Expressao 3 2015 maio

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ano 22/número 3 maio/2015

jornalismo universitário levado a sério

jornal laboratório do 4º ano de jornalismo

usjt Amanda Esteves Conceição

Popcorn Pipoca na mão e olho na tela

vida digital | pág. 6

Comecei meu estágio

E agora?

educação | pág. 3

LGBT

Cores da diversidade sexual A luta pelos direitos especial | pág. 4 e 5

O imaginário paulista em inovação arquitetônica artes| pág. 7

Esportes Radicais

aventura como forma de aprendizado esporte & lazer | pág. 8


#hashtag

ano 22 |no3 | maio /2015

#editorial

O vasto mundo da diversidade sexual

#fração de segundo fotolegenda

Aqui está uma nova edição do Expressão, caro leitor!! O assunto da nossa reportagem especial é o complexo e vasto mundo da diversidade sexual. Nossa equipe de repórteres enfrentou o desafio de compreender conceitos, comportamentos e a legislação que envolve o tema. No Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, está dito é que dever do jornalista “combater a prática de perseguição ou discriminação por motivos sociais, econômicos, políticos, religiosos, de gênero, raciais, de orientação sexual, condição física ou mental, ou de qualquer outra natureza”. A equipe do Expressão assumiu essa tarefa: tratar a temática da orientação sexual e da identidade gênero com a seriedade e a pluralidade que é necessária quando falamos de jornalismo responsável, de jornalismo cidadão. A reportagem especial procura sair do senso comum e compreender o debate sobre sexualidade e gênero para além do binômio reducionista: homem/mulher. Então, caro leitor, convidamos você a vir refletir conosco!! Profa Iêda Santos e Profa Jaqueline Lemos

A vida na grande cidade em uma fração de segundo Dentre tantos que vão e vêm, a multidão se perde no cotidiano da metrópole. A avenida símbolo de uma agitada São Paulo agrega valores, culturas, hábitos e rotinas. São cores, sabores, cheiros e lembranças que caminham pelas mãos dos quase 3 quilômetros de um ponto que resume o que é ser paulista.

#protagonista

Epitácio,

Foto de Pâmela Ayumi - aluna do 4o ano de Jornalismo | campus Mooca

FOTOGRAFIA “Zona de Medo”, Prêmio Vladimir Herzog na categoria “Menção Honrosa”

#fica a dica

Os Miseráveis Wesley Damiani | wesley.a.damiani@gmail.com

Publicado há 152 anos, o romance Os Miseráveis (1862), do escritor francês Victor Hugo, sobreviveu ao tempo. A história se passa na França do século XIX, onde pobreza e a miséria são panos de fundo dos personagens que retratam o desrespeito com parte da sociedade, o desespero e um governo fincado na corrupção. Mais do que apenas um clássico literário, Os Miseráveis tornou-se um retrato dos problemas das classes sociais ainda presentes no mundo. “Quando percebemos que existem alguns escritores que trabalham com algumas narrativas quefazem questionamentos sociais, é porque isso tem algum fundo de verdade, não é uma mera ilustração, ou mero artifício narrativo”, argumenta Augusto Vassilopoulos, Doutor em Letras e professor na USJT. Para o professor, a corrupção descrita em Os Miseráveis era uma mania muito fincada na sociedade, à época em que foi escrito, devido às monarquias absolutistas europeias, que ainda eram alicerçadas por uma gestão eclesiástica, que fazia mau uso do dinheiro. Vassilopoulos enfatiza que na França deVictorHugo havia distorções, desigualdade, concentração de renda, vioReprodução

o fotógrafo da vida Carolina Cestari | carolina.cestari@hotmail.com Vencedor do Prêmio Esso de Fotografia em 2011, com a série “Violência Abordada”, Epitácio Pessoa ou simplesmente Pita, salvou uma vida enquanto cobria uma pauta sobre meio ambiente e sustentabilidade para o jornal “O Estado de S. Paulo”, às margens do rio Paraíba do Sul, localizado na cidade de Lorena, no interior de São Paulo. A sequência de fotografias mostra o reciclador Adriano Carlos Gonçalves da Silva, de 19 anos, fugindo amarrado, após escapar de dois homens que o executariam. O jovem conseguiu se libertar com a chegada do carro da reportagem do Grupo Estado, onde Pita atua como fotojornalista há 24 anos. O flagrante da cena foi capturado pelas lentes de Epitácio Pessoa que conquistou um dos maiores prêmios de jornalismo do Brasil naquele ano. O agitado sorocabano de 48 anos, divorciado e pai de dois filhos, nasceu na cidade

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de Taquarituba, no interior de São Paulo. Batia de casa em casa atrás de restos de comida para dar aos porcos na roça, mas tinha paixão pelas vertentes da fotografia. “Desde cedo já comecei a brincar com câmeras feitas em caixas com vela, nas quais eu brincava com sombras”, lembra Pita. Porém, as fotos de capa dos jornais “O Estado de S. Paulo”, “Folha de S. Paulo” e “Diário Popular” era o que chamava mais atenção. Com toda animação, aos 16 anos, mudou-se paraSorocaba, onde conheceu Miltinho, um fotógrafo da Polícia Técnica local, que emprestou uma câmera comum para que Pita seguisse seu sonho. “Virei o fotógrafo oficial da família e a partir dos meus 17 anos comecei a tirar fotos de tudo o que via”, conta. Um dia, porém, Miltinho precisou vender a tal câmera, mas prometeu que não o deixaria na mão. Indicou-o ao jornal Diário de Sorocaba, onde, segun-

Diagramação: Profa Iêda Santos

do ele, trabalhou com “grandes mestres” e, lembra com prestígio os nomes deFernando de Luca, Luiz de Paula, Maurício de Luca e Luiz Rodolfo Cortez. “No Diário de Sorocaba pude aprender a arte do fotojornalismo, desde o processo de tirar uma foto, como todo o processo de se edição, revelação e ampliação. Com isso pude crescer na carreira. Errei mais que acertei, mas isso foi muito importante para mim como profissional”, diz. O apoio da família foi essencial para que sua carreira alavancasse. “Em 1987 meu pai juntou 600 mil cruzeiros, cerca de R$ 6 mil hoje, para que eu comprasse a minha primeira câmera, escolhi a Pentax K1000. Cheguei aonde cheguei graças ao meu pai”, declara Epitácio. Durante uma pauta em Sorocaba, ele conheceu o fotógrafo Reginaldo Manente, que o apresentou ao jornal “O Estado de S. Paulo” onde concretizou sua carreira como fotojornalista .

