MIRANTE
...mirando o que acontece..
O SEMINÁRIO SERÁFICO
— Árdua escalada para o sacerdócio
pag. 8
A CHÁcnA NAZARÉ — Ainda conservaa poesia do mlstério
pag. 14
EDINA DE DOMENICO PINHEIRO
— Fala de sua arte
pag. 22 ÁFRICA PITORESCA
pag. 29
MIRANTE
REVISTn MENSnL PIRACICABA - AGOSTO
MIRANTE
9.mirai1do o que
REVISTA MENSAL EDITADA POR PIRACiCABA PUBLICIDADE de Wagner, Romani & Kraide
DireforeU Comercial — Arlindo _70dé'Romani
Joaquim
-Artiófico — 'Renato ()Oagner 'Relaçõeefpública' — Fued Helou Kraide "Reclafor-cbepíe — Joaquim dc
do Marco
Deparfamenfo
Que vontade de entrar duro no assunto! Bater de
rijo, sem cerimónia nem rodeios, xingar mesmo, em portucyuêsrebarbativo, para desabafar tôda a raiva que dá
a ialta de cortesia que se nota por ai.
Vontade só, resultante de impulso errado que deve ser contido. Realmente, que espécie de cronista da cor—
tesia seria eu se, assim, bruscamente,o dedo em riste e carrancafechada.despejasseminhabílis na cara espantada do leitor? Não passaria de um roto a falar do remendado. Caminhocerto mesmo é outro. É começar sendo cortês, manso no falar, delicado nos gestos, maneiroso nas criticas e argumentos. Elogiar, primeiro, a atitude bonita de quem pratica a cortesia, de quem não perde a linha toa, não grita, não esbraveja, enfim, não «faz sujeiras. Chamar, primeiro, a atenção para aquêles que
sempre se comportamcortêsmentena rua, no cinema, na igreja, no bonde, no ônibus, no trem, no trabalho e até no circo.
Obter-se-iaassim, embora com cortesiaestudada, a simpatia do leitor pelo problema e não haveria então dano em levá-lo a observar o que se quer: o estado Iastimável a que chegamosem matéria de delicadezasocial. Poucas são as pessoas, hoje, que se preocupam em praticaras pequenasatenções que embelezama vida e a tornamconfortável.Sem falar nas mesurasdos cumprimentos,quem se lembra de ceder o lugar a pessoa mais velha, a um mestre, a uma senhora. a uma autoridade, ou a um sacerdote? Quem procura evitar empurrões e gritarias nos lugares de apêrto? Qtlem res
peita sempre e de boa vontade os sinais de trânsito as
leis da propriedade os direitos do sosségo público ? Ha, porém, na falta de cortesia, um ponto de esé no magote. Indivíduos isolatrangulamento terrível damente delicados tornavl sê ferozes quando em grupos. São assim os magotes de estudantes, de soldados, de
operários e, às vêzes, até de artistas. Os bandos são fe-
rozes, malcriados, gritalhões, ofensivos. perdem todo o senso de respeito e consideração. Ai! de quem se vê envolvido por um dêles na rua, no bonde, ou no cinema !
Terá que fazer ouvidos de mercador e das tripas coracão se não quiser acabar no hospital ou na cadeia. Então eu fico pensando nessa coisa talvez impossível e que, de certo modo, encerra o assunto : a cortesia
deveriacomeçarpelos magotes...
de apte —
Helio S. Furlan
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A sessão especial comemorativa. presidida pelo Contador Lazaro Pinto Sampaio e na qual
produziu notável conferência o Professor Leandro Guerrini
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ECOS DOS FESTEJOS COMEMORATIVOS DO "DII
em on CIDADE"
Fotos: Wilson de Godoy,
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cero, Idalio Filetti, Geraldo de Toledo e D. M. C.
O Gal. Porphyrio da Paz, Vice-Governador do
Estado, em " companhia do Com. Luciano Guidotti, visita a Quinta Exposição de Orquideas, um dos pontos altos das comemorações
NO grande churrasco oferecido pela Refinadora Paulista S. A. em Monte Alegre, vendo-se, em alegre colóquio, o Gal. Porphyrio da Paz, os Com. Mario
Dedini e Lino Morgante e suas exmas. senhoras.
MIRANTE
Aspecto da inauguração do Pósto de Puericultura «D. Gianina Morganti• uma dádiva régia da família Morgan-
ti ao populoso bairro da Paulicéia
PIRACICABA 190 em
MIRANTE
C •mpetindo com IZ concorrentes, Sebastião Dandon, do Café Haiti, foi o vencedor da corrida de garções, reali-
zada como parte dos festejos de aniversário da cidade. Sebastião demonstrou grande classe, equilibrando numa bandeja uma garrafa, um copo com refresco e um ovo.
A Exposição Agro-lndustrial, montada no Ginásio Municipal de Esportes, constituiu Várias Indúsum ponto alto nas comemoraçõesdo 1900.Aniversário de Piracicaba. de através Stands montados produtos seus expondo trias se fizeram representar, muito bem esteve representada. igualmente, agricultura, A gôsto. muito bom com
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trias em geral
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Seminário Seráfico S. Fidélis Ardua escalada para o sacerdócio Reportagem
pelo prof. Francisco B. Libardi
A fachadado Seminério
Séráfico S.
Fidél is - imppnente
e austera como deve ser a alma dos sarcedotes que for—
Fotos: Cantarelli
Esta foto mostra bem a capacidade admirável
do Pe. Frei Car 10s de Biri
captar o interesse guí, o diretor, em e a simpatia dos discípu 10s
15 discipli— Os estudos são puxados: de estudos e 4 aula de nas, 6 horas
por dia
é A educação dosfuturos sacerdotes Aquia integral -cérebroe sentimento. música.
A par do acuro artístico e intelectual físicodo futuro está o aprimoramento
capuchinho
DE QUE FOI O O ESTUDO - as ARTES -O ESPORTE-O CONVERSA COM O Pe. DIRETOR "CORPUS CHRISTI" Lá, bem no alto da colina, rasgada pelo as-
falto da Avenida Independência, assenta-se, em linhas sóbrias e gigantes, êsse edifício que abriga uma
centena e meia de garotos e jovens com os olhos voltados para a sublimidade do sacerdócio. Ê árdua a escalada ! É pedregoso êsse caminho do Alverne ! Todos sabem ! E a finalidade dêsse colégio, dessa escola, dêsse educandário? Formar sacerdotes capuchinhos !
O ambiente é o que de melhor existe para a meditação e para o estudo: amplas salas bem ilu-
minadas, e aquêle silêncio, aquêle profundo silêncio que a tradição disciplinar impôs nas horas dedica-
das ao estudo e à formação intelectual! O dia bem dividido entre oração, ginástica, aulas, estudo, recreio e refeições. E que alegria irradiada daquelas faces rosadas, daqueles semblantes puros! Alegria contagiante de
Matemática, Física, Química, História Natural, História Geral e do Brasil, Geografia Geral e do Brasil, Desenho, Caligrafia, Música e Educação Física. As Artes
Conforme os pendores de cada um, são êles
guiados no cultivo das belas artes. A mais cultivada
é a músicac o canto. Assim é que o Seminário possui a «Schola Cantorum», um apreciadíssimo conjunto coral, tão já nosso conhecido. Uma orquestra juvenil, com variadíssimos instrumentos. A orientação técnica e artística dessa orquestra está a cargo
do distinto casal Mahle que graciosamente tomou sôbre seus ombros êsse encargo.
O desenho e a pintura são também cultivados por muitos dêles.
O Seminário possui um palco-auditório, onde
os seminaristas se exercitam grandemente na arte
dramática, na oratória, visando o desembaraço de todos êles para melhor desenvolvimento de suas
aptidões e preparo melhor para as funções sacerdotais. O Esporte
Ante a Inajestade do altar em solenidade majestosa
A par do acuro artístico e intelectual está
também o aprimoramento físico, Assim é que to—
dos os alunos se exercitam nas práticas esportivas do futebol, cestobol, volibol etc. Todos os dias, pela
manhã, têm uma aula de Educação Física.
Além disso, nas horas de recreio, distraem—se com jogos de pingue-pongue, bilhar, dama, xadrez.
almase espíritossatisfeitos. Quem visse aquela garotada
distri buida em
várias turmas, no recreio, nas salas de aulas, nas salas de estudo, em tôdas as dependências do estabelecimento, naquela ordem,
naquela
disciplina,
naquela alegria, naquela benquerença de irmãos, poderia julgar que uma varinha de condão, tangida por uma boa fada ou então que o Deus Onipotente, que cobre as campinas de flôres tenras e alimenta os passarinhos, fizesse cair do céu o maná e as cordonizes de que nos fala a Bíblia, sem que, nem de leve, a mão do homem tomasse parte nesse mister ! É bem outra a realidade ! Os que conhecem a obra meritória dos padres capuchinhos, nos altares,
assistenciale educacional,podemavaliar o sacrifício ingente dêsses paladinos do bem que imolam permanentementea sua vida em benefíciode outras vidas, orando a Deus, trabalhandopelas almas, alevantando o espírito abatido daqueles que divagam
por essas estradas incertas dêste vasto mundo. E é nesse mesmo ideal de altruismo, de caridade cristã,
de cultura, de ascese, que êles formam OBseus seminaristas! E que trabalho! Trabalho de homens ininterrupto, assistido, não há dúvida, pela providência de Deus ! O Estudo
Os seminaristas são obrigados a cento e oitenta dias de aulas no ano, descontados os domingos,
feriadose outros dias santificados. Um mes de férias em junho e dois mesesno fim do ano (dezembro e janeiro).
