INSTITUTO MOREIRA SALLES
CINEMA
JANEIRO 2018
OS INICIADOS JOHN TRENGOVE
O que te levou a filmar esse assunto? OS INICIADOS ENTREVISTA COM JOHN TRENGOVE
Eu estava interessado no que acontece quando um grupo de homens se junta e se organiza fora da sociedade e de seus códigos diários. Eu queria mostrar a intensidade das trocas físicas e emocionais que são possíveis nesses espaços e como a repressão de sentimentos fortes leva a um comportamento tóxico e violento. Como um estranho a essa cultura, era importante que eu abordasse essa história de uma perspectiva de personagens que fossem, eles mesmos, "estranhos", que tivessem dificuldades para aceitar o status quo do qual fazem parte. Como foi o processo de escrever Os iniciados? Começamos com muita pesquisa. Passamos um tempo em Cabo Oriental (província da África do Sul) onde o ritual é mais praticado. Ouvimos muitos relatos e conversas dos Xhosa, homens que passaram pelo ritual. Homens gays, homens héteros, alguns homens cosmopolitas e poderosos, outros de áreas rurais remotas. Essas histórias dispararam nossas primeiras ideias sobre a narrativa.
Ukwaluka é um rito tradicional de iniciação e circuncisão de jovens sul-africanos da etnia Xhosa. O filme Os iniciados, que estreia 18 de janeiro no IMS Rio, trata da relação de Kwanda, um desses jovens, e Xolani, seu cuidador. Esta entrevista com o diretor John Tregove está disponível em inglês no site oficial do filme: www.inxeba.com
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Pesquisar o ritual trouxe sentimentos conflituosos em mim. Você ouve histórias sobre como isso pode ser um espaço fértil para um comportamento homofóbico e hipermasculino. Ao mesmo tempo, eu pude ver em primeira mão o efeito transformativo que o ritual tem sobre alguns homens. Em um mundo que sofre da ausência de figuras paternas, há algo de profundo sobre um ritual que mostra a um jovem garoto seu lugar no mundo dos homens. Tendo em em vista a controvérsia que o ritual gera na África do Sul, como você acha que o filme será recebido? O ritual Ukwaluka é um tabu e representá-lo da forma que fizemos é controverso. Estávamos cientes, desde o início, que o filme provocaria uma reação forte nos tradicionalistas. Contudo, tivemos muito apoio de uma geração mais jovem de Xhosas, que parece obstinada em romper o silêncio em torno desse ritual de iniciação; silêncio que parece perpetuar alguns dos perigos associados a essa tradição. É uma prática ampla e cheia de nuances, e há muito ainda a dizer sobre o ritual, mas não cabe a mim falar sobre isso. Essa fala deve vir de dentro dessa cultura. Com sorte, Os iniciados possa disparar algo nesse sentido. Talvez um garoto gay Xhosa vá olhar esse filme um dia e dizer: na verdade, isso não tem nada a ver com minha experiência, e então ele pode se inspirar a escrever sua própria história. Como você lida com as questões políticas de ser um cineasta branco retratando realidades diferentes da sua? Tanto quanto possível, eu tentei me desfazer dos meus próprios preconceitos.
Como a maior parte do público de classe média que assiste ao filme, seria fácil para mim olhar Xolani e dizer "aqui há um personagem gay reprimido que merece ser emancipado de sua comunidade opressiva e se expressar como um indivíduo”. Eu resisti a esse tipo de resolução e tentei apresentar seu problema por aquilo que é: amplo e difícil, sem respostas imediatas. O personagem de Kwanda chega mais perto de expressar esses valores, mas ele é também o problema. Suas preconcepções criam perigos e crises para os outros que têm muito mais a perder do que ele. Essa era a minha forma de dizer: eu não tenho respostas e os meus próprios valores não necessariamente se aplicam aqui. Como você passou a trabalhar com Thando Mgqolozana? Eu me aproximei de Thando depois de ler seu primeiro romance A Man Who Is Not a Man [em tradução livre, Um homem que não é um homem], que fala sobre o ritual. Conhecê-lo foi um momento decisivo, pois ele entendeu muito bem o que eu queria fazer. Não sei se ele estava de fato interessado em trabalhar em um projeto sobre o ritual novamente, mas ele respondeu positivamente à ideia de retratar a masculinidade africana de outras formas. Thando escreveu sua própria versão do roteiro, filtrando minhas ideias com sua própria experiência e abrindo a narrativa sob uma perspectiva do ritual. Você pode descrever seu processo no set? Nós tínhamos algumas regras para nos manter conectados à realidade. Todos os personagens, mesmo os figurantes, deveriam ter isiXhosa como primeira língua. Era necessário que tivessem também suas próprias experiências com o ritual. A única exceção era Niza Jay Ncoyni, que interpreta Kwanda, o que fez sentido, pois seu personagem desafia e se opõe ao ritual. A comunidade de homens e anciões Xhosa no filme é composta por não-atores. Nós pedimos a eles para interpretar os diferentes aspectos do ritual, como eles fariam normalmente, e reagir aos ensaios da maneira que achassem correto. Se eles não aprovassem o comportamento de um personagem, eles deveriam dizer isso entre as tomadas. Por vezes, nós não cortávamos e as cenas continuavam por mais tempo e nós seguíamos rodando enquanto esses homens ofereciam o material mais incrível, completamente sem roteiro. Bongile Mantsai, que interpreta um dos cuidadores, é um ator experiente de teatro e era particularmente bom em encorajar essas interações livres entre o grupo. Era muito interessante de observar, nos mantinha atentos. Filmamos as cenas de grupo cronologicamente, na ordem em que elas seriam filmadas no ritual.
