INSTITUTO MOREIRA SALLES
CINEMA
NOVEMBRO 2017
OS FILMES DE JEAN-PIERRE MELVILLE NO INTENSO AGORA • JOÃO MOREIRA SALLES
JEAN-PIERRE MELVILLE O SAMURAI DO CINEMA FRANCÊS Marcus Mello
O centenário de nascimento do diretor Jean-Pierre Melville (1917-1973) tem sido celebrado em várias partes do mundo por iniciativa do Institut Français, que colocou em circulação cópias restauradas de alguns dos trabalhos mais representativos deste que é um dos autores incontornáveis do cinema francês na segunda metade do século XX. A programação inclui ainda raridades, como o curta documental 24 horas na vida de um palhaço (24 heures de la vie d’un clown, 1946) e O silêncio do mar (Le silence de la mer, 1949), longa de estreia do diretor. No período de 1949 a 1972, Melville realizou 13 longas, uma filmografia relativamente pequena, mas sólida, dividida entre os títulos que retratam sua experiência pessoal durante os anos de ocupação nazista na França e os filmes policiais, gênero ao qual conferiu estatura de grande arte, graças a obras-primas como Bob, o jogador (Bob le flambeur, 1956), Técnica de um delator (Le doulos, 1963), O samurai (Le samouraï, 1967) e O círculo vermelho (Le cercle rouge, 1970). Considerado o pai espiritual dos cineastas da Nouvelle Vague, Melville foi um dos amigos mais próximos de Jean-Luc Godard em seus anos de juventude e exerceu influência decisiva durante o processo de criação de Acossado (À bout de souffle, 1960), para o qual contribuiu com sugestões na montagem e ainda participou como ator, interpretando o personagem do escritor Parvulesco. Embora mais tarde ambos tenham rompido relações, Godard sempre reconheceu a importância de Bob, o jogador na gênese de seu longa de estreia e chegou a convidar o diretor para ser seu padrinho de casamento com Anna Karina. O rompimento dos dois teria sido ocasionado em função das posições políticas de Melville, um gaullista fervoroso, e pelas duras críticas de Godard aos projetos mais “comerciais” do amigo, notadamente O samurai, O círculo vermelho e Expresso para Bordeaux (Un flic, 1972), estrelados pelo astro Alain Delon. Entre os filmes sobre a França ocupada incluídos na presente mostra, O silêncio do mar pode causar certo desconforto pelo retrato positivo do oficial nazista, mas poucos espectadores ficarão insensíveis diante de seu radical humanismo e da deslumbrante fotografia em preto e branco de Henri Decae, profissional que se tornaria um colaborador habitual do diretor. Já Léon Morin, o padre (Léon Morin, prêtre, 1961) hoje impressiona menos por sua descrição minuciosa da vida cotidiana na província francesa sob o jugo nazista do que pela alta voltagem de erotismo, com alusões diretas ao lesbianismo e um tratamento extremamente ousado da atração de uma jovem viúva (Emmanuelle Riva) por um pároco de aldeia (Jean-Paul Belmondo). Embora a relação do casal protagonista jamais chegue a se consumar, a tensão sexual entre Riva e Belmondo é evidente, em particular nas sequências em que
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os personagens se confrontam no confessionário. Mas é com O exército das sombras (L’armée des ombres, 1969) que Melville realiza sua obra definitiva sobre o tema, ao contar a história de um grupo de heróis da Resistência Francesa (movimento do qual participou), num filme de encenação rigorosa, cuja atmosfera opressiva, de suspense crescente, desemboca num final marcado pelo niilismo e pela desesperança. Mas é devido sobretudo à sua série de filmes policiais que Melville seria alçado à posição de “cineasta de cineastas”, conquistando a admiração de diretores tão distintos quanto Martin Scorsese, Quentin Tarantino, Jim Jarmusch, John Woo, Michael Mann, Takeshi Kitano e Johnny To. O domínio dos códigos do polar, como o gênero é conhecido na França, foi alcançado devido à intimidade de Melville com o submundo de Paris e o convívio com os seus pequenos contraventores. Para o norteamericano Scorsese, são essas as obras que fazem dele um autor de primeira linha, senhor de todos os segredos da narrativa cinematográfica. Interpretados por atores icônicos, como Jean-Paul Belmondo, Alain Delon, Yves Montand ou Gian Maria Volonté, bandidos e policiais frequentemente se confundem nos polar de Melville, envolvidos em intricadas tramas de assalto, sempre com seus ternos bem-cortados, capas Burberry e chapéus Borsalino. A perfeita utilização do plano/contraplano nos embates entre os personagens, as inusitadas posições de câmera (com destaque para os vertiginosos plongées), os longos silêncios (ver a antológica sequência do assalto à joalheria da Place Vendôme em O círculo vermelho, com seus 25 minutos de duração, sem qualquer diálogo) e a obsessão por um universo essencialmente masculino, em que a clandestinidade e a contravenção são apresentadas como única alternativa possível a um mundo corrompido pela barbárie da guerra ou pelo dinheiro, são os principais traços autorais dos filmes de Melville. Um cinema de indivíduos à margem, em que matadores de aluguel ou assaltantes revelam uma ética inexistente entre os chamados “homens da lei”.
De 23 de novembro a 3 de dezembro o IMS Rio, em parceria com o Institut Français, exibe uma retrospectiva com 8 filmes do realizador francês Jean-Pierre Melville, que inclui cópias em DCP de O exército das sombras e O círculo vermelho, além de exibições de O samurai em cópia 35mm . Também fazem parte da programação dois documentários sobre o cineasta. A mostra tem o apoio da Fundação Jean-Pierre Melville e da Embaixada da França no Brasil.
