Em cartaz
20 dias em Mariupol
20 dniv u Mariupoli
Mstyslav Chernov | Ucrânia | 2023, 95’, DCP (Synapse)
À medida que a invasão russa começa, uma equipe de jornalistas ucranianos presos na cidade sitiada de Mariupol luta para continuar o seu trabalho de documentação das atrocidades da guerra. Como os únicos repórteres internacionais que ficaram na cidade, eles capturam algumas das imagens que definiram a guerra: crianças morrendo, covas coletivas, o bombardeio de uma maternidade.
Mstyslav Chernov é um cineasta e fotojornalista vencedor do prêmio Pulitzer pelo trabalho de cobertura do ataque retratado no filme. Já cobriu conflitos no Iraque, Afeganistão e em Kiev, capital da Ucrânia. Para compor o documentário, ele e seus companheiros de equipe – correspondentes da Associated Press, também produtora do longa – estiveram presentes desde o início da invasão russa. Também foram os últimos jornalistas a permanecer na cidade. Enquanto filmavam a
situação local, fugiam dos soldados russos para não serem capturados.
“Uma bomba de cada vez, os russos cortaram a eletricidade, a água, os suprimentos de alimentos e, por fim, o que era crucial, as torres de telefonia celular, rádio e televisão”, relata Chernov em artigo escrito para a Associated Press. “Os poucos jornalistas que estavam na cidade conseguiram sair antes que as últimas conexões fossem eliminadas e um bloqueio total se estabelecesse. A ausência de informações em um bloqueio atinge dois objetivos. O primeiro é o caos. As pessoas não sabem o que está acontecendo e entram em pânico. No início, eu não conseguia entender por que Mariupol desmoronou tão rapidamente. Agora sei que foi por causa da falta de comunicação. A impunidade é o segundo objetivo. Sem nenhuma informação vinda de uma cidade, sem fotos de prédios demolidos e crianças morrendo, as forças russas poderiam fazer o que quisessem. Se não fosse por nós, não haveria nada. É por isso que corremos tantos riscos para poder enviar ao mundo o que vimos, e foi isso que deixou a Rússia irritada o suficiente para nos perseguir.”
20 dias em Mariupol foi vencedor do Oscar de Melhor Documentário em 2024.
[Íntegra do artigo de Chernov, em inglês: bit.ly/ mariupolims]
Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
As 4 filhas de Olfa
Les filles d’Olfa
Kaouther Ben Hania | França, Tunísia, Alemanha, Arábia Saudita | 2023, 110’, DCP (Synapse)
Olfa, é uma mulher tunisiana, mãe de quatro filhas. Um dia, suas duas filhas mais velhas desaparecem. Diante dessa ausência, a diretora Kaouther Ben Hania convida atrizes profissionais a interpretar a família e monta um mecanismo de filmagem para entender a história de Olfa e suas filhas. “O que me interessava não era a reconstituição das memórias em si, mas as trocas entre Olfa e suas filhas para chegar a isso”, comenta a diretora.
“Ouvi Olfa falando no rádio sobre a trágica história de suas filhas. Sua história me intrigou e me comoveu. [...] Vi nela uma personagem muito poderosa para o cinema. Ela era a personificação de uma mãe com todas as suas contradições, suas ambiguidades e suas áreas problemáticas. Sua história complexa e terrível me assombrava, e eu tinha o desejo de explorá-la, de entendê-la, sem saber como faria isso.”
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“Passei por diferentes estágios. No início, disse a mim mesma que a filmaria com suas duas filhas restantes, Eya e Tayssir, para expressar a ausência das outras duas. Comecei a filmá-las em 2016, e depois novamente em 2017. Mas algo não estava funcionando. Como reviver memórias sem embelezá-las ou mudá-las, sem bancar o bom moço, sem adoçar a verdade? Como conseguir recapturar o que aconteceu e o que não está mais lá? Como encarar a verdade de seu próprio passado anos depois? Mas o aspecto mais problemático para mim foi a forma como Olfa estava representando um papel. A partir do momento em que liguei a câmera, ela começou a interpretar um papel específico. Tive que parar de filmar porque acabei percebendo que iria cair na armadilha que ela estava preparando para mim.”
“Percebi que na vida muitas vezes nos comportamos de forma influenciada por clichês que vimos na TV ou na mídia. Olfa havia sido condicionada por jornalistas. Ela desempenhou – com grande talento trágico – o papel da mãe em luto, histérica e culpada. A maioria dessas reportagens não permite que as diferentes dimensões de um indivíduo sejam exploradas. No entanto, Olfa é tão exuberante, tão ambígua e tão complexa que é impossível mostrar apenas um lado dela. No entanto, dar uma olhada mais profunda nas contradições, nas sensações e nas emoções requer um tempo que os jornalistas não têm. O papel do cinema é explorar essas áreas, essas ambiguidades do espírito humano. Assim, comecei a pensar nesse filme como um laboratório terapêutico no qual as memórias seriam recuperadas.”
As 4 filhas de Olfa recebeu o prêmio de Melhor Documentário no Festival de Cannes em 2023.
[Depoimento da diretora extraído do material de imprensa do filme]
Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
As linhas da minha mão
João Dumans | Brasil | 2023, 80’, DCP (Embaúba Filmes)
Por meio de uma série de encontros imprevisíveis, Viviane de Cássia Ferreira, uma artista brasileira nos seus 50 anos, fala sobre a sua vida e sobre sua própria experiência com a loucura. Dividido em sete atos, o filme é um retrato prismático composto por fragmentos de músicas, conversas, performances e poemas. Juntos, eles discutem o papel político da imaginação e da arte, assim como os estereótipos que conformam a ideia de loucura no mundo atual.
“Como observar atentamente um corpo desenvolvendo um pensamento muito agudo e preciso sobre a vida, um pensamento que está se construindo ali na sua frente?”, diz João Dumans em depoimento à pesquisadora Lorenna Rocha disponibilizado no material de imprensa do filme.
“O que me seduz na Viviane é justamente a forma muito autêntica e despreocupada com que ela
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fala de si mesma, o que me dá a sensação de uma pessoa que já não organiza mais os seus desejos e pensamentos em relação à expectativa do outro, mas que consegue fazer uma reflexão sobre si mesma para tentar sobreviver e atravessar estados emocionais, dificuldades e sofrimentos relacionados à loucura. Dessa imersão, ela trouxe coisas muito valiosas. O filme era um espaço para que ela compartilhasse isso.”
Prêmio de Melhor Filme na Mostra Aurora da 26ª Mostra de Tiradentes.
Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
La Chimera
Alice Rohrwacher | Itália, França, Suíça | 2023, 130’, DCP (Filmes da Mostra)
Todos têm sua própria Quimera, algo que buscam, mas nunca conseguem encontrar. Para uma gangue de ladrões de antigos objetos funerários e maravilhas arqueológicas, a Quimera significa o desejo pelo dinheiro fácil. Para Arthur, a Quimera se parece com a mulher que ele perdeu, Beniamina. Para encontrá-la, ele desafia o invisível e procura por toda parte em busca de um caminho para a vida após a morte. Numa jornada entre florestas e cidades, celebrações e solidão, desenrolam-se os destinos entrelaçados desses personagens, todos à procura da Quimera.
