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JOAQUIM DO MARCO Inicialmente devo esclarecer que não pertenço
à doutrina positivista e bem perfunctórios são meus conhecimentos dela. O que vou dizer são apenas reflexÕes despretensiosas, nascidas
Diretor: RENATO WAGNER Redutor: JOAQUIM DO MARCO
na
passagem do dia de finados. Nenhuma dificuldade há em se provar essa
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verdade universalmente aceita. Realmente, quanto mais refletimos nas precárias e transitórias condi-
ções de nossa curta vida humana mais nos convencemos de que os mortos governam os vivos .
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tàvelmente, aos ditames da morte. Em verdade, que são as grandes leis sociais e morais que disciplinam a humanidade? Puras e indiscutíveis manifestações de grandes pensado-
número do méd —
SEDE
res de anos. Não cabe aqui a citação de nomes,
nem de sistemas filosóficos, científicos ou religio-
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sos. Mas será fácil, a quem quiser fazer ligeira análise, encontrar fatos que provam êsse domínio dos mortos sôbre os vivos. Qualquer discussão,
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aliás, em que se pretendesse contestar tal domínio, esbarraria, de pronto, num argumento sim-
— que somos nós, os vivos.
senão uma conseqüência dos mortos das gerações
passadas? Sem elas, nós não existiríamos, assim como as futuras geraçõesnão poderão existir sem a nossa aquiescência,deliberada ou não. Há, porém, exemplos de domínio dos mortos que vale a pena relembrar para nossa própria
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res e teólogosjá mortos há centenasou milha-
ples e irrespondível:
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edificação, Veja-se, no campo científico, a predo-
minância inafastável de um Galileu, de um Newton, de um Guttenberg, de um Pasteur, de um Marconi, ou de um casal Curie. E quantos outros podem ser citados como legítimos governadores dosevivos que, cada vez mais, dependem de suas descobertas e invenções! O maior dos exemplos, todavia, do poder do-
minador dos mortos, ou melhor, da morte, nos vem da fonte eterna de tôdas as verdades: Cristo. Sim. Êle fez milagres maravilhosos e pregou afirmações imperecíveis. Ressuscitou mortos, curou leprosos, repôs a andar paralíticos. Mas, para consolidar definitivamente o seu reinado sôbre os homens, teve que recorrer ao argumento supremo da morte.
E aqui vem a talho de foice a feliz e impressionante observação do poeta no extraordinário soneto «O corvo», quando conclui com êste cortante terceto. verdadeiro fecho de ouro: «E que lição nos lás, sinistro corvo! «Buscandoa vida alimentar na morte, «Mostras que a morte é pábulo da vida!»
Nossa Capa: S. M. Ivany Aparecida Cancilieri, rainha
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são do comandante-em-chefe, encaminhando-se a outros âmbitos europeus. Viajou até Paris. Raras vêzes, a Capital fran-
a Cidacêsa sentia o toque morno da primavera: esmagadoda apesar vida, de regurgitava de-Luz ra presença da guerra. Espantou-se ao vislumbráIa como imaginara: ostentava e avelhantada. Pos-
suído da incontida curiosidade de um adolescente pleno ae vigor, percorreu todos os recantos his—
Rumos
Opostos CONTO DE ANDRÉ SORNSEN
O verão do Rio sufoca. Apoiado na amurada do terraço, Pedro assistia ao trânsito urbano, enquanto procurava uma aragem refrigeradora. Um rádio, no vizinho, feria-lhe os ouvidos: no arranjo moderno, reconheceu, súbito, a deturpação do clássico «Sonho de Amor», de Liszt. A partitura musical trazia-lhe um fragmento do passado, agora tão sôlto dêste presente, qual gaivota, plainando, despreocupada, nos céus marinos. Evocá-lo, era revolver uma cicatriz, pôr na consciência tôda a amargura adormecida pela atualidade...
Bandeiras desfraldadas, insígnias, capacetes, tanques e caminhões esverdeados: :a Europa ardia na febre ígnea da goerra. O planeta, pela segunda vez, recrudescia com a avassaladora onda lamacenta e sangüinea: reflexos amarelos e letais espoucavam no ar. Concentrava-se, no Velho Mundo, a desintegração nazista que as fôrças democráticas tentavam erra-
dicar.
O grito por socorro ecoou às portas das nações livres.
Pedro alistou-se no contingente da F. E. B: preenchia um ideal e defendia a Pátria. Através dos campos de batalha, manobras militares, sangue e suor, Pedro recebeu o seu batismo de fogo: a experiênciana obediênciae na dor.
Sentindo em si os pendores de liderança, meses depois distinguia-se como primeiro tenente. No transcorrer do lufa-lufa bélico, certos oficiais fizeram jus a um descanso de duas semanas, fora
da frente ativa, Embora a órbita de ação fôsse a Itália, Pedro conseguiu outra especial permis-
tóricos e turísticos, palmilhando tudo aquilo co•mo ambicionara, durante anos a fio. Sentiu-se soberanamente liberto para visitar o que bem entendesse. Podia passear ou ler os jornais do dia naquelas praças famosas; bebericar num café de terraços; ver museus; espiar vitrinas ou procurar livros no cais. Costumava descansar do -turbilhão dessas sensaçÕes, raciocinando à margem do Sena: «Esse caudal correndo, correndo sempre, tão alheio a sua identidade histórica, inerme ao seu fado...» Nos retornos ao hotel, encaminhava-se à escrivaninha, onde encontrava o calendário: puxava as fôlhas e, atônito, olhava a rapidez dos dias
e a implacávelinterferência do tempo nos desti-
nos humanos.
Certo cair da tarde,- quando ainda o sol esmaecia nos pináculos dos edifícios mais altos, vagando pela rua Saint-Honoré, penetrou numa galeria de arte. Exibiam-se quadros. Poucas pessoas achavamse ali, entretidas em pesquisas artísticas. Deambula defronte aos pequenos quebra-luzes que destacavam o efeito das pinturas. De súbito, achegando-se de uma moldura, atentou para uma môça que, por coincidência,fitava-o inquisitivamen— te. Nesse esgar, veio aos lábios da jovem um sor— riso leve, que os entreabriu, deixando passar o brilho dos dentes brancos e úmidos. Movido ainda pelo fascínio daquela presenca, Pedro etabulou conversa rotineira a respeito
do ambiente. Conquanto se exprimisse num francês claudicante, logo lhe averiguava o nome: Louise.
Durante o diálogo, a interlocutora mirava-o com os olhos negros e oblíquos. Perscrutava com êles o que omitia na conversação, empenhando-se para se tornar melhor compreendida pelo moço estrangeiro. Ao falar, gesticulava: seus movimentos tremulos balançavam a madeixa de cabelos pretos, impertinente, teimando em evadir-se de sob a boina. Louise contara-lhe que viera à Capital para aperfeiçoar-sena técnica pianística que aprendera em Lyon ,onde residira com a família, senhores de herdades. Atualmente, os pais mantinham-
na nos estudos.
Separaram-se, para se reunirem depois. Mar—
cou-lhe encontro numa «bomboniàre». Sucederam-se outros e, tornaram-se freqüentadores quase constantes dum pequeno bar, no quarteirão do «Dôme»;lá consumiam as tardes e as noites: passavam juntos momentos tranqüilos, repartindo as experiências individuais. Misturavam sonhos e
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frustrações: em breve, absorveram-se. Apreciavam o «Quai d'Orsay»: afluiam ali, constantemente, escritores, artistas e filósofos. Os bulevares, as avenidas, os prédios, verdadeiras obras primas de côr e movimento surgiam
convivência, viam-se adicionados de um novo significado.