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OS FILMES DE FELLIPE BARBOSA
Gabriel e a montanha (2017), de Fellipe Barbosa
Exibido durante a Semana da Crítica em Cannes, em 2017, Gabriel e a montanha recebeu os prêmios de Revelação e da Fundação Gan. O filme conta a história de Gabriel Buchmann, amigo do diretor que faleceu em uma viagem à África. Junto a essa estreia, o IMS Rio exibe, no fim de semana 4 e 5 de novembro, outros três títulos realizados por Fellipe Barbosa: o curta-metragem Beijo de sal (2006), em cópia 35mm, e os longas Laura (2013) e Casa Grande (2014). A seguir, leia um depoimento do diretor sobre esse lançamento e os filmes em retrospectiva:
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A realização de Gabriel e a montanha foi um processo em muitos tempos, que começou antes da morte de Gabriel, na minha primeira viagem à Uganda em 2007, onde fui dar um curso de montagem num laboratório criado pela cineasta indiana Mira Nair. Lá conheci a produtora queniana Vincho Nchogu, que abriu muitas portas para o filme. Como Gabriel, eu não queria voltar. Essa experiência me deu legitimidade para tentar contar sua história, pois eu compreendia seu sentimento. Depois do desaparecimento, fiz um outline de toda a sua viagem, de quase um ano, ao redor do mundo, a partir dos seus e-mails, fotos, caderno e dos relatos de sua namorada na época, Cristina Reis, que fez parte da viagem com Gabriel e colaborou com o roteiro do filme. O Malawi era seu 38º país. Eu precisava compreender a bagagem de Gabriel até chegar à África, onde decidi concentrar o recorte do filme. Foi na África que ele conseguiu finalmente realizar a viagem sustentável dos seus sonhos, como ele disse no famoso e-mail que enviou da Uganda para família e amigos. Peguei emprestado alguns eventos anteriores à África para o filme, como a
cegueira no Kilimanjaro, que ocorreu de fato no Annapurna, nos Himalaias. Foram duas viagens de pesquisa; a primeira em 2011, em que busquei refazer os passos de Gabriel da maneira mais livre possível e me contaminar pela experiência; depois outra em 2015, quando fiquei obcecado por encontrar os personagens reais que haviam cruzado seu caminho e convocá-los para o filme. A partir desses encontros e relatos, reescrevi completamente o roteiro. Tentei ser muito fiel aos pontos de vista dos personagens africanos, e algumas vezes usei elementos de suas vidas presentes no relato sobre o passado. Um exemplo é o Luke, caminhoneiro que dá carona e abrigo para Gabriel no Malawi. No filme, ele diz que está há cinco meses sem receber salário, uma realidade de 2015, quando o conheci, e não de 2009, quando Gabriel o encontrou. Assim como em Gabriel e a montanha, os vínculos que eu tinha com meus personagens em Beijo de sal e Laura serviram de base para ambos os filmes, o que lhes dá um sentimento de urgência e os torna pessoais. Todos esses filmes foram necessidades da alma de expressar algo que eu achava importante, a partir de pessoas que me afetaram profundamente por motivos misteriosos, como Rogério, por exemplo, meu primeiro personagem de cinema. Foram mergulhos nesses mistérios, às vezes tentando decifrá-los (como em Laura, em que sou uma espécie de detetive noir e ela a femme fatale), às vezes, simplesmente habitá-los, como no caso de Gabriel. Tenho fé nesse sentimento, de que se um filme é importante para mim, ele poderá tocar o público, ele poderá ser importante para o público.
Laura (2013), de Fellipe Barbosa
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SESSÃO CINÉTICA: PORTO DAS CAIXAS O RITMO DOS CONTRASTES Raul Arthuso
O grosso da literatura dedicada ao Cinema Novo brasileiro alinhavou os filmes, especialmente a fase inicial de 1959 a 1962, a partir de dois vetores: o debate político em torno da realidade brasileira como princípio da feitura dos filmes, e a representação do povo, seus problemas e cultura como temas centrais à narrativa. Partindo da conjunção desses dois princípios seria possível, pelo olhar autoral dos artistas, chegar a uma “linguagem brasileira”, nova e única, expressão legítima desse povo representado na tela. A busca da realidade impõe a forma ao cineasta: cristalizou-se no senso comum que os filmes são antes discursos políticos fortes com propostas formais muitas vezes frouxas, calcadas no improviso e num suposto malentendido diante da realidade social brasileira. Porto das caixas nos coloca um impasse. O filme traz em seu início uma dedicatória ao artista plástico Oswaldo Goeldi, que, para além das palavras na cartela, se encarna na visualidade da sequência de abertura: a noite densa envolvendo a modesta estação de trem, o homem suburbano percorrendo o espaço vasto e opressor, os poucos elementos organizados numa perspectiva que realça o vazio, o movimento lasso do homem corpulento entre a estação e sua casa. Essa cena problematiza a relação de mimetismo da realidade-forma fílmica, pois, antes de tudo, este assombroso filme de estreia traz como marca seu rigor formal.
Na quarta-feira, dia 15, às 17h, o cinema do IMS Rio exibe Porto das caixas, de Paulo César Saraceni, em 35mm. Após a sessão, haverá um debate com os críticos da revista Cinética, disponível em: revistacinetica.com.br
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Ao contrário da câmera fluida de O desafio (1965), percorrendo os espaços e interagindo com os corpos, que marcaria a presença da câmera na cena como parte importante do estilo de Saraceni, Porto das caixas é feito de uma minuciosa composição de planos fixos (são raros e discretos os movimentos de câmera), que parecem aderir aos elementos do quadro, como as linhas dos batentes, as paralelas das janelas, o cabo do machado repousado perto do encontro das três linhas que formam o canto do cômodo. As primeiras imagens na casa da protagonista (Irma Alvarez) traçam a espacialidade da casa pelas linhas e recortes da pequena construção e a pouca mobília que a preenche. Ou seja, o espaço é um desenho geométrico que se transforma pela posição da câmera, estabelecendo novas relações de acordo com o ponto de vista e a presença dos corpos. A turbulenta relação marido e mulher, nuclear na trama, é representada antes por essa geometria que aparta as personagens, feita dos recortes das janelas e portas, da mesa do cômodo principal, da cama do quarto escorada na parede, construindo um espaço delimitado de atuação do corpo e realçando o vazio da casa e a distância do casal que, no limite, é preenchida pela parede branca e pelas sombras desenhadas pelos recortes de luz. A montagem complementa a aderência geométrica da câmera agindo nos pontos de corte como o machado, que pontua o filme, agindo com violência na passagem de uma cena a outra, ao mesmo tempo em que a destreza dos cortes internos da ação dá fluidez a essa geometria dos quadros.
