Abril 2018 | IMS Paulista

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cinema 4.2018


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14:00 Western (119’)

14:00 Western (119’)

14:00 Zama (115’)

20:30 Em nome da América (96’)

21:00 Um baile de máscaras (145’)

18:00 Em nome da América (96’)

16:15 Imagens do Estado Novo 1937-45 (240’)

Sessão seguida de debate

16:15 Imagens do Estado Novo 1937-45 (240’)

16:15 Arábia (96’) 20:00 Arábia (96’)

21:50 Zama (115’)

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Neste dia não ocorrerão sessões de cinema

14:00 Zama (115’)

É Tudo Verdade 2018 23º Festival Internacional de Documentários

16:15 Arábia (96’)

18:00 Em nome da América (96’) 20:00 A donzela na neve (205’)

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É Tudo Verdade 2018 23º Festival Internacional de Documentários

É Tudo Verdade 2018 23º Festival Internacional de Documentários

É Tudo Verdade 2018 23º Festival Internacional de Documentários

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14:00 Em nome da América (96’)

14:00 Em nome da América (96’)

14:00 Em nome da América (96’)

18:00 A vizinhança do tigre (94’)

18:00 Em nome da América (96’)

18:00 Sessão Cinética: Os olhos sem rosto (88’)

16:00 Arábia (96’) 20:00 Arábia (96’)

Sessão comentada pelos diretores

16:00 Arábia (96’)

20:00 No intenso agora (127’)

16:00 Em nome da América (96’)

Seguida de debate com os críticos da Revista Cinética


sexta

sábado

domingo 1 14:00 Western (119’)

16:15 Imagens do Estado Novo 1937-45 (240’) 20:15 Zama (115’)

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14:00 Zama (115’)

14:00 Zama (115’)

14:00 Zama (115’)

18:00 Em nome da América (96’)

18:00 Imagens do Estado Novo 1937-45

16:15 Arábia (96’) 20:00 Arábia (96’)

21:50 Zama (115’)

16:15 Arábia (96’)

parte 1 (112’)

Sessão seguida de debate

21:50 Imagens do Estado Novo 1937-45

16:15 Sessão infantil

As aventuras de Azur e Asmar (99’)

18:00 Em nome da América (96’) 20:00 Arábia (96’)

parte 2 (114’)

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É Tudo Verdade 2018 23º Festival Internacional de Documentários

É Tudo Verdade 2018 23º Festival Internacional de Documentários

É Tudo Verdade 2018 23º Festival Internacional de Documentários

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É Tudo Verdade 2018 23º Festival Internacional de Documentários

Neste dia não ocorrerão sessões de cinema

Neste dia não ocorrerão sessões de cinema

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14:00 Em nome da América (96’)

14:00 Imagens do Estado Novo 1937-45 (240’)

14:00 Sessão infantil

18:00 Arábia (96’)

20:00 A vizinhança do tigre (94’)

18:00 Guarnieri (72’)

16:00 Em nome da América (96’) 20:00 Guarnieri (72’)

21:30 Eles não usam black-tie (125’)

18:15 Arábia (96’)

22:00 Os olhos sem rosto (88’)

As aventuras de Azur e Asmar (99’)

20:00 Eles não usam black-tie (125’)


capa Arábia, de João Dumans e Affonso Uchôa ( Brasil | 2017, 96’, DCP) Os olhos sem rosto (Les yeux sans visage), de Georges Franju (França, Itália | 1960, 88’, DCP)


destaques de abril 2018 De 12 a 20 de abril, o IMS Paulista receberá pela primeira vez o É Tudo Verdade, Festival Internacional de Documentários. Em sua 23ª edição, a curadoria apresenta a nova safra de filmes não ficcionais, brasileiros e estrangeiros, em mostras competitivas de longas e de curtas, além de projeções especiais. Todas as sessões são gratuitas, e os ingressos são distribuídos uma hora antes de cada exibição. Informações podem ser encontradas no site do evento (www.etudoverdade.com.br) e no site do IMS.

A programação do Cinema do IMS de abril ainda apresenta debates dos filmes Em nome da América, de Fernando Weller; Imagens do Estado Novo 1937-1945, de Eduardo Escorel, e, na Sessão Cinética, Olhos sem rosto, de Georges Franju. Arábia, de João Dumans e Affonso Uchôa, terá exibição comentada. O documentário Guarnieri, de Francisco Guarnieri, é projetado em sessão dupla com Eles não usam black-tie, de Leon Hirszman. A sessão infantil do mês é a animação de Michel Ocelot, As Aventuras de Azur e Asmar. Imagens do Estado Novo 1937-45, de Eduardo Escorel (Brasil | 2016, 240’, DCP)