Em 2023, La Chimera foi exibido no Festival de Cannes. No mesmo ano, recebeu o prêmio do público de Melhor Longa-Metragem Estrangeiro de Ficção. O filme tem em seu elenco as atrizes Isabella Rossellini e Carol Duarte (protagonista de A vida invisível e Missão Perséfone, ambos de
Karim Aïnouz, este último produzido no contexto do programa IMS Convida).
Diretora de La Chimera, As maravilhas, Feliz como Lázaro, entre outros, Rohrwacher nasceu na cidade de Fiesole, na Itália, que preserva até os dias de hoje estruturas que datam dos povos etruscos e romanos. Em depoimento disponibilizado no material de imprensa do filme, ela relata: “Onde eu cresci, era comum ouvir histórias de descobertas secretas, escavações clandestinas e aventuras misteriosas. Bastava ficar no bar até tarde da noite ou parar em uma pousada do interior para ouvir falar de fulano de tal, que havia descoberto uma tumba vilanovense com seu trator, ou de outra pessoa que, cavando na necrópole certa noite, havia descoberto um colar de ouro tão longo que poderia dar a volta completa em uma casa. Ou outra pessoa que ficou rica na Suíça com a venda de um vaso etrusco que encontrou em seu jardim.”
“A vida ao meu redor era composta de diferentes partes: uma solar, contemporânea e movimentada, outra noturna, misteriosa e secreta. Havia muitas camadas, e todos nós as experimentávamos: bastava cavar alguns centímetros do solo, e o fragmento de um artefato feito pelas mãos de outra pessoa aparecia entre os seixos. De que época ele estava olhando para mim? Bastava entrar nos celeiros e nas adegas ao redor, para perceber que eles já haviam sido outra coisa: tumbas etruscas, talvez, ou abrigos de eras passadas, ou locais sagrados. A proximidade entre o sagrado e o profano, entre a morte e a vida, que caracterizou os anos em que cresci, sempre me fascinou e deu uma medida à minha maneira de ver. É por isso que finalmente decidi fazer um
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filme que conta essa história em camadas, essa relação entre dois mundos, a última parte de um tríptico sobre uma área local cuja atenção está concentrada em uma questão central: o que ela deve fazer com seu passado? Como dizem alguns ladrões de túmulos, em nosso caminho são os mortos que dão a vida.”
[Íntegra do depoimento da cineasta, em inglês: bit.ly/chimeraims. Filme Missão Perséfone, de Karim Aïnouz, para o programa IMS Convida: bit.ly/ convida-ka]
Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
Levante
Lillah Halla | Brasil, França, Uruguai | 2023, 99’, DCP (Vitrine Filmes)
Criado na periferia de São Paulo, o time de vôlei C.Leste é formado por uma maioria de jogadories LGBTQIAPN+ e está às vésperas de um campeonato decisivo. Uma das principais atletas do time, Sofia, em seus 17 anos, descobre uma gravidez indesejada. Na tentativa de interrompê-la clandestinamente, ela acaba se convertendo em alvo de um grupo fundamentalista decidido a detê-la a qualquer preço. Mas nem Sofia nem as pessoas que a amam e apoiam estão dispostos a se render.
“Levei tanto tempo para fazer esse filme (7 anos), enquanto o mundo e eu estávamos mudando constantemente, que se tornou um verdadeiro desafio manter a história e minha narrativa atualizadas”, comenta Halla em depoimento para o site da Semana da Crítica. “Nesse sentido, assim como Sofia, eu também me tornei mais forte
quando pessoas em quem eu confiava se juntaram à causa.”
“Todas as pessoas trazidas para este filme têm uma voz ENORME. Essa foi a família que escolhi. Eu queria que o trabalho tivesse o seu ‘brilho’, tanto do elenco quanto dos artistas da equipe. Minha função era coreografar tudo isso: eu olhava ao redor do set e parecia que estava acontecendo uma jam session – todos tocando seus ‘instrumentos’ – esse é o poder do coletivo e, para mim, isso é nutritivo.”
“O nosso ramo é muito centrado na figura do diretor. Embora seja verdade que me matei de trabalhar, nunca foi sozinha. Essa orquestração, para que tantas pessoas tivessem agência, autonomia e voz, precisou de um processo extenso para que eu encontrasse a equipe certa e ajustasse nossa comunicação, para que a mágica pudesse acontecer. É uma construção extensa feita desde o início: não acontece por pura sorte.”
Levante teve sua première mundial em 2023 na Semana da Crítica, no Festival de Cannes, onde recebeu o Prêmio Fipresci. Sofia é interpretada por Ayomi Domenica, filha do rapper Mano Brown, e a trilha sonora é assinada por Maria Beraldo, com participações de Badsista e Juçara Marçal. [Íntegra do depoimento, em inglês: bit.ly/ levanteims]
Ingressos: R$ 15 (inteira) e R$ 7,50 (meia).
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Music
Musik
Angela Schanelec | Alemanha, França, Sérvia | 2023, 108’, DCP (Zeta Filmes)
Após uma noite de tempestade nas montanhas gregas, um jovem é encontrado ferido, e um recém-nascido é achado abandonado em um abrigo de pedras. A criança é acolhida e criada por uma família local. Jon cresce sem conhecer a mãe e o pai. Anos depois, após um trágico incidente, Jon é preso e conhece Iro. Os dois formam uma família e mantêm uma conexão imediata, principalmente através da música, que irá ao mesmo tempo assombrá-los e sustentá-los.
Livremente inspirado no mito de Édipo, o filme de Schanelec foi vencedor do Urso de Ouro de Melhor Roteiro no Festival de Berlim em 2023. Em depoimento veiculado pela distribuidora do filme, a cineasta comenta: “Certamente parti de Sófocles, mas os personagens que ganharam vida enquanto escrevia o roteiro são, como em meus outros filmes, seres humanos, não figuras míticas. O mito de Édipo me interessa menos por sua sin-
gularidade do que pelo que a história pode nos dizer hoje. Eu tiro dela o que posso compartilhar com todos, a normalidade, o que está ao alcance de todos. Todo o resto é fruto do inconsciente do personagem. É daí que vem a música de Jon.”
“A história se desenvolve através do que não foi dito, que surge porque não há palavras para expressá-las. Tive que encontrar imagens para processos para os quais não há palavras. É como na vida. Fazemos coisas que não nomeamos. É perfeitamente humano. A fala é uma tentativa de quebrar o silêncio, mas é apenas uma tentativa. Nossas vidas estão repletas de falhas mútuas de compreensão.”