Arco do Triunfo do Carrossel como enorme rosa dos ventos dentro dêsse emaranhado urbano. Guiava-se, cotidianamente, pela alameda Voltaire, lateral ao Arco; embora escura e estreita, dela divisava o luminoso do «Dôme». Em cada aproximação, o casal constrangia-se com o perpassar célere das horas que diminuia a estada do tenente. Demonstravam, pelas frases rápidas, cheias de ímpetos e reticências: entreolha-
alma torturada digladiava-se com o sentimento do dever. Dúvidas íntimas, ora arrefeciam-lhe os âni-
familiares ao jovem brasileiro. Assemelhava-lhe o
vam-se, esperançosos de um desmentido que os fi-
zesse felizes. Alargaram o círculo de suas relações: Pedro
já visitava o luxuoso apartamento da moça. Situava-se na avenida Suffren, donde se descorti-
nava próxima a silhueta negra e piramidal da tôrre Eiffel. A disposição dos móveis, dos quadros nos
aposentos, trescalava à Louise. Nunca a contemplou tocando ao piano. Era uma vitrola quase incessante,-substituindo-a: notou que Liszt era o
preferido.
Raramente saiam à noite:os preventivos «black-outs» retinham-nos em casa. Pedro enternecia-se com a plenitude alcancada por êsse amor: Louise bem dispunha, equitativamente, dessa paixão mútua. Empregava o
«Nous» atribuindo-lhe com pujança a ausência total do egoismo nas conversaçÕese carícias, onde
os desejos incontidos e os pequenos prazeres da Por êsses momentos, coligados fielmente co-
mo elos unos, esquecidosno êxtase, não conce— biam o tempo vigilante:não acreditavamna se— paração; nada iria cindí-los. O mêdo instalara-se no coração do jovem apaixonado: a licença tornou-se—lheobsessão. A mos, ora encorajavam-no: pensou na deserção.
Horas mergulhavam nas horas, dias enrola— vam-se nos dias, encerrando-ona angústia, sua-
vizada, Ünicamente, pela intimidade daquela afeicão.
Finalmente, Pedro, racionalizado e premido pelo destino, foi ter com Louise: a permissão expirara. Antes de bater, pela última vez, no aposento da moça, olhou aflito o vitral longo, por onde se coavam os agoniados raios solares. Respirou, àvidamente, de olhos cerrados, o frescor crepuscular que pairava no final da escada. Louise esperava-o para a decisão. Encostada ao piano; dedilhando,sem o acompanhamento, os sustenidos do «Sonho de Amor». Pedro aproximou-se dela: quedaram-se, ao lado um do outro, abandonados, como viajantes, com rotas trocadas, à espera de navios que os levassem à paisagens ignotas e díspares. continuana pás. 7
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sonolento, como se estivesse à espera de alguma cilada. Um dia apareceu pelas redondezas outro ansemdejo. Vestia um blusão de couro, e carregava larga, de pape. pasta uma braço, pre, debaixo do Ião, Era um homem grande, forte: uma dêstes tisensação pos rudes e cabeludos que produzem um Dizia-se deseperversos. e de ser indomáveis e tempo eram fôrças suas tôdas e nhista moderno dedicados ao abstracionismo. Por êste motivo, dei-
xara de trabalhar e pusera-se a viver de expedientes. Estava sempre a ponto de sufocar ae sujeira e mau cheiro, mas, sendo forte e saudável, não se importava com isto. Parecia preferir ser sufocado a dar-se ao trabalho de tomar um banho. O fato é que nunca desenhava, e os desenhos que trazia debaixo do braço eram velhos, ensebados e esmaecidos. Estava sempre à procura de modelos abstratos. É impossível dizer como êle fêz amizade com
PIÁsTIcn CONTO: A. C. LACERDA
Encontrei o Andarilho, pela primeira vez, no pátio que serve de poço de ventilação entre os edifícios de escritório. Estava sentado numa pilha de caixotes, e, desde então, habituei-me a levar-lhe, todos os dias, uma refeição. Enquanto êle, come, sem pronunciar palavra, nossas vistas se cruzam e fico sempre sobressaltado ao ver que seus olhos brilham alegremente como se estivessem guardan-
do uma alma muito jovem. Mas êle é velho. Sinto piedade de seu traje esfarrapado, e
quase sempre úmido, dos profundos vincos que lhe
descem da fronte até o pescoço, do maxilar desmesuradamente inchado e salpicado de minÚscuIas crateras. Os pêlos loiros que lhe crescem pelo rosto, seu desordenado cabelo, o queixo forte e o semblante vermelho dão-lhe uma aparência estrangeira — possivelmenteholandesa. Numa destas manhãs, um homem amarrado foi trazido e o oficial remeteu-o imediatamente para a delegacia. Era o Andarilho que fôra capturado. Todos pareciam saber que havia centenas de
razões para que fôsse condenado, mas, na apre, sentação das provas, soube-se que era sàmente acusado de estar carregando uma grande quantia em dinheiro. Ele obstinou-se em afirmar que o dinheiro fôra ganho honestamente. Ninguém acreditou, mas, à falta de provas, só puderam encarcerá-lo por vadiagem. Essa reclusão durou uma semana, durante a qual êle ficou na ignorpncia absoluta do destino que lhe era reservado. Na tarde do sexto dia foi solto, e tonto de alegria, voltou correndo para o poço dos edifícios. À noite reunia em tôrno de sí os caixotes e trambolhos em forma de barricada e, tendo o silêncio como vigia, quedava-se meio
o Andarilho. Foram amigos até o dia que o desenhista se inteirou aa pequena fortuna do Andarilho. Planejou roubá-lo, .mas na noite que se Ievantou, empunhando uma faca, o Andarilho desferiu-lhe um sôco formidável. Em seguida, apoderando-se de um saco vazio enfiou-o na cabeça do desenhista, amarrou-o, pulou a cêrca e desapareceu. Os habitantes da redondeza nunca mais viram qualquer dos dois.
Fazia dez dias que estava em Santos. O ar-
marinho, os exercícios e o sol inclemente haviam me restabelecido completamente das noites de ma-
landragem, e já principiava a achar aquela vida
muito monótona, quando um fato imprevisto acon-
teceu: encontrei o Andarilho. Sim, o Andarilho
aqui em Santos. Achei-o sentado na porta de um hotel de terceira classe, Ao passar por êle fui reconhecido.Parei e o convidei a tomar uma bebida. Estava com a esperança de saber algo sôbre êle, pois me sentia terrivelmente curioso...
Depois do quarto copo êle contou que veio da Europa muito jovem. A princípio perambulou sem emprêgo e sem dinheiro, mas logo arrumou um lu-
gar de aprendiz de sapateiro. Mais tarde, montou banca própria e exerceu profissão, Os anos passaram, e aos poucos, cansado de bater solas todos
os dias, habituou-se a pensar no lugar onde nasceu, Em seu espírito brotou o desejo de voltar à Europa. Era sôzinho e economizou avàramente. Um dia percebeu que havia envelhecido e não podia mais trabalhar. Saiu pelas ruas esmolando. Continuou guardando dinheiro até averiguar que tinha o suficiente para a viagem e para viver em paz na sua aldeia. Veio a Santos para
embarcar.
