destaques de junho de 2024
“Finalmente histórias de gays trambiqueiras. Ninguém aguenta mais só história de gay sofrendo. Queremos mais gays assim. Gays empinando moto, gays dando tiro etc.” Um comentário que virou meme na notícia de um casal que dava golpes em hotéis de luxo. Para além do humor, está em jogo a insatisfação com a frequência com que histórias sobre a comunidade LGBTQIAPN+ recaem no drama, no sofrimento e na violência.
No Mês do Orgulho, o Cinema do IMS apresenta filmes que, cada qual a seu modo, disputam esse imaginário. Há o trambique nas ficções Love Lies Bleeding, lançamento da A24 em que Kristen Stewart é uma gerente de academia que se apaixona por uma fisioculturista, numa rede de amor e crimes, e em A Rainha Diaba, em que um Milton Gonçalves queer comanda um grande esquema criminoso no Rio de Janeiro. Mas há também a vida, o trabalho e a criação artística no precioso Sessão bruta, da coletiva de arte trans As Talavistas, de BH, que apresenta parte de sua produção e pensamento; na história da jovem que vai estudar fora e se despede de amigues em Tudo o que você podia ser; na releitura transmasculina que Paul B. Preciado faz da obra de Virginia Woolf em Orlando; e no humorista de Fortaleza que se reconecta com a paternidade em A filha do palhaço. Ainda em junho, um espetáculo musical para cinema: Metamorfoses, produzido em diálogo com a exposição e a obra de Madalena Schwartz. Filipe Catto, Alma Negrot, Ciro Barcelos e Maria Alcina apresentam um repertório que vai de Ary Barroso a David Bowie.
[imagem da capa]
A Rainha Diaba, de Antônio Carlos da Fontoura (Brasil, 1974, 100', DCP 4K, cópia restaurada)
2021, 60',
Filmes em cartaz
Sessões especiais
A filha do palhaço
Pedro Diógenes | DCP
A hora da estrela | Suzana Amaral | DCP
4K, cópia restaurada
Clandestina felicidade
Beto Normal e Marcelo Gomes
Arquivo digital
Love Lies Bleeding – O amor sangra
(Love Lies Bleeding) | Rose Glass | DCP
O estranho
Flora Dias e Juruna Mallon | DCP
Orlando, minha biografia política
(Orlando, ma biographie politique)
Paul B. Preciado | DCP
Tudo o que você podia ser
Ricardo Alves Jr. | DCP
A Rainha Diaba
Antônio Carlos da Fontoura
DCP 4K, cópia restaurada
Sessão bruta
As Talavistas e Ela.Ltda | DCP
Madalena Schwartz: as metamorfoses
Metamorfoses
Filipe Catto, Iago Mati e Juliano Gentile
Arquivo digital
Sight and sound: os maiores filmes de todos os tempos
Cidadão Kane (Citizen Kane)
Orson Welles | DCP
Metamorfoses (60')
Love Lies Bleeding - O amor sangra (104')
A filha do palhaço (104')
Love Lies Bleeding - O amor sangra (104') 19:00 A Rainha Diaba (100')
16:00 A filha do palhaço (104') 19:00 Love Lies Bleeding - O amor sangra (104')
16:00 Metamorfoses (60')
19:00 A hora da estrela + Clandestina felicidade (110')
16:00 O estranho (108')
16:00 A filha do palhaço (104')
A hora da estrela + Clandestina felicidade (110')
16:00 Tudo o que você podia ser (84')
Sessão bruta (84')
16:00 Cidadão Kane (119') 19:00 Love Lies Bleeding - O amor sangra (104')
16:00 O estranho (108')
Tudo o que você podia ser (84')
[Pré-estreia]
minha biografia política (98')
Tudo o que você podia ser (84')
Metamorfoses
Juliano Gentile, músico e curador de música do IMS Paulista
Metamorfoses é um espetáculo audiovisual inspirado na exposição Madalena
Schwartz: as metamorfoses – Travestis e transformistas na SP dos anos 70 , em cartaz no IMS Poços, com curadoria de Gonzalo Aguilar e Samuel Titan Jr. Criado durante a pandemia, quando as lives saturavam o ambiente online , trata-se de um vídeo pré-gravado que parte da internet como contexto, e não só como meio, procurando instigar outros formatos ao utilizar recursos de edição sem a intenção de simular um show ao vivo, presencial. É como um álbum audiovisual, cuja narrativa é uma sequência de músicas interpretadas e performadas por Filipe Catto, que abraçou desde o início a proposta de construir um espetáculo a partir da exposição, e com quem tive o prazer de compartilhar a direção artística.