As aulas começam em fevereiro;
seis horas de aula por dia e quatro horas de estudo.
O que foi o dia de «Corpus Christi»
Tivemos ocasião de assistir às solenidades de «Corpus Christi» no Seminário. A tradicional procissão, percorreu os pátios do Colégio.
O chãô nas suas laterais era todo um tapête de flÔres e de fôlhas. As cores, muito bem conjuA âncora significa que o seminário fundeou para sempre em Piracicaba e sua legenda grega é urna prirnorosa dádiva do Senhor: Não fôstes vós que esco lhestes, mas
eu vos escolhi.
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gadas representavam dísticos da Eucaristia que se sucediam em quadriláteros de vértices opostos. Con-
tamos cento e oito.
Desenhos maiores, ao centro, representavam um enorme cálice encimado por uma hóstia alvíssima. Um mapa do Brasil, mostrando todos os estados, e rosas vermelhas indicavam as capitais. Mais adiante, uma enorme âncora com legendas gregas: «Não fostes vós que me escolhestes, mas eu
vos escolhi». Mais atrás o Cordeiro Pascal sôbre
uma cruz. No galpão, a bandeira brasileira entrela-
çada com a pontifícia. Não houve pessoaque tivesse visto sem exclamarde admiraçãoante obras tão
singelas, tão artísticas que refletem muito bem a educação cívico-religiosa que aí se ministra. Sou— bemos, depois, que, todos os anos, na festa de «Corpus Christi', se repetem êsses trabalhos. Uma
conversa com
o Pe. Diretor
Depois de tudo vermos e obeservarmos, qui-
semos, em conversa com o Revmo. Pe. Frei Carlos de Birigui,
Diretor do Seminário, saber como
é mantido o estabelecimento que êle dirige. Essa conversa, transcrevemos aos leitores de Mirante. — Quantos seminaristas tem o. Seminário,
atualmente ? Cento e trinta, vindos de todos os quadrantes do Estado. Êsses alunos pagam mensalidades ou anuidades ? — O Seminário pede uma contribuição de Cr$ 150,00 por mês, isto é Cr$ 1.800,00 por ano.
— Essa taxa é obrigatória?
— Não. Dos 140 seminaristas matriculados neste ano, 35 pagam integralmente a mensalidade; 65 pagam parcialmente, isto é, contribuem com o que podem; os restantes... não podem pagar. — O Seminário recebe algum auxílio, algum donativo ?
Praticando a disciplina das procissões
para, na vida, organizarem procissões disciplinadas
— Sim. Graças a Deus, os Pes. Capuchinhos devem imensa gratidão ao bom povo de Piracicaba
que todos os anos tem auxiliado generosamentecom
cereais e outros gêneros. Devemos, também, tornar patente a caridade desinteressada de um grupo de senhoras da sociedade de Piracicaba que, uma vez
por semana, se reunem para coser e consertar a
roupa dcs seminaristas. E do govêrno Estadual ou Federal, recebe o Seminário alguma subvenção ? — Infelizmente, não. Devemos, porém, ressaltar, a generosidade do Sr. Luis Dias Gonzaga, que quando deputado, contemplou-nos com Cr$ . 200.000,00 de sua verba pessoal. Qual a percentagem obtida pelos Capuchinhos na formação dos seminaristas ?
A partir de 1928,ano em que o Seminário
começou a funcionar em Piracicaba, matricularam-se 766 alunos dos quais apenas 71 chegaram ao sacerdócio. Conclui-se que não se atingiu a IO por cento. — Quer dizer, Frei Carlos, que se tornarmos o govêrno como responsável pela educação do povo, os senhores trabalham 90 por cento para o govêrno? — Essa é uma conclusãoa que se pode chegar. — Qual a despesa mensal do Seminário ? Varia de cr$ 60.000,00 a cr$ 70.000,00
mensais. Essa despesa não inclui as esmolas de gé-
neros alimentícios e outros com que nos ajuda, de maneira especial, o bom povo da lavoura.
Podem, os distintos e prezados leitores de "Mirante", com essa pequena reportagem, conhecer um pouquinho melhor a obra grandiosa dêsses abnegados filhos do Poverello de Assis. Êles necessitam do nosso apoio moral e material. files necessitam da nossa benquerença. Nota:- Na pag. 10,no alto da 2.0 coluna, o leitor deve acrescentar, antes da palavra Matematica: Drograma abrange as seguintes matérias: Religião, Português, Latim, Grego, Francês, Inglês,
A procissão de «Corpus Christi» é um grande acontecimento religioso, cívico e artístico que se repete todos os anos.
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DILEMn Depois de viagem estafante, quando Otávio de-
sembarcou na antiga estaçãozinha,ao se lhe depararem as velhas ruas conhecidas, sentiu agridoce sensação, misto de alegria e saudade. Há muito tempo não via aquilo tudo. Desceu lentamente para o largo. Um mo-
leque ofereceu se para carregar-lhe a mala. Reviu-se recordaçõesda meninicebailaram.lhe na memória,enquanto, olhando tudo ao redor, caminhava para um hotel. Há anos deixara a cidadezinha e radicarase em São Paulo, onde arrumava a vida. Viera para ver Magda, iria pedir, à sua genitora, consentimento para casaremse. ConheceraMagdana Capital,ondo ela fôra passar as férias escolares. Vira-a em plena rua de movimento, achou-lhe algo de diferente, abordou-a e natuoraram-se. E alegraratn.se com bela surpresa: os dois eram filhos da mesma cidade! Trocaram cartas apaixonadas, criando aos poucos o elo indestrutível que cinge os verdadeirosamantes. no menino, num transporte rápido ao passado, e as
Agora, depois de mêses sem Vê„la, chegava ali para
pedir-lhea mãoe marcarema data do casamento.Não avisara Magda sóbre sua vinda. Apenas lhe escrevera :
em agôsto ou setembro irei. E naquele dia mormacento de setembro, Otávio voltava à sua terra, revendo tudo, saudoso. Lá estava
a fábricade tecidos, onde o pai trabalhara e deixara os seus bons anos de vida. A velha fábrica, onde, no pasto fronteiro, êle e os colegas, tódas as tardes, jo-
gavam futebol. O terreno baldio não existia mais em seu lugar erguiam-se alguns bangalós modernos. O pastinho de seus folguedos... Quantas lembranças! Lá
onde acontecera também o «grande caso- da sua inrancia, aquela enorme felicidade para seus treze anos. A mulher da carta... Quase ficara rico com o negócio da carta perdida... À noite, depois de aprontar-se, Otávio foi à cusa de Ma da. Não a procurou de dia, sabia que lecionava
numa azenda e seu ônibus chegaria às quatro da tarde.
Não quis aparecer lá sem que ela estivesse presente, pois necessitava ainda ser apresentado à família, constituida, aliás, apenas de sua mãe, dona Augusta, a mu-
lher que fóra rica e agora ensinava costura. Magda o recebeu, efusiva. A mãe saira, esperasse um pouco, ia charnáüi. Duas moças que costuravam ali fizeram-lhe a
sala, enquanto ela foi buscar a velha, que estava na casa duma vizinha.
Dona Augusta,tÔdapintada e cheia de enfeites,
entrando na casa e encarando Otávio, sentiu um soco no peito e descoloriram-se-lhe as faces. Meio gaguejante, fêz o possível para simular calma. Apesar do nervosismo, conseguiu isso, enquanto em eeu consciente, retor-
nava aquele longinquoincidente. -É êle! É êsse o menino da carta.. , Meu Deus! Fazei que não se lembre de mim
Otávio regressou no dia seguinte. O casamento ficou marcado para julho. Enquanto o trem corria, Otá-
vio não se esquecia do modo inseguro e temeroso da múe de Magda, durante tôda a palestra. Que palidez era aquela, quando ela o viu pela primeira vez? E aquêles modos trémulos e ambíguog, aquela ansia de tornar-se agradável quando ralava com Cle?
Conto de Waldemar Iglésias Fernandes Depois tudo se aclarou numa coisa, que, por sua vez, levou Otávio à intranquilidade. . embrou-se nítidamente. A carta perdida. . Aquela era a mulher da Recordava-se tão bem... Em menino, numa carta.. tarde de domingo, jogava futebol no pastinho perto da
fábrica. Lá atiravam todo o lixo das casas da cidade,e êle gostava de escarafunchar nos montes, pois ali achara muita coisa boa. Botões, vidros de perfume vazios, figurinhas...