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SESSÃO CINÉTICA: O CANTO DO MAR
O MAPA DA MISÉRIA
Marcelo Miranda
Na quinta-feira, dia 18, às 18h50, o cinema do IMS Rio exibe O canto do mar, de Alberto Cavalcanti, em cópia 35 mm. Após a sessão, haverá um debate com os críticos da revista Cinética, disponível em: revistacinetica.com.br
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“Premiado em Karlovy-Vary, o filme interessou ao público europeu; de um ponto de vista formativo para o cinema brasileiro, é um destes enganos que devem ser estudados a fim de que não se repitam”. O diagnóstico cruel de Glauber Rocha em relação a O canto do mar (1953), registrado na Revisão Crítica do Cinema Brasileiro e publicado pela primeira vez em 1963, colaborou para certo apagamento do filme de Alberto Cavalcanti na historiografia mais séria e relevante do cinema brasileiro. A virulência de Glauber surgia como intervenção política à produção industrial radicada em São Paulo e baseada na importação de profissionais estrangeiros e em modelos narrativos de Hollywood. A estrutura mastodôntica dos grandes estúdios surgidos a partir da fundação da Vera Cruz em 1949 seria rapidamente desmontada por ambições econômicas hiperbólicas, mas, para o então crítico e futuro cineasta baiano, O canto do mar era representante do olhar de um realizador que, “evidentemente interessado num filme que exprimisse o complexo nacional daquela região [Recife]”, acabava por “indisciplinadamente” se encantar pelo exotismo terceiro-mundista. Isso estaria explicitado não apenas nas escolhas narrativas, mas especialmente no tratamento visual, que, para Glauber, sofria do “grave erro da estetização do social, do elogio das grandezas da miséria”. As palavras de Glauber reverberaram por décadas e colaboraram para O canto do mar ficar relegado a cantos de página ou a referências em meio a análises mais amplas sobre a produção industrial do país, muitas vezes sendo apenas relacionado à ascensão e queda dos estúdios paulistas (Vera Cruz, Maristela, Multifilmes, Sacra e Kino) ao longo dos anos 1950. Francisco Luiz de Almeida Salles foi dos poucos críticos de cinema a olhar para o filme, à época, como uma pequena epopeia poética, de “sentido sinfônico”, que retratava um país “pobre e triste, ingênuo e patético, Brasil de beira de cais”. Em 1966, Paulo Emílio Sales Gomes fez uma breve e favorável citação ao trabalho de Cavalcanti no ensaio “Panorama do cinema brasileiro: 18961966”, anotando que o cineasta, “patrício que se ilustrara no cinema francês e inglês”, fizera de O canto do mar e de Simão, o caolho (outro de seus longas-metragens brasileiros, lançado em 1952) “trabalhos que não comprometem a sua filmografia e enriquecem a nossa”. O canto do mar, único filme dramático dirigido por Cavalcanti no Brasil, chega-nos, no século XXI, carregado com a maldição de ser um projeto “academizante” que armou terreno e potencializou a reação explosiva do Cinema Novo na década seguinte. Mas, assim como retrata um espaço de transição entre o sertão nordestino castigado pela seca e a promessa de uma vida de mais oportunidades no sul do Brasil (São Paulo, especialmente), o filme de Alberto Cavalcanti também se localiza historicamente numa espécie de fronteira. Apesar de ser uma refilmagem (de En rade, realizado pelo
próprio Cavalcanti na França em 1927), utiliza elementos do neorrealismo italiano (com fortíssimas semelhanças a A terra treme, de Luchino Visconti, de 1948, como apontou a pesquisadora Luciana Corrêa de Araújo num texto de 2005 para a revista Contracampo), ao mesmo tempo em que desenvolve os vários núcleos narrativos com uma rigidez de mise-en-scène que involuntariamente denota seu artifício. Se filma em locações (a região portuária de Recife), Cavalcanti mantém resquícios das experiências em estúdio, principalmente na utilização exacerbada da trilha sonora incidental de Guerra Peixe e num certo “luxo” dos figurinos e maquiagens do elenco. Entre o acadêmico e o espontâneo, o neorrealismo e o controle de estúdio, a representação de uma suposta fatia da realidade e o artificialismo dos meios cinematográficos mais tradicionais, O canto do mar mostra-se, hoje, como exemplar típico de um cinema brasileiro em franco movimento de alteração de status quo, no caminho a uma revolução que se anunciava logo à frente, mas que não conseguiria avançar contra os combatentes adversários se não passasse pelo campo minado. Cavalcanti, possivelmente traumatizado pela debacle da Vera Cruz e da Multifilmes (nas quais ele teve importância fundamental desde o princípio), assumiu para O canto do mar outra forma de fazer cinema. Não exatamente novidade a ele mesmo – vindo de bem-sucedida trajetória na Europa, onde trabalhou com a vanguarda experimental francesa nos anos 1920 e com documentários ingleses ao lado de John Grierson nos 1940 –, aplicando elementos de suas obras pregressas na abordagem social e política de um nordeste de pobreza idealizada. O prólogo de O canto do mar aponta o determinismo imposto aos personagens: sob um mapa do Brasil desenhado na tela, a imagem se aproxima das curvas referentes ao estado de Pernambuco e se transfigura, por fusão, no chão batido e seco do sertão. A voz em off repete insistentemente “NÃO CHOVE”, enquanto a narração acompanha a saída de uma família para o litoral, na ânsia pela embarcação que a levará a São Paulo. Curiosamente, o filme não se fixa nesta família, mas em outra, já residente na área portuária palco do enredo. Dividindo-se nas desventuras de quatro pessoas (mãe, pai, filho e filha), todas desestruturadas pela pobreza, pela fome, pela doença e pela desesperança, O canto do mar opera a partir da utopia de uma vida digna e na tentativa dos personagens jovens de não repetirem o ciclo de miséria e loucura dos pais. O “canto do mar” proposto pelo filme tem, assim, dupla acepção. Num sentido geográfico, é o espaço que se localiza à margem de um centro, ocupado por uma gente deixada de lado que precisa se movimentar para escapar em direção à outra ponta. Num sentido poético, é a música das águas, que aciona, tal como o canto da sereia, a sedução do indivíduo litorâneo pelas maravilhas de um novo mundo e de uma vida longe dali.