Nunca foi tão preciso como em Porto das caixas dizer que as cenas morrem; ao mesmo tempo, ganham vida em sua imanação. Quando essa geometria não se dá no quadro, como a cena de Irma seduzindo o barbeiro tentando convencê-lo a matar seu marido, em que o espaço aberto dá ênfase à paisagem, a mudança rápida por diversos pontos de vistas, com pulos nos ângulos, distâncias e olhares da sequência, aliada à passagem do trem rasgando a cena criam uma sensação geométrica quase cubista nos desdobramentos que uma simples ação (nada muito brusco acontece; pelo contrário: a ação é vagarosa) possa ter diante da câmera. A rigidez formal de Saraceni é a busca por retirar o sumo de seus elementos (a casa, os corpos, o machado, o trem, a luz e a música) ao abstrair o plano para restituir a ação na cena a navalhadas. A rigidez impregna a própria trama: uma mulher empobrecida, tanto materialmente quanto emocionalmente, tem a ideia fixa de matar o marido bruto e violento (Paulo Padilha). O filme circula em torno dessa obsessão, que revela a precariedade afetiva de uma certa existência. A dureza do plano espelha a psiquê deslocada de sua
Porto das caixas (1962), de Paulo César Saraceni
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protagonista. Para alcançar seu objetivo, a mulher procura ajuda de outros homens, com os quais estabelece uma relação perturbada de sedução passiva-agressiva. Condicionada afetivamente pela brutalidade de seu marido, ela busca em seus amantes a mesma brutalidade que pode salvá-la a partir da vingança. Porém, ela se defronta com amantes fracos, reticentes, covardes, falastrões, imaturos, homens cuja presença é estabelecida antes por seu papel nessa pequena sociedade que por seus desejos. A protagonista de Porto das caixas junta-se à importante galeria de personagens com ideias fixas, ao lado de Brás Cubas, Policarpo Quaresma e São Bernardo na representação da rigidez espiritual com que perseguem seus objetivos. Por outro lado, Porto das caixas guarda a sensualidade imanada do corpo de Irma Alvarez. O filme cresce na proximidade em relação a seu olhar, sua pele, seus ombros. Na primeira aparição, Irma encosta na parede, cabelos molhados, ombros de fora, um olhar que recusa se entregar. A opacidade da mulher, desdobramento de todo seu gestual espaçado, traz ao filme certa viscosidade na cena que se contrapõe à câmera: Irma caminha com o corpo lânguido pelos trilhos do trem, se esparrama no balcão da venda de um de seus amantes (Reginaldo Faria), chupa o sangue do dedo do barbeiro com um olhar lascivo. Sua movimentação vagarosa é uma resistência à luz forte, direta e de um branco queimado dominante do dia, e ao preto profundo que preenche o ambiente noturno. O ritmo da luz está em conflito com o corpo lânguido da protagonista; a carne teima em existir na onipotência da luz (dia) e da sombra (noite). Esse jogo entre rigidez do ambiente e languidez do corpo, rigor e fluidez da montagem, revelam o fundamento da mise-en-scène da obra. Porto das caixas é um filme de contrastes: a mulher e o homem; o dia e a noite; branco e preto; a sensualidade cosmopolita de Irma e o provincianismo de seus amantes; o corpo lânguido da mulher e brutalidade dos homens; a ideia fixa e a inconsistência; o humano das personagens e o geométrico das locações; a pequenez do corpo e a imensidão dos espaços; o assunto denso e mórbido da trama e a música melancólica e suave de Tom Jobim. O filme carrega a marca do entalhe: a sombra encravada no ambiente dominado pela luz branca queimada, o corpo fazendo sua presença na imensidão do ambiente, a música insistindo em criar uma emoção mais pura onde só se encontra a natureza bruta da vida. Como na obra de Oswaldo Goeldi, os traços estão tensionados ao limite de seu desaparecimento nos grandes espaços da superfície dominada pelo preto. Ao mesmo tempo, a força expressiva das formas tensiona tudo a tal ponto que o preto do espaço não-gravado só existe por causa do entalhe. Em Saraceni, é a tensão dos 8
elementos contrastantes que desenha uma realidade: opressiva e distendida em grandes espaços, enrijecida pela força da luz tropical que ameaça a carne dos corpos tornados lânguidos e vagarosos, de relações conflituosas porque mal-acabadas, de uma materialidade precária ao mesmo tempo fascinante. O contraste da realidade de Porto das caixas se cristaliza na tensão do preto e branco. Goeldi afirmou certa vez ter começado a gravar para impor uma disciplina a seu desenho, pois a resistência da madeira coloca obstáculos ao desenho livre, explicitado em sua obra por linhas em via de dissolução no espaço de entalhe. A dedicatória ao artista encontra, então, seu sentido no derradeiro contraste do filme: a realidade – materializada na luz tropical, nos espaços e na brutalidade da vida – não é início nem fim, mas meio, como a madeira nas gravuras de Goeldi. A mise-en-scène se inscreve na realidade ao mesmo tempo que faz dela sua composição. A influência do gravurista está nessa postura de não esconder os limites colocados pela matéria bruta, mas moldá-los para fazer dessa matéria bruta sua obra. Há um curto-circuito na ideia de enxergar em Porto das caixas um projeto automaticamente mimético da realidade: ela se deixa impor na imagem – a luz branca queimada; os espaços a perder de vista, os corpos fatigados – pelo rigoroso ritmo dos contrastes desenhado pelo cineasta.
Paulo César Saraceni
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OS FILMES DE NOVEMBRO
No intenso agora (2017), de João Moreira Salles
GABRIEL E A MONTANHA de Fellipe Barbosa (Brasil, 2017. 131'. Exibição em DCP) A PARTIR DE 3 DE NOVEMBRO Roteiro: Fellipe Barbosa, Lucas Paraizo, Kirill Mikhanovsky. Fotografia: Pedro Sotero. Montagem: Théo Lichtenberger. Som direto: Pedro Sá Earp. Trilha sonora: Arthur B. Gillette. Com João Pedro Zappa, Caroline Abras, Alex Alembe, Leonard Siampala, John Goodluck, Rashidi Athuman.