Coisas de criança. Achara, naquele dia,
a carta novinhacom dois selos azuis Já estava na escoia, leu-a inteirinha. Era uma missiva apaixonadadi-
zendo que não se esquecesse de aparecer sábado no lugar de sempre para o ansiado encontro, pois sabia
que o maridoviajara. E mais coisas de caráter sigiloso. Não a mostrou a ninguém. Depois, aquela mulher. Estava sozinho, parado em frente à fábrica, quando chegou a moça bonita, bem vestida, e dirtgiu-se•lhe em
tom maternal: — Menininho... Meu filho. para mim?
Quer fazer um favor
Otávio assustou-se, nunca uma daquelas mulheres ricas da cidade, chegara-lhe perto. Ela levou-o a um canto, e êle ouviu-a, a voz quase ofegante Olhe, é o seguinte. Eu perdi uma carta, uma carta muito importante, sabe ? Costumo queimá-las, pois não gosto delas, compreende? Penso que ela foi parar no lixo, n50 sei, mas eu preciso muito dela, ouviu ? Eu
queria que você a procurassenos montes de lixo lá no pastinho, onde costumam jogá-los. Eu pago. Faca o favor. C menino Otávioenriou a mão no bôlso e mog-
trou.a triunfante:
— Eu já achei ela. Tá aqui. A mulher tornou-se mais pálida ainda, e, ansiosa, abriu a bôlsa num estalo que Otávio achou interessante,
e deu-lheuma cédula: — Olhe, por favor, menino, me dê a carta. Fique com êsse dinheiro.. Avidamente pegou o envelope
amarrotado e estalou de novo a bólsa. E, já mais calma, quase sorrindo: Comoé seu nome? Jú está na escola? Sabe ler ? — Sei. Até li bem a carta. — Olhe,não conte a ninguém, ouviu? Tomeoutra
nota. Fique quietinho, nem a sua mãe, estú certo ? Otávio prometeu. E ela, rúpida, olhando para 08 lados, foi-se embora. E aquela moça tornara-se quase sua protetora. Uma manhã, ele fôra à confeitaria pão; ela entrou e sorriu-lhe amável. Mandou comprar caixeira fazer um embrulhode doces, e entregou-lho entre palavrinhas e atagos na cabeça. Éle comera os doces junto com a molecada em festa. Mas guardou firmemente o segrêdo. Agora compreendia tudo. Aquela mulher fôra má esposa e a carta
uma
coisa comprometedoraque podia destruir-lheo lar Lernbrou-sedepois do I.ica, um rapazelho débil mental que colhiapapéis na rua para vender. Lica ti-
nha-o visto falar com a mulher, e chegou a Cle: — Aquela madgma é meio gira. Chegou prá mim ontem dizendose eu tinha achado uma carta. E disse que não falasse prá ninguém. E tique quieto mesmo, senão você apanha de mim e do bloco! O idiota, armazém de pancadas da molecada, apa
vorou-se, e calou-se para sempre, sob constantes ameaças. E na sua casa. A mãe: O que aquela gri•fina queria com você ontem ? Dona Lúcia me contou..
ACÜCAR
JOIA
— Nada. Queria saber um enderêço. Mas tanto tempo conversando ? — Eu precisei explicar bem.
A mãede sua noivaera a mulher da carta. E reconhecera-o e se tornara medrosa. ULx.aesposa infiel. Magda. A angélicaMagda,filha de uma mulher assim...
DUPLAMENTEFILTRADO
O casamento estava marcado para julho, mas... seria bom casar com ela ? Vieram-lhe à mente aquêles provérbios corriqueiros: «Filho de Deixeé peixinho»... «Tal pai, tal filho»... «Tal mãe, tai filhas...
Logo se envergonhou de si por aquêle julgamento avêsso ao seu temperamento.Isso era de gente ignorante e maldosa. Homem vivido, penalizwa-se com as desventuras alheias. Que culpa tinha Magda de a mãe ser assim ? O Amor forte e cego o enlevava: «Que culpa tem Magda Mas a Razão sombria e austera punha-o em tormento : «Cuidado ! O mun— E Otávio, durante tôda do é assim... Tal mãe, tal filha.. viagem. debateuse em terrível dilema: casaria ? não casaria ? As rodas do trem sôhre os trilhos, com seu ritmo compassado,pareciam dizer-lhe: «Tal mãe, tal filha... Tal máe, tal filha.. E o apito da locomotivarematava assustando-o:
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A CHÁCARA NAZARE Conserva a poesia do mistério... Texto: J. Morais Fotos: Paulo Ribeiro do Si Iva Sobrinho
de falar em piraGostamos os piracicabanos gente que encontramos cicabanismo. A cada passo, a fala caraaponta-nos nos tacha de bairrista. E ao rio, -o culto o «sarto», cterística, o apêgo ao coisas de um ror enfim, Cita-se, amor à pescaria. regionalismo. nosso para mostrar do Tudo em vão, porém. Se há uma cidadeessa universalizados, interior de espírito e tendências cidade é Piracicaba. Por muitos motivos. Primeiro Italiapela intensidade e variedade • da imigração. e cidade a enchersrn sírios alemães, espanhóis, nos, que lhe cultura, pela o município de gente. Depois deu o cognome universal de Atenas paulista. Foi a
rior, que passou pela direção de grande cientista estrangeiroe teve e tem nas catedras professôres vindos de outras partes do mundo. Foi das primeiras a ter um colégio fundado por americanos. Mas há provas mais sensíveis de sua universalidade em certos aspectos típicamente europeus de
organizações quase lendárias. Que se conservam pela tradição, resistindo à furia das inovações. Que cul-
tivam até o sentido semi-misterioso,de ar distante, de castelos medievais. De um dêles já fez «Mirante» curiosa reportagem, pela pena de Sebastião No-
3.
gueira de Lima: trata-se do Palacete Boyes, do antigo, admirado, mas quase desconhecidoParque Aretuzina Outro é o Engenho Central que, há anos, nos liga diretamente ao centro universal do mundo — a França. Outros ainda são a Chácara Morato, dos pavões lendários, dos cavalos de raça, dos prados caprichosos, do solar histórico, e, fiaalmente, para não citar mais, a Chácara Nazaré. Desde pequeninos, os piracicabanos, em sua maioria, ouvem falar da Chácara Nazaré com ar de mistério. Crescem depois, passam ao longo de seu longo muro da rua do Rosário, olham o arvoredo alto e sombrio, advinham, lá dentro, residências novelescas, habitantes que conhecem o mundo. Mas
poucos, realmente, são os que penetram no seu ioterior, o que nos parece um bem por conservar a poesia do mistério, tal como existe nos mais civilizados e antigos países da terra .
Bem consideradas, pois, as provas, Piracicaba é regionalista apenas «para inglês ver». Na realidade, ela se apresenta com tantos visos de universalismo que poucas cidades se lhe podem comparar a êsse respeito. O que é mais um galardão para a «Noiva da Colina», galardão que registramos
com ufania,
nesta reportagem de sua tradicional e histórica Chá-
cara Nazaré
um autêntico toque de universali-
dade na paisagem piracicabana.
4
O imponente terraço, com suas sugestivas colunas, de onde se descortina um panorama inesquecível
Dr. João Pacheco e Chaves - o proprietário da Chácara Nazaré - um piracicabano que honra as tradições da terra e da gente da Noiva da Colina
Esta é uma das mais lindas paisagens piracicabanas, apanhada do terraço da Chácara Nazaré
Fachada da residência, que já existia em 1884,quando adquirida pelo I)r. João Conceiçá0, tendo-a rerormado
16
Um convidativo trecho do jardim que o Dr. João Conceição mandou construir
Vamos então contar aos leitores, que conhe-
cem a Chácara Nazaré por sua fama, aquilo que,
com tanta gentileza, nos contou o seu fidalgo proprietário — fidalgo pela educação, pelo trato e pelo acolhimento — mas popular pela bondade e accessibilidade, o Deputado Federal Dr. João Pacheco
e Chaves.
Histórico sucinto
A Chácara Nazaré foi adquirida pelo avô do Dr. Pacheco e Chaves, Dr. João Batista da Rocha Conceição, prestante cidadão a quem Piracicaba do fim do século passado e início do atual ficou a dever serviços inestimáveis. Adquiriu-a êle, em Dezembro de 1884, com a denominação de Santa Genebra, do Barão de Valença que, por sua vez, a houvera, em 1883, neza de Limeira, mãe do colossal Luiz Vicente de Souza Queiroz. A fazenda de Santa Genebra
era parte de sesmaria pertencente à filmílíaSouza Queiroz, tendo sido posteriormente desmembrada e acrescida com vendas ou novas aquisiç6es. A residência principal, em sua forma pri-
mitiva, já existia quando foi comprada pelo avô Dr. João Conceição, que, entretanto, a reformou dando.lhe o agpeto que guarda até hoje. Foi êle quem mandou fazer o jardim, plantou o pomar e o bosque, traçou as avenidas e tra nsformou a
antiga fazenda de gado e engenho de cana numa fazenda onde predominava a cultura do café. O nome de chicara :oi-lhe dado em homenagem à esposa do Dr. João Conceição,a avó do deputado. D. Maria Nazareth da Costa Conceição.
