projeto Interdisciplinar procura integrar o conteúdo ministrado em todas das disciplinas de um módulo.
Os alunos serão orientados por um professor que vai ajudá-los a pensar em propostas integradoras”, explica Neiva. Para alguns professores o sistema é sinônimo de oportunidade. “Posso me organizar e fazer alterações em menos tempo, podendo planejar minhas aulas com mais facilidade”, conta Silvia Cavalli, professora dos cursos de comunicação. No início de 2015 foram seis cursos, que inauguraram o sistema modular: Biomedicina, medicina veterinária, enfermagem, análise desenvolvimento de sistemas, marketing e logística. Em agosto, direito, administração e engenharia mecânica, de produção e civil também passaram a ser ofertados no novo sistema. “Mesmo com a entrada destes educandos no meio do ano, não houve aumento de estudantes, pois estes cursos apresentavam duas mil vagas de evasão, e foram abertas 1200, sendo efetuadas cerca de 1000”, complementa Rodrigo.
Ao MESTRE com carinho Em vez de lousa, que tal uma partida de videogame?
Concurso da Revista Imprensa feito em 2015 mostra quem são os mestres em sala de aula na visão dos alunos de comunicação; professor da USJT é prestigiado
Método interativo conquista espaço em sala de aula e divide opiniões
Marcos Vinicius Fernandes| mviniciusmfernandes@gmail.com
Pâmela Ayumi
Pâmela Ayumi | pam.ayumi@yahoo.com.br AULA: entre lousa e games, qual dos dois tem a preferência dos alunos? Na sexta-feira, última aula, uma distração ráA professora Paula Kolikauskas ministra aupida: a brincadeira da forca para estimular o ra- las de Informática Educativa na rede municipal e ciocínio. As formas de incentivar o aluno estão afirma que “atualmente os games são uma maneipresentes no cotidiano acadêmico há muito tem- ra de auxiliar a alfabetização e aprimoramento da po. E os jogos também. Quem não se lembra do coordenação. Além disso, os jogos em 3D são um dia do brinquedo? Das brincadeiras de lógica? forte instrumento que facilitam a aprendizagem de Elas continuam na rotina dos estudantes, mas ga- conceitos como na química, física e biologia.” nharam novos contornos. Denise Guaranha, educadora na rede estaduA partir de 2010, a palavra gamificação passou al, diz que é um bom método, mas deve haver a ser usada mais frequentemente no campo da edu- cuidado. “A forma convencional já está ultrapascação. Ela se refere ao uso de elementos e mecâni- sada. Usar games talvez seja bom, ao menos eles cas de jogos em outros contextos. Um dos autores prestam atenção. O problema é que os alunos jodo livro Gamificação na Educação, Raul Inácio gam em casa, no transporte. A escola não pode se Busarello, da editora Pimenta Cultural, diz que o tornar repetitiva”. intuito de utilizar esta abordagem como ferramenta de ensino é aumentar a motivação e o engajamento do usuário. Exemplo disso é Filosofihters, criado SAIBA MAIS pela revista Superinteressante, editora Abril, que une diversão e conteúdo em uma única plataforma. GONZALO FRASCA: ele é o pai do terO jogo traz nove filósofos, dentre eles Platão, mo “newsgames” que são os jogos eletrônicos Karl Marx e Santo Agostinho e é autoexplicaticriados a patir de acontecimentos verdadeiros vo. Para cada combate, o jogador pode escolher e com aspectos do jornalismo e das notícias. um pensador e os poderes de cada personagem são suas linhas de raciocínio. Numa batalha entre JOGUE: Marx e Nietzsche, o primeiro ataca com o proletaPresidential Pong, CNN: jogo de tênis riado e o segundo com o poder “Deus está morto”. com os pré-candidatos à presidência dos EUA: O novo método converge diferentes áreas do http://edition.cnn.com/ELECTION/2008/preaprendizado, sendo capaz de despertar no aluno o sidential.pong/ interesse em inclinar-se ao ambiente do design e pesquisas. A análise dos resultados e a audiência da plataforma também são indicadores importantes. É um segmento interdisciplinar.
Lecionando há mais de 14 anos, o professor da São Judas Marcos Horácio ganhou o prêmio Professor Imprensa, promovido pela Revista Imprensa, durante o mês de agosto, a partir de uma pergunta que fez a alunos e ex-alunos da área de comunicação: qual foi o professor que mais marcou sua trajetória acadêmica? A premiação elegeu os mais votados das 5 regiões brasileira, sendo que o da região sudeste o professor aqui da São Judas. Marcos Horácio dá aula para os cursos de Jornalismo, Radio e TV, Publicidade, Arquitetura e Design. Ele contou para o Expressão como foi receber a honraria. Expressão: Como foi a recepção da notícia que tinha ganho o Prêmio Professor Imprensa? Marcos Horácio: Foi um susto, nem sabia que esse prêmio existia. Estou muito assus-
tado, muito assustado e feliz na mesma proporção. Eu nunca esperei ganhar um prêmio desse. Expressão: E como é ser reconhecido pela região mais populosa do país? Marcos Horácio: A minha experiência de vida é muito local, mais voltada para São Paulo. Dou algumas aulas em Minas também, mas minha experiência de vida é muito localizada. A gente não tem a dimensão do nosso trabalho. Expressão: Qual o motivo por você ter sido reconhecido por tantos alunos? Marcos Horácio: Acho que a proximidade, mas isso é recíproco. Não sou só eu que faço a proximidade. É de ambas as partes. De alguma maneira nos reconhecemos em algumas questões que trabalhos em sala de aula. Expressão: E como chegar a essa proximidade?
Marcos Horácio: Existe um caminho para chegar até ela. Precisa se sentir a vontade em sala de aula como professor para deixar o aluno a vontade. Porém existe uma distância inicialmente, pois sempre foi assim no ensino, mas nesse processo percebo que estamos no mesmo barco, que em algum momento ficamos parecidos. Com isso fico muito mais tranquilo de dizer não sei e de mostrar uma transparência para o aluno. Expressão: Quando você era aluno, qual professor que marcou sua vida acadêmica? Marcos Horácio: Tenho dois na realidade: A primeira é a Vera Telles, professora de sociologia da USP. Ela me deu aula no primeiro semestre da minha graduação. E outro é o professor Marcos Hill, da UFMG que me deu aula de arte barroca na pós-graduação. Marcos Vinicius Fernandes
RECONHECIMENTO: professor Marcos Horácio marca vida dos seus alunos
Diagramação e Revisão da página: Bruno Camanho, Lorraine Brito, Luana Souza, Marcos Vinicius Fernandes e Pâmela Ayumi
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especial
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Vida de músico
O som que eu quero ouvir!