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A renovação desejada pelos jovens protagonistas será impossibilitada pela matriarca conservadora e resignada (interpretada pela excelente Margarida Cardoso), que, ao seu modo, manipula a todos para que cada um permaneça nos lugares em que as circunstâncias lhes impuseram. Ela é a manifestação dramática do determinismo adiantado pelo mapa de Recife encrustado na terra batida, conforme mostrado no prólogo. Essa mulher – cujo marido enlouqueceu, o filho mais novo morreu, a filha quer se prostituir e o primogênito ameaça ir embora na calada da noite – é a imagem do fracasso de um país, é a representação de que nem a utopia pode salvar e de que avistar o horizonte para além do “canto do mar” não é algo que deva ser estimulado. Se refletirmos a posição histórica do filme de Cavalcanti na cronologia do cinema brasileiro, tem-se a selvagem ironia de uma personagem que surge como o superego às ambições mais liberais do diretor no trato com o material audiovisual que tinha em mãos. O breque do status quo se fazia presente por dentro da narrativa do filme. Entre a apresentação do nervo narrativo a acionar personagens que não conseguem escapar do que os prende (metaforizados, um tanto rusticamente, pelos pássaros engaiolados na casa da jovem atendente da mercearia, que os liberta tão logo ela mesma consegue ir embora) e o desfecho desesperançado, Alberto Cavalcanti põe à prova duas de suas vocações estéticas. A primeira é a de documentarista. Além do prólogo (de caráter mais sociológico e didático), o filme contém cenas no miolo que, deslocadas das ações principais, funcionam de respiro à estrutura rígida de encenação. São registros de manifestações identificadas ao imaginário popular e religioso do Recife, como o frevo, o maracatu, o bumba-meu-boi, a cantoria e o xangô. Há um descompasso entre o documentarismo de Cavalcanti e a tentativa de uma ficção de apreensão rápida. A incursão dos personagens aos ambientes documentados tornam-se pretextos do diretor para usar a câmera na captação de imagens e sons que, se não se integram totalmente à dramaturgia (“Para isso, será necessário esperar uns dez anos por Barravento [Glauber Rocha, 1961]”, anota Luciana Corrêa Araújo na Contracampo), guardam um fascinante sentido de performance e de evocação de ritos e mitos caros ao ambiente apresentado.
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Na outra ponta das vocações de Cavalcanti, aparece uma longa sequência de sonho, quase nunca citada por quem se dispôs a escrever sobre O canto do mar. O adolescente que quer ir embora do Recife dorme e é acometido por uma série de manifestações inconscientes representativas de suas inquietações. Numa montagem bem mais livre, simbólica e associativa, Cavalcanti insere, em chaves variáveis de interpretação, praticamente todo o referencial dramático desenvolvido no enredo. O filme, ali, mescla a individualidade do protagonista com o desejo coletivo de escape. Entre ecos do surrealismo de Luis Buñuel e do experimentalismo de Marcel
L’Herbier (com quem trabalhara na França), o cineasta desloca o pretenso senso de realismo social que domina o filme quase por inteiro para as incongruências típicas de uma mente perturbada, pressionando a forma convencional adotada na narrativa para caminhos imprevisíveis de percepção. O sentido limítrofe de O canto do mar encontra nestas duas abordagens – a documental, espalhada pelo filme, e a onírica, concentrada na sequência do pesadelo – seus pontos mais intensos, fazendo deste trabalho de Alberto Cavalcanti um objeto de inegável valor histórico e estético. Se afastadas as agendas do período (compreensíveis, ainda que por vezes exageradas) que o atacavam como mantenedor de um cinema industrial, empolado e de influências estrangeiras, o filme pode ser visto sob novas luzes, para enxergar um momento delicado e de grandes mudanças nos (des)caminhos da produção audiovisual brasileira – ainda hoje um tanto mal resolvidos. Em 1974, duas décadas depois de O canto do mar e tendo em perspectiva a realização de títulos posteriores como Rio 40 graus (1955) e Vidas secas (1963), de Nelson Pereira Santos, O grande momento (1958), de Roberto Santos, e Barravento (1961), de Glauber Rocha, Cavalcanti fez uma provocação, em entrevista à revista chilena Écran: “Desde que deixei o Brasil [nos anos 1950], começaram a fazer filmes brasileiros como os que eu concebia. Engraçado, não é?” Na amargura e ressentimento de um exilado artístico, o cineasta reivindicava para si alguma influência no que viria a ser a aproximação do Cinema Novo à realidade sociopolítica brasileira. Tal como Anselmo Duarte (que fez O pagador de promessas no começo dos anos 1960 acreditando se inserir no movimento capitaneado por Glauber, mas acabou afastado pelos colegas e passou a vida “culpando” a vitória da Palma de Ouro em Cannes por seu isolamento), Cavalcanti se via, talvez, como um tipo de precursor do Cinema Novo. Nas cambalhotas irônicas da história, teria ele alguma razão?
