Programa Convida: Fanka Santos apresenta "Bioera e a rede viva de conexões"

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BIOERA E A REDE VIVA DE CONEXÕES Autora: Fanka Santos


Fanka Santos é professora, poeta cordelista e permacultora. Membra fundadora da sociedade dos cordelistas maUditos, (com U), tem se dedicado à poesia de folheto e a pesquisa na área onde escreveu uma tese de doutorado sobre a produção de autoria feminina no cordel e dois livros sobre o tema: “Romaria de versos” e “Agua da mesma onda”. No prelo está o “Catalogo das mulheres cordeslistas e cantadoras do Nordeste” que resume os seus vinte de anos de pesquisa sobre o tema. Atualmente, como professora da Universidade Federal do Cariri – UFCA, realiza ensino, pesquisa e extensão através do Laboratório de Troca de Afetos (LATA), ministra entre outras, as disciplinas de cultura e cordel, no curso de biblioteconomia, e coordena projetos na área de sustentabilidade ambiental através de ações na área de permacultura. Criadora e coordenadora da associação Aldeia da Luz, um hardwere de terapias integrativas, bioempreendimentos conscientes e sustentáveis, Fanka Santos está à frente, atualmente, de um movimento pela bioera, a era da vida e da rede viva das conexões, onde com o professor Eduardo Antonio Bonzatto publicou o livro BIOERA, disponível na amazon. Editou vários folhetos, entre eles: “A mulher e o cangaço”, “o encontro do meu pai com Lampião”, “Padre Cícero e a vampira”, “Agora são outros 500”, “Joca e Juarez” (em parceria com Salete Maria), “Apagão”, entre outros.

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Foto: Yarla Ferreira


Na era do Antropoceno O “homem” é epicentro Diferente do holoceno, Onde não existe centro, Onde tudo está ligado Saudável, apaziguado Por cima, baixo e dentro. Como tempo geológico O Holo é cooperativo E sendo só ecológico, É também interativo Dos seres com a natureza Do cosmo com a beleza Num clima compreensivo. Contudo tudo mudou Quando o homem explodiu A bomba que detonou, A era que se abriu Um tempo de muita guerra No seio da nossa terra, Aquela que nos pariu. Desde já ficou insano Habitar esse espaço Liderado por tirano Que prendeu Gaia no laço. A conduta do humano Envereda no engano, Desde que errou seu passo!

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Uma ideia hegemônica De repente apareceu Destruindo o harmônico O primeiro que morreu: Pela racionalidade, Filha da modernidade O mito de Prometeu! Eu discorro para você A real modernidade O sistema do poder Que dita a sociedade, Baseada em vingança, Dualismo, insegurança Arrogância e vaidade! A modernidade tem A escrita e a guerra O controle lhe convém, No poder só se aferra Recriou o masculino E também o feminino, Contra o humano-terra.

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O Humano é raqueado Pela racionalidade Tudo naturalizado Pra virar normalidade Porém, ela é histórica Criado pela retórica De outra realidade.


Contudo, há outro mundo Paralaxe, paralelo Onde nele é profundo O azul e o amarelo Tem a vida como tema Gratidão é o seu lema Abundância é o elo! Na beleza de uma flôr No riacho cristalino No silêncio do tambor Na beleza do felino Tudo é conexão O amor e o perdão Faz parte desse “ensino”. Eu falo da Bioera A era do bem amor. Da musa e deusa Hera Da vida em seu frescor. Da luz da maternidade Matriz da prosperidade, Arquético do beija-flor Bioera é diferença A mais pura intenção Sem padrão e sem licença É da quinta dimensão Randômico e natural Acesso espiritual Sentido na vibração!

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Eu escolho o amor Eu prefiro o perdão Sendo assim, sou a favor Pela minha intenção De viver pelo sagrado Como algo consagrado Que eleva o coração. A conexão é feita Pela metodologia E será sempre perfeita Se for leve a energia Bioera é o tempo Esse ethos que eu penso Como uma sinergia Já cultura é um nome Programado ao vivente É palavra que tem fome Do que nela está ausente É conceito inventado Repetido e contado Para dominar a gente A cultura é redução De algo que é dual Baseado em relação Expressa o desigual. O inverso de cultura É a vida nua e pura Todo mundo sendo igual.

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Ser igual na diferença, Singular a cada ser Diferente na presença Por ser luz e acender A estrela do deus Eros Que protege com esmeros O saber do conheser. Bioera tem na vida O sentido principal E por isso lhe convida A viver mais na natural Faça um pouco de jejum No lugar do desjejum Toma água mineral. Como você integra Em um mundo separado? Onde tudo tem a regra Pra ficar domesticado? Dando o pulo do xamã E o salto com tupã, Pra ficar unificado! O xamã não tem apego Ele está pacificado Ele nunca fica preso, Pois está unificado Não tem vitimização E nem polarização Ele está abençoado!

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Muitos são os derivados Que podemos escolher Eles são considerados Seus afetos pra colher Dependendo da energia Você pode todo dia Ficar leve e transcender Eu derivo no vegano No afeto ao animal, Todo ser é soberano Todo ser é divinal Todo bicho é sagrado E também abençoado Somos todos um Nagual! Eu derivo pela paz Na egrégora da vida Todo mundo é capaz De sarar sua ferida, Uma outra educação Pra curar o coração Ela deve ser parida!

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Derivo permacultura Derivo na terapia Procuro outra postura Procuro um outro guia. Naquela energia leve Tão leve como uma neve Num ritmo que arrepia.


Aprender suficiência Ir no rio mergulhar Acessar a consciência E com ela meditar Pelo mundo paralelo Pondo o ego no chinelo Para tudo melhorar. Na frequência do amor Bebo água da cascata, Onde avoa o beija-flor Eu vejo a lemniscata, Também vejo a minha cura Minha alma que é pura Que me acolhe e me acata. No autoconhecimento Você chega ao Ubutu Em um novo nascimento Sendo outro Eu e Tu Na linhagem dos afethos Eu expando o meu ethos Na cadencia de catu. O Neplanta é o Asteca Que está entre 2 mundos Desde a era do tolteca Seus saberes são profundos, Sem o ego do indivíduo Sendo mais um condivíduo Procurando outros rumos.

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Nessa serendipidade O Neplante só sugere Com muita serenidade Só deseja que prospere, Pela colaboração E também cooperação Pela paz que se refere. Bioera é o sentimento Como chave necessária Para o apaziguamento D’uma vida adversária, Para ter irreverência Não ficar na reverência, Esta é desnecessária. Meu poema BIOERA Em folheto de cordel Fala d’ outra biosfera outros ethos no painel Foi criado por Bonzatto Que comigo deu o trato, Ele é grande em seu papel.

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Bioera é emergência De uma rosa ao nascer Uma forma de insurgência De rimar no caos e ter Abundância todo dia Na canção a melodia Que se escuta com prazer.


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