Victor Alvarenga
Nathália Henrique | nathaliarrh93@gmail.com Recentemente, uma mudança na regularização da profissão veio para revolucionar os parâmetros trabalhistas dos músicos. Em 2011, o STF fez da música uma profissão livre no Brasil, já que anteriormente a essa data, todas as pessoas que trabalhavam nessa área tinham a obrigação de apresentar a carteira da OMB (Ordem dos Músicos do Brasil). A obrigatoriedade do documento costumava causar muita revolta entre os músicos, pois era preciso pagar uma série de taxas. Para apenas emitir o documento era cobrado o valor de R$ 40, depois disso, um valor de anuidade equiva-
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lente a R$ 120 era obrigatório para manter a documentação regularizada. Caso o músico fosse pego tocando sem a carteira, ele deveria pagar R$ 150 de multa. Após a decisão do STF, diversos profissionais da música se viram livres para exercer seu trabalho sem qualquer tipo de repressão artística. O baterista Alex Duarte conta que a mudança melhorou muito as áreas que o músico pode trabalhar. “Essa profissão é muito imprevisível. Normalmente temos um trabalho fixo e encaixamos outros trabalhos que vão surgindo no dia a dia. A obrigatoriedade da OMB nos fazia apresentar de
forma desnecessária esse documento, pois trabalhamos em diversas áreas de atuação”. Segundo uma pesquisa da Escola de Comunicação e Arte (ECA) e da Escola Politécnica, da Universidade de São Paulo (USP), 67% dos músicos fazem a gestão do próprio trabalho artístico, 15% trabalham com mais de um produtor, apenas 8% tem produtor exclusivo e 4% trabalham com agentes de vendas. A pesquisa também aponta que 71% dos entrevistados fazem a própria divulgação de shows e trabalhos. A OMB divulgou que mais de 600 mil pessoas vivem da profissão, sendo que o salário
mensal pode variar de R$ 1,5 mil a R$ 4 mil. Músicos que tocam em grandes orquestras ou para artistas de renome podem chegar a embolsar cerca de R$ 8 mil por mês. A música está presente em todos os lugares. Conseguimos notá-la nos carros que passam nas ruas, dentro de casa durante a programação dos rádios, nas trilhas sonoras dos filmes e novelas e, agora, mais do que nunca, podemos andar com ela em nosso bolso. Em um pequeno aparelho que não vivemos sem e chamamos de celular. O contrabaixista Erik dos Santos contou que essas mudanças não o assustam, pois o
avanço da tecnologia na área musical já era de se esperar. “De certa forma, todas essas mudanças podem melhorar o cenário musical de atualmente. Ao mesmo tempo em que a venda de CD’s é limitada, a música consegue atingir um público maior pela internet, já que não possui custo algum. Dessa forma a agenda de apresentações e shows pode aumentar muito”. O acesso à música nos aparelhos eletrônicos é feita de uma forma muito simples e fácil. Logo depois do “boom” da tecnologia, os usuários trocaram walkmens e os rádios de pilha pelo uso do celular.
Atualmente, podemos não apenas baixar as canções, como também, podemos ouvi-las online, em diversas plataformas de streaming criadas recentemente. São essas alterações no mundo da internet que colocaram em risco o lucro da profissão. Por isso, muitos profissionais da área optaram por usar os meios tecnológicos a seu favor. Pesquisadores da USP afirmam que 48% dos músicos usam intensamente a internet para distribuição de seus produtos, 60% a utilizam com frequência na divulgação do seu trabalho e 59% já lançaram discos em formato digital.
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Quem faz o quê? ¶ Arquivo Pessoal
Paulo Henrique é luthier e tem uma oficina na zona Oeste, em São paulo
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Produtor: um profissional que planeja e organiza
Arquivo Pessoal
O produtor Felipe, de costas, acompanhando a gravação de uma banda
Luthier...
É quem repara ou constrói instrumentos de corda com caixa de ressonância (violão, baixo, viola, guitarra, violino e outros).
“Um Luthier é essencialmente um construtor. Existe uma tendência do senso comum em romantizar muito a profissão, colocando o luthier como artista. Me sinto muito mais próximo dos pedreiros, do que de um Beethoven ou Stravinsky” Paulo Henrique Almeida - Luthier
Sonoplasta...
É quem transforma o material com a música que proporcionam o crescer do clima da trama e levam o espectador a aliviar-se, a ficar tenso, ou feliz, ou nervoso, sempre de acordo com os roteiros da cena que esta vendo.
“A montagem da cena acontece naturalmente, a história esta se tratando de uma criança brincando em um parque, logo então pensamos em trilha animadas e contendo diversos sons de instrumentos diferentes. A sonoplastia é a mágica para as edições, é ela que da o tempero da matéria” Fábio Crepaldi - Sonoplasta
Músico Independente...
É aquele que não tem seu trabalho vinculado a alguma gravadora. Ou seja, geralmente, o próprio músico é o responsável pela gravação de suas músicas ou álbuns. Além disso, ele também faz a divulgação, boca a boca ou por meios digitais, de seu trabalho.
“Eu divulgo meus CD’s, principalmente, na porta de shows ou eventos musicais. Mas eu faço questão de deixar o link com minhas redes sociais para saber o que as pessoas acharam”
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Hugo Freitas - Músico Independente
Nicolas Tomé | tome.nicolas@gmail.com
Como é o trabalho de um produtor musical? Para muitos ele faz apenas a função de auxiliar e opinar durante a gravação de uma música ou disco, porém ainda existem casos que quem não conhece o trabalho exercido por esse profissional. Para que a música seja gravada e posteriormente divulgada em forma de CD’s ou pela internet, é necessário um planejamento para que os sons emitidos pelos instrumentos musicais que compõe a banda estejam devidamente modulados, mantendo assim uma harmonia sonora agradável. O produtor musical tem como função auxiliar na organização durante todo o processo de gravação de um disco, antes que ele seja comercializado, sendo responsável por selecionar os técnicos de mixagem, músicos que irão fazer os arran-
Diagramação e Revisão da página: David Pereira, Nathália Henrique, Ingrid Tanii e Nicolas Tomé
jos e até mesmo auxiliando na escolha do repertório. “A parte da produção de um disco é uma das mais importantes, pois a partir dessa etapa o produto final será aquele que irá para a mão do público, sendo comercializado em diversos tipos de plataformas”, conta Felipe Ferreira, músico e produtor musical. No processo da produção se enquadra a engenharia musical, atividade realizada por profissionais que compreende um trabalho de montagem dos equipamentos, mixagem e masterização, gravação e edição. Com a realização dessa atividade é possível que o material depois de finalizado não apresente erros na parte de áudio, onde todos os instrumentos manterão uma harmonia instrumental. Contudo não é apenas o cuidado com a parte instrumental
que o engenheiro musical deve tomar cuidado, a voz, um dos elementos principais na música, deve estar modulada corretamente para que não aconteça de o som sair muito baixo, deixando em destaque apenas a parte instrumental ou então muito alta, eliminando a qualidade dos demais componentes da banda, dessa forma é possível manter a harmonia entre todos os elementos e assim o trabalho final apresentar uma boa qualidade. Douglas Fernandes produtor especializado na área da engenharia musical explica que é necessário ter equipamentos de qualidade para que o produto final também tenha a qualidade desejada, além de que o profissional que executará o trabalho de masterização e mixagem saiba manusear e realizar o trabalho.