[Depoimentos extraídos de: bit.ly/musicims]
Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
Viver mal
João Canijo | Portugal | 2023, 124’, DCP (Zeta Filmes)
Um hotel na costa norte de Portugal recebe alguns clientes num fim de semana. Um homem vive dividido entre dar atenção a sua mulher e o espaço que ocupa a sua mãe entre eles. Uma mãe dominadora incentiva o casamento da filha para facilitar a sua relação amorosa com o genro. Outra mãe vive através da filha, impedindo-a de tomar as suas próprias decisões. Três núcleos familiares em final de ciclo de aceitação.
No díptico de João Canijo, Viver mal é um espelho de Mal viver. Nesse filme, a imagem mostra o que só pode ser imaginado no outro: os clientes do hotel que são só sombras e vultos fugazes, em aparições muito fragmentadas, no primeiro filme, passam a ser os protagonistas. E a família do hotel, protagonista do outro filme, passa a ser sombra e vulto fugaz, em aparições fragmentadas, que perturbam a narrativa das histórias dos clientes.
Viver mal é uma livre adaptação de três peças do dramaturgo sueco August Strindberg. Sobre o
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dramaturgo, o material de imprensa dedicado ao filme aponta: “Se houve alguém que tenha tratado obsessivamente o egotismo, como causa de viver mal consigo mesmo e com os outros, foi August Strindberg. Por isso a escolha natural de inspirar as histórias dos clientes do hotel em peças de Strindberg que são exemplo paradigmático de diferentes formas de egotismo. Foram selecionadas três peças: Brincar com o fogo, um marido que não se compromete na relação com a mulher, mas, quando sente que a pode perder, também percebe que afinal a ama; O pelicano, uma mãe dominadora e egoísta que chega ao ponto de promover o casamento da filha para facilitar a sua relação amorosa com o marido dela; Amor de mãe, outra mãe que projecta de tal maneira a sua vida no futuro da filha que a impede de viver um grande amor. As peças só serviram de inspiração, não se trata de adaptações diretas das mesmas, trata-se de as usar livremente como mote para uma reescrita totalmente reformulada e colocada no nosso tempo.”
Ingressos: terça, quarta e quinta: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia); sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).
Sessão Cinética
SOAP
Tamar Guimarães | Alemanha, Brasil | 2020, 110’, Arquivo digital (Acervo da artista)
SOAP manipula a linguagem do cinema e das telenovelas, acompanhando a tentativa de infiltração de um movimento de pessoas de esquerda nas redes sociais de direita. A tática escolhida pelo grupo, composto de intelectuais e agentes culturais, é a criação de uma telenovela que veicularia mensagens subversivas sob a forma aparentemente conservadora do produto cultural religioso.
SOAP é um projeto experimental desenvolvido pela artista visual Tamar Guimarães como uma série em seis partes, que foram expostas em galerias de exposição e reunidas num longa-metragem exibido na Mostra de Cinema de Tiradentes, em 2024.
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
As câmeras de Bodanzky
Aos 81 anos, cerca de 60 deles dedicados ao cinema, Jorge Bodanzky ocupa um lugar importante na produção de imagens do e sobre o Brasil. Em 2024, o IMS Paulista dedica especial atenção à obra de Bodanzky como cineasta, fotógrafo e repórter na mostra de filmes As câmeras de Bodanzky, em cartaz no Cinema do IMS com programas mensais ao longo do ano, e a exposição Que país é este? A câmera de Jorge Bodanzky durante a ditadura brasileira, 1964-1985, em cartaz até 28 de julho.
Ao longo desse período, Bodanzky assinou a fotografia de trabalhos de importantes diretores, produziu uma série de imagens sobre a Amazônia e a América Latina, diversas delas em parceria com a televisão alemã, além de filmes paradigmáticos no cinema brasileiro, como Iracema: uma transa amazônica (1974) e Terceiro milênio (1980). Trabalhou nos mais diversos formatos, dos analógicos 8 mm, 16 mm e 35 mm aos digitais, em câmera profissional e celular, e segue legando trabalhos, como o recente longa-metragem Amazônia, a nova Minamata? (2022).
Ao longo dos próximos meses, o Cinema do IMS exibe uma seleção dessa obra junto a curtas-metragens comissionados especialmente para esta ocasião. Trata-se de filmes inéditos realizados a partir do arquivo de filmes super-8 de Bodanzky, um precioso material que perpassa temas como a política, o meio ambiente e a vida doméstica. Parte da Coleção Jorge Bodanzky, preservada pelo IMS, esse material chega às telas em curtXas-metragens roteirizados e editados pelos cineastas Ewerton Belico, Luiz Pretti e Ricardo Pretti. Os filmes serão exibidos em cópias analógicas e digitais, em materiais de acervo e digitalizações
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inéditas, coordenadas por Debora Butruce, além de novas restaurações, que fazem parte de um projeto de Alice de Andrade.
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
Caminhos de Valderez
Jorge Bodanzky e Hermano Penna | Brasil | 1971, 23’, DCP
(Arquivo inédito produzido no laboratório Link Digital a partir de materiais depositados na Cinemateca Brasileira, com coordenação de Debora Butruce)
Desde o início de sua fundação, Brasília mostrou-se em sua dupla face: de um lado, a cidade arrojada e utópica e, de outro, um espaço em que sua diversificada população podia explorar o misticismo e a espiritualidade. O filme tenta analisar as razões disso, retratando a jovem Valderez, que, paralelamente a uma vida civil comum, desenvolvia atividades no campo espiritual. A ditadura imperava, e eram vários os mecanismos para driblar sua presença maciça. O filme pode ser visto como um ensaio para o Iracema, com sua linguagem inovadora e a fusão de documentário e ficção.
Na biografia Jorge Bodanzky: o homem com a câmera, a partir de pesquisa e uma série de conversas e entrevistas com Bodanzky, Carlos Alberto Mattos conta a vida do cineasta em primeira pessoa. Sobre Valderez, realizado quando o cineasta já colaborava com a televisão alemã, o livro relata: “A saudade de Brasília fez com que eu a escolhesse para cenário do meu primeiro ensaio de direção cinematográfica. O tema de Caminhos de Valderez nasceu de minhas observações, à época da UnB, sobre a tendência de fuga para o misticismo entre a população brasiliense. Já naquela época, Brasília e seus arredores eram um grande celeiro místico e esotérico, apinhado de cartomantes, fanáticos, terreiros de umbanda, o Vale do Amanhecer, a Cidade Eclética etc. Todos os meus amigos, e até a minha prima Sylvia Orthof, tinham alguma ligação com aquele mundo.”
“Hermano Penna e eu, que juntos roteirizamos e dirigimos o filme em 1971, queríamos retratar essa dualidade de Brasília não com um documentário puro e simples, mas através de uma personagem ficcional que a representasse. Alguém que tivesse uma existência civil comum e uma atividade paralela no campo do misticismo. Sylvia indicou uma aluna de seu grupo de teatro, Valderez Reis, moça bonita e interessante, que tinha laços com a umbanda. Criamos com ela uma personagem-homônima, dona de casa, esposa de funcionário público e mãe de dois filhos, que tinha um lado identificado com o fantástico. Em parte, o filme documenta elementos do cotidiano real de Valderez, inclusive o terreiro que ela frequentava, com boa dose de improviso no processo. Mas também ficcionalizamos a narrativa, inserindo
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a personagem em outros contextos místicos e criando sua vida de mãe de família. [...] Havia também um fundo político. Valderez via-se perseguida por um grupo de policiais e mal conseguia escapar. Parecia atingida por um trauma político que poderia ser real ou fruto de sua imaginação. A ideia era retratar o clima de opressão e mostrar como as pessoas se alienavam por meio da religião.”