O canto do mar (1953), de Alberto Cavalcanti
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OS FILMES DE JANEIRO Ex Libris: Biblioteca Pública de Nova York (2017), de Frederick Wiseman
NO INTENSO AGORA de João Moreira Salles (Brasil, 2017. 127'. Exibição em DCP)
Roteiro e texto: João Moreira Salles. Montagem: Eduardo Escorel, Laís Lifschitz. Música original: Rodrigo Leão. Produção executiva: Maria Carlota Bruno. Pesquisa de imagens: Antonio Venancio. Edição de som e mixagem: Denilson Campos. Coordenação de pós-produção: Marcelo Pedrazzi.
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Feito a partir da descoberta de filmes caseiros rodados na China em 1966, durante a fase inicial da Revolução Cultural, No intenso agora investiga a natureza de registros audiovisuais gravados em momentos de grande intensidade. Às cenas da China somam-se imagens dos eventos de 1968 na França, na Tchecoslováquia e, em menor quantidade, no Brasil. As imagens, todas elas de arquivo, revelam o estado de espírito das pessoas filmadas e também a relação entre registro e circunstância política. O ponto de partida do filme foram imagens captadas pela mãe do diretor, encontradas por ele na época da finalização de Santiago (2007). “Eu precisava de imagens da casa onde minha família morou, na Gávea, e pedi a alguém para procurar”, conta João Moreira Salles em entrevista ao jornal O Globo. “Encontramos as imagens, mas eu não sabia direito o que eram, qual o sentimento dela durante a viagem. Aí encontrei uma reportagem que ela escreveu sobre a viagem, em forma de diário, para a revista O Cruzeiro. Fiquei muito impressionado com a comoção dela diante de tudo o que viu lá. Minha mãe e a Revolução Cultural são opostos absolutos, seria fácil imaginar uma reação dogmática. Mas não, ela ficou deslumbrada com aquilo. E eu fiquei tocado com esse deslumbramento dela e com a intensidade com que ela o descreveu, porque minha mãe foi perdendo isso com o tempo.” [Leia a entrevista completa de João Moreira Salles para O Globo: https://goo.gl/CD8
JOVEM MULHER (Jeune Femme) de Léonor Serraille (França, 2017. 97'. Exibição em DCP) DE 2 A 17 DE JANEIRO Roteiro: Léonor Serraille. Fotografia: Émilie Noblet. Montagem: Clémence Carré. Som: Anne Dupouy. Música: Julie Roué. Produção: Sandra da Fonseca, Bertrand Gore, Nathalie Mesuret. Com Laetitia Dosch, Souleymane Seye Ndiaye, Nathalie Richard.
Desempregada, sem dinheiro, dona apenas de um gato e repentinamente abandonada pelo namorado, Paula retorna à Paris após um longo período ausente da cidade. Terá de reconquistar sua integridade e independência. "O que a personagem vive no filme tem muito em comum com coisas que eu vivi: fazer trabalhos estranhos, chegar numa cidade grande onde você pode se sentir perdida... Eu quis revisitar esses elementos, mas com uma personagem completamente diferente de mim", disse a diretora Léonor Serraille ao site Cineuropa. “Eu queria uma personagem completamente não convencional, mas cujas reações fossem, ao mesmo tempo, bastante sadias, muito normais diante dos desafios que se pode viver ao chegar sem muito dinheiro numa nova cidade. Além disso, eu também estava marcada por filmes que retratam mulheres solteiras e dignas, como Claire Dolan, de Lodge Kerrigan ou Sue, perdida na Manhattan de Amos Kollek.” [Íntegra da entrevista, em francês: bit.ly/jf-serraille ] Jovem mulher estreou no Festival de Cannes, em 2017, na mostra Un certain regard e levou o prêmio Câmera de Ouro, dado ao melhor filme de realizadores estreantes em longa-metragem.
VERÃO 1993
(Estiu 1993) de Carla Simón (Espanha, 2017. 97'. Exibição em DCP) DE 2 A 17 DE JANEIRO
Roteiro: Carla Simón. Fotografia: Santiago Racaj. Montagem: Didac Palou e Ana Pfaff. Direção de Arte: Mireia Graell. Desenho de som: Roger Blasco. Produtora: Valérie Delpierre. Com Laia Artigas, Paula Robles, Bruna Cusí, David Verdaguer.