Em nome da América, de Fernando Weller (Brasil | 2017, 96’, DCP) 1

Guarnieri, de Francisco Guarnieri (Brasil | 2017, 72’, DCP)

A vizinhança do tigre, de Affonso Uchôa (Brasil | 2014, 94’, DCP)


Sobre Em nome da América depoimento de Fernando Weller

O projeto de Em nome da América nasceu há alguns anos, mais exatamente em 2012. Na época, eu tinha escutado relatos de moradores de uma cidade no interior de Pernambuco que davam conta da presença de jovens hippies americanos vivendo entre eles nos anos 1960 e 1970. A história era curiosa para mim, já que ninguém sabia muito bem dizer o que eles faziam aqui. Havia uma série de lendas sobre isso. Algumas engraçadas até, que diziam que Steven Spielberg teria vivido clandestino no sertão para fugir do Vietnã. Outras histórias envolvendo a prospecção de recursos minerais, rumores sobre a presença da CIA etc. O que eu percebi foi uma grande desconfiança em relação aos americanos e, ao mesmo tempo, uma memória afetuosa em torno dessa presença estrangeira, que é algo típico de uma cordialidade das pessoas no interior do Brasil. Então, o que me moveu inicialmente foi essa curiosidade para saber o contexto da vinda dessas pessoas. O projeto inicial partiu desse mito sobre a presença de Steven Spielberg no Nordeste, mas pouco a 2

pouco, quando avancei na pesquisa em torno do tema, percebi que o filme tinha um potencial que ia além dos boatos no sertão e que precisava encontrar uma narrativa mais sóbria para dar conta da complexidade do contexto histórico no qual eu estava metido. Basicamente, no início dos anos 1960, os americanos acreditaram (ou fingiram acreditar) que o Nordeste brasileiro estava prestes a se tornar uma “nova Cuba”. Havia filmes, reportagens televisivas e impressas… Um importante artigo no New York Times, escrito por um correspondente chamado Tad Szulc, alardeava uma situação pré-revolucionária no campo em Pernambuco por causa das Ligas Camponesas de Francisco Julião. Esse contexto um tanto histérico coincidiu com uma ação do governo Kennedy que investiu grandes recursos em um projeto para a América Latina chamada Aliança para o Progresso. Em paralelo a isso, Kennedy havia criado uma agência chamada Peace Corps (ou Voluntários da Paz, como ficou conhecida aqui no Brasil), que pretendia enviar jovens

norte-americanos para diversos países do mundo para atuar em trabalhos comunitários. Era uma forma de aglutinar um espírito ativista da juventude liberal americana dos anos 1960, que lutava internamente por bandeiras dos direitos civis e que se sentia representada pela figura de Kennedy. Fazia parte também de um grande projeto de construção de uma imagem mundial mais amigável dos EUA e seus cidadãos. Havia uma expressão célebre na época, “the ugly american”, o americano feio, título de uma fotografia feita em Cuba que mostrava um turista americano de cuecas carregando uma garrafa de rum às vésperas da Revolução de 1959. Kennedy se empenhou em mudar esse estereótipo, visando à disputa simbólica que travava na América Latina contra a ameaça comunista. Na virada dos anos 1960 para os anos 1970, a Guerra do Vietnã acabou se tornando um fator que levou parte da juventude norte-americana para o voluntariado civil, o que gerou uma situação bastante confusa: milhares de jovens americanos atuando em países pobres em nome do governo


americano. Jovens que pretendiam, justamente, fugir da mais nefasta ação de seu governo na época, que era a presença militar no Vietnã. Fizemos uma intensa pesquisa em arquivos norte-americanos e brasileiros. Recolhi um material imenso de pessoas e de arquivos. Passei um bom tempo nos Arquivos Nacionais, em Washington, e na Biblioteca JFK, em Boston, assistindo a filmes da época e consultando documentos. Dos materiais mais importantes que trouxemos para o documentário, estão imagens de dois filmes, considerados perdidos, que encontramos em coleções norte-americanas: os documentários Brazil: The Troubled Land, dirigido em 1961 por Helen Rogers para a TV americana, e The Foreigners, realizado por Mark Jonathan Harris em 1968, sobre os Peace Corps na América Latina. O filme de Rogers traz importantes registros, como imagens de Francisco Julião e de figuras controversas, como o padre Melo. Ele foi exibido na TV americana e influenciou a opinião pública e o governo americano da época. É uma 3

clara propaganda anticomunista, que procura situar o movimento no campo em Pernambuco como uma ameaça continental. O segundo filme, de Harris, é uma encomenda dos Peace Corps na Colômbia. Por muito tempo, esse filme desapareceu do catálogo da agência, porque o que deveria ser uma propaganda institucional do programa se tornou, no filme, uma dura autocrítica da presença americana no país. Encontramos ainda imagens feitas pela agência no Brasil, com a atuação dos voluntários em diversas localidades. São imagens coloridas, filmadas em 16 mm e muito bem preservadas. Nada disso existia no Brasil. No caso de The Foreigners, nem o próprio diretor tinha mais o filme, e recuperamos com a sua ajuda uma cópia em 16 mm que estava nos Arquivos Nacionais, em Washington. Outro achado que vale destacar são imagens em cores do encontro de João Goulart com John Kennedy nos EUA, realizadas pela Marinha americana em 35 mm e que nunca circularam fora dos arquivos. Eu só conhecia um registro em preto e branco feito pela Agência