“A essa altura, eu já estava certo de preferir o cinema à fotografia. A cumplicidade e a criação em equipe me agradavam bem mais que o trabalho solitário do fotógrafo. [...] Daí veio o desejo de dirigir meus próprios filmes, em vez de apenas fotografar os dos outros. A ideia de buscar uma interação entre documentário e criação ficcional me apaixonava desde que tomei contato pela primeira vez com os filmes de Jean Rouch e John Cassavetes. Admirava o humor de Rouch e a naturalidade com que ele conduzia não atores em seus filmes africanos. No Cassavetes de Husbands [Os maridos], 1970, por exemplo, impressionavam-me o despojamento com que ele filmava os atores profissionais, a maneira como eles improvisavam e a câmera, que os flagrava de maneira quase documental. Outro filme que me marcou nessa época foi The Harder They Come (Balada sangrenta), 1972, de Perry Henzell, que lançou a música reggae no mundo e reencenou experiências da vida de Jimmy Cliff. Eram todos filmes de câmera leve, com ênfase nos planos-sequência e acentos documentais.”
Compasso de espera
Antunes Filho | Brasil | 1969, 98’, 35 mm (Cinemateca Brasileira)
O poeta e publicitário Jorge de Oliveira é apadrinhado pelo dr. Macedo Alves, ex-patrão de sua mãe. Distante de sua família, Jorge tem uma vida confortável e mantém um romance com Emma, uma mulher branca bem mais velha e sua chefe na agência de publicidade. Jorge conhece Cristina, uma jovem branca da tradicional família Marcondes Lima, apaixona-se perdidamente e é correspondido, porém não consegue desvencilhar-se de Emma.
Compasso de espera é um dos primeiros filmes brasileiros a trazer à cena um protagonista negro da classe média. Antunes Filho designou o artista plástico Fernando Lemos para criar o conceito de fotografia de Compasso de espera. Lemos, por sua vez, convidou Jorge Bodanzky para ser o fotógrafo. Em sua biografia, Bodanzky relata: “A partir do tema do racismo (escritor negro namora modelo branca, e o casal é espezinhado pela sociedade), a fotografia deveria exacerbar as
massas de preto e de branco, separá-las e trabalhar sua dramaticidade. Recebi do Fernando uma ideia bem precisa de como deveria ser a imagem e dei asas à minha admiração pela fotografia de O bandido Giuliano [de Francesco Rossi].”
Em um videoensaio em torno do filme, a atriz Mariana Nunes e o crítico e professor de cinema Juliano Gomes se detêm de forma bastante aguda nas estratégias de fotografia e encenação: “Censurado pela ditadura militar por dois anos, só foi lançado em 1975, sem cortes, graças aos esforços de Zózimo Bulbul, o protagonista do filme. Os exibidores brasileiros não se interessaram pelo filme. O lançamento foi limitado, e ele recebeu quase nenhuma repercussão crítica. Além disso, exibidores temiam que um filme em preto e branco espantasse o público, já acostumado a cores naquele momento. Antunes queria o filme em P&B porque era mais barato e também por causa do seu tema racial. O monocromático foi uma opção para dar ao filme um aspecto mais bruto, artesanal e subdesenvolvido, segundo Antunes.”
“Zózimo estreia como diretor com o curta Alma no olho, que é inspirado no livro Alma no exílio, do escritor e ativista Eldridge Cleaver. Alma no olho foi feito com as sobras do negativo de Compasso de espera. Quase como uma produção de um homem só. [...] O negativo Kodak Plus-X usado nesses dois filmes reduz os tons cinzas, enfatizando tons ou muito claros ou muito escuros. Produzindo alto contraste. Além do mesmo negativo, há outros elementos em comum entre os dois filmes: o tema racial explícito. O fundo branco e os espaços brancos. O movimento de zoom in a que o operador de VT se refere em Compasso é feito
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no fim de Alma no olho, de maneira bastante ambígua. O isolamento e solidão do homem negro.”
“A metáfora da cor mostra que o mundo branco e o mundo preto fazem contato, mas estão profundamente separados. O contraste do negativo é uma das maneiras de enfatizar a ideia de diferença e separação, marcando e diferenciando preto e branco. A direção de arte e figurinos reforçam essa diferença. Uma das imagens mais sintéticas do filme é Zózimo vestindo um terno branco. Sua pele escura produz alto contraste com o tecido. Pele negra, terno branco. Uma expressão da condição de Jorge, vivendo espaços e relações que o repelem e são hostis a ele.”
[Trecho inicial da sinopse adaptado a partir da versão veiculada na plataforma Sesc Digital: bit.ly/compassoims. Citação de Bodanzky extraída da biografia Jorge Bodanzky: o homem com a câmera, escrita por Carlos Alberto Mattos para a Coleção Aplauso. O videoensaio de Mariana Nunes e Juliano Gomes, disponibilizado pela iniciativa Cinelimite pode ser visto em: bit.ly/compassoims2]
Jari
Jorge Bodanzky e Wolf Gauer | Brasil | 1979, 58’, DCP
(Arquivo inédito produzido no laboratório Link Digital a partir de materiais depositados na Cinemateca Brasileira, com coordenação de Debora Butruce)
O documentário acompanha os parlamentares designados por uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a devastação da Amazônia, na região do polêmico Projeto Jari, de Daniel Ludwig, milionário americano que investia na região. O filme debate o processo de industrialização da Amazônia, mostrando os aspectos contraditórios daquilo que pretendia ser o maior empreendimento privado da região. Na biografia Jorge Bodanzky: o homem com a câmera, escrita por Carlos Alberto Mattos a partir de relatos do cineasta, é descrita a origem e a repercussão do filme: “Todo um novo capítulo do meu trabalho na Amazônia começou no dia em que conheci o senador Evandro Carreira, do
MDB. Ele me procurou solicitando algumas imagens de Iracema para apresentar numa entrevista à TV Bandeirantes. Embora achasse o pedido um tanto insólito, cedi, porque vi nele uma figura interessante. Seu discurso sobre a Amazônia tinha uma qualidade utópica, mas era coerente, corajoso e bastante diferenciado do que se propunha para a região naquele momento. [...] O Senador 'Pororoca' – como o chamavam devido à prolixidade – era contraditório, espalhafatoso, fazia uma política antiquada, mas conhecia profundamente seu território e demonstrava preocupações legítimas. Tanto que estava prestes a visitar o Projeto Jari, como integrante da Comissão Parlamentar de Inquérito da devastação da Amazônia.”