A ânsia de aprender e ampliar todos os dias a sua visão de mundo, é o que faz os olhos de Pita brilharem a cada pauta. Com isso, conquistou o Prêmio Vladimir Herzog, em 2000, na categoria “Menção Honrosa” com a fotografia “Zona de Medo”, imagem feita na Favela Heliópolis, em São Paulo. A fotografia mostra como Epitácio foi observador e preciso no click da máquina naquele momento em que, um menino de apenas 3 anos presenciava um tiroteio de uma das favelas mais perigosas de São Paulo. Pita admite que a profissão não é fácil e exige riscos. “Ninguém gosta de ser fotografado, principalmente se for em uma situação de constrangimento, por exemplo, um flagrante de roubo, um político do colarinho branco, um ladrão sendo preso pela polícia, enfim, uma série de situações. Nossa carreira é muito perigosa, pessoas se iludem muito achando que é só glamour. Tem o lado bom, mas, é muito perigoso”.

lação aos direitos humanos e humilhação. “Um exemplo presente no livro é a mulher sendo subjugada, subordinada, excluída em todos os níveis sociais”, pondera. “No livro nós temos descritos problemas muitos sériosjá no século 18, que se repetem hoje em dia, como a tendência dos governantes de se esquecerem da maioria e se concentrarem em minorias, privilegiando elites, privilegiando grupos conchavados. Tenta-se criar um embate político, para se ocultar o que realmente acontece”, frisa o professor. Segundo ele, na prática as distorções ainda são semelhantes. “Claro que as tecnologias mudam, os cenários urbanos mudam, mas a falta de ética e o desrespeito são muito parecidos em todo o mundo. Temos uma disseminação do interesse pessoal em detrimento do interesse social, e de sedistribuir equitativamente em uma sociedade”, ressalta. Vassilopoulos explica que a leitura de Os Miseráveis é indispensável para qualquer estudante. “Qualquer livro que tenha uma narrativa baseada em pautas realistas deve ser lido. É preciso ler e não apenas ouvir falar. Ler todos os dias, ampliar e reforçar este hábito. Isso é árduo, é trabalhoso, mas se não tiver leitura, não terá esclarecimento suficiente, não terá embasamento suficiente inclusive para poder ler a sociedade. A leitura narrativa desenvolve a percepção e a sensibilidade especial no leitor, a ponto de ele se tornar um leitor mais observador da própria realidade”, acrescenta. No Brasil há diversas edições do livro, e com tamanhos bem diferentes – por incrível que pareça, algumas têm metade das mais de 1.500 páginas que normalmente compõem a obra. Ela pode ser encontrada nas livrarias em edições publicadas recentemente.

expediente Diretor da Faculdade de LACCE Prof. Rosário Antonio D’Agostino Jornalistas Responsáveis Profª Iêda Santos (MTB 31.113) Profª Jaqueline Lemos (MTB 657/GO)

Coordenador de Jornalismo Prof. Anderson Fazoli (MTB 15.161) Redação Alunos do 4º ACSNJO - D1 Diagramação Capa Profª Iêda Santos

Revisão Prof. Juca Rodrigues Projeto Gráfico e Supervisão Profª Iêda Santos

Impressão Folha Gráfica (11) 3224.7667

As matérias assinadas não representam, necessariamente, a opinião da Universidade. converse com a gente: jornalexpressao@usjt.br Siga o Expressão no Instagram: @jorn_expressao e no Facebook: Expressão


educação

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Comecei meu estágio, Caroline Castro

E AGORA?

Conheça os verdadeiros benefícios e direitos dos estudantes Caroline Castro | carolinecastrojo@gmail.com

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ocê sabia que os estudantes têm diversas vantagens e benefícios em um contrato de estágio? Que podem deixar o trabalho mais cedo em época de prova, não podem ter qualquer tipo de desconto ou fazer horas extras? Muitos não sabem para que serve o estágio, quais seus benefícios e os requisitos básicos que ele deve atender, por isso, a reportagem do jornal Expressão foi conferir quais os verdadeiros direitos do estagiário, para que as dúvidas possam ser eliminadas de uma vez por todas. Para o professor de comunicação social e coordenador de estágios da Universidade São Judas Tadeu, Clovis Furlanetto, a empresa deve atender as atividades específicas de

cada curso. “O trabalho do aluno precisa estar de acordo com as atividades exigidas pelo curso. Se isso não acontecer, nós não assinamos o contrato e a empresa precisa readequá-lo de acordo com as regras de estágio e da instituição de ensino”, comenta. Hoje, muitas empresas contam com o desafio de manter estagiários. Para que não haja fuga dos novos talentos, é preciso investir em sua formação e oferecer claras perspectivas no plano de carreira dos estudantes. “Aqui nós não temos estágio obrigatório, mas incentivamos os alunos a fazer para que consigam experiência profissional e a inclusão no mercado de trabalho. Para isso, o estudante precisa encontrar uma empresa confiável e sólida que

firme um contrato sério com a Universidade”, diz Furlanetto. Segundo a estudante de moda Clariana Azevedo, o seu estágio no Lojão do Brás não respeitou os devidos horários de trabalho e nem ao menos as funções exigidas pela Universidade. “Eu nunca trabalhava no horário certo. Sempre entrava mais cedo e saía mais tarde, às vezes nem conseguia fazer todo meu horário de almoço. Eu também era a ‘faz tudo’ do lugar. Ninguém me levava a sério e meu chefe pedia que eu fizesse coisas totalmente fora da minha função. Foi bem complicado no início”, relata. Para que o estágio possa vir a ser um benefício ao invés de uma distração ao aluno, são necessárias algumas regras previstas na lei para a melhoria nas condições do trabalho.

Horas extras e feriados

Horário em época de prova

Duração do contrato

Em razão da limitação da carga horária diária e semanal, os estagiários ficam impossibilitados de fazer horas extras ou compensação de horas, que são previstas para funcionários no regime da CLT.

Em dias de provas da instituição de ensino, o estagiário tem o direito de reduzir sua carga horária pela metade. Em alguns casos, as horas não trabalhadas poderão ser reduzidas no valor da bolsa estágio.

Um contrato de estágio pode durar até dois anos, se a empresa decidir renovar a contratação do aluno de seis em seis meses, não podendo exceder o tempo previsto em lei, exceto em caso de portadores de deficiência.

Aprenda a conciliar A EXPERIÊNCIA nas faculdade e vida fora dela mãos da descoberta Com o Baja SAE, estudantes de engenharia são incentivados ao trabalho em equipe

Blogueira dá dicas para organizar a semana e domar o relógio

Sara Oliveira

BLOG Amanda Eloany reserva os minutos no metrô de SP para ler

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Sara Oliveira |saraoliv@hotmail.com

ara um estudante universitário pode parecer que 24 horas são suficientes para dar conta de tantas atividades diárias. Já para quem estuda, trabalha, quer se divertir e ainda se precisa deslocar pela Grande São Paulo organizar-se é um desafio. Muitas vezes, entretanto, esta é uma rotina que necessita apenas de organização e disciplina para não se perder no relógio. De acordo com Thais Godinho, blogueira e autora do livro Vida Organizada (Editora Gente, 2014), a administração do tempo deve nascer já na organização dos e-mails e também no hábito de listar todas as obrigações da semana. “Essas listas facilitam muito a vida, porque você consegue trabalhar focado”, explica. Esse inventário de incumbências pode ser reunido no celular ou no papel. Como independentemente do meio de transporte o paulistano leva em média 2 horas e 46 minutos para ir de um ponto a outro, segundo pesquisa solicitada pela Rede Nossa São Paulo, coordenada pelo Ibope e divulgada em setembro de 2014, ainda dá para criar uma lista especifica para os momentos de deslocamento, como da casa para o trabalho e, saindo dele, para a faculdade. Criar o hábito de utilizar o trajeto para atividades como ouvir um podcast, estudar a ma-

téria da última aula, assistir a uma videoaula ou ler um livro, ajuda. “Você pode ter uma lista de contexto chamada “em trânsito” e listar nela todas as atividades que pode aproveitar esse período para fazer”, assinala Thais. É o que faz Amanda Eloany, analista de TI, de 30 anos. Sem tempo livre por conta das obrigações da semana, ela aproveita o percurso entre as responsabilidades diárias para ler. “Aproveito o caminho porque trabalho durante o dia e faço curso de inglês e academia à noite”, conta. Amanda utiliza o trajeto no metrô de São Paulo para viajar pelas páginas de alguma aventura literária, e diz que nem o barulho ou as conversas a distraem. O livro já está aberto desde a espera na plataforma da estação República. Quando entra no vagão lotado, se aconchega e vai lendo, em pé mesmo, até chegar a estação Arthur Alvim. Thais ressalta que essa disciplina não vale apenas de segunda a sexta e deve incluir os finais de semana. Com estes hábitos, ela garante tempo e energia podem ser gerenciados corretamente e as atividades diárias conciliadas, mas destaca que cada um tem seu jeito, basta descobrir. “É importante começar a se organizar e só então identificar o que funciona melhor para você”.