Ele contou-me sua vida, sem pressa, pois não precisava mais esmolar. Depois ficamos. longo
tempo em silêncio, e, como nada mais tínhamos a dizer, êle partiu. Meses depois encontrei o
Andarilho andando por uma rua movimentada.Nada nêle havia mudado, mas estendia a mão aos passantes, me surpreendeu. Acerquei-me e indaguei e isto porque
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não tinha partido. Oh! aquêle olhar morto. O brilho juvenil de seus olhos linha sumido. Tôdas as fôrças de vitalidade, até as mais fracas, desapareceram. Sua voz era cava, e olhou-me demorada-
mente sem me reconhecer.
Contou o que lhe sucedeu com dificuldade, como tentando lembrar-se de algo muito remoto: «Uma noite, quando passeava pelo cais, foi derrubado por um homem alto, forte, que vestia uma jaqueta plástica. Recebeu violenta pancada na cabeca e desmaiou. Antes mesmo de despertar percebeu que fôra roubado. Nem se deu ao trabalho de procurar o bolso.»
Enfiei-lheuma nota qualquerna mão, e por
um beco misterioso vi desaparecer o homem que não tinha o vigor do corpo, e que conservou durante muito tempo, a juventude que o malandro roubou. Nunca mais o encontrei, mas li nos jornais que êle tem ido à delegacia em busca de notícias referentes à captura do larápio. Os investigadores andam procurando o homem da jaqueta plástica, mas jamais o encontrarão. Tive o cuidado de enterrá-la num lugar que ninguém descobrirá.
Rumos Opostos..: continuação
Olhavam-se, mudos; abaixaram as cabeças e, cada um refletiu sôbre si mesmo, absortos, sem gestos — cada um dêles conhecia a inutilidade das
palavras, vazias de promessas e, que o passado já atrasando, diluia-as. O abandono em que ambos se conduziam, constituia uma desolação enorme
não deixando lugar para lágrimas e, como bons amigos, despediram-se. Separavam-se, conscientes de que nunca mais
se avistariam e, nada encontrariam no amanhã: a realidade fôra brutal. Mas, no derradeiro amplexo, sorriram vitoriosos ao futuro, como se conquistassem todo o porvir que a vida pudesse oferecer-lhes dentro do cadinho daquele instante. Sentiram-se compensados e vingados: êsse
amor intransponívelseria animado pela chama
sempre viva do espírito, chama suave, sem as labaredas carnais, sem vibrações, sem presenças, mas constante e pura.
Como despertando dum marasmo profundo, Pedro entrou e, pegando o paletó, vestiu-o com displicência.Despediu-se da espôsa e, descendo as escadas de seu bangalô, dirigiu-se à oficina onde trabalha, lá pelos lados do Méier...
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da ITÁLIA
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Festivamente recepcionados o sr. e sra. Cônsul Roberto Venturini na mansão Dedini e na IJsina Monte Alegre dos irmãos Morganti A visita do CônsulVenturinimarcouum acontecimento de especial relêvo na cidade: na recepção, o com.
Antonio Romano,o CônsulRoberto Venturinie o sr.
LeopoldoDedinium dos diretoresde M.DediniS. A.
Na elegante mansão De• dinio Sr. e sra. Cônsul Roberto Venturini foram recepcionados com um grande jantar, oferecido
pelo casal Mario Dedini. A festa compareceram
expressivas personalidades de nosso meio social.
Foi fixado o flagrante com o sr. Cônsulda Ita-
lia, d. Otilia Dedini, sr, com. Helio Morganti, Sra. consuleza Roberto Ven-
turini e Grande Oficial Mario Dedini.
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trando o seu grande valor cultural. Aqui o vemos usando da palavra, por ocasião da homenagem que o Grande Oficial Mario Dedini prestou à luzida comitiva consular.AOlado,a anfitriãD. OtiliaDedinie o dr. Francisco Salgot Castillon, prefeito municipal.
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SALTINHO F. SUA RAINHA:
APARECIDA CANCILIERI Momentoculminanteda festa do Saltinho P. C. - a coroaçãode S. M. Ivany Apa-
recida Cancilieri pelo presidente do Clube, Sr. Domingos Pilon.
Fotos: Cantarelli & Nascimento
Beleza,
Inteligência,
Bondade e Aplicação nos estudos
levaram IVAN Y a conquistar a ambicionada
coroa
A rainha eleita Ivany, na plenitudede sua mocidadee beleza, posa especialmente para a reportagemno dia de sua consagração,
11
c. ESCOLHE IVAN Y
recida Cancilieri, filha do sr. Honório Cancilieri e de d. Enair Teixeira Cancilieri. É de justiça ressaltar o acêrto da escolha, uma vez que Ivany, mercê de seus dotes de beleza, inteligência, bondade e aplicação nos estudos,
muito fez para merecer tal honraria. Ela atualmente está fazendo os preparatórios para ingres— sar no ginásio. Está em muito boas mãos, portanto, o cetro de rainha do Saltinho F. C. e de parabéns seus dirigentes e associados com tão oportuna e encantadora festa.
Após a coroação de S. M. Ivany Aparecida Cancilieri, que na ocasião foi presenteada com um rico conjunto de brincos e anel de péroals, foram colocadasas faixas na I.a e 2.a princesas,
respectivamente as senhoritas Rosalina MontebeIo e Enedí Schiavinato. Logo em seguida teve iní—
A vizinha localidade ae Saltinho esteve em
festas no dia 17 de Setembro passado com a elei-
ção da rainha do Sltinho F. C., agremiação que reúne o que há de mais significativoda socieda-
de local.
cio o grande baile comemorativo que se consti— tuiu em autêntico sucesso. Uma facêta digna de registro das comemorações é o fato de que parte da renda foi destinada à igreja Matriz de Saltinho, o que evidencia o alto espírito religioso dos simpáticos mora— dores da vizinha localidade,
Nessa ocasião, foi eleita com a apreciável soma de 7.405votos a encantadora Srta. Ivany Apa-
O título de I.a Princesa, coube à Srta. Rosalina Montebelo.
A Srta. Enedi Schiavinato foi
eleita2a Princesa.
RONDONe as datas nacionais A. S. OLIVEIRA JúNIOR
Muito se tem falado acêrca do inesquecível humanista Marechal Rondon, de que tanto o Bra-
sil se pode orgulhar. Ainda recentemente a pena conscienciosae
brilhante da sra. d. Esther de Viveiros dava aos estudiosos sua rpagnífica obra «Rondon conta sua
vida», que é um manancial riquíssimo de informações sôbre o ilustre e muito saudoso brasileiro. Na vida prodigiosa dêsse grande vulto da Humanidade, porém, seus feitos excepcionais consti-
tuem um permanente estímulo para os que escrevem. Sua personalidade, sua vida, suas realizações, seu patriotismo, suas convicções e gestos constituem ângulos tentadores para os que querem mostrar ao Brasil a efígie de um dos seus filhos mais notáveis, Agora, a ocorrência de um feriado nacional,
quandoo Brasil celebramais um aniversárioda
instalação do regime Republicano no país, é claro que nosso pensamento sempre unido à memória daquele mestre do bem, foi ao encontro do passado para revelar aos nossos compatriotas o que era o culto de Rondon pelas datas nacionais. Formando ao lado dos patriotas que mais se distinguiram na irradiação das idéias republicanas, o Marechal Rondon nunca deixou de ensi-
nar-nos a celebrar com civismoe entusiasmoas datas mais expressivas da nacionalidade.