“Eu e Wolf logo acertamos com ele a realização de um filme sobre essa viagem. Conhecer in loco o controvertido Projeto Jari era sonho de quase todo jornalista brasileiro na época. Tudo era muito controlado, o acesso era complicado. Um gigantesco complexo de extração de madeira e fabricação de celulose estava implantado às margens do rio Jari, na divisa entre o Pará e o Amapá. [...] Ao fim da visita oficial, decidimos ficar por nossa conta e risco, apesar da insistência dos administradores da usina para que partíssemos junto com os políticos. Percebemos certo mal-estar. Disseram que não se responsabilizariam por nós a partir dali. Mesmo assim, resolvemos arriscar.”
“Um dos engenheiros, corajosamente, nos ofereceu hospedagem e nos levou no seu carro para documentarmos o outro lado do Jari. [...] Bastava afastar-se 300 metros daquela fábrica com tecnologia de ponta para se dar de cara com o Brasil real: uma imensa favela de palafitas, coalhada de
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gente miserável e de prostitutas, onde a lei parecia não chegar. Desvinculados dos políticos e da diretoria do projeto, não tivemos dificuldade em colher bons depoimentos sobre a situação dos operários, em grande parte imigrantes nordestinos, suas queixas das condições de trabalho e de alimentação, o xadrez privado para aqueles que reclamavam, malária, assassinatos, exploração pelo comércio do Beiradão. Nas entrevistas, eu e Wolf captamos também o medo de falar, as especulações sobre um patrão cujo rosto quase ninguém via.”
"[...] Já na montagem, antecipamos a destinação que o filme deveria ter: a de ser um instrumento de debate sobre a industrialização da Amazônia. Confrontamos depoimentos contraditórios, expusemos a falácia de quem defendia a exploração irresponsável da floresta e da mão de obra. [...] Já a partir de maio de 1980, tínhamos entre 15 e 20 cópias circulando constantemente através da distribuidora Dinafilme. Jari foi um dos poucos filmes concebidos e realizados especificamente para o circuito alternativo. A televisão da época não absorveria um filme com tal conteúdo crítico. Nos cinemas, não havia espaço para um média-metragem documental em 16 mm. O filme foi exibido no Senado e na Escola Superior de Guerra. [...] Evandro Carreira e Modesto da Silveira usaram Jari em suas campanhas com nosso pleno consentimento.”
“O filme se propunha a ser uma arma política e, portanto, quanto mais fosse exibido e usado, melhor. As projeções se sucediam em cineclubes, universidades, sindicatos, associações de classe e assembleias legislativas de vários estados, além dos comitês do Movimento de Defesa da Amazônia. Era muito estimulante ver como o trabalho chegava ao público e gerava debates amplos, muito além do conteúdo do filme. Cerca de 200 mil pessoas viram Jari naquele momento, quando a televisão, de maneira geral, ignorava solenemente a realidade brasileira.”
Limites do diáfano
Direção, fotografia e câmera: Jorge Bodanzky; roteiro: Ewerton Belico; montagem: Irmãos Pretti | Brasil | 2023, 9’, DCP (Acervo IMS)
Como ver livremente diante da opressão generalizada? Limites do diáfano compila alguns dos materiais em super-8 realizados por Jorge Bodanzky durante a ditadura militar, articulando materiais domésticos, experimentos com o suporte cinematográfico e os vestígios, em suporte amador, de algumas de suas obsessões temáticas e estilísticas. Limites do diáfano coleta alguns fragmentos que insinuam um possível perfil dos modos de ver que Jorge Bodanzky constituiu ao longo das últimas décadas.
Em uma iniciativa do Cinema do IMS, o acervo de Jorge Bodanzky depositado no IMS, sobretudo seus filmes super-8 feitos em contextos diversos (ambiente doméstico, viagens a trabalho, estudo para filmes) foram elaborados
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e editados pelos cineastas Ewerton Belico, Luiz Pretti e Ricardo Pretti em cinco curtas-metragens inéditos, que serão apresentados ao longo da mostra As câmeras de Bodanzky. A realização desses filmes é uma iniciativa do Instituto Moreira Salles, com produção de Vasto Mundo & Errante.
Em 1984, Eduardo Coutinho marcou a história do cinema de não ficção com o lançamento de Cabra marcado para morrer. Por onde passou, tensionou os limites da representação e do assim chamado “documentário”: dirigindo episódios históricos do Globo Repórter, na produção em vídeo junto ao CECIP e na formulação de um “cinema do encontro” bastante único a partir de Santo forte. Em 11 de maio de 2023, Coutinho completaria 90 anos. Como homenagem, o Cinema do IMS exibiu uma seleção de obras do cineasta ao longo do ano.
Passamos por projetos em que trabalhou como roteirista, pelos primeiros filmes de ficção, o breve período como crítico de cinema no JB, os documentários para o Globo Repórter e CECIP, pelo Cabra e pela sua produção mais recente junto à VideoFilmes. Neste último mês, três obras em que Coutinho é personagem. O que está em jogo aqui é o modo como os filmes são feitos, o que pensa a respeito deles e sobre cinema de um modo geral e a repercussão ou contaminação de suas imagens em outras obras.
Um ano está longe de ser suficiente para dar conta da magnitude do cinema de Coutinho. Não só pelas obras que não chegamos a exibir ou aquelas que ainda carecem de devida pesquisa e difusão, como pelas inúmeras oportunidades que cada filme mostrado abre para o espectador. A retrospectiva se encerra, mas o convite continua.
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
Coutinho.Doc – Apartamento 608
Beth Formaggini | Brasil | 2009, 51’, Arquivo digital (Acervo da artista)
O processo de criação do cineasta Eduardo Coutinho e sua equipe desde a fase da pesquisa até o fim das filmagens de Edifício Master (2002). Durante uma semana, Eduardo Coutinho e sua equipe conversaram com 27 moradores de um grande edifício em Copacabana.
Beth Formaggini, diretora de produção do Master, que também trabalhou em outros filmes do diretor (Babilônia 2000, Peões), apresenta os bastidores dessa produção. Desanimado com os personagens e com receio de que não teria histórias fortes e interessantes o suficiente para um filme, Eduardo Coutinho chegou a cogitar não rodar o título ao receber os primeiros resultados da observação. Convencido pela equipe, ele decidiu levar o projeto adiante.
O filme de Beth Formaggini será exibido junto ao curta-metragem Eu fui assistente do Eduardo Coutinho, de Allan Ribeiro.
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Coutinho 90
Eduardo Coutinho, 7 de outubro
Carlos Nader | Brasil | 2013, 73’, Arquivo digital (Sesc-SP)
No dia 7 de outubro de 2013, Eduardo Coutinho chega para uma conversa marcada com seu colega, Carlos Nader. O célebre documentarista será filmado por sua própria equipe, conduzida por outro diretor. Diante da câmera, Coutinho revela-se como um ser humanista, irônico, pessimista e profundamente impregnado pelo interesse nos seres humanos que entrevistava em seus filmes – cada um deles único, no seu entender.