Nacional1 e, mesmo assim, tive dificuldades em encontrá-lo no Brasil. É emocionante poder dar visibilidade a essas imagens. Elas nos apresentam uma nova textura do passado. Seu valor não é apenas histórico, mas estético. [Extraído de entrevista publicada originalmente no site do filme. O material completo pode ser encontrado em: www.emnomedamerica.com.br]

1. A Agência Nacional foi uma agência federal de notícias criada em março de 1937 por Getúlio Vargas, cuja função principal era difundir notícias de interesse público e ações do governo federal. Em 1979, foi substituída pela Empresa Brasileira de Notícias, que foi incorporada pela Radiobrás em 1989 e recriada com o nome de Agência Brasil, que desde 2007 faz parte da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).


Entre ver e ser visto por Raul Arthuso

Os olhos sem rosto (1960), Georges Franju

O cinema guardou, ao longo de sua história, uma relação ambígua com sua pulsão escópica. O cinematógrafo – arte da ação = imprimir gestos, movimentos, ritmos num espaço-tempo determinado pelo próprio ato da impressão – tinha na curiosidade do olho-câmera uma espécie de ponto de atrito, usado tanto como metáfora de si quanto como motivos do olhar pela fechadura, adentrar espaços interditados ao público ou explorar dimensões da vida cotidiana inapreensíveis por diferentes razões. Porém, ao mesmo tempo que o cinema anedotiza o mundo, aguçando nosso voyeurismo pelo espetáculo da vida moderna, ele se exibe para nós, consciente de sua dimensão como agente e objeto do olhar: não raro, vemos olhares para a câmera nas vistas Lumière, atividades realizadas visando à revelação para quem vê (como a famosa refeição do bebê) ou mesmo encenações que ativamente atiçam o voyeur ao se expor para a câmera. Olhar e ser olhado: 4

dinâmica diabólica moderna impregnada na Olympia, de Edouard Manet. O quadro cinematográfico vai sintetizar, potencializar, problematizar esse jogo. E esse complexo olhar-olhado será motivo do engano mortal hitchcockiano, do jogo de difusão do real em Welles, da perversidade em Lang. O cinema, não mais articulação de potências e recortes de mundos possíveis, mas cosmologia particular pela escritura de espaços e tempos até então impossíveis – uma arte da imaginação –, perturba essa dinâmica com a promessa voyeurística da quarta parede, olhar sem ser olhado: aquilo que foi naturalizado no espetáculo cinematográfico a partir das condições da sala escura de exibição e da projeção escondida em uma cabine atrás do espectador é, na verdade, uma construção dolorosa de uma não identidade, o público, o compartilhado pela coletividade que acompanha imagens de um mundo possível numa tela em branco, como um sono profundo antes do apocalipse, ao mesmo tempo que faz a experiência de cada um desses espectadores se amalgamar com o narrado na tela até o limite de criar um imaginário comum – ver

um filme é, num golpe só, descoberta e amputação do que se experiencia e se partilha. É dessa (falsa) promessa que parte Os olhos sem rosto. A obra-prima de Georges Franju articula-se e reconfigura-se pela dimensão do olhar como um campo de possibilidades atmosféricas da ficção. Uma mulher dirige aflita por uma estrada escura, com árvores retorcidas brigando com o breu da banlieu de Paris. Ela olha pelo retrovisor para algo no banco de trás: uma pessoa, envolta num sobretudo, com um chapéu cobrindo seu rosto. Essa pessoa no banco de trás, por sua vez, não olha de volta. Mais uma vez o plano do retrovisor, mostrando o corpo inerte, montado com o olhar apreensivo da motorista, desvela uma relação entre o observador e o objeto de seu olhar. Logo percebemos que se trata apenas de um corpo morto. A faculdade de “olhar” não é apenas um exercício de curiosidade, é uma prova de vida. Vejo, logo existo. É pelo olhar que chegamos a Christiane (Édith Scob). Primeiro, seu pai, dr. Génessier (Pierre Brasseur), um importante médico e pesquisador, é avisado da morte de sua filha. Ele vai


