ano 23/número 2 maio/2016
jornalismo universitário levado a sério
jornal laboratório do 4º ano de jornalismo
usjt
quem vai ganhar esse jogo?
Regiane Braga e Carlos Correia
As frutas, o biscoito na gaveta, o hambúrguer do congelador ou as batatas fritas?
#hashtag
ano 23 |no2 | maio/2016
A alimentação nossa de todo dia
#fração de segundo fotolegenda
Já estamos aqui novamente!! A edição no 2 do Expressão em 2016 vem tratar que um tema que não escapa a nenhum de nós: a qualidade dos alimentos que consumimos nos dias de hoje. A reportagem especial aborda diversos aspectos dos alimentos industrializados. Sim, esses que encontramos em prateleiras e gondolas de supermercados, embalados para facilitar a nossa vida tão corrida. Será isso mesmo? Nossa equipe de repórteres conversou com nutricionistas, consumidores, estudiosos para buscar compreender o que está por trás dessa ideia de praticidade. Nós sabemos ler e entender os rótulos dos alimentos? Fazemos opções corretas no nosso dia-a-dia? Consumimos a quantidade adequada de sal e açúcar? E de gordura? Comemos coisas saudáveis ou pensamos que comemos? Perguntas e mais perguntas, cujas respostas estão na nossa reportagem especial. Vamos continuar? Nosso jornal laboratório tem mais um montão de assuntos palpitantes. Em Educação, abordamos uma questão delicada: os professores são capacitados para lidar com alunos com necessidades especiais? Será que a formação deles tem esta visão ampla? Na editoria Vida Digital, vamos conhecer o funcionamento de uma máquina especial, o drone. A reportagem do Expressão foi à campo para saber como é o trabalho dos drones que auxiliam no combate à dengue em São Paulo. E, que tal conhecer a experiencia de um coletivo de poesia? Você pode ler sobre isso na página de Artes. É uma reportagem sobre o grupo Libertária, no Facebook, que reúne milhares de anônimos escritores e já tem inclusive uma coletânea publicada em livro. Da poesia passamos para a aventura!! Na editoria Esporte&Lazer vamos sair de São Paulo rumo ao Parque da Neblina. Não muito distante da agitada metrópole, um refúgio de floresta tropical é um local ideal para nos conectarmos com a natureza. Diversas trilhas, canoagem, uma vista de tirar o fôlego... Não dá para perder!!! Mergulhe nas reportagem desta nova edição do nosso jornal laboratório!! Você vai curtir, garantimos!!
Colheita feliz
#caro leitor,
Profa Iêda Santos e Profa Jaqueline Lemos
Aluno da Associação de Apoio à Infância e Adolescência Nossa Turma, entidade que funciona dentro da Ceagesp, colhe um pé de alface crespa, na escola. Esse é um dos alimentos cultivados no local que prepara as merendas com produtos direto da horta. Felipe Paciullo - aluno do 40 ano de Jornalismo - Campus Mooca
Diogo,
#protagonista
#fica a dica
sangue e suor sem lágrimas
Jogador de Handebol, já viveu parte do lado difícil da carreira de atleta, mas sempre deu a volta por cima Fotos: Arquivo pessoal do entrevistado
Murilo Trivella “Sempre falei que não sou talentoso, mas sou um cara que batalha e que sempre vai atrás dos sonhos. Posso não ter nascido com o dom do esporte, mas é o que eu quero e vou brigar até o fim”, assim disse Diogo Hubner, 33 anos, jogador de handebol do São Caetano (SP), com passagem pela Seleção Brasileira e com boas chances de defender o país nos Jogos Olímpicos deste ano, no Rio de Janeiro. A vida de um atleta professional não é fácil. Treinamentos intensos e lesões são coisas que fazem parte do esporte, mas são difíceis de descrever, principalmente as contusões, que podem colocar toda uma carreira em risco. Porém, há todo um outro lado, o da glória em ter todos os seus objetivos alcançados, seja uma marca especifica ou até uma medalha olímpica. Diogo viveu isso em 2003, no Mundial de Handebol Júnior, sediado em Foz do Iguaçu. O Brasil conseguiu sua melhor classificação na época, mas não por sorte, tudo a base de muito treino. “Eu dormia com a roupa do treino (risos), porque os períodos de sono
2
eram muito curtos, mas valeu a pena”, disse. Os estádios na cidade paranaense também viviam lotados nos jogos, apoiando a equipe do Brasil. Esse é um fator que estimula, e muito, o atleta: o apoio. Em outras palavras, cada grito, cada incentivo da arquibancada, vale um suspiro e esforço a mais. Para Diogo, o apoio nunca foi algo novo. Quem acompanha seus jogos, já deve ter visto seus familiares na arquibancada. Sua esposa, filha, mãe e outros parentes são seus maiores incentivadores e vibram com cada jogada que faz. “Sou um cara privilegiado, posso dizer que nunca sobrou dinheiro em casa, mas também nunca faltou. Tive o apoio dos meus pais, sempre me ajudaram, desde fazer rifa ou vender churrasquinho pra juntar dinheiro pra eu poder viajar e competir. Até hoje minha mãe vai nos jogos, sempre que pode”, conta. Porém, não é só na hora do jogo que essa superação acaba se mostrando necessária. Além dos treinos diários e intensos, lesões podem abreviar a carreira de um atleta de
Diagramação: Profa Iêda Santos
destaque. Como o Handebol é um esporte de contato físico intenso, Diogo sofreu algumas durante sua carreira, sendo uma delas marcante. “Único momento da minha carreira que pensei se ia conseguir continuar jogando foi quando tive essa lesão no ombro, que me afastou por um tempo”, conta. A lesão o tirou do Pan Guadalajara, em 2011, e das convocações do Brasil durante o período. Porém, ele conseguiu dar a volta por cima e surpreendeu muitos,
incluindo médicos, ao voltar bem e jogando em alto nível, o que lhe rendeu o retorno para a Seleção Brasileira. Hoje, Diogo também ministra palestras para diversas pessoas, entre elas atletas mais jovens, para quem fala: “Se você não treinar, vai ter alguém que vai treinar no seu lugar. Então, uma coisa que eu coloco na minha cabeça é que ninguém pode treinar mais do que eu. Pode até treinar igual, mais, nunca ”, comentou.
O Pequeno Principe “As pessoas grandes são muito esquisitas”, pensava o menino durante a viagem Fernanda Godinho
Le Petit Prince é um clássico da literatura universal. O livro foi concebido e ilustrado por Antoine de Saint-Exupéry em 1943. É a obra em francês mais vendida globalmente, além de ser o terceiro texto mais traduzido em todo o mundo, perdendo apenas para a Bíblia Sagrada e para a Odisséia de Homero. A narrativa, em primeira pessoa, conta a história de um aviador que, após um acidente, se perdendo deserto do Saara e encontra o Pequeno Príncipe, aprendendo com ele diversos novos conceitos e maneiras de ver a vida. Rosana Mazzon, psicóloga, explica porque a leitura da obra é importante. “Os adultos não sonham mais; o grau de depressivos está aumentando ainda mais porque estamos desesperançosos. A história do Pequeno Prínicipe tem a capacidade de nos fazer sonhar, de acreditar em tudo o que ele quiser. O Príncipe ensina ao piloto que não se precisa viver numa maneira radical, deixar de sonhar. Ele pode viver milhões de coisas e ver que o mundo pode ser bom e colorido do jeito que ele quiser”. Ao conhecer personagens como o Homem de Negócios, o Rei, o Geógrafo, dentre outros, o Príncipe e o leitor são apresentados a diferentes modos de vida, metáforas para os costumes monótonos e autodestrutivos que as pessoas adotam ao deixarem de serem crianças e entrarem no mundo massivo do dinheiro, da propriedade, das
expediente
Reitor José Reinaldo Altenfelder Silva Mesquita Vice-reitor Fabrício Ghinato Mainieri Pró-Reitor de Graduação Luís Antônio Baffile Leoni Diretor da Faculdade de LACCE Prof. Rosário Antonio D’Agostino Capa Arte: Regiane Braga e Carlos Correia
obrigações. Como esclarece Rosana, os adultos param de sonhar, de se divertirem e ficam presos nas responsabilidades; o enredo nos leva para o oposto, incentivando a criação de uma realidade moderna onde crescer não é mais sinônimo para chato, careta, cansativo e tantos outros adjetivos que nos fazem querer bocejar. O livro conta com duas adaptações cinematográficas (um musical de 1974 e uma animação em stop-motion de 2015), além de uma versão animadas para a televisão (As Aventuras do Pequeno Prínicipe em português e Hoshi no Ōjisama Puchi Purinsu no original nipônico), diversas peças teatrais e quadrinhos. No Japão há um museu destinado ao personagem e sua relevância histórica, e exibe uma estátua em seu jardim, do Príncipe em seu asteroide.