Somam-se a ela as participações muito especiais da performer Alma Negrot, residente da festa Mamba Negra; do ator e coreógrafo Ciro Barcelos, expoente do Dzi Croquettes, em destaque na mostra; e da androginia carnavalesca da cantora Maria Alcina, também fotografada por Madalena. No repertório, uma ponte entre diferentes gerações atualiza e costura transgressões e lutas. Do desbunde de Secos & Molhados,
Gal, Caetano e Novos Baianos, ao questionamento de gênero de Pabllo Vittar e Johnny Hooker, passando pelas bandas Gang 90 & Absurdettes, Almôndegas, o duo eletrônico Noporn, além dos internacionais António Variações, David Bowie e Lou Reed (este na versão de Cláudia Wonder). Marcam presença “Dois pra lá, dois pra cá”, bolero de João Bosco e Aldir Blanc, um clássico nas apresentações do Dzi Croquettes, e ainda um pot-pourri com marchinhas de carnaval, momento em que o travestismo era permitido, desejado, e confinado. É também da saída desse confinamento de que trata o espetáculo. Como diz Gonzalo Aguilar, a fotografia de Madalena Schwartz oferecia um lugar para se viver.
A cenografia, a iluminação e as projeções foram pensadas a partir de materiais translúcidos, permitindo o deslocamento e a sobreposição de retratos junto às artistas, sem transformar a foto em um pano de fundo para a performance musical, e vice-versa. Ainda que as fotografias sejam projetadas em uma cenografia, a foto em si não é o cenário. Quando ela está projetada, é para tornar o cenário vivo, performando com as artistas, que por vezes assumem elas mesmas o papel fotográfico,
fixando-se em retratos. A escolha pela gravação em diferentes espaços do prédio do IMS Paulista – a praça, o camarim, as escadas, o cineteatro, o mirante, o prédio vizinho – acabou por transformar a arquitetura em uma outra personagem.
Mesmo contando com os infinitos recursos da edição, Metamorfoses foi gravado em poucas tacadas, já que as condições impostas pela pandemia limitaram a equipe e o tempo necessários. Nesse sentido, retoma algo da experiência ao vivo, enquanto momento único, mas sobreposto por outras camadas, com destaque para as imagens captadas por Madalena Schwartz. As filmagens foram feitas quando a exposição estava em cartaz em São Paulo, em 2021, e inauguraram a série Instantâneas: a música em foto, que revisita o acervo do Instituto Moreira Salles com a criação de espetáculos originais a partir das exposições em cartaz. O segundo vídeo da série é Espíritos sem nome, um diálogo entre a música de Mateus Aleluia e a fotografia de Mario Cravo Neto, gravado no IMS Rio. Com direção de vídeo de Iago Mati, Metamorfoses é, por fim, um trabalho essencialmente coletivo, feito de múltiplas contribuições em torno do tema e do formato, por pessoas dispostas a colocar esses instantes em movimento.
1. Walk on the Wild Side
(Lou Reed) / Vem pra barra pesada (versão: Cláudia Wonder)
Intérpretes: Filipe Catto e DJ Jojo Lonestar
2. Seu crime
(versão: Pabllo Vittar / autoria: Arthur Marques, Diplo, Gorky, King Henry, Maffalda, Pablo Bispo, Philip Meckseper e Zebu).
Intérpretes: Filipe Catto e DJ Jojo Lonestar
3. Do fundo do coração
(Júlio Barroso e Taciana Barros)
Xingu
(Liana Padilha e Luca Lauri)
Intérpretes: Alma Negrot, Filipe Catto e DJ Jojo Lonestar
4. Androginismo
(Kledir Ramil)
Intérpretes: Alma Negrot e DJ Jojo Lonestar
5. Invocação
(DJ Jojo Lonestar)
Intérpretes: Alma Negrot, Ciro Barcelos e DJ Jojo Lonestar
6. Esse cara
(Caetano Veloso)
Intérpretes: Alma Negrot, Ciro Barcelos, Filipe
Catto e Maria Alcina.
7. Dois pra lá, dois pra cá
(João Bosco e Aldir Blanc)
Intérpretes: Filipe Catto, Ciro Barcelos e DJ
Jojo Lonestar.
8. Sangue latino
(João Ricardo e Paulinho Mendonça)
Amor
(João Ricardo e João Apolinário)
Intérpretes: Maria Alcina e DJ Jojo Lonestar
9. Canção de engate
(António Variações)
Intérpretes: Filipe Catto e DJ Jojo Lonestar
10. Amor marginal
(Johnny Hooker)
Intérpretes: Filipe Catto e DJ Jojo Lonestar
11. Rebel Rebel
(David Bowie)
Intérpretes: Filipe Catto e DJ Jojo Lonestar
12. Esse cara
(Caetano Veloso)
Intérpretes: Alma Negrot, Ciro Barcelos, Filipe
Catto e Maria Alcina
13. Pot-pourri
Tchica Tchica Bom
(Harry Warren e Mack Gordon)
Alô... alô (André Filho)
Como vaes você? (Ary Barroso)
Me dá, me dá (Cícero Nunes e Portelo Juno)
Intérpretes: Alma Negrot, Ciro Barcelos, Filipe Catto, Maria Alcina e DJ Jojo Lonestar
14. Dê um rolê
(Moraes Moreira e Luiz Galvão)
Intérpretes: Filipe Catto e DJ Jojo Lonestar
[Para Making-of e mais informações, consultar: bit.ly/imsmetamorfoses]
A filha do palhaço
Pedro Diógenes | Brasil | 2022, 104’, DCP (Embaúba Filmes)
Joana, uma adolescente de 14 anos, aparece para passar uma semana com o pai, Renato, um humorista que apresenta seus shows em churrascarias, bares e casas noturnas de Fortaleza, interpretando a personagem Silvanelly. Depois de anos de uma relação de ausência paterna, Joana e Renato terão que conviver e se conhecer um pouco mais.