“Coutinho criou a partir de 1997 um cinema em que a única imagem é a de uma pessoa sentada à frente da câmera, falando”, comenta Nader em depoimento veiculado no material de imprensa do filme. “Esse movimento radical, de um essencialismo que a história possivelmente lembrará como similar ao suprematismo de Kazimir Malevich ou à Bossa Nova de João Gilberto, é o tema central do documentário.”
Eu fui assistente do Eduardo Coutinho
Allan Ribeiro | Brasil | 2023, 17’, DCP (Acervo do artista)
No dia 28 de janeiro de 2008, uma equipe de filmagem entrava em um prédio para rodar um documentário. Neste dia, eu fui assistente do Eduardo Coutinho.
O curta de Allan Ribeiro será exibido junto a Coutinho.Doc – Apartamento 608, de Beth Formaggini.
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O É Tudo Verdade, principal evento dedicado exclusivamente à cultura do documentário na América do Sul, tem o prazer de apresentar a sua 29ª edição. Neste ano, o Cinema do IMS recebe a Competição Internacional de Longas ou MédiasMetragens, o filme escolhido para a sessão de Abertura do Rio de Janeiro, dois programas da Competição Brasileira de Curtas-Metragens e dois da Internacional. O festival é um dos raros eventos do mundo, e o único da América Latina, que tornam seus quatro filmes vitoriosos elegíveis para consideração nas categorias Documentário de Longa e de Curta-Metragem do Oscar. A mostra aqui apresentada faz parte dessa classificação. O IMS recebe também o seminário Documentário: da ideia à tela
Entrada gratuita
Distribuição de senhas 60 minutos antes da exibição. Limite de 1 senha por pessoa. Senhas sujeitas à lotação da sala.
Seminário
Documentário: da ideia à tela
5 de abril, sexta-feira
14h: Projeto de desenvolvimento – Como faz?, com Eugenio Puppo
16h: Produção audiovisual, com Marcelo Machado
6 de abril, sábado
14h: O trabalho de finalização, com André Finotti
16h: Distribuição e exibição, com Barbara Sturm
Celluloid Underground
Ehsan Khoshbakht | Irã, Reino Unido | 2023, 80’, DCP
Depois da Revolução Islâmica, um tenaz colecionador de filmes em Teerã vira um herói improvável ao assumir a corajosa missão de proteger milhares de filmes das garras do novo regime.
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É Tudo Verdade
Cento e quatro
Einhundertvier
Jonathan Schörnig | Alemanha | 2023, 92’, DCP
O tempo angustiante que leva para resgatar 104 pessoas de um bote de borracha que está afundando. Pessoa por pessoa, passo a passo, a ação é acompanhada por seis câmeras. As pessoas resgatadas e a tripulação esperam por dias em alto-mar, porque nenhum país mediterrâneo permite que eles atraquem.
Copa de 71
Copa 71
Rachel Ramsay e James Erskine | Reino Unido | 2023, 91’, DCP
Em 1971, as seleções da Inglaterra, Argentina, México, França, Dinamarca e Itália se reuniram no estádio Azteca, na Cidade do México. A escala do torneio é monumental: patrocínio luxuoso, ampla cobertura da TV e multidões de mais de 100 mil torcedores. Mas este é um torneio diferente de tudo o que já aconteceu antes. Quem está em campo são jogadoras mulheres. Esta é a Copa do Mundo Feminina não oficial, ignorada tanto pelo órgão dirigente quanto pelas associações nacionais de futebol.
Corpo
Telo
Petra Seliškar | Eslovênia, Macedônia do Norte, Croácia | 2023, 91’, DCP
Filmado num período de 20 anos, Corpo é uma exploração sensível e íntima da vida extraordinária e do intrincado mundo interior de uma mulher que luta contra uma série de doenças autoimunes raras.
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Diários da caixa preta
Black Box Diaries
Shiori Ito | Japão, EUA, Reino Unido | 2024, 102’, DCP
A luta da cineasta Shiori Ito para processar seu estuprador, o jornalista mais próximo e biógrafo do então primeiro-ministro Shinzo Abe.
E assim começa And so It Begins
Ramona S. Diaz | EUA, Filipinas | 2024, 100’, DCP
Esta meditação sobre o poder faz um recorte das eleições de 2022 nas Filipinas. Os últimos meses do governo autoritário de Rodrigo Duterte, a disputa entre a vice-presidente Leni Robredo e o filho homônimo do ex-ditador Ferdinand Marcos e a luta obstinada da Nobel da Paz Maria Ressa pela liberdade de imprensa. Filme-irmão de A Thousand Cuts (2020), explora ainda mais a fundo a relação entre o medo e as instituições que deveriam nos proteger.
Mamãe Suriname – Mama Sranan
Moeder Suriname – Mama Sranan
Tessa Leuwsha | Holanda | 2023, 71’, DCP
Tessa Leuwsha usa imagens de arquivo colorizadas para ilustrar a vida de mulheres surinamesas, incluindo sua avó, nascida em 1905 de uma mãe branca e de um pai negro.
Desprezada por sua origem mestiça, ela se muda para Paramaribo, onde cria quatro filhos sozinha. Antes da independência do Suriname, em 1975, seus filhos se mudam para a Holanda, e ela os segue a contragosto, mas encontra conforto em suas raízes espirituais.
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Mixtape La Pampa
Andrés di Tella | Argentina, Chile | 2023, 104’, DCP
Diário de uma longa viagem pelos Pampas na trilha de Guillermo Enrique Hudson, também conhecido como William Henry Hudson. Figura enigmática, gaúcho que virou escritor inglês, Hudson escreveu obsessivamente sobre sua terra natal, mas nunca voltou. Nas voltas e reviravoltas da estrada, surge uma mistura de especulação documental, história argentina e sonhos.
O mundo é família
Vasudhaiva Kutumbakam
Anand Patwardhan | Índia | 2023, 96’, DCP
“O mundo é uma família” é um conceito antigo que compete com as noções exclusivistas de casta. Os mais velhos da família de Anand haviam lutado pela independência da Índia, mas raramente falavam sobre isso. Quando seus pais começam a envelhecer e supremacistas confessos tentam reescrever cinicamente a história do país, Anand começa a filmar.
O relatório da Revolta de 1967
The Riot Report
Michelle Ferrari | EUA | 2023, 113’, DCP
Quando a violência explode nos bairros negros de várias cidades americanas no verão de 1967, o presidente Lyndon Johnson nomeia a Comissão Kerner para responder a três perguntas: o que aconteceu? Por que aconteceu? O que poderia ser feito para evitar que acontecesse de novo? O relatório final, publicado em março de 1968, ofereceria uma avaliação tão crua das relações raciais americanas, um veredito tão politicamente explosivo, que Johnson o condenou ao esquecimento.
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Um filme para Beatrice
Helena Solberg | Brasil | 2024, 78’, DCP
“Como vão as mulheres no Brasil?“ É essa pergunta intrigante, feita por uma jornalista italiana, que Helena Solberg tenta responder através de elementos dos seus filmes, dos anos 1960 até hoje. No caminho, encontros com figuras como Heloisa Teixeira, Rita von Hunty e Helena Vieira iluminam algumas frestas desse amplo debate.