Ao ocorrer a comemoração do aniversário de
nossa emancipação política, a da proclamação da
República,a da promulgaçãoda Constituiçãoe a do suplício de Tiradentes, lá ficava êle paciente-
mente a redigir telegramas e mais telegramas de saudação ao Presidente da Repúblicae aos Ministros de Estado. Quando os Governos dos Estados celebra-
vam datas regionais, lá estava êle a fazer. o mes-
Grosso, com o Rio mo com o seu querido MatoMinas Gerais e oude Janeiro, com São Paulo,
tros Estados. a 1.0 de janeiro O mesmo acontecia,ainda ceelbra o Dia da Brasil o quando de cada ano, Confraternização Universal. Suas múltiplas atividades e preocupações
nunca lhe fizeram esquecer o envio de suas mani: festações de regozijo pelo transcurso das grandes comemorações nacionais.
Rondon não era homem amesquinhado pelas paixões políticas. Um dia recusou a indicação de seu nome para a chefia do Govêrno do Estado de Mato Grosso e outra vez acolheu com indiferenca a sugestão que um redator de «A Manhã» aven-
tou, apontando seu nome como um dos brasileiros que podiam concorrer ao cargo de Presidente da República.Rondon chegava mesmo a ser avêsso a política de cupola. Era um observador discre-
to da forma como se exercia o govêrno da Nação.
Abstinha-se,no entanto, de fazer manifestações públicas extemporâneas, por ser acima de tudo um soldado e um patriota. Em virtude disso, o saudoso Republicano nunca foi homem para extender-se em louvores ou críticas a qualquer govêrno. Enérgico, deste. mido, verdadeiro e cheio de bom sengo, dava um caráter de perfeito equilíbrio a suas manifestações públicas, isentando-as da paixão política. Rondon, nosso querido e saudoso compatrio-
ta, que tanto enalteceu o nome do Brasil, com os seus notáveis feitos, foi, portanto, a mais alta per-
sonificaçãodo patriota que confiava nos brasileiros e nos destinos vitoriosos do Brasil, do patriota que se apartava da política parcial e desagregadora para entregar-se de corpo e alma à construção de um Brasil melhor, de um Brasil rico e opulento no qual o esquecido brasilíndio deveria ser, finalmente, recompensado das perseguições sofridas desde os tempos da conquista e que se a-
lastram até nossos dias com a infame e criminosa
invasão das seculares terras em que habitam e que de tôda a justiça lhes pertencem.
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As maiores. homenagens da festa foram prestadas às tres lindas "Garotas Encanto", que irradiavam felicidade e simpatia. Cecilia Quintana Cesar (filha do casal prof. Ciro Marcondes Cesar); Sonia Elisabeth de Andrade Hissnauer (filha do casal Pedro Hissnauer Neto); e Sonia Farah de Toledo (filha do casal Heribaldo Zardetto de Toledo).
Personalidades das mais ilustres estiveram em nossa cidade, para prestigiarem o grande baile do Clube da Lady. Neste grupo vemos a Sra. General Stenio Caio de Albuquerque, Sra. Grande Dama Otilia Dedini, Grande Oficial Mario Dedini'
Caio Albuquerque,comandantedo II Exercito(que viajou há dias para os EE,UU,)' com. I,ino Morganti,GeneralStenio Mattos I'acheco, colunista social do "Í)iario de São Paulo":e Sra. Odila Fagundes Morganti.
onsagraçao Reportagem fotográfica de Cicero e Idalin, do que foi o maior acontecimento social do ano. Uma promoçãodo Clube da Lady e do Diário de Piracicaba, que visa consagrar as mais notáveis personalidadesdo ano em nossa cidade. Repetiu-se o estrondoso sucesso de 1959!
contin ua
Estas páginas são uma gentileza dos produtos
C AZA NOVE
as bebidas finas que nunca faltam na festa elegante e com clichés cedidos pelo Jornal de
Nas Inais elegantes reuniões sociais da cidade nunca falta o casal prof. Walter Ramos Jardim, Aqui o vemos, com suas gentis filhas Cleide e Vanda e o jovem Francisco Aulicino
Piracicaba.
Também estiveram presentes ao notável acontecimento social do teatro São José o sr. Waldomiro Perissinoto e Sra. e o Sr. Bene Gianetti e Sra.
CONSAGRAÇÃO
1960 —
Trio Encanto
Srta. Cecília Quintana César (casal Ciro Marcondes César) Srta. Sônia Elisabeth de Andrade Hissnauer (casal Pedro Hissnauer Netto) Srta Sônia Farah de Toledo (casal Heribaldo Zardetto•de Toledo. Grande Dama Sra. Otília Dedini (Grande Oficial Mário Dedini), operosa presidente do Clube da Lady e precioso valor de nossa sociedade. Gra nde Caval heiro Grande Oficial Mário Dedini, dinâmico industrial, ímpar filantropo e prestante cidadão Casal mais simpático
Dr. Virgílio (Diva) Lopes Fagundes. As
dez mais elegantes
(Jovem
Guarda)
Srta. Adeli Bacchi (casal Virgílio Bacchi) Srta. Angela Lacorte (casal Arí Lacorte). Srta. Cleide Falanghe Jardim (casal Valter Ramos Jardim) Srta. Maria Angela Nogueira de Lima (casal Marcelo Nogueira de Lima). Srta Maria Elisa Guerra (casal André Guerra) Srta. Mirian Ferraz de Arruda (casal Milton
Ferraz de Arruda). Srta. Noemí Ometto Arruda (casal Homero Corrêa de Arruda). Srta. Vera Cecília Malheiro (casal José de Oliveira Malheiro Jr.) Srta. Walkyria Fabris (casal Francisco Fabris.)
Srta. Vanda Falanghe Jardim (casal Valter Ramos Jardim).
As dez mais
elegantes
Sra. Abigail Gimenes (Dr. Nelson Gimenes). Sra. Ahir Mazzonetto Valler (Sr. Valentim Valler) Sra. Beatriz Borges Corrêa (Sr. Carlos Corrêa Filho) Reeleita. Sra. Diva Fagundes (Dr. Virgílio Lopes Fagundes) Reeleita. Sra. Maria. Conceição Figueredo (Sr. Aristides Figueredo Reeleita Sra. Mirian Azanha Furlan (Sr. Osório FurIan) Reeleita Sra. Nida Dedini Ricciardi (Com. Arnaldo Ricciardil Reeleita Sra. Norma 1-)edini(Sr. Armando Dedini) Sra. Otília Furlan Dedini (Grande Oficial Mário Dedini) Reeleita. Sra. Zelinda Falanghe Jardim (Prof. Valter
Entre as inumeras pessoas que compareceram ao "Baile do Ano", a objetiva de Cicero fo— calizou o Sr. e Sra. Aristides Gianetti e as elegantes filhas Lizete e Isis
Fotos: IDALIO
e CICERO
O "Baile da Consagração" foi um desfile de elegância e bom gôsto. Aqui vemos o sr. Pedro Meneghel abastado industrial no município, e Sra. juntos com os filhos Gatuzza e Antonio
Ramos Jardim) Reeleita. Trio «gentlemen»
GAROTA MAIS APLICADA
Dr. Homero Corrêa de Arruda, presidente do Clube de Campo. Um «gentlemen». Com. Louis Clement, no grupo alto dos filantropos piracicabanos. Um «gentlemen» Dr. Rubens de Souza Carvalho, presidente do Clube Coronel Barbosa. Reeleito. Um «gentlemen».
Grandes anfitriãs do ano Sra. Otília Dedini (Grande Oficial Mário Dedini) Sua superna hospitalidade dispensa comentários. É a grande anfitriã da socie— dade piracicabana. Madame Eloá Clement (Com.Louis Clement).