A filha do palhaço recebeu o prêmio de Melhor Longa-Metragem pelo júri popular na 26a Mostra de Cinema de Tiradentes (2023) e de Melhor Filme pelo júri popular e pelo júri da crítica na Mostra de Gostoso (2022).
O longa de Pedro Diógenes é livremente inspirado na obra de seu primo, o humorista Paulo Diógenes. Falecido em fevereiro deste ano, Paulo interpretava a personagem Raimundinha, figura célebre do humor cearense. “Na vontade de fazer o filme, tinha a vontade de trazer esses dois personagens: o humorista que em cima do palco é
muito engraçado, o centro das atenções, mas que atrás, sem a maquiagem e a fantasia, é uma pessoa com problemas, questões, dramas. Esse outro lado do humor, fora do palco, conheci muito por causa do Paulo.”
Em entrevista ao portal Meio Amargo, o cineasta comenta ainda suas relações de aproximação e afastamento com o tipo de humor retratado: “Como eu venho de lá, tenho uma relação complexa com esse humor. Não é algo que eu apenas venero, ou vejo apenas qualidades. Também enxergo muitos defeitos, até pela maneira como as pessoas enxergam o cearense, pensando que todos precisam ser bem-humorados, contando piadas, e que o Ceará é a terra do humor. Isso tem uma carga não apenas positiva, porque limita a visão que as pessoas têm sobre a gente. Esse próprio humor foi ficando ultrapassado com o tempo. Ele era muito focado em piadas machistas, muitas vezes desrespeitosas com o público. Se alguém olhar a Silvanelly e não a considerar muito engraçada, não verei isso como defeito. Esse humor tem um lugar complexo. Fora os shows da Silvanelly, o filme é muito mais focado no cotidiano, na relação com a filha. Não dá para chamar de um filme de comédia.”
[Depoimentos do cineasta extraídos de: bit.ly/ filhadopalhaçoims e bit.ly/filhadopalhaçoims2]
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
A hora da estrela
Suzana Amaral | Brasil | 1985, 96’, DCP (Vitrine Filmes)
A hora da estrela, icônica obra de Suzana Amaral inspirada no clássico de Clarice Lispector, retorna aos cinemas numa versão digitalizada em 4K. O longa rendeu a Marcélia Cartaxo o Urso de Prata de Melhor Atriz, no Festival de Berlim em 1986, e uma série de prêmios no Festival de Brasília, em 1985: Melhor filme, Direção, Roteiro, Fotografia, Montagem, Cenografia, Trilha Sonora, Atriz, Ator (José Dumont), além dos prêmios de Melhor Filme do júri popular e da crítica.
O filme conta a história de Macabéa, migrante nordestina que, após a morte da tia, se muda para o Rio de Janeiro. Lá, emprega-se como datilógrafa e se apaixona por Olímpio de Jesus – que a trai com sua colega de trabalho.
Em entrevista à Revista do NESEF, da Universidade Federal do Paraná, publicada em 2018, Suzana Amaral comenta: “A representatividade de A hora da estrela está diretamente ligada à sua materialidade. Tudo começa pela escolha da
obra. Na NYU (New York University), tive um professor de roteiro que nos orientava dizendo que, para adaptar, nunca procure um livro grande, mas um livro fininho, para fazer uma recriação da obra, que é mais do que resumir a narrativa. Procure um livro cujo espírito pode ser analisado por você.”
“Desde adolescente gostava de Clarice Lispector. Seus livros eram misteriosos, eu me identificava com eles. Fui na biblioteca da NYU, que tem uma bela coleção de literatura brasileira, e, com o dedo, achei o mais fininho. A hora da estrela foi um filme que saltou da prateleira para minhas mãos. Ao ler, saquei que Macabéa é a metáfora do Brasil, pois, fora do Brasil, você descobre o Brasil.”
“Eu não adapto obras literárias, eu as transmuto. Eu transformo o livro depois de uma análise profunda, quando vou ao cerne do livro, ao coração do livro, no subtexto. Eu entro no espírito do livro e de seus fatos mais importantes. Eu faço uma recriação. Não tenho respeito nem escrúpulo algum. Sempre deu certo, em todos os meus filmes. Clarice dizia: ‘O que importa não são as palavras, é o que está atrás das palavras’. Junto com meu extrato íntimo, faço uma simbiose entre mim e o autor. Assim nasce a transmutação, ou seja, meu filme.”