Uma estória americana
Une Chronique américaine
Jean-Claude Taki e Alexandre Gouzou | França e Itália | 2023, 66’, DCP
Baseado num roteiro desconhecido de Michelangelo Antonioni, Uma estória americana entrelaça os fios de uma aventura cinematográfica abortada, a mitologia da América dos anos 1970 e uma deriva existencial.
Zinzindurrunkarratz
Oskar Alegria | Espanha | 2023, 89’, DCP
Um cineasta decide recuperar o caminho que os pastores da sua cidade faziam para chegar às montanhas, mas ninguém mais sabe a rota exata. Sua ideia é filmá-lo com a antiga super-8 de sua família, mas descobre que, depois de 41 anos sem uso, ela não capta mais som. O caminho esquecido e a câmera muda são, junto com um burro chamado Paolo, os protagonistas de uma jornada cheia de lembranças, pontos de interrogação e silêncio.
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Curtas internacionais 1
Anseio de luz
Anhel de llum
Alba Cros Pellisé | Espanha | 2023, 11’, DCP
Uma exploração de Barcelona por meio da luz que incide sobre as ruas da cidade. O Sol como um pincel que destaca a intimidade dos cômodos, dos amigos, dos amantes e das pessoas ao redor.
Como agradar
How to Please
Elina Talvensaari | Finlândia | 2023, 27’, DCP
O iraquiano Wed al-Asadi fica preso no labirinto do sistema de asilo finlandês. De repente, sair parece ainda mais difícil do que entrar.
Getty Abortions
Franzis Kabisch | Alemanha, Áustria | 2023, 21’, DCP
A partir de bancos de imagem, revistas para adolescentes e documentos de um aborto real, este ensaio de desktop examina como a mídia alemã e austríaca ilustram o tema do aborto.
Minha irmã
Moja siostra
Mariusz Rusiński | Polônia | 2023, 29’, DCP
Zuzia, uma adolescente muito sensível e talentosa, luta contra o vício em drogas. Seu irmão, que também é o diretor do filme, tenta descobrir o que aconteceu na família para que Zuzia caísse no vício.
35
É Tudo Verdade
Curtas internacionais 2
Avalanche
Avalancha
Daniel Cortés | Colômbia | 2023, 25’, DCP
Na Colômbia, o assassinato de líderes sociais é uma prática política antiga que busca destruir todo tipo de organização popular; no entanto, longe de destruí-las, acabou fortalecendo a vontade de resistência.
Azul
Blue
Violena Ampudia | Bélgica, Cuba | 2023, 17’, DCP
Resultado de um processo colaborativo com mulheres que sofreram de depressão pós-parto.
Entre a graça e a violência Zarafet ve Şiddet Arasında
Şirin Bahar Demirel | Holanda, Turquia | 2023, 14’, DCP
A descoberta de memórias traumáticas que não foram incluídas nos álbuns de família.
Parentesco indesejado
Ungewollte Verwandtschaft
Pavel Mozhar | Alemanha | 2023, 30’, DCP
Nos relatos das vítimas civis da ocupação russa e bielorrussa na Ucrânia, figuram descrições de tortura e repressão que parecem ser de natureza sistemática. Tomando esses relatos como base, um cineasta de Belarus tenta entender o que essa guerra de aniquilação tem a ver com ele e qual é a sua responsabilidade nisso tudo.
Só a lua entenderá
Solo la luna comprenderá
Kim Torres | Costa Rica, EUA | 2023, 18’, DCP
Enquanto uma lua mágica se insinua no crepúsculo, várias linhas do tempo se entrelaçam na cidade de Manzanillo, no litoral caribenho da Costa Rica.
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Curtas brasileiros 1
Aguyjevete Avaxi’i
Kerexu Martim | Brasil | 2023, 21’, Arquivo digital
Celebração da retomada do plantio do milho na aldeia Kalipety, em área de plantio recuperada pelos Guarani M’bya.
A edição do Nordeste
Pedro Fiuza | Brasil | 2023, 20’, DCP
Para inventar uma região, é preciso inventar uma cultura – de preferência com ajuda do cinema.
Noite das Garrafadas
Elder Gomes Barbosa | Brasil | 2023, 25’, DCP
Nove anos depois da Independência do Brasil, protestos populares forçam o imperador dom Pedro I a fugir às pressas do país. Os fantasmas do Brasil Império se projetam no Brasil de hoje na rua da Quitanda.
Sertão, América
Marcela Ilha Bordin | Brasil | 2023, 18’, DCP
Um registro do processo de criação do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, onde desenhos rupestres desafiam a teoria corrente de como o homem chegou às Américas.
Utopia muda
Julio Matos | Brasil | 2023, 20’, DCP
A democratização dos meios de comunicação a partir da história da Rádio Muda, a mais longeva rádio livre.
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Curtas brasileiros 2
As placas são invisíveis
Gabrielle Ferreira | Brasil | 2024, 24’, DCP
Num momento de ebulição da luta pró-cotas, cinco estudantes negras revelam o que é estar dentro de uma das instituições mais elitizadas do país.
Até onde o mundo alcança
Daniel Frota de Abreu | Brasil, Holanda, Bélgica | 2023, 27’, DCP
Um ornitólogo tenta registrar os escassos cantos dos pássaros numa área de mineração desativada, enquanto uma equipe de etnobotânicos lida com os desafios de armazenar uma das maiores coleções de história natural do mundo.
Sem tÍtulo #9: nem todas
as flores da falta
Carlos Adriano | Brasil | 2024, 22’, DCP
A flor de Coleridge no jardim dos caminhos que se bifurcam de Borges. Flores de papel e película; flores fósseis.
Serão
Caio Bernardo | Brasil | 2023, 15’, DCP
Entre a árdua prática secular da extração manual de cal e a nova promessa de empreendedorismo oferecida pela indústria têxtil, uma família do Cariri paraibano continua refém de uma jornada de trabalho interminável.
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Criada em 2012 pelo então coordenador de cinema José Carlos Avellar (1936-2016), a coleção DVD | IMS já lançou diversos filmes, entre produções brasileiras e estrangeiras.
Cabra marcado para morrer
Eduardo Coutinho | Brasil | 1962-1984 | 119min
Em matéria de 1985 para o Jornal do Brasil, Roberto Mello escreveu: “As filmagens começaram em fevereiro de 1964. Coutinho pretendia contar a história de João Pedro Teixeira, líder da liga camponesa de Sapé, na Paraíba, assassinado em 1962. Não queria atores profissionais: que os personagens fossem interpretados pelos próprios camponeses. Dezessete anos depois, Coutinho volta à região, consegue encontrar Elizabeth e, através do filho mais velho, Abraão, investiga o destino dos outros dez filhos e de todos os envolvidos no projeto. Ele exibe os originais filmados há tanto tempo, os camponeses se alegram com seus rostos, mais jovens, vivem a emoção do reconhecimento e o jogo de identificações. Vinte anos depois, Coutinho conclui seu filme, um épico contado com clareza, paciência e perseverança, por alguém que confia no trabalho e nos dias. Uma experiência original na cinematografia brasileira.”