Antes de entrar para uma universidade americana de prestígio, Gabriel decide viajar o mundo por um ano. Depois de dez meses, ele chega ao Quênia determinado a descobrir o continente africano. Até chegar ao topo do Monte Mulanje, no Malawai, seu último destino. Baseado na história de Gabriel Buchman, amigo do diretor Fellipe Barbosa, Gabriel e a montanha foi exibido durante a Semana da Crítica, em Cannes, onde recebeu os prêmios de Revelação e da Fundação Gan. “Filmamos nos lugares onde ele esteve, com as pessoas que encontrou, com algumas de suas roupas e objetos reais”, contou o diretor ao jornal Folha de S.Paulo. “Sua mãe, sua irmã e sua namorada dividiram comigo seu arquivo: e-mails, fotos e anotações que fez durante a viagem. Essa foi a base do primeiro roteiro de Gabriel e a montanha, filme realizado em quatro países africanos. Rodado sete anos após a morte de Gabriel, o longa retrata seus últimos 70 dias de vida”. Junto desse filme, o cinema do IMS Paulista exibe também os demais títulos realizados por Fellipe Barbosa: o curta Beijo de sal, em cópia 35 mm, e os longas Laura e Casa grande.
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[Leia o artigo do diretor na Folha de S.Paulo: https://goo.gl/KKew3Y]
BEIJO DE SAL
de Fellipe Barbosa (Brasil, 2006. 18'. Exibição em 35 mm ) 4 E 5 DE NOVEMBRO / Exibido junto ao documentário Laura
Roteiro: Fellipe Barbosa. Fotografia: Chris Teague. Edição: Fellipe Barbosa, Javier Andrade. Desenho de som: Lucas Marcier, Rodrigo Marçal. Música: Mônica Besser.
Em uma ilha isolada na costa verde do Rio, Rogério é dono de uma luxuosa casa de praia. Ele convida seu amigo Paulo para relembrar os velhos tempos de festa, mas uma nova paixão do amigo pode revelar as contradições dessa antiga amizade. Beijo de sal recebeu o prêmio de melhor filme de ficção no festival Curta Cinema, em 2006. Foi exibido também no Festival de Gramado, em 2006, e nos festivais de Sundance e Clermont Ferrand, em 2007.
LAURA
de Fellipe Barbosa (Brasil, 2013. 88'. Exibição em DCP) 4 E 5 DE NOVEMBRO / Exibido junto ao curta Beijo de sal
Roteiro : Karen Sztajnberg, Lucas Paraizo. Fotografia : Pedro Sotero.
“Não tem porta fechada para ela, se tiver uma festa jet setter de Nova York ela entra.” Assim um amigo descreve Laura, uma imigrante argentino-brasileira que vaga pelas ruas de Manhattan em busca de festas glamourosas. Ao fim de cada noite, ela volta para seu quarto minúsculo. Ao tentar filmar Laura, Fellipe Barbosa se torna, também, personagem do filme.
CASA GRANDE de Fellipe Barbosa (Brasil, 2014. 115'. Exibição em DCP)
4 E 5 DE NOVEMBRO Roteiro: Fellipe Barbosa, Karen Sztajnberg. Edição: Karen Sztajnberg e Nina Galanternick. Fotografia: Pedro Sotero. Edição de som: Waldir Xavier. Música: Victor Camelo e Patrick Laplan. Com Marcelo Novaes, Suzana Pires, Thales Cavalcanti, Clarissa Pinheiro, Marília Coelho.
Jean é um adolescente rico que luta para escapar da superproteção dos pais, secretamente falidos. Enquanto as contradições familiares se tornam evidentes, os empregados têm que enfrentar as possíveis demissões. “Queria muito discutir questões de classe ligadas a questões raciais, a partir dessa ideia da Casa Grande, de uma proximidade muito grande entre empregados e patrões”, conta Fellipe Barbosa. “Uma proximidade de afeto mesmo, em que talvez Jean se sinta mais à vontade para falar sobre as coisas dele com os empregados do que com os pais. É uma dicotomia que acho muito interessante: esse afeto acompanhado de uma alienação enorme da realidade deles.” [Leia a entrevista completa com Fellipe Barbosa no site da Mostra de São Paulo: https://goo.gl/oiiSPC]
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TERÇA
QUARTA
QUINTA Programa sujeito a alterações. Confira a programação completa do Instituto Moreira Salles em cinema.ims.com.br, em nossas redes sociais ou pelo telefone 3284-7400
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14h00 Gabriel e a montanha
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16h30 Mulholland Drive: Cidade dos sonhos
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14h30 Gabriel e a montanha
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14h30 Gabriel e a montanha
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17h00 Gabriel e a montanha
17h00 No intenso agora
19h30 Mulholland Drive: Cidade dos sonhos
19h45 No intenso agora
11h30 Gabriel e a montanha
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14h30 No intenso agora
17h00 No intenso agora
14h30 Colo 17h00 No intenso agora
Sessão Cinética 17h00 Porto das caixas sessão seguida de debate
19h45 No intenso agora
14h30 Gabriel e a montanha
19h30 No intenso agora
NOVEMBRO 2017
19h45 No intenso agora
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14h00 Colo 16h30 No intenso agora
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14h00 No intenso agora
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15h00 Colo
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15h00 No intenso agora
17h30 No intenso agora
17h30 Colo
20h00 Faça a coisa certa
Jean-Pierre Melville 20h00 O samurai
14h00 No intenso agora
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14h00 No intenso agora
16h30 Colo
16h30 Colo
16h30 Meu corpo é político
Jean-Pierre Melville 19h00 No clima de Melville
Jean-Pierre Melville 19h30 Léon Morin, o padre
18h00 Meu corpo é político
20h00 Sob o nome de Melville
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Jean-Pierre Melville 19h30 O círculo vermelho
SEXTA 3
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14h30 Gabriel e a montanha
SÁBADO 4
11h30 Casa Grande
15h00 Beijo de sal + Laura
15h00 Beijo de sal + Laura
19h30 Mulholland Drive: Cidade dos sonhos
17h00 Casa Grande
17h00 Gabriel e a montanha
19h45 Gabriel e a montanha
19h30 Cidade dos sonhos
14h30 Gabriel e a montanha