Após a morte de sua mãe, Frida, de seis anos de idade, se muda de Barcelona para o interior da Catalunha para viver com os tios, que agora são seus responsáveis legais. O filme é inspirado na infância da diretora, que o dedica à sua mãe. Em entrevista ao jornal espanhol El diario, questionada acerca de um suposto poder curativo do cinema, Carla Simón responde: “Curativo eu não sei... Eu não precisava curar nada, porque isso já passou e eu já aceitei. Mas o cinema me ajudou a entender o porquê das coisas. Quer dizer, por que eu me comportava como me comportava, como se sentiram meus pais adotivos, meus avós. Sinto que com Verão 1993 cresci muito, devido ao que significava rodar essa história. Era voltar a passar por todo esse processo, mas com um olhar mais agudo que a idade e o tempo dão.” [Entrevista na íntegra, em espanhol, em: http://bit.ly/verao1993 ]
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TERÇA 2
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14h00 Jovem mulher
QUARTA 3
14h00 Verão 1993
QUINTA 4
15h50 A Bela da Tarde
16h00 Jovem mulher
16h20 Verão 1993
17h40 No intenso agora
18h00 A Bela da Tarde
18h10 Jovem mulher
20h00 Verão 1993
19h50 No intenso agora
20h00 A Bela da Tarde
14h00 Jovem mulher
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15h00 Verão 1993
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JANEIRO 2018
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17h00 Jovem mulher
16h20 Verão 1993
17h40 No intenso agora
Ópera na Tela 19h00 A favorita
18h10 Jovem mulher
14h00 No intenso agora
17
14h00 A Bela da Tarde
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15h00 Pela janela
16h20 Verão 1993
15h50 No intenso agora
17h00 Os iniciados
18h10 Jovem mulher
18h10 Verão 1993
20h00 A Bela da Tarde
20h00 Jovem mulher
Sessão Cinética 18h50 O canto do mar sessão seguida de debate com os críticos da revista Cinética
14h00 Pela janela
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18h00 Os iniciados Ópera na Tela 19h40 La Bohème
20h00 Os iniciados
14h00 Pela janela 16h00 Os iniciados
19h40 Prelúdio da fúria sessão seguida de debate com o diretor Gilvan Barreto
14h00 Pela janela 15h40 No intenso agora
18h00 Pela janela
18h00 Visages, villages
10
20h00 A Bela da Tarde
16h00 Os iniciados
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14h00 No intenso agora
15h50 A Bela da Tarde
20h00 Verão 1993
16
14h00 No intenso agora
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14h00 Os iniciados 16h00 Visages, villages 18h40 Ex Libris: Biblioteca Pública de Nova York
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14h00 Os iniciados 16h00 Pela janela 18h00 Os iniciados 20h00 Visages, villages
SEXTA 5
14h00 A Bela da Tarde
SÁBADO 6
11h30 No intenso agora
15h50 No intenso agora
Sessão Infantil 14h30 Desmond e a armadilha do monstro do brejo
18h10 Verão 1993
16h00 Verão 1993
20h00 Jovem mulher
18h00 Jovem mulher
DOMINGO 7
14h00 Jovem mulher 15h50 A Bela da Tarde 17h40 No intenso agora 20h00 Verão 1993
20h00 A Bela da Tarde
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14h00 A Bela da Tarde
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15h50 No intenso agora 18h10 Verão 1993 20h00 Jovem mulher
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14h00 Pela janela
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16h00 Os iniciados 18h00 Pela janela 20h00 Os iniciados
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14h00 Pela janela
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14h00 A Bela Tarde
11h30 No intenso agora
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11h30 No intenso agora
Sessão Infantil 16h00 Desmond e a armadilha do monstro do brejo
14h00 Jovem mulher
18h00 Jovem mulher
17h40 No intenso agora
20h00 Verão 1993
20h00 Verão 1993
11h30 No intenso agora
15h50 A Bela da Tarde
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11h30 No intenso agora
14h10 Os iniciados
14h10 Os iniciados
16h00 Pela janela
16h00 Pela janela
18h00 Os iniciados
17h50 O canto do mar
19h50 No intenso agora
20h00 Os iniciados
11h30 No intenso agora
16h00 Os iniciados
14h10 Os iniciados
17h40 No intenso agora
16h00 Visages, villages
20h00 Visages, villages
18h40 Ex Libris: Biblioteca Pública de Nova York
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11h30 No intenso agora 14h10 Pela janela 16h00 Os iniciados 18h00 Visages, villages 19h50 No intenso agora
Programa sujeito a alterações. Confira a programação completa do Instituto Moreira Salles em cinema.ims.com.br, em nossas redes sociais ou pelo telefone 3284-7400
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A BELA DA TARDE
(Belle de jour) de Luis Buñuel (França, 1967. 100'. Exibição em DCP, cópia restaurada em 4k ) DE 2 A 17 DE JANEIRO
Roteiro: Luis Buñuel, Jean-Claude Carrière. Fotografia: Sacha Vierny. Montagem: Louisette Hautecoeur. Som: René Longuet, Pierre Davoust. Produção: Raymond Hakim, Robert Hakim. Com Catherine Deneuve, Jean Sorel, Michel Piccoli, Geneviève Page, Pierre Clémenti
Catherine Deneuve é Séverine, uma dona de casa parisiense que trabalha secretamente como prostituta. Ela só pode atender seus clientes no período em que seu marido trabalha e, por esse motivo, adota o codinome de Bela da Tarde. Em 1966, os produtores, Raymond e Robert Hakim, convidaram Luis Buñuel para adaptar o livro homônimo de Joseph Kessel. “O romance parecia melodramático demais, mas bem construído”, conta o diretor em sua autobiografia Meu último suspiro. “Além disso, oferecia a possibilidade de introduzir em imagens alguns dos devaneios de Séverine e de delinear o perfil de uma jovem burguesa masoquista. O filme me permitia também descrever bastante fielmente alguns casos de perversão sexual. Meu interesse pelo fetichismo já era perceptível na primeira cena de O alucinado e na cena das botinas de O diário de uma camareira, mas faço questão de dizer que não sinto pela perversão sexual senão uma atração teórica e externa. Ela me diverte e me interessa, mas eu mesmo nada tenho de perverso em meu comportamento sexual. O contrário seria espantoso. Acredito que um perverso não gosta que sua perversão, que é seu segredo, seja mostrada em público.” O roteiro foi escrito por Luis Buñuel e Jean Claude Carrière. Juntos, escreveram mais 6 projetos: O diário de uma camareira, O discreto charme da burguesia, Esse obscuro objeto do desejo, A Via Láctea (ou O estranho caminho de São Tiago), O monge e O fantasma da liberdade. Em uma entrevista de 2006 à Slant Magazine, Carrière discorreu sobre trabalhar com o colega espanhol: “Ele era muito engraçado, Luis era um artista, e um verdadeiro artista não quer te passar uma mensagem. Ele quer te mostrar, não te contar. Ele sabia, e eu concordava completamente, que no momento que você tenta explicar a obra, e forçar a compreensão da imagem, esse é o momento em que você reduz o poder dessa imagem. Poucas pessoas entendiam isso. Havia uma carta do poeta André Breton aos críticos: ‘o importante não é o que o poeta queria, mas o que ele disse’. Isso diz tudo sobre Buñuel”. Esta cópia em DCP de A Bela da Tarde, restaurada em 4k, foi produzida a partir dos negativos originais e apresentada no Festival de Cannes de 2017, 50 anos depois de seu lançamento no Festival de Veneza, no qual foi premiado com o Leão de Ouro. [Entrevista com Jean Claude Carrière à Slant Magazine, em inglês: http://bit.ly/jccarriere]
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ESPECIAL INFANTIL
DESMOND
E A ARMADILHA DO MONSTRO DO BREJO (Desmond & Träskpatraskfällan) de Magnus Carlsson (Suécia, 2006. 68'. Exibição em cópia 35 mm dublada em português ) DIAS 6 E 13 DE JANEIRO Roteiro: Magnus Carlsson. Produção: Magnus Carlsson, Maritha Norstedt. Trilha sonora: Anders Larsson. Montagem: Fredrik Morheden.