ao legista para reconhecer o corpo e confirmar sua identidade. Regressado a sua casa, acompanhamos ele caminhar por diversos cômodos, seguindo o trajeto que o leva até o quarto de Christiane, onde descobrimos toda a verdade: a garota está viva, e sua “morte” não passa de um golpe do médico para continuar sua atual pesquisa. Christiane teve seu rosto completamente lacerado por um acidente de carro causado pelo pai, que agora busca uma forma de restituir um rosto para a filha por meio de um transplante facial. Com a ajuda de Louise (Alida Valli), a motorista vista na primeira cena, eles raptam jovens estudantes loiras de olhos azuis em Paris para roubar-lhes o rosto e devolver a face aos olhos de Christiane, vivos dentro da máscara que utiliza para não revelar seu rosto morto. Génessier tem a ideia fixa de devolver à filha o rosto – a possibilidade de ser vista –; mas Christiane, presa na mansão isolada da família, quer ver. O impulso por varrer o mundo com os olhos nos leva a ver, pela primeira vez, o rosto mutilado de Christiane, ao assumirmos o ponto de vista de uma jovem 5

raptada que, ao mesmo tempo, é objeto da curiosidade da personagem principal. Assim, Os olhos sem rosto tem na defasagem entre o ato de ver e ser visto seu mote principal. Christiane percorre os espaços de sua casa procurando o laboratório do pai ao mesmo tempo que se esquiva deste e de sua assistente para ver a moça da vez que lhe cederá o rosto; Louise segue garotas pelas ruas de Paris, como numa pesquisa de campo para as possíveis vítimas de Génessier, que, por sua vez, figura pública, observada por toda a plateia na palestra que oferece sobre suas pesquisas, realiza experiências proibidas quando recluso em seu laboratório. O filme delineia a divisão entre os espaços de visibilidade que criam o jogo de suspense que segura a trama do filme. Afinal, Os olhos sem rosto é, à primeira vista, um filme de horror sobre um cientista louco, e esse gênero sustenta boa parte de seus efeitos primevos na curiosidade do espectador em olhar e a negação dessa visão – do sobrenatural, do monstruoso, do abjeto. Franju utiliza-se disso, mas transforma a polaridade: o espectador é o tempo todo

estimulado a ver, penetrar nos espaços junto com as personagens, a observar as ações em sua integridade. No mais próximo que podemos chamar de uma “cena de horror”, acompanhamos uma descrição minuciosa pela câmera dos procedimentos de Génessier em ação no laboratório em mais uma tentativa de transplantar um rosto. São gestos simples e, provavelmente, comuns a uma cirurgia: a marcação da área a ser cortada, o manuseio do bisturi, o corrimento do sangue após a secção. Mostradas com tamanha secura, essas imagens procedurais, quase realistas, ganham uma dimensão extraordinária. Mas o extraordinário da situação de Christiane não está no horrendo de seu rosto ou no incômodo da máscara que nega a visão, mas na banalidade da situação. Christiane não pode encontrar seu namorado, sair de casa ou mesmo contemplar a si própria, já que, para não decepcionar sua filha, Génessier retirou todos os espelhos da casa. Todo pai protetor pode ser um Génessier; toda filha colocada no lugar de uma boneca de porcelana é uma potencial Christiane.


Então, as articulações e reconfigurações em torno do motivo do olhar-olhado de Os olhos sem rosto resvalam na questão da identidade: quem olha, quem é olhado e, principalmente, como olha ou é olhado. Desde a simulação da morte de Christiane, apagando sua identidade cujo rosto esfacelado é a imagem pública, até o ato de buscar uma nova cara para Christiane – e, portanto uma nova vida, novo nome, novos documentos –, a identidade é investigada em suas dimensões de superfície – rostos, aparências, reflexos, máscaras – e de profundidade – o âmbito privado revelando a vida escondida dos olhos públicos, o rosto coberto pela máscara, a cicatriz escondida pelo colar de pérolas. O tour de force entre Génessier e Christiane se dá no campo da identidade: o pai desejoso de dar à filha uma nova face, que represente uma nova vida; a filha vítima da ideia fixa do pai, escondida sob uma máscara que aprisiona a personalidade da qual ela não está disposta a abrir mão. Desse conflito, emerge um filme que não se enquadra simplesmente no 6

filme fantástico, já que nada é propriamente sobrenatural, ou no horror, cuja promessa de medo e angústia não se cumpre propriamente pela surpresa, mas pelo comum; muito menos um melodrama trágico de personagens. Os olhos sem rosto é, nesse sentido, uma grande defesa da identidade como personalidade: Christiane é apartada de suas particularidades, das idiossincrasias e experiências que constituem uma existência singular que não pode ser reconstituída por qualquer superfície. Não me parece à toa que dois filmes recentes lidando com a(s) identidade(s) reverenciem de alguma forma a obra de Franju: em Holy Motors, de Leos Carax, o protagonista interpretado por Denis Lavant transita por diversas personas, guiado em uma limusine por uma motorista interpretada por Édith Scob (ao final, ela estaciona o carro na garagem e coloca a máscara de Christiane antes de sair para o mundo); já Corra!, de Jordan Peele, retoma o mote do “cientista louco” para desbravar a adequação de singularidades a uma personalidade