O filme de Suzana Amaral será exibido junto ao curta-metragem Clandestina felicidade, de Beto Normal e Marcelo Gomes.
[A íntegra da entrevista está disponível em: bit.ly/ horadaestrelaims]
Ingressos: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia).
Clandestina felicidade
Beto Normal e Marcelo Gomes | Brasil | 1998, 14’, Arquivo digital (Carnaval Filmes)
Fragmentos da infância da escritora Clarice Lispector, no Recife, 1929. Sua paixão pela leitura, seu olhar curioso e perplexo, a descoberta do mundo.
Clandestina felicidade será exibido junto à versão restaurada de A hora da estrela, de Suzana Amaral.
Ingressos: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia).
Love Lies Bleeding – O amor sangra
Love Lies Bleeding
Rose Glass | EUA | 2024, 104’, DCP (Synapse)
Uma história de amor e crimes acontece entre Lou, uma tímida gerente de academia, e Jackie, uma ambiciosa fisiculturista que está de passagem pela cidade em direção a Las Vegas. Um ato de fúria impensado as colocará em uma rota de sangue e vingança.
O mais novo lançamento da A24 tem como protagonistas Kristen Stewart e Katy O’Brian e é dirigido pela britânica Rose Glass (Saint Maud, 2019). “A ideia inicial era: não seria legal fazer um filme sobre uma mulher fisiculturista? Achei que soava como um território emocionante e psicologicamente rico ter alguém nesse mundo e com esse tipo de ambição”, comentou Glass em entrevista ao portal The Hollywood Reporter. Ela conta também que, durante algum tempo, não estava definido se o filme se passaria nos EUA ou na Escócia: “Quando se tem tantos músculos e armas, acaba que o filme, os personagens e a história têm algo um pouco mais relevante a dizer
em um cenário americano. [..] Fui a Los Angeles quando Saint Maud estava participando de festivais, e foi a primeira vez que estive nos Estados Unidos. Se você não é de lá, tem essa estranha sensação mitológica. Tudo parece familiar, mesmo que você nunca tenha visto antes. Até mesmo em Sundance, antes de entrar em um cinema, há placas dizendo: ‘Não são permitidas armas de fogo’. Quem vem da Europa pensa: ‘Que merda é essa?’. Quando você está passando pela segurança no aeroporto, eles dizem: ‘Proibida a entrada de armas de fogo’. Sem brincadeira! Portanto, a linha de base ou o limite para o choque já é maior de partida.”
Ao portal Roger Ebert, Glass fala de algumas de suas referências cinematográficas: “Sou uma grande fã de John Waters. Seus filmes foram uma influência. Além disso, li há algum tempo Diário de um ladrão, de Jean Genet. Acho que há uma conexão entre Waters e Genet, e suas atitudes em relação à transgressão e à beleza do crime. Em um determinado momento, eu queria muito que Lou, a personagem de Kristen no filme, tivesse um pôster do Problemas femininos, de John Waters, na parede de seu apartamento, mas não conseguimos liberá-lo ou algo assim. De certa forma, o filme tem aquele sentimento de orgulho da [personagem de Waters] Dawn Davenport e de encontrar a libertação por meio da transgressão.”
[Depoimentos extraídos, do inglês, de bit.ly/loveliesims e bit.ly/llb-ims]
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
O estranho
Flora Dias e Juruna Mallon | Brasil, França | 2023, 108’, DCP (Embaúba Filmes)
Em um território indígena, funciona o Aeroporto Internacional de Guarulhos. Centenas de milhares de passageiros o atravessam diariamente, e 35.000 trabalhadores apoiam sua operação. O estranho retém seu olhar não sobre aqueles que passam, mas sobre o que ali permanece. São personagens cujas vidas se cruzam no dia a dia do trabalho nesse chão. Alê, uma funcionária de pista cuja história familiar foi sobreposta pela construção do aeroporto, conduz o espectador por encontros através dos tempos. As memórias e o futuro dela e de seus companheiros estão permeados por uma questão comum: rastros de um passado em um território em constante transformação.
O estranho, segundo projeto conjunto de Flora Dias e Juruna Mallon, teve sua estreia mundial no 73º Festival de Berlim, na Mostra Fórum, dedicada a filmes de caráter radical ou experimental. Dedicado a pensar a intrincada história social, política e natural da região onde está o aeroporto de Guarulhos, o
filme reúne em seu elenco atores de repertório com pessoas que de fato trabalham no aeroporto.