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19h45 No intenso agora
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17h00 Gabriel e a montanha
17h00 No intenso agora
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11h30 Cidade dos sonhos
DOMINGO
14h30 Colo
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11h30 Gabriel e a montanha
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11h30 Mulholland Drive: Cidade dos sonhos
14h30 Mulholland Drive: Cidade dos sonhos
14h30 Gabriel e a montanha
17h30 No intenso agora
17h30 No intenso agora
19h45 No intenso agora
19h45 No intenso agora
11h30 Gabriel e a montanha
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11h30 Mulholland Drive: Cidade dos sonhos
17h00 No intenso agora
14h30 Colo
19h30 No intenso agora
17h00 Faça a coisa certa
17h00 No intenso agora
19h30 No intenso agora
19h30 Colo
14h00 No intenso agora
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11h30 Gabriel e a montanha
15h30 Porto das caixas
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14h00 No intenso agora
16h30 Colo
Jean-Pierre Melville 15h00 Bob, o jogador
Jean-Pierre Melville 16h15 24 horas na vida de um palhaço + O silêncio do mar
Jean-Pierre Melville 19h00 No clima de Melville
17h00 Técnica de um delator
18h15 O samurai
20h00 Sob o nome de Melville
11h30 Mulholland Drive: Cidade dos sonhos
19h00 O exército das sombras
20h00 Pink Flamingos
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14h00 No intenso agora 16h30 Meu corpo é político 18h00 Meu corpo é político Jean-Pierre Melville 19h30 24 horas na vida de um palhaço + O silêncio do mar
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11h30 No intenso agora
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11h30 No intenso agora
Jean-Pierre Melville 15h00 Bob, o jogador
Jean-Pierre Melville 15h00 Técnica de um delator
17h00 Léon Morin, o padre
17h00 O círculo vermelho
19h30 O exército das sombras
19h40 Pink Flamingos
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MULHOLLAND DRIVE: CIDADE DOS SONHOS (Mulholland Dr.) de David Lynch (EUA, 2001. 147'. Exibição em DCP, cópia restaurada) A PARTIR DE 3 DE NOVEMBRO Roteiro: David Lynch. Fotografia: Peter Deming. Som: David Lynch. Montagem: Mary Sweeney. Música: Angelo Badalamenti. Com Naomi Watts, Laura Harring, Jeanne Bates.
A jovem aspirante a atriz Barbie Betty viaja para Hollywood e conhece Rita, que escapou por pouco de ser assassinada, e que agora se encontra com amnésia devido a um acidente de carro. Juntas, vão em busca da verdade por trás da identidade de Rita. Originalmente concebido como um episódio piloto para uma série de televisão, boa parte do filme foi rodada em 1999, mas rejeitada pelo canal ABC. Pouco mais de um ano depois, Lynch retomou o projeto transformando-o em um filme de longa-metragem. Por Mulholland Drive, Lynch recebeu o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes, em 2001.
COLO
de Teresa Villaverde (Portugal, 2017. 136'. Exibição em DCP) A PARTIR DE 16 DE NOVEMBRO
Roteiro: Teresa Villaverde. Fotografia: Acácio de Almeida. Montagem: Rodolphe Molla. Som: Vasco Pimentel. Produção: Teresa Villaverde, Cécile Vacheret. Com João Pedro Vaz, Alice Albergaria Borges, Beatriz Batarda, Clara Jost.
A rotina de uma família lisboeta é absorvida pelos efeitos da crise econômica. A mãe se desdobra em dois empregos para pagar as contas, o marido está desempregado e a filha adolescente guarda seus próprios segredos. “Neste filme a crise é mais do que econômica", declara Teresa Villaverde. "É também a crise da família, do pouco tempo que as pessoas têm para viver, para falar umas com as outras. Quis retratar a solidão e o modo como ela existe dentro de uma estrutura que se deteriora, porque quando existe uma crise econômica todos os outros problemas parecem ser exacerbados. Dos meus filmes, talvez este seja aquele onde o silêncio se sente mais. É mais importante aquilo que não se diz, que fica por dizer.” O filme foi exibido na mostra competitiva do Festival de Berlim deste ano. [Leia a matéria completa no site do jornal Público: https://goo.gl/gp793D]
MEU CORPO É POLÍTICO de Alice Riff (Brasil, 2017. 72'. Exibição em DCP) A PARTIR DE 30 DE NOVEMBRO Roteiro: Alice Riff. Produção: Heverton Lima. Fotografia: Vinicius Berger. Edição: Yuri Amaral. Som: Tales Manfrinato.
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O cotidiano de quatro pessoas LGBT que vivem na periferia de São Paulo: Linn da Quebrada, artista e professora de teatro, Paula Beatriz, diretora de escola pública no Capão Redondo, Giu Nonato, jovem fotógrafa em fase de transição, e Fernando Ribeiro, estudante e operador de telemarketing. Meu corpo é político estreou este ano no Festival Visions du Réel. Foi exibido também na Competição de Direitos Humanos do BAFICI – Festival de Cinema Independente de Buenos Aires, no 50º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro e ganhou o Prêmio Olhares Brasil no festival Olhar de Cinema.
SESSÃO CINÉTICA
PORTO DAS CAIXAS de Paulo César Saraceni (Brasil, 1962. 75'. Exibição em 35 mm )
15 E 19 DE NOVEMBRO A sessão do dia 15/11, às 17h, será seguida de debate com os críticos da revista Cinética Roteiro: Paulo César Saraceni. Fotografia: Mário Carneiro. Montagem: Nelo Melli. Com Irma Alvarez, Reginaldo Faria, Paulo Padilha, Joseph Guerreiro.
Uma mulher vai à cidade de Porto das caixas, no Rio de Janeiro, em busca de ajuda para se livrar do marido. Exibido na Semana da Crítica do Festival de Cannes em 1963, esse foi o primeiro longa de Paulo César Saraceni, que também dirigiu Capitu (1967) e O desafio (1965); o argumento é do escritor e artista plástico Lúcio Cardoso, e a trilha sonora é de Antônio Carlos Jobim. Porto das caixas foi inspirado em uma história verídica, “o crime da machadinha”, um caso de homicídio ocorrido no final dos anos 1940 no Rio de Janeiro.