predeterminada por estruturas de poder históricas, encontrando na disparidade entre persona pública e âmbito privado um denominador comum de horror. Como em Franju, nesses filmes não há cientista louco ou monstro do esgoto, apenas uma família branca tradicional tentando perpetuar seus privilégios culturalmente persistentes e um homem assumindo papéis da vida comum numa grande cidade. Mas a lição principal de Os olhos sem rosto é que a dinâmica fundamental dessa dolorosa constituição de uma identidade singular não se resume a quem vê e quem é visto, se complexificando na brecha entre olho e rosto: a condição de Christiane é uma fabulação em torno da situação de um olhar particular, que não se contenta em simplesmente receber uma superfície outra que esconda sua personalidade em uma identidade outra (o corpo inquieto rejeita a face transplantada). O olho sem rosto (metáfora da câmera, do/a cineasta?) pode ser assustador se encarado de frente, sem máscaras: ao mesmo tempo que se desvela para o mundo, ele o revela.


filmes Em cartaz Arábia

João Dumans e Affonso Uchôa | Brasil | 2017, 96’, DCP André é um garoto de 18 anos que mora perto de uma antiga fábrica de alumínio, em Ouro Preto. Um dia, ele encontra o caderno de Cristiano, um operário que sofreu um acidente. Affonso Uchôa é também diretor de A vizinhança do tigre, que será exibido em retrospectiva no Cinema do IMS. Em entrevista à Screendaily, ele relaciona os dois títulos: “Arábia é ao mesmo tempo uma continuação e um desvio em relação a A vizinhança do tigre, meu filme anterior, em que trabalhamos juntos pela primeira vez. Os dois filmes têm o mesmo protagonista (Aristides de Souza), e ambos são filmes políticos, na medida em que se dedicam às vidas de pessoas marginalizadas. Mas Arábia é claramente um filme ficcional, com influências inclusive mais teatrais. A vizinhança do tigre era mais como um documentário, não tínhamos nenhum orçamento para filmar, a equipe era pequena, isso quando eu não filmava sozinho.” Arábia foi premiado no Festival de Brasília de 2017 nas categorias de Melhor Filme, Melhor Ator, Melhor Trilha Sonora e Melhor Montagem. [Leia a entrevista completa em inglês: goo.gl/hpDDFP] Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 26 (inteira) e R$ 13 (meia) 24/4, terça, às 20h: sessão comentada ao vivo pelos diretores.

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Em nome da América

Fernando Weller | Brasil | 2017, 96’, DCP Entre os anos 1960 e 1980, o Peace Corps (Corpos da Paz) enviou ao Brasil centenas de jovens americanos, como parte de um projeto do governo estadunidense de solidariedade e luta contra a pobreza. Por meio de testemunhos, vasto material de arquivo e documentação histórica, Em nome da América revela o projeto como uma política internacional que visava a minar a influência comunista no Nordeste do Brasil, representada pelas Ligas Camponesas. Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 26 (inteira) e R$ 13 (meia) 3/4, terça, às 20h30: sessão seguida de debate com o diretor Fernando Weller e Reginaldo Moraes.


No intenso agora

João Moreira Salles | Brasil | 2017, 127’, DCP

Imagens do Estado Novo 1937-45 Eduardo Escorel | Brasil | 2016, 240’, DCP

Recorrendo a vasto material de arquivo, entre cinejornais, fotografias, cartas, filmes familiares e de ficção, trechos de diário e canções populares, o documentário examina a herança do Estado Novo (1937-1945), comandado por Getúlio Vargas. A partir da comparação e da análise desses registros heterogêneos, produzidos para fins diversos, o filme reavalia esse momento histórico em suas fontes de inspiração externas, formas de funcionamento e contradições. Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 26 (inteira) e R$ 13 (meia) 7/4, sábado, às 18h: exibição da primeira parte do filme, seguida de debate com o diretor Eduardo Escorel, Carlos Augusto Calil e André Singer. 21h50 exibição da segunda parte. Sessões gratuitas. 8