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Vida de músico
Arte, Rotina e Técnica
especial
Como é a vida de quem decide ser músico em tempo integral e lida com o dia-a-dia da profissão Mariana Emygdio | mariana.93.emygdio@gmail.com Noite de apresentação é sempre tensa. Olho no maestro, respiração, atenção, foco. É dia de concerto e é necessário que tudo saia corretamente, porque se errar agora, não tem conserto que dê jeito. Uma noite assim parece assustar? Imagina então se forem várias e se esse for seu emprego. “No começo é complicado, nas primeiras apresentações você tem um pouco de medo, mas com tempo passa. Ainda tem aquela emoção de estar no palco, mas depois de um tempo você se acostuma”. É o que conta Filipe Castro, jovem de 23 anos que integra a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, a OSESP tocando fagote. E esse é o momento em que você pensa: Mas isso é como um emprego mesmo? Com salário, direitos e tudo mais? Sim, é exatamente isso. Diferentes orquestras ao redor do mundo, como a Sinfônica de Berlim
ou a de Israel, promovem processos seletivos para contratação de novos integrantes. Após a aprovação do candidato, ele passa a ser funcionário da instituição que mantém o grupo. Para ser aprovado é necessária uma rotina pesada de estudos, e a avaliação exige que o músico domine a técnica do seu instrumento. Geralmente o candidato apresenta uma musica de sua escolha e em seguida é submetido à a um teste de leitura a primeira vista, onde toca uma peça que não esteja em seu repertório, ou seja, assim como em outras carreiras, tudo tem que ser levado muito à sério. Depois de ingressar na orquestra o músico deve seguir a agenda de trabalho de acordo com o cronograma de programas, concertos, turnês e folgas. Sim, eles também folgam. Um músico profissional chega a estudar de 3 a 8 horas por
dia fora o período em que está se apresentando, e passa por uma infinidade de situações como falta de dinheiro para manutenção do instrumento ou transporte e até mesmo para alimentação. “Eu desisti de me dedicar totalmente à musica, porque precisava de uma profissão, segundo os meus pais, e quando o calo aperta a gente acaba cedendo.” Afirma Ana Coelho, ex violinista da Orquestra sinfônica de Bauru, interior de SP. Embora haja dificuldades, é importante ter determinação e a certeza de que está fazendo o que gosta. “Eu comecei cedo, tocando na igreja e ao trabalhar com musica, me dei conta de que podia viver daquilo então nunca pensei em fazer outra coisa. É um tanto difícil, mas você precisa se apegar às oportunidades e não se deixar levar. Sempre vai existir alguém no caminho para te desestimular.” Finaliza Filipe.
O mestre e sua experiência Pingue-pongue
Filipe aquecendo antes do ensaio. Ele toca fagote, que é o instrumento musical mais grave da família dos sopros. O preço de um fagote pode variar de 2.500 a 45.000 dólares
Professor fala sobre a importância de se dedicar aos estudos e permanecer firme no propósito Ana Ferreira | ana_ferreira01@hotmail.com
Os profissionais de música enfrentam muitas dificuldades e desafios ao longo de suas trajetórias. Leandro Emidio começou a dar aulas de música na igreja aos 15 anos, muitas pessoas sempre lhe disseram que ele tinha jeito para ensinar. Aos 18 anos começou a trabalhar como estoquista, e quando foi demitido três meses depois o gerente lhe disse que ele tinha que ser músico, escritório não era pra ele. Hoje, Leandro é músico, toca tuba e percursão, é integrante da Banda da Orquestra Sinfônica Municipal de Bauru, da empresa Coral e Orquestra Delchiaro ,é professor de percussão no Colégio São Francisco de Assis e maestro da Banda Marcial do SESI. Em entrevista para o Jornal Expressão ele conta um pouco sobre sua experiência. Expressão: Você fez cursos para se aperfeiçoar? Quais? Leandro: Sim, estudei no Conservatório de Tatuí, onde participei de vários festivais e encontros de banda. Em outros estados, tive aulas com maestros e professores renomados do Brasil e do mundo. Hoje curso pedagogia.
Musicoterapeuta: reabilitação física com melodia e harmonia Aline Barreto| alinebarbosa_jo@hotmail.com
Expressão: Você encontrou muitas dificuldades quando começou a trabalhar como maestro? Quais? Leandro: Como em todas as profissões o início é bastante complicado, porque você não sabe o que pode acontecer, como proceder. Tive que lidar com pais, alunos, diretores. Tudo é novidade. Acho que a falta de experiência é a maior dificuldade e a falta de entendimento das pessoas que não trabalham com música ou nunca deram aula.
O Musicoterapeuta usa a música e seus elementos – som, ritmo, melodia e harmonia – para a reabilitação física, mental e social de indivíduos ou grupos. Emprega instrumentos musicais, canto e ruídos para tratar pessoas com distúrbios da fala e da audição ou deficiência mental. A doutora Ludmila Poyares, que utiliza a música como forma de cuidar de pacientes, fala sobre os benefícios das notas musicais para a vida. “A musicoterapia ajuda as pessoas que têm problemas de reabilitação motora ou de acidentes vasculares cerebrais. Auxilia estudantes com dificuldade de aprendizado e contribui para melhorar a qualidade de vida de idosos e pacientes de doenças crônicas”, afirmou. O estudante de musicoterapia tem em sua grade curricular matérias como Antropologia e Psicologia; o artístico, com disciplinas como Percepção Musical e Expressão Vocal e o científico-artístico, com disciplinas como Expressão Artística em Musicoterapia. Dessa maneira, o estudante é estimulado a associar o conhecimento científico com o uso dos sons e com práticas sociais. Segundo a Sociedade Brasileira de Musicoterapia (SBM) além do treinamento em música e musicoterapia neurológica, é necessário conhecimento nas áreas de neuroanatomia fisiológica, patologia cerebral, terminologia médica e reabilitação das funções de linguagem cognitiva, motora e discurso. Técnicas de tratamentos são baseadas em evidências: dados, pesquisa científica e clínica e são direcionadas para objetivos terapêuticos não musicais funcionais.