Wesley Damiani | wesley.a.damiani@gmail.com

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m carro coberto de lama, foi o que viu quem passou pelo saguão da USJT em março. O projeto, feito pelos alunos de Engenharia Mecânica para o Baja SAE BRASIL com base em conhecimentos adquiridos em aula, deportou a curiosidade de quem quer entender como é que se produz um veículo capaz de competir. Esta foi a primeira vez que a universidade participou da disputa, que começou no Brasil em 1994. Para tanto, foram formadas equipes para o desenvolvimento e montagem do protótipo. Os alunos envolvidos foram divididos em grupos que abrangem cada área de conhecimento para criação. Além disso, os materiais eram alcançáveis aos estudantes, evitando mão-de-obra especializada. Leandro Vassoler, estudante de Engenharia Mecânica da USJT, foi o líder da equipe de chassi, estrutura que dá suporte aos outros componentes. Leandro afirma que, mesmo colocando em prática o conteúdo das aulas, o projeto feito para o Baja SAE foi uma descoberta para todos. “Começamos do zero, pegando só algumas referências, e bolando o conceito com a equipe. Colocamos isso em prática, com as habilidades aprendidas nas aulas. A integração da equipe permitiu que o dimensionamento de engrenagem, o balanceamento do centro de massas, os esforços de suspensão e estrutura, fossem calculados e pensados no projeto como um todo”, completa. Vassoler afirma que participar do desenvolvimento aumenta consideravelmente o contato com a profissão. “Sempre que esse protótipo é melhorado, e os erros corrigidos, tem-se uma nova descoberta, uma sensação de como é fazer na prática”, argumenta.

USJT, deu suporte aos estudantes, principalmente nas fases de desenho. “O objetivo do programa Baja é fazer o estudante ganhar experiência trabalhando em grupo e pesquisando. Como a equipe é formada pelos alunos os professores orientam, mas eles que fazem “a coisa” realmente acontecer. Com nossa experiência, procuramos transmitir para eles a realidade vivida na indústria”, frisa. Carlos Burri enfatiza que o projeto auxilia o estudante a colocar em prática os conceitos teóricos e adquirir novas habilidades. “Estar com o carro pronto para a data da corrida, ter de testar, além das provas

da faculdade. O aluno que participa desse projeto é um aluno diferenciado dentro da universidade”, exemplifica. Segundo Burri, a equipe foi formada no primeiro semestre de 2014 e o grupo trabalhou até concluir a montagem do veículo em fevereiro de 2015. O professor diz que a iniciativa possibilita novas descobertas na indústria automobilística. “É um ponto de desenvolvimento, pois temos um grupo de alunos pesquisando e tentando fazer o melhor e superar as dificuldades, tanto as internas, quanto os concorrentes. Você realmente pode ter conceitos novos sendo desenvolvidos a partir daí”, enfatiza. Wesley Damiani

Novas oportunidades Carlos Burri, Mestre em Engenharia e professor na

Diagramação e Revisão da página: Beatriz Santos, Caroline de Castro, Michelle Camila, Sara Oliveira, Wesley Damiani

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especial

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diversidade sexual Eduardo Santos

Há mais cores entre sexualidade e gênero do que você imagina Os conceitos dizem respeito a orientação sexual e comportamento Natália Barbarino | natalia_barbarino@hotmail.com e Taynara Duarte | taynara.jorn@outlook.com Meninos gostam de azul, brincam de carrinhos e gostam de esportes radicais. Meninas gostam de rosa, brincam de boneca e são sensíveis. Será? O fato de uma criança nascer com um pênis, não significa que ela irá gostar de corrida e detestar filmes românticos. Da mesma forma, nascer com uma vagina não faz dela emotiva e vaidosa. Comportamentos femininos e masculinos são construções sociais e culturais, e não ocorrem das diferenças entre os sexos biológicos. “Não é necessário que digam objetivamente como é o masculino e o feminino. A pessoa apreende significados e sentidos do que é ser masculino ou feminino a partir da interação com outras pessoas”, afirma Marcelo Toniette, psicólogo. Para entender os conceitos de sexualidade e gênero, é necessário saber que, de acordo com a Cartilha da Diversidade Sexual e Cidadania LGBT, página 10 e 11: - Orientação sexual: É a atração afetiva e/ou sexual que uma pessoa manifesta em relação à outra, para quem se direciona, involuntariamente, ou seu desejo. - Identidade de gênero: É a percepção íntima que uma pessoa tem de si como sendo do gênero masculino, feminino ou de alguma combinação dos dois, independente do sexo biológico. “Sexualidade é uma combinação do corpo que temos (sexo biológico) com o das pessoas por quem sentimos desejo (orientação sexual) de como nos percebemos (identidade de gênero)”, afirma Deborah Malheiros, ex-assistente técnica da Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual, em suas apresentações. “O gênero, por sua vez, é como a pessoa se enxerga. Um homem de sexo biológico que se vê como mulher e sente atração por outros homens, tem a identidade de gênero feminino”, esclarece a psicóloga Raquel Lemes da Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual. Independente do sexo biológico há uma adoção de comportamentos femininos e masculinos, e essas combinações não interfere na orientação sexual, mas sim nos tornam únicos e diferentes. A sociedade deve refletir acerca do que de fato são gênero e sexualidade. Trata-se de fatores fundamentais para que todos compreendam que as diferenças fazem parte do que chamamos de humanidade.

Identidade de gênero além do óbvio

Laís Souza

Qual é a cara do preconceito?

Programas sociais colocam os direitos LGBT em pauta Visibilidade dada pelas mídias e pelos órgãos públicos fortalece o debate sobre o tema e leva à reflexão sobre direitos para todos Eduardo Santos | eduardo_x2@hotmail.com Campanhas e projetos sociais a favor da população LGBT, como o combate à discriminação, orientação sobre o vírus HIV e criminalização da homofobia, ganharam considerável espaço na sociedade e na política. Programas do SUS e movimentos educacionais lideram as iniciativas, tendo como destaque os Direitos Humanos para todos. A luta pelos direitos LGBT é constantemente abordada por ONGs e representantes políticos cuja principal vertente é o combate à homofobia. Um dos projetos de lei em andamento é a PLC122 que visa criminalizar a discriminação motivada unicamente por orientação sexual ou identidade de gênero da pessoa discriminada. Através de divulgações na internet, o site* do projeto conta com comunidades parceiras e realiza campanhas para denúncia da homofobia. A PL 5002/2013 – Lei de Identidade de Gênero também está em tramitação e estabelece mecanismos jurídicos para o reconhecimento da identidade de gênero, permitindo às pessoas a retificação de dados registrais, incluindo o sexo, o prenome e a imagem incluída na documentação pessoal. Como ressalva, a Secretaria de Educação iniciou uma campanha em 2014 para que alunos (as) transexuais possam ser chamados pelos seus “nomes sociais” (adotados de acordo com sua identidade de gênero) na lista de chamada de escolas estaduais de São Paulo – com exceções para documentos como declarações, diploma e histórico escolar. A iniciativa não faz parte de nenhuma lei federal e, segundo o MEC, ainda não há estimativa de quantos Estados brasileiros já a incluíram. A Secretaria de Saúde Pública também promove projetos sociais. Um deles é o curso “A conquista da cidadania LGBT”. Para Márcia Regina Giovanetti, uma das responsáveis pelo curso e atuante na área de prevenção contra DST’s, o curso visa orientar os profissionais da saúde sobre as políticas da diversidade sexual para promover atendimento mais humanizado para este grupo social. “A população LGBT não sofre apenas com infecções pelo vírus HIV, mas também com todos os outros problemas de saúde que afetam qualquer outro cidadão e, muitas vezes, por questões de preconceito ou despreparo de quem os atendem, os gays, lésbicas e travestis não conseguem o atendimento que necessitam”, afirma Márcia Regina. *http://www.plc122.com.br Eduardo Santos