De pai a filho — Evolui a cultura Os pais do deputado Pacheco e Chaves fo-
ram D. Jane Conceição e o Dr. Jorge Pacheco
e Chaves — éste exerceu, com profíciêneia o cargo de Prefeito Municipal de Piracicaba — casal distinto e benquisto,que morou longosanos
na chácara, em período verdadeiramente áureo da aprazível propriedade. O Dr. Jorge reformou,
amplio" e embelezou a parte residencial, bem como
adatou a agricultura às modernas técnicas agrícolas. Assim, cultivou-se, na Chácara Nazaré, o algodão, o tungue, a laranja, o arroz e, novamente, cana de açúcar e ainda 86 instalou nela uma grande granja de leite, que Se tornou famosa pela pureza e preço módico do produto distribuido aos consumidores.
A chdcara nos dias atuais Pertencente ao gentil entrevistado, Dr. João Pacheco e Chaves, a Chácara Nazaré tem hoje a área total de 156 alqueires, remanescente das partilhas, vendas de terreno e aquisições havidas durante 74 anos (1883-1957). Soa principal cultnra no momento é a cana de açÚcar. Está sendo plantado um cafesal, irrigado artificialmente, alinhado em nivel e com mudas selecionadas (60.000pés). A policultura, porém, não é descuidada em suas ótimas terras. Cultivam-se nelas o arroz, o tomate, a melancia e outros géneros, principalmente para o consumo da própria fa zenda O cultivo da chácara obedece a planejamento agrícola técnico feito pela Divisão de Con servaçao do Solo da Secretaria da Agricultura, sob a orientação do engenheiro-agrônomo Lineu Côrte Brilho e cooperação dos técnicos e funcionários da Casa da Lavoura de Piracicaba. Orienta a cultura do café, em bases científicas, engenheiro-agrônomoWalther Leporini, do Insti-0 tuto Agronómico. Administra a chácara tempos o Sr. Aristides Balbino, profissional há experimentado e diligente. Visitantes, h6spedes e impressões
Seria, por certo, indiscreção, mas o repórter, bisbilhoteiro, por dever de ofício, gostaria de penetrar um pouconas relaçõeshumanas
famosa «fazenda»que todos conhecempor chácara. da Quantos hóspedes e visitantes dignosde nota
não teriam pelo seu largo portão! Quantos impressões passado terram re istrado nas dependêneiaspreciosas não se
residênciasenhorial? b interlocutor,porém,é de da uma modéstiatao
17
natural que toca às raias de um pudor que desarma o mais insistente indagador. Diz éle quo os hóspedes,
visitantes.fatos sociais e históricos,ocorridosna chácara, podem ser resumidos nas circunstancias que cercam a vidade uma familia. Amigos, parentes e polí-
ticos vários, durante muitos anos, estiveram na chácara. «F, espero que continuem. ..» «De relêvo especial não há nenhum fato ligadoà história da CháearaNazaré, que mereça destaque». Muito bem, Dr. João Pacheco e Chaves, nós respeitamos sua modéstia,mas temos a certeza de que algum dia ainda se saberá
que nessa
famosachácarajá ioratn discutidas e assentadas muitas medidasde altíssimovalor politicoe administrativo Piracicaba,para São Pauloe para o Brasil. E não só nos tempos idos de seu grande avô e de seu magnífico pai, como no presente em que V. S., r.om brilho e justiça, e ainda tão moço, já ocupou titntos cargos de relêvo. Respeitamos sua modéstia, respeitamos e justificamos seu delicado silêncio de politico militante, mas ficamos aguardando, para o futuro, apontamentos que,
sem dúvida. serão preciosos para a história de nossa terra, Algumas indagações
O proprietário da Chúcara Nazaré tem tido, há vários anos, atuaçño destacada no cenário político e administrativo do país. Tem, por isso, experiência bastante e capacidadeadquirida no trato direto dos problemas enfrentados e poderia dar-nos algumas respostas interessantes a indagações que preparamos. Por exemplo, o que acha do progresso de Piracicaba? E, sempre com a mesma gentileza, êle responde :
Piracicabatem tido um desenvolvimentoequilibrado e constante. Por isso mesmo, seguro. Hoje, Piracicaba não é maís apenas cabeça de um município
agrícola, mas uma cidade industrial e comercial que não perdeu o seu caráter marcadamente agrícola. Desenvolveu-se sua população estudantil, aumentou o número dos que têm sua principal atividade nas lides intelectuaise cresceu enormemente sua populaçãotrabalhadora. Piracicaba continua, como sempre o foi, um municípiorico e independente. — Que pode dizer-nos do exercício ativo da — Eu sempre o encarei como um dever de bra„ sileiro. Não digo com isso que todos os brasileiros devem procurar ser deputados ou senadores, mas que
política ?
todos precisam interessar-se pela vida da coletividade.
O alheiamento às coisas da vida publica tem trazido para São Paulo e, em particular, para Piracicaba, aiguns malefícios. Para corrigir estes malefícios não é suficiente«metero pau»,comodiz o vulgo,e relembrar o passado: é indispensável entrar no intrincado jogo da política e agir com denodo e responsabilidade. Quanto ao destino político de cada um, está éle mais nas mãos de Deus do que nas nossas pretensões. O êxito, em Política, como na. Vida, não se mede pelas glórias,
mas pelos resultados a longo alcance. Honestidadede
propósitos, firmeza nas atividades, compreensão pelos problemas objetivos da eoletividade, unidos, sobretudo,
ao bom senso e à decisão, são os caracteres principais de um político. Aos homens compete julgar se os que procuram seus votos têm estas qualidades e a resposta
virá, certamente, dada pelo critério de cada um... Falar de politicanao é facil e melhorserá mudar para o café. — Perfeitamente, Dr. Pacheco e Chaves, era essa mesma nossa última indagação. Que acha do futuro do café ?
O futuro do café é o própriofuturo do Brasil. da exportação do café e durante muitotempo, ainda durará muitos anos a política económica do café como decisiva para o nosso p..ís produzir café barato e de boa qualidadeé o nosso programa.Consumir e industrializar o restante deverd ser o nosso propósito.São Paulo tem e terá papel predominante no panorama caféeiro. Dias piores poderão vir mas, cominteligênciae decisão, será a situacüo Dependente, em 70
contornada. — Vemos, com imenso prazer, o otimismo ponderado e moço do deputado que representa Piracicaba na Câmara Fedcral, ganhando fôrças e inspiração para
suas ativida.des,no seio acolhedor da CháearaNazaré. Queremos agradecer-lhe, mui penhorados, as deferências que teve pna com a nossa novata revista «Mirante». Felicidades, caríssimo deputado Pacheco e Chaves, extensivas a todos os atuais membros da familia que continua a tradição da Chácara Nazaré, que os piracicabanos citam com orgulho. como um de seus pontos de referência. Nossos respeitos, pois a D.. — Ruth seng Pacheco e Chaves, Maria Christina,
MiguelFranciscoe Mercedes... — Obrigado,Doutor, a todos os nossos melhores votos de felicidades.
A residência da Chácara Nazaré, com seu longo terraço, de imponentes
colunas de sentido universal
18
O TRIBUNAL
DO
JURI E SUA
ORGANIZAÇÃO
Trecho da palestra proferida pelo gr.Lodovico Trevisan, no
Rotary Club de
Piracicaba
mento, e por intermédio do Juiz, pedir ao orador que indique a fôlha dos autos onde se encontra a peça por êle lida ou citada» , Êsse dispositivo foi colocado na lei para evitar,
Distinguido com o convite que me fêz o Rotaru, não pude furtar-me cí honra de vos
dirigir a palavra por alguns momentos,nes-
ta animada reunião.
Bem sei quc é grande o número de pessoas que, nesta nobre e culta cidade, poderia, com mais brilho e proficiência, falar sôbre o assunto. No entretanto, aceitei a incumbência, com G máxima satisfação. Procurarei ser breve, fazendo o possivel para tecer os comentários em torno do tema de ma— «O Júri e a sua organização» neira sucinta e com clareza. Devem os senhores jurados acompanhar os
deba tes.