Responsável pela mais concorrida e bonita festa da jovem guarda noivacolinense.
Sra. Belinda Rípoli (Dr.Romeu Italo Rípoli),
responsável pela primeira festa residencial em «black-tie». Sucesso.
Gar6ta mais apl icada da cidade Sônia Maria Godinho Salgado (casal dr. Eduardo Augusto Salgado) Aluna da 2.a série do Curso Normal da Escola Normal Livre Nossa Senhora da Assunção. Sua média: 9,2. Não só aplicada como elegante e bonita.
Sónia Maria Godinho Salgado,•filha do casal prof. EduardoAugustoSalgado,e aluna da 2.a série do Curso Normalda EscolaNormalLivre Nossa Senhora da Assunção, recebeu o justo prêmio de "Garota mais aplicadada cidade".E Benê Marquesfaz a entrega, com grande satisfação.
Num intervalo das contradanças,ao tomar um refrige-
A Srta. MariaInês SchmidtPelaes faz entrega de um prémio à Srta. Vera Cecília Malheiro. A Srta. Maria Angela Lacorte recebeu um rnimo por
rante Elesabeth Campanhã Affonso e Alvaro Signorelli comentam a festa
intermédioda srta. Idalia Pedroso.
Momentoem que a srta. Glorita Canto Carvalho re-
cebia um mimo das mãos da srta. Jeannete Bassinelo
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Pérolas pescadas em "llyára"
Subvencjes providenciais Indigência e Analfabetismo
Estas «pescarias» que estamos realizando na vitoriosa revista «Uyára», que, dirigida por Hildebrando Magalhães e Sangirardi Júnior, reinou brihantemente, em nosso mundo literário, durante 12 semanas, em 1935, têm sido para nós fonte de saudosas emoções e, também, motivo de lástima
BRENO DOS SANTOS
no que se refere à ausência e omissão de mui-
tos valores grandes e autênticos de nossos meios literários, nos dias que correm. Bastará citar-lhes os nomes, alguns laureados e outros com títulos e enderêço certos à fama nas letras, para se verificar que, infelizmente,muitos abandonaram a estrada da glória ou ficaram, sem razão, «in mezzo del camin». Exporemos hoje, como pérolas desta «pescaria», justamente os nomes dêsses verdadeiros
Os nossos maiores problemas são o da extinção da indigência e o do analfabetismo dos me-
nores em idade escolar. Como resolvê-los,se nunca há no orçamen-
artistas que silenciarama pena fecunda, da qual
to da despesa da União, de Estado ou de Município verbas suficientes para assistência aos indigentes e para o ensino, mesmo rudimentar dos
sermos completo e muito menos fazer qualquer censura — o que seria inteiramente descabido — aos desertores das letras, na certeza de que sous nomes despertarão muitas recordaçõese emoções
gios particulares idôneos e as igrejas que se incumbirem, cada uma, do ensino primário gratuito para certo nÚmero de menores, mediante contrato e rigorosa fiscalizaçãodo poder público.
ainda tantas belezas poderiam brotar. Fá-lo-emos, é claro, a «vol d'oiseau», sem a preocupação de
saudosas.
..
Vejamos:
Dulce Ribeiro, Mathilde Brasiliense, Yule B. Ferraz, Dário Brasil, Alberto Sampaio, Hélio Krãhenbühl, Branca de Toledo Sachs, Benedito Rocha Campos, Maria AparecidaPrates, Nair Barbosa, Célia Santos Rodrigues.. Note-se, até aqui, a preponderância do ele-
mento feminino, que tão diminuidose acha em
nossas letras, numéricamente falando.
Mas, continuemos:
Laudelina Cotrim de Castro, Arthur E. Sacconi, Leonina T. Godinho, Francisco Faria Netto,
Antonio Moraes Sampaio, Moacyr Diniz, Elza Tel-
les de Freitas, Nair Buenoda Cunha... Contudo e felizmente, há outras pérolas ou nomes inscritos em «Uyára», que continuam bri-
lhando aqui ou além. Ei-los: Jaçanã Pereira Guerrine, Acary de Oliveira Mendes, Mário Neme, Marina Tricânico, Oswaldo de Almeida Fischer, Antonio Oswaldo Ferraz, Francisco Chagas de Moraes
E' justo ressalvar que muitos «desaparecidos» das letras, graças a Deus, estão por aí muito vivos e plenamente realizados em sua vida
profissional, como é o caso, entre outros, de Laudelina Cotrim de Castro, Branca Toledo Sachs. Hélio Krãhenbühl, Antonio Moraes Sampaio, Dario Brasil De qualquqer maneira, êsses nomes todos
são pérolas que muito vêm adornar as páginas modestas de «Mirante».
referidos menores?
Do seguinte modo: Subvencionando-se colé-
As subvenções já concedidas e muitas outras que deverão ser votadas pelo Congresso Nacional são essenciais para a alfabetização dos menores em idade escolar, ainda que também sejam necessárias subvençõesestaduais e das municipalidades Assim, o Estado que não pode, por falta de recursos orçamentários, ter prédios escolares em número supiciente para a nossa população escolar, mesmo por locação, e para a instalação e manutenção de escolas primárias em todo o país, terá o auxílio do capital privado para combater o analfabetismo de modo eficiente em duas gerações. E como há notório excesso de funcionários públicos e de professores aprovados em concurso, mas sem cadeiras de ensino, o Estado poderá designar muitos dêles para trabalharem ou ensinarem nos colégios particulares, sem ônus para êsses estabelecimentos de instrução. Os cofres públicos devem pagar, quanto à subvenção anual, por aluno admitido gratuita-
mente, em escola ou colégioparticular, cincoenta por cento da anuidade cobrada a aluno contribuinte.
Será justo que, assim, o capital privado dos proprietários de estabelecimentos particulares de ensinO,divida com o Estado despesas de combate ao analfabetismo, porque os cofres públicos têm principalmentea seu cargo a manutenção da ordem e serviços públicos indispensáveis, sem os quais não pode existir capital privado: exército, armada, fôreas policiais, correios e telégrafos, estradas cle ferro e de rodagem, abertura e conservagão de ruas, repartições públicas e remuneração de seus funcionários, 'etc.
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Prejuizos causados luicão do ar
das que há na fumaça. Nota da Redação: — Esta notícia publicada
pela po-
pelo «Noticiário das Nações Unidas», faz-nos pen-
sar, com tristeza, no «insolúvel» (por falta de boa vontade e determinação) problema dos re• síduos de engenhos e queimadas de cana que tan-
to «sujam» e incomodamos habitantes da Noiva
da Colina..
Os cientistas que estudam a poluição do ar, na Tchecoslováquia informa número recente de Perspectivas da UNESCO determinaram que o depósito de poeira nos setores industriais de Praga, aumentou, nos últimos anos, de 260 para 700 toneladas por quilômetro quadrado. Na cidade de Ostrava, em 1959, o depósito chegou a 6.000 toneladas por quilômetro quarado, o que eqÜivalea uma superfície contínua de pouco mais de 25 milímetros. O perigo que isso representa para a saúde pública está indicado pelo aumento na incidência de certas doenças. As perdas agrícola são estimadas em 70.000 toneladas anuais de cereais, assim como danos causados a árvores e outras plantas. Em fins do ano passado, esteve reunido em
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Praga um grupo de trabalho da Academiade
Ciências da Tchecoslováquia, para discutir o problema, e, entre as medidas aventadas para o combate ao excesso de poeira, figura o uso de um filtro especial de fumaça aperfeiçoado por um Instituto tcheco de pesquisas sôbre condicionamento do ar. O filtro, que usa menos água do que os congêneres,remove até 98% das partículas sóli-
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20
MODA
I
INFANTIL
Angela Cristina Bordieri, esta bonequinha loira, vem sugerir às elegantes-mirinsum dia completo de graça e beleza. Pela manhã vocês podem vê-la neste lindo
«baby-doll»em salpico de nylon rosa, com de— cote em V, formado por longa renda valenciana e terminado por um laçarote que atinge a barra. Já na outra foto, vêmo-lapronta para ir às compras com mamãe, neste vestidinho branco de organdí suiço, entremeado de. sianinha e ponto
Elegantes-mirins
já
têm
seu
russo.