A cada 28 horas acontece um assassinato por homofobia Laís Souza | lais.hernandes12@gmail.com A violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTs) tem sido tema das grandes mídias e de grandes discussões ao longo dos anos. Uma das causas a ser questionada é a homofobia (repulsão aos homossexuais) ser reconhecida como crime. Segundo o Grupo Gay da Bahia (GGB) Pernambuco e São Paulo são considerados os Estados com o maior número de assassinados de gays, transexuais e travestis. O destaque para São Paulo esta na morte de lésbicas. Mato Grosso e Roraima são os lugares mais perigosos para este segmento. O Nordeste é a região mais violenta, com 43% de homicídios. A cada 28 horas acontece um assassinato por homofobia. As maiores vítimas de homicídios são os gays com 59%, em segundo lugar os travestis com 35%, lésbicas com 4%, bissexuais com 1% e heterossexuais com 2%.

Com Marcela Gonzaga, homossexual, estudante de Educação Física da Universidade São Judas, o caso foi diferente. Ela estava andando de mãos dadas com sua amiga, que não é homossexual, na Rua Augusta, centro da capital e mesmo assim foi agredida. “Estava caminhando de mãos dadas com minha amiga, que considero irmã, ela é heterossexual, porém me empurraram e disseram ‘Solta, é sapatão!’”, desabafou Marcela. “Eles poderiam partir para uma agressão maior, minha irmã quis encarar, porém impedi que isso acontecesse. Se encarássemos iriamos apanhar, porque eram quatro homens”, afirma Marcela. Medidas e diversas aprovações vêm acontecendo em defesa da vida, como no caso da Comissão Interministerial de Enfrentamento à Violência contra Lésbicas, Gays, Bis-

sexuais, Travestis e Transexuais (CIEV-LGBT) aprovada no dia 28 de fevereiro de 2015 com o objetivo de enfrentar e reduzir as diversas formas de violência contra a população LGBT. O SUS (Sistema Único de Saúde) notifica casos de violência contra homossexuais desde 2005, porém com a decisão dos Ministros, Arthur Chioro e a Ministra da Secretaria dos Direitos Humanos, Ideli Salvatti, o SUS passa a informar dados da orientação sexual e identidade de gênero do paciente para um levantamento numérico contra a homofobia. Em nossa Constituição, no artigo 5º, temos a igualdade como ordem soberana, pois todos somos iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida.

Você Sabia? Amanda Esteves | amandaec_@hotmail.com

A Argentina foi o primeiro país da América Latina a permitir o casamento gay, em julho de 2010, concedendo também o direito à adoção CAMPANHA A Secretaria de Saúde Pública promove o curso “A conquista da cidadania LGBT”

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Diagramação e Revisão da página: Amanda Esteves, Eduardo Silva, Laís Souza, Laura Mariana e Natália Barbarino


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diversidade sexual

especial

Ser ou parecer Resignação sexual

andrógino

Em uma sociedade individualista os trangêneros lutam para serem reconhecidos Luiz Santos

Amanda Pascoal | amandapascoal94@gmail.com Platão, há milhares de anos, trouxe em seu livro O banquete a história mitológica dos andróginos. “Seres esféricos, fortes, vigorosos, tentam galgar o Olímpo, a montanha sagrada onde moram os deuses gregos. Querem o poder. Possuem dois sexos ao mesmo tempo, quatro mãos, quatro pernas...” Calma, eles não são assim, mas afinal quem são? A androginia é uma inquietude de gênero, na qual o individuo não se rotula como mulher e nem como homem, mas sim como um único ser. O andrógino Luiz Santos, 19 anos, afirma: “Não tenho preferência sexual definida, alguns momentos sou homem e em outros casos adoto o comportamento de mulher, tudo depende do ambiente em que estou”. Presente tanto em homens como em mulheres, esse gênero traz características únicas como, por exemplo, no sexo masculino ele é marcado pelo estilo, aparência física e voz. Já a mulher possui os mesmo trejeitos, porém com aspectos masculinos. O que não influencia propriamente na orientação sexual dessas pessoas. Esse grupo ganhou força e tornou-se conhecido no universo da moda, como é o caso do modelo americano Andrej Pejic, que aos 19 anos conquistou o mundo com suas características femininas acentuadas, mas que na realidade é homem. Há ainda o caso de Tereza Brant que, com seus atributos masculinos, ficou nacionalmente conhecida quando participou do programa “Pânico na Band”. O principal problema que os andróginos enfrentam atualmente é o preconceito oriundo de uma comunidade que ainda não aprendeu a conviver com as diferenças individuais de cada ser. “O preconceito acontece bastante, antes da minha aparência feminina eu sofria muito mais, hoje é mais tranquilo, pois me confundem com uma mulher”, declara Luiz. Muitos artistas contemporâneos são andróginos. O vocalista da banda Placebo Brian Molko, Bill Kaulitz do Tokio Hotel, dentre outros. Comuns ou não, eles têm uma beleza exótica, pois fogem dos padrões da sociedade, além de serem importantes para as capas de revista e passarelas já que estão cada vez mais presentes no mundo da moda.

Direitos iguais: leis asseguram a cidadania de homossexuais Conheça algumas leis que zelam pela cidadania e reconhecimento civil

Patricia Batista

“Não adianta ser operada e não se sentir mulher” Laura Mariana| lauramariana.jo@outlook.com Laura Mariana

Foram realizados 6.724 procedimentos ambulatoriais e 243 procedimentos cirúrgicos em quatro serviços habilitados no processo transexualizador no SUS, de 2008 até 2014, sendo homens resignados para o sexo feminino, de acordo com Ministério da Saúde. Para obter atendimento os pacientes devem atender requisitos como: maioridade, acompanhamento psicoterápico por pelo menos dois anos, laudo psicológico/psiquiátrico favorável e diagnóstico de transexualidade. “Muitas meninas se matam ou caem em depressão pós-cirurgia, porque elas acham que depois da intervenção serão mulheres e não é assim, uma transexual quer viver uma vida de mulher, porque ela sempre foi e se sente uma, independente de cirurgia é coisa de cabeça, de essência, de alma não adianta ser operada e não se sentir mulher”, afirma paciente que está em processo da cirurgia e não quis ser identificada. A intervenção cirúrgica para redesignação do estado sexual do transexual tem como objetivo adaptar a realidade do indivíduo transexual, harmonizando-o com o sexo psíquico ou psicossocial. “O tratamento psicológico é primordial antes, depois e durante a cirurgia, pois ajuda muito a entender coisas que às vezes os próprios transexuais não querem ver e também não aceitam, por causa dos paradigmas da sociedade”, explica Maria Inês Ayres Bernardes, Psicóloga. O primeiro paciente submetido à intervenção cirúrgica para mudança de sexo foi o ex-combatente norte-americano George Jorgensen. Em 1952, ele fora operado, em Copenhague, pelo cirurgião plástico Paul Fogh-Andersen, adotando o nome de Christine Jorgensen. A intervenção cirúrgica de mudança de sexo foi proibida no país até 1997, pessoas que desejassem passar pela mesma eram obrigadas a recorrer a clínicas clandestinas ou, mais frequentemente, a médicos no exterior. Atualmente, ainda não há no Brasil uma lei que determine e garanta a retificação de prenome e sexo no registro civil. Travestis e transexuais, quando assim desejam, solicitam a alteração no documento de identidade por meio de uma ação judicial, sendo um processo muitas vezes, demorado e a decisão pela retificação depende do entendimento de cada juiz (a). Na maioria dos casos, a mudança fica condicionada à existência de laudo médico e/ou realização de terapia hormonal/cirurgia.