Jornalistas Responsáveis Profª Iêda Santos (MTB 31.113) Profª Jaqueline Lemos (MTB 657/GO) Revisão Prof. César Zamberlam Projeto Gráfico e Supervisão Profª Iêda Santos Redação Alunos do JOR4AN-MCA2 Impressão Folha Gráfica (11) 3224.7667
As matérias assinadas não representam, necessariamente, a opinião da Universidade.
converse com a gente: jornalexpressao@usjt.br Siga o Expressão no Instagram: @jorn_expressao e no Facebook: Expressão
C
Educação
ano 23 |no 2| maio/2016
rianças com deficiência não têm o auxílio profissional necessário
Será que os docentes estão realmente preparados para ensinar crianças com necessidades especiais? A Constituição Brasileira prevê a garantia de qualidade no ensino regular em instituições públicas e particulares aos portadores de qualquer necessidade especial. Os educadores estão totalmente qualificados para isso? Os cursos de pedagogia tratam do assunto, mas nem sempre de forma aprofundada. Na graduação da USP, por exemplo, durante os quatro anos no terceiro e quarto semestres são abordados temas como LIBRAS e
Educadores sentem insegurança em lecionar para alunos especiais, pois o tempo de formação específica na área é insuficiente
Cláudia Capato
Educação Especial. Na Universidade São Judas há a disciplina de Educação Inclusiva - LIBRAS no quarto semestre. Existem cursos específicos, online ou presencial, mas só vai estar habilitado aquele que for atrás desse tipo de especialização. “As faculdades deveriam ter cursos de capacitação específica, a grade curricular deveria ampliar os conhecimentos, mas infelizmente, não há essa consciência. Cabe ao professor procurar os cursos”, diz Fatima Gandolphi, orientadora pedagógica. Segundo os entrevistados, a formação acadêmica dos do-
centes merece ênfase quando se trata de integração. Entretanto, muitos educadores sentem insegurança em lecionar para os especiais. Isso se deve à falta de preparo prático. A escola precisa adotar uma postura na qual os alunos não aprendem da mesma forma e nem ao mesmo tempo. A legislação brasileira exige que todos os cursos de formação de professores, do magistério à licenciatura, devem capacitá-los para atender alunos com e sem deficiências dentro das salas de aula. “Trabalhar com crianças especiais foi uma experiência nova, pois uma coisa é saber que
Kamila Pereira
Matheus Oliveira
Ilustração em que uma professora está lecionando em sala de aula para alunos com e sem deficiência
Aluna do ensino fundamental Letícia Oliveira aprende com o auxílio da professora Andréia Santos
existem crianças assim e outra é trabalhar com elas. Eu tinha a bagagem teórica, e tinha que colocar em prática o que já sabia, não esquecendo que se trata de um ser humano e que precisa de mais atenção do que os demais”, afirma Ilectra Iksilara, professora da educação infantil. Há confusão entre os conceitos de educação inclusiva
e integração escolar. As definições são parecidas, mas na prática tudo muda. Não adianta inserir uma criança especial e esperar que ela se adapte e aprenda da mesma forma que uma sem deficiência, isso não acontece. Já na educação inclusiva, a escola facilita o processo, com professores preparados e acompanhamento
especial. A inclusão prevê que a escola se ajuste a todos os alunos e não espere que eles se adequem a ela. “A educação especial envolve a participação de todos. É tarefa dos pais, instituições, e de todo cidadão de ensino estimular a educação para a formação de uma sociedade mais justa”, comenta o psicólogo Guilherme Veiga.
Projeto “LerFazBem” beneficia Método Montessori mais de 500 alunos em Guarujá propõe olhar diferente sobre o ensino Escola municipal busca melhorar rendimento escolar dos alunos através da leitura
Crianças tendem a aprender melhor pela experiência direta de procura e descoberta Giovanna Amalfi
Maíra Lobo
Julia Garcia de Oliveira, de 8 anos, lê o livro “A Bela e a Fera” de Gabrielle-Suzanne Barbot
Em uma sala de aula com muita cor, porém sem lousa ou livros didáticos, peças de diversos tons, tamanhos, formatos e texturas são os materiais de estudo. O garoto pinta de amarelo um vaso feito com garrafa pet, cor que ele associa com a vogal “a”. Para as crianças que ali estão pode até parecer brincadeira, já que para essa escola não existe diferença entre os momentos de lazer e conhecimento, mas o que está sendo gerado é a educação, com lições muitas vezes, inconscientes. O ambiente é a favor da liberdade, móveis baixos deixam tudo ao alcance de pequenas mãos. “A autonomia é estimulada desde a primeira infância. A criança faz todas as atividades sozinha apenas com orientação do professor. Ela vai para a sala, guarda a mala, pega as peças e vai sentar na roda e, no final, guarda o
material usado sem o educador interferir”, afirma Lucimara Rodrigues, auxiliar de direção do Colégio Novo Alicerce. A metodologia criada pela médica e pedagoga italiana Maria Montessori segue uma linha de ensino alternativa que vai além das metodologias tradicionais. O ensino Montessori propicia a descoberta da capacidade de adquirir conhecimentos a partir da vivência com atividades concretas, significativas e prazerosas. Em uma única sala, encontramos espaços diferentes, como o cantinho da vida diária, o cantinho de artes e o de projetos, em que o aluno pode escolher em qual vai trabalhar primeiro. As tarefas são individuais, quando o jovem acaba uma atividade, ele vai realizar a próxima, sem precisar esperar a sala toda cumprir o dever anterior. Cada um no seu tempo.
Giovanna Amalfi
Maíra Lobo A Escola Municipal Vereador Afonso Nunes, em parceria com a Biblioteca Geraldo Ferraz, ambas na cidade de Guarujá no litoral paulista, criou o projeto Ler Faz Bem que beneficia mais de 500 crianças e incentiva o prazer pela leitura no município de Vicente de Carvalho. A biblioteca isenta os alunos da taxa de inscrição e também disponibiliza carteirinhas para serem distribuídas aos jovens cadastrados da instituição. Com o apoio, as crianças podem ir com um responsável ao local e retirar o livro que desejarem. A ação começou com os alunos dos quintos anos, e hoje beneficia os primeiros, segundos, terceiros e quartos anos. “É notória a melhor desenvoltura das crianças para ler, conversar, escrever e até mesmo nas notas depois do projeto. A Escola também apresentou melhoria nos índices de Língua Por-
tuguesa e nas avaliações externas feitas pelo governo”, conta Maria Aparecida Andrade, diretora da Escola Municipal Vereador Afonso Nunes. O projeto nasceu de uma reunião, feita em 2012, que discutia a criação de ferramentas que fomentassem a formação de mais leitores dentro da sala de aula. A ideia principal era construir um acervo próprio. Entretanto, a falta de verba da prefeitura fez com que os planos fossem adiados. A Geraldo Ferraz veio para complementar o conceito e dar vida a ação que já proporcionava aos leitores da região mais de cinco mil títulos de todos os gêneros literários. Após um acordo entre ambas as partes, o Ler Faz Bem passou a fazer parte do cotidiano da instituição de ensino. “Minha filha tem oito anos e toda semana a levo para buscar
Segundo Gabriel Salomão, fundador do Lar Montessori, o método é uma importante ferramenta de construção da individualidade e da independência no tempo necessário de cada criança. “Desde o momento do nascimento até os 8 anos é a fase em que elas mais precisam ser estimuladas físico e mentalmente, é importante que os garotos se descubram capazes de aprender coisas novas através da autoeducação”. Por incentivar a ligação com a natureza, o método também é considerado uma boa alternativa para os hiperativos. O contato com o verde ajuda a controlar a agitação ao despertar o interesse por flores e raízes que até então eram desconhecidas. Atividades fáceis e repetitivas como a consciência das tarefas que devem ser feitas ao longo do dia são outra opção para acalmar, pois incentiva a utilização da ordem.
um livro. Percebo que a leitura e também o seu desempenho na escola melhorou. Além de aumentar as notas, a Julia adquiriu o prazer pela leitura”, conta Alessandra Garcia, mãe de uma aluna da Escola. Tentando aumentar o interesse dos pais no projeto, o Ler Faz Bem passou a beneficiar o responsável que acompanha a criança. No cadastro, consta o nome de um parente que também está habilitado a retirar qualquer livro do acervo. O resultado foi a conquista de mais leitores. “A leitura possibilita reduzir a cegueira social, ampliando a visão de mundo, transformando o entorno das pessoas. Isso faz diferença na vida de pessoas, para as pessoas e com as pessoas. E é isso que o Ler Faz Bem proporciona para os alunos do Afonso Nunes ”, completa Maria Aparecida Andrade.