Expressão: Que dicas você dá para os jovens que sonham seguir carreira na música? Leandro: Sonhe e busque seus objetivos, nada se realiza sozinho. Estude muito, não desfaleça, permaneça firme no propósito. Com Deus te guiando, você consegue. Expressão: Conte um pouco sobre sua experiência com a música. Leandro: Bom, hoje tenho em média 50 alunos sob a minha responsabilidade, nos colégios e projetos onde eu trabalho. Ano que vem me formo em pedagogia, tenho muitos colegas e amigos de profissão, até no exterior. Amo muito o que faço. Graças a Deus estou rodeado de pessoas boas, e que também gostam do que fazem. Só quem é músico entende o que é esse sentimento, experimente ser músico. Arquivo Pessoal
Uma linguagem além das palavras As partituras são um sistema de escrita padronizado mundialmente Ana Vitória | vittoria.ana@hotmail.com Quem deseja conhecer e entender música certamente já se deparou com um papel cheio de sinais, marcações e notas. Pois bem, essa combinação é um sistema de escrita que se chama partituras e que pode ser comparada a língua portuguesa pois também dispõe de símbolos próprios, a diferença é que se associam a sons musicais. A partitura nasceu com o objetivo de auxiliar a comunicação entre estudantes e amantes da música, se tornou hoje um registro de uma cultura que passa de geração por geração. “Através
dela conseguimos tocar músicas sem precisar ouvir alguma gravação antes, o que facilita muito quando se trata de músicas antigas que foram escritas antes de existir as gravadoras. Se não fosse pela partitura jamais teríamos esse contato musical com o passado”, conta o estudante de música, Rodrigo Ferreira. Hoje com a tecnologia avançada, mais e mais músicos estão descobrindo no computador um versátil instrumento de apoio as suas atividades. Com isso, existem muitos softwares e programas que estão sendo usados
com o principal meio para ajudar na criação e edição de partituras, na elaboração de arranjos e atividades didáticas dentro do mundo musical. “Mesmo com as todas as facilidades que a internet nos traz , a partitura ainda é usada como método eficaz de ensino e é insubstituível. É importante que todos tenham conhecimento sobre a sua importância porque ela é uma linguagem universal , e em todos os países ela será lida e interpretada igual”, disse o músico Thiago Vieira Om.
As inscrições funcionam como um texto, uma linguagem própria dos músicos Diagramação e Revisão da página: Ana Claudia Dutra, Mariana Emygdio. Ana Vitória, Ana Paula Ferreira
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vida digital
ano 22 |no13 | novembro/2015
Steam: o país das maravilhas dos games
Fique por dentro de lançamentos, participe da comunidade, compre jogos originais por preços abaixo de custo, experimente os títulos gratuitos e se divirta com esta plataforma Amanda Esteves | amandaec_@hotmail.com Se você é do tipo de pessoa que explora pouco o mundo dos games fora dos consoles, provavelmente está deixando passar um mundo de grandes experiências e novidades como o Steam, ferramenta de distribuição digital de jogos que conta com um grande conteúdo e possui milhões de usuários a redor do mundo. Desenvolvido pela Valve para tentar combater a pirataria em 2003, nos Estados Unidos, foi somente em 2007 com a criação da Comunidade Steam que usuários puderam se comunicar entre si. Dentre os jogos mais conhecidos disponíveis estão: Counter-Strike, Half-Life, Left 4 Dead, Call Of Duty e Team Fortress. Com uma interface limpa, que ajuda novos e inexperientes usuários a se acharem com facilidade, é possível interagir com jogadores do mundo todo em jogos multiplayer, que suportam ou até mesmo exigem mais de um jogador, além de seus próprios amigos que também possuam um perfil Steam, fazer novas amizades, trocar itens, criar e compartilhar conteúdos e até mesmo enviar e receber presentes. Allan Lima, 32, acompanha o Steam desde o seu início e credita boa parte do seu conhecimento em jogos à ferramenta. “Nós praticamente crescemos juntos. Às vezes me indicavam algum jogo novo que eu procurava em determinado lugar e não achava e logo a Steam
disponibilizava. Se antes já era uma tentação querer jogar tudo o que tinha lá, hoje é quase impossível porque o acervo da plataforma cresceu demais”, afirma o engenheiro. A plataforma proporciona também segurança aos seus jogos: se for necessário trocar de computador, formatar o mesmo e afins, só será preciso fazer o download do programa, efetuar login e todos os seus games estarão lá esperando para serem baixados novamente, te livrando até do perigo de contrair vírus na sua máquina. Outra vantagem da ferramenta são os preços abaixo de custo. Adquirindo um jogo online você está livre de impostos e valores agregados pelas lojas podendo, inclusive, efetuar compras de novos títulos ainda em pré-venda com preços mais em conta. O Steam faz promoções durante todo o ano e uma de suas mais famosas é a Steam Summer Sale, onde assim que o verão começa nos EUA, todos os usuários, independente do país em que residem, podem também usufruis de ótimas promoções como jogos recém-lançados pela metade do preço. Mas se você não quer gastar dinheiro, fique tranquilo: a plataforma é também conhecida pelo vasto catálogo de games free to play, ou seja, livres para jogar! É só baixar e pronto, a diversão está garantida. Anderson Zibel participa ativamente da comunidade Steam,
trocando e vendendo itens de games já concluídos com outros usuários. Em uma partida de Dota (um dos jogos free to play mais famosos da plataforma), Anderson passou por uma experiência inusitada. “Eu estava em um time que não conhecia, mas um dos jogadores falavam em português e como ele jogava bem, enviei pedido de amizade. Ele aceitou, começamos a conversar e descobri que ele estudava na mesma escola que eu”, comenta Anderson.
Como acessar?
É preciso ter cartão de crédito internacional para fazer compras de jogos!
Através do site: http://steam.com.br
O que a plataforma proporciona?