Brasil sem homofobia

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Carolina Cestari | carolina.cestari@hotmail.com

O Governo Federal lançou, em 2014, o programa “Brasil sem Homofobia”, com o objetivo de combater a violência e o preconceito contra a população LGBT. O material que continha cadernos com conteúdo pedagógico abordava questões de gênero e sexualidade e seria distribuído em todas as escolas do país, mas foi alvo de críticas de setores conservadores, sendo apelidado de “kit gay” e acusado de “estimular a promiscuidade e o homossexualismo”. Foram investidos R$ 2 milhões no projeto que teve a veiculação suspensa pela presidência”.

Dois lados de uma descoberta Thaís Noleto | thais_noleto1993@hotmail.com

Patrícia Batista | batista.patricia@gmail.com A trajetória de luta pela conquista dos direitos dos cidadãos LGBT é antiga. O primeiro movimento homossexual no Brasil começou no final de 1970. Neste movimento, a população homossexual reivindicava, por meio de ações políticas, seus direitos civis e universais. Cerca de 40 anos depois, os homossexuais conquistaram junto ao poder jurídico, em julgamento realizado em 6 de março de 2011 pelo Supremo Tribunal Federal (STF) um total de 112 direitos civis, que antes eram exclusivos de casais heterossexuais. Não se tem dados de quantos casais homossexuais adotaram a união estável no Brasil, porém, em apenas um cartório da cidade de São Paulo, 26º tabelionato, foram registrados 202 uniões em 2003, segundo site da Revista Veja. O direito à união estável (Lei Federal nº 9.728/96) com a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 4277, caracteriza-se pela relação afetiva de caráter duradouro com o objetivo de constituir família, e que prevê que o cônjuge tenha direito à herança, inclusão em planos de saúde, habitação e o casamento civil. Em 2003, quase 4 mil casais homoafetivo casaram-se no Brasil, segundo estatísticas de Instituto de Geografia e Estatística (IBGE). A lei que regulamenta o casamento de pessoas do mesmo sexo é a de nº 11.419/2006, parágrafo 3º e 4º do artigo 4, onde cônjuges tem a certidão de casamento e podem adotar o nome um do outro. “A oficialização do casamento gay nos dá a oportunidade de ter benefícios e garantias legais que antes a lei não cobria. Mas muito além das garantias jurídica, podemos perceber que ser gay não é uma opção, mas nasce-se desta forma e com a oficialização nos põe dentro da sociedade como todo mundo”, afirma o estudante Renan Matavelli, de 23 anos. A adoção homoparental, também é um direito do homossexual. Em 2010 foi concedida a um casal de lésbicas do Rio Grande do Sul a adoção de suas crianças. “Para o processo de adoção é necessário que o casal apresente toda uma documentação específica. Eles farão entrevistas com psicólogos e assistentes sociais e, por fim, aprovação de um juiz”, declara a advogada Raquela Miranda.

Eu sempre me aceitei como sou. Tenho dentro de mim que não estou fazendo algo de errado, nem para mim e muito menos para ninguém. Sou bem resolvida e por isso sou mais feliz depois que me assumi oficialmente”, conta Isabel San, 22. Ela não se identifica com seu sexo.

Diagramação e Revisão da página: Amanda Pascoal, Carolina Cestari, Kátia Ramos, Patrícia Batista, Taynara Duarte e Thaís Noleto

“Ela sempre gostou de brincar com as bonecas da irmã. Percebemos que ela era ‘diferente’ e demos o espaço necessário para que tomasse a sua decisão. Nosso único medo foi, e é até hoje, o preconceito em que ela sofreria na sociedade, diz a mãe de Isabel San.

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vida digital

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Hora da pipoca!

Mariana Emygdio

Filmes e séries a jato Popcorn, aplicativo argentino, ameaça hegemonia da norte americana Netflix Mariana Emygdio | mariana.93.emygdio@gmail.com Qual o seu filme e seriado preferidos? Você prefere ação ou romance? Talvez um drama ou ficção? Já pensou na possibilidade de ter isso ao alcance das mãos, seja no tablet, celular ou computador, sem travar como acontece nos sites de exibição online. Parece brincadeira certo? Mas não é. E esse é o momento em que você pensa: “Aha! Eu tenho Netflix! Mas paga pelo serviço. Se você acha que não tem como ter tudo isso de graça e com boa qualidade, ainda não conhece o PopcornTime. Imaginemos isso como uma batalha: De um lado temos a Netflix com centenas de filmes e séries, algumas

originais, a possibilidade de uso em vários dispositivos e com um preço muito atrativo, R$19,90 por mês. Do outro lado temos o Popcorn Time, idealizado por argentinos, que além dos serviços iniciais oferecidos pelo primeiro “combatente” menos as séries originais, apresenta produções que não estrearam nos cinemas e TVs tupiniquins, é mais rápido, tem melhor interface e funciona através de Torrents. Pra quem não conhece, ou entende pouco, Torrent é um protocolo de rede para transmissão de dados. No momento em que um arquivo é baixado, ele é dividido em pedaços pequenos e

quando chega ao destino (o seu computador), é reagrupado. Esse sistema de divisão permite que vários usuários baixem o mesmo arquivo e retransmitam os pedaços entre si enquanto assistem, não sobrecarregando o servidor. Resumindo: Não trava. Se por um lado o Popcorn é ótimo, por outro ele beira a ilegalidade, já que com o compartilhamento por Torrent, o sistema acessa várias bases de dados pra buscar os filmes e séries e isso inclui sites como o PirateBay, por exemplo. “O aplicativo tem uma variedade grande de material, como filmes novos e antigos e séries já finalizadas, ótima op-

ção de entretenimento, mas não sei se é exatamente legal, já que a forma de funcionamento pode ser considerada pirataria”, comenta Fernando Vieira, usuário do programa Já o técnico de hardweare Herbert Ferreira alerta para os riscos. “É ótmo, não dá pra negar, mas em alguns países pessoas são multadas pelo uso porque o governo considera que há quebra das leis de direitos autorais, então é bom ficar atento caso ocorra uma proibição. Aqui no Brasil não há uma previsão de veto e é possível realizar a instalação do programa dos nossos ‘hermanos’ no próprio site do PopcornTime e no Baixaki.