110dÊlo:
Como tôda garotinha, também Angela Cristina gosta de flôres e nada melhor para brincar no jardim do que estas três graciosas peças em algodão xadrês, formados pelo corpete curto en— feitado de sianinha como a calcinha e o saiote que é formado por dois babados, tendo o primeiro
uma aplicação.
CRISTINA
Fotos: CANTARELLI
NASCIMENTO
Finalmente aqui temos nossa «glamour-girl» pronta para a festa, neste vestido de contos de fadas, confeccionadoem seis metros de nylon azul plissado, sendo o decote formado por uma pala -em viés prêsa por um laço no ombro direito com pontas soltas até a barra. A fita azul prende seus cabelos em um pen. teado moderno. Os complementos são brancos.
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O que dizem de Piracicaba
PIRACICABA
EU VI
DAVID ANTUNES
Encontrei logo dois amigos, não de infância, mas pelo menos da pré-juventude: Leonel Vaz de Barros e Tito Lívio Ferreira. Por intermédio dê—
les, aproximei-mede outros moços da terra, um dos quais o Brenno Ferraz do Amaral que, adolescente ainda, já emprestava aos jornais o concurso decisivo de seu talento de primeira grandeza. As pessoas de quem me aproximava me pareciam amáveis e fraternas. Pela primeira vez dei tento do mérito dos eufemismos como parte componente de uma boa educação. Certo personagem da novela «Piracicaba»,se bem que pro-
duto de condensação, foi-me inspirado por pessoa daqui mesmo, que não gostava de julgar o alheio
nem pelas costas. Para aludir a um indivíduode percepçãolenta dizia que era refletido, um deso— nesto passava à categoria de esperto, a um estúpido chamava deselegante, um subservinte transformava-se em serviçal, o avarento promovia a sistemático ou abnegado. Vivíamos em função da França e, como seu reflexo mental, usávamos co-
larinho duro, gravata, fraque nos dias de missa. Havia distinção de maneira, alinho no traje, ri-
goroso policiamento da linguagem. Dava-se à namorada o tratamento de senhora. De retôrno os namorados recebiam o de senhores. Tudo, enfim. girava em tôrno de uma ética, que hoje se afigurará ridícula, porém, que no tempo, consubstanciava o respeito quase religioso aos rígidos preceitos herdades de nossos maiores. Existia um apê-
go acentuado ao conformismo.Ninguémia a entêrro senão de roupa preta. A sexta-feira miaor
guardava-se também de luto fechado, em silêncio tão rigoroso que as próprias locomotivas não apitavam à chegada ou à partida. Essa estratificação de preconceitos,também chamada tradição, e que
na Inglaterra, por exemplo, define todo o sentimento de raça, também entre nós, representava a pedra de toque de nossa formaçãoe o substrato de nosso organismo social.
Eu deveria evitar o convíviode poetas e integrar-me na vida prática, por imposiçãodas palmatórias da família, em cuja consciência já se encontrava talvez em processo de sedimentação
o princípio sustentado por Aldous Huxley arte pode ser muita coisa mas, na realidade, não passa de um eqüivalente mental do álcool». .Com licença: outro elo vigoroso que me prende à idéia matriz do meu tema predileto: «O homem normal não pode ser artista» ) . Não obstante, por uma fatalidade psicológica,tão cedo me vi em Piracica— ba, agreguei-me deliberadamente ao bloquinho dos que faziam jornal. (Mais um trecho da palestra proferida no Rótary Club local por ocasião do 193.0 aniversário da fundação de Piracicaba).
22
Dicionário Quadrado
MAÇADOR
Maçadoré um cidadão
que, com tôda tirania, nos priva da solidão e não nos dá companhia. NARIZ
INGLÊS
Seu nariz era colôsso, era um monumento Inteiro!
Você quer ver um inglês passar velhice feliz ?
Basta dizer que podia
É só contar-lhe, de vez, piadas de quando petiz!
fumar charuto em chuveiro... PESCADOR
JUSTIÇA
Ao chegar com a sereia da pescaria, exclamou: «Em verdade, não é feia,
Em Esparta castigavam a quem roubar não sabia com esperteza... Mas, bolas! É a mesma coisa hoje em dia!
mas vissema que escapou. RAZÃO
LUA-DE-MEL
Lua-de-Mel, disse alguém
O que nunca tem razão,
é o prefáciodivertido
é justamente o que não
depois de alguma cachaça,
estou cansado de ver,
de um livro muito sem graça!
toleraria não ter! Enio Theodoro Wanke
IlMn MEDALHA
'eeeQe
ÁCIsSoIe
SEU FILHO Por gentileza do prof. José Rodrigues de Toledo, correto e dinâmico Delegado de Ensino em nossa cidade, recebemos o comunicado abaixo, que esclarece o significado do clichê que ilustra
esta página: A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, dentro da «Campanha de Aumento do
Rendimento Escolar», distribuiu às Delegacias de Ensino do Estado, artísticas medalhas que cons• tituirão o prêmio do Govêrno do Estado aos primeiros alunos de tôdas as classes das escolas oficiais de todos os graus, nos exames de fim de ano. A medalha, que reproduzimos acima, é cunha-
da em bronze, tem 4 mc. de diâmetro e pesa 25 gramas. De um lado, apresenta o emblema do
«Plano de Ação», a abelha e o mapa de S. Paulo recortado na colméia. De outro, uma inscrição da «Campanha de Aumento de Rendimento Escolar»
e as frases «mais ensino mais progresso
mais
progresso mais bem estar» hoje gravadas em to— dos os veículos da Secretaria da Educação. Por delegaçãodo Govêrno de São Paulo, as medalhas serão entregues pelos Diretores dos estabelecimentos ao primero aluno de cada grau de ensino na solenidade de encerramento dêste ano letivo. Esta rica medalha pode ser do seu filho. Para isso, é preciso que V. o acompanhe nos estudos, que o auxilie para que êle esteja devidamente preparado para os exames que se aproximam. Evidentemente a medalha não será o melhor prêmio que o seu filho receberá: o melhor prêmio será aquêle decorrente dos conhecimentos adquiridos, das lições bem aprendidas, que o acompanharãopela vida a fora, ajudando-o a me— lhor enfrentar os problemas que terá pela frente. Mas a medalha será uma razão enorme de alegria para seu filho, para V., para todos em casa. V. a mostrará com orgulho e seu filho, com orgulho, a guardará para sempre.
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24
Na mesa interminável, como era agradável!
O bolo foi comido pelo esfaimado poeta, que, imitando o Presidente JK, atingiu, ao comê-lo,
a sua grande meta.