NO INTENSO AGORA de João Moreira Salles (Brasil, 2017. 127'. Exibição em DCP) A PARTIR DE 9 DE NOVEMBRO Roteiro e texto: João Moreira Salles. Montagem: Eduardo Escorel, Laís Lifschitz. Música original: Rodrigo Leão. Produção executiva Maria Carlota Bruno. Pesquisa de imagens: Antonio Venancio. Edição de som e mixagem Denilson Campos. Coordenação de pós-produção: Marcelo Pedrazzi.
Feito a partir da descoberta de filmes caseiros rodados na China em 1966, durante a fase inicial da Revolução Cultural, No intenso agora investiga a natureza de registros audiovisuais gravados em momentos de grande intensidade. Às cenas da China somam-se imagens dos eventos de 1968 na França, na Tchecoslováquia e, em menor quantidade, no Brasil. As imagens, todas elas de arquivo, revelam o estado de espírito das pessoas filmadas e também a relação entre registro e circunstância política. O ponto de partida do filme foram imagens captadas pela mãe do diretor, encontradas por ele na época da finalização de Santiago (2007). “Eu precisava de imagens da casa onde minha família morou, na Gávea, e pedi a alguém para procurar”, conta João Moreira Salles em entrevista ao jornal O Globo. “Encontramos as imagens, mas eu não sabia direito o que eram, qual o sentimento dela durante a viagem. Aí encontrei uma reportagem que ela escreveu sobre a viagem, em forma de diário, para a revista O Cruzeiro. Fiquei muito impressionado com a comoção dela diante de tudo o que viu lá. Minha mãe e a Revolução Cultural são opostos absolutos, seria fácil imaginar uma reação dogmática. Mas não, ela ficou deslumbrada com aquilo. E eu fiquei tocado com esse deslumbramento dela e com a intensidade com que ela o descreveu, porque minha mãe foi perdendo isso com o tempo.” [Leia a entrevista completa de João Moreira Salles para O Globo: https://goo.gl/CD8
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PINK FLAMINGOS (Pink Flamingos) de John Waters (EUA, 1972. 93'. Exibição em 35 mm ) 25 DE NOVEMBRO E 3 DE DEZEMBRO Fotografia e montagem: John Waters. Com Divine, David Lochary, Mary Vivian Pearce, Mink Stole.
A drag queen Divine vive o papel de Babs Johnson, uma criminosa que ostenta o título de “pessoa mais nojenta do mundo”. Quando seu reinado é ameaçado pelo casal Connie e Marble, uma bizarra competição se inicia para provar quem é o mais nojento de todos. Quando o filme foi lançado, em 1972, a revista Variety o descreveu como “um dos filmes mais vis, estúpidos e grotescos já feitos”. A citação foi incorporada como um anúncio do filme. Quarenta e cinco anos depois, John Waters fala sobre o longa: “Ele ainda funciona, eu sei disso. Não ficou mais fácil; talvez tenha ficado ainda mais terrível. Até as pessoas que pensam ter visto tudo ficam chocadas. Elas podem odiar, mas não conseguem não falar a respeito. Esse era o ponto. Era um ato terrorista contra a ditadura do bom gosto.” [Íntegra da matéria da revista Vanity Fair: https://goo.gl/7vZ8aq; e crítica original da Variety: https://goo.gl/8Chwbx (ambas em inglês)]
FAÇA A COISA CERTA (Do the Right Thing) de Spike Lee (EUA, 1989. 120'. Exibição em DCP) 18 E 22 DE NOVEMBRO Roteiro: Spike Lee. Fotografia: Ernest R. Dickerson. Montagem: Barry Alexander Brown. Música: Bill Lee. Com Spike Lee, Danny Aiello, Ossie Davis, Ruby Dee, Richard Edson, Giancarlo Esposito, Bill Nunn, John Turturro.
“Ei!! SAL!!! Por que não tem foto de preto na parede da sua pizzaria?” Assim começa uma escalada de tensão social e racial no dia mais quente do ano em uma rua do Brooklyn, onde a maioria dos moradores são negros. Ali, Mookie, interpretado por Spike Lee, trabalha como entregador de uma tradicional pizzaria comandada por Sal e seus dois filhos, todos brancos e ítalo-americanos. “Eu sabia que queria que o filme se passasse em um dia, que seria o dia mais quente do verão”, conta o diretor em entrevista à revista Rolling Stone. “E eu queria retratar o clima das questões raciais em Nova York naquele período. O dia se tornaria cada vez mais longo e quente, e as coisas, mais intensas até explodirem.” Apesar de seu grande sucesso, Faça a coisa certa só recebeu da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas duas indicações ao Oscar no ano de 1990 – Melhor Roteiro Original para Spike Lee e Melhor Ator Coadjuvante para Danny Aiello, pelo papel de Sal. Vinte e cinco anos mais tarde, Spike Lee receberia um Oscar honorário por sua contribuição como realizador.
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[Entrevista completa disponível em: https://goo.gl/uXqjDC]
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O samurai (1967), de Jean-Pierre Melville
OS FILMES DE
JEAN-PIERRE MELVILLE
DE 23 DE NOVEMBRO A 3 DE DEZEMBRO
Comemorando os cem anos do nascimento de Jean-Pierre Melville e em parceria com o Institut Français, o cinema do IMS exibe uma uma retrospectiva dos filmes do cineasta restaurados digitalmente. Um panorama composto por 8 obras, de seu primeiro filme praticamente inédito, 24 horas na vida de um palhaço (1946), único curta-metragem do realizador, a O círculo vermelho (1970), incluindo exibições de O samurai em cópia em 35mm. Fazem parte da programação também dois documentários em torno da vida e da obra de Melville. Comumente associado ao film noir na cinematografia mundial, Melville continua a exercer influência sobre cineastas contemporâneos como Jim Jarmusch, Johnny To, Michael Mann e Masahiro Kobayashi. Precursor da Nouvelle Vague francesa, Melville foi também roteirista, produtor e ator, tendo trabalhado com nomes como Alain Delon, Catherine Deneuve, Jean-Paul Belmondo e Juliette Gréco. 18
A mostra tem o apoio da Fundação Jean-Pierre Melville e da Embaixada da França no Brasil.