Ambiente do Colégio Novo Alicerce usa o método Montessori, que liga educação à brincadeira
Diagramação e Revisão da página: Cláudia Capato, Daniella Cirera, Giovanna Amalfi, Maíra Lobo, Matheus Oliveira, Thainá Palheta
3
A
especial
Os alimentos industrializados vêm perdendo espaço na mesa das pessoas que estão em busca de refeições mais saudáveis para tratar de complicações na saúde ou evitá-las. Mas, de acordo com dados do Ministério da Saúde, divulgados em 2014, mais da metade da população brasileira (52,5%) está acima do peso. Desse total, 17,9% são obesos. A má alimentação é um dos fatores que contribuem para esses resultados. A Nathalia Braga
A praticidade dos alimentos é o principal fator de escolha
ano 23 | no2 | maio/2016
ALIMENTOS INDUSTRIALIZADOS
sociedade
dos práticos
A correria do dia a dia leva à população a consumir, cada vez mais, produtos prontos ou semi-prontos Nathalia Braga
correria diária presente, principalmente, nas metrópoles contribui para que as pessoas optem pelo consumo de industrializados. Uma pesquisa da consultoria Kantar Worldpanel mostrou que 33% dos consumidores latino-americanos consomem alimentos práticos (geralmente industrializados), mas o número sobe para 61% entre a população brasileira. Atenta às tendências e necessidades do consumidor, a indústria investe no desenvolvimento de refeições rápidas e de fácil consumo. O problema dos pratos industrializados é que eles passam por um processo de transformação dentro das fábricas que insere produtos que são prejudiciais à saúde, como conservantes, corantes, acidulantes, aromatizantes etc. Esses condimentos servem para prolongar o prazo de va-
lidade dos itens, além alterar gosto e cor. Em geral, encontramos produtos dessa natureza nas gôndolas de supermercados, como salsichas, hambúrgueres, enlatados, biscoitos, refrigerantes e muitos outros. O efeito colateral desses aditivos é o que mais preocupa. Eles podem descalcificar ossos e dentes, a exemplo dos acidulantes, causar alergias e afetar as funções gastrointestinais. Outro problema dos industrializados é o alto teor de sódio, açúcares e gorduras. Esses componentes, quando consumidos em excesso, podem causar hipertensão arterial, colesterol e ganho de peso. Comer excessivamente fast foods, pizzas, hambúrgueres e outros congelados também acarreta em cansaço físico e mental. “Tontura, sonolência, anemia
“Você é aquilo que sabe sobre o que você come”
e debilitações pela falta de diversas vitaminas e aterosclerose, que é o acúmulo de gordura nas artérias, são alguns dos sintomas”, comenta Mariny Valadares, nutricionista da Nutri Alibras. No mesmo ritmo em que lança produtos para atender o público das refeições rápidas, a indústria adota um caminho para atrair também aos que são adeptos a uma vida saudável, a exemplo do grupo ‘fitness’. Barrinhas de cereal, biscoitos e bolos integrais são alguns dos itens que integram a tabela de alimentos favoritos desses consumidores. Mas há um alerta por parte dos nutricionistas. “Esse tipo de alimento pode conter mais sódio quando comparada a outras categorias de alimento, o que leva à retenção de líquido”, completa a nutricionista.
Nathalia Braga
Produtos como esses têm altos índices de aditivos como: açúcar, gordura trans, corantes, conservantes, entre outros componentes
Quero x Devo Confira dicas de como fazer as melhores opções na hora de escolher o que comer Nathalia Braga
Canal de sucesso no Youtube alerta sobre as verdades por trás dos alimentos
Tatiana Navarro
A vida é feita de escolhas! Apesar de clichê, a frase serve para falar sobre as opções erradas que fazemos mesmo quando temos tempo para comer melhor. É complicado resistir às tentações das “gordices”, mas a saúde precisa ser posta à frente. Para fazer isso, sem tanto sacrifício, substitua alimentos gordurosos por outros mais saudáveís. Confira as dicas da nutricionista Mariny Valadares:
Troque os alimentos refinados pelos integrais. O integral mantém as fibras dos alimentos, por isso conserva vitaminas e minerais que são importantes para o organismo. Alguns estudos mostram que esse tipo de alimentos contribui para evitar doenças como obesidade, diabetes, problemas cardíacos e câncer.
Use temperos naturais em vez dos industrializados. Os condimentos prontos contêm sódio em excesso, alguns deles chegam a ter 70% a mais que a quantidade indicada para um dia inteiro, que é de cinco gramas diárias, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Alho, cebola e limão são boas escolhas.
“Refrigerantes vilões” e “A verdade por trás da sopa em pó” são alguns dos vídeos, da jornalista e youtuber Francine Limaque, que buscam esclarecer as dúvidas comuns do público sobre alimentação.
Escolha o leite desnatado no lugar do integral. Os dois possuem o mesmo teor de cálcio, mas o integral contém gordura na composição e pode elevar os níveis de colesteróis ruins (LDL) no organismo. A dica também vale para iogurtes.
Tatiana Navarro É com esse slogan que a jornalista, com mestrado em nutrição, Francine Lima deu origem ao seu canal no YouTube, “Do campo à Mesa”. Com vídeos didáticos, com linguágem simples e acessível, o canal busca alcançar todas as faixas etárias e levar mais informação e questionamentos ao público que, muitas vezes, acaba sendo enganado na hora de fazer suas escolhas alimentares. “Em 2012, comecei a pensar em fazer vídeos para tratar de um assunto que me interessava havia muito tempo e, em 2013, comecei a planejar o conteúdo. No primeiro vídeo publicado tive 6 mil visualizações na primeira semana”, afirma Francine. Hoje, sua página no Facebook tem mais de 50 mil curtidas, o canal no Youtube mais
de 100 mil inscritos e é seguida por mais de 8 mil pessoas no instagram. Para ela, o maior erro das pessoas em relação à alimentação é acreditar na indústria como se ela fosse confiável. Por isso, como em seus vídeos, ela demonstra de maneira atrativa algumas dicas de como não cair nessas armadilhas e adquirir mais conhecimento sobre o conteúdo dos produtos que ingerimos no dia a dia. “O supermercado me inspira muito. Tenho uma lista com muitos temas. Vou subindo temas para o topo da lista na medida da vontade e da facilidade de produzir”, comenta. Os temas são diversos e vão desde a verdade sobre produtos muito consumidos como refrigerantes, iogurtes e barras de cereal a deTatiana Navarro
Os rótulos trazem informações importantes. A instrução é de sempre ficar atento à lista de ingredientes e a composição de cada alimento
4
bates sobre alimentos orgânicos, integrais e transgênicos. No canal, Francine compartilha informações a respeito da produção dos alimentos, pois só assim as pessoas poderão tomar decisões inteligentes e mudar sua visão sobre a comida. Ela encoraja as pessoas a buscar pelas informações nutricionais nas embalagens, as que estão além das mensagens publicitárias e que muitas vezes confundem os consumidores. Uma dica importante que ela dá e recomenda a todos é a análise da lista de ingredientes dos produtos de forma decrescente, pois os primeiros itens da lista serão os presentes em maior quantidade. Na correria das rotinas diárias são muitas as pessoas que dão menos atenção que o necessário a essas questões e acabam se rendendo a alimentos mais rápidos, práticos e industrializados. Mas essa está longe de ser a escolha mais vantajosa. “Comida prática parece resolver nossos problemas, mas, na verdade, cria muitos e novos problemas bem difíceis de sanar, tais como doenças crônicas, destruição da agricultura sustentável, intensificação da concentração de renda e evasão de divisas para fora do país. A dica é acordar para realidade e prestar atenção no tipo de comida que faz realmente bem pra nossa saúde e para a sustentabilidade de todo o planeta”, analisa a jornalista Francine.