Interpretacio
de um
Poema Moderno Não somos sistemàhcamente contra o modernismo na poesia, pois há muita poesia modernista bem escrita e... realmente poética. Mas, infelizmente, em sua esmagadora maioria, essa «soi-disant» poesia moderna, não passa de um amontoado de frases desconexas, ininteligíveis, em linguagem despoliciada e que não desperta a menor emoção nem sugere qualquer manifestacão de arte. O professor João Teixeira de Araújo, residente em Avaré e de quem «Mirante» tem publicado apreciadas colaborações, não é um escritor passadista. Seus escritos, em prosa ou poesia, são, pelo contrário, de sabor e linguagem muito atuais,
1
sem descambarem, é evidente, para o nebuloso e o destempêro do modernismo inconseqÜente. Sua capacidade de apreciação, seu domínio do pensamento e seu respeito à correção da linguagem podem ser bem apreciados nesta «interpretação»,ao mesmo tempo ferina e bem humorada, que nos dá do poema «O bolo», do famoso poeta Carlos Drumond de Andrade. INTERPRETANDO
O BOLO
Na mesa interminável comiamos o bolo interminável e de súbito o bolo nos comeu. Vimo-nos mastigados, deglutidos pela bôca da esponja. No interior da massa não sabemos
o aue nos aconteceu mas lá fora o bolo interminável na interminávelmesa a que presidente sente.falta de nós gula saudosa
Carlos Drummond de Andrade
(Publicado no Suplemento Literário de «O Estado de São Paulo» )
INTERPRETANDOO POEMA SUPRA Era uma vez um bolo, o bolo de «seu» Drummond.
Mas o bolo, que era também interminável, não foi afável para com o famanaz poeta, o tal que encontrou a pedra no caminho. Coitadinho!
E vai então, o bolo, que não é tolo, uma vez no bandulho do «seu» Carlos Drummond. produziu-lhe engulho.
E o poeta da pedra no caminho vomitou a massa que, de súbito, virou esponja, esponja original, esponja canibal!
Na sua antropofagia, cresceu, agigantou-se,
e semelhandohorrendo polvo,
em seus braços tentaculares, empolgou o poeta e o carregou nos ares. E, depois, com gula saudosa, colocou-ona interminável mesa,
e começoua mastigá-lo,
a devorá-lo. a degluti-lo,
Por certo, o meu leitor protestará: — Que é isso, minha gente! Esponja não tem dente! Esponja suga, chupa,
Esponja não mastiga! Absorve água, pinga, vinho, jeropiga e outros gorposlíquidos, mas tritura, nenhuma, criatura! — Você não sabe nada, meu leitor. Você é 'um grande tonto que está dormindo no ponto. Você não investiga,
não interpreta, não penetra
na essência das coisas. Você vive no mundo da lua
e dos «sputniks». Deixe seu «tiques»
e ouça a minha explicação: A esponja que era bolo, o bolo que seria esponja, esponja de «seu» Drummond que, na verdade, também assina Andrade, a esponja fenomenal que virou canibal,
25
tinha dentes, sim senhor! Dentes agudos, caninos pontudos, terríveis incisivos, cortantes, sempre ativos, e grossos molares,
aos milhares,
nas intermináveis bocas que são os seus vorazes poros.
A esponja, portanto, mastigou o poeta. A esponja também atingiu sua meta.
Começou pela cabeça do genial trovador. (Oh! que dor!)
Ao mastigar-lhe os miolos, a massa cinzenta, (Oh! que tortura!)
quase quebrou a dentadura! Era rija, coriácea. Ficou, assim, mastigando, o dia inteiro, o poeta mineiro. Mas, leitor, não vá ficar nervoso Drummond de Andrade, o excelso poeta, o maior do Brasil, depois de devorado, ressuscitou!
Para nos deliciar, para nos contar, no seu grandíloquoestilo, tudo aquilo que o seu poema representa.
Diz êle que não sabe o que aconteceulá fora, na interminável mesa,
e na inquietante hora em que a saudosa gula como se fôsse faminta mula, presidiu ao festim, onde havia bolo, muito bolo, mas faltava o capim. Eis meu caro leitor, a interpretação, a exegese do poema original. Do interior da «bolífera» massa (Vejam que maçada!) , o poeta ressurgiu, integral, sem o mais leve arranhão, E, como Édipo da mitologia, gritou: Decifra-meou te devoro!
Ser a gentedevorada?
Não! Não passaremos por tão terrível transe. Deixemosque tais bravatas fiquem circunscritas
ao poeta e ao bolo. Êles que se entredevorem!
Eis-nos, pois, aqui, resolvendo o problema contido no bôjo
dêste poema.
Cremos, sinceramente, que interpretamos, que deciframos esta obra-prima. João Teixeira de Araújo — Avare — S.P. xxv — vm — MCMLX
Noites de Verão Silêncio sôbre a terra, noite de verão, em que o calor, embriaga e estonteia a rude atmosfera. Silêncio onde vibram sons perdidos, onde dormem corações cansados... Inércia e paz no vale dos esquecidos. Repousa a natureza
e sôbre ela ronda o anjo negro,
de escuras asas, espalhando nas trevas da noite
a monotonia de mil fracassos, a desventura de mil vencidos... DIRCE RAMOS DE LIMA
Pátria Pátria de encantos, seduções e glória, De sonhos, de magias,de belezas; O teu passado traz-nos à memória Uma epopéia de imortais grandezas. Entre outras mil pertence-te a vitória Pcrque suplantas todas em riquezas; Nas páginas viris da tua História, Palpitam feitos, fulgem realezas.
És bela, és grande, és poderosa e pura, Cheia de tradições e de bravura, De brilhantes e altivos monumentos... Ergue-te, pois! Levanta-te orgulhosa! Esplêndida, radiante, majestosa, E o teu pendão desfralda aos quatro ventos! LICINIO CARPINELLI
Estátua Exposta ao sol, ao vento, à tempestade, Num largo pátio, perto de um mosteiro, A estátua imóvel, — símbolo da saudade — Lança um olhar eterno ao val inteiro. Por mais que lhe batesse o sol ao rosto E um vento forte no seu busto desse, Ela não muda; o seu olhar é pôsto No horizonte, onde o sol desaparece. Símbolo heróico de um passado vivo! A estátua, com seu busto todo altivo, Parece dominar tôda amplidão. Mais forte do que o sou e do que o vento, Ela resiste a tudo sem lamento — Pois não pulsa em seu peito um coração. GLORINHA PINTO CÉSAR
26
ULTIMA BALADA PARA ÉGLE Amada,
não esperes de mim um rio
CRIASTE Quando vi as águas claras e espumosas Quando vi as matas virgens e sombrias Quandovi os mares e as rosas Eu o vi, Deus imenso em sabedoria. Quando senti a brisa de um alvorecer Quando senti a noite bela e quase fria Senti algo mais forte que o meu próprio sêr: Senti o Deus imenso em sabedoria.
de alegria um pássaro de alvorada um lago
de ilusões. Amada, não esperes
de mim sequer
um canto de vento um sonho de nuvem
um olhar de primavera. Não esperes nunca mais de mim
Quando vi a perfeição da obra de tão sábio Rei Criador do Céu, -luzes que aos olhos somem Admirado e confuso, eu lhe perguntei: Porque meu Deus, foste criar o homem? Por CARLOS HENRIQUE
Uma das vítimas da tragédia do Rio Turvo, de São José do Rio Preto
amada um acêno
de manhãs.