“Há dez anos, uma extensa e profunda pesquisa sobre a história de Guarulhos resultou num projeto de criação de um parque, o Geoparque Guarulhos. Isso nunca saiu do papel, infelizmente”, conta Flora Dias em entrevista a Bruno Carmelo para o portal Meio Amargo. “O grupo de pesquisadores era composto por arqueólogos, geólogos, historiadores, pessoas da sociedade guarulhense. O Pai Vadinho, babalorixá que está presente no filme, fazia parte desse grupo. Por conta desse projeto, muita coisa sobre Guarulhos foi escrita. Uma arqueóloga foi uma grande fonte para a gente, a Cláudia Regina Plens, que tem muitos artigos sobre a história de Guarulhos. Através de um artigo dela, muito tempo atrás, eu descobri que Guarulhos era a cidade do estado de São Paulo com o maior número de terreiros de umbanda e candomblé. Essa foi uma surpresa para a gente, e acabou se tornando uma questão para o filme.”
“O mesmo vale para as minas”, complementa Juruna Mallon. “Esse foi o primeiro lugar onde se explorou ouro no Brasil. Não havia minério em abundância, mas foi anterior a Minas Gerais. O Geoparque mapeia esses sítios. É incrível descobrir que Guarulhos tinha grutas, e outras composições rochosas.”
Em 2023, entre outras premiações, O estranho foi eleito Melhor Filme no 27º Queer Lisboa, em Portugal, e também Melhor Som e Fotografia no 12º Olhar de Cinema, em Curitiba.
[Íntegra da entrevista em: bit.ly/oestranhoims]
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
Orlando, minha biografia política
Orlando, ma biographie politique
Paul B. Preciado | França | 2023, 98’, DCP (Filmes do Estação)
Em 1928, Virginia Woolf escreveu Orlando, o primeiro romance em que o personagem principal muda de sexo no meio da história. Um século depois, o escritor, filósofo e ativista trans Paul B. Preciado decide enviar uma carta cinematográfica à autora: seu Orlando saiu da ficção e vive como ela jamais poderia ter imaginado. Preciado organiza um teste de elenco e reúne 26 pessoas trans e não binárias, de 8 a 70 anos de idade, que encarnam o protagonista.
Em entrevista ao portal ArtReview, Paul Preciado conta como foi convidado pelo canal de televisão Arte a produzir um documentário para uma iniciativa dedicada a aproximar o público de filmes queer. A ideia original era de que fosse um documentário bastante tradicional em torno do filósofo, o que o aterrorizou um pouco: “Em um determinado momento, eu estava desesperado. Eles realmente queriam fazer esse filme, e eu tinha
a impressão de que eles o fariam, com ou sem mim. E, na verdade, a ideia de Orlando surgiu como uma piada. Eu disse a eles: ‘Não permitirei que façam isso, a menos que seja uma adaptação de Orlando, de Virginia Woolf’. Para mim, era uma forma de dizer: ‘Fim de papo’. Nunca pensei que eles gostariam da ideia.”
“Mas tive um colapso quase epistêmico em que pensei: ‘Como vou fazer isso?’. Comecei a pensar na minha aversão a tantos filmes. A maneira como critico a ideia de representação, o fato de algo ser imediatamente capturado pela câmera. Pensei: “Como vou fazer isso sem dar imediatamente uma imagem fixa de quem é Orlando, como criar uma imagem do que é ser trans? Então, comecei a pesquisar autores de que gosto que fizeram ou deixaram de fazer adaptações. [...] Cheguei à conclusão de que eu tinha dois panteões de filmes. De um lado, filmes queer, em sua maioria underground e provenientes da arte. Um desses filmes é Dandy Dust, de Hans Scheirl. [...] E, por outro lado, eu me vi obsessivamente revendo documentários ensaísticos. Como os de Jean-Luc Godard, é claro. Todas as perguntas que eu me fazia – ’Como representar sem reduzir ou transformar a imagem em uma identidade’, perguntas sobre biografia ou a relação entre ficção e realidade – eram perguntas que ele se fazia.”
“De certa forma, a política de criação de imagens está muito presente em meu trabalho. É quase como uma ontologia negativa, uma imagem que nunca está presente. A força ou o poder da imagem é justamente ser apagada, porque é exatamente daí que viemos historicamente, certo? De atos de apagamento, atos de inscrição violenta em uma
imagem que não nos representa. Talvez seja por isso que demorei um pouco para decidir o que fazer com esse filme.”
“[...] Então, voltei ao livro e me perguntei: ‘Qual é a forma desse livro?’. Orlando é provavelmente o livro menos experimental de Woolf – talvez por isso tenha sido um dos mais populares durante sua vida – e segue a estrutura de um romance comum, certo? Mesmo que, é claro, haja muitas transgressões. Ainda assim, alguém pode lê-lo e dizer: ‘Esta é a história de um homem nobre e suas aventuras’. Então, pensei que algo semelhante teria de acontecer no filme: a estrutura seguiria as aventuras de Orlando. Eu sabia que o filme não teria uma forma completamente experimental.”
“Na verdade, Woolf tem um ensaio incrível intitulado 'The Cinema', que ela escreveu na mesma época que Orlando, quando o cinema estava se tornando popular. Woolf foi assistir a um filme sobre o mar, em preto e branco. É claro que ela é obcecada pelo mar e pela água. Ela fica maravilhada com a sensação de estar completamente imersa na água sem estar molhada. Portanto, acho que [em Orlando] ela está praticando esse tipo de técnica de salto, essa escrita subjetiva que nunca é fixa, mas que se move de sujeito para sujeito e de objeto para objeto. E acho que ela percebe que o cinema pode fazer isso de uma maneira interessante.”