Escolha IntElIgEntE
Diagramação e Revisão da página: Joyce Sales, Larissa Bosco e Nathalia Braga
Prefira molho vermelho ao molho branco. Este segundo é composto por creme de leite e queijo, que são duas fontes de gordura saturada e colesterol. O molho vermelho tem menos gordura e, se preparado em casa com tomates frescos, é ainda mais saudável, isso se consumido sem excessos.
Substitua os cereais por aveia. Eles contêm grande quantidade de açúcares, já a aveia é rica em cálcio, ferro, proteínas, fibras solúveis e vitaminas do complexo B e E. Ela ainda contribui para o bom funcionamento do intestino e na redução do LDL.
Para os momentos de lazer, a pizza é melhor opção que hambúrguer, isso se a pessoa souber escolher o recheio. A pizza e o pão contêm carboidratos, então o que os diferencia é o recheio. Mussarela, atum e vegetais são algumas das opções mais recomendadas.
ano 23 |no 2 | maio/2016
Alimentos Industrializados
Sal e açúcar: dupla do exagero Entenda como o consumo desses componentes deve ser feito no seu seu dia a dia Joyce Sales A POF, Pesquisa de Orçamentos Familiares, divulgou que o brasileiro tem uma alimentação com alto conteúdo calórico e que ingere quantidades de sal e açúcar maiores do que as adequadas. Em relação ao açúcar, a quantidade apropriada para consumo é de até 10%, mas 61% das pessoas ultrapassam esse limite e ingerem 14%. Já o sal, é consumido por 82% da população numa quantidade de 8,2 gramas sendo que a adequada é de 5 gramas diárias. Esses dois ingredientes são indispensáveis na nossa alimentação e para a saúde, mas se usados em excesso podem acabar nos prejudicando. Por isso, Gabriela Fernandes, nutricionista da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, explica como deve ser o consumo adequado desses produtos. Expressão: Quais malefícios o sal e o açúcar trazem, se usados em excesso? Gabriela Fernandes: A principal consequência no caso do sal é a hipertensão, que por sua vez pode causar um acidente vascular cerebral. Além disso, tem o câncer de estômago. Já o açúcar pode acarretar problemas como a Diabetes Mellitus tipo 2, a obesidade e cáries. Expressão: Qual é a quantidade adequada para consumo do sal e açúcar? Gabriela: A Organização Mundial de Saúde recomenda que o consumo máximo de sal seja 5 gramas para um adulto saudável. Já o açúcar é que o consumo não ultrapasse 5% das calorias totais da dieta, ou seja, um adulto que tem uma dieta de 2000 calorias não deve consumir mais que 100 calorias, que equivale a 25 gramas. Expressão: Podemos substituir esses ingredientes por outros mais saudáveis? Gabriela: O ideal é que as pessoas apenas diminuam o consumo do açúcar de adição, o famoso açúcar de mesa.
“Uma alimentação simples e equilibrada sem falta ou exageros, é a chave para uma vida saudável”.
Joyce Sales
Joyce Sales
Dois ingredientes que não faltam no prato do brasileiro, mas que se usados em excesso podem se tornar grandes vilões à saúde Expressão: Nos supermer- presente no sal, faz o equilíbrio cados como podemos controlar hídrico do organismo, influencia o sódio e o açúcar dos produtos na condução de impulsos nervosos e contrações musculares. que compramos? Expressão: Segundo a SoGabriela: Observando os rótulos dos alimentos e verifi- ciedade Brasileira de Hipertencando as quantidades indicadas, são 30% dos brasileiros sofrem e também procurando adquirir dessa doença. A sociedade está mais preocupada com a alimenos alimentos mais naturais. Expressão: Quais alimen- tação ou esse número tende a tos que mais consumimos e que aumentar? Gabriela: Esse é o resulpodem ser considerados vilões, no aspecto de excesso de sal e tado de um comportamento alimentar com exageros. Estaaçúcar? Gabriela: Os alimentos ul- mos em um meio termo , ao tra processados como o macar- mesmo tempo em que esses aumentam, prinrão instantâneo, frango empa- números nado, hambúrguer bovino e de cipalmente, entre crianças e frango, salsicha, biscoito cream jovens, existem pessoas que cracker e os salgadinhos de mi- se preocupam com a saúde e procuram maneiras para lho. Expressão: Quais os benefí- melhorar a alimentação. São cios esses ingredientes trazem à necessários programas e mesaúde se consumidos da forma didas que conscientizem a população de que uma alimentaadequada? Gabriela: O açúcar tem ção simples e equilibrada sem função de fornecer energia para falta ou exageros, é a chave o organismo realizar suas fun- para uma vida saudável.
Campo Minado: Como evitar a gordura trans? Neste jogo da alimentação, parece que não vai ter como escapar de pisar na bomba Caroline Lainara Fotos: Caroline Lainara
Uma substância que exige um alerta na hora de manter uma boa alimentação é a gordura trans. Vista como vilã e presente em muitos alimentos de consumo diário, ela contém ácidos graxos formados por um processo de hidrogenação que pode ocorrer naturalmente, quando produzidos a partir da fermentação de bactérias no estômago de animais, ou artificialmente, quando produzidos pela indústria alimentícia. A principal preocupação em torno do consumo excessivo desta gordura é que os isômeros trans implicam na diminuição do colesterol bom (HDL), ao mesmo tempo em que aumentam o colesterol ruim (LDL). Ocorre também o aumento do triglicérides, principais gorduras do nosso organismo, mas que, em excesso são responsáveis por doenças cardiovasculares. “É importante haver a conscientização da população na hora de consumir alimentos industrializados. Nada é proibido, mas ingerir com cautela os alimentos ricos nesse tipo de gordura é essencial. Deve-se dar preferência a produtos naturais”, pondera a nutricionista Luciana Rodrigues Alves. Apesar dos malefícios, a gordura trans é uma forte aliada da indústria alimentícia, pois ela prolonga a vida útil dos produtos e melhora sua consistência e aparência. Já a que é produzida naturalmente, está presente em quantidade tão baixa que não chega a ser prejudicial ao organismo.
Apesar dos malefícios, a gordura trans é uma forte aliada da indústria alimentícia, ajudando a preservar e conservar produtos
A Organização Mundial de Saúde recomenda que a ingestão de gordura trans não ultrapasse 1% do valor calórico da dieta. Se um adulto consome 2 mil calorias sua ingestão não deve ultrapassar 2g
especial
Leite materno x leite industrializado Caroline Lainara
A Organização Mundial de Saúde recomenda aos recémnascidos a amamentação exclusiva por 6 meses e, depois disso, até os 2 anos ou mais. Isso porque o leite materno tem poder imunológico e funciona como uma primeira vaci-
Fatores
na. As crianças amamentadas ao seio possuem menores riscos de morrerem por doenças infecciosas. Esse tipo de amamentação também reduz doenças gastrointestinais, diarreias, neumonias e meningite, além da alergia alimentar ser
Leite Materno
menos frequente. O leite materno possui também anticorpos e leupcócitos, que protegem contra a maioria das bactérias e vírus, sendo considerado o alimento mais completo. Veja a tabela abaixo:
Leite Animal difícil
Leite Artificial
Proteínas
Quantidade adequada e Excesso, fácil de digerir digerir
de Parcialmente modificado
Lipídeos
Suficiente em ácidos Deficiente em ácidos Deficiente em ácidos graxos essenciais graxos essenciais graxos essenciais
Vitamina
Suficiente
Deficiente A e C
Vitaminas adicionadas
Minerais
Quantidade adequada
Excesso
Parcialmente correto
Ferro
Pouca quantidade, boa Pouca quantidade, má Adicionado, absorção absorção absorção
Água
Suficiente
Precisa de mais
Pode precisar de mais
Propriedades Anti-Infecciosas
Presente
Ausente
Ausente
Fatores de Crescimento
Presente
Ausente
Ausente
má
Saudáveis, só que não... Opções que consideramos fitness, mas que estão recheadas de açúcar e gorduras
Larissa Bosco
Larissa Bosco Regimes sem a devida orientação de um profissional são sempre um risco à saúde. Uma das condutas mais comuns de quem deseja emagrecer rapidamente é ir ao supermercado e escolher todos os alimentos que são aparentemente saudáveis. “A procura por uma vida saudável tem crescido nos últimos anos. As pessoas estão interessadas por atividades físicas, alimentos saudáveis e, consequentemente, hábitos melhores. Porém, essa procura gera interesse e oferta para as indústrias que buscam atender o desejo do consumidor. É cada vez mais frequente, nos depararmos com produtos diet, light e zero nas gôndolas dos supermercados”, afirma a tecnóloga em nutrição Renata Rodrigues. Segundo ela, o que devemos saber é até onde esses produtos que oferecem praticidade e rapidez, são benéficos para uma dieta saudável.