Requisitos
Acesso instantâneo a jogos: são mais de 3500 títulos divididos por gêneros com ofertas exclusivas e atualizações automáticas
>> A Steam está disponível para PC, Mac e Linux >> Windows XP, Vista ou 7 >> 512 MB de RAM - Processador de 1 Ghz ou mais rápido. >> Mac Intel, OS X versão Snow Leopard 10.6.3 ou posterior. >> Mouse com dois botões altamente recomendado. >> 1GB de espaço livre em disco (recomendado) >> Conexão à internet (banda larga recomendada)
Felippe Moreno
Arte : Amanda Esteves
Drones vieram para ficar Sofisticados e com muita criatividade os multirrotores que antes foram usados para causar destruições em guerras, hoje inovam grandes filmagens Lais Souza | lais.hernandes12@gmail.com
Ponte Octavio Frias de Oliveira (Estaiada) localizada na Zona Sul de São Paulo fotografada por um drone modelo dji inspire one
Você sabe o que é um drone? E o que é necessário para sua utilização? Os pequenos objetos voadores são utilizados de diversas formas e uma delas acontece no mundo das filmagens e fotografias aéreas com a captação de imagens de diversos acontecimentos como, por exemplo, jogos, reportagens, filmes, séries e até vídeo clips. Aqui no Brasil são conhecidos como VANT (Veículo Aéreo Não Tripulado) nome dado para aqueles que são usados de forma comercial. Existem outras três subcategorias, como o ARP (Aeronave Remotamente Pilotada), que é controlada seja por controle remoto, dispositivo digital ou computador. As Autônomas são programadas apenas uma vez e não permitem que seus voos sejam manobrados, por este motivo são proibidas no Brasil, diferente da categoria do SARP (Sistema de ARP) que além da aeronave, possui um sistema para
que voe com estação de pilotagem remota, link de comando do controle da aeronave e vários equipamentos de apoio. Para utilizar os multirrotores de forma profissional é necessário obter autorização da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), os ARPs devem ser regulamentados por uma Circular de Informações Aeronáuticas (AIC), esta autorização deve ser encaminhada com 15 dias de antecedência do voo com diversas informações. Não há uma legislação vigente no Brasil que regulamente a utilização comercial ou para fins recreativos destes equipamentos. Para Felippe Moreno, 30 anos, que trabalha há dois anos com drones, este é um equipamento que veio para ficar. ”O nosso país esta atrás de outros países por falta de regulamentação, não há como voltar atrás. É necessário regulamentar mais cedo ou mais tarde por ser um assunto muito sério, pois se
não houver cuidados e muito preparo para pilotar pode acontecer acidentes graves, é um “brinquedo” que oferece risco para outras pessoas, ele é vulnerável”, alerta Felippe. Tiago Biank, 30 anos, profissional de televisão, decidiu abandonar sua profissão para trabalhar com as aeronaves não tripuladas. “Eu já trabalha em TV quando surgiram os drones, veio a vontade de fazer imagens aéreas. Sou a favor de uma regulamentação. Se cada um voar com responsabilidade não teremos problemas”, comenta Tiago. Criados para operações militares como, por exemplo, reconhecimento de áreas geográficas, vigilância de manifestações ou ataques nas guerras, os drones surgiram no ano de 1953 nos Estados Unidos e eram utilizados também como naves espiãs, podendo ser comparados à internet. Antes utilizados em guerras. Hoje, ferramentas de inovação e avanço para a humanidade.
Colecionadores e suas antiguidades tecnológicas Podem até não ter valor, mas para eles, todas valem muito mais que dinheiro Thais Noleto | thais_noleto1993@hotmail.com Já parou para pensar que mesmo no ano de 2015, no século 21, em meio a tantas novas tecnologias como os smartphones, tablets e notebooks, ainda existem pessoas que colecionam antiguidades tecnológicas? Pois é, e elas não se desfazem dessas paixões por nada. O interesse de Maurício Cabral por vídeo game surgiu ainda na infância, enquanto passava o dia todo brincando nos fliperamas de fichas. O colecionador, de 37 anos, começou sua coleção um pouco tarde, somente em 2000, quando comprou o primeiro, um Supernintendo. Ele tem mais de 20 consoles, dos mais antigos aos mais atuais, como Playstation 1 e 2 e o Atari, que é dos anos de 1970. “Por mais que eu tenha aparelhos modernos como o Xbox 360, são dos mais antigos que gosto. É bacana relembrar, causa uma nostalgia, Então, quando vejo algum já compro logo”, conta Maurício.
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Thalita Monte Santo, jornalista de 22 anos, coleciona câmeras fotográficas desde 1997. Já são 11 delas, além de outras duas mais atuais utilizadas para trabalhar. O interessante é que cinco delas ainda funcionam e a maioria foram ganhas de pessoas que sabem que ela gosta de foto e máquinas, apenas duas comprou em um bazar online. A primeira foi uma Yashica Minitec, da mesma década em que ela nasceu. A intenção de colecionar mesmo surgiu em 2006 quando começou a se interessar por fotografias. Porém, a sua segunda câmera, que deu início de fato para a coleção, veio ganhar somente quatro anos depois. Thalita gosta de observar cada parte das suas analógicas e perceber a evolução entre elas. Sua preferida é uma Kodak SeniorSix 20, por ser a mais antiga e por ter ganhado de uma amiga. “Os valores são apenas sentimentais, criei certo apego por elas, não existe preço que pague”, diz
Diagramação e Revisão da página: Thais Noleto, Lais Souza, Amanda Esteves, Eduardo Silva, Patricia Batista
Arquivo Pessoal
artes
ano 22 |no13 | novembro/2015 Caroline Castro
Sarcasmos e ironia nas tirinhas
As charges e tirinhas estão muitas vezes ligados às questões atuais e polêmicas da sociedade
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Caroline de Castro | carolinedecastrojo@gmail.com
ssim como as piadas, os textos em HQ podem ser uma maneira diferenciada e de uma interpretação quase que totalmente restrita para algumas pessoas. O entendimento das chamadas charges e tirinhas estão muitas vezes ligados às questões atuais e polêmicas da sociedade, tratando de assuntos sérios de uma maneira descontraída e relaxada. Para isso, alguns cartunistas, jornalistas e chargistas utilizam do bom humor com o sarcasmo e a ironia para criarem textos chamativos e que façam o leitor entender melhor a sociedade em que vive e até desenvolver uma maior capacidade de observação e interpretação de texto. Para o publicitário, cartunista e ilustrador, Pedro Leite, qualquer tipo de arte pode transmitir ideias e conhecimento para as pessoas, além de ajudar a desenvolver um
Tête-à-tête com o inconsciente Por que o surrealismo atrai?