O Orlando de Preciado foi vencedor do Teddy Award e do Prêmio Especial do Júri da mostra Encounters no Festival de Berlim 2023.
[Íntegra da entrevista, em inglês: bit.ly/orlandoims]
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
Tudo o que você podia ser Ricardo Alves Jr. | Brasil | 2023, 83’, DCP (Vitrine Filmes)
É o último dia de Aisha em Belo Horizonte. Acompanhamos a despedida na companhia de suas melhores amigas: Bramma, Igui e Will. Por meio do cotidiano e dos encontros entre as personagens, o filme tece um retrato afetuoso sobre a família que se escolhe constituir através do valor da amizade.
Em 2023, Tudo o que você podia ser recebeu os prêmios de Melhor Direção e Prêmio Especial do Júri, no Festival do Rio, e o prêmio de Melhor Longa Nacional do Júri Popular do Festival Mix Brasil. Em 2024, por ocasião da Mostra de Cinema de Tiradentes, diretor e elenco foram entrevistades pelo perfil Cine Ninja no Instagram:
“Eu acho que o teatro é um lugar que conecta a gente, mas, além do teatro, era um desejo mesmo de passar um tempo juntas, pensando esse filme. Colocar essas vidas maravilhosas, esses pensamentos de artistas incríveis que elas são num filme”, conta Ricardo Alves Jr., que, junto ao seu elenco e equipe, trabalhou em um retrato muito particular de um grupo de pessoas LGBTQIAPN+ que faz questão de transcender a narrativa única da violência LGBTfóbica para alcançar a imagem de pessoas que desejam, se divertem e partilham a vida.
“Pra mim, tudo o que tá acontecendo desde quando a gente começou a se encontrar pra fazer o filme é histórico”, conta a atriz Aisha Brunno. “É como se a gente tivesse criando uma obra que, a partir dela, algum tipo de reparação histórica também fosse feito ou tivesse que ser refletido a partir daí. E aí me dá um orgulho danado poder, com meu corpo, com a inteligência que a gente também pôde colocar no processo – porque Ricardo e Germano [Melo, roteirista] trocaram muito com a gente nesse lugar. Do tipo: ‘O que aí dentro a mente de vocês também tá pensando, dizendo, querendo fazer?’. Então, ter a nossa intelectualidade valorizada e posta à prova e a gente poder mostrar também a nossa humanidade, mais do que simplesmente corpos estereotipados, isso pra mim é grandioso. Espero que a gente
possa fazer mais vezes, que possa ser natural que as obras tenham as nossas vidas dentro delas, porque a gente faz parte da vida, como todas as pessoas.”
[Íntegra da entrevista em: bit.ly/ tudooquepodiaserims]
Ingressos: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia).
A Rainha Diaba
Antônio Carlos da Fontoura | Brasil | 1974, 100’, DCP, restauração em 4K (Acervo do diretor)
Do seu lindo quarto, Diaba comanda um esquema criminoso, cintilante, cheio de sangue e revés. Retomado como referência fundamental na historiografia – a se contar – de um cinema cuir brasileiro, A Rainha Diaba circunda com paixão a personagem de Milton Gonçalves, que devolve ao cinema uma obstinação furiosa. O visual marcante do filme foi desenhado com o apoio de Hélio Oiticica, e sua violência sangrenta foi um marco na época, após sua estreia na Quinzena dos Realizadores em Cannes.
A cópia em DCP 4K de A Rainha Diaba foi criada em iniciativa do Janela de Cinema do Recife, em parceria com a organização Cinelimite e o laboratório Link Digital/Mapa Filmes, em processo supervisionado pela preservadora Débora Butruce a partir de negativos e positivos provenientes do Arquivo Nacional e do CTAv.
[Adaptação das sinopses disponibilizadas pelos festivais Janela de Cinema e Olhar de Cinema]
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
Sessão bruta
As Talavistas e Ela.Ltda | Brasil | 2021, 84’, DCP (acervo das artistas)
Rodado a quente com uma câmera mini-DV, em 2018, sem grandes preparativos, mas com muito suor e cerveja, Sessão bruta se apresenta como uma sucessão de prólogos de um filme sempre por fazer. O que une as realizadoras é o desejo de pegar para si uma fatia do mundo.
Um jogo fílmico entre ficção e relato, piada e crítica, close e intimidade, presencial e remoto, expressando um ponto de vista coletivo sobre as experiências das artes e também da transgeneridade, da travestilidade e da negritude. Sessão bruta é um desdobramento do curta Pietá (dirigido por Pink Molotov), sendo resultado de uma retomada colaborativa entre as integrantes da coletiva
As Talavistas, em parceria com Gabriela Luíza.