Feito a partir da descoberta de filmes caseiros rodados na China em 1966, durante a fase inicial da Revolução Cultural, No intenso agora investiga a natureza de registros audiovisuais gravados em momentos de grande intensidade. Às cenas da China, somam-se imagens dos eventos de 1968 na França, na Tchecoslováquia e, em menor quantidade, no Brasil. As imagens, todas elas de arquivo, revelam o estado de espírito das pessoas filmadas e também a relação entre registro e circunstância política. O ponto de partida do filme foram imagens captadas pela mãe do diretor, encontradas por ele na época da finalização de Santiago (2007). “Eu precisava de imagens da casa onde minha família morou, na Gávea, e pedi a alguém para procurar”, conta João Moreira Salles em entrevista ao jornal O Globo. “Encontramos as imagens, mas eu não sabia direito o que eram, qual o sentimento dela durante a viagem. Aí encontrei uma reportagem que ela escreveu sobre a viagem, em forma de diário, para a revista O Cruzeiro. Fiquei muito impressionado com a comoção dela diante de tudo o que viu lá. Minha mãe e a Revolução Cultural são opostos absolutos, seria fácil imaginar uma reação dogmática. Mas não, ela ficou deslumbrada com aquilo. E eu fiquei tocado com esse deslumbramento dela e com a intensidade com que ela o descreveu, porque minha mãe foi perdendo isso com o tempo.” [Leia a entrevista completa de João Moreira Salles para O Globo: goo.gl/PhCNxe] Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 26 (inteira) e R$ 13 (meia)

Western

Western Valeska Grisebach | Alemanha, Bulgária, Áustria | 2017, 119’, DCP Um grupo de operários alemães vai trabalhar em uma construção na fronteira entre a Bulgária e a Grécia. Devido à barreira do idioma e às diferenças culturais, precisarão encarar seus próprios preconceitos, desconfianças e rivalidades com os habitantes locais. Terceiro longa-metragem de Valeska Grisebach, Western foi exibido na mostra Un Certain Regard, do Festival de Cannes, em 2017. Em entrevista ao site do festival, a diretora conta: “Cresci com o gênero western, sentada de frente para um aparelho de TV na Berlim Ocidental dos anos 1970. Senti o impulso de retornar a ele: havia me cativado de um jeito muito profundo. Eu queria lidar com os heróis solitários, melancólicos e com a mitologia masculina retratada. Estava entusiasmada com a modernidade do gênero – a despeito dos seus elementos conservadores – na sua tentativa de capturar construção social e responsabilidade individual, mas repleto das próprias contradições. Estava interessada na intimidade do duelo, na inversão do ‘amor à primeira vista’.” [Íntegra da entrevista, em inglês, em: bit.ly/f-valeska] Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 26 (inteira) e R$ 13 (meia)


Sessões especiais

Zama

Zama Lucrecia Martel | Argentina, Brasil, Espanha, França, Holanda, México, Portugal, EUA | 2017, 115’, DCP Don Diego de Zama, um oficial da coroa Espanhola, nascido na América do Sul, aguarda uma carta do rei outorgando-lhe a transferência para um destino mais prestigioso. Enquanto isso, aceita, submisso, cada tarefa encomendada pelos sucessivos governadores. Mas a carta nunca chega. Quando perde as esperanças, junta-se a um grupo de soldados para capturar um perigoso bandido. Zama é uma adaptação do romance homônimo, de 1956, de Antonio Di Benedetto. Sobre o trabalho de realizar uma adaptação, comenta Lucrecia Martel em entrevista ao portal Omelete: “O pior prêmio dado em várias competições ligadas ao cinema, aquele que melhor expõe a estupidez humana, é o de melhor roteiro adaptado. E eu te digo isso agora, muito antes de saber o que vai acontecer como Zama. Mas, se fosse premiada nessa categoria, me recusaria a receber o prê9

mio, a menos que fosse um prêmio em dinheiro. Aí, nesse caso, eu terei mil argumentos para me arrepender dessa bravata. É impossível adaptar um romance. A literatura não pode ser adaptada para o cinema. O que acontece é algo de uma outra ordem, digamos, médica, que se processa da seguinte forma: Dia 1 - O sujeito lê um romance, como, por exemplo, Zama, que é uma obra-prima. Dia 2 - Infectada pela beleza do livro, o sujeito se transforma, revira na cama incapaz de dormir, sedento por fazer parte do mundo ali retratado. Dia 3 - Apaziguada a febre, o sujeito se dá conta da enorme estupidez que é fazer um filme baseado em uma obra-prima. E, geralmente, o sujeito se dá conta também que mais estúpido ainda é fazer um filme de que ninguém precisa. Dia 4 - A cólica volta e também a febre, porque o romance revelou ao sujeito aspectos do mundo que ele não conhecia, revelando fendas abertas na realidade. Ele se dá conta da doença e dorme com ela. Dia 5 - Começa humildemente a escrever um script cuja premissa é assassinar o romance que leu, pois, só assim, pode sobreviver.” [Íntegra da entrevista em: bit.ly/zama-om] Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 26 (inteira) e R$ 13 (meia)