DAVID BARBOSA FILHO
LÁGRIMAS PARA A FELICIDADE Se por te amar, devo chorar,
MINHAS MÃOS Deixa que em tuas mãos entrelaçadas Possam as minhas pálidas, cansadas, Serenamente repousar. .. Vêm de longe, estão trêmulas, coitadas, Parecem duas aves assustadas Exaustas de voar! Tem pena delas.•Trata-as com carinho, Vêm tontas do bulício atroz das ruas, Precisam repousar.
Que elas encontrem, finalmente, um ninho
Na tepidez das tuas
E aí possamficar.
Que ao menos possam elas, Esquecer as procelas E a lembrança de um duro cativeiro Que tanto mal lhes fez. E quem sabe? num sono .derradeiro, Possam elas sonhar, mais uma vez! Maria José Aranha de Rezende
Dai-me, Deus, tôdas as lágrimas da terra...
Se caro fôr o preço, do amor que me inebria, E, por te amar, Revo sofrer, a crucificaçãolenta da minha alma, Não me negues, Senhor, tôdas as dores humanas. O amor que sinto é tão grande, que já não cabe em mim; Devora-meo ser como chama abrasadora...
Estou, por amor, a morrer! Sofro saudades, se de mim te afastas. Tenho ciúmes, quando alguém diz o teu nome, E enlouqueço de felicidade, quando estás a meu lado... Nem mais sou eu, vivo apenas, tua vida, teu ser e teu destino. Faze de mim o que quiseres, Pois, fazendo-me sofrer assim, Fazes de mim a mais feliz das mulheres... DIRCE RAMOS DE LIMA
Brasil em conta gotas
Você nunca esperimentou nada melhor!!!
Você sabia que...
cucoBAlNA
O cabo Orange é o ponto extremo do
Brasil, ao Norte, e a foz do arroio Chui é o ponto extremo, ao Sul?
A ilha de Marajó é a maior formada
O refrigeranteda atualidade
pelo Amazonas, na sua foz, com 48.000 km2 de superfície?
Campos do Jordão fica a 1.600 metros de altitude? O ponto mais elevado do Brasil é o Pico da Bandeira, na Serra da Chibata, alcançando a
Nova e sensacional bebida pi-
das quais cêrca de 500 ficam no estuário? D. João VI, ainda príncipe regente, assinou a carta régia declarando os portos do Brasil abertos às nações amigas no dia 28 de fevereiro de 1808? Retificação necessaria: — Em nosso último número, «Brasil em conta-gotas» cometeu um êr-
que já foi feito até agora!
diferente de tudo
racicabana,
altitude de 2.884 metros ? No rio Amazonas há cêrca ae 6.000 ilhas,
REFRESCANTE E SAUDÁVEL Ideal para você enfrentar
ro palmar, por haver copiado de uma revista qualquer, a informação de que o nome do célebre ator
Procópio Ferreira é João Antero de Jesus Quintal. Felizmente, nosso prezado e ilustre colaborador de Avaré, prof. João Teixeira de Araújo, ad-
o
verão
CUCOBAINA
vertiu-nos do engano, que poderia, aliás, ser evitado, com uma simples consulta ao Jayme Seguier,
onde vem registrado o nome certo: João Procópio de Quental Ferreira. Apraz-nos, também, acrescentar que o ilustre informante, a quem agra-
CII. 1101.
decemos a gentileza e solicitude, já publicou excelente artigo acêrca do assunto, intitulado «De An-
peca pelo Telefone: 4136
tero de Quental a Procópio e Bibi Ferreira», no qual se lembra o parentesco próximo entre os famosos atores e o excelso poeta português.
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saída de um banho de divinos Cotis! Mas que ven-
ULTIMA ESTAÇÃO
tos a trouxeram para junto de mim? Para que esta sua visita ao escritório abafadiço de um vate a debater-se em rimas e versos? Não seria preferível antes adejar em volúpias espelhantes sôbre
A Borboleta e o Poeta
a placidez de um Iago? Ou embrenhar-se, embria-
LINOvrrrrl
gada, pelo verdor da floresta?... Ou... para que prosseguir? Se aqui veiu ter foi decerto pelo extravio a que a levou a doidice convidativa desta manhã de sol! Quem poderia guiar-se com segurança convidativa desta manhã de sol! Quem po-
A manhã de agôsto, pusera-se num traje todo azul, de ponta a ponta do céu. Levemente fria e penetrante, a brisa arregaçava as folhagens ao Sardim, tomando perfumes às flôres e carregan-
deria guiar-se com segurança diante dêsse esban-
jamento da natureza? E veja lá mais que você é uma borboleta, um pedacinho de capricho colo-
do-os em cabriolas de cá para lá. Em seu cubículo,
o poeta madrugador teimava num soneto, sob a influência talvez da magnificência da manhã. Súbito, pela porta entreaberta por onde se insinua a aragem trazendo-lhe os olôres há pouco roubados no jardinzinho fronteiro, esgueira-se matinal borboleta, em ziguezaguesde alegria, sencerimoniosa, e feliz. Perseguindo o sol, porta a dentro, alí estava ela agora — uma galanteza esvoaçante — às tontas, prisioneira da salinha do poeta. Em piruetas, alçou—seaté o fôrro, debateu-se contra a brancura das paredes, deteve-se um minuto sôbre a estante de livros, para afinal lançar-se, num
rido, com poucos dias de vida (talvez horas!) , por
isso mesmo ansiosa de viver o máximo borboleteando doidamente! Aí estaria, quem sabe, a razão
por que se extraviou e veiu dar a cabecinha ôca de encontro à minha vidraça, prisioneira, por uns momentos, da atenção do poeta. Por um pouco apenas, pois, vendo-a êste exausta já, ofegante nas asas de seda, abriu-lhe as grades vítreas da janela, restituindo-a à maQue festa! Que alegria! Librando-se, desli-
sando sôbre a luz, a linda borboletinha (sim, porque tôdas as borboletas são lindas!) deteve o vôo
ímpeto, à caça de um pedaço de céu coado através
da janela. Mas a vidraça cerceou-lhe o intento e alí ficou suspensa, debatendo-se, surpresa diante daquele obstáculo transparente que lhe roubava o infiñito.
em caprichosas curvas, para agradecer quiçá, o humanitário gesto do seu libertador. Foi então que a imaginação do poeta se sobressaltou e nela a imagem fervilhou límpida e
É evidente que o olhar do poeta perdeu-se no pequenino incidente e a imaginação divagoulhe pelos meandros da fantasia. — Bom Aia, amiguinha borboleta, teria dito. De que lonjuras vem você? Por que lugares andou? Quantas flôres sugou neste seu passeio ma-
justa . E murmurou: — Borboleta: — a minha alma doida de bele— zas, sequiosa de infinito... Janela: a cadeia dêste corpo miserável que lhe decepa as asas e lhe cer-
ceia os vôos para o além...
tutino? Creio que deves estar perfumadinha, como
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Há
40 anos...
——=Masas indústrias Dedini não pararam
em grande aíA-loje elas se desdobram
———-laminaçãode perfilados e em futuro próximo produzirão aço piracicabano! Isso tudo representa grandeza para
S. Paulo e progresso para o Brasil!
M. Dedini S. A. — Grande laminação de perfilados
... Antes de Mário Dedini, tôda maquinaría para a indústria do açúcar
tinha de ser importada. Isto representava gastos astronômicos para o Brasil! Depois veio M. D. e construiu aquí tôdas as máquinas para o fabríco do açúcar e em seguida usinas completas.
É
fácil imaginar a economia em
divisas que isto representou para o nosso país.
Por isso êle é com inteira justiça
"0 PAI DO AÇÚCAR".
n