Sara Oliveira | sara.oliv07@gmail.com
Em quatro meses, mais de 537 mil visitantes passaram pelo Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, para ver a obra de Salvador Dalí. A partir do segundo semestre, o instituto espera levar outros milhares para conferir a arte de Frida Kahlo e outras mulheres que tiveram sua pintura inspirada pela artista de sobrancelha forte e marcante. A semelhança entre ambos: o surrealismo da arte quase onírica. Mas, afinal, por que o ser humano é tão atraído por esta linha artística, que inclui nascer do sol em casca de ovo e autorretratos sombrios? Para Warde Marx, que é ator, dramaturgo, especialista em teatro e história da arte, além de professor da Universidade São Judas Tadeu, o visual divertido conquista as pessoas. No entanto, por baixo do que parece ser apenas uma imagem ou uma cena estranha capaz de tirar um riso,
existe algo mais forte: uma conversa íntima com o espectador. “Inicialmente não faz pensar, faz sentir alguma coisa. São obras que parecem brincadeira, mas não é”, enfatiza Marx. “Na verdade, o que o artista coloca são imagens, palavras e sensações que vêm do inconsciente dele. Quando olhamos para um quadro ou filme surrealista, ele conversa diretamente com seu inconsciente. Por isso que as pessoas gostam e não sabem por que”, explica o professor. Marx ainda diz que o surrealismo - um dos mais importantes movimentos artísticos do século 20 - oferece uma válvula de escape. “A América Latina é muito violenta, já nas relações humanas - por vezes opressivas -, e isso é incorporado, parece normal, mas não é. O surrealismo, então, é sonhar acordado”. Sonhos desconexos são o mais perto da experiência do
surrealismo no dia a dia. Isso porque, segundo Marx, o que o artista consegue criar é semelhante ao que as pessoas, normalmente, só fazem quando estão dormindo. “É quando a gente abre o acesso ao inconsciente”, esclarece. Para Evelyn Carvalho, estudante de Design, que visitou a mostra do pintor espanhol e pretende ir à exposição que leva o nome da mexicana, o surrealismo é uma das correntes artísticas que mais a chama atenção. “Me parece que elas [as obras] dão brecha mais possibilidades de interpretação, até porque é impossível saber o que o autor pensava ali”, descreve. Na arte de Frida, que não se dizia surrealista, são retratadas as perdas, os problemas de saúde e com o marido, o muralista Diego Rivera. “Ela descarrega sua sucessão de tragédias em uma obra que é perturbadora de se ver”, comenta Marx.
espírito mais crítico na sociedade. “Além de se expressar, o autor pode gerar uma troca de informações com o leitor e isso é muito legal. Se pode ser através de um filme ou uma música, porque não ser de um desenho? Uma ilustração?”, disse ele. Para Pedro, esse tipo de trabalho vem despertando cada vez mais o interesse das pessoas, mas possui um impacto maior quando o leitor possui bons conhecimentos literários e linguísticos. “Os quadrinhos foram criados para sanar a deficiência cultural que as pessoas carregam. Quem tem pelo menos o básico desse conhecimento, consegue despertar o interesse e o prazer pela leitura, entendendo a proposta do texto e da crítica”, contou. Muitas tirinhas tematizam uma questão de estrutura linguística, exigindo uma análi-
se rápida que não só provoca a risada como também faz ocorrer um processo consciente e reflexivo em quem está lendo. As HQs ou tiras em quadrinhos podem ser um instrumento de persuasão, crítica social ou denúncia em questões sociais, como religião, política, etc.”A internet é uma ferramenta fantástica para esse mercado”, aponta o ilustrador. Com um novo projeto em mente, o livro “Quadrinhos Ácidos”, o cartunista conta qual trabalho mais gostou de fazer e que acha que repercute na sociedade atual. “Acho que as que eu mais gosto são aquelas que criticam as pessoas que exageram no uso da tecnologia, como aquelas pessoas que adoram postar fotos de comida ou algo idiota assim”, lembra Pedro.
UNDERGROUND MAINSTREAM A exploração da cibercultura tenta reviver um gênero da ficção cientifica, ao passo que beneficia as editoras Wesley Damiani | wesley.a.damiani@gmail.com
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“Verdade” é simples: Em 2012, Leandrw, até então membro da empresa de inteligência artificial Tessier-Ashpool, roubou um projeto. Partiu para a Terra, introduziu a cibercultura através de um blog e saiu à procura de mentes para alimentá-lo com informação e conhecimento; encontrou a de Marcelo de Lima. A “Verdade” não passa de um botão verde-limão no canto direito de página escura do blog Cyberpunk Brazil. Assim mesmo, quase escondida. Marcelo, um dos criadores do blog, não alimenta nenhuma inteligência virtual, mas ajuda a propagar um subgênero da ficção científica que ganha espaço nas livrarias e na cultura pop: o Cyberpunk. “Eu e um amigo de faculdade tínhamos esse interesse em comum pela cultura cyberpunk. Resolvemos criar o grupo Cyberpunk Brazil para reunir quem gosta”, explica Marcelo. Neste gênero de ficção, que tomou forma na década de 90, há uma mescla entre distopia, cidade e futuro - tudo sustentado em meio a uma penumbra que mais lembra uma realidade inventada apenas para videogames, na qual a tecnologia é algo banal, e os avanços, com o propósito de controle. Aí surgem os hackers, a invasão em amplos sentidos e a identidade formada pelo que vive nos cantos. Segundo Adriano Fromer, diretor da editora Aleph, a ficção cientifica no geral integra um mercado que tem crescido. “As editoras tem olhado para isso e buscado reeditar livros antigos, mas com potencial de inspirar as gerações mais novas. Temos feito isso com alguns clássicos, como Neuromancer [Willian Gibson – 1984]. Nós olhamos para histórias boas e com potencial de mercadológico”, destaca.