PRODUTO
Pratileiras do supermercado destinadas a alimentos considerados saudáveis por serem diet, light ou zero e conterem poucas calorias PONTOS IMPORTANTES: A dieta deve ser prescrita por um nutricionista e individualizada. Os produtos industrializados não devem ser substituídos por alimentos “in natura” Ler a lista de ingredientes dos produtos (A lista de ingredien-
MAS...
tes é feita de forma crescente, ou seja, daquele em maior quantidade presente até o de menor quantidade) Não usar como critério de compra a quantidade de calorias que o alimento oferece e sim seus nutrientes e beneficos para a saúde.
PREFIRA
Suco de Caixinha
Alta quantidade de açúcar, e Prefira sucos naturais ou de conservantes polpa de frutas
Barrinhas de cereais
Alta quantidade de açúcar, e Opte por frutas naturais com aveia, granola ou gordura outros grãos
Bisnaguinha
Presença de açúcar, gordura Prefira pães integrais que e sódio em altas quantidades tenham como primeiro ingrediente de sua lista *farinha integral*
Peito de peru
Alta quantidade de sódio e Opte por queijos brancos, ovos mexidos ou patês conservantes caseiros
Margarinas/Manteigas
Presença elevada gorduras saturadas
de Se tiver que escolher entre as duas opte pela manteiga, mas prefira patês caseiros ou a manteiga clarificada (ghee)
Eles são saudáveis, quem diria •Atum enlatado Conservado em água, não o conservado em óleo, é fonte de ômega 3 e tem gordura boa. “Os alimentos de origem animal, como o leite e a carne, possuem gorduras trans, mas em quantidades insignificantes. Hoje, o maior consumo está relacionado aos alimentos industrializados. São esses que devemos tirar da nossa alimentação ou pelo menos reduzir ao máximo seu consumo”, completa a nutricionista Danielle Kioko Tamayose. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que a ingestão de gordura trans não ultrapasse 1% do valor calórico da dieta. O que significa que se um adulto consome duas mil calorias diárias, sua ingestão de trans não deve ultrapassar 2g. Para não ficar preso a números e
contas calóricas, algumas medidas podem ajudar, como: escolher alimentos naturais, utilizar óleos de soja e de milho e tomar cuidado ao substituir margarina por manteiga, pois apesar de ter baixa concentração de ácido graxo trans, a manteiga é riquíssima em gordura saturada e, por isso, seu consumo também deve ser moderado. “O melhor é que já existem substitutos para a gordura trans. Um processo chamado interesterificação solidifica os óleos vegetais, sem que eles tenham que ser hidrogenados. Porém, ainda são poucos os alimentos produzidos desta forma”, esclarece a nutricionista Danielle.
Diagramação e Revisão da página: Joyce Sales, Larissa Bosco, Nathalia Braga Diagramação e Revisão da página:
Larissa Bosco
•Legumes congelados São práticos e têm boa conservação de nutrientes e fibras •Pipoca Rica em fibras e substâncias antioxidantes, boas para prevenir o câncer. As prontas não
vaem. Faça na panela com um fio de óleo vegetal ou em um recipiente de vidro com água coberto com plástico filme (faça furos com um garfo no plástico para não estourar) e não exagere no sal!l Larissa Bosco
Nas dietas eles são essencials, mas atente-se a conservação
Sabemos que o milho cozido ou na espiga são muito bons para a saúde, mas a pipoca feita de maneira correta é tão boa quanto
5
vida digital
ano 23 |no 2 | maio/2016 Edson Hatakeyama
Drone promete fortalecer combate à dengue O veículo não tripulado está sobrevoando locais onde são mais difíceis o acesso humano Talita Coutinho
O
drone veio para ficar, o equipamento que está em alta, desta vez não está sobrevoando shows, paisagens bonitas e muito menos procurando pessoas foragidas. Este agente tão procurado na atualidade, virou um grande aliado na caça ao mosquito Aedes aegypti, que além de transmitir a dengue, transmite a chikungunya e o zika vírus. A prefeitura de São Paulo está utilizando esta tecnologia para sobrevoar os lugares que podem ter virado lar do
mosquito, como cemitérios, ferros velhos, terrenos baldios e etc.. Os bairros que já foram sobrevoados pelo equipamento foram os que já tiveram mais casos de dengue neste ano: Lajeado, com 51 vítimas, e Penha com 18, ambos na zona Leste. O planejamento do drone foi feito de acordo com a necessidade de cada região. Ele sobrevoa a cidade três vezes por semana, durante quatro horas, totalizando 36 horas semanais. De acordo com Ana Clara Ferrari, coordenadora de
mídias sociais da Secretaria Municipal da Saúde e uma das responsáveis pelo projeto, o planejamento da ação do agente aéreo obedece a três diretrizes principais: 1) Regiões de Pontos Estratégicos, que já são monitorados pela Secretaria a cada 15 dias, são terrenos baldios, ferros velhos, pátio de carros, etc. 2) Casos reincidentes de caixa d’água aberta (São 1400, dados do SAC). 3) Combinado com ações em terra: mutirão, ações de bloqueio, nebulização, locais de difícil acesso, recusa de entrada etc.
Do papel à tela do computador Novo modelo de fazer arte digital que tem conquistado o coração de muitos desenhistas Danielle Lobato
De
O drone é comandado por um piloto e co-piloto profissionais de voo. Eles são acompanhados por um ou dois técnicos da Vigilância em Saúde que conseguem monitorar as imagens em tempo real em terra. Desta forma, os técnicos, que já possuem vasta experiência em detectar focos de criadouro, orientam o voo para recolher a maior quantidade possível de imagens e informações úteis às ações de combate. “O retorno da população tem sido favorável. Nos locais onde o
io
to e comprova a necessidade da entrada em casas que se recusam a receber os agentes. A ação mais importante que a Saúde pode fazer sozinha é cuidar das pessoas, evitar que os quadros clínicos de dengue se agravem e levem a óbitos, mas o papel da população é combater o foco do mosquito, sendo que 85% dos focos estão dentro da casa das pessoas”, afirmou o secretário. Estima-se que ao longo da campanha, três mil locais sejam sobrevoados pelo drone em toda a cidade, em um período de 3 meses.
Quando um desenhista pega uma caneta e um papel certamente está pronto para criar. Agora imagine esse processo no ambiente virtual. A mesa digitalizadora, mesa gráfica, tablete ou o modelo mais popular, Cintiq, uma espécie de prancheta usada com o auxílio de uma caneta (Stylus) através da qual é possível desenhar utilizando um computador. O desenho não é mostrado diretamente no tablet, ele funciona como uma extensão para um software gráfico, como o Photoshop ou Illustrator. Você desenha sobre a mesa gráfica e o desenho é projetado na tela do computador. O jornalista, quadrinista, diagramador e ilustrador Alexandre De Maio é adepto da inclusão da tecnologia no desenho e explica como a Cintiq facilitou o seu trabalho de Jornalismo em Quadrinhos.