A vida dos moradores de Framboesópolis nunca mais foi a mesma desde que as coisas começaram a desaparecer. Sumiram as maçãs do Desmond, os esmaltes de unha da Bessie, a guitarra elétrica do Willie e as luvas de box do Sebastian. O culpado só poderia ser o terrível monstro do brejo - se bem que ninguém pode provar que ele realmente exista. A solução é fazer uma armadilha. O filme é dirigido por Magnus Carlsson, que também assina o videoclipe da música Paranoid Android, do grupo Radiohead.
SESSÃO VITRINE PETROBRAS
PELA JANELA de Caroline Leone (Brasil, 2017. 87'. Exibição em DCP) A PARTIR DE 18 DE JANEIRO Roteiro: Caroline Leone. Fotografia: Claudio Leone. Montagem: Anita Remón, Caroline Leone. Produtores: Sara Silveira, Maria Ionescu, Natacha Cervi, Hernán Musaluppi Com Magali Biff, Cacá Amaral.
Rosália é uma operária de 65 anos que dedicou a maior parte de sua vida ao trabalho em um fábrica de reatores, na periferia de São Paulo. Ao perder o emprego, seu irmão a leva para uma viagem de trabalho até Buenos Aires. Segundo a diretora Caroline Leone, o filme parte da “vontade de falar sobre uma mulher que se encontra em uma encruzilhada da vida e recebe a oportunidade de se enxergar de fora, de entender a morte e o renascimento de uma ótica mais ampla, sem romantismos ou idealizações, mais ampla, simplesmente.” Vencedor do Prêmio da Crítica da seção Bright Future do Festival de Roterdã, em 2017.
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[Íntegra da entrevista da diretora para o site Salada de Cinema em: https://goo.gl/wDPkbD ]
OS INICIADOS
(Inxeba) de John Trengove (África do Sul, Alemanha, Holanda, França, 2017. 88'. Exibição em DCP) A PARTIR DE 18 DE JANEIRO
Roteiro: John Trengove, Thando Mgqolozana, Malusi Bengu. Fotografia: Paul Özgür. Montagem: Matthew Swanepoel. Música: João Orecchia. Som: Matthew James. Produção: Elias Ribeiro, Cait Pansegrouw. Com Nakhane Touré, Bongile Mantsai, Niza Jay Ncoyini.
O pai de Kwanda está preocupado com o filho, "ele é sensível demais". Por isso pede ajuda à Xolani, um operário de Queenstown, na África do Sul, que organiza o Ukwaluka: um rito de passagem no qual adolescentes são circuncidados e vivem acampados em uma montanha durante a recuperação. Eles devem passar por provações enquanto aprendem os códigos masculinos de sua cultura Xhosi. Kwanda, diferente dos demais iniciados, questiona todos os aspectos dessa tradição. “Os iniciados nasceu do desejo de enfrentar os estereótipos sobre a masculinidade do homem negro perpetuados dentro e fora do cinema africano”, conta o diretor John Trengove, no site do filme: http:// www.inxeba.com/. “Como homem branco, representar a realidade do negro marginalizado, uma realidade que não é minha, é algo complicado. Até problemático. Era importante que a história espelhasse esse problema. O personagem de Kwanda é um estrangeiro no mundo tradicional, que de alguma forma expressa as minhas próprias ideias sobre direitos humanos e liberdades individuais. Ele é também o problema. Suas preconcepções representam um perigo àqueles que têm muito mais a perder do que ele.” Em 2017, o longa fez parte da seleção oficial do Festival de Berlim, na mostra Panorama, e de Sundance, na mostra competitiva World Cinema Dramatic. É o representante sul-africano no Oscar em 2018.
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SESSÃO CINÉTICA
O CANTO DO MAR de Alberto Cavancanti (Brasil, 1953. 124'. Exibição em cópia 35 mm )
DIAS 18 E 21 DE JANEIRO A sessão do dia 18/01, às 18h50, será seguida de debate com os críticos da revista Cinética Roteiro: Alberto Cavalcanti, José Mauro de Vasconcelos. Montagem: José Cañizares. Som: Sergio Alvarez. Música: Guerra Peixe.
No litoral nordestino, que acolhe migrantes do sertão à espera de viagem para o Sul, a miséria leva uma família à desestruturação financeira e psicológica. Por O canto do mar, Alberto Cavalcanti ganhou o prêmio de melhor direção no Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary, em 1955, na República Tcheca, e concorreu à Palma de Ouro no Festival de Cannes, em 1954.
ÓPERA NA TELA
A FAVORITA
(La favorita) uma ópera de Gaetano Donizetti, dirigida por Amélie Niermeyer e regida por Karel Mark Chichon (Alemanha, 2016. 216'. Exibição em DCP) 10 DE JANEIRO
Libreto: Alphonse Ryoyer, Gustav Vaëz e Eugène Scribe. Figurino: Kirsten Dephoff. Orquestra e coro da Ópera do Estado da Bavaria.