O filme conta ainda com a participação de outras artistas, entre as quais Duca Caldeira, Ventura Profana e Podeserdesligado, além de fazer homenagem à artista Jota Mombaça.
“Sessão bruta é um filme meio documental, meio lúdico, sobre a nossa forma de entender e produzir arte”, conta Pink Molotov em entrevista ao portal O Tempo em 2021, por ocasião da exibição do filme na mostra online Cuir – Filme e experimento. “A gente passou por vários processos: há imagens de 2018, 2019, alguns áudios são da mesma época, outros são de agora. E muita coisa mudou. Na verdade, o mundo todo mudou, os nossos corpos mudaram, as nossas formas de produzir arte mudaram. Mas eu acho que o conceito do filme é meio esse, de ser uma iniciativa que fala sobre o processo de produção do próprio filme e dos nossos processos de construção como artistas, como pessoas, como corpos, como indivíduos”.
As Talavistas são uma coletiva de arte trans, sediada em Belo Horizonte. As artistas trabalham com produção de imagem em diferentes formatos: pintura, performances, produção de conteúdo visual para internet e ensaios de moda. A coletiva é composta por Darlene Valentim, Marli Ferreira, Pink Molotov e Cafézin. Ela.Ltda é uma organização independente de proposições experimentais, sem endereço fixo. A antiempresa tem como objetivo conceber defeitos especiais de primeira linha e, para isso, conta com a colaboração de célebres antiprofissionais com carreira notável fora do mainstream. A associação realiza filmes, peças de teatro, vídeos, fotografias e artes em geral.
[Depoimento de Pink Molotov extraído de: bit.ly/ sbrutaims]
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
Madalena Schwartz: As metamorfoses
Metamorfoses
Filipe Catto, Iago Mati e Juliano Gentile Brasil | 2021, 60’, Arquivo digital (Acervo IMS)
Metamorfoses é um espetáculo audiovisual inspirado na exposição Madalena Schwartz: as metamorfoses – Travestis e transformistas na SP dos anos 70, em cartaz no IMS Poços, com curadoria de Gonzalo Aguilar e Samuel Titan Jr. Um álbum audiovisual, cuja narrativa é uma sequência de músicas interpretadas e performadas por Filipe Catto, com participações especiais da performer Alma Negrot, residente da festa Mamba Negra, do ator e coreógrafo Ciro Barcelos, expoente do grupo Dzi Croquettes, em destaque na mostra; e da androginia carnavalesca da cantora Maria Alcina, também fotografada por Madalena.
Esta performance musical abre a série
Instantâneas: a música em foto. Idealizada pelo curador Juliano Gentile, a série revisita o acervo de fotografia do Instituto Moreira Salles a partir da criação de espetáculos inspirados nas exposições em cartaz nas unidades do IMS. Não é a trilha de fundo para a foto, nem a foto é o pano de fundo de um show. É a busca de um campo intermediário, em que as relações entre uma e outra possam adquirir diferentes formatos, explorando recursos cênicos, arquitetônicos e audiovisuais.
Entrada gratuita.
Distribuição de senhas 30 minutos antes da sessão.
Limite de uma senha por pessoa. Sujeito à lotação da sala.
Sight and Sound: os maiores filmes de todos os tempos
Em 1952, a equipe da revista britânica dedicada a cinema Sight and Sound teve a iniciativa de pedir a um grande conjunto de críticos que apontassem quais seriam para eles os melhores filmes de todos os tempos. A cada dez anos, a revista retoma a pesquisa e revê a base de pessoas convidadas.
Mais do que um interesse em qual seria “o melhor” – afinal, isso existe? com quais critérios avaliar? e a que exatamente serve essa pergunta? –, a pesquisa funciona como uma espécie de termômetro da opinião crítica ao redor do mundo e da forma como ela se modula através dos tempos. O primeiro vencedor, na pesquisa de 1952, foi Ladrões de bicicleta, de Vittorio de Sica. Nas quatro edições seguintes, de 1962 a 2002, Cidadão Kane, de Orson Welles, ficou no topo, desbancado em 2012 por Um corpo que cai, de Alfred Hitchcock. Em 2022, pela primeira vez em 70 anos, um filme dirigido por uma mulher alçou essa posição: Jeanne Dielman, de Chantal Akerman.
Após já ter exibido Jeanne Dielman e Um corpo que cai, o Cinema do IMS Poços apresenta Cidadão Kane, em uma bela cópia DCP.