24 HORAS NA VIDA DE UM PALHAÇO (24 heures de la vie d'un clown) de Jean-Pierre Melville (França, 1946. 18'. Exibição em DCP)
Em seu filme de estreia e no duplo papel de realizador-produtor, Jean-Pierre Melville retrata o universo de dois palhaços do circo Medrano, muito célebres nos anos 1940, Béby e Maïss. Este é o único curta-metragem na filmografia de Melville, que afirma a origem do seu amor pelo circo em relação ao cinema: “Desse amor, guardei uma amizade, o palhaço Béby, que era então o maior palhaço vivo”. Béby também fez parte do elenco do primeiro filme de Robert Bresson, o média Les affaires publiques (1934).
O SILÊNCIO DO MAR (Le silence de la mer) de Jean-Pierre Melville (França, 1949. 88'. Exibição em DCP)
O tenente Werner von Ebrennac, um dos líderes da ofensiva nazista que invadiu e ocupou o território francês durante a Segunda Guerra Mundial, é alojado em um pequeno vilarejo, na casa em que um homem francês de meia-idade vive com sua sobrinha. Lá, o tenente poderá ficar o tempo que quiser até o fim da ocupação, mas os dois franceses se recusam a lhe dirigir a palavra. Primeiro longa-metragem dirigido por Melville, o filme é baseado na obra homônima de Jean Brullers, publicada clandestinamente em 1942 sob o pseudônimo Vercors. A história foi filmada na casa do escritor.
BOB, O JOGADOR
(Bob, le flambeur) de Jean-Pierre Melville (França, 1955. 104'. Exibição em DCP)
Em decadência financeira, Bob, um velho gângster viciado em jogos, decide roubar um cassino em Deauville, mas a polícia descobre seus planos. Um dos filmes mais cultuados de Melville e sua entrada no gênero policial. O diretor encontra aqui uma de suas grandes paixões: o filme de “gângsters” à americana, transpondo esse universo para o cenário francês, em uma obra que Godard mencionaria mais tarde em Acossado (1960).
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LÉON MORIN, O PADRE (Léon Morin, prêtre ) de Jean-Pierre Melville (França, Itália, 1961. 130'. Exibição em DCP)
A viúva Barny vive com a pequena filha France e é militante do partido comunista durante a Segunda Guerra Mundial. Quando os alemães chegam, ela envia France a uma fazenda e se dirige à paróquia para confrontar o padre Morin com a ideia da inexistência de Deus. Contudo, a reação do padre a surpreende. Barny e Morin são interpretados por Emmanuelle Riva e Jean-Paul Belmondo.
TÉCNICA DE UM DELATOR (Le doulos) de Jean-Pierre Melville (França, Itália, 1962. 110'. Exibição em DCP)
Logo após cumprir sua pena e sair da prisão, o assaltante Maurice Fagel visita seu antigo amigo Gilbert Vanovre e o mata. Em seguida, Maurice arquiteta um plano: invadir e roubar a mansão de um milionário. Para tanto, ele precisará da ajuda de Silien, um possível informante da polícia. O filme é inspirado no romance homônimo de Pierre Lesou.
O SAMURAI
(Le samouraï) de Jean-Pierre Melville (França, Itália, 1967. 100'. Exibição em 35 mm )
“Não há solidão maior que a de um samurai. A não ser talvez aquela de um tigre na selva. Talvez…” Com essa citação, atribuída ao Livro de Bushido, Jean-Pierre Melville abre O samurai.
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No filme, Alain Delon interpreta Jef Costello, um assassino de aluguel frio e calculista contratado para matar um empresário em um clube noturno. Na saída ele é visto pela pianista Valérie, e logo em seguida é detido pela polícia. Agora, Jef precisará forjar um álibi para escapar tanto da investigação quanto de seus contratantes.
O EXÉRCITO DAS SOMBRAS (L'Armée des ombres) de Jean-Pierre Melville (França, Itália, 1969. 150'. Exibição em DCP)
Em 1942, as tropas alemãs invadem e ocupam todo o território da França. Começando em outubro do mesmo ano, o filme acompanha vários meses na vida de alguns combatentes congregados em torno de Phillipe Gerbier, um sossegado engenheiro civil que, na realidade, é um dos maiores líderes da Resistência. Adaptação do romance homônimo de Joseph Kessel sobre a Resistência Francesa durante a Segunda Guerra Mundial, O exército das sombras é o terceiro filme do diretor a abordar a ocupação nazista, após O silêncio do mar e Léon Morin, o padre. A adaptação de Melville, ele próprio um antigo partisan, aborda a condição dos resistentes, sujeitos a uma solidão física e moral e assolados pelo medo da traição.
O CÍRCULO VERMELHO (Le cercle rouge) de Jean-Pierre Melville (França, Itália, 1970. 150'. Exibição em DCP)
Um grande ladrão, recém-saído da prisão, cruza o caminho de um notório fugitivo e de um expolicial alcoólatra. Juntos, planejam um assalto a uma joalheria. Em entrevista ao cineasta francês Rui Nogueira, o diretor diz: “O roteiro de O círculo vermelho é original no sentido de que foi escrito por mim e apenas por mim, mas não demora-se muito a perceber que é a transposição de um western, no qual a ação se passa em Paris em vez de no Oeste, no tempo presente e não imediatamente após a Guerra Civil, e com carros no lugar de cavalos. Então eu começo com a tradicional – e praticamente obrigatória – situação: um homem acaba de sair da prisão. E esse homem corresponde bastante ao cowboy que, uma vez passados os créditos de início, entra pelas portas do salão.” [Um trecho maior da entrevista, em inglês, está disponível em: https://goo.gl/kmAjFd]
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SOB O NOME DE MELVILLE (Sous le nom de Melville) de Olivier Bohler (França, 2008. 76'. Exibição em cópia digital)
Quando Jean-Pierre Grumbach fez parte da Resistência Francesa contra os nazistas, ele adotou o nome de guerra “Melville”, um tributo ao seu escritor favorito, Herman Melville. Sob o nome de Melville refaz o percurso do cineasta durante a Segunda Guerra Mundial e o impacto que essa experiência teve em toda a sua obra.