Um triângulo amoroso no século XIV, inspirado na história do Rei de Castela, Alfonso XI e sua amante Leonor. A favorita foi composta em 1840 por Gaetano Donizetti e faz parte do repertório original da Ópera de Paris. Essa releitura recente da Ópera do Estado da Bavaria renuncia à reconstituição histórica e opta pela direção de arte minimalista e figurinos contemporâneos.
ÓPERA NA TELA
LA BOHÈME
(La Bohème) uma ópera de Giacomo Puccini, dirigida por Enrico Castiglione e regida por Li Xincao (Itália, 2017. 134'. Exibição em DCP) 24 DE JANEIRO
Libreto: Luigi Illica & Giuseppe Giacosa Figurino: Sonia Cammarata. Orquestra e Coro do Festival de Ópera de Taormina
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Nos subúrbios de Paris de 1830, o poeta Rodolfo e seus amigos artistas não possuem dinheiro para pagar o aluguel, mas sonham com fama e sucesso. Um dia, a costureira Mimi bate à sua porta. Ópera em quatro atos de Giacomo Puccini, filmada no antigo teatro grego de Taormina, na Itália. A cada duas semanas, às quartas-feiras, a sala José Carlos Avellar recebe o festival Ópera na Tela. Uma série de programas organizados pela Bonfilm Audiovisual, com filmagens de encenações realizadas na Ópera de Paris, Ópera do Estado da Bavaria, Teatro Antigo de Taormina, Grande Teatro do Liceu de Barcelona, Teatro Real de Madri e Teatro Alla Scala de Milão. A série, iniciada com Os contos de Hoffmann segue com a apresentação de A favorita e La Bohème.
EX LIBRIS: BIBLIOTECA PÚBLICA DE NOVA YORK (Ex Libris: New York Public Library) de Frederick Wiseman (EUA, 2017. 197'. Exibição em DCP) DIAS 27 E 31 DE JANEIRO Direção, roteiro, produção e montagem: Frederick Wiseman. Fotografia: John Davey.
Depois de mais de 50 anos voltando seu olhar documental para instituições da sociedade norteamericana, o cineasta Frederick Wiseman (Crazy Horse, Em Jackson Heights) retrata a Biblioteca Pública de Nova York, entre suas diversas filiais, seus frequentadores, palestras, encontros de clubes do livro, aulas de braile, coquetéis para levantamento de fundos e reuniões administrativas. Filmado entre setembro e dezembro de 2015, o processo de edição de Ex Libris foi concomitante ao período eleitoral dos EUA, em 2016. Sobre isso, Wiseman comenta, em entrevista ao site MUBI: “Eu não acho que o clima político tenha afetado a montagem, mas eu acho que o filme se beneficia da estupidez que se passava em Washington no período. Porque as atividades da Biblioteca Pública de Nova York e o ponto de vista da biblioteca com relação a educação, imigração, imigrantes e às pessoas pobres são completamente opostos ao que a administração Donald Trump representa. Então, eu acredito que há um enorme contraste e eu estava interessado em ajudar e representar os melhores aspectos da democracia, enquanto a administração Trump representa o possível estabelecimento de um governo autoritário ou mesmo fascista.” [Entrevista na íntegra, em inglês, em http://bit.ly/exlibris2 ]
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PRELÚDIO DA FÚRIA de Gilvan Barreto (Brasil, 2017. 60'. Exibição em DCP)
30 DE JANEIRO / Sessão seguida de debate com o diretor Gilvan Barreto Com Adelaide Ivánova; Bruno Morais; Hirosuke Kitamura; João Castilho; Kamikia Kisedje; Leo Caobelli; Lourival Cuquinha e Virginia de Medeiros.
“A História é contada por imagens e sons de dor e da fúria”. A frase, dita na língua materna do indígena Kamikia Kisedjê, abre e norteia um diálogo entre as experiências de oito fotógrafos e artistas visuais brasileiros ou radicados no país, a partir do contexto de convulsão política que envolveu o Brasil em 2015 e 2016. Para o diretor Gilvan Barreto, “mais importante do que a abrangência territorial foi a diversidade dos temas. Os artistas foram escolhidos por trabalhar com assuntos significantes e complementares e com segmentos extremamente vulneráveis e ameaçados na atualidade. São realizadores de uma mesma geração, que contestam e criam imagens e sons de resistência, luta e esperança. Acima de tudo, há um critério político, no sentido mais amplo da palavra."
VISAGES, VILLAGES (Visagess, villages) de Agnès Varda e JR (França, 2016. 90'. Exibição em DCP) A PARTIR DE 25 DE JANEIRO Roteiro: Agnès Varda, JR. Fotografia: Roberto de Angelis, Claire Duguet, Julia Fabry, Nicolas Guicheteau, Romain Le Bonniec, Raphaël Minnesota, Valentin Vignet. Montagem: Agnès Varda, Maxime Pozzi Garcia. Música: Matthieu Chedid. Produtora: Rosalie Varda.
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A cineasta Agnès Varda e o fotógrafo e muralista JR têm em comum o fascínio pelas imagens e pela forma como elas são criadas, exibidas e compartilhadas. Quando JR, um fã de longa data, vai à casa de Agnès, na Rue Daguerre, os dois decidem trabalhar juntos em um documentário. Nas palavras da diretora, a proposta partia de um interesse em juntar o trabalho do parceiro, “colar grandes fotos de pessoas em muros, empoderando elas através do tamanho, e o meu hábito de escutá-las e destacar o que elas dizem”. “E queríamos pegar a estrada juntos”, completa JR, “nem a Agnès nem eu nunca havíamos codirigido um filme antes.” O longa documenta a viagem dos dois artistas pelo interior da França e a amizade que construíram ao longo do caminho. “Às vezes, um de nós conhecia alguém numa aldeia ou tinha uma coisa específica em mente”, conta Varda. “Então íamos ver. Como sempre, em documentários - e eu fiz muitos - você tem uma ideia, mas logo o acaso entra em jogo - quem você encontra e quem você conhece - e de repente as coisas se concentram numa determinada pessoa ou lugar. Na verdade, nós abraçamos o acaso, ele é nosso assistente!”