Entrevista por videoconferência é a nova onda em recursos humanos Ana Vitóra Pinto

A tecnologia em sintonia com desenvolvimento proporciona vantagens para empregadores e candidatos a vagas Ana Vitória Pinto | vittoria.ana@hotmail.com “Parabéns, você foi aprovado no processo seletivo”, esta é a frase mais esperada após uma entrevista de emprego por todo estudante. Quando se escuta essas palavras toda a trajetória até o sim dado, torna-se um filme que rapidamente passa pela cabeça. Se preparar, se deslocar até a empresa gasta muita energia. Mas isso esta mudando. A tecnologia inovadora faz com que quilômetros de distância se tornem próximos com apenas um click. Atualmente, está cada vez mais comum a realização de entrevistas online por meio de videoconferências, que chegam a substituir as seleções presenciais. Os meios mais utilizados para este fim são o Skype, o Hangout e o Facebook. A triagem em vídeo pode servir como forma de deixar o candidato mais descontraído e relaxado pelo fato do mesmo estar geralmente em casa. “ São como as presenciais, são feitas as mesmas perguntas e análise de perfil, nada muda. Porém os entrevistados ficam mais tranquilos em vídeo, se expressam melhor. Acredito que isso ocorre, pois estão na frente do computador e não de recrutadores e usam isso como uma proteção para se manter calmos . Dá supercerto. Há beneficio para ambos, o candidato não precisa se dirigir até a empresa, gastar com deslocamento, o horário é flexível e eu posso entrevistar concorrentes do mundo inteiro sem sair da minha mesa”, diz Priscila Almeida, analista de Recursos humanos. O método proporciona que pessoas de várias localidadrs do país e até do exterior participem. Junior Stúber morava em são Paulo, foi avaliado por uma companhia de cruzeiros para trabalhar em Recife durante as férias. Diz que foi tranquilo, prático e comodo. Acredita que é um instrumento facilitador para o mercado de trabalho. Apesar desta tendência, nem sempre o processo agrada.. “ Eu não gostei, achei que foi muito ruim, se pessoalmente é difícil saber como se portar, imagine pela webcam. Achei que a conexão atrapalhou também, ainda prefiro a presencial . O único ponto positivo é o fato de estar à distância e não precisar se locomover até o local que muitas vezes é longe, mas se a pessoa realmente quer a vaga ela dá um jeito de se locomover” diz, Pedro Henrique Moraes, engenheiro eletricista, que já fez uma entrevista por videoconferência.

Inclusão digital para pessoas com deficiência Novas tecnologias são um diferencial na vida das pessoas com deficiências Aline Barreto | alinebarbosa_jo@hotmail.com Aline Barreto

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Pessoas com deficiências variadas muitas vezes não se sentem inclusas na sociedade e utilizam a tecnologia como uma maneira de sentir, ver, andar e ouvir tudo ao seu redor. O Stand Table é um dos aparelhos que ajudam o deficiente físico a se locomover na posição ereta, saindo da cadeira de rodas e permite maior locomoção na cadeira. O NVDA (Non Visual Desktop Acess), leitor de tela para pessoas com deficiência visual, promove acessibilidade virtual nas instituições acadêmicas. O Stand Table tem o mesmo formato da cedeira de rodas. Em pé, a pessoa consegue direcionar a cadeira para onde ela quer andar. Ele também tem uma pequena mesa para apoiar objetos e computadores adaptados ao produto. Na posição ereta, as pessoas com deficiência física melhoram a circulação e previnem o inchaço das pernas. O usuário do produto Rafael Vinicius Leal quer a divulgação de mais aplicativos e produtos de robótica para melhorar a acessibilidade em escolas e universidades. "É mais prático realizar uma atividade por es-

crita no Word, por exemplo, do que manuscrito em uma folha de papel almaço, isso também muitas vezes se encaixa mais em pesquisas no computador do que em livros. De um modo geral, a tecnologia facilita sem duvida aprendizados no nosso dia a dia e certamente em nossas adaptações para desempenharmos atividades no meio social, principalmente na hora de estudar para uma prova, por exemplo", explica ele. O leitor de tela NVDA é um programa que interage com o sistema operacional do computador, capturando qualquer informação apresentada em

formato textual e transformando-a em uma resposta falada através de um sintetizador de voz. O leitor de tela permite a utilização de comandos do sistema operacional. O programa para computador pode ser baixado gratuitamente e seu tutorial encontrado facilmente em sites de pesquisa do programa. Usuário do aplicativo, Rodolpho Baena conta como o programa facilita na hora de ler . "Ele me ajuda em tudo porque com ele eu faço praticamente tudo. O que eu não consigo fazer é porque realmente não é acessível por ter alguma imagem, que ele não lê. Ele só lê textos. Mas é

Como você lê?

essencial no meu aprendizado na universidade e em trabalhos acadêmicos" conta. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), 23,9% da população do país possui alguma deficiência e as pesquisas tecnológicas para desenvolver novos aplicativos e programas avançam de acordo com o aumento do número de pessoas com deficiência. Alguns institutos de tecnologia e pesquisa necessitam de patrocinadores para a sua continuação e para que consigam desenvolver cada vez mais produtos e ampliar a engenharia nesse campo de estudo.

Uma pesquisa do site acessibilidade.w3c.br revelou qual é leitor de tela para computador mais utilizado por deficientes visuais:

Diagramação e Revisão da página: Aline Barreto, Ana Claudia Dutra, Ana Paula Ferreira, Ana Vitória Pinto e Mariana Emygdio


artes

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Antiguidades arquitetônicas

Fotos:Bruno Camanho

A arquitetura representando a expressão de criação do ser humano Bruno Camanho | bruno.csj15@gmail.com Um dos responsáveis pela formação arquitetônica no país, Gregori Warchavchik, russo naturalizado brasileiro, se baseando em seus estudos na Itália, sempre buscou em suas obras, a funcionalidade e a estética. O artista construiu sua própria casa aqui no Brasil, a primeira moradia planejada com conceito da arquitetura moderna do país. No bairro Santa Cecília existe um domicílio clássico chamado “Edifício Albertina, Cícero Prado e Cecília”, mais conhecido como Edifício Cícero Prado, um exemplo dos projetos feitos pelo arquiteto que, no auge da carreira, projetou modelos de construções impecáveis. Ao chegar no local, é fácil descobrir o porquê de ser uma antiguidade rara e ainda ser

visitada frequentemente nos dias de hoje. O condomínio tem uma coluna no meio, de 20 metros de altura. Existem outras duas nas pontas, com 15 metros cada. Todos os apartamentos possuem sacadas, oferecendo maior comodidade aos moradores e visitantes que avistam uma bela paisagem. Nada melhor do que um porteiro que trabalhe há 18 anos no local para contar algumas histórias e experiências interessantes. “Trabalho aqui há bastante tempo. Sou um admirador deste prédio, principalmente por conta da arquitetura diferente e muito bem conservada. Moradores curtem a beleza deste lugar e até alguns famosos, de vez em quando, passam aqui”, disse José Eduardo Silva Cruz, de 47 anos.

ESCADA do Edifício Cícero Prado criada pelo artista russo Gregori Warchavchik Fotos: Marcos Vinicius Fernandes

Para Márcio Dias, especialista em arquitetura e urbanismo “Ter condomínios residenciais antigos faz lembrar a história da cidade de São Paulo e ressalta a importância de mostrar como eram desenhados com formas e pensamentos inovadores para a época”. De acordo com o porteiro Cruz “é uma honra e um privilégio trabalhar em um prédio histórico como o Edifício Cícero Prado, e conviver com moradores atuais que mudaram para o edifício praticamente quando este foi inaugurado”. Ele diz que os moradores acham a arquitetura fantástica e extraordinária em relação à época da construção. Acrescentam que pessoas renomadas e famosas, inclusive governadores do estado moraram no prédio. Para os moldes de hoje, ele tem uma forma diferente e curiosa, visto que nem todos os apartamentos do residencial possuem vagas de garagem, pois quando foi construído, poucas pessoas tinham condições de possuir um carro, tanto que os elevadores só vão até o piso térreo, não descem até a garagem cujo acesso é feito pela escada. O prédio é dividido em três blocos de dois apartamentos por andar, as unidades variam de 90 a 160 m² com dois dormitórios e conta ainda com dez elevadores. O seu formato em “U” garante que o sol da manhã apareça nas fachadas da frente. Dos terraços, é possível avistar o jardim suspenso que fica sobre a laje da agência bancária ali instalada.