Estando afeta a êles a decisão da causa, devem seguir, com o mnior cuidado, o inteiro desenrolar
da sessão de julgamento, isto é, o interrogatório do réu, o relatório do Juiz Presidente, o depoirnento das testemunhas, e os debat*s entre a Promotoria e a defesa, e isto para evitar que um minuto de desatenção concorra para que êles formem uma opiniao defeituosa por motivo de lhes haver escapado algum elemento merecedor de consideração. O rágrafo único desse mesmo art. determina que «os jurados poderão também, a qualquer mo-
como acontecia antigamente, ao tempo dos oradores inflamedos, que o representante do Ministério Pú blico ou o defensor, comentando ou lendo qualquer peça dos autos, imprimisse no espírito do jurado uma baso falsa que influisse no seu convencimento. Para comparação ou conferência de qualquer citação que o jurado tenha ouvido durante os debates a lei lhe faculta a consulta e manuseio do prbcesso. Mas, para evitar tumulto na ordem dos trabalhos do Conselho, pois éles poderão ser interrompidos a cada instante para qualquer consulta, o art. 482 faculta ao jurado, por ocasião da votação e antes da sua resposta ao quesito proposto pelo Presidente, a consulta aos autos, que lhe serão levados; essa interrupção, entretanto, é momentânea e não afetará o curso normal da sessão. Tal providência é um direito incontestável, pois o juiz de fato tem necessidadede conhecer todos os elementos do processo para poder formar
a sua convicção. Essas interrupções, tociavia, podem ser evitadas, uma vez que os jurados podem fazer consaltas aos autos *quando o Presidente interromper a sessão, por tempo razoável, para repousO ou refeição dos membros do Conselho. Assim, pois, em qualquer dos intervalos da sessão, ficarão os autos à disposição dos julgadores, na sala secreta, para onde o Juiz Presidente os levará, E ali ficará presente para evitar que, conversando sôbre o caso, alguns influam na opinião dos outros. Diz o art. 478: «Concluidos os debates, o Juiz Presidente indagará dos jurados ge egtão ha-
19
bilitados a julgar ou se precisam de mais esclarecimentos». E aerescenr,a o parágrafo único: «Se qualquer dos jurados necessitar de novos esclarecimentos sôbre a questão de fato, o Juiz os dará ou mandará que o escrivão os dê, á vista dos autos». Compete ao Juiz Presidente consultar a cada um dos jurados componentes do Congelho de Sentença se está devidamente habilitado para responder aos quesitos, uma vez que o cidadão, para
pouer manifestar a sua decisão, precisa ter completo conhecimento da causa e que tenha todos os esclarecimentos necessários á formação de um juizo perfeito. Manda o art. 479 que o Presidente, em seguida, leia os quesitos e explicando a significaçño legal de cada um, indagando se as partes têm requerimento ou reclamação a fazer, o que tudo constará da ata respectiva. Após o trabalho desenvolvido na sessão do julgamento, para instrução dos juizes de fato em sua presença, passa o processo a ser submetido ao Tribunal do Júri. A sentença do Juiz Presidente é calcada no veredicto do Conselho de Sentença. Após a leitura dos quesitos, o Juiz Presidente anunciará que vai procederao julgamento mediante
a votação secreta dos quesitos propostos ao Conselho e passará à sala especial acompanhado dog jurados componentes dc Conselho, dos defensores, acusadcnes, do escrivão e de dois oficiais de justiça necessários ao bom andrtmento da sessão, sendo úni-
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Passará, então. o Conselho, a portas fechadas, sob a Presidênciado Juiz, a votar os quesitos que lhe foram propostos.
Nessa votação não poderão intervir nem os acusadores nem os defensores, que se conservarão em seus lugares apenas como assistentes do ato. Deverão manter-se em silêncio, acompanhando o desenrolarde um julgamento que tanto lhes interessa.
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resposta os quesitos propostos, um a um, obedecendo a Ordem de numeração no questionário. Antes de depositar na sacola o seu voto, po
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Fotos: Cantarelli
Pianista que adora Bach, Beethoven, Mozart. Chopin e Brahms e, sem embargo, não exclui
de suas preferênciaso sambae o chôro.
O que ela pensa da música Brasileira. A arte de composição fora de suas cogitaçôes artísticas Seus planos para o futuro: " Estudar piano, depois estudar mais, em seguida mais ainda, até se converter numa concertista"
A quiromante
disse e ela sonha com seu nome
inscrito errt alto relêvo na história da música.
Na sala deco tos, Ediná
est
seu elementc no Há musica
. tenho impressão de encontrar-
me sàzinha O públiconão me
perturba...
2.3
Domenico Pinheiro FALA DE SUA ARTE
— O temperamentoda entrevistada:supers-
ticiosa, vibrátil e impulsiva. Uma jovem tímida. — Sinto um choque assim que me apresento diante do piano. Mas logo me domino e, enquanto estou tocando, tenho a impressão de encontrar-me sàzinha. O público não me perturba
"MIRANTE" escolheu, para sua entrevistada do mês, uma jovenzinha de futuro promissor, a talentosa musicista Ediná De Domenico Pinheiro, natural de Taquaritinga, mas aqui radicada, se não• nos falha a memória, desde que abriu os olhos para o mundo, tanto que sempre timbrou em considerar-se como piracicabana de ado-
cão. Começou a tocar piano aos sete anos de idade. Sua madrinha, D. Chiquita Arruda, e, posteriormente,D. Irene Sirozino, foram suas iniciadoras nos mistérios do teclado. Atualmente recebe lições de piano, em São Paulo, do famoso Fritz Jank. Detentora de uma bolsa de estudos da Pró Arte de Piracicaba, fêz, recentemente, um curso de férias em Terezópolis, sob a orientacão dos professores H. J. Koel]reutter e George Kuhlmann. «Quais as suas preferências em música?» T—eis a pergunta que nos ocorreu, para início da entrevista.
Menina de notável agilidade mental, Ediná •responde-nos com fluência, presteza e segurança. E precisa e objetiva : «Minhas preferências, no que toca música erudita, tendem a Bach, Beethoven, Mozart, Chopin e Brahms». Não imaginávamosque uma artista da envergadura de Ediná pudesse preocuparse com música popular. Porém ela nos desfez, de pronto, a primeira impressão, acrescentando : «Não excluo de minhas predileções os sambas, os chôros, um Zequinha de Abreu ou um Noel Rosa, com quem se pode en-
contrar e sentir plenamente a melodianostálgica e sentimental, o ritmo trepidante; por vêzes bárbaro, mas também lânguido da nossa música. Tenho para mim que a escola romântica se encasa lindamente com
minho índole, dando-me vazão aos sonhos, quero crer que por ser mais descritiva e de formas mais libertas dos cânones clássicos. Demais, gosto da música popular brasileira,principalmente agora que tomei conheci meuto mais direto dos novos valores, no campo da composição, como, por exemplo, Cláudio Santoro, que foi aluno do profes-
sor Koellreutter e, hoje exerce o cargo de diretor artístico da Rádio Ministério da Educação, Camargo Guarnieri, para quem tive, há pouco, a satisfação de tocar, Villa
Lobos. Mignone, etc. «Edinú, diga-nos com a sua habitual franqueza, a música brasileira, na atualidade, estará nos casos de sofrer qualquer cote-
jo com a música extranjeira?
«Pcis não ! A música brasileira tem
sobressaido no plano internacional. Haja visto a projeção, para além de nossas fronteiras, dos nomes hoje consagrados de Camargo Guarnieri, de Villa Lobos e de Mignone que foram aplaudidos em várias platéiasda Europa e da Américado Norte. E note, menciono apenas as figuras mais exponenciais da música nacional». Interessou-nos saber da pianista se ti-
Estudar, estudar, até se 'tornar concertista
nha em mente dedicar-se à composição. E sua resposta, como sempre, foi sucinta e clara :
«A composição demanda muita experiência, que ainda não posso ter. Ademais,
Edind é tímida. Não gosta de atrair
dependemuito de uma aptidão inata, que não sinto. Não, não entra em meus planos
atenção, quer vol tando de urn curso de férias em Terezópolis, quer indo para urn concerto
Como artista nata, Ediná interessa-se por todos os aspectos da arte. Adora o
compôr. Desejo ser apenas uma intérprete».
ballet, em que demonstrou talento invulgar, interpretando um número coreográfico assás
difícil, em espetáculo de gala organizado pela nossa Pró Arte, na Sociedade ItaloBrasileira. O bailado não tem segredos pa-
ra ela.
«Quais são os seus projetos para o fu-
Ediná sorri, como que nos extranhando a pergunta. «Meus projetos para o futuro? Estudar piano, depois estudar mais, em seguida mais ainda, até me converter numa concertista. Esta é a aspiração máxima de minha vida».
Por se tratar de uma artista de escol. algo do temperamentode Ediná. E descobriu, sem muito esfôrço, que a pianista é
forçoso seria ao repórter procurar conhecer
Iodos estão preferindo os
supersticiosa, característica, diga-se de passagem, de todos os artistas. De nossa parte, sabemos, não porque a entrevistada nô-lo dissesse, mas por informantes autorizados, que um grafólogo, certa vez, lhe notou o temperamento vibrátil e impulsivo, enquanto certa quiromante deu logo com sua vocação artística num traço vertical sôbre o monte de ApoIo, predizendo-lhe, na ocasião, que ela terá o nome inscrito em alto relêvo na história da música. Eis aí o seu futuro.
Rhuns, Gin e licor de
Captain's
E, enfim, para concluir a rápida en-
trevista, disparamos-lhe esta pergunta :
«Qual é a sua reação quando toca em
público
«Sinto um choque assim que me apre-
OLD-DRY MONOPOLE
sento diante do piano. Mas logo me domino e, enquanto estou tocando, tenho a
BEACk
curiosa impressão de encontrar-me sozinha.