Extras:
- A família de Elizabeth Teixeira [65 min. aprox.] e Sobreviventes de Galileia [27 min. aprox.] de Eduardo Coutinho
- Faixa comentada com Carlos Alberto Mattos, Eduardo Escorel e Eduardo Coutinho
- Livreto com textos de Walter Lima Jr., Eduardo Coutinho, Sylvie Pierre, José Carlos Avellar e outros.
O futebol, de Sergio Oksman
O botão de pérola e Nostalgia da luz, de Patricio Guzmán
Photo: Os grandes movimentos fotográficos
Homem comum, de Carlos Nader
Vinicius de Moraes, um rapaz de família, de Susana Moraes
Últimas conversas e Cabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho
A viagem dos comediantes, de Theo Angelopoulos
Imagens do inconsciente e São Bernardo, de Leon Hirszman
Os dias com ele, de Maria Clara Escobar
A tristeza e a piedade, de Marcel Ophüls
Os três volumes da série Contatos: A grande tradição do fotojornalismo; A renovação da fotografia contemporânea; A fotografia conceitual
La Luna, de Bernardo Bertolucci
Cerimônia de casamento, de Robert Altman
Conterrâneos velhos de guerra, de Vladimir Carvalho
Vidas secas e Memórias do cárcere, de Nelson Pereira dos Santos
O emprego, de Ermanno Olmi
Iracema, de Jorge Bodanzky e Orlando Senna
Cerimônia secreta, de Joseph Losey
As praias de Agnès, de Agnès Varda
A pirâmide humana e Cocorico! Mr. Poulet, de Jean Rouch
Diário 1973-1983 e Diário revisitado 1990-1999, de David Perlov
Elena, de Petra Costa
A batalha de Argel, de Gillo Pontecorvo
Libertários, de Lauro Escorel, e Chapeleiros, de Adrian Cooper
Seis lições de desenho com William Kentridge
Sudoeste, de Eduardo Nunes
Shoah, de Claude Lanzmann
Memórias do subdesenvolvimento, de Tomás Gutiérrez Alea
E três edições voltadas à poesia: Poema sujo, dedicado a Ferreira Gullar; Vida e verso e Consideração do poema, dedicados a Carlos Drummond de Andrade
Os DVDs podem ser adquiridos nas livrarias especializadas, nas lojas dos nossos centros culturais e na loja online do IMS: bit.ly/imsdvd.
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coleção DVD | IMS
Instituto Moreira Salles
Cinema
Curador
Kleber Mendonça Filho
Programadora
Marcia Vaz
Programador adjunto
Thiago Gallego
Produtora de programação
Quesia do Carmo
Assistente de programação
Lucas Gonçalves de Souza
Projeção
Ana Clara da Costa e Adriano Brito
Serviço de legendagem
eletrônica
Pilha Tradução
Revista de Cinema IMS
Produção de textos e edição
Thiago Gallego e Marcia Vaz
Diagramação
Marcela Souza e Taiane Brito
Revisão
Flávio Cintra do Amaral
Os filmes de março
O programa do mês tem o apoio da Cinemateca Brasileira, do Festival É Tudo Verdade, da revista Cinética, das distribuidoras Embaúba Filmes, Filmes da Mostra, Synapse, Vitrine Filmes, Zeta Filmes e do projeto Sessão
Vitrine Petrobras.
Agradecemos a Allan Ribeiro, André Coelho Mendes Queiroz, Beatriz Falasco, Beth Formaggini, Carlos Nader, Hermano Callou, Joana Eça de Queiroz, Júlia
Noá, Juliano Gomes, Laura Liuzzi, Luiz Carlos Oliveira Jr., Tamar Guimarães, Tiago Melo.
As câmeras de Bodanzky
Curadoria, realização e produção: Cinema do IMS
Apoio: Arquivo Nacional, Cinemateca Brasileira, Cinemateca do MAM, CTAv, Zweites Deutsches Fernsehen (ZDF)
Coordenação de digitalização: Débora Butruce
Digitalização e tratamento de imagem e som: Link Digital e Mapa Filmes
Pesquisa: Ângelo Manjabosco, Mariana Baumgaertner, Júnia Matsuura
Agradecimentos: Jorge Bodanzky, Adriana Veríssimo, Alice de Andrade, Ana Beatriz Vasconcellos, Barbara Alves Rangel, Bruna Callegari, Carlos Polonio, Centro de Produção Audiovisual - Sesc-SP, Denise Miller, Elisa Ximenes, Ewerton Belico, Guilherme Albani, Hernani Heffner, Joana Nogueira Lima, José Quental, Link Digital, Luiz Pretti, Meike Schlarb (ZDF), Museu da Imagem e do Som (MIS-SP), Patrícia Lira, Rafael Medeiros, Ricardo Pretti.
Agradecimentos Equipe IMS: Bianca Mandarino, Cauê Guimarães, Horrana de Kássia Santoz, Joana Reiss, Marina Marchesan, Nadja Santos, Thyago Nogueira.
A exibição de Compasso de espera tem o apoio da Cinemateca Brasileira
Venda de ingressos
Ingressos à venda pelo site ingresso.com e na bilheteria do centro cultural, a partir das 12h, para sessões do mesmo dia. No ingresso.com, a venda é mensal, e os ingressos são liberados no primeiro dia do mês.
Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala.
Capacidade da sala: 145 lugares.
Meia-entrada
Com apresentação de documentos comprobatórios para professores da rede pública, estudantes, crianças de 3 a 12 anos, pessoas com deficiência, portadores de Identidade Jovem, maiores de 60 anos e titulares do cartão Itaú (crédito ou débito).
Devolução de ingressos
Em casos de cancelamento de sessões por problemas técnicos e por falta de energia elétrica, os ingressos serão devolvidos. A devolução de entradas adquiridas pelo ingresso.com será feita pelo site Programa sujeito a alterações. Eventuais mudanças serão informadas no site ims.com.br e no Instagram @imoreirasalles. Não é permitido o acesso com mochilas ou bolsas grandes, guarda-chuvas, bebidas ou alimentos. Use nosso guarda-volumes gratuito. Confira as classificações indicativas no site do IMS.
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As linhas da minha mão, de João Dumans (Brasil | 2023, 80’, DCP)
SOAP, de Tamar Guimarães
(Alemanha, Brasil | 2020, 110’, Arquivo digital)
Terça a quinta, domingos e feriados sessões de cinema até as 20h; sextas e sábados, até as 22h.
Visitação, Biblioteca, Balaio IMS Café e Livraria da Travessa Terça a domingo, inclusive feriados das 10h às 20h.
Fechado às segundas.
Última admissão: 30 minutos antes do encerramento.
A entrada no IMS
Paulista é gratuita.
Avenida Paulista 2424
CEP 01310-300
Bela Vista – São Paulo tel: (11) 2842-9120
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