EDIFÍCIO localizado no bairro Santa Cecília é uma das preciosidades arquitetônicas da cidade de São Paulo e chama a atenção de quem passa pela rua

Quer conhecer algumas preciosidades arquitetônicas? •Albertina, Cícero Prado e Cecília; Avenida Rio Branco, 1661 – Santa Cecília, centro •Louveira: Praça Vilaboim, 144 – Higienópolis, Centro •Louvre: Avenida São Luis, 192 – República, centro

Teatro do Oprimido: a transformação de problemas cotidianos e sociais em arte

Aproximação de público e meios de produção constroem a cidadania com manifestações artísticas

ATORES mostram que, apesar da opressão, existe uma saída

EXEMPLO de atuação na qual opressores exercem pressão diante do companheiro

Marcos Vinicius Fernandes |mviniciusmfernandes@gmail.com Atenção, atenção, pessoal, – O gênero busca por meio nas a vontade de viver e resque espetáculo já vai começar! de exercícios, jogos e técnicas pirar teatro. Ao mesmo tempo Não há muito tempo, as pesso- teatrais estimular o pensar nas em que existe a responsabilias não podiam se expressar do dificuldades do cotidiano. Os dade e o compromisso, há tamjeito que queriam. A possibili- textos são construídos de forbém uma enorme liberdade, dade de encenar, quiçá criar, era ma que opressores e oprimidos na qual encontro paz de espícoisa para poucos. Mas o Teatro vivam situações que remetam rito. Quem nunca sofreu algum do Oprimido veio para mudar. as histórias de vida dos estipo de opressão? Eram momentos turbu- pectadores e envolvidos. Essa técnica busca levar tolentos em nosso país, entre as dos a refletirem sobre essa perUma das ferramentas é décadas de 1960 e 70, Augusto aproximar o público dos atogunta. Pretende incluir o indiBoal foi mandado para o exílio res, pois isso acaba surtindo víduo socialmente, oferecendo ao se opor à ditadura militar. a possibilidade de se expressar, como um efeito pedagógico. O dramaturgo passou por – Não existe bom ou mau mostrar como se sente e dar a vários países onde desenvolveu em um espetáculo simplestécnicas teatrais que tiveram re- mente, mas uma teia complexa PESSOAS humildes encenadas conhecimento de público, críti- de relações, tanto internamenpelo elenco do Metáxis ca e de pesquisadores da área. te quanto no ambiente social De volta ao Brasil, em 1986, Boal dos indivíduos. fundou o Centro de Teatro do Mais um convidado cheOprimido (CTO), sendo que nos gando aqui para falar sobre anos seguintes expandiu sua o mundo das artes, Caio Feratuação para todo o país. nando Vallim. Ele participa do Que entre em cena Dodi Metáxis, grupo teatral. Fale um Leal para contar mais! Ele pouco de sua experiência. é ator, produtor e pesqui– Me senti acolhido. Sem sador teatral. amarras, sem bloqueios, ape-

oportunidade de criar suas obras. – A arte, desde sempre, tem esse papel de gerar reflexão, auxiliando assim no entendimento de certas questões com as quais nem sempre estamos prontos para lidar. Esta fala do Caio sintetiza o grande legado do TO para a dramaturgia brasileira. Bem, opressões continuaram. No entanto, se depender desses rapazes e muitos outros, essa ideia veio para ficar. Até mais pessoal!

Produções alternativas e independentes trazem temáticas diferentes das hollywoodianas Novas produções no cinema conquistam cada vez mais espaço e públicos alternativos por causa das películas exibidas nas telonas do mundo inteiro Pâmela Ayumi | pam.ayumi@yahoo.com.br Para Avatar¸ que esperou dez anos para existir, “às vezes a vida se resume em apenas um ato de insanidade”. Já para a francesa Amélie Poulain, “a vida nunca é perfeita. Cada um tem um jeito de acalmar os nervos”. Acima, duas produções distintas. A primeira é uma superprodução de 2009 do diretor James Cameron. Já a segunda representa uma vertente do cinema que não vê a indústria como prioridade. Do diretor Jean-Pierre Jeunet, foi lançado em 2002. Caracterizada por ser algo fora do cenário mercadológico, a produção alternativa apresenta problemáticas sociais diversas. Na Europa, por exemplo, o cinema costuma trabalhar o estilo artístico, com questões psicológicas mais complexas. Nesta linha, o dinamarquês Lars Von Trier criou a Ninfomaníaca. Nele, Joe (Charlotte Gainsbourg), é uma jovem viciada em sexo que mudou por

causadesta obsessão. A trama, dividida em volumes I e II, levou cerca de 240 mil brasileiros às salas cinematográficas. Para o pesquisador do Geifec (Grupo de Estudos sobre Itinerários de Formação em Educação e Cultura) Cesar Zamberlan, o consumo é centrado na indústria estadunidense e abre poucas portas para o novo. “A sociedade ainda é muito colonizada, esquece da qualidade que existe no que não é realizado por um grande estúdio”, diz. Em São Paulo, espaços como o Reserva Cultural e o Cineclube dão prioridade para películas fora do circuito hollywoodiano, e promovem reflexões artísticas. Relatório da Motion Pictures Association of America mostra que cerca de 70% da arrecadação de filmes norte-americanos vêm da Ásia e América Latina.

Zamberlan conta que uma obra não deixa de ser assistida por não ser uma megaprodução. “O que valida uma história, infelizmente, é o marketing, a propaganda que traz e o lugar onde é exibida”, afirma. O diretor de programação do Espaço Itaú de Cinema, Adhemar Oliveira, diz que a consolidação de uma tendência nova é difícil por causa do produto dominante: o americano. “O mercado formal, a sala de exibição, ainda é um espaço restrito”. Mas, há fatores que contribuem para aumento da “categoria alternativa”. “Os custos de feitura diminuíram, há riscos menores com a tecnologia atual do que com a analógica. As ferramentas de hoje facilitam este tipo de trabalho. Eu tenho uma visão otimista”, confirma o diretor.