NO CLIMA DE MELVILLE (In the Mood for Melville) de Benjamin Clavel (França, 2017. 58'. Exibição em cópia digital)
Com 14 filmes realizados ao longo de 25 anos de carreira, Jean-Pierre Melville tornou-se uma lenda internacional. Neste documentário, Benjamin Clavel aborda a carreira do cineasta desde a Nouvelle Vague, da qual é um dos precursores, até a influência que exerceu sobre outros diretores, como Martin Scorsese e Quentin Tarantino.
JEAN-PIERRE MELVILLE: "Eu não sei o que vai restar de mim daqui a cinquenta anos. Suspeito que todos os meus filmes terão envelhecido terrivelmente e que o cinema provavelmente nem vai mais existir. Minha aposta é de que o desaparecimento final dos cinemas se dará em torno do ano 2020, então, dentro de 50 anos, não haverá nada além da televisão. Bem, eu ficaria feliz se recebesse uma linha na Grande Enciclopédia Universal do Cinema, e acho que esse é o tipo de ambição que qualquer cineasta deveria ter. Esse é um negócio no qual você deve ser não ganancioso, certamente não é isso, nem mesmo ambicioso, o que eu não sou, mas você deve ter ambição no que faz, o que não é a mesma coisa. Eu não sou ambicioso, eu não quero ser alguma coisa – eu sempre fui o que eu sou, nunca me tornei algo – mas eu sempre tive, e vou sempre tentar conservar, esse sentimento de que a ambição no seu trabalho é algo completamente saudável e justificável. Você não pode fazer filmes apenas por fazer. Se o destino quiser que eu faça mais filmes, tentarei permanecer fiel a este ideal de ser ambicioso quando eu começo um novo trabalho; não ser é sobre ser ambicioso entre os filmes, mas ser ambicioso quando eu começo o filme, repetindo para mim mesmo: ‘As pessoas têm que gostar disso’. Essa é a minha ambição: encher os cinemas." - Jean-Pierre Melville em entrevista a Rui Nogueira, originalmente publicada em 1971 no livro Melville on Melville, ed. Viking Press, e posteriormente reproduzida no site da The Criterion Collection: https://goo.gl/kmAjFd
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Instituto Moreira Salles
DVD | IMS ÚLTIMO LANÇAMENTO
Rua Marquês de São Vicente, 476. Gávea. Telefone: (21) 3284-7400
O BOTÃO DE PÉROLA
WWW.IMS.COM.BR
Ingressos
Aberto ao público de terça a domingo, das 11h00 às 20h00. Guarda-volumes aberto até 20h00.
(Chile, França, Esapanha, 2015)
Acesso a portadores de necessidades especiais.
de Patricio Guzmán
Estacionamento gratuito no local.
Com os extras: Encontros (Chile, 2015-2017. 35'), um filme de Patricio Guzmán realizado durante as filmagens de O botão de pérola;
para Colo, Gabriel e a montanha, Meu corpo é político, Mulholland Drive: Cidade dos sonhos e No intenso agora: terça, quarta e quinta: R$ 22,00 (inteira) e R$ 11,00 (meia) sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 26,00 (inteira) e R$ 13,00 (meia). para as demais sessões: R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia)
Café, wifi. As seguintes linhas de ônibus passam em frente ao IMS-RJ:
Meia-entrada com apresentação de documentos comprobatórios para professores da rede pública municipal, estudantes, menores de 21 anos, maiores de 60 anos, portadores de hiv e aposentados por invalidez.
Troncal 5 - Alto Gávea - Central (via Praia de Botafogo ) 112 - Alto Gávea - Rodoviária
Livreto com ensaio de Eduardo Escorel e entrevista de Patricio Guzmán a Frederick Wiseman.
Sala José Carlos Avellar
(via Túnel Rebouças) 537 – Rocinha - Gávea 538 – Rocinha - Botafogo 539 – Rocinha - Leme Ônibus executivo Praça Mauá - Gávea Superintendente Executivo: Flávio Pinheiro Coordenação do ims Rio: Elizabeth Pessoa Curadoria de cinema: Kleber Mendonça Filho Produção de cinema e DVD: Barbara Alves Rangel Assistência de produção: Ligia Gabarra, Thiago Gallego
Cliente Itaú: desconto para o titular ao comprar o ingresso com o cartão Itaú (crédito ou débito). Passaporte no valor de R$ 40,00 com validade para 10 sessões das mostras organizadas pelo ims. Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala. Capacidade da sala: 113 lugares. Ingressos disponíveis também em www.ingresso.com Devolução de ingressos: em casos de cancelamento de sessões por problemas técnicos ou por falta de energia elétrica, os ingressos serão devolvidos. A devolução de entradas adquiridas pelo ingresso.com será feita pelo site.
O programa de novembro tem o apoio da Cinemateca do mam do Rio de Janeiro, do CTAv, da revista Cinética, das distribuidoras Bretz Filmes, Imovision, Olhar Distribuição, VideoFilmes, Vitrine Filmes, Zeta Filmes e do Espaço Itaú de Cinema.
Sessões para escolas e agendamento de cabines pelo telefone (21) 3284 7400 ou pelo e-mail imsrj@ims.com.br
Os filmes de Jean-Pierre Melville: Programação realizada em parceria com o Institut Français, com apoio da Embaixada da França no Brasil e da Fundação Jean-Pierre Melville. Correalização:
Apoio: J E A N - P I E R R E
MELVILLE
JEAN - PIERRE
JEAN - PIERRE
FOUNDATION
FOUNDATION
MELVILLE
MELVILLE
CENTENNIAL
23
INSTITUTO MOREIRA SALLES
24
CINEMA
NOVEMBRO 2017
PINK FLAMINGOS • JOHN WATERS SPIKE LEE • FAÇA A COISA CERTA