Expressão- O que despertou em você para obter uma Cintiq? Qual foi o critério utilizado na escolha de uma? Alexandre de Maio- Tudo depende do tipo de desenho que você faz, mas no caso dos quadrinhos são várias etapas a do esboço da página, a do lápis, até a arte final. Porém o problema maior está no momento de escanear o desenho. O scanner é pequeno e nem sempre a digitalização fica boa o que dificulta o trabalho. Então eu precisava escanear os quadrinhos em várias partes para então montá-los e colori-los. Com a mesa digitalizadora eu não tenho mais esse problema. Eu fui pesquisando via diversos vídeos na Internet com grandes desenhistas falando sobre a otimização que a mesa digitalizadora te oferece, então eu juntei uma grana e comprei e não me arrependo, deveria ter adquirido uma antes. Expressão- Qual o modelo mais indicado para quem está começando visando custo e benefício? De Maio- Vamos pensar primeiro no alto valor que as mesas digitalizadoras possuem o ideal seria começar com as Bamboo, dará ao desenhista uma noção se o seu trabalho se encaixa naquele tipo de material e com a técnica em uso. Já na escolha da
Ma
drone já passou, existe bastante curiosidade e interesse. E a população entende que se trata de uma medida importante para garantir a saúde pública”, relata Ana Clara. Segundo o site da prefeitura de São Paulo, o secretário de Saúde do município, Alexandre Padilha, declarou que “O drone é o agente aéreo de combate à dengue, pois ele faz uma vistoria mais rápida, do que o agente terrestre. Ajuda a mapear, rapidamente, os pontos estratégicos, com muito acúmulo de focos do mosqui-
Cintiq, acredito que a 13HD a primeira que eu comprei é uma boa opção, visando custo e benefício. Além disso, a Cintiq se diferencia bastante da Bamboo. Expressão- Qual seria a diferença? De Maio- A Cintiq seria a linha profissional e a Bamboo a intermediária. Apesar da diferença, nem todo ilustrador ou designer precisa de um tablet deste porte. No entanto, se você passar muito tempo trabalhando com um tablet, pode achar o pequeno tamanho da “Bamboo” e seus recursos limitados e frustrantes. Um exemplo de diferença está na sensibilidade gestual da caneta ao realizar um desenho; enquanto uma Bamboo mais básica oferece em torno de 512 níveis de sensibilidade, a Intuos possui níveis de 2.048, tendo, assim, mais fidelidade na linha. Expressão- Qual o recurso que você utilizava antes para desenhar? Você ainda utiliza desse recurso? De Maio- Antes eu usava papel e caneta nanquim para os meus trabalhos, mas agora esses recursos ficam só para o esboço para aquele momento mais fã. Expressão- A sua adaptação com a Cintiq foi fácil? De Maio- Sim, foi fácil. Porque o quadrinho já precisa de uma técnica de traços uns são mais chapados e outros mais precisos. Há uma fun-
ção que a gente não encontra no papel. O estabilizador de traços há vários níveis e lá você consegue fazer uma onda perfeita, um sol perfeito. Expressão- Você disse que a Cintiq e a Bamboo se diferenciam bastante uma da outra qual seria a diferença? De Maio- A Cintiq seria a linha profissional e a Bamboo a linha intermediária. Apesar da diferença nem todo ilustrador ou designer precisa de um tablete deste porte. No entanto, se você passar muito tempo trabalhando com um tablet, pode achar o pequeno tamanho da “Bamboo” e seus recursos limitados frustrantes. Um exemplo de diferença está na sensibilidade gestual da caneta ao realizar um desenho enquanto uma Bamboo mais básica oferece 512 níveis de sensibilidade a Intuos possui níveis de 2.048 tendo assim mais fidelidade na linha. Expressão- Quanto tempo você levava em média para criar um mesmo desenho sem a mesa digitalizadora? De Maio- Apesar de difícil de definir uma média, há uma série de fatores como a riqueza de detalhes, mas ao pensar numa forma geral o trabalho acelerou umas três vezes mais. O que antes eu demorava para fazer em seis dias. Hoje eu faço em dois dias E o que eu levava um dia pra fazer, hoje eu faço em duas horas.
Brasileiros criam aplicativo que busca restaurantes para pessoas com dietas restritivas Beatriz Lisboa
iz oa
sb Li
sugestão para atualização. Embora seja novo, o app já possui 814 estabelecimentos cadastrados no Brasil e em alguns países como EUA, Uruguai, Argentina, Espanha, Austrália, entre outros. “Temos recebido ótimos retornos dos usuários. Aqueles que descobrem o app e o utilizam pela primeira vez, nos agradecem pela iniciativa e muitos compartilham em suas redes sociais. Além disso, a própria mídia tem divulgado o app como pode ser visto em nossa land page”, diz Alessandro. Qualquer estabelecimento que forneça ou comercialize produtos com as características necessárias e tenham endereço físico pode participar da lista. Outra ferramenta que o app permite é “denunciar” estabelecimentos que devem ser excluídos por não atenderem as necessidades propostas pelo programa.
atr
6
restaurantes e isso é bom porque sou alérgica à alguns alimentos, embora não localize restaurantes na região da zona leste, provavelmente após algumas atualizações será um super aplicativo”, diz Lídia Karla Maia, estudante. A principal proposta do My Holy Food é tornar-se um guia de referência de estabelecimentos para pessoas com restrições alimentares. Assim como muitos, ele utiliza as funcionalidades dos dispositivos móveis. Neste caso, o GPS ativado é fundamental para um melhor desempenho, porque trabalha com coordenadas geográficas de aproximação. O usurário também consegue avaliar o estabelecimento, incluir comentários e compartilhar locais pelas redes sociais. A pesquisa é feita pelo nome ou pela proximidade do lugar desejado. Caso alguma informação não esteja correta é possível também fazer uma
Be
Um dos grandes dilemas de quem cortou certos alimentos da dieta, seja pela necessidade ou por escolha, é de saber quais são os reais ingredientes que está se ingerindo que podem, até mesmo, desencadear alergias de certos alimentos como a amendoim, a lactose e afins. Alessandro Luiz Mamus que possui intolerância a glúten e devido à grande dificuldade em achar restaurantes adequados a sua dieta, desenvolveu o aplicativo “My Holy Food” que localiza estabelecimento com menus especiais. Com o aplicativo, é possível acessar pelo navegador, estabelecimentos de acordo com a necessidade cliente. É bem simples, antes de finalizar o cadastro, é possível escolher o tipo de alimento que o usuário não pode consumir e, a partir disso reúne locais que não trabalham com esse tipo de produto. “O app em si é ótimo, tem bastante opção de
Diagramação e Revisão da página: Talita Coutinho, Beatriz Lisboa, Danielle Lobato, Isabela Guiaro
artes
ano 23 |no 2 | maio/2016
O poder do verso Coletivo online de poesias transforma anônimos em autores publicados
Biblioteca oferece empréstimos de livros 24 horas por dia Iniciativa inaugura novo modelo de funcionamento para a Mário de Andrade Felipe Paciullo
Diego Marcos
A biblioteca quase centenária entrará para a história do serviço público a partir de junho, mês em que os empréstimos de livros 24 horas por dia funcionarão em quase todos os acervos do prédio. A proposta que torna a Biblioteca Mário de Andrade (BMA) a primeira biblioteca pública do país a funcionar desta maneira, sete dias por semana, teve aprovação da Secretaria Municipal de Cultura. Por enquanto, o serviço que visa atender uma maior demanda está em fase de testes desde o começo do ano somente no acervo Circulante, que dispõe de 53 mil títulos. O montante já passa por nova catalogação para se adequar ao recém-chegado serviço, feito sob a apresentação de carteirinha e documento com foto. O cartão da biblioteca também permite pegar obras em outros órgãos municipais de consulta e é feito na BMA; basta apresentar um documento com foto e um comprovante de residência de até três meses anteriores ao atual.