Pâmela Ayumi

FACHADA e os guichês do Reserva Cultural, localizado na região da Bela Vista. Ele é um dos principais na capital a exibir alternativas às superproduções

Diagramação e Revisão da página: Pâmela Ayumi, Marcos Vinícius, Bruno Camanho, Lorraine Brito, Luana Souza

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esporte & lazer Projeto aposta na aventura como forma de educação  ano 22 |no3 | maio/2015

Acervo Azimute

Desde 2012, o Projeto Azimute usa esportes radicais no ensino de jovens da zona sul de São Paulo David Pereira | david.pj22@hotmail.com

Esqueça a sala de aula cheia de cadeiras, o quadro negro e os livros didáticos. Agora pense em montanhas, trilhas, rios e muita aventura. Você pode não acreditar, mas estamos, sim, falando sobre educação. “Pedagogia da Aventura” é a tática usada pelo Projeto Azimute, uma iniciativa idealizada pela ONG Outward Bound Brasil (OBB).

voado de Gomeral, 9 para Paraibuna, uma para Marins e outra para Baú. Durante a expedição, geralmente em grupos de 15 pessoas acompanhadas por dois ou três instrutores, os participantes devem criar uma relação de cooperação uns com os outros, já que o trabalho em equipe é fundamental ao longo da jornada. Acervo Azimute

AVENTURA Jovens participantes desenvolvem o companheirismo já que o trabalho em equipe é fundamental

Utilizar práticas como rafting, escalada, camping, rapel e expedições a céu aberto como elementos de educação é a meta da ação que ocorre desde 2012 e tem como foco jovens em situação de vulnerabilidade social da zona sul de São Paulo. Os participantes são indicados por escolas públicas, ONG’s e CEU’s dos bairros de Campo Limpo e Capão Redondo. Durante esses anos de existência, cerca de 400 participantes fizeram parte do Azimute, entre eles, 19 portadores de necessidades especiais. Ao todo, foram investidos R$ 857 mil reais. O programa é dividido em duas fases que completam 110 horas. Na primeira, os jovens aprendem técnicas de vivência ao ar livre, como por exemplo, montar barracas de acampamento e escalar rochas. Nesta etapa, as atividades ocorrem em escolas públicas, represas da região e academias de escalada. Já na segunda fase, os participantes vão para uma expedição que dura de 5 a 9 dias. Até este ano, foram 33 viagens realizadas, sendo 22 para o po-

EXPEDIÇÕES Podem durar até 9 dias

Segundo Andreas Martin, coordenador executivo da OBB, o objetivo do Azimute é apoiar os jovens na superação de desafios em suas vidas. “A ideia é que eles possam reconhecer o potencial que têm para mudar a realidade social em que vivem”, diz. Em 2013, a estudante Stefanny Fernandes foi uma das expedicionárias. Segundo ela, a experiência foi transformadora em sua vida. “Eu era muito egoísta antes do projeto, mas lá aprendi a enxergar as necessidades das outras pessoas”, comenta. Nos anos anteriores, o Instituto Asas, responsável pelas ações sociais da Red Bull Brasil, foi o grande parceiro da iniciativa. Em 2015, porém o projeto não formou novas turmas já que a OBB ainda busca parcerias para financiar as ações. “Infelizmente não encontramos um novo parceiro até agora, mas o programa continua formatado e poder ser reavivado a qualquer momento”, afirma Andreas.

Bicicletada reúne ciclistas para conscientizar a população Alimentação de qualidade garante a busca de melhores condições e respeito dos motoristas, a Bicicletada levanta o slogan saúde e o bom desempenho dos atletas Em “Nós somos o trânsito” para mostrar a importância da bicicleta nas ruas de grandes cidades A diferença na ingestão alimentar de nadadores e ginastas amadores

Paulo Dimas

Nicolas Tomé | tome.nicolas@gmail.com Os atletas devem comer pouco e treinar muito? O que é necessário para um bom desenvolvimento nos treinos e nas competições? Uma dieta não balanceada causa problemas aos esportistas? A alimentação é uma das partes mais importantes para quem pratica atividades físicas, em especial para atletas de todas as modalidades esportivas, como natação e ginastica. Na natação, a dieta do atleta tem que possuir uma quantidade maior de carboidratos, cerca de 60%, alimentos esses que têm como resultado no organismo humano a produção de energia. Já os outros 40 são compostos pelos outros nutrientes como proteínas e lipídios. Uma pessoa ingere cerca de 2.000 calorias por dia. Já um nadador em dia de competição pode consumir 12.000 calorias. Na ginástica, o consumo calórico chega a 800 calorias abaixo do gasto diário de energia, que pode variar de acordo com o porte físico de cada atleta. “Durante os treinos o técnico sempre nos diz que é importante ter uma boa alimentação para que o desempenho do atleta seja cada vez melhor”, diz Daniel Nogueira, nadador amador. Tanto na ginástica olímpica quando na rítmica, a maior parte dos praticantes são mulheres e para que seja alcançado a melhor forma física, muitas vezes a ingestão de alimentos é deixada de lado, já que a busca pela perfeição dos movimentos sempre é o alvo. Para suprir essa perda ne nutrientes os ginastas fazem uso de suplementos alimentares, auxiliando na reposição energética. Reprodução

BIKE Em um movimento sem líderes, a Bicicletada reúne milhares de ciclistas para lutar por espaços nas ruas Nathália Henrique| nathaliarrh93@gmail.com

SAÚDE A quantidade e o tipo de alimento são fundamentais para que os atletas tenham melhores rendimentos durante a prática de atividades esportivas Segundo a nutricionista Luciana Souza, 39 anos, o uso de suplementos alimentares pode ajudar o esportista a repor nutrientes fundamentais para o organismo, mas não esquecendo de que uma dieta regrada constitui melhor a absorção de tudo aquilo que o corpo necessita. Já para o preparador físico Valter Veríssimo, uma dieta correta e balanceada junto com o treino realizado na intensidade correta aumenta o desempenho do atleta durante a competição. “A importância de uma alimentação correta trará benefícios aos competidores, porém quando a ingestão é de forma inadequada existe o prejuízo para o organismo do atleta o deixando impossibilitado de realizar a prática esportiva, causando lesões musculares”, completa Valter.

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Você já ouviu alguém reclamar da criação das novas ciclofaixas? Enquanto uns não concordam com a utilização do espaço, outros comemoram a conquista. A Bicicletada é um encontro de ciclistas para divulgar a bicicleta como meio de transporte, celebrar a ocupação nas ruas e praticar o exercício. Segundo o site oficial do movimento, a atividade começou nos anos 90, em São Francisco, nos EUA, como uma forma de consciência organizada sem líderes. Hoje, o projeto, que já alcança 24 estados do território brasileiro, reúne milhares de pessoas no decorrer do ano. Um dos moderadores da página Bicicletada SP no Facebook, Márcio Tamashiro, revela que os objetivos dos participantes são reivindicar o espaço nas ruas, divulgar, promover e criar condições favoráveis para o uso da bicicleta como meio de transporte. “Queremos conscientizar o usuário do meio de transporte motorizado da importância da bicicleta para aliviar os congestionamentos”, diz. Para Adriano Bacalá, um dos participantes ativos da Bicicletada, os ciclistas organizados já conseguiram mostrar que a bicicleta pode deixar de ser vista como um instrumento de lazer e passar a ser uma alternativa real

Diagramação e Revisão da página: David Pereira, Nicolas Tomés e Ingrid Tanii

para resolver o caos dos automóveis no trânsito das cidades. “É claro que essa cultura de se utilizar o carro para 100% dos deslocamentos na cidade, essa visão “carrocêntrica” não acabou. É só observarmos os grandes congestionamentos diários”, afirma. Segundo Tamashiro, os adeptos da bicicleta ainda precisam conquistar o respeito de grande parte dos motoristas. “Alguns não respeitam o ciclista, acham que ele tem que ir pela calçada”, conta. O clima durante os encontros da Bicicletada é de humor, alegria e coletivismo. O participante pode levar cartazes e comparecer fantasiado para chamar a atenção no movimento. “O grupo geralmente se resume a pedalar pelas vias da cidade e transmitir mensagens, como: “mais amor, menos motor!”, “mais adrenalina, menos gasolina!”, declara Adriano. Em São Paulo, os participantes se reúnem na Praça do Ciclista, localizada na Avenida Paulista, toda última sexta-feira do mês a partir das 18 horas. O movimento, no entanto, não possui um trajeto fixo, a cada encontro o grupo faz um caminho diferente passando por diversos pontos da cidade.


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