Eles não usam black-tie

Leon Hirszman | Brasil | 1981, 125’, DCP restaurado Tião, jovem operário, namora Maria, colega de fábrica. Quando toma conhecimento de que ela está grávida, resolve marcar o casamento. Mas eclode uma greve, e Otávio, pai de Tião, veterano líder sindical, adere ao movimento mesmo contrariado. Ao participar dos piquetes em frente à fábrica, entra em choque com a polícia, é espancado e preso. O filho, indiferente ao drama do pai e dos colegas, fura a greve e credita à militância do pai a miséria em que sempre viveram, criando um conflito no interior da família. Eles não usam black-tie é baseado em uma peça homônima de Gianfrancesco Guarnieri, que, no filme, interpreta o líder sindical Otávio. Em entrevista à Central Única dos Trabalhadores (CUT), por ocasião dos 20 anos da estreia do filme, Guarnieri comentou: “Quando foi retomado o tema do black-tie, a história do black-tie, para nós, era uma alegria – talvez esse não seja o termo, porque vinha uma tristeza junto. Mas era essa alegria do fazer, do falar, de se comunicar a respeito de coisas tão importantes, porque dizem respeito profundamente à vida. E à vida de quem? Da maioria, do grande coletivo que é o povo. Para nós, por exemplo, artistas, que estamos sempre preocupados com esse tipo de problema, era fundamental ver ressurgir o movimento operário, ressurgir o movimento sindical na sua pujança.” O título é exibido em retrospectiva no Cinema do IMS em paralelo à estreia do documentário Guarnieri. Ingressos: R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia)


Sessão Cinética

Guarnieri

A vizinhança do tigre

Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006) foi ator de teatro, televisão e cinema e também dramaturgo. Seus filhos, Flávio e Paulo, seguiram a carreira de ator, e Guarnieri é dirigido pelo neto, Francisco. “Os afetos e a arte aqui possuem uma perspectiva histórica. Francisco Guarnieri é fiel ao avô no sentido de entender os conflitos familiares e pessoais subordinados às vicissitudes do tempo histórico e do compromisso do indivíduo com o destino coletivo, não o individual. Para tanto, ele usa a própria obra de Guarnieri no teatro – Eles não usam black-tie (1958) e A semente (1961) – para iluminar e problematizar os conflitos geracionais de natureza artística, pessoal e política. Ambas as peças trabalham a divisa entre a ação política e o conforto pessoal e familiar, temas que se revelam assuntos fundamentais de Francisco Guarnieri com seu tio, Flávio, e seu pai, Paulo”, escreve Francis Vogner dos Reis, corroteirista do documentário. [Leia o texto completo sobre o filme, no site da produtora: goo.gl/yWJU9q] Ingressos: R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia)

Juninho, Menor, Neguinho, Adilson e Eldo são jovens moradores do bairro Nacional, periferia de Contagem (MG). Amigos do diretor e sem experiência profissional anterior com o cinema, os atores encenam acontecimentos da própria vida, entre a infância e a vida adulta. A vizinhança do tigre foi produzido de maneira independente ao longo de cinco anos de gravações. Comenta o diretor: “A construção do filme sempre foi pontuada pela mistura da vida (documento) e da invenção (ficção). Me interessava fazer um filme sobre a vida daqueles garotos e mostrar, através dele, a vida no meu bairro. Com isso, evidentemente, eles também contariam a sua própria história, e senti que o mais honesto que eu poderia ser com eles seria se contasse a história deles junto deles, e não filmar a vida deles como algo que existia por si mesma.” Affonso Uchôa é também diretor de Arábia, exibido em abril no Cinema do IMS. Ingressos: R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia)

Francisco Guarnieri | Brasil | 2017, 72’, DCP

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Affonso Uchôa | Brasil | 2014, 94’, DCP

Os olhos sem rosto

Les yeux sans visage Georges Franju | França, Itália | 1960, 88’, DCP O cirurgião Génessier deseja remodelar o rosto de sua filha Christiane, que teve a face desfigurada após um acidente. Para realizar o processo, será necessário extrair a pele de outras garotas. “Mesmo antes de Os olhos sem rosto estrear, em 2 de março de 1960, as expectativas eram altas, em parte porque diversos espectadores haviam desmaiado em exibições não comerciais organizadas pela Federação Francesa de Cineclubes. O gore, um aspecto do cinema de terror que tomaria forma nos filmes de 1960 e 1970, aparece com destaque em Os olhos sem rosto, e, para um filme de sua época, o público reagiu de acordo”, diz Kate Ince na biografia Georges Franju (2005). O filme é baseado no livro homônimo Les yeux sans visage (1959), de Jean Redon, e inspirou a música “Eyes Without a Face” (1984), de Billy Idol. A cópia restaurada foi cedida pela Cinemateca da Embaixada da França. A primeira sessão será seguida de debate com os críticos da Revista Cinética. Ingressos: R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia)