O público não me perturba senão antes de iniciar minha execução». Todavia, Ediná é uma tímida. Não gosta de atrair atenção para sua pessoa. Numa reunião social faz o que em si pode a fim de passar despercebida.Eis uma prova, a maior, de que Ediná De Domenico
BLACK
RUM
CAZANOVE BORftl.
Pinheiro é, sem contestação, uma artista
na mais alta expressão do termo.
da Gosta de música erudita e também popular... e lê, com prazer, os jornais
ao seu talento da terra cora críticas
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26
As quatro operações
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Luiz Homero de Almeida
SOMA a bondade com o fraterno amor, Que terás um total, sublime e augusto, l.)e lenitivo para a alheia dor... E assim fazendo tu serás um Justo !
5
5
DIMINUI os teus vícios, dia a dia, Até os extinguir... Então te juro Por São José, Jesus e por Maria,
Que assim fazendo tu serás um Puro !
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6
6 —arn 8ãaã aamalÑã nan una
MULTIPLICA, em favor da humanidade, O teu desvêlo e o teu trabalho, com O coração repleto de humildade... E assim fazendo tu serás um Bom !
nana
DIVIDE o carinho e, com nobreza, Entre os famintos semelhantes teus, Todo o pão que existir em tua mesa... E assim fazendo tu serás um Deus !
Palavras Cruzadas CHAVES HORIZONTAIS
VERTICAIS
I - Aqui.
Moer. Multidão. Membro empenado da ave.
Limite.
Moída. Lista — pedra. Os últimos numa cor-
rida.
Verso. Isolado. Silencioso — fazer-se
4 5
- Unica. - Fiança.
7
- Maior.
ao mar — filtra. Quarto estômago dos 10 - Em partes iguais aturdir — ileso. 11 - Brisa. 12 - Voar. 13 - Bajular. 14 - pandega — dano. 15 - Sujeito sem valor.
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16 - Terra própria para cultura.
17 - Gemido.
Canal— repete— fôsso — reza.
Criada — carinho —
animais ruminantes —
ato do poder Divino.
Orla.
pedir — pequeno poe-
ma da idade média.
10 - Agregada — adora — ramificação. 11 - Raspa. 12 - BOIO de arroz com
azeite de eôco.
13 - Uni gracejar chefe etíope. 14 - Cabelos brancos. 15 - Por toga em.. 16 - Argola.
Solucjes de palayras cruzadas do n. 5 de Mirante HORIZONTAIS: I, pá; 2, boia; 3, farola; 4, vir -via; 5, arolas;
6, arar; 7, ai; 8, ita - arrais pio; 9, ararama mirrado; 10, alô - azular - opa; II, si; 12,fada; 13, barata; 14, vil - 01a; 15,
sacelo; 16. rara: 17, VERTICAIS: I, barra; 2, fia; 3, só. ama; 4, aro; 5, ftalo; 6, ira; 7, raz; 8, pôr -
- usar cãs; aio - laia-lida - ero; IO, alvar - ima -orar atola; II, falar; 9,12, bis; 13,ais• sir • alô; 14, pro; 15, fiapo; 16, oda.
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SEMPRE AS ÚLTIMAS NOVIDADES Dona que sois dêsses olhos Não os deixeis cismar, Porque podem noutros olhos Muitos sonhos despertar.
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Belezanegra- Esta o que se poderia chamar uma «miss Africa», uma autênticabeleza negra
Texto do Dr. Warwick Estevan Kerr
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O negro da trñ»o Mauia está evidentemente sa-
tisfeito corn o ritimo que sai de seu tambor
Estes moços gostariamde morar no Brasil porque aqui O preto é gente
Minha viagem à África (3-8-56a 16-12-56)teve como finalidade principal o estudo das abelhas sociais
africanase, em segundolugar,a coleta de sementesúteis ao Brasil, porémnão me impediude observar os Interessantes costumes de dezenas de tribosafricanas,os problemas nascidos do convivio de raças diferentes, os diferentes tipos de vegetação, a grande variedade de animais de caca, etc. Neste pequeno artigo deixaremos que as fotogra fias falem por si, deixando para outra vez um estudo de alguns dos problemas mencionados acima. 1.0) Existem muitos instrumentos musicais entre as
tribos africanas porémo tambor tem a primazia em tónas elas. As tribos do Kenia, do Tanganica, do RuandaUrandi, do Congo e de. Angola são as que possuem as melhores músicas, algumas mesmo muito agradáveis de serem ouvidas. especialmente por un, brasileiro
que gosta do samba, Na iotografia acima vemos um negro da tribo Mauia, do Kenia. evidentemente satisfeito com o ritmo sincopadoque sai do seu tambor, 2.0) Uma das tribos mais orgulhosas do Tanga-
nica é a dos Masai. Quandoum inglês vê um negro da
tribo N'yamuezi diz: «ali está um N'yamuezi». Porém quando vê um homem da tribo Masai diz com respeito ;
«alivai um guerreiro Masai». Até hoje têm o costume
de viajar levando suas armas, espada e lança. Suas mulheres, como a da foto acima, usam argolas enormes nas orelhas, pescoço, braços e pernas, sendo a sua quantidade indicativa de nobreza ou posses. Cumprimentamse de uma maneira muito estranha: pondo a lingua para fora. 3 0) A árvore mais característica de tôda uma grande faixa ao sul do Sahaara, especialmente próximo ao litoral, é o imbondeiro («boabab' para os inglêses), cientificamente conhecidapor Adansonia digitata. Seus frutos são utilizados por diversas tribos para a fabricacão de uma farinha muito rica em vitaminas, especialmente vitamina C (140mgr. por 100gr. de fruto). Os elefantes e girafas comem seus brotos e os negros utilizam-se do imbondeiro para colocação de colmeias, para depósito de água e obtenção de amarrios; no imbondeiro
31
— Mas.. . E num hotel? Suponha que vá à um hotel, bem vestido. Dão-me lugar ou põe-meeu no Olho
da rua.
— A maioria dos hotéis lhe darão lugar. no caso de algum hotel metido a granfino, mas Porém mente nojento, lhe recusar hospedagem, a lei moralestará 100% ao seu lado e a opinião pública também De fato,
o Brasil tem a .lel anti-dlscriminatóriamais forte de todo
o mundo. Mas não precisaria da lei: o povo é bom! O rapaz prosseguiu com as perguntas: e nas escolas? nas igrejas? nos lugares públicos nas praças ? nos botequins? nos bares? nos cafés? nos cinemas? nos maximbombos (ônibus)? nos trens ? As respostas foram sempre na mesma direção,
descrevendo a pátria maravilhosa. Nesse ponto o umbundo visívelmenteemocionadofalou baixo: Doutor: eu sempre sonhei que deveria haver uma terra como essa !
A conversa foi em português e o x-con que es-
O "imbondeiro", árvore característica da região sul do Saara, cujos frutos são utilizados na fa-
bricacão de uma farinha, rica em vitaminas
do primeiro plano vê-se a falta de urna faixa da casca _retirada por um nativo quando esta árvore tínha cêrca de meio a um metro de diâmetro, muito antes da descoberta do Brasil. Hoje ela tem quase IO metros de diâmetro. Dizem alguns botânicos que são estas as árvores mais velhas do mundo, e 11ü0as sequoias da Califórnia como dizem outros.
4.0)Sem todos os casamentosseguemo nosso "siscasamento numa tribo IVñmbe. A noiva é a de cabeça tema. Nesta fotografia véúse uma parte do ritual de um
baixa (finge-se de muito triste por ter de deixar a mãe, chegando mesmo a derramar lázrimas); a da direita é a dama de honra, solteira (para mostrar que é solteira usa uma sineta amarrada à cintura). Ambas têm os «trajes» apropriados à cerimónia nupcial. Êste grupo dirige-se à
tava conosco não entendeu coisa alguma. Agora, disse-lhe eu. não faça com o tnucancala o que os brancos fazem com você, pois sei que muitos de vocês dão primeiro de comer aos cachorros e só então aos mucancalas. Vamos, conte a éle tôda a
nossa conversa.
lamos andando, e enquanto andávamos o umbunrou, pensou um pouco e falou uma frase pitoresca, cheia de estalinhos, e OUVípor duas vezes a palavra «Brasil» mencionada. Perguntei então, curioso, ao umbundo . Que foi que êle disse? — Quando acabei de traduzir a •nossa conversa êle disse o seguinte, patrão: «Que vontade de viver nêsse Brasil. Viva o Brasil". Désse momento em diante a mucancalada estava sempre ao meu redor. Arranjei dêles coisas que alguns brancos disseram-me que não conseguiria. O ideal de fraternidade humana, mal reconhecido por muitos povos do mundo,mas vivido diàriamente no Brasil, encontrou eco no coração daquele povo primitivo de Angola. Naquele dia fiquei pensando como seria diferente o 'mundo se seguisse um conselho dado há cêrca de 2.000Zanos
do traduzia a conversa. Quandoterminou o x.com pa-
atrás: «amai-vosuns aos outros assim co,no eu vos amei».