Por meio de sistemas de autoatendimento, o usuário do prédio pode pegar livros durante a madrugada, já que a biblioteca não dispõe de funcionários no horário. A diretoria da BMA estuda aumentar o quadro de seus colaboradores para prestar apoio a quem se aventurar nas leituras noturnas. O local atende cerca de 1,2 mil pessoas por dia e com a novidade espera registrar aumento de até 30% do seu público. O passo além que a Mário de Andrade dá, já agrada leitores novos e antigos. Hugo da Silva Sampaio frequenta o espaço pelas manhãs, antes de ir para uma unidade da FATEC, onde estuda tecnologia da informação. “Sem dúvida esse serviço é bom. A população precisa uma revolução cultural e as bibliotecas estão aí para atender o cidadão, que em minha opinião tem o dever de saber além do que é mostrado”, conta o jovem que usa a biblioteca há um mês. Já a estudante Erika Machado usa o lugar há dois anos para encontrar obras que a auxiliam
Felipe Paciullo
Biblioteca Mário de Andrade no curso de sociologia. Para ela, o atendimento estendido proporciona menos preocupações. “Acho muito legal, porque posso sair do trabalho e vir para cá independente do horário. Isso amplia as possibilidades”, conta a garota que trabalha no Hospital das Clínicas e trafega pela linha vermelha do metrô, mesma que dá acesso para a biblioteca. Felipe Paciullo
Danyela Santos no lançamento do I volume de Poesias Escolhidas. - São Paulo - SP Giacomo Vicenzo Eu me apaixonei por um poema, de forma tão alucinada, que para não perde-lo, roubei-o do livro. Trecho do poema Amores de Libertária, também publicado no livro Poesias Escolhidas Vozes de Uma alma Vol.1. Pág. 67 Libertária é uma página de poesias no Facebook escrita a muitas mãos, com a ideia de coletivo onde todos podem divulgar sua poesia, sem restrição de gênero, classe, orientação sexual ou nível acadêmico. Libertária não é de alguém ou algo, Libertária é de todos, assim afirma Joana Woo, a consultora de negócios que criou a página em 2012 e que hoje já reúne mais de 230 mil curtidas. “Eu escrevia e selecionava fotos para 7 poesias por dia, fazia isso depois do trabalho geralmente de madrugada. E quando a vi crescendo não queria que aquilo fosse só meu, abri a página para outros poetas para ser uma espécie de Catarse de poesia”, afirma Joana Woo. Após um ano de criação a página passou a contar com a
ajuda de Danyela Santos Rodrigues, estudante de web designer e seu namorado Samuel Auerbach, estudante de publicidade, eles atuavam na seleção dos poetas a serem publicados e na escolha e edição das imagens. “Conheci a Libertária por indicação do meu namorado, Samuel Auerbach. Ele viu que a página unia poesias com belas imagens, que poderiam servir de inspiração para mim também e me apresentou ela. Achei a página fantástica”, diz Danyela Santos. Libertária também foi precursora de uma história de amor, entre dois poetas que se conheceram através da página, Fernanda Lúcia e Rodrigo Ricardo. Ela de São Paulo e ele de Belo Horizonte. “Minha identificação com Libertária foi à primeira vista. O engraçado é que a Fernanda e eu nos conhecemos, justamente, através da página antes de começarmos a trocar poesias, namorar e nos casarmos” comenta Rodrigo Ricardo.
Rodrigo ajudou a tornar tátil o sonho de diversos poetas propondo o lançamento de um livro coletivo, onde reuniria diversos autores. E assim em parceria com a página Libertária, Fernanda Lúcia e Joana Woo, 85 autores tiveram os textos organizados e publicados no volume intitulado de: “Poesias Escolhidas, vozes de uma alma”, publicado pela editora independente Poesias Escolhidas, que foi fundada pelo próprio Rodrigo. Publicado em 2014 o livro foi um sucesso e apenas 6 meses depois teve seu segundo volume lançado, “O melhor de mim”, este com a participação de 176 autores, incluindo brasileiros e estrangeiros. Um dos autores que obtiveram grande inspiração e o sonho da poesia publicada realizada foi Diego Marcos, na época o paulistano trabalhava como operador de telemarketing e se viu realizando um grande sonho, primeiro sendo publicado na página Libertária e posteriormente nos dois volumes dos livros.
A biblioteca Mário de Andrade inicia o novo serviço a partir do mês de Junho
Guilherme Vieira
Nascido no rock, aprimorado pelo rap Movido pela vontade de se expressar pela música, “Haxincha” dá seus primeiros passos como rapper Guilherme Vieira “O rap ia me escolher, mas eu escolhi ele primeiro”. É desta forma que Felipe Borges Espanhol resume a sua entrada no mundo da música. Mais conhecido no meio pelo pseudônimo Haxincha, o jovem de 21 anos oriundo do bairro da Mooca iniciou sua carreira musical em 2013. Nesta entrevista ao Jornal Expressão ele conversou sobre diversos assuntos como o início de sua carreira e suas origens musicais. Confira. Expressão: Qual foi a inspiração para começar e conduzir sua carreira musical? Haxincha: Eu sempre senti necessidade de que todos ouvissem e entendessem o que eu penso. E a minha ideia é facilitar a vida do próximo, pensando num princípio assim: você passou por algo ruim, ou por uma coisa boa, você pode passar isso através do som para que as pessoas sintam essa mesma emoção. Essa é a minha inspiração, minha filosofia. Expressão: Você tem outra atividade profissional? Haxincha: Sim, eu trabalho
com projetos hidráulicos em uma empresa, que é da parte de quando eu cursava engenharia. Mas, hoje eu mudei de curso para publicidade e tenho pretensões de conseguir unificar isso com a música. Expressão: O que te motiva a seguir em frente? Haxincha: A minha motivação é um projeto de feedback, uma vontade de evoluir cada vez mais. Sempre dando a mim mesmo um incentivo diário. E além disso, há a ideia de que o rap é união, pois ninguém consegue crescer sozinho. Expressão: Você tem o rap como sua preferência, sua paixão, porém, já pensou em seguir outro gênero musical? Haxincha: Eu comecei na música ouvindo muito rock, até pela preferência do meu pai que sempre ouviu bastante rock. Então nasci ouvindo muito Pink Floyd, Beatles, entre outros. E até hoje eu ouço bastante rock, mas o rap se encaixou muito mais na minha ideologia. Na realidade, eu encaro a música como uma só, sem separar muito em gêneros. O que vale é que
Diagramação e Revisão da página:
aquilo que a pessoa canta seja verdadeiro. Expressão: Quais as suas referências do rap/hip hop brasileiro? Haxincha: Eu ouço de tudo do rap, eu gosto do rap mais “old school”, também gosto do rap mais “new school”. Mas o “old school”, os mais clássicos, são a minha maior referência, por exemplo, o MV Bill, é um cara que eu ouço e realmente gosto muito. Expressão: Na sua música “Selva Cinza”, você aborda uma visão do dia a dia na capital paulista. Fale um pouco sobre o conteúdo dessa música. Haxincha: Essa música foi uma mescla de várias coisas. O refrão dela quem começou a fazer foi o meu primo. Mas ele acabou desistindo da ideia e eu a reformulei e gravei no estúdio, usando a minha visão e as minhas experiências. Tem uma parte dela em que eu falo sobre um enquadro que tomei da polícia. Então foi uma visão da minha vivência em São Paulo, construindo essa imagem da “Selva Cinza”.
Felipe Borges Espanhol, mais conhecido como Haxincha, iniciou sua carreira em 2013
Felipe Paciullo, Giacomo Vicenzo, Guilherme Vieira, Murilo Trivella
7
esporte & lazer
ano 23 |no2 | maio/2016
Natureza, aventura e
Bianca Gonçalves
tranquilidade em um só lugar! Conheça uma Floresta Tropical sem sair da Grande São Paulo Bianca Gonçalves
Deck com vista para a Mata Atlântica na estrada do Parque das Neblinas.