Sessão infantil

Ópera na tela

As aventuras de Azur e Asmar

A donzela na neve

Um baile de máscaras

Snegurochka, a donzela da neve, nasceu da união entre o Pai Geada e a Fada Primavera. Para proteger a filha do Deus Sol, que prometeu derreter o coração da donzela, os pais a escondem em uma pequena aldeia. Escrita entre 1880 e 1881, essa ópera é baseada em uma fábula eslava que já foi adaptada para o teatro, o balé e o cinema. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)

O Conde de Warwick analisa a lista de convidados para o seu próximo baile de máscaras e encontra entre os nomes uma antiga paixão. Porém, os preparativos para a festa podem revelar um complô contra o anfitrião. Encenada pela primeira vez em 1859, o libreto é inspirado na morte do rei sueco Gustavo III, assassinado em um baile de máscaras. Sob a direção de Johannes Erath, esta versão da obra apresentada na Ópera do Estado da Bavária abstém-se do contexto histórico e destaca o conflito entre os personagens. Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)

Azur et Asmar Michel Ocelot | França | 2006, 99’, 35 mm, dublado em português Quando Azur e Asmar eram pequenos, foram amamentados pela mesma mulher, a mãe de Asmar e babá de Azur. Ela sempre contava a história da Fada dos Djins, aprisionada numa gruta de luz, esperando por um resgate. Separados na infância, se reencontram adultos, como rivais, quando partem em busca da fada. Ingressos: R$ 8 (inteira) e R$ 4 (meia)

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Snegurochka Uma ópera de Nikolaï Rimsky-Korsakov, dirigida por Dmitri Tcherniakov e regida por Mikhail Tatarnikov | França | 2016, 205’, DCP

Un ballo in maschera Uma ópera de Giuseppi Verdi, dirigida por Johannes Erath e regida por Zubin Mehta | Alemanha | 2016, 145’, DCP


Curadoria de cinema

Kleber Mendonça Filho Produção de cinema e DVD Barbara Alves Rangel

Assistência de produção

Os filmes de abril

Meia-entrada

O programa de abril tem o apoio do Festival É Tudo Verdade, do Festival Ópera na Tela, da Revista Cinética, do Festival Internacional de Cinema Infantil, das produtoras Tatu Filmes, Bananeira Filmes, VideoFilmes, NordOuest e das distribuidoras Vitrine Filmes, Zeta Filmes, Pique-Bandeira Filmes, Mira Filmes e do Espaço Itaú de Cinema.

Com apresentação de documentos comprobatórios para professores da rede pública, estudantes, crianças de 3 a 12 anos, portadores de deficiência, portadores de Identidade Jovem e maiores de 60 anos.

Thiago Gallego e Ligia Gabarra

Venda de ingressos

Projeção

Ana Clara Costa e Miciano Manoel da Silva

É Tudo Verdade

Sessão Cinética: Os olhos sem rosto parceria

Todas as sessões do É Tudo Verdade, 23ª edição do Festival Internacional de Documentários, são gratuitas, e os ingressos são distribuídos uma hora antes de cada exibição. Informações podem ser encontradas no site (www.etudoverdade.com.br) e no site do IMS.

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Ingressos à venda pelo site ingresso.com ou na bilheteria, para sessões do mesmo dia. Desconto para o titular ao comprar o ingresso com o cartão Itaú (crédito ou débito). Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala. Capacidade da sala: 145 lugares. Devolução de ingressos Em casos de cancelamento de sessões por problemas técnicos e por falta de energia elétrica, os ingressos serão devolvidos. A devolução de entradas adquiridas pelo ingresso.com será feita pelo site. Programa sujeito a alterações. Acompanhe nossa programação em facebook.com/cinemaims


Eles não usam black-tie, de Leon Hirszman (Brasil | 1981, 125’, DCP restaurado)


Terça a sábado, sessões de cinema até as 22h; domingos e feriados, até as 20h.

Visitas mediadas quintas‑feiras, das 12h30 às 13h30. Visitas em grupo com agendamento prévio, de terça a sexta, às 10h e 14h; quintas, às 19h. Exposições e Biblioteca, de terça a domingo, inclusive feriados (exceto segunda), das 10h às 20h; quintas, até as 22h. Última admissão: 30 minutos antes do encerramento. Entrada gratuita

Avenida Paulista 2424 CEP 01310-300 Bela Vista - São Paulo tel: (11) 2842-9120 imspaulista@ims.com.br

ims.com.br

/institutomoreirasalles As aventuras de Azur e Asmar (Azur et Asmar), de Michel Ocelot (França | 2006, 99’, 35 mm, dublado em português)

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