Igreja de Sá da Bandeira (Angola), para que a noiva se
confesse O «noivo» desta noiva já possui 3 mulheres Não é muito não: o «soba» (cacique) da tribo possuia 34. 5 0) Bem ao Sul de Angola exist• uma das tribos consideradas das mais primitivas do mundo. Os cientistas ingleses e sul africanos chamam a esses seres de «bush-men• (homens do mato), os pretos angolanos chamam-nos de «mucancalas•. que significa qualquer coisa como vagabundo, errante, sujo. Não SÃOprêtos : têm a cór de nossos índios, porém mais pigmentada: todavia
os cabelos são pixaím. A si mesmos dão o nome de x-con (para lêr esta palavra dê um estalo nos lados do cêu da boca no lugar do x). Certa feita, conversava eu, sem outro branco perto, com um negro da tribo um-
bundo e com um x-con. O umbundoera o tradutor.Na
conversa o umbundo perguntou : — ne onde é o Senhor, patrão. É português ? NáO. Sou brasileiro. — Que é que é isso? Fiz o possivel para explicar, mostrando num
onde era o Brasil. — Todos os brasileiros tratam os pretos tão bem comoo Sr. está tratando? — Se não todos, quase todos. No Brasil não há a diferença entre prêto e branco que se observa aqui. — Mas no exército é tudo separado não — Como?
Sim: não há lá uma tropa de prêtos e outra de brancos? — Claro que não. É tudo uma tropa só. Uma só caserna, comem da mesma comida, dão serviço no mesmo batalhão, e são todos muito amigos.
O noivo" desta noiva, já possui 3 mulheres e não é muito, pois , o cacique possuia 34 !!!
32
IMPRESSÕES DE u m cochilo de Machado
de a144i4
João Teixeira de Araujo Integralmente saturado dos livros de pedagogio, muitos déles enfáticos e enfadonhos como velhos
caturras de sobrecasaca ensebada e bronquite crônica, gosto, às vezes, de me engolfar na suave
leitura dos grandes prosadores e poetas de nosso mavioso idioma. E, no calmo retiro do lar, releio as
obras-primasda literatura luso-brasileira. Ora procuro o convívio de Herculano, ora o de Alencar, ora o de Eça, ora o de Machado de Assis, quando não penetro no âmbito da poesia, onde me acenam os vultos inexcedíveis de Camões, de Junqueiro, de Raimundo Corrêa e outros de não menor estatura .
Ler ou reler as obras dêsses homens é dar, ao nosso espírito exausto e empoeirado de idéias medíocres e conceitos nem sempre justos, um banho
lustral e reconfortante.
Com prazer estou relendo, agora, os romances
dêsse insuperável ironista,
desse talentoso -mestiço,
dêsse meticulosoanalista da alma humana, que em vida se chamou Joaquim Maria Machado de Assis. Manuseio as «MemóriasPóstumas de Brás Cubas», com vagar, com calma, procurando assimi-
lar, aos poucos, tudo quanto de luminoso e sublime
reçuma daquelas páginas magistrais. E 'a ampulheta do tempo deixa que a -areia se escôe imperceptivelmente.
Bem disse Garret (se me não falha a memória), que uma leitura agradável nos arrebata de um mundo grosseiro para um paraiso ideal. E assim é.
A leitura meditada dos grandes autores, constitui um dos mais homem
proveitosos passatempos
do
Através das páginas magníficas das «Memórias
Póstumas de Brás Cubas», por exemplo, poderemos,
-como garimpeiros pacientes, aprofundar a peneira de nossa observaçãona rica torrente dos seus fulgurantes capítulos, para, depois de tudo joeirar com cuidado, recolhermos, por certo, muitas pedras preciosas, como, também, poderemos encontrar os inevitáveis cascalhos sem valía.
Infelizmente, o homem não é o detentor da perfeição absoluta. Há, nos grandes talentos (e até nos grandes gênios), falhas lamentáveis.
, tão comuns nas mais Os chamados«cochilos»
portentosas cerebrações, não poderão, porém, ofus-
car o brilho intenso que delas irradia. É o que
acontece com Mqchado de Assis. Ele é, sem dúvida, uma das mais altas expressões literárias, não só do Brasil, mas do mundo Entretanto, a sua obra, inconfundível pelos temas que desenvolve e pelo estílo que a enobrece, está inçada, aqui e ali, de descuidos inacreditáveis A crítica autorizada e imparcial já tem apontado muitos dêsses «cochilos». Parece me, todavia, que ainda nenhum dos analistas de suas obras notou o que acabo de ve rificar no capítulo V[ do supra citado romance. Reporto-me ao seguinte trecho: «Da cama, onde jazia, contemplei-a durante êsse tempo, esquecido de lhe dizer nada ou de fazer nenhum gesto. Havia já dous anos que nos não víamos, e eu via-a agora não qual era, mas qual fôra, porque um Ezequias misterioso fizera recuar o sol até os dias juvenis».
Deixemos passar o hiato da frase: «eu via-a agora», que ficaria mals eufônica assim: «eu a via agora». Ressaltemos, porém, o evidente engano do autor, quando se refere a Ezequias.' Não é preciso ser profundo conhecedor da Bíblia, para saber que foi Josué, chefe dos hebreus depois de Moisés (e não Ezequias), quem atravessou milagrosamente o
Jordão, conquistou a terra de Canaã, e que, ao combater Adoniseque, rei de Jerusalém, ordenou ao sol que parasse, afim de lhe dar tempo a completar vitória de Gabaon. Machado de Assis, pois, acontece a todos nós, foi traído, talvez, pelacomo e deixou memória, que êsse descuido se entranhasse, indeléjaça qual vel, na luminosidade daquele capítulo diamantino. Os descuidos ou falhas do extraordinário romancista patrício, são, todavia, gotículas impuras que se diluem e se anulam na limpidez do vasto e majestoso oceano de suas obras imortais. Avaré - Agosto, 1956.
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O
Aniversário de
Armando
Dedini
O jovem industrial Armando Dedini, grande
lider social e esportivo de além e aquém rio, fêz anos. Rodeado da família, apaga a vela Parabéns de Mirante!
ESPORTE
Drace, apontado pela cronica falada e escrita como a maior "revelação" quinzista no Campeonato Paulista de 56 Duas vêzes ganhou a posição na ''Seleçao" da semana. Reapareceem grande forma, depois de prolongada ausência
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0 XV de Novembro, nos dias
de hoje, prepara as revelacjes para o amanhã... Reportagemde B. Rebello Fotos: Cantarelli
Estes serão os futuros "Donos" da posição: Drace, Paulo Farah, Tico Rensi, Cardinalli, Foguinho, Orlando, Luizinho e Zilio, os novos que marcham para o "Estrelato"
de vencer, e muito futebol pela frente No "Rol" de reservas predomina a grande vontade
e torcedores,fatores relevantes na carreira dos O trabalho anônimo do técnico, dirigentes novos valores
36
Surge no esquadrão do XV de Novembroda atualidade, glória do futebol profissional no «association• brasileiro, uma geração de novos valores para amanhã. Revelações que já transpuseram a etapa embrionária para alcançar o amadurecimento de autênticos «ases» do futebol-profissão. Através de um preparo intenso que se fraciona no moral,
técnico, físico e psicológico, poderão êstes jovens de
hoje ocupar, com a mesma regularidade dos titulares, a posição em qualquer eventualidade. Cedo ou tarde serio futuros ocupantes das peças do «teatn». O XV as suas bases numa política certa, correta e econômica. Procura «criar» autên-
ticos «pratas da casa» e tornar-se, como nos seus primeiros anos no profissionalismo, um verdadeiro celeiro de elementos de categoria no peból da «pri-
meira linhas. Não há duvidar que o «Nhô Quim
Paulo Farah, Orlandoe Tico Rensi, formamum
trio final sólido.Todos jovens e já defende-
ram diversas vazes a equipe de cima.
perdeu ou deixou de aproveitar grandes «esperanças»
do futebol menor dc Piracicaba, que hoje brilham em outros congêneres, Atualmente isto não lhe acontece, porquanto passou a dar maior apoio aos va-
lores locais e com ótima média de aproveitamento. Drace, Paulo Farah, Tico Rensi, Foguinho, Cardinalli, Orlando, Luizinho e Zilio, são os reservas imediatos que de um momento para outro serão úteis ao conjunto alvi-negro. Estes mencionados valores representam também a esperança do de amanhã. Todos êles compreendema grande XV regModestos, cônscios de suas obrigações profissionais,
desconhecema arma mortal na carreira que abraçaram: ca máscara». O «elenco» não é dos maiores, mas é selecionado. Existe entre seus homens a vontade de vencer, de acertar, de defender com coração e fibra as cores da gloriosa jaqueta alv negra. O futebol poderá trazer para éstes rapazes
grandes surpresas, se. a dedicação e perseverança neles prevalecerem Em contrário senso, fluirá a decepçño, fria, dura e implacável. Para isto, existem exem
PIOSdiversos e muitos jovens que por sua culpa
exclusiva deixaram de brilhar, ofuscando-se por com-
pleto, caindo então no mudo ostracismo. Não basta, porém, somente, o esfôrço e a ded cação dos novos valores, é mister que os dirigentes compreendam e auxiliem, em todos momentos ou em qualquer transe, êstes atletas. A assistência psicológica tem influência decisiva na carreira de cada um, Aos
Luizinho, Foguinhoe Zilio, reservas imediatas do ataque alvi•negro. Este trio já teve oportunidadede aparecerno onze titular.