Arte na ponta do pincel
Quanto ao Cyberpunk, acrescenta Fromer, há uma tendência de popularização dessa cultura por meio dos livros, mas ainda é pequena. “Têm muitos autores bons que nunca mais foram reimpressos no Brasil. Há uma tendência de criação de modelos tecnológicos nesses livros, que inspiram o desenvolvimento de novos produtos na sociedade. Essa cultura, apesar de não ser atual, consegue dialogar com a modernidade por trazer o valor da informação para discussão. Muitas empresas utilizam o Big-Data para conhecer seus consumidores”, avalia. O valor dos dados No geral, a cibercultura trata de um mundo onde a informação é supervalorizada. Neste universo ficcional há um conflito constante entre empresas que governam o mundo e as pessoas com alto domínio tecnológico, como hackers, que vivem no ‘submundo’, tentando corromper esse cenário. O gênero também é um reflexo de fragmentos da sociedade. Segundo a doutora Adriana da Rosa Amaral: “Cyberpunk, além das figuras de revistas em quadrinhos, RPGs e games, etc é uma postura em relação ao mundo, seja esta a atitude encontrada no comportamento dos hackers e no ideário do livre-fluxo da informação, do ciberativismo, ciberfeminismo, defesa dos direitos do ciberespaço, movimentos de software livre e jornalismo colaborativo”. Marcelo de Lima, que está fazendo uma campanha crowdfunding de seu livro SELF, acredita que a informação já casa conflitos que antes eram impensáveis. “O caso de Eduard Snowden é o melhor exemplo que temos para ver como a manipulação da informação funciona hoje”, aponta. Elsa Rhae
Técnicas de maquiagem transformam pessoas em personagens de filme Beatriz Santos | beatrizsantos.silva@bol.com.br
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incéis, algumas tintas, maquiagens e um espelho. Um traço aqui e outro por lá se juntam à arte e, aos poucos, os desenhos dão forma às maquiagens fantásticas. Com muita técnica, amadores e profissionais transformam os traços de uma caracterização em uma obra prima, transformando pessoas em personagens de desenhos, protagonistas de longas ou notórias celebridades. Um grande nome nas redes sociais que dá vida a esse tipo de caracterização é a maquiadora norte-americana Stephanie Fernandez. Em seu portfólio, multiplicam-se retratos de composições de feitos especiais e de fantasia. Em sua página na web, Stephanie caracteriza seu trabalho como assustador e colorido. Em algumas de suas pinturas ela utiliza, além tinta, gliter, cores e muito talento, apliques e outros acessórios que dão um ar tridimensional a criação. A maquiadora profissional Priscila Moreira diz que gosta muito deste tipo de maquiagem realista, mas faz ressalvas quanto a produção. “Para que fique com um bom resultado tem que ser muito bem-feita”, explica e completa dizendo que com essa visibilidade deste novo tipo de caracterização, mais pessoas se interessam nesse ramo. “Os tutoriais ajudam na curiosidade, mas os cursos são bem complexos”, afirma.
Um outro nome que surge neste novo segmento artístico é o da nepalesa Promise Tamang Phan. A maquiadora é conhecida por se transformar em grandes personagens e ícones do cinema, como o Capitão Jack Sparrow, da trilogia Piratas do Caribe, e Neytiru, criatura do longa Avatar. Quanto às caracterizações mais simples, como as técnicas maquiagem para se parecer com celebridades, tal como Kim Kardashian ou Megan Fox, por exemplo, Priscila acredita que não seja uma tendência de moda. “Não é fácil esse tipo de maquiagem. Há uma certa complexidade para ressaltar os pontos marcantes e individuais de cada pessoa”, explica a maquiadora. As técnicas são complexas e os tutoriais que circulam pela internet deixam claro que o feito não é uma simples maquiagem, indo além e se tornando arte. “E essa arte pode ser usada tanto para apenas ressaltar a beleza, quanto para mudar a fisionomia da pessoa ou mesmo transformá-la em um personagem”, diz Priscila. Se tais maquiagens se tornarão tendência ou não, ainda é cedo para dizer. O que não se pode negar é que, o que antes ficava dentro do camarim dos grandes estúdios de cinema, agora se propaga nas páginas das redes sociais.
Diagramação e Revisão da página: Beatriz, Santos, Sara Oliveira, Wesley Damiani, Caroline Castro
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esporte & lazer
ano 22 |no13 | novembro/2015
Viver é não ter limites Amor ao esporte faz Rafael Spinelli ser o protagonista de sua história Taynara Duarte | taynara.jorn@outlook.com
O que você faria se fosse diagnosticado com uma doença rara e ainda sem cura? Rafael Spinelli, 32 passou por essa experiência, aos 14 anos de idade. O garoto começou a apresentar falhas no sistema nervoso central, que afetava seus movimentos físicos. Aos 22 anos, finalmente, foi diagnosticado com esclerose múltipla remitente recorrente. No entanto, ele não abandonou seu maior prazer: a musculação. “Comecei a frequentar a academia aos 15 anos, quando os sintomas ainda não me limitavam. Na época, ia de segunda a sexta-feira, três vezes por dia”, conta Spinelli. A rotina puxada continuou até o diagnóstico, momento em que a doença se manifestou de forma mais incisiva, obrigando-o a utilizar a cadeira de rodas diariamente. “Eu treino tem o braço, costas e bíceps, tudo o que uma pessoa sem deficiência faz. A única diferença é que, em algumas séries, mudo a forma de execução”, ressalta. Nessas atividades, Spinelli conta com a orientação de Rodrigo Siqueira, professor da academia. “É necessária muita
atenção quanto à minha postura. Se relaxo por um segundo, ele já chama a minha atenção”, brinca o jovem, que não pode fadigar o músculo, sob o risco de ter um surto durante o treino, perdendo os movimentos por algum tempo. “Isso nunca aconteceu, mas me previno não levantando a carga que suportaria”. O aluno é um exemplo na academia. “Além de fazer os exercícios, da melhor forma possível, só falta quando tem um problema muito sério”, destaca o professor, ao defender que essa prática o ajuda a manter a musculatura forte. “A execução permite que ele tenha mais equilíbrio e possa realizar as tarefas do dia a dia”, completa. Em 2013, Spinelli foi vice-campeão regional em regata barco à vela, escuna de dupla. Já em terra firme, há cerca de dois anos, o jovem pratica hardcore sitting, esporte conhecido como skate sobre cadeira de rodas. “Depois de conhecer o que é esclerose múltipla, descobri que meu corpo não poderia nem precisava ficar parado”, afirma. Mas Spinelli não é o único exemplo de superação. Moreira Júnior, 33, sofreu um acidente
de carro aos 25 anos. A fatalidade o deixou paraplégico. “Foi aí que a vida me apresentou duas opções: me entregar e definhar em uma cama ou levantar a cabeça e buscar força em tudo e em todos que me queriam bem”, lembra Junior, a quem Spinelli o tomou como inspiração. Depois de retomar aos treinos, atividade que fazia desde a adolescência, passou a compartilhar sua rotina nas redes sociais para motivar outras pessoas. “Diariamente recebo mensagens de pessoas me parabenizando ou me agradecendo por motivá-las. Mas isso é recíproco, porque elas também me dão forças para continuar”, completa. Junior é atual bicampeão baiano e brasileiro de fisiculturismo pela Federação Baiana de Musculação e Fitness (IFBB). É também o atual campeão do Arnold Classic Brasil, principal competição da categoria na América Latina. “Essa conquista me proporcionou a realização de um sonho: conhecer Arnold Schwarzenegger”. E o campeão é categórico ao dizer que “a cadeira de rodas não limita, apenas me leva onde eu quero ir”.