Cachoeira, trilhas, canoagem, arvorismo, gastronomia local e muita conexão com a natureza. A reportagem do Expressão visitou o Parque das Neblinas e a paisagem é de cair o queixo! Situado no limite dos municípios de Mogi das Cruzes e Bertioga, o ponto mais alto tem 780m e da Trilha do Mirante é possível até apreciar o visual do litoral norte de São Paulo. Já da estrada que liga as duas cidades, dá para sentir a tranquilidade e apreciar o verde em volta. Ao chegar, a recepção é feita com um nutritivo café da manhã dos frutos cultivados na reserva, como a geleia de cambuci, o suco de juçara com banana e bolo de milho, alimentos ricos em vitaminas, para que os visitantes possam aproveitar com energia tudo o que o parque tem para oferecer. São seis mil hectares de Floresta Tropical, com sete trilhas que cortam toda a área, revelando as belezas naturais que são preservadas ali. As pontes suspensas dão inicio à caminhada, e é possível ver o tamanho da biodiversidade do local, com os variados tipos de árvores, flores, as águas do Rio Itatinga e até os vestígios dos animais que passam por ali. “Tudo aqui é impecável, a natureza é muito mais bonita do que imaginamos! O visual dos raios de sol entre as árvores, o rio que traz ainda mais vida, os sons que ouvimos dos pássaros, da cachoeira... É pra recarregar todas as energias! Bom saber que cuidam desse nosso patrimônio com tanto amor”, narra a estudante Karina Vieira. O parque dispõe de duas formas de visitação: trilhas autoguiadas, onde o visitante faz todo o seu percurso livremente, por meio de um guia de bolso com as informações necessárias e, para dar mais segurança, há placas indicativas ao longo de cada trajeto. Já para as trilhas monitoradas são preparados roteiros de visitação personalizados, de acordo com os objetivos de cada grupo. Além disso, somente neste formato pode-se fazer a Trilha do Mirante, por ter alto nível de dificuldade. Canoagem, cicloturismo, cursos, oficinas, eventos ou encontros corporativos ainda estão dentre as atividades, fora os kits de alimentação – que podem ser incluídos em todos
os pacotes dos passeios –, preservando sempre os frutos da Mata Atlântica. O Parque das Neblinas é administrado pelo Instituto Ecofuturo, organização criada por engenheiros e biólogos vindos da empresa Suzano Papel e Celulose, que há décadas atrás era a responsável pela área. “O objetivo do Instituto é conservar toda essa região, para que a Mata Atlântica que temos aqui em São Paulo sobreviva e cresça sempre mais. Também entendemos que para uma transformação florestal primeiro se trabalha o social, levando o conhecimento, a conscientização para a população. Então fazemos isso por meio de projetos sociais, em todas as regiões vizinhas”, explica a guia e bióloga Renata Ronchi.
Parque das Neblinas: Rodovia Professor Francisco Ribeiro Nogueira, 8928, Mogi das Cruzes - SP www.ecofuturo.org.br/parque-das-neblinas Bianca Gonçalves
No Parque, a única conexão que existe é com a natureza!
O que comer
A alimentação mais indicada para atletas que desempenham atividades de alto rendimento Martina Ceci Proteínas, fibras, carboidratos, lipídios, minerais e vitaminas. Existe uma grande variedade de alimentos ricos em cada um desses nutrientes, que são essenciais para o bom funciomento do corpo humano. E isso, não é diferente para os atletas de alta performance, principalmente quando estão em períodos próximos às grandes competições ou campeonatos. Esses competidores têm um gasto maior de energia e precisam ter uma alimentação diferenciada das pessoas que não praticam exercícios físicos com tanta frequência. A nutricionista Aline Sales, especialista na alimentação de atletas, esclarece como é feita a preparação alimentar para esses atletas.
Expressão: Como deve ser a alimentação desses atletas? Aline Sales: A alimentação será de acordo com a modalidade praticada, mas de uma maneira genérica, ele precisa consumir quantidades adequadas de carboidrato, a quantidade de proteína é aumentada, frutas, vegetais e legumes, fontes de vitaminas, minerais. Expressão: Existe algum nutriente indispensável para um atleta de alta performance? Aline: Não existe um único nutriente indispensável para um atleta, pelo contrário, todos eles são indispensáveis, pois ele necessita de uma alimentação completa com macronutrientes, que são as proteínas, lipídios e carboidratos e com micronutrientes que são as vitaminas e os minerais. Expressão: Podemos considerar alguma dieta padronizada? Aline: Não existe uma dieta padrão para todos os atletas, o que existe é um estudo do tipo de esporte que ele pratica e quantas calorias precisa para ter energia suficiente para ter um bom desempenho, a partir daí a dieta é feita de forma individual e que seja adequa-
Jéssica Venâncio
Martina Ceci
da para o organismo e hábito alimentar do atleta, junto com os cálculos das suas necessidades diárias de macro e micronutrientes. Expressão: Quais alimentos são mais indicados e quais devem ser evitados por esses atletas? Aline: De modo geral, os alimentos indicados são frutas, legumes, verduras, carnes magras, equilibrar o consumo de gorduras também, ou seja, consumir alimentos mais naturais possíveis, podemos indicar também consumo de líquidos (água, isotônicos). Já os alimentos que devem ser evitados são os industrializados, embutidos e todos os alimentos ricos em açúcar, sódio e álcool. Expressão: E para as pessoas que pretendem começar a praticar esporte, como deve ser a alimentação? Aline: Antes de iniciar a pratica de atividade física, o ideal é procurar um médico cardiologista para indicar qual a intensidade e o tipo de exercício pode ser praticado, um preparador físico e uma nutricionista especializada em nutrição esportiva. Os treinos individualizados podem ser a chave para resultados saudáveis e duradouros, evitando lesões ou doenças e até a perda de massa.
Aline Sales, nutricionista
Longboard
Manobras e campeonatos conquistam os adolescentes Jéssica Venâncio
Esportistas Erick Kazuya e Giulia Alves realizando a manobra do “Peter Pan”
8
Conhecido como “Surf de Rua”, o longboard tem conquistado os jovens com suas manobras criativas e radicais. Entre elas, uma das mais conhecidas e indicadas para os iniciantes é a manobra do “Peter Pan”, na qual é possível passear em cima do long, cruzando as pernas em alta velocidade, sem perder o equilíbrio. Essa e outras manobras você pode aprender no Corujão Longboard, famoso evento que já reuniu mais de 50 jovens de madrugada no Parque do Ibirapuera. Normalmente, esses encontros são feitos em datas comemorativas ou a cada três meses, começa às 21h e vai até a manhã do dia seguinte. “O objetivo é reunir a galera, criar uma amizade e tirar o estresse do dia a dia, em um clima acolhedor. Promovemos também campeonatos com juízes e oferecemos prêmios até o terceiro colocado, com o intuito de estimular a prática do esporte”, explica Erick Kazuya um dos organizadores do evento. Muitos ainda confundem o skate com longboard, entretanto são modalidades
diferentes. O skate exige uma agilidade na realização das manobras e possui um shape menor, que é a parte de madeira onde os praticantes colocam os pés. Já o longboard; possui estilos de shapes maiores, e os modelos variam dependendo da modalidade que a pessoa escolher praticar. Existem várias modalidades no longboard e as mais famosas são o Dancing e o Freestyle ou Street. O primeiro trata-se da arte de dançar sobre o shape em movimento em lugares retos e lisos. Já o segundo, é um estilo mais livre de manobras que pode envolver ou não as mãos. “Pratico longboard há um ano. Conheci o esporte pela internet, assistindo vídeos e tutoriais. Me encantei pela prática, pois tem mais modalidades que o skate tradicional”, conta Giulia Alves. Os encontros nos parques de São Paulo ajudam bastante quem quer se enturmar no esporte. “Já fui a um encontro do Corujão e gostei muito. O pessoal é bastante organizado e se esforça muito para que tudo dê certo. Eles também me ajudaram a superar os desafios de aprender novas manobras”, relata Giulia.
Os locais mais famosos para praticar o esporte na cidade são os parques do Ibirapuera, Villa Lobos e o Parque da Juventude. “O ideal para quem está começando é comprar um shape bom para não correr o risco de atrasar a evolução. Assista tutoriais na internet e procure um grupo de long para ficar por dentro das novidades”, esclarece Erick.
Serviço: Local: Marquise Ibirapuera Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral – Portão 3 do Parque do Ibirapuera. Horário de funcionamento: Terça a domingo, das 05h às 24h. Os encontros de longboard acontecem todos os finais de semana na Marquise. Já o Corujão é realizado apenas em uma data específica. Acompanhe pela página do Facebook: Los Boards.
Diagramação e Revisão da página: Amanda Nicácio, Bianca Gonçalves, Jéssica Venâncio, Marina Nahas, Martina Ceci, Samara de Abreu