diretores cabe sempre uma parcela decisiva carreira do craque, o amparo moral não podena faltaro incentivo é um caminho aberto para as grandes «largadas» e no esporte bretão, logicamente, ela prevalece com particular intensidade. torcedor também é, às vezes, o «encerrador»de O carreira muitos jogadores. A crítica deve ser comedida, de os representam o xsepultamento» do esfôrço ingente de acertar. O primordial é apoiar, é incen• tivar. E quem não estiver disposto a tanto fique calado, tenha a necessária paciência, porque, melhor que o vaiador, o atleta compreende que precisa acertar. Faça-se presente que os «corneteiros»são elementos
nocivos ao futebol. São impertinentes manifestam contra jogadores e diretores e quando se o seu próprio drama, criando situaçõesdesconhet em depagradáveis entre o público e o atleta. Entretanto, cabe ao orientadut técnico ou treinador o principal papel, de capitalíssima importância. Instruir, tirar defeitos graves, per compauheiro e amigo, fezendo-se respeitado carreira junto ao seu «pupilo». Regateare viver a criticar com severidade e acabar com elogios e o «player>, seja velho ou novo, não importa. Da fase nária ao estrelato é necessário um trabalhoembriodo técnico e dos jogadores. O trabalho de árduo, «lapida-
37
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Drace e Cardinalli - 0 1.0'já vem integrando
a equipe principal e Cardinalli, uma das grandes revelaçõesdos quadros .menores do XV
ção» deve merecer especial cgrinho do «coar.h», Drocurando corrigir os defeitos de ordem tática e técnica durante os treinos individuais e coletivos. Existem preparadores, que procuram corrigir seus submetidos durante as partidas de responsabilidade e daí advem o complexó, o medo de errar, a falta de confiança que põem o «time» a perder no marasmo contagiante. O futebolista é tão, humano corno o torcedor, como o técnico,vcomo o dirigente, urge compreendê-lo e fazê-lo compreendido. De urna assistência una gera-se uma grande equipe, isto em qualquer modalidade esportiva ou em qualquer ramo de atividade humana. Vamos proporcionar a êstes jovens de. hoje nossos aplausos, nosso incentivo, para que brevemente estejam perto da consagração final, honrando no desporto a terra em que aprenderam os primeiros «chutes»e enaltecendo o nome de seu clube, 'elevando o prestígio do futebol de Piracicaba, de São
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38
S. Paulo na vanguarda da cinematografia nacional...
n próxima apresentação
de "0
l: filme produzido pelo processo José AntonioOrsini, que uos deu «Armas da Vingança», (Sací 1955) acaba de produzirpara a CinematográficaInconfidencia, sua segunda produção, «O Capanga», filmad& pelo processo Cinemascópio, pela
primeira vez no Brasil. Orsini torna-se desta forma, um personalidade ímpar nos nossos meios cinematográficos, o qual, querendo a todo o custo mostrar que no Brasil pode-se fazer um bom filme, contornou galhardamente todas
as dificuldadeseventuais que se apresentavam, logrando absoluto exito. «O Capanga», cujo argumento forte e
emocioname, gira em torno dos celebres
capangas que infestaram o sertão brasileiro, os quais, a soldo de déspotas, possuidores de grandes glebas, procediam com maqui-
nações arbitrarias, contra os pequenos proprietarios, inflingindo-lhes as mais duras
investidas.
Alberto Ruschel
Embora, tratando-se de um argumento forte, onde itnpera o crime e a desordem, não falta entretanto ao «O Capanga» o lado sentimental, na interpretação feliz de Fada Santoro e Francisco Negrão, a revelação do cinema nacional. «O Capanga», possue qualidades excepcionais podendo mesmo ser qualificada como «super produção».
Picchi nos
des o- artísticas
Os magníficos exteriores valorizam o filme
Severi - Música
Á bela Fada, possuidora de qualidasobej amente
confirmadas,
juntou-se Francisco Negrão, que ao seu lado interpreta o papel de galã, em cenas de amor e sentimento, que vem suavisar
ALBERT
39
cnpnNGn" "Cinemas cópio"
Fotos: Cinematográfica Inconfidência
USCHEL,no papel- título, reafirma suas inegáveis qualidades de bom ator. Para "extras" foramescolhidos bons tipos.
Fada Santoro, Francisco Negrão, Luiggi principais papéis - Direção de Alberto de Gabriel Migliore- Produção de Antonio Orsini
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o panorama rude e tempestuosoda pelícu Ia. Francisco Negrão revela-se um grande ator de cinema cuja fama lhe vem do rádio e da T. V. onde atua com brilho e firmeza.
Quanto ao papel principal que está afeto a Alberto Ruschel, não podia ter sido mais feliz a escolha. Ruschel interpreta o capanga brasileiro, surpreendendoem seu brilhante desempenho. No papel de «coronel» dono de terras de todas as falcatruas e «mandante» e Picchi, um consumaLuiggi erimes, temos do ator já bem conhecido do nosso público que está perfeitamente á vontade em seu papel. Gabriel Migliore, por sua vez, apresenta paginas musicais vibrantes de sentimento, como tudo que Migliore escreve. «O Capanga» que tem como diretor Alberto Saveri, será - lança -Io muito breve em S. Paulo.
Alberto Ruschel, Francisco Negrão
e Fada Santoro numa cena do filme
O CAPANGA - FICHA TECNICA ALBERTORUSCHEL..
Isidoro (Capanga)
FADA SANTORO . LUIGGI PICCHI . FRANCISCO NEGRÃO..
Angela Virgulino (mandante) Alberto (galã)
CENOGRAÑA..
José Maria dos Santos
DIREÇÃO . DIRETOR DE PRODUÇÃO REALIZACÃO E PROD. MÚSICA .
Alberto Severi Camilo S:unpaio José Antonio Orsini Gabriel Migliore
Indios autênticos de Mato Grosso foram aproveitados
para dar maior realidadeós cenas em que aparecem
Um bom tipo é o Cacique da
êle
tribo - Aqui aparece com a rica vestimenta de chefe
41,
derá qualquer jurado pedir ao Presidente que renove ou complete a orientação para esclarecimento do quesito. Dadas essas explicações será procedida a votacão, colocando o jurado uma das cédulas que
EVITE A GRIPE!
recebeu, usando a que contém a palavra SIM ou
ALIMENTANDO-SE BEM...
à pergunta. A votação por cédulas tem a vantagem de
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NÃO, conforme a maneira como pretenda responder
evitar que o jurado precise escrever o seu voto, dando 8 perceber aos presentes a manifestação de seu pensamento.
Recolhidos êsses votos, outro oficial colherá as cédulas restantes em poder dos juizes de fato, garantindo com isso o sigilo integral do voto, que poderia ser revelado pela perda da cédula não u-
com ingredientes sadíos e por processos modernos, absolutamente higiênicos Macarrão "AURORA" e
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tilizada.
De posse das urnas ou receptáculos o Presidente verificará se cada um contém sete cédulas, em caso contrário, e para sanar a irregularidade,
deverá'ser feita de novo a votação. Estando tudo em ordem, passará a apurar as
cédulas que representam os votos do Conselho de Sentença, sôbre o quesito apresentado. O resultado é expresso pela predominância das afirmações ou negativas, sendo que a maioria dos votos determina
MARCA REGISTRADA
a decisão.
Mandará, então, o Presidente que o escrivão faça consignar no termo est;ecial de votação êsse resultado, declarando os votos afirmativos e negativoS que foram colhidos na apuração.
Finda a votação será o têrmo especial assinalado pelo Juiz Presidente, jurados, representante do Ministério Público, advogado e dois oficiais de justiça e ainda subscrita pelo escrivão.
Coopero
Em seguida lavrará o Juiz Presidente a sua sentença, devendo esta ser estribada na decisão do Conselho de Jurados e lida em público antes de encerrada a Fessño do julgamento.
Em síntese, é o que eu tinha a examinare estudar na tese que me foi confiada, o que realizei muito reduzida e restritamente, para não me alongar em demasia. Quero deixar aqui consignado o meu sincero agradecimento
para
os senhores Rota rianos, pela
distinção que me conferiram, endereçando-me o con-
vite para falar nesta reunião. A lhaneza de trato e atenções de todos vós me deixaram cativo, e, efetivamente falando, integrado no vosso meio. Exteriorizoainda a minha admiração pelas atividades do Rotary, em todos os Éetores onde é êle chamado a intervir, de fórma a sanar as falhas existentes dentro do nosso meio social, notadamente
na parte assistencial.
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