DVD | IMS
Instituto Moreira Salles
O botão de pérola, de Patricio Guzmán; Photo: Os grandes movimentos fotográficos; Homem comum, de Carlos Nader e Vinicius de Moraes, um rapaz de família, de Susana Moraes são os mais recentes lançamentos da coleção DVD | IMS que reúne os seguintes filmes:
Rua Marquês de São Vicente, 476. Gávea. Telefone: (21) 3284-7400
Últimas conversas e Cabra marcado para morrer, de Eduardo Coutinho A viagem dos comediantes, de Theo Angelopoulos Nostalgia da luz, de Patricio Guzmán Imagens do inconsciente e São Bernardo, de Leon Hirszman Os dias com ele, de Maria Clara Escobar A tristeza e a piedade, de Marcel Ophuls Os três volumes da série Contatos: A grande tradição do fotojornalismo; A renovação da fotografia contemporânea; A fotografia conceitual Shoah, de Claude Lanzmann La Luna, de Bernardo Bertolucci Cerimônia de casamento, de Robert Altman Conterrâneos velhos de guerra, de Vladimir Carvalho Vidas secas e Memórias do cárcere, de Nelson Pereira dos Santos O emprego, de Ermanno Olmi Iracema, de Jorge Bodanzky e Orlando Senna Cerimônia secreta, de Joseph Losey
WWW.IMS.COM.BR
Aberto ao público de terça a domingo, das 11h00 às 20h00. Guarda-volumes aberto até 20h00. Acesso a portadores de necessidades especiais. Estacionamento gratuito no local. Café, wifi Fundado em 1992, o IMS é uma entidade civil sem fins lucrativos que tem por finalidade exclusiva a promoção e o desenvolvimento de programas culturais. A sede do Rio de Janeiro abriga espaços expositivos, sala de cinema, sala de aula, biblioteca, cafeteria e loja de arte. O ims possui também centros culturais em Poços de Caldas e São Paulo. Superintendente Executivo: Flávio Pinheiro Coordenação do ims Rio: Elizabeth Pessoa Curadoria de cinema: Kleber Mendonça Filho Produção de cinema e DVD: Barbara Alves Rangel Assistência de produção: Ligia Gabarra, Thiago Gallego Projeção: Adriano Brito, Edmar Santos
As praias de Agnès, de Agnès Varda A pirâmide humana e Cocorico! Mr. Poulet, de Jean Rouch Diário, de David Perlov Elena, de Petra Costa Sudoeste, de Eduardo Nunes A batalha de Argel, de Gillo Pontecorvo Libertários, de Lauro Escorel, e Chapeleiros, de Adrian Cooper Seis lições de desenho com William Kentridge Memórias do subdesenvolvimento, de Tomas Gutiérrez Alea E três edições voltadas à poesia: Poema sujo, dedicado a Ferreira Gullar; Vida e verso e Consideração do poema, dedicados a Carlos Drummond de Andrade.
OS FILMES DE JANEIRO O programa de janeiro tem o apoio da Cinemateca do mam do Rio de Janeiro, do Festival Ópera na Tela, da revista Cinética, das distribuidoras Bonfilm, Fênix Filmes, Supo Mungam Films, VideoFilmes, Vitrine Filmes, Zeta Filmes e do Espaço Itaú de Cinema.
Sala José Carlos Avellar Ingressos para O canto do mar, Ex Libris: Biblioteca Pública de Nova York, Desmond e a armadilha do monstro do brejo e Prelúdio da fúria: R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 (meia) para Pela janela: R$ 12,00 (inteira) e R$ 6,00 (meia) para as demais sessões: terça, quarta e quinta: R$ 22,00 (inteira) e R$ 11,00 (meia) sexta, sábado, domingo e feriados: R$ 26,00 (inteira) e R$ 13,00 (meia). Meia-entrada com apresentação de documentos comprobatórios para professores da rede pública municipal, estudantes, menores de 21 anos, maiores de 60 anos, portadores de hiv e aposentados por invalidez. Cliente Itaú: desconto para o titular ao comprar o ingresso com o cartão Itaú (crédito ou débito). Ingressos e senhas sujeitos à lotação da sala. Capacidade da sala: 113 lugares. Ingressos disponíveis também em www.ingresso.com Programa sujeito a alterações. Devolução de ingressos: em casos de cancelamento de sessões por problemas técnicos ou por falta de energia elétrica, os ingressos serão devolvidos. A devolução de entradas adquiridas pelo ingresso.com será feita pelo site. Sessões para escolas e agendamento de cabines pelo telefone (21) 3284 7400 ou pelo e-mail imsrj@ims.com.br As seguintes linhas de ônibus passam em frente ao IMS-RJ: Troncal 5 - Alto Gávea - Central (via Praia de Botafogo ) 112 - Alto Gávea - Rodoviária (via Túnel Rebouças) 537 – Rocinha - Gávea 538 – Rocinha - Botafogo 539 – Rocinha - Leme Ônibus executivo Praça Mauá - Gávea
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INSTITUTO MOREIRA SALLES
CINEMA
JANEIRO 2018
EX LIBRIS
FREDERICK WISEMAN 20
BIBLIOTECA PÚBLICA DE NOVA YORK