Taynara Duarte
Rafael foi diagnosticado com esclerose múltipla remitente recorrente e pratica musculação desde os 15 anos
Um passo maior que a perna Diversão, prazer e alegria Matheus de Freitas Silva é um homem incomum. Ele já disputou mais de 300 corridas e conquistou 217 medalhas. Sua paixão pela modalidade começou aos 12 anos de idade. No início, ninguém acreditava na sua capacidade e em seus sonhos. Os amigos e os familiares chegaram a duvidar de sua capacidade. Embora trabalhe como técnico administrativo, o maratonista tem um calendário intenso durante o ano e costuma disputar duas maratonas por ano, sempre na categoria geral.Matheus é portador de nanismo, mas mesmo assim sua capacidade para vencer é sempre maior. O jornal Expressão conversou com o atleta. Saiba um pouco mais dessa história.
na atividade física Dança, além de divertida proporciona benefícios físicos, psicológicos e sociais
Laura Mariana| lauramariana.jo@outlook.com
Kátia Ramos Fotos: Arquivo Pessoal
Academia+Ação tem aulas de dança de ritmos como samba rock, salsa e merengue no período da noite Kátia Ramos | kaka.ramos@terra.com.br Matheus Freitas corre maratona na Avenida Paulista. O paulistano já disputou mais de 300 corridas
Expressão: Como nasceu a sua paixão pela corrida? Matheus Freitas: Meu gosto pela corrida é um caso de amor à primeira vista, quando aos 12 anos de idade, fui convidado por alguns amigos da igreja para correr pelas ruas de Guaianazes. A princípio achei que não ia conseguir, devido a minha altura, mas passei a treinar todos os dias, até disputar pela primeira vez uma corrida no Parque do Carmo e conseguir cruzar a linha de chegada em 36 minutos, o que eu jamais imaginava era conseguir terminar a prova e ganhar uma medalha. Expressão: Sua preparação física tem algum diferencial? Matheus: O diferencial é
que preciso me esforçar e treinar mais, que as pessoas altas. Expressão: Você encontra muitas pessoas da sua altura nas provas? Matheus: É muito raro, porque sempre corro na categoria geral, junto com o povão. Não quero ter o privilégio de participar de uma categoria especial. Expressão: Já sofreu preconceitos devido a sua estatura? Matheus: Já me chamaram de baixinho, anão, ligeirinho, camundongo veloz, entre outras coisas. Eu não levo a sério, até gosto. Se levasse, poderia ficar doente. Na São Silvestre de 2010, quando estava subindo a Brigadeiro, um homem sentado na calçada disse: ‘Está mole, hein, anão!’. Eu parei e respon-
di: ‘Por que você não levanta e termina a prova comigo?’. Expressão: Qual é o maior obstáculo diante de uma corrida? Matheus: A parte mais complicada é manter o ritmo forte na briga com os adversários. Já fiz uma análise e chego a dar cinco passadas a mais que uma pessoa normal para manter o mesmo ritmo. Expressão: Qual é seu maior sonho? Matheus: O sonho de qualquer atleta é ser vencedor e subir no pódio, mas para isso é preciso ter muito foco e determinação, pois para chegar lá há sempre um caminho muito longo e meu maior sonho é correr na maratona de Nova York.
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Entre alguns títulos conquistados por Matheus, se destacam: Nacionais: - Campeão da Maratona de São Paulo nos últimos cinco anos - Campeão na Maratona de Curitiba e Minas Gerais Sul-americanos: - Bi-campeão na Maratona de Buenos Aires
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Movimento solto, risada larga, agitação para suar a camiseta, e a partir daí a procura do exercício físico por meio da dança. O professor Rodrigo Ferreira, de 30 anos, formado em Educação Física e pós-graduado em Dança e Consciência Corporal explica que a dança entra nas atividades aeróbicas, que é o caso da corrida, caminhada, natação entre outras. Há 12 anos ele aposta no entretenimento como alvo para a prática do exercício. Segundo Rodrigo, a maioria das pessoas busca as academias com o intuito de emagrecer, outros ainda com intuito de saúde, mas muitas acabam desistindo, pois não fazem algo das quais gostam, apenas por obrigação. Geralmente, no máximo três meses, desanima, perdem o foco e se tornam sedentários “Eu sempre tive comigo desde tempo de faculdade, que se não fazermos algo do qual gostamos logo vem a derrota. Meu princípio é motivar alunos a mesclar atividade física com distração”, explica professor. A aula se inicia com salsa, merengue e cumbia, ritmos fre-
néticos, levando os alunos ao êxtase. Alguns começam meio tímidos outros constrangidos e desordenados, mas basta duas músicas em sequência e um espirito de leveza invade o ambiente, aí a sala se transforma em pista de dança. “Eu não estou preocupado com coreografias, nem mesmo com passos perfeitos, quero que os alunos se sintam à vontade, curta o momento e mais do que isso, se exercitem”, diz Rodrigo. Maria Carolina, de 28 anos, médica oftalmologista, frequenta as aulas quatro vezes por semana e diz que o foco mesmo é a saúde. “ Antes, quando não tinha a prática da dança, minha pressão arterial era 14/9, hoje ela é equilibrada 12/6. “Eu também sou muito ansiosa e a dança me ajuda a acalmar”. Ela não pratica outras atividades na academia, como por exemplo, musculação, jump, esteira. “Dançar é algo sério, em que dou o meu melhor, assim, evidencio o melhor de mim. Uma rebolada pra lá, uma rebolada pra cá. Fabio Guerra, de 24 anos, consultor de ven-
Um dos primeiros registros da prática esportiva aconteceu na China com a ginástica a 4.000 a.C. Dois mil anos depois, o segundo registro aconteceu no Egito Antigo com a natação. Hoje, além das práticas conhecidas, existem cada vez mais novas modalidades. Estima-se que existem mais de 35 mil esportes catalogados.
Diagramação e Revisão da página: Kátia Ramos, Taynara Duarte, Laura Mariana, Amanda Pascoal e Carolina Cestari
das, se diverte! “Gosto de dançar e me solto mesmo! É tudo de bom”. Ele perdeu 36 quilos em três anos. Antes pesava 110 quilos. “Dançar para mim é paixão, faço tudo com intensidade, sinto-me na night. Na segunda parte da aula, o ritmo de samba com remix das músicas da cantora Beyoncé, faz uma perfeita sincronização, não apenas de gestos, mas de sentimento mutuo, a alegria! “Hoje é minha primeira aula com o Rodrigo, gostei muito! Cheguei tensa e sem a mínima coordenação, mas logo me soltei. A aula foi relaxante, funcionou como válvula de escape, menciona Renata Santos, de 41 anos, assessora. Ela pretende retornar a outras aulas. Após uma hora intensa de remelexo, uma música tranquila finaliza a folia, concluindo a atividade física. A dança em geral oferece aos seus praticantes: melhora na capacidade respiratória, no stress, na consciência corporal e flexibilidade, aumenta a autoestima. É e possível perder até 700 calorias dependendo da intensidade dos movimentos.