Cidadão Kane
Citizen Kane
Orson Welles | EUA | 1941, 119’, DCP (Park Circus)
Aos 26 anos, Orson Welles dirigiu e protagonizou seu primeiro longa-metragem. O personagem principal, Charles Foster Kane, é um magnata da indústria editorial, possivelmente inspirado em William Randolph Hearst. “Rosebud” é o mistério do filme, a última palavra dita pelo empresário, que se torna a primeira pista em uma investigação jornalística sobre a vida desse personagem. No livro O cinema no século, uma compilação de artigos de Paulo Emílio Salles Gomes editada por Carlos Augusto Calil, Cidadão Kane e a obra de Orson Welles são retomados diversas vezes. Em 1958, no texto “Ainda o Cidadão Kane”, Paulo Emílio reflete sobre sua relação com a obra ao longo dos anos e também sobre o impacto dela em novas gerações: “Na medida em que me foi dado observar, tanto no Rio como aqui, para as novas gerações interessadas nas coisas do cinema, a tomada de contato com a primeira fita de Orson Welles foi uma experiência reveladora. Aos olhos dos jovens, a carga de inovações contida em Cidadão Kane só foi parcialmente integrada no cinema que lhe sucedeu, e a fita continua a desafiar, pela sua modernidade, a produção mais recente.”
Uma análise mais técnica e bastante detalhada foi publicada no ano de lançamento do filme, 1941, no artigo chamado “Citizen Kane”, onde Paulo Emílio esmiúça diversos aspectos da montagem, da fotografia e do som. “A música ajuda muito a ligação de certas cenas e imagens, e também o aparecimento de alguns temas. Mas nunca é fundamental: está sempre num plano acessório. Já em relação ao som, tudo é diferente. O som tem, na realidade, uma grande importância em Citizen Kane, e é frequentemente inseparável da imagem. Vimos acima exemplos de ligação de imagens por sons e frases. As frases faladas têm, ali, um valor de som. Vejamos agora a imagem-som em Citizen Kane A maior de todo o filme é aquela em que a voz de Susan Alexander transforma-se num som que se extingue com a imagem de uma luz se apagando. Esse momento e a combinação da imagem do trenó abandonado na neve com o som do apito do trem demonstram claramente como Pudóvkin estava certo ao dizer que a imagem e o som só se fundem quando não coincidem. Só do conflito assincrônico entre a imagem e o som poderá sair a imagem-som. Em Citizen Kane Orson Welles trilhou timidamente esse caminho. Mas, com o instinto de cinema que possui, não pode ter deixado de sentir sua extraordinária fecundidade."
"Para se ver que Orson Welles é além do mais um diretor (aliás, o simples fato de se dizer que Orson Welles é um bom cineasta deixa claro que tem de ser cenarista [roteirista], montador e diretor, pelo menos), basta observar-se o que conseguiu com ele próprio e com os Mercury Actors, todos bons, mas vindo todos, é preciso que se não esqueça, do teatro e do rádio.”
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
Instituto Moreira Salles
Cinema
Curador
Kleber Mendonça Filho
Programadora
Marcia Vaz
Programador adjunto
Thiago Gallego
Produtora de programação
Quesia do Carmo
Assistente de programação
Lucas Gonçalves de Souza
Projeção
Fagner Andrades e Gilmar Tavares
Revista de Cinema IMS
Produção de textos e edição
Thiago Gallego e Marcia Vaz
Diagramação
Marcela Souza e Taiane Brito
Revisão
Flávio Cintra do Amaral
Os filmes de junho
O programa do mês tem o apoio da Coletiva As Talavistas, das produtoras Ela.ltda, A24, Carnaval Filmes, das distribuidoras Embaúba Filmes, Filmes do Estação, Park Circus, Synapse, Vitrine Filmes e do projeto Sessão Vitrine Petrobras.
Agradecemos a Antônio Carlos da Fontoura, Cafézin, Darlene Valentim, Gabriela Luíza, Juliano Gentile, Mac Simonson, Marli Ferreira, Matt Smith, Nico Meyer, Pink Molotov, Sandra Escribano Orpez.
Venda de ingressos
Ingressos à venda pelo site ingresso.com e na bilheteria do centro cultural, para sessões do mesmo dia. No ingresso.com, a venda é mensal, e os ingressos são liberados no primeiro dia do mês. Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala. Capacidade da sala: 85 lugares.
Meia-entrada
Com apresentação de documentos comprobatórios para professores da rede pública e privada, estudantes, crianças de 3 a 12 anos, pessoas com deficiência, portadores de Identidade Jovem, maiores de 60 anos e titulares do cartão Itaú (crédito ou débito).
Devolução de ingressos
Em casos de cancelamento de sessões por problemas técnicos e por falta de energia elétrica, os ingressos serão devolvidos. A devolução de entradas adquiridas pelo ingresso.com será feita pelo site. Programa sujeito a alterações. Eventuais mudanças serão informadas no site ims.com.br e no Instagram @imoreirasalles. Confira as classificações indicativas no site do IMS.
Sessão bruta, de As Talavistas e Ela.Ltda (Brasil, 2021, 84’, DCP)
Visitação: terça a sexta, das 13h às 19h. Sábados e domingos, das 9h às 19h. Entrada gratuita.
Sessões de cinema: Sextas, a partir das 19h. Sábados e domingos, a partir das 16h. A bilheteria encerra às 19h.
Rua Teresópolis, 90 CEP 37701-058
Cristiano OsórioPoços de Caldas ims.pc@ims.com.br
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